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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FAMÍLIA: UMA GRANDE PARCERIA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
Por: Ninon Rosy Seixas Machado
Orientador
Prof.ª Simone Ferreira
Niterói
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FAMÍLIA: UMA GRANDE PARCERIA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia
Por: Ninon Rosy Seixas Chaves Machado
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Luiz Henrique; meus
filhos Carlos Henrique e Elaine pelo
apoio e carinho; minha sobrinha Aline;
meu primo Rafael Junger e família.
Amigos, parentes, professores e
colegas do curso, que dividiram comigo
essa formação e a minha orientadora
Simone Ferreira pelo carinho e
atenção. Enfim, a todos que me deram
força para que chegasse até aqui.
4
DEDICATÓRIA
A Deus que está ao meu lado em todos
os momentos da minha vida; a minha
mãe Enedir Seixas Chaves ( IN
MEMORIA), que me deixou como
herança o amor que tinha pela educação,
o exemplo de dignidade, amizade e
carinho; a minha amiga/irmã Solange
Maria, que foi meu braço direito nessa
formação; a Dona Solange ( IN
MEMORIA), que sempre torceu pra mim.
5
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo retratar a importância da
família no processo ensino aprendizagem, enfocando o conceito de
aprendizagem e suas caracterizações e influências (família, escola,
sociedade). Mostrará a interação entre família e escola e sua relevância para o
êxito do processo ensino aprendizagem, assim como, para formação do ser
cognoscente. Pelo prisma da psicopedagogia propõem-se o objetivo de reduzir
os problemas emocionais, cognitivos e sociais interagindo no vínculo escola e
família, na superação dos obstáculos que envolvem a aprendizagem e suas
dificuldades. Será apresentada uma pesquisa de campo com quatro escolas
(duas públicas e duas particulares) para ilustrar e melhor reconhecer o assunto
estudado e de que forma ele está relacionado com o problema proposto.
6
METODOLOGIA
Esta monografia terá como metodologia uma pesquisa bibliográfica
(para obter conhecimento na solução do problema através da busca referente
ao assunto estudado) Exploratória para absorver mais conhecimento pela
aproximação ao assunto, de forma a melhor compreender o universo estudado
e seu relacionamento com o problema proposto e uma pesquisa de campo que
irá observar fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de
dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses
dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando
compreender e explicar o problema pesquisado.
Foi fundamental consultar alguns autores, como: Nádia Bossa,
Beatriz Scoz, Olívia Porto, Simaia Sampaio, Eugênio Cunha, Albertina de
Mattos Chraim, Fabiana Ortiz Portela e Ingrid Franceshini, Marta Pires Relva,
Alícia Fernandes, Laura Monte Serrat Barbosa, Sara Pain e muitos outros,
todos muito importantes para entender como a família é fundamental para que
o processo de aprendizagem aconteça.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I- Aprendizagem: Uma dificuldade a ser enfrentada 10
CAPÍTULO II - Família e Aprendizagem 23
CAPÍTULO III – Família e Escola: Uma parceria importante 29
CAPÍTULO IV – Pesquisa de campo 37
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 63
WEBGRAFIA 65
BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 66
ANEXOS 45
ÍNDICE 68
8
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas os problemas vividos das relações familiares
vêm acentuando-se gradativamente, exigindo uma reconfiguração do lugar da
família e da escola como interfaces possíveis e integradas de manutenção das
aprendizagens.
O problema de aprendizagem pode ser orgânico, cognitivo, da
inteligência e também social, do meio que envolve o indivíduo. A família está
inserida em todos eles e, é nela, que se iniciam as primeiras aprendizagens.
Isso torna o tema abordado fundamental para que se possa
entender melhor a influência da família na formação do ser cognoscente no
processo de aprendizagem. Sendo assim, surge uma questão a ser
investigada, ou seja, a família não é a única influência no processo de
aprendizagem, mas será que ela não é a mais importante?
O trabalho proposto apresentará uma Psicopedagogia que pretende
ver o ser como pluridimensional, aquele que pensa e que se apaixona, que se
relaciona e troca com o mundo a sua volta. Além disso, procura identificar e
superar os obstáculos que impedem que a construção desse ser aconteça.
Com o aumento do fracasso escolar tudo que envolve dificuldade de
aprendizagem passou a ser alvo de estudo e pesquisa. A culpa já não é vista
mais como antigamente, sendo da criança. Hoje se considera que tanto a
escola, como a família e a sociedade pode ter uma grande responsabilidade
sobre os problemas de aprendizagem.
Na relação entre família e aprendizagem, pesquisas apontam sobre
o papel da família sobre as dificuldades de aprendizagem, como sendo
fundamental. De acordo com Simaia Sampaio “A família tem um grande papel
no desenvolvimento do sujeito, principalmente no que diz respeito à
9
afetividade, condição necessária ao crescimento integral da criança.” Quando
a família atua e participa no processo de aprendizagem ela vai ajudar o sujeito,
e a escola a identificar assim como também, superar os obstáculos.
Faz-se importante ressaltar que o Psicopedagogo deve ter um papel
fundamental no diagnóstico do problema de aprendizagem e na importância do
vínculo entre o sujeito, a família e a escola.
Esta monografia será estruturada enfocando primeiramente o
conceito de aprendizagem; depois a influência da sociedade, família e escola
na formação do ser cognoscente; E consequentemente e, como devemos
enfrentar as dificuldades na aprendizagem e entender seus distúrbios. No
capítulo final será apresentado uma pesquisa e seus respectivos resultados
para ilustrar o tema a ser investigado.
10
CAPÍTULO I
APRENDIZAGEM: UMA DIFICULDADE A SER
ENFRENTADA
O cenário atual do nosso sistema educacional no que tange a
aprendizagem e a sua consequência, a dificuldade escolar, aparece como um
dos problemas mais estudados e discutidos. Contudo, o que ocorre, muitas
vezes, é a busca pelos culpados de tal dificuldade e, a partir daí, percebe-se
um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma determinada
classe social, ora todo um sistema econômico, político e social. Mas será que
existe mesmo um culpado para a não aprendizagem? Se a aprendizagem
acontece em um vínculo, se ela é um processo que ocorre entre
subjetividades1, nunca uma única pessoa ou situação pode ser culpada. Alicia
Fernandes nos lembra que “a culpa, o considerar-se culpado, em geral, está
no nível imaginário” (FERNÁNDES,1994) afirma que o contrário da culpa é a
responsabilidade. Para poder ser responsável pelos seus atos, é necessário
poder sair da culpa.
A aprendizagem é um processo tão importante para a sobrevivência
do homem que cada vez mais as escolas e as tecnologias estão sempre se
aperfeiçoando para tornarem a aprendizagem mais eficiente.
O que se pretende é discutir a dificuldade da aprendizagem escolar
como um elemento resultante da integração de várias forças2 que englobam o
espaço institucional (a escola), o espaço das relações entre vínculos dos que
ensinam e dos que aprendem, a família e a sociedade em geral.
1 Modo de pensar, refletir, sentir e abstrair a realidade. 2 Grupos ou situações sociais envolvidas na relação ensino/aprendizagem
11
1.1 – Conceito e Caracterizações
Inicialmente é importante ressaltar que o conceito de aprendizagem
aqui discutido, precisa ser pensado como um processo em constante
construção e que não se limita a vivência escolar, assim como, restringe a uma
experiência da criança.
Diante dessa reflexão destaco Olivia Porto (2011, p 39 – 40)
"A aprendizagem, como experiência, guarda um elemento universal
do humano, na medida em que permite a transmissão do conhecimento e, por
meio desse processo, garante a semelhança e a continuidade do coletivo, ao
mesmo tempo permitindo a diferenciação e a transformação. O aprender
envolve simultaneamente a inteligência, os desejos e as necessidades e, por
intermédio do cognitivo, busca-se generalizar, classificar, ordenar,
identificando-se semelhanças, enquanto que, por meio dos desejos e das
necessidades, buscam-se o individual, o subjetivo e o diferente."
Estabelece-se desse modo uma relação particular do sujeito com o
conhecimento e o significado de aprender. A transmissão do conhecimento
não se faz diretamente, mas sim se transmite sinais dele, que a pessoa
transforma e reproduz em função dos seus recursos próprios.
A aprendizagem tem assim uma função integradora, estando
diretamente relacionada ao desenvolvimento psicológico, denotando as
possibilidades de interação e adaptação da pessoa à realidade ao longo da
vida, sofrendo múltiplas influências de fatores ambientais e individuais.
Aprendizagem se trata de uma mudança de comportamento e aqui
precisa-se entender comportamento no sentido mais amplo que esta palavra
possa ter. O termo, portanto, não se aplica só as ditas aprendizagens
escolares. Aprendizagem é fenômeno do dia a dia que ocorre desde o início da
12
vida. A aprendizagem é um processo fundamental, pois todo indivíduo aprende
e, por meio deste aprendizado, desenvolve comportamentos que possibilitam
viver. Todas as atividades e as realizações humanas exibem os resultados da
aprendizagem. Pelos séculos, por meio da aprendizagem, cada geração foi
capaz de se aproveitar das experiências e descobertas das gerações
anteriores, como também, por sua vez, ofereceu sua contribuição para o
crescente patrimônio do conhecimento e das técnicas humanas3.
Alguns autores irão discutir que o conhecimento é o núcleo
específico de todo aprendizagem, ele é o resultado da busca pelo
entendimento do que ainda não foi conhecido. Neste estudo é importante
ressaltar que o conhecimento aqui deverá ser entendido como um
conhecimento ampliado, ou seja, o que é dado na escola formal e o que
experimentado na vida de cada um.
Outra característica do processo de aprendizagem é o afeto, que
influencia a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois, quando as
pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade. VISCA (1991)
concebe a aprendizagem como uma construção intrapsíquica, com
continuidade genética e diferenças evolutivas, resultantes das pré-condições
energético-estruturais do sujeito e das circunstâncias do meio.
Para ele, existem quatro níveis de aprendizagem que se estendem
desde o nascimento até a morte. O primeiro nível denomina-se proto-
aprendizagem e caracteriza-se pelas primeiras interações da criança com a
mãe. O segundo nível, a dêutero-aprendizagem, refere-se a um interjogo de
relações entre a criança, os objetos que a rodeiam e o ambiente mais próximo.
O terceiro nível, denominado aprendizagem assistemática, e o quarto
aprendizagem sistemática, são representados respectivamente pelas
interações do indivíduo com a comunidade em geral e com as instituições
educativas.
3 PORTO, Olívia – Psicopedagogia Institucional, 2011, p.41.
13
Ele propõe, também, um modelo classificatório dos estados
patológicos da aprendizagem considerando os níveis semiológicos (sintomas
objetivos e subjetivos), patogênico (estruturas e mecanismos que provocam e
mantêm os sintomas) e etiológico (causas históricas).
Na análise do nível patogênico, VISCA considera três grandes
classes de obstáculos à aprendizagem, que podem combinar-se entre si:
obstáculos epistêmico (com base nos pressupostos Piagetianos), representado
pelo nível de construção da estrutura cognitiva para a apreensão da realidade.
Obstáculo epistemofílico (com base nos pressupostos psicanalíticos), expressa
o vínculo afetivo que o sujeito estabelece com objetos e situações de
aprendizagem. Obstáculo funcional, utilizado como hipótese auxiliar para
complementar a análise do problema, quando são detectados obstáculos que
não podem ser enquadrados nos itens anteriores. O nível etiológico refere-se
às causas de ordem biológicas e psicológicas mais remotas, cujos efeitos
perduram até o momento presente.
Para PAIN (1985), a aprendizagem depende: da articulação de
fatores internos e externos ao sujeito (Os internos referem-se ao
funcionamento do corpo, considerando como um instrumento responsável
pelos automatismos, coordenações e articulações); do organismo: a infra-
estrutura que leva o indivíduo a registrar, gravar, reconhecer tudo que o cerca
através dos sistemas sensórios, permitindo o regulador o funcionamento total;
do desejo: entendido como o que se refere às estruturas inconscientes,
representa o “motor” da aprendizagem e deve ser trabalhado a partir da
relação que com ela estabelece; das estruturas cognitivas, representando
aquilo que está na base da inteligência, considerando-se os níveis de
pensamentos propostos por Piaget; da dinâmica do comportamento, que diz
respeito às respostas do sujeito à realidade que o cerca. Os fatores externos
são aqueles que dependem das condições do meio que o circunda o indivíduo.
Para Beatriz Scoz a aprendizagem tem três funções. Uma função
socializadora porque, à medida que o indivíduo aprende, ele se submete a um
14
conjunto de normas, identificando-se com o grupo ao qual pertence
transformando-se em um ser social. Uma função repressiva, porque pode
significar uma forma de controle, com o objetivo de garantir a sobrevivência
específica do sistema que reage a sociedade. Uma função transformadora,
que deve direcionar a atuação dos psicopedagogos, permitindo ao sujeito uma
participação na sociedade, não na perspectiva de reproduzi-la, mas de
transformá-la.
Alicia Fernandes no livro “O saber em jogo” define aprender como
apropriar-se da linguagem; é historiar-se, recordar o passado para despertar o
futuro; é deixar-se surpreender pelo já conhecido. Aprender é reconhecer-se,
admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos visíveis e
possíveis.
A aprendizagem é um trabalho de reconstrução e apropriação de
conhecimentos a partir da informação trazida por outro e significadas do saber.
Essa construção de conhecimento, por sua vez, constrói o próprio sujeito como
pensante e desejante, autor de sua história.
1.2 - Aprendizagem e Suas Influências: Família, Escola e
Sociedade
Como já foi descrito anteriormente o sujeito é fruto do meio em que
ele vive, é um ser social e tanto a família, como a escola e a sociedade
influenciam na sua aprendizagem.
Nesse contexto é fundamental a afetividade e é ela que vai
determinar a rapidez com que vai se aprender. É o desejo, a vontade que vai
nutrir o objetivo final que é a aprendizagem.
Toda criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e
ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado.
15
A presença do adulto dá a criança segurança física e emocional para explorar
mais o ambiente e aprendendo consequentemente. Essa interação envolve a
afetividade e a emoção como elemento básico e essencial.
Para que o processo de aprendizagem aconteça tanto na família
como na escola é necessário que o afeto esteja presente. Ele influência na
velocidade em que se constrói o conhecimento. Quando nos sentimos seguros
aprendemos com mais facilidade.
Na relação entre professor e aluno, que acontece na escola, a
afetividade e a cognição são fundamentais para que a aprendizagem aconteça.
A construção da aprendizagem se dá através dessa interação.
Portanto, cabe a educação, ou ao processo educativo, que é um
processo social, provocar ou produzir mudanças no comportamento.
Parafraseando Olivia Porto a família tem uma grande influência na
aprendizagem já que é no âmbito familiar que o sujeito inicia suas primeiras
aprendizagens. Aprende a sugar no seio da mãe, a rolar no berço, a levantar a
cabecinha, o tronco, a sentar, a comer de colherinha, a engatinhar, a dizer as
primeiras palavras, a andar, a cantar, a dançar. Todas estas conquistas são
presenciadas primeiramente pela família que passa a dar-lhe estímulos,
almejando que a criança conquiste cada vez mais novas habilidades. A família
além de ser onde acontecem às primeiras aprendizagens vai ser fundamental
no processo ensino/aprendizagem.
Munhoz (2005, p. 180) diz que é observando a interação existente
entre os membros da família que podemos compreender como se dá a
circulação do conhecimento e o acesso à aprendizagem, visto como cada
membro familiar tem uma forma própria de aprender e operar ao construir o
próprio conhecimento, ou seja, uma modalidade de aprendizagem que o
permite se aproximar do desconhecido, para agregá-lo ao saber.
Vivemos em uma sociedade que valoriza cada vez mais o sucesso
profissional, a competência a qualquer custo e a escola por sua vez vão pelo
16
mesmo caminho, Aqueles que não conseguem acompanhar a proposta da
instituição podem sofrer sendo rotulados como incapazes, fracassadas.
Com isso é comum o aparecimento de crianças com dificuldades de
aprendizagem que muitas vezes são enquadradas em algum transtorno de
aprendizagem (disléxicas, hiperativas, agressivas, etc.). Muitas vezes elas
ficam rotuladas e acabam assumindo o papel que lhe foi atribuído, mesmo sem
nenhum diagnóstico.
Destaca-se a realidade que nos cerca em relação ao papel da
família na condução e acompanhamento do processo de aprendizagem, ou
seja, atualmente há uma omissão e transferência do afeto e responsabilidade
para a escola, deixando o ser cognoscente vulnerável e sem referências
familiares. Portanto, esse é um desafio a ser enfrentado e superado no
processo de integração de todos os envolvidos.
1.3 – Distúrbios da Aprendizagem
Tomando como base referencial Olivia Porto destacamos que os
termos utilizados, tais como: ”distúrbios, problemas, discapacidades,
transtornos”, são encontrados na literatura e, muitas vezes, são empregados
de forma inadequadas.
A presença de uma dificuldade de aprendizagem não implica
necessariamente um transtorno, que se traduz por um conjunto de sinais
sintomáticos que provocam uma série de perturbações no aprender da criança,
interferindo no processo de aquisição e manutenção, de forma acentuada
(Porto, 2011, p.62)4.
Os transtornos da aprendizagem compreendem uma inabilidade
específica como de leitura, escrita, matemática entre outros fatores. Em
4 PORTO, Olívia. – Bases da Psicopedagogia, 2011.
17
indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado
para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.
Principais Transtornos de Aprendizagem
Todos os distúrbios – da fala, da audição, emocionais, do
comportamento etc. – têm sua origem em causas diversas, porém todos eles
se constituem em obstáculos à aprendizagem, prejudicando-a ou mesmo
impedindo-a. São, portanto, problemas dentro do processo ensino-
aprendizagem. Ao médico, ao psiquiatra, ao psicólogo clínico escolar ou ao
terapeuta, interessam as causas desses distúrbios, sua origem, seus sintomas
e, se possível, seu tratamento. O educador se preocupa com a aprendizagem.
Por esse motivo, vamos estudar os distúrbios mais comumente encontrados na
sala de aula, que, embora sejam de origens diversas, constituem obstáculos à
aprendizagem.
Segundo Marta Pires Relvas no livro “Neurociências e Transtornos
de Aprendizagem”, a descrição dos transtornos da aprendizagem é encontrada
em manuais internacionais de diagnósticos de doenças: CID-10 e DSM-IV.
Ambos os manuais reconhecem a falta de exatidão do termo “transtorno”,
justificando seu emprego para evitar problemas ainda maiores, inerentes ao
uso das expressões “doença” ou “enfermidades”.
A classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID-10) foi elaborada por clínicos e pesquisadores da
Organização Mundial de Saúde.
E o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-
IV) foi organizado pela Associação de Psiquiatria Americana, publicado em
1994.
18
Os Transtornos das Habilidades Escolares (DSM-IV-TR) são:
Disgrafia – É a dificuldade na utilização dos símbolos gráficos para
exprimir ideias. Caracteriza-se pelo traçado irregular das letras e pela má
distribuição das palavras no papel. A criança consegue copiar um texto, porém,
quando esse mesmo texto é ditado, ou então quando esse texto é uma
dissertação, surgem sérios problemas de escrita. (COLL,1996)
Discalculia – É o termo usado para indicar dificuldade em
matemática. O aluno pode automatizar os aspectos operatórios (as quatro
operações, contas, tabuada), mas encontra dificuldade em aplicá-las em
problemas. Às vezes, não consegue entender o enunciado do problema,
porque tem dificuldade na leitura do mesmo. Segundo Drouet (2003,p.131),
“para os disléxicos graves e para as crianças com DCM, até as operações
tornam-se difíceis, porque eles invertem os números ou então sua sequência”.
A criança com DCM luta, na escola contra a intolerância dos colegas e
professores e, em casa, contra a impaciência dos familiares. Quando seu nível
mental é bom, ela consegue superar essas perturbações, mas poderão
persistir alguns sintomas, como hiperatividade, desajeitamento, desorientação
espacial, dislexia disgrafia e discalculia.
Dislexia – É a incapacidade de aprender a ler de um indivíduo que
possui a capacidade intelectual necessária. A dislexia representaria um tipo
especial de imaturidade cerebral, na qual se atrasaria a função de
reconhecimento visual e auditivo dos símbolos verbais. Sua natureza consiste
em uma base neurológica. Parece haver no mapeamento uma área específica
relacionada às dislexias, mas não existe sinal de dano cerebral em testes
(disfunção).
19
Dessa forma, o termo dislexia se refere a um distúrbio de
aprendizagem que atinge crianças com dificuldades específicas de leitura e
escrita. Essas crianças são incapazes de ler com a mesma facilidade que seus
colegas da mesma idade, embora possuam inteligência normal, saúde e
órgãos sensoriais perfeitos, estejam em estado emocional considerado normal
e instrução adequada. Vale ressaltar que, ao que parece, por trás desses
problemas específicos de aprendizagem, existe sempre um fator biológico,
hereditário, isto é, há uma tendência de a mesma dificuldade ocorre em outros
membros da família.
Precisamos estar atentos a essas crianças, pois, ao nos
depararmos com um aluno que tem em seu histórico repetência, demora para
aprender a ler e escrever, dificuldade em soletrar, associar símbolos em
sequência, nomear objeto, entender tabuada, podemos estar diante de um
dislexo. O importante, neste momento, não é tentar resolver o problema e sim
detectar e encaminhar a profissionais que conheçam e convivam com esse tipo
de distúrbio. A partir daí, a escola tem de ser sensível e competente para que
nunca deixe que esta criança seja humilhada, nem privada de suas
descobertas, levando-as sempre a descobrir suas próprias habilidades e seu
caminho próprio do aprender.
Assim, se quisermos ajudar uma criança disléxica, podemos não
chamá-la a outros, não exercer pressão sobre ela nem exigir leitura em voz
alta diante de parentes e amigos sem seu consentimento. Devemos sim
incentivá-las nas coisas de que gosta e faz bem feito, alegrar-se e valorizar o
seu esforço em fazer algo, estimulá-la a observar sempre as palavras e falar
francamente sobre suas dificuldades, levando-a a reconhecer que pode fazer
inúmeras coisas bem-feitas.
As dificuldades para a aprendizagem envolvem um grupo
heterogêneo de problemas capazes de alterar as possibilidades de a criança
aprender, independentemente de suas condições neurológicas para fazê-los. A
20
expressão transtornos da aprendizagem deve ser reservada para dificuldades
Primárias ou específicas, que se deve a alterações do SNC.
Vejamos outras patologias associadas às dificuldades de aprendizagem:
Distúrbios da motricidade – Os transtornos psicomotores
compreendem as funções psíquicas e neurológicas, além de um atraso na
maturação do sistema nervoso central. Sua principal característica é a falta de
coordenação entre o que o indivíduo pretende fazer e a ação propriamente
dita, o que dificulta a capacidade de expressar-se pelo corpo. Isso provoca
distúrbios afetivos e, também, problemas de aprendizagem. (COLL, 1996)
Hiperatividade – É um dos mais frequentes em crianças com
transtornos motores. A hiperatividade é uma perturbação psicomotora. Esse
comportamento não aparece apenas pelo excesso de atividade de “falta de
parada” da criança, mas também nos seus movimentos em direção aos objetos
e do seu próprio corpo.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (Transtornos
Diruptivos) – Todo esse processo de estudo nos faz compreender que, de
forma peculiar, os estímulos interessantes são filtrados, tornando-os
conscientes. Uma formação imatura deixa passar todo tipo de estímulo,
impedindo a formação de um foco de atenção. São sinais de alerta da falta da
atenção ou dificuldade de concentração: disponibilidade, aparente
hiperatividade, dificuldade de manter uma atividade em curso.
Os sintomas de hiperatividade, impulsividade ou desatenção devem
estar presentes antes dos sete anos. Pessoas com TDAH geralmente
21
apresentam os três tipos de problemas, porém com diferentes graus de
intensidade. Esses problemas devem estar presentes em pelo menos dois
ambientes diferentes (por exemplo: em casa e na escola) e deve haver uma
clara evidência de interferência como o adequado desenvolvimento da
funcionalidade social acadêmica ou ocupacional.
Transtorno da Comunicação: a gagueira – prejudicam muito a
aprendizagem, principalmente da leitura. A gagueira sempre foi muito
discutida. É importante saber que uma criança por volta de quatro anos pode
ou não apresentar o que chamamos de disfluência fisiológica, o que é anormal
na sua idade.
Ainda não se sabe a causa da gagueira a hipótese mais aceita
parece ser a que atribui a uma predisposição do indivíduo. Nesse caso, ela
costuma manifestar-se em crianças sensíveis e emotivas que, quando
submetidas a pressões, desestabilizam-se emocionalmente. Seus conflitos
interiores podem então expressar-se sob a forma de tiques nervosos ou de
gagueira.
Transtorno de Humor – A angústia e a depressão podem aparecer
desde a infância. É principalmente a sensação de insegurança que mais
perturba as crianças. Estes sentimentos podem ser causados pela própria
família ou pela escola. Os pais muito severos, exigentes ou ansiosos podem
originar na criança medo do professor, fobia da escola ou insegurança.
Nesse subitem precisamos estar atentos para todas as “forças”
envolvidas no processo de aprendizagem. Entre as dificuldades de
aprendizagem e os transtornos existem um complexo emaranhado de
influências que precisam ser avaliados, já que qualquer diagnóstico pré-
concebido pode voltar ao problema inicial desta monografia, ou seja, de quem
é a culpa? Fazendo com que exista uma particularização e individualização da
22
dificuldade, que na maioria das vezes, recai sobre os ombros da criança sem
levar em consideração outras variáveis.
Além das dificuldades Primárias temos as Dificuldades da
Aprendizagem consideradas Secundárias5 que seriam aquelas consequentes à
alterações biológicas específicas e bem estabelecidas e alterações
comportamentais e emocionais bem esclarecidas. Em relação às alterações
biológicas (neurológicas) teríamos as Lesões Cerebrais, Paralisia Cerebral,
Epilepsia e Deficiência Mental. Envolvem também os sistemas sensoriais,
através da deficiência auditiva, hipoacusia, deficiência visual e ambliopia.
Ainda, dentro das causas biológicas, as situações de Dificuldades da
Aprendizagem consequentes a outros problemas perceptivos que afetam a
discriminação, síntese, memória e relação espacial e visualização.
É importante entender que não devemos tratar as Dificuldades da
Aprendizagem como se fossem problemas insolúveis, mas, antes disso, como
desafios que fazem parte do próprio processo de aprendizagem e que pode
ser normal ou não. Torna-se necessário identificar e prevenir o mais
precocemente possível as Dificuldades de Aprendizagem.
Assim como é fundamental a família e a escola procurarem
solucionar juntas as barreiras que impedem todas as dificuldades que possam
surgir na aprendizagem do educando.
23
CAPÌTULO II
FAMÍLIA E APRENDIZAGEM
A família representa a relação primária para o estabelecimento do
vínculo pessoal, dando suporte para que a criança se torne sujeito de uma
história, por meio dela que a criança se estrutura, cria vínculos afetivos e inicia
seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Alguns pais colocam na escola a
responsabilidade de educar e de ensinar, como se fosse só da escola essa
responsabilidade, isentando-os dessa obrigação. Faz-se importante diferenciar
o papel da família que tem o papel de formação do sujeito e a da escola, que
tem o papel da educação formal. Portanto, neste capítulo irá se destacar a
necessidade da família ser resgatada para essa responsabilidade no processo
de aprendizagem e na formação do sujeito integrado com a formação escolar.
2.1 – O Papel da família diante das dificuldades de
aprendizagem
Discutindo as questões acerca das dificuldades de aprendizagem
torna-se primordial distinguir o que é próprio da criança e o que ela poderia
estar refletindo a partir do ambiente em que ela está inserida.
Tratando-se de dificuldades de aprendizagem a família deve estar
atenta ao fato de que nenhum sintoma deve ser visto isolado, mas sim dentro
de um contexto. Assim sendo há necessidade de se buscar o que realmente
representa o fato do sujeito não aprender, onde obriga a levar em
5 Site WWW.psiqweb.med.br/
24
consideração a sua história de vida e sua modalidade de aprendizagem
determinada na relação familiar.
Toda família precisa entender que cada ser é único e cada criança
tem suas próprias dificuldades e elas podem ser resolvidas com atitudes
motivadoras por parte de quem está comprometido a ensinar.
Em algumas famílias a criança é impedida de indagar, não
permitindo que possa pensar, refletir, questionar. Isso pode ter consequências
negativas na aprendizagem do sujeito quando ele está realizando as atividades
escolares ( redações, interpretação de textos, pesquisa, etc.), assim como em
decisões que devem ser tomadas em grupo, sendo submissos e inseguros.
Muitas vezes quando a criança demonstra algumas dificuldades de
aprendizagem (sintomas), sinalizando que precisam de ajuda,
automaticamente os pais são chamados, assim como muitas vezes acontece
com a escola, a primeira reação deles é a de fugir de qualquer culpa. A maioria
dos pais não aceita que a criança tem dificuldade e não toma nenhuma atitude
e o que poderia ser resolvido só vai acontecer quando os sintomas já
estiverem bastante visíveis.
Pode também acontecer da criança ser encaminhada a um
especialista e os pais criarem obstáculos para que o tratamento não aconteça.
Alguns dizem que não tem dinheiro e quando é gratuito é muito longe e por aí
vai... É preciso ressaltar que o tratamento da criança normalmente vai afetar a
estrutura da família e depender de um investimento afetivo da mesma, por isso
torna-se tão complexo o compromisso de tratamento.
Atrás dos sintomas, na maioria das vezes, estão os problemas
familiares graves, como: alcoolismo, violência doméstica, abuso sexual, falta
de diálogo, falta de tempo, falta de limites e muitos outros. A criança começa a
se sentir ameaçada e pode ocorrer muitos problemas emocionais, como: baixa
autoestima, depressão, síndromes, fobias e outros problemas.
25
A autora Simaia Sampaio (2009) também destaca que problemas
sofridos pela mãe como a depressão pós-parto, a presença de pessoas
diferentes no desenvolvimento da criança ( diferentes babás, empregadas,
etc.), mudanças frequentes de escolas, podem trazer prejuízos ao processo de
aprendizagem futuro.
Outra característica importante na relação familiar é a superproteção
que impede que a criança realize novas aprendizagens. Tudo é perigoso, é um
risco e com isso a criança acaba não conseguindo lidar com situações novas e
do cotidiano, sentindo-se ameaçada e insegura.
A falta de afeto, de diálogo e de estimulo dentro da família vem
sendo cada vez mais reveladas nos problemas e nas dificuldades de
aprendizagem.
O fato é que as crianças que muitas vezes são rotuladas de
desatentas, preguiçosas, hiperativas e outras, na verdade, são vítimas de
situações que não dependem delas, mas que tem influência decisiva na sua
vida.
Geralmente os pais são desinformados sobre como ajudar os filhos
com dificuldades de aprendizagem e cabe, aqui, um papel específico da
escola, como orientadora e esclarecedora dos caminhos que podem ser
percorridos na busca de ajuda, ou seja, desmistificando a ação da psicologia,
da psicopedagogia e de outras especialidades que possam vir a contribuir para
a saúde e aprendizado de todos.
Os estudos até aqui percorridos deflagram profundamente a família
como protagonista na formação da criança e que, por isso mesmo, deve
procurar ajudar a criança a vencer suas dificuldades. São muitos os motivos
que levam as crianças a manifestarem uma variação de dificuldades para
aprender, entretanto, pode-se chegar a uma consideração unânime, isto é, que
a família tem um papel determinante na superação dos obstáculos
apresentados.
26
2.2 – A Importância da Família no Processo Ensino-
Aprendizagem
Como já discutido nos capítulos anteriores, a família precede sua
importância na formação do sujeito. Atualmente, mesmo com as mudanças
sofridas nas estruturas familiares, isso não vai interferir na aprendizagem e sim
a qualidade dessa estrutura como importante base do sujeito. São os laços
afetivos que existe na dinâmica familiar que serão determinantes: o que a
família faz com o que tem, como processa suas dificuldades, quais os valores
com os quais ela forma seus filhos, qual o seu real comprometimento com a
formação, quais os seus projetos, suas expectativas e quais as suas
motivações.
O que faz a família ser fundamental para o processo de ensino-
aprendizagem é que nela o sujeito começa a construir a sua identidade, assim
como também, das experiências e da forma como aprendeu a lidar com as
informações que recebe. A família auxilia na formação da personalidade do
sujeito, desde a carga genética, as características pessoais, além das
influências do meio onde vive e, principalmente, da união entre esses fatores
que irão formar o seu caráter.
A presença dos pais e a troca com a criança irá proporcionar uma
grande aprendizagem em cada fase do seu desenvolvimento, tanto para os
pais que se comprometem com a educação, quanto para a criança. Essa
parceria deverá fazer parte de toda a jornada de crescimento da criança no
decorrer da sua história de vida. Essa presença dos pais em todos os
momentos irá determinar o significado do amor e dos laços afetivos
experimentados.
27
Parafraseando Albertina de Mattos Chraim, em qualquer relação
quando existe a empatia e a comunicação entre os elementos existe também
assimilação e retenção das informações, ocorrendo a aprendizagem.
As primeiras aprendizagens na família devem ser de forma lúdica e
espontânea, sem obrigações ou responsabilidades. Deve ser uma brincadeira.
A criança deveria receber os seus primeiros estímulos da família, em casa,
com livros de acordo com sua idade, ilustrações e sendo estimulada não só
com livros, mas também com jogos e brinquedos que ajudam em seu
desenvolvimento. Tudo aquilo que pode ajudar nas habilidades motoras,
linguísticas, musicais, lógicas. Viver em uma família, onde tenha hábitos de
leitura ajuda a motivar a criança para a leitura, como também, facilita o diálogo
e ajuda em seu aprendizado e seu desenvolvimento.
Na sociedade moderna esse diálogo e o contato pessoal estão cada
vez mais ausentes onde as crianças ficam vendo televisão o tempo todo ou no
computador e mais do que a leitura, as relações humanas e parentais, ficam
esquecidas.
O vínculo familiar é fundamental para a estruturação do sujeito e
não é dado e pronto, ao contrário, é construído dia a dia, com diálogo, dando
limites, participando das atividades escolares, administrando conflitos e se
prontificando a ajudar, numa relação de inclusão e aceitação dos erros e
acertos. Para ilustrar essa importância do diálogo, quando esse não se
estabelece, Paulo Freire vai falar do antidiálogo, ou seja, “é desamoroso. É
acrítico, e não gera criticidade, exatamente porque desamoroso. Não é
humilde. É desesperançoso. Arrogante. Autossuficiente. No antidiálogo
quebra-se aquela relação de “simpatia” entre os seus polos, que caracteriza o
diálogo. Por tudo isso, o antidiálogo não comunica. Faz comunicados (1983,
p.108).
As famílias e as escolas que formam e estruturam um ser com
vínculos fortes e uma relação de afetividade, respeito e diálogo estarão
28
formando um sujeito para vida. Capaz de se relacionar e agir com o mundo a
sua volta.
Família e escola são responsáveis tanto pelas alternativas aos
obstáculos naturais que surgem na educação quanto pela aplicação dos
recursos pedagógicos para as soluções. Trata-se da construção de uma
experiência compartilhada de educação e afeto. Todo trabalho com a criança
visa primariamente a sua autonomia e ao equilíbrio social. A escola pode
possibilitar, no seu espaço, as vivências afetivas que o aprendente tem ou
deseja ter em família. A família, por sua vez, pode representar uma extrensão
do espaço de aprendizagem que o aluno exerce na escola.
Paulo Freire diz que: “Não há educação sem amor. O amor implica
luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não
pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto”.
29
CAPÍTULO III
FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA IMPORTANTE
A aprendizagem e o desempenho escolar dependem,
primeiramente, da relação do sujeito com a família e depois com o professor.
Antigamente a família e a escola não se relacionavam, agora passam a ser
vistas como fundamentais para a educação. O objetivo de ambos é o mesmo,
a aprendizagem do sujeito.
Se a família e a escola não assumirem as rédeas de uma educação
de qualidade, irão se fechar as portas da aprendizagem se transformando
numa barreira para a ascensão social e as gerações futuras ficarão
desamparadas socialmente.
A família é um importante núcleo de crescimento e aprendizado,
nada pode substituir a educação em família. Toda a experiência da vida
familiar do sujeito interfere na sala de aula.
Vários estudos ressaltam que quando as duas principais bases(a
família e a escola) do sujeito se degradam causam aumento do índice de
criminalidade, insatisfação e insegurança social, assim como o seu contrário é
verdadeiro, ou seja, quanto maior for a base, maiores serão as expectativas de
um futuro promissor.(Chrain, Albertina Mattos, 2009, p.52)
30
3.1 – A Influência da Família e da Escola na Construção do Ser
Cognoscente
O ser cognoscente6 é aquele que aprende na interação com o meio,
construindo sua identidade para alcançar o conhecimento e a autonomia.
O ser cognoscente é formado por três dimensões: a relacional que o
sujeito aprende na interação com o meio e com os outros construindo sua
identidade para alcançar o conhecimento e a autonomia; a cognitiva que se
refere a construção do conhecimento; e a afetiva está ligada as demais
dimensões gerando uma ação que organiza e modifica o meio, que termina na
construção do conhecimento e do próprio sujeito cognoscente.
Esse ser formado por três dimensões está sujeito a mudanças de
comportamento que antes eram entendidas apenas na dimensão cognitiva ou
afetiva, poucas vezes a relacional era considerada.
Existe um processo dinâmico na construção do conhecimento desse
ser, uma vez que ele influência o meio e que pode ser influenciado por ele. A
construção desse conhecimento exige desafios constantes, para que ele possa
crescer e se sentir motivado para satisfazer a ansiedade que a falta de
conhecimento nos traz.
Como é um ser contextualizado e determinado por suas condições
biológicas ele interage estabelecendo vínculos, que podem ser positivos ou
negativos, marcado por relações anteriores representativas e por isso podem
ser resgatadas.
Como já mencionamos anteriormente as famílias sofreram durante
esses últimos anos muitas transformações assumindo um novo formato e a
escola mantendo um formato arcaico, antiquado. Com isso Vivemos um
6 Site: http://www.neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com
31
grande abismo entre o sujeito que se apresenta muito diferente em um mundo
globalizado, uma família desestruturada procurando se equilibrar e uma
educação sem saber como lidar com isso tudo, aumentando muito as
defasagens. E hoje, tanto para família quanto para escola, formar um ser
pluridimensional se tornou um desafio. Caminhar juntos, família e escola, com
um mesmo objetivo, se tornou fundamental para formação do ser cognoscente.
Ao nascer a criança já encontra uma engrenagem pronta, com a
qual vai aprender a interagir, construindo e transformando sua identidade ao
longo de sua vida.
E à medida que o sujeito toma consciência de sua existência, sua
saúde mental e seu bem- estar sofrerão interferências significativas de uma
série de fatores pertinentes ao convívio humano.
As molas propulsoras de suas motivações, expectativas,
habilidades, emoções e desejos serão a saúde mental e o bem-estar para
superar as influências do mundo moderno.
Muitos acreditam que a questão da aprendizagem passa por um
problema de classe social e econômica, isso é um equívoco como pode ser
observado na pesquisa citada no livro, “O Saber em jogo” de Alicia Fernández
feita com famílias de classe baixa facilitadoras da aprendizagem. O que
diferencia essas famílias das demais é a criação de um espaço para a autoria
de pensamento. O perguntar é possível e favorecido, há facilidade de aceitar
as diferentes opiniões e ideias, condições estas que não são comuns em
famílias onde existem problemas de aprendizagem.
É muito importante que a família estimule o pensamento desta
criança, ajudando-a a pensar por si só, escutando seus questionamentos e
deixando que ela faça suas escolhas e se responsabilize por elas, dando os
limites necessários na medida em que for preciso.
A autora Albertina de Mattos Chraim no livro “Família e Escola” faz
uma comparação interessante da aprendizagem com a mãe natureza, veja:
32
“Na busca de sua personalidade, o indivíduo se encontrará em momentos
difíceis e terá de desaparecer muitas coisas para aprender a lidar com seus
medos, seus conflitos, seus vícios e com a própria forma de superar suas
angústia, para alcançar seu bem-estar. Com essa aprendizagem, à medida
que evolui, o indivíduo percebe que, como a mãe natureza, vive:
ü o tempo de germinar e brotar;
ü o tempo de dar flores e deixar frutos;
ü o tempo de amanhecer, entardecer e anoitecer;
ü o tempo de viver a primavera, o verão, o outono e o inverno de sua
vida.
Haverá também o tempo de recomeçar tudo outra vez, mas agora
com mais habilidades...”
Os primeiros contatos com a convivência humana começa na
família, a base familiar precisa ser um porto seguro, para ser capaz de
transformar a criança em um ser humano, confiante e encorajado, sabendo
que pode contar com os adultos à sua volta. Tendo essa segurança a criança
possibilita a construção de sua identidade.
A aprendizagem começa na base familiar onde os pais formam o
caráter, os valores, o respeito pelas leis, a hierarquia. A vida escolar vai
complementar esse crescimento, informando, transmitindo conhecimentos,
reforçando o sentido de cidadania e as responsabilidades sociais por meio da
vida escolar que é outra base fundamental na formação do sujeito.
A aprendizagem envolve a emoção, ela acontece de dentro para
fora. Por isso é fundamental dedicar tempo e atenção para que aconteça uma
interação entre quem ensina e quem é ensinado.
33
Na vida de qualquer sujeito a família ocupa um importante papel,
principalmente no que é fundamental para o crescimento dele, que é a
afetividade, o amor e o comprometimento com a construção desse ser. Tendo
um ambiente favorável, proporcionando um equilíbrio, estabelecendo uma
base firme e estando juntos nos momentos difíceis de frustrações, fracassos,
mudanças, perdas e nos sucessos alcançados. Tudo isso é fundamental para
sua formação. Na falta desse equilíbrio podem surgir comportamentos
agressivos, violentos, que podem causar desajustes sociais e em
consequência disso, um baixo rendimento escolar.
À escola, já não cabe apenas o papel da transmissão teórica do
currículo formal nem o de ser um produto da demanda de mercado, pois a
escola, assim como a família, envolve a infância, a juventude e, em muitos
casos, a fase adulta do individuo. Portanto sua responsabilidade social amplia-
se a termos que superam os preceitos acadêmicos e inserem-se nas
dimensões afetivas do ser (CUNHA, p.98).
Bianchini (2001) registra a possibilidade de ampliar a inter-relação e
a interação entre a família, a escola e o filho/aluno, na ação educativa. Acredita
que o fortalecimento da união desses dois grupos culturais ajudará a promoção
da aprendizagem dos filhos/alunos.
3.2 – O Psicopedagogo Interagindo no Vínculo: Sujeito,
Família e Escola
Segundo Bossa (1994), o objeto central de estudo da
Psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem
humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos, bem como a
influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento.
34
A Psicopedagogia foi reconhecida primeiro por sua intervenção
clínica. E hoje, mesmo sem ser reconhecida, há um grande crescimento nas
instituições escolares.
Essa grande demanda do Psicopedagogo nas instituições escolares
se deve a vários fatores. As significativas mudanças nas relações e estruturas
familiares, na educação ultrapassada e seus professores cada vez mais
perdidos nesse emaranhado de problemas, num mundo globalizado e cada
vez mais informatizado e com o crescimento assustador do fracasso escolar e
dos problemas de aprendizagem que são decorrentes de tudo isso.
Nos últimos tempos a instituição escolar vem sendo colocada como
a responsável pela formação do cidadão. Responsabilidade que não pertence
só a ela.
O objetivo que o Psicopedagogo se propõe é a uma ação preventiva
apoiando e acompanhando as mudanças na relação do ensinar/aprender.
Analisar a dificuldade de aprender inclui, efetivamente, o projeto
pedagógico escolar, nas suas propostas de ensino, no que é valorizado como
aprendizagem. O aluno ampliando essa leitura permite ao psicopedagogo abrir
espaço para conseguir recursos para ser utilizado com o objetivo de que a
aprendizagem aconteça.
A proposta da Psicopedagogia Institucional é analisar a instituição
escolar fazendo uma abordagem reflexiva e crítica, com isso buscando
construir um espaço que contribua para diminuir o fracasso escolar em nosso
país.
O Psicopedagogo Institucional vai ajudar o resgate da identidade da
instituição escolar, procurando recuperar o processo ensino aprendizagem.
A Psicopedagogia deve se ocupar inicialmente com o processo de
aprendizagem, como ele acontece, como se aprende, de que forma ele sofre
35
modificações e como são feitas as mudanças, como reconhecê-las, tratá-las e
preveni-las.
A primeira meta na instituição escolar deve ser voltada para os
alunos que apresentam dificuldades na escola. Ele deve procurar reintegrar e
readaptar o aluno à situação de sala de aula, procurando o respeito às suas
necessidades e ao seu ritmo. Seu objetivo é desenvolver as funções cognitivas
integradas ao afetivo, levando o aluno lentamente para a aprendizagem dos
conceitos conforme os objetivos da aprendizagem formal. E a segunda meta é
dar suporte aos pedagogos, orientadores e professores. Procurando trabalhar
as questões pertinentes às relações vinculadas entre professor e aluno e
redefinir os procedimentos pedagógicos, unindo o afetivo e o cognitivo, por
meio da aprendizagem dos conceitos, às várias áreas do conhecimento.
Depois do diagnóstico o psicopedagogo acaba percebendo que
mais importante do que oferecer um tratamento psicopedagógico é
proporcionar a família uma orientação, que na maioria dos casos, precisa ser
tratada com terapia. E o sucesso no tratamento vai depender da participação
da família, que necessita mudar seu comportamento com relação ao sujeito,
dando mais atenção, afeto e limites se for preciso.
Tanto a família, como a escola terão um importante papel
procurando proporcionar um ambiente que estimule a autoestima, o respeito
pelas diferenças tão importantes hoje, por causa da inclusão, a autoconfiança,
a aceitação do erro como condição normal à aprendizagem.
Como o objetivo do psicopedagogo é encontrar o que impede a
aprendizagem escolar ele pode encontrar barreiras na escola e na família,
impedindo que a situação seja modificada. Quando a escola ou a família se
fecham e não querem admitir o erro, fica praticamente impossível ajudar a
achar uma solução para ajudar ao sujeito. Se a sua dificuldade for escolar é
importante não só o professor mas também os demais funcionários da escola
se coloquem como passíveis de erro, sabendo reconhecê-los, para que possa
36
ser modificado o que for necessário, procurando o desenvolvimento integral do
sujeito.
A ação do Psicopedagogo deve ter como foco a prevenção do
fracasso escolar e das dificuldades escolares, de todos os envolvidos nesse
processo. Para que isso aconteça é necessário que a interação
psicopedagógica procure investir na melhoria das relações de aprendizagem e
na construção da autonomia, não só dos alunos, mas também dos
educadores. Fazer com que a construção da autonomia do professor, da
postura crítica com relação à sua ação pedagógica.
Gasparian (1997) esclarece sobre como a atuação do
psicopedagogo institucional sistêmico deve ser feita de forma que oriente a
família e as instituições sobre as características das diferentes etapas do
desenvolvimento, sobre o progresso nas aprendizagens, sobre as condições
psicodinâmica e determinantes destas mesmas dificuldades da aprendizagem,
não só em nível de defasagem de conteúdo mas também em nível cognitivo,
algumas vezes relacionadas a aspectos também sociais e psicoafetivos.
O objetivo da Psicopedagogia é analisar todas as faces que o ser
cognoscente apresenta, seja ela cognitiva, afetiva ou relacional, afetiva ou
relacional, descobrindo onde está de fato o obstáculo da dificuldade de
aprendizagem apresentado pelo sujeito, procurando integrar a família e a
escola tendo como principal meta ajudar este ser a construir seu próprio
conhecimento e sua autonomia interagindo com o meio em que vive.
A psicopedagogia cabe o desafio de , possibilitando um espaço de
resignificação, ajudar o sujeito a redirecionar a si mesmo, para o saudável
exercício de suas potencialidades.
A pesquisa de campo apresentada no próximo capítulo pretende
justamente saber o que a família e a escola pensa sobre o processo ensino
aprendizagem e qual é a visão dessas duas grandes bases de construção da
vida do sujeito.
37
CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO
Para melhor redirecionar os aspectos metodológicos quanto à
obtenção dos resultados, dividiu-se a pesquisa em duas etapas. A primeira foi
uma pesquisa bibliográfica exploratória com base em livros, artigos científicos,
revistas e sites especializados, e a segunda foi uma pesquisa de campo
envolvendo escolas públicas e privadas, assim como educadores e pais.
O plano de pesquisa teve como público alvo pais e educadores, com
o objetivo de compreender o universo estudado. Para melhor observar como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à
análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica
consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.
4.1 – Análises dos resultados alcançados
A pesquisa de campo foi um pouco prejudicada por ter sido iniciada
junto ao recesso escolar. Serão destacadas algumas questões que tiveram
resultados relevantes para serem analisadas diante da temática apresentada.
Como os resultados apresentados nas questões abaixo:
38
Questão 6
Como geralmente a família lida com a dificuldade de aprendizagem?
Os resultados apresentados na questão 6 mostram o quanto os pais
se ausentam, na opinião dos educadores, de fazerem parte do processo de
ensino e a questão 10 e 11 vão confirmar que eles avaliam a escola como
39
única responsável pela educação. È importante ressaltar que nos gráficos dos
pais não se compartilha da mesma opinião, muito embora, seja relevante
observar que eles estão sempre presentes na escola.
É fundamental para a criança, principalmente a que apresentam
dificuldade de aprendizagem que a família e a escola estejam integradas para
resolver o objetivo maior que é a aprendizagem.
Questão 10
Como, na sua opinião, os pais participam da aprendizagem escolar?
40
Questão 11 Na sua opinião de que forma os pais avaliam a escola?
Assim como também na questão 13 confirma que os pais só
comparecem a escola quando solicitados.
Questão 13 Como é a relação de participação da família com a escola?
41
O gráfico da questão número 8 sinaliza a desinformação dos
educadores a respeito do que significa a diferença entre as dificuldades de
aprendizagem e os distúrbios. Como a bibliografia aqui apresentada ressalta
qualquer dificuldade de aprendizagem acaba, por falta de informação, sendo
rotulada de distúrbio, que é um equívoco. Tantos pais como os educadores,
podem por falta de informação prejudicar ou dificultar ainda mais o
“diagnóstico”. Cabe a escola orientar os pais e, se for necessário, fazer um
encaminhamento para que sejam tomadas as providencias necessárias.
43
CONCLUSÃO
A temática trazida para o debate nesta monografia, ou seja, “A
importância da família no processo de aprendizagem” caracterizou uma
preocupação constante de uma prática profissional como professora da rede
pública municipal há 32 anos, experimentando as angustias expectativas da
educação infantil e as dificuldades e facilidades de cada um em aprender.
Sendo assim, esta pesquisa trouxe para o centro das discussões a
aprendizagem e a família numa perspectiva de como lidar com a diferença e o
modo de cada um aprender sem proporcionar exclusão e discriminação.
O conceito de aprendizagem aqui apresentado é “Aprendizagem,
como experiência, guarda um elemento universal do humano, na medida em
que permite a transmissão do conhecimento e, por meio desse processo,
garante a semelhança e a continuidade do coletivo, ao mesmo tempo
permitindo a diferenciação e a transformação.” Olivia Porto (2011, p 39 – 40)
Também é importante destacar que para pensarmos o conceito de
aprendizagem precisa-se fazer referencia a uma pluralidade de influência e
intervenções, isto é, orgânico, cognitivo, afetivo, da inteligência e do social.
Durante todo o desenvolvimento do conteúdo percebe-se a
afetividade como primordial para o entendimento ampliado do que chamamos
de aprendizagem.
Respondendo a hipótese e aos problemas levantados
anteriormente, no que tange a importância da família podemos destacar
Albertina de Mattos Chraim quando fala que “é na base familiar que a criança
começa a construir sua real identidade, que será formada a partir das
experiências e da forma como aprenderam a lidar com as informações que
recebe”.
44
Outro ponto a ser destacado no trabalho realizado é o dilema de
procurar-se sempre quem é o culpado no processo ensino/aprendizagem.
A família ocupa um lugar de destaque neste trabalho como
possibilidade de reconfiguração do seu lugar e da escola como interfaces
possíveis de superação dos problemas de aprendizagem,
Falar em “ser cognoscente” é falar que a criança é um ser em
permanente mudança e possibilidade de aprendizagem.
Para finalizar apresentam-se os resultados da pesquisa de campo
que demonstraram as divergências e resistências que tantos educadores como
os pais precisam repensar nas suas intervenções e compromissos inerentes à
condição de aprender e ensinar.
Este trabalho ofereceu maiores esclarecimentos a cerca do que
chamamos de dificuldade de aprendizagem como um processo comum na
existência de cada sujeito e o transtorno como um problema mais patológico
depois de vencer todas as fases de investigação para evitar a exclusão de
muitos.
Ainda faz-se necessário ressaltar também parafraseando Albertina
“se aprendizagem começa na base familiar; é na vida escolar que vai
complementar essa base, ao informar, transmitir conhecimentos e reforçar o
sentido de cidadania”.
Para encaminhamentos finais, como fruto deste curso de pós-
graduação conhecemos o conceito de psicopedagogia como um campo
conceitual que vem proporcionando novas possibilidades para que a escola
comece a reverter um quadro alarmante: o da exclusão social.
46
ANEXO 1
Questionário:
Pesquisa de Campo
População alvo: Duas escolas públicas e privadas, profissionais e pais.
Questionário: Responda o questionário abaixo de acordo com a sua realidade
cotidiana podendo, se necessário, assinalar no máximo até três afirmativas
correspondentes.
1 – O processo de aprendizagem depende de que influência?
( ) da criança
( ) da família
( ) para queixar-se
( ) da escola
( ) da sociedade
( ) influência de todas
2 – O processo de aprendizagem avalia que conhecimento?
( ) conhecimento formal da escola
( ) a experiência vivida
( ) os conteúdos apresentados
( ) associação dos diversos conhecimentos experimentados
3–Em sua opinião qual é o papel da família no processo de aprendizagem?
( ) colocar na escola
( ) dar suporte material
( ) reclamar
( ) omitir-se
( ) participar efetivamente do processo ensino-aprendizagem
47
4 – Qual é o papel da escola no processo ensino aprendizagem?
( ) proporcionar material
( ) dar conteúdos
( ) ocupar o tempo
( ) fornecer alimentação
( ) preparar o aluno para vida
5 – Quando o aluno não corresponde as expectativas da escola o que fazer?
( ) somente chamar os pais
( ) somente encaminhar
( ) rever a metodologia
( ) ter um atendimento individualizado
( ) analisar todas as etapas
6 – Como geralmente a família lida com a dificuldade de aprendizagem?
( ) punindo
( ) excluindo
( ) omitindo-se
( ) culpando outros
( ) dialogando
( ) nenhuma das respostas anteriores
7 – Como a escola geralmente lida com a dificuldade de aprendizagem?
( ) punindo
( ) excluindo
( ) omitindo-se
( ) culpado outros
( ) dialogando
( ) nenhuma das respostas anteriores
48
8 – Você acha que transtorno e dificuldade de aprendizagem é a mesma
coisa?
( ) sempre
( ) as vezes
( ) quase nunca
( ) nunca
9 – O que é necessário para diagnosticar uma dificuldade de aprendizagem?
( ) somente a nota
( ) somente o comportamento
( ) uma deficiência física
( ) somente a avaliação do professor
( ) uma avalição da família
( ) uma avaliação integrada
10 – Como, em sua opinião, os pais participam da aprendizagem escolar?
( ) colocando na escola
( ) ensinando as atividades escolares
( ) deixando por conta da escola
( ) colocando no reforço
( ) deixando por conta da própria criança
11 – Em sua opinião de que forma os pais avaliam a escola?
( ) tem professores capacitados
( ) preparam seus filhos para vida
( ) um espaço integrado (família/aluno/escola)
( ) nada funciona
( ) a única responsável pela educação
49
12 – quando a criança se queixa em casa da escola, na maioria das vezes, a
família reage como?
( ) indiferente
( ) sempre acredita na queixa
( ) culpa a criança
( ) culpa a escola
( ) avalia todos os fatos
13 – como é a relação de participação da família com a escola?
( ) só comparece quando é solicitada
( ) apenas nas reuniões de pais
( ) constantemente
( ) para queixar-se
50
ANEXO 2
Gráficos ( análise dos resultados alcançados)
Pais e Professores de Escolas Públicas e Particulares
Questão 1
O processo de aprendizagem depende de que influência?
61
Questão 12
Quando a criança se queixa em casa de escola, na maioria das vezes, a
família reage como?
63
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FERNÁNDEZ, Alicia. O Saber em Jogo. Editora Atmed, 2001. ALMEIDA, Geraldo Peçanha. E quando os filhos não podem ser aquilo que os pais sonharam? WAK EDITORA. BARBOSA, Laura Monte Serrat. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba. Editora Expoente, 2001 BOSSA , Nádia A. Dificuldade de aprendizagem- O que são e como tratá-las. Porto Alegre. Editora Artmed, 2000. CHRAIM, Albertina de Mattos. Família e escola: a arte de aprender para ensinar. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2009. CUNHA, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: Relação de amortização e saber na prática pedagógica. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2010. PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4ª Edição. Porto Alegre. Artmed, 1992. PORTELA, Fabiana Ortiz e FRANCESCHINI, Ingrid. Família e Aprendizagem - Uma relação necessária. 3ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2009. PORTO, Olívia. Bases da Psicopedagogia: diagnóstico e intervenção nos problemas de aprendizagem. 5ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2011. ____________. Psicopedagogia institucional: teoria, prática e assessoramento psicopedagógico. 4ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora,2011. RELVAS, Marta Pires. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências para a educação inclusiva. 5ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Ed., 2011. SALTINI, Cláudio J.P. (Cláudio João Paulo). Afetividade e inteligência. 5ª Edição. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2008. SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem- A psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora WAK, 2010. SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar- O problema escolar e de aprendizagem. 12ª Edição. Editora Vozes, 2005.
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WAJNSZTEJN, Alessandra Caturani;et al. Desenvolvimento Cognitivo e a aprendizagem escolar: o que o professor deve dominar para ensinar bem? Curitiba. Editora Melo, 2010. ZENICOLA, Ana Maria, BARBOSA, Laura Monte Serrat. CARLBERG, Simone. Psicopedagogia: Saberes/Olhares/Fazeres. Editora Pulso. PERIÓDICOS:. Família e aprendizagem escolar. 2007. 24(74):182-201.
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WEBGRAFIA
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www.neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com
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BIBLIOGRAFIA CITADA
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2 - BOSSA, Nadia A. Fracasso escolar: um olhar psicopedagógico. São Paulo:
Artmed Ed., 2002.
3 - CHARAIM, Albertina de Matos. Família e escola: a arte de aprender para
ensinar. Rio de Janeiro. Wak Ed., 2009.
4 - COLL, César. Aprendizagem e Construção do Conhecimento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1994.
5 - DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da aprendizagem. 2. ª edição.
São Paulo: Ed. Ática, 1999.
6 – FERNÁNDEZ, Alicia . O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando
autorias de pensamento. Porto Alegre. Artmed, 2001.
7 – GASPARIAN, M. C. Contribuição do modelo relacional sistêmico para a
psicopedagogia institucional. São Paulo: Lemos Editorial, 1997.
8 – MUNHOZ, Maria Luiza Puglisi. “ Educação e família em uma visão
Psicopedagógica sistêmica”. In psicopedagogia: contribuições para a
educação pós moderna. Petrópolis, RJ: Vozes; São Paulo: ABPp, 2004.
9 - PAIN, Sara . Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 4ª
edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
10 – PORTO, Olívia. Bases da psicopedagogia: Diagnóstico e intervenção nos
problemas de aprendizagem. 5ª Ed. Rio de Janeiro. Wak Ed., 2011.
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11 – RELVAS, Marta Pires. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as
múltiplas eficiências para uma educação inclusiva . 5ª Ed. – Rio de Janeiro:
Wak Ed., 2011.
12 – SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na
relação sujeito, família e escola. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2010.
13 – SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar – O Problema
Escolar e de Aprendizagem. 4ª edição. Petrópolis: Vozes, 1998.
14- VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia convergente. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1987.
68
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
APRENDIZAGEM: UMA DIFICULDADE A SER ENFRENTADA
10
1.1 – Conceito e caracterizações 11
1.2 – Aprendizagem e suas influências: família, escola e sociedade 14
1.3 – Distúrbios da Aprendizagem 16
CAPÍTULO II
FAMÌLIA E APRENDIZAGEM
23
2.1 – O Papel da família diante das dificuldades de aprendizagem 23
2.2 – A importância da família no processo de ensino-aprendizagem 26
CAPÍTULO III
FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA IMPORTANTE
29
69
3.1 – A influência da família e da escola na construção do ser
cognoscente
30
3.2 – O Psicopedagogo interagindo no vínculo: sujeito, família e escola 33
CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO
37
4.1 – Análise dos resultados alcançados 37
CONCLUSÃO 43
ANEXOS 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 63
WEBGRAFIA 65
BIBLIOGRAFIA CITADA 66
ÍNDICE 68