UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos...

67
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO APOIO À DECISÃO: MRP UMA ALTERNATIVA PARA O GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES Por: Wellington Luis Silva dos Prazeres Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2010

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos...

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO APOIO À DECISÃO: MRP UMA

ALTERNATIVA PARA O GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES

Por: Wellington Luis Silva dos Prazeres

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO APOIO À DECISÃO: MRP UMA

ALTERNATIVA PARA O GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial.

Por: Wellington Luis Silva dos Prazeres

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me conceder

forças para vencer. A toda minha

família, por acreditar que eu posso

alcançar todos os meus sonhos, a

todos os meus amigos, que oraram e

torceram por mim durante está

caminhada, à minha noiva Caroline, por

suas palavras de incentivo e

encorajamento e a todos os

professores, no qual tive a

oportunidade de compartilhar

conhecimentos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

4

DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, por me conceder forças

para alcançar meus sonhos. À minha

Mãe, em especial, pela pessoa

sensacional que ela é, e por todo seu

apoio, dedicação e afeto. À meu Padrasto,

pela educação que se propôs a me dar e

a toda minha Família que me incentivaram

a todo tempo, com palavras de ânimo e

encorajamento e para todos os meus

amigos.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

5

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da utilização

do MRP como ferramenta no gerenciamento dos estoques. Disponibilizar o

material certo, em quantidades que atendam a demanda e ao menor custo

possível são tarefas nada fáceis para os gerentes de produção, que buscam

reduzir seus custos e aumentar o resultado financeiro da empresa. É a partir

dessa visão que este trabalho está proposto, visando demonstrar aspectos de

um sistema de informação no apoio à decisão, a fim de possibilitar as

organizações obter conhecimento do MRP como sistema de informação e seu

apoio nas decisões. As tomadas de decisões e atualização das informações do

estoque foram facilitadas com o surgimento do sistema MRP, onde os gerentes

passaram a ter mais controle sobre o estoque, obtendo, assim, um melhor

atendimento da demanda. Conseguindo, também, agregar valor ao produto, no

atendimento e, conseqüentemente, superando a concorrência.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

6

METODOLOGIA

Os métodos que levaram ao problema proposto foram do tipo

bibliográfica com fundamentos baseados em publicações de livros, trabalhos

acadêmicos e pesquisas em materiais nas bibliotecas do Centro Universitário

Augusto Motta, da Biblioteca da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Biblioteca

do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), em revistas, em sites da Internet e mediante

conversa com alguns profissionais que atuam no ramo de ciência e tecnologia

de informação, os quais proporcionaram um aporte de conhecimento para o

desenvolvimento e finalização da mesma.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Sistema de Informação 10

CAPÍTULO II - Gerenciamento de Estoque 24

CAPÍTULO III – MRP - Planejamento das Necessidades Materiais 41

CONCLUSÃO 60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

INDICE 65

FOLHA DE AVALIAÇÃO 67

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

8

INTRODUÇÃO

O uso de sistemas de informações no apoio as decisões têm evoluído a

ponto de se tornarem elementos chave dentro das organizações,

proporcionando a elas um aporte a tomada de decisões mais estruturadas,

rápidas e com maior confiabilidade dos dados, que são monitorados em tempo

real. Algo que é conseguido mediante o auxílio e comprometimento dos

funcionários, no qual, fazem a alimentação e atualização dos dados, tornando

possível a interação entre departamentos e funções de uma organização em

um sistema de computador que pode servir a todas as necessidades

particulares de cada uma das diferentes seções. Sendo assim, traremos essa

abordagem do MRP voltado para o estoque, no qual são encontrados uns dos

maiores problemas para as empresas, pois quanto maior o estoque maior será

o custo e quanto menor o estoque, menor será seu custo, porém se o estoque

tiver um volume muito baixo poderá não atender a demanda, gerando o custo

por falta de estoque.

Para Davis (2006) estoque é definido como sendo a quantificação de

qualquer item ou recurso usado em uma organização. Um sistema de estoque

é o conjunto de políticas e controles que monitora os níveis de estoque e

determina (a) quais níveis deveriam ser mantidos, (b) quando o estoque

deveria ser reposto, e (c) o tamanho dos pedidos.

Podemos considerar que os objetivos do estoque são:

• Proteger contra as incertezas por falta de matéria-prima, por oscilação

da demanda, por greves, entre outras razões. Essas incertezas poderão

ser atendidas pelo estoque de segurança.

• Dar suporte ao planejamento estratégico a fim de atender a demanda

que excede a produção.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

9

• Obter vantagens na economia de escala, ou seja, existem empresas que

oferecem descontos para grandes pedidos, a fim de reduzir as grandes

pilhas de estoque, gerar fluxo de caixa positivo, reduzir o custo de

transporte.

Os custos para se manter um estoque são: custos de manuseio e

manutenção, custos de preparação ou de pedido, custo de escassez ou falta

de estoque e custo de compra.

Para que esses custos sejam reduzidos e o gerenciamento do estoque

seja preciso, as empresas estão implantando o sistema MRP, que é usado no

planejamento das necessidades de materiais.

De acordo com Davis (2006) o MRP é uma abordagem lógica e de fácil

entendimento para o problema de determinar o número de peças,

componentes e materiais necessários para produzir cada item. O MRP também

proporciona a programação específica quando cada um destes materiais,

peças e componentes deveriam ser encomendados e produzidos.

Com a mudança da tecnologia, o MRP passou a ser MRP II que aborda

o planejamento dos recursos de manufatura, ou seja, a capacidade dos

equipamentos e outros recursos ligados ao ambiente de produção também são

levados em consideração.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

10

CAPÍTULO I

SISTEMA DE INFORMAÇÃO

1.1 – O Sistema de Informação

Sistema de informação é um sistema automatizado, ou até mesmo

manual, que envolve métodos, pessoas e máquinas para coletar, processar e

distribuir dados para os usuários envolvidos no sistema. Os sistemas de

informação estão praticamente em sua totalidade baseados em computadores

para apoiar as funções gerenciais, operacionais e a tomada de decisão para

ajudar as organizações a alcançarem os seus objetivos.

O’brien (2004) diz que um sistema de informação é um conjunto

organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicação e recursos

de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma

organização”.

HARDWARE: Diz respeito à parte física utilizada pelo sistema, são exemplos

de hardware: teclado, mouse, monitor, processador, impressora, caixas de som

etc.

SOFTWARE: São todos os programas utilizados no sistema de informação, os

exemplos mais comuns são: o próprio sistema operacional e seus aplicativos,

Word, Excel, Access e etc.

PESSOAS: As pessoas são essenciais para a operação dos sistemas de

informação. Esses recursos humanos abrangem os usuários finais e os

especialistas em sistemas de informação.

REDES: É o meio pelo qual o sistema interage. As redes possibilitam a

comunicação com seu ambiente interno e externo, proporcionando a empresa

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

11

um alcance de maior efetividade nas operações. São exemplos de redes: cabo

coaxial, cabo de fibra ótica, sistemas de satélite e etc.

DADOS: É todo e qualquer elemento de um evento ocorrido utilizado pelos

sistemas de informações. Os dados correspondem a uma série de

acontecimentos, dados financeiros para o departamento de finanças, dados de

vendas para o departamento de marketing e etc. Os recursos de dados dos

sistemas de informações geralmente estão em bancos de dados que guardam

os dados processados e organizados.

Tabela 1. Conceitos básicos em S.I (Extraído de - Rosini e Palmisano 2003; p.

4 - apud Laudon & Laudon; 1996)

CONCEITO DEFINIÇÃO BÁSICA

DADO Elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou

circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados

ou arranjados de maneira que pessoas possam entender e

usar.

INFORMAÇÃO Dado configurado de forma adequada ao entendimento e à

utilização pelo ser humano.

INPUT Ato e efeito de captura ou coleta de dados sejam internos

ou externos à organização, para processamento no sistema.

PROCESSAMENTO Conversão, manipulação ou tratamento da matéria-prima

que, entrando sob uma forma, assume outra diferente para

ser compreensível pelo ser humano.

OUTPUT Saída e distribuição da informação processada às pessoas

ou órgãos ou atividades, onde serão usadas para a tomada

de decisão.

FEEDBACK Saídas que retornam para a apropriação pelos membros da

organização para auxílio na avaliação ou correção de input.

Fonte: Rosini e Palmisano (2003; p. 4).

Todo sistema depende de componentes para o seu funcionamento, e o

sistema de informação não é diferente, pois estes tais componentes são vitais

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

12

para os desempenho das atividades a serem realizadas por ele, sem as quais,

poderíamos até dizer que não haveria sistema de informação, pois esses

componentes vitais estão diretamente relacionados, fazendo com que o

sistema trabalhe de maneira completa e em um ambiente de integração.

Esses recursos proporcionam ao sistema de informação todo o aporte

para o tráfego da informação, assim como o desenvolvimento das atividades e

o processo que esse utiliza, tornando possível atender as necessidades de

informação dos profissionais da organização.

1.2 - Classificação dos Sistemas de Informação

Os sistemas de informação podem ter alguns aspectos quanto a sua

classificação. Podemos perceber que a informação é o elemento básico

dos sistemas, por isso, os conceitos básicos necessários dizem respeito às

características da informação que se está trabalhando. Podemos ver na tabela

a seguir os principais conceitos relacionados à informação:

Tabela 2. Conceitos relacionados à informação, (Extraído de - Rosini e

Palmisano 2003; p. 13 - apud Laudon & Laudon; 1996)

CONCEITO DEFINIÇÃO

FREQUENCIA Diz respeito a quantas vezes uma informação é

oferecida dentro de um determinado período de tempo.

INTENSIDADE Está relacionada ao número de caracteres que somos

capazes de receber, compreender, e transmitir dentro de

um determinado período de tempo. Ela é calculada pelo

tempo necessário para se compreender uma

determinada situação.

REDUNDÂNCIA/

EFICIÊNCIA

É o excesso de informação que se tem por unidade de

elemento de dado. É uma segurança contra erros no

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

13

processo de comunicação. Para se verificar uma

redundância basta suspender drasticamente a

informação e verificar o que acontece.

CUSTO/

BENEFÍCIO

A informação só deve ser produzida se proporcionar um

resultado, pelo menos, equivalente ao custo de sua

produção. É a relação entre o custo de produção da

informação e o benefício que ela oferece ao tomador de

decisões, é agregar valor a um determinado processo.

DISPONIBILIDADE É o local e o momento em que a informação deve estar

disponível.

TRANSMISSÃO Deve-se fazer com que os dados sejam transmitidos de

forma eficiente passando por um mínimo de pontos de

transmissão, para que a informação chegue a seu

destino sem distorções, omissões ou excessos e no

tempo oportuno.

Fonte: Rosini e Palmisano (2003; p. 13).

1.3 - A Evolução dos Sistemas de Informação

O processo de evolução da aplicação dos sistemas de informação nas

organizações pode ser talvez, o mais difícil, pois tudo será novo, tanto para a

organização, quanto para os seus profissionais, pois os processos acontecerão

de forma mais lenta até o término de sua implantação, ou seja, sua maturidade,

esse é um momento no qual a empresa tende a aumentar seus esforços, a fim

de que todo esse processo informacional seja entendido e estendido a todos os

seus profissionais dentro da organização.

Para Rosini e Palmisano (2003) um dos modelos mais utilizados para se

demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan 1979 (apud

Rosini e Palmisano 2003), que classifica em seis fases os processos de

absorção da tecnologia de informação. São elas: iniciação, contágio, controle,

integração, administração de dados e maturidade.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

14

As fases apresentadas dizem respeito ao processo de implantação e uso

do sistema de informação dentro da organização, no qual tem esse processo

de implantação efetuado da seguinte forma:

1ª - Iniciação: É o momento em que ocorre a introdução dos computadores na

organização, daí é iniciada a aprendizagem da nova tecnologia que está sendo

implantada na organização, que por ser uma coisa nova para todos, seu

crescimento acontece de forma lenta. Porém nesta fase o foco é a assimilação

e o conhecimento da tecnologia que acaba de chegar na empresa.

2ª - Contágio: É o processo em que a nova tecnologia está sendo assimilada,

inicia-se um processo de expansão rápida, mas de forma que a organização

tem todo o controle.

3ª - Controle: Momento em que há na organização um amadurecimento

quanto aos sistemas de informação adquiridos pela organização, a

administração se faz mais presente organizando, planejando e provendo os

recursos de informática.

4ª - Integração: É o momento em que os sistemas que foram adquiridos de

forma isolada começam a ser integrados e também padronizados para permitir

uma boa integração.

5ª - Administração de Dados: Nesta fase já ocorreu um amadurecimento no

uso dos sistemas de informação. A preocupação está voltada ao dado, esse

passa a ser considerado como um recurso da empresa e começa a ser

administrada com fim de permitir condições de integrabilidade face às

necessidades de informação para a organização.

6ª - Maturidade: Nesse momento a organização já está informatizada de

acordo com as necessidades, sendo implantado os sistemas necessários ao

seu bom desempenho.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

15

Cabe ressaltar que as fases apresentadas nem sempre acontecem de

forma seqüencial em todas as organizações. A evolução da tecnologia e o

avanço no uso de tecnologia da informação, faz com que a empresa retorne às

fases iniciais para poder absorver as novas tecnologias.

O processo de evolução de sistemas de informação tem se tornado uma

constante para as organizações, o avanço tecnológico e o uso de tecnologia de

informações, faz com que esse processo de evolução esteja envolvido

diretamente com essas tecnologias, pois afinal de contas elas acontecem

constantemente, fazendo com que as organizações as acompanhem, a fim de

se manterem competitivas e atualizadas.

1.4 - A Relevância dos Sistemas de Informação

Muitas são as dúvidas das organizações até chegarem a decidir sobre

um sistema de informação a ser utilizado e implantado, pois muitas

organizações por não conhecerem como funciona e outras até mesmo por

resistência acabam se privando e se fechando para essas tecnologias, até que

se chega a um ponto em que optar por um sistema de informação se torna

imprescindível para sua sobrevivência, algumas dessas empresas após

entenderem o que é o sistema de informação e qual a sua relevância, acabam

por obter um valor significativo no qual não se esperava utilizando seus

métodos anteriores.

Stair e Reynolds (1999) consideram que os sistemas de informação são

importantes para o trabalho nas organizações, as empresas necessitam

certificar-se de que as melhorias ou a finalização dos novos sistemas valem a

pena. O processo de revisão das mudanças do SI envolve a justificação de que

a mudança é necessária e renderão ganhos. Para evitar desperdício, cada

potencial projeto de sistemas de informação deve ser revisto para assegurar o

atendimento de uma importante necessidade empresarial, a consistência com a

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

16

estratégia corporativa e a realização de metas e objetivos específicos. Uma

segunda avaliação deve ser feita para mensurar o grau de risco ou de incerteza

associado a cada projeto.

Para mensurarmos a relevância dos sistemas de informação, podemos

analisar uma série de fatores que nos darão uma visão mais clara de sua

relevância. Vejamos alguns desses fatores:

1. Até que pontos foram entendidos os requisitos do sistema de

informação?

2. Qual o grau do esforço tecnológico exigido pelo projeto?

3. Existe risco de uma repercussão empresarial negativa se o projeto

for mal implementado?

Os benefícios fundamentais na avaliação do projeto devem ser

identificados, podemos dizer que a maioria dos projetos está incluída nas

seguintes categorias:

§ Economias Tangíveis. A implantação do projeto resultará em grandes

economias monetárias para a empresa.

§ Economias Intangíveis. A implantação do projeto resultará em pouca

economia monetária para a empresa.

§ Exigências Legais. A implantação do projeto é feita para atender a uma

regulamentação federal ou estadual.

§ Modernização. A implementação do projeto será necessária para

manter a atualização em relação às mudanças das necessidades nas

empresas.

§ Projeto-piloto. A implantação do projeto será para ganhar experiência

em novas tecnologias.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

17

As organizações estão percebendo que precisam olhar para ambos os

lados da equação; os benefícios, assim como os custos - na avaliação do

investimento em potenciais sistemas de informação. Além disso, determinar o

retorno do investimento pode ajudar aos sistemas de informação a provar sua

contribuição na organização e assegurar que seus esforços estão andando

juntos com os objetivos empresariais da organização.

1.5 - Sistema de Apoio a Decisão

É um sistema que se baseia em computadores para auxiliar a tomada de

decisão de maneira interativa, proporcionando ao usuário um fácil acesso a

modelos de dados decisórios que dão apoio às atividades de tomada de

decisão. Os sistemas de apoio à decisão proporcionam e ajudam os

administradores a tomar decisões de forma mais estruturada sobre vários

aspectos de uma operação, um sistema de apoio à decisão fornece

informações relevantes para auxiliar a tomada de decisão.

Os sistemas de apoio à decisão devem ter seus modelos e dados

organizados em função da decisão, capacidade de adaptação às mudanças,

flexibilidade, processamento interativo e interface fácil de usar, essas são

características desejadas de um sistema de apoio à decisão.

Os sistemas de apoio à decisão ajudam aos administradores a usar

melhor seu conhecimento e proporcionam a criação de novos conhecimentos.

Segundo O’brien (2004) são sistemas de informação computadorizados

que fornecem apoio interativo de informação aos gerentes e profissionais de

empresas durante o processo de tomada de decisão.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

18

De acordo com Rosini e Palmisano (2003) é o sistema de informações

desenvolvido para atender às necessidades do nível estratégico da

organização. O sistema de apoio à decisão auxilia a direção a tomar decisões

semi-estruturadas ou com rápidas mudanças, o que dificulta sua especificação

durante o avanço do processo. Deve estar disponível e responder a cada uma

das mudanças que ocorrem, eventualmente, ao longo de um único dia, caso

isso seja necessário.

Os sistemas de apoio à decisão ajudam os administradores e gerentes a

tomar decisões mais acertadas ao responder a questões mais complexas,

oferecendo previsões sobre circunstâncias futuras e também possibilita a

capacidade de analisar de maneira quantitativa caminhos que sejam

alternativos para uma decisão.

Torna-se bem mais claro que os sistemas de apoio à decisão tem o

potencial de se tornar uma poderosa ferramenta no conjunto dos recursos dos

profissionais de sistemas de informações para aumentar a eficácia das

pessoas nas empresas, possibilitando maior produtividade.

1.6 - Recursos Envolvidos nos Sistemas de Informação

Os sistemas de apoio à decisão assim como o sistema de informação

possui seus recursos, que apesar de serem iguais em pronuncia, o modo de

aplicação se difere devido às características do sistema de apoio à decisão, ou

seja, na maneira de utilizar os recursos de hardware, software e peopleware.

Segundo Rosini e Palmisano (2003) os sistemas de apoio à decisão não

existem por autogeração; precisam de equipamentos, sistemas, pessoas que

os façam funcionar e que promovam tanto sua criação quanto sua evolução.

Assim, podemos resumir em três tópicos principais: os equipamentos, que aqui

chamaremos de hardware; as aplicações denominadas software; e todas as

pessoas que, de uma forma ou de outra, estão envolvidas com o sistema de

apoio à decisão, denominados de uma forma genérica de peopleware.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

19

Podemos descrever os recursos do sistema de apoio à decisão da

seguinte forma:

1.6.1 - O Hardware

A escolha do equipamento a ser utilizado é muito complexa, pode-se

afirmar que a escolha do equipamento dependerá dos recursos disponíveis

para o devido investimento e da forma de aplicação do sistema de apoio à

decisão que se deseja. Podemos considerar uma série de fatores quando

falamos de equipamentos de hardware para o SAD, são eles:

1- Proporcionar fácil manipulação de dados;

2- Estar sempre disponível para o usuário;

3- Possibilitar o crescimento pela adição de componentes;

4- Facilitar o acoplamento dos mais variados periféricos.

Devemos observar também, se o equipamento que estará sendo

adquirido possibilitará benefícios como:

1- Nível de atualização do equipamento;

2- Capacidade de expansão de memória;

3- Capacidade de conexão interna e externa a empresa;

4- Níveis de garantia e substituição por eventuais defeitos;

5- Preço acessível e compatível;

6- Contrato e suporte de manutenção;

7- Níveis de custo de operação e etc.

1.6.2 - O Software

É um produto aplicativo de linguagens contempladas no sistema de

computador. São compostos de programas que apresentam uma série

ordenada de comandos e instruções de uma determinada linguagem, que

dirigem o processamento. O software pode ser dividido em:

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

20

Básico – Que são os programas que gerenciam o trabalho do computador

internamente. São também chamados de sistemas operacionais, em que são

destinados a monitorar eventos, alocação de recursos computacionais.

Exemplos: Ms-dos, Windows 98/2000/XP, linux etc.

Ferramentas – São fornecidas pelos fabricantes, como os processadores de

texto, as planilhas eletrônicas e outros exemplos como: cobol, pascal, basic,

delph etc.

Aplicativos – São os de utilização dos usuários finais na organização.

Exemplos: folha de pagamento, a contabilidade, o contas a pagar e outros.

1.6.3 – Peopleware

São todos aqueles que gerenciam, programam, e mantêm o sistema. Já

o usuário são todas as pessoas que utilizam o sistema de informação para

obter resultados.

1.7 – Utilizando Sistema de Apoio à Decisão

O sistema de apoio à decisão facilita o processo de tomada de decisão

aos administradores, sua utilização possibilita uma análise prévia de possíveis

oportunidades de decisão, além de tornar possível aos tomadores de decisão

da organização informações em diferentes bancos de dados para uma melhor

análise das informações em diversos formatos.

Segundo O’brien (2004) o uso de sistema de apoio à decisão envolve

um processo interativo de modelagem analítica. A utilização de um pacote de

software SAD para apoio à decisão, por exemplo, podem resultar em uma série

de telas em respostas as mudanças hipotéticas alternativas introduzidas por

um gerente. Isso é diferente das respostas por demanda de sistemas de

relatórios de informações, uma vez que os gerentes não estão solicitando

informações pré-especificadas, mas explorando alternativas possíveis. Por

isso, eles não precisam especificar antecipadamente suas necessidades de

informações. Em vez disso, utilizam o SAD para encontrar as informações que

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

21

precisam para ajudá-los a tomar uma decisão. Essa é a essência do conceito

de sistema de apoio à decisão. Usar um sistema de apoio à decisão envolve

quatro tipos básicos de atividades de modelagem analítica: (1) analise do tipo

e-se (what-if), (2) análise de sensibilidade, (3) análise de busca de metas (goal

seeking) e (4) análise de otimização.

Tabela 3. Atividades de Modelagem Analítica.

Tipo de Modelagem

Analítica

Atividades e Exemplos

Análise do Tipo What-if Observar como as mudanças de variáveis

selecionadas afetem outras variáveis.

Exemplo: E se reduzíssemos a propaganda em

10%? O que aconteceria com as vendas.

Análise de Sensibilidade Observar como mudanças repetidas em uma

única variável afetam outras variáveis.

Exemplo: Vamos reduzir a propaganda em 1.000

reais repetidamente de forma que possamos

entender sua relação com as vendas.

Análise de Busca de Metas Fazer repetidas mudanças em variáveis

selecionadas até que uma variável escolhida

alcance um valor-alvo.

Exemplo: Experimentemos aumentos na

propaganda até que as vendas atinjam 1 milhão

de reais.

Análise de Otimização Encontrar um valor ótimo para variáveis

selecionadas, dadas certas restrições.

Exemplo: Qual o melhor montante de

propaganda, considerando nosso orçamento e

escolha de mídia?

Fonte: O’brien (2004; p. 290).

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

22

Análise do Tipo What-If

O usuário final introduz alterações nas variáveis ou relações entre

variáveis e observa as mudanças que resultam nos valores de outras variáveis.

Se um gerente estiver usando uma planilha eletrônica, por exemplo, poderia

mudar uma fórmula de tributação ou uma quantidade de receita em um modelo

simples de planilha financeira. Assim, poderia pedir ao programa de planilha

eletrônica para recalcular automaticamente todas as variáveis afetadas na

planilha. Um usuário gerencial estaria muito interessado em avaliar qualquer

mudança que ocorresse nos valores da planilha, principalmente em uma

variável como lucro líquido após os impostos. Para muitos gerentes, o lucro

líquido é um exemplo de resultado financeiro, ou seja, um fator primordial na

tomada de muitos tipos de decisões. Este tipo de análise seria repetido até que

o gerente estivesse satisfeito com o que os resultados demonstrassem sobre

os efeitos de várias decisões possíveis.

Análise de Sensibilidade

Geralmente, o valor de uma única variável é alterado repetidamente, e

as mudanças que acontecem sobre as outras variáveis são observadas.

Portanto, a análise de sensibilidade é, na verdade, um caso de análise do tipo

what-if envolvendo mudanças repetidas em apenas uma variável de cada vez.

Normalmente a análise de sensibilidade é utilizada quando os tomadores de

decisão estão com dúvida em relação às premissas assumidas na estimativa

do valor de certas variáveis. O valor da receita poderia ser alterado repetidas

vezes em pequenos incrementos e os efeitos sobre outras variáveis da planilha

observados e avaliados. Isto ajudaria o gerente a entender o impacto de vários

níveis de receita sobre outros fatores envolvidos em suas decisões.

Análise de Busca de Metas

Em vez de analisar como as mudanças em uma variável afetam outras

variáveis, análise de busca de metas fixa um valor, ou seja, uma meta para

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

23

uma variável e, em seguida, altera repetidamente às outras variáveis até que o

valor ideal seja alcançado. Poderia ser especificado, por exemplo, uma meta

de 2 milhões de reais para o lucro líquido após os impostos para um

empreendimento comercial. Em seguida, poderia ser alterado repetidamente o

valor da receita ou despesas em um modelo de planilha até obter o resultado

de 2 milhões de dólares. Dessa maneira, é possível chegar na quantidade de

receita ou nível de despesas que o empreendimento precisa alcançar a fim de

atingir a meta de 2 milhões de lucros após os impostos.

Análise de Otimização

Em vez de fixar um valor específico para uma variável, a meta é

encontrar o valor ótimo para uma ou mais variáveis, dadas certas limitações.

Após, muda-se uma ou várias outras variáveis repetidamente, sujeitas às

limitações especificadas, até que sejam descobertos os melhores valores para

as variáveis. Pode-se tentar determinar, por exemplo, o maior nível possível de

lucros que poderia ser obtido variando os valores para fontes escolhidas de

receita e categorias de despesa. As mudanças nessas variáveis poderiam estar

sujeitas a limitações como a capacidade restrita de um processo de produção

ou os limites disponíveis de financiamento. Normalmente, a otimização é

alcançada através de pacotes de software de finalidades especiais como a

programação linear ou por geradores de sistemas de apoio à decisão

avançada.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

24

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DE ESTOQUE

Para Ritzman (2007) O estoque é criado quando o recebimento de

materiais, peças ou produtos acabados excede sua utilização; ele é exaurido

quando a utilização é superior ao recebimento.

Planejamento e controle de estoques são as funções, essenciais, no

gerenciamento dos estoques.

O planejamento é a fixação dos valores que o estoque obterá

futuramente, com estabelecimento de data para entradas e saídas de produtos

/ materiais do estoque e fixação de data dos pontos de ressuprimento.

O controle consiste nos registros dos dados, para manterem atualizados

e torná-los reais, facilitando o planejamento.

O objetivo do gerenciamento de estoque, integrado a logística, é

disponibilizar o material certo, no local de consumo ou produção certo, no

momento certo e com o mínimo custo possível para que o cliente tenha a plena

satisfação.

2.1 A Importância que os Estoques têm para a Empresa

Independentes de serem no setor de produção ou no comercial, os

estoques sempre estarão no alvo de atenção dos gerentes.

Não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele

está posicionado na operação; ele existirá porque existe uma diferença de

ritmo (ou de taxa) entre fornecimento e demanda (Slack 2007).

Devemos tomar como base o exemplo da caixa d’água. Na figura 1

vemos que quando o fornecimento excede a demanda, o estoque tende a

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

25

aumentar. Quando a demanda aumenta, excedendo o fornecimento, o nível de

estoque cai.

FIGURA: 1 – Funcionamento do estoque

Fonte: Slack (2007; p. 383).

O estoque em conjunto com a logística agrega valor ao produto para

consumidor final.

Os gerentes vivem num dilema no momento de decidir entre manter ou

não estoque. Pois são custosos e, às vezes, empatam considerável parcela do

capital. Além de representar riscos para mantê-los, pois dependendo do

produto, podem deteriorar-se, tornarem-se obsoletos ou perder-se, sem contar

a ocupação de espaço que é oneroso. Por outro lado, apresentam certa

segurança em certas ocasiões. As finalidades de se manter estoque são:

• Melhorar o atendimento ao cliente: acelerar a entrega e melhorar a

pontualidade da entrega, além de garantir o atendimento da demanda;

• Obter descontos juntos aos fornecedores: comprando em lotes maiores os

fornecedores poderão conceder descontos por quantidade;

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

26

• Diminuir o custo de transporte: aumentando os níveis de estoque o espaço

total do transporte será utilizado, diminuindo, portanto, o valor do transporte

do produto;

• Aumentar a utilização da mão-de-obra e dos equipamentos: ao criar mais

estoques, a mão-de-obra e os equipamentos poderão ser utilizados de

forma mais produtivas.

Apesar de o estoque apresentar uma série de desvantagens, eles

facilitam na ligação do fornecimento com a demanda. A falta de previsão exata

do uso é um motivo para se manter o estoque, já que é praticamente

impossível saber a demanda futura. Nessa situação, a melhor saída é manter

um nível de estoque para que seja assegurado o atendimento das demandas,

como também diminuir os custos de produção, estoques e movimentação.

2.2 Classificações dos estoques

Os estoques representam uma boa parte dos ativos da organização,

portanto, devem receber uma atenção detalhada contabilmente. Para efeitos

contábeis, o estoque é classificado em cinco grandes categorias, a saber:

• Estoque de matéria-prima: consiste nos itens usados para

fabricação de produtos finais. Os materiais estocados para serem

utilizados nos processos produtivos, mesmo sendo materiais diretos

(que se incorporam ao produto final) ou indiretos (que não se

incorporam ao produto final) fazem parte do estoque de matéria-

prima. Os materiais auxiliares também se incluem nessa

classificação, são aqueles que participam pouco do processo

produtivo, como por exemplo, os materiais de limpeza. Cabe

ressaltar que, alguns materiais que incorporam ao produto final não

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

27

gozam de créditos de IPI, como algumas embalagens, e, portanto

não são vistas como matéria-prima pelos Órgãos Federais.

• Estoques em produtos em processo: são os itens que estão na linha

de produção, mas não se transformaram, ainda, em produtos

acabados. Já sofreram transformação, mas ainda não foram

finalizados.

• Estoque de produtos acabados: são os produtos finais da empresa,

que estão prontos para atenderem a demanda.

• Estoque em trânsito: são itens que não chegaram ao seu destino

final, porém estão em movimento de uma unidade fabril para outra.

• Estoque em consignação: são itens que ainda não foram vendidos,

portanto pertencem ao fornecedor e caso não sejam vendidos,

serão devolvidos sem ônus.

2.3 Custos que são associados aos estoques

Uma das funções mais complexas do gerenciamento de estoque é tentar

equilibrar os custos essenciais ao estoque. Balancear os custos de estocar e

pedir materiais é complicado já que existem conflitos entre seus custos. A

quantidade estocada influenciará no custo de manutenção do estoque, na

mesma forma que a quantidade pedida também influenciará. Porem, se as

quantidades pedidas forem altas, acarretará diminuição de quantidade de

pedidos e conseqüentemente os custos pedidos diminuirão. Conforme mostra a

figura 2, o objetivo crucial é encontrar o custo ideal, ou seja, o ponto onde a

soma dos custos de estocar e pedir sejam baixos.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

28

FIGURA 2 – Compensação dos custos inerentes ao estoque

Fonte: Pozo (2007; p. 44).

Custo do pedido

São os custos da aquisição de materiais para o ressuprimento do

estoque. Estes custos são preparo do pedido, arranjos para a realização da

entrega e pagamento do fornecedor para a realização da entrega, além dos

custos gerais para atualização das informações para que tudo seja feito.

Custo de manutenção

São os custos decorrentes da conservação de certa quantidade de

produtos no estoque por um intervalo de tempo. Neste custo estão inclusos os

custos de espaço, custo de capital de giro, custo de risco de estoque e custos

de serviço de estocagem.

Custo de armazenagem

São os custos associados ao espaço utilizado para armazenagem física

dos bens. As taxas podem ser cobradas por peso e período de tempo, quando

o espaço é alugado, já se o espaço é próprio, os custos de armazenagem são

determinados pelos custos operacionais decorrentes do espaço.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

29

Custo de capital de giro

São os custos destinados para manterem o estoque, para fazê-lo “girar”.

Os custos ligados ao capital são os juros ou custos de oportunidade.

Custos dos serviços de estocagem

São os custos de manutenção de estoques e têm como integrantes os

impostos e os seguros. Os impostos são calculados através dos níveis de

estoques mantidos na data da apreciação.

Custos dos riscos de armazenagem

São os custos associados a roubos, danos, deterioração ou

obsolescência. Com o passar do tempo, os materiais estocados podem sofrer

contaminação, danificação, desperdício ou não serem aproveitados para

venda, causando perda direta de valor do produto, custo do re-trabalho do

produto ou, então, custo de fornecimento a partir de um local secundário.

Custo de falta de estoque

Quando a quantidade de pedido é feita de forma errada ocasionando a

falta de estoque, haverá custos pela falha no fornecimento aos consumidores.

Se os consumidores forem externos, poderão optar pela troca de fornecedores;

se forem internos, haverá tempo ocioso no próximo processo, pela falta de

estoque, acarretando, outra vez, consumidores externos insatisfeitos.

2.4 Política de estoques

Para muitos gerentes os estoques representam riscos, pois podem

estragar, tornar-se obsoletos ou se perder. Além do mais, representam um

grande volume de capital. Porém se tornam necessários, já que amortizam a

variação das demandas.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

30

Planejar as atividades do gerenciamento dos estoques é o papel da

política de estoques. Para que as necessidades dos clientes sejam atendidas

precisa-se estipular os níveis de estoque, porém é necessário que as

informações sobre previsão de estoques sejam atualizadas freqüentemente,

verídicas e flexíveis para atender as variações do mercado.

O planejamento de estoque tem os seguintes objetivos:

• Atender a demanda e a previsão;

• Fazer com que o estoque seja protegido por perdas, danos, roubos e

mau uso;

• Fazer com que a obsolescência e deterioração sejam fatores eliminados

do estoque;

• Atender as necessidades de venda com os níveis de estoque menores

possíveis.

2.5 Controle de Estoque

Trabalhar com diversos itens estocados, fornecidos por vários

fornecedores com milhares de consumidores, torna o controle de estoque a

tarefa mais complexa e dinâmica. Os gerentes de produção, para conseguirem

ter o controle, precisam de duas coisas: discriminar os diversos materiais

armazenados, na forma de possibilitar a aplicação de grau de importância e de

controle a cada item e investir num sistema de informação a fim de lidar com

conjuntos de condições de controles de estoque.

Para que haja esse controle, as empresas optam pela utilização do

método ABC, pois esse sistema distingue os diferentes valores dos diversos

itens estocados com a finalidade de obter um grau de controle de acordo com a

sua importância.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

31

2.6 Decisão de volume de ressuprimento

Os gerentes enfrentam pressões conflitantes para manter os estoques

na maior quantidade possível visando o impedimento de altos custos na

manutenção dos estoques, porém, buscam também mantê-lo em equilíbrio de

acordo com a demanda para que pedidos freqüentes e custos de preparação

sejam reduzidos.

Os níveis de estoque são fixados para manutenção dos produtos /

materiais que estão no estoque. Para que sejam estabelecidos os níveis de

estoque, deve-se apresentar o estoque mínimo que será mantido (Emin),

quando um novo pedido de compra deve ser colocado (PP), o tempo

necessário para reposição do produto / material (TR), a quantidade que deverá

ser comprada, isto é, o tamanho de lote de compra (LEC) ou (Q), e o momento

em que este lote chega ao depósito e é adicionado ao estoque já existente,

temos o estoque máximo (Emax).

Os gráficos de estoque são uma representação gráfica da variação do

estoque de um item (ou vários itens) em função do tempo. Bastante utilizados

pelas empresas, muitas vezes são chamados de ”dente de serra” por causa de

sua semelhança com os dentes de uma serra (Martins 2006).

Segue as definições da siglas e seus signicados:

TR = Tempo de Reposição da peça

PP = Ponto de colocação de um pedido de compra

Emax = Volume máximo de peças em estoque

Emin = Volume mínimo de peças em estoque ou estoque de segurança

LEC(Q) = Quantidade a ser comprada para repor Emax

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

32

• Tempo de reposição (TR)

É o tempo existente entre a solicitação do almoxarifado até o momento

de recebimento do lote e este for adicionado ao estoque existente.

• Ponto de pedido (PP)

Momento em que um novo pedido deve ser feito, porém a quantidade de

peças existentes no estoque atende a demanda até que o novo lote chegue,

sem ocorrer a falta de material.

• Estoque máximo (Emax)

É a quantidade de material que atende as oscilações previstas da

demanda durante certo período. O estoque máximo é a soma do estoque

mínimo com o lote econômico de compra.

• Estoque mínimo (Emin)

Conhecido também como estoque de segurança, é o numero mínimo de

material estocado visando atender as oscilações normais do sistema, ou seja,

atrasos ocasionados pelos fornecedores no tempo de reposição, rejeição do

lote comprado ou aumento da demanda do produto.

• Lote econômico de compra (LEC ou Q)

É a abordagem mais comum para decidir quanto deve ser comprado e

quando o reabastecimento deve ocorrer. Essa abordagem tenta encontrar o

equilíbrio entre as vantagens e desvantagens de sustentar o estoque.

Quando a empresa possui estoque de segurança e a quantidade a ser

comprada sofre aumento, o estoque médio também sofrerá aumento,

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

33

resultando no aumento de custos de manutenção de armazenagem, juros,

deterioração entre outros custos envolvidos com a manutenção de estoque.

As despesas associadas às operações do almoxarifado e itens

estocados estão ligadas aos custos de manutenção. Quanto maior a

quantidade de itens no pedido, maiores serão os custos de manutenção, porém

quanto menor a quantidade pedida, menor será os custos de manutenção.

O custo de manutenção será considerado máximo quando o consumo

total do ano for requerido através de um único pedido.

No custo do pedido são adicionados os custos dos salários dos

empregados, efetivos e temporários, do setor de comprar, os custos do período

de utilização dos computadores e de suprimentos utilizados na preparação do

pedido de ressuprimento. O processo de compra é mais caro na medida em

que mais pedidos são feitos. Porém se apenas um pedido for fosse feito para

atender a demanda de todo um período o custo do pedido seria mínimo. A

relação do custo de pedido mostra que os estoques facilitam no atendimento

da demanda, mas com custos críticos. Já os custos de manutenção mostram

ao contrário, pois seus custos são altos.

O objetivo é encontrar o equilíbrio entre o custo do pedido e o custo de

manutenção.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

34

FIGURA 3 – Gráfica dos custos anuais de manutenção, colocação de pedidos

e totais.

Fonte: Ritzman (2007; p. 302).

2.7 Sistema ABC

É difícil trabalhar com inúmeros itens estocados, isso se torna uma

tarefa com operações complexas e dinâmicas. Para que essa complexidade

seja controlada, os gerentes de produção precisam fazer duas coisas:

discriminar os diferentes itens estocados, para que seja possível a imposição

de importância de cada item a partir de um grau de controle; os gerentes

precisam de um sistema de processamento de informações para que seja

possível trabalhar com a particularidade das circunstancias de controle de

estoque.

Podemos analisar que no estoque existem itens mais importantes, para

a empresa, que outros. Uma forma de relacionar os diferentes itens de estoque

é através de uma lista com a “movimentação de seus valores”.

Multiplicando a demanda anual de um item pelo seu valor monetário,

obteremos o seu valor total de consumo. Após a classificação dos itens de

acordo com o seu valor de consumo e a criação do gráfico de Pareto, o gerente

poderá pesquisar as alterações “naturais” ocorridas na inclinação.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

35

Um gerente pode ordenar que os itens da classe A sejam revistos

freqüentemente, a fim de reduzir o amanho do lote médio e manter os registros

de estoque atualizados. Os itens da classe B são candidatos para sistemas aos

quais as decisões de compra ou reposição podem ser programadas.

Finalmente, a falta de estoque de um item da classe C pode ser tão importante

quanto a de um item da classe A ou B, porém o custo de manter estoque dos

itens da classe C tende a ser reduzido (Ritzman 2007).

Uma forma comum de discriminar diferentes itens de estoque é fazer

uma lista deles, de acordo com suas “movimentações de valor”... Os itens com

movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso,

enquanto os com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados

tão rigorosamente. Geralmente, uma pequena proporção dos itens totais

contidos em estoque vai representar uma grande proporção do valor total em

estoque. Esse fenômeno é conhecido como lei de Pareto..., Algumas vezes

referida como a regra 80/20 (Slack 2007).

FIGURA 4 – Curva ABC ou gráfico de Pareto.

Fonte: Ritzman (2007; p. 300).

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

36

Os gerentes poderão concentrar seus esforços para controlar os itens da

seguinte forma:

• Os itens de classe A são os 20% dos itens de alto valor que

significam 80% do valor total do estoque, portanto necessita de

prioridade na atenção.

• Os itens de classe B são, normalmente, 30% dos itens que

representam 10% do valor total, nesse caso esses itens necessitam

de atenção, porém não tão alta quanto os itens da classe A.

• Os itens de classe C são de baixo valor, compreendem 50% dos

itens estocados, porém representam 10% do valor total do estoque,

no entanto não necessitam de tanta atenção.

Para determinar um sistema de classificação de estoque, podemos

utilizar outros critérios, além do uso anual e do valor, como também:

• Conseqüência por falta de estoque: alta prioridade para os itens que

apresentam sérios problemas caso faltassem no estoque;

• Incerteza no fornecimento: mesmo sendo de baixo valor, alguns

itens podem ser de crucial importância caso seu fornecimento seja

incerto;

• Alta obsolescência ou risco de deterioração: atenção e monitoração

extra devem ser dadas para os itens que perdem seu valor caso se

tornem obsoletos ou sofram deterioração.

O método ABC, lei de Pareto, regra 80-20 ou curva ABC é bastante

vantajoso, pois as informações, para que o imobilizado seja reduzido, são

disponibilizadas sem prejudicar a segurança, já que os itens de classe A são

mais representativos e têm a maior parcela de atenção.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

37

A lucratividade deve ser a representação dos produtos e não a receita

ou o volume de vendas. Pois a grande variação dos custos pode ser camuflada

pela receita e volume de vendas. Já na lucratividade devem-se considerar os

custos da movimentação de cada produto.

A margem de lucro (diferença entre a receita total e os custos atribuídos

ao produto) de cada produto deve ser identificada na análise.

Analisando as diferenças na lucratividade, o planejamento para

manutenção do estoque a partir do sistema ABC, a disponibilidade dos

produtos das categorias terá níveis diferentes. Por exemplo, para o item A

98%, para o item B 96% e para o C 87%. Facilitando para que o capital usado

em estoque seja reduzido seguramente.

2.8 Previsão de estoque

Analisar antecipadamente a quantidade necessária de itens a fim de

atender a demanda futura é fazer uma previsão de estoques.

Para Ritzman (2007) as previsões são necessárias para auxiliar na

determinação de que recursos são necessários, da programação dos recursos

existentes e da aquisição de recursos adicionais. Previsões precisas permitem

aos programadores utilizarem a capacidade eficientemente, reduzir o tempo de

reação dos clientes e diminuir estoques.

A estimativa da demanda é necessária para facilitar o gerenciamento de

estoques, pois o nível de estoque é estipulado através dela. Porém é

complicado definir com exatidão a quantidade necessária para atender os

clientes e para ser estocada, além de que não é possível definir corretamente o

tempo de ressuprimento.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

38

Para haver o controle de estoque é necessário saber a previsão de

demanda futura e o tempo de ressuprimento.

Na finalidade de obter informações sobre a demanda futura com

exatidão deve-se recorrer a equipe de vendas, já que são pessoas mais

próximas dos clientes e conhecem bem o produto e qual o seu impacto no

mercado. Essas informações podem ser obtidas através de pesquisas por

telefone, e-mail ou contato pessoal. Pode ocorrer de alguns clientes não

estarem dispostos a responderem a pesquisa e nem se comprometerem com o

que falam na pesquisa.

Algumas empresas utilizam históricos de vendas passadas para ter a

previsão de vendas, correndo o risco de não trabalharem com a realidade atual

do mercado. Mesmo assim podem recorrer a ajuda de softwares para

determinar o grau de precisão para a previsão dos itens no período. No

entanto, a precisão será menor na medida em que o horizonte de projeção for

maior.

Para melhorar o controle de estoques, a empresa poderá fazer parceria

com seus fornecedores. O objetivo dessa parceira é reduzir os níveis de

estoques e os riscos por falta de material. Diminuindo, assim, o capital

imobilizado nos estoques, já que o ressuprimento será mais eficiente.

A empresa deverá passar ao fornecedor informações sobre as vendas

de seu(s) produto(s), seu nível de estoque disponível e o algo sobre o

marketing da empresa. Nesse caso o fornecedor assume a responsabilidade

de repor continuamente. Nenhum pedido é enviado, pois o cliente (a empresa)

fixa limites, inferior e superior, da quantidade a ser mantida no estoque.

Sendo assim, o cliente acaba ganhando na eficiência operacional, os

níveis de estoque são reduzidos, o risco por falta de estoque diminui, como

também o capital imobilizado nos estoques.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

39

2.9 Sistemas de informação no controle de estoque

Os sistemas computadorizados gerenciam a maioria dos estoques de

tamanho significativos.

As dúvidas de quando e quanto pedir são respondidas por um sistema

de controle de estoque.

Ao selecionar um sistema de controle de estoque para uma aplicação

específica, a natureza das demandas impostas aos itens do estoque é

fundamental. Uma distinção importante entre os tipos de estoque é se um item

está sujeito a uma demanda dependente ou independente (Ritzman 2007).

Porém nessa pesquisa será focada a demanda dependente.

Através de informações sobre o ambiente do estoque os gestores

planejam, controlam e analisam o estoque. Os níveis de estoque, o custo de

manutenção, o tempo de fornecimento dos fornecedores e a previsão da

demanda são informações geradas pelos sistemas.

Os sistemas comerciais de controle de estoque têm as seguintes

funções:

• Atualizar registros de estoque: quando ocorre alguma transação

(venda ou movimentação de um item), a posição e o valor de

estoque mudam. Essas mudanças precisam de registro para que

seja possível determinar a posição do estoque a qualquer momento;

• Gerar pedidos: quanto e quando pedir pode ser estabelecido pelo

sistema, além de gerar qualquer documento requerido

automaticamente ou ainda transmitir informações de ressuprimento

eletronicamente;

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

40

• Gerar registros de estoque: os sistemas podem emitir relatórios

regulares de valor de estoque dos inúmeros itens estocados,

ajudando a gerencia fazer o monitoramento do desempenho do

controle do estoque;

• Prever: o sistema pode fazer comparação da demanda real com a

demanda prevista e ajustar a previsão de acordo com a

necessidade atual.

• Pedido automático: quando um determinado produto atinge o ponto

de ressuprimento, o sistema, automaticamente, emite um pedido

para o fornecedor;

• Planejamento dos custos: informações para planejar os custos de

acordo com a demanda prevista são disponibilizadas pelo sistema.

Esses sistemas permitem que os registros de estoque e previsão de

demanda sejam atualizados e que pedidos e relatórios de status de estoque

sejam gerados. Reduzindo o capital imobilizado e os custos de manutenção

dos estoques.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

41

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS

3.1 O MRP – Planejamento das Necessidades de Materiais

Antes dos anos 60 as empresas não podiam controlar e planejar suas

necessidades de recursos para a produção, pois até então não existia nenhum

sistema que pudesse ajudar as empresas calcularem a quantidade de material

e o tempo necessário. Para obterem essas informações as empresas faziam os

cálculos manualmente e, de acordo com que eles julgavam, garantiam os

materiais certos nos momentos certos. Com o surgimento do computador

esses cálculos se tornaram mais fáceis, rápidos e precisos, ajudando assim no

Planejamento e Controle da Produção – PCP e aumentando a capacidade da

empresa competir no mercado.

Nos anos 60 surge um sistema que, permite que as empresas calculem

a quantidade de material de determinado tipo é necessário e em que

momento, chamado Planejamento das Necessidades de Materiais (Materials

Requeriments Planning – MRP ou MRP I).

O MRP era relacionado ao planejamento das necessidades de materiais

para manufatura. Atualmente esse conceito refere-se a gestão de operações

voltadas para o planejamento das necessidades de recursos do negócio. Antes

o MRP era usado apenas em empresas manufatureiras, atualmente está sendo

usado também em empresas de serviços.

A finalidade do MRP é dar apoio nas decisões sobre o tamanho do lote e

o momento de ser pedido. Um bom MRP pode ajudar na redução dos níveis de

estoque, liberação de capital de giro e espaço físico, acarretando no aumento

da capacidade de produção, aumento dos lucros e maior capacidade de

investimento.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

42

3.2 O que é o MRP?

O planejamento das necessidades de materiais (MRP) – um sistema de

informação computadorizado – foi desenvolvido especificamente para auxiliar

as empresas na administração do estoque de demanda dependente e

programar pedidos de reposição (Ritzman 2007).

O MRP é um sistema de demanda dependente porque o cálculo da

quantidade necessária é em função da demanda de outros itens.

O MRP ou MRP I auxilia no cálculo da quantidade e de quando os

materiais deverão ser pedidos. Como dados de entrada, o MRP utiliza os

pedidos em carteira e a previsão de vendas, dados esses obtidos na área

comercial da empresa.

Por volta dos anos 80 / 90 o conceito de MRP ampliou-se passando a

ser Planejamento de Recursos de Manufatura (Manufacturing Resource

Planning) ou MRP II, abrangendo as áreas financeiras, engenharia, pessoas e

outras associadas ao setor de produção. Passou a ser visto como um plano

global para a empresa.

3.3 Elementos do MRP

Na figura 6 mostram quais são as informações que se deve ter para que

o MRP I possa ser processado.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

43

FIGURA 5 – Estrutura do MRP

Fonte: Slack (2007; p. 451).

1. Carteira de pedidos: são os pedidos firmes programados para serem

futuramente.

2. Previsão de vendas: consiste em prever e antecipar a demanda.

Através dessa previsão o MRP pode ser programado para as compras e /

ou produção.

3. Programa-mestre de produção (MPS): especifica o que tem que ser

feito e quando. O gerente deve mantê-lo de acordo com o plano de

produção, onde deve ser estabelecido o nível de produção em termos

amplos. O plano de produção deve incluir os planos financeiros,

demanda do cliente, capacidade de engenharia, disponibilidade de mão-

de-obra, flutuações de estoque e outras informações.

É importante que todas as fontes de demanda sejam consideradas

quando o programa-mestre de produção é gerado. São geralmente os

pequenos pedidos de última hora que geram distúrbios em todo o sistema de

planejamento de uma empresa (Slack 2007).

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

44

O MPS informa o que é preciso para que a demanda e o plano de

produção sejam atendidos. Ele desagrega o plano de produção agregado para

que possam ser estabelecidos os itens que precisam ser feitos e quando.

4. Lista de materiais (BOOM): é a lista que contém os componentes e

quantidades necessárias para que o produto seja fabricado. Porém,

como as empresas, muitas vezes, têm pressa de colocar o produto no

mercado, acabam fazendo uma lista incompleta ou nem fazendo a lista.

As listas são necessárias para o cálculo dos custos, tendo utilidade

também para o pessoal da produção ou da montagem, como lista de

itens a serem usados na produção.

5. Registro de estoques: uma boa gestão de estoque é necessária para

que o MRP funcione plenamente. Através da lista de materiais poderá

ser calculada a quantidade de materiais a serem usados, porém uma

parte desse material poderá se encontrar em estoque. Portanto, as

informações de estoque devem ser atualizadas e precisas para que a

necessidade líquida (quantidade extra necessária para, com o estoque,

atender à demanda) possa ser calculada.

6. Ordens de compra: têm como atividades as compras, as produções e a

decisão de quando e quanto comprar. Através dos dados de compras os

gerentes preparam planos de produção eficientes e usar o MRP com

eficácia, pois a liberação de ordens de compra está ligada ao plano

mestre, tornando-se responsável pelas decisões do produto acabado.

Após estabelecer os produtos necessários, os gerentes determinam o

momento que devem ser adquiridos, ou seja, o tempo de ressuprimento ou

lead time.

De acordo com Heizer (2001) O tempo de ressuprimento para um item

manufaturado consiste nos tempos de movimentar, preparar e montar ou

rodada de cada componente. Para um item comprado, o tempo de

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

45

ressuprimento inclui o tempo que decorre entre o momento em que uma pela é

pedida e quando ela se torna disponível para a produção.

3.4 Estrutura do MRP

Após a determinação da disponibilidade dos componentes os gerentes

devem fazer o plano das necessidades brutas de material, quando não há

estoque disponível do material necessário, ou das necessidades líquidas,

quando há estoque.

Ritzman (2007) define necessidades brutas como: as necessidades

brutas são a demanda total originaria de todos os planos de produção dos

produtos acabados. Elas também incluem a demanda não levada em conta até

então, como a demanda por peças de reposição para as unidades já vendidas.

Heizer (2001) diz que: quando existe estoque, preparamos um plano de

necessidades liquidas.

Segundo Stevenson (2001) o processo de determinação das

necessidades liquidas de materiais (o netting) é o cerne do processamento

MRP. Ele é conseguido subtraindo-se das necessidades brutas a soma do

estoque disponível com todos os estoques programados para recebimento, e

somando-se a seguir, se for o caso, o estoque de segurança necessário.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

46

Na figura 6 encontra-se o processo de cálculo das necessidades líquidas

do MRP.

FIGURA 6 – Cálculo das necessidades líquidas

Fonte: Slack (2007; p. 466).

O MRP toma o MPS, de cada produto final, e “explode”, verificando

quantas submontagem e componentes serão necessários. Antes de ir para o

próximo nível, o MRP analisa o número de materiais necessários que estão

disponíveis no estoque. Gera, então, as “ordens de trabalho” para as

necessidades líquidas dos itens que deverão ser fabricados e/ou comprados.

Essas necessidades constituem o programa que explodirá através da lista de

materiais de nível único para o nível seguinte da estrutura. Esse processo é

feito até o nível mais baixo da estrutura do produto.

Além de calcular a quantidade necessária de materiais, o MRP também

prever para quando esses materiais serão necessários. Para estipular esse

“quando” o MRP utiliza a programação para trás, onde é considerado o lead

time de cada nível de montagem. Cada processo de montagem do produto

acabado terá seu tempo estipulado. Para calcular o tempo usado em cada

submontagem utiliza-se o gráfico Gantt. Para exemplificar, tomemos como

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

47

base a montagem completa de uma mesa (04418), que tem como tempo de

ressuprimento dos itens que a compõem, da seguinte forma:

TABELA 4: Tempo de ressuprimento para montagem completa de uma mesa

Fonte: Corrêa (2007; p.126).

A programação para trás dessa mesa ficaria representada pelo gráfico

de Gantt, conforme figura 7:

FIGURA 7: Programação para trás da mesa (04418)

Fonte: Corrêa (2007; p. 127).

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

48

Heizer (2001, p. 402), diz que: “A programação para trás utiliza a lista de

materiais para reduzir as quantidades de estoque de componentes à medida

que cada produto em que ela se baseia é computado.”

A programação para trás é utilizada para evitar estoque desnecessário

de materiais que só serão usados mais a frente.

De acordo com Corrêa (2007) as vantagens da programação para trás

são claras: menor ocorrência de estoques intermediários desnecessários com

seus correspondentes custos financeiros e organizacionais. As desvantagens

são ligadas ao fato de que a programação para trás demanda uma sistemática

de cálculo mais sofisticada, dados muito mais acurados e mecanismos de

controle que sejam confiáveis, já que pouca folga (estoques) é deixada para

acomodar eventuais imperfeições do processo (como atrasos de entrega de

componentes).

3.5 MRP de ciclo fechado

No início da utilização do MRP na manufatura, os planos de materiais

eram feitos no início da semana e na semana seguinte o planejamento era

refeito totalmente, até ser emitido um novo plano. Esse processo era feito

semanalmente, porém não havia um feedback à programação.

Os sistemas MRP atuais são considerados como MRP de ciclo fechado,

pois oferecem o feedback.

Heizer (2007, p. 406) afirma que: “... um sistema de MRP de ciclo

fechado fornece feedback ao planejamento da capacidade, ao programa-

mestre de produção, e também ao plano de produção...”.

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

49

Ritzman (2007, p. 378) diz que: os sistemas de planejamento das

necessidades de materiais proporcionam muitos relatórios, programações e

sinais para ajudar os gerentes a controlarem os estoques de demanda

dependente.

Sobre os outputs que o MRP fornece, Stevenson informa que: os

sistemas MRP são capazes de fornecer à gerência uma faixa razoavelmente

ampla de outputs, constituindo os relatórios principais, de maior relevância, e

os relatórios secundários, opcionais.

O fechamento do ciclo de planejamento em sistemas MRP envolve a

confrontação dos planos de produção com os recursos disponíveis. Portanto a

capacidade é verificada ao longo de todo o processo e, caso os planos

propostos não sejam viáveis em qualquer nível, eles são revisados (Slack

2007).

FIGURA 8 – MRP de ciclo fechado

Fonte: Heizer (2001; p. 406).

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

50

3.5.1 Planejamento das Necessidades de Capacidade (CRP)

O MRP não é capaz de reconhecer sozinho as limitações de capacidade

quando vai calcular os pedidos planejados, ou seja, o MRP pode exigir

liberação de um pedido planejado que ultrapasse a quantidade real a ser

produzido. Portanto, os gerentes devem monitorar as necessidades de

capacidade do MRP, através de ajustes do plano quando este não puder ser

executado.

FIGURA 9 – Relatórios emitidos pelo MRP

Fonte: Ritzman (2007; p. 379).

As ordens de trabalho emitidas pelo MRP têm efeito inconstante sobre

as cargas dos maquinários ou dos trabalhadores de forma individual. O CRP

faz um plano dessa carga períodos à frente. A carga poderá ser suavizada

caso apresente oscilações, através do replanejamento com a capacidade finita

(algoritmo planejado para programar um conjunto de pedidos de forma

apropriada em toda a fábrica) ou pela colocação temporária de recursos

inerentes ao setor.

Planos de recursos de manufatura

Explosão do MRP

Aviso sobre ações necessárias Liberação de novos pedidos Ajustes das datas de entrega

Relatórios de prioridade Listas de embarques Programação dos fornecedores

Relatório de capacidade Planejamento das necessidades de capacidade Programação de capacidade finita Controle de entradas-saídas

Processo de produção e tempos-padrão

Relatórios de desempenho Dados sobre custo e preço

Plano das necessidades materiais

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

51

Para ajudar os gerentes a controlarem os estoques de demanda

dependente, o MRP de ciclo fechado emite relatórios, programações e sinais.

Com a emissão desses relatórios os gerentes sabem as necessidades

de recursos de um centro de trabalho para a execução das tarefas designadas

para esse centro, para todo trabalho planejado e para atender a demanda.

O planejamento das necessidades de capacidade é usado para projetar

as necessidades ou capacidade ao longo do tempo.

Ritzman (2007, p. 381) diz que: sua finalidade consiste em compatibilizar o

plano de necessidade de materiais com a capacidade de produção da

fábrica. A técnica é usada para calcular a carga de trabalho de acordo com

os trabalhos exigidos para completar os recebimentos programados já na

fábrica e para completar as liberações de pedidos planejados ainda não

liberadas.

3.6 MPR II

O MRP I era voltado, essencialmente, para o planejamento e controle da

produção e do estoque. Porém, com o decorrer dos tempos, foi percebida a

necessidade de trabalhar com os setores interligados para que valores fossem

agregados aos produtos finais, aumentando assim a competitividade.

O Planejamento dos Recursos de Manufatura (MRP II) é um sistema

integrado poderoso, pois as informações do estoque podem ser seguidas pelas

horas de mão-de-obra, pelo custo do material, pelo custo de capital ou por

qualquer outro recurso. No MRP I o recurso é substituído por necessidades.

Segundo Slack, Oliver Wight, considerado um dos pais do MRP definiu

MRP II como: um plano global para o planejamento e monitoramento de todos

os recursos de uma empresa de manufatura: manufatura, marketing, finanças e

engenharia. Tecnicamente, ele envolve a utilização do sistema MRP de ciclo

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

52

fechado para gerar números financeiros.

O objetivo do MRP II é auxiliar no gerenciamento dos recursos de uma

empresa a partir do fornecimento de informações baseadas no plano de

produção para todas as áreas. Entretanto, o MRP II depende tanto de

tecnologia de informação que permite tal integração, como das pessoas nos

momentos das tomadas de decisões para que o ciclo seja fechado.

De acordo com Ritzman (2007) as informações do MRP II são utilizadas

pelos gerentes de manufatura, compras, marketing, finanças, contabilidade e

engenharia. Os relatórios MRP II ajudam esses gerentes a desenvolver e a

controlar o plano de negócios geral e levar em conta objetivos de vendas,

capacidades de fabricação e restrições do fluxo de caixa. O MRP II é

amplamente utilizado e proporciona benefícios que vão além de um sistema

MRP isoladamente.

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

53

FIGURA 10 - Visão geral de um sistema MRP II

Fonte: Ritzman (2007; p. 383).

Segundo Stevenson (2001) em um grande número de circunstâncias, as

áreas de produção, marketing e finanças operam sem conhecimento completo,

ou aparentemente sem interesse, sobre aquilo que as outras áreas da empresa

fazem. Para que uma empresa tenha a maior eficácia possível, todas as áreas

funcionais da empresa precisam concentrar-se em um conjunto de objetivos

em comum. Um propósito primordial do MRP II é integrar no processo de

planejamento as funções principais e outras, tais como as funções de recursos

humanos, engenharia e compras.

O inicio do processo se dá assim que a demanda de todas as fontes

(previsões, estoque de segurança, pedidos firmes) é agregada.

Previsões Pedidos dos clientes

Plano-mestre de produção

Listas de materiais Processo de produção Tempos-padrão

Explosão do MRP

Registros de estoque transações de estoque

Plano de necessidades de materiais

Plano de necessidades de manufatura Custos e dados financeiros

Relatório de compras

Relatórios financeiros/ contábeis

Relatórios de vendas e de marketing

Relatórios de recursos humanos

Relatórios de manufatura

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

54

O programa-mestre de produção é desenvolvido pelos setores de

produção, finanças e marketing. Cada um desses setores é responsável pelos

inputs da programação. A partir do trabalho em conjunto dessas áreas um

plano é desenvolvido para que todos possam conviver, ou seja, todos têm um

conhecimento abrangente do plano.

O setor financeiro dará suporte ao plano através do planejamento dos

recursos financeiros, isto é, quanto e quando esses recursos estarão

disponíveis para serem utilizados. O marketing deverá colher informações

sobre demanda, mercado, ou seja, passará dados sobre o quanto e quando

será necessário para atender o mercado.

A partir desse ponto o MRP gera as necessidades de materiais e a

programação. Logo após um planejamento dos requisitos de capacidade é

elaborado pela gerência, para saber se os requisitos de capacidade

apresentados poderão ser cumpridos.

Com o desenvolvimento da programação nesse processo, uma série de

relatórios será enviada aos gerentes, ajudando-os a monitorar o processo e,

caso seja preciso, fazer alguns ajustes para que as operações fiquem nos

eixos.

Esse processo é de natureza contínua, e a atualização e revisão da

programação-mestre de produção são feitas de acordo com a necessidade, a

fim de se obter as metas organizacionais estabelecidas.

Todo esse processo é guiado por um plano empresarial que também

sofre mudanças, porem com menos freqüência do que as ocorridas no nível do

programa-mestre de produção, ou seja, nos níveis mais baixos.

O MRP II ainda realiza simulações do tipo “e se...”, permitindo que os

gerentes tenham uma melhor avaliação das opções disponíveis e de seus

resultados.

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

55

Através desse processo, percebe-se que o planejamento das

necessidades de materiais é extremamente importante para que o sistema

funcione e gere resultados.

3.7 Vantagens e limitações do MRP

Sobre as vantagens do MRP II, Corrêa (2007, p. 139) diz que: “Uma das

principais vantagens do MRP II é sua natureza dinâmica. É um sistema que

reage bastante bem às mudanças. Esta é uma condição que se torna mais

importante a cada dia, num ambiente competitivo que é cada vez mais

turbulento”.

O sistema MRP proporciona diversos benefícios, como:

• Redução no preço de venda;

• Níveis mais baixos de estoque;

• Melhor nível de serviço;

• Rapidez nas respostas para a demanda de mercado;

• O MPS tem flexibilidade para ser mudado;

• Redução nos custos de setup;

• Redução na ociosidade;

• Permite uma prévia visão aos gerentes da programação

planejada, antes da real liberação dos pedidos;

• Avisa quando se deve expedir e/ou protelar materiais;

• Modifica o volume de pedidos de acordo com a necessidade;

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

56

• Auxilia no planejamento da capacidade;

• Permite maior rotatividade do estoque;

• Redução nos custos de aquisição de materiais.

As informações contidas no MRP podem ser utilizadas por todos os

funcionários da empresa para a tomada de decisões, como por exemplo, os

responsáveis pelo planejamento da produção para que o plano possa ser

montado; os gerentes de compras, produção, materiais, a fim de saber o

quanto deve ser comprado, produzido, estocado; os encarregados de

estoques; os funcionários de serviço de atendimento ao cliente, a fim de ter

informações para responder e tirar dúvidas dos clientes sobre o andamento dos

seus pedidos.

De acordo com Stevenson (2001) os benefícios do MRP depende em

larga escala da utilização de computadores, o que permite manter atualizadas

as informações sobre as necessidades de materiais.

Sobre a redução de custos com a utilização do MRP, Davis (2001) diz

que: ao passarem utilizar sistemas MRP, muitas empresas anunciaram uma

redução de 40 por cento nos investimentos em estoque, aproximadamente.

Por se tratar de sistema grande, complexo, caro, o MRP não se altera

com facilidade para ser adaptada às necessidades da empresa usuária,

portanto, o MRP também tem seus limites.

Muitas vezes as empresas que optam por adotar MRP II se vêem

obrigadas a se adaptar à ferramenta ao invés do contrário, o que nem sempre

é recomendável. Alguns críticos mais céticos argumentam que, para se

implantar MRP II com sucesso, é necessário um esforço de pré-organização da

empresa de tal dimensão que, ao final do esforço, a empresa estaria

organizada a ponto de prescindir do próprio sistema (Corrêa 2007).

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

57

O MRP precisa que suas informações sejam armazenadas de forma

sistemática e com exatidão, já que serão usadas em seus procedimentos,

portanto os envolvidos com o seu uso devem ser bem disciplinados com a

entrada dessas informações.

O MRP não otimiza os custos de aquisição de material. Como os

estoques são estabelecidos na menor quantidade possível, haverá compras de

menores volumes, porém, com maior freqüência, resultando o aumento no

custo de aquisição.

Redução ou interrupção na produção podem existir através de

problemas decorrentes do atraso da entrega, escassez do material, ou algum

outro relacionado com a falta do material no estoque, forçando a empresa ter o

estoque de segurança. Como o MRP reduz os estoques de segurança, o nível

de proteção é perdido.

Cabe ressaltar que, estas desvantagens do MRP podem ser eliminadas

ou reduzidas através da parametrização do programa utilizado, definindo os

estoques de segurança e os lotes mínimos de compra.

3.8 De MRP II para ERP

Atualmente a filosofia do MRP é chamada de Planejamento do Recurso

do Empreendimento ou ERP (Enterprise Resource Planning), um sistema que

permite a integração abrangente da maior parte das aplicações de negócios

convencionais.

Os sistemas de ERP permitem que as decisões e a base de dados de

todas as partes da organização sejam integradas, de modo que as

conseqüências das decisões de uma parte da organização sejam refletidas nos

sistemas de planejamento e controle do restante da organização (Slack 2007).

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

58

O ERP simplifica fluxos de dados por toda a organização e permite à alta

gerência o acesso direto a um grande número de informações operacionais em

tempo real. Ele une sem descontinuidade informações entre os processos

empresariais e pode eliminar muitos problemas de coordenação interfuncional

que existiam durante a operação dos sistemas existentes (‘legado’) com pouca

integração e sem interface (Ritzman 2007).

FIGURA 11 Visão da integração de todas as partes da organização através do

ERP.

Fonte: Slack (2007; p. 474).

O mais conhecido ERP é o R/3 da empresa alemã SAP, porém, existem

outros, como:

• Datasul By You da Datasul

• Microsoft Dynamics da Microsoft

• PeopleSoft da Oracle

• Protheus da Microsiga, entre outros.

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

59

O R/3 divide o sistema integração da empresa em:

• Manufatura e logistica;

• Vendas e distribuição;

• Contabilidade e financeira, e

• Recursos Humanos.

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

60

CONCLUSÃO

As empresas, atualmente, passam por problemas com o gerenciamento

de seus estoques. Não sabem o momento certo para pedir e nem o volume do

pedido de compra. Os custos para manter e adquirir estoques são

expressivos, além de absorver um grande volume de capital que ficará

imobilizado nele.

Os gerentes de estoque ficam na dúvida quanto ao atendimento à

demanda, pois se manter um estoque alto, o custo será alto e se manter um

estoque de nível baixo correrá o risco de nao atender a demanda e terá custo

por falta de estoque.

Podemos perceber um bom gerencimamento de estoque quando o

produto está disponivel no momento exato e em quantidade que atenda a

demanda. O gerenciamento de estoque é impulsionado diretamente no custo

do produto e no capital imobilizado no estoque. Seu objetivo é conservar os

custos menores e sua finalidade é equilibrar a oferta de produtos e a demanda

de mercado.

Para que o impacto negativo sobre o lucro de vendas e o capital

imobilizado em estoque sejam reduzidos é necessário que a empresa direcione

o empenho para a agregação de valor nas atividades desenvolvidas pela

empresa, focalizando a redução do volume de estoque.

O MRP veio para facilitar o gerencimento de estoque, reduzindo seu

volume, seus custos e estabelecer quando e quanto deverá ser pedido para

fazer o ressuprimento do estoque. Portanto, o MRP auxilia na redução de

custos do estoque, reduz o valor do capital imobilizado no estoque, possibilita o

aumento do capital de giro do estoque, além de integrar todos os setores da

empresa, facilitando a comunicação e a tomada de decisões.

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

61

Com a implantação do sistema, o gerenciamento do estoque passa a ser

mais eficaz, pois há maior veracidade e atualizações frequentes nas

informações, possibilitando a redução do estoque e, posteriormente, em seus

custos, já que o volume será menor, facilitando o seu gerenciamento.

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

62

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BALLOU, Ronald H. – Gerenciamento da cadeia de suprimentos/ logística

empresarial – Tradução: Raul Rubenich – 5ª ed. – Porto Alegre: Bookman,

2006.

CORRÊA, Henrique L. - Just In Time, MRP II e OPT um enfoque estratégico

– Henrique L; Corrêa e Irineu G.N. Gianesi – 2ª ed. - São Paulo: Atlas,

2007.

CHING, Hong Yuh – Gestão de estoques na cadeia de logística integrada –

Supply chain – 3ª ed. – São Paulo: Atlas, 2007.

CRUZ, T. - Sistemas, Organização e Métodos. Atlas – 3ª Edição – São

Paulo – 2002.

DAVIS, Mark M. - Fundamentos da Administração da Produção - Mark M.

Davis, Nicholas J. Aquilano e Richard B. Chase – Tradução: Eduardo

D'Agord Schaan – 3ª ed. - Porto Alegre: Bookman, 2001.

GORDON, S. R.; GORDON J. R. - Sistema de Informação: Uma

Abordagem Gerencial - 3ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2006

HEIZER, Jay – Administração de Operações; Bens e Serviços – Jay Heizer

e Barry Render – Tradução: Dalton Conde de Alencar – 5ª ed. - Rio de

Janeiro: LTC, 2001.

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

63

MANÃS, A. V. - Administração de Sistemas de Informação. 7ª Edição. São

Paulo: Érica, 2007.

MARTINS, Petrônio Garcia – Administração de Materiais e recursos

patrimoniais - Petrônio Garcia Martins e Paulo Renato Campos – 2ª ed. –

São Paulo: Saraiva, 2006.

MARTINS, Petrônio Garcia – Administração da Produção - Petrônio Garcia

e Fernando Piero Laugeni – 2ª ed. - São Paulo: Saraiva, 2006.

O’BRIEN, J. A. - Sistemas de Informação e as Decisões Gerenciais na Era

da Internet – 2ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2004.

POZO, Hamilton – Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma

abordagem logística – 4ªed. – São Paulo: Atlas, 2007.

RITZMAN, Larry P. - Administração da Produção e Operações – Larry P.

Ritzman e Lee J. Krajewski – Tradução: Roberto Galman – Revisão

Técnica: Carlos Eduardo Mariano da Silva – São Paulo: Pearson Prentice

Hall, 2007.

ROSINI, A. M.; PALMISANO, A. - Administração de Sistemas de Informação

e a Gestão do Conhecimento - São Paulo: Pioneira Thomson Learning,

2003.

SHITSUKA, R. I. C. M.; Shitsuka, C. D. W. M.; Shitsuka, R.; Shitsuca D. M. -

Sistema de Informação – Um Enfoque Computacional - Rio de Janeiro:

Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

64

Editora Ciência Moderna Ltda., 2005.

SLACK, Nigel – Administração da Produção – Nigel Slack, Stuart

Chambers, Robert Johnston – Tradução: Maria Teresa Corrêa de Oliveira,

Fabio Alher – Revisão Técnica: Henrique Luiz Corrêa – 2ª ed. – São Paulo:

Atlas, 2007.

STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. - Princípios de Sistemas de Informação -

4ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

STEVENSON, Willian J. - Administração das Operações de Produção –

Tradução: Roger D. Frankel – 6ª ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2001.

VERGARA, Sylvia Constant – Projetos e relatórios de pesquisa em

administração – 7ªed. – São Paulo: Atlas, 2006.

Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

65

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Sistema de Informação 10

1.1 – O Sistema de Informação 10

1.2 – Classificação dos Sistemas de Informação 12

1.3 – A Evolução dos Sistemas de Informação 13

1.4 – A Relevância dos Sistemas de Informação 15

1.5 – Sistema de Apoio a Decisão 17

1.6 – Recursos Envolvidos nos Sistemas de Informação 18

1.6.1 – O Hardware 19

1.6.2 – O Software 19

1.6.3 – PeopleWare 20

1.7 – Utilizando Sistema de Apoio à Decisão 20

CAPITULO II

Gerenciamento de Estoque 24

2.1 – A importância que os estoques têm para a empresa 24

2.2 – Classificações dos estoques 26

2.3 – Custos que são associados aos estoques 27

2.4 – Política de estoques 29

2.5 – Controle de estoque 30

Page 66: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

66

2.6 – Decisão de volume de ressuprimento 31

2.7 – Sistema ABC 34

2.8 – Previsão de estoque 37

2.9 – Sistemas de informação no controle de estoque 39

CAPITULO III

MRP – Planejamento das Necessidades Materiais 41

3.1 – O MRP - Planejamento das Necessidades Materiais 41

3.2 – O que é o MRP? 42

3.3 – Elementos do MRP 42

3.4 – Estrutura do MRP 45

3.5 – MRP de ciclo fechado 48

3.5.1 – Planejamento das Necessidades de Capacidade 50

3.6 – MRP II 51

3.7 – Vantagens e limitações do MRP 55

3.8 – De MRP II para ERP 57

CONCLUSÃO 60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

ÍNDICE 65

Page 67: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · O processo de evolução da aplicação dos sistemas de ... demonstrar a evolução dos sistemas de informação é o de Nolan

67

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: