UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA … · Heroico, Imagens, Cartas, Ginástica e...

20
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE LETRAS CLÁSSICAS PROJETO DE PESQUISA Écfrase e fantasia, pinturas e(m) palavras: Filóstrato, o velho Pesquisador: Rosângela Santoro de Souza Orientador: Prof. Dr. Paulo Martins Coorientador: Prof. Dr. João Angelo Oliva Neto

Transcript of UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA … · Heroico, Imagens, Cartas, Ginástica e...

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIEcircNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLAacuteSSICAS E VERNAacuteCULAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO DE LETRAS CLAacuteSSICAS

PROJETO DE PESQUISA

Eacutecfrase e fantasia pinturas e(m) palavras Filoacutestrato o velho

Pesquisador Rosacircngela Santoro de Souza

Orientador Prof Dr Paulo Martins

Coorientador Prof Dr Joatildeo Angelo Oliva Neto

2

Iacutendice

Iacutendice 2

I Objetivos 3

II Justificativa 4

III Metodologia 5

IV Aspectos relevantes do projeto 8

1Introduccedilatildeo 8

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos 8

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica 8

211 Paideia e pertenccedila 8

212 Contexto especiacutefico 9

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo 10

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase 10

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo 11

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens 11

3Traduccedilatildeo 12

ΕΡΩΤΕΣ 12

AMORES Erro Indicador natildeo definido

V Cronograma 15

VI Bibliografia essencial 15

Referecircncias Antigas 15

Referecircncias Modernas 16

3

I Objetivos

A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte

consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda

consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como

material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo

estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de

traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar

1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas

especificidades geneacutericas e de performance e o texto final

2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o

objeto antigo

3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da

pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio

4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos

descritos

5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico

mitoloacutegico e histoacuterico-cultural

6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees

retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a

traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para

obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras

como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de

mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por

especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim

dizer ldquoliteraacuteriasrdquo

A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem

descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o

segundo 34

1(BOWIE ET ELSNER2009)

4

A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas

que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de

pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente

daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais

essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos

ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta

uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo

fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor

Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu

conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode

ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas

Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de

mestrado

Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo

II Justificativa

Esta pesquisa justifica-se

1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos

Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas

alguns excertos5

2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute

manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de

eacutecfrase enargia e fantasia

2 (RODOLPHO 2010)

3 (GODHILL 2007)

4 (SWAIN 2009 41)

5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados

por Jacqueline Lichtenstein

5

3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do

Brasil

4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e

afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos

Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua

educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro

geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se

considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as

interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na

base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde

Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana

Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo

posterior

Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm

recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em

2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por

Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a

Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e

Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela

relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson

A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de

Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins

Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees

com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da

arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos

III Metodologia

Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes

restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas

6 httpwwwuspbriac

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

2

Iacutendice

Iacutendice 2

I Objetivos 3

II Justificativa 4

III Metodologia 5

IV Aspectos relevantes do projeto 8

1Introduccedilatildeo 8

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos 8

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica 8

211 Paideia e pertenccedila 8

212 Contexto especiacutefico 9

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo 10

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase 10

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo 11

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens 11

3Traduccedilatildeo 12

ΕΡΩΤΕΣ 12

AMORES Erro Indicador natildeo definido

V Cronograma 15

VI Bibliografia essencial 15

Referecircncias Antigas 15

Referecircncias Modernas 16

3

I Objetivos

A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte

consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda

consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como

material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo

estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de

traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar

1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas

especificidades geneacutericas e de performance e o texto final

2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o

objeto antigo

3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da

pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio

4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos

descritos

5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico

mitoloacutegico e histoacuterico-cultural

6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees

retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a

traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para

obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras

como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de

mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por

especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim

dizer ldquoliteraacuteriasrdquo

A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem

descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o

segundo 34

1(BOWIE ET ELSNER2009)

4

A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas

que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de

pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente

daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais

essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos

ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta

uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo

fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor

Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu

conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode

ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas

Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de

mestrado

Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo

II Justificativa

Esta pesquisa justifica-se

1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos

Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas

alguns excertos5

2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute

manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de

eacutecfrase enargia e fantasia

2 (RODOLPHO 2010)

3 (GODHILL 2007)

4 (SWAIN 2009 41)

5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados

por Jacqueline Lichtenstein

5

3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do

Brasil

4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e

afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos

Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua

educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro

geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se

considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as

interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na

base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde

Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana

Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo

posterior

Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm

recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em

2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por

Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a

Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e

Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela

relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson

A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de

Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins

Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees

com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da

arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos

III Metodologia

Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes

restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas

6 httpwwwuspbriac

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

3

I Objetivos

A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte

consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda

consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como

material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo

estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de

traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar

1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas

especificidades geneacutericas e de performance e o texto final

2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o

objeto antigo

3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da

pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio

4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos

descritos

5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico

mitoloacutegico e histoacuterico-cultural

6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees

retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a

traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para

obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras

como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de

mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por

especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim

dizer ldquoliteraacuteriasrdquo

A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem

descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o

segundo 34

1(BOWIE ET ELSNER2009)

4

A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas

que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de

pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente

daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais

essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos

ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta

uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo

fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor

Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu

conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode

ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas

Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de

mestrado

Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo

II Justificativa

Esta pesquisa justifica-se

1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos

Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas

alguns excertos5

2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute

manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de

eacutecfrase enargia e fantasia

2 (RODOLPHO 2010)

3 (GODHILL 2007)

4 (SWAIN 2009 41)

5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados

por Jacqueline Lichtenstein

5

3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do

Brasil

4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e

afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos

Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua

educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro

geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se

considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as

interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na

base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde

Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana

Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo

posterior

Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm

recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em

2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por

Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a

Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e

Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela

relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson

A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de

Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins

Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees

com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da

arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos

III Metodologia

Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes

restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas

6 httpwwwuspbriac

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

4

A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas

que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de

pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente

daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais

essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos

ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta

uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo

fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor

Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu

conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode

ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas

Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de

mestrado

Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo

II Justificativa

Esta pesquisa justifica-se

1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos

Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas

alguns excertos5

2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute

manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de

eacutecfrase enargia e fantasia

2 (RODOLPHO 2010)

3 (GODHILL 2007)

4 (SWAIN 2009 41)

5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados

por Jacqueline Lichtenstein

5

3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do

Brasil

4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e

afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos

Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua

educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro

geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se

considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as

interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na

base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde

Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana

Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo

posterior

Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm

recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em

2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por

Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a

Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e

Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela

relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson

A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de

Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins

Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees

com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da

arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos

III Metodologia

Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes

restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas

6 httpwwwuspbriac

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

5

3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do

Brasil

4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e

afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos

Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua

educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro

geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se

considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as

interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na

base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde

Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana

Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo

posterior

Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm

recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em

2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por

Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a

Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e

Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela

relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson

A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de

Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins

Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees

com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da

arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos

III Metodologia

Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes

restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas

6 httpwwwuspbriac

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

6

inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto

metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave

pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo

de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo

teoacuterica e o respectivo corpus

Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a

primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo

termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa

pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo

todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F

Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898

seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V

Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos

NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor

trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea

et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De

Castelliono Mediolani

FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones

tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones

Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones

Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris

Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis

___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec

Florentiae sumptu P Juntae

___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae

Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec

Venetiis apud P amp IM Nicolinos

___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates

Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau

___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte

Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues

antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par

Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier

___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp

Gauricihellip De sculptura Liber etc

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

7

___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par

Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de

Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel

___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates

sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de

Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur

d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce

temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed

Paris l‟Angelier

___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate

et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant

de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des

eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et

corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy

Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos

FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur

FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931

__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968

__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et

annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles

Lettres

__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones

Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel

Elvira Madrid Siruela

__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction

et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par

Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion

__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni

Schilardi Lecce Argo

A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no

estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute

disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do

L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos

indexados no JStor e Muse Project

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

8

IV Aspectos relevantes do projeto

1Introduccedilatildeo

Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do

tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7

Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a

definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar

entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em

conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si

muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros

2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos

21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica

211 Paideia e pertenccedila

A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na

paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem

muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados

pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma

subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da

educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos

retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso

Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de

todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc

fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois

sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado

diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade

A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade

geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo

operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos

gecircneros

7 (SWAIN 200944)

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

9

212 Contexto especiacutefico

Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do

ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e

apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse

ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais

pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo

haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute

importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de

Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O

exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um

suposto programa imperial

Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma

geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em

prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns

elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave

superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos

Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na

Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera

origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores

judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural

reclamada pelos gregos

Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma

corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as

vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as

fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo

incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto

por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria

adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em

ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes

liacutenguas e tradiccedilotildees

8 (FILOacuteSTRATO AT 138)

9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

10

22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo

Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como

verdadeiroverossiacutemil10

Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino

de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais

velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a

pintura formando seu gostordquo11

Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo

da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o

autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente

nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados

natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)

Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como

destinataacuterios ouvintes12

e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa

maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou

chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor

utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito

desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em

palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando

e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto

aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro

Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo

os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo

preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida

23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase

Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o

conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos

(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que

ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13

Assim eacutecfrase

deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que

10

(MARTINS2 2010) 11

sect3 prefaacutecio Imagines 12

Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro

(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13

(RODOLPHO 3)

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

11

age sobre o ouvinterdquo14

Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o

que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e

leitores em expectadores15

Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso

utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles

na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos

judiciaacuterios em Roma

Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de

uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o

continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado

O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de

possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de

personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que

fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua

vez eacutecfrases em si mesmos16

Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a

ser um fim constituindo-se num gecircnero

24 Imagem mimese e educaccedilatildeo

O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens

Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza

a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar

o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma

tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo

Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes

mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a

sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro

afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da

14

(WEBB 20095) 15

id ib 16

(ELSNER 200915)

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

12

Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos

outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista

Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio

de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco

3Traduccedilatildeo

Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores

ΕΡΩΤΕΣ

Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν

μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι

γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ

διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν

φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου

τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο

ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ

λόγου καὶ τὰ μλα

AMORES

Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute

muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas

governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois

muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem

que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos

divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem

do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute

com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas

palavras vatildeo atingi-lo

ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου

δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει

τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι

Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente

e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva

recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio

aos que nela se deitam

ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ

ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων

γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ

χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη

πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ

ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν

ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ

ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς

τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ

ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν

ἁρμονίᾳ μουσικῆ

Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro

vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a

todo o bando de Amores para serem colhidas

Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas

aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las

nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se

pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de

cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila

bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e

em alguns douradas vibram o ar e em harmonia

produzem quase muacutesica

φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς

πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ

σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ

Veja as cest13s que lindas crivadas de

sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras

Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes

Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo

precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

13

αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται

πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ

πέτονται τὰ μλα

aacutervores

καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς

διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν

μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν

Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que

correm dos que estatildeo deitados e dos que se

alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que

estes outr13s significam

οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες

ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν

ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν

τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ

τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα

παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ

καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ

ζωγράφου

Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam

discretamente dos outros Dois deles brincam

jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros

dois um flecha o outro que13revida No rosto

nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro

para que as flechas acertem bem ali Belo enigma

Agora veja se eu consigo compreender o pintor

φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um

pelo 13utro

οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται

ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις

αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων

εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν

ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ

τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ

τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου

Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a

se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e

o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se

a pega joga-a de volta13A dupla que desfere

flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente

Por isso eu digo que os que brincam estatildeo

comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se

flechas para que o desejo natildeo acabe

ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ

συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ

τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε

τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ

εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ

δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ

διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα

τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ

εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ

κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν

δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς

ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν

καταλιθοῦσι

Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos

espectadores caem um sobre o outro com ardor

a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc

tanto quer voando um deles segura o oponente

por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas

Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que

o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a

forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia

O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra

o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha

Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador

desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes

μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω

συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ

θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον

Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape

Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute

sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes

caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

14

τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα

καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ

μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων

τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου

καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ

ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ

θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει

τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα

pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este

aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele

outro agitando o manto Alguns gritando voam

sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles

se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro

deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas

ela escapa

γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν

ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς

διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ

πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ

ἥδιστον

Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado

outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se

mostram desapontados Nenhum deles despede

flechas mas todos tentam pegar a lebre com a

matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar

Afrodite

οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς

πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ

μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ

ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ

καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός

Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute

muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que

amamenta os que gerou e concebe novamente

enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute

emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em

nenhum momento seu ventre encontra-se

infecundo

τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ

ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν

ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ

κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι

O macho gera filhotes segundo a natureza dos

machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao

que eacute natural Assim os pervetidos dentre os

amantes observaram neste animal certa persuasatildeo

eroacutetica quando perseguem meninos com

artifiacutecios violentos

ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ

ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην

βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς

τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον

ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ

διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι

τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων

ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο

εὔπαιδας

Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos

e indignos de serem correspondidos no amor e

vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde

estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma

gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro

azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar

a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio

que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las

feito matildees dos Amores e por isso matildees

afortunadas

καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον

ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα

πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt

O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os

broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem

motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute

gravado neles e mostra que satildeo oferendas das

Ninfas

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

15

εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι

λέγεται

καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ

περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι

Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das

macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu

pomar seja belo

V Cronograma

1ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro I

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2011

Traduccedilatildeo do Livro II

Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico

Leitura e fichamento de referecircncias modernas

Cursar uma disciplina

1ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos

Cursar uma disciplina

2ordm Semestre de 2012

Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos

1ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

2ordm Semestre de 2013

Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo

Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo

VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada

Referecircncias Antigas

ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo

Editora 34

____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica

____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da

Universidade de Brasiacutelia

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

16

____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e

Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda

DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul

Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC

HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito

LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo

Cultrix

PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria

UFPA

_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb

Classical Library

PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should

study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit

London Loeb Classical Library

QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb

Classical Library

SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG

Bury London Loeb Classical Library

_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb

Classical Library

Referecircncias Modernas

ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman

Empire New York Routledge

BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In

Hermes 1213 pp350-363

BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece

Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the

University

BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris

Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)

BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus

BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de

Gryter Grub H

BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

17

BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J

(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art

and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press

CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2

pp162-171

CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate

Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses

Universitaires de Rennes

CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)

A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora

34 2004 v 1 p 27-29

CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de

Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz

CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and

Roman Egypt Princeton Princeton University Press

DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW

II343 2362-2449

DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)

Philostratus Cambridge Cambridge University Press

FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The

Journal of Roman Studies vol81 pp25-35

GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19

GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M

GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage

sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale

French Studies nordm61 pp 1-26

JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG

B E (ed) Paideia The World of the 2nd

Sophistic Berlin Walter de Gryter

Grub H

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

18

JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos

KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in

Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311

KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In

GRBS 49 Pp 81-100

KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns

Hopkins University Press

KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474

LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes

Lisboa Fund Calouste Gulbenkian

LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In

Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung

(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252

____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral

Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87

LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan

LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art

Bulletin vol23 pp16-44

LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E

Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences

du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93

MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633

PP 111-121

MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia

Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros

MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo

Humanitas

___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos

Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo

Humanitas pp 91-118

___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura

antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP

Revista Phaos]

___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

19

___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda

Publicaccedilatildeo em Classica]

MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in

Classical Philology 42 pp 79-137

NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN

EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge

University Press

NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its

Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of

Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23

PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les

Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de

Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560

PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and

Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468

PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora

Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y

Letras pp 251-69

QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de

l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du

prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET

ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La

Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes

RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da

Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins

ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate

Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-

Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)

ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn

Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382

SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s

Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316

SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1

SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge

Cambridge University Press

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp

20

SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review

8 1 Pp 5-21

SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER

JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press

SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge

Cambridge Univeristy Press

TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo

In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73

WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to

Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New

York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810

WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory

and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited

WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of

Imitation New York Oxford University Press

_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S

HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge

Univeristy Press

YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp