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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A AUSÊNCIA DOS VALORES ÉTICOS E MORAIS NAS ESCOLAS ATUAIS Por: Clélia Araújo Ribeiro Orientador Prof. Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A AUSÊNCIA DOS VALORES ÉTICOS E MORAIS NAS ESCOLAS ATUAIS

Por: Clélia Araújo Ribeiro

Orientador

Prof. Flávia Cavalcanti

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A AUSÊNCIA DOS VALORES ÉTICOS E MORAIS NAS ESCOLAS ATUAIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em orientação educacional e pedagógica.

Por: . Clélia Araújo Ribeiro

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AGRADECIMENTOS

Em geral, aos funcionários e professores integrantes do curso de pós-graduação “lato sensu” de pedagogia, orientação educacional e pedagógica.

À digníssima mestra e amiga Flávia Cavalcanti, professora e orientadora, pelo apoio, incentivo e confiança dedicados.

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DEDICATÓRIA

À minha mãe, Marinete Araújo Ribeiro, meus filhos, Eduardo Felipe Araújo Ribeiro e Rodrigo A. Ribeiro C. Rezende Motta, pela vivência do compromisso solidário, pelo aprendizado de cada dia e pelo exemplo de amor e fé.

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RESUMO

Contribuir humildemente, para uma melhoria da formação educacional. Chamando a atenção das nossas autoridades educacionais, pais e professores da importância dos valores éticos e morais na formação das nossas crianças, jovens e educadores.

A relevância que há em formar cidadãos de consciências plenas, verdadeiramente.

Valorizar a educação, priorizá-la e sobretudo, buscar com tais valores, a essência do Ser Humano; resgatando o respeito, a honestidade, o bom caráter e dignidades que há em cada um de nós.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados foram livros, jornais e reflexões a cerca das aulas obtidas durante o curso de especialização orientação educacional e pedagógica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A influência da história do Brasil na nossa educação 09

CAPÍTULO II - A ética, suas definições e sua importância nas escolas 25

CAPÍTULO III – Os valores éticos e morais e sua importância 31

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

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INTRODUÇÃO

Educar vem do latim educare. Que quer dizer: dar educação a; ensinar; formar a inteligência; o coração; o espírito de ...

É através da educação que teremos sem dúvida, um mundo melhor.

A educação desenvolve todos os nossos sentidos, isto é, com ela aprendemos a ouvir melhor, falar melhor e principalmente a sentir melhor. Apurarmos nossos sentidos para vislumbrarmos um mundo mais digno, mais igualitário, sem desrespeitar ao diferente. Pois, quando se está bem educado, conseguimos perceber as diferenças, sem que com isso tenhamos que passar por cima delas.

Nesse sentido, chama a atenção os valores éticos; necessidade primeira para a construção de uma sociedade melhor. Assim, surgiu meu interesse na elaboração de um trabalho calcado na importância dos valores éticos e morais. Neste trabalho, tenho como objetivo geral, chamar a atenção das nossas autoridades educacionais da importância desses valores na formação das nossas crianças e jovens. Nessa direção, recorre à literatura pra embasar minhas reflexões considerando especialmente as obras de José Carlos Libâneo, ano 1994 e 1995.

Penso que esta pesquisa irá contribuir para uma melhoria na formação educacional; formar cidadãos com consciências plenas; e com isso, valorizar a educação e o Ser Humano.

O trabalho está estruturado em três capítulos. No 1º capítulo, faço um pequena abordagem da história na educação. No segundo capítulo, trato da evolução dos conflitos presentes na educação por conta da ausência de valores éticos e morais. No terceiro capítulo, desenvolvo comentários sobre esses valores éticos e morais. E para finalizar, teço considerações acerca da importância desses valores éticos e morais.

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CAPÍTULO

I

A INFLUÊNCIA DA HISTÓRIA DO BRASIL NA NOSSA EDUCAÇÃO

Neste capítulo, tento abordar de maneira minuciosa, porém breve, a influência marcante de nossa história dentro do sistema de educação em sentido amplo e específico.

Um marco que sugere influências mais negativas que positivas existentes até os dias atuais.

“A história do nosso país começa oficialmente em 1500, com a chegada dos Portugueses. Mas, a ocupação de fato, em nosso território, se deu milhares de anos, com a chegada de alguns povos indígenas vindos da Ásia. Fato este, que segundo alguns cientistas tem a certeza de que a semelhança entre os indígenas brasileiros e os povos asiáticos.

Mais tarde, houve uma reviravolta dos conteúdos desses mesmos estudos. Contudo, na década de 1990 uma descoberta mudou radicalmente essa teoria: Um determinado arqueólogo teria encontrado restos de fogueiras que indicavam a presença humana no Brasil há aproximadamente 50 mil anos. Essa descoberta se deu no sítio arqueológico de Pedra Furada, em São Raimundo Nonato, interior do Piauí.

O interesse dos cientistas e historiadores aumentou, e estes historiadores, estudiosos, sentiam-se intrigados e começaram a imaginar como seria a vida dos primeiros brasileiros. Aqueles habitantes da pré-história teriam deixado em suas cavernas, mais especificamente, em suas paredes, desenhos de cenas de caçadas e festejos. Desse tempo também há objetos de cerâmica e outros utensílios. E com relação à alimentação, havia uma variedade de acordo com cada local. Aquela incluía abacate, amendoim, pinhão, mandioca, batata-doce, feijão e mel, além da carne de animais como tartarugas, peixes, tatus, preguiças, veados e capivaras. Para essas caças eram utilizados pelos homens pré-históricos, machados e facas d pedra

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lascada. Sem uma moradia fixa, eles viviam se deslocando em busca de terras com melhores condições de vida; já que aquelas primeiras tinham sido exploradas. Daí o surgimento de povos conhecidos como nômades.”

“A chegada dos Portugueses ao Brasil ocorreu sob o comando de Pedro Álvares Cabral e seus ocupantes em enorme frota. Este momento se deu quando os europeus precisavam encontrar novos rumos para o Oriente. Tudo isso, porque havia uma necessidade na renovação de mercadorias. Eles precisavam renovar as especiarias, como cravo, canela e pimenta, e as revendiam na Europa por preços altíssimos. E também, nesse momento, lá por volta de 1.453 os turcos-atomanos conquistaram Constantinópla, a atual Istambul, na Turquia, e proibiram a passagem de embarcações pela região. Toda essa problemática trouxe situações um tanto quanto complicadas e exigiu novas expedições. Uma dessas expedições, fora comandada pó Vasco da Gama, que chegou à Índia por volta de 1.498, após ter andado por toda a África.” Quem mostrou-se empenhado em financiar as novas expedições de navegadores foi o rei D. Manuel I. Todos esses acontecimentos levaram os historiadores a discutirem, por muito tempo, se a chegada dos Portugueses ao Brasil teria sido planejada ou teria sido mera obra do”acaso”.

Quando Portugal tomava posse do nosso território, tornava-se uma metrópole, e o Brasil, uma colônia. Então, logo em seguida Portugal iniciou o processo de povoação. Por conseguinte, o relacionamento cordial que havia entre os portugueses e os índios, logo se transformou em sangrentas batalhas. Durante todo o processo de colonização, os índios foram dizimados, vítimas da violência portuguesa, do trabalho escravo e das doenças também. É importante lembrarmos, que nos primeiros tempos os índios foram utilizados como mão-de-obra para a exploração do Pau-Brasil, árvore que os portugueses utilizavam para retirar pigmentos para produção de corantes na Europa.

No Brasil, a ocupação portuguesa caracterizou-se pela exploração de todos aqueles nossos recursos naturais encontrados por eles. Após o pau-brasil, foi a vez da cana-de-açúcar. E não foi apenas com as riquezas naturais de suas colônias que Portugal enriqueceu. A mão-de-obra escrava também gerou lucros aos europeus.

Contudo, antes mesmo da chegada dos europeus à África, a escravidão já existia em algumas regiões daquele continente. Ladrões, adúlteros e prisioneiros de guerra eram condenados e colocados à disposição de um dono como forma de punição. No continente africano, a escravidão não era hereditária, nem visava ao lucro. A partir de 1441, Portugal começou a levar negros africanos para trabalhos na Europa como escravos. Com início do ciclo do açúcar no Brasil, calcula-se que aproximadamente a partir do século XVI, mais de cinco milhões de africanos tenham sido trazidos para o nosso país. Acorrentados pelos tornozelos durante a viagem

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inteira, entre 30 e 60 dias. Como o teto dos navios era baixo, passavam todo tempo sentados ou deitados. As refeições eram somente pequenas quantidades de carne-seca, farinha e água. A resposta a tudo isso era a morte de até 30% dos escravos em razão de doenças, suicídios e tristeza profunda.

