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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O EFEITO DA ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM IDADE ESCOLAR ENTRE 6 E 11 ANOS ANDRÉA BARBARA ROQUE ORIENTADOR Professora ME Fátima Alves Rio de Janeiro 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

O EFEITO DA ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA NO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM

DE CRIANÇAS COM IDADE ESCOLAR ENTRE 6 E 11

ANOS

ANDRÉA BARBARA ROQUE

ORIENTADOR

Professora ME Fátima Alves

Rio de Janeiro

2018 DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

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EITO A

UTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

O EFEITO DA ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA NO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM

DE CRIANÇAS COM IDADE ESCOLAR ENTRE 6 E 11

ANOS

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em

Psicomotricidade. Por: Andréa Barbara Roque

Rio de Janeiro

2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por dar-me o dom da vida

e guiar-me até aqui. Aos amigos e familiares por

todo apoio. À minha vó querida que se foi e

deixou muitas saudades.

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DEDICATÓRIA

À minha mãe e alunos que me motivam a

cada dia na busca do conhecimento. À minha

vó amada.

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo evidenciar a contribuição da psicomotricidade no

que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo, bem como aprendizagem em

crianças com idade escolar entre 6 e 11 anos. É nesse período que a criança,

já inserida em ambiente escolar, aprimora seu contato com a leitura e a escrita,

raciocínio lógico-matemático, assim como outros inúmeros saberes inerentes

ao sucesso da vida escolar, além do desenvolvimento da consciência corporal,

relações interpessoais, tomadas de decisões e autonomia. O presente trabalho

surgiu com o objetivo de demonstrar os efeitos da estimulação psicomotora a

favor do desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo da criança. Evidenciando

que a psicomotricidade, brevemente definida, como uma ciência que estuda as

relações entre o psiquismo e a motricidade do indivíduo, se baseando no

desenvolvimento integral do ser, tem papel essencial no desempenho escolar.

Entre as habilidades cerebrais que podem ser desenvolvidas através da

educação psicomotora estão as funções executivas. Tais habilidades

compreendem processos cerebrais que possibilitam lembrar e associar

diferentes informações, rever a forma de pensar, planejar e filtrar distrações.

Funções essas capazes de influenciar significantemente no processo ensino-

aprendizagem.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa será qualitativa do tipo bibliográfica, desenvolvida para

demonstrar o papel da psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo, dando

atenção especial às funções executivas indispensáveis na conquista de

autonomia e tomadas de decisão, bem como na melhora do desempenho

cognitivo, emotivo e social favorecendo a aprendizagem de crianças em idade

escolar. Para tal este estudo será apoiado em autores relevantes para o

entendimento do tema proposto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................8

CAPÍTULO I

Psicomotricidade...............................................................................................10

CAPÍTULO II

Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem: aspectos gerais..........................20

CAPÍTULO III

Os efeitos da estimulação psicomotora nas crianças em idade escolar...........29

CONCLUSÃO...................................................................................................38

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................41

ÍNDICE...............................................................................................................45

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INTRODUÇÃO

A partir da prática em sala de aula e na possibilidade de observação de

crianças com idade em idade escolar, entre 6 e 11 anos, correspondentes as

séries iniciais do ensino fundamental, é possível perceber a relação intrínseca

entre os processos de construção do conhecimento e o brincar (momentos

espontâneos ou dirigidos).Nos momentos de atividade, brincadeiras livres ou

orientadas por adultos, percebem-se os avanços, bem como déficits,

característicos do desenvolvimento de cada criança dentro de suas

particularidades e assim compreender o que pode ter originado

comportamentos anteriores a fim de planejar como intervir e\ou estimular

competências tanto nos âmbitos social, emocional e cognitivo da criança

pequena.

O ser humano, de uma forma geral, aprende na sua relação com o meio

ambiente e com outros seres. Podemos assim dizer que aprender é resultado

da interação de estruturas mentais (internas) com o meio (externas).

O aprendizado também pode ser compreendido como uma mudança na

estrutura do sistema nervoso central (SNC). É uma construção, onde as novas

experiências alteram as bases e essas, por sua vez seguem sendo alteradas a

cada novo estímulo.

Ao estudar o desenvolvimento cognitivo é relevante tratar das funções

executivas que podem ser brevemente definidas como conjunto de habilidades

cognitivas indispensáveis para a regulação e controle dos pensamentos,

emoções e ações.

Desde o começo da vida, o indivíduo encontra-se inserido nas mais

diversas situações de tomada de decisão, desde cedo é necessário estar

atento ao ambiente e as reações que terá diante das alterações previsíveis e

imprevisíveis neste ambiente.

Ao se tratar do desenvolvimento cognitivo é imprescindível explorar como

se dá o desenvolvimento das funções executivas. Processo esse que exige

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tempo, uma vez que o amadurecimento do córtex pré-frontal (região cerebral

envolvida na maioria dos comportamentos, cognição e emoção do indivíduo) é

lenta. Portanto trata-se de um processo de construção contínua. Neste

processo a criança encontra-se naturalmente exposta ao aprendizado.

Este trabalho visa analisar como os estímulos psicomotores são capazes

de favorecer o pleno desenvolvimento cognitivo, levando em consideração as

funções executivas em virtude da aprendizagem escolar, bem como a

ampliação de competências sócio-afetivas. Para tanto foi organizado em 3

capítulos, escritos através de pesquisa bibliográfica, tendo por base, livros e

artigos.

No capítulo I buscou-se comtemplar a psicomotricidade do ponto de vista

histórico. De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade

“Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de

movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo

sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua

socialização”.

A partir desse embasamento teórico é possível analisar as relações

existentes entre o desenvolvimento motor e a aprendizagem escolar, levando

em consideração também os distúrbios psicomotores como dificultadores deste

mesmo processo.

No capítulo II, delimitou-se as relações entre desenvolvimento cognitivo e

aprendizagem, assim como caracterizar a criança de 6 a 11 anos já inserida no

ambiente escolar participante do processo ensino-aprendizagem. Por fim, no

capítulo III, estabeleceu-se relações e benefícios entre os estímulos

psicomotores e o desenvolvimento cognitivo em favor da aprendizagem.

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CAPÍTULO I

PSICOMOTRICIDADE

Psicomotricidade é uma ciência da educação que tem como objeto de estudo,

o homem seu corpo em movimento, a interação com o meio externo e ao

mesmo tempo, o desenvolvimento da inteligência. Quanto mais numerosas e

mais ricas forem as situações vividas pela criança, maior será o número de

esquemas por ela adquirido. LAGRANGE (1977 p.25).

1.1 Abordagem histórica

Considerando a psicomotricidade como campo multidisciplinar do corpo e

do movimento humano, se faz necessário um olhar amplo sobre seu

surgimento, que, por sua vez, não se fez em um único tempo ou com um único

autor, mas sim de acordo com diversos contextos e estudos necessários para

estruturar a base do que hoje chamamos de psicomotricidade.

Pensadores e cientistas como Platão, Descartes, Dupré, Wallon, Piaget,

Vygotsky, Ajuriaguerra, dentre muitos outros contribuíram ricamente no

desenvolvimento de estudos e fornecendo bases teóricas fundamentais para a

compreensão do corpo, mente e motricidade, bem como suas implicações na

aprendizagem como um todo.

No século XIX descobertas da neurofisiologia puderam proporcionar maior

entendimento das funções motoras nos indivíduos. As primeiras pesquisas que

dão enfoque ao campo psicomotor correspondem a área médica, mas

especificadamente a neurologia.

É Dupré, neurologista francês que, em 1907, a partir de seus estudos

clínicos, define a síndrome da debilidade motora, composta de sincinesias

(movimentos involuntários que acompanham uma ação), paratomias

(incapacidade para relaxar voluntariamente uma musculatura) e inabilidades,

sem que lhes sejam atribuídos danos ou lesão extrapiramidal. Ele rompeu com

os pressupostos da correspondência biunívoca entre a localização neurológica

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e perturbações motoras da infância e formulou a noção de psicomotricidade

através de uma linha filosófica neurológica, evidenciando o paralelismo

psicomotor, ou seja, a associação estreita entre o desenvolvimento da

psicomotricidade, inteligência e afetividade. A patologia cortical, a

neurofisiologia e a neuropsiquiatria são conhecidas como as três vias de

acesso do conceito de psicomotricidade. (LEVIN, 2003, p. 24 apud FALCÃO E

BARRETO, 2009, p.84)

Henry Wallon (1879-1962) pode ser considerado um grande pioneiro na

psicomotricidade. Segundo Fonseca (2008), Wallon licenciou-se primeiro em

filosofia, e só mais tarde em medicina, com uma tese intitulada A criança

turbulenta (1925), que viria a ser uma obra fundamental para a formulação

teórica e prática da psicomotricidade, talvez mesmo um dos primeiros trabalhos

científicos do mundo a debruçar-se sobre a criança hiperativa, hoje

considerada a principal causa das consultas em neuropsiquiatria infantil e em

psicopedagogia.

Piaget (1896-1980) descreve a importância do período sensório-motor e da

motricidade no desenvolvimento da inteligência. Tendo como preocupação

central o estudo do sujeito epistêmico, o sujeito do conhecimento, e não o de

ação, Piaget preocupou-se com a busca dos mecanismos comuns a todos os

sujeitos, mesmo que inseridos em contingências culturais distintas.

(FONSECA, 2008)

De acordo com Fonseca (2008) Piaget não tinha como objetivo principal o

estudo do desenvolvimento psicomotor da criança, por ter se inspirado na

biologia e não na neurologia, no entanto notabilizou-se pelos estudos sobre os

principais mecanismos da epistemologia genética, principalmente o equilíbrio, a

adaptação, a inteligência, a abstração reflexiva, a generalização construtiva,

etc. tendo como referência a teoria geral dos sistemas.

Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de

debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias

particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores

que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. (Associação Brasileira de

Psicomotricidade, 1980 / 2017)

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Na França, em 1967, pela equipe Ajuriaguerra com a proposta da Dra.

Giselle Soubiran, criou-se o primeiro ISRP (Instituto Superior Reeducação

Psicomotor), assim sendo, em 1974 houve o reconhecimento da saúde como

profissão que culminou o “Primeiro Diploma Estadual” – Psicorreducador,

porém teve reconhecimento do governo francês. Em 1985 foi substituído pelo

“Diploma Estadual Psicomotricista” em docência de formação. (LOUREIRO,

2009 apud FERNANDES E BARROS, 2015).

No Brasil, A Psicomotricidade foi norteada pela escola francesa. Durante as

primeiras décadas do século XX, época da primeira guerra mundial, quando as

mulheres adentraram firmemente no trabalho formal enquanto suas crianças

ficavam nas creches, a escola francesa também influenciou mundialmente a

psiquiatria infantil, a psicologia e a pedagogia.

A Educação Especial foi o principal elo entre o surgimento da

psicomotricidade na Europa e no Brasil.

1.2 Conceito e definições

Psico pode ser definido como conjunto de fenômenos psíquicos e processos

mentais, que se originam no psiquismo, é a inteligência, energia gerada pelo

cérebro.

Segundo Loureiro (2009) é possível entender motricidade, como conjunto de

funções e relações asseguradas pelo esqueleto, músculo e o sistema nervoso

periférico, que permite o movimento e o deslocamento do homem no ambiente

que vive.

Sendo assim, a somática psico/motricidade dá sentido ao termo criado para

designar a relação intrínseca existente entre a mente (querer fazer) e o agir

(fazer) envolvendo em todo e qualquer movimento emoções que impulsionam o

ser ao ato, seja ele qual for.

Segundo De Meur e Staes (1984):

A psicomotricidade é a posição global do sujeito. Pode ser entendido como a função de ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de

permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o

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cerca. Pode ser entendido como um olhar globalizado que percebe a relação

entre a motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo global e o mundo externo. Pode ser entendido como uma técnica cuja organização de atividades possibilite à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu

ambiente de imediato para atuar de maneira adaptada. (DE MEUR E STAES,1984).

A Psicomotricidade é uma área do conhecimento que se ocupa do estudo e

da compreensão dos fenômenos relacionados com o movimento corporal, seu

desenvolvimento e integridade. (NUNES, 1995, in LOUREIRO, 2009).

A psicomotricidade é uma ciência que tem por objeto o estudo do homem

através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno

e externo (ALVES, 2003). Sendo assim, a psicomotricidade vem dar ênfase à

relação existente entre mente, motricidade e afetividade.

1.3 Bases Psicomotoras

A criança desde o nascimento tem como principal característica o

progressivo domínio das atividades motoras. É importante lembrar que o

homem é o ser que possui o período mais prolongado de imaturidade relativa a

outros animais.

Durante a primeira infância é possível verificar a diminuição das sincinesias

– associação de movimentos em que surge um movimento involuntário - onde

consegue o controle voluntário dos movimentos, sendo que esses se tornam

cada vez mais aperfeiçoados.

De Meur (2001) destaca especialmente o desenvolvimento das habi lidades

básicas, salientando:

A importância do desenvolvimento das habilidades básicas pode ser vista de uma maneira mais sistemática na pré-escola, que tem a função de fornecer à criança os pré-requisitos necessários para a aprendizagem da leitura e da

escrita. (DE MEUR; 2001, p. 78).

A educação psicomotora é fundamental na vida da criança e permanecerá

refletida no seu histórico de vida até a idade adulta, podendo-se observar a

partir daí, seu relacionamento com o mundo, sua interação com as pessoas, a

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forma como pensa e atua, expressando as suas sensações e sentimentos,

além da forma como usa o corpo como instrumento de comunicação.

Para Le Boulch:

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de

base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares: leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de

seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade: conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas (LE BOULCH; 1987

p.11).

O desenvolvimento integral das bases psicomotoras garante ao indivíduo

melhora na postura, da dissociação dos movimentos, da coordenação global

dos movimentos, da motricidade fina, do aumento da capacidade de atenção e

concentração, da discriminação tátil, visual e auditivo, além da melhora na

integração das estruturas espaciais e temporais.

O objetivo central da educação pelo movimento é contribuir para o

desenvolvimento psicomotor da criança, da qual depende, ao mesmo tempo, a

evolução de sua personalidade e o sucesso escolar. (LE BOULCH, 1984, p.

24).

O desenvolvimento psicomotor abrange o desenvolvimento funcional de

todo o corpo e suas partes. Geralmente este desenvolvimento está dividido em

várias bases psicomotoras.

Fonseca (1995), apresenta 7 fatores, os quais são a tonicidade, o equilíbrio,

a lateralidade, a noção corporal, a estruturação espácio-temporal e praxias fina

e global.

1.3.1 Tonicidade

A tonicidade, que indica o tônus muscular, exerce um papel fundamental no

desenvolvimento motor, uma vez que é ela que garante as atitudes, a postura,

as mímicas, as emoções, é de onde emergem todas as atividades motoras

humanas.

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Está relacionada a resistência, tensão e distensão, ao estado de atenção e

pode ser considerada uma dimensão inconsciente da relação.

A tonicidade é responsável também por gerenciar a postura, atitudes e

adequações de gestos, como segurar um lápis ou um copo, empregando a

força necessária para tais objetivos, sem que haja desgastes desnecessários

de energia.

1.2.2 Equilíbrio

Essa base psicomotora está relacionada ao domínio da gravidade sobre o

corpo, bem como ao controle postural.

O equilíbrio corporal permite o desenvolvimento da locomoção, uma vez

que para realizar a postura bípede e caminhar é necessário controle de

equilíbrio.

O equilíbrio corporal pode ainda ser classificado em:

Estático - Quando o corpo está “parado”, ou seja, quando ficamos em pé sem

apoios.

Dinâmico - Quando o corpo está em movimento, ao caminhar, correr, saltar.

1.2.3 Lateralidade

É a capacidade de movimentar-se utilizando para isso os dois lados do

corpo sem grandes perdas de precisão ao fazer-se com o lado esquerdo ou o

lado direito.

A distinção dos lados do corpo reflete na direção, sentido e orientação

corporal. A lateralidade tem papel fundamental na aprendizagem como um

todo, principalmente no que diz respeito a orientação espacial, além da direção

gráfica, ordem das letras e números.

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Dominância lateral diz respeito a maior habilidade desenvolvida em um dos

lados do corpo, isso ocorre devido a dominância cerebral, ou seja, indivíduos

com dominância cerebral esquerda tendem a ser destros, já nos canhotos a

dominância cerebral tem a maior probabilidade de ser do lado direito.

A lateralidade processa-se na esteira de especialização da criança, ou melhor

dito, acompanha cada um de seus passos: localização no próprio corpo, projeção de seus pontos referenciais a partir do corpo e, depois, organização do espaço independente do corpo (COSTE, 1978, p. 66).

É possível verificar a dominância no uso dos olhos, mãos, pés e ouvidos.

Quando o domínio ocorre somente do lado direito indivíduo é chamado de

destro homogêneo, se for do lado esquerdo é chamado de canhoto ou sinistro

homogêneo. Se o indivíduo usa os dois lados com habilidade é chamado de

ambidestro.

Há ainda, indivíduos que apresentam lateralidade cruzada, por exemplo,

utiliza com a mão esquerda para escrever, porém faz uso com maior destreza

do olho, pé e ouvido do lado direito. Segundo Le Bouch apud COSTE, 1978

p.60

[...] a dominância é fundamental, vinculada à própria experiência da criança,

ao seu amadurecimento e à elaboração do esquema corporal. É a partir de sua

vivência e experiência que a criança vai definir a sua lateralidade.

1.3.4 Esquema Corporal

O esquema corporal (ou noção corporal) regula a postura, equilíbrio e a

própria imagem corporal, proveniente das experiências com o meio em que

vive. A imagem corporal pode ser deduzida a partir dos desenhos da figura

humana que a criança realiza.

A noção do esquema corporal além de estar ligada a atividade motora,

também está relacionada aos aspectos emocionais e com as necessidades

biológicas do indivíduo.

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Um esquema corporal organizado, portanto permite a criança a se sentir bem, na

medida em que seu corpo lhe obedece, em que tem o domínio sobre ele, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo (OLIVEIRA, 2002, p. 51).

De Meur e Staes afirma que:

Uma criança que se sinta bem disposta em seu corpo é capaz de situar seus membros em relação aos outros para uma transformação de suas descobertas:

progressivamente localizará os objetos, as pessoas e os acontecimentos (DE MEUR; STAES, 1989, p. 9).

1.3.5 Estruturação espaço-temporal

É comum essas bases psicomotoras serem apresentadas de maneira

separada. Diversos autores, porém as trabalham de forma conjunta. Se faz

possível integrar essas duas estruturas distintas (espaço – tempo) uma vez que

seu desenvolvimento está relacionado, ambas fazem uso de modalidades

sensoriais em comum: visão, audição, cinestesia.

Estruturação espaço-temporal e a capacidade de orientar-se

adequadamente no tempo e no espaço de maneira consciente, ritmada,

fazendo uso proveitoso do espaço ao seu redor, tendo noção de tempo

decorrido, tempo presente, bem como ações futuras, tendo capacidade de

planejar suas ações.

A estruturação (ou orientação) espacial diz respeito a percepção de

distâncias, noções como dentro e fora, em cima e em baixo, frente e atrás, bem

como a lateralização.

A estruturação (ou orientação) temporal relaciona-se a percepção de

passagem de tempo, capacidade de situar-se e organizar-se no tempo,

possibilitando ditar ritmo as suas tarefas e fazendo com que se situe quanto ao

início, meio e fim, além de intervalos maiores como dia e noite, períodos

maiores, como semana, mês e ano, por exemplo.

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Ao agir sobre o meio a criança aprende a construir conceitos espaciais e

temporais.

Para Oliveira (2002, p. 88) “É a orientação temporal que lhe garantirá uma

experiência de localização dos acontecimentos passados e uma capacidade de

projetar-se para o futuro, fazendo planos e decidindo sobre sua vida”.

1.3.6 Praxias

A definição de praxias é necessária para se compreender os distúrbios psicomotores. Praxias são sistemas de movimentos coordenados em função de um resultado ou de uma intenção. Não são nem reflexos, nem

automatismos, nem movimentos involuntários. (MORAIS, 1986)

Praxia global: consiste na organização da atividade consciente da ação

antecipada pelo pensamento, planejamento que coordena o conhecimento do

corpo, por meio de informações cognitivas e emocionais resultante de

estímulos e experiências anteriores. Exigindo assim, atividade motora de vários

grupos musculares.

A praxia global relaciona-se a atividades como andar, saltar, correr, dançar,

dentre outras. Está diretamente ligada ao equilíbrio, assim como ao esquema

corporal.

Praxia fina: Aumenta toda a referência corporal em um determinada

execução, integrando competências de uma forma diferenciada e com maior

complexidade. É a perícia manual, ou seja, precisão dos movimentos finos das

mãos, dedos e olhos.

A praxia fina está envolvida em atividades como escrever, desenhar,

recortar e inúmeros movimentos que necessitam precisão na coordenação

olhos/mãos.

Através da educação psicomotora é possível desenvolver e trabalhar estas

bases. É importante lembrar que cada indivíduo poderá apresentar mais

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aptidão ou dificuldade na realização de algumas tarefas. Por isso torna-se

imprescindível o estímulo constante desde os primeiros anos de vida.

Para Oliveira (1997), ”A educação psicomotora para ser trabalhada necessi ta

que sejam utilizadas as funções motoras perceptivas, afetivas e sócio-motoras,

pois assim a criança explora o ambiente, passa por experiências concretas

indispensáveis ao desenvolvimento intelectual e é capaz de tomar consciência

de si mesma e do mundo que a cerca”.

A educação psicomotora proporciona ao indivíduo maior domínio sobre o

seu corpo, bem como maior segurança sobre sua atuação no meio em que

está inserido, integrando aspectos motores, afetivos e cognitivos.

A aprendizagem, bem como o desenvolvimento cognitivo são diretamente

beneficiados pela educação psicomotora, que dá suporte a maturação do

sistema nervoso.

Escrever, por exemplo, é uma apreensão que só é possível através da

dominância de uma série de movimentos complexos, como pegada de pinça,

tonicidade, lateralidade, noção de espaço, assim como o ritmo. Além de outros

fatores, como memória e atenção, que tornam essa tarefa possível.

Vygostsk (apud DAVIS & OLIVEIRA, 1994, p.56) afirma que “[...] o

desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam

reciprocamente de modo que, quanto mais aprendizagem, mais

desenvolvimento”.

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM :

ASPECTOS GERAIS

Desde a pré-história a humanidade se questiona sobre a

materialidade e localização das funções mentais. As pesquisas

atuais assim tem contribuído para uma melhor compreensão dos

diversos transtornos mentais, dos mecanismos do

funcionamento cerebral e de como a aprendizagem acontece.

(RELVAS, 2010)

A busca pelo entendimento a cerca do desenvolvimento cognitivo, nos

remete ao entendimento dos mecanismos de aprendizagem, assim como da

inteligência humana. Além da necessidade de compreender a memória tão

intrinsicamente ligada ao processo de aprendizagem.

2.1 Relações entre cognição e aprendizagem

Antes de estabelecer relações entre os processos de desenvolvimento

cognitivo e aprendizagem se faz indispensável, antes de mais nada, definir

brevemente alguns termos relacionados, para assim estabelecermos ligações

entre os mesmos, favorecendo o entendimento.

2.1.1 O cérebro humano

De acordo com Relvas (2010) “Filogeneticamente o cérebro humano

poderia ser dividido em três unidades:

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1- Cérebro primitivo (autopreservação, agressão)

2- Cérebro intermediário (emoções)

3- Cérebro racional\ superior (tarefas intelectuais)”

Ainda segundo Relvas (2010) “pode-se dizer que o cérebro humano traz em

si toda história da evolução tanto anatômica quanto fisiológica.”

O Sistema Nervoso Central (SNC) de acordo com Roberto Lent (2005) é

um termo geral para determinar as estruturas neurais situadas dentro do crânio

e da coluna vertebral. Segundo critérios anatômicos, o SNC pode ser dividido

em grandes partes: encéfalo e medula espinhal.

Ainda de acordo com Lent (2005) podemos reconhecer 3 partes do

encéfalo: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.

No cérebro encontra-se o córtex cerebral, onde estão agrupados os

neurônios, nesta área estão representadas as funções neurais e psíquicas

mais complexas. Grandes regiões do cérebro são chamadas de lobos: frontal,

parietal, occipital, temporal e insular.

Segundo Relvas (2010) as associações recíprocas entre as diversas áreas

corticais asseguram a coordenação entre a chegada de impulsos, sua

decodificação e associação, e atividade motora de resposta. O lobo frontal é

responsável pelo planejamento e pelo controle motor; o lobo temporal tem

centros importantes de memória e audição; o lobo parietal lida com os sentidos

corpóreos e espaciais; o lobo occipital direciona a visão. No tronco cerebral

encontram-se o bulbo raquiano e o tálamo.

Lent (2005) afirma que os neurônios estão sempre se associando a outros

cada vez que são estimulados por fatores do desenvolvimento humano, fatores

esses internos ou externos; a cada estimulo acontece o contato entre a fibra

nervosa e um dentrito ou o corpo neuronal e mais raramente outro axônio. A

esse contato é o que se chama sinapse.

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As sinapses são resultado de contato entre os neurônios, através da

produção de sinais elétricos que funcionam como unidade de formação.

As funções executivas são um conjunto de processos cognitivos que nos

possibilitam controlar nossos pensamentos e ações, bem como nossas ações e

reações de acordo com estímulos vindos do ambiente. Dentre essas funções

estão o controle inibitório, a atenção seletiva, a memória de trabalho, o

autocontrole. Processos estes, intrinsecamente ligados ao raciocínio e

processo de aprendizagem.

Podemos concluir que quanto mais o cérebro recebe estímulos, mais

suscetível a novas aprendizagens ele se torna.

2.1.2 A aprendizagem

A aprendizagem é uma modificação biológica na comunicação entre

os neurônios, formando uma rede de interligações que podem ser evocadas e retomadas com relativa facilidade e rapidez. Todas as áreas cerebrais estão envolvidas no processo de aprendizagem,

inclusive a emoção. (RELVAS, 2010)

Pode-se entender o processo de aprendizagem como um fenômeno natural

do ser humano que, por sua vez, envolve uma série de fatores. Dentre eles

aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais.

É possível dizer que o ser humano nasce potencialmente disposto a

aprender.

É importante ressaltar que a aprendizagem não é somente escolar, ou seja,

não ocorre apenas no âmbito escolar. O ser humano está em constante

desenvolvimento, sendo assim está em constante processo de aprendizagem.

Díaz (2011) expõe

“Costuma-se reduzir aprendizagem àquele ato de aprender exclusivamente no contexto escolar, onde as atividades são programadas, organizadas, dirigidas e avaliadas de uma forma

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sistemática, isolando os outros contextos não-escolares, quando na

realidade, desde que nasce, a criança começa a aprender.”

Drovet (1995, p. 84 apud Díaz 2011) declara que

“o conceito de aprendizagem não é restrito somente aos fenômenos que ocorrem na escola; o termo tem um sentido muito mais amplo:

abrange os hábitos que formamos, os aspectos da nossa vida afetiva e a assimilação dos valores culturais.”

Conceituar o termo aprendizagem torna-se tarefa complexa salvo sua

abrangência e diversas correntes propondo sua delimitação.

Díaz (2011) considera

A aprendizagem como um processo mediante o qual o indivíduo adquire informações, conhecimentos, habilidades, atitudes, valores,

para construir de modo progressivo e interminável suas representações do interno (o que pertence a ele) e do externo (o que está “fora” dele) numa constante interrelação biopsicossocial com seu

meio e fundamentalmente na infância, através da ajuda proporcionada pelos outros.”

Diversos estudiosos, principalmente na área da psicologia da educação,

elaboraram suas análises teóricas acerca da aprendizagem.

Autores como Freud, Piaget e Vygotsky contribuíram de forma significante

na busca do entendimento da relação desenvolvimento humano e

aprendizagem.

2.1.3 Principais teorias do desenvolvimento humano e aprendizagem

a) Sigmund Freud – Teoria: Analítica de personalidade (psicossexual)

Para Freud o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida

humana. Ele enfatiza os impulsos inconscientes e os seus efeitos sobre o

nosso comportamento.

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Freud denominou fases de acordo com as etapas do desenvolvimento

humano:

Fase oral: 0 a 1 ano de idade – a boca é a região que proporciona prazer

nessa fase.

Fase anal: 2 a 4 anos de idade – a criança passa a adquirir o controle dos

esfíncteres. A zona de maior prazer nesta fase é o ânus.

Fase fálica: 4 a 6 anos de idade – nesta fase a atenção da criança se volta

para a região genital.

Fase de latência: 6 a 11 anos de idade – neste período ocorre o deslocamento

da libido da sexualidade para a realização de atividades sociais ou esportes.

Fase genital: a partir de 11 anos de idade em diante – nesta fase há retomada

dos impulsos sexuais.

Freud também propõe três instancias formadoras da personalidade humana.

Essas instâncias são desenvolvidas gradualmente e estão integradas as cinco

fases. São elas: ID, EGO e SUPEREGO.

Hall, Lindzey e Campbell (2000) em estudo sobre a teoria freudiana expõem

que embora cada uma dessas partes da personalidade total tenha suas

próprias funções, propriedades, componentes, princípios de operação,

dinamismos e mecanismos, elas interagem tão estreitamente que é difícil,

senão impossível, desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuição

a comportamento humano.

O id é como o sistema original da personalidade: ele é a matriz da qual se

originam o ego e o superego. O id consiste em tudo que é psicológico, que é

herdado e que se acha presente no nascimento, incluindo instintos. O ego é o

executivo da personalidade porque ele controla o acesso à ação, seleciona as

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características do ambiente as quais irá responder e decide que instintos serão

satisfeitos e de que maneira. O superego é o representante interno dos valores

tradicionais e dos ideais da sociedade conforme interpretados para a criança

pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições. O

superego é a força moral da personalidade. (Hall, Lindzey e Campbell, 2000)

b) Jean Piaget – Teoria: Cognitiva (Epistemologia genética)

Epistemologia genética ou concepção piagetiana, busca entender

cientificamente a perpetuação do conhecimento.

Fases do desenvolvimento descritas por Piaget:

Sensório-motor – nascimento aos 2 anos – os bebês recém-nascidos

aprendem por associações respondendo a estímulos.

Pré-operacional – 2 anos a 7 anos – é uma fase egocêntrica, a criança acredita

que todos pensam como ela e atendem seus desejos. Surge a função

simbólica, onde a criança se utiliza de signos para se comunicar (exemplo:

apontar para um copo d’água pode significar sede). Aquisição da linguagem.

Operacional concreto – 7 a 11 ou 12 anos – a criança torna-se capaz de utilizar

a lógica para solucionar problemas concretos.

Operacional formal – 11 ou 12 anos em diante – pensamento lógico aplicado

em todas as ações. Capacidade de argumentar e formular hipóteses.

Piaget (1996) define assimilação como uma integração à estruturas prévias,

que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por

esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente,

isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodam-se à nova

situação.

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Isso significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos estímulos

aos esquemas que ela possui até o momento.

Após a assimilação, ocorre o processo denominado por Piaget (1996) de

acomodação. Segundo Piaget “chamaremos acomodação (por analogia com os

“acomodatos” biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a

influência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam.

De acordo com Piaget (1996), podemos dizer que existe um ponto de

equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, trate-se da equilibração. Ou

seja, para Piaget o conhecimento é construído como resultado das interações

do indivíduo e o ambiente, que ao receber uma nova informação se

desequilibra, exigindo que faça novas adaptações para que retome o equilíbrio

e assim sucessivamente.

O construtivismo é a teoria de aprendizagem desenvolvida por Piaget no

inicio da década de 20. Sua principal característica é o entendimento que o

aprendizado é uma construção que se faz na interação do indivíduo com o

meio que o cerca. Portanto o nível de amadurecimento de cada aluno é

respeitado, e o ensino é visto como um processo de mediação do professor.

Sendo assim, no construtivismo, o aprendizado ocorre de forma gradual.

Onde cada novo estímulo é internalizado e acomodado a partir de

conhecimentos prévios já estabelecidos.

c) Lev Vygostsky – Teoria: Aprendizagem Social

Segundo Freitas (2000) apud Neves e Damiani (2006) Vygotsky concebe o

homem como um ser histórico e produto de um conjunto de relações sociais.

Ele se pergunta como os fatores sociais podem modelar a mente e construir o

psiquismo e a resposta que apresenta nasce de uma perspectiva semiológica,

na qual o signo, como um produto social, tem uma função geradora e

organizadora dos processos psicológicos. O autor considera que a consciência

é engendrada no social, a partir das relações que os homens estabelecem

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entre si, por meio de uma atividade sígnica, portanto, pela mediação da

linguagem. Os signos são os instrumentos que, agindo internamente no

homem, provocam-lhe transformações internas, que o fazem passar de ser

biológico a ser sócio-histórico. Não existem signos internos, na consciência,

que não tenham sido engendrados na trama ideológica semiótica da

sociedade.

Sendo assim, para Vygotsky o desenvolvimento cognitivo do indivíduo se

dá por meio da interação social, com o meio e outros indivíduos. A

aprendizagem então, seria uma experiência social, mediada pela utilização de

instrumentos e signos. Um signo seria aquilo que representa algo para a

criança, uma linguagem.

Vygostsky defende a importância da mediação para que ocorra a

aprendizagem. Sendo assim, o professor possui papel primordial neste

processo, fazendo com que a criança tenha contato com o que fará sentido

para a mesma.

A Zona de desenvolvimento proximal (ZDP) desenvolvida por Vygotsky,

pode ser entendida como a distância (ou intervalo) entre aquilo que o indivíduo

já sabe (seu conhecimento real) e aquilo que ele tem potencial para aprender

(conhecimento potencial). Conhecimento real é aquele que o indivíduo pode

aplicar sozinho. Já o conhecimento potencial é aquele que ele necessita da

mediação do outro para aplicar.

A ZDP é onde o professor deve atuar junto ao aluno favorecendo seu

conhecimento real e estimulando seu potencial para que se faça a

aprendizagem.

O sócioconstrutivismo é uma abordagem da aprendizagem iniciada por

Vygotsky. Esta proposta considera que o conhecimento se dá por meio da

interação com o meio, que por sua vez, está impregnado de cultura. Quando o

indivíduo se insere neste meio e internaliza estímulos, reinterpretando do seu

modo individual de acordo com suas próprias ideias baseadas em suas

experiências.

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Podemos dizer que há pontos em comum entre o construtivismo e o

sociocontrutivismo, bem como também há divergências. Como por exemplo, o

construtivismo considera que o amadurecimento biológico torna os indivíduos

mais capazes de raciocinar de maneira mais complexa, a interação social teria

um papel secundário. Já o sócioconstrutivismo considera que a interação social

que torna o individuo capaz de raciocinar de maneira mais complexa, onde sem

interação de nada adiantaria o amadurecimento.

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CAPÍTULO III

OS EFEITOS DA ESTIMULAÇAO PSICOMOTORA NAS

CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR

Até aqui podemos estruturar como é possível entender o processo de

aprendizagem no ser. Diversas teorias e estudos foram feitos acerca deste

fenômeno. Principalmente em ambiente escolar, é possível ter contato com as

diversas formas de aprender.

É nesse contexto que a educação psicomotora se faz ferramenta

imprescindível para favorecer o processo de aprendizagem. Uma vez que uma

criança estimulada em seus diversos aspectos tanto motores quanto psíquicos

e afetivos, é capaz de obter sucesso escolar com maior facilidade, na maioria

das vezes.

Podemos dizer que um bom desenvolvimento psicomotor é capaz de

propiciar melhores condições para que a criança em idade escolar aprenda.

Levando em consideração diversos fatores, que vão desde questões

individuais internas ao ambiente como um todo. Ao tomar consciência de seu

corpo e seus movimentos a criança se encontra melhor no ambiente, se

relaciona melhor com o outro, o que proporciona o desenvolvimento de

diversas habilidades, pois como vimos anteriormente, nas teorias de Piaget e

Vygotsky o contato social é capaz de gerar aprendizagem.

A estimulação psicomotora se faz desde muito cedo, o recém-nascido já

pode e deve ser estimulado. Uma conversa com o bebê, um brinquedo com

sons e cores, são as mais simples formas de começar a educação

psicomotora.

A cada idade da criança é o momento de novas possibilidades de aprender

devido ao amadurecimento. O educador precisa estar atento, pois uma

atividade bem direcionada e adequada a faixa etária poderá fazer toda

diferença contribuindo assim para o desenvolvimento integral do aluno.

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3.1 Educação psicomotora

De acordo com Le Boulch (1984) a educação psicomotora deve ser

considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona

todos os aprendizados pré-escolares. Leva a criança a tomar consciência de

seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o seu tempo, a

adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos.

A educação psicomotora deve ser praticada desde a primeira infância,

beneficiando assim diversos aspectos do desenvolvimento da criança,

possibilitando maior conhecimento de si mesma, aumentando sua autonomia e

influenciando positivamente ao longo da sua vida social.

O educador precisa estar atento a cada fase do desenvolvimento infantil

bem como as necessidades inerentes de cada fase, visando trabalhar na

estimulação do desenvolvimento cognitivo e habilidades.

Sobre a educação psicomotora na escolas, Alves (2012) considera que a

mesma visa desenvolver corretamente diante da aprendizagem de caráter

preventivo do desenvolvimento integral do indivíduo nas várias etapas de

crescimento.

Durante o processo de aprendizagem, os elementos

básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência.

O desenvolvimento do Esquema Corporal, da Lateralidade,

da Estruturação Espacial, da Orientação Temporal e da pré-

escrita é fundamental na aprendizagem; um problema em

um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.

(ALVES, 2012)

Assim como a estimulação psicomotora é capaz de favorecer a

aprendizagem, pois a criança com as bases psicomotoras bem desenvolvidas

consegue responder melhor aos conteúdos escolares. Os distúrbios

psicomotores podem interferir de forma significativa na qualidade da aquisição

dos conteúdos. Muitas vezes apresentando falhas que poderiam ser sanadas

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até mesmo na primeira infância, contudo ao passar de anos, permanecendo

com algumas habilidades não desenvolvidas plenamente até a fase adulta.

Para Alves (2012)

O ideal seria que todos os educadores tivessem como

respaldo para as suas atividades a psicomotricidade, pois

fariam com que nossas crianças realizassem experiências

com o corpo, sendo indispensável no desenvolvimento

das funções mentais e sociais.

Através da educação psicomotora a criança pode criar meios, através de um

processo criativo. Fazendo com que ela se encontre no meio que está inserida.

A educação psicomotora é uma técnica, que através de

exercícios e jogos adequados a cada faixa etária leva a

criança ao desenvolvimento global do ser. Devendo

estimular, de tal forma, toda atitude relacionada ao corpo,

respeitando as diferenças individuais (o ser é único,

diferenciado e especial). (NEGRINE,1995)

Segundo Le Bolch (1984) a educação psicomotora na idade escolar deve

ser, antes de tudo, uma experiência ativa de confrontação com o meio. Dessa

maneira, esse ensino segue uma perspectiva de uma verdadeira preparação

para a vida que se deve inscrever no papel de escola, e os métodos

pedagógicos renovados devem, por conseguinte, tender a ajudar a criança a

desenvolver-se da melhor maneira possível, a tirar o melhor partido de todos os

seus recursos, preparando para a vida social.

3.1.1 Reeducação psicomotora

A reeducação psicomotora tem o intuito de corrigir distúrbios psicomotores,

uma vez que leva o indivíduo a criar condições para atingir consciência e

domínio corporal, visando alcançar a fluidez de movimentos. Permitindo assim,

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atingir novos meios de expressão e formas de realizar um (ou mais)

movimentos, antes dados como precários.

A reeducação psicomotora é bem-vinda até na fase adulta, onde na maioria

das vezes parece não haver mais solução para um déficit que o impede de

realizar uma tarefa, por exemplo um indivíduo com dificuldades na dissociação

de movimentos poderá apresentar dificuldades para aprender a dirigir um

veículo. Através de exercícios psicomotores específicos esse déficit poderá ser

corrigido.

3.1.2 Terapia psicomotora

A terapia psicomotora se trata do aperfeiçoamento das possibilidades

percepto-motoras, bem como a correção de suas alterações. Visando aumentar

a qualidade de vida e conforto no indivíduo, aumentando seus meios de

adequação a diferentes possibilidades de realizar uma tarefa, antes dada como

imperfeita ou imprecisa.

3.1.3 Distúrbios psicomotores: breve análise

Alguns distúrbios psicomotores podem ser evidenciados precocemente

(antes de 1 ano de idade), já outros à medida que a criança se desenvolve.

É no início da escolaridade que estes distúrbios se evidenciam mais

claramente. Falhas no esquema corporal, na orientação, na atenção, na

deglutição, etc. que interferem no sucesso do desempenho escolar.

Como alterações do desenvolvimento psicomotor podemos citar:

Instabilidade psicomotora ou hipercinesia – apresenta atividade muscular

contínua, mesmo durante o sono. Pode ser confundida com TDH (transtorno de

déficit de atenção e hiperatividade), pois possuem algumas características

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semelhantes. O aluno não se fixa em atividades, o que gera dificuldades de

aprendizado.

Debilidade psicomotora – Apresentam paratonias, sincinesias, dificuldades de

ritmo e de realizar movimentos finos. Na aprendizagem, os alunos com este

distúrbio apresentam dificuldade no aprendizado da leitura, da escrita e de

cálculos.

Inibição psicomotora – Apresentam paratonias, sincinesias e dificuldade em

realizar movimentos finos. Muito se assemelha com a debilidade psicomotora,

porém estes indivíduos, em grupo, se saem melhor. Necessitam de tratamento

em grupo.

Lateralidade cruzada – diz respeito a dominância de um dos lados do corpo

(direita e esquerda). O indivíduo que apresenta a lateralidade cruzada

apresenta lateralidade alternada na dominância de mãos, pés e olhos, o que

acarreta dificuldades na coordenação motora fina, inabilidades manuais, falhas

no ritmo, orientação e equilíbrio.

Imperícia ou apraxia motora – Apresentam enorme dificuldade em realizar

tarefas manuais, por seus movimentos rígidos e imprecisos. Na escola, podem

sofrer rejeições por outras crianças em momentos de jogos, o que acaba

gerando ansiedade e por ventura agressividade.

3.2 Desenvolvimento integral da criança

O desenvolvimento integral do indivíduo se refere ao processo formativo no

qual o objetivo não se restringe somente ao desenvolvimento cognitivo, mas

sim o desenvolvimento em suas múltiplas dimensões, como física, intelectual,

social e emocional. Para tanto a educação deve se fazer de forma ampla,

atendendo as especificidades de cada ser, respeitando limites e mais ainda

procurando ultrapassá-los de forma gradual e integral.

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É importante que o educador se torne uma ponte entre o objeto (meio) e

formas de entender e simbolizar aquele elemento, tornando-o fonte de

aprendizado e enriquecimento de conhecimentos. Proporcionando ao aluno

vivências que o auxiliem a fim de alcançar esse desenvolvimento integral.

A formação integral do indivíduo do ser humano relaciona-se à compreensão

da pessoa em sua totalidade, visando o desenvolvimento pleno de suas

potencialidades. (VALE, 2014)

Jogos e brincadeiras tornam-se ferramentas neste processo. O lúdico é

indispensável no universo infantil, pois ao jogar, as crianças podem

desenvolver diversas habilidades psicomotoras, estabelecer noções de limites,

regras e convívio social.

Jogos e brincadeiras devem estar presentes em sala de aula como

estratégia de ensino. O professor se faz agente fundamental nesse processo,

guindo o orientando e proporcionando situações de descoberta, de estímulos

sensoriais e motores. O contato com o novo abre caminho pra aprendizagem e

desenvolvimento cognitivo.

Em seus estudos, Alves (2007) discorre a respeito da educação

psicomotora, segundo ela, a psicomotricidade

É dirigida basicamente às crianças pretendendo favorecer ao máximo, o desenvolvimento psicomotor e evitar as desviações demasiado neurótica da personalidade. É uma

atividade preventiva que através da prática psicomotora propicia o desenvolvimento das capacidades básicas, sensoriais, perceptivas e motoras, favorecendo a uma

organização mais adequada ao desenvolvimento da aprendizagem. (ALVES, 2007, p.6)

Nessa perspectiva compreende-se a educação psicomotora como aliada do

desenvolvimento integral do ser, propiciando uma experiência escolar mais

abrangente e menos turbulenta para a criança, uma vez que as atividades

psicomotoras funcionam também como forma de prevenir maiores dificuldades

nas fases seguintes tão comuns em idade escolar.

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Segundo Alves (2012) a psicomotricidade hoje, como ciência da educação,

visa à representação e à expressão motora, por meio da utilização psíquica e

mental do indivíduo.

Sendo assim os estímulos psicomotores não apenas dizem respeito aos

movimentos, mas sim num trabalho corporal como um todo. Um exercício

cognitivo que propicia o desenvolvimento da criança de forma integral.

3.3 AVALIAÇÃO PSICOMOTORA

A avaliação psicomotora é de fundamental importância, ela permitirá a você,

profissional, a obtenção de dados importantíssimos relacionados ao indivíduo

que está procurando seus serviços. (ALVES, 2016)

Quando o desenvolvimento motor do aluno é avaliado é possível obter uma

série de informações relevantes capazes de auxiliar no desenvolvimento de

propostas de atividades que melhor atendam as características previamente

apresentadas no ato da avaliação. Por exemplo, alguns distúrbios da

motricidade podem influenciar no processo de alfabetização, além de demais

áreas do conhecimento. Muitas vezes podendo levar a um déficit de

aprendizagem e/ou ao fracasso escolar.

A avaliação psicomotora deve ser contínua, uma vez que o

desenvolvimento do ser se faz em fases, etapas que são construídas de acordo

com o nível de maturidade e contato com estímulos variados. Ao avaliar é

preciso ter em mente que o aprendizado também é um processo contínuo e

nunca é tarde para realizar atividades que por hora podem parecer simples,

mas que poderá levar o indivíduo ao aperfeiçoamento de seus movimentos de

forma geral.

As formas de avaliar o desenvolvimento motor de uma criança são variadas.

Podem ser usados conjuntos de testes a fim de avaliar diversos aspectos

motores de uma criança de acordo com a faixa etária.

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3.4 A psicomotricidade e o lúdico na aprendizagem de crianças de 06 a 11

anos de idade.

Para Ribeiro e Souza (2011), “os jogos educativos são aqueles que

contribuem para a formação das crianças e geralmente são direcionados para

a Educação Infantil.”

Porém como vimos até aqui, cada faixa etária apresenta suas

necessidades e jogos e brincadeiras são ferramentas indispensáveis na

estimulação psicomotora em qualquer faixa etária.

Crianças de 06 a 11 anos são capazes de abstrair, de memorizar seu corpo

através de imagens mentais. Automatismos são adquiridos, assim como

habilidades em movimentos precisos. Possuem noção de tempo e espaço com

maior precisão. Atividades em grupo chamam mais atenção nesta faixa etária,

o jogo principalmente, pois é um período onde a competição ganha espaço.

Vygotsky (1997) diz que ao brincar, a criança assume papéis e aceita as

regras próprias da brincadeira. Executando, imaginariamente, tarefas para as

quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade.

Wallon, 2004 afirma que

O adulto batizou de brincadeira todos os comportamentos de descoberta da criança. Os adultos brincam com as

crianças e é ele inicialmente o brinquedo, o expectador ativo e depois o real parceiro. Ela aprende, a compreender, dominar e depois produzir uma situação específica distinta

de outras situações.

Para Kashimoto (1997) o uso do brinquedo/jogo educativo com fins

pedagógicos remete-nos para relevância desse instrumento para situações de

ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Ele demonstra a grande

relevância de brincadeiras e jogos para a aprendizagem infantil.

Friedmann (1995) descreve

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Jogos de regras – começam a se manifestar entre os

quatro e sete anos e se desenvolvem entre os sete e os doze anos. Aos sete anos a criança deixa o jogo egocêntrico, substituindo-o por uma atividade mais

socializada onde as regras têm uma aplicação efetiva e na qual as relações de cooperação entre os jogadores são fundamentais.

A psicomotricidade e o uso de jogos na educação contribuem na formação

infantil, além de propiciar o desenvolvimento cognitivo. Aliando a sala de aula

com momentos de ludicidade, o educador aproximará a criança dos seus

objetivos, quanto habilidades a serem desenvolvidas.

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CONCLUSÃO

Ao concluir este estudo, que teve por objetivo evidenciar a contribuição da

psicomotricidade no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo, assim

como o avanço no processo ensino-aprendizagem em crianças com idade

escolar de 6 a 11 anos, de maneira que podemos afirmar a relevância dos

estímulos psicomotores afim de alcançar tais resultados no desenvolvimento

infantil.

Desde o seu surgimento, a psicomotricidade, vem ganhando espaço e ainda

mais notoriedade no âmbito educacional. Levando diversos estudiosos a se

aprofundarem neste tema, analisando os efeitos da estimulação psicomotora e

sua relação com o desenvolvimento cognitivo, bem como o desenvolvimento

integral do ser.

Em contexto escolar podem ser percebidos diversos déficits que prejudicam

o bom desempenho do aluno em sala de aula, ocasionando dificuldades na

aprendizagem.

Falhas no desenvolvimento das bases psicomotoras – são elas: tonicidade,

equilíbrio, lateralidade, esquema corporal, estruturação espaço temporal,

praxias fina e global – podem dar origem a distúrbios psicomotores. Estes, em

sala de aula, podem ocasionar atrasos no aprendizado da leitura e da escrita,

do raciocínio matemático, dificuldades no relacionamento com o outro, déficits

de atenção, dentre outras consequências que poderão, até mesmo, ocasionar

desmotivação e evasão escolar.

A psicomotricidade visa o desenvolvimento integral do ser. Através da

educação psicomotora o aluno se torna conhecedor de si, do próprio corpo.

Tendo domínio sobre si, no espaço e no tempo, além de reconhecer o outro

e com ele aprender de forma contínua.

Na faixa etária pertencente a este estudo (6 a 11 anos de idade), a criança

começa a ampliar seu vocabulário e aquisição da escrita, já é capaz de

compreender bem regras e se interessa por jogos coletivos.

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Jogos e brincadeiras podem ser todos como valiosos aliados do processo

ensino-aprendizagem. Uma vez que a partir símbolos, regras e movimento,

além do corpo, uma serie de processos mentais são acionados, colaborando

assim para o avanço do desenvolvimento cognitivo.

Sobre a aprendizagem é possível afirmar que o ser humano nasce

potencialmente disposto a aprender. É importante ressaltar que a

aprendizagem não se faz somente em ambiente escolar. O ser humano está

em constante contato com o novo, sendo assim em constante aquisição de

conhecimento e desenvolvimento cognitivo.

Autores como Freud, Piaget e Vygotsky desenvolveram teorias a cerca da

aprendizagem. Tais teorias analisam o ser como um todo, estudando também

os efeitos externos, como internos da aprendizagem.

Vale ressaltar o papel relevante da educação psicomotora nas diferentes

etapas do desenvolvimento. O educador precisa estar atento a tais etapas para

que proporcione ao seu aluno experiências enriquecedoras e completas,

sempre buscando o pleno desenvolvimento humano.

Podemos concluir que a psicomotricidade, esta ciência que estuda o homem

no seu aspecto motor, cognitivo e afetivo, vem contribuindo e enriquecendo

estudos pedagógicos, psicológicos e de áreas motoras, como educação física.

Ganhando espaço e notoriedade e mais ainda auxiliando educadores, pais e

alunos em busca do desenvolvimento integral, de forma prazerosa e eficaz.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Janeiro: WAK, 2003.

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FITL/AEMSRev. Conexão Eletrônica – Três Lagoas, MS – Volume 12 –

Número 1 – Ano 2015

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ÍNDICE

CAPA ...........................................................................................................1

FOLHA DE ROSTO......................................................................................2

AGRADECIMENTOS....................................................................................3

DEDICATÓRIA..............................................................................................4

RESUMO.......................................................................................................5

METODOLOGIA............................................................................................6

SUMÁRIO......................................................................................................7

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8

CAPÍTULO I

Psicomotricidade .........................................................................................10

1.1 Abordagem histórica ..............................................................................10

1.2 Conceito e definições .............................................................................12

1.3 Bases psicomotoras ....................................................................... ........13

1.3.1 Tonicidade......................................................................................14

1.3.2 Equilíbrio.........................................................................................15

1.3.3 Lateralidade....................................................................................15

1.3.4 Esquema corporal ..........................................................................16

1.3.5 Estruturação espaço-temporal........................................................17

1.3.6 Praxias............................................................................................18

CAPÍTULO II

Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem: aspectos gerais.....................20

2.1 Relações entre cognição e aprendizagem..............................................20

2.1.1 O cérebro humano..........................................................................20

2.1.2 A aprendizagem................................................................................22

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2.1.3 Principais teorias do desenvolvimento humano e aprendizagem.....23

CAPÍTULO III

Os efeitos da estimulação psicomotora nas crianças em idade escolar..........29

3.1 Educação psicomotora.............................................................................. .30

3.1.1 Reeducação psicomotora..................................................................31

3.1.2 Terapia psicomotora ....................................................................... 32

3.1.3 Distúrbios psicomotores: breve análise............................................32

3.2 Desenvolvimento integral da criança....................................................... ....33

3.3 Avalição psicomotora...................................................................................35

3.4 A psicomotricidade e o lúdico na aprendizagem de crianças de 6 a 11 anos

de idade.............................................................................................................36

CONCLUSÃO....................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................40

ÍNDICE..............................................................................................................44