Unid 3 - Apostila - Tecnicas Para Elaborar o Orcamento de Caixa

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Apresenta técnicas para elaboração de Orçamentos de Caixa

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  • Curso Gesto Financeira

    Planejamento Econmico e Financeiro

    Unidade 3 Estrutura e processo de elaborao do oramento empresarial

    APOSTILA TCNICAS PARA ELABORAR O ORAMENTO DE CAIXA

    1. CONCEITOS

    O oramento de caixa a projeo dos fluxos das entradas e sadas

    do caixa de uma empresa. um instrumento de estimao das

    necessidades de caixa no curto prazo. Em geral, o horizonte de tempo de

    um oramento de caixa compreende o perodo de um ano, embora possa

    ser elaborado em funo de qualquer perodo de tempo, tendo em vista as

    particularidades do negcio de cada empresa. Este horizonte de tempo

    dividido em intervalos de tempo menores, normalmente em meses.

    Dependendo da situao financeira em que as empresas se

    encontram, comum dividir os perodos iniciais do horizonte do

    oramento de caixa em perodos menores ainda, como semanas ou at

    em dias. Empresas que apresentam uma certa estabilidade em seus

    fluxos, ao contrrio, podem estabelecer perodos mais longos, como

    bimestres, trimestres ou quadrimestres.

    2. FINALIDADES

    O oramento de caixa permite empresa ter uma viso clara dos

    momentos de ocorrncia dos fluxos de entradas e sadas. Com isso,

    possvel se preparar com antecedncia para enfrentar as faltas de caixa e

    planejar adequadamente a aplicao de excedentes de recursos, no caso

    das sobras. Alm disso, fornece os valores esperados de saldos finais em

    cada um dos perodos, que permitir determinar se excesso ou falta de

    caixa iro ocorrer no horizonte de tempo.

    3. ELEMENTOS DO ORAMENTO DE CAIXA

  • Um oramento de caixa, de maneira geral, apresenta em sua

    estrutura os seguintes elementos:

    3.1 Recebimentos ou entradas de caixa - os recebimentos

    representam todas previses de entradas no caixa da empresa. Os

    recebimentos mais comuns so as vendas vista e as vendas a prazo,

    estas representadas pelas duplicatas a receber de perodos anteriores.

    Tambm so recebimentos outras fontes de entrada como: dividendos e

    juros sobre capital de empresas de capital aberto; alienao de ativos e

    de aes; aluguis; resgate de aplicaes, entre outros. A Tabela 1

    mostra um modelo de programao de recebimentos.

    Tabela 1 - Programao de recebimentos ou entradas de caixa da Cia Alfa - em R$ 1000

    A projeo de entradas de vendas vista do ms calculada

    multiplicando-se o percentual de vendas vista pelo Oramento de

    Vendas do ms. Para projetar os recebimentos com 30 dias e 60 dias,

    multiplicam-se, tambm, os percentuais de vendas com 30 dias e com 60

    dias pelo valor do Oramento de Vendas, nos meses subsequentes. Dessa

    mesma maneira, so calculadas as projees de entrada de vendas para

    os demais meses que compem o horizonte do oramento.

    Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

    Oramento de vendas 1

    1.000,00 2.000,00 4.000,00 3.000,00 2.000,00 2.500,00

    Vendas vista (25% ) 250,00 500,00 1.000,00 750,00 500,00 625,00

    0,25

    Vendas prazo

    Cobrana 30 dias (45%) 600,00 450,00 900,00 1.800,00 1.350,00 900,00 0,45

    Cobrana 60 dias (30%) 250,00 300,00 600,00 1.200,00 900,00 0,3

    Venda de ativo 200,00

    Dividendos 100,00

    Venda de aes 40,00

    Total dos recebimentos 850,00 1.200,00 2.200,00 3.150,00 3.350,00 2.465,00

    1 Esta linha meramente ilustrativa, com o intuito de facilitar a compreenso da tabela. Na prtica, esses

    valores no so registrados no oramento de caixa.

    Os valores de R$ 600,00 e R$ 250,00, em janeiro e fevereiro, representam saldos de cobrana 30 dias e

    cobrana 60 dias, levantados no incio do ms, respectivamente.

