Um Mundo Forjado Em Guerra - Volume 1

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Um Mundo Forjado em

Guerra

Volume 1

Panon Corvo da Tempestade

1ª Edição

2012

A obra Um Mundo Forjado em Guerra – Volume 1 escrita por Panon Corvo da Tempestade é

uma produção de Lucas Tagliari Spanholi (Panon) e Aline Cristina Souza dos Santos (Aniere)

com uma licença Creative Commons – Atribuição Não Comercial – Sem Derivados 3.0 Não

Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite:

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/

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sumário

Capítulo 1 – Os Mitos Antigos .......................................................................................... 5

Os Titãs e o Modelamento do Universo .......................................................................... 5

A Traição de Sargeras ................................................................................................. 5

A Corrupção dos Eredars e o Vôo dos Draeneis ............................................................... 7

O Ordenamento de Azeroth ........................................................................................ 10

Os Deuses Antigos .................................................................................................... 11

As Revoadas Dragônicas e os Grandes Aspectos ........................................................... 12

Capítulo 2 – A Era Primitiva .......................................................................................... 17

A Ascensão da Civilização dos Trolls ............................................................................ 17

Os Kaldorei e a Nascente da Eternidade ....................................................................... 18

A Guerra dos Antigos ................................................................................................ 21

A Fragmentação do Mundo ......................................................................................... 28

Monte Hyjal e o Presente de Illidan ............................................................................. 31

A Guerra dos Sátiros e os Druidas da Foice .................................................................. 33

A Árvore do Mundo e o Sonho Esmeralda ..................................................................... 36

Exílio dos Elfos Superiores ......................................................................................... 37

As Sentinelas e a Longa Vigília ................................................................................... 39

Capítulo 3 - O Mundo Novo ........................................................................................... 41

A Fundação de Quel'Thalas ........................................................................................ 41

Arathor e a Guerra dos Trolls ..................................................................................... 44

Os Guardiões de Tirisfal ............................................................................................. 46

O Despertar do Anões ............................................................................................... 48

Os Sete Reinos ......................................................................................................... 49

Aegwynn e a Caçada do Dragão ................................................................................. 51

Guerra dos Três Martelos ........................................................................................... 52

O Último Guardião .................................................................................................... 56

Capítulo 4 –A Corrupção dos Orcs .................................................................................. 59

A Colonização de Draenor .......................................................................................... 59

O Pacto Sombrio ....................................................................................................... 60

O Surgimento da Horda e o Extermínio dos Draeneis ..................................................... 61

Capítulo 5 – A Horda e a Aliança ................................................................................... 65

O Portal Negro e a Queda de Ventobravo ..................................................................... 65

A Aliança de Lordaeron e a Segunda Guerra ................................................................. 69

A Destruição de Draenor ............................................................................................ 76

Capítulo 6 – Prelúdio para a Perdição ............................................................................. 79

O Nascimento do Lich Rei .......................................................................................... 79

O Trono Congelado ................................................................................................... 80

A Batalha de Grim Batol ............................................................................................ 82

Letargia dos Orcs ...................................................................................................... 84

A Nova Horda ........................................................................................................... 85

A Guerra das Aranhas ............................................................................................... 87

Kel'Thuzad e o Seita dos Malditos ............................................................................... 88

A Aliança se Despedaça ............................................................................................. 91

Capítulo 7–O Retorno da Legião Ardente ........................................................................ 93

A Ruína de Lordaeron ................................................................................................ 93

A Corrupção da Nascente do Sol ................................................................................. 97

A Destruição de Dalaran ............................................................................................ 98

A Jornada para Kalimdor ............................................................................................ 99

O fim da Longa Vigília .............................................................................................. 103

A Batalha do Monte Hyjal .......................................................................................... 105

Capítulo 8 – As Trevas se Confrontam ........................................................................... 107

A Ascenção do Traidor .............................................................................................. 107

O Tormento dos Elfos Sangrentos .............................................................................. 109

Guerra Civil nas Terras Pestilentas ............................................................................. 111

O Lich Rei Triunfante ................................................................................................ 114

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Capítulo 1 – Os Mitos Antigos

Os Titãs e o Modelamento do Universo

Ninguém sabe exatamente como o universo começou. Alguns teorizam que

uma explosão cósmica catastrófica espalhou infinitos mundos na imensidão da

Grande Treva - mundos que um dia teriam formas de vida maravilhosas e terríveis.

Outros acreditam que o universo foi criado por uma única entidade todo-poderosa.

Embora as origens exatas do universo caótico permaneçam incertas, está claro que

uma raça de seres poderosos surgiu para trazer estabilidade a vários mundos e

assegurar um futuro seguro para os seres que seguissem seus passos.

Os titãs, deuses colossais de pele metálica, dos cantos distantes do cosmo,

exploraram o universo recém nascido e se fixaram nos mundos encontrados para

trabalhar neles. Eles moldaram os mundos elevando imponentes montanhas e

cavando vastos oceanos. Espiraram céus e criaram atmosferas. Tudo partindo de

um plano, criar ordem a partir do caos. Eles deram poder a raças primitivas para

cuidar e manter a integridade dos seus respectivos mundos.

O Panteão

Comandado pela elite conhecida como o Panteão, os titãs trouxeram ordem

a mais de cem milhões de mundos espalhados ao longo da Grande Treva durante

os primeiros anos da criação. O benevolente Panteão, que buscava proteger estes

mundos estruturados, sempre estava vigilante contra a ameaça de ataque das vis

entidades extradimensionais da Espiral Etérea. A Espiral Etérea, uma dimensão

etérea de magias caóticas que, conectada a inúmeros mundos, era lar de um

número infinito de seres malignos que só buscavam destruir a vida e devorar as

energias do universo. Incapazes de conceber o mal em qualquer forma, os titãs

tentaram achar um modo de terminar com a constante ameaça desses demônios.

A Traição de Sargeras

Com o passar do tempo, entidades demoníacas da Espiral Etérea fizeram seu

espaço nos mundos dos titãs, e o Panteão elegeu seu maior guerreiro, Sargeras,

um gigante nobre de bronze fundido, para agir como sua primeira linha de defesa.

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Sargeras levou a cabo os seus deveres durante milênios incontáveis, procurando e

destruindo estes demônios onde quer que eles pudessem estar. Durante as eras,

Sargeras encontrou uma raça demoníaca poderosa que estava brigando para

ganhar o poder e domínio do universo físico.

Sargeras foi forçado a lidar com um grupo com intenção de romper a ordem

dos titãs: os Nathrezim, também conhecidos como Senhores do Medo. Esta raça

escura de demônios vampíricos conquistou vários mundos povoados possuindo seus

habitantes e os transformando em sombras. Os abomináveis Senhores do Medo

enganaram nações inteiras pondo umas contra as outras, as manipulando em ódio

irrefletido e desconfiança. Embora os poderes quase ilimitados de Sargeras fossem

mais que suficiente para derrotar os vis Nathrezim, ele estava muito incomodado

pela corrupção das criaturas e o mal o consumia. Incapaz de entender tal

depravação, o grande titã começou a cair em uma grande depressão. Apesar de

seu crescente desconforto, Sargeras facilmente derrotou os Nathrezim

aprisionando-os dentro de um canto da Espiral Etérea, mas a corrupção deles o

afetou profundamente.

Nathrezim

Com dúvida e desespero Sargeras se sentiu subjugado, ele não só perdeu

toda a fé em sua missão, mas também na visão dos titãs de um universo ordenado.

Eventualmente ele começou a acreditar que o conceito de ordem era loucura, e que

caos e depravação eram os únicos absolutos na escuridão solitária do universo. Os

titãs da mesma categoria dele tentaram o persuadir de seu erro e acalmar suas

furiosas emoções, mas ele considerou as suas convicções mais otimistas como ego

servido de ilusões. Partindo de seus ranques, Sargeras teve a ideia de achar seu

próprio lugar no universo. Embora o Panteão estivesse triste com sua partida, os

titãs nunca poderiam ter predito o quão distante seu irmão caído iria, então eles

elegeram Aggramar, que fora o segundo em comando de Sargeras para substituí-lo

na frente de batalha dos exércitos titânicos.

Quando a loucura de Sargeras finalmente consumiu os últimos vestígios de

seu espírito valoroso, ele culpou os titãs como responsáveis pelo fracasso da

criação. Decidindo, afinal, desfazer seus trabalhos ao longo do universo, ele

planejou formar um exército imbatível que incendiaria o universo físico.

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Enquanto sua confusão e miséria o afundavam cada vez mais, até mesmo

sua forma titânica foi pega pela corrupção que infestou seu coração outrora nobre.

Os seus olhos, cabelos e barba estouraram em fogo, e sua pele metálica de bronze

dividiu-se abrindo e revelando um forno infinito de ódio devastador.

Sargeras, o Titã Caído

Na sua fúria, Sargeras quebrou as prisões dos Nathrezim e deixou os

repugnantes demônios livres. Estas criaturas espertas se curvaram diante a vasta

raiva do Titã Caído e se ofereceram para servi-lo de qualquer modo malicioso que

eles pudessem.

A Corrupção dos Eredars e o Vôo dos Draeneis (~25.000 anos atrás)

Algum tempo depois os eredars, uma raça brilhante com afinidade para a

magia, atraíram a atenção de Sargeras para o seu mundo natal, Argus. O Titã

Caído ofereceu poder além da imaginação para os três lideres dos eredars –

Kil’Jaeden, Arquimonde e Velen – em troca de lealdade inquestionável. Uma visão

perturbadora veio até Velen, que viu os eredars transformados em impronunciáveis

demônios, os futuros líderes do exército de Sargeras que iria crescer até

proporções colossais e dizimar toda a vida.

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Kil’Jaeden Arquimonde Velen

Apesar das tentativas de Velen de alertar seus amigos, Kil’Jaeden e

Arquimonde decidiram aceitar a oferta de Sargeras. Velen desesperou-se com a

decisão de seus antigos companheiros e então rezou por ajuda. Para a sua surpresa

e alivio, suas preces foram respondidas pelos benevolentes naaru. Esses seres de

energia haviam, assim como Velen, previsto o mal que seria causado pelo Titã

Caído.

Os naaru ofereceram-se para guiar Velen e quaisquer outros crentes para

segurança. Velen quietamente reuniu aqueles entre os seus seguidores eredar que

pareciam confiáveis e os batizou “Draeneis” (“Exilados” em eredun). Os draeneis

conseguiram escapar por pouco, antes que Sargeras voltasse para cumprir sua

promessa. Furioso pela traição de seu antigo companheiro, Kil’Jaeden jurou

perseguir Velen e seus seguidores draeneis até os confins da existência.

Naaru

Quando Sargeras voltou para Argus ele transformou os eredars em

demônios. Sargeras escolheu seus dois campeões para comandar seu exército

demoníaco de destruição. Kil'Jaeden, o Enganador, que foi escolhido para procurar

as raças mais escuras do universo e as recrutar para servir ao titã. E Arquimonde, o

Corruptor, que foi escolhido para conduzir os vastos exércitos de Sargeras em

batalha contra qualquer um que poderia resistir ao poder da Legião.

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O primeiro movimento de Kil'Jaeden foi escravizar os vampíricos Nathrezim

sob seu terrível poder. Os Senhores do Medo serviram como seus agentes pessoais

ao longo do universo, deleitando-se em prazer ao localizar e subjugar raças

primitivas para seu mestre corromper. O Primeiro entre os Senhores do Medo era

Taecondrius, o Conspurcador. Taecondrius serviu Kil'Jaeden como o soldado

perfeito e concordou em levar em nome de Sargeras o testamento ardente para

todos os cantos escuros do universo.

Taecondrius, o Conspurcador

O poderoso Arquimonde também escolheu seus agentes. Chamando os

maléficos Lordes Abissais Annihilans e o líder bárbaro deles, Mannoroth, o

Destruidor, Arquimonde esperou estabelecer uma elite lutadora que expurgaria a

criação de toda a vida.

Annihilan

Uma vez que os exércitos de Sargeras foram recrutados e estavam prontos

para seguir seu comando, ele lançou suas forças enfurecidas na vastidão da Grande

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Treva. Ele batizou o seu exército de Legião Ardente e a partir desta data ainda

obscura eles consumiram e queimaram tantos mundos quanto possível na sua

profana Cruzada Ardente pelo universo.

O Ordenamento de Azeroth

Inadvertidos da missão de Sargeras de desfazer seus incontáveis trabalhos,

o Panteão continuou movendo-se de mundo em mundo, moldando e ordenando

cada planeta quando eles viam que era necessário. Ao longo de sua viagem eles

acharam um mundo pequeno que seus habitantes posteriormente viriam a chamar

de Azeroth. Conforme os titãs passaram pela paisagem primordial, eles

encontraram vários seres elementais hostis. Estes elementais, que adoravam uma

raça de seres entrópicos conhecidos apenas como os “Deuses Antigos”, juraram

expulsar os titãs para manter o seu mundo intocado pelo toque metálico dos

invasores.

O Panteão, perturbado pela propensão dos Deuses Antigos para o mal,

empreendeu uma guerra contra os elementais e seus mestres extradimensionais.

Os exércitos dos Deuses Antigos foram conduzidos pelos tenentes elementais mais

poderosos: Ragnaros, o Senhor do Fogo; Therazane, a Petramáter; Al'Akir, o Lorde

dos Ventos e Neptulon, o Caçador das Marés. As forças caóticas deles se

enfureceram pela extensão do mundo e colidiram com os colossais titãs. Embora os

elementais fossem poderosos além da compreensão mortal, as forças combinadas

deles não puderam parar o poderoso Panteão. Um por um, os senhores

elementares caíram, e suas forças dispersaram.

Ragnaros, O Senhor do Fogo Therazane, a Petramáter

Al’Akir, o Lorde dos Ventos Neptulon, o Caçador das Marés

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Para manter seus espíritos furiosos longe do mundo físico, os elementais

foram banidos para um plano abissal onde eles combateriam um contra o outro

para toda a eternidade sem o poder dos Deuses Antigos. Com a partida dos

elementais, a natureza se acalmou e o mundo estabeleceu uma harmonia e

tranquilidade. Os titãs viram que a ameaça foi contida e então começaram a

trabalhar.

Os titãs criaram várias raças para lhes ajudar a formar o mundo. Para lhes

ajudar a esculpir as cavernas em baixo da terra, eles criaram os earthens, seres

mágicos de pedra viva. Para ajudar-lhes a dragar os mares e erguer a terra do

chão, os titãs criaram imensos, mas gentis, gigantes. Por muitas eras os titãs

moldaram a terra, até que finalmente tivessem um continente perfeito. No centro

deste continente, eles fizeram um lago de energias cintilantes que serviria como

fonte da vida para o mundo. Suas potentes energias criariam os ossos do mundo e

permitiram à vida criar raízes no solo rico. Com o passar do tempo, plantas,

árvores, monstros, e criaturas de todo tipo começaram a prosperar no continente

primordial. Como um crepúsculo caiu no dia final do trabalho deles, os titãs

nomearam o continente de Kalimdor (“Terra da Eternidade Estrelada” na língua dos

titãs).

As criações dos Titãs

Os Deuses Antigos

Após a partida do Panteão uma grande calamidade se abateu sobre o jovem

mundo de Azeroth. As entidades entrópicas de puro caos conhecidas como Deuses

Antigos voltaram dos confins vazios da Grande Treva e o mundo cedeu em suas

fundações diante de seus inimagináveis poderes sombrios. As criações dos titãs

foram destruídas ou sofreram um destino muito pior, tornando-se aflitas pela

“Maldição da Carne”, que lentamente transformaria seus corpos.

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Yogg’Sarron, um dos Deuses Antigos

Quando os titãs descobriram o que havia ocorrido com suas jovens criações

eles retornaram. O Panteão enfrentou os Deuses Antigos, o que causou a maior

batalha que Azeroth viria a conhecer. Os titãs foram vitoriosos nesse confronto

entre deuses, mas o domínio maligno dessas entidades caóticas sobre Azeroth

havia crescido tanto que destruí-los iria acarretar na aniquilação do plano, pois a

sua infecção os havia ligado simbioticamente à criação dos titãs. Então em vez de

destruí-los o Panteão neutralizou seus poderes prendendo-os abaixo da superfície

do mundo pelo resto de sua existência.

Depois disso os titãs recriaram as raças que haviam sido infectadas pela

Maldição da Carne, dessa vez mais resistentes à corrupção dos Deuses Antigos, e

empregaram uma série de mecanismos de defesa, como deixar vigilantes que

ficaram para trás nas instalações de Ulduar, Uldaman e Uldum.

As Revoadas Dragônicas e os Grandes Aspectos

Satisfeitos pelo pequeno mundo que tinha sido ordenado e acreditando que

o seu trabalho estava terminado, os titãs prepararam-se para deixar Azeroth.

Porém, antes de partiram, eles carregaram as maiores espécies do mundo com a

tarefa de cuidar de Kalimdor, para que não houvesse qualquer força que ameaçasse

sua tranquilidade perfeita. Naquela época havia muitas revoadas Dragônicas, e

dentre elas cinco se destacavam. Foram estas cinco revoadas que os Titãs

escolheram para pastorear o mundo que brotava. A partir do colossal proto-dragão

Galakrond o Panteão criou cinco dragões para liderarem suas respectivas revoadas

e os imbuíram de uma porção de seus poderes. Estes dragões majestosos ficaram

conhecidos como os Grandes Aspectos, ou os Aspectos Dragônicos.

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Galakrond e os Aspectos

Aman'Thul, o Patrono do Panteão, deu uma porção de seu poder cósmico

para o volumoso dragão de bronze, Nozdormu. O Patrono incumbiu Nozdormu de

vigiar o próprio tempo e policiar os caminhos em eterna mudança do destino. E

para assegurar que ele faria bem o seu trabalho, lhe concedeu a visão de sua

própria morte, de forma que o dragão pudesse agir de forma imparcial. O estoico e

honorável Nozdormu ficou conhecido como “o Atemporal”.

Nozdormu, o Atemporal

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Eonar, a Padroeira de Toda a Vida, deu uma porção do seu poder à leviatã

vermelha, Alexstrasza. Desde então Alexstrasza seria conhecida como “a Mãe da

Vida”, e ela trabalharia para salvaguardar todas as criaturas deste mundo. Devido à

sua imensa sabedoria e compaixão ilimitada para com todas as coisas vivas,

Alexstrasza foi coroada a Rainha dos Dragões recebendo assim o domínio sobre o

seu tipo.

Alexstrasza, a Mãe da Vida

Eonar também abençoou a irmã mais jovem de Alexstrasza, a dragonesa

verde Ysera, com uma porção de influência sobre a natureza. Ysera entrou em um

transe eterno, conectada ao recém surgido Sonho da Criação. Conhecida como “a

Sonhadora”, ela iria manter vigília sobre as áreas selvagens a partir de seu reino, o

Sonho Esmeralda.

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Ysera, a Sonhadora

Norgannon, o Guardião do Conhecimento e Mestre-Mago, concedeu ao

dragão azul, Malygos, uma porção de seu vasto conhecimento. Dali em diante,

Malygos seria conhecido como “o Tecelão de Feitiços”.

Malygos, o Tecelão de Feitiços

Khaz'Goroth, o Forjador de Mundos, deu parte de seu poder para o poderoso

dragão negro, Neltharion, que posteriormente viria a ser chamado de “o Guardião

da Terra”. Ele recebeu o domínio sobre a terra e os lugares profundos do mundo.

Ele encarnou a força do mundo e serviu como o maior partidário de Alexstrasza.

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Neltharion, o Guardião da Terra

Assim os Cinco Aspectos foram encarregados da defesa do mundo na

ausência do Panteão. Com os dragões preparados para salvaguardar a criação

deles, os titãs deixaram Azeroth para trás para sempre. Infelizmente era só uma

questão de tempo antes que Sargeras soubesse da existência do mundo recém-

nascido.

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Capítulo 2 – A Era Primitiva

A Ascensão da Civilização dos Trolls (~16.000 anos atrás)

Muito tempo antes dos orcs e humanos colidirem em sua Primeira Guerra, o

mundo de Azeroth era um só continente volumoso, cercado pelo mar. Aquele

grande continente, conhecido como Kalimdor Primordial, abrigou várias raças e

criaturas que competiam pela sobrevivência entre os elementos selvagens do

mundo que despertava. No centro do escuro continente estava o lago misterioso de

energias incandescentes que viria a ser chamado de Nascente da Eternidade. Esse

lago era o verdadeiro coração da magia e poder natural do mundo. Tirando suas

energias da infinita Grande Treva além do plano, o lago agia como uma fonte

mística, que enviava suas potentes energias pelo mundo para nutrir a vida em

todas suas formas maravilhosas.

Entre as muitas raças que surgiam no continente, uma se sobressaiu

crescendo até formar um império. Eram os trolls da tribo Zandalar, da qual todos

os trolls modernos descendem. No geral, os Zandalari valorizavam o conhecimento

acima de todo o resto, mas uma porção significativa da tribo possuía uma sede de

conquista em vez disso. Esses trolls descontentes eventualmente partiram para

formar suas próprias tribos. Com o passar do tempo os remanescentes da tribo

Zandalar passaram a ser considerados como uma casta autoritária de sacerdotes

para todos os trolls. Os Zandalari trabalharam sem descanso para registrar e

preservar a história e as tradições dos trolls, e esses sábios atuaram para o bem da

civilização troll como um todo. Amplamente respeitados pelos seus iguais, os

Zandalari permanecem até os dias de hoje envolvidos com as políticas do seu povo.

Trolls Zandalari

A partir das tribos que se separaram dos Zandalari, dois impérios troll

ascenderam. O Império de Gurubashi nas selvas do Sudeste e o Império Amani nas

florestas meridionais. Muitas tribos menores acabaram mais longes das terras

civilizadas, parando no extremo Norte onde se estabilizaram na região que depois

passaria a ser conhecida como Fenda do Norte. Essas tribos formaram uma nação

menor chamada Drakkari, mas esse reino nunca atingiu o tamanho e a

prosperidade dos impérios do sul.

Os dois impérios dos trolls tinham pouco amor um pelo outro, mas seus

conflitos raramente chegavam até o ponto da guerra. Naquela época o maior

inimigo deles era um terceiro império, a civilização de Azj’Aqir. Os aqirs eram uma

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raça de insectóides inteligentes que reinavam nas terras do extremo oeste. Esses

sagazes insectóides eram extremamente expansionistas e incrivelmente malignos.

Os aqirs eram obcecados em erradicar toda a vida não insectóide das terras de

Kalimdor.

Aqir

Os trolls combateram os aqirs por mil anos, mas nunca conseguiram obter

uma vitória definitiva. Eventualmente, devido à persistência dos trolls, Azj’Aqir

partiu-se ao meio. Seus cidadãos partiram para colônias isoladas nas regiões

extremas do continente. Duas cidade-estado dos aqirs emergiram, Azjol-Nerub nas

tundras do Norte e Ahn’Qiraj no deserto do Sul. Embora os trolls suspeitassem que

houvesse outras colônias de aqirs sob Kalimdor, suas existências nunca foram

verificadas. Com os insectóides exilados, os dois impérios troll retornaram aos seus

negócios, sem nenhum dos dois expandir muito longe de suas fronteiras originais.

Seguindo a queda do império de Azj’Aqir uma pequena tribo de trolls se

estabeleceu no deserto, fundando uma cidade estado que viria a ser o centro do

poder na região, Zul’Farrak.

Os Kaldorei e a Nascente da Eternidade (~14.000 anos atrás)

Dois milênios após a ascensão dos Zandalari uma pequena tribo de trolls

negros se separou do império Gurubashi e cautelosamente construiu seus alicerces

no centro do continente, às extremidades da Nascente da Eternidade. Esses

humanoides ferais e nômades, puxados pelas energias estranhas do lago,

construíram casas simples em suas costas tranquilas. Com o passar do tempo, o

poder cósmico da Nascente afetou a tribo, tornando-os mais fortes e sábios, além

de virtualmente imortais. A tribo adotou o nome Kaldorei ("crianças das estrelas"

em sua língua nativa). Para celebrar a sociedade deles que estava brotando, eles

construíram grandes estruturas e templos ao redor das margens do lago.

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Eluna

Os Kaldorei, ou elfos noturnos como eles seriam conhecidos depois,

adoravam a deusa da lua, Eluna, e acreditavam que ela dormia dentro das

profundezas vislumbrantes da Nascente da Eternidade durante as horas de luz do

dia. Os sacerdotes e videntes dos Kaldorei estudaram o lago com uma curiosidade

insaciável, determinados a descobrir os seus poderes e segredos ocultos. Conforme

sua sociedade cresceu, os elfos noturnos exploraram a vasta extensão de Kalimdor

e encontraram seus outros habitantes. As únicas criaturas que foram capazes de

conte-los eram os antigos e poderosos dragões. As grandes bestas serpentinas

eram reclusas, mas eles faziam muito para salvaguardar as terras conhecidas de

ameaças em potencial. Os Kaldorei descobriram que os dragões ficaram

responsáveis como os protetores do mundo, e concordaram que era melhor deixar

eles e seus segredos sozinhos.

Com o tempo, a curiosidade dos Kaldorei os levou a encontrar e ajudar

várias entidades poderosas, entre elas estava Cenarius, um semi-deus das florestas

primordiais. Cenarius acabou se apaixonado pelos inquisitivos elfos noturnos, e

muitas vezes gastava seu tempo os ensinando sobre o mundo natural. Os

tranquilos Kaldorei desenvolveram uma empatia forte pelas florestas de Kalimdor e

se fascinavam com o equilíbrio harmonioso da natureza.

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Cenarius

Como a idade aparentemente infinita, a civilização dos elfos noturnos

ampliou seu território e sua cultura. Seus templos, estradas e habitações foram

espalhados pelo escuro continente. Nesse período Azshara ascendeu ao trono, e

então a capital do império foi renomeada Zin-Azshari em homenagem à bela e

talentosa rainha dos Kaldorei. Azshara construiu um imenso e maravilhoso palácio

na costa da Nascente da Eternidade que abrigou seus servos mais prestigiados

dentro de seus elegantes corredores. Os servos dela, a quem ela chamava de

Quel’Dorei (“Altaneiros” em darnassiano), a amaram loucamente por todo seu

reinado e se acreditavam superiores ao resto dos seus irmãos. Embora a Rainha

Azshara fosse amada igualmente por todas as pessoas, os Altaneiros foram

secretamente invejados e repugnados pelo resto dos elfos noturnos.

Rainha Azshara

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Compartilhando da curiosidade dos sacerdotes para com a Nascente da

Eternidade, Azshara ordenou aos Altaneiros que examinassem seus segredos e

revelassem seu verdadeiro propósito no mundo. Os Altaneiros então estudaram o

lago incessantemente, até que eles desenvolveram a habilidade de manipular e

controlar suas energias cósmicas. Como o progresso de suas experiências, os

Altaneiros aprenderam que eles podiam usar os poderes que haviam descoberto

para criar ou destruir conforme a sua vontade. Os Altaneiros descuidadamente

tinham tropeçado em magia arcana primitiva e decidiram dedicar-se a seu domínio.

Embora eles concordassem que aquela magia era perigosa para se controlar

irresponsavelmente, Azshara e os Altaneiros dela começaram a praticar os seus

feitiços despreocupadamente. Cenarius e muitos estudantes dos Kaldorei

advertiram sobre a calamidade que resultaria de brincar com as artes claramente

voláteis da magia arcana. Mesmo assim, a rainha e os seus seguidores continuaram

obstinadamente ampliando os poderes recém descobertos.

Conforme seus poderes cresceram, uma mudança distinta ocorreu com

Azshara e os Altaneiros. A classe alta, arrogante e indiferente ficou crescentemente

calosa e cruel com os seus compatriotas Kaldorei. Uma mortalha escura e pesada

ocultou a antiga beleza da rainha. Ela começou a se retirar dos assuntos de seu

povo e se recusou a interagir com qualquer um que não fossem os seus fiéis

sacerdotes Quel’Dorei.

Um jovem estudante chamado Malfurion Tempesfúria que tinha gastado

muito de seu tempo estudando as artes primitivas do druidismo começou a

suspeitar que um poder terrível estivesse corrompendo os Altaneiros e a amada

rainha deles. Embora ele não pudesse conceber o mal que estava por vir, ele sabia

que as vidas dos Kaldorei logo mudariam para sempre...

Os irmãos Tempesfúria e a sacerdotisa Tyrande

A Guerra dos Antigos (~10.000 anos atrás)

O uso despreocupado da magia arcana pelos Altaneiros enviou ondulações

de energia da Nascente da Eternidade que espiralaram para a Grande Treva. As

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ondulações fluidas de energia foram sentidas por terríveis mentes estrangeiras.

Sargeras, o Titã Caído e grande inimigo de toda a vida sentiu as ondulações e foi

atraído ao seu distante local de origem. Espiando o mundo primordial de Azeroth e

sentindo as energias ilimitadas da Nascente da Eternidade, Sargeras foi consumido

por uma fome insaciável. O grande deus sombrio do vazio resolveu destruir o

mundo e reivindicar suas energias para si.

Sargeras e a Legião Ardente

Sargeras juntou a sua vasta Legião Ardente e começou a viajar para o

mundo despreocupado de Azeroth. A Legião era composta por um milhão de

demônios berrantes, arrancados de todos os cantos distantes do universo, e eles

tinham sede de conquista. O tenente de Sargeras, Arquimonde, e seu segundo em

comando Mannoroth, prepararam seus asseclas infernais para atacar.

O primeiro dos Altaneiros a ser subjugado pelo êxtase terrível de sua magia

foi o lorde Xavius, um Quel’Dorei habilidoso na arte da politica que havia

substituído seus dois olhos por gemas negras magicas. Ele passou a venerar o Titã

Caído como se fosse um deus, e concordou em lhe conceder uma entrada para

invadir seu mundo. Ele conseguiu convencer a rainha Azshara e os demais

Altaneiros a se entregarem a corrupção inevitável da magia arcana. Para mostrar a

sua submissão à Legião os Altaneiros ajudaram sua rainha abrindo um vasto portal

dentro das profundezas da Nascente da Eternidade.

Uma vez que todas as suas preparações tinham sido feitas, Sargeras

começou a invasão catastrófica de Azeroth. Os guerreiros demoníacos da Legião

Ardente assaltaram o mundo através da Nascente e sitiaram as cidades dormentes

dos Kaldorei. Conduzida por Arquimonde e Mannoroth, a Legião proliferou em cima

das terras de Kalimdor, deixando somente cinzas e tristeza em seu caminho. Os

bruxos malignos invocaram infernais flamejantes que chegavam em meteoros

destrutivos e se chocavam com os pináculos graciosos dos templos de Kalimdor.

Um bando ardente de assassinos sanguinários conhecidos como Demonarcas

marcharam pelos campos do continente enquanto matavam tudo em seu caminho.

Matilhas de canis vis selvagens saquearam a zona rural sem oposição. Embora os

valentes guerreiros Kaldorei se esforçassem para defender sua pátria ancestral,

eles foram forçados a ceder lentamente, centímetro por centímetro, perante o

ataque furioso da Legião.

23

A Legião Ardente marcha sobre Kalimdor

Recaiu sobre Malfurion a responsabilidade de encontrar ajuda para seu povo.

Malfurion cujo próprio irmão, Illidan, praticava as magias arcanas dos Altaneiros,

estava enraivecido pela corrupção crescente entre a classe alta. Após convencer

seu irmão a abandonar a obsessão perigosa dele, Malfurion saiu para achar

Cenarius e reunir uma força de resistência. A jovem e bonita sacerdotisa, Tyrande

Murmuréolo, concordou em acompanhar os irmãos em nome de Eluna. Embora

Malfurion e Illidan compartilhassem um amor pela desejável sacerdotisa, o coração

de Tyrande pertencia só ao druida. Illidan ficou recendido ao ver seu irmão engajar

um romance com Tyrande, mas soube que a sua preocupação não era nada

comparada à dor de seu vício mágico.

O jovem Illidan O jovem Malfurion A jovem Tyrande

Illidan, que tinha se tornado dependente da magia arcana, lutou pelo

controle contra a fome opressiva que sentia para pegar uma vez mais a energia da

Nascente. Porém, com o apoio paciente de Tyrande, ele pôde se conter e ajudar

seu irmão a achar o recluso semi-deus. Cenarius, que vivia dentro da sagrada

24

Clareira da Lua aos pés do distante Monte Hyjal, decidiu apoiar os Kaldorei,

achando os dragões antigos e recrutando-os para ajudá-los. Os dragões,

conduzidos pela grande leviatã vermelha Alexstrasza, concordaram em enviar suas

poderosas revoadas para matar os demônios e seus mestres malignos.

Os Kaldorei pedem ajuda a Cenarius

Cenarius chamou os seus companheiros eternos, os Antigos e reuniu um

exercito de espíritos das florestas encantadas e homens-árvore ancestrais,

conduzindo-os contra a Legião em uma agressão terrestre ousada. Conforme os

aliados dos elfos noturnos convergiram contra o templo de Azshara e a Nascente da

Eternidade, a guerra estourou. Apesar do poder dos seus novos aliados, Malfurion e

seus colegas perceberam que a Legião não poderia ser derrotada apenas com força

marcial.

25

Antigos

Conforme a batalha titânica cresceu em fúria ao redor da cidade capital de

Zin-Azshari, a rainha desiludida esperou antecipadamente pela chegada de

Sargeras. O senhor da Legião Ardente estava se preparando para atravessar a

Nascente da Eternidade e entrar no mundo saqueado. Quando sua sombra

gigantesca se aproximou da superfície bravia da Nascente, Azshara juntou os seus

mais poderosos seguidores Altaneiros. Só unindo as suas magias em um feitiço

focalizado eles poderiam criar um portal grande o bastante para o Titã Caído entrar.

Para garantir isso, a rainha ordenou que Xavius criasse um encantamento que

impediria qualquer um que não fosse um Quel’Dorei de acessar as energias da

Nascente, mas o seu plano falhou quando Malfurion derrotou o lorde.

Insatisfeito com o desempenho de seu servo, Sargeras impôs sobre Xavius

uma punição por suas falhas. Por um tempo, o titã torturou o seu espirito sem

corpo, mas eventualmente ele lhe mostrou uma forma de piedade. Ele decidiu que

o lorde ainda poderia ser posto em uso afinal. Ele retornou Xavius à vida, mas não

como ele era antes. Para demonstrar os traços dele que valorizava, e para marca-lo

eternamente como um aliado e servo da Legião, Sargeras transformou e desfigurou

o corpo do lorde Xavius. Ele criou para ele um novo corpo, um corpo com pernas e

chifres de carneiro, garras afiadas e uma longa cauda leonina, conservando as suas

características gemas no lugar dos olhos. Foi assim que Xavius se tornou o primeiro

Sátiro, mas não o único, pois o Titã Caído lhe incumbira de uma nova missão,

converter o maior numero possível de Altaneiros em sua nova espécie.

26

Lorde Xavius

A batalha se enfurecia pelos campos ardentes de Kalimdor quando uma

mudança terrível de situação se desdobrou. Neltharion, o Aspecto Dragônico da

Terra, convenceu os seus irmãos Aspectos a lhe concederem o seu poder para criar

um artefato poderoso denominado Alma Dragônica para derrotar os exércitos da

Legião Ardente. Mas a ligação de Neltharion com as profundezas do mundo fez com

que ele tivesse entrado em contato com os Deuses Antigos, que haviam infectado a

sua mente. Então eles começaram a sussurrar palavras de loucura para o Aspecto

Negro, que começou a se romper enquanto chamas raivosas estouravam da pele

escura dele. Se auto renomeando Asa da Morte, o dragão ensandecido se virou

contra seus quatro irmãos e com um único golpe da Alma Dragônica exterminou

quase toda a Revoada Azul. Em sua loucura, ele teria matado mais aliados se não

tivesse sido impedido pelo consorte da Rainha Dragônica, Korialstrasz, que já sabia

da traição pois havia vindo do futuro graças a uma anomalia temporal.

27

Asa da Morte e a Alma Dragônica

A traição súbita de Neltharion foi tão destrutiva que as cinco revoadas nunca

se recuperaram verdadeiramente. Feridos e chocados, Alexstrasza e os outros

dragões foram forçados a abandonar seus aliados mortais. Malfurion e seus

companheiros, agora desesperadamente excedidos em número, quase não

sobreviveram à conclusão da batalha. Xavius aproveitou a oportunidade para tentar

matar o druida, mas uma jovem Kaldorei que havia sido salva por Tyrande no inicio

da guerra chamada Shandris Plumaluna acertou-lhe uma flecha no ombro, a partir

da qual Malfurion fez crescer um grande carvalho que consumiu o corpo do sátiro.

28

Shandris Plumaluna

Malfurion, convencido que a Nascente da Eternidade era a ligação umbilical

dos demônios com o mundo físico, insistiu que deveria ser destruída. Os

companheiros dele, sabendo que a Nascente era a responsável por sua imortalidade

e poderes, ficaram horrorizados pela ideia inconsequente. Mas Tyrande viu a

sabedoria da teoria de Malfurion e então convenceu Cenarius e seus companheiros

a atacar violentamente o templo de Azshara e achar um modo de acabar com a

Nascente da Eternidade.

A Fragmentação do Mundo

Sabendo que a destruição da Nascente o impediria de brandir novamente a

magia, Illidan egoistamente abandonou o grupo e foi advertir os Altaneiros do plano

de seu irmão. Devido à insanidade trazida pelo seu vicio mágico e o ciúme de seu

irmão com Tyrande, Illidan não sentiu nenhum remorso em trair Malfurion e apoiar

Azshara e os seus seguidores. E além disso Illidan jurou proteger o poder da

Nascente da Eternidade de qualquer maneira, não importando os meios necessários

para isso.

Eventualmente Illidan foi levado perante Sargeras, que lhe deu um presente

em retorno pela sua ajuda. Mesmo ainda estando do outro lado do portal, o Titã

Caído queimou os olhos do elfo noturno e os substituiu por orbes flamejantes que

permitiram ao Illidan enxergar através de todas as formas de magias, e tatuagens

arcanas cobriram todo o seu corpo. A rainha dos Altaneiros ficou fascinada por este

“novo Illidan”, mas ele não correspondeu as suas investidas, permanecendo

cauteloso quanto aos seus novos aliados. Desse dia em diante Illidan se tornou o

primeiro de uma nova classe de guerreiros élficos, os Caçadores de Demônios.

29

Illidan, o Caçador de Demônios

Inadvertido da traição de seu irmão, Malfurion conduziu seus companheiros

até o centro do templo de Azshara. Eles causaram uma tempestade na principal

câmara de audiência quando acharam os Altaneiros no meio do seu sombrio

encantamento final. O feitiço comunal criou um vórtice instável de poder nas

profundezas turbulentas do lago. Como a sombra de Sargeras chegava cada vez

mais perto da superfície, Malfurion e seus aliados se apressaram em atacar.

Zin-Azshari

Azshara, tendo recebido a advertência de Illidan, estava mais que preparada

para eles. Quase todos os seguidores de Malfurion caíram perante os poderes da

rainha enlouquecida. Tyrande, enquanto tentava atacar Azshara por trás, foi pega

pelos sátiros remanescentes de Xavius. Embora conseguindo derrotar os Quel’Dorei

corrompidos, Tyrande sofreu feridas dolorosas nas mãos deles. Malfurion entrou em

um frenesi assassino quando viu seu amor cair, ele estava decidido a acabar com a

vida de Azshara.

Broxigar, um orc veterano da primeira e segunda guerra entre sua raça e os

humanos, havia viajado no tempo até este período junto do consorte da Alexstrasza

e sabia que os Kaldorei e seus aliados precisariam de mais tempo para fechar o

portal. Então ele pulou das costas de um dragão para o centro da Nascente da

Eternidade, decidido a segurar os demônios no Espiral Etérea tempo suficiente para

30

que Malfurion pudesse concluir o seu plano. Brox estava armado apenas com um

machado de madeira mágico que fora criado por Cenarius, mas ele matou tantos

demônios que no final estava lutando sobre uma montanha de seus corpos e

chamando por mais quando atraiu a atenção de Sargeras. O orc conseguiu um feito

inimaginável, ele causou uma ferida na perna do Titã Caído antes que esse

acabasse com a sua vida.

Broxigar, o Vermelho

Enquanto batalha se engrandeceu dentro e fora do templo, Illidan apareceu

das sombras perto da costa da grande Nascente. Produzindo um jogo de sete

frascos especialmente feitos, Illidan ajoelhou-se e encheu cada um com as águas

vislumbrantes do lago. Convencido que os demônios esmagariam a civilização dos

elfos noturnos, ele planejou roubar as águas sagradas e manter suas energias pra

si mesmo.

A batalha entre Malfurion e Azshara lançou o feitiço cuidadosamente feito

pelos Altaneiros em caos. O vórtice instável nas profundidades da Nascente

explodiu e acendeu uma cadeia catastrófica de eventos que viriam a fragmentar o

mundo. A explosão volumosa agrediu o templo em suas bases e enviou tremores

que rasgaram a terra torturada. Conforme a batalha horrorosa entre a Legião e os

aliados dos elfos noturnos se engrandeceu mais e mais ao redor e sobre a cidade

arruinada, a Nascente da Eternidade entrou em colapso desmoronando.

A Fragmentação do Mundo

31

A explosão catastrófica resultante quebrou a terra e destruiu os céus. Depois

dos terremotos causados pela implosão da Nascente as fundações do mundo foram

sacudidas, os mares se apressaram em encher a ferida aberta na terra. Tinham

sido dinamitados quase oitenta por cento do grande continente de Kalimdor,

enquanto sobrava apenas um punhado de continentes separados que foram

cercados pelo novo e bravio mar. O centro do novo oceano, onde uma vez a

Nascente da Eternidade estava, virou uma tempestade tumultuosa de fúria e

energias caóticas. Esta cicatriz terrível, conhecida como Voragem, nunca deixaria

de girar furiosa. Permaneceria como uma lembrança constante da catástrofe

terrível... E a era utópica que estava perdida para sempre.

De alguma maneira, contra todas as probabilidades, a rainha Azshara e a

elite de seus Altaneiros conseguiram sobreviver à provação. Torturados pelos

poderes que eles tinham libertado, Azshara e seus seguidores foram arrastados

para baixo do mar furioso pela implosão da Nascente. Amaldiçoados eles se

transformaram e assumiram novas formas, se tornando as odiosas serpentes

nagas. A própria Azshara se expandiu com ódio e raiva, enquanto se transformava

em uma monstruosidade, refletindo a maldade e a malícia que sempre se

esconderam dentro de seu coração sombrio. Lá, no fundo da Voragem, as nagas

construíram para si uma nova cidade, Nazjatar, da qual elas reconstituiriam o seu

poder. Mas levou mais de dez mil anos antes das nagas revelarem a sua existência

para o mundo da superfície.

Azshara, a rainha das nagas

Monte Hyjal e o Presente de Illidan

Os poucos elfos noturnos que sobreviveram à explosão catastrófica se

reuniram e juntos construíram balsas para lentamente fazer seu caminho até o

único grande continente à vista. De alguma maneira, pela graça de Eluna,

Malfurion, Tyrande, e Cenarius tinham sobrevivido à Fragmentação do Mundo. Os

heróis cansados concordaram em conduzir os sobreviventes e estabelecer uma

nova casa para as pessoas. Conforme eles viajaram em silêncio, eles inspecionaram

os destroços de seu mundo e perceberam que suas paixões tinham forjado a

destruição ao seu redor. Embora Sargeras e sua Legião tivessem sido banidos do

mundo com a destruição da Nascente da Eternidade, Malfurion e seus

companheiros pararam para ponderar o custo terrível da vitória.

Havia muitos Altaneiros que sobreviveram intactos à Fragmentação. Eles

viajaram para a costa da nova terra junto com os outros elfos noturnos. Embora

Malfurion desconfiasse dos motivos dos Quel’Dorei, ele estava satisfeito que eles

não pudessem causar nenhum dano real sem as energias da Nascente.

32

Monte Hyjal

Conforme os Kaldorei chegaram à costa da sua nova terra, eles descobriram

que a montanha sagrada de Hyjal tinha sobrevivido à catástrofe. Buscando

estabelecer uma casa nova para eles, Malfurion e os elfos noturnos escalaram os

declives de Hyjal e alcançaram seu ápice varrido pelo vento. Eles desceram nas

planícies arborizadas, e se aconchegaram entre os cumes enormes da montanha,

eles acharam um lago pequeno e tranquilo. Para seu horror, eles perceberam que

as águas do lago tinham sido maculadas por magia arcana.

Illidan, que também havia sobrevivido à Fragmentação, tinha alcançado o

ápice de Hyjal antes de Malfurion e os outros elfos. Em uma tentativa desesperada

causada pelo seu vicio mágico, Illidan tinha derramado três dos frascos que

continham as águas preciosas da Nascente da Eternidade no lago montês para

manter os fluxos de magia no mundo. As energias potentes da Nascente

acenderam depressa e se fundiram em uma nova Nascente da Eternidade. O

triunfante Illidan, acreditando que a Nascente era um presente para as gerações

futuras, ficou chocado quando Malfurion o caçou. Malfurion explicou ao seu irmão

que a magia era caótica e que seu uso conduziria inevitavelmente a corrupção e

conflitos. Ainda assim, Illidan recusou-se a renunciar seus poderes arcanos, pois ele

já havia se entregado ao vicio magico que as energias demoníacas provocam.

Sabendo bem aonde as ideias de Illidan eventualmente o conduziriam,

Malfurion decidiu lidar de uma vez por todas com o poder de seu irmão louco. Com

a ajuda de Cenarius, Malfurion prendeu Illidan dentro de uma prisão subterrânea

vasta onde ele permaneceria preso e impotente até o fim dos tempos. Para

assegurar a retenção de seu irmão, Malfurion designou a jovem vigilante Maiev

Cantonegro para ser a carcereira pessoal de Illidan.

33

Maiev Cantonegro

Temendo que destruindo a nova Fonte eles pudessem provocar uma

catástrofe ainda maior, os Kaldorei decidiram deixá-la intocada. Porém, Malfurion

declarou que eles nunca mais praticariam novamente as artes da magia arcana.

Debaixo dos olhos alertas de Cenarius, eles começaram a estudar as artes antigas

do druidismo que os permitiria curar a terra saqueada e recultivar suas florestas

amadas na base do Monte Hyjal.

A Guerra dos Sátiros e os Druidas da Foice (~9.900 anos atrás)

Por muitos anos, os elfos noturnos trabalharam incansavelmente para

reconstruir o que eles puderam da sua antiga pátria. Deixando seus templos

quebrados e estradas cobertas, eles construíram suas casas novas entre as árvores

verdes e colinas sombreadas à base do Hyjal. Os Kaldorei adotaram amplamente o

druidismo em sua sociedade, e Malfurion se tornou um grande Shan’Do (“Mestre” em

darnassiano). Mas a arte do druidismo ainda não havia sido devidamente explorada, o

que resultou em uma serie de escolas desenvolvendo as mais diversas técnicas.

Mas esta paz não duraria por muito tempo, pois muitos dos sátiros corrompidos

por Xavius também sobreviveram ao grande desastre que dividiu os continentes, e

continuaram a converter cada vez mais Kaldorei para os seus ranques. Ate que seus

números haviam crescido o bastante, e aliados a demônios remanescentes da invasão,

iniciaram uma serie de ataques às cidades de seus antigos irmãos.

34

A Guerra dos Sátiros

A série de conflitos que se sucedeu passou a ser conhecida como a Guerra dos

Sátiros, apesar deles não terem sido a maior ameaça enfrentada pelos Kaldorei

naquele período. A verdadeira ameaça veio de uma das escolas do druidismo, os

Druidas da Matilha. Esses druidas assumiam a forma de lobos e lutavam com a

ferocidade do Antigo Goldrinn, mas eles perdiam completamente o controle sobre si

mesmos, atacando tanto inimigos quanto aliados. Devido a essa instabilidade da forma

da matilha, Malfurion proibiu os druidas de utiliza-la.

Goldrinn

Mas muitos ignoraram o conselho de seu Shan’Do e acabaram se perdendo para

a sua besta interior, tornando-se animais selvagens e jamais retornado para as suas

formas verdadeiras. Mas houve um entre estes druidas rebeldes que conseguiu manter

um grau de controle ao ponto de se transformar conforme desejava, Ralaar

Presardente era seu nome, apesar dos seus companheiros Druida da Matilha

chamarem-no apenas de Primeiro Alfa.

35

Ressentido com a morte de seu amigo Arvell, um companheiro druida que

morreu por se recusar a se transformar na forma da matilha devido à proibição de

Malfurion, Ralaar acreditava que a forma lupina era pura em sua essência e que a sua

raiva poderia ser canalizada de maneira positiva. Ele convenceu a sacerdotisa de Eluna

e amante de Arvell, Belysera, a canalizar o poder da deusa em um cajado. Em posse

deste cajado, e do dente de Goldrinn ele forjou uma foice que serviria para controlar a

forma da matilha. Mas quando ele tentou utiliza-la algo deu errado, o espirito

selvagem do Antigo que odiava a deusa rejeitou o seu poder, e Ralaar e os demais

Druidas da Matilha acabaram se transformando em criaturas deformadas, metade lobo

e metade elfo: worgens.

Worgens

Os worgens passaram então a ser chamados de Druidas da Foice, e eles

atacaram tanto os sátiros quanto os Kaldorei ao longo da guerra. E para piorar a

situação, qualquer um que fosse mordido por um worgen e sobrevivesse rapidamente

se transformaria em um também.

Belysera e a Foice de Eluna

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Vendo o erro que havia cometido em seu desejo por vingança, Belysera levou a

Foice de Eluna até Malfurion para que este desse um fim no problema dos worgens.

Com a ajuda de Cenarius, Malfurion criou uma armadilha para os Druidas da Foice, e

utilizando-se da arma que Belysera lhe entregara prendeu-os na dimensão etérea e

conhecida como Sonho Esmeralda. E após o termino da guerra, fundou com a

aprovação de Cenarius o Círculo Cenariano, uma ordem cujo proposito seria unificar

todas as escolas e estabelecer uma tradição segura para o druidismo.

A Árvore do Mundo e o Sonho Esmeralda (~9.000 anos atrás)

Há tempos, os dragões que tinham sobrevivido à grande Fragmentação do

Mundo saíram dos seus domicílios secretos. Alexstrasza, Ysera e Nozdormu

desceram nas clareiras tranquilas dos druidas e inspecionaram os frutos do trabalho

dos elfos noturnos. Malfurion que tinha se tornado um Arquedruida de imenso

poder, cumprimentou os dragões poderosos e lhes falou sobre a criação da nova

Nascente da Eternidade. Os grandes dragões ficaram alarmados por ouvir tais

notícias e especularam que enquanto a Nascente permanecesse a Legião Ardente

poderia um dia retornar para assaltar o mundo mais uma vez. Malfurion e os três

dragões fizeram um pacto para manter a Fonte segura e garantir que os agentes da

Legião nunca mais achariam um modo de invadir seu mundo.

Alexstrasza, a Mãe da Vida, colocou uma única semente encantada dentro

do coração da Nascente da Eternidade. A semente, ativada pelas potentes águas

mágicas, deu vida a uma árvore colossal. As raízes poderosas da árvore cresceram

nas águas da Nascente, e seu pálio verde parecia raspar o telhado dos céus. A

imensa árvore seria um símbolo perpétuo do laço dos Kaldorei com a natureza, e

suas energias se estenderiam para curar o resto do mundo com o passar do tempo.

Os elfos noturnos deram para sua Árvore do Mundo o nome de Nordrassil ("Coroa

dos Céus" em Darnassiano).

Os Dragões criam Nordrassil

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Nozdormu, o Atemporal, colocou um encanto em Nordrassil para assegurar

que enquanto a árvore colossal permanecesse de pé os elfos noturnos nunca

envelheceriam ou cairiam doentes.

Ysera, a Sonhadora, também colocou um encanto na Árvore do Mundo

unindo-a ao seu reino, o Sonho Esmeralda. O Sonho, um mundo espiritual vasto e

em constante mutação, existe fora dos limites do mundo físico. Do Sonho, Ysera

regulou o fluxo da natureza e o caminho evolutivo do mundo. Os druidas, inclusive

o próprio Malfurion, foram ligados ao Sonho Esmeralda pela Árvore do Mundo.

Como parte do pacto místico, os druidas concordaram em dormir durante séculos

de forma que seus espíritos poderiam vagar nos caminhos infinitos do Sonho de

Ysera.

Sonho Esmeralda

Exílio dos Elfos Superiores (~7.300 anos atrás)

Com o passar dos séculos, a nova sociedade dos elfos noturnos cresceu forte

e se expandiu ao longo da floresta que eles vieram a chamar de Vale Gris. Muitas

das criaturas e espécies que eram abundantes antes da Fragmentação do Mundo,

como pelursos e javatuscos, reapareceram e floresceram na terra. Debaixo da

liderança benevolente dos druidas, os elfos noturnos desfrutaram uma era de paz

sem precedente e tranquilidade sob as estrelas.

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Javatusco Pelurso

Porém, muitos dos sobreviventes Altaneiros originais começaram a ficar

inquietos. Como Illidan antes deles, eles se tornaram vitimas da sede que vinha da

perda de suas desejadas magias. Eles foram tentados a obter as energias da

Nascente da Eternidade e retomar a prática de suas magias arcanas. Dath'Remar, o

Imprudente, começou a ridicularizar os druidas publicamente, chamando-os de

covardes por recusar a usar as magias que, segundo ele, eram suas por direito.

Malfurion e os druidas ignoraram os argumentos de Dath'Remar e advertiram os

Altaneiros que qualquer uso de magia arcana seria punido com a morte. Em uma

insolente e infortuna tentativa de convencer os druidas para rescindir a lei,

Dath'Remar e seus seguidores soltaram uma terrível tempestade mágica no Vale

Gris.

Dath’Remar, o Imprudente

Os druidas não puderam matar tantos de sua raça, então decidiram exilar os

imprudentes Altaneiros de suas terras. Dath'Remar e seus seguidores, contentes

por estarem livres afinal dos seus primos conservadores, subiram a bordo de vários

navios especialmente feitos e saíram velejando pelos mares. Embora nenhum deles

soubesse o que os esperavam além das águas da furiosa Voragem, eles estavam

ansiosos para estabelecer sua própria pátria onde eles poderiam praticar suas

desejadas magias com impunidade. Os Altaneiros, ou Quel’Dorei, como Azshara

tinha os batizado em eras passadas, fixaram-se nas terras orientais onde os

homens eventualmente chamariam de Lordaeron. Eles planejaram construir seu

39

próprio reino mágico, e rejeitariam os preceitos noturnos de adoração a lua. A

partir de então, eles abraçariam o sol e se chamariam de elfos superiores.

As Sentinelas e a Longa Vigília

Com a partida de seus primos teimosos, os elfos noturnos voltaram sua

atenção à custódia de sua pátria encantada. Os druidas, sentindo que seu tempo de

hibernação estava cada vez mais perto, preparam-se para dormir e deixar para trás

seus familiares. Tyrande que tinha se tornado a Alta Sacerdotisa de Eluna falou

para seu amor, Malfurion, não ir para o Sonho Esmeralda de Ysera. Mas Malfurion

honrou seu acordo e entrou nos inconstantes sonhos. A sacerdotisa despediu-se

com um adeus e jurou que eles nunca estariam longe se eles se agarrassem no seu

verdadeiro amor.

Malfurion e Tyrande se despedem

Deixada sozinha para proteger Kalimdor dos perigos do novo mundo,

Tyrande juntou uma força lutadora poderosa entre suas irmãs Kaldorei. Essas

mulheres guerreiras e destemidas, altamente treinadas que se empenharam na

defesa de Kalimdor eram chamadas de Sentinelas. Embora elas preferissem

patrulhar sozinhas as florestas sombrias do Vale Gris, elas fizeram muitos aliados

que poderiam chamar quando tivessem alguma urgência.

40

Sentinela

O semi-deus Cenarius permaneceu por perto na Clareira da Lua. Os filhos

dele, conhecido como os Guardiões dos Bosques, ficavam vigiando os elfos

noturnos e estavam sempre prontos para ajudar as Sentinelas a manter paz na

terra. Até mesmo as filhas tímidas de Cenarius, as dríades, estavam aparecendo ao

ar livre com mais frequência.

Dríade

A tarefa de policiar o Vale Gris manteve Tyrande ocupada, mas sem

Malfurion ao lado dela, ela teve pouca alegria. Com o passar dos séculos, enquanto

os druidas dormiam, ela cultivava seu medo de uma segunda invasão demoníaca.

Ela não podia afastar a sensação de que a Legião Ardente ainda estava lá fora,

além da Grande Treva do céu, tramando sua vingança contra os elfos noturnos e o

mundo de Azeroth.

41

Capítulo 3 - O Mundo Novo

A Fundação de Quel'Thalas (~6.800 anos atrás)

Os elfos superiores, conduzidos por Dath'Remar, acabaram desafiando as

tempestades da Voragem para o leste de Kalimdor. As suas frotas vagaram pelos

destroços do mundo durante muitos anos, e eles descobriram misteriosos reinos

perdidos ao longo de sua viagem. Dath'Remar que tinha levado o nome Andassol,

procurou lugares de considerável poder no qual construiria uma pátria nova para o

seu povo.

A Voragem

Sua frota finalmente parou nas praias do reino que os homens iriam

posteriormente batizar de Lordaeron. Avançando em direção ao interior, os

Quel’Dorei fundaram um anteposto dentro das tranquilas Clareiras de Tirisfal.

Depois de alguns anos, muitos deles começaram a pender para a loucura. Foi

teorizado que algo maligno dormia debaixo daquela parte do mundo, mas nunca foi

provado que esses rumores eram verdadeiros. Os elfos superiores recolheram seus

acampamentos e se moveram em direção ao norte para outra terra rica em linhas

meridionais.

À medida que os Quel’Dorei cruzaram as terras ásperas e montanhosas de

Lordaeron, sua viagem ficava cada vez mais perigosa. Agora que eles estavam

efetivamente sem as energias da Nascente da Eternidade, muitos deles caíram

doentes pelo clima frio ou morreram de fome. Porém, a mudança mais

desconcertante era o fato de que eles não eram mais imortais ou imunes aos

elementos. Eles também encolheram um pouco em altura, e sua pele perdeu sua

cor violeta característica. Apesar de seus sofrimentos, eles encontraram muitas

criaturas maravilhosas que nunca tinham sido vistas em Kalimdor. Eles também

acharam tribos de humanos primitivos que caçavam ao longo das florestas antigas

chamados azotha. Porém, a ameaça mais medonha que eles encontraram foram os

trolls espertos e vorazes da floresta de Zul'Aman.

42

Zul’Aman

Esses trolls esverdeados podiam regenerar membros perdidos e podiam

curar graves danos físicos, mas eles provaram não ser mais do que uma raça

bárbara e selvagem. O império dos Amani estirou-se pela grande maioria do norte

de Lordaeron, e os trolls lutaram para manter os estranhos não desejados fora de

suas fronteiras. Os elfos desenvolveram um ódio profundo por essas viciosas

criaturas e os matavam sempre que os encontravam.

Floresta do Canto Eterno

Depois de muitos anos, os elfos superiores finalmente acharam uma terra

que era semelhante a Kalimdor. Profundamente dentro da Floresta do Canto Eterno

ao extremo Norte do continente, eles fundaram o reino de Quel'Thalas e juraram

criar um império tão poderoso que iria fazer o de seus primos Kaldorei não parecer

nada. E na cidade capital deste império, Luaprata, eles criaram a Nascente do Sol

utilizando da agua de um dos sete frascos que Illidan havia recolhido da Nascente

da Eternidade original. Infelizmente eles aprenderam logo que Quel'Thalas foi

fundada em cima de uma antiga cidade que os trolls achavam ser sagrada. Quase

imediatamente, os trolls começaram a atacar com determinação os elfos.

43

Luaprata

Os elfos teimosos, pouco dispostos a deixar sua nova terra, utilizaram as

magias que eles tinham adquirido com a Nascente do Sol e mantiveram os

selvagens trolls à distância. Sob a liderança de Dath'Remar, eles puderam derrotar

os bandos de guerra Amani que os excediam em número de dez para um. Alguns

elfos, lembrando das advertências dos Kaldorei, temiam que o uso da magia

poderia chamar a atenção da banida Legião Ardente. Então eles decidiram mascarar

suas terras dentro de uma barreira protetora que lhes permitiria trabalhar os seus

encantos sem serem percebidos. Eles construíram uma série de monolíticas Pedras

Rúnicas em vários pontos ao redor de Quel'Thalas que marcavam os limites da

barreira mágica. As Pedras Rúnicas não só mascararam a magia dos elfos de

ameaças extra-dimensionais, mas ajudaram a amedrontar os bandos de guerra

supersticiosos dos trolls.

Com o tempo, Quel'Thalas se tornou um monumento ilustrando os esforços

dos elfos e a sua força mágica. Seus belos palácios foram feitos no mesmo estilo

arquitetônico dos corredores antigos de Kalimdor, contudo eles foram entrelaçados

com a topografia natural da terra. Quel'Thalas tinha se tornado uma verdadeira joia

da cultura élfica ilustrando o que eles tinham almejado criar. A Assembleia de

Luaprata foi fundada como o poder governante em cima de Quel'Thalas, entretanto

a dinastia Andassol manteve uma parcela do poder político. Composta de sete dos

maiores lordes dos Quel’Dorei, a Assembleia trabalhou para garantir a segurança

das terras dos elfos e seus habitantes. Cercados por sua barreira protetora, os elfos

superiores permaneceram despreocupados com as velhas advertências dos Kaldorei

e continuaram usando magia notoriamente em quase todos aspectos de suas vidas.

44

Assembleia de Luaprata

Durante quase quatro mil anos os elfos superiores viveram pacificamente

dentro da segurança provida de seu reino. Não obstante, os trolls vingativos não

eram tão facilmente derrotados. Eles conspiraram e planejaram nas profundidades

das florestas e esperaram pelo números de seus bandos de guerra crescerem.

Finalmente, os exércitos poderosos dos trolls saíram das florestas sombrias uma

vez mais indo em direção aos pináculos lustrados de Quel'Thalas.

Arathor e a Guerra dos Trolls (~2.800 anos atrás)

Conforme os elfos superiores lutavam por suas vidas contra os ataques

ferozes dos trolls, os dispersos humanos nômades de Lordaeron lutaram para

consolidar suas próprias terras tribais. As tribos da humanidade primitiva

guerreavam umas contra as outras com pouca preocupação sobre uma unificação

racial ou honra. Mesmo assim uma tribo conhecida como Arathi via que os trolls

estavam se tornando uma verdadeira ameaça que não podia ser ignorada. Os

Arathi desejavam unir todas as tribos sob seu comando de forma que eles poderiam

prover uma frente unificada contra os bandos de guerra dos trolls.

Em seis anos, os espertos Arathi dominaram as tribos rivais. Depois de cada

uma das suas vitórias, os Arathi ofereceram paz e igualdade às tribos conquistadas,

ganhando assim a lealdade daqueles que tinham sido derrotados. Eventualmente a

tribo dos Arathi veio a incluir muitas tribos discrepantes, e seus exércitos

cresceram e ficaram cada vez mais vastos. Confiantes de que eles próprios

pudessem acabar com os bandos de guerra dos trolls ou até mesmo com os

reclusos elfos se fosse necessário, os Mestres de Guerra dos Arathi decidiram

construir uma fortaleza poderosa nas regiões sulistas de Lordaeron. A cidade

soberana, nomeada Strom, se tornou a capital da nação de Arathi, Arathor. Como

Arathor prosperou os humanos de toda parte do vasto continente viajavam para o

sul em busca da proteção e segurança de Strom.

Unidos debaixo de uma bandeira comum, as tribos humanas desenvolveram

uma cultura forte e otimista. Thoradin, o rei de Arathor, soube que os elfos

misteriosos das terras do norte estavam debaixo de ataques constantes pelos trolls,

mas se recusou arriscar a segurança de seu povo em defesa de estranhos reclusos.

Com o passar de muitos meses vieram do norte rumores da suposta derrota dos

45

elfos. Só quando os embaixadores cansados de Quel'Thalas alcançaram Strom que

Thoradin percebeu quão perigosa realmente era a ameaça dos Amani.

Rei Thoradin

Os elfos superiores informaram Thoradin que os exércitos dos trolls eram

vastos e que uma vez que tivessem destruído Quel'Thalas, eles se moveriam para

atacar as terras dos humanos. Os elfos desesperados necessitavam de ajuda

militar, eles então concordaram apressadamente em ensinar para certos humanos

seletos o usa magia em troca de sua ajuda contra os bandos de guerra. Thoradin,

desconfiado de qualquer magia, concordou em ajudar os elfos em sua necessidade.

Quase imediatamente, os Quel’Dorei feiticeiros chegaram a Arathor e começaram a

instruir um grupo de humanos nos caminhos da magia.

Os elfos acharam que embora os humanos fossem inicialmente desajeitados

na manipulação de suas magias, eles possuíam uma surpreendente afinidade

natural por ela. Cem homens foram ensinados com os fundamentos dos segredos

mágicos dos Quel’Dorei; nada mais que o necessário para combater os trolls.

Convencidos que seus estudantes humanos estavam prontos para ajudar na luta,

os elfos superiores deixaram Strom e viajaram para norte ao lado dos exércitos

poderosos do Rei Thoradin.

Os exércitos unidos dos elfos e humanos colidiram de frente com os

opressivos bandos de guerra Amani ao pé das Montanhas de Alterac. A batalha

durou muitos dias, mas os exércitos incansáveis de Arathor nunca cederam chão

perante a agressiva investida dos trolls. Os senhores Quel’Dorei julgaram que já

era tempo de libertar os poderes das suas magias sobre os inimigos. Os cem magos

humanos e uma multidão de elfos feiticeiros chamaram abaixo a fúria dos céus e

massacraram os exércitos dos trolls. Os fogos elementais impediram os trolls de

regenerar suas feridas enquanto queimavam suas formas torturadas ao avesso.

Com as forças dos trolls aniquilados e tentando fugir, os exércitos de

Thoradin os seguiram e mataram até o último dos seus soldados. Os Amani

46

demorariam milênios para se recuperar de sua derrota, e a história nunca veria os

trolls se reerguerem novamente como uma nação. Assegurados que Quel'Thalas foi

salva da destruição, os elfos fizeram um voto de lealdade e amizade à nação de

Arathor e a linhagem de seu rei, Thoradin. Os humanos e elfos criariam relações de

amizade para as eras que se seguiram.

Os Guardiões de Tirisfal (~2.700 anos atrás)

Com a ausência dos trolls nas florestas do norte, os elfos de Quel'Thalas

dobraram seus esforços para reconstruir a sua gloriosa pátria. Os exércitos

vitoriosos dos humanos voltaram para casa em Strom nas terras sulistas. A

sociedade de Arathor cresceu e prosperou, contudo, Thoradin temendo que seu

reino se separasse se ele expandisse demais, manteve Strom como o centro do

império de Arathor. Depois de muitos anos calmos de crescimento e comércio, o

poderoso Thoradin morreu de velhice, deixando as gerações mais jovens de Arathor

livres ampliar o seu império além das terras de Strom.

Os cem magos originais que foram ensinados nos caminhos da magia pelos

elfos superiores ampliaram seus poderes e estudaram as disciplinas místicas dos

feitiços muito mais detalhadamente. Estes magos, inicialmente escolhidos por sua

força de vontade e espíritos nobres, sempre tinham praticado a suas magias com

cuidado e responsabilidade; porém, eles passaram seus segredos e poderes para

uma nova geração que não teve nenhuma noção dos rigores da guerra ou da

necessidade de auto restrição. Estes magos mais jovens começaram a praticar

magia para seu ganho pessoal sem qualquer responsabilidade para com seus

companheiros.

Como seu império que cresceu e expandiu por terras novas, os magos

jovens também se esparramaram nas regiões do sul. Brandindo seus poderes

místicos, eles protegeram seus irmãos das criaturas selvagens da terra e tornaram

possível a construção de novas cidades-estados na selva. Com ainda mais poder e

conhecimento, os magos se tornaram convencidos e acabaram se isolando do resto

da sociedade.

A segunda cidade-estado de Arathor foi Dalaran, fundada no norte das terras

de Strom. Muitos feiticeiros foragidos deixaram para trás as restrições de Strom e

viajaram para Dalaran onde eles esperavam poder usar seus novos poderes com

maior liberdade. Estes magos usaram suas habilidades para construir os pináculos

encantados da cidade e se divertiram com a perseguição de seus estudos. Os

cidadãos de Dalaran toleraram os empenhos dos magos e construíram uma

economia proeminente sob a proteção dos de seus defensores místicos. Mas

conforme cada vez mais magos praticavam suas artes o tecido de realidade ao

redor de Dalaran começou a se debilitar e rasgar.

47

Dalaran

Os agentes sinistros da Legião Ardente que tinham sido banidos quando a

Nascente da Eternidade se desmoronara, foram atraídos novamente para o mundo

pelos feitiços usados pelos descuidados magos de Dalaran. Embora estes demônios

que apareciam fossem relativamente fracos, eles causavam confusão e caos

considerável nas ruas da cidade. A maioria destes encontros endiabrados eram

eventos isolados, e os Magocratas governantes fizeram o que eles puderam para

manter tais eventos escondidos do público. Os magos mais poderosos foram

enviados para capturar os demônios errantes, mas eles se achavam

frequentemente subjugados perante os agentes solitários da poderosa Legião.

Depois de alguns meses os camponeses supersticiosos começaram a

suspeitar que a ordem dos magos estivesse escondendo algo terrível deles.

Rumores de revolução começaram a se espalhar pelas ruas da cidade com os

cidadãos paranoicos questionando os motivos e práticas dos magos que eles tinham

admirado. Os Magocratas, temendo que os camponeses se revoltassem e que

Strom entrasse em ação contra eles, se viraram ao único grupo que eles sentiam

que entenderia seu problema particular: os elfos superiores.

Ao ouvir as notícias dos Magocratas, de que havia atividades demoníacas em

Dalaran, os elfos despacharam rapidamente seus feiticeiros mais poderosos para as

terras humanas. Os elfos superiores estudaram as linhas meridianas em Dalaran e

fizeram relatórios detalhados de toda atividade demoníaca que eles viram. Eles

concluíram que embora houvessem só alguns demônios soltos no mundo, a Legião

permaneceria uma ameaça perigosa enquanto os humanos estivessem soltando

suas magias e feitiços.

A Assembleia de Luaprata que governava os elfos de Quel'Thalas entrou em

um pacto secreto com os Lordes Magocratas de Dalaran. Os Quel’Dorei contaram

para os magos sobre a história de Kalimdor e a antiga Legião Ardente, uma história

que ainda ameaçava o mundo. Eles informaram os humanos que enquanto eles

usassem a magia, eles precisariam proteger seus cidadãos dos agentes maliciosos

da Legião. Os Magocratas propuseram a ideia de formar um grupo de Guardiões e

eleger um único campeão que utilizaria os seus poderes coletivos para lutar uma

guerra secreta sem fim contra os demônios. Foi acordado que a maioria da

população nunca pudesse saber sobre os Guardiões ou da ameaça da Legião por

temerem que eles se revoltassem em medo e paranoia. Os elfos superiores

aceitaram a proposta e unidos eles fundaram uma sociedade secreta que vigiaria a

eleição do Guardião e ajudaria a conter o aumento do caos no mundo.

48

A sociedade celebrava suas reuniões secretas nas clareiras sombreadas de

Tirisfal que era o lugar onde os Quel’Dorei tinham feito seu primeiro acampamento

em Lordaeron. Assim, eles nomearam a seita secreta de os “Guardiões de Tirisfal”.

Foram muitos os campeões que foram escolhidos para ser o Guardião recebendo

poderes incríveis dos elfos e humanos. Embora só houvesse um Guardião de cada

vez, eles possuíam tal poder que podiam enfrentar facilmente os agentes da Legião

onde quer que eles fossem achados no mundo. O poder do Guardião era tão grande

que só o Concílio de Tirisfal podia escolher os sucessores em potencial para tal

cargo. Sempre que um Guardião ficava muito velho, ou cansado da guerra secreta

contra o caos, o Concílio escolhia um novo campeão, e sobre condições controladas,

formalmente eles passavam o poder do Guardião para um novo agente.

Guardião de Tirisfal

Com o passar das gerações, os Guardiões defenderam a humanidade da

ameaça invisível da Legião Ardente ao longo das terras de Arathor e Quel'Thalas.

Arathor cresceu e prosperou junto com o uso e a expansão da magia ao longo do

império. Enquanto isso, os Guardiões mantiveram-se alertas e cuidadosos para

sinais de atividade demoníaca.

O Despertar do Anões (~2.500 anos atrás)

Nos tempos antigos, depois que os Titãs partiram de Azeroth, as suas

crianças, conhecidas como earthens, continuaram moldando e protegendo as

profundidades do mundo. Os earthens eram despreocupados com os negócios das

raças da superfície e só desejavam explorar as profundezas escuras da terra.

Quando o mundo foi dividido pela implosão da Nascente da Eternidade, os

earthens foram profundamente afetados. Agonizando com a dor da própria terra,

eles perderam muito da sua identidade e se fecharam dentro das câmaras de pedra

onde eles foram criados. Uldaman, Uldum, Ulduar. . . Estes eram os nomes das

antigas cidades dos titãs onde os earthens receberam a sua forma. Enterrados

profundamente em baixo do mundo, os earthens descansaram em paz por quase

oito mil anos.

49

Embora esteja obscuro o que os despertou, os earthens lacrados dentro de

Uldaman eventualmente surgiram do seu sono auto-imposto. Estes earthens

descobriram que eles tinham mudados significativamente durante sua hibernação.

As suas peles rochosas tinham amolecido e tinham se tornado pele lisa, e seus

poderes e habilidades sobre pedra e a terra tinham minguado. Elas não sabiam,

mas tinham sido afetados pela Maldição da Carne dos Deuses Antigos e se tornado

criaturas mortais.

Se chamando de anões, o último dos earthens saiu dos corredores de

Uldaman e se arriscou a andar no mundo que despertava. Ainda tranquilos pela

segurança e maravilhas dos lugares profundos, eles fundaram um reino vasto

debaixo da montanha mais alta da região. Eles nomearam sua terra de Khaz Modan

("Montanha de Khaz" em enânico) em honra do titã que os moldou, Khaz'Goroth.

Construindo um altar para seu pai titã, os anões fizeram uma forja poderosa

dentro do coração da montanha. Assim, a cidade que cresceu ao redor da forja

seria chamada Altaforja.

Altaforja

Os anões, que eram fascinados por natureza com o moldar de gemas e

pedra, minaram as montanhas circundantes em busca de riquezas e metais

preciosos. Contentes com o seu trabalho debaixo do mundo mantiveram-se

isolados dos assuntos dos seus vizinhos da superfície.

Os Sete Reinos (~1.200 anos atrás)

Strom continuou a ser o centro de Arathor, mas tal como Dalaran, muitas

cidade-estado apareceram ao longo do continente de Lordaeron. Gilneas, Alterac, e

Kul Tiras foram as primeiras a aparecer, e apesar de cada uma ter os seus

costumes e comércio elas se mantiveram unificadas perante a autoridade de Strom.

Sob a vigília dos Guardiões de Tirisfal, Dalaran tornou-se o principal centro

de aprendizagem de magia. Os Magocratas que governavam a cidade fundaram os

Kirin Tor, uma seita encarregada de catalogar e investigar todas as magias,

artefatos e objetos mágicos conhecidos pela humanidade.

50

Gilneas e Alterac tornaram-se fortes assistentes de Strom e desenvolveram

fortes exércitos que exploraram a região montanhosa de Khaz Modan ao sul. Fui

durante este período que os humanos pela primeira vez se encontraram com os

anões e viajaram até a cidade subterrânea de Altaforja. Aí partilharam segredos de

engenharia e de trabalho com o metal e descobriram o amor comum pelas guerras

e contos de historias.

A cidade-estado de Kul Tiras, fundada numa grande ilha a sul de Lordaeron,

desenvolveu uma economia baseada na pesca e transporte. Com o tempo, Kul Tiras

construiu uma poderosa armada mercantil e viajou pelo desconhecido na procura

de novos produtos exóticos para trocar e vender. Apesar da economia de Arathor

crescer, os seus fortes elementos começaram a desintegrar-se.

Após algum tempo, os lordes de Strom procuraram as luxuosas terras do

norte de Lordaeron deixando as áridas terras do sul. Os herdeiros do rei Thoradin,

os últimos descendentes da linhagem de Arathi, defendiam que Strom não deveria

ser abandonada e isso deixou descontente a maior parte dos cidadãos, pois eles

também ansiavam partir. Os lordes de Strom, procurando a pureza e iluminação no

norte, decidiram deixar a antiga cidade. Muito ao norte de Dalaran construíram

uma nova cidade-estado que chamaram Lordaeron. O continente inteiro viria a ser

chamado pelo nome desta cidade. Lordaeron tornou-se um local para os viajantes,

religiosos e todos aqueles que procuravam paz interior e segurança.

Os descendentes de Arathi, deixados com as antigas paredes de Strom,

decidiram viajar para o sul das montanhas rochosas de Khaz Modan. A sua jornada

finalmente acabou após longas estações, e eles se estabeleceram na parte norte da

região do continente que iriam chamar de Azeroth. No vale fértil eles fundaram o

reino de Ventobravo, que rapidamente se tornou autossuficiente e poderoso.

Ventobravo

Alguns guerreiros que ficaram em Strom decidiram manter e guardar as

antigas muralhas da cidade. Strom não era mais o centro do império, mas

desenvolveu-se numa nova nação conhecida como Stromgarde. Apesar de cada

cidade prosperar por si mesma, o império de Arathor tinha se desintegrado. Cada

nação desenvolveu os seus costumes e crenças as quais foram ficando cada vez

mais afastadas umas das outras. A visão do rei Thoradin de unificar a humanidade

tinha finalmente desaparecido.

51

Aegwynn e a Caçada do Dragão (823 anos antes da Primeira Guerra)

Apesar das políticas e rivalidades das sete nações humanas a linha dos

Guardiões manteve a sua constante luta contra o caos. Houveram muitos Guardiões

ao longo dos anos, mas apenas um empunhava os poderes de Tirisfal de cada vez.

Um dos últimos Guardiões da era destacou-se como um grande guerreiro na luta

contra a escuridão. Magna Aegwynn, uma valente garota humana, ganhou a

aprovação da ordem e recebeu o manto de Guardiã. Ela trabalhou na caça e

erradicação dos demônios onde quer que ela os encontrasse, mas questionava a

autoridade masculina que dominava o Concílio de Tirisfal.

Magna Aegwynn, Guardiã de Tirisfal

Ela acreditava que os antigos elfos e os homens velhos que presidiam o

Concílio eram demasiado rígidos na maneira de pensar e possuíam pouca visão

para porem um fim decisivo no conflito contra o caos. Impaciente com as longas

discussões e debates, ela provou ser merecedora aos seus superiores, ao escolher o

valor em vez da sabedoria em situações cruciais.

Ao controlar melhor o poder cósmico de Tirisfal Aegwynn tomou

conhecimento de um grande número de demônios poderosos que estavam no

continente gelado de Nortúndria. Viajando para o extremo norte, Aegwynn seguiu

os demônios até as montanhas, onde descobriu que os demônios estavam a caçar

um dos últimos dragões azuis sobreviventes e drenando da antiga criatura a sua

magia. Os poderosos dragões, que tinham fugido dos avanços da sociedade mortal,

encontraram-se demasiadamente equilibrados com os poderes negros da Legião.

Aegwynn confrontou os demônios e ajudou o nobre dragão a erradicá-los.

52

Contudo, quando o último demônio foi banido do mundo mortal, uma grande

tempestade apareceu no norte. Um enorme rosto apareceu no céu sobre o

continente gélido. Sargeras, o Titã Caído e senhor da Legião Ardente apareceu

perante Aegwynn com sua energia infernal. Informou então a jovem Guardiã que o

tempo de Tirisfal estava para acabar e que o mundo iria em breve curvar-se

perante o poder da Legião.

Aegwynn confronta o avatar de Sargeras

A orgulhosa Aegwynn, acreditando ser capaz de derrotar o ameaçador deus,

desencadeou todo o seu poder contra o avatar de Sargeras. Com uma vontade

desconcertante, Aegwynn lutou e teve sucesso em destruir a forma física do titã.

Temendo que o espírito dele sobrevivesse, Aegwynn trancou os destroços de seu

corpo dentro de uma das ruínas antigas de Kalimdor que foram destruídas e

enviadas para o fundo do mar durante a catastrófica Fragmentação.

Aegwynn nunca saberia que tinha feito exatamente o que Sargeras havia

planejado. Ela tinha inadvertidamente selado o destino do mundo mortal, pois

Sargeras, no momento da sua morte corporal, transferiu o seu espírito para o

enfraquecido corpo da Guardiã. Sem o conhecimento da jovem, Sargeras iria

permanecer escondido nos obscuros cantos de sua alma por muitos anos.

Guerra dos Três Martelos (230 antes da Primeira Guerra)

Os anões de Altaforja viveram em paz por muitos séculos. No entanto a sua

sociedade crescera demasiadamente dentro dos confins da montanha. Apesar de o

poderoso rei Modimus Anvilmar governar todos os anões com justiça e sabedoria,

três poderosas facções apareceram na sociedade anã.

53

Rei Modimus

O clã Barbabronze, governando pelo thane Madoran Barbabronze, mantinha

laços próximos com o rei e mantiveram-se como tradicionais defensores da

montanha de Altaforja. O clã Martelo Feroz, governando pelo thane Khardros

Martelo Feroz, que habitava a base da montanha, procurava ganhar mais controle

no interior da cidade. O Terceiro clã, os Aço Negro, era governado pelo thane mago

Thaurissan. Os Aço Negro escondiam-se nas profundas sombras debaixo da

montanha e conspiravam contra os Barbabronze e os Martelo Feroz.

Thane Madoran Thane Khardros Thane Thaurissan

Por algum tempo as três facções mantiveram uma tênue paz, mas tensões

surgiram quando o rei Modimus morreu de velhice. Os três governantes dos clãs

entraram em guerra pelo controle de Altaforja. A guerra civil dos anões continuou

por muitos anos sob a superfície. Eventualmente os Barbabronze que tinham o

maior exército, baniram os Aço Negro e Martelo Feroz da montanha.

Khardros e os seus guerreiros Martelo Feroz viajaram para norte através dos

portões de Dun Algaz, e fundaram o seu próprio reino no distante pico de Grim

Batol. Lá, os Martelo Feroz reconstruíram seus tesouros e prosperaram. Thaurissan

e os seus Aço Negro não aceitaram tão bem. Humilhados e enraivecidos pela

derrota, eles prometeram vingança contra Altaforja. Thaurissan fundou uma cidade

com o seu nome ao sul, dentro das belas Montanhas Cristarrubra. A prosperidade e

os anos pouco fizeram para diminuir o rancor para com os seus primos. Thaurissan

e a sua mulher feiticeira, Modgud, lançaram dois assaltos contra Altaforja e Grim

Batol. Os Aço Negro queriam controlar toda a zona de Khaz Modan.

54

Modgud

Os exércitos dos Aço Negro colidiram contra as fortalezas de seus primos e

quase tomaram ambos os reinos. No entanto Madoran Barbabronze liderou o seu

clã numa vitória decisiva sobre o exército de Thaurissan. Thaurissan e seus

servidores fugiram de volta para a segurança de sua cidade, desconhecendo os

acontecimentos em Grim Batol onde o exército de Modgud não estava a fazer

melhor contra Khardros e os guerreiros do Martelo Feroz.

Ao confrontar os guerreiros inimigos, Modgud usou os seus poderes para

criar medo nos seus corações. Sombras se mexiam ao seu comando, e coisas

obscuras saíram das profundezas da terra para perseguir os Martelo Feroz dentro

das suas próprias muralhas. Eventualmente Modgud quebrou os portões e pôs a

fortaleza sob cerco. Os Martelo Feroz combateram desesperadamente e Khardros

em pessoa lutou através das massas de inimigos para matar a rainha feiticeira.

Com a sua rainha morta, os Aço Negro fugiram perante a fúria dos Martelo Feroz.

Correram para o sul, apenas para encontrar o exército de Altaforja que marchavam

em socorro de Grim Batol. Encurralados entre dois exércitos, o que restava dos Aço

Negro foi rapidamente destruído.

Grim Batol

55

As forças combinadas de Altaforja e Grim Batol foram então para o Sul. Com

o intuito de destruir Thaurissan e os Aço Negro de uma vez por todas. Não tinham

ido muito longe quando Thaurissan fez um feitiço de proporções catastróficas.

Procurando chamar uma criatura sobrenatural que iria assegurar a sua vitória,

Thaurissan chamou pelo antigo poder adormecido sob o mundo. Para sua surpresa,

a criatura que imergiu era mais terrível que qualquer pesadelo que ele poderia

imaginar.

Ragnaros é invocado

Ragnaros, o lorde imortal de todos os elementais de fogo que tinha sido

banido pelos Titãs quando o mundo ainda era jovem. Agora, liberto pelo chamado

de Thaurissan, Ragnaros desfez as Montanhas do Cristarrubra e criou um violento

vulcão no centro da devastação. O vulcão, conhecido por Montanha da Rocha

Negra, fez fronteira com a Garganta Abrasadora ao norte e as Estepes Ardentes ao

sul. Apesar de Thaurissan ter sido morto pela força que libertou, os seus súditos

sobreviventes foram escravizados por Ragnaros e seus elementais e permaneceram

na Montanha da Rocha Negra até hoje...

Testemunhando a horrível destruição e o fogo se espalhando pelas

montanhas ao sul, o Rei Madoran e o Rei Khardros retrocederam o ataque,

regressando aos seus reinos, sem vontade de enfrentar a incrível raiva de

Ragnaros. Os Barbabronze retornaram a Altaforja e reconstruíram a sua gloriosa

cidade. Os Martelo Feroz voltaram também para sua casa em Grim Batol, mas a

morte de Modgud tinha deixado uma mancha negra na fortaleza, achando-a assim

inabitável. Eles ficaram muito magoados pela perda da sua amada fortaleza. O rei

Barbabronze ofereceu um sítio dentro das fronteiras de Altaforja para eles viverem,

mas os Martelo Feroz recusaram. Khardros levou o seu povo para o norte na

direção de Lordaeron. Nas luxuosas florestas das Terras Agrestes, os Martelo Feroz

criaram a cidade do Ninho da Águia, onde eles cresceram mais perto da natureza e

até criaram ligações com os poderosos grifos da área.

56

Ninho da Águia

Procurando reter relações e comércio com os seus primos, os anões de

Altaforja construíram dois massivos arcos, Thandol Span, para servirem como

ponte entre Khaz Modan e Lordaeron. Com o comércio, ambos os reinos

prosperaram. Após as mortes de Madoran e Khardros, os seus filhos mandaram

fazer juntas duas grandes estátuas em honra dos seus pais. As duas estátuas

ficariam a guardar a passagem para sul, onde estava à presença vulcânica de

Ragnaros. Ambas as estátuas serviam como aviso para quem ousasse atacar os

reinos dos anões, lembrando o que aconteceu em tempos antigos...

Os dois reinos mantiveram estreitos laços por alguns anos, mas os Martelo

Feroz tinham sido terrivelmente marcados pelos horrores que tinham visto em Grim

Batol. Eles preferiram viver na superfície na sua cidade de Ninho da Águia, em vez

de perfurarem o reino entre as montanhas. As duas ideologias diferentes entre os

dois clãs de anões eventualmente fizeram com que os seus modos ficassem muito

distintos.

O Último Guardião (45 antes da Primeira Guerra)

A guardiã Aegwynn foi ficando cada vez mais poderosa com o passar dos

anos e usou os poderes de Tirisfal para expandir a sua vida. Acreditando que tinha

derrotado Sargeras para sempre, ela continuou a proteger o mundo dos demônios

durante quase novecentos anos. No entanto, o Concílio de Tirisfal finalmente

decretou que a sua atuação como Guardiã tinha chegado ao fim. O Concílio ordenou

que ela voltasse a Dalaran para que se pudesse escolher um novo sucessor. Mas

Aegwynn, sempre em desacordo com o Concílio, decidiu escolher o sucessor por

conta própria.

A orgulhosa Guardiã planejou ter um filho para quem ela iria entregar todo o

seu poder. Ela não tinha intenção de permitir que a Ordem de Tirisfal manipula-se o

seu sucessor como tinham tentado manipulá-la. Viajando para a nação sulista de

Azeroth, ela encontrou o pai perfeito para o seu filho: um hábil mágico chamado

Nielas Aran, o conselheiro do rei Landen Wrynn de Ventobravo. Aegwynn seduziu o

mago e convenceu-o a dar-lhe um filho. A afinidade por poder de Nielas iria ficar

dentro da criança e definiria o trágico futuro que iria acontecer mais tarde. O poder

de Tirisfal estava também implantado na criança, mas apenas despertou quando a

criança atingiu maturidade física.

57

Nielas Aran, Mago da Corte

O tempo passou, e Aegwynn deu à luz ao seu filho num sítio isolado.

Nomeando a criança de Medivh ("Guardador de Segredos" em thalassiano) ela

acreditou que o rapaz iria ser o próximo Guardião de Tirisfal. Infelizmente o

maléfico espírito de Sargeras, que se tinha escondido dentro dela, tinha possuído a

indefesa criança enquanto estava dentro do ventre da mãe. Aegwynn desconhecia

que o mais novo Guardião estava já possuído pelo seu maior inimigo...

Segura de que seu filho estava saudável, Aegwynn entregou a criança à

corte de Ventobravo e deixou-o lá para ser criado pelo seu pai mortal. Ela então

vagou pelo mundo preparada para passar para o que quer que a pós vida lhe

tivesse reservado. Medivh cresceu e se tornou um rapaz forte sem qualquer noção

do potencial poder que lhe fora passado. Sargeras esperou até o poder do jovem se

manifestar. Quando Medivh chegou à adolescência, era já conhecido em todo o

reino pelos seus poderes mágicos e costumava ir a aventuras com os seus dois

amigos: Llane Wrynn, o príncipe de Ventobravo e Anduin Lothar, o ultimo

descendente da linhagem de Arathi. Os três rapazes constantemente causavam

confusão no reino, mas eram apreciados pela maior parte dos cidadãos,

especialmente pelas donzelas.

Quando Medivh chegou aos catorze anos o cósmico poder dentro dele

acordou e combateu com o espírito de Sargeras que se escondia em sua alma.

Medivh caiu num estado catatônico que duraria muitos anos. Quando acordou do

estado de coma, descobriu que era já adulto e que os seus amigos tinham se

tornado regentes de Azeroth. Apesar de querer usar os seus poderes para proteger

a terra que chamava de casa, o espírito sombrio de Sargeras distorceu os seus

pensamentos e emoções na direção de um fim maligno.

58

Magus Medivh, O Último Guardião

Sargeras revelou-se no escurecido coração de Medivh, pois sabia que os

seus planos para uma segunda invasão do mundo estavam quase completos e que

o Último Guardião os realizaria.

59

Capítulo 4 –A Corrupção dos Orcs

A Colonização de Draenor

A Legião Ardente perseguiu os draeneis através da Grande Treva, mas eles

eventualmente conseguiram os despistar. Os naaru instruíram os exilados nos

caminhos da Luz Sagrada. Profundamente afetados, os draeneis juraram honrar a

Luz e defender os ideais dos seus salvadores.

Draeneis

Com o tempo, os draeneis se fixaram em um mundo remoto e pacifico, cuja

terra vermelha era coberta por vastas planícies e vívidos pântanos. Lá os draeneis

encontraram uma série de raças inteligentes, mas a mais numerosa era a dos orcs,

uma raça primitiva de pele marrom. Os orcs possuíam uma cultura tribal de honra e

força em equilíbrio com os espíritos da natureza e combatiam os temíveis e

bárbaros ogros e seus senhores gronn por territórios. Os draeneis então batizaram

o mundo idílico de Draenor (“Exílio” em eredun), e posteriormente os orcs, que não

tinham um nome para ele, chamando-o apenas de “mundo”, acabaram adotando o

termo eredun.

Orc Ogro

60

Por muitos anos as duas raças mantiveram uma relação pacifica, sem que

nenhuma intervisse nos assuntos da outra. No entanto elas jamais chegaram a ser

aliadas, não interagindo mais do que nas raras situações em que praticavam o

escambo de seus bens, preferindo ficar afastadas uma da outra.Mas isso não iria

durar por muito tempo, pois a sombra da Legião Ardente estava sempre no encalço

dos eredars desertores...

O Pacto Sombrio

Por volta da época do despertar de Medivh em Azeroth, Kil'Jaeden descobriu

o paradeiro de Velen e seus seguidores draenei, o mundo de Draenor que flutuava

pacificamente na Grande Treva. Os nobres clãs de orcs ocupavam as abertas

planícies e caçavam para sobreviver, enquanto que os draenei construíam

grandiosas cidades perto dos penhascos e picos. Kil'Jaeden viu que os orcs de

Draenor tinham grande potencial para servir à Legião Ardente em sua vingança

contra os draeneis se eles fossem manipulados corretamente.

Ele então enganou o velho orc xamã Ner'Zhul, se passando pelo espírito da

falecida esposa dele. Usando o sábio xamã como sua ligação, rapidamente a raça

espiritual se transformou em numa raça sedenta de sangue. Kil'Jaeden incentivou

Ner'Zhul e o seu povo a dedicarem-se inteiramente à morte e a guerra. No entanto

o velho orc, sentindo que iria escravizar o seu povo e levá-los para sempre ao ódio,

resistiu de alguma forma ao comando do demônio...

Ner’Zhul

Frustrado com a resistência, Kil'Jaeden procurou por outro orc que

entregasse o seu povo à Legião. O eredar encontrou o discípulo que procurava: o

ambicioso aprendiz de Ner'Zhul, Gul'Dan. O Impostor prometeu a Gul'Dan poder

em troca da sua obediência incontestável. O jovem orc tornou-se um estudante da

magia demoníaca e acabou virando um dos mais poderosos bruxos da história. Ele

61

ensinou jovens orcs os segredos das artes arcanas e lutou para erradicar as

tradições xamanistas de seu povo. Gul'Dan mostrou uma nova magia para os seus

seguidores, um terrível e novo poder que exalava a destruição.

Gul’Dan

Kil'Jaeden, procurando segurar as rédeas dos orcs, ajudou Gul'Dan a fundar

o Concílio das Sombras, uma seita secreta que manipulava os clãs e espalhava o

uso da magia demoníaca dos bruxos por Draenor. Com a crescente adesão dos orcs

às magias dos bruxos, os pacíficos campos e rios de Draenor começaram a

escurecer e a desaparecer, deixando um solo avermelhado e desértico em seu

lugar. As energias demoníacas estavam a matar lentamente o mundo...

O Surgimento da Horda e o Extermínio dos Draeneis

Os Orcs tornaram-se agressivos sob o comando de Gul'dan e o seu Concílio

das Sombras. Eles construíram arenas massivas onde afinavam as suas habilidades

em combate. Durante este período, alguns chefes de clã falaram contra a corrupção

da raça. Um desses chefes, Durotan do clã Lobo da Neve, avisou que os orcs

estavam a perder-se na fúria e ódio. No entanto, as suas palavras não foram

ouvidas devido à ascensão de chefes de clã como o Grom Grito Infernal a campeões

da nova era de poder militar.

62

Durotan, Filho de Garad Grommash Grito Infernal

Kil'Jaeden sabia que os orcs estavam quase prontos, mas ele precisava de

ter a certeza da sua lealdade. Em segredo, fez com que o Concílio das Sombras

invocasse Mannoroth, o verdadeiro veículo de caos e fúria. Gul'Dan chamou os

chefes dos clãs e convenceu-os que ao beberem o sangue de Mannoroth seriam

praticamente invencíveis.

Mannoroth, o Destruidor

Liderados por Grom, os chefes de todos os clãs exceto Durotan beberam o

sangue do Lorde Abissal e se tornaram escravos da Legião Ardente. Com o crescer

do poder devido ao sangue de Mannoroth, os chefes estenderam a sua subjugação

aos seus parentes.

63

A Maldição do Sangue

Consumidos pela maldição do sangue, a pele dos orcs tornou-se verde e eles

procuraram liberar sua fúria em todos os que os opusessem. Sentindo que o tempo

chegara, Gul'Dan unificou os clãs de guerreiros numa única e imparável Horda.

Contudo, sabendo que os vários chefes como o Grito Infernal e o Hurkan Racha

Crânios iriam procurar a supremacia completa, Gul'Dan preparou um Chefe

Guerreiro que controlaria a Horda de orcs. Mão Negra, um orc cruel e sem

escrúpulos, foi o escolhido. E então, a mando de Kil'Jaeden, a Horda iniciou uma

guerra contra os pacíficos draenei.

Chefe Guerreiro Mão Negra

64

Os orcs exauriram quase todos os recursos naturais do mundo vermelho

para usar na guerra. E após alguns meses, a Horda tinha erradicado quase todos os

draenei que viviam em Draenor. Só uma pequena resistência conseguiu evadir-se

da intensa ira dos orcs. Acreditando que sua vingança contra Velen e seus

seguidores estava completa, Kil'Jaeden julgou que a Horda estava pronta. Os orcs

haviam se tornado a maior arma da Legião Ardente, e o Impostor informou seu

paciente mestre da atual situação, e Sargeras concordou que era chegada a hora

da vingança.

65

Capítulo 5 – A Horda e a Aliança

O Portal Negro e a Queda de Ventobravo (Warcraft I – Orcs e Humanos)

Enquanto Kil'Jaeden corrompia os orcs em Draenor para exterminarem os

draeneis, Medivh continuava a luta pela sua alma contra Sargeras. O Rei Llane

Wrynn, o nobre monarca de Ventobravo, foi tomando noção da escuridão que

parecia manchar o espírito de seu antigo amigo. O Rei Llane partilhou as suas

preocupações com o Leão de Azeroth, como passara a ser conhecido o Sir Anduin

Lothar, que fora nomeado tenente de armas. Mas nenhum dos dois poderia

imaginar os grandes horrores que a lenta e crescente loucura de Medivh traria.

Sir Anduin Lothar, o Leão de Azeroth

Através de Medivh, Sargeras prometeu dar grande poder a Gul'Dan se ele

aceitasse liderar a Horda para Azeroth. O Titã Caído disse ao bruxo que ele poderia

tornar-se um deus vivo se encontrasse o local onde Aegwynn tinha escondido o

fragilizado corpo de seu avatar centenas de anos atrás. Gul'Dan aceitou e decidiu

que assim que Azeroth fosse conquistada, ele poderia encontrar a lendária

sepultura e ganhar sua recompensa. Assegurado que a Horda serviria suas

vontades, Sargeras ordenou que a invasão começasse.

Através do esforço conjunto, Medivh e os bruxos do Concílio das Sombras

abriram um portal dimensional conhecido como o Portal Negro. Este portal serviria

de ponte entre a distância de Azeroth e Draenor e era largo o suficiente para os

exércitos da Horda passarem por ele. Gul'Dan mandou batedores Orcs através do

portal para investigar as terras que eles iam conquistar. Os batedores asseguraram

ao Concílio das Sombras que Azeroth era possível de ser conquistada.

66

O Portal Negro

Ainda convencido que a corrupção de Gul'Dan poderia destruir o seu povo,

Durotan falou contra os bruxos uma vez mais. O bravo guerreiro afirmou que eles

estavam a destruir a pureza do espírito dos orcs e que esta invasão seria a sua

perdição. Gul'Dan, sem poder arriscar matar um herói tão popular, foi forçado a

exilar Durotan e o seu clã Lobo da Neve nos afastados locais do novo mundo.

Após os exilados Lobo da Neve terem passado pelo portal, apenas alguns

clãs orcs os seguiram. Estes orcs rapidamente criaram uma base de operação no

Lamaçal Negro, uma sombria e úmida área no canto do reino de Ventobravo. Com

a expansão e exploração de novos territórios pelos orcs, eles entraram em imediato

conflito com os defensores humanos. Apesar destas disputas acabarem

rapidamente, elas ilustraram as fraquezas e forças de ambas as raças rivais. Llane

e Lothar nunca foram capazes de coletar informações precisas do número de orcs e

podiam apenas adivinhar o quão grande era à força com que tinham de contar.

Após alguns meses a maioria dos orcs da Horda já tinha passado para Azeroth e

Gul'Dan decidiu que já era hora do primeiro ataque contra a humanidade. A Horda

atacou com toda sua força o calmo reino de Ventobravo.

As forças de Azeroth e da Horda se embateram por todo o reino, e conflitos

internos começaram a crescer em ambos os lados. O rei Llane, que acreditava que

os orcs eram incapazes de conquistar Azeroth, manteve a sua posição na sua

capital Ventobravo. Contudo Sir Lothar convenceu-se que a batalha deveria ser

levada diretamente ao inimigo e foi forçado a escolher entre as suas convicções e a

lealdade ao rei. Escolhendo seguir os seus instintos, Lothar atacou Karazhan, a

torre-fortaleza de Medivh, com a ajuda do jovem aprendiz do mago, Khadgar e da

espiã meio-draenei do Concílio das Sombras, Garona Halforcen.

67

Karazhan, A Torre dos Segredos

A batalha foi difícil, mas no final o Ultimo Guardião foi morto por seu

aprendiz, que antes de lhe matar foi amaldiçoado perdendo toda a sua juventude e

transformando-se em um homem idoso. Khadgar baniu o espirito de Sargeras para

o abismo, possibilitando que o espirito puro e virtuoso de Medivh pudesse continuar

a vagar pelo plano astral por muitos anos.

Khadgar mata Medivh

Apesar de Medivh ter sido derrotado, a Horda continuou a pressionar os

defensores de Ventobravo. Com a vitória da Horda cada vez mais perto, Orgrim

Martelo da Perdição, um dos grandes chefes dos orcs, começou a ver a depravada

68

corrupção que tinha se espalhado pelos clãs desde o tempo de Draenor. O seu

velho camarada, Durotan, regressou do exílio e avisou outra vez da traição de

Gul'Dan. Numa retaliação rápida, os assassinos de Gul'Dan assassinaram Durotan e

sua família, deixando apenas o seu filho infante vivo. Sem o conhecimento de

Orgrim, o filho de Durotan fora encontrado por um oficial humano, Aedelas

Pantanegro e feito prisioneiro. Esse infante orc viria um dia a elevar-se como o

maior líder que o seu povo conheceria.

Orgrim Martelo da Perdição

Tocado pela morte de Durotan, Orgrim tentou libertar a Horda da corrupção

demoníaca e finalmente assumiu o papel de Chefe Guerreiro ao matar a marionete

de Gul'Dan, Mão Negra e exterminar o Concílio das Sombras. Sob a sua decisiva

liderança a incansável Horda finalmente pôs cerco ao Castelo de Ventobravo. O Rei

Llane tinha subestimado seriamente o poder dos orcs, e ele observou sem poder

fazer nada à queda de seu reino perante os invasores de pele verde. Por fim, Llane

foi morto por um dos melhores assassinos do Concílio das Sombras, Garona.

Garona assassina o rei Llane Wrynn

69

Lothar e seus guerreiros regressaram da casa de Karazhan, esperando

conter toda a matança e salvar o seu povo. Mas tinham chegado tarde de mais e

encontraram o seu amado reino em ruínas fumegantes. A Horda continuou a atacar

o campo e tomou posse dos territórios adjacentes. Forçados a se esconderem,

Lothar e seus companheiros prometeram reclamar de volta a sua terra natal a

qualquer custo.

O jovem príncipe Varian observa seu reino em chamas

A Aliança de Lordaeron e a Segunda Guerra (Warcraft II – Ondas Sombrias)

Lothar juntou os homens restantes de Azeroth depois da derrota no Castelo

de Ventobravo e viajaram em conjunto através do mar até o norte de Lordaeron,

levando consigo o jovem príncipe Varian Wrynn. Seis anos mais tarde, convencidos

de que a Horda dos orcs iria destruir toda a humanidade se não fosse considerada

como uma ameaça, os sete líderes das nações humanas encontraram-se e

decidiram formar o que seria conhecido como a Aliança de Lordaeron. Pela primeira

vez em três mil anos as nações separadas voltaram a unificar-se sobre a mesma

bandeira. Nomeado como Supremo Comandante das forças aliadas, o Leão de

Azeroth preparou os exércitos para a chegada da Horda, enquanto o Arcebispo

Alonsus Faol treinava os primeiros guerreiros paladinos da recém criada Ordem da

Mão de Prata.

70

Uther Arauto da Luz

Lothar contou com a ajuda de outros grandes indivíduos para liderar os

exércitos da Aliança de Lordaeron. O jovem paladino Turalyon foi escolhido

pessoalmente pelo Leão para ser o seu segundo em comando. O rei de Kul Tiras,

Daelin Proudmore, foi nomeado Grande Almirante da frota marinha da Aliança. Os

guerreiros paladinos da Ordem da Mão de Prata foram liderados pelo mais

proeminente entre eles, Uther Arauto da Luz. E por ultimo o agora velho Khadgar

foi nomeado pelo Conselho dos Seis para liderar os magos Kirin Tor de Dalaran.

Tenente Turalyon Grande Almirante Daelin Arquimago Khadgar

A Aliança tentou conseguir o apoio dos elfos superiores, mas eles estavam

majoritariamente desinteressados no ataque que estava por vir. No entanto devido

à uma antiga promessa eles tinham de ajudar Lothar, que era o ultimo descendente

da linhagem de Arathi que os tinha ajudado no passado. Então Anasterian Andassol

71

enviou um pequeno número de elfos de Quel'Thalas liderados pela patrulheira

Alleria Correventos para darem suporte à causa dos humanos, e a elfa acabou por

desenvolver um romance com o jovem paladino Turalyon.

Alleria Correventos

A Horda, agora liderada pelo Chefe Guerreiro Martelo da Perdição, trouxe os

ogros de seu mundo natal para lutarem ao seu lado e se aliou aos bandos de

guerra dos trolls Amani que estavam unificados sob o comando do Lorde da Guerra

Zul’Jin, e também contrataram mercenários goblins do cartel Bondebico para ajuda-

los. Além disso, para provar a sua utilidade perante Orgrim, Gul’Dan trouxe de

volta os espíritos dos bruxos do Concílio das Sombras para ocuparem os corpos dos

cavaleiros mortos de Ventobravo, que de agora em diante passariam a ser

conhecidos como Cavaleiros da Morte.

Zul’Jin Mercenários goblins

Lançando uma campanha massiva para conquistar o continente de Khaz

Modan, a Horda destruía sem esforço toda a oposição. Orgrim deixou Kilrogg Olho

Morto e seu clã para cuidarem da região. A Horda utilizou os recursos dos anões

72

para construir os navios que ela utilizaria para viajar até o continente de Lordaeron,

onde eles atacaram as regiões sulistas. Fazendo com que os anões Martelo Feroz se

unissem à Aliança após os humanos impedirem que sua terra sofresse o mesmo fim

que a de seus primos Barbabronze.

Kilrogg Olho Morto

As épicas batalhas da Segunda Guerra ecoaram desde confrontos navais em

larga escala até batalhas aéreas massivas. De alguma maneira a Horda obteve o

controle de um poderoso artefato conhecido como Alma Demoníaca e usaram-no

para escravizar a antiga Rainha Dragônica Alexstrasza. Ameaçando destruir os seus

preciosos ovos, a Horda forçou-a a mandar as suas crianças mais crescidas para a

guerra. Os nobres dragões vermelhos não resistiram e foram forçados a lutar pelos

orcs.

A guerra estendeu-se pelos continentes de Azeroth, Khaz Modan e

Lordaeron. Como parte da sua campanha ao norte, a Horda conseguiu queimar as

fronteiras de Quel'Thalas, assegurando assim o comprometimento total dos elfos

para com a causa da Aliança. Durante esse ataque, Gul’Dan criou os ogros magi de

duas cabeças utilizando os Altares das Tempestades que ergueu utilizando as

pedras rúnicas da terra dos elfos. As maiores cidades de Lordaeron foram pilhadas

e devastadas pelo conflito. Apesar da ausência de reforços e das esmagadoras

dificuldades, Lothar e seus aliados conseguiram conter os seus inimigos antes que

eles conseguissem tomar alguma cidade importante.

Ogro magi

73

O Lorde de Alterac, Aiden Perenolde, temendo pela segurança de seu povo,

aliou-se com os orcs em troca da promessa de segurança. Mas em pouco tempo

sua traição foi descoberta, e o reino de Alterac foi sitiado pelas forças da Aliança.

Perenolde foi deposto e colocado sob custódia. Sendo um Rei, ele não poderia ser

exilado nem executado, pois isso iria desagradar os demais reis, fazendo-os temer

o mesmo fim caso discordassem de algo. Um primo distante do Lorde Perenolde,

Daval Prestor, que havia recentemente ascendido à corte de Lordaeron,

recomendou que o reino de Alterac fosse posto sob lei marcial. A decisão não

agradou aos regentes de Stromgarde e Kul Tiras. Thoras Matatroll queria que o

reino de Alterac fosse dividido entre Stromgarde e Lordaeron, mas Terenas sabia

que essa solução não seria aceita pelos demais monarcas. Foi então que o rei de

Gilneas, Genn Greymane sugeriu que Daval assumisse o trono do reino, e Terenas

não só concordou com a ideia, como prometeu a ele a mão de sua filha, a princesa

Célia Menethil, como forma de fortificar a aliança entre Lordaeron e Alterac.

Rei Aiden Perenolde Rei Genn Greymane

Durante os últimos dias da Segunda Guerra, em que a vitória da Horda

estava quase garantida, intensas rivalidades cresceram entre os dois mais

poderosos orcs em Azeroth. Orgrim preparava-se para fazer o ataque final contra a

cidade capital de Lordaeron, mas Gul'Dan e seus seguidores abandonaram seus

postos e partiram para o mar. Orgrim espantado ao perder uma grande quantidade

das suas forças devido a esta traição viu-se obrigado a recuar o ataque quando

estava a um passo de derrotar a Aliança.

O bruxo sedento por poder estava obcecado em ascender a uma divindade.

Então ordenou uma desesperada busca nas profundezas do oceano pela Tumba de

Sargeras, que ele acreditava conter o segredo para o poder supremo. Já tendo

desgraçado os seus colegas orcs ao torná-los escravos da Legião Ardente, Gul'Dan

não pensou no dever para com o Chefe Guerreiro. Apoiado pelo seu clã de bruxos,

Assaltantes da Tempestade, e pelo clã de seu aprendiz Cho’Gall, Martelo do

Crepúsculo, ele conseguiu encontrar a Tumba de Sargeras. No entanto, quando

abriu o túmulo encontrou apenas demônios à sua espera...

74

Cho’Gall

Procurando punir a traição dos orcs insubordinados, Orgrim mandou as suas

forças para matar Gul'Dan e trazer os rebeldes de volta ao seu comando. Mas

Gul'Dan encontrou o seu fim nas mãos dos ensandecidos demônios que ele havia

libertado, que desmembraram o seu corpo em várias partes. Com o seu líder morto

os rebeldes rapidamente se submeteram às legiões do Chefe Guerreiro. Apesar de a

rebelião ter sido controlada, a Horda não foi capaz de se recuperar das perdas que

sofrera. A traição de Gul'Dan não só deu esperança à Aliança como também tempo

de se reagrupar e retaliar.

Lothar, vendo que a Horda estava se desintegrando por dentro, juntou as

suas últimas forças e arrastou o Chefe Guerreiro Martelo da Perdição para o sul,

forçando os orcs a abandonarem a região de Khaz Modan, possibilitando aos anões

que haviam se refugiado na sua capital de Forja Ferro saírem de sua fortaleza e se

unirem aos exércitos da Aliança sob a liderança dos irmãos do rei Magni

Barbabronze, Muradin e Brann.

75

Rei da Montanha Magni Muradin Barbabronze Brann Barbabronze

As forças aliadas apanharam a Horda que estava batendo em retirada para

dentro da fortaleza vulcânica de Montanha da Rocha Negra. Mesmo com a morte do

Leão de Azeroth na batalha da base da montanha, seu tenente, Turalyon, levou as

forças da Aliança em frente prendendo o Chefe Guerreiro Orgrim e empurrando as

forças da Horda de volta ao sombrio Pântano das Mágoas. A Aliança conseguiu

destruir o Portal Negro que ligava os orcs à sua terra natal de Draenor. Sem

reforços e fraturados com as longas lutas, a Horda finalmente caiu perante a

grandeza da Aliança.

Turalyon lidera a batalha final da Segunda Guerra

Os esparsos clãs dos orcs rapidamente foram apanhados e aprisionados em

campos de concentração. Apesar de parecer que a Horda estava destruída para

sempre, alguns se mantiveram sépticos em relação da duração da paz. Khadgar,

agora um Arquimago de renome, convenceu o comando da Aliança a construir a

fortaleza de Etergarde que iria proteger as imediações do Portal Negro e assegurar

que não haveria mais invasões de Draenor.

76

A Destruição de Draenor (Warcraft II – Além do Portal Negro)

Com o fogo da segunda guerra a esvaecer, a Aliança tomou medidas

agressivas para conter a ameaça dos orcs. Foi construído ao sul de Lordaeron um

grande número de campos de concentração para manter os orcs em cativeiro.

Guardados por paladinos e soldados veteranos da Aliança, os campos

demonstraram ser um grande sucesso. Apesar dor orcs cativos estarem tensos e

ansiosos por mais guerras, os carcereiros dos campos, localizados na velha

fortaleza prisão de Durnholde, mantiveram a paz e a ordem.

Contudo dois anos depois, no infernal mundo de Draenor, um novo exército

de orcs preparava-se para atacar a Aliança que não suspeitava de nada. Ner’zhul, o

antigo mentor de Gul'Dan, juntou os clãs de orcs sobre seu comando. Ajudado pelo

seu clã Lua Negra, o velho xamã planejou abrir vários portais em Draenor que

levariam a Horda a novos e intocados mundos. Para manter estes novos portais,

ele precisava de vários artefatos de Azeroth. Para obtê-los, Ner’zhul reabriu o Portal

Negro e mandou os seus servos procurá-los.

Ner’zhul planeja liderar a Horda para novos mundos

A Horda, liderada por veteranos como o Grom Grito Infernal e Kilrogg Olho

Morto do clã Vazio Sangrento, surpreenderam a defesa da Aliança e abriram

caminho através do interior do reino. Sobre o comando de Ner’zhul, os orcs

rapidamente reuniram os artefatos que precisavam e regressaram para a

segurança de Draenor.

O rei Terenas de Lordaeron, convencido de que os orcs estavam a preparar

uma nova invasão a Azeroth, reuniu os seus tenentes mais próximos. Ele então

ordenou o Alto General Turalyon e o Arquimago Khadgar, para liderarem uma

77

expedição através do Portal Negro para pôr um fim à ameaça de uma vez por

todas. As forças de Turalyon e Khadgar marcharam até Draenor e repetidamente se

defrontaram com os clãs de Ner’zhul na Península Fogo Infernal. Mesmo com a

ajuda de sua amada Alleria, do anão Kurdran Martelo Feroz e do sobrinho do rei de

Stromgarde, o veterano Danath, Turalyon foi incapaz de prevenir que Ner’zhul

abrisse os portais.

Kurdran Martelo Feroz Danath Matatroll

Ner’zhul finalmente abrira seus portais para os outros mundos, mas não

tinha previsto o terrível preço que iria pagar. A tremenda energia dos portais

começou a desfazer a própria matéria de Draenor. Enquanto as forças de Turalyon

lutavam desesperadamente para regressar para Azeroth, o mundo de Draenor

começou a desfazer-se sobre si mesmo. Grom e Kilrogg, ao perceberem que os

planos loucos de Ner’zhul iriam levar a sua raça à desgraça, juntaram as suas

forças restantes e tentaram escapar para Azeroth.

Em Draenor, Turalyon e Khadgar concordaram em fazer o sacrifício de

destruírem o Portal Negro do lado deles. Isso iria prender a eles e seus

companheiros, mas eles sabiam que era a única maneira de assegurar a

sobrevivência de Azeroth. Mesmo enquanto Grito Infernal e Olho Morto abriam

caminho pelas fileiras humanas em desespero pela liberdade, o Portal Negro

explodiu atrás deles. Para eles e o restante dos orcs em Azeroth não haveria

retorno.

Terralém, os destroços de Draenor

78

Ner’zhul e o seu fiel clã Lua Negra passaram através do maior portal recém-

criado enquanto massivas erupções vulcânicas começaram a quebrar os continentes

de Draenor. Os mares de lava subiram e queimaram todo o horizonte e finalmente

o mundo desapareceu numa massiva e apocalíptica explosão. Tudo o que restou

foram alguns pedaços de terra que permaneceram unidos vagando pelo Espiral

Etérea.

79

Capítulo 6 – Prelúdio para a Perdição

O Nascimento do Lich Rei

Ner’zhul e seus seguidores entraram na Espiral Etérea, o plano etéreo que

conecta tudo de todos os mundos espalhados ao longo da Grande Treva.

Infelizmente Kil'Jaeden e seus acólitos demoníacos estavam esperando por eles. O

eredar, que tinha jurado se vingar de Ner’zhul por telo desafiado, retalhou

lentamente o corpo do velho xamã, pedaço por pedaço. Kil'Jaeden manteve o

espírito do xamã vivo, no entanto, enquanto deixava Ner’zhul dolorosamente

consciente do total desmembramento de seu corpo. Mesmo com Ner’zhul

suplicando ao demônio que libertasse seu espírito e lhe concede-se a morte, o

demônio respondeu severamente que o Pacto de Sangue que eles tinham feito há

muito tempo ainda os ligava, e o xamã ainda tinha um propósito a servir.

O fracasso dos orcs em conquistar o mundo para a Legião Ardente forçou

Kil'Jaeden a criar um novo exército para pregar o caos ao longo dos reinos de

Azeroth. Este novo exército não poderia cair nas mesmas rivalidades insignificantes

que tinham infestado a Horda. Teria que ser impiedoso e focado em sua missão.

Desta vez, Kil'Jaeden não podia se dar ao luxo de falhar.

Mantendo o espírito desamparado de Ner’zhul, Kil'Jaeden lhe deu uma última

chance para servir a Legião ou sofrer tormento eterno. Uma vez mais, sem pensar

Ner’zhul aceitou o pacto com o demônio. O espírito do orc foi colocado dentro de

um bloco especialmente feito de gelo duro como um diamante recolhido dos

distantes limites da Espiral Etérea. Preso dentro da casca congelada, Ner’zhul

sentiu sua consciência ser ampliada dez mil vezes. Deformado pelos poderes

caóticos do demônio, Ner’zhul se tornou um ser espectral de poder insondável.

Naquele momento, foi destruído para sempre o orc conhecido como Ner’zhul, e

nascia o Lich Rei.

Lich Rei

80

Os Cavaleiros da morte leais a Ner’zhul e seus seguidores do clã Lua Negra

também foram transformados pelas energias caóticas do demônio. Os conjuradores

enfraquecidos foram rasgados separadamente e se refizeram como criaturas

esqueléticas chamadas Liches. Os demônios tinham se assegurado que até mesmo

na morte, os seguidores de Ner’zhul serviriam inquestionavelmente somente a ele.

Lich

No tempo certo, Kil'Jaeden explicou a missão para a qual ele tinha criado o

Lich Rei. Ner’zhul iria espalhar uma praga de morte e terror por Azeroth que iria

destruir toda a civilização. Todos que morressem pela pestilência nefasta

ressurgiriam como mortos-vivos, e seus espíritos sempre seriam ligados ao

testamento de ferro de Ner’zhul. Kil'Jaeden prometeu que se o Lich Rei realizasse

sua missão macabra de acabar com a humanidade, ele seria libertado de sua

maldição e lhe seria concedido um novo corpo saudável para habitar.

Embora Ner’zhul fosse prestativo e aparentemente ansioso para cumprir seu

papel, Kil'Jaeden permaneceu cético quanto sua palavra de lealdade. Mantendo o

Lich Rei sem corpo e aprisionado dentro do cristal ele se assegurou de sua boa

conduta a curto prazo, mas o demônio soube que ele precisaria sempre manter

seus olhos abertos sobre ele. Para esse fim Kil'Jaeden chamou sua guarda

demoníaca de elite, os vampíricos Senhores do Medo, e mandou-os vigiar e

assegurar-se de que Ner’zhul realizaria sua terrível tarefa. Taecondrius, o mais

poderoso e esperto dos Nathrezim, ficou excitado pelo desafio, pois estava

fascinado pela severidade da praga e o potencial desenfreado do Lich Rei para o

genocídio.

O Trono Congelado

Kil’Jaeden lançou a prisão cristalina de Ner’zhul no mundo de Azeroth. O

cristal endurecido riscou o céu noturno e colidiu no continente ártico desolado de

Nortúndria, caindo no topo da geleira de Coroa de Gelo. O cristal congelado,

entortado pela sua descida violenta, veio a assemelhar-se a um trono, e o espírito

vingativo de Ner’zhul logo acordou dentro dele.

81

Dos confins do Trono Congelado, Ner’zhul começou a expandir sua vasta

consciência e tocar as mentes dos habitantes nativos de Nortúndria. Com pouco

esforço, ele escravizou as mentes de muitas criaturas indígenas, incluindo trolls do

gelo e ferozes wendigos, atraindo-as para a nevoa de trevas que crescia a sua

volta. Seus poderes psíquicos provaram ser quase ilimitados, e ele os usou para

criar um pequeno exército que colocou dentro dos labirintos de Coroa de Gelo.

Conforme o Lich Rei dominou suas habilidades crescentes sobre os olhares atentos

dos Senhores do Medo, ele descobriu uma remota comunidade humana na crista da

vasta Ermo das Serpes. Por capricho, Ner’zhul decidiu testar seus poderes nos

humanos que não desconfiavam de nada.

Trono Congelado

Ner’zhul lançou uma praga mortal que tinha se originado no solo ártico

improdutivo no fundo do Trono Congelado. Controlando a praga, ele a jogou

diretamente em uma aldeia humana. Dentro de três dias, todos na aldeia estavam

mortos, mas brevemente depois disso, os aldeãos mortos começaram a levantar-se

como um exército de zumbis. Ner’zhul podia sentir os pensamentos de cada espírito

como se ele fosse cada um deles. Com essa explosão furiosa em sua mente

Ner’zhul ficou cada vez mais forte, com seus espíritos lhe proporcionando uma

nutrição muito poderosa. Ele achou ótimo poder controlar as ações dos zumbis e

poder guiá-los a qualquer fim que desejasse.

Zumbi Carniçal

82

Durante os meses seguintes, Ner’zhul continuou experimentando sua praga,

dominando todos habitantes humanos de Nortúndria. Com seu exército morto-vivo

crescendo diariamente, ele achou que a hora do verdadeiro teste estava se

aproximando.

A Batalha de Grim Batol

Enquanto isso, nas terras devastadas pela guerra no sul, as sobras

espalhadas da Horda lutavam pela sua sobrevivência pelos últimos quatro anos.

Embora Grom Grito Infernal e seu clã Brado Guerreiro conseguissem evitar serem

capturados, Olho Morto e seu clã Vazio Sangrento foram reunidos e colocados nos

campos de concentração em Lordaeron. Mesmo com estas insurreições custosas, os

carcereiros dos acampamentos restabeleceram logo o controle em cima de seus

brutos prisioneiros.

Porém, a Aliança desconhecia uma grande força de orcs que ainda vagavam

livres nos desertos do norte de Khaz Modan. O clã Presa do Dragão, conduzido pelo

infame bruxo Nekros, ainda estava usando a Alma Demoníaca para controlar a

Rainha Dragônica, Alexstrasza, e sua revoada. Esse artefato era na verdade a Alma

Dragônica criada por Neltharion, e fora dada ao bruxo orc por ninguém menos que

o próprio Asa da Morte, que estava disfarçado como Daval Prestor para manipular a

Aliança internamente.

Clã Presa do Dragão

Mas a real identidade do novo Rei de Alterac foi descoberta por Krasus, um

membro sênior do Kirin Tor e um dos Seis regentes de Dalaran. Krasus era na

verdade Korialstrasz, um dos três dragões vermelhos consortes de Alexstrasza, e

desejava salvar a sua amada rainha das mãos da Horda. Então ele enviou o seu

aprendiz, o jovem mago humano chamado Rhonin, para resolver o assunto

enquanto ele buscava pela ajuda dos demais Aspectos.

83

Arquimago Krasus

Com a Mãe da Vida sendo sua refém, Nekros construiu um exército secreto

dentro da abandonada, e segundo alguns amaldiçoada, fortaleza enânica em Grim

Batol. Planejando soltar suas forças e os poderosos dragões vermelhos contra a

Aliança, Nekros esperou a Horda se reunir para continuar sua conquista de Azeroth.

Seu plano falhou quando um pequeno grupo de lutadores da resistência, conduzido

por Rhonin, conseguiu invadir a fortaleza e por as mãos na Alma Demoníaca,

livrando assim a Rainha Dragônica do comando de Nekros. Mas isso ainda não era o

fim, pois ainda restava derrotar Asa da Morte e destruir a Alma Dragônica de uma

vez por todas. Os outros três Aspectos Dragônicos finalmente ouviram ao pedido de

ajuda de Korialtrasz e se uniram à Alexstrasza para enfrentar o Aspecto da Morte,

como Asa da Morte passou a ser chamado. Mas o grande dragão negro conseguiu

escapar para o Geodomo, o plano elemental para o qual os elementais da terra

foram banidos.

Falstad, Rhonin e Vareesa

84

Na sua fúria, os dragões de Alexstrasza destruíram Grim Batol e incineraram

a maior parte do clã Presa do Dragão. Os planos de reunificação de Nekros foram

frustrados pelas tropas da Aliança que reuniram os orcs sobreviventes e os

lançaram nos acampamentos de internação que os esperavam. A derrota do clã

Presa do Dragão sinalizou o fim da Horda, e o fim da furiosa sede de sangue dos

orcs.

Letargia dos Orcs

Meses se passaram, e mais prisioneiros orcs foram reunidos e colocados em

campos de concentração. Com os acampamentos super lotados, a Aliança foi

forçada a construir novos acampamentos nas planícies ao sul das Montanhas de

Alterac. Para manter corretamente e prover o número crescente de acampamentos,

o Rei Terenas impôs um novo imposto para as nações da Aliança. Este imposto,

junto com tensões políticas sobre disputas de fronteiras causaram desavenças

generalizadas. Parecia que o frágil pacto que as nações humanas tinham forjado

juntas na hora mais obscura quebraria a qualquer momento.

Entre o tumulto político, muitos dos carcereiros dos acampamentos

começaram a notar uma mudança nos cativos. Os esforços dos orcs para escapar

dos acampamentos ou até mesmo lutar entre si tinham diminuído com o passar do

tempo. Os prisioneiros estavam ficando cada vez mais indiferentes e letárgicos.

Embora fosse difícil acreditar, os orcs, que uma vez foram considerados como a

raça mais agressiva já vista em Azeroth, tinha perdido completamente seu animo

para lutar. A letargia estranha confundiu os líderes da Aliança e continuou abalando

os debilitados orcs cada vez mais rápido.

Alguns especularam que alguma doença estranha, contraída só por orcs,

provocou a letargia confundindo-os. Mas o Arquimago Antonidas de Dalaran

suspeitou de uma hipótese diferente. Pesquisando no pouco da história dos orcs

que ele pode achar, Antonidas aprendeu que o orcs tinha estado sobre a influência

de poder demoníaco por muitos anos. Ele teorizou que os orcs tinham sido

corrompidos por estes poderes antes mesmo da sua primeira invasão a Azeroth.

Claramente, demônios haviam corrompido o sangue dos orcs, e como consequência

lhes tornado mais fortes, resistentes e agressivos.

Arquimago Antonidas

Antonidas supôs que a letargia dos orcs não era de fato uma doença, mas

uma consequência da retirada das magias voláteis dos bruxos que os tinham

tornado apavorantes guerreiros sedentos de sangue. Embora os sintomas

estivessem claros, Antonidas não pôde achar uma cura para os orcs. Então muitos

de seus companheiros magos, como também alguns líderes notáveis da Aliança,

85

discutiram que achar uma cura para os orcs seria uma aventura imprudente. Ao

ponderar sobre a condição misteriosa dos orcs, a conclusão de Antonidas foi que a

cura dos orcs teria de ser espiritual.

A Nova Horda

O diretor principal dos campos de concentração, Aedelas Pantanegro,

assistia os orcs cativos de seu seguro castelo, Durnholde. Um orc lhe tinha

despertado seu interesse particular: uma criança órfã que ele tinha achado quase

dezoito anos antes. Aedelas tinha criado o jovem como um escravo e o tinha

batizado de Thrall (Servo). Pantanegro ensinou o orc sobre estratégia, filosofia e

combate. Thrall foi treinado até mesmo como um gladiador. O tempo todo, o

diretor corrupto buscou moldar o orc em uma arma.

Aedelas Pantanegro

Apesar de sua educação severa, o jovem Thrall cresceu e virou um orc forte

e perspicaz, e ele sentia em seu coração que a vida de escravo não era para ele.

Conforme ele atingiu a maturidade, ele aprendeu sobre os orcs com quem ele

nunca tinha se encontrado: depois de sua derrota, a maioria deles tinha sido

colocada em campos de concentração. Houve um rumor que Martelo da Perdição, o

líder dos orcs, tinha escapado de Lordaeron e havia se escondido. Só um clã de

renegados ainda operava em segredo tentando evadir a alerta Aliança.

Com a ajuda da humana Teretha Foxton, Thrall conseguiu escapar da

fortaleza de Aedelas e partir para achar outros de sua raça. Durante suas viagens

Thrall visitou um campo de concentração e achou que sua raça que uma vez foi

poderosa parecia agora estranhamente letárgica. Não tendo achado os guerreiros

orgulhosos que ele esperava descobrir, Thrall teve a ideia de achar o último

comandante dos orcs, Grommash.

Constantemente caçado pelos humanos, Grito Infernal segurou não obstante

o instinto inextinguível da Horda pela luta. Ajudado pelo seu clã Brado Guerreiro,

Grom continuou empreendendo uma guerra subterrânea contra a opressão de seu

povo que estava aprisionado. Infelizmente, Grom nunca pode achar um modo para

despertar os orcs capturados de seu torpor. Thrall, impressionado e inspirado pelo

idealismo do Grito Infernal, desenvolveu uma empatia forte pela Horda e suas

tradições de guerreiros.

86

Buscando a verdade sobre suas próprias origens, Thrall viajou para as

montanhas de Alterac para achar o lendário clã Lobo da Neve. Thrall aprendeu que

Gul'dan tinha exilado aquele clã antes da Primeira Guerra. Ele também descobriu

que ele era o filho e herdeiro do herói Durotan, o verdadeiro chefe tribal dos Lobo

da Neve antes de ter sido assassinado quase vinte anos antes.

Debaixo da tutela do venerável xamã Drek'Thar, Thrall estudou o antigo

xamanismo de seu povo que havia sido esquecido pela bruxaria de Gul'dan. Com o

passar do tempo, Thrall se tornou um xamã poderoso e se tornou comandante do

clã exilado. Abençoado pelos espíritos, Thrall partiu para livrar os orcs cativos e

curar sua raça da corrupção demoníaca e achar seu destino.

Drek’Thar

Durante suas viagens, Thrall achou o velho Chefe Guerreiro, Orgrim Martelo

da Perdição que estava vivendo por muitos anos como um ermitão. Orgrim, que

tinha sido um amigo íntimo de Durotan, decidiu seguir o jovem orc visionário e

ajudar a livrar os clãs cativos. Apoiado por muitos dos comandantes veteranos,

Thrall teve sucesso revitalizando a Horda e dando para seu povo uma nova

identidade espiritual.

Para simbolizar o renascimento de seu povo, Thrall voltou à fortaleza

Durnholde de Aedelas Pantanegro e acabou com os planos de seu antigo senhor

armando cerco em todos os campos de concentração. Esta vitória não sairia de

graça: durante a libertação de um dos acampamentos, Orgrim pereceu em batalha.

Thrall pegou a lendária arma de Martelo da Perdição e vestiu sua armadura

negra para se tornar o novo Chefe Guerreiro da Horda. Durante os meses seguintes

a pequena, mas valente Horda liderada por Thrall lutou pelos campos de

concentração desafiando os melhores esforços da Aliança para se opor as suas

estratégias sagazes. Encorajado por seu melhor amigo e mentor, Grom, Thrall

trabalhou para se assegurar que seu povo nunca mais seria escravizado.

87

Chefe Guerreiro Thrall

A Guerra das Aranhas

Enquanto Thrall estava libertando seus irmãos em Lordaeron, Ner’zhul

continuou construindo a base de seu poder em Nortúndria. Uma grande fortaleza

foi erguida sobre a geleira de Coroa de Gelo e foi populada pelo crescente exército

de mortos. Mesmo com o Lich Rei estendendo sua influência sobre a terra, um

império sombrio se opunha ao seu poder. O antigo reino subterrâneo de Azjol-

Nerub que tinha sido fundado pelos aqirs após a queda de seu império nas mãos

dos trolls. Os aqirs evoluíram em uma raça sinistra de humanoides aranhas

chamados nerubianos. Os nerubianos mandaram sua guarda guerreira de elite para

atacar Coroa de Gelo e terminar com a vontade furiosa de domínio do Lich Rei. Para

sua frustração, Ner’zhul descobriu que os nerubianos não só eram imunes à

pestilência, mas também eram imunes a dominação telepática.

Nerubiano

88

Os Lordes Aranha dos nerubianos comandavam vastas forças e seu domínio

subterrâneo se estendia por quase metade de Nortúndria. As suas táticas de

guerrilha eram muito eficientes contra as fortalezas do Lich Rei, que continuavam a

falhar em derrotá-los vez após vez. No final das contas a guerra de Ner’zhul contra

os nerubianos foi ganha através do atrito. Com a ajuda dos sinistros Senhores do

Medo e de inumeráveis soldados morto-vivos, o Lich Rei invadiu Azjol-Nerub e

trouxe seus templos subterrâneos abaixo nas cabeças dos Lordes Aranha.

Lorde Aranha

Embora os nerubianos fossem imunes a sua pestilência, os poderes

necromânticos em expansão de Ner’zhul lhe permitiram levantar os guerreiros

arranha caídos, aumentando ainda mais o seu exercito. Com sua tenacidade e

intrepidez, Ner’zhul adotou o estilo arquitetônico dos nerubianos distintivo para

suas próprias fortalezas e estruturas. Partindo para reger seu reino sem oposição, o

Lich Rei começou a se preparar para sua verdadeira missão no mundo.

Ultrapassando os limites das terras humanas com sua vasta consciência, Ner’zhul

chamou por qualquer alma escura que o escutasse...

Kel'Thuzad e o Seita dos Malditos

Houveram muitos indivíduos poderosos espalhados ao longo do mundo que

receberam a convocação mental do Lich Rei. O mais notável dentre eles era o

arquimago de Dalaran, Kel'Thuzad, que era um dos membros sêniores do Kirin Tor,

o conselho regente de Dalaran. Ele fora considerado um pária durante anos devido

à sua insistência em estudar as artes proibidas da necromancia. Obcecado para

aprender tudo sobre o mundo da magia e suas maravilhas sombrias, ele era

frustrado pelo que via em seus companheiros como sendo preceitos antiquados e

sem imaginação. Ao ouvir a poderosa convocação de Nortúndria, o arquimago se

desdobrou como pode para se comunicar com aquela voz misteriosa. Convencido

89

que o Kirin Tor era muito frágil para ele poder conseguir o conhecimento inerente

nas artes escuras, ele se resignou a aprender o que pôde com o imensamente

poderoso Lich Rei.

Arquimago Kel’Thuzad

Deixando para trás sua fortuna e posição política prestigiosa, Kel'Thuzad

abandonou os modos do Kirin Tor e partiu para sempre de Dalaran. Atraído pela

voz persistente do Lich Rei em sua mente, ele vendeu suas vastas propriedades e

armazenou suas fortunas. Viajando sozinho por muitos quilômetros de terra e mar,

ele finalmente chegou às costas congeladas de Nortúndria. Sua intenção era de

alcançar Coroa de Gelo e oferecer seus serviços ao Lich Rei, e para isso o

arquimago atravessou as ruínas saqueadas e destruídas de Azjol-Nerub. Kel'Thuzad

viu a extensão e ferocidade do poder de Ner’zhul. Ele começou a perceber que se

aliar com o misterioso Lich Rei poderia ser sábio e potencialmente frutífero.

Azjol-Nerub

Depois de longos meses de viagem através dos severos terrenos árticos,

Kel'Thuzad finalmente chegou à geleira escura de Coroa de Gelo. Ele corajosamente

chegou à fortaleza escura de Ner’zhul e ficou chocado quando os soldados morto-

vivos o deixaram passar silenciosamente como se lhe esperassem. Kel'Thuzad

90

ascendeu ao pico da terra gélida e chegou ao topo da geleira. Lá, em meio ao gelo,

ele ficou diante do Trono Congelado e ofereceu sua alma ao senhor da escuridão.

O Lich Rei estava contente com seu mais recente conscrito. Ele prometeu

imortalidade a Kel'Thuzad e grande poder em troca de sua lealdade e obediência.

Ansioso para obter o conhecimento sombrio, Kel'Thuzad aceitou sua primeira

grande missão: entrar no mundo dos homens e fundar uma nova religião que

adoraria o Lich Rei como um deus.

Para ajudar o arquimago a realizar sua missão, Ner’zhul deixou a

humanidade dele intacta. O velho feiticeiro carismático foi encarregado de usar

poderes de ilusão e persuasão para atrair os oprimidos e os loucos de Lordaeron

em um estado de confiança e convicção. Então, uma vez que ele teve sua atenção,

ele os ofereceria uma nova visão do que a sociedade poderia ser, e uma nova

imagem para chamar de Rei.

Depois de três anos Kel'Thuzad voltou disfarçado a Lordaeron e usou sua

fortuna e intelecto para juntar uma fraternidade clandestina de homens e mulheres.

A fraternidade, que ele batizou de Seita dos Malditos, prometeu para seus acólitos

igualdade social e vida eterna em Azeroth em troca de seus serviços e obediência a

Ner’zhul. Com o passar dos meses, Kel'Thuzad achou muitos voluntários ansiosos

para seu novo culto entre os trabalhadores cansados e sobrecarregados de

Lordaeron. Para Kel’Thuzad era surpreendentemente fácil alcançar sua meta, isto é,

transformar a fé dos cidadãos na Luz Sagrada em convicção na sombra escura do

Lich Rei. Conforme a Seita dos Malditos cresceu em tamanho e influencia,

Kel'Thuzad teve que ter certeza que estava escondendo seu funcionamento das

autoridades de Lordaeron.

Brasão da Seita dos Malditos

Com o sucesso de Kel'Thuzad em Lordaeron, Ner’zhul fez suas preparações

finais para o ataque contra civilização humana. Colocando sua praga em vários

barris denominados Caldeirões de Pestilência, Ner’zhul ordenou que Kel'Thuzad

transportasse os caldeirões a Lordaeron onde eles seriam escondidos dentro de

várias aldeias controladas pela seita. Os caldeirões, protegidos pelo cultistas leais,

agiriam então como os geradores da praga, envidando-a para as fazendas e

cidades ao norte de Lordaeron.

91

O plano do Lich Rei funcionou perfeitamente. Muitas das aldeias do norte de

Lordaeron foram contaminadas quase que imediatamente. Da mesma maneira que

em Nortúndria, os cidadãos que contraíram a praga morreram e ressurgiram como

escravos obedientes de Ner’zhul. Os cultistas de Kel'Thuzad estavam ansiosos para

morrerem e voltarem a servir seu senhor sombrio. Eles ansiavam pela perspectiva

de imortalidade na pós-vida. Com a praga se espalhando, cada vez mais zumbis

surgiam nas terras do norte. Kel'Thuzad olhando para o crescente exército de

zumbis do Lich Rei o chamou de Flagelo, pois ele logo marcharia para os portões de

Lordaeron e expurgaria a humanidade da face da terra.

A Aliança se Despedaça

Inadvertidos do culto à morte que se formou em suas terras, os líderes das

nações da Aliança começaram a brigar e discutir sobre propriedades territoriais e

influência política. O Rei Terenas de Lordaeron começou a suspeitar que o frágil

pacto que eles tinham forjado durante sua hora mais obscura não duraria por muito

tempo. Terenas tinha convencido os líderes da Aliança a emprestarem dinheiro e

trabalhadores para ajudar na reconstrução do reino sulista de Ventobravo que tinha

sido destruído durante a invasão dos orcs a Azeroth. Os altos impostos que

resultaram, junto com a alta despesa para manter e operar os numerosos campos

de concentração dos orcs conduziu muitos dos líderes, em particular Genn

Greymane de Gilneas, a acreditarem que seus reinos seriam melhores se

separassem da Aliança.

E para piorar, os elfos superiores de Luaprata rescindiram sua participação

na Aliança bruscamente, enquanto declaravam que a falha liderança dos humanos

tinha sido responsável pela queima de suas florestas durante a Segunda Guerra.

Terenas lutou com sua impaciência e calmamente lembrou os elfos que nada de

Quel'Thalas teria permanecido se não fosse por centenas de humanos valorosos

que deram suas vidas para protegê-la. No entanto, os elfos decidiram seguir seu

próprio caminho. Após a partida dos elfos superiores, Gilneas e Stromgarde saíram

da aliança também. O arrogante regente de Gilneas chegou ao ponto de construir

uma enorme muralha que separaria o seu reino do restante do mundo, pois

acreditava que Gilneas era alto-suficiente e não precisava de ajuda.

Gilneas

92

Embora a Aliança estivesse se partindo, o Rei Terenas ainda teve aliados com os

quais ele poderia contar. Tanto o Almirante Mouro Orgulhoso de Kul Tiras e o jovem

rei, Varian Wrynn de Azeroth, continuavam na Aliança. Além disso, os feiticeiros

Kirin Tor, conduzidos pelo arquimago Antonidas, estavam firmes em Dalaran e

prontos para seguir as ordens de Terenas. E para terminar o poderoso rei anão,

Magni Barbabronze jurou que o anões de Forja Ferro honrariam para sempre a

divida com a Aliança por liberar Khaz Modan do controle da Horda.

93

Capítulo 7–O Retorno da Legião Ardente

A Ruína de Lordaeron (Warcraft III – Reinado do Caos)

Os recentes levantes dos orcs no sul de Lordaeron forçaram a Aliança a

tomar medidas decisivas. Para conter a ameaça de uma vez por todas o rei Terenas

mandou dois dos maiores paladinos do reino para lidarem com a situação: seu filho,

Arthas Menethil, e o lendário Uther, o Arauto da Luz. Enquanto rumavam para a

vila de Strahnbrad que estava sob ataque o jovem príncipe ajudou um grupo de

anões caçadores a abater um grande dragão negro chamado Searinox. Chegando à

vila os paladinos enfrentaram os orcs do clã Rocha Negra e descobriram que eles

acreditavam que seus mestres demoníacos estavam retornando e estavam

sacrificando os aldeões para eles. Arthas e Uther facilmente derrotaram os orcs,

sem dar qualquer atenção à ameaça demoníaca que estava por vir, convictos de

que os seus inimigos estavam apenas seguindo suas antigas tradições.

Príncipe Arthas Menethil

Enquanto os paladinos se lidavam com os orcs, os magos de Dalaran

estavam preocupados com a praga que estava se espalhando nas terras do norte.

Foi quando um Profeta misterioso falou com o rei Terenas, tentando alerta-lo de

que a única salvação para os humanos seria viajar para o Oeste, para o esquecido

continente de Kalimdor, mas o rei não deu atenção ao aviso. Buscando alguém que

desse ouvidos ao seu aviso, o Profeta tentou falar com um dos líderes do Kirin Tor,

o Arquimago Antonidas, mas ele também ignorou o que o Profeta tinha a dizer,

preferindo focar seus esforços em conter a praga. Convencido de que a praga era

de origem mágica, Antonidas enviou sua aprendiz, Jaina Proudmore, para

investigar mais a fundo. A jovem maga era filha do Almirante da nação insular de

Kul Tiras, Daelin Proudmore, e havia sido noiva do príncipe Arthas antes de que os

deveres de ambos fizessem com que eles tomassem caminhos separados.

94

Jaina Proudmore

Jaina encontrou-se com seu antigo amor e juntos eles descobriram que o

Culto dos Amaldiçoados era responsável pela praga e que ela estava sendo

espalhada a partir da cidade de Andorhal através dos carregamentos de grãos. Com

o intuito de parar a praga, os dois heróis foram até a sua origem, mas chegaram

tarde demais, pois os grãos contaminados já haviam sido enviados para as cidades

do reino todo. Mas apesar do seu fracasso em impedir a praga, os dois conseguiram

matar o líder do Culto, o antigo membro do Conselho dos Seis Kel’Thuzad. Antes de

morrer o necromante disse-lhes que o Flagelo estava sendo controlado pelo Senhor

do Medo Mal’Gannis.

Quando Arthas chegou ao vilarejo de Hearthglen, a praga já havia se

espalhado pela região, criando uma verdadeira legião de mortos-vivos. As forças do

jovem paladino estavam conseguindo resistir, mas mesmo assim, os números de

zumbis continuavam a crescer com cada soldado que fosse mortos defendendo sua

terra. Felizmente para o príncipe, seu mentor Uther e os Cavaleiros do Mão de

Prata chegaram a tempo de salvar as forças do jovem paladino. Depois disso Arthas

e Jaina prosseguiram para a cidade de Stratholme, e durante a viagem foram

abordados pelo Profeta que tentou mais uma vez encontrar alguém que desse

ouvidos ao seu aviso. O príncipe ignorou-o por completo, mas a jovem maga se

mostrou inclinada em acreditar no que o misterioso homem tinha a dizer.

Profeta

95

Ao chegar na cidade Arthas constatou que os vetores da praga já haviam

sido espalhados e que a população já estava condenada. Frustrado com o poder

aparentemente imparável de seu inimigo, Arthas tomou atitudes extremas para

impedi-los. Os seus companheiros Uther e Jaina o avisaram que ele estava

perdendo a sua humanidade, mas o jovem príncipe não lhes deu ouvido, e então

eles o abandonaram quando ele decidiu incendiar a cidade inteira antes que os seus

habitantes contaminados se tornassem zumbis.

Arthas purga Stratholme

O medo de Arthas acabaria sendo o responsável pela sua queda. Ele

rastreou quem ele acreditava ser o culpado pela praga até Nortúndria, com o

intuito de terminar com a ameaça do Flagelo para sempre. Ao chegar no continente

gelado o príncipe encontrou seu antigo mentor dos tempos antes de se tornar um

paladino, Muradin Barbabronze. O anão estava liderando uma expedição à procura

de uma lâmina rúnica de imenso poder, Gélido Lamento. O acampamento dos

anões estava sob ataque do Flagelo e eles precisavam da ajuda dos humanos. Após

Arthas e Muradin derrotarem os mortos-vivos um emissário do rei Terenas chegou

ao continente para informar que as forças de Lordaeron estavam sendo convocadas

de volta a pedido de Uther. Arthas então contratou ogros e trolls do gelo

mercenários para percorrer a estrada infestada de mortos-vivos e destruir os

barcos de suas próprias tropas para que elas não pudessem retornar para casa.

Posteriormente o jovem paladino culpou os mercenários pela destruição dos navios

e ordenou que eles fossem mortos.

96

Gélido Lamento

Quando Arthas e Muradin finalmente encontraram a Gélido Lamento eles

descobriram que a espada era amaldiçoada. Mas isso não impediu o príncipe de

querer pega-la acreditando que salvaria o seu povo, então o gelo no qual a lâmina

estava preso se estilhaçou ferindo gravemente o Muradin, que perdeu a sua

memória e foi dado como morto por muitos anos. Utilizando-se da lâmina rúnica o

paladino conseguiu finalmente derrotar o seu adversário, Mal’Gannis. Embora a

espada tenha concedido a Arthas um poder inacreditável, ela roubou a sua alma

transformando-o no maior dos Cavaleiros da Morte do Lich Rei. Com sua alma

rompida e sua sanidade arrasada, Arthas comandou o Flagelo contra seu próprio

reino. No final, o príncipe acabou por assassinar seu pai e subjugou Lordaeron sob

o poderio do Lich Rei.

A primeira atitude do novo rei de Lordaeron foi reviver seu antigo corcel

Invencível para servir como sua montaria enquanto ele liderava os exércitos dos

mortos-vivos contra aqueles que se opunham ao seu reinado. A principal resistência

que o Cavaleiro da Morte enfrentou foram os Cavaleiros da Mão de Prata, e no fim

Arthas acabou por matar o seu antigo mentor Uther.

Arthas reanima seu corcel Invencível

97

A Corrupção da Nascente do Sol (Warcraft III – Reinado do Caos)

Embora tivesse derrotado todas as pessoas que agora via como inimigos,

Arthas ainda era assombrado pelo fantasma de Kel'Thuzad. O fantasma disse ao

Cavaleiro da Morte que ele precisava ser ressuscitado para a próxima fase do plano

do Lich Rei. Para ressuscitá-lo, Arthas precisava levar o corpo de Kel'Thuzad à

mística Nascente do Sol, escondida dentro do reino eterno dos elfos superiores,

Quel'Thalas.

Arthas liderou o Flagelo em uma invasão a Quel'Thalas e seus exércitos

fizeram cerco às fragilizadas defesas dos elfos. Sylvana Correventos, a Patrulheira

General de Luaprata, apresentou uma grande resistência às forças dos mortos-

vivos, mas eventualmente eles conseguiram cruzar pelos portões dos reinos e

atingir a cidade de Luaprata.

Sylvana Correventos

Mesmo com a resistência dos patrulheiros, eventualmente o Cavaleiro da

Morte erradicou o exército dos elfos superiores e abriu caminho até a Nascente do

Sol. Em uma demonstração cruel de seu domínio, ele ressuscitou o corpo de

Sylvana e a transformou em uma banshee, amaldiçoada e a servir na eternidade o

conquistador de Quel'Thalas.

98

Sylvana é transformada em uma banshee

No final, Arthas submergiu os restos mortais de Kel'Thuzad dentro das águas

sagradas da Nascente. Embora as potentes águas da Eternidade tenham sido

corrompidas por este ato, Kel'Thuzad reencarnou como um Lich. Ressuscitado como

um ser ainda mais poderoso, Kel'Thuzad explicou ao cavaleiro a próxima fase do

plano do Lich Rei. Quando Arthas e seu exército de mortos-vivos marcharam para o

sul, não havia quase nenhum elfo vivo em Quel'Thalas. A gloriosa pátria dos elfos

superiores que tinha existido por quase sete mil anos já não era mais nada.

Kel’Thuzad renascido como lich

A Destruição de Dalaran (Warcraft III – Reinado do Caos)

Uma vez que Kel'Thuzad estava novamente inteiro, ele precisava se

comunicar com o lorde demoníaco Arquimonde para saber o que fazer a seguir.

Para isso ele precisaria se utilizar de um portão demoníaco mantido pelos bruxos

orcs do clã Rocha Negra nas Montanhas Alterac. Arthas então conduziu o Flagelo

contra os orcs adoradores dos demônios e matou seus campeões, ganhando assim

acesso ao portão. Quando Kel’Thuzad entrou em contato com Arquimonde o eredar

99

lhe disse que ele precisaria do último Grimório de Medivh para invoca-lo. Daquele

ponto em diante, o próprio Corruptor comandaria a invasão final da Legião Ardente.

Jubei’Thos, Campeão dos Rocha Negra

O Grimório se encontrava na cidade de Dalaran e nem mesmo os habilidosos

feiticeiros do Kirin Tor poderiam impedir as forças de Arthas de rouba-lo. Os magos

estavam preparados para a chegada de Arthas e haviam conjurados auras para

destruir quaisquer mortos-vivos que entrassem nos limites da cidade, mas isso não

foi o suficiente para parar o Cavaleiro da Morte. Após matar os três arquimagos que

mantinham a aura Arthas derrotou Antonidas e então pegou o seu prêmio. Em

posse do Grimório de Medivh Kel'Thuzad tinha tudo que ele precisava para executar

seu feitiço.

Após dez mil anos, o poderoso Corruptor e seus demônios emergiram uma

vez mais no mundo de Azeroth. Mas Dalaran não era seu destino final. Sob as

ordens de Kil’Jaeden, que comandava a Legião desde a morte de Sargeras,

Arquimonde e seus asseclas seguiram para Kalimdor, com a intenção de destruir

Nordrassil, a Árvore do Mundo.

A Jornada para Kalimdor (Warcraft III – Reinado do Caos)

Ao mesmo tempo em que buscava convencer algum líder humano de que

eles precisavam rumar para o oeste, o Profeta também falou com o Chefe Guerreiro

da Horda e o alertou de que ele deveria fugir para Kalimdor, pois apenas lá sua

raça teria uma chance de sobreviver à invasão demoníaca iminente. Thrall ouviu ao

conselho do Profeta e reuniu toda a Horda para partirem, mas antes ele precisou

libertar seu amigo Grom que havia sido capturado pelos humanos. Após uma rápida

batalha o Chefe Guerreiro libertou o líder do clã Brado Guerreiro e juntos eles

roubaram alguns dos navios da Aliança e partiram em sua jornada rumo ao

desconhecido.

100

Conforme a Horda rumava para Kalimdor na sua frota de navios roubados,

eles foram assaltados pela intensa tempestade da Voragem, que separou a maior

parte da frota. Para prevenir que seus navios naufragassem Thrall ordenou que eles

atracassem em uma ilha próxima. Essa ilha era o lar dos trolls da tribo Lançanegra,

que até recentemente viviam uma existência relativamente pacifica. Após os orcs

fazerem contato com o líder da tribo, o sábio mandingueiro Sen’Jin, eles

descobriram que recentemente um grupo de humanos da marinha de Kul’Tiras

também havia se estabelecido na ilha. Quando os orcs estavam prestes a derrotar

os humanos, estranhas criaturas marinhas chamadas murlocs surgiram e

capturaram o que eles chamavam de “caminhantes da superfície” e os levaram

prisioneiros para uma catacumba aos pés do vulcão que ficava na parte norte da

ilha. As criaturas pretendiam sacrificar seus prisioneiros em nome de uma banshee

naga Bruxa do Mar chamada Zar’jira. Sob a liderança de Thrall os orcs conseguiram

fugir do cativeiro levando muitos dos trolls consigo, mas infelizmente eles não

puderam salvar o velho Sen’Jin.

Sen’Jin

Antes de morrer o mandingueiro revelou que os Loa lhe concederam a visão

de que Thrall conduziria seu povo para fora da ilha, então muitos dos guerreiros

Lançanegra se uniram à Horda em sua partida apressada. Pois naquele momento a

ilha entrava em colapso devido a um feitiço lançado pela Bruxa do Mar em vingança

contra aqueles que destruíram seu templo. O restante dos trolls se preparavam

para evacuar a ilha quando o filho de Sen’Jin, Vol’Jin, retornou para assumir a

liderança da tribo. Vol’Jin havia sido mandado por seu pai em uma jornada

espiritual na qual ele foi julgado e abençoado pelos Loa, transformando-se em um

Caçador Sombrio.

101

Vol’Jin

Semanas depois Thrall e suas forças finalmente chegaram às costas

de Kalimdor, onde poderiam se reencontrar com o restante da Horda. Enquanto

procuravam por Grom e seu clã, os orcs acabaram se envolvendo em um antigo

conflito entre dois povos nômades da região: os pacíficos taurens e os bárbaros

centauros. Thrall decidiu ajudar o velho líder dos taurens, Caerne Casco Sangrento,

a chegar em segurança ao destino para onde ele conduzia sua tribo, as tranquilas

planícies de Mulgore. Depois de escoltar a caravana de seus novos aliados até seu

destino, os orcs aprenderam sobre um oraculo que poderia lhes dizer algo a

respeito de seu futuro.

Caerne Casco Sangrento

102

Pouco tempo depois Thrall e seu grupo finalmente encontraram o clã Brado

Guerreiro, apenas para descobrir que eles estavam sendo atacados pelos humanos.

Os humanos haviam chego a Kalimdor antes da Horda, sob o comando de Jaina, e

não estavam interessados em confronto com os orcs até serem atacados por Grom

e suas forças. Depois da batalha Thrall ordenou ao seu velho amigo que deixasse os

humanos em paz, mas o retorno dos demônios despertou novamente a sede de

sangue que havia se enfraquecido após a derrota da Horda ao término da Segunda

Guerra, fazendo com que Grom desobedecesse à ordem.

Após o conflito com os humanos Thrall e Grom se separaram mais uma vez.

Enquanto o Chefe Guerreiro foi atrás do Oráculo com a ajuda de Caerne e seus

taurens, o clã Brado Guerreiro ficou responsável por coletar a madeira necessária

para que a Horda estabelecesse suas bases. Grito Infernal estabeleceu um posto ao

norte, no Vale Gris, onde ele contratou alguns retalhadores goblínicos para

completar a operação. Conforme o clã de Grom coletava a madeira de que

precisariam, eles acabaram entrando em conflito com as forças das Sentinelas que

guardavam a região desde os tempos antigos. Eventualmente o próprio semi-deus

Cenarius apareceu para proteger a floresta, sentindo a corrupção demoníaca que

corria nas veias dos orcs. Buscando recuperar o controle sobre seus antigos servos,

o Lorde Abissal Mannoroth derramou seu sangue corrupto em uma fonte d’agua. Os

xamãs dos orcs sentiram a presença da fonte e comunicaram Grom a respeito, que

rapidamente decidiu busca-la para obter o poder necessário para derrotar Cenarius.

Quando os orcs beberam pela segunda vez o sangue de Mannoroth eles se

transformaram completamente em demônios, sua pele se tornou vermelha e

espinhos cresceram em seus corpos e eles cederam completamente à sede de

sangue, se entregando de corpo e alma à Legião. Armados de seu novo poder, os

orcs foram capazes de derrotar as forças dos elfos noturnos e até mesmo matar o

semi-deus que se opunha a eles.

Grom e seu clã devastam o Vale Gris

103

Enquanto Grom combatia as Sentinelas no Vale Gris, Thrall e Caerne

enfrentavam os humanos que também estavam atrás do tal oraculo. As forças da

Horda acabaram conseguindo abrir caminho por entre os humanos que haviam

chego na frente e então se aventuraram pelas cavernas das Montanhas Garras de

Pedra, onde encontrariam quem procuravam. Após enfrentarem um série de

perigos, Thrall e Caerne finalmente chegaram ao oraculo, apenas para encontrar lá

a Jaina e seus seguidores. A Horda e a Aliança imediatamente começaram a se

enfrentar, mas tão logo o combate começou o oraculo apareceu para termina-lo. O

oraculo era na verdade o Profeta misterioso que havia conduzido tanto Thrall

quanto Jaina para Kalimdor, e ele lhes disse que Lordaeron já havia sucumbido

perante o poder da Legião e que eles teriam que trabalhar juntos se quisessem ter

alguma chance de sobrevivência.

Depois que a Horda e Aliança concordaram em trabalhar juntos, o Profeta

revelou ao Thrall o que havia acontecido com Grom, e que ele seria necessário para

acabar com o poder dos demônios sobre os orcs. Para resolver este problema Jaina

criou uma pedra da alma capaz de aprisionar o Grito Infernal e então a entregou ao

Chefe Guerreiro para que ele trouxesse seu amigo de volta. Com a ajuda de

Caerne, Thrall derrotou seu amigo e o aprisionou na pedra para leva-lo até o

acampamento ao acampamento onde eles poderiam reverter o estado dele por ter

bebido do sangue de Mannoroth pela segunda vez. Depois de voltar ao normal

Grom pediu desculpas ao Thrall, pois ele havia bebido voluntariamente o sangue

como havia feito no passado, trazendo a maldição para si e seu povo. Apesar de

furioso com a revelação, o Chefe Guerreiro não quis saber das desculpas do Grito

Infernal, afirmando que eles precisavam terminar com a corrupção de uma vez por

todas. Thrall e Grom seguiram então sozinhos até o desfiladeiro onde Mannoroth

estava, e em uma rápida batalha o Grito Infernal conseguiu destruir o Lorde

Abissal, livrando assim os orcs da corrupção causada por seu sangue. Mas a vitória

não veio sem um preço, pois o líder do clã Brado Guerreiro acabou perecendo com

a explosão resultante da morte de um demônio tão poderoso.

Grommash desfere seu último golpe

O fim da Longa Vigília (Warcraft III – Reinado do Caos)

Enquanto o Profeta trabalhava para convencer a Horda e a Aliança da

necessidade de cooperação, os elfos noturnos combateram a Legião com seus

104

próprios métodos elusivos. Tyrande e as Sentinelas lutavam desesperadamente

para impedir que os demônios e mortos-vivos infestassem as florestas do Vale Gris.

Rapidamente a sacerdotisa percebeu que ela precisava de ajuda, então decidiu

despertar os druidas de seu sono milenar. Para isso ela precisou obter o lendário

Chifre de Cenarius que estava guardado na Clareira da Lua sob a proteção dos

Guardiões. Depois de abrir caminho através de um posto dos orcs, a sacerdotisa

obteve o artefato e então o utilizou para despertar seu antigo amor Malfurion. Com

a ajuda do Arquedruida, a própria natureza se voltou contra os invasores forçou a

Legião e os seus aliados do Flagelo a recuarem.

Malfurion desperta

Depois de desperto, Malfurion procurou despertar o restante dos druidas que

ainda estavam hibernando no Sonho Esmeralda. Durante o processo Tyrande achou

a antiga prisão subterrânea na qual o Arquedruida tinha aprisionado seu irmão

Illidan. Convencida que o Traidor os ajudaria contra a Legião, a sacerdotisa o

libertou. O recém liberto Illidan almejava se redimir por seus erros, então quando

Arthas lhe contou a respeito da caveira do poderoso bruxo orc Gul’Dan que estava

em posse da Legião, o Caçador de Demônios decidiu rouba-la para si. Ao consumir

as energias do artefato, o elfo noturno se transformou, tornando-se um demônio de

imenso poder. Com suas novas habilidades Illidan facilmente derrotou um dos

lideres da Legião Ardente, o Senhor do Medo Taecondrius. Mas a sua vitória não foi

obtida sem um preço, ao ver no que seu irmão havia se tornado Malfurion achou

que ele mais uma vez havia trocado a sua alma por mais poder e o baniu das terras

dos elfos.

105

Illidan se transforma em um demônio

A Batalha do Monte Hyjal (Warcraft III – Reinado do Caos)

Os elfos noturnos se superaram lutando com muita determinação contra a

sinistra Legião Ardente. A Legião nunca tinha deixado de desejar a Nascente da

Eternidade, que agora sustentava Nordrassil e o coração do reino dos Kaldoreis. Se

o ataque planejado contra a Árvore do Mundo tivesse êxito, os demônios

literalmente acabariam com Azeroth.

Ainda insistindo na unificação das raças mortais, o Profeta reuniu os seus

líderes e lhes revelou a sua verdadeira identidade: Medivh. O Último Guardião havia

retornado do além para impedir a Legião e se redimir por seus erros no passado.

Apesar de Tyrande se mostrar relutante em trabalhar com os forasteiros,

especialmente os orcs que haviam matado Cenarius, Malfurion acabou concordando

que eles precisariam se unir se quisessem impedir os demônios.

Unificadas por um propósito, as raças de Azeroth trabalharam para

fortalecer as energias da Árvore do Mundo até seu máximo. Fortalecido pelo próprio

poder do mundo, Malfurion teve sucesso em soltar a fúria primitiva de Nordrassil,

destruindo Arquimonde e cortando assim o cordão que ligava a Legião à Nascente

da Eternidade. A batalha final estremeceu o continente de Kalimdor e suas raízes.

Incapaz de drenar o poder da Nascente, a Legião Ardente foi aniquilada debaixo do

poder combinado dos exércitos mortais.

106

Arquimonde é destruído

107

Capítulo 8 – As Trevas se Confrontam

A Ascenção do Traidor (Warcraft III – O Trono Congelado)

Enlouquecido por seu poder e livre para vagar no mundo mais uma vez,

Illidan resolveu achar seu próprio lugar no grande esquema das coisas. Até que,

após a derrota da Legião, Kil’Jaeden veio a ele e lhe fez uma proposta que ele não

pode recusar. O Impostor estava enfurecido com a morte de seu irmão no Monte

Hyjal, mas ele tinha preocupações maiores do que sua vingança. Sua criação, o

Lich Rei, havia se tornado muito poderoso e escapado de seu controle, então

Kil’Jaeden ordenou que Illidan destruísse Ner’Zhul e o seu Flagelo dos Mortos-Vivos.

Em troca o elfo receberia um poder incomensurável e um verdadeiro lugar entre os

senhores restantes da Legião Ardente.

Illidan em posse da Caveira de Gul’Dan

Illidan ganhou mais do que apenas poder ao adquirir a caveira de Gul’Dan,

ele também teve acesso as memorias do bruxo, e através disso descobriu a

localização da Tumba de Sargeras. Ele então bolou um plano para destruir o Trono

Congelado, mas para isso ele precisaria de ajuda. Ele decidiu chamar alguns

antigos aliados, os Altaneiros. Ele atraiu algumas nagas a superfície, e lideradas

pela feiticeira Vashj, elas concordaram em lhe ajudar a chegar nas Ilhas

Quebradas, o arquipélago que havia sido erguido do fundo do oceano por Gul’Dan

onde se encontrava a Tumba de Sargeras.

108

Myrmidom Bruxa do mar

No encalço de Illidan e das nagas corria sua carcereira, Maiev Cantonegro.

Ela mantivera Illidan preso durante dez mil anos, e se regozijava com a perspectiva

de recapturá-lo. Illidan, contudo, superou todos os obstáculos impostos por Maiev e

suas Vigilantes e obteve o Olho de Sargeras. Mas para o Traidor alcançar seu

objetivo não bastaria o artefato, ele precisaria ir até a antiga cidade dos magos,

Dalaran, então ele partiu para os Reinos do Leste. Quando souberam da noticia, o

irmão de Illidan, Malfurion, e a sacerdotisa Tyrande uniram-se a Maiev em sua

perseguição pelo Caçador de Demônios.

Quando chegaram às antigas terras de Lordaeron, Malfurion e as suas duas

companheiras se separaram. O Arquedruida ficou para trás para tentar entender o

que estava acontecendo naquela terra que havia sido devastada pela praga dos

mortos-vivos enquanto Maiev e Tyrande avançavam no rastro de sua presa. As

duas elfas acabaram se deparando com o último membro da dinastia Andassol, o

príncipe Kael’Thas, líder dos elfos superiores sobreviventes que agora se chamavam

Sin’dorei (“elfos sangrentos” em thalassiano) em homenagem aos seus mortos. As

elfas noturnas prometeram ajudar o príncipe a escoltar uma caravana de seu povo

através de hordas do flagelo até a segurança do outro lado do rio Arevass. Quando

estavam quase atingindo seu objetivo eles sofreram um ataque massivo. Tyrande

tentou atrasar os mortos-vivos tempo o bastante para o restante do grupo fazer a

travessia em segurança, mas a ponte que eles estavam usando acabou cedendo

levando a sacerdotisa correnteza abaixo.

Príncipe Kael’Thas Andassol

109

Uma vez em Dalaran Illidan utilizou as poderosas linhas de meridiano da

cidade para fortalecer o seu feitiço de proporções devastadoras contra a Cidadela

da Coroa de Gelo na distante Nortúndria. O ataque conseguiu romper não só as

defesas do Lich Rei, mas a própria abóbada celeste. Porém, o feitiço foi

interrompido no último instante, quando a carcereira destruiu o Olho de Sargeras.

Malfurion, que havia sido levado por Maiev a acreditar que sua amada havia sido

morta na perseguição de seu irmão, estava pronto para condena-lo a morte desta

vez, mas o príncipe dos elfos sangrentos o deteve e revelou a verdade sobre o

destino de Tyrande. Ao saber do que havia acontecido com a sacerdotisa, Illidan se

ofereceu para ajudar a resgata-la, e mesmo contra os protestos de Maiev, seu

irmão aceitou a proposta.

Enquanto Malfurion e suas forças seguravam as hordas de mortos-vivos,

Illidan e as nagas vasculharam o rio Arevass atrás do paradeiro de Tyrande. Poucas

horas depois o traidor conseguiu resgatar a sacerdotisa e leva-la novamente para

os braços de seu amado. Depois disso os irmãos Tempesfúria resolveram as suas

diferenças, mas o Arquedruida disse que jamais poderia perdoar o Traidor pelas

atrocidades que ele havia cometido e aceita-lo novamente na sociedade dos elfos

noturnos. Ciente de que seu fracasso em destruir o Trono Congelado incorreria no

desagrado de Kil’Jaeden, Illidan fugiu para a dimensão agreste conhecida como

Terralém, as sombras de Draenor, o antigo lar dos orcs. Ele planejava evitar,

assim, a ira do lorde demônio, ganhando tempo para planejar seu próximo passo.

Depois disso Malfurion e Tyrande regressaram ao lar, a floresta do Vale Gris, para

zelar por seu povo. Maiev, contudo, não desistiu tão facilmente e seguiu Illidan até

Terralém, decidida a fazer sua própria justiça.

O Tormento dos Elfos Sangrentos (Warcraft III – O Trono Congelado)

A esta altura, o Flagelo já havia transformado Lordaeron e Quel’Thalas nas

Terras Pestilentas. Restavam apenas alguns poucos grupos de resistência da

Aliança. Um destes grupos era o do príncipe Kael’Thas. Kael, ele próprio um mago

poderoso, estava cansado das constantes derrotas da Aliança. Os elfos

empunhavam suas espadas contra o Flagelo, mas sofriam com a perda da Nascente

do Sol, que lhes supria sua energia. As forças da Aliança eram comandadas pelo

Grande Marechal Garithos, um humano preconceituoso que deixou os elfos a sua

própria sorte. Desesperado para encontrar uma cura para a dependência mágica de

seu povo, Kael fez o impensável: ele se voltou para seus ancestrais Altaneiros e se

juntou às nagas na esperança de encontrar uma nova fonte de poder mágico para

alimentar seu povo. Garithos condenou os elfos sangrentos pela traição e os exilou

da Aliança em definitivo.

Sem ter para onde ir, Kael e os elfos sangrentos seguiram Lady Vashj até

Terralém para ajudar na disputa contra Maiev, que conseguira recapturar Illidan.

Com o poder combinado das forças das nagas e dos elfos sangrentos, foi possível

derrotar os elfos noturnos e libertar o Caçador de Demônios de suas garras. Uma

vez mais no comando de suas tropas, Illidan buscou nada menos do que a

conquista de toda a Terralém.

110

Lady Vashj

Desde a explosão de Draenor anos atrás, o Lorde Abissal Magtheridon

reclamou domínio sobre o que restara da terra, corrompendo os orcs

remanescentes com o seu sangue e perseguindo os poucos draeneis que

sobreviveram e agora viviam como nômades tribais. Esses sobreviventes foram

transformados pelo excesso das energias demoníacas que contaminavam Terralém,

torando-se parias conhecidos como Quebrados. Illidan salvou uma destas tribos dos

quebrados de um ataque dos orcs corrompidos, e em troca o seu líder, Akama,

jurou a lealdade de seu povo ao Traidor.

Akama

111

Com o apoio das nagas, elfos sangrentos e draeneis o Caçador de Demônios

conseguiu selar os portais que haviam sido abertos por Ner’zhul e que agora

serviam como porta de entrada para os reforços demoníacos de Magtheridon. Sem

seus reforços, o Lorde Abissal foi facilmente derrotado pelas forças de Illidan, que

após aprisionar o demônio se auto proclamou Lorde de Terralém. Mas tão logo

Illidan conquistou os resquícios de Draenor o senhor da Legião Ardente veio até ele

disposto a lhe dar uma segunda chance, contanto que ele cumprisse o seu objetivo.

Com base em Terralém, Illidan então reuniu suas forças para um segundo ataque

contra o Lich Rei e sua fortaleza da Coroa de Gelo.

Magtheridon é aprisionado

Guerra Civil nas Terras Pestilentas (Warcraft III – O Trono Congelado)

Ner'zhul sabia que não lhe restava muito tempo. Aprisionado no Trono

Congelado, ele suspeitou de que Kil’Jaeden enviaria seus agentes para destruí-lo. O

dano causado pelo feitiço de Illidan avariara a sua prisão de gelo e agora ele

perdia, aos poucos, seu enorme poder. Desesperado para se salvar, ele chamou a

seu lado o mais poderoso de seus Cavaleiros da Morte, Arthas Menethil.

Embora debilitado pelo enfraquecimento do Lich Rei, Arthas empunhava sua

lâmina rúnica na guerra civil que se passava em Lordaeron. Metade dos mortos-

vivos estavam sob a liderança dos Senhores do Medo que se aproveitaram da

situação para recuperar o controle de parte do Flagelo para a Legião Ardente. Em

meio ao caos gerado pela guerra, a banshee Sylvana Correventos, agora livre da

vontade de ferro de Ner’zhul, viu a oportunidade de obter a sua vingança. Com a

ajuda de outros mortos-vivos que também haviam sido libertados a elfa tentou

matar Arthas quando ele estava mais vulnerável, mas o lich Kel’Thuzad frustrou o

ataque e forçou os rebeldes a fugirem. Depois disto o Cavaleiro da Morte seguiu

para Nortúndria e deixou o lich no comando de suas forças nas Terras Pestilentas.

112

Patrulheira Sombria Sylvana Correventos

Não se passou muito tempo até que os Senhores do Medo viessem até

Sylvana lhe propor uma parceria, mas ela lhes respondeu que acabara de se

libertar e não tinha interesse em se tornar uma serva novamente. Contrariados, os

Senhores do Medo juraram acabar com a elfa e seu grupo de mortos-vivos livres.

No entanto a Patrulheira Sombria saiu vitoriosa, e após encurralar o primeiro dos

demônios, Varimathras, ele se ofereceu para servir a banshee em sua contenda

contra seus irmãos. Com a ajuda de seu novo servo, Sylvana e seu grupo de

mortos-vivos pode derrotar o próximo Senhor do Medo, Detheroc. Detheroc em vez

de exterminar o que restava da resistência humana, havia usado seus poderes

telepáticos para escravizar as suas mentes, controlando o Grande Marechal

Garithos e utilizando-se de suas forças para criar as suas defesas.

113

Varimathras

Após a destruição de Detheroc, Garithos aliou-se a Sylvana no confronto

contra o ultimo dos Senhores do Medo, com a promessa de que após obter sua

vingança ela devolveria aquelas terras aos humanos. Após derrotar as forças

adversarias a elfa ordenou que Varimathras matasse seu assim chamado irmão,

Balnazzar, e apesar de relutante o demônio cumpriu a ordem. Uma vez que o

inimigo em comum estava morto, Garithos exigiu que os mortos-vivos partissem

daquelas terras imediatamente, mas Sylvana tinha outros planos. A elfa matou o

Grande Marechal e ordenou o extermínio dos humanos restantes, proclamando para

si aquelas terras.

Por fim, Sylvana e os mortos-vivos rebeldes se autodenominaram de

Renegados. Eles reclamaram para si a capital arruinada de Lordaeron onde

construíram seu bastião sob os escombros da cidade e juraram derrotar o Flagelo e

expulsar Kel'Thuzad e seus lacaios das Terras Pestilentas.

Cidade Baixa

114

O Lich Rei Triunfante

(Warcraft III – O Trono Congelado)

Enfraquecido, mas determinado a salvar seu mestre, Arthas chegou a

Nortúndria, onde o esperavam Illidan e seus aliados. O Cavaleiro da Morte contou

com a ajuda do antigo rei dos nerubianos, Anub’Arak, que fora morto anos antes

durante a guerra das aranhas e revivido como um servo do Lich Rei. Juntos, Arthas

e Anub’Arak confrontaram o dragão azul Sapphiron, e mesmo com seus poderes

reduzidos o rei de Lordaeron conseguiu reanimar a grande fera para lhe servir na

pós-vida. Após o primeiro confronto contra as forças dos elfos sangrentos de

Kael’Thas, Arthas conclui que jamais chegariam ao Lich Rei a tempo de protege-lo

de seus adversários, então Anub’Arak sugeriu que eles utilizassem os tuneis do

antigo império dos nerubianos.

Arthas reanima Sapphiron

Uma vez dentro dos tuneis, Arthas e seus aliados nerubianos se

confrontaram com os anões remanescentes da expedição de Muradin que haviam

se refugiado naqueles tuneis. Agora liderados por Baelgun, os anões juraram

proteger as câmaras mais profundas, pois em seu desespero os nerubianos haviam

escavado fundo demais durante a guerra das aranhas e libertado monstruosidades

incompreensíveis. Arthas ignorou os avisos do anão, e após mata-lo prosseguiu seu

caminho. Ainda haviam nerubianos vivos que sobreviveram a guerra contra o

Flagelo, mas o Cavaleiro da Morte e o antigo rei de Azjol-Nerub facilmente os

derrotaram. Nas profundezas do reino subterrâneo, Arthas e Anub’Arak se

depararam com lacaio dos Deuses Antigos que haviam sido aprisionados pelos Titãs

nos confins da terra e seus servos Sem Rosto.

115

Sem Rosto

Os vassalos de Ner’zhul saíram vitoriosos dos tuneis de Azjol-Nerub

diretamente na Geleira de Coroa de Gelo, agora sitiada por Illidan e suas forças.

Uma batalha acirrada se sucedeu pelo domínio dos quatro obeliscos mágicos que

possibilitavam o acesso ao pico da Coroa de Gelo onde o Trono Congelado residia.

O conflito culminou em um confronto direto entre os dois líderes.

Arthas e Illidan se enfrentam

Mesmo enfraquecido como estava, Arthas derrotou Illidan e chegou ao Trono

Congelado primeiro. Com sua lâmina rúnica, Gélido Lamento, o Cavaleiro da Morte

estilhaçou a prisão de gelo, libertando o elmo e a armadura encantados de

Ner’zhul. O príncipe coroou-se com o Elmo da Dominação e se tornou um só com o

Lich Rei. Os espíritos de Arthas e de Ner'zhul se fundiram em um único e poderoso

ser, como o orc planejara desde o princípio. Illidan e suas tropas foram forçados a

fugir para Terralém, enquanto Arthas se tornava uma das entidades mais

poderosas que o mundo jamais vira.

116

Arthas e Ner’Zhul se fundem