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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTORES DOMÉSTICOS COMO
NEGÓCIO INOVADOR
Cristina Martínez Pérez
Orientadora
Prof. Aleksandra Sliwowska
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTORES DOMÉSTICOS COMO
NEGÓCIO INOVADOR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Negócios Inovadores
Por: Cristina Martínez Pérez
3
AGRADECIMENTOS
Eu agradeço a todas as pessoas que ao longo de minha estadia no país
me auxiliam acadêmica, profissional e afetivamente; e particularmente, a
algumas pessoas e organizações pela contribuição direta na construção deste
trabalho:
À ONG SKG Sangha, que ganhou o premio “Ashden Awards for
Sustainable Energy” e desde 1993 vem realizando um labor extraordinária no
Sul da Índia, e especialmente ao Senhor Vidya Sagar Devabhaktuni, que com
sua colaboração aberta me ajudou a entender melhor a biodigestão, aportando
uma grande contribuição para com esta monografia.
Ao Centro para uma Tecnologia Alternativa (CAT) em Gales, já que
entrando no seu maravilhoso site foi que eu vim conhecer esta tecnologia, tão
tradicional como alternativa.
Aos engenheiros Célio Gomes e Jaime Germano que, mesmo depois de
estar há anos afastados, continuam seu trabalho de difusão advogando e
compartilhando informações sobre os biodigestores.
Ao professor André Laucas, por suas pacientes respostas a minhas
muitas perguntas e por instigar em mim um gosto pelas finanças que nunca
antes imaginei possível.
À companheira de aula Andréa Cunha, com quem dividia fofocas sobre o
curso, por me passar materiais e me recomendar para aulas “extra-classe”.
A Augusto pelas aulas de português acadêmico ou do seu “brasileiro
preferido”.
A Sandro pela revisão ortográfica e as não menos importantes
impressões a toda hora.
A Mariluz, pela força, pela amizade, por estar aí sempre que precisava
alguém para conversar.
5
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo fazer uma análise prática, econômica
e principalmente financeira, para avaliar a viabilidade de um negócio de
fornecimento e instalação de biodigestores de tamanho unifamiliar.
Partindo da premissa de que esta tecnologia tem um potencial enorme
como contribuição a um desenvolvimento socioeconômico sustentável no
Brasil, especialmente nas áreas rurais, é criada uma estratégia de "negócio
social” focada para um público alvo na base da pirâmide socioeconômica.
Embora a construção massiva de biodigestores tem dependido
tradicionalmente do apoio de programas governamentais (como na Índia e na
China), e é geralmente implementada por ONGs, este trabalho propõe o setor
privado como agente para propagar a tecnologia.
Mesmo provando sua viabilidade técnica e econômica para o pequeno
produtor, no estudo de caso as principais projeções financeiras não se
apresentam promissoras devido à baixa rentabilidade e ao alto risco
apresentados pelo modelo de negócio.
Palavras chave: biodigestores, biogás, negócio social, base da
pirâmide, viabilidade econômico-financeira, plano de negócios,
desenvolvimento rural sustentável.
6
METODOLOGIA
1. Fontes acadêmicas: Livros e outras pesquisas acadêmicas sobre
projetos de biogás no Brasil e no estrangeiro.
Me inspirei no livro de Dornelas (2005) para avaliar o potencial e o
processo de transformar uma idéia em um negócio. Com o projeto de negócio
um pouco mais definido em mente pesquisei os achados encontrados por
outros pesquisadores na área de biodigestão, em particular estudos de análise
de viabilidade financeira e econômica.
2. Instituições, empresas e ONGs que atuam na área:
Algumas informações estão publicamente disponíveis em sites da
Internet e outras foram obtidas diretamente de representantes das instituições
e empresas, especialmente o site da CAT, das SKG Shanga, do grupo Costa
Rica Rural e Winrock.
3. As informações financeiras foram confeccionadas com base em modelos
de planilha apresentados na sala de aula por meus dois professores de
finanças no IAVM.
4. As entrevistas aos engenheiros Célio Gomes e Jaime Germano por
telefone serviram para clarificar aspectos técnicos dos biodigestores.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
0.1 – Breve historia da biodigestão no mundo 08
0.2 – Usos, vantagens e desvantagens 09
0.3 – Problema central abordado neste texto 11
CAPÍTULO I - ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA
1.1 – Análise prática: Escolha do modelo de biodigestor 12
1.2 – Análise econômica: Escolha do modelo de negócios 15
CAPÍTULO II – ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR
2.1 – Análise de Mercado 19
2.2 – Vantagens Competitivas 22
CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA
3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento 24
3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento
3.2.1 – Fluxo de Caixa projetado 27
3.2.2 – DRE e Balanço Patrimonial 28
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 32
ANEXOS 35
ÍNDICE 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO 38
8
INTRODUÇÃO
0.1 – Breve história da biodigestão no mundo
Desde há mais de um século, existe uma tecnologia que permite
transformar matérias orgânicas, tais como restos de culturas, esterco e lixo de
cozinha, em biogás e biofertilizante por meio de um processo de digestão
anaeróbica (sem a presença de oxigênio e sob altas temperaturas) dentro de
uma câmara hermeticamente fechada chamada biodigestor [1].
Esta tecnologia tem sido amplamente adotada em alguns países
asiáticos desde os anos 50, mas a construção massiva destas instalações tem
dependido, tradicionalmente, do apoio de programas governamentais (como na
Índia e na China, com 4 e 5 milhões de unidades respectivamente), sendo
implementada por ONGs na maioria dos casos [2].
No ocidente e em outros paises em desenvolvimento a tecnologia de
biodigestão tem passado desapercebida até tempos mais recentes. Com a
crescente preocupação pública com os Gases de Efeito Estufa (GEEs) existem
na Europa modelos de biodigestor de tamanho industrial, com sistemas de
aquecimento e conversão em energia elétrica. Por exemplo, na Alemanha, um
dos paises do mundo que mais tem tentado reduzir sua pegada ecológica, já
existem mais de 3.500 destas unidades implantadas em grandes fazendas [3].
Alguns paises na África tem realizado algumas tentativas com modestos
avanços na área [4]. No Brasil, foi só a partir da segunda metade dos anos 70
que se começou a olhar para energias alternativas ao petróleo, como o biogás.
Até o ano 1983, houve vários programas de governo de apoio a estas
tecnologias, à exemplo da Embrater (Empresa Brasileira de Tecnologia e
Extensão Rural), que lançou o Projeto de Difusão do Biogás [5].
Entretanto, estes projetos ficaram longe de suas metas. Uma causa foi a
implementação confusa e contraditória das estratégias, convivendo com
9
subsídios ao GLP, por exemplo; outra foi a falta de pesquisas prévias para
desenvolver um modelo nativo de biodigestor que se adequasse às realidades
climáticas brasileiras [5]. Quando a crise energética amainou, estes programas
governamentais foram desativados, mas a iniciativa privada ainda desenvolveu
vários equipamentos e motores a biogás. Contudo, o número de biodigestores
no Brasil no início dos anos 90 era inferior a oito mil, dos quais pelo menos
25% não estavam mais em funcionamento [5, 6].
0.2 – Usos, vantagens e desvantagens
Recentemente, sobretudo após o descobrimento das mudanças
climáticas, o tema da sustentabilidade vem tomando cada vez mais
protagonismo principalmente na área de energia, o que representa uma grande
oportunidade para qualquer empresa que tenha intenção de atuar nesta área
ou introduzir inovações nas suas atividades seguindo os princípios ecológicos.
A partir da década de 1990 numerosos tratados internacionais destacaram o
metano, principal componente do biogás, como um gás de efeito estufa. Por
isso, o biogás tem potencial para ser atrativo não só por seu valor intrínseco de
venda e potencial calorífico, como também por seu potencial na obtenção de
Créditos de Carbono por via do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo criado
pelo Protocolo de Quioto [7].
Além do aspecto meio-ambiental, os biodigestores têm numerosas
aplicações como tecnologia social, a saber: geração de renda, melhoria da
saúde e o saneamento, aceso à energia e economia de tempo.
O trabalho de saneamento pode ser feito em diversas áreas:
recolhimento e tratamento de dejetos animais e humanos que, a partir de uma
determinada quantidade, são altamente poluentes. Inclusive, vasos sanitários
podem se conectar diretamente aos digestores. A biodigestão anaeróbica pode
ser usada como tratamento em aterros sanitários já que esse processo elimina
0,98% dos patógenos e também reduz volume e odores [8]. Isto, por si próprio,
já pode ser um contribuinte para a melhoria de saúde, combatendo doenças
como cólera, tifóide e diarréia. No Brasil, só em 2001, houve meio milhão de
10
internações no Sistema Único de Saúde devido à diarréia e existem muitas
regiões sem nenhum tipo de saneamento [9].
Outro beneficio adicional é resultante da substituição da lenha por gás
na cozinha. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,5 milhões
de mulheres e crianças morrem prematuramente por ficarem expostas à
fumaça da lenha [10].
Além do mais, o fato de não precisar de caminhar longas distancias para
recolher lenha libera tempo, o qual pode ser investido em atividades
econômicas, entre outras coisas. Alimentar e limpar o biodigestor é em
comparação muito mais rápido. Os usuários podem vender o excesso de
adubo para uso na agricultura orgânica, além de beneficiar-se, é claro, do
biofertilizante eles mesmos, substituindo caros fertilizantes químicos. Este
adubo é de alta qualidade, segundo o indicado por numerosas provas
testemunhais [11].
Portanto, esta tecnologia tem um potencial enorme para contribuir a um
desenvolvimento socioeconômico sustentável no Brasil, especialmente nas
áreas rurais das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, particularmente dotadas
climáticamente para esse fim.
Uma unidade de tamanho unifamiliar é barata e fácil de construir.
Contudo, a principal desvantagem é que a capacidade de produção de biogás
e biofertilizante é limitada de varias formas, o que pode reduzir seu atrativo.
O biogás produzido é apenas suficiente para cozinhar as refeições da
família. Uma família com muitos animais poderia construir um modelo de maior
tamanho, transformar o gás em eletricidade usando um gerador especial e
assim suprir todas as suas necessidades energéticas. Porém isto está fora do
alcance da maioria dos pequenos agricultores.
Para se ter um retorno econômico do investimento, uma parte do
fertilizante produzido pode ser vendido, mas é necessário processá-lo em uma
unidade de vermicompostagem em função da distância, pois ele é líquido e de
difícil transporte. Outro empecilho em áreas com escassez de água é que a
11
quantidade requerida para a operação do biodigestor é de até 2 vezes a
quantidade de estrume [3, 11].
0.3 – Problema central abordado neste texto
Supondo que uma empresa pode desenvolver e oferecer um biodigestor
capaz de resolver ou contornar os problemas supracitados, de forma que faz
sentido econômico para fazendeiros de poucos recursos realizar a inversão, a
questão chave é: seria financeiramente viável para a empresa iniciar atividades
nessa área?
O intuito desta pesquisa é precisamente responder esta questão,
partindo da visão que, se a viabilidade financeira fosse provada, o setor
privado, tanto empresas como microempreendedores, poderiam espalhar muito
mais rapidamente esta tecnologia em território nacional e contribuir com o
desenvolvimento sustentável no meio rural brasileiro. A inspiração para esta
visão empresarial emana das doutrinas desenvolvidas por C.K. Prahalad no
livro "A riqueza na base da pirâmide: erradicando a pobreza com o lucro" [12],
já que o público alvo para este tipo de serviço não é tradicionalmente
considerado um segmento de mercado atraente para a maioria das empresas,
por ser de difícil acesso e dispor de poucos recursos.
É preciso portanto fazer uma cuidadosa análise de viabilidade prática e
financeira do projeto. Para isso, determinar-se-á primeiramente o modelo de
biodigestor mais adequado tecnicamente para as condições presentes nas
regiões brasileiras que são alvo de esta pesquisa. Este modelo será a base
deste estudo de caso. Além disso, se explorará a melhor estratégia de negócio
para fazer o produto atrativo para o público alvo. Em seguida, a questão será
abordada desde o contexto das diretrizes de Dornelas [13] para avaliar o
potencial de uma idéia como negócio inovador.
Finalmente serão analisados em profundidade os elementos financeiros
principais para a formação de um plano de negócios, tais como investimento
inicial, custos operacionais fixos e variáveis, margem de lucro, ponto de
equilíbrio, índices de rentabilidade, etc.
12
CAPÍTULO I
ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA
1.1 – Análise prática. Escolha do modelo de biodigestor
Existe uma grande variedade de biodigestores de vários tipos e
modelos. Eles podem ser do tipo vertical ou horizontal, de acordo com a
posição em relação ao solo, contínuos ou de batelada, dependendo da
freqüência da alimentação [22]. Os contínuos são abastecidos diariamente e
por cada entrada de biomassa uma quantidade igual de efluente já processado
sae [23]. Enquanto ao modelo se refere, existem muitos tipos diferentes. Não
surpreendentemente, os dois paises mais adeptos à tecnologia da biodigestão
desenvolveram os dois modelos mais difundidos no mundo inteiro: o indiano e
o chinês.
O modelo chinês é mais simples e econômico de se construir que o
indiano, já que o foco na China é a produção de adubo para uso na agricultura.
Entretanto na Índia, a produção de biogás é o fator chave devido a deficiências
energéticas históricas, e por isso o modelo indiano tradicional é mais
sofisticado. Entre seus componentes se inclui uma campânula de metal
flutuante na cúpula que funciona como um gasômetro, armazenando e
comprimindo o biogás produzido.
A maioria dos outros modelos são variações destes dois, mas existem
também modelos mais baratos que usam uma cúpula de plástico para conter o
gás. Eles são chamados tubulares e tem uma durabilidade inferior. No Brasil
têm sido desenvolvidos alguns modelos nacionais como o PE-02, o IPAII e os
modelos Apótema [5].
Visualizando um modelo de negócios orientado para "a base da
pirâmide", o fator chave é, como Prahalad [12] reitera, a relação preço-
13
desempenho. Os produtos devem sim ser accessíveis para pessoas de baixa
renda, mas o preço baixo não é tudo, o beneficio gerado precisa ser o
suficientemente alto para justificar o investimento feito. Portanto, a escolha do
modelo de biodigestor será baseada nos requisitos de desempenho,
durabilidade e custo.
Por outro lado, para o biodigestor permitir à empresa um retorno
financeiro adequado dentro desse modelo de negócios, o volume de vendas e
a otimização da capacidade produtiva são importantes. Por isso, outras
características devem ser consideradas, tais como:
• Baixa dificuldade de instalação – Um modelo relativamente simples
facilitaria o treinamento de técnicos na instalação e no conserto, e
permite o envolvimento dos clientes nos mesmos, barateando ainda
mais o processo.
• Disponibilidade dos materiais – Modelos que usem materiais disponíveis
localmente são ideais, pois reduziriam o custo e os problemas logísticos
associados ao frete.
• Tempo de instalação – deve ser o mais breve possível para poder
aumentar a produtividade dos técnicos e a capacidade de vendas.
Com estas premissas podemos inicialmente descartar os biodigestores
de batelada e o modelo indiano. O uso contínuo, e não batelada, é o que mais
se adequa à realidade do público alvo e o uso mais provável que receberão. E
no modelo indiano, a campânula metálica, além de elevar o preço
substancialmente, resulta ser difícil de achar em lojas de construção, tendo que
ser fabricada por encomenda e fretada. Para a maior parte dos outros modelos
não há dificuldade encontrando materiais localmente e são de uso contínuo,
alguns inclusive podem ser usados tanto à batelada como continuamente.
14
A comparação dos outros fatores, segundo pode ser observado na
tabela abaixo, leva à conclusão de que o modelo Philipine BioDigester HBS
oferece a melhor relação preço-desempenho. No entanto, o modelo da ONG
Rural Costa Rica é o mais apropriado para usar de base neste estudo de caso
porque usa materiais mais baratos com a mesma performance, e é o mais fácil
e rápido de instalar, permitindo um processo operacional mais ágil. Dessarte, a
capacidade de vendas aumentaria, o que permitiria ampliar a participação no
mercado e conseqüentemente a receita. A durabilidade do biodigestor tubular,
o principal problema, pode ser incrementada facilmente usando uma cobertura
que proteja o plástico do sol e da chuva.
Opção: Modelo TipoTempo de Construção
Dificuldade de instalação
Custo*País de Origem
Durabilidade Observações
1Rural Costa Rica
Tubular de plástico (salsicha) 1 semana Baixa $300 Costa Rica Média/Baixa
A coberta de plástico aumenta a probabilidade de vazamentos
2 Deenbandhu Chinês 20-40 diasAlta
$346 India
Alta: acima de 25 anos
Desvantagem da laboriosidade na construção
3 PE-02Chinês adaptado 30-45 dias Média
$1040 (R$ 1850) Brasil Média/Alta
Vantagem por adequação às altas temperaturas do Nordeste
4
Philipine BioDigester HBS
Adaptação entre o chinês e o indiano 2 semanas Baixa $305 Filipinas
Alta: tempo indefinido
Disponibilidade de materiais questionável
* O custo atual no país de origem convertido a dólares
COMPARAÇÃO DE MODELOS DE BIODIGESTOR DE PEQUENO TAMANHO
Isto não nega a idoneidade de, uma vez feitas as primeiras análises
técnicas e a avaliação de um projeto-piloto de instalação do modelo, agregar
inovações, visando a adequação técnica para melhor atender o público alvo e
otimizar a relação custo-desempenho.
15
1.2 – Análise econômica. Escolha do Modelo de Negócio
“Admitindo-se que o biodigestor seja tecnicamente viável, necessita-se, então,
buscar a causa da morosidade na sua adoção, nos aspectos econômicos”
- Girotto (1985, p.16) [22]
Girotto [22] compara vários estudos de análise da viabilidade econômica
do uso de biodigestores em áreas rurais do Brasil. Todos eles concluem que
sua utilização é viável e vantajosa, com o tempo de retorno do capital
empregado entre 4 meses e 5 anos, dependendo da análise.
Mesmo havendo variações significativas dependendo de múltiplos
fatores, como temperatura e tipo de biomassa utilizada, todas as fontes
consultadas [4, 5, 24], apontam que um biodigestor de pequeno tamanho, com
capacidade para 2-3m3 de produção diária de biogás, em condições climáticas
adequadas a seu funcionamento (20-35°C), e alimentado diariamente com
50kg de um insumo orgânico apropriado, produzirá o suficiente biogás para o
uso em cozimento de uma família de 4 pessoas.
Aliás, uma produção de 2m3, calculando o consumo de biogás de um
fogão doméstico aproximadamente em 0,25m3 por pessoa/dia, ainda permitiria
o uso de um lampião elétrico para iluminação durante varias horas ao dia, já
que existem vários modelos que funcionam a biogás consumindo entre 0,12 e
0,23m3/hora.
Os mesmos 50kg de insumo produzirão aproximadamente 100kg diários
de biofertilizante, ou 36,5 tons por ano, cobrindo em sua totalidade a
necessidade de adubação, dado que a recomendação é de 1,8 tons de
fertilizante inorgânico por hectare por ano (para duas safras) [24].
16
Conseqüentemente, reinterpretando a citação de Girotto [22] no começo
do capítulo, o biodigestor de tamanho familiar é tecnicamente viável, e como
vimos na introdução tem numerosas vantagens para a melhoria da qualidade
de vida; cabe só então, demonstrar sua viabilidade econômica para poder
alavancar um investimento em massa na tecnologia.
Por isso, como elemento central do modelo de negócios visualizado que
será explorado mais além no próximo capítulo, há uma estratégia de marketing
na qual a política de preços e a relação com o cliente são o mais importante, e
os pontos chave na diferenciação no mercado do serviço oferecido.
Uma vez demonstrada a idoneidade da tecnologia, é preciso demonstrar
que o serviço oferecido fornece a melhor relação preço-desempenho, em
relação à concorrência, para o segmento de clientes em questão, assim como
justificar o investimento quantificando o beneficio a ser gerado. Com esse
intuito, segue um demonstração de uma política de preços condizente com este
modelo de negócios e uma análise econômica exploratória simplificada do
investimento desde o ponto de vista do pequeno produtor.
De acordo com Prahalad [12], o preço de venta deve ser calculado a
partir do que o consumidor pode pagar. Para dar inicio a este exercício, o preço
do serviço de instalação técnica do biodigestor, incluindo mão de obra
especializada e materiais (com a exceção de cimento, areia e tijolos), será
fixado em R$ 1.500. Este é um valor realista para a empresa e abaixo do preço
praticado no mercado brasileiro. Mas para torná-lo accessível para todos os
pequenos produtores, a empresa poder ofertar varias opções de financiamento,
algumas da própria empresa como parcelamento, e outras de empresas
parceiras de microcrédito, por exemplo.
17
A empresa Recolast, que trabalha entre outras coisas com biodigestores
de tamanho reduzido, cobra acima de R$ 2.000 pelo mesmo serviço. Com um
olhar cuidadoso em seu orçamento (Anexo 1) se percebe que as despesas
adicionais com o frete dos materiais desde São Paulo e o transporte da equipe
técnica podem encarecer substancialmente o custo final para o cliente.
A tabela abaixo mostra uma análise simples, com base em cálculos
conservadores de preços:
RECEITAS ANUAIS
Tarifa da empresa R$ 1.500 Economia em GLP (gás de cozinha) R$ 210
(incluindo materiais e um técnico para a instalação e serviço de assistência técnica pós-venda)
Economia em fertilizante químico R$ 375
Outros materiais (areia, cimento, tijolos) R$ 300 Receita total R$ 5859 sacos de cimento R$ 1806 sacos de areia R$ 2090 blocos de concreto R$ 100
Total (materiais e instalação) R$ 1.800
Transporte do técnico R$ 200 Período de Payback (em meses) 41
Custo total aproximado R$ 2.000
DESPESAS
Total economia por mês R$ 49
Primeiro há de calcular-se o benefício econômico gerado pelo
funcionamento do biodigestor e com isso, o tempo para o retorno do
investimento (período de payback).
O custo dos materiais fornecidos pelo cliente (cimento, areia e tijolos) é
um valor aproximado calculado por alto, já que o preço depende de vários
fatores, principalmente a região geográfica. O preço do saco de 50kg de
cimento, com uma variação de R$13-R$28, foi fixado em R$20, o saco de areia
e o blocos de concreto saem aproximadamente por R$1 cada, mas o preço foi
fixado, por alto, em R$20 a areia, e R$100 os blocos, dando um preço máximo
aproximado dos materiais a serem comprados pelo cliente de R$300 [25]. Os
gastos com transporte e frete são as coisas que mais encarecem o projeto de
18
instalação, como observa-se no exemplo do Anexo 1, por isso o modelo de
negócios tentará reduzir eles ao máximo, recrutando representantes nas
regiões de atuação e treinando-os nos aspectos técnicos, visando a agilidade e
barateamento da instalação e da assistência técnica. Sendo o representante
uma pessoa local com meio de locomoção próprio, o custo do transporte não
superará os R$200 reais em média, e o do frete será suprimido já que o
representante levará ele mesmo os componentes necessários.
As receitas são calculadas na base da economia realizada em gás e
fertilizante ao substituí-los com o biogás e biofertilizante produzido no
biodigestor. O valor da economia em GLP é calculada a partir do preço de um
botijão de gás de cozinha (R$35 reais em média), que dura uns dois meses
cozinhando para 4 pessoas [26], e o custo da adubação química, que para um
hectare (1800kg) é de R$375 [24].
Com estes dados se estima uma receita mensal de aproximadamente
R$50 com um tempo de recuperação do investimento de 3.5 anos. Se poderia
ainda incluir outras vantagens econômicas para tornar esses cálculos mais
atraentes, como a possível venda a preços mais altos do fertilizante
(processado numa unidade de vermicompostagem) para a agricultura orgânica
ou a venda de créditos de carbono, se for possível para a empresa tramitar isto
centralmente e embuti-los como um desconto no preço do biodigestor [11].
Cabe enfatizar também os outros benefícios descritos na introdução,
como a contribuição à saúde e o saneamento, que a pesar de não estar
quantificados em termos econômicos fazem uma grande diferença na
qualidade de vida do público alvo e, em razão disso, podem ser fatores
determinantes na sua decisão.
19
CAPÍTULO II
ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR
“...uma idéia sozinha não vale nada; em empreendedorismo, elas surgem
diariamente” - (Dornelas, 2005, p.55) [13]
Segundo Dornelas [13] uma boa idéia não necessariamente constitui
uma oportunidade de negócio, como nem todas as oportunidades de fato viram
negócios bem sucedidos. Para avaliar o potencial da idéia se transformar em
um negócio de sucesso é aconselhável examinar cuidadosamente os aspectos
do mercado, as vantagens competitivas e a equipe gerencial da empresa,
assim como fazer uma análise financeira do produto ou serviço a ser oferecido.
A formação da equipe gerencial não forma parte do escopo deste estudo
por tanto não será abordada aqui, mas seria uma questão importante como
estudo exploratório secundário ou na elaboração do plano de negócios
subseqüente. E finalmente, a análise financeira será explorada com mais
detalhe no próximo capítulo.
2.1 – Análise de Mercado
Fazer a análise do mercado dos biodigestores domésticos resulta
bastante complicado, pois no Brasil não existe um mercado consolidado de
biodigestores para pequenas propriedades rurais. Nas propriedades de
tamanho industrial e semi-industrial, as instalações são normalmente feitas por
grandes firmas de engenharia que não se dedicam exclusivamente a este
produto. Este é o caso dos projetos em aterros sanitários como os de Nova
Iguaçú e Bangú, no Rio de Janeiro e dos biodigestores em fazendas
catarinenses de suinocultura [14, 15].
20
Aliás, a característica principal das industrias emergentes é a incerteza
por causa da escassez de dados fiáveis [16]. Nas próprias palavras de Porter
(1986, p.209) as empresas têm “pouca informação sobre os concorrentes,
sobre as características dos clientes e sobre as condições da indústria na fase
emergente. Ninguém sabe quem são todos os concorrentes e normalmente
não existem dados confiáveis quanto às vendas da indústria e à parcela de
mercado”. Porém, é possível identificar umas poucas características concretas
de esta industria potencialmente emergente e especular sobre outras se
baseando nos produtos relacionados.
Por exemplo, o público alvo é bem definido como famílias de áreas rurais
isoladas que se dedicam a atividades como a agricultura ou criação de gado.
As necessidades de este público alvo são sim identificadas (acesso a energia
limpa para cozinhar, comodidade, saneamento e diversificação de fontes de
ingressos para maior segurança energética e econômica), atingíveis, pelo
menos até certo ponto, dependendo da disponibilidade de restos orgânicos e
certamente receptivas, já que o produto oferece soluções para 3 ou mais dos
problemas identificados. Não existe hoje no mercado nenhum outro produto
que ofereça essa solução conjunta 3 em 1.
Cabe então assumir que se os usuários alvo percebessem as vantagens
dos biodigestores eles estariam prontos a adotar a tecnologia. O valor gerando
aos usuários seria alto já que teria um impacto bastante significativo para a
melhoria do seu dia a dia. Tudo isto indica um alto potencial para satisfazer as
necessidades dos clientes e tornar o serviço popular.
Em relação ao ciclo de vida do serviço, podemos afirmar que é um
tempo mais do que suficientemente longo para recuperar o investimento inicial.
Isto é parcialmente devido à dificuldade de chegar em um curto período de
21
tempo a todas as áreas geográficas onde o mercado alvo está situado. Mas
também o tamanho do mercado potencial é grande, a Secretaria de Agricultura
Familiar coloca a cifra de estabelecimentos familiares dedicados à agricultura
por cima de 4 milhões [17]. Além de ter a oportunidade de vendas repetidas ou
serviços de manutenção ou upgrade após o período de vida útil do biodigestor
(15-25 anos).
O fato de ser uma industria novel sem competição consolidada também
e um indicador promissor, porém, as vendas dificilmente chegariam aos R$10
milhões anuais, o que é considerado por Timmons (citado por Dornelas, 2005)
[13] a marca diferencial entre um mercado pequeno e um médio, de alto
potencial. Ademais, é difícil determinar qual é o tamanho e a taxa de
crescimento do mercado. Parte da função da empresa seria criar esse novo
mercado, então isto dependeria muito da eficácia da empresa promovendo a
tecnologia e da sua capacidade de atender a demanda criada.
O último elemento a ser considerado é a possível participação no
mercado, dadas as características de mercado novel, com potencial mas não
emergente ainda, com pequena margem de lucro e lucratividade limitada
(característica dos negócios focados para a base da pirâmide), o que pode
implicar pouco interesse por parte dos concorrentes de competir nesse
mercado, existe uma alta chance de ser o líder no mercado. Numa busca na
Internet pelas empresas que trabalham com biodigestores no Brasil, todas as
fontes encontradas até agora indicam, de fato, que é este um mercado pouco
concorrido. Dentre todas as empresas que comercializam biodigestores
achadas na rede, só uma delas, a Leonil Biogás, tinha os biodigestores para
pequenos produtores como foco do negócio, e um e-mail a sua área de
Marketing confirmou que agora só os fazem por encomenda [18]. O biodigestor
de outra grande empresa no setor, a Recolast, é apenas um dentre os muitos
22
produtos que comercializa, e como a maioria destas empresas opera com
grandes projetos e consultoria [19].
2.2 – Vantagens Competitivas
Não é possível fazer uma análise realista sobre as vantagens
competitivas de uma empresa fictícia, mas seguir as guias de Dornelas e Porter
[13, 16] resulta em um exercício útil mesmo assim, pois permite ter uma idéia
de quais serão os principais obstáculos a serem enfrentados e,
conseqüentemente, identificar as áreas mais importantes para um enfoque
estratégico.
A empresa, como empresa pequena ainda no inicio da curva de
aprendizagem, teria maiores custos fixos e variáveis, especialmente em
marketing, mas também na produção. O grau de controle sobre custos seria
moderado a forte, já que existe ampla oferta no Mercado para os insumos
utilizados (materiais como cimento e tijolos). O controle sobre a cadeia de
fornecedores seria moderado e sobre a cadeia de distribuição forte, já que a
empresa faria isso por conta própria, levando os materiais precisos junto
quando for fazer a instalação. O grau de controle sobre preços deve também
ser forte, pois preços baixos e uma boa relação preço-desempenho são
premissas do modelo de negócios previsto para "a base da pirâmide" [12].
As barreiras de entrada são outro elemento importante a ser analisado.
Neste caso, existem numerosos indícios de regulamentação a favor, indicada
pela existência de vários fundos e programas governamentais para empresas,
em particular no contexto da Lei da Inovação e da Lei Complementar nº 123 à
Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Esta última determina que no
mínimo 20% dos recursos públicos destinados a empresas devem ser para
empresas de pequeno porte [20, 21].
23
Pode-se conseguir uma vantagem tecnológica se desenvolver uma
inovação ou aprimoramento de acordo com as necessidades específicas de
essa clientela, o que seria relativamente simples dada a escassez de pesquisa
nesta área no Brasil. Há também possibilidades de obter vantagens legais ou
contratuais dado o foco no aspecto social além do ecológico do
empreendimento.
As redes de contato não estão estabelecidas, mas são acessíveis, é só
preciso dedicar algum tempo no começo das operações para fazer contatos,
parcerias e estabelecer sólidos canais de comunicação.
Cabe mencionar também, a estratégia de marketing como eixo central
do negócio, podendo trabalhar em eventos e palestras em parcerias com
governos locais, ONGs e grupos comunitários, combinando uma ação
educadora sobre economia doméstica, agroecologia e sustentabilidade, com a
promoção do próprio produto. Além de uma possível vantagem sobre os custos
com o uso de estagiários voluntários vindos com programas de intercambio
internacionais.
Pode-se concluir então que há formas de conseguir uma vantagem
competitiva em relação à concorrência. Em particular, as vantagens provirão da
especialização. Se a empresa focar suas atividades, de acordo com o intuito
deste estudo de caso, e se especializar nos biodigestores para o segmento de
mercado mencionado, marcaria um contraste com as outras empresas que
atuam na área. De acordo com o raciocínio de Porter, esta seria uma das 3
estratégias competitivas genéricas: o enfoque, combinando o preço mais
competitivo e a diferenciação na qualidade para esse nicho de mercado
especificamente, o que poderia tornar a empresa líder nesse segmento alvo
[16].
24
CAPÍTULO III
ANÁLISE FINANCEIRA oficiais e confiáveis. a “...o que não se deve fazer é a adequação do plano aos dados financeiros,
e sim o contrário” – Dornelas (2005, p.162) [13]
A análise financeira do negócio é feita partindo dos principais
demonstrativos a serem apresentados em um plano de negócios (Balanço
Patrimonial, Demonstrativo de Resultados (DRE) e Fluxo de Caixa). Já que o
negócio em questão está na fase de planejamento e não de operação, estes
serão formados a partir de cálculos baseados em estimativas do investimento
necessário e da capacidade produtiva de uma empresa nascente, ou seja,
como projeções financeiras [13].
3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento
Em primeiro lugar decidiremos qual é o montante necessário para o
investimento, calculando o valor aproximado de equipamentos de escritório,
como móveis e sistemas de informática e das ferramentas de construção para
uso dos técnicos na instalação das unidades de biodigestão. Devem-se incluir
também as despesas operacionais do primeiro ano assim como o capital de
giro para os dois primeiros anos.
A necessidade de capital de giro será calculada com base no Ciclo
Financeiro, método aplicável a empresas não operativas ainda [27]. Contando
com que a empresa receberá pagamentos à vista decorrentes de parcerias
com co-operativas de micro-crédito acessíveis a seus clientes, o capital de giro
se baseará unicamente na necessidade de estoque dos materiais de
construção fornecidos pela empresa. Para garantir a capacidade de venda, o
prazo de estoque será de 90 dias e o capital de giro calculado conforme a
fórmula:
25
(CAM X Pe)/365
Onde,
CAM = Custo Anual dos Materiais
Pe = Prazo de estoque
O capital de giro aumentará no segundo ano, quando aumenta a
produção, se mantendo no mesmo valor conforme se estabiliza a produção a
partir do segundo ano.
INVESTIMENTO INICIAL 6.000Equipamento (móveis, sistemas de informática) 4.500Ferramentas de construção 1.500
DESPESAS PRIMEIRO ANO 63.600Aluguel de sala 3.600Salarios 54.000Correspondência & marketing 1.000Transporte 5.000TOTAL INVESTIMENTO INICIAL 69.600
CAPITAL DE GIRO 45.567Estoque de materiais primeiro ano 19.529Estoque de materiais segundo ano 26.038
INVESTIMENTO TOTAL 115.167
Cálculo da necessidade de capital
As outras premissas para o cálculo das projeções financeiras podem
ser observadas na planilha com os dados gerais do projeto. A capacidade de
produção foi calculada com base no tempo de instalação do modelo de
biodigestor (uma semana), no número de semanas laborais no ano (44), e no
número de representantes autônomos (7) que permite uma capacidade
produtiva de 308 biodigestores por ano, bem acima do ponto de equilíbrio: 205
unidades ou 60% da capacidade. O ponto de equilíbrio operacional é calculado
conforme à fórmula: Q = CF/(P – C.V.U), ou seja, Custos Fixos sobre
Margem de Contribuição [28].
26
Com uma generosa margem para semanas improdutivas se calcula um
Fator de Utilização de 80% a partir do segundo ano, sendo este menor no
primeiro ano: 34% com somente 3 técnicos representantes, já que no início os
esforços de marketing e estabelecimento de parcerias seriam priorizados.
K
69.600 No. de REPRESENTANTES 7 100% 69.600 308
10% PREÇO do biodigestor 1.500 45.567 Margem de contribuição 330 8%50%
ANO DE OPERAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10FATOR de UTILIZAÇÃO 34% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80%No. de biodigestores implantados 106 246 246 246 246 246 246 246 246 246
68.100 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 67.500 MÃO de OBRA 3 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 58.500 ALUGUEL 300 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 3.600 MARKETING 1.000 400 400 400 400 400 400 400 400 400 TRANSPORTE 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 1.170 MATÉRIA-PRIMA 750 750 750 750 750 750 750 750 750 750 COMISSÕES 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 IMPOSTOS 120 120 120 120 120 120 120 120 120 120
123.552 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 288.288 MATÉRIA-PRIMA 79.200 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 184.800 COMISSÕES 31.680 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 73.920 IMPOSTOS 12.672 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568 29.568
RECEITA BRUTA 158.400 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 369.600 CAPITAL DE GIRO 90 19.529 26.038 45.567 VALOR RESIDUAL 50% 34.800 CAIXA LÍQUIDO (69.600) (52.781) (12.226) 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 13.812 94.179
VPL = (35.804) TIR = 4,93% IL = -51,44%
DADOS GERAIS DO PROJETO
PONTO de equilíbrio OPERACIONAL
INVESTIMENTO
CAPACIDADE de instalação
60,6% 205
TAXA de REMUNERACAO
VALOR RESIDUAL
IMPOSTO de RENDA
CAPITAL de GIRO
CAPITAL PROPRIO
CUSTO VARIAVEL
CUSTO FIXO
CUSTO VARIAVEL UNITARIO
FLUXO DE CAIXA PROJETADO
Os custos fixos são baseados no aluguel de uma sala comercial por
R$300 reais por mês e a contratação de 3 pessoas para trabalhar no escritório
com um custo de R$1.500 por mês cada um. Os impostos serão de 8% sobre a
receita bruta, já que a empresa optaria pelo plano tributário Simples Nacional
com impostos unificados para micro e pequenas empresas [29].
27
Para os propósitos de este exercício a taxa de rendimento esperada
(custo de oportunidade ou taxa mínima de atratividade) será de 10% e não se
usará capital de terceiros. Embora seja recomendável, para um futuro estudo
mais detalhado, pesquisar o mix ótimo de financiamento que permita maximizar
a rentabilidade do investimento [30].
3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento
3.2.1 Fluxo de Caixa projetado
Na mesma planilha aparece também o Fluxo de Caixa Projetado,
calculado sobre uma vida do investimento de 10 anos. A través da apuração
dos indicadores financeiros mais importantes (a Taxa Interna de Retorno (TIR)
e o Valor Presente Líquido (VPL)), se observa uma TIR muito baixa, por baixo
da taxa de remuneração desejada de 10%, um VPL negativo e
subseqüentemente um Índice de Lucratividade negativo também.
Só com estes índices pode-se concluir que o negócio, na sua forma
presente, não é altamente atrativo em termos de rentabilidade financeira, e um
empresário que exija acima de 4,93% de retorno no seu investimento deve
rejeitar o projeto [28].
Todavia, é possível e recomendável explorar diversas opções com os
dados variáveis para ver quão sólidas e sensíveis a mudanças são as
projeções. Isto pode ser feito a través de uma análise de sensibilidade. Por
exemplo, um aumento de R$50 no preço unitário, embora vá contra a
estratégia de preços predeterminada, suporia um VPL positivo e uma TIR
quase três vezes maior.
28
3.2.2 DRE e Balanço Patrimonial
Por ultimo, as projeções de Balanço Patrimonial e Demonstração de
Resultados (DRE) são úteis também para observar respectivamente a estrutura
da empresa, assim como seu desempenho, liquidez e endividamento [28].
Balanço Patrimonial Ano 1 AV Ano 2 AV AH
Ativo Circulante 177.929 96,9% 395.638 100,1% 122,36% Contas a Receber de Clientes 158.400 86,3% 369.600 93,5% 133,33% Estoques 19.529 10,6% 26.038 6,6% 33,33%
Ativo Não Circulante 5.700 3,1% (300) -0,1% Investimentos 6.000 3,3% 0,0% -100,00% (-) Depreciação Acumulada (300) -0,2% (300) -0,1% 0,00%
TOTAL DO ATIVO 183.629 100% 395.338 100%
Passivo Circulante 191.652 104,4% 355.788 90,0% 85,64% Fornecedores 79.200 43,1% 184.800 46,7% 133,33% Contas a Pagar 99.780 54,3% 141.420 35,8% 41,73% Impostos a Recolher 12.672 6,9% 29.568 7,5% 133,33%
Patrimônio Líquido (8.023) -4,4% 39.550 10,0% 592,95% Capital Social 6.000 3,3% 6.000 1,5% 0,00% Reservas 19.529 10,6% 26.038 6,6% 33,33% Lucros Acumulados (33.552) -18,3% 7.512 1,9% 122,39%
TOTAL DO PASSIVO 183.629 100% 395.338 100%
Ano 1 Ano 2
Receita Operacional Bruta 158.400 108% 369.600 108% 133,33%(-) Impostos (12.672) -7,4% (29.568) -7,4% 133,33%Receita Operacional Líquida 171.072 100% 399.168 100% 133,33%
Custo dos Produtos Vendidos 110.880 64,8% 258.720 64,8% 133,33% Materiais & Outros Custos de Instalação
110.880 64,8% 258.720 64,8%133,33%
Lucro Bruto 60.192 35,2% 140.448 35,2% 133,33%
(-) Despesas Operacionais 68.100 39,8% 67.500 16,9% -0,88% Com Vendas 5.000 2,9% 5.000 1,3% 0,00% Administrativas 63.100 36,9% 62.500 15,7% -0,95%
Lucro Líquido do Exercício (7.908) -4,6% 72.948 18,3% 1022,46%
LIQUIDEZ:
LC = AC/PC 0,928 1,112
RENTABILIDADE:
ROE - 184,44%ROA -4,31% 18,45%
Demonstração de Resultados
29
Pode-se observar que o índice de liquidez, inferior a um, não é ideal no
primeiro ano, porém melhora no segundo, se estabilizando com um Ativo
Circulante maior que o Passivo Circulante, o que em termos gerais, mas não
por si só, é um bom sinal, principalmente quando o aumento do Ativo
Circulante é devido a um aumento na receita como é o caso aqui [28].
A Análise Horizontal mostra uma melhoria significativa no segundo ano,
particularmente na margem líquida. E isto se reflete num indicador de
rentabilidade ROE (Return On Equity ou Retorno sobre o Patrimônio) muito
alto, devido também à desproporcionalidade da receita em relação à pequena
quantidade investida inicialmente em ativos fixos. No entanto, no ROA (Return
on Assets ou Retorno sobre Ativos), se observa um índice bem mais modesto
embora ainda bom no segundo ano, se sobrepondo à rentabilidade negativa
inicial [28].
30
CONCLUSÃO
Em resumo, a pesar de ser uma tecnologia muito mais difundida na
Ásia do que no Brasil, a biodigestão pode ter um grande impacto positivo para
o beneficio de um dos grupos mais desfavorecidos se aplicada em massa no
campo brasileiro. Entre as numerosas vantagens estão a geração de energia
verde, de renda e a contribuição à saúde dos usuários.
Uma família que disponha de 50kg de matéria orgânica pode suprir
suas necessidades de energia calorífica para cozimento, assim como usar o
efluente do biodigestor como fertilizante e ainda pode usar parte do biogás para
iluminação. Contabilizando essas economias, um biodigestor com um custo de
até R$ 2.000 pagaria por si próprio em aproximadamente 3 anos. Em razão
disso, se pode concluir que se este produto fosse oferecido juntamente com um
suporte adequado para o nicho de mercado dos pequenos agricultores, ele
teria uma boa aceitação.
Porém, dado que este mercado é de difícil acesso e não existem vias
de contato estabelecidas, uma empresa que quisesse atuar nessa área teria
que começar desbravando o mercado. Em compensação ao risco há grandes
possibilidades de se tornar o líder pois não é uma área muito concorrida. Para
isto a melhor estratégia competitiva é a de enfoque apenas no segmento de
mercado em questão.
Entretanto, mesmo que muitas das prospecções do mercado sejam
boas, há varias limitações à atratividade deste tipo de empreendimento. A
principal característica a ser considerada para avaliar um novo
empreendimento é a sua rentabilidade, e as projeções financeiras reunidas
neste estudo apontam que o negócio teria uma rentabilidade baixa.
31
O modelo de negócios e publico alvo escolhido assim como o serviço
oferecido pode se considerar inovador, o que eleva o risco dado que há muitas
incertezas, principalmente sobre o mercado.
Partindo do princípio de negócios onde quanto maior o risco, maior
deve ser o retorno exigido [28], o modelo estudado, com seu risco mais
elevado e sua rentabilidade abaixo da média, não é uma boa oportunidade de
negócio.
Portanto, pode-se concluir que um negócio de instalação de
biodigestores de tamanho unifamiliar para pequenos produtores rurais, com
base nas premissas financeiras adotadas, não seria atrativo para o setor
privado em geral.
Mesmo assim, a viabilidade prática e econômica, além dos benefícios
sociais e ecológicos apresentados, pode fazer desse modelo viável se
combinado com apoio governamental ou institucional de algum tipo. O modelo
é válido também para ONGs que tenham como objetivo o desenvolvimento
sustentável no meio rural.
32
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33
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34
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35
ANEXOS
ANEXO 1 – Orçamento RECOLAST
RECOLAST IMPER. LTDA. Av. Gaivota Preta, 201 CEP: 07124-700 - Guarulhos - SP. Fone/fax: (11) 3437 7450 www.recolast.com.br
______
______
Novidades A Recolast acaba de lançar o KIT-BIODIGESTOR
Transforme dejetos e resíduos orgânicos em fonte alternativa de
energia. ______
ALGUMAS OBRAS EXECUTADASTúnel Ayrton Senna, Fábrica VW-RJ., Sabesp, Metrô Tucuruvi,. Shopping Vitória. Estação Júlio Prestes, Estac. Cinelãndia-RJ, Optiglobe, Aeroporto de Cumbica.
DESCRIÇÃO QUANT UN PREÇO UN TOTAL Biodigestor Tubular 1,40m x 6,00m 1 UN 2.163,00 2.163,00Lagoa Biofertilizante(4,2m x 4,2m x 1m-altura) 1 UN 0,00
Tubulação de entrada, saída e limpeza 3 UN 0,00Tubulação de biogás - 40mm 8 ML 0,00Manta Geotextil (3,25m x 10m) 1 UN 0,00Válvula de alívio 1 UN 0,00Flare (queimador) 1 UN 0,00
TOTAL GERAL:............................................................ R$ 2.163,00
POR CONTA DA RECOLASTFornecimento do material necessário. Pré-confecção dos módulos. Instalação do produto no local da obra. Ancoramento da geom. nas canaletas de fixação. Envio de equipe de instaladores (técnicos). Remessa do equip. de soldagem e de acab. (PFAFF/LEISTER) do tipo portátil. Garantia de 5 anos p/ milímetro de espessura. (vida útil de 10 a 15 anos).
POR CONTA DA CONTRATANTEPreparo da infra-estrutura. Cimento e areia. Local segura para guarda dos materiais. Mão de obra auxiliar (4 braçais). Fornecimento de energia elétrica (220v) no local. Transp. horizontal/vertical p/movim. das geom. Frete do material São Paulo - local da obra. Despesas com transporte, hosped. e aliment.
CONDIÇÕES DE PAGAMENTO50% de sinal 50% na saída do material
Data: 18/4/2010 Validade da proposta: 30 dias. Concordância do Contratante: ( ) SIM, concordo com todos os termos deste orçamento e autorizo o serviço Nome/Assinatura:
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
0.1 – Breve historia da biodigestão no mundo 8
0.2 – Usos, vantagens e desvantagens 9
0.3 – Problema central abordado neste texto 11
CAPÍTULO I - ANÁLISE PRÁTICA (TÉCNICO-ECONÔMICA) 12
1.1 – Análise prática: Escolha do modelo de biodigestor 12
1.2 – Análise econômica: Escolha do modelo de negócios 15
CAPÍTULO II
ANÁLISE DO POTENCIAL COMO NEGÓCIO INOVADOR 19
2.1 – Análise de Mercado 19
2.2 – Vantagens Competitivas 22
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CAPÍTULO III - ANÁLISE FINANCEIRA 24
3.1 – Premissas e dados financeiros do investimento 24
3.2 – Projeções financeiras e indicadores para a avaliação do investimento
3.2.1 – Fluxo de Caixa projetado 27
3.2.2 – DRE e Balanço Patrimonial 28
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 32
ANEXOS 35
ÍNDICE 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO 38