UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS … · CAPÍTULO IV 32 CAPÍTULO V 40 CONCLUSÃO 46 BIBLIOGRAFIA...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
INFLUÊNCIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS EM ALUNOS
QUE CURSAM O ENSINO SUPERIOR NO INSTITUTO AVM
QUANTO AO ÂMBITO SÓCIO-PROFISSIONAL
Por: Vanessa Ribeiro Machado
Orientador
Prof. Nome do Orientador
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
INFLUÊNCIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS EM ALUNOS
QUE CURSAM O ENSINO SUPERIOR NO INSTITUTO AVM
QUANTO AO ÂMBITO SÓCIO-PROFISSIONAL
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Docência do Ensino Superior.
Por: . Vanessa Ribeiro Machado
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos amigos que fiz no
curso, por todos os momentos de
aprendizagem e crescimento pleno.
Foi um enorme prazer conhecê-los!
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe,
Mylenna, por tornar possível a conclusão
dessa pós-graduação.
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RESUMO
O trabalho aqui proposto procura direcionar um olhar acautelado aos fatores
que levam os especialistas pesquisarem outro ponto de vista, no que se trata
de mercado de trabalho.
Procura relacionar o conhecimento do cérebro com as necessidades do
homem moderno. Traçando um novo conceito do conhecimento e levando
sempre em consideração o comportamento do indivíduo em relação a si
mesmo, a outros indivíduos e a fatores externos.
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METODOLOGIA
Este trabalho tem como justificativa o estudo da capacidade adaptativa do
cérebro na prática da aprendizagem, parte do princípio que a teoria das
Inteligências Múltiplas é uma alternativa para o conceito de inteligência como
uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma
performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação.
O estudo tende a buscar a compreensão e considera a deficiência ou o
benefício das Inteligências Múltiplas para indivíduos que cursam o ensino
superior em função da aceitação sócio-profissional, relacionando as estruturas
cerebrais, Inteligências Múltiplas, adaptação cerebral e aprendizagem em
alunos de ensino superior. Este será desempenhado através de revisões
bibliográficas, de leitura corrente, de consultas e publicações periódicas e sites
da internet.
As considerações finais serão dadas a partir de experiências adquiridas ao
longo do processamento do trabalho, fundamentadas por entrevistas a
colaboradores.
Relacionar estruturas cerebrais, Inteligências Múltiplas, adaptação cerebral e
aprendizagem em alunos de ensino superior.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 11
CAPÍTULO II 17
CAPÍTULO III 19
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 40
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA 49
ANEXOS 56
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 61
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INTRODUÇÃO
Durante o desenvolvimento do homem através das diferentes etapas
da evolução, o sistema nervoso progrediu desde simples fibras nervosas
ligadas as diferentes partes do corpo, como as presentes em organismos
multicelulares primitivos, até o sistema nervoso mais complexo, do ser humano,
talvez contendo 100 bilhões de neurônios. Logo que os organismos animais
atingiram a etapa multissegmentada, ao longo do corpo as fibras nervosas e os
corpos celulares neuronais se ajuntaram para formar um eixo neural. Este vem
representar o ponto de partida para a medula espinhal do ser humano.
Caracteriza o primeiro nível da função de sistema nervoso central.
(Guyton,2002 )
O segundo nível de integração do sistema nervoso acontece na medida
em que a extremidade cefálica do eixo desenvolve grandes agregados
neuronais que transmitiam sinais controladores pelo eixo neural, para toda
parte do corpo. Essas regiões anteriores do sistema nervoso são perceptíveis
em peixes, em répteis e em aves, e são comparadas as partes básicas do
encéfalo humano. (Guyton,2002 )
Finalmente, ocorreu um desenvolvimento relevante das regiões que
circulam as porções basais do encéfalo, formando o córtex cerebral, que
corresponde ao terceiro nível, apresentado em mamíferos e abrangeu um grau
intenso de desenvolvimento no ser humano. (Guyton,2002 )
Os mamíferos apresentam certas capacidades mentais, maiores e mais
complexas do que as apresentadas por outros animais, especialmente a de
armazenar uma grande quantidade de informações sob a forma e memória e
de utilizar essas informações durante toda vida. Junto a esse grande
armazenamento, apareceu o processo de pensamento – uma faculdade que
atingiu sua mais alta forma de expressão no encéfalo humano e com ele o ser
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humano desenvolveu a habilidade de comunicação pela voz, pela visão e por
vários outros meios, sendo estas funções controladas, primariamente, pelo
córtex cerebral (Guyton, 2002).
As mudanças ocorreram, nos campos neuro-anatômico, neuro-
fisiologico e no mundo. Porém novas exigências apareceram. O homem tornou-
se um novo cidadão. Ele busca ser uma pessoa feliz, realizada, criativa, capaz
de tomar decisões éticas e equilibradas na razão e emoção. Valores
tradicionais com de “homem bem sucedido” também mudaram o grande
diferencial para o sucesso em qualquer área está nas pessoas. Através do
desenvolvimento do ser humano, pode-se conseguir resultados favoráveis a
todos os setores de uma organização, por exemplo. Cada indivíduo se
identifica e se sobrepõe em uma ou algumas áreas especifica. Daí a
importância de estudar e mostrar às pessoas em que espaço ela pode dar mais
de si e se desenvolver, a fim de atingir seus objetivos e se sobressair bem em
sua organização e para sua carreira profissional. Através de testes e
aprofundamento no estudo da inteligência de cada um, melhorias em lesões
neuronais e estímulos a inteligências adormecidas desenvolveram o máximo
do potencial das pessoas.
Em indivíduos que apresentam alguns tipos de inteligências Múltiplas
estimuladas, espera-se que estas venham a contribuir para o sucesso sócio-
profissional, uma vez que, quanto mais o cérebro é estimulado maior sua
capacidade de adaptação. Então se o indivíduo e capaz de agregar varias
habilidades, satisfatoriamente, as tarefas num campo específico e focalizado
será bem mais aproveitado.
“As inteligências dormem. Inúteis são todas as tentativas de acordá-las por meio da força e das ameaças. As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo”. (Rubens Alves, em Cenas da Vida).
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A princípio podia-se afirmar que “pessoas com facilidade de
aprendizagem” são pessoas inteligentes. Porém, como vem mostrando os
estudos da neurociência, qualquer pessoa pode desenvolver inteligências.
Crianças, por exemplo, consideradas com baixo rendimento escolar, podem
desenvolver atividades que antes pareciam ser impossíveis para ela.
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CAPÍTULO I
NEUROCIÊNCIA
O CONCEITO
A neurociência é uma disciplina que integra a biologia, a química e a
física com os estudos estrutural, fisiologia e o comportamento humano no
âmbito emocional e cognitivo. (Ariniello, 1994)
A realização física do processo de informação no sistema nervoso
engloba três áreas principais: a neurofisiologia, a neuroanatomia e a
neuropsicologia. A primeira é a análise das funções do sistema nervoso, utiliza-
se de eletrodos para estimular e gravar as reações das células nervosas ou de
regiões maiores do cérebro. A neuroanatomia visa elucidar questões quanto à
estrutura do sistema nervoso, tanto em nível microscópio quanto macroscópico
e por fim a parte destinada à compreensão das funções neurais relacionadas
às psicológicas. (Relvas, 2008).
A neurociência pode ser conceituada pela relação cérebro-mente e
cérebro comportamento, pois estuda e pesquisa sobre o funcionamento e
estruturas do cérebro. Em outras palavras a neurociência e o estudo do
sistema nervoso e o avanço no atendimento do pensamento, emoção e do
comportamento humano (Ariniello,1994). Para outros pesquisadores a
neurociência compreende-se ao estudo das leis que governam o
funcionamento do cérebro como órgão da atividade mental. (Luria, 1981).
1.1 - A neurociência e o estudo do cérebro
12
As pesquisas feitas em função do cérebro até recentemente
baseavam-se na observação clinica de patologias cerebrais desde as
originárias do nascimento até as traumáticas, além de distúrbios cerebrais na
idade adulta e na senescência.
Estudos indicavam a existência de formatos diferentes de estruturas
anatômicas, assim postulou-se a idéia de que várias funções mentais se
localizariam em diferentes partes do cérebro (Gall, 1758-1828).
Franz Gall, em 1778 estabeleceu a primeira teoria sobre o
localizacionismo cerebral, a Frenologia (de phrenos= mente e logos= estudo).
Em seu trabalho “A anatomia e fisiologia do sistema nervoso em geral e do
cérebro em particular”, propôs esta teoria baseada em três pontos principais:
1. As faculdades morais e intelectuais dos seres humanos são inatas e
suar organização depende da organização do cérebro que e
responsável pelas faculdades, sentimentos e propensões humanas.
2. O cérebro e composto por muitos sub-órgãos, e cada um deles são
responsáveis ou relacionados a uma determinada faculdade mental.
Esses se desenvolveriam a medida que o ser humano amadurece suas
faculdades mentais.
3. A forma externa do crânio refletiria a forma interna do cérebro e que a
análise do crânio poderia diagnosticar faculdades particulares a cada
indivíduo.
A teoria de Gall gerou muitos aspectos positivos para o surgimento de
estudos de cunho cientifico. (Henri Ey, 1978).
No século XIX, o estudo em função de um paciente com distúrbios na
fala descreve a localização da fala motora no terço posterior do giro frontal
inferior onde estaria o denominado, centro para a imagem motora da palavra, e
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que a lesão nessa área causaria perda da fala expressiva, denominada afasia
(Broca, 1861).
O psiquiatra, Carl Wernicke em 1873, descreveu casos de lesões
localizadas no terço posterior do giro temporal superior esquerdo, acarretava a
perda da capacidade de compreender a fala audível enquanto a fala motora
permanecia intacta, e assim como Broca, postulou que esta região seria o
centro para imagem sensorial da palavra ou centro para compreensão da fala.
Ainda no século XIX, mais estudos apareceram:
• 1871 – 1873: Sensação e percepção; desenvolvido por Fechner que
junto ao colega Weber, propôs a lei de Weber-Fechner, que travada de
relações logarítmicas do estimulo (Staler, 1980).
• 1880: Escola funcionalista; fundada por Dewey onde orientava estudos
laboratoriais para compreender as adaptações desenvolvidas pelo ser
humano para viver no meio ambiente.
• 1892: Contrário a teoria localizacionista estreita de Luria em 1963; o
neurologista Hugh Jackson discutiu a hipótese de que a organização dos
processos mentais complexos deve ser abordada no nível da construção de
tais processos, em vez da localização em áreas particulares do cérebro.
• 1907: Segundo sistema de sinais; teoria desenvolvida por Pavlov,
comprova o aparecimento posterior de conexões mais complexas ou de
segundo grau, exclusivamente lingüísticos, com isto, reconhece a
plasticidade nas funções superiores da atividade nervosa. Esta estrutura a
proposta de compreender como os reflexos endógenos ou instintivos
(conexões especificas) seriam superpostas por reflexos clássicos (conexões
cerebrais ocasionais e temporais) que formam a conduta nos primeiros anos
de vida. E ainda, através de suas experiências, constituiu um modelo básico
da concepção geral da relação entre inibição e excitação das células do
córtex cerebral utilizado até hoje por neurocientistas, como também se
relaciona com o modelo cibernético de Winner. Pavlov organiza o
conhecimento do cérebro como um sistema de entra de informações
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provenientes da interação ser humano-meio e que funciona como
organizador que trata, codifica, veicula e utiliza essas informações.
• 1907-1934: Mapa funcional do córtex cerebral; através deste,
neurologistas localizaram dezenas de centros representativos de funções
cerebrais. Intensas pesquisas foram concebidas ao longo das décadas como
a descrição dos - centros para conceitos na região parietal inferior esquerda
– centro para escrita, localizado na parte posterior do giro frontal médio
esquerdo. Kleist, a partir de estudos em pacientes, com ferimentos no
cérebro, da 1ª guerra mundial, propôs um mapa com localização no córtex
as sedes da compreensão de frases, ação construtiva, humores e até ego
pessoal e social.
• 1922-1944: Segundo a hipótese do neurologista Hugh Jackson;
Monakov, Real, Goldstein, respectivamente, concordavam que as funções
fisiológicas elementares, estavam representadas em áreas claramente
definidas do córtex, mas que as formas de atividades mentais mais
complexas não seguiriam o mesmo padrão.
• 1948: Comportamento humano x Massa do cérebro; segundo Goldstein
a massa estaria relacionada ao comportamento humano oriundo das
funções complexas superiores.
• 1949: Sistema funcional completo; Anokhin, o define com um sistema
que se distingue pela complexidade de sua estrutura e também pela
mobilidade de sua parte constituinte.
• 1950: Revisão da teoria localizacionista; embasada no conceito de
sistema funcional completo, o pesquisador Luria, diz: “as formas superiores
dos processos mentais possuim uma estrutura particularmente complexa
que é delineada durante a ontogênese.”
Luria desenvolveu hipótese e idéias, com bases em Pavlov e Vygotsky
e desenvolveu trabalhos experimentais sobre temas como memória, atenção,
percepção, fala e pensamento.
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“A nossa tarefa essencial não é localizar processos
psicológicos humanos em áreas limitadas corticais, mas
sim determinar mediante uma análise cuidadosa que
zonas cerebrais operam em conjunto e são responsáveis
pela efetuação da atividade mental complexa e, como
relação dessas partes do cérebro se modifica os vários
estágios do seu desenvolvimento” (Luria, 1950).
• 2004: Evolução da neurociência; de acordo com a Elisa, este avanço
vem proporcionado novas observações do cérebro vivo em ação, partindo do
maior circuito até, por fim a sinapse no diminuto espaço entre neurônios. O
cérebro é constituído por um conjunto de sistemas complexos, sendo cada
um deles construído através de seleção natural para auxiliar a espécie
humana na busca de decisões, trata-se então, de um sistema biológico
aberto, flexível, crescente, dotado da capacidade de se transformar em
resposta a desafios, podendo encolher em decorrência da falta de uso. O
cérebro prefere a busca e a descoberta de novos padrões por si próprios,
gerenciando mais facilmente situações reais complexas que artificiais,
mesmo que mais simples. Esta estrutura visa conexões entre novos padrões
e os já existentes, agindo não só racionalmente, mas também objetivando
formar conexões não usuais. Neste sentido, o cérebro é uma estrutura única,
isto é, não existem duas pessoas que aprendam algo do mesmo jeito e na
mesma velocidade. Com uma tendência perspectiva construtivista da
aprendizagem, processo essencialmente ativo, visto que um indivíduo
aprendendo algo novo incorpora a essa experiência toda a sua bagagem
anterior de experiências e padrões mentais. Cada evento novo é assimilado
numa rede viva de compreensão já existente na mente desta pessoa.
• 2008: Atualmente uma nova abordagem da neurociência vem sendo
experimentada; A Neurociência Molecular investiga a química e a física
envolvida na função neural. Sendo o campo de estudo os íons e suas bases
necessárias para que uma célula nervosa conduza informações de uma
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parte do sistema nervoso para a outra; A Neurociência Celular, cuja
aplicabilidade está em considerar as distinções entre os tipos de células no
sistema nervoso, assim como o seu funcionamento. Neste processo os
estudos ponderam como os neurônios recebem e transmitem informações,
perpassando por funções de células não neurais (Relvas, 2008). Ainda é
considerado por Relvas (2008) outro braço desta ciência, a Neurociência
Comportamental que apresenta como objetivo o estudo da interação entre
os sistemas que influenciam o comportamento, o controle postural, a
influencia relativa de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas no
equilíbrio em diferentes condições. E por fim, a Neurociência Cognitiva que
detém os estudos do pensamento, da aprendizagem, da memória, do
planejamento, do uso da linguagem e das diferenças entre memória para
eventos específicos e para a execução de habilidades motoras.
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CAPÍTULO II
O CÉREBRO
Até recentemente, muitos pesquisadores acreditavam que completado
o desenvolvimento do cérebro, este não seria capaz de sofrer mudanças a
partir dos neurônios. Além do fato dos neurônios não se auto-reproduzir ou
sofrer mudanças significativas quanto as estruturas de conexão de outros
neurônios, era comum concluir que as partes lesadas do cérebro eram
incapazes de se recuperar ou crescer, a ponto de recuperar sua função total ou
parcialmente. E também julgavam que as experiências de vida de cada
indivíduo alterariam a sua funcionalidade e não sua anatomia.
De acordo com neuropsicologo Luria, em 1979, referia que a
estimulação do córtex cerebral de um indivíduo lesionado iria gerar novas
conexões neuronais por aumento das ramificações de neurônios sadio.
Nos últimos 10 anos, pesquisadores vêm relacionando, em resposta a
jogos, estimulações e experiências, o crescimento e alterações em conexões
neuronais. Mediante comprovações da neurociência, o processo de
aprendizagem faz com as células nervosas cresçam e se modifiquem em
resposta a essas experiências.
Como descrito pela neurociêntista Relvas, em 2008, outro campo de
pesquisa é o conhecido como Neurociência de Sistemas tendo à finalidade a
investigação de grupos de neurônios que executam uma função comum, por
meio de circuitos e conexões, exemplificando através do sistema
proprioceptivo, que transmite informações de posição e movimento do sistema
músculo-esquelético para o Sistema Nervoso Central, e o sistema motor.
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Ressalta- se que crianças que vivem em ambientes enriquecidos
sensorialmente, desenvolverão um impacto positivo em sua capacidade
cognitiva e em memórias futuras, como em indivíduos com lesões cerebrais
têm grande possibilidade de recuperação total ou parcial das funções
neuronais, até mesmo pessoas com doenças degenerativas com Alzheimer.
