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Universidade de São Paulo Faculdade de Educação Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa II Profª. Dra. Claudia Riolfi São Paulo Agosto/2019

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Educação

Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa IIProfª. Dra. Claudia Riolfi

São Paulo

Agosto/2019

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Sequência Didática

O CortiçoAluísio Azevedo

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Metodologia

1. Definição dos integrantes do grupo;

2. Reuniões online para escolha do livro paradidático;

3. Leitura de textos teóricos;

4. Discussão sobre o ensino da língua portuguesa para o Ensino Médio;

5. Organização da sequência didática;

6. Revisão da sequência didática e ajustes.

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Pressupostos legais/teóricosBNCC: ENSINO MÉDIO – ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Fonte: BNCC, p. 33

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Fonte: BNCC, p. 471

ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO

Centrada no conhecimento, na

compreensão, na exploração, na

análise e na utilização das

diferentes linguagens (visuais,

sonoras, verbais, corporais),

visando estabelecer um repertório

diversificado sobre as práticas de

linguagem e desenvolver o senso

estético e a comunicação com o

uso das tecnologias digitais.

Foco na ampliação da autonomia,

do protagonismo e da autoria nas

práticas de diferentes linguagens;

na identificação e na crítica aos

diferentes usos das linguagens,

explicitando seu poder no

estabelecimento de relações; na

apreciação e na participação em

diversas manifestações artísticas e

culturais; e no uso criativo das

diversas mídias.

Pressupostos legais/teóricosBNCC: ENSINO MÉDIO – ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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Pressupostos legais/teóricos

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e

verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos

de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento

e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais

de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente

com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos,

exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e

combatendo preconceitos de qualquer natureza.

3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e

colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e

solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a

consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo

e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de

expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de

qualquer natureza.

Fonte: BNCC, p. 490

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Pressupostos legais/teóricos

Fonte: BNCC, p. 490

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

5.Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas

corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de

valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à

diversidade.

6.Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais,

considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus

conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir

produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira

crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

7.Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões

técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir

sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender

nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

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A BNCC dessa área busca consolidar e ampliar as aprendizagens previstas na

BNCC do Ensino Fundamental nos componentes Língua Portuguesa, Arte,

Educação Física e Língua Inglesa – observada a garantia dos direitos linguísticos

aos diferentes povos e grupos sociais brasileiros. Para tanto, prevê que os

estudantes desenvolvam competências e habilidades que lhes possibilitem

mobilizar e articular conhecimentos desses componentes simultaneamente a

dimensões socioemocionais, em situações de aprendizagem que lhes sejam

significativas e relevantes para sua formação integral (BNCC, p. 481).

(...)

No Ensino Médio, a área tem a responsabilidade de propiciar oportunidades para

a consolidação e a ampliação das habilidades de uso e de reflexão sobre as

linguagens – artísticas, corporais e verbais (oral ou visual-motora, como Libras, e

escrita) –, que são objeto de seus diferentes componentes (Arte, Educação

Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa) (BNCC, p. 483).

Obs.: Grifamos

Pressupostos legais/teóricosBNCC: ENSINO MÉDIO – ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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Para orientar uma abordagem integrada dessas linguagens e de suas

práticas, a área propõe que os estudantes possam vivenciar

experiências significativas com práticas de linguagem em

diferentes mídias (impressa, digital, analógica), situadas em campos

de atuação social diversos, vinculados com o enriquecimento cultural

próprio, as práticas cidadãs, o trabalho e a continuação dos estudos

(BNCC, p. 485).

A BNCC prioriza cinco campos de atuação social (p. 489-490):

• Campo da vida pessoal;

• Campo das práticas de estudo e pesquisa;

• Campo jornalístico-midiático;

• Campo de atuação na vida pública;

• Campo artístico.

Pressupostos legais/teóricosBNCC: ENSINO MÉDIO – ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO – LITERATURA

Em relação à literatura, a leitura do texto literário, que ocupa o centro do

trabalho no Ensino Fundamental, deve permanecer nuclear também no

Ensino Médio. Por força de certa simplificação didática, as biografias de

autores, as características de épocas, os resumos e outros gêneros

artísticos substitutivos, como o cinema e as HQs, têm relegado o texto

literário a um plano secundário do ensino. Assim, é importante não só

(re)colocá-lo como ponto de partida para o trabalho com a literatura,

como intensificar seu convívio com os estudantes (BNCC, p. 499).

Pressupostos legais/teóricosBNCC: ENSINO MÉDIO – ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

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Fonte: BNCC, p. 506

Pressupostos legais/teóricosLÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

PRÁTICAS

Leitura, escuta, produção de texto (orais, escritos, multissemióticos)

e análise linguística/ semiótica

Habilidades Competências

especificas

(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/

escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-

histórico de circulação (leitor/ audiência previstos, objetivos, pontos

de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do

discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de

sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes

situações.

2

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Fonte: BNCC, p. 517

Pressupostos legais/teóricosLÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

PRÁTICAS

Leitura, escuta, produção de texto (orais, escritos, multissemióticos)

e análise linguística/ semiótica

HabilidadesCompetências

especificas

(EM13LP28) Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de

leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão. 3,7

(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas

do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e

pesquisas.

2,3

(EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo,

experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e

confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os

objetivos pretendidos e demais elementos do contexto de produção, como forma de

compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos

procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas.

7

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Pressupostos legais/teóricosLÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

PRÁTICAS

Leitura, escuta, produção de texto (orais, escritos, multissemióticos)

e análise linguística/ semiótica

Habilidades Competências

especificas

(EM13LP46) Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários,

percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de

apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica.

6

(EM13LP48) Identificar assimilações, rupturas e permanências no processo de

constituição da literatura brasileira e ao longo de sua trajetória, por meio da leitura e

análise de obras fundamentais do cânone ocidental, em especial da literatura

portuguesa, para perceber a historicidade de matrizes e procedimentos estéticos.

1,6

(EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e

povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base

em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos

discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais,

considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos,

inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o

presente.

1,2

Fonte: BNCC, pp. 525-526

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Motivos da escolha do livro

- Narrativa fluída com inúmeras adaptações;

- Gosto por romances do Realismo/ Naturalismo;

- Aspectos e situações comparáveis à contemporaneidade.

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Plano de aula

- Divisão das aulas: 14 aulas no bimestre, sendo 2 aulas por semana

(dobradinha) para estudo do livro;

- Alunos: 2º ano do Ensino Médio (primeiro ou segundo bimestre);

- Texto: O cortiço, de Aluísio Azevedo;

- Objetivos e expectativas:

• Apresentar da forma mais completa possível uma das obras

exigidas no currículo de leituras da FUVEST;

• Auxiliar os alunos a interpretarem e compreenderem os recursos

utilizados pelo autor (vocabulário, por exemplo);

• Identificar aspectos e características da obra literária em questão

(forma adotada para escrita, personagens, lugar, ação e tempo);

• Ajudá-los a correlacionar o texto com suas experiências e outras

formas de produção artística (intertextualidade).

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Plano de aula- Conteúdos trabalhados:

• Características do período literário da obra (realismo/ naturalismo,

no caso);

• Características de uma narrativa (personagens, ação, tempo,

espaço, narrador);

• Intertextualidade (matérias jornalísticas, produções audiovisuais,

entre outros).

- Recursos utilizados:

• Livro da obra ou arquivo PDF com a obra completa;

• Material escolar básico (caneta, lápis, borracha e papel);

• Dicionário;

• Recursos multimídias e ferramentas da web, se possível (projetor,

computador, YouTube, etc).

- Avaliação: Atividades de fichamento, simulados em sala de aula e

seminários correlacionando filmes à obra trabalhada no bimestre.

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Aulas 1 e 2

• Objetivos: Apresentar a dinâmica do bimestre (método de condução das aulas,

avaliação e afins), localizar os alunos na escola literária que será abordada no

bimestre (realismo/ naturalismo) e compartilhar informações introdutórias

referentes ao livro “O cortiço”.

• Metodologia: Falar sobre a disciplina, apresentar o livro aos alunos e mediar um

primeiro contato com a obra, dando-lhes contexto histórico.

• Procedimentos:

1. Apresentar a dinâmica do bimestre (método de condução das aulas,

avaliação e afins).

2. Apresentar o trailer https://youtu.be/C3Gzp-8qtpY e pedir que os alunos

falem sobre suas impressões.

3. Apresentar o livro que será trabalhado no bimestre e fazer um link com o

trailer, investigando o que os alunos esperam encontrar de conteúdo ao

realizarem sua leitura.

4. Apresentar imagens de cortiços no Rio de Janeiro no final do século XIX.

5. Separar os grupos para apresentação do trabalho bimestral e solicitar o

início da leitura do livro “O cortiço”.

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Aulas 1 e 2• Ficha de acompanhamento para aula expositiva:

- Cortiço (capa do livro) - Cortiço (Rio de Janeiro (final séc. XIX)

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Aulas 1 e 2• Sugestão de filmes para separação dos grupos:

Cidade de Deus Meninas 5 X Favela

Rio, 40 grausTrash: a esperança

vem do lixo Cidade dos homens

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Aulas 1 e 2

Temas que poderão ser analisados nas comparações:

• Cidade de Deus: moradia: construção do cortiço/ instalação da comunidade

• Meninas: posição da mulher na sociedade / gravidez (Florinda/Leocádia)

• Trash: corrupção/ mentira (João Romão/ policial)

• Cidade dos homens, Rio 40 graus e 5x Favela: relação com a cidade, drogas

dinheiro/oportunidades (relação com trabalho/ português abrasileirou-se)

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Aulas 3 e 4• Objetivos: Localizar os alunos na escola literária que será abordada no bimestre

(realismo/ naturalismo); Apresentar o autor da obra em seu contexto histórico; Inserir o

aluno no universo do livro a partir da leitura de trechos do capitulo 1.

• Metodologia: Falar do autor da obra dentro de seu contexto histórico; Ler trechos

específicos do capítulo 1 e selecionar palavras que possam ser desconhecidas pelos

alunos; Explorar aspectos do determinismo e do zoomorfismo, bem como

características especificas de algumas personagens desse primeiro capítulo.

• Procedimentos:

1. Situar os alunos na escola literária que será ensinada no bimestre (realismo/

naturalismo).

2. Dar aos alunos contexto histórico do que acontecia no mundo e no Brasil no final

do século XIX.

3. Apresentar o autor da obra.

4. Explicar a questão do determinismo e do zoomorfismo com passagens do

capítulo.

5. Explorar com a turma as principais características das personagens Bertoleza e

João Romão.

6. Trabalhar o espaço e o tempo na obra estudada.

7. Solicitar para a próxima aula o fichamento dos capítulos 2 e 3.

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Aulas 3 e 4

• Ficha de acompanhamento para aula expositiva:

- Escolas Literárias:Trovadorismo

(1189 – 1198)

Humanismo

(1418)

Classicismo

(1527)

Barroco

(1580) (1601)

Arcadismo

(1756) (1768)

Romantismo

(1825) (1836)

Realismo/

Naturalismo (1865)

(1881)

Simbolismo

(1890) (1893)

Modernismo

(1915) (1922)

- Contexto histórico:

Mundo: 2ª revolução industrial, massa operária urbana, acentuação das

diferenças sociais somadas ao efeito do capitalismo, estudos avançados

sobre o evolucionismo e o determinismo, artistas que se destacam (Auguste

Rodin (escultura), Manet e Millet (pintura), entre outros;

Brasil: Fim do tráfico negreiro, deslocamento do eixo econômico para o

Sudeste, criação do Banco do Brasil, Guerra do Paraguai, Abolição e

Proclamação da República.

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Aulas 3 e 4

• Ficha de acompanhamento para aula expositiva:

- Sobre o autor:• Nascido em 1857, em São Luiz do Maranhão;

• Com 19 anos, estudou na Academia Imperial de

Belas-Artes e revelou sua aptidão para

desenhos, colaborando com caricaturas para

jornais como "O Mequetrefe", "Fígaro" e "Zig-

Zag“;

• Em 1871, matriculou-se no Liceu Maranhense e

dedicou-se ao estudo da Pintura;

• Em 1879, com a morte do pai, começa a

carreira literária para ganhar a vida;

• Em 1881, publica O Mulato, romance que

iniciou o “Movimento Naturalista no Brasil” e

retorna ao Rio de Janeiro;

• Em 1890. publica “O cortiço”;

• Em 1895 ingressa na carreira diplomática;

• Faleceu em 21 de Janeiro de 1913 na

Argentina.

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Aulas 3 e 4

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:

1. Determinismo:

“Ele propôs-lhe morarem juntos, e ela concordou de braços abertos, feliz em meter-

se de novo com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria

sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à

sua” (página 2).

2. Zoomorfismo:

“Miranda nunca a tivera, nem nunca a vira, assim tão violenta no prazer. Estranhou-

a. Afigurou-se-lhe estar nos braços de uma amante apaixonada; descobriu nela o

capitoso encanto com que nos embebedam as cortesãs amestradas na ciência do

gozo venéreo. Descobriu-lhe no cheiro da pele e no cheiro dos cabelos perfumes

que nunca lhe sentira; notou-lhe outro hálito, outro som nos gemidos e nos suspiros.

E gozou-a, gozou-a loucamente, com delírio, com verdadeira satisfação de animal

no cio” (página 5).

3. Reforço características realismo/ naturalismo:

“E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa,

começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma

geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-

se como larvas no esterco” (página 8).

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Aulas 3 e 4

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

1. Há palavras desconhecidas para a turma? Se sim, vamos discutir seus

significados.

2. Com base na leitura das páginas 1, 2, 3 e 7, selecionem palavras-chave

que caracterizem a personagem João Romão. Essa seleção de palavras

aponta para uma personagem com boa ou má índole?

3. Você diria que João Romão apresenta um comportamento saudável? Por

quê?

3. E sobre Bertoleza? Por que vocês acreditam que ela apresenta esse

pensamento sobre a existência de raças superiores?

3. Vocês acreditam que existam hoje pessoas como Bertoleza e João

Romão? Exemplifiquem.

4. https://www.youtube.com/watch?v=yktrUMoc1Xw (A carne, Elza Soares)

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Aulas 3 e 4

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

(Fuvest 2017) Considere o excerto em que Araripe Júnior, crítico associado ao

Naturalismo, refere-se ao “estilo” praticado “nesta terra”, isto é, no Brasil.

O estilo, nesta terra, é como o sumo da pinha, que, quando viça, lasca,

deforma-se, e, pelas fendas irregulares, poreja o mel dulcíssimo, que as aves

vêm beijar; ou como o ácido do ananás do Amazonas, que desespera de sabor,

deixando a língua a verter sangue, picada e dolorida.

a) O modo pelo qual o crítico explica a feição que o “estilo” assume “nesta

terra” indica que ele compartilha com o Naturalismo um postulado

fundamental. Qual é esse postulado? Explique resumidamente.

b) As características de estilo sugeridas pelo crítico, no excerto, aplicam-se ao

romance O cortiço, de Aluísio Azevedo? Justifique sucintamente sua

resposta.

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Aulas 5 e 6

• Objetivos: Continuar com a leitura do livro “O cortiço”, explorando mais aspectos

da obra.

• Metodologia: Ler trechos específicos do capítulo 7 e selecionar palavras que

podem ser desconhecidas pelos alunos; Explorar aspectos do determinismo e da

sensualidade da mulher brasileira.

• Procedimentos:

1. Explorar com a turma as principais características das personagens Rita

Baiana e Jerônimo.

2. Explicar a questão do determinismo com passagens do capítulo.

3. Explicar o foco narrativo adotado pelo autor da obra e o recurso descritivo

utilizado para trazer mais realidade as cenas.

4. Solicitar para a próxima aula o fichamento do capítulo 8.

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Aulas 5 e 6

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:

Sensualidade da mulher brasileira:

“Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e

bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa

sofreguidão de gozo carnal num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já

correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer

toda, como se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que

se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida,

soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as

pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida

sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços,

que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda,

fibra por fibra, tirilando” (página 38).

https://www.youtube.com/watch?v=Dy66LbNvDiM (Mulheres, Martinho da Vila)

https://www.youtube.com/watch?v=klnlPtOaqSs (Mulheres, Doralyce; Silvia D.)

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Aulas 5 e 6

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

1. Ao lermos o capitulo 7 do livro “O cortiço”, vemos que Jerônimo se encanta

por Rita Baiana e, a partir do momento que se conhecem, seu

comportamento começa a mudar. Como era Jerônimo antes do encontro

com Rita Baiana e como passa a se comportar depois? A que causa

devemos atribuir essa mudança? Explique.

2. Com base na leitura realizada até o momento da obra, selecionem

palavras-chave que caracterizem as personagens Rita Baiana e Jerônimo.

Conseguimos identificar tais características para além das personagens da

ficção? Exemplifique seu ponto de vista.

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Aulas 5 e 6

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

(Mackenzie, 2012) Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia

a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos [...]. A

vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos

imprevistos e sedutores que o comoviam [...].

E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos

de aldeão português: e Jerônimo “abrasileirou-se”.

Aluísio Azevedo, O cortiço

Considerado o fragmento transcrito no contexto do romance, a expressão

“abrasileirou-se” do excerto revela que Jerônimo:

a) adquiriu comportamento solto e criativo, voltando-se para a fruição artística.

b) transformou-se num homem amoroso e mais inteligente.

c) ficou motivado a ascender social e economicamente.

d) recuperou a saúde física, graças aos estímulos da natureza tropical.

e) tornou-se mais inclinado aos prazeres sensuais.

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Aulas 7 e 8

• Objetivos: Continuar com a leitura do livro “O cortiço”, explorando mais aspectos

da obra.

• Metodologia: Ler trechos específicos do capítulo 11 e selecionar palavras que

podem ser desconhecidas pelos alunos; Explorar tema da homossexualidade na

obra (patologia).

• Procedimentos:

1. Explorar com a turma as principais características das personagens

Pombinha e Léonie.

2. Explicar como o autor aborda a homossexualidade na obra com passagens

do capítulo.

3. Fazer um levantamento junto à turma de palavras desconhecidas e explicar

seus significados no contexto da obra.

4. Solicitar para a próxima aula o fichamento dos capítulos 12 e 13.

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Aulas 7 e 8

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:Homossexualidade masculina (Botelho/ Henrique):

“E creia que lhe falo assim, porque sou seu amigo, porque o acho simpático, porque o acho

bonito!

E acarinhou-o tão vivamente dessa vez, que o estudante, fugindo-lhe das mãos, afastou-se

com um gesto de repugnância e desprezo, enquanto o velho lhe dizia em voz comprimida:

- Olha! Espera! Vem cá! Você é desconfiado!...” (página 14).

Homossexualidade feminina (Pombinha/ Léonie):

“A cocote recebeu-a de braços abertos, radiante com apanhá-la junto de si, naqueles divãs

fofos e traidores, entre todo aquele luxo extravagante e requintado próprio para os vícios

grandes. Ordenou à criada que não deixasse entrar ninguém, ninguém, nem mesmo o Bebê,

e assentou-se ao lado da menina, bem juntinho uma da outra, tomando-lhe as mãos, fazendo-

lhe uma infinidade de perguntas, e pedindo-lhe beijos, que saboreava gemendo, de olhos

fechados (...).

- Vem cá, minha flor!... disse-lhe, puxando-a contra si e deixando-se cair sobre um divã.

Sabes? Eu te quero cada vez mais!... Estou louca por ti! (...).

Pombinha assentou-se, constrangida, no rebordo da cama e, toda perplexa, com vontade de

afastar-se, mas sem animo de protestar, por acanhamento, tentou reatar o fio da conversa,

que elas sustentavam um pouco antes, à mesa, em presença de Dona Isabel. Léonie fingia

prestar-lhe atenção e nada mais fazia do que afagar-lhe a cintura, as coxas e o colo. Depois,

como que distraidamente, começou a desabotoar-lhe o corpinho do vestido.” (páginas 70 e

71).

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Aulas 7 e 8

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

1. Como vimos até o momento, “O cortiço” retrata de forma grotesca a

realidade de um determinado grupo de indivíduos. O próprio ambiente onde

esse indivíduos vivem é visto como um fungo que se espalha e contamina

todos a sua volta. Nesse cenário, você acredita que a narração também

considera a homossexualidade como uma doença e uma forma grotesca de

relacionamento? Explique.

2. Você acredita que essa abordagem de 1890 é distante do pensamento de

hoje, quase 130 anos depois?

Alfredo Bosi, “A pretensa neutralidade não chega ao ponto de ocultar o fato de que

o autor carrega sempre de tons sombrios o destino das suas criaturas (1978, p.

192).

https://www.youtube.com/watch?v=GsAR0TQNu_w (Não recomendado, Não

Recomendados)

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Aulas 7 e 8

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

(ITA) Leia as proposições acerca de O Cortiço:

I. Constantemente, as personagens sofrem zoomorfização, isto é, a animalização do

comportamento humano, respeitando os preceitos da literatura naturalista.

II. A visão patológica do comportamento sexual é trabalhada por meio do

rebaixamento das relações, do adultério, do lesbianismo, da prostituição etc.

III. O meio adquire enorme importância no enredo, uma vez que determina o

comportamento de todas as personagens, anulando o livre-arbítrio.

IV. O estilo de Aluísio Azevedo, dentro de O Cortiço, confirma o que se percebe

também no conjunto de sua obra: o talento para retratar agrupamentos humanos.

Está(ão) correta(s):

a) todas.

b) apenas I.

c) apenas I e II.

d) apenas I, II e III.

e) apenas III e IV.

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Aulas 9 e 10

• Objetivos: Continuar com a leitura do livro “O cortiço”, explorando mais aspectos

da obra.

• Metodologia: Ler trechos específicos do capítulo 17 e selecionar palavras que

podem ser desconhecidas pelos alunos; Explorar tema da violência nas camadas

populares pela falta de policiamento.

• Procedimentos:

1. Explorar com a turma os motivos causadores de violência dentro do cortiço.

2. Explicar como o autor aborda a falta de policiamento na obra com

passagens do capítulo.

3. Fazer um levantamento junto a turma de palavras desconhecidas e explicar

seus significados no contexto da obra.

4. Solicitar para a próxima aula o fichamento do capítulo 22.

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Aulas 9 e 10

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:Falta de policiamento:

“Estes furtos eram feitos com todas as cautelas e sempre coroados do melhor

sucesso, graças à circunstância de que nesse tempo a polícia não se mostrava

muito por aquelas alturas.” (pagina 3).

Violência:

“Mal os Carapicus sentiram a aproximação dos rivais, um grito de alarma ecoou por

toda a estalagem e o rolo dissolveu-se de improviso, sem que a desordem

cessasse. Cada qual correu à casa, rapidamente, em busca do ferro, do pau e de

tudo que servisse para resistir e para matar. Um só impulso os impelia a todos; já

não havia ali brasileiros e portugueses, havia um só partido que ia ser atacado pelo

partido contrário; os que se batiam ainda há pouco emprestavam armas uns aos

outros, limpando com as costas das mãos o sangue das feridas. Agostinho,

encostado ao lampião do meio do cortiço, cantava em altos berros uma coisa que

lhe parecia responder à música bárbara que entoavam lá fora os inimigos; a mãe

dera-lhe licença, a pedido dele, para pôr um cinto de Nenen, em que o pequeno

enfiou a faca da cozinha. Um mulatinho franzino, que até ai não fora notado por

ninguém no São Romão, postou-se defronte da entrada, de mãos limpas, à espera

dos invasores; e todos tiveram confiança nele porque o ladrão, além de tudo, estava

rindo” (página 102).

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Aulas 9 e 10

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):

O meio é corrompido e visto como uma patologia. Por sua vez, a polícia ou

formas de contenção da violência seriam uma espécie de antídoto para o caos

que impera no cortiço. Por que você acredita que esse antídoto não é possível

dentro da realidade do livro? Explique.

https://www.youtube.com/watch?v=pW_6_X9TZSY (Mágico de Oz, Racionais

Mcs)

https://www.youtube.com/watch?v=er-bYI9-3hM (Diário de um detento,

Racionais Mcs)

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Aulas 9 e 10

• Ficha de atividade sugerida em sala de aula (debate):(FUVEST 2011) Leia o trecho.

— Não entra a polícia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta! — Não entra! Não entra!

repercutiu a multidão em coro. E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo. —

Aguenta! Aguenta!

O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de

policiais no local. O romance de Aluísio Azevedo

a) representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à

abolição da escravidão e o difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder

público.

b) defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República

brasileira de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do

novo regime.

c) denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas sociais

existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.

d) valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital

federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população

brasileira.

e) apresenta a imigração como a principal origem dos males sociais por que o país

passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os

marginalizaram.

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Aulas 11 e 12

• Objetivos: Continuar com a leitura do livro “O cortiço”, explorando mais aspectos

da obra.

• Metodologia: Ler trechos específicos do capítulo 23 e selecionar palavras que

podem ser desconhecidas pelos alunos; Explorar a impossibilidade de mudança

e o triunfo do mal sobre o bem.

• Procedimentos:

1. Explorar com a turma os motivos que levam à vitória do mal (mesquinharia

e falta de escrúpulos).

2. Explicar como o autor aborda a questão da falta de saída para as situações

apresentadas na obra em oposição aos ideais românticos ainda existentes

na época.

3. Apresentar alguma notícia atual que mostra que essa realidade não está

distante de nós (intertextualidade).

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Aulas 11 e 12

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:

Bem x Mal/ Impossibilidade de mudança:

“Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres.

Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e,

antes que alguém conseguisse alcança-la, já de um só golpe certeiro e fundo

rasgara o ventre de lado a lado.

E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira

de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o

rosto com as mãos.

Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de

abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio

benemérito.

Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.” (página 130).

“(…) pois sempre a pobreza e a privação foram as melhores e mais seguras fontes

de riqueza.” esclarece Candido (1993, p. 140).

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Aulas 11 e 12

• Trechos de leitura sugeridos em sala de aula:

https://www.lance.com.br/fora-de-campo/jogador-base-america-morto-durante-operacao-policial.html

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Aulas 13 e 14

• Objetivos: Fazer um resumo de tudo que foi visto no bimestre e avaliar os

alunos considerando tudo que foi abordado ao longo do bimestre.

• Metodologia: Resumir as principais características do livro; Apresentar os

seminários dos filmes escolhidos no começo do bimestre.

• Procedimentos:

1. Falar resumidamente sobre as principais características do livro (estrutura,

foco narrativo, tempo, espaço e personagens).

2. Solicitar que os alunos comecem a apresentação dos seminários (cada

grupo deverá entregar as análises por escrito).

• O que considerar na avaliação:

1. Se a correlação entre o filme e o livro foi realizada?

2. Se o grupo demonstra completo entendimento sobre a estrutura da obra?

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Referências bibliográficas

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.

Base Nacional Comum. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da

Educação; ministro da educação, Rossieli Soares da Silva; secretaria executiva,

Henrique Sartori de Almeida Prado; secretaria de educação básica, Kátia Cristina

Stocco Smole. Disponível em: http://basenacionalcomum mec gov

br/images/BNCC_EI_EF_ 110518 _versaofinal_site pdf. Acesso em: 16.08.2019.

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1978.

CANDIDO, Antonio. De Cortiço a Cortiço. In: O Discurso e a Cidade. São Paulo:

Duas Cidades, 1993.

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Elaborado por:

André de Azevedo Nº USP: 6832211

Cristina Araújo da Rocha Nº USP: 8629298

Eloisa Rangel Nº USP: 6293666

Paulo Vitor Curiel Nº USP: 9822111