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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CHEFIA E LIDERANÇA: A ATUAÇÃO DO GESTOR EM RELAÇÃO À MOTIVAÇÃO DA EQUIPE Por: Marco Aurélio Barcellos Caire Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CHEFIA E LIDERANÇA: A ATUAÇÃO DO GESTOR EM

RELAÇÃO À MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Por: Marco Aurélio Barcellos Caire

Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CHEFIA E LIDERANÇA: A ATUAÇÃO DO GESTOR EM

RELAÇÃO À MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos.

Por: Marco Aurélio Barcellos Caire

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família e aos meus

amigos, pelo estímulo e pela força que

dedicaram a mim, bem como, ao meu

orientador Paulo José, que muito

colaborou para a conclusão de meu

curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família,

pelo apoio recebido, durante toda a

jornada acadêmica.

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RESUMO

O objetivo desse trabalho é apresentar a forma pela qual o líder pode

atuar nas diversas situações, utilizando os diferentes tipos de liderança no seu

relacionamento com os seus colaboradores para mantê-los motivados e

envolvidos nas propostas de trabalho para o cumprimento das metas

organizacionais. A liderança pode ser definida como influência interpessoal

exercida em uma determinada situação e conduzida por meio de um processo

de comunicação humana para consecução dos objetivos propostos. Para que

uma empresa seja percebida com exclusividade é fundamental que converta

seus colaboradores em autênticos líderes. Um bom líder necessita ter

conhecimento sobre sua função, se inter-relacionar bem, aceitar as

responsabilidades do cargo e ser aberto a mudanças. Os verdadeiros líderes

são aqueles que obtêm o melhor de cada colaborador, concedendo-lhe

autoridade para que possa ter suas próprias ideias e para agir em

conformidade com as mesmas. O líder bem sucedido é aquele que se

comporta conforme a situação proposta, percebendo cada contexto e

adaptando o melhor método de liderança em função das circunstâncias. As

características mais importantes de um líder são: sua influência, a situação, o

processo de comunicação e os objetivos almejados.

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METODOLOGIA

As informações pertinentes ao tema do trabalho serão subsidiadas por

sites institucionais e pesquisas bibliográficas, tendo como referência os

autores: Stephen Paul Robbins, Cecília Whitaker Bergamini, Daniel Goleman,

Sylvia Constam Vergara, Antonio Carlos Gil, Raul Spector, Michael Hitt et al,

Paul Hersey, Peter Drucker, Pedro Paulo Iannini, Antonio Cesar Maximiano,

dentre outros, utilizando a metodologia descritiva.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07

CAPÍTULO 1

LIDERANÇA .............................................................................................................. 09

CAPÍTULO 2

MOTIVAÇÃO ............................................................................................................. 28

CAPÍTULO 3

O LÍDER E A EQUIPE ............................................................................................. 40

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 45

ÍNDICE ..................................................................................................................... 47

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INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o tema chefia e liderança, com foco na atuação

do gestor em relação à motivação da equipe, tendo como objetivo a

apresentação da importância da atuação do líder nas diversas situações,

adotando os diferentes tipos de liderança no seu relacionamento com os seus

colaboradores, motivando a sua equipe para o cumprimento das metas

organizacionais. Para tal, apresentará a importância da atuação do líder nas

diversas situações, adotando os diferentes tipos de liderança no seu

relacionamento com os seus colaboradores e motivando a sua equipe para o

cumprimento das metas organizacionais.

O desenvolvimento do trabalho é composto por três capítulos, onde

no Capítulo 1 a liderança é abordada, no que diz respeito à conceituação,

funções contemporâneas, teorias da contingência e a nova perspectiva, além

das características e o comportamento de um líder. O mesmo capítulo registra

a diferenciação entre líder e chefe. O capítulo 2 descreve a conceituação de

motivação, as teorias motivacionais e a motivação na empresa. Para finalizar,

o líder e a equipe compõem o Capítulo 3, enfatizando a atuação do líder como

motivador da equipe, o líder no século XXI e a liderança situacional.

O trabalho parte do pressuposto de que, sendo a liderança uma

atuação que abrange um conjunto de influências interpessoais e recíprocas,

praticadas num contexto específico, através de um processo de comunicação,

o líder motivando seus colaboradores desenvolve um trabalho de equipe que

contempla os objetivos propostos.

Por muito tempo, o termo chefia foi utilizado, com a conotação de

hierarquia, subordinação e poder. Entretanto, a valorização do colaborador na

empresa fez com que o conceito de liderança fosse mais focado, sendo, até

então, considerado sinônimo de chefia. Atualmente, a gestão de pessoas vem

ascendendo nas empresas, atribuindo o devido valor aos seus colaboradores.

Assim, o líder passa a ser uma referência para seus colaboradores e

a exercer influência no comportamento da equipe. Portanto, compete ao líder

influenciar seus colaboradores para desempenharem suas funções com

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entusiasmo, para que os objetivos propostos sejam contemplados,

beneficiando a todos na empresa.

Por isso é imprescindível o envolvimento da equipe, pois sozinho, o

líder não consegue contemplar os objetivos organizacionais. Para tal é

necessária a análise das situações que requeiram o seu reconhecimento como

líder para que utilize a sua capacidade de influência, persuasão e motivação

junto aos seus colaboradores. O argumento vivenciado é a valorização do

papel do colaborador, e consequentemente, a responsabilidade aumentada na

função do líder, no que diz respeito ao aspecto motivacional.

Sendo a motivação uma das responsabilidades essenciais de um

líder é fundamental a sua abordagem, tendo em vista que a sua influência

sobre seus colaboradores exige uma liderança eficaz e uma contínua

motivação, para dinamizar e impulsionar o comportamento de sua equipe.

Portanto, o desempenho e a valorização do colaborador estão relacionados à

responsabilidade aumentada na função do líder, no que diz respeito ao aspecto

motivacional.

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CAPÍTULO 1

LIDERANÇA

A liderança é uma função importante nas organizações, pela qual os

esforços de muitos indivíduos devem ser coordenados e direcionados. A

liderança refere-se à influência que uma pessoa tem sobre outras e, nas

organizações, ela é tipicamente associada às posições de gerência e

supervisão. A influência do líder sobre seus seguidores baseia-se em uma

série de fatores como: experiência, referência, legitimidade, recompensa e

coerção (SPECTOR, 2006).

É importante verificar qual a procura específica determinada pelas

equipes aos seus líderes, tendo em vista que a liderança cada vez mais sucede

em tal contexto, conforme o crescimento do crédito nas equipes, intensificando

a sua importância e a orientação de tais líderes. Por isso, a função de líder de

equipe é diferente da função tradicional de liderança exercida pelos

supervisores habituais (ROBBINS, 2005).

Líderes que emergiram há tempos atrás sentem dificuldades para

enfrentar a mudança das equipes, pois o desafio para a maioria dos gestores,

atualmente é se tornar um líder de equipe eficaz. Para tal é fundamental que

desenvolvam habilidades como a paciência para compartilhar informações, a

confiança nos outros, abdicar da autoridade e compreender o momento certo

para intervir.

Assim sendo, os líderes eficazes dominam a circunstância crítica da

ação equilibrada, do momento em que a equipe pode ficar sozinha e a ocasião

oportuna de sua intercessão (ROBBINS, 2005).

1.1 Conceituação

Em 1959, Levin foi o primeiro pesquisador sobre o assunto

liderança, ao constatar que a mesma equipe de pessoas se comporta

diferentemente, ou seja, de acordo com o líder atuante. Desenvolveu então,

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uma pesquisa utilizando o método experimental observando e comparando os

diferentes tipos de atuação do líder: autocrático, democrático e liberal.

Seu trabalho conclusivo se deteve nos três estilos de liderança:

Quadro 1: Estilos de comportamento do líder AUTOCRÁTICO DEMOCRÁTICO LIBERAL

As tarefas são determinadas pelo líder

As tarefas são planejadas pela equipe, com liberdade.

As tarefas não têm a participação do líder.

As atividades são realizadas conforme a determinação e a autorização do líder, passo a passo.

As atividades são discutidas, analisadas e resolvidas em equipe, onde são estabelecidos os procedimentos necessários para o alcance das metas, com a sugestão do líder para procedimentos alternativos, para a opção da equipe.

O líder se mantém à parte, subsidiando a equipe, no caso de solicitação da mesma.

As críticas e os elogios são individuais, sem a participação ativa, pois tende a não informar os liderados.

O líder elogia e critica com objetividade e baseado nos fatos.

O líder evita comentários sobre as atividades desenvolvidas, exceto ao ser requisitado, mas mesmo assim, evita avaliar.

Fonte: LEVIN, 1959. In: LEVINE, Stuart R, 1995, p. 51. Elaborado pelo autor.

Maximiniano (2000) registra que o modelo supracitado de liderança

foi diferenciado por dois tipos de comportamento diferentes: orientado para a

tarefa, o denominado de autocrático teve dois estilos associados que são: a

liderança orientada para a tarefa, produção, planejamento e organização; e o

orientado para aos colaboradores ou democrático, que se associou à liderança

orientada para as relações humanas e para a consideração.

A empresa atribui a função de líder, como gerente ou supervisor a

um colaborador, porém um membro da equipe pode desenvolver o papel de

líder informal através da interação com seus colegas que, por vezes, buscam

mais a ele para orientá-los do que o próprio supervisor, devido a sua habilidade

específica (SPECTOR, 2006).

Robbins (2005, p. 258) ratifica o autor supracitado, definindo

liderança como:

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A capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas. A origem dessa influência pode ser formal, como a que é conferida por um alto cargo na organização. Como essas posições subentendem um certo grau de autoridade, uma pessoa pode assumir um papel de liderança apenas em função do cargo que ocupa. Nem todos os líderes são administradores e nem todos os executivos são líderes. O fato de a organização conferir a seus executivos alguns direitos formais não lhes assegura a capacidade de liderança eficaz. A liderança não sancionada – aquela capacidade de influenciar os outros que emerge fora da estrutura formal da organização – geralmente é tão importante quanto à influência formal, ou até mais. Em outras palavras, os líderes podem surgir naturalmente de dentro de um grupo ou por uma indicação formal (ROBBINS, 2005, p. 258).

Outra conceituação é a de Hitt et al (2007, p. 227) que registram ser

a liderança: “o processo de prover direcionamento e influenciar indivíduos ou

grupos para que os objetivos sejam alcançados”.

Pela sua influência estratégica, a conceituação de liderança é

discutida nos diversos segmentos, pois provavelmente, uma equipe sem líder

não obteria êxito na execução de suas tarefas para contemplar as metas

empresariais (BEAL et al, 1962).

1.2 Funções Contemporâneas da Liderança

Wellins, Byham e Dixon (1994, p, 318) realizaram um estudo com

empresas, focando o trabalho em equipe e concluíram que os líderes

necessitam assumir as seguintes responsabilidades: “o aconselhamento, a

facilitação, o trato com problemas disciplinares, a revisão dos desempenhos

coletivos ou individuais, o treinamento e a comunicação”.

A descrição do trabalho de um líder de equipe, considerada como

uma função contemporânea é direcionada para duas prioridades:

administração das fronteiras externas da equipe e facilitação do processo da

equipe, que podem ser subdividas em quatro funções específicas: (STECKLER

e FONDAS, 1995 apud ROBBINS, 2005, p. 288)

1) Os líderes de equipe são as pessoas de ligação com os fatores

externos, que incluem a administração superior, as demais equipes internas, os

clientes e os fornecedores, representando a sua equipe diante desses grupos,

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garantindo os recursos essenciais, esclarecendo os pressupostos dos outros

sobre a equipe, adquirindo informações de fontes externas e compartilhando-as

com os colaboradores de sua equipe.

2) Os líderes de equipe são os solucionadores de problemas, diante

das dificuldades de sua equipe, por meio de reuniões para a busca de

soluções, que se refere mais comumente a problemas de um modo geral e a

aquisição de recursos externos.

3) Os líderes de equipe são administradores de conflitos, que têm

como objetivo atenuar as circunstâncias insatisfatórias que estão contribuindo

para o conflito interno da equipe, analisando assim, em conjunto com seus

colaboradores: a fonte do conflito, as pessoas e as questões envolvidas, as

opções disponíveis de solução, e por fim, as vantagens e as desvantagens de

tais opções.

4) Os líderes de equipe atuam ainda como treinadores, pois definem

as funções e os objetivos, ensinando, apoiando, incentivando e atuando de

todas as formas necessárias para colaborar com sua equipe na melhoria de

seu desempenho no trabalho.

O líder, por ser ainda, na maioria das vezes, a inspiração de alguns

colaboradores, possui como funções contemporâneas de liderança o

desenvolvimento de um programa de mentor e a autoliderança.

Como mentor, o líder adquire a função de instrutor, de conselheiro e

de patrocinador. No papel de instrutor facilita o desenvolvimento das

habilidades, e no de conselheiro apoia e cria pensamento positivo, em relação

à autoconfiança de seus colaboradores. Na sua função de patrocinador,

intercede a favor de sua equipe, em busca da obtenção de atribuições de

destaque e da utilização da política para alcançar promoções e aumentos

salariais.

O mentor bem sucedido apresenta as ideias com clareza, é bom

ouvinte, demonstra empatia, compartilha experiências e orienta seus

colaboradores, em relação à cultura da empresa. Portanto, é avaliado como um

bom professor, pois aconselha e orienta à sua equipe, em relação à

sobrevivência e à ascensão empresariais. Representa enfim, seu colaborador,

respondendo por ele junto à superior administração (ROBBINS, 2005).

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A relação entre mentor e colaborador é mais eficaz quando não

existe vínculo de chefe e colaborador que apresenta um conflito inerente de

interesses e de certa tensão, pelo fato desse último ter o seu desempenho

avaliado, limitando a abertura e a espontaneidade da comunicação.

A função de mentor para um líder repercute em benefícios tanto

pessoal quanto para a empresa, por conceder a ele acesso direto aos

sentimentos e às atitudes de seus colaboradores que possuem nível

hierárquico menor, pois levam ao seu mentor, antecipadamente, informações

que podem evitar problemas posteriores, através de soluções e evitando que

chegue aos dirigentes da empresa (ROBBINS, 2005).

Robbins (2005) destaca a autoliderança também como uma função

contemporânea da liderança, tendo em vista, a existência de uma série de

processos que permitem ao indivíduo controlar o seu próprio comportamento.

Assim, o denominado líder eficaz, também conhecido por superlíder, orienta os

seus colaboradores a liderarem a si próprios, através do desenvolvimento da

capacidade de liderança deles e proporcionando condições para que se

motivem e se orientem, dispensando para tal, uma liderança formal.

Manz e Sims Jr. (2001 apud Robbins, 2005, p. 290) citam as

seguintes sugestões para a criação de colaboradores autoliderados:

1) Ser um modelo de autoliderança, praticando a auto-observação,

a auto-orientação, o autorreforço, fixando metas pessoais desafiadoras,

demonstrando tais comportamentos e estimulando os outros a praticar o

mesmo.

2) Estimular os colaboradores a fixar metas próprias, tendo em vista

que, as metas quantitativas e específicas são essenciais para a autoliderança.

3) Estimular a utilização de autorrecompensas para o fortalecimento

e o encorajamento dos comportamentos almejados. Em contrapartida, a

autopunição somente deve ocorrer nas situações onde o colaborador agir com

desonestidade ou destrutivamente.

4) Estabelecer modelos positivos de pensamento, encorajando os

colaboradores a pensar positivamente e a conversar com si mesmos para

estimular a motivação.

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5) Gerar um clima favorável à autoliderança, através do

replanejamento do trabalho para aumentar as suas recompensas naturais e da

concentração nestas circunstâncias satisfatórias do trabalho para aumentar a

motivação.

6) Encorajar a autocrítica para que seus colaboradores saibam

criticar seu próprio desempenho.

A autoliderança parte do princípio de que o indivíduo é responsável

e capaz de exercer sua iniciativa, sem necessidade externa de chefes, regras

ou regulamentos. Porquanto, com o auxílio apropriado fica habilitado para

monitorar e controlar seu próprio comportamento (ROBBINS, 2005).

A autoliderança passou a ter mais destaque diante da utilização das

equipes. Assim sendo, equipes autogerenciadas e autônomas necessitam de

colaboradores auto-orientados. No entanto, não se espera que indivíduos que

passaram toda a sua vida profissional sob uma liderança centralizadora, se

adaptem abruptamente, a equipes autogerenciadas. Para que haja uma

transição eficaz da dependência para autonomia, é imprescindível ministrar

para os colaboradores da empresa, o treinamento para a autoliderança

(ROBBINS, 2005).

Robbins (2005) ressalta que uma das descobertas mais relevantes

sobre o modelo das atribuições de um líder é a que considera que o líder

eficaz, na maioria das vezes, é aquele que é coerente e assertivo em suas

decisões.

Robbins (2005, p. 294) registra que:

Na sequência da teoria da atribuição da liderança, podemos dizer que o importante, para ser caracterizado como um "líder eficaz" é passar a aparência de líder eficaz, mais do que realizar as conquistas propriamente ditas.

1.3 Líder e Chefe: Diferenciação

Liderança diverge de chefia, tendo em vista que, nem sempre um

chefe é um lide, bem como, um líder não necessariamente chefia uma equipe.

O ideal é que os líderes estejam presentes em todas as áreas de atuação, e

não somente, em nível de cargo gerencial.

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Todavia, em nível gerencial são elaborados os objetivos

empresariais, que são estabelecidos através de esquemas de trabalhos a

serem implementados por todo o corpo funcional, independentemente do nível

hierárquico, com a atuação do corpo gerencial que intermedia os objetivos

fixados e os meios utilizados pelo nível operacional (CUSINS, 1994).

Conforme Cusins (1994, p. 9): “a gerência assume o papel de

direcionar e conjugar esforços, comunicar, liderar, motivar, avaliar e

recompensar as pessoas dentro da organização”.

Enquanto o líder convence seus colaboradores a seguirem suas

ideias, o chefe, apenas decreta as ordens a serem cumpridas pela equipe. O

líder atua para o desenvolvimento de sua equipe, e o chefe trabalha para

contemplar suas aspirações.

O líder está aberto para ouvir as ideias de seus colaboradores,

acredita no trabalho bem realizado, devido à motivação de seus colaboradores,

além de aceitar as reivindicações, para melhoria do trabalho.

O chefe faz com que a equipe ouça, atentamente, suas

determinações, tendo como preocupação exclusiva o lucro, isto é, o fator

motivacional para ele é irrelevante, não aceitando reclamações.

Apesar das diferenças substanciais, algumas empresas não

distinguem o líder do chefe. No entanto, a liderança é uma função de maior

amplitude, tendo em vista que chefia é meramente, fazer um grupo funcionar

para que seja atingido determinado objetivo, ao passo que liderar é a

capacidade de exercer influência e ser influenciado pela equipe, por intermédio

de relações interpessoais adequadas à obtenção dos objetivos comuns a todo

o corpo funcional (IANNINI, 2000).

Para Faria (1982, p. 4) chefe é:

Aquele que dispõe de autoridade formal mediante a investidura em cargo previsto na estrutura orgânica, decorrente do estatuto da instituição, e cujas atribuições outorgam capacidade para representa-lo, deliberar e decidir dentro das limitações de sua competência, bem como cultivar ações capazes de impulsionar os subordinados no sentido de alcançar os objetivos da instituição. Na prática é quem manda, tendo alguma forma de poder e possibilidade de coagir alguém para realizar determinada tarefa ou missão.

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O mesmo autor conceitua líder como:

Aquele que é seguido, mesmo não dispondo de qualquer chefia ou autoridade estatutária, consegue ser aceito e respeitado, é capaz de unir o grupo, representá-lo. Portanto, o líder leva o grupo a atingir os objetivos comuns, manter um bom relacionamento e ter a identificação com os seus companheiros. Sua força é uma consequência da motivação, da qualificação de sua equipe, da composição e de sua união (FARIA, 1982, p. 5).

Atualmente, a denominação chefe está sendo substituída pelas

palavras: supervisor, coordenador, gestor, dentre outras. No entanto, as

diferenças entre chefiar e liderar existem e podem ser visualizadas da seguinte

forma:

Quadro 2: Diferenças entre chefe e líder

CHEFE

LÍDER

Ordena Solicita Impõe seu ponto de vista Está aberto a sugestões Controla as atividades Confia ao delegar funções É paternalista (protege uns e persegue outros)

Presta atenção em cada um dos seus subordinados (sabe explorar as habilidades)

É autoritário É democrático Cria um clima negativo de segurança e ameaça

Conquista positiva de credibilidade através da admiração e do respeito mútuos

Tem dificuldades para se expressar Comunica-se bem Fonte: IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança (2000, p.24). Elaborado pelo autor.

A ação do líder deve ser coerente ao seu discurso, tendo em vista

que suas atitudes norteiam seus colaboradores. Assim, seus objetivos devem

ser colocados com clareza e as estratégias devem se adequar à condução das

ações para contemplar as metas organizacionais (IANNINI, 2000).

1.4 Líder: Características e Comportamento

A perspectiva mais antiga para o estudo da liderança é a abordagem

das características do líder que tem como base a crença de que algumas

pessoas são melhores líderes do que outras e de que é possível determinar as

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características de um bom líder. Alguns defensores dessa abordagem

argumentariam que quem é um bom líder em uma determinada situação, seria

um bom líder em qualquer outra (SPECTOR, 2006).

O comportamento do líder é atrelado às suas atitudes e não às suas

características pessoais. Um estilo de liderança é um conjunto de

comportamentos que representa um enfoque na forma de lidar com os

colaboradores.

O estilo em que o supervisor permite aos seus colaboradores opinar

sobre as decisões que os afetem, discutindo sobre diferentes assuntos é

denominado de participativo.

O supervisor que não envolve os colaboradores nas decisões,

decidindo sozinho e comunicando à equipe é o estilo autocrático, isto é, o

colaborador não participa.

Hitt et al (2007, p. 231), baseado na pesquisa de Likert, realizada em

1961, registram que o comportamento de um líder se fundamenta em dois

estilos: estilo centrado na tarefa e estilo centrado no empregado. A pesquisa

para mensurar tais estilos foi baseada no preenchimento de um questionário

por alguns líderes que consistia na mensuração de fatores tais como

produtividade, satisfação dos colaboradores em relação ao trabalho e sucesso

na conquista dos objetivos relacionados à produção, juntamente com taxas de

absenteísmo e taxas de rotatividade dos empregados.

O líder centrado na tarefa enfatiza as tarefas do colaborador e os

métodos utilizados na sua execução, supervisionando seus colaboradores bem

de perto, instruindo-os e verificando o seu desempenho, e punindo-os no caso

de descumprimento. Diferentemente, o líder centrado no empregado enfatiza

as necessidades pessoais dos colaboradores e o desenvolvimento de relações

interpessoais, delegando frequentemente aos seus colaboradores, autoridade e

responsabilidade em relação à tomada de decisões, além de estabelecer um

clima de apoio e incentivo, estimulando a comunicação interpessoal.

Os resultados da pesquisa em epígrafe não foram conclusivos, pois

constatou que em alguns casos, unidades de trabalho cujos líderes utilizavam

um estilo centrado no colaborador se mostraram mais produtivas, enquanto

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que em outras situações, unidades com líderes centrados na tarefa se

mostraram mais produtivas.

No entanto, o estilo centrado no colaborador, resultou em unidades

mais produtivas com maior frequência do que o estilo centrado na tarefa. Além

disso, mesmo quando a produtividade era alta, os colaboradores cujos líderes

eram centrados na tarefa apresentavam menores níveis de satisfação no

trabalho do que aqueles que trabalhavam com líderes centrados no

colaborador. Assim sendo, muitos dos pesquisadores envolvidos nos estudos

concluíram que o estilo centrado no colaborador era mais eficaz.

1.5 Teorias da Contingência para Liderança

Conceitos relacionados a características e comportamentos de

liderança tornam relevante a função dos fatores situacionais desempenhados

na relação entre o comportamento dos líderes e a sua eficácia. Tais resultados

conduziram à conclusão de que práticas eficazes de liderança impõem limites

em relação à situação. Daí os conceitos sobre liderança por contingências

foram desenvolvidos que são: a teoria da contingência para a eficácia da

liderança e a teoria caminho-objetivo para a eficácia da liderança (FIEDLER,

1967 citado por SPECTOR, 2006).

1.5.1 – Teoria Para a Eficácia da Liderança

A abordagem do comportamento de um líder pressupõe que certos

comportamentos serão eficientes não importando qual a situação. Na teoria da

contingência de Fiedler (1967) o autor afirma que a liderança é uma função da

pessoa e da situação. Para ele uma característica do líder e três características

da situação determinam a eficiência da liderança (SPECTOR, 2006).

A referida teoria também enfoca a variável que corresponde ao

controle situacional, ou seja, quanto poder e influência o líder tem sobre seus

colaboradores, indicando até que ponto as ações do líder resultam em

determinado comportamento de sua equipe.

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Existem três características de liderança situacional que compõem o

controle da situação: as relações líder-membro que representam a qualidade

do relacionamento dos colaboradores com o líder e o apoio dado a ele; a

estrutura da tarefa que se refere à clareza da definição das tarefas dos

colaboradores; e o poder de posição que se destina ao poder e à influência do

líder, incluindo a habilidade de recompensa e a aplicação de punições

(SPECTOR, 2006).

Tal teoria foi desenvolvida por Fred Fiedler (1967) baseada em

longas pesquisas, constatando que a eficácia de um líder resulta da interação

entre o seu estilo de comportamento e de algumas das características da

situação apresentada (HITT et al, 2007).

Os líderes atuam de acordo com suas necessidades motivacionais,

apresentando, portanto, diversos estilos de comportamento. Conforme Fiedler

(1967) as necessidades mais importantes dos líderes são as de relacionamento

interpessoal e as de realização de tarefas (HITT et al, 2007).

Fiedler (1967, p. 41 apud HITT et al, 2007, p. 234) elaborou um

questionário com o objetivo de mensurar a importância das necessidades para

o líder, denominado Least Preferred Co-Worker – LPC ou Questionário de

Avaliação do Colega de Trabalho Menos Preferido, que solicita ao líder que

tenha em mente todas as pessoas com as quais trabalhou, descrevendo a que

considera, menos preferida (HITT et al, 2007).

O líder descreve a referida pessoa conforme uma lista de adjetivos

antônimos, como amigável – não amigável; cooperativo – não cooperativo,

dentre outros. Supondo que o líder descreva tal pessoa, predominantemente,

com termos negativos, seu resultado no LPC, será baixo, revelando ser um

líder orientado para tarefas, cujas necessidades de realização de tarefas são

suas prioridades. Caso contrário, ou seja, o líder ao descrever em termos

positivos, tem uma pontuação alta no LPC, demonstrando ter ele um estilo

orientado para os relacionamentos, onde as necessidades interpessoais são

sua prioridade.

O estilo mais eficaz vai depender das características situacionais

que incluem as relações líder-membro, a estrutura da tarefa e o poder da

posição do líder (HITT et al, 2007).

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Quando o líder é respeitado pela sua equipe, aceito como líder e

possui relações interpessoais amigáveis, as relações líder-membro são

consideradas boas, onde o líder é admirado, além de exercer influência em seu

grupo.

A estrutura da tarefa é referente ao grau de facilidade para o grupo,

em relação ao entendimento e à sua realização. Para Fielder (1967) a tarefa

mais bem estruturada possui maior influência do líder, pois as orientações

ficam explicitadas fazendo com que o colaborador tenha um bom desempenho.

O poder da posição, terceira característica situacional é relacionada

ao grau de recompensa, punição, promoção e exoneração atribuída pelo líder.

Assim, quanto maior for o controle de um líder sobre recompensas e punições,

maior será o seu poder, em relação à sua posição e à sua influência (HITT et

al, 2007).

Outros fatores averiguados na pesquisa foram: a favorabilidade da

situação e a eficácia do líder.

Na favorabilidade da situação, a que é mais favorável é a que tem

maior influência do líder. São as situações onde as relações líder-membro são

convenientes e oportunas, a tarefa é muito bem estruturada e onde o líder

possui forte poder de posição. A situação menos favorável, ou seja, com menor

influência do líder é oposta, por possuir as relações, líder-membro

insatisfatórias, as tarefas mal estruturadas e o poder do líder frágil. Numa

situação cotidiana, as situações podem variar entre essas duas modalidades.

A eficácia do líder é indicada através da interação entre o estilo de

comportamento do líder e a favorabilidade das características situacionais. A

eficácia do líder é avaliada tendo como base o desempenho do grupo liderado.

O líder orientado para tarefas é mais eficaz em situações altamente

favoráveis e em situações altamente desfavoráveis. No entanto, o líder

direcionado aos relacionamentos é mais eficaz em situações de favorabilidade

intermediária.

Fiedler (1971 apud Hitt et al, 2007, p. 235) ressalta que as

correlações entre resultados no Questionário de Avaliação ou LPC e o

desempenho do grupo, em situações favoráveis e em situações desfavoráveis

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são negativas, enquanto que a correlação entre LPC e desempenho do grupo

em situações de favorabilidade intermediária é positiva.

O mesmo autor conclui que, o líder orientado para tarefas é mais

eficaz em situações em que ele influencie muito ou pouco, enquanto que o líder

orientado para os relacionamentos é mais eficaz ao se posicionar nos níveis

intermediários de influência.

A pesquisa comprovou que o líder pode atuar de forma diferente, ou

seja, conforme a situação apresentada. Portanto, o líder direcionado aos

relacionamentos e com alto LPC, normalmente é orientado para tarefas, em

condições altamente favoráveis, se comportando de acordo com os

relacionamentos, em situações que sejam desfavoráveis ou intermediárias, em

termos de favorabilidade (FIEDLER, 1971 apud HITT et al, 2007, p. 236).

O líder orientado para tarefas, com baixo LPC, na maioria das vezes,

se comporta orientado para tarefas em situações que sejam desfavoráveis ou

intermediárias, em relação à favorabilidade, porém o seu comportamento é

orientado para relacionamentos, somente em situações favoráveis.

As descobertas baseadas na pesquisa justificam a aplicação dos

diferentes estilos de liderança, conforme a situação apresentada.

As situações favoráveis não exigem forte controle do comportamento

dos colaboradores em relação à tarefa, que pode ser concluída com pouco

direcionamento do líder. Por isso, as necessidades interpessoais do líder

orientado para tarefas, com baixo LPC são ativadas em situações favoráveis;

porém, as necessidades de realização de tarefas do líder orientado para os

relacionamentos, com alto LPC são mais eficazes em situações favoráveis.

Assim sendo, o líder com baixa pontuação no LPC é mais eficaz em

situações favoráveis, por exigirem do líder estímulo, apoio e confiança

interpessoal, que são comportamentos orientados para relacionamentos.

Situações desfavoráveis exigem maior direcionamento e controle para a

conclusão das tarefas, requerendo um líder orientado para tarefas, para que

sejam concluídas, o que caracteriza que o líder com baixa pontuação no LPC é

mais eficaz nesses tipos de situação (FIEDLER, 1971 apud HITT et al, 2007, p.

236).

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Nas situações de favorabilidade intermediária, as tarefas são

complexas, ou seja, não estruturadas. Pode haver a necessidade de um líder

orientado para relacionamentos para que o grupo utilize sua criatividade na

solução de problemas. Onde as relações líder-membro são insatisfatórias, um

líder orientado para relacionamentos pode ser mais capaz de superar as

relações negativas com o grupo e construir confiança.

O modelo de contingência revela que um líder não consegue eficácia

adotando um único estilo de liderança. Fiedler (1971) registra que os indivíduos

devem combinar seus estilos de liderança, conforme as situações

apresentadas para que sejam eficazes.

A pesquisa de Fiedler é ratificada por outros modelos, ainda que

exista criticam, em relação à falta de abordagem na satisfação dos seguidores

em relação aos líderes. Mas ainda assim, algumas pesquisas descobriram que

o modelo predetermina a satisfação do seguidor (RICE, 1981 apud HITT et al,

2007, p. 236).

Em relação à pontuação média no LPC, algumas pesquisas

sugerem que o líder com tal pontuação pode ser mais eficaz do que o líder com

alta pontuação no LPC, ou até mesmo, que o líder com pontuação baixa no

LPC, por se mais flexível, não se restringindo à orientação para um único

objetivo, se adaptando consequentemente, com maior facilidade a

diversificadas situações (KENNEDY, 1982 apud HITT et al, 2007, p. 236).

As críticas em relação ao LPC como indicador não reduzem a

importância do modelo de Fiedler que representa uma das primeiras tentativas

abrangentes na explicação de um conceito complexo. Ademais, grande parte

das pesquisas apoia o modelo (HITT et al, 2007).

1.5.2 – Teoria do Caminho-Objetivo Para a Liderança

Tal teoria tem como base a teoria da expectativa e declara que a

eficácia do líder depende do grau em que ele pode intensificar as expectativas

de desempenho e as valências de seus colaboradores (HITT et al, 2007, p.

237).

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A liderança pode exercer influência nas expectativas e nas valências

dos colaboradores de diversas formas. Considerando-se expectativas como os

caminhos para alcançar os objetivos e as valências, como o valor ou a

atratividade de tais objetivos, as formas são (HITT et al, 2007, p. 237):

1) Atribuição aos indivíduos de tarefas que eles considerem valiosas

(valência) ou recompensadoras.

2) Incentivo ao esforço dos colaboradores, para contemplarem os

objetivos relacionados a tarefas.

3) Vinculação de recompensas extrínsecas, como aumento de

salário, reconhecimento, promoção pela conquista dos objetivos relacionados

às tarefas.

O líder atuando em uma das formas acima aumenta a eficácia;

proporciona maior desempenho à sua equipe, em detrimento da motivação.

Assim, a eficácia é intensificada em situações que permitem que o líder exerça

tais comportamentos.

A conceituação de caminho-objetivo para liderança converge para

diferentes tipos de comportamento do líder e de fatores situacionais, a saber

(HOUSE E MITCHELL, 1974, citados por HITT et al, 2007, p. 237):

Liderança diretiva é o comportamento caracterizado pelo ato de fornecer diretrizes, deixar os subordinados saberem o que se espera deles, estabelecer padrões de desempenho bem definidos e controlar o comportamento para garantir fidelidade às regras.

Liderança incentivadora é o comportamento caracterizado pelo fato de ser amável e demonstrar preocupação com o bem-estar, a prosperidade e as necessidades dos subordinados.

Liderança orientada para realizações é o comportamento que se caracteriza pelo estabelecimento de objetivos desafiadores e pela busca de um melhor desempenho.

Liderança participativa é o comportamento caracterizado pelo compartilhamento das informações, pela troca de ideias com os subordinados e pela ênfase na tomada de decisão em grupo.

Liderança com influência ascendente é o comportamento caracterizado por ações que têm como objetivo manter uma boa harmonia entre o líder e seu superior e influenciar o superior para que aja favoravelmente em beneficio dos membros do grupo subordinado ao líder.

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Os fatores situacionais abrangem as características dos

colaboradores como: necessidades, locais de controle, satisfação,

predisposição a deixar a empresa e ansiedade, além das características do

ambiente de trabalho que são: a estrutura da tarefa, as relações interpessoais

no grupo, o conflito de funções e a clareza de funções. Assim, a eficácia de

vários comportamentos do líder depende desses fatores situacionais (HITT et

al, 2007).

Além das relações abaixo, da combinação entre o comportamento

do líder e os fatores situacionais, existem outras combinações. No entanto, as

que se destacam são (HITT et al, 2007, p. 238):

1) Colaboradores que apresentam forte necessidade de afiliação são

propensos a ficar mais satisfeitos com um líder incentivador, por satisfazer as

necessidades de relacionamentos pessoais estreitos desses colaboradores.

2) Colaboradores com grande necessidade de segurança tendem a

ficar mais satisfeitos com um líder diretivo, que reduz a incerteza ao

estabelecer regras e procedimentos a serem cumpridos.

3) Colaboradores com um local de controle interno, isto é, aqueles

que creem que os resultados são função do seu próprio comportamento optam

por um líder participativo e diretivo.

4) Líderes estimuladores e participativos tendem a proporcionar

satisfação em tarefas estruturadas, que por serem rotineiras, dispensam muita

orientação. Por sua vez, os colaboradores se satisfazem mais com um

comportamento diretivo em tarefas não estruturadas, por necessitarem de

esclarecimento, constantemente, em relação a uma situação inerente a alguma

tarefa que suscite dúvidas.

5) O estilo de liderança diretiva, que destaca a elaboração de

estruturas é mais eficaz em tarefas não estruturadas, pelo fato de causar no

colaborador, a expectativa de que seu empenho conduzirá à conquista do

objetivo relacionado à tarefa. Assim, um estilo mais incentivador, orientado

para a consideração é mais eficaz em tarefas estruturadas, por estimular o

indivíduo a perceber que a conquista de objetivos terá como retorno,

recompensas extrínsecas.

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6) Um líder participativo ou orientado para realizações é importante

para colaboradores com necessidade de crescimento e que estejam

trabalhando em uma tarefa complexa. A motivação funcional e o líder

incentivador se complementam.

7) Um líder com influência ascendente, que faça elogios e que é

propenso a recompensar faz com que os colaboradores hexitem, ao pensar em

pedir desligamento da empresa, por estarem mais satisfeitos e menos

ansiosos. Sentem-se, portanto, mais seguros e com mais entendimento em

relação à função que desempenham.

8) Os líderes que dão ênfase à liderança incentivadora fazem com

que seus colaboradores se sintam satisfeitos em situações estressantes. No

caso de um estresse, originado por fontes externas e diante de tarefas

ambíguas, ou seja, não estruturadas, a liderança diretiva é mais concernente.

9) Os líderes diretivos tendem a conduzir situações de pensamento

unificado dentro do grupo.

1.6 Liderança: Nova Perspectiva

Na maioria das grandes empresas, o local de trabalho está se

tornando um ambiente feminino e multicultural, tanto por causa da contratação

de um número maior de membros de minorias quanto pela globalização da

economia mundial.

A eficácia da liderança, em parte está relacionada à cultura. Todavia,

métodos mais divergentes e flexíveis necessitam de desenvolvimento para

facilitar o relacionamento entre os líderes e os grupos mais variados de

colaboradores (SPECTOR, 2006).

Nos séculos XX e XXI, o ingresso de mulheres em trabalhos,

anteriormente executados somente por homens, aumentou substancialmente.

Assim sendo, é fundamental que o líder tenha comportamentos apropriados,

por envolver questões que, até então inexistiam com grupos mais

homogêneos. Tal fato envolve a educação tendo, portanto, o líder que

encontrar meios de lidar com a nova realidade de forma construtiva e eficaz

(SPECTOR, 2006).

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Spector (2006) registra que atualmente, as minorias e as mulheres

possuem dificuldade para a sua ascensão profissional por vários motivos,

tendo em vista que são poucas as soluções eficazes que são implementadas

para extinguir tal problemática.

É imprescindível que se encontre soluções para a colocação das

pessoas que possuam perfil de liderança em tal posição, beneficiando o corpo

funcional e à própria empresa.

Spector (2006) enfatiza ainda que, a utilização cada vez maior da

tecnologia possibilita aos colaboradores a trabalharem à distância. Tal fato se

torna um desafio para os líderes, tendo em vista, terem que supervisionar

colaboradores, que por vezes nem se veem, pessoalmente. A supervisão

virtual exige um estilo eficaz para garantir o cumprimento dos deveres de seus

colaboradores.

No caso supracitado, na maioria das vezes, o líder adota um estilo

centrado na realização das tarefas, onde os colaboradores devem mostrar os

resultados almejados, tendo, porém, autonomia e flexibilidade no desempenho

de suas tarefas cotidianas.

Robbins (2005) registra a importância do que denomina de

Liderança on line, tendo em vista que atualmente, os líderes e seus

colaboradores estão cada vez mais interligados por redes de informação, sem

proximidade física, através de e-mail’s, onde mantêm a comunicação e pelo

site da empresa, utilizando a rede privada de computadores ou intranet.

Na comunicação real, as palavras mais duras podem ser

amenizadas por um gesto de conforto. No entanto, a comunicação não verbal é

impossibilitada nas interações on line. No entanto, na comunicação virtual, a

estrutura das palavras tem o poder de motivar ou desmotivar o receptor. Assim

sendo, se um líder envia uma mensagem em frases curtas escritas em letras

maiúsculas, pode ter como interpretação de seu colaborador, uma repreensão

ou algo similar. É importante então que a frase possua períodos completos em

letras maiúsculas e minúsculas, expressando o conteúdo e a emoção com

fidedignidade, ainda que em conteúdos formais.

Robbins (2005, p. 292) registra:

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Sabemos que uma mensagem transmite mais do que informações superficiais. Do ponto de vista da liderança, uma mensagem pode transmitir confiança ou desconfiança, status, orientações de trabalho ou sentimentos. Conceitos como estrutura do trabalho, comportamento apoiador e visão podem ser transmitidos tanto oralmente como por escrito. Pode ser possível transmitir carisma pela palavra escrita. Mas, para exercer a liderança on-line eficazmente, os executivos precisam entender que têm de fazer escolhas corretas sobre as palavras, a estrutura, o tom e o estilo de suas mensagens digitais. Eles também precisam desenvolver a habilidade de "ler nas entrelinhas" as mensagens que recebem.

Alguns líderes com habilidades reduzidas na liderança real possuem

talento para obter êxito em sua função, virtualmente, devido ao talento que

possuem na comunicação escrita e na capacidade de ler nas entrelinhas, o que

não consta oficialmente, na literatura sobre liderança (ROBBINS, 2005).

A comunicação informatizada é um canal eficaz que utilizado

adequadamente, eleva a eficácia do líder. No entanto, sendo utilizada

inadvertidamente, pode ter consequências drásticas, em situações em que o

líder conquistaria através de suas ações verbais (ROBBINS, 2005).

O maior desafio dos líderes on line é o desenvolvimento e a

manutenção da confiança, pois a dificuldade existe por não haver interação

interpessoal. Atualmente, não se encontra definido se os colaboradores se

identificam e confiam, efetivamente, com seus líderes, ao manterem somente

comunicação virtual (SHAMIR, 1999).

Robbins (2005) conclui que para muitos líderes nas habilidades

interpessoais tem que estar inseridas: a capacidade de comunicação do apoio

e da liderança através da palavra escrita em um computador e a capacidade de

ler as emoções nas mensagens recebidas dos outros, tornando as habilidades

de redação uma extensão das habilidades interpessoais.

Assim, a perspectiva para o líder da atualidade é o de se tornar um

líder eficaz, tendo para tal que desenvolver habilidades como: paciência para

compartilhar informações; confiança nos outros; abrir mão da autoridade e

compreensão do momento oportuno para intervir (ROBBINS, 2005).

Os líderes eficazes dominam a dificuldade de agir com equilíbrio e

sabem qual o momento que podem conceder autonomia à equipe e onde deve

interceder (ROBBINS, 2005).

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CAPÍTULO 2

MOTIVAÇÃO

A motivação é um elemento fundamental na atuação de um líder em

relação à sua equipe, o que é constatado pela literatura que, desde a

antiguidade, se preocupa com os motivos pelos quais os indivíduos atuam ou

decidem o que fazer. Fatores que impulsionam os indivíduos a

desempenharem sua função com êxito estão relacionados a uma hierarquia de

necessidades como a própria execução do cargo, o seu reconhecimento e

ascensão profissional, dentre outros (BEKIN, 2004).

Para Spector (2006) a motivação é relacionada à direção,

intensidade e persistência de um comportamento ao longo do tempo. Na

direção, o indivíduo opta pelo comportamento específico, dentre de uma

categoria específica; na intensidade é o esforço do indivíduo no empenho para

a realização de uma tarefa; e na persistência diz respeito ao empenho

sucessivo relacionado a um determinado tipo de comportamento, ao longo do

tempo.

O autor supracitado se refere à motivação em outra perspectiva, ou

seja, como o desejo, a necessidade ou a vontade de aquisição ou

contemplação de um objetivo.

Motivar é dar motivo ou estimular o colaborador a perseverar no

alcance de uma meta ou de um resultado que proporcione o reconhecimento e

a satisfação pessoal dentro da equipe. Por ser um fator concernente ao estado

intelectual é necessário que seja mantido por fatores exteriores e repetitivos,

acarretando num estado mental de assimilação para o desempenho (BEKIN,

2004).

2.1 Conceituação

Seu conceito em psicologia é bastante discutido, por cerca de um

século, sendo ainda, de difícil definição. Na maioria das vezes, a motivação é

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descrita como um estado interior que faz o indivíduo assumir comportamentos

específicos (SPECTOR, 2006).

Para Vroom (1964), citado por Robbins (2005), a motivação é um

processo que lidera as escolhas entre diversas possibilidades de

comportamento do indivíduo, que na verdade, são baseadas nas necessidades

e nas expectativas que a pessoa apresenta, bem como, nos resultados que ela

deseja obter.

Robbins (2005, p. 132) define motivação “como um processo

responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma

pessoa para o alcance de uma determinada meta”.

Para Hersey e Blanchard (1986), a motivação das pessoas depende

da intensidade dos seus motivos, que podem ser desejos, vontades e

necessidades, oriundas do indivíduo e dirigidos aos objetivos conscientes ou

ao contrário, inconscientes.

No que se refere aos propósitos, Bergamini (1992, p.109) afirma

que: “toda a força do comportamento está sempre dirigida para um alvo. As

pessoas buscam saúde, conforto, bem-estar e fogem das condições que

ameaçam essa saúde, esse conforto e esse bem-estar”.

A motivação tem por cultura, ser variável. Por isso, o nível de

motivação varia entre os indivíduos e dentro de um mesmo indivíduo, conforme

passa o tempo. Para Fita (1999, p. 77) “a motivação é um conjunto de variáveis

que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para poder

alcançar um objetivo”.

Hersey e Blanchard (1986), Bergamini (1992) e Fita (1999), dentre

as várias características da motivação, citam:

- Ser subjetiva, ou seja, cada ser humano é único e isso fica claro

quando se trata de motivação. Cada pessoa se motiva de maneira distinta, e

isso deve ser levado em consideração.

- Ser proposital quando existe um objetivo envolvido, tanto interno

como externo.

- Ser intransponível, ou seja, não se pode transferir para outra

pessoa a motivação que está no interior de cada um. Não é certo contagiar

outras pessoas pela própria motivação.

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- Variar de acordo com as necessidades e percepções individuais, a

respeito de questões específicas.

- Ser intrínseca, ou seja, não há como incutir, como impor que as

pessoas se motivem por algo que elas não têm apreço ou vontade ou

necessidade.

De um modo geral, a conceituação de motivação se refere a forças

provenientes do interior do indivíduo que são responsáveis pelo

direcionamento, intensidade e persistência intencionais de seu esforço que é

estabelecido para alcançar os seus objetivos exclusivos que independem da

capacidade ou da exigência ambientais (HITT et al, 2007).

2.2 Motivação e Comportamento

Para que a empresa consiga que o trabalho seja realizado no nível

mais alto de produção é necessário que seus colaboradores estejam engajados

em todo o processo organizacional e com suas necessidades individuais

atendidas. Para isso é fundamental, a empresa disponibilizar todos os seus

esforços, à melhoria cada vez maior, no atendimento em relação à satisfação

plena de toda a sua equipe (ROBBINS, 2005).

A atitude, a forma como cada um age, em determinadas situações

podem influenciar ou gerar uma situação desconfortável tanto para si, quanto

para os outros. E mesmo tentando justificar esses atos não se encontra uma

explicação plausível, razoável. Porém, caso se pergunte o motivo pelo qual

certo indivíduo age de determinada maneira, se adentra no conceito da

Motivação. A resposta relativa à motivação é que ela está ligada às

necessidades humanas, que foram estudadas por Abraham Maslow na Teoria

da Motivação Humana, onde sugere que grande parte do comportamento

humano pode ser justificada pelas suas necessidades e pelos seus desejos,

tornando tais comportamentos variáveis de indivíduo para indivíduo

(MAXIMIANO, 2000).

Para Maximiano (2000) o comportamento do indivíduo surge a partir

do motivo que o levou a agir daquela forma, fazendo-o persistir em tal

comportamento, até que seu objeto de desejo seja alcançado. Portanto, o

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conceito de motivação e de comportamento se complementam. Registra (2000,

p. 299):

[...] é sinônimo de causação, termo usado para indicar a relação de causa efeito no comportamento das pessoas. Motivação não significa entusiasmo ou disposição elevada; significa apenas que todo comportamento sempre tem uma causa.

Bergamini (1992) divide o comportamento em dois elementos: o

impulso, definindo-o como o processo interno que leva a pessoa à ação, ou

seja, é a força propulsora à ação, originada internamente, que gera no

indivíduo uma tensão que exige ser resolvida; e o objetivo, que é a etapa final

daquilo que foi procurado pelo indivíduo, isto é, depois de ser alcançado, deixa

de ser o que motiva a pessoa a agir de determinada maneira, deixa de

influenciar o comportamento daquela pessoa, até que ela descubra um novo

objetivo.

Esses elementos podem descrever uma situação onde o indivíduo,

usualmente, em seu cotidiano está constantemente se propondo determinados

objetivos e para atingi-los, mobiliza dentro de si, uma conduta que move forças

de impulsão. O impulso funciona para dar continuidade a esse processo,

resistindo a todo e qualquer obstáculo que por ventura apareça para impedir de

alguma maneira que o indivíduo alcance seu objetivo, e permanece nele até o

processo ser concluído e o objetivo final ser atingido.

Bergamini (1992) classifica os motivos em três categorias:

importantes, de valor médio e sem grande importância. Para o autor, quanto

maior a importância deles maior a força que o individuo fará para obtê-lo.

Sendo assim, o impulso depositado, além de ter sua direção orientada para

alvos específicos, se revela com diferentes intensidades, variando de acordo

com a importância do objetivo para a pessoa.

O comportamento do indivíduo também pode ser esclarecido pelo

Ciclo Motivacional, que se inicia quando uma necessidade surge, rompendo o

que é denominado de estado de equilíbrio, causando consequentemente, um

estado de desequilíbrio, desconforto, levando o indivíduo a se comportar de tal

forma a reobter o equilíbrio. Caso seja eficaz, o motivo do desconforto será

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suprido e o individuo voltará ao seu estado usual de equilíbrio. E à medida que

o ciclo acontece repetidamente, o comportamento se acostuma e se torna

eficaz com mais frequência. Quanto mais satisfeitas forem as vontades, menos

motivadoras elas passam a ser.

Como Bergamini, Maximiano (2000) também relata a existência de

motivos diferenciados que levam o homem a agir de certa forma, conforme as

situações que lhe competem, exemplificado no Quadro 3.

Quadro 3 - Hipótese sobre a Motivação Humana

Homem econômico-racional A motivação se encontra na perspectiva do ganho onde o motivo mais importante é

possuir bens materiais.

Homem Social A motivação é o grupo, por isso o

reconhecimento dos colegas, ser o motivo importante.

Homem autorrealizador A motivação é a realização interior; Nesse caso, o motivo importante é a satisfação

íntima.

Homem complexo A motivação não possui uma única causa. São diversos os motivos ou as causas,

importantes para mover o comportamento.

Fonte: Maximiano (2000, p. 307). Adaptado pelo autor.

Nas hipóteses iniciais geradas nas teorias administrativas a respeito

de motivação, se encontra como base, o conceito de ganho econômico,

conforme o quadro acima, em que o homem econômico-racional, valoriza e dá

importância aos bens materiais, às promoções e ao aumento.

Então, o homem-social, necessita do reconhecimento público e não

podem viver sem convivência. A seguir, se torna imperativo na motivação que

ela propicie um grau de satisfação, visto no homem autorrealizador, preza por

encontrar significado e interesse em seu trabalho e também em satisfazer suas

necessidades sociais. Por último, o homem complexo, no qual a teoria informa

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que o homem não somente é complexo dentro de si mesmo, possuindo muitas

aspirações e potências, como também se distingue de outros indivíduos no tipo

de complexidade, isto é, nunca está satisfeito, se motiva por diversas causas

ao mesmo tempo ou não.

Maximiano (2000) descreve cada uma dessas hipóteses, da

seguinte forma:

a) Motivação do Homem Econômico-Racional

Essa hipótese estabelece que a felicidade é resultante da aquisição

de bens materiais. Portanto, o comportamento humano é acionado ou motivado

pela perspectiva do ganho. Na empresa, essa suposição é a mais instaurada,

por ser a base de muitos protótipos de administração, principalmente, nos

planos de carreira, benefícios e incentivos utilizados na administração salarial.

As recompensas materiais são as mais atraentes para as pessoas.

b) Motivação do Homem Social

Reconhecimento público é outra visão da ideia de felicidade.

Algumas pessoas optam pela notoriedade, isto é, preferem ser vistas a possuir

bens materiais. Algumas preferem os dois, a glória e o glamour, o que equivale

à concepção de que o grupo tem função importante no crescimento das

pessoas. Assim, diante da imprescindibilidade de aceitação ou por temor à

rejeição, os indivíduos agem e trabalham dentro dos padrões criados e

respeitados pelos colegas. Tais suposições denotam que a recompensa que

melhor se encaixa é estar de bem com o grupo, tanto no ambiente profissional,

quanto no pessoal.

c) Motivação do Homem Autorrealizador

Nesse caso, o indivíduo quer tornar o trabalho mais significativo de

modo a gerar orgulho e autoestima para quem os realiza. O homem escolhe

por fazer aquilo que gosta. Esta hipótese não tem uma recompensa definida,

pois a recompensa que funciona é aquela que o próprio indivíduo julga

relevante.

d) Motivação do Homem complexo

Essa complexidade torna quase que interminável a busca da

explicação sobre a motivação, sendo que nenhuma das hipóteses é aceita,

isoladamente. As pessoas são motivadas por várias circunstâncias. Sendo

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assim cada teoria oferece somente, parte da explicação necessária para o

entendimento do comportamento humano (LESSA, 1999).

Bergamini (2008, p.109) acredita que:

As pessoas entram em ação por várias razões diferentes [..] parece mais correto falar em motivação real quando ela for compreendida como categoria de ação gratuita, sem ter uma causa claramente perceptível de imediato.

O patrimônio de maior valia em uma Empresa são seus

colaboradores que nela trabalham e a fazem crescer alcançando maiores

patamares. Para trabalharem da melhor forma possível, tais colaboradores

necessitam ser motivados e, principalmente, permanecer dessa maneira, tanto

no aspecto financeiro quanto na qualidade vida (BERGAMINI, 2008).

A motivação vem de dentro pra fora. São os motivos que levam a

agir de determinada forma. Assim, na empresa a motivação pode ser percebida

como o empenho e os atos de seus colaboradores visando atingir os resultados

propostos. No entanto, é importante ressaltar que cada situação em seu

determinado tempo e espaço, ainda que para o mesmo indivíduo, provoca uma

motivação diferente, ou seja, o que provoca a motivação hoje pode não

funcionar amanhã ou no futuro (BERGAMINI, 2008).

O autoconhecimento, a percepção dos objetivos que se quer

alcançar, a visão do futuro e do que cada um quer para si, facilitam a

motivação, pois quando se sabe aonde quer chegar, a motivação vem

naturalmente levando a pessoa a agir de determinada maneira, a aceitar o

emprego correto, a estudar, a se especializar para chegar ao que objetiva. Nas

palavras da psicóloga Rossi (2009, p. 56): “Ninguém consegue se motivar se

não sabe o que quer”.

Quando existe satisfação na função desempenhada ocorre a

reflexão na produtividade agregando tanto para a organização quanto para o

colaborador. A quantidade grande de estudos e teorias a respeito do termo

motivação leva muitos a concluir que trabalhar com um colaborador motivado

traz benefícios essenciais às empresas, se tornando seu grande diferencial.

Bergamini (1986, p. 8) registra que:

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A preocupação mais correta não deve ser aquela que busca o que fazer para motivar pessoas, mas especialmente a que esteja voltada para estratégias que busquem evitar que elas desmotivem. Parece que só assim, aquele alto nível de expectativas que impele as pessoas do “menos” para “mais”, rumo aos seus próprios caminhos, não se desgastará como o decorrer do tempo. E haverá um renascimento a cada ato motivacional.

Handy (1978 apud Bergamini, 2008, p. 109) cita:

Se pudéssemos compreender e então prever os modos como os indivíduos são motivados, poderíamos influenciá-los, alterando os componentes desse processo. Tal compreensão certamente levaria à obtenção de grande poder, uma vez que, permitiria o controle do comportamento sem as armadilhas visíveis e impopulares do controle... Talvez devêssemos sentir alívio quanto ao fato de que não foi encontrada qualquer fórmula garantida de motivação.

Para Bergamini (2008) é fundamental que as empresas

compreendam que seus colaboradores não fazem as mesmas coisas pelas

mesmas razões, implementando ações onde tais colaboradores não tenham o

trabalho como uma rotina árdua e desmotivadora.

Em relação à empresa, a consequência pode ser a perda da

produtividade, queda na qualidade dos processos, diminuição da eficácia, além

do efeito dominó que a desmotivação de um colaborador pode causar nos

demais.

[...] uma pessoa não consegue jamais motivar alguém; o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. Quando se quer que alguém siga certa orientação no curso de determinada ação, é necessário que a direção esteja diretamente ligada á força de um desejo que seja valorizado por ela (BERGAMINI, 2008, p. 106).

No caso dos colaboradores, os efeitos psicológicos podem ser

graves, depois de certo tempo gerando insatisfação, stress, problemas de

relacionamento, problemas na vida conjugal, dentre outros.

A produtividade do colaborador está relacionada à produtividade da

própria empresa que necessita considerar cada indivíduo de maneira pessoal e

singular, fazendo assim com que ele se sinta valorizado, aumentando

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consideravelmente, as chances de crescer em qualidade e produtividade

(BERGAMINI, 2008).

2.3 Teorias Motivacionais

Na década de cinquenta aconteceu o desenvolvimento de conceitos

sobre motivação, onde foram formuladas três teorias específicas contendo as

explicações mais conhecidas sobre o tema, que atuam como alicerce para as

teorias modernas e fundamentam muitos gestores, por utilizarem tais conceitos

e a terminologia, na explicação da motivação de seus colaboradores

(ROBBINS, 2005).

2.3.1 Teoria de Maslow ou Hierarquia das Necessidades

Após a publicação de diversos artigos sobre motivação humana,

Maslow publicou o seu texto mais influente que determinava como centro da

teoria da motivação, o que denominou de pirâmide ou hierarquia das

necessidades humanas, partindo da premissa de que a motivação é em si

mesma determinada por um impulso genérico para satisfazer as necessidades.

Maslow constatou que as necessidades humanas apresentam

diferentes níveis de força, e por isso estabeleceu uma hierarquia de

necessidades classificadas em cinco grupos: básicas, de segurança, sociais,

de estima e de autorrealização. Graficamente:

Figura 1- A hierarquia das necessidades, segundo Maslow.

Fonte: Maximiano (2000, p. 315).

NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO

NECESSIDADES DE ESTIMA

NECESSIDADES SOCIAIS

NECESSIDADES DE SEGURANÇA

NECESSIDADES BÁSICAS

NECESSIDADES SECUNDÁRIAS

NECESSIDADES PRIMÁRIAS

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No esquema gráfico, a teoria da Hierarquia das Necessidades de

Maslow pode ser elencada como uma pirâmide onde as necessidades

primárias se encontram na base da pirâmide, enquanto que as necessidades

mais sofisticadas se estabelecem no topo da pirâmide, sendo também

denominadas de necessidades secundárias.

As necessidades básicas se referem à alimentação, vestimenta e

abrigo, que enquanto não forem contempladas, as pessoas provavelmente

darão pouca atenção aos outros níveis (GIL, 2001).

As necessidades de segurança se referem a se livrar de perigos e à

privação das necessidades fisiológicas básicas. Incluem a preocupação com o

futuro, como o emprego ou a compra de uma propriedade e são manifestadas

após a contemplação das necessidades fisiológicas (GIL, 2001).

Nas necessidades sociais os indivíduos sentem a necessidade de

relacionamento e aceitação pelos outros. Contempladas as necessidades

sociais, os indivíduos precisam além de uma simples participação no grupo, da

estima, tanto em termos de amor próprio quanto de reconhecimento pelos

outros (GIL, 2001).

Posterior à satisfação das necessidades de estima, surgem as

necessidades de autorrealização, que se significam a realização do máximo de

potencial individual. Nesse nível, os indivíduos necessitam se tornar aquilo que

são capazes de ser. Tal potencial varia de pessoa para pessoa, onde umas

desejam assumir uma chefia e outros desejam a Presidência da República

(GIL, 2001).

A teoria de Maslow é importante no ambiente de trabalho por ressaltar

o fato de que os indivíduos não necessitam somente de recompensas

financeiras, mas também de respeito e atenção. Assim, os gestores precisam

considerar a hierarquia de necessidades para a obtenção de melhores

resultados com a ação de seus colaboradores.

Segundo Robbins (2005), os pontos criticáveis dessa teoria estão na

difícil articulação operacional para o gerenciamento das necessidades básicas

e na impossibilidade da padronização do comportamento humano. Embora

essa teoria não tenha muita sustentação empírica, foi aceita pelo fato de ser

uma das pioneiras em motivação e precursora das teorias modernas.

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2.3.2 Teorias X e Y de McGregor

A Teorias X e Y de McGregor pressupõem a existência de duas

percepções sobre o ser humano: negativa, Teoria X e positiva, Teoria Y. Os

adeptos da Teoria X acreditam que as pessoas são preguiçosas, não gostam

de trabalhar, evitam responsabilidades, buscam orientação formal, colocam a

segurança acima dos fatores associados ao trabalho, têm pouca ambição e

precisam ser coagidas para produzirem, enquanto que, os da Teoria Y

acreditam que as pessoas gostam de trabalhar tanto quanto se divertir,

demonstram auto-orientação e autocontrole, aprendem a aceitar, são criativas

e tem responsabilidade pelo que fazem, independentemente da posição

hierárquica (ROBBINS, 2005).

McGregor com o objetivo de maximizar a motivação nos colaboradores

propôs sugestões como: processo decisório participativo, tarefas desafiadoras

e de grandes responsabilidades e um bom relacionamento de grupo

(ROBBINS, 2005).

2.3.3 Teoria dos dois fatores de Herzberg

É conhecida também como teoria da motivação-higiene de Herzberg e

afirma que a motivação é resultado da natureza do trabalho em si, e não de

recompensas externas ou das condições de trabalho (HERZBERG, 1968 apud

SPECTOR, 2006).

As necessidades humanas no trabalho estão divididas em duas

categorias: as derivadas da natureza animal dos seres humanos, como as

necessidades físicas, e as que são relacionadas a um nível mais elevado,

habilidade única dos humanos para o crescimento psicológico.

Os aspectos do trabalho relevantes às necessidades de natureza

animal são denominados fatores de higiene como: salário, supervisão,

companheiros de trabalho e políticas organizacionais. Os aspectos do trabalho

importantes para as necessidades de crescimento são os fatores de motivação

que são: realização, reconhecimento, responsabilidade e a natureza do

trabalho em si.

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Conforme Herzberg, a forma de motivar os colaboradores é apresentar

níveis apropriados de fatores de motivação, uma vez que fatores de higiene

não promovem a motivação, não importa o quanto eles sejam favoráveis.

Apesar das imperfeições em sua teoria, Herzberg tem mantido sua

influência, tendo em vista o fato de o seu trabalho ter colaborado para a

importante questão de oferecer às pessoas um trabalho significativo, o que

conduziu à aplicação do enriquecimento do trabalho em muitas empresas

(SPECTOR, 2006).

2.4 Motivação na Empresa

Os colaboradores motivados têm maior produtividade, apresentam

maior satisfação no desempenho de deu trabalho, reduzem a probabilidade de

absenteísmo e atraso. Assim sendo, a aplicação das teorias básicas da

motivação se torna imprescindível por estimular os colaboradores a

contemplarem as metas almejadas (MONTANA, 2003).

Porter e Miles (1974 apud Stoner e Freeman, 1995, p. 3) registram que:

“o sistema consiste em três variáveis que afetam a motivação nas

organizações, que são as características individuais, características do

trabalho, e as características da situação do trabalho”.

As variáveis que afetam a motivação na organização são: as

características do indivíduo que são as habilidades, interesses e necessidades

para o trabalho; as características do trabalho que podem exercer influência na

demanda da responsabilidade e na variedade das tarefas; e as categorias que

são as ações, as políticas, a cultura organizacional e o próprio ambiente de

trabalho.

A motivação na empresa é de importância substancial para todo o

processo de trabalho, competindo ao gestor, a avaliação e a criação de

programas que se adaptem com mais eficácia às diversas situações,

suscitando a força interna de seus colaboradores para contemplarem os

objetivos e metas propostos (ROBBINS, 2005).

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CAPÍTULO 3

O LÍDER E A EQUIPE

Na equipe, a capacidade do líder na criação de um clima de

entusiasmo e cooperação colabora para o seu sucesso, tendo em vista que, a

condição emocional e as atitudes do líder atingem seus liderados, e

consequentemente, seu desempenho (GOLEMAN, 2002).

Assim sendo, o líder necessita administrar a capacidade de expressão

de sua equipe e sua influência para interceder quando necessário, para que

não se tornem problemas particulares, não influenciando nos resultados

empresariais, tendo, portanto, como principais funções: desenvolver o

entusiasmo, o otimismo e a paixão pelo trabalho, através de um clima de

cooperação e confiança (GOLEMAN, 2002).

3.1 A Atuação do Líder como Motivador da Equipe

O líder deve contribuir para a realização das metas empresariais e para

a manutenção da equipe. Para tal, deve adaptar se estilo de comportamento às

necessidades de seus colaboradores, bem como, às situações apresentadas

(HERSEY, 1976).

Tendo em vista que o comportamento é motivado pelo desejo de

contemplar algum objetivo, é de fundamental importância que o líder se inteire

das necessidades de seus colaboradores, para que haja a interação entre eles,

a situação específica e a intensidade de seus motivos, acarretando assim na

motivação (HERSEY, 1976).

Para o líder motivar seu colaborador é necessário que ele desenvolva a

sua função, através do aumento da responsabilidade, da amplitude de sua

função e do desafio no seu trabalho. Assim, é fundamental um ambiente

psicologicamente estável para aumentar a motivação (GOLEMAN, 2002).

Krames (2004) cita algumas medidas que colaboram para a atuação do

líder como motivador de sua equipe que são:

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- Participação intensa do líder que precisa estar comprometido com sua

equipe, interagindo com o seu superior para ficar a par das metas

empresariais, e posteriormente, compartilhá-las com sua equipe para a busca

de soluções e sugestões.

- Proporcionar segurança e conforto aos colaboradores para que

expressem suas percepções com fidedignidade, o que repercute no

comprometimento.

- Realização de reuniões informais para abordar ideias que melhorem a

empresa, pois, por vezes, as reuniões formais causam constrangimento e

inibem a participação dos colaboradores.

3.2 O Líder no Século XXI

Atualmente, as mudanças têm mais aceitação. Por isso, a importância

do líder se manter à sua frente, antes de gerenciá-la (ROBBINS, 2005).

Nos dias de hoje, os líderes eficazes precisam desenvolver

relacionamentos de confiança com os seus colaboradores, pois o fato das

empresas terem se tornado menos estáveis e imprevisíveis colaborou para que

as regras burocráticas, no que diz respeito a relacionamentos e expectativas,

fossem substituídas por tais relacionamentos. Assim, líderes que não

conquistam a confiança de sua equipe têm pouca chance de atuar com eficácia

(ROBBINS, 2005).

É fundamental que as empresas busquem líderes com visão e com

carisma, para a implementação da liderança transformacional, pois na medida

em que tais líderes demonstram sua personalidade, habilidades verbais e

sagacidade são percebidos pela equipe, efetivamente, como líder (ROBBINS,

2005).

A teoria da liderança transformacional abrange os líderes com

influência considerável e incomum sobre seus colaboradores, isto é, é o

denominado líder carismático, pela forma que se dedica à sua equipe, levando-

a inclusive, a modificar as aspirações, necessidades, preferências e valores,

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pela visão que oferece, demonstrando que vale a pena, para o alcance dos

objetivos definidos (SPECTOR, 2006).

O desafio central de liderança para o século XXI é que toda empresa

perceba a mudança como oportunidade. Para ser um líder de mudanças é

necessário ter disposição e capacidade para mudar aquilo que já está sendo

feito, assim como para fazer coisas novas e diferentes. São necessárias

políticas para fazer o presente criar o futuro, abandonando o “ontem” para criar

o “hoje”. Não é possível criar o amanhã, a menos que antes se jogue fora o

ontem. Manter o ontem é sempre difícil e consome muito tempo, e a sua

manutenção sempre compromete os recursos mais escassos e valiosos da

empresa incluindo, principalmente, seus recursos humanos mais aptos com os

resultados frustrados (DRUCKER, 1992).

Inovar sempre conduz a dificuldades inesperadas e requer liderança de

pessoas de capacidade alta e comprovada, que, quando comprometidas com a

manutenção do ontem, simplesmente não estarão disponíveis para criar o

amanhã.

O líder do século XXI coloca cada produto, serviço, processo, mercado,

canal de distribuição, cliente e utilização final em avaliação pelos clientes e

consumidores, conforme uma programação regular (DRUCKER, 1992).

Para que o líder obtenha êxito em sua atuação no século XXI, deve:

criar uma visão e motivar sua equipe, no que tange à sua execução; ser

abrangente na sua percepção, não enfatizando os detalhes administrativos,

elegendo os profissionais excelentes para executar o trabalho; envolver toda a

equipe, estimulando as grandes ideias, para eleger as melhores que surgirem,

envolvendo todos da equipe, principalmente, aqueles mais tímidos e com

dificuldade de expressão, pois com eles pode estar a melhor ideia (DRUCKER,

1992).

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CONCLUSÃO

Atualmente, diante das mudanças aceleradas é fundamental que as

empresas tenham como critério para nomear líder, não mais aquele que

apresente somente resultado positivo de produtividade, e sim nos

colaboradores que percebam o corpo funcional composto por pessoas com

diferenças individuais.

Na empresa é imprescindível o líder motivado, tendo em vista ser a sua

função de extrema importância e estratégica, para que os objetivos

organizacionais sejam contemplados.

O cargo de liderança exige muita competência e muita dedicação, por

serem os líderes pressionados para alcançarem a meta, o que depende não

somente dele, mas principalmente dos colaboradores que compõem a equipe

que lidera.

Para isso, o principal objetivo do líder é motivar com entusiasmo os

seus colaboradores para que retribuam com os resultados almejados na

obtenção do sucesso profissional e pessoal.

O fundamento da liderança conduz os colaboradores a gerirem os

resultados com satisfação, influencia e estimula a equipe a se comprometer

com os resultados finais. Para isso, o líder necessita demonstrar características

que atraiam as pessoas, fazendo com que elas o admirem e a sigam, tendo em

vista que liderança e motivação são convergentes.

Ser líder é ter habilidade para lidar com cada colaborador de forma

individual, respeitando suas características comportamentais, emocionais e

intelectuais, recebendo em troca o bom desempenho e resultados eficazes.

É importante que o líder mantenha seus conhecimentos atualizados

através de cursos e treinamentos, pois a forma de liderança repercute na

equipe positiva ou negativamente, tendo em vista, ser o líder o seu grande

motivador.

A criatividade, através da introdução de mudanças ou da realização de

novas tarefas, articulando novas visões que inclua diferentes valores e estilos

de vida de seus colaboradores, também é essencial na função de um líder.

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Nota-se que o conceito de liderança se aperfeiçoa e se flexibiliza cada

vez mais, denotando não haver uma forma determinada para liderar, pois cada

líder possui seu estilo próprio de conduzir seus colaboradores, conforme as

situações que surgem, o que é importante para que as empresas se

diferenciem no cenário atual onde a competitividade é acirrada.

No entanto, o líder tem que ter conhecimento do contexto

organizacional, para passar com clareza, a interação entre os processos da

empresa e o processo de liderança, tendo em vista que líderes, liderados e

grupos são elementos que se inter-relacionam constantemente.

Uma equipe motivada e valorizada contribui para o crescimento da

empresa deixando-a sempre a frente das outras. Portanto, a decisão está nas

mãos dos líderes e dos liderados que devem ser eficazes nas suas funções

cumprindo suas missões para o sucesso da empresa.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO .................................................................................................. 01

AGRADECIMENTO .................................................................................................. 02

DEDICATÓRIA ......................................................................................................... 03

RESUMO .................................................................................................................. 04

METODOLOGIA ....................................................................................................... 05

SUMÁRIO ................................................................................................................. 06

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07

CAPÍTULO 1 LIDERANÇA .............................................................................................................. 09

1.1 Conceituação ...................................................................................................... 09

1.2 Funções contemporâneas da liderança .............................................................. 11

1.3 Líder e chefe: diferenciação ............................................................................... 14

1.4 Líder: características e comportamento ............................................................. 16

1.5 Teorias da contingência para liderança .............................................................. 18

1.5.1 Teoria para a eficácia da liderança .................................................................. 18

1.5.2 Teoria do caminho-objetivo para a liderança ................................................... 23

1.6 Liderança: nova perspectiva .............................................................................. 25

CAPÍTULO 2

MOTIVAÇÃO ............................................................................................................. 28

2.1 Conceituação ..................................................................................................... 28

2.2 Motivação e comportamento .............................................................................. 30

2.3 Teorias motivacionais ......................................................................................... 36

2.3.1 Teoria de Maslow ou Hierarquia das Necessidades ........................................ 36

2.3.2 Teorias X e Y de McGregor .............................................................................. 38

2.3.3 Teoria dos dois fatores de Herzberg ................................................................ 38

2.4 Motivação na empresa ....................................................................................... 39

CAPÍTULO 3

O LÍDER E A EQUIPE ............................................................................................. 40

3.1 A atuação do líder como motivador da equipe ................................................... 40

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3.2 O líder no século XXI ......................................................................................... 41

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 45

ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS ......................................................................... 48

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ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 1: Estilos de comportamento do líder ........................................................... 10

Figura 1: A hierarquia das necessidades, segundo Maslow ..................................... 36

Quadro 2: Diferenças entre chefe e líder .................................................................. 36