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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Estratégia Cristã
Por Luciano Barbosa da Silva
Orientador
Prof. Msc. André Gustavo
Co-orientador
Prof. Dr. Rogério Messias
Rio de Janeiro
2002
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Estratégia Cristã
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como condição
prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Gestão Estratégica e
Qualidade.
Por: . Luciano Barbosa da Silva
AGRADECIMENTOS
....primeiramente a Deus, que
fez existir a oportunidade de ampliar
meus conhecimentos intelectuais e
profissionais. Ele deu-me forças para
a busca incansável de informações
durante as madrugadas em claro
que passei. Aos colegas de classe
que sempre tornaram a sala de aula
um ambiente agradável de se
aprender. Ao orientador e co-
orientador, Msc. André Gustavo e
Rogério Messias, que com muita
propriedade, me aconselharam e
auxiliaram na elaboração desta obra.
DEDICATÓRIA
.....dedico ao meu pai José Barbosa e
minha mãe Maria Jorge, que sempre
com sábias palavras, iluminaram o
caminho da minha vida. À minha
pequena sobrinha Elisama, que sempre
ao meu lado ficava até adormecer,
ouvindo o som do teclado, no digitar
das informações desta obra.
RESUMO
Este trabalho monográfico tentará fazer uma reflexão da estratégia
Cristã, seu posicionamento, suas táticas, suas variedades, sua expansão e
perpetuação até os dias atuais.
Será estudado que concorrentes existiam e emergiram no momento
em que as idéias Cristãs foram apresentadas.
Estas reflexões teoestratégicas que aglutinaram para si os maiores
homens influenciadores, pensadores e pesquisadores da história da
humanidade, homens como: Samuel Morse, Miguel Faraday, Blaise Pascal,
Copérnico, Kepler e tantos outros.
Será expostos e analisados os motivos e intenções da segmentação e
institucionalização da fé Cristã no decorrer da sua história.
Serão levantadas questões com a proposta de elucidar os verdadeiros
motivos de expansão e perpetuação do Reino de Deus, trazidas pela pessoa
de Cristo, dentro dos aspectos estratégicos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O Começo 11
CAPÍTULO II - O Ambiente 20
CAPÍTULO III – A Proposta 39
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
ANEXOS 58
ÍNDICE 59
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
INTRODUÇÃO
Por quê Estratégia ?
Por quê Planejar ?
Por quê Gestão Estratégica ?
Por quê Planejamento Estratégico?
Estratégia é o padrão ou plano que integra as principais metas,
política, postura e seqüência de ações (programas) de uma organização
coerentemente.
Uma estratégia deve ajudar a ordenar e alocar os recursos de
maneira viável com base em suas competências e deficiências internas,
antecipando mudanças no ambiente interno e externo.
Porque para que um produto ou idéia tenha grandes probabilidades
de propagação e sucesso, é necessário conhecer o ambiente de atuação e
todas as suas características.
Questões precisam ser analisadas. Questões como: papel dos
governos, mudança nos hábitos de consumo e modo de viver, atuação de
entidades reguladoras, pressão de grupos de interesses, globalização X
blocos regionais, turbulências X previsibilidades. As análises destas
questões irão gerar conhecimentos essenciais para as implementações
estratégicas. Informações como: Novas necessidades de mercado, redução
de custos operacionais, concorrência internacional, novas tecnologias, e
qualidade.
Analisar as estratégias Cristãs é tirar do anonimato os planos
existentes na ideologia Cristã registradas biblicamente providas da mente de
Cristo e daqueles que inicialmente os seguiram.
Dentro de uma visão sistemática, estes planos vieram a ser os
principais motivos para com o crescimento, fidelização e amadurecimento da
fé divina, por meio da mensagem de Cristo Jesus através de seus
seguidores.
CAPÍTULO I
O Começo
“No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus...
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós“
(João1)
1.1 - Cristo
De acordo com a Bíblia, Cristo nasceu há 2010 anos atrás, na cidade
de Belém de Judá. Concebido no ventre de uma jovem judia chamada Maria.
Após o nascimento de Jesus, Maria veio a se casar moralmente com o judeu
chamado José, a qual tinha como ofício ser carpinteiro. A linhagem
genealógica de Jesus vem do maior e mais importante rei que os judeus
tiveram, Davi. Jesus passou sua vida na Galiléia e em outros lugares como
Cafarnaum e Nazaré.
Biblicamente, foi criado de acordo com os preceitos judaicos.
Aprendeu toda a história de seu povo de forma de que com 12 anos já
completava bar-mitsva1.
O ponto culminante de sua carreira se deu em Jerusalém, quando
confrontou o centro de poder religioso e político. Aos 33 anos foi morto, em
morte de cruz.
Sua proposta principal era a de causar uma transformação na
sociedade e na mentalidade dos homens.
De acordo com a Bíblia, ressuscitou depois de três dias, sendo visto
por aproximadamente 830 testemunhas, sendo então assunto aos céus e
nunca mais visto na sua forma corpórea.
1 Exame onde é exposto todo o conhecimento adquirido sobre a história de seu Deus e seu povo
1.2 - A Bíblia
O Cristianismo, tem na Bíblia, sua principal ferramenta literária onde
se relata toda a experiência divina dos judeus, dos profetas e apóstolos.
A bíblia foi inicialmente traduzida do latim para o alemão por Martim
Lutero (1483-1546).
Contém 66 livros, sendo que 39 estão no antigo Testamento. Foi
inspirada por Deus e escrita por aproximadamente 40 pessoas. Hoje temos
traduções em mais de 1.500 línguas e dialetos. Seu período de escrita levou
um período de aproximadamente 1.600 anos (desde o Monte Sinai, por
Moises até o ano 100 de nossa era).
Para escreve-la, a sua escrita contou com pessoas simples como
pastores e pessoas tão cultas como advogados e médicos. Eis alguns
exemplos:
Moisés: Graduado nas faculdades do Egito, ícone intelectual da
época.
Pedro: semiletrado
Isaías: senador, tribuno e palaciano
Lucas: Médico.
Amós: fazendeiro
Paulo: mestre e doutor em línguas
Sua estrutura literária é composta de diversificados estilos: histórias,
poesias, parábolas, cartas, evangelhos, profecias e declarações
escatológicas.
1.2.1 - Leitura Bíblica
A Bíblia, em geral, é provida de uma leitura de fácil entendimento e
compreensão. Nela encontramos narrações que são perfeitamente
compreendidas por alguém de pouco conteúdo intelectual até por um
pesquisador cientista. É um material literário de grande alcance e de um
preparo explendido. Através dela, a fé cristã têm avançado paises, povos
nações com uma velocidade estupenda.
CAPÍTULO II
O Ambiente
“Conheça o inimigo e a ti
mesmo, tua vitória nunca será posta
em risco. Conheça o ambiente, tua
vitória então será total”. (Sun Tzu)
2.1 - Core-Competencies Cristã
Não foi o propósito de Cristo, em momento algum, montar uma
empresa ou algum negocio rentável financeiramente. Esta pesquisa
pretende levantar a questão da essência do pensamento de Cristo no âmbito
das estratégias utilizadas para a expansão do Seu Reino, o que Ele se
propõe a oferecer e o que pretende receber, não entrando no mérito de
questionamentos de ordem religiosa e espiritual.
Biblicamente, o core-competencies Cristão foi e continua sendo o de
resgatar e preparar pessoas pré-selecionadas por Deus ao caminho dos
Céus, no qual Cristo é este caminho. Pode-se notar a intenção Cristã de
fazer notar este fato, através de diversas passagens bíblicas, e entre elas,
pode-se ter uma boa compreensão como a que se registra em Efésios
capítulo 1, versículo 3: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do
mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade,”.
Então, biblicamente, todo plano de redenção, todo o motivo da
existência de Cristo se resume no fato de resgatar esse grupo de pessoas,
também chamadas de “Os Salvos” ou “Pré-destinados” conforme pode ser
visto em diversas passagens bíblicas, escritas antes e depois de Cristo,
como o livro de Romanos capítulo 11, Atos capítulo 13 e tantos outros.
2.2 - Missão Cristã
Na época contemporânea de Cristo, os judeus estavam com sua fé
impregnada de motivações políticas. O domínio pelo Império Romano os
faziam aguardar a chegada de alguém que os libertassem do julgo, tal como
fez Moises.
Estrategicamente, o modelo então utilizado pelos judeus era o de
ataque por guerrilha, onde Barrabás foi um dos lideres e Judas, um outro.
Na implementação de sua missão, Cristo sabia que encontraria em
seu próprio povo, seu maior concorrente, e era necessário estabelecer o tipo
de estratégia a ser adotada. Com a seguinte declaração de Cristo, registrada
no livro bíblico de Lucas capítulo 4, vê-se que o modelo adotado por Ele foi o
de Ataque Frontal.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para
anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos
cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos e para proclamar o ano aceitável do Senhor... Então começou a
dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos”
Lendo mais destas declarações de Cristo, vê-se que Sua missão foi
de propriedade ideológica e consistia na transformação interior do homem e
da sociedade através do conhecimento da verdade, da qual Ele mesmo dizia
ser. Esta missão foi totalmente desprovida de intenções políticas, como
mostra uma passagem bíblica no livro de Mateus, capítulo 22, versículo 19,
quando Jesus foi solicitado a dar suas opiniões a respeito de regras políticas
da época, impostas pelo imperador de Roma:
“Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.
Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam: De
César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus. Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a
César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
A missão é a bússola da organização, definindo a razão de existência
da mesma. Através dela, a organização percebe a real necessidade de seus
usuários, a área que ela deve atuar e a que não deve atuar.
A mensagem desta missão foi a de levar a todos os povos, a
mensagem da salvação da alma para que as mesmas escapem do hades1,
lugar de tormenta, após a morte. Além da salvação, a missão de Cristo foi a
1 Do original grego, lugar dos mortos, região infernal, com freqüência usada para local dos espiritos desobedientes, lugar desconfortável
de levar conforto, alegria e felicidade para a alma e o entendimento que a
experiência terrestre é apenas uma parte da vida. Que existe muito mais
além daqui, que o fim da experiência terrestre não é o fim da vida.
Esta missão Ele outorgou a todos os que o seguissem, como
expressou, numa oração: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também
eu os enviei ao mundo” (João 17:18).
Cristo fez questão de fazer uso de palavras diretas e claras a respeito
da missão de sua ideologia, como está registrado na passagem bíblica no
livro de Mateus, capítulo 28, logo após a sua ressurreição, conversando com
seus 11 discípulos: ”E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me
dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado;
e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”
Isto desenvolveu, sem duvida alguma, uma avalanche expansionista
do objetivo da missão de Cristo. Em pouco tempo, contemporâneo a Jesus,
haviam outros grupos falando e realizando obras semelhantes às realizadas
por Cristo, sendo que estes eram desconhecidos pelos próprios primeiros
onze discípulos, como podemos ver nos registros bíblicos encontrados em
Marcos capitulo 9:
“E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome,
expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não
nos segue.”
Se observarmos do ponto de vista matemático, um crescimento em
progressão geométrica provocaria uma explosão de marketing do Nome de
Jesus, ultrapassando com facilidades os limites territoriais de origem. E foi o
que aconteceu. De acordo com os registros bíblicos encontrados no livro de
Atos dos Apóstolos, capitulo 2, somente um dos discípulos, chamado Pedro,
realizou uma reunião onde haviam três mil novos convertidos e
comprometidos com o evangelho de Cristo, como diz o relato:
“E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo:
Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de
bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase
três mil almas.”.
2.3 - Visão De Cristo Para A Igreja
De acordo com Porter, “estratégia é a criação de uma posição única
que gera valor e implica em um conjunto particular de atividades”, dentro do
modelo de visão estratégica de Posicionamento. Esta foi a visão Cristã.
Cristo, em diversos momentos, foi abordado pelos fariseus,
representantes de seu principal concorrente. Eles adotavam uma visão
estratégica diferenciada para combater com as ideologias de Cristo.
A visão estratégica dos fariseus era a de Pretexto, modelo destinado
a abalar o concorrente através de incursão de falsos rumores e informações
enganosas, corromper e subverter líderes, criar e aumentar a discórdia
interna e enviar espiões para atuar em todos os níveis informando os planos
do concorrente e desta forma, desmoralizar e enfraquecer internamento o
concorrente. No livro A arte da Guerra, Sun Tzu declara algo a respeito
deste tipo de visão estratégica:
“... é efetuar os devidos preparativos no campo do inimigo para que o
resultado seja definido antecipadamente. Um exército vitorioso ataca um
inimigo desmoralizado e enfraquecido”
Por momentos, os fariseus tiveram sucesso pelo uso deste modelo de
visão estratégica:
• a libertação de Barrabás em detrimento da morte de Jesus
• a traição de Judas
Os fariseus sabiam do poder que eles possuíam, pois Roma, mesmo
tendo o domínio sobre os judeus, não interferiam em seus assuntos internos
(morais e religiosos). Ao mesmo tempo, tentavam esconder isto diante do
povo e de Cristo.
Na matriz acima, utilizava a posição “Gato Gordo”, onde sendo
grande, se mostrava parecer Fraco e suave.
O posicionamento estratégico da estrutura Cristã era produto de um
alto crescimento, com tendências a expansão.
Na matriz BCG acima, o posicionamento cristão da época seria um
produto “Estrela”. Nos dias de hoje, após altos e baixos, o cristianismo
alcançou sua próxima etapa, produto “Vaca Leiteira”, onde a fase de
crescimento já foi ultrapassada e a posição de mercado precisa ser somente
mantida.
De uma forma narrativa, a visão de Jesus deixada para a igreja, é a
de que todos os habitantes, todas as nações, todos os povos da terra devam
ouvir falar do Reino de Deus através de seu Nome e do Seu evangelho. Na
época, seria algo ousado de se dizer “todos os habitantes, todos os povos”,
visto que os meios de propagação eram tremendamente escassos. O meio
de transmissão mais eficaz era a verbal. Mesmo com a explosão no
crescimento de novos adeptos, alcançar todos os
povos, naquela época, era algo não tão fácil de
acontecer, visto que o meio de locomoção não
propiciava tal façanha.
Nos dias atuais, os instrumentos tecnológicos
tornaram possível tal visão. Um exemplo da eficácia
da propagação de informação via instrumentos
tecnológicos foi o comentado atentado de 11 de
setembro nos EUA as torres gemas WTC, onde 80%
da população do mundo teve a disposição, acesso
ao acontecido no momento em que se realizava.
As igrejas Cristas têm feito cada vez mais, uso destes aparatos
tecnológicos. Só no Brasil, um dos cinco mais importantes canal de televisão
é de propriedade de uma igreja Crista, a TV Record.
Das dez estações de radio FM mais ouvida, duas são também de
propriedades de evangélicos: a Melodia FM, freqüência 97,3 e a ElShadai,
freqüência 93,3. Nas estações AM, são diversos os programas que
pronunciam e pregam a mensagem de salvação deixada por Jesus. A
produção de bíblias aumentou de 2,2 para 3,5 milhões nos anos de 1995 a
1996. O número de revistas e jornais evangélicos deu o extraordinário salto
de 4 para 15 milhões dentro do mesmo período. Em 1975, existia apenas 1
hora e 15 minutos de programação cristã na TV, este número mudou para
151 horas e 25 minutos em 1996. 1
No pensamento de Jesus, a realização plena
de sua visão acontecerá e trará consigo um
acontecimento, o fim de todas as coisas que
conhecemos da forma que conhecemos. Do grego,
Ele utilizou a palavra telos (tel'-os)2. A sua
declaração foi registrada no livro de Mateus
capitulo 24:
“Mas aquele que perseverar até ao fim será
salvo. E este evangelho do Reino será pregado em
todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e
então virá o fim”
1 Revista Veja – 02/07/97 2 terminação; limite onde as coisas deixarão de ser; o último numa sucessão ou séries
2.4 - Enfrentando a Concorrência
De acordo com Porter, a essência da formulação estratégica consiste
em enfrentar a competição.
Naqueles dias, o maior concorrente local de Cristo era o Sinédrio,
representante do pensamento teísta na terra. De acordo com os judeus, dali
deveria sair as diretrizes para uma perfeita adoração a Deus. Os pecados só
poderiam ser perdoados mediante a intermediação do sumo sacerdote,
representante de maior graduação dentro do sinédrio, algo parecido com o
papa da igreja católico. Só para lembrar, Israel era o único povo a adorar,
naquele instante, e ter como único deus, o Deus criador do universo e de
todos os homens, segundo a Bíblia. Jesus via, no discurso dos homens do
sinédrio, a ideologia da crença no Deus criador de tudo, mas também
percebeu que os motivos a qual movia o sinédrio estava totalmente
destituído de qualquer propósito divino. De fato, o pensamento sinedriano
era mais político que espiritual. Uma vontade de libertação do julgo romano
era o que imperava nos corações dos representantes judaicos.
“A essência da formulação estratégica consiste em enfrentar a
competição!” (Porter)
Bem, podemos dizer que, dentro desta frase de Porter, Jesus não se
intimidou de fazer, o que nela esta escrita. . De acordo com a Bíblia, em
João 8:20, Jesus fez algo bem desafiador. De dentro do campo do
concorrente, o templo, Ele venceu com eloqüência, o pensamento religioso
disposto na época, expondo seu discurso e estabelecendo seu paradigma.
Não é preciso dizer como isto acendeu a ira do “concorrente”. Na ocasião
houve ate tentativa de apedrejamento.
Nos dias de hoje, vemos empresas estabelecendo seus paradigmas,
e muitas das vezes, dentro do mercado concorrente. Uma das reações mais
comuns é a tentativa de detrimento do pensamento estratégico da empresa
invasora, por parte da empresa invadida, como foi o caso dos provedores de
acesso a internet, diante da invasão da América On Line no Brasil. A
estratégia foi, em outras palavras, apedrejar a concorrente, diante do
mercado, através de suas campanhas publicitárias. Campanhas tentando
persuadir que alguém de fora (fora do Brasil) não conhece as necessidades
do mercado interno, suas características, sua essência. No caso em questão
foi, entre outras campanhas, mostrada que os americanos nem mesmo
sabiam o que seria uma bola de futebol.
Jesus foi capaz de desenvolver um plano de ação que incluiu seu
posicionamento no “mercado” de modo que sua capacidade propiciasse uma
melhor defesa contra as forças competitivas.
2.5 - Benchmarking
Por tradição, todo judeu precisa passar entre seus 12 e 14 anos, pelo
seu bar-mitsva, que é a prova de conhecimento de toda a historia de seu
povo, principalmente o que está escrito do Pentateuco.
Jesus, que foi criado seguindo os preceitos judaicos, passou por este
tipo de prova, aos doze anos de idade, de acordo com registro bíblico. Neste
conjunto de conhecimentos demonstrado no bar-mitsva, havia informações a
respeito da grande maioria dos deuses adorados durante a historia da
humanidade até os dias da época. Ele sabia muito bem que por diversas
vezes, seu próprio povo havia se entregado a deuses estranhos, e que
naquele momento acontecia algo bem parecido com este quadro.
O deus chamado “política e poder” se apoderava da mente do
sinédrio. Este sinédrio aguardava, por anseio de seus corações por causa do
julgo romano e também porque as profecias assim diziam, a chegada de um
homem que não só os libertariam das mãos dos inimigos mas os
conquistariam, e também a outros povos, conquista em massa. Alguém
muito parecido com Moises, Davi ou Salomão. Jesus sabia muito bem disto
e tinha certeza que as retaliações aconteceriam, que a tentativa do
concorrente disparar fortes ataques eram tão certos que Ele mesmo
declarou, certa vez, para os judeus que ocupavam o templo de Salomão a
seguinte afirmação:
“Respondeu-lhes Jesus: Derribai este santuário, e em três dias o
levantarei”
Ele falava de sua própria morte e ressurreição, conforme esta
registrada na bíblia.
2.6 - Expansão Da Igreja Cristã
O crescimento Cristão sempre foi uma constante, em toda sua
história. A sua trajetória, como qualquer estrutura organizacional, foi
constituída de momentos favoráveis, momentos de dificuldades, pressões de
forças externas e de supostos líderes internos, e o que mais impressiona é
que, obstante a tudo isso, seu crescimento sempre foi evidente, dentro do
contexto global Brasileiro e Mundial.
2.6.1 - Progresso Cristão Evangélico brasileiro no último
Século
No Brasil, tínhamos um total 8 milhões de Cristãos, abrindo mão de
qualquer ideologia, em troca de um estilo de vida diferenciado. Em 1997,
esse número saltou para 16 milhões, um crescimento de 100%, enquanto
que a população não cresceu mais que 31%. 1
Ü Aproximadamente metades dos cristãos ganham até cinco salários
mínimos, 54% para ser mais exato, enquanto que a outra metade
ganham mais que cinco salários mínimos. Confrontando com a
população brasileira, onde 53 milhões de pessoas vivem abaixo da
linha de pobreza, dos quais 22 milhões sobrevivem com apenas
R$60,00 por mês. 2
Ü O índice de analfabetismo entre os cristãos atinge apenas 9,5%,
contra 20% da população brasileira em geral. 3
Outro fator interessante é que o crescimento cristão não é somente
resultado de sua multiplicação interna, mas também de novos convertidos,
1 Revista Veja – 02/07/97 2 Revista Veja – 02/07/97 3 Revista Veja – 02/07/97
pois entre as famílias evangélicas, o número de filhos é em média 25%
menor que as outras famílias brasileiras. 1
Distribuídos em diferentes classes sociais e intelectuais, difícil dizer
outro negócio que tenha uma estratégia multi focal tão eficaz quanto à cristã.
Uma verdade é que o evangelismo se tornou um grande organismo
criador e influenciador da sociedade em todos os seus aspectos: financeiro,
político, industrial e social.
Somente nos negócios gerenciados por evangélicos, como editoras,
canais de tv, rádios, escolas, templos e instituições financeiras (bancos e
empréstimos), são responsáveis por mais de 600.000 postos de trabalhos,
cinco vezes maior que os postos gerados pelas indústrias automobilísticas. 2
Na área social, são mais de 270 clínicas de recuperação de
dependentes químicos atendendo 12000 pessoas em todo o Brasil, com
índice de eficiência semelhante as melhores instituições. 3
Em 1997 tínhamos os seguintes dados: 4
Ü os evangélicos alcançam o número de 16 milhões
Ü em 1980, representavam 6,7% da população, em 1996, 10%
Ü representatividade no Congresso Nacional (deputado + senadores)
em 1987, 12 representantes, em 1999, 32 representantes, um
crescimento de 266%
Ü na contracepção de filhos, 74% das casadas fazem uso de algum
método e 77% delas dizem que suas igrejas não proíbem tais
métodos
1 Revista Veja – 02/07/97 2 Revista Veja – 02/07/97 3 Revista Veja – 02/07/97 4 Revista Veja – 02/07/97
Ü a produção de bíblias aumentou de 2,2 para 3,5 milhões nos anos
de 1995 a 1996. O número de revistas e jornais evangélicos deu o
extraordinário salto de 4 para 15 milhões dentro do mesmo período
Ü em 1975, existia apenas 1 hora e 15 minutos de programação cristã
na TV, este número mudou para 151 horas e 25 minutos em 1996
Ü somente a Igreja Batista, uma das denominações cristã, mantém
setenta escolas de 1º e 2º graus com 300.000 alunos matriculados
Ü A Igreja Universal mantém um projeto de alfabetização denominado
Projeto Ler e Escrever por onde já passaram 1,2 milhões de pessoas
2.7 - Segmentação Da Filosofia Cristã
Nos primeiros séculos, havia uma única comunidade Crista, que teve
inicio com os onze discípulos. O plano de expansão de Jesus para com os
onze discípulos era que eles passassem para outros tudo o que haviam
aprendido com Ele, formando então novos discípulos, novos líderes, e assim
sucessivamente. Algo muito parecido com o que hoje conhecemos como
Marketing de Rede. Observe uma declaração de Jesus para com os seus
discípulos, registrado na bíblia, no livro de Mateus 28:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi
dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.”
