UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Comunicação (USP) e professor do Programa de...

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O PAPEL DA RÁDIO-PEÃO NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Por: Fernanda Botelho Portugal Orientador Prof. Fernando Lima Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DA RÁDIO-PEÃO NA

COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Por: Fernanda Botelho Portugal

Orientador

Prof. Fernando Lima

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PAPEL DA RÁDIO-PEÃO NA

COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Comunicação

Empresarial

Por: Fernanda Botelho Portugal

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Nelson e Norma, pelo

apoio em todos os momentos. Ao

Flávio, meu marido, pai do Arthur, e

companheiro de toda a vida. Sem ele

eu não teria terminado este curso.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os meus

colegas de redação, por dividirem comigo

este dia a dia tão repleto de desafios.

5

RESUMO

Boatos Organizacionais, Rede de Rumores ou, mais frequentemente,

Rádio-Peão. Assim é chamada a comunicação informal que se dá entre

funcionários no ambiente corporativo. As “notícias” veiculadas neste canal

oficioso se referem a assuntos que possam causar impacto na vida de cada

um: demissões, promoções, processos de mudança dos mais variados.

As informações circulam rapidamente, sem controle dos gestores, e

têm grande potencial de desestabilizar o clima em organizações onde não se

cultivem o diálogo, a transparência, o estímulo à participação e o respeito à

divergência de ideias. Nestes casos, a Rádio-Peão tem como um de seus

efeitos mais evidentes a desmotivação dos funcionários, o que pode provocar

resultados desastrosos: queda na produtividade; divulgação negativa da

empresa; aumento do número de acidentes de trabalho; alta rotatividade de

colaboradores, entre outros.

Uma comunicação interna competente e democrática, portanto, é a

melhor alternativa para minimizar os impactos negativos da Rádio-Peão. É

essencial, através de canais disponíveis e de outros que possam vir a ser

criados – desde as tradicionais newsletters até os mais recentes blogs

corporativos –, esclarecer as questões que angustiam os funcionários. Os

esclarecimentos precisam conter cronogramas e explicações sobre decisões

importantes, além de descrição e discussão sobre vantagens e também

desvantagens destas decisões. Esta comunicação precisa, sobretudo, ser ágil,

para não abrir espaço aos boatos e proporcionar nos funcionários o sentimento

de “fazer parte” da organização.

6

METODOLOGIA

Este trabalho se trata predominantemente de uma pesquisa

bibliográfica. Os principais autores utilizados foram Wilson da Costa Bueno,

Stephen P. Robbins e Joel Souza Dutra. Também foram consultados artigos e

reportagens disponíveis em websites e blogs.

Para aprofundar o tema, foi realizada entrevista por e-mail com um dos

autores consultados, Wilson da Costa Bueno, Doutor e Mestre em

Comunicação (USP) e professor do Programa de Pós-Graduação em

Comunicação Social da UMESP. Os questionamentos feitos ao entrevistado

procuraram esmiuçar o tema proposto e tirar eventuais dúvidas, baseando-se

neste roteiro:

1) Que ferramentas as empresas podem usar para minimizar os

impactos negativos da Rádio-Peão na produtividade de seus funcionários?

2) É possível para o funcionário tirar proveito profissional das

informações veiculadas através da Rádio-Peão, ou elas apenas geram mais

angústias e incertezas?

3) E para empresa/empresário/gestor? Existe alguma maneira de tirar

proveito da Rádio-Peão, obtendo informações importantes ou transmitindo

suas informações através dela? Ou é um tipo de comunicação que se deva

combater realmente?

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

No ar, a Rádio-Peão 10

CAPÍTULO II

Impacto sobre o clima e

a produtividade das empresas 14

CAPÍTULO III

Calar ou dialogar? Eis a questão 22

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 31

ÍNDICE 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO 34

8

INTRODUÇÃO

Em todas as empresas ocorre entre funcionários dos mais variados

escalões um tipo peculiar de comunicação. São comentários e conversas

informais, que se desenrolam no ambiente de trabalho, sobre assuntos

referentes à rotina da organização. Convencionou-se chamar este tipo de

comunicação de Rádio-Peão ou, ainda, Boatos Organizacionais. Alguns

autores utilizam a expressão Rede de Rumores.

Estas informações, que circulam sem controle dos gestores, muitas

vezes desestabilizam a organização, geram clima tenso e podem fazer cair a

produtividade das equipes. Não raro, a Rádio-Peão veicula “notícias” acerca de

possíveis demissões e promoções, além de novas diretrizes a serem adotadas

pela empresa – nenhuma delas com uma confirmação oficial por parte da

organização.

Sendo assim, para a Comunicação Empresarial e a Gestão de

Pessoas, faz-se necessário um estudo sobre o papel da Rádio-Peão, suas

prováveis causas e possíveis efeitos.

Uma questão central a ser enfocada em estudos sobre o tema é: os

gestores devem buscar meios de “calar” a Rádio-Peão para que as equipes se

tornem mais produtivas? É possível fazer isso? Ou a geração de boatos e

comentários seria uma característica inerente à comunicação humana, em

quaisquer ambientes, sendo portanto inviável anulá-la?

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O que se pretende neste trabalho é analisar o papel da Rádio-Peão no

ambiente corporativo, definindo o que vem a ser este tipo de comunicação.

Buscar-se-á, ainda, identificar e discutir que ferramentas as

corporações podem usar para minimizar os impactos negativos da Rádio-Peão

na produtividade de seus funcionários.

Uma das hipóteses que se pode formular é a de que empresas que

encontrem meios de se utilizar da Rádio-Peão - seja obtendo através dela

informações sobre insatisfações entre seus funcionários, seja transmitindo

suas mensagens também através dela - conseguiriam anular os efeitos

negativos deste tipo de comunicação, aumentando a produtividade e

melhorando o clima entre suas equipes.

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CAPÍTULO I

NO AR, A RÁDIO-PEÃO

Demissões. Promoções. Novos projetos. Críticas. Elogios. Pelos

corredores ou nas mesas dos refeitórios de empresas, não são raras as

conversas, muitas vezes em tom de segredo, sobre assuntos que podem

afetar a vida profissional dos funcionários. É neste momento que se pode

dizer: está no ar, a Rádio-Peão.

Como ponto de partida para conceituar Rádio-Peão, recorramos a

Hoauiss (2008) para definir o substantivo peão: “1 - Auxiliar de boiadeiro. 2 -

Trabalhador rural. Do espanhol, peón, trabalhador não especializado”. A

palavra traz em si a ideia de “chão de fábrica”, funcionários sem cultura. Por

isso, significaria a circulação de informações entre pessoas de baixo escalão.

Sabe-se, contudo, que a comunicação informal ocorre em todos os níveis das

organizações.

Afinal, a necessidade de se comunicar, de interagir, é inerente ao ser

humano. O fato de alguém estar inserido num ambiente repleto de

formalidades, como o ambiente corporativo, não muda a natureza humana. E,

desta forma, o que acontece dentro da empresa integra o rol de temas

prediletos entre os funcionários.

11

“O sistema formal não é o único sistema de comunicação

dentro de um grupo ou organização. Existe também um

sistema informal: a rede de rumores. Embora seja

informal, isto não significa que não seja uma importante

fonte de informações. Por exemplo, uma pesquisa recente

revelou que 75 por cento dos funcionários sabem primeiro

das notícias através da rede de rumores.” (ROBBINS,

2005, p.238).

Além de não ser controlada pelos gestores, a Rádio-Peão, ou Rede de

Rumores, como nomeia o autor, tem outras duas características que devem

ser ressaltadas. Segundo Robbins (2005), ela é considerada pela maioria dos

funcionários como mais confiável e fidedigna do que os comunicados formais

vindos da cúpula da organização. E é largamente utilizada para servir aos

interesses pessoais dos que a integram.

E o que faz este tipo de comunicação proliferar, impulsionada pela

necessidade humana de se comunicar? Rumores ou boatos surgem como uma

forma de as pessoas envolvidas extravasarem e compartilharem sentimentos

de ansiedade em relação a situações importantes e, ao mesmo tempo,

obscuras, repletas de dúvidas. No ambiente de trabalho, não raro se dá esta

configuração, o que pode explicar por que as Redes de Rumores, ou Boatos

Organizacionais, encontram campo fértil no ambiente corporativo.

12

“Os segredos e a competitividade que fazem parte da

vida na organização em torno de temas como a

nomeação de novos chefes, a redistribuição das salas ou

o realinhamento das atribuições de tarefas – criam as

condições que estimulam e sustentam a rede de rumores.

O rumor vai se manter enquanto os desejos e

expectativas que geram a incerteza não forem atendidos,

ou enquanto a ansiedade não for reduzida.” (ROBBINS,

2005, p.239).

Segundo Orlandi (2001), boato é um fato substantivo da história, fato

de sua relação com o silêncio; produz um efeito de verdade a partir de

palavras não asseveradas; e se dá nas situações em que há disputa pelo

sentido. Portanto, a Rádio-Peão seria uma voz a substituir o silêncio dos

canais oficiais de informação. Ou seja, ela impera em ambientes em que não

há transparência, debate e espaço para opiniões diferentes. E, na falta de

comunicação formal acerca dos temas que suscitam dúvidas e provocam

ansiedade, os boatos se travestem de verdade. Nesta “disputa pelo sentido”, a

empresa acaba sendo superada ao se calar e dar espaço a toda sorte de

entendimentos, interpretações e acréscimos que ganham as informações que

circulam na Rádio-Peão.

Estes rumores não surgem simplesmente sem motivo. A Rádio-Peão

só entra no ar quando algo está acontecendo na empresa e quase sempre o

conteúdo que veicula é ligado a situações negativas.

13

Ou seja, este canal informal é acionado porque as organizações

costumam ignorar as ansiedades, expectativas e demandas de seus

funcionários. Assim, eles são praticamente impelidos a utilizar um canal próprio

para divulgar suas inseguranças e desejos.

Enfim, uma Rádio-Peão ativa aponta para falhas na comunicação

interna da organização, uma vez que dá voz aos mais variados assuntos que

interessam muito ao funcionário, mas que por algum motivo estão sendo

deixados de lado pelos gestores. Ou, em vários casos, pela alta direção. Estes

temas vão desde aspectos concretos, como a má qualidade da refeição

servida no restaurante e chefes que tratam mal os subordinados, até aqueles

que ninguém ao certo pode assegurar, como uma possível lista de pessoas a

serem demitidas.

Em relação a assuntos polêmicos, como demissões e contratações,

por exemplo, muitas vezes a Rádio-Peão é mais rápida e eficiente do que os

comunicados oficiais. Isso ocorre porque, não raro, a notícia vaza em algum

ponto. Há desde o clássico exemplo da copeira que vai servir um café a

executivos durante uma reunião importante e entreouve uma notícia sobre

demissões, fazendo comentários imprecisos com outros funcionários,

posteriormente, até situações em que o conteúdo de um comunicado passa

por diversas mãos, fazendo com que alguma parte perca o sigilo.

Quem alimenta a Rádio-Peão são funcionários que não conseguem se

expressar através dos canais formais de comunicação. Normalmente, são

pessoas que não se sentem seguras em suas opiniões e/ou se veem

acanhadas. Não raro, têm receio de retaliações por parte de seus chefes.

14

CAPÍTULO II

IMPACTO SOBRE O CLIMA E

A PRODUTIVIDADE DAS EMPRESAS

Qual o impacto de uma Rádio-Peão ativa na organização? Podemos

afirmar que o mais grave é a desmotivação dos funcionários, que pode

acarretar em resultados desastrosos: queda na produtividade; divulgação

negativa da empresa; aumento do número de acidentes de trabalho; defeitos

de fabricação em produtos; alta rotatividade de colaboradores, entre outros.

O mau funcionamento da comunicação oficial de uma empresa gera

frustração entre os colaboradores. Eles passam a se sentir, de certa forma,

menosprezados, à margem dos acontecimentos. E também ansiosos e

inseguros em relação ao seu futuro na organização.

No ambiente corporativo, em que há uma cadeia de produção, uma

pessoa depende da outra para cumprir suas tarefas. Portanto, se há uma

configuração de insegurança, a concentração e a motivação caem. Dão lugar à

irritação e ao estresse, que prejudicam seriamente a produção.

Daí, portanto, o entendimento de que a Comunicação Corporativa se

tornou tão importante que é extremamente complicado para uma empresa

manter produtividade, e a consequente lucratividade, sem um bom diálogo com

os funcionários. Esta conversa alavanca o desempenho, uma vez que elimina

dúvidas e ambiguidades, e faz emergir a satisfação de cada funcionário,

individualmente, com o seu trabalho, contribuindo portanto com o todo da

produção.

15

Várias instituições internacionais têm feito pesquisas sobre o tema

fofoca no ambiente de trabalho, intimamente ligado à Rádio-Peão (afinal, a

Rádio-Peão é o veículo mais “adequado” para a propagação da fofoca). Um

destes estudos, feito na Grã-Bretanha pelo Instituto Opinium, mostra que

“conversa fiada ou fofoca no ambiente de trabalho” estão em terceiro lugar

entre os itens que mais incomodam os trabalhadores. A pesquisa foi divulgada

pela imprensa no mês de fevereiro de 2010.

(http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2010/02/12/o-que-mais-

irrita-empregados-no-ambiente-de-trabalho-915851273.asp)

O estudo foi feito com 1.836 entrevistados, que admitiram que seus

níveis de irritação e estresse crescem devido a vários fatores, e que 10% deles

já haviam chegado à atitude extrema de pedir demissão. As fofocas foram

eleitas como o mais nocivo fator ao ambiente de trabalho por 19% dos

entrevistados, atrás apenas dos “colegas temperamentais ou mal-humorados”

(37%) e dos “computadores lentos” (36%). A lista incluía ainda uso de jargões

de escritório ou do mundo de negócios (18%); pessoas falando alto no telefone

(18%); preocupações exageradas com a saúde e segurança no local de

trabalho (16%); falta de hábitos de higiene (16%); pessoas se prepararem de

qualquer jeito ou não se prepararem a tempo para reuniões (16%); pessoas

que deixam a cozinha ou o refeitório bagunçados (15%); e ambiente muito

gelado/ar condicionado em temperatura muito fria (15%).

Um outro estudo foi conduzido em outubro de 2007, nos Estados

Unidos, pela consultoria Harris Interactive para a empresa de recursos

humanos Randstad USA para descobrir o que mais irrita no

trabalho.(http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL162974-6174,00-

FOFOCA+E+EMAILS+ESTAO+ENTRE+AS+PRINCIPAIS+IRRITACOES+NO+

TRABALHO.html).

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Ele mostrou que 60% dos 2.429 trabalhadores americanos

entrevistados achavam a fofoca o maior aborrecimento no ambiente

corporativo. Em segundo lugar (54%), estava a má administração do tempo

(telefonemas pessoais ou navegação na Internet durante o expediente). Em

seguida, vinham fatores mais concretos e facilmente perceptíveis, como

bagunça nos espaços comuns da empresa (45%); cheiros fortes de perfume,

comida ou fumaça (42%); barulho, como os de alto-falantes, conversas em tom

de voz alto e toques de celular (41%); uso excessivo de aparelhos de

comunicação (28%); e mau uso do e-mail (22%).

Segundo Peruzzo (2001), que realizou pesquisa com 391 executivos

de todo o Brasil, grande parte deles (64%) acredita que a maledicência ronda o

seu meio de trabalho diariamente. O uso da má política em benefício próprio

ou de um determinado grupo é comum na grande maioria das organizações.

Cumprimentos e elogios “forçados” e previamente calculados são algumas das

ações que a pesquisa indicou como ferramentas para a tentativa de conquistar

objetivos pessoais.

Para tornar a situação ainda mais crítica para o clima nas

organizações, um trabalho dos sociólogos Tim Hallet e Donna Eder, da Indiana

University, em conjunto com o também sociólogo Brent Harger, da Albright

College, indicou que a fofoca no ambiente de trabalho é “exageradamente

negativa” e com “insultos sutis”. (http://www.eurekalert.org/pub_releases/2009-

10/iu-git102709.php)

As maledicências no trabalho, de acordo com a pesquisa, podem ser

uma forma de “guerra reputacional”, mas com ataques cautelosos, uma vez

que há risco de perda do emprego.

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O estudo foi realizado entre professores de uma escola pública

americana, durante dois anos. Durante todo o período, em boa parte do tempo

a Rádio-Peão local dedicava-se a maldizer a direção do estabelecimento. Ao

final daquele período, a reputação da diretora foi afetada, os professores,

demitidos, e as notas dos alunos baixaram. Tudo por causa da força da Rádio-

Peão utilizada negativamente.

Segundo Hallet (2009), a “fofoca realmente serviu para reforçar a

solidariedade do grupo de professores, mas, neste caso, ela também foi uma

forma de de guerra que prejudicou a todos.” O sociólogo acrescenta que é

mais realista e produtivo gerenciar a fofoca do que tentar criar no escritório as

chamadas “zonas sem fofoca”.

Além de todos estes transtornos, as fofocas também têm grande peso

financeiro para as organizações. Um outro levantamento feito com

trabalhadores britânicos, divulgado em maio de 2007, fez uma estimativa de

quanto seriam os custos das fofocas no ambiente de trabalho.

(http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1633425-EI1141,00.html)

A consultoria de recursos humanos Office Angels, que coordenou a

pesquisa, chegou a números surpreendentes. Dos cerca de 30 milhões de

trabalhadores do Reino Unido, em torno de 13% admitiram gastar pelo menos

duas horas por semana com as fofocas sobre colegas de escritório. Segundo

os cálculos feitos pelos pesquisadores, são 7,4 milhões de horas a cada

semana dedicadas à Rádio-Peão. Uma vez que o salário médio na Grã-

Bretanha era de cerca de 11,7 mil libras/hora, a pesquisa indicou que as

empresas perderiam algo como 86 milhões de libras por ano com as fofocas.

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Outros itens citados pela pesquisa como fatores de desperdício de

tempo (e dinheiro) nas organizações são: mau funcionamento de

computadores, atrasos de 10 minutos que se acumulam e reuniões em que

nada se resolve. “Tempo é dinheiro. Saber como gastamos nosso tempo nos

permite trabalhar de maneira mais eficiente como equipe”, resumiu à imprensa,

na ocasião, o diretor-gerente da consultoria, David Clubb.

Um aspecto menos comentado, mas não menos importante no que diz

respeito às implicações da Rádio-Peão, é que esta forma de comunicação

pode também ser útil. Afinal, é saudável do ponto de vista humano e

profissional que as pessoas troquem ideias. Não é correto afirmar que este

canal de comunicação informal só seja acionado para falar dos aspectos

negativos da empresa, embora na maioria das vezes o seja.

Wilson Bueno da Costa (2010) afirma, em entrevista, que “a Rádio

Peão (esqueçamos a expressão preconceituosa) pode ser útil, positiva, porque

permite a circulação de informações informais.” Segundo ele, a Rádio-Peão só

se torna negativa quando a organização abre espaço para boatos, fofocas e

informações que possam prejudicá-la e a pessoas que nela trabalham.

“A Rádio Peão, no final das contas, expressa o que está acontecendo

ou virá a acontecer nas organizações e isso pode ser bom ou ruim. Com uma

comunicação interna democrática, com o gerenciamento adequado do fluxo de

informações internas, a Rádio Peão pode ser absolutamente positiva.”

(BUENO, 2010)

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A Rádio-Peão pode ser comparada ao efeito estufa.

“O efeito estufa também costuma ser demonizado ('o

efeito estufa vai deixar a terra inabitável e precisamos

acabar com ele', você já não ouviu isso alguma vez?),

mas ai de nós se não existisse o efeito estufa. Se parte

do calor emitido pelo Sol não ficasse retido por aqui, a

Terra seria, toda ela, uma Antártida muito piorada e não

haveria 'clima' para a existência da vida, pelo menos a

vida humana. O problema, portanto, não é o efeito estufa,

porque a natureza, generosa, de maneira geral, tem

equilibrado o calor sobre a terra. O que assusta (e precisa

ser evitado a todo custo) é a ação do homem, com sua

tendência consumerista, que agrava o efeito

estufa, aumentando o calor acima do suportável.”

(BUENO, www.rp-bahia.com.br/colunistas/wilbueno7.htm).

Desta maneira, a Rádio-Peão é tomada por mensagens com potencial

de impacto negativo para a empresa se há naquele ambiente espaço para

boatos, mal-entendidos e até represálias.

E a Rádio-Peão torna-se útil para o funcionário quando, através dela,

ele obtém, por exemplo, informações sobre quem é quem na diretoria da

empresa. Ou sobre o humor do chefe naquele dia em que se pretende

negociar uma promoção ou benefícios para seu setor. Ou, ainda, quando

descobre informações sobre a existência de novos postos de trabalho na

própria empresa ou fora dela.

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Enfim, a Rádio-Peão é uma grande fonte de informações que podem

gerar oportunidades de crescimento para o funcionário. Com as notícias que

recebe através dela, o profissional muitas vezes consegue melhor planejar

seus próximos passos na carreira.

Há cerca de 20 anos, a troca de ideias no ambiente de trabalho era

tida puramente como fofoca e a repressão era bem maior. A partir dos anos

90, com os programas de qualidade total, passou-se a falar em sinergia e

times de trabalho. A conversa no ambiente corporativo tornou-se melhor vista.

Pesquisadores do Instituto Max Plank de Biologia Evolutiva, na

Alemanha, desenvolveram a teoria de que a fofoca "positiva" ajudou o ser

humano a melhorar seus níveis de cooperação. A conclusão do estudo,

divulgada em julho de 2008, dizia que “a fofoca pode servir como substituto

para a observação direta”, o que faz com que se conquiste a confiança alheia.

(http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL706249-5603,00-

FOFOCA+BOA+AJUDOU+A+CRIAR+COOPERACAO+ENTRE+HUMANOS+D

IZ+ESTUDO.html)

Os experimentos foram conduzidos com 132 estudantes. Eles

participaram de um jogo em que recebiam somas imaginárias de dinheiro e

tinham de decidir se as doavam ou não a outros participantes, a partir do que

terceiros comentavam sobre estes participantes, através de boatos. O que os

cientistas perceberam é que a intenção de doar crescia à medida em que o

detentor do dinheiro recebia informações positivas pela Rádio-Peão criada.

21

Donde concluíram que reciprocidade, confiança e reputações

transferidas via fofoca estão diretamente relacionadas. Esta interrelação pode

ter ajudado a alcançar os altos níveis de cooperação que podem ser

observados em humanos.

E não são apenas os funcionários que podem tirar proveito da Rádio-

Peão: “Para os executivos, ela fornece um sentimento sobre o moral de sua

organização, identifica os temas confusos que os funcionários considerem

importantes e ajuda a canalizar a ansiedade dos funcionários. Funciona,

portanto, como um mecanismo ao mesmo tempo de filtragem e de feedback,

identificando os tópicos que os funcionários consideram relevantes.”

(ROBBINS, 2005, p. 239)

De acordo com Bueno (2010), “um gestor ou um empresário

inteligente, moderno, estará sempre disposto e capacitado a ouvir o que a

Rádio Peão anda transmitindo e inclusive valendo-se dela para promover a

circulação de informações que contribuam para melhorar o clima

organizacional. A Rádio Peão pode ser uma oportunidade e não um risco e,

monitorando-a, o gestor ou empresário poderá avaliar o que anda acontecendo

na organização.” Portanto, a Rádio-Peão é fonte genuína de informação dentro

da organização, e não se pode negar seu poder – que tanto pode afetar a

empresa positiva quanto negativamente.

Por ser dinâmica, informal, circula com grande rapidez e, não raro, os

canais formais dão suporte (ou não) ao que ela veicula. Atualmente, mais da

metade do trabalho de um gestor se baseia em mobilizar pessoas. Estar atento

ao que elas dizem, portanto, é fundamental para o sucesso da organização.

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CAPÍTULO III

CALAR OU DIALOGAR?

EIS A QUESTÃO

Há consenso entre as fontes consultadas neste trabalho, portanto, de

que a Rádio-Peão não pode ser eliminada. O que os executivos precisam fazer

é minimizar as consequências negativas dos rumores, limitando sua

abrangência e seu impacto.

Bueno (2010) frisa que “a Rádio-Peão é um processo natural em todas

as organizações e ela, necessariamente, não se constitui numa ameaça, a não

ser em culturas organizacionais onde não se cultiva o diálogo, a transparência,

o estímulo à participação e o respeito à divergência de ideias e opiniões. Uma

comunicação interna competente e democrática é a melhor alternativa para

minimizar os impactos negativos da Rádio-Peão. Repito: a Rádio-Peão não é

sempre negativa, apesar do preconceito e da expressão utilizada para

caracterizar a comunicação informal, espontânea nas organizações.”

Mas o que fazer, concretamente? Algumas sugestões para reduzir as

consequências negativas dos rumores são:

“1. Anunciar um cronograma para a tomada de decisões importantes.

2. Explicar decisões e comportamentos que possam parecer

inconsistentes ou misteriosos.

3. Enfatizar as desvantagens, bem como as vantagens, das

decisões atuais e dos planos futuros.

4. Discutir abertamente as piores possibilidades – nada provoca mais

ansiedade do que uma fantasia não-declarada.” (ROBBINS, 2005, p. 239)

23

Portanto, institucionalizar e uniformizar as informações é essencial

para diminuir os boatos. Podem e devem ser utilizados canais como

newsletters, intranet e house organs, além da sempre eficiente comunicação

frente a frente, com reuniões e palestras sobre processos que estejam

ocorrendo na organização. Tais divulgações devem ter periodicidade

conhecida, para que cada passo dos processos de mudança na organização

seja antecipado, diminuindo o clima de incerteza.

Em tempos de avanços tecnológicos, uma forma eficaz e rápida de se

comunicar com os funcionários, quando o assunto for urgente, é a mensagem

via celular.

Outro instrumento poderoso, criado recentemente, após o advento da

Internet, é o blog corporativo. Esta ferramenta traz em si a grande vantagem de

proporcionar espaço para comentários do público, no caso, os funcionários. A

sensação de participação no processo de comunicação é fundamental para a

melhoria do clima organizacional, uma vez que possibilita a todos o sentimento

de “fazer parte” da empresa.

Por contarem com o dispositivo da moderação de comentários, não há

risco de que conteúdos ofensivos ou inadequados sejam veiculados no blog.

Através da moderação, a empresa pode aprovar ou reprovar cada comentário,

fazendo com que apenas as observações pertinentes e críticas construtivas

por parte dos colaboradores sejam veiculadas.

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“No momento em que a organização pensa as pessoas

como parceiros de seu desenvolvimento e as pessoas

pensam o mesmo em relação à empresa, o foco altera-se

do controle para o desenvolvimento.” (DUTRA, 2002,

p.44).

Preservar relacionamento transparente com os funcionários, portanto,

é garantir notícias mais precisas na Rádio-Peão. É deixar pouco espaço para

os rumores negativos. O boato se cria quando não existe “um responsável do

dizer, mas uma figura fantasmática que toma o lugar de sua responsabilidade.

Desde que se manifesta um autor socialmente visível o boato não é mais

boato." (ORLANDI, 2001, p. 137)

Por isso, nada melhor para a corporação do que assumir a divulgação

de fatos importantes, esclarecer dúvidas e dar fim a ambiguidades entre os

colaboradores.

Não se deve perder de vista que a Comunicação Empresarial precisa

atender aos vários públicos internos da empresa, desde a alta administração

até a produção, passando por todo o pessoal de nível intermediário.

De acordo com Bueno (2003), é preciso fundamentar a Comunicação

Empresarial em bancos de dados inteligentes, em um conhecimento mais

profundo dos seus públicos de interesse, dos canais de comunicação, e

também dotar a Comunicação de um novo perfil: a passagem do tático para o

estratégico.

25

Esta estratégia deve visar a inúmeros objetivos, dos quais destacam-se

os seguintes: possibilitar a troca de informações entre os vários setores da

empresa, e consequentemente melhor integração entre eles;

melhorar/preservar a imagem da empresa junto a seu público interno;

incentivar a criação de espírito de equipe; valorizar os esforços individuais e

coletivos.

Um exemplo positivo veio do Ministério da Saúde, em maio de 2009,

em plena epidemia de gripe suína. Neste caso, viu-se claramente as vantagens

da opção pelo diálogo. Na época, por se tratar de um vírus desconhecido,

disseminou-se pânico entre a população, e uma enorme onda de boatos sobre

a letalidade da nova doença.

Conforme a Folha de São Paulo publicou em sua edição de 19 de maio

de 2009, o ministério criou um grupo especial de oito funcionários para

combater os boatos, prestando esclarecimentos sobre a gripe suína para os

cidadãos. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1905200911.htm)

A equipe passava o dia na Internet, desmentindo notícias falsas sobre

o vírus, após vasculhar comentários em mais de 400 blogs, além de sites como

Orkut e Twitter.

A missão era postar novos comentários em resposta àqueles que

contivessem dados incorretos sobre a doença e que pudessem gerar pânico

entre os internautas. Além disso, o Ministério da Saúde produziu rapidamente

páginas próprias, hospedadas em sites com alta visitação. E chegou a criar

perfis no Orkut e no Twitter, além de um canal oficial de vídeos no YouTube.

26

Com isso, o Ministério da Saúde removeu barreiras, chegou ao grande

público e disseminou as informações oficiais de maneira clara, atraente e ágil,

sepultando os rumores negativos.

É o tipo de iniciativa que deveria ser transportada para a Comunicação

Empresarial, de forma a minimizar os impactos negativos da Rádio-Peão no

clima e na produtividade das organizações.

Reportagem da Revista Você/SA apresenta casos de algumas

empresas citadas na edição de 2005 do Guia Você/SA-Exame – As Melhores

Empresas para Você Trabalhar. (http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-

carreira/materia/voce-vai-ficar-bem-falado-484271.shtml)

Em todas, a Rádio-Peão é acompanhada de perto. O diretor de

recursos humanos do laboratório farmacêutico Bristol-Myers Squibb, Felipe

Westin, por exemplo, afirmou que a Rádio-Peão veicula informações em alta

velocidade e, se a notícia em questão for ruim, o clima da empresa perde

muito. Por isso, segundo ele, no Bristol-Myers Squibb não faltam instrumentos

para agilizar e refinar a comunicação interna.

O diretor de talentos do Grupo Algar, Cícero Penha, concorda. Para

ele, a Rádio-Peão, que “faz parte do folclore de qualquer empresa e dá vida ao

ambiente de trabalho”, tem poder destrutivo que não pode ser desprezado. No

grupo, formado por 17 empresas, a comunicação interna também é prioridade:

semanalmente, os gestores se reúnem com os seus funcionários para

esclarecer dúvidas e dar informações.

27

Ainda de acordo com a reportagem da Você/SA, Silvio Genesini,

presidente da Oracle, afirma que não há como lutar contra a Rádio-Peão, mas

sim entender que ela faz parte de qualquer grupo humano. Segundo Genesini,

sempre que há mudanças impactantes, como alteração na grade de salários,

por exemplo, apenas algumas pessoas têm conhecimento oficial sobre o

assunto. Mas no canal informal – a Rádio-Peão - a notícia se espalha

rapidamente.

O executivo, porém, ainda de acordo com a reportagem, não vê o

surgimento dos boatos de forma negativa, mas sim com algo útil. Afinal, a

quantidade de reclamações pode dar a medida da satisfação das pessoas.

Segundo ele, se os comentários perdurarem por mais de três ou quatro dias, é

providencial investigar a insatisfação.

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CONCLUSÃO

Uma organização se baseia nas pessoas, no trabalho delas, na

comunicação entre elas e, sobretudo, na maneira como esta comunicação é

estabelecida, fazendo as informações circularem. O grande desafio para a

Comunicação Empresarial e a Gestão de Pessoas é desenvolver uma cultura

em que estas pessoas, que são responsáveis pela imagem da empresa,

interna e externamente, sejam motivadas, e não controladas.

Desta maneira, cada funcionário vai se sentir comprometido e

envolvido com um processo global, e não apenas com sua situação individual.

E todos passarão a atuar de forma pró-ativa, buscando sugerir ideias, sem

temor de expressar opiniões e com genuína vontade de auxiliar na prevenção

ou solução de problemas da organização.

“(...) o comportamento empreendedor e a cultura

empreendedora são como um pano de fundo para o

fomento da inovação, da busca e identificação de

oportunidades, do trabalho criativo, para a organização do

trabalho e processos empresariais de forma mais

integrada para a eliminação de barreiras internas de

comunicação, etc” (DORNELLAS, 2003, p.16).

Enfim, a existência da Rádio-Peão não deve ser motivo de

preocupação para a direção da empresa, se a comunicação entre todos os

níveis da organização for clara, transparente, sem margem para mal-

entendidos.

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Alguns autores já vislumbram, num futuro próximo, o potencial para a

Rádio-Peão se expandir para além dos muros das empresas, à medida em

que se consolidar no mercado a 'geração digital', acostumada a um mundo

sem fronteiras, em que a comunicação se propaga com imensos alcance e

velocidade.

Gaulia (2009) faz uma interessante observação sobre este futuro da

Rádio-Peão: “Uma geração chamada 'Y ' está chegando ao mercado de

trabalho e vai quebrar todas as antigas regras e hierarquias. Essa geração já

nasceu digital. Não conhecem um mundo sem a internet, sem o Google, sem o

MSN e as comunidades de relacionamento. Publicam suas opiniões e se

conectam em ondas de influência e interlocução infinitas. Essa geração não vai

entender organizações fechadas - sem voz interna, sem agilidade de

respostas, onde o mural de avisos virou paisagem pois é um amontoado de

notas velhas e inúteis. Ou onde a intranet é um amontoado de dados sem

espaço para a interatividade. Com essa geração não vai haver uma 'rádio

corredor', caso a comunicação na empresa seja de mão única. Ela vai ser a

espiral permanente de notícias para o mundo. Dos corredores dos escritórios

sisudos para fora, com direito a vídeo feito pelo celular e publicado no You

Tube. Incontrolável, mesmo que alguns líderes queiram controlar como fazem

com a edição do 'jornalzinho' interno (aquele que nunca tem uma frequência de

publicação respeitada porque tem sempre uma 'última' mexidinha no texto, só

para garantir o 'controle').”

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Não sendo possível, como já discutido anteriormente, calar a Rádio-

Peão, cabe aos gestores identificar se há, entre os colabores dos mais

variados escalões, uma disposição para o mau uso deste canal de

comunicação informal, porém tão poderoso.

Sabendo que a Rádio-Peão existe (e ela existe em qualquer

organização), os executivos deve conhecer quem são seus 'formadores de

opinião', quais os assuntos que mais aborda e como deve utilizá-la a seu favor.

Em paralelo, é imprescindível a criação de canais oficiais com

informações claras, precisas e, nos tempos em que vivemos, muito ágeis, para

saciar a necessidade dos funcionários por informações imediatas. Tudo isso

para evitar que as ondas desta rádio sejam tomadas pelos boatos

organizacionais, que tão mal podem fazer à saúde de qualquer organização.

31

BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Manole, 2003.

BUENO, Wilson da Costa. Você conhece os botos organizacionais? < www.rp-

bahia.com.br/colunistas/wilbueno7.htm > Acessado em 10/02/2010

DORNELLAS, José C. Empreendedorismo corporativo: como ser

empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2003.

DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e

perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002.

EUREKALERT. Gossip in the workplace: a weapon or gift, new researh from IU

<http://www.eurekalert.org/pub_releases/2009-10/iu-git102709.php> Acessado

em 16/12/2009

FOLHA DE SÃO PAULO. Governo cria grupo contra boato sobre gripe.

<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1905200911.htm> Acessado em

15/01/2009

G1. Fofoca e e-mails estão entre as principais irritações no trabalho.

<http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL162974-6174,00-

FOFOCA+E+EMAILS+ESTAO+ENTRE+AS+PRINCIPAIS+IRRITACOES+NO+

TRABALHO.html > Acessado em 15/12/2009

32

G1. Fofoca boa ajudou a criar cooperação entre humanos, diz estudo.

<http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL706249-5603,00-

FOFOCA+BOA+AJUDOU+A+CRIAR+COOPERACAO+ENTRE+HUMANOS+D

IZ+ESTUDO.html> Acessado em 15/12/2009

GAULIA, Luiz A. Para garantir o controle?<http://luizgaulia.blogspot.com/>

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HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. RJ: Objetiva, 2008.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e Texto: formação e circulação dos

sentidos. São Paulo: Pontes, 2001.

O GLOBO ON LINE. O que mais irrita empregados no ambiente de trabalho.

<http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2010/02/12/o-que-mais-

irrita-empregados-no-ambiente-de-trabalho-915851273.asp> Acessado em:

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PERUZZO, Marcelo I. Os dez mandamentos e os pecados organizacionais.

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sua-carreira/materia/voce-vai-ficar-bem-falado-484271.shtml> Acesso em

17/12/2009

33

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

No ar, a Rádio Peão 10

CAPÍTULO II

Impacto sobre o clima e

a produtividade das empresas 14

CAPÍTULO III

Calar ou dialogar? Eis a questão 22

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 31

ÍNDICE 33

34

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

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Avaliado por: Conceito: