Gestão de Ativos de Propriedade Intelectual: práticas adotadas pela ...
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Faculdade de Ciências da Saúde
Departamento de Nutrição
Qualidade microbiológica no processamento de entradas servidas nas
Unidades de Alimentação e Nutrição vinculadas a uma Universidade do Distrito
Federal
Luana de Oliveira
Orientadora: Prof.ª Dr. ª Verônica Cortez Ginani
BRASÍLIA – DF
2016
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Faculdade de Ciências da Saúde
Departamento de Nutrição
Qualidade microbiológica no processamento de entradas servidas nas
Unidades de Alimentação e Nutrição vinculadas a uma Universidade do Distrito
Federal
Luana de Oliveira
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Nutrição da
Universidade de Brasília – UnB, como
requisito parcial para obtenção de título de
Bacharel em Nutrição, sob orientação da
Prof.ª Dr. ª Verônica Cortez Ginani.
BRASÍLIA – DF
2016
Aos meus pais Jales e Maria Elena, aos
meus tios Célia e Edno, ao meu irmão João
Marcelo e ao meu namorado Marcus
Vinícius.
RESUMO
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (2015) as DTA são
causadas pelo consumo de alimentos ou água contaminados. Para diminuir as DTA,
as etapas de produção devem ser monitoradas, principalmente dos pratos que não
passam por tratamento térmico, como é o caso das entradas (SILVA JR, 2002). Esse
estudo analisou as condições higiênico-sanitárias da produção de entradas
(hortaliças folhosas) das unidades de um Restaurante Universitário. Metodologia:
estudo observacional e experimental, que acompanhou as etapas de produção,
elaborou o fluxograma, coletou amostras, realizou ensaios microbiológicos (APHA,
2001). Foram analisados aeróbios mesófilos, S. aureus, salmonella spp e coliformes
termotolerantes para hortaliças do recebimento (HR) e do corte (HC), as mãos e as
facas. Resultados: Foi realizado o fluxograma de produção e definido os PCC.
Aeróbios mesófilos: Marzano e Balzaretti (2013) consideraram como satisfatórios
<1,3 log10 UFC/cm² para as mãos, 66,6% das amostras encontraram-se acima. Para
S. aureus coagulase positiva: HC a média foi 2,9x106 UFC/g. Marzano e Balzaretti
consideraram satisfatório para mãos <1,0 log10 UFC/cm², 46,6% apresentam valores
satisfatórios. Para coliformes termotolerantes segundo a RDC nº12 (BRASIL, 2001)
o limite para hortaliças é 5x10² NMP/ml. As HR 71,5 % acima desse valor e as HC
apresentaram 53,5 % acima desse valor. As mãos apresentaram 26,7% positivo.
Salmonella spp a RDC nº12 considera satisfatória a ausência; 93% apresentaram-se
satisfatórias. Conclusão: As entradas oferecem riscos à saúde dos consumidores,
se não forem produzidas de forma higiênica. Os ensaios microbiológicos revelam
altos níveis de contaminação, demonstrando a não adoção de BPM.
Palavras-chave: hortaliças folhosas; S.aureus, Salmonella, mesófilos, coliformes;
APPCC.
ABSTRACT
Introduction: According to the World Health Organization (2015) Foodborne
Diseases are caused by consumption of contaminated food or water. To reduce the
Foodborne Diseases, the production stages should be monitored, especially the
dishes that do not undergo heat treatment, as is the case of entries (SILVA JR,
2002). This study analyzed the sanitary conditions of production inputs (leafy
vegetables) of units of a university restaurant. Methodology: observational and
experimental study, which followed the stages of production, prepared the flow chart,
collected samples, conducted microbiological testing (APHA, 2001). Was analyzed
aerobic mesophilic, S. aureus, Salmonella spp and coliform to receive the vegetables
(HR) and cut (HC), hands and knives. Results: Realized the fluxogram of production
and set the CCP. For mesophilic aerobic: Marzano and Balzaretti (2013) considered
as satisfactory <1.3 log10 CFU / cm² for hands, 66.6% of the samples were found
above. For S. aureus positive coagulase: HC average was 2,9x106 CFU/g. Marzano
and Balzaretti considered suitable for hands <1.0 log10 CFU/cm², 46.6% have
satisfactory values. For fecal coliforms according to RDC nº12 (BRAZIL, 2001) the
limit for vegetables is 5x10² NMP / ml. The HR 71.5% above that and HC showed
53.5% above that. The hands had 26.7% positive. Salmonella spp DRC nº12
considers satisfactory the absence; 93% had to be satisfactory. Conclusion: The
inputs offer health risks to consumers if they are not produced hygienically.
Microbiological tests reveal high levels of contamination, demonstrating the non-
adoption of GHP.
Keywords: leafy vegetables; S. aureus, Salmonella, mesophilic, coliforms; HACCP.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Lista dos perigos biológicos, químicos e físicos relacionados com as
etapas do processo de produção de entradas de UAN’s vinculadas a uma
universidade do Distrito Federal (Adaptado do Guia de Elaboração do Plano APPCC,
2001)..........................................................................................................................19
Tabela 2: Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes das
Hortaliças de recebimento das cinco UAN de uma Universidade do DF
analisadas..................................................................................................................20
Tabela 3: Média e Desvio Padrão de microrganismos mesófilos aeróbios do ar das
câmaras frias/ refrigeradores de armazenamento de hortaliças das cinco UAN de
uma Universidade do DF............................................................................................22
Tabela 4: Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes das
Hortaliças do Corte das cinco unidades analisadas...................................................24
Tabela 5: Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, e. aureus e coliformes termotolerantes das
Mãos dos Manipuladores das cinco unidades analisadas.........................................26
Tabela 6: Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes dos
utensílios (faca) das cinco unidades analisadas........................................................27
Tabela 7: Volume médio de produção das cinco unidades de alimentação e nutrição
analisadas..................................................................................................................29
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxograma de produção de saladas dos Restaurantes Universitários de
uma Universidade do Distrito Federal, com destaque para os PC e
PCC............................................................................................................................16
Figura 2 – Gráfico de ausência e presença de Salmonella spp. das análises
realizadas com hortaliças do recebimento, hortaliças do corte, mãos e facas de corte
nas cinco unidades.....................................................................................................28
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
2. METODOLOGIA....................................................................................................12
2.1. Elaboração dos fluxogramas com definição dos PC e PCCs...................12
2.2. Ensaios Microbiológicos...........................................................................13
2.2.1. Microrganismos mesófilos.............................................................14
2.2.2. Staphylococcus aureus.................................................................14
2.2.3. Coliformes termotolerantes...........................................................15
2.2.4. Salmonella spp..............................................................................15
2.3. Análise dos Dados....................................................................................15
2.4. Proposta de melhorias..............................................................................15
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................16
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30
REFERÊNCIAS..........................................................................................................31
9
1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento do número de Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN)
nas últimas décadas, também é crescente a preocupação com a qualidade sensorial
e higiênico-sanitária dos alimentos produzidos nesses locais. Como reflexo da busca
pela qualidade, a adoção de preceitos científicos que orientem e auxiliem na
garantia da qualidade dos produtos é indispensável para o sucesso dos
estabelecimentos produtores de refeições. No que diz respeito, a questão higiênico-
sanitária, a situação envolve a saúde do consumidor, e, portanto, deve ser prioritária
nas decisões e investimentos da UAN.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as Doenças
Transmitidas por Alimentos (DTA) são causadas pelo consumo de alimentos ou
água contaminados. A diarreia aguda é o sintoma mais comum, mas também pode
ocorrer insuficiência renal, hepática e cerebral, câncer e até morte. Estimativas
mostram que uma a cada dez pessoas adoecem devido ao consumo de alimentos e
água contaminados e estima-se, ainda, que são cerca de 420.000 mortes por ano
(OMS, 2015).
A contaminação do alimento pode ocorrer no início da produção, por meio da
própria matéria prima, como também durante o transporte, recepção,
armazenamento e manipulação na UAN. O próprio consumidor, caso não respeite as
orientações feita pelo fornecedor em relação ao alimento adquirido, pode contaminar
o alimento ou promover sua contaminação (ZANDONADI et al., 2007).
A contaminação dos alimentos durante toda a cadeia produtiva pode ser de
três tipos: física, química e biológica. A contaminação física ocorre quando existem,
por exemplo, pedaços de caco de vidro, fios de cabelo, pedaços de unhas, adornos
utilizados pelo manipulador, entre outros, nos alimentos, podendo causar desde
pequenas lesões até necessitar de intervenções cirúrgicas. Já os perigos químicos
podem ser derivados de resíduos de agrotóxicos, sanitizantes e antibióticos, que
dependendendo da quantidade podem causar sérias intoxicações. Por fim, a
contaminação biológica ocorre por meio de bactérias, vírus, parasitas, toxinas, e são
as principais causas das DTA (FURTINI; ABREU, 2006).
No Brasil, os surtos de DTA envolvendo microrganismos são cada vez mais
frequentes. Uma das doenças mais comuns resultantes da ingestão de alimentos
10
contaminados por microrganismos patogênicos é a intoxicação alimentar. Nesses
casos, são ingeridos alimentos contendo toxinas bioativas pré-formadas, e nem
sempre o microrganismo cresce no hospedeiro. Na maioria das vezes, estes já estão
mortos quando o alimento é consumido (MADIGAN et al., 2004).
Outros mecanismos de ação das bactérias é a infecção e a toxinfecção. A
infecção alimentar é caracteriza quando um indivíduo ingere um alimento contendo
microrganismos patogênicos. A toxinfecção alimentar ocorre quando uma pessoa
ingere um alimento com microrganismos patogênicos que vão liberar toxinas no
organismo humano (JAY, 2005; PEREIRA, 2006)
Entre os microrganismos que indicam possibilidade de presença de
microrganismos patogênicos, os coliformes termotolerantes, constituem um grupo
capaz de fermentar a lactose em 24 horas à 45ºC (por isso também chamados de
coliformes à 45ºC) com produção de gás. Esses microrganismos são transmitidos
pelos alimentos principalmente quando não são adotadas Boas Práticas durante o
processamento de alimentos. A E. coli é a principal bactéria que integra o grupo e
sua virulência, dependendo do sorotipo, é bastante elevada e pode ser fatal (SILVA
et al., 2007; CALIL et al., 2013).
Outro microrganismo causador de surtos alimentares são os Staphylococcus
aureus, bactéria patogênica, que de acordo com a International Comission on
Microbiological Specifications for Foods (ICMSF, 2002) é classificada como grupo de
risco III, onde estão inclusas as doenças “de perigo moderado, usualmente de curta
duração e sem ameaça de morte ou sequelas [...] mas que causam severo
desconforto” (SILVA et al., 2007).
A Salmonella spp., é outra bactéria patogênica, considerada umas das
principais causadoras de DTA. Ela pode estar presente no ar, no solo, na água, nas
fezes humanas e de animais, ou seja, a contaminação de alimentos pode ocorrer por
diversas vias. Os alimentos que geralmente apresentam-se contaminados são os de
origem animal, mas também é possível encontrar Salmonella spp. em hortaliças
(SILVA et al., 2007).
Para que as DTA sejam reduzidas, todas as etapas da cadeia produtiva
devem ser monitoradas. Especificamente, em UAN, durante as etapas de produção
deve-se atentar-se quanto a higiene do local e do manipulador de todas as
11
preparações. Contudo, atenção especial deve ser dada aos pratos que não sofrem
processamento térmico. As entradas (saladas), normalmente são constituídas por
folhosos ou outros tipos de vegetais e os processos de higienização devem ser um
momento crítico no controle da qualidade do produto final (SILVA JR, 2002).
Portanto, para garantir a inocuidade desses alimentos que serão servidos
crus é necessário realizar um processo de higienização que seja eficiente, ou
empregar algum outro método eficaz. Em UAN, o método de higienização é o
adotado regularmente. Consiste no processo em que as folhas desses vegetais
devem ser lavadas em água corrente e potável, para eliminar partículas sólidas e
retirar partes estragadas. Em seguida, deve-se colocar os vegetais em água clorada,
sendo mais comumente utilizado o hipoclorito de sódio, e por fim, é necessário
enxaguar as folhas em água corrente e potável (SILVA JR, 2002).
Além da higienização completa, a adoção de outros procedimentos
preventivos pode auxiliar no combate das DTA. Um sistema que agrupa ações
dessa natureza é o programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC), em inglês Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP). O APPCC
é uma técnica utilizada para analisar, durante todas as etapas de produção de
alimentos, os prováveis perigos dessas operações e quais as medidas de controle
que podem ser empregadas para reduzir em níveis aceitáveis ou até eliminar esses
perigos (SILVEIRA; DUTRA, 2012).
O APPCC, então, tem como principais objetivos: oferecer meios para reduzir
perigos de contaminação de produtos alimentícios; fornecer alimentos
microbiologicamente, quimicamente e fisicamente seguros; mobilizar manipuladores
e colaborados quanto a aplicação prática do programa; além de promover a
capacitação dos que estão envolvidos em toda a cadeia de produção de um
alimento (SILVEIRA; DUTRA, 2012).
O programa consiste em sete princípios que devem ser seguidos para sua
implantação. De acordo com Silveira e Dutra (2012), para ser implantado o APPCC,
primeiramente deve-se identificar os perigos. Em seguida, é preciso determinar os
pontos críticos de controle (PCC) e os pontos de controle (PC). Estabelecidos os
PCC, deve-se estabelecer limites críticos e procedimentos de monitoramento,
seguido da definição de ações corretivas. Além disso, é imprescindível a realização
12
de um sistema de registro e procedimentos de verificação para avaliar se o sistema
é eficiente.
Dessa forma, a definição dos PCC e PC pode ser determinante para melhoria
dos processos. Depois de estabelecidos, é possível um melhor controle e a
identificação de contaminantes nesses pontos, revela falhas graves no
processamento.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar as condições higiênico-
sanitárias da produção de entradas (vegetais folhosos) servidas nas Unidades de
Alimentação e Nutrição (UAN) vinculadas a uma Universidade do Distrito Federal
(DF).
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso observacional, com realização de ensaios
microbiológicos de entradas (saladas). Participaram da pesquisa cinco Unidades de
Alimentação e Nutrição (UANs) vinculadas a uma Universidade do Distrito Federal
(DF) e geridas por uma única empresa terceirizada.
Cada UAN foi visitada em três dias alternados em semanas distintas para
coleta dos dados. A pesquisa ocorreu no período de 04 de abril a 18 de maio de
2016 e foi dividido em quatro etapas: (1) elaboração dos fluxogramas da produção
de entradas (saladas) com definição dos PC e PCCs em cada UAN visitada; (2)
Ensaios microbiológicos; (3) Análise dos dados; e (4) Proposta de melhorias.
2.1. Elaboração dos fluxogramas com definição dos PC e PCCs
As UAN pesquisadas possuem cardápio composto diariamente por dois tipos de
entradas (saladas), três tipos de acompanhamentos (arroz branco, arroz integral e
feijão), um tipo de guarnição (normalmente um vegetal cozido) e dois tipos de prato
principal (normal e vegetariano). Além disso, também é servido sobremesa (fruta) e
refresco. A seleção das entradas se justifica, por ser o item do cardápio que
normalmente não é submetido ao calor, podendo ser contaminado em diferentes
momentos da produção.
13
Sendo assim, a elaboração dos fluxogramas e definição dos PC e PCCs
ocorreram na primeira visita a cada unidade. Essa visita teve início no recebimento
dos vegetais folhosos e término no porcionamento, com a finalidade de observar
possíveis fontes de contaminação. Depois de coletados, os dados foram
organizados em forma de fluxogramas. A partir desses dados foi possível definir
quais eram os PC e os PCCs de cada UAN, por meio do uso da árvore decisória
(DIAS; Frota, 2007).
2.2. Ensaios microbiológicos
Foram realizadas três visitas, em dias diferentes para coleta das amostras,
em cada uma das cinco unidades. Totalizando assim 15 visitas, sob supervisão da
nutricionista responsável de cada local.
De acordo com o fluxograma elaborado e analisado e os PCs e PCC
identificados, foram coletadas amostras de alimentos, manipuladores, ambiente,
equipamentos e utensílios.
As amostras foram submetidas à detecção de presença e quantificação de
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus, coliformes termotolerantes e
Salmonella spp. (presença ou ausência) nos vegetais folhosos do recebimento e
preparo, manipulador e utensílio, de acordo com métodos oficiais (APHA, 2001).
Para cada coleta foi organizada uma caixa térmica contendo: gelo, quatro
swabs estéreis, dois tubos de 10 ml de água peptonada, dois tubos de 20 ml de
meio de cultura para Salmonella spp., dois sacos plásticos estéreis, uma Placa de
Petri contendo ágar padrão, uma caneta tipo marcador permanente, quatro luvas
estéreis e uma tesoura higienizada.
As amostras das hortaliças foram pesadas em uma balança, com auxílio de
luva descartável para evitar o contato direto com o alimento, sendo 25 g de AP e 25
g de AR que foram colocadas em frascos com água peptonada, diferentes e
identificados.
A partir desses frascos foram feitas as diluições para as Hortaliças do
Recebimento (HR) e para as Hortaliças do Corte (HC), utilizando tubos com 9 ml de
água peptonada. Inicialmente as diluições feitas foram 10-1, 10-2, e 10-3 utilizadas
14
para as análises de mesófilos, estafilococos e coliformes termo tolerantes. Porém, a
partir da terceira análise foram feitas diluições 10-2, 10-3 e 10-4 para facilitar a
contagem das colônias, especificamente para mesófilos aeróbios e S. aureus, sendo
que coliformes termotolerantes continuaram com a diluição 10-1, 10-2, e 10-3. A partir
dessas diluições foi possível realizar a análise desses microrganismos.
No caso da Salmonella spp., 25 g da amostra de cada vegetal (HR e HC) foi
novamente pesada em uma balança com auxílio de luva descartável e foram
colocadas em frascos diferentes e identificados, com meio para Salmonella spp.
Manipuladores (M) e Utensílios (U) já se encontravam no tubo com meio para a
Salmonella spp. desde a coleta.
Todos os meios de cultura e análises foram feitos em bancada higienizada,
com bico de Bunsen aceso, e todas as placas e tubos foram identificados de acordo
com a amostra, coleta, diluição e unidade de produção.
2.2.1. Microrganismos aeróbios mesófilos
Para a análise de aeróbios mesófilos foi utilizado o método de plaqueamento
por superfície em duplicata. Foram utilizadas placas de Petri descartáveis estéreis,
previamente preparadas com ágar padrão. Para o plaqueamento foram inoculadas
as diluições, descritas no item anterior, sendo 10-1, 10-2 e 10-3 para as amostras de U
e M e 10-2, 10-3 e 10-4, para as amostras de HR e HC. Assim, foi utilizado 0,1 ml de
cada amostra para o plaqueamento, e em seguida foi realizado o espalhamento com
uma alça de Drigalski estéril e descartável fazendo movimentos em forma de oito,
das placas de maior para as placas de menor diluição. Em seguida as placas foram
dispostas invertidas em uma estufa a 35 ºC (±2) por 24 a 48 horas.
A contagem das colônias foi realizada escolhendo as placas que
apresentavam de 25 a 250 colônias, e foram contadas com auxílio de um contador
de colônias digital.
2.2.2. Staphylococcus aureus
Para a análise dos Staphylococcus aureus foram selecionadas três diluições
da amostra, sendo 10-1, 10-2 e 10-3 para M e U; 10-2, 10-3 e 10-4para HR e HC e foi
15
inoculado 0,1 ml de cada diluição na superfície da placa de Petri, previamente
preparadas com Ágar Baird-Parker (BP). O inoculo foi espalhado na placa utilizando
uma alça de Drigalski estéril e descartável, das placas de maior para as placas de
menor diluição, até que todo o líquido fosse absorvido. As placas foram encubadas,
invertidas, a 35ºC (±2) por 48 horas.
Após esse período, foram selecionadas as placas com 20 a 200 colônias para
realizar a contagem. Foram contadas as colônias típicas (circulares, pretas ou cinzas
com halo transparente) e também as colônias atípicas.
Para a confirmação das colônias típicas foi realizado o teste de catalase.
2.2.3. Coliformes termotolerantes
Para a contagem de coliformes termotolerantes foi utilizado o método NMP
(Número Mais Provável) com Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) para cada diluição
para o teste presuntivo e com confirmação em tubos com Caldo E. coli.
2.2.4. Salmonella sp
O método escolhido para realização do teste da salmonella foi o procedimento
do Sistema 3M™ Petrifilme™ Salmonella Express.
2.2.5. Análise dos dados
Os resultados encontrados nas análises foram tabulados no programa
Microsoft Excel® 2016. Foram análises descritivas, obtendo-se o percentual de
análises acima do recomendado pela literatura.
2.3. Proposta de melhorias
Observando os fluxogramas e os resultados encontrados após a análise dos dados
e tomando como base a literatura foram propostas melhorias para as UAN desse
estudo.
16
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As cinco unidades analisadas foram identificadas como R1, R2, R3, R4 e R5. As 15
visitas realizadas nessas unidades (três em cada) possibilitaram a realização desse
trabalho e os resultados estão apresentados abaixo.
De acordo com a observação in loco da produção das saladas nas cinco
unidades foi elaborado o Fluxograma de Produção com destaque para os Pontos
Críticos de Controle (PCC) (Figura 1).
RECEBIMENTO Temperatura ambiente
SELEÇÃO e LAVAGEM Área climatizada aprox. 15 ºC
SANITIZAÇÃO Área climatizada aprox. 15 ºC
ARMAZENAMENTO Câmara de refrigeração à 7 ºC
CORTE Área climatizada aprox. 15 ºC
DISTRIBUIÇÃO
PCC1
ENXAGUE Área climatizada aprox. 15 ºC
Espera no Pass Through
PCC2
PCC3
PCC4
PCC5
PCC6
PC1
PC2
17
Figura 1 – Fluxograma de produção de saladas dos Restaurantes Universitários de
uma Universidade do Distrito Federal, com destaque para os PC e PCC.
A partir do fluxograma foi possível observar oito etapas no processo de
produção das entradas. A primeira etapa é o recebimento. As unidades “R1”, “R2”,
“R3” e “R5” recebem as hortaliças folhosas diariamente, sendo que o recebimento é
realizado um dia antes do corte, no período da manhã. Na unidade “R4”, por possuir
menor média de produção diária (cerca de 120 refeições) o recebimento de toda a
semana ocorre apenas na segunda-feira pela manhã. O fornecedor das cinco
unidades é o mesmo e realiza o transporte em um veículo aberto e em temperatura
ambiente. O recebimento é sempre acompanhado pela nutricionista da UAN ou por
um funcionário responsável.
Após o recebimento, as caixas seguem para serem higienizadas. O “R1” é o
único que possui área para esta etapa totalmente isolada das outras e também
climatizada. Nas outras unidades, todo o processo é realizado em temperatura
ambiente e com possível contato com outros tipos de alimentos.
Após o recebimento as hortaliças são selecionadas e lavadas em água
corrente. Em seguida, elas são colocadas na solução de hipoclorito de sódio. Em
teoria, os manipuladores deveriam seguir à risca a diluição da embalagem do
produto e as hortaliças deveriam permanecer 15 minutos na solução. Porém, foi
observado que várias vezes os manipuladores ignoram esse protocolo, o que foi
considerado um Ponto Crítico de Controle (PCC), já que compromete a qualidade
microbiológica das entradas e é o momento onde deveria ser eliminado ou reduzido
o perigo biológico e não há outra etapa capaz de fazê-lo.
A falta de informações ou o treinamento dos manipuladores podem contribuir
para a contaminação dos alimentos, o que pode ser minimizado com treinamentos
periódicos e supervisão pelo responsável do setor se as Boas Práticas de
Manipulação de Alimentos (BPM) (ANDREOTTI et al., 2003). Em seguida, as folhas
são enxaguadas em água corrente.
A etapa seguinte é o armazenamento. O armazenamento no “R1”, “R2” e “R3”
é realizado em câmara frias de refrigeração. No “R1” as hortaliças higienizadas ficam
armazenadas em caixas brancas cobertas com filme plástico e existem poucos
alimentos de outros gêneros, pois essa unidade possuiu uma câmara exclusiva para
18
hortifruti. Nas unidades “R2” e “R3” as hortaliças são armazenadas em sacos
plásticos fechados e identificados e permanecem na câmara fria até o dia seguinte,
quando será realizado o corte. Essas duas unidades possuem apenas uma câmara
de refrigeração, portanto as hortaliças ficam em contato com outros gêneros.
Por fim, nas unidades “R4” e “R5” também são acondicionadas em sacos
plásticos fechados e identificados, mas são armazenadas em refrigeradores
horizontais exclusivo para as hortaliças. A limpeza periódica dos locais de
refrigeração é imprescindível para manter a qualidade microbiológica desses
alimentos (MACHADO, 2000).
No dia seguinte ao recebimento e a higienização é realizado o corte dessas
hortaliças. Elas saem da câmara fria/refrigeradores e seguem para a área de
Preparo de Hortaliças. Na unidade “R1”, essa área é totalmente isolada por barreiras
físicas e também é climatizada. Nas outras unidades existe uma área separada,
porém sem barreira física e não existe climatização sendo todo o corte realizado em
temperatura ambiente. Na etapa do corte também foi possível observar que muitas
vezes os funcionários não seguiam as Boas Práticas, como exemplifica a Tabela 1.
Após o corte as hortaliças são porcionadas em cubas e a depender da demanda da
unidade elas são levadas para o Pass Throug/ refrigeradores, ou não, antes da
distribuição em balcão térmico.
A presença de contaminantes biológicos em saladas de folhosos cruas é
comum, uma vez que os produtos não são submetidos a processos térmicos
capazes de eliminar ou reduzir a níveis seguros a quantidade de microrganismos
patogênicos. Sendo assim, é importante que durante o processo a higienização dos
ingredientes, assim como cuidados com o manipulador, utensílios e equipamentos
utilizados sejam prioridade no serviço (OLAIMAT; HOLLEY, 2012).
De acordo com o fluxograma elaborado (Figura 1), observou-se que existem
etapas (Tabela 1) em que há a possibilidade de contaminação, sendo considerados
PC aqueles pontos que as adoções de BP podem sanar o risco. No entanto, para
saladas é essencial a compreensão que após a higienização, se houve necessidade
de manipulação, o procedimento deve seguir critérios rigorosos. Todas as etapas
posteriores constituirão um PCC, uma vez que não haverá outra etapa capaz de
eliminar ou reduzir os perigos a níveis aceitáveis (FURTINI et al., 2006).
19
Tabela 1 – Lista dos perigos biológicos, químicos e físicos relacionados com as
etapas do processo de produção de entradas de UAN’s vinculadas a uma
universidade do Distrito Federal (Adaptado do Guia de Elaboração do Plano APPCC,
2001).
ETAPA DO PROCESSO
PERIGOS JUSTIFICATIVA MEDIDAS PREVENTIVAS
Recebimento Contaminação proveniente do local de plantio das hortaliças.
O solo pode conter microrganismos patógenos.
-
Sanitização Uso incorreto do produto sanitizante, seja em quantidade, ou tempo de uso. Adição de outra hortaliça na solução de sanitizante com a hortaliça que ainda não passaram pelo processo de higienização.
É comum os manipuladores aplicarem menor quantidade de produto em relação ao descrito na embalagem. Outro fator é deixar a hortaliça por menos tempo do que o indicado.
Treinar o manipulador responsável para uma utilização correta do sanitizante.
Armazenamento O uso de caixas plásticas com apenas filme plástico como barreira física na câmara fria. O armazenamento de alimentos de outros gêneros no mesmo local.
O uso de caixas plásticas com filme plástico pode não impedir a entrada de agentes contaminantes. Armazenar outros alimentos com hortaliças já higienizadas oferece risco de contaminação.
Estabelecer um local exclusivo para o armazenamento de vegetais higienizados.
Corte Atitudes dos manipuladores como: -Conversar, espirrar ou tossir sobre os alimentos; -Manusear outros aparelhos e utensílios que não pertencem à área de manipulação; -Trocar facas com outras áreas como a de carnes, por exemplo.
A aplicação das BPF são essências para manter a qualidade microbiológica dos alimentos manipulados.
Realizar treinamento periódico dos manipuladores e verificar se há emprego das BPF.
20
Observando as etapas dos fluxogramas de todas as cinco unidades
analisadas e a tabela 1, foi possível identificar os Pontos Críticos de Controle (PCC).
Basicamente, as cinco unidades executam os mesmos procedimentos, com
pequenas diferenças, descritas acima.
Assim, seguindo o fluxograma, os perigos identificados durante o processo de
produção começam antes mesmo do Recebimento, primeiro item do fluxograma, já
que no processo de plantio existem riscos de contaminação dessa hortaliça por
microrganismos patogênicos oriundos do solo ou da água da irrigação (MORETTI;
MATTOS, 2009). Por isso, este item foi escolhido como PC, pois apesar da
contaminação poder ocorrer, a adoção de BP pode reduzir ou eliminar a
contaminação a níveis aceitáveis e, como há outra etapa que teoricamente poderia
contornar a questão da contaminação, não seria um PCC.
Contudo, com a identificação de procedimentos inadequados na etapa de
sanitização (Tabela 2), optou-se por fazer análise da hortaliça de recebimento (HR)
que não havia passado ainda por nenhum tipo de pré-preparo ou preparo. O intuito
foi identificar se a contaminação das entradas era proveniente da matéria-prima ou
do processamento. Os resultados dos ensaios microbiológicos estão descritos na
Tabela 2.
Tabela 2 – Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes das
Hortaliças de recebimento das cinco UAN de uma Universidade do DF analisadas.
MesófilosS. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC
(UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml) (UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml) (UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml)
R1 2,5x106
3,5x105
0,9 x101
2,5x106
4,9x104 2,3x10¹ 6,8x10
66,0x10
5>1,1x10
3
R2 2,5x107
2,1x104
>1,1x103
2,8x106
6,1x104
>1,1x103
2,5x107
1,7x106
>1,1x103
R3 2,5x106
2,1x106
>1,1x103
2,5 x107
5,5x105
>1,1x103 NC NC NC
R4 1,9x106
1,6 x106
>1,1x103
7,5x106
7,8x105 4,3x10¹ 1,1x10
62,5x10
43,8x10
1
R5 5,5x106
2,0 x104
>1,1x103
1,5x106
2,4x105
>1,1x103
2,5x107
2,1x104 2,1X10²
Média 1,2x107
7,7 x105 8,8x10² 1,0x10
73,3 x10
5 6,7x10² 1,4x107
5,8 x105
6,1x102
DP 8,7x106
7,4 x105 2,9x10² 6,2x10
62,2x10
5 4,3x10³ 8,4x106
4,5x105
3,9x102
UAN
Hortaliças do Recebimento
Dia 1 Dia 2 Dia3
21
Como observado na Tabela 3, nas hortaliças ainda não higienizadas, foram
encontrados valores para microrganismos mesófilos entre 1,1x106 e 2,5x107 UFC/g.
O dia com maior média entre as unidades foi o dia 3 de coleta com 1,4x107 UFC/g.
Não existe valor máximo estabelecido pela legislação brasileira para esses
microrganismos. Bobco et al. (2011), encontraram em seu estudo (também com
folhosos não higienizados) valores entre 2,0x10² e 1,3x106 UFC/g, com uma média
aritmética de 1,9x105 UFC/g. Em outro estudo semelhante, de Machado et al.
(2009), foram observados valores entre 4,0x104 e 3,0x105 UFC/g. Ambos os estudos
apresentaram valores menores que os encontrados. Valores altos para
microrganismos mesófilos nas hortaliças do recebimento eram esperados, pois
essas ainda não haviam passado por nenhum processo de higienização. Contudo,
cuidados com os fornecedores devem ser adotados para reduzir essa contaminação,
que pode ser menor, como revela os estudos mencionados.
Outro microrganismo analisado foi o S. aureus. Novamente não existe limite
previsto na legislação brasileira para esse microrganismo em hortaliças não
processadas. Os valores encontrados no estudo foram entre 2,1x104 e 2,1x106
UFC/g e a maior média aritmética de 7,7x105 UFC/g. Mesmo sem limite estabelecido,
é muito importante analisar esse microrganismo em alimentos, pois a sua presença
pode indicar enterotoxinas, e pode estar relacionada a surtos alimentares (SILVA;
GRANDA, 2004). Isso reforça a importância da aplicação correta sanitização em
alimentos in natura.
Para a análise de coliformes termotolerantes de acordo com a Resolução
RDC nº12 (BRASIL, 2001) o limite máximo para hortaliças “frescas, in natura,
preparadas (descascadas ou selecionadas ou fracionadas), sanificadas; refrigeradas
ou congeladas, para consumo direto, exceto cogumelos” é de 5x10² NMP/ml.
Apenas 28,5 % (n=4) das amostras analisadas apresentaram valor inferior ao da
RDC nº12. Os valores encontrados foram entre 0,9x10¹ NMP/ml e >1,1x10³ NMP/ml
com a maior média de 8,8 x10² e a menor de 6,1 x10² NMP/ml. No estudo realizado
por Bobco et al. (2011), para hortaliças não higienizadas a média dos valores
encontrados foi de 1,0x10¹ NMP/ml. Em outro estudo de Oliveira et al. (2010) foram
observados valores entre 0,4x10¹ e 4,5 x10³ NMP/ml.
Considerando que após a sanitização, as entradas não passam por outro
processo capaz de eliminar ou reduzir a presença de microrganismos a níveis
22
aceitáveis, essa etapa foi definida como o primeiro PCC. Por isso, foi avaliado como
PCC2 a etapa de enxágue também.
Em um estudo realizado por Silva et al. (2015) foram analisadas 12 amostras
de hortaliças lavadas com água corrente e 12 amostras sanitizadas com solução de
cloro. Os resultados mostraram uma redução significativa da concentração de
coliformes totais nas hortaliças que passaram pelo processo adequado de
sanitização, mostrando a eficiência do uso de solução de cloro. Outro estudo de
Santos et al. (2012) comparou a eficiência da sanitização de alface (Lactuca sativa)
em diferentes tempos de tratamento (0, 15, 30 e 45 minutos). Os resultados
mostraram redução na carga microbiana de coliformes termotolerantes e E. coli.
Sendo assim, a sanitização demonstra ser eficiente e, no caso, é o PCC1.
O terceiro PCC identificado foi o armazenamento. Foi observado que os locais
de armazenamento das hortaliças higienizadas, tanto as câmaras frias de
refrigeração, quando os refrigeradores horizontais, possuíam outros gêneros
alimentícios, incluindo produtos cárneos, que poderiam contaminar esses folhosos.
Além disso, esses produtos permanecem por quase 24 horas nesse local. Deste
modo, foi realizada análise para contagem de microrganismos aeróbios mesófilos do
ar desses locais. A tabela 3 mostra os resultados encontrados.
Tabela 3 – Média e Desvio Padrão de microrganismos mesófilos aeróbios do ar das
câmaras frias/ refrigeradores de armazenamento de hortaliças das cinco UAN de
uma Universidade do DF.
Dia 1 Dia 2 Dia 3
Mesófilos Mesófilos Mesófilos
(UFC/cm²) (UFC/cm²) (UFC/cm²)
R1 NC NC 0,01x101
R2 2,1x101
5,0x101
<1,0x101
R3 <1,0x101
<1,0x101
<1,0x101
R4 <1,0x101
2,0x102
<1,0x101
R5 2,1x101
<1,0x101
<1,0x101
Média 1,0x101
6,0x101
0,002x101
DP 0,8 x101
5,0x101
0,003x101
UAN
Ambiente
23
Considerando as amostras de ar das câmaras frias/refrigeradores analisados,
15% (n=2) apresentaram contaminação por microrganismos mesófilos aeróbios
acima do limite preconizado pela APHA (2001), de 30 UFC/ cm² (COELHO et al.,
2010), e 85% (n=11) apresentaram contaminação abaixo desse valor. As duas
amostras que apresentaram contaminação acima do valor foram coletadas no Dia 2,
sendo uma a unidade “R2” com 5,0x101 UFC/cm² e a outra a unidade “R4” com
2,0x102 UFC/cm², número 6,5 vezes maior que o limite proposto. Logo, o segundo
dia de coleta apresentou maior média de contaminação com 6,0x101 UFC/cm².
Um estudo realizado por Andrade et al. (2003), identificou uma média de
microrganismos aeróbios mesófilos de 7,7x101 UFC/cm² em ambientes refrigerados
e 18,5% das amostras estavam acima do limite de 3,0 x101 UFC/cm². Porém 61,5%
das coletadas apresentaram contaminação <10 UFC/cm², sendo a menor média dos
3 dias 0,3 UFC/cm². A baixa contaminação em algumas amostras, deve-se,
possivelmente, ao fato das áreas de armazenamento de hortaliças (câmaras de
refrigeração e refrigeradores), nesses locais, serem prioritariamente exclusivas.
Porém, nas unidades onde não foi observado esse cuidado, ou não dispunham de
área física para realizar tal separação, exigindo maior cuidado e rigidez com as BPM
nessas unidades, a contaminação foi maior.
O quarto PCC identificado foi durante a etapa de corte. Essa etapa é
realizada um dia depois do recebimento, ou seja, após a sanitização. Os dois
principais fatores encontrados que poderiam oferecer risco ao corte foram o
manipulador e o utensílio faca. Definiu-se o manipulador como possível fonte de
contaminação, pois, existia contato com objetos que não eram permitidos dentro da
área de preparo e foi observado o uso de facas de outras áreas das unidades, que
não a de hortifrúti, possibilitando contaminação cruzada.
As mãos dos manipuladores representam risco de patógenos. A higienização
correta das mãos é imprescindível para evitar a contaminação das mãos dos
manipuladores. Além disso, existem outros fatores que podem causar essa
contaminação, como as práticas de inadequadas de manipulação, uniformes em
condições ruins de higiene e o uso de aparelhos e objetos. Um exemplo é o uso de
telefones celulares dentro da área de manipulação (ABREU, et al. 2011).
24
Os outros ensaios microbiológicos confirmaram que os PC não estão sendo
controlados por meio de BP, assim como os PCC não possuem o rigor necessário e
muito menos, são controlados.
A tabela 4 apresenta os resultados, média aritmética e desvio padrão dos
níveis de contaminação das Hortaliças do Corte (HR), ou seja, aquelas que já foram
higienizadas, armazenadas em refrigeradores/câmaras frias, e que também já foram
cortadas pelos manipuladores.
Tabela 4 – Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes das
Hortaliças do Corte das cinco unidades analisadas.
Nas HR (prontas para serem servidas) foram observados valores altos para
microrganismos aeróbios mesófilos de 2,7x104 a 2,3x107 UFC/g, e a menor média
aritmética foi verificada no dia 3(4,1x106 UFC/g). A presença desses microrganismos
em alimentos prontos para o consumo é preocupante pois exibe as reais condições
de preparo e armazenamento, como ineficiência ou uso incorreto do sanitizante,
temperatura de armazenamento, e também as atitudes dos manipuladores de
alimentos responsáveis por entradas (FURLANETO-MAIA et al., 2010; ALMEIDA,
2006).
Os valores encontrados por Bobco et al. (2011) em estudo com vegetais
folhosos sanitizados foi entre 1,0x10¹ e 2,7x10³ UFC/g. Em outros estudos similares
com folhosos coletados em restaurantes, foram encontrados valores entre 3,3x104 e
3,3x105 UFC/g (ARAÚJO, 2014). Calil et al. (2013), encontrou valores entre1,0x10³ e
2,2x106 UFC/g.
Mesófilos S. aureus Colif. 45ºCMesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC
(UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml) (UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml) (UFC/g) (UFC/g) (NMP/ml)
R1 2,5x106
2,4x105 (UFC/g) 1,1x10
68,8x10
30,4x10
12,0x10
64,2x10
32,1 x10
2
R2 5,4x106
1,3x106
4,3x101
2,0x107
3,8x106
>1,1x103
4,3x105
2,8x106
>1,1x103
R3 1,2x107
1,7 x106
>1,1x103
2,3x107
2,0x106
>1,1x103
1,5x106
4x106
>1,1x103
R4 7,5x106
1,4x106
2,3x101
1,6x107
9,0x106
4,6x102
2,7x104
<1,0x101
1,5x102
R5 7,5x105
1,9x106
2,8x101
5,6x106
<1,0x101
>1,1x103
3,0x106
1,4x105
>1,1x103
Média 5,6x106
1,3 x106
4,6x102
1,3x107
2,9x106
7,5x102
4,1x106
1,4x106
7,3x102
DP 2,7x106
3,6 x105
4,3x102
6,6x106
2,3x106
3,5x102
3,6x106
1,3x106
3,7x102
Hortaliças do Corte
Dia 1 Dia 2 Dia3UAN
25
Para S. aureus os valores encontrados foram entre <1,0x10¹ e 9x106 UFC/g, a
menor média foi de 1,3x106 e a maior de 2,9x106 UFC/g. Apesar de não existir
valores estabelecidos pela legislação para S. aureus para folhosos prontos para
consumo, alguns autores como Calil et al. e Silva (2013), consideram o valor
estabelecido pela RDC Nº12, de 10³ UFC/g, com base no anexo D, não se referindo
exatamente as hortaliças folhosas higienizadas, mas é o anexo que mais se
assemelha. Sendo assim, 86% (n=13) das amostras apresentam resultado superior
a esse valor. No estudo de Calil et al. apenas uma amostra teve valor superior a 10³
UFC/g, 6,4x10³ UFC/g, valor muito abaixo dos encontrados no presente estudo.
Para os coliformes termotolerantes das HC, como já foi dito, considerando o
valor estabelecido pela RDC nº12 de 2001, de 5x10² NMP/ml, 46,5% (n=7) das
apresentaram valor satisfatório. O dia com a menor média foi o dia 1, com 4,6x10² e
o dia com a maior média foi o dia 2 com 7,5x10². Bobco et al. (2011) não
encontraram coliformes termotolerantes no seu estudo com folhosos sanitizados.
Outro estudo de Pereira e Hoffmann (2011) 80% das amostras analisadas estavam
acima do limite dessa legislação. A presença de coliformes termotolerantes indica
contaminação do alimento, possivelmente de origem fecal. Como se trata de um
alimento já pronto para o consumo isso demonstra que as entradas foram
produzidas em condições não higiênicas (CALIL et al., 2013).
Um fator importante para a produção microbiologicamente segura de
alimentos é a higiene das mãos dos manipuladores. A tabela 5 mostra os resultados,
média e desvio padrão para as mãos dos manipuladores de alimentos. Não existem
limites estabelecidos para microrganismos em mãos pela legislação, portanto os
resultados foram comparados com a literatura
Tabela 5 – Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, e. aureus e coliformes termotolerantes das
Mãos dos Manipuladores das cinco unidades analisadas.
26
Para microrganismos aeróbios mesófilos, dentre as análises realizadas, os
resultados encontrados ficaram entre <1,0x10¹ e 6,8x10³ UFC/cm², sendo a maior
média no Dia 3 com 1,5x10³ UFC/cm² e a menor no Dia 1 com 8,3x10² UFC/cm². Um
estudo realizado por Marzano e Balzaretti (2013), que também avaliou mesófilos
para mãos de manipuladores considerou como satisfatórios valores <1,3 log10
UFC/cm² e 98,6% das amostras encontraram-se abaixo desse valor. No caso do
presente estudo 66,6% (n=10) das amostras analisadas apresentaram-se acima
desse valor.
Para S. aureus os valores encontrados nas amostras analisadas variaram
entre <1,0x10¹ UFC/cm² e 6,9x10³ UFC/cm², ambos os valores encontrados no Dia 1
de coleta. A média aritmética ficou entre 1,4x10³ e 1,4x10² UFC/cm². Marzano e
Balzaretti (2013) consideraram satisfatório para esses microrganismos valores <1,0
log10 UFC/cm², e encontraram nos seus resultados 99,3% dentro desse valor. Já no
presente estudo, 46,6% (n=7) das análises apresentaram valores satisfatório.
Os coliformes termotolerantes tiveram resultados entre <0,3x10¹ (negativo) e
1,1x10³ NMP/ml, com médias entre 0,1x10¹ e 2,2x10² NMP/ml. Do total de análises
73,3 % (n=11) apresentaram-se negativas e apenas 26,7% (n=4) estavam positivas
para coliformes termotolerantes. Em um estudo realizado por Tartler e Fortuna
(2012), 9,46% das mãos analisadas estavam contaminadas com coliformes
termotolerantes. Os coliformes termotolerantes estão entre os principais causadores
de surtos de DTA e as mãos dos manipuladores são as principais fontes desses
microrganismos, reforçando a importância da higienização correta e periódica das
mãos durante todo o processo de produção de alimentos.
Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC
(UFC/cm²) (UFC/cm²) (NMP/ml) (UFC/cm²) (UFC/cm²) (NMP/ml) (UFC/cm²)(UFC/cm²) (NMP/ml)
R1 3,9x103
6,9 x103
0,3x101
4,1x103
<1,0x101
<0,3x101
6,8 x102
7 x102
4,6 x102
R2 7,0 x101
17 x101
<0,3x101
<1,0x101
<1,0x101
<0,3x101
5,8 x101
<1,0x101
<0,3x101
R3 1,4 x102
1,0 x101
<0,3x101
<1,0x101
2,4 x103
<0,3x101
6,8 x103
<1,0x101
<0,3x101
R4 <1,0x101
2,5 x102
0,4 x101
2,2 x102
1,7 x101
1,1 x103
<1,0x101
<1,0x101
<0,3x101
R5 <1,0x101
<1,0x101
<0,3x101
1,5 x102
2,0 x101
<0,3x101
1,7 x101
<1,0x101
<0,3x101
Média 8,3 x102
1,4 x103
0,1 x101
8,9 x102
4,9 x102
2,2 x102
1,5 x103
1,4 x102
9,2 x101
DP 1,0 x103
1,8 x103
0,1 x101
1,1 x103
6,3 x103
2,9 x102
1,7 x103
1,8 x102
1,2 x102
UAN
Mãos dos Manipuladores
Dia 1 Dia 2 Dia 3
27
Também foram feitas análises nas facas dos manipuladores, os resultados
estão apresentados na tabela abaixo (Tabela 6). Como não existem valores
estabelecidos pela legislação, os dados foram comparados com outros estudos.
Tabela 6 – Média aritmética e desvio padrão dos níveis de contaminação por
microrganismos aeróbios mesófilos, S. aureus e coliformes termotolerantes dos
utensílios (faca) das cinco unidades analisadas.
Para mesófilos, foram encontrados valores entre <1,0x10¹ e 3,9x10³ UFC/cm²,
e as médias entre 4,6x10² e 1,4 x10³ UFC/cm² nas facas de corte. Um estudo
semelhante encontrou resultados próximos a esses com valores em 3,2x10² e
1,1x10³ UFC/cm² (KOCHANSKI et al., 2009). Os níveis de contaminação são
menores em facas de corte pois tratam-se de utensílios de mais fácil higienização.
Para S. aureus foram encontrados valores nas análises entre <1,0x10¹ e
2,2x105 UFC/cm² e médias aritméticas entre 1,8x104 e 4,6x104 UFC/cm². A análise
de S. aureus em utensílios é pouco usada. Porém, em um estudo realizado por
Meira et al. (2012), foram encontrados biofilmes de S. aureus em utensílios, o que
torna importante essas análises. Assim como as mãos dos manipuladores, as facas
se não higienizadas corretamente, podem contaminar o alimento manipulado.
Nas análises feitas com coliformes termotolerantes foram encontrados valores
entre <0,3x10¹ e 4,6x10² NMP/ml e médias entre 0,2x10¹ e 9,4x10² NMP/ml. Do total
analisado (n=15) 46,6% (n=7) das amostras apresentaram resultado negativo para
coliformes termotolerantes e 53,4% (n=8) resultado positivo. Mesmo não existindo
legislação para a análise de coliformes nessa situação, essas análises são
comumente empregadas para avaliar as condições higiênico sanitárias de utensílios
(SANTOS et al., 2014).
Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC Mesófilos S. aureus Colif. 45ºC
(UFC/cm²) (UFC/cm²) (NPM/ml) (UFC/cm²)(UFC/cm²) (NPM/ml) (UFC/cm²)(UFC/cm²) (NPM/ml)
R1 3,9x103
4,5x103
0,4x101
1,0x103
3,2x104
0,6 x101
1,2x103
2,6x103
4,6x102
R2 2,7x103
<1,0x101
0,9x101
<1,0x101
<1,0x101
0,3x101
3,2x101
<1,0x101
0,9x101
R3 <1,0x101
<1,0x101
<0,3x101
7,1x102
1,4x103
<0,3x101
1,0x103
9,0x104
<0,3x101
R4 4,7x102
2,2x105
<0,3x101
1,4x103
1,5x105
0,4x101
1,4x101
<1,0x101
0,4x101
R5 3,1x101
<1,0x101
<0,3x101
2,6x101
<1,0x101
<0,3x101
0,5x101
<1,0x101
<0,3x101
Média 1,4x103
4,6x104
0,2x101
6,3x102
3,7x104
0,2x101
4,6x102
1,8x104
9,4x101
DP 1,2x103
5,9x104
0,2x101
4,1x102
3,8x104
0,2x101
4,4x101
2,4x104
1,2x102
UAN
Utensílio (faca)
Dia1 Dia 2 Dia 3
28
Por fim, outra análise realizada nesse estudo foi para Salmonella spp. Foram
realizadas análises nas cinco unidades, em três dias diferentes e os resultados
obtidos estão registrados na Figura 2.
Figura 2 – Gráfico de ausência e presença de Salmonella spp. das análises
realizadas com hortaliças do recebimento, hortaliças do corte, mãos e facas de corte
nas cinco unidades.
Para Salmonella spp. foram identificadas a ausência em 93% (n=56) das
amostras, presença em 5%(n=3) e não foram coletadas 2% (n=1) no total das
análises, envolvendo hortaliças do recebimento, do corte, mãos e faca de corte. As
três amostras positivas para Salmonella spp. foram as de hortaliças do recebimento
da unidade “R3” e “R5” e a outra amostra foi de uma hortaliça do corte (pronta para
consumo) da unidade “R5”. De acordo com a RDC nº 12 a tolerância para amostra
indicativa de salmonella é a ausência em hortaliças. Assim, das hortaliças
analisadas 10,3% não atendem a tolerância dessa resolução. Os resultados se
diferem dos encontrados por Oliveira et al. (2010), onde 100% das amostras
apresentaram ausência de salmonella, tanto as não higienizadas quanto as
higienizadas. Em outro estudo realizado por Costa et al. (2012), novamente todas as
amostras de hortaliças apresentaram ausência de Salmonella spp.
Outro aspecto que deve ser analisado é a complexidade de cada serviço.
Essas unidades servem diariamente desjejum, almoço e jantar. O número de
refeições servidas por refeição está registrado na Tabela 7. Teoricamente, o maior
número de refeições ofertadas no R1 poderia ser um diferencial negativo entre as
unidades estudadas. Contudo, outros fatores que podem ter contribuído para a
29
elevada contaminação nas unidades menores. Aparentemente, pelo fato de serem
menores os cuidados não são exigidos com o mesmo rigor.
Tabela 7 – Volume médio de produção das cinco unidades de alimentação e nutrição
analisadas.
Observando os fluxogramas, os PCC e os altos níveis de contaminação por
microrganismos das análises realizadas, foi possível propor melhorias para as
unidades estudas. Assim, fica proposto a necessidade de sempre avaliar as
condições de higiene do fornecedor tanto in loco quanto no momento do
recebimento. É de necessidade imediata realizar um treinamento com os
manipuladores dessas áreas, atentando principalmente para o uso do sanitizantes e
para o uso das BP em geral. Além disso, é necessário que esse treinamento seja
repetido sempre que necessário. Também é proposto que exista um responsável por
esses funcionários para verificar o emprego das BP. E por fim, uma separação mais
rígida desses alimentos nas câmaras frias/refrigeradores.
R1
(refeições)
R2
(refeições)
R3
(refeições)
R4
(refeições)
R5
(refeições)
Dejejum 2.300 100 150 40 150
Almoço 6.500 650 750 80 350
Jantar 2.000 50 150 - 250
TOTAL 10.800 800 1.050 120 750
30
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da observação direta dessas unidades foi possível elaborar o
fluxograma de produção das entradas e determinar os PC e os PCC. As coletas e
análises foram realizadas com sucesso, permitindo analisar a qualidade higiênico
sanitária das entradas produzidas nessas UANs.
Os ensaios microbiológicos realizados nesse estudo mostraram altos níveis
de contaminação praticamente todos os microrganismos em relação a RDC nº12 ou
a outros estudos. É preocupante, por exemplo, observar que os resultados das
análises das hortaliças já sanitizadas que foram servidas para consumo,
apresentavam-se tão contaminadas quanto as hortaliças do recebimento, resultado
muito diferente da literatura, onde foi relatado em diversos estudos a eficiência das
etapas de higienização. Isso demonstra claramente o que foi observado durante as
visitas: que as boas práticas de fabricação não eram seguidas pelos manipuladores.
Deve-se destacar que essas amostras são indicativas e não representativas,
ou seja, ela representa apenas uma parte do que poderia ser analisado. Mesmo
assim, esses resultados mostram que existe a necessidade de melhorias nessas
UANs.
Além das outras propostas de melhoria, as BP devem ser empregadas
rapidamente nessas unidades. Também seria importante a realização de mais
estudos nesses locais para verificar a eficiência do sanitizante utilizado e se a
adesão as propostas estão sendo eficientes.
Por fim, deve-se ressaltar a importância do controle higiênico-sanitário ser
rígido para as entradas. Trata-se de saladas servidas cruas, ou seja, sem nenhum
tratamento térmico e que, portanto, podem oferecer riscos à saúde dos
consumidores, causando infecções alimentares, se não forem produzidas de forma
higiênica.
31
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