UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste...

48
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O COACHING COMO PROCESSO DE RH: DESENVOLVENDO LIDERANÇAS Por: Maria Celeste Lima Orientador Prof. Marcelo Cereja Rio de Janeiro 2012

Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste...

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O COACHING COMO PROCESSO DE RH:

DESENVOLVENDO LIDERANÇAS

Por: Maria Celeste Lima

Orientador

Prof. Marcelo Cereja

Rio de Janeiro 2012

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O COACHING COMO PROCESSO DE RH:

DESENVOLVENDO LIDERANÇAS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão de Recursos

Humanos.

Por: Maria Celeste Lima Costa

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço à DEUS, com seu amor infinito

ensinou-me que “Tudo posso naquele que

me fortalece”.

À minha mãe Lenira, filha Marcela e irmãos

Marcia e Marília e Arley, pelo amor,

incentivo, carinho e força.

Aos meus amigos, pela amorosidade

disponível, sincera e integral.

À minha supervisora e amigos do trabalho,

pela colaboração nos meus momentos de

ausência.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

4

DEDICATÓRIA

Dedico à mim, que aos 53 anos de idade, me

permiti sentar novamente numa cadeira de

faculdade, acreditando que sempre é tempo de

aprender.

“Viva como se fosse morrer amanhã e aprenda

como se fosse viver para sempre” Gandhi

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

5

RESUMO

A presente pesquisa propõe um estudo sobre a utilização do coaching na

liderança organizacional. Busca-se apresentar como o líder pode auxiliar os seus

liderados a desenvolverem suas habilidades e competências, através de

metodologias que auxiliam na opção do modelo para o líder trabalhar com os

resultados mais adequados para a solução tanto de questões individuais como

também na construção de uma relação mais próxima e de maior integração no

ambiente profissional. Para melhor entendimento do processo de coaching é

apresentado um estudo de caso relacionado ao Banco HSBC, que aplica o coaching

de aprendizagem junto aos seus liderados, por ser um processo estratégico que tem

por objetivo reunir valores para os liderados e resultados financeiros para a

empresa. O coaching promove condições para a realização de um trabalho mais

fluente, em que podem aflorar questões, debatê-las por meio de feedback, ao

solucionar problemas e ao analisar os resultados e dessa forma garantir um

processo pelo qual os indivíduos se desenvolvem para alcançar as metas

desejadas.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

6

METODOLOGIA

A metodologia para realização dessa monografia consiste na pesquisa

bibliográfica, que apresenta como finalidade, reunir os argumentos dos principais

autores dedicados a abordagem do tema coaching.

A classificação de pesquisa baseia-se na taxionomia apresentada por

Vergara1, que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos

meios.

Quanto aos fins, trata-se de uma pesquisa explicativa e descritiva.

Explicativa, porque ensina sobre utilização do processo de coaching no

âmbito das organizações, com enfoque para o Banco HSBC.

A pesquisa explicativa tem por finalidade identificar os fatores que

determinam ou auxiliam para que o líder coach ajude os seus liderados a

desenvolverem suas habilidades e competências. Destaca-se que, o conhecimento

científico em sua maior parte é estruturado pelos resultados fornecidos pela

pesquisa explicativa. No entanto, não quer dizer que, as pesquisas exploratórias e

descritivas não sejam relevantes, uma vez que, geralmente, configuram uma fase

prévia indispensável para chegar às explicações científicas. Uma pesquisa

explicativa pode ser a continuidade de outra de caráter descritivo.

Descritiva, porque visa descrever como funciona o processo de coaching

e seus benefícios para a empresa. A pesquisa descritiva objetiva descrever as

características de certo tema ou fenômeno. Geralmente, tem caráter de

levantamento.

1 VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em administração.6ª Ed, São Paulo: Atlas, 2010.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

7

Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois ocorre o

uso de livros, nos quais são abordados assuntos sobre o processo de coaching.

Por fim, ressalta-se que pesquisar significa buscar com diligência,

apresentando informações acerca do tema delimitado pela área de interesse,

objetivando encontrar respostas para as questões apresentadas. Para tanto, nesta

monografia foi utilizada a metodologia adequada na busca do fim determinado, ou

seja, de analisar a questão da aplicação do processo de coaching em face da

liderança.

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................... 09

CAPÍTULO I - NOÇÕES GERAIS SOBRE O COACHING................. 11

CAPÍTULO II - CONSIDERAÇÕES SOBRE LIDERANÇA ORGANIZACIONAL...........................................................................

19

CAPÍTULO III - O COACHING COMO PROCESSO DE RH: DESENVOLVENDO LIDERANÇAS....................................................

27

CAPÍTULO IV - APLICAÇÃO DO COACHING NO BANCO HSBC..................................................................................................

34

CONCLUSÃONNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN.. 40

BIBLIOGRAFIANNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN. 42

WEBGRAFIA ..................................................................................... 45

ANEXO .............................................................................................. 46

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

9

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa propõe uma análise sobre a utilização do coaching

nas empresas.

O tema escolhido justifica-se pelo fato do coaching ter se tornado um

tema atual.

A autora apresenta formação em coaching, e durante o curso concluiu o

quanto esse processo ajuda no desenvolvimento da performance e excelência do

líder, contribuindo de maneira eficaz para a evolução de sua equipe.

O questionamento dessa monografia consiste em: O processo de

coaching é uma ferramenta eficaz para aprimorar a gestão da liderança?

Essa monografia se baseia na hipótese de que o processo de coaching é

uma ferramenta poderosa para o líder desenvolver as habilidades e competências

dos seus liderados.

O objetivo dessa pesquisa é analisar se o coaching pode consistir no

ajuste das competências do líder e também, orientar quais competências devem ser

cultivadas, aperfeiçoadas ou estimuladas.

Atualmente, o coaching é um tema bastante debatido no setor de

recursos humanos e de gestão. Existem aqueles que não aceitam a utilização do

termo “coaching” e também a metodologia aplicada, e outros são resistentes em

relação a transformação de paradigma, no entanto, entendem os benefícios que o

processo pode apresentar.

Para melhor entendimento do tema proposto esta monografia foi

estruturada em quatro capítulos, dispostos da seguinte forma:

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

10

No primeiro capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do

coaching, como sua evolução histórica, conceito e classificação.

No segundo capítulo abordam-se os principais aspectos sobre a

liderança, apresentando os conceitos formados pelos diferentes autores,

especialmente, Sylvia Constant Vergara e Verá Lúcia Cavalcanti.

No terceiro capítulo aborda-se a questão do coaching como ferramenta

para desenvolver as habilidade e competências do líder, como também identificar

suas funções.

No quarto capítulo analisa-se a utilização do coaching de aprendizagem

no Banco HSBC, analisando os benefícios desse processo na relação do líderes e

liderados.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

11

CAPÍTULO I

NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING

Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching,

como sua evolução histórica, conceito e classificação.

1.1. Contextualização histórica

O termo coach apesar de ser inglês, tem sua origem na Hungria,

especificamente na cidade de Kocs onde eram produzidas carruagens que ficaram

conhecidas por oferecer maior conforto aos passageiros.2

Nesse contexto, durante muito tempo o termo coach foi relacionado ao

transporte. No entanto, mais adiante a expressão foi adotada pelos profissionais do

esporte para designar aquele que prepara o atleta para atingir os objetivos

determinados.

Com o passar dos tempos, os ingleses começaram a designar como

choaching nas universidades, os tutores de pessoas, uma vez que, auxiliavam os

estudantes a se prepararem para os exames,

No ano de 1950, o termo coaching passou a ser utilizado para identificar

um processo na busca de resultados no setor de negócios, mas especificamente, no

ano de 1955 nos Estados Unidos e na Europa.

Destaca-se que a IBM foi pioneira na utilização do coaching, como

mecanismo para o desenvolvimento de pessoas no setor de negócios. Explica

Andrea Lages e Joseph O’Connor que:

2 Da mesma maneira, coaches executivos facilitam o transporte de líderes a novos níveis de desenvolvimento e eficiência. As condições perfeitas para esta viagem incluem um sistema organizacional integrado, com profissionais de Recursos Humanos (RH) e Desenvolvimento de Lideranças (DL) para facilitar a jornada, um coach treinado e apropriado para a tarefa e um líder ávido (ou pelo menos disposto) a ser transportado a algum lugar (UNDERHILL, Brian O; MCANALLY; KORIATH, JOHN J .Coaching executivo para resultados. São Paulo: Novo Século Editora, 2010)

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

12

Até então, as psicologias humanísticas pareciam úteis no sentido de ajudar as pessoas a ser mais felizes em suas vidas, mas havia pouco ou nenhum interesse na área empresarial. O setor não demonstrava hostilidade em relação a essas idéias psicológicas – um funcionário mais feliz e desenvolvido profissionalmente trabalharia melhor e seria mais produtivo, mas isso parecia impossível de ser provado. Em muitos aspectos, o coaching empresarial é a versão corporativa do movimento pelo potencial humano.3

No ano de 1960, o coaching foi utilizado tantos nos Estados Unidos como no

Canadá em programas educacionais, objetivando a auxiliar as pessoas na solução

de conflitos. Nesse caso específico era denominado coaching de vida.

A ideia do coaching como é disseminada atualmente, apresentou sua

evolução a partir de uma metodologia de mudança desde a década de 1980. Ainda

de acordo com Andrea Lages e Joseph O’Connor:

Idéias de coaching começaram a aparecer também na cultura popular da década de 1980. Em 1984, por exemplo, o filme Karatê Kid mostrou Daniel, um jovem que recebia orientação de um misterioso Sr. Miyagi para se tornar um capeão de karatê. O Sr. Miyagi não é um orientador esportivo comum. Ele ensina Daniel atribuindo-lhe tarefas banais, como pintar uma cerca e polir um automóvel, que o ajudem a desenvolver duas habilidades de luta. E, o que é mais importante, ele ensina a Daniel que a maior habilidade é a habilidade do autodomínio, sem a qual todas as demais perdem a importância. O Sr. Miyagi ajuda Daniel a dominar seu adversário de karatê – e encrenqueiro que o atormentava.4

Nesse contexto, a partir da década de oitenta, os programas de liderança

aderiram definitivamente o conceito de coaching executivo, passando a incluir tal

processo como instrumento na obtenção de resultados positivos, diante das

constantes transformações ocorridas nas organizações. Ainda de acordo com os

autores citados:

No inicio, as sessões de coaching e treinamento de coaches eram ministradas principalmente através de aulas por telefone. Tratava-se de uma iniciativa inovadora. Até então, a maioria dos treinamentos era conduzida de forma presencial, com grandes grupos, mediante a utilização do modelo do EST. Com as teleaulas, o treinamento podia ser ministrado à distância, permitindo, assim, que um número muito

3 LAGES, Andrea; O’CONNOR, Joseph. Como o coaching funiciona. tradução de Luiz Frazão Filho – Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010, p. 21 4 Idem, p. 20.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

13

maior de pessoas tivesse acesso às sessões, com menor dispêndio de energia e custo. O coaching continua a utilizar as teleaulas e hoje utiliza o sistema de webconferência.5

Destaca-se que no ano de 1999 na Inglaterra foi criada a Coaching

Academy (Academia de Coaching), um ano depois surgiu a European Coaching

Institute (Instituto Europeu de Coaching).

A cerca de oito anos aproximadamente, os norte-americanos começaram

a desenvolver a figura do “mind-coach”, não somente para o esporte, como já

existia, mas também para qualquer outra pessoa normal que tivesse interesse em

buscar objetivos pessoais e o que o mercado oferecia não de adaptava as suas

necessidades

1.1.1 O coaching no Brasil

No Brasil, os primeiros passos do coaching, tanto no que se refere a

literatura especializada, quer na implantação de processos organizacionais,

remetem-se ao ano de 1970 por meio de associações com o setor esportivo, dando

sequência no âmbito dos negócios, mantendo fiel ao significado de condução.

Segundo Andrea Lages e Joseph O’Connor:

Outra importante influência foi a aceitação do coaching pelo mundo acadêmico e pelas instituições de educação profissional. As pessoas envolvidas com o tema no inicio da década de 1990 tinham uma visão e fé em sua incipiente profissão, razão pela qual o coaching possui uma base teórica comum e um conjunto de normas e padrões éticos, dois importantes critérios para um profissão. Hoje, vários cursos de coaching são oferecidos por respeitadas universidades na América, na Europa e na Australásia, e o que começou como uma iniciativa empírica e experimental está amadurecendo como técnica comprovada.6

Em 2001 foi fundada a ICC (Comunidade Internacional de Coaching).

O êxito do coaching está relacionado diretamente a capacidade em

resolver as questões problemática e delimitar metas. Atualmente, o coaching tem

5 Idem, ibidem, p. 21. 6Idem, ibidem, p. 22.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

14

sua aplicação em empresas de grande porte, como por exemplo:, Banco do Brasil

Nestlé, Banco HSBC, Petrobras e O Boticário, alcançado resultados excelentes.

1.2. Definição de coaching

Por ser algo novo o coaching não possui um conceito comum ou

determinar o que pode pertencer ao processo, o que acaba reforçando a

banalização da questão, como também uma confusão entre profissionais que o

realizam.

Destaca-se que, a tal banalização do processo de coaching surge

também a partir do oportunismo de determinados profissionais e a falta de

conhecimento de outros. Nesse contexto, qualquer coisa começa a ser passada

como coaching, transformando o processo em um tipo de moda no âmbito gerencial,

sem que possua uma verdadeira consistência.

No entendimento de Chiavenato, o coaching não consiste em um

processo atual, uma vez que, foi através de Sócrates que foram noticiados os

registros iniciais acerca do tema. De acordo com o autor o filósofo aplicou tal

processo de forma pedagógica para ajudar as pessoas entenderem sobre

diversos assuntos, buscando o autoconhecimento. 7

De acordo com Pereira e Vieira explicam que o coaching :

[...] configura uma abordagem ou modelo de capacitação e desenvolvimento; outros o descrevem como um papel ou função a ser desempenhada pelo gestor organizacional e nesse sentido coach passa a ser sinônimo de gestor; ou ainda é visto como uma ferramenta, um método de intervenção no processo de treinamento de pessoas. Outra possibilidade encontrada é a que caracteriza o coaching como processo.8

7 CHIAVENATO, Idalberto. Construção de Talentos - Coaching & Metoring :São Paulo: Campus, p. 2002. 8 PEREIRA, G. B.; VIEIRA, V. N. Quem são e o que querem os clientes de coaching? Anais II I International Fórum Criteos 2006. November, 23-25. Lisboa. Portugal.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

15

É possível que os enganos acerca da definição do coaching aconteçam

pela escassez de cursos e mais aprofundamento na literatura acerca do tema.

De acordo com Killburg o coaching consiste em:

[...] modo como as coisas são feitas e ao mesmo tempo, ao que é feito. Seu poder de abrangência é imenso, principalmente em função da estreita relação de apoio entre o coach e o coachee (ou cliente). Será por meio do processo de coaching que o coachee, ou a pessoa que está sendo treinada, poderá chegar a conclusões sobre suas metas, planejamentos ou fatos de vida, não diretamente do coach, mas sim de si mesmo, em virtude do trabalho de estimulação e acompanhamento do coach. 9

Nesse contexto, é possível definir o coaching como um instrumento para

proporcionar resultados referentes a elevação no nível de felicidade. Destaca-se que

tal processo é determinado pelo profissional e seu cliente (coach e cochee),

conforme os objetivos a serem alcançados pelo último. O profissional ajudará que o

cliente atina a meta desejada através da superação dos problemas detectados e das

competências estimuladas.

Cabe ao profissional incentivar o cliente utilizando a análise de várias

situações de sua vida, motivando tanto suas competências sempre transmitindo

capacidades e técnicas comportamentais, psicológicas e emocionais, fazendo com

que aprimore suas aptidões tanto pessoais quanto profissionais, visando o alcance

de objetivos previamente estabelecidos.

O coaching é um processo de desenvolvimento de pessoas e

profissionais, sendo considerado altamente eficaz por todos aqueles que já se

beneficiaram com suas práticas. Sua metodologia é testada e aprovada por diversas

instituições internacionais e evidenciam o sucesso e os benefícios gerados por sua

prática.

Nesse sentido, o coaching é determinação, é a coragem necessária

quando se tem desafios a superar. As emoções são essenciais para construir uma

9KILLBURG, R.R Executive coaching: developing managerial wisdom in a world of chaos. Washington: A. P. A, 2001. Tradução livre.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

16

ponte vigorosa entre o coach e o seu cliente, que sustente o percurso desde a

intenção até a realização. Sem emoção não há envolvimento nem energia para a

ação. Alegria, determinação e, principalmente, confiança são as bases para um

relacionamento e/ou projeto bem sucedido. Respeito, solidariedade e afeto tornam o

caminho leve para ser transitado não esquecendo que é preciso construir uma trilha

clara para que estas emoções surtam o efeito desejado. É necessário estabelecer

um plano de ação previamente acordado entre as partes, coach e cochee, para

garantir o sucesso do projeto. Sem ele, o coach não tem onde apoiar o seu

compromisso. Entretanto, este plano não deve ser uma camisa de força de forma a

qual os dois estão amarrados e sim, deve funcionar como uma bússola, um

esquema norteador na jornada que ambos estão empreendendo.

1.3. Tipos de coaching

1.3.1. Coaching de negócios

Essa modalidade destina-se as pequenas e médias organizações que

visam o desenvolvimento de seus colaboradores ou ainda, empreendedores com

dúvidas a respeito de que rumo deverão seguir em seus negócios, em potencial ou

já existentes, sempre visando o aprimoramento de aspectos profissionais, em ambos

os casos.

1.3.2. Coaching de vida

É um dos tipos de coaching mais demandados por pessoas, das mais

variadas, isto se deve ao fato dos excelentes resultados existentes nos mais amplos

aspectos.

Em relação aos objetivos do coaching de vida, explica Malvezzi que:

[...] está nas metas pessoais, no planejamento de vida, nas transformações necessárias em relação a pensamentos e ações, que o indivíduo terá que elaborar para conquistar satisfação pessoal e afetiva, assim como uma significativa melhora na qualidade de vida.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

17

Pode inclusive gerar melhoras no âmbito profissional, pois as áreas são interdependentes, mas, não apresentam como meta somente as relacionadas com o setor profissional.10

Problemas financeiros, de relacionamentos, emocionais, entre outros são

alguns dos exemplos que podem ser contornados a partir das ferramentas do

Coaching de Vida, sendo assessorado por um coach desse nicho de mercado.

O coah auxilia as pessoas a partir de suas particularidades. Elas podem

chegar com objetivo de superarem algum problema pessoal ou, até mesmo, para se

aprimorarem em algum aspecto de sua vida, não sendo, necessariamente, um

problema.

Muitas pessoas mudaram suas vidas, seguiram novos rumos e

conseguiram alcançar seus objetivos e metas.

1.3.3. Coaching de carreira

É destinado àquelas pessoas que possuem algum tipo de dúvida ou

insatisfação a respeito de suas carreiras, seja ela já iniciada ou não. Neste caso,

podem demandar este tipo de coaching as pessoas nas seguintes situações:

iniciantes em uma carreira; insatisfeitas com sua carreira; em transição de carreira;

que buscam recolocação no mercado; que almejam uma nova profissão ou cargo,

etc.

O cliente irá refletir sobre aspectos que jamais imaginou, de forma a

clarear suas intenções e propósitos definindo objetivos e metas e alinhando seus

valores mais relevantes com sua carreira.

O coaching de carreira poderá fazer um balanço a respeito da vida do

cliente como um todo voltado para sua carreira, percebendo quais habilidades e

competências ele possui e quais precisam ser aprimoradas para fazer dele um

10 MALVEZZI, S. Psicologia Organizacional da Administração Científica à Globalização. Uma história de desafios. In: MACHADO, C. et al. Fronteiras da Psicologia. Universidade de Évora, vol. II, Portugal, 2000, p, 19.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

18

profissional brilhante dentro de sua carreira e no mercado, sempre desenvolvendo

suas aptidões neste sentido, visando sua satisfação pessoal e profissional como um

todo.

1.3.4. Coaching executivo

É destinado a pessoas que possuam algum nível de autoridade e poder

dentro de uma organização. É ideal para executivos que almejam aprimorar sua

liderança, bem como suas tomadas de decisões estratégicas, visando sempre

capacitar pessoas no que diz respeito ao seu desempenho e excelência pessoal e

profissional nos negócios.

Ele auxilia o desenvolvimento de competências identificadas como

prioritárias para o aprimoramento profissional, fazendo com que esse executivo

aprenda a desempenhar sua própria liderança. A empresa se beneficiará, visto que

haverá uma evolução organizacional contínua através do alinhamento individual e

coletivo sempre se baseando nos objetivos futuros a serem alcançados.

Com o coach executivo, o profissional conseguirá definir mais facilmente

suas metas estratégicas, tomará melhores decisões, ampliará suas habilidades de

liderança e competências para fortalecer o seu alto desempenho, eliminando hábitos

improdutivos e transformando crenças limitantes em idéias inovadoras. O executivo

estará no geral, muito bem capacitado para administrar melhor seu tempo,

reconhecer seus valores e estar em harmonia com eles, o que terá um efeito muito

positivo na empresa como um todo.

1.3.5. Coaching esportivo

Consiste no processo que objetiva estruturar o atleta no campo

emocional, através de treinamento é baseado na gestão de pessoas e também na

psicologia. A partir desse processo, o atleta aprende a desenvolver de forma mais

eficaz seu lado emocional, o que ajuda o mesmo a alcançar suas metas.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

19

CAPÍTULO II

CONSIDERAÇÕES SOBRE LIDERANÇA ORGANIZACIONAL

Neste capítulo abordam-se os principais aspectos sobre a liderança,

apresentando os conceitos formados pelos diferentes autores, especialmente, Sylvia

Constant Vergara e Verá Lúcia Cavalcanti.

2.1. Noções gerais

Torna-se um pouco difícil conceituar o que seria liderança. Sendo mais

correto identificar os profissionais que a possui. Entretanto, a definição mais usual

está relacionada à capacidade causar influência nos seus comandados. No entanto,

diante das transformações no mundo organizacional, o conceito de liderança passa

por alterações conforme o aspecto cultural.

De maneira bastante simples, Fiorelli define: “liderança é a capacidade de

exercer influência sobre pessoas. Sem liderança não há organização”11. Bem

próximo desse conceito, entende Warren Bennis que: “liderança é o processo de

influenciar as atividades de um grupo organizado em direção à realização de um

objetivo”.12

Verifica-se que os entendimentos acima não refletem a relevância de tal

influência, uma vez que, esta tanto pode ser positiva como negativa.

Segundo James Kouzes e Barry Posner liderança consiste no:

Conjunto reconhecível de habilidades e práticas que estão disponíveis para todos e pode ser encontrado em qualquer parte, não

11 FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores, integrando teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 173. 12 BENNIS, Warren, A formação do líder. São Paulo: Atlas, 1996, p. 18.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

20

apenas nos níveis mais altos das organizações. Os líderes estabelecem uma relação de credibilidade com as pessoas por meio de suas ações, e esta é a base da liderança.13

É possível perceber que nos conceitos expostos, a liderança está

relacionada a dois aspectos, ou seja, o de grupo e o individual. No entendimento de

Vera Lúcia Cavalcanti:

[...] a liderança é entendida como um atributo específico daqueles que ocupam cargos de altos níveis hierárquicos de uma empresa, desconhecendo-se conceitos mais amplos que situam a liderança como um comportamento presente em todos os níveis organizacionais, porém em diferente grau e intensidade14.

Nesse sentido, conclui-se que as definições apresentadas distinguem-se

em determinados aspectos, como por exemplo, em quem exerce a referida

influência, a finalidade almejada e a forma pela qual essa forma de influência é

realizada.

2.2. Habilidades do líder

A maioria dos autores que tratam do tema liderança identificam alguns

elementos próprios dos líderes. De acordo com Soto, para que a liderança obtenha

êxito depende de comportamentos, habilidades e ações apropriadas e não de

características pessoais. Por ser muito relevante já que o comportamento pode ser

aprendido e modificado enquanto que características pessoais são relativamente

fixas.15

Destacam-se três espécies de características para as habilidades do líder:

13 KOUZES, James e POSNER, Barry. Credibilidade: como conquistá-la e mantê-la perante clientes, funcionários, colegas e público em geral. Rio de Janeiro: Campus, 1994, p. 26.

14 CAVALCANTI, Vera Lúcia et al. Liderança e motivação. 3ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009, p. 43. 15 SOTO, E. Comportamento organizacional:impacto das emoções. Tradução técnica de Jean Pierre Marras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005, p. 216.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

21

a) habilidade técnica: trata-se da capacidade e também do conhecimento

que o indivíduo possui. Cita-se como exemplo as habilidades que os engenheiros

adquirem. Destaca-se que a mesma é identificada na realização das tarefas. No

entanto, quando o profissional é promovido a cargo de líder, essas habilidades em

questão deixam de ser tão relevantes. Nesse contexto, importa mais tais

características em face dos subordinados.

b) habilidade humana: consiste na aptidão para trabalhar de forma

adequada com as pessoas com a finalidade de alcançar as metas do trabalho em

grupo. Essa é uma habilidade imprescindível a qualquer líder.

c) habilidade conceitual: consiste em basear-se em modelos a serem

seguidos.

Diante do entendimento das habilidades apresentadas, verifica-se a

necessidade do líder possuir preferencialmente a habilidade humana e a conceitual.

Explica Boyett e Boyett que:

Pode-se aprender as técnicas, as habilidades, os estilos de comunicação, assim como se pode dominar as teorias, as estratégias e as táticas de liderança. O que não é fácil e rápido é aprender os sentimentos, a intuição, a emoção, as sutilezas, os desejos, os cuidados, a empatia e o entusiasmo, enfim, a paixão por liderança. 16

McGregor citado por Maximiliano explica que:

Não é um atributo da pessoa, mas uma combinação complexa de quatro variáveis ou elementos: 1) as características do líder; 2) as atitudes, necessidades e outras características pessoais dos liderados; 3) as características da organização, em especial a tarefa a ser realizada; 4) a conjuntura social, econômica e política.17

Ainda o autor citado elaborou a seguinte teoria:

16 BOYETT, Joseph H. e BOYETT, Jimmie. O guia dos gurus: os melhores conceitos e práticas de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p. 28.

17 MC GREGOR apud MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 389.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

22

[...] Teoria X e Y, segundo ele, a organização tradicional, com a decisão centralizada, a pirâmide superior-subordinado e o controle exterior do trabalho, baseia-se em suposições a respeito da natureza humana e da motivação do homem. A “Teoria X” supõe que grande parte das pessoas prefere ser dirigida, mantendo-se afastada das responsabilidades, buscando, essencialmente, segurança. A crença dessa filosofia é de que os indivíduos são motivados por dinheiro, vantagens do emprego e ameaça de castigo.18

Verifica-se que o líder deve necessariamente ser flexível no trato com

seus liderados, mudando o modo de agir de acordo com a situação apresentada

dentro da organização. Assim, cabe ao líder ter sensibilidade e ainda habilidades

para sanar todo o tipo de situação. Entretanto, tais características são difíceis de

serem incluídas ao perfil do líder.

A análise do tema liderança necessita necessariamente de três

elementos, motivação dos liderados, a natureza da tarefa ou missão e a figura do

líder. 19

Segundo Warren Bennis que não é possível ensinar liderança, uma vez

que, as bases da liderança são caráter e julgamento, valores que não são passíveis

de ensinamento20. No entendimento, Peter Drucker21, a liderança pode e deve ser

aprendida.

2.2.1. A comunicação como fator crucial para o líder

A comunicação pode ser realizada de diversas maneiras: por escrito,

verbalmente, através da música, dos gestos, objetivando sempre transmitir uma

modalidade de mensagem a alguém. Evidentemente o mais comum e também o

mais disseminado mecanismo à disposição do ser humano.

O mundo vive a era da comunicação, ou melhor, na era dos meios de

comunicação, mas, infelizmente, muitos ainda permanecem isolados, vivendo

18 Idem, p. 390. 19 Idem. 20 BENNIS, Warren. ibid, p. 48. 21 DRUCKER, Peter. F. Inovação e Espírito Empreendedor Pratica e Princípios. São Paulo: Pioneira Thompson, 2003., p. 39.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

23

normalmente o clima da incomunicabilidade. Contrariamente, hoje se debate a

ausência de comunicação como um dos maiores problemas enfrentados nesse

século, que consiste no mal da administração contemporânea.

De acordo com Ernesto Artur Berg:

Paradoxalmente, no entanto, a comunicação é a atividade mais comum a qualquer pessoa. Estudos revelam que o chefe passa, em média, 75% do seu dia comunicando-se com os outros, isto é, enviando e recebendo mensagens das mais variadas formas. As pesquisas mostram também que três quartos do seu tempo são utilizados para conversar, e reescrever, dar e receber ordens, fazer reuniões, memorandos, relatórios, briefings, telefonemas, administrar conflitos etc.22

No entanto, as situações mencionadas pelo autor citado, não configura

um obstáculo para o líder consciente, uma vez que, esse sabe a forma de se

comunicar de forma correta e conseguir alcançar os resultados pretendidos através

de pessoas.

Dessa forma, o que se diz, mas sim, como a pessoa entende essa

mensagem. Segundo Ernesto Artur Berg, tecnicamente o processo de comunicação

funciona conforme quadro anexo1.

Com base na figura apresentada, verifica-se que, um emissor cria um

pensamento que será repassado e o materializa através de símbolos (palavras,

imagens, letras, números, gestos etc.) para a outra pessoa.

É de enorme relevância que o líder consiga a comunicação com seus

liderados a partir de suas atitudes, objetivando sempre manter coerência para gerar

maior confiança no grupo. Segundo Sylvia Vergara Constant, Habermas criou a

teoria do agir comunicativo, no qual:

[...] a mediação entre teoria e prática é feita pelo diálogo entre as pessoas, contrapondo-se ao agir instrumental, muito utilizado nas empresas, que faz a mediação entre teoria e prática por meio de

22 BERG, Ernesto Artur. Manual do Chefe em Apuros - Como lidar e resolver seus problemas no dia a dia - Edição Especial incluindo DVD - O Gerente Empreendedor. Curitiba: Juruá, 2011, p. 87

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

24

técnicas. No agir comunicativo, a fala deve corresponder realmente à ação, o que implica valores relacionados à busca da verdade e da justiça.23

A informação é transmitida através de determinado instrumento, ou seja,

telefone, rádio, internet, memorando, etc. O receptor da mensagem a decodifica e

faz a sua interpretação, chegando a uma compreensão.

Nesse contexto, o receptor recebe o estímulo para agir, como por

exempl9o, realizar alguma tarefa ou responder à mensagem. Assim, ele torna-se um

emissor e repassa sua mensagem de volta ao emissor, utilizando as mesmas fases,

ou seja, cria uma ideia a transforma em mensagem a transmite através de um

determinado mecanismo e tem essa mensagem decodificada pelo primeiro emissor,

o qual também responde com uma ação específica.

Realmente na teoria, tal situação é bastante fácil, entretanto, na prática,

isso pode complicar, a não ser que sejam satisfeitas determinadas regras básicas

mencionadas a seguir:

a) definir o real objetivo da comunicação: inicia-se com a nítida definição

da finalidade que se pretende alcançar com a comunicação, ou seja, a solução de

um conflito, receber determinada informação, realizar um negócio etc. Na maioria

das vezes, a comunicação realizada nas empresas possui natureza dúbia,

oferecendo interpretações diferentes por parte de quem as recebe.24

b) antes de comunicar, as ideias devem estar definidas: o líder deve saber

transmitir a informação. É importante anotar as questões principais, pelo fato de que

não será necessário fazer tantos questionamentos. Entretanto, não é viável começar

um diálogo importante sem que as perguntas se apresentem nítidas para o líder.

c) respeito ao funcionário: as gírias ou jargões técnicos devem ser

evitados. De acordo com Vergara:

23 VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 42. 24 “Sem dúvida, a comunicação é um recurso de grande relevância para o desenvolvimento gerencial. Ela consiste um papel importante para informar o sentido e as implicações da mudança, sua razão de existir e qual a expectativa para o desempenho individual e coletivo” (CAVALCANT, Verá Lúcia. ibid, p. 30).

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

25

Comunicar os objetivos da organização, torná-los compreensivos para as pessoas, fazer com que assimilem os objetivos e adotem as mudanças é um dos principais problemas quando a questão gira em torno de mudanças organizacionais intencionais.25

d) demonstrar interesse pelo interlocutor: é importante que o líder a

começar uma conversa, mantenha contato visual com o funcionário, apresente

interesse no que esse diz e assuma a postura de atenção.

e) coloque-se no lugar da outra pessoa: evitar termos rebuscados ou

muito técnicos, a conversa deve ser mantida no nível do interlocutor. É importante

perceber se está sendo compreendido.

Outro ponto importante na comunicação que o líder mantém com os seus

liderados uma maneira adequada de se expressar. Ernesto Artur Berg ensina que:

As pessoas expressam apenas 7% do significado de uma mensagem por meio de palavras, 38% são transmitidos pelo tom de voz, e 55%, pela linguagem corporal. Logo, comunicamos 93% de uma mensagem de modo não verbal, por meio da postura, dos gestos, do tom de voz etc. Deve existir coerência entre a linguagem verbal e não verbal. 26

Se não existe um equilíbrio entre a linguagem verbal e a não verbal, pode

gerar um resultado diferente do pretendido entre o líder e os seus liderados.

Mesmo que não exista um entendimento comum acerca dos gestos, os

indivíduos interpretam determinados movimentos gestuais de forma particular.

Nesse sentido, uma comunicação eficaz também necessita de uma linguagem

corporal adequada não passível de entendimento duvidoso. A partir do quadro

verifica-se que tais distinções de comportamentos não verbais.

Stephen Covey aborda cinco níveis de escuta e ressalta que só utilizam-

se quatro: ignorar a outra pessoa fingir que se escuta, adotar a escuta seletiva, ou

adotar a escuta concentrada.27

25 VERGARA, Sylvia Constant. Ibid, p. 32. 26 BERG, Ernesto Artur. Ibid, p. 91. 27COVEY, Stephen R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002, p. 18.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

26

Lívia Barbosa ao observar as manifestações de liderança nas

organizações brasileiras, ensina que:

É preciso considerar o contexto histórico e cultural em que elas se inserem. A análise e compreensão da cultura organizacional têm como objetivo explicitar os valores e as lógicas que, consciente ou inconscientemente, dão sentido às estratégias, às práticas e ao comportamento das pessoas, ao construírem a realidade organizacional. Significa fazer emergir o sentido da existência organizacional em seus diferentes contextos e momentos nos quais a liderança se manifesta.28

Esclarece Paulo Roberto Motta que:

Determinadas características são marcantes na cultura brasileira, como o nepotismo no provimento de cargos e no mercado de trabalho em geral. A sua base é o engenho, onde se destaca o binômio casa-grande e senzala, em que a classe dominante, com traços de burguesia e tecnocracia, apresenta valores e comportamentos de pretensa aristocracia dos senhores de engenho. No âmbito das organizações brasileiras, geralmente, os valores democráticos não são muito fortes.29

Fernando Motta e Miguel Caldas nesse sentido, explicam que:

As empresas brasileiras são marcadas por decisões que tendem a ser caracterizadas por uma interação social intensa, bem como por um envolvimento ativo dos dirigentes superiores, geralmente autoritários. As decisões brasileiras, de um modo geral, tendem a ser tomadas de forma mais rápida e arriscada, fazendo uso de um número menor de informações de obtenção fácil, porém quase sempre pobres em conteúdo, e com maior dificuldade para atingir seus objetivos.30

Diante dos argumentos apresentados, verifica-se que a percepção,

observação e escuta são características imprescindíveis ao permanente

aprendizado do líder, que deve estar aberto a alternativas criativas, de acordo com a

cultura organizacional.

28 BARBOSA, Lívia. Igualdade e meritocracia: a ética do desemprego nas sociedades modernas. 4ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006, p. 47.

29 MOTTA, Paulo Roberto. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Quality Mark, 2006, p. 59.

30 MOTA, Fernando C. Prestes. CALDAS, Miguel P. Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997, p. 30.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

27

CAPÍTULO III

O COACHING COMO PROCESSO DE RH:

DESENVOLVENDO LIDERANÇAS

Este capítulo analisa a questão do coaching como ferramenta para

desenvolver as habilidade e competências do líder, como também identificar suas

funções.

3.1. Funcionamento do coaching

As questões ou temas podem ser de origem pessoal ou profissional,

carreira, esporte, equipe, enfim, que contribuam para o desenvolvimento de um ou

mais clientes.

Após a meta definida, e antes do Plano de Ações, é feita uma análise do

que contribui ou impede o alcance da meta, seja por parte do cliente e/ou do cenário

em que ele, cliente, está inserido. Nesse momento, valores e crenças são

confrontados com a meta e verifica-se se há congruências entre elas.

O profissional coach faz uma avaliação das forças e fraquezas do seu

cliente face aos objetivos e ao meio em que este atua, definindo um plano que

permita alcançar os resultados desejados. Estas informações facilitam a definição

das fases do plano de ações, com evidências de alcançar as metas, prazo

determinado, recursos necessários e o comprometimento do próprio cliente, frente

ao desejado.

É de suma importância que a relação entre coach e cochee seja de

extrema confiança. Para isso, é imprescindível que haja feedback constante entre os

dois, facilitando a compreensão mútua dos valores e a troca de experiências.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

28

O processo de coaching consiste na visão de uma nova liderança, ou

seja, apresenta uma maneira diferente de gestão. O bom líder possui a capacidade

de criar entre seus liderados, pessoas mais capazes, o que proporciona mais tempo

para se desenvolver a liderança no âmbito da empresa. Esses liderados mais aptos

e com maiores habilidades transmitem maior confiança e também tornam-se mais

independentes na tomada de decisão.

O líder que faz uso do coaching conduz sua equipe com a finalidade de

melhorar as competências para alcançar os resultados desejados. No entanto, não é

suficiente que o líder seja coach para dar início ao processo. Para tanto é essencial

criar um clima de confiança entre o grupo.

Sobre a competência, explica Paul Green citado por Maria Odete

Rabaglio31 que: “Uma competência individual é uma descrição escrita de hábitos de

trabalhos mensuráveis e habilidades pessoais utilizados para alcançar um objetivo

de trabalho”.

De acordo com Isambert-Jamati:

A competência se apresenta desvinculada da formação profissional, de forma individual e contextualizada, remetendo ao sujeito e à sua capacidade de realizar as tarefas que lhe são destinadas. A tendência à individualização das capacitações pode acarretar uma desvalorização do padrão escolar, uma vez que a absorção dos trabalhadores passaria não mais por sua qualificação profissional, mas por sua capacidade em mobilizar o conjunto de suas competências e pelo processo de trabalho, já que no modelo da competência a avaliação e progressão do indivíduo estão relacionadas não ao cargo, ao posto de trabalho, à ascensão hierárquica; mas sim à avaliação e recompensa de seu desempenho individual. .32

Os líderes assumem o status de orientadores para o desenvolvimento de

aprendizagem dos seus liderados. Não dita como dever ser realizada a tarefa,

somente facilita que as habilidades sejam expostas.

31 GREEN, Paul apud RABAGLIO, Maria Odete. Ferramentas de avaliação de performance com foco em competências.Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004, p. 22. 32 ISAMBERT-JAMATI, Vivane. O apelo à noção de competência na revista. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007, p. 101.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

29

Segundo Nanus, existem quatro papéis para o líder:

[...] indicador de direções (implica selecionar e articular o alvo no futuro ambiente externo), agente de mudança (catalisa mudanças no ambiente interno a partir do pensamento estratégico e da monitoração do clima organizacional), porta-voz (pressupõe ações dirigidas à comunicação eficaz, formação de redes e personificação da visão corporativa) e treinador (ou coach, que diz respeito à relação do líder com a equipe, baseada no empowerment e no seu desenvolvimento)33

Para que o líder consiga êxito é necessário que o mesmo entenda qual é

o seu real papel no âmbito da empresa, uma vez que, a liderança eficaz é aquela

conquistada.

Como já apresentado, o coaching consiste no processo que somente se

efetiva com uma troca simultânea entre o líder coach e sua equipe. Destaca-se que,

o coaching não se restringe no alcance de resultados, está relacionado ao

crescimento dos liderados no âmbito de suas competências.

É possível identificar como ações a serem praticadas pelo líder coaching:

a) criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento das competências e

habilidades;

b) auxiliar o grupo a tomar as decisões mais adequadas para cada

situação;

c) estimular o melhor desempenho na realização das tarefas, e

d) demonstrar que cada um é responsável por alcançar as metas

estabelecidas.

Destaca-se que, o líder apenas criará um clima propício para desenvolver

o processo de coaching do seu grupo se possuir um excelente canal de

comunicação entre eles. Como já citado no capítulo anterior, a comunicação é de

suam importância para o êxito no processo de coaching.

33 NANUS, Burt. Liderança visionária. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p. 27.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

30

Segundo Bruce Loyd:

O coaching redefine o modo pelo qual visualizamos a responsabilidade, a liderança, o aprendizado e o nosso legítimo uso do poder – num nível realmente fundamental. [...] não é neutro em relação ao poder. [...] estabelece uma complexa relação [...] baseada em abertura e mérito. [...] Ao aplicarmos métodos de coaching, facilitamos a maturação de um novo modelo organizacional; um modelo no qual a responsabilidade, a liderança e o aprendizado adquirem novos e empolgantes significados, e no qual o poder é sempre liberado a fim de possibilitar, nunca restringir.34

É necessário que o líder coach não antecipe o desenvolvimento dos seus

liderados, sendo relevante que aguarde determinado tempo para que o grupo

alcance os resultados desejados.

Nesse sentido, ao entender o tempo de seus liderados, o líder coach

transmite mais segurança e respeito ao processo individual. No entanto, deve ter em

mente o período suficiente para começar a cobrar os resultados. Esse entendimento

se dá através do feedback, garantindo ao grupo a chance de ter seu comportamento

analisado. De acordo com Stephen Paul Robbins:

O estilo autocrático está ligado ao líder centralizador, que toma decisões unilaterais e que determina as tarefas e os métodos de trabalho, não deixando muita participação para os liderados. Já no estilo democrático, o líder envolve seus subordinados nos processos decisórios, incentiva a participação de todos, procura delegar autoridade e usa o feedback35 como uma forma de treinamento de seus subordinados. O líder de estilo laissez faire procura deixar o grupo completamente à vontade para deliberar sobre os trabalhos a serem realizados e a forma de executá-los. 36

Sem dúvida, o feedback é um elemento bastante relevante para o

desenvolvimento do coaching. Assim, através desse instrumento os liderados

garantem a oportunidade de transmitir suas ideias e sentimentos.37

34 LOYD, Bruce. Liderança e poder: quando a responsabilidade faz a diferença. In: GOLDSMITH, Marshall et al (Org). Coaching: o exercício da liderança. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p.188. 35 Feedback é o processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus objetivos. Disponível em: http://www.attender.com.br/publico/dicas/comun-feedback.htm. Acesso em: 24 jan 2012. 36 ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 48.

37 O feedback honesto é específico, cria uma oportunidade de desenvolvimento positivo. O feedback hostil provoca mágoa, o que impede a criação de um clima em que possa ocorrer uma conversa produtiva. O feedback de um gerente deve informar

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

31

3.2. O papel do coaching

O coaching no âmbito das empresas está direcionado para atingir as

metas gerais, conecta todos os elementos, tanto os funcionários como os recursos

financeiros, e objetiva criar um grupo com desempenho elevado.

Segundo Di Stéfano:

As organizações que aprendem só se tornam realidade quando se constrói acultura de pessoas que aprendem. São as pessoas que fazem a organização. O trabalho é individual, realizado a partir do modelo de gestão do líder para com seus liderados. O líder-Coach proporciona este modelo de aprendizado e gera esta cultura, que está se tornando um modelo de gestão. A principal função do coaching é promover o aprendizado e o desenvolvimento. Por meio dessa ferramenta, as pessoas são desafiadas a aprender e a conquistar metas maiores e, com resultados, aumentando a confiança em suas próprias capacidades de superar desafios, o que gera satisfação. 38

A função do líder coach está diretamente relacionada a desenvolver as

habilidade e competências individuais em sua equipe, proporcionando dessa forma,

que o conhecimento adequado para a realização das tarefas no âmbito da empresa.

A característica do líder coach consiste em total apoio ao grupo, objetivando

alcançar as metas planejadas, por meio da estimulação do potencial individual de

cada um.

Nesse contexto, cabe ao líder coach:

a) orientar sua equipe: o líder obrigatoriamente para obter sucesso no

processo de coaching, deve orientar seus liderados para conseguirem lidar com as

mais diversas situações.

ou ensinar o subordinado. A avaliação crítica deve ser estruturada de modo construtivo, dando à pessoa as informações de que ela necessita a fim de promover mudanças. (GOLDSMITH, Marshall;LYONS, Laurence, GOLDSMITH, Marshall; LYONS, Laurence; FREAS, Alyssa.Coaching : o exercício daliderança. Rio de Janeiro: Elsevier: DBM, 2003 p. 321). 38 DI STEFANO, Rhandy.O Líder-Coach:líderes criando líderes. Rio de Janeiro:Qualitymark, 2005, p. 30.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

32

b) estabelecer a confiança: O coach tem a função de criar um ambiente

de confiança que posso ser seguido. Do contrário, todo o processo de coaching

pode ser perdido. Nesse sentido Anne Araújo explica que:

A relação de confiança entre o coach e o cliente é imprescindível. Para desenvolver uma relação de confiança dê o exemplo. Seja aberto, fale de sua experiência, revele seus sentimentos e preocupações, escute com atenção e interesse a verdade do outro especialmente se ela for contrária à sua. Assuma a responsabilidade de analisar junto com o outro as situações inesperadas e redirecionar os planos de ação sempre que for necessário. Se o cliente é conhecido, é necessário apenas validar as bases da relação, se não é, será determinante prestar atenção às suas reações além das palavras.39

b) estimular a comunicação: evidentemente, a comunicação é uma

ferramenta de enorme relevância para desenvolvimento das competências e

habilidades pelo líder coach. Ela assume uma função importante para revelar o

sentido e das mudanças que devem ser realizadas.

c) motivação da equipe: como já mencionado, a função primordial do líder

coach é criar um ambiente propício para que seus liderados aprendam, ou seja, ele

exerce o papel de facilitar o conhecimento.

Segundo Kouzes e Posner:

[...] a transformação pessoal busca construir uma base sólida para as ações e responsabilidades do líder que tem a missão de conduzir pessoas rumo ao crescimento. Essa base tem como principal pilar suas convicções, pois, se elas não forem fortes e claras o bastante, o líder fica sujeito a posições mutáveis de acordo com cada novidade ou cada pesquisa de opinião. 40:

Para alcançar as metas planejadas é necessário que o líder coach

ofereça um ambiente adequado para o desenvolvimento de suas competências.

Com o conhecimento de seu potencial, os liderados conseguem elevar a

autoconfiança.

39 ARAÚJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. São Paulo: Gente, 1999, p. 55. 40KOUZES, James e POSNER, Barry. O novo desafio da liderança. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 52.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

33

d) servir de exemplo: uma vez que, o coaching configura um processo

para tornar o líder mais preparado, é necessário que este também seja um exemplo

para seus liderados.

De acordo com Sherman e Freas o coach “ajuda o indivíduo a se

conhecer melhor, a viver de modo mais consciente e a dar contribuições mais

ricas.”41

Diante dos argumentos apresentados, verifica-se que as funções

essenciais do coach são: auxiliar que os seus liderados desenvolvam suas

habilidades e competências ao ponto de alcançarem as metas estipuladas pela

empresa.

41 SHERMAN, Stratford; FREAS, Alyssa. O território selvagem do coaching de executivos. Revista Harvard Business do Brasil. São Paulo, v. 82, n.11, nov. p.69. 2004.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

34

CAPÍTULO IV

APLICAÇÃO DO COACHING NO BANCO HSBC

Este capítulo analisa a utilização do coaching no Banco HSBC,

analisando os benefícios desse processo na relação dos líderes e liderados.

4.1. Noções gerais

O Banco em questão foi fundado em 1865 e tem sua sede na Inglaterra,

configura um das maiores instituições financeiras do mundo.

Atualmente o HSBC Bank possui mais de 5,4 milhões de clientes pessoas

físicas e 358.419 clientes pessoa jurídica.

O HSBC Bank é encontrado em mais de 545 municípios no território

nacional, contando com aproximadamente 865 agências, 5.071 correspondentes,

401 postos de atendimento bancários, 1.182 postos de atendimento eletrônicos e

2.000 ambientes de auto-atendimento, com mais de 5.200 caixas automáticos. Os

clientes contam ainda com mais de 30 mil caixas automáticos da rede compartilhada

com outros bancos e do Banco24 Horas.42

Através de sua rede, o HSBC oferece a seus clientes diversos serviços

financeiros: banco de varejo, corporate, investment e private banking; trade services;

cash management; comercial, serviços de tesouraria e mercados de capital; seguros

e previdência; empréstimos e financiamentos; fundos de pensão e investimento e

muito mais.

4.1.1. Missão, visão, valores e objetivos estratégicos43

42 Disponível em: http://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/pagina-inicial/hsbc-no-brasil. Acesso em: 25 jan 2012. 43 Disponível em: http://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/pagina-inicial/hsbc-no-brasil. Acesso em: 25 jan 2012.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

35

Garantir a excelência na entrega de produtos e serviços financeiros,

maximizando valor para clientes e acionistas.

Visão:

Ser o melhor grupo financeiro do Brasil em geração de valor para clientes,

acionistas e colaboradores.

Valores:

A conduta deve refletir os mais altos padrões de ética.

A comunicação deve ser clara e precisa.

O gerenciamento deve ser em equipe, consistente e focado.

O relacionamento com clientes e colaboradores deve ser transparente e

baseado na responsabilidade e confiança entre as partes.

Objetivos estratégicos:

Para atingir o objetivo de garantir a excelência na entrega de produtos e

serviços financeiros, maximizando valor para clientes e acionistas, o HSBC Bank

Brasil sustenta todas as suas ações em quatro pilares fundamentais:

4.2. O processo de coaching aplicado

O processo de coaching no HSBC é realizado através de reuniões

semanais entre o coach e coachee, onde são analisados as questões a serem

resolvidas, especialmente, as que estão causando maiores problemas. Também são

tratados outros temas por sugestão do Coach.

O processo do coaching funciona como um instrumento para a gestão das

equipes destinada a desenvolver as competências dos líderes, particularmente, por

incluir no seu contexto a comunicação e também o feedback, questões permanentes

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

36

nos debates acerca do ambiente organizacional do HSBC. Através de sua aplicação,

a instituição trata ainda da liderança, fortalecendo as já existentes e também

auxiliando na descoberta de novas, desde que seja identificada. Motiva-se o

desenvolvimento de seus liderados, ajudando o autoconhecimento dos mesmos,

objetivando atingir as metas desejadas.

Os liderados são estimulados a buscarem o autodesenvolvimento. O líder

coach ajuda no entendimento de suas dificuldades e também do reconhecimento

das competências.

O processo tem como objetivo atingir todos os funcionários

individualmente, e está direcionado ao cumprimento das metas desejadas pela

instituição. A finalidade é criar maior interação entre os liderados e os líderes para

que exista um ambiente favorável no para resolver os eventuais conflitos e

limitações.

O HSBC entende que os benefícios apresentados pelo processo de

coaching, ajudam a melhorar o conceito de diversos setores da instituição,

especialmente, o gerencial e o comportamental.

O líder coach possui a função de promover o desenvolvimento de seus

liderados com base no planejamento estratégico e o setor de Recursos Humanos.

Ressalta-se que, na dinâmica de grupo o líder tem grande relevância, o

que diz, a seu estado de espírito, a forma como reage diante dos questionamentos,

e, especialmente, como conduzirá a equipe no âmbito da instituição.

No HSBC o modelo utilizado é o de aprendizagem, objetivamente é

bastante eficaz porque oferece a chance de todo o grupo desenvolver suas

competências e habilidades. Nesse sentido, fica mais fácil elevar o potencial da

equipe.

Cabe ao líder coach analisar o desempenho da equipe e os resultados

obtidos. Nesse contexto, Pontes ensina que:

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

37

O processo de avaliação de resultados consiste na ação que objetiva de forma permanente, estabelecer um contrato de desempenho com uma equipe de trabalho em relação aos resultados pretendidos pela empresa, acompanhar os desafios propostos, corrigindo os rumos, se necessário, e avaliar os resultados obtidos.44

No entendimento do HSBC é através do conhecimento e aprendizagem

que a instituição alcança as mudanças necessárias e permanece competitiva. Os

líderes buscam sempre o conhecimento mesmo que implicitamente. Optam pela

valorização da experiência em detrimento do grau de escolaridade. No momento que

são necessárias decisões complicadas, os líderes tem como tendência optar pela

experiência dos liderados que apresentam o conhecimento que oferece a solução

para a questão.

Ao término do processo os liderados estão preparados para identificar e

também enfrentar os problemas que atrasam sua carreira dentro da empresa, e

também ajuda a fortalecer os pontos fortes.

4.3. Análise crítica

No HSBC, o papel desempenhado pelo líder é fundamental para o

sucesso do treinamento e desenvolvimento de pessoal. Ele busca auxiliar na

determinação de objetivos de desenvolvimento de seus colaboradores, de médio e

longo prazos. No entanto, não existe uma concentração em aspectos importantes

para produzir resultados de forma mais rápida. Para o HSBC o líder orienta a

promoção do desenvolvimento dos funcionários, mas não auxilia no entendimento

de questões relevantes do processo de mudanças.

Verifica-se que os resultados obtidos pelo processo de forma geral pelos

líderes do HSBC são positivos, e a metodologia aplicada pelo coach está adequada

a realidade da organização.

Nesse contexto, Benedito Rodrigues: 44 PONTES, Benedito Rodrigues. Gestão de Profissionais em Empresas Competitivas - Como atrair e reter talentos . São Paulo: Ltr, 2001, p. 14.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

38

O papel do líder não é o de atuar de forma paternal e, sim, atuar como orientador, devendo verificar com seus orientados os pontos que devem ser desenvolvidos, estimular o auto-desenvolvimento, induzir ao aprendizado, sugerir ações e, através de feed-back, corrigir desvios. Além da relação de confiança entre o líder e seus orientados, é necessário que exista credibilidade no processo. Para conseguir êxito, o líder tem que ter essa vocação, que estimule a confiança e o compromisso de seus colaboradores, que saiba como motivar o profissional na busca do desenvolvimento e que esteja comprometido com o sucesso destes.45

No HSBC não utilizam como ferramentas para o autodesenvolvimento,

como por exemplo, o estudo dos documentos que as equipes de análise de

processos elaboram, para possibilitar aos próprios membros das equipes o

desenvolvimento maior de conhecimento a respeito do próprio processo. Esse

processo consistiria no treinamento no próprio local de trabalho, realizado de

maneira não convencional.

No entendimento de Stadler:

[...] as técnicas de desenvolvimento de processos, combinadas com o uso das ferramentas da qualidade, catalisam as ações de melhoria e ensejam a utilização daquilo que há de melhor em cada indivíduo, aproveitando os pontos fortes de cada conjunto de atividades e neutralizando ou reduzindo os pontos fracos. 46

Para o HSBC é importante a realização individual e também é a função do

líder coach para efetivação desse processo de aprendizagem. Seu papel é crucial

para motivar os liderados, despertado neles o comportamento esperado pela

instituição.

Ressalta-se que a função do coaching vai além de ser líder. Ou seja, tem

que ser uma pessoa de extrema confiança da instituição, porque o mesmo não deve

somente falar o que fazer, mas sim, fazer com que seus liderados entendam o que

deve ser realizado, identifique os problemas e consiga solucioná-los da maneira

mais adequada e interessante para a empresa. Entende-se que, cada indivíduo se

diferencia entre si, sendo obrigatório um tratamento diferente seja nas suas 45 PONTES, Benedito Rodrigues. Avaliação de Desempenho - Métodos Clássicos e Contemporâneos, Avaliação por Objetivos, Competências e Equipes. São Paulo: LTr, 2008, p. 59. 46 STADLER, Humberto. Estratégias para a Qualidade - O Momento Humano e o Momento Tecnológico. Curitiba: Juruá, 2004, p. 33.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

39

fraquezas como também no seu desenvolvimento profissional. Nesse sentido,

ensina Kausz que:

[...] o coaching focaliza as forças que nos dão coragem para subir mais alto, olhar mais profundamente, ir mais longe, provocar com delicadeza, usar o humor, caminhar com agilidade, sonhar e agir com retidão.47

É imprescindível que o líder coach possua conhecimento acerca de cada

um de seus liderados, situação que apenas se realiza através de um

acompanhamento mais próximo, o que sugere um processo baseado na

aprendizagem diária para atingir as metas planejadas. Esse é o comportamento que

o novo mundo dos negócios exige para a maior competitividade. O modelo de

liderança ressalta a empresa, o que o torna atraente para as demais instituições

também optarem por tal estilo.

47 KRAUSZ, Rosa R. Coaching executivo: a conquista da liderança. São Paulo: Nobel, 2007, p. 38.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

40

CONCLUSÃO

Coaching é visão de futuro. Na relação com o cliente, o coach deve

estimulá-lo a identificar seus valores essenciais e a expressá-los, desenvolvendo

com isso uma postura de integridade pessoal; o coach deve desafiá-lo a "sonhar

acordado", a criar para si mesmo uma visão de futuro que o entusiasme, que o

estimule, potencializando sua energia criadora.

Às vezes, a visão que o cliente tem do problema é a própria fonte do problema, ou

seja, um cliente muito viciado numa determinada estratégia de negócio pode não

perceber novas e melhores estratégias. Desta forma, o coaching se estabelece

como uma relação dinâmica que permite romper antigos paradigmas e estabelecer

novas fronteiras.

Deve-se entender o Coaching como uma relação sólida, consciente

construída através da confiança estabelecida entre o coach e o seu cliente. Para isto

é imprescindível que haja feedback constante entre os dois, facilitando a

compreensão mútua dos valores e a troca de experiências. Esta prática de abertura

abre espaço para um alto padrão de desempenho. O coach incentiva o cliente a

compreender todo feedback que a experiência proporciona e a analisar a situação

sob novas perspectivas, ampliando a consciência e fortalecendo a autoestima do

cliente, uma vez que, os problemas de autoestima afetam o desempenho por

favorecer a auto-ilusão.

É importante que o coach e o cliente conheçam bem a trajetória de

realização um do outro, desde as atitudes, valores, padrões de comportamento,

principais sucessos e até os fracassos. Estas informações sobre o cliente permitirá

que o coach o ajude a identificar o seu gap entre a visão de futuro e a situação e

competências atuais. E, conhecendo o coach, o cliente saberá usar melhor a sua

experiência, sua bagagem.

Coaching é determinação, é a coragem necessária quando se tem

desafios a superar. As emoções são essenciais para construir uma ponte vigorosa

entre o coach e seu cliente, que sustente o percurso desde a intenção até a

realização. Alegria, determinação e, principalmente, confiança são as bases para um

relacionamento/projeto bem sucedido. É preciso construir um plano de ação

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

41

previamente acordado entre coach e cliente para garantir o sucesso do projeto. Sem

ele, o coach não tem onde apoiar o seu compromisso. Entretanto, este plano não

deve ser uma camisa de força à qual os dois estão amarrados, e sim deve funcionar

como uma bússola, um esquema norteador na jornada que ambos estão

empreendendo.

Coaching não é um processo novo, embora seja pouco disseminado

nas organizações. Uma das razões disto é o fato de ter sido transposto da casa para

a empresa sem os filtros ou adaptações necessários. Pior, com as mesmas

limitações com que é feito em casa. Gerentes podem confundir o papel de coach

com o de pai, tratando o outro profissional como o seu filho. O contexto

psicoemocional é diferente, agravado pela situação de poder estabelecida, o que

causa problemas para os dois lados. A outra razão é que os benefícios do processo

não ficam claros para todos.

Coaching é liderança refinada. Coach é líder, nem todo líder é coach.

Para ser coach, não precisa ser chefe do cliente, embora gerentes, chefes e

supervisores sejam os coaches mais prováveis, em função da liderança que se

espera que eles exerçam junto aos outros e não sobre os outros. Os coaches

ganham uma escola prática de liderança e autoconhecimento que nenhuma

formação acadêmica dá, os clientes ganham suporte ao seu desenvolvimento e a

organização ganha uma extraordinária rede de formação contínua e compromisso

com resultados.

No banco HSBC o líder Coach tem a função de tornar seus liderados

mais qualificados. No entanto, entende que nessa mesma linha, podemos concluir

que a liderança não se inicia pelas competências e habilidades, é um conjunto de

caracteres próprios de uma pessoa, tais como: convicções, valores, ética, o cargo

que ocupa, missão, visão, atitudes e a consciência que uma pessoa tem de si

mesma.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

42

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. São Paulo: Gente, 1999.

BARBOSA, Lívia. Igualdade e meritocracia: a ética do desemprego nas sociedades modernas. 4ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

BENNIS, Warren, A formação do líder. São Paulo: Atlas, 1996.

BERG, Ernesto Artur. Manual do Chefe em Apuros - Como lidar e resolver seus problemas no dia a dia - Edição Especial incluindo DVD - O Gerente Empreendedor. Curitiba: Juruá, 2011.

BOYETT, Joseph H. e BOYETT, Jimmie. O guia dos gurus: os melhores conceitos e práticas de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

CAVALCANTI, Vera Lúcia et al. Liderança e motivação. 3ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

CHIAVENATO, Idalberto. Construção de Talentos - Coaching & Metoring :São Paulo: Campus, 2002.

COVEY, Stephen R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

DI STEFANO, Rhandy.O Líder-Coach:líderes criando líderes. Rio de Janeiro:Qualitymark, 2005.

DRUCKER, Peter. F. Inovação e Espírito Empreendedor Pratica e Princípios. São Paulo: Pioneira Thompson, 2003.

FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores, integrando teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GOLDSMITH, Marshall;LYONS, Laurence, GOLDSMITH, Marshall; LYONS, Laurence; FREAS, Alyssa.Coaching : o exercício daliderança. Rio de Janeiro: Elsevier: DBM, 2003.

KILLBURG, R.R Executive coaching: developing managerial wisdom in a world of chaos. Washington: A. P. A, 2001. Tradução livre.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

43

KOUZES, James e POSNER, Barry. Credibilidade: como conquistá-la e mantê-la perante clientes, funcionários, colegas e público em geral. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

______________________O novo desafio da liderança. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

LAGES, Andrea; O’CONNOR, Joseph. Como o coaching funiciona. tradução de Luiz Frazão Filho – Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010.

LOYD, Bruce. Liderança e poder: quando a responsabilidade faz a diferença. In: GOLDSMITH, Marshall et al (Org). Coaching: o exercício da liderança. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

MALVEZZI, S. Psicologia Organizacional da Administração Científica à Globalização. Uma história de desafios. In: MACHADO, C. et al. Fronteiras da Psicologia. Universidade de Évora, vol. II, Portugal, 2000.

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MOTA, Fernando C. Prestes. CALDAS, Miguel P. Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.

MOTTA, Paulo Roberto. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Quality Mark, 2006.

NANUS, Burt. Liderança visionária. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

PEREIRA, G. B.; VIEIRA, V. N. Quem são e o que querem os clientes de coaching? Anais II I International Fórum Criteos 2006. November, 23-25. Lisboa. Portugal.

PONTES, Benedito Rodrigues. Gestão de Profissionais em Empresas Competitivas - Como atrair e reter talentos. São Paulo: LTR, 2009.

RABAGLIO, Maria Odete. Ferramentas de avaliação de performance com foco em competências.Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2002.

STADLER, Humberto. Estratégias para a Qualidade - O Momento Humano e o Momento Tecnológico. Curitiba: Juruá, 2004.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

44

SAMBERT-JAMATI, Vivane. O apelo à noção de competência na revista. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

SHERMAN, Stratford; FREAS, Alyssa. O território selvagem do coaching de executivos. Revista Harvard Business do Brasil. São Paulo, v. 82, n.11, nov. p.69. 2004. SOTO, E. Comportamento organizacional:impacto das emoções. Tradução técnica de Jean Pierre Marras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. UNDERHILL, Brian O; MCANALLY; KORIATH, JOHN J .Coaching executivo para resultados. São Paulo: Novo Século Editora, 2010.

VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

45

WEBGRAFIA

attender,<URL:http://www.attender.com.br/publico/dicas/comun-feedback.htm. Acesso em: 24 jan 2012, 14:32h

HSBC, Grupo HSBC no Mundo. <URL: http://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/pagina-inicial/grupo-hsbc - Acesso em 25 jan 2012, 18:11 h

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

46

ANEXOS

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

47

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO............................................................................ 02 AGRADECIMENTOS.......................................................................... 03 DEDICATÓRIA................................................................................... 04 RESUMO............................................................................................ 05 METODOLOGIA................................................................................. 06 SUMÁRIO........................................................................................... 07 INTRODUÇÃO................................................................................... 09 CAPÍTULO I - NOÇÕES GERAIS SOBRE O COACHING 1.1. Contextualização histórica........................................................... 11

1.1.1 O coaching no BrasiLNNNNNNNNNNNNNNNNN 13 1.2. Definição de coaching................................................................. 14 1.3. Tipos de coaching....................................................................... 16

1.3.1. Coaching de negócios........................................................... 16 1.3.2. Coaching de vida................................................................... 16 1.3.3. Coaching de carreira.............................................................. 17 1.3.4. Coaching executivo................................................................ 18 1.3.5. Coaching esportivo................................................................ 18

CAPÍTULO II - CONSIDERAÇÕES SOBRE LIDERANÇA ORGANIZACIONAL

2.1. Noções gerais ............................................................................. 19 2.2. Habilidades do líder .................................................................... 20

2.2.1. A comunicação como fator crucial para o líder...................... 22 CAPÍTULO III - O COACHING COMO PROCESSO DE RH: DESENVOLVENDO LIDERANÇAS

3.1. Funcionamento do coaching ....................................................... 27 3.2. O papel do coaching.................................................................... 31 CAPÍTULO IV - APLICAÇÃO DO COACHING NO BANCO HSBC 4.1. Noções gerais ............................................................................. 34

4.1.1. Missão, visão, valores e objetivos estratégicos...................... 34 4.2. O processo de coaching aplicado................................................ 35 4.3. Análise crítica.............................................................................. 37 CONCLUSÃONNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN.. 40 BIBLIOGRAFIANNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN. WEBGRAFIA ...................................................................................... ANEXO .......................................................................................

42 45 46

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · NOÇÕES GERAIS SOBRE COACHING Neste capítulo analisam-se os elementos básicos a cerca do coaching, como sua evolução

48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título da monografia: O coaching como processo de RH: desenvolvendo lideranças.

Data da entrega: ____ /___ /2012

Auto Avaliação:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________________________

Avaliado por: ______________________________ Grau__________________

______________, _______ de ______________ de 2012