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2018
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Universidade de Coimbra - UNIV-FAC-AUTOR Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
O Capital Psicológico Grupal e a Inovação das Equipas: O papel mediador da Confiança Grupal em equipas em contexto virtual
UC/FPCE
Lúcia Alexandra da Costa Silva (e-mail: [email protected]) - UNIV-FAC-AUTOR
Dissertação de Mestrado em Psicologia do Trabalho e das Organizações sob a orientação do Professor Doutor Paulo Renato LourençoU
Capital Psicológico e a inovação das equipas: O papel mediador
da confiança grupal em equipas em contexto virtual
Tendo como base uma abordagem do tipo IMOI (Input-Mediador-
Output-Input) o presente trabalho teve como objetivo analisar, em equipas
virtuais, a relação entre o capital psicológico grupal e a inovação das equipas,
considerando o papel mediador da confiança grupal, nessa relação. Nesse
sentido, realizamos um estudo empírico, de design transversal, incidindo
sobre 57 equipas de trabalho, pertencentes a organizações portuguesas de
diversos sectores de atividade (e.g., serviços, indústria). Adotando o inquérito
por questionário enquanto método de recolha de dados, as hipóteses
formuladas foram testadas ao nível grupal.
Os resultados revelaram uma relação positiva entre o capital
psicológico grupal e a confiança grupal, nas suas duas componentes (afetiva
e cognitiva). Não foi encontrada associação entre o capital psicológico e a
inovação grupal e entre a confiança e a inovação grupal. Deste modo, a
hipótese de mediação também não recebeu suporte empírico. Estes resultados
vêm reforçar a relevância do capital psicológico enquanto estado emergente
de grupo capaz de potenciar a confiança grupal.
Palavras chave: equipas virtuais, capital psicológico grupal, confiança
grupal, inovação das equipas.
Psychological Capital and Team Inovation: The mediating role of
collective Trust in Virtual Teams
Based on the IMOI (Input-Mediador-Output-Input) approach the
present work, developed in the virtual teams context, had as the main objetive
the analysis of the relationship between group psychological capital and team
innovation, considering the group trust mediating role on this relationship.
Therefore, we made an empirical research focusing on 57 work teams,
belonging to Portuguese organizations from a variety of sectors of activity
(e.g., services, industry). Furthermore, we used a questionnaire inquiry as a
data collection method. The hypotheses were tested at a group level.
The results showed that the group psychological capital related
positively with the group trust on both components (affective and cognitive).
However, there was no relation found either between psychological capital
and team innovation neither between trust and group innovation. Thus, the
mediation hypothesis could not be empirically supported. These results
reinforce the importance of the role of psychological capital (as a group
emerging state) on group trust.
Key Words: Virtual Teams, group psychological capital, group trust,
team innovation
Agradecimentos
Aos meus pilares, os meus pais, pelo amor e dedicação na pessoa que
sou hoje. A eles devo-lhes o mundo e a eles dedico o meu trabalho. Obrigada
por todo o esforço, orgulho e carinho que demonstraram neste meu longo
percurso académico. Ao meu irmão, meu melhor amigo, por sempre me
acompanhar e apoiar em todos os momentos da minha vida. Ao Nick pelas
horas intermináveis de companhia, em longas noites de trabalho.
À Rita Pais por uma amizade incondicional, por ser família e por,
mesmo longe, estar sempre perto. À Barbara Rodrigues por ser uma irmã e
uma companheira de vida há vinte anos. Ao Daniel Mota por toda a leveza e
alegria que me traz, com a sua existência na minha vida.
À Rita Almeida por ser a melhor colega de casa desde o primeiro dia.
A ti agradeço todas as noites, todo o amor e todo o cuidado com que me
trataste. À Maria João Soares pela amizade, pelas loucuras, pela primeira aula
e pelas confidências. À Mónica Spínola todos os pôr-de-sol mais
inesquecíveis, por grandes momentos e por muita aventura. À Cristiana Xará
toda a descontração, e por me mostrar que podemos sorrir sempre para a vida.
Ao Rafael Melo por ser o amigo mais peculiar, calmo e competente que me
acompanhou e me acalmou em horas críticas de estudo. À Constança Seabra,
todas as noitadas, chamadas e gargalhadas. À Beatriz Ribau e à Clara Campelo
toda a amizade e ternura nestes dois anos. À Joana Ferreira, Ana Rita Sousa e
Marta Vasconcelos a amizade.
Aos meus Pecherres, sem excepção, por se tornarem, mesmo em reta
final, a melhor segunda família da minha vida. Obrigada por tudo!
À Raquel Santos pela colega de trabalho insubstituível que me
acompanhou durante três anos e por se manter uma amiga fundamental. À
Cristina Morais pela amizade e por acreditar em mim desde o primeiro dia de
estágio.
Às minhas colegas de investigação pelo apoio, paciência e empenho.
Em especial, à Liliana Bastos pela tranquilidade, honestidade e serenidade que
me transmitiu neste percurso difícil.
À Professora Isabel Dimas e à Professora Teresa Rebelo por toda a
disponibilidade, pela boa energia, motivação e confiança. Ao Professor Paulo
Renato, um muito e especial obrigada do fundo do meu coração, por toda a
disponibilidade e dedicação neste percurso. Foi um privilégio trabalhar
consigo!
ÍndiceTITU
Introdução ................................................................................ 1
I – Enquadramento conceptual............................................... 4
1. Equipas com Grau de Virtualidade .................................. 4
2. Capital Psicológico Grupal............................................... 6
3. Confiança Grupal ............................................................. 9
4. Inovação das Equipas ..................................................... 11
II - Objetivos do estudo e Hipóteses da Investigação .......... 13
III - Metodologia .................................................................... 15
1. Amostra .......................................................................... 15
2. Procedimento de recolha de dados ................................. 16
3. Instrumento de Medidas ................................................. 17
4. Estudo Piloto .................................................................. 20
5. Procedimentos de Análise de Dados .............................. 21
IV - Resultados ....................................................................... 22
1. Qualidade psicométrica dos instrumentos ...................... 22
2. Teste de hipóteses .......................................................... 24
V - Discussão........................................................................... 25
VI – Conclusões ...................................................................... 26
Bibliografia ............................................................................. 29
Anexos ..................................................................................... 36
Anexo 1: Carta de Apresentação ......................................... 37
Anexo 2: Projeto de investigação VITEM .......................... 40
Anexo 3: Questionário dos Líderes ..................................... 45
Anexo 4: Questionário dos Membros .................................. 49
LO DISSERT
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O Capital Psicológico Grupal e a Inovação das Equipas: O papel mediador da Confiança Grupal em equipas em contexto virtual
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Introdução
As alterações produzidas na natureza do trabalho, sobretudo, desde
finais do século XX (Bell & Kozlowski, 2002), têm conduzido as
organizações e os investigadores que se dedicam ao seu estudo a focarem-se
no funcionamento e resultados das equipas e dos indíviduos na equipa (Gully,
Incalcaterra, Joshi, & Beaubien, 2002).
Desta forma, obrigaram a uma reestruturação por parte das
organizações, que conduziu a uma utilização cada vez maior de
grupos/equipas de trabalho (Mathieu, Hollenbeck, van Knippenberg, & Ilgen,
2017)1. Um grupo consiste num conjunto de indivíduos, constituído por três
elementos no mínimo, os quais são percecionados e se percecionam como
grupo, interagindo regularmente para atingir objetivos comuns, de forma
interdependente (Lourenço, Dimas, & Rebelo, 2014). Cohen e Bailey (1997)
consideram que os grupos se percecionam e são percecionados pelos outros
como uma entidade social, incorporada em um ou vários sistemas socias, onde
geram as suas relações entre os limites organizacionais, partilhando a
responsabilidade pelos resultados alcançados.
A construção de equipas e as suas potencialidades nas estruturas
organizacionais tornaram-se chave para o bom desempenho de uma
organização (West, Patera, & Carsten, 2009), assistindo-se cada vez mais ao
trabalho realizado por equipas de diversas tipologias, entre as quais as que
possuem algum grau de virtualidade. Estas equipas utilizam a tecnologia no
trabalho, a vários níveis, com o intuito de realizar tarefas interdependentes -
em que se funda a essência de uma equipa (Gibson & Cohen, 2003) - e os seus
membros poderão trabalhar em diferentes locais geográficos (De Guinea,
Webster, & Staples, 2012; Martins, Gilson, & Maynard, 2004).
As organizações e os investigadores, pelas razões que apontámos, têm
incidido cada vez mais na compreensão do funcionamento e resultados das
equipas (Gully et al., 2002) de um modo geral e, em particular em anos
recentes, devido, em grande parte, à evolução das tecnologias de informação
e comunicação, nas equipas com algum grau de virtualidade (De Guinea et al.,
2012). O presente trabalho, centrado no contexto das equipas com algum grau
de virtualidade, isto é, que na prossecução dos seus objetivos, utilizam em
alguma medida a tecnologia de informação, analisa a relação entre o capital
psicológico e a inovação das equipas, considerando o papel mediador da
confiança entre os membros do grupo nessa mesma relação.
Alguns autores discutem a necessidade da procura do potencial dos
indivíduos através do capital psicológico, com o objetivo de desenvolver mais
capacidades nos colaboradores para garantir um crescimento sustentável
(Luthans, Norman, Avolio, & Avey, 2008). O capital psicológico grupal
1 Na linha de autores como Cohen e Bailey (1997), Lourenço, Dimas e Rebelo
(2014), e Mathieu, Hollenbeck, van Knippenberg e Ilgen, (2017) os termos grupo e
equipa serão utilizados de forma indistinta no presente trabalho.
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refere-se à partilha entre os membros de um grupo, de um estado psicológico,
um estado emergente de grupo2, que se encontra em constante
desenvolvimento e é sustentado por quatro dimensões: autoeficácia,
otimismo, esperança e resiliência (Walumbwa, Luthans, Avey, & Oke, 2009).
O capital psicológico possibilita aos membros de uma equipa uma
identificação fortalecida, influenciando a positividade do grupo no
cumprimento de objetivos (West et al., 2009), isto é, influenciando o
funcionamento e resultados de grupo.
A confiança grupal, que pode ser definida como a medida em que cada
membro confia num outro, ou seja, o conjunto de perceções de confiança que
os membros de um grupo possuem relativamente uns aos outros (Costa, 2003;
Langfred, 2004), constitui um dos desafios do trabalho em equipa (Grichanik,
2014) e baseia-se na confiança interpessoal, uma vez que as equipas são
compostas por indivíduos que interagem entre si (Grichanik, 2014). A
confiança grupal é conceptualizada como uma variável que é construída ao
longo do tempo e é considerada como um fator determinante para a qualidade
das relações interpessoais estabelecidas, constituindo, assim, um elemento
basilar para o potencial das equipas (Dimas, Lourenço, & Rebelo, 2016).
Por seu lado, a inovação grupal refere-se à introdução intencional e à
aplicação de ideias, processos, produtos e procedimentos novos numa equipa
(West & Farr, 1989), alimenta-se da capacidade criativa do ser humano (e,
portanto, dos membros da equipa e suas interações), sendo essa criatividade
uma fonte privilegiada para grupos e organizações (Oliveira, 1999). Com
efeito, é difícil negar a necessidade que as organizações têm de ser recetivas
e estarem aptas a produzir inovação, com o intuito de permanecerem
competitivas. A inovação, promovida em ambientes de mudança célere é,
assim, um elemento chave na eficácia de uma equipa/organização (Batarseh,
Usher, & Daspit, 2017). As equipas que procuram a inovação, integram novos
conhecimentos, num processo de conhecimento já existente (Gibson & Gibbs,
2006) implementando novas e úteis formas para a realização do seu trabalho,
acreditando ser benéfico para o desempenho (West & Anderson, 1996; West
& Sheets, 2002). Diversos estudos têm sugerido que os três constructos
referidos se relacionam entre si. Por exemplo, Seibert, Kraimer e Liden (2001)
referem-se às relações entre o capital psicológico e a confiança, Dakhli e De
Clercq (2004) e também Ruppel e Harrington (2000) apontam para uma
associação positiva entre a confiança e a inovação e, finalmente Sartori,
Favretto e Creschi (2013) sugerem que o capital psicológico influencia
2 Marks, Mathieu e Zaccaro (2001) indicaram que os estados emergentes são
definidos como “constructos que caracterizam propriedades da equipa, que são
tipicamente dinâmicos por natureza e que variam em função do contexto da equipa,
inputs, processos e resultados” (p.357). Diferenciam-se dos processos grupais, apesar
de ambos se referirem a mecanismos pelos quais os inputs são convertidos em
resultados alcançados pela equipa. Os estados emergentes são classificados como
pertencentes a categorias motivacionais, cognitivas e afetivas, enquanto os processos
grupais se referem a atividades comportamentais interdependentes, isto é, às
interações entre os membros do grupo (Marks et. al., 2001).
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positivamente a inovação de uma equipa. Na revisão da literatura que
efetuámos, a maioria dos estudos foram realizados em contexto de equipas
tradicionais (de face a face) e não foi possível encontrar investigações que
relacionem, num mesmo estudo, os três constructos referidos. A investigação
que nos propusemos realizar procura acrescentar conhecimento e constitui,
em nossa opinião, um contributo relevante neste domínio.
A análise das relações entre os constructos será realizada com base num
modelo que inclui o capital psicológico grupal como a variável antecedente
(input), a confiança grupal como variável mediadora e a inovação da equipa
como a variável resultado (output).
A presente dissertação encontra-se estruturada da seguinte forma:
efetuaremos, inicialmente, um enquadramento relativo ao contexto em que a
investigação se realizou, nomeadamente no que diz respeito ao tipo de equipas
estudadas – equipas caracterizadas por possuírem algum grau de virtualidade;
depois abordaremos as três variáveis em estudo (capital psicológico grupal,
confiança grupal e inovação das equipas) e as relações que as mesmas
estabelecem entre si; seguidamente, apresentaremos os objetivos e hipóteses
de investigação, para posteriormente nos focarmos no estudo empírico
realizado, incluindo a caracterização da amostra, a explicitação do
procedimento de recolha de dados, a descrição dos instrumentos de medida e,
por fim, a apresentação da metodologia da análise de dados; num terceiro
momento, serão apresentados os resultados e a discussão dos mesmos; por
último, apresentaremos as principais conclusões, limitação e sugestões para
futuras investigações.
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I – Enquadramento conceptual
1. Equipas com Grau de Virtualidade
No contexto organizacional atual, as equipas com algum grau de
virtualidade têm-se tornado uma norma no trabalho (Gibson & Cohen, 2003).
Tal acontece, uma vez que as equipas virtuais possibilitam ultrapassar
barreiras nas organizações, sejam elas temporais ou geográficas (Bell &
Kozlwoski, 2002).3 Importa notar que o termo “virtual” surgiu inicialmente
para caracterizar equipas que nunca se encontram presencialmente (e.g, Guzzo
& Dickson, 1996), e somente mais recentemente ganhou o sentido atual,
aplicando-se a equipas com interação mediada pela tecnologia (De Guinea et
al., 2012).
As equipas virtuais podem, assim, ser definidas como grupos cujos
membros trabalham em conjunto, com objetivos comuns, podendo interagir a
partir de diferentes locais através da comunicação e da troca de informação
com recurso à comunicação eletrónica4 (Bell & Kozlwoski, 2002). Assim, as
equipas virtuais são, antes de mais, equipas que, no entanto, apresentam como
uma das suas características a utilização da virtualidade (Martins et al., 2004).
São diversos os critérios utilizados para estimar o grau de virtualidade
nas equipas, incluindo, entre outros, a dispersão geográfica, a frequência de
utilização da tecnologia como meio de comunicação (e.g., Gibson & Cohen,
2003), a riqueza do meio de comunicação utilizado5 (e.g., De Jong, Schalk &
Cursçeu, 2008), a diversidade cultural, o dinamismo estrutural (eg., Gibson &
Gibbs, 2006), ou a temporalidade (eg., Martins et al., 2004). Contudo, apesar
de vários autores apontarem para diferentes critérios para definir a
virtualidade, ou o grau de virtualidade, os critérios mais utilizados são a
dispersão geográfica e o recurso à utilização de tecnologia como meio de
comunicação (Gibson & Cohen, 2003). No entanto, Kirkman e Mathieu
(2005) afirmam que a dispersão geográfica não é, necessariamente, um
determinante para a virtualidade de uma equipa, uma vez que equipas que se
3 No presente trabalho, a virtualidade é apresentada como uma questão de grau,
num continuum, no qual a designação de equipa virtual remete para equipas que
apresentam algum grau de virtualidade e não somente para as que são totalmente
virtuais, razão pela qual as expressões equipa virtual e equipa com algum grau de
virtualidade serão utilizadas de forma indistinta (Gibson & Cohen, 2003; De Guinea
et al., 2012; Griffith et al., 2003; Martins et al., 2004). 4 Importa notar que apesar de as equipas recorrerem à utilização do e-mail, dos
telefones ou computadores não podem ser consideradas virtuais por somente as
utilizarem, pois o grau de virtualidade só é avaliado/considerado quando a equipa
utiliza estes componentes como meio de comunicação para o trabalho (Gibson e
Cohen, 2003). 5 Nesta perspetiva, equipas que, por exemplo, se caracterizam pela grande
frequência de troca de informações via chat, apresentarão um elevado grau de
virtualidade, enquanto aquelas que utilizam a videoconferência terão um grau de
virtualidade mais reduzido (Grichanik, 2014).
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encontrem no mesmo local podem recorrer, igualmente, a meios de
comunicação virtual. Assim, o uso de tecnologia para comunicar é o fator mais
comum para descrever o grau de virtualidade (Johnson, Bettenhausen, &
Gibbons, 2009). Como veremos na secção III do presente trabalho, este
critério será aquele por que optamos, importando assinalar que, no que
respeita à utilização da tecnologia, na linha de De Jong et al. (2008), foram
tidos em conta a riqueza do meio de comunicação utilizado, a frequência e o
grau de sincronia desse meio. Os meios de comunicação mais pobres (com
poucos sinais de comunicação verbal e para-verbal) estão associados a níveis
mais elevados de virtualidade, tal como o baixo nível de sincronia (quando a
troca de informação não ocorre em tempo real) está relacionado com um
elevado grau de virtualidade (De Jong et al., 2008; Kirkman & Mathieu,
2005).
Segundo autores como Gibson e Gibbs (2006) e, também, Griffith,
Sawyer, & Neale (2003), a virtualidade é uma variável que deve ser
reconhecida como contínua (e não dicotómica, ou seja, “virtual” vs “não
virtual”) podendo o seu grau variar entre nada virtual a totalmente virtual,
admitindo que, na atualidade, muito dificilmente se encontram equipas
completamente virtuais ou equipas sem qualquer grau de virtualidade (Gibson
& Cohen, 2003).
Embora a missão ou os objetivos não sejam diferentes das equipas
tradicionais, uma vez que a diferença reside na existência de uma menor
frequência na interação face-a-face, de acordo com Bell e Kozlwoski (2002)
as equipas com estas características integram diversas vantagens: permitem às
organizações integrar indivíduos mais qualificados perante um trabalho
particular, independentemente da sua localização; possibilitam às
organizações aligeirar o processo de resposta ao aumento da competição; e
permitem promover a flexibilidade entre os colaboradores,
independentemente de onde estes se encontrem localizados.
O facto de este modelo de equipas promover vantagens
comparativamente às equipas tradicionais deve-se à necessidade de
partilharem a responsabilidade dos resultados, confiando fielmente na
tecnologia como meio de comunicação (De Guinea et al., 2012). Segundo
Batarseh et al. (2017), vários autores defendem que a utilização de equipas
virtuais em organizações promove estruturas flexíveis e moldáveis, uma vez
que possibilitam a redução de custos, a poupança de tempo e o aumento da
produtividade.
No entanto, podem também existir obstáculos e efeitos negativos
associados à sua utilização (Zornoza, Orengo, & Peñarroja, 2009). Assim, no
que respeita a desvantagens, segundo Bell e Kozlowski (2002) as equipas com
grau de virtualidade demonstram dificuldades relativamente a processos de
avaliação de desempenho e de acompanhamento do desenvolvimento da
equipa, no que se refere à liderança. Desta forma, equipas com algum grau de
virtualidade terão a necessidade efetiva de um líder, para criar um maior
conforto e confiança nos membros (Gibson & Cohen, 2003).
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A virtualidade de uma equipa é reforçada quando existe integração, partilha
de informação e confiança grupal (Gibson & Cohen, 2003). Estudos recentes
mostram a relação existente entre diversas variáveis, tais como o capital
psicológico (Zornoza et al., 2009) a confiança (Morgan et al., 2014; Seibert et
al., 2001) e a inovação (Gibson & Gibbs, 2006), tendo por base equipas com
grau de virtualidade (e.g., De Guinea et al., 2012).
2. Capital Psicológico Grupal
Entre muitas estratégias organizacionais na procura de recursos
possíveis para a contribuição de uma maior vantagem competitiva, o capital
psicológico é atualmente considerado como um dos mais relevantes (Toor &
Ofori, 2009) sendo reconhecido como uma potencialidade para as
organizações, no sentido de possibilitar o crescimento do potencial humano e
a criação de uma mentalidade mais positiva (Luthans, Youssef-Morgan, &
Avolio, 2015).
De acordo com Luthans, Youssef e Avolio (2007a), foi Seligman
(1998) quem salientou a importância daquilo que o indivíduo consegue
realizar e da sua positividade, e não apenas das suas falhas e negatividade. A
emergência da psicologia positiva6, cuja aplicação se estendeu ao domínio do
comportamento organizacional assumiu, assim, um papel importante para o
surgimento e fundamentação do capital psicológico (Luthans et al., 2007a).
O constructo, no seu global, é mais que o capital humano (aquilo que
sabemos) e do que o capital social (aquilo que somos) podendo ser visto como
a articulação dos dois - o que sabemos e o que somos (Luthans, Youssef, &
Avolio., 2007b). O capital psicológico é definido como um constructo que
integra quatro componentes: esperança, autoeficácia, resiliência e otimismo
(Luthans et al., 2007a). Estes quatro componentes têm a sua origem na
psicologia clínica, e só mais tarde vieram a ser aplicados num contexto
organizacional (Abella & Zapata, 2011).
Desta forma, no que compete à primeira dimensão, a autoeficácia é um
componente fundamental do capital psicológico e é um constructo
originalmente definido por Bandura (1993). Refere-se à convicção de um
indivíduo na sua capacidade de alcançar o sucesso através de elementos como:
motivação, recursos cognitivos e mobilização dos cursos de ação que sejam
necessários (Heled, Somech, & Waters, 2015).
Relativamente à esperança, esta é utilizada na linguagem comum, mas
aqui encontra-se associada à teoria da psicologia positiva. Neste contexto, a
dimensão é delineada a partir do trabalho de Snyder, Rand, & Sigmon (2002)
os quais apontam a esperança como um estado motivacional positivo, através
do qual o indivíduo é capaz de estabelecer expectativas e objetivos,
procurando atingi-los através da sua autodeterminação, energia e do seu
6 Psicologia Positiva é descrita como um movimento científico e rigoroso, das
ciências sociais e do comportamento. Considera dimensões como a felicidade e outro
tipo de emoções positivas, tendo por base os seus benefícios e formas de se
desenvolverem, para a promoção da qualidade de vida (Nunes, 2007).
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controle interno. Segundo Snyder, Irving, & Anderson (1991, citado por
Luthans et al., 2008) a esperança é definida como um estado motivacional
positivo baseado numa interação derivada do poder de atingir o sucesso
(agency) e do planeamento de objetivos (pathaways). No que compete aos
estudos de Walumbwa et al., (2009) a esperança está relacionada com o
processo de planeamento estratégico dos objetivos, tornando-se a solução para
o problema.
Quanto ao otimismo, o constructo refere-se a indivíduos que procuram
a simplicidade, esperando que lhes ocorram apenas situações positivas (West
et al., 2009). É importante referir que esta dimensão assenta numa avaliação
realista e não se baseia num processo não verificado (Luthans et al., 2008).
Relativamente à resiliência, indivíduos que possuam essa característica
são reconhecidos como: (a) os que aceitam a realidade, (b) os que acreditam,
sustentando-se nos seus fortes valores (c) os que se representam através de
uma crença vigorosa sobre a sua capacidade de improviso e de adaptação
perante mudanças significativas na sua vida (Coutu, 2002).
Assim, o presente constructo, baseado na psicologia positiva, é
caracterizado pela existência de confiança perante uma necessidade, com o
objetivo de atingir o sucesso em atividades desafiadoras (autoeficácia); pela
existência de uma atribuição positiva sobre alcançar o sucesso no presente e
no futuro (otimismo); por perseverar face aos objetivos, e sempre que
necessário, redirecioná-los com a intenção de alcançarem o sucesso
(esperança); e pela firmeza no alcance do sucesso dos seus objetivos quando
confrontado com adversidades e contratempos (resiliência) (Luthans et al.,
2015).
Luthans et al. (2015) referem que estudos realizados apontam para a
importância do capital psicológico e dos seus componentes em questões
sociais. Os autores defendem que, cada vez mais, há uma necessidade na
procura de características potenciadores do ser humano, tais como a
motivação, a preserverança e a procura de talento – características
encontradas, por exemplo, nos criadores do Facebook ou Whatsapp que
procuram combater desvantagens perante a realidade ao conectar biliões de
pessoas (Luthans et al., 2015).
Embora os estudos sobre capital psicológico sejam essencialmente a
nível individual (e.g. Avey, Reichard, Luthans, & Mhatre, 2011; Luthans,
Avolio, Avey, & Norman, 2007) mais recentemente tem sido reconhecido
como um constructo que também pode ser concebido no nível organizacional
e no nível grupal (Heled et al., 2015), onde situamos o nosso trabalho. Deste
modo, o capital psicológico grupal é definido como um estado psicológico
positivo coletivo, com as mesmas dimensões que o capital psicológico
individual (Walumbwa, Luthans, Avey, & Oke, 2011).
O capital psicológico grupal influencia o comportamento e inclui
conhecimentos, capacidades, competências técnicas, experiência e educação
fazendo dos indivíduos “quem são”, quer a nível individual, quer coletivo
(Luthans et al., 2015). Desta forma, as dimensões podem ser vistas,
igualmente, como coletivas (Bandura, 1997). Assim sendo, equipas
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autoeficazes caracterizam-se por serem mais confiantes perante uma proposta,
mais comprometidas no seu trabalho e com uma interação proativa entre os
membros, com o propósito de serem bem-sucedidas nas suas tarefas (Katz-
Navon & Erez, 2005). De acordo com a literatura, uma equipa que acredita
ser capaz de ter sucesso, motivada e direcionada em prol de um objetivo, com
uma interação interpessoal ativa, tem mais probabilidade de desenvolver
coesão (West et al., 2009).
Por outro lado, equipas com um elevado grau de otimismo admitem que
têm controlo sobre os seus próprios resultados (West et al., 2009). Equipas
otimistas têm um autodomínio interno próprio para com os seus objetivos e o
seu sucesso (West et al., 2009). Recentemente, foi realizado um estudo onde
se concluíu que o otimismo coletivo é um preditor importante do
funcionamento e resultados de grupo pois estimula a coesão grupal, a
cooperação, a gestão de conflitos, a coordenação e a satisfação (West et al.,
2009). Grupos otimistas mostram um maior sistema de coping ativo e
adaptativo, e menos sistemas de evitamento, quando confrontados com
problemas (Brissette, Scheier, & Carver, 2002).
No que compete a grupos resilientes, estes estão recetivos à adaptação
e recuperação perante desafios ou situações, que possibilitem o aumento do
seu desempenho (Walumbwa et al., 2009). Autores como Youssef e Luthans
(2007), defendem que a resiliência está, igualmente, relacionada com atitudes
no trabalho como a felicidade, o comprometimento e a satisfação. A
resiliência num grupo possibilita a capacidade de ultrapassar o fracasso,
conflitos, contratempos ou outro tipo de situação que se torne uma experiência
ameaçadora para a equipa. A resiliência em equipas mostrou-se essencial na
capacidade de concertar e reunir os elementos quando confrontados com
situações de stress (West et al., 2009).
Apesar de o constructo conter as quatro dimensões referidas, existem
estudos (e.g., Luthans et al., 2007) que apontam no sentido de uma medida
global do constructo (um fator de segunda ordem) que se revela utilizável e,
mesmo, mais adequada. Assim, à semelhança desses estudos, no presente
trabalho utilizar-se-á uma medida global do capital psicológico grupal, que
engloba as quatro dimensões: autoeficácia, esperança, otimismo e resiliência
(Luthans et al., 2007).
Relativamente à relação entre o capital psicológico e a confiança, os
estudos realizados tendem a sugerir uma relação positiva entre estas variáveis,
podendo o capital psicológico de grupo constituir um antecedente da
confiança grupal. Por exemplo, Walumbwa et al., (2009) concluíram existir
uma relação positiva entre capital psicológico e confiança. Por outro lado,
Seibert et al. (2001) referem que a relação entre capital psicológico e
confiança é refletida nos níveis da confiança, na partilha de normas, nas
obrigações e na identificação mútua entre os membros do grupo. Por outro
lado, ainda, os estudos realizados por Rousseau, Sitkin, Burt, e Camerer
(1998) indicam que os comportamentos de confiança interpessoal entre os
membros de uma determinada equipa são caracterizados por um estado
psicológico, através da aceitação da vulnerabilidade, tendo por base
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expectativas positivas das itenções ou comportamentos dos membros.7 De
igual modo, e ainda no mesmo sentido, Zornoza et al. (2009) afirmam que a
confiança é a dimensão relacional que suporta o capital psicológico, na sua
extensão social, permitindo uma maior eficácia na resolução de objetivos.
Finalmente, Martin, O’Donohue, e Dawkins (2011), embora no seu estudo
tenham investigado a confiança na gestão e não a confiança entre os membros
da equipa, concluíram que a confiança na gestão é mediadora da relação entre
o capital psicológico grupal e o desempenho da equipa (Martin et al., 2011).
No que compete à relação entre o capital psicológico e a inovação,
apesar de a literatura salientar o papel crucial dos invíduos nos processos de
inovação, Sartori et al. (2013) afirmam que os estudos realizados explorando
o lado humano na inovação das equipas carecem de maior consistência. Os
referidos autores, apontam no sentido de que o capital psicológico é
antecedente da inovação, afirmando, de forma clara, que as ideias requeridas
pela inovação são produzidas pelas pessoas, as quais podem ser descritas em
termos de capital humano e capital psicológico. É esse, também, o sentido que
atribuímos a Dakhli e De Clercq (2004) quando afirmam que a inovação é
considerada uma atividade intensiva no que compete ao conhecimento, sendo
esperado que esteja relacionada com o capital humano.
3. Confiança Grupal
Num ambiente de constantes mudanças, as organizações procuram
formas de organizar o trabalho que constituam uma fonte de vantagem para a
competitividade (França & Lourenço, 2010). Nesse contexto, o trabalho em
grupo constitui uma dessas formas, originando, a sua aplicação, uma maior
necessidade de compreender o seu funcionamento e as relações entre as
variáveis que contribuem para esse funcionamento e para os resultados
alcançados. A confiança constitui uma dessas variáveis. Sendo um constructo
complexo (Costa, 2003; Mayer, Davis, & Schoorman, 1995; McAllister,
1995) e com vasta aplicabilidade em diferentes contextos e níveis de análise
(Costa, 2003), não existe consenso a respeito da sua definição e medida
(Costa, 2003; McAllister, 1995). Assim, por exemplo, Mishra (1996) define
confiança como a vontade de uma das partes para ser vulnerável perante outra
parte, partindo do pressuposto de que a outra parte é competente, confiável e
preocupada. Por outro lado, Mayer et al. (1995) definem confiança como “a
disposição de uma das partes a ser vulnerável às ações de uma outra, na
expectativa que essa parte execute determinada ação importante para o
cedente, independentemente da sua capacidade de controlar essa outra parte”.
Lewicki, Tomlinson e Gillespie (2006) analisando o trabalho existente
sobre o estudo da confiança identificaram duas grandes abordagens à
confiança: a abordagem comportamental e as conceções psicológicas da
7 Tal como é caracterizado por Luthans e seus colaboradores (2008) na
componente esperança do capital psicológico grupal.
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confiança. A abordagem comportamental da confiança remete para a escolha
do comportamento a adotar pelos indivíduos, tendo em conta decisões
racionais; a abordagem psicológica procura explicar os estados intrapessoais
associados à confiança, incluindo expectativas, intenções, afetos e disposições
à vulnerabilidade (Mayer et al., 1995). Nesta última abordagem alguns
investigadores (e.g., Mayer et al., 1995; McAllister, 1995) consideram a
confiança como unidimensional, vista num continuum opondo confiança a
desconfiança, e outros como bidimensional, assumindo que as relações de
confiança são multifacetadas, e que a confiança e a desconfiança podem ser
medidas separadamente. Por fim, ainda no que diz respeito à abordagem de
tradição psicológica, considerando a natureza da confiança, Lewicki, et al.
(2006) referem, a perspetiva transformacional, a qual é direcionada para as
bases da confiança, como a expectativa de benefícios ou o conhecimento
partilhado, e considera que a natureza da confiança pode alterar-se com o
passar do tempo.
No contexto do presente trabalho iremos adotar a conceção
unidimensional da confiança proposta no modelo de McAllister (1995) o qual
continua a ser considerado como o mais robusto (Grichanik, 2014), tendo sido
adaptado para o nível grupal por Grichanik (2014), que utilizou a escala de
McAllister (1995) para avaliar o constructo. De acordo com McAllister, a
confiança e a desconfiança situam-se nos extremos de um mesmo continuum,
e envolvem dois componentes: a confiança afetiva e a confiança cognitiva. A
confiança afetiva está relacionada com a partilha de ideias, de sentimentos e
preocupações no grupo com o intuito de receber por parte dos membros
compreensão; a confiança cognitiva remete para a confiança na competência
do outro e para a integridade (McAllister, 1995). De acordo com Grichanik,
(2014), no início das relações, a confiança cognitiva pode constituir um
antecedente da confiança afetiva.
O papel da confiança nos grupos tem recebido uma atenção particular,
sendo considerada uma variável muito relevante, uma vez que constitui uma
necessidade do trabalho interdependente, onde os indivíduos dependem uns
dos outros para atingirem os seus objetivos (Mayer et al., 1995). No nível
grupal, a confiança enquanto constructo coletivo tem sido caracterizada,
sobretudo após o trabalho de Marks, Mathieu, & Zaccaro (2001), como um
estado emergente que reflete a medida em que cada membro da equipa confia
noutro (Costa, 2003) e tem sido alvo de atenção por parte de diversas
disciplinas, discutida em contextos organizacionais e estudada na área das
ciências sociais, nomeadamente na psicologia (Costa & Anderson, 2011).
Podendo ser definida como a “disposição de cada indivíduo para confiar nos
outros e na perceção de confiabilidade dos colegas, que conduz a
comportamentos de cooperação e de monitorização entre elementos da
equipa” (Costa & Anderson, 2011) ou como o conjunto das perceções de
confiabilidade que os membros de um grupo possuem relativamente uns aos
outros (Langfred, 2004), os estudos apontam no sentido geral de que a
confiança em grupos reflete um clima de partilha entre os colegas dentro de
equipas, o que proporciona a influência e o ser influenciado nas suas
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propensões, perceções e padrões de comportamento (Costa & Anderson,
2011).
São vários os autores que associam à confiança grupal aspectos
positivos do funcionamento do grupo, como a melhoria da comunicação
(Costa & Anderson, 2011), a qual permite a partilha de valores, que ajuda as
equipas a preverem os comportamentos quer dos seus colegas, quer dos seus
líderes em eventos futuros (Puusa & Tolvaven, 2006).
A literatura suporta também a relação entre a confiança grupal e os
resultados grupais. Lin (2001) menciona que a presença da confiança num
grupo torna-se uma mais-valia para a organização, uma vez que a confiança
entre colegas possibilita a troca de informação essencial para o crescimento
grupal e, também, da organização. Walumbwa et. al, (2009), afirmam que a
confiança pode contribuir para o desempenho desejado pelo grupo, e Costa e
Anderson (2011), no mesmo sentido, indicam que a confiança tende a
contribuir para mais e melhores resultados de grupo. Ainda no mesmo sentido,
mas orientando a sua análise para a inovação, Zheng, Zhu, e Yang (2010),
afirmam que a confiança é uma variável importante na inovação das equipas,
na medida em que tem a capacidade de ser uma fonte de ajuda entre os
membros ao suavizar as dificuldades, e a impulsionar a troca de infomações,
com o intuito de conduzir a novos processos de trabalho. Para os referidos
autores, o estabelecimento de um bom relacionamento entre os membros da
equipa, tendo por base elementos como a confiança, pode criar uma atmosfera
harmoniosa que inspire os membros a desempenhar as suas funções, bem
como estar recetivo ao processo de inovação da sua equipa. Ruppel e
Harrington (2000), também, ainda, no mesmo sentido, afirmam que quando a
inovação é desejada nas organizações, a existência de confiança entre os
membros de uma equipa poderá ser um esforço valioso, pois ajuda a
ultrapassar dificuldades e a potenciar a troca de informações para conduzir a
novas ideias de trabalho (Zheng et al., 2010).
Finalmente, Grichanik (2014) afirma que a confiança deve ser
reforçada nas equipas com o objetivo de estas tomarem boas decisões,
envolvendo-se num processo de pensamento crítico colaborativo. Para o
referido autor, um clima em que os diversos membros da equipa podem
partilhar experiências e informações, criticando hipóteses e gerando
interpretações e soluções alternativas depende da redução da incerteza
interpessoal, ou seja, do desenvolvimento de confiança (Grichanik, 2014).
Importa notar que o fator tempo é essencial para o desenvolvimento
da confiança em contextos de grupo (Dimas et al., 2016) e que a mesma se
desenvolve com maior grau de facilidade em contextos tradicionais, onde as
equipas trabalham maioritariamente presencialmente, do que em equipas
virtuais (Zornoza et al., 2009).
4. Inovação das Equipas
Segundo vários estudos, a internet e o World Wide Web são as duas
maiores inovações nos últimos 50 anos (Sartori et al., 2013). Num ambiente
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de trabalho cada vez mais complexo, a inovação tem-se vindo a tornar uma
vantagem competitiva para as organizações, uma vez que permite maior
diversidade, adaptação e a possibilidade de as organizações se reinventarem
para que consigam criar condições de mercado e evoluções técnicas
(Schoonhoven, Eisenhardt, & Lyman, 1990).
O processo de conceptualizar, desenvolver e implementar novas
práticas de trabalho e de produto constitui uma resposta fundamental às
mudanças externas (Anderson, Hardy, & West, 1992), razão pela qual a
inovação é reconhecida como a chave para a sobrevivência económica,
inserida numa alta competitividade de mercado a nível global (West & Altink,
1996). De acordo com Gibson e Gibbs (2006) a inovação e as equipas virtuais
nas organizações poderão crescer através da combinação de factores como a
dispersão geográfica, diversidade nacional, estruturas dinâmicas e
dependência eletrónica.
Segundo estudos realizados, a inovação ocorre em quatro níveis
distintos: individual, grupal, organizacional e sociocultural (West & Altink,
1996). No contexto organizacional, a inovação envolve a colaboração das
equipas com diferentes conhecimentos, experiências e perícias (Sartori et al.,
2013) e, no nível grupal (aquele em que nos situamos), envolve a colaboração
entre os membros de uma equipa e a integração dos seus conhecimentos,
experiências e capacidades.
A investigação realizada sobre o constructo inovação mostra uma
variedade considerável de definições, tendo em conta o nível de análise (West
e Altink, 1996). West e Farr (1989, citado por West e Altink, 1996)
apresentam uma definição de inovação que remete para a introdução
intencional e aplicada, dentro de uma função, um grupo ou uma organização,
de ideias, processos, produtos ou procedimentos que são novos para a unidade
que os adota, e cujo objetivo com a sua introdução consiste em beneficiar
significativamente essa unidade (indivíduo, grupo, organização ou sociedade
em geral).
No nível grupal, Batarseh et al. (2017), autores em que nos ancoramos,
de forma semelhante e adaptando a definição proposta por West e Farr (1989),
concebem a inovação como a introdução intencional e a aplicação de ideias,
processos, produtos e procedimentos novos numa equipa, com o intuito de
melhorar significativamente os resultados tanto da equipa como da
organização. Segundo alguns autores, para que a inovação numa organização
seja considerada como uma norma estrutural, é necessário ser considerada
como uma regra e pertencer à cultura da organização na criação de processos
grupais (Vera & Crossan, 2005). Neste contexto, a potencialidade de uma
equipa inovar depende do modo como se forma, importa, partilha, interpreta
e recorre à tecnologia e ao conhecimento de mercado, à economia e aos seus
clientes (Gibson & Gibbs, 2006).
De acordo com Anderson et al. (1992) a inovação em contexto grupal
forma-se através de quatro agentes fundamentais: a visão, que é formada por
ideias claras, partilhadas e negociáveis que surgem dentro de uma equipa, com
o intuito de contribuir para o desenvolvimento de novos e melhores meios de
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trabalho; a segurança participativa, que promove a participação e o
envolvimento de todos os membros, com o objetivo de conquistar menos
resistência face à mudança; o clima de excelência que, através da modificação
e implementação de novos métodos ou práticas no local de trabalho, pretende
criar um comprometimento verdadeiro com um elevado desempenho; o
suporte efetivo à inovação, que deverá ser um apoio demonstrado e se refere
ao encorajamento, à existência de recursos suficientes e ao devenvolvimento
pessoal e financeiro (Anderson et al., 1992).
A inovação das equipas é potenciada quando existem objetivos claros,
mas igualmente importantes, contribuindo para que todos os membros desse
grupo participem nas configurações dos objetivos estabelecidos (West &
Anderson, 1996). Estudos indicam que o clima da equipa é fulcral para as
configurações da inovação de um grupo, tendo por base objetivos claros, a
participação, a orientação nas tarefas e o suporte para a inovação (West &
Anderson, 1996).
A inovação de uma equipa envolve processos sociais (Blomqvist &
Levy, 2006), e dessa forma envolve a colaboração dos indíviduos e das
equipas com diferentes níveis de conhecimento, experiências e perícia, fatores
passíveis de serem encontrados, como vimos já, no capital psicológico (Sartori
et al., 2013). A colaboração é tão essencial que, segundo Kelley (2010), a
pressão exercida para a existência de inovação nas equipas não é realizada por
apenas um trabalhador especializado, mas sim obtida através da colaboração
de todos os membros, o que pressupõe confiança, como se infere dos estudos
de Dakhli e De Clercq (2004) que sugerem que existe um contributo parcial
de efeito positivo da confiança na inovação das equipas. Importa assinalar que
no contexto das equipas virtuais (as quais constituem objeto do nosso estudo)
de acordo com Gibson e Gibbs (2006) a confiança grupal tende a ser mais
reduzida o que, por sua vez, prejudica a inovação.
Em síntese, embora possam existir diferenças relativamente ao que
ocorre em diferentes níveis e contextos, a literatura aponta para que a
confiança, seja dentro das organizações como em relações
interorganizacionais, quer a nível individual ou grupal, proporciona a
promoção da inovação (Dakhli & De Clercq, 2004).
II - Objetivos do estudo e Hipóteses da Investigação
Ao longo das secções anteriores foram sendo referidas as relações entre
as variáveis estudadas na investigação que realizámos. De uma forma geral,
embora, por um lado, não tenhamos encontrado na literatura qualquer estudo
que relacione de forma articulada, e no nível grupal, capital psicológico,
confiança e inovação e, por outro, a maioria dos estudos seja focada em
equipas tradicionais (o que, desde logo, sustenta a pertinência do nosso
trabalho) existem evidências das relações entre as três variáveis. Os estudos
apontam no sentido de que o capital psicológico e a confiança são relevantes
para o funcionamento e resultados de grupo, nomeadamente para a inovação,
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e que o capital psicológico grupal constitui um antecedente da confiança
grupal (e.g., Dakhli & De Clercq, 2004; Sartori et al., 2013; Ruppel &
Harrington, 2000; Zheng et al., 2013; Peñarroja et al., 2015). Em consonância
com a literatura revista, e procurando contribuir com conhecimento neste
domínio, o principal objetivo deste trabalho consiste em estudar o papel
mediador da confiança grupal na relação entre o capital psicológico grupal e
a inovação da equipa em equipas caracterizadas pela virtualidade.
Assim, adotando uma abordagem assente no modelo geral IMOI8
(Ilgen, Hollenbeck, Johnson, & Jundt, 2005), testaremos um modelo (cf.
Figura 1) de mediação, onde o capital psicológico grupal constitui a variável
input, a confiança (nos seus componentes afetiva e cognitiva) a variável
mediadora e a inovação da equipa a variável output. De acordo com o objetivo
enunciado, formularam-se as seguintes hipóteses de investigação:
H1: O capital psicológico grupal está positiva e diretamente relacionado com
a inovação grupal;
H2: O capital psicológico grupal relaciona-se positivamente com: a confiança
afetiva grupal (2a); a confiança cognitiva grupal (2b)
H3: A confiança afetiva grupal está positivamente relacionada com a inovação
grupal (3a); a confiança cognitiva grupal está positivamente relacionada com
a inovação grupal (3b)
H4: A confiança afetiva grupal medeia a relação entre o capital psicológico
grupal e a inovação das equipas (4a); A confiança cognitiva grupal medeia a
relação entre o capital psicológico grupal e a inovação das equipas (4b).
Figura 1. Modelo hipotético em análise.
8 Embora o modelo geral de tipo I-P-O (input, processos, output) constituísse,
igualmente, uma alternativa para enquadrarmos a presente investigação, o facto de os
constructos capital psicológico grupal e confiança grupal serem considerados como
um estado emergente justificam a nossa opção pela abordagem IMOI. Contudo, dadas
as limitações do estudo presente, nomeadamente porque se trata de uma investigação
cross-sectional, não é explorado todo o potencial da abordagem.
Capital
Psicológico
Grupal
Confiança Grupal
Afetiva e
Cognitiva
Inovação das
Equipas
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III - Metodologia
1. Amostra A amostra inicial do presente estudo era constituída por 76 equipas,
com um total de 371 respondentes (295 membros e 76 líderes) de 46
organizações. Com base numa análise aos valores omissos, os participantes
com um padrão de não resposta igual ou superior a 10% foram eliminados da
amostra (cinco líderes e 19 membros) como aconselhado na literatura
(Bryman & Cramer, 2005). Assim, a amostra em que incidiu o estudo das
qualidades psicométricas dos instrumentos ficou constituída por 71
líderes e 277 membros.
As organizações de que as equipas fazem parte pertencem a diferentes
setores de atividade, sendo que o setor mais representado é o dos serviços
(45.10%), seguido do setor associativo (35.20%) e, por último, do setor
industrial (19.70%). A classe de organização de pequena dimensão (até 10
trabalhadores) é a mais representada na amostra (36.60%).
As equipas são de diversas áreas de atividade, nomeadamente serviços
(23.90%), comercial (9.90%), projeto (8.50%), administrativa, produção
(ambos com 4.20%) e de gestão (2.80%). Das restantes equipas, cujo líder
assinalou outra atividade, a maioria pertence ao Corpo Nacional de Escutas
(CNE). A média de antiguidade da equipa é de 8.41 anos (DP = 7.91),
variando entre os três meses e os 35 anos. No que compete ao número de
elementos das equipas, este varia entre os três e os 25 elementos, com uma
média por equipa de aproximadamente sete membros (DP = 4.43).
Relativamente à virtualidade das equipas, o grau de virtualidade varia entre
0% e 85.80%, sendo a média de 35.81% (DP = 21.87).
No que se refere aos membros das equipas, apresentavam idades
compreendidas entre os 18 e os 67 anos (M = 34.83; DP = 11.24), sendo a
maioria do sexo feminino (54.20%). A antiguidade de cada membro na equipa
varia entre um mês e os 32 anos (M = 5.05; DP = 6.18). A média de
antiguidade na organização é de 9.12 anos (DP = 9.72), variando entre um
mês e os 50 anos. Relativamente a estas variáveis (idade, antiguidade na
organização e antiguidade na equipa). No que respeita às habilitações
literárias, o grau de escolaridade mais representado é a licenciatura (40.10%).
Finalmente, a maioria (58.50%) possui formação em trabalho de equipa.
Por outro lado, as idades dos líderes encontram-se compreendidas entre
os 21 e os 67 anos (M = 41.72; DP = 10.74), sendo 67.10% do sexo masculino.
A maioria dos líderes (77.20%) possui habilitações ao nível do ensino
superior. Relativamente à sua antiguidade na organização, a média é de 14.27
(DP = 10.73), variando entre cerca de sete meses e 45 anos. Em média, os
líderes assumiam a liderança da sua equipa há cerca de sete anos (DP = 7.16),
variando entre cerca de dois meses e 27 anos.
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2. Procedimento de recolha de dados
A seleção das equipas a incluir na amostra teve como critério
possuírem as características presentes na definição de grupo adotada pela
nossa equipa de investigação9: serem compostas por três ou mais elementos,
que se reconhecem e são reconhecidos como grupo, que interagem de forma
regular e interdependente, tendo em vista objetivos comuns (Lourenço et al.,
2014). Adicionalmente, na medida em que se pretendia investigar equipas
virtuais, as equipas, para integrarem a amostra deveriam utilizar nas suas
atividades, em alguma medida, comunicação eletrónica.
A recolha de dados decorreu no período de novembro e dezembro de
2017 e janeiro de 2018, através do recurso à aplicação presencial ou via
online10. A amostra foi constituída através do método de amostragem por
conveniência ou acessibilidade, que tem por base a utilização, por parte do
investigador, de uma rede de relações interpessoais, formais ou informais (Hill
& Hill, 2005). Os dados foram recolhidos junto dos membros de cada equipa
e dos líderes formais das mesmas. O questionário dos líderes tinha um tempo
estimado de resposta de 7 minutos, enquanto que o questionário dos membros
apresentava um tempo de resposta de aproximadamente 20 minutos.
No primeiro contacto estabelecido com um representante de cada
organização eram apresentados o projeto e os seus objetivos (cf. Anexo 1).
Após resposta afirmativa por parte da organização para participar no estudo,
era disponibilizada uma explicação detalhada do projeto, reforçando os
direitos e os deveres tanto da organização, como da equipa de investigação,
garantindo qualquer esclarecimento de dúvidas (cf. Anexo 2). A aplicação dos
questionários cumpriu os pressupostos éticos nomeadamente no que diz
respeito à confidencialidade e anonimato, bem como ao consentimento
informado.
A aplicação dos questionários foi realizada, na sua maioria,
presencialmente por um membro da equipa de investigação. Contudo, quando
tal não aconteceu, o líder da equipa responsabilizou-se pela distribuição e
recolha dos questionários preenchidos pelos membros da sua equipa. Com o
intuito de garantir o anonimato e confidencialidade dos dados recolhidos,
foram entregues envelopes para que cada membro colocasse o seu
questionário, selando-o posteriormente, a fim de que somente os membros da
investigação tivessem acesso às respostas. No que compete aos questionários
via online, os mesmos foram realizados numa plataforma segura, mantendo
uma vez mais total confidencialidade e anonimato, não sendo disponibilizada,
9 O presente trabalho insere-se num projeto mais abrangente, incidindo sobre
equipas virtuais e envolvendo um vasto conjunto de variáveis (Projeto VITEM) - A
incidência de subgrupos e de competências emocionais no bem-estar e desempenho
de equipas virtuais. Na equipa de investigação, entre outros investigadores nacionais
e internacionais, incluíam-se, para além de nós, seis colegas, também a realizarem a
sua investigação de mestrado, e que participaram na recolha de dados: Clara Campelo,
Daniela Lopes, Inês Carvalho, Liliana Bastos, Mariana Sousa e Susana Santos. 10 O questionário via online, construído pela equipa de investigação,
encontrava-se no site: www.limesurvey.org. Importa referir que 182 participantes
(138 membros e 44 líderes) responderam por esta via.
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em qualquer momento, a listagem de endereços de e-mail. Por fim, a equipa
de investigação comprometeu-se a analisar somente os dados ao nível grupal
e, por conseguinte, a não utilizar para a investigação quaisquer resultados
individuais.
3. Instrumentos de Medida
A técnica de recolha utilizada foi a do questionário, uma vez que
permite recolher uma quantidade considerável de dados num espaço de tempo
limitado, podendo abranger um número considerável de indivíduos, de forma
a obter resultados numa área geográfica ampla (Mitchell & Jolley, 2010). Para
medir as variáveis capital psicológico grupal, confiança grupal (nas suas duas
dimensões) e a inovação da equipa utilizaram-se os itens que correspondiam
às escalas que mediam essas variáveis e que integravam um questionário mais
vasto11. Foram, ainda, recolhidos alguns dados demográficos, tal como a
idade, género, habilitações literárias, antiguidade na organização, antiguidade
e dimensão da equipa e setor de atividade tanto da organização, como da
equipa. De igual modo, recolheu-se informação sobre a participação prévia
dos inquiridos em formação sobre trabalho em equipa.
Todas as escalas foram utilizadas nas suas versões portuguesas, tendo
em conta o público-alvo.
Grau de Virtualidade de uma equipa de trabalho: entre vários
critérios existentes, foi a utilização de tecnologia como meio de comunicação,
o critério usado para criar um indicador para caraterizar a virtualidade das
equipas. Esse indicador considera não só a percentagem de frequência de
utilização da tecnologia, como também a riqueza do meio utilizado e o grau
de sincronia da equipa e foi baseado no trabalho de De Jong et al., 2008. Foi
administrado ao líder de cada equipa (cf. Anexo 3), pedindo que indicassem,
para cada um de nove itens, a percentagem da frequência do tipo de
comunicação realizado na equipa (presencial, videoconferência,
teleconferência, chat, rede social ou fórum, e-mail, partilha de documentos e
memorandos ou relatórios)12, de modo a perfazer um valor total de 100%. De
acordo com De Jong et al. (2008), tendo por base o trabalho de Baltes,
Dickson, Sherman, Bauer e LaGanke (2002), calcula-se, para cada meio de
comunicação, uma pontuação que indica o nível de virtualidade de cada meio,
atendendo à sua sincronia e transmissão de aspetos para-verbais e não-verbais
(riqueza do meio de comunicação)13. Por fim, essa pontuação é multiplicada
11 Uma vez que o presente estudo integra, como já referimos, um projeto de
investigação mais amplo, os questionários eram compostos por mais escalas. 12 Foram acrescentados dois meios de comunicação (rede social ou forum e
plataforma eletrónica de partilha de documentos ou gestão de agenda) ao esquema de
De Jong et al. (2008). 13 Diferentemente dos autores (Baltes et al., 2002; De Jong et al., 2008) a nossa
equipa de investigação considerou que a teleconferência e a videoconferência
possuem o mesmo grau de sincronia.
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pela percentagem de utilização de cada meio de comunicação, sendo que o
resultado agregado da virtualidade é obtido através da subtração da soma de
todas as pontuações para os meios de comunicação usados pela equipa em
análise a 100%. Os indivíduos tiveram a possibilidade de indicar a utilização
de outros meios de comunicação usando a categoria “9. Outro: Qual?”, sendo
que quando esta opção foi descrita, foi avaliado em qual das outras opções
poderia ser enquadrado e classificado.
No estudo piloto que realizámos e que apresentamos no ponto 4 da
presente seção, ficou decidido que relativamente à teleconferência e à
videoconferência era desejável fornecer exemplos que ajudassem os
respondentes a distingui-las de forma clara. Assim, a utilização da aplicação
skype com som e/ou imagem, foi usada para exemplificar a videoconferência
e o uso de telefone/telemóvel ou Skype somente com som foi utilizado para
exemplificar a teleconferência. Foi também decorrente do estudo piloto que
se optou por acrescentar, conforme já referimos (cf. Nota de rodapé 12) os
itens relativos a “rede social ou forúm” e “Através de plataforma eletrónica
de partilha de documentos ou gestão de agenda (por exemplo, dropbox ou
google drive)”.
Capital Psicológico: para a avaliação desta variável utilizou-se o
Psychological Capital Questionnaire (PCQ) de Luthans, Avolio e Avey
(2007), na sua versão em língua portuguesa, adaptada por Palácio (2017).
Composto por 24 itens (cf. Anexo 4) o questionário avalia as quatro dimensões
do capital psicológico. Os itens 1 a 6 avaliam a autoeficácia, os itens 7 a 12
avaliam a esperança, os itens 13 a 18 avaliam a resiliência e os itens 19 a 24
avaliam o otimismo. A avaliação dos itens da escala de medida do capital
psicológico é realizada através de escalas de Likert, compostas por seis opções
de resposta (1 – Discordo fortemente; 6 – Concordo fortemente). Tal como é
apresentado na escala, “Na nossa equipa sentimo-nos confiantes a apresentar
informação a um grupo de colegas.” constitui um exemplo para a dimensão
da autoeficácia; Na nossa equipa para qualquer problema existem várias
soluções” constitui um exemplo para a esperança; “Na nossa equipa sentimos
que conseguimos lidar com várias coisas ao mesmo tempo” é um exemplo
para a dimensão da resiliência e, por último, “Na nossa equipa no que respeita
ao nosso trabalho, olhamos sempre para o lado positivo das coisas.” constitui
um exemplo da dimensão otimismo.
Com base naquela que considerou constituir a melhor tradução de
entre seis versões de tradução da escala para a língua portuguesa propostas
pelos autores da escala, Palácio (2017) adaptou os itens da escala ao nível
grupal tendo, em seguida, realizado estudos de Análise Fatorial Exploratória
(AFE) e de Análise Fatorial Confirmatória (AFC), bem como de estimação do
alfa de Cronbach, para avaliar as qualidades psicométricas da referida escala.
Os resultados exploratórios de Palácio (2017) apontaram para uma solução de
quatro fatores, com 18 itens, que se agruparam segundo as dimensões do
capital psicológico, explicando, no seu conjunto, uma variância de 65.83%: o
primeiro fator (autoeficácia – itens 1 a 6) explica 44.62% da variância, o
segundo (esperança – itens 8, 10, 11 e 12) 9.11%, o terceiro (otimismo – itens
19
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15, 16, 17 e 18) 6.45% e por fim, o quarto fator (resiliência – itens 19, 21, 22
e 24) explicava 5.65% da variância. O alfa de Cronbach para a dimensão
autoeficácia foi de .90, para a esperança de .85, para a resiliência de .75 e para
o otimismo de .80. Palácio (2017), na linha que também adotamos no presente
trabalho, considerando que o capital psicológico tem sido estudado por
diversos autores como fator de segunda ordem (e.g., Clapp-Smith
Vogelgesang, & Avey, 2009) e verificando que as dimensões apresentavam
correlações entre si de magnitude elevada (entre .54 e .73) conduziu, em
seguida, uma AFC com a estrutura retida pela AFE e com o capital psicológico
como fator de segunda ordem. Os índices de ajustamento obtidos mostraram-
se satisfatórios [χ² (131) = 302.97, p < .001, χ²/gl. = 2.31, CFI = .95, RMSEA
= .06] revelando que a escala pode ser utilizada com base no score global do
conjunto das quatro dimensões do capital psicológico. Na presente
investigação esta escala foi aplicada aos membros das equipas.
Considerando que esta escala, na sua versão portuguesa, foi utilizada
somente no estudo de Palácio (2017), optámos por, no presente trabalho,
aplicar toda a escala (24 itens) e realizar estudos de dimensionalidade e de
fiabilidade (cf. Secção III).
Confiança Grupal: foi utilizada e aplicada aos membros das equipas
a versão portuguesa da escala de Confiança Grupal (cf. Anexo 4)
originalmente desenvolvida por McAllister (1995), com adaptação posterior a
nível grupal por Grichanik (2014). A versão portuguesa da escala que
utilizámos foi a adaptada por R. Nascimento (2017) numa amostra de equipas
de trabalho tendo por base os trabalhos iniciais de tradução e adaptação de I.
Nascimento (2015) em grupos de estudantes do ensino superior. A versão
original da escala integra 10 itens que se subdividem em duas dimensões, a
cognitiva e a afetiva. A dimensão cognitiva (constituída pelos itens 1, 2, 3, 4
e 5 sendo este último número um item reverso) e a dimensão afetiva
(constituída pelos itens 6, 7, 8, 9 e 10) aparecem numa escala de resposta do
tipo Likert de seis pontos (1 – Discordo muito a 6 – Concordo muito). “Posso
confiar que os meus colegas não me dificultarão o trabalho com as suas ações”
constitui um exemplo de um item da componente cognitiva e “Se eu partilhar
os meus problemas com os meus colegas, sei que eles irão responder com
preocupação e de forma construtiva” é um exemplo de medida da confiança
afetiva.
Os estudos de análise da dimensionalidade iniciados por I.
Nascimento (2015) e, mais tarde, também realizados por R. Nascimento
(2017), com recurso a Análise em Componentes Principais (ACP) conduziram
à eliminação de dois itens da versão original da escala (um de cada dimensão).
A versão final da escala, que corresponde à por nós utilizada, ficou composta
por quatro itens por componente (os itens 1, 2, 3 e 4 e os itens 7, 8, 9 e 10 da
versão original, respetivamente nos componentes cognitivo e afetivo). A
solução extraída nos estudos de R. Nascimento (2017) explica um total de
73.41% da variância da amostra e demonstrou bons resultados ao nível da
consistência interna para ambos os componentes (α = .88 no componente
cognitivo e α = .87 no componente afetivo). Considerando que a escala contém
20
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já evidências de validade, no presente estudo realizámos somente análise de
fiabilidade, nomeadamente de consistência interna (cf. Secção III).
Inovação da Equipa: recorremos à escala de três itens (“A equipa é
altamente inovadora”; “A equipa é rápida na adoção de soluções novas e
inovadoras”; e “A equipa introduz com frequência soluções novas e
inovadoras”) proposta por Vera e Crossan (2005), desenvolvida com base na
escala de Roth (1993 citado por Vera & Crossan, 2005). A escala (cf. Anexo
3) foi direcionada apenas para os líderes, sendo a sua avaliação numa escala
de tipo Likert de sete pontos (1- Discordo totalmente a 7- Concordo
totalmente). No estudo de Batarseh et al. (2017), o alfa de Cronbach foi de
.89.
Uma vez não existir uma versão portuguesa da escala, esta foi objeto de
procedimentos relativos à sua adaptação para a língua portuguesa pela nossa
equipa de investigação. Assim, após tradução e retradução, foi submetida a
um painel de investigadores e, posteriormente, objeto de análise e discussão
no estudo piloto que realizámos (e do qual não decorreu a necessidade de
introduzir quaisquer alterações). Na avaliação das qualidades psicométricas,
realizámos a análise da dimensionalidade e da fiabilidade (cf. Secção IV).
4. Estudo Piloto
Com o intuito de averiguar a adequação do questionário (a versão
global do questionário que incluía as escalas por nós utilizadas) à população-
alvo, foi conduzido um estudo piloto, de modo a detetar eventuais problemas
na sua aplicação ou na sua construção. Neste sentido, procurámos identificar
e corrigir, se necessário, instruções, palavras, conceitos e itens que
suscitassem, por parte da população-alvo, dúvidas ou interpretações muito
díspares das do investigador. Foi também, nesta altura, que estimamos o
tempo de resposta dos questionários para líderes e para membros das equipas.
Este estudo foi realizado com nove estudantes do mestrado em Psicologia das
Organizações e do Trabalho da Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação da Universidade de Coimbra que desconheciam os questionários até
esse momento. Após ter sido apresentado o projeto, solicitou-se a cada
membro da equipa que, considerando uma equipa de trabalho a que
pertencesse, assinalasse todas as possíveis dúvidas que pudessem surgir no
decorrer do preenchimento. Cada indivíduo respondeu, num primeiro
momento, ao questionário destinado aos membros e, depois, ao questionário
destinado aos líderes. Tal como referido anteriormente, quando todos
terminaram, registou-se o tempo médio de preenchimento de cada
questionário e procedeu-se ao levantamento de dúvidas na realização do
questionário. Para as escalas utilizadas neste estudo, conforme já referimos
em seção anterior, foram introduzidas algumas alterações somente no que diz
respeito à medida do grau de virtualidade.
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5. Procedimentos de Análise de Dados A análise de dados foi realizada com recurso ao IBM SPSS (versão
22.0). Num primeiro momento, foi efetuada a análise das respostas ausentes
(missing-values analysis) tendo sido eliminados todos os sujeitos com mais
de 10% de valores omissos.
Antes de proceder às análises, os valores dos itens reversos da Escala
de PsyCap foram invertidos (itens 13, 20 e 23). De seguida, realizou-se o
estudo da distribuição dos valores ausentes ainda presentes, tendo em vista a
sua substituição, sendo que, para esse efeito se utilizou o Teste Mcar de Little.
Nos casos em que o referido teste revelou uma distribuição aleatória dos
valores ausentes (p ≥ .05) a substituição foi efetuada pela média; nos casos em
que a distribuição se revelou não aleatória (p < .05), a substituição foi efetuada
através do método de Expectation Maximization (EM).
Assim, tendo-se verificado um padrão significativo não aleatório de
resposta nas escalas do Capital Psicológico e da Confiança, utilizámos o
método EM na substituição dos valores ausentes. Na escala da Inovação não
existiam quaisquer valores omissos.
Seguidamente, realizou-se a avaliação das qualidades psicométricas das
escalas do capital psicológico e inovação através dos estudos de validade de
constructo, nomeadamente de dimensionalidade (Análise Fatorial
Exploratória com recurso ao método de extração principal axis factoring -
PAF) e de fiabilidade (análise da consistência interna, através da estimação do
alfa de Cronbach)14. A aplicação do modelo fatorial exige a existência de
correlações entre as variáveis, pelo que efetuámos previamente uma análise
preliminar da matriz de intercorrelação dos itens. Para isso foram analisados
os indicadores fornecidos por duas estatísticas habitualmente utilizadas para
o efeito: o teste de KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling
Adequacy) de modo a analisar a adequação da amostra e o teste de esfericidade
de Bartlett para analisar a qualidade das correlações entre as variáveis. Para a
escala que avalia a confiança, uma vez a existência de estudos anteriores que
demonstram boas qualidade psicométrias da escala em amostras semelhantes
à utilizada, nesta investigação realizou-se apenas uma análise da sua
fiabilidade.
Considerando a investigação focar-se num nível grupal e uma vez que
os dados relativos ao capital psicológico grupal e à confiança grupal foram
recolhidos a nível individual, para o teste de hipóteses foi necessário agregar
os mesmos ao nível grupal. Nesta fase da investigação foi necessário excluir
19 equipas, por não preencherem os critérios definidos, ou seja, a existência
da resposta do líder e de pelo menos 50% dos membros de cada equipa terem
fornecido respostas válidas. Realizados os procedimentos anteriormente
referidos, a amostra final para o teste de hipóteses ficou, deste modo,
composta por 303 participantes (246 membros e 57 líderes).
Para a agregação ao nível grupal calcularam-se as pontuações médias
14 Os valores superiores a .70 para a consistência interna seriam os de
referência na comparação com os resultados (Nunnally & Bernstein, 1994).
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obtidas pelos membros, para cada uma das escalas/dimensões. Como forma
de justificar a agregação, foi calculado o valor de rwg (j) (James, Demaree, &
Wolf, 1984; 1993), bem como os dos Coeficientes de Correlação Intraclass
ICC(1) e ICC(2). O valor para o rwg (j) recomendado é de pelo menos .70
(Lance, Butt, & Michels, 2006). Os valores médios obtidos para o cálculo de
acordo dentro das equipas foram de .89 para a confiança afetiva, .88 para a
confiança cognitiva e de .97 para o capital psicológico. Assim, estes valores
apontam no sentido de ser possível agregar com confiança os dados
individuais para o nível grupal.
Os valores de ICC(1) obtidos foram de .31, .15, .15 e .12 para as
dimensões autoeficácia, esperança, resiliência, e otimismo do capital
psicológico, e de .13 para a confiança cognitiva e .10 para a confiança afetiva.
Os valores obtidos para o ICC(2) foram .66, .43, .44 e .38 para as dimensões
autoeficácia, esperança, resiliência e otimismo do capital psicológico. Para a
variável confiança grupal os valores de ICC(2) foram de .39 para a confiança
cognitiva e .34 para a confiança afetiva. Considerados no seu conjunto os
valores obtidos para os ICC(1) e ICC(2) aproximam-se dos obtidos noutras
investigações (e.g., Choi, Sung, Lee, & Cho, 2011; Liu & Batt, 2010), pelo
que, tal como os obtidos para o rwg, justificam a agregação dos dados para o
nível grupal. Importa notar que, embora os valores de ICC(2) se encontrem
um pouco abaixo do .50 recomendado por autores como Klein e Kozlowski
(2000), este índice é sensível à dimensão de uma equipa e aumenta quando a
dimensão da mesma também aumenta (Bliese, 2000). Assim, a dimensão
média das equipas em estudo na presente investigação (aproximadamente 7
membros) poderá ter contribuído para os valores por nós obtidos.
O teste de hipóteses realizou-se com base numa análise de correlações
entre as variáveis em estudo. Nesta análise também foram incluídas, como
variáveis de controlo, as variáveis dimensão da equipa e grau de virtualidade,
visto que estudos anteriores (e.g., Gibson & Gibbs, 2006; Hülsheger,
Anderson, & Salgado, 2009; West et al., 2003) indicam que têm influência
nos resultados das equipas. Importa notar que estava previsto que as hipóteses
fossem testadas através de uma mediação simples (simple mediation analysis),
com recurso ao PROCESS15. No entanto, como veremos na próxima seção, os
resultados obtidos nas correlações revelaram que a confiança grupal
(mediador) não se relacionava com a inovação grupal (output), pelo que não
foi possível avançar para esse procedimento.
IV - Resultados
1. Qualidade psicométrica dos instrumentos
Com o objetivo de analisar as propriedades psicométricas das escalas
do capital psicológico grupal e da inovação grupal foram realizados estudos,
tal como referido anteriormente, de dimensionalidade e de fiabilidade
15 Uma macro desenvolvida por Hayes (2013) para o SPSS.
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(consistência interna). Para a escala que avalia a confiança grupal analisou-se
apenas a sua fiabilidade.
No que respeita à escala do capital psicológico, os testes de KMO e de
esfericidade de Barlett (KMO = .90; χ²(3)=2613.90; p˂.001) apontam para
uma boa correlação entre as variáveis e uma adequação da amostra,
permitindo-nos, assim, prosseguir com a AFE. Procedeu-se à realização da
análise fatorial exploratória, com uma rotação ortogonal (Varimax) e extração
livre de fatores, pelo método PAF. Os resultados apontaram para a retenção
de cinco fatores, sendo que o quinto seria um fator espúrio uma vez
constítuido unicamente pelos três itens reversos (13, 20 e 23). Após a
eliminação sequencial desses itens, realizou-se uma nova análise fatorial onde
emergiram, novamente, cinco fatores. A solução emergente revelou-se,
contudo, não interpretável. Uma vez o constructo ser composto por 4
dimensões teóricas, realizou-se uma nova AFE, agora forçada a 4 fatores,
obtendo uma solução interpretável. No entanto, o item 15 (“Na nossa equipa
se for necessário, somos capazes de trabalhar por nossa conta.”) com uma
saturação abaixo de .32, tal como, a presença de itens (1,7,14 e 19) a saturarem
no fator a que não correspondiam conduziu à realização de novas AFE em que
foram excluídos sucessivamente os itens referidos (por esta ordem: 15, 1, 7,
14, 19). Chegou-se a uma solução final de 16 itens, todos com
comunalidades16 entre .48 e .72, com saturações fatoriais que variam entre .57
e .81. No total, a solução encontrada explica 61.60% da variância. O fator
esperança que inclui 5 itens (2, 3, 4, 5 e 6) explica 20,19% da variância, o fator
autoeficácia, que inclui 5 itens (8, 9, 10, 11 e 12) explica 18,79% da variância,
o fator resiliência, que detém 3 itens (16, 17 e 18), explica 11,77% da variância
e, por fim, o fator otimismo, com 3 itens (21, 22 e 24) explica 10,85% da
variância. Importa notar que os resultados do estudo que realizámos se
aproximam dos obtidos no trabalho de Palácio (2017), o que reforça as
qualidades da versão do instrumento utilizado. Com efeito, no estudo de
Palácio, também os itens 7, 13, 14, 20 e 23 da escala original foram excluídos
do instrumento.
As quatro dimensões revelaram correlações significativas entre si com
magnitudes a variar entre .44 e .6017, reforçando que a escala poderia ser
utilizada com base num score do conjunto das quatro dimensões do capital
psicológico. Dado que é um fator de segunda ordem não calculámos o alfa de
Cronbach. No entanto, os alfas para cada dimensão do capital psicológico
revelam adequados índices de consistência interna: .88 para a dimensão
autoeficácia, .89 para a dimensão esperança, .78 para a dimensão resiliência e
16 As comunalidades dos itens para serem consideradas elevadas devem ter
valores iguais ou superiores a .80 (Velicer and Fava, 1998). Contudo, as magnitudes
nas ciências sociais encontram-se normalmente entre .40 e .70 (Costello & Osborne,
2005). 17 Para Cohen (1988), os valores de correlação situados entre 0,10 e 0,29
indicam uma correlação inexistente ou pequena; valores entre 0,30 e 0,49 indicam
uma correlação média; e valores entre 0,50 e 1 são interpretados como a existência de
grande correlação.
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.80 para a dimensão otimismo.
No que respeita à escala da inovação, os testes de KMO e de
esfericidade de Barlett (KMO=.69; χ²(3)=79.52; p˂.001) apontaram para uma
boa correlação entre as variáveis e uma adequação da amostra, permitindo-
nos, também, prosseguir com a AFE. A solução inicial, extraída através da
fatorização de eixo principal, fez emergir, como esperado, uma estrutura
unidimensional, explicativa de 69.32% da variância total. Todas as
comunalidades se situam entre .66 e .78 pelo que se revelam adequadas
(Costello & Osborne, 2005). As saturações fatoriais variam entre .81 e .88,
pelo que são saturações muito boas ou excelentes (Tabachnick & Fidell,
2007). A respeito da consistência interna, obtivemos um alfa de Cronbach de
.82, sendo que nenhum dos itens faria aumentar este valor caso fosse
eliminado (DeVellis, 2003). Relativamente à escala da confiança grupal
apresentou um alfa de Cronbach de .89 para o componente cognitivo e .85 no
componente afetivo, sendo que, em qualquer um dos casos, a eliminação de
qualquer item não faria aumentar o valor obtido, indicando, assim, bons
índices de consistência interna (DeVellis, 2003).
2. Teste de Hipóteses
A fim de testar as hipóteses do presente estudo, procedeu-se,
inicialmente, à análise das correlações, entre o capital psicológico grupal, a
confiança grupal (nas diferentes dimensões) e a inovação das equipas, de
forma a compreender a intensidade e a direção da relação entre as variáveis.
A variável grau de virtualidade e a variável dimensão da equipa, conforme
referimos já, foram incluídas como variáveis de controlo (e.g., Gibson &
Gibbs, 2006; Hülsheger et al., 2009; West et al., 2003).
Tabela 1.
Médias, Desvios-padrão e Correlações das variáveis em estudo
Variável M DP 1 2 3 4 5 6
1. Dimensão da
equipa
5.89 3.58 -
2. Capital
Psicológico
4.74 .37 -.04 -
3. Confiança
Afetiva
5.05 .48 .14 .45*** -
4. Confiança
Cognitiva
5.08 .47 .07 .47*** .73*** -
5. Inovação 5.18 .80 .05 .17 .07 .18 -
6. Grau de
Virtualidade
35.91 21.87 .09 .04 .21 .09 .05 -
Nota. N = 57.
* p < .05. ** p < .01. ** *p < .001
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Na tabela 1 apresentamos os resultados das análises de correlação, bem
como médias e desvios-padrão das variáveis em estudo. Como é possível
verificar, o capital psicológico grupal relaciona-se positiva e
significativamente com ambos os componentes da confiança grupal, sendo
média a magnitude dessas relações (r = .45, p < .001 para a confiança afetiva;
r = .47, p < .001 para a confiança cognitiva), não se observando quaisquer
outras correlações entre as variáveis em estudo (incluindo as variáveis de
controlo).
Assim, podemos concluir que das hipóteses por nós formuladas
somente H2 - o capital psicológico grupal relaciona-se positivamente com:
(H2a) a confiança afetiva grupal; (H2b) a confiança cognitiva grupal –
recebeu suporte empírico.
Importa reforçar que não foi possível prosseguir com o teste de
mediação, uma vez não estar cumprido o pressuposto relativo à presença de
relação significativa entre o mediador (confiança) e o output (inovação).
V– Discussão
O principal objetivo da nossa investigação consistiu em testar o papel
mediador da confiança grupal na relação entre o capital psicológico grupal e
a inovação das equipas, tendo por base uma abordagem do tipo IMOI (Input,
Mediador, Output, Input).
Ao contrário do que esperávamos, relativamente à nossa hipótese H1
não se encontrou uma associação positiva e estatisticamente significativa
entre o capital psicológico e a inovação grupal, pelo que apesar de o processo
de inovação de uma equipa envolver processos sociais (Blomqvist & Levy,
2006), na amostra da presente investigação não encontrámos evidência
empírica que suportasse que o capital psicológico constitui uma variável
relevante para os resultados de grupo ao nível da inovação.
Por contraste, o teste da hipótese H2, revelou uma relação positiva e
estatisticamente significativa entre o capital psicológico grupal e a confiança
grupal, nos componentes afetivo e cognitivo. Assim, quer H2a quer H2b
receberam suporte empírico. Considerando o sentido teórico que atribuímos
na formulação de H2, embora com a precaução relativa ao facto de estarmos
perante um estudo cross-sectional que limita a inferência de causalidade
empírica, parece possível afirmar-se que na nossa amostra o capital
psicológico da equipa promove a confiança afetiva grupal e a confiança
cognitiva grupal, facto que é convergente com estudos já desenvolvidos por
outros investigadores (e.g., Rousseau et al., 1998; Peñarroja et al., 2015). De
uma forma mais detalhada, os resultados apontam no sentido de que quanto
mais valorizado e promovido o capital psicológico grupal numa organização,
maior tendência haverá para a existência da confiança afetiva e cognitiva nas
equipas. Este resultado é relevante na medida em que sugere que para
estimular, por exemplo, comportamentos positivos por parte dos membros do
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grupo, baseados na confiança (Rousseau et al., 1998), desenvolver o capital
psicológico grupal constitui uma estratégia. É importante salientar que, no
nosso estudo, a magnitude das relações entre o capital psicológico e cada um
dos componentes da confiança se mostrou semelhante e, embora classificada
como média, se aproxima de valores considerados elevados, facto que, sob o
ponto de vista da intervenção reforça a ideia de que o estímulo ao
desenvolvimento de níveis elevados de capital psicológico num grupo
constitui uma estratégia eficaz para desenvolver a confiança “global” (afetiva
e cognitiva) entre os membros de um grupo.
Relativamente à hipótese H3, não se encontrou, no nosso estudo,
qualquer relação entre a confiança, nos seus componentes afetiva (H3a) e
cognitiva (H3b) e a inovação grupal. Tal como para H1, estes resultados não
convergem com estudos realizados, e encontrados por nós na literatura (e.g.,
Ruppel & Harrington, 2000; West & Anderson, 1996; Zeng et al., 2013) os
quais sugerem que a confiança constitui um antecedente da inovação das
equipas (e.g., Mayer et al., 1995; Rousseau et al., 1998).
Considerando os resultados anteriores, também H4 (hipótese da
mediação) não recebeu suporte empírico na amostra que estudámos. Também
aqui os nossos resultados parecem não convergir com o sentido da literatura
que revimos. Com efeito, apesar de escassos estudos relativamente à relação
entre as três variáveis que analisámos, autores como, por exemplo, Sartori et
al., (2013) referem que o capital psicológico é antecedente da inovação,
Walumbwa et al., (2009) concluíram existir uma relação positiva entre capital
psicológico e confiança e Kelley (2010) enfatiza que a inovação pressupõe a
colaboração de todos os membros da equipa, o que, por seu lado, requer
confiança, considerada por autores como Salas, Shuffler, Thayer, Bedwell, e
Lazzara (2015), como indissociável dos processos cooperativos.
VI – Conclusões
Com base numa revisão da literatura, que sustentou o estabelecimento
de um conjunto de hipóteses de investigação relativas às relações entre as
variáveis que nos propusemos estudar, conduziu-se um estudo empírico
visando contribuir para o conhecimento acerca do funcionamento e resultados
grupais em equipas em contexto virtual. Os estudos realizados neste domínio
não se encontram ainda consistentemente explorados, nomeadamente no que
diz respeito ao lado humano no processo de inovação das equipas em
contextos de trabalho (Sartori et al., 2013), pelo que, em nossa opinião,
independentemente dos resultados que obtivemos, a nossa investigação,
analisando as relações entre capital psicológico grupal, confiança grupal e
inovação constituiram um contributo a não negligenciar.
A presente investigação, embora não tenha dado apoio empírico a todo
o conjunto de hipóteses formuladas, permitiu-nos obter evidência empírica do
efeito positivo e significativo do capital psicológico grupal sobre a confiança
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grupal, nos seus dois componentes (confiança cognitiva grupal e confiança
afetiva grupal). Apesar da existência de diversas investigações que analisam
a relação entre o capital psicológico e os seus efeitos nas organizações
(Newman, Ucbasaran, Zhu, & Hirst, 2014; Youssef & Luthans, 2007), são
poucos, ainda, os estudos que se situam no nível grupal e que relacionam os
dois constructos referidos (e.g., Peñarroja et al., 2015). Nesse sentido, o nosso
estudo acrescenta valor à investigação produzida. Adicionalmente, contribui,
sob o ponto de vista instrumental, para dotar investigadores e gestores de
equipas com instrumentos em língua portuguesa com boas qualidades
psicométricas (a escala de inovação grupal foi adaptada para a língua
portuguesa no âmbito da presente investigação e a versão portuguesa viu
reforçado o seu valor psicométrico, tanto mais que os nossos resultados se
aproximaram dos de Palácio, em 2017). O facto de termos utilizado duas
fontes de recolha de informação distintas (membros e líderes), o que reduz a
probabilidade de erro de fonte comum (common source bias), que pode
enviesar os resultados obtidos (Campbell & Fisk, 1959), bem como o de as
equipas estudadas serem equipas reais, unidades produtivas em contexto de
trabalho que constituem também mais valias do nosso trabalho.
De um ponto de vista de intervenção, os resultados apontam no sentido
de que a valorização do capital psicológico grupal numa organização, tenderá
a fomentar a existência da confiança afetiva e cognitiva nas equipas,
constituindo uma estratégia com potenciais reflexos positivos quer no
funcionamento, quer nos resultados de grupo. Assim, este resultado reforça as
vantagens de líderes de equipa estimularem o desenvolvimento do capital
psicológico grupal, no sentido de gerarem equipas que potenciem climas de
maior confiabilidade. A este respeito, Luthans, Avey, Avolio, Norman e
Combs (2006) apresentam várias micro-intervenções para cada dimensão,
com o objetivo de desenvolver o capital psicológico no seu global. Segundo
os autores, a autoeficácia pode ser desenvolvida através de experiências de
mestria (mastery experiences), persuasão social, aprendizagem por modelação
e excitação fisiológica e psicológica. Relativamente à esperança, salientam a
definição de metas e a criação de planos de contingência com percursos
alternativos para a obtenção dos objetivos. O otimismo poderá desenvolver-
se adotando uma postura de aceitação para com o passado, apreciação do
presente e procura de oportunidades para o futuro. Por último, a resiliência,
que através de estratégias focadas em riscos e processos poderá influenciar a
interpretação de eventos adversos (Luthans et al., 2007b).
Apesar do que acabámos de referir, o presente trabalho contém
limitações que importa salientar. Em primeiro lugar, o desenho transversal do
trabalho constitui um obstáculo à inferência de causalidade empírica entre as
variáveis, o que, desde logo, nos conduz a afirmar que, no futuro, será
desejável replicar este estudo adotando, contudo, um design longitudinal. Em
segundo lugar, o facto de se ter utilizado o questionário autoadministrado,
pode ter causado o fenómeno de desejabilidade social ou de contaminação,
uma vez que a informação foi recolhida com base nas perceções de líderes e
liderados a respeito do seu grupo, sendo possível que as suas respostas possam
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traduzir o desejo de transmitir uma imagem positiva desse grupo. Em terceiro
lugar, o facto de apenas termos utilizado medidas de autorrelato poderá ter
conduzido a enviesamento de variância do método comum, não obstante a
probabilidade de tal ocorrer ter sido reduzida em virtude de, como afirmámos
já, utilizarmos duas fontes para recolha de dados. Por fim, a reduzida
dimensão da amostra (N = 57), reduzindo o poder estatístico das análises - o
tamanho da amostra é um determinante do nível de significância (Snyder &
Lawson, 1993) - bem como impossibilitando a adoção de outras técnicas de
análise de dados, tais como a utilização do modelo de equações estruturais,
que permitiria, para além de controlar o efeito do erro de medição, testar de
forma completa e simultânea todas as relações definidas pelas hipóteses
(Kline, 2005), constitui uma importante limitação.
Em futuras investigações, tais limitações devem ser tidas em conta para
que os resultados a obter possam ser mais claros e, sobretudo, possam ser lidos
com maior segurança interpretativa. Sugerimos que futuros estudos incluam
outras variáveis, nomeadamente aquelas que são, igualmente, relevantes nas
equipas virtuais, tais como dimensões da virtualidade ou o estilo de liderança,
(Gilson, Maynard, Young, Vartiainen, & Hakonen, 2015) de forma a ampliar
os estudos de relações entre variáveis, que contribuem para o funcionamento
e os resultados desse tipo de equipas. Por fim, também seria importante
utilizar uma abordagem multimétodo e recorrer a medidas mais objetivas de
avaliação de algumas variáveis (e.g., inovação grupal), de modo a reduzir
eventuais erros relacionados com o método utilizado.
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Anexos
Anexo 1: Carta de Apresentação
Anexo 2: Projeto de Investigação (VITEM)
Anexo 3: Questionário dos Líderes
Anexo 4: Questionário dos Membros
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Anexo 1: Carta de Apresentação
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Coimbra, ___ de ______________ de 201_
Exmo/a. Senhor/a Doutor/a _______________________
Dirigimo-nos a V. Exa. na qualidade de estudantes de mestrado da Universidade de
Coimbra.
No âmbito dos projetos de investigação de mestrado que estamos a realizar na área de
Psicologia do Trabalho e das Organizações, sob a orientação da Prof.ª Doutora Isabel Dórdio
Dimas (Univ. Aveiro), Prof. Doutor Paulo Renato Lourenço (Univ. Coimbra) e Prof.ª Doutora
Teresa Rebelo (Univ. Coimbra), na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra, propomo-nos estudar alguns processos de funcionamento dos
grupos/equipas de trabalho virtuais ou com algum grau de virtualidade.
Para levar a cabo esta investigação pretendemos aplicar, em diferentes organizações e em
dois momentos distintos, um questionário a vários grupos/equipas de trabalho e aos respetivos
líderes. O primeiro momento decorrerá entre os meses de novembro e dezembro e o segundo
durantes os meses de março e abril. O tempo estimado para o preenchimento de cada questionário
ronda os 20 minutos para os membros e os 7 minutos para os líderes.
Às organizações participantes nesta investigação fica garantido o direito ao anonimato e à
confidencialidade dos dados, bem como a entrega, após a conclusão dos mestrados, de uma cópia
das teses. Caso manifestem o desejo de obter informação sobre os resultados referentes à vossa
organização em particular, disponibilizamo-nos, igualmente, para facultar esse feedback.
Consideramos que o benefício poderá ser mútuo, na medida em que, por um lado, a organização
de V. Exa. promove a investigação em Portugal e, por outro, beneficia de informação em retorno,
assente no tratamento e análises de dados com rigor metodológico e cientificamente
fundamentados.
Gostaríamos de poder contar com a colaboração da vossa organização para este estudo.
Neste sentido, e para uma melhor apreciação da investigação e da colaboração solicitadas,
teremos todo o gosto em explicar este projeto, de forma mais detalhada, através do meio de
comunicação que considerem mais adequado.
Desde já gratas pela atenção dispensada, aguardamos o vosso contacto.
Com os melhores cumprimentos,
(P’la equipa de investigação)
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Contactos |
Clara Campelo
914305820
Daniela Lopes
911929426
Inês Carvalho
912626876
Liliana Bastos
914063002
Lúcia Silva
912334870
Mariana Sousa
913505795
Susana Santos
915942423
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Anexo 2: Projeto de investigação VITEM
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Mestrado Integrado em Psicologia
Área de Especialização em Psicologia das Organizações e do Trabalho
1. Introdução e Objetivos
Fruto da globalização e avanço das tecnologias, é cada vez mais comum a presença e
utilização de grupos/equipas com algum grau de virtualidade nas organizações. Embora a
investigação sobre grupos em contexto organizacional seja já bastante extensa e diversificada,
torna-se imprescindível aprofundar o conhecimento acerca do referido tipo de grupos. É neste
contexto que se insere o Projeto VITEM - A incidência de subgrupos e de competências
emocionais no bem-estar e desempenho de equipas virtuais. Trata-se de um Projeto internacional
que envolve investigadores de diversas Universidades de Portugal (Universidade de Coimbra,
Universidade de Aveiro e Universidade da Beira Interior) e de Espanha (Universidade de
Valência e Universidade de Sevilha) e visa compreender como, em equipas com algum grau de
virtualidade, alguns construtos relativos ao funcionamento grupal (cf. 3. “Variáveis em estudo”)
se relacionam entre si e com a eficácia das equipas de trabalho, nomeadamente no que diz respeito
ao desempenho grupal, à inovação e à capacidade da equipa para se adaptar à mudança e continuar
a trabalhar como tal no futuro (viabilidade grupal).
A realização do Projeto permitirá contribuir para o aumento do conhecimento acerca
de equipas de trabalho com algum grau de virtualidade e, consequentemente, possibilitar a
formulação e utilização de práticas capazes de promover um melhor funcionamento dessas
equipas.
Em Portugal, a investigação do Projeto VITEM é coordenada por Paulo Renato
Lourenço (Univ. Coimbra), Teresa Rebelo (Univ Coimbra), Isabel Dimas (Univ. Aveiro) e Marta
Alves (Univ. da Beira Interior) e inclui a realização de diversos estudos. Alguns dos estudos serão
realizados por estudantes do último ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, no âmbito das suas
dissertações de mestrado, sob supervisão científica dos Doutores Paulo Renato Lourenço, Teresa
Rebelo e Isabel Dimas.
Projeto de Colaboração em Investigação
Projeto VITEM - A incidência de subgrupos e de competências
emocionais no bem-estar e desempenho de equipas virtuais
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2. Equipa responsável pela realização dos estudos
Estudantes do 2.º ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da área de especialização de
Psicologia das Organizações e do Trabalho, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação da Universidade de Coimbra:
- Clara Campelo
- Daniela Lopes
- Inês Carvalho
- Liliana Bastos
- Lúcia Silva
- Mariana Sousa
- Susana Santos
Orientação:
- Prof. Doutor Paulo Renato Lourenço
- Prof.ª Doutora Teresa Rebelo
- Prof.ª Doutora Isabel Dórdio Dimas
3. Variáveis em estudo:
• Aprendizagem grupal – processo contínuo de reflexão e ação, voltado para a obtenção
e processamento de informação, com o objetivo de detetar, compreender e adaptar melhor a
equipa às mudanças do meio ambiente, melhorando a sua eficácia;
• Bem-estar afetivo individual – sentimentos/emoções vivenciados por uma pessoa;
• Capacidade de expressão de emoções – capacidade de os indivíduos, numa relação,
expressarem, mais as suas emoções, quer as positivas quer as negativas, de uma forma
construtiva;
• Capital psicológico das equipas – estado psicológico positivo caracterizado por
atributos como a autoeficácia, o otimismo, a esperança e a resiliência;
• Comprometimento afetivo com a equipa – caracteriza-se pela forte convicção e
aceitação dos objetivos e valores da equipa à qual se pertence, vontade de exercer esforços
consideráveis em nome desta e pelo forte desejo de continuar a ser seu membro;
• Confiança grupal – capacidade de os membros de uma equipa confiarem uns nos
outros, existindo assim cooperação e partilha de ideias;
• Conflito intragrupal – divergência de perspetivas no seio do grupo, percebida como
geradora de tensão por pelo menos uma das partes envolvidas numa determinada interação
• Envolvimento no trabalho em equipa – envolvimento dos colaboradores com o
trabalho de equipa. É composto por três componentes: vigor, dedicação e absorção;
• Faultlines/Presença de subgrupos – linhas hipotéticas de divisão que podem repartir
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um grupo em subgrupos com base num ou mais atributos, gerando subgrupos relativamente
homogéneos;
• Gestão do trabalho de equipa – grau em que os membros da equipa estruturam a
realização do seu trabalho, através do planeamento, de maneira a que consigam organizar e
facilitar a implementação de novas práticas na equipa, bem como acompanhar a realização do
trabalho.
• Grau de Virtualidade – refere-se à medida em que a interação de uma equipa se
encontra dependente das tecnologias de comunicação, sendo esta virtualidade compreendida
como um continuum que vai desde um polo "nada virtual" (referente a equipas que interagem
exclusivamente cara-a-cara) para um polo "totalmente virtual" (correspondente a equipas virtuais,
cujos membros não se encontram num mesmo local);
• Reflexividade da equipa sobre a tarefa – medida em que os membros da equipa
refletem e adaptam coletivamente os objetivos, estratégias e processos da equipa;
• Regulação emocional – conjunto de processos através dos quais o indivíduo influencia
as emoções que experiencia, o momento da sua ocorrência e a sua expressão;
• Satisfação com a equipa – vontade de continuar a trabalhar com uma mesma equipa
em virtude da ocorrência de experiências agradáveis durante a realização de um projeto com essa
equipa.
4. Amostra e participação das organizações
Este estudo é direcionado aos membros de equipas/grupos virtuais ou com algum grau de
virtualidade e respetivos líderes. Para ser considerada uma equipa válida para o estudo é
necessário que (1) seja constituída por três ou mais membros (excluindo o líder), (2) os membros
interajam, pelo menos, em algum grau, através de comunicação mediada por tecnologia eletrónica
(e.g. computador, telefone) (3) se reconheçam e sejam reconhecidos como equipa, (4) partilhem
relações de interdependência e (5) tenham em vista um objetivo comum.
A participação da organização consiste na autorização da recolha de dados. Assim, a
organização deve proporcionar condições adequadas para a recolha de informação necessária à
realização da investigação.
A recolha de dados acontecerá em dois períodos, em datas a acordar com a organização. O
primeiro decorrerá durante os meses de novembro e dezembro e o segundo durantes os meses de
março e abril de 2018.
5. Formas de recolha de informação e tempo previsto
Na organização, em cada um dos momentos de recolha de dados referidos, será necessário:
• O preenchimento de um questionário pelos membros dos grupos/equipas de trabalho
participantes no estudo (cerca de 20 minutos);
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• O preenchimento de um questionário pelos líderes dos grupos/equipas de trabalho
participantes no estudo (cerca de 7 minutos).
6. Direitos e obrigações da equipa de investigação
A equipa de investigação tem direito a:
• Não fornecer quaisquer resultados do estudo caso haja interrupção da participação ou
recolha incompleta de informação;
• Devolver os resultados do estudo somente nas condições de a organização (1) aceitar
que esses dados sejam devolvidos num formato que proteja a identidade dos participantes e (2)
garantir que a informação recolhida nunca será utilizada com a finalidade de avaliar o
desempenho dos colaboradores envolvidos;
• Fornecer os resultados somente aquando da conclusão do estudo.
A equipa de investigação tem o dever de:
• Assegurar condições que permitam e garantam o consentimento informado dos
participantes;
• Garantir a confidencialidade e o anonimato de todos os dados recolhidos e cumprir as
demais normas éticas que regulamentam a investigação na área da Psicologia;
• Recusar a entrega de dados e resultados individuais, quer referentes a trabalhadores da
organização participante, quer referentes a outras organizações pertencentes à amostra;
• Efetuar a recolha de dados de forma a causar o mínimo transtorno possível à
organização e aos seus colaboradores;
• Não disponibilizar, em circunstância alguma, a listagem de endereços de e-mail, que
for fornecida para aplicação do questionário online;
• Fornecer à organização, em formato digital (.pdf), um exemplar de cada uma das
dissertações de mestrado realizadas com base na informação recolhida.
A Coordenação da Equipa de Investigação
__________________________________
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Anexo 3: Questionário dos Líderes
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Declaração de consentimento informado (Participante)
Declaro que tomei conhecimento e fui devidamente esclarecido/a quanto aos objetivos e
procedimentos da investigação a realizar. Foi-me garantida a possibilidade de, em
qualquer altura, recusar participar neste estudo sem qualquer tipo de consequências. Desta
forma, aceito participar neste estudo e permito a utilização dos dados que, de forma
voluntária, forneço, confiando nas garantias de confidencialidade e anonimato que me são
asseguradas pela equipa de investigação, bem como na informação de que não serão
tratados de forma individual e de que apenas serão utilizados para fins de investigação.
Confirmo □
____________________, _____ de ________________ 2017
[Tempo estimado de preenchimento: cerca de 7 minutos]
Cód. Organização: Cód. Equipa: Cód. Individual:
O presente questionário insere-se num estudo sobre os processos e os resultados dos grupos
de trabalho em contexto organizacional. As questões que se seguem têm como objetivo conhecer
a forma como avalia a sua equipa de trabalho, em função de um conjunto de critérios.
Todas as respostas que lhe solicitamos são rigorosamente anónimas e confidenciais.
Responda sempre de acordo com aquilo que pensa, na medida em que não existem respostas certas
ou erradas.
Leia com atenção as instruções que lhe são dadas, certificando-se de que compreendeu
corretamente o modo como deverá responder. Certifique-se que respondeu a todas as questões.
Muito obrigado pela colaboração!
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PARTE 1
(Dados demográficos - para fins exclusivamente estatísticos)
Idade: ________ Sexo: M □ F □
Habilitações literárias: ___________________________________________
Há quanto tempo trabalha nesta organização? Indique, por favor, o número de anos e meses ou
de meses e semanas (por exemplo: 1 ano e 3 meses). _________________
Informação relativa à organização:
Nº. de trabalhadores da organização: Até 10 □ 11- 49 □ 50 – 249 □ 250 ou mais □
Sector de atividade da organização: ___________________________________
Informação relativa à equipa:
Há quanto tempo se formou a sua equipa? Indique, por favor, o número de anos e meses ou de
meses e semanas (por exemplo: 1 ano e 3 meses). _________________
Há quanto tempo lidera esta equipa? Indique, por favor, o número de anos e meses ou de meses
e semanas (por exemplo: 1 ano e 3 meses). _________________
Nº de elementos da sua equipa (considere somente os elementos da equipa, não se incluindo a
si próprio): _________
Qual é a principal atividade da sua equipa? [assinale a resposta]
□ Produção □ Comercial □ Serviços □ Projeto
□ Administrativa □ Gestão □ Outra. Qual?__________________
Tendo em conta que este estudo prevê dois momentos de recolha de dados, insira, por favor,
as iniciais do seu nome completo, de forma a podermos efetuar a correspondência da
informação recolhida nos dois momentos (reforçamos que este dado será exclusivamente
utilizado para fins de investigação).
Iniciais do seu nome completo: ____________________________
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PARTE 2
Indique-nos agora, por favor, quais os tipos de comunicação utilizados na sua equipa no último
mês. Distribua 100% pelos diversos tipos, considerando que as percentagens mais elevadas
correspondem aos meios de comunicação que mais frequentemente são utilizados pela sua
equipa:
Inovação Grupal
O conjunto das seguintes afirmações tem como objetivo continuar a caracterizar a sua equipa
de trabalho. Neste sentido, diga, por favor, em que medida cada uma delas se aplica à equipa
que lidera. Assinale com uma cruz (x) o valor que melhor se adequa ao que lhe é apresentado
em cada afirmação, utilizando a seguinte escala:
Discordo
Totalmente
Discordo
Bastante
Discordo
Ligeiramente
Não Concordo
nem Discordo
Concordo
Ligeiramente
Concordo
Bastante
Concordo
Totalmente
1 2 3 4 5 6 7
TIPOS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS Percentagem
1. Presencial. ___%
2. Através de videoconferência (comunicação à distância com som e imagem – por exemplo skype com som e imagem).
___%
3. Através de teleconferência (comunicação à distância somente com som – por exemplo telefone/telemóvel ou skype somente com som).
___%
4. Através de um serviço de chat (comunicação à distância, somente escrita e em tempo real – por exemplo, whatsApp ou messenger do facebook).
___%
5. Através de rede social ou forum (comunicação à distância somente escrita, sem ser em tempo real – por exemplo, facebook sem chat).
___%
6. Através de e-mail. ___%
7. Através de plataforma eletrónica de partilha de documentos ou gestão de agenda (por exemplo, dropbox ou google drive).
___%
8. Através de memorandos ou relatórios. ___%
9. Outro: Qual? ___________________________________ ___%
TOTAL 100%
1 2 3 4 5 6 7
1. A equipa é altamente inovadora.
2. A equipa é rápida na adoção de soluções novas e inovadoras.
3. A equipa introduz com frequência soluções novas e inovadoras.
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Anexo 4: Questionário dos Membros
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Declaração de consentimento informado (Participante) Declaro que tomei conhecimento e fui devidamente esclarecido/a quanto aos objetivos
e procedimentos da investigação a realizar. Foi-me garantida a possibilidade de, em
qualquer altura, recusar participar neste estudo sem qualquer tipo de consequências.
Desta forma, aceito participar neste estudo e permito a utilização dos dados que, de
forma voluntária, forneço, confiando nas garantias de confidencialidade e anonimato
que me são asseguradas pela equipa de investigação, bem como na informação de que
não serão tratados de forma individual e de que apenas serão utilizados para fins de
investigação.
Confirmo □
____________________, _____ de ________________ 2017
[Tempo estimado de preenchimento: cerca de 20 minutos]
O presente questionário insere-se num estudo sobre os processos e os resultados dos
grupos de trabalho em contexto organizacional. As questões que se seguem têm como
objetivo conhecer as opiniões e atitudes dos elementos de cada equipa no que diz respeito
a algumas situações que podem acontecer no seio das mesmas.
Todas as respostas que lhe solicitamos são rigorosamente anónimas e confidenciais.
Responda sempre de acordo com aquilo que faz, sente ou pensa, na medida em que não
existem respostas certas ou erradas.
Leia com atenção as instruções que lhe são dadas, certificando-se de que
compreendeu corretamente o modo como deverá responder. Note que as instruções não
são sempre iguais. Antes de dar por finalizado o seu questionário, certifique-se de que
respondeu a todas as questões.
Muito obrigado pela colaboração!
Cód. Organização: Cód. Equipa: Cód. Individual:
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PARTE 1
(Dados demográficos - para fins exclusivamente estatísticos)
Idade: ________ Sexo: M □ F □
Habilitações literárias: _______________________
Já teve formação em trabalho de equipa? Sim □ Não □
Há quanto tempo trabalha nesta organização? Indique, por favor, o número de anos e
meses ou de meses e semanas (por exemplo: 1 ano e 3 meses). _________________
Há quanto tempo trabalha nesta equipa? Indique, por favor, o número de anos e meses
ou de meses e semanas (por exemplo: 1 ano e 3 meses). _________________
Tendo em conta que este estudo prevê dois momentos de recolha de dados, insira, por
favor, as iniciais do seu nome completo de forma a podermos efetuar a
correspondência da informação recolhida nos dois momentos (reforçamos que este
dado será exclusivamente utilizado para fins de investigação)
Iniciais do seu nome completo: ____________________________
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PARTE 2
Capital psicológico da equipa
Relativamente à sua equipa de trabalho, pedimos-lhe que indique em que medida concorda ou
discorda das seguintes afirmações, assinalando com uma cruz (x) a opção que melhor se adequa,
utilizando a seguinte escala (caso verifique que a situação descrita não se aplica, imagine-se numa
situação hipotética e responda consoante isso):
1 Discordo
fortemente
2 Discordo
3 Discordo em parte
4 Concordo em parte
5 Concordo
6 Concordo
fortemente
Na nossa equipa… 11
22
23
44
55
66
1. … quando analisamos um problema de longo prazo, sentimo-nos confiantes de que iremos encontrar uma solução.
2. … sentimo-nos confiantes ao representar o nosso grupo de trabalho em reuniões com a administração.
3. … sentimo-nos confiantes ao contribuir para as discussões acerca da estratégia da organização
4. … sentimo-nos confiantes em ajudar a definir objetivos para a nossa área de trabalho.
5. … sentimo-nos confiantes ao estabelecer contacto com pessoas fora da empresa (por exemplo, clientes e fornecedores) para discutir problemas.
6. … sentimo-nos confiantes a apresentar informação a um grupo de colegas.
7. … se nos encontrássemos numa situação difícil no trabalho, conseguiríamos pensar em muitas formas de sair dela.
8. … neste momento, sentimos que estamos a perseguir ativamente os nossos objetivos de trabalho.
9. … para qualquer problema existem várias soluções.
10. … neste momento, consideramo-nos uma equipa muito bem-sucedida.
11. … conseguimos pensar em várias maneiras de alcançar os nossos objetivos de trabalho atuais.
12. … estamos, neste momento, a alcançar os objetivos de trabalho que definimos para a equipa.
13. … quando temos um contratempo no trabalho, temos dificuldade em ultrapassá-lo e seguir em frente.
14. … geralmente conseguimos gerir as dificuldades no trabalho, seja de uma forma ou de outra.
15. … se for necessário, somos capazes de trabalhar por nossa conta.
16. … em geral, costumamos lidar calmamente com as situações mais stressantes do trabalho.
17. … conseguimos ultrapassar os momentos difíceis do trabalho, pois já passámos anteriormente por dificuldades.
18. … sentimos que conseguimos lidar com várias coisas ao mesmo tempo.
19. … quando as coisas estão incertas, habitualmente esperamos o melhor.
20. … se alguma coisa tiver que correr mal para nós no trabalho, então, vai mesmo correr.
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Confiança grupal
São apresentadas em seguida mais algumas afirmações acerca da sua equipa de trabalho. Pedimos-lhe que, considerando a equipa como um todo, nos indique em que medida concorda ou discorda de cada uma das afirmações referidas. Para isso, assinale com um X, à frente de cada afirmação, o valor que melhor corresponde ao que, em sua opinião, acontece na sua equipa de trabalho. Utilize, por favor, a seguinte escala:
1 2 3 4 5 6
1. Os meus colegas encaram os objetivos do grupo com profissionalismo e dedicação.
2. Tendo em conta os antecedentes dos meus colegas, não tenho razões para duvidar da sua competência e preparação para levar a cabo o nosso trabalho.
3. Posso confiar que os meus colegas não me dificultarão o trabalho com as suas ações.
4. Os meus colegas confiam neste grupo.
5. Posso falar livremente com os meus colegas sobre as dificuldades que estou a ter com o trabalho sabendo que eles estão dispostos a ouvir.
6. Todos sentiríamos uma sensação de perda se alguém saísse do grupo e já não pudéssemos trabalhar juntos.
7. Se eu partilhar os meus problemas com os meus colegas, sei que eles irão responder com preocupação e de forma construtiva.
21. … no que respeita ao nosso trabalho, olhamos sempre para o lado positivo das coisas.
22. … no que se refere ao trabalho, estamos otimistas acerca do que nos irá acontecer no futuro.
23. … em termos de trabalho, as coisas nunca nos correm como gostaríamos.
24. … no que respeita ao trabalho, consideramos que “há sempre luz ao fundo do túnel”.
1 Discordo
muito
2 Discordo
moderadamente
3 Discordo
ligeiramente
4 Concordo
ligeiramente
5 Concordo
moderadamente
6 Concordo
muito