UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 2011-03-19 · RESUMO O pedagogo é um ......
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Projeto A Vez do Mestre
O Pedagogo na Atualidade
Por: Gisele Vinhal Soares
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Orientador
Prof. Flávia Cavalcantti
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Projeto A Vez do Mestre
O Pedagogo na Atualidade
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
e supervisão Escolar.
Por: Gisele Vinhal Soares
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AGRADECIMENTOS
....Agradeço aos amigo, irmão, minha
orientadora Flávia Cavalcantti
4
DEDICATÓRIA
.....dedico meu pai Celso Theodoro, mãe
Vanete Vinhal (in memória), irmão
Luciano Alves e Tia Ana Maria por me
ajudar financeiramente para a conclusão
do curso.
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RESUMO
O pedagogo é um profissional capaz de atuar em diversos âmbitos
educativos e de responder às diversas demandas e exigências de uma
sociedade cada vez mais complexa. Para tanto, precisa estar preparado para
enfrentar, com criatividade e competência, os problemas do cotidiano, ser
flexível, tolerante e atento às questões decorrentes da diversidade cultural que
caracteriza nossa sociedade. Na educação formal, atua: como docente, na
Educação Infantil, nas séries iniciais do Ensino Fundamental e no Ensino
Médio para Cursos de Magistério, das redes públicas e privadas de ensino:
como gestor do Trabalho Pedagógico, na Administração Escolar, na
Coordenação Pedagógica, na Orientação Educacional, na Supervisão Escolar
da Educação Básica.
Na educação não formal, atua: na assessoria de recursos humanos, na
orientação profissional, na comunicação com fins didáticos e paradidáticos, na
orientação ao uso pedagógico das novas tecnologias de informação, na
assessoria pedagógica em serviços de difusão cultural (museus e teatros) e de
comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, editoras, rádios, agências
e publicidade), do Setor Privado - na coordenação de programas e projetos de
natureza educativa, nas áreas da saúde, meio ambiente, trânsito, promoção
social, lazer e recreação, do Setor Público e Terceiro Setor (ONGs).
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DO PEDAGOGO 09
CAPÍTULO II - AS FUNÇÕES DO PEDAGOGO 20
CAPÍTULOIII- AS MUDANÇAS E DESAFIOS DO PEDAGOGO 50
CAPÍTULO VI- ATUALIZAÇAÕ DO PEDAGOGO 56
CONCLUSÃO 61
ANEXOS 63
ÍNDICE 69
FOLHA DE AVALIAÇÃO 73
7
INTRODUÇÃO
Com o presente trabalho, pretendo enfocar e abordar, algumas
questões acerca da pedagogia e do pedagogo e suas funções.
Abordarei como o pedagogo pode ajudar na capacitação para um
melhor rendimento, propondo medidas para desenvolver e desempenhar,
como obtenção de funções relacionadas ao processo que envolve
professor/aluno, aluno/aluno, comunidade/família.
O pedagogo e sua historicidade e sua evolução nos tempos atuais,
classificando suas qualidade e funções no ambiente escolar e não escolar.
Na escola o papel do pedagogo é realizado por um conjunto de
profissionais que interagem para a formação do aluno. A equipe escolar deve
encontrar-se sempre em sintonia, todas as funções são importantes na busca
por um ensino eficiente capaz de alcançar os objetivos propostos pela
instituição. As ações dos pedagogos supervisores e orientadores são
imprescindíveis para que a escola possa realizar um bom trabalho consciente
da complexidade existente causada pelos diferentes pontos de vista sobre
trabalhar educação, fruto da formação e história de vida de cada indivíduo.
A função do pedagogo se faz necessária por proporcionar a interligação
entre os profissionais da escola. Ele é o elo para o trabalho em conjunto para
que a escola realize de fato o seu papel de proporcionar uma educação que
desperte a comunidade para o processo de emancipação da sociedade,
partindo da sua própria emancipação. É impossível que a escola ofereça uma
educação emancipadora sem que ela própria seja primeiramente liberta do
excesso de inovações.
Em algumas escolas nas redes Municipal e Estadual de Ensino onde
não se tem a presença do pedagogo, o professor desempenha as funções
desse profissional, tendo um acúmulo de funções que torna seu trabalho
exaustivo e atropela todo o processo de ensino-aprendizagem, dificultando a
qualidade do trabalho docente. Hoje temos profissionais qualificados no
mercado de trabalho, capazes de exercer a função de forma competente,
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elevando a qualidade do ensino. Dessa forma deve ser revisto o papel do
pedagogo e dado a real importância para que haja melhoria no processo
ensino-aprendizagem. Na elaboração deste trabalho a metodologia utilizada parte de pesquisa
bibliográfica centrada em autores que abordam o tema proposto, ou seja, a
atuação do profissional pedagogo em contextos diversificados, seguida de
pesquisa indicativa pelos resultados disponibilizados contrapondo a realidade
existente no mercado de trabalho para o profissional pedagogo frente aos
desafios em espaços diversificados. Constatou-se por meio de pesquisa
indicativa o índice de atuação do pedagogo em contextos escolares e não
escolares, identificando se o mercado de trabalho oferece empregabilidade
para este profissional em espaços diversificados como em Empresas, Escolas,
Hospitais, ONG’S e etc. A conscientização e a valorização do profissional
pedagogo ganha centralidade na atualidade, a formação inicial no ensino
superior é etapa fundamental pela aproximação dos alunos às disciplinas que
motivem e apontem as diversas áreas de atuação do Pedagogo.
CAPÍTULO I
A história do surgimento do pedagogo
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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”
Cora Coralina
1- Onde surgiu o pedagogo
A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e
agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se
como correlato da educação. Entretanto, a prática educativa é um fato social,
cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do
fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber
específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a
indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber
pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de
fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto,
científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a
outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma
problemática própria. A história levou séculos para conferir o status de
cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática pedagógica
estar presente em todas as etapas históricas a partir da Antiguidade. O termo
pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da palavra παιδαγωγός
cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, aquele que conduz; era
o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No entanto, o termo
pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-
se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do
século XVIII, na Europa Ocidental.
Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a
Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC -
Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos
relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma
Licenciatura, cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere
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ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino
fundamental, educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão
escolar, orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional,
sendo que o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as
disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à
área técnica e científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria
educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas
disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas
filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas técnico-pedagógicas.
O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo
intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque
próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo
cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática
para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática
mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins
últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições
existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo
educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares
que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico. O objeto de
estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio
da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a
educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e
os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o
pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural
que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da
humanização plena. No plano das ideias, o grego Platão(427-347 a.C.) foi de
fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional
para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão
ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem
moral, vivendo em um Estado justo.
1.1- A História Da Educação
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ARANHA, Maria Lúcia Arruda Pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem
quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um
fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida
na política.
Sociedades Tribais: a educação difusa Nas comunidades tribais as
crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas
cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida",
sem que alguém esteja especialmente destinado à tarefa de ensinar.
Antigüidade Oriental: a educação tradicionalista Nas sociedades orientais, ao
se criarem segmentos privilegiados, as populações, composta por lavradores,
comerciantes e artesãos, não tem direitos políticos nem acesso ao saber da
classe dominante.
A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito, devido ao seu
caráter sagrado e esotérico. Tem início, então, os dualismos escolares, que
destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários.
A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar
informal. Antigüidade Grega: a Paidéia A Grécia Clássica pode ser considerada
o berço da pedagogia. A palavra pedagogos significa aquele que conduz a
criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo,
o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação.
De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na
formação integral corpo e espírito mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse
ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a
época ou lugar. Nos primeiro tempos, quando não existia a escrita, a educação
é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Apenas com o
advento das póleis começam a aparecer as primeiras escolas, visando a
atender a demanda.
Antigüidade Romana: a humanista de maneira geral pode distinguir três
fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a
influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se
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a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos
orientais, mas nítida supremacia dos valores gregos.
Idade Média: a formação do homem de fé. Os parâmetros da educação
na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de
passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da
alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis contradições entre fé e
razão, recomenda-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige
humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela
igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Evita-se, assim, a
pluralidade de interpretações e se mantém a coesão da igreja. Predomina a
visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e
finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de
pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho
escolar.
Renascimento: humanismo e reforma. Educar torna-se questão de
moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O
aparecimento dos colégios, do século XVI até o XVIII, é fenômeno correlato ao
surgimento de uma nova imagem da infância e da família. A meta da escola
não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas a formação moral.
Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática da cultura eclesiástica
medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos
educacionais a grande massa popular, com exceção dos reformadores
protestantes, que agem por interesses religiosos.
Brasil: início da colonização e catequese A atividade missionária facilita
sobremaneira a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a
educação assume papel de agente colonizador. Idade Moderna: a pedagogia
realista. De maneira geral as escolas continuam ministrando um ensino
conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas. Além disso, é preciso
reconhecer, está nascendo a escola tradicional, como passaremos a conhecê-
la a partir do século XIX.
O Brasil do séc. XVII por se tratar de uma sociedade agrária e
escravista, não há interesse pela educação elementar, daí a grande massa de
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iletrados. Século das Luzes: o ideal liberal de educação. O iluminismo é um
período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes
está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e
função do Estado.
Apesar dos projetos de estender a educação a todos os cidadãos,
prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para
a burguesia. Essa dualidade era aceita com grande tranqüilidade, sem o temor
de ferir o preceito de igualdade, tão caro aos ideais revolucionários. Afinal,
para a doutrina liberal, o talento e a capacidade não são iguais, e por tanto os
homens não são iguais em riqueza...
O Brasil na era pombalina Persiste o panorama do analfabetismo e do
ensino precário, agravado com a expulsão dos jesuítas e pela democracia da
reforma pombalina. A educação está a deriva. Durante esse longo período do
Brasil colônia, aumenta o fosso entre os letrados e a maioria da população
analfabeta.
Século XIX: a educação nacional é no séc. XIX que se concretizam,
com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola
elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória. Enfatiza-se a relação entre
educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de
transformação. Daí, o interesse pelo ensino técnico ou pela expansão das
disciplinas científicas.
Principais pedagogos: Pestalozzi é considerado um dos defensores da
escola popular extensiva a todos. Reconhece firmemente a função social do
ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem. Froebel
privilegia a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do
brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para
aperfeiçoar as habilidades. Herbart segundo ele, a conduta pedagógica segue
três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina. Brasil: a
educação no Império Ainda não há propriamente o que poderia ser chamada
de uma pedagogia brasileira. É uma atuação irregular, fragmentária e quase
nunca com resultados satisfatórios. O golpe de misericórdia que prejudicou de
uma vez a educação brasileira vem de uma emenda à Constituição, o Ato
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adicional de 1834. Essa reforma descentraliza o ensino, atribuindo à Coroa a
função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto que as
províncias são destinadas a escola elementar e a secundária. A educação da
elite fica a cargo do poder central e a do povo confinada às províncias.
Século XX: a educação para a democracia A pedagogia do século XX,
além de ser tributária da psicologia, da sociologia e de outras como a
economia, a lingüística, a antropologia, tem acentuado a exigência que vem
desde a Idade moderna, qual seja, a inclusão da cultura científica como parte
do conteúdo a ser ensinado.
Sociologia: para Durkheim antes dele a teoria da educação era feita de
forma predominantemente intelectualista, por demais presa a uma visão
filosófica idealista e individualista. Durkheim introduz a atitude descritiva,
voltada para o exame dos elementos do fato da educação, aos quais aplica o
método científico.
Psicologia: o behaviorismo o método dessa corrente privilegia os
procedimentos que levam em conta a exterioridade do comportamento, o único
considerado capaz de ser submetido a controle e experimentação objetivos.
Suas experiências são ampliadas e aplicadas nos EUA por Watson e
posteriormente por Skinner. O behaviorismo está nos pressupostos da
orientação tecnicista da educação.
Gestalt, as aplicações das descobertas gestaltistas na educação são
importantes por recusar o exercício mecânico no processo de aprendizagem.
Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas levam o
sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight. Dewey e a escola
progressiva.
O fim da educação não é formar a criança de acordo com modelos, nem
orientá-la para uma ação futura, mas dar-lhe condições para que resolva por si
própria os seus problemas. A educação progressiva consiste justamente no
crescimento constante da vida, à medida que aumentamos o conteúdo da
experiência e o controle que exercemos sobre ela. Ao contrário da educação
tradicional, que valoriza a obediência, Dewey estimula o espírito de iniciativa e
independência, que leva à autonomia e ao autogoverno, virtudes de uma
15
sociedade democrática. Realizações da escola novas Principais características
da escola nova: educação integral (intelectual, moral, física); educação ativa;
educação prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais; exercícios de
autonomia; vida no campo; internato; co-educação; ensino individualizado.
Para tanto as atividades são centradas nos alunos, tendo em vista a
estimulação da iniciativa. Escolas de métodos ativos: Montessori e Decroly
Montessori estimulam a atividade livre concentrada, com base no princípio da
auto-educação. Decroly observa, de maneira pertinente, que, enquanto o
adulto é capaz de analisar, separar o todo em partes, a criança tende para as
representações globais, de conjunto. Resta lembrar outros riscos dessa
proposta: o pueril ismo ou pedocentrismo supervaloriza a criança e minimiza o
papel do professor, quase omisso nas formas mais radicais do não-diretivismo;
a preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo; a
oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência de
disciplina; a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.
Teoria socialista Gramsci A educação proposta por ele está centrada no valor
do trabalho e na tarefa de superar as dicotomias existentes entre o fazer e o
pensar, entre cultura erudita e cultura popular.
Teorias crítico-reprodutivistas por diversos caminhos chegaram a
seguinte conclusão: a escola está de tal forma condicionada pela sociedade
dividida que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais,
perpetuando o status. Teorias progressistas Snyders Contra as pedagogias
não-diretivas, defende o papel do professor, a quem atribui uma função
política. Condena a proposta de desescolarização de Ivan Illich. Ressalta o
caráter contraditório da escola, que pode desenvolver a contra-educação.
Teorias antiautoritárias Carl Rogers Visam antes de tudo colocar o aluno
como centro do processo educativo, como sujeito, livrando-o do papel
controlador do professor. O professor deve acompanhar o aluno sem dirigi-lo, o
que significa dar condições para que ele desenvolva sua experiência e se
estruture, por conta própria. O principal representante dessa teoria é Carl
Rogers. Segundo ele, a própria relação entre as pessoas é que promove o
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crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional
e não individual.
Escola tecnicista Proposta consiste em: planejamento e organização
racional da atividade pedagógica; operacionalização dos objetivos;
parcelamento do trabalho, com especialização das funções; ensino por
computador, telensino, procurando tornar a aprendizagem mais objetiva.
Teorias construtivistas.
Piaget segundo ele, à medida que a influência do meio altera o
equilíbrio, a inteligência, que exerce função adaptativa por excelência,
restabelece a auto-regulação. Vvgotshy - Ao analisar os fenômenos da
linguagem e do pensamento, busca compreendê-los dentro do processo sócio-
histórico como "internalização das atividades socialmente enraizadas e
historicamente desenvolvidas". Portanto, a relação entre o sujeito que conhece
e o mundo conhecido não é direta, mas, se faz por mediação dos sistemas
simbólicos. Brasil no século XX: o desafio da educação Nesse contexto, os
educadores da escola nova introduzem o pensamento liberal democrático,
defendendo a escola pública para todos, a fim de se alcançar uma sociedade
igualitária e sem privilégios. Podemos dizer que Paulo Freire é um dos grandes
pedagogos da atualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Ele se
embasa em uma teologia libertadora, preocupada com o contraste entre a
pobreza e a riqueza que resulta privilégios. Em sua obra Pedagogia do
Oprimido faz uma abordagem dialética da realidade, cujos determinantes se
encontram nos fatores econômicos, políticos e sociais.
Considera que o conhecer não pode ser um ato de "doação" do
educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do
homem com o mundo vivido. E este não é estático, mas dinâmico, em contínua
transformação.
Na educação autêntica, é superada a relação vertical entre educador e
educando e instaurada a relação dialógica. Paulo Freire defende a autogestão
pedagógica, o professor é um animador do processo, evitando as formas de
autoritarismo que costumam minar a relação pedagógica.
17
Na década de 70 destaca-se a produção teórica dos críticos-
reprodutivistas, que desfazem as ilusões da escola como veículo da
democratização. Com a difusão dessas teorias no Brasil, diversos autores se
empenham em fazer a releitura do nosso fracasso escolar. A tarefa da
pedagogia histórica-crítica se insere na tentativa de reverter o quadro de
desorganização que torna uma escola excludente, com altos índices de
analfabetismo, evasão, repetência e, portanto, de seletividade. Para Saviani,
tanto as pedagogias tradicionais como a escola nova e a pedagogia tecnicista
são, portanto, não-críticas, no sentido de não perceberem o comprometimento
político e ideológico que a escola sempre teve com a classe dominante. Já a
partir de 70, começam a ser discutidos os determinantes sociais, isto é, a
maneira pela qual a estrutura sócio-econômica condiciona a educação.
O trunfo de se tornar um dos países mais ricos contrasta com o fato de
ser um triste recordista em concentração de renda, com efeitos sociais
perversos: conflitos com os sem-terra, os sem-teto, infância abandonada,
morticínio nas prisões, nos campos, nos grandes centros.
Persiste na educação uma grande defasagem entre o Brasil e os países
desenvolvidos, porque a população não recebeu até agora um ensino
fundamental de qualidade.
A Educação no Terceiro Milênio, a explosão dos negócios mundiais,
acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação
das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e,
conseqüentemente, na educação. Na tentativa de incorporar os novos
recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas
vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, conseguir alterar a
tradição das aulas acadêmicas. Diante das transformações vertiginosas da alta
tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los,
criando umas profissões e extinguindo outras. Daí a necessidade de uma
educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e por tanto de
acesso às informações, mediante uma autoformação controlada.
18
1.2- O Pedagogo e seu objetivo de estudos
O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo
intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque
próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo
cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática
para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática
mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins
últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições
existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo
educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares
que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico. O objeto de
estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio
da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a
educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e
os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais. Portanto, o
pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da mediação cultural
que se torna o patrimônio da humanidade e a realização nos sujeitos da
humanização plena. No plano das idéias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de
fato o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional
para o seu tempo, mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão
ética e política. Para ele, o objeto da educação era a formação do homem
moral, vivendo em um Estado justo.
19
CAPÍTULO II
As funções de um pedagogo
“Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da
prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos
processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de
ação, tendo em vistos objetivos de formação histórica. Em outras
palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas,
contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias
modalidades e manifestações.”
“A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos
professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de
aula(conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da
classe),na análise e compreensão das situações de ensino com base
20
nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do
conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula.” (LIBÂNEO,
1996)
2- Histórico do curso de Pedagogia
O curso de pedagogia foi criado no Brasil como conseqüência da
preocupação com o preparo de docentes para a escola secundária. Surgiu
junto com as licenciaturas, instituídas ao ser organizada a antiga Faculdade
Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei nº 1190 de
1939. Essa faculdade visava à dupla função de formar bacharéis e licenciados
para várias áreas, entre elas, a área pedagógica, seguindo a fórmula
conhecida como "3+1", em que as disciplinas de natureza pedagógica, cuja
duração prevista era de um ano, estavam justapostas às disciplinas de
conteúdo, com duração de três anos. Formava-se então o bacharel nos
primeiros três anos do curso e, posteriormente, depois de concluído o curso de
didática, conferiar-se-ia o diploma de licenciado no grupo de disciplinas que
compunham o curso de bacharelado.
Como bacharel, o pedagogo poderia ocupar cargo de técnico de
educação, do Ministério de Educação, campo profissional muito vago quanto
às suas funções. Como licenciado, seu principal campo de trabalho era o curso
normal, um campo não exclusivo dos pedagogos, uma vez que, pela Lei
Orgânica do Ensino Normal, para lecionar nesse curso era suficiente o diploma
de ensino superior.
Apesar de alguns retoques feitos na sua estrutura em 1962, esse
quadro do curso de pedagogia perdurou até 1969, quando este foi
reorganizado, sendo então abolida a distinção entre bacharelado e licenciatura,
e criadas as "habilitações", cumprindo o que acabava de determinar a lei no
5540/68. A concepção dicotômica presente no modelo anterior permaneceu na
nova estrutura, assumindo apenas uma feição diversa: o curso foi dividido em
dois blocos distintos e autônomos, desta feita, colocando de um lado as
disciplinas dos chamados fundamentos da educação e, de outro, as disciplinas
das habilitações específicas. O curso de pedagogia passou então a ser
21
predominantemente formador dos denominados "especialistas" em educação
(supervisor escolar, orientador educacional, administrador escolar, inspetor
escolar, etc.), continuando a ofertar, agora na forma de habilitação, a
licenciatura "Ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos normais",
com possibilidade ainda de uma formação alternativa para a docência nos
primeiros anos do ensino fundamental.
O Parecer CFE no 252/69, incorporado à Resolução CFE no 2/69, que
fixou os mínimos de conteúdo e duração a serem observados na organização
do curso de pedagogia, até hoje em vigor, baseou-se na concepção de que
diferentes habilitações deveriam ter uma base comum de estudos, constituída
por matérias consideradas básicas à formação de qualquer profissional na
área, e uma parte diversificada, para atender às habilitações específicas. A
base comum foi composta pelas seguintes disciplinas: sociologia geral,
sociologia da educação, psicologia da educação, história da educação, filosofia
da educação e didática. A parte diversificada, para cada uma das habilitações,
ficou assim estabelecida:
• para a habilitação "Ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos
normais", as seguintes matérias: estrutura e funcionamento do ensino de 1o
grau, metodologia do ensino de 1o grau, prática de ensino na escola de 1o
grau (estágio);
• para a habilitação "Orientação educacional", as matérias: estrutura e
funcionamento do 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de 2o grau,
princípios e métodos de orientação educacional, orientação vocacional e
medidas educacionais;
• para a habilitação "Administração escolar", as matérias: estrutura e
funcionamento do ensino de 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de
2o grau, princípios e métodos de administração escolar e estatística aplicada à
educação;
• para a habilitação "Supervisão escolar", as matérias: estrutura e
funcionamento do ensino de 1o grau, estrutura e funcionamento do ensino de
22
2o grau, princípios e métodos de supervisão escolar e currículos e programas;
• para a habilitação "Inspeção escolar", as matérias selecionadas foram as
seguintes: estrutura e funcionamento do ensino de 1o grau, estrutura e
funcionamento do ensino de 2o grau, princípios e métodos de inspeção escolar
e legislação do ensino.
A legislação anteriormente referida fixou que o título único a ser conferido
pelo curso de pedagogia passava a ser o de licenciado, por entender que
todos os diplomados poderiam ser em princípio, professores do curso normal.
O direito ao magistério primário já se apresentou então como um impasse:
"quem pode mais pode também menos"? Quem prepara o professor primário
também pode ser professor desse nível de ensino? A formação indispensável
ao exercício desse magistério não ficava garantida. Fixaram-se então algumas
exigências para a aquisição desse direito.
O percurso apresentado de forma muito breve é importante para
entender o debate que se aprofundou nas décadas seguintes a respeito da
identidade do pedagogo no Brasil, identidade esta fragmentada por um
currículo e por uma profissionalização insatisfatórios para realizar uma tarefa
efetivamente educativa:
(...) não se pode formar o educador com partes desconexas de
conteúdos, principalmente quando essas partes representam tendências
opostas em educação: uma tendência generalista e uma outra tecnicista. Essas
tendências (...) a primeira quase que exclusivamente na parte comum,
considera que ela se caracteriza, "grosso modo", pela desconsideração da
educação concreta como objeto principal e pela centralização inadequada nos
fundamentos em si (isto é, na psicologia e não na educação; na filosofia e não
na educação, e assim por diante). A segunda, por sua vez, é identificada com
as habilitações, consideradas como especializações fragmentadas,
obscurecendo seu significado de simples divisão de tarefas do todo que é a
ação educativa escolar. (Bissoli da Silva 1999, p. 70).
2.1- Qual a formação necessária para ser pedagogo?
23
Para atuar como Pedagogo, é indispensável que o profissional possua o
Ensino Superior em Pedagogia que tem duração de quatro anos.
Para se especializar na área de Educação/Ensino, o profissional pode
optar por cursos como:
§ Especialização em Administração Escolar;
§ Especialização em Formação de Recursos para Educação Infantil;
§ Especialização em Educação Especial-Deficiência;
§ Mestrado em Educação Escolar.
Atualmente, além da formação comprovada e do domínio das
tecnologias de informação e educação, uma das características mais
importantes para o pedagogo é a capacidade de gerenciamento da formação
continuada.
2.2- Principais atividades de um pedagogo
Dentre as atividades do pedagogo destaca-se a administração escolar,
onde realizam estudos e pesquisas nas áreas pertinentes á educação e
coordenação de cursos visando ao aperfeiçoamento do ensino e suas
técnicas; o magistério pré-primário, onde tem como responsabilidade o
planejamento, orientação e coordenação de atividades técnico-pedagógicas e
administrativas do ensino pré-primário; a educação de deficientes do áudio-
comunicação, lecionando, planejando, organizando e coordenando cursos; a
orientação educacional a fim de ajudar o aluno a ajustar-se ao ambiente
escolar e ao meio social em que vive, através do desenvolvimento da
personalidade e do encaminhamento vocacional.
O pedagogo atua também na supervisão de ensino em empresas, na
área de Recursos Humanos (organização e coordenação de cursos).
24
2.3- O que é ser pedagogo?
Ser pedagogo...
Ser Pedagogo não é apenas ser Professora, Mestre, Tia,
Coordenadora, Supervisora, Orientadora, Dona de escola.
É mais do que isso, é ser responsável.
Ser Pedagogo é ter coragem de enfrentar uma sociedade deturpada,
equivocada sem valores morais nem princípios.
Ser Pedagogo é ser valente, pois sabemos das dificuldades que temos
em nossa profissão em nosso dia a dia.
Ser Pedagogo é saber conhecer seu caminho, sua meta, e saber atingir
seus objetivos.
Ser Pedagogo é saber lidar com o diferente, sem preconceitos, sem
distinção de cor, raça, sexo ou religião.
Ser Pedagogo é ter uma responsabilidade muito grande nas mãos.
Talvez até mesmo o futuro...
Nas mãos de um Pedagogo concentra- se o futuro de muitos médicos,
dentistas, farmacêuticos, engenheiros, advogados, jornalistas,
publicitários ou qualquer outra profissão...
Ser Pedagogo é ser responsável pela vida, pelo caminho de cada um
destes profissionais que hoje na faculdade e na sociedade nem se quer
lembram que um dia passaram pelas mãos de um Pedagogo.
Ser Pedagogo é ser mais que profissional, é ser alguém que acredita na
sociedade, no mundo, na vida.
25
Ser Pedagogo não é fácil, requer dedicação, confiança e perseverança.
Hoje em dia ser Pedagogo em uma sociedade tão competitiva e
consumista
não torna-se uma profissão muito atraente, e realmente não é.
Pois os valores, as crenças, os princípios, os desejos estão aquém do
intelecto humano.
Hoje a sociedade globalizada está muito voltada para a vida
materialista.
As pessoas perderam- se no caminho da dignidade e optaram pelo
atalho da competitividade, é triste pensar assim, muito triste, pois este é
o mundo dos nossos filhos, crianças que irão crescer e tornar- se
adultos.
Adultos em um mundo muito poluído de idéias e sentimentos sem
razão.
Adultos que não sabem o que realmente são alienados, com interesses
voltados apenas pelo Ter e não pelo Ser.
Ser Pedagogo é ter a missão de mudar não uma Educação retorcida,
mas ser capaz de transformar a sociedade que ainda está por vir.
Pode ser ideologia pensar assim, mas como Pedagogos temos a
capacidade de plantar hoje nesta sociedade tão carente de valores,
sementes que um dia irão florescer.
E quem sabe essa mesma sociedade que hoje é tão infértil possa
colher os frutos que só a Pedagogia pode dar.
O pedagogo é o profissional especialista em educação, sua função é
produzir e difundir conhecimentos no campo educacional. Ele precisa
ser capaz de atuar em diversas áreas educativas e compreender a
educação como um fenômeno cultural, social e psíquico complexo e
capaz de produzir e difundir conhecimentos no campo educacional.
(Vanessa B. de Carvalho- setembro 24, 2007)
26
2.4- Quais as habilidades e competências?
É preciso ter capacidade de planejamento e execução de planos,
dinamismo, além de saber comunicar e transmitir idéias. Este profissional
precisa estar preparado para enfrentar, com criatividade e competência, os
problemas do cotidiano, ser flexível, tolerante e atento às questões decorrentes
da diversidade cultural que caracteriza nossa sociedade.
Características desejáveis:
§ equilíbrio emocional;
§ trabalhar bem em equipe;
§ objetividade;
§ criatividade;
§ gostar de lidar com público;
§ capacidade de comunicar-se;
§ ter iniciativa;
§ gostar de ensino;
§ desembaraço;
2.5- Áreas de atuação e especialidades
§ Administração escolar: gerenciar estabelecimentos de ensino,
supervisionando recursos humanos, materiais e recursos financeiros
necessários ao funcionamento.
§ Ensino: lecionar no ensino fundamental ou médio e, com pós-graduação
no ensino universitário.
§ Educação Especial: desenvolver material didático e lecionar para
crianças e adultos portadores de alguma deficiência.
§ Orientação Educacional: orientar e ajudar estudantes no processo de
aprendizagem com uso de métodos pedagógicos e psicológicos.
27
§ Supervisão educacional: orientar e avaliar professores e educadores
visando à qualidade do ensino.
§ Treinamento de recursos humanos: desenvolver programas de
treinamento para funcionários de uma empresa.
§ Assessoria pedagógica em serviços de difusão cultural (museus, centros
culturais) e de comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, editoras,
rádios, agências de publicidade);
§ Terceiro Setor (ONGs): na coordenação de programas e projetos de
natureza educativa nas áreas da saúde, meio-ambiente, trânsito, promoção
social, lazer e recreação, etc.
2.6- Além da Pedagogia no âmbito escolar, atualmente o papel
do pedagogo envolve outros ambientes de educação informal
A Pedagogia empresarial se ocupa de conhecimentos e competências
necessárias à melhoria da produtividade. As habilidades são na qualificação,
requalificação e treinamento dentro da empresa, nas atividades como
coordenar equipe multidisciplinar, gerar mudanças culturais e acompanhar o
desempenho do funcionário.
O pedagogo social cuida da socialização do sujeito, em situações
normalizadas ou especiais. Implica o conhecimento e a ação sobre os seres
humanos, em atividades como crianças abandonadas, orientação profissional
e atenção aos direitos da terceira idade.
O pedagogo hospitalar atende às necessidades educacionais de criança
hospitalizada. Requer trabalho dos processos afetivos de construção cognitiva.
Envolve atividades como promover a qualidade de vida de crianças
hospitalizadas, propiciarem uma rotina próxima ao período antes da internação
e acesso à educação.
28
2.7- Mercado de trabalho
Este é um mercado de trabalho bastante concorrido, mas que está
sempre em expansão tanto no setor público como no privado, devido à
demanda da escola gerada pelo crescimento demográfico. Uma garantia disso
é que a educação é o único setor que tem desde a constituição de 1998,
recursos públicos obrigatoriamente vinculados que devem ser destinados para
educação.
Os mais bem preparados têm o seu lugar assegurado no mercado de
trabalho.
Aí está a grande importância em escolher a escola que cursará
Pedagogia.
2.8- Afinal, o que é ser pedagogo? O que se espera de sua
atuação? O que ele faz, realmente, quando planeja, quando
programa a qualidade do ensino, quando acompanha e avalia a
prática, quando estuda com o professor ou quando busca a
integração da escola com a comunidade? O que quer
alcançar? Quais são as funções que ele exerce na escola e que
não deveria exercer?
Essas e outras tantas questões são formuladas cotidianamente por
quem acompanha a vida escolar dos filhos.
Desde sua origem, o pedagogo é aquele que ensina, que sabe
empregar a pedagogia. Espera-se que saiba como ensinar e como mobilizar as
29
diferentes áreas do conhecimento, para fazer educação com qualidade. Deve
ser capaz de responsabilizar-se, com o professor, pelo pleno desenvolvimento
das potencialidades do educando, conforme determina a legislação vigente.
Seu objeto de ação é o desempenho docente, do ponto de vista das
competências básicas do professor, na operacionalização do projeto político-
pedagógico da escola.
Cabe ao pedagogo exercer a liderança do sistema educacional, seja na
gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Para isso,
ele precisa sair da faculdade capaz de efetivar o trabalho coletivo na escola,
sabendo promover a integração das competências de todos, contribuindo para
o crescimento e a profissionalização dos educadores, despertando, em cada
profissional, o desejo de atuar de forma diferente, conferindo-lhe ânimo para
romper com a rotina cansativa que apaga a alegria de aprender da maioria dos
alunos, construindo uma equipe de trabalho eficiente e uma escola de
vanguarda.
Bem assessorado pela liderança de um bom pedagogo, o professor
inovar com criatividade e segurança, sem se sentir sozinho na construção da
própria competência pessoal e profissional. Pode contar sempre com a
parceria de alguém capaz e disponível.
O pedagogo atuante favorece a formação de grupos de estudo, fortalece
a interação humana na escola, melhora o clima organizacional de maneira
significativa, estimulando o respeito mútuo e a boa convivência.
Para bem atuar no enfrentamento de suas funções no cotidiano da escola, é
necessário saber com muita clareza o que é essencial, o que é importante e o
que é acidental. Mas não basta só saber. É preciso querer e priorizar fazer só o
que é necessário a cada momento. O pedagogo realmente competente só tem
tempo para o que é essencial em seu campo de atuação. Ele deve procurar
executar a essencialidade com muito esmero, dando atenção aos detalhes,
garantindo o sucesso em tudo na primeira investida, evitando o desperdício de
esforços e de tempo, agindo como estimulador cultural, criando condições
necessárias à conquista de melhores resultados operacionais, vencendo, uma
a uma, as amarras do tradicional em seu trabalho, sem medo de errar,
30
evitando ser um tarefeiro, pau para toda obra ou fiscal do desempenho do
professor.
É aconselhável definir com o grupo de professores a essencialidade da
própria ação, identificando onde sua presença se faz necessária. Por exemplo,
onde a atuação docente apresenta resultado insatisfatório ou fraco: junto aos
professores novatos, com dificuldades para conduzir o trabalho de classe. É
essencial trabalhar com dignidade e ânimo para vencer as eventuais
resistências, com competência e humildade; atuar com boa vontade,
promovendo mudanças de forma fácil e cooperativamente, como co-partícipe
do sucesso profissional de todos. Onde há uma vontade, há um caminho. Mas,
onde existe boa vontade, existem vários caminhos.
Dessa forma, o pedagogo deixa de ser um apagador de incêndios e
passa a trabalhar no sentido de conseguir alcançar, pelo menos, três metas:
O bom desempenho docente em suas competências básicas, incentivando o
professor a buscar o próprio crescimento junto aos colegas. Ninguém cresce
sozinho. Todos têm algo a contribuir para o crescimento alheio, um pouquinho
que seja.
A valorização do professor como profissional, reconhecendo-lhe todo e
qualquer bom desempenho evidenciado; e como pessoa, ouvindo-o com
respeito e empatia, criando espaço para que participe efetivamente do
processo educativo.
A implementação do currículo proposto no projeto político-pedagógico
da escola, acompanhando o processo de ensinar, avaliando a ação
pedagógica e procurando viabilizar a boa e saudável interação humana no
interior da escola: professor–professor, professor–aluno, professor–pedagogo;
e também fora dela: professor–escola, escola–comunidade. O pedagogo deve,
ainda, esforçar-se para adquirir uma boa cultura geral, a fim de ser capaz de
transformar princípios em ação. O seu desempenho eficiente sustenta a
unidade e a coerência organizacional da escola. Porém, exige-lhe o
desenvolvimento e o domínio de competências técnicas e humanas
(relacionadas ao desempenho dos professores) e competências
31
administrativas (relacionadas ao processo de educação de crianças e jovens
na escola).
2.9- ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA
Mediante as grandes transformações ocorridas no curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia de âmbito nacional, como a mudança no currículo deste
curso, torna-se necessário que se faça discussões e que se pense como este
processo transformou as perspectivas tanto de alunos que estão fazendo a
graduação como também dos profissionais que já estão formados nesta área.
Entre as mudanças destacamos a que ampliou o campo de trabalho do
Pedagogo, fazendo com este pense a “Educação” além dos murros das
escolas.
Nesta nova perspectiva o pedagogo terá que entender que, Educação
não é única, e sim que podemos encontrar vários tipos de educação como a
formal, informal, não-formal sendo que podem ocorrer em diferentes espaços
como: escolar, hospitalar, empresarial entre outros. O olhar que se tem sobre a
educação concebida como aquela que prepara o individua para a sociedade,
treinando-os e moldando-os de acordo com que se espera da escola, nesta
perspectiva torna-se ultrapassada deve-se olhar educação como
humanizadora do homem,ou seja, precisa-se entender a educação em um
sentido mais amplo, que envolva a formação humana tanto no aspecto físico,
moral, intelectual.
Outro ponto essencial que devemos perceber com as transformações
ocorridas neste curso é em relação ao tema tratado neste trabalho, pois a
inquietação proveniente deste fato tem angustiado demasiadamente muitos
que se interessam pelo assunto, podemos afirmar com segurança está
questão, pois me vi envolvida durante minha graduação em vários momentos
de conflitos no ambiente acadêmico. Tanto o aluno de Pedagogia como o
profissional pedagogo, presenciou o curso de Pedagogia abrir espaços no
32
currículo que ainda eram desconhecidos (hospitalar, empresarial, ONGs etc.)
pelo educador que tinha seu curso destinado a habilitá-lo a educação escolar,
pior que isso, os espaços não se abriram a este profissional. Começa então as
questões como: O que fazer para conquistar este espaço? O que se fazer
neste espaço?Qual a minha função? Concebe-se agora no novo currículo da
Pedagogia na Universidade, disciplinas que tratam da educação em ambiente
não- escolar, uma teórica e outra prática. A teórica dá pincelada em textos que
falam de todos os ambientes ao mesmo tempo: hospitalar, empresarial e social
que geralmente acabam deixando o aluno totalmente confuso. A prática em
ambiente não- escolar disciplina difícil, pois os espaços principalmente
empresariais ainda são muito restritos aos alunos de Pedagogia, muitas
empresa não aceitam a presença dos alunos de Pedagogia em seu espaço,
assim o aluno e profissional se frutam tendo que se contentar apenas com
palestras que trazem à luz o tema, nos espaços universitários.
Percebe-se hoje a necessidade de se fazer pesquisas, escrever sobre o tema,
pois precisa ser esclarecido para que o próprio Pedagogo sinta-se seguro ao
está no espaço empresarial.
Pode-se começar pensando sobre o que vem a ser
Pedagogia. Esta, de acordo com Libâneo (1997, p. 132) é uma
área do conhecimento que investiga a realidade educativa no
geral e no particular, onde a ciência pedagógica pode postular
para si, isto é, ramos de estudos próprios dedicados aos vários
âmbitos da prática educativa, complementados com a
contribuição das demais ciências da educação. Ou seja, a
atuação do pedagogo é ampla e vai além de aplicação de
técnicas que apenas visam a estabelecer políticas educacionais
no contexto escolar.
Há uma diversidade de prática educativa na sociedade, e em todas elas,
desde que se configurem intencional, está presente a ação pedagógica. A
contemporaneidade mostra uma “sociedade pedagógica” (Beillerot, 1985),
revelando amplos campos de atuação pedagógica. A partir de indicações
desse autor, podem-se definir para o pedagogo duas esferas de ação
educativa: escolar e extra-escolar.
33
O pedagogo exercia suas atividades basicamente em espaço escolar,
porém, principalmente a partir da década de 70, com as dificuldades
apresentadas por trabalhadores dentro das empresas, que mostravam que a
escola formal não estava mais conseguindo atender as perspectivas do
mercado, começou então o processo de formação profissional no próprio local
de trabalho e passou a ser de grande relevância proporcionando uma
demanda grande de treinamentos. A educação sofreu mudanças em seu
conceito, deixou de ser restrita ao processo ensino aprendizagem em espaços
escolares formais, saindo do ambiente escolar partindo para diferentes e
diversos segmentos.
Como a pedagogia tem como objeto a Educação, o pedagogo aparece
como sendo o melhor profissional para atuar neste campo, mas para isso seria
obviamente necessário haver mudanças na formação deste profissional, que
não estava preparado para atuar dentro das empresas, já que o público não é
mais crianças ou adolescentes e sim pessoas adultas. Mas, as transformações
em relação o curso de Pedagogia ocorrem de forma lenta, a tal ponto que as
verdadeiras mudanças ocorreram há pouco tempo e continuam acontecendo.
É, neste novo horizonte, que, surge a Pedagogia Empresarial, ainda bastante
complexa mesmo para docentes do curso de Pedagogia. Busca-se com isto,
informações e conhecimentos sobre o tema, ainda pouco encontrados nas
literaturas que tem como objeto a educação.
Ao procurarem-se leituras especificas referentes ao tema encontra-se
muitas dificuldades, mesmo em Universidades como UFPA que é uma
referencia em pesquisas sobre vários assuntos. Sem nenhum exemplar que
fale sobre o tema, torna a pesquisa penosa e árdua. Porém, precisamos ser
pesquisadores e buscar de alguma forma referenciais em várias fontes, como
revistas especializadas, artigos entre outras.
Para trazer à luz a pedagogia empresaria usarei a visão de Rosane
Ribeiro, em um artigo com o título Pedagogia Empresarial e aprendizagem
organizacional inserido no livro Pedagogia em conexão, de ZORZO(2004, p.
252) nele Rosane afirma que “é um curso que visa formar educadores de
adultos, que ocorre no ambiente organizacional”, sendo que este profissional
34
deverá ter como objetivo a construção de processos educacionais que garante
a participação ativa do trabalhador na sua própria aprendizagem. Está
realidade apesar de está presente na UMBRA, por exemplo, ainda está
distante do curso de Pedagogia das Universidades públicas do Pará, pois a
pedagogia empresarial ainda não é considerada um curso, como foi colocado
no texto, ainda permanece sendo um tema de uma disciplina dificultando a
formação do pedagogo para atuar nesta área.
Acreditamos que o pedagogo dentro desse novo horizonte, em que está
inserido, deverá beber em várias fontes além da pedagogia, como na área de
administração, psicologia, filosofia, para ter acesso a conhecimentos
importantes que deverão ser utilizados no espaço empresarial. A pedagogia
nos ensina ter um olhar humano, aprender nos conhecer e querer também
conhecer o outro, nos ensina a planejar, a organizar planos, a sistematizar, a
fomentar e elaborar projetos, pontos estes positivos que ajudaram o pedagogo
na empresa.
Ao observar uma Empresa percebe-se que como a Pedagogia o seu
processo caminha em direção à realização de ideais e objetivos definidos, e
como a pedagogia a relação se dá entre seres humanos também, portanto, a
necessidade de se trabalhar a pessoa de forma integral, buscando mudanças
se necessárias no comportamento deste ser humano e não olhá-la como uma
peça dentro da empresa Esse processo de mudança provocada, no
comportamento das pessoas em direção a um objetivo, chama-se
aprendizagem e aprendizagem é a especialidade da Pedagogia e do
Pedagogo.
O presente artigo procura elucidar, de forma sucinta, questões, como o
que representa essa Pedagogia e em que ela se diferencia da escolar? Como
as práticas pedagógicas podem ser desenvolvidas na empresa? Qual a
importância desta pedagogia para as empresas?
A atuação do pedagogo na empresa, ainda é algo escorregadio a muitos
pedagogos, que muitas vezes ao terminar o curso de pedagogia se pergunta:
O que vou fazer em uma empresa? Deve-se saber que ela vai além de mera
aplicação de técnicas aprendidas durante a graduação que visa estabelecer
35
políticas. Sua atuação neste ambiente será sobre as pessoas que fazem as
instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas, tais como: indústrias,
construção civil, órgãos municipais, estaduais e federais, escolas, hotéis,
ONGs, instituições de capacitação profissional e assessorias de empresas. O
Pedagogo Empresarial deverá ter o domínio de conhecimentos, técnicas e
práticas que, somadas à experiência dos profissionais de outras áreas,
constituem instrumentos importantes para atuação na gestão de pessoas:
coordenando equipe multidisciplinares no desenvolvimento de projetos;
evidenciando formas educacionais para aprendizagem organizacional
significativa e sustentável; gerando mudanças culturais no ambiente de
trabalho; na definição de políticas voltadas ao desenvolvimento humano
permanente; prestando consultoria interna relacionada à educação e
desenvolvimento das pessoas nas organizações. O desafio desse novo
profissional, diferentemente do que podem pensar alguns, não se resume a
conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de treinamento para o qual as
pessoas não estão engajadas ou enxergando uma necessidade imediata. Isto
requer muito trabalho como de observações cuidadosas principalmente ao que
se refere ao capital humano, (termo utilizados nas empresas ao referir-se às
pessoas que trabalham nelas), para que com elas seja possível desenvolver
estratégias no bom sentido, que venha favorecer a humanização dentro da
empresa. Esta ação requer do Pedagogo Empresarial perspicácia, observação,
envolvimento, desprendimento, coragem, preparo técnico, ousadia, vontade,
criatividade e desejo efetivo pela descoberta de como será desenvolvido seu
trabalho dentro da corporação. Ou seja, o pedagogo deve ter um olhar,
pedagógico, filosófico, psicológico em relação aos seres humano que estarão
presentes neste espaço, não os tratando como meros objetos que precisam
ser moldados de acordo com o objetivo da empresa.
Uma questão importante para a formação e a atuação do Pedagogo
Empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no
contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na
dimensão humana. As políticas de Recursos Humanos, por si só, não
garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos; tem no
36
elemento humano o seu ponto-chave. A maneira de agir desse novo
profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos
outros profissionais de gestão. Ao fazer uma palestra sobre Pedagogia
empresaria em uma faculdade particular na cidade onde moro, houve um
relato de uma aluna que trabalha em uma empresa, na qual havia uma
Pedagoga atuando no espaço, segundo ela a pedagoga empresarial era
totalmente autoritária, que praticamente obrigava os funcionários da empresa a
participaram dos projetos por ela desenvolvidos, sendo que acabou atraindo
inimizades no ambiente de trabalho. Precisamos aprender a desenvolver
algumas virtudes essenciais para o trabalho nas empresas, principalmente a
ética, moral e sobre tudo ser humano, podemos citar Kant(1999) que diz que “a
educação é a única forma de humanizar o homem”.
O papel do pedagogo existe também longe da escola,
entretanto a busca de uma identidade profissional fica clara à medida
que o educador integra diferentes enfoques existentes no processo
metodológico, prático, tendo como suporte o conhecimento na área da
educação, como também a possibilidade de interagir e colaborar para o
desenvolvimento do indivíduo na sua área de atuação profissional.
Segundo LIBÂNEO,(2001, p.116)
É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as
práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social
não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a docência, embora
estas devam ser a referência da formação do pedagogo escolar. Sendo assim
o campo de atuação do profissional formado em pedagogia é tão vasto quanto
são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde houver uma
prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia.
Não se podem conceber as práticas educativas como formas isoladas
das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma
sociedade, mas estão subordinadas a interesses de grupo e de classes
sociais. O cuidado de se pensar essa relação torna-se importante ao pedagogo
que atua no ambiente empresarial, pois, sua prática poderá está direcionada
apenas para contribuição de se adestrar seres humanos para o serviço do
“poder”, tornando sua prática desumanizadora e não humanizadora ou seja,
37
tornando o homem objeto dentro de uma empresa. O pedagogo deverá ser um
profissional capacitado para lidar com fatos e situações diferentes da prática
educativa em vários segmentos sociais e profissionais, que a sua ação seja
holística, deverá ser além da relação de poder. Com estas atitudes ele será
capaz aos poucos de romper o conceito de que só poderia atuar em uma
instituição de ensino.
Além de uma visão humanística, pode-se dizer que, dentro de uma
organização, o papel do pedagogo também tem seu lado específico, ou seja,
ele planeja, coordena, executa e avalia programas e projetos educacionais
dentro da empresa O pedagogo acompanhará todo o desenvolvimento do
funcionário, ou seja, o seu desempenho, direcionando-o para o caminho que
este devera seguir dentro da empresa, facilitando, enquanto agente
provocador de mudança de mentalidade e de cultura. Sua capacidade em lidar
com a comunicação e com a aprendizagem faz com que ele conduza as
pessoas e direcione suas verdadeiras funções, não implicando a mudança de
seu comportamento, mas ajudando o funcionário a descobrir seu verdadeiro
potencial, para que possa desempenhar sua função de acordo com as
necessidades de cada organização.
Com as mudanças no mercado de trabalho as habilidades do pedagogo
têm sido valorizadas dentro da empresa, ou deveria ser valorizada, uma vez
que ele é um profissional que pode contribuir para o crescimento dos
indivíduos, por meio de atividades formativas, descobrindo seus verdadeiros
potenciais, levando-os à produtividade, trabalhando o lado humano do
funcionário. Diante da lógica das competências busca-se mobilizar o
trabalhador em todas as suas dimensões: intelecto, força física, emoções,
atitudes e habilidades entre outras, embora com muita sutileza, especialmente
porque usa mecanismos diversos como o de autocontrole, em que controla
seus atos e emoções para entender e atender as exigências do mercado.
38
2.10- O processo de aprendizagem dentro da empresa
O ser humano desde que nasce entra num processo de aprendizagem,
seja na família, na escola, na rua, na empresa ou outros lugares. Por isso,
podemos pensar que seria inconcebível o homem sem aprendizagem, em
qualquer âmbito de sua vida o homem deve está inserido em um ambiente de
aprendizagem permanente. Neste contexto, é que aparece a figura do
Pedagogo Empresarial. Cada vez mais as empresas descobrem a importância
da educação no trabalho e começam a desvendar a influência da ação
educativa do Pedagogo na empresa. Sendo assim, a pedagogia conta com o
Pedagogo Empresarial dentro da empresa, visando além de melhorar a
qualidade de prestação de serviços melhorar a vida pessoal do individuo.
Atualmente, a empresa começa abrir espaço para que este profissional possa,
de maneira consciente e competente, proporcionar um ambiente que se esteja
solucionando problemas, elaborando projetos, formulando hipóteses, visando à
melhoria dos processos instituídos na empresa, garantindo a qualidade do
atendimento, contribuindo para instalação da cultura institucional da formação
continuada dos empregados. O Pedagogo poderá atuar na empresa
produzindo e difundindo conhecimento, assim, exercendo o seu papel de
educador.
Ribeiro (2003) argumenta que os trabalhadores para manterem-se
competitivos vêm aumentando de forma considerável, seus patamares de
educação e aspirações, ao mesmo tempo em que os trabalhos passam a ter
um papel central em suas vidas. Segundo a mesma autora as empresas que
almejam ter um diferencial no mercado estão investindo no trabalho que
aumenta sua capacidade de competitividade, gerenciando o desenvolvimento
de suas equipes, agregando investimento à educação, através do
desenvolvimento humano, da construção do conhecimento por parte do
trabalhador. Também, tais empresas têm dirigido o foco para o processo de
comunicação tecnológica, bem como para o desenvolvimento de habilidades
para as pessoas se comunicarem. Nesta nova realidade, entra a conexão que
39
deve existir entre o pedagogo e a empresa lembrando que o aprendizado é o
saber assimilado, isto é, a construção do conhecimento por cada indivíduo e se
estabelece quando a pessoa encontra um sentido para aprender e do porque
aprender. O processo de aprendizagem nas empresas está cada vez mais
presente em nossa sociedade chamada também de sociedade ou era do
conhecimento. Habilidade ou competência é a capacidade de executar,
analisar e desenvolver com sucesso uma tarefa e para desenvolver habilidades
torna-se importante abordar como se dão os processos de aprendizagem, ou
ainda como os processos cognitivos se tornam realidade, permitindo a
transformação nos indivíduos.
No processo de aprendizagem nas empresas o pedagogo empresarial,
deve ter a habilidade, o olhar, a consciência de que está desenvolvendo
trabalho com seres humanos e não com objetos, lembrando que são seres
humanos adultos, que precisam torna-se parte ativa neste processo. Ao
desenvolver projetos de aprendizagem deve-se levar em consideração a real
necessidade do individuo, o que realmente ele necessita e não o que o
pedagogo acha melhor para a pessoa ou só para a empresa.
Queremos destacar que como a educação, também há variadas formas
de aprendizagem, para esclarecer melhor esta questão será utilizado os tipos
adotados por Libâneo. De acordo com Libâneo (2002, p. 28), os indivíduos se
deparam ao longo da vida com diferentes formas de aprendizagem entre as
quais cita-se:
§ Aprendizagem formal: claramente estruturada, propiciada por entidades
que pertencem ao chamado sistema formal de educação e treinamento,
reconhecido por entidades governamentais, oferecendo certificação;
§ Aprendizagem não formal: visivelmente estruturada, propiciada por
instituição que não pertencem ao chamado sistema formal de educação e
treinamento, como associações, ONGs e a própria empresa;
40
§ Aprendizagem informal: que acontece em lugares não estruturados para
esse fim; ela ocorre ao longo de toda a vida, adquirida através de contatos
pessoais, observação de situações, uso do computador, etc.
Podemos assim, dizer que no ambiente empresarial será utilizado a
aprendizagem não formal, que apesar de não pertencer a um sistema
formal de educação, acaba tendo características visivelmente estruturadas,
tendo no seu desenvolvimento, planejamento, objetivo e avaliação e a torna
bem próximo da aprendizagem formal. O interessante quando Libâneo
destaca que não pertencem ao sistema formal e treinamento, referindo ao
sistema de treinamento observa-se quase que um paradoxo, pois
geralmente quando se fala em uma palestra na empresa pensa logo em
treinamento, no entanto o pedagogo atual, deve estar ciente que sua
função não é treinar, domesticar e sim instigar o desenvolvimento e a
aprendizagem dos funcionários dentro da empresa por meio de atividades
elaboradas em conjuntos com os próprios funcionários e com os outros
profissionais.
A atenção do Pedagogo Empresarial, à Educação Integral, isto é, ao
processo de influenciar e sugestionar positivamente os funcionários em todos
os aspectos da sua personalidade vai proporcionar o desenvolvimento da
produtividade pessoal nas mais diversas atividades. Portanto, deve demonstrar
com o seu trabalho prático, na empresa, os efeitos benéficos da adoção das
várias atividades educativas.
2.11- Os profissionais de pedagogia no ambiente empresarial
Evidenciando a preocupação com o destino que os educadores dariam
à Pedagogia, Libâneo (1996) apresentou uma proposta no VI Encontro
Nacional da ANPOFE (Associação Nacional pela formação dos Profissionais
da Educação). O 4º item da proposta dizia o seguinte:
O pedagogo (escolar ou não), (...) seria considerado um profissional
especializado em estudos e ações relacionados com a ciência pedagógica,
pesquisa pedagógica e problemática educativa, abordando o fenômeno
41
educativo em sua multidimensionalidade. Nesse sentido, o curso de Pedagogia
ofereceria formação teórica, científica e técnica para sua atuação em
diferentes setores de atividades: nos níveis centrais e intermediários do
sistema de ensino, (...) na escola, (...) nas atividades extra-escola, (...) nas
atividades ligadas à formação e capacitação de pessoal nas empresas. (p.
109)
Segundo Holtz, (2006) uma empresa sempre é a associação de
pessoas, para explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo
empresário, pessoa empreendedora, que dirige e lidera a atividade com o fim
de atingir os objetivos também definidos. Embora o ato educativo tenha uma
natureza não-material e os objetivos da empresa e escola não sejam os
mesmos, pode-se dizer que uma escola também agrega pessoas para o
desempenho de atividades com objetivos definidos. Existe também um líder, o
Pedagogo, gestor e administrador, que a dirige e lidera para a consecução de
seus objetivos educacionais. Esta autora acredita que “Pedagogia e Empresa
fazem um casamento perfeito”, e em pesquisa ela comprova a necessidade
dos trabalhos pedagógicos dentro das empresas e a admiração dos
empresários por esses trabalhos e seus resultados. Deve-se levar em
consideração que está ainda não é realidade de todas as empresas e sim de
minoria.
Além dos conhecimentos gerais que são proporcionados pelos cursos
de Pedagogia, outros conhecimentos do pedagogo fazem com que ele seja
importante para as empresas e podem ser assim identificados: conhece
recursos auxiliares de ensino, entende do processo de ensino-aprendizagem,
sabe avaliar seus programas, estudou didática (arte de ensinar) no seu curso
superior, sabe elaborar projetos. Além desses pré-requisitos que são
indispensáveis à função, outros se fazem necessários para uma boa atuação
profissional.
Segundo RIBEIRO (2003, p. 10)
O Pedagogo Empresarial precisa de uma formação filosófica,
humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a capacidade de atuação
junto aos recursos humanos da empresa. Via de regra sua formação inclui
42
disciplinas como: Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações
Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações,
Comportamento Humano nas organizações, Cultura e Mudança Nas
Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos, Relações Interpessoais nas
Organizações, Desenvolvimento organizacional e Avaliação do Desempenho.
O pedagogo deve buscar este novo horizonte, esse novo espaço, tendo
a consciência e a certeza de seu papel dentro da empresa, pois acredito que
tem a ganhar com a existência de outros espaços de atuação para o
pedagogo, fora do espaço escolar e a contribuição que o mesmo pode trazer
às empresas preocupas que se preocupam com os seres humanos presentes
nestes espaços.
2.12- As práticas do pedagogo dentro da empresa
Nenhuma atividade é puramente administrativa, nem burocrática, nem
social, nem técnica, nem pedagógica. Neste trabalho, são apresentadas
separadamente apenas para fins didáticos.
Dentre as atividades pedagógicas, podemos mencionar as atividades
relacionadas ao ensinar-aprender, envolvendo os funcionários da empresa.
Sobre esta questão, não é de hoje que as escolas têm sido solicitadas para dar
conta das qualificações básicas dos trabalhadores.
Franco (1995), há mais de dez anos já mencionava que, naquele
contexto, a educação e os conhecimentos adquiridos eram vistos como
elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico, político e social.
E a escola, desde então, passou a ser cobrada não só quanto ao conteúdo,
mas também quanto à forma de lidar com o conhecimento, matéria-prima da
educação, uma vez que ele significa uma estratégia para a inserção do país no
quadro geral dos desenvolvidos.
Ribeiro (1993), analisando os principais indicadores educacionais do
país, enfatizava que o Brasil não teria condições de competir no mundo
moderno. A respeito do novo paradigma da sociedade moderna, a autora
argumenta que, para se adequar a essa nova realidade, algumas habilidades
43
cognitivas, tais como a agilidade de raciocínio mental e formal, que são
desenvolvidas na infância e na adolescência, seriam necessárias.
Isso o levava a concluir que os países que conseguissem instruir a
contento sua população estariam mais aptos a participar da “competição
global” que certamente aconteceria. Acertadamente, a autora previa o que já
estamos vivenciando.
Está questão nos leva a pensar sobre a função da escola, uma escola a
serviço do mercado, pensaremos no texto acima como meio de informações de
como houve a mudança que levou o pedagogo à empresa. Pois, o que
podemos analisar no texto foi que o mercado fez uma análise que a escola não
estava sabendo qualificar a pessoa para desenvolver seu papel dentro da
empresa, por isso achou conveniente trazer o pedagogo para dentro da
empresa.
O pedagogo empresarial pode atuar na área de Recursos Humanos da
empresa, ajudando na seleção de pessoal e na área do desenvolvimento
humano. Pela formação na área da gestão escolar, especialmente na área de
planejamento, o pedagogo tem condições de ajudar a empresa na elaboração
de declaração de sua missão, em que constem suas metas e aspirações, seus
valores, sua cultura e estratégias a serem utilizadas, envolvendo funcionários e
colaboradores. Exposto em lugar visível, este documento deve conter a
declaração de valores e princípios éticos da empresa, como solidariedade,
honestidade, justiça, compromisso, respeito ao próximo, integridade, lealdade.
Além disso, o curso de Pedagogia trabalha bastante com a gestão
participativa na escola, que pode ser devidamente adaptada à empresa.
Cabe ao pedagogo, por exemplo, a ajuda à colocação dos filhos dos
funcionários na escola, bem como procurar parcerias locais para oferecer
serviços diversos de interesse dos funcionários, tais como creches,
atendimento pediátrico, atendimento psicológico, atendimento ao idoso,
assessoria jurídica, assessoria de planejamento financeiro, academias de
ginástica etc., assim como agendar cursos e palestras sobre temas essenciais
à vida saudável: atividade física e qualidade de vida, efeitos do fumo sobre o
44
organismo, a prevenção da dependência química, do alcoolismo, hábitos
posturais saudáveis, a boa qualidade do ar e outros.
Todas as atividades que se desenvolvem na empresa passam pela
administração geral. Assim, todas as atividades citadas anteriormente, já foram
concebidas e planejadas pelos órgãos centrais, que pode delegá-las ao
pedagogo para que sejam executadas. Uma atividade importante que pode ser
desenvolvida pelo pedagogo, em sintonia com a administração, é a que trata
de envolver parceiros e funcionários nos projetos da empresa. Com isto,
percebemos as varias atividades que podem ser desenvolvidas pelo pedagogo
na empresa, lembrando sempre que esta prática deve acontecer com
responsabilidade é com muita humanidade.
2.13- Pedagogo: crítico-reflexivo no ambiente empresarial
Com a abertura deste novo espaço ao pedagogo empresarial, cabe a
ele investir em constante manutenção de sua atualização, sem comodismo
deverá ir ao encontro de novos conhecimentos, novos cursos de
especialização, com a consciência que necessita ser olhado, respeitado e
reconhecido. Na empresa o pedagogo encontra-se ao nível de ascensão, a
procura de seu espaço, tendo diante de si uma grande responsabilidade e
também um leque de opções de trabalho, tendo como papel fundamental
cuidar da educação de adultos para integrá-los, e reconhecê-los em primeiro
lugar como seres humanos que atuam em uma organização e que precisam se
reconhecer e serem reconhecidos como tais, garantindo um melhor padrão de
dignidade pessoal e profissional. Nesta nova perspectiva pressupõe que o
pedagogo deverá a continuar a construção de um perfil cada vez mais
atualizado que desponta com distintas capacidades de trabalhar coletivamente
e pedagogicamente no ambiente empresarial.
A educação aparece neste contexto como um processo amplo que
permite ao indivíduo desenvolver-se como um todo e em todas as dimensões,
cujos objetivos buscam muito mais do que acumular técnicas.
Portanto, segundo Chiavenato (1999, p.90)
45
Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas
aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais
eficientes naquilo que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para
que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que
modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo
que fazem.
Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um
enriquecimento da personalidade humana.
A aprendizagem, a qualificação e o conhecimento nos tornam seres
humanos livres e reflexivos, e capazes de ter uma visão além de obstáculos
muitas vezes colocados por nós mesmos. O indivíduo, após passar por um
processo de aquisição de um determinado conhecimento, jamais terá uma
visão de antes, adquirindo novos conhecimentos. E, com certeza, contribuirá
para o seu desenvolvimento e, conseqüentemente, um avanço maior da
empresa para a qual trabalha. É necessário inovar, motivar e buscar sempre
algo novo, diferente, pois é evidente a existência de cobrança do mercado de
trabalho, principalmente por profissionais qualificados, habilitados e com
energia para exercer o seu cargo adequadamente, com serenidade e
autonomia.
Um Pedagogo reflexivo e atuante deve ter como base o projeto
pedagógico no qual ele, ao elaborar, executar, acompanhar e avaliar irá buscar
maneiras de realização de uma prática educativa de qualidade e reflexiva aos
trabalhadores, que muitas vezes, não sabem o “porquê” de estarem inseridos
em uma sala de aula no seu ambiente de trabalho, que por razões da ordem
capitalista, significa buscar aumentar a competitividade através do aumento
dos conhecimentos, ou informações de seus colaboradores, o que não deixa
de ser um caminho para o desenvolvimento do país e uma possível melhoria
da qualidade de vida de todos.
Atualmente as empresas estão voltadas para a aprendizagem que
buscam não apenas treinar os seus empregados, mas, antes de tudo, criar um
ambiente de aprendizagem contínua, no qual as pessoas possam criar, adquirir
e transferir conhecimentos, de forma a refleti-los na vida pessoal e profissional.
46
Com isso, as empresas buscam maneiras inovadoras de enfrentar os
problemas e de propor soluções adequadas à realidade e ao contexto que
vivenciam.
Isso nos leva a concluir que o que ocorre nas empresas hoje, em termos
de aprendizagem, é muito mais complexo do que aquilo que se buscava
alcançar com a utilização do treinamento.
Segundo Bayma,(2004, p.9)
Todo conhecimento envolve também interesses que criam ideologias
que são formas de justificação e também de encobrimento. Ser crítico é tirar a
máscara dos interesses escusos e trazer à tona as conexões ocultas. Que
interesses estão por detrás dos muitos saberes acadêmicos, especialmente os
técnico-científicos? Que tecnologias são propiciadas e a quem servem?
O que se coloca aqui é que, acima de tudo, a educação no âmbito
organizacional ou em qualquer outro posto na sociedade, deve ser um
instrumento de participação ativa, cooperativa e crítica do cidadão que vai
construir uma sociedade mais justa e igualitária. A prática que se diz crítico-
reflexiva possibilita ao educando que, enquanto ser humano, assuma-se como
ser social e histórico, participativo de uma História na qual ele é sujeito.
Neste sentido, cabe enfatizar que a prática pedagógica não pode estar
dentro do que aceita como fundamental o empresário quando julga ser o
suficiente para seu operário, o treino técnico; a prática do pedagogo pelo
contrário, deve propiciar que enquanto está no processo de formação, o
trabalhador possa se conceber como um cidadão na busca de uma sociedade
mais humana através do trabalho, o que não se constrói somente com sua
eficácia técnica, mas incentivando a cooperação, a criatividade humana e
acima de tudo a busca de conhecer a si próprio como um ser humano capaz
de se relacionar com outros seres humano.
Depois de elaborar, executar e implantar o projeto pedagógico, o que
inclui certamente uma mudança na postura dos envolvidos nos processos
educativos, o Pedagogo, tendo em vista o leque de subsídios e de conceitos
que julgou necessários para uma prática coerente com sua postura crítico-
reflexiva, busca neste momento verificar o que pôde ser aprendido e
47
apreendido pelos educandos e o que a empresa havia solicitado através do
levantamento das suas necessidades, o que é verificável durante as práticas
cotidianas da organização.
O pedagogo deve conceber a educação como forma de humanizar os
indivíduos. No caso das organizações como as empresas, em que na visão da
produção, a pessoa é como um instrumento, então ela passa por um processo
de desumanização. Na contradição entre o adaptar-se onde tem que
considerar a cultura da organização (reciclagens, treinamentos, gestão de
pessoas), e entre o transformar, ou seja, criar condições para que o
trabalhador reconheça suas condições em processos de desenvolvimento,
Corroboro que o pedagogo ao estar inserido neste contexto, deve “olhar” do
ponto de vista de quem vai passar pelo processo educativo, e assim, assumir o
seu lugar, ou seja, saber de que lado está, a favor de quem ou do que está, e
procurar favorecer processos de humanização enquanto processos de
formação, visto que sua prática não é neutra uma vez que é política. O
pedagogo estará envolvido em um espaço que se busca automaticamente
resultados econômicos, eficácia nas atividades das pessoas, habilidades, e
agilidades na produção e na sua mão-de-obra, por isso não poderemos como
pedagogo fechar nossos olhos a este fato, sabendo assim, desenvolver da
melhor forma projetos que abranjam além da prática do funcionário como
também a sua aprendizagem, educação e sua autonomia dentro da empresa.
A pedagogia empresarial é um tema bastante novo e atual, é um novo
horizonte, o qual o pedagogo deve sim buscar, apesar de ser ainda bastante
desconhecido pelo profissional da educação, deve-se ter o conhecimento e a
certeza que este espaço precisa sim, de profissionais que tenham na
educação o seu objeto de estudo. Acreditando que este processo está ainda
iniciando e que somos, pedagogos que deveremos nos posicionar, buscando
desenvolver da melhor forma as funções destinadas a este profissional.
O curso de Pedagogia das universidades públicas do Pará ainda está no
período de desenvolvimento, e esperar-se que o mais rápido possível possa se
adequar a nova realidade dando base para exercermos esta função, até
mesmo pelo espaço insignificante que esta questão tem no currículo do curso.
48
Porém, percebe-se por parte de muitos alunos e profissionais formados
o interesse de conhecer e atuar nesta área. È preciso que as inquietações que
me levaram a escrever este artigo, também sejam de muitos pedagogos
principalmente na região Norte. Acredito que para mudar a atual realidade é
necessário que se faça conexão entre as universidades e as empresas, para
que estas conheçam o papel do pedagogo e abra espaço para este
profissional. E encontra partida o Pedagogo se reconheça neste espaço,
sabendo sua real função e como desenvolvê-la da melhor forma possível.
O curso de Pedagogia ainda se encontra voltado quase que totalmente
para à educação em ambiente escolar, o que dificulta o desenvolvimento em
outros espaços. A pedagogia tendo como principal objeto à educação, dar ao
pedagogo sim, condições e habilidades para está presente em qualquer
espaço que se desenvolva a prática educativa. Acreditando também, que é
necessário a presença do pedagogo nas empresas, para que o funcionário,
trabalhador não se torne apenas objetos ou capital humano de uma empresa.
Pois a educação humaniza o homem, tornando conhecedor de si
mesmo e dos outros, tirando de simples papel de selvagem para torná-lo um
ser capaz de se relacionar de forma positiva com seus semelhantes.
Capítulo III
As mudanças e desafios do pedagogo
3- Mudanças e desafios
Não é fácil caracterizar o pedagogo existente em nossos
estabelecimentos educativos como agente de mudança. A complexidade
crescente dos sistemas de ensino tem alargado as dimensões da atuação de
49
todos os educadores e daqueles que exercem algum tipo de liderança junto
aos professores.
As mudanças sem precedentes que vêm ocorrendo nos últimos anos
em toda a sociedade não tiveram suficiente eco nas instituições educacionais e
no desempenho dos professores. Tudo o que se tem tentado nos cursos de
capacitação profissional, nos últimos anos, explicita o grande esforço para
fazer com que o professor assuma uma nova postura na sala de aula, aprenda
a processar o saber universal disponível e tenha acesso à renovação desse
saber.
Hoje, o bom profissional não é o que sabe, é o que está sabendo, isto é,
o que está continuamente aprendendo, renovando e reformulando seu
conhecimento.
As transformações, hoje, são tão rápidas que a grande tarefa da
educação é assumir o desafio de acelerar o ato de aprender e atender à
necessidade da renovação do aprendido logo em seguida, a fim de evitar a
fossilização precoce das idéias e da práxis.
Para bem exercer a profissão, sintonizado com o momento histórico,
cada educador precisa estar disposto a realizar permanentes investimentos em
sua qualificação: comprar livros, assinar revistas especializadas; disponibilizar
tempo para estudo; construir uma disciplina pessoal que favoreça sua
atualização continuada e permanente.
No entanto, a atualização permanente está longe de ser a panacéia que
vai resolver todos os problemas do ensino em nossas escolas. Somente a
capacitação em serviço não é condição suficiente para produzir as mudanças
necessárias que a legislação vigente e a sociedade requerem.
As agências responsáveis pela formação do pedagogo deveriam
oferecer cursos ou seminários periódicos aos ex-alunos, ouvindo-os em suas
dificuldades e ajudando-os a nortearem seu desempenho com mais eficiência.
Às vezes, enfrentam obstáculos descomunais, para os quais não se
sentem preparados e não têm a quem recorrer. Poucos voltam à faculdade em
busca de novos caminhos, muitos desistem ou acomodam-se a um ativismo
estressante, sem obter sucesso algum, desqualificando a própria função.
50
A efetivação de qualquer mudança começa com a competência em
administrá-la em si próprio e em seu cotidiano. Educar-se é a primeira parte da
tarefa. Naturalmente, vai exigir esforço pessoal e grande dose de boa vontade
para conhecer o próprio potencial e aprender a utilizar as inteligências
dominantes livremente. Quando conhecemos nossas potencialidades,
podemos fazer escolhas mais conscientes e equilibradas.
Realizar experiências de mudança na escola é acreditar no poder de
criação de cada professor, é manter-se aberto às novas idéias, é prover
ambiente estimulador ao crescimento de todos. É muito mais difícil do que
identificar erros, detectar problemas educacionais ou apontar culpados.
Os principais ingredientes da mudança são ousadia e simplicidade. Ousar é
fazer diferente e melhor o que já se sabe fazer bem, com simplicidade. Não
implica tirar coisas, e, sim, transformar a prática, a escola, as pessoas.
3.1- Cooperação: a base do sucesso
Hoje em dia, a atuação do pedagogo na escola é de grande importância
e precisa acontecer enfatizando, simultaneamente, dois pólos distintos:
Construir a equipe de trabalho – com enfoque na inteligência emocional,
no querer fazer, na liderança para servir.
Qualificar a equipe – com enfoque maior no cognitivo, no saber fazer, no
estudo e na atualização permanente da equipe de professores.
Cada pedagogo, em seu contexto, deve buscar seus próprios caminhos
para efetivar sua proposta de trabalho, a fim de promover o aprimoramento
da ação docente e as mudanças significativas na escola. Segundo Paulo
Freire, “as experiências não se transplantam, realizam-se”. Não há que ficar
esperando alguém fazer algo, para então colocar a mão na massa. O
importante é compreender que o erro faz parte de todo processo de
crescimento e que só não erra quem não faz, quem vive se repetindo numa
rotina interminável.
51
É fundamental aprender a acompanhar a prática do professor,
ajudando-o em suas dificuldades, assessorando-o na efetivação da qualidade
do ensino para todos, reconhecendo e valorizando todo o seu esforço,
preocupando-se, sobretudo, com a integração da escola na comunidade.
Ao iniciar suas atividades numa escola, a primeira preocupação do
pedagogo deve ser com a construção da equipe de trabalho: uma equipe
competente, forte o bastante para implementar experiências de mudança no
fazer da escola; uma equipe coesa, capaz de trabalhar por objetivos comuns,
ou seja, conseguir que todos os educadores estejam comprometidos com os
mesmos propósitos, empenhados em realizar a proposta educativa
explicitada no projeto político-pedagógico, compartilhando riscos e desafios,
confiando nos colegas de equipe, no exercício do respeito mútuo.
Para a construção da equipe de trabalho, o pedagogo deve estabelecer
uma linha de ação, utilizando dinâmicas de grupo como ferramenta, no intuito
de focar a pessoa do educador e procurar facultar-lhe vivências individuais,
em duplas, até chegar ao coletivo, numa busca de singularizar, de marcar as
diferenças no que cada profissional tem de mais positivo, tornando cada um
sujeito da própria ação.
Participação é a palavra-chave nesse processo. O ser humano é um ser
gregário, social. A opinião do outro é importante e lhe confere respaldo para
se sentir bem e inovar com mais segurança, apoiado na aprovação do colega.
Trabalhar, muitas vezes, significa assumir riscos e colocar à prova os próprios
limites, as próprias capacidades, buscando cumprir os objetivos elaborados e
assumidos por todos, demonstrando coragem e determinação.
Daí a importância da equipe. As habilidades se complementam, e o grau
de cooperação vai aumentando à medida que a equipe se consolida.
As dinâmicas de grupo devem acontecer no início de cada encontro. Devem
ter curta duração e caráter objetivo. O envolvimento do pedagogo como
coordenador da atividade naquele momento deve segurar o grupo, fazendo-o
passar pelo catártico, lembrando fatos, percebendo questões de limite do
individual ao grupal, criando um espaço aberto, sem tensões ou coerções,
possibilitando o alcance de níveis de desenvolvimento mais satisfatórios e
52
completos, melhorando as relações pessoais e contribuindo para reforçar a
integração dos professores a cada encontro. Ao final de cada trabalho, é bom
ficar sempre o gosto de “quero mais”.
Uma ação em equipe é importante porque conta com a sinergia do
grupo, quando o resultado da soma das opiniões individuais é maior do que
cada idéia isoladamente, por melhor que esta seja. A essência da sinergia
está em valorizar as diferenças existentes na equipe. As opiniões divergentes
são respeitadas, e a comunicação é clara e objetiva. Todos prestam atenção
à sua forma de trabalhar, procuram resolver os problemas que afetam o
funcionamento da escola com mais comprometimento, substituindo o
imperativo “tem de fazer” pelo “precisamos fazer”.
No entanto, grupo e equipe diferenciam-se significativamente. Grupos
existem em quase todas as escolas e, muitas vezes, até ostentam a
denominação de equipe, indevidamente. A organização de trabalho estanque
e multidisciplinar, que ainda impera na maioria das instituições, favorece a
existência de grupos que operam com muito individualismo, às vezes, até
com certa competitividade predatória. A construção da equipe significa plantar
a igualdade entre os professores — pessoas comprometidas e capazes de
perseguir objetivos comuns, assumidos por todos, com a intenção de criar
para aquela escola o currículo ideal e específico, que produza o ensino de
qualidade para todos.
O dia-a-dia no trabalho torna as relações muito profissionais, de forma
que nem nos permitimos uma aproximação com as pessoas. Algumas vezes,
somos acometidos por cegueira, presos ao narcisismo ou ao egoísmo,
impossibilitados de exercitar o “dar” e o “receber”, indispensáveis à
consumação de tarefas coletivas.
No processo de construção da equipe forte, coesa, capaz de perseguir
objetivos comuns, acreditar nas pessoas é fundamental. É, talvez, a atitude
que mais fortalece o pedagogo junto aos professores: acreditar nas
possibilidades do grupo para o enfrentamento dos problemas que vão
surgindo, cultivar a crença de que somos capazes, aceitando a decisão
coletiva na priorização das ações, mesmo que seja uma variação da própria
53
idéia. Sem confiança mútua, não haverá parceria, cumplicidade nem trabalho
de equipe.
O pedagogo, no papel de coordenador do grupo, deve incentivar e
favorecer a formação de subgrupos entre os professores, para estudo,
pesquisa e aperfeiçoamento profissional. Aos poucos, toda a equipe aprende
a se entusiasmar, realimentando-se com o próprio sucesso, e começa, por
homologia dos processos, a também entusiasmar alunos e suas famílias em
relação aos objetivos da instituição.
3.2- A cada escola, um recomeço
O pedagogo será bem-sucedido à medida que for aceito, respeitado e
compreendido pela escola que o recebe e o apóia. O significado inicial do seu
trabalho está no valor que lhe é atribuído pelo próprio sistema e pela
comunidade. A partir dessas boas-vindas, é seguir em frente com coragem e
determinação. Há que se fazer por merecer e confirmar as expectativas em
relação ao trabalho que realiza.
As inúmeras exigências impostas à escola atualmente e a carência de
professores qualificados vêm ampliando o campo de ação do pedagogo e
exigindo-lhe um esforço cada vez maior no sentido de aprender a colocar o
amor e o respeito mútuo em seu convívio diário e de promover a mudança e a
inovação de que a escola necessita, com garra e determinação. Os
conhecimentos e as habilidades requeridas para esse trabalho prescrevem-
lhe permanente aprendizagem.
O pedagogo precisa aceitar sua parcela de responsabilidade e
compromisso com a equipe de professores desde o início. Sua ação junto a
estes deve ser semelhante a uma potente locomotiva, puxando todos para o
movimento, para a ação continuada e na direção certa.
54
Capítulo IV
A atualização do pedagogo
4. Fundamentação Teórica na atualidade:
As instituições formadoras de profissionais de educação estão vivendo
um importante momento de transição face às recentes transformações no
mundo do trabalho e mais especificamente naqueles meios onde o
conhecimento e a informação são a base de sustentação dos processos
desenvolvidos.
A ação docente, seja em contextos de formação educativa plena, seja
em contextos mais específicos, deve conciliar o aprimoramento dos aspectos
individuais de auto-realização e plenitude com aspectos sociais, sobretudo
aqueles que contemplam a integração dos indivíduos na humanidade,
realizando um movimento hoje conhecido como cidadania planetária.
55
Em torno dessa ação bipolar, que envolve o ensinar e o aprender como
eixo central, é que interagem um sem número de elementos diversificados, tais
como: valores, objetivos, informações, procedimentos, normas, espaços e
tempos e sobretudo indivíduos e grupos sociais com novos papéis a serem
definidos em torno dessas ações docentes. O tradicional papel do professor,
guardião e transmissor de conhecimentos, já vem sendo substituido pela
imagem do facilitador da aprendizagem. Segundo Guiomar Namo de Melo
"construir sentidos com base no conhecimento deverá ser a tarefa mais nobre
do educador dessa nova sociedade da informação". Por outro lado, o aluno, de
fiel depositário de conhecimentos passa à condição de sujeito dinâmico da sua
própria formação.
Tais competências se constroem nos diversos espaços de
aprendizagem que configuram a trajetória da vida cotidiana de todos esses
cidadãos, mas aos espaços responsáveis pela escolarização compete
possibilitar a construção de lastros de conhecimentos e habilidades genéricas
facultadoras de uma atuação como sujeito autor, gestor e produtor de sua
ação, notadamente no desenvolvimento de suas atividades profissionais, para
as quais são exigidas hoje as chamadas habilidades básicas, específicas e de
gestão.
O profissional da área de educação tem sobre si a exigência da
produção, construção e socialização de conhecimentos, habilidades e
competências que permitam sua inserção no cenário complexo do mundo
contemporâneo com a função de participar, como docente, pesquisador e
gestor do processo de formação de crianças, jovens e adultos na vivência de
tais relações.
O objeto de estudo e objetivação de sua prática é o processo educativo ,
qual seja a educação em seu acontecer cotidiano nos diversos espaços da
prática social em que se processa, traduzido mais especificamente na ação
docente que, segundo a professora Acácia Kuenzer em documento
apresentado na XXI Reunião da ANPED em setembro de 1998, confere
sentido e organicidade às diferentes ênfases do trabalho pedagógico e
56
constitui a base comum de formação dos profissionais de educação de
maneira geral.
O processo de trabalho docente, como é hoje compreendido, requer um
profissional que alie habilidades do fazer pedagógico com outras referentes ao
pensar permanente de sua própria prática, conforme as exigências de perfil
para o cidadão-trabalhador na sociedade contemporânea: aquele que
acrescente aos conhecimentos básicos para o desenvolvimento de função
específica, conhecimentos e habilidades de gestão de seu próprio trabalho.
Para responder às exigências da formação do trabalhador em educação, cabe
ao currículo oferecer um lastro de conhecimentos e se apoiar numa dinâmica
que permita, no lugar do acúmulo de conhecimentos previamente definidos e
rigidamente oferecidos, a construção contínua de novos conhecimentos,
mediante o confronto permanente com as experiências construídas em outros
espaços de aprendizagens, possibilitado pela investigação sistemática, ou seja
pela pesquisa.
A formação do trabalhador em educação não se esgotará, portanto, na
Graduação. É responsabilidade da Universidade desenvolver programas de
pós-graduação e educação continuada para assegurar as atualizações e
aperfeiçoamentos que se façam necessários.
A dinâmica curricular proposta fundamenta-se em quatro princípios
básicos: flexibilidade, autonomia, integração e atualização.
Flexibilidade em oposição à rigidez do conceito de currículo adotado
anteriormente, expressa principalmente nas "grades" curriculares estáticas e
com possibilidades restritas de formações especializadas. O ritmo acelerado
das mudanças na realidade atual traz a premência de qualificações flexíveis
para atuação em qualquer campo profissional, o que requer uma formação
mais abrangente a partir de uma dinâmica passível de mudanças processuais,
ou seja, sem determinação prévia do caminho a ser percorrido.
Para atuar numa realidade imprevisível um dos requisitos básicos é a
autonomia dos sujeitos e no processo de formação, tal competência se
constrói no exercício de um percurso curricular flexível, ou seja, em que seja
facultada ao estudante a definição do próprio percurso curricular a ser seguido
57
e proporcionada ao mesmo a possibilidade de exercer a autonomia da
produção de seus próprios conhecimentos, mediante a adoção de métodos
que propiciem a verdadeira produção acadêmica.
Para articular devidamente os conteúdos curriculares, é necessário o
princípio da integração, com vistas à superação da tão criticada
fragmentação das disciplinas. Tal princípio se expressa numa metodologia
interdisciplinar, que pressupõe ser o objeto pedagógico bastante complexo do
ponto de vista epistemológico, exigindo a concorrência de campos diversos do
conhecimento para sua elucidação. Essa abordagem multidisciplinar deve
avançar para uma relação recíproca entre os diversos componentes
disciplinares - a interdisciplinaridade – a fim de assegurar a conexão entre os
conteúdos estudados.
A atualização constante dos conhecimentos é outra exigência do mundo
contemporâneo, daí ser necessário o desenvolvimento de componentes
curriculares que permitam variação temática, a ser atualizada continuamente,
de acordo com as demandas presentes, além do aproveitamento de atividades
extracurriculares.
Esta proposta curricular compreende que a formação do pedagogo não se
esgotará na graduação, sendo responsabilidade da Universidade desenvolver
programas de pós-graduação e educação continuada para assegurar as
atualizações e aperfeiçoamentos que se façam necessários.
Esse líder pedagógico eficaz será um perito, dedicado aos fins do
ensino. Como então, o supervisor se enquadra na estrutura formal da escola
atual? Na busca de monopolizar sua função formal, deram-lhe a função de
“coordenador pedagógico” a fim de em sua competência pedagógica não fosse
colocado como supervisor ao professor. No entanto, não é fácil a muitos
professores, em muitas situações escolares, ter sempre a visão voltada para
fins educacionais nítidos no seu dia-a-dia, nem tampouco é fácil visualizar,
para cada lição, os métodos e recursos didáticos mais convenientes. Por outro
lado, a sala de aula não é um mundo fechado, os alunos convivem com outros
alunos no recreio, os professores na sala de reuniões. Enfim, o ensino
desenrola-se vinculado a todo um ambiente social escolar, difícil de perceber,
58
de interpretar e de utilizar pedagogicamente no seu todo e nos seus detalhes
por quem está imerso nele. É aí que o professor necessita de uma assistência
técnica-pedagógica para que se mantenha sempre mais produtivo.
Numa administração democrática, todos os amplos setores envolvidos
no processo precisam ser considerados, alunos, funcionários, professores e
pessoal técnico pedagógico este último e em especial o supervisor, também
são trabalhadores em educação e possui seus interesses ligados a condição
da melhoria do ensino e da aprendizagem. Estas são as pessoas
encarregadas das atividades fins da educação escolar. São autênticos
produtores direitos da educação. Esses fatos colocam a importância do
conhecimento diagnóstico do contexto escolar, fundamentação das dimensões
pedagógicas e os métodos e técnicas administrativas, mais adequadas à
promoção da racionalidade interna e externa.
A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela
varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no
mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou
seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em pessoas e
situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.
O que é bom hoje, poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da
personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,
expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e
influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,
sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,
tecnológicos, gerenciais e administrativos).
A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de
todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a
sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos
força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da
motivação. Com este trabalho, visamos identificar e explicar as mais
importantes teorias e abordagens disponíveis, com as respectivas críticas,
ligações e inter-relacionamentos. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão
geral e abrangente dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e
59
diferenciais destas teorias e abordagens, bem como a importância da
motivação para o trabalho.
O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito
como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,
buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons
resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e
motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.
CONCLUSÃO
O presente trabalho abordou algumas questões acerca da pedagogia,
dando enfoque ao profissional pedagogo, fazendo uma breve análise sobre a
história do surgimento do pedagogo, suas funções, habilidades e
competências, demonstrando seus objetivos educacionais, especialização,
mercado de trabalho e seu papel na educação informal, explicitando o
processo de aprendizagem, atuação e as práticas profissionais pedagógicas no
âmbito empresarial.
Este artigo desenvolveu, sem qualquer pretensão de esgotar o tema,
dados considerados relevantes e essenciais para a compreensão das
abordagens feitas por cada item elencado no decorrer do trabalho, com o
intuito de fundamentar teoricamente o pedagogo e sua evolução nos tempos
atuais, classificando suas qualidades e funções no ambiente escolar e
empresarial.
Na opinião dos mais retrógados, as atividades de um pedagogo são
primordiais na administração escolar, onde realizam estudos e pesquisas nas
áreas pertinentes á educação e coordenação de cursos visando ao
aperfeiçoamento do ensino e suas técnicas. Porém, atualmente, o pedagogo
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não fica mais restrito a esfera educacional, pois ele também atua na
supervisão de ensino em empresas, nas áreas de organização e coordenação
de cursos.
A atuação do pedagogo no ambiente empresarial será sobre os
indivíduos que fazem parte de instituições e empresas de todos os tipos,
portes e áreas. Ele deverá ter o domínio de conhecimentos, técnicas e práticas
que, somadas à experiência dos profissionais de outras áreas, constituem
instrumentos importantes para atuação na gestão de pessoas, logo, o
pedagogo deve ter um olhar, pedagógico, filosófico, psicológico em relação aos
seres humano que estarão presentes neste espaço, não os tratando como
meros objetos que precisam ser moldados de acordo com o objetivo da
empresa.
Insta salientar que o curso de Pedagogia ainda se encontra voltado
quase que totalmente para a educação em ambiente escolar, o que dificulta o
desenvolvimento em outros espaços.
O pedagogo tem sobre si a exigência da produção, construção e
socialização de conhecimentos, habilidades e competências que permitam sua
inserção no cenário complexo do mundo contemporâneo com a função de
participar, como docente, pesquisador e gestor do processo de formação de
crianças, jovens e adultos na vivência de tais relações.
Hoje em dia, para o pedagogo ser considerado um bom profissional é
preciso que ele seja dinâmico, comunicativo e tenha capacidade de
planejamento e execução de planos, pois assim, ele estará preparado para
enfrentar as situações do cotidiano sendo tolerante e flexível às questões
decorrentes das diferenças culturais que caracterizam a sociedade.
Diante do exposto é possível perceber como é gratificante ser um
Pedagogo. Pois, ao ser um profissional responsável e comprometido com seu
trabalho, ele se torna um pedagogo de sucesso. Portanto, metaforicamente,
podemos dizer que o pedagogo deve ser uma potente locomotiva, puxando
todos para o movimento, em uma ação contínua e na direção certa.
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ANEXOS
Índice de anexos
Ao planejar o trabalho de conclusão de curso, abordei vários autores,
fiz entrevista com uma Pedagoga, a Professora Regina Vidal, e anexei a
reportagem sobre Articulador Escolar da Revista Educação.
Anexo 1 >> Entrevistas;
Anexo 2 >> Reportagens;
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ANEXO 1
ENTREVISTA
1. Qual o seu nome? Qual a sua especialização? Em que área? Local onde
foi graduada?
Meu nome é Regina Vidal Moreira, fiz minha graduação em pedagogia
na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com habilitação em
Orientação Educacional. Tenho pós-graduação em Psicopedagogia
Clínica e Institucional pela Universidade Estácio de Sá.
2. Você atua na are a quanto tempo?
Atuo na área á vinte anos.
3. O que é ser pedagogo para você?
É o profissional da educação que perpassa por todos os seguimentos de
uma escola, numa visão de assessoria.
4. O que pode e deve ser o pedagogo hoje?
O pedagogo tem que transitar por todos os setores da escola, apoiando
a Direção, as famílias, os funcionários e alunos, fazendo um trabaçho em
parceria com a supervisão educacional, elaborando projetos, renovando
currículos, enfim, contribuindo para uma escola viva em constante
mudança.
5. Considerando alguma situações, muitos acadêmicos que hoje cursam a
pedagogia, o fazem por última opção?
Acho que esse estudante tem que mudar sua escolha, pois senão tem
aptidão nem entusiasmo pela carreira, vai ser mais infeliz do que aqueles
que não são valorizados mas que amam o que fazem, colocando a
criatividade e sempre se atualizando.
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6. Como você atua na sua escola? Como é o desenvolvimento do
pedagogo na sua escola?
Faço atendimento às famílias dos alunos, aos próprios alunos e tenho
sempre contato com os professores para ajudar aqueles que
demonstram alguma dificuldade de aprendizagem ou comportamental.
7. O que você diria para uma pessoa que hoje está se formando?
Buscar sempre, se recapacitar para ser um profissional seguro do que
faz, delimitando suas tarefas específicas na escola, para não ser só mais
“um quebra-galho” da educação e sim um profissional que contribui para
uma educação de qualidade.
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ANEXO 2
Reportagens
REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 167
Profissão: articulador escolar O coordenador pedagógico se consolida cada vez mais como formador, orientador de um trabalho coletivo e elo entre as pessoas, o projeto escolar e os conteúdos programáticos
Carmen Guerreiro
Escola Projeto Vida, em São Paulo: acompanhamento do plano de aulas do professor Reger a escola do século 21 não é uma tarefa para qualquer maestro. Numa época em que se rediscutem espaço, tempo, modo, sujeito e conteúdo da aprendizagem, a figura do coordenador pedagógico se destaca como articuladora e representante dessa nova forma de pensar a educação. O coordenador é hoje - ou poderia ser - o elo a unir projeto pedagógico da escola, conteúdo programático e as pessoas envolvidas no projeto - professores, gestores, pais e alunos. E, para ele, é impossível harmonizar esses três polos sem responder a grandes questões da educação atual: de quem é a responsabilidade pelo aprendizado dos alunos? Como trabalhar o conteúdo de um currículo fixo de maneira diferente em cada turma? Como quebrar a barreira das disciplinas? Como apoiar o professor e contribuir com a sua formação? Em meio a essas demandas, o cenário educacional contemporâneo introduz ingredientes que criam paradoxos para o exercício da função. Ao mesmo tempo que a cobrança social pela aprendizagem dos alunos, cada vez mais, recai de forma individualizada sobre o professor, ele é instado a trabalhar de forma interdisciplinar, em projetos conjuntos com as outras disciplinas e áreas de saber. No que tange ao currículo, há uma crescente defesa da constituição de um "mínimo múltiplo comum", sobretudo para algumas disciplinas do ensino médio, nas quais o aluno, caso mude de escola, está arriscado a estudar a mesma coisa nos três anos dessa etapa. Em paralelo, há uma grita pela manutenção das singularidades regionais - nem sempre justificada, pois muito do conhecimento com que a escola trabalha é universal. Em meio a pressões de todos os lados - dos docentes, gestores, alunos e familiares - quais seriam, então, as características que fariam do coordenador um profissional capacitado a desempenhar o papel de articulador? Um bom comunicador Para dar conta de tamanho desafio, o coordenador precisa ter a seu favor algumas características. "Não podemos definir um perfil exato para o coordenador, pois é possível praticar a coordenação pedagógica com estilos variados. No entanto, o cuidado com as relações interpessoais tem de ser um norte a ser perseguido. As características que definem um bom coordenador talvez sejam as mesmas que caracterizam um bom professor", aponta Renata Cunha, docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Independentemente de suas semelhanças com os professores, o coordenador deve ser alguém, segundo Nilda Alves, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que saiba liderar sem perder de vista que está coordenando uma equipe em uma escola, e não em uma empresa, que tem dinâmica e foco diferentes. "E isso não significa ficar levando textos que conclamam o professor a trabalhar melhor, já que o professor está ali para cumprir o seu trabalho." Fernanda Liberali, pesquisadora da PUC-SP com mestrado e doutorado dedicados ao papel do coordenador pedagógico, complementa que, como líder, ele deve conquistar o respeito do colegiado. "Para isso, precisa estar informado, estudar
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sempre. Não precisa saber todo o conteúdo de todas as áreas, mas tem de ter conhecimento teórico sobre a prática pedagógica." Outra característica importante do perfil é saber o momento de ouvir e de falar. "É preciso ouvir o professor para ganhá-lo, fazê-lo revelar o quê e como pensa, como acha que determinada questão tem de ser tratada." Estabelecido esse canal de comunicação, fica mais fácil sugerir caminhos e propor reflexões acerca de convergências e divergências entre o que o professor tem em mente e o projeto pedagógico da escola. Essa relação de confiança é fundamental porque faz com que os professores se sintam à vontade para levar suas dificuldades e problemas para o coordenador, resume Fernanda. Como a interação com os professores está na base do trabalho do coordenador pedagógico, pesquisadores do tema usam a teoria das relações interpessoais, do pedagogo norte-americano Donald Schön, para tentar compreender as habilidades de comunicação que esse profissional precisa desenvolver. De acordo com Schön, autor de Educando o profissional reflexivo (Artmed, 2000, edição esgotada), a relação entre instrutor e aprendiz (interpretados por especialistas como coordenador e professor) pode ser um sucesso ou um fracasso dependendo de como a hierarquia, o poder e o controle transparecerem na comunicação. Ele descreve duas situações. Na primeira, o coordenador deixa claro o seu poder como superior na hierarquia em relação ao professor. O resultado é descrito por Tânia Romero em seu doutorado A interação coordenador e professor: um processo colaborativo?: "As pessoas não querem experimentar, correr riscos, revelar suas conjecturas ou hipóteses, preocupadas que estão em munir-se de certezas para rebater pontos de vista adversos. O resultado é que as condições para aprendizagem não são estabelecidas." O segundo modelo, focado no aprendizado mútuo, volta-se ao "entendimento, colaboração e questionamento das visões e interesses dos participantes envolvidos: um jogo de cartas na mesa, sem mistérios ou intenções ocultas". "Encoraja-se que sejam criadas condições para livre troca de informações, mesmo aquelas mais sensíveis e difíceis, que haja conscientização dos valores em jogo, bem como conscientização das limitações da própria capacidade, que haja comprometimento interno dos participantes quanto às decisões tomadas, comprometimento este baseado em satisfação intrínseca em vez de recompensa ou punição externa. O clima de confiança mútua que se estabelece (...) propicia um relacionamento colaborativo favorável a oportunidades de reflexão", escreve Tânia. Espaço coletivo O segundo modelo representa o canal aberto de comunicação para um trabalho coletivo, não hierarquizado. Para que essa proposta possa ser colocada em prática, Schön diz que o professor deve defender suas posições sem deixar de questionar e ouvir a crença dos colegas, justificar como chegou a seu ponto de vista, debatê-lo e, caso se sinta em meio a um problema ou dilema, expressar isso publicamente. Todo o trabalho do coordenador, portanto, só é possível a partir de um espaço coletivo de debate com os professores. Só a partir dessa interação a figura do coordenador pode exercer a sua principal função, a de formador que promove a reflexão contínua junto aos professores sobre a prática pedagógica. Por isso é importante para os coordenadores compreender que a construção de conhecimento junto aos professores não acontece porque o coordenador ensina o professor como ensinar, e sim porque existe o intercâmbio entre eles. Essa ideia, advinda das teorias do psicólogo russo Lev Vigotski, tomada como base para entender as relações de aprendizagem dentro da escola, é hoje utilizada no estudo do papel do coordenador. O dia a dia do coordenador E na prática, o que faz essa figura dentro da escola? Renata Cunha, da Unimep, defende em seu artigo O coordenador pedagógico e suas crenças que um dos desafios é o de articular teoria e prática: "O saber e o fazer reflexivo precisam estar contextualizados, uma vez que a transformação da realidade educacional decorre do confronto entre teoria e prática. Nesse sentido, questiona-se quem seria o profissional responsável por mediar o coletivo docente e articular os momentos de formação. O coordenador pedagógico passa a ser considerado o interlocutor da formação docente na medida em que proporciona a reflexão sobre a prática e a superação das contradições entre o pensar e o agir", avalia. Renata descreve o coordenador como mediador na escola, aquele que deve promover o diálogo entre gestão, professores, pais e alunos. E enumera algumas de suas atribuições: promover oportunidade de trabalho coletivo para construção permanente da prática docente e revisão do projeto político-pedagógico; acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como os resultados do desempenho dos alunos junto aos professores; assumir o trabalho de formação continuada e garantir situações de estudo e de reflexão sobre a prática pedagógica e aprofundamento das teorias da educação; auxiliar o professor na organização de sua rotina de trabalho; colaborar com o professor na organização de seleção de materiais adequados às diferentes situações de ensino e de aprendizagem; apoiar os estudantes e orientar as famílias, entre outras. Na escola Projeto Vida, na zona norte paulistana, uma das coordenadoras do ensino fundamental 1, Sônia Favaretto, explica como essas funções se traduzem no cotidiano. Ela auxilia, por exemplo, os professores na elaboração de um plano de aulas, incluindo a busca de referências bibliográficas e instrumentos de avaliação. "Além disso, é preciso acompanhar esse plano - pautas de observação em sala devem ser combinadas previamente com os professores, assim como é possível a análise de vídeos com intenção formativa", explica. Uma das práticas de formação da escola é estudar coletivamente um registro de aula feito pelo professor. O coordenador (e em alguns momentos os próprios colegas) lê, formula perguntas, assinala aspectos relevantes e aponta o que falta para que a prática converse com a teoria, buscando fundamentar as atividades propostas. Outra técnica utilizada é a de oferecer um modelo de referência para o professor, pedindo que observe outros colegas dando aula. Fernanda Liberali, que realiza trabalho de formação de coordenadores em escolas das redes pública e particular de São Paulo, sugere também que a equipe promova simulações de aula - para, por exemplo, aprender a trabalhar com um material novo - , ou que realize fóruns de discussão on-line para debater questões do cotidiano. "Dou muitos cursos sobre como sentar com o professor e discutir uma aula que não tem nada que ver com a proposta da escola, como conversar sobre isso, como ensinar o docente a ver se o realizado bate com o planejado, como o resultado do aluno reflete o planejamento, e como formar com foco em teorias de aprendizagem e linguagem. Às vezes o coordenador sabe disso na prática, mas não sabe explicar e trabalhar isso junto ao professor", afirma.
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Sem receita Existem experiências positivas e negativas, mas não há uma receita para o trabalho da coordenação pedagógica que garanta o sucesso do trabalho. Não é recomendável padronizar métodos e técnicas didáticas para serem usados entre coordenadores e professores, assim como é difícil crer que alunos aprendem e atribuem significado aos conteúdos da mesma forma. Os repertórios cultural, teórico e de vivências dos docentes devem sempre ser levados em consideração. "Cada professor tem uma trajetória de formação, determinadas preferências, limitações, estilo de comunicação, postura em relação às diversas situações do cotidiano da escola. O coordenador precisa ser sensível às características de cada professor e ajudá-lo a refletir", explica Renata. A função do coordenador pedagógico tem se consolidado, mas os próprios coordenadores muitas vezes não sabem qual é sua função. É o que diz a pesquisa O papel do coordenador pedagógico (2010), da Fundação Victor Civita, que revela que apenas 9% dos coordenadores entrevistados acreditam que faz parte do seu trabalho realizar um planejamento pedagógico e buscar melhorias para o ensino, aprendizagem e dificuldades dos alunos. Além disso, apenas 60% promovem reuniões com docentes. Para Neurilene Ribeiro, coordenadora pedagógica regional do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, ONG que atua em 30 municípios baianos, a diferença entre um coordenador que sabe quais devem ser suas atividades e outro que não sabe com clareza é o comprometimento da escola com o projeto político-pedagógico. Uma escola que tem como objetivo sustentar uma prática pedagógica inovadora deve voltar a coordenação para sua real função, que é a da formação continuada. "O coordenador deve passar menos tempo produzindo papéis e mais se dedicando ao triângulo professor, aluno e aprendizagem. Se o projeto político pedagógico é mais frágil, o cotidiano do coordenador é menos planejado e se dissolve em resolver problemas do dia a dia", alerta. Dessa forma, a atuação do coordenador tende a ser pontual e descontínua, com pouca sustentação educacional. Ou seja, ao que parece, existem duas vertentes possíveis para que o trabalho do coordenador se estabeleça: uma é a do "faz-tudo" ou "apaga fogo", caracterizada pelo improviso e pela carência de reflexão educacional; a outra é voltada à formação docente e à construção de um projeto político-pedagógico com planejamento estratégico. A formação do professor na escola A formação continuada de professores deve acontecer em vários níveis, não apenas na escola, como defende Renata. Como acontece com profissionais de outras áreas, também os docentes se beneficiam com o alargamento de seu repertório cultural. É importante, também, que o professor se mantenha atualizado e informado inclusive para que os encontros de formação dentro da escola sejam mais produtivos, com mais possibilidade de troca de experiências e conhecimento. "A formação continuada que acontece na escola deve centrar-se naquela realidade e nas necessidades do grupo de professores. É uma formação compartilhada, centrada nas experiências e dilemas enfrentados pelos professores empenhados na superação das dificuldades identificadas", observa Renata, diferenciando a formação continuada na escola daquela feita individualmente. Sônia Penin, do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da USP, observa que a formação dentro da escola é essencial, porque é o único espaço de contextualização do trabalho dos professores. Fora da escola, os problemas são mais genéricos e não fazem parte daquele universo específico. "O coordenador vai focar a formação em uma situação única: naquela escola, naqueles alunos, naqueles índices, naquele cotidiano vivido pela equipe e que deve ser problematizado", pontua. A existência de processos de formação continuada individual é fundamental para que a formação seja potencializada, complementando o processo.
68
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LIBÂNEO, J. C. Que destino os educadores darão à pedagogia? In: PIMENTA, S. G.(coord.) Pedagogia, ciência da educação? São Paulo: Cortez, 1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê?. 4ª. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2001. LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação. 1984. PIMENTA, Selma Garrido. (org.) Pedagogia e Pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002. GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999. BAYMA, Fátima. (org.) Educação Corporativa: desenvolvendo e gerenciando competências. Fundação Getúlio Vargas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
FRANCO, M. L. B. Qualidade total na formação profissional: do texto ao contexto.Cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas, São Paulo, 1995.
HOLTZ, Maria Luiza Marins. Pedagogia Empresarial. São Paulo: Revista Ampliada. 2006
KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia. Trad. Francisco Cock Fontanella. 2ª ed. Piracicaba: Unimep,1999.
LIBÂNEO, J. C. Que destino os educadores darão à pedagogia? In: PIMENTA, S. G.(coord.) Pedagogia, ciência da educação? São Paulo: Cortez, 1996.
RIBEIRO, A. E. do A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. Rio de Janeiro: Wak, 2003.
69
RIBEIRO, S. C. A Educação e a inserção do Brasil na Modernidade. Cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas, S. Paulo, n. 84, p.63-82, fev.1993.
GADOTTI, Moacir. História das Idéias pedagógicas. 8 ed. São Paulo: Ática, 2001.
WÜRTH, Tiago. Pestalozzi e a Pedagogia Social. Rio Grande do Sul: Instituto Pestalozzi de Canoas, 1971.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I 09
COMO SURGIU A HISTÓRIA DO PEDAGOGO
1– A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DO PEDAGOGO 09
1.1- A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 11
1.2- O PEDAGOGO E SEUS OBJETIVOS DE ESTUDOS 18
CAPÍTULO II 20
AS FUNÇÕES DO PEDAGOGO
2-A HISTÓRIA DO CURSO DE PEDAGOGIA 20
2.1- QUAL A FORMAÇÃO NECESSÁRIA PARA SER PEDAGOGO 23
2.2- PRINCIPAIS ATIVIDADES DE UM PEDAGOGO 24
2.3- O QUE É SER PEDAGOGO? 24
2.4- QUAL AS CARACTERÍSTICAS PRA SER UM PEDAGOGO? 26
2.5- ÁREAS DE ATUAÇÃO E ESPECIALIDADE 27
2.6- ALÉM DA PEDAGOGIA NO ÂMBITO ESCOLAR, ATUALMENTE
ENVOLVEOUTROS AMBIENTES DE EDUCAÇÃO INFORMAL 28
2.7- MERCADO DE TRABALHO 28
2.8- AFINAL, O QUE É SER PEDAGOGO? O QUE SE ESPERA DE SUA
ATUAÇÃO? OQUE SE FAZ, REALMENTE, QUANDO ACOMPANHA E
AVALIA A PRÁTICA, QUANDO ESTUDA COMO PROFESSOR OU QUANDO
SE BUSCA A INTEGRAÇÃO DA ESCOLA COM A COMUNIDADE? O QUE
QUER ALCAÇAR? QUAIS SÃO AS FUNÇÕES QUE ELES EXERCEM NA
ESCOLA QUE NÃO DEVERIAM EXERCER? 29
71
2.9- ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA 32
2.10- O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DENTRO DA EMPRESA 39
2.11-OS PROFISSIONAIS DE PEDAGOGIA NO AMBIENTE
EMPRESARIAL41
2.12- AS PRÁTICAS DO PEDAGOGO DENTRO DA EMPRESA 43
2.13-O PEDAGOGO: CRÍTICO-REFLEXIVO NO AMBIENTE
EMPRESARIAL45
CAPÍTULO III 50
AS MUDANÇAS E DESAFIOS DO PEDAGOGO
3-MUDANÇAS E DESAFIOS 50
3.1- COOPERAÇÃO:A BASE DO SUCESSO 51
3.2- A CADA ESCOLA, UM RECOMEÇO 54
CAPÍTULO IV 56
A ATUALIZAÇAÕ DO PEDAGOGO
4-FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS 56
CONCLUSÃO 61
ANEXOS 63
ANEXO 1 64
ANEXO 2 66
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 69
ÍNDICE 71
72
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: O Pedagogo na Atualidade
Autor: Gisele Vinhal Soares
Data da entrega: 02-04-2011
Avaliado por: Flávia Cavalcantti Conceito: