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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO JULIANA ARMANDO DA CRUZ A DIREÇÃO DEFENSIVA COMO FORMA DE EVITAR ACIDENTES NO TRÂNSITO MACEIÓ - AL 2014

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

JULIANA ARMANDO DA CRUZ

A DIREÇÃO DEFENSIVA COMO FORMA DE EVITAR ACIDENTES NO

TRÂNSITO

MACEIÓ - AL

2014

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JULIANA ARMANDO DA CRUZ

A DIREÇÃO DEFENSIVA COMO FORMA DE EVITAR ACIDENTES NO TRÂNSITO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do curso de pós-graduação “lato sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do N. Filho.

MACEIÓ - AL

2014

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JULIANA ARMANDO DA CRUZ

A DIREÇÃO DEFENSIVA COMO FORMA DE EVITAR ACIDENTES NO TRÂNSITO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito

APROVADO EM: ___/____/____

________________________________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO N. FILHO

ORIENTADOR

_______________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela fé e confiança demonstrada, Aos meus

amigos pelo apoio incondicional, Aos professores pelo simples fato de estarem

dispostos a ensinar e ao orientador pela paciência demonstrada no decorrer do

trabalho. Enfim a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de

ser percorrido.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando este trabalho, a minha

família, pelo incentivo e colaboração, principalmente nos momentos de dificuldade.

A meu orientador Prof. Dr. Manoel Ferreira do N. Filho e aos demais professores que

sempre estiveram dispostos a ensinar e passar novos conhecimentos.

Aos meus amigos pelas palavras de apoio nas horas difíceis, pelo auxílio nos

trabalhos e principalmente por estarem comigo nesta caminhada tornando-a mais

fácil e agradável.

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“Precisamos construir a via da educação,

educar não só o motorista, mas o

cidadão”.

(Charles Batista)

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RESUMO

No atual cotidiano do Trânsito brasileiro é natural o cidadão se deparar com diversas situações de acidentes, onde a maioria resulta de fatores humanos relacionados à imprudência e falta de consciência dos direitos e deveres de ir e vir para uma direção segura. Destarte, o presente trabalho teve como objetivo geral demonstrar aos condutores do município de Rolim de Moura-RO a importância do conhecimento e prática da direção defensiva para um Trânsito seguro. Os objetivos específicos proporão: descriminar o Trânsito e sua complexidade; descrever a direção defensiva e demonstrar a importância da direção segura, com intuito de colocar na prática diária dos condutores um Trânsito sem registros de acidentes. Pois o condutor defensivo adota procedimentos preventivos no Trânsito quando conduz com responsabilidade, zelando pela segurança de todos e prevenindo acidentes, independente dos fatores e condições adversas do tráfego. A pesquisa baseou-se em estudo de caso nas bases do CIRETRAN de Rolim de Moura, abrangendo a estatística de acidentes registrados pelo município e uma pesquisa aplicada com questionários semi estruturados a dezenove condutores que circulavam no centro da cidade na primeira semana do mês de fevereiro de 2014. Os resultados demonstraram que o número de acidentes no Município aumentou quase 50% de 2011 para 2012 e o número de vítimas fatais quase dobrou. Este índice é preocupante, tendo em vista que o número de habitantes reduziu de 2011 para 2012 e apesar da quantidade de acidentes ter reduzido um pouco, o número de óbitos quase dobrou. Cerca de 50% dos participantes já se envolveram em acidentes de Trânsito, 58% fazem uso de outros mecanismos proibidos ao volante, e 84% costumam exceder os limites de velocidade permitida nas vias de tráfego. Esses dados demonstram a falta de conscientização e imprudência quanto à direção defensiva, como se a vida humana não tivesse valor algum. Palavras-Chave: Direção Defensiva. Acidentes de Trânsito. Conscientização. Trânsito seguro.

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ABSTRACT

In the current routine of Brazilian traffic is natural citizen encounter various accident situations , where most results from human factors related negligence and lack of awareness of rights and duties to come and go . Thus , the present work had as main objective to demonstrate to drivers in the municipality of Rolim de Moura - RO the importance of knowledge and practice defensive driving for safe transit . The specific objectives propose : discriminate traffic and complexity ; describe defensive driving and demonstrate the importance of safe driving , in order to put into daily practice for drivers without one traffic accident records . For the defensive driver adopts preventive procedures in traffic when driving responsibly , ensuring the safety of all, preventing accidents , regardless of factors and adverse traffic conditions . The research was based on a case study on the basis of Ciretran Rolim de Moura , covering accident statistics recorded by the municipality , and an applied research with semi -structured questionnaires to nineteen drivers circling the city center in the first week of the month February 2014 . The results showed that the number of accidents in the city increased by almost 50 % from 2011 to 2012 and the death toll nearly doubled . This index is worrisome , given that the number of inhabitants decreased from 2011 to 2012 and despite the amount of accidents have reduced slightly , the number of deaths almost doubled . And about 50 % of the participants have been involved in traffic accidents , 58 % use other mechanisms prohibited driving, and 84 % usually exceed the speed limits allowed on the roads of traffic. These data demonstrate the lack of awareness and recklessness as to defensive driving, as if human life had no value. Keywords: Defensive Driving. Traffic Accidents. Awareness and safe transit.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao Sexo. .................... 36

Gráfico 2 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao Estado Civil. .......... 37

Gráfico 3 – Distribuição percentual dos participantes quanto a Escolaridade. .......... 37

Gráfico 4 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao tempo que

estão habilitados com Carteira Nacional de Habilitação. ....................... 38

Gráfico 5 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao tipo de veículo

utilizado. ................................................................................................. 38

Gráfico 6 – Distribuição percentual dos participantes quanto a Conhecimentos

e conscientização quanto as Noções Básicas de Direção e

Sinalização de Trânsito. ......................................................................... 39

Gráfico 7 – Distribuição percentual dos participantes envolvidos em acidentes

de Trânsito. ............................................................................................ 39

Gráfico 8 – Distribuição percentual dos participantes na Prestação de

Socorros no Trânsito. ............................................................................. 40

Gráfico 9 – Distribuição percentual dos participantes que usam Mecanismos

na Direção. ............................................................................................. 40

Gráfico 10 – Distribuição percentual dos participantes sobre os tipos de

Mecanismos usados. .............................................................................. 41

Gráfico 11 – Distribuição percentual dos participantes que excedem os Limites

de Velocidade. ........................................................................................ 41

Gráfico 12 – Distribuição percentual dos participantes que já sofreram punição

de Trânsito. ............................................................................................ 42

Gráfico 13 – Distribuição percentual dos participantes quanto à estabilidade

do Veículo. ............................................................................................. 42

Gráfico 14 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao uso de

equipamentos obrigatórios. .................................................................... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estatística de acidentes registrados pelo DETRAN-RO entre os

anos de 2011 e 2012 no município de Rolim de Moura. ........................ 35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAMET Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

CIRETRAN Circunscrição Regional de Trânsito

CNH Carteira Nacional de Habilitação

CTB Código de Trânsito Brasileiro

DETRAN Departamento Estadual de Trânsito

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 16

2.1 O que é Trânsito ................................................................................................ 16

2.1.1 A Evolução do Homem e a Complexidade do Trânsito............................... 17

2.1.2 A Legislação de Trânsito no Brasil ............................................................... 18

2.1.3 A Conduta Humana e suas Consequências no Trânsito ............................ 20

2.1.4 Os Acidentes de Trânsito e suas causas ..................................................... 21

2.2 Direção Defensiva ............................................................................................. 23

2.3 A Importância da Ação Educativa para a Direção Defensiva no Trânsito .... 28

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 32

3.1 Ética .................................................................................................................... 32

3.2 Natureza da Pesquisa ....................................................................................... 32

3.3 Universo ............................................................................................................. 33

3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 33

3.5 Instrumentos da Coleta de Dados ................................................................... 33

3.6 Procedimentos da Coleta de Dados ................................................................ 33

3.7 Procedimentos da Análise dos Dados ............................................................ 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 45

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47

APÊNDICE ................................................................................................................ 51

ANEXO ..................................................................................................................... 53

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1 INTRODUÇÃO

O Trânsito é um campo físico estruturando por faixas de locomoção

compostas por vias, cruzamentos e sinalização, que fornece acesso integrado e livre

a três subsistemas: as pessoas, os veículos motorizados, veículos não motorizados

e aos animais, sendo regido pela legislação de Trânsito o qual regulamenta a

circulação de seus usuários, de forma segura, integra e responsável.

O Código de Trânsito Brasileiro – CTB é regulamentado pela Lei n° 9.503 de

23 de setembro de 1997, por Resoluções complementares, e por meio de

legislações estaduais e municipais como decretos e portarias, que dispõem de

normas e regras para circulação coletiva de veículos e pedestres nas vias públicas

do trânsito.

No atual cotidiano do Trânsito brasileiro é natural o cidadão ao se locomover

pelas ruas e avenidas deparar-se com diversas situações que envolvem acidentes, e

que em grande parte resultam de fatores humanos relacionados à imprudência e

falta de consciência dos direitos e deveres de ir e vir de cada indivíduo, que ao

desrespeitar os limites de velocidade, segurança, sinalização e preferenciais,

acabam praticando direção perigosa e colocando muitas vidas em perigo, muitas

vezes levando até a morte.

