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UMA PERSPECTIVA DE CONTEXTUALIZAÇÃO PARA O ENSINO

APRENDIZAGEM DE LITERATURA.

Roseli Teresinha Kuka 1

Fábio Augusto Steyer 2

Resumo:

Este artigo parte do Projeto de Implementação e do Caderno Pedagógico, (este dividido em quatro unidades temáticas) e traz como título “Uma perspectiva de contextualização para o ensino-aprendizagem de Literatura”, elaborados no decorrer do PDE 2012 pela autora, servindo como suporte aos professores da Educação Básica, a fim de que a Literatura seja trabalhada de forma significativa com os estudantes dentro e fora de sala de aula. O projeto foi elaborado com o objetivo de buscar - por intermédio da contextualização - ampliar os conhecimentos literários, estabelecer nexos com a realidade, utilizar-se das relações dialógicas que a própria literatura mantém dentro dela mesma, dar saltos que provoquem rupturas e se transformem em conhecimentos, construir sentido com aquilo que se estuda, além de atingir os objetivos propostos. Para a fundamentação teórica, recorreu-se a Antonio Cândido (1967), Letícia Malard (1985), Marisa Lajolo (1986), Zilberman & Silva (1990), Roberto A. de Souza (2011) entre outros. As atividades foram desenvolvidas em oito momentos, nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello – Castro – PR, com 41 (quarenta e um alunos) do 3º (terceiro) do Ano Curso de Formação de Docentes. Como sugestões metodológicas há estratégicas que constam na Produção Didática Pedagógica. A ideia foi agregar aos textos literários a diversidade de linguagem, seja ela visual, sonora, verbal ou não-verbal, para que o aluno percebesse a contextualização, as relações e articulações que acontecem no tempo e no espaço das produções literárias. Como resultado, observou-se um maior entusiasmo por parte dos envolvidos no processo, construção de sentidos, apreensão dos conteúdos apresentados de uma forma mais acessível e prazerosa, sendo esta uma oportunidade que tivemos para transformar a realidade e abrir novos caminhos para a aprendizagem dos conteúdos literários.

1 Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional, PDE/ 2012. Especialista em

Magistério de 1º e 2º Grau. Graduada em Letras. Docente do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello.

2 Professor da IES Dr. Fábio Augusto Steyer. Universidade Estadual de Ponta Grossa.

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Palavras-chave: Ensino-aprendizagem; Contextualização; Relações dialógicas; Literatura;

Introdução

Este projeto surgiu da necessidade de entender o quanto a literatura é

importante dentro do contexto escolar, já que ela pode e deve auxiliar os estudantes

na reflexão da história de sua nação e da cultura de seu povo, justificando desta

forma a garantia de um ensino de qualidade e a permanência de todos os discentes

no processo educativo, por entender que este é o papel essencial da escola pública.

A escola, nesse aspecto, é um dos poucos espaços de trabalho em que é

permitido propor atividades com a contextualização entre vários textos, analisá-los,

compreendê-los, interpretá-los, num caminho em que sempre se busca mais leituras

a fim de se estabelecer os diálogos necessários à sua compreensão.

Por ser o trabalho com a Literatura algo desafiador, requer do docente o papel

de facilitador, e deve ser realizado por intermédio do diálogo, para que os

estudantes possam construir o conhecimento e este seja feito com prazer e de forma

duradoura, preparando cidadãos conscientes de seu papel transformador dentro da

sociedade na qual estão inseridos.

No entanto, devemos estar abertos às alianças estabelecidas entre as

linguagens, às tecnologias e seus sentidos, ou ainda, as associações estabelecidas

no mundo da cultura e do mercado, porque se percebe que as obras literárias estão

presentes no cinema, na televisão, na música, na propaganda... Cabe aqui citar os

livros que se transformam em filmes; DVDs que trazem poemas, contos e crônicas;

músicas que são inspiradas em obras literárias, quadros e esculturas que retratam o

mundo da ficção e/ ou episódios da história; objetos que se multiplicam nutrindo-se

no outro, ou contaminando o outro.

É no espaço escolar e, principalmente dentro da sala de aula, que o professor

deve propiciar e oferecer atividades que permitam aos alunos exercitar a sua

capacidade de reflexão, o desenvolvimento e formação de uma atitude crítica

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responsável, uma mudança de comportamento para desenvolver ideias sobre a

percepção; possibilitar mudanças no modo de pensar, sentir, fazer e agir.

A escola como um todo e, sobretudo, nas aulas de Língua Portuguesa e

Literatura, sente a falta de uma metodologia diversificada, que ao mesmo tempo seja

agradável, prazerosa e ajude os alunos na apreciação do belo por meio do diálogo

entre os textos literários, auxiliando os estudantes em uma aprendizagem dos

conhecimentos de forma significativa e consistente.

O acreditar que o uso da contextualização pode ajudar a ampliar o

conhecimento em literatura foi o propósito maior nesta frente de trabalho que

efetivou a inscrição de literatura através de temas, buscando uma ligação entre o

que se quer ensinar e aquilo que vamos conhecer; e desta forma, explorar os

diálogos possíveis de um texto com outros, ou ainda, com outras formas de se

expressar ou representar.

O compromisso foi pensar em atividades com a literatura em sala de aula que

viabilizassem experiências partilhadas, em um espaço que reunisse e integrasse

conhecimentos temáticos já adquiridos no caminhar escolar, e a partir destes incluir

novas aprendizagens.

A contextualização proposta foi escolher oito fragmentos da Carta escrita por

Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel por ocasião do Descobrimento do Brasil

em 1500, e diante deste referencial agregar imagens, epígrafes, textos literários,

filmes, visitas aos espaços culturais da cidade, festival literário com declamações de

poesias e finalizando com uma viagem para Curitiba com os alunos participantes do

Projeto.

1.1. Cruzando caminhos

Em tempos “modernos”, em que a tecnologia permite ao ser humano

conhecimentos rápidos, quase que ao mesmo tempo em que são produzidos, os

alunos precisam de uma formação diferenciada, e cabe a nós, professores,

proporcionar o uso de diferentes recursos metodológicos, ou instrumentos

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tecnológicos, para que se efetive o gosto pelo estudo de Literatura, através da

interação do leitor com o texto literário, ou mesmo com outras formas de expressão

culturais e artísticas presentes em nossa sociedade.

O material didático produzido contemplou a contextualização; as ações

educativas foram desenvolvidas com ênfase na leitura, na discussão, na oralidade,

na compreensão e interpretação dos textos e das imagens além da produção escrita

ao final de cada momento, sempre dando um enfoque primordial à Literatura

comparada, uma vez que o prazer da leitura de um bom texto literário e o estudo

sobre a vida de seu autor e das características de sua obra não devem constituir os

únicos pontos de abordagem no ensino de Literatura. Faz-se necessário ir além,

construir estratégias que formem o leitor em sua totalidade. Assim, as releituras do

passado histórico, por meio das linguagens literárias, constituíram, no projeto que foi

desenvolvido, uma oportunidade de discutir a importância que a Literatura ocupa no

universo do saber. Ela foi, além de estimuladora para a apreensão da linguagem

formal, fonte de conhecimento sobre as histórias que nos antecederam.

Compreender, por meio do prazer estético oferecido pela Literatura, as histórias que

nos antecederam e determinaram o que somos e como pensamos, é uma tarefa que

não se abre em qualquer frente de trabalho. Contudo, isto é possível ao professor de

Língua Portuguesa e Literatura.

O desenvolvimento do Projeto foi planejado em três etapas: apresentação e

divulgação do Projeto de Intervenção Pedagógica em reunião com o Conselho

Escolar, Equipe Pedagógica e Corpo Docente; divulgação ao público alvo 3º Ano do

Curso de Formação de Docentes no início do ano letivo; e aos profissionais inscritos

no GTR (Grupo de Trabalho em Rede) - início em março e término em maio. A

participação dos professores da rede estadual de ensino para socializar, comentar e

dar sugestões sobre o Projeto e a Produção Didática foram de suma importância

para a implementação na escola pública, enfim, os cursistas conheceram o material

de estudo elaborado pela professora PDE e tutora do grupo, contamos com treze

participantes nas temáticas propostas no ambiente - escola os quais foram

unânimes em afirmar que a escola pública necessita de um novo caminhar para as

aulas de Literatura e concluíram que a contextualização é uma alternativa a ser

usada pelos profissionais da educação nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura.

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Os cursistas analisaram os encaminhamentos metodológicos, houve a

socialização de experiências, eles deram muitas contribuições ao tema em questão,

além de emitirem pareceres favoráveis.

Diante das colocações feitas pelos colegas participantes do Grupo de Trabalho

em Rede através dos Fóruns e dos Diários foi comum a ideia de que a Literatura

deve ter uma preocupação diferenciada, que contemple estratégias, instrumentos e

metodologias pedagógicas diversas. Estas devem e precisam despertar nos

estudantes o gosto pela leitura de textos literários, fazendo com que os alunos leiam

nas entrelinhas tornando-os mais críticos e conscientes de seu papel como

cidadãos.

Quando produzimos um trabalho diferenciado para despertar o gosto sobre a

Literatura, não temos uma ideia clara de como as atividades que propomos serão

desenvolvidas. No entanto, houve retorno dos professores participantes do GTR,

que utilizaram atividades propostas na produção didática, conforme relato feito, indo

além de nossas expectativas.

Acreditamos que desta forma todos os participantes do projeto saíram

ganhando uns com os outros, pois houve discussões e troca de experiências.

Chegamos ao término desta oportunidade ofertada com várias contribuições de

outras atividades como formas de sugestões de grande valia a todos e,

principalmente, para mim, que tive o prazer de ser tutora de um grupo muito

participativo.

A Implementação da Produção Didática - Pedagógica obedeceu a um

cronograma elaborado para duas aulas semanais, e por esta razão algumas

atividades foram realizadas em contraturno com os estudantes dos terceiros anos do

Curso de Formação de Docentes.

O início aconteceu com questionamentos tais como: O que é literatura? Como

aprender a gostar de ler textos literários? O último livro que leu? De que música

você gosta? Último filme a que você assistiu? Visitou algum espaço cultural no

último mês?

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As respostas às indagações feitas não foram nenhuma surpresa, pois o

estudante desconhecia que o texto literário servia para expressar sentimentos,

emoções; é formado por palavras polivalentes, representando mais de uma face da

realidade, ou seja, são nos textos, imagens, músicas, pinturas, vídeos que

encontramos os vocábulos empregados no sentido da conotação, uma referência

sugestiva. Estes, quando utilizados pelo escritor, vêm carregados de subjetividade e

quando os jovens percebiam o uso de tal linguagem sentiam dificuldades para

compreender as questões propostas.

Diante dessa realidade, constatou-se que não havia interação entre o aluno e

os diferentes estilos utilizados pela Literatura. Isso acontecia porque o estudante não

entendia que se tratava de uma linguagem artisticamente trabalhada e não

compreendia o vocabulário utilizado, que muitas vezes é de outro século. O

entendimento exige a compreensão dos significados que o autor construiu para o

seu texto, no entanto percebemos que o aluno criava um distanciamento em relação

à Literatura e acabava por aceitar a interpretação do professor sem promover um

diálogo com o texto.

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua

Portuguesa, “o texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na

recepção que ele significa, pois é carregado de pistas/estruturas de apelo, as quais

direcionam o leitor, orientando-o para uma leitura coerente”. (2008, p.59).

Este documento regulamenta o objetivo de aprofundar, por meio da leitura de

textos literários, a capacidade do pensamento crítico e a sensibilidade estética dos

alunos.

Sob essa perspectiva, buscou-se uma conceituação para literatura. Segundo

Antônio Cândido (1967):

A literatura é, pois, um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem, decifrando-a, aceitando-a, deformando-a. A obra não é um produto fixo, unívoco diante de qualquer público; nem este é passivo, homogêneo, registrando uniformemente o seu efeito. (p.86).

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Segundo a pesquisadora e doutora em Teoria Literária Letícia Malard (1985,

p.11) “o melhor caminho para se aprender a literatura é a leitura”. Logo, foi de suma

importância a indicação de algumas leituras para que fizessem parte do cotidiano

dos estudantes, porque no dia a dia de cada pessoa, ao escutar uma música,

assistir a um filme, ou a um vídeo notamos que há uma conversa com algum texto já

lido, (intertextualidade) existindo desta forma a contextualização presente em vários

poemas, filmes e músicas, esta é a razão de ficarmos inquietos por não sermos mais

a mesma pessoa de antes.

1.2. Possibilidades através da leitura

Por meio da leitura podemos vivenciar aquilo que lemos e criar dentro de

nós a imagem proposta pelo texto. Tanto pode ser verdade como ficção, os

personagens tanto podem ser reais como criados pelo autor; na literatura tudo é

possível, porém mesmo na ficção existe um fundamento real, onde o autor se apoia

para criar a ficção.

Para Lajolo, (1986) "os textos que a tradição reserva o nome de literatura,

embora nascendo de uma elite e a ela dirigidos, não costumam confinar-se às rodas

que detém o poder" (p.64). A autora quis dizer com isso que mesmo os que têm

condições de adquirir livros não o fazem, não valorizam a leitura.

E ao terminar sua obra, a escritora faz uma crítica aos brasileiros dizendo que

"somos um povo telespectador; não somos nem nunca fomos um país de leitores"

(p.95). Com isso, ela mostra o quanto o brasileiro se deixa levar somente pela

televisão, deixando de lado a leitura que, como sabemos, é indispensável à vida de

uma pessoa culta, sendo capaz de promover a ampliação de sua competência

leitora.

Por outro lado, Roberto A. Souza escreve que “a literatura é objeto de uma

problematização, de um questionamento, apto a revelar a superficialidade da

atitude para a qual ela corresponde apenas a uma noção difusa e naturalizada,

sendo o óbvio, portanto”. (2011, p.08).

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Nota-se que a literatura traz discussões quando se tenta defini-la, visto que

surgiu na Grécia Antiga antes de Cristo, e permanece, nos dias atuais, nas novelas,

músicas, cinema, ou ao longo dos textos literários, sempre provocando sentimentos

de emoção dentro da linguagem, usando o poder da criação e da imaginação.

Enfim, provocando suspiros e saudades, tudo como se fosse real.

É dentro dos textos literários que nos deparamos com os filtros necessários

para analisar diferentes gêneros textuais, estes oferecem pistas, referências do

modo de ser, de viver e de agir das pessoas, sinais, valores e costumes dotados de

uma determinada época ou sociedade, porque é

“o texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na

recepção que traz o seu significado, servindo como suporte teórico para

construir uma reflexão válida no que concerne à literatura, levando-se em

conta o papel do leitor e a sua formação cultural”. (DCE LP, 2008, p.59).

1.3. Literatura versus cultura

Por consequência, a literatura é um produto cultural, e entende-se por cultura

tudo o que é produzido pelo ser humano. Modernamente, ela é definida por uma

visão antropológica – “é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a

humanidade de maneira totalizante, abrangendo todas as suas dimensões,

relacionando seu significado a todo o comportamento apreendido, tudo aquilo que

não depende de uma transição genética, isto é, a aquisição do meio em que se

vivem tais como: linguagem, hábitos, religião, valores, entre outros”. (Dicionário,

Aurélio. 1986, p.134)

Lembrando que a cultura não é particular, reservada a pequenos grupos, ou a

uma elite; ela pertence a um povo e a encontramos, principalmente na classe

trabalhadora, é aí que se descobre a sua significação, já que ela une os

sentimentos, o pensamento, e a vontade de todas as pessoas que lutam para

adquirirem um maior conhecimento

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No Brasil, encontramos as pluralidades culturais com facilidade; é dentro da

sala de aula que este fato se evidencia, há uma grande variedade de etnias devido à

extensão de nosso país, sendo que cada grupo social apresenta sua cultura e que

nem sempre é respeitada.

1.4. A Literatura e as relações dialógicas com as outras artes

Zilberman & Silva registram que “a Literatura perdeu o caráter educativo que

possuía na Antiguidade e vive uma crise no seu ensino, no que diz respeito a

finalidades e objetivos. De certo modo, ela precisa descobrir sua natureza

educativa”. (1990, p. 17).

Em virtude desta colocação, a Literatura deve ser entendida como um

momento artístico, de forma educativa, visto que, enriquece a vida daqueles que

leem, porque os textos literários trazem valores, crenças e pontos de vista de seus

autores. Ela deve ser tratada como uma tarefa prazerosa, rica em conhecimentos,

que possibilite aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não-verbais,

além de aprimorar pelo contato direto em companhia das imagens (pintura, cinema,

fotografia, música...) - para através delas, com elas e nelas reconhecer-se

dialogando não só com os textos literários, mas fazer relações com as imagens e

sons, os quais apresentam a intertextualidade que é uma constante; pois, são os

cantares de cada geração dialogando entre si, transformado pela pesquisa e pela

parceria. A Literatura, como toda a arte, é a expressão do próprio homem.

Diante do exposto, cabe aqui ressaltar as visitas feitas pelos estudantes para

que estes pudessem conhecer os diversos espaços culturais, a fim de valorizarem

ainda mais o patrimônio histórico, cultural e científico da humanidade, que está

fixado em diferentes tipos de linguagens aliados aos diversos textos literários que

circulam socialmente.

Daí a razão de que a Literatura pode e deve ser ensinada de forma criativa e

livre, aproveitando o diálogo que exerce com outras artes tais como: a arquitetura, a

música, o teatro, o cinema, as fotografias, a pintura entre outras, para que este

contato favoreça uma crescente aproximação do aluno com o texto literário.

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Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, “a escola deve

trabalhar a Literatura em sua dimensão estética”, (2008, p.58) uma vez que ela

proporciona liberdade no ato da reflexão, caminhos e rumos distintos a serem

seguidos, conduzindo o interlocutor a compartilhar das fantasias propostas pelos

autores, usando a imaginação e a experiência adquirida em sua jornada escolar,

permitindo ao leitor desempenhar seu papel ativo no contexto social.

Se acreditarmos na “utilidade” do que ensinamos, a esperança é um

instrumento de modificações e vitórias.

1.5. Relações comportamentais: obras, textos verbais ou não - verbais e

leitor

O desenvolvimento metodológico da produção didática pedagógica no dia a dia

da escola, envolvendo as atividades propostas, teve como base o Caderno

Pedagógico elaborado pela professora PDE a partir de trechos da Carta escrita por

Pero Vaz de Caminha agregados aos textos verbais e não - verbais de escritores

com características diferenciadas, visto que, um texto ou uma imagem dialogou

entre si; estabeleceu relações de semelhanças e diferenças ao contexto; enfim,

coube ao estudante perceber que a literatura produzida é testemunho de uma

sociedade reveladora das tensões sociais, culturais, históricas...

O projeto foi realizado com alunos do 3º Ano do Curso Formação de Docentes

do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Mello - Ensino Fundamental,

Médio, Profissional e Normal, no primeiro Semestre de 2013. O foco desenvolvido

em sala de aula foi organizar o projeto em quatro unidades temáticas: a natureza, a

saudade, a nacionalidade e a religiosidade. A partir de cada uma delas, apresentar

os textos literários e desta forma favorecer as relações dialógicas que existem entre

eles, confrontando autores, características comuns ou não. Foi necessário que os

estudantes lessem três obras: Iracema, de José de Alencar; Olhai os Lírios do

Campo, de Erico Veríssimo; e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto,

para tornar o conhecimento mais interessante e prazeroso. Após isso, foi feito um

resumo oral e por escrito e a partir daí os alunos recebiam as cópias dos momentos

a serem trabalhados na sequência, estes continham as atividades a serem

resolvidas e a produção do texto referente a cada etapa. Ela era feita em uma folha

personificada e entregue para a avaliação.

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O marco inicial para estabelecer o cruzamento, o diálogo com outros períodos

da literatura e da cultura brasileira foi partir das origens para chegar à

contemporaneidade.

As atividades propostas sugeridas no projeto foram agregar textos de períodos

literários diferentes, que abordassem o mesmo tema e desta forma promovessem

um estudo comparativo entre eles, a fim de que os estudantes observassem

diferenças e semelhanças de enfoque quanto à situação de sua produção, levando-

se em conta o momento histórico, a intencionalidade, a linguagem em que foram

criados, o espaço e o tempo, para que o aluno percebesse a contextualização, as

relações dialógicas e as articulações que giravam em torno dos mesmos.

Figura 1 – Visita à Casa da Praça – Exposição Indígena

Para que houvesse êxito, as atividades foram planejadas, selecionadas e

organizadas por intermédio de uma sequência didática e divididas em oito

momentos.

Para um melhor entendimento utilizaremos as estratégias de ação usadas no

segundo momento, elas foram entregues aos estudantes com as atividades

propostas, as quais continham uma epígrafe, um trecho da Carta escrita por Pero

Vaz de Caminha e as poesias “Metamorfose” e “Ladainha”, escritas por Cassiano

Ricardo; a poesia “Descoberta”, de Carlos Drummond de Andrade, além de textos

não - verbais representados por imagens contextualizadas com os textos. Na

sequência foi assistido um documentário sobre a vida e obra de Cassiano Ricardo e

o filme “O Poeta de Sete Faces”, sobre Drummond. De posse dos conhecimentos

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adquiridos, ficou mais fácil atribuir significados aos exercícios solicitados, sendo que

este variou de um aluno para outro.

A sequência didática trouxe ainda a compreensão, a interpretação e análise

linguística; dramatizações; caça palavras dos textos citados e para finalizar o estudo

da unidade dois, após discussões e com orientação foi escrita uma paródia

característica esta do Modernismo. Todo o material do Caderno Pedagógico em

estudo traz diferenças no estilo de letras e cores que oportunizam aos discentes

uma sensação agradável aos olhos pelo seu colorido. Por esta razão, o estudo de

literatura precisou estar comprometido com a formação de leitores de textos

literários, atentos às mudanças de pensamento ou a especificidade estética.

Devido à Produção Didática Pedagógica ser extensa e composta por quatro

temas, a metodologia apresentada aqui se refere ao momento dois, nos outros o que

difere são os vídeos, filmes e os gêneros da produção textual, porque o fragmento

da Carta de Pero Vaz de Caminha é outro, porém o processo e os instrumentos

metodológicos utilizados foram os mesmos.

O interessante foi o texto ser o objeto central das aulas de literatura e que dele

surgissem outras articulações didáticas; sendo ele o foco principal para aquisição de

conhecimento, discussão e reflexão; propiciando ao estudante uma prática social

com a língua, privilegiando o contato real com a multiplicidade de textos produzidos

e que circulam socialmente, porque é na linguagem que o homem interage e troca

experiências, compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como

participante da sociedade.

Procuramos desenvolver as habilidades, respeitar sempre as individualidades,

trazer sabor ao saber, aprimorar a capacidade do pensamento crítico e aguçar a

sensibilidade estética, a fim de permitir a expansão de um processo longitudinal de

ensino e aprendizagem que tem seu início na alfabetização, consolida-se no

decorrer da vida escolar e não se esgota neste período, mas se estende por toda a

vida.

Acreditamos que houve aprendizagens, descobertas, curiosidades, reflexões e

interações de uma maneira divertida e com prazer.

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Figura 2 - Visita à Assembleia Legislativa do Paraná.

O instrumento avaliativo aconteceu com o envolvimento dos estudantes nas

atividades propostas, mudanças de comportamento, discussões e interesse,

compreensão e interpretação dos textos, utilização da oralidade, da leitura e da

produção textual que aconteceu ao final dos oito momentos, levando os alunos a

refletir que o passado está presente em nossos dias e que a literatura faz parte de

nossa vida, isto ficou evidenciado através das visitas feitas aos espaços culturais da

cidade de Castro, além de uma viagem que aconteceu para Curitiba, onde os

estudantes puderam conhecer a Assembleia Legislativa do Paraná e o Museu do

Olho.

Figura 3 - Visita Assembleia Legislativa.

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Figura 4 – Visita ao Museu do Olho – Exposição de Escher

Para encerrar as atividades de implementação do Caderno Pedagógico, houve

a participação dos estudantes no “Show de Talentos” que aconteceu no Teatro

Bento Mossurunga, com a participação dos estudantes em declamação de poesias,

músicas e a exposição de todos os materiais produzidos pelos alunos durante o

primeiro semestre de 2013 para ciência da comunidade escolar.

Figura 5 - Teatro Bento Mossurunga – Show de Talentos

"Literatura: palavra em liberdade, de infinitos caminhos e direções, puxando

o interlocutor para a prática da participação e do prazer". (ZILBERMAN, Regina

p.21).

1. As fotografias (imagens) utilizadas são de autoria própria.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todas as considerações citadas, pôde-se obter um resultado positivo

porque o Projeto e a Produção Didática de Implementação são viáveis quanto a sua

aplicação, uma vez que sua utilização é de fácil compreensão, engloba diferentes

gêneros textuais, apresenta semelhanças e diferenças entre a linguagem verbal e

não - verbal, faz comparações entre elas, contempla os eixos da disciplina que são a

oralidade, a leitura e a produção textual. No que concerne ao ensino de Literatura,

percebe-se que há uma inquietação quanto ao assunto; e que devemos encontrar

um caminho mais prazeroso para que haja um envolvimento de todos os alunos para

que realmente exista um ensino-aprendizagem de qualidade e eficaz na escola

pública do Paraná, formando leitores competentes e capazes de entenderem nas

entrelinhas a realidade que os cerca.

O Projeto em questão é um caminho a ser tentado para o ensino-

aprendizagem nas aulas de Literatura, pois promoveu atividades diferenciadas,

oportunizou aos alunos o entendimento do que seja o produto literário através das

visitas culturais proporcionadas, além de levar o estudante à participação efetiva e

com prazer nas atividades propostas, eles puderam perceber que nada é novidade e

que o produto literário parte de sua experiência de leitura, porque esta abriu novos

horizontes para o conhecimento.

É necessário deixar claro que o trabalho com a Literatura foi diferente, houve

uma preparação dos estudantes em cada momento, idas e vindas nos conteúdos

que já estudados por eles. Existiu sempre uma retomada para que a aprendizagem

se tornasse eficaz, permanente e significativa aos alunos, por que o texto literário

permitiu múltiplas interpretações, vindo carregado de pistas e coube ao leitor

descobri-las. Aproveitaram-se as imagens para que houvesse o despertar da

sensibilidade a fim de que se resgatasse a identidade nacional, as relações sociais,

culturais e históricas... ”Enfim, não perder o foco de que “só é possível compreender

o passado olhando para o presente, e também só se compreende o presente

olhando para o passado”. (CEREJA, 2005, p.201).

Portanto, o vivenciar das atividades envolvendo a Literatura no decorrer da

história, propiciou múltiplos aprendizados, além de confirmar a necessidade de

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busca por novas metodologias que venham ao encontro de nossos estudantes, pois

esses têm um repertório aquém do esperado e precisam de nosso papel mediador e

possibilidades de diferentes caminhos para uma aprendizagem significativa.

Referências Bibliográficas

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BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987,14ª edição, 449 p.

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CEREJA, William Roberto. Ensino de Literatura: uma proposta dialógica para o trabalho com literatura. São Paulo: Saraiva, 2005. 208 p.

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