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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU" INTERDISCIPLINARIDADE: O paradigma educacional emergente numa sociedade globalizada Por: Maria Cecília Chagas Ferreira Orientador Profº. Ms. Marco S. Larosa Rio de Janeiro Agosto - 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"

INTERDISCIPLINARIDADE:

O paradigma educacional emergente numa sociedade globalizada

Por: Maria Cecília Chagas Ferreira

Orientador

Profº. Ms. Marco S. Larosa

Rio de Janeiro

Agosto - 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"

INTERDISCIPLINARIDADE:

O paradigma educacional emergente numa sociedade globalizada

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como condição

prévia para a conclusão o Curso de Pós-Graduação

"Lato Sensu" em Docência do Ensino Superior.

Por Maria Cecília Chagas Ferreira

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AGRADECIMENTOS

... aos meus alunos do 2º e 3º Ano do Curso

Normal do C. E. Pandiá Calógeras que me

incitaram a buscar respostas de se ter prazer em

estudar um ensino de qualidade ...

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DEDICATÓRIA

... dedico aos meus pais pela luta, ao meu noivo pelo

incentivo, a minha família pela força, aos colegas do

Pandiá pelo prazer de fazer educação e, a Deus, base

e essência de todos Nós ...

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MENSAGEM

"Quem me dera, ao menos uma vez,

Explicar o que ninguém consegue entender:

Que o que aconteceu ainda está por vir

E o futuro não é mais como era antigamente ..."

Renato Russo

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RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar criticamente a prática tradicional de

ensino e aprendizagem e apresentar uma proposta de ação pedagógica interdisciplinar,

tomando por referencial os principais paradigmas contemporâneos de educação, tendo

em vista a criação de alternativas para superar o mecanismo do fazer pedagógico. A

literatura enfocou os pressupostos teóricos da interdisciplinaridade, visando desvelar a

fundamentação positivista das práticas pedagógicas tradicionais, voltadas para a

fragmentação do processo ensino-aprendizagem e analisar a possibilidade de uma nova

postura pedagógica frente aos desafios da sociedade globalizada a partir de um

paradigma holístico de educação.

Com base no estudo, cheguei à conclusão de que muito mais importante do que

ensinar um conteúdo é construir uma visão de mundo juntamente com o aluno. Neste

sentido, a interdisciplinaridade garante a qualidade do ensino e uma visão de mundo

totalizadora, contribuindo para a formação de um indivíduo crítico, capaz de agir de

forma transformadora na sociedade, tendo consciência e exercitando sua cidadania. A

proposta apresentada tem como pressuposto que a educação interdisciplinar pela

pesquisa é o paradigma educacional emergente e sugere uma atividade englobando a

investigação de temas atuais a partir da análise de jornais, telejornais, pesquisas e

programas educativos.

Na conclusão reafirmo a necessidade de compreender a presente situação

educacional que vivemos, onde precisamos nos manter atualizados e participativos nas

transformações econômicas, política, sociais e culturais a qual estamos vivendo.

Finalizando concluo que o papel do professor deverá se ater em uma formação

qualificada e contínua, buscando e aperfeiçoando-se dentro das perspectivas

globalizadoras.

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METODOLOGIA

Para melhor entendimento do estudo procurei conhecer as dependências, setores

e problemas inerentes ao Colégio Estadual Pandiá Calógeras, situado a rua João

Cesarino S/Nº, Alcântara, São Gonçalo nos seus primeiro e segundo turno

respectivamente. Através de entrevista informal, análise de relatório e, em encontros

com o corpo docente e discente procurei contactar, baseando-me na pesquisa, a proposta

interdisciplinar no âmbito escolar que vem sendo implementado pela Equipe

Pedagógica da Escola de acordo com o seu Projeto Político Pedagógico.

Nestes encontros observei que as discussões mais freqüentes são:

ö A desmotivação dos alunos frente aos conteúdos trabalhados, visto que se faz

necessário uma contribuição fundamental para reflexão e busca de soluções

para os obstáculos encontrados;

ö Encontros periódicos para motivação do corpo docente e discente, dando

maior abertura da instituição para novas exigências tecnológicas,

capacitando assim os professores através do esclarecimento e do estudo;

ö Alguns professores não tiveram a oportunidade de experimentar práticas

pedagógicas diferentes por isso, a hipocrisia de alguns que mesmo tendo a

consciência da necessidade da mudança, negam-se a qualquer movimento

por várias razões diversas, dificultando o processo. A constatação de que

precisam mudar a si mesmos primeiro, sofrer as conseqüências destas

mudanças para depois, estando seguros das suas ações, promoverem

mudanças em outras pessoas;

ö Orientar o aluno com esclarecimento e estudo voltados para o incentivo e

valorização do que se sabe e o que ainda será internalizado, em propostas e

atividades que enriqueçam a sua formação acadêmica;

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ö A observação que a interdisciplinaridade surge também como veículo de

superação do distanciamento entre ensino e produção do conhecimento,

intencionando a substituição da perspectiva fracionada e setorizada do ensino

por uma unidade do saber;

ö Que a proposta interdisciplinar no âmbito escolar, emerge como uma

contribuição fundamental para a reflexão e a busca de soluções para os

obstáculos relacionados à educação, tendo em vista que a unificação do

conhecimento e de suas implicações no ensino e na pesquisa, tem sido

perseguidos pela civilização contemporânea;

ö Valorização do Estado ao Corpo Técnico Administrativo, Docente e

Discente do Colégio Estadual Pandiá Calógeras, tendo a necessidade em

conhecer, valorizar, ouvir e entender as propostas da Equipe Pedagógica da

Escola.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I 12

CAPÍTULO II 18

CAPÍTULO III 24

CAPÍTULO IV 30

CAPÍTULO V 35

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 44

ANEXOS 46

ÍNDICE 73

FOLHA DE AVALIAÇÃO 75

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INTRODUÇÃO

Ao entrar dentro de uma sala de aula o educador desempenha uma das tarefas

mais importantes que existe: preparar as pessoas para o mundo. Ao ensinar uma arte,

uma ciência, uma técnica ou interpretação, observamos que o mundo mudou. As

pessoas mudaram, e o interesse é pertinente a essas mudanças. Existe a necessidade de

mantermos atualizados o sistema educacional e, principalmente, as escolas, têm que

mudar e se adaptar muito rapidamente.

Vivemos numa época de profundas e aceleradas mudanças. Para analisar

questões relativas ao tema estudado iniciei pela abordagem referente a globalização,

indicando conceito, principais características, suas perspectivas enquanto possibilidades

de desenvolvimento do potencial humano, enfocando os principais problemas sociais a

partir dessa nova realidade sócio-político-econômica.

No segundo capítulo, o enfoque é dado as diversas aplicações da educação na

sociedade globalizada. A importância deste estudo decorre da necessidade urgente de se

estabelecer um processo pedagógico interdisciplinar no cotidiano escolar, tendo em

vista uma educação de qualidade capaz de estender a formação integral do ser humano e

possibilitar a construção de um conhecimento de acordo com a realidade ao qual está

inserido, onde será capaz de enfrentar com competência técnica e política no atual

mercado de trabalho.

Já no terceiro capítulo procurei enfocar a escola sob a ótica holística. Nesse

momento, defende-se a ação interdisciplinar como processo de superação da visão

positivista que fragmentou a estrutura de ensino no Brasil.

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Diante deste panorama, coube-me fazer uma pergunta: - Estão os professores

preparados para trabalharem com todas essas mudanças que estão ocorrendo, em função

da globalização e ação interdisciplinar? Buscando mostrar que ainda são poucos os que

se deram conta desse novo cenário mundial, fato esse que justifica os estudos desta

pesquisa, procurei por em prática, em minha sala de aula, os questionamentos para

possíveis conclusões.

Desse modo o tema foi abordado e discutido, surgindo no transcorrer das

leituras, necessidades de ir além do proposto, pois, cada autor estudado mostrava a

necessidade de voltar aos professores questionando, traçando assim um paralelo entre a

realidade vivida hoje com a globalização e o posicionamento diante da educação escolar

para o século XXI.

Assim no quarto e último capítulo procurei mostrar a escola como espaço

dialético de construção do conhecimento, tendo como referencial uma teoria dialética do

conhecimento. Neste capítulo apresenta-se a educação pela pesquisa como caminho

para fazer, da escola um espaço de construção dialética do conhecimento, garantindo ao

aluno competência formal e política. Outrossim, surgiu a atividade interdisciplinar como

referencial a metodologia dialética em sala de aula. Trata-se portanto de uma atividade

proposta capaz de demonstrar a possibilidade da concretização da interdisciplinaridade

no cotidiano escolar.

A educação é entendida neste trabalho como fator de realização da cidadania,

visando a luta para a superação das desigualdades sociais e da exclusão social. Com

essa ferramenta sobre a práxis pedagógica que pretende estar em sintonia com os

grandes desafios da sociedade contemporânea com suas metas e desafios, torna-se

essecial a reflexão sobre a educação brasileira demostrando a possibilidade de um

trabalho interdisciplinar como fator de melhoria da qualidade formal, política e ética da

prática educativa em nosso país.

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CAPÍTULO I

GLOBALIZAÇÃO: REALIDADE, PERSPECTIVAS E LIMITES.

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Nos dias atuais o termo globalização ou mundialização, vem sendo o fenômeno

de desejo de crescimento da interdependência dos povos na superfície terrestre. Alguns

falam em "Aldeia Global", pois parece que o planeta está ficando menor devido a

velocidade com que programas, notícias e eventos na televisão acontecem

simultaneamente. Houve um enorme desenvolvimento nos meios de transporte,

comunicação, turismo, nas trocas comerciais entre países. Observamos que o homem

sempre teve um desejo que o impulsiona-o de alcançar o desconhecido, percebe-se que

isto, nas diversas épocas históricas fizeram dele um explorador e descobridor de terras e

eventos.

Hoje, porém, vive-se na era da tecnologia onde através de um simples

precionamento de um botão fala-se com o mundo. Nesta nova face da sociedade os

acontecimentos formam uma teia. O mundo está intimamente ligado e o

desenvolvimento dos sistemas de informações tem provocado uma obrigação em que se

comunicar tornou-se uma imagem do mundo em um instante.

O atual processo de globalização nada mais é do que a mais recente fase da

expansão capitalista. Pode-se afirmar que a globalização ora em curso está para o atual

período científico-tecnológico do capitalismo como o colonialismo esteve para a sua

etapa comercial ou o imperialismo para o final da fase industrial e início da financeira.

Ou seja, trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e portanto, os lucros,

que é o que de fato move os capitais, produtivos ou especulativos, na arena do mercado.

A diferença entre a realidade do século passado com o de hoje, é que a

globalização é instantânea. A queda da bolsa no Sudeste Asiático provoca,

imediatamente, a edição de um pacote econômico no Brasil para tentar diminuir suas

perversas conseqüências. Assim, por exemplo, o emprego de um trabalhador pode ser

afetado por um acontecimento na Ásia, Japão e na Rússia.

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Com o avanço das novas tecnologias da informação, o mundo tornou-se uma

verdadeira aldeia global prevista por MC Luhan. O mundo pode ser visto num instante.

Um acontecimento decisivo em um país, torna-se fato relevante em todo mundo. É o

atual cenário da globalização. Todos os fatos são interpretados, analisados e divulgados

pela mídia, que se tornou o signo por excelência da globalização. A globalização é uma

realidade que carrega em si um misto de esperança e expectativa.

De forma lúcida, Ianni (1995:13) afirma que

" a descoberta de que a Terra se tornou mundo, de que o

globo não é apenas figura astronômica, e sim o território

no qual todos encontram-se relacionados e atrelados,

diferenciados e antagônicos - essa descoberta surpreende,

encanta e atemoriza. Trata-se de uma ruptura drástica nos

modos de ser, sentir, agir, pensar e fabular. Um encanto

heurístico de amplas proporções, abalando não só as

convicções, mas também as visões do mundo."

A globalização alterou o modo de vida das pessoas. Tem-se hoje uma visão do

homem cosmopolita. O cidadão do mundo tornou-se uma realidade na sociedade

globalizada. Tem-se um novo modo de relacionamento e compreensão da realidade, que

pode ser sintetizado na fórmula: Tudo ao mesmo tempo agora.

No entanto, a globalização possui o seu lado negro. A globalização é apontada

por alguns como a implacável geradora da exclusão social, como um crescente número

de desempregados e miseráveis.

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Ianni (1996: 26-27) analisa a globalização de questão social mostrando que

" o mesmo processo de amplas proporções que expresse a

globalização do capitalismo expressa também a

globalização da questão social. É claro que os problemas

sociais continuam e continuarão a manifestar-se em

formas locais, provincianas nacionais e regionais, mas

também já é evidente que se manifestam em escola

mundial. A dinâmica da nova divisão internacional do

trabalho, compreende a dinâmica das forças produtivas e

universalização das instituições que sintetizam as relações

capitalistas de produção, tem recriado diferentes aspectos

da questão social e, simultaneamente, engendado, novos.

Estes podem ser considerados, em síntese, alguns dos

aspectos mais evidentes da questão social presente na

sociedade global: desemprego cíclico e estrutural;

crescimento de contingentes situados na condição de

subclasse; super exploração da força de trabalho;

discriminação racial, sexual, de idade, política, religiosa;

migração de indivíduos, familiar, grupos, regiões,

continentes e arquipélagos; ressurgência de movimentos

sociais, nacionalistas, religiosos, separatistas, xenófobos,

racistas, fundamentalistas; múltiplas manifestações de

pauperização absoluta e relativa, muitas vezes

verbalizadas em termos de "pobreza", "miséria" e "fome".

"

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Observa-se portanto que o cenário da globalização é contraditório. De um lado,

tem-se o avanço tecnológico, a agilidade e facilidade das comunicações, o intercâmbio

cultural, a visão multidimensional do mundo. Por outro, tem-se a crescente

pauperização, o desemprego estrutural, a xenofobia e outros graves problemas sociais.

Conforme Santos (1996:17)

"é inegável que o fenômeno da globalização nos coloca

diante de uma série de problemas. São questões que dizem

respeito, do ponto de vista econômico, tanto ao

fortalecimento das empresas transnacionais, como também

à internacionlização do processo do planejamento

econômico. Esses fenômenos trazem como contrapartida o

enfraquecimento político dos estados-nações e o aumento

do poder de organismos internacionais para definir, desde

políticas militares, até estratégias de desenvolvimento.

Nesse contexto, tem sido apontado como maior impasse

criado pela globalização a concentração da produção e do

poder econômico, colocando à margem um grande

contingente da população mundial.

Além disso, a globalização da cultura, viabilizada

pelo desenvolvimento espantoso dos diferentes meios de

comunicação, ao mesmo tempo que cria grupos de

identidades importantes para o consumo, ameaça a

afirmação cultural de diferentes segmentos sociais."

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As privatizações são um bom exemplo de como se concretizam ambos os planos

(material e simbólico) no projeto neoliberal. Com efeito, o progresso de privatizações,

em nosso país, não se reduz à simples transferência a mãos privadas dos bens públicos

(embora essa seja uma das características mais marcantes). O processo de privatização

é, ao mesmo tempo, um processo cultural: neoliberalismo privatiza também as

consciências e, com isso, privatiza a nação de cidadania.

É difícil pensar numa democracia em expansão em países onde a grande maioria

da população está disposta a vender seus direitos democráticos por um prato de feijão

ou, com outras palavras, em países onde uma pequena minoria tem tanta riqueza que é

capaz de comprar, por um prato de feijão, o direito democrático das minorias. O

neoliberalismo não é fruto de um determinismo, é fruto da decisão de certos governos,

de instituições internacionais, de bancos e empresas multinacionais.

Isto significa que este rumo poderá ser alterado, sofrer interrupções, ser obrigado

a mudar para outra direção se os homens, os movimentos sociais, os trabalhadores,

estudantes, aposentados, em suma, a sociedade civil, se levantar para defender seus

direitos, para defender a liberdade de opinião, de expressão, o direito ao trabalho, a uma

justa remuneração, o direito a vida, enfim. Para isso é preciso manter no que a mídia

divulga, pesquisar, procurar saber, estar atento ao que acontece em outros países e no

nosso. Estar atento, por exemplo, à concentração cada vez maior da riqueza nas mãos de

poucos enquanto o salário continua baixo e o desemprego aumenta.