O grande problema enfrentado pelo País neste momento é decorrente das

causas de acidentes no Trânsito originadas pela falta de conscientização dos

condutores e pedestres, que não respeitam as regras determinadas pelo Código de

Trânsito Brasileiro e demais resoluções. E este problema não tem afetado apenas

algumas localidades do País. O município de Rolim de Moura é um exemplo desta

triste realidade, pois, os registros de acidentes têm marcado forte presença em suas

vias públicas, gerando sofrimento a muitas pessoas e familiares de vítimas.

O trânsito seguro depende diretamente do comportamento dos seus usuários.

Dirigir defensivamente é prevenir e evitar que acidentes possa acontecer,

conduzindo com atenção por si e pelos outros usuários que circulam pelas vias

públicas. O condutor defensivo adota procedimentos preventivos no Trânsito quando

conduz com responsabilidade, zelando pela segurança de todos, prevenindo

acidentes, independente dos fatores e condições adversas do tráfego.

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Diante de tais fatos, o presente trabalho teve como objetivo geral demonstrar

aos condutores do município de Rolim de Moura - RO a importância do

conhecimento e prática da direção defensiva para um Trânsito seguro.

Os objetivos específicos proporão: descriminar o Trânsito e sua

complexidade; descrever a direção defensiva e demonstrar a importância da direção

segura, com intuito de colocar na prática diária dos condutores um Trânsito sem

registros de acidentes.

A pesquisa baseou-se em estudo de caso nas bases do CIRETRAN de Rolim

de Moura, abrangendo a estatística de acidentes registrados pelo município nos

últimos três anos, e uma pesquisa com questionários semi estruturados com

dezenove condutores de ambos os sexos, que circulavam pelo centro da cidade.

Os resultados demonstraram que o número de acidentes no Município

aumentou quase 50% entre o ano de 2011 a 2012, este índice é preocupante, tendo

em vista que o número de habitantes reduziu de 2011 para 2012 e apesar da

quantidade de acidentes ter reduzido um pouco, o número de óbitos quase dobrou.

E cerca de 50% dos participantes já se envolveram em acidentes de Trânsito, 58%

fazem uso de outros mecanismos proibidos ao volante, e 84% costumam exceder os

limites de velocidade permitida nas vias de tráfego. Esses dados deixam claro a

predominância da falta de conscientização e imprudência por parte dos condutores

quanto a direção defensiva, que agem como se a vida humana não tivesse valor

algum.

Segundo o DENATRAN, estudos deixam claro que os fatores humanos são

responsáveis pela maioria dos acidentes de Trânsito no País, e este resultado só irá

mudar quando a sociedade adotar posturas mais responsáveis. Por isto, a

Necessidade dos Psicólogos de Trânsito intervir por meio de ações de

conscientização social levando a todos o conhecimento da importância da direção

defensiva para um trânsito mais seguro, onde a vida seja colocada em primeiro

lugar.

Portanto, buscou-se por intermédio da realização deste trabalho, levar maior

conhecimento a população Rolimourense acerca da preocupação que os registros

de acidentes do local têm gerado, e com isto, tentar reduzir estes índices causados

por falha humana. Pois o número de acidentes tem sido muito constante,

independente de a cidade ser sinalizada com semáforos, faixas de pedestres e

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caderantes, placas, etc., a própria população tem deixado a desejar frente a seus

deveres como cidadão responsável.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O que é Trânsito

O Trânsito é formado por vias de acesso livres a toda a população, todavia, é

regido por Leis de tráfego que regulamentam a circulação dos veículos e pessoas,

uma vez que para haver uma locomoção segura faz-se necessário a organização e

envoltura de três subsídios: a engenharia, a educação e a fiscalização, prezando

pela coordenação, estruturando-se por faixas de locomoção compostas por vias,

cruzamentos e sinalização.

“Trânsito é o conjunto de deslocamento de pessoas e veículos nas vias

públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar

a integridade de seus participantes” (ROZESTRATEN, 1988, p. 04).

O Trânsito é formado pela integração de três subsistemas: as pessoas, os

veículos motorizados ou não e os animais, sendo utilizado para circulação,

estacionamento, paradas e cargas e descargas, conforme disposto pelo Código de

Trânsito Brasileiro – CTB em seu Art. 1°. O Trânsito é de suma importância na vida

de todo indivíduo, pois é o meio de acesso que o permite ir e vir a todos os lugares

que deseja. Todavia, “para efeito de direção defensiva, conceituamos como sendo o

envolvimento da presença de outros usuários e seus maus hábitos, interferindo no

comportamento do condutor e criando problema no fluxo normal do Trânsito”

(BORGES, et al, 2012, p. 38).

Muitos países adotam medidas bem radicais quanto às regras de tráfego,

principalmente quando se refere à boa conduta e respeito ao Trânsito que é

resultado da colaboração dos condutores, pedestres e motociclistas. No entanto, no

Brasil, mesmo após tanta evolução onde cada vez mais tem crescido a

conscientização por parte dos órgãos de Trânsito do País sobre a necessidade de

conscientização e respeito nas vias de tráfego, o ser humano por motivos pessoais e

psicológicos ainda deixa a desejar no cumprimento de tais obrigações, sendo o

maior responsável pelas ocorrências de acidentes de Trânsito.

Mas para melhorar a postura do cidadão condutor, é fundamental conhecer a

Psicologia do Trânsito que tem por finalidade levar a consciência do bom

relacionamento no tráfego por meio da direção segura.

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2.1.1 A Evolução do Homem e a Complexidade do Trânsito

Nos primórdios da humanidade o ser humano trafegava somente a pé, assim,

sua bagagem era apenas o que conseguia carregar com sua força, transportando no

máximo uns 40 quilos (BRUNS et al, 2006).

Com o passar dos anos e a evolução do conhecimento do homem, o mesmo

passou a inventar novos elementos que passaram a fazer parte de sua vida, sendo

que um dos grandes marcos históricos do período pré moderno foi a invenção do

homem Chinês, que criou a roda que contribuiu para a invenção do carrinho de mão

e veículos de tração animal, „as carroças‟, que tornou sua locomoção mais fácil,

veloz e prática, podendo até carregar cargas maiores e mais pesadas (STEGER,

2006).

Não se tem uma data específica de quando surgiram ao certo os primeiros

veículos, mas estima-se que estes eram destinados inicialmente ao transporte de

bens, e com o tempo passaram a ser utilizados pelo próprio homem como meio de

locomoção.

A partir da criação dos primeiros veículos, já surgiu às primeiras idéias sobre

o Trânsito, e com isso, os povos começaram a buscar trajetos mais viáveis para

transitar sobre rodas, criando vias cada vez mais amplas e permanentes ao tráfego

dos veículos e pessoas, de início as vias urbanas eram caminhos construídos com

pedras, enquanto as rurais não de terra, não havendo nenhuma pavimentação.

E assim o homem foi cada vez mais evoluindo e juntamente com os

conhecimentos que ia adquirindo, novos meios de locomoção iam sendo criados e

adaptados por eles.

Vivemos num mundo de transformações que afetam quase tudo o que fazemos. Para o melhor e para o pior, estamos a ser empurrados para uma ordem global que ainda não compreendemos na sua totalidade, mas cujos efeitos já se fazem sentir em nós. (GIDDENS, 2006, p. 19).

Com o grande crescimento industrial do século XX, o número de veículos

automotores terrestres aumentou consideravelmente, tornando-se a partir da

segunda guerra mundial um instrumento indispensável na vida do ser humano,

tornando-se um objeto que supre suas necessidades e status, tendo em vista que a

expansão global e a entrada da mulher no mercado de trabalho tornou o cotidiano

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de vida da população mais complexo e agitado (MARÍN e QUEIROZ, 2000).

Segundo Bruns et al (2006, p. 03), a evolução do homem ao mesmo tempo

que trouxe consigo as vantagens de uma vida mais prática, também trouxe muitos

desafios que tem de enfrentar no cotidiano de sua vida, pois precisa:

Tornar mais rápido, seguro e eficiente o Trânsito, de forma geral;

Preservar a vida de todos os envolvidos no Trânsito;

Destruir ao mínimo e preservar ao máximo o meio ambiente.

Atualmente, devido ao avanço tecnológico, o mundo tomou um rumo

globalizado, onde o homem usufrui de sua evolução e ao mesmo tempo é vítima de

sua falta de conscientização, pois tornou sua vida mais fácil, mas ainda não

aprendeu a conviver com essas mudanças que acabam afetando-o de maneira

indiscriminada.

2.1.2 A Legislação de Trânsito no Brasil

Para se chegar à promulgação do atual Código de Trânsito Brasileiro – CTB,

o país passou por vários marcos históricos nos últimos cem anos, pelos quais as

medidas administrativas foram sendo adequadas, e ganhando maior rigorosidade

em suas determinações.

