UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim,...

114
UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS COMPETITIVOS DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO APLICADOS A UMA EMPRESA DE TRANSPORTE DA CIDADE DE SÃO PAULO TATIANA GOMES LIMA São Paulo 2003

Transcript of UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim,...

Page 1: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO

UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS COMPETITIVOS DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO APLICADOS A UMA EMPRESA DE TRANSPORTE

DA CIDADE DE SÃO PAULO

TATIANA GOMES LIMA

São Paulo 2003

Page 2: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

ii

UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO

UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS COMPETITIVOS DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO APLICADOS A UMA EMPRESA DE TRANSPORTE

DA CIDADE DE SÃO PAULO

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Administração de Empresas da Uni-FIAM FAAM, como requisito parcial para obtenção do titulo de bacharel em Administração de Empresas.

ORIENTADOR: Prof. Luiz Cláudio Gonçalves

São Paulo 2003

Page 3: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

iii

Uni FIAM FAAM – Centro Universitário Faculdade de Administração

Avaliação de Banca Examinadora

Título: Uma Análise dos Aspectos Competitivos da Logística de Distribuição Aplicados a uma Empresa de Transporte da Cidade de São Paulo Professor Orientador: Luiz Cláudio Gonçalves Estagiário: Tatiana Gomes Lima Empresa concedente: Jesus Silva Cargas Itens de Avaliação: Item Critérios Peso Nota

Parcial Nota Final

01 Desenvolvimento e Fundamentação Teórica 0,15 02 Condução Prática e Coerência Teórica 0,15 03 Complexidade do Trabalho 0,10 04 Característica Reflexiva do Trabalho 0,10 05 Estrutura Formal e Bibliografia 0,10 06 Coerência do Trabalho 0,20 07 Apresentação Oral do Trabalho 0,10 08 Desempenho na Argüição 0,10

Média (Σ dos Itens de Nota Final)

Observações: Banca Examinadora: Data:

Page 4: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

iv

FOLHA DE APROVAÇÃO

UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS COMPETITIVOS DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO APLICADOS A UMA EMPRESA DE TRANSPORTE

DA CIDADE DE SÃO PAULO

São Paulo, ___ de Outubro de 2003

_______________________________________

LUIZ CLÁUDIO GONÇALVES

_______________________________________

Nome:

_______________________________________

Nome:

UNI FIAM FAAM – CENTRO UNIVERSITÁRIO São Paulo

2003

Page 5: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

v

Dedico este trabalho, primeiramente, aos

meus pais que sempre me incentivarão, além

do apoio e carinho nestes anos todos para

enfrentar a vida.

Ao meu orientador Luiz Cláudio Gonçalves

por ter me incentivado e orientado no

desenvolvimento dos meus trabalhos e pelos

conhecimentos que adquiri.

Page 6: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

vi

Agradeço a Papai do Céu pela força,

resistência e persistência para alcançar os

meus objetivos, pois sempre me acompanha

e abençoa em todos os momentos de minha

vida.

Aos meus amigos e ao meu primo Danilo pela

compreensão e paciência.

Page 7: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

vii

“Cada um de nós tem um objetivo na vida, um

desejo que pretende realizar. Os sonhos

mudam, mas todos nós temos a mesma

vontade de atingir nossas metas.”

David Niven

Page 8: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

viii

RESUMO

A economia mundial cada vez mais integrada está forçando as empresas a

desenvolverem planejamentos estratégicos e critérios de maximização dos recursos

investidos na produção, estoques e transporte de produtos. A falta de coordenação

de qualquer um dos três princípios básicos citados acima, certamente irá perturbar o

equilíbrio de forças que representa a otimização e eficiência de todo o processo.

Esse trabalho tem como proposta, sugerir um plano de reestruturação para a

cadeia logística da empresa Jesus Silva Cargas, focado em sua distribuição o qual

possa gerar um instrumento que contribua para a sustentação da competitividade da

empresa.

Palavras-chave: Planejamento estratégico, reestruturação e vantagem competitiva

no mercado.

ABSTRACT

The world economy is becoming more and more integrated, which is pushing

companies o develop strategical plans to improve the use of resources invested in

production, stocks and transportation of products. The lack of good management in

any of basic principles above mentioned, for sure would disturb the balance among

the forces that represent all the process.

The proposal of this project is suggesting a new structure for the logistics net of the

company “ Jesus Silva Cargas”, focused on its distribution, so that it could become a

tool to support the company and make I more competitive.

Key-word: Strategical plans, new structure and competitive advantage in the market.

Page 9: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

ix

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................13

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA.......................................................................16

1.2 METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................18

1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................18

1.2.2 Objetivos Específicos .....................................................................19

1.2.3 Procedimentos Metodológicos........................................................19

1.2.3.1 Tipo e Método de Pesquisa...............................................19

1.2.3.2 Instrumento de Coletas de Dados.....................................22

1.2.3.3 Tratamentos de Dados......................................................24

2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.................................................................27

2.1 FUNDAÇÃO ..............................................................................................27

2.2 A EMPRESA .............................................................................................27

2.2.1 Quadro de Funcionário...................................................................29

2.2.2 Patrimônio ......................................................................................29

2.2.3 Áreas Atendidas .............................................................................30

2.2.4 Missão ............................................................................................31

2.2.5 Nossos Valores ..............................................................................31

2.2.6 Organograma .................................................................................32

2.3 SISTEMAS E TECNOLOGIAS..................................................................33

2.3.1 Rastreamento Via Satélite..............................................................34

2.3.2 Sistema Trucking............................................................................34

2.3.3 Sistema de Gerenciamento de Frotas ............................................34

2.3.4 Sistema de Cobrança de Pedágios CGMP “Sem Parar” ...............35

2.4 CONCORRENTES....................................................................................35

3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA......................................................................37

4. EMBASAMENTO TEÓRICO .............................................................................41

4.1 A COMPETITIVIDADE DA CADEIA LOGÍSTICA......................................41

4.2 SELEÇÃO DAS VIAS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA ........................46

4.2.1 Seleção do Tipo de Distribuição .....................................................46

4.2.2 Formulação de estratégias de vias de distribuição.........................47

Page 10: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

x

4.3 ESTRATÉGIA DE POSICIONAMENTO LOGÍSTICO: CONCEITOS,

IMPLICAÇÕES E ANÁLISE DA REALIDADE BRASILEIRA .....................51

4.4 GESTÃO ESTRATÉGICA DO TRANSPORTE .........................................55

4.4.1 Escolha de Modais .........................................................................56

4.4.2 Seleção e negociação com transportadores...................................64

4.5 TRANSPORTE DE CARGA NO BRASIL – AMEAÇAS E

OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS ................68

4.5.1 Características da Operação ..........................................................70

4.5.2 Percentual do Faturamento Gasto com Transporte de Produto

Acabado ....................................................................................................71

4.5.3 Valor do Frete (R$/Kg)....................................................................71

4.6 PONTOS BÁSICOS ..................................................................................72

4.6.1 Componentes do Sistema Logístico ...............................................74

4.6.2 Planejamento Logístico ..................................................................76

4.7 NOMES DE MERCADOS, SERVIÇOS E PRODUTOS ............................79

5. PROPOSTA DE SOLUÇÃO............................................................................103

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................108

7. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................111

8. ANEXO............................................................................................................113

Page 11: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Vantagens e Desvantagens da frota própria ......................................... 39

Tabela 2 - Vantagens e Desvantagens da frota terceirizada................................... 40

Tabela 3 - Preços relativos dos diferentes modais ( em US$ por 1000 Ton-

quilometros ............................................................................................................... 57

Tabela 4 - Matriz de Transporte de Cargas: Brasil versus EUA .............................. 50

Tabela 5 - Lista de preços de frete Norte/Nordeste e São Paulo .......................... 106

Page 12: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma Jesus Silva Cargas ......................................................... 32

Figura 2 - Cadeia logística de distribuição Jesus Silva Cargas .............................. 38

Figura 3 - Comparação dos Modais em termos das dimensões de serviço ........... 59

Figura 4 - Fragmentação do Setor – Distribuição dos caminhões .......................... 69

Figura 5 – Percentual do faturamento gasto com transporte – Produto acabado .. 71

Figura 6 – Indicador do valor do frete ..................................................................... 72

Page 13: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

13

1. INTRODUÇÃO

A globalização vem causando mudanças para as empresas de transportes do

mundo todo, impulsionando esse segmento a se tornar mais competitivo. Esse

fenômeno esta crescendo de tal maneira que muitas empresas estão sujeitas a não

conseguirem sobreviver em um mercado altamente dinâmico e exigente. Na visão de

Porter (1986: pg 01) “a competitividade se tornou uma das preocupações centrais

do governo e da indústria de todos os países”.

Desse modo, a busca por vantagens competitivas no segmento de transportes

não pode exclusivamente, depender da excelência no transporte de cargas, como

até então estavam sendo desenvolvidas as estratégias dessas empresas.

A concorrência globalizada, segundo Hitt e Ireland e Hoskisson (2002) impôs

padrões de desempenho mais rigorosos em diversas dimensões, como, qualidade,

custos, produtividade e prazo de entrega mais eficiente. Além disso, esses padrões

não são estáticos, impondo a uma melhoria contínua das empresas e seus

colaboradores. O nível ótimo de competitividade só poderá ser alcançado apenas

por empresas que atenderem e ultrapassarem esses padrões.

Desenvolver uma estrutura para a cadeia logística com maior capacidade de

reação às exigências do mercado, exige um enfoque através de ações controladas,

coordenadas, integradas, cooperadas, inovadoras e eficientes do conjunto de

processos que constituem uma cadeia de valor, tendo como foco o atendimento da

demanda em seus reais desejos.

Portanto, na atualidade as empresas de sucesso são aquelas que tem o foco na

sua cadeia logística e assim, conseguem aumentar a taxa de inovação, lançando

rapidamente produtos e serviços, atendendo a demanda com tempos (lead-time) e

custos menores. Como resultado, tais empresas e suas respectivas cadeias

adquirem uma maior e melhor flexibilidade frente aos novos valores do mercado.

Page 14: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

14

Devido a essas características de alta competitividade, o setor de transportes de

cargas tem sido um dos mais atingidos por esses impactos do mercado. As

empresas desse setor vêm buscando constantemente, através da implantação de

novas abordagens gerenciais, estarem em sintonia com as novas exigências.

Dentro desse contexto, Ohmae (1985) ressalta que o segredo do sucesso

empresarial, por um lado está em conseguir para a empresa um desempenho

superior em relação a concorrência, tendo como suporte alguns fatores básicos de

sucesso, fatores esses, que o autor da presente pesquisa prefere denominar de

“aspectos competitivos”. Por outro lado, o sucesso também reside na certeza que a

estratégia competitiva desenvolvida produza o equilíbrio adequado entre os pontos

fortes da organização e as necessidades de um mercado claramente definido.

Sendo assim, esse trabalho tem como proposta sugerir um plano de

reestruturação para a cadeia logística da empresa Jesus Silva Cargas focado em

sua distribuição o qual possa gerar um instrumento que contribua para a

sustentação da competitividade da empresa.

Com o propósito descrito acima, esse projeto organiza-se em seis capítulos,

conforme abaixo:

1 - INTRODUÇÃO

Nesse capítulo, apresenta-se o problema estudado, aspectos metodológicos da

pesquisa e premissas básicas e secundárias.

2 – CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Este capítulo apresenta a empresa em todos os sentidos, ou seja, fundação,

organograma, visão, valores, patrimônios tangíveis e intangíveis, sistemas e

tecnologias.

Page 15: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

15

3 – DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

O capítulo mostra a estrutura da cadeia logística de distribuição da empresa

Jesus Silva Cargas, onde são relatados seus pontos fracos e fortes.

4 – EMBASAMENTO TEÓRICO

Com base na literatura consultada e entrevistas com especialistas, o capítulo

descreve os fatores de competitividade que influenciam no processo da cadeia

logística de distribuição.

5 – PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Esse capítulo demonstra os resultados obtidos através da análise dos dados

coletados no estudo de caso pesquisado, fornecendo o suporte teórico que permitiu

apresentar as considerações finais. Procura a partir desse quadro, analisar os

processos da cadeia logística da empresa em questão e propor um plano de

reestruturação.

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

São apresentadas as conclusões do trabalho face às premissas definidas para o

estudo e a conceituação das questões embasadas no referencial teórico.

Page 16: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

16

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

Segundo Pozo (2002), até os anos 50, os mercados bastante restritos, estavam

em estado de tranqüilidade, o nível de serviço e a plena satisfação ao cliente não

existia. Filosofia dominante para guiar as organizações e traduzi – las em fator de

vantagem competitiva, também não existiam.

As empresas fragmentavam a administração de atividades, chaves do pleno

nível de serviço. Isso resultava em enorme conflito de objetivos e de

responsabilidade para as atividades logísticas como as entendemos hoje,

acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao

processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

Com relação a aquisição de vantagens competitivas, Porter (1990) ressalta que

essa aquisição, não se dá a partir de um conjunto de atividades e estratégias

independentes, e sim, a partir de um sistema interdependente. Esse autor afirma que

essas atividades e estratégias interdependentes, denominadas de atividades de

valor, estão integradas por meio de elos dentro e fora de uma Cadeia de Valor.

A economia mundial cada vez mais integrada está forçando as empresas a

desenvolverem planejamentos estratégicos e critérios de maximização dos recursos

investidos na produção, estoque e transporte de produtos. A falta de coordenação

de qualquer um dos três princípios básicos citados acima certamente irá perturbar o

equilíbrio de forças que representa a otimização e eficiência de todo o processo.

A distribuição exerce hoje grande influencia no setor da logística, tanto pelo

desenvolvimento do próprio setor, como também o número de pessoas que

emprega direta ou indiretamente e seu faturamento, criando assim um laço de

relacionamentos com atores econômicos do mundo todo.

As empresas mais rápidas em captar e agir a partir desses sinais, tendem a ter

uma grande vantagem competitiva em relação a seus concorrentes, que somente

Page 17: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

17

reagem quando as mudanças no mercado se tornam perceptíveis na forma de novos

comportamentos de consumo. As empresas que perceberam essas mudanças,

tornam-se a cada dia mais competitivas, buscando através de inovações em seus

processos, estarem sempre à frente do seu tempo.

Sendo assim, o estudo da viabilização dos processos de distribuição, possibilita

a redução de custos e melhor alocação dos recursos junto ao departamento de

Logística de distribuição da empresa, tendo como conseqüência, satisfação dos

clientes e vantagens competitivas.

Page 18: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

18

1.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo Geral

O trabalho apresentado tem como objetivo sugerir um plano de reestruturação

para a cadeia logística da empresa estudada, tendo o seu processo de distribuição,

como principal foco.

Cabe salientar que, o gerenciamento logístico promove a otimização da

produção e distribuição do produto final, gerando redução de custos sem perda na

qualidade. Para tal, deve-se elaborar um Planejamento Logístico que tem início

através do estudo apresentado buscando dessa forma, expor necessidades, falhas e

qualidades, posteriormente apresentando melhoramentos e soluções.

Com o propósito de validar a contribuição do plano de reestruturação logística,

foi desenvolvido e apresentado um estudo de caso envolvendo a Transportadora

Jesus Silva Cargas, pretendendo – se assim, mostrar que independente de sua

localização e ambiente de mercado, é importante dentro de um processo logístico

reconhecer as atividades que ocorrem entre os pontos da produção,

armazenamento e distribuição.

Portanto, tendo como base os conhecimentos obtidos na pesquisa bibliográfica

realizada e na opinião dos especialistas consultados, considera-se que o referido

plano de reestruturação seja apenas uma condição necessária, porém, não

suficiente para a sustentação da competitividade de uma empresa no ramo de

transporte de cargas. Há nesse sentido, um grande potencial para pesquisas

complementares, que ampliem o conhecimento a respeito do cenário competitivo

desse segmento .

Caber salientar que o estudo de caso envolvendo a transportadora, não tem a

intenção de formar um quadro geral de resultados. Na realidade, o que se espera

com a presente pesquisa é que a mesma, junto a outras pesquisas, possa servir

Page 19: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

19

como um ponto inicial, que possibilite o entendimento do dinâmico cenário

competitivo das empresas de transportes.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desse projeto têm como interesse, sugerir aspectos que

possibilitam melhoria da estrutura logística da empresa estudada.

O objetivo específico da pesquisa aqui proposta procura:

• Buscar uma otimização dos custos operacionais envolvidos do processo

logístico.

• Buscar uma otimização dos custos administrativos envolvidos no processo

logístico.

• Identificar os pontos fortes e Fracos de se ter frota própria do processo

logístico da empresa.

• Identificar as Oportunidades e Ameaças da terceirização do processo

logístico da empresa.

• Avaliar quais são os custos de manutenção do processo logístico da

empresa.

1.2.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1.2.3.1 Tipo e Método de Pesquisa

Page 20: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

20

O desenvolvimento do projeto está direcionado em uma pesquisa exploratória,

tendo o respaldo de um método de Estudo de Caso. A procedência do fato se dá

em função das características dos objetivos a serem evidenciados no estudo. Além

disso, mesmo dentro do segmento de transportes, a empresa em questão é de

pequeno porte, reduzindo-se assim, a possibilidade para a ampliação da pesquisa .

Para um melhor entendimento dos motivos que levaram a escolha pelo tipo de

pesquisa Exploratória e do método de Estudo de Caso, cabem alguns

esclarecimentos a respeito desses temas.

Segundo Gil (1991 ; 1994), as pesquisas exploratórias têm como principal

finalidade desenvolver e modificar conceitos e idéias, com vistas à formulação

posterior de problemas mais precisos. Assim, pode-se dizer que esta pesquisa tem o

propósito da descoberta e o aprimoramento das idéias. Habitualmente envolvem

Estudos de Caso através da utilização de levantamento documental e entrevistas

não estruturadas. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta

de dados não são costumeiramente aplicados nessas pesquisas.

Para Cervo e Bervian (1996) a pesquisa exploratória é o passo inicial no

processo de pesquisa pela experiência e auxilio que trazem na formulação de

hipóteses significativas para posteriores trabalhos. Esses autores ressaltam ainda

que, tal tipo de estudo possibilita uma familiarização com os fenômenos ou a

obtenção de novas percepções para o mesmo, favorecendo a geração de novas

idéias.

Diante das afirmações acima, Selltiz et. al. (1988) afirmam que além dos

objetivos já descritos, um estudo exploratório pode servir para: aumentar o

conhecimento do pesquisador acerca do fenômeno que se deseja investigar

detalhadamente em estudo posterior; o esclarecimento de conceitos; o

estabelecimento de prioridades para futuras pesquisas, a apresentação de um

levantamento de problemas considerados urgentes por pessoas que trabalham em

determinado campo de relações sociais.

Page 21: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

21

Conforme mencionado por Gil (op. cit.) uma pesquisa exploratória, habitualmente

envolve a execução de Estudos de Caso para o entendimento em profundidade de

alguns fenômenos, sustentando assim, estudos posteriores. Portanto, é importante

a apresentação dos fundamentos desse método.

Nesse sentido, segundo Yin (2001, pg 32):

“O Estudo de Caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a

fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde

múltiplas fontes de evidencias são utilizadas”.

Ainda para Yin (op. cit.) a preferência pelo uso do Estudo de Caso deve ser dada

quando do estudo de eventos contemporâneos, em situações onde os

comportamentos relevantes não podem ser manipulados, mas onde é possível se

fazer observações diretas e entrevistas sistemáticas.

Colaborando com a escolha desse método de pesquisa, (GODOY, 1995;

DONAIRE, 1997; BRESSAN, 2001; YIN, 2001) afirmam que o Estudo de Caso tem

sido considerado uma estratégia preferida pelos pesquisadores quando os mesmos

procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem,

quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o

foco de interesse é sobre fenômenos atuais que só poderão ser analisados dentro

de algum contento de vida real. Devemos utilizar esse método de pesquisa quando a

mesma estiver na fase inicial de uma investigação qualquer, onde desejamos

ampliar o nosso conhecimento a respeito de determinado assunto. Para que o

método possa ser considerado adequado, alguns fatores devem estar presentes,

como:

As situações analisadas são contemporâneas, abrangentes e complexas;

Page 22: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

22

O corpo teórico disponível é insuficiente para estabelecer relações de causa

e efeito;

O foco maior do estudo está na compreensão dos fatos e não em sua

mensuração;

A possibilidade de utilizar várias fontes para evidenciar os fatos é uma

necessidade metodológica;

Não se possui, o controle sobre os eventos e comportamentos dos fatos e

das pessoas envolvidas na pesquisa.

Na visão de (MATTAR, 1993; DONAIRE, op. cit.) o Estudo de Caso é uma forma

de aprofundar o conhecimento relacionado a problemas não suficientemente

definidos, podendo envolver exames de registros existentes, observações de

acontecimentos, entrevistas, etc. Uma das principais particularidades desse método

é que, devido aos objetivos serem geralmente restritos, os dados podem ser obtidos

a um nível de detalhes tão grande que permitem formular interpretações minuciosas

com relação aos aspectos do caso em estudo.

Após a apresentação dos motivos que levaram a escolha do tipo de pesquisa e

do método a ser utilizado, reforça-se que a pesquisa tem a intenção de ser um apoio

teórico inicial que sustente pesquisas posteriores, visando a análise do processo de

cadeias logísticas.

1.2.3.2 Instrumento de Coletas de Dados

Para Yin (op. cit.), com relação aos instrumentos de coleta de dados, o maior

número possível de fontes de evidência devem ser utilizadas visando dar

embasamento a um Estudo de Caso. Sendo assim, adota-se nessa pesquisa os

Page 23: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

23

seguintes instrumentos de coletada de dados: documentação, entrevistas e

observação direta.

a) Documentação - exceto para os estudos que investigam sociedades que não

dominavam a arte da escrita, é provável que as informações documentais sejam

relevantes a todos os tipos de Estudo de Caso. Sendo assim, esse tipo de fonte

de evidência pode assumir muitas formas e deve ser objeto de planos explícitos

da coleta de dados. Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2000) consideram como

documento qualquer registro escrito que possa ser usado como fonte de

informação. Portanto, a pesquisa irá se valer da análise documental para apoiar o

embasamento e constatação das modificações ocorridas no comportamento da

empresa, principalmente no tocante aos seus processos operacionais e

gerenciais. Tais documentos serão, atas de reuniões e treinamentos, manuais,

estudos ou avaliações referentes a alterações e melhorias operacionais e

estratégicas, recortes de jornais e outros artigos publicados na mídia em geral.

b) Entrevistas - Para Yin (op. cit.) uma das mais importantes fontes de informações

para um estudo de caso são as entrevistas.

Devido a complexidade do processo de coleta de dados (agendamento das

entrevistas e disponibilidade de tempo dos entrevistados), o tipo de entrevista

utilizada nesse trabalho foi a “Focal”, por se concluir ser o tipo mais adequado

aos objetivos do estudo. Assim, escolha desse tipo de entrevista foi

impulsionada pelo fato que essa entrevista é o tipo que assume um caráter

espontâneo e informal, no qual o respondente é entrevistado por um curto

período de tempo, seguindo o conjunto de perguntas originárias do protocolo de

estudo. O principal propósito desse tipo de entrevista é corroborar os fatos

específicos que se acredita terem sido estabelecidos e não indagar sobre outros

de natureza mais ampla.

O processo de entrevistas foi conduzido através de um roteiro semi-

estruturado sendo realizadas com os principais executivos da empresa

Page 24: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

24

estudada, o qual é responsável por áreas que desenvolvem atividades

relevantes ao foco do estudo. Salienta-se que as entrevistas foram conduzidas

pelo próprio pesquisador, para que não houvesse equívocos e dúvidas a

respeito das evidencias a serem alcançadas. Cabe também frisar, conforme

sugere Yin (op. cit), que em todas as entrevistas houve uma preocupação em

explicitar os objetivos envolvidos na mesma e a importância da veracidade e

fidedignidade das respostas, tentando-se assim, evitar os possíveis vieses a

qual uma entrevista está sujeita.

c) Observação direta – Para Yin (op.cit.) ao se realizar a visita de campo ao local

escolhido para o estudo de caso, está se criando uma oportunidade de fazer

observações diretas. Assumindo-se que os fenômenos de interesse não sejam

puramente de caráter histórico, encontrar-se-ão disponíveis para observação

alguns comportamentos ou condições do ambiente que são relevantes, servindo

como fonte de evidências para o estudo de caso. Incluem-se aqui, observações

de reuniões, das atividades operacionais, das condições do ambiente. Nesse

sentido, a observação direta é um instrumento de sustentação que tende a

permitir a constatação das influências geradas pelos aspectos competitivos e

suas respectivas abordagens teóricas .

1.2.3.3 Tratamentos de Dados

Após a apresentação dos procedimentos para a coleta dos dados utilizados na

pesquisa, é conveniente o esclarecimento a respeito do processo de processamento

e análise dos mesmos.

Para Yin (op. cit.) uma das maneiras sugeridas para análise dos dados em

Estudos de Casos é a utilização cautelosa de uma estratégia analítica geral que

deve ser manipulada para dispor as evidências em alguma ordem antes de se

realizar a análise de fato, evitando-se assim resultados tendenciosos. O papel da

estratégia analítica geral é ajudar o pesquisador a tratar as evidências de uma forma

justa, produzir conclusões irrefutáveis e eliminar interpretações alternativas.

Page 25: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

25

Conforme Yin (op. cit.) uma das mais preferidas estratégias analíticas gerais que

possibilitam analisar as evidências de um Estudo de Caso é a abordagem que se

baseia em uma proposição ou premissa teórica primária. Assim, os objetivos do

estudo devem se basear nessa proposição inicial, que por sua vez, deve influenciar

o conjunto de questões da pesquisa, o plano de coleta de dados, as revisões da

literatura e as novas interpretações que possam surgir.

Como segundo passo no procedimento de análise das evidências, após o uso de

uma proposição teórica inicial, Yin (op. cit.) sugere que seja utilizada a técnica

analítica específica. Dentre essas, o autor salienta que a técnica denominada

“adequação ao padrão - variáveis dependentes não-equivalentes” é uma das mais

desejadas, já que compara um padrão fundamentalmente empírico com outro de

base prognostica. Cabe salientar, que de acordo com a técnica de variáveis não-

equivalentes, um experimento pode possuir inúmeras variáveis dependentes, ou

seja, uma variedade de resultados previstos. Se os valores inicialmente previstos

para cada resultado forem encontrados ou até nem mesmo forem encontrados

padrões alternativos, pode-se assim, serem feitas fortes inferências causais.

Para o entendimento da técnica acima, recorre-se a Lakatos e Marconi (1991)

que conceituam variáveis independentes como: “aquelas que influenciam,

determinam ou afetam uma outra variável, sendo o fator determinante na tentativa

de assegurar uma relação com o fenômeno observado”. Sob a ótica desses mesmos

autores, também se pode conceituar uma variável dependente, como sendo:

“aqueles fenômenos a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem

influenciados, determinados ou afetados pela variável independente”.

O autor da presente pesquisa entende que para proporcionar uma melhor

compreensão da aplicação da técnica de análise das evidências sugerida por Yin

(op. cit), a variável dependente necessita ser denominada de “premissa básica”, e

as variáveis independentes denominadas de “premissas secundárias”.

Page 26: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

26

Portanto, tendo como base a revisão da bibliografia, os levantamentos efetuados

em bibliotecas e as consultas a importantes pesquisadores do tema, a pesquisa

apresenta os seguintes instrumentos para análise de evidências.

A) PREMISSA BÁSICA

No presente trabalho, a variável dependente a ser considerada como premissa

básica a ser evidenciada é:

Dentre os inúmeros fatores de influência existentes no cenário globalizado, há

uma forte tendência que as empresas de transportes estejam melhorando seus

níveis de competitividade, sustentada nos processo de distribuição e

armazenamento.

B) PREMISSAS SECUNDÁRIAS

b.1) o processo de terceirização influencia consideravelmente na questão de

otimização dos custos operacionais.

b.2) Uma cadeia logística para ser competitiva, necessita que a empresa invista

na distribuição e armazenamento como estratégia para a criação de diferenciais .

b.3) Rever a estrutura da empresa implica na demissão ou contratação de

funcionários.

b.4) Uma empresa de transportes competitiva, deve identificar na sua

distribuição, vantagens e desvantagens da frota própria e da frota terceirizada.

b.5) Questionar ameaças e oportunidades para a cadeia logística, pode trazer

benefícios inexoráveis.

Page 27: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

27

2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

2.1 FUNDAÇÃO

1994. Começava na cidade de São Paulo uma história carregada de talento,

determinação e empreendedorismo. O Sr Jesus Silva dava a partida para a trajetória

da Jesus Silva Cargas, com suas três peruas Kombi, se demonstrava disposto a

andar e crescer com o país, aproximando produtores e consumidores.

Mais adiante, em 1996, já detentor de uma pequena frota de caminhões, fez

sociedade com seu único filho recém formado no curso superior de administração de

empresas e atuando no exercício da profissão.

A Transportadora, criada há 9 anos, está sempre em busca de novos caminhos,

acreditando que é possível avançar e crescer, desde que apoiada em valores

sólidos como o respeito ao ser humano, o cuidado com os equipamentos e o

incansável trabalho honesto.

Voltada para a exploração de atividades e serviços na área de transportes

rodoviários de cargas em geral;

Paletização;

Carga e Descarga de mercadorias em containers;

Prestação de serviços para todo Brasil.

2.2 A EMPRESA

Page 28: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

28

Primeiro éramos pessoas e idéias. A este binômio acrescentamos coragem,

competência e uma vontade sem-fim de acertar. Hoje, somos a Jesus Silva Cargas

empresa fruto de uma longa experiência de seus sócios proprietários, e que tem

como objetivo satisfazer todos que nela trabalham e com ela trabalham.

A Jesus Silva Cargas ocupa na cidade de São Paulo uma extensão de área

territorial com aproximadamente 7.500 Mt2 dividida em dois depósitos situados na

Zona Norte e Zona Leste; além de seu escritório localizado no bairro de Santana.

O Transporte de cargas atualmente está restrito às empresas que venham

prestar serviços eficientes, com qualidade. Com essa condição as empresas

poderão sobreviver no futuro.

Mesmo sabedores que em pleno século XXI e que após sucessivas décadas que

inúmeras empresas de transportes surgem para atender a necessidade de seus

clientes, A Jesus Silva Cargas surge em busca do seu espaço.

A globalização lançou um desafio para os diversos segmentos empresariais, o

principal deles é a busca pelo ponto de equilíbrio entre o seu produto e o do

concorrente, A Jesus Silva Cargas tem seu desafio: A competitividade como fator predominante para o sucesso.

Temos a certeza que com trabalho e muita garra teremos nosso espaço, para

isso estaremos sempre em busca de melhor atender a todos os nossos clientes,

sobretudo gostaria de vossa atenção para as informações a seguir.

É propósito da Jesus Silva Cargas dar continuidade as suas atividades

específicas, ampliando cada vez mais a gama de empreendimentos e serviços nas

áreas de sua atuação, criando novas perspectivas de investimentos na área de

aprimoramento e capacitação profissional de seus empregados.

Page 29: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

29

2.2.1 Quadro de Funcionário

A Jesus Silva cargas agrega em seu quadro, funcionários de variadas categorias

profissionais, todos capacitados e treinados para desenvolverem suas funções.

Diretor;

Gerencia: quatro;

Supervisor: um;

Administrativos: dois;

Operacionais: dezessete.

2.2.2 Patrimônio

Para a realização de seus objetivos, a Jesus Silva Cargas conta com um acervo

patrimonial considerável e sólido composto de bens imóveis, veículos,

equipamentos, instalações, sistemas, móveis e utensílios, que bem demonstram ao

longo do tempo, não apenas a capacitação técnica, mas também sua evolução

econômica – financeira.

Cinco Caminhões 3/4

* Caminhão ¾, é o caminhão que possui dois eixos.

Uma Carreta engatada – LS trucada

Page 30: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

30

* Caminhão que possui a parte da frente composta de dois eixos (que

usualmente chamamos de cavalo), com a parte de trás ( que se chama

engate ou truck) com três eixos .

Dois Caminhões Truck

* Caminhão com três eixos.

Uma Empilhadeira

* Carrinho elétrico para transportar os produtos dentro do armazém.

Um Escritório no bairro de Santana

Um Armazém na Zona Norte

Um Armazém na Zona Leste

2.2.3 Áreas Atendidas

Segue abaixo algumas cidades atendidas pela Jesus Silva Cargas:

Alagoas

Bahia

Ceará

Minas Gerais

Paraíba

Page 31: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

31

Rio de Janeiro

Pernambuco

São Paulo

Interior – SP

Litoral – SP

2.2.4 Missão

Atender as necessidades de transportes de cargas com qualidade e

competitividade.

2.2.5 Nossos Valores

Foco no cliente

Gente faz a diferença e vale pelo que faz

Integridade e Transparência

Lucro para valorização crescente

Simplicidade com criatividade e flexibilidade

Metodologia e qualidade para melhorar sempre

Trabalho em equipe com alegria e segurança

Page 32: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

32

2.2.6 Organograma

Fonte : Elaborado pelo autor.

Figura 1. Organograma Jesus Silva Cargas

Colaborador Colaborador

Gerente Financeira eAdministrativa

Supervisor

Gerente Comercial

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op. Op.

Op.

Gerente Operacional

Gerente Geral

Diretoria

Page 33: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

33

2.3 SISTEMAS E TECNOLOGIAS

A Jesus Silva Cargas possui sistemas e tecnologias que:

Permite re-planejamento logístico e proporciona ganhos de produtividade;

Diminui custos, melhora o desempenho do motorista e zela pela

integridade da carga e do veículo para o atendimento de novos pedidos ou

encomendas urgentes a qualquer hora;

Agiliza operações de carregamento e descarregamento ao informar a

chegada de veículos com antecedência;

Evita desvios e paradas desnecessárias para comunicação com a

empresa, reduzindo gastos com telefone e combustível;

Possui software adaptável às necessidades e requisitos específicos de

cada cliente;

Possibilita a reformulação de rotas, horários e programas de produção, a

fim de cumprir os prazos pré – estabelecidos.

Temos como vantagem competitiva sistemas de rastreamento Controlsat

desenvolvidos pela Schahin e o sistema Graber os quais monitoram nossas frotas

via satélite, proporcionando mais segurança ao transporte de cargas e permite um

eficaz gerenciamento logístico.

Baseado em telecomunicações bidirecionais via Embratel, através da rede

Inmarsat, esses sistemas nos oferecem informações seguras e precisas sobre o

veículo e a carga, 24 horas por dia. Com abrangência intercontinental e tecnologia

Page 34: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

34

própria, o sistema pode adaptar seus softwares e equipamentos de acordo com as

nossas necessidades específicas.

Com o monitoramento das frotas, podemos planejar melhor os nossos negócios,

cumprir e reduzir os prazos de entrega, oferecendo segurança ao patrimônio que

esta na estrada, na gestão de frotas significa maior produtividade, agilidade,

segurança e otimização logística.

2.3.1 Rastreamento Via Satélite

Através dos sistemas Controlsat e Graber, obtemos informações com o máximo

d precisão, sobretudo em operações que envolvem cargas urgentes ou de alto nível

de comprometimento com prazos. Todas estas informações são obtidas através de

um dispositivo de comunicação nos dois sentidos presentes nos veículos da

empresa.

2.3.2 Sistema Trucking

Sistema de comunicação por rádio de ultima geração, que proporciona a troca de

informações, dados e voz entre base e veículos. É empregado em conjunto com o

sistema, GPS o rastreamento da frota de coleta e entregam nos grandes centros

urbanos.

2.3.3 Sistema de Gerenciamento de Frotas

A maioria dos veículos da Jesus Silva Cargas está interligada no Sistema

Autotrac, um sistema que permite, via satélite, obter a localização exata da carga,

diminuindo o risco de roubos e auxiliando o motorista no caso de acidentes.

Page 35: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

35

2.3.4 Sistema de Cobrança de Pedágios CGMP “Sem Parar”

Sem parar é uma nova e avançada maneira de você passar pelos pedágios

através de uma pista exclusiva, sem precisar parar para pagar.

Temos fixado no pára-brisa de nossos veículos o tag, que um dispositivo

eletrônico (5cm x 9cm) que reconhece a passagem pelo pedágio “sem parar”. É de

sua responsabilidade, desde a comercialização do TAG, o processamento das

passagens pelos pedágios, o gerenciamento da arrecadação, a emissão das faturas

aos usuários, bem como todo o atendimento das demandas dos usuários do

sistema.

Com ele monitoramos e controlamos o horário em que os veículos de nossa frota

estão passando pelo pedágio.

2.4 CONCORRENTES

A Jesus Silva Cargas têm no mercado alguns concorrentes em seu ramo de

atividade, que são algum deles:

Expresso Mercúrio

Expresso Sul Americano

Expresso Cristália

Expresso Cantagalo

Rodonáves Transportes

Page 36: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

36

Rodoviário Friburgo

TM Express

Page 37: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

37

3. DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA

Em análise feita a transportadora Jesus Silva Cargas, situada na cidade de São

Paulo (SP), pode – se constatar que a estrutura da cadeia logística da empresa

apresenta pontos fracos, indicando possíveis oportunidades de melhoria em seu

processo, a fim de minimizar custos e otimizar recursos.

Com o intuito de propor um plano de reestruturação para a cadeia logística da

empresa estudada, apresenta-se nesse momento um diagnóstico identificando os

principais problemas relacionados com o processo de distribuição da empresa, o

qual foi elaborado a partir do resultado das entrevistas com os executivos da

empresa, visitas em campo e pesquisas na área.

1) DEPÓSITOS

Em se tratando do depósito, conforme mencionando no histórico da empresa, a

transportadora utiliza como armazenamento e estacionamento, dois depósitos de

médio porte situados na região leste da cidade de São Paulo.

O depósito da Zona Norte tem 1.600 Mts área fechada e 1.900 Mts área aberta;

o depósito da Zona Leste possui 1.800 Mts área fechada e 2.200 Mts de área

aberta, sendo assim, o suficiente para comportar as atividades atuais da empresa.

Nos referidos depósitos são armazenados os produtos e estacionados os

caminhões da empresa, tendo disponível, o espaço físico para carga e descarga dos

pallets.

A logística de distribuição da transportadora em questão atende em sua rota as

regiões norte, nordeste, capital, interior e litoral de São Paulo.

Page 38: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

38

A Jesus Silva Cargas tem parceria com um fábrica de leite que esta situada em

Campos no estado do Rio de Janeiro, e sua distribuidora esta instalada em um

depósito próprio na capital de São Paulo.

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 2. Cadeia logística de distribuição Jesus Silva Cargas

Como podemos visualizar no quadro acima, o produto sai do estado do Rio de

Janeiro com frota da própria empresa chegando em seu distribuidor no estado de

São Paulo, onde a Jesus Silva Cargas atua com a logística.

Não possuindo estrutura física suficiente para armazenar todo o produto que

chega da fábrica, a Jesus Silva Cargas também é solicitada pela distribuidora a dar

apoio nesse sentido. Os caminhões da transportadora carregam na distribuidora e

seguem para seu depósito para descarregar o produto ou apenas, solicitar o

manifesto para a viagem.

No intuito de atender aos pontos de venda, o produto sai da transportadora já

manifestado e segue para as regiões atendidas. Lembrando que as regiões norte e

nordeste, capital, interior e litoral de São Paulo, são pontos de vendas que possuem

Norte Nordeste

Depósito 01Zona Norte

Capital Interior Litoral

Depósito 02Zona Leste

DISTRIBUIDORA

FABRICA

Page 39: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

39

contrato com a fábrica. Sendo assim, podem surgir novos clientes onde a Jesus

Silva Cargas atuará com a logística de distribuição.

2) FROTA DE CAMINHÕES

Com relação a frota de caminhões da empresa, verifica – se que a maior parte

dela é própria e a outra restante, terceirizada. Baseado em uma pesquisa de campo,

foi identificado vantagens e desvantagens as quais seguem descriminadas na tabela

abaixo:

VANTAGENS DESVANTAGENS

FROTA PRÓPRIA

Patrimônio da empresa Salário do Funcionário

Controle / independência Combustível do caminhão

Marketing da empresa Seguro do caminhão

Seguro da carga

Despesa extra de viagem

Óleo do caminhão

Mecânica em geral

Parte elétrica em geral

Pneus

Rastreamento dos caminhões

Sistema de rádios nextel

Sistema de cobrança de pedágios

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 1 - Vantagens e desvantagem da frota própria

Page 40: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

40

VANTAGENS DESVANTAGENS

FROTA TERCEIRIZADA

Só paga o frete Não ter o bem agregado ao patrimônio da

empresa .

Não paga salário de funcionário

Não tem custos de viagem com o

caminhão

Não há desgaste normal do caminhão

Não há depreciação do bem

Não tem imprevisto com funcionário.

Não tem despesa com mecânica

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 2. Vantagens e Desvantagens da frota terceirizada.

Conforme apresentado no histórico da empresa, a Jesus Silva Cargas possui em

seu patrimônio, cinco caminhões baú, uma carreta engatada e dois caminhões truck.

Nenhum desses bens são novos ou semi-novos, gerando assim uma despesa maior

para a empresa, pois como mostrado no quadro acima, a frota própria esta em

desvantagem.

Page 41: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

41

4. EMBASAMENTO TEÓRICO

4.1 A COMPETITIVIDADE DA CADEIA LOGÍSTICA

Com mundo dos negócios cada dia mais complexo e competitivo devido ao

impacto do capitalismo e da globalização, o cenário econômico mundial encontra-se

altamente caótico. Nesse cenário, segundo Coutinho e Ferraz (1996) a

competitividade tornou-se um fator imperativo em um contexto de rápidas mudanças

econômicas e tecnológicas. Para esses autores, o conceito de competitividade é

amplamente discutido, sendo visto como um termo diretamente focado nas

características apresentadas por uma empresa ou produto. Com relação ao tema,

Costa e Arruda (1999) consideram que a competitividade se da na competência da

empresa em conquistar, manter e aumentar a sua fatia de mercado para seu produto

em uma determinada área de influência. Tanto o desempenho quanto a eficiência

são resultados de capacitações acumuladas e estratégias competitivas adotadas

pelas empresas em função de suas percepções quanto ao processo competitivo em

que estão inseridas.

Tendo como fundamento essa visão dinâmica, competitividade para (Coutinho e

Ferraz, op. cit:18; Ferraz e Kupfer e Haguenauer, 1997:03) pode ser entendida como

“a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrências, que

lhe permitam conservar, de forma duradoura uma posição sustentável no mercado”.

O sucesso competitivo passa, então, a depender da criação e da renovação das

vantagens competitivas por parte das empresas, em um processo em que cada

produtor se esforça por obter diferenciais que distingam favoravelmente dos demais,

dentre esses, custo mais baixo, qualidade, habilidade no atendimento ao mercado.

O sucesso também implica, que as empresas se mostrem aptas não apenas a

adotar estratégias competitivas adequadas, mas a impor correções de rumo quando

necessário.

Page 42: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

42

Contador (1996) traz sua contribuição através da diferenciação entre os

conceitos de “campos de competição” e “armas de competição”. Para esse autor

“campos de competição” diz respeito a um atributo que interessa ao cliente, como

preço e inovação. Já “armas da competição” são os meios para a empresa alcançar

um desses atributos, como busca pela eficiência e domínio da tecnologia. Eleito o

campo da competição, ficam determinadas as armas a serem utilizadas. Uma

mesma arma poderá servir para a empresa competir em mais de um campo.

Portanto, as armas da competitividade, interessam às empresas e não aos clientes.

Para Contador (op. cit) as empresas podem competir em diferentes campos

competitivos que podem ser agrupados em cinco grupos competitivos, os quais

permitem que as empresas utilizem diversas armas competitivas, a saber:

Competição em Preço: a competição em Preço pode ser desenvolvida em

três campos, que são o próprio Preço, a Guerra de Preços e a Promoção de

Preços. Assim, para que se possa competir nesses cenários há uma

exigência que as empresas desenvolvam uma produtividade superior do

que a dos concorrentes, através da eficiência operacional que leva a

redução nos custos. Como a produtividade empresarial pode ser

conceituada pela relação entre o faturamento e os custos totais, uma

produtividade mais alta passa a ser sinônimo de redução dos custos totais,

uma vez que aumentar o faturamento pelo aumento do preço contraria o

conceito da competição e preço. Esse tipo de competição é o mais difícil,

exigindo uma empresa enxuta e altamente eficiente.

Competição em Produto: quando se trata de Produto as empresas podem

competir em quatro campos que são Projeto de produto, Qualidade de

Produto, Variedade de Produtos e Novos Modelos de Produtos.

As empresas podem utilizar armas como engenharia de valor, engenharia

simultânea, domínio de ferramentas de Marketing e engenharia de produto e

processo para competirem no campo de Projeto de Produto. Em tratando de

Qualidade de Produto as mesmas podem utilizar técnicas de qualidade

como o Ciclo PDCA, CEP e o uso da filosofia TQC. No caso de Variedade

Page 43: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

43

de Produtos, as empresas podem buscar a flexibilidade na fabricação

através do uso da troca rápida de ferramentas, otimização no tempo de

set-up e melhoria nas atividades de logística interna. Por fim, para

competirem no campo de Novos Produtos, as empresas devem realizar

investimentos em P&D, engenharia de produto e processo, desenvolvimento

de fornecedores.

Competição em Prazo: Na competição pelo Prazo as empresas podem agir

em campos definidos pelos Prazos de Cotação e Negociação, Prazos de

Entrega e Prazos de pagamento. Quando se trata do campo competitivo

Prazo de Cotação e Negociação um bom sistema de cotação de preços

aliado a vendedores capacitados e participativos fazem a diferença. Para

um Prazo de Entrega competitivo é necessário que a empresa disponha de

estoques ou rapidez na manufatura através da redução do lead-time e

utilização do Just-in-Time (JIT). Para a competição em Prazo de Pagamento

a empresa necessita proporcionar ao comprador, condições facilitadoras, já

que muitas vezes esse necessita do produto e não dispõe de recursos no

momento. Para tal, a empresa pode utilizar diversos mecanismos como

consórcios e financiamentos em bancos próprios.

Competição em Assistência Técnica: Esse tipo de competição pode ser

desenvolvido em três campos que são, o Assessoramento antes da Venda,

o Atendimento durante a Venda e a Assistência após a Venda. Para

competir no Assessoramento antes da Venda, a empresa necessita

literalmente ajudar o cliente a efetuar a comprar. Nesse caso, é necessário

possuir um corpo técnico de vendas altamente qualificado que assume a

postura de assessorar o cliente na correta especificação do produto

desejado. Quando se trata da competição no Atendimento durante a Venda,

muitas empresas estão adotando uma estratégia de melhorar seu

relacionamento com os clientes, investindo maciçamente em tecnologia de

informação visando entenderem e assim atenderem aos verdadeiros

desejos do mercado. Em relação a competição através da Assistência

após a Venda, as empresas devem dispôs de instrumentos que atendam

Page 44: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

44

eficientemente às sugestões e reclamações dos clientes. Um importante

ingrediente nesse aspecto é a rapidez de resposta a essas solicitações

através de sistemas de informações que permitam uma imediata solução a

todas as questões, desde a mais simples a mais complexa. Nesse campo

competitivo a empresa também deve dispor de uma vasta rede de oficinas

próprias ou autorizadas, com estoque de peças e pessoal devidamente

treinado, tanto em termos técnicos como no trato com os clientes.

Competição em Imagem: A batalha nesse campo pode ser desenvolvida

na competição em Imagem do Produto, Marca e da Empresa, bem como

através da imagem Preservacionista. Nesse sentido, a construção e

conservação de uma imagem favorável do Produto, da Marca e da Empresa

são alcançadas por instrumentos de Marketing, dentro e fora da empresa.

No caso da imagem Preservacionista, após a inserção do conceito de

Responsabilidade Social, as empresas perceberam que alguns valores do

mercado estão mudando, dentre esses, destaca-se a conscientização

ambiental. Esse é um campo competitivo novo que abre inúmeras

oportunidades para as empresas que nele desejarem competir.

Para que uma empresa obtenha sucesso no cenário competitivo é necessário

que a mesma, saiba qual a melhor maneira de agir em relação aos anseios do

mercado, ou seja, qual é a melhor estratégia competitiva. Em se tratando desse

tema, muitos autores renomados tem contribuído com diversas teorias.

Um dos primeiros autores a discutir esse tema foi (ANSOFF,1977; ANSOFF,

1990) relatando que estratégia competitiva especifica o enfoque que a empresa

tentará utilizar para ter sucesso em cada uma das áreas de negócio. Esse autor

menciona que um dos primeiros enfoques utilizados pelas empresas seguia a lógica

da teoria microeconômica, em que o sucesso no mercado dependia inteiramente do

preço do produto. Em conseqüência disso, a estratégia ótima estava focada em

minimizar os custos da empresa, no entanto, devido as mudanças significativas nos

fatores determinantes do sucesso no mercado durante a segunda metade do século

passado, os clientes já não mais procuravam por produtos padronizados ao mais

Page 45: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

45

baixo preço. Eles exigiam que os produtos tivessem uma variedade de aspectos e

características que correspondessem a seus gostos e poder aquisitivo. Como

resultado, a capacidade de ofertar produtos que respondessem as necessidades

específicas dos clientes também passou a ser um fator de sucesso.

Outro importante autor que aborda estratégia empresarial é Ohmae (op. cit.).

O autor sugere que a construção de qualquer estratégia empresarial deve considerar

a influência de três elementos básicos: a empresa, os clientes e a concorrência

elementos esses que formam o chamado “triângulo estratégico”. Tendo como base

essa teoria, Ohmae (op. cit.:90) conceitua estratégia empresarial como “o modo pelo

qual a empresa procura distingui-se de maneira positiva da concorrência, usando

seus pontos relativamente fortes para melhor atender às necessidades dos clientes”

Para que uma empresa obtenha sucesso no cenário competitivo é necessário

que a mesma, saiba qual a melhor maneira de agir em relação aos anseios do

mercado, ou seja, qual é a melhor estratégia competitiva. Em se tratando desse

tema, muitos autores renomados tem contribuído com diversas teorias.

Na atualidade um dos mais renomados autores a respeito do tema é Michael

Porter, sendo que suas teorias norteiam a postura competitiva da grande maioria das

organizações contemporâneas. Para Porter (op. cit) “a concorrência está no âmago

do sucesso ou fracasso das empresas, determinando a adequação das atividades

que podem contribuir para seu desempenho, como inovação, flexibilidade e

eficiência operacional”. Desse modo, a estratégia competitiva representa a busca de

uma posição favorável dentro de um ambiente, arena fundamental onde ocorre a

concorrência.

Entretanto, existiam alguns antigos e pioneiros estudiosos da Logística

Empresarial, tais como Shaw (1912) e Clarck (1922), que já identificavam a natureza

da distribuição física diretamente relacionada com o processo de suprimentos e

produção para o bom atendimento do mercado. A atividade logística militar na

Page 46: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

46

Segunda Guerra Mundial foi o ponto de partida de muitos dos conceitos logísticos

utilizados atualmente.

Já foi observado que, as atividades logísticas sempre foram administradas pelas

empresas. Todavia, a maior parte dos aperfeiçoamentos gerenciais das atividades

logísticas surgiu com o reagrupamento dessas atividades tradicionais dentro da

organização. Olhando em retrospectiva, nem em condições de perceber grandes

necessidades do cliente, e não existia, também, um clima necessário para uma

mudança de atitudes. A área de administração de marketing estava crescendo em

importância, assim como a administração estava mudando seu foco da produção

para uma orientação para marketing (cliente). Essa foi uma mudança natural, pois a

economia norte – americana no geral alterou – se de escassez da capacidade

industrial para uma situação de capacidade adequada e competição crescente.

Após a segunda guerra mundial, a economia doa EUA experimentou rápido

crescimento, devido parcialmente a demanda reprimida dos anos de depressão e a

posição dominante da industria americana no mercado mundial. O clima era para

vender e produzir. Os lucros eram altos, e a influencia nos estoques elevados e na

distribuição de produtos podia ser tolera.

4.2 SELEÇÃO DAS VIAS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA

4.2.1 Seleção do Tipo de Distribuição

Segundo Gurgel (2000), pode–se chegar a uma adequação da via de distribuição

através da atribuição de pontos, por meio de julgamento, a cada tipo de situação que

caracteriza uma venda intermediada ou direta. Assim, para cada fator em

julgamento, atribui–se um valor na escala de pontos de 0 a 5, para venda direta e/ou

para venda através de comerciante intermediário. Multiplicando–se que cada nota

pelo respectivo peso (importância do fator), a somatória dos pontos atribuídos a

cada tipo de via de distribuição nos dá a indicada do sistema de distribuição a ser

adotado.

Page 47: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

47

Quando a diferença de pontos é pequena, não importa qual o sistema de

distribuição é utilizado, ou seja, ambos os sistemas de distribuição podem ser

adotados. Contudo, quando aa diferença é grande, a escolha fica a facilitada. O uso

de peso ajuda no julgamento dos fortes e fracos de cada uma das alternativas de

distribuição: direta ou através de intermediários.

4.2.2 Formulação de estratégias de vias de distribuição

Para Gurgel (2000), o estudo da estratégia de distribuição, como um dos

componentes da ativação do marketing, não repousa apenas na escolha de um

sistema de distribuição, para o escoamento da produção, desde o produtor de bens

até os seus consumidores.

O autor cita ainda que, a estratégia envolve a determinação das vias para a

distribuição através de uma adequada segmentação de mercado e, também, de um

conhecimento dos requisitos básicos do produto ou serviço em relação aos

segmentos de mercado a que se destinam. A menos que estes dois fatores sejam

bem analisados (segmentação de mercado e requisitos básicos do produto ou

serviço), será virtualmente impossível construir vias eficazes de distribuição.

A adequação de produtos a segmentos de mercado com a determinação das

vias apropriadas de distribuição deve obedecer aos seguintes passos:

• Estabelecimento de objetivos de vias de distribuição;

• Alternativas de vias a serem adotadas;

• Seleção da via ou vias adequadas;

• Organização da via selecionada;

Page 48: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

48

• Operação e controle da via selecionada.

A) Estabelecimento de objetivos de vias de distribuição

Uma vez definidos e localizados os segmentos de mercados e uma vez

formulada a estratégia de produtos, o estabelecimento dos objetivos das vias de

distribuição precisa ser entendido. Assim como os objetivos de produtos, os

objetivos das vias de distribuição precisam ser consistentes com os objetivos da

empresa como um todo e com os objetivos mercadológicos formulados no plano de

marketing.

Alguns desses objetivos utilizados pelos gerentes de marketing com referência a

seus canais de distribuição são os seguintes:

Controle – o gerente de marketing considera importante exercer controle sobre

seus canais de distribuição, pois suas políticas e suas estratégias podem não estar

em consonância com os objetivos dos intermediários ao longo do sistema de

distribuição adotado.

Esforço de vendas – como o papel de venda pessoal é de destaque dentro do

composto de marketing, é importante que se analise seu desempenho em duas

situações. A primeira, quando a empresa, em fase da sofisticação, técnica de seus

produtos, decide pela eliminação dos canais de distribuição, optando pela venda

direta. A segunda, quando é preciso influir no esforço das equipes de vendas das

várias vias de distribuição.

Serviço e assistência técnica – o serviço e a assistência técnica, ao lado da

venda pessoal, estão entre os fatores mais importantes para mercados como o

industrial e o de produtos de consumo durável, e isso se estende aos canais de

Page 49: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

49

distribuição. Muitas vezes a escolha do tipo de via de distribuição está ligada ao tipo

de serviços e assistência técnica requerida pela linha de produtos.

Feedback de mercado – a expectativa de muitos gerentes de vendas é de que

haja um feedback do mercado, isto é, que as informações fluam através de seus

canais de distribuição. Por exemplo, muitas empresas estabelecem um sistema de

remuneração de vendedores, que premia o esforço que o vendedor realiza para

pesquisas e obtenção de informações de mercado, tais como: atividades da

concorrência, aceitação de produtos no mercado, situação econômico – financeira

de cliente etc.

Imagem da empresa – a imagem da empresa é freqüentemente muito importante

e a criação e manutenção dessa imagem muitas vezes deve estender – se aos

canais de distribuição.

B) Alternativas de vias de distribuição

Como podem os objetivos de distribuição ser mais bem alcançados? Através do

uso da força de venda direta da empresa ou através de representantes de venda?

Os objetivos serão atingidos mais rapidamente através de uma rede de

distribuidores ou da venda do produtor ao consumidor? A análise de cada uma das

possibilidades de vias de distribuição ensejará a escolha daquela que melhor

otimizar os objetivos da empresa.

C) Seleção da via ou vias adequadas

Após os objetivos de distribuição terem sido estabelecidos e as alternativas de

vias de distribuição terem sido examinadas, o gerente de vendas deve escolher a via

ou as vias a serem utilizadas.

Esta escolha é feita normalmente com base nos seguintes fatores:

Page 50: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

50

• Vias de distribuição da concorrência

• O valor unitário do produto

• O tamanho ou a importância do produto

• Custo de cada alternativa de via de distribuição

• A armazenagem necessária ao longo do caminho entre o produtor e o

consumidor

• O controle de estoques necessários

• A extensão e a penetração dos segmentos envolvidos

• Prática de compras nos segmentos de mercado definidos

Estes fatores são úteis como análise de alternativas. Outras generalizações

podem ser feitas para orientar melhor a seleção de vias.

D) Organização da via de distribuição selecionada

Uma vez selecionada as vias de distribuição, o trabalho do gerente é de

organização das vias quanto aos seus componentes básicos.

Se a via é direta, a decisão a ser tomada é quanto a distribuição física. Contudo,

o trabalho do gerente não se limita apenas a distribuição física, pois nesse caso ele

Page 51: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

51

terá ainda de estabelecer os territórios de vendas, alocar vendedores nesse

território, estabelecer quotas de vendas etc.

E) Operação e controle da via selecionada

É importante que o trabalho s ser desenvolvido pelos intermediários seja

acompanhado permanentemente, no que diz respeito ao cumprimento dos contratos

formais e informais e ao desempenho de vendas, custos, coberturas de mercado,

vendas da linha de produtos etc.

4.3 ESTRATÉGIA DE POSICIONAMENTO LOGÍSTICO: CONCEITOS, IMPLICAÇÕES E ANÁLISE DA REALIDADE BRASILEIRA

Segundo Wanke (2001), uma estratégia de posicionamento logístico é composta

por cinco categorias de decisão que devem ser articuladas e coerentes entre si ao

longo do tempo, de modo a permitir uma empresa alcançar seus objetivos de custo e

nível de serviço.

Coordenação do fluxo de produtos: o fluxo de produtos deve ser puxado,

ou seja, acionado pelo elo que está mais próximo ao consumidor final ou

empurrado, ou seja, coordenado pelo elo que está mais próximo do

fornecedor inicial?

Política de produção: uma empresa deve produzir para estoque, com base

em previsões de vendas futuras, ou produzir contra-pedido, atendendo

sempre a demanda real apenas no momento que o cliente coloca o pedido?

Alocação de estoques: os estoques devem estar centralizados num único

local, ou descentralizados por várias instalações?

Page 52: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

52

Política de transportes: uma empresa deve operar com modais de

transporte mais lentos e baratos, como o ferroviário e o marítimo, ou mais

rápidos e caros, como o rodoviário e o aéreo? Deve buscar a consolidação do

transporte ou a entrega expressa?

Dimensionamento da rede: quantas instalações devem ter uma empresa,

qual a localização de cada uma, que produtos e mercados devem ser

atendidos por cada instalação?

Conforme apontam os itens anteriores, existem, portanto, diferentes

possibilidades de integração dos sistemas de produção e logística, ou seja, de

posicionamento logístico, no âmbito da cadeia de suprimentos.

O autor relata essas categorias, baseado em resultado da pesquisa

Posicionamento Logístico de Empresas Brasileiras, desenvolvida em setembro de

2001 pelo Centro de Estudos em Logística do COPPEAD/UFRJ.

Com relação a escolha do modal de transportes, para Wanke (2001),

basicamente são dois os critérios adotados por um embarcador na escolha do modal

de transporte: preço/custo e desempenho.

Normalmente, a dimensão desempenho é medida através do tempo médio de

entrega, de sua variabilidade absoluta e percentual e do nível médio de perdas e

danos que ocorrem no transporte. As empresas estão dispostas a incorrer num nível

de preço ou custo de frete compatível com um dado desempenho. Além destes

elementos, devem ser consideradas as características do produto e da demanda na

escolha dos modais.

As características que devem ser observadas na escolha do modal são a

densidade de custos adicionados e a amplitude de vendas.

Page 53: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

53

As implicações de uma baixa densidade de custos adicionados estão

relacionadas à escolha de modais de transporte cujo custo unitário seja compatível,

no máximo igual, à densidade de custos. Neste caso, modais de transporte mais

lentos e baratos como o ferroviário e o marítimo possuem maior capacidade de

carregamento, permitindo gerar escala para reduzir os custos unitários.

As implicações de uma alta amplitude de vendas estão relacionadas a um modal

de transporte que forneça flexibilidade suficiente para a acompanhar as variações na

demanda, minimizando as chances de decisões equivocadas como mandar

quantidades erradas, do produto errado para o local errado. Neste caso, modais de

transporte mais rápidos e caros como o aéreo e o rodoviário possuem menor

capacidade de carregamento, permitindo a consolidação em menor tempo e gerando

a flexibilidade necessária para acompanhar variações na demanda.

Um exemplo de empresa que opera totalmente com transporte aéreo é a IBM

norte-americana, na entrega de peças de reposição de mainframes aos seus

clientes. A IBM centralizou o estoque de peças de reposição em Mechanicsburg. Tão

logo surja uma necessidade colocada por seus clientes, a peça, já produzida

anteriormente e em estoque, é enviada imediatamente via aérea para o local de uso.

Desta forma, a IBM articulou as seguintes decisões de posicionamento logístico:

transporte aéreo fracionado, produção para estoque, estoques centralizados e fluxos

puxados.

Além disto, a pesquisa revelou que, quando aumenta a densidade de custos ao

longo dos diversos setores, aumenta o percentual de utilização do transporte aéreo

nos casos pesquisados e reduz-se o total de pontos de estocagem. Um maior

número de pontos de estocagem cria a necessidade de consolidar carregamentos e

explorar economias de escala no transporte, o que muitas vezes só é conseguido

com a programação dos embarques.

Para Wanke (2001), a questão que se coloca neste momento é: como garantir a

coerência ao longo do tempo entre as decisões de posicionamento logístico?

Page 54: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

54

O sucesso de uma estratégia, em seu sentido estrito, depende do grau de

integração e reforço mútuo das diversas decisões, ações e correções de rumo

tomadas num determinado horizonte de tempo. O elemento que une estas decisões

é o custo de oportunidade de manter estoques, pois cada uma destas cinco

decisões vai implicar em maiores ou menores níveis de estoque de ciclo, em trânsito

e de segurança.

O custo de oportunidade de manter estoques, no entanto, deve ser calculado

com base na visão do fluxo de produtos na cadeia de suprimento. Segundo esta

visão, em qualquer momento do tempo, qualquer empresa da cadeia de suprimentos

será proprietária de estoques, sejam eles de produto em processamento, de produto

acabado ou em trânsito. Também sob esta visão o que importa é o custo de

oportunidade da cadeia como um todo, e não de uma empresa particular.

Como oposição à visão do fluxo de produtos na cadeia de suprimentos, o autor

afirma que existe uma visão tradicional do custo de oportunidade de manter

estoques, diretamente relacionada ao gerenciamento do ciclo de caixa, que é feito

individualmente por cada empresa da cadeia.

Sob este enfoque, um dos principais objetivos do gerenciamento do ciclo de

caixa é o alongamento do número de dias em contas a pagar, ou seja, do prazo

decorrido entre o recebimento no estoque ao pagamento do estoque em dinheiro ao

fornecedor; e a redução do número de dias em contas a receber, ou seja, do prazo

decorrido entre a venda ao cliente/consumidor até o recebimento do mesmo. Com

isto, é possível reduzir o prazo de conversão em dinheiro, que representa a

necessidade de financiamento da parcela do capital de giro que ficou empatada em

estoque.

Ainda que sob a perspectiva de uma única empresa da cadeia estas ações

permitam reduzir os custos de oportunidade de manter estoques, o restante da

cadeia, ou seja, clientes e fornecedores experimentarão aumento dos mesmos,

Page 55: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

55

implicando em distorções nas decisões de estratégia de posicionamento logístico

que seriam adequadas à cadeia como um todo.

4.4 GESTÃO ESTRATÉGICA DO TRANSPORTE

Segundo Fleury (2002), o transporte é o principal componente do sistema

logístico, sua importância pode ser medida através de pelo menos três indicadores

financeiros: custos, faturamento, e lucro. O transporte representa, em média, 60%

dos custos logísticos, 3,5% do faturamento, e em alguns casos, mais que o dobro do

lucro. Além disso, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos

serviços logísticos, pois impacta diretamente no tempo de entrega, a confiabilidade e

a segurança dos produtos.

Os valores acima apresentados podem variar substancialmente, de setor para

setor, e de empresas para empresa. A participação no faturamento, que em média é

de 3,5%, pode variar, por exemplo, de 0,8% no caso da indústria farmacêutica, a

7,1% no caso da indústria de papel e celulose. Como regra geral, quanto menor o

valor agregado do produto, maior a participação das despesas de transporte no

faturamento da empresa.

Para o autor, administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo

conjunto de aspectos. Estas decisões podem ser classificadas em dois grandes

grupos; decisões estratégicas, e decisões operacionais.

As decisões estratégicas se caracterizam pelos impactos de longo prazo, e se

referem basicamente a aspectos estruturais. As decisões operacionais são

geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a dia dos responsáveis

pelo transporte. São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no

transporte: escolha de modais; decisões sobre propriedade da frota; seleção e

negociação com transportadores; política de consolidação de cargas. Dentre as

principais decisões de curto prazo, podemos destacar: planejamento de embarques;

Page 56: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

56

programação de veículos; roteirização; auditoria de fretes; e gerenciamento de

avarias.

4.4.1 Escolha de Modais

São basicamente cinco os modais de transporte de cargas: rodoviário,

ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada um possui custos e características

operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de

operações e produtos. Os critérios para escolha de modais devem sempre levar em

consideração aspectos de custos por um lado, e características de serviços por

outro. Em geral, quanto maior o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo

do mesmo.

Fleury (2002) ressalta que as diferenças de custo / preço entre os modais

tendem a ser substanciais.Tomando como base um transporte de carga fechada à

longa distância, verifica-se que em média, os custos / preços mais elevados são os

do modal aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário, pela

ordem.

A tabela 3 apresenta os preços médios cobrados pelos diferentes modais nos

Estados Unidos da América, e no Brasil, para cargas fechadas de médias e longas

distâncias, ou seja, distâncias superiores a 500 quilômetros.

Verifica-se na tabela 3 que o preço do frete aéreo nos EUA é mais de cinco

vezes superior ao rodoviário, mais de vinte vezes o do ferroviário, mais de 35 vezes

o dutoviário, e cerca de 64 vezes o aquaviário. O rodoviário, por seu turno, custa em

média quatro vezes mais do que o ferroviário, seis vezes mais do que o dutoviário, e

11 vezes mais do que o aquaviário.

Page 57: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

57

(*) Os dados do Brasil foram convertidos para US $ a uma taxa de 2,50 reais por dólar

Fonte: Centro de Estudo em LogístIca do COOPEAD/UFRJ.

Tabela 3. Preços relativos dos diferentes modais ( em US$ por 1000 ton-quilômetros)

No Brasil, os preços relativos dos diferentes modais possuem a mesma

ordenação encontrada nos EUA, ou seja, aéreo, rodoviário, ferroviário, dutoviário e

aquaviário. No entanto, a ordem de grandeza das diferenças entre eles é

significativamente diferente, principalmente quando se considera o transporte

rodoviário. Enquanto nos EUA o preço do rodoviário é 4,0 vezes superior ao do

ferroviário, no Brasil esta diferença é de apenas 1,7 vezes.

Fleury (2002) ressalta que uma outra maneira de examinar os preços relativos

dos modais no Brasil e nos EUA, é através da comparação do valor do frete em cada

país, para cada um dos modais existentes, conforme indicado na última coluna da

Tabela 3. Verifica-se aí uma grande distorção no modal rodoviário. Enquanto que

para os modais aéreo, dutoviário e aquaviário, os preços aqui são superiores aos

praticados lá fora, no caso rodoviário a figura se inverte. Ou, seja, o preço aqui é um

terço do preço praticado lá fora. Isto nos leva a concluir que o preço do rodoviário

está exageradamente baixo, qualquer que seja a comparação efetuada. Isto faz com

que haja uma grande preferência pelo uso do rodoviário no país, como veremos

mais adiante.

A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos

serviços oferecidos. São cinco as dimensões mais importantes, no que diz respeito

às características dos serviços oferecidos: velocidade; consistência; capacitação;

disponibilidade; e freqüência.

Page 58: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

58

A figura 3 procura comparar os cinco modais em relação a seu desempenho

teórico, em cada uma das cinco dimensões de serviço. Em termos de velocidade, o

modal aéreo é o mais veloz, seguido pelo rodoviário, ferroviário, aquaviário e

dutoviário.

No entanto, considerando que a velocidade deve levar em consideração o tempo

gasto no porta a porta, esta vantagem do aéreo só ocorre para distâncias médias e

grandes, devido aos tempos de coleta e entrega que precisam ser computados. Ou

seja, quanto maior a distância a ser percorrida, maior a vantagem do aéreo em

termos de velocidade. Por outro lado é bom lembrar que, na prática, o tempo do

rodoviário, e do ferroviário, dependem fundamentalmente do estado de conservação

das vias, e do nível de congestionamento das mesmas. No Brasil, o estado de

conservação das vias rodoviárias e ferroviárias está insatisfatório, e varia muito de

região para região, e de trecho para trecho, o que pode modificar em muito o

desempenho dos modais.

A consistência, que representa a capacidade de cumprir os tempos previstos,

tem o duto como a melhor opção. Por não ser afetado pelas condições climáticas ou

de congestionamentos, o duto apresenta uma alta consistência, seguida na ordem

pelo rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo. O baixo desempenho do aéreo

resulta de sua grande sensibilidade a questões climáticas, e sua elevada

preocupação com questões de segurança, o que torna bastante comum atrasos nas

saídas e nas chegadas. Vale lembrar novamente, que assim como no caso da

velocidade o desempenho do rodoviário e do ferroviário dependem fortemente do

estado de conservação das vias e do nível de congestionamento do trânsito.

Page 59: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

59

Fonte: Centro de Estudo em Logística do COOPEAD/UFRJ.

Figura 3. Comparação dos modais em termos das dimensões de serviço

A dimensão capacitação está relacionada à possibilidade de um determinado

modal trabalhar com diferentes volumes e variedades de produtos. Nesta dimensão,

o destaque de desempenho é o modal aquaviário, que praticamente não tem limites

sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como do volume, que pode

atingir centenas de milhares de toneladas. O Duto e o aéreo apresentam sérias

restrições em relação a esta dimensão. O duto é muito limitado em termos de

produtos, pois só trabalha com líquidos e gazes, e o aéreo possui limitações em

termos de volume e tipos de produtos.

A dimensão disponibilidade se refere ao número de localidades onde o modal se

encontra presente. Aqui, aparece a grande vantagem do rodoviário, que quase não

tem limites de onde pode chegar. Teoricamente, o segundo em disponibilidade é o

ferroviário, mas isto depende da extensão da malha ferroviária em um determinado

país. Nos EUA, a malha ferroviária, com cerca de 300 mil quilômetros de extensão, é

sem dúvida a segunda em disponibilidade. No Brasil nossa malha de apenas 29 mil

quilômetros, tem baixa disponibilidade fora das regiões Sul e Sudeste, o que faz com

que o modal aéreo ofereça maior disponibilidade em muitas regiões. O modal

aquaviário, embora ofereça potencial de alta disponibilidade devido à nossa costa de

oito mil quilômetros, e nossos cinqüenta mil quilômetros de rios navegáveis,

Page 60: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

60

apresenta, de fato, uma baixa disponibilidade, função da escassez de infra-estrutura

portuária, de terminais, e de sinalização.

Quanto à freqüência, ou seja, o número de vezes em que o modal pode ser

utilizado em um dado horizonte de tempo, o duto é o que apresenta o melhor

desempenho. Por trabalhar 24hs por dia, sete dias por semana, o duto pode ser

acionado a qualquer momento, desde que esteja disponível no local desejado.

Seguem pela ordem de desempenho, o rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário. A

baixa freqüência do hidroviário resulta dos grandes volumes envolvidos na

operação, o que o obriga a trabalhar com carga consolidada, diminuindo desta

maneira a freqüência. Apenas como exemplo, poderíamos citar o caso da

cabotagem no Brasil, cuja freqüência na direção Sul - Nordeste é de pouco mais de

uma partida por semana.

A combinação de preço/custo com o desempenho operacional nestas cinco

dimensões de serviços resulta na escolha do modal mais adequado para uma data

situação de origem - destino e tipo de produto.

Por todas estas e outras razões, o grau de utilização dos diferentes modais, varia

de país para país, e de região para região. A tabela 4 permite comparar a

participação de mercado dos diferentes modais, no Brasil e nos EUA.

Fonte: Centro de Estudo em Logística do COPPEAD/UFRJ. Tabela 4. Matriz de transporte de cargas: Brasil versus EUA

Page 61: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

61

Uma rápida análise dos dados da tabela 4 indica uma utilização exagerada do

modal rodoviário no Brasil, comparativamente aos EUA (61% versus 26%). Por outro

lado a utilização do modal ferroviário é muito limitado quando comparado com o

mesmos país (20% versus 38%). Este forte predomínio do rodoviário deriva do baixo

preço praticado, função de várias distorções do sistema de transportes brasileiro. O

setor rodoviário de cargas no Brasil se caracteriza por uma alta fragmentação e

excesso de oferta, resultado da inexistência de regulação, que torna as barreiras de

entrada praticamente nulas. Estes fatos levam a práticas de concorrência predatória,

que faz com que os preços sejam inferiores ao custo real. O baixo preço do

rodoviário é uma das principais explicações para a elevada participação de mercado

desfrutada por este modal no Brasil.

Esta dependência exagerada é motivo de preocupação por pelo menos duas

razões: o rodoviário é o segundo menos eficiente de todos os modais, atrás apenas

do aéreo, tanto em termos de consumo de energia, quanto de poluição e segurança;

a falta de regulação e os baixos preços vêm comprometendo a rentabilidade do

setor, que depende cada vez mais dos autônomos, cuja frota com idade média

crescente, já atingiu os 18 anos, e encontra-se à beira do colapso. Esta situação já

vem comprometendo a confiabilidade e a segurança deste modal no Brasil, com

implicações graves sobre a disponibilidade futura deste modal. A busca por

alternativas, principalmente ferroviárias e aquaviárias é um dos principais assuntos

nas agendas dos executivos de logística.

Segundo Fleury (2002), a decisão sobre ter frota própria, ou utilizar ativos de

terceiros, é a segunda mais importante decisão estratégica no transporte. Neste

caso, o processo decisório deve considerar além do custo e da qualidade do serviço,

a rentabilidade financeira das alternativas.

A grande ênfase dada atualmente pelas empresas, principalmente as de grande

porte, na rentabilidade sobre os investimentos dos acionistas, tem sido um dos

principais fatores a influenciar as empresas na direção de utilizar terceiros nas suas

Page 62: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

62

operações de transporte. Como a rentabilidade sobre investimentos é o resultado do

lucro sobre os investimentos do acionista, a maneira mais rápida de aumentar a

rentabilidade, é reduzir os investimentos dos acionistas, o que pode ser feito através

da utilização de ativos de terceiros, no caso ativos de transportes.

Uma série de características da operação, e do setor, também contribui para o

processo decisório de propriedade da frota. Dentre estas se destacam: o tamanho

da operação; a competência gerencial interna; a competência e competitividade do

setor; a existência de carga de retorno; e os modais a serem utilizados.

Quanto maior o tamanho da operação de transporte, maior a possibilidade de

que a utilização de frota própria seja mais atraente do que a utilização de terceiros.

Em primeiro lugar porque a atividade de transporte apresenta enormes economias

de escala.

Quanto maior a operação, maior as oportunidades de redução de custos.

Segundo porque as operações de transporte estão ficando cada vez mais

sofisticadas em termos de tecnologia e gestão. Ser pequeno significa ter pouca

capacidade de manter equipes especializadas e de fazer investimentos contínuos

em tecnologia, e em especial, tecnologias de informação.

A crescente sofisticação do transporte faz com que a capacitação interna para

planejar, operar e controlar, seja cada dia mais decisiva para o desempenho da

operação. Nada adianta ser grande e ter recursos, se a organização não possui a

capacitação interna para gerir de forma eficiente sua operação de transporte, e não

está preparada para desenvolvê-la internamente.

Por outro lado é bom lembrar que a capacitação é uma medida relativa, que

necessita ser confrontada com as opções externas à organização, ou seja, a

competência do setor de transporte na região onde opera a empresa contratante.

Page 63: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

63

Existem situações onde uma empresa deseja terceirizar sua operação de

transportes, mas fica impossibilitada de fazê-lo, pois tem dificuldades de encontrar

um prestador de serviços capaz de atendê-la ao custo e com a qualidade de

serviços já alcançados internamente. Ou seja, quanto maior a competência interna, e

menor o desenvolvimento do setor numa determinada região, menor a chance de

encontrar alguém capaz de substituir a operação interna com vantagens de custo e

qualidade.

Para Fleury (2002), uma das melhores alternativas para redução do custo de

transportes é a captação de cargas de retorno. Em princípio, empresas prestadoras

de serviços de transporte, tem maiores chances de captar cargas de retorno, do que

uma empresa cujo negócio não seja a prestação de serviços de transporte. Isto

porque uma empresa especializada possui inúmeros clientes espalhados

geograficamente, o que aumenta as chances de combinação de fretes de ida e volta.

No entanto, nos casos de embarcadores de grande porte, com ampla atuação

territorial, a combinação de cargas de ida e volta pode se tornar viável, dispensando

a necessidade de um terceiro. Além disso, é sempre possível que um embarcador

busque uma outra empresa com fluxos invertidos de transporte, a fim de estabelecer

uma parceria, que permita o uso dos mesmos ativos de transporte, via coordenação

de embarques, a fim de maximizar a utilização de cargas no retorno.

O modal utilizado também influencia a decisão de propriedade da frota. Quanto

mais intensivo em capital for o modal, como por exemplo, ferrovia ou dutovia, maior

a possibilidade de utilização de um terceiro. Modais intensivos em capital dependem

de escala para serem eficientes, o que na maioria das vezes tornam inviáveis a um

embarcador operar tais modais. Já no caso de veículos rodoviários, existe grande

flexibilidade de volume, o que aumenta a atratividade de frota própria.

No Brasil, existe uma forte tendência de utilização de terceiros, com poucos

investimentos em frota própria. Cerca de 83% das 500 maiores empresas privadas

no Brasil não possuem frota própria. Mesmo nos casos onde isto não se verifica, a

Page 64: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

64

tendência é combinar frota própria com frota de terceiros. Cerca de 90% das

empresas que possuem frota própria, também utilizam frota de terceiros para

completar sua capacidade. Tal tendência é fortemente influenciada pelos baixos

preços cobrados pelos transportadores autônomos, o que torna muito baixa a

atratividade de investimentos em frota própria.

4.4.2 Seleção e negociação com transportadores

Uma vez decidida à utilização de terceiros, torna-se necessário estabelecer

critérios para seleção de transportadores. Fleury (2002) cita os sete os principais

critérios utilizados na seleção dos prestadores de serviços de transporte:

confiabilidade; preço; flexibilidade operacional; flexibilidade comercial, saúde

financeira; qualidade do pessoal operacional; e informações de desempenho.

O primeiro, e normalmente mais importante, critério para seleção de um

prestador de serviços de transporte tende a ser a confiabilidade, ou seja, a

capacidade de cumprir aquilo que foi combinado como, por exemplo, prazos de

entrega e coleta, disponibilidade de veículos, segurança, preço, informações.

Surpresa desagradável é tudo que um embarcador quer evitar. No mundo do just-in-

time em que vivemos nos dias atuais, desvios no planejado podem resultar em

impactos substanciais na operação do destinatário. Portanto, ter certeza de que o

planejado vai ser cumprido, é um critério fundamental na hora de selecionar um

transportador.

O preço, como não poderia deixar de ser, tende a ser o segundo critério mais

importante. De fato, enquanto a confiabilidade tende a ser um critério qualificador, ou

seja, é uma condição mínima necessária para um transportador ser pré-selecionado,

o preço tende a ser um critério classificador, ou seja, dado que o critério

confiabilidade foi atendido, aquele transportador com menor preço tende a ser

selecionado. Importante lembrar, no entanto que, muitas vezes, critérios de

desempenho são tão críticos, como no caso de produtos perigosos, ou de altíssimo

Page 65: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

65

valor agregado, que as questões de segurança pesam mais do que simplesmente o

preço do frete.

Flexibilidade, tanto comercial, quanto operacional, tem se tornado um critério

cada dia mais importante no processo de seleção de transportadores. No mundo

turbulento em que hoje vivemos, onde a segmentação de clientes e mercados é

cada vez mais utilizada, e a inovação é uma constante, ter flexibilidade para adaptar

a operação e renegociar preços e contratos é uma necessidade básica da maioria

dos embarcadores. Questões como local e horários de entrega, tipos de veículo e

embalagem, níveis de serviço, são algumas das dimensões importantes de

flexibilidade valorizadas pelos embarcadores.

A saúde financeira do prestador de serviço é outro critério crescentemente

utilizado na hora de selecionar uma transportadora. A forte tendência por parte dos

embarcadores, de reduzir o número de transportadoras utilizadas, assim com de

estabelecer um relacionamento cooperativo de longo prazo, faz com que a saúde

financeira do fornecedor de serviços cresça de importância. Nada pior do que

investir tempo e recursos no desenvolvimento de um relacionamento sob medida,

para descobrir mais adiante que o parceiro não terá condições de acompanhar suas

necessidades, seja em termos de capacidade de transporte, seja em termos de

modernização tecnológica ou gerencial.

Com a crescente sofisticação das operações de transportes, tanto do ponto de

vista tecnológico, quanto do ponto de vista de serviços, a qualidade do pessoal

operacional passou a ter uma importância fundamental no desempenho dos

transportadores. Por qualidade do pessoal entenda-se educação formal, capacitação

técnica, e habilidade comportamental. Portanto, ao selecionar uma transportadora,

torna-se cada vez mais necessário conhecer e analisar o perfil profissional do

pessoal operacional.

O monitoramento contínuo das operações é uma das principais características

das empresas modernas que possuem sistemas logísticos avançados. Ao contratar

Page 66: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

66

um terceiro para executar suas operações de transportes, as empresas correm o

risco de perder contato com seu desempenho no campo. Para garantir que isto não

aconteça, torna-se necessário selecionar um prestador de serviços com capacidade

de medir o desempenho e disponibilizar as informações para a empresa contratante.

Relatórios típicos que podem ser disponibilizados são, por exemplo, o percentual de

entregas efetuadas em até 24 horas, 48 horas, ou 72 horas, para cada classe de

cliente, para cada cidade, ou para cada região. Importante também é identificar

problemas ocorridos durante a operação de entrega, e as causas destes problemas.

Apenas como exemplo, poderíamos pensar em um relatório mensal que

indicasse o número de ocorrências de tentativas frustradas de entrega, e as

principais causas destas ocorrências, como por exemplo, ausência do destinatário,

ou endereço não existente. Com isto torna-se possível eliminar as causas dos

problemas, evitando-se assim que os mesmos venham se repetir no futuro.

O processo de negociação deve ser visto como uma tarefa contínua e

estruturada, cujo objetivo é a melhoria permanente, voltada para redução de custos

e melhoria da qualidade dos serviços. Para tanto, torna-se necessário desenvolver

um relacionamento cooperativo, com base na confiança e intercâmbio sistemático de

informações. Um instrumento básico para o processo de cooperação é a planilha de

custos. Grande parte dos itens de custos, tanto os fixos, quanto os variáveis, podem

ser alterados ou controlados através de um planejamento adequado. Vejamos o

caso do transporte rodoviário. A escolha do veículo tem influencia direta sobre os

custos de combustível, manutenção, depreciação, capital e seguros.

A utilização de veículos mais potentes, e muitas vezes mais caros, acabam

jogando para cima os custos do transporte, desnecessariamente. Dado o tipo de

carga, os volumes típicos do pedidos, e as rotas a serem cobertas, torna-se possível

escolher o veículo mais adequado à operação, e que gere o menor custo de

transporte. O número de horas que o veículo irá rodar por dia, também tem um

impacto direto no custo por tonelada quilômetro transportado. Quanto maior o

número de horas rodadas, menor o custo médio por tonelada quilômetro.Um

Page 67: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

67

planejamento conjunto entre embarcador, destinatário e transportador permite a

maximização das horas trabalhadas por mês ou por ano.

Outro fator que influencia diretamente o custo unitário do transporte é o tempo

gasto com as atividades de carregamento e descarregamento. De novo, o

planejamento conjunto, envolvendo embarcador, destinatário, e transportadora,

permite o planejamento adequado das tarefas de embarque e desembarque,

reduzindo desta forma o tempo parado, e, portanto o custo unitário do transporte.

Para Fleury (2002), dois outros mecanismos que permitem o aumento da

eficiência do transporte, e, portanto, seu custo, é o uso de tecnologias de

informação, como computador de bordo, GPS, e roteirizadores, e políticas

inteligentes de consolidação de cargas.

A consolidação de cargas, ou seja, buscar trabalhar com grandes volumes,

utilizando os maiores veículos possíveis, a plena capacidade, é um dos principais

mecanismos para reduzir os custos de transporte. A estratégia mais simples para se

consolidar cargas é postergar os embarques para uma determinada rota, até que

haja carga suficiente para atingir a capacidade máxima do veículo utilizado. O

problema com esta estratégia, é que ela afeta negativamente o serviço ao cliente,

tanto no que diz respeito ao prazo de entrega, quanto à consistência destes prazos.

A postergação da saída implica a não existência de uma freqüência definida de

saídas, tornando bastante incerto os prazos de entrega, gerando atrasos e

incertezas sobre a real data de entrega.

A maneira inteligente de alcançar a consolidação é através da montagem de

uma rede de instalações envolvendo terminais de cross-docking ou de transbordo,

onde através da coordenação entre veículos de grande porte, para transferências

entre terminais, e veículos de pequeno porte, para coleta e entrega, torna-se

possível alcançar consolidação, sem prejudicar a qualidade de serviços medida

pelos prazos de entrega e por sua consistência.

Page 68: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

68

4.5 TRANSPORTE DE CARGA NO BRASIL – AMEAÇAS E OPORTUNIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS

Segundo pesquisa do Centro de Estudo em Logística – CEL (2003), há vários

anos o transporte de cargas no Brasil, vem apresentando sintomas que apontam

para graves problemas. Dificuldades de desenvolvimento de modais, crescente

número de acidentes e mortes, envelhecimento da frota, e participação cada vez

maior de autônomos, são alguns destes sintomas.

Preocupados em entender a profundidade do problema, identificar suas causas,

e apresentar um plano de ação capaz de eliminar ou minimizar os problemas, a

Confederação Nacional de Transportes e o Centro de Estudos em Logística do

Coppead / Universidade Federal do Rio de Janeiro, uniram forças para realizar um

estudo em profundidade sobre a questão.

Onde através de entrevistas foi obtido informações de empresários de

transporte, trabalhadores autônomos, sindicatos, associações de classe, usuários, e

órgãos governamentais responsáveis por planejamento, regulação e financiamento.

A análise rigorosa dos dados e informações revelou um quadro preocupante, que

necessita de urgente esforço de mudanças por parte de todos aqueles envolvidos

neste processo: empresários, usuários, trabalhadores e governo.

O setor de transporte de cargas enfrenta graves problemas estruturais, que vem

comprometendo não apenas sua saúde financeira e sua eficiência operacional, mas

também, e principalmente, o desenvolvimento econômico e social do país.

Existem fortes evidências de que o Brasil vem desperdiçando, anualmente,

dezenas de bilhões de reais, em função de acidentes, roubos de carga, ineficiências

operacionais e energéticas, e uso inadequado dos modais. Isto sem falar das

dezenas de milhares de vidas perdidas, vítimas das centenas de milhares de

acidentes que ocorrem anualmente nas estradas brasileiras.

Page 69: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

69

Na base dos problemas do transporte, estão as enormes deficiências de

regulação, o elevado custo de capital, e as políticas governamentais de

investimento, que combinados, levaram o país a uma dependência exagerada do

modal rodoviário.

Embora apresente uma série de características positivas, como flexibilidade,

disponibilidade, e velocidade, o modal rodoviário possui um conjunto de limitações

que crescem de importância em um país como o Brasil, caracterizado por sua

dimensão continental e uma forte participação de bens primários na formação do

produto interno bruto.

No caso específico do Brasil, o modal rodoviário apresenta, adicionalmente, uma

série de distorções que afetam ainda mais seu desempenho: elevada fragmentação

da indústria, graves distorções concorrências, insuficiência e baixa qualidade da

infra-estrutura rodoviária. Somados, estes fatores vem empurrando o setor de

transporte como um todo, para uma grave crise financeira e operacional.

Fonte: Truk Consultoria em Transporte

Figura 4. Fragmentação do setor – distribuição dos caminhões.

Page 70: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

70

O mais preocupante e dramático efeito das distorções apontadas, está

relacionado com a questão da segurança, tanto no que diz respeito ao roubo de

cargas, quanto aos índices de acidentes e mortes nas rodovias brasileiras.

O roubo de cargas nas estradas vem crescendo de forma acelerada nos últimos

anos. A estas perdas diretas adicionam-se uma série de outros custos resultantes da

preocupação com a segurança: roterizações ineficientes, baixa utilização de

capacidade para minimizar risco, gastos com segurança.

Segundo estimativas do programa de redução de acidentes nas estradas, do

Ministério dos Transportes, os acidentes de trânsito no Brasil são o segundo maior

problema de saúde pública do país, só perdendo para a desnutrição. Alem disso

62% dos leitos de traumatologia dos hospitais são ocupados por acidentados no

trânsito.

4.5.1 Características da Operação

As Características da Operação variam de setor para setor, e são, muitas vezes,

resultado do atendimento satisfatório das necessidades de distribuição e

características internas do setor.

As Características da Operação podem ter grande influência sobre as decisões

relacionadas ao posicionamento logístico. Para verificar e analisar estas interações,

foram utilizados alguns indicadores que, além de serem de fácil entendimento,

permitem uma comparação bastante consistente entre os setores. Os indicadores

são:

- Percentual do Faturamento Gasto com Transporte de Produto

Acabado;

- Valor do Frete (R$/Kg);

Page 71: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

71

- Tempo de Resposta;

- Grau de Complexidade no Fornecimento.

4.5.2 Percentual do Faturamento Gasto com Transporte de Produto Acabado

Como podemos observar no gráfico abaixo, o percentual médio do faturamento

bruto das empresas gasto com transporte de produtos acabados varia entre os

setores. Para setores com produtos de alto valor agregado, como o setor

farmacêutico e o de tecnologia e computação, o percentual é bastante baixo, já para

setores em que os produtos têm baixo valor agregado, como o setor de alimentos

químico e petroquímico, este percentual é um pouco mais elevado.

Fonte: Centro de Estudo em Logística do COPPEAD/UFRJ.

Figura 5. Percentual do faturamento gasto com transporte – produto acabado.

4.5.3 Valor do Frete (R$/Kg)

Page 72: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

72

Este indicador de Valor do Frete, dado em R$/Kg, representa a média do valor

pago por Kg transportado.

Neste caso, diferente do indicador anterior (% do faturamento gasto com

transporte de produto acabado), para setores com produtos de alto valor agregado,

o Valor do Frete é bastante elevado. Isto ocorre, principalmente, porque o Valor do

Frete inclui um percentual sobre o valor do produto, além do seguro que também

depende do valor da carga. Já para setores caracterizados por produtos de baixo

valor agregado, nos quais o transporte é quase um commodity, o Valor do Frete é

muito baixo.

Fonte: Centro de Estudo em Logística do COPPEAD/UFRJ.

Figura 6. Indicador do valor de frete

4.6 PONTOS BÁSICOS

Segundo Ribeiro (2002), diversas são as definições dadas ao termo logística

dentre as quais podemos citar aquela que resume a logística como a “responsável

pelo planejamento, operação e controle de todo fluxo de mercadorias e informação,

desde a fonte fornecedora até o cliente” . Entretanto, apesar das várias formar pelas

Page 73: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

73

quais a logística é definida na bibliografia especializada, pode-se dizer que é um

ponto é facultativo a todas elas: O básico da atividade logística é atingir a satisfação

do cliente.

Deve-se entender cliente não só como um consumidor mas toda e qualquer

pessoa ou departamento que após solicitar um determinado produto, espera recebê-

lo com qualidade de forma rápida e com o menor custo possível. Na abordagem

dada por este trabalho os clientes seriam os departamentos e/ou fábricas que

aguardam agregados que são produzidos por terceiros ou em plantas distantes de

onde é feita a montagem final. Fato este bastante comum em grandes montadoras

que preferem terceirizar a produção de determinados periféricos.

O fluxo de informações, a movimentação dos produtos, tempo, custo e nível dos

serviços, são os alicerces básicos de qualquer planejamento logístico. Trabalhando

de forma integrada, estes fatores proporcionam a otimização do processo como um

todo.

Nas fábricas a movimentação dos produtos pode ocorrer de forma interna

(quando consideramos as movimentações dentro das fábricas em função do

processo produtivo) ou externa (quando ocorre translado de agregados entre

fábricas ou depósitos). Independentemente do tipo de movimentação, ela sempre

ocorre no sentido dos produtores primários para o cliente final.

O autor cita ainda que, o fluxo de informações apesar de ter início no cliente

decorrente de sua necessidade e terminar no produtor final passando pelos

produtores secundários, ocorre de forma bidirecional uma vez que pode fluir também

no sentido contrário em função dos “controles” e “feedbacks” que ocorrem entre as

duas pontas da cadeia logística: os fornecedores e os clientes. Nessa troca contínua

de informações são abordados aspectos referentes ao material, produtos, serviços,

custo e processos.

Page 74: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

74

O tempo decorrente do surgimento da necessidade até a entrega do produto,

juntamente com a qualidade, é o fator que controla a eficácia ou não de um

processo logístico. Juntos eles são o diferencial competitivo de uma empresa

perante o cliente. O “lead time” por sua vez depende dos suprimentos,

planejamento/controle da produção e sistemas de distribuição.

Os custos não agregados ao custo da matéria-prima pela adição de valor, isto é,

pela transformação física do material, devem ser controlados pela logística de modo

a evitar paradas no fluxo interno e externo, transporte desnecessário e controles de

qualidade de recebimento que devem ser de responsabilidade de quem fornece e

não de quem provê.

O último mas não menos importante nível de serviço, diz respeito a percepção

do cliente da qualidade dos serviços. Não existem padrões ou fórmulas a serem

seguidas de forma a melhorar este aspecto que deve ser levantado simplesmente

através de uma pesquisa que demonstre o que o cliente em questão assume como

sendo um serviço de qualidade.

Resumidamente a cadeia estratégica de um sistema logístico respeita um fluxo

que começa no planejamento que decorre da oferta e demanda, seguindo-se ao

gerenciamento das fontes de suprimento aonde serão efetuadas as solicitações

(compras). Com a matéria-prima em mãos inicia-se o processo produtivo que irá

resultar no produto acabado que deverá ser transportado e distribuído.

4.6.1 Componentes do Sistema Logístico

Para Ribeiro (2002), em um sistema logístico existem determinadas áreas e

atividades que influenciam diretamente a cadeia logística. A seguir os mesmos são

expostos de maneira introdutória uma vez que com exceção da “Área Comercial” os

mesmo serão abordados de maneira mais profunda mais adiante neste trabalho.

Page 75: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

75

Área Comercial – Em alguns casos associada com o Depto. de Marketing, irá

captar a necessidade do cliente. Através dos recursos de que dispõe irá tornar esse

desejo em realidade. Seria a etapa da engenharia de produto. Utilizando dados

provenientes de pesquisas de mercado, propagandas e conhecimento técnico pode-

se definir o produto, padronizando preços, serviços e níveis de qualidade.

Neste contexto cabe uma breve análise sobre o conceito “qualidade”. O que

pode-se definir como sendo um produto de qualidade ? Este é um conceito que pode

variar de acordo coma necessidade e nível de exigência do cliente dependendo do

seu poder aquisitivo ou até mesmo da cultura da região onde vive. Por esse motivo

torna-se indispensável uma fase de pesquisa (levantamento das expectativas) pois

de posse dessas informações a engenharia de produto poderá definir a qualidade do

produto e conseqüentemente a engenharia de produção irá criar o sistema

operacional da fábrica de modo atingir o esperado.

Cabe também ao departamento comercial controlar os custos respeitando as

premissas do produto pois de nada adianta excelência em qualidade e diferencial

tecnológico se isto acarretar em um custo proibitivo.

Operação Industrial – Corresponde a escolha dos recursos necessários para

corresponder ao desejo do cliente. Estes recursos podem ser de ordem tecnológica

(máquinas) ou conceitual que aumentem a competitividade (JIT – Just-in-time; FMS

– Flexible Manufacturing System; CIM – Computer Integrated Manufacturing e

demais). Atualmente o recurso conceitual mais difundido é sem dúvida o JIT que em

linhas gerais significa ter “o material certo, na hora certa, no local certo, na

quantidade certa.”, permitindo aumento da produtividade, redução do custo de

estocagem.

Fornecedores – Na logística moderna estes são vistos como parceiros

operacionais pois devem participar abertamente no desenvolvimento do produto

fornecendo contratos de fornecimento com preços, qualidades e prazos sujeitos a

mútua administração. Tal procedimento garante a conservação do mercado através

Page 76: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

76

da contínua satisfação do cliente. Cada vez fica mais evidente o conceito de

“fornecedor preferencial” que apesar de limitar as fontes gera uma relação mais

sólida entre as partes. Este novo tipo de relacionamento com os fornecedores

caracteriza-se pelo intenso uso da informática no fluxo das informações, esquema

de custeio por atividade e não mais por absorção, utilização das normas ISO que

forçam as empresas a estabelecerem procedimentos padrão.

Distribuição Física – Uma vez que tem-se plena confiança no produto que se

está produzindo, a nova preocupação passa a ser como levar o mesmo de maneira

rápida ao cliente. Neste campo entra a distribuição física que dada a sua importância

terá um capítulo aparte neste trabalho onde serão abordados tópicos como

estocagem e transporte.

4.6.2 Planejamento Logístico

Segundo Ribeiro (2002), encontra-se no Brasil grupos empresariais com mais de

20 fábricas e com mais de 10 centros de distribuição. A existência de um complexo

tão sofisticado leva a um descontrole dos investimentos em estoques. Com o

crescimento dos valores investidos em estoques, a rentabilidade do capital reduz-se

e torna o negócio menos atrativo para novas expansões, por este motivo a Logística

Industrial deve administrar cuidadosamente o aprimoramento da utilização dos

recursos investidos nos ativos existentes.

Para que possa garantir o suprimento, o autor diz que deve-se exercer uma série

de atividades, que são elas: abastecimento, compras e suprimentos, força de vendas

para captação de pedidos dos clientes, planejamento da operação, logística

industrial, produção, distribuição para os centros e varejistas.

Existem alguns sistemas que compõem a Logística Industrial:

Sistema Operacional: determina a seqüência das tarefas necessárias à

prestação dos serviços logísticos e de que modo devem ser exercidas.

Page 77: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

77

Sistema de Informação: registra todas as transações que se processam na

logística industrial, garantindo que os registros de dados sejam

absolutamente fiéis à realidade das existências físicas.

Sistema Físico: determina as tarefas que deverão ser executadas para os

deslocamentos dos materiais, com segurança, economia e sem erros de

destinatário e de alocação dos endereços de armazenamento e das docas

de expedição.

Sistema de Planejamento: analisa a logística industrial de cima para baixo,

planejando a otimização dos recursos, a qualidade dos serviços a serem

prestados e o controle dos ativos e do patrimônio.

Segundo Ribeiro (2002), existem ainda na Logística Industrial dois fluxos

básicos, os fluxos de informações do mercado que são provenientes do meio

externo, e os fluxos de deslocamento de material, produtos e serviços (da indústria

para o meio).

A utilização do sistema Warehouse Management Sistem (WMS), possibilita a

redução geral dos estoques e a implantação de iniciativas simples como conceito.

Uma dessas iniciativas, é o cross docking que procura administrar as entregas dos

itens de grande volume, com os itens que não dão carga num caminhão. Existem

estabelecimentos que comercializam 25000 itens, entre os da alta rotação e alto

volume e os de baixa rotação e baixo volume. Todos são necessários para se

oferecer ao cliente um vasto sortimento, para impedi-lo de ter que procurar outro

estabelecimento para completar seu abastecimento.

Assim, essa incompatibilidade pode ser explicada da seguinte maneira:

Page 78: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

78

Loja a Loja: se o cliente dispõe de muitas lojas acaba por transferir ao

fornecedor a responsabilidade de entregar seus produtos, loja a loja. E

essas lojas devem dispor de área de recebimento e armazenamento das

quantidades recebidas;

Entrega Única: entrega-se todas as mercadorias nos centros de

distribuição das cadeia varejista, deixando a distribuição para as lojas por

conta do centro de distribuição do varejista. O varejista irá exigir um

desconto no preço, por causa dos serviços logísticos que realiza para o

fornecedor;

Cross Docking: quando o varejista contrata o fornecimento de itens de grande

volume, que são entregues em caminhões fechados e diretamente nas lojas, sem

necessidade de passar pelos centros de distribuição do varejista, poderá colocar

uma cláusula no contrato de cross docking. O fornecedor reservará, em cada

caminhão, um lugar para dois paletes e determinará que o caminhão passe antes no

centro de distribuição do varejista. À noite são determinadas a necessidades das

lojas e itens de baixo volume, que são separados e colocados em docas, com as

respectivas notas fiscais. Ao chegar o caminhão transportando mercadorias de alto

volume a serem entregues diretamente nas lojas, os itens de baixo volume são

colocados no caminhão, na área reservada.

Já o comércio pela WEB deve ser preparado em dois sistemas:

Websoft: operadores de sistemas captam os pedidos e se inter-relacionam

com os clientes. São os especialistas de sistemas e equipamentos de

informática;

Webfísico: captado o pedido deverá ser entregue bem, tudo o que foi

contratado pela WEB. A Logística Industrial deve dar conta dessa

tarefa de maneira perfeita e utilizando suas técnicas que divergem das

técnicas do lado Soft do comércio eletrônico.

Page 79: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

79

4.7 NOMES DE MERCADOS, SERVIÇOS E PRODUTOS

ABC Costing (Custeio Baseado em Atividades) Consiste na identificação, análise e custeio das atividades desenvolvidas pela

empresa associadas a sua demanda por produtos e serviços. Distingue-se do

método tradicional de custeio por absorção que utiliza-se de critério de rateios pré-

estabelecidos para alocação dos custos indiretos ao produto/serviços.

Agente (Agent) Representante responsável pela negociação de contratos para compra e venda

de mercadorias e/ou serviços.

Amortização (Amortization) Redução gradual de uma dívida por meio de pagamentos periódicos combinados

entre credor e devedor. Os empréstimos e hipotecas bancárias são, em geral, pagos

dessa forma. No caso de empréstimos à longo prazo , a amortização se faz

mediante a tabelas especiais nas quais se incluem os juros relativos ao capital a

reembolsar.

Análise Incremental (Incremental analysis) Processo avaliação de decisões sob a ótica dos custos adicionais incorridos pela

tomada de decisão.

Armazém Alfandegário (Bonded Warehouse) Armazém que opera sujeito a regulamentos e normas especiais sob

responsabilidade da Receita Federal, permitindo a guarda de produtos em processo

de importação antes de sua nacionalização.

Armazém Refrigerado (Refrigerated Warehouse) Armazém que fornece refrigeração e controle de temperatura, geralmente

utilizado para guarda de produtos perecíveis.

Page 80: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

80

Armazém Regional (Regional Warehouse) Uma instalação que serve preferencialmente uma região ou apenas uma

localidade. O armazém regional também pode suprir outros armazéns filiados,

diretamente ao consumidor ou ambos.

Automação (Automation) Substituição de trabalho humano por máquinas, equipamentos e computadores.

Base de dados (Data Base) Dados armazenados de uma forma que permita ter flexibilidade na classificação

de dados, geração de estatísticas, indicadores e relatórios.

Benchmark Uma série de indicadores usados para atingir objetivos, alvos de operação e

programas de produtividade. Busca de práticas eficientes no mercado, torná-las

metas e aplicá-las em seu negócio.

Big Bag Embalagem para acondicionamento, transporte ou armazenagem de produtos a

granel.

Bin Acessório de uma estanteria, que pode ter divisões internas para armazenar

pequenos itens.

Caixa (Box) Nome comum para uma embalagem de unitização para embarque, estocagem,

movimentação, etc.

Canais de distribuição (Distribution Channel)

Page 81: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

81

Meios/canais por onde os produtos manufaturados são distribuidos de sua

origem até o consumidor final, incluindo os armazéns públicos, despachantes,

atacadistas e varejistas, etc. Processo pelo qual uma empresa distribui os seus

produtos (pós-produção).

Capacidade (Capacity) É o potencial de um sistema, trabalhador, máquinas, meio físico, instalação ou

centro de trabalho de realizar as funções esperadas.

Carga Completa / FTL (Full Truck Load) Termo utilizado para designar cargas que utilizam a capacidade completa de um

veículo ou equipamento de transporte rodoviário.

Carga de Alta Densidade (Hight Density Load) Uma carga ou produto cuja relação peso/volume é alta.

Centro de Distribuição (Distribution Center) Armazém para produtos acabados. O termo é usado para diferenciar uma

operação mais complexa e de alta velocidade à de um armazém comum, cuja

principal função é estocagem.

CFR - Cost and Freight (Custo e Frete) A entrega também é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada

do navio, no porto de embarque, desembaraçadas para exportação pelo vendedor.

O vendedor deve pagar o frete até o porto de destino, mas o risco de perda ou dano,

bem como qualquer custo adicional, ficam por conta do comprador. Incoterm usado

apenas para transporte marítimo ou hidroviário. (Publicação Icoterms 2000 da

Edições Aduaneiras Ltda.)

Ciclo do Pedido (Order Cicle) É o fluxo de pedido ao longo de toda a cadeia de suprimentos. O gerenciamento

do ciclo do pedido é feito ao longo das etapas existentes desde sua emissão até a

Page 82: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

82

entrega ao cliente: captação, processamento, análise de crédito, picking, em trânsito

e entrega.

Ciclo de Reabastecimento (Replenishment Cycle) Processo de reabastecimento dos níveis de estoque seja de um armazém ou de

um fornecedor.

CIF - Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete) A entrega também é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada

do navio, no porto de embarque, desembaraçadas para exportação pelo vendedor.

Quando se usa este Incoterm, o vendedor, além de pagar o frete até o porto de

destino, também deve contratar e pagar o seguro marítimo, de cobertura mínima,

cujo acionamento, se necessário, fica por conta do comprador. Demais riscos e

custos adicionais correm por conta do comprador. Incoterm usado apenas para

transporte marítimo ou hidroviário. (Publicação Icoterms 2000 da Edições

Aduaneiras Ltda.)

CIP - Carriage and Insurance Paid to… (Transporte e Seguro Pagos até…) O vendedor entrga as mercadorias, desembaraçadas para exportação, ao

transportador designado e, além de pagar o frete até o destino combinado, também

está obrigado a contratar e pagar o seguro de transporte, mas somente para a

cobertura mínima. Demais riscos e custos adicionais correm por conta do

comprador. Incoterm usado sem restrição quanto ao modo de transporte.

(Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Código de Barras (Bar Code) Método de dados codificados para leitura rápida e acurada. Os códigos de barra

são uma série de barras e espaços alternados, impressos ou estampados,

representando informações codificadas que podem ser reconhecidas por leitores

eletrônicos.

Commodities

Page 83: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

83

Vários itens ou mercadorias com características similares, em geral de baixo

valor agregado.

Computador de bordo (On board computer) Um computador instalado em veículos, com funções diversas de controle e

segurança, como por exemplo consumo de gasolina, desempenho do motorista,

comportamento do motor e aspectos de segurança.

Conhecimento de Carga (Consignment Note) Documento preparado pelo expedidor que envolve um contrato de transporte.

Contêm detalhes sobre a remessa a ser transportada e assinada pelo transportador

em âmbito nacional como prova de recebimento.

Conhecimento de Embarque (Bill of Lading) Documento que evidencia o contrato de transporte e prova o direito sobre as

mercadoria. Também constitui o documento que é, ou pode ser, necessário para

atender uma reivindicação de seguro.

Conhecimento de Embarque Consolidado (Consolidated Bill of Lading) Um conhecimento de embarque usado quando os produtos são agrupados em

uma embalagem maior e ou container.

Conhecimento de Transporte Aéreo (AirWay Bill) Documento que evidencia o contrato de transporte de produtos por via aérea.

Conhecimento de Transporte Ferroviário (Rail Consignment Note) Documento que evidencia o contrato de transporte de produtos por ferrovia.

Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga (Road Consignment Note)

Documento que evidencia o contrato de transporte de produtos por rodovia.

Page 84: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

84

Consignação (Consigment Stock) Estoque de mercadorias acabadas, em poder dos agentes ou distribuidores, que

ainda são de propriedades dos fornecedores.

Consolidação (Consolidating) Processo de reunir mercadorias de diferentes embarcadores, compatíveis por

natureza e destino em um mesmo contêiner e ou veículo, com o objetivo de

aproveitar espaço e otimizar os custos de transporte.

Contaminação (Contamination) Materiais ou ações externas estranhos que podem afetar desfavoravelmente um

produto.

Contêiner (Container) Unidade de embalagem padrão utilizada no transporte de carga geral cuja

principal característica é a velocidade nas movimentações nos pontos de transbordo.

Contêiner Refrigerado (Refrigerated container) Unidade de embalagem padrão capacitada utilizada para transportar

mercadorias que necessitem de uma temperatura controlada.

Conteinerização (Containerazation) Método de expedição em que os produtos são acondicionados em Conteineres,

aumentando a facilidade de movimentação e segurança dos produtos até o seu

destino.

Contrabando (Contraband) Práticas ou mercadorias ilegais e/ou proibidas.

Page 85: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

85

CPT - Carriage Paid to… (Transporte Pago até…) O vendedor entrega as mercadorias, desembaraçadas para exportação, ao

transportador designado e paga o frete até o destino combinado. Mas o comprador

arca com os riscos e custos adicionais que incorporam depois que as mercadorias

tenham sido entregues. Incoterm usado sem restrição quanto ao modo de

transporte. (Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Cross docking Processo de transferência de mercadorias de um veículo para outro, realizado

em uma instalação. Neste processo a mercadoria não chega a ser armazenada em

citada instalação.

Custeio Baseado em Atividade (Activity Basead Costing) Metodologia que auxilia a determinação do custo dos produtos de uma forma

mais realista que as medidas tradicionais de custo de pessoal direto e horas de

máquina. Neste caso os custos são calculados e acumulados, com base em cada

atividade desenvolvida.

Custo de Distribuição (Distribution Cost) Custos relacionados à distribuição de produtos sob responsabilidade de

Marketing e Logística.

Custos de Manuseio (Handling Costs) São os custos envolvidos na movimentação de mercadorias no armazém.

Custos de Manutenção de Inventário (Inventory Carrying Costs) Custo do inventário em mãos, incluindo taxas, depreciações, custo de capital

investido, seguros e outros. Expressa como um percentual do inventário total, o

custo de manutenção do inventário é utilizado no cálculo da quantidade econômica

dos pedidos.

Custos Diretos (Direct Costs)

Page 86: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

86

Custos que podem ser identificados diretamente com uma unidade de produto. É

o caso dos custos decorrentes de matéria-prima, embalagem e mão-de-obra - parte

do salário paga ao colaborador que trabalha diretamente no produto, segundo o

período de tempo gasto com a unidade que está sendo produzida.

Custos Externos de Armazém (External Costs) São custos que se originam fora das instalações do armazém, mas que são

inerentes ao armazém. Estes custos incluem: transferências de mercadorias (levar e

trazer), custos de inventário, seguros, impostos e outros custos de controle de

estoque.

Custos Indiretos (Indirect Costs) Custos realacionados com a fabricação e que não podem ser economicamente

identificados com as unidade que estão sendo produzidas. Por exemplo: aluguel de

instalação de fábricas, depreciação, mão-de-obra indireta, imposto, seguro, etc..

Custos Internos (Internal Costs) Custos gerados dentro da instalação e sob controle direto do gerenciamento do

armazém. Ele incluem estocagem, manuseio, serviços de escritório e

administrativos.

Custo Médio Unitário (Average Cost per Unit) É o valor resultante da divisão do total de custos fixos e variáveis totais, dividido

pelo número de unidades produzidas ou vendidas.

DAF - Delivered at Frontier (Entregue na Fronteira) Termo a ser usado somente no caso de fronteira terrestre. As mercadorias são

colocadas à disposição do comprador antes da divisa alfandegária do país vizinho,

dentro do veículo que as transportam, portanto, sem descarga. O vendedor se

responsabiliza pelo desembaraço de exportação, mas não de importação.

(Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Page 87: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

87

DDP - Delivered Duty Paid (Entregue com Direitos Pagos) Significa que o vendedor entrega as mercadorias ao comprador no local de

destino, já desembaraçadas para importação, mas sem descarregá-las. Incoterm

usado sem restrição quanto ao modo de transporte. (Publicação Icoterms 2000 da

Edições Aduaneiras Ltda.)

DDU - Delivered Duty Unpaid (Entregue com Direitos Não Pagos) Significa que o vendedor entrega as mercadorias no local de destino, mas sem o

desembaraço de importação e sem descarregá-las. Incoterm usado sem restrição

quanto ao modo de transporte. (Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras

Ltda.)

Demanda Interplantas (Interplant Demand) Transferência ou embarque de materiais entre as instalações, ou divisões, de

uma mesma empresa.

Depreciação (Depreciation) Redução do valor do ativo em consequência de desgaste pelo uso,

obsolescência tecnológica ou queda de preço de mercado - geralmente máquinas,

equipamentos e edificações. O cálculo da depreciação pode ser feito pelo custo

original (ou custo histórico) ou pleo custo atual (ou custo de reposição). Os métodos

para se calcular a depreciação são o da linha reta, o do balanço decrescente e o da

anuidade e fundo de amortização.

DES - Delivered Ex Ship (Entregue no Navio) O vendedor entrega a mercadoria no porto de destino, dentro do navio, arcando

com todos os custos e riscos de transporte. A descarga e desembaraço de

importação ficam por conta do comprador. Incoterm usado apenas para transporte

marítimo ou hidroviário. (Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Descrição de Tarefa (Job Description)

Page 88: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

88

Lista de obrigações, responsabilidades, regras, qualificações e remuneração de

uma função de trabalho específico.

Despachante/Agente Marítimo (Broker) Agente que intermedia transações de negócios recebendo uma comissão.

Despachantes estão presentes em diversas etapas do processo logístico, tais como

embarques domésticos e internacionais, liberação alfandegária, aluguel de

equipamentos, entre outros.

Destinatário (Consignee) Para quem as mercadorias são entregues.

Desvio/Variação (Deviation) A diferença entre um valor previsto e o valor realizado.

Deteriorização (Deterioration) Qualquer perda de qualidade, valor, ou utilização da mercadoria.

DEQ - Delivered Ex Quay (Entregue no Cais) O vendedor entrega a mercadoria no cais do porto de destino, arcando com

todos os custos e riscos de transporte e descarga. A responsabilidade do comprador

começa no desembaraço de importação. Incoterm usado para transporte marítimo,

hidroviário ou multimodal. (Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Distribuição (Distribution) As atividades e o planejamento necessários para movimentar um produto

acabado até o cliente. A Distribuição é o canal de pós-produção, sendo parte

integrante da cadeia de suprimento.

Page 89: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

89

Distribuição Física (Physical Distribution) O termo aplicado para as atividades logísticas que ocorrem entre o final da linha

de produção e o consumidor final. Inclui tráfego, embalagem, manuseio de materiais,

armazenagem, entrada de pedido, controle de estoque, suprimento do cliente e

previsões.

Distribuidor (Distributor) O agente comercial que insere-se na cadeia de distribuição. Distribuidores

compram e vendem as mercadorias acabadas. Eles podem alterar, montar,

combinar ou adicionar valor à mercadoria.

Doca (Dock) Um tipo de plataforma contígua uma instalação para a carga e descarga de

produtos.

Downtime O tempo ocioso de um equipamento ou veículo em operação, devido à

necessidade de manutenção, reparos ou troca de operadores.

ECR (Efficient Consumer Response) - Resposta Eficiente ao Consumidor É uma estratégia na qual varejistas, atacadistas, distribuidores e indústria

trabalham em conjunto com o objetivo de proporcionar maior valor ao consumidor,

identificado oportunidades de melhoria nas práticas comerciais, financeiras,

logísticas e TI, reduzindo custos totais na cadeia de suprimento.

Embalagem Comercialização (Trade Package) Embalagem que contém um múltiplo da embalagem de apresentação, constitui a

unidade para extração do pedido, e, por sua vez, é um sub-múltiplo da embalagem

de movimentação.

Embalagem de Apresentação (Product Package)

Page 90: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

90

Embalagem que envolve a embalagem de contenção, e com a qual o produto se

apresenta ao usuário no ponto de venda.

Embalagem Interna (Inner Packing) Material auxiliar de embalagem como papel, espuma ou madeira usado para

amortecer impactos e prevenir a movimentação da mercadoria dentro da embalagem

principal.

Embalagem Primária (First Pack) É aquela que contêm o produto (vidro, lata, plástico, etc.) sendo a medida de

produção e de consumo. Também pode ser a unidade de venda do varejo.

Embalagem Secundária (Second Pack) É o acondicionamento (contenedor) que protege a embalagem primária. Por

exemplo, uma bandeja de cartão com filme termoencolhível.

Embalagem Terciária (Third Pack) É o caso das embalagens de madeira, papelão, plástico ou outro material. A

combinação da embalagem primária e secundária acaba sendo a medida de venda

do atacadista.

Embalar/Empacotar (packiage) Atividade de acondicionar produtos em embalagens e/ou contêiners.

Empilhadeira (Forklift Truck) Um equipamento motorizado para movimentação de cargas nos armazéns.

Endereço (Address) 1) Combinação de letras e números utilizados para identificar a localização

física das mercadorias no armazém.

Page 91: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

91

2) Em processo de arquivo, uma legenda de nome e número que designa a

localização na memória do computador.

Endereçamento de Armazém (Locator Address System) Prática utilizada em armazéns para direcionamento e alocação de produtos no

estoque.

Endereçamento Dinâmico (Random location System) Sistema de estocagem de materiais no armazém pelo qual os itens são

estocados em qualquer posição disponível, aleatoriamente dependendo da

disponibilidade do espaço. Este sistema pode ser eficiente em termos de utilização

de espaço, mas deve ser cuidadosamente monitorado para evitar que o estoque se

perca o controle de estoque.

Estanterias (Shelves) Estrutura de armazenagem para itens de pequeno porte.

Estivador (Docker) O trabalhador que carrega e descarrega as mercadorias nos navios.

Estoque (Inventory) Estoques ou itens que dão suporte à produção (matéria-prima, e itens de

material em processo), atividades de apoio (suprimentos de operação, manutenção

e reparo) e atendimento ao cliente (produtos acabados e sobressaltantes).

Estoque Ativo (Active Inventory) Estoque que abrange matéria-prima, material em processo, produtos acabados,

que serão usados ou medidos durante um período específico.

Estoque Cíclico (Cycle Inventory)

Page 92: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

92

Parte do estoque necessária para atender a demanda normal de produção, com

exceção do estoque excedente e do estoque de segurança.

Estoque Disponível (Available Stock) O total do inventário que pode ser vendido ou usado.

Estoque Físico (Physical Inventory) A quantidade de produtos em estoque que é separadamente identificável em um

local específico (armazém, estoque, ou outro local de estocagem ) expresso em

termos quantitativos e/ou financeiros.

Estoque de Produtos Acabados (Finished Product inventory) Produtos disponíveis para embarque para o cliente.

Estoque de Segurança (Safeted Stock) É a quantidade mínima de estoque mantida no inventário em acréscimo aos

requerimentos de previsão de produção ou vendas. O estoque de segurança visa

garantir o atendimento de situações emergenciais, flutuações de demanda ou

atrasos.

Estoque em Estudo de Viabilidade (Feasibility Study) Uma análise que examina a viabilidade técnica e econômica de um projeto.

EXW - Ex Works (Na Origem) Transação onde cabe ao comprador retirar as mercadorias no estabelecimento

do vendedor, ou em outro local por ele nomeado (armazém, fábrica, etc), não

desembaraçadas para exportação e não embarcadas em qualquer veículo coletor.

(Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

FAS - Free Alongside Ship (Livre ao Lado do Navio)

Page 93: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

93

O vendedor cumpre com a entrega das mercadorias quando elas estão

colocadas ao lado do navio, no porto de embarque designado, desembaraçadas

para exportação. Incoterm usado apenas para transporte marítimo ou hidroviário.

(Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

FCA - Free Carrier (Livre no Transportador) Significa que o vendedor entrega as mercadorias, desembaraçadas para o

exportador, ao transportador designado pelo comprador, no local combinado.

Quando a entrega é feita no estabelecimento do vendedor, este tem a obrigação de

colocar a mercadoria no veículo que vai transportá-la. Se a entrega ocorrer em

qualquer outro local, o vendedor não é responsável pela descarga do veículo usado

para transportar a mercadoria de sua fábrica até outro local. Fica sendo obrigação

do importador descarregar do veículo enviado pelo exportador a voltar a embarcar

em qualquer outro meio de transporte. Incoterm usado sem restrição quanto ao tipo

de transporte. (Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Fluxograma (Flow Chart) 1) Sistema de símbolos usado para auxiliar a descrição e análise dos

principais elementos de trabalho envolvidos em um processo.

2) No processamento de dados, um gráfico que representa o processo e o

fluxo de informações.

FOB - Free on Board (Livre a Bordo) A entrega é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada do navio,

no porto de embarque designado. Exige que o vendedor faça o desembaraço de

exportação. Incoterm usado apenas para transporte marítimo ou hidroviário.

(Publicação Icoterms 2000 da Edições Aduaneiras Ltda.)

Freight Forwarder Responsável pelo transporte internacional, onde ele busca espaço em navios,

aviões, e transporta a carga para o cliente.

Page 94: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

94

Gerenciamento de Materiais (Materials Management) Planejamento e controle associado com a logística de suprimentos (inbound),

assim como obtenção e transporte de matéria-prima e componentes.

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Suply Chain Management) Abordagem integral que envolve questões fundamentais relacionadas à cadeia

de suprimentos como estratégias funcionais, estrutura organizacional tomada de

decisão administração de recursos, funções de apoio, sistemas e procedimento.

Giro de Estoque (Item popularity/Inventory Turns) Termo que indica quantas vezes cada item (SKU) mantido em estoque é

demandado num certo período.

Gráfico Espinha de Peixe (FishBone Chart) É um diagrama de causa e efeito utilizado em medição de qualidade total.

Identificação Automática (Automatic Identification) Sistema que fornece informações pela leitura automática de código de barras ou

outras simbologias.

Inbound (Logística de Suprimentos) Etapa da operação logística, que envolve , a movimentação da materiais de sua

origem até o ponto de produção ou armazenagem.

INCOTERMS Termo de vendas internacional desenvolvidos pela Câmara Internacional de

Comércio para definir as responsabilidades dos vendedores e dos compradores o

mais claro e preciso possível.

Infestação (Infestation)

Page 95: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

95

A poluição das mercadorias através da presença de insetos, roedores, pássaros

e sus detritos.

Instalação (Facility) Contempla as instalações física e os equipamentos de estocagem. Os

equipamentos fixos de estocagem no armazém devem ser consideradas parte das

instalações, enquanto que os equipamentos de movimentação de material não se

incluem.

Inventário Físico (Phisical Inventory) Contagem física de todos os itens localizados dentro do armazém.

JIT - Just in time Filosofia de manufatura baseada na eliminação de toda e qualquer

perda/desperdício e na melhoria contínua da produtividade. Os elementos principais

do Just-in-Time são ter somente estoque necessário, quando necessário; melhorar a

qualidade tendendo a zero defeitos; reduzir lead time reduzindo os tempo de set-up,

filas e tamanhos de lote; revisar incrementalmente as operações e realizar tudo isso

a custo mínimo.

Kitting Montagem simples de componentes de peças, muitas vezes realizado no

armazém.

KanBan Técnica japonesa de gestão de materiais e de produção no momento exato,

ambas (gestão e produção) controladas por meio visual e/ou auditivo. Trata-se de

um sistema de “puxar” no qual os centros de trabalho sinalizam com um cartão, por

exemplo, que desejam retirar peças das operações de alimentação entre o início da

primeira atividade até conclusão da última, em uma série de atividades.

Kaizen (ver melhoria contínua)

Page 96: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

96

Termo japonês que significa melhoria contínua.

Leitor de Código de Barras (Bar Code Reader) Um equipamento eletrônico para identificação e decodificação de um símbolo do

código de barras.

Logística O gerenciamento integrado dos fluxos (inbound e outbound) de materiais, peças,

suprimentos, material em processo e produtos acabados. Originalmente limitada ao

transporte e armazenagem, a logística atualmente este presente na programação de

produção, previsão de demanda, serviços ao consumidor, processamento de

pedidos, controle de estoque e gerenciamento das informações envolvidas.

Lote (Batch) Quantidade definida de um produto ou componente que é tratada e identificada

como uma entidade no que diz respeito a certas operações, como por exemplo,

movimentação, processamento, aquisição, produção, transporte.

Manuseio de Materiais (Materials Handling) A movimentação de materiais ou mercadorias em todo o processo logístico.

Matérias-Primas (Raw Material) Mercadorias aguardando serem transformadas em produtos manufaturados ou

componentes.

Melhoria Contínua Um esforço contínuo para gerar qualidade, reduzir custos e aumentar os níveis

de serviços, pela exposição e eliminação das causas de problemas.

Milk Run Processo de planejamento de rota de coleta com múltiplas paradas.

Page 97: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

97

MRP I - Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) Técnica para planejamento das prioridades que é orientada por um programa

mestre de produção e relaciona as demandas de componente aos programas de

produção de itens.

MRP II - Planejamento Recursos de Manufatura (MRPII) Método formal e total de planejamento e programação eficiente de pessoas,

instalações, materiais e ferramentas de uma empresa de manufatura.

Nivelador de Doca (Dock leveler) Plataforma operada manual ou hidraulicamente, localizada na entrada da doca,

que pode ser elevada ou abaixada adequando-se à altura da base dos diferentes

veículos de transporte.

Notificação Avançada de Embarque (Advanced Shipment Notice) Informações detalhadas de um embarque, incluindo conteúdo e natureza,

enviadas antecipadamente para o destinatário (Fax, EDI, Internet).

Notificação de Chegada (Arrival Notice) Um documento que o transportador para o embarcador informando que o

carregamento chegou.

Número do Lote (Lot Number) Números de identificação usados para manter uma avaliação separada para um

lote específico de mercadoria.

Otimização (Optimization) Busca do melhor resultado ou solução possível dada uma base de recursos,

condições e pesquisas dadas.

Page 98: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

98

Outbound (logística de distribuição) Etapa da operação logística, que envolve , a movimentação de produtos

acabados de um Cetro de produção ou armazenagem, para os locais de consumo.

Palete (Pallet) É uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de

vigas ou blocos, que permitem o arranjo e o agrupamento de materiais,

possibilitando o manuseio, estocagem, movimentação e transporte como uma única

carga.

Padronização Prática que visa definir e adotar padrões de veículos, equipamentos e

unitizadores necessários para simplificar, racionalizar e eliminar desperdícios.

Pedidos em Aberto (Back Log) Pedido recebido do cliente mas ainda não embarcado.

PEPS - Primeira entrada primeira saída (FIFO - First in first out) Método de rotação de inventário no qual os itens mais antigos são embarcados

primeiro. É também o método de valorização do inventário no qual o custo é

baseado nas primeiras compras.

Perdas e Avarias (Lost and Damage - L&D) Este termo é usualmente aplicado quando alguma perda ou dano é identificando

no momento da entrega.

Peso Bruto (Gross Weight) É o peso total do produtos mais a embalagem utilizada.

Plataforma de Carga (Load Plataform)

Page 99: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

99

Superfície elevada que facilita o carregamento, nivelando-se com a carroceria do

veículo de transporte. Normalmente disposta lateralmente ao armazém.

Pipeline 1) Oleoduto, cano para transporte de líquidos ou gases.

2) Termo usado para descrever as atividades variadas do sistema logístico,

como um pipeline de abastecimento.

Prateleira (Rack) Estrutura de estocagem de um mais níveis, que é usado para suportar

empilhamentos de mercadorias ou cargas paletizadas.

Previsão de Demanda (Forecast) Estimativa de demandas futuras. Apresentada em termos de unidades ou valor

monetário, a previsão é usada no planejamento de operações e vendas e para

controle da empresa.

Processamento de Pedidos (Order Processing) O início do processo de distribuição. O processamento de pedidos inclui a

entrada do pedido, verificação de crédito e dados, programação, faturamento,

consolidação, expedição, rastreamento, cobrança e recebimento .

RFP (Request for Proposal) Conjunto de documentos enviado aos fornecedores potenciais para elaboração

de propostas técnicas e comerciais. Descreve detalhadamente sistemas ou

especificações de produtos.

RFI (Request for Information) Documento enviado para fornecedores potenciais para fornecimento de

informações que serão utilizadas no processo de pré qualificação.

Page 100: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

100

Rack Estrutura unitizadora para acomodação de materiais diversos.

Rampa (Ramp) Superfície inclinada que conecta diferentes níveis dentro do armazém, com o

intuito de permitir que os equipamentos de movimentação trafeguem dentro das

instalações.

Redistribuição (Redistribution) Processo de distribuição de mercadorias por duas ou mais vezes entre o

produtor e o consumidor final.

Relatório de Recebimento (Receiving Report) Relatório que descreve as quantidades e as condições nas quais as mercadorias

chegaram.

Resposta Rápida (Quick Response) Uma prática similar ao JIT utilizada pelos varejistas, na qual estes informam os

fornecedores de sua posição de estoque on-line de acordo com as suas vendas, o

objetivo deste sistema é otimizar os níveis de estoque, sem prejuízo às vendas.

Roll on/roll off (RO/RO) Navio especializado no transporte de veículos, e ou produtos sob rodas.

Scanner de Mão (Handheld) Scanner pequeno e portátil que lê o código de barras.

Sistema de Distribuição (Distribution System) Conjunto de processos de transporte de mercadorias dentro e entre plantas,

armazéns e outras instalações.

Page 101: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

101

SKU (Stock keeping unit) Representa um item com uma unitização específica. Por exemplo se um produto

A é armazenado utilizando diferente unitizadores, cada uma desses itens será um

SKU diferente.

Tambor (Drum) Um contendor de produtos a granel geralmente feito de motal de forma cilíndrica

e fundo plano.

Taxa de Ad Valorem Proporcionalmente ao valor: uma frase aplicada a certas tarifas de frete ou

alfandegárias cobradas sobre produtos como porcentagem do seu valor.

Taxas de Manuseio ou Movimentação (Handling Charges) A cobrança para as operações costumeiras de manuseio e movimentação.

Taxa de Movimentação portuária (THC - Terminal Handling Charges) A cobrança para as operações costumeiras de manuseio e movimentação em

terminais portuários.

Terceirização (Outsourcing) Filosofia de gestão que delega a provedores especializados as etapas de algum

processo que não faz parte do negócio central (core-bussiness) de uma empresa.

Transportador Comum (Comum Carrier) É uma empresa que transporta mercadorias a qualquer momento para qualquer

lugar e cliente.

Transporte Intermodal (Intermodal Transport) Embarque de mercadoria no qual é usado mais de um modal de transporte.

Page 102: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

102

UEPS - Ultima entrada primeira saída (LIFO - Last in first out) Método de rotação de estoque no qual o itens mais novos no estoque são

expedidos primeiro. É também um método de valorização do estoque no qual o

custo é baseado nos materiais ou produtos comprados por último.

Valor Agregado (Added Value) Termo que indica que para cada função de produção ou distribuição, o valor do

produto aumenta em termos de tempo, lugar e forma de utilização para várias

atividades.

Valor Declarado (Declared Value) Valor da mercadoria declarado pelo embarcador, indicado na Nota Fiscal,

Conhecimento, Fatura Comercial ou qualquer outro documento oficial.

Page 103: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

103

5. PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Conforme apresentado no diagnóstico do problema, o relatório sugere que

pontos de melhoria podem ser tratados de maneira a otimizar os custos da empresa,

utilizando – se de um planejamento estratégico.

A produção, armazenamento e a distribuição dos produtos são de fundamental

importância, pois tais fatores influenciam diretamente nos custos que

conseqüentemente serão repassados aos clientes. Atualmente a falta de um estudo

logístico referente aos fatores acima citados gera custos elevados aumentando o

preço do produto/ serviço final.

Dessa forma, o desafio esta em através de um plano de reestruturação da

cadeia logística, otimizar tais fatores de modo a reduzir custos, mantendo o mesmo

nível de qualidade e suprindo todas as necessidades do cliente.

No plano de reestruturação acima citado, apresenta-se sugestões para a cadeia

logística de modo a otimizar os custos da empresa, focando a tendência da

terceirização como diferencial competitivo.

1) FROTA DE CAMINHÕES

Com a relação a frota da empresa, sugere-se que toda ou grande parte dela seja

terceirizada. Diante das evidências estudadas e mostradas no referencial teórico, a

tendência da terceirização nas empresas, tanto de bens como de serviços, vem

crescendo nos últimos anos.

Com base no resultado de algumas pesquisas realizadas na transportadora

Jesus Silva Cargas, seguem descriminados alguns dos custos excessivos gerados

pela frota própria:

Page 104: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

104

Mecânica – a despesa mensal com oficina mecânica para a manutenção dos

caminhões, gira em torno de R$ 10.000,00 (Dez mil reais).

Óleo – Um caminhão gasta em média R$ 2.000,00 (Dois mil reais) em óleo

por viagem.

Pneus – um pneu custo entre R$ 800,00 (Oitocentos reais) a R$1.000,00

(Hum mil reais) depende de sua marca, sendo que a sua vida útil é de

35.000 Km, ou seja, de duas a três viagens. Para o cálculo dessas medidas,

foram considerados as condições de segurança para a realização das viagens

dos caminhões. Lembrando que os seguintes caminhões necessitam de:

Caminhão ¾: 6 pneus e suporta 4.000Kg a 6.000Kg

Caminhão Truck: 10 pneus e suporta 14.000Kg a 16.000Kg

Caminhão Carreta : 18 pneus e suporta 27.000Kg

Caminhão Carreta LS – trucada: 32 pneus e suporta 32.000Kg

O peso estabelecido para os caminhões acima citados, é o peso registrado de

balança nas estradas a ser considerado nos caminhões. Ressaltando que o

peso influencia muito no desgaste do caminhão.

Despesas com pedágio – a empresa utiliza o sistema de cobrança da

empresa CGMP “Sem para” nas rodovias o qual custa em média R$ 2.510

(Dois mil quinhentos e dez reais).

Rádios de comunicação - as despesas geradas por rádios são de R$

3.000,00 ( Três mil reais).

Combustível – para abastecer o tanque de um caminhão custa em média

R$ 260,00 e roda 700Km. Sendo assim, em uma viagem para Fortaleza

(3.700 Km) por exemplo, a empresa pagaria o valor de R$ 1.380,00

aproximadamente só de combustível.

Page 105: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

105

Sendo assim, considerando os valores aproximados acima citados o total

mensal esta em torno de R$ 33.290,00 ( trinta e três mil duzentos e noventa

reais).

Com as considerações acima citadas, nota-se que para manter uma frota de

caminhões usados, como é o caso da empresa, exige-se realmente um custo muito

elevado. Cabe ainda salientar que, sempre que um caminhão retorna de viagem,

independente do seu modelo ou ano, o mesmo volta com algum reparo a ser feito,

principalmente, na parte elétrica e nos freios, os quais devem ser revisados

periodicamente.

Como um meio de comparação de custos, segue abaixo uma tabela com os

preços dos fretes.

Norte/Nordeste Faixa Peso (KG) Frete – Peso

SP-Alagoas 1 a 27.000 R$ 0,28

SP-Bahia 1 a 27.000 R$ 0,28

SP-Ceará 1 a 27.000 R$ 0,28

SP-Minas Gerais 1 a 27.000 R$ 0,17

SP-Natal 1 a 27.000 R$ 0,31

SP-Paraíba 1 a 27.000 R$ 0,31

SP-Pernambuco 1 a 27.000 R$ 0,31

São Paulo Faixa Peso (KG) Frete – Peso

SP-Arujá 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Barueri 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Carapicuiba 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Cotia 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Diadema 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Embú 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Embú Guaçú 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Ferraz de Vasconcelos 1 a 27.000 R$ 0,15

Page 106: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

106

SP-Guarulhos 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Itapevi 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Itaquaquecetuba 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Jandira 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Mauá 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Osasco 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Poá 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Ribeirão Pires 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Rio Grande da Serra 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Santo André 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-São Bernardo do Campo 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-São Caetano do Sul 1 a 27.000 R$ 0,10

SP-Suzano 1 a 27.000 R$ 0,15

SP-Taboão da Serra 1 a 27.000 R$ 0,10

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tabela 5. Lista de preços de frete Norte/Nordeste e São Paulo.

2) DEPÓSITOS

Com relação aos depósitos da empresa, seus custos também apresenta–se

de forma a elevar o custo fixo da empresa. Os valores descriminados abaixo,

referem-se ao aluguel mensal e IPTU dos depósitos. Como mostrado a metragem da

área fechada e aberta dos dois armazéns no diagnostico do problema, tais valores

foram consultados e estabelecidos como preço de mercado.

Armazém da Zona Norte

R$ 6.000,00 ( seis mil reais) de aluguel e R$ 1.000,00 (Hum mil reais) de

IPTU.

Armazém Zona Leste

Page 107: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

107

R$ 4.500,00 (Quatro mil e quinhentos reais) de aluguel e R$ 680,00

(Seiscentos e oitenta reais) de IPTU.

Lembrando que, devem ser considerados também os custos de água e luz

dos imóveis.

Sendo assim, considerando os valores aproximados acima citados o total

mensal esta em torno de R$ 10.950,00 ( Dez mil novecentos e cinqüenta reais).

Recomenda–se a empresa que utilize a terceirização para a distribuição dos

produtos que se encontram em seus armazéns como um meio de minimizar recursos

e alavancar a sua competitividade no mercado.

Page 108: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

108

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise detalhada dos dados obtidos na pesquisa, foi possível fazer

algumas considerações importantes, que tendem servir de apoio às empresas do

segmento de transportes.

Cabe ressaltar que, as considerações finais desse trabalho, retornam as

premissas primária e secundárias, que foram definidas no item “Tratamento de

Dados” dos Procedimentos Metodológicos. Compara-se então, essas premissas com

as evidencias obtidas nos dados coletados na empresa pesquisada. Em seguida,

discutem-se as condições encontradas, frente ao questionamento a respeito da

influência da terceirização na cadeia logística da empresa pesquisada.

Com relação a premissa b1 (o processo de terceirização influencia

consideravelmente na questão de diminuição dos custos operacionais), na análise

do processo logístico da empresa pesquisada foram encontrados custos

operacionais, os quais levam a crer que a terceirização seja um dos mecanismos

que possa contribuir para minimizar ou até mesmo excluí-los desse processo. No

caso da empresa Jesus Silva Cargas, podem ser reduzidos por exemplo, os custos

com rastreamento do veículo, seguro dos caminhões, salário dos funcionários,

despesas com pedágios, bem como mecânica e elétrica, que é uma das despesas

de valor considerável para uma empresa de transportes.

Com relação a premissa b2 (Uma cadeia logística para ser competitiva,

necessita que a empresa invista na distribuição e armazenagem como estratégia

para a criação de diferenciais), como já mostrado no diagnóstico do problema, a

empresa tem como patrimônio uma frota própria de caminhões, sendo todos eles

usados. Identifica-se que, pelo histórico da frota ser mantida em condições de semi

novos e seus depósitos serem alugados, a empresa não demonstra o interesse de

renovar seus caminhões ou até mesmo investir em armazenagem.

Page 109: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

109

Com relação a premissa b3 (Rever a estrutura da empresa implica na

demissão ou contratação de funcionários), num processo de reestruturação

empresarial, as mudanças são inevitáveis. Junto a essas mudanças estão a

diminuição de custos e investimento em treinamentos ou contratação de

especialistas, ou seja, demissão ou contratação de funcionários.

A terceirização da frota de caminhões da Jesus Silva Cargas pode trazer

como benefício à empresa, a redução das despesas com salários de funcionários,

que no caso, apresenta-se em grande escala por ter em seu quadro dezessete

funcionários. Cabe salientar ainda que a cada viagem dentro do estado de São

Paulo, o motorista é acompanhado por um segundo. A reestruturação implica

também em uma possível contratação de um gerente ou supervisor de logística

visando uma melhor coordenação do processo logístico da empresa.

Com relação a premissa b4 (Uma empresa de transportes competitiva, deve

identificar na sua distribuição, vantagens e desvantagens da frota própria e da frota

terceirizada), segundo Fleury (2002), depois da escolha dos modais, a escolha por

frota própria ou terceirizada, é a segunda mais importante decisão estratégica no

transporte. Neste caso, o processo decisório deve considerar além do custo e da

qualidade do serviço, a rentabilidade financeira das alternativas.

O autor ressalta ainda que, o transporte tem um papel preponderante na

qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente no tempo de entrega, a

confiabilidade e a segurança dos produtos.

Após a análise da frota da empresa pesquisada a escolha pela frota

terceirizada seria uma sugestão para a diminuição dos custos contribuindo

conseqüentemente para competitividade da empresa.

Com relação a premissa b5 (Questionar ameaças e oportunidades para a

cadeia logística, pode trazer benefícios inexoráveis), diz respeito ao fato da empresa

observar sua posição perante o seu cliente e ao mercado competitivo e, identificar

Page 110: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

110

possíveis ameaças e oportunidades, ou seja, verificar se em seu processo não há

necessidade de pontos de melhoria ou a percepção antecipada de novas tendências

(por exemplo terceirização) pode ou não trazer um diferencial competitivo.

Para Costa e Arruda (1999), a competitividade se dá na competência da

empresa em conquistar, manter e aumentar a sua fatia de mercado para o seu

produto em uma determinada área de influência.

Segundo (Coutinho e Ferraz, op. Cit:18; Ferraz e Kupfer e Hanguernauer,

1997:03), competitividade pode ser entendida como “a capacidade da empresa de

formular e implementar estratégias concorrências, que lhe permitam, conservar de

forma duradoura uma posição sustentável no mercado”.

Pode-se afirmar que a principal contribuição desse trabalho está na sugestão

que a terceirização venha a ser uma tendência gerencial que contribua para a

melhoria da competitividade das cadeias logísticas das empresas de transportes.

Considera-se que o conhecimento antecipado da influência dessa tendência na

estrutura gerencial das empresas de transportes, possa propiciar uma possível

economia de tempo e recursos quando da adequação de suas operações às novas

exigências do mercado globalizado.

Page 111: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

111

7. BIBLIOGRAFIA

ANSOFF, H. I. Estratégia Empresarial. São Paulo, Editora McGraw-Hill, 1977. ___________A nova estratégia empresarial. São Paulo, Editora Atlas, 1990. BRESSAM, F. O método de estudo de caso. Revista Administração online. [online]. Disponível na World Wide :URL:www.fecap.com.br, 2001. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo, Editora Makron Books, 1996. CONTADOR, J. C. Modelo para aumentar a competitividade industrial: A transição para a gestão participativa. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 1996. COSTA, C. A. N.; ARRUDA, C. A. (org.) Em busca do futuro: A competitividade no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1999. COUTINHO, L. G.; FERRAZ, J. C. (coord.). Estudo da competitividade da indústria brasileira. São Paulo, Editora Papirus, 1995. DONAIRE, D. A utilização do estudo de casos como método de pesquisa na área da administração. Revista IMES, São Paulo, nº 40,p.9-19, maio/agosto, 1997. DONAIRE, P. et al. Logística e operações globais: textos e casos. São Paulo, Editora Atlas, 2000. FERRAZ, J. C.; KUPFER, D.; HAUGUENAUER, L. Made in Brasil: Desafios competitivos para a indústria. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1996. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas, 1991. ________.Métodos e técnicas de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas, 1994. GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas RAE. São Paulo, nº 35,p.20-29, maio/junho, 1995. GURGEL, F. A. Logística Industrial. São Paulo, Editora Atlas, 2000. HITT, M. A .; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. São Paulo, Editora Thomson, 2002. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de Andrade. Metodologia Científica. São Paulo, Editora Atlas, 2º ed., 1991. ________________________________________.Técnicas de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas, 4ª ed., 1999. MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo,Editora Atlas, vol.1, 1993.

Page 112: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

112

OHMAE, K. O estrategista em ação: A arte japonesa de negociar. São Paulo, Editora Pioneira, 1985. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de industrias e da concorrência. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1986. _____________.Vantagem competitiva. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1990. _____________.MILLAR, V. E. Como a informação proporciona vantagem competitiva. In: PORTER, M. E. Competição: Estratégias competitivas POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2º ed., 2002. SALLES, Paulo. Eduardo. Marcondes de. Manual de Estágio. São Paulo: UNI FMU – UNI FIAM FAAM, 2003. SELLTIZ, C. et al. Métodos e técnicas de pesquisa. São Paulo, 6. ed., Editora EDUSP, 1988. YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. São Paulo, 2º ed., Editora Bookmam, 2001. CELCOPPEAD. Universidade Federal de Rio do Janeiro Disponível em: http://www.celcoppead.ufrj.br. Acesso em:14 set. 2003.

Page 113: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

113

8. ANEXO ANEXO 1 - Questionário aplicado aos executivos da empresa Jesus Silva Cargas

ANEXO 1 ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO AOS EXECUTIVOS DA EMPRESA JESUS SILVA CARGAS

Conforme citado no tratamento de dados, elaborou-se um roteiro com duas

perguntas as quais tinham o objetivo de abrir uma discussão entre o pesquisador e

os executivos da empresa acerca do processo logístico da empresa em questão.

Conforme mencionado anteriormente, as entrevistas serão do tipo Focal e semi-

estruturadas, sendo realizadas pelo próprio pesquisador, que deverá conduzi-las

tendo como base as seguintes perguntas abaixo:

1- Quais vantagens e desvantagens da frota terceirizada. Porque?

2- Quais vantagens e desvantagens da frota própria. Porque?

Page 114: UNI FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO · acarretando um fraco atendimento ao cliente, sendo assim, fator negativo ao processo de entrega de valor ao cliente e ganho de vantagem competitiva.

114

CAPA FINAL