8/19/2019 Um Desafio Ao Educador Construtivista

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SITUAÇÃO-PROBLEMA: UM DESAFIO AO EDUCADORCONSTRUTIVISTA

Você construindo e relatando

Para que ocorra o desenvolvimento intelectual do individuo, segundo Piaget, esteprecisa alcançar a socialização plena. Está socialização ocorre a partir da aquisiçãoda linguagem, evolução do pensamento, fatores biológicos e de interações sociaisdo sujeito em seu habitus .

Piaget considera quatro períodos no processo evolutivo da espécie humana que sãocaracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer dasdiversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (FURTADO,1999). São eles: Sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operatório (2 a 7 anos),operatório concreto (7 a 11 ou 12 anos) e operatório formal (11 ou 12 anos emdiante).

Ainda, para Piaget, existe um desenvolvimento da moral que ocorre por etapas, deacordo com os estágios do desenvolvimento humano. Para Piaget (1932/1994),"toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deveser procurada no respeito que o indivíduo adquire por estas regras". Isso porquePiaget entende que a partir do jogo coletivo de regras consegue-se a percepção daevolução prática da criança. Assim sendo, Piaget argumenta que o desenvolvimentoda moral abrange três fases: anomia (crianças até 5 anos), em que a moral não secoloca, ou seja, as regras são seguidas, porém o indivíduo ainda não estámobilizado pelas relações bem x mal e sim pelo sentido de hábito, de dever;heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade), em que a moral é igual aautoridade, ou seja, as regras não correspondem a um acordo mútuo firmado entreos jogadores, mas sim como algo imposto pela tradição e, portanto, imutávele autonomia, corresponde ao último estágio do desenvolvimento da moral, em quehá a legitimação das regras e a criança pensa a moral pela reciprocidade, quer sejao respeito a regras é entendido como decorrente de acordos mútuos entre os jogadores, sendo que cada um deles consegue conceber a si próprio como possível

'legislador' em regime de cooperação entre todos os membros do grupo (TERRA,2015).

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Em relação à educação profissional, em um curso técnico, por exemplo, além danoção da classificação, seriação e da capacidade de trocas intelectuais (Estágio

Operatório Concreto) é interessante que o Estágio Operatório Formal estejadesenvolvido no sujeito. Para que o sujeito seja um trabalhador emancipado énecessário adquirir uma autonomia diante da sua interação social pelo trabalho, jáque este é um dos objetivos do curso técnico: entrar no mercado de trabalho. Essafase de cooperação, interação através de uma perspectiva ética fazem parte doEstágio Operatório Formal.

Educar pelas situações-problema é sem dúvida uma maravilhosa ferramenta paradesenvolver as habilidades dos alunos na EPT. Uma situação-problema além depermitir aos alunos formular hipóteses e conjecturas em torno da resolução de umobstáculo pode instigar o debate científico com a proposta de desvendar o enigmaproposto. Isso é o que se pretende com a EPT! Deve-se entender que a EPT vaialém da formação para o mercado de trabalho. A produção tecnológica não pode servista como um bem de consumo apenas. É preciso que nós como educadores

ensinemos aos futuros profissionais e cidadãos a alma da tecnologia comresponsabilidade, como Macedo mencionou Hans Jonas.

Pensando em um exemplo prático. No curso técnico de Automação Industrial fiz umadisciplina de Inglês Instrumental. Lembro-me que normalmente nós traduzíamostextos de cunho industrial, só isso. Agora, por exemplo, se usássemos a situaçãoproblema aqui estudada em termos de montar um instrumento em um aparato

qualquer simulando a área industrial –

para isso têm-se os laboratórios da instituiçãode ensino – e usássemos o manual do instrumento, em inglês, seria uma ótimaoportunidade de avaliar o aluno de uma forma mais construtiva. Em uma disciplinade um semestre o objetivo não é que o aluno saia com fluência em inglês, mas oque se pretende é que ele aprenda a enxergar o como o inglês instrumental seráimportante para sua jornada profissional não só durante o seu curso como tambémdepois para a sua vida.

Referências

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FURTADO, Odair Furtando, BOCK,Ana Mercês Bahia, TEIXEIRA, Maria de LourdesTrassi. Psico log ias: um a intro du ção ao estu do d e psic olo gia . 13.ed. São Paulo:

Saraiva, 1999.

PIAGET, J. (1994).O ju ízo m o ra l n a c ri an ça (E. Lenardon, Trad.). São Paulo, SP:Summus. (Original publicado em 1932).

QUEIROZ, Sávio Silveira de, RONCHI, Juliana Peterle, KUMARU, Rosana Suemi.Constituição das regras e o desenvolvimento moral na teoria de piaget: uma

reflexão Kantiana . Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2009, vol.22, n.1, pp. 69-75. ISSN0102-7972. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722009000100010.

TERRA, Márcia Regina.O desenvolvimento humano na teoria de Piaget . Online.Disponível em: <

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm>. Acesso em 23de mar. 2015.