Após os primeiros discípulos, varias outras pessoas se destacaram na
missão de levar o evangelho de Cristo adiante, logo nas primeiras décadas.
Entre eles, destacamos: Policarpo, Ignácio, Papias, Justino, Irineu,
Orígenes, Euzébio, João Crisostomo, Cipriano, bispo de Cartago e outros.
2.7.1 - Igreja Católica
No ano 208, aconteceu o primeiro desentendimento entre os bispos.
Tertuliano (advogado Cristão) que era acusado pelo bispo Calixto de querer
ser o bispo dos bispos. Começava então a busca pelo poder tendo como
instrumento a estrutura deixada por Jesus e seus primeiros discípulos.
No ano 304, os bispos almejaram, requisitam e obtiveram para si
títulos como: papas, arcebispos e outros1. Foi nesta época então que
começou surgir, pela primeira vez, a figura do papa Para tentar justificar
1 Cônego Salin, Ciência e Religião. Tom. 2 pg. 56
suas requisições, eles distorceram uma frase dita por Cristo, registrada no
livro bíblico de Mateus capitulo 16 verso 18, que diz:
“Também eu te digo que tu és 1 (Petros – Pedro – original
grego), e sobre esta (petra}2 edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”
Fica claro então que se equivocaram com essa “sucessão”. Nenhum
autor grego jamais empregou a palavra “petros” no sentido de “petra”3.
Santo Agostinho, bispo de Hipona, também ensinava que a pedra
citada em Mateus 16:18 é Cristo. Pedro era conhecido como SIMÃO Petros
e não Simão Petra.
Não fazia parte da estratégia de Jesus este tipo de segmentação.
No ano 325, o imperador romano Constantino, “convertido” ao
cristianismo, convocou o primeiro Concilio das Igrejas Cristas da época. Este
Concílio foi dirigido por Hósia Córdova com 318 bispos presentes que
também eram Cristãos, pois ainda não existia o catolicismo romano.
Constantino construiu a Igreja do Salvador, num bairro nobre de Roma,
chamado Vaticanus. Os bispos de então construíram suas casas e palácios
ao redor desta igreja formando então o Vaticano que hoje conhecemos.
A primeira divisão do Cristianismo aconteceu então no 381, quando o
Imperador Romano Teodosio, no Concilio de Constantinopla, estabeleceu o
decreto “CUNCTOS POPULOS”, onde a igreja recebeu o nome de Igreja
Católica4. Logo a seguir, as Igrejas viram-se dominadas por cinco
“patriarcas” que foram os bispos de Antioquia, de Jerusalém, de Alexandria,
de Constantinopla e o de Roma, útero que gerou o papado.
1 seixo, pedrinha 2 rocha, grande pedra 3 citado por H. Lidell, Grek English. Léxico in loco 4 Historia Ecles. Tom.1 pg47, Riváux.
Nos anos 741-752 se da origem o Estado Territorial do Vaticano com
o papa Estevão II. No ano 774, Carlos Magno confirma a doação elevando o
Catolicismo a posição de poder mundial, surgindo o Santo Império Romano,
sob a autoridade do Papa-Rei.
Em 1184, surge então a Inquisição, onde era castigado todo aquele
que fosse contra as diretrizes da igreja Católica, e desta vez, também com
poderes políticos.
Desde os primeiros séculos, a Igreja Cristã lutou contra os Concílios
dos papas, mantendo-se nas doutrinas Cristãs originais. São Cipriano, bispo
de Cartago, anos 249-258 alertava: “Não recebo opinião diferente das
Sagradas Escrituras, seja de quem for!”. São Jerônimo, anos 340-420 dizia o
mesmo: “Se estiver escrito, recebemo-lo, se não estiver escrito, não
receberemos. O que eles apresentam como tradição, a Palavra de Deus o
vergasta!”1. Ententendo a Igreja Católica como um grande concorrente, a
Inquisição foi um ataque frontal ao Cristianismo.
Durante muito tempo, a Igreja Católica tentou manter a
representatividade de Cristo na terra, suprimindo qualquer movimento ou
pensamento contrario que surgisse. Em conseqüência do poder político da
Igreja Católica, muitos grupos de Cristãos fieis as doutrinas originais do
Evangelho de Jesus, foram perseguidos e muitos outros mortos. Mas estes
grupos nunca deixaram de existir.
Então o Cristianismo de dividia em dois segmentos: a Igreja Católica e
os perseguidos.
Em 1999, o atual papa, João Paulo II declara que a salvação da alma
do inferno, objeto da missão de Cristo na terra, é adquirida somente pela
graça, e não pelas obras, como pregava a Igreja Católica desde o seu inicio.
1 Veja Adv Creseon, pág. 40 e In. Agg Proph. Cap. 1 nº2
Em 1170, os grupos contrários ao julgo do Catolicismo começaram a
se fortalecer, organizar e se tornarem mais constantes, anunciando o que
viria a ser a grande Reforma.
Em 1380, João Wyclif traduziu, sob muita perseguição da cúpula
católica, o novo testamento. João Wyclif era formado em Doutor pela
Universidade de Oxford. Suas pregações juntamente com sua tradução do
novo testamento, foram um sinal de que a Igreja Católica começaria a perder
a plenitude de seu poder.
Em 1455, Gutemberg descobre a imprensa e institui como o primeiro
livro a ser impresso, a Bíblia. Foi um ataque frontal do Cristianismo a Igreja
Católica, pois a leitura bíblica era proibida, o que dava o direito de livre
interpretação das escrituras por parte dos papas, alem de seu valor ser
caríssimo, equivalente ao salário de um ano de um operário, pois, antes da
imprensa, os livros eram copiados a mãos por profissionais chamados
copistas ou amanauenses.
Com a leitura da Bíblia, começou a aparecer, em diversos lugares,
movimento contra o catolicismo e seus dogmas.
Enquanto o espírito de reforma e de independência despertava a
Europa, a chama desse movimento começou a arder primeiramente na
Alemanha, no eleitorado da Saxônia, sob a direção de Martinho Lutero,
monge e professor da Universidade de Wittenberg.
A data fixada pelos historiadores como inicio da grande Reforma foi
registrada como 31 de outubro de 1517. Na manha desse dia, Martinho
Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que
continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas
com a venda de indulgências; porem em sua aplicação atacava a autoridade
papal. Diante da perseguição, Lutero foi preso, mas mesmo assim, traduziu
o novo testamento para o alemão e divulgou varias pensamentos seus a
respeito da Igreja Católica, inflamando assim, os movimentos que percorriam
diversos lugares.
2.7.2 - Protestantes
A divisão dos vários estados alemães, em ramos Reformados e
romanos, deu-se entre o Norte e o Sul. Os príncipes meridionais, dirigidos
pela Áustria, aderiram a Roma, enquanto os do Norte se tornaram
seguidores de Lutero. Em 1529 a Dieta reuniu-se na cidade de Espira, com o
objetivo de reconciliar as partes em luta. Nessa reunião, os governadores
católicos, que eram em maioria, condenaram as doutrinas de Lutero. Ao
mesmo tempo determinaram que nos estados em governassem luteranos,
os católicos poderiam exercer sua religião livremente. Os príncipes luteranos
protestaram contra essa lei desequilibrada. Desde esse tempo ficaram
conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam também
ficaram conhecidas como religião protestante. A Reforma devolveu ao povo
a Bíblia que se havia perdido, e colocou os ensinos bíblicos sobre o trono da
autoridade. Foi pela atitude dos reformadores e através dos paises
protestantes, que a Bíblia conseguiu a circulação que hoje tem, a qual se
conta aos milhões, anualmente.
Neste momento então, a historia Crista possuía dois segmentos:
1. Cristãos
2. Católicos
2.7.3 - Ordem Dos Jesuitas
Logo após haver-se iniciado o movimento da Reforma, um poderoso
esforço foi também iniciado pela igreja católica romana no sentido de
recuperar o terreno perdido na Europa e para destruir o que agora se
tornara seu maior concorrente, os protestantes. Esse movimento foi
chamado de Contra-Reforma.
Desta Contra-Reforma, saiu então a Ordem dos Jesuítas, fundada em
1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Sua principal função era tentar eliminar
o protestantismo, usando métodos de espionagem e torturas. Começava
então uma segunda inquisição, desta vez secreta.
Citação da Enciclopédia Britânica, Vol. 13, pág. 651:”As regras dessa
ORDEM são funestas e reduzem a trapos a moral com as seguintes
máximas: O probalismo, a restrição mental e o fim justificam os meios.
Prescrevem regras de espionagem, inclusive entre si, que destroem as
nobres faculdades da natureza humana.”
Tornou-se tão poderosa que chegou a ser proibida em paises
católicos, e por fim, por decreto do papa Clemente XIV, no ano 1773, foi
proibida de funcionar dentro da igreja.
O papa Pio VII, ano 1814, restaurou esta ordem dizendo ser eles
Defensores do papa e braço direito da igreja. Consideram-se acima dos
bispos por possuírem bulas que os isenta de suas jurisdições. Até os dias
hoje, a Ordem dos Jesuítas constitui uma das forcas mais ativas para
divulgar e fortalecer a igreja católica romana em todo o mundo.
Passou então o cristianismo ter a seguinte forma:
Protestantes
Ordem dos Jesuitas
Igreja Católica
Cristãos
2.7.4 - Segmentação do Protestantismo
A Igreja Católica seguiu seu caminho de perseguição aos cristãos.
Os protestantes, por sua vez, seguiram seu caminho. Logo após a
reforma, aparecerem três grupos distintos de cristãos protestantes na igreja
inglesa:
1. os romanistas – que procuravam fazer amizade e nova união com
Roma
2. o anglicanismo – que estava satisfeito com as reformas moderadas
estabelecidas nos reinados de Henrique VIII e da rainha Elisabete
3. protestantes radicais ou puritanos – eram contra ao sistema
anglicano no governo de Elisabete
Segmentações do Cristianismo
Romanistas Anglicanos Puritanos
Cristaos(Protestantes)
Ordem dos Jesuitas
Catolicos
Cristo
2.8 – Religião Cristã e Seus Concorrentes
Entende-se pelas idéias Cristãs o verdadeiro caminho que leva o
homem a Deus. Antes e depois de Cristo surgiram variam ideologias que
propunham os mesmos resultados. Atualmente restam praticamente apenas
duas: islã e o budismo.
2.8.1 - O Islã
Considerado o principal concorrente do Cristianismo, hoje o Islã
ocupa uma posição muito delicada no cenário mundial. A maioria de seus
seguidores são proibidos ou não tem acesso a informações ou são impostos
ao que lhe são colocados, sem liberdade de expressão. Com o advento da
guerra, muitos paises passarão a receber, entre outras informações, a
história do Cristianismo como ideologia de vida.
Muhammad ibn Abdalah, o Maomé, foi o criador do Islã.
O Islã alcançou 1,3 bilhões de pessoas em todo o mundo, isto
equivale a ¼ dos habitantes da Terra.
Seu livro é o Alcorão, com 114 capítulos e 3.326 versículos. De
acordo com o Islã, as palavras ditas pelo anjo Gabriel e escritas por Maomé.
Nele são contidas informações sobre o casamento até como um governante
deva cobrar seus impostos. De acordo o xeque Jihad Hassan Hammadech,
um dos líderes do Islã no Brasil, o Alcorão é um sistema econômico, jurídico
e financeiro. 1
Sua forma de crescimento teve certas vantagens sobre as outras
religiões, pois basta à pessoa confessar em voz alta e em árabe que só
existe um Deus e seu profeta é Maomé, diante de uma testemunha para se
tornar um mulçumano.
1 Revista Super – Nov/2001 Ed.: 38 e 39
2.8.1.1 - Táticas Islã
Nos países regidos por lideres Islã, os seguidores de Maomé fizeram
isto de diversas táticas, como:
• isenção de impostos para os seguidores do Islã
• melhores oportunidades de subir na vida como aquisição de
patrimônios e valores financeiros
• mais facilidade de galgar posições dentro do governo. 1
Sua forma de atuar sobre os seus concorrentes (outras religiões)
também é bem peculiar, pois de acordo com o Alcorão, a ordem é esta:
1. Primeiro tentai converte-los com palavras
2. Se o infiel não se converter, que pague então tributos
3. Se o infiel se recusar, então acaba a diplomacia, veja o texto:
Matai os idólatras onde quer que os achei; capturai-os,
acossai-os e espreitai-os.
O resgate destas passagens belicosas do Alcorão por governantes e
líderes tem sido uma constante em seus 14 séculos de existência.
2.9 - Budismo
Sidarta Gaudama, o chamado Buda, diferentemente de Cristo, nasceu
príncipe, pois seu pai era o rajá no principado de Kapilavastu. Nasceu,
provavelmente em VI a.C. na região da cordilheira do Himalaia, sul do atual
Nepal.
Não conseguiu se enraizar na Índia, talvez por causa da invasão
mulçumana ocorrida no século XII, embora tivesse dominado o sentido
1 Revista Super – Nov/2001 Ed.: 38 e 39
espiritual em quase todo o extremo oriente. Interessante lembrar que o
Cristianismo passou por um processo semelhante, pois houve grande
resistência por parte dos Judeus mas que não impediu de se espalhar por
todo o mundo.
O budismo tem em sua história, um conjunto de condições
sobrenaturais, que se misturam entre realidades e lendas, sendo difícil
distinguir onde termina o mito e onde começa a realidade. Seus próprios
líderes budistas impedem que essa divisão aconteça, dizendo ser totalmente
válido como forma de conhecimento. O conceito de “verdade objetiva”,
característica do ocidente, é desconsiderada no budismo.
Entre todas as divergências que o budismo possa ter frente ao
cristianismo e o islamismo, podemos destacar as três mais importantes:
Ü Impermanência – segundo o budismo, todos os fenômenos são
efêmeros, suscetíveis a constante transformação
Ü Insubstancialidade – todos os seres não possuem qualquer núcleo
estável, que determine sua natureza, mas são uma complexa e
sempre cambiante teia de relações
Ü Nirvana – o estado de extinção do sofrimento que se manifesta
quando o homem compreende profundamente da impermanência e
insubstancialidade e se liberta de sua ilusão do “eu” e dos apegos
egoístas que se engendra.
O budismo, a partir de sua raiz, teve as seguintes divisões:
1. Hinayana (pequeno veículo)
2. Mayana (grande veículo)
Zen japonês
Lamaismo tibetano
O budismo alcançou não mais que apenas 2% dos indianos, mas se
tornou a principal religião do Extremo Oriente alcançando 250 milhões de
fiéis, nos países: Nepal, Tibet, Butão Sikkim, China, Mongólia, Birmânia,
Tailândia Laos, Campuchea, Vietnã, Ceilão, Coréia e Japão. No planeta,
este número chega a quase 400 milhões de fieis.
Capítulo III
A Proposta
“Na lei de Deus, três classes de pessoas erram: Os que não sabem
e não perguntam; os que sabem e não ensinam e, os que ensinam e não
praticam” (provérbio grego).
O Que Propõe as Mensagens de Cristo
De acordo com a Bíblia, o ciência do evangelho Cristão deverá chegar
a todos os povos, línguas e nações. E a quem o receber como único
salvador da alma, terá como recompensa alegria, paz e conforto espiritual e
após a morte, um estado de eterna alegria e felicidade. Nos dias de hoje,
nota-se que as nações que abriram as portas para o cristianismo, na maioria
delas, foram bem sucedidas em vários aspectos, diferentemente de outros
paises que assumiram como oficial outras religiões.
A posição estratégica Cristã no cenário mundial é tranqüila e de
crescimento acelerado, principalmente no Brasil. No quadro BCG, vemos
que seu posicionamento repousa como produto “Vaca Leiteira”.
3.1 - Mudanças
Em toda a história, vemos claramente que toda mudança trouxe caos
ao ambiente, pois muitos privilégios detidos nas mãos de poucos são
suplantados, e na maioria dos casos, privilégios de poderosos. Com Cristo
não foi diferente. Enfrentando o Sinédrio, Ele provocou inveja e discórdia
política aos representantes constituinte desta instituição, que detinha o poder
judeu penal, político e religioso da época, permitido pelo Império Romano,
que lhe exigiam apenas o pagamento de tributos.
Estes representantes judeus, que eram compostos por príncipes,
fariseus, saduceus, sacerdotes e sumo sacerdotes, não aceitavam alguém
como Cristo, carpinteiro, simples, sem o semblante peculiar aristocrático da
época, viesse a ser o Messias esperado pelos Israelitas por milhares de
ano, mesmo Cristo tendo realizado fatos proféticos dos antigos escritos.
Hoje, as investidas da competição continuam. O mais novo
concorrente de Cristo é o sincretismo religioso, ou ecumenismo. Iemanjá já
desfila em prociss~es na Bahia ao lado da “Virgem Maria” enquanto que
macumbeiros “lavam” as igrejas com seus rituais. Estatuetas católicas são
comercializadas junto com ídolos afro-Asiáticos num mesmo local, em
diversas lojas de umbanda e candomblé.
O Reverendo Moon, líder presidente da Igreja da Unificação, tenta a
todo custo, unificar todas igrejas evangélicas. Chegou até mesmo a realizar
uma conferencia mundial com lideres de todas as denominações cristãs.
Esta conferencia aconteceu na década de 90 na América Latina.
CONCLUSÃO
No plano estratégico de Cristo, está o fato de que seu evangelho
chegaria aos quatro canto da terra, e que todos ouviriam falar de Deus e no
seu nome, Jesus, como o único caminho para se chegar ao divino.
É evidente, no discurso de Cristo, que não era necessárias
instituições e organizações para que o Reino de Deus, objeto de sua missão,
se estabelecesse. Instituições como Vaticano, Igreja Anglicana, milhares de
denominações espalhadas pelo mundo e até a estrutura montada pelo
Reverendo Moon, estrutura que vem até mesmo preocupando as
autoridades do Brasil no tocante as enorme quantidade de propriedades aqui
estabelecidas. Mas também é visto que tudo isso terminou por servir como
ferramentas para que o evangelho de Cristo se expandisse mais.
Uma pergunta que se realça nos dias de hoje: o ecumenismo vai
mesmo acontecer? O sincretismo religioso é uma profecia a se realizar?
Muitos acham que sim. Mas a verdade não se sabe. Portanto uma coisa é
certa: o genuíno evangelho Cristão nunca deixou de existir, conseguiu se
perpetuar na história e estabelecido nos dias de hoje. Não se pode definir
uma estratégia específica utilizada. Nem mesmo apontar ferramentas
estratégicas de estudo como principal responsável em trazer o Cristianismo
para a posição que hoje se encontra.
O que resta, é admirar a força colossal dessa estrutura que como uma
grande máquina demolidora, veio derribando barreiras, fazendo história,
atravessando os séculos, fincando sua bandeira e estabelecendo posições.
Por fim dizer, em tudo isso, tem a mão de Deus!.
Anexos 4
Internet
Censo Demográfico 2000
Última etapa de divulgação do Censo 2000 traz os resultados definitivos, com informações sobre os 5.507 municípios brasileiros
No Rio Grande do Sul, 100% da população de quatro municípios é de católicos apostólicos romanos
As pessoas que se declararam católicas apostólicas romanas representavam, em 2000, 73,7% da população total, refletindo a predominância do catolicismo no País. O segundo maior percentual corresponde aos evangélicos, com 15,4%. Os sem religião apresentaram-se na terceira posição, 7,4%. Os católicos, evangélicos e sem religião representavam 96,5% da população.
O panorama estadual das religiosidades da população do País indicou que o catolicismo teve uma maior penetração nos estados pertencentes à região Nordeste, enquanto os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rondônia apresentaram as menores proporções de católicos apostólicos romanos. Já as maiores concentrações de evangélicos estão no extremo norte do País, mais especificamente no Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia, e nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
No Rio Grande do Sul, 100% da população dos municípios de Nova Alvorada, Nova Roma do Sul, União da Serra e Vespasiano Correa se declararam católicos. Ainda no mesmo estado, foi encontrada no município de Rio Grande (6,8%) a maior proporção de pessoas que se declararam da umbanda e do candomblé, e no município de Quinze de Novembro (80,4%) a de evangélicos de missão. A maior proporção de espíritas foi encontrada no município de Palmelo
(42,1%), em Goiás, e a dos sem religião ficou com Nova Ibiá (59,8%), na Bahia.
Espiritismo, umbanda e candomblé têm a maior escolaridade
O nível educacional da população religiosa revela que os espíritas apresentaram a maior média de anos de estudo: 9,6 anos de estudo. A média para pessoas que se declararam da umbanda e do candomblé foi de 7,2 anos de estudo, dos evangélicos de missão 6,9%, dos católicos apostólicos romanos 5,8 anos de estudo, os sem religião 5,6 anos de estudo, e dos evangélicos pentecostais 5,3 anos de estudo.
As estatísticas de cor ou raça sobre as religiosidades da população brasileira mostram que as religiões com a maior proporção de pessoas que se declararam brancas são as seguintes: judaica (96,4%), evangélica de missão luterana (95,8%) e islamismo (88%). As religiões com maior proporção de pessoas que se declararam pretas são: candomblé (22,8%), umbanda (16,7), casa da benção (10%) e sem religião (9,3%). As com maior proporção de pardos são as seguintes: Católica Apostólica Brasileira (48,5%), Assembléia de Deus (47,5%) e Deus É Amor (45,9%). As maiores proporções de amarelos estão no Budismo (37,8%) e outras novas religiões orientais (36,6%).
Desde 1909, onde o conteúdo faz a
diferença. Edição 4.780 Ano 93 - Caxias do Sul, 24 de abril de 2002.
IGREJA/ESPECIAL
Evangelização e preservação da
Amazônia preocupam os bispos CNBB quer presença da Igreja mais efetiva no Norte do país
Os grandes projetos da chamada ocupação racional e colonização da Amazônia escondem uma dura realidade de destruição dos mananciais, da cultura autóctone e da biodiversidade. Diante dessa situação, os bispos do Brasil voltaram a debater, durante a 40ª assembléia geral da CNBB, realizada em Itaici de 10 a 19 de abril, estratégia para a implementação de um modelo de desenvolvimento econômico e social sustentável para a região.
Conforme dados divulgados em abril, a devastação é 41% maior do que se imaginava. Estudo realizado pelas universidades de Michigan e da Califórnia, com base em rastreamento por satélite, indicam que a área destruída todos os anos é de 26,8 mil km2 e a região já perdeu 13,9% de sua área de cobertura verde. Essa área equivale ao território da França. O fato mais grave é que 80% dessa exploração são ilegais e outros 15% não obedecem a legislação ambiental.
Mas a preocupação dos bispos não se restringe apenas ao desmatamento da Amazônia. O empobrecimento, a prostituição, a migração e a falta de assistência em saúde constituem desafios da realidade social. Dom Erwin Kräutler, há 36 anos no Xingu, disse que se não fosse a presença da Igreja na Amazônia, através do Cimi, os povos indígenas já teriam desaparecido.
Os bispos também afirmaram que é necessário repensar a ação missionária no Norte do país. Dom Sinésio Bohn, bispo de Santa Cruz do
Sul (RS), defendeu a implantação de um projeto missionário com o objetivo de enviar agentes de pastoral, religiosos e leigos. Os bispos também definiram que as universidades católicas de todo país irão desenvolver projetos tecnológicos para uma ocupação racional e sustentável da região.
BIBLIOGRAFIA
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Rio de Janeiro - 4ª Edição. Ed. Campus - 1999
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Planejamento Estratégico Na Prática. Rio de Janeiro: Ed. Atlas – 2ª
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1996
• Berg, Daniel. Enviado por Deus. Rio de Janeiro: Ed. CPAD - 1982
Indices
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UCAM – Universidade Candido Mendes
Título da Monografia:Estratégia Cristã
Autor:Luciano Barbosa da Silva
Data da entrega:Julho/2003
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: