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ROMANTISMO 2ª GERAÇÃO PROFESSORA REBECA XAVIER

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PROFESSORA REBECA XAVIER

ROMANTISMO –

2ª GERAÇÃO

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PROFESSORA REBECA XAVIER

1850 – 1860 / SP

Algumas épocas depois da introdução do Romantismo no Brasil, a poesia ganhou novos rumos com o aparecimento dos ultrarromânticos. Esses poetas, desvinculados do compromisso com a nacionalidade assumido pela primeira geração, desinteressavam-se da vida político-social e voltavam-se para si mesmos, numa atitude profundamente pessimista. Como forma de protesto ao mundo burguês, viviam entediados e à espera da morte.

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O “mal do século”

Desacreditados dos ideais que levaram à Revolução Francesa

Sem ideais a seguir “geração perdida” Vida desregrada, entregue aos estudos

acadêmicos, ao ócio, aos casos amorosos e à leitura de obras literárias como as de Musset e de Byron.

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Lord Byron

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Lorde Byron, foi um destacado poeta britânico e uma das figuras mais influentes do Romantismo, que, segundo diversas histórias, era um vampiro, que matou seu irmão, Lord Nelson, por ter lhe traído com sua mulher. A morte de Lord Nelson foi dita como uma mordida em seu pescoço, dada por Lord Byron.

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Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio

Tradução de Castro Alves

Não, não te assustes: não fugiu o meu espíritoVê em mim um crânio, o único que existeDo qual, muito ao contrário de uma fronte viva,Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;Que renuncie a terra aos ossos meusEnche! Não podes injuriar-me; tem o vermeLábios mais repugnantes do que os teus olhos.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,Para ajudar os outros brilhe agora eu;Substituto haverá mais nobre que o vinhoSe o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teusJá tiverdes partido, uma outra gentePossa te redimir da terra que abraçar-te,E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristezaAtravés da existência -curto dia-,Redimidas dos vermes e da argilaAo menos possam ter alguma serventia.

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ByronismoUltrarromantismo(Decadentismo)

Nacionalismo

Indianismo

Subjetivismo

Egocentrismo

Sondagem interior (investigação psicológica)

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O medo de amar

Dualismo Platonismo Ideal feminino associado a figuras

incorpóreas ou assexuadas (anjo, criança, virgem...)

Amor físico apenas sugestivo

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Álvares de Azevedo

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A antítese personificada.

Escreveu toda a sua obra (7 livros, discursos e cartas) durante os quatro anos em que foi estudante universitário.

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1ª face: Ariel2ª face: Caliban3ª face: a ironia

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As faces de Ariel e Caliban Figuras mitológicas que significam,

respectivamente, o bem e o mal. Projeto literário consciente baseado na

contradição. Melhor exemplo: Lira dos vinte anos

* primeira e terceira partes: Ariel

* segunda parte: Caliban

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ARIEL Escuridão e

claridade Noite e amanhecer Onírico e realidade Platonismo e

sensualidade Amor e morte Sublimação pela

morte

+ Mundo decadente Viciados, bêbados,

prostitutas Amor platônico x

Amor aristotélico Linha orgíaca e

satânica

CALIBAN

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SONETO Pálida, à luz da lâmpada sombria,

Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada,Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma friaPela maré das águas embalada!Era um anjo entre nuvens d'alvoradaQue em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...Negros olhos as pálpebras abrindo...Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!Por ti as noites eu velei chorando,Por ti nos sonhos morrerei sorrindo!

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IDEIAS ÍNTIMAS

IX

Oh! ter vinte anos sem gozar de leve

A ventura de uma alma de donzela!

E sem na vida ter sentido nunca

Na suave atração de um róseo corpo

Meus olhos turvos se fechar de gozo!

Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas

Passam tantas visões sobre meu peito!

Palor de febre meu semblante cobre,

Bate meu coração com tanto fogo!

Um doce nome os lábios meus suspiram,

Um nome de mulher... e vejo lânguida

No véu suave de amorosas sombras

Seminua, abatida, a mão no seio,

Perfumada visão romper a nuvem,

Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras

O alento fresco e leve como a vida

Passar delicioso... Que delírios!

Acordo palpitante... inda a procuro:

Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas

Banham meus olhos, e suspiro e gemo...

Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!

Só o leito deserto, a sala muda!

Amorosa visão, mulher dos sonhos,

Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!

Nunca virás iluminar meu peito

Com um raio de luz desses teus olhos?

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A face da ironia: o antirromantismo É ela! é ela! — murmurei tremendo,

e o eco ao longe murmurou — é ela!Eu a vi... minha fada aérea e pura —a minha lavadeira na janela.

Dessas águas furtadas onde eu moroeu a vejo estendendo no telhadoos vestidos de chita, as saias brancas;eu a vejo e suspiro enamorado!

Esta noite eu ousei mais atrevido,nas telhas que estalavam nos meus passos,ir espiar seu venturoso sono,vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Como dormia! que profundo sono!...Tinha na mão o ferro do engomado...Como roncava maviosa e pura!...Quase caí na rua desmaiado!

Afastei a janela, entrei medroso...Palpitava-lhe o seio adormecido...Fui beijá-la... roubei do seio delaum bilhete que estava ali metido...

Oh! decerto... (pensei) é doce páginaonde a alma derramou gentis amores;são versos dela... que amanhã decertoela me enviará cheios de flores...

Tremi de febre! Venturosa folha!Quem pousasse contigo neste seio!Como Otelo beijando a sua esposa,eu beijei-a a tremer de devaneio...

É ela! é ela! — repeti tremendo;mas cantou nesse instante uma coruja...Abri cioso a página secreta...Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!

Mas se Werther morreu por ver CarlotaDando pão com manteiga às criancinhas,Se achou-a assim tão bela... eu mais te adoroSonhando-te a lavar as camisinhas!

É ela! é ela, meu amor, minh'alma, A Laura, a Beatriz que o céu revela...É ela! é ela! — murmurei tremendo,E o eco ao longe suspirou — é ela!

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Casimiro de Abreu

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A poesia bem-comportada

Alivia o clima tenso e tétrico deixado por Aluísio após sua morte prematura

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Amor associado à vida e à sensualidade Sensualidade mais natural, embora

imatura Insinuações, jogo de mostrar e

esconder Diversidade temática: infância, pátria,

saudade, solidão, natureza, amor Continuou a primeira geração, sem

grandes inovações

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SEGREDOS

Eu tenho uns amores - quem é que os não tinhaNos tempos antigos? - Amar não faz mal;As almas que sentem paixão como a minhaQue digam, que falem em regra geral.- A flor dos meus sonhos é moça e bonitaQual flor entreaberta do dia ao raiar,Mas onde ela mora, que casa ela habita,Não quero, não posso, não devo contar!

Seu rosto é formoso, seu talhe elegante,Seus lábios de rosa, a fala é de mel,As tranças compridas, qual livre bacante,O pé de criança, cintura de anel;- Os olhos rasgados são cor das safirasSerenos e puros, azuis como o mar;Se falam sinceros, se pregam mentiras,Não quero, não posso, não devo contar!

Oh! ontem no baile com ela valsandoSenti as delícias dos anjos do céu!Na dança ligeira qual silfo voandoCaiu-lhe do rosto seu cândido véu!- Que noite e que baile ! - Seu hálito virgemQueimava-me as faces no louco valsar,As falas sentidas que os olhos falavamNão posso, não quero, não devo contar!

Depois indolente firmou-se em meu braço,Fugimos das salas, do mundo talvez!Inda era mais bela rendida ao cansaçoMorrendo de amores em tal languidez!- Que noite e que festa! e que lânguido rostoBanhado ao reflexo do branco luar!A neve do colo e as ondas dos seiosNão quero, não posso, não devo contar!

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A noite é sublime! - Tem longos queixumes,Mistérios profundos que eu mesmo não sei:Do mar os gemidos, do prado os perfumes,De amor me mataram, de amor suspirei!- Agora eu vos juro... Palavra! - não mintoOuvi-a formosa também suspirar;Os doces suspiros que os ecos ouviramNão quero, não posso, não devo contar!

Então nesse instante nas águas do rioPassava uma barca, e o bom remadorCantava na flauta: - "Nas noites d'estioO céu tem estrelas, o mar tem amor!" -

- E a voz maviosa do bom gondoleiroRepete cantando: - "viver é amar!" -Se os peitos respondem à voz do barqueiro...Não quero, não posso, não devo contar!

Trememos de medo... a boca emudeceMas sentem-se os pulos do meu coração!Seu seio nevado de amor se intumesce...E os lábios se tocam no ardor da paixão!- Depois... mas já vejo que vós, meus senhores,Com fina malícia quereis me enganar.Aqui faço ponto; - segredos de amoresNão quero, não posso, não devo contar!

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Fagundes Varela

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A poesia em transição

Casou-se com uma prostituta, união que gerou uma criança que morreu aos três anos. Com essa perda, Fagundes se entregou ao álcool, depois mudando-se par o campo e envolvendo-se em um clima religioso e panteísta

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Pessimismo Espiritualismo Solidão Morte Cunho social Cunho político Oratória Abundância de imagens

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