Uma Imagem, Mil palavras
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M ES TR AD O E M D ES IG N E
P R OD U ~A o G R AF IC A
U N IV E RS ID A DE D E
BA RCE L O NA
Uma
Imagem,
Mil Pala vra s
PEDRO G61S
PUB L lC A c ; A o F O TOGRAF IC A
M AN OlO LA GU lllO U B
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Uma
Imagem,
Mil Palavras
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M ESTR ADO EM DES IG N E
P RO D U~ Ao G R AF IC A
U N IV ER S ID AD E D E
B A R C E L ON A
Uma
Imagem,
Mil Palavras
P E DR O G O IS
P U B L lC A ~A o FO TO GR A F IC A
M AN O lO LA G U lllO U B
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i ND ICE
Resumo 7
Introducao 9
1Linguagem e Represntacao 1 1
1.1 Conhecimento e Cultura 1 1
2 Representacao, Imagem Mental e Imagem-Objecto 13
3 A Comunicacao Visual. Experiencia Cultural Comum 1 9
4 Correlacao Visual de Ideias
5 Conclusao
23
27
Anexo- Correlacao Visual de Ideias 29
Bibliografia 33
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RESUMO
A compreensao do espaco ic6nico. A imagem e a sua
relacao com a palavra. A representacao bidimensional
do nosso ambiente, os c6digos simb6licos e a experiencia
cultural comum das formas representadas. Correlacao
visual de ideias, tendo por base a imagem fotografica e
a imagem grafica (pictograma, ideograma, hier6glifo,
simbolo, sistema rebus, logotipo, ...).
A FORMA SEGUE A FUN<.;AO
Lo u is Su l livan
1856-1924Arqui tecto
Amer i cano
cons iderado 0
mento r do
modern ismo
7
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I N T R O D U C ; A O
o Design de Comunicacao e parte integrante da linguagem, e
esta como representacao de urn sistema de relacao de signos
e reflectora de significados e capaz de produzir conhecimento
atraves da sua representacao. Utilizando signos, simbolos, sinais,
palavras escritas, imagens fotograficas e graficas, notas musicais
e ate objectos, estabelecemos representacoes e sinais que comu-
nicam com as outras pessoas, transmitindo conceitos, ideias e
sentimentos.No nosso tempo, juntamente com a linguagem falada e es-
crita, os simbolos visuais em especial os graficos convertem-se
em meios de entendimento indispensaveis. A aceleracao deste
desenvolvimento desde os principios do seculo xx, indica que
para determinadas situacoes comunicativas, 0 idioma nacional
e a sua transmissao escrita/tipografica e progressivamente
substituido por simbolos, especialmente em situacoes em que
se pretende a superacao das barreiras linguisticas.
A principal origem desta crescente substituicao, foi a criacao
dos COdigos de Trd fego Intemaciona l (ex.: Codigo Automovel),
que invocando 0 desenvolvimento industrial provoca a auto-
-suficiencia local e nacional que abriu vias universais para urn
intercambio comercial e cultural entre nacoes,
Ao longo da historia, a ciencia e a tecnica sempre desenvolveu
os seus proprios sistemas de simbolos, e como vemos no nosso
dia a dia, qualquer instrucao sobre 0manejo de maquinas e
artigos de uso domestico enos facilitada quase exc1usivamente
por meio de signos graficos. Estradas, estacoes de comboio,
metros, aeroportos, exposicoes mundiais, feiras, edificios
publicos, todos utilizam sistemas de simbolos graficos que
transportam informacao e mensagem, orientando e informando
os utilizadores dos seus services.
J a na Antiguidade e na Idade Media, a comunicacao visual
atraves de imagens comecou a gozar de urn amplo campo de
difusao, 0 Latim era a lingua internacional da Igreja e os seus
conteudos religiosos eram transmitidos aos seus fieis de varias
nacionalidades atraves de retabulos sistematizados.
9
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Salvo raras excepcoes, esta simplificacao e condensacao da
representacao iconografia em pictogramas nunca conseguiu
estabelecer 0 funcionamento de urn sistema de signos uniforme
na comunicacao visual. Foi desenvolvido 0 seu estudo e pratica
a partir do inicio do seculo passado e actualmente ultrapassa
em muito 0 seu mero caracter racional e signico. E necessaria
uma medida obrigat6ria para a uniformizacao dos simbolos
graficos com interesse na comunidade internacional, por
forma a travar uma grande inflacao dos mesmo, facilitando
cada vez mais a sua utilizacao por todos os seus usurarios.Pretende-se pois proporcionar urn a ampla informacao sobre
a comunicacao mediante simbolos graficos com vista a sua
utilizacao pratica e 0aprofundamento te6rico como condicoes
previas para urn posterior desenvolvimento valorizador destes
sistemas e da sua comunicacao,
1 0
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L lN GU AG EM E R EP RE SE NTA CA O
A combinacao de imagens e de texto, e a verdadeira essencia da
comunicacao visual e exponencia as suas possibilidades e caracte-
risticas graficas, oferecendo uma compreensao mais imediata
e total.
Marshall McLuhan (1911-1980), conhecido investigador dos
canais de comunicacao, denomina este processo de compreensao
conjunta da palavra e da imagem como uma e sp ec ia liz ar iio e x-
tr ema d o s s en tid o s.Num processo de comunicacao, 0 emissor cifra uma mensa-
gem do seu saber e do que deseja transmitir atraves de urn s i n a l ;
que pode ser definido como todos os elementos que sao origi-
nados exclusivamente para a transmissao de mensagens. Ao
reconhecer 0 s inalo receptor decifra-o, segundo a sua realidade,
dando-lhe a sua significacao que pod era ser uma das muitas
que a propria mensagem trans mite.
o processo de comunicacao so e correcto quando 0 receptor
reconhece no s inal 0 mesmo sentido que 0 emissor queria
transmitir. 0ponto de partida para a utilizacao de signos ou
representacoes graficas que exprimam mensagens codificadoras
reside no proposito do emissor em transmitir determinadas
mensagens, no entanto, uma particularidade e evidente, cada
s inal so admite determinadas mensagens, excluindo outras e
reforcando assim a possivel identificacao da mensagem por
parte do receptor.
1.1 C o nhecim ento e C u ltu ra
As circunstancias em que se desenvolve a comunicacao, contri-
buem em muitos casos para a inseguranca do receptor no mo-
mento de recepcao da mensagem que em principio (re)conhece.
Assim durante a actividade pratica da comunicacao, existem
dois elementos fundamentais que se interrelacionam: 0 con-
junto dos sinais e 0 conjunto das mensagens que sao transmi-
tidas nos proprios sinais. A coordenacao destes do is topicos
fundamentais de comunicacao proporciona sistemas que
1
"
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A ICHER ,O t l
K R AMPEN , M a rtin
S istem as d e
S ign as en La
Comunicacion
Visual
B arc elo na 1 998
GGdisef io
P ag. 1 0
RAFALOS , Ra f a e l
CO LOMER , A n t o n i
Desenho
Audiovisual
B a rc elo na 20 03GGdisef io
Pag .15
denominamos por codigos e ao seu conjunto de mensagens va-
riaveis designamos por significado do sinal: Um significado,
ou seja todas as variantes de mensagem que admite um sinal;
pode estar em conexao com as suas proprias variacoes, permi-
tindo fazer referencia aos conteudos internos das mensagens
enquanto que os seus significantes se reportam aos conteudos ex-
ternos e visiveis do proprio sinal:
E stes elem en to s e estes n iueis sao n ec essd rio s e im prescen diueis
para que 0 ac to d e c om un ic ac do se po ssa efec tuar, o nd e sign ific ad os
e significan tes sao categorias abstract as, conjun tos no sentidor ia
te or ia d o s co njun to s, s egundo 0 q ual s ep od em c las sific ar a s men sag en s
concretas por um /ado e os sinais concretos por outro .
A estreita conexao que se estabelece entre um determinado
significado e um mesmo significante, e uma ligacao que se
individualiza de todas os demais significados e significantes
de um mesmo codigo, a que denominamos por signo. Quando
urn codigo, ao ser composto por muitos tipos de conexoesentre conceitos tao abstractos como significados e significantes,
passa a ser normalizado e ordenado esta criado urn sistema de
slgnos.
A criafao e interpretacdo do d iscurso tern que ter sentido e coe-
ren cia n as suas duas dimensiies: sem dn tica e estetic a. A cons t rucdo
do discurso das ideias que se transmitem e a construdio do discurso
audiov isual na sua d imensiio fo rmal sao duas caras r ia mesma
moeda; pertencentes a mesma unid ad e apes ar d e ter em car ac ter is tic as
diferenciadas.
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R E P R E S E N T A C ; A O . I M A G E M M E N T A L E IM A G E M -O B J E C T O
Representar corresponde e dar uma significacao as coisas, atri-
buindo-lhes urn nome atraves da linguagem. Este (re)ordenar
constante do nosso mundo, das pessoas , dos objectos e dos
seus eventos, e a maneira que se nos oferece para podermos
exprimir e comunicar com as outras pessoas, atraves de uma
linguagem que os outros consigam entender.
A esta representacao aplicam-se duas realidades distintas. A
primeira, produto de urn fenomeno psiquico que consiste narepresentacao das coisas sensiveis, ou na ausencia destas, a
im agem men tal E a segunda, na c1assedos objectos, geralmente
de natureza artistica, que funciona como substituto, sendo uma
reproducao, evolucao ou recriacao das proprias coisas reais ou
de realidades espirituais subjacentes, 0chamado objecto-imagem.
Procurar 0 sent ido, e trazer a luz 0 q ue s e a ss em elh a, e a c on stan te
busca r i a lei d os sign os represen ta a d esco berta d e co isas q ue slio se-
melhan tes. A gramd tica dos seres d sua exegese. A linguagem que
eles fo lam n lio se refire a nada que n lio seja a sin taxe que os liga.
Os signos visuais e as imagens carregam significados para
todos nos interpretarmos. Para isso temos acesso a dois sistemas
de representacao: urn primeiro que funciona como urn mapa
conceptual que nos permite re1acionar a forma com 0 que 0
objecto e , e urn outro que utiliza a linguagem visual, que leva
a relacionar a sua forma com 0 que parece ser 0 objecto. Esta
linguagem que tern a sua estrutura na relacao entre 0 conceito
e 0 seu signo, na sua essencia difere da linguagem oral e escrita,
onde as palavras nao parecem ser ou soar com os objectos a
que no referimos e em certas representacoes iconicas que trans-
portam interiormente na sua forma capacidades caracterizadoras
dos objecto, das pessoas ou dos eventos a que se refere.
A distincao entre estes dois modos de significacao fundamen-
tais, analogico e hornologo, e a chave da nossa cultura cientifica,
que possibilita opor a ciencia ao saber tradicional, ou seja a
Ciencia as Artes.
2FOUCAULT ,M i c h a e l
As Pala vraseasCoisos
1966
Gall imard
1 3
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GU I R AUD , P ie rre
ASemia/agio
L isboa 1999
Ed ito r ia l P r esenca
pag.39
SER AG IR SABER
C OD I G O S Ins ign ias S ina is C ienc ias D E N O T A ~ A o
L OG I C OS Heraldica A T E N ~ A o
OB J EC T I VOS
C OD I G O S M odas R ituais A rtes C O N O T A ~ A o
L OG I C OS C o stumes F estas L itera tura P A R T IC IP A ~ A o
O B JE C T IV O S C o mp ortam ento s J og os
l nd lcaeao In jun~ao Representacao
Este quadro d istingue bem os do is grandes tipos de signos, a que os
linguisticos ch amam de dupla fonriio da lin guagem. O s signos da
in teligib ilid ad e o bjec tiv ad a e rac io nalizad a e o s d e expressiv id ad e,
da emoriio sub jectiva e do desejo .
Ao estudo da comunicacao, dos seus sinais e das suas mensagens
que formam os signos a partir da dualidade significado/
significante responde a Semiologia, ciencia onde a relacao entre
o abstracto e 0 concreto e objecto de aprofundado estudo.
Historicamente, 0 suico Ferdinand de Saussure (1857-1913),
foi 0 seu fundador e estabelece a diferenca entre a lingua e a
palavra. 0 conceito de lingua, como sistema de signos, define 0
nivel das unidades abstractas, das classes e dos conjuntos que se
podem clarificar num sistema linguistico, e assim 0 acto de comu-
nicacao designa 0 nivel de realizacao da lingua atraves do facto
concreto da comunicacao, dos seus sinais e das suas mensagens.
Alem da interpretacao de Saussure, outras teorias que se ba-
seiam nas relacoes filos6ficas e cognitivas dos signos, deram 0
origem a actual Semiot ic.a. Charles Sanders Peirce (1839-1914),
o seu pragmatico fundador tern 0 seu interesse mais voltado
para0
conhecimento te6rico cognitivo das questoes da comu-nicacao, enquanto que a Semiologia, se esforca por penetrar na
pratica da comunicacao num campo mais de acordo com a
linguistica.
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Outras teorias, entre as quais a de Charles Morris (1901-1979),
no seu livro Foundations o f the Theory of S igns (1938), se esta-
beleceram, 0 que denota uma certa polemica acerca das ver-
dadeiras bases e fundamentos desta ciencia que trata a teoria
do conhecimento atraves das caracteristicas metafisicas nao
palpaveis do acto de comunicar.
Considera-se no entanto, com urn certo consenso, que 0
Signo se apresenta sempre simultaneamente sob tres cara-
cteristicas fundamentais, relacionando-se consigo mesmo, com
o seu objecto visivel e com a sua interpretacao, podendo porisso formar diferentes combinacoes estruturais coerentes.
A pratica projectualligada ao signo e a possibilidade de com-
posicao a base de signos elementares de distintas classese distintas
propriedades, mediante urn encadeamento aberto crescente
em todas as direccoes, conduzem-nos a uma ampliacao dos signi-
ficados de cada signo, por repeticao de reflexos simetricos e outras
operacoes analogas, formando-se assim os chamados supersignos. A IC H E R , O tl
Por conseguinte, poderemos estabelecer assim dez combinacoes
coerentes ou classes de signos:
1: Icone que representa a qualidade material com
interpretacao aberta.
MO RR I S , C h a rle s
Founda t i ons
af th e T heary
afSigns
1938
KR AMPEN , M a rtin
Sistemas de Sign o s en
L o C omun ic ac io n V is uo l
B arc elo na 1 998
G G diseiio pag. 1 1
E XE M P LO 1
UmaCor .
o ozu ld o C eu
1 5
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E X E M P LO 2Odesenho
deumo luo
E X E M P L O 3
A silh ue to d e
umpefJonum
s in o l d e t rf Jn s it o
E X E M P L O 4
Aman cha
ind i c iando
humidodeno
paredede
umo co so
2: leone que representa uma forma individual
com interpretacao aberta.
3: leone sob a forma de urn arquetipo com
interpretacao aberta.
4: Indice de formacao individualizada com
interpretacao aberta.
1 6
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5: In dice de formacao individualizada com
interpretacao concluivel.
6: Indice sob a forma de urn arquetipo com
interpretacao aberta.
7: In dice sob a forma de urn arquetipo
com interpretacao fechada.
CENTRAL DE ALARMES
E X E M P L O 5Determinada
i nd ic a~ ii o d e
um po nto co nc reto
nummapa
E X E M P L O 6
Umaseta
indicando
uma d i re c~ ii o
E X E M P L O 7
Um s tm b o
de s i st ema
dea/armes
17
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E X E M P L O 8
Otriemgulo
poro 0perigo,
o c ir cu to
po ro p ro ib ir ;ao
eoquodrado
paro ind i car ;ao
E X E M P L O 9
Nas t o rne ir os,
a c o r v erm elh a
paro agu a q uen te
E X E M P L O 1 0
Um sistem a d e
s ignos o t tobe tic os .
8. Simbolo de forma arquetipa com
interpretacao aberta
9: Simbolo de forma arquetipa com
interpretacao concluivel
10: Simbolo de forma arquetipa cominterpretacao completa e sistematica
ABeD
EFGH
I , K L .
MHOP
QRST
UVa . fX
yz [= ' ]
1 8
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A C OM UN ICA c;A o V ISUA L EXPER IENC IA CULTUR AL CO MUM
Entender a imagem como representacao bidimensional do
nosso ambiente, os codigos simbolicos e a experiencia cultural
comum das formas representadas, determina que 0 conheci-
mento profundo de todos os aspectos de uma mesma coisa con-
cede ao operador visual a possibilidade de usar imagens melhor
adaptadas a comunicacao visual, alargando assim as suas pos-
-sibilidades de contacto com a realidade.A representacao e urn processo elaborado pelos membros de
uma determinada cultura, que atraves de uma linguagem (siste-
ma que usa signos e urn sistema de significados), dao sentido
as coisa e produzem significados. As caracteristicas da nossa so-
ciedade, com a sua vasta diversidade de culturas produtoras de
significados diferentes, revelam que dada a sua propria natureza
cada significado pode se diferenciar consoante 0 seus tempo e 0
seu sistema cultural.
Nao hia garantia que cada objecto tenha 0mesmo significado
para uma ou outra cultura, pelo que cada uma delas concebe ca-
da objecto consoante os seus codigos, ou seja a sua forma de rotu-
lar, c1assificar e nomear significados para 0mundo.
Assim ao estudarmos as representacoes e a realizarmos a pro-
jeccao de novas representacoes, temos que levar em linha de
conta urn certo relativismo cultural, tendo a necessidade de
transmutar cada significado individual e universos conceptuais
con soante as caracteristicas dessa mesma cultura.
A producao de significados depende da pratica da interpre-
tacao, sendo esta sustentada por todos nos, utilizadores de cb -
digos, e por quem interpreta e descodifica os diferentes significa-
dos subjacentes.
3
A I CHER ,O t l
K R AM PEN , M a rtinS istemas de S ign o s en
L a C omun io uio n V is ual
B a rc elo na 1 998
GGd ise f io pag. 1 2
19
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A I CHER ,O t l
K R AM PEN , M a rtin
Sistemas d e Signo s en
L a C omunic ac io n V isu al
B a rc elo na 1 998G G d isefio P ag. 1 2
A aplieap'io prd tiea, p areee resign ad a a s tris p rin cip als c on exiies
en tre s ignos, sugestion ando vd rias outras questoes , que eomporta
uma seria de and lises aquando da pro jeeriio rac io nal d e um sistema
designos.
1 : Q ualidades materiais e fo ieas do suporte do signa e a sua eor
tendo em atenriio a pereepriio h umana
2: Q ualidades ind iv iduais para signos e grupos de signo s para
que haja um destaque mtauo
3: Q ualidades de estandartizariio e a comb inacd o dos elem en tos
s ig nieo s em r ela riio a d ific uld a.d e d e ap ren diza gem n os p ro prio s
eOd igos
4 : L im itad ies e p ossib ilid ad es d a rep resen tariio ico nica
5 : E stu do d a s flrm as sim bo lic as ejieazes
6 : C lari fi ear ii o d a s situaroes em que se requerem signos ou
sistem as d e s ign os a ber to s
7 : C lass if iear ii o d a s situ aro es n as q ua is s iio n ec es sd rio s s ig no s
in terp retd ueis d e f orm a in eq uiv oea.8 : P ossib ilid ad es d e sistem as d e sign os glo bais
A comunicacao visual estabe1ecida atraves de mode1os e ima-
gens diferencia-se obviamente da comunicacao verbal, existindo
certos aspectos em que ambas coincidem. Ambos os tipos de
comunicacao baseiam-se em sinais que podem indicar duas
coisa, uma, a intencao do emissor em transmitir uma mensagem
e a outra, 0 tipo de mensagem que 0 emissor quer transmitir.
Antes de iniciar 0 acto de comunicacao 0 receptor nao possui
nenhum conhecimentos das ideias e dos temas que 0 emissor
conhece, com a mensagem 0 receptor tern que apreender estas
ideias e os objectos que 0 emissor possui. A s mensagens verbais
e graficas entendidos deste modo sao veiculos para este tipo de
percepcao indirecta.
A comunicacao atraves das imagens requer como consequencia
do seu nao convencionalismo urn estudo de associacoes, Este
conceito, sup6e uma analise das conex6es e dos seus condicio-
nalismos, sendo verdade que as nossas criancas aprendem a
falar desta maneira, ja que the sao apresentados continua-
damente determinados objectos e desenhos junto de determi-
20
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nadas palavras, e e atraves desta repeticao que os mais pequenos
conseguem substituir a palavra falada pelo objecto que the e mos-
-trado. Por isso e que as criancas conseguem falar sem conseguirem
ler, sendo que os signos escritos s6 mais tarde serao acoplados aos
sons ja aprendidos atraves de um processo posterior de apren-
dizagem por associacao de ideias.
Este processo de aprendizagem po de ser aludido na comu-
nicacao atraves de imagens, que atraves dos seus modelos sao
a melhor aproximacao a percepcao directa dos signos escritos
e dos simbolos abstractos por parte das criancas e que aparen-
temente nao aprendem a linguagem grafica da mesma maneira
que aprendem a ler ou escrever.
Este tipo de aprendizagem deve ser tido em conta e fruto de
urn estudo aprofundado, apesar das limitacoes e efectividade da
linguagem grafica, ja que para os analfabetos as imagens graficas
de objectos desconhecidos nao resultam obviamente mais efi-
cazes do que os signos escritos.
C aric atura usada
p or E rnest G o mb ric hno seu a rtigo
A Im ag em V isu al,
que mostra a
ambiguidade
d os S im b olo s .
D esenh o de
C h arles E . M a rtin
T he New Y o rk er
Magazine
1961
21
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C O R R E L A yA .O V IS U A L D E ID E IA S
Pretende este trabalho aferir sobre a correlacao visual de ideias,com base na irnagern fotografica, na imagern grafica (pictograma,
ideograrna, hieroglifo, simbolo, sistema rebus, logotipo, grafo-
tipo,etc.) e na palavra, tendo no Design urn e1ernento organizador
que the confere significado e compreensabilidade, com capacida-
de para produzir conhecimento e cultura.
• •n • O J1. 2. 3.
I!ivraria4. 5.
T od os o s s is tem as o u cO d igo spartem d o prin cip ia q ue 0 auto r e 0
leito r tem um a experimcia c u ltu ra l c omum e e stlioJ am ilia riz ad o s
com as fo rmas e conoencses d e represen tad io . O s s lm bo lo s ac im a
represen tad os parecem ser m aio ritar iam en te co mpreen did os n o
O c id en te, m as d epo is d e um exam e m ais r igo ro so d esc ob rim os um a
s er ie d e amb ig uid a d es .
1: 0 pictograrna apoia a sua base no desenho que representa urn
objecto. 0 desenho possivelrnente representaria urn hornern, mas
tambem poderia representar urna rnulher, ou os seres hurnanos
em geral, ou ainda uma pessoa enterrada na areia ate a cintura;
2. 0 ideograma que representa a leitura tenta complementar
uma ideia que tern na sua forma visual. Mas quando representar
ideias abstractas mais complexas, como 0 tempo ou a moralidade,
provavelmente nao 0 conseguiria;
3. 0 sistema rebus, tende a transmitir urn significado mediante
a combinacao de pictogramas simples, para que seja 0 leitor a
estabelecer urn vinculo entre ambos os objectos. 0 simbolo do
homem seguido de urn livro pode interpretar-se como leitura,
ou como urn homem que possui urn livro.
4
B A I N ES , P h i l
H A S L AM , A n dre w
Type E t Typography
L o n dre s 20 02
Lau rence K ing
Publ ish ing
23
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•III
GU I R A U D , P ierre
ASemia/agio
L isb o a 1 999
Ed i to r ia l P resence
pag.45
•n •1II1IlI ! ivrar ia
4: Urn simbolo que quer representar uma livraria, aproveitando
a relativa parecenca da forma do L maiusculo com uma estante
que se associar a urn rectangulo nos recorda a figura de urn livro
5: 56 no logotipo, em que se alia 0 simbolo a uma palavra, e que
se consegue realmente transmitir e ilustrar a ideia a comunicar.
O s sistemas de signos ou cM igos para a ampliafao de uma lingua
d efin em -se tam bem c omo cM igo s paralin gufstic os.
Uma serie de sistemas de signos tern a funcao de superar as
limitacoes intrinsecas a palavra falada e escrita, tornando esta
consideracao muito valida, sobretudo se nos referirmos a es-
crita alfabetica que traduz a palavra oral do canal sensorial
acustico ao optico, logrando assim uma superacao das distancias
no tempo e no espaco, e que sem duvida supera a esfera da pa-
lavra falada.
Esta transmissao da lingua traduz uma significativa capacidade
informativa dos diferentes sentidos e canais sensoriais, sendo
que alguns c6digos de transmissao linguistica tern a missao
de ampliar a possibilidade acustica do oral para quebrar dis-
tancias e obstaculos,
o alfabeto das Bandeiras, os sinais dos agentes de transito,
o c6digo Morse, 0 sistema de Braille e a Criptografia, traduzem
sistemas paralinguisticos que superam 0 sistema alfabetico actual,considerando as diferentes capacidades sensoriais e os sentidos
do homem como Fonte da sua enorme capacidade informativa.
Esta independencia dos simbolos graficos frente ao idioma e as
capacidades humanas, tern a particularidade de substituir pala-
vras inteiras por signos que sao independentes da lingua falada,
traduzindo a sua real capacidade de partindo do ambito verbal
e acustico se conseguir transferir para outro meio.
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CONCLusAo
o Designer porque tern que usar qualquer material e qualquer
tecnica, livre de preconceitos artisticos, tern que possuir urn
metodo que the permita a realizacao do seu projecto com as
tecnicas certas e na forma que corresponda a sua funcao, inclu-
sivamente na funl;ao psicologica, para que a producao de urn
objecto alie as qualidades esteticas e economicas num mesmo
nivel, e que seja compreensivel para todos os seus usurarios.
Atraves de urn modelo conceptual deve ser possivel apresentara mensagem, sujeito da comunicacao, de uma maneira simples,
clara e objectiva. A revelacao dos principios fundamentais do de-
sign como objectivo primordial para qualquer designer, possibi-
lita a criacao de uma gramatica comum para a transmissao de
informacao por meio de imagens e textos, e a fuga concreta a to-
da e qualquer ambiguidade
C onh ecer a comun icacdo v isual e como aprender uma lingua,
uma lingua composta so po r imagens, mas imagens que tem 0
mesmo sign ificado para as p essoas de todas as naroes e, por isso , de
to da s a s lin guas .
A d isc iplin a pro jectual d e d esign q ue comb in a 0 de senho, a f iab il i-
dade e a utilidade para uma maior satis fariio d os utilizad ores, con-
tem em si p roprio a capacidade de dar forma a memagem, ou seja
a in fo Tma fiio , m ed ia nte a s s eg uin tes tec nic as : en fa se o u compreensdo ,
c om parad io o u estru tu rariio , agrupam en to o u o rtien ariio , selec riio
o o u omis siio , r ec on bec im en to im ed iato o u r etar dad o, e uma ap res en -
tariio atrav es d e um a m an eira in teressan te.
Hoje em dia 0 design sofre press6es de disciplinas que traba-
lham com dados aparentemente quantificaveis e que por muito
importantes que sejam, nunca nos fara esquecer que 0elemento
unificador do design reside, no acto de dar forma.
A tarefa dos Design e descobrir atraves da multiplicidade das
leis do desenho, ainda hoje ocultas e sem duvida racionalmente
funcionais, urn retomar do desenvolvimento de ferramentas pa-
ra a sua propria utilizacao, que the permita dar forma as suas
ideias e resolucao aos problemas que the sao apresentados pelas
necessidades especificas de todos os seus utilizadores.
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M U N A R I , B runo
Designe
C omun ic a ca o V is ua l
L isboa 1 991 . Ed i c iie s 70
pag . 81
M i jk se nnar , Pau l
Una Int ro du cc i on
0 1 D i s e h o d e 1 0
In formacion
Mex ico 2001
GGd iseno
pag.25
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A N E X O - Corre lacao v is u a l d e Id e ia s
Livro para criancas, realizado pelo autor em 1996 no ambitoacadernico , 0 conceito do Livro estava centrado na utilizacao de
tres cores de impressao e na correlacao visual de ideias.
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ESTE TRABALHO POI REALIZADO NO AMBITO DA DISCIPUNA
DE PUBUCA<;AO FOTOGRAFrCA, PARA 0 MESTRADO EM DESIGN
E PRODU<;AO GRAFICA PELA UNNERSIDADE DE BARCEWNA,
A DECORRER NO PORTO. E DAAUTORIA DE PEDRO mrs, TENDO
SIDO ENTREGUE NO DIA 4 DE DEZEMBRO DE 2004.
COIMBRA, ©GOIS 2004