Um Relance - Fanfic O&P

download Um Relance - Fanfic O&P

of 24

Transcript of Um Relance - Fanfic O&P

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    1/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    UM RELANCE By: Alicia

    Um estranho incidente aproxima Darcy e Elizabeth de uma forma misteriosa

    Primeira parte

    Aps se desfazer de seu agasalho ao entrar em Netherfield, Elizabeth cruzou o foyer e entrou na filaao p da grande escadaria, aguardando para ser recebida pelos anfitries. Ela j perscrutava amultido procura do Mr. Wickham. Repentinamente ela sentiu algum prximo s suas costas,muito prximo. Uma presena imponente. Sentiu, ento, o toque extremamente familiar, gentil,porm firme, de uma mo em seu brao enquanto uma voz murmurava em seu ouvido, Voc noesperou por mim, meu amor.

    Elizabeth se virou subitamente, se desvencilhando da mo em seu brao, e fixou o olhar nos olhosdo Mr. Darcy, Perdo, senhor, ela disse incrdula.

    Voc deixou nosso quarto sem esperar por mim.

    Ela o encarou, sem acreditar. Nosso quarto?

    O que voc tem, Elizabeth?

    Ela o fitou com uma perplexidade no disfarada e sua raiva se tornou aparente em sua expresso, acor subindo-lhe ao rosto. Peo, senhor, que no se dirija a mim de maneira to informal.

    Ele a olhou surpreso e disse com um sorriso, Ouso dizer que ningum me ouviu, Mrs. Darcy.

    Os olhos de Elizabeth se arregalaram e ela se afastou dele, esbarrando em seu pai. Sentiu-se aliviadaquando este se voltou para ela e ela lanou um olhar desafiador ao Mr. Darcy. Seu assombro ia almde qualquer expresso quando o Mr. Bennet estendeu a mo efusivamente ao Mr. Darcy e o saudouafetuosamente. Ah, a est voc, filho. E como est tratando a minha Lizzy?

    Espero que muito bem, senhor.

    Nesse momento, a Mrs. Bennet surgiu e disse, claro que ele a est tratando bem. Acha que elano teria tudo do melhor? Olhe s para o vestido dela, da ltima moda e da mais alta qualidade deseda. Lizzy percebia agora que no estava usando o mesmo vestido com que se vestira para a

    ocasio. Usava um muito mais fino. Alm disso, havia uma aliana em seu dedo anelar da moesquerda. Teria olhado fixamente para a joia, com espanto, por muito mais tempo se no tivessetestemunhado sua me bajulando o Mr. Darcy, insistindo que ele a beijassepedido ao qual eleatendeu prontamente. Todas as suas irms, at Jane, o cumprimentaram com igual familiaridade e achamaram de Mrs. Darcy. At o Mr. Collins emergiu por trs de suas primas para curvar-se emreverncia diante do Mr. e da Mrs. Darcy.

    Antes que ele completasse seu longo discurso referente eminncia da pessoa do Mr. Darcy, osBennets chegaram nos Bingleys e nos Hursts na fila de cumprimentos. Foram todos saudados eElizabeth ficou apenas um pouco menos surpresa do que ficara com o espetculo de momentosantes quando a Miss. Bingley fez uma mesura e murmurou, Mrs. Darcy. Este ttulo foi repetidopela Mrs. Hurst, pelo Mr. Hurst e pelo Mr. Bingley. Elizabeth queria simplesmente escapar destetemerosamente estranho momento e fez meno de caminhar para o salo de baile; mas foiinterceptada por uma mo em sua cintura. O Mr. Darcy estava a seu lado, oferecendo-lhe seu brao.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    2/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Percebendo que sua prpria famlia parecia estar agindo de acordo com o mesmo mal-entendido queo cavalheiroconsiderando-a casada com elee que ela precisaria encontrar algum aliado que notivesse sucumbido quela insanidade, ela aceitou seu brao e meramente sorriu enquanto procuravasua amiga, a sempre sensata Charlotte.

    Elizabeth caminhou atordoada pelo salo, continuamente surpreendida pelo fato de que todos os

    seus amigos e vizinhos a saudavam como Mrs. Darcy. Aps um momento, o Mr. Darcy se inclinoupara ela e disse, Ali est sua amiga, a Miss. Lucas.

    Eles logo se aproximaram de Charlotte e aps a troca de cumprimentos Elizabeth olhou para Darcye disse, Poderia me fazer a gentileza de me trazer uma taa de vinho?

    Ele aquiesceu imediatamente e assim que ele se foi Elizabeth olhou para Charlotte, esperando queela compreendesse o que havia acontecido. Mas Charlotte disse, Voc est com uma timaaparncia, Lizzy. Ouso dizer que o casamento lhe faz bem. Que lindo pingente. Outro presente deseu encantador marido?

    Elizabeth levou a mo ao pescoo, onde sentiu um pingente repousando contra sua pele. Ela disse,Charlotte, isto no lhe parece muito estranho?

    O que me parece estranho?

    Que eu esteja casada com... com ele.

    Charlotte riu, No estranho em absoluto.

    O Mr. Darcy retornou, ento, e ofereceu a Elizabeth uma taa de vinho que ela tomou num s gole.Quando ela lhe entregou a taa de volta, ele disse, Est se sentindo bem, minha querida?

    Estou bem, ela respondeu.

    Quando ele entregou a taa a um criado, a msica comeou para dar incio dana. Elizabeth nuncase sentira to satisfeita de ter prometido as primeiras danas ao Mr. Collins. Ela o procurou ao seuredor, esperando v-lo se aproximar dela, mas ao invs disso, ela o viu se posicionar na pista dedana com Mary. Nesse nterim, Darcy segurou sua mo e a levou at o centro do salo. Ela noconseguia esconder sua surpresa e quando ele percebeu, sorriu para ela, dizendo, Espero que notenha se comprometido com outro para as primeiras danas esta noite.

    Tudo o que ela pde responder foi, Talvez o senhor no devesse fazer suposies, Mr. Darcy.

    Ele sorriu, como se a resposta fosse exatamente a que ele esperava. Um marido no pode fazersuposies, Mrs. Darcy?

    Ela no conseguiu responder. Ento, ao afastar-se de seu lado para se posicionar sua frente, elesussurrou, Voc est linda esta noite.

    Ela ficou violentamente ruborizada e ele pareceu se deliciar por testemunhar tal reao. Ele faloucom ela ao longo de toda a dana com muita naturalidade, enquanto ela acompanhava a conversacom dificuldadesua mente ocupada em tentar entender a situao. Seria possvel que ela tivesse

    se casado e no se recordasse de nada? Seria possvel que este fosse um terrvel sonho? Umpesadelo? O Mr. Collins se movimentou na direo errada, pisando em seu p, e a sensao agudade dor que ela sentiu confirmou que sua experincia era bem real. O Mr. Collins se desculpouprofusamente e o Mr. Darcy indagou se ela se havia machucado seriamente, lanando um olhar

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    3/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    feroz na direo de Collins. Ela lhe assegurou que estava bem e eles prosseguiram com a dana.

    Foram brevemente interrompidos por Sir Williams que sugeriu que a felicidade de seu matrimnios poderia ser seguida de um segundo casamento, de Bingley e Jane. Quando ele os deixou, Darcydisse, Nunca vi Bingley to apaixonado. Mas os sentimentos de sua irm so mais difceis dediscernir.

    Ela est encantada com as atenes dele, posso lhe garantir.

    Confesso que cheguei a me perguntar se ela correspondia aos sentimentos dele.

    Ela gosta muito dele.

    Ento lhe garanto que apenas uma questo de tempo at que fiquem noivos. Fico feliz pelosdois.

    Elizabeth respondeu apenas, sim, tenho certeza de que sero muito felizes juntos.

    Aps a segunda dana, Elizabeth sentiu-se aliviada de se afastar do Mr. Darcy, embora ele tenhalevado sua mo at seus lbios antes de abandon-la no final da dana. Ela ficou pasma ao v-lodanar todas as msicas da noite, convidando todas as suas irms assim como as irms de Bingley ea Miss. Lucas. Elizabeth tambm danou a noite toda.

    Logo chegou a hora da ceia, e ela novamente se surpreendeu quando o Mr. Darcy se sentou com afamlia dela. Ao terminarem de comer, Darcy tomou a mo de Elizabeth e disse, Venha,escoltando-a para fora da sala. Ela o acompanhou, sentindo toda a impropriedade de ficar sozinhacom ele, mas sem saber como se recusar a faz-lo, devido s estranhas circunstncias daquela noite.Aps uma breve caminhada, eles entraram na estufa de Netherfield.

    Uma vez em seu interior, ele a levou at o fundo do cmodo antes de se virar de frente para ela.Tomando-lhe a mo, ele perguntou, Est se sentindo bem, meu amor? Voc parece aborrecida estanoite.

    Eu estou bem.

    Est zangada comigo por alguma razo?

    H alguma razo pela qual eu deveria estar?

    Ele sorriu, No posso pensar em nenhuma, mas estou preocupado com voc.

    Garanto que estou bem, senhor.

    Voc esteve estranha a noite toda.

    Ela lhe deu as costas e caminhou at a janela. Ele a seguiu e deslizou seus braos ao redor dacintura dela. Ela sobressaltou-se com tamanha intimidade, mas no disse nada, pois ele sussurrouem seu ouvido, Por favor, me diga o que a est aborrecendo. Sua voz estava to prxima que elapodia sentir o calor de seu hlito em sua pele. Seu abrao era firme e a princpio ela se sentiu

    desconfortvel, mas ele no a apertou. Ento repentinamente ela sentiu os lbios dele pressionadoscontra sua pele atrs da orelha. Ela se enrijeceu e ele acariciou seu brao, murmurando, Est tudobem, meu amor. Ele continuou dando-lhe beijos suaves, gentis e quentes em sua nuca. A sensaoera incrivelmente prazerosa e Elizabeth comeou a relaxar, permitindo-se se deleitar com o contato.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    4/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Algumas surdas notas musicais entraram na sala, pois algum estava tocando piano aps a ceia. Oabrao de Darcy ficou mais apertado enquanto seus lbios pousavam contra a orelha delanovamente e ele sussurrava, Eu a amo tanto, Elizabeth.

    Ela se voltou para encar-lo. Os olhos dele brilhavam de paixo. Ele tocou seu rosto e a beijou noslbios com ternura. A boca de Elizabeth respondeu naturalmente dele com o mesmo ardor. Ela se

    entregou ao poder dos beijos dele e quase se esqueceu de que no eram realmente casados. Quase.Ela se afastou dele, interrompendo o prazeroso contato. Naquele momento ela quase chegou a am-lo e se perguntou como poderia ter sentido tanta antipatia por ele. Lembrou-se, ento, de querealmente sentia tal antipatia. Lembrou-se do Mr. Wickham.

    Gostaria de lhe falar a respeito do Mr. Wickham.

    Considerando o estado de esprito e a recente atividade dos dois, Darcy ficou mais do que surpresocom o tema de suas preocupaes. Mr. Wickham?

    Sim. Ele disse algumas coisas a seu respeito...

    Voc falou com ele? Quando? Onde?

    Ela o fitou com curiosidade e respondeu, Ele estava na casa de minha tia, Mrs. Phillips, para o chna semana passada. Ele franziu as sobrancelhas e ela prosseguiu, Ele disse que o senhor e eleforam criados como irmos, que seu pai era padrinho dele e o amava. Disse que, ao falecer, seu pailhe deixou uma fonte de rendimentos que o senhor lhe negou.

    Por que no me contou sobre essa conversa imediatamente aps ter acontecido?

    Ela no tinha uma resposta para isto. Ela no podia dizer que no estava casada com ele na ocasio,que nem mesmo pensava estar casada com ele agora. Todos, at mesmo sua prpria famlia,acreditavam que sim e no a considerariam em seu juzo perfeito se ela fizesse tal declarao.Assim, ela se permitiu uma pequena mentira, Me inteirei disso somente esta noite. Foi o que elecontou a Lydia e Kitty.

    Ele suspirou e disse, No me agrada a ideia de suas irms na companhia dele. Tenho pensado ecreio que elas se beneficiariam se passassem algum tempo conosco na cidade nesta temporada. Oque acha?

    Ela o olhou incrdula. Tem a inteno de convidar Kitty e Lydia para uma temporada emLondres?

    Voc no aprova?

    Sim, mas...

    Sei que voc j esperava passar o Natal em Pemberley e no tenho inteno de alterar seus planos.Na verdade eu gostaria de convidar os Gardiners e as crianas. E depois podemos retornar aLondres em janeiro, levando Kitty e Lydia conosco.

    Elizabeth deu um passo atrs ao se dar conta de que aquela era a sua vida agora. No havia pensado

    no que os estranhos fatos daquela noite significariam em seu futuro. Ela permaneceria nesse estadopara sempre? Seria to ruim se assim fosse?

    Isso tudo parece timo.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    5/24

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    6/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    ele disseram, Quero que voc guarde essa flor como uma lembrana desta noite, para que nunca seesquea do nosso primeiro baile juntos, como marido e mulher.

    Obrigada, ela respondeu, No creio que algum dia eu me esquea desta noite. Mas no possocarregar esta flor a noite toda, ela ficar danificada.

    Ento vamos guard-la antes de voltar ao salo, ele redarguiu, guiando-a por uma escadaria.

    Ela hesitou em acompanh-lo, mas no resistiu. Chegaram a uma porta e, ao transp-la, ela sesurpreendeu ao ver muitos de seus pertences em meio a uma variedade de objetos que noreconhecia. Num canto, ela notou uma pintura sobre um cavalete, retratando a ela prpria e ao Mr.Darcy juntos, de mos dadas, olhando-se nos olhos. Fitou o quadro por um instante e continuou aexaminar o quarto. Avistou sobre uma penteadeira sua caixa de lembranas onde guardara seustesouros por muitos anos. Abriu-a e encontrou algumas coisas que reconhecia e outras que no lheeram familiares, incluindo uma carta dobrada com seu nome escrito do lado de fora numa letra quelhe era desconhecida. Colocou a rosa por cima, fechou a caixa e seguiu o Mr. Darcy para fora doquarto.

    Retornaram ao baile, onde danaram juntos mais duas msicas. Elizabeth se acostumara quelaestranha situao o suficiente para desfrutar da noite com algum conforto. Ao final do baile, afamlia Bennet foi a ltima a se retirar e ficaram todos em p, conversando junto escada principal,esperando por sua carruagem. Finalmente a chegada do veculo foi anunciada. Com sua mo sobreo brao de Darcy, Elizabeth percebeu que ela no iria embora com sua famlia. Ela deveria ficarcom seu marido. Ficou muito nervosa. Deu um passo na direo deles, que vestiam seus agasalhos,mas a mo de Darcy em seu brao a impediu. Ela levantou os olhos para ele e disse, Tenho que medespedir de minha famlia. Com um olhar de compreenso em seu rosto, ele a soltou.

    Assim que ela cruzou o foyer sua me disse, Lizzy, o que est esperando, filha? Vista a sua capa.A carruagem est esperando. Rpido, menina. Lizzy baixou os olhos e percebeu que estava usandoo vestido com que se arrumara em Longbourn para o baile. A aliana e o pingente haviam sumido.Virou-se e olhou para o Mr. Darcy. Ele manteve seu olhar fixo por um momento e ento se virou,subindo as escadas lentamente. Ele sabia? Teria passado pela mesma experincia que ela, ou apenashavia comparecido ao baile no qual a Miss. Elizabeth Bennet estivera tambm presente? Elizabethvestiu a capa rapidamente e partiu de Netherfield com sua famlia.

    Na manh seguinte, Elizabeth acordou com a lembrana de um sonho muito estranho em que eracasada com o Mr. Darcy. Ainda assim, ao tentar se recordar do baile de Netherfield, suas nicaslembranas eram aquelas do sonho. Levantou-se e caminhou at a penteadeira. Notou sua caixa delembranas e, recordando-se do sonho, no pde deixar de abri-la. No conteve uma exclamao aover uma rosa vermelha de cabo curto do qual os espinhos haviam sido retirados.

    Segunda parte

    Na manh seguinte ao baile de Netherfield, o Mr. Darcy acordou sobressaltado. Tivera um sonhomuito perturbadorele estava casado com a Miss. Bennet durante o baile. Lembrava-seperfeitamente dos eventos daquela noite. Danara uma vez com Elizabeth. Talvez esta indulgnciafosse a causa de to estranho sonho. Ela mencionara Wickham durante a dana e lhe fizera algumasestranhas perguntas na tentativa de esboar seu carter. Tambm se recordava do comportamentoabominvel da famlia dela e da insinuao de Sir William a respeito de Bingley e da Miss. Bennet.

    At ento ele no se dera conta de que as atenes de Bingley para com a moa haviam suscitadouma expectativa geral de que os dois ficassem noivos. Mas o pior era que ele no percebera antes agravidade da situao em que Bingley se envolvera. Seu amigo no deveria voltar a Netherfield, deLondres, este inverno.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    7/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Enquanto ele se levantava e tocava a sineta para chamar seu criado pessoal, a mente de Darcyvoltou ao sonho. Ele representou uma srie de eventos muito diferente do que realmente ocorrera,mas parecia to real. Ele quase podia sentir Elizabeth em seus braos, o sabor de seus beijos em suaboca, a fragrncia de sua pele. Era quase que uma memria alternativa da mesma noitee uma queele decididamente preferia. Nunca havia sonhado de uma forma to intensa.

    Lembrou-se de ter mostrado a ela uma estrela cadente. Foi issoa causa de toda essa perturbao!Na noite anterior ele estivera pensando nela, olhando pela janela, lamentando que ela fosse toinadequada, lamentando que nunca conheceria o prazer de seus encantos. Foi quando viu a estrela edesejou que pudesse saber como seria t-la como esposa, embora no pudesse se casar com ela. Umdesejo absurdamente impossvel que lhe foi concedido na forma de um sonhoseu desejosegurando as rdeas de sua imaginao enquanto dormia. Ele sorriu.

    J vestido, continuou sendo perseguido por seu sonho, o que o impeliu quase inconscientemente nadireo da estufa. Ao entrar, seu olhar atravessou o ambiente at a janela no lado oposto. Caminhouat l, recordando-se de que mencionara seu desejo a Elizabeth. Considerou que, em seu sonho, seu

    desejo lhe fora concedido como a realidade de estar casado com ela, porm, na realidade, fora-lheconcedido apenas como um sonho. Meneou a cabea com o pensamento. No sabia por quantotempo permanecera janela, mas quando saiu em direo porta sua ateno foi atrada por umaroseira plantada em um vaso. Examinou a planta minuciosamente e pde ver que uma nica florhavia sido arrancada de um galho na parte superior. Sentiu uma intensa sensao de assombro seapoderar dele enquanto refletia sobre a estranha coincidncia daquela prova diante de si.

    Lembrou-se do sonho com a mesma nitidez com que se recordava das ocorrncias reais da noiteanterior. Ele estivera neste exato lugar, arrancara uma rosa daquele mesmo galho em que faltava umboto, removera os espinhos, e entregara a flor a Elizabeth. Instigado pela lembrana, abaixou-separa examinar o vaso em que a roseira estava plantada. No havia espinhos quebrados em nenhumponto do cho ou no vaso. Tinha quase certeza de que a estufa ainda no fora varrida esta manh.Aquilo o satisfaziaera uma mera coincidncia. Algum, sem dvida a Miss. Bingley ou a Mrs.Hurst, havia colhido a flor.

    Ainda assim, no se contentou e considerou melhor seu sonho, aprofundando-se em sua lembrana.Quando removera os espinhos da rosa, no os jogara no cho. Estava to concentrado em suamulher, que simplesmente os mantivera em sua mo. Os dois haviam subido para que ela guardassea rosa em sua caixa de lembranas. Ali, em seu quarto, ele depositara os espinhos descuidadamentesobre uma mesa enquanto a esperava.

    Darcy deixou imediatamente a estufa com toda a pressa que seu orgulho lhe permitia e fez ocaminho de volta ao seu prprio quarto. Seu assombro era inexprimvel. Sobre uma mesinhaprxima porta encontrou quatro espinhosexatamente onde os deixara durante o sonho. Pegou-oscuidadosamente, embrulhou-os em seu leno, e colocou-os no bolso de seu casaco.

    Percebeu o quo ridculo isso tudo parecia ser, mas no conseguia encontrar uma explicaoplausvel para a evidncia que acabara de encontrar. Seus pensamentos estavam confusos, tentandodiscernir o sonho da lembrana verdadeira e a realidade da fantasia. Com Bingley ausente, e semnenhuma disposio para suportar a companhia dos outros, preocupado que estava, ele decidiucavalgar nas proximidades de Netherfield.

    Saiu galopando, tentando compreender a situao. Devia haver uma explicao racional para a florque faltava. Algum poderia t-la cortado na noite passada ou esta manh. Era possvel. Tinha queser essa a resposta. Mas por que algum deixaria os espinhos em seu quarto? No havia explicaopara isso.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    8/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    o que acontece por se deixar encantar por uma mulher! Sentia-se como se tivesse perdido toda asua razo. Cavalgando, tentava livrar-se do vnculo imprudente que criara. Mas o sonho lhepermitira vislumbrar o que seria estar casado com Elizabeth, t-la para si. Seria to horrvel? No,havia sido maravilhoso. E no somente abra-la e beij-la, mas o conforto de saber que ela eradele, de ter sua companhia. Seu corao estivera pleno de satisfao e contentamento. Havia at

    mesmo achado sua famlia suportvel. Talvez fosse hora de parar de pensar no casamento comElizabeth como uma impossibilidade. Hora de ceder aos seus prprios sentimentos. Estaria prontopara admitir que era amor? Ele o fizera em seu sonho.

    Em algum lugar distante de Netherfield, ele ralentou o galope ao longo de um caminho que seguia orio e, parando, desmontou para permitir que seu cavalo bebesse um pouco dgua enquanto elecaminhava pela margem do rio. Em poucos minutos ele fez uma curva no caminho e teve um sbitoencontro com o objeto de seus devaneios. Elizabeth estava sentada sobre uma rocha perto da guacom o olhar fixo numa rosa que tinha nas mos. Uma rosa muito familiar.

    Ele sabia que deveria se fazer notar. Bom dia, Miss. Bennet.

    Elizabeth imediatamente levantou o olhar na sua direo. Era notrio que ela ficara muito surpresacom o seu cumprimento. Bom dia. ela respondeu, levantando-se.

    Ele se aproximou dela, olhando de relance para a flor em sua mo e disse, No poca de rosas,Miss. Bennet.

    Realmente, no , Mr. Darcy, ela respondeu.

    A estufa de seu pai deve ser especial, parece capaz de produzir rosas sem espinhos.

    Os espinhos foram removidos, e... no temos rosas na estufa de Longbourn.

    Ele deu mais um passo em sua direo, dizendo, Ento estou curioso para saber onde conseguiu taltesouro fora de estao, Miss. Bennet.

    Estou igualmente curiosa, pois a encontrei esta manh dentro de uma caixa onde guardo objetosque me so caros.

    Ele a fitou com uma expresso de compreenso quando ela mencionou sua caixa de lembranas, edisse, Parece-se muito com as rosas de uma determinada roseira na estufa de Bingley.

    Desta vez foi o semblante dela que expressou compreenso. Ela simplesmente o encarou emsilncio.

    Finalmente ele indagou, E posso lhe perguntar quantos espinhos havia em sua rosa?

    Ela o olhou com curiosidade, mas em seguida baixou o olhar para a flor para contar as marcas ondeanteriormente havia espinhos. Quatro, ela respondeu.

    Ele tirou cuidadosamente o leno do bolso e o abriu. Ela sobressaltou-se ao ver seu contedo,deixando escapar uma breve exclamao de surpresa. Onde os conseguiu? ela perguntou num

    sussurro.

    Sobre uma mesa... em meu quarto. Encontrei-os l esta manh.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    9/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Elizabeth o fitou e manteve o olhar fixo por um momento antes de dizer, J fez um pedido a umaestrela cadente, Mr. Darcy?

    Ele simplesmente a olhou e sorriu, Somente uma vez, Miss. Bennet.

    Terceira parte

    E qual foi o resultado? ela murmurou, evitando seu olhar.

    Sucesso absoluto, ele disse suavemente.

    A mo de Elizabeth voou voluntariamente at a prpria face. Ambos se recordavam das exataspalavras ditas em sua conversa no sonho, as palavras que acabavam de ser repetidas. Ambos serecordavam que no sonho o Mr. Darcy beijara a Miss. Elizabeth no rosto imediatamente aps altima frase.

    Ela lhe deu as costas muito embaraada e confusa. O corao dele batia descontrolado. Ele respirou

    fundo para se recompor. O que estava acontecendo? Era impossvel que os eventos do sonhoestivessem realmente ocorrendo. Era mais fcil crer que ele e Elizabeth tivessem tido o mesmosonhoembora isso j fosse mais do que inacreditvel. Mas a existncia da rosa e dos espinhosprovava o contrrio.

    Por fim, ela se voltou para ele novamente. Perdoe-me. Creio que j hora de voltar para casa. Comsua licena.

    Permite-me a honra de acompanh-la at Longbourn?

    Elizabeth no sabia o que fazer. Tudo o que queria era se afastar dele. Ainda assim, ela no queriaofend-lo. No necessrio.

    Seria um prazer.

    Ela nada pde seno consentir. Caminharam margem do rio por um tempo, parando para pegar ocavalo de Darcy, antes de ganharem a trilha que levava a Longbourn. Pouco falaram, e apenas sobreo tempo e a paisagem. Ambos se sentiam estranhos e desconfortveis, incertos do que acontecera ouestava acontecendo entre eles. Ao chegarem casa, Elizabeth convidou Darcy a entrar para umrefresco.

    S o fez por educao, mas ele aceitou. Ele estava to confuso quanto ela e preferia evitar acompanhia da famlia dela com os eventos da manh pesando em sua mente, mas esperavacompreender o que estava acontecendo entre eles, permanecendo a seu lado por mais tempo.

    Ao entrarem na casa, ele notou que ela depositou a rosa cuidadosamente sobre uma mesa dovestbulo antes de encaminh-lo sala de estar.

    Antes que ela entrasse, sua me comeou a falar, A est voc, Lizzy, onde esteve toda a manh? OMr. Collins est aguardando uma chance de falar com voc, pois tem algo muito particular... AMrs. Bennet se deteve abruptamente ao perceber o Mr. Darcy entrando depois de sua filha, Ora,Mr. Darcy, que agradvel surpresa. No espervamos v-lo enquanto o Mr. Bingley estivesse em

    Londres. A Mrs. Bennet pediu, ento, para que Lydia tocasse a sineta para providenciar o ch.

    Elizabeth ficara intensamente ruborizada ao ouvir a Mrs. Bennet se referir s intenes do Mr.Collins em relao a ela na frente do Mr. Darcy. Este ouvira a repreenso da Mrs. Bennet e

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    10/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    compreendera a que ela aludira.

    Elizabeth notou que Charlotte estava presente e que estivera conversando com o Mr. Collins, esentou-se a seu lado.

    Enquanto se acomodava em uma cadeira em frente Elizabeth, o Mr. Darcy respondeu, Eu

    encontrei a Miss. Elizabeth caminhando esta manh e me ofereci para acompanh-la at aqui.

    Quanta gentileza de sua parte, senhor, respondeu a Mrs. Bennet.

    Nesse momento o Mr. Collins interrompeu a conversao para informar ao Mr. Darcy da grandehonra que sentia por se encontrar em companhia novamente, e to prontamente, do sobrinho de suaestimada patronesse. A Mrs. Bennet sorriu com o discurso, sem dvida por admirar a beleza de suaspalavras e a destreza com que ele mudara o assunto. Ela retomou a palavra, dizendo Estvamos

    justamente comentando sobre o baile de ontem noite em Netherfield. Espero que tenha tido umanoite agradvel, Mr. Darcy.

    Sim, senhora, obrigado.

    O senhor no danou muito, mas lhe digo que o senhor e Lizzy formaram um belo par.

    Elizabeth arregalou os olhos para a me, com surpresa. Ela realmente danara com o Mr. Darcy?Estava to certa de que fora um sonho, mas no tinha nenhuma outra lembrana do baile.

    Danar com ela foi um grande prazer para mim, ele redarguiu Mrs. Bennet, porm olhando paraElizabeth.

    Elizabeth baixou os olhos, incapaz de encontrar o intenso olhar dele.

    A Mrs. Bennet prosseguiu, Creio que o baile foi um grande sucesso. Com todos os oficiais l,minhas meninas danando todas as msicas... at mesmo Mary.

    Mas nem todosos oficiais estavam l, mame, completou Lydia, no se esquea de que o Mr.Wickham no foi ao baile. Eu estava to ansiosa para danar com ele.

    E eu tambm, disse Kitty.

    Mas acho que a Lizzy foi quem mais sentiu a ausncia dele, replicou Lydia.

    Elizabeth prendeu a respirao enquanto Jane exclamava, Lydia!

    S o que Elizabeth queria era deixar a sala, mas mesmo que conseguisse pensar em uma desculpapara sair no tinha dvidas de que o Mr. Collins a seguiria buscando a oportunidade de umaconversa particular pela qual estivera esperando toda a manh. Ergueu os olhos e viu Darcyobservando-a atentamente.

    Ah sim, disse a Mrs. Bennet, O Mr. Wickham um jovem encantador. uma pena que suasperspectivas sejam to limitadas.

    Elizabeth se recordava de tudo o que o Mr. Darcy lhe dissera, no sonho quanto sua associao aoMr. Wickham. Seria tudo verdade? Talvez, ela disse, o Mr. Wickham s possa culpar a simesmo por sua atual situao.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    11/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Tendo escutado toda a histria que Wickham relatara a Elizabeth, e sabendo o quo parcialElizabeth se colocara em favor dele ao ouvir sobre o tratamento que lhe fora dispensado pelo Mr.Darcy, Jane e Charlotte a fitaram espantadas.

    O quevoc quer dizer, querida? indagou a Mrs. Bennet, ele no tem famlia, no tem boasrelaes, no tem fortuna, tudo o que pode esperar , no mximo, um posto na milcia. Mas mesmo

    assim pode se sair muito bem.

    Acho que o Mr. Wickham pode ter tido algumas timas oportunidades de melhorar sua situaoque acabou deixando passar, ela respondeu, olhando interrogativamente para o Mr. Darcy.

    Agora foi a vez de Darcy se surpreender. Tal referncia estava muito prxima do que ele lhe haviadito em sonho. Como ela sabia que Wickham recusara a posio que lhe fora destinada? Seriapossvel que Wickham houvesse contado a ela? Alguma coisa lhe dizia que o conhecimento delateria vindo de outra fontemas era impossvel que ela estivesse se recordando de uma conversaque nunca acontecera. Todavia, ela parecia estar buscando uma confirmao.

    Que outras oportunidades um homem como ele poderia ter tido? perguntou a Mrs. Bennet.

    verdade, interps o Mr. Darcy, lembrando-se da promessa que fizera a Elizabeth, em seusonho, de tornar pblico o verdadeiro carter de Wickham. Conheo o Mr. Wickham desde minhainfncia e posso lhe assegurar que ele realmente teve melhores perspectivas no passado do que temno presente.

    Jane e Charlotte testemunharam a interao, admiradas, enquanto a Mrs. Bennet expressava seudesejo de saber mais. Por Deus, eu no fazia ideia que os senhores se conheciam. Como foi que seconheceram?

    O pai dele foi o administrador das propriedades do meu pai, mas ns no temos mais nenhumaligao.

    Elizabeth podia ver que Darcy sentia-se cada vez mais desconfortvel, e ela sabia que sua me noficaria satisfeita enquanto no se inteirasse de cada detalhe dos negcios entre os dois cavalheiros.Com a confirmao de Darcy de que a informao referente Wickham que ela recebera no sonhoera verdadeira, ela decidiu mudar o assunto.

    Mr. Darcy, ela disse antes que a me pudesse fazer alguma outra pergunta, quando o Mr.Bingley retornar de Londres?

    Ele notou que a Mrs. Bennet lhe dirigiu um olhar cheio de expectativa , No sbado, ele respondeucom um sorriso de gratido para Elizabeth.

    A Mrs. no o convidou para jantar em algum dia da prxima semana, mame? ela perguntou me na esperana de manter o tpico.

    Ah sim, redarguiu a Mrs. Bennet, olhando para Darcy, esperamos receb-los todos aqui na noitede tera-feira. Enviarei um carto Miss. Bingley. Naturalmente o Mr. Bingley j me assegurouque ficaria feliz em jantar conosco na prxima semana. S o que falta marcar a data. O senhorsabe o que o Mr. Bingley gosta de comer, Mr. Darcy?

    Aps dar assistncia no planejamento do menu para a tera-feira seguinte, o Mr. Darcy se despediudas damas, e elas se puseram a discutir entre si as novidades sobre o Mr. Wickham. A Mrs. Bennetansiava em saber mais dessa intrigante associao com o Mr. Darcy. Jane e Charlotte tambm

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    12/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    estavam curiosas quanto aparente mudana de esprito de Elizabeth em relao ao Mr. Wickham eao relacionamento dela com o Mr. Darcy, mas ambas mantiveram o questionamento para simesmas.

    Quando Darcy retornou a Netherfield, encontrou a Miss. Bingley e a Mrs. Hurst discutindo arespeito do irmo. A Miss. Bingley foi rpida ao informar o Mr. Darcy sobre o contedo da

    conversa. Chamou-nos a ateno, ontem noite, o fato de que a admirao de Charles pela Miss.Bennet parece ter dado azo expectativa geral de um casamento entre eles.

    Ns tambm notamos que Charles parece estar mais apaixonado que de costume desta vez,acrescentou a Mrs. Hurst. Eu no havia me preocupado com a possibilidade de que ele pudesse

    propor casamento at ontem.

    A Miss. Bingley emendou, Seria um compromisso muito imprudente para ele. Por mais doce queseja Jane, ela realmente no tem nada a oferecer a ele alm de seus encantos. Todas as vantagens deuma aliana como essa seriam dela.

    Darcy no podia discordar. Ele se sentia da mesma forma quanto ligao de Bingley Miss.Bennet. No havia ele prprio despertado esta manh com aqueles exatos pensamentos? Achara queJane era to indigna de Bingley quanto Elizabeth dele prprio. Ainda assim, aprendera desde entoa questionar se Elizabeth era mesmo to inadequada. Seu sonho lhe havia mostrado o que seria estarcasado com ela, e em seu sonho ele era feliz. Alm do mais, o desfavorecimento de talcompromisso no seria to grande no caso de Bingley quanto no dele prprio.

    Achamos que o melhor para todos ns seria deixarmos Netherfield amanh pela manh, juntar-nosa ele em Londres, e convenc-lo a no retornar, disse a Mrs. Hurst.

    Darcy no tinha o menor desejo de deixar Netherfield no momento. Estava preocupado com aprpria situao, e no queria abandonar a regio at que tivesse, no mnimo, compreendido o quese passara entre ele e Elizabeth.

    A Miss. Bingley insistiu, Contamos com o senhor para nos ajudar a convenc-lo de desistir daideia de se casar com a Miss. Bennet.

    No creio que eu consiga.

    Claro que sim, disse a Miss. Bingley. O senhor tem muito mais chance que qualquer uma de ns.Ele confia muito nos seus conselhos.

    Se ele estiver to apaixonado quanto temem, no dar nenhuma importncia imprudncia docasamento.

    Mais uma razo para que o faamos enxergar a natureza mercenria das intenes dela em relaoa ele. Pois est muito claro que ela no corresponde aos afetos dele.

    Subitamente Darcy lembrou-se de algo no sonho. Ele e Elizabeth haviam discutido sobre Bingley ea Miss. Bennet enquanto danavam.Ela est muito feliz com as atenes dele, eu lhe asseguro...

    Ela tem muito carinho por ele. Ainda assim, suas prprias observaes do que realmente ocorrerana noite anterior o levaram concluso oposta. Estaria enganado? Se a rosa fosse real, e os espinhos

    fossem reais, e se a conversa na estufa fosse real, seriam as afirmaes de Elizabeth quanto aossentimentos da irm tambm reais? Recordou-se do aparente interesse de Jane naquela mesmamanh ao saber do esperado retorno do Mr. Bingley, e ela parecia ter prestado especial ateno discusso com a Mrs. Bennet sobre as preferncias do seu amigo.

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    13/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    No estou convencido de que ela no o ame, ele disse.

    As duas mulheres arquejaram. Mr. Darcy, disse a Miss. Bingley, o senhor certamente viu amaneira com que a Mrs. Bennet jogou a filha para o nosso irmo. O senhor certamente a escutou sevangloriando de todos os benefcios que o casamento trar para a famlia dela.

    Infelizmente, tais manifestaes no escaparam minha ateno. Mas no possvel que ela sintaalgo por ele apesar do fato de que o casamento beneficiar sua famlia?

    Claro que isso possvel. Mas no final, de que adianta? O fato de ela corresponder aos sentimentosdele no a faz uma esposa mais adequada para ele.

    Darcy considerou a ironia da ltima afirmao da Miss. Bingley. No estava surpreso de achar tolimitada sua definio de adequao para o casamento. Concordo que a situao dela a mesmasejam quais forem seus sentimentos, ele respondeu, mas no posso convenc-lo de que ela nosente nada por ele quando essa no a minha verdadeira opinio. E desde que ele acredite que ela

    corresponde ao seu amor, no creio que ele possa ser influenciado por argumentos de que a unio imprudente.

    Ento o senhor no nos ajudar? perguntou a Mrs. Hurst.

    No hesitarei em manifestar minhas opinies quanto s desvantagens de tal unioquando elevoltar a Netherfield no sbado.

    O senhor no pretende ir a Londres conosco? perguntou a Miss. Bingley, chocada.

    No acredito que sair de Netherfield seja suficiente para alcanar seu objetivo, e eu no desejopartir no momento.

    Os olhos da Miss. Bingley se estreitaram. Talvez o senhor tenha uma razo pessoal para quererpermanecer nesta vizinhana. Uma razo com belos olhos e amor pela dana!

    Talvez eu tenha, ele respondeu laconicamente. Com licena.

    Ele se retirou e deixou a Miss. Bingley entregue satisfao de t-lo forado a dizer algo quemagoava ningum mais alm dela prpria.

    Aps deixar a sala, Darcy procurou refgio em seus prprios aposentos.

    A ss com seus pensamentos, por fim, sua mente se voltou preocupao com Elizabeth e osestranhos acontecimentos daquela manh. Puxou o leno de dentro do bolso de seu casaco eobservou os espinhos ali contidos. Impossvel, disse para si mesmo.

    Depois que o Mr. Darcy saiu, a Mrs. Bennet conseguiu um breve momento para falar comElizabeth. O Mr. Collins queria ter uma conversa particular com voc esta manh, pois tem algoimportante a lhe perguntar, mas no a encontramos em parte alguma. Voc deve me ajudar a afastarCharlotte para que ele tenha chance de falar com voc.

    Me, por favor, no tenho o mnimo desejo de ter uma conversa em particular com o Mr. Collins.Estou muito contente de ter a companhia de Charlotte hoje.

    Creio que voc no compreendeu bem o que eu disse, Lizzy. Ele que r lhe falar, a ss, sobre um

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    14/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    assunto muito delicado e pessoal.

    Eu lhe garanto que compreendi perfeitamente, redarguiu Elizabeth.

    A agitao de Elizabeth quanto aos acontecimentos da noite anterior e daquela manh a deixoumenos tolerante com a me do que de costume. Por sorte, a Mrs. Bennet foi logo distrada por Kitty

    e Lydia, e Elizabeth se afastou da me para se aproximar de Jane.

    Elizabeth arranjou-se de forma a passar o resto do dia sem se sujeitar a um encontro reservado como Mr. Collins. Ele partiria em apenas dois dias. Que alvio seria se pudesse evitar a temidaentrevista at sbado.

    Na manh seguinte, tanto Darcy quanto Elizabeth acordaram com o mesmo pensamento em menteo de se encontrarem novamente perto do rio e tentarem descobrir mais sobre o significado doestranho sonho que pareciam ter compartilhando. Ficarem a ss novamente provavelmente lhescausaria desconforto, constrangimento, e embarao; mas nenhum dos dois havia dormido bem eambos se sentiam incapazes de pensar em qualquer outra coisa.

    Quando Elizabeth chegou ao local margem do rio onde haviam se encontrado no dia anterior,Darcy j se encontrava lesperando por ela. Embora ela tivesse esperana de encontr-lo, nohavia pensado em como se sentiria ao perceber que ele sara propositalmente tambm com ainteno de encontr-la. Ele parecia estar pensando da mesma forma.

    Bom dia, Miss. Bennet.

    Bom dia, Mr. Darcy.

    A Miss. faz esta trajetria ao longo do rio com frequncia?

    No, no com muita frequncia. Eu normalmente pego o caminho principal. O senhor cavalga poraqui com frequncia?

    Ele sorriu. Na verdade, no. Descobri este lugar somente ontem. Ele hesitou e ento prosseguiu,Vejo que no est com a sua rosa hoje. Ela abaixou o olhar e no disse nada. Espero que a tenhadevolvido segurana de sua caixa de filigrana.

    Ela levantou os olhos repentinamente, encarando-o, Como soube que minha caixa de lembranas decorada com filigrana?

    Ele no soube o que responder, pretendia abordar a questo com mais delicadeza. Mas agora quehaviam iniciado, decidiu ir direto ao assunto. Talvez da mesma forma que a senhorita soube sobreminha histria com o Mr. Wickham, pois duvido que a ideia de que ele possa ser o responsvel pelalimitao de suas prprias perspectivas tenha se originado a partir de qualquer relato que ele possater feito s suas irms.

    Elizabeth o olhou fixamente. Seu corao comeou a bater mais rpido e sua respirao se tornouinstvel com a referncia a uma conversa que no poderia ter acontecido, embora ambos serecordassem dela. Foi comigo, e no com minhas irms, que o Mr. Wickham falou sobre esseassunto.

    A senhorita? mas eu pensei... Ele parou subitamente. Darcy se lembrou de que a Mrs. Bennet nosabia nada do passado de Wickham e se ele tivesse falado s irms mais novas, elas certamenteteriam repetido tudo para a me. Isso no estava de acordo com o que Elizabeth lhe dissera no

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    15/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    sonho. Talvez tivesse sido apenas um sonho afinal. Mas j houvera muitas coincidncias, muitossinais de que havia sido mais que isso.

    Essa conversa teve lugar durante o ch na casa de sua tia, a Mrs. Phillips, na semana passada?

    Sim, ela respondeu baixinho. Ele ficou pensativo por um longo momento e parecia estar confuso

    com alguma coisa. Ela falou novamente, quase num sussurro, Eu sei porque o senhor pensou quehavia ouvido essa histria das minhas irms.

    Ele alcanou o olhar dela e o manteve fixo por um momento, ambos procurando uma resposta paraa mesma questo, sabendo que o outro estava pensando exatamente a mesma coisa, mas temendoadmiti-lo. Isso no possvel, ele disse finalmente, desviando seus olhos dos dela.

    No, no , ela concordou.

    Mas o fato de concordarem com a impossibilidade do evento era suficiente para confirmar suaocorrncia. Ele se sobressaltou com a resposta dela, e ela percebeu que sua negao do que parecia

    estar acontecendo revelara que as mentes de ambos estavam de acordo.

    Como soube que minha caixa de lembranas era decorada com filigranas? ela repetiu.

    Ele suspirou. Eu a vi, num sonho. Pelo menos pensei que fosse um sonho.

    S pode ter sido um sonho, ela disse rpido, antes de perceber que suas palavras constituam umaconfirmao adicional de que o que quer que tivesse acontecido havia sido vivenciado por ambos.

    E como se explica a rosa... e os espinhos?

    Eu no sei. No posso explicar, ela respondeu de uma forma agitada.

    Perdoe-me. Eu no pretendia perturb-la. Os acontecimentos dos ltimos dois dias tm sido bemconfusos para ns dois.

    Talvez seja melhor que esqueamos tudo. No vamos falar mais nisso.

    Se esse o seu desejo, ater-me-ei a ele, mas eu preferia compreender o que est acontecendo.

    Mas como isso pode ser compreendido? Como pode ser explicado? Como algo assim pode sequerser sugerido?

    O que quer dizer? ele perguntou, referindo-se sua ltima questo.

    Mr. Darcy, creio que as atuais circunstncias me permitem falar-lhe com franqueza. O senhor e eununca fomos amigos. Verdade seja dita, ns nos antipatizamos mutuamente desde o incio.

    Ele a fitou com a sobrancelha franzida. A senhorita se antipatizou por mim?

    Ela achou a surpresa dele fingida e preferiu no demonstr-lo com uma resposta. Em vez disso, elaacrescentou, O senhor deve entender que compreender esta... situao... impossvel por mais de

    uma razo. Deixando de lado por um momento a impossibilidade do evento por si s, por que umaligao como essa passaria pela mente de um de nse quanto mais pela mente de ambos?

    Darcy no soube o que dizer. Ele sabia o que havia sugestionado sua prpria mente e acreditava que

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    16/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    o pedido que fizera havia sido tambm responsvel por sugestionar a dela. Por mais impossvel queparecesse, era a nica explicao que lhe ocorria e uma informao que Elizabeth no tinha. Porm,ela acabara de declarar sua antipatia por ele; ele no podia revelar agora qual fora o seu pedido estrela cadente. Talvez fosse melhor fazer o que ela dissera, esquecer tudo e nunca mais mencionaro fato novamente. A antipatia dela por ele podia ser um augrio para mostrar a ele que suaavaliao estava correta: ele no podia se casar com ela. Ele a admirava, talvez at a amasse, mas

    ela era inadequada e no havia nada que pudesse ser feito.

    Creio que est certa, Miss. No mencionarei este assunto novamente. Espero que perdoe meuatrevimento hoje. Se nos encontrarmos de novo, farei tudo que estiver ao meu alcance para evitarqualquer desconforto que minha companhia possa lhe causar. Desejo-lhe um bom dia.

    Com isso, ele fez uma pequena mesura e conduziu seu cavalo at a estrada, onde montou e saiugalopando. Ao observ-lo, Elizabeth percebeu que a sugesto que ela fizera de que o assunto nofosse mais abordado no era realmente o que ela desejava. Ela tambm gostaria de compreender oque se passara, e por que aquilo ocorrera. Mas era tarde demais. Ela certamente no mencionaria oocorrido novamente e sabia que ele tambm no o faria. Era melhor assim. Talvez se encontrassem

    novamente no futuro. Caso contrrio, ela sabia que sempre estariam ligados por esta estranhaexperincia que haviam compartilhadouma experincia que lhe permitira o relance de como seriaestar casada com aquele homem.

    Quarta parte

    Dentro da carruagem com a Miss. Bingley e os Hursts, Darcy no conseguia pensar em nada almde Elizabeth. Pensava na estranha experincia que os havia ligado e na promessa de nunca maisfalar sobre o assunto. Ela estava linda esta manh, vibrante, alegreexceto quando o vira. Sua merapresena causara desconforto a ela, razo pela qual ele fugira para Londres aps deix-la naqueledia margem do rio.

    Ele sabia que seria incapaz de influenciar Bingley contra a Miss. Bennet enquanto seu amigo tivessequalquer esperana de que seu amor fosse correspondido. Ele lhe falara de suas objees aocasamento, mas Bingley estava convencido de que a Miss. Bennet, agora Mrs. Bingley, tambm oamava e Darcy no pde, em so conscincia, se posicionar contra essa crena. E agora, reencontrarElizabeth dois meses depois e ainda por cima para um casamento, fora muito penosopara ambos.Assistir cerimnia havia sido difcildizer aquelas palavras a Elizabeth era tudo o que ele queria,transform-la em sua esposa. Mas ela nem ao menos gostava dele. Eles mal dirigiram uma palavraum ao outrosomente o exigido pela boa educao. Ele respirou fundo quando a carruagem parouem frente a Longbourn para o caf da manh em comemorao ao casamento.

    Aps entregar sua capa ao mordomo Darcy cruzou o hall de entrada e, ao elevar o olhar,surpreendeu-se por ver Elizabeth sorrindo e olhando diretamente em seus olhos. Havia alguma coisadiferente nela. No usava o mesmo vestido que usara na igreja, e sim um mais elegante. Ele noteve tempo de contemplar as mudanas na aparncia dela, pois ela imediatamente tomou-lhe a moe disse, A est voc, meu querido! Por que est parado na entrada? Vamos entrar paracumprimentar os Bingleys novamente!

    Ele a encarou por um momento, perplexo com o comportamento dela. E ouviu-se dizendo, MeuDeus! Est acontecendo outra vez.

    O que est acontecendo outra vez? Voc est bem, Fitzwilliam? Quer que lhe traga alguma coisapara beber?

    Ela no sabia que estava acontecendo de novo?

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    17/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    Ela esperava por uma resposta. No, obrigado. Eu estou bem.

    Ele lhe ofereceu o brao e os dois entraram na sala de estar onde foram cumprimentados por todoscomo se estivessem casados h algum tempo. Darcy estava confuso. No fora assim na ltima vez.No sonho que ambos haviam compartilhado em novembro eles estavam realmente casados; agora

    era apenas como se todos acreditassem que eles estavam casadosat mesmo Elizabeth.

    Lembrou-se ento de como ela se sentira durante o sonhoconfusa, desconfortvel. Lembrou-se deter-lhe perguntado se ela estava se sentindo bem. Esta era a sensao que ela tivera ento? Comodeve ter sido difcil para ela! Que estranho! Recordou-se das liberdades que tomara quando estavamna estufa. Naturalmente, para ele eles estavam casados, mas para ela... Sentiu a apreenso semanifestar na boca do estmago. Oh no! O que ele fizera? Ela deve ter se sentido presa numaarmadilha! Mas, ento, lembrou-se da receptividade dela. Ela correspondera ao seu beijo, mesmoque por um breve momento. Ela gostara de suas atenes. Ele sorriu.

    O que to divertido, Mr. Darcy? Elizabeth lhe perguntou, maliciosa.

    J tendo cumprimentado todos os presentes, os dois estavam sozinhos num canto da sala. Foiapenas uma lembrana agradvel, ele respondeu.

    Ela sorriu e disse, Est se recordando do dia do nosso prprio casamento?

    O que poderia dizer? Ele no tinha nenhuma lembrana desse dia. Estava pensando no baile deNetherfield. Ele esperava que ela no ficasse desapontada.

    Ao invs disso, os olhos dela se iluminaram, Outra agradvel lembrana, ela acrescentou e,levando a mo ao prprio abdome, sussurrou, especialmente depois que o baile terminou! Pode meachar boba, mas eu acredito que foi naquela noite que aconteceu!

    Ele apenas a encarou. Estaria insinuando... que ela estava... grvida? Ele ficou encantado com aideia. E como ele gostaria de beij-la quando ela o fitou com tanto amor nos olhos! Ele nunca viranada parecido. J havia imaginado, tentara imaginar como seria se ela o amasse. Lembrou-se entode que no estavam realmente casados. Nada disso era real. Se ao menos houvesse uma maneira demanter esta realidade! Ele daria qualquer coisa para que assim fosse! Porm sabia que acabaria,exatamente como havia acabado na outra vez. Ele acordaria no dia seguinte como se tudo notivesse passado de um sonho.

    Sua expresso se tornou melanclica com tal pensamento e ela se preocupou. Voc no estcontente? Parecia contente quando eu lhe contei na semana passada.

    Ele percebeu que ela interpretara mal a sua reao. Ah Elizabeth, nada poderia me fazer maisfeliz! Ele exclamou com muita sinceridade.

    Ela apertou a mo dele e disse, Perdoe-me por duvidar de voc. Sou uma boba.

    Nesse momento, todos foram chamados para o caf. A refeio foi servida na sala de jantar, j que asala do caf no acomodaria um nmero to grande de convidados.

    Darcy achou a conversa mesa muito esclarecedora, pois a Mrs. Bennet naturalmente comparoutodos os acontecimentos do dia com o casamento dele. Ela parecia ter muito prazer ao se referir aElizabeth como Mrs. Darcy, e cada vez que ele ouvia o nome, seu corao se enchia de orgulho econtentamento. Seu prazer era acompanhado de divertimento quando o ttulo era proferido de m

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    18/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    vontade pela Miss. Bingley ou pela Mrs. Hurst.

    Aps a refeio, todos se reuniram na sala de estar e a Miss. Mary se dirigiu ao piano para tocaruma cano que praticara para a ocasio. Quando Darcy entrou com Elizabeth segurando seu brao,comeou a procurar por dois assentos juntos. Ela, no entanto, o puxou para o corredor e, quando amsica comeou a tocar, disse, Atrevo-me a dizer que j ouvimos essa cano muitas vezes nestes

    ltimos dias, enquanto o encaminhava para a sala do caf da manh.

    Ao fechar a porta ela se aproximou dele e disse, Por favor, me diga o que o est preocupando.Voc no est em seu estado normal hoje.

    O carinho com que ela falou o deixou muito feliz. O tema de sua observao, entretanto, fez comque ele se lembrasse de ter-lhe dito quase as mesmas palavras durante o sonho que tivera emnovembro. Sua respirao se alterou. Ela estava to prxima a ele, acreditando ser sua esposa eestar grvida! Como era possvel? Mas no havia tempo agora para pensar nisso. Era precisoatravessar aquele dia. Teria tempo suficiente no dia seguinte para considerar o significado de tudo oque estava acontecendo.

    Vejo que est determinado a se manter em silncio, ela disse por fim. Sei que no est disposto aconversar muito, mas no normal voc ficar to calado quanto hoje. Me faz lembrar de quandonos conhecemos.

    Ela a olhou pensativo. Voc no gostava de mim naquela poca.

    Ela sorriu, Por favor, no me recorde tempos to infelizes! Eu no o conhecia, meu amor.

    E agora?

    Ela acariciou o rosto dele, E agora eu sei que voc o melhor de todos os homens.

    Seu corao palpitou e ele respirou fundo. Aps um momento de reflexo ele disse, Espero quevoc se lembre disso amanh.

    Por qu? Est planejando fazer alguma coisa amanh que me leve a duvidar de sua honra?

    Nunca.

    Ela deslizou a mo at sua nuca e disse em voz baixa, timo, porque no creio que eu possapensar mal de voc agora que o amo tanto!

    A declarao dela foi mais do que ele podia aguentar. Desejava ardentemente tom-la em seusbraos e a proximidade dela no momento, junto com a convico de que estavam casados, facilitariatudo. Mas a simples ideia de tirar proveito da situao dessa maneira era suficientementerepugnante para faz-lo resistir ao impulso.

    Nesse momento, contudo, ela fez com que ficasse cada vez mais difcil para ele manter-se fiel suaresoluo de resistir aos prprios impulsos, pois ergueu o rosto na direo dele e beijando-lhe a facesuavemente. Darcy fechou os olhos enquanto ela repetia o gesto algumas vezes. Elizabeth o estavabeijando! Porm, ele no podia responder, por mais tentado que estivesse. Ela no era realmente

    dele. Eles no estavam realmente casados. Ele nunca imaginara que a agonia podia ser to doce! Eleprecisava pr um fim nisso.

    Abriu os olhos e, segurando-a suavemente pelos ombros, afastou-a de si. Ela o fitou

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    19/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    interrogativamente.

    Por favor, entenda. No podemos... Ele fez uma pausa, sem saber como explicar sua aparenterejeio por sua demonstrao de afeto. Agarrou-se ao primeiro pensamento que lhe passou pelacabea, Algum poderia entrar a qualquer momento.

    Creio que tem razo, mas voc no estava to preocupado com isso no baile em Netherfieldquando ficamos a ss na estufa.

    Mas isto diferente. No h nada que eu deseje mais que... mas no posso permitir. Prometo-lheque amanh voc entender o porqu.

    Ele no pensou o quo estranha a ltima observao soaria a Elizabeth antes de faz-la. Por sorte amente dela estava ocupada com outra coisa. Voc nunca me contou qual foi o seu pedido. Aquelesobre o qual me falou naquela noite. O pedido que fez estrela cadente.

    Ele sorriu. Isso porque tais pedidos devem ser mantidos em segredo ou nunca se tornaro

    realidade. Nunca fez um pedido estrela?

    Confesso que sim uma vez. Mas no vou permitir que mude de assunto. Voc disse que seupedido havia sido um sucesso. Certamente voc pode revel-lo j que j foi atendido.

    Com o semblante srio, ele a olhou intensamente no fundo dos olhos e sussurrou, Voc no sabe?Eu pedi voc, Elizabeth.

    Ela sorriu e, colocando a mo em seu brao e caminhando na direo da porta, ela disse, Foi bomvoc ter embargado nossa atividade, caso contrrio eu no seria capaz de resistir a beij-loardentemente depois de tal declarao.

    Ele lhe devolveu o sorriso e seu corao se encheu de alegria e calor enquanto deixavam a sala. Nocorredor, passaram por uma mesa sobre a qual Jane depositara as flores que ela carregara durante acerimnia daquela manh. Elizabeth parou, tirou uma rosa branca do buqu e a entregou a ele. Elesorriu ao pegar a flor. Tirou uma das ptalas, beijou-a e devolveu-a a ela, dizendo, Guarde isto nasua caixa de lembranas.

    Elizabeth imediatamente atendeu ao pedido dele e ele enfiou com cuidado a rosa em seu bolsoenquanto a observava subir as escadas. Enquanto Elizabeth estava em seu quarto, a carruagem dosHursts foi anunciada. Bingley encontrou Darcy no corredor e o apressou a sair com ele para dizeradeus s suas irms.

    Em p na entrada do hall, ele se virou e olhou para cima. No havia sinal de Elizabeth. Ele sabiaque era chegada a hora daquele lindo sonho acabar. Cruzou o hall e, enquanto o mordomo lheentregava a capa, ele ouviu passos na escadaria. Ele parou, fechou os olhos por um breve momento,e virou-se na hora em que ela chegava ao p da escada. Ela estava com o vestido que usara naigreja. Quando seus olhos se encontraram, ela pareceu apreensiva e constrangida. Ele lhe fez umapequena reverncia, virou-se e saiu em direo carruagem, onde os Hursts e a Miss. Bingley oaguardavam.

    Na manh seguinte ao casamento dos Bingleys, Darcy despertou com a vvida lembrana de um

    sonho sobre o dia anterior. Entrou no quarto de vestir, encontrou a casaca que usara no casamento ebuscou algo em seu bolso. Ali ele encontrou uma rosa branca, um pouco amassada por ter ficado nobolso, com uma ptala faltando. Ele sorriu, foi at sua cmoda, abriu a gaveta de cima, e tirou umleno. Ps a rosa com muito cuidado junto com os espinhos que estavam embrulhados no leno,

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    20/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    guardando tudo em seu bolso. Sorriu consigo mesmo, sabendo que em algum momento daquelamanh ela encontraria uma ptala branca de rosa em sua caixa de lembranas.

    Quinta parte (final)

    Quando Elizabeth acordou no dia seguinte ao casamento de Jane e Bingley, recordou-se de ter

    sonhado estar casada com o Mr. Darcy. Imediatamente ficou apreensiva, sentindo um n noestmago, e sentou-se abruptamente na cama.Aconteceu novamente. Lembrou-se ento dos eventosreais do dia anterior. O Mr. Darcy viera a Longbourn para o caf da manh em comemorao aocasamento. Havia sido embaraoso e constrangedor. Ela esperava evit-lo o mximo possvel, masele fora educado e atencioso com ela.

    Suspirou aliviada e caiu de novo sobre o travesseirodesta vez havia sido realmente apenas umsonho. Em novembro ela no tivera outra recordao do baile em Netherfield alm da inexplicvellembrana, aparentemente compartilhada pelo Mr. Darcy, de que todos acreditavam que ela fossesua esposa. Agora ela se lembrava dos eventos de ontem, e no sonho era como se ela estivesserealmente casada com ele. Em novembro ela sabia que no estava. Desta vez era diferente. Desta

    vez havia sido apenas um sonhosem sombra de dvida provocado pelo fato de ela t-lo visto nodia anterior, depois de dois meses.

    Ela se levantou e encaminhou-se penteadeira para comear o dia, enquanto os acontecimentos dosonho passavam por sua mentea rosa que ela dera a ele, a ptala que ele dera a ela. Ao se sentar,fitou a caixa de lembranas. Balanou a cabea e olhou para o espelho tentando ignorar a caixa, masfoi intil. Eu tenho que acabar com isso de uma vez por todas, disse para si mesma, No ficareisossegada enquanto no provar que no h nada a. Abriu a caixa e ali, junto rosa murcha denovembro, havia uma nica e fresca ptala branca de rosa. Ela prendeu a respirao, pegou a ptalae olhou-a fixamente por um momento, dizendo, No pode ser!

    Aquilo estava alm de sua compreenso! Comeou a pensar mais atentamente em tudo o que haviase passado no sonho. Ela estava casada com ele, havia sugerido que estava grvida e o beijara! Masele resistira, no quis beij-la e disse que ela entenderia o porqu no dia seguinte. Ele sabia. Elesoube que no estavam casados no sonho, exatamente como ela soubera em novembro. A nicadiferena era que ele tivera o benefcio da experincia anterior. Ela se lembrava de que emnovembro ele parecera recordar-se dos fatos reais do baile em Netherfield, enquanto que ela s serecordara dos eventos do sonho. Acontecera novamentee desta vez a experincia havia sidoinversa, mas por qu?

    O que motivara o sonho? Lembrou-se da noite anterior ao casamento de Jane, olhando pela janela,to feliz de que sua irm tivesse encontrado o verdadeiro amor, perguntando-se se algum diaencontraria algo semelhante, se conseguiria se casar por amor.

    Sabia que o casamento de Jane lhe permitiria conhecer um nmero maior de homens do que lheseria possvel se permanecesse no campo, e homens mais importantes do que os que conheceria seestivesse na capital com os Gardiners. Mas seria capaz de amar algum deles? Ser que algum delesa amaria o suficiente para escolh-la, apesar de sua situao? Foi quando pousou o olhar em umaestrela cadente e pediu que um dia encontrasse o verdadeiro amor.Ela provocara o sonho.Elafizera aquilo acontecer. Mas certamente esta no poderia ser a resposta queles pensamentosmelanclicos, amor verdadeiro com... o Mr. Darcy?

    Percebeu que, se ela fizera aquilo acontecer agora, com seus pensamentos, ento ele deve ter feitoaquilo acontecer em novembro. O pedido dele deve ter motivado tudo. Seu pedido estrela.Recordou-se das palavras dele no sonho de ontem,Eu pedi voc, Elizabeth. Mas ele teria que terfeito o pedido antes do baile em Netherfield. Seria possvel que ele estivesse realmente apaixonado

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    21/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    por ela, que j o estivesse na ocasio? Ela se deu conta de que, durante o sonho do dia anterior, elehavia revelado qual fora seu pedido, consciente das reais circunstncias.

    Ela se recordou das palavras dele durante a ltima conversa que tiveram em novembro, quando elasalientara que no simpatizavam um com o outro.A senhorita se antipatiza por mim? A surpresadele havia sido sincera. E no sonho da noite anterior ele a lembrara de que ela se antipatizara por

    ele. Mas ela declarara e tivera sentimentos diferentes. E o que ele havia dito?Espero que se lembredisso amanh. Seria possvel? Suas palavras e aes pareciam indicar que ele nutria sentimentospor ela, embora no os houvesse declarado. Porm, ele havia declarado seu amor no sonho denovembro, e no de ontem ele beijara a ptala de rosa antes de entregar-lhetotalmente conscienteda realidade da situao.

    Aturdida por tais reflexes, vestiu-se rapidamente e embrulhou a rosa de novembro e a nova ptalade rosa em um leno e guardou-o em sua bolsinha. Desceu para a cozinha e encontrou as flores docasamento de Jane onde as pendurara para secar. Elizabeth fizera o arranjo e sabia que haviaincludo quatro rosas brancas que Bingley mandara da estufa de Netherfield. Contou as rosas doarranjos havia trs. Ela sabia onde a quarta rosa estava.

    Antes mesmo de perceber o que estava fazendo, Elizabeth parou na sala do caf da manh para darbom dia famlia e avis-los que sairia para um passeio. Ao caminhar na direo do rio, parte delaqueria fazer a volta e correr para casa; mas alguma coisa a impelia a continuar em frente. Quandochegou ao lugar em que encontrara o Mr. Darcy naqueles dois dias de novembro, ele j seencontrava alicom uma rosa branca nas mos.

    Darcy sorriu ao v-la. Bom dia, Miss. Bennet.

    Ela no conseguia encar-lo, Bom dia, ela disse, olhando para o cho enquanto fazia umapequena mesura. Subitamente recordou-se de sua conduta no sonhoela o tocara, o beijara. Foraapenas um sonho, mas ela sabia que ele tambm se lembrava, e sentiu o calor lhe subindo ao rostoenquanto ruborizava embaraada.

    um prazer v-la aqui novamente, ele disse.

    Obrigada, ela respondeu quase num sussurro, ainda evitando o olhar dele.

    Estimo que esteja bem, ele disse num tom que indicava a conscincia de alguma circunstnciaque poderia causar-lhe mal estar.

    Estou muito bem, obrigada.

    Ficaram em silncio por alguns momentos antes que Darcy voltasse a falar. O tempo est muitoagradvel, no acha?

    Ela ficou um pouco surpresa ao v-lo falando do tempo. Mas logo se lembrou da ltima conversaem novembro. Ele lhe prometera no mencionar o incidente novamente. Mas por que ento eleviera encontr-la?

    Sim, foi tudo o que respondeu.

    Eles precisavam abordar o assunto. No fora essa a razo que levara ambos quele lugar? Eleprometera no mencionar mais nada, ento ela deveria tomar a iniciativa. Olhou para a flor nasmos dele. Talvezfosse tudo apenas uma coincidncia. Precisava de uma confirmao por partedele sobre o que acontecera, antes que pudesse falar abertamente sobre o assunto. No poca de

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    22/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    rosas, ela observou, suas palavras refletindo as dele em novembro.

    Ele sorriu. No, no . Encontrei esta rosa esta manh em um dos bolsos do casaco que usei ontem.Creio que do buqu da Mrs. Bingley. Seu olhar se fixou no dela enquanto dizia estas ltimaspalavras, e o corao de Elizabeth comeou a bater mais rpido. Mas uma das ptalas maiores estfaltando, ele prosseguiu, mostrando-lhe a flor.

    Ela abriu a bolsa, tirou a ptala e a mostrou a ele. Isto estava na minha caixa de lembranas estamanh. fez uma pausa, e acrescentou num sussurro, mas o senhor sabia que estava l.

    Eu suspeitava.

    Darcy no sabia como continuar.Desejava falar sobre o ocorrido e ela tambm parecia disposta atocar no assunto, mas ele prometera em novembro que nunca mais mencionaria o tema.

    Ento ela falou. Em voz baixa. Quase um murmrio. Por que veio at aqui?

    Eu esperava v-la. E aps uma breve pausa ele disse. E por que a senhoritaveio at aqui?

    Ela suspirou. No sei bem. Depois do que aconteceu ontem... Ela parecia pouco disposta acontinuar.

    Ontem tambm foi um dia muito bonito. A cerimnia foi adorvel, e o tempo colaborou bastante.

    Elizabeth sorriu involuntariamente, achando graa da tentativa dele de evitar acintosamente oassunto que ambos queriam abordar. Falou-lhe ento no mesmo tom suave, Creio que sabe que novim at aqui para falar do tempo ou sobre o casamento de minha irm.

    Darcy sorriu. No tenho a pretenso de achar que tenha vindo at aqui para falar comigo,Elizabeth corou novamente ao perceber a implicao inadvertida de suas prprias palavras. emboranutra a esperana de que tenha sido esse o caso. Ela ergueu o olhar, surpresa. Ele deu um passo emsua direo e disse em voz baixa, Creio que sei sobre o que deseja discutir, mas preciso de suapermisso para falar sobre o assunto, j que lhe fiz uma promessa de nunca mencionar a questonovamente.

    Tem a minha licena, senhor, para falar sobre o que quer que seja, ela respondeu, embora eu noacredite que falar sobre isso seja mais eficaz no sentido de evitar outra ocorrncia similar do que foinos abstermos de tocar no assunto.

    Impedir que acontecesse novamente nunca foi a minha inteno ao prometer-lhe me calar sobre oassunto, tampouco seria o meu propsito agora ao abordar a questo. Mas agradeo-lhe de qualquermaneira por me liberar da promessa.

    E qual seu propsito ao querer falar sobre isso agora?

    Compreender o que aconteceu, por que aconteceu e, o mais importante de tudo, conhecer suaopinio sobre o assunto.

    Minha opinio? Meus pensamentos esto to dispersos, to confusos, no sei o que pensar. Mal

    posso pensar em algo alm da impossibilidade, da estranheza de tudo isso.

    Ele simplesmente balanou a cabea, indicando que compreendia, e disse Acho intil qualquertentativa de compreender o ocorrido. J tentei, ao invs de apenas aceitar que aconteceu, por mais

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    23/24

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    impossvel que possa parecer, e tentei refletir sobre o significado do que houve.

    Ela nada disse em resposta e ele tambm se manteve calado por um momento enquanto andava nadireo do rio. Finalmente, ele parou e se voltou para ela para dizer, Creio que sei por queaconteceu em novembro passado. Fez uma pausa e ela se manteve calada. A expresso delaindicava que entendera a referncia ao pedido que ele fizera e ela o olhou com certa expectativa. Ele

    continuou, Mas o de ontem no foi de minha responsabilidade, portanto s posso concluir que aresponsabilidade deva ter sido sua.

    Elizabeth foi tomada de surpresa pelo atrevimento dele. Deveria revelar sobre o que meditara nanoite anterior ao casamento? Sem ponderar muito sobre a questo, ela disse, Eu realmente passeialgum tempo, duas noites atrs, pensando com carinho no casamento de Jane e questionando... meu

    prprio futuro.

    Darcy sorriu, E onde estava enquanto refletia sobre isso?

    Sentada prxima janela no meu quarto, observando as estrelas no cu. Ento, para evitar que ele

    acreditasse que ela estivera pensando nele, acrescentou, Mas eu no estava contemplando nenhumfuturo em particular, somente me perguntava se seria abenoada com a mesma felicidade que Janeencontrou.

    A senhorita sentiu essa felicidade ontem.

    No era uma pergunta e sim uma afirmao. No havia como negar. Ela lhe deu as costas, muitoembaraada para responder.

    Ele se aproximou por trs dela e sussurrou, No vai olhar para mim?

    Ela voltou-se para ele lentamente.

    Diga apenas que no tem antipatia por mim, ele disse. Que se recorda de suas prprias palavrasde ontem quando declarou que tenho boas qualidades, que se recorda de como se sentiu quando as

    proferiu.

    Eu me lembro, ela disse de maneira quase inaudvel.

    Em novembro passado desejei saber como seria estar casado com a senhorita, porque na poca euacreditava que no pudesse fazer tal escolha. Fui agraciado com o relance do que seria aquela vidaa vida que eu me recusava buscarse eu me entregasse aos meus sentimentos. Duas noites atrs asenhorita desejou saber se poderia ter um futuro feliz com o homem que a amasse e que a senhoritapudesse amar. Ontem foi agraciada com o relance desse futuro. Sabe que foi a resposta ao seupedido, assim como a adorvel noite que compartilhamos em novembro foi a resposta ao meu. Essefuturo pode ser seu... nosso, e o que desejo acima de qualquer coisa.

    Ela o encarou por um momento, assombrada. Aquela era uma proposta de casamento? Pensou sobretudo o que ele lhe dissera, repetindo mentalmente suas palavras. Finalmente ela disse, Me perguntopor que o senhor considerava impossvel, dois meses atrs, o que agora afirma ser seu maiordesejo.

    Eu a admirava muito em novembro, mas na poca no pensei que pudesse ser um casamentoprudente para mim. Eu reprimi meus sentimentos por razes no muito nobres. A concesso ao meupedido em Netherfield abriu os meus olhos. Em vez de me sentir satisfeito com a noite que me foiconcedida como seu marido, passei a desejar ainda mais aquelarealidade. Aps um breve pausa,

  • 7/31/2019 Um Relance - Fanfic O&P

    24/24

    ele continuou, Foi ento que disse que no gostava de mim. Fiquei chocado e magoado. Acrediteique no quisesse nada comigo. Disse que no queria discutir o que havia acontecido, ento prometique no o faria. Confesso que tinha esperana de lhe causar uma impresso melhor quando aencontrei ontem novamente, mas nunca podia esperar que o que aconteceu em novembroaconteceria novamente.

    No, eu tampouco.

    Mas acredito que tenha acontecido por uma razo. Por mais impossvel que nos parea, no podiaser resultado apenas do acaso. E acredito que o propsito foi o de nos mostrar que fomos feitos paraficarmos juntos. Nova pausa e ele declarou, Eu a amo. Ela ergueu o olhar para elerepentinamente. Ele sorriu pela sua expresso de surpresa. Sabe que a amo. Talvez nocorresponda ao meu sentimento agora, mas sei que pode vir a faz-lo. Tenho f nas suas palavras deontem, na convico com a qual as pronunciou.

    Enquanto o ouvia, a mente de Elizabeth se enchia de lembranas do sonho, e seu corao se enchiadas sensaes que experimentara. Resignou-se a aceitar a futilidade do pensamento racional nesta

    situao e desistiu inteiramente de tal esforo. Os sentimentos do sonho da noite anterior aenvolveram. Ela amava e confiava no homem que estava diante dela tanto quanto o amara econfiara nele na noite anterior, quando acreditara estar casada com ele. Sentiu em seu interior afuso daquela realidade com a realidade de agora, por mais inexplicveis que fossem aqueleseventos.

    Ela olhou bem no fundo de seus olhos e sorriu. Ele se inclinou para beij-la e ambos se encheram decontentamento ao pensar no futuro que compartilhariam, um futuro do qual j tiveram um relance.

    FINIS

    Texto original

    A Glimpse: http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

    Traduo: Lizzie Rodrigues

    http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/

    http://bennetgirls.com/Alicia/AG.htmlhttp://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html