Uma vida feliz só vale quando é feita de Gratidão fileParóquia de N.ª S.ª de Fátima Viana do...

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Ano XXVI - Nº299/300 Março / Abril 2018 Preço avulso 0.70 Paróquia de N.ª S.ª de Fátima Viana do Castelo DIRECTOR: P. e ARTUR COUTINHO AVENÇA Bimestral Uma vida feliz só vale quando é feita de Gratidão Cogitações duma alma Sonhei que estava com inú- meras pessoas felizes, alegres com muito movimento, dinâmi- ca, muita festa. Afinal era uma diocese, com o Bispo, colegas e leigos a celebrar o ano da gratidão dos 40 anos de exis- tência. Estava a passar um filme no meu inconsciente tão forte que me acordou e obser- vei que não sonhava. Afinal até era verdade. Era uma realidade e, acorda- do, me perguntei a mim mes- mo se eu próprio estaria a ce- lebrar a gratidão, esse tesouro das pessoas humildes que lembram com felicidade o pas- sado, com alegria e mais ale- gres com o presente sempre apostados na luta por um futu- ro com coragem e sem medo, com uma memória larga e não tão curta que, depressa, passa e esquece. Se a gratidão é um acto nobre, ela é também fruto de uma cultura, não muito vul- gar porque não há nada mais belo na vida que a gratidão. Não é algo que se possa es- crever no chão, no pó da terra, nem no vento, nem na água, nem em qualquer material con- sistente, tem de ser escrita e, sobretudo, vivida e gravada no coração. Quem não é grato tem sem- pre motivos para explicar o inexplicável, pois não com- preende que quem agradece um dom está a pagar a primei- ra prestação de uma dívida im- pagável. Por isso também não é desejado e, pelos outros, desprezados. É um ingrato. Não quero passar por isso e poderei ter falhado. A quem se encontrar magoado por mim, peço perdão e gostaria que mo dissesse para que fraternal- mente me corrija. Que este ano jubilar de 40 anos de Diocese seja uma oportunidade de expressões sublimes com palavras e ges- tos, ou atitudes, em relação aos nossos antepassados, aos nossos contemporâneos com quem vivemos e trabalhamos pela fidelidade à Comunhão, à Unidade, sem esperarmos outra recompensa a não ser a d’Aquele que nos permite viver estes momentos de felicidade e amor. Adormeci. Quando pela manhã acor- dei, descobri que tinha passa- do por um grande silêncio por causa dos que falam, falam, e falam alto que até me remete- ra ao silêncio, como refúgio, como aqueles que também se refugiam na tolerância por cau- sa dos intolerantes. E agradeci a noite a Deus… Continuei a rezar, como de costume! Orar é fazer comu- nhão. Não merecíamos nada, mas através de Jesus temos tudo! Todos os dias são dias em que devemos dizer "Obrigado ó meu Deus, muito obrigado!...”. Ou como diz o salmista: Como é bom dar graças ao Senhor e cantar louvores ao Vosso nome, o Altíssimo; e anunciar de manhã o seu amor leal e de noite a sua fidelidade. Sl. 92 Este é o dia que o Senhor fez; alegremo-nos e exultemos neste dia. Sl.118 Que a nos- sa gratidão não azede como a comida que se estraga, ou como o vinho destapado. Era boa, mas deixámo-la estragar porque a esquecemos. Quan- do a gratidão é consciente e responsável a sua a memória está no coração. Nunca esque- ce, azeda, ou fragiliza porque será sempre uma memória que não arrasta consigo remorsos, como aqueles que, depois da morte, vão oferecer flores aos mortos porque, em vida, nun- ca foram gratos, ou tão gratos como deviam em relação aos benefícios recebidos. Lá estou eu a divagar!... Então não pos- so oferecer uma flor aos que morreram e tenho saudades? Claro que sim, sobretudo, se são frutos da memória do co- ração que amou e continua a amar com palavras e atitudes de oração. E a flor pode ser uma dessas expressões. Estamos todos em festa e desde os primórdios do cristia- nismo, nesta região, até hoje, temos muito que agradecer a mortos e vivos o facto de ser- mos uma diocese a celebrar 40 anos. Padre Artur Coutinho É impossível que um homem contemplando a terra e o Céu seja um ateu e negava a exis- tência de Deus. Não vemos a Deus, mas é fácil reconhecê-lo por meio das suas obras, já dizia Cícero. Quando S. Paulo diz: “morro em cada dia” apenas queria dizer que é verdade que todos morre- mos e nascemos todos os dias e é, na descoberta de Deus, que se compreende o que Stº Agostinho disse: “minha alma arde” porque quero aprender. Olhamos em redor e tudo se condensa num único grito para afirmar que Deus existe. Então há uma religião, há vá- rias religiões(!) e o que tenho de experiência é que quem só estu- dou filosofia pela rama é capaz de se inclinar para o ateísmo, mas quem vai ao profundo da filosofia, então o homem é con- duzido à religião “aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra”(…) de S João. Só existe uma religião, mas há muitas versões, e aí está o respeito por cada uma, porque por detrás está o mesmo Deus, Criador. Foi assim que o ladrão, no mesmo dia, subiu com Je- sus Cristo ao Paraíso porque Deus criador é amor e tudo que nasceu de um amor-perfeito gera família que é a maior be- leza que podemos ter à face da terra. Por isso Deus quer que: “honrremos o pai e a mãe e amarmos o próximo como a nós mesmos”. S. Mateus ensina-nos que a nossa oração deve ser tão humilde, tão confiante e perse- verante que nos conduz ao re- canto do nosso quarto, ao isola- mento, a subir a montanha e a sair do rebulício do mundo. Não é a falar de Deus ou rezar em público que vamos fazer dos não crentes, crentes. Eles se farão crentes pelas obras que verão em nós. A con- centração profunda leva-nos à abstração de tudo o que nos en- volve, não nos cansa e faz com que o amor cresça, harmoniza- nos com o divino e leva-nos a participar nesse poder, isto é, no domínio do pensamento em Deus. Fomos feitos para pensar com dignidade, mérito e dever. (Continua na página 3) (Continua na última pág.) Bispo visita Argela, em Caminha O bispo de Viana do Castelo esteve com os paroquianos de Santa Marinha de Argela, no Arciprestado de Caminha, em visita pastoral e começou por conhecer a cultura e tradição, no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural. Na nota enviada à Agên- cia ECCLESIA, a Paróquia de Santa Marinha de Argela des- taca, por exemplo, que D. Ana- cleto Oliveira visitou a casa de D.ª Rosa Mendonça onde se aprendeu ao longo dos anos “a arte do linho, desde semear até ao trabalho final”. Depois, da tradição do linho o bispo de Viana do Castelo conheceu as instalações do futuro museu paroquial, que vai ficar numa das sacris- tias da igreja, e no Largo de Belém foi apresentada “uma marca única da freguesia” que são os “Romeirinhos à Senhora da Piedade”. Neste domingo, dia litúrgico do Bom Pastor, o programa começou junto ao cruzeiro da igreja paroquial, que celebra 500 anos, e no percurso até à Eucaristia viram a exposição ‘a cruz de todos e de cada um’ que tem “393 cruzes e crucifixos”, simbolicamente o número de habitantes de Ar- gela. Já no adro da igreja, foi também possível ver a cons- trução de dois tapetes de flo- res com alguns dos símbolos do prelado e da freguesia. Entre 20 e 22 de abril, na vi- sita pastoral a Santa Marinha de Argela, D. Anacleto Olivei- ra contactou com os diversos membros da comunidade – adultos, crianças e jovens e idosos – da paróquia do Arci- prestado de Caminha. Viana do Castelo: «Sede teste- munhas através das vossas mãos e dos vossos pés» pediu o bispo ao novo Leitor e Acólito Celebração marcou abertura da Semana de Oração pelas Vocações em 2018 O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Caste- lo, José Maria Costa, na qua- lidade de presidente da Co- munidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho), Roménia e o Alto Minho

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Ano XXVI - Nº299/300Março / Abril 2018

Preço avulso 0.70 €

Paróquia de N.ª S.ª de FátimaViana do CasteloDIRECTOR: P.e ARTUR COUTINHO

A V E N Ç A

Bimestral

Uma vida feliz só vale quando é

feita de Gratidão

Cogitações duma alma

Sonhei que estava com inú-meras pessoas felizes, alegres com muito movimento, dinâmi-ca, muita festa. Afinal era uma diocese, com o Bispo, colegas e leigos a celebrar o ano da gratidão dos 40 anos de exis-tência. Estava a passar um filme no meu inconsciente tão forte que me acordou e obser-vei que não sonhava. Afinal até era verdade.

Era uma realidade e, acorda-do, me perguntei a mim mes-mo se eu próprio estaria a ce-lebrar a gratidão, esse tesouro das pessoas humildes que lembram com felicidade o pas-sado, com alegria e mais ale-gres com o presente sempre apostados na luta por um futu-ro com coragem e sem medo, com uma memória larga e não tão curta que, depressa, passa e esquece. Se a gratidão é um acto nobre, ela é também fruto de uma cultura, não muito vul-gar porque não há nada mais belo na vida que a gratidão. Não é algo que se possa es-crever no chão, no pó da terra, nem no vento, nem na água, nem em qualquer material con-sistente, tem de ser escrita e, sobretudo, vivida e gravada no coração.

Quem não é grato tem sem-pre motivos para explicar o inexplicável, pois não com-preende que quem agradece um dom está a pagar a primei-ra prestação de uma dívida im-pagável. Por isso também não é desejado e, pelos outros, desprezados. É um ingrato. Não quero passar por isso e poderei ter falhado. A quem se encontrar magoado por mim, peço perdão e gostaria que mo dissesse para que fraternal-mente me corrija.

Que este ano jubilar de 40 anos de Diocese seja uma oportunidade de expressões sublimes com palavras e ges-tos, ou atitudes, em relação aos nossos antepassados, aos nossos contemporâneos com quem vivemos e trabalhamos pela fidelidade à Comunhão, à Unidade, sem esperarmos outra recompensa a não ser a d’Aquele que nos permite viver estes momentos de felicidade

e amor.Adormeci.Quando pela manhã acor-

dei, descobri que tinha passa-do por um grande silêncio por causa dos que falam, falam, e falam alto que até me remete-ra ao silêncio, como refúgio, como aqueles que também se refugiam na tolerância por cau-sa dos intolerantes.

E agradeci a noite a Deus… Continuei a rezar, como de costume! Orar é fazer comu-nhão.

Não merecíamos nada, mas através de Jesus temos tudo! Todos os dias são dias em que devemos dizer "Obrigado ó meu Deus, muito obrigado!...”.

Ou como diz o salmista: Como é bom dar graças ao Senhor e cantar louvores ao Vosso nome, o Altíssimo; e anunciar de manhã o seu amor leal e de noite a sua fidelidade. Sl. 92

Este é o dia que o Senhor fez; alegremo-nos e exultemos neste dia. Sl.118 Que a nos-sa gratidão não azede como a comida que se estraga, ou como o vinho destapado. Era boa, mas deixámo-la estragar porque a esquecemos. Quan-do a gratidão é consciente e responsável a sua a memória está no coração. Nunca esque-ce, azeda, ou fragiliza porque será sempre uma memória que não arrasta consigo remorsos, como aqueles que, depois da morte, vão oferecer flores aos mortos porque, em vida, nun-ca foram gratos, ou tão gratos como deviam em relação aos benefícios recebidos. Lá estou eu a divagar!... Então não pos-so oferecer uma flor aos que morreram e tenho saudades? Claro que sim, sobretudo, se são frutos da memória do co-ração que amou e continua a amar com palavras e atitudes de oração. E a flor pode ser uma dessas expressões.

Estamos todos em festa e desde os primórdios do cristia-nismo, nesta região, até hoje, temos muito que agradecer a mortos e vivos o facto de ser-mos uma diocese a celebrar 40 anos.

Padre Artur Coutinho

É impossível que um homem contemplando a terra e o Céu seja um ateu e negava a exis-tência de Deus.

Não vemos a Deus, mas é fácil reconhecê-lo por meio das suas obras, já dizia Cícero. Quando S. Paulo diz: “morro em cada dia” apenas queria dizer que é verdade que todos morre-mos e nascemos todos os dias e é, na descoberta de Deus, que se compreende o que Stº Agostinho disse: “minha alma arde” porque quero aprender. Olhamos em redor e tudo se condensa num único grito para afirmar que Deus existe.

Então há uma religião, há vá-rias religiões(!) e o que tenho de experiência é que quem só estu-dou filosofia pela rama é capaz

de se inclinar para o ateísmo, mas quem vai ao profundo da filosofia, então o homem é con-duzido à religião “aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra”(…) de S João.

Só existe uma religião, mas há muitas versões, e aí está o respeito por cada uma, porque por detrás está o mesmo Deus, Criador. Foi assim que o ladrão, no mesmo dia, subiu com Je-sus Cristo ao Paraíso porque Deus criador é amor e tudo que nasceu de um amor-perfeito gera família que é a maior be-leza que podemos ter à face da terra. Por isso Deus quer que: “honrremos o pai e a mãe e amarmos o próximo como a nós mesmos”.

S. Mateus ensina-nos que

a nossa oração deve ser tão humilde, tão confiante e perse-verante que nos conduz ao re-canto do nosso quarto, ao isola-mento, a subir a montanha e a sair do rebulício do mundo. Não é a falar de Deus ou rezar em público que vamos fazer dos não crentes, crentes.

Eles se farão crentes pelas obras que verão em nós. A con-centração profunda leva-nos à abstração de tudo o que nos en-volve, não nos cansa e faz com que o amor cresça, harmoniza-nos com o divino e leva-nos a participar nesse poder, isto é, no domínio do pensamento em Deus.

Fomos feitos para pensar com dignidade, mérito e dever.

(Continua na página 3)

(Continua na última pág.)

Bispo visita Argela, em CaminhaO bispo de Viana do Castelo

esteve com os paroquianos de Santa Marinha de Argela, no Arciprestado de Caminha, em visita pastoral e começou por conhecer a cultura e tradição, no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural.

Na nota enviada à Agên-cia ECCLESIA, a Paróquia de Santa Marinha de Argela des-taca, por exemplo, que D. Ana-cleto Oliveira visitou a casa de D.ª Rosa Mendonça onde se aprendeu ao longo dos anos “a arte do linho, desde semear até ao trabalho final”.

Depois, da tradição do linho o bispo de Viana do Castelo conheceu as instalações do futuro museu paroquial, que vai ficar numa das sacris-tias da igreja, e no Largo de Belém foi apresentada “uma marca única da freguesia” que são os “Romeirinhos à Senhora da Piedade”.

Neste domingo, dia litúrgico do Bom Pastor, o programa começou junto ao cruzeiro da igreja paroquial, que celebra 500 anos, e no percurso até à Eucaristia viram a exposição ‘a cruz de todos e de cada

um’ que tem “393 cruzes e crucifixos”, simbolicamente o número de habitantes de Ar-gela.

Já no adro da igreja, foi também possível ver a cons-trução de dois tapetes de flo-res com alguns dos símbolos do prelado e da freguesia.

Entre 20 e 22 de abril, na vi-sita pastoral a Santa Marinha de Argela, D. Anacleto Olivei-ra contactou com os diversos membros da comunidade – adultos, crianças e jovens e idosos – da paróquia do Arci-prestado de Caminha.

Viana do Castelo: «Sede teste-munhas através das vossas mãos e dos vossos pés» pediu o bispo ao novo Leitor e Acólito

Celebração marcou abertura da Semana de Oração pelas Vocações em 2018

O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Caste-lo, José Maria Costa, na qua-lidade de presidente da Co-munidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho),

Roménia e o Alto Minho

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PARÓQUIA NOVA Março / Abril 2018 Página 2

Sabia que…?(75)1. Para a deusa Atena,

padroeira da cidade de Atenas e deusa da inteligência prática e da sabedoria, a coruja era a sua ave preferida, e que por esta razão esta ave se transformou no símbolo do conhecimento e da reflexão?

2. a Lotaria Nacional foi cria-da por Decreto de D. Maria II de 18 de novembro de 1783 e teve a sua primeira extração no dia 1 de setembro de 1784?

3. o edifício mais alto de Londres, Torre Shard London Brid-ge, inaugurado em 5 de Agosto de 2012, tem 310 metros de altura, custou 450 milhões de euros, tem 11 mil janelas e uma área equiva-lente a 8 campos de futebol?

4. em 1991 Portugal dispu-

P a s s o a P a s s o . . . ( 66)2 0 s é c u l o s d e c r i s t i a n i s m o

O s e n c o n t r o s d a f é e d a s c i ê n c i a s A fé e as ciências nem sem-

pre se opõem. Ilustres perso-nagens da história – médicos, físicos, biologistas… - conju-garam ideias do saber e do crente.

Entre cientistas e crentes, as relações estão destinadas a serem eternamente tensas? Uns serão racionais, objetivos, os outros perdem-se no obs-curantismo. Eterna batalha, verdadeiramente? A história convida a algumas nuances. A ciência não é só racional: ela nunca acaba de duvidar, de enfrentar o mistério e o des-conhecido. A fé requer um es-forço contínuo de inteligência para não ser uma sopa mor-na ou um veneno perigoso. Razão e mistério pertencem aos cientistas e aos cren-tes. Muitas vezes igualmen-te conscientes que «ciência sem consciência é a ruina da alma», eles interrogam-se so-bre a clonagem de embriões, sobre a possibilidade de mu-dança da espécie humana. Agora como nunca, talvez as condições dum diálogo sereno e dum esclarecimento recipro-cam. O horizonte avizinha-se pela lente dum binóculo.

Hildegarde, médica da alma e do corpo – No século XII, Hildegarde (1098-1179), mon-ja do mosteiro de Birgen, na Alemanha, é ouvida por to-dos, e até pelo Imperador da Alemanha e pelo Papa. Esta mulher fora do comum passa, desde a idade dos três anos, por experiências místicas e de visões que ela própria escreve aos quarenta e três anos no

seu livro «Scivias» (Conhece os caminhos). Desde então, com a bênção da hierarquia, ela prega nas igrejas, exortan-do os laicos à santidade e faz apelo aos clérigos para serem pastores de fogo. Alma infla-mada por Deus, ela é muito prática: é a ela que se deve os únicos dois tratados de medi-cina conhecidos do século XII. A monja convida a tratar mais do doente do que da doença. O homem deve ser conside-rado no seu conjunto. O pri-meiro medicamento será um alimento equilibrado ao qual se junta o que a natureza dá como, ervas, plantas, animais e madeira. Hildegarde procura também a curar a «melanco-lia» que seiva de energia vital. Não será este o mal a que cha-mamos hoje de depressão?

Papa Silvestre II, apaixo-nado pela ciência – Em 999, o monge Gerbert d’Aurillac, eleito Papa, torna-se Silvestre II. É o maior cientista na sua época. Formado no contacto com a ciência árabe nos mos-teiros em Espanha, ele sinte-tiza as culturas do seu tempo, da ciência e da fé. Este Papa do ano 1000, autor de trata-dos de geometria, é igualmen-te um técnico admirado. Ele constrói uma espécie de má-quina de calcular, ábaco, das esferas celestes e terrestres. Ele é consultado sobre proble-mas matemáticos assim como sobre o direito canónico, e não para de afirmar que os «sim-ples em espírito» do Evange-lho não têm nada a ver com os «simples espírito».

Copernic, um cânone nas estrelas – Mesmo que eles continuem a dizer que o Sol se levanta e se deita, os homens hoje sabem que é a Terra que gira à volta do Sol. A hipóte-se avançada e publicada em 1543 pelo cânone e astróno-mo polonês Nicolas Copernic (1473-1543) deu a volta à ter-ra!

Alberto, o grande sábio e filósofo – Desde a Antiguida-de, muitos dos grandes filó-sofos (Thalès, Pythagore…) são também cientistas ou ao menos sábios. Santo Alberto o Grande (+/- 1206-1280) faz parte desses. A tradição atri-bui a este dominicano, nas-cido na Alemanha, pesquisas químicas (descoberta do ácido nítrico, afinação do ouro). Mas sobretudo, Alberto reconhece a sua legitimidade no avanço científico. As suas conclusões podem divergir das da teolo-gia mesmo se as verdades de fé têm sempre a última palavra: eu posso, por exemplo, avan-çar do ponto de vista científi-co, que o mundo não tem fim, e afirmar, dum ponto de vista teológico, que Deus meterá fim a este mundo. Alberto, o Gran-de, mestre de Tomás de Aqui-no, tem o mérito de divulgar o pensamento do pagão Aristó-teles. É em oposição às obras científicas deste último (físicas, cósmicas…) em breve tornan-do-se em livros intelectuais, que nasceram os grandes de-bates científicos e a ciência dos tempos modernos.

Continua…. Hélder Gonçalves

nha de 400 km de auto-estradas e dez anos mais tarde esse número já era 20 vezes superior, atingindo a cifra de 2737 km?

5. 37% do consumo nacio-nal de energia está associado aos transportes e à mobilidade, o que faz desse setor o principal res-ponsável pela nossa dependência energética?

6. o Roteiro das Nações Uni-das para as Energias Renováveis aponta para que em 2050, 55% do consumo final de energia em toda a Europa provenha de fontes renová-veis?

7. Portugal se comprome-teu a atingir uma quota de 31% de energia renovável no consumo final de energia em 2020?

Adeus Fernando, meu velho amigo,sabemos que não é por castigoque um dia partimos sem regresso.O ciclo da vida é bem este:um dia calmo outro agreste,Um passo de avanço outro de retrocesso.

Foste bom marido, bom pai, bom amigo,trazias um leal sorriso sempre contigoe de espalhar amizade foste capaz.No nascimento começa o fim. Apenasteremos algumas horas mais amenasmas tu, velho amigo, já estás em paz!

Eugénio Montenegro

8. segundo a IP (Infraes-truturas de Portugal, in Diário do Minho, 29.12.2017), “da rede fer-roviária nacional fazem parte 2.358 pontes, sendo que destas 547 são pontes metálicas, algumas delas centenárias e de elevado valor his-tórico e simbólico”?

9. ao longo do seu percurso, a linha do Linha do Minho passa em 157 pontes 14 das quais são metálicas.

10. Segundo dados do Anuá-rio Católico, em Portugal o núme-ro actual de padres católicos é de 3040 enquanto que as paróquias são em número de 4377?

Se não sabia, já ficou a saber.Nunca é tarde para aprender.

Albino Ramalho

Questões de Vida 82Que Pena!Silêncio, música e barulho.

“O barulho não faz bem, o bem não faz barulho”.

Na piscina que frequento há já uns anos, enquanto, no bal-neário, acabava de me arranjar para sair, entra uma turma do ensino básico, aos gritos uns com os outros e onde cada um parecia querer gritar mais alto que todos os outros. Meninos, pergunto eu, calmamente e mais que uma vez: por que é que vocês gritam tanto? Diz um deles, dos mais serenos e em tom de lamento: “é o que fazem os meus pais”.

No mundo de hoje, tudo é ba-rulho: nas cidades e nos meios de comunicação, dos mais sim-ples e tradicionais aos mais so-fisticados; o barulho dos sons e das imagens e das palavras, dos desportos e das paixões.

O barulho dispersa-nos, dis-trai-nos, rouba-nos a nossa unidade interior, embriaga-nos, leva-nos a estar e a viver onde não estamos nem vivemos; o silêncio, pelo contrário, convida-nos à nossa unidade interior, a pensarmos e a reencontrarmo-nos, isto é, convida-nos, mesmo sem disso nos apercebermos, a dar resposta àquelas perguntas clássicas universais: quem so-mos, donde vimos e para onde vamos? O que há a fazer, como, porquê e para quê para sermos felizes?

Nas refeições, em casa ou no restaurante, nas salas de espe-ra, aguardando a hora da con-sulta ou do meio de transporte, tudo e todos de telemóvel na mão. Parece que nunca houve tantos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, parece que as pessoas nunca comuni-caram tão pouco. Porquê? Por-que têm medo de si próprias de se encontrarem e reencontra-rem no silêncio.

Dia vinte e um de Outubro, 2017, dezassete horas, Centro

Cultural de Viana do Castelo, Concerto pela nossa querida cantora Marisa. Gosto muito desta nossa cantora, pela no-breza da sua postura, pela be-leza e frescura da sua voz, pelo conteúdo e mensagem das suas canções. Graças a Deus. Gosto tanto que, pelo que aca-bei de dizer, imaginem, já pen-sei que, como Bob Dylan, um dia, será Prémio Nobel da Li-teratura. Oxalá. Por tudo o que acabei de dizer, claro, tudo fiz para ir ao concerto.

À hora marcada, o concerto começa com uma barulheira tão grande que, por várias ve-zes, segredei, à pessoa que es-tava à minha direita e que muito gentilmente me tinha oferecido o bilhete: “muito obrigado pelo concerto mas, se a qualquer momento eu sair, não leves a mal. Não suporto este baru-lho. Isto é insuportável”. Con-fesso que não cheguei a sair, não por falta de vontade, mas por outras razões: primeiro, por consideração para com a pes-soa que me havia convidado; segundo, porque gosto mesmo muito desta cantora; terceiro, e esta é a razão mais lamentá-vel, porque, eu próprio, ainda que contrariado e indignado me adaptei àquela barulheira que, pelos vistos, é normal à maio-ria. Que pena!