Além do CTB e das resoluções, os estados complementares a legislação por meio de portarias e decretos. O órgão de Trânsito municipal também tem autonomia para normatizar detalhes do Trânsito, que não são os mesmos em todas as cidades, exigindo atenção por parte dos condutores. (BRUNS, et al, 2006, p. 15)

O primeiro regulamento de Trânsito brasileiro foi instituído no ano de 1910

através do Decreto n° 8.324, que estabelecia sobre o serviço designado ao

transportes de passageiros e bens, que era feito por meio de automóveis, pelo qual

algumas regras de velocidade eram estabelecidas como direitos e obrigações de

tráfego estabelecidas para os condutores (FARIA, 2011).

No ano de 1988, a Constituição Federal também trouxe em sua matéria a

capacidade exclusiva da União para legiferar sobre o Trânsito e o transporte do País

por meio do Art. 22, inciso XI. “A partir daí, portanto, o artigo 2º do CNT de 1966

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passou a ser inválido, não tendo sido recepcionado pela "nova" Constituição”

(ARAÚJO, 2009)

A segurança no Trânsito é definida pelo próprio CTB, o qual rege no decorrer

de sua matéria o direito coletivo que deve ser respeitado nas mais variadas formas

de locomoção, onde dispõe:

Art. 1° [...] § 2º O Trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. (CTB, 1997).

A lei de Trânsito foi criada com princípio universal, abrangendo o direito

coletivo de um Trânsito, tendo em vista que sua matéria é aplicada a todos os

cidadãos, sem discriminação, sendo assim, o respeito e segurança no Trânsito é

obrigação de toda a sociedade. Porém, os órgãos de fiscalização de tráfego

precisam manter-se ativos para assegurar que tais procedências sejam cumpridas,

penalizando quem infringir as leis, pois o condutor que se arrisca na direção, não

esta colocando apenas sua vida em risco, mas de muitas outras pessoas também.

“Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade

de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das

pessoas e do patrimônio”, através dos órgãos competentes (CONSTITUIÇÃO

FEDERAL/1988). Nota-se a partir desta colocação da Constituição Federal – CF que

ao mesmo tempo em que a segurança no Trânsito é um direito coletivo é também

um dever de todos, pois a legislação traz a disciplina e ordem, mas são as próprias

pessoas que fazem a realidade do Trânsito.

No ano de 1993, iniciou-se a tramitação do Projeto de Lei n° 3.710 no

Legislativo Federal sendo convertida para a Lei ° 9.503 de 1997, atual Código de

Trânsito Brasileiro – CTB (FARIA, 2011). Segundo o autor, esta nova legislação é

essencial fonte do Direito de Trânsito, pois trouxe consigo diversas mudanças e

adequações as normas de tráfego do País, as quais são vivenciadas no cenário

moderno por toda a população.

De acordo com pesquisas, após a instituição do novo código CTB de 1997, já

no primeiro ano de sua vigência o índice de acidentes havia reduzido 35% e os

registros de mortes diminuíram 31% (SANTOS, 2003). Diante destes dados, pode-se

avaliar que o CTB é um instrumento de grande valia para a qualidade de vida de

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toda sociedade, tendo em vista que institui deveres e obrigações que visam à

proteção e integridade do ser humano.

Todavia, a partir do ano de 2000, observou-se que o índice de acidentes de

Trânsito voltou a subir, alcançando 4,8% ao ano, fazendo com que as estatísticas de

2005 atingissem o quantitativo marcado no ano de 1997, antes da promulgação do

CTB, (WAISELFISZ, 2013, p. 19) um dado preocupante, pois tende a crescer cada

vez mais devido a negligencia dos condutores.

2.1.3 A Conduta Humana e suas Consequências no Trânsito

A conduta humana é a forma com que o indivíduo utiliza para manifestar seus

pensamentos e vontades, praticando de forma consciente e voluntária de agir ou

omitir por meio de ações que contribuam para o alcance de alguma finalidade.

Segundo o autor, a conduta humana é:

E a ação e omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Os seres humanos são seres dotados de razão e vontade. A mente processa uma série de captações sensoriais, transformadas em desejos. O pensamento, entretanto, enquanto permanecer encastelado na consciência, não representa absolutamente nada para o Direito Penal. Somente quando a vontade se liberta do claustro psíquico que a aprisiona é que a conduta exterioriza no mundo concreto e é perceptível, por meio de um comportamento positivo, ação (um fazer), ou de uma inatividade indevida, a omissão (um não fazer o que era preciso). (CAPEZ, 2005, p. 114-115).

Nas últimas décadas a Psicologia de Trânsito através de métodos científicos

válidos, não tem medido esforços para buscar melhor entender as questões

relacionadas às atitudes e conduta do ser humano e os fatores e processos externos

e internos que causam tais atos.

O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo; estilo de percepção; atitudes; percepção de risco; procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social. Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito. (HOFFMAN, 2005, p.3).

Sobre a ótica da Psicologia, pode-se dizer que “o Trânsito é um problema

social”, pois nos cruzamentos das vias observa-se a diferença de pensamento e

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conduta dos pedestres e condutores que seguem indo e vindo nas mais diferentes

direções. De início avalia-se que cada um quer apenas seguir seu trajeto sem que

haja qualquer lesão, mas na realidade a situação é bem mais complexa do que

parece, cada um quer preferência na sua prática, o pedestre quer liberdade para

atravessar a faixa, o motorista tem pressa de seguir adiante, e os comerciantes

torcem que estas pessoas estacionem para poderem vender seus produtos, os

interesses destes sujeitos é um conflito (ROZESTRATEN, 1988).

Todo individuo é um ser social, onde a convivência entre as pessoas

necessita de respeito, “pois a segurança do Trânsito depende, logicamente, de uma

participação de toda a sociedade” (LAIBER, 2007, p. 25), pois isoladamente,

ninguém consegue alcançar mudanças, mas se o comportamento for adotado por

todos, é possível tornar o Trânsito mais seguro e menos perigoso.

Segundo pesquisas, fatores de natureza humana são responsáveis por cerca

de 85% dos acidentes de Trânsito no País que resultam em morte, dentre estes

elementos encontram-se excesso de velocidade, consumo de álcool, condutor não

habilitado (DETRAN, 2012), mas somente com a conscientização social é que este

registros serão evitados, de forma que as pessoas respeitem os direitos umas das

outras tornando o Trânsito mais seguro onde a vida é colocada em primeiro lugar.

2.1.4 Os Acidentes de Trânsito e suas causas

“Acidente de Trânsito é um evento não intencional, envolvendo pelo menos

um veículo, motorizado ou não, que circula por uma via para Trânsito de veículos”

(DENATRAN, 2006, p. 03), podendo o acidente apenas resultar em danos materiais,

com ou sem vítimas ou ter vítima fatal. São fatos comuns nesta atualidade, onde a

maioria poderiam ter sido prevenidos se os condutores e pedestres demonstrassem

mais respeito pela vida e leis de Trânsito, sendo “uma das principais causas de óbito

no Brasil, representando um grave problema de saúde pública,” (BASTOS;

ANDRADE e JUNIOR, 1999, p. 38).

Todas as pessoas, independente de serem condutores de veículos

motorizados ou não, pedestres, ou ciclistas vivem em constante desafio nas vias de

tráfego. O Trânsito faz parte da vida da sociedade, e cada vez mais tem se tornado

perigoso e natural, pois a pessoa sabe a hora que sai de sua ocupação, mas nunca

tem certeza se conseguirá chegar a seu destino, ou em que estado chegará.

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Por mais que uma pessoa tenha consciência ao circular pelas ruas e

avenidas, pode vir a se tornar vítima de outro condutor irresponsável, que não segue

as normas de direção defensiva (DETRAN/GO1, 2005).

Os acidentes de Trânsito não são um problema apenas local, mas mundial,

pois cada vez mais eleva o número de veículos que circulam pelas vias terrestres,

onde a população cada vez mais ativa devido à rotina de vida moderna, busca

cumprir com suas obrigações, e com isso, passa horas do dia se deslocando nas

ruas e avenidas, correndo riscos e perigos de acidentes, pois cada vez mais é

notável o estresse e agitação humana.

O acidente é um fato que ocorre independente da vontade de uma pessoa,

ele é acontecimento que na maioria das vezes poderia ser evitado se os condutores

e pedestres respeitassem as determinações legais de circulação. Sempre resultam

em prejuízos que envolvem danos físicos, psicológicos, materiais, financeiros,

hospitalares e ambientais, e dependendo da gravidade, pode gerar complexidades

irreversíveis e até levar a óbito (PIRES e STARLING, 2006 e MARIN e QUEIROZ,

2000). Podendo apresentar características leves, moderada, grave, ou sem danos.

