UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium · conhecido como Vigor S/A e...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Francisco dos Santos Junior
Jaqueline Mendonça
Vivian de Mello Goulart
GESTÃO DE PROJETOS
Análise de viabilidade na aquisição de empresas
Bertin S/A
Lins – SP
LINS – SP
2009
1
FRANCISCO DOS SANTOS JUNIOR
JAQUELINE MENDONÇA
VIVIAN DE MELLO GOULART
GESTÃO DE PROJETOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof. M.Sc. Eduardo Teraoka Tófoli e orientação técnica da Prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.
LINS-SP
2009
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FRANCISCO DOS SANTOS JUNIOR
JAQUELINE MENDONÇA
VIVIAN DE MELLO GOULART
GESTÃO DE PROJETOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em:____/____/____
Banca Examinadora:
Professor. Orientador: Eduardo Teraoka Tofóli
Titulação: Mestre em Administração pela Uni-FACEF – Centro Universitário de
Franca
Assinatura: ____________________________
1º Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________
2º Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________
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DEDICATÓRIA
Ofereço essa conquista ao meu Senhor, que possibilitou a conquista de
mais um degrau apesar das dificuldades, oferecendo sua Presença através da
qual foi possível ter o discernimento acerca do caminho a seguir.
Através Dele fui agraciado pela família que tenho, e pelos gestos de
amor e confiança demonstrados pela minha querida Vó Linda, que me ensinou
a enfrentar as dificuldades de uma maneira genuinamente alegre. Aqui esta
seu presente, obrigado pelos frutos!
À minha mãe Silene, que no decorrer de nossas vidas, independente da
situação, mantêm a alegria e a confiança, e com apenas um olhar é capaz de
me fazer viver nossos sonhos e ter a certeza de que serão todos conquistados.
Aqui vai mais um, com muito amor.
Aos meus irmãos, Lucas e Juliana, que com muito carinho compartilho
momentos de amor e aprendizado. Não existe exemplo perfeito, por isso
dediquem ao máximo suas energias aos ideais segundo o coração de vocês,
sejam disciplinados e contem sempre comigo!
À Dri, amor de todas as horas, obrigado por não permitir desistir ou
retroagir em nenhum momento, sabes que são mútuos os desejos e gestos de
amor e carinho. Amo-te.
À tia Té, Digo e Fê, que apesar da distancia, suas atitudes nos permitem
saber que continuamos juntos, com o mesmo objetivo e amor de sempre.
À Marú e Juninho, essa também é para vocês, contem comigo sempre.
Ao meu pai Francisco, que sempre demonstrou o quão importante é a
palavra trabalho. Esse foi com muito suor, obrigado por tudo.
À Jaqueline e Vivian, pela paciência, ensinamentos e alegrias. Parabéns
por essa conquista!
Dedico também aos demais familiares e amigos, que são igualmente
importantes à concretização desse sonho.
Chico
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DEDICATÓRIA
A Deus
Dedico esta vitória ao grande merecedor de toda honra e toda Glória,
que foi a minha força nos momentos mais difíceis, que prometeu-me através de
tua palavra que me seria fiel, e que nunca abandonaria-me, e mesmo sem
merecimento algum ele se faz presente inteiramente em minha vida e eu
dedico não só este trabalho, mas toda a minha vida a ti Senhor!.
“E poderei atravessar os mares”
A minha família
Dedico este trabalho aos meus pais Aparecido Mendonça e Tânia, e
irmã Bruna (Luxo), por terem me ensinado-me a viver com dignidade, respeito,
coragem, determinação, por ter este apoio em meus momentos de cansaço,
diante das inúmeras dificuldades encontradas no caminho. “Meus amores, tudo
que fiz e irei fazer é porque os amo e desejo retribuir pelo menos um pouco do
que vocês me ofereceram. Acredito que Pai e Mãe e minha irmãos devem ser
eternos porque definitivamente não são substituíveis, vocês são minha razão
de viver!.
Aproveito também para dedicar ao meu grande amor, Moisés, meu
companheiro, namorado, amigo, e um dos grandes causadores de minha
constante realização profissional. Quantas vezes deixamos de aproveitar nossa
juventude, de namorarmos, pois este é o momento de plantarmos, para
colhermos no futuro, e tenho certeza de que nosso futuro será maravilhoso, e
todo esforço compensará. Nada é por acaso, você estava escrito para fazer
parte da minha vida e eu da sua!.
A Bertin
Dedico minha vitória pessoal e profissional, a empresa em que trabalho, pela
acolhida, apesar de minha inexperiência inicial, tornado-me uma profissional
com ética, responsabilidade, coerência, determinação e pró-atividade.
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Realmente não consigo enumerar tudo o que pude aprender e o que ainda irei
aprender dentro desta escola chamada Bertin.
Desejo a todas as pessoas que passaram pelo meu caminho, contribuíram
direta ou indiretamente com minha vida profissional sejam grandemente
abençoadas, pois tudo é cumprimento de Deus em minha vida e todos vocês
fizeram parte desta benção!
Ao meu avô e minha avó,
Aos meu amores, Emília e Euclides, que me impulsionaram por toda esta
trajetória, que não termina por aqui!. Sempre diziam que tinham orgulho de
mim, quando na verdade eu sim tenho por eles imenso orgulho. “Vozinho, me
lembro sempre qual a faculdade que o senhor disse que eu deveria fazer, eu
acatei vô, e tenho certeza que do fundo do seu coração estás muito feliz por
mim e também orgulhoso da sua Bieta. Você é e sempre será o meu super-
herói.
Amo vocês!
Aos meu amigos de monografia
Compartilho esta felicidade com meu amigos, Francisco e Vivian, pelo
companheirismo e pelo compreendimento. Com certeza não irei esquecê-los
jamais, pois fizeram parte desta história tão bonita. Obrigada Vi e Felipe, pelos
cafés de manhã e almoço e por nos acolherem sempre com muito carinho em
suas casas para que pudéssemos concluir este trabalho.
Jaqueline Mendonça
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DEDICATÓRIA
Dedico a Deus, sempre presente guiando-me em todos os momentos de
minha vida, sem ele eu não poderia realizar este grande sonho.
Dedico este trabalho em especial a dois ANJOS em minha vida, pessoas
que me tornaram o que sou, batalhando, acreditando e me incentivando
sempre, minha madrinha Jovina, que não esta mais aqui comigo, mas continua
a me guiar em todos dos momentos. Meu grande amor Felipe, que abriu mãos
de muitas coisas para que eu pudesse chegar aonde cheguei, um grande
amigo, namorado e marido, e assim já dizia a canção: Nossos caminhos foram
traçados, o Senhor te escolheu pra mim e agora seremos um...sem você nada
disso estaria acontecendo, te amo.
A família GOULART que me acolheu com tanto carinho, sempre me
ajudaram e apoiaram em todos os momentos, sempre com palavras amigas,
incentivadoras e confortantes, esta família que tenho tanto orgulho de fazer
parte. A madrinha foi morar com Deus, mas antes me entregou a esta família
maravilhosa.
A família MELLO, minha mãe, meus irmãos, meus cunhados e
cunhadas, tias e tios, prima Vânia, meu sobrinho Bruno, meu padrinho, que
sempre torceram por mim, e especialmente a minha linda sobrinha meu
presente de Deus Ana Lívia, pois veio iluminar minha vida.
Aos meus amigos de faculdade que estiveram ao meu lado, que me
ajudaram a seguir sempre com a cabeça erguida nas dificuldades que
encontrei ao longo desses anos, Ariane, Manu, Jaque, Fran, Rê, Pati, Marcel,
Andréia, me perdoe se não falei o nome de alguém...mas saibam que todos
são grandes colaborador e amigo que cuidaram de mim sempre e para sempre.
A Glaucia, assistente social, que acreditou em mim, e também faz parte da
minha família.
Aos meus grandes amigos e irmãos de monografia, Jaqueline e
Chiquinho, que aprendi muito, dividi muitas alegrias, muitas conquistas, muitos
medos, vocês fizeram parte que um momento muito feliz da minha vida, e isso
foi só o inicio.....
Vivian de Mello Goulart
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AGRADECIMENTOS
A DEUS,
Pela força e coragem que nos deu para enfrentar este desafio, por não
nos abandonar nos momentos mais difíceis, por iluminar sempre nossos
passos, estando sempre do nosso lado, nos dando coragem, força e
determinação e principalmente por nos ter permitido chegar à conclusão deste
curso.
Obrigado, Senhor, por todo bem que nos concedeu.
A BERTIN S.A,
Aos Diretores e funcionários, por ter nos concedido oportunidade de
realizarmos a nossa pesquisa, a paciência e compreensão em nos transmitir as
informações necessárias, para a conclusão de nosso trabalho.
AOS ORIENTADORES,
Ao Prof. Eduardo Teraoka Tófoli, pelo empenho que demonstrou sua
disponibilidade e, sobretudo, sua crítica sempre construtiva.
À Prof.ª Heloisa Helena Rovery da Silva, por toda sua dedicação e
compreensão, por ter nos acompanhado nessa caminhada, sempre nos
mostrando a melhor forma de realizarmos o nosso trabalho, por todos os
conhecimentos que nos transmitiu e, sobretudo, pela amizade com que sempre
nos atendeu.
AOS COMPOMENTES DA BANCA
As componentes da banca que desconhecemos no momento que
escrevemos, agradecemos antecipadamente a disponibilidade em contribuir
com nossa busca de conhecimento e com essa pesquisa.
Francisco Junior, Jaqueline e Vivian
RESUMO
Diante ao crescimento do setor agronegócio, a pecuária bovina de corte brasileira enfrenta a concorrência do mercado interno e externo. Devido a isto as empresas têm buscado aumentar seu faturamento buscando a diversificabilidade, negócio este que tem se tornado praxe para o Grupo Bertin, empresa que deu origem à pesquisa. Um dos líderes no abate de bovino no Brasil e exterior o grupo Bertin fez crescer sua marca no setor de agronegócio, porém no ano anterior adquiriu todas as ações de um negócio Lácteo, conhecido como Vigor S/A e presente no mercado há mais de 90 anos. Pode-se dizer que esta é uma estratégia que as empresas estão buscando para manterem-se vivas, buscando formas de superar as expectativas de seus clientes, proporcionando o aumento do mix de seus produtos de modo seguro e com serviços diferenciados. O estudo realizado visa verificar a influência da Gestão de Projetos na análise de viabilidade para aquisição de empresas no Grupo Bertin, para tanto buscou-se evidenciar os parâmetros utilizados à este estudo, o que de fato foi levado em consideração e as ferramentas financeiras utilizadas para se estruturar a análise de viabilidade. A gestão de projetos torna-se uma ferramenta imprescindível quando o trabalho requer planejamento, assim foi possível estruturar o trabalho, que, composto por várias etapas estrategicamente seqüenciadas foi possível constatar cada informação e chegar à conclusão final. A análise de viabilidade torna-se a etapa mais importante deste planejamento, pois nesta análise é possível constatar a veracidade das informações cedidas e analisar a viabilidade ou inviabilidade do negócio, não somente em cariz financeiro como também em seus aspectos influentes. Pela pesquisa constatou-se que o resultado das técnicas utilizadas pela empresa foi eficaz e atingiu os seus objetivos, uma vez que a análise foi construída em base sólida, aliando duas ferramentas de estruturação e análise, e agregando valor ao negócio adquirido. Para a elaboração deste modelo foram utilizados, além das informações constantes da revisão da literatura, os dados obtidos através do estudo de caso analisado.
Palavras–chave: Bertin S/A. Gestão de projetos. Aquisição de empresas. Viabilidade.
ABSTRACT
Given the growth of the agribusiness sector, Brazilian cattle business faces a competition from domestic and foreign markets. Due this, the companies have been seeking to increase their billing to diversify this business that has become customary for Bertin Group, the company subject of this research. One of the leaders in cattle slaughter in Brazil and also abroad, Bertin Group has boosted its brand in the agribusiness sector, although last year acquired all the shares of a dairy business, known as Vigor SA which is in the market for more than 90 years. It is possible to say that this is a strategy on which companies are looking to keep themselves alive, looking for ways to exceed the expectations of their customers by providing increased mix of their products safely and with differentiated services. The study aims to check the influence of Project Management in the viability analysis for acquisition of companies in the Bertin Group. For that, it was sought to stand out the parameters used in this study, what was considered in fact, which were the financial tools used to structure the analysis viability. The Project Management has become an essential tool when the work requires planning, so it was possible to structure the study, which is consisted of several steps strategically sequenced which led to the final conclusion. The viability analysis became the most important part of this planning once this on this analysis, it is possible check the accuracy of the information given e also to analyze the viability or not of the business, not only in financial but also in its influents aspects. By this research it was noticed that the results of the techniques used by the company were efficient and reached its objectives, once that the analysis was solid based, allying two tools of structure and analysis and adding value to the business acquired. For the development of this model, in addition to the information in the literature reviewed, the data obtained through case study analysis was also used.
.
Keywords: Bertin S/A. Project management. Takeovers. Viability.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Vista aérea da unidade de Lins – SP ........................................ 22
Figura 2: Atuação Bertin S.A. ................................................................... 25
Figura 3: Trajetória de crescimento .......................................................... 28
Figura 4: Símbolo da Comapi ................................................................... 29
Figura 5: Marcas da Divisão Carnes ........................................................ 30
Figura 6: Biodiesel .................................................................................... 30
Figura 7: Símbolo Divisão Couros ............................................................ 31
Figura 8: Símbolo Produtos Pet ................................................................ 31
Figura 9: Símbolo Bracol EPI’s ................................................................. 32
Figura 10: Símbolo Bracol Higienização Industrial ................................... 33
Figura 11: Símbolo Contern ...................................................................... 33
Figura 12: Símbolo Saneamento básico ................................................... 34
Figura 13: Símbolo Rodovias ................................................................... 34
Figura 14: Símbolo Energia Elétrica ......................................................... 35
Figura 15: Símbolo Blue Tree Park .......................................................... 35
Figura 16: Símbolo Divisão Lácteos ......................................................... 36
Figura 17: Símbolo Higiene e Beleza ....................................................... 37
Figura 18: Os três principais documentos do projeto e sua relação com
seus componentes.....................................................................................
46
Figura 19: Proposta de sistematização de metodologia de um
gerenciamento de projetos .......................................................................
47
Figura 20: As nove áreas de conhecimento PMBOK e gerenciamento
de projetos ................................................................................................
50
Figura 21: Áreas e problemas na gestão de projetos após a aquisição ... 59
Figura 22: Análise SWOT, uso do PMBOK em novos projetos ................ 63
Figura 23: Análise SWOT ......................................................................... 65
Figura 24: Análise SWOT ......................................................................... 65
Figura 25: Distribuição geográfica das vendas 2007 – Vigor ................... 77
Figura 26: Localização das plantas e principais mercados consumidores
– Vigor ......................................................................................................
77
Figura 27: Estrutura Organizacional – Vigor ............................................. 78
Figura 28: Fluxo de caixa descontado ...................................................... 82
11
Figura 29: Cálculo WACC ......................................................................... 82
Figura 30: Cálculo do Beta ....................................................................... 83
Figura 31: Apuração do WACC ................................................................ 83
Figura 32: Evolução do PIB nacional do Brasil (%) .................................. 84
Figura 33: Evolução do PIB real do Brasil (%) ......................................... 84
Figura 34: Evolução da taxa de câmbio – final do período (R$/US$) ....... 84
Figura 35: Preço de venda por categoria (reais nominais/Kg) ................. 85
Figura 36: Receita líquida (R$/milhões) ................................................... 85
Figura 37: Lucro bruto (R$/milhões) e margem bruta (%) ........................ 86
Figura 38: Despesas de vendas e despesas gerais e administrativas (%
da receita líquida) .....................................................................................
87
Figura 39: Ebitda (R$ milhões) e margem ebitda (%) .............................. 87
Figura 40: Capital de giro (nº de dias)....................................................... 88
Figura 41: Capex (R$ milhões) e Capex/Receita liquida (%) 88
Figura 42: Detalhamento do cálculo do FCL (R$ milhões) ....................... 89
Figura 43: WACC nominal em R$ ............................................................ 89
Figura 44: Participações societárias (R$/milhões) ................................... 90
Figura 45: Resumo da avaliação por FCD (R$/milhões) .......................... 90
Figura 46: Cotação e volume .................................................................... 91
Figura 47: Valor patrimonial contábil ........................................................ 91
Figura 48: Cálculo da dívida líquida da Vigor ........................................... 92
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Workshop – Gestão de projetos com abordagem PMI............ 45
Quadro 2: Tipos de objetivos.................................................................. 58
Quadro 3: Fluxo de caixa livre e fluxo de caixa dos acionistas ............... 66
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC: Actual Cost
BBI : Banco Bradesco de Investimento S.A
CAPEX - despesas de capital ou investimento de bens de capital
CPM: Critical Path Method
EAP: Estrutura Analítica do Projeto
EBITDA OU LAJIDA - Earnings Before Interest, Taxes (lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização)
EV: Earned Value
EVA: Earned Value Analysis
FCD: Fluxo de Caixa Descontado
FCL: Fluxos de Caixa Livres
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
INSS: Instituto Nacional do Seguro Social
JBS: João Batista Sobrinho
Ltda: Limitada
PERT: Program Evaluation and Review Technique
PGFN: Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
PMBOK - Project Management Body of Knowledge
PMI: Project Management Institute
PRI: Prazo de Recuperação do Investimentos
PV: Planned Value
RAPI: Relatório de Avaliação de Pós-Implementação
SP: São Paulo
SWOT - é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo de Forças
(Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e
Ameaças (Threats)
TI – Tecnologia da Informação
TIR:Taxa Interna de Rentabilidade ou Retorno
TMA: Taxa Mínima de Atratividade
VA: Valor Anual
VAL: Valor Atual Líquido
WACC: Weighted Average Cost of Capital, Custo Médio Ponderado de Capital
13
WBS: Work Breakdown Structure
ZMF: Fundo de Investimento em Participações
14
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 19
CAPÍTULO I – HISTÓRICO DA EMPRESA ................................................
22
1 HISTÓRICO (EVOLUÇÃO HISTÓRICA) ..................................... 22
1.1 A Bertin pelo mundo ..................................................................... 24
1.2 Crescimento contínuo ................................................................... 25
1.3 Estratégia pioneira ........................................................................ 26
1.4 A diversificação ............................................................................. 27
1.5 Trajetória de sucesso .................................................................... 27
1.6 Divisões de negócios .................................................................... 28
1.6.1 Agropecuária ................................................................................. 29
1.6.2 Carnes .......................................................................................... 29
1.6.3 Biodiesel ....................................................................................... 30
1.6.4 Couros .......................................................................................... 31
1.6.5 Produtos pet .................................................................................. 31
1.6.6 Equipamentos de proteção individual ........................................... 32
1.6.7 Sistemas de higienização industrial .............................................. 32
1.6.8 Construção civil ............................................................................. 33
1.6.9 Saneamento básico ...................................................................... 33
1.6.10 Rodovias ....................................................................................... 34
1.6.11 Energia elétrica ............................................................................. 35
1.6.12 Resort ........................................................................................... 35
1.6.13 Divisão lácteos .............................................................................. 36
1.6.14 Bertin higiene e beleza ................................................................. 36
1.6.15 Ambiental ...................................................................................... 37
CAPÍTULO II – GERENCIAMENTO DE PROJETOS E ANÁLISE DE
VIABILIDADE ...........................................................................................
38
15
2 HISTÓRIA DA GERÊNCIA DE PROJETO ............................. 38
2.1 Definição .................................................................................. 39
2.2 Fases do projeto ...................................................................... 40
2.2.1 Fase de iniciação ..................................................................... 40
2.2.2 Fase de planejamento ............................................................. 40
2.2.3 Fase de execução ................................................................... 41
2.2.4 Fase de controle ...................................................................... 41
2.2.5 Fase de encerramento ............................................................. 41
2.3 Um processo aprovado pelo uso com muito sucesso ............. 42
2.4 A evolução da idéia ................................................................. 42
2.5 Gestão de projetos .................................................................. 43
2.5.1 Benefícios ................................................................................ 43
2.5.2 Falhas em projetos .................................................................. 44
2.5.3 Sucesso em projetos ............................................................... 44
2.5.4 Mitos e conceitos revisados .................................................... 45
2.5.5 Áreas de conhecimento da gestão de projetos ....................... 46
2.5.5.1 Gerenciamento do escopo do projeto ...................................... 47
2.5.5.2 Gerenciamento da integração do projeto ................................ 49
2.5.5.3 Gerenciamento do tempo do projeto ....................................... 50
2.5.5.4 Gerenciamento dos custos do projeto ..................................... 52
2.5.5.5 Gerenciamento da qualidade do projeto .................................. 52
2.5.5.6 Gerenciamento dos recursos humanos ................................... 53
2.5.5.7 Gerenciamento das comunicações do projeto ........................ 54
2.5.5.8 Gerenciamento dos riscos do projeto ...................................... 54
2.5.5.9 Gerenciamento das aquisições do projeto .............................. 55
2.6 Gerenciamento de projetos para aquisições ........................... 56
2.7 O efeito das fusões e aquisições na gestão de projetos ......... 56
2.7.1 Planejamento para o crescimento ........................................... 57
2.7.2 Tomada de decisão antes da aquisição .................................. 58
2.8 Conceito de análise viabilidade de projeto .............................. 59
2.9 Análise de viabilidade de um projeto ....................................... 60
2.10 Fundamentação teórica ........................................................... 60
2.10.1 Métodos de análise de investimento ..................................... 61
2.10.2 Método do valor presente ........................................................ 62
16
2.10.3 Método do valor anual (VA) .................................................... 62
2.10.4 Método da taxa interna de retorno (TIR) ................................. 62
2.10.5 Análise SWOT ......................................................................... 63
2.10.5.1 Ambiente interno ...................................................................... 64
2.10.5.2 Ambiente externo ..................................................................... 64
2.10.6 Fluxo de caixa descontado ...................................................... 66
2.10.6.1 Ebitda ou Lajida ....................................................................... 67
2.10.6.2 Capex ...................................................................................... 67
2.10.6.3 Necessidade de capital de giro ................................................ 68
2.10.6.4 Wacc ........................................................................................ 68
2.11 Negociação .............................................................................. 69
2.11.1 Local e cultural influenciando na estratégia da negociação .... 69
2.11.1.1 Americanos .............................................................................. 69
2.11.1.2 Alemães ................................................................................... 70
2.11.1.3 Italianos ................................................................................... 70
2.11.1.4 Franceses ................................................................................ 70
2.11.1.5 Russos ..................................................................................... 71
2.11.1.6 Sul-americanos ....................................................................... 71
2.11.1.7 Chineses .................................................................................. 72
2.11.1.8 Japoneses................................................................................ 72
2.11.1.9 Indonésios ............................................................................... 72
2.11.1.10 Árabes ..................................................................................... 73
2.12 Finalização do projeto .............................................................. 73
2.13 Lições aprendidas ................................................................... 74
CAPÍTULO III – A UTILIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS NA
ANÁLISE DE VIABILIDADE DE AQUISIÇÕES DE EMPRESAS............
76
3 INTRODUÇÃO ........................................................................ 76
3.1 Informações sobre a Vigor ...................................................... 76
3.1.1 Visão geral .............................................................................. 76
3.2 Departamento de projetos e investimentos Bertin S.A. ........... 78
3.3 Gestão de Projetos............................................................... 78
3.3.1 Gerenciamento das Aquisições............................................. 79
17
3.3.2 Gerenciamento do Escopo de Projetos................................. 79
3.3.3 Gerenciamento do Risco do Projeto...................................... 80
3.4 Metodologias utilizadas na avaliação ..................................... 81
3.4.1 Fluxo de caixa descontado ...................................................... 81
3.4.2 Definição da taxa de desconto ................................................ 82
3.4.3 Premissas macroeconômicas utilizadas na avaliação ............ 83
3.4.4 Premissas de volumes e preços médios ................................. 84
3.4.5 Premissas de receita líquida e lucro bruto ............................... 85
3.4.6 Premissas de despesas operacionais e ebitda ....................... 86
3.4.7 Premissas de capital de giro e capex ...................................... 88
3.4.8 Fluxo de caixa livre .................................................................. 89
3.4.9 Valor econômico da Vigor pelo FCD ....................................... 89
3.4.9.1 Análise de sensibilidade do valor da Vigor (R$/ação) ............. 89
3.4.9.2 Valor das participações societárias ......................................... 90
3.4.10 Valor médio ponderado das ações .......................................... 90
3.4.10.1 Preço médio ponderado das ações da Vigor na Bovespa ...... 90
3.4.11 Valor do patrimônio líquido contábil por ação ......................... 91
3.4.11.1 Detalhamento do cálculo do valor patrimonial contábil ........... 91
3.4.12 Cálculo da dívida líquida da Vigor ........................................... 92
3.5 Gerenciamento do Custo do Projeto..................................... 92
3.6 Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto 93
3.7 Gerenciamento da Integração, Tempo e Comunicação do
Projeto ....................................................................................
93
3.7.1 Setembro/2008 ........................................................................ 94
3.7.2 Outubro/2008 .......................................................................... 94
3.7.3 Novembro/2008 ....................................................................... 94
3.7.4 Dezembro/2008 ....................................................................... 95
3.7.5 Janeiro/2009 ............................................................................ 95
3.7.6 Fevereiro/2009 ........................................................................ 95
3.7.7 Março/2009 .............................................................................. 95
3.7.8 Abril/2009 ................................................................................. 96
3.8 Sucesso da união do Grupo Bertin e Grupo Vigor .................. 96
3.9 Parecer final.......................................................................... 97
18
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................. 98
CONCLUSÃO ........................................................................................... 99
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 100
APÊNDICES .............................................................................................. 103
19
INTRODUÇÃO
Com a globalização, com os recentes avanços tecnológicos e a revolução
da informação tem constantemente conduzido as empresas a novos horizontes
de possibilidades, níveis de exigência e excelência cada vez mais elevados. Isto
não se aplica apenas aos produtos finais ou serviços em uso, mas também aos
projetos e processos, desde sua concepção até sua implantação.
A partir dessa necessidade de mercado, a gestão de projetos ganhou
significativa importância na gestão de qualquer organização, pois ela se
apresenta como uma maneira flexível e ao mesmo tempo sistemática de
gerenciar. Ela está associada a diversos fatores no ambiente de negócio,
devendo obter sempre um melhor relacionamento entre custo-benefício.
Com isso o estudo de viabilidade do projeto é extremamente necessário,
pois ele investigará a execução, modos de alcançar o objetivo, opções de
estratégia, metodologia e preverá os prováveis resultados, riscos e
conseqüência de cada curso de ação. Devendo este ser conduzido por
pessoas capazes e qualificado, ou dependendo da necessidade da
organização, buscar a contratação de uma equipe especializada.
Em toda análise de projeto deve sempre ser analisado o fator de risco. A
administração dos riscos é um processo contínuo, começando pela viabilidade
do projeto, onde nesse momento, eles são previstos, identificados e avaliados.
Um bom planejamento reduz os riscos, podendo ser até mesmo eliminados.
Portanto, a gestão de projetos requer qualificação, experiência,
competência, criatividade. Requer ainda, um domínio do conteúdo de gestão e
produção, liderança e muita técnica.
Sabendo disso, a empresa Bertin S.A busca o gerenciamento de
projetos na análise da viabilidade para aquisição de novas empresas, por
entender que é uma forma correta de administrar e uma forma de melhorar seu
retorno de investimento.
Com isso, o objetivo desta pesquisa é verificar se a utilização da gestão
de projetos auxilia na analise de aquisições de novas empresas, assim como
os benefícios que a gestão de projetos pode trazer para a empresa, analisar os
procedimentos da empresa na aquisição de novas empresas, pesquisar as
20
técnicas de gerenciamento de projetos, sendo possível evidenciar o retorno do
investimento e os benefícios proporcionados. Diante do exposto surgiu a
seguinte pergunta – problema: a utilização da gestão de projetos auxilia na
análise de viabilidade de aquisições de empresas?
Como reposta a este questionamento surgiu o seguinte pressuposto:
A empresa que utiliza da gestão de projetos como modelo de analise de
viabilidade de aquisição de novas empresas consegue obter um melhor retorno
de investimento.
Para comprovar tais pressupostos, fez-se a pesquisa de campo e coleta
de dados no período de fevereiro a outubro de 2009, na empresa Bertin S.A,
localizada na estrada Lins x Getulina, Parque Industrial s/n, pensando na
diversificação, verticalização e internacionalização de seu negócio a empresa
tem em sua matriz, dentre outros departamentos, o departamento corporativo
de projetos e investimentos. Com mais de 30 anos de mercado, a empresa
Bertin é uma empresa que atua nos segmentos de agroindústria.
Para realizar a pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e
técnicas:
Método do Estudo de caso: Foi realizado estudo de caso, na empresa
Bertin S.A, verificando aspectos voltados no processo de gestão de projetos
influenciando diretamente na aquisição de novas empresas, buscando um
melhor retorno de investimento.
Método de Observação Sistemática: Foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados na área de Gestão de Projetos e
Investimentos no Grupo Bertin S/A, como suporte para o desenvolvimento do
estudo de caso.
Método Histórico: Foram observados os dados e evoluções da história
da empresa Bertin S.A de Lins – SP.
As técnicas utilizadas para obter as informações foram as seguintes:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)
Roteiro do Histórico (Apêndice C)
Roteiro de Entrevista para o Controller (Apêndice D)
Roteiro de Entrevista para o Analista de Projetos e Investimentos
(Apêndice E)
21
Roteiro de Entrevista para o Gerente de Projetos e Investimentos
(Apêndice F)
O trabalho está assim organizado:
Capítulo I: Relata o histórico do Grupo Bertin desde a sua fundação até
os dias atuais, e seus ramos de atuação.
Capítulo II: Trata teoricamente sobre análise de viabilidade, conceitos de
gestão de projetos, o efeito das fusões e aquisições na gestão de projetos.
Capítulo III: Descreve a metodologia do departamento de Projetos e
Investimentos da Bertin S.A e análise de viabilidade utilizada na aquisição do
Grupo Vigor pela Bertin S.A.
Finalizando, apresenta-se a proposta de intervenção e a conclusão.
22
CAPÍTULO I
BERTIN S/A
1 HISTÓRICO (EVOLUÇÃO HISTÓRICA)
Desde a colonização, o gado sempre se fez presente na economia do
Brasil. Trazidos pelos primeiros imigrantes portugueses, ainda no século XVI,
da África e Índia, o boi já foi moeda de troca, ajudou a preparar a terra para o
cultivo e a transportar mercadorias. Mas sua verdadeira vocação só foi
consolidada em 1950, quando a população migrava do campo para as cidades,
aumentando a procura por alimentos, em especial a carne bovina. Para atender
esta demanda, os produtores e as indústrias investiram em alta tecnologia,
tornando a pecuária nacional uma das mais representativas do mundo. Hoje,
possui o maior rebanho comercial do planeta, com 207,2 milhões de cabeças, e
ocupa o topo do ranking de exportação de carne bovina. E é neste cenário que
remonta a história de uma empresa que nasceu genuinamente brasileira,
arrojada e determinada a investir em marcas fortes que revelam o enorme
potencial do País, o Grupo Bertin.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 1: Vista aérea da unidade de Lins/SP
23
Fundado por Henrique Bertin, filho de imigrantes italianos que se
instalaram na região noroeste de São Paulo para o cultivo do café, a
corporação começou tímida, mas confiante de seu destino. O início das
operações do pequeno frigorífico, localizado em Lins, no interior do Estado, foi
em 25 de abril de 1977, quando 70 funcionários levaram o dia inteiro para
abater apenas 14 animais – atualmente o Grupo abate mais de 12.000 cabeças
por dia. Naquela época, as instalações contavam com uma estrutura modesta.
Apenas charque, carne seca salgada e desidratada, e peças inteiras do
dianteiro e traseiro eram comercializadas. Porém, conforme a urbanização
avançava, era preciso mais investimentos para atender este novo cliente que
estava por vir.
Entre as décadas de 80 e 90 houve uma grande evolução no setor, do
campo, por meio do melhoramento genético, até as indústrias frigoríficas.
Nessa direção, após dois anos de operação, a companhia fez sua primeira
ampliação, com a inclusão de uma sala de desossa. Começava então a
distribuição de cortes de carne embaladas separadamente, antes mesmo
dessa prática se tornar uma exigência sanitária.
Para crescer tanto e continuamente, os Bertin partiram para uma série
de aquisições no decorrer dos últimos dez anos. Frigoríficos em Minas Gerais,
São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás que estavam em dificuldades foram
incorporados, criando uma das maiores redes de produção e abate bovino. Em
agosto de 2000, o Bertin passou a controlar, com o Friboi, duas unidades do
Swift-Armour, do grupo Bordon. Em troca, o grupo de Lins assumiu uma dívida
de 70 milhões de reais com o Banco do Brasil. Segundo Natalino, com os
frigoríficos do Bordon, as vendas seriam ampliadas no Brasil e no exterior em
pelo menos 20%.
Os Bertin também perceberam que os alimentos prontos ganhavam
cada vez mais espaço na mesa dos consumidores brasileiros e, na esteira da
Sadia e da Perdigão, lançaram quibes, hambúrgueres e almôndegas
supercongelados. Outros alvos foram as fábricas de ração animal, de
brinquedos para cães feitos à base de couro raspado e de equipamentos de
proteção como botas. Pode parecer muita coisa, mas o processo de
verticalização, que já dura há 20 anos, está longe de terminar.
24
Uma das novidades é o avanço do grupo em direção ao varejo. O
frigorífico abriu três lojas Beef Shopping, onde são vendidos cortes especiais e
peças inteiras de carne, acessórios para churrasco, temperos, molhos e
bebidas. Inicialmente as lojas foram abertas nas cidades de Ribeirão Preto,
Lins e no bairro Alphaville, na região metropolitana de São Paulo. Juntas, elas
faturaram 10 milhões de reais no ano passado e há planos de expansão no
médio prazo.
O Frigorífico Bertin possui atualmente algumas plantas industriais, como:
Lins e Louveira, no interior do Estado de São Paulo; Ituiutaba, em Minas
Gerais; Mozarlândia, em Goiás; Campo Grande e Naviraí, em Mato Grosso do
Sul; Diamantino e Água Boa, em Mato Grosso; Itapetinga, na Bahia; Marabá,
Redenção, Tucumã e Santana do Araguaia, no Pará; Pimenta Bueno em
Rondônia.
Aperfeiçoando processos, investindo cada vez mais em tecnologia e
motivando suas equipes à prática diária da busca pela qualidade, as Indústrias
Bertin abrem espaço para a concepção de novos produtos e desenvolvimento
de marcas líderes.
1.1 A Bertin pelo mundo
No caminho contrário da maioria de seus concorrentes que atuavam no
período, o Grupo Bertin partiu rumo ao mercado externo. Em 1983, os produtos
Bertin ultrapassaram horizontes, com a exportação do primeiro lote de carne in
natura para a Europa. Mas a empresa queria ir além, agregar mais valor a sua
especialidade, a carne bovina. Para isso, em 1990, começou a apostar em
carne industrializada, com o ingresso na produção de enlatados e em cortes
cozidos e congelados, concorrendo com gigantes nacionais e internacionais. A
primeira remessa de carne cozida, de duas mil toneladas, foi embarcada para a
Itália em 1992.
Com mais este investimento, aliado ao compromisso com a qualidade e
o cumprimento de prazos, o Bertin alcançou rapidamente números ainda mais
audaciosos no mercado global e foi o primeiro a consolidar a marca nos
25
pontos-de-venda no território europeu, o que o tornou um dos maiores
exportadores de carne do Brasil.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 2: Atuação Bertin S.A
1.2 Crescimento contínuo
Seguindo o ritmo de aceitação dos produtos, já comercializados em
grande escala, tanto ao mercado interno quanto ao externo, o Grupo Bertin
precisou expandir suas operações, até então centralizada em uma única
unidade fabril. No ano de 1993, uma nova indústria, localizada em Ituiutaba,
Minas Gerais, foi incorporada ao Grupo. Após três anos, um terminal de
contêineres próprio também era implementado na matriz, em Lins, para auxiliar
na logística e, conseqüentemente, proporcionar mais agilidade nas entregas.
Em 2000, houve mais um marco tecnológico na busca pelo
aprimoramento de suas atividades. A empresa inaugurou uma das unidades
26
frigoríficas mais modernas do País, com abate diário de 1.500 cabeças, em
Mozarlândia (GO), que é, até hoje, uma das principais unidades responsáveis
por abastecer o mercado externo.
Para fazer com que os produtos ganhem novos destinos a cada dia, o
Bertin investe, desde 2006, no Uruguai, com a aquisição de um frigorífico local.
Mas é no ano em que completa 30 anos que a empresa dá mais um importante
passo rumo ao crescimento. Uma planta em Campo Grande, Mato Grosso do
Sul, considerada a maior da América Latina, com capacidade de abate para até
3 mil cabeças por dia.
1.3 Estratégia pioneira
Inédita, a verticalização dos negócios dentro da cadeia bovina torna-se
uma grande meta para a companhia, em 1985. Nesta data, foi implementada
uma unidade para beneficiamento de couros, também na cidade de Lins, para
produção de peças Wet-Blue. Hoje, o Couro Bertin, representado pela marca
Bracol, é comercializado nos estágios Wet-Blue, Semi-Acabado e Acabado,
para os segmentos calçadistas, de artefatos, moveleiro e automobilístico.
No ano de 1989, o Grupo Bertin viu mais uma oportunidade, a
comercialização do sebo bovino, subproduto resultante de seus processos.
Passa a produzir massa base para pequenas, médias e grandes companhias,
além de produzir sabão em barra, impulsionando mais uma nova área, a de
Higiene e Limpeza. Atualmente, a empresa é líder no fornecimento da matéria-
prima e possui um portfólio próprio de 64 itens, com as marcas Brisa e Lavarte.
A partir de 1996, entrou em operação a fábrica de Produtos Pet, mais uma
forma de aproveitamento do boi. Mastigadores, snacks, entre outros itens para
animais de estimação, são elaborados artesanalmente, a partir da raspa do
couro, e distribuídos aos mercados interno e externo.
Na busca pela proteção e conforto de seus colaboradores, a corporação
encontrou mais um negócio em ascensão, o de equipamentos de proteção
individual. Nesse sentido, utilizou sua experiência no processamento de couro
para a manufatura comercial de calçados confeccionados com o couro gerado
27
nas plantas do Grupo e ainda uma ampla linha de luvas e botas de PVC,
também com a marca Bracol.
Outra área que surgiu a partir de uma necessidade interna foi a empresa
Bracol Sistemas de Higienização, quando começou, em 1998, a fabricar seus
próprios itens de higienização industrial. Atualmente, a corporação produz,
além de soluções para indústrias, fórmulas para limpeza e desinfecção de
hospitais, hotéis, restaurantes, bares, órgãos públicos e estabelecimentos em
geral.
O Grupo Bertin já possuía know how no segmento de higiene com
produção própria e fornecimento de matéria-prima para o mercado (sebo
bovino e massa base). E com o intuito de fomentar a utilização desses
recursos, atento às oportunidades de negócios e seguindo sua estratégia de
verticalização, a empresa decidiu ingressar na área de Cosméticos,
considerada bastante promissora. Em 2004, adquiriu inicialmente a marca OX
e posteriormente agregou ao seu mix as conceituadas marcas Phytoderm,
Neutrox, Capivida, Elle Ella, Karina e Kolene.
1.4 A diversificação
Além das citadas a cima, como estratégia empresarial, a empresa Bertin
investe também no setor de Construção Civil, com a edificação de suas
unidades. Ao longo dos anos, adquiriu experiência neste segmento e, em 2003,
começou a apostar na construção para terceiros, com sua empresa Contern.
Assim, surgiu mais um ramo de atuação para a empresa, o da infra-estrutura,
que hoje ainda conta com concessões de Rodovias e Saneamento Básico.
A mais recente aposta do Grupo é o segmento de Energia, que já conta
com pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas de álcool e a nova usina
de biodiesel, a maior do País utilizando como matéria-prima principal o sebo
bovino.
1.5 Trajetória de sucesso
28
No auge de seus 30 anos, o Grupo Bertin orgulha-se da história que
traçou e que o levou a se tornar uma referência mundial. Voltado aos
segmentos de agroindústria, infra-estrutura e energia, atende hoje o
mercado interno e mais de 80 países, nos cinco continentes.
Com 30 mil colaboradores e 30 unidades produtivas distribuídas pelo
Brasil, uma no Uruguai e uma na China, todos os setores do Grupo Bertin
compartilham uma visão comum no que se refere a investimentos contínuos
em qualidade, tecnologia, pesquisas, capacitação das equipes de trabalho,
logística, processos de gestão e estratégia mercadológica. Acrescenta-se a
esses comprometimentos, ações sociais e ambientais nas localidades em
que o Grupo está inserido. Sua missão é agregar valor, fomentar o
desenvolvimento e fortalecer a relação com os diversos públicos – clientes,
fornecedores, parceiros, investidores, imprensa, órgãos públicos,
colaboradores e comunidade.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 3: Trajetória de crescimento
1.6 Divisões de negócio
Todas as divisões do grupo compartilham a mesma visão no que se
refere em investimentos contínuos em qualidade, tecnologia, pesquisa,
29
logística, capacitação das equipes, padronização dos processos e estratégias
mercadológicas, comprometendo-se com ações sociais e ambientais junto às
comunidades que atuam.
1.6.1 Agropecuária
A empresa Bertin Agropecuária investe em criar de gado de corte e em
pesquisas para aprimoramento genético da raça Nelore, sendo reconhecida
internacionalmente pelos resultados obtidos. Criado no pasto, o rebanho é
rastreado, o que proporciona acompanhamento da vida do animal e garante um
rígido controle sanitário. Nas fazendas, profissionais especializados mantêm-se
atentos à vacinação, bem-estar, alimentação e padronização dos animais,
conferindo homogeneidade, segurança e qualidade.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 4: Símbolo da Comapi
1.6.2 Carnes
Bertin Carnes leva à mesa de todo os continentes a carne bovina com
sabor, maciez diferenciados, mantendo sempre a tradição, credibilidade e
segurança alimentar. São mais de 300 itens entre carne in natura, e
industrializada; aprimorando também os cortes especiais, atendendo a todos os
tipos de paladares. A divisão é auditada pelo Ministério de Agricultura e recebe
sempre visitas de outros países, sendo assim, demonstra forte compromisso
com o consumidor. Todos os processos são altamente controlados, desde a
30
matéria-prima até a distribuição para que haja integridade dos alimentos,
obedecendo a rigorosos padrões de higiene e saúde.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 5: Marcas da Divisão Carnes
1.6.3 Biodiesel
Em 2007 foi inaugurada a usina de Biodiesel que utiliza como matéria-
prima o sebo bovino. Isto foi realizado devido aos inúmeros benefícios que
atualmente o combustível proporciona, por ser uma energia alternativa e
contribuir para um novo cenário econômico, social e ambiental. A intenção é
atender 14% da demanda nacional, com adição de 2% do produto ao diesel. A
unidade é a maior em capacidade instalada do Brasil e comporta um
processamento anual de 100 mil toneladas, que equivalem a 100 milhões de
litros de Biodiesel. O empreendimento além de trazer emprego e renda,
contempla a redução da emissão de poluentes e ganhos em crédito de
carbono.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 6: Biodiesel
31
1.6.4 Couros
A Bertin Couros, por meio de sua marca Bracol é uma das mais
respeitadas marcas do mundo. Esta produz e comercializa peças nos estágios
Wet-Blue, semi-acabado e acabado para vários tipos de segmentos, como:
moveleiro, calçadista, automobilístico entre outros. Suas fábricas estão
posicionadas em pontos estratégicos com profissionais altamente
especializados, aliados a uma tecnologia de ponta. Destaca-se também em
ações sociais e ambientais.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 7: Símbolo Divisão Couros
1.6.5 Produtos pet
Esta divisão do Grupo Bertin destaca-se pela sua rápida expansão,
conquistando mercados em diversos países em que comercializa seus
produtos de pet care.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 8: Símbolo Produtos Pet
32
Sua matéria-prima é obtida através de rigorosa seleção de produtos
pertencentes ao Bertin, suas linhas de produtos antecipam tendências e
seguem os mais rigorosos padrões de higiene e qualidade. Todo esse
conhecimento obtido no mercado externo passa a ser utilizado também para
ingressar no mercado interno.
1.6.6 Equipamentos de proteção individual
Uma marca forte, principalmente no que diz respeito a luvas e calçados
para proteção, a Bracol EPI’s oferece conforto e segurança a vários tipos de
trabalhadores. Além de calçados fabricados com o couro produzido pelo Grupo,
há também uma ampla linha que utiliza PVC como matéria-prima. Todos os
equipamentos são testados em simulações de uso o que proporciona maior
credibilidade aos lotes fabricados, que seguem as normas técnicas nacionais e
internacionais de segurança
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 9: Símbolo Bracol EPI’s
1.6.7 Sistemas de higienização industrial
A Bracol Sistemas de Higienização Industrial oferece às empresas,
indústrias, metalúrgicas, hospitais, hotéis, órgãos públicos e estabelecimentos
em geral uma gama de mais de 70 produtos para limpeza profunda e
desinfecção de ambientes, além de produtos veterinários e agrícolas, todos
certificados pelo Ministério da Agricultura e Vigilância Sanitária. A higienização
33
é fator indispensável a qualquer empreendimento que visa proporcionar
confiança, seriedade e respeito ao seu público-alvo.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 10: Símbolo Bracol Higienização Industrial
1.6.8 Construção civil
Ao longo dos anos, o Grupo Bertin, acumulou conhecimentos na área de
construções civis para empreendimentos próprios e de terceiros. Possui foco
em edificações, engenharia urbana, acabamentos, instalações prediais e
superestrutura, a Contern participa de licitações em todo o território nacional.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 11: Símbolo Contern
1.6.9 Saneamento básico
Após a anuência da Prefeitura de Campo Grande, o Grupo Bertin,
assumiu o controle de 50% do controle da Águas de Guariroba S/A, para
incrementar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto na capital do
34
Estado de Mato Grosso do Sul, aumentando o índice de satisfação na cidade,
cuja população é de 700 mil habitantes.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 12: Símbolo Saneamento Básico
1.6.10 Rodovias
O Grupo Bertin possui 50% da Concessionária Rodovias das Colinas,
que se dedica a operar, conservar e ampliar 300 quilômetros de estradas, que
atravessam 17 municípios do interior do Estado de São Paulo e atendem mais
de 30 milhões de veículos. Juntas, as empresas duplicaram a rodovia SP 300,
que liga as cidades de Itupeva e Cabreúva. Apenas o Bertin movimentou 1,5
milhão de metros cúbicos de solo e rocha e empregou 150 colaboradores. Em
Goiás, assinou um contrato para construção de uma ponte sobre o Rio
Araguaia, na rodovia GO 454, com prazo de 18 meses para execução, a obra
terá 800 metros, com vão central de 120 metros destinado a permitir a
navegação.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 13: Símbolo Rodovias
35
1.6.11 Energia elétrica
O Grupo Bertin construiu a sua primeira central hidrelétrica em
Brasnorte, Mato Grosso. A Brasil Central de Energia S/A, uma empresa da
holding, será a responsável por comercializar a energia gerada. Serão 30 MW
de potência, capacidade para abastecer uma cidade de até 80 mil habitantes.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 14: Símbolo Energia Elétrica
1.6.12 Resort
O Resort de propriedade do Grupo é administrado pela rede de hotéis
Blue Tree Park. Localizado no interior paulista, oferece 114 apartamentos e
complexo aquático de 2.800 m². Suas estruturas conferem à padrões
internacionais. Além de opções de lazer, há uma completa estrutura para a
realização de eventos de negócios, com salas com capacidade para 450
pessoas e uma arena coberta para 1.200 pessoas.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 15: Símbolo Blue Tree Park
36
1.6.13 Divisão lácteos
A Divisão Lácteos produz e comercializa iogurtes, leites, queijos,
margarinas, sobremesas, entre outros itens. Com produtos de alto valor
agregado com marcas fortes, como Vigor, Leco, Danubio e Faixa Azul,
destaca-se como sendo uma das mais diversificadas do setor alimentício do
Brasil. A Divisão conta com sete unidades industriais e centros de distribuição
localizados em pontos estratégicos do País.
Com investimentos maciços no controle de seus processos industriais e
da cadeia produtiva de fornecedores de matéria-prima, a Divisão tem como
premissa oferecer itens seguros e de qualidade, em respeito a seus
consumidores.
A Divisão foi consolidada em setembro de 2008 com a aquisição total do
controle da Vigor pela Bertin S.A. A intenção é investir cada vez mais em
produtos de alto valor agregado e dar continuidade a estratégia de crescimento
em novos mercados da cadeia de proteína animal.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 16: Símbolo Divisão Lácteos
1.6.14 Bertin higiene e beleza
A Bertin Higiene e Beleza é representada pelas conceituadas marcas
Francis, OX, Phytoderm, Neutrox, Karina, Kolene, Hydratta, Tan o Tom e
Bourbon. A Divisão possui linhas inspiradas na biodiversidade brasileira que
trazem substâncias ativas para o cuidado diário com o corpo e os cabelos. Ao
todo são 343 itens, entre shampoos, condicionadores, cremes corporais,
37
protetores solares, desodorantes e sabonetes, além de uma linha completa de
perfumaria.
Fonte: BERTIN, 2009
Figura 17: Símbolo Higiene e Beleza
1.6.15 Ambiental
A Bertin Ambiental é parte integrante do Grupo Bertin, uma holding com
30 anos de mercado, com capital 100% nacional, que atua em diversas áreas:
agroindústria, infra-estrutura e geração de energia. A preocupação da Bertin
Ambiental vai desde a separação da sucata até investimentos em modernos
equipamentos e processos para a gestão ambiental.
A empresa trabalha sempre voltada para soluções ecologicamente
corretas, na transformação dos resíduos sólidos, gerados pelas empresas do
grupo. Destes resíduos, são gerados materiais como: plástico, metal, papel,
vidro, borrachas e adubo orgânico.
38
CAPÍTULO II
GERENCIAMENTO DE PROJETOS E ANÁLISE DE VIABILIDADE
2 HISTÓRIA DA GERÊNCIA DE PROJETO
Como uma disciplina, a gerência de projeto foi desenvolvida de diversos
campos de aplicação, incluindo a construção, a engenharia mecânica, projetos
militares, etc. Nos Estados Unidos, o pai da gerência de projeto é Henry Gantt,
chamado o pai de técnicas do planejamento e do controle, sendo conhecido
pelo uso do gráfico de barra como uma ferramenta de gerência do projeto, para
ser um associado as teorias de Frederick Winslow Taylor da administração
científica, para seu estudo do trabalho e da gerência do edifício do navio da
marinha. Seu trabalho é o precursor a muitas ferramentas de gerência
modernas do projeto, tais como a Work Breakdown Structure (WBS) ou
Estrutura Analítica do Projeto (EAP) de recurso que avalia o trabalho.
(ALMEIDA, 2008).
Os projetos têm como características: um empreendimento não repetitivo, seqüência clara e lógica dos eventos, início, meio e fim, objetivo claro e definido, conduzido por pessoas e parâmetros pré-definidos. Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos, com início,meio e fim. Que se destina atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoa dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. (VARGAS, 1998, p.4)
Os anos 50 marcam o começo da era moderna da gerência de projeto.
Outra vez, nos Estados Unidos, antes dos anos 50, os projetos foram
controlados basicamente se utilizando os gráficos de Gantt, técnicas informais
e ferramentas. Nesse tempo, dois modelos programando do projeto
matemático foram desenvolvidos:
39
a) program evaluation and review technique ou o PERT, desenvolvido
como a parte programa do míssil do submarino Polaris da marinha
dos Estados Unidos (conjuntamente com o Lockheed Corporation);
b) critical path method (CPM) desenvolvido em conjunto por DuPont
Corporation e Remington Rand Corporation para projetos da
manutenção de planta. Estas técnicas matemáticas espalharam-se
rapidamente em muitas empresas. Em 1969, o Project Management
Institute (PMI) foi dando forma para servir ao interesse da indústria
da gerência de projeto.
A premissa de PMI é que as ferramentas e as técnicas da gerência de
projeto são terra comum mesmo entre a aplicação difundida dos projetos da
indústria do software à indústria de construção.
Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento que
transformou-se em um guia de projetos, o Project Management Body of
Knowledge, contendo os padrões e as linhas mestras das práticas que são
usados extensamente durante toda a profissão.
2.1 Definição
Gerência de projetos ou gestão de projetos ou ainda administração de
projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração
de atividades relacionadas para atingir um conjunto de objetivos pré-definidos.
Gerenciamento de projeto é o conjunto de ferramentas que permite ao executivo desenvolver habilidades requeridas para lidar com a as contingências, com as suas situações sempre novas que o ambiente de mudança contínua impõe. A essência da idéias de projetos é a não repetição, por oposição as rotinas. (VARGAS, 1998, p.4)
Reduzida à sua forma mais simples, a gerência de projetos é a disciplina
de manter os riscos de fracasso em um nível tão baixo quanto necessário
durante o ciclo de vida do projeto. Um ponto-de-vista alternativo diz que
gerenciamento de projetos é a disciplina de definir e alcançar objetivos ao
40
mesmo tempo em que se otimiza o uso de recursos (tempo, dinheiro, pessoas,
espaço, etc). O risco de fracasso aumenta de acordo com a presença de
incerteza durante todos os estágios do projeto.
Segundo Mathias (1986), projeto é o conjunto de informações internas
ou externas à empresa, coletadas e processadas com o objetivo de analisar- se
uma decisão de investimento.
Já para Maximiano (2002), os projetos estão associados mais a certos
atributos como: inovação, desenvolvimento, renovação, busca, construção,
exploração e descoberta.
2.2 Fases do projeto
O PMBOK (2004) caracteriza estas fases como:
2.2.1 Fase de iniciação
É a fase de partida oficialmente ao projeto através do Termo de
Abertura, o processo pressupõem Entradas, Ferramentas e Saída. Aqui, todos
os envolvidos nesta fase reconhecem que um projeto ou fase deve começar e
se comprometem para executá-lo.
2.2.2 Fase de planejamento
É a fase responsável por detalhar tudo aquilo que será realizado pelo
projeto, incluindo cronogramas, interdependências entre atividades, alocação
de recursos envolvidos, análise de custo, entre outros, para que, no final dessa
fase, ele esteja suficientemente detalhado para ser executado, sem
dificuldades e imprevistos. Nessa fase, os planos auxiliares de comunicação,
41
qualidade, riscos, suprimentos e recursos humanos também são
desenvolvidos.
2.2.3 Fase de execução
É a fase que materializa tudo aquilo que foi planejado anteriormente.
Qualquer erro cometido nas fases anteriores fica evidente durante esse
processo. Grande parte do orçamento e do esforço do projeto é consumida
nessa fase.
2.2.4 Fase de controle
É a fase que acontece paralelamente as de Planejamento e Execução.
Tem como objetivo acompanhar e controlar aquilo que está sendo realizado
pelo projeto, de modo a propor ações corretivas e preventivas, no menor
espaço de tempo possível, após a detecção de anormalidade. O objetivo do
controle é comparar a Linha de Base, levantada no início do projeto (Estado
Inicial), o seu status real no momento (Estado Atual), com o status previsto pelo
planejamento (Estado Desejado), tomando ações corretivas em caso de
desvio.
2.2.5 Fase de encerramento
É a fase quando a execução dos trabalhos é avaliada através de uma
auditoria interna ou externa (terceiros), os livros e documentos do projeto são
encerrados e todas as falhas ocorridas durante o projeto são discutidas e
analisadas para que erros similares não ocorram em novos projetos e,
melhores estratégias são identificadas e selecionadas como lições aprendidas.
42
Aqui, se formaliza a aceitação do projeto ou fase e encerra-se de uma forma
organizada, o projeto solicitado.
2.3 Um processo aprovado pelo uso com muito sucesso
O Gerenciamento de Projetos ajuda as organizações a atenderem as
necessidades de seus clientes padronizando tarefas rotineiras e reduzindo o
número daquelas que poderiam ser esquecidas. O Gerenciamento de Projetos
assegura que os recursos disponíveis são alocados da maneira mais eficiente
e eficaz, permitindo aos executivos seniores a perceber o que está
acontecendo e para onde as coisas estão indo dentro das organizações. Muitas
organizações ao redor do mundo, como NASA, IBM, AT&T, Siemens, Chiyoda
Corporation, PricewaterhouseCoopers, Sociedade Computacional de
Singapura e o Governo Estadual de Oregon (EUA), lançam mão do
Gerenciamento de Projetos para desenvolver processos inovadores, planejar,
organizar e controlar iniciativas estratégicas, monitorar desempenho de
empreendimentos, analisar divergências significantes e prever seus impactos
nos projeto e na organização. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2000)
2.4 A evolução da idéia
As pessoas têm planejado e gerenciado projetos desde o início dos
tempos. Toda vez que uma civilização criou suas raízes houve projetos a
serem gerenciados: prédios a construir, estradas a pavimentar e leis a serem
escritas. Mesmo sem as ferramentas, técnicas e metodologias avançadas, as
pessoas criaram linhas de tempo, alocaram materiais e recursos e avaliaram os
riscos envolvidos em seus projetos.
Com o passar do tempo, as pessoas perceberam que as técnicas para
controle de custo, desenvolvimento da programação, procura e compra de
recurso e gerenciamentos de riscos poderiam ser aplicados a uma variedade
43
de projetos, seja erguendo pontes, realizando colheitas sazonais ou decidindo
como se governar, estas idéias foram as precursoras do estabelecimento de
técnicas de gerenciamento conhecido como Gerenciamento de Projetos
moderno. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2000) .
2.5 Gestão de projetos
As organizações modernas estão descobrindo que a utilização do
Gerenciamento de Projetos traz muitos benefícios. Clientes esclarecidos
exigem cada vez mais produtos melhores e serviços mais rápidos. As pressões
para acompanhar a velocidade do mercado demandam maior eficiência.
Gerenciar projetos de forma profissional encontrou seu lugar na arena
empresarial competitiva e global de hoje. (PROJECT MANAGEMENT
INSTITUTE, 2000)
2.5.1 Benefícios
a) otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais
necessários; facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto que
forem decorrentes de modificações no mercado ou no ambiente
competitivo, melhorando a capacidade de adaptação do projeto;
b) aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem
implementadas devido ao detalhamento ter sido realizado;
c) agiliza as decisões, já que as informações estão estruturadas e
disponibilizadas;
d) disponibiliza os orçamentos antes do inicio dos gastos;
e) antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas,
para que ações preventivas e corretivas possam ser tomadas antes
que essas situações se consolidem como problemas;
44
f) documenta e facilita as estimativas para futuros projetos;
g) aumento da confiança e da segurança do patrocinador;
h) melhor controle dos projetos;
i) Melhor administração de mudanças;
j) Maior número de projetos bem sucedidos devido à melhora na
performance;
k) melhor definição dos objetivos do projeto;
l) uma quantificação dos possíveis problemas;
m) evita surpresas durante a execução dos trabalhos.
2.5.2 Falhas em projetos
a) ausência de um Gerente de projeto;
b) falha no processo de aquisição de suprimentos;
c) falta de avaliação dos riscos;
d) falha nos processos de Comunicação;
e) processos de validação inadequados;
f) metas e objetivos mal estabelecidos;
g) falta de entendimento da necessidade do cliente;
h) gestão mudanças inadequadas;
i) estimativas financeiras incorretas;
j) prazos não realistas;
k) estimativas de tempo incorreta das atividades;
l) alocação dos Recursos Humanos inadequados.
2.5.3 Sucesso dos projetos
a) não ter agredido a cultura da organização;
b) ter sido empreendido sem que ocorresse interrupção ou prejuízo das
atividades normais da organização;
45
c) ter sido aceito sem restrições pelo contratante ou cliente;
d) ter sido concluído com o mínimo possível de alterações em seu
escopo;
e) ser concluído dentro do tempo previsto;
f) ser concluído dentro do orçamento previsto;
g) ter utilizado os recursos sem desperdícios;
h) ter atingido a qualidade e o desempenho desejadas.
2.5.4 Mitos e conceitos revisados
Mitos Conceitos Revisados
Gestão de Projetos requer mais pessoas e adiciona custos indiretos à empresa.
Gestão de Projetos permite ao projeto realizar mais trabalho em menos tempo com menos pessoas.
A lucratividade pode diminuir em decorrência dos custos de controle
A lucratividade irá aumentar devido à presença de controle.
A Gestão de Projetos aumenta o numero de mudanças no escopo.
A Gestão de Projetos permite maior controle sobre as mudanças de escopo.
A Gestão de Projetos cria instabilidade organizacional e aumenta os conflitos entre departamentos.
A Gestão de Projetos torna a organização mais eficiente e melhora efetivamente a relação entre os setores através do trabalho em equipe.
A Gestão de Projetos cria problemas. A Gestão de Projetos possibilita a solução de problemas.
Somente grandes projetos necessitam de gestão.
Todos os projetos se beneficiam diretamente da Gestão de Projetos.
A Gestão de Projetos cria problemas de poder e autoridade.
A Gestão de Projetos reduz os conflitos por poder.
A Gestão de Projetos tem como objetivos os produtos.
A Gestão de Projetos tem como objetivo as soluções
O custo da Gestão de Projetos pode tomar a companhia menos competitiva.
A Gestão de Projetos aprimora os negócios da empresa.
Fonte: Gestão de projetos com abordagem PMI, 2009
Quadro 1 – Gestão de projetos com abordagem PMI.
46
2.5.5 Áreas de conhecimento da gestão de projetos
O conjunto de áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos
propõe práticas e princípios que devem ser utilizados para gerenciar projetos.
O Project Management Body of Knowledge, também conhecido como PMBOK
é um conjunto de práticas em gerência de projetos levantado pelo Project
Management Institute (PMI) e constituem a base da metodologia de gerência
de projetos do PMI. Estas práticas são compiladas na forma de um guia,
chamado de Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de
Projetos, ou Guia PMBOK (2004) descreve as nove áreas de conhecimento
conforme figura abaixo:
Fonte: PMBOK, 2004
Figura 18: Os três principais documentos do projeto e sua relação com seus
componentes
47
2.5.5.1 Gerenciamento do escopo do projeto
Fonte: MICCOLI (2004, p.114)
Figura 19: Proposta de sistematização de metodologia de gerenciamento de
projetos
48
O Gerenciamento de Escopo do Projeto inclui os processos necessários
para garantir que o projeto abranja todo o trabalho necessário para que sua
conclusão seja bem sucedida, se preocupando apenas em definir e controlar
somente o que contempla e o que não está contemplado no projeto. A gestão
do escopo é aplicada para que não haja desvio durante o ciclo de vida do
projeto, atentando para que seja executado somente o que está incluído no
escopo. (VALERIANO, 2001)
O escopo de produto está relacionado ao conjunto de características e
funções que descrevem um produto, serviço ou resultado (PEREIRA et al.,
2006).
O escopo de projeto refere-se ao trabalho que deve ser realizado para
entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções
especificadas (PEREIRA et al., 2006)
Tanto o gerenciamento de escopo de produto quanto o de escopo de
projeto devem ser bem integrados de modo que o trabalho do projeto resulte na
entrega do produto como visualizado pelo cliente do projeto.
O Gerenciamento do Escopo é composto pelos processos: iniciação,
planejamento, detalhamento, verificação e controle de mudanças do escopo
como detalhado a seguir:
a) iniciação: é a autorização do projeto ou de uma das fases de
projetos já existentes;
b) planejamento de escopo: é a elaboração e documentação dos
processos e planos de ação do escopo do projeto necessários para
produzir o produto a partir dos objetivos, restrições, premissas,
fronteiras e interfaces;
c) detalhamento do escopo: consiste em subdividir os principais
subprodutos do projeto de forma a facilitar seu gerenciamento,
estabelecer estimativas de custo, tempo e recurso mais precisa,
controles mais eficaz, e atribuições de responsabilidades melhor
definidas;
d) verificação do escopo: contempla no acompanhamento e
monitoramento dos resultados obtidos durante a execução do
projeto, comparando com o que foi planejado anteriormente de
49
forma a estar condizente aos interesses das partes envolvidas.
Resultando na aceitação do escopo do projeto;
e) controle de mudanças do escopo: o escopo é um dos elementos
mais sujeitos as mudanças ao longo do desenvolvimento do projeto
o que implica em um gerenciamento bastante rigoroso e
documentado quanto às ações que serão tomadas. Devem-se
influenciar os fatores que criam mudanças no escopo para garantir
que as mudanças sejam discutidas e combinadas; determinar que
uma mudança no escopo ocorresse; e gerenciar as mudanças
efetivas quando ocorrerem. As mudanças do escopo vão impactar
de forma significativa no que se referem à qualidade, recursos,
prazos, riscos, custos e orçamentos do projeto, portanto o gerente
do projeto deve buscar sempre evitar ou minimizar as ocorrências.
2.5.5.2 Gerenciamento da integração do projeto
Todos os processos e gestões devem ser detalhadamente e
constantemente coordenados buscando sua integração de modo a garantir o
melhor desempenho do projeto, com o menor custo e maior qualidade dos
resultados. Desta forma, alcançando também os objetivos e sucesso do
projeto.
A integração envolve tomada de decisões e escolhas diretamente ligada
aos objetivos do projeto e aos processos das etapas de desenvolvimento e
execução do plano do projeto, assim como ao processo de controle de
alterações.
Visando assegurar essa harmonia entre os processos o gerenciamento
da integração do projeto descreve os métodos necessários para uma visão
geral dos processos do gerenciamento da integração do projeto.
O desenvolvimento do plano do projeto parte dos resultados obtidos de
outros processos para a elaboração de um plano (um documento) a ser
utilizado para direcionar e controlar a execução do projeto.
50
A execução do plano do projeto é a realização na íntegra do que foi
abordado no plano de projeto de forma a desenvolver o produto do projeto
obtendo como resultado do trabalho informações sobre o desempenho, custos,
qualidade, entre outros e, o levantamento das mudanças que se fazem
necessárias.
O controle geral de mudanças se preocupa para que as mudanças
identificadas sejam favoráveis ao projeto, quais foram os fatores que
originaram as mudanças, determina a ocorrência de uma mudança e gerencia
as mudanças no momento em que venham a ocorrer.
Este controle objetiva manter a integridade das medidas de
desempenho, assegurar que as mudanças no escopo do produto estejam
definidas no escopo do projeto e coordena as mudanças entre as áreas de
conhecimento. Resultando nas atualizações do plano do projeto, em ações
corretivas e em lições aprendidas. (SAUTCHUK, 2007)
Fonte: PMBOK, 2004
Figura 20: As nove áreas de conhecimento PMBOK e gerenciamento de
projetos
2.5.5.3 Gerenciamento do tempo do projeto
51
O tempo para execução de um projeto é um item que deve ser
minuciosamente gerenciado, pois atrasos geram custos e insatisfação.
Podendo resultar também em perda de oportunidade ou até mesmo de
mercado. Portanto o correto gerenciamento do tempo é de vital importância
para o sucesso do projeto. (DINSMORE; CAVALIERE, 2003 apud GOMES,
2004)
Para que o projeto seja implementado no prazo previsto se faz
necessário a elaboração e controle dos principais processos que seguem:
a) definição das atividades: contempla em identificar, planejar e
documentar todas as atividades e quais ações necessárias para se
cumprir cada uma das entregas definidas e o projeto como um todo;
b) seqüenciamento das atividades: é a representação da lista de
atividades necessárias para o desenvolvimento do projeto em uma
determinada ordem lógica permitindo uma correta visualização da
seqüência em que os trabalhos serão realizados. Possibilitando a
identificação e documentação de dependência entre as atividades. O
seqüenciamento das atividades deve ser elaborado da forma precisa
para que o desenvolvimento do cronograma seja feito da maneira
mais realista possível;
c) estimativa da duração das atividades: envolve estimar o tempo total
necessário para concluir cada atividade. Porém esse é um dos
aspectos mais difíceis e complexos do planejamento do projeto.
Fatores como ameaças e oportunidades que podem surgir ao longo
do projeto, a competência e a produtividade dos recursos envolvidos
e o grau de aprendizagem deve ser considerado nesta estimativa,
porém são difíceis de mensurar e de prever;
d) desenvolvimento do cronograma: com base na análise da seqüência
das atividades, identificando e controlando os caminhos críticos,
bem como na definição dos períodos de trabalho do projeto e de
cada recurso individualizado, deve-se determinar as datas de início e
fim para as atividades do projeto e assim elaborar o cronograma;
e) controle do cronograma: o controle de prazos deve ser visto como
um processo de monitoramento contínuo, envolvendo a análise das
52
causas, seus efeitos sobre as durações dos projetos e se os desvios
estão dentro das margens estabelecidas.
2.5.5.4 Gerenciamento dos custos do projeto
Segundo (PMBOK 2004), a gestão do custo tem como objetivo
assegurar que o projeto seja concluído dentro do orçamento aprovado. Para
tanto, são utilizados os seguintes processos:
a) planejamento dos recursos: compreende em determinar quais serão
os recursos e em quais quantidades serão utilizados para a
realização das atividades do projeto;
b) estimativa de custo: com base no levantamento de recursos
necessários elabora-se uma previsão dos custos necessários para a
conclusão das atividades dos projetos;
c) orçamentação dos custos: trata-se de distribuir as estimativas
globais de custos às atividades, gerando um orçamento de
referência para possibilitar o controle do custo do projeto;
d) controle dos custos: consiste em monitorar as mudanças dos custos
do projeto incluindo: acompanhamento da evolução dos custos,
garantir que as mudanças adequadas sejam registradas no
orçamento de referência (baseline) prevenindo mudanças sem
autorizações e informar as mudanças formais às partes
interessadas.
2.5.5.5 Gerenciamento da qualidade do projeto
Envolve os processos requeridos para assegurar que o projeto satisfará
as necessidades para o qual foi criado. Isto inclui todas as atividades de
gerência geral que determina os objetivos, a política e as responsabilidades em
relação à qualidade e suas implementações tais como: planejamento, controle,
53
garantia e melhoria de qualidade dentro do sistema de qualidade. Os principais
processos são:
a) planejamento de qualidade;
b) identificação de quais padrões de qualidade são relevantes para o
projeto e determinação de como satisfazê-lo;
c) garantia de qualidade;
d) avaliação da execução do projeto para prover a confiança
necessária de que o projeto irá satisfazer os padrões de qualidade
relevantes;
e) controle de qualidade;
f) monitoramento dos resultados de um projeto para determinar se eles
estão em conformidade com os padrões de qualidade relevantes e
identificação das maneiras de eliminar as causas de execução
insatisfatória.
Este processo deve endereçar tanto a gerência de projeto quanto o
produto gerado pelo projeto. (PMBOK 2004).
2.5.5.6 Gerenciamento dos recursos humanos
Considera os processos necessários para tornar o envolvimento dos
recursos humanos de forma mais eficaz possível, incluindo todos os
interessados do projeto. Sendo dividido em três processos principais:
(VALERIANO, 2001)
a) planejamento organizacional: delegar os papéis, documentando e
designando as funções, responsabilidades e relacionamentos de
reporte dentro do projeto;
b) montagem da equipe: contempla em designar e viabilizar a alocação
dos recursos humanos necessários para o desenvolvimento do
projeto;
c) desenvolvimento da equipe: desenvolvimento das competências
individuais e do grupo, visando melhorar o desempenho do projeto.
54
2.5.5.7 Gerenciamento das comunicações do projeto
Trata dos processos necessários para garantir que as informações de
inerentes ao projeto sejam geradas, coletadas, disseminadas, armazenadas e
descartadas e controladas de forma apropriada e oportuna. Engloba os
seguintes processos: (VALERIANO, 2001)
a) planejamento das comunicações: determinação das informações e
comunicações necessárias aos envolvidos do projeto, identificando
qual informação é necessária, quando, para quem e de que forma
ela será repassada;
b) distribuição das informações: disponibilização das informações
necessárias para os interessados do projeto de forma adequada e
no momento certo;
c) relato de desempenho: engloba a coleta e disseminação das
informações de desempenho, possibilitando aos interessados o
acompanhamento sobre como os recursos e atividades estão sendo
empregados para a obtenção dos objetivos do projeto. Inclui
relatórios de status, de progresso (o que foi produzido até o
momento) e de previsões sobre a produção;
d) encerramento administrativo: consiste em gerar, coletar e divulgar
informações de modo a formalizar a conclusão de uma fase ou do
projeto como um todo. Nesse processo ficam registradas as lições
aprendidas com o projeto, permitindo que em projetos futuros
possam ser levadas em consideração desde o início.
O objetivo da gestão de projetos é de, também, garantir o compromisso
de toda a equipe envolvida, dar suporte, garantir a comunicação adequada
para todas as partes interessadas, visando otimizar o processo de tomada de
decisão.
2.5.5.8 Gerenciamento dos riscos do projeto
55
Compreendem a identificação, análise e avaliação dos riscos de forma a
responder de maneira adequada aos riscos do projeto. Incluindo a minimização
do impacto de eventos negativos e maximização dos eventos positivos,
objetivando melhorias contínuas. É composto por quatro processos, a saber:
(VARGAS, 1998)
a) identificação dos riscos: identificar quais riscos poderia afetar o
projeto e documentar suas características;
b) quantificação dos riscos: efetuar uma avaliação dos riscos
identificando o impacto que pode proporcionar nos objetivos do
projeto;
c) desenvolvimento das respostas aos riscos: desenvolvimento de
procedimentos e técnicas necessárias para o aproveitamento das
oportunidades e respostas às ameaças;
d) controle das respostas: consiste na elaboração do plano de gerência
de risco com o objetivo de responder aos eventos de risco durante o
projeto.
2.5.5.9 Gerenciamento das aquisições do projeto
Trata da aquisição de bens e serviços externos à organização executora,
buscando o cumprimento do escopo do projeto. Os processos necessários são:
a) planejamento das aquisições: determinação do que será contratado
e quando, conforme a necessidade do projeto;
b) preparação das aquisições: envolve em preparar a documentação
necessária para o processo de licitação e identificar os fornecedores
em potencial;
c) obtenção de propostas: obtenção das propostas dos fornecedores
potenciais em atendimento às necessidades do projeto;
d) seleção de fornecedores: consiste na avaliação das propostas
conforme os critérios estabelecidos e formalizar, através de contrato,
os fornecedores escolhidos;
56
e) administração dos contratos: processo de controle realizado para
assegurar seu cumprimento por parte dos fornecedores, bem como,
a administração do relacionamento com o fornecedor;
f) encerramento do contrato: processo de análise e verificação do
cumprimento total do contrato e encerramento dos compromissos
entre as partes. (PMBOK 2004)
2.6 Gerenciamento de projetos para aquisições
O gerenciamento de aquisições vem tornando- se um dos aspectos mais
importantes do gerenciamento de projetos, acompanhando a tendência das
organizações de se dedicarem mais à sua vocação competitiva e passarem a
adquirir de fontes externas os recursos, materiais, equipamentos, sistemas,
soluções e serviços necessários à realização de seus projetos. Esta tendência
tem feito com que, em um número cada vez maior de projetos, a organização
empreendedora realize grande parte e, às vezes todo o projeto, através de
organizações externas.
Neste contexto, a equipe do projeto gerencia, na verdade, um portfólio
de fornecimentos aos quais tem que aplicar metodologias, técnicas e
ferramentas de todas as demais áreas de conhecimento do gerenciamento de
projetos. Não obstante sua crescente importância, o gerenciamento de
aquisições em projetos é um tema relativamente pouco coberto pela bibliografia
de gerenciamento de projetos e sua terminologia é pouco consensual.
2.7 O efeito das fusões e aquisições na gestão de projetos
Todas as empresas lutam por seu crescimento. Planos estratégicos são
preparados identificando novos produtos e serviços a serem desenvolvidos e
novos mercados a serem conquistados. Muitos desses planos exigem que se
realizem fusões e aquisições para que se alcancem as metas e objetivos
57
estratégicos. Contudo, mesmo os planos estratégicos mais bem preparados
muitas vezes falham. Muitos executivos vêem o planejamento apenas como um
plano, freqüentemente sem dar muita importância à implementação. O sucesso
da implementação é vital durante o processo de fusão e aquisição. (KERZNER,
2002)
2.7.1 Planejamento para o crescimento
As empresas podem crescer de duas maneiras: internamente e
externamente. Com o crescimento interno, as empresas cultivam seus recursos
em si próprias e podem passar anos em busca de seus alvos estratégicos e
posicionamento no mercado. (KERZNER, 2002)
O crescimento externo é significativamente mais complexo. Pode ser
alcançado através de fusões, aquisições e joint ventures. As empresas podem
comprar o conhecimento de que necessitam muito rapidamente através de
fusões e aquisições. Algumas empresas ocasionalmente fazem aquisições,
enquanto outras têm acesso a capital suficiente para fazer aquisições
continuamente. Entretanto, uma vez mais, as empresas com freqüência deixam
de considerar o impacto sobre a gestão de projetos. As melhores práticas em
gestão de projetos podem não ser passiveis de transferência de uma empresa
para outra. O impacto sobre os sistemas de gestão de projetos resultantes de
fusões e aquisições muitas vezes é irreversível, ao passo que os joint ventures
podem ser desfeitos.( KERZNER, 2002)
As fusões e aquisições permitem as empresas alcançarem seus alvos
estratégicos a uma velocidade não facilmente obtida pelo crescimento interno,
desde que a divisão de bens e capacidade possa ocorrer rapidamente e
eficazmente. Esse efeito sinergético pode produzir oportunidades que uma
empresa pode se sentir pressionada a desenvolver.
As fusões e aquisições focalizam dois componentes: tomada de decisão
pré-aquisição e integração de processos pós-aquisição.
Quando uma empresa apressa-se para fazer uma aquisição, muito
58
pouco tempo e esforço parecem ser gastos na integração pós-aquisição.
Contudo, é ai que o verdadeiro impacto das melhores praticas é percebido.
Imediatamente após uma aquisição, cada empresa comercializa e vende
produtos para seus clientes. Isso pode apaziguar os acionistas, mas por pouco
tempo. Ao longo prazo, novos produtos e serviços precisarão ser
desenvolvidos para satisfazer os mercados de ambas. Sem um sistema de
gestão de projetos integrado onde ambas as partes podem compartilhar as
melhores praticas, isso pode ser difícil de alcançar.
Quando tempo suficiente é destinado à tomada de decisão pré-
aquisição, ambas as empresas consideram a combinação de processos, a
divisão de recursos, a transferência de propriedade intelectual e a
administração global de operações combinadas. Se essas questões não forem
abordadas na fase anterior à aquisição, expectativas irrealistas poderão ocorrer
na fase pós-aquisição. (KERZNER, 2002)
2.7.2 Tomada de decisão antes da aquisição
As razões para a ocorrência da maioria das aquisições é a satisfação de
um objetivo estratégico e/ou financeiro, conforme quadro abaixo:
Razões para aquisição Objetivos estratégicos Objetivos financeiros
Aumento de clientela Maior fatia de mercado Maior fluxo de caixa
Aumento de capacidades Encontrar soluções Maiores margens de lucro
Maior produtividade Eliminar passos
dispendiosos
Receita estável
Menor tempo para
comercialização (novos
produtos)
Liderança no mercado Crescimento da receita
Menor tempo para
comercialização (melhorias)
Amplas linhas de
produtos
Receita estável
(continua)
59
Razões para aquisição Objetivos estratégicos Objetivos financeiros
Maior proximidade dos
clientes
Melhor combinação de
preço-qualidade-serviços
Aquisição em uma única
fonte
Fonte: KERZNER, 2002, p. 502
Quadro 2 - Tipos de objetivos
Fracassos na integração de gestão de projetos ocorrem depois da
aquisição. Problemas típicos são mostrados na figura abaixo:
Fonte: KERZNER, 2002, p. 503
Figura 21: Áreas de problemas na gestão de projetos após a aquisição
2.8 Conceito de análise de viabilidade de projeto
A Análise de Viabilidade consiste num estudo técnico de cariz
financeiro que procura determinar as possibilidades de sucesso econômico e
financeiro de um determinado projeto, seja ele um projeto de investimento, o
lançamento de um novo produto, a entrada num novo mercado ou um projeto
de reestruturação organizacional.
(conclusão)
60
Através deste estudo são efetuadas previsões dos proveitos e dos
custos gerados pelo projeto e calculados diversos indicadores de viabilidade,
baseados na avaliação dos fluxos de tesouraria gerados, entre os quais a
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR), o Valor Atual Líquido (VAL) e o Prazo
de Recuperação do Investimentos (PRI) ou Payback Período. De forma a
avaliar a robustez dos resultados do projeto poderá ainda ser efetuada uma
análise de sensibilidade. As análises de viabilidade são necessárias para
apoiar na tomada de decisões dos gestores as suas conclusões podem
determinar a realização ou não de um determinado investimento, por
exemplo, mas também podem ser requeridas pelos diferentes financiadores
da empresa e do projeto tais como acionistas, bancos, instituições gestoras
de programas de apoio, entre outras. (NUNES, 2008)
2.9 Análise de valor agregado de um projeto
Análise de valor agregado é um termo utilizado em gerência de projetos
que consiste em medir a performance pela comparação do custo do projeto
com seu valor agregado. A análise de valor agregado, comumente chamada
EVA (do inglês Earned Value Analysis), consiste na comparação de três curvas
de desempenho:
a) custo orçado do trabalho agendado ou PV (Planned Value);
b) custo orçado do trabalho realizado ou EV (Earned Value);
c) custo real do trabalho realizado ou AC (Actual Cost).
É um método para relato do status do projeto em termos de custo e
tempo, que permite uma visão holística do progresso do projeto. A
representação gráfica do projeto ao longo do tempo é a chamada Curva S onde
depara-se o planejado com o realizado. O formato de S vêm da integralização
de uma curva de distribuição normal.
2.10 Fundamentação teórica
61
Acumular a distribuição de probabilidades do retorno, para se ter uma
visão melhor do comportamento da curva. Em alguns casos pode ser
interessante calcular a média e o desvio padrão da distribuição, para auxiliar a
comparação entre alternativas. Pode ser preferível escolher uma alternativa de
retorno inferior, porém de menor variabilidade.
2.10.1 Métodos de análise de investimento
Para Casarotto et al. (1998), a primeira questão que surge ao se analisar
um investimento é quanto ao próprio objetivo da análise. Qual é o objetivo da
empresa que pretende investir ? Respondendo a esta pergunta é possível
traçar o objetivo da análise.
Um objetivo que foi largamente utilizado, e que hoje pode ser
considerado ultrapassado, é o objetivo imediatista de lucro no final do ano.
Modernamente, com o advento de técnicas de administração como o
Planejamento Estratégico, as empresas passaram a adotar filosofias, políticas
e objetivos de longo prazo que apóiam a seguinte situação: Pode ser
conveniente que neste exercício a empresa não tenha lucro, para poder
incrementar as vendas e chegar ao fim do triênio como líderes do setor.
Este exemplo de política traduz um novo posicionamento. O objetivo,
lucro imediato passa a ser substituído pelo objetivo máximo de ganhos em
determinado horizonte de análise.
Para uma análise sob este enfoque é necessário observar um conceito
muito utilizado em Engenharia Econômica: O Custo de Recuperação do
Capital.
Antigamente, as empresas normalmente adotavam uma filosofia monista
em relação aos custos, ou seja, contabilidade de custos e contabilidade
financeira conjugadas. Com isto, todo investimento feito era amortizado em
determinado número de anos, sob a forma de depreciação. A recuperação do
capital era lançada a uma taxa zero. Pelo conceito de equivalência deve haver
uma taxa tal que torne equivalente o investimento feito e sua recuperação. E é
esta taxa que determina o custo do capital a ser lançado como despesa.
62
Por isso, é interessante que a empresa adote uma filosofia dualista:
contabilidade de custos separada da contabilidade financeira.
Para Pamplona et al. (1999), os métodos básicos da análise de
investimentos são os descritos a seguir:
2.10.2 Método do valor presente
O método do valor presente, também conhecido pela terminologia
método do valor atual, caracteriza-se, essencialmente, pela transferência para
o instante presente de todas as variações de caixa esperadas, descontadas à
taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, seria o transporte para a data
zero de um diagrama de fluxos de caixa, de todos os recebimentos e
desembolsos esperados, descontados à taxa de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e
quanto maior o valor positivo, mais atrativa é a proposta.
2.10.3 Método do valor anual (VA)
Este método caracteriza-se pela transformação de todos os fluxos de
caixa do projeto considerado, numa série uniforme de pagamentos, indicando
desta forma o valor do benefício líquido, por período, oferecido pela alternativa
de investimento. É também chamado de valor anual uniforme.
Como geralmente, em estudos de engenharia econômica a dimensão do
período considerado possui magnitude anual, foi convencionada a adoção da
terminologia Valor anual. O projeto em análise só será atrativo se apresentar
um benefício líquido anual positivo, e entre vários projetos, aquele de maior
benefício positivo será o mais interessante.
2.10.4 Método da taxa interna de retorno (TIR)
63
Por definição, a taxa interna de retorno de um projeto é a taxa de juros
para a qual o valor presente das receitas torna-se igual aos desembolsos. Isto
significa dizer que a TIR é aquela que torna nulo o valor presente líquido do
projeto. Pode ainda ser entendida como a taxa de remuneração do capital.
A TIR deve ser comparada com a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
para a conclusão a respeito da aceitação ou não do projeto. Uma TIR maior
que a TMA indica projeto atrativo. Se a TIR é menor que a TMA, o projeto
analisado passa a não ser mais interessante.
O cálculo da TIR é feito normalmente pelo processo de tentativa e erro.
2.10.5 Análise SWOT
Fonte: DAHIS, 2008
Figura 22: Análise SWOT, uso do PMBOK em novos projetos
A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a
posição estratégica da empresa no ambiente em questão. A técnica é creditada
a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de
Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune das
500 maiores corporações. (FERREIRA, 2009)
64
O objetivo da SWOT é definir estratégias para manter pontos fortes,
reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e
protegendo-se de ameaças.
Ela traça uma análise da situação atual do negócio e deve ser refeita
periodicamente, de acordo com a velocidade que ocorrem as mudanças no
ambiente, na organização ou no setor. Estas análises podem se referir ao
ambiente interno ou externo, como descrito abaixo.
2.10.5.1 Ambiente interno
Segundo Oliveira (1998) a análise interna, ou seja, voltar-se para dentro
da empresa, tem como finalidade, colocar em evidência as qualidades e as
deficiências da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos diante da
sua atual posição produto-mercado.
A seguir são apresentados os componentes da análise do ambiente
interno:
a) pontos fortes: os pontos fortes são características ou forças internas
controláveis da empresa, tangíveis ou intangíveis, que se bem
utilizadas, permitem alcançar vantagem competitiva sobre seus
concorrentes. Oliveira (1998, p.83) define como sendo variáveis
internas e controláveis que propiciam uma condição favorável para a
empresa, em relação ao seu ambiente;
b) pontos fracos: os pontos fracos também são forças internas
controláveis, que podem ser tangíveis ou intangíveis, porém, uma
vez expostas ao ambiente, dificultam o alcance da vantagem
competitiva sobre seus concorrentes.
2.10.5.2 Ambiente externo
65
Para Oliveira (1998) a análise do ambiente externo tem por objetivo
analisar as interfaces existentes entre a empresa e seu ambiente com relação
às oportunidades e ameaças, assim como, qual a sua atual posição no
mercado e prospecção quanto a posição desejada no futuro.
Fonte: FERREIRA, 2009
Figura 23: Análise SWOT
A seguir são apresentados os componentes de um processo de análise
do ambiente externo: (OLIVEIRA, 1998)
a) ameaças: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa
que podem criar condições desfavoráveis para a mesma. Estas
forças incontroláveis criam obstáculos às ações estratégicas da
empresa, mas quando identificadas rapidamente podem ser
evitadas;
b) aportunidades: são as variáveis externas e incontroláveis pela
empresa, que podem favorecer as ações estratégicas da empresa,
uma vez que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-
las.
Fonte: Wikipédia / SWOT
Figura 24: Análise SWOT
66
2.10.6 Fluxo de caixa descontado (FCD)
Segundo Assaf Neto (2003), uma empresa é avaliada por sua riqueza
econômica expressa a valor presente, dimensionada pelos benefícios de caixa
esperados no futuro e descontados por uma taxa de atratividade que reflete o
custo de oportunidade dos vários provedores de capital. A essa metodologia
defini-se o nome de Fluxo de Caixa Descontado, e devido ao enfoque à
performance das variáveis imputa ao FCD o maior rigor conceitual e coerência
com a moderna teoria de Finanças.
FLUXO DE CAIXA LIVRE FLUXO DE CAIXA DO ACIONISTA
Receitas Líquidas de vendas
(-) Custos das vendas
(-) Despesas operacionais
(=) Lucro antes dos juros e tributos sobre o
Lucro (EBIT)
(+) Ajustes das despesas operacionais que não
provocam a saída de caixa
(=) Lucro antes dos juros, tributos sobre lucro,
depreciação, amortização e exaustão (EBITDA)
(-) Imposto de Renda/Contribuição Social
(=) Geração de Caixa Operacional
(-) Investimentos Permanentes (ou
desinvestimentos)
• Permanentes
• Circulantes
(=) Fluxo de Caixa livre
Receitas
(-) Despesas Operacionais
(=) Lucro antes dos juros e tributos sobre o
lucro (EBIT)
(-) Depreciação e Amortização
(=) Lucro antes dos juros e tributos (EBIT)
(-) Despesas com Juros
(=)Lucro antes dos impostos
(-) Impostos
(=) Lucro Líquido
(+) Depreciação e Amortização
(=) Fluxo de Caixa proveniente das operações
(-) Dividendos Preferenciais
(-) Variação Capital de Giro
(-) Pagamento de Principal
(+) Entradas decorrentes de novas dívidas
(=) Fluxo de Caixa dos Acionistas
Fonte: Adaptado de Martins (2001)
Quadro 3 - Fluxo de caixa livre e fluxo de caixa dos acionistas
67
O fluxo de caixa descontado pode ser mensurado por duas maneiras
básicas, onde a primeira aborda o fluxo de caixa dos acionistas e a segunda é
através do uso do fluxo de caixa livre.
O fluxo de caixa livre é gerado pela empresa após a dedução dos
impostos, investimentos permanentes e variações esperadas no capital
circulante líquido. E o fluxo de caixa dos acionistas representa o fluxo de caixa
liquido, depois de computados os efeitos de todas as dividas para
complementar o financiamento da empresa, conforme demonstração acima:
2.10.6.1 Ebtida ou lajida
EBTIDA é a sigla da expressão inglesa para Earnings Before Interest,
Taxes, Depreciation and Amortization, cuja tradução é lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização, ou LAJIDA.
A análise de uma empresa através dessa ferramenta, refletira a real
situação de sua operação principal, pois o índice gerado desconsidera
influencias de atividades fundamentalmente financeiras que não caracterizam a
operação-chave da instituição.
2.10.6.2 Capex
CAPEX é a sigla da expressão em inglês para Capital Expenditure (em
português, despesas de capital ou investimento de bens de capital), e que
significa o montante de dinheiro dispendido na aquisição (ou introdução de
melhorias) de bens de capital de uma determinada empresa.
Muitos analistas adicionam o CAPEX (ou consideram CAPEX positivo)
ao EBTIDA no cálculo do cash flow livre (recurso financeiro disponível após as
operações), pois os custos erradamente classificados como despesas de
capital, ainda assim teriam que ser pagos no período a que reportavam.
68
2.10.6.3 Necessidade de capital de giro
A necessidade de capital de giro é função do ciclo de caixa da empresa.
Quando o ciclo de caixa é longo, a necessidade de capital de giro é maior e
vice-versa. Assim, a redução do ciclo de caixa - em resumo, significa receber
mais cedo e pagar mais tarde - deve ser uma meta da administração financeira.
Entretanto, a redução do ciclo de caixa requer a adoção de medidas de
natureza operacional, envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem,
produção, operação e vendas. O cálculo através do ciclo financeiro possibilita
mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em função de uma
alteração nas políticas de prazos médios ou no volume de vendas.
O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos
maiores desafios do administrador financeiro. Elevado volume de capital de
giro irá desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos
permanentes da empresa.
Todavia, capital de giro muito reduzido restringira a capacidade de
operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital de giro pode ser
estimada de dois modos:
a) com base no ciclo financeiro;
b) com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial).
2.10.6.4 Wacc
O WACC, sigla correspondente a Weighted Average Cost Of Capital,
que significa Custo Médio Ponderado de Capital, é o calculo do custo de capital
da entidade em que cada categoria de capital é proporcionalmente ponderado,
englobando a remuneração de todo capital da empresa regulada e, portanto,
abrange tanto a parcela da remuneração relativa ao capital próprio quanto a de
terceiros, incluindo os benefícios fiscais gerados pelo endividamento.
Tal ferramenta é utilizada nos processos de aquisições de empresas
como taxa de desconto.
69
2.11 Negociação
É um processo de troca de informações, em que as partes tentam
concordar sobre o que cada uma deve dar e receber, ou fazer e receber em
uma transação.
2.11.1 Local e cultural influenciando na estratégia da negociação
De acordo com Moyses Netto (2009), além da qualidade dos produtos e
serviços, os negociadores devem respeitar a cultura dos outros negociadores,
que se refletem em seu modo de agir e pensar.
Caso o objetivo seja evitar gafes, procure não falar sobre política,
religião e futebol, muito menos do país de origem dele, nem contar piadas ou
fazer perguntas pessoais.
A globalização dará impulso crescente a negócios entre brasileiros e
estrangeiros, e todos terão de estar atentos a sutilezas presentes em qualquer
tipo de relacionamento. As divergências culturais não devem e nem podem
tornar-se uma pedra no meio do caminho em que as negociações caminham.
Conheça, pesquise sobre a cultura de outros povos antes de sentar para
negociar.
2.11.1.1 Americanos
a) deixe-os falar;
b) deixe-os dizer como são bons;
c) diga-lhe como são bons;
d) fale sobre resultados a curto-prazo;
e) seja pontual;
f) seja pratico e voltado para ação;
70
g) fale sobre esportes;
h) sim significa sim;
i) olhe nos olhos para estabelecer confiança;
j) aceite apenas acordos escritos;
k) prepare-se para lidar com advogados.
2.11.1.2 Alemães
a) tenha cuidado com a primeira impressão – olhe nos olhos, e não
desvie o olhar;
b) um aperto de mãos firme é importante;
c) vá imediatamente aos objetivos;
d) realize o acordo – ação e continuação são críticos;
e) seja breve e simples;
f) coloque o acordo por escrito;
g) seja pontual;
h) não sorria muito;
i) padrões de desempenho são importantes;
j) podem dar impressão de arrogância.
2.11.1.3 Italianos
a) seja paciente – não vá direto ao ponto;
b) mostre ação;
c) aceite um café se não os ofenderá.
2.11.1.4 Franceses
71
a) reserve pelo menos 1h30m para almoçar;
b) não convide para o mcdonald’s;
c) seja educado, mas distante;
d) não fale em idioma estrangeiro;
e) expresse suas idéias e seja flexível;
f) prepare gráficos, estratégias e teorias;
g) vista-se com elegância;
h) discuta o raciocínio e as razões para o negócio antes de chegar ao
resultado final.
2.11.1.5 Russos
a) gostam de beber. acompanhá-los na quantidade a beber é um
problema;
b) decida sobre o protocolo da discussão antes de começar;
c) a disposição à mesa é importante, os negociadores ficam frente a
frente;
d) esteja bem preparado para discutir suas próprias falhas;
e) são muito agressivos;
f) não tenha pressa;
g) mostre fotografias do produto;
h) não minta nunca, nem tente;
i) pequenos presentes são esperados;
j) espere táticas de poder;
k) baixa confiança.
2.11.1.6 Sul-americanos
a) verifique de tempos em tempos se o contrato esta sendo seguido;
b) prepare-se para dar presentes e dinheiro extra;
72
c) prepare-se para surpresas, tenha uma posição de recuo;
d) os aspectos financeiros podem mudar rapidamente;
e) tenha respeito pela cultura.
2.11.1.7 Chineses
a) não fale sobre direitos humanos;
b) envolva o partido comunista, a segunda hierarquia;
c) levará muito, muito tempo;
d) três primeiros dias só conversa mole;
e) fale dez vezes sobre o mesmo ponto;
f) conheça as regras culturais: esteja sempre bem vestido, evite
discussão sobre política, nunca diga não diretamente.
2.11.1.8 Japoneses
a) harmonia e equilíbrio são importantes;
b) procure conhecê-los pessoalmente antes da negociação;
c) nunca os critique diretamente;
d) mostre respeito pelas tradições;
e) as refeições possuem papel importante para estabelecer o
relacionamento;
f) a idade é tudo;
g) sim significa compreendo, não significa concordo.
2.11.1.9 Indonésios
a) sim ou aceno com a cabeça significa apresse-se;
73
b) um sorriso não significa concordância;
c) mãos nos quadris ou cruzadas sobre o peito pode significar
descontentamento.
2.11.1.10 Árabes
a) esfregar a barba é um sinal de respeito;
b) sente-se com os dois pés no chão;
c) mãos nos quadris significa não;
d) coma e beba com a mão direita.
2.12 Finalização do projeto
O fechamento do projeto consiste nas atividades necessárias para se
documentar o resultado final do projeto em termos de características do
produto e do gerenciamento do projeto. Nesta fase, avalia-se os pontos fortes e
fracos do trabalho envolvido, encerrar os contratos ainda em aberto, e relatar
lições aprendidas bem como as melhores práticas para futuros projetos.
Esta fase inicia-se quando os objetivos definidos do projeto são
alcançados e o cliente aceitou o produto gerado pelo projeto. O processo de
Fechamento ou (Encerramento) é composto de, pelo menos, os seguintes
elementos:
a) aceite final do produto do projeto pelo cliente;
b) encerramento de todos os acordos contratuais com fornecedores e
terceirizados;
c) formalização da aceitação do cliente;
d) fechamento e conciliação das pendências financeiras;
e) identificação, documentações e comunicação das lições aprendidas;
f) preparação e distribuição do rapi;
g) coleta, compilação e arquivamento dos registros do projeto;
74
h) avaliação da satisfação do cliente;
i) celebração do sucesso;
j) devolução dos recursos – pessoal, máquinas, equipamentos,
sistemas.
O fechamento deve ser realizado ao término de cada fase do ciclo de
vida, para garantir com que as atividades de cada fase tenham sido
completadas satisfatoriamente e com que informações úteis e valiosas não
sejam perdidas. Esta providência evita que o administrador e a equipe tenham
de lidar com itens ainda abertos ou com informação antiga ou desatualizada.
O Fechamento também inclui as informações relativas ao desempenho
da equipe para as áreas de origem e para a área de Recursos Humanos, de
modo que os integrantes da equipe possam ser avaliados pela sua participação
no projeto. Além disso, o processo envolve outras atividades administrativas
para assegurar com que os ativos utilizados pelo projeto sejam devolvidos às
respectivas origens.
A documentação de fechamento não deve ser confundida com uma
simples obtenção de assinatura de aceitação ou aprovação do cliente, mas
envolve uma série de estágios para assegurar com que o produto atenda às
expectativas, estando de acordo com as especificações necessárias.
O Relatório de Avaliação de Pós-Implementação (RAPI) é o documento
que caracteriza o término da fase de Fechamento. Nele, são identificadas
atividades especialmente importantes para grandes projetos que utilizam
muitos recursos e bastante documentação. A fase de encerramento pode ser
dividida em dois grandes blocos, ou seja:
a) relatório de avaliação de pós-implementação;
b) fechamento administrativo.
2.13 Lições aprendidas
A sessão de Lições Aprendidas do relatório é elaborada para se
aproveitar pontos positivos e alertar para aspectos negativos em projetos
futuros. A base para tais recomendações diz respeito às observações dos
75
aspectos analisados conforme acima mencionado. Algumas questões típicas a
serem respondidas neste estágio podem ser, por exemplo:
a) o produto atende às especificações e objetivos do projeto?
b) o cliente ficou satisfeito com os resultados do projeto?
c) o projeto foi concluído dentro do orçamento? quanto se afastou?
d) em que nível o cronograma foi cumprido? quanto se desviou?
e) os riscos foram adequadamente tratados? o que pode melhorar?
f) o que poderá ser feito para melhorar a administração nos próximos
projetos?
Normalmente estas definições são tomadas em reunião especifica que
sinaliza o término do projeto. Os convidados a participar desta reunião em
grande parte dos casos são:
a) a equipe do projeto;
b) o cliente;
c) o patrocinador;
d) as áreas de operação e manutenção.
Estas reuniões são o marco oficial de encerramento do projeto e podem
ser utilizadas para um reconhecimento público do mérito da equipe no projeto.
76
CAPÍTULO III
A UTILIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS NA ANÁLISE DE VIABILIDADE
DE AQUISIÇÕES DE EMPRESAS
3 INTRODUÇÃO
Todas as empresas lutam por seu crescimento. Planos estratégicos são
preparados identificando novos produtos e serviços a serem desenvolvidos e
novos mercados a serem conquistados. Muitos desses planos exigem que se
realizem fusões e aquisições para que se alcancem as metas e objetivos
estratégicos. Contudo, mesmo os planos estratégicos mais bem preparados
muitas vezes falham. Muitos executivos vêem o planejamento apenas como um
plano, freqüentemente sem dar muita importância à implementação. O sucesso
da implementação é vital durante o processo de fusão e de aquisição.
Sabendo disso, foi realizada uma pesquisa de campo na Bertin S.A, no
período de fevereiro a outubro de 2009, a fim de verificar a utilização da gestão
de projetos auxilia na análise de aquisições de novas empresas, onde foram
observadas as etapas do processo de aquisição e integração de mais uma
companhia; a Vigor S.A.
Para tanto, foram observados, analisados e acompanhados os
procedimentos aplicados na área de Gestão de Projetos e Investimentos na
Bertin S.A. e também a analise de viabilidade feita pelo Banco Bradesco de
Investimento, empresa parceira da Bertin S.A nesta operação, como suporte
para o desenvolvimento do estudo de caso.
3.1 Informações sobre a Vigor
3.1.1 - Visão Geral da Vigor S.A.
77
Fundada em 1918, focando sua atuação em processamento de leite
condensado e embalagem de leite pasteurizado.
Em 1982 a Vigor adquiriu o controle acionário da Leco através da qual
entrou no segmento de óleos e gorduras vegetais em 1996.
Em 1984 a Vigor abriu capital na bolsa de valores.
Em 1986 a companhia celebrou uma parceria com a Dinamarquesa Arla
Foods.
Em novembro de 2007 a Bertin adquire o controle da Vigor.
A Vigor atua no segmento de produtos lácteos, gorduras vegetais e
alimentos. Em termos geográficos, a companhia concentra a sua atuação na
região sudeste do país.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 25: Distribuição Geográfica das Vendas - 2007
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 26: Localização das Pantas e Principais Mercados Consumidores - Vigor
78
A companhia possui quase 270 produtos e marcas nacionalmente
reconhecida, como Vigor, Leco, Danúbio, Faixa Azul, Amélia, Franciscano e
Mesa.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 27: Estrutura Organizacional
3.2 Departamento de Projetos e Investimentos Bertin S.A
A Bertin S.A. conta com um departamento interno que acompanha e
desenvolve estudos de analise de viabilidade econômico-financeiro de projetos
de investimentos, fornecendo subsídios para a tomada de decisão acerca de
operações estruturadas para obtenção de financiamento, investimentos
diversos e fusões e aquisições, possuindo como missão a elaboração e analise
de projetos através de métricas mundialmente utilizadas, com imparcialidade e
precisão.
3.3 Gestão de Projetos
Para o Projeto de Analise de Viabilidade na aquisição do Grupo Vigor
pela Bertin S.A., foram utilizados algumas áreas de conhecimento do
gerenciamento de projetos que propuseram práticas e princípios que devem
ser utilizados:
79
3.3.1 Gerenciamento das Aquisições
Para a realização deste projeto foi contratado para prestar serviços o
Banco Bradesco de Investimento (BBI), para realizar o Laudo de Avaliação, e
foi contratado também para prestar serviços de estruturação financeira no
âmbito da Oferta Pública de Aquisição de ações (OPA), além disso, a Bradesco
Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A., filiada ao BBI, atuou com o
instituição intermediaria no âmbito da OPA.
3.3.2 Gerenciamento do Escopo de Projeto
A crise é vista pela indústria de alimentos como uma rede de
oportunidades de aquisições e esse segmento da economia vive a expectativa
de diversos anúncios de negócios que estão em análise.
Pensando na diversificação e pulverização de mercado, em meados de
2007, a Bertin S.A através do estudo de viabilidade econômico-financeira de
projeto de investimento, deu inicio a negociação da aquisição do Grupo Vigor.
Para definição do escopo do Projeto de Analise de Viabilidade, a Bertin
S.A contratou o BBI para preparar o laudo de avaliação econômico-financeira,
baseou-se nas seguintes metodologias e critérios:
a) preço médio ponderado de cotação das ações;
b) valor do patrimônio líquido contábil das ações;
c) análise por fluxo de caixa descontado.
Entendendo que a metodologia do Fluxo de Caixa Descontado (FCD)
possibilita a analise dos resultados futuros das operações da companhia sendo
a metodologia mais adequada para determinar o intervalo de valor econômico
das ações da Vigor. O FCD levou em consideração:
a) projeção para o período compreendido entre 30/06/2008 a
31/12/2013 as quais foram desenvolvidas e revisadas pela
administradora da Vigor;
b) projeções macroeconômicas;
80
c) taxa de desconto em reais nominais de 11,68%;
d) taxa de crescimento na perpetuidade em reais nominais de 4,85%;
e) estudos setoriais e informações de mercado sobre empresas
comparáveis.
O valor das participações societárias detidos pela Vigor foram
incorporadas na avaliação das seguintes maneiras:
a) participação de 80% detida pela Vigor no capital da Leco, de acordo
com valor econômico determinado por laudo de avaliação
elaborado pelo BBI datado de 30 de setembro de 2008 no âmbito
da Oferta Publica De Aquisição Das Ações Para Cancelamento Do
Registro de Companhia Aberta de Emissão da Leco (“OPA da
Leco”);
b) valor do patrimônio liquido contábil indicado nas informações
trimestrais de 30/06/2008 (“Valor Patrimonial”) para as
participações de 50% e 100% detidas pela Vigor na Dan Vigor
Industria e Comercio de Laticínios Ltda (“Dan Vigor”) e Serrabella
Ltda (“Serrabella”), respectivamente.
3.3.3 Gerenciamento do risco do projeto
Com o intuito de minimizar os riscos do projeto, o Banco Bradesco de
Investimentos foi contratado pela Bertin S.A. para preparar laudo de avaliação
econômico-financeira acerca do valor das ações de emissão da S.A. Fabrica de
produtos alimentícios vigor, para os fins da oferta publica de aquisição de
ações para cancelamento de registro de companhia aberta. A intenção de
realizar a oferta foi informada pela Bertin em fato relevante publicado em 08 de
setembro de 2008. O laudo de avaliação foi elaborado para uso exclusivo da
ofertante e para os fins previstos nos artigos 8º e 16º da Instrução da Comissão
de Valores Mobiliários nº 361, de 05 de marco de 2002, conforme alterada e do
artigo 4º, § 4º da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das
Sociedades por Ações”).
81
O Laudo de Avaliação foi elaborado com base em: análise de
informações públicas relevantes, incluindo estudos setoriais, pesquisas,
análises e critérios financeiros, econômicos e de mercado; análise das
demonstrações financeiras da Vigor referentes aos exercícios findos em 31 de
dezembro de 2005, 2006 e 2007 e as demonstrações financeiras intermediarias
para o período de seis meses findos em 30 de junho de 2008, auditadas pela
Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes, análise e discussão de
informações fornecidas pela administração da Vigor e da Bertin, incluindo
projeções financeiras da Vigor preparadas pela administração da Companhia
em conjunto as Informações.
A elaboração deste Laudo de Avaliação não incluiu a verificação
independente dos dados e das Informações, porém estas devem ser completas
e precisas em todos os seus aspectos relevantes, razão pela qual não se
constitui em uma auditoria conforme as normas de auditoria geralmente
aceitas. Cada acionista deve chegar as suas próprias conclusões sobre a
conveniência e aceitação da Análise.
3.4 Metodologias utilizadas na avaliação
3.4.1 Fluxo de caixa descontado
A análise de FCD é um método para avaliar um negócio baseado no
valor presente dos Fluxos de Caixa Livres - FCL – projetados.
O FCD estima o valor do negócio a partir da sua geração de caixa futura,
obtida pela utilização da totalidade de seus ativos operacionais tangíveis e
intangíveis, como marca, posição no mercado, carteira de clientes, reputação,
estrutura de vendas, ativos industriais, tecnologia e gestão. O FCD não inclui
os ativos não-operacionais
82
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 28: Fluxo de Caixa Descontado
3.4.2 Definição da Taxa de Desconto
A taxa de desconto utilizada numa avaliação por fluxos de caixa
descontados – WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) – e determinada
pela media ponderada dos custos de divida e de capital próprio com base na
estrutura de capital alvo cujo calculo teve como referencia a media da industria
de alimentos. O WACC, por sua vez, esta diretamente relacionada ao risco
associado aos fluxos futuros.
Para calculo do WACC, foi adotada a seguinte formula:
WACC = E x Ke + D x Kd x (1 - T) D + E D + E.
O calculo do Ke foi feito de acordo com a metodologia do CAPM, modelo
de precificação de ativos através da relação e entre o risco (medido pelo Beta)
e o retorno esperado desses ativos.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 29: Calculo WACC
83
Os betas, indicador determinado por meio de uma regressão linear entre
a série de variações no preço do ativo e a série de variações no preço da
carteira de mercado, das companhias foram desalavancados, resultando no
beta desalavancado para o setor de 0,55. O beta utilizado foi realavancado
com base na estrutura de capital media da industria de alimentos, resultando
em um beta de 0,74. Apurou-se um WACC nominal em Reais de 11,68%.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 30: Calculo do Beta
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 31: Apuração do WACC
3.4.3 Premissas Macroeconômicas Utilizadas na Avaliação
84
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 32: Evolução do PIB Nominal do Brasil (%)
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 33: Evolução do PIB Real do Brasil (%)
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 34: Evolução da Taxa de Cambio – Final do Período (R$/US$)
3.4.4 Premissas de volumes e preços médios
As projeções de volumes para as diversas categorias de produtos da
Vigor seguiram as estimativas da Companhia para o horizonte de analise.
Assumiu-se que os produtos com maior valor agregado representem
progressivamente um valor maior da receita da Companhia. O crescimento
médio anual projetado e de 2,8% para o período entre 2008 a 2013.
85
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 35: Preço de Venda por Categoria (Reais Nominais/Kg)
As projeções de volumes para as diversas categorias de produtos da
Vigor seguiram as estimativas da Companhia para o horizonte de analise.
Assumiu-se que os produtos com maior valor agregado representem
progressivamente um valor maior da receita da Companhia.
O crescimento médio anual projetado e de 2,8% para o período entre
2008 a 2013. A projeção dos preços de venda para cada uma das categorias
foi realizada de acordo com as projeções fornecidas pela Companhia. Os
preços de venda projetados já são líquidos dos descontos comerciais
concedidos pela Companhia.
3.4.5 Premissas de receita líquida e lucro bruto
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 36: Receita Liquida (R$ milhões)
86
Em consonância com as projeções da Companhia, foi mantida a
proporção de Impostos e Devoluções na Receita Bruta de acordo com o
verificado no primeiro semestre de 2008 (17,4% em media). A Receita Liquida
apresenta um crescimento contínuo ao longo do período de analise fruto da
conjugação dos aumentos de volume e preços. As Receitas tem um
crescimento médio anual em termos nominais de 7,4% entre 2008 e 2013.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 37: Lucro Bruto (R$ Milhões) e Margem Bruta (%)
A projeção dos Custos Variáveis Unitários seguiu as estimativas da
Companhia e, no longo prazo, tende a apresentar evolução semelhante a dos
preços de venda.
Os Custos Fixos foram projetados de acordo com as premissas da
Companhia crescendo a razão de 50% do crescimento dos preços de venda.
O incremento da margem bruta e decorrente de ganhos de escala em
conseqüência dos maiores volumes vendidos e da diluição dos custos fixos
bem como uma melhora do portfolio de produtos.
3.4.6 Premissas de despesas operacionais e EBITDA
87
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 38: Despesas de Vendas e Despesas Gerais e Administrativas (% da
Receita Liquida)
As Despesas de Vendas foram projetadas em 20% das receitas liquidas
de acordo com a media histórica Considerou-se que 80% das Despesas Gerais
e Administrativas seriam fixas e o seu crescimento foi indexado ao IPCA. Os
restantes 20% das Despesas Gerais e Administrativas foram consideradas
variáveis, crescendo
segundo o volume de vendas e inflação.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 39: EBITIDA (R$ Milhoes) e Margem EBITIDA (%)
Como conseqüência das premissas definidas para custos e receitas, a
margem EBITDA alcança 11,1% no final do período de projeção explicita. O
EBITDA representa uma taxa de crescimento media anual de 12,6% entre 2008
e 2013.
88
3.4.7 Premissas de capital de giro e CAPEX
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 40: Capital de Giro (nº de dias)
Os prazos médios de recebimentos e pagamentos foram projetados de
acordo com os valores verificados historicamente e em consonância com as
projeções fornecidas pela Companhia.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 41: CAPEX (R$ milhões) e CAPEX/Receita Liquida (%)
A projeção de CAPEX foi realizada de acordo com as informações
fornecidas pela Companhia e foi dimensionada para atender os volumes de
produção e vendas estimadas.
89
3.4.8 Fluxo de caixa livre
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 42: Detalhamento do Calculo do FCL (R$ milhões)
As projeções financeiras foram feitas em R$ nominais. Os fluxos de
caixa livres, de 30/6/2008 a 31/12/2013, foram descontados com taxa WACC
de 11,68%. O valor terminal da Vigor foi calculado com base na taxa de
crescimento na perpetuidade (g) de 4,85%. Os créditos fiscais que a empresa
dispõe são utilizados integralmente ao longo da projeção, não tendo sido
considerados para efeitos de calculo da perpetuidade.
3.4.9 Valor econômico da vigor pelo FCD
3.4.9.1 Análise de sensibilidade do valor da vigor (R$/ação)
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 43: WACC nominal em R$
90
3.4.9.2 Valor das Participações Societárias
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 44: Participação Societárias (R$ milhões)
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 45: Resumo da Avaliação por FCD (R$ milhões)
3.4.10 Valor médio ponderado das ações
3.4.10.1 Preço médio ponderado das ações da vigor na BOVESPA
91
O gráfico mostra a variação da cotação de fechamento das ações
preferenciais da Vigor para os períodos:
a) de 12 meses anteriores a publicação do Fato Relevante no dia
09/09/2008 e
b) desde a publicação do Fato Relevante ate o dia 03/10/2008.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 46: Cotação e Volume
3.4.11 Valor do Patrimônio Líquido Contábil por Ação
3.4.11.1 Detalhamento do Cálculo do Valor Patrimonial Contábil
O valor patrimonial por ação da Vigor e obtido por meio da divisão do
saldo da conta Patrimônio Liquido pela quantidade total de ações emitidas pela
Companhia. Com base nas demonstrações financeiras publicadas em
30/06/2008, o valor apurado foi de R$ 0,96 por ação, conforme tabela abaixo:
Valor Patrimonial Contábil em 30/06/2008
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 47: Valor Patrimonial Contábil
92
3.4.12 Cálculo da Dívida Líquida da Vigor
Refere-se a divida dos Eurobônus no montante de US$ 50 milhões,
integralmente detidos pela Vigor Limited, subsidiaria integral da Vigor,
conforme demonstrações financeiras da Companhia em 30/06/2008.
Fonte: Banco Bradesco BBI S.A.
Figura 48: Calculo da Divida Liquida da Vigor
3.5 Gerenciamento dos Custos do Projeto
O custo deste Laudo de Avaliação foi de R$ 872.540,00 (oitocentos e
setenta e dois mil quinhentos e quarenta reais).
Foi contratado também para prestar serviços de estruturação financeira
no âmbito da OPA, pelo que recebeu a comissão fixa de R$ 207.748,00
(duzentos e sete mil setecentos e quarenta e oito reais). Alem disso a Bradesco
Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (“Bradesco Corretora”), afiliada
ao BBI, atuou como instituição intermediaria no âmbito da OPA, conforme
Instrução CVM 361/02, pelo que recebeu um valor fixo de R$ 110.680,00
(cento e dez mil, seiscentos e oitenta reais).
Foi contratado também para prestar serviços de estruturação financeira
e de elaboração do laudo de avaliação no âmbito da OPA da Leco pelos
quais recebeu comissão fixa de R$ 591.693,00 (quinhentos e noventa e um mil
seiscentos e noventa e três reais). Além disso a Bradesco Corretora, atuou
como instituição intermediaria no âmbito da OPA da Leco, conforme instrução
93
CVM 361/02, pelo que recebeu um valor fixo de R$ 110.680,00 (cento e dez
mil, seiscentos e oitenta reais).
O processo interno do BBI para aprovação de um laudo de avaliação
envolve as seguintes etapas:
a) discussão entre a equipe envolvida na operação sobre a metodologia
e premissas a serem adotadas na avaliação;
b) após a preparação e revisão do laudo pela equipe envolvida, o
mesmo foi submetido a analise e aprovação do comitê interno,
representado por pelo menos dois diretores da área de banco de
investimentos e um representante da área jurídica do BBI.
3.6 Gerenciamento de recursos humanos do projeto
O processo de levantamento de dados para analise e integração, foi
composto de pessoas com funções e responsabilidades atribuídas de acordo
com cada área de responsabilidades, integrando um representante da Bertin e
um representante da Vigor. Embora seja comum falar-se de funções e
responsabilidades atribuídas, os membros da equipe devem estar envolvidos
em grande parte do planejamento e da tomada de decisões. O envolvimento
dos membros da equipe desde o início acrescenta especialização durante o
processo de planejamento e fortalece o compromisso com a integração das
áreas.
3.7 Gerenciamento da Integração, tempo e Comunicação do projeto
Visando assegurar essa harmonia entre os processos, abaixo esta
listado as fases seguidas pela Bertin S/A em seu processo de integração com o
Grupo Vigor.
Abaixo segue em ordem cronológica todo o processo de integração
Bertin x Vigor, em todas as fases nota-se ligação com três etapas do padrão de
94
gerenciamento do projeto, são elas, Gerenciamento das Aquisições do Projeto,
Gerenciamento do Tempo e Gerenciamento da Comunicação do Projeto.
Todas as informações foram destinadas aos colaboradores da Bertin S/A e
Vigor, de responsabilidade do Departamento de Comunicação Corporativa,
levando à todos informações no período anterior e posterior à aquisição.
3.7.1 Setembro/2008
a) aquisição da maioria das ações do Grupo Vigor pela Bertin.
3.7.2 Outubro/2008
a) inicio do Projeto de Integração;
b) contratação da Consultoria Accentura e definição do escopo e focos
do projeto de integração;
c) escolha do Comitê, Lideres do Projeto e Lideres das Frentes de
Sinergia.
3.7.3 Novembro/2008
a) inicio da rede de Mudanças (Frentes de Estrutura e Comunicação e
Agentes de Mudanças);
b) fechamento de fases de levantamento dos processos e identificação
de oportunidades;
c) reunião do Comitê do projeto para definir a integração de sistemas.
3.7.4 Dezembro/2008
95
a) finalizada a valorização das sinergias e aprovados os cronogramas
de execução pelo Comitê;
b) encerrada a participação da Consultoria Accenture no projeto.
3.7.5 Janeiro/2009
a) inicio da integração do sistema de folha de pagamento;
b) as equipes de suprimentos começam a trabalhar de forma integrada,
alcançando resultados expressivos;
c) divulgado o novo organograma da empresa contemplando a Divisão
Lácteos.
3.7.6 Fevereiro/2009
a) incorporada ao projeto a integração da empresa Serrabella;
b) começa a ser efetuada a roteirização de cargas de todo o grupo
utilizando o sistema Roadnet;
3.7.7 Março/2009
a) inicio da comercialização conjunta de carnes e lácteos (projetos-
piloto);
b) políticas de benefícios são uniformizadas;
c) o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Bertin passa a
ser realizado pela equipe da Vigor;
d) ligações internas entre Vigor e Bertin passam a ser realizadas via
ramal;
96
e) treinamento para utilização do Sistema Bertin são realizados em São
Paulo;
f) no dia 31/03, aconteceu a virada de sistemas e a primeira etapa da
virada da marca.
3.7.8 Abril/2009
a) programas corporativos se integram ao Sistema Bertin;
b) tem inicio a comercialização conjunta do queijo Serrabella e do leite
condensado Condensa;
c) e-mails Vigor são convertidos para Bertin.
3.8 Sucesso da união do Grupo Bertin e Grupo Vigor
A Bertin S/A uma das maiores produtoras e exportadoras de produtos de
origem animal da America Latina, como carne bovina innatura e processada,
couros, lácteos, produtos pet e itens de higiene e limpeza, possui 35 unidades
industriais no Brasil e plantas no Uruguai, Paraguai e China, além de escritórios
comerciais em regiões estratégicas do mundo.
Ao longo dos seus 32 nos de trajetória, a companhia desenvolveu um
padrão de excelência e qualidade em seus produtos, o que garantiu a
conquista de clientes em mais de 100 países nos cinco continentes.
A Bertin entrou no mercado de lácteos no fim de 2007 ao adquirir ações
do Grupo Vigor. Em dezembro de 2008, concluiu o processo de aquisição
assumindo 99,4% do capital da Vigor e 99% da Leco. Dessa forma houve a
sinergia das duas empresas reconhecidas por sua qualidade no segmento de
produtos para o Food Service.
Cada empresa trouxe características complementares que abrem
oportunidade de negócios no segmento. A Vigor (hoje marca englobada na
Divisão Lácteos da Bertin) atuava mais focada em padarias, hotéis, cafeterias e
97
lanchonetes. Já a Divisão Carnes da Bertin atuava mais em fast food,
restaurante e cozinhas industriais.
Com a integração, as companhias passaram a compartilhar suas
diferentes bases de clientes para ampliar a atuação no mercado a partir do
momento que oferece soluções mais completas.
Com portfólio de produtos englobando carnes e derivados lácteos, a
Bertin tem a oportunidade de estar presente em mais de 60% da composição
de uma refeição comercial.
3.9 Parecer final
Este estudo apresentou um modelo conceitual e teórico do quão
importante é a utilização das ferramentas de Gestão de Projetos ante ao
estudo de análise de viabilidade de aquisição de empresas.
Obteve-se, portanto, a resposta para a hipótese levantada inicialmente:
o Gerenciamento de Projeto auxilia na análise de viabilidade para aquisição de
empresas minimizando os riscos do processo de tomada de decisão.
A empresa busca colocar em prática o que os autores colocam nos
livros.
Essa parceria deu muito certo e hoje a Bertin tem a oportunidade de
estar presente em mais de 60% da composição de uma refeição comercial,
oferecer soluções mais completas.
.
98
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a concretização de nosso trabalho de pesquisa realizada,
propomos ao departamentos de Projetos e Investimentos da Bertin S.A:
a) Verificar a possibilidade de junto a equipe de TI de criar um sistema
de informação, onde possam ser armazenadas as informações
referentes a todos os tipos de projetos e suas análises;
b) Verificar a possibilidade de após a analise de investimento ser
realizada por terceiros, incluir no sistema para centralizar todas as
informações referentes a aquisição, fusão;
c) Utilizar o próprio departamento de Projetos e Investimentos da
empresa para as análises de viabilidade, para tanto, a empresa deve
oferecer condições ao departamento, visando a melhoria e exatidão
de suas análises.
Desta forma, todos os interessados e envolvidos, podem ter acesso as
informações em qualquer lugar.
99
CONCLUSÃO
O trabalho realizado na Bertin S/A foi de extrema importância, por
agregar valores ao trabalho executado no setor de agroindústria.
A empresa contratou o Banco Bradesco BBI para fazer as análises de
viabilidade da aquisição. Conforme estudo de caso foi possível analisar as
etapas adotadas pela empresa sendo possível constatar as vantagens
econômicas desta aquisição. Após a aquisição a Bertin S/A torna-se um dos
maiores produtoras e exportadoras de produtos de origem animal da America
Latina, como carne bovina in natura e processada, couros, lácteos, produtos
pet e itens de higiene e limpeza, isto se reflete à ousadia de investir em
variados mix dentro do setor agroindustrial.
Pela pesquisa constatou-se que o resultado das técnicas utilizadas pelo
Banco Bradesco foi eficaz, isto se dá pelo fato que a análise foi construída em
base sólida, uma vez que o Ebitda vem se apresentando de forma crescente
após o processo de aquisição, retornando o investimento inicial, aumentando
os lucros e melhorando seu resultado final, confirmando assim, a integridade
das informações analisadas. Para a elaboração deste modelo foram utilizados,
além das informações constantes da revisão da literatura, os dados obtidos
através do estudo de caso analisado.
Foi constatado na pesquisa que, a utilização da Gestão de Projetos
aliada à Análise de Viabilidade na aquisição de empresas é uma ferramenta
fundamental de auxílio às tomadas de decisões com precisão. Com as análises
destas ferramentas foi possível minimizar quaisquer riscos futuros de uma
aquisição sem planejamento.
Pode-se dizer que o objetivo geral foi atingido e a hipótese confirmada, a
gestão de projetos é a base estrutural que garante o sucesso em qualquer
tomada de decisão, sendo este método imprescindível quando há riscos
financeiros envolvendo as negociações, como nos casos das aquisições,
abordagem central do trabalho.
Assim, podemos concluir que a Bertin S/A em todas as etapas do projeto
de aquisição, colocou em prática as teorias abordadas pelos autores citados
neste trabalho mostrando excelência em seu resultado final.
100
REFERÊNCIAS
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101
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103
APÊNDICES
104
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
Serão descritos os métodos e técnicas utilizados na pesquisa de campo,
como objetivos, estrutura organizacional, histórico da empresa, gestão de
projetos, coletas de dados e as facilidades e dificuldades encontradas.
2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
a) Apresentar descrição das atividades realizadas pela empresa;
b) Descrição do processo de Gestão de Projetos;
c) Demonstrar os critérios abordados para coleta de dados e sua analise;
d) Entrevista com profissionais da empresa Bertin S.A – Divisão Carnes
3 DISCUSSÃO
Será realizado um confronto entre a teoria e a pratica utilizada na
empresa estudada, tendo como finalidade verificar se a gestão de projetos
pode influenciar na analise de viabilidade de aquisição de novas empresas.
4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE
MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
105
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I – IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA:
Empresa:................................................................................................................
Localização:...................................................................................... .....................
Atividade Econômica:............................................................................................
Inicio das Atividades:.............................................................................................
Porte:.....................................................................................................................
Número de Funcionários:.......................................................................................
II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:
1 Estrutura física da empresa.
2 Estrutura organizacional.
3 Os métodos de análises de viabilidade utilizadas para aquisição de
novas empresas pelo grupo Bertin.
4 Efeitos da gestão de projetos nas análises de viabilidade.
5 Gestão de Projetos
6 Funcionários
7 Ambiente de trabalho
106
APÊNDICE C – Roteiro Histórico da Empresa Bertin S.A.
I – IDENTIFICAÇÃO:
Empresa:...............................................................................................................
Localização:.........................................................................................................
Cidade:...................................................Estado: ......................
Atividade Econômica:............................................................................
Porte: ............................................................................
II – ASPECTOS HISTÓRICOS DAS EMPRESAS:
1 Origem do nome
2 Fundador
3 Abertura das Filiais
4 Evolução das Atividades Econômicas
5 Diversificação de atividades
6 Evolução da Empresa
7 Ambiente de Trabalho
8 Departamentos
107
APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o Controller
I IDENTIFICAÇÃO:
Sexo: Idade:
Tempo de Empresa:
Escolaridade:
Experiência Profissional:
Cidade e Estado onde reside:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 O que deve ser feito e observado no primeiro contato com a empresa a
ser adquirida?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Quais os primeiros levantamentos a se fazer para chegar ao preço ideal
a ser pago pela empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 O que a gestão de projetos pode auxiliar a empresa para um melhor
investimento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 Qual o principal procedimento, ou análise para a aquisição de novas
empresas?
108
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5 Ao conhecer de perto a empresa a ser adquirida, quais as informações
mais relevantes que deve-se encaminhar à empresa compradora?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6 A empresa utiliza a análise SWOT?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6.1 E qual sua importância deste processo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7 Quando a empresa possui um Passivo muito alto, qual o tipo de
negociação feita, ou é descartada a compra desta empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
109
APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para o Analista de Projetos e
Investimentos
I IDENTIFICAÇÃO:
Sexo: Idade:
Tempo de Empresa:
Escolaridade:
Experiência Profissional:
Cidade e Estado onde reside:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Baseado em quais ferramentas a empresa realiza a gestão de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Qual a importância da gestão de projetos para a empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 A empresa possui um sistema informatizado para cadastro de projetos e
controle das fases do projeto?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3.1 Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
110
4 Como a gestão de projetos pode auxiliar na aquisição de novas
empresas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5 Quais os benefícios que a gestão de projetos traz para a empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6 Como a gestão de projetos pode auxiliar no melhor retorno de
investimento da empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7 Na gestão de projetos é importante definir o escopo do negócio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7.1 Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8 Qual o procedimento mais utilizado na análise de aquisição de uma
nova empresa.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
111
9 Como são apresentadas a coleta de dados para a aquisição de novas
empresas.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10 Quais os passos para realizar um gerenciamento de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
11 Qual o procedimento para aquisição de novas empresas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
112
APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista para o Gerente de Projetos e
Investimentos
I IDENTIFICAÇÃO:
Sexo: Idade:
Tempo de Empresa:
Escolaridade:
Experiência Profissional:
Cidade e Estado onde reside:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 O que é um projeto?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 O que é Gerenciamento de Projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Qual a importância do gerenciamento de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 Quais benefícios a gestão de projetos pode trazer para aquisição de
novas empresas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
113
5 Quais as etapas existe na concepção de uma gestão de um projeto?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6 Quando um projeto se torna inviável?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7 O cronograma é importante na gestão de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8 Qual o principal problema na gestão de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9 Qual a ligação da gestão de projetos com o desempenho da empresa no
mercado?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10 Qual a preocupação da empresa com a gestão de projetos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10.1 Por quê?
114
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
11 O que a empresa tem feito para melhorar a gestão de projetos da
empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________