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Uma Revista Cristã - Grátis

Número 13

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Esta revista é para distribuição gratuitae não pode ser vendida

ÍndiceO barômetro mente . . . . . . . . . .capaEditorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3As bem-aventurançasOs pobres de espírito . . . . . . . . .4

Libertação por meio do perdão . . .11

Seção para os paisA vida com um alcoólatra

Capítulo 11a . . . . . . . . . . . . . . .17

História bíblica:Sonhos com mensagens

especiais . . . . . . . . . . . . . .18

ReceitaBolo de cenoura . . . . . . . . . . . . . . .24

Seção para os jovensA busca do contrabandistaCapítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . .25

Seção para as criançasA casa do outro lado da cerca . . . .30Atividade para crianças . . . . . . . . .34 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Amor perdoador . . . . . . . . .Contracapa

Desenho da capa: Olive Studios

Conselho Diretor:Dale E. HeiseyDuane NislyMark YoderPaul SchrockNoah SchrockHugo ValverdeJesús VillegasSanford Yoder

EditoresDuane NislyTheodore Yoder

La Antorcha de la Verdad

Apartado Postal #15Pital de San CarlosCosta Rica, C. A.

Tocha da VerdadeCaixa Postal 241Boituva-SP-Brasil18550-970

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A PUBLICADORA LA MERCED é uma organização sem fins lucrativos que tem oobjetivo de divulgar o evangelho, de propagar a doutrina bíblica e saudável e de apresentar conselhos práticos para a vida cristã em países latino-americanos.

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“É noite no mundo!”

A maldade tem nos envolvido com um grande manto de escuridão. Talvez nunca antes na

história se tenha visto um tempo como o nosso. A violência

e as guerras destroem a paz e

provocam temor. O alcoolismo, o vício das drogas e o vício do tabaco

matam mais pessoas que a

guerra. A imoralidade tem crescido a dimensões inacreditáveis. A AIDS se aproxima a

proporções epidêmicas. O divórcio desmoraliza homens, mulheres e crianças. O desequilíbrio

econômico tem dado lugar a uma terrível luta entre o egoísmo e a inveja. Até a re

ligião, em

grande parte, tem chegado a ser um labirinto de sectarismo, concorrência, com

ércio, escândalo

e doutrinas de homens.”

Encontrei essas palavras na primeira edição da “Toch

a da Verdade” de 1987. O editor

daquela época viu a escuridão no mundo… bastante escu

ridão. Isso me fez refletir sobre a atual

condição do mundo, 29 anos depois. Se havia escuridão

naquela época, quanto mais hoje em dia.

Depois, refleti sobre o que Jesus encontr

ou quando ele veio ao mundo. "O julgamento é este:

que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as

suas obras eram más” são as palavras de Jesus em João 3:19. O mundo daquela época

rejeitava a luz, porque amava mais as trevas. Já no t

empo de Jesus as trevas prevaleciam. Hoje,

parece que as trevas nos inundam como nunca.

Foi o desejo da Publicadora La Merced lançar a revista “A Tocha da Verdade”, pa

ra

servir de instrumento para combater as fo

rças das trevas que escravizam a humanida

de. A luz é

Jesus Cristo, o evangelho são as boas-nov

as que Cristo nos trouxe. “Queremos que A TOCHA DA

VERDADE encoraje aos que lutam contra a

maldade, promova a sã doutrina bíblica a

os crentes,

leve a luz aos que ainda andam em trevas e

glorifiquem a Deus, o “…Pai das luzes…” (Tiago

1:17).” Essa foi a declaração que indicava

o objetivo naquela primeira revista. Hoje, 2

9 anos

depois, perguntamos a nós mesmos: Quanto êxito tem tido

a “Tocha” em levar luz às trevas?

Temos podido realizar a meta que determi

namos? A resposta a essa pergunta só Deu

s sabe.

Porém a necessidade de difundir a luz é maior hoje do que nun

ca, e continua sendo

nosso desejo que Deus possa usar esta pe

quena contribuição para trazer a esperan

ça de luz a

um mundo escuro. Duane Nisly

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EE DD II TT OO RR II AA LL

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“Bem-aventurados os pobres de es-pírito, porque deles é o reino dos céus”­(Mateus­5:3).

As­multidões­que­escutavam­essasbelas­palavras­de­Jesus­no­monte­prova-velmente­ não­ entendiam­que­ escuta-vam­do­seu­próprio­Criador.­A­Bíblianos­diz­em­João­2:24-25­que­Jesus­co-nhecia­a­todos­e­que­ele­sabia­o­que­es-tava­no­homem.

Também­hoje,­ao­nos­acercarmos­aJesus­para­receber­suas­instruções,­é­im-portante­ entender­ que­ Jesus­ é­ nossoCriador­e­não­somente­Redentor.­Sendonosso­Criador,­ele­entende­até­o­maisprofundo­do­nosso­ser.­E­como­Reden-tor,­ele­entende­perfeitamente­a­condi-ção­ depravada­ em­ que­ todos­ nosen­­con­tramos­por­causa­da­maldição­dopecado­em­que­temos­vivido­desde­nossonascimento.­Mas­ele­também­entendeperfeitamente­a­solução,­o­que­é­precisopara­sair­desta­condição­depravada.

O­sermão­da­montanha­é­um­dosprimeiros­discursos­de­Jesus­em­seu­mi-nistério­ público.­ Nessa­ ocasião,­ nãoperdeu­tempo­para­ir­direto­ao­pontosobre­a­necessidade­básica­do­homem.Sua­mensagem­foi­muito­direta.

Jesus­ iniciou­ sua­ mensagem­ comesta­palavra:­“Bem-aventurados”.­Qual­éo­significado­dessa­palavra?­Quer­dizer“muito­feliz”.­Jesus­se­referia­a­uma­feli-cidade­profunda­e­permanente,­e­nãosomente­a­uma­experiência­emocionalmomentânea.­ Jesus­ estava­ falando­ deuma­felicidade­que­não­depende­das­cir-cunstâncias­da­vida.­Essa­felicidade­sig-nifica­ vitória­ constante­ sobre­ odesânimo­e­a­depressão.­Essa­felicidadeé­uma­das­necessidades­primordiais­dohomem­e­também­uma­das­mais­difíceisde­obter.­Todo­ser­humano­anela­essetipo­de­ felicidade,­mas­poucos­ são­osque­ realmente­ a­ experimentam.­ Jesuspossibilitou­essa­felicidade­e­nos­mostra

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Levi Martin

A sOs pobres de espírito

Mateus 5:3

Bem-aventuranças

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a­qualidade­de­vida­que­se­requer­paradesfrutá-la.­

Para­alcançar­esse­tipo­felicidade­énecessário­ que­ sejamos­ pobres­ de­espírito­ (Mateus­ 5:3).­ Porém,­ o­ que­significa­ser­pobre­de­espírito?­Comopodemos­nos­tornar­pobres­de­­espírito?

Em­primeiro­lugar,­vejamos­o­queEle­se­refere­quando­fala­de­espírito.­Oespírito­não­é­um­dos­cinco­sentidos­docorpo­humano;­ou­seja,­não­se­pode­vernem­tocar,­e­sim,­representa­o­mais­pro-fundo­ do­ nosso­ ser.­ No­ contexto­ deMateus­5:3­parece­que­Jesus­estava­fa-lando­do­espírito­como­a­parte­racionaldo­homem.­É­a­parte­que­nos­faz­sensí-veis­e­nos­permite­comunicar­com­o­Es-pírito­Santo­de­Deus.­É­a­parte­sensíveldo­nosso­ser­que­nos­permite­perceber,refletir,­ desejar­ e­ sentir.­É­ a­ parte­ dohomem­que­ lhe­ permite­ tomar­ deci-sões.­Essa­parte­do­ser­humano­deter-mina­como­ele­é­diante­de­Deus.

Todos­entendemos­o­significado­dapalavra­pobre.­O­pobre­é­o­que­carecede­recursos.­É­um­necessitado.­A­pala-vra­em­grego­que­Jesus­utilizou­aqui­éptocós.­É­a­mesma­palavra­que­se­usavapara­mendigo.­É­a­mesma­palavra­queJesus­ usou­ para­ Lázaro­ em­ Lucas16:20-22.­ Em­ geral,­ o­ mendigo­ é­ omais­pobre­entre­os­pobres.­Assim,­po-deríamos­traduzir­essa­frase­da­seguinteforma:­“Bem-aventurados­os­[mendi-gos]­de­espírito”.

No­geral,­nós­temos­uma­atitude­dedesprezo­ em­ relação­ à­ pobreza.­Nin-

guém­quer­ser­um­mendigo.­Segundo­aopinião­popular,­a­mendicidade­não­éconsiderada­normal,­muito­menos­umavirtude.­Mas­Jesus­nos­diz­aqui­que­essaé­uma­condição­necessária­para­desfru-

tar­da­verdadeira­felicidade,­e­para­en-trar­no­reino­de­Deus.

Como­é­que­um­mendigo­se­atrevea­pedir­ajuda?­É­porque­ele­entende­suanecessidade­e­ sabe­que­ sua­existênciadepende­do­que­os­outros­lhe­dão.­Umverdadeiro­mendigo­pede­com­humil-dade­ e­ também­ com­ importunidade.Ele­sabe­que­verdadeiramente­precisade­ajuda­e­crê­que­merece.­Portanto,­elepersiste­até­recebê-la.

Por­que­olhamos­com­desprezo­àmendicidade?­ Porque­ estamos­ orgu-lhosos­de­nossa­capacidade­de­gerar­re-cursos­e­suprir­nossas­necessidades.­Nãoqueremos­depender­de­outros.­A­pessoaque­não­consegue­prover­para­si­mesmaé­considerada­incompetente.­O­ser­hu-mano­crê­que­a­independência­é­uma

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virtude.­No­evangelho­de­Lucas­encon-tramos­ as­ palavras­ de­ Jesus­ de­ umaforma­ um­ pouco­ diferente:­ “Bem-aventurados vós, os pobres” (Lucas6:20).­Não­creio­que­o­que­está­sendoensinado­aqui­é­que­a­condição­literalde­mendigo­ou­indigente­nos­trará­bên-ção­e­felicidade.­Por­sua­vez,­aquele­quepraticamente­não­tem­nenhum­recursofinanceiro­ pode­ entender­ melhor­ osprincípios­da­mendicância­ espiritual.Estes­sim­são­necessários­para­receberas­bênçãos­espirituais.­Muitas­vezes­ten-tamos­alcançar­as­bênçãos­espirituaiscom­a­mesma­autossuficiência­que­em-pregamos­nas­coisas­materiais.­Na­rea-lidade,­a­autossuficiencia­é­o­principalobstáculo­ para­ as­ bênçãos­ de­ Deus.Temos­que­nos­aproximar­de­Deus­coma­atitude­de­um­mendigo:­“não­tenho­oque­ necessito­ e­ dependo­ de­ ti­ paraobter­o­que­é­tão­necessário­para­meuespírito.­Não­ tenho­ outro­ recurso;­ oúnico­caminho­que­me­resta­é­mendi-gar.”­Todo­recurso­espiritual­tem­que­virde­Deus.­Portanto,­tudo­que­recebemosé­porque­temos­pedido.­Mas­tambémdepende­da­atitude­com­que­se­pede.Deus­dá­aos­que­Ele­sabe­que­realmentesentem­sua­necessidade.