Os acidentes de Trânsito são originados por diversos fatores físicos e

psicológicos, e quase na maioria resultantes da própria negligência do condutor ou

pedestre que circula pelas ruas e avenidas, como fatores emocionais, uso de

mecanismos que tiram a concentração, desrespeito as leis e sinalizações, entre

outros fatores que ligados a falta de consciência ou até mesmo pela escassez de

conhecimento humano quanto a importância da estabilidade do veículo. Mas

também podem vir de problemas públicos pela falta de melhoria das vias de tráfego

como a falta de iluminação, buracos na pista, falta de sinalização, etc. No entanto,

pesquisas demonstram que a falha humana tem sido o fator que mais tem causado

polêmica quando se refere aos acidentes de Trânsito, em razão do ritmo de vida que

torna o ser humano mais afobado e as vias de transporte mais lento (ABRAMET2,

2002).

Muitos autores consideram que o lado emocional do indivíduo tende a

favorecer na distração e confundir seus reflexos, fazendo com que o condutor

desligue sua atenção por alguns segundos durante a condução, podendo com isso,

causar sérios acidentes (MENEZES PINTO, 2011). Este fator emocional é

1 DETRAN/GO: Departamento Nacional de Trânsito de Goiás.

2 ABRAMET: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

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conseqüência do estresse do dia a dia gerado pela correria do trabalho, obrigações

pessoais, familiares da população atual.

É indispensável nesta atualidade, “a necessidade de uma lei mais influente e

mais vigorosa na repressão aos delitos de Trânsito. É um crime da civilização e do

progresso que, dia a dia, assustadoramente vem crescendo em ritmo galopante”

(SZNICK, 1995).

Não há duvidas de que o grande responsável pelas altas taxas de acidentes

que marcam presença na vida das pessoas e trânsito do País tem sido o próprio ser

humano. Obviamente que existes diversas ocorrências decorrentes de fatores

técnicos/mecânicos e mesmo pela precariedade de infra estrutura e sinalização, no

entanto, é notável ao sair pelas vias públicas se deparar com a falta de consciência

dos condutores e motoristas que circulam pelo local em total descumprimento das

regras de circulação. A sociedade sofre pelas conseqüências de um acidente, mas

não fazem sua parte para melhorar a qualidade do trânsito.

2.2 Direção Defensiva

Define-se como direção defensiva a forma mais segura que o condutor

assume de se comportar no Trânsito, pois tais atribuições contribuem para garantia

de vida e bem estar social e ambiental DENATRAN/AM3 (2005). A direção defensiva

permite que o condutor possa antecipadamente analisar possíveis situações de risco

precavendo o que possa vir a acontecer com ele e seus acompanhantes, podendo

então se defender a tempo hábil.

O autor Ático Dotta define a direção defensiva, ou seja, “preventiva”, "como

um conjunto de atitudes e métodos dedicados a identificar, a prever situações de

risco e a evitar situações potencialmente causadoras de acidentes, antes do seu

agravamento” (SAVARO, 2012, p. 09).

Diversos estudos apontam que uma média de 90% dos acidentes são fatores

determinantes do próprio erro humano (AZEREDO, 2010), por isso, a

conscientização e responsabilidade do ser humano é essencial para minimizar esse

índice de ocorrências e erros.

Baseando-se no fato de que todo acidente sempre resulta de algum erro

3 DETRAN/AM – Departamento Nacional de Trânsito da Amazônia.

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humano, a direção defensiva visa à inserção de elementos que são fundamentais

para eliminar tais fatores que podem levar a acidentes.

O erro humano quase sempre é fonte do próprio descaso do ser humano pela

própria vida, é sinal de imaturidade e desrespeito a vida e leis do País. Não se pode

mudar o Trânsito, mas ainda existe a chance de mudar o cidadão condutor levando

a ele a conscientização das conseqüências que seus atos podem levar. A ação de ir

e vir faz parte da realidade e toda a sociedade, sendo um direito de todos, por isso é

preciso educar o ser humano ao Trânsito (BRUNS, et al, 2006), de forma que os

condutores e pedestres possam se locomover com maior segurança e tranquilidade.

Para que o condutor possa agir em sua defesa, primeiramente ele precisa ter

autoconhecimento da direção defensiva, sabendo usá-la no momento oportuno e de

forma eficiente. A atenção na direção é fundamental, pois o acidente não escolhe

hora nem local, quase sempre é resultado da negligencia de algum condutor ou

pedestre.

O Condutor defensivo é aquele que adota procedimentos preventivos no Trânsito, sempre com cautela e civilidade. Dirige sempre pensando em segurança, em prevenir acidentes, independente dos fatores externos e das condições adversas que possam estar presentes. (DETRAN/PR

4, 2013, p.

86).

A maioria das ocorrências trágicas pode ser evitada se for previsível, pois

todos que trafegam em vias de Trânsito estão sujeitos a riscos de acidentes, e o que

faz a diferença é a própria consciência do cidadão quanto a seus direitos e

obrigações.

O autor Lordello (2010), entende que para evitar acidentes, alguns

procedimentos básicos devem ser levados em consideração, tais como:

Conhecimento: conhecer as leis de Trânsito, os perigos a que todo condutor

está exposto e as maneiras de defender-se deles.

Atenção: estar sempre alerta na condução do veiculo, devendo-se concentrar-

se no ato de dirigir, consciente dos riscos a que está sujeito.

Previsão: dirigir prevendo quanto aos atos dos outros motoristas, dos

pedestres e de outras situações que possam ocorrer na via, preparando-se

para agir com toda habilidade possível, caso seja necessário.

4 DETRAN/PR – Departamento Nacional de Trânsito do Paraná.

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Decisão: ao deparar-se com uma situação inesperada, agir corretamente

escolhendo a melhor alternativa para evitar acidentes.

Habilidade: ter, além da técnica, automatismos corretos, para saber como se

comportar em uma situação de risco.

Assim sendo sempre que as condições não forem às ideais, o condutor terá

que enfrentar fatores, ou combinações de fatores, que afetam a segurança e exigem

procedimentos e cuidados especiais essas condições são consideradas adversas.

Aleluia (2009) descreve algumas considerações sobre as condições adversas:

Condições adversas de iluminação: a luz é um fator de segurança, porém ela

se torna uma condição adversa em excesso ou falta.

Condições adversas do tempo: situações ligadas diretamente as condições

atmosféricas, como a chuva, aquaplanagem, vento e fumaça.

Condições adversas das vias que inclui uma sinalização inadequada, aclives

ou declives muito acentuados, curvas mal projetadas, inexistência de

acostamentos, buracos falhas e irregularidades, poças de água entre outros.

Condições adversas do Trânsito, ou seja, o condutor de ter o conhecimento

do Trânsito para assim dirigir com segurança.

Condições adversas do veículo: verificar sempre se o veiculo se encontra em

situação adequada para circulação antes de assumir a direção. A segurança

e conservação são pontos básicos para evitar acidentes em vias públicas.

Condições adversas de cargas: a carga compromete a segurança do

condutor quando mal distribuída ou acondicionada inadequadamente,

desconhecimento do tipo de carga, ou até mesmo quando o volume e peso

são incompatíveis com a capacidade do veiculo, assim deve-se sempre neste

tipo de transporte observar esses fatores para evitar acidentes e manter a

segurança.

Como sujeitos no Trânsito, as pessoas estão propicias a riscos e perigos que

envolvem os veículos, os condutores, as vias de Trânsito, o ambiente e o

comportamento humano (DENATRAN/AM, 2005, p. 13). Como exemplo, pode ser

citado o momento que uma pessoa atravessa a rua pela faixa de pedestre, porém,

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muitos condutores não respeitam este direito e acabam gerando graves acidentes.

Muitas vezes, a “sensação de não ser flagrado e, conseqüentemente, punido, pode

ser responsável pelo recrudescimento desses eventos (BASTOS; ANDRADE e

JUNIOR, 1999, p. 41).

No cotidiano do Trânsito é natural o cidadão se deparar com diversas

situações desagradáveis como a falta de respeito por parte de outros motoristas,

provocações, atitudes agressivas, violentas e até mesmo a disposta de

superioridade onde muitos pensam que são melhores e podem mais do que outros,

e acabam excedendo a velocidade e sinalizações nas vias, esquecendo em regra

geral da importância da direção defensiva para preservar a vida humana.

Ser “veloz”, “esperto”, “levar vantagem” ou “ter o automóvel como status”, são valores presentes em parte da sociedade. Mas são insustentáveis do ponto de vista das necessidades da vida coletiva, da saúde e do direito de todos. É preciso mudar. (DENATRAN-RO, 2005, p. 09).

“Os acidentes de Trânsito são decorrentes dos riscos que o ser humano

aceita” (DOTTA, 1998, p. 14), sendo resultado da negligencia do próprio homem,

que coloca a sua vida e das demais pessoas em risco. Mas de nada adianta educar

uma ou outra pessoa, é preciso que haja envolvimento coletivo para que o efeito

desejado seja obtido.

Todavia, vale destacar que a direção defensiva não consiste apenas na forma

correta em que o condutor conduz seu veículo, a estabilidade do veículo também faz

parte desta regra, sendo fundamental para um Trânsito seguro pois o mesmo é

composto de equipamentos e sistemas que precisam de manutenção periódica dos

freios, direção, pneus, cinto de segurança entre outros equipamentos, para evitar

situações de perigo, visto que “todos os sistemas e componentes do seu veículo se

desgastam com o uso. [...] Uma manutenção feita em dia evita quebras, custos com

consertos e, principalmente, acidentes.” (DENATRAN, 2005, p. 14), pois para que os

equipamentos e acessórios dos veículos desempenhem corretamente suas funções,

faz-se necessário estar em boas condições de funcionamento.

No Brasil, diferentemente do que ocorre em vários países desenvolvidos, ainda é preciso grande incentivo ao respeito a algumas regras básicas de Trânsito por parte de todos os usuários, tais como o respeito à faixa de pedestres e à sinalização. Medidas têm se mostrado efetivas, como reduzir a velocidade em locais de maior risco em áreas residenciais e próximas a escolas. (GAWRYSZEWSKII, et al, 2009, p. 280).

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A sinalização das vias de tráfego são elementos que foram colocados

naqueles determinados locais para que os condutores e pedestres saibam quais

seus direitos e limitações durante sua circulação, onde é determinado os limites de

velocidade para cada situação, as paradas, a preferencial, locais onde se pode

estacionar, a faixa de pedestres e caderantes, as quais deve ser respeitada.

As campanhas educativas voltadas à conscientização de Trânsito é um

elemento importante para precaver e diminuir os índices de acidentes e mortes.

Contudo, vale destacar que a manter a rigorosidade da fiscalização das vias

públicas é fundamental para impedir determinadas ocorrências, pois quando o

motorista tem ciência que a fiscalização local encontra-se ativa, eles ficam com

receio de serem penalizados por descumprirem as determinações legais do CTB, e

passam a ter mais respeito e cumprir com seus deveres como cidadão na direção.

(SOARES e BARROS, 2006).

O cinto de segurança é um equipamento obrigatório e de grande significância

na segurança do condutor e dos passageiros, pelo fato de reduzir o impacto e

proteger a pessoa de ser lançada para fora do carro e se ferir (FARAGE et al, 2002).

E mesmo que as leis determinem punições as infrações cometidas pelos

condutores, ainda é normal verificar no Trânsito pessoas que não se importam com

tais determinações, pois pensam que nunca serão surpreendidos pela fiscalização e

policiais.

A fiscalização de Trânsito é uma alternativa que pode vir a somar para um

Trânsito mais seguro, pois, grande parte das pessoas tendo ciência de suas

responsabilidades e conhecendo a sinalização das vias públicas, ainda deixam a

desejar quando diz respeito a cumprir com as regras e condutas de circulação,

excedem os limites de velocidade, não utilizam os equipamentos de segurança

como cinto e cadeira para crianças pequenas, deixam de realizar manutenção

periódica para garantir a estabilidade do veículo, e com isso, tornam-se ameaças ao

Trânsito, podendo se envolver em acidente tornando-se vitimas ou fazendo vítimas.

Por isso, a aplicação de medidas efetivas por parte dos órgãos fiscalizadores

pode contribuir para redução do número de ocorrências de acidentes, assim como o

número de óbitos (SOARES e BARROS, 2006).

De acordo com a apostila publicada pela Bruns et al (2006, p. 08), o bom

cidadão e condutor é aquele que:

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• Respeita as normas de Trânsito. • Respeita o direito das outras pessoas. • Preserva o meio ambiente. • Preserva o patrimônio público. • É amigável, avisa e ajuda. • Age corretamente, com civilidade. • É cooperativo com todos os que estão no Trânsito. • Cultiva a bondade, tolerância e solidariedade. • Entende que seus deveres são idênticos aos direitos alheios. • É compreensivo com os erros dos outros, pois também erra. • Abre mão de exigências próprias em favor do bem comum. • Evita confrontos e comportamentos agressivos. • Compreende as limitações alheias.

O condutor para trafegar pelas vias públicas de circulação de Trânsito deve

atentar-se as normas gerais de circulação e conduta determinadas pelo Art. 27 e 28

do Código de Trânsito Brasileiro – CTB. Devendo antes de colocar seu veículo nas

vias, identificar se o mesmo encontra-se em boas condições de funcionamento, se

está composta com todos os equipamentos obrigatórios sua estabilidade, não se

esquecendo de certificar se há combustível suficiente para chegar ao local desejado,

Art. 28. “O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-

o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do Trânsito.” Estas normas

de circulação e conduta não são destinadas apenas aos condutores de veículos

motorizados, mas a todas as pessoas que se locomovem pelo Trânsito brasileiro.

Essas medidas são de suma importância, pois o Trânsito é um ambiente

dinâmico que se encontra em constante variação, e a atenção do condutor permite

que ele faça um apanhado geral a sua volta e possa verificar quais são as

circunstâncias propicias de risco e em que momento elas podem surgir, podendo

assim, reduzir sua velocidade, buzinar, parar, evitando envolver-se em acidentes.

2.3 A Importância da Ação Educativa para a Direção Defensiva no Trânsito

O Trânsito é um elemento essencial utilizado pelos mais diversos membros

de uma sociedade, do qual todos são dependentes, tendo em vista que

independente de onde a pessoa queira ir, ela fará uso das vias públicas para poder

se deslocar, seja como condutor ou passageiro de veículos motorizados ou não, ou

mesmo pedestre, todos dependem do Trânsito.

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Nos últimos anos nota-se que mudanças de atitudes vem ocorrendo nas vias

públicas do País, pois a própria população tem se mostrado mais preocupada com a

direção defensiva. Segundo Lima (2008), estas mudanças têm ocorrido devido aos

interesses femininos, visto que existe um número mais amplo de mulheres

condutoras, e elas demonstram ser mais tranquilas e responsáveis na direção.

Atualmente, a maior preocupação vivenciada pelos órgãos de Trânsito do

País tem sido os autos índices de acidentes que marcam presença na vida de toda

sociedade, e esta situação impulsiona para que maior rigorosidade da legislação

brasileira de Trânsito, como forma de punir o homem pela sua falta de consciência e

responsabilidade.

É incontestável a importância de avaliação de quaisquer estratégias adotadas visando à redução de acidentes de Trânsito e vítimas. [...] Melhorias na sinalização e aumento de visibilidade nos cruzamentos, bem como uma fiscalização eficiente, que possa coibir o excesso de velocidade e uso de álcool pelos motoristas, poderia reduzir o número de vítimas de todos os tipos de acidente de Trânsito. (BASTOS; ANDRADE e JUNIOR, 1999, p. 41).

Levar a conhecimento da direção segura tem como intuito conscientizar os

condutores quanto à importância de dirigir com segurança para que o índice de

ocorrência de acidentes seja reduzido cada vez mais, e mais vidas sejam

preservadas.

“Não basta sinalizar as vias públicas, ou colocar radares nas avenidas, é

preciso educar para o Trânsito” (BROSSI, 2010, p. 09), pois o motorista precisa

além de conhecer a sinalização, ter consciência de seus atos e responsabilidade

para tornar um mundo mais responsável. Pois somente com a mudança cultural e

maior conscientização social do ser humano que será possível obter mudanças.

O Trânsito seguro é direito de todo cidadão e dever dos órgãos e entidades

que compões o Sistema Nacional de Trânsito, ao qual compete, no âmbito das

respectivas capacidades, tomarem às medidas designadas a segurança desse

direito (CTB, Art. 1º, § 2º), para que se faça valer na prática diária dos condutores a

conscientização e respeito no tráfego, com intuito de reduzir os registros de

acidentes.

O Trânsito precisa ser visto por todos como um bem social, e não como uma

responsabilidade apenas dos órgãos de tráfego, pois estes entes atuam tem

obrigações de zelarem por um ambiente seguro, colocando placas e sinalizando as

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vias e ruas, porém, quem faz a qualidade do Trânsito são as pessoas. As

autoridades “podem fazer o Código Nacional de Trânsito, mas quem obedece ou

desobedece somos nós. Todos nós participamos do Trânsito e nessa medida temos

uma certa parcela de responsabilidade nisso.” (ROZESTRATEN, 1988, p. 23), pois

de nada adianta impor normas e sinalizações se as pessoas não obedecerem as

regras.

As vias de circulação devem ser vistas como um bem social, onde todos têm

direitos e obrigações, e por ser um coletivo, deve ser respeitado pelo grupo. Se

houvesse mudança na consciência e conduta dos condutores, poderia surgir a

possibilidade “de todo mundo permanecer vivo, alcançar seu destino e ninguém se

ferir ou morrer. Seria um benefício para todos na sociedade e, nesse sentido, o

Trânsito deveria ser um exercício de convivência pacífica." (ROZESTRATEN, 1988,

p. 23).

Educar-se para o Trânsito é uma forma como se fosse uma graduação do

conhecimento intelectual, moral e físico do individuo que produz conhecimentos

acerca da relação e convivência com outros sujeitos nas vias públicas. Uma

alternativa que pode vir a contribuir na educação de cidadãos mais responsáveis e

conscientes é a inserção da educação de Trânsito em sala de aula, onde poderia ser

designada uma disciplina específica quanto às normas do Código de Trânsito

brasileiro, uma vez que as crianças e adolescentes aprendem em seu cotidiano a

importância da direção segura na preservação da vida humana.

Ações conjuntas dos centros de formações de condutores, mediadas por especialistas em psicologia do trânsito e vinculadas ao DETRAN poderiam ser parte de uma política de prevenção de acidentes onde há o fator homem como predominantemente causal. (MONTEIRO, 2013, p. 38).

O ensino e aprendizado são artifícios que fazem parte da vida de toda

sociedade, e este conhecimento e respeito é transmitido de geração para geração,

onde o próprio indivíduo é responsável por suas ações e atitudes (MIZUKAMI,

1986), onde a mudança de comportamento e consciência humana são fatores

essenciais para que haja uma vida coletiva de qualidade e respeito, na convivência

do Trânsito seguro, e é a escolha dos princípios e dos valores de cada pessoa “que

irá levar a um Trânsito mais humano, harmonioso, mais seguro e mais justo.”

(DENATRAN, 2005, p. 09).

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Outra questão que poderia contribuir para melhorar a direção defensiva e

reduzir os índices de acidentes de Trânsito é a efetuação de uma pesquisa

motivacional e de valores direcionada aos condutores que infringem as leis de

Trânsito, em busca de conhecer quais os motivos que os fazem arriscar e colocar a

vida das pessoas em perigo (REICH e ADCOCK, 1976), conhecendo as razões, os

órgãos de fiscalização e demais entidades interessadas poderiam trabalhar sobre

este ponto, intervindo e trazendo soluções ao problema.

Uma ação conjunta e multiprofissional visando o bem estar público e a garantia de mais segurança aos condutores e transeuntes que se utilizam de vias de trânsito nos parece ser o caminho mais apropriado. Consideremos todas as vias, sejam elas de pouco ou intenso fluxo de veículos, todas merecem a atenção dos profissionais envolvidos com o trânsito, a formação de condutores, a punição de culpados e a prevenção de acidentes. (MONTEIRO, 2013, p. 39).

Pois, grande parte dos motoristas não vê os perigos do Trânsito e pensam

que acidentes acontecem com outras pessoas, mas que nunca irá acontecer com

eles. Frente a esta concepção, abusam da velocidade, desrespeita a sinalização,

colocando tanto sua vida, a dos passageiros e de outras pessoas que circulam pelas

vias em perigo.

E ao acontecer um acidente a existência de sofrimento devido ao ferimento e

mortes, alguns sofrem danos físicos ou psicológicos irreparáveis; a também os

danos materiais que afeta a renda familiar e sem contar o constrangimento e culpa

que a pessoa carrega com ela devido sua falta de consciência e irresponsabilidade.

Além do mais, estes acontecimentos não escolhem hora nem local, por isto é

importante intervir de forma ampla, abrangendo toda a população, independente das

vias públicas serem mais movimentadas do que outras.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A pesquisa obedeceu às diretrizes éticas e científicas estabelecidas pelo

Comitê de Ética em Pesquisa, pela Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS) e do Decreto n° 93.933/1987 que regulamenta quanto a estudos que

envolvem testes com os seres humanos.

Antes da aplicação dos questionários todos os participantes foram informados

de que se tratava de uma pesquisa para realização de estudo acadêmico o qual

manteria sua integridade física e opinião própria, não implicando riscos a sua saúde

e não gerando nenhum custo ou benefícios financeiros aos mesmos. E pelo fato da

participação na pesquisa ser apenas verbal a identidade do participante foi

preservada, prevalecendo apenas sua opinião. Todos os entrevistados leram e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3.2 Natureza da Pesquisa

Foi adotada a abordagem qualitativa, a qual segundo Chizzotti (2000) é

fundamentada em uma estratégia baseada em dados coletados em interações

sociais ou interpessoais, analisadas a partir dos significados que o sujeito e/ou

pesquisadores atribuem ao fato.

O tipo de pesquisa é a exploratória a qual permite maior aproximação com a

pesquisa, sobretudo fornece maiores informações acerca de determinado assunto

(ANDRADE, 1997).

Para a elaboração do referencial teórico foi adotado o levantamento

bibliográfico em 47 obras já publicadas anteriormente em livros, revistas, legislação,

páginas virtuais dos órgãos de Trânsito, artigos científicos e periódicos nas bases da

scielo, onde foi possível conhecer mais sobre a direção defensiva. A pesquisa

bibliográfica [...] “proporcionar maiores informações sobre determinado assunto,

facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou formular as

hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo enfoque para o trabalho que se tem

em mente” (ANDRADE, 1997, p. 104).

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3.3 Universo

O Universo da pesquisa foi o Centro da cidade de Rolim de Moura – RO, que

é a 7ª cidade mais populosa do estado de RO, com 55.357 habitantes. Possui o 18º

melhor IDH da região Norte, e também é a capital da Zona da Mata Rondoniense e

sustenta o 7º maior PIB de Rondônia, com clima equatorial úmido e uma área de 1.

457,885 km² (BRASIL, 2013).

3.4 Sujeitos da Amostra

O Público Alvo da pesquisa foi o CIRETRAN de Rolim de Moura e dezenove

condutores que foram selecionados aleatoriamente, sendo dez do sexo feminino e

nove do sexo masculino. E a coleta de dados do CIRETRAN de Rolim de Moura foi

sucedida por meio da base de dados do DETRAN-RO. A pesquisa com os

condutores foi realizada no cruzamento da Avenida 25 de Agosto com a Avenida

Norte Sul, Centro do município de Rolim de Moura – RO.

3.5 Instrumentos da Coleta de Dados

Os instrumentos de coleta deste estudo foram as obras literárias impressas e

on line na área de Psicologia do Trânsito com foco na direção defensiva entre os

anos de 1976 e 2014, onde foram selecionados os textos pertinentes a temática

para a elaboração do referencial teórico.

Aplicação de questionários de entrevista semi estruturados aos condutores do

sexo masculino e feminino acima de 18 anos de idade e habilitados com Carteira

Nacional de Habilitação que trafegavam pelo Centro da cidade. O questionário de

pesquisa contou com 11 perguntas de respostas mistas, tendo em vista alcançar

conclusões a respeito do problema indagado e conhecer a opinião de cada

participante (Apêndice A).

3.6 Procedimentos da Coleta de Dados

A pesquisa ocorreu em três ângulos: Iniciou-se pela coleta de informações

para elaboração da revisão literária na área da Psicologia do Trânsito, com foco o

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tema direção defensiva, nas bases literárias. Como descritores foram utilizados os

termos: psicologia do Trânsito e direção defensiva. Buscou-se as mais variadas

combinações de palavras, para assim obter maior número de literaturas e maior

amplitude de estudos da área em específico.

Logo após foi realizada a coleta de dados nas bases de dados do

CIRETRAN-DETRAN de Rolim de Moura, onde foi possível evidenciar a estatística

de acidentes ocorridos nos anos de 2011, 2012 e 2013, em razão da ausência de

conhecimento ou conscientização da direção defensiva.

E por último a aplicação do questionário de entrevista semi estruturado com

os participantes, os quais responderam a todas as perguntas de forma clara e

objetiva.

3.7 Procedimentos da Análise dos Dados

A coleta de dados quanto a estatística de acidentes de trânsito no Município

foi colhida nas bases do CIRETRAN, foram selecionados apenas os últimos 3 anos

e apresentados em forma de tabela. Já as informações obtidas na entrevista com os

condutores, foram transformadas em um gráfico ilustrativo para cada pergunta e

resposta, onde os resultados obtidos foram explanados em forma de valor

percentual, acompanhados de produção textual descritiva e explicativa.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a realização de um levantamento de dados nos registros de base do

DETRAN-RO foi possível visualizar o índice de acidentes ocorridos entre os anos de

2011, 2012 e 2013 no município de Rolim de Moura, conforme tabela 1.

Tabela 1 – Estatística de acidentes registrados pelo DETRAN-RO entre os anos de 2011 e 2012 no município de Rolim de Moura.

ANO MUNICÍPIO

Po

pu

laç

ão

Fro

ta

Mo

tori

za

çã

o

/100

ha

b

Ve

ícu

los

Ap

reen

did

os

Ve

ícu

los

Au

tua

do

s

Ac

ide

nte

s

Ac

ide

nte

s

co

m v

ítim

as

Vít

ima

s n

ão

Fata

is

Vít

ima

s

Fata

is

2011 Rolim de Moura 50.899 25.821 48,8 1.222 2.214 937 683 1.047 17

2012 Rolim de Moura 51.142 28.870 56,5 1.659 4.394 927 635 892 26

20135 Rolim de Moura --- --- --- --- --- --- 574 10 10

Fonte: DETRAN-RO (2011; 2012; 2013) 2014

Apesar do número de habitantes ter reduzido do ano de 2011 para 2012 no

município de Rolim de Moura, a frota de veículos acresceu. Ao fazer o comparativo

entre os dois anos, são preocupantes os dados revelados no ano de 2012, pois

apesar do número de acidentes ter reduzido, o registro de vítimas fatais saltou de 17

para 26, questão esta que é resultado da imprudência e falta de conscientização de

muitos motoristas que não respeitam a sinalização das vias de tráfego e nem os

limites de velocidade.

Apesar dos relatórios referentes ao ano de 2013 ainda não estarem

totalmente concluídos, estima-se que foram registrados uma média de 574 acidentes

com vítimas, 10 acidentes com vítimas fatais e 10 acidentes sem vítimas, este último

resultou apenas em danos materiais. Ao comparar o ano de 2013 com o ano de

2012, pode ser observado que o número de acidentes da mesma natureza reduziu

consideravelmente, principalmente quando se refere a vítimas fatais, que caiu quase

50%, isto demonstra que as campanhas de conscientização realizadas pelos órgãos

de Trânsito juntamente com outros entes tem alcançado resultados positivos.

5 Dados referentes ao ano de 2013 ainda não estão concluídos, (ANEXO A)

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36

“A imprudência gerada pelo desrespeito à sinalização das vias é um dos

maiores responsáveis pelas ocorrências de acidentes de trafegabilidade (CORTEZ,

2012), e isto vem ocorrendo mesmo com placas de sinalização, redutores de

velocidade, lombadas e semáforos que compõe as vias de Trânsito do Município.

Durante a primeira quinzena do mês de Março de 2014 foi realizada uma

pesquisa com condutores que trafegavam com seus veículos pela Avenida 25 de

Agosto com a Avenida Norte Sul, que são as principais vias do Centro de Rolim de

Moura – RO onde foram selecionados de forma aleatória dezenove pessoas, sendo

53% do Sexo Feminino e 47% do Sexo Masculino (gráfico 1).

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao Sexo.

53%

47%

Feminino

Masculino

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Conforme demonstra logo abaixo o gráfico 2, percebe-se que destes

participantes, mais da metade 58% são casados, 32% solteiros, 5% divorciados e

outros 5% viúvos.

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Gráfico 2 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao Estado Civil.

32%

58%

5%5%

Solteiro(a)

Casado(a)

Divorciado(a)

Viúvo(a)

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

A maioria destes participantes possui nível de formação Ensino Superior

Completo, 21% Ensino Superior Incompleto e outros 21% Ensino Médio Completo

(gráfico 3).

Gráfico 3 – Distribuição percentual dos participantes quanto a Escolaridade.

0%0%21%

0%

58%

21%

E. F. Completo

E. F. Incompleto

E. M. Completo

E. M. Incompleto

E. S. Completo

E. S. Incompleto

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Conforme demonstra o gráfico 4, 42% dos condutores entrevistados estão

habilitados com CNH entre 6 a 10 anos, 37% retiraram a CHN a mais de 10 anos,

16% estão habilitados a menos de 5 anos e apenas 5% a menos de 1 anos.

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Gráfico 4 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao tempo que estão habilitados com Carteira Nacional de Habilitação.

5%

16%

42%

37%

Menos de 1 ano

Entre 1 a 5 anos

Entre 6 a 10 anos

Mais de 10 anos

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

No gráfico 5, nota-se que 84% dos condutores que participaram da pesquisa

utilizam em seu cotidiano de vida o automóvel como meio de locomoção e apenas

16% fazem o uso de motos, este é um dos motivos do aumento de frota.

Gráfico 5 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao tipo de veículo utilizado.

84%

16%0%

Automóvel

Moto

Veículos Pesados

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Todos os participantes afirmaram ter conhecimentos e conscientização

quanto as Noções Básicas de Direção e Sinalização de Trânsito, o que é uma

questão muito positiva a vida da população deste município, se esta ciência for

colocada em prática no cotidiano de vida no Trânsito, pois de nada vale ter

consciência da direção defensiva se não fazê-la valer (gráfico 6).

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Gráfico 6 – Distribuição percentual dos participantes quanto a Conhecimentos e conscientização quanto as Noções Básicas de Direção e Sinalização de Trânsito.

100%

0%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Destes participantes, média de 53% afirmaram que já foram vítimas de

acidentes de Trânsito, outros 47% relataram nunca terem se envolvidos em

acidentes no tráfego. Esses dados demonstram que a maioria dos condutores do

município já se envolveu em acidentes, colocando suas vidas em risco (gráfico 7).

Gráfico 7 – Distribuição percentual dos participantes envolvidos em acidentes de Trânsito.

53%

47%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Ao indagar os condutores quanto a seu nível de conhecimentos de primeiros

socorros 63% relatou ter apenas conhecimentos teóricos, que são aqueles

adquiridos durante o curso para retirar a Carteira Nacional de Habilitação, já 37%

tem domínio de conhecimentos teóricos e práticos devido terem realizados cursos

de capacitação (gráfico 8). Ter habilidades na prática contribui na garantia de vida

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de uma vítima de acidentes, por isso, todas as pessoas deveriam buscar maior

capacitação na prática, independente de sua categoria profissional.

Gráfico 8 – Distribuição percentual dos participantes na Prestação de Socorros no Trânsito.

63%

37%

0%

Conhecimentos Teóricos

Conhecimentos Teóricos e Práticos

NDA

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Ao questionar os participantes se eles costumam fazer uso de outros

mecanismos quando estão conduzindo seus veículos, 58% afirmaram que sim, uma

situação preocupante, pois tende a reduzir a atenção do condutor podendo causar

acidentes, já 42% relataram não se envolvem com outros mecanismos (gráfico 9).

Gráfico 9 – Distribuição percentual dos participantes que usam Mecanismos na Direção.

58%

42%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Ao questionar quais mecanismos costumam utilizar: 42% falam ao celular,

37% escutam música, 16% dirigem após ter ingerido bebida alcoólica e 5% assistem

televisão no carro (gráfico 10). Esses dados são preocupantes, pois as funções

motoras são afetadas e o condutor perder a noção de perigo, vem à sonolência e a

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distração que prejudica a atenção, podendo causar graves acidentes.

Gráfico 10 – Distribuição percentual dos participantes sobre os tipos de Mecanismos usados.

42%

37%

5%

16%

Celular

Som

Televisão

Álcool

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Outra questão que preocupa está relacionada a velocidade, pois 84%

disseram exceder os limites de velocidades permitidos nas vias, podendo causar

acidentes pois podem perder o controle do veículo e se chocar contra outros

condutores ou pedestres, apenas 16% obedecem os limites permitidos (gráfico 11).

Gráfico 11 – Distribuição percentual dos participantes que excedem os Limites de Velocidade.

84%

16%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Pode-se observar que apesar de 84% dos condutores não obedecerem os

limites de velocidade no Trânsito, apenas 21% já sofreram penalidades, já 79%

nunca foram penalizados por excesso de velocidade e outras irregularidades

instituídas pela Lei de Trânsito (gráfico 12), o que demonstra a escassez de

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fiscalização e falta de semáforos pelas vias da cidade, uma vez que “infringir as leis

de Trânsito também é um fator de risco de acidente” (DENATRAN, 2005, p. 57).

Gráfico 12 – Distribuição percentual dos participantes que já sofreram punição de Trânsito.

21%

79%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Ao questionar os condutores se eles costumam realizar manutenção regular

de seus veículos como calibragem dos pneus, troca de óleo, revisão, entre outros e

100% responderam que sim, fator positivo, pois a Direção Defensiva não consiste

apenas na forma como o condutor se comporta durante a condução de seu veículo

nas vias de tráfego, a manutenção do veículo traz estabilidade e segurança no

Trânsito, pois a manutenção preventiva e periódica evita quebras e acidentes, além

de gerar economia (gráfico 13).

Gráfico 13 – Distribuição percentual dos participantes quanto à estabilidade do Veículo.

100%

0%

Sim

Não

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

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Ao questionar os condutores sobre quais os ã equipamentos obrigatórios que

eles costumavam fazer uso como medida de proteção enquanto transitam pelas vias

públicas, observou-se que a o uso de encosto de cabeça é utilizado pela maioria dos

condutores 47%, já o cinto de segurança é utilizado apenas por 29%, cadeira de

criança 15%, pois nem todos os pesquisados tem crianças pequenas, e outros

equipamentos 9%, sendo este último o capacete, pois são de uso dos participantes

que estavam conduzindo motos, conforme mostra o gráfico 14.

Gráfico 14 – Distribuição percentual dos participantes quanto ao uso de equipamentos obrigatórios.

29%

15%

47%

9%

Cinto de segurança

Cadeira para crianças

Encosto de cabeça

Outros

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO (2014).

Verifica-se que nem todos os condutores utilizam cinto de segurança, que é

um ponto negativo para a direção defensiva, pois ao se envolverem em um acidente

ou freada brusca podem sofrer graves ferimentos.

Por fim, questionou-se aos participantes sobre quais atitudes poderiam

melhorar as condições de segurança no Trânsito do município, e estes citaram como

exemplos:

Respeitar os Limites de Velocidade Permitidos;

Mais educação dos condutores no Trânsito;

Maior atenção as placas de Sinalização, quebra molas e vias preferenciais;

Dar maior valor a própria vida e a do próximo;

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Elevar a fiscalização de Trânsito;

Respeitar a faixa de Pedestres;

Fazer uso de cinto de segurança e cadeirinhas para menores;

Realizar campanhas de Conscientização e penalidades de Trânsito a

sociedade;

Não fazer uso de bebidas alcoólicas se for dirigir;

Realizar manutenção preventiva e periódica do veículo;

Melhorar a qualidade das vias de tráfego, pois as mesmas encontram-se em

estados deploráveis e com crateras devido as fortes chuvas;

Nota-se que os próprios condutores que no gráfico 11 relataram exceder os

limites de velocidade e 58% que costumam fazer uso de outros mecanismos quando

estão na direção de seus veículos demonstrado no gráfico 9, eles reconhecem que a

falta de maior fiscalização de Trânsito que penalize os condutores irregulares e que

a própria população não tem valorizado a vida, pois não respeitam as preferenciais,

e a sinalização, onde a pressa e o desrespeito acabam muitas vezes causando

acidentes que pode custar a vida humana.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio do objetivo geral focado na pesquisa, foi possível demonstrar aos

condutores do município de Rolim de Moura- RO o quanto o conhecimento e a

pratica da direção defensiva é importante para um Trânsito seguro, visto que muitas

são as ocorrências de acidente registradas no Trânsito deste município.

A pesquisa demonstrou que o número de vítimas fatais após terem se

envolvido em algum acidente aumentou de 17 registros em 2011 para 26 no ano de

2012, este índice é preocupante, tendo em vista que o número de habitantes reduziu

de 2011 para 2012 e apesar da quantidade de acidentes ter reduzido um pouco, o

número de óbitos quase dobrou.

O Trânsito de Rolim de Moura tem um movimento estável, tranqüilo, e a

maioria das ruas são sinalizadas, porém, falta sinalização das vias preferenciais, o

que em muitas situações gera dúvida entre os condutores que trafegam sobre quem

está na preferencial, momento em que ultrapassam e acabam colidindo com outros

veículos, ciclistas e/ou pedestres.

Nota-se que mais de 50% dos participantes alegaram já terem se envolvido

em acidentes de Trânsito que colocou em risco suas vidas e de outras pessoas, e

mesmo após eventual ocorrido, 58% dos participantes ainda relataram fazer uso de

outros mecanismos como celular, som, TV e ingerir bebida alcoólica mesmo estando

na direção de seus veículos. Ainda, 84% dos participantes da pesquisa alegaram

que costumam exceder os limites de velocidade permitida nas vias de tráfego. Esses

dados demonstram a falta de conscientização e imprudência quanto a direção

defensiva, como se a vida humana não tivesse valor algum.

Uma outra imprudência constatada na pesquisa que também gera

preocupação refere-se ao uso de equipamentos de segurança obrigatórios pouco

utilizado pelos condutores, o que coloca em risco a vida dos mesmos caso venham

a se envolver em acidentes, pois o cinto de segurança protege para que a pessoa

não seja lançada fora do veículo.

É interessante que os órgãos responsáveis pelo Trânsito realizem campanhas

educativas de conscientização na finalidade de demonstrar aos condutores que

trafegam pelo município a importância de dirigir com segurança e com veículo em

condições estáveis, para que se possa reduzir os índices de ocorrências e diminuir

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os registros de vítimas que muitas vezes tem suas vidas ceifadas pela negligência

de outros motoristas.

Por isso é importante que os condutores tenham consciência da direção

defensiva, pois a segurança do Trânsito contribui para minimizar acidentes e garantir

que vidas não se findem.

Considera-se que esta pesquisa contribuiu para maior conhecimento do

índice de acidentes registrados pelo CIRETRAN nas bases do DETRAN de Rolim de

Moura, e tornou possível conhecer a postura e consciência dos condutores

entrevistados sobre a direção defensiva. Diante dos resultados obtidos, nota-se que

é preciso intervir por meio do CIRETRANcom campanhas de conscientização e

ampliação da fiscalização de Trânsito no município para que se possa reduzir o

número de ocorrências desta natureza.

Sendo assim, fica este assunto como sugestão de estudos acadêmicos mais

amplos, onde se busque juntamente com o órgão competente traçar estratégias

ligadas a Direção Defensiva que melhorem a qualidade do tráfego dos condutores

locais.

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APÊNDICE

Questionário de pesquisa semi estruturado

ROTEIRO DE ENTREVISTA

I. Identificação:

1. Sexo: [ ] Feminino [ ] Masculino

2. Idade: [ ] 18 a 20 [ ] 21 a 30 [ ] 31 a 40 [ ] 41 a 50

[ ] 50 a 60 [ ] Mais de 60 anos

3. Estado Civil:

Solteiro(a) [ ] Casado (a) [ ] Divorciado(a) [ ] Viúvo(a) [ ]

4. Nível de escolaridade: Ensino Fundamental [ ] Completo [ ] Incompleto

Ensino Médio [ ] Completo [ ] Incompleto

Ensino Superior [ ] Completo [ ] Incompleto

II. Dados sobre o Trânsito:

1. Qual a categoria de sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH)?

R: ________________________

2. Há quantos anos tirou sua Carteira Nacional de Habilitação?

[ ] Menos de 1 ano [ ] Entre 1 a 5 anos [ ] Entre 6 a 10 anos

[ ] Mais de 10 anos

3. Qual tipo de veículo mais utiliza no seu cotidiano de vida e trabalho?

[ ] Automóvel [ ] Moto [ ] Veículos pesados. Cite-o? _______________

4. Você na qualidade de condutor possui algum tipo de conhecimento quanto às noções

básicas de direção e sinalização de Trânsito?

[ ] Sim [ ] Não

5. Em dado momento de sua vida já foi vítima de algum acidente de Trânsito?

[ ] Sim Por qual motivo?__________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

[ ] Não

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6. Quais tipos de noções básicas de Socorros no Trânsito você possui?

[ ] Conhecimentos teóricos

[ ] Cursos práticos

[ ] NDA

7. Segundo o DENATRAN (2005), a atenção e reflexos do condutor tendem a diminuir

com o uso de outros mecanismos. Quando está dirigindo costuma fazer uso de

mecanismos que tiram a concentração? Caso sim assinale quais itens:

[ ] Celular [ ] Som [ ] Televisão [ ] Álcool

[ ] Outros. Cite-os: __________________________________________________

8. Quando está conduzindo seu veículo, costuma respeitar os limites de velocidade de

vias locais ou territoriais costuma exceder os limites permitidos? Explique o porquê de

sua resposta.

R: _________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. Já sofreu alguma penalidade de Trânsito?

[ ] Sim Por qual infração cometida?__________________________________

___________________________________________________________________

[ ] Não

10. Além da atenção ao volante e velocidade adequada, a manutenção do veículo e

seus componentes também são de suma importância para evitar acidentes. Sendo

assim, você costuma manter seu veículo em estado regular?

[ ] Sim [ ] Não

De que forma?

Faz manutenção periódica do veículo [ ] Sim [ ] Não

Calibre periodicamente os pneus [ ] Sim [ ] Não

Realiza a cada 6 meses manutenção completa do veículo [ ] Sim [ ] Não

Outros: Cite exemplos: ________________________________________________

___________________________________________________________________

11. Cite quais tipos de equipamentos de segurança costuma fazer uso enquanto transito

pelas vias da cidade?

R: _________________________________________________________________

___________________________________________________________________

12. Em sua opinião, quais atitudes poderiam contribuir para melhorar as condições de

segurança no Trânsito? Cite exemplos.

R: _________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Rolim de Moura, _____ de Fevereiro de 2014.

Pesquisa fundamentada na Cartilha de Direção Defensiva do DENATRAN (2005).

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ANEXO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisador: JULIANA ARMANDO DA CRUZ

Título da Pesquisa: A DIREÇÃO DEFENSIVA COMO FORMA DE EVITAR

ACIDENTES NO TRÂNSITO

Caro participante,

Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada

A Direção Defensiva como forma de evitar Acidentes no Trânsito, que refere-se a um

projeto de Trabalho de Especialização, o qual pertence ao curso da Universidade

Paulista. O objetivo deste estudo é demonstrar aos condutores do município de

Rolim de Moura – RO a importância do conhecimento e prática da direção defensiva

para um Trânsito seguro, buscando fundamentos que possam auxiliar no processo

educacional.

Sua participação consiste apenas em responder a um questionário de

pesquisa semi estruturado contendo 4 perguntas pessoais e 12 perguntas sobre a

rotina do trânsito.

Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu

anonimato.

Não será cobrado nada; não haverá gastos nem riscos na sua participação

neste estudo; não estão previstos ressarcimentos ou indenizações; não haverá

benefícios imediatos na sua participação.

Os seus resultados contribuirão para a conscientização dos condutores

quanto a importância da direção defensiva

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Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá

se recusar a participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua

participação se assim, o preferir.

Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à sua

disposição para maiores informações.

Em caso de dúvida(s) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você

poderá entrar em contato com a responsável pela pesquisa a acadêmica Juliana

Armando da Cruz.

Portanto, eu confirmo que Juliana Armando da Cruz, explicou-me os objetivos

desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para minha

participação também foram discutidas. Eu li e compreendi este termo de

consentimento, portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar

como voluntário desta pesquisa.

Rolim de Moura-RO, _____ de _____________ de 2014.

_________________________________________________

(Assinatura do participante)