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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GERENCIAMDO A ENTREGA DE PROJETOS Por: Alexandre de Oliveira Nogueira Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GERENCIAMDO A ENTREGA DE PROJETOS

Por: Alexandre de Oliveira Nogueira

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GERENCIANDO A ENTREGA DE PROJETOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em ADMINISTRAÇÃO DA

QUALIDADE.

Por: . Alexandre de Oliveira Nogueira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter

me dado saúde para superar todas as

dificuldades que surgiram durante o

andamento da Pós-Graduação, a

minha esposa que sempre esteve ao

meu lado me apoiando, aos amigos,

parentes e principalmente aos meus

pais, porque se não fosse eles

certamente eu não estaria aqui

agradecendo a todos que estão

participando comigo deste momento de

alegria.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, pela educação

que me deram, onde aprendi respeito,

responsabilidade, integridade e que

nada cai do céu, precisamos trabalhar

duro e sempre estar pronto para ajudar

o próximo.

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RESUMO

O gerenciamento de projetos surgiu na década de 50 e sua

disseminação foi sempre crescente perante as empresas, visto o impacto

positivo que pode trazer em relação à redução de prazos, ao aumento da

qualidade, ao aumento de lucratividade, entre outros benefícios. Um dos

maiores desafios na gerência de projetos é planejar e controlar prazos, pois

muitas variáveis impactam o planejamento e a execução. Constatou-se em

pesquisa realizada em nível nacional (PMI, 2009), com 300 empresas, que

79 % delas têm problemas com cumprimento de prazos. Gerir cronogramas

é tarefa complexa, uma vez que as estimativas de duração das atividades

são em geral imprecisas, há dependência entre as atividades, limitações de

recursos para a execução das tarefas, além de riscos potenciais que podem

comprometer o andamento dos cronogramas. Existem diferentes

metodologias, ferramentas e técnicas que contribuem na melhor gestão de

prazos. No Earned Value Management, por exemplo, o SPI (Schedule

Performance Index) aponta a “velocidade” de progresso do projeto em

relação àquela que foi planejada, e permite projetar estimativa de tempo para

sua conclusão. Trata-se, contudo, de uma estimativa imprecisa, pois há que

se considerar o Caminho Crítico e a dependência entre as atividades. De

qualquer modo, esta estimativa fornece uma indicação útil na gestão de

prazos. Para tanto, o objetivo principal desta pesquisa, foi propor um manual

de diretrizes, afim de auxiliar os gerentes de projetos na entrega dos

mesmos dentro do prazo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - O Projeto 09

CAPÍTULO II - Gestão de Projetos 13

CAPÍTULO III – Gerenciamento de Tempo e

Planejamento 29

CAPÍTULO IV – Gerenciamento de Tempo

Como Processo Especial de Planejamento 31

CONCLUSÃO 55

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56

ÍNDICE 58

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INTRODUÇÃO

Atualmente, mudanças em diversos aspectos da vida humana

(culturais, tecnológicos, políticos, econômicos, sociais, etc) estão ocorrendo em

velocidade cada vez maior. De uma maneira geral, é comum associarmos as

mudanças significativas ao resultado de projetos [Vieira, 2002]. Como

conseqüência, gerenciar projetos de forma eficiente nessa era de grandes

mudanças é um dos grandes desafios do executivo dos tempos modernos

[Kerzner 2001]. Superar este desafio é estar preparado para gerenciar projetos

de forma planejada e profissional.

Sendo assim, o gerenciamento de projetos é citado por alguns autores

como uma profissão relativamente nova e emergente. Isto se deve ao fato de

várias organizações, públicas e privadas, instituições de pesquisa e ensino,

entre outras, estarem buscando cada vez mais estudar, conhecer, difundir,

capacitar, implementar e evoluir o conhecimento, as metodologias, as práticas

e as ferramentas empregadas nesta área e profissão [Neto e Bocoli 2003;

Martins 2003; PMI 2000; Sandeep 2002].

As organizações inseridas em um ambiente globalizado,

crescentemente competitivo, sujeito a rápidas e grandes mudanças precisam

cada vez mais inovar seus produtos e serviços.

Desta forma, a preparação de profissionais em um curto espaço de

tempo, com competência, qualidade e a custos reduzidos para gerenciar com

sucesso os projetos surge como conseqüência das necessidades do cenário

atual.

Os gerentes de projetos devem ser profissionais preparados para

poder praticar e desempenhar bem o seu papel trazendo os benefícios que as

organizações desejam. Segundo Prado [Prado 2000], a boa prática de

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gerenciamento de projetos produz resultados expressivos para as

organizações como: (1) redução no custo e prazo de desenvolvimento de

novos produtos; (2) aumento no tempo de vida dos novos produtos; (3)

aumento de vendas e receita; (4) aumento do número de clientes e de sua

satisfação e (5) aumento da chance de sucesso nos projetos.

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CAPÍTULO I

O PROJETO

O CONCEITO

Um projeto consiste num esforço temporário empreendido com

um objetivo pré-estabelecido, definido e claro, seja criar um novo produto,

serviço, processo. Tem início, meio e fim definidos, duração e recursos

limitados, numa seqüencia de atividades relacionadas.

1.1 – O Contexto do Projeto

Projeto é um instrumento fundamental para qualquer atividade de

mudança e geração de produtos e serviços. Eles podem envolver desde uma

única pessoa a milhares de pessoas organizadas em times e ter a duração de

alguns dias ou vários anos [Dinsmore e Cavalieri 2003].

Um projeto é um empreendimento único, com início e fim definidos,

que utiliza recursos limitados e é conduzido por pessoas, visando atingir metas

e objetivos pré-definidos, estabelecidos dentro de parâmetros de prazo, custo

e qualidade [PMI 2000].

O projeto pode ser definido por características distintas como

temporário, único e progressivo. A característica de ser temporário é muito

importante, pois todo projeto tem um início e um fim definidos. O projeto

termina quando os objetivos para o qual foi criado são atingidos ou quando se

torna claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão mais ser

atingidos ou a necessidade do projeto não existe mais [PMI 2000]. Ser único

significa que todo produto ou serviço gerado por um projeto é diferente de

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outros produtos e serviços. Os projetos envolvem a realização de algo jamais

realizado anteriormente e logo é único. Um projeto é progressivo porque à

medida que é mais bem compreendido, ele é progressivamente elaborado, ou

seja, maior é o detalhamento das características peculiares que o distinguem

como único [Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI 2000].

Um projeto para ser executado precisa ser gerenciado. Segundo

Koontz e O’Donnel [1980], gerenciar consiste em executar atividades e tarefas

que têm como propósito planejar e controlar atividades de outras pessoas para

atingir objetivos que não podem ser alcançados caso as pessoas atuem por

conta própria, sem o esforço sincronizado dos subordinados.

Segundo o PMI, o gerenciamento de projetos é a aplicação de

conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para projetar atividades

que visem atingir os requisitos do projeto. Para facilitar o gerenciamento do

projeto ele deve ser dividido em fases que constituem seu ciclo de vida

[Dinsmore e Cavalieri 2003].

O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o fim do projeto e

definem qual o trabalho (atividade) deve ser realizado em cada fase (ou etapa)

e quem deve estar envolvido. Ele descreve o conjunto de processos que

devem ser seguidos para que o projeto seja bem gerenciado [Dinsmore e

Cavalieri 2003; PMI 2000].

A gestão de projetos envolve criar um equilíbrio entre as demandas de

escopo, tempo, custo, qualidade e bom relacionamento com o cliente. O

sucesso na gestão de um projeto está relacionado ao alcance dos seguintes

objetivos: entrega dentro do prazo previsto, dentro do custo orçado, com nível

de desempenho adequado, aceitação pelo cliente, atendimento de forma

controlada às mudanças de escopo e respeito à cultura da organização [PMI

2000].

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A pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto é o gerente de

projetos, conseqüentemente é responsável também pelo seu sucesso. O

gerente deve ser designado desde o início do projeto e deve ter o apoio visível

da alta administração. Ele deve ter a sua competência reconhecida pelos

demais interessados no projeto, embora não precise ter profundo

conhecimento técnico uma vez que sua competência está mais voltada para o

entendimento geral e não para o específico [Dinsmore e Cavalieri 2003; PMI

2000].

Segundo o PMI [2004], um gerente de projeto deverá estar atento a

todo o contexto que dirá respeito à sua gerência, ao ciclo de vida (divisão por

fases), aos stakeholders (os envolvidos direta e indiretamente com o projeto),

às influências organizacionais e às influências sócio-econômicas. Destacam-se

como habilidades gerenciais: a liderança, a comunicação, a negociação, a

resolução de problemas e a influência na organização.

O gerente do projeto possui várias atividades e responsabilidades,

como por exemplo: definir e controlar os objetivos do projeto; definir e controlar

os requisitos do produto; definir e controlar os riscos do projeto; definir e avaliar

os fatores críticos de sucesso do projeto; definir e avaliar os pontos fortes e

pontos fracos do projeto; definir e controlar o cronograma; verificar o esforço,

avaliar o projeto e a equipe com métricas; alocar e gerenciar recursos

(orçamento, materiais, pessoas); definir prioridades; coordenar interações

entre os envolvidos no projeto; assegurar que os prazos e custos estão sendo

mantidos dentro do planejado; assegurar que os produtos do projeto atendam

aos critérios de qualidade e que estejam de acordo com os padrões

estabelecidos; formalizar a aceitação dos artefatos resultantes de cada fase do

ciclo de vida do projeto; elaborar relatórios de avaliação e de acompanhamento

da situação do projeto; participar de reuniões de acompanhamento e de

revisão do projeto.

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O gerente de projetos atualmente ganha destaque dentro das

organizações pela evolução e relevância do gerenciamento de projetos. A

profissão de gerenciamento de projetos é emergente e bastante promissora

[Martins 2003; PMI 2004].

De acordo com Lopes (1980), os primeiros fatores básicos da

motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o

homem não ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a

razão dos conselhos acerca de como tornar agradáveis as condições e o

ambiente de trabalho, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no

aumento da motivação.

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CAPÍTULO II

GESTÃO DE PROJETOS

O CONCEITO

Gestão de Projetos é a aplicação de “conhecimento, habilidades,

ferramentas e técnicas aplicadas às atividades do projeto para atender ou

exceder as expectativas dos patrocinadores ou acionistas”.

2.1 – A Gestão

As empresas que adotaram uma filosofia e práticas maduras de

gerência de projetos estão mais capacitadas ao sucesso na corrida pelo

mercado do que aquelas que continuam com as velhas práticas. A época de

administrar um empreendimento à base de muitos gráficos, arte e intuição já é

passado. É fundamental entender claramente a missão, o escopo, os objetivos

e a entrega de cada projeto desde a sua concepção.

As organizações devem perceber que apenas a experiência em

“gerência” não basta para garantir o sucesso de um administrador de projetos.

Os gerentes de projetos devem ser treinados e ter experiência nos princípios

fundamentais da gestão de projetos.

Inúmeros são os programas de educação e credenciamento em gestão

de projetos disponíveis para atender à crescente demanda por este

conhecimento e capacitação. As empresas que pensam em concorrer

seriamente no mercado irão incorporar esta qualificação como parte dos

planos de desenvolvimento atuais e futuros na área de gestão de projetos.

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É igualmente importante que a organização estabeleça um setor de

gestão de projetos. A função desse “setor” é focalizar no desenvolvimento da

visão atual e futura de gestão de projetos na empresa, na definição de seus

princípios e em garantir uma execução de projetos consolidada e unificada no

conjunto da organização. O sucesso nesta área depende de dedicação integral

e da constante atualização frente aos avanços tecnológicos e de metodologia.

No mundo empresarial moderno, cada vez mais complexo e

competitivo, é fundamental adaptar constantemente nosso entendimento da

importância da gestão de projetos. Sua excelência só será alcançável em

empresas capazes de destinar-lhe prioridade e de adotar decisões mais

prudentes e firmes quanto aos investimentos necessários em gestão de

projetos.

A obtenção da excelência na gestão de projetos pode levar uns poucos

anos ou algumas décadas. A excelência não será alcançada sem mudanças, e

a rapidez das mudanças é um fator fundamental. Além disto, o processo deve

iniciar pelos gerentes e executivos.

Os executivos precisam estar comprometidos com a mudança para a

gestão de projetos e reconhecer o valor que ela acrescenta à empresa para

que a mudança tenha sucesso. Por fim, é necessário entender que a mudança

para a gestão de projetos irá beneficiar a todos os que se interessam pelo

destino da organização.

2.2 – Evolução da Gestão de Projetos

Projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A

construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C. [Vicentino 1997], por

exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e executados

pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir mudanças e

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inovações em seus processos. No entanto, para que um projeto seja realizado

de forma eficaz, é necessária a organização do trabalho demandado [Martins

2003].

Voltando no tempo, temos na última metade do século XIX, um

crescente aumento na complexidade dos novos negócios em escala mundial

surgindo assim os princípios da gerência de projetos. A Revolução Industrial

alterou profundamente a estrutura econômica do mundo ocidental e teve como

uma das suas principais conseqüências o desenvolvimento do capitalismo

industrial. As relações de produção foram drasticamente modificadas e iniciou-

se assim, uma cadeia de transformações, que tornou cada vez mais exigente a

tarefa de gerir as novas organizações econômicas [Sisk 1998].

Conseqüentemente, a partir daí surgiu uma grande necessidade de

sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações [Martins 2003]. Os

projetos, em grande escala do governo, eram o ímpeto para tomar as decisões

importantes que se transformaram em decisões de gerenciamento [Sisk 1998].

Nos EUA, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi a

Central Pacific Railroad, que começou suas atividades no início da década de

1870, com a construção da estrada de ferro transcontinental. De repente, os

líderes do negócio se depararam com a perigosa tarefa de organizar as

atividades de milhares de trabalhadores, a manufatura e a montagem de

quantidades não previstas de matéria-prima [Sisk 1998].

Frederick Taylor (1856-1915), no início do século XX, iniciou seus

estudos de forma detalhada sobre trabalho. Ele aplicou raciocínio científico

para mostrar que o trabalho pode ser analisado e melhorado focando em suas

partes elementares. Ele aplicou sua teoria às atividades encontradas na

indústria de aço (por exemplo, carregar areia, levantar areia) [Sisk 1998].

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Antes de Taylor, a única maneira de melhorar a produtividade era

exigir dos trabalhadores mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa

um lugar importante na Central Pacific Railroad na história da gerência de

projetos e de acordo com a escritura em seu túmulo ele é "o pai do

gerenciamento científico" [Sisk 1998].

O sócio de Taylor, Henry Gantt (1861-1919), estudou detalhadamente

a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerenciamento focaram

na construção de um navio durante a II Guerra Mundial. Gantt construiu

diagramas com barras de tarefas e marcos, que esboçam a seqüência e a

duração de todas as tarefas em um processo [Sisk 1998].

Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica tão

poderosa para gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados por quase

cem anos. Não foi realizada alteração até antes dos anos 90, onde linhas de

ligação foram adicionadas às barras de tarefa que descrevem dependências

mais precisas entre as tarefas. Taylor e Gantt, e outros estudiosos ajudaram a

desenvolver o processo de gerência como uma função distinta de negócio que

requer estudo e disciplina [Sisk 1998].

Nas décadas seguintes à II Guerra Mundial, as estratégias de

marketing, a psicologia industrial, e as relações humanas começaram a ser

partes integrantes do gerenciamento do negócio, da administração das

empresas. Desta forma, a complexidade dos projetos demandou novas

estruturas organizacionais. Complexos Diagramas de Rede, chamados de

Gráficos de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de

Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM) foram introduzidos, oferecendo

aos gerentes maior controle sobre os projetos. Rapidamente, essas técnicas

foram difundidas entre gerentes que procuravam novas estratégias e

ferramentas de gerenciamento, que permitissem o desenvolvimento de

projetos em um mundo competitivo e de mudanças rápidas [Sisk 1998].

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Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os tipos de

indústria. Logo, líderes de projeto procuraram novas estratégias e ferramentas

para gerenciar seu crescimento e o dinamismo das mudanças em um mundo

competitivo. As teorias gerais do sistema da ciência então começaram a serem

aplicadas às interações do negócio [Sisk 1998].

Os negócios começaram a serem vistos como um organismo humano,

com esqueleto, sistema muscular, circulatório, nervoso e por aí em diante. Esta

visão de organismo humano implica que para um negócio sobreviver e

prosperar todas as suas partes funcionais precisam trabalhar juntas visando

metas específicas, ou projetos [Sisk1998].

No início dos anos 60, o gerenciamento de projetos foi formalizado

como ciência [Prado 2000]. Os negócios e outras organizações começaram a

enxergar o benefício do trabalho organizado em torno dos projetos e a

entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho através de

múltiplos departamentos e profissões [Sisk 1998].

Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco

profissionais de gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvania, nos EUA, se

reuniu para discutir as melhores práticas e Jim Snyder fundou o Project

Management Institute - PMI (EUA). O PMI é a maior instituição internacional

dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades

de gestão profissional de projetos atualmente [PMI 2004, Sisk 1998].

Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos, começou a

tomar sua forma moderna. Enquanto vários modelos de negócio

desenvolveram-se neste período, todos eles compartilharam uma estrutura de

suporte comum: projetos são liderados por um gerente de projetos, que põe

pessoas juntas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos

de trabalho através de diferentes departamentos [Sisk 1998].

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Hoje, o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais.

As organizações sabem que precisam gerenciar projetos para obterem

sucesso. O PMI estima que aproximadamente 25% do PIB mundial são gastos

em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão envolvidos

diretamente com gerência de projetos no mundo.

Este volume de projetos e as mudanças no cenário mundial, cada vez

mais competitivo, geram a necessidade de resultados mais rápidos, com

qualidade maior e custo menor. [Dinsmore e Cavalieri 2003].

2.3 – Fundamentos e Importância da Gestão de Projetos

O gerenciamento de projetos têm relação direta com a garantia de

obtenção das metas das organizações. A principio, o tema “Gerenciamento de

Projetos” pode parecer distante das atividades das empresas que trabalham

com os mais diversos ramos de negócios.

Na década de 80 , quando se falava em projetos, logo se fazia uma

relação com: desenvolvimento de um produto; com a construção de uma usina;

com o lançamento de um navio; com a construção de uma rodovia; etc. Eram

projetos grandes e de longo tempo de duração.

Atualmente, o conceito de projetos é muito mais amplo, como

podemos ver nas definições abaixo:

“Um projeto é uma reunião de esforços aplicados de forma integrada

na busca de um objetivo bem definido”. Segundo o PMI (Project Management

Institute), projeto é: “Um esforço temporário para produzir um produto, serviço

ou resultado único”.

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Após a década de 80, as empresas começaram a perceber que dentro

de suas instalações ocorria uma quantidade enorme de projetos, o tempo todo.

Por exemplo: selecionar um executivo para um posto de trabalho, é um projeto.

Comprar uma nova impressora, é um projeto. Substituir um equipamento, é um

projeto. Reestruturar um setor dentro de uma empresa, é um projeto.

Padronizar operações de rotina, é um projeto. Assim, tanto em uma loja de

materiais de construções, como em outras organizações complexas, os

projetos vão ocorrendo quase que constantemente e, muitas vezes, sem que a

isto se perceba.

Muitos são os motivos que estão levando as empresas a investirem

nesta área. Pesquisas têm demonstrado que ocorre aumento de até 50% nos

prazos e aumento de até 10% nos custos , quando não existem aplicações das

técnicas de gerenciamento de projetos e quando aplicamos estas técnicas

temos a garantia de cumprimento de prazos e qualidade, resultados obtidos

pela aplicação dos conhecimentos de gerenciamento de projetos. Estas

conquistas podem levar à redução de custos, aumento de vendas, aumento de

receitas, satisfação de clientes, eliminação de perdas, entre outros benefícios.

A difusão dos conhecimentos da área de gerenciamento de projetos

vem ganhando espaço, atualmente, em um grande número de empresas em

todo o mundo. Podemos mencionar o caso da 3M, onde o número de

colaboradores que se dedicam a esta prática ultrapassa os 5 mil.

Para finalizar, gostaria de citar Tom Peters, consultor norte-americano,

em sua recomendação de carreira para executivos, que diz : “Se você não

investe 70% do seu tempo com projetos, você vive no passado”.

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2.4 – Partes Envolvidas

Project stakeholders, ou seja as partes envolvidas são indivíduos e

organizações diretamente envolvidos no projeto, ou aqueles cujos interesses

podem ser afetados, de forma positiva ou negativa, no decorrer do projeto ou

mesmo após sua conclusão, eles podem também exercer influencia sobre o

projeto e seus resultados. A equipe de gerência do projeto deve identificar as

partes envolvidas, conhecer suas necessidades, e então, gerenciar e

influenciar estas expectativas de forma a garantir o sucesso do projeto. A

identificação das partes envolvidas geralmente é tarefa difícil. Por exemplo, um

trabalhador da linha de montagem, cujo emprego depende do resultado de um

projeto de design de um novo produto, seria uma parte envolvida?

Em todo projeto existem alguns partes envolvidas principais:

Ø Gerente do projeto - indivíduo responsável pela gerência do

projeto;

Ø Cliente - indivíduo ou organização que fará uso do produto do

projeto. Podem existir múltiplas camadas de clientes. Por exemplo, os clientes

de um novo produto farmacêutico incluem os médicos que o prescrevem, os

pacientes que o tomam e as companhias de seguro que pagam por ele. Em

algumas áreas de aplicação, clientes e usuário são sinônimos, enquanto em

outros o cliente se refere a entidade que compra os resultados deste projeto e

usuário são aqueles que usam diretamente o produto do projeto;

Ø Organização executora - empresa cujos funcionários estão mais

diretamente envolvidos na execução do projeto;

Ø Patrocinador - indivíduo ou grupo, dentro ou fora da organização

executora, que provê os recursos financeiros, em dinheiro ou espécie, para o

projeto.

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Existem diferentes nomes e categorias de partes envolvidas do

projeto - interno e externo, proprietários e acionistas, fornecedores e

empreiteiros, membros da equipe do projeto e seus familiares, agências do

governo, agências de publicidade, cidadãos, intermediadores permanentes ou

temporários e a sociedade em geral. O ato de se dar nome, ou de se agrupar

os partes envolvidas, é um excelente auxílio para se identificar que tipo de

indivíduos ou organizações se auto-definem como partes envolvidas. Os

papéis e responsabilidades das partes envolvidas podem se sobrepor como no

caso de uma firma de engenharia que financia, ao mesmo tempo que

desenvolve o projeto de uma fábrica.

Gerenciar as expectativas das partes envolvidas pode ser uma tarefa

difícil porque, freqüentemente, os partes envolvidas possuem objetivos

diferentes que podem entrar em conflito. Por exemplo:

Ø O gerente de um departamento que solicitou o desenvolvimento

de um novo sistema de informação gerencial, pode desejar um custo baixo, o

projetista de sistema pode dar ênfase à excelência técnica, enquanto a

empresa de programação contratada pode estar mais interessada na

maximização de lucros;

Ø O vice-presidente de pesquisa de uma empresa de eletrônica

pode definir o sucesso de um novo produto em relação à tecnologia moderna,

o vice-presidente de manufatura pode defini-lo em razão de práticas universais

e o vice-presidente de marketing pode estar inicialmente preocupado com a

quantidade de novas funcionalidades;

Ø O proprietário de um projeto de desenvolvimento de um imóvel

pode estar interessado no controle do prazo, o governo local pode desejar

maiores receitas em taxas, uma organização de proteção do meio ambiente

pode estar interessada na redução de impactos ambientais adversos,

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enquanto a vizinhança pode Ter a expectativa de transferência do local do

projeto.

Em geral, divergências entre os partes envolvidas devem ser

resolvidas em favor do cliente. Isto, entretanto, não significa que as

necessidades e expectativas dos demais partes envolvidas devam ou possam

ser desconsideradas. Encontrar soluções apropriadas para tais divergências

pode tornar-se um dos principais desafios do gerente de projetos.

2.5 – Benefícios do Gerenciamento de Projetos

Dificilmente um projeto se inicia e termina exatamente como foi

planejado. Problemas, falhas e desvios normalmente acontecem. Algumas

falhas são decorrentes de obstáculos externos, fora do controle da

organização e outros gerenciais, mas que podem ser mitigados ou até mesmo

evitados com um gerenciamento de projetos eficaz. Uma grande vantagem do

gerenciamento de projetos é que ele não está restrito apenas a projetos

grandiosos, complexos e de alto custo. Pode ser aplicado a empreendimentos

de todos os tamanhos e níveis de complexidade. As empresas são

reconhecidas pelo mercado pelo seu profissionalismo, flexibilidade e

capacidade de atender as necessidades e expectativas de seus clientes. O

sucesso de um projeto está ligado à forma como as atividades do projeto estão

relacionadas e são realizadas e também com a capacidade da organização de

favorecer o ambiente para a execução do projeto, de forma a alcançar

resultados positivos e consequentemente a satisfação do cliente.

Para Vargas (Vargas, 2004, p. XVI ), os benefícios que uma

organização pode obter com o uso de gerenciamento de projetos são o

aumento da confiança e da segurança do empreendedor; melhor controle dos

projetos, melhor administração de mudanças e maior número de projetos bens

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sucedidos devido à melhora na performance, ao aumento da eficiência e da

eficácia.

Dentre os benefícios que a organização obtém com o gerenciamento

de projetos, destacam-se o comprometimento com os objetivos e a melhoria da

tomada de decisão. Outros principais benefícios do gerenciamento de projetos

são:

Ø Evita surpresas durante a execução das atividades;

Ø Permite desenvolver diferenciais competitivos através do uso de

metodologia;

Ø Antecipa situações desfavoráveis que poderão ocorrer, permitindo

ações preventivas e corretivas;

Ø Adapta os trabalhos às expectativas do mercado e do cliente;

Ø Favorece e auxilia a tomada de decisões;

Ø Disponibiliza orçamentos antes do início dos gastos;

Ø Aumenta o controle gerencial de todas as fases do projeto a

serem implementadas;

Ø Facilita e orienta eventuais revisões da estrutura do projeto;

Ø Otimiza a alocação de pessoas, materiais e equipamentos;

Ø Reduz ociosidades e sobrecargas;

Ø Fornece mecanismos para a medição do desempenho do projeto;

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Ø Documenta os acontecimentos do projeto facilitando as

estimativas para outros projetos, através de lições aprendidas.

Podemos destacar ainda alguns outros benefícios:

Ø Melhoria geral no desempenho de projeto;

Ø Melhoria no controle dos projetos;

Ø Melhoria no suporte às oportunidades de projetos;

Ø Melhoria geral no desempenho de projeto;

Ø Redução do tempo para completar projetos;

Ø Redução de custos de projetos;

Ø Redução de riscos de projetos;

Ø Melhora e fornece um ambiente aberto para comunicação;

Ø Fornece metodologias a serem seguidas para todos na

organização, envolvidos com projetos;

Ø Assegura consistência e exatidão nos relatórios do projeto.

2.6 – Processos da Gestão de Projetos

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento,

habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender

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aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através de

processos, usando conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas do

gerenciamento de projetos que recebem entradas e geram saídas. Para que

um projeto seja bem-sucedido, a equipe do projeto deve:

Ø Selecionar os processos adequados dentro dos grupos de

processos de gerenciamento de projetos (também conhecidos como grupos de

processos) necessários para atender aos objetivos do projeto;

Ø Usar uma abordagem definida para adaptar os planos e as

especificações do produto de forma a atender aos requisitos do produto e do

projeto;

Ø Atender aos requisitos para satisfazer as necessidades, desejos e

expectativas das partes interessadas;

Ø Balancear as demandas conflitantes de escopo, tempo, custo,

qualidade, recursos e risco para produzir um produto de qualidade.

Este processo documenta as informações necessárias para iniciar,

planejar, executar, monitorar e controlar, e encerrar um único projeto, e

identifica os processos de gerenciamento de projetos reconhecidos como boa

prática na maioria dos projetos, durante a maior parte do tempo. Esses

processos se aplicam globalmente e também para qualquer setor. Boa prática

significa que existe acordo geral de que a aplicação desses processos de

gerenciamento de projetos tem demonstrado aumentar as chances de sucesso

em uma ampla série de projetos. Isso não significa que o conhecimento, as

habilidades e os processos descritos devam ser sempre aplicados

uniformemente em todos os projetos. O gerente de projetos, em colaboração

com a equipe do projeto, é sempre responsável pela determinação dos

processos adequados e do grau adequado de rigor de cada processo, para

qualquer projeto específico. Na verdade, é recomendável que os gerentes de

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projetos e suas equipes considerem cuidadosamente a abordagem de cada

processo e das entradas e saídas constituintes.

2.7 – As Áreas de Conhecimento em Gerenciamento de

Projetos

As áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos, organiza os

44 processos de gerenciamento de projetos dos grupos de processos de

gerenciamento de projetos em nove áreas de conhecimento, conforme descrito

abaixo :

Ø Gerenciamento de Integração do Projeto => descreve os

processos e as atividades que integram os diversos elementos do

gerenciamento de projetos, que são identificados, definidos, combinados,

unificados e coordenados dentro dos grupos de processos de gerenciamento

de projetos. Ele consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Desenvolver o termo de abertura do projeto, Desenvolver a declaração do

escopo preliminar do projeto, Desenvolver o plano de gerenciamento do

projeto, Orientar e gerenciar a execução do projeto, Monitorar e controlar o

trabalho do projeto, Controle integrado de mudanças e Encerrar o projeto;

Ø Gerenciamento do Escopo do Projeto : descreve os processos

envolvidos na verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e

apenas o trabalho necessário, para que seja concluído com sucesso. Ele

consiste nos processos de gerenciamento de projetos: Planejamento do

escopo, Definição do escopo, Criar EAP, Verificação do escopo e Controle do

escopo;

Ø Gerenciamento de Tempo do Projeto : descreve os processos

relativos ao término do projeto no prazo correto. Ele consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Definição da atividade, Seqüenciamento de

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atividades, Estimativa de recursos da atividade, Estimativa de duração da

atividade, Desenvolvimento do cronograma e Controle do cronograma;

Ø Gerenciamento de Custos do Projeto : descreve os processos

envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos,

de modo que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. Ele consiste

nos processos de gerenciamento de projetos: Estimativa de custos,

Orçamentação e Controle de custos;

Ø Gerenciamento da Qualidade do Projeto : descreve os processos

envolvidos na garantia de que o projeto irá satisfazer os objetivos para os quais

foi realizado. Ele consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Planejamento da qualidade, Realizar a garantia da qualidade e Realizar o

controle da qualidade;

Ø Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto : descreve os

processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. Ele consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Planejamento de recursos humanos,

Contratar ou mobilizar a equipe do projeto, Desenvolver a equipe do projeto e

Gerenciar a equipe do projeto;

Ø Gerenciamento das Comunicações do Projeto : descreve os

processos relativos à geração, coleta, disseminação, armazenamento e

destinação final das informações do projeto de forma oportuna e adequada.

Ele consiste nos processos de gerenciamento de projetos: Planejamento das

comunicações, Distribuição das informações, Relatório de desempenho e

Gerenciar as partes interessadas;

Ø Gerenciamento de Riscos do Projeto : descreve os processos

relativos à realização do gerenciamento de riscos em um projeto. Ele consiste

nos processos de gerenciamento de projetos: Planejamento do gerenciamento

de riscos, Identificação de riscos, Análise qualitativa de riscos, Análise

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quantitativa de riscos, Planejamento de respostas a riscos e Monitoramento e

controle de riscos;

Ø Gerenciamento de Aquicisões do Projeto : descreve os processos

que compram ou adquirem produtos, serviços ou resultados, além dos

processos de gerenciamento de contratos. Ele consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Planejar compras e aquisições, Planejar

contratações, Solicitar respostas de fornecedores, Selecionar fornecedores,

Administração de contrato e Encerramento do contrato.

2.8 – A Importância do Gerente de Projetos

A necessidade de mudança na forma de condução dos negócios

imposta pela crescente competitividade entre as empresas, aponta o

gerenciamento de projeto como uma forma de administração de negócios

capaz de integrar esforços complexos, reduzir burocracias e viabilizar a

implementação de estratégia que permita a sobrevivência de uma empresa

neste ambiente.

A importância do gerente como fator de sucesso do projeto foi

enfatizada em pesquisas desenvolvidas pela Standish Group nos anos de

1994, 1996 e 1998 envolvendo 23.000 projetos em mercados de tecnologia da

informação. A taxa de projetos fracassados em 1994 (31%) representou um

prejuízo da ordem de US$ 81 bilhões. Apesar dessa taxa ter diminuído no ano

de 1998 (28%), ainda representou prejuízos da ordem de US$ 75 bilhões.

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CAPÍTULO III

GERENCIAMENTO DE TEMPO E PLANEJAMENTO

O CONCEITO

Gerenciamento de Tempo e Planejamento é a aplicação de um

conjunto de técnicas e práticas para administrar atividades com objetivos bem

estabelecidos que possuem início meio e fim (PMI, 2004).

3.1 – Planejamento

Uma das principais funções administrativas, o Planejamento, o “P” do

PODC ( Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar), como função é fundamental

para as organizações, é desta função que parte todas as ações previstas da

organização, e é dela também que temos a oportunidade de fazer uma análise

mais profunda do mercado e da própria organização. Outro ponto é a

elaboração dos objetivos organizacionais. As organizações nascem com

propósitos às vezes não tão claros, nascem da vontade dos seus fundadores,

que nem sempre estão comungadas com o mercado, e isto é que na maioria

das vezes leva uma organização a uma morte prematura.

3.2 – Importância do Planejamento

O planejamento é uma peça fundamental que começa com a

formulação dos objetivos. Antes de iniciar qualquer projeto, precisamos sempre

compreender as duas formas básicas de sua organização: o planejamento e a

estrutura. Em tempos de competitividade mundial, as empresas não podem

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perder tempo, dinheiro e nem locar esforços sem ter um planejamento, pois, a

concorrência não é apenas com os mercadinhos da esquina, o armarinho perto

da sua casa, mas também, as multinacionais de grande porte com estruturas

gigantescas. São poucas as empresas que planejam um caminho a percorrer,

no papel, fazendo um projeto ou um plano de negócio, tentando prever o futuro

para minimizar os riscos. As percas podem ser grandes ao passar dos tempos

e as empresas sem ter previstos erros, chegam ao seu fechamento.

Uma empresa com olhar no futuro e nas possibilidades tem maior

chance de se consagrar vitoriosa com seu planejamento e alcançar suas

metas e objetivos.

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CAPÍTULO IV

GERENCIAMENTO DE TEMPO COMO PROCESSO

ESPECIAL DE PLANEJAMENTO

O CONCEITO

Gerenciamento de Tempo Como Processo Especial de

Planejamento é a área da administração aplicada de conhecimentos,

habilidades e técnicas na elaboração de atividades relacionadas para atingir

um conjunto de objetivos pré-definidos, num certo prazo, com um certo custo e

qualidade, através da mobilização de recursos técnicos e humanos.

4.1 – Definição das Atividades

A definição das atividades envolve identificar e documentar as

atividades específicas que devem ser realizadas para produzir os diversos

níveis de subprodutos identificados na EAP. Implícito neste processo está a

necessidade de definir aquelas atividades voltadas para o alcance dos

objetivos do projeto.

4.1. 1 – Entrada Para a Definição das Atividades

Ø Estrutura analítica do projeto – EAP;

Ø Declaração do escopo;

Ø Informações históricas;

Ø Restrições;

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Ø Premissas;

Ø Avaliação especializada.

4.1. 2 – Técnicas e Ferramentas Para a Definição das Atividades

Ø Decomposição. Dentro do contexto do processo da Definição de

Atividade a decomposição envolve subdividir os pacotes de trabalho do projeto

em componentes menores e mais manejáveis para fornecer melhor controle do

gerenciamento. A principal diferença entre a decomposição aqui descrita e a

do Detalhamento do Escopo é que nesta as saídas são descritas como

atividades (ações) em vez de dutos (itens tangíveis). A estrutura analítica do

projeto (WBS) e a lista de atividades são normalmente desenvolvidas

sequencialmente, com a WBS começando as bases para o desenvolvimento

da lista de atividades final. Em algumas áreas de aplicação, a EAP e a lista de

atividades são desenvolvidas paralelamente;

Ø Modelos (Templates). Uma lista de atividades, ou uma parte de

uma lista de atividades de projetos anteriores, é freqüentemente útil como

modelo ou referência para um novo projeto. A atividades no modelo também

podem conter uma lista dos perfis de recursos e suas respectivas horas de

esforço, identificação dos riscos, produtos esperados e outras informações.

4.1. 3 – Saídas da Definição das Atividades

Ø Lista de atividades. A lista de atividades deve incluir todas as

atividades que serão realizadas no projeto. Deve ser organizada como um

extensão da EAP para assegurar que esta está completa e que não inclui

qualquer atividade que não seja requerida como parte do escopo do projeto.

Assim como na EAP, a lista de atividades deve incluir descrições de cada

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atividade para garantir que os membros da equipe do projeto entenderão como

o trabalho será feito;

Ø Detalhamento do suporte Os detalhes de suporte referentes à

lista de atividades devem ser documentados e organizados de forma a facilitar

seu uso por outros processos da gerência do projeto. Os detalhes de suporte

devem sempre incluir a documentação de todas as premissas e restrições

identificadas A quantidade de detalhes adicionais varia de acordo com a área

de aplicação;

Ø Atualizações na EAP. Ao utilizar a EAP para a identificar quais

atividades são necessárias, a equipe do projeto pode identificar a falta de

algum subproduto ou pode ainda determinar que a descrição dos subprodutos

precisa ser clareada ou corrigida. Qualquer uma destas atualizações deve ser

refletida na EAP e na respectiva documentação, como por exemplo a

estimativa dos custos. Estas atualizações são muitas vezes chamadas de

refinamentos (refinements) e ocorrem mais frequentemente quando o projeto

envolve uma tecnologia nova ou em desenvolvimento.

4.2 – Sequenciamento das Atividades

O seqüenciamento da atividade envolve identificar e documentar os

relacionamentos lógicos entre as atividades. As atividades devem ser

seqüenciadas corretamente para suportar o desenvolvimento de um

cronograma realístico e alcançável. O seqüenciamento pode ser feito com o

uxílio de um computador (por exemplo, utilizando softwares de gerência de

projeto) ou com técnicas manuais. As técnicas manuais são, geralmente, mais

efetivas em projetos menores e em fases iniciais de projetos maiores quando

poucos detalhes estão disponíveis. As técnicas manuais e automatizadas

podem, também, ser utilizadas em conjunto.

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Cada atividade requer um título e uma ação que identifique o trabalho

a ser realizado. Este pode se relacionar a um produto do projeto (entrevista do

cliente, teste de usabilidade, instalação), ou ao gerenciamento do projeto

(relatório de pesquisas, avaliação do produto).

O seqüenciamento das atividades permite a identificação de cada uma,

dos seus produtos e a visualização do seu encadeamento, servindo de base

para a organização do cronograma e do orçamento (se a cada pacote de

trabalho é associado um valor estimado para a realização) do projeto.

Além disso, ajuda o gestor ou dono do produto a estabelecer um

consenso sobre os produtos que precisam ser realizados e em que ordem.

Define as mais importantes, as realizáveis em paralelo, as remanejáveis e as

dependentes de fatores externos (como fornecedores).

4.2. 1 – Entradas Para o Seqüenciamento das Atividades

Ø Lista das atividades;

Ø Descrição do produto. As características do produto

freqüentemente afetam o seqüenciamento das atividades (por exemplo, o

layout físico de uma planta a ser construída, as interfaces de subsistemas de

um projeto de software). Embora esses efeitos são freqüentemente visíveis na

lista de atividades, a descrição do produto deve ser geralmente revisada para

assegurar a precisão;

Ø Dependências mandatórias (Mandatory dependences). As

dependências mandatórias são aquelas inerentes à natureza do trabalho que

está sendo feito. Freqüentemente, envolvem limitações físicas. (Em uma

construção é impossível erguer a estrutura antes que a fundação tenha sido

feita; num projeto eletrônico, o protótipo deve ser construído antes de ser

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testado). As dependências mandatórias são também chamadas de lógica

rígida (hard logic);

Ø Dependências arbitradas (Discretionary dependences). As

dependências arbitradas são aquelas definidas pela equipe de gerência do

projeto. Devem ser usadas com cuidado (e completamente documentadas) já

que podem limitar, posteriormente, as opções do cronograma. As

dependências arbitradas são usualmente definidas com base no conhecimento

de:

v “Melhores Práticas” dentro de uma área de aplicação particular;

v Algum aspecto particular do projeto onde uma seqüência

específica é desejada embora existam outras seqüências aceitáveis.

As dependências arbitradas podem, também, ser chamadas de lógica

preferida (prefered logic), lógica preferencial (preferential logic) ou lógica fina

(soft logic).

Ø Dependências externas (External dependences). As

dependências externas são aquelas que envolvem relacionamento entre

atividades do projeto e atividades que não são do projeto. Por exemplo, a

atividade de teste em um projeto de software pode ser dependente da entrega

de um hardware de fornecedor externo. Também, devem ser obtidos relatórios

de impacto ambiental antes que a preparação do local possa se iniciar, em um

projeto de construção;

Ø Marcos (Milestones). Eventos marco necessitam ser parte do

seqüenciamento de atividades para garantir que os requerimentos que

caracterizam um marco (milestone) sejam encontrados.

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4.2. 2 – Técnicas e Ferramentas Para o Seqüenciamento das

Atividades

Ø Método do diagrama de precedência (PDM - Precedence

Diagramming Method). Este é um método de construção de diagrama de rede

que utiliza quadrados ou retângulos (nós) para representar as atividades e as

conecta por setas que representam as dependências. Esta técnica também é

chamada de atividade em nó (AON - Activity-on-node) e é o método utilizado

pela maioria dos pacotes de programas para gerência de projeto. O PDM pode

ser feito manualmente ou no computador. Isso inclui quatro tipos de

relacionamento de dependência ou precedência:

v Término-para-Início (finish-to-start) - o início de um trabalho de

uma atividade sucessora depende do término da atividade predecessora;

v Término-para-Término (finish-to-finish) - o término dos trabalhos

de uma atividade sucessora depende do término dos trabalhos da atividade

predecessora;

v Início-para-Início (start-to-start) - o início dos trabalhos de uma

atividade sucessora depende do início dos trabalhos da atividade

predecessora;

v Início-para-Término (start-to-finish) - o término de uma atividade

sucessora é dependente do início da atividade predecessora.

O PDM término/início (finish-to-start) é o tipo de relacionamento lógico

mais comumente usado. Os relacionamentos início/término (start-to-finish) são

raramente usados e assim mesmo apenas por engenheiros profissionais de

programação. Usar início/início (start-to-start), término/término (finish-to-finish)

ou início/término (start-to-finish) em softwares de gerência de projetos pode

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produzir resultados inesperados, caso os tipos de relacionamento não tenham

sido implementados consistentemente.

Ø Método do diagrama de flecha (ADM - Arow Diagramming

Method). Este é um método de construção de diagrama de rede que utiliza

setas para representar as atividades e as conecta por meio de nós que

representam as dependências. Esta técnica é também chama de atividade na

flecha (AOA - Activity-on-arrow) e, embora menos predominante que o PDM, é

ainda a técnica escolhida em algumas áreas de aplicação. O ADM utiliza

apenas relações de dependência do tipo fim/início e pode requerer o uso de

atividades fantasmas (dummy) para definir corretamente o relacionamento

lógico. O ADM pode ser feito manualmente ou no computador;

Ø Método do diagrama condicional (CDM - Conditional diagramming

method). As técnicas de diagramação tais como GERT (Graphical Evaluation

and Review Technique - Avaliação Gráfica e Técnicas de Revisão) e modelos

de Sistemas Dinâmicos (System Dynamics) permitem atividades não

seqüenciais como “lops” (por exemplo, um teste deve ser repetido mais de uma

vez) ou desvios condicionados (por exemplo, a atualização de desenho que é

necessária apenas se a inspeção detectar erros). Nem o PDM nem o ADM

permitem “loops” ou desvios condicionados;

Ø Modelos de rede. Redes padronizadas podem ser utilizadas para

subsidiar a preparação do diagrama de rede do projeto. Podem incluir todo o

projeto ou apenas uma parte. Partes da rede são, freqüentemente,

referenciadas como subnets ou fragnets. Subnets são especialmente úteis

quando o projeto inclui várias características idênticas ou bastante similares

tais como pisos na construção de prédios comerciais, pesquisas clínicas em

projetos de pesquisas farmacêuticas, módulos de programas em projetos de

softwares ou o início da fase de um projeto de desenvolvimento.

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4.2. 3 – Saídas do Seqüenciamento das Atividades

Ø Diagrama de rede do projeto. Um diagrama de rede de projeto é

um esquema de apresentação das atividades do projeto e dos relacionamentos

lógicos (dependências) entre elas. O diagrama de rede de um projeto pode ser

elaborado manualmente ou no computador. Pode incluir detalhes completos do

projeto ou ter uma ou mais atividades sumarizadas (hammocks). O diagrama

deve ser acompanhado por uma descrição sumária que descreva a abordagem

básica do seqüenciamento. Qualquer seqüência não usual deve ser

completamente descrita. Um diagrama de rede do projeto freqüentemente são

referidos como gráfico de PERT (Program Evaluation and Review Technique);

Ø Atualizações da lista de atividades. Da mesma maneira que o

processo de definição das atividades pode gerar atualizações na EAP, a

preparação do diagrama de rede do projeto pode revelar situações em que

uma atividade deve ser dividida ou mesmo redefinida com a finalidade de

diagramar corretamente o relacionamento lógico.

4.3 – Estimativa de Duração das Atividades

A estimativa da duração da atividade é um processo de coleta de

informações sobre o escopo e os recursos no projeto e então desenvolvida a

duração que será considerada no cronograma. Os valores para a estimativa de

duração são tipicamente fornecidos por pessoas ou grupos do time do projeto

que estão mais familiarizados com a natureza de uma atividade específica. A

estimativa é frequentemente elaborada progressivamente, e o processo

considera a qualidade e a disponibilidade dos dados fornecidos. Desta forma,

podemos assumir que a estimativa é progressivamente apurada na sua

qualidade de conhecimento. Uma pessoa ou grupo da equipe do projeto que

estiver mais familiarizada com a natureza de uma atividade específica deve

fazer ou, no mínimo, aprovar a estimativa.

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Estimar a quantidade ou número de períodos de trabalho exigidos para

implementar uma atividade, freqüentemente, requererá também considerações

relativas ao tempo de espera (elapsed time). Por exemplo, se a cura do

concreto (concrete curing) requererá 4 dias de elapsed time, isso pode

requerer dois ou quatro períodos de trabalho baseados em a) qual o dia da

semana será iniciado e b) se o fim de semana será, ou não, tratado como

período de trabalho. A maioria dos programas computadorizados de

cronograma manejam esse problema usando alternativas de períodos de

trabalho nos calendários.

A estimativa de duração das atividades é o processo de gerar as

durações das atividades para entrada do cronograma, a partir das informações

do escopo do projeto e dos recursos disponíveis.

4.3. 1 – Entradas Para a Estimativa de Duração das Atividades

Ø Lista de atividades;.

Ø Restrições;

Ø Premissas.Um exemplo são os períodos que serão reportados

para a duração do projeto que podem ditar a duração máxima, por exemplo,

dois períodos reportados;

Ø Recursos requeridos. A duração da maioria das atividades será

significativamente influenciada pelos recursos a elas designadas. Por exemplo,

duas pessoas trabalhando juntas podem ser capazes de completar uma

atividade de desenho na metade do tempo que levariam para fazê-lo

individualmente, enquanto uma pessoa trabalhando meio expediente em uma

atividade levará geralmente, no mínimo, duas vezes o tempo que a mesma

pessoa levaria trabalhando o expediente completo. Todavia, com recursos

adicionais acrescentados, os projetos podem apresentar uma sobrecarga de

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comunicação, com reduções de produtividade e tendo uma melhoria de

produção proporcionalmente menor que o aumento dos recursos;

Ø Coeficiente de produtividade. A duração da maioria das atividades

será significativamente influenciada pelo coeficiente de produtividade dos

recursos humanos e recursos materiais a eles designados. Por exemplo, se

ambos estão designados com dedicação total, um membro sênior do quadro

será capaz de realizar uma determinada atividade em menos tempo que um

membro júnior da mesma equipe;

Ø Informações históricas. As informações históricas das durações

mais prováveis de muitas categorias das atividades geralmente estão

disponíveis em uma ou mais das seguintes fontes:

v Arquivos de projeto - uma ou mais das organizações envolvidas

no projeto, podem manter registros de projetos anteriores que são bastante

detalhados para auxiliar o desenvolvimento da estimativa de duração das

atividades. Em algumas áreas de aplicação, os membros individuais podem

manter registros;

v Estimativa de durações em bases de dados comerciais -

informações históricas estão freqüentemente disponíveis comercialmente.

Estas bases de dados tendem a ser especialmente úteis quando as durações

não estão dirigidas para o trabalho efetivamente realizado (por exemplo,

quanto tempo leva a cura do concreto, quanto tempo uma agência

governamental geralmente leva para responder a certos tipos de requisição);

v Conhecimento da equipe do projeto - os membros individuais da

equipe do projeto devem lembrar-se de estimativas ou dados reais anteriores.

Embora essas lembranças possam ser úteis, geralmente são menos confiáveis

que os resultados documentados.

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Ø Riscos identificados. O time do projeto considera informações de

riscos identificados quando apresentam estimativas de durações de atividades,

desde que os riscos (ameaças ou oportunidades) possam ter uma significativa

influência na duração. O time de projeto considera a extensão, para que os

efeito dos riscos sejam incluídos na estimativa de duração do "baseline" para

cada atividade, incluindo riscos com altas probabilidades ou impacto.

4.3. 2 – Técnicas e Ferramentas Para a Estimativa de Duração das

Atividades

Ø Avaliação especializada. As durações, geralmente, são difíceis de

estimar, por causa do número de fatores que podem influenciá-las (por

exemplo, nível dos recursos, produtividade dos recursos). A avaliação

especializada baseada em informações históricas deve ser usada sempre que

possível. Se tal conhecimento especializado não está disponível, as

estimativas são inerentemente incertas e arriscadas;

Ø Estimativas por analogia. Nas estimativas por analogia, também

chamadas de estimativas de cima para baixo (top-down), usam-se os valores

reais de durações de projetos anteriores ou similares para estimar a duração

de uma atividade futura. Isso é freqüentemente utilizado na estimativa e

duração das atividades quando existe uma quantidade limitada de informações

detalhadas sobre o projeto (por exemplo, fases iniciais do projeto). Estimativas

análogas são uma forma de avaliação especializada. As estimativas por

analogia são mais confiáveis quando (a) as atividades anteriores são

semelhantes de fato e não apenas na aparência e (b) os indivíduos que

preparam as estimativas têm o conhecimento especializado necessário.;

Ø Durações baseadas quantitativamente. As quantidades para

serem executadas para cada categoria específica de trabalho (por ex:, o

número de desenhos, metros de cabos, toneladas de aço, etc.) definida para o

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esforço de engenharia/projeto, quando multiplicado pela taxa de produtividade

(por ex:, horas para desenhar, metro cabeado por hora, etc.), podem ser

usados para estimar a duração das atividades;

Ø Tempo reserva (contingência). O time do projeto pode escolher

um tempo adicional para incorporar ao projeto, chamado reserva, ou

contingência, que pode ser adicionado para a duração da atividade ou no

cronograma como reconhecimento de risco programado. Este tempo reserva

pode ser uma percentagem das estimativas de duração ou um número fixado

de períodos de trabalho. O tempo reserva pode ser reduzido ou eliminado,

quanto mais precisas e disponíveis forem as informações sobre o projeto.

4.3. 3 – Saídas da Estimativa de Duração das Atividades

Ø Estimativas de duração das atividades. As estimativas de duração

das atividades são avaliações quantitativas da mais provável quantidade de

períodos de trabalho que será requerida para se completar uma atividade. As

estimativas de duração das atividades devem sempre incluir alguma indicação

da faixa de variação dos possíveis resultados. Por exemplo:

v 2 semanas ± 2 dias para indicar que a atividade levará no mínimo

8 dias e não mais que 12 dias para ser concluída (assumindo que a semana

tenha 5 dias de trabalho).

v 15% de probabilidade de exceder 3 semanas para indicar uma

elevada probabilidade – 85% que a atividade levará 3 semanas ou menos.

Ø Bases para a estimativa. As premissas feitas na elaboração das

estimativas devem ser documentadas;

Ø Atualizações da lista de atividades.

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4.4 – Elaboração do Cronograma

Após a familiarização do projeto, bem como os ajustes para

atendimento operacional, é hora de se concentrar num cronograma geral de

atividades. Esta é a tarefa mais importante para a base organizacional. Do

cronograma dependerá o sucesso de todas as etapas, pois todas estão

interligadas e são requisitos para tantas outras. Um cronograma deve

contemplar todas as tarefas de aquisições, de pessoal, administrativas,

logísticas e comerciais. Um cronograma geral de implantação deverá ser o

mais preciso possível, com tarefas e itens minuciosamente estudados, para

que seus prazos de execução sejam definidos em datas adequadas, para não

haver atropelamento de tarefas, perda de dinheiro, descumprimento de prazos

ou outros dissabores.

4.4. 1 – Entradas Para o Desenvolvimento do Cronograma

Ø Diagrama de rede do projeto;

Ø Estimativas de duração da atividade;

Ø Recursos requeridos;

Ø Descrição do quadro de recursos. O conhecimento de quais

recursos estarão disponíveis, em que tempo e quais padrões são necessários

para o desenvolvimento do cronograma. Por exemplo: os recursos

compartilhados ou críticos podem ser especialmente difíceis de alocar visto

que sua disponibilidade pode ser altamente variável. A quantidade de detalhes

e o nível de especialização na descrição do quadro de recursos variará. Por

exemplo, um projeto precisa somente saber, qual dos dois consultores estará

disponível em um determinado tempo, para desenvolver o cronograma

preliminar de um projeto de consultoria. No cronograma final do mesmo

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projeto, contudo, deverá se identificar quais consultores específicos deverão

estar disponíveis;

Ø Calendários. Os calendários do projeto e dos recursos identificam

os períodos quando o trabalho será considerado. Os calendários do projeto

afetam todos os recursos (por exemplo, alguns projetos trabalharam apenas no

horário comercial enquanto outros trabalharam em três turnos). Uma semana

de trabalho de cinco dias é um exemplo do uso de calendário. Os calendários

dos recursos afetam recursos específicos ou categoria de recursos (por

exemplo, um membro da equipe de projeto pode estar em férias ou em um

programa de treinamento; o contrato de trabalho pode limitar certos

trabalhadores em certos dias da semana);

Ø Restrições. As restrições são fatores que limitarão as opções do

time de gerência do projeto. Há duas categorias principais de restrições de

tempo consideradas durante o desenvolvimento do cronograma:

v Datas impostas – datas impostas para ínicios ou términos de uma

atividade pode ser usada para restringir o início ou fim que ocorre no "Não

Mais Cedo Que" ou "Não Tarde Que" uma data especificada. Embora todas as

quatro datas de restrições tipicamente estejam disponíveis nos softwares de

gerência de projeto, as restrições "Não Iniciar Mais Cedo Que" e o "Não

Terminar Mais Cedo Que" são mais usadas comumente. Tipicamente o uso de

datas de restrições inclui situações tais como a abertura de mercado em um

projeto de tecnologia, restrições do tempo em atividades externas, o

cumprimento de mandatos governamentais com remediações ambientais,

entregas de materiais por partes não representadas no cronograma do projeto,

etc.;

v Eventos chave ou marcos principais – A conclusão de um certo

subproduto em uma determinada data pode ser exigida pelo patrocinador do

projeto, pelo cliente do projeto, ou outro interessado (stakeholder). Uma vez

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programadas, essas datas tornam-se fixas e somente podem ser alteradas

com grande dificuldade. Milestones também podem ser usados para indicar

interfaces com trabalhos do lado de fora do projeto. Tal trabalho não esta

tipicamente no banco de dados do projeto, e milestones com restrições de

datas podem fornecer o cronograma de interface apropriado.

Ø Premissas;

Ø Folgas e flutuações. Qualquer uma das dependências podem

requerer especificações de folgas e flutuações com a finalidade de definir

precisamente o relacionamento. Um exemplo de folga: pode-se desejar um

atraso de duas semanas no cronograma entre a fabricação de uma peça de

equipamento e a instalação ou uso. Um exemplo de uma flutuação, em uma

dependência fim-para-início com uma flutuação de dez dias: a atividade

sucessora começa dez dias antes do predecessor estar completo;

Ø Plano de gerência de risco;

Ø Atributos de atividade. Atributos das atividades – incluindo

responsabilidade (ex: quem executará o trabalho?), área geográfica ou

construção (onde o trabalho será realizado?), e tipo de atividade (ex: resumida

ou detalhada) – são muito importante para facilitar a escolha e classificação

das atividades planejadas de uma forma conveniente para os usuários. A

classificação da estrutura analítica (WBS) também é um importante atributo

que permite ordenar e classificar as atividades de maneira útil.

4.4. 2 – Técnicas e Ferramentas Para o Desenvolvimento do

Cronograma

Ø Análise Matemática. Envolve calcular datas teóricas de início e

término para todas as atividades do projeto, sem considerar qualquer limitação

no quadro de recursos. As datas resultantes não são o cronograma, mas

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indicam os períodos de tempo dentro dos quais as atividades podem ser

cronogramadas dado as limitações de recursos e outras restrições conhecidas.

As técnicas de análise matemática mais amplamente conhecidas são:

v Método de Caminho Crítico (CPM Critical Path Method). Calcula

uma única data mais cedo, mais tarde, de início e de término para cada

atividade, baseado na seqüência lógica especificada na rede e em uma única

duração estimada. O enfoque do CPM é o cálculo da flutuação com a

finalidade de determinar quais as atividades têm a menor flexibilidade no

cronograma. Os algoritmos básicos utilizados pelo CPM são freqüentemente

usados em outros tipos de análises matemáticas;

v Avaliação Gráfica e Revisão Técnica (GERT – Graphical

Evaluation and Review Technique). Permite o tratamento probabilístico tanto

para rede lógica quanto para estimativas de duração das atividades (por

exemplo, algumas atividades podem ser executadas por completo, algumas

apenas em parte, e outras mais de uma vez);

v Programa de Avaliação e Revisão Técnica (PERT – Program

Evaluation and Review Technique). Usa uma estimativa de média ponderada

para calcular as durações da atividade. Embora existam diferenças

superficiais, o PERT difere fundamentalmente do CPM por que usa distribuição

de médias (valor esperado) em vez do valor mais provável, originalmente

usado no CPM. O PERT propriamente dito é muito pouco utilizado atualmente.

Ø Compressão da duração. A compressão da duração é um caso

especial de análise matemática que procura alternativas para reduzir o

cronograma do projeto sem alterar o escopo do projeto (por exemplo,

satisfazer datas impostas ou outros objetivos do cronograma). A compressão

de duração inclui técnicas tais como:

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v Colisão (Crashing) - quais compensações de custo e cronograma

são analisados para determinar como, se de nenhuma maneira, obter a maior

compressão para o mínimo aumento de custo. As colisões nem sempre

produzem alternativas viáveis e freqüentemente resultam em aumento de

custo;

v Caminho Rápido (Fast tracking) - realizar atividades em paralelo

que normalmente seriam feitas em seqüência ( por exemplo, começar a

escrever o código de um projeto de software antes que o projeto esteja

completo, ou começar construir a fundação de uma usina de processamento

de petróleo antes de se alcançar 25 % da solução de engenharia do processo

(engenering point). O caminho rápido freqüentemente resulta em retrabalho e

usualmente aumenta o risco.

Ø Simulações. As simulações envolvem vários cálculos de durações

de projeto com diferentes hipóteses de conjunto de atividades. A técnica mais

comum é Análise Monte Carlo, na qual é feita uma distribuição de prováveis

resultados para o projeto total. Além disso, análises do tipo o que aconteceria

se pudessem ser feitas usando a rede lógica para simular diferentes cenários,

assim como atrasos na entrega de um componente importante, estendendo a

duração de uma engenharia específica, ou introduzindo fatores externos

(assim como uma greve, ou permitir uma mudança em um processo).

Ø Nivelamento heurístico dos recursos. As análises matemáticas

freqüentemente produzem um cronograma preliminar, início mais cedo que

requer mais recursos durante certos períodos de tempo do que os que estão

disponíveis, ou requer mudanças nos níveis dos recursos que não são

gerenciáveis. As heurísticas, tais como, “Alocar os recursos escassos

primeiramente para as atividades do caminho crítico”, podem ser aplicadas

para desenvolver um cronograma que reflete tal restrição. O nivelamento dos

recursos freqüentemente resulta em um duração maior para o projeto do que o

cronograma preliminar. Esta técnica é algumas vezes chamada de método

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baseado em recursos (resource-based method), especialmente quando

implementada com otimização computadorizada. Recursos realocados de

atividades não críticas para atividades críticas é um caminho comum para

tentar tirar o atraso do cronograma, ou interromper a possibilidade de atraso,

para manter a duração final pretendida. Utilização de horas extras, finais de

semanas, ou múltiplos deslocamentos podem ser também considerado para

reduzir a duração de atividades críticas. Aumento de produtividade baseado no

uso de diferentes tecnologias e/ou maquinário (ex:, soldagem automática,

cortador de canos elétricos, etc.) é outro caminho para encurtar a duração que

pode prolongar o cronograma preliminar. Alguns projetos podem ter recursos

limitados ou críticos, requerendo que estes recursos sejam programados na

reserva para a data final do projeto; esta é conhecida como cronogramação de

alocação de recursos reservas. "Critical chain" é uma técnica que modifica o

cronograma do projeto para satisfazer a limitações de recursos.

Ø Softwares de gerência de projeto. Os softwares de gerência de

projeto são amplamente usados no desenvolvimento do cronograma. Outros

software podem ser capazes de interagirem diretamente ou indiretamente

dentro de si mesmo, ou com outros software, para realizar os requerimentos de

outras áreas de conhecimentos. Esses produtos automatizam o cálculo das

análises matemáticas e do nivelamento dos recursos e, conseqüentemente,

permitem uma rápida avaliação sobre muitas alternativas de cronograma. São

amplamente usados para imprimir ou apresentar as saídas do

desenvolvimento do cronograma.

4.4. 3 – Saídas do Desenvolvimento do Cronograma

Ø Cronograma do projeto. O cronograma do projeto inclui no

mínimo as datas de início planejado e o término esperado para cada atividade

detalhe (Nota: o cronograma do projeto permanece preliminar até que os

recursos designados tenham sido confirmados. Isto deverá usualmente

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acontecer no mais tardar até a conclusão do Desenvolvimento do Plano do

Projeto). O Cronograma do projeto pode ser apresentado de forma

sumarizada (master schedule) ou em detalhes. Embora possa ser apresentado

na forma tabular, é mais freqüentemente apresentada graficamente utilizando-

se um ou mais dos seguintes formatos:

v Diagrama de rede do projeto acrescido das informações de datas.

Estes gráficos usualmente apresentam tanto a lógica do projeto quanto o

caminho crítico das atividades;

v Gráficos de barras, também chamados de gráficos de Gantt.

Mostram as datas de início e término das atividades bem como as durações

esperadas, e algumas vezes mostram as dependências. São relativamente

fáceis de ler e são, freqüentemente, usados nas apresentações gerenciais;

v Gráficos de marcos. São semelhantes aos gráficos de barras,

porém somente identificando o início cronogramado ou a conclusão dos

principais subprodutos e os pontos de interfaces externas.

Ø Detalhes de suporte. Os detalhes do suporte do cronograma do

projeto incluem, no mínimo, a documentação de todas as premissas e

restrições identificadas. A quantidade de detalhamento adicional varia de

acordo com a área de aplicação. Por exemplo:

v Em um projeto de construção, incluirá provavelmente itens tais

como histograma de recursos, projeções de fluxo de caixa, e cronogramas de

pedidos e entregas;

v Em um projeto eletrônico incluirá, provavelmente, apenas

histogramas de recursos;

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v As informações freqüentemente fornecidas pelos detalhes de

suporte incluem, mas não estão limitadas por: Recursos requeridos por período

de tempo, freqüentemente na forma de histogramas de recursos;

v Alternativas de cronograma (por exemplo, melhor ou pior caso,

recurso nivelado ou não, com ou sem datas impostas);

v Reservas de cronograma/contingência.

Ø Plano de gerência do cronograma. O plano de gerência do

cronograma define como as mudanças no cronograma serão gerenciadas.

Pode ser formal ou informal, muito detalhado ou bastante amplo, dependendo

das necessidades do projeto;

Ø Atualização dos recursos requeridos. O nivelamento dos recursos

e sua lista de atualizações podem ter um efeito significativo na estimativas

preliminares dos recursos requeridos;

Ø Reservas de cronograma/contingência.

4.5 – Controle do Cronograma

O controle do cronograma consiste em (a) influenciar os fatores que

criam mudanças no cronograma, para garantir que as mudanças sejam

consentidas, (b) determinar que o cronograma foi alterado, e (c) gerenciar as

mudanças reais, quando e como elas ocorrem. O controle do cronograma deve

estar fortemente integrado com os outros processos de controle.

Trata-se de qualquer saída ou serviço, tangível e verificável, que deve

ser obrigatoriamente para a conclusão do projeto ou parte dele, sendo que

cada fase do projeto é marcada pela entrega de um ou mais subprodutos.

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Algumas vezes é necessária a aprovação do cliente ou patrocinador para

realizar-se esta entrega. Ex.: Conclusão de uma pesquisa, entrega de um

estudo de viabilidade, conclusão dos testes do produto, etc. Caminho Crítico: É

o caminho mais longo a ser percorrido.

4.5. 1 – Entradas Para o Controle do Cronograma

Ø Cronograma do projeto. O cronograma aprovado do projeto,

chamado de cronograma base (schedule baseline), o qual deve ser viável

técnicamente e em termos de recursos, é um dos componentes do plano geral

do projeto. Fornece a base para avaliação e acompanhamento do

desempenho do projeto;

Ø Relatórios de desempenho. Os relatórios de desempenho

fornecem informações sobre o desempenho do cronograma tais como : quais

datas planejadas foram alcançadas e as que não foram. Os relatórios de

desempenho podem também alertar a equipe de projeto para as questões que

poderão causar problemas futuros;

Ø Requisições de mudança. As requisições de mudanças podem

ocorrer de muitas formas – oral ou escrita, direta ou indiretamente, iniciadas

internamente ou externamente, e legalmente impostas ou opcionais. As

mudanças podem exigir uma expansão do cronograma ou podem permitir que

ele seja acelerado;

Ø Plano de gerência do cronograma.

4.5. 2 – Técnicas e Ferramentas Para o Controle do Cronograma

Ø Sistema de controle de mudanças do cronograma. O sistema de

controle de mudanças do cronograma define os procedimentos pelos quais o

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cronograma do projeto pode ser mudado. Isto inclui manuais, sistemas de

acompanhamento, e níveis de aprovação para que as mudanças necessárias

sejam autorizadas;

Ø Medição do desempenho. As técnicas de medição de

desempenho, ajudam a determinar a magnitude de quaisquer variações que

ocorram. Uma parte importante do controle de mudanças no cronograma é

decidir se a variação do cronograma exige uma ação corretiva. Por exemplo:

um grande atraso em uma atividade que não é crítica pode ter um efeito

pequeno no projeto total, enquanto pequenos atrasos em atividades críticas ou

“quase” críticas podem requerer ações imediatas;

Ø Planejamento adicional. Poucos projetos se desenvolvem

exatamente de acordo com o plano. As mudanças em perspectiva podem

requerer novas ou revisadas estimativas de duração das atividades,

modificações na seqüência das atividades ou análise de cronogramas

alternativos;

Ø Softwares de gerência de projeto. A capacidade dos softwares de

gerência de projetos para acompanhar as datas planejadas versus as datas

reais e prever os efeitos de mudanças no cronograma, reais ou potenciais

torna-os uma ferramenta útil para o controle do cronograma.

Ø Análise de variação. A execução do processo da análise de

variação durante a monitoração do cronograma é o elemento chave para o

controle do tempo. A comparação das datas alvos com as realizadas de início

e fim, nos fornece informações úteis para a detecção de desvios e para a

implementação de ações corretivas em caso de atraso. A flutuação da variação

é também um essencial componente de planejamento para avaliar o

desempenho/tempo do projeto. Atenção particular tem de ser tomada para

atividades críticas e subcríticas (ex:, analisando os 10 caminhos subcríticos,

com a finalidade de trabalhar a melhor execução).

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4.5. 3 – Saídas do Controle do Cronograma

Ø Atualizações do cronograma. Uma atualização no cronograma é

qualquer modificação em uma informação programada que seja utilizada para

gerenciar do projeto. Os interessados (stakeholders) apropriados devem ser

notificados, se necessário. As atualizações do cronograma podem ou não

requerer ajustes em outros aspectos do plano do projeto. Revisões são um tipo

especial de categoria de atualização do cronograma. As revisões são

mudanças nas datas de início e término no cronograma aprovado do projeto.

Essas datas são geralmente incorporadas em resposta a mudanças no escopo

ou mudanças na estimativa. Em alguns casos, os atrasos no cronograma

podem ser tão severos que um replanejamento (rebaselining) é necessário

para fornecer dados realísticos para medir o desempenho. Entretanto,

cuidados devem ser tomados antes do replanejamento, pois datas históricas

poderão ser perdidas para o cronograma do projeto. Replanejamento devem

ser usados somente como um último refúgio em controlar o cronograma; novas

datas alvos devem ser revisadas de modo normal no cronograma;

Ø Ações corretivas. A ação corretiva é tudo aquilo que é feito para

compatibilizar o desempenho futuro da programação com o plano do projeto.

Ações corretivas na área de gerência do tempo freqüentemente envolvem

presteza: ações especiais tomadas para garantir a conclusão da atividade em

tempo ou com o mínimo de atraso possível. Ações corretivas frequentemente

requerem análise da raíz da causa para identificar a causa da variação, e um

cronograma de recuperação pode ser planejado e executado para atividades

delineadas mais tarde no cronograma e não necessita somente endereçar a

atividade causadora do desvio;

Ø Lições aprendidas. As causas das variações, as razões por trás

das ações corretivas tomadas, e outros tipos de lições aprendidas com o

controle do cronograma, devem ser documentadas para que estas informações

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se integrem a um banco de dados histórico tanto para o projeto em andamento

quanto para outros projetos da organização executora.

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CONCLUSÃO

A atual competitividade necessária aos negócios obrigou as empresas

a procurarem técnicas capazes de acelerar o lançamento de produtos ou

serviços, reduzir os custos e melhorar seus controles. Todas as atividades

relacionadas ao gerenciamento de projetos, se bem entendidas e aplicadas

trazem diversos benefícios para todos os envolvidos, especialmente para a

organização. Gerenciar um projeto requer o envolvimento e comprometimento

de toda a equipe e a integração das atividades, proporcionando uma visão

geral do status do projeto, que fornecerá ao gerente e à alta direção,

informações relevantes para a tomada de decisão. Verifica-se que, adotar uma

sistemática de gerenciamento de projetos é um diferencial exigido pelo

mercado, que as organizações precisam alcançar e manter, para atender as

expectativas de seus clientes. A prática do gerenciamento de projetos produz

resultados expressivos para a sobrevivência e o progresso das organizações.

Esse cenário torna o gerente de projetos um dos profissionais capazes de

representar a diferença de sucesso ou fracasso não apenas do projeto, mas da

organização.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

O PROJETO 9

1.1 – O contexto do projeto 9

CAPÍTULO II

GESTÃO DE PROJETOS 13

2.1 – A gestão 13

2.2 – Evolução da gestão de projetos 14

2.3 – Fundamentos e importância da gestão de projetos 18

2.4 – Partes envolvidas 20

2.5 – Benefícios do gerenciamento de projetos 22

2.6 – Processos da gestão de projetos 24

2.7 – As áreas de conhecimento em gerenciamento de

projetos 26

2.8 – A importância do gerente de projetos 28

CAPÍTULO III

GERENCIAMENTO DE TEMPO E PLANEJAMENTO 29

3.1 – Planejamento 29

3.2 – Importância do planejamento 29

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CAPÍTULO IV

GERENCIAMENTO DE TEMPO COMO PROCESSO

ESPECIAL DE PLANEJAMENTO 31

4.1 – Definição das atividades 31

4.1.1 – Entradas para a definição das atividades 31

4.1.2 – Técnicas e Ferramentas para a definição

das atividades 32

4.1.3 – Saídas da definição das atividades 32

4.2 – Seqüenciamento das atividades 33

4.2.1 – Entradas para o seqüenciamento das

Atividades 34

4.2.2 – Técnicas e Ferramentas para o

seqüenciamento das atividades 36

4.2.3 – Saídas do seqüenciamento das atividades 38

4.3 – Estimativa de duração das atividades 38

4.3.1 – Entradas para a estimativa de duração das

atividades 39

4.3.2 – Técnicas e Ferramentas para a

estimativa de duração das atividades 41

4.3.3 – Saídas da estimativa de duração das

atividades 42

4.4 – Elaboração do cronograma 43

4.4.1 – Entradas para o desenvolvimento do

Cronograma 43

4.4.2 – Técnicas e Ferramentas para o

Desenvolvimento do cronograma 45

4.4.3 – Saídas do desenvolvimento do cronograma 48

4.5 – Controle do cronograma 50

4.5.1 – Entradas para o controle do cronograma 51

4.5.2 – Técnicas e Ferramentas para o controle do

crongrama 51

4.5.3 – Saídas do controle do cronograma 53

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CONCLUSÃO 55

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 56

ÍNDICE 58