Quando­os­discípulos­de­Jesus­vie-ram­a­ele,­suplicando­que­lhes­ensinassea­orar,­Jesus­lhes­ensinou­um­princípiode­ grande­ importância­ por­ meio­ deuma­ilustração.­Certo­homem­recebeum­ amigo­ viajante­ à­ meia-noite.­ Oamigo­está­com­fome,­mas­o­homem

não­tem­nada­para­lhe­dar.­No­entanto,está­disposto­ a­ ir­ a­despertar­ a­outroamigo­a­essa­hora­e­rogar-lhe­com­insis-tência­até­que­lhe­dê­pão.­Jesus­disse­queessa­é­a­forma­que­se­deve­pedir­para­re-ceber­a­abundância­do­Espírito­Santo(Lucas­ 11:1-13).­ Dessa­ abundânciafalou­Jesus­quando­disse:­“Assim tam-bém agora vós tendes tristeza; masoutra vez vos verei; o vosso coração sealegrará, e a vossa alegria ninguém po-derá tirar. Até agora nada tendes pe-dido em meu nome; pedi e recebereis,para que a vossa alegria seja completa.”( João­16:22-24).­Os­pobres­de­espíritovivem­uma­alegria­que­nenhuma­pessoanem­ circunstância­ pode­ tirar.­ É­ umaalegria­abundante.

A­realidade­é­que­todo­ser­humanoé­necessitado.­Ele­tem­uma­grande­ne-cessidade­ da­ ajuda­ de­Deus.­O­ pro-blema­é­que­quase­ninguém­sabe­oureconhece­isso.­Quanto­melhor­enten-dermos­ a­ grande­ necessidade­ quetemos,­melhor­preparados­estaremospara­rogar­a­Deus­“que, segundo a ri-queza da sua glória, vos conceda quesejais fortalecidos com poder, me-diante o seu Espírito no homem interior” ­(Efésios­3:16).

A­maioria­das­pessoas­confia­em­suaprópria­ religião­ ou­ nas­ “coisas­ boas”que­fazem­e­nunca­reconhecem­a­neces-sidade­ de­ ser­ mendigos­ de­ espírito.Temos­um­exemplo­típico­disso­em­Ma-teus­19:16-24.­Esse­jovem­pensava­quepossuía­quase­ tudo­o­que­necessitava

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para­ter­a­vida­eterna.­Ele­pensava­quea­vida­eterna­se­alcançava­por­meio­deações.­Jesus­queria­que­ele­chegasse­aoponto­ em­ que­ pudesse­ depender­ deDeus,­mas­ele­não­quis.­Em­vez­disso,desejou­ seguir­ sua­ vida­ de­ autossufi-ciência.­Embora­ele­fosse­até­Jesus­embusca­de­respostas,­saiu­convencido­deque­não­necessitava­da­ajuda­de­Jesus.­Aconfiança­em­nossas­riquezas­materiaisnos­é­um­obstáculo.­Assim­também,­aconfiança­que­colocamos­em­nossas­ri-quezas­espirituais­nos­serve­de­obstácu-los­ para­ entrar­ no­ reino­ dos­ céus.­ Acondição­de­mendigo­de­espírito­é­re-quisito­ indispensável­ para­ entrar­ noreino­dos­céus.­Se­não­viermos­a­ser­de-pendentes­de­Deus,­não­haverá­entradapara­nós­em­seu­reino.

Um­belo­ exemplo­de­uma­pessoamendiga­ de­ espírito­ se­ encontra­ emLucas­7:36-50.­Esta­mulher­entendiasua­grande­necessidade.­Ela­era­peca-dora­e­sabia­que­Jesus­era­o­único­quepodia­fazer­algo­para­mudar­seu­estado

deplorável.­Esta­mulher­entrou­na­pre-sença­de­Jesus­como­mulher­pecadora­esaiu­de­lá­com­seus­pecados­perdoados.­

Jesus­era­Deus­e,­ao­mesmo­tempo,homem.­Como­ser­humano,­tinha­queviver­em­completa­dependência­de­seuPai.­Ele­nos­deixou­um­exemplo­perfeitode­um­mendigo­de­espírito:­“Então, lhesfalou Jesus: Em verdade, em verdade vosdigo que o Filho nada pode fazer de simesmo, senão somente aquilo que virfazer o Pai; porque tudo o que este fizer,o Filho também semelhantemente o faz.Eu nada posso fazer de mim mesmo; naforma por que ouço, julgo. O meu juízoé justo, porque não procuro a minhaprópria vontade, e sim a daquele que meenviou” ( João­5:19,­30).­Quando­en-frentava­fortes­tentações,­oferecia­a­SeuPai­orações­e­súplicas­com­forte­clamore­lágrimas,­sabendo­que­Ele­era­o­únicoque­O­podia­livrar­da­morte,­e­foi­ouvidopor­causa­da­sua­piedade­(Hebreus­5:7).

Em­Mateus­15:21-28­vemos­outroexemplo­de­uma­mendiga­que­expôs­suanecessidade.­Essa­mulher­vivia­uma­si-tuação­angustiosa­em­sua­casa­com­umafilha­endemoniada.­Estava­convencidade­que­Jesus­tinha­o­que­era­necessáriopara­salvar­sua­filha.­E,­estava­dispostaa­seguir­rogando­até­receber­o­que­ne-cessitava,­mesmo­que­fosse­comparadacom­uma­cachorrinha.­As­migalhas­damesa­do­seu­dono­eram­suficientes­parasuprir­sua­necessidade.

Bartimeu­também­é­um­exemplo­deum­espírito­de­um­mendigo­(Marcos

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10:46-52).­Ele­era­cego­e­não­existia­se-guro­social­do­governo­naqueles­dias.­Éprovável­que­as­únicas­opções­de­Barti-meu­ eram­ mendigar­ ou­ morrer­ defome.­Quando­Jesus­se­aproximou,­Bar-timeu­manifestou­um­espírito­genuínode­mendigo­ que­ como­ resultado­ lheabriria­a­porta­para­aquilo­que­ele­bus-cava.­Primeiro,­buscou­alguém­que­temcondições­de­lhe­ajudar.­Depois,­expres-sou­com­clareza­sua­necessidade.­Tam-bém­veio­ sem­vergonha­e,­ ao­mesmotempo,­ com­ humildade.­ Finalmente,pediu­várias­vezes­de­forma­importuna,e­ em­ nenhum­momento­ aceitou­ um“não”­como­resposta.­Bartimeu­buscavaalgo­muito­mais­importante­que­o­di-nheiro.­Ele­necessitava­ter­a­vista­restau-rada,­e­recebeu­o­que­precisava­porquesoube­mendigar.

Todos­nós­também­nos­encontra-mos­em­uma­condição­de­cegueira­es-piritual­antes­de­receber­a­ santidadeespiritual­de­Cristo.­Nessa­condição­éimpossível­ver­a­bela­vida­de­abundân-cia,­a­vida­ livre­da­escravidão­do­pe-cado­ e­ livre­ de­ relacionamentosquebrados.­Assim,­é­impossível­entrarem­ um­ relacionamento­ íntimo­ comnosso­Criador­que­nos­permite­viversem­temores­e­preocupações.­Oh,­quepudéssemos­ser­mendigos­como­Barti-meu­e­nos­aproximar­de­Jesus­e­clamar:“Jesus,­Filho­de­Davi,­tem­compaixãode­mim!”­Assim­Jesus­nos­responderá:“Que­queres­que­eu­te­faça?”­Se­Jesus

fizesse­essa­pergunta­a­você,­como­vocêlhe­responderia?­­

Este­mundo­seria­muito­diferente­setodos­ aprendêssemos­ a­ ser­mendigosem­espírito.­Amigo,­qual­é­a­sua­neces-sidade?­Coloque-se­de­joelhos­e­rogueao­Deus­que­pode­curá-lo­de­seu­orgu-lho­e­egoísmo.­Ele­pode­livrá-lo­do­seuvício,­da­impureza­sexual,­da­idolatria,das­fofocas­e­das­calúnias,­das­brigas­econtendas,­dos­ódios­e­das­amarguras,das­bebedices­e­glutonarias.­Ele­podetransformar­as­atitudes­que­causam­re-lacionamentos­quebrados­e­lares­frag-mentados.­ Ele­ pode­ curar­ asenfermidades­ emocionais;­ os­ desâni-mos­e­as­depressões,­as­angústias­e­desi-lusões­da­vida,­e­toda­classe­de­opressãodemoníaca.­ Aproxime-se­ de­ Deuscomo­um­mendigo­e­você­será­libertode­tudo­aquilo­que­sempre­tentou­ven-cer­ mas­ não­ conseguiu.­ Aprenda­ osprincípios­do­mendigo­e­Deus­estarámais­ que­ disposto­ a­ ajudar­ você­ e­ atransformar­sua­vida.­Ele­tirará­a­tris-teza­causada­pela­escravidão­do­pecadoe­dará­a­você­uma­alegria­permanenteque­ ninguém­ pode­ tirar.­ E­ como­ sefosse­pouco,­Jesus­nos­dará­ampla­en-trada­em­Seu­reino.­“Bem-aventuradosos pobres de espirito, porque deles é oreino dos céus.”

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Os­pescadores­escoceses­se­tornaram­prósperos­desde­que­começarama­pescar­em­águas­mais­distantes­do­litoral.­Porém,­ultimamente,sentiram-se­frustrados,­pois­durante­toda­uma­semana­o­mau­tempo

no­litoral­da­Escócia­não­permitia­que­eles­saíssem­a­pescar.­A­situação­nãolhes­agradava­em­nada,­uma­vez­que­é­da­pesca­que­ganhavam­seu­sustentodiário.

Finalmente,­um­dia­amanheceu­com­o­céu­aberto­e­com­o­mar­em­calma-ria.­Que­dia­tão­ideal­para­pescar!­No­entanto,­havia­um­problema.

—­O­barômetro­está­marcando­cada­vez­mais­baixo!,­advertiu­um­deles.­Obarômetro­é­um­dispositivo­que­mede­a­pressão­da­atmosfera­e­ajuda­a­prevero­clima­dos­dias­seguintes.

—­O­barômetro!,­resmungou­um­jovem.­Por­que­nos­preocuparmos­como­barômetro?­Qualquer­um­pode­ver­que­é­um­dia­excelente.

—­Mas­o­barômetro­está­marcando­muito,­mas­muito­baixo,­respondeuum­velho­pescador.

—­O­barômetro­mente,­disseram­vários­jovens­encorpados.­Eram­jovensrobustos­esses­pescadores­do­pequeno­porto­do­litoral­oriental­da­Escócia.Eles­haviam­lutado­muitas­vezes­contra­as­tempestades.­Ficar­em­casa­en-quanto­brilhava­o­sol­somente­por­causa­do­barômetro?­Jamais!

O­murmúrio­aumentava­e­soou­um­grito­de­rebeldia­entre­alguns­dos­jo-vens­pescadores­enquanto­colocavam­um­dos­barcos­na­água.­Existia­umaregra­desde­muitos­anos:­Se­sai­um­barco,­todos­saem.­Assim­foi­que­rapida-mente­todas­as­embarcações­iam­mar­adentro.­Um­pescador­experiente­obser-vava­uma­faixa­de­barcos­que­se­formava­sobre­as­águas­azuis­do­mar.­Combraços­musculosos­os­homens­remavam­fazendo­avançar­com­rapidez­as­pe-quenas­embarcações.

—­É­uma­linda­cena,­disse­o­veterano,­balançando­a­cabeça­com­tristeza.—­Porém­não­regressarão­do­jeito­que­foram.

Por­volta­do­meio-dia­começou­a­sentir-se­uma­brisa­e­logo­o­céu­se­escu-receu.­Rapidamente­desencadeou­no­mar­e­sobre­a­terra­o­mais­forte­furacãoque­jamais­havia­tocado­aquele­litoral.­Árvores­grandes­foram­desarraigadas­eos­tetos­das­casas­arrancas­pelo­forte­vento.

E,­o­que­acontecia­mar­adentro?­Poucas­embarcações­sobreviveram­à­tem-pestade.­Perderam-se­mais­de­cem­pescadores­daquele­porto.­Não­havia­casa

O barômetro mente (capa)

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onde­não­se­chorava­a­morte­de­algum­ente­querido­que­havia­saído­com­tantacoragem­naquela­manhã.­A­incredulidade­os­levou­a­sofrer­as­consequênciasfatais­de­sua­decisão.­Por­outro­lado,­não­tão­distante,­os­pescadores­da­aldeiade­Berwich­creram­na­indicação­do­barômetro.­De­lá­não­saiu­nenhum­barco,e­não­se­perdeu­nenhuma­vida,­porque­creram­no­barômetro.

O­barômetro­de­Deus­é­a­Bíblia,­e­nela­lemos­as­condições­futuras.­Elafala­da­breve­volta­do­Senhor­Jesus­Cristo.­Revela­que­os­que­o­têm­recebidocomo­seu­Salvador­já­estão­preparados­para­ser­“arrebatados…para o encontro

do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sem-pre com o Senhor” (1­Tessalonicenses­4:17).

A­Palavra­de­Deus,­como­bom­barômetro,­tam-bém­adverte­acerca­de­tempos­difíceis­que­virãosobre­os­incrédulos.­Diz­que­haverá­“sobre a terra,angústia entre as nações… haverá homens que des-maiarão de terror e pela expectativa das coisas quesobrevirão ao mundo” (Lucas­21:25-26).

Os­pescadores­escoceses­não­deram­atenção­àprevisão­do­barômetro.­Prevaleceu­o­seu­própriocritério­e­perderam­a­vida.­Hoje,­muitos­não­dão

atenção­ao­que­a­Bíblia­revela­sobre­o­Senhor­Jesus,­aquele­que­disse:­“se nãocrerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” ( João­8:24).

Foi­um­dia­triste­para­os­escoceses­que­perderam­aqueles­entes­queridosque­não­obedeceram­à­advertência­do­barômetro.­Que­dia­mais­triste­aguardaao­que­se­recusa­crer­na­Palavra­de­Deus.­“Assim digo para que ninguém vosengane com raciocínios falazes” (Colossenses­2:4).

Não­se­esqueça­que­"nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haverDeus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1João­4:9).­Deponha­sua­fé­agora­no­Senhor­Jesus­Cristo,­o­único­Salvador,­eassim­você­terá­um­refúgio­seguro­contra­a­tempestade­de­juízo­que­cairásobre­todo­incrédulo.

“Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém re-belde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”( João­3:36).

Extraído­de:­Cristales de luzUsado­com­autorização

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Quando­entreguei­a­minha­vidaao­Senhor­Jesus,­percebi­quetinha­muito­que­aprender­em

relação­à­vida­cristã.­Minha­vida­interiorestava­cheia­de­pecados­que­eu­havia­co-metido­contra­Deus­e­contra­outras­pes-soas.­Deus­ começou­ a­ tocar­ a­minhavida­e­me­recordar­dessas­ofensas­passa-das­para­que­eu­pudesse­buscar­o­perdãode­meus­semelhantes.

Foi­ assim­ que­ um­ dia­ eu­ saí­ dis-posto­a­ser­humilhado­por­uma­mulhera­quem­eu­havia­feito­muito­mal.­Tam-bém­ estava­ decidido­ a­ pedir­ perdãopela­má­pessoa­que­eu­tinha­sido­com

ela.­Eu­tinha­vivido­em­união­livre­comessa­ mulher­ e­ a­ havia­ tratado­muitomal.­Tínhamos­nos­tornado­inimigos,e­a­última­vez­que­nos­vimos­ela­me­tra-tou­ muito­ mal,­ usando­ palavras­grosseiras.

Antes­de­conhecer­o­Senhor­JesusCristo,­eu­não­sabia­pedir­perdão­a­nin-guém.­Isso­não­fazia­parte­de­mim.­Eusó­sabia­fazer­o­mal­e­não­me­importavamaltratar­ aos­ outros.­ Mas­ agora­ quetinha­entregado­a­minha­vida­a­Deus,­euestava­ aprendendo­ a­pedir­perdão­ e­ aperdoar­aos­que­me­fizeram­mal,­porqueassim­me­perdoou­Deus.

Libertação por meiodo perdão

Neste número, retomamos a história do irmão Omar. No volume 1, nú-mero 8 da “Tocha da Verdade”, publicamos a primeira parte do seu testemu-nho, intitulada: “Os dois Ranger”. Deus começou a tratar com Omar quandoele morava na montanha sozinho com seu cão. No número seguinte da “Tochada Verdade”, o número 9, publicamos como Omar teve o seu encontro com oSenhor Jesus como Salvador da sua vida. Mas esse foi só o começo. Quandonos entregamos a Deus, e aceitamos sua vontade em nossa vida, ele se en-carrega de purificar-nos para sermos um vaso útil em suas mãos. O perdãode Deus, quando chega a nossa vida, deve impulsionar-nos a perdoar o pró-ximo. Também deve humilhar-nos de modo que busquemos àqueles a quemtemos ofendido para corrigir nossas faltas. Acompanhemos por um momentoo nosso irmão Omar em sua procura de perdão.

Escutemos as palavras do irmão Omar:

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Ao­me­aproximar­da­casa­da­mulher,comecei­a­sentir­medo.­Sabia­que­nãomerecia­o­perdão­e­que­provavelmenteela­me­desprezaria.­Pedi­a­Deus­que­elesolucionasse­o­problema­e­que­as­pala-vras­que­eu­dissesse­não­fossem­minhas,e­sim­que­seu­Espírito­Santo­as­falasse.

Portanto,­em­seu­nome­me­apresenteidiante­dela.­Quando­ela­veio­à­porta,­eudisse­a­ela­com­vez­temerosa:

—­ Eu­ venho­ hoje­ pelo­ seguinte:Estou­arrependido­por­toda­a­maldadee­pecado­que­eu­cometi,­e­venho­pedirperdão­a­você­pelos­danos­que­eu­lhe­fizquando­vivíamos­juntos.­Perdoa-me­por

ter­sido­tão­mau­com­você.­Perdoa-mepor­não­ter­acreditado­em­você,­por­terameaçado­você­de­morte­e­por­ter­ne-gado­o­meu­próprio­filho.­Como­vocêsabe,­minha­vida­no­passado­era­muitomá.­Eu­sempre­descontava­em­quem­nãomerecia.­E­você­foi­uma­dessas­pessoas

em­quem­eu­des-contava.­Perdoa-me.­Agora­estouaqui­ somentepela­ graça­ deDeus­e­pelo­queele­tem­feito­emminha­ vida.­ Eletem­ feito­ umagrande­mudançaem­ minha­ vida.Tenho­ recebidoem­minha­vida­operdão­de­Deus­eestou­ arrepen-dido­pela­ formacomo­eu­vivia­nopassado.­ Deus,em­ sua­ grandemisericórdia­mechamou­ e­ agora

sou­ seu­ filho.­ Seufilho­Jesus­Cristo­morreu­por­meus­pe-cados­e­pagou­por­eles,­e­assim­tenho­re-cebido­ o­ perdão­ de­ Deus­ em­ minhavida.

A­ mulher­ escutou­ atentamente;quase­não­podia­crer­no­que­estava­escu-tando.­Depois­de­um­tempo,­ela­disse:

—­Isso­não­é­fácil­para­mim;­você

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sabe.­Mas,­que­bom­que­você­se­arrepen-deu!­Eu­ te­ perdôo,­Omar.­E­mais,­ eutambém­quero­pedir­perdão­a­você­por-que­eu­me­comportava­tão­mal­quantovocê.­ Quantas­ vezes­ eu­ não­ ofendiavocê?­Desejava­ a­ sua­morte,­ e­ disse­ avocê­muitas­coisas­feias.­Perdoa-me.­

Senti­um­grande­alívio­depois­de­terfalado­com­ela.­Finalmente­senti­a­cons-ciência­ limpa.­Jamais­esperava­que­elatambém­me­pedisse­perdão.­Que­inacre-ditável!­Que­ libertação­ senti­ em­meucoração­por­ ter­ reconhecido­meu­pe-cado­e­por­perdoá-la­também!­Mas,­aorefletir­depois,­senti­que­deveria­pedirperdão­ também­ a­ toda­ a­ família.­ Euhavia­pecado­contra­a­sua­família­tam-bém.­Quando­fui­me­desculpar­com­afamília,­todos­eles,­um­por­um,­me­per-doaram.­Que­grande­alívio­senti!­Quealegria­e­paz­sentia­meu­coração!­Que­li-bertação­ de­ espírito­ experimentei­ na-queles­momentos!­Graças­a­Deus,­tudosaiu­ainda­melhor­do­que­eu­havia­pe-dido­em­oração­a­Deus.

Saí­com­o­coração­cheio­de­alegria­eagradecimento­pelo­perdão­que­ tinharecebido.­Meu­coração­transbordava­depaz­e­alegria.­Voltei­para­a­casa­dandograças­a­Deus­por­ser­tão­bondoso­co-migo,­eu­que­tinha­sido­tão­mau.­

Porém,­tinha­algo­mais­nessa­visitaque­me­causou­grande­alegria.­Senti-metão­feliz­porque­pude­ver­o­meu­filhoEstêvão.­Meu­filhinho­já­tinha­quatroanos,­mas­fazia­muito­tempo­que­nãonos­víamos.­Não­podia­ir­vê-lo­porque

sua­mãe­e­eu­éramos­inimigos­e­ela­nãome­permitia.­

Nessa­ primeira­ visita,­ meu­ únicopropósito­foi­pedir­perdão­à­mulher.­Eunão­ tinha­ direito­ a­ nada­ mais.­ Aomesmo­tempo,­sempre­pedia­a­Deus­emminhas­orações­que­de­alguma­maneirapudesse­ter­uma­aproximação­com­Estê-vão.­Apesar­ de­ não­ ter­ a­menor­ ideiacomo,­eu­queria­ser­um­bom­papai­e­umbom­exemplo­para­ele­seguir.­Mas­deixeitudo­nas­mãos­de­Deus.­Eu­estava­dis-posto­a­aceitar­a­sua­vontade.

Dois­dias­depois,­tive­que­passar­poresse­mesmo­caminho­outra­vez­porqueia­ comprar­ uma­ vaca.­ Eu­ pensei:Quando­passe­pela­casa,­gostaria­de­en-trar­novamente­para­ver­Estêvão.­Seriauma­ boa­ oportunidade.­ Certamente,Deus­me­colocou­nesse­caminho­paraque­voltasse­a­vê-lo.­Mas­quando­passeiem­frente­a­casa­não­pude­ver­ninguémna­porta.­Decidi­esperar­até­o­regresso.

Mais­tarde,­quando­regressava­coma­vaca,­encontrei-me­com­um­irmão­daigreja­­pouco­antes­de­chegar­na­casa­domeu­filho­Estêvão.­Fiquei­conversandocom­ele­por­um­tempo.­Mas,­enquantoconversávamos­eu­olhava­em­direção­acasa­e­notei­que­alguém­saía­com­fre-quência­para­me­ver.­Saía­correndo­e­de-pois­entrava­rapidinho­e­dava­risadas.Que­emoção­senti­ao­saber­que­era­Estê-vão!­Eu­senti­a­segurança­de­que­era­omomento­ que­ Deus­ tinha­ preparadopara­eu­entrar­outra­vez.

Quando­ me­ despedi­ do­ irmão,

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­aproximei-me­da­ casa­ um­pouco­ner-voso.­Parei­o­cavalo­em­frente­a­casa­edesci­do­cavalo.­

—­ Boa­ tarde;­ chamei­ com­ voz­temerosa.­

A­avó­de­Estêvão­saiu­de­casa­parame­atender­junto­com­ele.­

—­Podem­me­dar­um­copo­d’água,por­favor?,­perguntei­com­­timidez.

—­Sim,­claro,­me­disse­a­avó,­e­foitrazer­a­água.­Ela­me­trouxe­a­água­e­co-meçamos­a­conversar.­Como­me­sentiquando­ Estêvão­ também­ falava­ co-migo!­Eu­lhe­fazia­perguntas­e­ele­merespondia.

Conversamos­um­bom­tempo,­massenti­ que­ seria­ melhor­ não­ ficar­ pormuito­tempo.­Dei­a­mão­ao­meu­filho­eme­despedi­dele:

—­Tchau,­Estêvão.—­Tchau,­respondeu­o­menino.Suas­palavras­me­alegraram­muito.

Depois­eu­disse­a­todos:—­Eu­voltarei.—­ Sim,­ está­ bem,­ disseram­ eles.

Senti­um­grande­alívio­ao­escutar­estaspalavras.­Parecia­que­as­coisas­estavam­seajeitando.

Depois­de­alguns­dias,­tive­que­pas-sar­pela­casa­do­meu­filho­outra­vez.­Eulevava­alguns­cavalos,­e­entrei­para­visitá-los­novamente.­Outra­vez­me­receberambem.­Meu­coração­explodia­de­alegria.Notei­que­o­menino­não­estava.­Entãolhes­perguntei:

—­Onde­está­Estêvão?—­Ele­ está­ brincando­no­ bosque,

respondeu­ sua­ mãe.­ Enquanto­conversávamos,­me­ alegrei­de­ ver­quemãe­de­Estêvão­e­a­avó­não­me­­tratarammal.­Momentos­depois,­a­mãe­chamoua­Estêvão:

—­Vem,­Estêvão.­Alguém­quer­vervocê.

Rapidamente­se­ouviram­os­passosde­Estêvão­que­vinha­correndo.­Ao­mever,­mostrou­um­grande­sorriso.­Eu­sentitanta­alegria­ao­saber­que­ele­me­acei-tava.­Passamos­um­tempo­muito­agradá-vel,­ conversando­ juntos.­ Era­ ummomento­muito­especial,­e­além­disso,senti­grande­alegria­em­poder­testificar-lhes­do­que­meu­Salvador­havia­feito­emminha­vida.

—­Estêvão,­disse­eu,­dirigindo-meao­meu­ filho­—­não­ gostaria­de­ vir­ aminha­casa­no­próximo­domingo?­Euviria­buscar­você­a­cavalo­pela­manhã­elevaria­você­até­a­minha­casa.­Depois­le-varia­você­ao­culto­na­igreja­onde­eu­fre-quento.­Eu­gostaria­de­levar­você­depoisaté­a­casa­do­pastor.­Ele­tem­muitos­ani-mais­que­você­gosta.­O­que­você­acha?Você­vai­vir­comigo?­O­que­a­sua­mãediz?

Estêvão­se­emocionou­muito.­Mas,que­a­mamãe­iria­dizer?­Teria­ela­a­con-fiança­de­deixar­seu­filho­sair­comigo­tãopouco­tempo­depois­de­termos­nos­re-conciliado?­Olhei­para­ela­e­perguntei:

—­ O­ que­ você­ diz­ sobre­ essa­proposta?­Deixaria­ele­ir­comigo?

—­Claro­que­ sim;­me­ respondeu.­ ­—­Não­há­problema­algum.

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Depois­perguntou:Não­gostaria­de­achegar-se­à­mesa­e

comer­algo?—­Está­bem,­respondi,­—­obrigado.Comemos­juntos­à­mesa,­meu­filho

e­eu.­Eu­quase­não­podia­acreditar.­Sen-tia­ que­ era­ um­ grande­milagre­ a­mu-dança­ ocorrida­ depois­ que­ eu­ haviareconhecido­meu­mal.­Naquele­dia,­che-gamos­a­um­acordo.­Eu­buscaria­meufilho­no­domingo­pela­manhã.­Logo,­medespedi­com­grande­alegria­no­coração.

Esperei­o­domingo­chegar­com­an-siedade.­Finalmente­chegou.­Levantei-me­bem­cedo­nesse­dia.­Depois­saí­parapreparar­ os­ cavalos.­ Um­ para­ mim­ eoutro­para­meu­filho.­Depois,­às­8:00­damanhã­fui­até­a­casa­onde­Estêvão­mo-rava.­Quando­cheguei,­ele­estava­prontoe­esperando.­Ao­descer­do­cavalo,­ suamãe­me­disse:

—­O­menino­ já­ estava­pensan­doque­ você­ não­ ia­ vir.­ Já­ estava­impaciente.

—­Como­que­eu­não­ia­vir?­Disse­aEstêvão­com­um­sorriso.­Mas­é­hora­departir,­ porque­ vamos­ chegar­ tarde­ aoculto.

Quando­chegamos­à­igreja,­o­cultoestava­para­começar.­Os­irmãos­da­igrejanos­cumprimentaram­com­muita­alegriaao­ver­que­eu­levava­comigo­o­meu­filho.O­culto­foi­muito­especial­e­eu­senti­queDeus­estava­me­enchendo­de­bênçãos.Eu­louvei­a­Deus­pelas­muitas­maneirasem­ que­ estava­me­ abençoando,­ e­ porpoder­adorá-lo­ juntamente­com­os­ ir-

mãos­e­meu­filho.Depois­de­despedir-nos­dos­irmãos,

fomos­até­a­casa­do­pastor,­que­nos­con-vidou­para­almoçar­junto­com­a­sua­fa-mília.­ Ele­ tinha­ uns­ animais­ na­ suafazenda­e­eu­tinha­prometido­a­Estêvãoque­ iríamos­ vê-los.­ Ele­ se­ emocionoumuito­ao­ver­os­macacos­brincando­e­asserpentes­presas­em­uma­gaiola.­Tam-bém­ensinei­a­ele­a­tirar­fotos­dos­ani-mais.­Depois­de­ver­os­animais,­viroupara­mim­e­me­disse:

—­ Papai,­ sabe­ quais­ animais­ eugosto­mais?­Eu­gosto­mais­dos­bezerri-nhos.­São­tão­lindos.

—­O­almoço­já­está­servido,­era­a­es-posa­do­pastor­que­chamava.­Todos­nósentramos­na­casa­e­o­pastor­nos­dirigiuem­oração,­dando­graças­pela­comida.Logo,­nos­sentamos­à­mesa­e­desfruta-mos­de­uma­boa­comida.­Eu­pude­notaro­quão­contente­estava­Estêvão­naqueleambiente.

—­Vamos­ver­o­gado,­disse­Estêvãodepois­do­ almoço.­—­Eu­quero­ ver­ ogado.

Montamos­ nos­ cavalos­ e­ saímospelas­pastagens­para­ver­o­gado.­Estêvãoficou­ encantado­ com­ os­ animais.­ Atarde­se­tornou­curta.­Logo­tivemos­queretornar­à­casa­do­pastor.

—­Temos­que­ir,­disse­a­Estêvão­aochegar­na­casa.

—­ Ah,­ não­ papai,­ não­ quero­ irainda!­Quero­ajudar­a­ordenhar.­Queroordenhar­as­vacas.

—­Mas­você­não­sabe­ordenhar;­eu

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disse­a­Estêvão.­—­Como­você­vai­orde-nhar­se­nunca­fez­isso­em­sua­vida?

—­Mas­papai,­sim,­eu­consigo.­Eusei­ ordenhar.­Me­ traz­um­balde­ e­umbarbante­para­você­ver.

Quando­ trouxeram­ as­ vacas­ paraserem­ordenhadas,­eu­fui­com­Estêvãona­sala­para­ordenhar.­Amarrei­um­vacapara­ele,­das­mais­mansas­e­a­mais­suavepara­ ordenhar.­ Estêvão­ se­ sentou­ emuma­banqueta­ e­ começou­ a­ apertar­ obico­do­peito­da­vaca.­Com­dificuldadetirou­ uns­ pingos­ de­ leite.­ Ao­mesmotempo­insistia:

—­Eu­consigo,­eu­consigo.Meu­trabalho­é­domar­e­treinar­ca-

valos.­Eu­tinha­feito­uns­trabalhos­parao­pastor­com­seus­cavalos.­Estêvão­es-tava­muito­emocionado­e,­quando­dei-xou­a­vaca,­disse­ao­pastor:

—­ Eu­ quero­ vir­ ajudar­ meu­ paiquando­amansa­os­cavalos,­os­macacos­eas­serpentes.­Eu­gosto­muito­de­todos­osanimais.

O­pastor­começou­a­rir­e­me­disse:—­Esse­menino­é­muito­inteligente.

Ele­pode­chegar­a­ser­muito­bom­comos­animais.­Seria­bom­que­lhe­desse­aoportunidade.­

—­Ele­gosta­das­mesmas­coisas­queeu­gostava­quando­eu­era­criança,­disseao­pastor,­pensando­nos­muitos­aspectosem­que­meu­filho­se­parecia­comigo.

A­tarde­já­estava­terminando­e­logotivemos­que­sair.

—­Vamos­filho.­Já­está­tarde.­Outrodia­ regressaremos­ com­ mais­ tempo.

Montamos­nos­cavalos­e­fomos­embora.Esse­dia­nos­pareceu­tão­curto.­Estêvãoficou­encantado­com­a­experiência­e­foimaravilhoso­ para­mim­ como­ seu­ pai.Chegamos­à­sua­casa­e­o­entreguei­à­suamãe.

—­Como­se­comportou­Estêvão?,perguntou-me­ela.

—­Muito­bem,­respondi.­—­Passa-mos­momentos­preciosos­hoje.­Fale­parasua­mãe­o­que­fizemos­hoje,­Estêvão.

Ele­começou­a­contar­a­ela­todas­asexperiências­do­dia.­Falou­do­culto­pelamanhã,­do­almoço­na­casa­do­pastor­edos­animais.

—­Tirei­fotos­de­todos­os­animais,anunciou­a­todos.­—­Me­deixaram­or-denhar­uma­vaca.­Fizemos­um­montãode­coisas­hoje!­Eu­quero­voltar.

Eu­ me­ despedi­ com­ um­ alegreadeus.­Combinamos­que­voltaria­no­do-mingo­seguinte­para­levar­meu­filho­aoculto­novamente.

Ao­regressar­a­minha­casa,­fiquei­pen-sando­em­tudo­o­que­tinha­acontecido:Agora­ tenho­ um­ compromisso­ aindamaior­com­Deus.­Estêvão­é­meu­filho­eeu­tenho­que­ensiná-lo­do­o­amor­do­Se-nhor­Jesus­Cristo.­“Obrigado,­Deus,­porconceder-me­ o­ perdão;­ pela­ liberdadeque­sinto­ao­receber­o­perdão­da­pessoaque­tinha­ofendido­tanto.­Obrigado,­meuDeus!­Não­há­nada­como­a­liberdade­quesinto­por­saber­que­tenho­sido­perdoadoe­que­posso­perdoar.­Amém.

—Omar

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Os­filhos­de­um­pai­alcoólatravivem­num­ambiente­proble-mático.­As­regras­da­vida­não

são­lógicas;­o­que­se­exige­numa­semanapode­ser­muito­diferente­na­próxima.­Ascrianças­nunca­sabem­quando­algum­co-mentário­inocente­produziria­um­ata-

que­de­ira.­A­violência­explode­inespe-radamente­e­talvez­eles­sejam­castigadasinjustamente.

Qual­ é­ a­ nossa­ parte­ como­ mãesneste­cenário?­Como­podemos­ajudar?Como­enfrentar­a­injustiça­e­as­regrasque­mudam­constantemente?

Vocês e seus filhos

A VIDA COM UM ALCOÓLATRA

Capítulo 11a

SEÇÃO PARA OS PAIS

17(Continua na página 20)

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SONHOS COM MENJosé é

Depois­que­Jacó­voltou­para­a­terra­de­Canaã,­seu­filho­mais­novo,­Benja-mim,­nasceu.­Agora­Jacó­estava­com­doze­filhos.­De­todos­os­filhos­de­Jacó,José­era­o­mais­querido.­Ele­amava­José­porque­era­o­filho­de­Raquel­e­porqueera­o­filho­que­nascera­quando­ele­já­estava­mais­idoso.­José­também­era­umbom­filho,­fiel­e­atencioso.­Jacó­fez­para­José­uma­túnica­especial,­um­sinal­desua­preferência­por­José.­Por­causa­disso,­seus­irmãos­mais­velhos­ficaram­commuita­inveja.

Um­dia­José­disse:—­Vou­lhes­contar­um­sonho­que­tive.­Sonhei­que­estávamos­no­campo

atando­feixes­quando­de­repente­meu­feixe­ficou­em­pé­e­todos­os­seus­feixes­seinclinaram­para­o­meu.

Seus­irmãos­responderam,­zombando­dele:—­Você­acha­que­vai­dominar­sobre­nós­e­que­iremos­nos­abaixar­diante­de

você?Poucos­dias­depois­José­disse:—­Sonhei­novamente.­Desta­vez­o­sol,­a­lua­e­onze­estrelas­vieram­e­se­in-

clinaram­perante­mim.Agora­os­irmãos­de­José­o­odiaram­mais­do­que­nunca.­Não­queriam­falar

direito­com­ele.­Mas­o­pai­deles­pensou­bastante­no­que­José­havia­contado.Certo­dia­os­irmãos­de­José­estavam­cuidando­dos­rebanhos­bem­longe­de

casa.­Jacó­pediu­que­José­fosse­ver­se­tudo­estava­bem­com­eles.Quando­os­irmãos­de­José­o­viram­chegando,­disseram:—­Olhem,­lá­vem­o­sonhador.­Vamos­matá-lo.Mas­Rúben­teve­dó­de­José­e­convenceu­os­outros­a­jogá-lo­num­buraco

que­havia­perto.­Ele­pretendia­mais­tarde­tirar­seu­irmão­e­o­levar­para­o­pai.Estavam­sentados­para­almoçar,­quando­um­grupo­de­comerciantes­midia-

nitas­se­aproximou.­Os­irmãos­resolveram­vender­José,­seu­próprio­irmão,­porvinte­moedas­de­prata.­Os­comerciantes­levaram­José­para­o­Egito.­Como­sepode­imaginar,­ele­ficou­muito­triste.

Então,­os­irmãos­mataram­um­cabrito­e­passaram­o­sangue­na­túnica­espe-cial­de­José.­Quando­o­pai­Jacó­viu­a­túnica­suja­de­sangue,­pensou­que­José­ti-vesse­sido­morto­por­um­animal­selvagem.­Ele­chorou­muito­por­José.

Gênesis­cap.­37

HISTÓRIA

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SAGENS ESPECIAISvendido

1. Quem tinha uma túnica de muitas cores?2. Por que os irmãos de José o odiavam?3. O que eles fizeram com José?

Usado com permissão de: Christian Aid Ministries, Berlin, OhioDo livro: 101 Histórias Bíblicas Favoritas © 1994

Livro completo disponível no site www.LMSdobrasil.com.br

BÍBLICA

José é vendido por vinte moedas de prata.

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“Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra per-versa” (Tiago­3:16).

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Penso­que­cumprir­com­meu­papelde­mãe­era­talvez­a­tarefa­mais­difícil­queeu­teria­como­esposa­de­um­alcoólatra.Lavar­os­pratos­e­a­ roupa­afeta­muitopouco­o­bem-estar­espiritual­de­nossosfilhos.­O­dinheiro­desaparece­e­não­levaconsigo­nenhum­valor­espiritual,­mas­asalmas­ dos­ nossos­ filhos­ viverão­ parasempre.­Qualquer­ oportunidade­ bemaproveitada­pode­determinar­o­destinoeterno­dos­filhos.

Depois­de­renovar­o­meu­pacto­como­ Senhor,­ preocupei-me­ de­ imediatocom­ a­ minha­ família.­ Na­ livraria­ danossa­ igreja­ procurei­ bons­ livros­ parausar­nas­orações­familiares­diárias­commeus­ filhos.­ Encontrei­ apenas­ algunsbons­ livros.­ No­ entanto,­ uma­ amigamuito­querida­comprou­para­mim­umlivro­de­meditações­diárias­do­qual­meusfilhos­ desfrutaram­ muito.­ Os­ rapazesnão­queriam­apenas­a­leitura­de­uma­por-ção­diária;­devia­ler­várias­porções­a­cadadia.­Além­disso,­eles­gostavam­muito­dashistórias­de­Davi,­José,­Daniel­e­tambémde­Jeremias,­as­quais­eu­lia­diretamenteda­ Bíblia.­ Nesta­ época­ começamos­ aagradecer­pelas­refeições­antes­de­comer,fazendo­uma­oração­simples­e­curta.

Quando­começamos­a­ frequentaruma­igreja­pequena­mais­perto­de­nossacasa,­os­rapazes­devoraram­os­livros­queencontravam­na­livraria­dessa­igreja.­Seme­sobrasse­algum­dinheiro,­eu­com-prava­livros­cristãos­novos­que­se­encon-travam­à­venda­no­supermercado­ondeeu­ fazia­ as­ minhas­ compras.­ Quase

todas­as­noites,­Leonardo­chegava-se­amim­com­um­ livro­e­me­pedia­que­olesse.

Estes­tempos­de­leitura,­além­de­darinstruções­que­tiveram­um­valor­espiri-tual,­tornaram-se­úteis­de­outro­modo.Depois­que­Keith­começou­a­assistir­àescola,­o­seu­progresso­rápido­na­leiturame­surpreendeu.­Eu­lhe­perguntei­ondehavia­ aprendido­as­palavras­que­ reco-nhecia,­e­ele­me­respondeu:

—­Mamãe,­eu­apenas­observo­bemquando­a­senhora­lê­para­nós,­e­quandoencontro­uma­palavra­que­não­conheço,descubro­o­seu­significado.

Estas­sessões­noturnas­de­leitura­aca-baram­quando­Eugênio­trouxe­uma­te-levisão­para­casa.­Eu­era­contra­a­entradade­uma­televisão­em­nosso­lar,­mas­sabiaque­se­o­dissesse­com­firmeza,­Eugênioreagiria­e­o­resultado­seria­o­contrário­aoque­eu­desejava.­Então,­em­vez­de­argu-mentar,­apliquei­outra­táctica.

Quando­Eugênio­anunciou­que­iacomprar­uma­televisão­naquele­final­desemana,­eu­lhe­disse:­

—­Eu­não­ vou­me­ opor,­mas­ simvou­pedir­ao­Senhor­que­o­faça.­

E­assim­o­fiz.­Não­sei­qual­método­oSenhor­utilizou­para­detê-lo,­mas­a­ver-dade­é­que­nessa­ocasião­não­apareceunenhuma­televisão.

Após­seis­meses,­Eugênio­voltou­aanunciar­a­sua­intenção­de­comprar­umatelevisão.­Dessa­vez­não­lhe­disse­nada,mas­pedi­a­umas­amigas­que­orassem­co-migo­acerca­desse­assunto.

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Desta­ vez,­ Eugênio­ acabou­ com-prando­a­televisão.­Já­que­não­havia­fal-tado­fé­da­nossa­parte,­eu­concluo­que­oSenhor­tinha­as­suas­razões­pelas­quaispermitiu­a­Eugênio­comprar­o­televisor.É­verdade­que­Eugênio­ouvia­a­mensa-gem­do­evangelho­muitas­vezes­atravésdeste­meio.­

Depois­da­morte­de­Eugênio,­eu­medesfiz­ da­ televisão,­ já­ que­não­ encon-trava­nenhum­proveito­nele.

Além­da­responsabilidade­de­nutriros­filhos­na­vida­espiritual,­a­esposa­doalcoólatra­enfrenta­um­obstáculo­em­re-lação­às­atitudes­dos­filhos­para­com­seupai.­ Os­ filhos­ percebem­ o­ estado­ deânimo­de­seus­pais.­Nosso­maior­ensina-mento­ se­ dá­ nos­ momentos­ quandomenos­pensamos.­Se­mostrarmos­amor,honra­e­respeito­para­com­o­nosso­ma-rido,­é­muito­provável­que­nossos­filhosnos­imitem.

Para­ que­ os­ filhos­ compreendamque­devem­amar,­honrar­e­respeitar­o­paique­os­maltrata,­é­preciso­que­primeirovejam­na­mãe­um­exemplo­vivo­e­digno.Ela­deve­dar­o­exemplo­de­amor,­honrae­respeito­diante­do­abuso,­tanto­verbalcomo­físico,­se­pretende­que­os­filhosfaçam­o­mesmo­com­seu­pai.

Eu­tenho­enfrentado­as­frustraçõese­os­aborrecimentos­de­meus­filhos­cau-sados­pelo­ vício­de­Eugênio.­QuandoEugênio­se­encontrava­embriagado,­coma­sua­mente­distorcida,­algumas­vezes­eleacusava­injustamente­ou­os­disciplinavafisicamente­de­forma­severa­(algo­que

nunca­fazia­a­não­ser­que­estivesse­em-briagado).­ Nesses­ casos­ eu­ tinha­ queatuar­como­mediadora.

“Mas,­por­quê?”­poderia­me­pergun-tar.­“Por­que­honrar­o­pai­que­abusa­demim?­ Será­ que­ Deus­ espera­ isso­ demim?”

Sim,­ele­espera­isso­de­você.­Honraa­ teu­pai­ e­ a­ tua­mãe­ (Êxodo­20:12).Deus­não­disse:­“Honra­a­teu­pai­se­eleé­decente­e­amável”.­O­Senhor­não­co-loca­nenhuma­limitação­ao­seu­manda-mento.­Paulo­repete­esta­obrigação­emsuas­epístolas­(leia­Efésios­6:2).

Por­que­os­nossos­filhos­devem­hon-rar­um­alcoólatra­que­segundo­o­modohumano­ de­ pensar­ não­ merece­ ne-nhuma­honra?­Simplesmente­porque­eleé­o­ seu­pai.­O­primeiro­mandamentoque­o­Senhor­dá­aos­filhos­é­que­honremos­seus­pais­que­foram­colocados­em­seulugar­por­Deus.

Num­capítulo­anterior,­eu­mencioneio­caso­do­meu­filho­Leonardo,­quandoele­não­me­acompanhou­certo­domingoao­culto,­porque­Eugênio­ofereceu-lhe­aalternativa­de­ficar­em­casa.­Reconhecinesse­momento­que­meu­modo­de­en-frentar­ a­ situação­poderia­ fazer­ a­dife-rença­no­destino­eterno­de­meu­filho.

Orei­muito­sobre­este­assunto,­e­oSenhor­trouxe­a­solução­à­minha­mente.Não­poderia­me­opor­à­autoridade­demeu­marido,­mas­deveria­abordar­o­as-sunto­de­outro­modo.­Um­dia,­quandome­encontrei­sozinha­com­meu­filho,­eulhe­expliquei:

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—­Leonardo,­eu­sei­que­Papai­dissea­você­que­não­teria­que­ir­ao­culto­senão­quisesse,­mas­eu­espero­que­você­meacompanhe­na­próxima­vez.

Quando­decidi­tratar­desta­situa-ção­olhando­deste­ponto­de­vista,­tam-bém­resolvi­orar­fervorosamente­paraque­ Deus­ tocasse­ o­ coração­ de­ meufilho,­e­este­obedecesse.­Leonardo­con-tinuou­assistido­aos­cultos­até­que­che-gou­ à­ idade­ na­ qual­ comprou­ seupróprio­automóvel.

Tal­ forma­de­ abordar­os­ conflitosnão­terá­sucesso­a­menos­que­se­tenhaganhado­o­respeito­de­seus­filhos­atravésdos­anos­de­disciplina­coerente.

A­oração­é­indispensável­na­hora­deenfrentar­o­atrito­produzido­pelo­álcool.Devemos­orar­tanto­por­nossos­filhoscomo­por­nosso­marido.

Os­ jovens­ seguirão­ o­ exemplo­ deseu­pai­alcoólatra­ou­escolherão­cami-nhar­nos­passos­de­sua­mãe?­Eu­li­umditado­nesses­anos­que­me­entristeceu­ocoração:­ “Os­ jovens­ amarão­ sua­mãe,mas­seguirão­seu­pai”.­Dupliquei­as­mi-nhas­orações,­mas­no­meu­caso­este­di-tado­ se­ mostrou­ verdadeiro­ por­ umtempo.­Ainda­rogo­ao­Senhor­pela­sal-vação­de­dois­de­meus­filhos­que­andamdesencaminhados.

Devido­a­eu­acreditar­no­provérbioantigo:­ “A­ preguiça­ é­ a­ oficina­ dodiabo”,­procurei­manter­os­meus­filhosocupados,­e­especialmente­nos­meses­deverão.­ Enviava-os­ a­ trabalhar­ com­ ashortaliças,­a­lavar­as­roupas,­a­cozinhar

e­a­empacotar­os­alimentos.­Em­todocaso,­Paulo­disse:­Se­alguém­não­quisertrabalhar,­não­coma­também­(2 Tessa-lonicenses­3:10).­Paulo­não­limita­estemandamento­somente­aos­adultos!

Até­o­dia­de­hoje,­quando­a­minhafamília­se­reúne­e­alguns­começam­a­per-turbar,­logo­procuro­alguma­coisa­parafazerem.­Os­hábitos­antigos­dificilmentemorrem!

Denis­gostava­de­me­ajudar­na­cozi-nha.­Podia­assar­tortas­de­maçã,­biscoi-tos­ e­ bolos.­ Além­ disso,­ fazia­ umasobremesa­de­maçã.­Tornou-se­tão­bomchefe­de­cozinha­que­ficou­encarregadode­fazer­as­broas­de­farinha­de­trigo­parao­café­da­manhã­dos­ jovens­enquantoacampavam.­Eu­estranhava-o­muito­du-rante­a­preparação­das­refeições­quandoDenis­se­ausentava­por­algum­motivo.

As­crianças­gostavam­de­me­ajudara­ preparar­ a­ massa­ para­ o­ pão.­ Emaaprendeu­a­fazer­o­pão­desde­o­começoaté­o­final,­e­frequentemente­os­rapazespreparavam­para­mim­a­massa­antes­desair­para­a­escola.­Eles­sabiam­a­quanti-dade­de­água­morna­que­devia­ser­acres-centada,­ as­ medidas­ de­ fermento,­ aquantidade­de­açúcar,­de­sal­e­a­manteigaque­ se­ misturavam­ na­ panela.­ Então,acrescentavam­ a­ farinha­ e­ amassavamtudo­com­uma­colher­de­pau.­Quandoterminavam­ de­ amassar,­ colocavam­ atampa­e­eu­terminava­mais­tarde.

Eu­também­me­esforcei­em­ensiná-los­sobre­ter­responsabilidades.­Os­nos-sos­rapazes­eram­os­únicos­disponíveis­na

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comunidade­para­cortar­a­grama.­Geral-mente­cabia­a­eles­cortar­vários­gramadosao­ mesmo­ tempo.­ Estes­ trabalhos­ ti-nham­que­ser­terminados­antes­que­elespudessem­dispor­de­algum­tempo­livre.

Denis­gostava­de­trabalhar­com­ashortaliças­e­muitas­vezes­ajudava­algu-mas­ viúvas­ na­ comunidade­ com­ suashortaliças.

Há­ pouco­ tempo,­ Leonardo­ medisse­que­gostaria­que­eu­tivesse­insistidopara­que­eles­economizassem­o­dinheiroque­ganhavam­com­os­trabalhos­que­fa-ziam.­Ele­disse­que­certamente­teriam­re-clamado­no­momento,­mas­que­agora­vêo­valor­de­ter­o­hábito­de­economizar.

Por­que­meus­ filhos­não­aprende-ram­a­economizar?­Não­estou­certa­depor­que­passei­por­alto­esta­virtude.­Tal-vez­me­ encontrasse­muito­ cansada­ aoenfrentar­ outras­ coisas­ que­ pareciammais­importantes.­No­entanto,­agora­re-conheço­ que­ os­ resultados­ teriam­ re-compensado­o­esforço­adicional.

Em­maio­de­1974,­ocorreu­uma­si-tuação­difícil­que­deu­aos­meus­filhos­aliberdade­de­escolher­o­seu­próprio­ca-minho.­Meu­pai­sofreu­com­uma­gan-grena­ no­ pé­ direito­ e­ estevehospitalizado­durante­dezesseis­semanasno­Hospital­da­Universidade­da­Virgi-nia,­ em­ Charlottesville.­ Fizeram-lheduas­amputações­no­pé­nesse­período.Como­eu­era­a­única­filha­que­vivia­naVirginia,­ senti­que­devia­ ajudar­meuspais­quando­surgiu­esta­crise.

Visto­ que­ minha­ mãe­ não­ podia

ficar­ sozinha­ em­ casa,­ eu­ coloquei­ delado­os­meus­afazeres­para­cuidar­dela.A­avó­Crider­(a­mãe­de­Eugênio)­aindavivia­ em­nossa­ casa,­ e­podia­ cozinharpara­minha­família­enquanto­eu­perma-necia­com­minha­mãe.­A­irmã­do­meupai­ajudava­em­alguns­fins­de­semana,­eisto­permitia­que­eu­fosse­para­minhacasa­por­um­ou­dois­dias.­Mais­adiantea­minha­irmã­veio­da­Pensilvânia­paraficar­com­a­nossa­mãe­por­várias­sema-nas,­e­depois­uma­sobrinha­nossa­de­de-zesseis­ anos­ veio­ cuidar­ dela­ até­ quecomeçou­o­período­escolar.

Nestas­semanas­de­minha­ausência,os­meus­filhos­ficaram­sem­supervisãopor­longos­períodos­e­fizeram­o­que­lhesvinha­à­mente.­Experimentaram­váriostipos­de­coisas­ruins:­o­álcool,­a­imora-lidade­ e­ as­ drogas.­A­minha­presençacontínua­talvez­não­tivesse­prevenido­oresultado­final­destas­ações,­mas­estoucerta­de­que­a­minha­ausência­aceleroua­caída.­Creio­que­os­meus­filhos­já­esta-vam­um­tanto­envolvidos­em­hábitos­in-devidos­ antes­ da­ ida­ de­ meu­ pai­ aohospital,­mas­a­falta­de­supervisão­abriua­ porta­ para­ um­maior­ envolvimentonessas­coisas.

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(Continua no próximo número.)

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RECEITABolo de cenoura

2 xícaras­de­açúcar1­1/2 xícaras­de­óleo­vegetal4 ovos2 xícaras­de­farinha2 colherzinhas­de­bicar-

bonato

2 colherzinhas­de­canela1 colherzinha­de­sal2 xícaras­de­cenoura­ralada

Modo de preparo:

Ingredientes:

Misture­o­ açúcar­ e­o­óleo.­Acrescente­osovos­e­bata­tudo­muito­bem.­Misture­em­outraparte­a­farinha,­o­bicarbonato,­a­canela­e­o­sal.Despeje­a­segunda­mistura­na­primeira,­e­mis-ture­bem.­Por­fim,­acrescente­pouco­a­pouco­acenoura.­Despeje­a­massa­em­uma­forma­untadae­leve­ao­forno­por­uma­hora­a­150º­C.

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SEÇÃO PARA OS JOVENS

Capítulo 4

—­Léo!­Léééé-oooo!­Léééé-oooo!­O­pranto­de­angústia­dasenhora­Donado­feria­os­corações­daqueles­que­esta-vam­reunidos­fora­da­casa­da­família­Donado.

—­Léééé-oooo!­—­chorava­ela­cada­vez­mais­alto­até­ficar­inconsciente­edesmaiar­junto­ao­corpo­sem­vida­de­seu­marido.

—­Assim­é­melhor­—­cochichou­o­tio­do­Hugo­enquanto­ele­e­um­deseus­irmãos­carregavam­o­corpo­do­Léo­para­fora­para­prepará-lo­para­o­en-terro.

A BUSCA DO CONTRABANDISTA

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Hugo­ficou­encolhido­num­canto,­observando­tudo­que­estava­aconte-cendo.­Suas­feições­passivas­não­refletiam­nada­dos­pensamentos­confusosque­percorriam­sua­mente.

Por­que­a­senhora­Donado­estava­gritando­tanto,­quando­tudo­o­que­elae­Léo­faziam­era­brigar?­Será­que­agora­sentiriam­falta­de­Léo,­sendo­que­elepassava­tanto­tempo­fora­de­casa?

Seu­pai­estava­morto.­Eletrocutado.­Foi­uma­morte­estúpida.­Seu­tiodisse­que­o­Léo­ainda­estava­sob­algum­efeito­da­bebedeira­da­noite­anterior,o­suficiente­para­entorpecer­a­sua­consciência.­Léo­estava­cortando­algumasárvores­pelo­caminho.­Sem­prestar­atenção,­cortou­uma­árvore­que­caiusobre­a­linha­de­alta­tensão.­O­fio­se­rompeu­e­se­transformou­como­algovivo,­serpenteando­entre­o­mato­aos­seus­pés.­Ele­lutou­desesperadamentepara­escapar­das­faíscas­estalantes­brancas­e­azuis­e­da­fumaça,­mas­os­seussentidos­estavam­entorpecidos­e­seus­pés­se­enrolaram­no­mato.­O­fio­pesadochicoteou­suas­pernas,­matando-o­instantaneamente­com­sua­carga­mortal.

Por­que­seu­papai­não­tinha­olhado­antes­de­cortar­a­árvore?­Os­fioseram­bem­visíveis.­Qualquer­um­podia­ter­visto­que­a­árvore­estava­perto­de-mais.­Por­que­seu­papai­não­tinha­tomado­mais­cuidado?

Será­que­ele­amava­seu­pai?­Hugo­se­levantou­do­seu­canto,­ponderandoa­questão.­Ele­pensava­que­sim,­qualquer­que­fosse­sua­definição­de­amor.Seu­pai­nunca­tinha­tido­tempo­para­ele,­nem­sequer­o­queria­por­perto,­anão­ser­este­ano,­quando­chegou­a­temporada­de­cortar­cana.

“Ao­menos,­eu­provei­que­papai­estava­errado!”­ele­exultou­consigomesmo,­lembrando-se­de­todas­aquelas­semanas­que­passou­cortando­cana.Ele­tinha­esperança­de­que­seu­pai­pudesse­se­lembrar­dele­pela­safra­passada.Será­que­se­lembraria?­Hugo­esperava­que­sim.­Onde­quer­que­seu­pai­esti-vesse­agora,­com­certeza,­se­lembraria­de­sua­família!

Seus­tios­tinham­lavado­seu­pai­e­vestiram-no­com­suas­melhores­roupas.Hugo­ficou­satisfeito­em­ver­que­a­camisa­limpa­escondia­o­braço­dilacerado.Seu­estômago­revirou­só­em­se­lembrar­do­toco­de­braço­queimado.­Moedasforam­fixadas­com­fita­colante­sobre­seus­olhos­para­mantê-los­fechados.Elas­seriam­retiradas­antes­do­velório,­mas­o­peso­delas­faria­com­que­ele­pa-recesse­estar­dormindo­normalmente.­Noel­tocou­no­ombro­do­Hugo­edisse:

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—­Venha­comigo­para­me­ajudar­a­escolher­um­caixão.­Mamãe­quer­omelhor.

Vários­caixões,­sem­acabamento,­estavam­encostados­contra­a­parede­daoficina­de­carpintaria­na­vila.­Os­dois­rapazes­nem­sequer­olharam­para­eles.Se­mamãe­queria­o­melhor,­eles­também.­Alguns­dos­caixões­eram­de­ma-deira­envernizada,­outros­tinham­lados­e­tampa­de­vidro.­Noel­apontou­paraum­desses­últimos­e­olhou­para­Hugo.

—­Vamos­levar­este­—­Noel­apontou­para­um­caixão­com­vidro­nas­late-rais­e­na­parte­de­cima.­—­Papai­vai­ficar­elegante­nele,­não­acha?­—­pergun-tou,­olhando­para­Hugo.­O­garoto­assentiu.­O­caixão­era­bonito!­Comorgulho,­os­rapazes­carregaram­o­caixão­para­casa.­Cada­passo­que­davamcom­o­caixão­elegante,­enchia­mais­e­mais­o­coração­de­Hugo­de­orgulho.­Afamília­Donado­iria­enterrar­o­pai­deles­com­classe!

—­Meninos!­O­caixão!­Adorei!­—­Mamãe­Donado­disse­ao­abraçá-los,chocando-os­com­a­demonstração­de­afeto.­As­sobrancelhas­de­Noel­levan-taram-se.­Sem­comentário,­ele­virou­para­Hugo­e­sacudiu­seus­ombros­comindiferença.

Vizinhos,­amigos­e­parentes­se­reuniram­para­a­vigília­da­família­Do-nado.­Refrigerante,­café­e­biscoitos­foram­oferecidos­para­todos­os­visitantesque­esperavam­entrar­na­cozinha­para­dar­seu­último­adeus­ao­Léo.

O­som­de­choro­baixo,­soluços­e­gemidos­enchiam­a­casa­e­podiam­serouvidos­do­lado­de­fora.­De­vez­em­quando,­uma­parenta­começava­a­gritar­echorar­descontroladamente­a­ponto­de­chegar­perto­de­um­colapso.­Dois­pa-rentes­estavam­perto,­prontos­para­socorrer­a­parenta­em­sofrimento­e­levá-lapara­fora,­por­entre­a­multidão.­Reanimada­pelo­ar­fresco,­sua­histeria­cessoue,­mais­uma­vez,­pôde­voltar­à­companhia­dos­outros­lá­dentro.

Por­volta­de­meia-noite,­os­moradores­da­vila­voltaram­a­suas­casas,­dei-xando­os­Donados­com­alguns­amigos­dispostos­a­seguir­velando­seu­morto.

Cedo­de­manhã,­no­dia­seguinte,­um­jovem­da­vizinhança­avisou:—­Ligação­para­o­Noel.­Dos­Estados­Unidos.—­Espero­que­seja­Vada!­—­Noel­disse­ao­correr­rua­abaixo­com­Hugo

seguindo-o.­Sim!­Hugo­esperava­que­fosse­ela­também.­Será­que­ela­viriapara­o­enterro­hoje?­Hugo­esperava­que­sim,­mas­sabia­que­não­iria­aconte-cer.­Os­Estados­Unidos­ficavam­longe­demais!­Ambos­colocaram­seus

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­ouvidos­perto­do­telefone­para­ouvir­a­voz­de­sua­irmã­mais­velha.Ela­exclamou:—­Noel!­Acabei­de­receber­a­notícia!­Eu­estava­fora­de­casa­ontem­até

tarde­e­só­pude­ligar­agora.­Que­horror!­Eu­queria­tanto­ver­o­papai­maisuma­vez!­Seu­choro­vindo­de­tão­longe­tocou­no­coração­dos­rapazes.­A­dorapertou­no­coração­de­Hugo­e­ele­começou­a­chorar.­Ele­estava­chorandopor­Vada,­sua­única­irmã,­que­mandava­presentes­dos­Estados­Unidos­eainda­pensava­que­ele­era­um­menino­pequeno,­fraco­e­simples.­Vada,­a­únicapessoa­que­tinha­se­responsabilizado­por­ele­e­que­o­tinha­protegido.­Cuidoudele­até­sua­madrasta­vir­morar­com­eles.­Havia­tanto­tempo­que­ela­não­es-tava­com­eles­que­Hugo,­em­seu­esforço­em­realizar­seus­sonhos,­havia­se­es-quecido­dela.

—­Eu­vou­tentar­voltar­para­casa­um­dia­desses,­mas­não­sei­quando­issovai­acontecer.­Escrevam­para­mim,­meninos.­Contem-me­sobre­o­papai!­Elacomeçou­a­chorar­de­novo.­A­ligação­começou­a­cair­e­logo­os­meninos­esta-vam­segurando­um­telefone­silencioso.

—­Eu­gostaria­tanto­que­ela­viesse­—­Hugo­disse,­tentando­engolir­o­so-luço­que­naquele­momento­subia­pela­sua­garganta.

—­Nós­dois­vamos­fazer­com­que­ela­fique­orgulhosa­de­nós­—­disseNoel,­fazendo­com­que­os­soluços­do­Hugo­desaparecessem.­Será­que­Noelfalava­sério?­Será­que­Noel­faria­mesmo­realmente­as­coisas­com­ele?

Hugo­passou­as­costas­de­sua­mão­sobre­seu­rosto,­limpando­as­lágrimas.Conseguia­chorar­por­Vada,­mas­não­por­seu­pai.­Depois­do­enterro,­ele­e­oNoel­seriam­parceiros!­Ele­mal­podia­esperar!

Hugo­só­pensava­naquilo­que­ele­e­Noel­poderiam­realizar­juntos.­Atéquando­estava­indo­para­a­igreja,­pensava­sobre­o­futuro.­Quando­entraramno­edifício,­Noel­e­Hugo­pegaram­cada­um­num­braço­da­mãe­e­caminha-ram­com­ela­até­o­banco­da­frente.

As­perguntas­se­amontoavam­na­mente­do­Hugo.­Ele­mal­podia­esperaro­enterro­terminar­para­descobrir­o­que­o­Noel­tinha­em­mente.­Os­prantosda­senhora­Donado­mantinham­o­compasso­com­a­voz­do­padre,­subindo­edescendo,­enquanto­tentava­lhes­oferecer­palavras­de­conforto.­Hugo­estavainquieto,­será­que­a­missa­nunca­terminaria?­Ele­virou­e­viu­a­igreja­lotada.Flores­cobriam­o­caixão,­e­o­perfume­forte­das­primaveras­roxas­recém-colhi-das­misturava-se­com­o­cheiro­das­velas­queimando.­Até­a­cruz­atrás­do

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padre­tinha­sido­enfeitada­com­flores­para­a­ocasião.Ele­pensou­em­Vada­e­o­que­lhe­escreveria.­“Contem-me­sobre­o­papai”,

ela­tinha­pedido.­Dentro­do­caixão­de­vidro,­o­Léo­parecia­estar­dormindo,vestido­em­suas­melhores­roupas.­Até­os­sapatos­dele­brilhavam,­pois­foramengraxados­especialmente­para­o­enterro.­Se­Vada­pudesse­vê-lo,­ela­ficariaorgulhosa.

A­missa­acabou,­o­violonista­tocava­sua­violão­baixinho­e­de­forma­tristeenquanto­carregavam­o­caixão­para­a­sepultura­recém-cavada.­Enquanto­ostios­desciam­o­caixão,­a­senhora­Donado­começou­a­gritar­e­tentou­se­jogardentro­da­cova­aberta.­“Léo!­Lééé-ooo!”,­ela­gritou­enquanto­os­parentes­aseguravam,­puxando-a­para­trás.­Eles­a­seguraram­até­que­a­cova­estivesse­co-berta­e­as­flores­colocadas­sobre­ela.

Naquela­tarde,­a­senhora­Donado­parecia­ter­esquecido­sua­tristeza­ao­re-ceber­tantos­parentes­de­Léo.­Hugo­a­olhava­com­desgosto­ao­vê-la­beber,sem­moderação,­pelo­gargalo.­Suas­risadas­grosseiras­o­repugnavam.­“Eununca­vou­beber;­nunca,”­ele­prometeu.

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—Lily A. BearUsado com permissão de:

Christian Light Publications, Inc.Harrisonburg, Virginia, EUATodos os direitos reservados

Livro completo disponível no site:www.LMSdobrasil.com.br

(Continua no próximo número.)

