CST Mastery | Newsletter de Maio 2020

Um recurso de Aprendizagem online para terapeutas de CST e SER do Upledger

"Nunca deve confundir a fé que prevalecerá até ao final – que nunca pode permitir perder – com a disciplina de enfrentar os factos mais brutais da sua

realidade actual, sejam eles quais forem."

- Vice-Almirante James B. Stockdale

Adversidade, Ilustração: Gianni Di Conno

Caros terapeutas resistentes,

Faz agora um mês e meio que a maioria de nós fechou os consultórios. Não tínhamos ideia do que estava à nossa frente. Os media mostraram-nos o melhor e o pior, e testemunhamos verdades e incertezas profundas. Como terapeutas, a nossa experiência com trauma oferece-nos uma compreensão única de como essas dificuldades afectam os outros e a nós mesmos. O profundo impacto mundial do Covid-19, pode ser esmagador para as nossas mentes e corações mortais. Alguns de nós sentimos isso de longe e alguns de nós vivemos essa dificuldade dia a dia, pois o desafio está à nossa frente. O último vídeo de CST Master, CST e a Pandemia, compartilhou essas histórias.

Tanto a nível pessoal como colectivamente, estamos a viver um momento de extrema dificuldade na história mundial. É estranho pensarmos ser parte deste momento histórico crucial. No entanto, não é a primeira vez que nós humanos tivemos de enfrentar dificuldades. O que podemos aprender com o passado e a sabedoria compartilhada que continua a ressoar?

Fiquei profundamente comovida ao ouvir a história do Vice-Almirante James Stockdale. Durante oito anos, ele esteve no infame campo de prisioneiros de guerra 'Hanoi Hilton', durante a Guerra do Vietnam. Era o oficial do mais alto escalão determinado a continuar a liderar os seus homens que também estavam cativos. Ele suportou ser torturado inúmeras vezes. Anos após o seu retorno, foi convidado a descrever a filosofia que o havia mantido vivo. A qual é conhecida como o Paradoxo de Stockdale.

O Paradoxo de Stockdale concilia realismo com optimismo. Essa dualidade é essencial.

"Nunca deve confundir a fé que prevalecerá até ao final – que nunca pode permitir perder – com a disciplina de enfrentar os factos mais brutais da sua

realidade actual, sejam eles quais forem."

- Vice-Almirante James B. Stockdale

Jim Collins, autor de Good to Great, tem dois comentários valiosos sobre esse paradoxo.

Stockdale Paradox, an Overview, 3 min. por Jim Collins

A Message for Uncertain Times, 6 min. comentário para a nossa situação actual

Outra pessoa que enfrentou dificuldades inacreditáveis foi Viktor Frankl, um sobrevivente de Auschwitz. Ele escreveu uma nota final no seu famoso livro, Man's Search for Meaning (O Homem em busca de um sentido), apresentando a teoria do optimismo trágico. Traz à luz a importância de encontrar sentido na vida, apesar das dificuldades e tragédias que possam ser vividas.

"As forças além do seu controle podem levar tudo o que possua excepto uma coisa, a sua liberdade de escolher como irá responder à situação."

- Viktor E. Frankl

Eva Eger, outra sobrevivente do holocausto, escreveu um relato profundo da sua vida, incluindo o seu tempo num campo de concentração e a sua vida adulta posterior, oferecendo a sua sabedoria em gerir, adaptar e prosperar. O seu livro, The Choice, pode ser difícil de ler, mas as suas citações são memoráveis. Ela desafia os seus leitores a reavaliar o perdão, a aceitação e os pensamentos aos quais se apegam.

"Não sabemos para onde vamos, nós não sabemos o que vai acontecer, mas ninguém lhe pode tirar o que coloca na sua própria mente."

- Edith Eger, The Choice: Embrace the Possible

Outra mulher inspiradora é Helen Keller. Quando criança, com a dedicação da sua professora Anne Sullivan, o mundo de Helen Keller transformou-se ao aprender a comunicar e relacionar-se com o mundo.

"Embora o mundo esteja cheio de sofrimento, também está cheio de superação."

- Helen Keller

Como é que tudo isto se relaciona com a nossa situação? Antes de mais, é muito esmagador. Para mim, coloca estes tempos em perspectiva. Compreensivelmente, cada um de nós tem uma relação única com esta experiência pandêmica, para a maioria de nós não se trata de uma guerra ou devastação total, mas sentimos uma perda intrínseca, tanto das pessoas como no modo em que a nossa sociedade está a mudar. É essencial que façamos uma avaliação real e honesta do que realmente está a acontecer connosco. Também entendemos os gatilhos ancestrais do trauma, por isso é importante reflectir e não confundir qual é a nossa realidade pessoal actual, com os nossos sentimentos e memórias da nossa história familiar e cultural.

Temos que enfrentar e aceitar as nossas próprias questões de segurança, saúde, economia e relações familiares. O primeiro passo corajoso é criar um inventário do que realmente está a acontecer e que nos afecta directamente. Depois com dinamismo e estimulando a imaginação, visualizar as possibilidades futuras. Para colocar isso em acção, será preciso pensar, planejar e ficar atento à realidade. Ao fazê-lo, convido a conectar-se com o seu coração, a sua integridade e o seu sentido de valor e propósito, para si e para o bem maior.

Fique bem, seguro e permaneça presente, também por isto irá mudar.

Referências:

Stockdale Paradox Confronting Reality

Victor Frankl Tragic Optimism Summary

Tragic Optimism

Edith Eger Responds to Covid 19

Edith Eger The Choice Quotes

Helen Keller Biography

"A flor que desabrocha na adversidade é a mais rara e bela de todas."

- O imperador, Mulan, Produções da Disney

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O poder da visualização, Abril 2020

Ser o olho da tempestade, Março 2020

Fazer a diferença, Fevereiro 2020

ARTE do TOQUE – Tutoria Mensal:

Palpação em camadas

Independentemente dos nossos olhos se encontrarem abertos ou fechados, a nossa percepção oferece-nos o entendimento do toque numa sessão.

Se o seu foco estiver na anatomia durante o tratamento, estará ciente dos detalhes da fisiologia que aprendeu. Como a CST vem da Osteopatia Craniana, a nossa base é a anatomia. Quando combinamos o nosso toque suave com o nosso conhecimento acadêmico, o tratamento torna-se mais valioso. Às vezes, a minha percepção é táctil, é uma sensação. Outras vezes, a minha percepção é mais visual e eu enquadro-a com a anatomia que conheço. A seu tempo, as minhas sensações tácteis fundem-se com a representação visual da anatomia, o que torna o tratamento mais abrangente e oferece uma perspectiva tridimensional.

Compreender as camadas do corpo é um excelente exercício que podemos fazer em nós mesmos enquanto esperamos retomar o nosso trabalho.

Aqui estão dois exercícios:

Vamos perceber o nosso toque camada por camada. Cada camada pode gerar a sua própria natureza táctil e imagem visual. Se o seu conhecimento for mais microscópico, poderá adicionar mais camadas. Esteja ciente de uma sensação de profundidade ao se aprofundar no corpo. Siga comigo: Descanse as mãos levemente nas suas coxas. Sinta a roupa, leve a sua consciência abaixo da roupa para sentir a pele. Qual é a sua percepção da fáscia? Em seguida, passe pela camada fascial até ao tecido adiposo; depois para a massa muscular. Passe pelo volume muscular até os ossos. Depois, lentamente inverta a sequência.

Agora, façamos isto com a cabeça. Siga comigo: Se quiser pode usar uma imagem de anatomia de algum dos seus livros ou manuais de estudo.

Coloque as mãos na cabeça, sobre a área dos parietais, com as pontas dos dedos na sutura sagital. Vamos perceber camada por camada. Cabelo, pele, fáscia, músculo, ossos do crânio. A sutura sagital parece diferente dos ossos parietais? Concentre-se sob os ossos parietais. Perceba a camada dural externa, camada dural interna, aracnóide, camada subaracnóide, pia-máter e cérebro.

O seu desafio neste exercício é seguir a região da sutura sagital. Eu recomendo que consulte o capítulo sobre o sistema hidráulico semi-fechado sacro craniano do seu manual de estudo CST1.

ARTE DO DIÁLOGO – Tutoria Mensal:

Cell Talk

Seguindo o exemplo acima, se continuarmos a explorar a palpação em camadas ao nível celular, encontraremos-nos realmente a falar com as células. No entanto, a magia de usar a técnica do Cell Talk é que o terapeuta não precisa de conhecer toda a anatomia. Um sentido de curiosidade a um nível microscópico leva-o a dialogar da maneira correta. Aqueles que tenham feito a formação O Cérebro Fala ou aulas sobre o Sistema Imunológico foram apresentados ao Cell Talk.

Para maior clareza, o Cell Talk não trata de dialogar sobre emoções ou história. Essas são outras técnicas de diálogo do SER. Falar com as células explora a fisiologia. Convidar o seu cliente a descrever os detalhes anatômicos da sua área de preocupação. Eventualmente, pedir ao cliente para descrever a um nível mais profundo. Perguntando: "Como se estivesse a observar por um microscópio, o que vê?"

A técnica começa colocando as suas mãos sobre a área de dor do cliente, conectando-se e fundindo-se. Em seguida, peça ao seu cliente para descrever essa área. Geralmente fazem-no numa linguagem descritiva ou como se fosse um objecto, uma comida, um tecido, etc. Prossiga com o diálogo, seguindo a área anatomicamente e o que lhe interessar clinicamente. Pode perguntar sobre a forma, ligações e/ou textura. Também pode explorar, através do diálogo, se há inflamação, perguntando sobre calor, inchaço e/ou cor. Seguir o comprimento ou a circunferência dessa área, oferece mais informações.

Seguindo a anatomia, muitas vezes pode descobrir o motivo pelo qual o problema ocorreu. Depois, com o diálogo, pergunte às células como elas podem se auto-corrigir e, em seguida, apoie as células e os tecidos na cura dessa área.

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