  • No modelo da Tabela 1, adicionamos alguns exemplos de outros

    recebimentos, como venda de ativo, recebimento de dividendos e venda

    de aes.

    3.2 Pagamentos ou sadas de caixa os pagamentos representam

    todas previses de sadas do caixa da empresa. Os pagamentos mais

    comuns so compras vista, pagamentos de duplicatas, salrios,

    impostos, juros, dividendos, emprstimos, recompra de aes emitidas,

    aluguis, despesas operacionais, entre outros. A depreciao no um

    desembolso e, portanto, no deve ser includa no oramento de caixa. A

    Tabela 2 mostra um modelo de programao de pagamentos ou sadas de

    caixa.

    Tabela 2 - Programao de pagamentos ou sadas da Cia Alfa - em R$ 1000

    As projees futuras dos pagamentos so calculadas de forma

    semelhante quela usada para o clculo dos recebimentos. Na Tabela 2,

    Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

    Oramento de vendas 1.000,00 2.000,00 4.000,00 3.000,00 2.000,00 2.500,00

    Oramento de compras 1

    700,00 1.400,00 2.800,00 2.100,00 1.400,00 1.750,00

    Pagamentos de compras vista (10% ) 70,00 140,00 280,00 210,00 140,00 175,00 0,1

    Compras prazo

    Pagamento com 30 dias (75%) 550,00 525,00 1.050,00 2.100,00 1.575,00 1.050,00 0,75

    Pagamento com 60 dias (15%) 220,00 105,00 210,00 420,00 315,00 0,15

    Salrios 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00

    Impostos 45,00 90,00 180,00 220,00 90,00 140,00

    Aluguis 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00

    Aquisio de equipamento 700,00 500,00

    Juros sobre o capital 250,00

    Total dos pagamentos 765,00 1.075,00 2.415,00 2.840,00 2.325,00 2.530,00

    1 e 2 Esta linhas so meramente ilustrativas, com o intuito de facilitar a compreenso da tabela. Na prtica, esses

    valores no so registrados no oramento de caixa. Neste exemplo, as compras representam 70% do oramento

    das vendas.

    Os valores de R$ 550,00 e R$ 220,00 em janeiro e fevereiro representam os saldos de duplicatas a pagar com

    30 dias e com 60 dias, levantados no incio do ms, respectivamente.

  • adicionamos alguns exemplos de outras sadas, como salrios, impostos,

    aluguis, entre outros.

    3.3 Fluxo lquido de caixa o fluxo lquido de caixa representa a

    diferena entre os recebimentos e os pagamentos em cada perodo de

    tempo do horizonte do oramento. uma informao importante, pois

    fornece subsdios ao administrador sobre a performance das operaes da

    empresa. Quando o fluxo lquido de caixa apresenta saldo negativo, no

    um bom sinal. Alm de mostrar necessidade de financiamento, pode

    sinalizar deficincias na operao.

    3.4 Saldo final de caixa o saldo final de caixa a soma do saldo inicial

    de caixa com o fluxo lquido de caixa.

    3.5 Saldo mnimo de caixa o saldo mnimo de caixa o valor

    desejado em caixa e definido pela gerncia. conhecido pelo nome de

    pequeno caixa.

    3.6 Financiamento necessrio o financiamento necessrio representa

    a necessidade de financiamento, caso o saldo final do caixa seja menor

    que o saldo mnimo de caixa.

    3.7 Saldo excedente o saldo excedente representa a sobra de caixa,

    disponvel para aplicao, caso o saldo final do caixa for superior ao saldo

    mnimo de caixa.

    A Tabela 3 apresenta um exemplo de oramento de caixa, tendo

    como entradas fundamentais o total de Recebimentos (Tabela 1), o total

    de Pagamentos (Tabela 2) e o saldo inicial de caixa de R$ 50.000,00,

    valor este fornecido pela empresa.

  • Tabela 3 - Oramento de Caixa da Cia Alfa - em R$ 1000

    Conforme definies anteriores, o oramento de caixa fornece os valores dos

    saldos finais do caixa da empresa ao longo do horizonte de tempo. Com isso

    possvel avaliar a necessidade de financiamento ou se haver excesso. Nos

    perodos em que o oramento de caixa apresenta necessidade de financiamento, o

    administrador dever desenvolver as fontes de financiamento necessrias e, caso

    contrrio, quando haver projees de excedente de caixa, ele dever planejar as

    aplicaes e investimentos dos excessos.

    Se o saldo final de caixa projetado for menor que o saldo mnimo de caixa,

    haver necessidade de financiamento. Se o saldo de caixa for maior que o saldo

    mnimo de caixa, haver uma sobra de recursos.

    No exemplo mostrado na Tabela 3, no h projeo de financiamento

    necessrio. Isso porque, em todos os meses do oramento, o saldo final de caixa

    maior que a necessidade mnima de caixa. O saldo excedente calculado pela

    diferena entre o saldo final de caixa e o saldo mnimo de caixa. Em janeiro, temos

    um saldo final de caixa de R$ 135.000,00. Como o saldo mnimo de caixa de R$

    5.000,00, temos uma sobra de R$ 130.000,00. A Tabela 4 mostra um exemplo de

    oramento de caixa com necessidade de financiamento.

    Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

    (+) Recebimentos 850,00 1.200,00 2.200,00 3.150,00 3.350,00 2.465,00

    (-) Pagamentos 765,00 1.075,00 2.415,00 2.840,00 2.325,00 2.530,00

    = Fluxo lquido de caixa 85,00 125,00 (215,00) 310,00 1.025,00 (65,00)

    (+) Saldo inicial de caixa 50,00 135,00 260,00 45,00 355,00 1.380,00

    (=) Saldo final de caixa 135,00 260,00 45,00 355,00 1.380,00 1.315,00

    Saldo mnimo de caixa 1

    5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00

    Financiamento necessrio - - - - - -

    Saldo excedente 130,00 255,00 40,00 350,00 1.375,00 1.310,00

    1 O saldo mnimo de caixa uma deciso gerencial.

  • Tabela 4 - Oramento de Caixa Revisado da Cia Alfa - em R$ 1000

    No exemplo da Tabela 4, as projees de pagamentos foram alteradas. Com

    isso, o oramento de caixa mostra necessidade de financiamento de R$ 320.000,00

    em maro e de R$ 130.000,00 em abril. O saldo final de caixa projetado para abril

    negativo em R$ 315.000,00. Como a necessidade mnima de caixa de R$

    5.000,00, teremos um financiamento necessrio de R$ 320.000,00 (R$ 315.000,00

    para cobrir o saldo final de caixa e mais R$ 5.000,00 para manter o caixa mnimo).

    4. ORAMENTO DE CAIXA DIRIO

    O administrador tambm deve se preocupar com o fluxo dirio do caixa, ao longo do

    ms. Isso porque, mesmo que o oramento de caixa mensal apresente um

    excedente, isso poder no ocorrer no dia-a-dia. Os fluxos de caixa dirios so

    bastante variveis. muito comum um excesso de compromissos com certos tipos

    de desembolsos nos primeiros dias do ms, o que pode ocasionar retiradas de

    emergncia de contas especiais em bancos, para suprir a necessidade imediata de

    caixa. Ou ento os recebimentos serem concentrados nos ltimos dias do ms.

    Portanto, uma ateno especial deve ser dada aos fluxos de caixa dirios.

    Prof. Carlos Mrcio Vitorino

    Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

    (+) Recebimentos 850,00 1.200,00 2.200,00 3.150,00 3.350,00 2.465,00

    (-) Pagamentos 885,00 1.195,00 2.535,00 2.960,00 2.445,00 2.650,00

    = Fluxo lquido de caixa (35,00) 5,00 (335,00) 190,00 905,00 (185,00)

    (+) Saldo inicial de caixa 50,00 15,00 20,00 (315,00) (125,00) 780,00

    (=) Saldo final de caixa 15,00 20,00 (315,00) (125,00) 780,00 595,00

    Saldo mnimo de caixa 1

    5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00

    Financiamento necessrio - - (320,00) (130,00) - -

    Saldo excedente 10,00 15,00 - - 775,00 590,00