Pois bem, o principal motivo que retirou os negros da África foi o econômico: os comerciantes portugueses ganhavam muito dinheiro negociando escravos com os donos de terras e de comércio. Estes, por sua vez, beneficiavam-se com a mão-de-obra gratuita, pois os escravos nada recebiam em troca de seu trabalho. Como se não bastasse, a coroa portuguesa também lucrava cobrando impostos sobre as atividades.

Cada vez no Brasil, os negros eram submetidos a um regime de engorda para parecerem saudáveis, e com isso, serem expostos nos mercados “livres” até serem vendidos. Durante o período de mais de 300 anos de escravatura, o destino dos escravos variava entre os engenhos de açúcar, as cidades, para trabalharem como carregadores, pedreiros ou em casas de famílias, nas plantações de café e até nas minas de ouros. O tratamento a que se submetiam os escravos, era o pior possível, repleto de castigos físicos, como a marcação do corpo à ferro, chicotadas e até amputações de dedos ou pedaços da língua. Em sendo assim, sempre que podiam, os escravos fugiam ou se vingavam, matando os senhores ou seus feitores.

Exercendo um predomínio esmagador, a população encontrava-se nos latifúndios, que se constituíam em verdadeiros núcleos “autônomos”, fortemente predominante, tanto do ponto de vista social como do econômico, sobre as formações urbanas, que se encontram na órbita, na dependência e égide dos grandes proprietários de terras.

No Brasil, a catequese foi uma das manifestações mais importantes de sua reforma; e nela vê-se a distinção dos Jesuítas e, para isso se especializam na tarefa de conquistar as consciências. Com a necessidade de impor ordem naquela terra, também se especializam na tarefa do ensino e montam para isso, com bastante persistência, a estrutura que, assegurou por dois séculos e meio, a transmissão da cultura sistemática no Brasil. Toda essa estrutura fora desenvolvida em dois planos: o das escolas de ler, escrever e contar, visando às crianças, e a dos colégios, visando aos adolescentes.

Foram também acolhidos os filhos dos senhores para a catequese. Foram estes, ainda, os que receberam, nos colégios, o ensino jesuíta. Ora, tal ensino, se caracterizava pela alienação, no caso do Brasil, acrescenta à transformação historicamente necessária, nessa fase inicial, como ficou marcada uma dimensão nova. Ensino este, destinado à formação de uma cultura básica, livre e

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desinteressada, sem preocupações profissionais, e ainda igualitária, uniforme em toda extensão do território. Então, a cultura brasileira se formou e se difundiu nas elites coloniais, e não podia ser chamada de “Nacional”, é claro, senão no sentido quantitativo da palavra, pois ela tendia a espalhar seu colorido europeu: uma cultura que era importada em blocos, do ocidente, internacionalista e de tendências, com inspirações das ideologias religiosas, católicas e cuja sua base residiam as humanidades latinas e os comentários das obras de Aristóteles; solicitadas no sentido cristão. Por fim, tratava-se de uma cultura neutra do ponto de vista nacional; mesmo o português, estreitamente ligado à cultura européia, na Idade Média, e alheia a fronteiras políticas, como tinha de ser a cultura difundida por uma “Associação essencialmente internacional, com características de verdadeira malícia papalina. Nessa cultura, nas suas origens e nos seus produtos, uma cultura especificamente brasileira é uma cultura nacional ainda em formação.

O ensino dos silvícolas, como eram chamados e conhecidos os índios, voltava-se particularmente para o recrutamento de quadros em benefício da companhia, e essa cultura, de feição literária e escolástica, era até de certo ponto, desinteressada, sem preocupações utilitárias, por outro lado, se caracterizava pela sua unidade orgânica ligada a uma determinada concepção de vida, dominante por essa época na metrópole e no seu único centro de estudo.

Naquela ocasião, os únicos elementos dotados de dimensão intelectual, na colônia, são, realmente, os religiosos, e em particular os membros da companhia de Jesus. Coube-lhes então, a tarefa do ensino, em que se esgotam e por meio da qual não só influíram como recrutaram os próprios quadros. Esses contrastes encontrados entre as condições do meio, que eram muitas e adversas, e o ofício intelectual dos religiosos, estabeleceu a característica fundamental dos resultados alcançados. Existe na verdade, uma justaposição entre os dois elementos, o meio e os religiosos, no tocante ao campo intelectual. Daí se originaram os traços da cultura que permeiam, o seu teor desinteressado, a sua desvinculação com a realidade, a sua alienação quanto ao meio transmitido e finalmente entregues a uma sorte de erudição livresca, vazia, meramente ornamental, que somente satisfazia a vaidade humana, mas em nada concorria para a comunidade. Foi através desse tipo de ensino religioso que se recrutavam, em todo caso, aqueles primeiros elementos dotados de dimensão intelectual. E era só através do ensino religioso poderia ser explicado e justificado os estudos, já que, nenhuma outra atividade possuía a necessidade dos elementos fornecidos pelo ensino. Somente para se difundir preceitos religiosos é que se utilizavam e recebiam-se os conhecimentos. Os primeiros letrados, são, pois, homens da religião, soldados de fé. E também, os conhecimentos que recebem, não são procurados por si mesmos, pelo prazer, pelas utilidades que possam proporcionar, mas pela finalidade, como elementos indispensáveis, como a própria ferramenta de trabalho da catequese. E com isso, tais conhecimentos conservam-se como abstração, permanecem meramente formais. Estes estudos, não eram caminho de entendimento da vida e do próprio homem e não estavam em condições proporcionais para as bases das novas conquistas. O ensino jesuítico, conservado à margem, sem

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aprofundamento e sem preocupações outras senão as do recrutamento de fiéis onde servidores, tornava-se possível porque não perturbava a estrutura vigente, subordinava-se aos comandos e ordens daquele meio social; sua marginalidade era a essência de que vivia e se alimentava.

Todas as condições culturais objetivas eram desfavorecidas, assim, as atividades culturais eram relegadas a plano secundaríssimo. A chamada classe dominante não necessitava dela, e a classe dominada não a podia sustentar. “Por isso, a vigência nessa fase inicial, de uma disciplina escolástica, verbalista e dogmática, que resume o trabalho da inteligência à subalternidade daquilo que se destina apenas preencher os ócios de desocupados, “própria do homem desinteressado das idéias e tão facilmente impressionável e sujeito ao encontro da forma, ao aparato da linguagem e às pompas do erudição.” Nessas obscuras origens, em que a cultura deparou-se com condições inadequadas e objetivos gravemente adversos ao seu desenvolvimento, à sua existência, mesmo ancoram alguns dos traços que fincaram nela marcando-a: Segundo o autor “O que caracteriza os brasileiros não é penetração, nem o vigor, nem profundidade, mas a facilidade, a graça, o brilho e a rapidez no assimilar, a ausência total de exatidão e de pressão, o hábito de formar as coisas obliquamente e de lhe apanhar os aspectos que tocam menos à inteligência do que à sensibilidade. Aliás, é bom lembrarmos, que nesse mundo móvel e disperso, dominado pelas necessidades materiais e imediatas, a filosofia e a ciência não tiveram tempo de lançar raízes; e todos os efeitos dessa cultura verbalista, escolástica, dogmática que herdamos dos portugueses e que se infiltrou até a medula no ensino de todos os graus, não revelam menos uma inteligência fraca do que uma inteligência mal formada, e, portanto, capaz, como já tem provado, de se destacar, sob uma nova orientação, em todos os domínios da literatura e das artes, como da técnica, da ciência e do pensamento puro.”

“Fica bem claro que, todas essas deficiências são historicamente condicionadas, isto é, persistem na medida em que persistem as condições objetivas que assim se amoldaram, e desaparecem quando tais condições se alteram, não tendo relação causal como efeito de natureza genética ou mesmo geográfica, como ainda hoje, porém, com mais vigor, antes do nosso tempo se pretende veicular como verdade científica eterna. Tais deficiências não eram “brasileiras”, mas, coloniais, comuns ao tipo de colônia de que o Brasil foi exemplo, em que a fase histórica se inicia pela transplantação cultural. Nessa transplantação colonial, a alienação jesuítica inseriu-se como complemento natural, como reforço.

Teve também, além disso, como decorrência da tarefa da catequese, o efeito de destruição dos valores da cultura indígena: “A cultura indígena, não somente quanto a língua, mas na espontaneidade e variedade de suas formas, se foi lentamente substituindo, na influência dos missionários, por outro tipo de cultura, de acordo com os ideais, dos jesuítas, e suas concepções de vida e do mundo, idêntica

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para todos os povos.” Foi nesse sentido, de eficiência exemplar, ligada à indisciplina, ao método, à organização com que operam.”

Sendo assim, concomitante ao sufocamento da comunidade indígena, fora interrompida sua evolução material e com isso, surgiu na colônia, vindo do exterior, o regime escravista; que tratava-se de uma cultura violenta e extinta, substituída rapidamente pela cultura jesuística que se apresentava totalmente alienada.

A cultura jesuística trazia em seu bojo, o respeito às tradições ecolásticas e literárias; apegando-se assim, aos dogmas e autoridades. Repudiando assim, as atividades voltadas para a criação e as artes da inovação. Era o cultivo de uma cultura conhecida como “cultura disciplinada” para se fazer moral”. Segundo Fernando de Azevedo. Então, os jesuítas exerceram um papel eminentemente conservador e, com este espírito autoritário, disciplinador e com inegável instrumento intelectual de penetração que foi o seu próprio ensino, muito sábio e dosado tiveram o domínio total da situação e das pessoas.

Através do ensino das letras, voltadas para à mocidade, o gosto pela área espiritual fora despertado.

O poder da conservação, o ensino de classe, do dogma e da retórica, dominava solidamente a cultura. Formava minoria de letrados, de forma reduzida e rala que tornavam-se isolados pelo total desinteresse dos demais. A base dessa cultura transmitida pelos jesuítas, encontra-se no âmago da cultura clássica com o predomínio absoluto do latim, da escolástica, da gramática e da retórica, passada de geração à geração, sem enriquecer e nem enriquecer-se; pelas gerações de letrados, elementos que eram desprovidos de influências; afora no que diz respeito às atividades religiosas, o saber era apresentado como se fosse uma verdadeira “prenda”.

Para se compreender exatamente como funcionava todo esse mecanismo de “ensino”, devemos nos ater ao seguinte: Essa cultura caracterizava-se pelas condições objetivas, fazendo-se como peça principal o conjunto de traços que definiriam, por muitos e muitos períodos, o desamor pelo trabalho de uma maneira geral; o trabalho físico que era visto de forma equivalente à escravidão, aviltando-se assim, ao mesmo tempo que definia a atividade cultural como aquela voltada especificamente para a ociosidade; apresentando assim, em todo cenário colonial de uma maneira toda particular, a contradição entre o trabalho físico e o trabalho intelectual. Daí por surgir ostensivamente o caráter de classe da cultura colonial.

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Após tais constatações, a fase inicial dessa cultura foi reduzida, vivendo apenas nos círculos de uma determinada classe, distanciada da classe dominante daquela que surge e se desenvolve na classe dominada. A cultura da classe dominante, nesta fase inicial, constitui-se em patrimônio muito pobre! O modelo Metropolitano tem como característica, a rigor, de literatura portuguesa elaborada na colônia, entrando esta, quando muito, como objeto dessa mesma literatura. Era este o material de grande indigência . . .

A música e dança são parceiros na classe dominada. Estas estão particularmente ligadas às suas origens diretamente ao trabalho, que sobretudo, buscavam suavizar e fixar manifestações interessantes. Com o passar do tempo, vai surgindo, ao lado da música religiosa, que é mantida nas cerimônias de Igreja (pela elite), a música popular. Estas estão diretamente ligadas aos indígenas e aos elementos trazidos do Português e do Africano. Juntando-se à tudo isso, ou melhor, as manifestações de cantigas com batuques mais alguns instrumentos novos, como por exemplo, o de percussão, surgindo desde então, ritmos que ainda são as nossas riquezas musicais.

Apesar de muito influente a contribuição indígena à música e danças, certo mesmo fora a contribuição africana e portuguesa que ficaram de modo indelével ao nosso patrimônio cultural.

Por conseguinte, todo esse processo cultural existente na história brasileira, influenciou e o influencia fortemente toda uma geração de pessoas que comandavam e obedeciam. Tecendo a nossa cultura e atingindo nossa educação em seu sentido mais amplo e restrito.

Mas, o desenrolar desse processo cultural não pára por aí. Este irá sofrer influências outras que, irão abalar a estrutura cultural brasileira até os dias atuais.

Vejamos, por exemplo, o surgimento de uma camada de classe dos senhores e a classe dos escravos. Tal camada é denominada de pequena burguesia. O aparecimento desta classe, não foi apenas no período do Brasil colonial, era normal também, nos países e regiões em que as relações capitalistas chegavam tarde e as relações pré-capitalistas se prolongaram. A referida camada social intermediária, desempenha um papel muito significativo do ponto de vista político. Politicamente, irá responder através das reivindicações e postulações que irão formar o centro da ideologia burguesa em ascensão. E de outra maneira responde através de valores éticos que deram origem aos avanços da burguesia no Ocidente europeu. Essa mesma burguesia, ou melhor, pequena burguesia colonial, como era chamada, cresce por influência de lutas constantes e acaba por apresentar, interesse singular pelas

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coisas espirituais, tornando-se assim, autônoma. Nelas se recrutam ainda aqueles que consomem os produtos dos trabalhos intelectuais, aqueles que ficaram conhecidos como o público para as artes. Essas pessoas que fazem parte da pequena burguesia colonial encontram na atividade intelectual, ponto no contexto político como estético e ético, condições para ascensão social. Esta sociedade a que pertencem é muito mais complexa que aquela dos primeiros séculos. Nasce com isso o marco em tal época, distanciando socialmente a classe dominante da classe dominada. Concomitante à tudo isto, um novo elemento na terra cresce e tem importância essencial. Desenvolve-se a atividade do ouro de mina. Neste momento não mais a terra é objeto de interesse, e sim o ouro. Aqui, o título mais disputado não é o de propriedade do solo e sim, o de permissão para minerar. Como resposta ocorre um crescimento demográfico correspondente ao aumento do poder aquisitivo e acaba por surgir, em proporções relativamente amplas, o mercado interno. Enquanto que o latifúndio açucareiro procurava a auto-suficiência, e estava se aproximando, produzindo quase tudo o que seus habitantes necessitavam, a propriedade mineradora era absolutamente, a propriedade mineradora era absolutamente contrária à tudo isto. Pois, com sua alta rentabilidade, excluía entre aqueles que a ela se entregavam. Assim, a população mineira tinha de ser abastecida por outra região, dando início ao comércio interno. Todo esse acontecimento faz com que se transforme em mercadoria tudo aquilo que, antes era consumido no local, onde existia ou era produzido, passa a entrar na troca e deverá ser consumido em grande escala e também em regiões afastadas. A consequência desse processo de desenvolvimento é o surgimento do mercado e o comércio internos, surgindo e se ampliando também, rapidamente, a divisão do trabalho, aparecendo atividades de gêneros mais variados possíveis. Desenvolvendo assim, o aparelho do Estado, com suas milícias, órgãos de justiça, repartições fiscalizadoras e arrecadadoras, forças policiais e militares e a hierarquia religiosa. Então, atividades culturais novas foram ganhando espaço na colônia, desde as tradicionais, a do clero, como até outras inéditas, como por exemplo, as jurídicas e mesmo as administrativas, colocadas em nível de complexidade que antes não existia.

Há uma manifestação na estrutura social com apresentação de grandes contrastes. Como por exemplo, na área açucareira, a classe dominante, muito poderosa, absorve considerável poder público, que fora transferido e conferia à esfera privada. Ainda assim, se sabe, que a sociedade açucareira gerou um tipo muito marcante na classe dominadora, que era o Senhor do engenho.

Também, ocorreu um fato na colônia que, a população livre era em maior número que a escrava; e cresceu com muita riqueza, ocupando o espaço social extenso, e como consequência, a divisão do trabalho se multiplicou. E além disso, aquelas atividades relacionadas à cultura foram logo aparecendo e se expandindo com uma cobrança no empenho cultural, como antes não existia. A conhecida camada intermediária (pequena burguesia) vai ocupando cada vez mais espaço e possuindo elementos dotados de cultura; em sendo assim, possui condições para satisfazer suas necessidades, e com isso gera, pela primeira vez entre nós, um público voltado para aquelas atividades culturais que possui sentido mais utilitário.

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Chegamos enfim, ao denominado ensino pós-jesuítico: Como é sabido, os jesuítas possuíam o domínio e o esforço de toda uma estrutura de ensino. Com o advento da crise política que a Ordem atravessava, a colônia passa por uma grande transformação, alternando com isso, totalmente toda uma fase histórica.

Na fase da expulsão, os jesuítas possuíam na metrópole, 24 colégios e 17 casas, na colônia e ainda 36 missões e mais 17 colégios e seminários, mais os chamados escolas de ler, escrever e contar. Contudo, o ensino permanecia o mesmo. Os padres ainda comandavam, monopolizavam, e sem dúvida alguma, para a uniformidade intelectual; o teor do ensino, sempre dogmático, abstrato, porém sem nenhuma elasticidade para se ajustarem às novas necessidades; os métodos, sempre os mesmos, autoritários e conservadores, principalmente na rotina. Era um plano de estudos excessivamente retóricos e literários e que não incluía o ensino das ciências; não havia nem lugar para as línguas modernas; cultivando com isso, na própria elite, uma ignorância enorme.

É então, que surge a reforma pombalina, colocando por terra, e de uma vez só o ensino. Este por sua vez, ocorre com a expulsão dos jesuítas, mas não cria uma nova estrutura de ensino; limita-se apenas a algumas prescrições gerais. O que ocorre em seguida é a derrocada e a fragmentação do ensino e como agravante inevitável, a deficiência insanável na formação de mestres. “A educação então, passou dos colégios de Padres às aulas das escolas régias, com mestres de formação deficiente, ou nos próprios latifúndios, com os padres-mestres que, de capelães, passaram a professores. Tornou-se conhecida e ironizada, em uns e outros, e nos primeiros com destaque, a espessa ignorância das matérias que ensinavam e a ausência absoluta de senso pedagógico.”

Já na segunda metade do século XVII, a reforma Pombalina Francesa, porque carecera de méritos e cobrira de ineficiência o ensino. Neste mesmo século houve o ingresso do Estado, sua participação significativa na solução do problema; enquanto que a estrutura anterior era formada pelo monopólio jesuíta, a nova estrutura seria mista, fazendo parte um pouco da área privada, com outras ordens nela concorrendo, e também um pouco a área pública. Essa era a sua característica moderna, inovadora que terá desenvolvimento com o surgimento da reforma joanina, lá no início do século XIX. Antes que os jesuítas fossem expulsos, aparecera nas Minas Gerais, lá por volta de 1.750, o chamado Seminário de Mariana; uma instituição pioneira! No fim do século, fora criado o Seminário de Olinda, que começou a funcionar em 1.800. De todos esses centros de formação saíram os padres letrados, que se aproveitando da cultura européia, difundem todos os seus padrões na sociedade nova; esta já encontra-se complexa, ocupando áreas muito mais desenvolvidas, principalmente no litoral. É nas cidades que a cultura tem possibilidades de se expandir; nelas as atividades religiosas acabam ganhando brilho e solenidade, nelas os letrados são

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respeitados e aceitos, os profissionais liberais têm a sua vez, os serviços públicos possuem guarida e os outros funcionários civis e militares são a parte numerosa da população.

Está óbvio, que aquela cultura que vai fixar valores só terá acesso aquelas pessoas que fazem parte da classe dominante, ou aqueles que, não são nascidos delas mais, servem-na e dela recebem proteção. Existe mesmo, de fato, a continuação de antigas normas dos senhores feudais; a classe privilegiada quer que seus filhos tenham como profissão, exatamente como os senhores feudais, sejam padres e ou bacharel. Ser soldado, já não mais abrilhanta os olhos, e passa a ser segundo plano, como carreira para um filho.

“Meio século antes da autonomia, a classe dominante começa a formar a seus quadros. Somente a classe que possui posse e, em consequência lazeres, podia, ou melhor, tinha acesso à cultura. Esta se concentra e se realiza em obras de criação, fazendo-as, admirando-as e a utilizando-as.” Em um meio que a cultura havia pouco interesse; ou esse interesse era bastante limitado, o número de pessoas configuravam uma elite que logo, logo adquiriu a marca da cultura universalista e européia, e unilateralmente voltada para as letras, que eram conseguidas através de colégios jesuítas e naqueles missionários que os sucederam, bem como nas aulas e completada em Coimbra, pois a colônia não possuía ensino de nível superior; este só irá aparecer lá para o fim da terceira década do século XIX, com a verdadeira autonomia. E ainda, na velha universidade, a própria cultura obedecia aqueles padrões moldados pelos jesuítas, de maneira, que, mesmo depois da expulsão destes, continuaram-se a ofertar um tipo de conhecimento, desinteressado, engessado, ligados aos dogmas retóricos e vazios.

Na segunda metade do século XVIII, por isso mesmo, alcançaram algum destaque, mas, somente na área científica, alguns poucos, são eles: O Padre Bartolomeu Lorenço de Gusmão, o pioneiro com aerostato; José de Louzada e Almeida, geógrafo; e José Bonifácio de Andrada e Silva, que era minerologista. Alguns outros poucos brasileiros que alcançaram o diploma universitário; foram aqueles que as famílias mais abastardas se mantiveram na Europa para estudos, formaram a cultura humanística, absolutamente distanciada dos problemas das terras brasileiras e onde exerciam ou exerceriam suas atividades. Lá pela metade do século XVIII, é que a cultura brasileira irá se destacar, entretanto, no campo das artes e não do das letras. Em Minas Gerais, é que as artes plásticas conseguem, em particular fixar, pela primeira vez algo tipicamente nosso, brasileiro, fazendo com isso nascer o chamado estilo barroco brasileiro. Ainda em Minas Gerais, quando particularmente, a própria mineração estava declinando, em baixa, surgem a escultura, arquitetura religiosa e alguns nomes se fixarão como artistas de origem puramente popular, são eles: O grande mestre Valentim, entallhador e desenhista; e Antônio Francisco Lisboa, o aleijadinho, este grande artista plástico de grande mérito e inconfundível. E mais, um grupo de poetas que viveram juntos e também, participaram de muitos acontecimentos

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políticos, deram motivo à qualificação do conjunto chamado “Escola Mineira”. Estes tem como participação um documento político conhecido como: as cartas Chilenas; seu nome é: Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, um dos livros de poesia mais consagrado e lido em Língua Portuguesa, assim como Os Lusíadas.

É preciso lembrar a enorme distância que divide os poetas recrutados na camada intermediária e os excelentes e extraordinários artistas que surgiram de origens escravas, e os humildes artesãos que trabalhavam para os padres. São nessas obras que reside o traço nacional brasileiro. Daqui, que se inicia a autêntica e específica cultura; tudo aquilo que ao longo de muitos anos, virá a ser nacional, e que só ainda não o é devido a inexistência da nação.

A sociedade brasileira apresentara uma estrutura muito diferente daquela que começou na vida colonial; quando o desenvolvimento das relações capitalistas ocorridas no ocidente da Europa, trouxe efeitos da guerra nas campanhas napoleônicas.

Após todos esses marcos, ainda é de grande poder a classe conhecida como dominante, formada pelos senhores donos de terras e que continuam a explorar o trabalho dos servos e escravos. Porém, entre todos esses elementos, se constituíra a classe dos burgueses intermediário. Contudo, tal classe ganhara a cultura que começa a se desenvolver. Tal classe, encontra-se os funcionários, religiosos e os letrados, todos que de alguma forma, necessitam de algum conhecimento.

Vimos que de algum modo com o passar dos tempos, tivemos uma sociedade em que a cultura, seja como forma do conhecimento ou como ornamentação, não importa, começa a despertar interesses em vários tipos de classes. Mais fortemente encontra lugar na chamada camada intermediária, que era conhecida como a Burguesia. Nem que fosse como motivo de ostentação.

Em todas as cidades já se acompanhavam os desenvolvimentos comerciais. E como distinção de classes, a instituição começa a expandir-se de forma utilitária, fazendo com isso, surgir o crescimento de pessoas cada vez mais interessadas que a procuram e também, querem comandá-la.

O desenvolvimento da cultura conhecida “das letras”, fora gradual, porém, rápido. Até mesmo porque, o traço de não surgir do trabalho físico, de ser antagônico a ele e também de ser próprio dos homens livres atraía ainda mais.

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Dois são as aspectos que se destacam, no impulso dado à cultura: as atividades ligadas ao conhecimento do país, particularmente pelo levantamento das variedades de plantas e animais, e também, o incentivo dado às expedições científicas. E o grande crescimento na procura das atividades ligadas ao provimento de modelos europeus e ao recrutamento de alguns discípulos, onde tiveram suas manifestações concretas nas fundações de escolas de artes e de músicas e grande número de contratação de mestres estrangeiros. Já lá pelo século XIX, esses dos aspectos citados anteriormente, cujo o mérito não pode ser posto em dúvida, marcam a transplantação que, somada à alienação, necessariamente, persiste como decorrência das condições objetivas tão reinantes.

Ainda no contexto cultural, os que foram mais importantes, mesmo que um pouco tímida foi a abertura da fundação da imprensa, em 1808, lançando seu primeiro jornal impresso; seus primeiros livros, surgindo com isso, a primeira biblioteca destinada ao público; nascendo também, os primeiros cursos superiores, principalmente aqueles destinados à formação de quadros militares. Foi então, que tais cursos estavam voltados para as exigências imediatas e práticas da época; rompendo com todo o sentido escolástico e literário da época colonial. Contudo, tais imediatismos e praticismos surgiram apenas para substituí-los. O processo político existente abalava toda uma estrutura social. E aos poucos a autonomia era colocada em “cena”. O papel de destaque era destinado à “classe culta” que emprestava expressão política aos interesses da classe dominadora senhorial, que ficavam à frente com os domínios dos acontecimentos. No Brasil no início do século XIX, sua estrutura social era aquela em que a camada conhecida como intermediária (a então classe média), eram os intelectuais recrutados que deveriam ainda, depender da classe dominante, cujos os padrões teriam que aceitar e consagrá-los. Ao lado de todos esses acontecimentos, o próprio trabalho vai degredando socialmente e só pode ser entendido como trabalho físico, aquele pertencente aos escravos ou cervos, principalmente aos escravos. Houve um forte incentivo ao tráfico negreiro com a mineração, aumentando a quantidade de africanos aqui introduzidos. Além do marco de classe, aparece o rótulo da cor, confundindo ainda mais e apesar de tudo o problema. Com a degradação do trabalho, o ócio vai ganhando espaço e se encarece, constituindo com isso, um outro inconfundível traço de classe. Por fim, na colônia (Brasil), a atividade intelectual, acaba por chegar muito tarde, apresentando-se para camada intermediária como via de acesso social, e a cultura é somente apreciada nesse sentido, alimentada só para ser ostentada, exteriorizada, não para o próprio prover ou pela própria utilidade em si. Havia uma cultura toda voltada para a obtenção de títulos e ao para o saber. O diploma funcionava como título de enobrecimento. Tal cultura, seria consequentemente, “literária e abstrata”, transmitida “por métodos sobre a leitura, com comentários e as especulações”, com fim, para “formar pregadores letrados e eruditos” que, com os títulos, aspiravam as profissões conhecidas como liberais e aos empregos públicos.

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A cultura guardava, pois, seu estilo aristocrático de que, aliás, ainda não se libertara. E boa parte, dos elementos dotados de intelectualidade, estavam vinculados à classe proprietária, e seriam apenas seus intérpretes.

Alguns elementos, como os letrados, religiosos e leigos, dividem-se entre as duras exigências práticas nascidas dos interesses da classe dominadora, de senhores, servos e escravos e as então fascinantes influências teóricas que provém do pensamento europeu.

A realidade brasileira, realmente repousava no violento contraste entre a “minoria de letrados e eruditos” e a esmagadora massa de analfabetos. Realmente, o Brasil no terreno da ciência, continuava a ser apenas objeto, no século XIX, com as expedições estrangeiras que aqui estiveram pesquisando e ainda se multiplicaram na segunda metade do século XX.

A primeira tentativa de sistematização do ensino, ocorreu em 1834 e fora frustrada.

Por volta de 1842, aproximadamente, os jesuítas voltavam para o Brasil usando no ensino a mesma pertinácia e fundando vários colégios. E em alguns colégios nas províncias e na capital foram formados por educadores leigos e até ganharam renome. Por fim, depois da fundação dos cursos jurídicos, surgiu o Colégio Pedro II; com seu curso de sete anos e sem grande programa que demonstrava a tendência ao ensino universalista e enciclopédico, traço dominante no nível médio entre nós.

O crescimento do capitalismo, cria estímulos de uma determinada maneira, somente no início. Porque depois, apresenta deformações e cria servidões, no domínio cultural. Assim, neste período, antes mesmo da revolução socialista, os países chamados de desenvolvidos, há muito que haviam feito o extermínio do analfabetismo; isso se transformaria em necessidade, em exigência natural, completamente normal para eles. No Brasil, o analfabetismo era em massa, sendo este país relegado ao chamado mundo subdesenvolvido. Brasil, país subdesenvolvido porque também, com a revolução de 1930, o marco principal da etapa histórica inicia-se no referido país. Com isso, há aceleração do desenvolvimento do capital num crescimento quantitativo e qualitativo da conhecida burguesia e do proletariado. No campo, tais relações desenvolvem-se muito lentamente e desigualmente. E as disparidades entre as áreas rurais e urbanas tem um crescente acelerado e como tal, reflete no desenvolvimento entre as regiões do país. O que acabava acontecendo, era que uma regiões que se desenvolviam se operavam em prejuízo das de outras. Fora um marco interno o grande impulso às indústrias que não pararam de crescer. O poder

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aquisitivo com respostas a tudo isso, também desenvolveu-se de maneira geral acompanhando assim, o crescimento demográfico; trazendo para si a economia de mercado.

O tempo vai passando e já não mais se discutem questões tarifárias, o contraditório protecionistas e livre-cambistas perdem a razão de ser; começa-se a olhar para uma outra questão, que era o da remessa de lucros, compreendendo que capital estrangeiro é aquele que é pago em moeda do país de origem e exige, consequentemente, a exportação de seus lucros.

Cada vez mais acelerado, o desenvolvimento das relações de produção capitalistas, produzem mais exigências culturais, em quantidade e qualidade.

O Brasil, por volta de 1930 a 1945, fora invadido por uma grande febre política e uma intensa luta por um idealismo. Com isso, nasceram as chamadas medidas de exceção, que acabaram, em 1937, com o surgimento do Estado Novo; neste, há um grande reflexo que ocorre, também no mundo todo, como por exemplo, com o crescimento fascista, que já era, anterior, em Portugal e na Itália; isso, sem falar na nazista, em 1933, na Alemanha; para não se falar no militarismo japonês. Então, fora um momento em que os intelectuais foram chamados a assumir posições políticas e a receber tudo que vinha dessa participação revelada e imposta.

A evolução do capitalismo e as deformações dessa evolução, não ficam apenas no plano da instrução e sim, em adquirir os instrumentos de cultura e na redução do analfabetismo. Sendo assim, entendemos que houve a preocupação de elevar a massa de alfabetizados, e a recrutar a porcentagem daqueles indivíduos que estão destinados ao trabalho intelectual.

Ao Estado coube levar ao ensino inicial, primário, de primeiro grau, exercer o esforço de admiráveis dimensões, muito embora limitado no espaço. E entregou ao ensino médio ou secundário, quase que totalmente à iniciativa privada, comercializando-o, e assim, estabeleceu alguns critérios de classes, para selecionar os indivíduos capazes de passar além dos primeiros conhecimentos. Logo, comprovado pela estatística da época, aconteceu a deteriorização do ensino médio que, concomitante a esse houve a comprovação do baixo nível dos candidatos ao ensino superior, que se encaminhavam aos concursos anuais de admissão. Fora tardio o nascimento da Universidade aqui no Brasil. Logo no seu início, já apresentara nítidos sintomas de crise.

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Sentiu-se, no Brasil uma necessidade de juntar alguns tipos de faculdades, para que as mesmas se tornassem em Universidade. Percebendo-se que, isoladas, tais faculdades pareciam inferiores. A referida criação, dependia apenas de decisão administrativa e, portanto, não apresentava dificuldade. Mas, também não havia condições de se esconder seu sentido inócuo. Fora dada continuação e incentivo às atividades profissionais antigas, como por exemplo, médicos, advogados, farmacêuticos e dentistas. E em meio a tudo isso, a sociedade crescia complexa, criando novas expectativas e exigências universitárias. Contudo, esse tipo de ensino, entre nós, sempre oscilou, devido às mudanças obrigatórias e rápidas; e também pela fase conturbada por que passou.

É sabido que, a transmissão da cultura se realizar através dos modos sistemáticos e dos modos assistemáticos; o modo sistemático mais usado é a forma de educação conhecida como ensino. É do que iremos tratar.

Vários são os problemas de ensino: um dos aspectos mais comuns no tipo de país como o nosso é o da alfabetização; a etapa inicial da cultura sistemática é por excelência a mais complexa e árdua de se executar. Logo após, vem as dificuldades com a etapa final do ensino, as universidades. Isto é, problema que se desfalca em relação aos privilégios, em que se constituía o ensino superior, alcançado por uma íntima parte dos jovens. Outra característica curiosa, é de que pertenciam à camada da pequena burguesia os privilegiados. Mas, devemos considerar e observarmos a grande importância da pequena burguesia em todo nosso processo histórico.

Há muito, que em países como o Brasil, a classe conhecida como média, teve e ainda tem, participação relevante nos grandes movimentos de avanço. A pequena burguesia, como por exemplo, estudantes de destaques, não tendo um importante papel nas mudanças históricas.

Em última análise, foram aniquiladas às universidades que inclusive, constavam da época medieval, literalmente falando, baseando-se em princípios decorrentes da revolução burguesa e consagradas no direito consuetudinário ou escrito. Nisso tudo, naturalmente, vai acontecendo a procura pelas soluções dos problemas, de maneira imediatista, conquistam rápidas mudanças e obviamente, se tem como respostas o uso de métodos totalmente desesperadores. Como por exemplo: a luta armada, ainda aceita nos limites do anarquismo.

Todo aquele processo revolucionário dos estudantes universitários, é nada menos que um aspecto sistemático e setorial.

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Há uma visão equivocada de que, Revolução é tarefa apenas para as pessoas cultas. E não há ligação alguma no pensamento antigo que reza: “Sem teoria revolucionária, não há revolução”.

Não podemos negar que encontramos inserida em nosso processo histórico cultural, toda uma dialética que se faz presente no capitalismo. Temos em parte, a necessidade de fazer avançar o aprendizado; já a outra parte, tem a incumbência de manter o monopólio cultural. Surgindo com isso, uma educação limitada e adulterada pela total deformação de conceitos, de categorias ligadas à cultura e o rebaixamento do nível da classe dos professores e alunos.

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CAPÍTULO

II

A ÉTICA, SUAS DEFINIÇÕES E SUA IMPORTÂNCIA NAS ESCOLAS

A definição etimológica da palavra ética é: “Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo obsoleto”.

Ainda dentro do conceito de ética, para que possamos demonstrá-lo de maneira concisa, afirmamos que: “ética deriva do grego ethos, que quer dizer, caráter, modo de agir e evidentemente de ser de uma pessoa. A ética é um conjunto de vários morais e de princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. “A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social. Possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social”.

“A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da filosofia, a ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos”.

“Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. É a chamada, bioética.

Segundo o autor Morais Cláudio Acquaviva, a definição de ética é a seguinte: “O termo ética é de origem grega, de êthos, que quer dizer comportamento, inicialmente, o local da morada, habitação, passando, depois, a significar a atitude do homem perante a sociedade, seus valores espirituais em relação ao mundo. Então, a partir de Aristóteles (384 – 322 a.C.), o termo denomina o caráter de cada pessoa, seu modo de ser derivado da vida social. Embora há muito tempo filósofos e moralistas também buscando transplantar, para a prática, os preceitos da ética, apenas alguns anos sentiu-se a necessidade de estruturar a matéria sob o nome Deontologia (do

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grego deontos = dever e logos = estudo), ou seja, ciência dos deveres do homem em geral, cidadão ou profissional”.

Pois bem, pelo que se pode entender, não há uma definição permanente mediante o conceito de ética. Esta, passa por várias transformações na linha do tempo.

Há uma grande necessidade humana, em colocar na sua vida social, regras que possam servir de conduta e orientação para o seu próprio convívio em sociedade.

Não existe vida em grupo sem regras definidas; para que o homem não tenha que submeter-se e nem submeter outrem, a seus próprios intempérie. Há que haver um mínimo de ética, sem a qual, tudo se desagrega. São básicos três requisitos na esfera da ética e que se faz necessário para a preservação do grupo social:

1 – Exigência de uma autoridade capaz de gerar disciplina.

2 – Normas seguidas por toda a sociedade.

3 – Dentro dos princípios fundamentais da lei moral, cada qual terá autonomia da vontade, seguindo uma escala de valores.

Em suma, a ética serve para mostrar ao homem, seus erros e acertos; formar o homem para atingir seus princípios básicos, aos quais deve torná-los como comportamentais, onde quer que se esteja. Entendendo também, que a ética muda com o passar dos tempos; cada época possui seus valores e princípios; com isso, a ética depende de cada sistema moral e filosófico e suas variantes.

Deve ser considerada a ética, como um filosofia moral e dignificante.

Com o passar dos tempos, historicamente, verifica-se a preocupação da escola, com a formação moral do aluno. No passado, acreditavam alguns que, a formação moral não era dever da escola. Outros já acreditavam e afirmavam que a escola teria como finalidade, passar conhecimentos acumulados de nossos antepassados. Mesmo assim, chegamos ao consenso de que, cabe sim à escola empenhar-se na formação moral de seus alunos.

O poder da escola em formar moralmente seus alunos é bastante limitado hoje. Porém, aquela não poderá eximir-se de suas obrigações. Mostrando-se através

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de livros didáticos, professores, formas de avaliação e comportamento dos próprios alunos e principalmente pela organização institucional. Por isso, há uma proposta de inclusão do tema Ética nos programas oficiais educacionais. Será preciso desenvolver programas e com questões objetivas e reflexivas como um todo, para que não haja formulações inequívocas por parte do professor, tratando a questão cada qual a seu modo.

Devemos ficar atentos e compreendermos que, para certas pessoas, os hábitos de algumas condutas irão validá-los. Então, se fez necessário algumas considerações a respeito do entendimento de certos processos psicológicos atuantes nas regras morais; como, por exemplo, racionalidade e a moralidade.

Entendemos então, que a escola tem por obrigação e dever, apresentar um ensino por excelência na sua qualidade, necessários à uma bela formação moral de seus alunos. Caso contrário, esses alunos terão como vivência, gosto amargo da frustração.

Racionalizar é também muito importante no processo de assimilação da regras morais. Através da razão, podemos debater e discutir ideias que justifiquem tais valores morais.

Analisaremos aqui, o fator mentira, que muito pouco encaramos de fato. É unânime, o pensamento de que a mentira, trata-se de uma certa limitação de verdade, sendo assim, mentir significa neste sentido, não trair a verdade. Quando de fato não é este o seu significado. Mentir significa muito mais que isso tudo; é não revelar a verdade a quem tem total direito de conhecê-la. Por tanto, deve a escola ser um lugar que, através do diálogo e troca de ideias os valores morais são repensados, pesados e valorizados.

Concluindo, o objetivo da escola é capacitar o aluno a pensar, refletir sobre sua conduta e a dos outros também. Sendo necessário possuirmos e analisarmos critérios, valores e ainda, estabelecer relações hierárquicas entre tais valores para que a mesma possa dar rumo às ações em sociedade. Certas situações conflitantes mostram claramente essa necessidade.

Todos nós sabemos, escolas de melhor qualidade, mundo melhor!

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Escola de boa qualidade, saberá focalizar e centralizar as relações sociais vividas pelos próprios alunos. Devemos ter um grande cuidado, isto é, zelar pela qualidade das relações internas da escola; trabalhando com muita cooperação e dedicação.

Na verdade, o objetivo da escola não é somente transmitir conhecimentos; mas, também, de desenvolver nos alunos um olhar crítico, de reflexão e até de resolução dos problemas.

É importante que as escolas levem para as comunidades à sua volta questões de interesse social e até da própria escola. Principalmente questões de cunho ético e moral a serem discutidos entre elas. E que, escolas e sociedade, possam juntas exercer a ética. É bom lembrar que, tais relações devem se manter através de respeito mútuo e da troca de experiências.

A ética alcança a todos que convivem nas escolas e a cercam. E neste sentido há a presença da transversalidade, que por conta da moral, encontra-se em todas as experiências humanas.

Compreendendo a ética como uma constante, o aluno saberá respeitar as diferenças e com isto, conviverá melhor em grupo.

Princípios e valores tais como, saber ouvir o outro, cooperar, criticar de maneira constitutiva, valorizar uma atitude reconhecida com boa; saber calar-se quando outrem se manifesta; não fazer das mentiras e colocar os problemas de frente e tentando solucioná-los; pedir desculpas e realmente ter a consciência de seus erros consertando-os quanto possível; dialogar sempre, manter-se receptível a sugestões e críticas, tomar decisões coletivas, ser dentro e fora das escolas solidário e consciente das necessidades do mundo que o cerca.

Se na ética encontramos princípios e valores, conceituados como bons, e os são; a ausência desses valores e princípios, fatalmente irão infringir normas e regras de condutas, dificultando o convívio social.

Então, no dizer do professor Alírio Gomes, coordenador de ensino médio do La Salle Abel: “A maior dificuldade e fazer a sociedade entender a questão do imediatismo. Nosso grande desafio, talvez, não seja nem trabalhar o aluno e sim os pais, mostrar para eles que o importante não é o resultado imediato, mas sim a longo

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prazo. A nota não avalia a qualidade de rendimento, muito pelo contrário, Albert Einsten tirou zero em matemática e era o gênio em física. O que vai construir a sociedade do futuro não é só o conteúdo e sim educação, moral e ética. Aqueles jovens que atearam fogo em índio em Brasília, tinham nível superior, eram filhos de juízes e promotores. Os que bateram em moça, achando que ela era prostituta, tinham escolaridade. Na verdade, essas pessoas não tiveram formação, mas sim instrução. A nossa pretensão é formar pessoas, e certamente, pessoas bem formadas têm sucesso”.

“A formação de qualquer cidadão, deve começar desde os seus primeiros anos de vida. Nesta fase todas as habilidades trabalhadas com a criança, estimuladas, possui um resultado muito duradouro e decisivo em suas vidas. De acordo com alguns especialistas, estimular a criança desde cedo, desenvolver a capacidade motora, a afetiva, de relacionar-se em sociedade em muito facilita o processo de aprendizagem; além de muitos benefícios mais.

A ética deve começar a ser estimulada desde cedo, para que possa formar verdadeiramente um cidadão. Já dizia Albert Einsten: “Mas vale um homem de valor, do que um homem de sucesso”.

É preciso que educadores e dirigentes da educação como um todo, tenham em mente e coloquem em prática nas escolas, o estímulo do estudo da ética, posto que, só através desta, valores e princípios humanistas, estarão em foca e contribuindo e muito com o processo educacional de boa qualidade; pois é do que todos nós precisamos.

O professor de sociologia e história do ensino médio do La Salle Abel, Paulo Márcio Sias, afirma que: “A sociedade tende a lidar com o imediatismo. O raciocínio central é “eu quero que meu filho tire dez, pois se ele tira dez, é um bom aluno”. Mas, na verdade, isso é um grande engano, pois ele apenas está tirando uma nota e não uma qualidade. Se ele não tiver outros recursos pessoais e humanos, não conseguirá fazer nada com esse dez”. Podemos concluir que, o que está em voga nas escolas é a informação. Esta, em abundância; enquanto que a formação, encontra-se perdida nos pátios e salas de aulas.

A falta de ética nas escolas atuais, nos leva a toda uma gama de fatores preocupantes. A inversão de valores e de princípios na formação é uma delas. Por exemplo, aquele cidadão que em tudo ou em todas as oportunidades consegue vislumbrar possíveis “vantagens”; há uma ideias de que, levando vantagens (trapaceando) o indivíduo possui êxito na vida. Estes conceitos tortuosos e arraigados em nossa sociedade, é dever de todos nós enquanto pais e educadores mudá-los. Em

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uma educação de qualidade, onde a formação humana vem em primeiro lugar, não terá espaço tão maus hábitos e pensamentos.

A ausência de valores, como a ética nas escolas atuais, tem como resposta a violência no ambiente escolar que, preocupa cada vez mais os educadores.

Especialistas acreditam que, sem suporte da proposta pedagógica, não há como cultivar a paz nas escolas. Preconceitos também, são uma constante nas escolas atuais. Esse também é um dos reflexos da ausência da ética em nosso sistema de ensino.

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CAPÍTULO

III

OS VALORES ÉTICOS E MORAIS E SUA IMPORTÂNCIA

Neste capítulo teço considerações à respeito de pessoas renomadas no mundo da educação e que com certeza contribuem para uma valoração da ética em nosso sistema de ensino.

Para o professor Teuler Reis, autor do livro Educação e Cidadania: A batalha de uma educação comprometida. “O caminho é o ensino que abra espaço maior para os valores e a ética”. Ele acredita que, com os valores éticos e morais trabalhados, o cotidiano escolar terá grande melhora. É fundamental uma formação que desenvolva nos estudantes o respeito e a compreensão da diversidade. “Banalizamos a educação. O educar para a vida perdeu o lugar de destaque nas famílias e nas escolas. Poucas são as escolas que estão comprometidas com a formação para a cidadania e valores humanos. Esse é o foco da educação atual. Enquanto isso, as crianças se veem carentes de uma formação humana capaz de conter seus impulsos e de simbolizar a dor da vida. Podemos sim, trabalhar casos de humilhações e agressões dentro da escola. Basta começar a levar a sério as propostas adotadas nos parâmetros curriculares nacionais. No livro A batalha de uma educação comprometida, aponto as falhas da escola no processo de formação humana. O texto dos PCN’s diz claramente que as disciplinas devem funcionar como ferramentas para se atingir a cidadania. Estamos muito longe dessa realidade. A escola deveria começar desde cedo a trabalhar as virtudes, os valores. Se assim agissem, teríamos uma sociedade mais justa, menos violenta.

“A matemática, o português, a história, são apenas ferramentas para se atingir a cidadania. Precisamos inverter essa ordem. Quando a escola voltar seu olhar para os valores humanos, para a ética, para a cidadania, estamos de fato criando adultos dignos, homens de valor”.

“A sociedade tirou da escola a credibilidade antes presente. Caminhamos, caso não haja mudanças, para um caos no processo educacional. O aluno já olha o

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professor com um atestado de fracasso. Não que ele tenha consciência disso, mas ele aprende cedo na sociedade, que vida de professor não é fácil. Sendo assim, os pais se omitem na educação dos filhos, na formação de valores e virtudes e para piorar não deixam a escola fazer seu papel. É triste, mas muitos alunos veem os professores como inimigos, e como não tem limites em casa fazem o mesmo na escola. Visto por outro ângulo, a escola não deixa claro para os alunos suas regras, seus limites. Isso banaliza toda referência possível para o aluno”.

“Sou defensor de uma educação voltada para ética, para os valores humanos. A matemática, o português, a história, são apenas instrumentos para se atingir a cidadania. Precisamos de devolver às nossas crianças o sentido da vida, dos valores humanos. A paz será uma consequência dos nossos atos”.

“Somente algumas escolas valorizam a ética e a formação humana. Mas, mudanças vem acontecendo ainda muito tímidas. Às vezes, visito escolas com propostas humanas dignas de premiação. Porém, no dia a dia, a coisa humana diferente. Algumas vezes são os próprios professores que queimam a proposta”. O mau exemplo coloca por terra o esforço de vários.

“Com a ética presente nas escolas e na formação das nossas crianças, haverá uma formação cultural de tolerância entre elas. A tolerância, como qualquer outra virtude, prudência, justiça, solidariedade, e todos outros são aprendidos”. O professor Teuler Reis explica que, se a criança não tiver a oportunidade de aprender, de não encontrar um adulto preparado que toque seu coração e mostre o valor de ser virtuoso, ela não vai aprender. “A virtude nossos mestres e pais. Poucos sabem, a palavra virtude vem de virtus, significa excelência. Se queremos ser excelentes devemos buscar as virtudes, devemos investir nisso”.

Por fim, para o professor Teuler Reis, a prioridade para uma educação de qualidade no Brasil, é a formação para cidadania. Sem cidadania não há ética, não há formação alguma; o respeito às diferenças é o mesmo que se guia pelos direitos e deveres, que todos nós temos uns com os outros.

Dando continuidade ao estudo da ética e sua ausência nas escolas, não podíamos deixar de mencionar e registrar, os comentários de um dos maiores pensadores atuais, o professor José Carlos Libâneo:

“... A associação entre ciência e técnica, acabavam por propiciar mudanças drásticas nos processos de produção e transformações, nas condições de vida e de trabalho em todos os setores da atividade humana. Essas mudanças mexem diretamente com a

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escola. Mudanças na produção afetam a organização do trabalho e o perfil do trabalhador. Com as transformações técnicas (informatização, sistemas de comunicação, maior automação), modificam-se as profissões, reduz-se o trabalho manual, aumenta=se a necessidade de trabalhadores com mais conhecimento e melhor preparo técnico; um trabalhador com mais cultura, mais polivalente, mais flexível. É evidente que tudo isso implica em valorização à educação geral, propicia novas habilidades cognitivas e competências sociais e pessoais. É esse tipo de escola que o capitalismo está precisando, uma escola com objetivos mais compatíveis com os interesses do mercado. No meu entender, os trabalhadores também precisam de novas bases para o ensino, inclusive levando em conta essas mudanças de que estou falando, mas, de um ensino orientado por uma pedagogia da emancipação. Eu penso que os educadores de esquerda, os educadores socialistas, precisam investir nisso que estou chamando de uma pedagogia emancipadora, que leve em conta as transformações do mundo contemporâneo. Mesmo porque eles não são apenas econômicos, eles são também culturais, éticos e filosóficos. Por exemplo, qualquer professor mais atento às coisas, sabe que os avanços na informática e nos meios de comunicação mexem direto com o seu trabalho; os próprios alunos levam o seu cotidiano às ruas, a cidade, a televisão do publico para a classe. A vida contemporânea afeta as praticas de convivência humana, as pessoas estão mais isoladas e mais egoístas; há muito mais violência, as crianças estão mais impacientes e mais dispersivas na sala de aula. Outra coisa, hoje estamos cercados de informações via meio de comunicação, por causa dela, compramos certas coisas e não outras; ligamos determinados programas de televisão, compramos certas roupas, apoiamos o candidato que tem mensagem mais convincentes, sejam elas verdadeiras ou não. Ela desperta nas pessoas necessidades e desejos que muitas vezes nem podem ser satisfeitos e isso pode gerar revolta, frustração. Estou dizendo essas coisas para insistir nessa ideia que a informação é uma força poderosa que nos domina; especialmente a grande maioria das pessoas que está afastada do conhecimento. Porque informação e conhecimento não são a mesma coisa. O conhecimento é que possibilidade liberdade intelectual e política para as pessoas darem significação à informação, isto é, julgá-la eticamente e tomar decisões mais livres e mais acertadas. Outra coisa importante é que a globalização e as transformações técnico-científicas, forçam os países mais pobres ou menos ricos adequarem-se às suas políticas econômica e educacional de saúde etc.”

Diante do exposto, podemos constatar o seguinte: sem ética e moral como base de formação, ficamos todos muito vulneráveis às circunstâncias da própria vida. Sem ética, os conflitos naturais existentes em sociedade, são bem mais difíceis de serem solucionados. Até a globalização é importante porém, como tudo deve ser dosado e antes possuir bases sólidas para que se possa fazer bom uso das coisas. E para tal, devemos ter qualidade na nossa formação e possuir ética.

O professor Libâneo, comenta que devemos valorizar a escola, acreditar nas propostas pedagógicas e políticas também. Libâneo diz que propõe alguns objetivos

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para as escolas atuais e os nomeia por sequência, porém, eles formam uma unidade, são eles:

Primeiro: “preparar os alunos para o processo produtivo e para a vida numa sociedade técnico-científica-informacional. Significa preparar para o trabalho e também para as formas alternativas do trabalho. Para isso, é preciso investir na formação geral, isto é, no domínio de instrumentos básicos da cultura e da ciência e das competências tecnológicas e habilidades técnicas requeridas pelos novos processos sociais e cognitivos. Na prática, refiro-me a conteúdos (conhecimentos, conceitos, habilidades, valores e atitudes) que propiciem uma visão de conjunto das coisas, capacidade de tomar decisões, de fazer análises globalizantes, de interpretar informações e de trabalhar em equipes interdisciplinares etc.”

Segundo: “proponho o objetivo de proporcionar meios de desenvolvimento de capacidade cognitivas e cooperativas, isto é, ajudar os alunos nas competências do pensar autônomo, crítico e criativo”.

Terceiro: “formar para a cidadania crítica e participativa. As escolas precisam criar espaço de participação dos alunos dentro e fora da sala de aula em que exercitem a cidadania crítica”.

Quarto: “formação ética: é urgente que os diretores, coordenadores e professores entendam que a educação moral é uma necessidade permanente da escola atual. Não estou pregando o moralismo, a doutrinação. Estou falando de uma prática de gestão, de um projeto pedagógico, de um planejamento curricular, que programe o ensino do pensar sobre valores. Minha proposta é a formulação intencional, coletiva, de estratégias dirigidas ao ensino das competências do pensar no âmbito da educação moral, da tomada de decisões. Penso que um bom começo, seria retomar nas escolas uma prática muito comum: orientadores educacionais trabalham com grupos de dez\quinze alunos nas chamadas “sessões de orientação em grupo” onde se debatiam questões morais; relacionamento com os colegas, sexo e namoro, justiça, honestidade etc. É importante que eu diga que competências éticas, de valor, decidir, agir, tem a ver radicalmente com a prática. Você aprende a ser justo não apenas ouvindo alguém dizer o que é justiça, mas praticando justiça no cotidiano, em cada momento e lugar. Por isso é fundamental o projeto pedagógico porque ele expressa as intenções da direção e dos professores, quer dizer, os propósitos educativos da equipe em relação aos objetivos comuns, a organização da escola, a disciplina e também aos objetivos e práticas no campo ético: a solidariedade, o respeito às diferenças, a diversidade cultural, a justiça, a honestidade, a preservação ambiental, a paz, a busca da qualidade de vida. Tudo isso são algumas pistas muito simples, mas que na minha opinião são pontos mínimos de um programa assertivo de caráter democrático. Em resumo, eu proponho investir na capacitação efetiva para empregos reais e na formação do sujeito político socialmente responsável.

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CONCLUSÃO

Do que ficou constatado, deduz-se que o problema da falta de ética na maior parte das escolas do país, está impreterivelmente ligado a uma política educacional na qual baseia-se em uma política social. Já dizia Paulo Freire: “Todo ato educacional é um ato político que incide intencionalidade”.

Devemos ficar atentos às mudanças sociais, levando-as em consideração no convívio escolar e possuirmos um olhar crítico para construção de bases sólidas, com a utilização de valores sadios, tais como: a solidariedade, o bom caráter, o respeito às individualidades, respeito às diferenças, trocas de experiências, o diálogo, trabalho em equipe e por fim reflexões. Tudo isso, pode deixar de pertencer ao campo do abstrato e ou utopia, passando para o mundo real, através de exaustivos e intensos trabalhos sociais. Basta que todos nós, professores e educadores, alunos e pais querermos.

Somente através de uma educação sólida e estruturada, que o país fluirá.

O mundo clama por mudanças de cunho humanísticas sérias, sob pena de sucumbirmos.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PRADO JUNIOR, Caio. Formação Histórica do Brasil. São Paulo: Editora

Brasiliense, 1970.

LUGARINHO, Lliete. Aspecto do Desenvolvimento Brasileiro. Rio de Janeiro:

Editora Central da Universidade Gama Filho, 1989.

“A escola está repleta de atitudes preconceituosas”. Jornal Folha Dirigida,

Caderno de Educação. Rio de Janeiro: 09 abr 2012, 08 p.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A influência da história do Brasil na nossa educação 09

CAPÍTULO II

A ética, suas definições e sua importância nas escolas 25

CAPÍTULO III

Os valores éticos e morais e sua importância 31

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO