Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de...

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Rio de Janeiro 2015 Cel Inf RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de Operações Especiais nas Operações de Prevenção e Combate ao Terrorismo ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Transcript of Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de...

Rio de Janeiro

2015

Cel Inf RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO

Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de Operações Especiais nas Operações de

Prevenção e Combate ao Terrorismo

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Cel Inf RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO

Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de

Operações Especiais nas Operações de Prevenção e

Combate ao Terrorismo

Orientador: Cel Art Candido Cristino Luquez Marques Filho

Rio de Janeiro 2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Estudos Internacionais Estratégicos.

D 952p DURÃO,RENÉ PIERRE CAPUTO.

Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de Operações

Especiais nas Operações de Prevenção e Combate ao Terrorismo. /

RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO. 2015.

45 f. : il ; 30cm.

Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Comando e Estado-

Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2015.

Bibliografia: f. 43-45.

1. Estratégia Militar. 2. Operações Especiais. 3. Comando Conjunto.

4. Prevenção e Combate ao Terrorismo. I. Título.

Cel Inf RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO

Uma proposta organizacional do Comando Conjunto de

Operações Especiais em Operações de Prevenção e

Combate ao Terrorismo

Aprovado em 13 de novembro de 2015.

COMISSÃO AVALIADORA

________________________________________________________ Candido Cristino Luquez Marques Filho – Cel Art R/1 – Presidente

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

___________________________________________________ José Heleno Zangali Vargas – Cel Com R/1 – Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

___________________________________________________ Márcio Bessa Campos – Cel Cav – Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Estudos Estratégicos Internacionais.

À minha esposa e filhos, fontes

eternas de inspiração.

AGRADECIMENTOS

Ao bom Deus, Senhor de todas as orações, por não me ter faltado com Sua luz e

proteção, mesmo naqueles momentos em que minha fé falhou e nos quais não fui

digno de ser recebido em Sua morada.

A meus pais, pelo exemplo de vida e pelo esforço incansável na educação que me

tornou o homem que hoje sou, e a meus irmãos pela inspiração de coragem em

minha vida.

Ao Exército Brasileiro, pela forja de meu caráter, pelas oportunidades profissionais

com que fui contemplado, pelas amizades angariadas e pela possibilidade de ter um

profundo orgulho de integrar esse berço de profissionalismo e retidão no seio da

Nação Brasileira.

Ao Coronel R/1 de Artilharia Candido Cristino Luquez Marques Filho, meu

orientador, pelo exemplo de dedicação e profissionalismo e pela orientação segura

na correção dos rumos durante a execução do trabalho.

Aos Oficiais, Subtenentes e Sargentos, Operadores de Forças Especiais do Exército

Brasileiro, que foram minha principal fonte de inspiração, pela grande colaboração e

interesse por ocasião deste trabalho, que espero lhes seja útil, esperando que

continuem a cumprir “Qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora, de

qualquer maneira”; tendo “O ideal por motivação, a abnegação como rotina, o perigo

como irmão e a morte como companheira”

“Ao chefe não cabe ter medo das ideias, Nem mesmo das ideias novas. É preciso, isto sim, não perder tempo, empreendê-las e realizá-las até o fim“ (Humberto de Alencar Castello Branco)

RESUMO

O ambiente operacional contemporâneo se apresenta repleto de desafios no tocante

à defesa nacional, ao tempo que as nações buscam atingir seus objetivos

fundamentais dentro de cenários cada vez mais incertos e imprevisíveis. Nos últimos

anos, o terrorismo internacional expôs a vulnerabilidade a que estão submetidos os

povos. Na atualidade, as Operações Especiais estão sendo utilizadas pelos Estados

Nacionais como estratégia fundamental na prevenção e combate ao terror, mercê de

características peculiares, como a alta qualificação dos quadros e o perfil reduzido

das ações. O Brasil foi palco de grandes eventos internacionais nos últimos anos e

hospedará os Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Estas

experiências de planejamento e execução das Operações de Prevenção e Combate

ao Terrorismo serviram de experiência valiosa de emprego conjunto de tropas de

operações especiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Na medida em que o

Brasil incrementa a expressão militar do seu poder nacional com o objetivo de

defender a pátria, manter a soberania e projetar o País no concerto das nações é

essencial à estruturação de um Grande Comando Operacional Conjunto com vistas

ao planejamento e execução das Operações de Prevenção e Combate ao

Terrorismo, totalmente alinhada com a Política Nacional de Defesa e a Estratégia

Nacional de Defesa. O emprego conjunto de tropas de operações especiais neste

contexto é um desafio a ser enfrentado, uma vez que a doutrina é recente e pouco

estudada no âmbito das Forças Armadas. Em face destes aspectos, torna-se

necessário o estudo sobre uma estrutura conjunta de coordenação e controle que

possa preencher a lacuna existente, o Comando Conjunto de Operações Especial,

perfeitamente estruturado para as operações de prevenção e combate ao terrorismo

com missões claramente definidas. A pesquisa bibliográfica realizada focalizou a

atual doutrina e as estruturas de Operações Especiais das Forças Armadas. Após a

análise dos dados coletados foi possível chegar a conclusões embasadas, sendo

apresentada a proposta da Estrutura Organizacional deste Grande Comando

Operacional.

Palavras-chave: Operações Especiais. Prevenção e Combate ao Terrorismo,

Comando Conjunto.

ABSTRACT

The contemporary operating environment emerges full of challenges with regard to

national defense, at the same time nations seek to achieve its fundamental

objectives within increasingly uncertain and unpredictable scenarios. In recent years,

international terrorism has exposed the vulnerability to which people are exposed.

Currently, the Special Operations are being used by nation states as a key strategy in

preventing and combating terror, due to unique skills such as the high qualification

and the low profile actions. Brazil hosted major international events in recent years

and will still host the 2016 Olympic Games, in the city of Rio de Janeiro. These

planning and execution experiences on prevention and combating of terrorism

operations worked as valuable experiences of joint employment of special operations

troops from Army, Navy and Air Force. While Brazil increases its military expression

of its national power in order to defend the homeland, maintaining the sovereignty

and project the country in the international community, It is essential to organize a

Joint Operational Command to plan and carry out Prevention and Combat Terrorism

Operations, fully aligned with the National Defence Policy and National Defense

Strategy. Troop deployment in this context is a challenge to be faced, since the

doctrine is recent and deeper studies are needed. In view of these aspects, it is

necessary to study a joint structure to coordinate and control the operations, filling

this gap. The implementation of the Joint Special Operations Command perfectly

structured with clear defined missions will improve the capability to conduct

operations to prevent and combat terrorism. The survey focused on the current

doctrine and the armed forces Special Operations structures. After analyzing the data

collected it was possible to reach a conclusion, and present the proposal of the

organizational structure of this Joint Operational Command.

Keywords: Special Operations. Preventing and Combating Terrorism, Joint

Command

LISTA DE ABREVIATURAS

1º BAC 1º Batalhão de Ações de Comandos

1º BFEsp 1º Batalhão de Forças Especiais

1º Pel D B Q N 1º Pelotão de Defesa Química Biológica e Nuclear

3ª Cia FEsp 3ª Companhia de Forças Especiais

ABIN Agência Brasileira de Inteligência

AçCmdos Ações de Comandos

AI Agência de Inteligência

AOC Área Operacional do Continente

Ap Apoio

ApCmb Apoio ao Combate

ApDto Apoio Direto

ApLog Apoio Logístico

APA Análise Pós Ação

AsCiv Assuntos Civis

AvEx Aviação do Exército

BAdm Base Administrativa

BApOpEsp Batalhão de Apoio às Operações Especiais

BCA Base de Coordenação Avançada

BOE Base de Operações Especiais

Bda Brigada

Bda Inf Pqdt Brigada de Infantaria Paraquedista

Btl Batalhão, Batalhões

BtlOpEspFuzNaval Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Nvais

CAp Comando e Apoio

CDA Coordenador de Defesa de Área

CAC (o) Curso de Ações de Comandos ou (a) Companhia de Ações de Comandos

CACT Coordenador das Ações Contraterrorismo

CCDA Centro de Coordenação de Defesa de Área

CCom Centro de Comunicações

CComSEx Centro de Comunicação Social do Exército

C Cj Op Esp Comando Conjunto de Operações Especiais

C Ap Op Esp Centro de Apoio às Operações Especiais

CCACT Centro de Coordenação das Ações Contraterrorismo

CCPTC Centro de Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo

CCTI Centro de Coordenação Tático Integrado

CCOpEsp Centro de Coordenação de Operações Especiais

CESIR Centro Executivo de Segurança Integrada Regional

CFEsp Curso de Forças Especiais

Cia Companhia, Companhias

Cia Aç Cmdos Companhia de Ações de Comandos (CAC)

Cia C Ap Companhia de Comando e Apoio

Cia F Esp Companhia de Forças Especiais, Companhias de Forças Especiais

CIOpEsp Centro de Instrução de Operações Especiais

CMA Comando Militar da Amazônia

Cmdo Mil Área Comando Militar de Área

Cmdo Sv Comando e Serviço

CML Comando Militar do Leste

CMS Comando Militar do Sul

CMSE Comando Militar do Sudeste

Com Elt Comunicações e Eletrônica

COMAR Comando Aéreo Regional

COMAvEx Comando da Aviação do Exército

COpCj Comando Operacional Conjunto

COpEsp Comando de Operações Especiais

COTER Comando de Operações Terrestres

CPCT Centro de Prevenção e Combate ao Terrorismo

CT Contraterrorismo

Ct Controle

C2 Comando e Controle

DAC Destacamento de Ações de Comandos

DE Divisão de Exército

DEI Dispositivos Explosivos Improvisados

DFEsp Destacamento de Forças Especiais

DOFEsp Destacamento Operacional de Forças Especiais

DQBRN Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

DCT Destacamento de Contraterrorismo

Dst Coor Ct Destacamento de Coordenação e Controle

Dst Op Psc Destacamento de Operações Psicológicas

EB Exército Brasileiro

ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

EFD Efeito Final Desejado

EM Estado-Maior

EME Estado-Maior do Exército

EMCFA Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas

END Estratégia Nacional de Defesa

FA Forças Armadas

FAB Força Aérea Brasileira

FAR Força de Ação Rápida

FCte Força(s) Componente(s)

FEsp Forças Especiais

F Cj Op Esp Força Conjunta de Operações Especiais

FN Fuzileiro Naval, Fuzileiros Navais

F Op Esp Força de Operações Especiais

FT Força Tarefa

F Tat Cent Força Tática Central

F Tat Loc Força Tática Local

FT Cj Op Esp Força Tarefa Conjunta de Operações Especiais

FTer Força Terrestre

Gen General, Generais

GRUMEC Grupamento de Mergulhadores de Combate

GSI-PR Gabinete de Segurança Institucional - Presidência da República

LBDN Livro Branco da Defesa Nacional

MB Marinha do Brasil

MC Manual de Campanha

MD Ministério da Defesa

MJ Ministério da Justiça

MRE Ministério das Relações Exteriores

OCT Operações Contraterrorismo

OM Organização Militar, Organizações Militares

ONU Organização das Nações Unidas

Op Operação, Operações

Op Esp Operações Especiais

OSP Órgãos de Segurança Pública

OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte

PC Posto de Comando

PE Polícia do Exército

Pel Pelotão

PND Política Nacional de Defesa

SESGE Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos

TN Território Nacional

TO Teatro de Operações

TOT Teatro de Operações Terrestres

TTP Técnicas Táticas e Procedimentos

Z Aç Zona de Ação

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Operações Especiais do Exército Brasileiro

Figura 2 Principais Operações Especiais e Missões Adicionais

Figura 3 Estrutura Organizacional do Comando de Operações Especiais

Figura 4 Estrutura de Comando e Apoio da FT Cj OpEsp

Figura 5 Estrutura Organizacional de Governança para a Copa do Mundo 2014

Figura 6 Áreas de Interesse para a segurança

Figura 7 Estrutura de ligação para C2 na Copa do Mundo 2014

Figura 8 Organização por tarefas na Copa do Mundo 2014

Figura 9 Proposta Estrutura Organizacional Genérica do CCTI

Figura 10 Subordinação

Figura 11 Organograma CCPCT

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 METODOLOGIA 15

3 OPERAÇÕES ESPECIAIS NAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL 16

3.1 CONCEITOS BÁSICOS 16

3.1.1 Operações Especiais 16

3.1.2 Contraterrorismo 18

3.1.3 Forças de Operações Especiais 19

3.1.4 Força Conjunta de Operações Especiais 20

3.1.5 Força Tarefa Conjunta de Operações Especiais 20

3.2 OPERAÇÕES ESPECIAIS NO EXÉRCITO BRASILEIRO 20

3.3 OPERAÇÕES ESPECIAIS NA MARINHA DO BRASIL 21

3.4 OPERAÇÕES ESPECIAIS NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA 22

3.5 OPERAÇÕES ESPECIAIS NOS ÓRGÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA

(OSP)

23

3.6 CONCLUSÃO PARCIAL 23

4 ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO. 23

4.1 ESTRATÉGIA GLOBAL DE COMBATE AO TERRORISMO. 23

4.1.1 Visão das Nações Unidas 23

4.1.2 Visão da OTAN 24

4.2 LEGISLAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL 26

4.2.1 Constituição Federal e o arcabouço legal 26

4.2.2 Política Nacional de Defesa 27

4.2.3 Estratégia Nacional de Defesa 28

4.2.4 Livro Branco da Defesa Nacional 29

4.3 CONCLUSÃO PARCIAL 29

5 COMANDO CONJUNTO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS 30

5.1 GENERALIDADES 30

5.2 COMANDO E CONTROLE NAS OPERÇÕES ESPECIAIS 30

5.3 EMPREGO DO CCJOPESP NOS GRANDES EVENTOS 32

5.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CCJOPESP (PROPOSTA) 38

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 40

REFERÊNCIAS 43

12

1 INTRODUÇÃO

No ambiente operacional contemporâneo, cuja complexidade e dinâmica

impõem uma interação constante entre fatores militares e “não militares”, o papel

das Operações Especiais tem aumentado de maneira exponencial. “Os conflitos

contemporâneos (entre Estados ou não) raramente têm sido decididos em campos

de batalha tradicionais e são caracterizados por uma mescla de emprego de armas

convencionais, táticas irregulares e emprego de ações terroristas no Espaço de

Batalha.” (EME, 2014, p. 2-1).

Neste contexto, Estados Nacionais buscam estratégias para fazer face à

atmosfera de incerteza que ronda os dias atuais, particularmente, após o 11 de

setembro de 2001, quando o terrorismo internacional ganhou notoriedade global e

passou a ser uma ameaça latente ao mudo civilizado. As implicações nos níveis

político e estratégico fazem das Operações Especiais parte integrante de tais

estratégias.

Desde 2003, o Exército Brasileiro (EB) conta com um Grande Comando

Operacional especializado nas Operações Especiais, o Comando de Operações

Especiais (COpEsp), sediado na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. Esta

GU possui uma estrutura de comando e controle, elementos de manobra, de apoio

logístico e de apoio ao combate. As demais Forças Armadas possuem Organizações

Militares (OM) de valor batalhão que também estão organizadas, treinadas e

equipadas para este tipo de operação.

O tema abordado neste trabalho é o Comando Conjunto de Operações

Especiais (CCJOpEsp), particularizado na estrutura organizacional que, ao integrar

as tropas de Operações Especiais das três Forças Armadas Brasileiras, constitui-se

no elemento de comando e controle responsável pelo planejamento e execução das

operações de prevenção e combate ao terrorismo no âmbito nacional.

Os eventos internacionais ocorridos no Brasil nos últimos anos contribuíram de

forma relevante na consolidação de técnicas, táticas e procedimentos (TTP) nas

operações de prevenção e combate ao terrorismo. Os planejamentos nos níveis

político, estratégico e operacional atribuíram às operações especiais um papel

crucial neste contexto. A ativação temporária do Comando Conjunto de Operações

13

Especiais mostrou-se eficiente, a despeito da falta de uma estrutura organizacional

prevista em doutrina ou mesmo consolidada na prática contínua.

Ressalta-se, ainda, que a interoperabilidade destas tropas será fator de êxito

das operações. A existência no EB de um Grande Comando Operacional de

Operações Especiais sob o comando de oficial general induz uma liderança natural

neste processo de integração. Atualmente, o COpEsp busca unificar esforços com

as demais OM de Operações Especiais do Ministério da Defesa (MD) nas

estratégias de prevenção e combate ao terrorismo, contudo, esta iniciativa não é

sistemática e não segue uma estrutura organizacional perfeitamente definida e

aceita por todos os envolvidos, de onde surge a necessidade da pesquisa sobre o

tema proposto.

Neste trabalho, o Comando Conjunto de Operações Especiais é definido,

investigado, examinado e analisado, sendo estudada a estrutura organizacional

utilizada nos grandes eventos já ocorridos no Brasil, particularmente no que se

refere à prevenção e combate ao terrorismo, considerando as peculiaridades das

operações especiais, as possibilidades e limitações dos elementos operacionais das

três Forças Armadas, bem como o alinhamento com a Política e a Estratégia

Nacional de Defesa. Logo depois, são apresentadas algumas conclusões e

propostas que poderão ser úteis para eventuais formulações de doutrina.

As questões de estudo estão diretamente relacionadas à importância das

operações especiais na estratégia de prevenção e combate ao terrorismo, às

características das operações especiais nas três Forças Armadas Brasileiras que

possuem vocação natural para este tipo de operação e, por fim, na busca de uma

estrutura organizacional do Comando Conjunto que integre estas capacidades.

As respostas às questões de estudo acima levantadas são cruciais ao processo

de implantação de um futuro Comando Conjunto de Operações Especiais, estrutura

de comando e controle consolidada mundialmente como eficiente e eficaz nas

Operações de Prevenção e Combate ao Terrorismo.

Sendo assim, o tema proposto justifica-se pela necessidade de um

conhecimento mais profundo a respeito do assunto, identificando necessidades e

formas de sistematizar esta estrutura organizacional para o cumprimento de suas

missões.

14

Os dados coletados durante o trabalho são apresentados, ordenados e

relacionados entre si, de tal forma que permitem sua explicação e interpretação, em

concordância com as questões de estudo propostas.

O objetivo geral do trabalho é propor uma estrutura organizacional do Comando

Conjunto de Operações Especiais nas Operações de Prevenção e Combate ao

Terrorismo, considerando as experiências colhidas nos grandes eventos já ocorridos

no Brasil e as características das operações especiais e suas tropas das três Forças

Armadas Brasileiras.

Ao término deste trabalho, algumas respostas para as questões de estudo

poderão contribuir para a reestruturação das operações especiais no âmbito do

Ministério da Defesa.

15

2 METODOLOGIA

A concepção da pesquisa, quanto à forma de abordagem das questões de

estudo, teve o caráter qualitativo. Houve um aprofundamento das pesquisas a

respeito do assunto, seja por meio de livros ou artigos elaborados por estudiosos na

área.

Além disso, foi aplicado como um todo o método indutivo pelo qual, segundo

Marconi e Lakatos (2007), obtém-se uma generalização a partir de situações

particulares. Para os casos específicos estudados foi adotado o método hipotético-

dedutivo, pelo qual a partir de premissas válidas, obteve-se a hipótese, que foi

confirmada.

No que se refere ao tipo, o trabalho foi desenvolvido em três níveis de

pesquisa: exploratório, descritivo e explicativo. Conforme Gil (2002), a primeira teve

como finalidade conhecer melhor as questões de estudo.

A descritiva teve como objetivo primordial a descrição das características de

determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relação entre

variáveis.

A pesquisa explicativa teve como preocupação central identificar os fatores que

contribuíram para a ocorrência dos fenômenos, sendo o tipo de pesquisa que mais

aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica o porquê das coisas.

O estudo exploratório foi amplo, porém superficial. Esse estudo visou extrair os

subsídios iniciais para o desenvolvimento do trabalho.

A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de consultas à biblioteca da

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e Biblioteca Nacional. Também foi

realizada uma pesquisa documental nos arquivos do Ministério da Defesa, do

Exército Brasileiro e das demais Forças Armadas. O objetivo principal foi levantar

informações em documentos não publicados, como regulamentos internos,

circulares, pareceres, portarias, despachos em processo e relatórios, entre outros.

Quanto à coleta documental foram consultados diversos documentos oficiais do

Ministério da Defesa.

16

3 OPERAÇÕES ESPECIAIS NAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL

3.1 CONCEITOS BÁSICOS

3.1.1 Operações Especiais

O ponto de partida para um estudo mais aprofundado das operações especiais

é a padronização de definições. Neste trabalho, serão utilizados conceitos

apresentados no Manual de Campanha EB20-MC-10.212 Operações Especiais, 2ª

Edição, iniciando-se pela definição de operações especiais.

[ ] Operações Especiais (Op Esp): operações conduzidas por forças militares especialmente organizadas, treinadas e equipadas, em ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis, visando a atingir objetivos militares, políticos, informacionais e/ou econômicos, empregando capacitações militares específicas não encontradas nas forças convencionais. Essas operações frequentemente requerem capacitações cobertas, sigilosas ou de baixa visibilidade. Podem ser conduzidas independentemente ou em conjunto com operações de forças convencionais e/ou de outras agências governamentais, podendo, ainda, contar com a atuação de forças irregulares nativas, bem como de FOpEsp de nações aliadas. (EME, 2013)

O perfeito entendimento das características do ambiente operacional

contemporâneo, que se apresenta volátil, incerto, complexo e de alto risco, permite

compreender as razões pelas quais as operações especiais ganharam grande

notoriedade nos conflitos atuais, notadamente, aqueles de baixa intensidade e

impacto difuso. Estas ameaças exigem um flexível dimensionamento de forças para

atender à prevenção de ameaças, ao gerenciamento de crises e/ou à solução de

conflitos armados.

A complexidade das operações no amplo espectro dos conflitos demanda uma

unidade de esforço de todos os vetores do Poder Nacional, incluindo forças militares,

organizações governamentais e/ou agências civis. A integração aliada à adequada

compreensão de que as Operações Especiais constituem uma opção de baixa

visibilidade, com reduzido efeito colateral, precisa e flexível, é essencial para o êxito

no ambiente operacional contemporâneo, permitindo, em melhores condições, atingir

o Efeito Final Desejado (EFD).

As Op Esp são conduzidas no contexto das operações combinadas, conjuntas

e/ou singulares terrestres, em ação unificada, em ambiente interagências em

17

parceria com outros operadores para prevenir ameaças, gerenciar crises e/ou

solucionar conflitos, conforme foto a seguir.

Ainda, segundo o Manual de Operações Especiais do EB, as principais

operações são: a guerra não convencional, as ações diretas, o reconhecimento

especial, as operações contra forças irregulares e o contraterrorismo. Além disto,

existem as missões adicionais relacionadas às Op Esp que podem ser classificadas

e agrupadas de acordo com o explicitado na figura a seguir.

Figura 1 – Operações Especiais do Exército Fonte: EME (2014a, p 5-2)

18

3.1.2 Contraterrorismo

Nesta seção serão apresentados alguns conceitos, ainda do Manual de

Operações Especiais do EB, que servirão de base para o aprofundamento do tema

proposto.

[...] Contraterrorismo... Conjunto de ações tomadas diretamente contra organizações terroristas – que abrange medidas ofensivas de caráter repressivo, a fim de impedir, dissuadir, antecipar e responder às ações terroristas – e indiretamente para influenciar e tornar inóspitos às redes terroristas ambientes regionais e globais. [...] o Antiterrorismo é fundamentado na ação de proteção caracterizada pela presença ostensiva, de caráter eminentemente preventivo, o Contraterrorismo requer a execução de ações diretas de contato, eminentemente repressivas/retaliatórias contra as organizações terroristas em presença. (EME, 2013)

As tropas de operações especiais reúnem as capacidades para a condução de

Operações Contraterrorismo (OCT), uma vez que envolvem aspectos políticos

sensíveis ou potenciais ameaças, sendo executadas com certa frequência ações

sigilosas e de baixa visibilidade. São missões e tarefas destas Forças: operações de

Inteligência; ataques físicos a infraestruturas críticas e redes cibernéticas; resgate de

Figura 2 – Principais Operações e Missões Adicionais Fonte: EME (2014a, p 5-3)

19

reféns; captura e/ou recuperação de materiais sensíveis sob o controle terrorista; e

ações não letais, visando a neutralizar motivações ideológicas geradoras do

terrorismo.

Por oportuno, o Manual de Operações ainda apresenta alguns conceitos

importantes para o entendimento deste tipo de operação.

[...] 5.2.6.4 O Contraterrorismo subdivide-se nas vertentes que se seguem: - proativo – esforços de caráter eminentemente ofensivo e repressivo, despendidos por Agências de Inteligência (AI) e forças de segurança estatais especializadas, com o propósito deliberado de impedir a consecução de um ataque terrorista, antecipando-se ao ato hostil; e - reativo – esforços de caráter eminentemente ofensivo e repressivo, despendidos por AI e forças de segurança estatais especializadas, com o propósito explícito de responder a um ato terrorista. 5.2.6.5 Embora os esforços Anti e Contraterrorismo sejam interdependentes e complementares, em termos gerais, consideram-se: - as medidas de Antiterrorismo prioritárias em relação às de Contraterrorismo; e - as ações de Contraterrorismo proativo prioritárias em relação às de reativo. (EME, 2013)

3.1.3 Forças de Operações Especiais

As Forças de Operações Especiais (FOpEsp) são forças destinadas à

execução das Operações Especiais: frações de forças especiais, comandos e os

seus apoios que possuam capacitação e especializações próprias para operarem em

ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis. Em termos gerais, podem ser

caracterizadas por grupos de elite de altíssimo desempenho que cumprem missões

e tarefas em áreas sensíveis, hostis, instáveis e profundas que, muitas vezes

ultrapassam as capacidades operacionais das forças convencionais.

As FOpEsp do Exército são preparadas para neutralizar ameaças, em áreas

hostis, negadas ou politicamente sensíveis, singularmente, como componente

conjunto de OpEsp e/ou com parceiros ou forças amigas locais, por meio de Ações

Diretas, devido à capacidade de realização de “ações cirúrgicas”. Contribuem,

também, com Ações Indiretas, por meio de um conjunto de ações de baixa

visibilidade destinadas a estruturar, prover, instruir, desenvolver e dirigir o apoio

local, a fim de contribuir para a consecução de objetivos políticos ou estratégicos de

mais longo prazo.

20

3.1.4 Força Conjunta de Operações Especiais

Nas operações conjuntas, normalmente, constitui-se uma FCjOpEsp, no

mesmo nível das demais Forças Componentes (F Cte), permitindo atender às

demandas de Op Esp do Comando Operacional Conjunto (C Op Cj), a fim de

contribuir para a consecução de objetivos nos níveis operacional e estratégico.

Permite, ainda, potencializar as capacidades das FOpEsp das Forças Singulares,

sem alterar as suas especificidades e destinações precípuas.

A estrutura de uma FCjOpEsp, embora semelhante à de qualquer elemento de

emprego, por constituir-se em uma F Cte, diferencia-se especialmente pela

heterogeneidade dos processos de emprego e pelas peculiaridades técnico-

profissionais das suas forças subordinadas. Avulta, assim, a importância da

coordenação e da integração das ações planejadas.

3.1.5 Força Tarefa Conjunta de Operações Especiais

A diferença básica entre a FTCjOpEsp e a FCjOpEsp está no tempo de

estruturação. Enquanto a primeira é estruturada por um período de tempo

determinado para cumprir missões e tarefas previamente estabelecidas, a segunda é

concebida para atender todas as fases de uma campanha militar.

3.2 OPERAÇÕES ESPECIAIS NO EXÉRCITO BRASILEIRO

O Comando de Operações Especiais (COpEsp) é o grande comando

operacional do Exército Brasileiro que tem como missão conduzir Op Esp de forma

autônoma ou integrada às forças convencionais, em conjunto com as demais Forças

Singulares, em coordenação com OSP e/ou agências civis e, ainda, de forma

combinada ou multinacional com países aliados. O emprego de suas OM

subordinadas ocorrerá com base nas seguintes premissas básicas: mobilidade

estratégica e pronta-resposta; efetividade em cenários e ambientes operacionais

diversos; e flexibilidade, adaptabilidade e mobilidade de suas estruturas.

O COpEsp do Exército é composto por: Comando; 1º Batalhão de Forças

Especiais (BFEsp); 1º Batalhão de Ações de Comandos (BAC); 1º Batalhão de

21

Operações Psicológicas (BOpPsc); Centro de Instrução de Operações Especiais (CI

OpEsp); Batalhão de Apoio às Operações Especiais (BApOpEsp); Base

Administrativa (B Adm); 3ª Companhia de Forças Especiais (Cia F Esp); Companhia

de Defesa Química Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) e o 6º Pelotão de

Polícia do Exército (Pel PE).

3.2 OPERAÇÕES ESPECIAIS NA MARINHA DO BRASIL

As operações especiais desempenham papel relevante no contexto da missão

constitucional da Marinha do Brasil na defesa nacional. Especificamente, na região

estratégica que engloba o Atlântico Sul, bem como em grande parte da Amazônia

Legal, cuja rede fluvial demanda presença naval nas hidrovias do rio Amazonas e

seus afluentes, com implicações diretas na segurança nacional (Pinheiro, 2012).

Basicamente, a Força Naval Brasileira mantém duas unidades especialmente

treinadas e equipadas para as operações especiais. Estas Organizações Militares

(OM) são capazes de conduzir ações contra alvos de alto valor estratégico em áreas

hostis ou controladas pelo inimigo, envolvendo riscos e incertezas inerentes ao

complexo ambiente operacional contemporâneo.

Figura 3 – Estrutura Organizacional do Comando de Operações Especiais Fonte: EME (2014a, p 4-3)

22

Para executar as operações especiais, a Marinha do Brasil conta com o

Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais – Batalhão Tonelero

(BtlOpEspFuzNav) e o Grupamento de Mergulhadores de Combate (GruMeC)

(MATTOS, 2012).

A diferença básica entre estas duas unidades está no local da ação. Enquanto

o Batalhão Tonelero tem prioridade nas ações em instalações de terra, o GRUMEC

é empregado em meio aquático, como por exemplo, em plataformas flutuantes e

embarcações. Ambas as unidades mantêm alto nível operacional e uma formação

muito criteriosa e exigente de seus recursos humanos, conforme as melhores tropas

mundiais do gênero (Pinheiro, 2012)

3.3 OPERAÇÕES ESPECIAIS NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

A Força Aérea Brasileira não possui unidades aéreas exclusivamente voltadas

para as operações aéreas especiais. Entretanto, na lista de tarefas táticas das

unidades aéreas, o apoio às tropas de operações especiais é uma das principais

prioridades (Pinheiro, 2012).

Dentro do escopo das operações especiais, a Força Aérea Brasileira possui

uma unidade de Resgate, Busca e Salvamento, o PARA-SAR. Ao longo dos últimos

40 anos, a OM sofreu várias mudanças estruturais, seja pela evolução dos

equipamentos, seja pela variedade de missões a serem cumpridas. Seus integrantes

são conhecidos notoriamente pelas ações em todos os acidentes aéreos

significativos que ocorreram no País.

O conceito de Operações Especiais ainda não é abordado na doutrina da Força

Aérea Brasileira, porém a FAB entende que deve ficar em condições de realizar

Reconhecimento Especial, Contraterrorismo e Busca e Salvamento em Combate,

missões características das Forças de Operações Especiais (BRASIL, 2012).

Atualmente, as missões do PARA-SAR variam desde as ações humanitárias

até operações especiais. A formação dos recursos humanos segue os padrões

rígidos internacionais, incluindo ligação estreita com a Brigada de Infantaria

Paraquedista e o COpEsp do Exército.

A fim de cumprir suas tarefas, a unidade possui aproximadamente 150

militares, uma capacidade considerada limitada ao observar as dimensões

23

continentais do Brasil. Equipes permanecem em alerta e sobreaviso de acordo com

a necessidade em caso de acidentes aéreos.

Além de missões de resgate, a unidade da Força Aérea Brasileira pode

conduzir operações especiais, mercê de seu alto nível de preparo profissional,

especificamente, na busca e salvamento em combate, resgate de reféns, preparação

do terreno, reconhecimento, ataques, entre outros (Pinheiro, 2012).

3.4 OPERAÇÕES ESPECIAIS NOS OSP

As Op Esp nos Órgãos de Segurança Pública (OSP) não serão objeto de

estudo deste trabalho, porém é importante que sejam mencionadas nesta seção

uma vez que durante os grandes eventos houve, e também acontecerá nas

Olimpíadas, o emprego conjunto com as Forças Armadas. Esta se processa dentro

de um contexto de operações interagências que se caracterizam numa tendência

mundial das operações de prevenção e combate ao terrorismo.

3.5 CONCLUSÃO PARCIAL

O estudo mais criterioso das Op Esp nas Forças Armadas Brasileiras

demonstra que o EB possui uma estrutura maior e em estágio de desenvolvimento

mais avançado, particularmente, no que se refere à doutrina de operações de

prevenção e combate ao terrorismo. A existência prévia de um Grande Comando

Operacional sob o comando de um oficial general e seu Estado-Maior se apresenta

como uma vantagem comparativa relevante, tanto no preparo quanto no emprego, o

que induz o Exército a exercer um papel de liderança no processo de integração

destas Forças.

4 ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO

4.1 ESTRATÉGIA GLOBAL DE COMBATE AO TERRORISMO

4.1.1 Visão das Nações Unidas

24

Em debates, na Assembleia-Geral da ONU, firmou-se a percepção de que o

terrorismo alcançou um grau inusitado de organização e virulência, que não mais

aflige somente regiões tradicionalmente voláteis (PARANHOS, 2010; p 67).

A Estratégia Global Antiterrorista das Nações Unidas foi adotada pelos

Estados-Membros em 8 de setembro de 2006, sob a forma de uma resolução e um

Plano de Ação. É um instrumento global que busca coordenar os esforços nacionais,

regionais e internacionais para combater o terrorismo. Pode ser considerada a

primeira oportunidade em que todos os Estados-membros concordaram em uma

abordagem estratégica comum para lutar contra o terrorismo, não só enviando uma

mensagem clara de que o terrorismo é inaceitável em todas as suas formas e

manifestações, mas também na disposição em tomar medidas práticas

individualmente e coletivamente para prevenir e combater o terror.

Essas medidas práticas incluem uma grande variedade de ações que vão

desde o reforço da capacidade dos Estados para combater ameaças terroristas até

uma melhor coordenação das atividades de combate ao terrorismo no sistema das

Nações Unidas. A adoção da estratégia cumpre o compromisso assumido pelos

líderes mundiais, na Cimeira em Setembro de 2005, e se baseia em muitos dos

elementos propostos pelo Secretário-Geral, no seu relatório de 2 de maio de 2006.

4.1.2 Visão da OTAN

As estratégias adotadas pelos países membros da OTAN são bastante claras e

precisas. O terrorismo é definido como uma ameaça direta para a segurança dos

cidadãos dos países membros e também para a estabilidade e a prosperidade

internacionais. Esta ameaça continuará latente no futuro previsível, ao tempo que os

Terroristas demonstram a capacidade de operar além das fronteiras internacionais,

particularmente, nas áreas de importância estratégica para a Aliança, incluindo o

próprio território dos Aliados. A tecnologia moderna aumenta o potencial impacto de

ataque terrorista empregando meios convencionais e não convencionais,

notadamente no ambiente cibernético e no possível uso de artefatos radiológicas ou

nucleares e químicas, criando um ambiente propício para a propagação do terror,

materializado nas ideologias extremistas, na intolerância e no fundamentalismo.

25

Após o 11 de setembro de 2001, a resposta da OTAN ao terrorismo tem

privilegiado o emprego militar para a defesa contra a ameaça. Na última década,

foram obtidos progressos consideráveis em áreas de importância para a Aliança, tais

como um maior intercâmbio de informações/inteligência e o incremento de soluções

de tecnologia.

O Conceito Estratégico busca "dissuadir e defender contra as ameaças

emergentes à segurança fundamental dos Aliados ou da Aliança como um todo". Os

países membros devem reforçar sua capacidade de contribuição no poder militar da

OTAN, com vistas à prevenção e combate ao terrorismo, utilizando os recursos de

forma mais eficaz.

Em conformidade com o arcabouço jurídico internacional, a OTAN adota

estratégia de respeito ao direito internacional humanitário, aos princípios da Carta

das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como a

Estratégia Antiterrorista Global da ONU.

A consciência comum da ameaça terrorista e da vulnerabilidade dos Aliados é

obtida por intermédio do compartilhamento de inteligência e da análise estratégica

contínua em apoio às autoridades. Isso permite preparo eficaz para possível ação de

prevenção ou mesmo uma resposta a ataques terroristas. A OTAN também promove

a compreensão comum do seu papel de combate ao terrorismo como parte de um

esforço internacional mais amplo por meio do engajamento e da comunicação

estratégica.

A OTAN também mantém a sua capacidade operacional ao analisar as lições

aprendidas em operações, incluindo a experiência adquirida com as Forças de

Operações Especiais, como foi o caso da Operação Tridente ocorrida em 2015.

Formação, educação e exercícios baseados em diferentes cenários de ameaça

visam melhorar a interoperabilidade, assimilando as lições aprendidas e as melhores

práticas. Esses recursos também podem ser oferecidos aos Aliados em apoio do

planejamento civil de emergência e proteção das infraestruturas críticas.

O desafio do combate ao terrorismo exige uma abordagem holística por parte

da comunidade internacional, envolvendo uma ampla gama de instrumentos. Para

aumentar a segurança dos Aliados, a OTAN promove o dialogo com os países

parceiros e outros atores internacionais na luta contra o terrorismo. Especial ênfase

é dada na sensibilização, capacitação, planejamento civil de emergência e gestão de

26

crises, a fim de responder às necessidades específicas dos países parceiros e

interesses aliados.

A OTAN vai manter a flexibilidade quanto à forma de combater o terrorismo,

desempenhando um papel de liderança ou de apoio necessários. As capacidades

dos aliados representam um componente essencial de uma resposta potencial para

terrorismo. Defesa Coletiva continua sujeita à decisão do Conselho da Aliança.

4.2 LEGISLAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL

4.2.1 Constituição Federal e o arcabouço legal

Na Constituição Federal brasileira estabelece como preceito fundamental o

repúdio ao terrorismo e ao racismo (artigo 4º, inciso VIII), complementado pelo artigo

5°, inciso XLIII, que declara:

[...] A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo (grifo nosso) e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. (BRASIL, 1988)

Além disso, o inciso XLIV do art. 5º da Constituição diz que constitui crime

inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a

ordem constitucional e o Estado democrático. Determina a Constituição, portanto,

que o repúdio ao terrorismo é um dos princípios fundamentais que regem as

relações internacionais do Brasil e estabelece, ao tratar dos direitos e deveres

individuais e coletivos, que a lei considera o terrorismo crime inafiançável e

insuscetível de graça. Esses preceitos constitucionais antiterroristas da Constituição

do Brasil constituem cláusulas pétreas, insuscetíveis, dessa forma, de alteração por

meio de emenda constitucional (BUZANELLI, 2004, p.59).

Além destes artigos constitucionais, o tema também é tratado na Lei nº

7.170/83 que define os Crimes contra a Segurança Nacional e na Lei nº 8.072/90,

que dispõe sobre Crimes Hediondos.

A Lei nº 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional) é um instrumento jurídico de

combate ao terrorismo que dispõe sobre a definição de crimes contra a segurança

nacional, ordem política e social, descrevendo condutas criminosas que podem ser

27

enquadradas como atos terroristas, com a estipulação de penas aos infratores.

Alguns artigos da lei abordam, inclusive, a questão do financiamento às

organizações terroristas como ações dentro de um contexto criminoso.

O texto da lei lista uma série de atos delituosos que facilmente poderiam ser

enquadrados como atos de terrorismo, porém, o próprio legislador não utiliza

claramente o termo “ato terrorista”. Neste sentido não há referência ao tipo penal ou

a descrição da conduta correspondente. (WOLOSZYN, 2010)

Para Leal (2003, apud WOLOSZYN, 2010), “a imprecisão e a amplitude desta

expressão contraria a regra da objetividade jurídica, que exige a definição clara e

precisa das ações constituidoras dos tipos penais”, e acrescenta:

[...] Não há dúvida de que, do ponto de vista da tipicidade objetiva, esta forma de ação delituosa pode ser vista como uma espécie de terrorismo, porém, no direto penal prevalece a regra da interpretação restritiva, ou seja, se a Lei se refere ao ato de sabotagem, torna-se inadmissível atribuir-lhe a marca jurídica do crime de terrorismo (LEAL, 2003, apud WOLOSZYN, 2010, p.17).

Quanto à Lei nº 8.072/90 (Lei de crimes hediondos), os crimes hediondos são

todos listados e tipificados no Código Penal. São considerados crimes hediondos o

homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio e em

sua forma qualificada, o latrocínio, a extorsão qualificada pela morte, a extorsão

mediante sequestro e na sua forma qualificada, o genocídio, entre outros.

Entretanto, em seu artigo 2º Caput, considera que os crimes hediondos, a prática da

tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são

insuscetíveis de anistia, graça, indulto ou fiança.

Segundo Woloszyn (2010, p.18), o legislador não enquadra terrorismo como

crime hediondo, apenas citando-o no texto. Caso contrário, teria especificado em um

de seus incisos no artigo anterior ou mesmo, se utilizado do termo “entre estes” no

artigo 2º.

Nestas duas leis brasileiras, o terrorismo não obteve normas de direito e

processo penal específico. Assim, verifica-se que não existe tipificação penal do

crime de terrorismo no Direito Penal Brasileiro. Nos dois dispositivos legais

existentes sobre o tema não há a descrição da conduta típica punível, portanto “não

há crime sem lei anterior que o defina” (WOLOSZYN, 2010, p.18).

28

4.2.2 Política Nacional de Defesa

Na Política Nacional de Defesa (PND) do Estado brasileiro o terrorismo não é

tratado com muita profundidade. Limita-se a reafirmar o princípio constitucional de

repúdio ao terrorismo nas relações internacionais. Considera o terrorismo

internacional um risco à paz e à segurança mundiais e condena enfaticamente suas

ações.

Existe o compromisso de adotar as resoluções da ONU referentes ao tema,

reconhecendo a necessidade do esforço conjunto das nações no sentido de prevenir

e combater as ameaças terroristas.

Neste sentido, a PND estabelece que o Brasil deve dispor de capacidade de

projeção de poder, visando a eventual participação em operações estabelecidas ou

autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU. E ainda, deixa claro que é

imprescindível que o País tenha uma estrutura ágil, capaz de prevenir ações

terroristas e de conduzir operações de contraterrorismo.

Finalmente, estabelece que, em caráter excepcional, o Brasil deve estar em

condições de participar de arranjos de defesa coletiva de maior extensão, de forma

coerente com sua história e o cenário vislumbrado, observando os dispositivos

constitucionais e legais, bem como os interesses do País e os princípios básicos da

política externa.

4.2.3 Estratégia Nacional de Defesa

A Estratégia Nacional de Defesa (END) também apresenta apenas ideias

genéricas sobre o posicionamento do Estado brasileiro a respeito do tema

prevenção e combate ao terrorismo.

Como medidas de implementação da estratégia no tocante a Segurança

Nacional destacam-se: o aperfeiçoamento de processos para o gerenciamento de

crises; a integração de todos os órgãos do Sistema de Inteligência Nacional

(SISBIN); a prevenção de atos terroristas e de atentados massivos aos Direitos

Humanos, bem como a condução de operações contraterrorismo, a cargo dos

Ministérios da Defesa e da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional da

Presidência da República (GSI-PR) (grifo nosso); as ações de segurança pública,

29

a cargo do Ministério da Justiça e dos órgãos de segurança pública estaduais; o

aperfeiçoamento dos dispositivos e procedimentos de segurança que reduzam a

vulnerabilidade dos sistemas relacionados à Defesa Nacional contra ataques

cibernéticos e, se for o caso, que permitam seu pronto restabelecimento, a cargo da

Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Defesa, das

Comunicações e da Ciência e Tecnologia, e do GSI-PR; a execução de estudos para

viabilizar a instalação de um centro de pesquisa de doenças tropicais para a Região

Amazônica, a cargo dos Ministérios da Defesa, da Ciência e Tecnologia, da Saúde e

órgãos de saúde estaduais e municipais; medidas de defesa contra pandemias; e o

atendimento aos compromissos internacionais relativos à salvaguarda da vida

humana no mar e ao tráfego aéreo internacional, a cargo do Ministério da Defesa,

por intermédio dos Comandos da Marinha e da Aeronáutica, respectivamente, e do

Ministério das Relações Exteriores.

4.2.4 Livro Branco da Defesa Nacional

Em total alinhamento com a legislação anterior, o Livro Branco da Defesa

Nacional praticamente não aborda o tema. Limita-se a citar a Constituição Federal

na seção referente aos Princípios Básicos do Estado, reafirmando que o Brasil atua

conforme tais princípios: independência nacional, prevalência dos direitos humanos,

autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade entre os Estados, defesa

da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo,

cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo

político.

4.3 CONCLUSÃO PARCIAL

Neste capítulo foi feita uma analise das estratégias de prevenção e combate ao

terrorismo no âmbito internacional e nacional. É nítido que a percepção da ameaça é

totalmente distinta. No contexto das Nações Unidas e da OTAN, mesmo com

diferenças nas estratégias adotadas, é notório o posicionamento quanto à ameaça

real e sua implicação para a paz entre os povos. Já no âmbito nacional, existem

dilemas legais e posições ambíguas que prejudicam a percepção dos riscos

30

envolvidos, considerando a legislação vigente e os documentos de alto nível que

estabelecem diretrizes para a segurança nacional.

A falta de uma estratégia definida do Estado Brasileiro torna-se um óbice

adicional no dimensionamento da estrutura de defesa. Entretanto, as Forças

Armadas devem buscar soluções inovadoras como forma de suplantar as

dificuldades e atender a demanda de prevenção e combate ao terrorismo,

particularmente, na segurança de grandes eventos internacionais.

5 COMANDO CONJUNTO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

5.1 GENERALIDADES

A falta de uma legislação consistente no âmbito nacional e de estratégias bem

definidas pelo Estado brasileiro não impediram o aprofundamento do estudo sobre o

tema prevenção e combate ao terrorismo. As Forças Armadas, particularmente, o

Exército Brasileiro desenvolve doutrina sobre o assunto e vem executando exercício

e missões reais dentro deste contexto ao longo dos anos. Os recentes grandes

eventos ocorridos no Brasil servem de estudos de casos consistentes, cujas lições

aprendidas poderão ser utilizadas na consolidação de futuras estratégias para

enfrentar este problema.

5.2 COMANDO E CONTROLE NAS OPERAÇÕES ESPECIAIS

Mais uma vez, a base para o entendimento da estrutura de comando e controle

necessária à condução das Op Esp será a doutrina já existente no Exército

Brasileiro. Desta forma, o Manual de Campanha EB20-MC-10.212 apresenta o

desdobramento da estrutura de comando e apoio às operações especiais:

[...] 4.2.7.7.1 Base de Operações Especiais a) A Base de Operações Especiais (BOE) é a Estrutura de Comando e Apoio nas Op Esp estabelecida por uma F(FT)(Cj)OpEsp e compreende o complexo de instalações, pessoal, material e infraestrutura de comando e apoio utilizado no planejamento e na preparação, para a sustentação das FOpEsp durante a execução das operações e avaliação contínua das ações. b) O Batalhão de Apoio às Operações Especiais (BApOpEsp) do COpEsp do Exército é a organização militar (OM) responsável pelo desdobramento, instalação, manutenção,

31

segurança, funcionamento e, se for o caso, evacuação da BOE. A referida Base é, normalmente, instalada em região próxima ao Posto de Comando (PC) do Comando Operacional (Conjunto) ou Grande Comando Operativo (G Cmdo Op) em proveito do qual a F(FT)(Cj)OpEsp está sendo empregada. [...] e) A BOE congrega as atividades relacionadas ao Comando e Controle (C2), ao apoio à infiltração/exfiltração, à Inteligência, à coordenação de fogos, à proteção, ao apoio de Op Info, à Logística, ao Assessoramento Jurídico, dentre outros. Para tanto, para desenvolver as tarefas supramencionadas, a sua constituição compreende o(a): - Centro de Coordenação de Operações (CCOp); - Centro de Apoio às Operações Especiais (CApOpEsp); e - Infraestrutura de Comando e Apoio. (EME, 2013)

Particularizando as OCT, verifica-se que estão enquadradas no contexto mais

amplo da Prevenção e Combate ao Terrorismo. Um esforço integrado de todos os

campos do Poder Nacional é imperativo, bem como uma estreita colaboração entre

todas as agências envolvidas. Há um consenso global de que estas ações são

desenvolvidas em ambiente interagências, subdivididas em três níveis – o

estratégico, o operacional e o tático – e nas vertentes de Apoio de Inteligência,

Antiterrorismo, Contraterrorismo e Administração de Consequências.

Figura 4 – Estrutura de Comando e Apoio da FT(Cj)OpEsp Fonte: EME (2014a, p 4-13)

32

Ainda segundo o Manual de Campanha EB20-MC-10.212, o Gabinete de

Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) tem a

responsabilidade de repassar as diretrizes de nível político, em coordenação com os

Ministérios da Defesa e da Justiça, que traduzem essas diretrizes do nível

estratégico para o nível operacional, designando o Coordenador das Ações de

Contraterrorismo (CACT), quando for o caso.

Diante da possibilidade da iminência ou concretização de um atentado

terrorista, existe a previsão de ativação de um Gabinete de Crise e o respectivo

Centro de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CPCT) – de âmbito nacional,

responsável pelas vertentes de Inteligência, Antiterrorismo, Contraterrorismo e

Administração das Consequências – e/ou de um Centro de Coordenação das Ações

Contraterrorismo (CCACT).

O CCACT terá a seguintes tarefas: coordenar, controlar e sincronizar os

esforços Interagências relacionados às ações de Contraterrorismo; confeccionar

planos específicos; integrar as frações de Op Esp, militares e policiais, sobretudo os

grupos de intervenção, constituídos por equipes de caçadores, equipes táticas,

DQBRN e unidades aéreas diretamente envolvidas nas ações de Contraterrorismo;

coordenar e sincronizar o emprego das FOpEsp em OCT (proativo e/ou reativo);

estabelecer procedimentos, estruturas, protocolos de comunicação e redes de C²; e

prestar assessoramento específico relacionado às medidas e procedimentos

antiterroristas e contraterroristas (EME, 2013, p 5-29)

5.3 EMPREGO DO CCJOPESP NOS GRANDES EVENTOS

Os dois últimos grandes eventos internacionais ocorridos no Brasil – a Copa

das Confederações 2013 e a Copa do Mundo de 2014 – foram oportunidades reais

de emprego do CCjOpEsp nas operações de prevenção e combate ao terrorismo. A

concretização da ameaça não se materializou em um ato terrorista, pelo menos nada

foi divulgado para o público geral. Mesmo com todas as dificuldades conjunturais e

estruturais, a estrutura foi colocada em prática e esteve pronta para agir no caso de

necessidade.

Os dados apresentados nesta seção foram obtidos em documentos oficiais

produzidos no planejamento e na execução das operações, bem como em

33

entrevistas com militares diretamente envolvidos. O conteúdo foi tratado para que

informações de caráter restrito ou sigiloso não obrigassem a classificação do

trabalho com sendo de acesso restrito.

Foram definidas responsabilidades e estabelecidas relações de subordinação

quanto à segurança dos eventos. Desde o início, a chamada “Nova Governança” foi

criticada pela falta de unidade de comando em níveis essenciais, onde as

experiências mundial e nacional indicavam uma maior centralização decisória. A

figura a seguir ilustra a estrutura concebida e colocada em prática.

Tanto no nível nacional quanto regional, observa-se que existe uma

“responsabilidade compartilhada da decisão”, o que, numa observação bastante

superficial, parece ser uma solução conciliatória para um possível choque de

interesses. Entretanto, cabe ressaltar que a própria natureza das operações de

prevenção e combate ao terrorismo vai exigir um processo decisório ágil e não raro

conduzido sob tensão, necessitando desta forma uma unidade de comando, cuja

eficiência foi comprovada em casos históricos do passado.

Foram estabelecidas áreas de interesse a serem coordenadas pelos diversos

órgãos empregados, cabendo ao Ministério da Defesa a prevenção e combate ao

Figura 5 – Estrutura Organizacional de Governança para a Copa do Mundo 2014 Fonte: COpEsp

terrorismo. Esta competência foi delegada pelo MD ao Comando de Operações

Especiais em Goiânia. A figura a seguir lista as diversas áreas de interesse.

De posse dessa delegação de

Planejamento Operacional Militar

das Confederações 2013 e da

Diretrizes de Planejamento Operacional Militar

segurança de ambas as Copa

prática a estrutura organizacional conjunta de prevenção e combate ao terrorismo

que será apresentada a seguir.

Visando coordenar e controlar

Terrorismo e de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN),

segurança da Copa das Confederações 2013 e da

estabelecidos dois níveis de coordenação geral. Em âmbito nacional, foi

estabelecido um Centro de Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo

(CCPCT), a funcionar em BRASÍLIA

estabelecidos os Centros de Coordenação Táticos Integrados (CCTI), que

objetivo de prestar o assessoramento direto

Figura 6 –Fonte: COpEsp

Esta competência foi delegada pelo MD ao Comando de Operações

Especiais em Goiânia. A figura a seguir lista as diversas áreas de interesse.

De posse dessa delegação de competência e seguindo as

Planejamento Operacional Militar do COTER para segurança na realização da

das Confederações 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014; do PEECFA

de Planejamento Operacional Militar sobre as ações do EB

Copas, o COpEsp realizou o planejamento e colocou em

prática a estrutura organizacional conjunta de prevenção e combate ao terrorismo

que será apresentada a seguir.

e controlar as atividades de Prevenção e Co

Terrorismo e de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN),

Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014 foram

estabelecidos dois níveis de coordenação geral. Em âmbito nacional, foi

de Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo

(CCPCT), a funcionar em BRASÍLIA-DF. No âmbito regional nas cidades

estabelecidos os Centros de Coordenação Táticos Integrados (CCTI), que

o assessoramento direto aos Coordenadores de Defesa de Área

– Áreas de Interesse para Segurança Fonte: COpEsp

34

Esta competência foi delegada pelo MD ao Comando de Operações

Especiais em Goiânia. A figura a seguir lista as diversas áreas de interesse.

competência e seguindo as Diretrizes de

segurança na realização da Copa

PEECFA e das

as ações do EB para a

s, o COpEsp realizou o planejamento e colocou em

prática a estrutura organizacional conjunta de prevenção e combate ao terrorismo

as atividades de Prevenção e Combate ao

Terrorismo e de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), na

Copa do Mundo FIFA 2014 foram

estabelecidos dois níveis de coordenação geral. Em âmbito nacional, foi

de Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo

nas cidades-sede foram

estabelecidos os Centros de Coordenação Táticos Integrados (CCTI), que tinham o

aos Coordenadores de Defesa de Área

35

(CDA), no que tange às atividades de Prevenção e Combate ao Terrorismo e de

DQBRN.

Os CCTI foram ativados juntamente com os Centros de Coordenação de

Defesa de Área (CCDA), aos quais estavam subordinados. Os CCDA estavam

subordinados aos Centros Executivos de Segurança Integrados Regionais (CESIR),

onde ocorria o processo decisório.

Para delimitar o papel e a responsabilidade dos diversos órgãos e agências

envolvidos foram estabelecidos protocolos de atuação interagências. Tais

protocolos, uma vez estabelecidos entre os órgãos de atuação na esfera nacional,

deveriam ser replicados em cada uma das cidades-sede, fazendo-se as devidas

adaptações e considerando-se a atuação dos órgãos das esferas estadual e

municipal, conforme necessidade.

A participação ativa das Forças Armadas, dos OSP (Federal, Estadual e

Municipal) e de outras organizações (nacionais e/ou internacionais) requereu dos

integrantes do CCPCT e dos CCTI o perfeito entendimento de que não se tratava de

subordinação entre órgãos, mas de um trabalho interagências onde a integração e a

complementaridade de capacidades eram fatores fundamentais para o sucesso das

missões a serem desenvolvidas. Assim, desde a fase inicial buscou-se o

planejamento conjunto e simultâneo com os órgãos envolvidos, respeitando a

destinação de cada organização, sua cultura organizacional, possibilidades e

limitações.

O CCTI, seguindo as diretrizes do CCDA e do CCPCT, teve que usar a

flexibilidade para coordenar as atividades com os diferentes representantes das

mencionadas organizações, adotando a estrutura que melhor permitisse o

cumprimento da missão, em todas as oportunidades que ocorreu o emprego dos

meios centralizados sob sua coordenação.

Foram estabelecidas as seguintes premissas básicas:

a. Haveria a participação, integração e unidade de esforços por parte de todas

as esferas dos órgãos de segurança pública (OSP) e demais órgãos civis

envolvidos, sob a coordenação do MD e por intermédio do COpEsp, nas ações de

prevenção e combate ao terrorismo e de DQBRN na Copa das Confederações.

b. Para as situações de emprego nas operações antiterror, contraterror e de

DQBRN, seria assegurada a unidade de comando para a operação.

36

c. A atuação das tropas federais e estaduais ocorreria na situação de

normalidade institucional.

d. Seriam obedecidos todos os preceitos legais.

e. Seriam observadas Regras de Engajamento que legitimassem o emprego

dos meios.

f. Seriam alocados os meios aéreos, terrestres e navais que assegurassem

mobilidade estratégica e tática às FOpEsp, aos elementos de DQBRN e Anti-DEI, de

forma a permitir a pronta resposta em todo o território nacional.

Para o emprego nas atividades de contraterrorismo foi constituída uma Força

Conjunta Interagências de Operações Especiais. Essa Força, integrada por FOpEsp

das FA, contou com a participação das forças de segurança pública federais e

estaduais especializadas na prevenção e combate ao terrorismo. Foram

empregadas, ainda, Forças DQBRN e equipes Anti-DEI, além de elementos de apoio

oriundos de diversos outros órgãos direta ou indiretamente relacionados à

prevenção e combate ao terrorismo.

A Força Conjunta Interagências de Operações Especiais foi articulada da

seguinte forma:

Figura 7 – Estrutura de ligação para C2 na Copa do Mundo 2014 Fonte: COpEsp

37

- Força Tática Central (F Tat Cent), composta basicamente pelas FOpEsp das

forças singulares e dos OSP federais que permaneceram concentradas em

BRASÍLIA-DF, SÃO PAULO–SP e RIO DE JANEIRO–RJ (no caso da Copa do

Mundo) em condições de serem empregadas em qualquer parte do território

nacional, sob a coordenação do CCPCT.

- Força Tática Local (F Tat Loc), composta basicamente pelas FOpEsp dos

OSP federais, desdobradas nas diversas cidades-sede, acrescidas das FOpEsp dos

OSP estaduais, que atuaram sob a coordenação do CCTI.

As Forças DQBRN das FA foram desdobradas nas diversas cidades-sede, por

meio de Equipes de Varreduras DQBRN das FA, que atuaram em conjunto com as

equipes Anti-DEI dos OSP federal e estadual e demais órgãos locais com

capacidades nessas áreas. Também houve o desdobramento de Postos de

Descontaminação Total (PDT) que ficaram posicionados em SÃO PAULO–SP, RIO

DE JANEIRO–RJ, BRASÍLIA-DF, BELO HORIZONTE-MG, SALVADOR-BA, NATAL-

RN E MANAUS-AM (no caso da Copa do Mundo) com capacidade de realizar

tratamento de descontaminação de pessoas e materiais atingidos por artefatos

DQBRN.

Além das FOpEsp das Forças Armadas, das forças policiais especializadas,

oriundas de órgãos federais, estaduais e municipais e das forças e elementos

especializados nas áreas de DQBNR e Anti-DEI poderiam ser alocados, sob a

coordenação do CCPCT e/ou dos CCTI, elementos de Operações de Informação e

de Aviação, que prestaram o apoio peculiar às operações especiais.

É importante salientar que os CCTI eram órgãos instituídos para coordenação

e integração, sendo que os elementos de empregos eram a Força Conjunta

Interagências de Operações Especiais (F Tat Loc e as FT Op Esp ), a F DQBRN e

as equipes Anti-DEI.

O emprego das FOpEsp, da Força DQBRN e demais órgãos que integraram o

CCTI, foi dividido em três grupos: pré-incidente, incidente e pós-incidente.

Naturalmente, as ações poderiam se restringir ao 1º grupo, caracterizado pelas

ações preventivas, abrangendo as missões antes da ocorrência de qualquer ataque

terrorista. Caso não ocorresse nenhum ataque terrorista, os 2º e 3º grupos de

missões não ocorreriam.

38

Nesse contexto, o Coordenador do CCTI, em ligação com o CDA, priorizaria o

emprego dos meios de acordo com o amparo legal nas diferentes situações

problema, particularmente os OSP. Sendo assim, as atividades dos OSP e demais

órgãos relacionadas à ameaça terrorista e à DQBRN deveriam ser de conhecimento

e coordenação dos CCTI, dos CCDA e do CCPCT.

5.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CCJOPESP (PROPOSTA)

Da análise do estudo de caso da seção anterior, observou-se que foi colocada

em prática uma estrutura organizacional “experimental” do CCjOpEsp em operações

de prevenção e combate ao terrorismo. A inexistência de uma doutrina consolidada

sobre o assunto e a escassez de fontes de consulta oficiais impuseram soluções

inovadoras, como aquelas que foram adotadas. As lições aprendidas na condução

das Análises Pós-Ação (APA) serviram de base para futuras formulações de

doutrina. A proposta apresentada a seguir buscou consolidar as experiências

colhidas nos grandes eventos, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o

tema. Certamente, aperfeiçoamentos e correções de rumo ocorrerão a partir do

incremento das pesquisas e de uma permanente visão crítica.

Uma proposta de estrutura organizacional do CCjOpEsp deve ser iniciada com

a consolidação do Centro de Coordenação Tático Integrado (CCTI), que mostrou-se

eficiente e eficaz em todos os eventos. Além do papel de assessoramento ao CDA,

Figura 8 – Organização por tarefas na Copa do Mundo 2014 Fonte: COpEsp

39

Ap Técnico Ap Jurídico C4ISR Fin e Cont

F(Cj)OpEsp Eq DQBRN Eq Anti DEIEq

Negociação

Coordenador CCTI

Pessoal e Logística

Inteligência OperaçõesOp

InformaçõesEq Ligação

OSP Op Esp

Subcoordenador

esta estrutura temporária (conjunta e interagências) é responsável pela integração e

a coordenação do preparo e emprego das Forças de Operações Especiais (F Op

Esp) das Forças Singulares e dos Órgãos de Segurança e Ordem Pública (OSOP)

locais envolvidas na prevenção e combate ao terrorismo. Uma proposta de estrutura

genérica celular do Centro pode ser observada na figura abaixo:

O CCTI materializa a estrutura organizacional do Comando Conjunto de

Operações Especiais, uma vez que integra elementos de todas as três Forças

Armadas em sua composição/organograma. Suas Frações de Emprego poderão ser

singulares ou conjuntas, dependendo do grau de preparo, da missão a ser cumprida

e da disponibilidade de especialistas.

No âmbito nacional, observaram-se similaridades entre o Centro de

Coordenação de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT), que funcionou em

BRASÍLIA-DF, e o Centro de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CPCT), já

Figura 9 – Proposta Estrutura Organizacional genérica do CCTI Fonte: Autor

Estado-Maior

Especial

Frações de

Emprego

Estado-Maior Geral

D1 D2 D3/D5

previsto no Manual de Campanha

responsabilidades atribuídas ao

da República (GSI/PR) for

mesma fonte. Durante os eventos,

enquanto que o EMCFA/MD executou a interface com

se mostrou eficiente e o manual deveria ser revisto.

Quanto ao CCPCT, já existe a doutrina

EB, sendo necessária apenas uma padronização de nomenclaturas e a divulgação

para as demais Forças Armadas.

no MD servirá de base para a constituição do EM do Centro, enquanto que as

relações de comando permanecem aquelas que estão em execução.

Cmt CCPCT

D3/D5 D4 D6 D7 D8

SCmt

Manual de Campanha EB20-MC-10.212. Entretanto, as

responsabilidades atribuídas ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência

foram totalmente diferentes daquelas estabelecidas n

. Durante os eventos, o GSI limitou-se ao papel de assessoramento,

enquanto que o EMCFA/MD executou a interface com o nível político

se mostrou eficiente e o manual deveria ser revisto.

já existe a doutrina preconizada no Manual

, sendo necessária apenas uma padronização de nomenclaturas e a divulgação

as demais Forças Armadas. A estrutura de Estado-Maior Conjunto estabelecida

para a constituição do EM do Centro, enquanto que as

relações de comando permanecem aquelas que estão em execução.

Figura 10 – Subordinação Fonte: Autor

Figura 11 – Organograma CCPCT Fonte: Autor

40

D8 CCTI

. Entretanto, as

Gabinete de Segurança Institucional da Presidência

estabelecidas nesta

ao papel de assessoramento,

nível político. Esta situação

conizada no Manual de Op Esp do

, sendo necessária apenas uma padronização de nomenclaturas e a divulgação

Maior Conjunto estabelecida

para a constituição do EM do Centro, enquanto que as

41

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho teve como tema o Comando Conjunto de Operações Especiais,

particularmente, sua estrutura organizacional no planejamento e na execução das

operações de prevenção e combate ao terrorismo em âmbito nacional. A relevância

das Operações Especiais neste contexto é inquestionável, considerando as

peculiaridades do ambiente operacional contemporâneo, bem como as implicações

nos níveis político e estratégico. As três Forças Armadas Brasileiras já possuem

expertise neste assunto, entretanto existe a necessidade do aprofundamento dos

estudos, com o objetivo de consolidar estratégias comuns que viabilizem ações

conjuntas eficientes e eficazes.

Do estudo das Op Esp nas Forças Armadas Brasileiras conclui-se que o

Comando de Operações Especiais (COpEsp) do EB, sediado na cidade de Goiânia

há mais de 10 (dez) anos, encontra-se em um grau de desenvolvimento mais

avançado em relação as demais Forças, contando com unidades de emprego em

plena atividade. A existência de um Grande Comando Operacional já ativado e sob o

comando de um oficial general e seu Estado-Maior, formado por oficiais

especializados, é uma vantagem comparativa importantíssima. Desta forma, é

recomendado que o Exército desempenhe um papel de liderança no processo de

integração.

Com relação às estratégias de prevenção e combate ao terrorismo, verificou-se

que a abordagem no âmbito internacional é clara e concisa, quer seja nas Nações

Unidas ou na OTAN, onde é definida a ameaça e são propostos planos de ação

frente às mesmas. Em contrapartida, no âmbito nacional, existem dilemas legais e

posições ambíguas que prejudicam a percepção dos riscos envolvidos. Conclui-se

que a legislação é incompleta e os documentos de alto nível (PND, END e LBDN)

não estabelecem diretrizes precisas sobre a prevenção e combate ao terrorismo.

A falta de uma estratégia definida do Estado Brasileiro é um óbice para que as

Forças Armadas estejam prontas a enfrentar a ameaça do terrorismo. Recomenda-

se ingerências nos altos escalões com vistas a corrigir esta distorção, bem como a

implementação de soluções inovadoras que possam mitigar esta enorme

vulnerabilidade, sob pena de estarmos negligenciando a segurança nacional e

colocando em risco a nação.

42

No último capítulo do trabalho, buscou-se analisar os recentes eventos

internacionais ocorridos no Brasil, particularmente, a estrutura organizacional do

Comando Conjunto de Operações Especiais com o objetivo de aproveitar as lições

aprendidas e propor uma organização padronizada para este tipo de operação. As

técnicas, táticas e procedimentos nas operações de prevenção e combate ao

terrorismo vêm sendo consolidadas nos últimos anos, porém a composição do

CCPCT e do CCTI foram soluções inovadoras colocadas em prática pela primeira

vez nesses eventos.

Desta forma, conclui-se que a estrutura organizacional do Comando Conjunto

de Operações Especiais colocada em prática no planejamento e na execução dos

grandes eventos é uma solução viável e pode ser sistematizada para que se torne,

no futuro, uma doutrina conjunta das Forças Armadas nas Operações de Prevenção

e Combate ao Terrorismo. Ressalta-se, ainda, a necessidade de incremento da

interoperabilidade das tropas de Op Esp em todos os níveis como fator de êxito.

Finalizando, ressalto que a proposta de estrutura organizacional apresentada

como conclusão deste trabalho não esgota as discussões sobre o tema, pelo

contrário, deve servir de estímulo para futuros estudos que tenham como objetivo

aperfeiçoar as estratégias de prevenção e combate ao terrorismo. Todos os

objetivos traçados no início da pesquisa científica foram perfeitamente atingidos e

constam do texto, restando ao autor a esperança de ter colaborado para o

desenvolvimento de uma doutrina conjunta para as Forças de Operações Especiais

das Forças Armadas Brasileiras.

______________________________________ RENÉ PIERRE CAPUTO DURÃO – Cel Inf

43

REFERÊNCIAS

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