UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO DE … CAROLINA ALVES...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO DE RH
PROJETO A VEZ DO MESTRE
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO
Fernanda Carolina Alves de Oliveira Santos
Rio de Janeiro2007
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FERNANDA CAROLINA ALVES DE OLIVEIRA SANTOS
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Cândido Mendes, como requisito final para obtenção do título de Gestão em RH.
Rio de Janeiro2007
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Dedicatória
A Deus, que me deu força, coragem e inteligência para passar pelos
obstáculos da vida;
A minha família, talvez tenham percebido há mais de vinte anos que a
Era do Conhecimento estava por vir e fizeram todos os esforços para garantir
que o acesso à educação me fosse assegurado da melhor forma possível.
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Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida. Esses são imprescindíveis.
Bertolt Brecht
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RESUMO
O presente trabalho tenciona discutir acerca da liderança, pois é um
tema que vem sofrendo várias transformações impulsionadas pela
globalização, terceirização, informatização entre outras. Como conseqüência
dessas transformações, impõe-se uma nova realidade para as empresas,
exigindo das mesmas, inovadoras formas de agir, estruturas mais flexíveis e
valorização do capital humano. E, neste caso, o papel da liderança é
fundamental, uma vez que ela é responsável pela valorização da participação
efetiva de todas as pessoas da empresa, motivando-as e inspirando-as a
trabalharem em conjunto, com uma visão e um objetivo comum. Uma visão que
exige um líder facilitador e integrador aos objetivos organizacionais. Para iniciar
um trabalho em equipe é importante o estabelecimento de metas, a fim de
influenciar e motivar a equipe, buscando a satisfação e a realização mútua. Em
uma equipe, há membros que se completam uns aos outros, que estão
comprometidos com um propósito, com metas de desempenho e de certa
forma, se consideram responsáveis uns pelos outros. Dessa forma, a liderança
associa-se a estímulos e incentivos, que promovem a motivação das pessoas
para o alcance dos objetivos comuns, apresentando papel relevante nos
processos de formação, transmissão e mudança da cultura organizacional. Ou
seja, em uma organização, nota-se a importância de uma liderança qualificada,
que tenha capacidade de influenciar o grupo em direção à realização de metas.
Palavras-chave: Liderança, Motivação e Equipe.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................... 06
CAPÍTULO 1 – LIDERANÇA...................................................................... 08
1.1 Conceito............................................................................................... 08
1.2 – Tipos de liderança .............................................................................14
1.3- Habilidades e competências do líder ..................................................20
1.4 - Mito x Realidade sobre a liderança ....................................................29
1.5 A diferença entre chefia e liderança......................................................32
CAPÍTULO 2 – LIDERANDO PARA MOTIVAR..........................................36
2.1 Conceito de Motivação ........................................................................36
2.2 Compreendendo a motivação através das necessidades humanas...38
2.3 Fatores que motivam as pessoas nas organizações.........................43
2.4 A importância da Motivação para o alcance de resultados.................50
CAPÍTULO 3 – FORMAÇÃO DE EQUIPES: COMO LIDERAR PESSOAS
OTIMIZANDO RESULTADOS..................................................................53
3.1– Transformação de grupos em equipes ............................................53
3.2– Comportamento do Líder e o Fator Humano...................................56
3.3 – Ampliando a participação da equipe através das reuniões.............59
3.4- Acompanhamento e feedback...........................................................62
3.5- A importância da comunicação numa equipe .................................66
3.6 - Coach: a ferramenta para desenvolver liderados............................69
3.7 Liderança de conflitos.........................................................................71
CONCLUSÃO...........................................................................................77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................79
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INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos, a liderança é considerada elemento
fundamental ao sucesso de qualquer organização. Pessoas vêm sendo
administradas em grupo há muito tempo, desde a pré-história.
Em qualquer organização, hoje em dia, é indispensável a presença de
uma pessoa que, além de ter muita sensibilidade e um bom conhecimento da
área, consiga perceber as tendências e falhas de um grupo. Essa pessoa é o
líder. A liderança, sem dúvida, transformou-se em um importante objeto de
estudo por parte de inúmeras pesquisas e debates. Por esse motivo escolhi o
tema sobre liderança.
Acredita-se que os líderes do passado, com a sua mentalidade de
comando e controle estão totalmente incapacitados de liderar a organização do
futuro. Apesar das tarefas desafiadoras e da autonomia para executá-las, há
ocasiões em que os membros da organização precisam de conselhos,
incentivos e treinamentos na coordenação do trabalho. Em linhas gerais, há
necessidade de um novo modelo de liderança nas organizações
contemporâneas. Compete ao líder liberar as energias e potencial das
pessoas, visando adquirir talentos, inteligência e conhecimentos para enfrentar
a complexidade das mudanças.
A abordagem do líder de antigamente era um tomador de decisões e
alocador de recursos que perguntava a melhor maneira de explorar habilidades
de um funcionário em proveito da organização. Os funcionários eram vistos
como ferramentas de recursos para o atingimento de metas do chefe. O líder
atual é um “desenvolvedor de pessoas” e construtor de relacionamentos
duradouros. Abre mão do poder de posição e age potencializando o seu poder
pessoal. Não se pode esquecer que atualmente, as pessoas é que são
importantes. A verdadeira forma de liderança é influenciar o indivíduo para que
trabalhe entusiasmado para atingir metas e o comprometimento mútuo é
fundamental como comportamento orientador.
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Para que haja um melhor entendimento sobre o papel do novo líder, no
primeiro capítulo será possível compreender os conceitos de liderança, os
vários tipos de líderes existentes, as habilidades e competências necessárias
para se exercer uma liderança eficaz, os mitos e a realidades acerca da
liderança e a diferença entre chefia e liderança.
O segundo capítulo focaliza a motivação. Procura-se mostrar os
conceitos de motivação, a compreensão da motivação através das
necessidades humanas, os fatores que motivam as pessoas nas organizações
e a importância da motivação para o alcance de resultados.
O enfoque do terceiro capítulo são as pessoas, como liderar pessoas
otimizando resultados. Será possível compreender como acontece a
transformação de grupos em equipes, como o líder deve comportar-se em
relação ao fator humano, como o líder deve administrar as reuniões para que
haja uma maior participação das equipes, a importância do acompanhamento e
do feedback, a importância da comunicação numa equipe, a nova ferramenta
para desenvolver liderados que é o coach e a liderança de conflitos.´
Quanto a metodologia utilizada foi através de pesquisa bibliográfica,
com utilização de método indutivo. Logo, foram admitidas na pesquisa fontes
bibliográficas, bem como consultas na Internet.
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CAPÍTULO 1 – LIDERANÇA
1.1 Conceito
Os primeiros estudos sobre a liderança surgiram a partir da Teoria das
Relações Humanas (ou Escola Humanística da Administração). Essa Teoria
surgiu em Chicago, Estados Unida, como conseqüência imediata das
conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e
colaboradores, de 1927 a 1932. Foi um movimento de reação e oposição à
Abordagem Clássica da administração, que nunca foram pacificamente aceitas
num país democrático, como os Estados Unidos, onde trabalhadores e
sindicatos passaram a considerá-las um meio sofisticado de exploração dos
empregados a favor dos interesses patronais. Verificou-se que a administração
se baseava em princípios inadequados ao estilo democrático de vida
americano. A Teoria das Relações Humanas nasceu da necessidade de corrigir
a tendência à desumanização do trabalho surgida com a aplicação de métodos
rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores tinham de se
submeter. Com os primeiros resultados, a pesquisa logo se estendeu ao
estudo da fadiga, dos acidentes de trabalho, da rotação do pessoal e do efeito
das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos operários.
Segundo IDALBERTO CHIAVENATO (2000), as principais conclusões
da Experiência de Hawthorne foram as seguintes:
O nível de produção é determinado pela integração social e não pela
capacidade física dos operários. O comportamento do indivíduo se apoia
totalmente no grupo (agem como parte do grupo).
O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e
padrões sociais (agem de modo a obter recompensas sociais).
A empresa passou a ser vista como um conjunto de grupos sociais
informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização
formal.
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A existência de grupos sociais que se mantém em constante interação
social dentro da empresa.
A moral do trabalhador é influenciado pelo conteúdo e pela natureza do
trabalho.
Os elementos emocionais e mesmo irracionais passam a merecer uma
maior atenção.
Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem
passa a dominar o repertório administrativo: Fala-se agora em motivação,
liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, etc. Os
princípios clássicos como autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho,
departamentalização etc, passam a ser duramente contestados. O engenheiro
e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina
perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa
a ser vista sob um ângulo completamente diferente, pois o homo economicus
cede lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída
pela ênfase nas pessoas.
Através dos anos, o ponto de vista sobre o que é liderança e quem pode
exercê-la mudou consideravelmente. Existem interpretações múltiplas de
liderança, porém é preciso que fique bem claro para as pessoas o verdadeiro
significado. Existe ainda a percepção de que líder é alguém que ocupa um
cargo importante dando ordens de forma autoritária, uma pessoa arrogante que
não sabe ouvir e com falta de inteligência emocional, insensível e apático.
A liderança é um processo relacional e não um atributo da personalidade
de um indivíduo, por isso, como bem definiu PETER DRUCKER ( apud JORGE
LESSA, 2001: 13), “O líder do futuro, assim como o líder do passado será
simplesmente aquele que tiver seguidores”. Uma pessoa arrogante que não
sabe ouvir e com falta de inteligência emocional, pode considerar sua “morte”
praticamente anunciada como líder neste mundo dos negócios. Os líderes são
pessoas que escolhem a direção na qual a empresa ou organização deve
caminhar, criam visões e estratégias, conseguem fazer com que as pessoas
estejam dispostas a seguí-los por estarem convencidos da validade de suas
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idéias, motivam e inspiram as pessoas para que a visão se torne realidade,
apesar de todos os obstáculos.
A liderança é um aspecto da administração. É um processo abrangente
que ocorre praticamente em todos os segmentos da sociedade: na família, na
escola, na empresa, enfim, em todas as integrações sociais. Ela se manifesta
sempre que uma pessoa procura, de qualquer maneira, influenciar o
comportamento de outra, ou de um grupo, com vistas a alcançar objetivos.
Quase todos os autores concordam com a complexidade do conceito de
liderança, embora insistam em definí-la. Para TEAD (1935) “liderança é a
atividade de influenciar pessoas a cooperar na consecução de um objetivo que
considerem, por si mesmas, desejável”. TANNENBAUM, WESCHLER E
MASSARIK (1961) definem liderança como “influência interpessoal, exercida
na situação e dirigida, através do processo da comunicação humana, à
consecução de um ou diversos objetivos específicos”. Para JORGE LESSA
(2001, p: 19), “liderar é influenciar outra (s) pessoa (s), numa dada situação,
em direção a uma finalidade comum”. KOONTZ E O’DONNELL (1982), ligam
o conceito de liderança ao fato de “lidar com seres humanos” e escrevem: a
justificativa mais óbvia para esse contato com pessoas é a possibilidade de
levá-las a pensar individualmente e a envidar esforços para a consecução dos
objetivos desejados pelo chefe. Este procedimento tem sido denominado
“liderança”. Pode ser definido como a habilidade de exercer influência
interpessoal, por meio da comunicação, para a consecução de um objetivo”. A
maior parte das definições de liderança oscila entre as duas condições
essenciais à caracterização do líder, influência e proeminência., as quais foram
pela primeira vez demonstradas com o inseparável e inerentes à liderança por
ARTHUR JONES (1938). Numa definição mais completa, a liderança não se
limita a um estilo comportamental, nem mesmo a um fenômeno situacional, nos
termos postulados pela teoria da “liderança situacional”. Ela constitui, antes de
tudo, um fenômeno sistêmico-relacional, já que só existe um ato, ou interação
com os componentes de seu próprio sistema. É também um fenômeno
histórico, porque é produto de uma historia do indivíduo e do grupo e não
apenas da situação atual. Finalmente, é resultante da adequação de fatores
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individuais, como personalidade, de fatores psicossociais, como as relações
interpessoais, as comunicações e interações grupais, e de fatores
interorganizacionais, como os padrões sócio-econômicos, políticos e
ideológicos a que a organização encontra-se sujeita. Para J.R.W PENTEADO
(1986), a liderança é uma função da situação, da cultura, do contexto e dos
costumes, tanto quanto é uma função de atributos pessoais e estrutura de
grupos, é a combinação equilibrada de três elementos vitais e dinâmicos: o
indivíduo, o grupo e a situação. Na opinião de Penteado, a situação é um fator
novo que surge das relações do líder com o grupo e vice-versa. Para que se
caracterize um conceito amplo de liderança precisamos de um líder, de um
grupo e de uma situação. O líder para destacar-se e influenciar o grupo tem de
agir dentro de um contexto circunstancial. Liderança, assim, seria a função do
líder que a exerce no e sobre um gupo, em determinada situação.
Um dos mais respeitados treinadores de executivos do Brasil, Oscar
Motomura, em entrevista a revista Exame (25 de março de 19980), diz que o
verdadeiro líder nem sempre é aquele que está no topo da hierarquia, mais sim
aquele que faz com que todos na empresa sejam líderes no que fazem. Há
pessoas que têm as atitudes e posturas positivas a ponto de inspirar certos
tipos de seguidores, mas não têm as competências necessárias para fazer a
empresa evoluir na direção certa. E há o inverso, muitas competências, mas
falta capacidade de mobilizar as pessoas na direção dos objetivos comuns,
como é o caso dos supertécnicos, que para Motomura, são pessoas que
podem ser capazes de manter uma empresa funcionando ou de introduzir
receitas prontas, porém não de liderar. Estar numa posição de liderança não
faz da pessoa um líder. Na visão dele, a única saída para as empresas numa
época em que a rapidez da tecnologia acaba com os conhecimentos
específicos é investir nas competências duráveis de seu pessoal como
atitudes, posturas, capacidade estratégica, capacidade de inovação, ter uma
visão sistêmica e abrangente do todo, fazer acontecer, introduzir mudanças e
tudo que não vai se tornar obsoleto por causa da tecnologia.
A liderança não é concedida pelos superiores, sendo conquistada pelo
próprio líder, a partir de suas habilidades pessoais. Para ser líder não é preciso
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se deter nenhum cargo. Nas organizações, encontram-se muitos funcionários
que, mesmo sem ocupar funções gerenciais, exercem grande influência sobre
os colegas. A liderança é uma qualidade que a pessoa pode apresentar em
diferentes graus, e não como algo que tem ou deixa de ter.
A liderança é uma capacidade inata ou adquirida? Para alguns autores a
liderança pode ser considerada as duas coisas. Há pessoas que nascem
líderes e há outras que aprendem a desenvolver sua capacidade de liderança
ao longo do tempo. Alguns autores dizem que a liderança é considerada
“inata”, já que os líderes desenvolvem certas qualidades ou características
desde cedo e têm oportunidade de nutrir suas capacidades, motivações e
preferências naturais.A verdade é que as maiores capacidades e competências
dos líderes podem ser aprendidas, e todos nós somos educáveis, pelo menos
se desejarmos aprender e se não sofrermos de sérios problemas de
aprendizagem. O aprendizado é muito mais importante do que a carga genética
na determinação de um líder de sucesso. Contudo, nem todos aqueles que têm
os atributos necessários se tornam líderes. A liderança surge quando as
pessoas que têm os “ingredientes certos” são jogadas em situações que
exigem que os recursos internos se mostrem à altura dos desafios dessa
liderança. Embora modelos e mentores possam apressar o processo, nada
substitui a experiência e a responsabilidade na preparação das pessoas com
os atributos certos para que se tornem capazes. Não se pode esquecer que o
treinamento é fundamental para garantir aos líderes o know-how básico.
O conceito de liderança, na visão de alguns autores
“Liderar é influenciar pessoas, numa dada situação, em direção a uma
finalidade comum”. (JORGE LESSA, 2001).
“Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida
por meio do processo da comunicação humana para a consecução de
um determinado objetivo”. (IDALBERTO CHIAVENATO, 2000).
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“Liderança é o ato de desenvolver relacionamentos com diversas
pessoas para criar uma comunidade que produza riqueza”. ( WARREN
BENNIS, 2002).
“Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida
através do processo da comunicação humana à consecução de um ou
de diversos objetivos específicos” (TANNENBAUM, 1972).
“Liderança é a habilidade de exercer influência interpessoal, por meio de
comunicação, para a consecução de um objetivo” ( KOONTZ E O’
DONNELL, 1981).
“Liderança é o exercício de autoridade e tomada de decisões” (DUBIN,
1951).
“Liderança é o processo de influir nas atividades do grupo com vistas ao
estabelecimento e ao alcance de suas metas”. (STOGDILL, 1948).
“Líder é aquele que consegue fazer com que os outros o sigam”
(COWLEY, 1928).
“Liderança é o ato de liberar a capacidade criativa da pessoa, visando
atingir objetivos de acordo com os valores da organização” (CÉSAR
FURTADO DE CARVALHO BULLARA, 2005).
“Líder é aquele que faz com que outras pessoas façam com prazer
aquilo que normalmente não fariam” (NORMA SCHWARZKOPF, 2005)
“Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana e
também conhecer a base de relacionamento com os colegas” (TOM
PETERS, 1999).
Embora existam muitos conceitos e definições, observa-se que a
liderança:
a) é caracterizada pela atitude integrada e dirigida para um objetivo
comum ao líder e ao grupo;
b) depende da aceitação integral do líder pelo grupo, de modo a se
conseguir uma integração do esforço e;
c) se processa dentro de um ambiente condicionado por forças sociais,
formais e informais.
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Isto nos leva a crer que em princípio a liderança não é outra coisa senão
a função exercida pelo líder. O líder lidera por se destacar e influenciar um
grupo. Portanto, a proeminência e a influência são duas condições essenciais à
caracterização do líder. Podemos, assim, dizer que liderar é conduzir uma pessoa ou
grupo a agir de determinada maneira em uma determinada situação.
Conseqüentemente, diante destas análises, deduzo que se pode
aprender a liderar e que, para liderar não bastam apenas as qualidades do
líder, é necessário haver uma situação onde o clima social e os objetivos
passam a ser fatores preponderantes.
Muitos líderes do mundo dos negócios falham porque se tornam indecisos ou sem ação. Alguns não definem claramente as prioridades ou perdem o foco especialmente se seus julgamentos vêm à tona. Se um líder falha em estabelecer as prioridades e continua a mudar de idéia ou comunica-se de forma errada, a organização como um todo perde energia. (Charan, 2001, p. 95 e 96).”
1.2 – Tipos de liderança
Segundo URIS (apud KRAUSE, 1981) os tipos de liderança podem ser
estabelecidos através dos seguintes fatores determinantes: necessidades
humanas fundamentais dos indivíduos, modo de ser do grupo propriamente
dito, situação e personalidade do líder. Assim como nenhum ser humano é
igual ao outro, o líder também não é. Cabe a ele decidir qual o tipo de liderança
quer exercer, as maneiras pelas quais quer orientar a sua conduta, planejar o
seu autodesenvolvimento e se tornar mais apto a lidar com as necessidades da
empresa e das pessoas. É essencial contar com líderes com os quais toda a
organização possa ser sincera e isso é muito raro. Os líderes estão dispostos a
correr riscos, a inovar e a experimentar com o objetivo de encontrar novas e
melhores maneiras de fazer as coisas.
A liderança é um processo relacional, por isso, não se pode traçar o
perfil de um líder sem se levar em conta a organização ou o grupo que vai ser
liderado. Não se pode também buscar a figura do líder ideal, aplicável a
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qualquer caso. Portanto, para salientar e fixar bem as diferenças entre os
vários tipos de liderança, achei oportuno enfatizar alguns, para facilitar a
compreensão do panorama geral deste assunto. Através da pesquisa constatei
que cada um desses tipos está ligado, evidentemente, a personalidade do líder.
Conseqüentemente, cabe ao líder escolher aquele que mais condiz com
a sua personalidade e que possa eliminar os pontos fracos do grupo, pois este
fornecerá os elementos necessários ao bom desempenho da função.
Líder Autoritário - aquele que determina as idéias e o que será
executado pelo grupo. Cabe ao líder exclusivamente traçar as normas de ação
e tomar decisões e isso implica na obediência por parte dos demais. É
extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas criticas ao trabalho de
cada membro do grupo. Muitos condenam esta postura, e acham inválido este
tipo de comportamento. Sua origem remonta da Antigüidade. Apesar deste
comportamento ser considerado inadequado, o seu uso tem provado certa
eficiência em algumas ocasiões, e com certo tipo de pessoas lideradas.
Pensemos por exemplo, em um grupo relutante no cumprimento de seus
deveres e que não quer colaborar nem assumir responsabilidades.
As principais características do líder autoritário:
As diretrizes são fixadas pelo líder, sem a participação do grupo;
O líder determina as providências e as técnicas para a execução das
tarefas, uma de cada vez, conforme a necessidade, sendo assim, imprevisíveis
para o grupo;
O líder determina a tarefa a ser executada e qual o companheiro de
trabalho de cada um;
O líder é dominador e pessoal, tanto nos elogios quanto nas críticas ao
trabalho de cada membro;
Líder Democrático - aquele que determina, junto com o grupo, as
diretrizes, permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos
desejados. O líder extrai idéias e sugestões do grupo através de debates livres.
O líder é um elemento de coordenação e estímulo, é impessoal e objetivo em
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suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos
que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso da
organização.
As principais características do líder democrático são:
As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo com a assistência e
estímulo do líder;
O grupo esboça as providências e técnicas para a execução das tarefas,
solicitando ao líder aconselhamento quando necessário. Sempre que solicitado
o líder oferece duas ou mais alternativas, provocando o debate no grupo;
A divisão de tarefas fica à cargo do grupo e cada membro escolhe seus
companheiros de trabalho;
O líder é um membro normal do grupo, porém sem encarregar-se muito
das tarefas. É objetivo e limita-se aos fatos em suas críticas e elogios;
Líder Liberal - aquele que participa o mínimo possível do processo
administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta
apenas alternativas ao grupo. O líder é quase exclusivamente um centro de
informações, manifestando-se quando solicitado. Os subordinados dispõem de
mais ampla liberdade de movimentos, decidindo das normas e dos objetivos,
individualmente. O líder providencia meios e facilidades, sugere.
As principais características do líder liberal são:
O grupo tem toda a liberdade para decidir, o líder participa
minimamente;
O líder tem uma participação limitada nos debates, apresentando
materiais variados ao grupo, e fornecendo alguma informação se solicitada;
O líder não participa, tanto a divisão das tarefas quanto à escolha de
companheiros fica a cargo do grupo;
O líder não avalia nem regula o curso dos acontecimentos. Quando
perguntado, faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros.
Líder Situacional - é aquele que assume seu estilo de liderança
dependendo mais da situação do que da personalidade. A postura deste líder
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brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um
estilo adequado para cada situação. No conceito de liderança situacional, os
líderes desenvolvem habilidades básicas e o conhecimento necessário para
compreender, predizer e influenciar o comportamento dos outros. Para esta
teoria o verdadeiro líder é aquele que é capaz de ajustar a um grupo particular
de pessoas sob condições extremamente variadas. Sendo assim, segundo
Paul Hersey, criador do modelo de liderança situacional, ela está
fundamentada em três pilares: diagnosticar, identificar a tarefa específica que
se desejam realizar, adaptar, avaliar o que é preciso para executar essa tarefa
e comunicar, deixar claro o que se espera de cada um.
Líder Emergente - diz respeito àquele que surge e assume o comando
por reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupo aos objetivos
diretamente relacionados a uma situação especifica. Por exemplo, num caso
extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato.
Líder Diplomático - vive da arte de persuasão pessoal. O diplomata
relaciona as metas da organização com as necessidades e aspirações
individuais das pessoas e mantém autoridade por conhecer e perseverar uma
linha de ação específica. O diplomata permite uma liberdade limitada, deixando
que as pessoas reajam, questionem, levantem objeções, discutam e, até,
defendam seu próprio lado na questão.
Líder Servidor - concentra-se na crescente prestação de serviços aos
outros em vez de a si próprio. Os grandes líderes agem como servidores,
colocando os outros como primeira prioridade.
Líder Participativo - estimula abertamente as pessoas a participarem e
compartilharem a tomada de decisões, o estabelecimento das políticas e os
métodos de operação. O líder participativo ou é democrático ou consulente. O
líder democrático incorpora o seu grupo e comporta-se conforme a decisão do
grupo. O líder consulente estimula a participação e a discussão franca,
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argumentação a favor e contra e recomendações, mas deixa claro que apenas
ele é responsável e imputável pela decisão final.
Líder Transacional - liderança que ajuda as organizações a alcançarem
seus objetivos atuais de maneira mais eficiente, ligando o desempenho no
trabalho a prêmios valorizados e garantindo que os empregados terão os
recursos necessários a fazerem o trabalho.
Líder Transformacional - perspectiva de liderança que explica como os
líderes mudam grupos ou organizações criando, transmitindo e modelando uma
visão da organização ou unidade de trabalho e inspirando os empregados a
empenharem-se nessa visão.
Líder Visionário - desperta em seu grupo aquilo que chamamos de
"visão". Fazem com que as pessoas desenvolvam um conjunto de razões e
emoções coerentes entre si que justifiquem o engajamento pleno num projeto.
Esse estilo desperta, desenvolve e sustenta os "porquês" de ações e projetos
focando o significado mais amplo, profundo e global do que se está fazendo.
Desenvolve a chamada visão propulsora do futuro - fator que externa
importância e diferencial para o sucesso continuado, estudado por muitos
pesquisadores.
Líder Estimulador - "puxam" pelos membros de seu grupo ou equipe,
incentivando e convidando que os mesmos aprimorem mais e mais um
movimento, uma ação, a expressão de suas habilidades e talentos.
Líder por objetivo - compreende que o cérebro trabalha melhor com
metas definidas, planejamento, análise de resultados e que o processo é
decidido e executado em parceria com toda a equipe para que haja uma soma
de energias - ou sinergia - colaborando com o resultado.
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Líder por recompensa - estimula recompensa pelas vitórias e sucessos
de uma pessoa ou equipe. É importante tomar cuidado para que a recompensa
não seja vista como o mais importante, pois faz parte da vida ganhar e perder.
A recompensa deve ser vista como uma celebração e um reconhecimento.
Líder paternalista - É um tipo de liderança autocrática, muito comum
em governos, empresas e religião. O líder é amável, paternal, cordial ante as
necessidades do seu “rebanho”, mas sente que deve tomar as decisões mais
importantes em nome do grupo e pelo bem do grupo. Esse tipo de liderança
evita as discórdias e produz uma ação de grupo feliz e efetiva. Um dos defeitos
desse tipo de liderança é o crescimento e o desenvolvimento apenas dos
líderes, que têm oportunidade de tomar decisões, cometer erros e aprender
com a própria experiência. Esse tipo de líder teme entregar seu cargo a outra
pessoa porque nunca está seguro de que outro líder possa conduzir seu grupo
com tanta dedicação, eficiência e proteção como ele. É muito trabalhador,
exclusivista e perfeccionista. Em discussões, é comum ver esse tipo de líder
dando conselhos paternais e expressando opiniões “de peso” e “palavras
finais”, decisivas e importantes. Conta com o respeito e estima do grupo e é
considerado o “paizão”.
O líder deve saber a cada momento, escolher determinada solução para
certa situação e, ter sempre em mente que: liderança autocrática não significa
ditadura; liderança democrática não é por tudo a voto; liderança liberal não
significa ausência de liderança, etc. A liderança é específica em relação à
situação que no momento se investiga. Ao mandar, é líder autocrático,
consultando é democrático, sugerindo é liberal, servindo é servidor, etc. Toda
qual problemática da liderança está em quando empregar qual processo com
quem. Conseqüentemente, se alguma pessoa desejar ser um líder bem
sucedido, é indispensável que reflita sobre o tipo de liderança adotado ou, que
tem tendência a adotar, como também, considerar três elementos básicos: Os
propósitos comuns, os seus colaboradores e a sua realidade. Somente assim,
ele conseguirá induzir ou persuadir o grupo a contribuir com vontade para
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alcançar as metas e os objetivos organizacionais, sem constrangimentos,
saindo sempre dos limites imaginários das convenções administrativas que,
muitas vezes bloqueiam as inovações e a criatividade e impõem restrições
sobre os seus pensamentos. Os líderes devem estar atentos às constantes
mudanças que o mercado e a sociedade demandam, pois não é uma tarefa
fácil administrar o novo, já que a transformação causa uma certa resistência
por parte das pessoas.
1.3- Habilidades e competências do líder
Os estudos relacionados às competências na educação profissional não
são novos, nos Estados Unidos e na França, têm mais de duas décadas. No
início do século XIX havia preocupação das organizações em buscar indivíduos
capacitados para desempenhar determinada função e a procura pelos
competentes excedia a oferta. Mais tarde, em decorrência de pressões sociais
e da complexidade das relações de trabalho, não somente as questões
técnicas eram importantes como também os aspectos sociais e
comportamentais relacionadas ao trabalho.
No Brasil, as primeiras discussões surgiram no final do século XX,
quando as inovações gerenciais, os novos conceitos de administração e novos
modelos de produção começaram a ser disseminados nas empresas com a
abertura da economia (globalização).
Alguns autores como WARREN BENNIS (2002) acham que a liderança
é uma capacidade inata já que os líderes desenvolvem certas características
ou qualidades desde cedo e têm oportunidade de nutrir suas capacidades,
motivações e preferências naturais. Contudo, nem todos aqueles que têm os
atributos necessários se tornam líderes. A liderança surge quando as pessoas
que têm os “ingredientes certos” são jogadas em situações que exigem que os
recursos internos se mostrem à altura dos desafios dessa liderança. O líder
eficaz não seria alguém com características pré-determinadas, mas sim uma
pessoa capaz de adaptar seu estilo de comportamento às necessidades dos
21
liderados e à situação. Como tais necessidades não são constantes, o
comportamento do líder não deveria, também ser constante. O líder deve ter a
flexibilidade pessoal e a gama de habilidades e competências necessárias para
variar seu comportamento, sabendo identificar a realidade do seu ambiente.
Vive-se em uma época marcada por grandes desafios econômicos, onde
as organizações que não forem extremamente produtivas não sobreviverão. A
sociedade encontra-se em um momento de transformações de toda ordem e
traz a exigência de líderes capazes de compreender as transições dos
mercados e integrar as ações conjuntas nos diversos ambientes. Por isso,
liderar passou a ser o ato de desenvolver relacionamentos com diversas
pessoas para criar uma comunidade que produza riqueza. Os líderes são as
pessoas responsáveis que escolhem a direção que a empresa ou organização
deve caminhar, criam visões e estratégias, conseguem fazer com que as
pessoas estejam dispostas a segui-los e motivam e inspiram as pessoas para
que a visão se torne realidade, apesar de todos os obstáculos. Tornar-se um
líder de sucesso, exige estar preparado para lidar com a complexidade da
globalização, para influenciar pessoas e fazer com que as coisas aconteçam, é
necessário que se tenha uma gama de habilidades, competências e atitudes.
O atual contexto sócio-econômico exige habilidades e competências,
mas existe uma diversidade de interpretações quanto aos termos. Para RUAS
(2000), há uma indefinição do ponto de vista teórico e empírico. De um lado as
pessoas e seus saberes e capacidades e, de outro, as demandas das
organizações no âmbito dos processos de trabalhos essenciais e relacionais,
tais como: relação com mercados, clientes, fornecedores, com próprios
subordinados e com as informações.
O termo competência é utilizado de maneira diferente pelos
especialistas, para BRANDÃO E GUIMARÃES (2001), é o reconhecimento
social sobre a capacidade de alguém de colocar-se sobre determinado assunto
ou de forma geral utilizado para qualificar o indivíduo capaz de realizar
determinado trabalho.
Destaca-se PERRENOUND (2000), que define competência como a
capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos (saberes, técnicas, saber
22
fazer, atitudes, etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma
determinada situação.
Sobre habilidades, conforme COOPERS E LYBRAND (apud DUARTE,
2000: 41), significa a "capacidade de realizar uma tarefa ou um conjunto de
tarefas em conformidade com determinados padrões exigidos pela
organização". Essa autora menciona que as habilidades envolvem
conhecimentos teóricos e aptidões pessoais e se relaciona à aplicação prática
desses conhecimentos e aptidões. MC CALL JR (apud GARRIDO, 2000: 88),
menciona que "existe um crescente consenso de que líderes eficientes têm
atributos identificáveis dominados por habilidades aprendidas, atitudes
desenvolvidas e valores.” Complementa que :
independentemente da personalidade ou dons naturais, os líderes eficientes precisam aprender a direcionar, alinhar pessoas, agir consistentemente dentro de um conjunto de valores fundamentais, lidar de forma eficiente com as exigências e estresses inerentes ao cargo administrativo, compreender a si mesmos e aprender com a experiência. As habilidades de liderança são aprendidas e retocas ao longo do tempo, podendo as características da pessoa a ajudar a aprender. (Mc Call, 2000,p.88)
Para explorar melhor esse assunto, vou contar a história citada por
WARREN BENNIS (2002), que explica como uma empresa de Consultoria nos
Estados Unidos, através de um estudo, reuniu diversos atributos e práticas e
acredita ser o núcleo do conceito de liderança eficaz.
Uma empresa de consultoria americana chamada Cambria Consulting,
fez um estudo sobre modelos de competências de liderança de algumas de
suas afiliadas, com o objetivo de reunir vários modelos de competências numa
estrutura coerente; Identificar as tendências comuns de competências de
liderança; Examinar a relação entre competências e estratégias
organizacionais e esclarecer como as competências podem ser usadas para
identificar e desenvolver talentos para a liderança em estágio inicial. O estudo
examinou o que é importante no mundo de hoje e espera que sirva como
referência para que as empresas reexaminem suas próprias competências de
liderança. Para juntar todos os modelos de liderança, a empresa teve de criar
23
uma linguagem comum que traduzisse as competências de diversos modelos
em uma estrutura passível de análise. O primeiro passo para isso foi diferenciar
dois tipos de competências:
Práticas: o que as pessoas fazem, exercendo suas funções, para obter
resultados.
Atributos: conhecimentos, técnicas e outras características que as
pessoas trazem para a função, que lhes permitem exercer as tarefas de
liderança.
A tarefa inicial do estudo era verificar se havia um grupo de
competências que pudessem ser chamadas de “universais” aplicáveis a todos
os líderes em todas as situações. A resposta a essa pergunta surgiu ao
examinarem o escopo de diversos modelos de liderança (número e tipo de
competências) e as sutis diferenças de linguagem usadas para rotular e definir
as competências entre si. Os modelos de liderança baseados principalmente
em atributos tendem a ter, em média, um número maior de competências do
que os modelos fortemente baseados em práticas. A empresa conseguiu
perceber nove “metacompetências” que reúnem diversos atributos e práticas.
Esse grupo de metacompetências foi chamado de “Modelo dos Nove Baldes”.
A Cambria Consulting acredita que esse Modelo é o núcleo do conceito da
liderança eficaz, apesar das diferenças entre os diversos modelos.
1- “QI” (capacidade mental) - A liderança eficaz exige um alto nível
de inteligência para gerenciar as complexidades inerentes a um papel
executivo. Como exemplo, citamos capacidade de compreender conceitos,
capacidade de análise, pensamento estratégico, habilidade de fazer
julgamentos rápidos em situações ambíguas ou novas e o domínio do contexto
em que a organização atua.
2- “IE” (inteligência emocional) - Líderes eficientes também
mostram astúcia na interpretação de pessoas e de seus sentimentos não
verbalizados. São capazes de antever as reações de outras pessoas ao que
podem fazer ou dizer, têm contato com o moral e o ambiente de trabalho e
estão cientes da dinâmica interpessoal e política entre as pessoas em toda a
24
organização. A inteligência emocional é imprescindível para a construção de
uma liderança eficaz. Não fosse assim, não teríamos executivos extremamente
inteligentes e altamente preparados que acabaram fracassando numa posição
de liderança, nem pessoas com capacidade intelectual e conhecimentos
técnicos nada excepcionais que tiveram grande sucesso como líderes. Os
componentes da inteligência emocional são: autocontrole, autoconhecimento,
automotivação, empatia e sociabilidade.
3- “Conhecimento” (conhecimentos técnicos e do negócio) – O
conhecimento é a base do desempenho eficaz. Se inclue nessa categoria
também a sabedoria, compreensão dos limites dos conhecimentos dos fatos ao
ter de tomar decisões acertadas e o uso da compreensão adquirida com a
experiência.
4- “Crescimento” (desenvolvimento pessoal) – Líderes eficientes
são curiosos e ávidos de conhecimentos, querem defrontar novas situações e
aprender fazendo. Eles possuem a mente flexível e estão sempre dispostos a
levar em consideração outros pontos de vista. Além disso, enxergam os erros
como oportunidades valiosas de aprender e incentivam outras pessoas a fazer
o mesmo.
5- “Ego” (ego saudável) – os líderes eficientes são autoconfiantes e
decididos. Seu ego, porém, tem de ser saudável a ponto de permitir que
admitam quando estão errados e fazer com que se cerquem de pessoas
altamente capazes sem se sentir ameaçados. Esse é o fundamento para a
ação com honestidade, integridade e um alto senso ético.
6- “Dizer” (dar a direção) – Os líderes eficientes estabelecem a
direção a ser seguida, concentram-se nos resultados, tomam decisões,
delegam autoridade, controlam discussões, gerenciam o desempenho e dão
responsabilidades a outras pessoas. A autoridade para tal é deles, e eles a
usam para delegar tarefas.
7- “Vender” (influenciar pessoas) - Em contraponto com “dizer” os
líderes eficientes são mestres em influenciar pessoas. São altamente
persuasivos nas conversas pessoais e trabalham canais de influência formais e
informais, de forma eficaz. Criam coalizões e equipes eficazes, conseguem um
25
ambiente de alto desempenho e suportam todas essas atividades por meio da
comunicação habilidosa e freqüente.
8- “Iniciar” (fazer com que as coisas aconteçam) – Os líderes
eficientes são altamente previdentes: impulsionam as mudanças, correm
riscos, agitam as coisas, buscam melhorias mesmo nas operações mais bem
administradas e agem de forma decisiva em vez de deixar que as
circunstâncias e os acontecimentos orientem seu comportamento. Muitos
desses profissionais são também inquietos e impacientes, sempre buscando
novas oportunidades para agir.
9- “Relacionar-se” (estabelecer relacionamentos) – Os líderes
eficientes compreendem a importância de manter relacionamentos sólidos, de
confiança e respeito. Esses relacionamentos acontecem de vários níveis, tanto
fora da empresa (clientes, parceiros de negócios, comunidade e governo) como
dentro (pares, superiores e funcionários em todos os níveis) e são alavancados
para alcançar seus objetivos.
A Cambria Consulting recomenda que o líder seja seletivo, não
permitindo que suas competências definidas como atributos ou práticas,
ultrapassem a dez. O líder deve concentrar-se nas competências que têm mais
impacto sobre o desempenho organizacional. Deve selecionar de acordo com
os atributos e gerenciar conforme as práticas, embora as práticas específicas
de liderança possam variar substancialmente de acordo com os requisitos do
negócio e da função, os atributos dos líderes eficientes são fixos em todas as
situações. O líder deve rever as competências de liderança de tempos em
tempos, principalmente quando são definidas como práticas, comportamentos
em total sintonia com a estratégia empresarial e com os requisitos da situação.
Isso porque as condições do negócio e as exigências mudam. A empresa
recomenda ainda que o líder mantenha claros seus conceitos. É preciso saber
claramente quais são as finalidades e aplicações das práticas e atributos. Os
atributos são ingredientes necessários para uma liderança eficaz, mas sua
presença não garante um bom líder. As práticas transformam a capacidade em
ação.
26
Segundo ROBERT K. GREENLEAF, em matéria publicada na revista
Você s/a (abril 2005), a liderança implica atender às necessidades de muitos,
não de poucos e para que isso seja possível, o líder tem que ser comprometido
com as pessoas e tem que passar por uma mudança interior, cujo resultado vai
ser a incorporação de pelo menos cinco habilidades:
Ouvir sem julgar – Antes de dar conselhos ou fazer pré-julgamentos, é
preciso ouvir com atenção as preocupações e necessidades das pessoas com
quem trabalha. Unir-se a elas na busca de soluções, portanto, é fundamental.
Ser autêntico – Deve-se admitir abertamente seus pontos fracos e suas
limitações. Quando o líder tem essa postura e respeito de sua própria
vulnerabilidade, as pessoas aprendem a confiar nele e respeitá-lo como uma
pessoa verdadeira e coerente.
Ter senso de comunidade – Hoje, faz bem criar na equipe um clima de
companheirismo e amizade como se todos pertencesse a uma família em que
se partilham as emoções, tristezas e alegrias, preocupações e vitórias,
intercalando as exigências do trabalho com momentos de comemoração e
lazer. A época de gelo profissional, em que as pessoas eram tratadas à
distância, já passou.
Partilhar poder – Mais do que delegar funções, o líder deve dividir com
a equipe o poder de ter iniciativa e tomar decisões, mesmo com o risco de vê-la
cometer alguns erros.
Valorizar o desenvolvimento das pessoas – Cada integrante da
equipe tem um valor próprio, uma experiência própria e um potencial próprio a
ser desenvolvido, tanto no sentido pessoal como no profissional. O
investimento nesse potencial humano é um compromisso do líder. Quando as
pessoas crescem, a empresa cresce junto com ela.
Há características que nunca serão desbancadas. Integridade e
preocupação com resultados são duas delas e marcam líderes de todas as
épocas. Mas há habilidades que se tornam mais importantes conforme o
cenário mundial. O que se tem hoje? Principalmente a globalização. Uma
empresa de consultoria americana chamada Andersen Consulting, está
27
desenvolvendo um trabalho de pesquisa cujo objetivo é ajudar as organizações
globais a identificar as características mais importantes do líder do futuro. Até
agora já foram ouvidos mais de 100 futuros líderes, apontados por mais de 50
grandes empresas no mundo inteiro, e os consultores levantaram cinco
competências da moderna gestão:
Pensar globalmente - No passado, um empresário podia concentrar-se
em pensar apenas na sua empresa ou apenas na região de sua atuação, mas
isso se tornou impossível com a globalização dos mercados. Uma crise na
Tailândia, por exemplo, provavelmente terá repercussões no mundo inteiro,
como se o globo fosse um imenso e mesmo organismo. E é! Líderes de todas
as áreas precisarão incorporar essa visão expandida, considerando-se como
cidadãos do mundo. O que se tem hoje no mercado? Um carro, por exemplo,
projetado na Itália e fabricado nos Estados Unidos com peças produzidas no
Japão e Brasil.
Prezar a diversidade cultural - Diante do cenário mundial globalizado,
o líder do futuro terá de aprender a prezar as diversidades culturais. O respeito
pelas diferenças entre as pessoas foi apontado pelo Center for Creative
Leadership como sendo um dos mais importantes atributos do líder moderno
bem-sucedido. Torna-se fundamental considerar as singularidades de cada
povo, desenvolvendo modelos apropriados a cada estilo para poder gerir e
motivar pessoas de diferentes culturas em diferentes regiões do mundo.
Demonstrar desenvoltura tecnológica - Os jovens líderes do futuro
costumam atender perfeitamente a essa exigência, mas muitos líderes atuais
ainda vêem esse atributo como desnecessário aos executivos de linha que
administram a empresa "real". Que o mundo virtual fique com técnicos e
operários, é o que pensam, mas estão radicalmente equivocados. Aumentar a
desenvoltura tecnológica não significa se tornarem operadores de primeiro
time, mas entender como o uso inteligente de novas tecnologias pode ajudar a
28
organização, como recrutar e desenvolver uma equipe tecnicamente
competente e como administrar investimentos em tecnologia.
Construir parcerias - No passado recente, o isolamento era possível,
mas atualmente uma empresa que não forme parcerias acaba por inviabilizar-
se. Reengenharias, downsizings e reestruturações consagraram
definitivamente a necessidade de terceirização. No futuro, terceirizar todas as
atividades, exceto as essenciais, pode se tornar a norma. Quais os amigos e
inimigos? Antigamente era fácil responder a essa pergunta, hoje uma mesma
empresa pode ser cliente, fornecedora, parceira e concorrente, daí a
necessidade de se construir relacionamentos positivos em que todas as partes
saiam ganhando.
Compartilhar a liderança - Não se trata de opção: compartilhar a
liderança é um requisito da gestão do futuro. Em uma estrutura de alianças,
determinar quem e o que deve ser feito pode comprometer as parcerias. Todas
as partes devem trabalhar juntas por um bem comum. Considerando-se que os
funcionários do futuro saberão mais a respeito do que fazem do que seus
líderes, dizer-lhes o que e como fazer torna-se desnecessário e
contraproducente. Esses trabalhadores que dominam o conhecimento
provavelmente não terão uma lealdade natural com a empresa, estando
predispostos a mudar conforme sua conveniência, e esse é mais um motivo
para o líder compartilhar a liderança, criando ambientes motivadores que
garantam a retenção de talentos.
As habilidades e competências apresentadas acima, são importantes
para se exercer uma liderança eficaz porém, a necessidade de
autodesenvolvimento e reciclagem é contínua. Uma das principais
características que diferenciam os grandes líderes das outras pessoas é que,
qualquer que seja o potencial inicial, eles continuam a desenvolvê-lo ano após
ano. Os líderes que se julgam “prontos” sempre fracassam. O mundo e as
empresas transformam-se em passo acelerado e aqueles que as dirigem
precisam acompanhar tal ritmo.
29
1.4 - Mito x Realidade sobre a liderança
Mito significa fábula, lenda, relato ou narrativa de origem remota e
significação simbólica, representação de fatos ou personagens reais
exagerados pela imaginação popular e tomados como modelo ou exemplo
(Dicionário Larousse, Ática, 2001). Existem muitas idéias ultrapassadas sobre
liderança e isso pode impedir uma pessoa de ser um líder eficaz. Essas idéias
incentivam a adoção de um modelo de liderança que é a própria antítese de
maneira como os líderes se comportam na vida real, tendem a desencorajar os
líderes potenciais de responsabilizarem-se por suas organizações. Além disso,
também criam barreiras à revitalização, essencial para as organizações.
Segundo JORGE LESSA (2001, pág 35) uma das melhores maneiras
de aprender sobre liderança é desaprender concepções errôneas e mitos que
nos foram transmitidos pela nossa cultura administrativa. Exemplo desses
conceitos correntes são os de que “o líder nasce feito” e que a liderança é um
atributo pessoal, um carisma do indivíduo que lidera, independentemente do
contexto em que essa liderança acontece. Para o autor, outros tantos mitos se
expressam em concepções e expectativas contraditórias sobre o papel do líder,
de seus atributos pessoais e do próprio fenômeno da liderança. A seguir alguns
desses mitos na visão do autor :
Mito 1. A missão mais importante do líder empresarial não é manter a
organização ordenada e estável e sim mudar as coisas, sacudir a organização,
buscar inovações.
Mito2. O líder não atrai seguidores porque demonstra coragem de se
rebelar contra uma determinada situação e sim porque compreende e respeita
profundamente as aspirações alheias.
Mito3. Em relação aos seus sentimentos, o verdadeiro líder não deve
mostrar-se frio, distante e analítico, separando a emoção do trabalho e sim
demonstrar sentimentos de inspiração, desafio, interesse, bondade e até amor.
30
Mito4. A liderança não provém de um dom especial, de um carisma
próprio e sim de uma forte crença numa finalidade e da disposição para “ir na
frente”.
Mito 5 . A função principal do líder não é dirigir e controlar os outros,
dando-lhes ordens e estabelecendo regras e sim dar o exemplo e capacitar os
outros para agir.
Mito 6. A liderança não depende de estar numa posição superior, de
pensar que quando se está no topo, automaticamente é um líder e sim ter
qualificações e habilidades que são úteis, quer se esteja na diretoria ou na
linha de frente.
Mito 7. O líder eficaz não é aquele que é capaz de assumir
responsabilidades e de resolver os problemas e sim aquele que detecta a
necessidade de mudanças e mobiliza pessoas para operá-las, visando adaptar
a organização à realidade.
Mito 8. O poder do líder não está no exercício pleno de sua autoridade e
na firmeza de suas decisões e sim na prática da delegação, mais do que no
exercício pessoal do poder.
Para KOUZES E POSNER (1997, pág 16), quase tudo o que nos foi
ensinado sobre a administração tradicional nos impede de sermos líderes
eficazes. E quase todas as noções populares sobre a liderança constituem
mitos. Por isso as pessoas ainda perguntam:
“Por que não há mais líderes?”
“Por que as pessoas relutam em responder ao apelo da liderança?”
Para os autores, nosso primeiro desafio da liderança é nos livrarmos
dessas tradições e desses mitos. A seguir alguns desses mitos na visão de
Kouzes e Posner:
Mito 1. Um ato bastante disseminado sobre a liderança retrata o líder
como um renegado que magnetiza um bando de seguidores por seus atos de
coragem. De fato, os líderes atraem seguidores, mas não pela atitude
31
desafiadora, e sim por sua fé profunda na capacidade do homem de se
adaptar, crescer e aprender.
Mito2. Um mito que vem se desenvolvendo acerca da liderança é a de
que os líderes são visionários prescientes com poderes semelhantes ao do
mago Merlin. É certo que os líderes devem ter uma visão, um senso de
direção, mas essa visão não precisa revelar nenhum tipo de previsão
supranormal. Essa visão pode nascer de um pensamento original ou
representar a inspiração de outra pessoa. Pode ser celestial ou mundana.
Mito 3. A administração tradicional ensina que os líderes devem ser
frios, distantes e analíticos; devem ainda separar as emoções do trabalho. Mas
quando os líderes da vida real falam sobre o que mais lhe causa orgulho em
suas carreiras, descrevem sentimentos de inspiração, paixão, exultação,
intensidade, desafio, preocupação com os outros, generosidade e até amor.
Mito 4. Outro mito afirma que os líderes são carismáticos, que possuem
algum dom especial. Na melhor das hipóteses isso distorce nossa apreciação
acerca dos líderes; na pior delas, pode levar a adoração dos heróis, à idolatria.
É certo que os líderes têm de ser energéticos e entusiasmados. O dinamismo
do líder não provém, contudo, de poderes especiais, mas da forte crença em
um propósito e da vontade de expressar essa convicção.
Mito 5. Os ensinamentos tradicionais sugerem que a administração é
basicamente uma tarefa de controle: controle de recursos, entre eles tempo,
dinheiro, materiais e pessoas. No entanto, os líderes de carne e osso sabem
que quanto mais controlarem as pessoas, menor a possibilidade de que elas
atinjam níveis de excelência. Também sabem que quanto mais controlarem,
menos serão dignos de confiança. Os líderes não comandam e nem controlam;
eles servem e apóiam.
Mito 6. Outro mito amplamente aceito sobre a liderança afirma que ela
se encontra isolada no topo da organização. Não é assim. Os líderes mais
eficazes que conhecemos estão envolvidos e em contato estrito com seus
liderados. Preocupam-se profundamente com os outros e com freqüência se
referem às pessoas com quem trabalham como uma família.
32
Mito 7. A tradição também diz que a tarefa dos líderes consiste em se
afastar do trabalho mundano, diário, para inventar um grande plano estratégico.
A tradição tenta fazer-nos crer que as grandes políticas promovem o progresso.
Sabemos, contudo, que os atos dos líderes são muito mais importantes que
suas palavras. A credibilidade das ações é o principal fator que determinará se
o líder continuará a ser seguido com o passar do tempo.
Mito 8. Outro mito associa , ainda, a liderança a uma posição superior.
Ele parte do princípio de que a palavra liderança começa com a letra maiúscula
e que os que se encontram no topo são automaticamente líderes. A liderança,
no entanto, não é um lugar, mas um processo. Ela envolve habilidades e
capacidades úteis para a pessoa, esteja ela no gabinete da diretoria ou no
balcão.
Mito 9. O mais pernicioso dos mitos é o que afirma que a liderança está
reservada para apenas uns poucos de nós. Esse mito se perpetua diariamente,
toda vez que alguém pergunta: “Os líderes são natos ou são construídos?” A
liderança, com certeza, não está gravada em um gene, nem constitui um
código secreto que não possa ser compreendido pelas pessoas comuns. Ao
contrário do mito de que somente uns poucos sortudos conseguirão algum dia
decifrar o mistério da liderança. Várias pesquisas mostram que a liderança é
um conjunto de práticas que se pode observar e aprender. A crença de que a
liderança não pode ser aprendida constitui um obstáculo muito mais poderoso
para o desenvolvimento dessa habilidade do que a natureza do processo de
liderança em si.
1.5 A diferença entre chefia e liderança
Ao nascer, a função de chefia foi denominada de capatazia, ou seja, o
ascendente do líder foi chamado de capataz. Depois passou a ser chefe. Usa-
se ainda hoje várias expressões como: supervisor, inspetor, gerente etc.
Embora isto aconteça, percebemos que estas expressões, aos poucos, estão
33
sendo esquecidas, para dar lugar a liderança. Isto é, desaparece o chefe,
nasce o líder.
Por este motivo, muitos ainda confundem chefia e liderança. Alguns
chegam até confundi-las, usando-as como sinônimos. Na verdade, surgem
muitas contradições quando se tenta conceituar estes dois termos. Porém, o
certo é que, nem todo chefe é líder. Seja qual for a denominação do cargo,
nem sempre quem o ocupa está imbuído do verdadeiro espírito de liderança.
Em muitos casos, encontramos uma postura ultrapassada, um arquétipo do
chefe em contraposição ao novo líder .Um chefe poderá ser um líder, desde
que aja no sentido de obter participação, envolvimento e adesão do grupo, no
alcance dos objetivos. É importante que fique bem definido que liderança
acima de qualquer coisa, não é um cargo, é um comportamento. Para WESTIN
(2005), um chefe pode se transformar num líder por meio de um processo de
“coaching”, com feedback e desenvolvimentos específicos. O que é preciso
saber é se essa pessoa está disposta a mudar e se tem uma personalidade
que permita essa mudança. conta Westin, alertando que, por incrível que
pareça, ainda existem muitos que gostam de ser chefes na cultura brasileira.
"Dá menos trabalho ter a autoridade do cargo do que a autoridade pessoal", diz
o autor.
Quando um chefe não é um verdadeiro líder, o primeiro reflexo está
relacionado com a motivação dos colaboradores. O chefe pode conseguir
resultados imediatos, mas não se sustenta no médio e longo prazo, porque
falta a motivação das pessoas para colaborarem. Por outro lado, o líder
desenvolve sentido de propósito ou visão para si e para o grupo, transformando
estratégias em ações específicas que trazem valor ao negócio. O chefe não se
preocupa em compartilhar conhecimento. Por ter sido ungido no cargo, ele
acredita que o conhecimento é propriedade dele e não o repassa sob medo de,
um dia, perder o poder. O chefe apenas vai se predispor a circular algum
conhecimento quando este já estiver ultrapassado. O ciclo da disseminação do
conhecimento é mais longo com o chefe.
Para facilitar uma melhor compreensão do assunto, resolvi distinguir os
termos: chefiar e liderar. Chefiar é simplesmente, fazer um grupo funcionar
34
para que sejam atingidos determinados objetivos. Enquanto, que liderar, é
mais do que isso, é a habilidade de exercer influência e ser influenciado pelo
grupo, através de um processo de relações interpessoais adequadas para a
consecução de um ou mais objetivos comuns a todos os participantes."
(SENAC, 1999, p.40). "Liderar é engajar-se em um ato que inicia uma estrutura
nas interações como parte do processo de solucionar um problema mútuo."
(HENFIl apud PENTEADO, 1986, p.8) Vê-se o quanto é polêmica esta relação
mas, na tentativa de entendermos melhor as diferenças de comportamento
entre chefe e líder, apresenta-se a seguir, um quadro com abordagem de
alguns enfoques.
CHEFE: tem a visão de que: LÍDER: tem a visão de que
Administra recursos humanos Lidera pessoas
Precisa ganhar sempre Precisa ganhar mais do que perder
Tem todo o poder Tem competência
Conflitos são aborrecidos Conflitos são lições
Crises são riscos Crises são oportunidades
Pessoas trabalham por dinheiro Pessoas trabalham também por dinheiro
Tem subordinados e chefes Têm parceiros
Este paralelo mostra, claramente, os diferentes pontos de vista de quem
chefia e de quem lidera. No meu entendimento é absolutamente indispensável
realizar um esforço para ampliar a visão das empresas no sentido de acreditar
que além das qualificações de gerenciamento, são necessárias também as
qualidades de liderança, a fim de que a eficiência e a eficácia sejam
alcançadas e o êxito seja um fenômeno concreto.
O chefe deve liderar para que o seu grupo de trabalho possa otimizar
suas potencialidades e a plena satisfação no trabalho. Não se pode mais
conceber um chefe que não conheça nem pratique os princípios da liderança
35
no sentido de obterem as melhores condições humanas de trabalho. Daí a
necessidade do chefe aprender a ser líder.
LAYR MOTA (2005) diz que certa vez, num programa de televisão, lhe
perguntaram se ser chefe é ser líder. Ele respondeu que deveria ser, mas o
que se vê na maioria dos casos são pessoas imbuídas de poder, que quando
deixam seus cargos amargam o desprezo das pessoas que os conhecem. Para
o autor, a diferença entre gerenciar e liderar serve para esclarecer um pouco
mais o que é ser líder: “gerenciar é cumprir tarefas determinadas, seguir
normas, portanto, uma atitude passiva. Liderar requer pró-atividade. É quando
a pessoa se dá conta de estar executando tarefas fora do contexto, mas que
beneficiam a todos. É quando na ausência do titular da função você se
apresenta e resolve, antecipando a solução sem ter sido solicitado”.
Bons chefes são fundamentais para o desenvolvimento das equipes e de
novos líderes nas organizações. Sem um verdadeiro líder, verifica-se um não
aproveitamento do potencial da organização, seja dos seus ativos tangíveis ou
intangíveis. Em alguns casos, o desempenho da empresa pode até ser
positivo, mas é aquém do que poderia ser, pois as pessoas não dão tudo de si
e os recursos físicos e financeiros não são plenamente aproveitados. A falta de
estímulo ao seu desenvolvimento talvez seja a conseqüência mais danosa,
com impacto para toda carreira do indivíduo.
Para JORGE LESSA (2001), as empresas do futuro precisarão de
“gerentes-líderes”. Os impactos dessa integração das competências distintivas
entre líderes e gerentes repercutirão em todos os patamares da sociedade e
terão conseqüências significativas para o futuro papel das empresas,
mostrando-nos novos caminhos pelos quais nosso trabalho, nossos negócios e
nossa vida pessoal poderão ser conduzidos neste novo século XXI de maneira
proveitosa para cada um de nós.
36
CAPÍTULO 2 – LIDERANDO PARA MOTIVAR
2.1 Conceito de Motivação
Cada pessoa tem um estilo e hábitos de trabalho diferentes. O
desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com as sua
aptidões e habilidades. Porém, o bom desempenho requer também motivação
para trabalhar. O bom desempenho depende de quão motivado está o
empregado. A motivação é interna, o desejo de fazer alguma coisa brota de
dentro das pessoas. Não motivamos pessoas, elas se motivam por si mesmas.
A razão pela qual se focaliza tão insistentemente a motivação é que ela é mais
facilmente influenciável do que as demais características das pessoas como
traços de personalidade, aptidões, habilidades, etc.
A motivação é uma das principais responsabilidades do líder. Não basta
influenciar as pessoas para obter resultados, é necessário motivá-las para que
façam o que tem que ser feito. Cabe a ele direcionar a motivação para
dinamizar e impulsionar o comportamento das pessoas. Com um bom
conhecimento sobre motivação, o líder pode entender o que induz as pessoas
a uma determinada ação, o que influencia a sua escolha de ação e por que
elas insistem nessa ação. O líder deve conhecer o potencial interno de
motivação de cada pessoa e deve saber como extrair do ambiente de trabalho
as condições externas para elevar a satisfação profissional.
Segundo CHIAVENATO (2000, pág 83), a motivação procura explicar
por que as pessoas se comportam. A Experiência de Hawthorne demonstrou
que o pagamento ou recompensa salarial, mesmo quando efetuado em bases
justas ou generosas, não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador
dentro da situação de trabalho. A motivação é a tensão persistente que leva o
indivíduo a alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou
mais necessidades.
Para DE CENZO (2001), motivação é a disposição de fazer alguma
coisa, quando essa coisa é condicionada por sua capacidade de satisfazer
37
alguma necessidade para o indivíduo. Para o autor, a motivação do
empregado pode ser definida como a disposição do indivíduo de exercer um
esforço para alcançar os objetivos da organização, condicionada pela
capacidade desse esforço para satisfazer também as necessidades individuais.
Inerentes a essa definição, portanto, há três componentes: esforço, metas
organizacionais e necessidades individuais.
Para STONER (1985), a motivação é o processo de induzir uma pessoa
ou um grupo, cada qual com suas necessidades distintas de atingir os objetivos
da organização, enquanto tenta também atingir os objetivos pessoais.
ROBBINS (2002) define motivação como o processo responsável pela
intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance
de uma determinada meta.
Segundo MAITLAND (2002), motivação "é a força ou o impulso que leva
os indivíduos a agir de uma forma específica".
Para MACEDO & PÓVOA FILHO (1994), motivação está assim definida:
“Conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou não), de ordem fisiológica,
intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um
indivíduo, despertando sua vontade e interesse para uma tarefa ou ação
conjunta. A motivação surge de dentro das pessoas, não há como ser imposta”.
A motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza através das
necessidades humanas. Todas as pessoas têm suas necessidades próprias,
que podem ser chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais ou
motivos. As necessidades humanas ou motivos são forças internas que
impulsionam e influenciam cada pessoa determinando seus pensamentos e
direcionando o seu comportamento frente às diversas situações da vida. As
necessidades ou motivos constituem as fontes internas de motivação das
pessoas. Cada pessoa possui seus próprios e específicos motivos, desejos e
necessidades. Esses fatores levam a crença de que nada se pode fazer para
conseguir motivação de uma pessoa a não ser que ela mesma esteja
envolvida, de forma espontânea nesse processo.
38
“A motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Uma pessoa não pode jamais motivar outra, o que ela pode fazer é estimular a outra. A probabilidade de que uma pessoa siga uma orientação de ação desejável está diretamente ligada à força de um desejo.” (Gooch e McDowell apud Bergamini, 1990: 38)
Verifica-se que a motivação pode ser entendida como o processo
responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma
pessoa para o alcance de uma determinada meta. Embora a motivação, de
maneira geral, se relacione ao esforço para atingir qualquer objetivo.
2.2 Compreendendo a motivação através das necessidades
humanas
Para se compreender a motivação humana, o primeiro passo é o
conhecimento do que a provoca e dinamiza. A motivação existe dentro das
pessoas e se dinamiza através das necessidades humanas. As necessidades
humanas ou motivos são forças internas, conscientes ou inconscientes que
levam o indivíduo a um determinado comportamento, impulsionam e
influenciam cada pessoa determinando seus pensamentos e direcionando os
seus comportamento frente às diversas situações da vida.
O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam ou se
sucedem conjunta ou isoladamente . Satisfeita uma necessidade, surge outra
em seu lugar e, assim por diante, contínua e infinitamente. As necessidades
motivam o comportamento humano dando-lhe direção e conteúdo. Cada
pessoa possui seus próprios e específicos motivos ou necessidades. Daí
resulta que os motivos ou necessidades são pessoais e individuais, pois são
determinados pelos fatores que formam a personalidade, pelos traços
biológicos e psicológicos e pelas características adquiridas através da
experiência pessoal e aprendizagem de cada pessoa.
No que tange a motivação, as necessidades variam de pessoa para
pessoa, produzindo diferentes padrões de comportamento; os valores sociais
também são diferentes; as capacidades para atingir os objetivos são também
39
diferentes; as necessidades são diferentes. Dentro deste contexto, existem três
regras que explicam o comportamento humano:
1. O comportamento é causado, isto é, tanto a hereditariedade como o meio
ambiente influi decisivamente no comportamento das pessoas. O
comportamento é causado por estímulos internos ou externos.
2. O comportamento é motivado, isto é, há uma finalidade em todo o
comportamento humano. O comportamento é dirigido e orientado para algum
objetivo.
3. O comportamento é orientado para objetivos, isto é, em todo o
comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma
tendência.
O ciclo motivacional começa com o aparecimento de uma necessidade.
A necessidade é uma força dinâmica e persistente que mexe com o
comportamento. Sempre que surge uma necessidade ela rompe o estado de
equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação,
desconforto e desequilíbrio. Se o comportamento for eficaz, o indivíduo
encontrará a satisfação da necessidade. Satisfeita a necessidade, o organismo
volta ao estado de equilíbrio anterior e se ajusta novamente ao ambiente.
No ciclo motivacional, a necessidade nem sempre pode ser satisfeita.
Ela pode ser frustrada, ou então pode ser compensada. No caso de frustração,
a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira e
vendo-se represada no organismo provoca agressividade, descontentamento,
tensão emocional, apatia, indiferença, tensão nervosa, insônia, repercussões
cardíacas ou digestivas, etc.
Segundo CHIAVENATO (2000), ao longo de sua vida, o homem evolui
por três níveis ou estágios de motivação: à medida que cresce e amadurece,
vai ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades de
níveis mais elevados. As diferenças individuais influem na duração, intensidade
e possível fixação em cada um desses estágios. Os três níveis ou estágios de
motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-
40
realização. Essas necessidades são chamadas de “teorias das necessidades”
e partem do princípio de que os motivos do comportamento residem dentro do
próprio indivíduo: sua motivação para agir e se comportar deriva das forças que
existem dentro dele próprio. Algumas dessas necessidades são conscientes,
enquanto outras não.
A teoria motivacional mais conhecida é a de Maslow e se baseia na
chamada hierarquia das necessidades humanas. Para Maslow, as
necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância e de
influencia. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e
recorrentes (fisiológicas), enquanto no topo estão as mais sofisticadas e
intelectualizadas (auto-realização).
A hierarquia das necessidades, criada por Abraham Maslow é um
modelo didático interessante para compreender a motivação humana e de fácil
aplicação nas empresas. De acordo com essa teoria, as necessidades
humanas seguem uma escala em que, uma delas satisfeita, dá acesso à outra
que está ligeiramente acima, obedecendo a uma hierarquia, conforme figura
abaixo:
Pirâmide de Maslow
41
1. Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as
necessidades humanas, como as necessidades de alimentação (fome e sede),
de sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor), ou desejo sexual
(reprodução da espécie). As necessidades fisiológicas são também
denominadas biológicas ou básicas e exigem satisfação cíclica e incessante
para garantir a sobrevivência do indivíduo. Elas orientam a vida humana desde
o momento do nascimento. Elas monopolizam o comportamento do recém-
nascido e predominam sobre todas as demais necessidades humanas
enquanto não for encontrada a sua satisfação. São portanto, as necessidades
relacionadas com a própria subsistência e existência do individuo. Quaqndo
todas as necessidades humanas estão insatisfeitas, a maior motivação será a
das necessidades fisiológicas e o comportamento da pessoa terá a finalidade
de encontrar alívio na pressão que essas necessidades produzem sobre o
organismo humano.
2. Necessidades de Segurança: constituem o segundo nível das
necessidades humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real
ou imaginário, físico ou abstrato: a busca de proteção contra a ameaça ou
privação, a fuga ao perigo, o desejo de estabilidade, a busca de um mundo
ordenado e previsível são manifestações típicas destas necessidades. Surgem
no comportamento humano quando as necessidades fisiológicas estão
relativamente satisfeitas. As necessidades de segurança têm grande
importância, uma vez que na vida organizacional as pessoas têm uma relação
de dependência com a empresa e onde as ações gerenciais arbitrárias ou as
decisões inconsistentes e incoerentes podem provocar incerteza ou
insegurança nas pessoas quanto à sua permanência no emprego. Se ações e
decisões gerenciais refletem discriminação e favoritismo ou alguma prática
imprevisível, podem se tornar poderosos ativadores de insegurança entre as
pessoas.
3. Necessidades sociais: são as necessidades associadas com a vida
associativa do indivíduo com outras pessoas. São as necessidades de
42
associação, de participação, de aceitação por parte dos colegas, de troca de
amizade, de afeto e amor. Surgem no comportamento quando as necessidades
mais baixas (fisiológica e de segurança) se encontram relativamente
satisfeitas. Quando as necessidades sociais não estão suficientemente
satisfeitas, a pessoa se torna resistente, antagônica e hostil com relação às
pessoas que cercam. A frustração dessas necessidades conduze geralmente à
falta de adaptação social e à solidão. A necessidade de dar e receber afeto são
uma importante ativadora do comportamento humano quando se utiliza a
administração participativa.
4. Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a
maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e
auto-estima. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de
aprovação social e de reconhecimento, de status, prestígio e consideração. A
satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança, de
valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. A sua frustração pode
produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, os
quais por sua vez, podem levar ao desânimo ou a atividades compensatórias.
5. Necessidades de auto-realização: são as necessidades humanas mais
elevadas e que se encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que
levam cada pessoa a realizar o seu próprio potencial e de se desenvolver
continuamente ao longo da vida. Essa tendência se expressa através do
impulso da pessoa em tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o que pode
ser. As necessidades de auto-realização estão relacionadas com a plena
realização daquilo que cada pessoa tem de potencial e de virtual, da utilização
plena dos talentos individuais.
Quanto menos satisfeita esteja uma necessidade, mais ela se sobressai
das demais, sobrecarregando o indivíduo como uma espécie de pressão
interna que tem o poder de dirigir o seu comportamento em uma direção
específica e organizar as ações desse indivíduo rumo a um fator externo que
43
seja o seu correspondente e tenha a capacidade de reduzir essa pressão.
Caso o fator atenda à necessidade em jogo, ele se denomina fator de
satisfação, como é o caso da água para quem tem sede. Quando o fator não
atende á necessidade específica, como é o caso do alimento para quem tem
carência afetiva,ele passa a ser considerado como fator de contra-satisfação.
O conhecimento do mecanismo de ação das necessidades humanas é
fundamental para a condução das pessoas e equipes de trabalho, no sentido
de evitar frustrações e de encaminhar soluções positivas para o alcance dos
objetivos individuais. O líder precisa levar em conta todos os aspectos
relacionados com a motivação humana. Caso as necessidades humanas não
sejam oferecidas, não se dará o “ato motivacional” e, conseqüentemente, não
será atingida a satisfação que nasce da junção desses dois elementos. Nesse
caso a necessidade continuará a existir.
2.3 Fatores que motivam as pessoas nas organizações
A motivação das pessoas nas organizações depende de uma
complexidade de fatores que atuam interagindo entre si de maneira
extremamente dinâmica. Em uma situação na qual os objetivos e metas foram
devidamente explicitados, a tarefa foi desenhada e redesenhada sob medida
para as pessoas, se ela está motivada para executá-la e atingir os objetivos e
metas propostos, certamente a pessoa desenvolverá um determinado esforço
individual proporcional à sua motivação. Esse esforço pessoal e eficaz na
medida em que a pessoa possua as habilidades adequadas para a execução
da tarefa e se as condições ambientais não lhe provocarem restrições ou
limitações . Assim, o desempenho e conseqüência do estado motivacional e do
esforço individual para realizar a tarefa e atingir os objetivos. Os resultados
percebidos pela pessoa, sejam em termos de alcançar os objetivos
organizacionais ou individuais ou em termos de recompensas recebidas pela
empresa, provocam um determinado grau de satisfação pessoal. Esse grau de
satisfação, grande ou pequeno ou nulo, realimentará positiva ou
44
negativamente a motivação para um novo desempenho. Ou simplesmente não
mais motivará.
HERZBERG (apud BERGAMINI, 1990), afirma que existem dois tipos
de fatores ou objetivos motivacionais de natureza diferentes. No primeiro grupo
estão os fatores que ele denominou de “Motivacionais” também chamado de
fatores intrínsecos. Estão relacionados com o cargo e com a natureza das
tarefas que a pessoa executa. Os fatores motivacionais estão sob o controle do
indivíduo, pois está relacionado com aquilo que ele faz e desempenha.
Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e
auto-realização, e dependem das tarefas que o indivíduo realiza no seu
trabalho. Para Herzberg quando esses fatores são oferecidos, permite grande
satisfação motivacional às pessoas. No segundo grupo estão os fatores que
denominou de “Higiênicos” também chamados de fatores extrínsecos. Esses
fatores localizam-se no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as
condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como essas
condições são administradas e decididas pela empresa, estão fora do controle
da pessoa. Os principais fatores higiênicos são salários, benefícios sociais, tipo
de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores,
condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa,
clima de relacionamento entre a empresa e os funcionários, regulamentos
internos, etc. Para Herzberg a presença dos fatores higiênicos não determina
aumento de satisfação, mas que, quando estão ausentes, precipitam grande
insatisfação por parte daqueles que acusam sua falta. O autor ainda afirma que
os fatores extrínsecos ao indivíduo não o motivam, apenas previnem que ele se
sinta insatisfeito. A figura a seguir mostra a diferença entre os fatores
motivacionais e os fatores higiênicos.
De acordo com BERNARDI (1998), em pesquisa realizada buscando
fatores que caracterizam as melhores empresas para trabalhar, apenas
salários bons e benefícios de primeira linha não são suficientes para que um
funcionário se encante com a empresa. Têm mais valor coisas como ter
perspectivas reais de crescimento na carreira, ser valorizado e respeitado pelos
superiores. O que faz um funcionário vestir a camisa da empresa é "ter a
45
certeza de que os esforços do dia-a-dia serão recompensados por novas
funções, por mais aprendizado, por autonomia e, conseqüentemente, por
cargos de maior importância. Isso faz com que a pessoa se sinta motivada a
pensar na empresa, a brigar por ela, e principalmente a permanecer nela."
Outro fator que está se tornando cada vez mais importante é o orgulho da
pessoa em fazer parte da empresa. Esse orgulho deriva da "postura ética da
empresa, traduzida pela honestidade em suas ações externas e internas, a
efetiva preocupação com o cliente, o fato de ser uma empresa moderna, a
importância que tem na comunidade. Esses sentimentos motivam os
funcionários, fazem com que eles se sintam e façam coisas especiais."
A promessa de reconhecimento é um poderoso fator motivador. Para
aqueles que têm um desempenho excepcionalmente bom na obtenção de
resultados positivos, a empresa pode
oferecer diversas formas de apreciação. Ela pode designar títulos exclusivos;
tem e pode criar, posições únicas; pode promover; pode assegurar prestígio
por realização; pode ajustar salários e conceder prêmios; e pode incentivar a
participação. A aplicação prática desse motivador talvez seja difícil, pois
existem vários graus de reconhecimento que devem ser conferidos com justiça.
o reconhecimento deve ser imediato; é preciso haver alguém suficientemente
interessado para agir, e este alguém é o líder.
Um segundo motivador é a necessidade de estímulo ou de evitar o tédio.
Pessoas ativas, com uma boa educação e ambiciosas querem ação, desafios
e responsabilidade. Há várias formas de se proporcionar estímulos à ação e
ao esforço.
As pessoas são levadas à ação para cumprir determinadas tarefas
através de motivos. Existem fatores que dão estímulo para essa pessoa
realizar as tarefas. São os meios de motivação que são diversificados.
Motivação Externa
Muitas pessoas realizam determinadas tarefas por serem "obrigadas",
ou seja, são impostas determinações para que essa pessoa cumpra. uma
meta. Esse tipo de motivação não é adequado. Onde por ter sido exposta, não
46
haverá um empenho total nas tarefas, ao contrário, isso vai gerar um
desinteresse ainda maior, prejudicando assim a realização da tarefa.
Pressão Social
Muitas pessoas pelo convívio em sociedade são motivadas por pressões
que esse meio social determina. A pessoa cumpre as atividades porque outras
pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para acompanharem e
cumprirem as ações ou perspectivas de outras pessoas. Esse tipo de
motivação também não é totalmente "rentável". A pessoa toma a iniciativa
motivadora mas não é por si própria. Senão assim não há um contentamento
pessoal.
Automotivação
Ocasionalmente, são encontradas pessoas que agem por iniciativa
própria. Fazem tudo por que elas querem. Em muitos casos, a pessoa
automotivada mora onde quer morar, do modo como prefere, e age em função
de objetivos que escolheu, como bons para ela. A automotivação se resume na
convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos do sucesso e os deseja
tão ardentemente que está disposta a lutar por eles.
Segundo CHIAVENATO (1994), a satisfação obtida pelo indivíduo
funciona como um esforço positivo para um novo desempenho, enquanto a
insatisfação ou frustração funciona como esforço negativo. Daí a necessidade
de alguns cuidados com que o líder deve se preocupar, como os seguintes:
1. Desenvolver sistematicamente as habilidades e capacidades das
pessoas como base fundamental para um desempenho eficiente e eficaz.
2. Remover continuamente as restrições ambientais que possam afetar
negativamente o desempenho e a motivação da pessoa, como o excesso de
regras e regulamentos, supervisão cerrada, controles burocráticos, métodos e
procedimentos mecânicos e tradicionais etc.
47
3. Motivar e incentivar constantemente as pessoas para que dêem o
melhor de suas habilidades na execução das tarefas.
4. Orientar o esforço das pessoas para um desempenho excelente ou pelo
menos gradativamente excelente.
5. Avaliar o resultado do desempenho alcançado e recompensa-lo
imediatamente ou corrigi-lo adequadamente, sempre buscando um reforço
posiutivo para um desempenho excelente. O mau desempenho deve ser fruto
de uma profunda avaliação para remover as causas e origens da ineficiência
ou ineficácia.
6. A satisfação no trabalho é uma conseqüência do sucesso no
desempenho das tarefas e da recompensa percebida. A recompensa pode ser
representada por estímulos externos, como elogio do líder, reconhecimento do
trabalho, imagem social do executante, prêmios ou gratificações, oportunidade
de promoção etc., ou por estímulos provocados pela própria tarefa, através de
um desenho de cargo que promova variedade, identidade, significado,
autonomia e retroação. Certamente com essas dimensões, haverá uma grande
possibilidade de que o executante desenvolva prazer e sucesso pessoal em
realizar excelentemente uma tarefa.
A motivação das pessoas tem uma relação direta na excelência da
qualidade dos produtos e serviços das empresas. Na busca pela qualidade,
alguns fatores motivam as pessoas a se comprometerem mais com a
organização. Estes fatores devem ser identificados e conhecidos pelo líder.
Uma vez conhecida as forças de comportamento humano relacionado ao
gerenciamento para a qualidade, caberá ao líder examinar como essas forças
dificultam ou promovem a obtenção de alta qualidade, estabelecendo as ações
gerenciais precisas para canalizar essas forças comportamentais em direções
construtivas.
48
Segundo COURTIS (1991), a maioria das pessoas trabalham melhor se
forem mais bem motivadas e instruídas. Neste contexto, torna-se
imprescindível identificar os fatores que motivam as pessoas e identificar a
contribuição que estes fatores trazem para qualidade. Com a globalização da
economia, em que as mudanças são constantes, novos métodos e novas
tecnologias surgem a todo o momento e as ameaças são constantes, exigindo,
mais do que nunca, uma gestão voltada para equipes motivadas, participativas
e com o moral elevado, para maximizar a qualidade de produtos e serviços.
Fatores motivadores de acordo com algumas teorias:
A teoria da expectativa de VROOM (1964), sugere que a motivação é
composta por duas partes: os desejos individuais e as expectativas de alcançá-
los. É uma força que propele o individuo para um certo comportamento é uma
função multiplicativa da expectativa, ou seja, a probabilidade subjetiva sentida
de que aquele resultado irá ocorrer, pela importância ou valor subjetivo
atribuído pelo individuo aquele resultado, é a relação entre a expectativa e os
resultados esperados.
As teorias de conteúdo da motivação concentram-se nas necessidades
internas que motivam o comportamento. Num esforço para reduzir ou satisfazer
suas necessidades, as pessoas agem de determinadas maneiras. Esta
abordagem é associada a pensadores como Maslow, McGregor, Herzberg,
Atkinson e McClelland
Teoria X e Y de MCGREGOR (1973). A teoria X parte do pressuposto
que as pessoas preferem ser mais dirigidas do que assumir responsabilidades,
assumindo desta forma uma atitude passiva que lhes facilita a segurança. A
teoria Y parte do princípio que as pessoas, quando motivadas, podem formular
objetivos, são criativos, buscam a responsabilidade para satisfazer as suas
necessidades e podem exercer a autodireção e o autocontrole.
Em 1960, EDWIN LOCKE defendeu uma teoria de motivação assente na
definição de objetivos, pelo fato de considerar que aquela seria uma estratégia
capaz de aumentar o potencial da motivação. Para este autor, a definição de
49
objetivos desencadeia a motivação, isto porque estes são os mobilizadores da
ação humana, uma vez que indicam o que é necessário fazer e quanto esforço
terá de ser despendido para o conseguir. Os objetivos são influenciados e
determinados pelos valores e necessidades do indivíduo enquanto ser social.
Conseqüentemente, o desempenho pode aumentar sempre que existem
objetivos predefinidos, mesmo que estes se revelem difíceis, porque à partida
são conhecidos e aceites pelas pessoas. Os objetivos são vistos como
motivadores do desempenho, na medida em que trabalhar para alcançar um
objetivo se revela uma força impulsionadora da ação.
A Teoria do Reforço associada ao psicólogo B. F. Skinner entre outros,
abandona a questão da motivação interna e procura demonstrar como as
conseqüências de comportamentos anteriores afetam as ações futuras num
processo de aprendizado cíclico. Esse processo pode ser traduzido da seguinte
maneira:
Isto significa que o comportamento voluntário do indivíduo (resposta), a uma
determinada situação ou evento (estímulo), é a causa de conseqüências
específicas. Se essas conseqüências forem positivas, o indivíduo tenderá no
futuro, a dar respostas semelhantes em situações idênticas; se, pelo contrário,
forem desagradáveis, o mesmo, é levado a mudar o seu comportamento de
forma a evitá-las.
FESTINGER (1975), na teoria da dissonância cognitiva, fala que toda
pessoa se esforça para estabelecer um estado de consonância ou coerência
com ela mesma. Quando a pessoa tem cognição sobre si mesma e sobre seu
ambiente, que são inconsistentes entre si, ocorre um estado de dissonância
cognitiva que é uma das principais fontes de inconsistências no
comportamento. As pessoas não toleram a inconsistência, quando ela ocorre o
indivíduo está motivado para reduzir o conflito. A esse conflito dá-se o nome de
dissonância.
Estímulo > Resposta > Conseqüências > Resposta
Futura
50
2.4 A importância da Motivação para o alcance de resultados
As organizações dependem das pessoas para fazê-las funcionar
adequadamente, alcançar seus objetivos e ter sucesso e continuidade. Não há
organizações sem pessoas. Surge um grande conflito industrial: conciliar os
interesses das organizações e os interesses individuais, pois as empresas
inseridas numa civilização industrializada, que para sua sobrevivência
financeira necessitam de eficiência das pessoas para alcançar lucros, usam
métodos que convergem para a eficiência e não para a cooperação humana.
Com isso, muitas teorias têm surgido tentando achar o melhor caminho acerca
de recursos humanos, ou recursos de pessoas, dentro das organizações.
Valorizando o ser humano dentro das organizações, houve um
deslocamento da visão das pessoas vistas simplesmente como recursos –
dotadas de habilidades, capacidade, destreza e conhecimentos para a
execução de tarefas - para alcançar objetivos organizacionais para uma visão
de pessoas vistas como pessoas, dotadas de características próprias de
personalidade, aspirações, valores, crenças, atitudes, motivações e objetivos
individuais.
Tratam-se agora as pessoas como pessoas e ao mesmo tempo como
importantes recursos organizacionais, porém, rompendo a visão Taylorista de
pessoas unicamente como meios de produção.
A motivação das pessoas tem uma relação direta no alcance dos
resultados da equipe e da organização. As pessoas motivadas trazem dentro
de si toda a energia da qual necessitam, e aquilo que o líder precisa fazer é
criar um ambiente no qual seja possível desbloquear essa energia
motivacional. Os líderes que desejarem criar um clima motivacional de trabalho
deverão reconhecer que o único e maior erro que podem cometer é tratar os
indivíduos como se todos fossem iguais.
Para que a organização possa ter pessoas motivadas e comprometidas
com suas metas, são necessárias duas condições indispensáveis. Primeiro
que se consiga conhecer realmente quais são as necessidades e expectativas
que residem no interior de cada subordinado. Segundo, ter recursos para
51
oferecer fatores de satisfação que sejam verdadeiros elementos
complementares dessas expectativas, facilitando, assim, que se dê o ato
motivacional. Não é tão simples quanto se possa imaginar preencher
eficazmente essas duas condições básicas de motivação.
As pessoas satisfeitas consigo mesmas são mais motivadas, produtivas
e criativas, envolvem-se mais na solução de problemas, aproveitam as
oportunidades, enfrentam desafios e têm maior facilidade para trabalhar em
equipes.
As principais diferenças comportamentais que permitem distinguir a
pessoa motivada daquela que se rege pelo simples movimento ficam bem
visíveis ao analisar a maneira exterior de como enfrentam as circunstâncias de
trabalho. Assim, pode-se reconhecer o empregado motivado como sendo:
a) Eficaz: pois resolve efetiva e definitivamente os problemas que lhe
são confiados, assumindo a responsabilidade pelo que faz.
b) Um gerador de energia: quando se realimenta pela satisfação que
sente no próprio trabalho, não percebendo o passar das horas.
c) Alguém presente: dando personalidade àquilo que faz, tira sua
energia da ação e é vibrante a respeito das suas descobertas pessoais.
d) Uma pessoa feliz: só se queixa quando já esgotou as próprias
alternativas para resolve-las, sendo objetivo quando propõe seus problemas.
e) Um ser identificado: sentindo que sua vida pessoal e sua vida de
trabalho se complementam harmonicamente sem se confundirem.
Por outro lado, aquele que não está motivado pelo que faz também pode
ser reconhecido por seu comportamento manifesto, pois ele é:
52
a) Apenas eficiente: cumpre simplesmente aquilo que reza a sua
descrição de cargo, evitando, assim, que alguém o incomode com queixas a
seu respeito.
b) Extra-motivado: pois sofre de repetidas crises de desânimo,
necessitando com freqüência, de estimuladores externos (elogios ou punições)
para que continue a movimentar-se.
c) Um eterno insatisfeito: tem sempre prontas suas queixas pessoais
e cumpre o seu trabalho como se estivesse fazendo um favor a alguém.
d) Um grande ausente: quando acredita que a causa das suas
satisfações e insatisfações está somente fora dele e que é vítima de
acontecimentos incontroláveis.
e) Uma pessoa sem sentido: vivendo o desconforto da
desintegração entre aquilo que gostaria de ser e aquilo que exigem dele, não
conseguindo conciliar sua vida pessoal com sua vida de trabalho.
A motivação está ligada exclusivamente aos objetivos coletivos da
empresa. As pessoas que apresentam esse comportamento são movidas pela
ética do sucesso coletivo e percebem a empresa como fonte de recompensas
financeiras justas. Estão na empresa para atingir objetivos coletivos e, portanto,
contribuem decisivamente nas tarefas coletivas, porém os resultados
alcançados nos objetivos individuais são menos satisfatórios. Os interesses
das organizações se sobrepõem aos interesses do indivíduo de tal modo que
este não consegue desenvolver identidade própria.
Para CAMILA MICHELETTI (2005), São certas atitudes que fazem o
time ficar mais unido, animado e, claro, motivado. São pequenas
demonstrações de carinho, cuidado e afeto para com o grupo, que com certeza
serão retribuídas com mais trabalho, mais entusiasmo e mais lucro para a
empresa. Para a autora, o líder deve comemorar com a equipe os resultados
obtidos, vitórias pessoais ou da equipe.
53
CAPÍTULO 3 – FORMAÇÃO DE EQUIPES: COMO
LIDERAR PESSOAS OTIMIZANDO RESULTADOS
3.1– Transformação de grupos em equipes
Segundo MACEDO (2005), um grupo é uma reunião de pessoas com
um ou mais objetivos comuns e que se percebem como seus dirigentes. A
partir de sua constituição e ao longo de toda sua existência, o grupo sofre a
influência de três fatores: o ambiente, o próprio grupo e o indivíduo – e isso
explica por que alguns grupos chegam a transformar-se em equipes e outros
não.
Em primeiro lugar, o grupo é influenciado pelo ambiente no qual se
formou e atua. O tipo de organização da qual faz parte, as instruções
estratégicas e operacionais que recebe ou deixa de receber, as facilidades ou
dificuldades, tanto materiais quanto psicológicas, e muitos outros fatores irão
afetar esse grupo positiva ou negativamente. Outras influências são as
decisões gerenciais que determinam sua formação, modificação ou extinção,
dentro de qualquer estrutura formal. Por outro lado, todo o ambiente apresenta
ameaças e oportunidades que podem afetar a coesão do grupo e os
sentimentos de seus membros.
Em segundo lugar, o grupo recebe influencias de si próprio: por exemplo
seu tamanho, o tipo de sua missão, a idade e a ideologia de seus integrantes,
bem como o efeito sinérgico resultante de sua agregação. Assim, quanto maior
e mais heterogêneo for o grupo, maior será a diversidade de conhecimentos e
habilidades disponíveis; por outro lado, também poderá ser menor a
oportunidade de participação e contribuição individual. A afinidade de valores,
crenças e habilidades e o nivelamento da faixa etária tendem a auxiliar na
formação de grupos mais estáveis e duradouros. Já os grupos muito grandes
tendem a dificultar o consenso e a obtenção de resultados.
Em terceiro lugar, temos o indivíduo com seu conjunto característico de
traços de personalidade, conhecimentos, valores, interesses e experiências, os
54
quais, combinados àqueles dos demais integrantes, contribuem para que o
grupo tenha uma identidade e um desempenho específico.
Essas três influências – ambiente, grupo e indivíduo – se combinam para
dar ao grupo um padrão de comportamento orientado para dois objetivos: a
execução da tarefa e a sua continuidade como tal. Quando ambos estão bem
equilibrados, o grupo começa a mostrar-se capaz de trabalhar em equipe, daí
resultando um padrão elevado de desempenho na execução da tarefa e um
alto grau de satisfação psicológica de seus componentes.
Nas organizações costuma-se reunir as pessoas em grupos – que
podem denominar-se grupo de trabalho, força-tarefa, comissão, comitê, turma
– para o exercício de atividades temporárias ou permanentes com diferentes
propósitos, tais como coleta, reunião, produção e difusão de informações,
multiplicação do conhecimento, tomada de decisões colegiada, pesquisas e
testes de idéias, divisão e distribuição do trabalho, entre outros. O grau de
formalidade e a duração desses grupos podem variar, ensejando diferentes
tipos:
Grupo informal – resulta da própria natureza gregária do ser humano,
diante de fenômeno ou situação imprevista;
Grupo formal temporário – constituído para cumprir um objetivo ou
tarefa específica, num prazo determinando;
Grupo formal permanente – composto para cumprir atividades
regulares da organização ou objetivos de longo prazo, como é o caso das
comissões permanentes com mandato duradouro.
Segundo MOSCOVICI (apud MACEDO: 2005), um grupo transforma-se
em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e
procura resolver os problemas que afetam o seu funcionamento. Um grupo que
se desenvolve como equipe necessariamente incorpora à sua dinâmica as
habilidades de diagnose e resolução de problemas.
Para DENISE FERREIRA RODRIGUES (2005), equipe é um conjunto de
pessoas com habilidades complementares, atuando juntas numa mesma
atividade, com propósitos e objetivos comuns, comprometidas umas com as
55
outras e com qualidade dos relacionamentos e dos resultados. KATZENBACH
(2000), define equipes como um pequeno número de pessoas com habilidades
complementares , comprometidas com o mesmo objetivo, as mesmas metas de
desempenho e a mesma abordagem, pelos quais elas se consideram
mutuamente responsáveis.
Em todas as definições conhecidas, o que existe em comum é que os
integrantes de uma equipe de trabalho compartilham os objetivos e resultados.
Em outras palavras, isto quer dizer que a partir dos objetivos individuais,
constroem um ou mais objetivos que atendam os anseios de todos os seus
integrantes. Às vezes, é preciso até abrir mão de parte de seu objetivo pessoal
para atender aqueles que toda a equipe definiu. Numa última análise, um
conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho, com
um ou mais objetivos comuns, onde existam condições que permitam, também,
o crescimento individual.
O trabalho em equipe é um permanente processo de experimentação,
troca e aprendizagem. Para que haja um bom funcionamento da equipe, é
necessário que haja:
consciência dos objetivos - com idéias claras do propósito da atividade a
ser desenvolvida pela equipe;
conhecimento das condições - dando e reconhecendo todos os prazos e
os recursos disponíveis para as atividades;
comunicação aberta - todos devem ter acesso às informações e
liberdade para expressar suas idéias e sentimentos;
aceitação das diferenças individuais - é fundamental saber conviver com
os traços e valores de cada um e aproveitar essas diferenças para adquirir
habilidades e competências;
capacidade de negociar e fazer concessões - havendo tal disposição,
ganha-se os dois lados;
propensão para aprender e compartilhar - numa equipe todos aprendem
juntos e compartilham tarefas e responsabilidades. Dar e receber feedback
também faz parte desse processo de aprendizagem;
56
entusiasmo - é preciso ser otimista e confiante para poder aceitar
desafios e superar obstáculos; comportamento ético, as relações devem
basear-se no compromisso, na confiança e no respeito mútuos;
flexibilidade - incentivar a troca de papéis e até mesmo o
compartilhamento da liderança, assim serão identificados e aproveitados
oportunamente os pontos fortes de cada um.
A competição e a cooperação representam um dos paradoxos das
equipes na atualidade. As organizações precisam ser competitivas e, ao
mesmo tempo, cooperar entre si através de parcerias que propiciem o melhor
aproveitamento do tempo, dos recursos e das oportunidades. A cooperação é o
meio pelo qual as equipes agilizam processos, reduzem custos e aprimoram a
qualidade. Para tanto é necessário vencer obstáculos e estabelecer uma
parceria constante através da qual os indivíduos tendem a compensar suas
limitações físicas, psicológicas, sociais e intelectuais, formando uma equipe
eclética e versátil que busca alcançar e superar resultados. Assim as pessoas
se tornam cooperadoras numa atividade comum, transformando muros em
pontes.
3.2 Comportamento do Líder e o Fator Humano
Desde que surgiu a administração cientifica, muito tem se escrito sobre o
processo de liderar e a forma de envolver os subordinados com o trabalho.
Cada teoria ou modelo, com fórmulas que delimitam como se comportar em
situações de liderança vivenciadas, propõe uma alternativa para se obter
maiores e melhores resultados com a ação gerencial.
Para WARREN BENNIS (2002) , existem dois elementos básicos como
guias para estabelecer o comportamento do líder adequado que se fazem
presentes em qualquer situação a ser administrada. O primeiro elemento é
como o líder vê as tarefas que sua área tem que executar, como organiza sua
execução, como relaciona isso com os objetivos estratégicos e operacionais e
qual sua contribuição efetiva para que a empresa alcance as metas de
57
negócios estipuladas. O segundo elemento é o grau de importância que ele,
como líder, dá as pessoas que trabalham em sua equipe e em toda a
empresa, como meios autônomos que contribuem e responsabilizam-se pelos
resultados efetivos que são, em síntese, as ferramentas básicas a disposição
de um líder para seu trabalho, ou seja, até que ponto ele têm consciência de
que seu trabalho depende quase exclusivamente do envolvimento das pessoas
com os objetivos traçados, como encara o impacto do comportamento dessas
pessoas nos resultados e como ele, como líder responsável pela condução de
pessoas, relaciona-se com elas para o alcance das metas de negócios
estipuladas.
Liderar pessoas implica uma questão que vai além de métodos de
trabalho: elaborar uma forma de pensar em relação às coisas e as pessoas. A
grande maioria dos líderes atua com pessoas da mesma forma como atua na
maioria das situações de suas vidas. Age de acordo com um modelo cultural e
exterioriza a idéia que desenvolveu, ao longo de sua historia pessoal, tendo
como base suas experiências. Para KOTTER (2002), o líder que estabelece
uma distinção entre a forma de atuar como líder, cumprindo um papel, e a vida
pessoal é estar fadado a fracassar.
Em muitas situações o fato de os liderados e a equipe não se
desenvolverem pode ser causado pelo próprio líder. Este se sente confortável
com a idéia que desenvolveu e não muda, criando a dependência dos liderados
e da equipe. A equipe vai estagnar por culpa do próprio líder. É preciso lembrar
que a equipe é o retrato do próprio líder. Se o líder for eficaz, a equipe será
eficaz, se o líder for medíocre, a equipe será medíocre. Quando o líder permite
ao liderado ou a equipe alçar vôos em projetos desafiadores, está multiplicando
a sua própria eficácia.
É preciso mobilizar as pessoas para que elas obtenham resultados e
para isso, em primeiro lugar, o líder deve conhecer-se.. Ele deve analisar como
vem agindo e procurar estabelecer o grau de eficácia de seu comportamento
atual em relação às pessoas. Em segundo lugar, o líder deve estar aberto a
mudança, estar consciente de que tudo está em processo de mudança e que
as pessoas também se sujeitam a essas mudanças. Nada é estático e o estilo
58
do líder também não pode ser, por melhor que ele esteja liderando no
momento. Em terceiro lugar, o líder deve compreender a importância das
pessoas para o resultado das suas metas e objetivos. O líder é a pessoa que
obtém resultados por meio de outras pessoas. Pouco adianta idéias brilhantes
se o líder não tiver uma equipe preparada e motivada para implantá-las. É
preciso compreender com clareza o papel da liderança de como se comportar
na condução das atividades executadas por uma equipe de pessoas.
Manejar tarefas e obter resultados por meio de pessoas representa a
síntese perfeita do significado da liderança e engloba funções como
compreender clara e precisamente seu papel, conhecer os produtos/serviços
da empresa, compreender com clareza quem e seu cliente e quem e seu
fornecedor, conhecer a natureza de suas atividades e conhecer as pessoas
com quem trabalha, sabendo de suas limitações e interesses. Combinar esses
elementos, tendo em vista que tudo que um líder realiza por meio de seus
subordinados, é trabalhar rumo a obtenção de resultados com qualidade. Isso
significa ir além das metas e dos objetivos estipulados, por meio da obtenção
de um clima de envolvimento dos subordinados com os resultados obtidos,
mediante a satisfação com o trabalho realizado.
Por não perceberem a importância de trabalhar de forma conjunta com a
equipe, muitos líderes passam a obter resultados com baixa qualidade e com
alto desperdício de energia, o que poderia ser evitado se soubessem tirar
proveito do poder do grupo, implantando um esquema de liderança participativa
em sua unidade de trabalho.
O impacto do líder sobre as atividades e as pessoas, está centrado na
forma como ele atua. Os quatro estilos da forma de um líder atuar são:
1. Centrado no poder – exerce liderança impositiva, na qual tem como guia o
princípio da autoridade, atuando em busca de conhecimento de seu
comando.
2. Centrado na tarefa – exerce liderança explicativa, na qual tem como guia o
princípio da atividade, atuando em busca de uma eficiência burocrática.
59
3. Centrado nas relações – exerce liderança conciliadora, na qual tem como
guia o princípio da compreensão, atuando em busca de aceitação por parte
da equipe, em detrimento dos objetivos
4. Centrado nos resultados – exerce liderança delegativa, na qual tem como
guia o princípio da cooperação, atuando em busca de uma combinação
entre os indivíduos e as tarefas.
O líder deve fazer uma análise sobre qual estilo ou comportamento que
quer utilizar predominantemente, partindo da constatação de que existem
formas diferentes de se comportar em relação às situações de liderança, e que,
dependendo do momento e do comportamento adotado, os resultados podem
ser ótimos ou desastrosos.
3.3 – Ampliando a participação da equipe através das reuniões
A forma de se conduzir perante um grupo de subordinados depende,
basicamente de dois estilos de liderança:
Liderança com ênfase no gerente – uso da autoridade pelo gerente :
traduzem uma liderança gerencial centrada no gerente e no uso da autoridade
para a condução da equipe, ou seja, uma liderança que se baseia numa
concepção tradicional de gerência de que o ser humano só alcança sua plena
produtividade se for controlado e tiver seu trabalho acompanhado.
Liderança com ênfase no subordinado – uso da liberdade pelo
subordinado: Traduzem uma liderança gerencial centrada no subordinado e
no uso da liberdade administrativa por parte da equipe, ou seja, uma liderança
participativa que tem como base o reconhecimento da capacidade do ser
humano de se autogerenciar, desde que tenha os recursos adequados.
60
Embora a maioria das pessoas tenha consciência de que somente com
um trabalho de grupo é que se obtém Resultados com Qualidade, implantar
em uma empresa um conceito de liderança participativa ainda não é uma das
tarefas mais fáceis. Sua maior dificuldade vem basicamente da resistência
inconsciente de muitos líderes que vêem nesse tipo de trabalho perda de poder
e o risco de serem vistos como ineficientes.
Ambas as preocupações são oriundas da visão errônea sobre qual é a
tarefa do líder e é fato que a maioria dos líderes não sabe criar um clima
participativo que gere motivação nem comunicar-se de forma eficiente com sua
equipe.
O líder eficaz é o que sabe combinar de forma efetiva os dois elementos-
chaves de uma liderança participativa, ou seja, combinar alta preocupação com
as atividades e alta preocupação com as pessoas.
Isso significa dizer que a produtividade e a qualidade são resultados do
envolvimento da equipe (alta preocupação com as pessoas) e do planejamento
de tarefas (alta preocupação com as atividades).
No que tange às atividades, o líder eficaz tem o cuidado de identificar as
necessidades de seus clientes, e com isso, estabelecer os requisitos a serem
exigidos dos seus fornecedores, para definir com precisão as tarefas de seus
subordinados. Em relação às pessoas, o trabalho de um líder eficaz é criar um
clima de participação, procurando promover uma comunicação eficaz e um
ambiente criativo. Para obter esse tipo de participação e de envolvimento, é
fundamental que o líder crie um canal de mão-dupla com seus subordinados,
canal este que só é operativo quando ele promove reuniões periódicas com a
equipe.
Alguns líderes vêem de modo geral, as reuniões como improdutivas. É
um grave erro dizer que as reuniões não são necessárias. Ao contrário,
somente em uma organização autoritária de trabalho é que as reuniões se
tornam dispensáveis. As reuniões são necessárias por serem a forma mais
dinâmica de envolver uma equipe de trabalho, criando um clima de motivação e
engajamento.
61
Segundo KOTTER (2002), para administrar uma reunião de forma
construtiva, é necessário:
definir com clareza sua natureza, para que as pessoas não confundam a
sua natureza e tornarem o encontro improdutivo;
Planejar e preparar infra-estrutura, pois uma reunião mal organizada,
independentemente do seu tipo, é uma certeza de fracasso antes mesmo de
iniciada;
Clarificar para o grupo os objetivos, antes de iniciá-la, para que cada
participante saiba o que está fazendo ali e o tipo de contribuição que se espera
dele no desenrolar do encontro.
O autor ainda afirma que, definir com clareza a natureza da reunião, é
condição básica para seu sucesso e está na razão direta da finalidade do
encontro. Entre os diversos tipos de reuniões, o autor selecionou três que são
mais significativos e relacionam-se diretamente com um processo de liderança
participativa. São elas: reuniões de comunicação, reuniões de avaliação e
reuniões de solução de problemas.
As reuniões de comunicação são aquelas em que o líder reúne a sua
equipe, de maneira informal, nos intervalos entre tarefas, e divulga informações
sobre a empresa, o trabalho e o ambiente. Fornecer informações aos
subordinados é a forma mais efetiva de garantir a dedicação destes à empresa
e, conseqüentemente, maior engajamento ao trabalho. Por ser uma reunião
geralmente rápida e objetiva, a reunião de comunicação deve ter uma estrutura
própria, ou seja, deve ser planejada parte a parte. Para que uma reunião de
comunicação seja bem- sucedida, o líder deve preparar-se previamente para
conduzí-la; escolher o momento adequado; ir direto ao assunto; observar os
participantes e verificar o grau de compreensão, etc.
As reuniões de avaliação têm a finalidade que todos saibam o estágio e
realização de cada tarefa, seu objetivo primordial é servir de bússola,
auxiliando na correção do rumo das atividades, para que as ações
desenvolvidas não se afastem dos objetivos estabelecidos. Acompanhar e
avaliar o andamento das tarefas é tão importante e fundamental quanto
estabelecê-las, pois é a forma do líder ter conhecimento, efetivamente, do que
62
está acontecendo em sua área, ao mesmo tempo em que permite a todos os
membros de sua equipe saber como andam as atividades e tarefas dos
demais. Por meio dessas reuniões, o líder poderá fazer correções graduais do
rumo, evitando a perda de tempo/esforço em atividades que não estejam
diretamente ligadas ao objetivo. Para que uma reunião de avaliação seja bem
sucedida o líder deve buscar avaliações nas áreas internas e externas que são
clientes de seus serviços; comunicar com antecedência à equipe dia e hora da
reunião; ser simples e informal; realizar as reuniões periodicamente; agir de
forma pouco diretiva e fazer um plano de ação no final, etc.
A reunião de solução de problemas talvez possa ser considerado o mais
importante, não só para possibilitar soluções originais para os problemas, como
também para promover o clima de participação tão necessário para o
argumento da produtividade da qualidade dos trabalhos executados. A reunião
de solução de problemas representa o alicerce para dificuldades do dia-a-dia;
problemas surgidos em reuniões de comunicação e problemas surgidos em
reuniões de avaliação. Embora seja uma ferramenta válida para o estímulo á
criatividade e á participação, reuniões de solução de problemas são ainda
pouco utilizadas porque muitos líderes consideram que seu direito ou dever é
encontrar sozinho solução para os problemas levantados.
Procurar uma forma participativa de solucionar problemas é uma forma
de garantir maior envolvimento da equipe e uma abordagem mais criativa para
as dificuldades.
3.4- Acompanhamento e feedback
Vive-se em uma sociedade em que a avaliação da conduta e/ou
resultados de uma ação executada por outra pessoa é sempre difícil. Em
nome do amor e do respeito humano, poupam-se as pessoas no que diz
respeito a uma avaliação formal sobre sua conduta. Quando uma crítica é feita
a uma pessoa, assume uma conotação de mágoa ou de comentários sobre
erros cometidos, sem considerar os aspectos realmente envolvidos no
63
processo de uma avaliação construtiva. Assim, criticam-se com cuidado e
quando é inevitável - desempenhos inadequados, constatando a fragilidade da
conduta humana, sem produzir com isso, uma mudança significativa no
comportamento do envolvido. Quando transferimos esse problema
psicossocial para o ambiente organizacional, a situação assume maiores
proporções, porque a avaliação ou correção das ações é fundamental para
regular o sistema produtivo.
Assim, tornar o subordinado eficaz por meio da informação de sua
conduta, depende de certa preparação prévia para fazê-lo de forma adequada
e envolve, além da freqüência ou periodicidade de informes, estabelecer uma
metodologia para transformá-la em resultados. Toda ação (comportamento)
precisa de uma avaliação para, se mal-entendida, verificar onde se localiza o
problema e poder corrigí-lo, reconhecer ação no rumo planejado e, se bem-
sucedida , ser repetida, facilitando a caminhada aos resultados desejados.
Esse tipo de acompanhamento ou avaliação, para não ser confundida com
outras modalidades de correção, WIENER (apud WARREN BENNIS, 2002),
denominou de feedback.
Feedback é a verificação de resultados realizada periodicamente
(sempre que necessária) que tem como finalidade reconhecer os acertos,
estimulando a manutenção do rumo planejado, ou constatar as dificuldades,
realizando as correções necessárias. (WARREN BENNIS, 2002).
Para JANSEN DE QUEIROZ FERREIRA (2005), feedback é um
processo de ajuda mútua para mudanças de comportamento, por meio da
comunicação verbalizada ou não entre duas pessoas ou entre pessoa e grupo,
no sentido de passar informações, sem julgamento de valor, referentes a como
sua atuação afeta ou é percebida pelo outro e vice-versa.. O autor define
crítica como um processo de comunicação verbalizada ou não, entre duas
pessoas ou entre pessoa e grupo, com o objetivo de passar nossos valores de
certo e errado. Geralmente traz consigo a intenção de acusar, julgar e
condenar e, não raro, com intensa carga emocional dos interlocutores.
Cortejando os conceitos de crítica e feedback percebe-se as diferenças
entre os dois. A crítica é eivada de julgamento de valores e o feedback precisa
64
ser aplicável para os interlocutores; neutro, sem acusação, julgamento e
condenação; específico, limitar-se à questão em foco e sem envolver questões
mal resolvidas de um passado distante; oportuno, o mais próximo possível do
fato, mas considerando as circunstâncias e o estado de humor dos
interlocutores; direto, sem interferência de terceiros; objetivo. O importante é
que exista uma relação de confiança entre os interlocutores e que a motivação
de quem oferece o feedback seja contribuir para que ambos cresçam.
Para garantir o sucesso do feedback e propor soluções eficazes, é
fundamental identificar de forma precisa os problemas e suas causas,
verificando de que modo eles repercutem no subordinado e o grau de
responsabilidade deste em relação ao desvio gerado. Definir qual é a fonte
geradora do problema, identificar qual é a área de concentração das
dificuldades, é fundamental para orientar os feedbacks de forma a permitir a
tomada de uma solução adequada à situação vivenciada.
Saber depurar o feedback , dando-lhe uma dimensão realística e dentro
das condições em que o líder e o subordinado possam administrar os
problemas e as soluções propostas, é elemento-chave para transformar essa
atividade em uma das principais ferramentas do processo de qualidade.
O líder de uma equipe, pode propiciar crescimento e melhoria qualitativa
de resultados de seus liderados se souber fazer uso eficiente dessa ferramenta
de trabalho. Transformar o feedback em uma ação contínua e estruturada é a
forma de incorporar seu liderado ao processo decisório, escutando-o sobre o
tipo de trabalho realizado.
Embora ainda existam líderes que não compreendem que seu trabalho
se realiza por meio de outras pessoas e que o feedback é o meio de se
conectar com os responsáveis por seu resultado, entender a importância das
pessoas para o alcance de resultados de qualidade é peça-chave de uma
liderança eficaz.
ROGÉRIO MARTINS (2005) diz que o líder tem que tirar o melhor
proveito desta poderosa técnica que é o feedback, usando a melhor maneira
para isso. O autor dá algumas dicas:
65
O líder tem que ser específico - apontar claramente o objetivo do
feedback.. Se for um elogio ou uma crítica é necessário que se diga
abertamente o que está elogiando ou criticando e porquê. Não pense que o
outro irá entender o que você não expressou com objetividade. Muitas vezes
acredita-se que o outro entendeu uma expressão facial de descontentamento
sobe algo que ele fez. Não se deve acreditar no subentendido. É necessário
que o líder seja específico e que vá direto ao ponto, sem rodeios!
Focalizar o problema - separar as pessoas do problema e agir com
justiça. É possível que o outro lado não encare a situação como estritamente
profissional. Portanto, o líderv deve procurar ser o mais isento possível de
declarações com intuito pessoal ou passional. Agindo desta maneira o líder
transmite imparcialidade e segurança.
Ser imediato - o feedback só faz sentido se for no momento exato do
acontecimento. Lembra daquela história da criança que desobedece a mãe de
manhã e ela fala que irá apanhar quando o pai chegar à noite? Então, com o
feedback é a mesma coisa. Se não falar na hora, a pessoa receberá o
feedback sem saber o motivo, afinal o que ela fez foi há muito tempo e seu
efeito já se modificou. È necessário agir prontamente!
Dar tempo para a pessoa responder - esta técnica não é como uma via
de mão única onde só um fala. O líder tem que dar abertura para que o outro
também possa responder, ou melhor, transmitir o seu feedback. Portanto, estar
preparado também para receber.
Não sobrecarregar a pessoa – O líder tem que dar um tempo para que a
pessoa pense, pois mesmo que o feedback seja positivo, informação em
excesso e sem processamento perde todo o efeito. É preciso respeitar o limite
de cada pessoa.
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Explorar o momento certo - se o feedback for positivo, é bom fazê-lo se
possível, na frente dos demais, pois assim ganha mais força e visibilidade.
Caso seja corretivo, é necessário faze-lo reservadamente para não expor a
pessoa aos demais membros da equipe.
Evitar a generalização do feedback - sempre que for elogiar ou corrigir
uma ação o líder tem que fazer diretamente para a pessoa em questão. Há
pessoas que falam para o grupo algo que deveria ser dito especificamente para
um de seus membros. Isto perde a força do feedback, pois se for positivo todos
se sentirão elogiados. Entretanto, se for corretivo ninguém vestirá a famosa
"carapuça".
Com o feedback é possível orientar os funcionários na execução
desejada das atividades ou saber o que eles acham do trabalho que realizam,
por exemplo. O feedback também auxilia no momento em que o gestor
encontra-se diante da difícil missão de demitir um funcionário. Neste caso, se o
líder ofereceu feedback constante e adequado ao seu subordinado, ambos
terão a oportunidade de aproveitar este momento para o crescimento pessoal e
profissional.
3.5- A importância da comunicação numa equipe
Todo ato de liderar torna-se efetivo através do processo de
comunicação. Realmente, as comunicações são tão necessárias à vida
empresarial como é o sangue para o corpo humano. Longe de ser um processo
unilateral, a comunicação é sobretudo um exercício de mútua influência, a
partir da transmissão de informações, idéias ou emoções de uma parte para
outra utilizando códigos compartilhados pelo emissor e receptor.
A comunicação se confunde com o falar demais. Pessoas que falam
muito acreditam que são comunicativas, mas não são. Comunicar não é ser
falante, tampouco apenas ouvir. Comunicar é ouvir, ou melhor escutar as
67
pessoas. Quando se escuta o interlocutor, obtêm-se conteúdo, códigos, signos
e símbolos, para comunicar-se corretamente. Comunicar-se é conseguir o
entendimento entre as pessoas e por isso é um ato tão simples e ao mesmo
tempo tão complexo.
KRAUSE (1981), define comunicação como sendo um processo pelo
qual se passam informações e compreensão de uma pessoa a outra. . Deve-se
lembrar constantemente este aspecto principalmente aos líderes, pois há quem
pense que a simples emissão de, por exemplo, uma circular é o bastante para
se ter comunicação.
É importante lembrar outro aspecto que é a existência de dois elementos
na comunicação: informação e compreensão. O ato de receber, em
comunicação é altamente subjetivo o que, até certo ponto, condiciona todo o
processo. É fácil compreender-se, também, que a comunicação é o elemento
indispensável para se ter uma ação de grupo. De fato, sem comunicação não
há vida em grupo e, portanto, não há esforço em conjunto.
Há uma outra observação que se deve colocar: é a de que o processo
de comunicação deve ter como objetivo, igualmente, as atitudes necessárias à
motivação, cooperação e satisfação no trabalho.
Segundo K. DAVIES (apud KRAUSE, 1981), a comunicação tem os
objetivos de providenciar a informação e compreensão necessária ao trabalho
de grupo, isto é, a capacidade para trabalhar e providenciar as atitudes
necessárias para a motivação, cooperação e satisfação no trabalho, isto é, a
vontade para trabalhar. Estas são as duas condições básicas para se ter um
trabalho eficiente e eficaz.
Em relação ao bom processo de comunicação, para haver uma boa
transmissão deve existir um correto feedback. Este é obtido através da escuta
no caso da comunicação oral. Saber escutar é muito importante e faz parte,
igualmente, do processo de transmissão. Escutando, pode-se decidir melhor
pelo fato de se terem melhores e mais informações; ganha-se tempo obtendo
mais informação em menos tempo; pode-se avaliar a compreensão da
mensagem e o grau de motivação obtido; estimulam-se outros a falarem mais e
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melhor; reduz-se a incompreensão. Dento destas considerações o
comunicador deve:
Parar de falar no instante certo;
Pôr o ouvinte à vontade
Mostrar desejo de ouvir;
Remover distrações;
Fazer empatia;
Ter paciência;
Controlar seu gênio;
Argumentar e criticar com cuidado;
Fazer perguntas;
Parar de falar novamente no instante certo;
Procurar memorizar e registrar os fatos e dados importantes, pois isto
torna o desenvolvimento da mensagem melhor.
A capacidade de comunicar-se através da palavra oral ou escrita é,
possivelmente, o instrumento mais valioso do líder. O desenvolvimento dessa
capacidade requer uma cuidadosa observância de algumas regras da
comunicação. Para se usar essa capacidade numa base diária é indispensável
ter uma conscientização profunda para que essas regras se tornem uma
segunda natureza em nós. O líder precisa estar ciente da importância da
comunicação eficiente. O líder tem de ter um vocabulário comum, que tenha
significados definidos e aceitos pelo grupo a fim de facilitar a comunicação. A
linguagem do líder pode variar de acordo com a situação que o mesmo se
encontra, porém ele deve usar palavras compreensíveis para que todos
entendam a mensagem. Toda vez que o líder falar ou escrever alguma
mensagem, deve estar consciente de que é preciso que haja entendimento
dela, e não apenas a enunciação das palavras. A mensagem a ser transmitida
pelo líder deve ser clara e concisa, o mesmo deve estar ciente da mensagem
para fornecer as informações de forma eficaz, expondo a situação ou
problema. Ao comunicar, não o deve fazê-lo com pressa – o líder deve
69
comunicar com eficácia e não com rapidez a fim de obter confiança dos
subordinados. Todos querem saber o que você pensa, o que está dizendo e o
que vai fazer – e não pode existir diferença entre esses três momentos. O líder
deve habituar-se a avaliar aqueles a quem se dirige. Precisa descobrir suas
características e atitudes antes de começar a falar-lhes ou escrever-lhes. Deve
estar cônscio delas. Além disso, ele precisa selecionar a meta certa de
comunicação. Só poderá determiná-la depois que fizer a avaliação da equipe e
definir o objetivo de sua comunicação. Assim deve estar sempre consciente de
sua meta enquanto fala ou escreve sua mensagem. O líder precisa romper a
barreira do alheamento.
3.6 - Coach: a ferramenta para desenvolver liderados
Coach, segundo ERVILHA (2003), quer dizer aquele treinador que
ensina de modo personalizado e, que prepara individualmente a pessoa, para
a sua performance em público. Uma das habilidades mais importantes do líder
é ser um coach. Para o autor, uma das primeiras capacidades de liderança é
interpretar pessoas e afirma que a melhor maneira de aplicar essa habilidade é
ser um coach.
O coaching é um tipo de relacionamento no qual o coach se compromete
a apoiar e ajudar o aprendiz para que este possa atingir determinado resultado
ou seguir determinado caminho ou atingir determinado resultado. O coaching
não significa apenas um compromisso com relação aos resultados, mas com a
pessoa em si, com seu desenvolvimento profissional e sua realização pessoal.
Na verdade, o coach é um relacionamento que produz novas competências. E
isso vale tanto para os clientes, o aprendiz e o próprio coach. É que o retorno
que o aprendiz proporciona ao coach pode produzir novos conhecimentos e
novas experiências para ambas as partes. Nessa interação, todos saem
ganhando.
Assim, o coaching é um relacionamento que envolve pelo menos duas
pessoas, o coach e o aprendiz. O que mais caracteriza o coaching é o valor
70
que ele agrega às partes que interagem entre si. Ele se baseia em um vínculo
que impulsiona talentos, cria competências e estimula potencialidades. Nesse
relacionamento, o coach lidera, orienta, guia, aconselha, treina, desenvolve,
estimula, impulsiona o aprendiz, enquanto o aprendiz aproveita o impulso e a
direção para aumentar seus conhecimentos, melhorar o que já sabe, aprender
coisas novas e deslanchar seu desempenho.
De um modo geral, o coaching é mais do que um simples processo de
treinamento, de aconselhamento, de encarreiramento ou de liderança. Um bom
programa de treinamento e desenvolvimento de pessoas pode produzir e
desenvolver competências e habilidades previamente definidas e localizadas e
não costuma ir além disso. O Aconselhamento para o desempenho ou para a
carreira pode proporcionar orientação e direcionamento para o futuro, mas não
proporciona ajuda efetiva, contínua e prática para o aprendiz. A liderança pode
incentivar, comunicar e motivar as pessoas para uma performance mais eficaz,
mas quase sempre está voltada para a atividade da equipe e os objetivos
previamente definidos. A diferença é que o coaching ultrapassa todos estes
aspectos e inclui um processo de socrático constante de descobrir
competências, desenvolver habilidades, preparar intelectualmente, orientar,
incentivar, comunicar e motivar. O coach permanece com a pessoa até o
momento em que ela conseguir atingir o resultado esperado ou chegar até o
ponto que se espera chegar. Uma espécie de missão que somente termina
quando o objetivo é alcançado. O coach procura dar força e poder para que as
intenções da pessoa se transformem em ações efetivas e que se traduzam em
resultados.
O fator principal que diferencia o coaching é o fato de que ele realmente
agrega valor intelectual às pessoas. O coaching é um instrumento vital para a
criação e a disseminação do conhecimento corporativo e para se ter uma
equipe eficiente, com pessoas que fazem a diferença.
A utilização de coachs se dá em decorrência da velocidade das
mudanças no mundo corporativo e em conseqüência do encurtamento na
duração da carreira. Nos tempos atuais, o profissional não pode mais ficar dois
ou cinco anos no mesmo cargo para poder adquirir experiência. Há muito mais
71
a ser aprendido e em pouquíssimo tempo. A compreensão do tempo e a
inclusão de mais e mais conhecimentos em tempo real requerem novas
abordagens. Com o autogerenciamento da carreira, as pessoas passam a
precisar de uma ajuda substancial para poderem ter sucesso. Sem essa ajuda,
elas não têm condições de, por si próprias, galgarem rápida e eficazmente os
degraus da carreira, uma vez que esta não é mais definitiva e permanente, mas
mutável e extremamente flexível.
Segundo CHIAVENATO (2002), não se deve confundir o coach com um
amigo, nem um chefe, nem um padrasto ou mesmo um mentor. Trata-se de
uma pessoa que proporciona instrução e preparo de outra pessoa para um
trabalho especializado, diferente ou importante. A necessidade do coach na
vida corporativa atual pode estar relacionada com a variedade de aspectos,
como o desenvolvimento de liderança, melhoria da conversação, etiqueta nos
negócios, melhoria da personalidade, construção de confiança, habilidades de
comunicação, aumento de possibilidade de se promover na empresa, gestão
de subordinados difíceis ou até mesmo a melhoria da aparência pessoal.
Existem coaches que se especializam na gestão de conflitos ou de crises nas
organizações e até mesmo nos lares.
3.7 Liderança de conflitos
O conflito é inerente a vida de cada indivíduo e faz parte inevitável da
natureza humana. Costitui o lado oposto da cooperação. A palavra conflito está
ligado a discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo. Para
que haja conflito, além da diferença de objetivos e interesses, deve haver
necessariamente uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas.
O conflito existe quando uma das partes – seja indivíduo ou grupo – tenta
alcançar seus próprios objetivos interligados com alguma outra parte e esta
interfere na outra que procura atingir seus objetivos.
O conflito é o despertar simultâneo de dois ou mais motivos
incompatíveis. Freqüentemente acompanhado de tensão e frustração. Ocorrem
72
conflitos onde duas ou mais pessoas num ambiente de trabalho disputam os
mesmos recursos. Por exemplo, quando dois empregados querem o único
aparelho de fax em suas mesas. O conflito é muito mais do que um simples
desacordo ou desavença: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas
deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar
seus objetivos. O conflito pode também ser considerado um relacionamento
hostil ou antagônico entre as pessoas. O conflito também acontece no
relacionamento entre líderes e membros do grupo. Certa dose de hostilidade e
ressentimento dos subordinados é parte inevitável nos relacionamentos de
trabalho, especialmente aqueles com desigualdade de poder.
Como os recursos em qualquer organização são limitados, nem todos os
desejos e motivações dos empregados podem ser satisfeitos. O líder precisa
ajudar as pessoas a lidar com o conflito, de modo a manter a organização
funcionando sem sobressaltos. É preciso, portanto, agir como mediador e
amenizar as disputas entre os subordinados. Há dois aspectos do conflito
particular para o líder: são suas conseqüências e os métodos para resolvê-los.
CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO
O conflito é uma fonte de estresse. A dose certa de conflito pode
aumentar a performance do trabalho, mas uma dose muito grande ou muito
pequena diminui a performance. Se o líder observa que o conflito está
interferindo no desempenho do trabalho, ele precisa reduzi-lo. Se a
performance é baixa porque os empregados são muitos plácidos, o líder pode,
de maneira lucrativa, aumentar o conflito. Por exemplo, pode-se estabelecer
um prêmio para quem tiver a melhor performance no grupo.
CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS DO CONFLITO
Muitos administradores e estudiosos acreditam que o conflito no trabalho
pode ter conseqüências positivas. Quando a dose correta de conflito se faz
presente no ambiente de trabalho podem ser previstos:
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Aumento da criatividade
Os talentos e habilidades vêm à tona em resposta ao conflito. As
pessoas se tornam inventivas quando enfrentam uma intensa competição com
outros.
Aumento do empenho
Doses construtivas de conflito estimulam as pessoas a novos níveis de
performance. As pessoas se tornam tão motivadas a vencer o conflito que elas
podem surpreender a si mesmas e seus superiores com os resultados do seu
trabalho.
Aumenta a informação diagnóstica
O conflito pode proporcionar valiosas informações sobre áreas
problemáticas no departamento ou na organização. Quando os líderes tomam
ciência de um conflito, eles podem conduzir investigações no sentido de evitar
problemas similares.
Aumenta a coesão do grupo
Quando um grupo em uma empresa está em conflito com outro, os
membros do grupo podem se tornar mais coesos. Eles se sentem como que
enfrentando um inimigo comum.
CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO CONFLITO
Quando existe uma dose errada ou um tipo errado de conflito, a
performance do trabalho pode ser afetada. Alguns tipos de conflitos têm
conseqüências piores do que outros. Uma forma particularmente negativa de
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conflito é aquele que força uma pessoa a escolher entre duas alternativas
indesejáveis. As conseqüências negativas do conflito incluem:
1 - Saúde física e mental abaladas
O conflito intenso é uma fonte de estresse. Uma pessoa numa situação
de conflito prolongado e intenso pode sofrer desordens relacionadas ao
estresse.
2 - Desperdício de recursos
Os empregados e grupos em conflito freqüentemente desperdiçam
tempo, dinheiro e outros recursos enquanto estão brigando entre si. Um
executivo tinha uma antipatia pessoal com um de seus gerentes e ignorou
completamente suas recomendações sobre contenção de custos.
3 - As metas são deixadas de lado
Em formas extremas de conflito, as partes envolvidas podem
negligenciar a perseguição de metas importantes. Em vez disso, seu objetivo é
ganhar as batalhas. Ocorreu um deslocamento de metas desse tipo em uma
equipe de sistemas de informação. As facções rivais gastaram tanto tempo
altercando sobre que hardwares e software adquirir que negligenciaram
algumas de suas outras tarefas.
4 - Aumento de egoísmo
Os conflitos freqüentemente resultam em demonstrações extremas de
egoísmos, à custa da empresa como um todo. Os indivíduos ou departamentos
colocam seus interesses pessoais acima dos do resto da empresa ou dos
clientes. O resultado comum desse tipo de egoísmo é a construção de
impérios. Os gerentes utilizam esta tática quando gastam esforços
consideráveis para aumentar o tamanho de suas unidades organizacionais,
independentes dessa expansão servir ou não aos interesses da empresa.
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Se os conflitos podem trazer resultados positivos ou negativos para
pessoas e grupos,e, sobretudo para a organização como um todo, a questão
primordial é como administrar o conflito de forma a aumentar os efeitos
positivos e a minimizar os efeitos negativos. Essa tarefa cabe ao líder. Embora
muitas vezes seja um ator envolvido até a cabeça em muitos conflitos, o líder
deve sempre buscar uma solução construtiva. Para tanto, deve saber escolher
adequadamente as estratégias de resolução para cada caso.
MÉTODOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO
Os administradores gastam até cerca de 20% de seu tempo lidando com
o conflito, Um líder que aprenda a gerenciar o conflito eficazmente pode
aumentar sua produtividade. Além disso, ser capaz de resolver conflitos
aumenta a própria estatura como líder Os empregados esperam que o chefe
seja capaz de dirimir os conflitos. Descreveremos abaixo cinco estilos básicos
ou métodos de resolução de conflitos. Um líder eficaz escolherá a melhor
abordagem para a situação.
Coação
O estilo que usa a coação, ou a competição, baseia-se no desejo de
vencer as próprias preocupações à custa da outra parte: em outras palavras,
dominar.
Conciliação
O estilo conciliatório favorece o apaziguamento, ou a satisfação das
preocupações dos outros sem cuidar das próprias. As pessoas com essa
tendência podem ser generosas ou saber se sacrificar apenas para manter um
relacionamento. Um cliente enfurecido pode ser apaziguado com a devolução
integral do que pagou, “apenas para calar a boca”. O objetivo de uma
conciliação desse tipo pode também ser para manter a lealdade desse cliente.
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Compartilhamento
O estilo compartilhador é um meio-termo entre a dominação e o
apaziguamento. Aqueles que compartilham preferem uma satisfação
moderada, mas incompleta, para ambas as partes. O resultado é um
compromisso. O termo acertar nossas diferenças reflete essa tendência. Esse
estilo de resolução de conflitos é comumente usada em atividades como
comprar uma casa ou um automóvel.
Colaboração
Em contraste com o estilo compartilhador, a colaboração reflete um
interesse em satisfazer completamente os desejos de ambos os lados. Baseia-
se em uma filosofia subjacente do tipo ganha-ganha, isto é, acredita-se que
após o conflito ter sido resolvido ambos os lados ganhem algo valioso. Por
exemplo, o presidente de uma empresa pode oferecer aos empregados ações
da companhia, em troca de redução dos salários para ajudar a empresa em
época de crise. Se a firma se sair bem, as duas partes terão obtido uma vitória.
Todos as partes se beneficiam da colaboração ou de uma abordagem
ganha-ganha para resolver conflitos. Além disso, a solução é aceita
rapidamente, e o relacionamento entre as partes em conflito melhora.
Neutralidade
Quem é neutro combina a falta de cooperação e a imparcialidade, ou
indiferença em relação às preocupações de qualquer uma das partes. A
pessoa pode na verdade retirar-se do conflito ou deixar os acontecimento
fluírem. O estilo neutro é às vezes usado por um gerente que se mantém fora
de um conflito entre membros da equipe. Deixa-se que os membros resolvam
sozinhos suas diferenças.
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CONCLUSÃO
Através da realização do trabalho verificou-se que a liderança é
considerada um mecanismo eficaz e competitivo para a organização. Os
líderes são pessoas que escolhem a direção na qual a organização deve
caminhar, criam visões e estratégias, conseguem fazer com que as pessoas
estejam dispostas, inspiradas e motivadas. O líder consegue fazer com que as
pessoas o sigam por estarem convencidos da validade de suas idéias, para
que a visão se torne realidade, apesar de todos os obstáculos.
Ao analisarmos os vários conceitos de liderança, percebe-se que cada
autor possui uma definição própria para a liderança. Embora existam muitos
conceitos e definições, observa-se que a liderança se processa dentro de um
ambiente condicionado por forças sociais, formais e informais. Isto me leva a
crer que em princípio a liderança não é outra coisa senão a função exercida
pelo líder. O líder lidera por se destacar e influenciar um grupo. Portanto, a
proeminência e a influência são duas condições essenciais à caracterização do
líder. Pode-se assim dizer que liderar é conduzir uma pessoa ou grupo a agir
de determinada maneira em uma determinada situação. Liderar passou a ser o
ato de desenvolver relacionamentos com diversas pessoas para criar uma
comunidade que produza riqueza. O novo líder não pode se esquecer que
atualmente, as pessoas é que são importantes, por isso, todos os líderes que
investirem nas pessoas, vencerão em suas empresas.
Uma das principais características que diferenciam os grandes líderes
das outras pessoas é que, qualquer que seja o potencial inicial, eles continuam
a desenvolvê-lo ano a pós ano.
Em relação à motivação, observa-se que a mesma é o resultado da
interação do indivíduo com a situação. Obviamente, as pessoas diferem quanto
às suas tendências motivacionais básicas. Desta forma, a motivação pode ser
entendida como o processo responsável pela intensidade, direção e
persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada
meta. Embora a motivação, de maneira geral, se relacione ao esforço para
atingir qualquer objetivo. A motivação das pessoas nas organizações depende
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de uma complexidade de fatores que atuam interagindo entre si de maneira
extremamente dinâmica. Estes fatores devem ser identificados e conhecidos
pelo líder. Uma vez conhecida às forças de comportamento humano
relacionado ao gerenciamento para a qualidade, caberá ao líder examinar
como essas forças dificultam ou promovem a obtenção de alta qualidade,
estabelecendo as ações de liderança precisas para canalizar essas forças
comportamentais em direções construtivas.
Assim sendo, o líder é a pessoa que obtêm resultados por meio de
outras pessoas. Pouco adianta idéias brilhantes se o líder não tiver uma equipe
preparada e motivada para implantá-las. É preciso compreender com clareza o
papel da liderança de como se comportar na condução das atividades
executadas por uma equipe de pessoas. Por não perceberem a importância de
trabalhar de forma conjunta com a equipe, muitos líderes passam a obter
resultados com baixa qualidade e com alto desperdício de energia, o que
poderia ser evitado se soubessem tirar proveito do poder do grupo,
implantando um esquema de liderança participativa em sua unidade de
trabalho. É preciso ressaltar que o líder também faz parte da equipe e ele só
terá sucesso se a equipe tiver. Se o líder for eficaz a equipe será eficaz, se o
líder for medíocre, a equipe será medíocre.
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