Universidade de Aveiro 2017

158
Universidade de Aveiro Departamento de Educação e Psicologia 2017 As línguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Língua Estrangeira: um desafio plurilingue e intercultural Filipe José Campos Ferreira

Transcript of Universidade de Aveiro 2017

Page 1: Universidade de Aveiro 2017

Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017

As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural

Filipe Joseacute

Campos Ferreira

Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017

As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural

Relatoacuterio de estaacutegio apresentado agrave Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ensino do Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e no Ensino Secundaacuterio e de LE (Espanhol) nos Ensinos Baacutesico e Secundaacuterio realizada sob a orientaccedilatildeo cientiacutefica da Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde Professora Associada com Agregaccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo da Universidade de Aveiro

Filipe Joseacute

Campos Ferreira

O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade

Professora Associada Universidade de Aveiro

Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da

Universidade do Porto da Faculdade de Letras

Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde

Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de

Aveiro

Aos meus pais

Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia

pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que

agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e

aos meus avoacutes

O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora

Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo

disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na

elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio

Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta

Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste

relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na

exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz

Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me

abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a

construir a minha identidade enquanto professor

Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio

nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que

atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata

Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime

Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem

eles este trabalho natildeo seria possiacutevel

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 2: Universidade de Aveiro 2017

Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017

As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural

Relatoacuterio de estaacutegio apresentado agrave Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ensino do Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e no Ensino Secundaacuterio e de LE (Espanhol) nos Ensinos Baacutesico e Secundaacuterio realizada sob a orientaccedilatildeo cientiacutefica da Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde Professora Associada com Agregaccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo da Universidade de Aveiro

Filipe Joseacute

Campos Ferreira

O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade

Professora Associada Universidade de Aveiro

Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da

Universidade do Porto da Faculdade de Letras

Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde

Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de

Aveiro

Aos meus pais

Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia

pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que

agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e

aos meus avoacutes

O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora

Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo

disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na

elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio

Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta

Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste

relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na

exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz

Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me

abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a

construir a minha identidade enquanto professor

Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio

nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que

atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata

Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime

Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem

eles este trabalho natildeo seria possiacutevel

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 3: Universidade de Aveiro 2017

O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade

Professora Associada Universidade de Aveiro

Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da

Universidade do Porto da Faculdade de Letras

Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde

Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de

Aveiro

Aos meus pais

Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia

pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que

agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e

aos meus avoacutes

O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora

Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo

disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na

elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio

Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta

Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste

relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na

exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz

Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me

abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a

construir a minha identidade enquanto professor

Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio

nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que

atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata

Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime

Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem

eles este trabalho natildeo seria possiacutevel

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 4: Universidade de Aveiro 2017

Aos meus pais

Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia

pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que

agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e

aos meus avoacutes

O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora

Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo

disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na

elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio

Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta

Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste

relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na

exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz

Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me

abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a

construir a minha identidade enquanto professor

Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio

nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que

atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata

Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime

Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem

eles este trabalho natildeo seria possiacutevel

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 5: Universidade de Aveiro 2017

Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia

pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que

agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e

aos meus avoacutes

O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora

Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo

disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na

elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio

Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta

Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste

relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na

exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz

Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me

abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a

construir a minha identidade enquanto professor

Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio

nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que

atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata

Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime

Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem

eles este trabalho natildeo seria possiacutevel

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 6: Universidade de Aveiro 2017

Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias

plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira

Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas

minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol

como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de

as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes

educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua

valorizaccedilatildeo

Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma

abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o

lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do

Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica

espanhola

Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento

teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino

e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas

praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas

Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e

consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira

do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave

exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de

um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num

agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees

investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural

Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar

os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos

docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo

com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de

falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos

aprendentes da LE

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 7: Universidade de Aveiro 2017

Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues

plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue

Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be

minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign

Language classrooms (Fernaacutendez 2013)

Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom

making the educational agents aware of their importance thus promoting their

appreciation

In this study through a multilingual and intercultural look guided by an

approach of different languages and cultures it was our intent to think on the

place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish

prospecting them as Spanish linguistic identity heritage

To support the research questions we prepared a theoretical framework that

show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates

the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good

didactic-pedagogical practices

With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations

of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year

Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos

cultures and languages according to the implementation of a case study with

research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach

our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic

and cultural awareness sessions

The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the

students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the

teachers to create in the classroom an environment of reflexion and

collective dialogue with the Other where every language regardless the

amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich

Foreign Languages learners

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 8: Universidade de Aveiro 2017

Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas

minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua

Extranjera

Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se

consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio

per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez

2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de

espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten

todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de

dichas lenguas

En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo

los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y

culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras

lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del

Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la

identidad linguumliacutestica espantildeola

Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos

construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la

inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso

didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas

praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas

Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las

percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una

clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria

portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a

1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y

culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de

caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto

de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a

las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a

la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de

sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural

Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica

de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica

y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear

en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo

colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas

independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio

econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los

aprendientes de la lengua extranjera

8

Iacutendice Geral

Agradecimentos 5

Resumo 6

Introduccedilatildeo 16

Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol

como Liacutengua Estrangeira 18

11 Introduccedilatildeo 20

12 As liacutenguas de Espanha 20

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27

15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29

151 Plurilinguismo na aula de ELE 30

152 Interculturalidade na aula de ELE 32

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35

17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

38

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39

18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41

Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de

intervenccedilatildeo 42

21 Introduccedilatildeo 43

22 Questotildees e objetivos investigativos 43

23 Participantes 44

9

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44

241 O Macrocontexto 44

242 O microcontexto a nossa turma 47

25 Metodologia do estudo 48

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48

26 Instrumentos de recolha de dados 51

261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52

271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54

273 Fichas de trabalho e notas de campo 57

Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58

31 Introduccedilatildeo 59

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

71

Consideraccedilotildees finais 82

Referecircncias bibliograacuteficas 88

Anexos 98

10

Lista de Tabelas

Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio

11

Lista de Graacuteficos

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

12

Lista de Figuras

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde

13

Lista de Abreviaturas

3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

CA = Comunidade Autoacutenoma

CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias

CE = Constituiccedilatildeo Espanhola

ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira

MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas

LE = Liacutengua Estrangeira

LESP = Liacutenguas de Espanha

LM = Liacutengua Materna

PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes

14

Lista de Anexos

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad

Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas

Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa

Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua

Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea

Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad

Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha

Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten

Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes

Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes

Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos

Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo

Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

15

Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar

(proveacuterbio catalatildeo)

16

Introduccedilatildeo

O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez

2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito

comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a

devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras

A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de

um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular

Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal

pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual

pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo

facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica

desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das

liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um

dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e

extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico

Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos

norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as

mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar

o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente

contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os

professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o

desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos

ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir

estereoacutetipos

Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes

partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que

sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas

educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para

o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte

referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas

estrangeiras e do ELE

Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave

interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as

problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados

na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia

17

adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo

onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os

instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados

Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as

limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees

futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica

enquanto professores de ELE

Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio

contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores

atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e

necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso

desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor

conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o

Outro

Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a

percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este

possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das

LESP que existe no contexto educativo

18

Capiacutetulo I

As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira

19

ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo

(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)

20

11 Introduccedilatildeo

Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como

liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no

Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos

sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente

estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim

apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo

do estudo

12 As liacutenguas de Espanha

Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada

vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais

poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores

como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e

neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar

de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere

Saussure (1962)

ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets

appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement

dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble

drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans

la masserdquo (p30)

Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute

um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta

riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam

parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica

plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes

de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha

monolingue

Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute

bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma

geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para

um campo diferente

21

Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais

verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo

cooficial

ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1

Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas

Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece

outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas

Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do

catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em

Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do

basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas

Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias

lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos

hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano

oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el

gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte

del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades

dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)

A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a

variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o

extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do

latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida

(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do

catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes

Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do

aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha

embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que

goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a

Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial

natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo

Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as

Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se

1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16

de janeiro de 2017

22

alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser

qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo

nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206

habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198

habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131

habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial

unicamente na zona norte desta comunidade

Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria

neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem

limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a

revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que

passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas

com este intuito

13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha

Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos

casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas

oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)

A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma

language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen

apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge

a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o

conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a

planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas

Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria

de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo

por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica

linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de

desenvolvimento

Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham

um papel crucial na medida em que

ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que

les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil

3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida

em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo

23

est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la

langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils

deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur

donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo

(Calvet 2004 p11)

Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga

ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na

oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo

metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e

reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que

alimentam a problemaacutetica

Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama

linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites

e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante

as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos

na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem

Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas

senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada

atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP

ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional

De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar

fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo

pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)

Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931

reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente

com o castelhano

Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da

Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha

alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de

Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol

habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico

que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos

cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)

Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa

ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era

la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron

prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)

24

Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a

opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades

linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do

ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de

transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades

linguiacutesticas

Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em

relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas

vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas

vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste

periacuteodo Lozano (2005) conta que

ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas

pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos

para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute

disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto

contrariordquo (p123)

Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz

as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)

Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao

Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino

Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as

liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de

repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo

como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos

uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram

introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor

intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os

autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila

radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de

cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do

ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo

Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave

filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido

proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que

asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura

25

Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola

de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da

cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como

podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978

ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles

tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla

2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas

Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos

3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un

patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo

Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o

princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda

Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978

optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais

nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito

Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978

inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano

independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo

Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e

das que natildeo gozam deste estatuto

ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE

queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las

partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha

velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo

minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la

paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos

en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que

reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de

los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)

Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978

e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade

das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel

de cada CA

4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017

26

Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)

promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas

cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a

projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a

liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em

Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees

linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido

mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso

do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este

modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo

social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro

gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel

administrativo

Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas

em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten

linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte

asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de

una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992

p97)

Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo

Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas

vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com

um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um

passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol

Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o

espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos

linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o

estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos

linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais

aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na

difusatildeo do catalatildeo

Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas

em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do

seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a

emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que

preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias

27

14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias

O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo

das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta

Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute

de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente

cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento

ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute

assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e

administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais

ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de

los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y

regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997

p479)

Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas

linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave

fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em

Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade

de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia

promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma

construccedilatildeo perduraacutevel

Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar

accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)

evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo

ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en

Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la

ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas

europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth

1997 p5)

Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados

Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos

mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou

difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que

os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da

5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de

junho de 2017

28

integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a

sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de

relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)

Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de

Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver

no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que

ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural

europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y

regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)

Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da

interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da

liacutengua objeto de estudo

ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel

mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia

intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad

regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)

Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER

que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na

sua projeccedilatildeo no ensino

Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo

(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o

conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais

como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o

respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER

2002 p100)

Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos

a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER

proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino

pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola

Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio

Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva

a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o

6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra

e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol

29

plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves

liacutenguas minoritaacuterias dos alunos

Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas

minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento

ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos

ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as

estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia

Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam

notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio

sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura

Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram

consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo

campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo

entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que

cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida

puacuteblica e privada conforme roga a CELRM

Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe

ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir

democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de

normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)

15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula

de ELE

Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada

consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas

regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas

nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta

temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar

o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente

plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)

ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de

hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear

la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de

justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que

presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)

30

151 Plurilinguismo na aula de ELE

Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o

principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia

plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas

competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir

diferentes funcionesrdquo

Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este

respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que

ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en

la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece

entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo

pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario

de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)

Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num

domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de

experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar

em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)

Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do

conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se

interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma

objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe

os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue

Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)

Competecircncia

plurilingue

Gestatildeo da interaccedilatildeo

Gestatildeo dos repertoacuterios

linguiacutesticos -comunicativos

Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem

Gestatildeo da dimensatildeo

afetiva

31

Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino

da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania

promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos

abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo

Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)

pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover

identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues

possuiacuterem

ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux

compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils

disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces

compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines

particulairesrdquo (1997 p 47)

Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de

outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro

sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue

Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano

oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs

argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes

ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer

relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de

forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos

cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este

adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a

ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su

capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)

Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de

potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)

o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente

podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das

comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer

intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para

fazecirc-lo

Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os

alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade

32

linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas

vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia

propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e

linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades

espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas

no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade

parcial segmentada e como tal incompleta

ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la

validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en

sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar

la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su

conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar

informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se

conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e

Buumlrmann 2013 p56)

Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na

aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos

esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os

seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no

compiten sino que se complementanrdquo

152 Interculturalidade na aula de ELE

Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o

Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para

explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)

denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais

da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da

cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em

consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia

cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam

Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson

(1999) define como sendo

ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques

relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures

33

dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde

dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por

Anderson 1999 p313)

Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma

dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo

um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua

cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da

forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um

diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma

estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma

ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente

Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia

intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino

que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y

relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo

Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam

durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de

culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)

Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade

para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que

existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de

conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de

abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do

saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade

para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por

outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de

comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)

Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os

saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa

praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por

Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto

de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos

contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o

rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia

cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o

Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente

34

Education

political education

critical cultural awareness

(savoir sengager)

Skills

Interpret and relate

(savoir comprendre)

Atitudes

relativising self valuing others

(savoir ecirctre)

Skills

Discover andor interact

(savoir apprendre

faire

Knowledge

of self and others

of interaction

individual and societal

(les savoirs)

Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre

as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das

LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute

importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas

espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus

estereoacutetipos sociolinguiacutesticos

Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo

nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo

reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)

devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que

o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um

determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura

ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y

se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores

actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus

identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)

Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o

papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para

ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas

suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica

promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga

Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)

35

(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a

descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender

as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias

Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e

culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a

consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os

documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica

16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes

O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol

(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua

estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os

niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o

PCIC atribui relevacircncia agraves LES

Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos

seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos

socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006

p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o

aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes

numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis

conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil

do aluno que tenha entre matildeos

Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a

projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os

descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes

7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-

a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017

Inventaacuterios Objetivos

laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo

laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo

laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y

de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e

Hispanoameacutericaraquo

36

Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC

Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais

segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)

a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)

Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC

conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja

capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia

dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o

aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar

construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para

reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno

aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e

estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no

inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os

referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos

Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o

postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais

da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as

8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017

laquo10 Referentes culturales8raquo

(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)

laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo

laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo

laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y

fomento de la lengua

Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la

Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia

Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo

laquo11 Saberes y comportamientos

socioculturales9raquo

(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad

colectivaraquo)

laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y

espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo

laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos

convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones

de lenguas y dialectos (hellip)raquo

37

culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de

intermediaacuterio cultural

Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado

agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia

expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e

cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na

fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e

as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar

consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica

educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua

enquanto pilar da identidade territorial

Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os

elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas

oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento

centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de

consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de

autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto

Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave

exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos

conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo

direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as

liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro

deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de

fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto

minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE

Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de

espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo

o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num

mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a

dimensatildeo cultural

38

17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs

Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem

revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo

nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos

assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis

iniciais e dos niacuteveis avanccedilados

171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico

Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que

abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1

do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP

observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes

objetivos

-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e

culturalrdquo

- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do

confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo

(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)

Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes

destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar

- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como

forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo

-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de

codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo

- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de

curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas

culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)

Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo

objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta

sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este

um dos principais objetivos vincados pelo programa

39

Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e

temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo

do figurino de aluno

ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto

de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da

praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder

agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica

pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)

172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio

O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do

que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de

continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de

produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os

niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se

atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)

No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo

natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais

Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos

Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala

espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

2001 p44)

Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano

natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente

surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como

observaacutemos anteriormente

Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como

objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2002)

Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos

Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste

domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3

laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral

de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo

programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos

Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma

40

temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas

LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a

oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as

liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade

O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma

referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de

conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver

173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do

Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs

Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos

referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de

ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em

alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do

nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o

conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de

ensino

Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos

programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a

inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor

pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos

mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as

caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores

Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE

coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos

manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que

ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo

de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa

2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos

estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten

sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo

insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)

Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de

conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua

41

praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da

Educaccedilatildeo 2001 p6)

18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua

Estrangeira

Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre

o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP

no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva

didaacutetica inovadora

Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto

real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a

diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade

como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste

espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso

projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo

42

Capiacutetulo II

Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

43

21 Introduccedilatildeo

Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no

que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada

do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do

Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos

apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo

Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os

sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo

das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos

educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a

instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)

Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar

um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a

conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo

nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do

relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino

de liacutenguas estrangeiras

22 Questotildees e objetivos investigativos

O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que

forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia

plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende

ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no

ensino do ELE

Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas

que iratildeo nortear o nosso estudo

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE

44

Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos

identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e

aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em

Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP

como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do

Espanhol

23 Participantes

No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)

indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou

intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que

nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas

onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada

Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que

o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do

projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)

Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito

grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente

pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de

estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma

da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente

24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo

241 O Macrocontexto

A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona

centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei

137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do

Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro

Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees

encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona

semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem

aacutereas rurais na periferia

10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado

a 6 de abril de 2017

45

Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos

e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que

o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e

necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos

que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes

visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos

serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de

funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para

alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de

jogos e espaccedilos ajardinados

De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o

agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168

docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos

professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os

dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores

Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido

observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano

letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios

Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante

heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De

salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses

embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo

portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola

existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna

Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de

ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no

secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de

formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)

No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola

remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes

sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes

aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)

presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)

boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente

Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo

possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica

Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola

46

pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o

desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a

democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave

indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade

equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e

na educaccedilatildeo para a cidadania11

Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto

educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina

reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de

saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de

desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as

disciplinas

No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular

atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do

Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua

Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem

ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e

Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher

uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias

e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para

aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do

Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de

Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o

Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que

decorrem em periacuteodo poacutes-laboral

De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa

escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido

planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos

serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e

Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas

Especiais (NEE)

Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise

do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do

11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43

12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017

47

projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da

escola13

242 O microcontexto a nossa turma

A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de

intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)

o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o

que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as

LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do

Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente

desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-

Continuaccedilatildeo

A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute

opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que

constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi

possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma

uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um

aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua

Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma

de Espanhol

De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da

Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de

recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio

delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo

obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades

educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de

aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2

negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos

fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da

turma

Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a

aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute

ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo

13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017

48

compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma

Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e

boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que

caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma

problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro

dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de

trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da

participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente

participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar

No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos

considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior

parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai

Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo

habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior

desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao

fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia

dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente

ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo

Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que

mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que

desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante

autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se

conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em

anaacutelise

25 Metodologia do estudo

251 Opccedilotildees metodoloacutegicas

Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de

insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e

consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um

estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente

ligado aos estudos educacionais

Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave

descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp

Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as

atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute

49

uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos

dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos

conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como

ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la

lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se

incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes

sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes

(Fernaacutendez 1998 p179)

Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece

dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o

meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e

Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste

sentido que

ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute

sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual

decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos

bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)

Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo

uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de

microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando

um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de

anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo

este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os

objetos de investigaccedilatildeo

Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso

do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever

em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos

sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender

com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado

assunto

Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e

como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com

o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os

seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo

50

fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a

nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento

ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica

construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde

os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas

crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo

observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo

Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido

consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite

aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e

humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees

investigativas

Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo

cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008

p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo

que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se

deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que

como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos

aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que

levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos

transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no

ensino do Espanhol

Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre

(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo

permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade

veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da

investigaccedilatildeo

Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para

o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se

com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes

do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da

investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de

dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso

estudo no subcapiacutetulo que se segue

51

26 Instrumentos de recolha de dados

Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos

a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os

dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-

relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro

teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e

consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas

vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia

tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como

constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma

ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e

interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees

261 Inqueacuterito por questionaacuterio

Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as

atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo

Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de

caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes

da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos

indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito

ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a

snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the

timerdquo (Nunan 1992 p140)

O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo

Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo

socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo

mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que

correspondem aos dados recolhidosrdquo

Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados

significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na

nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve

obedecer a uma ordem previamente estabelecida

Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro

(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na

medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado

52

e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos

para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-

piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros

antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto

numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que

demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo

necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas

O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)

consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as

questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e

depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de

perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas

27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas

Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de

recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas

Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que

delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser

analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de

campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees

271 O inqueacuterito por questionaacuterio

Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio

constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim

para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)

Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente

inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as

variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular

nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do

nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e

acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso

projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos

53

outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas

minoritaacuterias

Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os

princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por

outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras

Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma

estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por

parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas

visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar

qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de

pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees

Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma

totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves

nossas questotildees investigativas

Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia

linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e

nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola

os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo

A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos

inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria

a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes

de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas

A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus

conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber

se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia

o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e

num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego

No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de

Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas

estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a

que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender

novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos

alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees

Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de

Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de

2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa

turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar

54

perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos

que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido

Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso

era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no

proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio

272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas

ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer

uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um

destino que escolhemos encontramos alguns

obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos

encontramos locais que natildeo estavam no

itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse

(hellip)rdquo

Ferratildeo-Tavares (2002 p220)

As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos

resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o

nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar

de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um

intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim

tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva

plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas

A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula

promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao

criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o

contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e

simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos

ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un

meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las

actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la

diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan

interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)

Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo

linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP

55

no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno

repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante

atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que

procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando

as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia

comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue

ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma

educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que

respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e

interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a

construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto

linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio

linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo

(Saacute amp Andrade 2009 p3)

Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de

Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na

aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais

sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos

niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos

Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha

Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de

liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e

representaccedilotildees culturais

Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar

Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do

Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural

Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades

propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e

culturas

Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo

proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em

outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios

desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica

entre o espanhol e as LESP

Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no

ensinoaprendizagem do Espanhol

56

Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos

ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs

sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo

do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das

sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas

Fase nordm1

ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)

Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de

Espanha

Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia

cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de

Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten

espantildeolardquo

Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa

Fase nordm2

ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)

Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura

basca

Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea

de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo

Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos

exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua

materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho

Fase nordm 3

ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)

Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde

Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos

apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para

un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser

catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo

Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade

final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol

Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo

57

273 Fichas de trabalho e notas de campo

Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo

das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas

para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou

reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os

trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles

alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de

fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo

capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute

a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar

Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a

observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como

um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso

da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen

1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes

desenvolvidas

58

Capiacutetulo III

Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos

59

31 Introduccedilatildeo

Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo

anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes

linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo

primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por

questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das

notas de campo

32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos

alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente

sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua

estrangeira

Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do

questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017

Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados

recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas

que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um

inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o

instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos

Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google

Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram

agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos

Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio

Perfil sociolinguiacutestico

dos alunos

Caracterizar o aluno

segundo o seu perfil

individual dados pessoais

e biografia linguiacutestica

Sexo

Edad

Nacionalidad

Paiacutes de origen

Lengua materna

iquestQueacute lenguas extranjeras

estaacutes aprendiendo (hellip)

60

As liacutenguas

minoritaacuterias

Indagar conhecimentos

preacutevios sobre as liacutenguas

minoritaacuterias

iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

As liacutenguas de Espanha

Averiguar os

conhecimentos preacutevios

sobre as liacutenguas de

Espanha

iquestQueacute lenguas se hablan en

Espantildea a parte del Espantildeol

(hellip)

iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)

As liacutenguas

estrangeiras na aula

de Espanhol

Descrever a

predisposiccedilatildeo

sociolinguiacutestica e atitudes

dos alunos para a

exploraccedilatildeo das liacutenguas de

Espanha em na aula de

Espanhol

iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales

iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)

Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres

Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea

Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio

33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio

331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico

As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do

perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno

estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes

dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na

sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino

61

Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos

Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos

A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs

como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute

ainda um participante brasileiro

Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os

participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao

francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos

indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta

as aulas de PLNM

Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras

fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta

previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o

espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute

curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista

uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do

luxemburguecircs e do islandecircs

Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e

podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em

consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute

62

ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas

asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da

influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo

que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses

Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos

cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes

alunos eacute uma LE

Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-

se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere

a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de

Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre

Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior

representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-

Bissau

De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de

Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila

eacutetnica

Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos

332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias

O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de

perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa

14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017

63

escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos

alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o

graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas

no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas

uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior

parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo

obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos

interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar

que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue

Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos

Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a

opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu

que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas

faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas

faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os

restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de

liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de

participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda

que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou

com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os

alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando

comparadas com liacutenguas oficiais

No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os

participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15

respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma

liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o

ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta

os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum

64

desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no

acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural

Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta

questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar

integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas

numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como

tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em

funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas

estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para

consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do

mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que

este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades

formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os

alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas

maioritaacuterias

Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de

liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se

dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees

tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave

densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e

consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido

elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a

multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves

variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os

alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe

mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de

salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados

para a diversidade

Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para

os inquiridos

65

Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas

minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos

desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as

liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na

necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e

por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute

curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que

devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero

reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve

ainda um aluno que natildeo respondeu

Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias

No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito

quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos

natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram

uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino

obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas

que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que

passaremos a apresentar

ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas

liacutenguasrdquo (A5)

ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)

ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)

ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu

estudordquo (A15)

Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a

educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas

66

minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar

fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que

responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica

333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que

identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos

imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade

Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar

em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos

apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo

e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano

como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo

dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os

alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras

palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita

visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo

Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir

ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular

proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando

neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o

estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento

por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos

manuais e materiais didaacuteticos

Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha

no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas

tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente

que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um

desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram

em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm

consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas

na aula como argumentaram

Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a

frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos

(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de

seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de

67

respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que

anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o

maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano

No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano

Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que

apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano

Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha

Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute

deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais

sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e

Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar

primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais

nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo

linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos

justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao

facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida

despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem

patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta

prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala

nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os

alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a

docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta

feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo

Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos

um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram

15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador

Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as

peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam

68

registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um

inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a

referir ao dialeto meridional da Andaluzia

Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha

(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco

apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em

basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo

estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se

encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido

afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo

respondem

Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras

com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam

acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k

(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos

analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a

identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas

romacircnicas e o basco

334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la

clase de Espantildeol

A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos

relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal

os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente

justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a

esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem

confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na

medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade

linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este

aspeto importante na aula

Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que

recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)

Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria

dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte

significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e

curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras

69

no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas

recorram agrave sua liacutengua materna

Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a

grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na

aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos

emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino

de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem

relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e

consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem

Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol

Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre

as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos

identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro

alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que

curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas

estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o

portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a

sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam

Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais

frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua

materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o

portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o

espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os

niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano

segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso

natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este

70

participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do

espanhol

Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma

questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam

de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos

revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes

justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo

de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)

em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os

termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente

Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos

a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade

pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as

liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este

motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco

uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua

Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se

com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a

proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos

para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma

afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a

afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE

(Dabegravene 1997)

Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se

com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela

aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante

reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros

com o Outro

Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves

LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de

aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade

intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos

teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos

inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia

71

34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo

341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a

primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para

que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e

em destaque com as minoritaacuterias

Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as

liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas

no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo

liacutenguas cooficiais e diglossia)

Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas

teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)

para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que

simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e

competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados

com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de

trabalho

A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao

tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande

recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e

entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que

continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste

sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De

imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees

dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento

geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as

conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como

podemos observar na figura seguinte

Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea

Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca

Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea

Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua

Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad

72

Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada

palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde

se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a

uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que

o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos

como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa

ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)

No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em

formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento

de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana

que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os

alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear

algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns

alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o

portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome

de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns

exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se

que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois

notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados

Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por

Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a

compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das

liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a

convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz

alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do

texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta

fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e

dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o

catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse

localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha

Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo

entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e

ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia

foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora

16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html

73

cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando

com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um

momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler

o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios

oportunos e construtivos

Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo

dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram

trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos

natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento

para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que

quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os

alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol

sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse

pela liacutengua (ver anexo 7)

No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de

espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa

territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas

pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa

mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os

respetivos gentiacutelicos

A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma

revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de

reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram

satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar

a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades

capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final

342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color

especialrdquo

A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves

liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na

nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a

comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz

plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios

estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir

estereoacutetipos e a compreender o Outro

74

Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos

explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os

conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido

tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por

essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e

toleracircncia pelas diversas culturas espanholas

Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade

de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas

imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que

remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que

incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as

bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo

inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para

que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo

conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho

Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos

(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este

jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as

cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder

trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de

Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de

compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em

cada fragmento exibido

Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos

participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e

refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve

ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal

nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e

malandros

Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um

pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por

Buzzfeed)

Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos

comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois

argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os

seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que

no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi

75

opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el

pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como

violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman

parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y

defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea

infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son

mismo asiacuterdquo

Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed

Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo

de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros

encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas

No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o

basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da

competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de

aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas

palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que

os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver

76

anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual

denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca

Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os

significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as

suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as

semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol

Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas

No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco

dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta

sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos

alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por

este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma

mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num

momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo

entre os conteuacutedos e os alunos

Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por

atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios

propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras

liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos

alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos

alimentos colmatando sempre o espanhol

Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os

alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e

18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes

77

curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de

todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e

neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso

343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta

ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e

culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta

sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila

que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma

compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis

levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial

dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou

uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas

tradiccedilotildees monumentoshellip)

No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de

personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que

as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a

informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho

Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde

78

Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes

indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria

identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio

portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a

Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente

em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais

emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia

Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo

bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo

fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu

aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram

catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo

de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno

indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam

para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos

apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol

Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na

presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que

estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua

mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a

motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio

Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar

um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os

alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela

figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos

castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo

sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era

desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as

tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro

fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura

do Outro

No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada

em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas

perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo

ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas

estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos

discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o

79

apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da

entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter

ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser

catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de

estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser

catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo

Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta

prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da

Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos

que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda

Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para

terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees

relacionadas com o dia de Sant Jordi

Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de

traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que

imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e

o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o

espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste

ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez

(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas

profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o

desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo

ativa dos aprendentes

Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)

para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado

introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que

os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos

seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de

manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda

passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-

espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os

alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o

catalatildeo

No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens

realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de

autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os

objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos

80

avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo

engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos

em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo

da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave

descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os

alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em

Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos

nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)

Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo

preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as

nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees

dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como

dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao

mesmo tempo divertidas

81

Non gogoa han zangoa

Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina

(proveacuterbio basco)

82

Consideraccedilotildees finais

83

Principais Conclusotildees

Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer

algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que

dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo

como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo

Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos

pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao

longo do projeto investigativo

A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas

didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais

didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos

materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida

natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com

largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos

apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas

nossas sessotildees

Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira

impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute

notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e

alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de

Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e

criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que

esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo

que os alunos preencheram

A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso

projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees

relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto

podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo

de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio

tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para

natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas

Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas

que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar

84

Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha

enquanto liacutenguas minoritaacuterias

Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica

e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de

ELE

De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras

enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE

Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos

conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que

manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e

fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos

possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho

contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de

sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares

estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste

campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE

Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta

relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos

introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos

alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos

que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos

curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas

regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem

nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como

espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas

natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de

atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e

contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais

tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar

as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais

adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos

Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de

atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de

Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores

do ensino

De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como

as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e

85

discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP

contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e

simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes

para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais

e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos

abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol

nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE

Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral

do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade

linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de

curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com

um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente

Limitaccedilotildees do projeto

Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos

objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias

sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter

correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um

enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e

discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi

uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos

Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste

ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e

predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros

anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas

Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam

em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do

nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante

pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento

cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do

nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos

que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar

interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho

participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas

ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos

e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto

86

Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver

Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante

inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e

perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim

encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar

do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino

de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com

os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas

Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras

liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-

se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso

este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim

um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo

tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise

Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos

paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas

minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las

como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo

Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador

deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma

melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo

plurilingue e intercultural

Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se

um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um

contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as

leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram

transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de

perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as

palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural

comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no

lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees

87

88

Referecircncias bibliograacuteficas

89

Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional

Lisboa Universidade Aberta

Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris

Presses Universitaires Franc-Comtoises

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos

didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo

percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora

Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas

proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface

com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes

Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas

Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias

Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento

Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa

Editorial Presenccedila

Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu

ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y

Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida

Universidad de los Andes

Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las

Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten

presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em

httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016

Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de

juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3

90

Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques

educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue

Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg

Conseil de lrsquoEurope

Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de

Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017

Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e

competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas

Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural

Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)

The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo

agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora

Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points

Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila

e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de

Compostela

Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea

Varela

Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon

Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris

CNRS Editions

Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y

Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier

91

Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda

lengualengua extranjera Carabela 54 60-61

Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas

ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa

Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle

Strasbourg Conseil de LrsquoEurope

Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences

plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations

Rouen Universiteacute de Rouen

Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade

Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca

Departamento de Cultura

Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas

Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA

Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do

Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de

Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro

Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press

Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M

(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur

Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la

Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea

de Poliacutetica Linguumliacutestica

Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2

Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

92

Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase

multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35

Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica

Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5

Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017

Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas

linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial

Saarbrucken (EAE)

Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de

Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106

Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial

lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas

Extranjera 3 31-61

Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229

Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de

disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional

Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher

Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros

Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto

Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad

Internacional Meneacutendez Pelayo

Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em

httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017

93

Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y

Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1

145-147

Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas

VII Centro Virtual Cervantes Em

wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido

em maio de 2017

Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea

Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em

janeiro de 2017

Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el

caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la

ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo

Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la

competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX

Congreso de ASELE de 2008 167-183

Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo

Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European

Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language

Council Bulletin 7 1-6

Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia

para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva

Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges

Language Teaching 41 vol1 15-56

Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque

Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a

Third Language Clevedon Multilingual Matters

Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa

Barcelona Graoacute

94

Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y

aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2

Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em

wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de

2017

Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA

Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo

Paulo 30 289-300

Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la

langue franccedilaise

Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto

Editora

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and

cultures Clevedon Multilingual Matters

Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ

Vozes

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino

Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano

Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm

ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-

Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias

Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

95

Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento

de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de

Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado

Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell

Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva

Barcelona Peniacutensula

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas

Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017

NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales

y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de

Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones

Barcelona Mediterraacutenia

Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva

ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling

Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge

University Press

Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual

competence through language awareness Language Awareness 18 3-4

Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado

de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em

httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL

ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017

Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto

Areal Editores

Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no

universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica

BarcelonaMadrid Marcial Pons

96

Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du

Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em

httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-

Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017

Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una

mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76

Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e

cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber

(e) Educar 14 1-8

Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas

extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la

Universidad de Granada en Ceuta 115-124

Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia

potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18

Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de

Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del

Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C

Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout

Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad

Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza

Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea

Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em

dezembro de 2016

Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4

97

Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de

lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)

Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB

Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue

catalane Terminogramme 101 103-104

Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de

uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de

Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de

Ciecircncias da Universidade de Lisboa

Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres

Asturianes 31 8-11

Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial

Tecnos

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo

Calouste Gulbenkian

Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz

Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa

Ediccedilotildees Siacutelabo

Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios

telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22

98

Anexos

99

Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio

QUESTIONAacuteRIO

Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico

1 Sexo Masculino Femenino

2 Edad

3 Nacionalidad _____________________________________________________

4 Paiacutes de origen ____________________________________________________

5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________

6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________

8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________

O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do

Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e

destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol

Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo

deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de

forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol

Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo

100

9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de

ensentildeanza

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo

Franceacutes

Espantildeol

Ingleacutes

Otra _______

101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol

7ordm antildeo 10ordm antildeo

11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)

Siacute No

121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

101

Grupo II ndash Las lenguas minoritarias

13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo

500-800 3000-5000 Maacutes de 6000

14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________

15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias

a) Europa

b) Aacutefrica

c) Oceaniacutea

d) Asia

e) Ameacuterica

141 iquestPor queacute

__________________________________________________________________

__________________________________________________________

16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo

Siacute No

161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________

102

17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias

desaparecieran

______________________________________________________________________

____________________________________________________________

Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea

18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los

inmigrantes

____________ _____________ _____________ _________________________

19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas

Siacute No

191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

192 iquestEn queacute antildeo

7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo

20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del

Espantildeol

____________ ___________ ___________ ___________ ___________

___________ __________

21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes

en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo

Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________

Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________

103

Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol

22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos

socioculturales

Siacute No

221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute

_________________________________________________________________

_________________________________________________________

23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip

a) Es ventajoso para la vida profesional futura

b) No es importante mi lengua me basta

c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas

d) Aumenta las capacidades cognitivas

e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad

f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer

g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo

24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar

estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas

Nunca

Raramente

Algunas veces

Muchas veces

241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas

recurres

Franceacutes

Portugueacutes

Ingleacutes

Otra _______

104

242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute

nivel lo haces

a) Semaacutentica

b) Leacutexico

c) Expresiones idiomaacuteticas

d) Conjugacioacuten verbal

e) Reglas gramaticales

f) Pronunciacioacuten

Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta

Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de

Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por

queacute_______________________________________________________________________

______________________

Muchas gracias por tu participacioacuten

105

Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo

(27 de abril de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um

fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano

Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas

Saber distinguir liacutengua de dialeto

Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia

Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua

dominante

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar

experiecircncias gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas

Linguiacutesticos

- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo

5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo

106

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE

A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para

concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas

liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes

pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute

projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias

que eles conhecem

Passo 2 ndash La muerte de las lenguas

Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas

aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um

escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua

desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que

consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe

salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no

Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada

Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando

deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral

Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de

uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito

Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea

Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha

enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton

na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o

texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas

consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como

alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas

A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as

liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de

diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha

19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)

107

Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor

projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha

Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas

Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica

espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando

as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a

mobilizar

Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip

Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho

adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os

alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos

que constam na ficha de trabalho de casa

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21

de abril de 2017)

- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro

httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana

201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa

Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua

artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista

Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61

Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo

linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones

108

Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo

109

110

Anexo 4- Ficha de trabalho de casa

La lengua del mundo que me ha tocadohellip

Datos de la lengua

Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo

Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus

objetos favoritoshellip

Nombre del paiacutes

Situacioacuten geograacutefica

Lenguas que se hablan en el paiacutes

Lengua oficial

Nuacutemero de hablantes de la

lengua minoritaria

Lenguas de ensentildeanza

Otros paiacuteses en los que se hable

esa lengua

111

Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida

112

Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida

113

Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo

1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla

2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat

indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una

lengua

________________________ ______________________

_________________________ ______________________

_________________________ ______________________

114

Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo

Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del

CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras

de su entorno para conservarlas

Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o

vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y

variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia

del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y

del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario

apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute

inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de

Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten

Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar

tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el

gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las

variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo

En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo

ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles

laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de

hablantes disminuya pero tambieacuten hay una

voluntad de mantenerlas por parte de la

comunidad que las considera parte de su

patrimonioraquo

Radiografiacutea de las lenguas de

Espantildea en peligro

115

y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la

profesora

Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las

lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente

para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la

nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo

Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el

legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su

opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su

lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los

nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en

su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones

adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga

desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo

1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea

radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton

2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las

lenguas de Espantildea en peligro

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar

Garciacutea Mouton

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Lenguas de Espantildea radiografiadas

116

Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo

Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea

117

El origen de las lenguas de Espantildea

El castellano el catalaacuten y el gallego son

lenguas romaacutenicas es decir derivan del

latiacuten que a su vez deriva del primitivo

indoeuropeo

El vasco sigue siendo un misterio porque se

desconoce de doacutende procede si bien se sabe que

podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las

uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las

lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre

Europa y Asia

118

Las lenguas cooficiales de

Espantildea

El catalaacuten

El vasco o euskera

El valenciano

El gallego

119

La Constitucioacuten de 1978

dice en su artiacuteculo 3

1) El castellano es la lengua oficial del

Estado Todos los espantildeoles tienen el

deber de conocerla y el derecho a usarla

2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten

tambieacuten oficiales en las respectivas

CCAA de acuerdo con sus estatutos

3) La riqueza de las distintas modalidades

linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio

cultural que seraacute objeto de respeto y

proteccioacuten

iquestDiglosia

Diglosia es la situacioacuten

que se da cuando en un

mismo territorio coexisten

dos lenguas con diverso

estatus social de modo

que una de ellas se

configura como lengua de

prestigio frente a la otra

Bilinguumliacutesmo

Uso habitual de dos lenguas

por parte de un individuo o

un grupo de individuos en

una comunidad de hablantes

el bilinguumlismo es un

fenoacutemeno comuacuten en algunas

regiones espantildeolas como

Cataluntildea

120

Las lenguas Espantildea en peligro

El araneacutes El araneacutes es una lengua

que proviene de lengua occitana y

se habla en la zona del Valle de

Araacuten (Leacuterida) con estatus de

cooficialidad en toda Cataluntildea Se

trata de una variedad del Gascoacuten

121

El asturiano (o el

bable)

El asturiano es el teacutermino utilizado

para referirse a la lengua tradicional

de la mayor parte del Principado de

Asturias en el norte de Espantildea El

asturiano cuenta con una

gramaacutetica un diccionario de la

lengua asturiana el Diccionariu de

la Llingua Asturiana y unas normas

ortograacuteficas

El vasco o euskera

El esukera es una lengua no

indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del

golfo de Vizcaya Es considerada

como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados

actualmente en Europa que no

desciende del tronco indoeuropeo

122

Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad

rdquo

123

Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo

(4 de Maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos

Linguiacutesticos

- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e

mediaccedilatildeo

124

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1- Calentando motoreshellip

As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo

que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos

devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo

professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de

introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e

andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point

Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip

Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos

alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os

conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos

teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas

monumentoshellip) segundo a cultura correta

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham

vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes

Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip

Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro

para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula

de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os

bascos possuem dos andaluzes e vice-versa

O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a

diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da

interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo

Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de

viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo

dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira

vista

Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um

guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)

Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e

simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de

opiniatildeo

125

Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera

Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco

Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do

filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para

desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco

atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas

com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores

em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua

materna respetivamente

Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea

Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de

opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a

imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas

Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos

estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser

prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o

diaacutelogo entre as culturas

Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi

opinioacuten para miacutehellip)

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Filme

- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)

- Computador

- Power Point e Data Show

-Quadro e marcadores

8 Bibliografia e webgrafia

Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp

Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns

percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo

percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506

126

Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia

para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de

Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas

tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del

XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de

2013 Madrid International HouseEdinumen

Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced

foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages

and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159

Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia

de lenguas Madrid Arco Libros

wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-

2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)

127

Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia

iquestQueacute tienen en comuacuten

estas imaacutegenes

iquestY estas

128

Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo

iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL

Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-

Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica

Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir

lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo

cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para

conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco

129

ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip

1 Rellena los huecos

siguientes

Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su

capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los

gentilicios de Andaluciacutea se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea

helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip

Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman

helliphelliphelliphelliphelliphellip

11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes

elementos de la columna en el hueco correspondiente

La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo

Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash

Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -

PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA

A PAIacuteS

VASCO

Comida

Bebida

Fiestas tiacutepicas

Monumentos

Muacutesicabailes

Personaje famoso

130

ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula

21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las

preguntas

En el bar de sevillanashellip (min 0350)

Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que

tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga

Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que

te has puesto muy nerviosa

Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)

Sacadme que la liacuteo

Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo

pasa bomba

Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los

vascos con la violencia

Rafa Se acaboacute venga para afuera

22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo

iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas

23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos

24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo

131

En el piso de Rafahellip (min 830)

Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa

iquestno

Rafa Siacutehellip

Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te

traes a esa tiacutea a casa que puede ser de

la ETA o de alguacuten comando

Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o

de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o

queacute

Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip

esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en

Sevilla te lo digo yo Y no hables de

Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov

3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad

Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)

132

ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)

Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro

Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios

ni riacutemel ni nada

Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip

Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca

Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael

Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip

Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me

lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas

(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip

4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios

Curro Pedro Joaquiacuten

133

ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco

1

31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega

alliacute Descriacutebela

32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes

fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute

33 Los viajes son muy importantes a la hora

de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo

con esta afirmacioacuten iquestPor queacute

134

ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco

Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las

demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua

viva maacutes antigua de Europa

Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer

algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea

41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas

el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas

42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender

algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los

colores en los idiomas que conozcas

Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna

Gorria

Berdea

Urdina

Huria

Zuria

Beltza

Laranja

Arrosa

Morea

Marroia

Zilar - koloreak

Urre - koloreak

Kaixo

Aita

Ama

Agur

Kaixo

Ikastola

Eskerrik

Madre

Escuela

iexclHola

Gracias

Adioacutes

Padre

135

ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos

51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los

estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la

imagen

Para expresar opinioacuten recuerdahellip

- En mi opinioacuten Para miacute

- Desde mi punto de vista

- A mi modo de ver

- (A miacute) me parece quehellip

- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo

136

Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo

(11 de maio de 2017)

1 Identificaccedilatildeo

Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira

Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde

Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda

Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico

2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos

3 Objetivos

Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e

liacutenguas regionais

Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada

paiacutes

Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas

Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia

Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas

estrangeiras

Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico

Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees

expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias

gostos e preferecircncias

Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa

Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados

Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem

Refletir sobre as aprendizagens adquiridas

4 Conteuacutedos

Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional

Gramaticais

- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver

Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita

137

6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo

Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip

Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias

personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente

que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus

conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que

relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade

O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas

personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se

encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e

introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno

Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip

Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees

culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um

bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da

liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda

levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que

esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees

totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE

Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo

tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees

do Outro como espelho da diversidade

Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip

Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo

culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do

sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma

entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida

importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que

definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de

respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o

nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha

Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que

indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos

entrevistados

Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip

Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant

Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde

Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais

predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta

138

tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as

principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi

Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou

inclusivamente lendas portuguesas

Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE

No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde

atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade

de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores

numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que

optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo

do texto em catalatildeo

Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos

completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo

Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para

auxiliar os alunos

Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten

O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP

culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para

conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em

relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol

7 Recursos e materiais a mobilizar

- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)

- Apresentaccedilatildeo em PPT

- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)

- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)

- Computador e colunas

- Quadro e marcadores

8 Bibliografia

Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE

Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)

139

Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo

iexclAdivina quieacuten es

Observa las siguientes fotos

a Comenta lo que sabes sobre estos personajes

b Relaciona estas frases con los personajes

1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol

2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo

3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le

considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo

4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona

5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten

6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes

del panorama de la muacutesica a nivel mundial

c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel

d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es

e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute

concluyes

f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute

Magaacuten Piqueacute

Caballeacute Naranjo

Daliacute

140

Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los

catalanesrdquo

141

142

143

144

145

Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC

146

Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi

(Una de las leyendas de) Sant Jordi

laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten

viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del

pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute

que cada diacutea le llevaban animales

(ovejas cabras vacas) para que se

los comiera Pero un diacutea se

acabaron los animales ya no habiacutea

ninguacuten animal para llevarle al

dragoacuten Los habitantes del pueblo

decidieron hacer un sorteo cada diacutea

para ver queacute persona teniacutean que

llevarle al dragoacuten para que se la

comiera Escribieron los nombres

de todos los habitantes del pueblo

en un papel y los metieron en una

bolsa y cada diacutea sacaban un papel

con un nombre Esa persona era la

comida del dragoacuten Un diacutea en el

sorteo salioacute el nombre de la

princesa asiacute que la llevaron a la

cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica

muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute

un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al

dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la

maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo

Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se

acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de

un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el

147

fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del

hispanoamericano Inca Garcilaso

1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno

debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi

de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23

de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos

Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi

148

Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo

Traductores en la clase de Espantildeol

Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le

han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de

cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y

os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten

son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy

gorda por el trabajo

1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3

La llegenda de Sant Jordi

Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa

- Un gall - Una vaca - Un porc

Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa

- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda

- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi

149

Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos

150

Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees

Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades

1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase

2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten

eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada

Mal Regular Bien Muy bien

Las actividades me han parecido interesantes y objetivas

He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas

He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea

He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico

1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes

hacer a partir de esta imagen

151

Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos

152

153

154

155

156

Page 9: Universidade de Aveiro 2017
Page 10: Universidade de Aveiro 2017
Page 11: Universidade de Aveiro 2017
Page 12: Universidade de Aveiro 2017
Page 13: Universidade de Aveiro 2017
Page 14: Universidade de Aveiro 2017
Page 15: Universidade de Aveiro 2017
Page 16: Universidade de Aveiro 2017
Page 17: Universidade de Aveiro 2017
Page 18: Universidade de Aveiro 2017
Page 19: Universidade de Aveiro 2017
Page 20: Universidade de Aveiro 2017
Page 21: Universidade de Aveiro 2017
Page 22: Universidade de Aveiro 2017
Page 23: Universidade de Aveiro 2017
Page 24: Universidade de Aveiro 2017
Page 25: Universidade de Aveiro 2017
Page 26: Universidade de Aveiro 2017
Page 27: Universidade de Aveiro 2017
Page 28: Universidade de Aveiro 2017
Page 29: Universidade de Aveiro 2017
Page 30: Universidade de Aveiro 2017
Page 31: Universidade de Aveiro 2017
Page 32: Universidade de Aveiro 2017
Page 33: Universidade de Aveiro 2017
Page 34: Universidade de Aveiro 2017
Page 35: Universidade de Aveiro 2017
Page 36: Universidade de Aveiro 2017
Page 37: Universidade de Aveiro 2017
Page 38: Universidade de Aveiro 2017
Page 39: Universidade de Aveiro 2017
Page 40: Universidade de Aveiro 2017
Page 41: Universidade de Aveiro 2017
Page 42: Universidade de Aveiro 2017
Page 43: Universidade de Aveiro 2017
Page 44: Universidade de Aveiro 2017
Page 45: Universidade de Aveiro 2017
Page 46: Universidade de Aveiro 2017
Page 47: Universidade de Aveiro 2017
Page 48: Universidade de Aveiro 2017
Page 49: Universidade de Aveiro 2017
Page 50: Universidade de Aveiro 2017
Page 51: Universidade de Aveiro 2017
Page 52: Universidade de Aveiro 2017
Page 53: Universidade de Aveiro 2017
Page 54: Universidade de Aveiro 2017
Page 55: Universidade de Aveiro 2017
Page 56: Universidade de Aveiro 2017
Page 57: Universidade de Aveiro 2017
Page 58: Universidade de Aveiro 2017
Page 59: Universidade de Aveiro 2017
Page 60: Universidade de Aveiro 2017
Page 61: Universidade de Aveiro 2017
Page 62: Universidade de Aveiro 2017
Page 63: Universidade de Aveiro 2017
Page 64: Universidade de Aveiro 2017
Page 65: Universidade de Aveiro 2017
Page 66: Universidade de Aveiro 2017
Page 67: Universidade de Aveiro 2017
Page 68: Universidade de Aveiro 2017
Page 69: Universidade de Aveiro 2017
Page 70: Universidade de Aveiro 2017
Page 71: Universidade de Aveiro 2017
Page 72: Universidade de Aveiro 2017
Page 73: Universidade de Aveiro 2017
Page 74: Universidade de Aveiro 2017
Page 75: Universidade de Aveiro 2017
Page 76: Universidade de Aveiro 2017
Page 77: Universidade de Aveiro 2017
Page 78: Universidade de Aveiro 2017
Page 79: Universidade de Aveiro 2017
Page 80: Universidade de Aveiro 2017
Page 81: Universidade de Aveiro 2017
Page 82: Universidade de Aveiro 2017
Page 83: Universidade de Aveiro 2017
Page 84: Universidade de Aveiro 2017
Page 85: Universidade de Aveiro 2017
Page 86: Universidade de Aveiro 2017
Page 87: Universidade de Aveiro 2017
Page 88: Universidade de Aveiro 2017
Page 89: Universidade de Aveiro 2017
Page 90: Universidade de Aveiro 2017
Page 91: Universidade de Aveiro 2017
Page 92: Universidade de Aveiro 2017
Page 93: Universidade de Aveiro 2017
Page 94: Universidade de Aveiro 2017
Page 95: Universidade de Aveiro 2017
Page 96: Universidade de Aveiro 2017
Page 97: Universidade de Aveiro 2017
Page 98: Universidade de Aveiro 2017
Page 99: Universidade de Aveiro 2017
Page 100: Universidade de Aveiro 2017
Page 101: Universidade de Aveiro 2017
Page 102: Universidade de Aveiro 2017
Page 103: Universidade de Aveiro 2017
Page 104: Universidade de Aveiro 2017
Page 105: Universidade de Aveiro 2017
Page 106: Universidade de Aveiro 2017
Page 107: Universidade de Aveiro 2017
Page 108: Universidade de Aveiro 2017
Page 109: Universidade de Aveiro 2017
Page 110: Universidade de Aveiro 2017
Page 111: Universidade de Aveiro 2017
Page 112: Universidade de Aveiro 2017
Page 113: Universidade de Aveiro 2017
Page 114: Universidade de Aveiro 2017
Page 115: Universidade de Aveiro 2017
Page 116: Universidade de Aveiro 2017
Page 117: Universidade de Aveiro 2017
Page 118: Universidade de Aveiro 2017
Page 119: Universidade de Aveiro 2017
Page 120: Universidade de Aveiro 2017
Page 121: Universidade de Aveiro 2017
Page 122: Universidade de Aveiro 2017
Page 123: Universidade de Aveiro 2017
Page 124: Universidade de Aveiro 2017
Page 125: Universidade de Aveiro 2017
Page 126: Universidade de Aveiro 2017
Page 127: Universidade de Aveiro 2017
Page 128: Universidade de Aveiro 2017
Page 129: Universidade de Aveiro 2017
Page 130: Universidade de Aveiro 2017
Page 131: Universidade de Aveiro 2017
Page 132: Universidade de Aveiro 2017
Page 133: Universidade de Aveiro 2017
Page 134: Universidade de Aveiro 2017
Page 135: Universidade de Aveiro 2017
Page 136: Universidade de Aveiro 2017
Page 137: Universidade de Aveiro 2017
Page 138: Universidade de Aveiro 2017
Page 139: Universidade de Aveiro 2017
Page 140: Universidade de Aveiro 2017
Page 141: Universidade de Aveiro 2017
Page 142: Universidade de Aveiro 2017
Page 143: Universidade de Aveiro 2017
Page 144: Universidade de Aveiro 2017
Page 145: Universidade de Aveiro 2017
Page 146: Universidade de Aveiro 2017
Page 147: Universidade de Aveiro 2017
Page 148: Universidade de Aveiro 2017
Page 149: Universidade de Aveiro 2017
Page 150: Universidade de Aveiro 2017
Page 151: Universidade de Aveiro 2017
Page 152: Universidade de Aveiro 2017
Page 153: Universidade de Aveiro 2017
Page 154: Universidade de Aveiro 2017
Page 155: Universidade de Aveiro 2017
Page 156: Universidade de Aveiro 2017
Page 157: Universidade de Aveiro 2017