UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2...

61
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO VOCAL DO PROFESSOR Por: Flávia Cristina Barros Neves de Alvarenga Orientador Prof. Ms. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2004

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2...

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO VOCAL DO PROFESSOR

Por: Flávia Cristina Barros Neves de Alvarenga

Orientador

Prof. Ms. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2004

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO VOCAL DO PROFESSOR

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de

Recursos Humanos

Por: Flávia Cristina Barros Neves de Alvarenga.

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

3

AGRADECIMENTOS

....Primeiramente, a Deus; e a todos que

contribuíram direta ou indiretamente para

a realização deste trabalho, em especial

meus pais, meu marido e minhas tias Lecy

e Dóris......

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

4

DEDICATÓRIA

.....dedico este trabalho a meus pais e a meu

marido.......

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

5

RESUMO

Este trabalho tem por objetivos identificar até que ponto o professor tem

conhecimento do uso adequado da voz e dos possíveis desvios decorrentes de

sua má utilização; e formular um programa de treinamento que possibilite ao

professor o uso adequado da voz, permitindo-lhe uma maior qualidade de seu

desempenho profissional. Uma vez que um grande número de professores é

afastado de suas funções, ou permanecem em condições precárias, perdendo

qualidade profissional.

A pesquisa foi realizada na Universidade Candido Mendes – Tijuca – Rio de

Janeiro, com os professores da graduação. O levantamento de dados foi realizado

através de um questionário fechado, com perguntas objetivas.

Na introdução são apresentados os objetivos do trabalho e a importância da voz

para o professor, uma vez que esta influencia a qualidade de seu desempenho

profissional. Em seguida, fazemos um panorama dos aspectos anatomo-

fisiológicos da laringe, relacionando-os com a voz.

No segundo capítulo apresentamos a voz profissional e o professor enquanto um

profissional da voz. Damos prosseguimento falando dos principais distúrbios

vocais e os cuidados que devemos ter com a voz.

A seguir, fazemos um relato do que é treinamento, analisamos os dados coletados

na pesquisa de campo e elaboramos uma proposta de treinamento vocal.

Concluímos demonstrando a necessidade de um treinamento vocal para o

professor.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

6

METODOLOGIA No que se refere a natureza do estudo, este foi realizado a partir de um

levantamento de dados através de um questionário fechado, com perguntas

objetivas.

No que se refere à população investigada, a pesquisa foi realizada na

Universidade Cândido Mendes – Tijuca – Rio de Janeiro. Considerando que dos

professores desta Universidade, os da graduação são aqueles que mais utilizam a

voz profissionalmente, decidimos delimitar a população no universo de

professores da graduação.

O objetivo inicial era realizar a pesquisa com a totalidade da população, mas por

motivo de férias, não foi possível a realização da mesma com a todo o corpo

docente. Sendo assim, fizemos uma pesquisa por amostragem aleatória.

A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa de campo, a partir de

um questionário fechado, com perguntas objetivas.Esse questionário foi distribuído

aos professores, com a ajuda do Coordenador do Curso de Administração da

Universidade Cândido Mendes – Tijuca, durante um período aproximado de dois

meses. Procuramos abranger o corpo docente de todos os cursos de graduação

da UCAM – Tijuca, são eles: Administração, Comunicação Social, Contabilidade,

Economia e Direito.

Este instrumento foi construído a partir de sete categorias: perfil do informante,

voz definida pelo informante, sintomas vocais, uso, pratica profissional, hábitos

pessoais e saúde geral. De acordo com essas categorias foram elaboradas trinta

e duas perguntas com o objetivo de levantar o perfil de população pesquisada no

que se refere a utilização da voz.

A organização de dados foi realizada através de uma tabela de dupla entrada

onde os resultados serão apresentados em porcentagem e analisados a partir de

dados teóricos.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 08

CAPÍTULO - Voz e aspectos anatomo-fisiológicos da laringe ........................ 09

CAPÍTULO II - Voz profissional: a voz do professor ........................................ 14

CAPÍTULO III - Principais distúrbios vocais ....................................................... 19

CAPÍTULO IV - Cuidados com a voz .............................................................. 22

CAPÍTULO V - Treinamento ............................................................................... 36

CAPÍTULO VI - Organização, leitura e análise dos dados .............................. 43

CAPÍTULO VII - Proposta de treinamento vocal .............................................. 51

CONCLUSÃO ................................................................................................... 55

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 56

ÍNDICE ............................................................................................................. 57

ATIVIDADES CULTURAIS ............................................................................... 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 61

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

8

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho consiste em identificar, através de pesquisa, até que

ponto o professor tem conhecimento do uso adequado da voz e dos possíveis

desvios decorrentes de sua má utilização.Além de formular um programa de

treinamento que possibilite ao professor utilizar,de maneira adequada, sua voz,

permitindo-lhe uma melhor qualidade em seu desempenho profissional.

A voz é um instrumento de comunicação, através do qual, podemos passar aos

outros nossos conhecimentos, interesses e desinteresses. Ela modula os

sentimentos, dá cor aos pensamentos e às intenções. Quando falamos é a nossa

personalidade que se expressa, sendo assim, o professor é um modelo para seus

alunos.Entretanto, a maioria deles inicia a carreira sem conhecimentos de técnicas

vocais nem mesmo dos riscos orgânicos provocado pelo uso inadequado da voz.

O professor, enquanto profissional da voz, tem-na como principal instrumento de

trabalho, apesar da maioria não ter esta consciência. As conseqüências da falta

de conhecimentos e cuidados com a voz podem trazer prejuízos para a saúde

vocal, que conseqüentemente irá diminuir o rendimento profissional.

A voz é um dos principais elos da comunicação do professor com seu aluno. A

maneira como a voz é utilizada em sala de aula pode influenciar positivamente ou

negativamente na relação professor-aluno e, conseqüentemente no processo

ensino-aprendizagem, desta forma influenciando na qualidade da organização.

O treinamento é um fator primordial para a melhoria na qualidade do trabalho,

desta forma podemos afirmar que necessitamos de um bom treinamento de

nossos docentes para termos uma melhor qualidade no ensino.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

9

CAPÍTULO I

VOZ E ASPECTOS ANATOMO-FISIOLÓGICOS DA

LARINGE

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

10

1.1. Anatomo-fisiologia da laringe

A laringe é um órgão situado na extremidade superior da traquéia, na região

anterior do pescoço, na altura da V, VI e VII vértebras cervicais, no adulto, mede

aproximadamente 45 mm em sentido vertical. Em seu conjunto, apresenta

relações com a faringe, que se abre em sua parte posterior. As faces ântero-

laterais são parcialmente cobertas pelo corpo da glândula tiróide e pela

musculatura laríngea extrínsecas (músculos infra-hióideos), o tecido subcutâneo e

a pele.

Este órgão é constituído por um conjunto de cartilagens unidas por ligamentos,

membranas e músculos. Sua forma é cilíndrica, especialmente na parte inferior,

formada pela cartilagem cricóidea. A laringe é revestida na face superior da prega

vocal por uma mucosa do tipo estratificada pavimentada.

A disposição das principais cartilagens dá à laringe o formato de uma caixa aérea

cilíndrica. Os músculos, ligamentos e membranas unem estas cartilagens,

movimentam a caixa e ajudam a controlar, através da musculatura cordal, a

pressão aérea do aparelho respiratório.

Assim, a laringe é a principal estrutura para a produção de uma corrente de ar

vibrante, e as pregas vocais, que se localizam em posição horizontal dentro da

laringe, constituem os elementos vibrantes. A abertura e o fechamento rápidos das

pregas vocais interrompem periodicamente a corrente de ar, de modo a produzir

um som glótico no interior das cavidades faríngea, oral e nasal. As modificações

da configuração e, portanto, das propriedades acústicas dessas cavidades, que

são coletivamente conhecidas como trato vocal, transformam o som glótico,

relativamente indiferenciado, em voz com significado.

Quando respiramos silenciosamente, as pregas vocais, ficam abertas, ou seja,

afastadas entre si, para permitir a entrada e saída livres do ar. Assim sendo, no

gesto da respiração a interferência das pregas vocais deve ser mínima para

garantir a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico de nossos pulmões.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

11

A produção de uma corrente de ar com a finalidade de fala foi denominada função

“não-respiratória” do mecanismo da respiração; a produção de som pela laringe

pode ser considerada função não-biológica.

Em termos biológicos, a laringe pode ser considerada um componente intrínseco

do sistema respiratório e, como tal, funciona como um dispositivo protetor para as

vias aéreas inferiores.

Como primatas falantes, somos quase obrigados a dizer que a principal função

não-biológica da laringe é produzir som. Como a fala e a voz são partes

integrantes do comportamento humano, com tudo, a noção de que elas são não-

biológicas está sujeita a críticas. É, em grande parte, por meio da voz e da fala

que somos capazes de nos comunicar com as outras pessoas e dar a conhecer de

nossas vontades e necessidades. Na verdade, a voz e a fala têm enorme

participação no comportamento humano, que pode ser considerada uma função

biológica. Independente da opinião que se possa ter não existe discussão sobre o

fato de a laringe funcionar como um gerador de som apenas quando não está

realizando as funções biológicas vitais.

A laringe é uma estrutura capaz de inúmeros ajustes rápidos e sutis de produção

de som em uma ampla gama de tons e intensidades. Do ponto de vista da

mecânica, ela pode ser considerada como uma resistência variável ao fluxo de ar

para dentro e para fora dos pulmões.

Independente do papel destinado a laringe, podemos dizer que ela é

especialmente bem equipada para a produção do som e da voz humana.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

12

1.2. Voz

A voz humana já existe desde o nascimento e se manifesta através do choro, riso

e grito. Assim, desde o início da vida, a voz torna-se um dos meios de

comunicação mais poderosos do indivíduo e se constitui no modo básico de

interação humana.

Comunicamo-nos de diversas formas: pelo olhar, pelos gestos, pela expressão

corporal, pela expressão facial e pela fala. A voz, porém, é responsável por uma

porcentagem muito grande de informações contidas nas mensagens que estão

sendo veiculadas e revelando muita coisa sobre nós mesmos. A voz fala mais do

que palavras.

Nossa voz é uma expressão sonora absolutamente individual, semelhante às

impressões digitais, por esta razão é possível identificar um indivíduo por uma

“escuta telefônica”, por exemplo. Por outro lado há uma alteração constante na

voz.

A voz revela uma série de informações inerentes a três dimensões do indivíduo: a

biológica, a psicologia e a sociocultural. As informações contidas na dimensão

biológica dizem respeito aos nossos dados físicos fundamentais, tais como sexo,

idade, condições gerais de saúde. As informações contidas na dimensão

psicológica correspondem às características básicas da personalidade e do estado

emocional do indivíduo, expressa-se no próprio ato da fala. Já, as informações

contidas na dimensão sociocultural oferecem dados referentes aos grupos a que

pertencemos, quer sejam sociais ou profissionais, manifestando-se através do

discurso.

A voz enquanto componente da linguagem oral é um dos principais vínculos do

relacionamento humano. Esse elo de relacionamento é reforçado ou enfraquecido

pela psicodinâmica vocal definida pelo impacto que a voz do falante causa no

ouvinte, apresentando-se como um fator de distanciamento ou aproximação do

interlocutor.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

13

Algumas pessoas têm uma boa imagem formada sobre sua voz e sobre o impacto

que ela exerce sobre o ouvinte, outras, nunca pararam para pensar no assunto.

De qualquer forma, conscientes ou não, influenciamos com nossa voz e somos

influenciados pelas vozes das pessoas com as quais fazemos contato.

O padrão de voz que é emitido faz parte da construção de nossa personalidade,

sendo este som que dá suporte a presencialidade do sujeito. Usamos nossa voz

do mesmo modo como nos comportamos no mundo. Uma produção vocal

alterada leva a um desequilíbrio funcional e/ou orgânico do aparelho fonador, o

que pode produzir no ouvinte um impacto negativo, muitas vezes não compatível

com a personalidade do falante.

A voz é portadora da mensagem que o interlocutor quer, ou não, ouvir. A voz, seu

uso adequado pelo persuade e seduz, sendo a sonoridade um fator efetivo para

transformar situações, seja de concordância, seja de conflito.

Quando a voz é alterada, o som não é devidamente projetado, dificultando a

inteligibilidade da mensagem produzida.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

14

CAPÍTULO II

Voz profissional: a voz do professor

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

15

2.1. Profissional da Voz

Costuma-se identificar o profissional da voz como sendo o sujeito que depende da

sua voz para realizar sua atividade profissional e ganhar seu sustento. Destaca-se

o cantor, o ator, o advogado, o político, o jornalista, o radialista, o vendedor, o

professor, entre outros tantos.

A voz humana é fascinante e complexa, e pode ser usada tanto para atrair como

para repelir pessoas. O cantor com um soberbo controle do seu instrumento vocal

proporciona grande prazer ao ouvinte. A voz do ator, ressonante e cheia de

significado, pode, acrescentar significativamente a mensagem e a intensidade da

emoção, podendo se fazer mais atraente para o ouvinte do que as próprias

palavras articuladas. O político e o advogado com sua oratória eloqüente

transmitem credibilidade e segurança, expressando com sua voz a capacidade de

persuasão.

Todo o comunicador sabe que precisa contar com sua voz para ter um bom

desempenho de sua profissão. Entretanto, para alguns profissionais, essa

conscientização somente acontece quando percebem que a voz está com algum

problema. Queixas de cansaço para falar, falhas na voz e rouquidão após o uso

profissional da voz são comumente relatadas. Os cantores apresentam queixas

relacionadas ao canto, não conseguem mais alcançar as notas agudas e referem

que a voz perdeu o vigor. O ator de teatro manifesta que a sua performance está

comprometida. A voz não apresenta a mesma plasticidade para responder a

formação do personagem. O ator empresta a sua voz ao personagem, necessita

ter um grande preparo vocal, pois é um imitador, consequentemente, sua

integridade vocal é essencial. O advogado delata que sua voz não está coerente

com seu discurso, está fraca e instável, não sendo possível sustentar um debate.

Algumas vezes os problemas referidos estão relacionados apenas ao uso

inadequado da voz, a abuso vocal e, principalmente, ao desconhecimento do

profissional de como adequar o seu potencial vocal à sua atividade profissional.

No entanto, queixa de rouquidão por mais de quinze dias pode ser um sinal de

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

16

uma patologia da laringe e um problema mais sério pode estar acontecendo. O

sujeito que faz uso da voz profissionalmente precisa ter um bom conhecimento da

sua voz e, ficar atento ao perceber que algo não vai bem. A voz muda com o

passar dos anos, e o profissional fazendo o uso demasiado da voz, sofre um

desgaste maior das estruturas relacionadas com a fonação. Necessita estar

informado de como é sua voz e o que é possível fazer para aprimorá-la. Deve

cuidar da estética vocal, prevenir problemas vocais, estar atento para o que faz

mal e o que faz bem para voz e, principalmente manter exercícios vocais, o que

vai lhe propiciar um maior tempo de uso da voz profissional. Pode-se fazer uma

analogia ao atleta que realiza atividade física. O profissional da voz é um atleta

vocal, necessita manter os cuidados com a voz e realizar exercícios vocais

orientados.

Quando ocorre um problema vocal, esses profissionais procuram ajuda e,

recorrem a especialistas na área de voz.

Infelizmente, apesar das campanhas da Semana Nacional da Voz, onde é

vinculado na mídia uma divulgação sobre a importância da saúde vocal, da

prevenção aos problemas vocais e da valorização do uso da voz profissional,

ainda é altíssimo o número de doenças grave de laringe no país. O profissional da

voz está muito suscetível a ter problemas de voz, pois ainda, a grande maioria,

não tem conhecimento de como a voz acontece, quais recursos de ressonância,

respiração, inflexão vocal e plasticidade vocal poderiam ser realizados para

melhorar a performance vocal nas suas atividades profissionais.

O profissional da voz cumpre um dos papeis mais importantes papéis na

sociedade, pois é um comunicador, e pela voz, passa seus sentimentos, sua

emoção, conhecimento, informação. Conjuga e agrega multidões.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

17

2.2. Voz do Professor

O sistema educacional, em geral, valoriza a transmissão do conhecimento pelo

professor, que se efetua por diferentes formas de comunicação verbal, sendo a

comunicação oral um dos principais meios. O professor explica uma determinada

matéria, expõe um ponto de vista, conta histórias, lê para os alunos, incentiva-o a

responder perguntas, a cantar, e também coloca o limite aos alunos quando

necessário. Em todas estas situações a voz é um dos principais elos da

comunicação do professor com seu aluno. A maneira como a voz e a fala são

utilizadas em sala de aula, podem influenciar positivamente ou negativamente na

relação professor-aluno e, conseqüentemente, no processo ensino-aprendizagem.

Além disto, se o professor entender o uso que faz da voz em sala de aula, poderá

encontrar um poderoso instrumento de trabalho. O esclarecimento do uso da voz e

fala utilizado em sala de aula, tanto pelo professor como pelo aluno poderá

fortalecer a relação interpessoal entre eles. Da mesma forma, entender como o

aluno percebe a voz do professor e faz julgamentos, poderá direcionar o professor

para melhor utilização da voz e fala na comunicação oral em sala de aula, com

vistas a aprendizagem.

Com a modernização do ensino o professor deixou de ser apenas o divulgador

dos seus conhecimentos para ser um comunicador formador de opinião. Hoje, ele

precisa interagir com os alunos, desenvolvendo neles a análise crítica, a

capacidade de síntese, o poder de argumentação, a formação de conceitos e

idéias. Ele precisa ser mais criativo, mais observador. Essa nova postura exige

mais do profissional. Ao dirigir a atenção para mais de um grupo, ao precisar

aumentar a sua observação para atingir aos objetivos acima, o professor sofre um

desgaste maior da sua voz. Sendo a voz o seu instrumento de trabalho, é

necessário que ele se conscientize de que qualquer problema em suas pregas

vocais pode acarretar o seu afastamento das atividades, e que há técnicas para

evitá-los.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

18

O alto índice de aparecimento de nódulos, pólipos e cistos nesses profissionais

mostra o uso inadequado da voz. Além de aprender a usar a voz com maior

cuidado, preservando-a, ele precisa desempenhar as suas funções e transmitir a

sua mensagem, a sua aula, com segurança e objetividade, para que estabeleça

com o aluno uma relação de respeito e admiração. A má dicção, os vícios de

linguagem, a voz insegura, pouco audível ou desagradável, a atitude corporal e o

gestual inadequados, podem comprometer o seu desempenho, assim como a

didática empregada, a forma de lidar com os alunos e o discurso empregado. É

através do treinamento dessas técnicas e da correção individualizada, que o

trinômio voz, imagem e comunicação será aperfeiçoado.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

19

CAPÍTULO III

PRINCIPAIS DISTÚBIOS VOCAIS

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

20

Os distúrbios vocais são resultados de alterações negativas nas estruturas ou no

funcionamento de alguma parte do trato vocal. A essas alterações dá-se o nome

de disfonia. Neste trabalho iremos considerar apenas as alterações de

funcionamento do trato vocal, essas alterações resultam do uso incorreto dos

mecanismos vocais.

3.1. Nódulos Vocais

Nódulo vocal é um espessamento do revestimento epitelial localizada na junção

do terço médio anterior da borda livre das pregas vocais. Pode ter uma forma

arredondada ou triangular e tem uma cor que varia do branco ao vermelho. Eles

são causados pelo uso abusivo e inadequado da voz. Nos estágios iniciais do

desenvolvimento a massa nodular é mole e maleável. Com o uso excessivo da

voz, a lesão torna-se mais fibrótica e pode ser levemente maior ou pode tornar-se

mais focalizada, menor e mais dura. Podemos encontrá-lo em somente uma prega

vocal, ou também nas duas.

As queixas mais freqüentes encontradas nas pessoas portadoras de nódulo são:

sensação de ardor, de constrição, de corpo estranho e dor localizada ao nível do

pescoço, além de necessidade de “limpar” a garganta continuamente. A “limpeza”

da garganta, muitas vezes, torna-se um abuso vocal que pode levar a um aumento

adicional ou a organização e consolidação do nódulo. A voz ao início do dia é

relativamente boa, mas ao decorrer do dia torna-se disfônica pelo uso vocal

contínuo.

3.2. Pólipos Vocais

Pólipo vocal é uma formação gelatinosa, arredondada, benigna localizada no terço

médio anterior das pregas vocais. Pode ser avermelhado ou esbranquiçado,

grande ou pequeno, unilateral ou bilateral, pode ter uma base de implantação

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

21

alargada ou ser pediculada. A lesão é comumente macia, muitas vezes possui um

fluido em seu interior e ocorre na borda interna da prega vocal; devido a sua

maciez, ela não irrita o tecido da prega vocal oposta.

Os pólipos são causados pelo uso abusivo e excessivo da voz, mas geralmente

resultam de um período de abuso vocal, embora possam ser decorrentes de um

único evento traumático. Por exemplo, uma pessoa pode ser comedida no uso de

sua voz, mas em uma determinada tarde,assistindo a um jogo, berra, o que

produz alguma hemorragia na membrana das pregas vocais. Um pólipo forma-se

a partir desta irritação hemorrágica, uma vez que um pólipo pequeno inicie,

qualquer abuso ou mau uso vocal repetido irritará a área, contribuindo para seu

crescimento continuado.

As vozes dos indivíduos com pólipos unilaterais caracterizam-se por disfonia

severa. A prega vocal sem alteração vibra em uma freqüência, enquanto a lesão

abafa a vibração da prega vocal alterada, resultando no que é percebido como

rouquidão, aspereza ou soprosidade. Além disso, o indivíduo pode ter a sensação

de algo na garganta.

3.3. Laringite Traumática

A laringite traumática é o inchaço das pregas vocais em decorrência de uso

excessivo e inadequado da voz. As pregas vocais tornam-se edematosas e

espessadas. A voz soa rouca e com falta de intensidade, o edema é

acompanhado por irritação e maior acúmulo sangüíneo. O estágio agudo da

laringite traumática está em seu ápice durante o grito ou comportamento vocal

traumático com as pregas vocais muito aumentadas em tamanho e massa.

O edema temporário das pregas vocais altera a qualidade e a intensidade da voz;

a pessoa faz muito esforço para falar, este esforço aumenta a irritação das pregas

vocais, tornando desta forma, o problema mais complexo. Podendo chegar até a

uma hemorragia submucosa.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

22

CAPÍTULO IV

CUIDADOS COM A VOZ

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

23

A voz deve sempre estar relacionada com a saúde geral do indivíduo, com o seu

corpo todo. Podemos afirmar que todo sistema corporal afeta a voz. Portanto,

deve-se analisar não apenas os aspectos prejudiciais as pregas vocais, mais sim

o trato vocal integrado com a saúde geral de cada indivíduo. A seguir

demonstraremos alguns hábitos nocivos a saúde vocal.

4.1. Fumo

O fumo é altamente prejudicial para o trato vocal. A fumaça quente do cigarro

agride todo o sistema respiratório, trato vocal e principalmente as pregas vocais.

Esta agressão pode levar à irritação do trato vocal, edema das pregas vocais e

proporcionar o aparecimento de pigarro e de tosse em decorrência do aumento da

secreção. Todas estas alterações podem aparecer isoladamente, ou associadas,

dependendo da reação de cada organismo.

A mucosa que reveste a laringe e as pregas vocais deve apresentar uma

movimentação ampla e solta para uma boa qualidade vocal. Ela possui cílios em

toda sua extensão, cuja função é deslocar o muco (secreção) para fora do trato

vocal. Apenas as bordas livres das pregas vocais são desprovidas de cílios, em

razão de sua vibração na produção do som.

A fumaça age diretamente sobre a mucosa, provocando duas reações: uma de

defesa, através da descarga intensa de muco; e outra, que envolve uma parada

na movimentação ciliar do epitélio, ocasionando um depósito de secreção que

provoca o pigarro. A toxina do cigarro é diretamente depositada nas pregas

vocais, as quais funcionam como verdadeiros aparadores de impurezas ao longo

do tubo da laringe, favorecendo a instalação de diversas alterações provocadas

pela irritação.

O fumo é considerado um dos principais fatores desencadeantes do câncer de

laringe e pulmão. O indivíduo não- fumante que fica exposto à fumaça do cigarro

pode também apresentar alterações e, portanto, não fumar em ambientes

fechados é uma questão de respeito à saúde do outro.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

24

4.2. Álcool

A ingestão de bebidas alcoólicas, especialmente as destiladas, causa irritação no

aparelho fonador semelhante a provocada pelo cigarro, porém com uma ação

principal de imunodepressão, ou seja, redução nas respostas de defesa do

organismo. Aparentemente, uma pequena dose de bebida alcoólica provoca, em

alguns indivíduos, uma sensação de melhora na voz. Isso ocorre devido a dois

fatores principais: há uma inicial liberação do controle cortical, o que faz o

indivíduo sentir-se mais solto; e ocorre uma leve anestesia na faringe e, com a

redução da sensibilidade nessa região, uma série de abusos vocais podem ser

cometidos, sem que se perceba. As conseqüências desses abusos, tais como

ardor, queimação e voz rouca e fraca, só serão percebidas após o efeito da bebida

ter passado.

4.3. Maconha

O consumo da maconha é extremamente lesivo para a mucosa do trato vocal.

Normalmente, a erva é enrolada em papéis que produzem toxinas, sem filtro, e

costuma ser fumada apertando o cigarro com os dedos e entre os dentes. Esta

maneira de fumar provoca uma elevação da temperatura da fumaça, em

decorrência da pressão negativa criada pelo fato da erva estar comprimida. Isto

faz com que a fumaça entre muito aquecida na região laríngea, lesando os tecidos

dessa região.

Esta maneira de fumar, associada às alterações de ordem neurológicas e

cardiovasculares, pode produzir estado de sonolência, hipoglicemia reativa,

imprecisão articulatória, alterações no ritmo e na fluência da fala, extrema secura

no trato vocal, aumento do pigarro e voz agravada e pastosa.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

25

4.4. Cocaína

A aspiração da cocaína em pó pode lesar diretamente a mucosa de qualquer

região do trato vocal, através de um efeito de irritação e acentuada

vasoconstrição. São comuns perfurações de septo nasal e ulcerações na mucosa

das pregas vocais. O uso da cocaína pode também provocar alterações na

percepção e o controle sensorial, e desta forma reduzir o controle da voz e induzir

ao abuso vocal. Além disto, provoca taquicardia, enrijecimento da musculatura que

envolve a articulação têmporo-mandibular, imprecisão articulatória, ritmo de fala

acelerado, ataque vocal brusco, voz agudizada e hipernasal.

A cocaína injetável provoca hipotonia muscular (fraqueza) e, especificamente no

que diz respeito à voz, produz-se uma fadiga vocal, gerando dificuldade de manter

uma comunicação adequada e eficiente.

4.5. Hábitos Vocais Inadequados

O ato de pigarrear ou “raspar a garganta” é um vício muito comum entre as

pessoas, havendo ou não necessidade real de “limpar a garganta”, no caso de

alguma secreção presa. Pigarrear, na grande maioria das vezes, acontece

involuntariamente. É muito comum entre fumantes ou em situações em que

estamos nervosos ou constrangidos. Pigarro persistente e muco viscoso são

sinais de hidratação insuficiente, para a qual nada melhor do que fazer uma

hidratação natural, ou seja, beber muita água.

O ato de pigarrear oferece a sensação de que se elimina um corpo estranho da

laringe, aliviando o sintoma de pressão na garganta, com eventual melhora da

voz. Tal gesto, porém, é uma agressão para as pregas vocais, piorando a

condição da laringe. A tosse também é um gesto extremamente agressivo para a

delicada mucosa da laringe. Tais hábitos vocais são inadequados, podendo

contribuir para o aparecimento de alterações nas pregas vocais, através do atrito

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

26

que provoca irritação e descamação do tecido. Quando houver secreção

persistente e a necessidade de eliminá-la for muito grande, recomenda-se inspirar

profundamente pelo nariz e deglutir logo a seguir, o que auxilia no deslocamento

da secreção da área vibratória das pregas vocais.

A utilização de pastilhas e sprays, sem prescrição médica, pode apresentar efeito

semelhante ao álcool. Estes podem ser irritantes e possuir um efeito anestésico

que irá mascarar a dor na garganta. A quantidade e a viscosidade da saliva

também serão alteradas com a utilização de pastilhas.

A competição sonora é um hábito inadequado em resposta à poluição auditiva.

Situações de freqüente competição vocal fazem parte da vida das grandes

cidades. Deve-se, no entanto, evitar qualquer tipo de competição sonora, seja ela

vocal ou ruído ambiental.

È aconselhável que se mantenha a intensidade vocal em um nível moderado em

todas as situações de comunicação. Falar sussurrado ou cochichado também

deve ser evitado, pois geralmente representa um esforço maior que o necessário

para a produção natural da voz, já que nessa emissão bloqueamos a vibração livre

das pregas vocais e o som é produzido apenas por fricção de ar.

A resistência vocal é uma característica individual, dependente do metabolismo.

Assim, uma alteração de voz em conseqüência das situações de competição

sonora é uma resposta individual.

4.6. Posturas Corporais Inadequadas

A postura corporal global de cada indivíduo é o resultado das características

anatômicas e fisiológicas adquiridas por herança genética e por pressões externas

do meio, que alteram progressivamente a forma física através de contrações

musculares e desvios do esqueleto ósseo.

A postura pode afetar a comunicação humana. Comunicamo-nos utilizando não

somente a voz, mas todo corpo. Um indivíduo que fala sem movimentação

corporal geralmente causa desconforto no ouvinte. Para uma comunicação efetiva,

o corpo e a voz devem expressar a mesma intenção.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

27

A integração corpo-voz é um dos parâmetros básicos pelos quais podemos avaliar

o equilíbrio emocional de um indivíduo. Posturas corporais inadequadas

geralmente estão associadas a uma emissão vocal deficiente. Os desvios de

postura que devem ser evitados, principalmente durante a fala, pois limitam a boa

produção da voz, são: cabeça elevada ou inclinada para os lados; tensão de face

com boca travada; olhos excessivamente abertos; elevação ou contração de

sobrancelhas; pescoço com músculos saltados e veias túrgidas; peito comprimido;

ombros erguidos ou rodados para frente; e bloqueio da movimentação corporal,

principalmente da cabeça e dos braços.

Assim sendo, a postura ideal durante a fala pode ser resumida de acordo com as

seguintes direções gerais: o corpo deve estar livre para que acompanhe o

discurso espontaneamente, sem movimentação excessiva, o que cansa o ouvinte

e gera ansiedade, mas também sem rigidez, como se o indivíduo estivesse

paralisado; deve-se manter um eixo vertical único pelo alinhamento da coluna

cervical, e o resto da coluna vertebral, ou seja, o corpo deve ser mantido reto, sem

quebras no sentido lateral ou antero-posterior; e não devem ser observadas zonas

específicas de tensão. Um corpo com movimentos harmônicos favorece a

movimentação livre da laringe e a produção adequada da voz.

4.7. Poluição

O ar passa pela laringe e, conseqüentemente, pelas pregas vocais, a poluição

atmosférica representa um problema para a voz. Cidades grandes sofrem muito

violentamente os efeitos da poluição. Uma das principais fontes de poluentes são

os automóveis, que emitem monóxido de carbono, chumbo, óxido de nitrogênio,

ozônio e uma série de emissões tóxicas. A principal causa da poluição atmosférica

é a queima de combustíveis.

O monóxido de carbono interfere na capacidade do sangue em absorver o

oxigênio, prejudicando a percepção e a atividade mental, retardando os reflexos e

ameaçando o crescimento e o desenvolvimento mental do feto, em mulheres

grávidas. O chumbo afeta os sistemas circulatório, reprodutor, nervoso e renal e

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

28

também diminui a capacidade de aprendizagem das crianças. O óxido de

nitrogênio pode aumentar a suscetibilidade a infecções virais, irritando os

pulmões, causando bronquite e pneumonia. O ozônio irrita as membranas

mucosas das vias respiratórias, causando tosse, prejudicando a função pulmonar,

reduzindo a resistência a resfriados e à pneumonia, podendo ainda agravar

doenças crônicas do coração. Finalmente, fazem parte dessas substancias tóxicas

diversos compostos suspeitos de causar câncer e deformidades congênitas.

A poluição pode produzir alterações vocais e laríngeas agudas ou crônicas. As

situações mais extremas, evidentemente, envolvem acidentes com fogo, fumaça e

o vazamento de vapores químicos que podem lesar toda a árvore respiratória, das

narinas aos pulmões. Outra situação é a do uso de fumaça artística, o gelo seco,

para efeitos pirotécnicos, como fogos de artifício. Tais artifícios pirotécnicos criam

efeitos de som e luz, mas ao mesmo tempo projetam toxinas químicas no meio

ambiente.

Numa situação diária e crônica, a exposição ao ar poluído pode resultar numa

resposta irritativa da árvore respiratória e, do mesmo modo, do trato vocal.

Os sintomas vocais e laríngeos relacionados à poluição geralmente incluem

rouquidão, sensação de irritação na garganta, tosse, dificuldade na respiração e

irritação dos tecidos da boca, língua, nariz e de toda árvore respiratória.

Vermelhidão na pele e nos olhos são associações freqüentes, assim como

alterações gástricas como náuseas e vômitos podem também acompanham esses

quadros. Essas alterações, geralmente, afetam a voz de modo temporário, mas a

exposição prolongada pode piorar a condição vocal e dificultar o tratamento.

Embora quando falamos em poluição nossa associação mais imediata é a

atmosférica, mas especificamente quanto à voz, não podemos esquecer da

poluição auditiva.

A exposição a ambientes ruidosos coloca em risco não somente a audição, que

pode sofrer perdas irreversíveis, mas também a voz. Quando estamos em um

local barulhento, por um comportamento reflexo, imediatamente elevamos a voz

em um esforço para nos comunicarmos, tentando vencer o ruído de fundo. Essa

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

29

resposta reflexa faz com que entremos em competição sonora, o que ocorre de

modo automático, sem a nossa consciência. Raramente temos consciência da

intensidade e do esforço vocal utilizado nessas situações.

4.8. Alergias

Alergia é uma resposta de sensibilidade elevada a determinadas substancias. Um

indivíduo alérgico é, portanto, um indivíduo hipersensível. A reação alérgica pode

ocorrer por algo que foi inalado, injetado, ingerido ou absorvido pela pele. O

mecanismo da reação alérgica é extremamente complexo e o grau de resposta

alérgica varia enormemente.

Quanto à voz, particularmente apresentam maior interesse as alergias das vias

respiratórias, tais como bronquite, asma, rinite, faringite e laringite. Indivíduos com

reações alérgicas nessas regiões são mais propícios a desenvolverem problemas

de voz, numa relação direta com o grau da alergia. Observa-se uma tendência ao

edema das mucosas respiratórias, o que dificulta a vibração livre das pregas

vocais. Por outro lado, a presença constante de secreção pode levar a uma

irritação direta da laringe.

Indivíduos alérgicos que usam muito a voz em seu trabalho devem seguir

corretamente as orientações médicas, na tentativa de evitar as crises, ou, pelo

menos, de reduzir a freqüência de suas ocorrências e minimizando as

manifestações nas vias aéreas.

Profissionais da voz alérgicos devem fazer todo o esforço para evitar o contato

com as substancias ou situações que desencadeiam suas crises, particularmente

mofo, umidade, poeira, agasalhos de lã, tintas fresca e animais domésticos.

É importante que a alergia seja controlada e, se possível, que o agente de disparo

da reação seja identificado.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

30

4.9. Alimentação Inadequada

O estado nutricional de um indivíduo é um dos fatores mais importantes em sua

sobrevivência e para a definição de seu estado de saúde. No entanto, são raras as

pessoas que observam racionalmente o que comem.

A regularidade e o equilíbrio da alimentação são essenciais para a produção da

voz. As dietas alimentares devem ser basicamente protéicas, auxiliando a força e

a tonicidade muscular. Alimentos muito pesados e condimentados devem ser

preteridos, pois dificultam a digestão e prejudicam a movimentação livre do

diafragma. A produção da voz é um processo de grande gasto de energia, não

devemos falar ou cantar em jejum, como também não devemos nos alimentar

muito próximo das situações de utilização da voz. A refeição antes do uso

profissional da voz deve ser tranqüila, os alimentos bem mastigados irão

proporcionar um relaxamento da musculatura da mandíbula. Os derivados do leite

(chocolate, queijos, iogurtes, etc) devem ser evitados, pois aumentam e

engrossam a secreção do trato vocal. Bebidas e alimentos gelados costumam

provocar um choque térmico, levando a uma descarga de muco associada a um

edema de pregas vocais.

4.10. Falta de Repouso Adequado

A produção da voz é uma função de enorme gasto energético. A energia

necessária para colocar as pregas vocais em vibração e produzir a voz é muito

grande e pode ocorrer fadiga vocal após uso excessivo ou uso da voz em grande

intensidade. Na situação de fadiga vocal, a voz sai mais fraca, mais baixa, com

modulação restrita e com ar na emissão. O aparelho fonador não consegue

mobilizar adequadamente suas estruturas para produzir uma qualidade vocal

plena. A fadiga pode ser tão intensa que inclui também o cansaço corporal global.

O indivíduo pode até parar de falar pelo grande esforço necessário para manter a

emissão.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

31

Geralmente, após uma noite bem dormida, os sintomas da fadiga vocal

desaparecem e, no dia seguinte, a voz retorna às condições usuais. Nosso

organismo precisa em média de 8 horas de sono tranqüilo por noite para recuperar

as energias. Uma noite mal dormida pode significar uma voz rouca e fraca pela

manhã.

Além do repouso corporal, devemos também considerar o repouso vocal. Após o

uso intenso da voz, é ideal um período de descanso ou de uso limitado, com o

mesmo número de horas que foi empregado no uso da voz.

A resistência vocal é um aspecto da produção da voz com grandes variações

individuais. Algumas pessoas naturalmente apresentam vozes mais resistentes,

enquanto outras demonstram sinais de fadiga vocal após pouco tempo de uso

contínuo da voz. A resistência vocal básica é definida por fatores genéticos,

neurológicos e comportamentais, podendo ser melhorada com treinamento vocal.

O uso consciente e saudável da voz, alternando a períodos de repouso vocal

relativo, é uma estratégia para aumentar a resistência vocal. A prática de

aquecimento vocal deve ser utilizada por profissionais da voz para reduzir o risco

de lesões nas pregas vocais.

4.11. Refluxo Gastroesofágico

O refluxo gastresofágico é a passagem do suco gástrico para o esôfago, que sobe

em direção à boca. Esse retorno de líquido estomacal pode atingir a boca, o nariz

e até mesmo banhar a laringe e as pregas vocais.

O principal sintoma de refluxo é queimação no esôfago e azia, mas nem todas as

pessoas que tem refluxo apresentam esses sinais. Outros sinais da presença de

refluxo são a regurgitação dos alimentos, presença de pigarro constante,

sensação de corpo estranho ou bolo na garganta, saliva viscosa, mau hálito e

problemas digestivos.

Quando o refluxo atinge a laringe, o suco gástrico, altamente irritativo, produz

lesões na delicada mucosas das pregas vocais e das outras estruturas do órgão.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

32

Pessoas com refluxo podem apresentar rouquidão após as refeições e ao

acordar, além dos sintomas acima descritos.

O refluxo gastresofágico é favorecido por uma série de substancias, tais como

alimentos muito gordurosos e condimentados, cafeína, leite e achocolatados,

refrigerantes, bebidas gasosas, álcool, frituras, produtos dietéticos e os citicos.

Além de o controle alimentar, algumas medidas práticas podem ser tomadas para

evitar que o refluxo atinja a laringe. Uma prática muito útil é a elevação da

cabeceira da cama. Outra é nunca se deitar após comer, esperando o processo da

digestão, por pelo menos duas horas.

4.12. Ar Condicionado e Calefação

O limite de resistência ao ar condicionado é individual, mas, de modo geral, ocorre

uma agressão à mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento do ambiente é

acompanhado pela redução da umidade do ar. Essa baixa umidade provoca o

ressecamento do trato vocal, o que induz a uma produção vocal com esforço e

tensão.

Medidas como colocar baldes de água ou plantas aquáticas em ambientes com ar

condicionado são ineficazes, uma vez que a evaporação da água é muito baixa e,

portanto, não umedece suficientemente o ar.

Se o uso de ar condicionado for inevitável, aconselha-se a ingestão constante de

água a temperatura ambiente. Convém lembrar que, além do ressecamento do

ambiente, há, também, a questão da competição sonora. Desta forma, em locais

com ar condicionado fala-se mais alto e mais tensamente e com o trato vocal

seco.

Em locais que durante o inverno é utilizado aquecimento por calefação ou estufa,

encontramos o mesmo mecanismo de ressecamento do ar que ocorre em locais

com ar condicionado, sendo também necessária a reposição de líquidos no

organismo.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

33

4.13. Hidratação

A vibração das pregas vocais para produzir a voz é muito rápida, exigindo uma

mucosa solta e flexível. Para que essa vibração ocorra de modo livre e com atrito

reduzido é essencial que a laringe esteja bem hidratada. A água é um componente

vital para todas as funções de nosso organismo e a produção vocal também

depende dela.

O ideal é que sejam ingeridos de 8 10 copos de água por dia, para garantir a

reposição das perdas de líquido pela urina e pela transpiração. O líquido não

passa pela laringe, mas sim pelo esôfago, portanto essa hidratação se faz de

forma indireta. Esforços ao falar, pigarro constante e saliva grossa podem ser

sinais de hidratação insuficiente.

Profissionais da voz necessitam ainda mais de hidratação, pois pertencem ao

grupo de alto risco de problemas vocais.Nas situações de uso intensivo da voz, o

indivíduo deve hidratar-se intensivamente, tomando d 4 a 6 copos de água 2 horas

antes do uso da voz.

4.14. Vestuário

O vestuário pode interferir de três modos negativos na produção da voz :

compressão, alergias e postura.

A compressão da região do pescoço e abdômen são as piores para a voz. Por

isso, roupas que apertem essas regiões, assim como roupas muito justas de

maneira geral, devem ser evitadas por causarem dificuldades para o movimento

respiratório e para a liberdade da movimentação muscular.

As alergias são responsáveis por inúmeros problemas vocais. Por isso,é

aconselhável utilizar tecidos de fibras naturais, como o algodão, que possibilita

uma fácil transpiração, ao invés de sintéticos.

As posturas corporais inadequadas também favorecem o aparecimento de

problemas vocais. Desta forma, os sapatos devem ser preferencialmente baixos e

de material natural, como couro. Saltos altos provocam uma postura tensa a fim

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

34

de manter o corpo ereto e, conseqüentemente, enrijecem a postura corporal,

dificultando a emissão vocal.

4.15. Medicamentos

A automedicação é uma pratica corrente em nossa sociedade. As pessoas tomam

remédios receitados para seus amigos ou familiares, indicados por conhecidos ou

ainda que foram receitados num quadro anterior e passam a ser repetido

indiscriminadamente. Tal situação é extremamente perigosa e pode ser um risco

não somente para saúde vocal, mas também a saúde geral do indivíduo.

Medicamentos são complexos químicos que podem comprometer decisivamente

sua produção vocal e sua vida, quando administrados incorretamente.

Partindo-se do pressuposto que os medicamentos são administrados por médicos

e em circunstancias especiais, iremos agora ressaltar os remédios que devem ser

evitados pelos indivíduos que usam a voz profissionalmente.

Analgésicos, que são os empregados para o alivio da dor, que contêm acido

acetilsalisílico provocam sangramento e podem provocar hemorragia nas pregas

vocais.

“Sprays” nasais, que são usados nas crises alérgicas e em estados gripais, não

devem ser utilizados por mais de cinco dias, a fim de evitar a dependência. O uso

prolongado provoca o chamado efeito rebote, que é nesse caso um edema da

mucosa quando a medicação é interrompida, provocando uma obstrução nasal

ainda mais intensa. Os descongestionantes têm ainda como efeito secundário o

ressecamento da mucosa do nariz e também da laringe, dificultando a vibração

das pregas vocais.

Os antitussígenos são supressores da tosse, mas causam, como efeito

secundário, o ressecamento das pregas vocais.

Anti-histamínicos e corticosteróides, que são empregados nas alergias e

inflamações, provocam uma diminuição das secreções do trato vocal, produzindo

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

35

ressecamento do nariz, da boca e da laringe, além de reações colaterais como

insônia, irritabilidade, irritação gástrica, e tremor, que pode ser percebido na voz.

Os antidiarréicos também reduzem a produção das secreções e podem provocar

secura na laringe, dificultando a boa emissão vocal.Os diuréticos provocam

redução da saliva, ressecamento da boca e da garganta, produção densa e

viscosa, além de pigarro persistente.A vitamina C se consumida em alta dosagem

pode produzir um efeito secundário de ressecamento do trato vocal.

Os hormônios são medicações que podem causar profundas modificações na

qualidade vocal, tanto por modificações nas estruturas do aparelho fonador, como

por alterações nos conteúdos dos fluidos do corpo. Os andrógenos têm efeito

muito acentuado na voz feminina, podendo deixar sua freqüência muito grave, na

faixa da voz masculina, ocorrendo um processo de virilização vocal. Embora

muitas vezes usados no tratamento de disfunções da menopausa ou em alguns

tipos de câncer, podem ocorrer mudanças vocais profundas, e nem sempre

reversíveis, o que pode limitar o uso da voz profissional

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

36

CAPÍTULO V

TREINAMENTO

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

37

5.1 Treinamento Como Processo Educacional

A palavra treinamento possui diversos significados. Abordaremos o treinamento,

enquanto desenvolvimento pessoal. Sendo assim, ele tem um enfoque

educacional, uma vez que, procura capacitar as pessoas para o ambiente interno

ou externo ao trabalho.

Podemos entender educação como toda e qualquer influencia que o indivíduo

recebe do meio social, no sentido de adaptar-se às normas e valores sociais

vigentes. O indivíduo, todavia, recebe essas influencias, internaliza-as de acordo

com seus interesses e predisposições e enriquece ou modifica seu

comportamento dentro dos sues próprios padrões pessoais.

A educação é o preparo do indivíduo para a vida e pela a vida. Existem dois tipos

de educação, a social e a profissional. Nesse trabalho iremos nos deter apenas na

profissional.

Educação profissional visa ao preparo do indivíduo para a vida profissional.

Compreende três etapas interdependentes, mas distintas: formação,

aperfeiçoamento e treinamento. Falaremos apenas sobre o treinamento.

Treinamento, segundo Chiavenato, é o processo educacional de curto prazo

aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas

aprendem conhecimentos,atitudes e habilidades em função de objetivos definidos.

O treinamento envolve a transmissão de conhecimentos específicos, atitudes

frente a aspectos pessoais, organizacionais, da tarefa e do ambiente, e

desenvolvimento de habilidades.

O conteúdo do treinamento pode envolver quatro tipos de mudança de

comportamento: transmissão de informações, desenvolvimento de habilidades,

modificação de atitudes e desenvolvimento de conceito.

No treinamento com enfoque de transmissão de informações, o conteúdo é o

elemento essencial do programa. Normalmente, as informações são genéricas, de

preferência sobre o trabalho, sobre a empresa, seus produtos e serviços, sua

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

38

organização política, regras e regulamentos, podendo envolver também

transmissão de novos conhecimentos.

O treinamento voltado para o desenvolvimento de habilidades trata-se de um

treinamento voltado diretamente para as tarefas e operações a serem executadas.

Ele visa as destrezas e conhecimentos diretamente relacionados com o

desempenho do cargo atual ou de possíveis ocupações futuras.

O treinamento com enfoque de mudanças de atitudes, geralmente lida com

mudanças de atitudes negativas para atitudes mais favoráveis, aumento de

motivação, desenvolvimento da sensibilidade das pessoas em relação a elas

mesmas e aos outros. Pode também envolver aquisição de novos hábitos e

atitudes, principalmente em relação aos outros e a si mesmo.

O treinamento voltado para o desenvolvimento de conceitos pode ser conduzido

no sentido de elevar o nível de abstração de idéias e de filosofias, seja para

facilitar a aplicação de conceitos na prática administrativa, seja para elevar o nível

da generalização desenvolvendo pessoas que possam pensar em termos globais

e amplos.

Os principais objetivos do treinamento são: preparar o pessoal para a execução

imediata das diversas tarefas do cargo, proporcionar oportunidades para o

continuo desenvolvimento pessoal e mudar a atitude das pessoas para criar um

clima mais satisfatório na organização. De acordo com o objetivo será utilizado um

ou mais enfoques de treinamento.

5.2. Treinamento Como Processo De Aprendizagem

Segundo Chiavenato, “treinamento é o ato intencional de fornecer meios para

possibilitar a aprendizagem”. Aprendizagem é a transformação que surge como

resultado dos esforços de cada indivíduo. A aprendizagem é uma mudança no

comportamento no comportamento que se manifesta dia a dia em todos os

indivíduos.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

39

O treinamento deve orientar essas experiências de aprendizagem num sentido

positivo e benéfico e reforçá-las com atividade planejada, a fim de que os

indivíduos em todos os níveis da empresa possam desenvolver mais rapidamente

seus conhecimentos, atitudes e habilidades que beneficiarão a eles mesmos e a

organização.

O treinamento obedece a uma seqüência programada de eventos, que fazem

parte de um processo contínuo cujo ciclo se renova a cada vez que se repete. Ele

pode ser comparado a um modelo de sistema aberto, cujos componentes são:

entrada, como treinandos, recursos organizacionais, informações e habilidades;

processamento, como processos de aprendizagem individual e o programa de

treinamento; saídas, como pessoal habilitado, sucesso ou eficácia organizacional

e retroação, como avaliação dos procedimentos e resultados do treinamento

através de meios informais ou pesquisas sistemáticas.

5.3. Etapas do Treinamento

O treinamento é um processo composto por quatro etapas, são elas: diagnóstico,

elaboração, implementação e avaliação. A primeira etapa do é o levantamento

das necessidades de treinamento da organização. A segunda consiste na

programação de treinamento para atender às necessidades. A terceira é a

aplicação dos programas previamente elaborados. A quarta, e última, é o

acompanhamento, verificação e comparação da situação atual com a situação

anterior.

O levantamento de necessidades de treinamento é uma forma de diagnóstico que

deve basear-se em informações relevantes.Os principais meios utilizados para

este levantamento são: avaliação de desempenho, observação, questionários,

solicitação de supervisores, entrevistas com supervisores, reuniões

interdepartamentais, exame de funcionários, modificação do trabalho, entrevista

de saída, análise de cargos e relatórios periódicos.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

40

Através da avaliação de desempenho é possível descobrir os funcionários que

executam sua tarefa abaixo de um nível satisfatório. Na observação pode-se

verificar onde há evidencias de trabalho ineficiente, como quebra de

equipamentos, atraso no cronograma, perda de matéria-prima, número acentuado

de problemas disciplinares, alto índice de ausência, dentre outros. Já, o

questionário é uma pesquisa, realizada com os funcionários, ou com a supervisão,

que coloca em evidência as necessidades de treinamento. Nesse trabalho, foi

realizado este meio de levantamento das necessidades.

A solicitação de supervisores ocorre quando a necessidade de treinamento atinge

um nível elevado e os próprios solicitam treinamento para a sua equipe. Enquanto

que a entrevista com supervisores são contatos diretos, com referencia a

problemas solucionáveis através do treinamento.

As reuniões interdepartamentais são discussões, entre departamentos diversos,

acerca de assuntos concernentes aos objetivos da organização, problemas

operacionais, planos para determinados objetivos e outros assuntos

administrativos.

O exame de funcionários é o resultado dos exames de seleção de funcionários

que executam determinadas funções ou tarefas. Já a modificação de trabalho

ocorre sempre que modificações parciais ou totais nas rotinas de trabalho sejam

introduzidas.

A entrevista de saída ocorre quando o empregado está deixando a organização, é

o momento para conhecer as razões que motivaram sua saída. È possível que

diversas deficiências da organização, passíveis de correção, sejam relatadas.

A análise de cargo proporciona um quadro das tarefas e habilidades que o

ocupante deverá possuir, e os relatórios periódicos mostram possíveis deficiências

passíveis de treinamento.

Uma vez realizado o diagnóstico do treinamento, ou seja, efetuado o levantamento

e a determinação das necessidades, passa-se então à sua programação.O

levantamento das necessidades deve fornecer as seguintes informações para que

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

41

se possa traçar a programação: o que deve ser ensinado, quem deve aprender,

quando deve ser ensinado, como deve ser ensinado e quem deve ensinar.

A elaboração do treinamento requer um planejamento que envolve a abordagem

de uma necessidade de cada vez, a definição clara do objetivo do treinamento, a

divisão do trabalho a ser desenvolvido em módulos, a determinação do conteúdo,

a escolha dos métodos e tecnologia disponível, a definição dos recursos

necessários para implementação, a definição da população alvo, do local e da

época, além de cálculo da relação custo-benefício do programa, e controle e

avaliação dos resultados.

Após terminada a elaboração, passaremos para a implementação, que é a terceira

etapa do processo de treinamento.

A implementação pressupõe o binômio instrutor – aprendiz. Os aprendizes são as

pessoas que necessitam aprender ou melhorar seus conhecimentos. Os

instrutores são as pessoas que transmitem seus conhecimentos aos aprendizes.

Além disso, o treinamento pressupõe uma relação instrução – aprendizagem.

Instrução é o ensino organizado de tarefas, atividades ou atitudes. Aprendizagem

é a incorporação daquilo que foi instruído ao comportamento do

indivíduo.Portanto, aprender é modificar o comportamento em direção ao que foi

ensinado.

A execução do treinamento depende da adequação do programa às necessidades

da organização, da qualidade do material apresentado, da cooperação dos

dirigentes da organização, da qualidade e preparo dos instrutores e da qualidade

dos aprendizes.

A decisão de se estabelecer programas de treinamento depende da necessidade

de melhorar o nível dos funcionários. O treinamento deve ser a solução dos

problemas que deram origem às necessidades diagnosticadas.

O material de ensino deve ser planejado a fim de facilitar a execução do

treinamento. Ele visa concretizar a instrução, objetiva facilitar a compreensão pela

utilização de recursos audiovisuais, aumentar o rendimento do treinando e

racionalizar a tarefa do instrutor.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

42

O treinamento deve ser feito com todas as pessoas da organização. Sua

manutenção envolve muito esforço e entusiasmo por parte de todos aqueles que

estejam ligados ao assunto, além de implicar em um custo que deve ser visto

como investimento que capitalizará dividendos, ou evitará o desperdício, a médio

e curto prazos. É necessário contar com o espírito de cooperação das pessoas e

com o apoio dos dirigentes, pois todos devem participar no planejamento e na

execução do programa.

O êxito da execução dependerá do interesse, do interesse, do gabarito e do

treinamento dos instrutores. É importante o critério de seleção dos instrutores.

Estes devem reunir qualidades pessoais como: facilidade no relacionamento

humano, motivação, didática, facilidade de expor idéias, além de conhecimento da

especialidade. Os instrutores devem reconhecer as responsabilidades da função e

estar dispostos a assumi-las.

A qualidade de aprendiz influi nos resultados do programa de treinamento. Os

melhores resultados são obtidos com uma seleção adequada dos aprendizes, em

função da forma e conteúdo do programa e dos objetivos do treinamento para que

se tenha um grupo homogêneo de pessoas.

Após as três etapas do treinamento, iremos chegar na etapa final que é a

avaliação dos resultados obtidos. O programa de treinamento deve ter uma

avaliação de sua eficiência. A avaliação deve verificar se o treinamento produziu

as modificações desejadas no comportamento dos funcionários, e se os

resultados apresentaram relação com o alcance das metas da organização.

Segundo Chiavenato, o treinamento pode ser uma resposta lógica a um quadro

de condições ambientais mutáveis e a novos requisitos para a sobrevivência e

crescimento da organização. Os critérios de eficácia do treinamento tornam-se

significativos quando considerados em conjunto com as mudanças no ambiente

organizacional e nas demandas sobre a organização.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

43

CAPÍTULOVI

ORGANIZAÇÃO, LEITURA E ANÁLISE DOS DADOS

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

44

6.1. Instrumento de Coleta de Dados

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO VOCAL Nome: _________________________________________________Idade: ____________ Nº de aulas / semana: _____________ Há quanto tempo é professor?______________ 1. Você gosta de sua voz? ( )SIM ( ) NÃO 2. Você acha sua voz rouca? ( )SIM ( ) NÃO 3. Você fica rouco(a) com freqüência? ( )SIM ( ) NÃO 4. Você já teve ou tem problemas de voz? ( )SIM ( ) NÃO 5. Após as aulas você fica sem voz ou com a voz rouca? ( )SIM ( ) NÃO 6. Durante a aula sua voz some? ( )SIM ( ) NÃO 7. Você acha sua voz forte demais? ( )SIM ( ) NÃO 8. Você acha sua voz fraca demais? ( )SIM ( ) NÃO 9. Sente algum destes sintomas na garganta: ( ) coceira ( ) ardor ( ) dor ( ) secura ( ) queimação ( ) aperto ou bolo ( ) cansaço vocal 10. Você sente que falta ar para terminar as frases? ( )SIM ( ) NÃO 11. Ao final do dia sua voz fica fraca? ( )SIM ( ) NÃO 12. Você fala mais alto que a turma? ( )SIM ( ) NÃO 13. Quando você fala suas veias do pescoço “saltam”? ( )SIM ( ) NÃO 14. Você sente dores na região do pescoço, quando fala? ( )SIM ( ) NÃO 15. Você é um profissional da voz? ( )SIM ( ) NÃO 16. Além da atividade de professor, você usa a voz de modo intenso em outras ocasiões? ( )SIM ( ) NÃO 17. Você fala durante muitas horas seguidas? ( )SIM ( ) NÃO 18. Você pigarreia constantemente? ( )SIM ( ) NÃO 19. Você tem alergia nas vias respiratórias? ( )SIM ( ) NÃO 20. Você costuma beber quantos copos de água por dia? ( ) de 01 a 03 ( ) de 03 a 08 ( ) mais de 08 21. Você tem dificuldades digestivas (azia, refluxo gastroesofágico)? ( )SIM ( )NÃO 22. Você fuma? ( )SIM ( ) NÃO 23. Você costuma beber bebida alcoólica? ( )SIM ( ) NÃO 24. Você se automedica quando tem problemas de garganta? ( )SIM ( ) NÃO 25. Você tem problemas de audição? ( )SIM ( ) NÃO 26. Você gosta de falar? ( )SIM ( ) NÃO 27. Você dá aula ( )sentado ( ) em pé parado ( )andando 28. Você costuma ficar em ambiente com ar condicionado? ( )SIM ( ) NÃO 29. Você costuma beber quantas xícaras de café por dia? ( ) até 01 ( )02 ( )03 ( ) mais de 03 30. Antes ou durante o trabalho você costuma ingerir: ( ) chocolate ( ) café ( ) balas mentalizadas (“geladinhas”) ( )spray 31. Você costuma usar: ( ) calça apertada ( ) salto alto ( ) cinto 32. Você acha que tem conhecimento suficiente sobre o uso da voz para atuar profissionalmente? ( )SIM ( ) NÃO

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

45

6.2. Organização dos Dados A organização dos dados foi elaborada da seguinte forma: nas linhas verticais estão dispostas as categorias de análise, as quais agrupam um certo número de perguntas, e nas horizontais estão dispostos os informantes. As letras S e N significam sim e não respectivamente. Perguntas I 1 I 2 I 3 I 4 I 5 I 6 I 7 I 8 I 9 I 10 I 11 I 12 I 13 I 14 I 15 I 16 I 17 I 18 I 19 I 20 I 21

Sexo M M M M M F M M M M F M M M F M F M M M F Idade 59 48 41 42 49 58 40 50 44 31 27 26 32 40 48 42 34 52 60 55 33 Nº aulas por semana

12 12 9 14 13 20 20 32 60 30 13 22 3 ---- 30 9 22 25 30 30 20

Per

fil d

o In

form

ante

Tempo que leciona

37 18 5 2 28 6 10 31 20 2 2 1 1 5 20 10 10 2 31 33 6

Gosta da voz S S S S S N S S S N S S S S S S N N N S S Acha voz rouca N N N N N S N N S N S N N S S N N N N S N Fica rouco(a) com freqüência

N N N N N S N N S N N S N N N N N S N N N

Já teve ou tem problemas de voz

S N N N N N N S N N N N S N S S S N N N N

Após as aulas fica sem voz ou com a voz rouca

N N N N N N N N S N N N S N N N N S N N S

Durante a aula a voz some

N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N

Sua voz é forte demais

S N N N S N S N N N N N N N N N N N N S N

Sua voz é fraca demais

N N N N N N N N S N N N N N N N N N N N N

Voz

def

inid

a pe

lo in

form

ante

Tem conhecimento suficiente sobre o uso da voz

S N N S S N N N N N N S N N S N N N N N N

Sente coceira na garganta

S N N N N N N N N N S N N N N N N N N N N

Sente ardor na garganta

N N N N N S N N S N N N N N N N N N N N N

Sin

tom

as

Voc

ais

Sente dor na garganta

N N N N N N N N N N N N N N N N N S N N N

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

46

Perguntas I 1 I 2 I 3 I 4 I 5 I 6 I 7 I 8 I 9 I 10 I 11 I 12 I 13 I 14 I 15 I 16 I 17 I 18 I 19 I 20 I 21 Sente secura na garganta

N S N N N S S N S N N N S S N N N S N S S

Sente queimação na garganta

N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N

Sente aperto ou bolo na garganta

N N N N N N N N N N N N N N N N N N S N N

Sente cansaço vocal

N N N N N N N N S S N S N N S N S S N N N

Sente que falta ar para terminar as frases

N N N N N N N N S S S S N N N N N S N N S

Ao final do dia a voz fica fraca

N N N N N N N N S N N N N N S N N N N N S

Quando fala as veias do pescoço “saltam”

N N N N N S N N S N N N N N N N N N N N N

Sin

tom

as V

ocai

s

Sente dores na região do pescoço, quando fala.

N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N

Usa muito a voz em outras ocasiões

S S N N S N S N N N N S N S N N N S N N N

US

O

Fala durante muitas horas seguidas

S S N S S S S N S S S S N S S N S S S S S

Pigarreia constantemente

N S N N N S N N N N N N N N N N N S N N N

Fuma N N S N S S N N N N N N N N N N N N N N N Costuma beber bebida alcoólica

N N N S S N N N S S N N N S N N N N N N N

Gosta de falar S S S S S N S S S S S S S S S S S S S S S

Háb

itos

Pes

soia

is

Costuma ficar em ambiente com ar condicionado

S S S S S N S S S S S S N S S S S S S S S

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

47

Perguntas I 1 I 2 I 3 I 4 I 5 I 6 I 7 I 8 I 9 I 10 I 11 I 12 I 13 I 14 I 15 I 16 I 17 I 18 I 19 I 20 I 21

Costuma beber mais de 08 copos de água por dia

S S N N N S S N S N N S S N N N N N N N N

Costuma beber até 01 xícara de café por dia

N N N N N N N N N N N S N N N S N N N S N

Costuma beber 02 xícaras de café por dia

N N S N N N N N S N S N N N S N N S N N N

Costuma beber 03 xícaras de café por dia

S N N S N S S N N N N N N N N N N N S N N

Háb

itos

Pes

soia

is

Costuma beber mais de 03 xícaras de café por dia

N S N N S N N S N S N N S S N N S N N N S

Tem alergia nas vias respiratórias

N S N N N S N S N N S N S N N N N S S N N

Tem dificuldades digestivas

N N N N --- N N N N N S N N S N S N S N N S

Saú

de G

eral

Tem problemas de audição

N N N N N S N N N N N N N N N N N N S N N

É um profissional da voz

S S N N N N N N N S S N S S S S S N N S S

Fala mais alto que a turma

N S S S S S S N N S S S N S N S S N S S S

Costuma dar aula sentado

N N N N N N N S N N N S N N N N N N N N N

Costuma dar aula em pé parado

N N N N N S N S N N N N N N N N N N N N N

Prá

tica

Pro

fissi

onal

Costuma dar aula andando

S S S S S N S N S S S N S S S S S S S S S

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

48

6.3. Leitura dos Dados

De acordo com os dados obtidos na categoria perfil do informante podemos

observar que 76% da população pesquisada é do sexo masculino e 24% do

feminino. Observamos também que a idade de 29% dos pesquisados está entre

25 e 35 anos, 36 e 45, e 46 e 55, e 13% está com mais de 55 anos. Em relação ao

número de aulas por semana, observamos que 37% dão até 15 aulas por semana,

29% de 16 a 25, 24% de 26 a 35 e 5% mais de 35 e 5% não responderam a este

item. De acordo com o tempo que leciona observamos que 62% tem menos de 10

anos, 14% de 11 a 20 anos, 5% de 21 a 30 anos e 19% mais de 30.

Em relação à categoria voz definida pelo informante observamos que 76% dos

pesquisados gostam de suas vozes, 29% acham-na rouca, 19% ficam roucos com

freqüência e após as aulas ficam sem voz ou com a voz rouca e acham suas

vozes forte demais, enquanto que 5% acha sua voz fraca demais. Dos

pesquisados, 28% já tiveram ou têm problemas de voz e 24% tem conhecimento

suficiente sobre o uso da voz,

Na categoria sintomas vocais observamos que 10% da população investigada

sente coceira na garganta e outros 10% ardor, e quando falam as veias do

pescoço “saltam”. Constatamos também, que 5% sente dor e aperto ou bolo na

garganta, enquanto que 43% sente secura e nenhum sente queimação. Da

população investigada, 29% sente cansaço vocal e falta de ar par terminar as

frases, 14% fica com a voz fraca ao final do dia e ninguém sente dores na região

do pescoço.

Na categoria uso, constatamos que 33% usa a voz de modo intenso em outras

ocasiões, que não as em sala de aula e 80% fala durante muitas horas seguidas.

Na categoria hábitos vocais percebemos que 14% dos informantes, pigarreia

constantemente, outros 14% fuma, 24% costuma ingerir bebida alcoólica, 48%

automedica-se quando tem problemas na garganta, 95% gosta de falar e 91%

costuma ficar em ambiente com ar condicionado. Além de 29% ingerir balas

mentalizadas durante o trabalho, 52% ingerir café, 5% chocolate e nenhum utilizar

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

49

“spray”. Percebemos também que ninguém costuma usar calça apertada, 19%

costuma usar salto alto e 57% cinto. Dando continuidade, observamos que 5%

costuma beber de 01 a 03 copos de água por dia, 57% de 03 a 08, e 33% mais de

08. Enquanto que 10% costuma beber até 01 xícara de café por dia, 24% 02,

outros 24% costuma beber 03 xícaras de café e 38% bebe mais de 03 por dia.

Em relação a saúde geral, constatamos que 33% tem alergia nas vias

respiratórias, 24% dificuldades digestivas e 10% problemas de audição.

No que se refere a prática profissional, concluímos que 52% se consideram

profissionais da voz, 71% fala mais alto que a turma, 10% costuma dar aula

sentado, 5% em pé parado e 85% andando. Com isso, finalizamos a leitura dos

dados.

6.4. Análise dos Dados

De acordo com os dados obtidos, analisamos que dentre as pessoas que dizem

gostar da voz, algumas a definem como rouca. Esse fato é interessante, porque

significa que para essas pessoas a voz rouca não é considerada um desvio

vocal. Outro fato interessante a ser observado é a questão de 8% dos

pesquisados que dizem ter conhecimentos suficientes para atuar

profissionalmente, já tiveram ou tem problemas de voz. Com isso, podemos

suspeitar que eles foram ou estão sendo orientados por algum especialista da

área.

Observamos que 71% dos informantes apresentam pelo menos um sintoma vocal,

o que demonstra preocupação, pois enquanto profissionais da voz, deveriam

cuidar muito bem dela. Interessante que a maioria dos que tem algum sintoma

vocal acha que não tem conhecimento suficiente sobre o uso da voz.

Outro fato curioso é o de que 67% dos que pigarreiam dizem sentir mais de um

sintoma vocal, o que pode ser decorrente do esforço realizado ao pigarrear. Outro

fato interessante é que nem todos os que fumam pigarreiam. Além disso, dos que

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

50

fumam, 33% acham a voz rouca e também costumam ingerir bebidas alcoólicas,

ou seja, são fortes candidatos a terem sérios problemas vocais.

Outro item que chamou atenção foi que a única pessoa, que bebe de um a três

copos de água por dia, sente cansaço vocal, esse cansaço pode ser decorrente de

uma hidratação inadequada. Podemos observar também que as pessoas que

bebem até uma xícara de café, não o fazem durante o trabalho. Por outro lado,

todas as que bebem mais de três xícaras, as bebem no trabalho, e dos que bebem

café no trabalho, 72% bebe mais de três xícaras. Esse hábito pode levá-los a

desenvolver problemas vocais e gastro-esofagicos.

Foi analisado que os que dizem apresentar problemas de audição não gostam da

voz e nem a percebem fraca ou forte demais. Essa falta de percepção pode ser

decorrente da baixa auditiva, por eles mencionada.

Um fato interessante observado foi que dos informantes que lecionam há menos

de dez anos, 54% apresentam pelo menos um sintoma vocal. Dos que

apresentam pelo menos um sintoma vocal, 40% tem idade entre 25 e 35 anos,

13% entre 36 e 45 anos, 27% entre 46 e 55 anos e 20% mais de 55 anos.

Para finalizar, analisamos que dos 52% que se consideram profissionais da voz,

82% afirmam não ter conhecimento suficiente sobre o uso da voz, e dos 48% que

não se consideram profissionais da voz, 70% afirmam não ter conhecimento

suficiente sobre o uso da mesma. Este fato torna-se preocupante, porque

demonstra que mesmo os que se consideram profissionais da voz, não tem a

preocupação de ampliar seus conhecimentos sobre o instrumento de trabalho

mais precioso do professor.

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

51

CAPÍTULO VII

PROPOSTA DE TREINAMENTO VOCAL

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

52

O treinamento pode ser considerado um processo de desenvolvimento e

aprendizagem contínuo, que tem por objetivo aumentar a qualidade do bem

produzido e do serviço prestado. No caso deste trabalho, iremos objetivar a

melhoria da qualidade da comunicação verbal e da presencialidade profissional

nas organizações.

Porém o fator de maior relevância deste treinamento constitui-se em seu caráter

preventivo, ou seja, na manutenção da saúde vocal, através de hábitos vocais

adequados. Agindo preventivamente iremos reduzir o número de docentes

impossibilitados de atuar.

A primeira etapa do treinamento, o diagnóstico, é o levantamento das

necessidades de treinamento da organização. Este levantamento foi realizado

através de uma pesquisa com o corpo docente da graduação da Universidade

Cândido Mendes – Tijuca.

Pudemos observar, através dos dados coletados na pesquisa, que há

necessidade de uma maior informação e conscientização, por parte dos

professores, da importância do uso adequado da voz e das conseqüências que o

mau uso traz.

Passando para a segunda etapa, que consiste na programação de treinamento

para atender às necessidades, fundamentamo-la sobre os seguintes aspectos. O

primeiro foi a necessidade do treinamento, neste obtivemos que uma grande

porcentagem dos pesquisados não tem consciência de que é um profissional da

voz, além disso, acha que não tem conhecimento vocal suficiente para atuar

profissionalmente, e apresenta pelo menos um sintoma vocal. Esses fatos podem

levar a um afastamento, por motivos de saúde, do professor, o que,

conseqüentemente, irá prejudicar a organização. O segundo aspecto diz respeito

a causa do problema, que é decorrente de um despreparo e de uma falta de

consciência dos professores, quanto a importância da voz em seu trabalho.

Para traçarmos uma programação de treinamento, definimos que os professores,

principalmente os da graduação, devem participar desse processo de treinamento

vocal, que tem como objetivo desenvolver nos participantes a habilidade de

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

53

comunicar-se com eficiência e eficácia, expressar-se com clareza e transmitir suas

idéias aos discentes com desembaraço e sem prejuízo da voz. Definimos também,

que o ideal é que os professores passem pelo treinamento antes de iniciarem suas

atividades, ou seja, este treinamento tem um caráter preventivo. Ele pode ser

realizado nas próprias dependências da organização educacional, minimizando,

desta forma, seu custo, havendo necessidade, somente de recursos audiovisuais

e de um profissional habilitado e qualificado para ministrá-lo.

Dando continuidade a programação, iremos definir o conteúdo, que consiste em

noções básicas do aparelho fonador, coordenação entre respiração e fala,

cuidados com a voz, exercícios de relaxamento e de projeção vocal. Devemos

utilizar as técnicas de treinamento mistas, uma vez que essas são utilizadas para

transmitir informações e também para conscientizar e modificar comportamentos

e atitudes dos participantes.

Passaremos, agora para a terceira etapa que é a aplicação dos programas

previamente elaborados. Nela devemos observar que o programa está adequado

a necessidade da organização, uma vez que foi realizada uma pesquisa com esse

objetivo. Devemos observar, também, a qualidade dos instrutores e do material

utilizado, bem como a dos aprendizes. Além disso, é fundamental para a execução

do treinamento que haja uma cooperação por parte da cúpula da instituição.

A quarta, e última etapa é o acompanhamento, verificação e comparação da

situação atual com a anterior. Para tal, será elaborada uma ficha de avaliação

onde teremos os seguintes itens: auto-avaliação, avaliação de conteúdo, avaliação

dos métodos de ensino e avaliação do instrutor. Na auto-avaliação serão

abordados itens como: aquisição de novos conhecimentos, melhoria da qualidade

profissional, mudança de comportamento, possíveis melhorias. Na avaliação de

conteúdo serão abordados os itens: clareza, objetividade e criticas. Na de

métodos de ensino iremos abordar a metodologia utilizada, se foi satisfatória ou

não. E na avaliação do instrutor terá um espaço para críticas e observações.

Para finalizar o treinamento iremos colocar em prática tudo o que foi visto durante

o processo, ou seja, os aprendizes serão instrutores e os instrutores aprendizes.

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

54

Porque a melhor maneira de verificarmos nossa aprendizagem é através da

prática.

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

55

CONCLUSÃO

Após o desenvolvimento desta pesquisa, foi observado que a maioria dos

professores não tem conhecimento suficiente sobre seu principal instrumento de

trabalho, e muitos deles, nem se consideram profissionais da voz. O que significa

que não tem consciência de que usa-a profissionalmente.

Ao longo do trabalho foram mencionados alguns problemas que podem ser

provocados pelo abuso e pelo uso inadequado da voz. Além de fatores nocivos ao

trato vocal e a saúde geral do indivíduo. Infelizmente, a maioria deles não é

conhecida pelo professor, segundo observamos na pesquisa.

Percebemos que a falta de treinamento vocal do professor pode provocar danos a

sua saúde, influenciando, desta forma, na qualidade da educação. Uma vez que a

mensagem a ser transmitida sofre interferência, caso o professor esteja utilizando

a voz de maneira inadequada.

Podemos perceber que há uma enorme carência de informações a respeito do uso

profissional da voz, por parte dos professores, o que tem ocasionado desvios

vocais que impossibilitam-no de exercer plenamente sua profissão.

Treinar é a melhor forma de enriquecer e aprimorar os conhecimentos de um

profissional, além de prevenir possíveis acidentes de trabalho. Por esse motivo, foi

desenvolvida neste trabalho uma proposta de treinamento, com o objetivo de

evitar possíveis afastamentos por motivos de saúde.

Concluímos então que os professores necessitam de treinamento específico para

que possam usar adequadamente a voz, evitando, assim, desvios que afetem sua

vida profissional e sua relação com seus alunos. Afinal,os alunos são os clientes

mais importantes de qualquer organização educacional.

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

56

BIBLIOGRAFIA

BEHLAU, Mara; PONTES, Paulo. Higiene Vocal – Cuidando da voz. Rio de

Janeiro, Revinter, 1999

BOONE, R. Daniel; MCFARLANE, C. Stephen. A Voz e a Terapia Vocal. Porto

Alegre, Artes Médicas, 1994

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro, Campus, 1999

CHIAVENATO, Idalberto.Recursos Humanos. São Paulo, Atlas, 2002

MARCONI, A. Maria; LAKATOS, M. Eva. Metodologia Científica. São Paulo, Atlas,

1986

MARCONI, A. Maria; LAKATOS, M. Eva. Técnicas de Pesquisa. São Paulo, Atlas,

1982

PINHO, R. M. Sílvia. Fundamentos em Fonoaudiologia – Tratando os Distúrbios

da Voz. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998

ROBBINS, P. Stephen. Comportamento Organizacional. São Paulo, Prentice Hall,

2002

ZEMLIN, Willard R. Princípios de Anatomia e Fisiologia em Fonoaudiologia. Porto

Alegre, Artes Médicas, 2000

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

57

ÍNDICE FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS ....................................................................................... 3

DEDICATÓRIA .................................................................................................. 4

RESUMO ........................................................................................................... 5

METODOLOGIA ................................................................................................ 6

SUMÁRIO .......................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8

CAPÍTULO I

Conceito de voz e aspectos anatomo-fisiológicos da laringe

1.1 – Anatomo-fisiologia da laringe .................................................................. 10

1.2 – Conceito de voz ........................................................................................ 12

CAPÍTULO II

Voz profissional : a voz do professor

2.1–Voz profissional .......................................................................................... 15

2.2 – Voz do professor ....................................................................................... 17

CAPÍTULO III

Principais distúrbios vocais

3.1 – Nódulos Vocais ......................................................................................... 20

3.2 – Pólipos Vocais .......................................................................................... 20

3.3 – Laringite Traumática ................................................................................ 21

CAPÍTULO IV

Cuidados com a voz

4.1 – Fumo ........................................................................................................ 23

4.2 – Álcool ........................................................................................................ 24

4.3 – Maconha ................................................................................................... 24

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

58

4.4 – Cocaína .................................................................................................... 25

4.5 – Hábitos vocais inadequados ..................................................................... 25

4.6 – Posturas corporais inadequadas .............................................................. 26

4.7 – Poluição ............................................................................................... 27

4.8 – Alergias ................................................................................................ 29

4.9 – Alimentação inadequada .......................................................................... 30

4.10 – Falta de repouso adequado ............................................................... 30

4.11 – Refluxo gastresofágico ........................................................................... 31

4.12 – Ar condicionado ................................................................................ 32

4.13 – Hidratação .............................................................................................. 33

4.14 – Vestuário ............................................................................................... 33

4.15 – Medicamentos ......................................................................................... 34

CAPÍTULO V

Treinamento

5.1 – Treinamento como processo educacional ........................................... 37

5.2 – Treinamento como processo de aprendizagem ....................................... 38

5.3 - Etapas do processo de treinamento ..................................................... 39

CAPÍTULO VI

Organização, leitura e análise dos dados

6.1 - Instrumento de coleta de dados ............................................................... 44

6.2 – Organização dos dados .......................................................................... 45

6.3 – Leitura dos dados .................................................................................... 48

6.4 – Análise dos dados .................................................................................. 49

CAPÍTULO VII

Proposta de treinamento vocal ..................................................................... 51

CONCLUSÃO ................................................................................................ 55

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

59

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 56

ÍNDICE ............................................................................................................. 57

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

60

ATIVIDADES CULTURAIS

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … CRISTINA BARROS NEVES DE ALVARENGA... · 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A

61

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A Importância do Treinamento Vocal do Professor

Autor: Flávia Cristina Barros Neves de Alvarenga

Data da entrega: 28 de Janeiro de 2004

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: