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IIIAXXODOMinsrG-O, 5 DE AGOSTO DE 1903 NAT.° io3
S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R A R I O E A G R Í C O L A
Assign»t»rii■\nno, iS°00 rt>>s; semestre, 5pò réis. Pagamento adeantado. par;' 0 Brazil, anno. 2.$5oo réis Imoeda for ej.Avulso, no dia da publicação. 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloio
l I l M i O E T I lRUA DIREITA — 19, i.«
A L l í E í i A L L K G A . ~
B*uJ>licaçõesAnnuncios— 1.* publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,
Q 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os autò- tf graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.
PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio
e x p e d i e n t e
4cceitam-se cona grati dáo qaaaesqaaer uoticias que sejaiia de in teresse piibiieo.
ISogasssos aos saossos estimáveis assigaaa3Et.es a 0aeaca de aEÍÍS |»a«*í.iciparem qaialqaBer falta 55a remessa do joraa i. para de prompto provideaeiar- mos.
UMA 1M0WDADETão grande, tão flagran
temente revoltante, que não ha nada que a desculpe, que lhe atue um pouco a sombra que projecta na sociedade que a tolera. Encerra em si todos os sof- frimentos e todas as torturas que o despotismo gera e alimenta, consubstancia na sua essencia, o germen dissolvente da miséria e da ociosidade, effeitos únicos que ella produz, que delia emanam com uma expontaneidade que aterrorisa.
Pois não será tudo isto aquelía disposição legal que obriga a maioria dos reservas a apresentarem- se ao serviço militar no mez de agosto? Como pode comprehender-se que no momento historico que atravessamos, tão cheio de perigos, tão ouriçado de espinhos cortantes como espadas, em que uma crise agrícola terrível ameaça o nosso paiz, se lhes robem inopinadamente quatro mil homens, cujos braços robustos tão necessários são para luctarem contra a miséria em que se debate o nosso povo, para afugentarem para longe a fome que ameaça vencel-o?
Em mez dagosto é o periodo em que a agricultura necessita de mais bra- Ços, é o mez das colheitas, e por consequencia dum trabalho insano. E é exactamente num periodo de lucta, que se lhes rouba essa enorme quantidade de homens, para os lançar em lubregas casernas sem hz, sem ar, onde existem 0s germens de todas as
doenças e de todos os vícios.
Arr.,ncam-nos ao trabalho, para ensinal-os a serem ociosos, para lhes incutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se relaciona com o militarismo. Não os instruem, besteali- sam-nos, deprimem-nos e humilham-nos apenas, em Iogar de lhes radicarem no espirito o sentimento da d i gnidade e da liberdade humanas. De livres que eram, transformam-nos em entes ■passivos, a quem negam a faculdade de sentir e raciocinar, cie se queixarem quando os torturam e sacrificam.
Elles que nas suas aldeias onde nasceram são livres como as aves que cortam o azul d este rutilante céo peninsular, veem-se d’um mommto para outro, sem transição sensivel, arreba- nhados como carneiros, sob um jugo que os atormenta, sem liberdade de movimentos, sem poderem accionar livremente, membros duma escravatura bem mais odiosa do que a outra que já não existe.
Digam o que disserem os defensores d esta disposição legal, apresentem em seu favor todos os argumentos possíveis, que ella nunca deixará de ser iníqua; e terá sempre a con- demnal-a as lagrimas das mães que vêem partir os filhos, os protestos das almas que um grande ideal de justiça e bondade taz vibrar ainda, numa áncia de paz e de amor, de máxima felicidade possível, que a idéa nova lhes deixa antever num futuro ainda distante.
O militarismo já em si encerra a maior affronta que póde ser lançada á face das sociedades modernas. O s seus princípios de obediencia cega a ordens que nem mesmo pódem ser discutidas por aquelles que devem executal-as, são a negação tfbsoluta da liberdade e da dignidade, que transformam um homem numa machina facil
mente dirigível, n’um irracional emfim.
Porém quando essa instituição odiosa é agravada por uma disposição tão revoltante como aquella a que ora venho referindo, torna-se tão iníqua que devemos expor bem alto a indignação, que ella nos causa, que ella faz nascer nos espíritos rectos e justos.
E em frente da crise financeira que o nosso paiz atravessa, será justo que se gaste tanto dinheiro com estes caprichos de íi- dalgote arruinado, com os desejos de prurido insatisfeito que o efeminado Ma- vorte hysterico que preside aos destinos do nosso exercito, constantemente alimenta?
Mas, meus senhores, o governo do senhor Hintze é coherentè. Ao povo que lhe fornece o dinheiro necessário para a manutenção da orgia em que tem vivido, tem tirado todas as regalias, tem-lhe negado todos os direitos, mandando fuzilar quando reage submisso.
Suga-lhe tudo o que elle ganha á custa de inauditos sacrifícios: e depois de tudo isto, entende que até dos seús proprios filhos pode dispor livremente. Por isso lhos arrebata assim, sem comteinplaçÕes pela sua miséria, sem comiseração de nenhuma es- pecie. Pode haver maior iniquidade?
JOAO G1L
Cirandes festejos ao fiís- p irito Síassto
A commissãò promotora dos festejos em honra do Espirito Santo, orago da freguezia, tem envidado todos os esforços possíveis, afim de que sejam, como os mais annos, revestidos do maior brilhantismo. Estes festejos durarão quatro dias, sendo abrilhantados por quatro das melhores bandas, sendo duas regi- mentaes e duas marciaes, devendo-se encorporar na procissão seis bandas.
Em consequencia dos im
portantes melhoramentos na Prata Serpá Pinto e rua Direita, mandados fazer pela ex.,M Camara Municipal, ainda não estão definitivamente deliberados os dias para estes sumptuosos festejos.
A tourada
Com todas as difliculda- des que sempre- acarretam estes divertimentos, conseguiu a digna commissão promotora cI qs Grandes Festejos ao Espirito Santo, realisar no dia 2:j do pro- ximo passado, conforme noticiámos, a tourada em favor dos referidos festejos.
O s touros, offerta do caprichoso lavrador, ex.mo sr. José Maria dos Santos, eram muito bonitos e de _bravura correspondente.
O s amadores foram coadjuvados pelos distinctos artistas Augusto Gualdino Salgado, Torres Branco, que prestaram desinteressadamente este favor á commissão dos festejos, e José Martins 0 A\cildro.
Com o ban da r i I heiros dis- tinguiram-se.: Eugênio Sa- coutó e Manuel Mira. O consciencioso bandarilhei- ro, d'esta villa, Augusto Gualdino Salgado, no touro que lhe coube a sós (5.°) collocou com toda a sua perícia quatro pares de ban- darilhas, conquistando por isso os applausos do publico.
O s mocos de forcado fi-; ;>zeram pegas regulares, so- brésáhindo Manuel Calca->
da com uma boa péga de cara.
O moço de forcado José Serrador, na occasião que prestava auxilio aos seus collegas, metteu no lado direito do ventre uma farpa, sendo-lhe immediata-mente tirada pelo nosso amigo, ex.mo sr. dr. Manuel Fernandes da Costa Moura.
Oscavalleiros Domingos de Aqui nó Marques, de 12 !annos de edade, deixou tres farpas no touro que lhe coube, mostrando arrojo e habilidade e Justinia- no Antonio Gouveia nada poude fazer em consequen
cia do cavallo não se prestar.
Abrilhantou este espectáculo a distincta phylar- monica i.° de Dezembro, desta villa, sob a regencia do seu habil mestre, sr. Bal- thazar Manuel Valente.
No final da corrida houve um touro para ós:curiosos que bastantes trabalhos deu aos médicos e phar- maceuticos. Era engraçado vêr os mais atrevidos de nariz escangalhado, correndo para a botica e dizendo mal á sua sorte.
A P R O S T IT U IÇ Ã O
Com o o polvo gigantesco de que fala Victor Hugo e que, com os enormes ten- taculos empolga a sua desgraçada victima, assim a prostituição se apodera da fraca'* e desprotegida mulher.
Desprovida completamente de recursos, procura no trabalho os meios de subsistência; mas o trabalho da mulher é geralmente mal pago; apenas ganha o necessário para não morrer de fome. Vem depois um homem com palavras mellifluas, insinua- se-lhe no animo, infiltra-lhe em todo o seu ser o fluido magnético do amor; ella cede, entrega-se-lhe, com a inconsciência de que vê nelle um amparo, um protector para o futuro que se lhe antolha coberto de espinhos e dá o primeiro passo no caminho da desgraça.
A s vezes esse homem é honesto, cumpre as suas promessas, faz cfella a mãe dos seus filhos, a doce companheira do lar, o anjo que compartilha as suas dôres e as suas alegrias; mas esses casos poucas vezes se dão. Em geral, depois de cevar os seus instinctos bestiaes, abandona-a cobardemente, sem remorsos sequer da acção indigna que praticou.
O que ha de fazer essa mulher, sem ter quem a auxilie, sem ter quem lhe estenda a mão para a salvar ao abysmo ? Procurar na prostituição vergonha-
O D O M l t f G O
sa os meios que lhe facilitem o viver.
E nem mesmo a lei a protege. Inscreve-a no registo dás toleradas e atira-a para o charco immundo das viellas, onde vae perder tudo o que de nobre e santo havia no seu coração de mulher. Se quer ainda regenerar-se, se pretende sahir do caminho immundo do vicio, não lhe estendem os braços para a salvar do naufragio, pedem-lhe dinheiro como se fôra para o resgate de uma escrava. E se um homem bom e caridoso deseja tra- zel-a ao caminho do dever, esse homem encontra mil estorvos, mil difficuldades que, se não tiver a neces- saria coragem, o fazem desistir da sua nobre tarefa.
E’ preciso que a lei seja a protectora dos infelizes, que seja mãe carinhosa e não madrasta cruel. Evitar a prostituição é uma das mais nobres acções de que se pode orgulhar a humanidade. E a humanidade caminha, não retrocede para as épochas barbaras. Já não pode haver escravos, é preciso acabar de uma vez para sempre com a exploração da carne humana.
JOAQUIM DOS ANJOS.
Certamen masslcí»! eass Setaii5ial
Segue hoje para Setúbal pelas 6 horas da manhã, a phylarmonica i.° de Dezembro, desta villa, afim de tomar parte no grandioso certamen musical a prémios na praça de touros D. Carlos. Este certamen começa ao meio dia, e a phylarmonica i.° de Dezembro além da peça escolhida pelo jury «Ouverture cie Suppé»— Pique D am e— Tocará a peça de desempate: «Pot-pourri da opera Lakmé», do maestro Delibes. O s prémios são dois, sendo o primeiro de 15o;$ooo réis e o segundo de io o & o o réis. Oxalá
o jury se não tenha vendido. O seu a seu dono.
Consta-nos que vae sahir do hospital de S. José, o homem que daqui foi no dia 23 do mez findo com a carótida rota.
C O F R E B E F E R 0 L 1 S
Lutuosa*
Victimado por uma pe- ritonite, falleceu no domingo ultimo, pela uma hora da tarde, na flor da edade, Fuancisco de Almeida, 2 ° cornetim da phylarmonica;' i.°de Dezembro, cíesta vil-1 la. Na edade de 25 annos foi arrebatado bruscamente do seio daquelles que tanto o estimavam. Seriam9 horas e um quarto da noite quando se realisou o funeral, encorporando-se a phylarmonica i.° de Dezembro, levando o seu estandarte coberto de crépes.
Paz á sua alma.
RecliSieapáo
Por um lamentavel lapso de revisão, sahiu o presente numero deste jornal com a data de 5 de agosto, quando deve ser 5 de julho.
Uma iniquhiade
E’ transcripto do nosso iilustre collega de Porto de Móz O Portomoqense,o artigo subordinado a esta epigraphe que publicamos no logar d’honra. Pedimos venia para a sua transcripção.
-<v>—
Fo ram mandados intimar os indivíduos que faltaram fazer os canos de despejo, nos termos da postura municipal de 1 de junho de18 j(5.
Já se está procedendo com urgência ao calcetamento dos passeios da rua Direita e á pintura e caia- ções nos Paços do Concelho.
A MINHA E S T R E L L AE 's a estrella refulgente Que no céo vemos brilhar;Eu sou a flo r purpurina Que espalha aromas no ar.
1 Quando a aurora matutinaResurge no céo infindo,Vae beijarrle o rosto lindo Dum a alvura cristallina.Formosura peregrina,Que doce graça allrahenle Tem teu collo alvinitente Que desespera um artista!Di\em todos, a tal vista:« E s a estrella refulgente/»
Teus suaves attraclivos,O doce filha das rosas,São cadeias amorosasQue os homens tracem captivos.Ninguém sabe inda os motivos Que tu podes empregar P 'r a as almas enfeitiçar N ’uma volúpia de goso,Como um astro luminoso Que no céo vêmos brilhar.
Que formosa que tu és!Tens o sceptro da belle\a;Vês, com altiva firmeza,O mundo lodo a teus pés Como a vara de Moy^és,Q ue lodo um povo dominas,Quando firme, a nós se inclina,O fo g o do teu olhar,Qite magua sinto ao pensar r «Eu sou a flo r purpurina.»
Eu só posso comparar-te A ' hq do sol mais ardente,Pois o meu peito fremente Sente temor ao fitar-te.Fugindo por Ioda a parte P'ra essa visão deixar,Sempre um encanto sem par Toda a alma me illumina Vejo a rosa purpurina Q ue espalha aromas no ar.
JOAQUIM DOS ANJOS.
IDa «Guitarra cTOuío», publicada por F. Napoleão da Victoria, travessa de S. Domingos, 9 a i 3 , Lisboa.)
A N E C D O T A S
Um laponio vae tirar um dente. 0 dentista observa-o e di^-lhe que julga indispensável chloroformisal-o.
— Vae-me fazer dormir? perguntou o laponio.— Vou.O laponio começa a tirar o dinheiro da algibeira.— N ão é necessário, di\-lhe o dentista, paga depois.— Não é isso, replica o homem, eu o que vou, antes
de adormecer, é contar o dinheiro que tenho.
Foi nomeado em sessão de 22 de junho findo, pe|a camara municipal, o digno vereador, ex.mo sr. Marciano Augusto da Silva, para fazer parte da junta revisora das côngruas parochiaes e para louvados informadores.
Para Aldegallega — Antonio José da Silva e Francisco da Costa Rodrigues.
Para Canha— Bernardi- no d’Andrade Ruas e Antonio da Costa Coelho.
Para Sarilhos Grandes— Antonio Baptista Gomes e Antonio do Nascimento Gomes.
Ministro das Obras Pu.Micas
Foi procurado pela camara municipal, afim de pedir deferimento á representação feita em sessão de 16 de março findo, o sr. Ministro das Obras Publicas, para mandar alongar a praia d’esta villa.
Sua ex.a é esperado no proximo dia 8 do corrente pela digna camara municipal, que conta fazer-lhe uma boa recepção.
Pauta do jury da comarca de Aldegallega do Ribatejo que tem defunccio- nar no 2.° semestre do corrente anno, em crimes ordinários.
DE A L D E G A L L E G A
Diogo Rodrigues de Mendonça, Antonio Chris- tiano Saioio, Antonio Luiz Gouveia, José Antonio Saloio, José Cypriano Salgado, Antonio Rodrigues de Mendonça, Joaquim de Sousa Ferra, Francisco José Nepomuceno Serrano, Ro- zendo de Sousa Rama, José Narciso Ferra, Emilio de Jesus Bisca, Francisco Freire Caria Junior, José Luiz Gouveia, Joaquim Sequeira Fananaia, José Pereira Fialho e Estevão José Rodrigues.
D A M O IT A
Antonio Olympio Ma- rianno, José Simões Do-
34 FOLHETIM
Traducçáo de J. DOS ANJOS
D E P O I S Í T P E E C A D O ——★—-
iJv ro primeiro1 1 1
Precipitou-se na direcção d’onde vinha o grito ’, perguntando de st para si como e porque a rapariga, a quem uma hora antes elle acompanhara fó'-a do parque, tinha to::n;ido a entrar lá.
— Queria tornar a vêr-me? pensouelle. V
Esta idéa de encadeou-lhe de novo no coração uma onila de paixão ardente;
— Cn.:e está, Magjalenasinha? ex- clsmoã.
— P o r aqui, senhor; por piedade, venha depressa!
Era do lado do lago que vinha aquefla chamada de desespero. O Adriano correu para lá. Tinha os olhos affeitos á escuridão e além d’is- so os relampagos, com o seu reflexo avermelhado, fizera.n-lhe vêr logo quem procurava. Mergulhada até aos hombros no lago, a cujas bordas se agarrava desesperadamente com as mãos crispadas, a rapariga estava pa- ralysada pelo terror. O fato, em cima da herva, indicava que ella se deitara á agua voluntariamente.
■— A h ! terrível creança! exclamou o Adriano, sempre quizrealisar essa p e rigosa phantasia!
Tomá-a-a nos braços e tirava para fora da agua aquelle corpo encantador a que só a noite velava a nudez. F e lizmente as trevas eram profundas e a
Magdalena teve forças para se vestir Mas quando veiu para o pé do Adriano batia o queixo.
— Apanhou frio. disse ellè, assusta do de a ver assim; venha depressa a minha casa.
-— Não foi frio, murmurou ella, foi medo; julguei que ia morrer, e agora mesmo, p arece-m e.. .
Não poude dizer mais e cahiu des- fallecida.
O Adriano levantou-a nos braços e voltou para o pavilhão, carregado com aquelle íàrdo.
Depois de estar no seu quarto, deitou a Magdalena na cama. V iu então que eram precisos cuidados immédia- tos. Chamou novamente a s r . a Te!e- maco, mas a mujherziriha ainda efesta vez não lhe respondeu.
Decidiu-se então a tratar elle pro- prio dc tudo. Tinha a'g” ni conheci
mentos médicos e corpprehendeu que a Magdalena só precisava de se aquecer. Friccionou-a, fez-lhe correr por entre os labios descorados uma bebida quente e a final, dez minutos depois, durante os qures nenhum pensamento mau viera alterar a pureza da sua dedicação, teve a satisfação de vêr a doente abrir os olhos, olhar para elle sorrindo-se e proferir com voz ain "a fraca umas palavras de agradecimento.
— Metteu-me um grande susto, Ma- gdalerwsinha disse-lhe elle. í-óde agora cont; r me o que lhe succedeu?
— Depois de o deixar fui para a nossa casa, respondeu a Mag.Jnl na. Estava meu pae í minha espera e quiz saber por que eu vinha ião tarde. T ive de lhe ment r, dizendo, que me tinha demorado no caminho á volta de Vais. Depois ceiáfflos, óu ;_or
outra, foi elle quem ceiou, porque eu tinha tanta vontade de comer na minha casa como na sua. Depois conversámos um bocado. O pae contou- me que. na minha ausência, fôra lá o Pedro Guillemale para lhe dizer que ia amanhã para Aubc-nas aprender a serralheiro e que antes d'isso o senhor cura diria uma missa para Deus abençoar aquella idéa. O Pedro mostrou o desejo de que eu e o meu pae assistíssemos áquella mis'a, e meu pae disse-me que lhe tinha promettt- do que íamos, e aícrescentou que aquellf bom rapaz vae aprender para poder ganhar a sua vida e a minha quando nos casarmos. Mas eu não podia dormi'- e, aproveitando o somno do meu pae, sahi sem elle dar por isso.
(Continuai
O D O M I N G O
da Durão
pingues, João de Lima Antunes, João Camillo dos Santos, Manuel Francisco ^Almeida, Antonio Vas- ques, Pedro Rodrigues G o n çalves , Manuel José da Costa, Francisco Paula An- tas Barbosa, José Gomes
Paula, Luiz Cândido João Antonio Go-
pes Pereira, Manuel José Antunes, Estanislau Do- mingues, Luiz José da Costa Lobo e Pedro Alexandrino de Sousa.
DE A L C O C H E T E
Manuel da Costa Padeiro e João Baptista Nunes.
DO S A M O U C O
Emilio Augusto Huerta de Oliveira.
- DE A L H O S V E D R O S
Joaquim Alves Dias.
5fi. «5. ISoríc «Pamior
Teve a delicadeza de nos apresentar os seus cumprimentos de despedida o nosso illustre amigo, sr. Manuel Joaquim Norte Júnior, que parte no proximo dia 8 do corrente mez de julho para Paris.
Como já dissémos, o nosso amigo, vae como pen- sionario do legado do ex- tincto visconde de Valmor, para concluir os seus estudos de architecto na escola de Bellas Artes, daquel- la cidade, e faz-se acompanhar de sua ex.n,a esposa
Appetecemos-lhes feliz e breveviagem regresso
Esteiro Furado, freguezia da Moita, se ha de arrematar em hasta publica, a quem maior lanço offere- cer sobre o valor abaixo designado. — Uma fazenda composta de casas de habitação e arrecadação, poço, vinha e arvores de fructo, no sitio das Arrotheias do Esteiro furado, proximo a Sarilhos Pequenos, foreira em dois mil réis e uma gallinha ou trezentos réis por ella, an- nualmente a Luiz Alberto Homem da Cunha Corte Real, e vae á praça no valor de 35o$ooo réis.
Pelo prezente são citados os credores incertos para assistirem á dita arrematação e ahi uzarem dos seus direitos, sob pena de revelia.
Aldegallega do Ribatejo, 25 de junho de 1903.
o ESC R IV Ã O
Antonio Augusto da SilvaCoelho.
Verifiquei a exactidão.
O JUIZ DE D IREITO
i.° Substituto
Antonio Tavares da Silva.
CAIIVAO DE KOKEDas Companhias Reuni
das Gaz e Electricidade, de Lisboa, a 500 réis cada sacca de 45 kilos.
Largo da Caidcira— * A L D E G A L L E G A * —
TAROLETASHa duas taboletas gran
des e em bom uso para vender. Trata-se com o sr. João Antonio Ribeiro, praça Serpa Pinto, 5g — Aldegallega.
JOSÉ DA SILVA THV110TE0 & FILHORELOJOARIA E OURIVESARIA
íSeaaa rivalOs proprietários d’este estabelecimento rogamaosseuS fre
guezes a fineza de não comprarem em outra farte , mesmo em Lisboa, sem que primeiro experimentem os modicos preços d'este estabelecimento: porque no presente anno determinou fazer propaganda, muito util para os seus freguezes: em primeiro logar em vendas de ouro e prata, relógios e outros artigos. Se comprarem mais barato em outra qualquer
Carte. devolve-se o seu dinheiro. Suceede o mesmo em tra- alhos de relojoaria e ourivesaria. Soldas em ouro e em pra
ta a 100 réis. T rabalh is para o ; collegas, 20 p. c. de desconto; Ga^antem-se os trabalhos sob pena de se devolver as im- portancias justas, quando estes- não estejam á vontade. Aos seus freguezes recommenda estar ás ordens para qualquer • trabalho de occasião.
T O D O S O S T R A B A L H O S : S E G A R A N T E M FO R UM ANNO
P R A Ç A S E R P A P X P ^ T O — Aldegallega
GRANDE A R i f t Z E I DO C O M E R C I O— * DE
JO A O ANTONIO RIBEIRO5 9 , P R A Ç A S E R P A P I N T O , 5 9 — ALDEGALLEGA
104
G R A N D E A R M A Z É M-* i)E *-
; u li u!j ill
& Comp.al:A E S
A N N U N O I O
A Camara Municipal do concelho põe á disposição do publico um vapor que partirá da ponte dos vapores, pelas 10 horas da manhã da próxima quarta feira, com o fim de ir espe rar ao Montijo sua ex.a o sr. Ministro das Obras Publicas. O s bilhetes de admissão, podem ser requisitados na secretaria da Camara, na terca feira.
AMNUNC10S
A N N U N G I O
C O M A R C A 1 A I M M DO liMLIO
(S.a Pubikseáo)
No dia 12 do proximo mez de julho, pelo meio dia, á porta do tribunal judicial de esta villa de Aldegallega, nos autos de inventario orphanologico a que se procede por óbito de Manuel Caetano Car- regosa, morador que foi no sitio das Arrotheias do
Farinha, semea, arroz nacional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sul- phato e enxofre.
Todos estes géneros se vendem por preços muito em conta tanto para o consumidor como para o revendedor.lâsaa do Caes - -ALDEGALLEGA
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OS DRAMAS DA u.
(Chronica do re;nado de Luiz XV)
Romance historico por
E.LAD0UCETTEOs amove.i trágicos de Manon Les-
raut com o celebre cavalleiro de Grieux. formam o entrecho d ’este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade deveras encantador.
A corte de Luiz xv. com todos os seus. esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d’0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida, a alcançar entre nós exito egual áquellé com que foi recebido em Pa ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.
A edição portugueza do popular-e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 pagina de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e constará apenas de 2 volumes.
t o reis o fascicaalo14)0 reis o toíia©
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BRINDES-.io senhas, um bom sabonete grande - 20, urna toalha de r o s t o - 5o. um ro.rte .de tecido em chiia para camisete — 100. um corte de biarritz para bluza— 200, uma sombrinha para senhora— 5oo, um corte de seda para bíu- 7.a — 1000, um corte panno patente.
ra vestido ou uma peça de
A tíciiçáo
0 seu proprietário resolveu ultimamente fa^er uma grande re- ducção de preços em todos os artigos, vendendo-os por preços f i xos. Não se marcam as fazendas d porta por um preço para serem vendidas ao balcão por outro.
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Perfumaria! Perfumaria!
R E LO JO A R IA GARANTIDADE
AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE
Relogios de ourò. de praia, de aço. de nickel, de plaquet, de phanta- sia. am-rifanos. su is s o sd e pare.ie. marítimos, despertadores americanos, des- -pe--ta.hves.-de pbanrasia. despertadores com musica, suissos de algibeira com corda para oito dias.
Recom nen.ia-se o relogio.de A V E L I N O M A R Q U E S C O N T R A M E S T R E , um bom escape d’ancora muito forte por 5Sooo reis.
Oxidam-se caixas d’aço com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d’estã relojoaria compra ouro e prata pelo pveco mais elevado.
R U A 3D O P Ò Ç O - 1 - ALDEGALLEGA D O RIBATEJO
COMERCIOS Â L C H Í C H A R ] A M E R C A N T I L
1) E
Tendo augmentado consideravelmente o sortimento deste conhecido e vantajoso estabelecimento, os seus proprietários, sem apregoai' milagres, veem mais uma vez por este meio, pedir ao publico em geral que, quando qualquer compra tenham de fazer ainda que insignificante, visitem este estabelecimento, afim de se inteirarem das qualidades e preços por que são vendidos òs seus artigos. Não an- nunciam qualidades e preços impossíveis de se apresentarem ao comprador nem tão pouco com o fim de chamar a attenção do publico costumam annunciár o que não teem nem podem ter. Para prova da seriedade d'este estabelecimento, são sufficientes as ausências feitas pelos seus freguezes, ainda mesmo os menos dedicados.
Vendem a todos pelo mesmo preço. Não dão brindes porque para isso ser- lhes-hia forçoso augmentar a percentagem sobre os artigos a vender e d’ahi resultaria não poderem fazer os preços que estão fazendo.
Como é sabido tem este estabelecimento, que garante vender muitos artigos ainda mais baratos que em Lisboa, as secções de Fanqueiro— sortido grande; Retro- zeiro— não existe outro estabelecimento local com maior e mais completo sortimento;
■ Modas— comquanto seja a secção de menos existencia, estão os proprietários muito satisfeitos com as suas escolhas; Mercador— sortimento sem rival, tendo já recebido alguns artigos para a estação de verão; Calçado— sortido e fabricação esmerada, pois que os proprietários mandam fabricar por sua conta, motivo de garantia para a sua venda; Chapelaria— ha collecçÕes dos formatos mais usados. Tem mais alguns artigos de Decorador, taes como: passadeiras, jutas para reposteiros, pannos para meza, vitragens para cortinas, etc., etc.
Ganhar pouco para vender muito! Os muitos poucos fa^em muito!Preço Fixo. Tudo se manda a casa do fregwez; e <!ão-se sísiosdras e«B) pre
ços a «ptesja as respaisitíir
RUA DIREITA, 88 e 90— RUA D O CONDE, 2, A L D E G A L L E G A J O Ã O B E N T O & N U N E S D E C A R V A L H O
D E P O S I T OD E
V I N H O S , V I N A G R E S E A G U A R D E N T E SE F A B R I C A D E L I C O R E S
D E P O S I T O L i A C R E D I T A D A f J M U C i
j s n s e n & c : LISBOADE
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C E R V E J A S , G - A Z O Z A S , P X R O L I T O S
VENDIDOS PELO PREÇO DA FABRICA
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L A R G O D A C A L D E I R A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO<
ViuliosVinho tinto de pasto de i.», litro
» » » » )) 2.a, »» branco » » i.« »» verde, t in t o . . . . » »» abafado, branco » »» de Collares, tinto » garra fi » Carcavellos br.co » »» de Palmella. . . . '> »» do Porto, superior »» da Madeira.............. »
VinagresVinagre t nto de i .a. litro.............
» )) )) 2.a, » ..........» b r a n c o » i . a, » ................» » » 2.a, » ..........
UeorcsLicor de ginja de i.«, litro...........
» » aniz » » » ...........» » c anella..............................» » rosa.....................................» » hortelã p im en ta ...........
G ranito ..............................................Com a garrafa mais 6o réis.
; Aguardeutes70 rs. 1 Alcool 40o............................... litro65 » | Aguardente de prova 3o°. ».
» g ,nja ...................... *» de bagaço 20o » i a>) » » 20' » 2.3» » » 18° »» n figo 20o »» » Evora 18° »
80120 » 160 » [60 » 240 » 240 » 600 » 800 » Ca»iia Branca
| Parati........................................ litro| Cabo V erd e .................................... »
60 rs. | Cognac............ garrafa5o » | ,> ............................................... »80 » | Genebra....................... »60 » I - _
O36o r s . w3 6 j >> - 4240 »
180 )>'. <160140
)) ‘ )) O
160 )) PUt6 o )) Q
700 <r s .600 » ] í
18200 » JL
- J!18: 00 36o
»»
180[8018018018028a
1 CERVEJAS, GÃZOZAS E PIROLITÔSPosto em casa do consu nidor
| Cerveja de Março, duzia......... 480 rs.| » Piicener, » ......... 720 »| » da pipa, meio b a rr i l . 800 »I Gazozas, duzia ........... ............... .. 420 »! Pirolitos, caixa, 24 garrafas. . . 36o
Capilé. iiíro '160 réis. com garrafa * 3 0 réis
E A í A I S B E B I D A S D E D I F F E R E N T E S Q U A L ID A D E S
PÁRA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O
PEDIDOS A L U C A S & C.A - A L D E G A L L E G A
FrST-i
m
JOAQUIM PEDUO. E M It ELOGIOCarne de porco, azeite de Castello Branco e mais
qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de. leite da Ilha da Madeira e cia Praia d’An- cora e: queijos de difterentes qualidades.
Todos estes -generós são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.
54 a 56, Largo da Praca Serpa Pinto, 54 a 56 ALDEGALLEGA I #
JOSÉ DA ROCHA BARBOSA€'©eis ofílcisáa .de Correeiro e &élleiro
18 , RU A 1)0 F O R N O , 18 A B, 15 BC C! A fl. B„ S-I 4i A
ESTEVÃO JO SE DOS REISCOM.
QFFIC1NÂ DE CALDEIREIRO DE COBREEncarrega-se de todos os trabalhos concernentes
á sua arte.R U A D E J O S É M A R IA D O S S A N TOS
ALDEGALLEGA- - o •
L O J A D O B A R A T O
MOÉA &126
( v à lt S — 9 — AííUu}uííct>a
O s proprietários d’este acreditado estabelecimento participam aos seus muito estimáveis freguezes e ao illustre. povo desta terra, que. esperançados pelas maximas garantias que podem offerecer a todos que lhes derem a honra de visitar o seu estabelecimento, assim se uniram em sociedade, trabalhando quanto possivel para o grande desenvolvimento da sua casa e poderem demonstrai', já pela qualidade dos artigos, como pela modicidade de preços que o seu estabelecimento se acha variadamente sortido para todos os bons gostos e ao alcance de todas as bolças.
Preços p o r m etro
Lindos cortes em lã e seda, alta novidadeArmures pretos em phantasia.......... ..Bengalinetes (tecido de seda) ultima no
vidade ......................... ................................Seda de phantasia própria para bluza. . .Caças para bluzas.........................................Caças com seda.............................................Velludo de diversas còres ..........................Setineta e linetes em todas as côres. . . . .Surah que era de 600 réis . ........................Crépon que era de 3oo ré is ......................Oxford para camizas que era de 160.. . ,Riscado zephire que era de 160.................Panno patente......................................... ..B aetilha............. * .......... .......................Cotim forte. . . ..............................................Flanelia d aigodão para camizas.................
7005 00
24 ° Soo 180
•240 36o 140 36o 120 1 10 1 15
70 òo
Lenços e guardanaposToalhas com franja.Toalhas de meza................... -..........Lenços de seda.................................Meias pretas sem costura cor fixe. Toucas de lã para creança...
9°9?i5
3 o200j 5o
80100
N'este importante estabelecimento encontra-se um colossal sortido de chilas, riscados, colins-patentes,
abe,rlanhados, por preços sem competencia.Ha muitos mais artigos que mencional-os aqui serm
quasi impossível.
Feàrmos uma visita ao nosso ésiaíteíeciincnícr
V E N D A S A P R O M P T O E P R E Ç O FIXOM td u ra 3$ .fJra/iM-