Como é que eu, depois de seriamente ter pensado aban-donar o concerto, contrariado, revoltado, indignado, me deixei embriagar por aquele ambiente estonteante, apesar de ter por base a voz, a música e uma ar-tista de quem tanto gosto! Aca-bei por aceitar o que, de início e declaradamente, rejeitava.

Que pena!Silêncio, Música e Barulho.O Barulho não faz Bem. O

Bem não faz Barulho. Que Pena!Viana do Castelo, 11 de abril

de 2018. P.e António Belo

Vivências de AmorFoi o tema de um debate origi-

nal, anunciado sobre "vivências do Amor" e ocorrido no Auditório da Escola Secundária de Santa Maria Maior. Foi muito interessante.

Alguns casais em situação de: divorciados e recasados; divorcia-do e registado civilmente com uma mulher já com geração, um viúvo e com filhos e em situação de co-munhão com uma ex-freira, outro com a situação regularizada, mas à custa de muito sofrimento, mas

muita fé, conseguiram vencer e ain-da outro com todos os parâmetros normais em relação ao que é cos-tume, deram testemunhos bastante diversificados e muito edificantes para toda a assembleia.

Um casal que aqui viveu e veio de longe a este encontro, casados há 52 anos, também, no final se con-gratulou com a iniciativa e achou conveniente repetir este encontro para mais aprofundamento, bem como dar mais oportunidades a

casais que se encontram em situa-ções similares, ou diferentes des-tas.

Uma conclusão que facilmente se tirou é que o Amor é belo e Deus assim o quer, belo e alegre.

Parabéns ao Monsenhor Caldas que orientou o debate e às suas pa-lavras fundamentadas na encíclica do Papa Francisco, que Monsenhor Caldas agarrou para esperança de todos. Os participantes estão à es-pera de continuar…

Em memória de Fernando Azevedo

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PARÓQUIA NOVA Março / Abril 2018 Página 3

(Continuação da primeira página)

Pela Comunidade Um de cada vez

Em dor Faleceu, no dia 22 de

Março Carlos Manuel Gonçalves Pereira. Era filho de Manuel Pereira e Ana da Conceição de Gon-çalves de Sousa. Deixa viúva a Maria Fernanda Miranda de Sousa Pereira. Faleceu, no dia 4 de Mar-ço, Manuel Hermenegildo da Silva, na Unidade Local de Saúde do Alto Minho. Era filho de Manuel Gomes da Silva e de Adelina Hermenegilda da Lage. Estava viúvo de Maria Angelina Martins Arieira. No dia 25 de Março faleceu Manuel Cândido Correia Rocha na Estrada da Aldeia – Deão. Era filho de Mário Adriano Gonçal-ves Rocha e de Esperan-ça Costa Correia. Estava divorciado de Domitília Maria Fernandes Monteiro. No dia 29 de Março faleceu na Unidade Local de Saúde do Alto Mi-nho, Ernesto de Passos Alves. Era filho de Ernesto Luís Alves e de Maria Pei-xinho de Passos. Estava viúvo de Olinda Celeste Vieira dos San-tos Alves. Teresa Cambão Alves Franco faleceu na Quelha das Alminhas, no dia 4 de Abril. Era filha de João Alves Fran-co e de Maria Rodrigues Cambão. Dei-xa viúvo João Martins de Passos Fer-nandes. No dia 5 de Abril faleceu Laura Figueira Ferreira, na Unidade Local de

*Os programas previstos fo-ram todos cumpridos em rela-ção à Quaresma, à Pascoa e Catequese.

* No dia 14 de Abril - Rea-lizou-se o debate “Vivências de Amor” com a presença do Mons. José Caldas. Foi tão útil que todos os participantes su-geriram que se repetisse. Es-tuda-se o assunto.

* Mês de Maria – Como de costume, cada grupo, vai as-sumir a organização de um dos dias da semana. Já está a escala feita. Quem não puder naquela data pode trocar.

O mês de Maria será como habitualmente na Igreja Paro-quial. De segunda a sexta às 17h45, sábado às 17h20. Na Igreja da Sagrada Família às 18h30 (Terço e Celebração da Palavra/Missa), excepto à se-gunda-feira e sábado que será pela manhã às 9h,00; domin-go - 18h30 na Sagrada Famí-lia exceto dia 13 que será na Igreja Paroquial às 18.15. Na Capela de Jesus, Maria José às 10h30; Capela Senhora das Necessidades às 21h00; Capela Senhor do Alívio às 15h30.

*Festa da padroeiraDia 11 de Maio às 21H Noi-

te de Cavaquinhos e noite de Fados à Padroeira na Igreja da Sagrada Família.

Dia 12 de Maio - Procissão de velas às 21.30H-Procis-são de Velas a sair da Igreja da Sagrada Família, Rotunda anexa, Rua Conde D`Aurora, Rua de Melgaço, Centro do Bairro do Jardim, Rua de Va-

lença, Rua S. João de Deus, Rua Rocha Páris, Quelha das Trincheiras, Rua da Bandeira, Largo das Carmelitas, com chegada prevista às 22.30H à Igreja Nossa Senhora Fátima.

Dia 13 de Maio - 9.45h – En-trada da Fanfarra de S. Ro-mão do Neiva junto ao Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, Rua da Bandeira 639, segue para a Igreja Paroquial.

10.10h – Procissão - A sair da Igreja Nossa Senhora de Fátima, Largo das Carmelitas, Rua da Bandeira, Avenida 25 de Abril, Rua José Espreguei-ra, Avenida 28 de Setembro, Rua de Valença, Largo Bair-ro Jardim, Rua Melgaço, Rua Conde Aurora, Rotunda com chegada prevista às 11.15H à Igreja da Sagrada Família.

Às 18.15h - Mês de Maria e às 19h Missa Solene de en-cerramento com a renovação da Consagração da Paróquia a Nossa Senhora de Fátima. (Não haverá a missa das 19h na Igreja da Sagrada Família)

*Dia 19 de Maio Festa do Per-dão e dia 3 de Junho Festa da Primeira Comunhão.

* A Peregrinação a Santa Luzia em Honra do Sagrado Coração de Jesus onde toda a comunidade se integra, será no dia 10 de Junho.

*Peregrinação Nacional das crianças a Fátima, será tam-bém no dia 10 de Junho. Era bom que as crianças e ado-lescentes da nossa catequese participassem, caso não parti-cipem na Peregrinação ao Sa-grado Coração de Jesus.

Saúde do Alto Minho. Era filha de An-tónio Figueira e de Maria da Conceição. Era viúva de António de Oliveira Fer-reira. Faleceu Ana Alves Amorim com 91 anos, no dia 15 de abril, filha de António Alves e de Antónia Fernandes de Amorim. Era casada com Henrique Monte Rodrigues, deixa filhos e netos. Faleceu Ma-ria Helena da Cruz Maciel filha de António Freitas Maciel e de Maria Angélica Martins da Cruz. Era casada com Pedro Sousa Pereira. No dia 23 de Abril faleceu Fer-nando de Passos Aze-vedo, na Unidade Local de saúde do Alto Minho. Estava viúvo de Maria da Conceição Gaudino. Era filho de Luís Maria Gonçalves de Aze-vedo e de Evelina de Passos Peixinho. No dia 24 de Abril faleceu Jorge Malheiro, na Uni-dade Local de Saúde do Alto Minho. Filho de Maria Alina Malheiro. Estava viúvo de Maria Celeste Alves de Amorim. No dia 23 de Abril faleceo José Luciano Pinto Teixeira Costa, filho de filho de Armando Teixei-ra Costa, comerciante e de Maria Amélia Pinto, domés-tica. Deixa viúva a Maria da Luz Lima Campos Teixeira um casal de filhos.

Aos 30 dias de Abril, pelas 5h, faleceu José Luciano Pinto Tei-xeira Costa, natural de Deocris-te, nascido a 21 de dezembro de 1956, filho de Armando Teixeira Costa, comerciante e de Maria Amélia Pinto, doméstica. Aí fre-quentou a escola primária e foi educado na fé católica, fazen-do-se um apóstolo não só pe-los gestos, atitudes, obras, mas também pela palavra. Sempre atento às necessidades. Foi manobrador de máquinas, fun-cionário no Centro Social Paro-quial, mas já antes foi um obreiro especial das obras da Paróquia.

Casou com Maria da Luz Lima Campos Teixeira em 21/05/1985 um dia lindo de primavera, tam-bém nascida em Deocriste, onde frequentou a escola, filha

de José Augusto Meira Campos, Policia de Segurança Publica e

de Clotilde Torres Lima, Funcio-nária Pública e familiar do Pe. Manuel Torres Lima, pároco do Sr. do Socorro e Areosa.

A Maria da Luz deu ao seu marido um casal de filhos: a Ca-

tarina e o Miguel, ambos cursa-dos e a trabalhar.

O Luciano foi um paroquiano que sempre soube estar como bom marido, pai e amigo de toda a família e paroquianos. Não é exagero dizer, o tanto quanto trabalhou pela Igreja Nova, deu a sua vida pela obra e pelo Centro Social. Talvez não esperasse é que nos dei-xasse tão depressa. Uma das palavras que ouvi dizer antes da sua partida foi esta “Eu te-nho Fé”, assim como ao Pe. Renato Oliveira "Boa sorte".

No seu funeral esteve a Pa-róquia em peso, assim como uma dúzia de sacerdótes ami-gos, colegas de trabalho, ele-mentos da direcção do Centro e do C.Económico da Pároquia.

Cogitações duma almaAssim nos fazemos grandes e encontramos a grandeza e no-breza da nossa alma.

Imaginar é mais importante que conhecer porque ao ima-ginar podemos ser criativos e também chegarmos ao conheci-mento que nos leva a descobrir por nós o Deus que nos criou.

Segundo um autor brasileiro “não há riqueza igual à saúde do corpo, nem prazeres que se comparem com as alegrias da alma”. O segredo da saúde do corpo está na sobriedade; as-sim como, os dons em atos, são remédios da alma e do corpo. As duas coisas estão ligadas como o corpo que conduzimos segundo os dons da alma.

“Amai-vos uns aos outros” Há diferença entre Amor e amiza-de, embora imanentes.

O amor reina, é mais elevado, como a arte é mais elevada, é devoção. A amizade é a virtude de quebrar a solidão, de dar a mão e diz o povo “ que quem tem amigos, não morre na ca-deia”. O Amor é a teia com que se urde a vida, portanto há que Amar e não perder tempo pois onde está o Amor está a Ami-zade por isso irmanam. Há que tratar os amigos como querem que eles nos tratam.

O Pe. António Vieira disse “é bom ser importante, porém, é muito mais importante ser bom”, ou, como Stº Agostinho, dizia “aquele que tem caridade no coração, têm sempre qualquer coisa para dar”. Assim o mate-mático Pitágoras também nos “Versos de Ouro” apela: cada dia antes de dormir, “Faz o teu exame de consciência” em por-

O senhor Bernardo Al-berto da Cruz faleceu a 10 de janeiro. Um mês an -tes de part i r para eterni-dade, na Lei tar ia do Car -mo, pediu-me para fa lar com o senhor Presidente da Câmara, para que os

t ransportes Urbanos pas -sassem pela Igreja da Sa -grada Famíl ia.

Só mais tarde soube que um deles já passava por lá, e não t ive tempo de o informar que já exist ia um carro a fazer esse serviço.

menor na corrida das horas do dia e, no fim, pergunta: que fiz? E a propósito da humildade e bondade acrescenta: “ cala-te ou diz coisas que valham mais que o silêncio” O que fiz verda-deiramente, fez alguém feliz?

É que o silêncio depois da palavra é o segundo poder do mundo. Às vezes falar demais, afastámo-nos e afastamos Deus, enquanto o nosso calor silencioso, mas dinâmico clama a aproximação de Deus. “Só quem se integra em Deus sabe o que é Deus, dizia o “Gandhi.

A grande razão e sabedoria do homem estão bem expres-sas nas palavras de Jesus Cris-to: “Se o grão de trigo, cai à terra e não morrer, fica ele só, mas se morrer, dá muito fruto”; por isso, o sábio vive em permanente alegria porque sabe que veio ao mundo para irmãmente, com to-dos os seus semelhantes, cons-truir mais sabedoria e descobrir a racionalidade do que vive, isto é o que lhe dá alegria, felicida-de, otimismo e que tudo depen-de de cada um. A nossa grande virtude está na alegria que ilu-mina e se torna parte integrante do nosso caminhar. Esta alegria vem do Alto que sabe tolerar e abandonar o fanatismo porque o mundo é um só, como Deus um só e, sem nos envolvermos em doutrinas estranhas, apenas nos resta um coração cheio de graça que sabe discernir e con-viver em harmonia.

Cumprir o seu dever é o único direito que lhe cabe e, da expe-riência, vejo que alguns dos que mais lutam pelos seus direitos, são os que menos cumprem os

seus deveres. As obras boas de cada um de nós são as que po-dem falar por si e converter al-guém ao cumprimento do dever.

A nossa confiança nos outros deve revelar que desejaríamos que eles tivessem a mesma re-lação connosco.

Cantar é sinal de alegria. S. Paulo recomenda aos Efésios fi-cai cheios do Espírito Santo, fa-lando de vós mesmos em hinos e cânticos, cantando e louvando o Senhor. A arte pode parecer uma mentira, mas sempre reve-la uma verdade. Pintar a morte parece dramático, mas afinal revela uma dor de menores ma-les, para alguns artistas é con-siderada como um dos maiores bens, pois sendo este modo ter-reno uma prisão, onde o espírito está aprisionado ao corpo físico, não há prisioneiro que não de-seje a sua libertação.

Para melhor entendimento pe-guemos na Bíblia e abrir no livro Eclesiastes, ele dá-nos outro sentido. Cícero dizia que somos hóspedes neste mundo e quan-do morremos não saímos da nossa casa, mas da hospedaria.

A morte é a verdadeira e gran-de chave da nossa felicidade. Somos um incessante nascer e morrer em cada dia, hora e mo-mento. S. Escrivã de Balaguer como S. Francisco de Assis cha-mam-lhe a irmã morte. Seja por-tanto, bem vinda quando Deus quiser.

Não tenhas medo que o pai Amor, não castiga, é tolerante e espera, não lhe fujas, aproxima-te e a felicidade estará contigo para sempre. AC

Igreja da Sagrada Família

Page 4: Uma vida feliz só vale quando é feita de Gratidão fileParóquia de N.ª S.ª de Fátima Viana do Castelo ... E agradeci a noite a Deus… Continuei a rezar, como de ... ração

Ano XXVINº 299/300

Março/Abril 2018

PARÓQUIA NOVA Março / Abril 2018 Página 4

TIRAGEM: 1 000 exemplares

Editor - Fábrica Igreja Paróquia de Nª Srª FátimaRua da Bandeira s/n4900-528 Viana do CasteloCont. nº 501171762

PROPRIEDADE E EDITOR:Fábrica da Igreja Paroquialde N.ª Sr.ª de FátimaRua da Bandeira, 635Apartado 5054900-528 Viana do CasteloTel. 258 823 029 - 258 824 722

REDACÇÃO:Salvador Peixoto, Teresa Maciel,Artur Belo e Ilda Carvalho.

DIRECTOR :Artur Coutinho

ASSINATURA: 7,50 € (Amigo)PREÇO AVULSO: 0,70 €

IMPRESSÃO:Gráfica Casa dos Rapazes e Oficinas de S. JoséRua de Stº António s/n4900-492 Viana do Castelo

PARÓQUIA NOVA

C. ADMINISTRATIVO:Albino Ramalho, Armando Sobreiro, José Carlos Loureiro, José Cambão, Laura Pereira da Silva, José Manuel Sá.

Agência Ecclesia

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O Professor Pe. Joaquim Pereira Sequeiros

O padre Joaquim Sequei-ros nasceu a 28 de Abril de 1939, em Miranda, Arcos de Valdevez, e foi orde-nado Presbítero no dia 10 de julho de 1966, na igreja matriz de Viana do Caste-lo, por D. Francisco Maria da Silva.

Após a ordenação, este-ve ao serviço do Colégio do Minho, sendo também Vigário Cooperador de Monserrate. Depois, pas-sou a dedicar-se ao ensi-no de matérias civis como latim, português, grego e geografia. Em 1992, veio com o Padre Dantas de Brito viver com o Padre Coutinho na residência pa-roquial de Nª. Sª de Fátima, onde colaborava nas pre-parações para o baptismo e outras acções pastorais como a colaboração na ca-deia para onde depois foi nomeado director da Pas-toral Presidiária. Celebra-va na igreja da Paróquia, à semana. Em 2002, foi nomeado também director do Secretariado Diocesano da Pastoral da Mobilidade Humana. Em 2007, foi no-meado Defensor do Víncu-lo do Tribunal Eclesiástico de Viana do Castelo por três anos, cargos que sem-pre exerceu com compe-tência e zelo pastoral por-que sempre o que assumia cumpria com o coração.

Em 2016, a seu pedido, foi dispensado dos ofícios de director da Pastoral Presidiária e de director da Pastoral da Mobilidade

Humana. O Pe. Joaquim Sequeiros foi uns anos de-pois de estar na Paróquia de Nª Sª de Fátima residir em casa própria adquirida por ele e pelo Padre Dan-tas de Brito, continuando a colaborar nesta Paróquia e também na paróquia da Meadela e aí celebrou muitos anos na Igreja Pa-roquial e nas capelas de

Nossa Senhora da Ajuda e de S. Vicente.

Entretanto o Padre Dan-tas de Brito foi operado ao coração, em Gaia, e deixou de residir na Meadela, pelo que o Padre Sequeiros ad-quiriu a parte da casa ao Padre Dantas de Brito e ali permaneceu até ir em 2008 para a Casa Sacerdotal. Também ele foi operado ao coração, em Coimbra, onde um colega o levou. Acabou por não morrer do coração, mas de câncer contra o qual lutou com veemência durante alguns anos, mas acabou por su-

Isento de Registo ao abrigo do artigo regulamentar 8/99 de 9/06, alínea a) do nº 1, artº 12

cumbir este ano, no dia 6 de Fevereiro, presidindo às exéquias D. Anacleto Oli-veira, no dia 7 de Feverei-ro, às 15.30h, em Miranda, Arcos de Valdevez.

Lecionou no Colégio do Minho, em Valença, em Monserrate e no Liceu e passou para além da data a que tinha direito à re-forma, mesmo já doente. Passaram-lhe, por isso, milhares de alunos que, naturalmente, terão fica-do marcados não só pela competência, mas também pela sua personalidade e carácter, frontalidade, re-soluto, sentido de justiça e um grande amigo dos po-bres.

O seu alibi era passear e sempre acompanhado da sua máquina para regis-to do que lhe interessava, assim percorreu o mundo em grupos da Paróquia de Nª Sª de Fátima ou acom-panhado por pessoas ami-gas. Eu o acompanhei vá-rias vezes. Era tal o seu gosto em viajar que em 2015, bastante fragilizado foi por sua iniciativa sozi-nho ao México, última via-gem e, para a qual, não arranjou companhia, a não ser a assistência personali-zada nos aeroportos.

Agora, as suas viagens, as suas amizades, os seus colegas e alunos são as flores que darão o aroma que nos chega de uma vida eterna, junto de Deus para nos entusiasmar a se-guir em frente.

Paróquia Nova é uma pu-blicação mensal, propriedade da Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Fátima e, desde 1993, mantém sem-pre o mesmo estatuto. Está ao serviço da comunidade e aberto a toda a região, con-celhia, distrital, nacional e internacional, empenhado na promoção da solidariedade cristã.

Deste modo, destina-se a facultar aos seus leitores, informação, opinião e forma-ção.

Na sua perspetiva estão os acontecimentos que, pela sua especificidade, no espa-ço dois meses, não sejam

ultrapassados pelos outros media. Damos prioridade, no entanto, aos factos e aconte-cimentos que estejam dire-tamente relacionados com a Comunidade e toda a cidade de Viana, antecipando muitas vezes acontecimentos, divul-gando temáticas, por vezes, debate de ideias ou valores evangélicos próprios do hu-manismo cristão e na luta pela defesa dos Direitos do Homem.

Temos consciência da nossa implantação e, com-prometemo-nos a assegurar o respeito pelos princípios deontológicos da imprensa, bem como pela ética profis-

Milagre?...Não!... mas uma graça

Alexandrina de BalazarConheci a Alexandrina na

minha infância. Os meus pais resolveram ir lá porque a minha irmã tinha as pernas arqueadas e andava com as plantas dos pés voltadas para dentro, pou-sando o corpo na parte exterior lateral da planta. Ao chegar lá, vi tanta gente que levou tempo a romper e ir até ao pé dela. Lem-bro-me que falava de Jesus. Es-tive sentado na cama dela.

A Alexandrina perguntou à minha mãe o que queria. Muito naturalmente disse que que-ria ver a filha com as pernas direitas, ao que a Alexandrina respondeu: “reze a Deus que eu vou também rezar”. Viemos embora e no dia seguinte a mi-nha irmã andava normalmente como hoje.

Aconteceu que em 1970, em extensão de Legião de Ma-ria na Região de Abrantes e Castelo Branco, encontrei um jovem enfermeiro “Dominique” com uma espiritualidade que me impressionava, a mim, Le-gionário de Maria e Seminarista a frequentar teologia.

Em 1971 recebo deste jo-vem, com quem me fiquei a cor-responder, um convite para fre-quentar um Curso Dominique, o primeiro na Arquidiocese, e no Minho, em Balazar. Fui fazer esse curso. Não me seduziu o método, mas, o entusiasmo da

juventude que me acompanha-va gerou em mim uma certa vontade de continuar e ver a obra crescer, trazendo-a depois para Viana.

Em setembro, depois do Cur-so Dominique em Balazar, terra da Alexandrina, sou nomeado, como diácono, ao serviço da Paróquia de Balazar, onde esti-ve até Fevereiro de 1972.

Aí fiz trabalho com os doen-tes e ajudei o pároco naquilo que podia. Ao mesmo tempo reali-zavam-se cursos “Dominiques” (Cursos de Orientação para a Vida), aos quais eu assistia e cada vez me impressionava mais a fé, o sacrifício, o entusiasmo, quase o êxtase de tanta juventu-de masculina e feminina à volta do mistério do Santíssimo.

Alguns pareciam ter mais fé do que eu. Mal sabia eu que, tendo conhecido a Alexandrina na infância, sabendo da sua morte, iria parar lá para um “Curso de Orientação para a Vida”, já diácono, voltando de-pois para trabalhar e conviver com a irmã da Alexandrina, a Deolinda, e poder contemplar a sua casa, o seu quarto, o seu sepulcro na igreja, a capela no cemitério e os peregrinos que de todo o lado chegavam pela semana, mas, sobretudo, ao sábado e ao domingo.

Quem era a Alexandrina?Uma menina como outra

qualquer e que aos 14 anos sal-tou duma janela, de uma altura de 4 metros (?) para fugir a ser molestada por um homem, pro-vocando-lhe uma mielite que lhe causava, por vezes, grandes dores. Deixou de comer e o seu alimento era só a eucaristia. O seu médico, Dr. Dias Azevedo, a partir de certa altura, só para as dores lhe receitava, e ficava crente na Alexandrina, enquanto outros, descrentes, chamavam-lhe falsa, impostora. Alexandrina ouvia calúnias vindas de todos os lados, mesmo do lado de clé-rigos e cristãos e da imprensa, causando-lhe um “Pré-câmbri-co”, castigado ainda pela hierar-quia da Igreja que a impediu de ouvir conselheiros espirituais.

Mas a verdade provou-se numa Casa de Saúde da Foz do Douro, onde ela esteve 40 dias sob vigilância total, diurna e no-turna, por vigias ateias, tendo o médico responsável, neurolo-gista, chegado à conclusão que se encontrava perante um fenó-meno que contrariava todas as leis da medicina científica, não podendo acreditar em milagre por ser ateu. Assim viveu dez anos sem comer e com anúria.

Isto levou muita gente a crer nesta mulher que, na simplici-dade, na humildade e na intimi-dade com Jesus na Eucaristia que era alimento suficiente du-rante tantos anos, poderia con-cluir-se como alguém dizia “a personalidade está para o ser humano como o perfume está para a flor, e esta deixa de ter aroma quando perde cor”.

Morreu com fama de santida-de e só, há 14 anos, se reuniram condições para que o Papa a beatificasse em 25 de Abril.

PC

sional dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores, de modo a não prosseguir apenas fins comerciais, não encobrindo ou deturpando a informação.

Somos membros da Asso-ciação da Imprensa de Inspi-ração Cristã.

Esta tu to Ed i tor ia l

recebeu a delegação de em-presários da Roménia para um encontro com empresas do distrito e apresentou o Alto Minho como um território de grande potencial futuro. José Maria Costa abriu o en-contro, que aconteceu esta quinta-feira, assegurando

que o distrito vianense tem fortes potencialidades a nível cultural, empresarial e eco-nómico.

Esta é mais uma iniciativa da CIM Alto Minho, que des-ta forma pretende promover a aproximação dos empre-sários do Alto Minho aos

mercados internacionais, dando a conhecer as em-presas e as vantagens com-petitivas do território, estes encontros revestem-se de importância por serem po-tenciadores da internacio-nalização.

(Continuação da primeira página)

Roménia e o Alto Minho

Igreja da Sagrada Família

As obras estão em cursoEntregue na Paróquia ou directamente NIB 003507510000630373043 ou IBANPT 50003507510000630373043 CGDIPTPL