RESPOSTAS: Atividade para crianças

1.­Miriam2.­Zelda3.­Miriam4.­Miriam5.­Miriam

6.­Miriam7.­Zelda8.­Zelda9.­Miriam10.­Miriam

11.­Zelda12.­Zelda13.­Zelda14.­Miriam

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Certa­manhã­se­ouvia­os­cantos­alegres­de­Miriam­enquanto­reali-zava­seus­trabalhos.­De­vez­em­quando­Miriam­dava­uma­olhadaatravés­da­grade­para­a­casa­do­outro­lado­da­cerca­viva,­uma­cerca

de­arbustos.­A­cerca­dividia­o­pátio­de­seu­pai­do­terreno­do­egípcio­rico,cuja­filha­Zelda­era­a­melhor­amiga­de­Miriam.A­cerca­também­separava­a­terra­de­Gósen,­onde­Miriam­morava,­do

grande­Egito­onde­Zelda­morava.­Mas­da­porta­de­uma­casa­até­a­porta­daoutra­casa­dava­para­ver­um­caminho­claramente­marcado.­Havia­umaabertura­na­cerca­como­testemunha­de­que­os­filhos­das­duas­casas­se­visita-vam­desde­sua­infância.Miriam­se­virou­quando­viu­que­sua­mãe­entrou­com­um­cesto­cheio­de

ervas.—­Mamãe,­terminei­meu­trabalho.­Gostaria­de­ir­à­casa­de­Zelda;­disse

Miriam­à­mãe­com­ilusão.­—­Ela­nos­convidou,­José­e­eu,­a­uma­festa­hoje­ànoite.­Mas­ela­quer­que­eu­vá­agora­e­lhe­ajude­com­os­preparativos.—­Sinto­muito,­amor!­Hoje­não­poderá­sair­de­casa.

SEÇÃO PARA AS CRIANÇAS

A casa do outro lado da cerca

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—­Mas­mamãe,­você­não­entende?­Tenho­que­ir­à­festa.­É­uma­grandehonra­que­eles­nos­tenham­convidado.­O­pai­da­Zelda­deu­um­trabalhomelhor­para­o­papai.­Temos­que­agradar­a­família­de­Zelda­nesse­mo-mento.—­Miriam,­Deus­nos­mandou­celebrar­uma­festa­solene­hoje­à­noite.—­Ah,­mamãe!­Ninguém­irá­sentir­a­minha­falta­se­eu­não­estiver.—­Deus­sentirá­sua­falta.­Ouça­Miriam,­vamos­fazer­uma­viagem.—­Faz­muito­tempo­que­vocês­falam­dessa­viagem­e­nunca­a­fazemos.

Por­que­não­ficamos­aqui­e­nos­tornamos­egípcios?­Por­que­não­adoramosos­deuses­egípcios?­Eu­gostaria­muito­mais­de­fazer­isso,­mamãe.—­Já­basta,­Miriam!,­disse­a­mãe­com­voz­severa.­—­Você­não­sabe­que

o­nosso­Deus­é­o­único­Deus­verdadeiro?Miriam­ficou­de­cara­feia­e­disse:—­De­qualquer­forma,­José­vai­à­festa.Não­pode!­Há­perigo!­Moisés­disse­que­Deus­vai­passar­pelo­Egito­e

matará­o­filho­mais­velho­de­cada­casa.Miriam­ficou­pálida;­seus­olhos­denunciaram­temor.—­Ah,­mamãe!­Todas­as­casas,­não!­Não­matará­a­Baltazar,­certo­que

não?—­Ele­disse­que­o­mais­velho­de­cada­casa.De­repente,­escutaram­os­passos­de­alguém­que­vinha­correndo.­Escu-

tou-se­um­pequeno­golpe­na­porta­e­entrou­Zelda.—­Por­que­você­não­vem,­Miriam?—­Não­posso­ir,­disse­enquanto­derramava­umas­lágrimas.—­Que­aconteceu?—­Temos­uma­festa.­Nosso­Deus­passará­pelo­Egito­e­matará­o­filho

mais­velho­de­casa­casa­se­não­houver­sangue­nos­umbrais­da­porta.—­Que­bobagem!­Meu­irmão­Baltazar­está­são­e­forte.­O­que­poderia

acontecer­com­ele­entre­hoje­e­amanhã?­Zelda­se­virou­em­direção­à­porta,mas­logo­se­deteve.­Lá­fora,­viu­a­José­e­seu­pai.­Ai!­O­que­estão­fazendocom­esse­cordeirinho?­Espero­que­não­o­matem.­Tem­sangue!—­É­o­mandato­de­Deus,­disse­Miriam.­“Quando­eu­vir­o­sangue,­pas-

sarei­sobre­vós”.­—­Eles­estão­fazendo­para­salvar­a­vida­do­meu­irmão,­José.­—­Como­poderia­o­sangue­no­umbral­salvar­a­alguém?

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A­mãe­da­Miriam­respondeu:—­Zelda,­esse­sangue­é­um­sinal­da­nossa­fé­em­que­nosso­Deus­vai­nos

livrar­da­morte.—­Ah,­Zelda!,­rogou­Miriam­—­por­que­você­não­pede­para­o­seu­pai

que­mate­um­cordeirinho­e­pinte­os­umbrais­com­sangue?­Assim­o­seuirmão­se­salvaria.­—­Como?­Pintando­com­sangue­os­umbrais­quando­vai­haver­uma

festa?­Zelda­se­dirigiu­depressa­à­sua­casa.Miriam­derramava­lágrimas­enquanto­trabalhava.­Desejava­orar­a­Deus,

mas­não­sabia­como­fazê-lo.­Quando­anoitecia,­a­festa­da­Páscoa­estavatoda­pronta.­O­cordeiro­assado­estava­na­mesa.­Em­seguida,­o­pai­de­Mi-riam­reuniu­a­sua­família­e­levantou­as­mãos­para­abençoar­a­festa.­Quandoficaram­em­silêncio,­escutaram­a­música­que­vinha­da­casa­egípcia.As­horas­avançavam;­aproximava-se­a­meia-noite.De­repente,­a­orquestra­na­casa­dos­egípcios­parou­de­tocar.­Escutavam-

se­vozes­asustadas­e­gritos­angustiosos.­Miriam­viu­que­umas­pessoas

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­corriam­para­um­lado­e­para­o­outro.­Depois­se­ergueu­um­clamor­de­angús-tia­de­dentro­da­casa.­De­repente,­alguém­se­aproximou­rapidamente.­Zeldaentrou­precipitadamente­na­casa.­Tinha­as­mãos­cheias­de­roupa­e­jóias.—­Toma,­Miriam.­Diga­ao­seu­pai­que­saia­logo­com­o­seu­povo­daqui.

Ah,­Miriam,­meu­irmão­morreu!,­Zelda­se­virou­e­desapareceu.Miriam­e­sua­família­saíram­nessa­mesma­noite.­Dirigiram-se­com­seu

povo­em­direção­ao­Mar­Vermelho­pelo­caminho­do­deserto.­Miriam­es-tava­contente­de­que­na­escuridão­não­se­lhe­notavam­as­lágrimas.­A­cadapasso,­pensava:­Se­tão­somente­lhes­tivesse­contado­sobre­o­nosso­Deus,talvez­tivessem­crido­também.­Mas,­como­poderia­lhes­ensinar­sobre­a­fédo­meu­povo­se­eu­mesma­seguia­os­pensamentos­e­os­desejos­dos­egípcios?De­repente­Miriam­compreendeu­por­que­Deus­havia­mandado­que

seu­povo­fosse­separado.­Era­porque­Deus­os­havia­chamado­para­algo­maiselevado­e­melhor,­algo­prometido­por­um­Deus­cuja­palavra­não­poderiaser­quebrada.­E­a­promessa­havia­sido­selada­com­sangue.

—­Grace­Livingston­Hill—­Abreviado­e­traduzido­por­MJM

—­Usado­com­a­autorização­de­Bob­Munce

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O VERSO PARA MEMORIZAR“Fostes resgatados … pelo precioso

sangue, como de cordeiro.” (1 Pedro 1:18-19)

Esta história está baseada na história bíblicaque se encontra em Êxodo capítulo 12.

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1.­_____________Celebrava­a­festa­da­Páscoa.2.­_____________Baltazar,­seu­irmão,­morreu.3.­_____________Saiu­do­Egito­à­noite,­rumo­ao­Mar

­Vermelho.4.­_____________Sabia­que­o­sangue­sobre­o­umbral

­salvaria­seu­irmão.5.­_____________Era­filha­de­uma­família­que­morava­em

Gósen.­6.­_____________Sua­família­cria­no­Deus­verdadeiro.7.­_____________Ficou­no­Egito.8.­_____________Em­sua­casa­celebraram­uma­festa­com

orquestra.9.­_____________Seu­irmão­não­perdeu­a­vida.10._____________Seu­irmão­se­chamava­José.11._____________Creu­que­não­tinha­sentido­pintar­o

umbral­com­sangue.12._____________Sua­família­adorava­a­varios­deuses.13._____________Era­filha­de­um­egípcio­rico.14._____________Aprendeu­o­que­Deus­queria­de­seu

povo.

A T I V I D A D E P A R A C R I A NA T I V I D A D E P A R A C R I A N ÇASÇASA história mostra uma grande diferença

entre os dois povos: o de Miriam e o de Zelda.Escreva Miriam ou Zelda antes de cada frase.

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(As respostas se encontram na página 29.)

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A busca do contrabandistaLily A. Bear. Hugo Donado viveu sempre im-pulsionado pelo desejo insaciável de ser al-guém importante. E conseguiu. Mas em vezde alcançar a satisfação, em seu interior seformava um vazio de ansiedade e escravi-dão. A história verídica de um homem de-sesperado que descobre, alegremente, aliberdade em Cristo. 168 pág. #37303

Esboços para meditações sobre o tabernáculoGlenn M. Jones. A Bíblia diz que o tabernáculo esua forma de adoração foram figuras do quehavia de vir. Os dez esboços desta obra tratambrevemente do tema: “O tabernáculo no deserto”,incluindo um esboço sobre as vestes do sumo sa-cerdote. Quando usado junto com a ilustração dotabernáculo nele contido, este material será ex-tremamente útil para instrutores e estudiosos bí-blicos.92 pág. #37297

No ventre da baleiaJames Lowry. Este livro contém histórias de ho-mens e mulheres que lutaram com as grandesquestões da vida. Eles acharam as respostas paraos seus questionadores amando e obedecendo aJesus Cristo. Leia estas histórias e permita-se serdesafiado por elas a tomar uma posição junto aosque serviram a Deus, mesmo estando “no ventreda baleia”. 112 pág. #37181

Literatura Monte Sião do BrasilEditora­e­Distribuidora­de­Livros,­Ltda

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Amor perdoadorNo mundo ao redorNasce o ódio e o rancor;Sem Jesus, o coraçãoNão é capaz de dar perdão.

Aprendamos de JesusPor sua morte na cruz;Se nos quiserem provocar…Docilmente perdoar.

Se existe inimizade,Você a pode conquistarCom a arma efetivaDê um copo de água fria.

Nossa língua, qual espada,Por Jesus já transformada;Em lugar de maldições,Dê o bem com bênçãos.

Como pombas somos todos,Como ovelhas entre lobos;Dê a Cristo o seu sentirNunca ao mal consentir.

Nossa fé, a convicção,Força dá ao coração;Na vida ou na dorNosso lema é o amor!

— Pablo Schrock

“Temos... a palavra... à qual bem fazeis em estaratentos, como a uma luz que ilumina em lugar es-curo...” (2 Pedro 1:19).