Filogeneticamente o cérebro humano poderia ser dividido em três
unidades considerando o cérebro primitivo, cérebro intermediário e o cérebro
racional/ superior. Sendo o primeiro destinado aos instintos de auto-
preservação e agressão, este é constituído pelas estruturas do tronco cerebral,
cerebelo, mesencéfalo, pelos bulbos olfatórios e pelo mais primitivo núcleo da
base cerebral. Sua anatomia está associada ao cérebro dos répteis (Relvas,
2008).
Por Relvas (2008), o cérebro intermediário inicialmente nos mamíferos
primitivos, porém estruturas do Sistema Límbico já se fazem presente e
corresponde ao cérebro dos mamíferos inferiores. Esta estrutura é herança dos
répteis, e abriga mecanismos neuronais básicos da reprodução, da auto-
conservação, incluindo o comando cardiorrespiratório e do comportamento
como seleção do lugar a territorialidade, caça, acasalamento, a formação de
hierarquias sociais, bem como a participação nos comportamentos ritualistas.
Nos seres humanos estes comportamentos perpassam pela formação de parte
das condutas burocráticas e políticas.
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CAPÍTULO III
NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
O SISTEMA NERVOSO
O Sistema Nervoso é um todo, segundo Aires e Favaretto (1999),
sendo que a sua divisão em partes visa facilitar o estudo de suas complexas
estruturas. Neste caso, esta divisão pode considerar critérios anatômicos,
embriológicos e funcionais, entre outros:
1. Sistema nervoso central
• Encéfalo
o Cérebro
o Cerebelo
o Tronco encefálico
• Medula espinhal
2. Sistema nervoso periférico
• Nervos
• Gânglios
• Terminações nervosas
O sistema nervoso é formado por nervos e células nervosas,
denominadas neurônios. Estes elementos são os responsáveis por conduzir
ondas de excitação, chamadas de impulsos nervosos e gerados pela
conjunção dos estímulos externos e internos, até os músculos e as glândulas.
Outros importantes elementos presentes no sistema nervoso são os gliócitos,
encarregados de alimentar e garantir a saúde do neurônio. Entretanto, mais
recentemente, constatou-se que eles atuam na transmissão de sinais químicos
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de orientação do crescimento dos neurônios durante o desenvolvimento e de
comunicação entre eles, durante a vida adulta (Lent,1998).
O sistema nervoso se apresenta em três subsistemas principais: um
eixo sensorial que transmite sinais das terminações nervosas sensoriais
periféricas para quase todas as partes da medula espinhal, no tronco cerebral,
do cerebelo e do córtex; um eixo motor que conduz sinais neurais, com origem
em todas as áreas centrais do sistema nervoso para os músculos e glândulas
do corpo; e um sistema integrador que analisa a informação sensorial, a
armazena na memória, para um uso futuro e que utiliza tanto a informação
sensorial como a armazenada na determinação das respostas apropriadas.
(Guyton,1989).
As funções ainda mais complexas do sistema nervoso, como os
processos do pensamento, armazenamento de memória, determinação de
atividades motoras mais complexas são todas integradas no cérebro.
(Guyton,1989).
O sistema nervoso é o sistema que sente que pensa e que controla
nosso organismo. Para que possa realizar essas funções ele reúne as
informações sensoriais vindas de toda parte do corpo e de miríades de
terminações neurais sensoriais especializadas da pele, dos tecidos profundos e
dos olhos, dos ouvidos, o aparelho do equilíbrio e de outros sensores e os
nervos as transmite para a medula espinhal e para o encéfalo, estes podem
reagir de forma imediata a essa informação sensorial enviando sinais para o
músculo e para os órgãos internos do corpo, produzindo a resposta motora. Em
outros casos pode não ocorrer resposta imediata, a informação sensorial e
arquivada em um dos grandes bancos de memória do encéfalo, é comparada
com outras informações e, a partir de diversas combinações, novos
pensamentos são elaborados e depois de algum tempo; minutos, dias ou anos
que esse processamento de informações poderá causar alguma resposta
motora, de expressão mais
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simples ou complexa. (Guyton,1989).
3.1 - O Sistema Nervoso Central
O Sistema Nervoso Central, representado no anexo 1, é aquele que se
localiza dentro da cavidade craniana e do canal vertebral. Constituído de
hemisfério direito e esquerdo, unidos por um conjunto de fibras que ligam os
hemisférios de forma bidirecional. (Guyton, 2002).
3.2 - O Sistema Nervoso Periférico
O Sistema Nervoso Periférico se distribui por todo o corpo. Os dois
sistemas se comunicam através dos impulsos nervosos em um contínuo ajuste
ao meio ambiente. (Guyton, 2002).
3.3 - Sinapse
A sinapse é a unidade básica de controle do sistema nervoso onde os
sinais passam das fibrilas terminais de um neurônio para a célula neuronal
subseqüente. È formada por um botão sináptico, situado na extremidade da
fibrila neural, e a membrana superficial do neurônio seguinte, onde encaixa o
botão sináptico. O botão sináptico é responsável pela secreção de uma
substância transmissora podendo ser tanto excitatória quanto inibitória que
atua na membrana, produzindo sinais de excitação ou inibição ao neurônio
seguinte. (Guyton,1989).
Ainda sob o ponto de vista de Guyton (1989), os neurônios do sistema
nervoso central obedecem a uma organização em forma de circuitos, sendo os
mais importantes:
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1. Circuito divergente: permite o estimulo de muitos neurônios por um único
sinal que chega; cada neurônio estimulado estimula muitos outros
neurônios. Por exemplo, um neurônio do córtex motor estimulado pode
fazer com que 15.000 fibras de um músculo periférico se contraiam.
2. Circuito convergente: onde sinais de diversas origens cerebrais devem
atuar sobre o mesmo momento em um mesmo neurônio, para que esse
entre em atividade. Por exemplo, alguns neurônios que participam na
análise de sinais aferentes necessitam, alem de sinais sensoriais oriundos
da periferia e, também, de sinais controladores simultâneos, originados de
outras partes do cérebro. Para que ocorra a reação.
3. Circuito reverberatório: remete a uma serie de neurônios que transmitem
sinais por via circula, ou seja, um neurônio estimula outro e este estimula
outro e outro, até que o sinal retorne ao neurônio inicial. Desta forma o sinal
percorre o circuito ou “reverbera”, até que o neurônio fatigue. Enquanto o
circuito reverbera, também envia sinais para outras partes do cérebro e
para o sistema muscular, causando estimulação prolongada. Por exemplo,
as contrações musculares que produzem a respiração é o resultado de
reverberação no centro respiratório do tronco cerebral.
3.4 – Principais divisões anatômicas do sistema nervoso
O encéfalo e a principal área integradora do sistema nervoso, local
onde são armazenadas as memórias, elaborados os pensamentos, geradas as
emoções e onde outras funções relacionadas ao psiquismo e ao complexo
controle do corpo são executadas. (Guyton,1989).
A medula espinhal exerce duas funções, serve como condutor de
muitas vias nervosas que chegam e saem do cérebro e também, atua como
área integradora para a coordenação de muitas atividades neurais
subconscientes, como, resposta reflexa. (Guyton,1989).
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O sistema nervoso periférico, formado por ramificações de nervos, de
ampla extensão de maneira que não há parte alguma do corpo que não possua
terminações nervosas. Um nervo periférico dispõe-se anatomicamente,
contendo grande número de feixes de fibras nervosas de dois tipos funcionais:
as fibras aferentes (transmissão de informação sensorial para medula espinhal
e para o encéfalo) e as fibras eferentes (transmissão de sinais originados no
sistema nervoso central de volta para periferia). Alguns dos nervos periféricos
se classificam pela origem: nervos cranianos são provenientes da parte basal
do encéfalo e inervam a maior parte da cabeça. E o restante dos nervos
periféricos são nervos espinhais saindo da medula por meio do forame
intervertebral a cada nível medular. (Guyton, 2002).
3.5 – Tecido nervoso
O tecido nervoso e formado por dois tipos básicos de células, seja ele
do encéfalo, da medula espinhal ou dos nervos periféricos; os neurônios –
conduzem os sinais pelo sistema nervoso; são cerca de 100 bilhões dessas
células em todo o sistema nervoso central; e as células de isolamento – evitam
que os sinais sejam dispersados entre os neurônios e suas estruturas
intercelulares mantendo os neurônios em suas posições; quando arranjadas
em conjunto são chamadas de neuróglia e quando no sistema nervoso
periférico são chamadas de células de Shwann. (Guyton,1989).
3.6 – Neurônios
Segundo Damasio (1994) em um característico neurônio do encéfalo
ou da medula espinhal destaca-se os seguintes componentes:
1. Corpo celular – região de onde se diferenciam todas as outras partes do
neurônio; é responsável pela maior parte da nutrição e é indispensável para
a manutenção da vida de todo neurônio.
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2. Dendritos – têm origem no corpo celular; são prolongamentos múltiplos e
ramificados; compõem as partes receptoras do neurônio, ou seja, a maioria
dos sinais transmitidos ao neurônio chega a ele através dos dendritos,
podendo também, chegar diretamente pela superfície do corpo celular.
3. Axônio – chamada de fibra nervosa, cada neurônio possui um axônio; seu
comprimento pode ser de milímetros, como os dos neurônio do cérebro, ou
pode atingir até um metro, como os dos neurônios que partem da medula
que inervam os pés.
4. Terminais Axônicos e Sinapses – os axônios ramificam-se extensamente em
sua extremidade final, e na extremidade das ramificações existe uma
terminação neural especializada, chamada de botão sináptico, sendo este
situado sobre a superfície da membrana de um dendrito ou do corpo celular
de outro neurônio e o ponto de contato entre as duas estruturas é a sinapse
e é através dela que os sinais são transmitidos de um neurônio para outro.
Quando estimulado, o botão sináptico libera uma pequena quantidade de um
hormônio, chamado de substância transmissora quês estimula este
neurônio.
3.7 – Neuroglia
Também chamadas de células da glia, são células de sustentação, se
assemelham aos fibroblastos do tecido conjuntivo, pois formam fibras que
mantém a unidade do tecido. Outras desempenham a mesma função das
células se Schwann nos nervos periféricos, elas envolvem bainha de mielina
em torno das fibras mais calibrosas formando fibras nervosas mielínicas,
capazes de transmitir simais na velocidade de até 100 metros por segundo,
comuns aos nervos periféricos. Já as fibras nervosas de menor diâmetro não
possuem bainha de mielina e são chamadas de fibras amielínicas. (Damasio,
1994)
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3.8 – O encéfalo e suas divisões
O encéfalo é a parte do sistema nervoso que fica localizada na caixa
craniana. O encéfalo em geral dividido em seis partes:
1. O cérebro;
2. O diencéfalo;
3. O mesencéfalo;
4. O cerebelo;
5. A ponte (protuberância);
6. O bulbo raquidiano (bulbo)
Nos anexos 2 e 3 apresentam- se a face lateral esquerda do encéfalo,
suas principais divisões: lobo frontal, lobo parental, lobo occipital e lobo
temporal; cerebelo, bulbo raquidiano, protuberância; sulco central; fissura de
Sylvius; e medula espinhal. E no inferior do encéfalo: lobo frontal, temporal,
parietal e occipital; hipotálamo, mesencéfalo, substância perfurada posterior,
protuberância, bulbo, cerebelo, feixe e bulbo olfativo, nervo óptico, quiasma
óptico, nervos cranianos, medula espinhal. (Guyton,1989).
3.8.1 Integração das regiões encefálicas
A regulação do comportamento emocional, durante muito tempo,
acreditava-se que este fenômeno seria dependente do cérebro, no entanto ao
final da primeira metade do século XX o pesquisador Hess demonstrou a
existência de centros reguladores do comportamento. Este trabalho foi
desenvolvido através da implantação de eletrodos de diferentes regiões do
hipotálamo do gato, e observou variadas manifestações comportamentais
quando estas áreas eram estimuladas eletricamente, segundo Relvas (2008).
Estes territórios serão descritos a seguir como: Tronco encefálico, Hipotálamo,
Tálamo, Área pré-frontal, ainda Sistema Límbico e por fim Conexões do
Sistema Límbico. (Anexo 4)
26
Relvas (2008) assegura em sua obra, que a ativação desta estrutura
por impulsos nervosos ocorre nos estados emocionais, o que resulta nas mais
diversas manifestações emotivas tais como o choro, a sudorese, o aumento do
ritmo cardíaco, a salivação entre outras. Deste modo, temos o troco encefálico
como o principal efetuador à integração e coordenação dos fenômenos
emocionais. Em um próximo momento percebe-se o Hipotálamo
desempenhando um papel importante nos fenômenos vinculados à emoção
sob o aspecto comportamental, inerentes a atitudes como raiva, ataque, defesa
e agressividade. A remoção do córtex de um animal observa-se neste, crises
de raiva espontânea ou após estímulos que no individuo normal não causam
nenhuma alteração no comportamento. É válido argumentar que não se
evidencia que aspectos subjetivos de emoção se passam no hipotálamo, isto
se deve basicamente ao córtex, no entanto o hipotálamo seria o coordenador
das principais manifestações periféricas da emoção.
O próximo ponto a ser tratado é o Tálamo, esta região que está
correlacionada com alterações de reatividade emocional sendo sua importância
regida por suas conexões ao córtex da área pré-frontal e ao hipotálamo e ainda
ao corpo mamilar e ao córtex do giro do Cíngulo, integrando aos circuitos do
sistema límbico segundo Relvas (2008).
A área pré-frontal corresponde à parte não motora do lobo frontal,
ocupando a porção anterior deste lobo. Sua estrutura é constituída do
neocórtex no que difere das áreas corticais integrantes do sistema límbico.
Esta região exerce conexões importantes com o tálamo através de fibras, o que
demonstra uma relação entre as áreas. A remoção desta estrutura está
associada a reações de descontentamento quanto a ocorrência de frustração, e
também certas deficiência psíquica. Esta cirurgia proporciona uma melhoro nos
sintomas de ansiedade e depressão, ou seja, esta região relaciona-se com
circunstâncias que normalmente determinam alegria ou tristeza. No entanto a
este procedimento observa-se uma conseqüência indesejável, deficiência
intelectual grave.
27
Para Relvas (2008) o Sistema Límbico já se encontra em torno desse
cérebro de réptil primitivo, no entanto nos mamíferos o comportamento difere-
se dos primeiros não só na quantidade de comportamentos possíveis, mas
também na qualidade dos mesmos, surgindo nesse grupo de animais à
emoção.
Nos mamíferos atuais tais como primatas, golfinhos e seres humanos
percebem-se a presença do cérebro superior, o que corresponde a maior parte
dos hemisférios cerebrais, estes que são formados por um tipo de córtex,
recentemente denominado neocórtex, e por alguns grupos neuronais
subcorticais, afirma Relvas (2008). Outras regiões compõem o cérebro primitivo
como, por exemplo, o Hipocampo sendo esta responsável pelos fenômenos da
memória de longa duração. Quando esta região sofre algum tipo de lesão não
se observa registros de experiências vividas. O Tálamo constitui parte do
cérebro e tem como função a reatividade emocional do homem e dos animais,
estando conectado com as estruturas corticais da área pré-frontal e com o
hipotálamo e, por meio da via fórnix, com o hipocampo e com o giro cingulado.
Já o Hipotálamo localizado no Sistema Límbico fornece o controle do
comportamento emocional e sensações inerentes ao corpo, tais como a
temperatura e a vontade de beber e comer denominadas funções
neurovegetativas internas do encéfalo.
Por fim observam-se as Conexões do sistema límbico, estas que por
sua vez, são extremamente complexas, no entanto cabe referir inicialmente a
existência de circuito fechado (Circuito de Papez), este reúne as estruturas
límbicas respectivamente, tomando como base o caminho dos impulsos
nervosos: giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo, fórnix, corpo
mamilar, fascículo mamilatomico, nucleos anteriores do Tálamo, cápsula
interna e giro do cíngulo novamente. Este sistema desempenha importante
função na recepção de informações sensoriais, somáticas e viscerais. Neste
momento a principal região a ser apresentada trata-se do Hipocampo por se
tratar de uma formação bastante desenvolvida no homem, como também está
28
associada à regulação do comportamento emocional e sua participação no
fenômeno da memória, como explicitado por Relvas (2008).
3.9 – Plano funcional do sistema nervoso
Sistema sensorial - este transmite informações sensoriais de toda a
superfície e das estruturas profundas do corpo para o sistema nervoso por
meio dos nervos espinhais e cranianos e são conduzidas para todos os níveis
da medula espinhal; e para o tronco cerebral, formado pelo bulbo, pela
protuberância e pelo mesencéfalo; para as regiões mais altas do cérebro,
inclusive o tálamo e o córtex cerebral. Logo, os sinais são transmitidos a todas
as outras regiões do sistema nervoso, por vias secundarias, onde ocorre a
análise e o processamento da informação sensorial.
Sistema motor - a mais importante função do sistema nervoso é a de
controlar as atividades do corpo e é conseguido pelo controle da contração
dos músculos esqueléticos em todo o corpo; contração dos músculos lisos nos
órgãos internos e; secreção das glândulas exócrinas e endógenas em várias
regiões do corpo. Assim em conjunto, essas atividades formam as funções
motoras do sistema nervoso, diretamente relacionada com a transmissão de
sinais para os músculos e para as glândulas.
Os sinais podem ter origem na área motora do córtex cerebral, nas
regiões basais do encéfalo, ou na medula espinhal; assim são transmitidos por
nervos motores para todo músculo. A medula espinhal e as regiões basais do
encéfalo são encarregadas das respostas automáticas do corpo aos estímulos
sensoriais, enquanto as regiões mais elevadas desempenham a execução de
movimentos deliberados, controlados pelos processos do pensamento.
Sistema integrador – compreende- se no processamento de
informações para determinar a ação correta e apropriada para o corpo ou para
permitir o pensamento abstrato. Algumas dessas áreas estão diretamente
29
relacionadas com a memória, ou seja, com o armazenamento de informações,
enquanto outras avaliam informações sensoriais; é nessas regiões que a
respostas apropriadas à informação sensorial que chega é determinada, os
sinais são transmitidos para os centros motores, para causar o movimento do
corpo.
3.10 – Transmissão de sinais neurais de neurônio a
neurônio
“Neurotransmissores são substâncias liberadas por um neurônio, considerado por um neurônio pré-sináptico, em resposta a um estímulo. Esses neurotransmissores são jogados no espaço sináptico, e se unem a um neuroreceptor específico no neurônio seguinte, chamado então, neurônio pos-sináptico (...). A neurotransmissão, então, implica na necessidade de síntese do transmissor, de armazenamento, e de liberação. Os transmissores terão então que atuar em neuroreceptores específicos da membrana pós-sináptica e ser removidos rapidamente da fenda sináptica por metabolização, difusão ou recaptação. O efeito do estímulo do neuroreceptor é então observado na alteração da membrana da célula pós-sináptica e nos eventos que disso decorrem”. (RELVAS, 2008).
3.10.1 Função da sinapse
Sinapse é a junção de dois neurônios, permitindo que a transmissão de
sinais de um neurônio para outro, com a capacidade de transmitir alguns sinais
e refugar outros, o que torna a sinapse elemento de suma valia pra o sistema
nervoso, na seleção da conduta a ser seguida. A transmissão de sinais dos
botões sinápticos para os dendritos ou para o soma do neurônio acontece de
modo semelhante ao que ocorre com as placas motoras. Contudo, com uma
diferença fundamental se dá pela secreção de uma substância transmissora
excitatória e outros secretam uma substância transmissora inibitório, enquanto
na placa motora, as terminações nervosas secretam acetilcolina que excitam
as fibras musculares. (Guyton, 2002).
30
Excitação neuronal – o “transmissor excitatório” e o receptor. Em uma
estrutura de sinapse típica, com o botão sináptico adjacente à membrana do
soma de um neurônio, essa terminação contém numerosas vesículas
pequenas, cujo em seu interior estão as substâncias transmissoras; assim que
um impulso nervoso atinge o botão sináptico, alterações momentâneas na
estrutura da membrana do botão permitem a liberação do conteúdo dessas
vesículas na fenda sináptica, pequeno espaço entre o botão e a membrana do
neurônio. (Alberts, 1997)
As substâncias transmissoras atuam sobre um receptor na
membrana para causar a excitação do neurônio quando o transmissor é
excitatório ou inibitório
3.10.2 Natureza química do transmissor excitatório
Diversos tipos de transmissores excitatórios são secretados em
diversas regiões do sistema nervoso. Esses transmissores possuem
características funcionais variáveis, produzindo estimulação prolongada dos
neurônios, ou produzem estimulação muito rápida e fugaz.(Relvas, 2008)
Segundo Alberts (1997), um dos transmissores excitatórios do sistema
nervoso central é a acetilcolina. Entretanto, uma listagem mais completa dos
transmissores mais comuns inclui:
1. Acetilcolina: a mais importante do grupo das colinas, pois controla a
atividade de áreas cerebrais relacionadas a atenção aprendizagem e
memória.
2. Norepinefrina: atua no humor e na excitação física como mediadora dos
batimentos cardíacos, pressão arterial e na taxa de conversão de glicose
em energia para o corpo.
31
3. Ácido glutâmico: principal neurotransmissor de excitação, base da
aprendizagem e memória a longo prazo.
4. Substância P, Encefalinas e Endorfinas, Epinefrina: toas medidoras de
excitação.
3.10.3 Inibição na sinapse
Ainda por Albert (1997), alguns botões sinápticos secretam um
transmissor inibitório em lugar de um transmissor excitatório. Esse transmissor
deprime o neurônio ao invés de excitá-lo; a estimulação do botão sináptico
inibitório pode fazer com que cesse completamente toda atividade desse
neurônio. Sendo os mais comuns:
1. Ácido gama-aminobutírico (GABA), Glicina: aminoácidos de inibição.
2. Dopamina: controla os níveis de estimulação e controle motor em várias
partes do cérebro.
3. Serotonina: tem efeito no humor, na ansiedade e na agressividade.
O transmissor inibitório aumenta a permeabilidade da membrana aos
íons potássio, e como a concentração desses íons é 35 vezes maior no interior
do que no exterior, cria uma falta de íons positivos no interior da célula, devido
a saída destes para fora da célula. Desta forma a negatividade aumenta no
interior do neurônio. (Guyton, 2002)
Todas essas substancias tanto as excitatórias quanto as inibidoras tem
importância significativa para o mecanismo organizacional as funções ditas
superiores como a atenção, aprendizagem, pensamento, concentração,
memória e fala. (Guyton, 2002)
32
CAPÍTULO IV
A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
A TEORIA
A Teoria das Inteligências Múltiplas, baseada na definição de
inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que
sejam significativos em um ou mais ambientes culturais, desenvolvida por
Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, insatisfeito com a
idéia de QI (quoefíciente de inteligência) e com as visões unitárias de
inteligência. Desta forma, abandona- se a idéia de inteligência como uma
capacidade inata, geral e única. Gardner expandiu o conceito de inteligência
para também incluir áreas como música, relações espaciais e conhecimento
interpessoal em adição às tradicionais habilidades matemática e lingüística.
Na pesquisa, Howard Gardner enfocou também:
a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e
crianças superdotadas;
b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a
intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades,
sem que outras habilidades sejam sequer atingidas;
c) populações ditas excepcionais, nas quais uns podem dispor de
apenas uma competência e outros apresentam ausências nas habilidades
intelectuais;
d) o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.
Embora, Gardner considera que esse projeto ainda está na fase inicial,
os estudos sobre as inteligências múltiplas trouxeram grandes avanços para
área educacional. Ainda assim, indiscutivelmente, a teoria das Inteligências
33
Múltiplas alcançou grande popularidade. Ao ser perguntado sobre a razão
deste sucesso, Howard Gardner, em entrevista publicada pela Revista Pátio,
afirmou que:
“A teoria das IM (inteligências múltiplas) tornou-se popular em muitos países porque proporciona apoio para um fato que a maioria dos professores (e a maioria dos pais) sabe: as crianças têm mentes muito diferentes umas das outras, elas possuem forças e fraquezas diferentes, é um erro pensar que existe uma única inteligência, em termos da qual todas as crianças podem ser comparadas”.
As inteligências identificadas por Gardner foram: lingüística, lógico-
matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal, intrapessoal e
naturalista.
Ressalva-se, que tais inteligências são “relativamente independentes,
têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos
específicos e dispõem de processos cognitivos próprios.” (LOBO,2001)
Neste caso, não há uma competência intelectual mais importante do
que outra e todos têm a capacidade de desenvolver todas as inteligências, a
menos que o indivíduo sofra por alguma anomalia.
4.1 – As inteligências múltiplas
Inicialmente, Howard Gardner reuniu sete inteligências: lingüística,
lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Mais uma inteligência foi descoberta recentemente: a naturalista.
Gardner afirma que os seres humanos dispõem de graus variados de
cada uma das inteligências e que há maneiras diferentes de elas se
organizarem e se combinarem. Cada ser humano utiliza essas capacidades
34
intelectuais para resolver um determinado problema e criar produtos. As
inteligências múltiplas são, até certo ponto, independentes uma das outras,
porém, em raros casos, funcionam isoladamente.
4.1.1 Inteligência lingüística:
Em um de seus livros, Gardner diz que “o dom da linguagem é
universal, e seu desenvolvimento nas crianças é surpreendentemente
constante em todas as culturas” (GARDNER, 1995) e é a inteligência lingüística
que inclui a habilidade de manipular efetivamente a linguagem para expressar-
se, convencer, agradar, estimular e/ou transmitir idéias. Ela também permite
alguém usar a linguagem como um meio para lembrar informações. É essa
inteligência que está presente nos poetas, escritores e oradores.
Gardner afirma que os seres humanos dispõem de graus variados de
cada uma das inteligências e que há maneiras diferentes de elas se
organizarem e se combinarem. Cada ser humano utiliza essas capacidades
intelectuais para resolver um determinado problema e criar produtos.
4.1.2 Inteligência musical
É comum que essa inteligência não seja considerada uma capacidade
intelectual, como a lingüística. Porém, várias são as evidências que
comprovam ser esta uma faculdade universal. Esta inteligência manifesta-se
como uma aptidão para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Há,
nesse caso, uma sensibilidade para sons não-verbais, incluindo melodias e
tons.
4.1.3 Inteligência lógico-matemática
O psicólogo Howard Gardner aponta duas características fundamentais
35
desta inteligência: o processo de resolução dos problemas normalmente é
extremamente rápido e a solução do problema pode ser construída antes de
ser articulada, por isso a natureza não-verbal da inteligência lógico-matemático.
Profissionais como cientistas, advogados e matemáticos apresentam,
geralmente, a habilidade de raciocínio lógico e dedutivo. Com o
desenvolvimento desta inteligência, o indivíduo resolve problemas usando
habilidades racionais. A inteligência lógico-matemática e a inteligência
lingüística constituíam a base para os testes de QI.
4.1.4 Inteligência corporal- cinestésica
“(...) a capacidade de usar o próprio corpo para expressar uma emoção (como na dança), jogar um jogo (como num esporte) ou criar um novo produto (como no planejamento de uma invenção) é uma evidência dos aspectos cognitivos do uso do corpo” (GARDNER, 1995).
Assim, é definida a inteligência presente, principalmente, em jogadores
de futebol, atletas, atores.
A inteligência corporal- cinestésica não se expressa por palavras e não é
inconsciente, pois o corpo age liderado pelo cérebro para tomar decisões.
4.1.5 Inteligência espacial
Esta inteligência é considerada “irmã” da inteligência corporal-
cinestésica é o desenvolvimento dela permite ao indivíduo perceber o mundo
visual, criar imagens mentais e perceber a relação entre objetos e espaço. Tal
inteligência também está presente em crianças cegas. Na navegação, no jogo
de xadrez, nas artes visuais, no entendimento de mapas, a inteligência espacial
faz-se extremamente necessária.
4.1.6 Inteligência interpessoal
36
O desenvolvimento desta inteligência permite que o adulto seja
sensível aos sentimentos e humores dos outros, podendo entender e interagir
efetivamente com os outros. Tal inteligência pode ser utilizada para persuadir
tanto para coisas boas como para as ruins.
A inteligência interpessoal aparece fortemente em líderes religiosos ou
políticos, professores, terapêutas, pais, vendedores, profissionais de marketing.
Vale ressaltar que a inteligência interpessoal não depende da linguagem.
4.1.7 Inteligência intrapessoal
A definição dada por Howard Gardner sobre a inteligência intrapessoal
é:
“O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao sentimento da própria vida, à gama das próprias emoções, à capacidade de discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio comportamento”(GARDNER, 1995).
Para que essa in/teligência possa ser observada, é necessária a
interação das inteligências, isto é, ela se expressa por meio da música, da
linguagem ou de alguma forma mais expressiva de inteligência. A inteligência
interpessoal e inteligência intrapessoal são consideradas irmãs por
representarem “as tentativas de resolver problemas significativos para o
indivíduo e espécie”. (GARDNER, 1995).
4.1.8 Inteligência naturalista
A mais recente inteligência descoberta por Howard Gardner
caracteriza-se por ser a capacidade de reconhecer os objetos da natureza.
Esta inteligência está presente em botânicos e pessoas que trabalham no
campo. Segundo Gardner, a inteligência naturalista é “vital para as sociedades
37
que ainda hoje dependem exclusivamente da natureza, como os índios”.
(Revista Nova Escola, p 43).
4.2 – O desenvolvimento das inteligências
Os indivíduos possuem como parte da bagagem genética, habilidades
básicas de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências.
Porém, o desenvolvimento de cada inteligência é determinado por fatores
genéticos, neurobiológicos e condições ambientais. Assim como o
entendimento do termo inteligência, habilidade para resolver problemas ou criar
produtos, é fundamental na Teoria das Inteligências Múltiplas a noção de
cultura também é significativa. Howard Gardner sugere que alguns talentos só
se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente, isto é, cada sociedade
valoriza determinados talentos que devem ser dominados por uma quantidade
de indivíduos e passados de geração a geração. O desenvolvimento das
inteligências possui desde os estágios mais básicos até os estágios mais
sofisticados. É óbvio que estes últimos dependem de maior trabalho e/ou
aprendizado.
O primeiro estágio de desenvolvimento das inteligências é chamado
por Howard Gardner de padrão cru. Nesta fase, os bebês começam a perceber
o mundo ao redor. É o aparecimento da competência simbólica. Na segunda
fase ou estágio, que ocorre por volta dos dois aos cinco anos de idade, as
inteligências se revelam através dos sistemas simbólicos. No terceiro estágio, a
criança desenvolve as habilidades mais valorizadas na cultura. No último
estágio, que ocorre na adolescência e na idade adulta, as inteligências se
revelam através de ocupações vocacionais ou não- vocacionais. Nesta fase,
um campo específico é focalizado. Com o objetivo desta pesquisa é mostrar a
utilização da Teoria das Inteligências Múltiplas no campo profissional aqui é
preciso perceber aquilo que os alunos gostam de fazer de acordo com as
inteligências predominantes. Os professores têm fundamental importância no
38
desenvolvimento das inteligências, por isso, eles precisam saber o que podem
fazer para ajudar os alunos.
4.3 – Inteligências Múltiplas e Neuropsicologia
De acordo com os relatos da neuroanatômia e neurofisiologia descritas
neste trabalho, uma das fontes para a escolha das inteligências propostas foi o
estudo de como tais capacidades falham sob condições de lesão cerebral. Isto
pressupõe que cada inteligência possui uma localização cerebral. Assim sendo,
uma lesão que incapacitaria determinada inteligência, deixaria as demais
intactas. A tabela em anexo 5, apresenta um resumo da representação cortical
de todas as inteligências.
A tabela, explica que diversas inteligências são regidas pela mesma
área do córtex cerebral. A região têmporo-paríeto-ocipital é responsável ao
mesmo tempo pelas inteligências lógico-matemática, lingüística e espacial. As
inteligências pessoais também são comandadas por uma única área: os lobos
frontais.
Isto invalida a independência das inteligências que Gardner propõe.
Imaginemos uma lesão na região têmporo-paríeto-ocipital. Ela acabaria por
afetar três inteligências ao mesmo tempo e não apenas uma. Além disso, neste
caso, os desenvolvimentos das inteligências lógico-matemática, lingüística e
espacial não aconteceriam separadamente, mas seriam dependentes entre si.
Luria, em 1981, desenvolve uma explicação destas áreas como sendo
integradoras e essencialmente espaciais. Assim, tanto a matemática quanto a
gramática seriam trabalhadas pelo cérebro de uma forma espacial. Uma
deficiência espacial tornaria incapazes tarefas de relacionar "espacialmente" os
números entre si e construir uma frase trabalhando as relações "espaciais"
entre as palavras.
39
Não se trata das inteligências lógico-matemática e lingüística serem
englobadas pela inteligência espacial, mas da aceitação de uma dependência e
de uma relação íntima entre determinadas inteligências.
O mesmo ocorre com as inteligências pessoais. É possível perceber
que em várias características tais capacidades equivalem-se. Afinal, uma
mesma área cerebral é responsável pelas duas. Todo psicoterapeuta conhece
e chega mesmo a ser lugar-comum o fato de que só podemos conhecer bem o
outro se conhecermos bem a nós mesmos primeiro. Sendo assim uma
inteligência interpessoal desenvolvida necessita de uma inteligência
intrapessoal também bem trabalhada, o que sugere não existir uma
independência entre as inteligências.
40
CAPÍTULO V
AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E O ÂMBITO SÓCIO-
PROFISSIONAL
Inteligências múltiplas e sua interação com o mercado
de trabalho
Visto que as a demanda de profissionais diplomados que saem do
sistema de ensino superior tradicional não acompanharam o ritmo das
mudanças no mercado e que a qualidade da equipe passou a ser fator
fundamental na competitividade das organizações, muitas grandes empresas,
começaram a transformar seus antigos setores de treinamento e
desenvolvimento (T&D) em estruturas mais audaciosas, como no caso dos
EUA na década de 80 – que utilizou o exemplo da pioneira GE, o Crotonville
Management Development Institute, fundada já em 1955, culminando com as
chamadas “Universidades Corporativas (UC)”. Atualmente existem mais de
3000 delas nos EUA e mais de 5000 no mundo e cerca de 200 no Brasil. (Silva
Junior, 2001).
Mesmo as organizações não tanto audaciosas, na sua maioria,
remodelaram seus setores de treinamento e desenvolvimento, deixando a
situação passiva de simplesmente escolher entre ofertas de Universidades
tradicionais e de empresas de treinamento, para definir efetivamente o que
querem e precisam oferecer a seu pessoal, de que maneira desejam que seja
dado e como irão avaliar o retorno que obterão do investimento em treinamento
e desenvolvimento. (SEBRAE, 2008).
41
A atividade de capacitação passa a ser um “centro de resultados”,
deixando o papel de “centro de custo”, tal como os antigos setores de
treinamento e desenvolvimento, não somente estratégicos para melhor
desempenho dos treinados, mas também financeiros, já que seus serviços
podem ser vendidos interna e externamente à empresa. (SEBRAE, 2008).
Os novos setores de treinamento e desenvolvimento organizam ações
especificamente destinadas a preparar colaboradores exatamente nas
competências necessárias a alguma função estratégica (ou operacional) da
empresa, já previamente tendo planejado os meios de avaliar o retorno que tal
ação dará à empresa. Esse processo acompanha a evolução de cada
colaborador da empresa e oferecendo periodicamente treinamentos, presencial
ou à distância, para garantir a evolução de sua carreira no grupo. Isso deve
garantir à empresa a competitividade no sentido de Peter Senge: “será mais
competitiva a empresa que aprender mais rápido que seus concorrentes”.
(SEBRAE, 2008).
Assim muitas empresas passaram a recrutar pessoal sem levar em
consideração suas atividades passadas, mas procurando avaliar seu potencial
futuro. É comum, hoje em dia, encontrar solicitações de pessoal com frases do
tipo: “tudo o que você precisar saber para trabalhar conosco será ensinado na
própria empresa – o que nos interessa é seu potencial de contribuir com nosso
sucesso!” Neste potencial, é importante o perfil de Inteligência Múltipla do
candidato. (Horta & Luz, 2003)
Há muitos anos que a Microsoft recruta desta forma e muitas outras
empresas de ponta estão aderindo a este tipo de recrutamento. Muitas exigem
nível superior, mas não interessa em que especialidade. Algumas até preferem
doutores, tal como a Google, uma das mais inovadoras empresas da
atualidade, cujo IPO (Initial Public Offering – abertura de capital na bolsa de
valores), mesmo após o estouro da “bolha da Internet”, foi um grande sucesso
42
na NASDAQ. Ela coloca nas suas solicitações de candidatos “Ph.D. é
valorizado”. (Horta & Luz, 2003)
Acompanhando as evoluções da Psicologia sobre o comportamento
humano, as empresas mudaram muito os critérios para seleção dos
profissionais que preencherão as suas vagas.
Ainda existem instituições que avaliam a capacidade de um indivíduo
pelo nível do seu Q.I., aplicando testes que supostamente mediam a
inteligência de um determinado indivíduo, mas hoje, o pensamento das
organizações vem mudando bastante. Muitas enxergam claramente, que um
indivíduo pode não ter um determinado tipo de inteligência bem desenvolvida,
mas pode ser um gênio em outra. (Gardner,1995)
Em conceito aos diferentes dos tipos de inteligência, as empresas
estão mudando a atitude, deixando de lado os testes de Q.I. e dando mais
importância a capacidade de relação de cada candidato, valorizando desta
forma as inteligências Intrapessoais e Interpessoais, ou seja, de nada adianta
um determinado profissional possuir uma alta capacidade intelectual, porém
atualmente o que está sendo mais valorizado na hora da seleção é aquele que
sabe lidar com as emoções, relacionando-se bem e suportando as pressões
constantes de uma rotina de trabalho. Com um mercado cada vez mais
competitivo e globalizado, essa foi uma das maneiras encontradas para
construir um diferencial, pois quando se tem um atendimento e uma
competência de relacionamento, começamos a ver o diferencial entre as
empresas. (Horta & Luz, 2003)
Geralmente, o sistema de ensino mais claro é voltado para as áreas
Lógico-Matemática e Lingüística.
Os sinais podem ter origem na área motora do córtex cerebral, nas
regiões basais do encéfalo, ou na medula espinhal; assim são transmitidos por
43
nervos motores para todo músculo. A medula espinhal e as regiões basais do
encéfalo são encarregadas das respostas automáticas do corpo aos estímulos
sensoriais, enquanto as regiões mais elevadas desempenham a execução de
movimentos deliberados, controlados pelos processos do pensamento. (Weber,
1996)
“Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, podemos e devemos utilizar outras áreas de nosso cérebro para desenvolvimento pessoal e, conseqüentemente, para o profissional. Assim, poderemos utilizar outras inteligências para resolver problemas que a nossa competência técnica não resolveria. Enfim, acredito que os estudos das inteligências podem gerar profissionais muito mais capacitados para o mercado exigente em que vivemos” (Weber, 1996).
A capacitação é a principal responsável pela evolução do intangível
(valor não palpável). Numa época em que o este valor em uma empresa,
representada por pessoas, talentos, conhecimento, informação, participação de
mercado, marcas, patentes, cultura organizacional, clima, liderança, processos,
organização, etc., é muito maior do que o do “ativo tangível” (valor real,
concreto), que é o que aparece na contabilidade (matéria-prima, equipamentos,
capital). Segundo dados recente do Instituto MVC, na proporção de 6 para 1 no
Brasil e muito maior para empresas do conhecimento, tais como a Microsoft
(100 para 1!), Alguns autores chamam o conjunto dos intangíveis de “capital
intelectual” da empresa, outros de “inteligência competitiva”, e existe um
enorme interesse em como gerir essa parte mais valiosa da empresa. O uso
aqui da palavra “inteligência” não tem nada a ver com seu significado no
sentido de Gardner nas Inteligencias Multiplas. (Jornal O Dia , 2004).
Muitos chamam gestão do capital intelectual de “gestão do
conhecimento” na empresa, que é uma atividade ainda pouco estabilizada e
em rápida evolução, mas de enorme interesse na atualidade (Gomes E Braga,
2002).
44
A gestão da carreira de cada colaborador, levando em consideração
utilizar da melhor maneira possível seu mix de inteligências, e compensando as
eventuais deficiências, levarão ao seu melhor desenvolvimento e satisfação,
culminando na indispensável motivação para permanecer na empresa. Assim,
cada vez mais, as empresas deverão utilizar Inteligência Múltipla na sua
estratégia de pessoal, que, enfim, é o que vai garantir sua perenidade da
organização. (Época, 2003)
No contorno, a organização deverá desenvolver nos colaboradores o
“pensamento produtivo”, que é aquele dirigido a encontrar novas soluções para
as questões cada vez mais diferentes encontradas no dia a dia. O ensino
tradicional acostuma as pessoas ao “pensamento reprodutivo”, que é aquele
que procura, a cada problema encontrado, aplicar algum conhecimento prévio
para resolvê-lo. Isto tolhe a criatividade e a inovação, dificultando a evolução
competitiva da empresa. (Silva Junior, 2001).
Estudos mostram que a principal característica do pensamento
produtivo é a diversidade de pontos de vista aplicada ao problema em tela. É a
postura de perguntar: “de quantas diferentes maneiras posso ver o problema?”,
“como posso repensar à maneira de vê-lo?”, “de quantas maneiras diferentes
posso resolvê-lo?”, e não “o que alguém já me ensinou que posso aplicar para
resolvê-lo?”. (Silva Junior, 2001).
Para isso é de grande valor usar equipes constituídas de pessoas com
perfis diversos de Inteligência múltipla, pois cada um verá o problema pela sua
ótica e, no conjunto, poderão encontrar respostas muito originais, inovadoras,
que garantam a competitividade continuada da empresa. (Silva Junior, 2001).
O método MITA (Ellen Weber, Ph.D.- 1996), por exemplo, consiste de
cinco fases:
45
• A primeira consiste em, perante um problema, questão, ou tema de
interesse, definir “questões a perguntar” – não uma só, mas várias, de
acordo com o perfil de I.M. de cada participante.
• Em seguida, para cada visão, “identificar objetivos”;
• Depois, “estabelecer critérios de avaliação”;
• Aí “explicitar uma tarefa a cumprir”;
• E, finalmente, “refletir para avaliar o resultado”.
Com uma equipe de boa diversidade, essa fase final, feita em conjunto,
poderá levar a soluções muito criativas (Weber – 1996).
46
CONCLUSÃO
O presente estudo tratou de relacionar os fatores neuronais com a face
do conhecimento, aqui chamado de Inteligência. Observa-se que quanto mais
familiarizado com os tecidos nervosos melhor o indivíduo consegue construir
um preparo para o conhecimento que lhe for proposto e assim entender em
que bases concretas se organizam os fatores funcionais da aprendizagem.
Em outro aspecto, analisa-se a necessidade de aferir o grau do
conhecimento adquirido, porém não mais como antigamente com o QI, sugue a
Teoria das Inteligências Múltiplas, baseada na definição de inteligência como a
habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos
em um ou mais ambientes culturais. Dessa forma, com um novo conceito
implantado, um novo ponto de vista foi gerado no que se trata de mercado de
trabalho.
Quais os profissionais têm melhor aceitação no mercado de trabalho?
Que tipo de profissionais as instituições formam? E qual deles o indivíduo quer
ser? Todo mundo concorda que os homens trabalham para satisfazer as
necessidades financeiras, até quando?
Outros fatores, como a postura comportamental vem sendo
evidenciada, criando novas relações de convivência e de trabalho, exigindo ao
indivíduo novas habilidades e competências para a interação ao grupo. Este
perfil do profissional foi exigido pelas empresas que observaram o
comprometimento da produtividade do trabalhador, causando prejuízos quando
há falta de habilidade do indivíduo em conviver em grupo, estabelecer relações
de reciprocidade, empatia, liderança positiva entre outras características tão
47
necessárias para o restabelecimento do bom nível das relações interpessoais e
assertividades.
O trabalho aqui apresentado não compreende em desenvolver uma
teoria completa e abrangente, pois os relatos são um tanto recentes e
necessitam de uma pesquisa aprofundada, também, não caberá a este,
abranger todo o campo de conhecimento do tema que se origina de
fundamentos biológicos, psicológicos e sociológicos. Todo o curso do trabalho
foi no sentido de identificar alguma característica que alegue ou não a
influência das inteligências múltiplas para o sucesso no setor profissional.
De acordo com as experiências adquiridas através de relacionamentos
interpessoais ao longo da vida profissional, notou-se que grande parte dos
entrevistados possui mais de 3 tipos de inteligências;e quando desenvolvem
apenas 1 a 2 tipos de inteligência e na maioria das vezes elas representam
“inteligências especificas” da área de atuação. Geralmente as inteligências
mais desenvolvidas são aquelas especificas de sua área de atuação
profissional. Notou-se que os indivíduos que não apresentavam inteligência
lingüística, mostram dificuldade para se inserir não mercado de trabalho.
Quase uma unanimidade de indivíduos possui inteligência interpessoal; nem
todos possuem os dois tipos de inteligências interpessoais e intrapessoais,
simultaneamente, o que corrobora com os especialistas afirmando que as duas
inteligências atuam no indivíduo independentemente uma da outra.
Outro aspecto e que os indivíduos que apresentam a inteligência
intrapessoal estimulada destacam-se na sociedade, pois demonstram si mais
determinados, com espírito de liderança, etc. E finalmente do indivíduos com
menos de 3 inteligências apresentam inteligências específicas da área de
atuação e demonstraram uma boa interação ao mercado de trabalho.
Contudo, a maioria das organizações ainda exigem pré-requisitos
específicos para áreas de atuação, ou seja, o indivíduo “melhor sucedido” é
48
aquele mais especifico da área, concluindo que as inteligências múltiplas não
interferem para o sucesso profissional do indivíduo, nos dias de hoje. Porém,
vale ressaltar que a realidade de hoje esta mudando devido a grande demanda
de profissionais que são lançados no mercado de trabalho algum diferencial
deve ser criado.
Infelizmente, não caberá a geração atual desfrutar desse progresso,
hoje ficam apenas o desejo e a esperança paras gerações futuras de viverem
em um mundo melhor.
49
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Sistema nervoso central, figura.
Anexo 2 >> Sistema nervoso central e suas divisões. Figura.
Anexo 3 >> Sistema nervoso central e suas divisões. Plano Interno, figura
Anexo 4 >> Sistema nervoso central e suas divisões. Plano Funcional, figura.
Anexo 5 >> Tabela. Inteligência Múltipla.
.
50
ANEXO 1
Sistema nervoso central
Fonte: Fisiologia Médica - www.medicinaglobal.com.br
51
ANEXO 2
Sistema nervoso central e suas divisões
Fonte: Fisiologia Médica - www.medicinaglobal.com.br
52
ANEXO 3
Sistema nervoso central e suas divisões
Plano interno
Fonte: Fisiologia Médica - www.medicinaglobal.com.br
Córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro. A espessura do
córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito do córtex cerebral
são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo caloso.
Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é
responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo
temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida
com os sentidos corporal e espacial. o lobo occipital direciona a visão.
53
ANEXO 4
Sistema nervoso central e suas divisões
Plano funcional
Tronco Encefálico
Funções:
• Respiração • Ritmo dos batimentos
cardíacos • Pressão Arterial
Mesencéfalo
Funções:
• Visão • Audição • Movimento dos Olhos • Movimento do corpo
Fonte: Fisiologia Médica - www.medicinaglobal.com.br
Tálamo
Funções:
• Integração Sensorial
• Integração Motora
Fonte: Fisiologia Médica - www.medicinaglobal.com.br
54
Sistema Límbico
Funções:
• Comportamento Emocional
• Memória • Aprendizado • Emoções Vida
vegetativa (digestão,
circulação, excreção
etc.)
Fonte: Fisiologia Médica -
www.medicinaglobal.com.br
55
ANEXO 5
Tabela
Inteligência Área cortical responsável
Lógico-matemática Região têmporo-paríeto-ocipital
Lingüística Área de Wernicke, área de Broca, região têmporo-
paríeto-ocipital (hemisfério esquerdo)
Musical Lobo temporal (hemisfério direito)
Corporal-cinestésica Giro pós-central, córtex pré-motor
Espacial Região têmporo-paríeto-ocipital
Interpessoal Lobos frontais
Intrapessoal Lobos frontais
Tabela – Localização corticais das inteligências múltiplas propostas por
Gardner (1994)
56
BIBLIOGRAFIA
AIRES, M. M. & FAVARETTO, A. L. V. Fisiologia. 2 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1999.
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Médicas,1997.
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Petrópolis: Vozes, 1998.
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intellectual development. Englewood cliffs, N.J. Prentice Hall.
EY, HENRI. Tratado da psiquiatria. Toray Massom: Barcelona, 1978.
GAMA, Maria C. S. S. A Teoria das Inteligências Múltiplas ou a
Descoberta das Diferenças. Ensaio, Rio de Janeiro, jan./mar., Fundação
Cesgranrio, 1994.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Tradução
de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. 7 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1989.
GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
KOLB, Bryan; WHISHAW, Ian Q. Neurociência do Comportamento. Barueri:
Editora Manole Ltda, 2002.
57
LURIA, A. R. Curso de psicologia geral. Ed civilização brasileira, Rio de
Janeiro, 1979.
__________. Fundamentos da neuropsicologia. Ed. Universidade de São
Paulo, São Paulo,1981
RELVAS, Marta. Pires. Fundamentos Biológicos da Educação,
Despertando Inteligências e Afetividade no Processo de Aprendizagem. 3ª
Ed. WAK. Rio de Janeiro, 2008
RELVAS, Marta. Pires. Neurociências e o transtorno da aprendizagem. As
múltiplas Eficiências para uma Educação Inclusiva. 2ª Ed. WAK. Rio de
Janeiro, 2008.
SILVA JUNIOR, J. S. Novas faces da educação superior no Brasil: Reforma
no estado e mudança na produção. São Paulo, Ed Cortez, 2001.
58
REFERÊNCIAS
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Out/2003.
JORNAL O DIA. Painel de controle, Jan/2004.
____________. Fique ligado, Dez/2003.
LOBO, Michelle Paiva. Cultura, tecnologia e inteligências múltiplas: um
estudo histórico. Virtus-Revista Científica em Psicopedagogia, Tubarão,
v.1,n.1, p. 81-96, julho, 2001.
MEDICINA GLOBAL. Fisiologia Medica: www.medicinaglobal.com.br
SEBRAE. Treinamento e desenvolvimento: www.sebrae.gov, Jun/2008.
TERMERO, M. Escolha a carreira certa. IN: Revista Época nº276. Set/2003.
.
59
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Neurociência 11
1.1 - A neurociência e o estudo do cérebro 11
CAPÍTULO II
O cérebro 17
CAPÍTULO III
Neuroanatomia e neurofisiologia 19
3.1 - O Sistema Nervoso Central 21
3.2 - O Sistema Nervoso Periférico 21
3.3 – Sinapse 21
3.4 – Principais divisões anatômicas do sistema nervoso 22
3.5 – Tecido nervoso 23
3.6 – Neurônios 23
3.7 – Neuroglia 24
3.8 – O encéfalo e suas divisões 25
3.8.1 Integração das regiões encefálicas 25
3.9 – Plano funcional do sistema nervoso 28
3.10 – Transmissão de sinais neurais de neurônio a
neurônio 29
3.10.1 Função da sinapse 29
3.10.2 Natureza química do transmissor excitatório 30
3.10.3 Inibição na sinapse 31
60
CAPÍTULO IV
A teoria das Inteligências Múltiplas 32
4.1- As inteligências múltiplas 33
4.1.1 Inteligência lingüística: 34
4.1.2 Inteligência musical : 34
4.1.3 Inteligência lógico-matemática: 34
4.1.4 Inteligência corporal- cinestésica 35
4.1.5 Inteligência espacial 35
4.1.6 Inteligência interpessoal 35
4.1.7 Inteligência intrapessoal 36
4.1.8 Inteligência naturalista 36
4.2 – O desenvolvimento das inteligências 37
4.3 – Inteligências Múltiplas e Neuropsicologia 38
CAPÍTULO V
As inteligências múltiplas e o âmbito sócio-profissional 40
CONCLUSÃO 46
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA 56
REFERÊNCIAS 58
ÍNDICE 59
61
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia:
Influência das Inteligências Múltiplas em alunos que cursam o ensino
superior no instituto AVM quanto ao âmbito sócio-profissional
Autor: Vanessa Ribeiro Machado
Data da entrega:31 de Janeiro de 2009.
Avaliado por: Conceito: