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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LIMITAÇÕES DA CRIANÇA PORTADORA DE SINDROME DE DOWN: A FISIOTERAPIA UTILIZANDO A PSICOMOTRICIDADE Por: Thássia Duarte de Araújo Orientador Profa. Me. Fátima Alves Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LIMITAÇÕES DA CRIANÇA PORTADORA DE SINDROME DE DOWN:

A FISIOTERAPIA UTILIZANDO A PSICOMOTRICIDADE

Por: Thássia Duarte de Araújo

Orientador

Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LIMITAÇÕES DA CRIANÇA PORTADORA DE SINDROME DE DOWN:

A FISIOTERAPIA UTILIZANDO A PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicomotricidade.

Por: . Thássia Duarte de Araújo

Rio de Janeiro

2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por todas

as benções! A minha família por acreditar

em meus sonhos e me apoiar, mas

principalmente, aos meus avós por

dedicarem boa parte de suas vidas para

formar os netos!

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DEDICATÓRIA

Gostaria de dedicar este trabalho a todos os

portadores de Síndrome de Down, em especial

as crianças.

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RESUMO

A Síndrome de Down foi descrita por John Langdon Down em 1866

como “mongoloide”, pois ele acreditava que era um retardo primitivo. Só em 1959, o

médico Jerome Lejeune descreveu a síndrome com a presença de um cromossomo

extra no par 21, hoje a Síndrome de Down é a mais frequente anomalia

cromossômica. O objetivo do trabalho é mostrar a importância do tratamento

fisioterapêutico e psicomotor para o desenvolvimento da criança desde os primeiros

meses de vida. O estudo que foi realizado a partir de revisão bibliográfica mostra

que quando estimulada desde cedo, a criança consegue ter um melhor

desenvolvimento motor e sensorial, proporcionando melhora de equilíbrio,

tonicidade, postura, coordenação e consequentemente torna-se independente. Com

o presente estudo, foi possível comprovar que com acompanhamento profissional, a

criança com Síndrome de Down é mais estimulada funcionalmente, podendo crescer

com independência funcional e cognitiva.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado a partir de estudos bibliográficos, livros, revistas e

cartilhas sobre Síndrome de Down e Psicomotricidade. Com isso podemos ver que

quanto mais estimulada for à criança portadora de Down, mais condições futuras ela

terá.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Aspectos Históricos da Síndrome de Down 10

CAPÍTULO II - Atuação Do Fisioterapeuta 17

CAPÍTULO III – A Psicomotricidade 24

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA 31

ÍNDICE 33

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INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down (SD) é a alteração genética mais comum e conhecida,

porém ainda hoje existem aqueles que acreditam que são pessoas altamente

“treináveis”. O não interesse em se relacionar com as pessoas portadoras de SD faz

com que muitos não consigam ver como é grande a capacidade cognitiva, emocional

e social destes indivíduos.

Considerando que o avanço tecnológico nas áreas de diagnóstico e tratamento

é uma realidade, os portadores de SD podem se beneficiar, tendo uma melhora na

qualidade de vida, conseguindo assim chegar a idade mais avançada. No entanto,

ainda existem preconceitos, pelas características da anomalia e o papel que o

portador terá na sociedade. Além disso, a maioria das pessoas apresentam

despreparo em relação a síndrome.

O profissional de fisioterapia tem como principal papel realizar seu trabalho

dentro do mais alto padrão de qualidade e dos princípios da ética e bioética. O

fisioterapeuta tem como características marcantes devolver,manter ou melhorar a

capacidade cinética funcional do individuo, sendo com ou sem algias e/ou

patologias. A melhora da qualidade de vida e volta as atividades diárias, são

consequências de um trabalho bem realizado, durante o período de tempo pré

determinado para cada caso.

A psicomotricidade tem sido uma ferramenta importante para estimular o

desenvolvimento da criança com SD. Ela pode ser entendida como a educação do

homem pelo movimento, como uma base de apoio para o desenvolvimento

psicomotor por meio de um conjunto de exercícios de forma dinâmica, sendo então

uma organização da conduta e da ação. A psicomotricidade, pode ser considerada

um processo que auxilia a criança em seu próprio caminho de maturação, que vai

desde o desenvolvimento motor e cognitivo até sua autonomia.

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Levando em consideração que a literatura mostra que a criança portadora de

SD tem atraso na reação, dificuldade de controle estático e postural, déficit de

atenção, menor interação com o ambiente, tudo relacionado com as alterações

sensitivas e motoras existentes, o trabalho lúdico é desenvolvido para atribuir a essa

criança a capacidade de interagir com o meio em que vive, melhorando assim

grande parte dos atrasos a ela relacionados. Visando isso, surgem cada vez mais

pesquisas do universo lúdico para crianças com SD.

A psicomotricidade em conjunto com a Fisioterapia proporciona ao portador de

SD mais dinamismo no tratamento, facilitando sua aprendizagem e deixando a

ludicidade psicomotora trabalhar a imaginação dessa criança. Tornar o tratamento

divertido e criativo atrai muito mais atenção do que os tratamentos convencionais.

Neste contexto, o presente estudo vai abordar especificamente o tratamento

fisioterapêutico e psicomotor nos primeiros anos de vida, comprovando sua

importância no processo de desenvolvimento da criança com SD. Não só na parte

motora, mostrando que ele pode ser independente, que pode se locomover e

movimenta-se sozinho, mas também na área cognitiva, orientando e ensinando a

criança no processo de desenvolvimento sensorial, para que a mesma possa ter

todo o suporte possível e assim buscar seu lugar e papel na sociedade que vivemos.

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CAPÍTULO I

ASPECTOS HISTÓRICOS DA SÍNDROME DE DOWN

A SD é uma alteração genética em que ocorre um atraso no desenvolvimento

motor e mental, caracterizada por uma anomalia na divisão celular. Foi descoberta

pelo médico inglês John Langdon Down em 1866, que descreveu em seus estudos

no século passado sobre a alteração genética, sem identificar as causas da

síndrome. Ele considerou os indivíduos como amáveis e incapazes de ter convívio

social, e ainda denominou a síndrome mongolismo, pela semelhança dos olhos

amendoados da raça mongólica que os indivíduos com SD apresentam.

(NASCIMENTO, 2006).

Em 1959, o médico Lejeune descobriu que a SD tem como causa a presença

de 47 cromossomos em suas células e não 46, como deveria ocorrer. É uma

alteração genética que ocorre na formação do feto, especificamente na divisão

celular. Assim, a síndrome passou a ter seu próprio nome e não mais a ser chamada

de mongolismo (THOMPSON, 1993 apud, DAMASCENO; CUNHA; STREIT 2005).

Esta alteração genética, considerada a mais comum, ocorre a cada 700

nascimentos. Na maioria dos estudos, verificamos que a idade paterna influencia a

perda ou ganho de cromossomos, contrariando por tanto, a ideia de que apenas a

idade materna seria a causa da síndrome (FRASER, 1991 apud, DAMASCENO;

CUNHA; STREIT 2005; NASCIMENTO, 2006).Embora as maiores incidências sejam

a idade dos pais, qualquer casal pode gerar uma criança portadora de síndrome de

Down, independente de raça ou condição social. Além disso, existem fatores que

induzem quebra cromossômica, e são de suma importância particular, como as

drogas e vírus (DAMASCENO; CUNHA; STREIT 2005; NASCIMENTO 2006).

Alterações provocadas pelo excesso de material genético determinam as

características típicas desta síndrome: Olhos oblíquos semelhantes aos dos

orientais (fig.1), rosto arredondado, mãos menores com dedos mais curtos, prega

palmar única (fig.2), orelhas pequenas, hipotonia, língua protusa, dificuldades

motoras, atraso na articulação da fala e em 50% dos casos nascem com problemas

respiratórios e cardiopatias. Muitos possuem comprometimento intelectual e

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consequentemente, aprendizagem mais lenta. Embora a maioria dos portadores de

SD tenham estas características, é importante resaltar que como toda criança, eles

se parecem com os pais, devido aos genes herdados, assim possuindo

características diferentes entre si (VARELLA, 2014, BATISTA et al., 2014).

Figura 1: Olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais. Fonte: Cartilha, Você sabe o que é Sindrome

de Down? ; Projeto Down

Figura 2: Prega palmar única. Fonte: Cartilha, Você sabe o que é Sindrome de Down? ; Projeto Down

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1.1- A SÍNDROME DE DOWN E SUA CARACTERÍSTICA FISIOPATOLÓGICA

No portador de SD o espermatozoide ou o óvulo apresentam 24 cromossomos

e não 23, quantificando um cromossomo a mais, que ao se unirem aos outros 23 da

outra célula embrionária, somam 47. E esse cromossomo extra aparece no par de

número 21, indicando a síndrome conhecida como Trissomia do 21 (fig.3), sendo a

forma mais comum e conhecida da SD, com 95% dos portadores. A síndrome surge

quando a pessoa possui 47 cromossomos em todas suas células, devido ao erro na

separação de cromossomos, nos gametas paternos ou maternos, no momento da

divisão celular tendo todas as células trissômicas, porém na célula de par 21 tem

três cromossomos bem definidos e separados entre si (NASCIMENTO, 2006).

Além da Trissomia existem outras formas de SD, mosaico e translocação

(NASCIMENTO, 2006 ; BENATTI et al., 2014).

A forma Mosaico acontece quando o individuo apresenta células normais, com

46 cromossomos, e células trissômicas que possuem 47 cromossomos, esta forma

de SD acontece por um erro gênico na 2ª divisão celular, e é representada por 1%

dos portadores de SD (NASCIMENTO, 2006 ; BENATTI et al., 2014).

A outra forma é a Translocação. Neste caso, o cromossomo 21 se liga a um

cromossomo de outro par. É representada por 4% dos portadores de SD, e metade

dos seus casos vem de hereditariedade, sendo importante o exame de cariótipo

para saber se os pais tem possibilidades de ter outro filho com SD (NASCIMENTO,

2006 ; BENATTI et al., 2014).

No Brasil o número de crianças portadoras de SD torna-se a cada ano mais

drásticas. No segundo Censo de 2010 realizado pelo IBGE, existiam cerca de 24%

da população brasileira com alguma deficiência física ou mental, sendo na época 46

milhões de pessoas. Desta porcentagem, acredita-se que 7,5% seriam crianças de 0

a 14 anos, portanto, especula-se que o numero seja maior que o apresentado em

estudos, pois no Censo realizado em 2000, calculava-se que indivíduos portadores

de SD ficassem em torno de 300.000 brasileiros (IBGE, 2014).

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1.2- AS LIMITAÇÕES FUNCIONAIS NO PORTADOR DE SD

Os portadores de SD nascem com hipotonia muscular e frouxidão ligamentar,

ou seja, são bebês mais “molinhos”, e com uma postura relaxada pelo fato de ter os

músculos com menor tensão e as articulações mais frouxas. (MORIYAMA, RAMPIM,

MUSTACCHI, 2009).

Segundo JANAINA, (2014: 3)

“Uma das características principais da Síndrome de Down, e

que afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor, e a

hipotonia generalizada, presente desde o nascimento. A

hipotonia origina-se no sistema nervoso central e afeta toda a

musculatura e a parte ligamentar da criança. Com o passar do

tempo, a hipotonia tende a diminuir espontaneamente, mas ela

permanecerá presente por toda a vida, em graus diferentes.”

A hipotonia causa um atraso nas funções motoras do bebê, como o controle de

cabeça, rolar, sentar, arrastar-se, engatinhar e ficar de pé. O tônus muscular baixo,

afeta todos os músculos do corpo promovendo o atraso motor total de uma criança

com SD. O tônus baixo, também faz com que haja desequilíbrio nos músculos da

boca, causando muitas alterações, como manter a boca aberta e a língua para fora,

modificando a forma do palato (céu da boca). Estes e outros fatores fazem com que

os movimentos do portador de SD fiquem mal coordenados (JANAINA et al., 2014).

Com a frouxidão ligamentar, o bebê possuiu uma maior amplitude de movimento nas

articulações, assim facilitando as luxações e subluxações, o que requer um maior

cuidado para não puxar excessivamente os membros superiores destas crianças. A

maior amplitude de movimento encontra-se nas mãos, tendo o polegar com muitos

movimentos extras, dificultando o manuseio de pequenos objetos. Em geral com as

mãos menores e dedos mais curtos que de costume, a criança sente dificuldade em

segurar objetos grandes. (STELET, GOULART, 2013).

É importante lembrar que como 50% dos bebês portadores de SD nascem com

cardiopatias e/ou problemas respiratórios (SOARES et al., 2004; VARELLA, 2014),

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devido a infecção pulmonar direta ou secundária. Estudos sugerem que crianças

com SD têm desenvolvimento precoce de hipertensão pulmonar, mesmo na

ausência de doenças cardíacas congênitas. Crianças com SD têm riscos cada vez

maior de anormalidades no desenvolvimento do pulmão, devido a um número

reduzidos de unidades pulmonares terminais e de alvéolos. Contudo, a participação

de uma equipe multidisciplinar no cuidado e tratamento dessas crianças, diminui a

mortalidade dos portadores de SD (SOARES et al., 2004).

Cerca de 25% das gestações com bebês portadores de SD sobrevivem até o

nascimento, sendo que a maioria das mortes acontece no início da gravidez. De 25

a 30 % dos portadores morrem com um ano de idade e 50 % antes de completarem

cinco anos de vida, 50 % chegam aos 30 anos e 8 % dos pacientes sobrevivem

além dos 40 anos de idade, porém somente 2,6% chegam as 50anos (MOURA;

LOPES, 2003).

“Os pacientes que apresentam esses defeitos

cardíacos podem apresentar-se clinicamente

assintomáticos, porém em situações de defeitos

acentuados, o comprometimento hemodinâmico

pode ser maior e levar a sintomas como dispnéia,

palpitações, processos infecciosos pulmonares,

quadros de broncoespasmo e insuficiência

cardíaca congestiva. Na tentativa de aumentar a

expectativa de vida, muitas crianças necessitam

ser operadas precocemente para correção dos

defeitos cardíacos, o que expõe esses indivíduos

a complicações pós-operatórias como infecções

hospitalares e choque cardiogênico.” ( MOURA;

LOPES,2003)

Além dos atrasos motores e das cardiopatias congênitas, o portador de SD

podem apresentar: problemas de visão, de audição, alterações na coluna cervical,

distúrbios de tireoide, distúrbios neurológicos, obesidade, leucemia e

envelhecimento precoce. O prognóstico em relação a sobrevida tem aumentado,

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ainda mais se a criança for estimulada e acompanhada desde cedo (MOREIRA,

2000 apud HEINZMANN FILHO; WOZEZENSKI; BECK 2009).

1.3- IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO PRECOCE

A falta de estimulação nos primeiros anos de vida leva a criança a ter uma

dificuldade na adaptação social, e no desenvolvimento motor e cognitivo. Por isso,

costuma-se tratar precocemente as crianças portadoras de SD, já que sua maioria

apresenta desordem psicossomáticas. O tratamento é considerado precoce, se

iniciado antes da criança entrar nos padrões de posturas e movimentos atípicos,

sendo assim, podemos dizer que o ideal é começar o tratamento nos primeiros 4

meses de vida do bebê (MATTOS, BELLANI, 2010).

Para o melhor desenvolvimento de um bebê com SD, nada melhor do que

estimulação diária. Os pais podem e devem ser os principais incentivadores de

atividades, brincadeiras e pequenas posições que estimulem o bebê desde os

primeiros meses de vida. A comunicação entre pais e fisioterapeuta deve acontecer

com a finalidade de promover e contribuir para que a criança consiga realizar

futuramente todas suas tarefas do dia-a-dia. O profissional tem as informações

importantes a fornecer, sobre o desenvolvimento neurológico, motor e sensorial da

criança, assim poderá auxiliar os pais a trabalhar a estimulação sem prejudicar ou

atrapalhar o trabalho feito pelo fisioterapeuta.

Segundo, MORIYAMA, RAMPIM, MUSTACCHI (2009), que lançaram um guia

para estimulação de bebês com SD, os pais devem fazer exercícios diariamente nos

filhos, ter sempre expectativas, evoluir as brincadeiras cada vez que a criança

conseguir realizá-la com sucesso, recompensar o bebê a cada passo avançado,

realizar coisas divertidas e do interesse da criança, manter o ambiente agradável e

sempre experimentar. Caso não der certo, tente algo mais, todos precisam de tempo

e prática, e o portador de SD não é diferente, ele precisa saber disso.

Até os três meses de vida, o bebê deve aprender a ficar deitado em decúbito lateral

e ventral, a sentar com apoio, e começa a ter um controle para apoiar as mãos e

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tentar levantar a cabeça. Dos três aos seis meses, quando o bebê já começa a ficar

mais alerta, observa mais seu redor e quer participar, devemos aproveitar esses

momentos. A criança já começa a tocar os pés quando deitado, consegue apoiar o

peso nos braços quando deitado em decúbito ventral e já levanta a cabeça, senta

sem apoio e começa a rolar.Nesta fase é importante fazer estimulações enquanto a

criança encontra-se em decúbito ventral. Com seis a nove meses, as surpresas

aparecem cada vez mais, as habilidades começam a ser formadas e posições

começam a desenvolver força e equilíbrio. Entre elas encontra-se: Sentar no chão,

girar para procurar brinquedos quando deitado, conseguir ficar em quatro apoios e

até mesmo de joelho se encontra um apoio, sentar em cadeirinhas e se manter em

pé com apoio.Na fase de “escalar”, buscar brincadeiras que estimule a criança subir

em almofadas por exemplo. Com nove a doze meses, o bebê já aprendeu inúmeras

atividades e começa a realizá-las sozinho. Começando a criar uma independência,

força e seus próprios interesses. Nesta fase, a criança que conseguiu ter maior força

de braços e pernas, já escala para subir e descer, senta, faz transferências de

sentado, para de joelhos e em pé se apoiando, quando de pé consegue sentar-se no

chão e movimenta-se bastante. Trabalhar as habilidades conquistadas é primordial,

antes de colocar novas dificuldades, a criança deve sentir confiança (MORIYAMA,

RAMPIM, MUSTACCHI, 2009).

A importância do tratamento precoce para o desenvolvimento da criança com

SD é ressaltada pelo Comitê da Organização Mundial da Saúde. Algumas pesquisas

revelam que a estimulação cognitiva, motora e sensorial em crianças com SD

resultam em diferenças significativas entre grupos estudados, sendo beneficiado o

desenvolvimento das crianças estimuladas precocemente (MOREIRA, GUSMÃO,

2000).

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CAPÍTULO II

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA

A definição de Fisioterapia segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e

Terapia Ocupacional (COFFITO, 1975):

“É uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os

distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e

sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas,

por traumas e por doenças adquiridas. Fundamenta suas

ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados

pelos estudos da Biologia, das ciências morfológicas, das

ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da

biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e

da cinesia patologia de órgãos e sistemas do corpo humano e

as disciplinas comportamentais e sociais.”

A Fisioterapia foi regulamentada em 13 de outubro de 1969, com finalidade de

restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física. Sendo habilitado para

diagnósticos cinéticos funcionais, prescrição de condutas, acompanhamento de

quadro clínico funcional, condições para alta do serviço, emitir laudos, pareceres,

atestados e relatórios.

O fisioterapeuta deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões de

uso apropriado, eficácia e custo-afetividade, de equipamentos, medicamentos, da

força de trabalho, procedimentos e práticas. Para estes fins, os mesmos devem

possuir competência para, avaliar e decidir condutas, baseadas em evidencias

científicas. A fisioterapia atua de modo, multiprofissional que consiste em

acompanhamento feito apenas pelo fisioterapeuta e médico, interdisciplinar que

conta com a ajuda de profissionais da área da saúde, e transdisciplinar que atua em

conjunto com outras áreas, como os professores (COFFITO).

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A área de atuação do fisioterapeuta não se restringe a clínicas e hospitais, pois

além da fisioterapia clínica, existem a saúde coletiva onde se pode atuar na

vigilância sanitária e fisioterapia do trabalho, a área de educação, atuando em

direção, coordenação e docência, e outras áreas como o esporte. Existem muitas

especialidades reconhecidas, entre elas Fisioterapia Traumato-Ortopedica,

Neurofuncional, Esportiva, Dermatofuncional, Osteopatia e Terapia Intensiva.

Portanto trata-se de uma profissão da saúde regulamentada pelo Decreto-Lei

938/69. (COFFITO)

2.1- A FISIOTERAPIA NA SINDROME DE DOWM

As crianças com SD requer alguns cuidados após o nascimento e ao longo do

seu desenvolvimento em virtude das alterações genética. Portanto, devido aos

problemas de cardiopatias entre outros, é relevante que o fisioterapeuta tenha a

liberação médica para iniciar as atividades com o portador de SD.

A fisioterapia desenvolve um trabalho para melhorar a postura, tonicidade e o

equilíbrio do bebê, além de algumas técnicas específicas para inibição de reflexos

patológicos. Quanto mais cedo o acompanhamento for iniciado, melhor para criança

que logo começará a ser estimulada, podendo assim melhorar desde o inicio o seu

desenvolvimento em todos os aspectos.Um aspecto importante é a existência de

algum problema cervical que pode vir acompanhado. O bebê estimulado apresenta

um desenvolvimento motor muito maior do que aquele que não sofreu estimulação e

acompanhamento fisioterapêutico, além de diminuir o risco de mortalidade devido ao

tratamento feito com a fisioterapia na parte neurológica e respiratória (JANAINA et

al., 2014).

Atualmente, nada impede que portador de SD consiga tornar-se uma pessoa

independente, se estimulado desde sempre com metas e superação de seus

próprios limites a cada dia, tendo assim, o direito de buscar o seu lugar na

sociedade.

O estimulo da fisioterapia ajuda no desenvolvimento neurológico e motor por

meio de métodos que tem como função dar maior independência e autoconfiança a

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criança portadora da SD, promovendo assim uma aceleração de seu

desenvolvimento e das habilidades motoras, cognitivas e sociais, facilitando sua

integração com o meio social. A inibição dos padrões anormais auxilia a criança a

desenvolver capacidades motoras, fazendo assim com que se aproxime de crianças

com bom desenvolvimento neuro-psico-motor (DENGO, 2013).

2.2- TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA SÍNDROME DE DOWN

O fisioterapeuta dispõe de grandes possibilidades de tratamento para

portadores de SD, o profissional capacitado sempre irá trabalhar para melhorar o

posicionamento da criança, promovendo aumento de tônus, equilíbrio e

dissociações, para que possa se movimentar e realizar atividades normais de

qualquer criança em sua faixa etária. Independente da utilização de conceitos, hoje

existe vastas possibilidades de tratamentos, porém, o frequentemente utilizado e

indicado é o Método Bobath.

A criança com SD deve crescer como outra qualquer, o fisioterapeuta deve

estimular evitando que se torne dependente, quanto mais a criança aprender a

cuidar de si mesma, melhores condições futuras ela terá.Como o controle motor do

portador de SD é alterado, a presença do fisioterapeuta se torna muito importante

nos primeiros momentos de vida, auxiliando desde o posicionamento na cama, na

estimulação de controle de cabeça e tronco, até os primeiros passos onde a criança

vai precisar de auxilio para desenvolver equilíbrio motor e ter uma marcha normal.

Se estimulada desde cedo, a criança portadora de SD tem grandes chances de

apresentar avanços e romper barreiras impostas pela sociedade, alcançando uma

vida normal.

2.3- MÉTODO BOBATH

Um dos principais tratamentos usados pela fisioterapia é o Método Bobath ou

Conceito Neuroevolutivo Bobath, que consiste na avaliação e tratamento de

indivíduos com distúrbios de movimento, função e controle causado por lesões do

sistema nervoso central (RAINE; MEADOWS; LYNCH, 2009 apud SOTORIVA;

SEGURA, 2013).O método foi criado por Berta e Karel Bobath em 1943, tendo como

principio do conceito a inibição dos padrões reflexos anormais e a facilitação dos

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movimentos normais. Cada criança recebe exercícios e manuseios próprios e

adequados as suas necessidades (CHEN et al., 2007 apud SOTORIVA; SEGURA,

2013). Devem estar associados ao tratamento, trabalhos de alinhamento, orientação

funcional, coordenação, sequências funcionais e movimentos de facilitação, que

mandam informações sensoriais específicas facilitando o desempenho motor

(GRAHAM et al., 2009 apud SOTORIVA; SEGURA, 2013).

Segundo a terapeuta ocupacional Lélia Elena Zonzini Ramos (ABRADIMENE,

2011):

“Podemos definir o Método Bobath como uma técnica de

reabilitação neuromuscular que utiliza os reflexos e os

estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta

motora, sempre respeitando os princípios da normalização do

tônus e da experimentação de um movimento ou de um

controle estático normal.”

O método basicamente passa informações sensoriais, estimulando a

restauração do estado normal pós-lesão ou modificando a própria estrutura e suas

funções. Os movimentos promovem equilíbrio, descarga de peso, trabalha

dissociações, combinadas com movimentos de inclinação de tronco e alcance de

membros superiores. Assim, quando usadas às técnicas de inibição e facilitação,

melhoramos o tônus muscular, promovendo uma melhor capacidade sensorial e

motora de seus movimentos, mostrando a criança como se posicionar

(ABRADIMENE, 2011).

O fisioterapeuta deve utilizar técnicas que incentivem o uso bilateral, que

inibam movimentos patológicos e reapresentem os movimentos apropriados. O

mesmo regula os mecanismos essenciais ao movimento, que surgem através dos

sistemas de percepção e ação (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2007 apud

SOTORIVA; SEGURA, 2013).

Segundo SOTORIVA, SEGURA (2013), o método é uma das formas mais

eficaz de tratamento, já que auxilia a criança a alcançar etapas do desenvolvimento

de forma mais adequada, sendo usado seu próprio potencial motor e padrões

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funcionais. A simetria corporal e as estimulações de reações, estão entre os ganhos

proporcionados pelo Método Bobath para que as realizações das atividades diárias

possam ser realizadas, dando a criança portadora de SD uma maior independência

e autoconfiança.

2.4- HIDROTERAPIA

A hidroterapia pode ser conceituada como a execução de exercícios para

recuperação de movimentos em meio liquido, utilizando as propriedades da água.

Estudos realizados na Europa e EUA mostram que a hidroterapia pode ser

utilizada de forma muito benéfica no tratamento de SD. Através da utilização da

hidroterapia, foi possível observar diversas melhoras, tanto físicas, mentais,

psicossociais e proporcionando uma melhora na qualidade de vida da criança com

SD (CAMPION, 2000 apud HEINZMANN FILHO, WOZEZENSKI, BECK, 2009).

Segundo RUOTI et al., 2000 apud HEINZMANN FILHO, WOZEZENSKI, BECK,

2009, p.117):

“Os efeitos terapêuticos dos exercícios na água estão

relacionados ao alívio da dor e espasmos musculares,

manutenção ou aumento da amplitude de movimento das

articulações, fortalecimento dos músculos enfraquecidos e

aumento na sua tolerância aos exercícios, reeducação dos

músculos paralisados, melhoria da circulação, encorajamento

das atividades funcionais, manutenção e melhoria do equilíbrio,

coordenação e postura.”

As comprovações e estudos em cima desta forma de tratamento, ainda são

poucos, porém todos mostram bons resultados. E se for levado em consideração

que o meio liquido, além de promover um relaxamento, pode virar uma brincadeira

mais divertida e interessante para a criança, o método se torna muito válido.

Proporcionando ao portador de SD bem estar físico e mental.

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2.5- FISIOTERAPIA APLICADA

Em todos os tratamentos é sempre bom tentar passar para a criança, que tudo

é uma brincadeira, para que não torne um momento chato e cansativo, fazendo com

que ela tenha vontade de estar presente, assim tendo interação e possivelmente

mais ganho. Independente de ser brincadeira lúdica, de estar na hidroterapia ou no

Método Bobath, o ambiente deve ser colorido, com brinquedos e um bom astral,

para que aquele momento se torne agradável.

Outras técnicas existem e podem ser utilizadas, desde que o profissional tenha

o seu domínio. A fisioterapia aplicada, como cinesioterapia, normalmente usada em

clinicas é um recurso utilizados por todos fisioterapeutas, com dissensibilizações,

escada progressiva, rampas paralelas, espaldar e circuitos proprioceptivos.

Após a criança chegar a idade mais avançada, ter controle de tronco e

membros e estar funcionalmente adaptado a suas atividades diárias, pode ser feito a

troca da fisioterapia diária por pratica de esportes. Porém a visita ao fisioterapeuta

deve permanecer por 2 vezes ao ano, para acompanhamento do desenvolvimento.

2.6- ATIVIDADES LÚDICAS

Atividades lúdicas, como brincadeiras com bolas, petecas, vai e vem, entre

outros, são estímulos ótimos para o portador da referida síndrome. A estimulação de

formas diferentes, visando sair um pouco da rotina e em forma de brincadeira, além

de relaxar e divertir, promove o bem estar e a interação total da criança.

Em 2014 foi desenvolvida por estudantes da Faculdade Anhanguera de Campinas, um estudo lúdico utilizando o Nintendo Wii.

De acordo com SANTOS, PÁDUA, PARAÍZO, CAMPOS (2014), a exposição

lúdica no cotidiano dessas crianças, resultou em alteração do centro de gravidade e

na utilização de membros superiores e inferiores simultaneamente, assim tendo que

manter o equilíbrio. O estudo realizado por eles, mostrou que o uso do Nintendo Wii

foi benéfico na medida em que houve uma melhora de equilíbrio das crianças

testadas, porém a utilização requer cuidados, visto que algumas lesões foram

associadas ao game, sendo necessário ter cautela com o uso dos jogos. O estudo

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foi feito em caráter experimental para ver um possível recurso a mais para ser

utilizados na fisioterapia.

Com isso podemos perceber a psicomotricidade crescendo cada vez mais no

universo Fisioterapeutico.

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CAPÍTULO III

A PSICOMOTRICIDADE

Segundo FONSECA (2008), a Psicomotricidade é um campo transdisciplinar

que estuda as relações e influencias entre o psiquismo e a motricidade. O psiquismo

é constituído pelo conjunto do funcionamento mental, assim como a complexidade

dos processos sociais e relacionais. Nesta dimensão integra a totalidade dos

processos cognitivos, compreendendo as funções de atenção, processamento e

integração. A motricidade é entendida como conjunto de expressões corporais e

mentais, envolvendo funções posturais e práxicas que suportam e sustentam as

funções psíquicas.

Neste contexto, a psicomotricidade tem como finalidade o estudo das

complexidades humanas através das relações funcionais, entre psiquismo e

motricidade, nas suas múltiplas manifestações e diversificadas expressões ao longo

do processo de desenvolvimento (FONSECA, 2008).

Portanto, Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento.

Mas não podemos esquecer que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos

que o sujeito tem para expressar conhecimentos, ideias, sentimentos e emoções. É

ele que une o indivíduo com o mundo que lhe dá as marcas necessárias para que se

constitua como sujeito.

”A motricidade tem um papel fundamental na vida intelectual e

constitui uma de suas origens. A psicomotricidade é um dos

elementos sociais na educação pedagógica, pois é, tanto ação como

expressão servindo de elo entre o sujeito e o meio ambiente. A

evolução psicomotora está internamente ligada ao descobrimento

das coisas, do espaço, do tempo, do mundo externo.”

(MAGALHÃES, 2006, p. 26)

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3.1- ELEMENTOS PSICOMOTORES

São várias as classificações e as terminologias utilizadas para denominar as

funções psicomotoras. De qualquer forma, os conceitos são basicamente os

mesmos; o que muda é a forma de classificar e agrupar estes conceitos. Assim, as

terminologias mais utilizadas no Brasil e seus respectivos conceitos são os

seguintes (GORETTI, 2010) :

Esquema corporal – é o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e

de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços, objetos e

pessoas que o circundam.

Imagem corporal – é a representação mental inconsciente que fazemos do

nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser

desejado e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular

e pelas inscrições materna e paterna.

Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e

dinâmico, coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja

ele parado ou em movimento.

Coordenação global ou motricidade ampla – é a ação simultânea de diferentes

grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e relativamente

complexos.

Motricidade fina – é a capacidade de realizar movimentos coordenados

utilizando pequenos grupos musculares das extremidades.

Organização espaço-temporal – é a capacidade de orientar-se adequadamente

no espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima,

embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes, depois. Alguns autores estudam a

organização espacial e a organização temporal separadamente.

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Ritmo – é a ordenação constante e periódica de um ato motor. Para ter ritmo é

preciso ter organização espacial.

Lateralidade – é a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para

isso, os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo.

Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de

sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares,

parado ou em movimento.

3.2- PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM

Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento infantil é o

corpo e seus movimentos que, inicialmente, não apresentam significados ainda

inscritos. Aos poucos, este corpo em movimento transforma-se em expressão de

desejo e, posteriormente, em linguagem. A partir daí, a criança é capaz de

reproduzir situações reais, fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta.

Assim, a criança consegue separar o objeto de seu significado, falar daquilo que

está ausente e representar corporalmente. Este processo nada mais é do que a

vivência dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e

afetivos significativos. E isso é que garantirá a aprendizagem de conceitos formais

aliados à aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir textos, contar uma

história, dar um recado, fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações

matemáticas para contar quantas pessoas vieram, quantas faltaram, etc

(FONSECA, 2008).

Além disso, para chegar a uma coordenação motora fina, necessária à

construção da escrita, a criança precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar

seu corpo, ter experiências motoras que estruturem sua imagem e seu esquema

corporal.

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3.3- A PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR

Na infância, fase da vida onde preponderam os maiores desenvolvimentos,

notamos inúmeras possibilidades para que este assim se faça. Uma dessas

possibilidades é o brincar. No entanto notamos alguns equívocos no trato deste

conceito. Dessa forma faz-se necessário compreender qual atribuição que devemos

lhe dar e qual a verdadeira importância do brincar e do brinquedo para o

desenvolvimento sócio cognitivo motor das crianças. (SEARA, ZAGO, 2010).

Para Mello Filho (2001), o brincar por si só é terapêutico, trata-se de uma

psicoterapia de aplicação imediata e universal. Cabe ainda ser ressaltado que ele é

excitante em seu centro, por si só, pois envolve instintos, seja pela magia que

contêm e/ou pela intensidade da relação afetiva com quem se brinca. Dentro dessa

relação inclui-se o ódio, que pode apenas ficar expresso na área do simbolismo, isto

é, na dramatização implícita no jogo. O autor explica que o brincar se dá no espaço

potencial, sendo sempre uma experiência criativa, na continuidade espaço-tempo,

como uma forma básica de viver.

O brincar está presente no mundo infantil desde sempre. O bebê brincando se

envolve no processo de descoberta do seu “eu” em relação ao mundo que o cerca e

obter uma liberdade da sensação de ser, com a mãe, um corpo único. Os reflexos

que se originam deste processo podem e são sentidos pelo terapeuta em sua

atividade com a criança em que a sobreposição das áreas do brincar do

paciente/criança e do terapeuta/ professor se manifestam.

FONSECA (1996) afirma que “O jogo é um fator de libertação e de formação,

que não pode faltar à criança em desenvolvimento, dado que além da satisfação

catártica que permite, implica também uma subestimação dos instintos e tendências

anti-sociais”. É na brincadeira que é possível trabalhar a representação simbólica da

construção de forma branda e aceitável na colocação de limites e combinações que

darão subsídios à socialização e à criação das regras coletivas. O autor argumenta

que no jogo a criança tem a oportunidade de estruturar o seu esquema corporal, a

sua relação com o espaço e o tempo, a ampliar a utilização do perceptivo motor e

ainda estampar sua afetividade, proporcionando o desencadear de suas emoções.

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Algumas brincadeiras tem como objetivo o lúdico para a criança portadora de

Down, uma simples brincadeira de rodar bambolês (pouco usado nos últimos

tempos), ao som de uma música animada estimula seu controle corporal, ritmo e

coordenação motora.

O brincar é maneira pela qual a criança busca o lúdicos para desenvolver-se. E

o mais importante de tudo isso é que, por meio do brincar, o terapeuta assume um

papel fundamental neste processo, pois é ele que arruma, de maneira planejada e

não casual, as cenas mais pertinentes para que esse desenvolvimento ocorra. É ele

que fará com que o sujeito não se fragmente, pois ele se oferece todos os aspectos

que constituem um indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio-afetivos.

3.4- ATIVIDADES PSICOMOTORAS PARA PORTADORES DE DOWN

A ideia do trabalho psicomotor para crianças com Down, é porporcionar a

pratica de atividades lúdicas integrando e respeitando suas limitações.

Oportunizando a prática de inclusão.

Antes do inícios das atividades é importante fazer uma avaliação com a

criança, atrás de observação e participação em atividades, verificando o

aprendizado, as funções motoras e as congnitivas.

Exemplo de atividade 1

Juntas partes de bonecos desmontados.

Exemplo de atividade 2

Completar desenhos de figuras humanas com o que está faltando.

Exemplo de atividade 3

Atividade de locomoção, como andar, marchar, correr, saltar, chutar e rastejar.

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Exemplo de atividade 4

Coordenação motora e manipulação: Lançar uma bola, receber uma bola,

pressionar, pinçar pregadores, enroscar/desenroscar e encaixar/desencaixar.

Exemplo de atividade 5

Equilíbrio estático e dinâmico, como ficar parado em cima de um disco de

equilíbrio proprioceptivos e movimentar uma bola para direita e esquerda.

Exemplo de atividade 6

Esquema corporal, orientação espacial e ritmo, por meio de atividades em

grupo, como jogos de bola e danças em grupo.

Observação diária da criança portadora de Down é de suma importância para o

tratamento e desenvolvimento físico, social, mental e psicomotor de cada criança,

favorecendo a melhoria de qualidade de vida e saúde.

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CONCLUSÃO

O conhecimento científico da SD é de importância máxima para o profissional

que buscar trabalhar com crianças portadoras da referida síndrome, para que assim

possa fornecer informações específicas e atualizadas aos pais. O acompanhamento

fisioterapêutico e psicomotor torna-se primordial, tanto na atuação do profissional

para cuidar da criança e ajudar no seu desenvolvimento funcional e sensorial, como

também na ajuda aos pais, para que eles tenham uma melhor maneira de incentivar

a criança, assim fazendo-a desenvolver cada vez mais e melhor.

O trabalho pode ser diferenciado e diversificado, dependendo da criatividade e

da resposta dada pela criança. Fadiga e o cansaço podem aparecer mais rápido, e

deve ser respeitado. A estimulação deve começar cedo e ser rotineira, o empenho

do fisioterapeuta e da família é o que ditará o progresso da criança. O trabalho

resaltou a importância do tratamento fisioterapêutico e psicomotor, para desenvolver

melhor as habilidades funcionais do portador, a criança bem estimulada é aquela

que esta sempre feliz em casa ou na escola, que participa das reuniões de família e

que tenha convívio social.

As crianças portadoras de Síndrome de Down devem crescer sabendo que são

sim especiais, porém que podem fazer tudo que qualquer outra criança também

pode. A importância da funcionalidade para estas crianças é o que delimita se no

futuro serão independentes, com formação profissional, excelentes pessoas e de

grande nível intelectual. Limitações sempre aparecerão em suas vidas, mas se

desde cedo ela aprendeu a supera-las, nada será diferente. Acredito em um futuro,

onde a igualdade será presença marcante desde a educação infantil, dentro de casa

e nas ruas. Onde o futuro adulto com SD possa ter uma vida digna, mesmo que com

limitações que ainda existiram, pois quando criança ele aprendeu que pode ser

muito mais do que um pobre coitado com um cromossomo a mais.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

ASPECTOS HISTÓRICOS DA SÍNDROME DE DOWN 10

1.1 - A síndrome de down e sua característica fisiopatológica 12

1.2 - As limitações funcionais no portador de sd 13

1.3 - A importância do tratamento precose 15

CAPÍTULO II

ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA 17

2.1 - A fisioterapia na sindrome de dowm 18

2.2 - Tratamento fisioterapêutico na síndrome de down 19

2.3 - Método bobath 19

2.4 - Hidroterapia 21

2.5 - Fisioterapia aplicada 22

2.6 - Atividades lúdicas 22

CAPÍTULO III

A PSICOMOTRICIDADE 24

3.1 - Elementos psicomotores 25

3.2 - Psicomotricidade e aprendizagem 26

3.3 - A psicomotricidade e o brincar 27

3.4 - Atividades psicomotoras para portadores de down 28

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CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA 31

ÍNDICE 33