Hoje, aceitar que a educação deve formar para o mercado de emprego é aceitar

que a educação deve formar para uma sociedade de conhecimento, num mercado de

postos de trabalho cada vez mais reduzido. Na perspectiva neoliberal, o tal mercado é

um dado não modificável. É a educação que deve adaptar às demandas desse mercado, o

qual formula requerimentos específicos a uma esfera educacional que deve responder

com rapidez e eficiência o "chamado".

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CAPÍTULO II

AS APLICAÇÕES DA ESCOLA NUMA SOCIEDADE GLOBALIZADA

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O final do século XX e o início do século XXI presenciam mudanças que vem

abalando o mundo. A revolução nas informações, as constantes alterações do sistema

produtivo (globalização da economia mundial) e as novas formas de organização do

trabalho (complexidade das relações de produção) marcam este momento histórico de

profunda transformação. A sociedade ajusta-se a um novo estágio de desenvolvimento.

O avanço tecnológico é fundamental para o ser humano, pois traz maior

liberdade e aumento da satisfação das necessidades humanas, mas, ao mesmo tempo,

contribui para a exclusão social, uma vez que pode ser usado como fonte de poder para

poucos. Diante de aqui exposto inicialmente e das mudanças ocorridas no mercado de

trabalho aliadas às necessidades de competitividade das empresas, a questão da

educação no aspecto da formação humana tem se constituído em um problema no

sentido, de se definir sua natureza e sua função social.

Portanto, a escola como instituição educativa vem sendo questionada e

pressionada no papel que desempenha frente às transformações econômicas, políticas,

sociais e culturais no mundo contemporâneo. Tais informações decorrem

principalmente dos avanços tecnológicos, de reestruturação do sistema de produção e

desenvolvimento, da compreensão, das modificações imprimidas ao Estado e da

mudanças no sistema financeiro, na organização do trabalho e nos hábitos de consumo.

Esse conjunto de transformações vem sendo chamado, em geral, de globalização.

Na ótica economicista e metodológica, presente na atual reestruturação produtiva

do capitalismo (o neoliberalismo), o desafio da educação é o de capacitação de mão-de-

obra e qualificação dos trabalhadores para satisfazer às exigências qualificacionais do

sistema produtivo, tem como formar o consumidor exigente e sofisticado para um

mercado competitivo.

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Hoje as pessoas aprendem na fábrica, na televisão, na rua, nos centros de

informação, nos vídeos, no computador e, cada vez mais, vão ampliando os espaços de

aprendizagem. A escola, portanto, já não é considerada o único meio ou o meio mais

eficiente e ágil de socialização dos conhecimentos técnicos-científicos e de

desenvolvimento de habilidades cognitivas e competência sociais requeridas para a vida

prática. A escola de hoje precisa não apenas conviver mas, também, articular-se e

integrar-se com outras modalidades de educação não-formal, informal e profissional, a

fim de formar cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo.

A globalização se tornou um fator determinante do processo educacional. As

transformações aceleradas na sociedade fazem a escola viver o desafio de se adequar às

novas tecnologias e às novas exigências do mercado. O mercado está exigindo um novo

perfil de profissional, no qual inteligência e conhecimento são produtos caros. Com a

queda da visão taylorista do trabalho, o mercado globalizado está procurando um

profissional com visão de conjunto, competência técnica, boa comunicação, capacidade

de trabalhar em equipe, adquirindo e processando novas informações para tomada de

decisão e versalidade funcional. Com isso, a escola fica diante de uma agenda

desafiadora neste início de século. As constantes e grandes mudanças ocorridas no

século passado exigem da escola uma modificação plena em seus paradigmas. Mello

(1999: 29-35) indica quatro desafios para a educação na virada do século que percebo

que ainda não conseguimos absorver em novas escolas as transformações que ele

retratou que teriam a velocidade da luz:

ö "Responder à necessidade de um novo perfil de

qualificação da mão-de-obra, onde inteligência e

conhecimento são fundamentais.

ö Qualificar a população para o exercício da cidadania.

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ö Lidar com os novos parâmetros de difusão de

conhecimento dados pela informática e meios de

comunicação de massa.

ö Contribuir para recuperar/reconstruir a dimensão social

e ética do descobrimento econômico."

Neste cenário de globalização, a escola tem a missão de ser um espaço

articulador da produção e sistematização do conhecimento, assumindo os desafios

citados anteriormente e desenvolvendo uma práxis pedagógica adequada à nova

realidade, isto é, uma práxis interdisciplinar. Para realizar tal tarefa, a escola precisa

garantir o acesso ao conhecimento científico e a produção de novos conhecimentos,

rumo a uma profissionalização cada vez maior dos educadores.

A escola, na realidade, presencia a contradição entre a educação enciclopédica,

que pega o conhecimento como forma de libertação do homem do mundo da ignorância

e a educação para atender o processo produtivo, onde o conhecimento é peça importante

e reconhecida e onde o nível de capacitação teórico mais elevado implica num tempo

maior de escolaridade e de melhor qualidade. Observa-se que o acesso a um diploma,

não é mais garantia de empregabilidade e isto, com certeza, afeta a formação

profissional e as instituições encarregadas desta formação, levando-as a terem que

redefinir seus papéis e a construíram uma nova imagem de cidadão.

Para atender às novas necessidades de qualificação para o trabalho, precisa-se

possibilitar a formação de um indivíduo polivalente, participativo, flexível, aberto à

mudança, dotado de iniciativa e criatividade, com capacidade de abstração e decisão,

capaz de analisar e resolver problemas, sabedor de como trabalhar em equipe, possuidor

de competente comunicação oral e escrita e, principalmente, disposto a aprender mais e

continuamente ou seja, desenvolver o homem em sua totalidade, trabalhando o

relacionamento e as dimensões técnicas e políticas.

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As escolas e as instituições formadoras, com estas novas exigências de

qualificação para o trabalho, precisam estar atentas para promover mudanças internas

significativas e, desta forma, ir de encontro às demandas de um mundo globalizado.

Mas sabemos que o campo da educação sofre uma subordinação implementada pela

delimitação dos conteúdos e da gestão do processo educativo, consolidado por duas

tendências que ocorrem ao mesmo tempo: a descentralização e a centralização. Estas

tendências são evidenciadas pelas propostas dos PCNs, o provão nos cursos superiores,

o ENEM, a proposta de autonomia das escolas e universidades e para nós o grande

desafio lançado e que leva a reboque os demais é o da gestão democrática "artigo 14 -

LDB - 9394/96". Assim, podemos optar por alterações significativas que devem ocorrer

nas seguintes áreas do currículos que deverão se adequar e ter sua própria estrutura

revista atendendo às novas exigências, adaptando-se às necessidades das pessoas e às

diversas especificações dos diferentes setores profissionais, buscando cada vez mais um

profissional que desenvolva de forma integrada e harmônica: conhecimentos,

habilidades e atitudes.

O educador precisa oferecer, além dos conhecimentos científicos, um

conhecimento capaz de possibilitar ao educando a formação de atitudes diante da vida.

Para que ele tenha condições de adequar-se ao mundo competitivo. Entra em cena a

formação do cidadão crítico, interventor da realidade e criador de novos horizontes da

ação social, em vista da transformação das relações injustas em relação de eqüidade.

Observa-se que o aluno da classe popular tem as mesmas capacidades, porém as

chances são reduzidas devido a falta de vontade de querer inovar. Com uma Proposta

Pedagógica séria e voltada para a realidade que vivemos, com certeza teremos um aluno

qualificado e preparado para a vida. Da abertura do conhecimento em palestras ,

encontros, seminários, debates, visitações, exposições, teatro, cinema e atividades

grupais entre outras, não só preparará o nosso aluno para o mercado de trabalho mas

também, para que ele seja um cidadão educado e consciente do seu papel na sociedade

sendo agente e descobridor de mundos.

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A escola precisa ser competente, cidadã, compromissada, deve também levar em

conta a necessidade de que seus alunos sejam seduzidos pelo desejo de aprender. Não

há dúvida de que em nossa escola, a tentativa em acertar e ter um ensino prazeroso,

condição mais que necessária para despertar o nosso aluno, iniciou no Projeto Político

Pedagógico. Mas é verdade também, que há muito a fazer e que não depende

exclusivamente da escola. Nosso objeto de trabalho é complexo pois é humano, o aluno

não vive apenas na escola e não forma aí os seus valores.

A melhoria e qualidade no ensino está centrado no prazer, na sedução do querer

conhecer, implica no desejo do educando e educador, na busca, na troca, na correlação,

na participação e na vontade de fazer educação.

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CAPÍTULO III

AÇÃO INTERDISCIPLINAR NA ESCOLA:

UMA VISÃO HOLÍSTICA DA EDUCAÇÃO

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Ao entrarmos em algumas salas de aula deparamo-nos com a disponibilidades de

poucos recursos diminuindo assim a interação entre professor e alunos, com a intenção

de ensinar-aprender. O professor apresenta, oralmente, o assunto, escreve no quadro

alguns apontamentos, os alunos copiam o que está escrito, fazem leituras de textos,

sentam-se separados e permanecem em silêncio a maior parte do tempo. Ao menor

movimento dos alunos ou tentativa de conversas paralelas, "o professor grita: silêncio!"

E não consegue dar aula ...

É importante destacar que o papel do professor e da escola mudou, não é mais o

mesmo da sociedade tradicional - a que criou este modelo de escola que ainda temos e

em que a escola era o "locus" privilegiado do saber. O professor era a principal fonte de

conhecimento que as novas gerações necessitam adquirir para viver bem na sociedade.

Era a escola a instituição responsável pela memória social e cultural da sociedade,

cabendo-lhe o papel de manuntenção, transmissão e reprodução dos valores e

conhecimentos adquiridos e respeitados pelo grupo social.

Hoje, na sociedade globalizada exige uma ação interdisciplinar em educação

para garantir ao educando e educador uma visão holística da realidade. A ação

interdisciplinar supõe uma atitude de constante acompanhamento da realidade vivida

através do estudo dos diversos campos do saber, respeitando-se as especificidades sem

perder a totalidade do conhecimento.

Silva (1992 : p 26) sintetiza o sentido da ação interdisciplinar em educação da

seguinte forma:

"A posição mais prudente e completa parece ser a do

entendimento de interdisciplinaridade como resultante de

um duplo movimento.

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-trabalho de comparabilidade entre disciplinas (o que cada

área produz) articulada com

-discussão de ação visando uma aproximação

transmetodológica para determinação pela reflexão

conjunta de espaços problemáticos comuns, de metas

que serão reorientadas a cada momento de superação dos

conflitos advindos da discussão.

Nesta caminhada parece ser essencial a formalização, isto

é, o ato de registro das discussões é o trabalho de proposta

de princípios teóricos advindos da discussão dos grupos."

A ação interdisciplinar em educação torna-se uma etapa imprescindível dentro

do atual contexto sócio-político-econômico-cultural. A realidade, hoje, exige provas

com capacidade de análise crítica e visão global dos acontecimentos. O indivíduo sem

visão ampla dos cenários atuais, com certeza, terá poucas chances de sobrevivência

numa sociedade globalizada.

A interdisciplinaridade constitui um desafio para a Escola, considerando que a

educação brasileira foi profundamente marcada pelo pensamento positivista. A

concepção positivista produziu a fragmentação dos conteúdos e uma visão atomizada

dos profissionais da educação.

A educação brasileira é fruto de uma filosofia positivista que primava o culto a

ciência, isto é, o conhecimento verdadeiro era reduzido ao mensurável, ao palpável.

Com isso, a educação passou a ter um caráter cientifista e tecnicista. Cada disciplina

tem o seu professor especialista responsável para passar o seu conhecimento com a

maior exatidão possível.

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Na década de setenta, a educação brasileira experimentou bem de perto a

influência positivista / behaviorista através da tendência pedagógica liberal tecnicista. O

aluno era condicionado pelo professor para dar a resposta certa na hora certa. O que

importava era o condicionamento para que o aluno aprendesse os conhecimentos

científicos. Na visão tecnicista ou abordagem comportamentalista, a escola funciona

como uma agência social controladora das pessoas com a missão de gerenciar padrões

de comportamentos socialmente aceitáveis e desejáveis.

A tradição positivista presente na educação brasileira contribuir para a

concretização de um cenário de ensino fragmentado, cientificista, estanque, com

disciplinas isoladas e independentes. Esse contexto gera uma situação de resistência a

uma experiência interdisciplinar, que supõe exatamente a superação da fragmentação do

saber.

A nova visão de sociedade traz, conseqüentemente, uma nova visão de ser

humano e de educação. A educação, hoje, não pode ser vista como mero ato de

transmissão de conhecimento por parte de uma autoridade competente que detém o

saber e a recepçao passiva por parte de quem não sabe (visão tradicional). Além disso, a

educação tem a tarefa de possibilitar às pessoas o alargamento da sua visão de mundo.

Provas com uma formação fragmentada e particularizada viverão em função dos

pequenos mundos criados ao redor dos conteúdos estudados isoladamente.

O paradigma educacional emergente é a interdisciplinaridade que busca superar

o currículo fragmentado em disciplina estanques em abordagens conjuntas de

conteúdos, envolvendo, criando, comparando idéias mais abrangente do que se aprende.

Esta prática visa não somente facilitar a aprendizagem dos conteúdos programáticos,

mas a vivência globalizante dos conteúdos.

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Portanto, nessa nova proposta de escola o professor terá um lugar indispensável,

pois será ele que dará condições cognitivas e efetivas que ajudarão o aluno a atribuir

significado às mensagens e informações recebidas das mídias, multimídias e as formas

variadas de intervenção educativa urbana, valorizando a aprendizagem escolar.

"Essa escola, concebida como espaço de síntese, estaria

buscando atingir aqueles objetivos mencionados

anteriormente para uma educação básica de qualidade:

formação geral e preparação para o uso da tecnologia,

desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas,

formação para o exercício da cidadania crítica, formação

ética." (LIBÂNEO, 1998: 28).

Para isso, os professores deverão atender às novas exigências educacionais, com

novas atitudes docentes, fazendo a integração entre os domínios do conhecimento e as

disciplinas do currículo para que o conhecimento não se dê de forma fragmentada. O

professor será o orientador e o mediador, proporcionando uma aprendizagem ativa,

inter-relacinando a realidade do aluno com conteúdos programáticos, tornando-o sujeito

e reprodutor do saber fazendo com que adquira a capacidade de "aprender a aprender".

Por esta razão, o profissional da educação precisa visualizar novos horizontes.

Torna-se necessário fazer da interdisciplinaridade uma atitude, ou seja, uma

externalização de uma visão de mundo que, no caso, é holística. Hoje, a ousadia é a

marca registrada da ação interdisciplinar. Percebe-se que a idéia da pesquisa é atividade

para privilegiados, o profissional da educação precisa ousar, sair da mesmice.

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Dentro dessa proposta a interdisciplinaridade vem compreender e transformar a

realidade para que, mediante esquemas, conceitue técnicas metodológicas e análise,

eliminando barreiras entre as pessoas, pois a educação é um processo comunicacional.

Ter atitude interdisciplinar, significa não só eliminar as barreiras entre as disciplinas,

mas também as barreiras entre as provas, de modo que os profissionais da escola

busquem alternativas para se conhecerem mais e melhor, troquem conhecimentos e

experiências entre si, tenham humildade diante da limitação do próprio saber,

envolvam-se e comprometam-se em projetos comuns, modifiquem seus hábitos já

estabelecidos em relação à busca do conhecimento, perguntando, duvidando, dialogando

consigo mesmo. Trata-se, portanto, de um modo de proceder intelectualmente, de uma

prática de trabalho científico, profissional, de construção coletiva do conhecimento

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CAPÍTULO IV

A INSTITUIÇÃO COMO CAMPO DIALÉTICO DE CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO NUMA SOCIEDADE GLOBALIZADA

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A concepção dialética nos faz perceber que a realidade social e educacional está

em contínua e profunda mudança e exige a dinamicidade do processo educativo. A

dialética nos permite uma reflexão mais totalizadora do fazer pedagógico e do papel da

escola no atual cenário.

No pensamento grego antigo, a dialética significava a arte da discussão e do

diálogo. Com Heráclito, a dialética começa a expressar o aspecto dinâmico da realidade.

Na filosofia moderna, a dialética ganha grande expressão com Hegel, filósofo alemão,

que apresenta os três momentos da dialética é apresentada ao nível do espírito. Marx

aplica as leis da dialética hegeliana à natureza e à história, através do materialismo

histórico-dialético. Resumidamente, a dialética pode ser compreendida como o processo

de contínua mudança que acontece na natureza, na história e nas atividades humanas em

geral.

Portanto, a dialética se torna uma grande ferramenta no processo de análise da

educação e possibilita uma concepção da escola como espaço de construção do

conhecimento. A escola como espaço dialético de construção do conhecimento imerge

de uma nova postura dos educadores frente aos desafios da globalização. O paradigma

tradicional baseado na repetição mecânica dos conteúdos não consegue mais atender a

demanda da época atual. O paradigma espontaneista não é suficiente para garantir aos

educadores uma formação acadêmica sólida. Uma visão comportamentalista é capaz

somente de condicionar o indivíduo a das determinadas respostas.

Diante desta crise de paradigmas da educação, surge a possibilidade da

concretização da escola como espaço de construção do conhecimento numa direção

dialética, isto é, a partir dos conhecimentos e das vivências dos educandos, o educador

oportuniza o saber sistematizado através dos tempos e garante a construção de um novo

saber.

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O aluno deixa de ser passivo no ato de ensinar e aprender. O professor deixa de

ser mero instrutor. Ambos ganham uma nova dimensão dentro de um novo paradigma

de educação. Tem-se um paradigma holístico dentro de uma escala com uma teoria

dialética de conhecimento.

A teoria dialética do conhecimento supõe um processo no qual professor e aluno

constroem o saber interagido com a realidade. Trata-se de uma nova postura frente ao

conhecimento e à realidade. Professor e aluno tornou-se participantes do processo de

construção do conhecimento a partir do cotidiano. A escola passa a ser o espaço de

apropriação e elaboração do conhecimento.

Pode-se dizer que a educação para os dias atuais e futuros requer profissionais

competentes e com espírito investigativo, com capacidade de ir além do estrito espaço

da sala de aula. O profissional da educação precisa ter uma visão antecipadora e para

tal, necessita de um conhecimento profundo da realidade que o cerca, bem como das

questões educacionais que marcam a nossa época. A educação precisa de provas com

imaginação e criatividade. Por isso, o paradigma educacional emergente tem uma

perspectiva de reflexão holística e sugere uma práxis interdisciplinar, possibilitando a

constante avaliação do processo.

Neste sentido, parte-se da crença que o paradigma "educar pela pesquisa"

constitui o grande referencial para a educação no limiar do novo milênio. A pesquisa

permite a construção do conhecimento como algo dialético, processo contínuo inerente

à própria realidade humana. A educação pela pesquisa está direcionada à visão de que

todos têm capacidade intelectual para produzir o saber.

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A educação pela pesquisa supõe uma atitude interdisciplinar e conduz à

superação do antigo paradigma do treinamento. Numa concepção tradicional, o aluno

vai à escola para assistir a aula, fazer anotações, memorizar os principais pontos da

disciplina. Ele é treinado. No paradígma da educação pela pesquisa, numa direção

interdisciplinar, o aluno passa a ser um agente construtor do conhecimento.

A atividade pedagógica da ação ensino-aprendizagem passa, hoje, pelo aprender

a aprender. A pessoa vai adquirindo habilidades para adquirir e processar novas

informações. Esta é a grande proposta de uma ação pedagógica interdisciplinar.

Seguindo este paradigma, propõe-se que o profissional da educação seja um pesquisador

e incentivador da pesquisa entre os seus alunos. A preocupação fundamental é a

formação do aluno tendo em vista sua efetiva participação na sociedade, com

competência técnica e política, pautada por uma postura ética. Segundo Perrenoud

(Revista Nova Escola - pág. 19 - 2000)

"Para o sistema mudar, é preciso reformular seus

programas em termos de desenvolvimento de

competências verdadeiras, liberar disciplinas, introduzir

ciclos de aprendizagens plurianuais ao longo do curso,

chamar para a cooperação profissional e convidar o

professor para uma pedagogia diferenciada, mudando,

então, sua representação e sua prática."

Portanto, ensinar a aprender é valorizar a integração das disciplinas valorizando

a descoberta do aluno nas pesquisas e apresentações de suas conclusões. Neste espaço

novo é permitido que o aluno observe os horizontes na construção dialética de seu

próprio conhecimento.

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Na sala de aula o espaço deve ser renovado, a pesquisa é a mola mestra, os

conhecimentos se integram e divergem, são construídos na troca, na informação, na

comparação, no diálogo para haver transformação.

Observo que muitas vezes sou o aprendiz e, nestas contínuas mudanças ponho

um desafio - tenho que me atualizar e buscar informações novas para superar os meus

próprios limites. Muitas vezes utilizo atividades e técnicas relaxantes, de introsamento,

de espírito de equipe para integrar e valorizar a forma de participação dos alunos na

aula. Nestes momentos questionamos os problemas da escola, buscamos soluções,

criamos situações e fazemos história.

Participamos e interferimos (mesmo que seja na discussão) do processo

interdisciplinar dentro da Proposta da Escola. Trabalhar assim não é algo só meu, existe

no Pandiá professores com a mesma vontade e com idéias diferentes. Aí, percebemos

que o objetivo principal não é seguir uma única linha, mas de deixar que cada um

descubra com as suas turmas meios de aprender com prazer.

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CAPÍTULO V

ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR, UMA PROPOSTA

METODOLÓGICA

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Buscando subsidiar o trabalho monográfico sobre "Interdisciplinaridade: o

paradigma educacional emergente numa sociedade globalizada" organizei questionários

para o corpo docente do Colégio Estadual Pandiá Calógeras com o objetivo de auxiliar a

Proposta Pedagógica que iniciou desde o ano passado que vem mexendo com uma boa

parte da nossa Escola.

Nessa busca e troca de idéias, sugestões, interesses, parcerias e muitos

desencontros, observei que as mudanças de atitudes está centrada no professor, os

alunos gostaram da novidade e, por atuar com alunos do Curso Normal iniciei,

concomitante ao estágio e estudos pessoais, a necessidade em que eles adquirissem

subsídios e estudo sobre o tema.

Daí a interdisciplinaridade na vida de quem dá ou recebe aulas é percebido pois

ambos, professor e alunos mudam a postura, tornam-se alunos vorazes e, mesmo com os

problemas diários e o que o Estado injeta de cima para baixo, não nos fazem desistir. A

vontade em aprender mais e mais contínua e percebe-se que todos que abraçaram a

proposta ganharam. Como todo projeto inicial está em fase de consertos, remendos,

estudo, comparação ... Porém o projeto existe e existe a necessidade em continuar o

processo porque segundo a Revista Nova Escola nº 122-1999 página 25:

"Todos ganharam com a Interdisciplinaridade

Os alunos, porque ...

ö aprenderam a trabalhar em grupo, do início ao fim do

projeto;

Os professores, porque ...

ö se viam forçados, pelos próprios alunos, a ampliar seus

conhecimentos de outras áreas, o que melhora a

formação;

A escola, porque ...

ö cumpriu o programa de maneira ágil e eficiente;"

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Se em uma escola a experiência deu certo e eles dão sugestões, com toda certeza

no Pandiá Calógeras teremos frutos dos que plantamos. Para concretizar uma ação

pedagógica interdisciplinar tendo alunos e professores agindo como pesquisadores,

visando a construção dialética do conhecimento, os profissionais da educação

necessitam ter uma formação pedagógica sólida, com um conhecimento profundo das

tendências da educação e dos paradigmas educacionais emergentes.

Faz-se esta proposta porque a mídia pode ser considerada um dos principais

agentes geradores da revolução dos paradigmas. Entramos na era da informação. Sabe-

se claramente que as crianças, adolescentes, jovens e adultos recebem muito mais

informações extra-escola do que nos limites da sala de aula. Daí decorre a necessidade

de se avançar rumo a um novo modelo de escola.

Nota-se que os profissionais estão cientes das reais e urgentes necessidades de

mudanças, e sabem que isso ocorre no dia-a-dia de sua atuação em sala de aula, mas

sentem dificuldades diversas, pois a descoberta do "mundo" é uma atividade intelectual

e cognitiva por excelência e que é nova para todos pois aprendemos na linha tradicional

e o panorama atual são os temas ligados à realidade não na descoberta.

Alguns professores são céticos as transformações devido os problemas inerentes

que o Estado nos impõe vez ou outra. O quotidiano mostra muitas vezes o quanto

distancia o que queremos da realidade que vivemos. Não basta falar em ética, é preciso

vivê-la. Não é suficiente dizermos que somos educadores quando o discurso destoa na

orquestra. Buscar o certo, a partir do erro é um compromisso de cidadania, porém é

necessário que o Estado também valorize o profissional que usa a realidade como

estratégia para aprendizagens significativas, que nos permite ser melhores pessoas, mais

profissionais, cidadãos, brasileiros em plenitude.

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Precisamos acreditar que a educação escolar precisa evoluir para dar respostas

concretas à sociedade, tendo assim o desafio de integrar e desenvolver o Brasil numa

economia global competitiva, sem perder a soberania, sem sacrificar a cultura, seus

valores, sem marginalizar os pobres. Ou seja, o grande desafio é o de incluir nos

padrões de uma vida digna os milhares de cidadãos excluídos, participantes de uma

sociedade em permanente mutação.

A certeza que temos é que diante da perspectiva globalizadora, a escola precisa

oferecer serviços e produtos de qualidade, de modo que os alunos que passem por ela

ganhem melhores e efetivas condições do exercício de liberdade política e intelectual,

este sempre foi e continua sendo o desafio da educação no final do século passado a

início deste.

Além disso, a escola pode proporcionar o conhecimento, inclusive técnico das

novas linguagens. Este conhecimento permite uma visão crítica das informações sob o

ângulo da sua produção, uma avaliação sobre os efeitos da tecnologias da comunicação

e suas influências sobre a compreensão dos fatos divulgado. As imagens podem ser

relacionadas, editadas e diagramadas de acordo com os interesses de quem passa a

informação. Por isso, a escola precisa ter a preocupação de fornecer o conhecimento

técnico sobre o funcionamento da mídia, mesmo que mínimo, para que as pessoas

possam compreender e criticar a realidade dos meios de comunicação social.

Hoje, a mídia apresenta uma nova visão de mundo, isto é, uma compreensão

baseada na linguagem do audiovisual. Está caindo por terra um antigo paradigma.

Diante de tal realidade e bombardeado pelas informações, o ser humano está ficando

esmigalhado. Daí o desafio da escola: resgatar a identidade, despertar o EU. O despertar

do EU garante a preservação da identidade da pessoa frente as manipulações da mídia.

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Um problema enfrentado no mundo marcado pela ação da mídia é a perda da

memória histórica: o importante é o momento presente, marcado pelas sensações. Isso

faz com que a população fique sem visão histórica. Uma escândalo ou fato marcante

abafam os acontecimentos anteriores. Diante da preocupação da mídia em apresentar

somente o momento presente, a escola tem o papel de resgatar e preservar a memória

histórica da civilização. Um povo sem história perde a sua identidade e sua dignidade,

ficando sujeito a ditadores e dirigentes inescrupulosos.

A atividade interdisciplinar aliada a mídia e recursos didáticos possibilitará uma

visão atual dos fatos presentes na sociedade globalizada, permitindo uma dinâmica mais

eficaz dentro da sala de aula. Com estas atividades, o professor e os alunos conseguirão

associar os conteúdos programáticos com o prazer proporcionado com a linguagem

coloquial da mídia.

Adotando a atividade interdisciplinar, nossa escola inicia um processo de

adequação de novas linguagens e conhecimentos possibilitando aos alunos uma nova

visão crítica do conhecimento e da sua própria vida. O corpo docente e discente iniciam

uma interligação, os conteúdos programáticos se aliam aos acontecimentos do

cotidiano: jornais, murais, revistas, filmes, fazem parte do contexto da sala de aula. Os

corredores da escola tornam-se um extensão da sala de aula. Possibilitando a aquisição

de conhecimentos significativos e observa-se que a arte de aprender e ensinar está aliada

a interdisciplinaridade pois é ela que possibilitará aos professores e alunos uma ação

pedagógica enriquecedora e promotora de uma visão holística da realidade, capacitando

as pessoas para uma percepção global do mundo, com senso crítico e atitude de

intervenção ética nas relações sociais. Esta é a meta, este é o caminho.

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5.1 - A Prática Aliada com a Teoria

Buscando subsidiar o trabalho nonográfico apresentado e, através da Proposta do

Colégio Estadual Pandiá Calógeras, tentarei mostrar a estrutura deste trabalho

interdisciplinar que formenta, incentiva idéias, e leva o conteúdo curricular a estudos

essenciais de entrelaçamentos tanto dos alunos quanto dos professores, possibilitando

abertura de novas idéias e produção d conhecimento.

5.1.1 - Aspectos Investigados e Descrição de um Trabalho a ser Realizado.

Semana Pedagógica

REFLEXÃO

CRIAÇÃO

ARTE

AÇÃO

Tema: Pandiá / Solidário - 2001

Justificativa:

A necessidade de compartilhar com a comunidade escolar, trabalhos criativos do

quotidiano e da idéia de trabalhar de forma interdisciplinar e construtiva os

conhecimentos adquiridos ou então como ponto de ancoragem para os conhecimentos

futuros.

Objetivos:

2 Estimular o trabalho coletivo e criativo

2 Construir conhecimentos

2 Atuar interdisciplinarmente

2 Proporcionar vivências significativas

2 Estimular a participação do aluno no fazer pedagógico da escola

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Descrição Resumida:

Durante o 1º Semestre define-se o tema em prol das necessidades da

comunidade escolar ou da sociedade brasileira. Os profissionais planejam por blocos e

lançam as propostas para os alunos que podem sugerir e ampliar os projetos no período

de cinco dias. As atividades realizadas são: Teatro, jogos, oficinas, exposição, palestras,

danças, músicas, poesias, arte, maquetes, experiências, etc. Pessoas de toda comunidade

participam e a atuação dos professores e alunos é efetiva.

Público Alvo:

Alunos do Curso Fundamental, Normal e Formação Geral

Avaliação:

A construção da avaliação dar-se-á através:

Gincana - 40 pontos

Proposta - (tipo de proposta, sua importância social e sua viabilidade) - 20 pontos

Criatividade - (desenvolvimento da proposta) - 20 pontos

Responsabilidade - (empenho e comportamento) - 20 pontos

Obs.: urgências - Definição das propostas em reuniões, entregar por escrito para a

avaliação das possibilidades e necessidades, reunir os representantes de turma para

conhecer o sistema de avaliação.

Resultados:

Trabalho coletivo, integração de matérias, entrosamento com professores da

área, facilidade do aluno em correlacionar a matéria com o tema, construção da

cidadania, diminuição da evasão e repetência e valorização do potencial de cada um.

Previsão de Gastos:

Ç Doações

Ç R$ 1.000,00

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5.2 - Carta de Intenções

ILMº ___________________________________________________

Nós, PANDIÁ CALÓGERAS, sempre buscamos implementar uma proposta pedagógica ousada,

que priorize o binômio AÇÃO-REFLEXÃO, neste ano letivo, não poderia ser diferente. nossas

experiências e competências foram nos fortalecendo e irmanados na certeza do potencial desta

comunidade, estaremos canalizando todas as nossas possibilidades para o trabalho VOLUNTÁRIO. Pois,

são estas gigantescas tarefas que nos desafiam cotidianamente neste novo milênio que se apresenta.

EDUCAR para a humanização, para o respeito mútuo, para a ética, para a solidariedade, para a

justiça e para a conscientização da cidadania numa sociedade marcada pelas diferenças e pelo

individualismo, deve ser a META prioritária da escola contemporânea. Então, nos cabe uma atitude

compromissada com o repartir, com a participação, com o diálogo, com o outro e com o conhecimento,

acreditando verdadeiramente que o homem é capaz de CONSTRUIR positivamente sua história.

TRANSPOR PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA UM FAZER EM PROL DAS

POPULAÇÕES MAIS CARENTES, LEVANDO CULTURA, CONHECIMENTO, LAZER E

CONTRIBUIÇÕES.

Para realizarmos tal intento, necessitamos do seu apoio no sentido de:

_____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________

Para o dia _____________________________________________

No seguinte horário ______________________________________________________

Esta semana PANDIÁ SOLIDÁRIO SE REALIZARÁ NO MÊS DE SETEMBRO, NOS DIAS 25 À 27.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NESTA SEMANA:

Turma -

Turma -

Turma -

Gincana -

Tel. para contato - 2603-7177 <> 2602-5622 <> 2603-1111

Responsáveis diretos:

Coordenadora geral- Professora Vaneli Chaves

Coordenadora do 1º turno - Silvana e Tomie

Coordenadora do 2º turno - Estela e Glória

Coordenadora do 3º turno - Rosiléa e Sheila

Semana de Integração Pedagógica - PANDIÁ SOLIDÁRIO / 2001 ( em anexo )

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CONCLUSÃO

Em meio a atual realidade educacional, observa-se que mesmo com tantas

propostas pedagógicas apresentadas por diversos estudiosos ainda existe um certo

distanciamento entre teoria e prática, uma vez que os conteúdos trabalhados nas escolas

nem sempre correspondem aos anseios do cotidiano do aluno. Com base no que foi

diagnosticado, comprova-se que as lacunas deixadas pela escola na vida do indivíduo

podem ser atribuídas ao divórcio que existe entre as disciplinas do currículo

multidisciplinar que, estando caracterizado pelo individualismo, acaba por fragmentar o

conhecimento. A interdisciplinaridade como novo paradigma curricular, busca

caminhos para superar o particularismo, propondo meios para a totalidade do saber.

Assim, o currículo interdisciplinar deve estar no centro da experiência educacional,

respondendo às expectativas da sociedade globalizada. Nessa perspectiva, defende-se a

proposta interdisciplinar com o objetivo de ampliar a compreensão formativa dos

educadores, estimulando o desenvolvimento de ações conjuntas através da pedagogia de

projetos, assegurando-lhes condições para uma gestão crítica e reflexiva da educação.

O tema proposto possibilita à comunidade escolar, adquirir uma visão

globalizante do cotidiano e da realidade do ser humano em todas as suas dimensões,

levando o aluno a perceber a importância da inter-relação dos diversos ramos que

compõem o conhecimento, objetivando sobretudo o resgate de sua identidade como

cidadão. De acordo com a nova proposta tentei não só passar conteúdos, mas priorizar e

interlaçar com as outras disciplinas onde todos buscassem respostas, a partir do erro,

para melhorar e dar vontade de aprender e transmitir o que se conhecia.

Percebemos que a escola precisava assumir o quanto antes o seu papel. Se ontem

era necessário que ela figurasse como formadora, hoje ela é vista para construir

competência onde o aluno tem que ser qualificado. A escola reinventada? Não. A escola

amada e respeitada por todos os níveis num misto de querer fazer e abraçar o outro,

trocando idéias, valorizando anotações, observando textos, buscando cursos, dando-se a

oportunidade de fazer algo novo por Nós e pela Educação.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. MINISTÉRIO da EDUCAÇÃO. SECRETARIA de Educação

Média e Tecnológica, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino

Médio, vf11 - Bases Legais - 1999.

DEMO, Pedro. Educação pelo avesso. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 2000.

GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. 6ª edição. São Paulo: Cortez, 2000.

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. 8ª edição. São

Paulo: Ática, 1996.

GONÇALVES, Francisco dos Santos. Interdisciplinaridade. Presença

Pedagógica. Belo Horizonte: Dimensão, 9, maio/junho. 1996.

IANNI, Octávio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1995.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de

Janeiro: Imago, 1976.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 19ª edição. São Paulo. Cortez, 1994.

LUCK, Heloisa. Pedagogia Interdisciplinar: Fundamentos Teóricos-

metodológicos. São Paulo: Vozes, 1994;

Revista ABC Educativa - Ano II - nº 10, julho/agosto. São Paulo. 2001.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1. IANNI, Octávio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização

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2. IANNI, Octávio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1995.

3. SANTOS, Lucíola Paixão. Currículos e diferenças culturais em tempo de

globalização. Presença Pedagógica, Belo Horizonte:

Dimensão, 10, páginas 17 - 22. Julho/agosto. 1996.

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educacionais do terceiro milênio. 3ª edição. São Paulo: Loyola, 1993.

5. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

6. SILVA, Dinorá Fraga. Considerações epistemológicas sobre o conceito de

interdisciplinaridade - implicações para a educação. Revista de

Educação - AEC. Brasília, 83, páginas 16 - 27, abril/junho. 1992.

7. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas

exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez,

1998:28.

8. Revista Nova Escoa - Ano XIV - nº 122, maio. São Paulo. 1999

9. Revista Nova Escoa - Ano XV - nº 135, setembro. São Paulo. 2000

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ANEXOS

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47

Universidade Cândido Mendes

Curso de Pós-Graduação Latu-Senso

Coleta de dados

Escola Estadual Pandiá Calógeras

Turno ( ) Manhã ( ) Tarde

Disciplina _________________________________

1. Qual a sua formação?

a) Licenciatura Curta ( ) Plena ( )

Completa ( ) Incompleta ( )

b) Especialização em _________________________

2. Há quanto tempo exerce a profissão?

R. _________________________________________

3. A escola propicia condições para o desenvolvimento do seu trabalho?

( ) Sim Não ( )

4. Quais os problemas que você enfrenta com mais freqüência nesta

Unidade Escolar?

a) Baixo salário? ( )

b) Falta de recursos materiais na escola? ( )

c) Alunos desinteressados ou indisciplinados? ( )

d) Nível sócio-econômico dos alunos? ( )

e) Outros:____________________________________________________

________________________________________________________

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5. Além do livro didático, que outro recurso você utiliza para enriquecer

suas aulas?

a) Reportagens de jornal ( )

b) Vídeos ( )

c) Músicas ( )

d) Teatros ( )

e) Seminário ( )

f) Retroprojetor ( )

g) Outros ( )

Quais?_______________________________________________________

__________________________________________________________

6. Quanto ao planejamento, você elabora:

Sozinho ( ) Em conjunto ( )

7. Qual o tipo de avaliação adotado pela escola?

a) Prova escrita ( )

b) Prova oral ( )

c) Seminário ( )

d) Outros ( )

8. No decorrer da prática pedagógica, existe duas situações distintas: a

ação individual e a coletiva; onde os professores interagem,

considerando a realidade dos alunos. Qual das propostas acima

apresentadas você utiliza ao desenvolver seu trabalho?

( ) Ação individual ( ) Ação coletiva

9. Você tem conhecimento do que se refere o papel do professor frente à

sociedade globalizada?

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( ) SIM ( ) NÃO

10. Você já tem os PCNs da sua área?

( ) SIM ( ) NÃO

11. Você consegue colocar em prática o P.P.P de sua escola?

( ) SIM ( ) NÃO

Justifique:____________________________________________________

__________________________________________________________

12. Você sente necessidade de mudanças na sua ação pedagógica?

( ) SIM ( ) NÃO

Justifique:____________________________________________________

__________________________________________________________

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Colégio Estadual Pandiá Calógeras

São Gonçalo, 30 de agosto de 2001.

Relatório da Turma 1303

O trabalho realizado na 4ª Semana de Integração Pedagógica, foi uma iniciativa

interdisciplinar na qual o tema gerador foi: "Cidadão do 3ª Milênio e a Escola que

Desejamos", na qual desenvolvemos um trabalho sobre o Museu Nacional da Quinta da

Boa Vista em dois âmbitos: a sua historicidade e contribuição como espaço cultural.

O trabalho foi apresentado ao público, onde expomos uma réplica do Museu e

um mural composto por fotografias antigas e atuais e textos explicativos. Como fontes

de pesquisa, foram feitas visitas ao Museu, conversas com historiadores, diretores do

Museu e pesquisas na Internet. Todo o trabalho realizado teve auxílio dos docentes

responsáveis pelo trabalho.

Toda atividade tinha como meta a integração da comunidade com a escola, onde

tanto o alunado quanto visitantes tinham a possibilidade de absorver múltiplas

informações.

O Colégio Estadual Pandiá Calógeras sempre proporciona aos educandos

atividades extra-classes, onde os alunos tem a possibilidade de adquirir informações

sobre vários assuntos ligados a educação. Em sua maioria, são realizadas em diferentes

instâncias, tais como: Universidades, Instituições, Vários Projetos Culturais e Sociais.

Todos esses trabalhos e visitas em diferentes locais têm nos possibilitado

aquisição de conhecimentos úteis para a nossa práxis cotidiana.

Turma 1303

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Colégio Estadual Pandiá Calógeras

São Gonçalo, 30 de agosto de 2001.

Relatório da Turma 1304

Acreditamos que o trabalho com interdisciplinaridade nas Semanas Pedagógicas

ao qual participamos foi algo que deu muito certo uma vez que, as pessoas que

participaram dela tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre a matéria do seu

currículo, além de adquirir mais cultura com as peças, murais, palestras e oficinas que

foram apresentadas.

O que adquirimos de conhecimentos durante essas Semanas Pedagógicas foram

muitos, porém, vamos destacar alguns como: conhecer um pouco mais da História do

Brasil com a peça Calabar; vimos a mistura de raças que há no País ( negros - brancos -

amarelos - etc. ) no painel fotográfico confeccionado pela turma da professora Ludmila,

dentre outros.

Além disso, podemos enfatizar também que aprendemos muito com as palestras

que participamos. Porém, não podemos relatar tantas outras atividades pelo simples fato

de não termos tempo e oportunidade de usufruir dos espaços que nos eram

proporcionados devido a isso, acabamos por aprender na construção de nossos próprios

trabalhos, observando assim a importância da convivência em grupo e da valorização do

trabalho e esforço de outros.

Por: Vanessa Generoso, Fabiana Lopes, Jeanny

Paiva, Lina Paula e Mírian Rodrigues

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Breve Histórico do Colégio Estadual Pandiá Calógeras

Sua construção foi iniciada em 1956 e concluída em 1958, sendo Governador do Estado

do Rio de Janeiro o Dr. Miguel Couto Filho, o Secretário de Viação e Obras Públicas o Eng.º

José Carlos Porchat e o Diretor do Departamento de Engenharia o Eng.º Manoel Moreira

Alonso. Era Prefeito do Município de São Gonçalo o Sr.º Joaquim de Almeida Lavoura.

Foi inaugurado como Grupo Escolar Pandiá Calógeras através do decreto 51.185,

publicado no DO 25/10/55. Com a Lei 5692/71 que ampliava a obrigatoriedade de ensino por

parte do Estado, houve um decreto criando as Escolas Estaduais e o então Grupo Escolar passou

a denominar-se Escola Estadual Pandiá Calógeras, oferecendo à comunidade o ensino até a 8ª

série e as primeiras turmas tiveram início em 03/05/73. Neste ano também funcionava uma

Escola Supletiva anexa à Escola. No início da década de 80 a Escola foi ampliada com um

pavilhão anexo para abrigar salas destinadas à aulas de Educação Especial, uma vez que a Lei

5692/71 estabelecia em seus princípio a preparação para o trabalho. Este pavilhão recebeu o

nome de Salas Professora Haideé Azeredo Coutinho em homenagem a primeira diretora da

Escola. Pelo decreto 12.678 de 03/02/89 era criado o 2º Grau com o funcionamento do Curso de

Formação Geral. No entanto, o Curso começara a funcionar em 1987 e neste ano 1989 a

primeira turma o concluía.

Foram professores da primeira turma de 2º Grau no seu início de funcionamento:

Português: Profª Maria José Lopes; Biologia: Profª Cheila Cotrin Piaz; História: Profª Ereny

Donin de Freitas Santos; Geografia: Profª Ivone Folly; O.S.P.B: Profª Maria Augusta Baptista

Quintanilha; Matemática: Profª Rita de Cássia de Souza Ferreira; Química: Profª Cristina

Gomes dos Santos Barbosa; Educação Artística: Profª Shirley Miranda de Medeiros; Educação

Física: Profª Carmem Ciarla; Inglês: Profª Neuza Porto e Educação Moral e Cívica: Profª

Julcinéa Coímbra.

A resolução 2021 publicada do DO de 30/07/96 criava o Curso de Formaçãode

Professores, que no entanto funcionava desde o ano anterior com uma turma. Estavam entre

seus professores: Matemática: Jacel Carneiro; Português: Maria Regina Teixeira; Artes:

Ludmila Barroso Tostes; História: Ereny Donin de Freitas Santos; Didática, Estrutura e

Funcionamento do Ensino e Psicologia: Maria Lenir; Geografia: Rosana Madureira Felipe;

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Inglês: Mariza de Souza Dantas; Ciências Físicas e Biológicas: Luís Eduardo. A coordenação

estava a cargo da professora Vaneli Laurindo Chaves.

Foram seus diretores: 1 - Haideé Azeredo Coutinho; 2 - Geneci Suhett Lima; 3 - Ana

Maria Navega Abuzaid; 4 - Novamente dona Geneci que era vista por todos como a mãe da

Escola, pessoa muito competente e muito simples, que morava nas dependências da Escola

(onde hoje funciona a turma 1303 no 2º turno). Ela foi Secretária de Educação do Município de

São Gonçalo, e com sua saída chega para dirigir a Escola um professor de nome Fernando que

pouco tempo ficou na Escola. Foi nomeada, então, uma professora que não tomou posse pois a

comunidade escolar, num ato pioneiro elegeu a professora Maria Lúcia Coutinho - 5, para a

direção. Ela foi a primeira diretora eleita no Município de São Gonçalo; 6 - Chirley Miranda de

Medeiros, sendo esta exonerada em 1994 por ocasião de uma greve. A comunidade se

posicionou a favor desta, no entanto em setembro 1994 chegava como interventor Hamilton

José Fernandes - 7, substituindo-o Luzia Maria Anunziatto - 8. De 1996 até os dias atuais, o

Colégio é dirigido pela professora Célia Maria da Rocha reeleita em 2001 para um mandato de

dois anos.

Hoje o Colégio Estadual Pandiá Calógeras possui 13 turmas de Curso Normal e 41 de

Formação Geral além de turmas de Ensino Fundamental. Muitos dos seus ex-alunos, são hoje

pessoas de destaque na comunidade intelectual e científica do nosso Estado. O Colégio é

reconhecido como Instituição de Ensino no Município de São Gonçalo das mais respeitadas.

Seus alunos adquirem uma ampla visão de mundo através de atividades desenvolvidas como

grupo de Teatro, participação de Seminário e Encontros Educacionais, sua Semana de

Integração Pedagógica, contando inclusive com uma viagem à Argentina em 1998 onde alunos

do Curso de Formação de Professores participaram de um Seminário sobre Integração da

América Latina - Área Sul, apresentando uma atividade teatral em que retratavam a Guerra de

Canudos. Com o Projeto Pandiá sem Fronteiras os alunos já visitaram: Petrópolis (city Tour),

Academia Militar das Agulhas Negras, Parque Nacional de Itatiaia, Minas Gerais (Ouro Preto,

Tiradentes, Congonhas,...), Angra dos Reis (Usina Nuclear), Bahia, Porto Seguro, dentre outros.

Biografia do Patrono da Escola

João Pandiá Calógeras (1870 - 1934) estadista brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro. Foi

um dos mais notáveis pensadores de sua época de sólida formação cultural, destacou-se como

escritor, engenheiro de minas, historiador, poliglota, financista, tendo ocupado vária vezes

postos ministeriais e desempenhado suas funções com raro brilho. Foi deputado federal,

representou o Brasil na 3ª e 4ª Conferência Pan-Americana e na Conferência de Paz de

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Versalhes. Ocupou a Pasta da Fazenda, da Agricultura e da Guerra. Foi o único brasileiro civil a

ocupar tal posto. Reaparelhou e modernizou o exército.

ÍNDICE

AGRADECIMENTO III

DEDICATÓRIA IV

MENSAGEM V

RESUMO VI

METODOLOGIA VII

SUMÁRIO IX

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

Globalização: Realidade, perspectiva e limites 12

CAPÍTULO II

As aplicações da escola numa sociedade globalizada 18

CAPÍTULO III

Ação interdisciplinar na escola: Uma visão holística da educação 24

CAPÍTULO IV

A instituição como campo dialético de construção do

conhecimento numa sociedade globalizada 30

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CAPÍTULO V

Atividade interdisciplinar, uma proposta metodológica? 35

5.1 - A Prática Aliada com a Teoria 40

5.2 - Carta de Intenções 42

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

BIBLIOGRAFIA CITADA 45

ANEXOS 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 75

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação "Latu Sensu"

Título da Monografia

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Data de Entrega: ____________________________________

Avaliado por: _______________________________________ Grau:___________________

Rio de Janeiro, ______ de _________________ de 2001

__________________________________________________

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Coordenador do Curso