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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA SÍNDROME DE DOWN NO ESPAÇO ESCOLAR: VENCENDO DESAFIOS Por: Marieta Ramos Orientadora Profª Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

SÍNDROME DE DOWN NO ESPAÇO ESCOLAR:

VENCENDO DESAFIOS

Por: Marieta Ramos

Orientadora

Profª Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

SÍNDROME DE DOWN NO ESPAÇO ESCOLAR:

VENCENDO DESAFIOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada, como requisito parcial para obtenção do

grau de Especialista em Educação Inclusiva.

Por: Marieta Ramos

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me guiar e proteger em todos

os momentos de minha vida;

A Professora Mary Sue Carvalho Pereira

pela orientação dispensada;

À Faculdade Integrada A Vez do Mestre –

Universidade Cândido Mendes e

A Coordenação do Curso de Educação

Inclusiva, pela busca por constante

valorização da profissão.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao filho, meu amigo,

meu companheiro. Meu maior tesouro!

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RESUMO

Este estudo aborda a Síndrome de Down no espaço escolar e tem

como objetivo identificar mecanismos de inclusão aos portadores de Síndrome

de Down no contexto escolar. O ensino especial é regulamentado por lei, mas

nem todos os Estados e Municípios brasileiros contam com todos os tipos de

atendimentos que ele pode oferecer. A pessoa com Síndrome de Down, para

desenvolver todo seu potencial, necessita de um trabalho de estimulação

desde o seu nascimento. Ela faz parte do universo da diversidade humana e

tem muito a contribuir com sua forma de ser e sentir para o desenvolvimento de

uma sociedade inclusiva. A pesquisa utilizará como metodologia a pesquisa

bibliográfica. O levantamento de dados será realizado através de pesquisas em

livros, artigos e publicações eletrônicas referentes ao assunto abordado.

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METODOLOGIA

O presente estudo utilizará como metodologia a pesquisa bibliográfica.

O levantamento de dados será realizado através de pesquisas em livros,

artigos e publicações eletrônicas referentes ao assunto abordado.

A monografia será dividida em 03 (três) capítulos, onde serão

abordadas questões sobre a Síndrome de Down no espaço escolar. São eles:

- Capítulo I. Síndrome de Down, seu conceito, características, história e

tratamento;

- Capítulo II. A importância do ambiente familiar, da família e da

aprendizagem para o portador da Síndrome de Down;

- Capítulo III. A importância da educação especial para portadores de

Síndrome de Down.

Todo o trabalho será devidamente referenciado e estruturado, de forma

a facilitar a leitura, o entendimento e o aprofundamento do assunto em

questão.

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Dores abissais calçadas na síndrome

da rejeição, validadas pela indiferença

do outro nos atiram ao chão... Além do

chão? Nada! Então, o chão é a

“morte”... Ou a base de onde podemos

extrair o impulso necessário para

levantarmos, seguindo em frente.

Maria Aparecida Giacomini Dóro

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

SÍNDROME DE DOWN 11

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR, DA FAMÍLIA E DA

APRENDIZAGEM PARA O PORTADOR DA SÍNDROME DE DOWN 21

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA PORTADORES DE

SÍNDROME DE DOWN 30

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

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INTRODUÇÃO

A inclusão social é um processo que contribui para a construção de

um novo tipo de sociedade através de transformações, seja nos ambientes

físicos, na mentalidade das pessoas e do próprio Portador de Necessidades

Educativas Especiais.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) nº 9.394/96 garante a inclusão do

Portador de Necessidades Educativas Especiais na escola regular, contudo é

necessário olhar a realidade encontrada na escola pública brasileira em que os

níveis de qualidade do ensino, são afetados pela ausência de conhecimentos

acadêmicos pelos profissionais que atuam na escola, a falta de recursos

materiais e humanos se revelam favoráveis a presença da evasão e

repetência, sem levar em consideração que o portador de necessidades

educativas especiais não dispõe de uma estrutura (OLIVEIRA SILVA &

FREITAS CABRAL, 2011).

O educador, ao desenvolver um trabalho pedagógico em classe

especial e sala de recursos em uma escola da rede municipal de Duque de

Caxias, observa o comportamento dos estudantes portadores de Síndrome de

Down, suas características gerais, individuais e potencialidades, despertando

dúvidas a cerca dos mecanismos adequados que favoreçam uma

aprendizagem significativa.

O objeto da pesquisa é quanto aos métodos a serem aplicados para

o desenvolvimento da aprendizagem dos portadores de Síndrome de Down,

para que venham em auxílio às características gerais, individuais e

potencialidades desses estudantes.

O objetivo do estudo é identificar mecanismos de inclusão aos

portadores de Síndrome de Down no contexto escolar, e tem como objetivos

específicos:

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- Definir ações que favoreçam aos portadores de Síndrome de Down em um

bom desempenho escolar.

- Estabelecer metas possíveis de aprendizagem para os portadores de

Síndrome de Down.

A educação inclusiva permite a adoção de procedimentos

necessários à promoção de metas de aprendizagem aos portadores de

Síndrome de Down, favorecendo aos mesmos um bom desempenho escolar.

Um trabalho técnico, munido de grande sensibilidade, permite perceber

individual e coletivamente as necessidades dos estudantes portadores de

Síndrome de Down.

O estudo utiliza um levantamento bibliográfico em livros, publicações

e legislação e ainda a experiência pedagógica em classe especial e sala de

recursos em uma escola da rede municipal de Duque de Caxias, Estado do Rio

de Janeiro, oferecendo amplas oportunidades de construção de conhecimentos

significativos.

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CAPÍTULO I

SÍNDROME DE DOWN

Segundo Werneck (1995), a Síndrome de Down “é um atraso no

desenvolvimento neuropsicomotor”, ou seja, a criança portadora da síndrome

sustenta a cabeça, senta, engatinha, anda e fala mais tarde do que as outras

crianças ditas normais e isto se dá devido uma alteração no cromossomo 21 no

início da gestação materna.

1.1 HISTÓRIA DA SÍNDROME DE DOWN

A primeira descrição médica da Síndrome ocorreu apenas no século

XIX. Em 1862, o médico britânico John Langdon Down descreve a síndrome;

baseado nas teorias racistas da época, ele atribui a causa a uma degeneração,

que fazia com que filhos de europeus se parecessem com mongóis, e sugere

que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais. Apesar do tom

racista de Down, ele recomenda que as pessoas com a síndrome sejam

treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva (DOWN, 1866).

Down notou que havia nítidas semelhanças fisionômicas entre certas

crianças com atraso mental. Utilizou-se o termo “mongolismo” para descrever a

sua aparência. Segundo ele, os mongóis eram considerados seres inferiores

(SCHWARTZMAN, 1999a).

Como forma de homenagear o Dr. John, o geneticista Jérôme

Lejeune batizou a anomalia com o nome de Síndrome de Down.

Registros antropológicos mostram que o caso mais antigo da

Síndrome de Down data do século VII, um crânio saxônico apresentando

modificações estruturais vistas com frequência em crianças com Síndrome de

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Down. Nenhum relatório bem documentado sobre pessoas com Síndrome de

Down foi publicado antes do século XIX (LEITE, 2011).

Somente em 1932, um oftalmologista holandês chamado

Waardenburg sugeriu que a ocorrência da Síndrome de Down fosse causada

por uma aberração cromossômica. Dois anos mais tarde, em 1934, nos

Estados Unidos, Adrian Bleyer supôs que essa aberração poderia ser uma

trissomia. Parecia, portanto, que a descoberta da causa da síndrome de Down

estava próxima. Contudo, foram necessárias mais de duas décadas para que

isto ocorresse. Foi somente em 1959 que o Dr. Jerome Lejeune e Patricia A.

Jacobs e seus respectivos colaboradores descobriram, quase que

simultaneamente, a existência de um cromossomo extra (SCHWARTZMAN,

1999).

A denominação de síndrome de Down só foi proposta após várias

outras denominações terem sido usadas: imbecilidade mongolóide, idiotia

mongolóide, cretinismo furfuráceo, acromicria congênita, criança mal-acabada,

criança inacabada, dentre outras. Obviamente, alguns desses termos

apresentam um alto grau pejorativo, incluindo o termo mongolismo, que foi

amplamente utilizado até 1961, quando as críticas contrárias ao seu uso

despontaram. Em decorrência disso, segundo Schwartzman (1999), esta

terminologia foi suprimida nas publicações da Organização Mundial de Saúde

(OMS), a partir de 1965, prevalecendo a denominação de Síndrome de Down,

embora o termo mongolismo ainda seja utilizado na linguagem cotidiana.

(SCHWARTZMAN, 1999).

1.2 CARACTERÍSTICAS

No Brasil, acredita-se que ocorra um caso em cada 600

nascimentos, isso quer dizer que nascem cerca de 8 mil bebês com Síndrome

de Down por ano. Diferente do que muitas pessoas pensam, a Síndrome de

Down não é uma doença, mas sim uma alteração genética que ocorre por

ocasião da formação do bebê. (SCHWARTZMAN, 1999).

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A Síndrome de Down é conhecida por mongolismo, devido às

características da raça mongol que a criança apresenta logo ao nascer e trata-

se de síndrome porque existe um grupo de sinais que caracterizam a condição

como: musculatura flácida, mãos grossas e curtas, nariz achatado, baixa

estatura, cabelos lisos e finos, voz rouca e baixa, pés pequenos largos e

grossos, dentição irregular e tardia, pele áspera que tende a escamar,

apresenta no aspecto físico uma frouxidão generalizada (hipotonia).

O ser humano possui 46 cromossomos em cada célula do seu

corpo. Apenas o esperma do homem e o óvulo da mulher possuem 23

cromossomos cada um. Na concepção, os cromossomos da célula do esperma

do pai juntam-se com os 23 cromossomos da célula do óvulo da mãe. O óvulo

fertilizado tem 46 cromossomos e se chama “ovo”, começa a se dividir e

crescer para formar o bebê. Daí, você ter a altura do seu pai, o cabelo de sua

mãe, etc. (SCHWARTZMAN, 1999).

Intimamente ligada a um excesso de material cromossômico, tem

nítida relação com a idade dos pais. Quanto mais idosos eles forem maior a

probabilidade de gerarem um filho com essa Síndrome, que vem

necessariamente associada a um comprometimento intelectual e a uma

hipotonia, a redução do tônus muscular. Não está vinculada a

consangüinidade, isto é, laços de parentesco entre os pais.

As crianças com Síndrome de Down tiveram algum problema na

divisão das células do cromossomo 21. As pessoas ditas normais possuem em

todas as células do corpo 46 cromossomos organizados em 23 pares e as

portadoras de Síndrome de Down possuem cromossomo extra, ou seja, 47

cromossomos. Daí também, o nome de Trissomia do 21.

Existem 3 tipos de trissomia 21, detectadas por um exame chamado

cariótipo. São eles: (SCHWARTZMAN, 1999)

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- Trissomia 21 simples (ou padrão)

Cariótipo – 47XX ou 47XY (+21): O Indivíduo apresenta 47 cromossomos em

todas as duas células, tendo no par 21 três cromossomos. Ocorre em

aproximadamente 95% dos casos.

- Mosaico

Cariótipo – 46XX/47XX ou 46XY/47XY (+21): O indivíduo apresenta uma

mistura de células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47

cromossomos). Ocorre em aproximadamente 2% dos casos.

- Translocação

Cariótipo – 46XX (t 14;21) ou 46XY (t 14;21): O indivíduo apresenta 46

cromossomos e o cromossomo 21 extra está aderido a um outro par, em geral

o 14. Ocorre em aproximadamente 3% dos casos.

É importante saber, que no caso da Síndrome de Down por

translocação, os pais devem submeter-se a um exame genético, pois eles

podem ser portadores da translocação e têm grandes chances de ter outro filho

com Síndrome de Down.

1.3 CAUSAS

Ainda não se conhece a causa dessa alteração genética, sabe-se

que não existe responsabilidade do pai ou da mãe para que ela ocorra. Sabe-

se também que problemas ocorridos durante a gravidez como fortes emoções,

quedas, uso de medicamentos ou drogas não são causadores da Síndrome de

Down, pois esta já está presente logo na união do espermatozóide (célula do

pai) com o óvulo (célula da mãe).

Qualquer casal pode ter um filho com Síndrome de Down, por isso

ao se planejar um filho, existem exames que previnem o nascimento de

pessoas com tal problema. Esses exames são: (SCHWARTZMAN, 1999)

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- Pré-nupcial: vai saber se cada um dos pais tem alguma alteração nas células

que transmitirão ao futuro bebê;

- Pré-natal: verifica se o bebê em gestação é ou não portador de Síndrome de

Down;

- Aconselhamento genético: é feito depois que o casal teve um filho com

Síndrome de Down e serve para evitar o risco de outros filhos virem a nascer

com mesma síndrome genética.

Por se tratar de uma alteração na formação genética do bebê, a

Síndrome de Down não tem cura, mas uma boa educação, estimulação e

dedicação farão com que o portador desenvolva ao máximo seu potencial.

1.4 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito através do cariótipo1, que é a representação do

conjunto de cromossomos de uma célula. O cariótipo é, geralmente, realizado a

partir do exame dos leucócitos obtidos de uma pequena amostra de sangue

periférico. Somente este exame é que realmente comprova o cromossoma

extra com um número total de 47, como resultante de uma trissomia do

cromossomo 21 (Figura 1).

1 Um cariótipo pode ser representado por meio de imagem dos cromossomos (cariograma) ou pela ordenação de acordo com o tamanho dos cromossomos em esquema fotográfico (idiograma).

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Figura 1. Representação de um cariótipo humano.

Fonte: www.brasilescola.com

Também é possível realizá-lo, antes do nascimento, depois da

décima primeira semana de vida intra-uterina, utilizando-se tecido fetal. No

entanto, as características fenotípicas, citadas anteriormente podem apresentar

um forte indicio da doença, sem o uso do teste.

Através da montagem de um cariótipo é possível determinar a

normalidade ou anormalidade (síndromes cromossômicas), ocasionadas por

alterações mutagênicas, polissomias ou monossomias.

Cariótipo normal masculino – 46, XY

Cariótipo normal feminino – 46, XX

1.5 ASPECTOS CLÍNICOS MAIS FREQUENTES

Comprometimento intelectual (100%); hipotonia muscular

generalizada (99%); fenda palpebral oblíqua (90%); aumento de vascularização

retiniana (90%); ausência do reflexo de moro (85%); microcefalia (85%);

occipital achatado (80%); hiperextensão articular (80%); mãos largas, dedos

curtos (70%); baixa estatura (60%); clinodactilia do 5º dedo (50%); defeitos

cardíacos (50%); orelhas de implantação baixa (50%); orelhas displásicas

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(50%); epicanto (40%); prega palmar transversa única (40%); instabilidade

atlanto-axial (15%); instabilidade rótulo-femural (10%). (PORTAL SÃO

FRANCISCO, 2011).

1.6 PATOLOGIAS ASSOCIADAS

- Cardiopatias congênitas: estão presentes em aproximadamente 50% dos

casos. O exame mais indicado é o ecocardiograma, pois detecta problemas

anatômicos como a comunicação inter-ventricular (CIV), que é uma das

cardiopatias mais comuns na síndrome de Down. Em alguns casos o

tratamento é cirúrgico, com correção total. Os sinais que indicam a presença de

cardiopatias são, em geral: baixo peso, cianose de extremidades,

malformações torácicas, palidez, taquicardia, atraso no desenvolvimento acima

da média da crianças com síndrome de Down. O eletrocardiograma, bem como

a ausculta, nem sempre detectam uma cardiopatia.

- Complicações respiratórias: a criança com síndrome de Down é mais

susceptível às infecções respiratórias. Há uma alteração imunológica que

predispõe aos resfriados de repetição, infecção de garganta e pneumonias.

Algumas crianças apresentam coriza constante. Quando o quadro clínico é

crônico, alguns médicos desaconselham o tratamento repetido à base de

antibióticos. O ideal é trabalhar na prevenção das doenças respiratórias,

mantendo as vias aéreas desobstruídas. Exercícios respiratórios específicos

associados à higiene nasal com aplicação de soro fisiológico podem colaborar

para a manutenção da higiene da vias aéreas.

- Instabilidade atlanto-axial: a hipotonia ligamentar pode propiciar uma

condição de instabilidade entre as duas primeiras vértebras. Isto acontece em

aproximadamente 10 a 20% dos casos. O raio-X detecta o aumento do espaço

intervertebral e sugere uma possível sub-luxação mediante esforços maiores

na região do pescoço. São contra-indicados nestes casos atividades bruscas

com o pescoço, como cambalhotas ou mergulhos. Em casos de cirurgia com

entubação é essencial o RX, uma vez que a manobra na hora da entubação

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pode sub-luxar a região cervical. Um deslocamento vertebral pode levar a

lesões medulares a até à morte. O raio-X cervical deve ser aconselhado a

todas as crianças com Síndrome de Down. Só um especialista pode dar um

laudo seguro em relação à instabilidade atlanto-axial.

- Problemas visuais: é comum as crianças com síndrome de Down a

presença de miopia, hipermetropia, astigmatismo, ambliopia, nistagmo ou

catarata. Por isso, é aconselhável um exame oftalmológico anualmente. Após

avaliação correta, pode ser necessária correção cirúrgica ou com óculos.

- Problemas auditivos: algumas crianças apresentam rebaixamento auditivo

uni ou bilateral. Também é comum a presença de otite média crônica. Mediante

suspeita, a criança deve ser encaminhada a uma avaliação audiológica para

averiguação da percepção auditiva, sendo necessário um exame minucioso.

- Problemas da tiróide: pode haver alteração no funcionamento da glândula

tireóide, causando o hipotireoidismo. Esta alteração está presente em

aproximadamente 10% das crianças e 13 a 50% dos adultos com Síndrome de

Down. Na presença desta alteração a criança pode ficar obesa e até mesmo ter

seu desenvolvimento intelectual comprometido. É indicado o exame da tiróide

com frequência anual. Devem ser feitas as dosagens de T3, T4 e TSH.

- Outros: Outros problemas de saúde podem estar associados à Síndrome de

Down. A literatura tem mostrado relação entre Síndrome de Down e a presença

de leucemia, da doença de Alzheimer e, nas crianças pequenas, do refluxo

gastro-esofágico. Alguns autores mencionam relações com o autismo. É

importante que o profissional mantenha-se sempre atualizado. (PORTAL SÃO

FRANCISCO, 2011).

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1.7 TRATAMENTO

Até o momento não há cura. A Síndrome de Down é uma anomalia

das próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas ou

técnicas milagrosas para curá-la.

Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser

desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciem seu

desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias após o

nascimento.

Vários aspectos podem contribuir para um aumento do

desenvolvimento da criança com Síndrome de Down: intervenção precoce na

aprendizagem, monitorização de problemas comuns como a tiróide, tratamento

medicinal sempre que relevante, um ambiente familiar estável e condutor,

práticas vocacionais, são alguns exemplos.

Se por um lado, a Síndrome de Down salienta as limitações

genéticas e no pouco que se pode fazer para as sobrepor; por outro, também

salienta que a educação pode produzir excelentes resultados

independentemente do início. Assim, o empenho individual dos pais,

professores e terapeutas com estas crianças pode produzir resultados positivos

inesperados. (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2011).

Os cuidados com a criança com Síndrome de Down não variam

muito dos que se dão às crianças sem a síndrome: (PORTAL SÃO

FRANCISCO, 2011)

- Os pais devem estar atentos a tudo o que a criança comece a fazer sozinha,

espontaneamente e devem estimular os seus esforços;

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- Devem ajudar a criança a crescer, evitando que ela se torne dependente;

quanto mais a criança aprender a cuidar de si mesma, melhores condições terá

para enfrentar o futuro.

- A criança com Síndrome de Down precisa participar da vida da família como

as outras crianças;

- Deve ser tratada como as outras, com carinho, respeito e naturalidade.

A pessoa com Síndrome de Down quando adolescente e adulta tem

uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de

escolaridade pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu

nível intelectual. Ela pode praticar esportes, viajar, frequentar festas, etc.

Pessoas com Síndrome de Down têm apresentado avanços

impressionantes e rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, há pessoas

com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, se casando

e chegando à universidade.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR, DA

FAMÍLIA E DA APRENDIZAGEM PARA O PORTADOR

DA SÍNDROME DE DOWN

Segundo Vygotsky (1994), “o ambiente é mutável e dinâmico,

exercendo um papel variado no desenvolvimento infantil, dependendo da idade

da criança”.

O ambiente não é apenas o do lar da criança, mas também outros

ambientes que ela começa a frequentar em cada momento de sua vida, tais

como a creche, o jardim-de-infância, a pré-escola, etc. As situações vividas em

cada ambiente podem influenciar diferentemente as várias pessoas que ali

convivem, uma vez que, cada criança pode ter uma percepção diferente de um

evento, experienciando-o de um modo particular e, consequentemente, a

influência deste sobre o desenvolvimento de cada criança acaba sendo muito

peculiar.

E é dentro desse contexto que inserimos a criança com Síndrome de

Down, a qual apresenta limitações em suas capacidades, porém não está

imune às transformações de seu ambiente.

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2.1 A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE PARA O PORTADOR DA

SÍNDROME DE DOWN

Para Bronfenbrenner (1977, 1979/1996, 1986, 1992), “a pessoa é

concebida como um todo funcional em que os diversos processos psicológicos

– cognitivo, afetivo, emocional, motivacional e social – relacionam-se de forma

coordenada um com o outro”. Para este autor,

O ambiente está estruturado em níveis: macro, exo, meso e microssistema, e cada um influencia e é influenciado pelo outro. Em decorrência da conexão existente entre estes sistemas sociais, uma pessoa no microssistema familiar é influenciada por todos os outros sistemas e é nessa interação que ela se desenvolve”.

O ambiente familiar constitui o primeiro universo de socialização da

criança, e é o que sofre as mais profundas transformações quando do

nascimento de uma criança Deficiência Mental, não só em termos de reações e

sentimentos de seus membros, como também de estrutura e funcionamento da

família.

A família, através das relações estabelecidas entre seus membros,

pode proporcionar à criança um ambiente de crescimento e desenvolvimento,

especialmente para aquelas com deficiência mental, as quais requerem

atenção e cuidados específicos. A família, sendo o primeiro universo de

relações da criança, traz em si uma enorme carga emocional que tem uma

ação profunda sobre a personalidade de seus membros. (REY & MARTINEZ,

1989).

Segundo Pereira-Silva e Dessen (2001),

A família, através das relações estabelecidas entre seus membros, pode proporcionar à criança um ambiente de crescimento e desenvolvimento, especialmente para aquelas com deficiência mental, as quais requerem atenção e cuidados específicos.

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A família, sendo o primeiro universo de relações da criança, traz em

si uma enorme carga emocional que tem uma ação profunda sobre a

personalidade de seus membros. (REY & MARTINEZ, 1989).

No momento que alguém se torna pai, mãe ou mesmo irmão de um

bebê com Síndrome de Down seus preconceitos não desaparecem de imediato

e isto pode causar muita dor, tornando-se uma mistura de culpa e vergonha

dos próprios sentimentos e da condição filho ou irmão, e com frequência não

se dão conta disto até que alguém os aponte. Um trabalho bem feito de

inclusão deve começar dentro de casa, com isso se modifica a sociedade,

facilitando a vida destas crianças em um futuro próximo.

2.2 EDUCAÇÃO X SÍNDROME DE DOWN

Apesar da sua complexidade, a educação de crianças com

Síndrome de Down, pela necessidade de introduzirem-se adaptações de ordem

curricular, não invalidam a afirmação da grande possibilidade de evolução

destas crianças. Com o devido acompanhamento poderão tornar-se cidadãos,

onde consigam crescer e desenvolver suas potencialidades. (SCHWARTZMAN,

1999).

As crianças com Síndrome de Down devem começar seu

aprendizado a partir do nascimento, continuar na infância e na adolescência,

sujeito a adaptações curriculares e metodológicas próprias. Não só os

educadores estão tecnicamente preparados, mas também os pais, os

profissionais da área de saúde e a sociedade. (SCHWARTZMAN, 1999).

Um dos principais objetivos da educação das crianças com

Síndrome de Down é o desenvolvimento de programas criativos e ações que

resultem em melhor qualidade de vida destas crianças. (SCHWARTZMAN, 1999).

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2.2.1 A EDUCAÇÃO INFANTIL

Um dos grandes objetivos da Educação Infantil é fazer com que a

criança seja mais autônoma na sala de aula e interiorizar regras da vida social.

2.2.2 A CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA CRECHE (De

0 a 3 anos)

A criança com Síndrome de Down deve reunir um conjunto de

experiências integradas e vivenciadas globalmente, para que isso lhe permita

funcionar e relacionar-se (comunicar-se, jogar e divertir-se) no contexto familiar

e escolar. (SCHWARTZMAN, 1999).

2.2.3 A EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (Dos 4 aos 6 anos)

O relacionamento entre o desenvolvimento e a aquisição sócio-

emocional é de fundamental importância. Além de ampliar o aprendizado, este

fator, é também o principal veículo de sociabilização. (SCHWARTZMAN, 1999).

2.2.4 A EDUCAÇÃO BÁSICA

A integração da criança com Síndrome de Down no ensino

fundamental representa uma ação educativa e, até certo ponto, de reabilitação,

de extrema importância.

O trabalho deve centrar-se prioritariamente no contato e na

integração com os outros, através de jogos, da relação com os colegas e com o

material adequado. E, a partir do seu próprio ritmo, surge o desejo de progredir,

favorecendo seu desenvolvimento global. (SCHWARTZMAN, 1999).

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2.3 A INSERÇÃO EM AMBIENTE DE APRENDIZAGEM

A inserção de uma criança com Síndrome de Down em um ambiente

escolar é uma situação complicada e ao mesmo tempo marcante na vida desta.

A escola para o portador da Síndrome de Down é a ruptura entre o

envolvimento familiar e o social. Ela abre as portas de um mundo novo,

diferente do que ele conhecia até então (no caso familiar), sendo o seu primeiro

contato com a sociedade. (MELO & SILVA, 2002).

O preconceito e o senso de justiça com relação à Síndrome de

Down no passado, fez com que essas crianças não tivessem nenhuma chance

de se desenvolverem cognitivamente, pais e professores não acreditavam na

possibilidade da alfabetização, eram rotuladas como pessoas doentes e,

portanto, excluídas do convívio social.

Raiça e Oliveira (1990) enfatizam o papel socializador da escola.

Para essas autoras “a medida que o deficiente convive com as crianças

normais e com elas participa de determinadas experiências, ele aprende a

conviver com suas próprias deficiências, dentro das condições normais da

vida”.

Hoje já se sabe que o aluno com Síndrome de Down apresenta

dificuldades em decompor tarefas, juntar habilidades e ideias, reter e transferir

o que sabem, se adaptar a situações novas, e, portanto todo aprendizado deve

sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais

para consolidar o conhecimento.

Para Raiça e Oliveira (1990),

Essa educação segregada cria uma barreira psicológica contra os deficientes, pois ao construir um grupo a parte, passam a ser alvos de discriminação, antipatia e rejeição. As consequências são sentidas principalmente no campo profissional, pois a falta de informações e contatos faz com que os indivíduos “normais” temam aquilo que desconhecem.

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Percebe-se com isso que se o objetivo da educação especial é

integrar, quanto mais o deficiente for segregado, mais esse objetivo fica

distante. A integração social é uma preocupação humana que precisa de

respostas humanizadas que se refletirão no presente e no futuro,

independentemente de suas condições e potenciais, todos os seres humanos

têm direitos às mesmas oportunidades de inserção, inclusão e realização

psicossocial.

Mrech (1998) propôs algumas características que a escola precisa

ter para que se torne inclusiva, entre as quais:

- Estabelecimento de infra-estrutura de serviços, isto é, gradativamente a

escola irá criando uma rede de suporte para a superação de dificuldades;

- Maior integração com a comunidade, assim a criança com deficiência poderá

estudar próxima a sua residência;

- Permitir que todas as crianças atinjam seu potencial máximo, respeitando o

seu ritmo;

- Privilegiar as relações sociais na escola, possibilitando a colaboração e

cooperação;

- Ambientes educacionais flexíveis e que favoreçam o ensino aprendizagem e

estratégias baseadas em pesquisa e estabelecimento de novos critérios de

avaliação.

2.4 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

No processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down

deve ser reconhecida como ela é, e não como gostaríamos que fosse. As

diferenças devem ser vistas como ponto de partida e não de chegada na

educação, para desenvolver estratégias e processos cognitivos adequados.

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Não é negada a afirmação de que o Down apresenta algumas

limitações e até mesmo precise de condições especiais para aprendizagem,

mais é enfatizado que estes, através de estimulações adequadas podem se

desenvolver.

As dificuldades de aprendizagem, os distúrbios de conduta, a

problemática de sua interação completam, mas não esgotam o quadro da

educação do aluno com síndrome de Down. (MILLS apud SCHWARTZMAN,

1999).

Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso do brinquedo e

de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino

deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o

interesse pelo aprender.

2.5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO PORTADOR DE

SÍNDROME DE DOWN

As crianças com Síndrome de Down têm idade cronológica diferente

de idade funcional, desta forma, não se deve esperar uma resposta idêntica à

resposta das “normais”, que não apresentam alterações de aprendizagem. Esta

deficiência decorre de lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema

nervoso:

O fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente (SCHWARTZMAN, 1999, p. 246).

A aprendizagem depende da complexa integração dos processos

neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas como

linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial e

lateralidade.

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As crianças portadoras de Síndrome de Down, não desenvolvem

estratégias espontâneas e este é um fato que deve ser considerado em seu

processo de aquisição de aprendizagem, já que esta terá muitas dificuldades

em resolver problemas e encontrar soluções sozinhas.

Também há outras dificuldades, que implicam no desenvolvimento

da aprendizagem: alterações auditivas e visuais; incapacidade de organizar

atos cognitivos e condutas, debilidades de associar e programar sequências.

Elas ocorrem principalmente por que a imaturidade nervosa e não mielinização

das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar conceitos

abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação,

relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do

material aprendido e transferência na aprendizagem. Essas deficiências e

debilidades dificultam principalmente as atividades escolares.

Segundo Schwartzman (1999):

Entre outras deficiências que acarretam repercussão sobre o desenvolvimento neurológico da criança com Síndrome de Down, podemos determinar dificuldades na tomada de decisões e iniciação de uma ação; na elaboração do pensamento abstrato; no calculo; na seleção e eliminação de determinadas fontes informativas; no bloqueio das funções perceptivas (atenção e percepção); nas funções motoras e alterações da emoção e do afeto.

Apesar de todo o enfoque das dificuldades encontradas pelas

crianças portadoras de Síndrome de Down, elas têm possibilidades de se

desenvolver e executar atividades diárias e até mesmo adquirir formação

profissional e no enfoque evolutivo, a linguagem e as atividades como leitura e

escrita, que podem ser desenvolvidas a partir das experiências da própria

criança.

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2.6 CONFERÊNCIA DE SALAMANCA (Espanha, 1994)

“Garantir a todas as crianças, particularmente àquelas com

necessidades especiais, acesso às oportunidades da educação e promover

educação de qualidade”. (SCHWARTZMAN, 1999).

2.6.1 EDUCAÇÃO ESPECIAL

É a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente

na rede escolar regular de ensino, para educandos portadores de

necessidades especiais. (SCHWARTZMAN, 1999).

2.6.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O princípio que rege a educação inclusiva é o de que todos devem

aprender juntos, sempre que possível, levando-se em consideração suas

dificuldades e diferenças, em classes heterogêneas, com alunos da mesma

faixa etária. A escola inclusiva é o espaço ao qual todos pertencem, são

aceitos, apoiados pelos colegas e pelos membros da comunidade escolar.

(SCHWARTZMAN, 1999).

A educação da criança com Síndrome de Down encontra-se no

limiar de uma nova era, na qual a criança com deficiência de qualquer natureza

terá melhores oportunidades para ocupar seu lugar na sociedade, sem

preconceito e discriminação. (SCHWARTZMAN, 1999).

As crianças vão para a escola não só para aprender português ou

matemática, mas também para se socializar. Vão aprender na prática as

regras do nosso convívio e por isso é tão importante que a criança com

Síndrome de Down possa participar disso também.

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CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA

PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

A educação especial visa promover o desenvolvimento global a

alunos portadores dessa deficiência, respeitando-se suas diferenças

individuais, de modo a lhes assegurar o pleno exercício dos direitos básicos de

cidadão e efetiva integração social. Isso envolve o desenvolvimento pleno de

sua personalidade, a participação ativa na vida social e no mundo do trabalho.

Esses são os objetivos principais da educação especial, assim como

o desenvolvimento bio-psiquico-social, proporcionando aprendizagem que

conduzam a criança portadora dessa síndrome maior autonomia.

3.1 PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL

O educador deve valorizar as reações afetivas de seus alunos e

estar atento a seu comportamento global, para solicitar recursos mais

sofisticados como a revisão médica ou psicológica.

Outro fato de estrema importância na educação especial é o fato de

que o educador deve considerar o aluno como uma pessoa inteligente, que tem

vontades e afetividades, devendo estas ser respeitadas, pois o aluno não é

apenas um ser que aprende.

A garantia de acesso a educação e permanência da escola

requerem a prática de uma política de respeito às diferenças individuais.

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3.2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

A educação especial é prevista na Constituição da Federal, que é

dever do Estado com a educação a garantia de: atendimento educacional

especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede

regular de ensino (art. 208, caput, III, CF):

Os objetivos da política de educação especial são:

- Promover a interação social;

- Desenvolver práticas de educação física, atividades físicas e sociais;

- Promover direito de escolha;

- Desenvolver habilidades linguísticas;

- Incentivar autonomia e possibilitar o desenvolvimento social, cultural, artístico

e profissional, das crianças especiais.

A educação especializada será assegurada através de algumas

medidas que deverão ser tomadas. Exemplos:

- Aumento da oferta de serviços de educação especial com equipamentos;

- Equipe qualificada;

- Material didático especializado;

- Espaço físico adequado às necessidades especiais dos deficientes;

- Criação de programas de preparo para o trabalho;

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- Estímulo a aprendizagem informal;

- Orientação à família.

A falta de atendimento especial principalmente em pré-escolas,

carência de recursos e equipe qualificada, inadequação do ambiente físico,

falta de novas propostas de ensino, descontinuidade de planejamento e ações,

desigualdade de recursos e oportunidades, é o que vem dificultando o acesso

de muitas crianças especiais ao ensino especializado.

3.3 AS LEIS DE PROTEÇÃO AOS PORTADORES DA SÍNDROME

DE DOWN

- Lei de amparo ao excepcional, promulgada em 1961, Lei Federal nº 4.024 do

Ministério da Educação (MEC), que fixou as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, começou-se a considerar a possibilidade de atendimento aos

excepcionais quando possível no sistema geral de educação. Esta lei também

propôs a doação de bolsas, empréstimos e subvenções a escolas particulares

que oferecem ensino eficiente aos excepcionais (ALVES, 2011).

- Lei Federal nº 5.692, em 1971, no artigo 9º, permitiu que cada Conselho

Estadual de Educação estabelecesse as suas próprias diretrizes para o

atendimento aos excepcionais. Para determinar as Diretrizes Básicas da

Educação Especial em nível Nacional foi criado, em 1973, o Centro Nacional

de Educação Especial (CENESP), que ganhou força durante esses anos e, em

1987, foi transformado em Secretaria de Educação Especial (SESP), com sede

em Brasília. Com todo respaldo que esta lei dá para garantir o ensino da

Educação Especial, existem crianças e jovens que ficam impedidos de

frequentar escolas apropriadas, sendo até então descaso social (ALVES,

2011).

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- Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu bojo,

seguindo a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes da ONU e a

Convenção nº 63 da OIT, estabelece que (ALVES, 2011):

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...] II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; [...] Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: [...] IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; [...] Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. § 1º - ... [...] II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

- Resolução ONU nº 2.475/1975, que institui a Declaração dos Direitos das

Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembléia Geral da ONU em

09.12.1975, em seu preâmbulo, estatui que “Reafirmando, sua fé nos direitos

humanos, nas liberdades fundamentais e nos princípios de paz, de dignidade e

valor da pessoa humana e de justiça social proclamada na carta (ALVES,

2011):

Recordando os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, dos Acordos Internacionais dos Direitos Humanos, da Declaração dos Direitos da Criança e da Declaração dos Direitos das Pessoas Mentalmente Retardadas, bem como os padrões já estabelecidos para o progresso social nas constituições, convenções, recomendações e resoluções da Organização Internacional do Trabalho, da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas, do Fundo da Criança das Nações Unidas e outras

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organizações afins. Lembrando também a Resolução 1921 (LVIII) de 6 de maio de 1975, do Conselho Econômico e Social, sobre prevenção da deficiência e reabilitação de pessoas deficientes, enfatizando que a Declaração sobre o Desenvolvimento e Progresso Social proclamou a necessidade de proteger os direitos e assegurar o bem-estar e reabilitação daqueles que estão em desvantagem física ou mental, tendo em vista a necessidade de prevenir deficiências físicas e mentais e de prestar assistência às pessoas deficientes para que elas possam desenvolver suas habilidades nos mais variados campos de atividades e para promover portanto quanto possível, sua integração na vida normal, consciente de que determinados países, em seus atual estágio de desenvolvimento, podem, desenvolver apenas limitados esforços para este fim.”

- Convenção OIT nº 159/63, que recomenda aos países membros deste

organismo internacional que considerem que o objetivo da readaptação

profissional é permitir que pessoas portadoras de deficiência consigam e

mantenham um emprego conveniente, progridam profissionalmente e, por

conseguinte, tenham facilitada sua inserção ou sua reinserção na sociedade

(ALVES, 2011).

- Constituição de 1988, ao inserir o art. 213 no texto constitucional, de certa

forma utópica, focou a subvenção do ensino ministrado nas escolas

comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, desde que

comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros

em educação, incluindo-se a que trabalham com portadores de deficiência

(ALVES, 2011).

- Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da criança e

do adolescente e dá outras providências, em seu Capítulo IV, que trata do

Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer da criança portadora de

deficiência, prescreve que:

“Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno

desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e

qualificação para o trabalho assegurando-lhes (ALVES, 2011):

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I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; [...] Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: [...] III - Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

3.4 INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A criança com Síndrome de Down apresenta muitas debilidades e

limitações. O trabalho pedagógico deve primordialmente respeitar o ritmo da

criança e propiciar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de suas

habilidades. Programas devem ser criados e implementados de acordo com as

necessidades especificas das crianças.

Frente à grande variação das habilidades e dificuldades da

Síndrome de Down, programas individuais devem ser considerados e nestes

enfatiza-se as possibilidades de aprendizagem de cada criança e a motivação

necessária para o desenvolvimento destas. Para tanto, o educador deve

conhecer as diferenças de aprendizagem de cada criança de forma a organizar

seu trabalho e programação didática.

A sala de recursos deve consistir em local apropriado a receber as

crianças especiais, que deverão receber assistência pedagógica especializada.

Normalmente encontramos as salas de recursos em escolas normais onde

crianças “normais” ficam juntas das especiais. Assim a sala de recursos

funciona desenvolvendo com as crianças especiais as atividades, que já

trabalhou com seus os demais colegas.

É fundamental que o educador esteja preparado, para ser capaz de

atender as necessidades de seus alunos e trabalhar em harmonia com o

educador da classe regular.

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3.5 EDUCAÇÃO BÁSICA

Tem como objetivo proporcionar ao educando a formação

necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades e como elemento de

auto-realização, na qualificação para o trabalho e preparo para o exercício

consciente da cidadania.

A participação da criança é ativa e é fundamental que a escola a

desenvolva o máximo, em todas as áreas, as potencialidades do

conhecimento, as habilidades atuais e futuras de aprendizagem do aluno com

Síndrome de Down.

Para Schwartsman (1999), “nesta fase, a manutenção da fluidez e

flexibilidade neuropsicológica é fundamental para se evitar rigidez precoce, que

acarreta a redução da utilização de estratégias no âmbito da aprendizagem”.

A participação da criança com Síndrome de Down no ensino médio é

muito benéfica ao desenvolvimento, pois a própria articulação de matérias e

sua multiplicidade colocam novos problemas de adaptação aos aspectos

relativos à vida em grupo e à organização de novos modelos de conhecimento

defrontam o aluno com obstáculos e dificuldades.

Princípios básicos que devem ser considerados em relação ao

ensino de crianças especiais como as portadoras de Síndrome de Down:

- As atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser

manuseadas pelos alunos;

- As experiências devem ser adquiridas no ambiente próprio do aluno;

- Situações que possam provocar estresse ou venham a ser traumatizantes

devem ser evitadas;

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- A criança deve ser respeitada em todos os aspectos de sua personalidade;

- A família da criança deve participar do processo intelectivo.

A escola é encarregada de supervisionar as crianças excepcionais e

assegurá-las quanto à aprendizagem. Quanto ao fato de separar as crianças

excepcionais das crianças ditas normais tem por objetivo promover a educação

especializada e diferenciada. No entanto, é necessária a integração destas

crianças.

Alguns pontos devem ser considerados quanto à educação do

portador da síndrome de Down:

- Estruturar seu autoconhecimento;

- Desenvolver seu campo perceptivo;

- Desenvolver a compreensão da realidade;

- Desenvolver a capacidade de expressão;

- Progredir satisfatoriamente em desenvolvimento físico;

- Adquirir hábitos de bom relacionamento;

- Trabalhar cooperativamente;

- Adquirir destreza com materiais de uso diário;

- Atuar em situações do dia a dia;

- Adquirir conceitos de forma, quantidade, tamanho espaço tempo e ordem;

- Familiarizar-se com recursos da comunidade onde vive;

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- Conhecer e aplicar regras básicas de segurança física;

- Desenvolver interesses, habilidades e destrezas que o oriente em atividades

profissionais futuras;

- Ler e interpretar textos expressos em frases diretas;

- Desenvolver habilidades e adquirir conhecimentos práticos que o levem a

descobrir conhecimentos práticos que o levem a descobrir valores que

favoreçam seu comportamento no lar, na escola e na comunidade.

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CONCLUSÃO

No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) é o responsável pela

organização e administração do ensino especial, juntamente com a

participação estadual e municipal (MEC/SEESP, 1994). O ensino especial é,

portanto, regulamentado por lei, mas nem todos os Estados e Municípios

brasileiros contam com todos os tipos de atendimentos que ele pode oferecer.

Esse programa tem, em sua essência, um papel preventivo,

buscando intervir nas diversas áreas do desenvolvimento infantil: motora,

cognitiva, sensório-perceptiva, socioafetiva e da linguagem (MEC/SEESP,

1995).

Para desenvolver todo seu potencial, a pessoa com Síndrome de

Down necessita de um trabalho de estimulação desde o seu nascimento. Ela

faz parte do universo da diversidade humana e tem muito a contribuir com sua

forma de ser e sentir para o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 EPÍGRAFE 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I SÍNDROME DE DOWN 11 1.1 História da Síndrome de Down 11 1.2 Características 12 1.3 Causas 14 1.4 Diagnóstico 15 1.5 Aspectos clínicos mais frequentes 16 1.6 Patologias associadas 17 1.7 Tratamento 19 CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR, DA FAMÍLIA E DA APRENDIZAGEM PARA O PORTADOR DA SÍNDROME DE DOWN 21 2.1 A importância do ambiente para o portador da Síndrome de Down 22 2.2 Educação x Síndrome de Down 23 2.2.1 A educação infantil 24 2.2.2 A criança com Síndrome de Down na creche (de 0 a 3 anos) 24 2.2.3 A educação pré-escolar (dos 4 aos 6 anos) 24 2.2.4 A educação básica 24 2.3 A inserção em ambiente de aprendizagem 26 2.4 O processo de aprendizagem 26 2.5 Dificuldades de aprendizagem do portador de Síndrome de Down 27 2.6 Conferência de Salamanca (Espanha, 1994) 29 2.6.1 Educação especial 29 2.6.2 Educação inclusiva 29 CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN 30 3.1 Promoção do desenvolvimento global 30 3.2 Política nacional de educação especial 31 3.3 As leis de proteção aos portadores da Síndrome de Down 32 3.4 Intervenção psicopedagógica 35 3.5 Educação básica 36 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40