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Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável Sonia Maria Viggiani Coutinho Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Saúde Pública para a obtenção do título de Doutor em Ciências. Área de Concentração: Saúde Ambiental Orientador: Prof. Dr. Tadeu Fabrício Malheiros São Paulo 2011

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Universidade de São Paulo

Faculdade de Saúde Pública

Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em

meio ambiente e desenvolvimento sustentável

Sonia Maria Viggiani Coutinho

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Pública para a

obtenção do título de Doutor em

Ciências.

Área de Concentração: Saúde Ambiental

Orientador: Prof. Dr. Tadeu Fabrício

Malheiros

São Paulo

2011

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Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em

meio ambiente e desenvolvimento sustentável

Sonia Maria Viggiani Coutinho

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Pública da

Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo para a

obtenção do título de Doutor em Ciências.

Área de Concentração: Saúde Ambiental

Orientador: Prof. Dr. Tadeu Fabrício

Malheiros

São Paulo

2011

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Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos a reprodução total

ou parcial desta monografia, por processos fotocopiados.

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Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da minha vida - André, Gustavo e Júlia

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AGRADECIMENTOS

Eu nunca gostei de sessões de agradecimentos contidas em todas as teses

e dissertações, pois sempre me pareceram um tanto forçadas ao agradar colegas,

professores, amigos, pais, irmãos e filhos, como se tudo fosse perfeito e

maravilhoso. No percorrer deste trabalho, muitas pessoas passaram pela minha

vida. Algumas surgiram no início ou no meio deste caminho e se foram. Outras

ficaram até hoje, resistentes.

Os dias e noites que passei escrevendo, lendo e refletindo foram, na

verdade, solitários.

As angústias foram divididas com amigos próximos e distantes. Amigos

que, com certeza, sabem que os agradeço de coração. Não preciso nomeá-los.

Basta saber aqueles a quem importunei diversas vezes em busca de ajuda ou,

simplesmente, de uma conversa para aliviar a tensão ou corrigir o rumo.

Também foram meus amigos que sempre me estimularam a terminar esta

tese nas muitas vezes em que pensei em desistir, pois obrigações maiores me

afastavam deste caminho.

Para quem já se propôs a escrever uma tese deve saber que quatro anos é

pouco tempo, mas acontece muita vida, muitas mudanças, alegrias e tristezas. E,

tudo isso ocorre, mas sua tese deve permanecer forte e caminhando, sempre.

Limito-me a agradecer àqueles que sentem no coração o meu carinho,

àqueles que me auxiliaram, que estiveram ao meu lado em algumas empreitadas

difíceis, que acreditaram e resistiram. Que ofereceram um ombro ou horas e horas

de conversa fiada. Também àqueles que me brindaram com conhecimento e

erudição.

Não posso, entretanto, deixar de agradecer a meu orientador, mais do que

isso, um amigo, a quem tenho grande admiração e ao CNPq pelo auxílio

concedido.

Também aos meus amigos de tantos anos, de tantas viagens, de tantas

folias e também tristezas.

Aos meus pais, sempre presentes.

E sempre, aos meus filhos, presentes que me foram dados para eu

aprender a ser uma pessoa melhor.

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RESUMO

Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio

ambiente e desenvolvimento sustentável. São Paulo; 2011[Tese de

Doutorado – Faculdade de Saúde pública da USP]

A Agenda 21 Global atenta para o importante papel da academia enquanto

produtora do conhecimento científico sugere, entre seus objetivos, o aumento

do número de programas interdisciplinares de pesquisa e a expansão de redes

de informação científica e tecnológicas regionais e mundiais. Assim, em um

mundo extremamente globalizado a estruturação de grupos de pesquisa e

redes torna-se necessária, surgindo como um espaço institucional, tendo como

objetivos o ensino e a pesquisa para o aprofundamento das ciências,

fortalecendo a ligação entre a academia e a sociedade. O Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é uma agência de

fomento à pesquisa Científica e Tecnológica e à formação de recursos

humanos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), acreditando no espaço

que os grupos de pesquisa ocupam no país, desenvolveu, a partir de 1992, um

Diretório dos Grupos de Pesquisa existentes no Brasil. Alguns destes grupos

de pesquisa possuem, embora não formalmente, modelo de rede, abrangendo

várias instituições de pesquisa ou pesquisadores voltados para um objetivo

comum. Este cenário enseja a reflexão acerca da importância de avaliar o

potencial destes grupos cadastrados no DGP/CNPq em influenciar na

formulação e implementação de políticas públicas ambientais. Para isso foi

utilizada pesquisa exploratória que envolveu revisão bibliográfica, lições

aprendidas pela prática empírica da autora na coordenação da rede SIADES e

um aprofundamento da investigação tendo por objeto os grupos de pesquisa

cadastrados no DGP/CNPq. Entre os resultados permite-se afirmar que foi

possível, a partir da literatura e da pesquisa com os grupos, identificar-se

fatores chave para fortalecimento de influência em políticas públicas. Entre

esses se destacam, de forma positiva, avanços no fortalecimento da discussão

política, interação entre os membros dos grupos e abordagens mais

interdisciplinares. Porém, os grupos ainda possuem dificuldades na utilização

de ferramentas de comunicação mais eficientes para o trabalho em rede e para

atingir o formulador de políticas públicas; no acesso a fundos de financiamento

das agências de fomento e nos critérios para se integrar os grupos.

PALAVRAS CHAVE: redes de pesquisa, desenvolvimento sustentável,

meio ambiente, políticas pública

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ABSTRACT

Coutinho SMV. Academic networks for environmental and sustainable

development research and training. São Paulo; 2011[Tese de Doutorado –

Faculdade de Saúde pública da USP]

The Global Agenda 21 in its various chapters, attends to the important role of

academic world as a producer of scientific knowledge, and suggests, among its

objectives, an increase in the number of interdisciplinary research programs

and the expansion of scientific information and regional or global technological

networks. Thus, in an extremely globalized world, the organization of research

groups and networks becomes necessary, emerging as an institutional space,

aiming at teaching and research to promote science, enabling the connection

between the university and the society. The National Council for Scientific and

Technological Development, which is the national funding agency for research

in science and technology and capacity building of human resources of the

Ministry of Science and Technology, understanding the role that research

groups play in the country, has developed since 1992 a Directory of Research

Groups. Some of these research groups have, though not formally, the network

model, including various research institutions or researchers toward a common

goal. This scenario gives rise to reflection on the importance of assessing the

potential of these groups registered in the DGP/CNPq in influencing the

formulation and implementation of environmental public policies. For this it was

carried out an exploratory research involving literature search, and a further

investigation within the research groups registered in the DGP/CNPq. Among

the results it can be stated that it was possible, from the literature and research

with the groups, to identify key factors for strengthening influence on public

policy. Among these, it stands out in a positive way the progress in

strengthening the political discussion, interaction among group members and

more interdisciplinary approaches. However, groups still have difficulties in

using more effective communication tools for networking and for reaching the

public policy makers, in accessing funds to support research and the criteria to

join the groups. KEY WORDS: research networks, sustainable

development, environment, public policy.

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SIGLAS

ABC - Academia Brasileira de Ciências

ABCarb - Associação Brasileira de Carbono

ANDIRED – Red Andina de Promotores Culturales

ANP – Agência Nacional de Petróleo

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APL – Arranjo Produtivo Local

BB - Banco do Brasil

BIREME – Biblioteca Regional de Medicina, hoje Centro Latino-Americano e do

Caribe de Informação em Ciências da Saúde

BVS – Biblioteca Virtual em Saúde

CAInter - Comissão Interdisciplinar da CAPES

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CCKN - Climate Change Knowledge Network

CEFET Ba – Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia

CENACID - Centro de Apoio Científico em Desastres (UFPR)

CEPAL – Comisión Económica para América Latina y el Caribe

CHSRE - Canadian Health Services Research Foundation

CIC – Comissão Internacional de Cultura da OEA

CICS-EULA - Consórcio de Universidades Italianas para a cooperação

internacional.

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento

CNA - Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

COFECUB – Cooperação Internacional França (CAPES)

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

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CONICIT ARGENTINA – Consejo Nacional Para Investigaciones Científicas y

Tecnológicas

CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente

CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura

CPDS - Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável

CT-HIDRO – Fundo Setorial de Recursos Hídricos

CT-PETRO – Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural

CYTED - Programa Ibero-Americano de Ciência y Tecnologia para el

Desarrollo

DFID - Department for International Development

DGP/CNPq – Diretório Grupos de Pesquisa CNPq

ELETROBRÁS- Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EULA – Europa e Latino América

FABESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FAP/Univille - Fundo de Apoio à Pesquisa da Univille

FAPEMAT - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Mato Grosso

FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

FAPERGS - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul

FAPERJ - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

FAPESB - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FAPESC - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FAPs – Fundos de Apoio à Pesquisa

FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos

FEMA – Fundo Estadual de Meio Ambiente

FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz

FUNDECT - Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e

Tecnologia

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FUNDEMA – Fundação Municipal de Meio Ambiente

GDN - Global Development Network

GTs – Grupos técnicos

GTSAI - Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndio

IAI - Instituto Interamericano de Pesquisa em Mudanças Globais

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICLEI – Internacional Council for Local Environmental Iniciatives

IDRC - International Development Research Centre

IIED - International Institute for Environment and Development

IISD – International Institute for Sustainable Development

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IPA - Índice das Pressões Antrópicas

IPEA - Instituto e Pesquisa Econômica Aplicada

IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano

IPVA - Imposto de Propriedade Veículos Automotores

ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica

MEC - Ministério da Educação e Cultura

MMA - Ministério do Meio Ambiente

MST – Movimento Sem Terra

OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

ODI - Overseas Development Institute

ONGs - Organizações não-governamentais

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

PADCT - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

PC do B - Partido Comunista do Brasil

PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (CAPES)

PROCADES - Programa Nacional de Cooperação Acadêmica

PROREDES - Programa de Apoio a Redes de Pesquisa

RAPID - Research and Policy in Development

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REDEH - Rede de Desenvolvimento Humano

REDESA – Red de Instituiciones y Expertos em Estadísticas Sociales y de

Médio Ambiente de América Latina y el Caribe

RENAMI - Rede de Nanotecnologia Molecular e de Interfaces

SBPC - Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência

SciELO – Scientific Eletronic Library online

SDCN - Sustainable Development Communications Network

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Sibi – Sistema Integrado de Biblioteca da USP

SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus

TAC – Termo de Ajuste de Conduta

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

TKN - Trade Knowledge Network

UCSal – Universidade Católica de Salvador

UEG – Universidade Estadual de Goiás

UFBa – Universidade Federal da Bahia

UFC - Universidade Federal do Ceará

UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados

UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará

UFPB – Universidade Federal da Paraíba

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFT – Universidade Federal de Tocantins

UN – United Nations (Nações Unidas)

UnB - Universidade de Brasília

UNIFAP – Universidade Federal do Amapá

UPE - Universidade de Pernambuco

USAID - United States Agency for International Development

USP – Universidade de São Paulo

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ÍNDICE

Agradecimentos i

Resumo ii

Abstract iii

Siglas iv

Índice de Quadros x

Índice de Figuras xi

Índice de Tabelas xii

Índice de Apêndices e Anexos xiv

Introdução e Justificativa 01

Produção do conhecimento e comunicação 04

Ciência e sociedade 09

Políticas públicas 12

Redes 14

CAPÍTULO 1 - Objetivos, contexto, definições, estrutura e metodologia da pesquisa

22

Objetivo Geral e Específicos 22

Contexto da Pesquisa 22

1.1. Metodologia da Pesquisa 31

1.1.1. Definições iniciais 31

1.1.2. Classificação da Pesquisa 35

1.1.3. Etapas da Pesquisa Exploratória 37

1.1.4. Revisão Bibliográfica/Prática Empírica 38

1.1.5. Análise dos Grupos DGP/CNPq 39

1.1.5.1. Delimitação da amostra inicial – Fase 1 40

1.1.5.2. Elaboração e envio dos questionários – Fase 1 40

1.1.5.3. Análise dos resultados – Fase 1 42

1.1.5.4. Definição da amostra – Fase 2 43

1.1.5.5. Elaboração e envio dos questionários – Fase 2 44

1.1.5.6. Modelo de análise e análise dos dados – Fase 2 45

CAPÍTULO 2 – Desenvolvimento do tema

50

2.1. Produção do Conhecimento 50

2.1.1. A Produção do Conhecimento como ponte para Políticas Públicas 65

2.2. Políticas Públicas 84

2.2.1. Modelos de Processos de Políticas Públicas 96

2.2.2. Políticas Públicas Ambientais 108

2.3. Redes 113

2.3.1. Tipologia de Redes 113

2.3.2. Experiências em Redes 128

CAPÍTULO 3 – Resultados e Análise dos Dados 141

3.1. Resultados Fase 1 – 212 grupos 141

3.1.1. Perfil dos grupos que responderam Fase 1 – 212 grupos 141

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3.1.2. Perfil dos grupos conformação de rede (137 grupos) X grupos sem conformação rede (75 grupos)

151

3.1.3. Perfil dos grupos com conformação de rede X ano criação – 137 grupos

157

3.2. Resultados Fase 2 – 40 grupos 162

3.2.1. Análise Grupos Alfa – 21 grupos 165

3.2.1.1. Grupos Categoria 1 – Apoio à legislação – 09 grupos 164

3.2.1.2. Grupos Categoria 2 – Envolvimento Tomador de Decisões - 04 grupos

170

3.2.1.3. Grupos Categoria 3 – Ações Socioambientais – 05 grupos 172

3.2.1.4. Grupos Categoria 4 – Atividades Acadêmicas – 03 grupos 175

3.2.2. Análise Grupos Beta 177

3.3. Análise dos dados 183

Capítulo 4 – Conclusões e recomendações 206

Referências Bibliográficas 214

Apêndices 230

Anexos

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x

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Atributos dos modos de produção do conhecimento 10

Quadro 2: Critérios de recorte 1ª fase 42

Quadro 3: Categorias de análise, fase 1 42

Quadro 4: Categorias de análise de influência, fase 2 47

Quadro 5: Fatores potencializadores X Questionários 48

Quadro 6: Fatores de potencialização em PP – percepção dos grupos

49

Quadro 7: Classificação de áreas do CNPq 61

Quadro 8: Ambiente da pesquisa X Organizações de Decision Makers

66

Quadro 9: Redes e critérios de Intervenção 122

Quadro 10: Classificação dos fatores de potencialização de influência em políticas públicas

183

Quadro 11: Consolidação dos resultados dos fatores potencializadores de influência em políticas públicas.

210

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xi

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Ilustração de modelo de organização do sistema de C,T&I 19

Figura 2: Etapas da pesquisa 38

Figura 3: Mecanismos de influência das políticas públicas 70

Figura 4: Modelo racional de políticas públicas 97

Figura 5: Modelo linear 99

Figura 6: Modelo interativo 101

Figura 7: Modelo centralizado de rede 119

Figura 8: Modelo descentralizado de rede 119

Figura 9: Evolução dos programas Cyted 130

Figura 10: Atividades desenvolvidas em comum pelos grupos DGP/CNPq

145

Figura 11: Abrangência de atuação dos grupos 146

Figura 12: Ferramentas de comunicação mais utilizadas 147

Figura 13: Frequência de contato entre os membros dos grupos 148

Figura 14: Campos de atuação mais citados 149

Figura 15: Atividades e áreas de interesse dos grupos 162

Figura 16: Grau de aplicabilidade das pesquisas 164

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Tamanho dos grupos de pesquisa DGP/CNPq da amostra inicial

141

Tabela 2: Trabalho integrado dos grupos 143

Tabela 3: Percentagem de atividades comuns entre os grupos 144

Tabela 4: Áreas de atuação dos grupos 148

Tabela 5: Tamanho - redes 151

Tabela 6 :Tamanho - não redes 151

Tabela 7: Objetivos - redes 152

Tabela 8: Objetivos - não redes 152

Tabela 9: Número de Atividades em comum – redes 152

Tabela 10: Número de Atividades em comum – não redes 152

Tabela 11: Atividades em comum mais citadas – redes 153

Tabela 12: Atividades em comum mais citadas – não redes 153

Tabela 13: Abrangência das atividades – redes 153

Tabela 14: Abrangência das atividades – não redes 153

Tabela 15: Número ferramentas de contato – redes 154

Tabela 16: Número Ferramentas de contato – não redes 154

Tabela 17: Ferramentas de contato mais citadas– redes 155

Tabela 18: Ferramentas de contato mais citadas– não redes 155

Tabela 19: Frequência contato – redes 155

Tabela 20: Frequência contato - não redes 155

Tabela 21: Ano Criação – redes 156

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Tabela 22: Ano de Criação - não redes 156

Tabela 23: Ano de criação do grupo X conformação institucional 158

Tabela 24: Ano criação do grupo X site 158

Tabela 25: Ferramentas de comunicação X período 158

Tabela 26: Número de ferramentas X período 159

Tabela 27: Frequência de contato dos membros X período 159

Tabela 28: Abrangência de atuação dos grupos X período 159

Tabela 29: Conformação dos grupos por formação X período 160

Tabela 30: Atividades desenvolvidas em comum X período 161

Tabela 31: Áreas de formação dos membros dos grupos X período 161

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xiv

ÍNDICE DE APÊNDICES E ANEXOS

Apêndice 1: Convite on line para participação na pesquisa – Fase 1 e Fase 2

230

Apêndice 2: Página on line de autenticação de senha para acesso ao formulário – Fase 1 e Fase 2

232

Apêndice 3: Questionário on line – Fase 1 233

Apêndice 4: Questionário on line Fase 2 235

Apêndice 5: Influência em políticas públicas – Grupo ALFA 239

Apêndice 6: Produtos dos grupos, de pesquisas – Grupo ALFA 242

Apêndice 7: Atividades relacionadas à pesquisa aplicada. Grupo ALFA.

244

Apêndice 8: Perfil – Grupo ALFA 248

Apêndice 9: Interdisciplinaridade, integração, rede e outras características – Grupo ALFA

252

Apêndice 10: Outros produtos além de pesquisas – Grupo BETA 257

Apêndice 11: Interdisciplinaridade, integração, rede e outras características - Grupo BETA

258

Apêndice 12: Atividades relacionadas à pesquisa aplicada – Grupo BETA

262

Apêndice 13: Perfil dos grupos que apresentam influência em PP -

Grupo Beta.

266

Anexo 1: Currículo Lattes autora da tese 270

Anexo 2: Currículo orientador 271

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1

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

“Knowledge is like light. Weightless and intangible, it can easily travel the world,

enlightening the lives of people everywhere. Yet billions of people still live in the

darkness of poverty - unnecessarily” (WORLD BANK 1999, p. 07).

Introdução

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o potencial de redes

acadêmicas ambientais em influenciar políticas públicas, tendo como objeto de

análise os grupos de pesquisa cadastrados no DGP/CNPq/Brasil.

São poucos os estudos de avaliação da influência das pesquisas em

políticas públicas, especialmente em países em desenvolvimento1. Pode-se

citar, no entanto, algumas iniciativas tais como: do Overseas Development

Institute (ODI), do International Development Research Centre (IDRC), do

Canada (SUTTON, 1999) e do Department for International Development

(DFID), do governo inglês (SURR et al., 2002).

Alguns estudos podem ser encontrados na União Europeias e Unesco,

mas estes referem-se a influência da pesquisa social nas políticas públicas.

O Global Development Network (GDN), no projeto denominado ―Bridging

Research and Policy”, com o auxílio do Overseas Development Institute (ODI),

buscou identificar em 50 estudos de caso no mundo todo, especialmente

focado em países do Norte e Sul da África, África Subsariana, Sul da Ásia e

América Latina o link entre pesquisa e políticas públicas.

O International Development Research Centre (IDRC) e o International

Institute for Sustainable Development (IISD), do Canada procuram uma

abordagem específica voltada para a pesquisa de redes enquanto potenciais

estruturas para influência em políticas públicas.

1 O Brasil, apesar de possuir bons indicadores econômicos no cenário mundial, ainda possui grande

desigualdade na distribuição de renda. Embora o Banco Mundial considere fatores como PIB per capita

para determinação do nível de desenvolvimento de um país, ou mesmo, o IDH, utilizado pelo PNUD, não

se pode considerar desenvolvido um país em que 8,5% da população ainda sofre carência em pelo menos

3 de 10 indicadores utilizados para construir o índice de pobreza multidimensional, de acordo o Relatório

de Desenvolvimento Humano do PNUD (2011), ainda a ser divulgado.

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2

O interesse por este tema se deve ao percurso acadêmico da autora

que, desde 2004 faz parte do grupo de pesquisa cadastrado no DGP/CNPq,

denominado SIADES – Sistema de Informações Ambientais para o

Desenvolvimento Sustentável. Este grupo, hoje com conformação de rede de

pesquisa que agrega instituições estrangeiras e nacionais, tem por objetivo o

desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e orientação, bem como

conexão entre governo, empresas, universidade e sociedade civil, dentro do

contexto da promoção da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável.

E, para tanto, a questão de como planejar e organizar a rede de forma a

ampliar seu impacto na sociedade, em especial, potencializar seus produtos

para uso pelos tomadores de decisão, sempre esteve presente na missão da

rede.

Com a finalidade de alcançar estes objetivos o grupo tem trabalhado na

atualização de acervo bibliográfico sobre o uso de indicadores estratégicos de

gestão ambiental e sua importância para o processo de tomada de decisões;

no desenvolvimento de pesquisa e identificação de modelos de indicadores de

desenvolvimento sustentável para avaliação estratégica da implementação de

políticas ambientais; no estudo, desenvolvimento e proposição de metodologia

de avaliação estratégica de gestão ambiental para promoção do

desenvolvimento sustentável; na produção de conhecimento em forma de

publicações, capaz de embasar novas propostas de políticas públicas na área

do desenvolvimento sustentável.

Não obstante seus objetivos e missão definidos, a rede esbarra ainda

em obstáculos importantes em relação à sustentação financeira, envolvimento

efetivo de pesquisadores e desenvolvimento de projetos de pesquisa

conjuntos. Assim, observou-se uma lacuna de conhecimento prático e científico

nesta temática, e uma oportunidade importante, no sentido de propiciar maior

aprofundamento sobre o tema, o que pode auxiliar órgãos de fomento à

pesquisa em seus processos de indução e avaliação de grupos de pesquisa e

gestores.

De forma mais ampla, a escolha do tema justifica-se pelo fato de que a

institucionalização da questão ambiental, iniciada na década de 1960, e do

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3

termo desenvolvimento sustentável institucionalizado em 1987, resultou em

modificações na própria produção do conhecimento. As universidades hoje

devem devolver às comunidades o saber construído para que este seja

aplicado em projetos e programas. Neste contexto, a academia surge como um

espaço institucional, de ensino e pesquisa, devendo permitir, especialmente na

área ambiental, a conjugação de vários saberes e a ligação desses com a

sociedade.

Entre outras atribuições, compete às agências de fomento brasileiras a

tarefa de ditar as regras para o desenvolvimento da pesquisa em todo o país.

Auxiliadas por professores e pesquisadores, os editais de fomento vêm sendo

construídos nos últimos anos de forma a impulsionar a comunidade acadêmica

a se organizar de forma coletiva, seja em institutos de pesquisa, núcleos, redes

ou grupos de pesquisa. Essas comunidades científicas, ao mesmo tempo que

são criadas por intermédio de políticas públicas de gestores da ciência e

tecnologia no país, devem devolver à sociedade o saber construído, podendo

exercer influência na formulação e implementação de políticas públicas.

A exigência de retorno à sociedade pelas agências de fomento tem

estado presente em grande parte do editais da Fapesp, Capes e CNPq. Por

exemplo, o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP), da Fapesp,

desde 1998 incentiva pesquisas a serem desenvolvidas em parceria com

organizações responsáveis pela implementação de políticas públicas com

impacto no estado de São Paulo. O mesmo aplica-se ao Programa de Apoio a

Núcleos de Excelência (PRONEX), do CNPq, que estimula atividade de

formação, difusão de conhecimento e mecanismos de transferência de

resultados para a sociedade.

A partir desses elementos, as perguntas que surgiram e que subsidiaram

o delineamento da pesquisa, foram: existem grupos de pesquisa listados no

CNPq com conformação de rede acadêmica na área ambiental? Estes grupos

se enxergam como redes de pesquisa? É possível trabalhar com estes grupos

em questões que permitam avaliar a contribuição destes grupos no processo

de formulação e implementação de políticas públicas ambientais? Quais seriam

os fatores potenciais que levariam a isso? É possível tirar da literatura estes

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fatores potenciais ou eles deverão emergir também da prática de redes ou

grupos já consolidadas e da experiência da rede SIADES? Quais as inferências

gerais que poderiam ser tiradas a partir da análise destes grupos?

A partir das considerações trazidas da literatura na caracterização do

problema, a questão principal que emerge é: Qual o potencial de redes

acadêmicas ambientais em influenciar na formulação e implementação de

políticas públicas ambientais?

Produção do conhecimento e comunicação

A produção do saber, historicamente, sempre foi é associada à

comunicação (SALES, 2008).

É em Aristóteles que se encontram as distinções entre três tipos de

espaços do conhecimento: o do conhecimento científico, o dos conhecimentos

prováveis e o da ficção. Excluída a ficção, chega-se ao que é enunciado

científico e o que é opinião. A opinião se relaciona à retórica, como método de

convencimento, e à dialética2 como debate contraditório para produzir

conhecimentos novos. Assim, a dialética permite a utilização do debate

contraditório como ferramenta metodológica ao saber científico. Juntas,

dialética e retórica, representam importante papel na comunicação da

descoberta científica (BRETON, 2007).

Diante da existência de dois momentos na produção do conhecimento

científico - o inventio ou surgimento das ideias e o dispositio ou comunicação

destas ideias - associava-se a descoberta a um processo isolado. Seria

somente após o momento isolado da inventio que iniciaria o processo de

comunicação (dispositio) (SALES, 2008).

BRETON (2007) salienta que a solidão do processo de descoberta

aventado pela psicologia clássica, não significa falta de socialização, mas sim

que o processo de descoberta, na perspectiva objetivista, volta-se mais à 2 2 O conceito de dialética é utilizado por diferentes doutrinas filosóficas e, de acordo com cada

uma, assume um significado distinto. Aristóteles define a dialética como a lógica do provável, do processo racional que não pode ser demonstrado. Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos mais conhecidos e ilustres.

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busca de uma verdade do que para satisfazer determinada audiência.

Entretanto, baseado nas diferenças de estatuto do conhecimento, sob a

perspectiva aristotélica, indica que o cientista solitário difere-se daquele

cientista que utiliza a dialética e a retórica, as premissas prováveis e a relação

com a audiência como mecanismos essenciais à própria produção do

conhecimento. Não havendo, portanto, momentos estanques. O conhecimento

passa a ser considerado entendido como uma produção concomitante ao

debate.

Se o saber científico não deve ater-se à solidão dos laboratórios,

também não deve estar condicionado à aprovação dos pares ou de relações de

poder existentes dentro das instituições.

BRETON (2007, p. 124) diverge da lógica relativista, na qual a produção

científica pode ser vista como estreitamente ligada a uma produção social,

dependente da aceitação da comunidade acadêmica, ou seja, ―todo o trabalho

dos cientistas consistiria na obtenção da aprovação de seus colegas, graças a

dispositivos retóricos, ou até mesmo, graças a relações de poder estabelecidas

a partir de pressões institucionais‖.

Contudo, de acordo com SALES (2008, p. 26)

(...) mesmo no processo de inventio que se poderia

produzir no laboratório – esta ―torre de marfim‖ dos

cientistas –, não se pode abstrair, na produção

contemporânea do saber, os processos comunicacionais

associados ao papel dos colegas e dos pares e, mais

amplamente, das redes intelectuais e científicas, da

qualidade do meio de pesquisa em termos de trocas e

debates científicos e da capacidade para transferir

esquemas interpretativos a partir dessas trocas. Do

mesmo modo, não se podem ignorar as enormes

demandas do ambiente institucional, inclusive das

empresas ou dos governos, por meio de seus programas

de fomento à pesquisa.

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Os diversos campos do conhecimento, bem como seus processos e

relações estão estreitamente ligados à comunicação, que atua de forma

catalisadora da criatividade reflexiva. Assim, os processos criativos ligados à

produção do conhecimento acarretam diferentes formas comunicacionais,

como a capacidade de se trabalhar e se comunicar dentro de múltiplos campos

simultaneamente e a habilidade de tornar-se parte de redes intelectuais,

científicas, profissionais e artísticas, através do apoio de instituições de

pesquisa que se caracterizam pela diversidade científica, forte integração social

e troca de experiência nas pesquisas em andamento de seus membros

(SALES et al., 2007, pgs.04-05).

A comunicação do saber na atualidade não é mais tarefa que somente é

dada às universidades, pois o conhecimento flui de fontes diversas, retirando

das universidades a privilegiada posição da hegemonia do saber. Devido a

anos de estrutura burocratizada e engessada, as universidades estão sendo

recentemente impulsionadas no sentido de aperfeiçoarem a forma como o

saber produzido deva ser transmitido à sociedade, sob pena de colocar em

risco sua própria existência.

COLLINS (2007) alega que a criatividade é muito mais uma criação

coletiva de rede do que uma condição individual de destaque – o ator é uma

rede. Uma rede de contatos de eminentes pensadores que se dá de forma

vertical (entre gerações) e horizontal (entre eminentes). Portanto, eminência

deve ser entendida como a influência que intelectuais exercem sobre as

gerações futuras, como se pode ver na vasta divulgação de seus escritos e no

lugar que seu nome assume na história de sua disciplina. Por eminência

intelectual entende a quantidade de influência que intelectuais exercem nas

futuras gerações, as indexações que recebem em escritas futuras e pelo

espaço que ocupam na história de seus campos de trabalho.

Assim, eminentes intelectuais na maioria das vezes se relacionariam

com professores eminentes, pais intelectuais e, provavelmente terão alunos

eminentes, embora este fato, por si só não garantiria seu espaço na

intelectualidade. O fato de ocupar um espaço como aluno de uma rede

eminente possibilitaria vivenciar as batalhas entre posições diversas,

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aprendendo a se posicionar através da reflexão e abstração, podendo vir a

adquirir, o que COLLINS (2007) chama de um senso de sofisticação intelectual.

Aqui, diante do importante papel do conflito, da interação entre uma rede

de intelectuais para produção da ciência, é fácil entender as críticas à ciência

normal ou pesquisa especializada de KUHN (2006), fundada na ausência de

dissenso e padronizada, que gera fragmentação do conhecimento e isolamento

da comunidade científica. ―Ao praticar a ciência normal, os pesquisadores lidam

– de maneira homogênea – com as questões ontológicas, metodológicas e

epistemológicas‖ (MENDONÇA e VIDEIRA, 2007, p.171), que, pode-se dizer,

configuram as especialidades.

Especialidades que originaram, dentro das universidades,

departamentos para comportar novas disciplinas (FERNANDES, 2010) em

―compartimentos isolados‖, conhecidos por ‗panelas universitárias‘. (COIMBRA

2002, p.290). Esta departamentalização universitária acabou por

―departamentalizar o próprio conhecimento‖ (FERNANDES, 2010, p.66),

assemelhando a universidade ―a um bunker fortalecido e impenetrável para

proteger-se a si mesmo‖ (COIMBRA 2002, p. 290).

COIMBRA (2002, p. 290) vai mais além se referindo, ainda em relação

às instituições de ensino, que ―falta, principalmente, uma formação espiritual

ampla, para dar ao cidadão aquela preciosa weltanschauung – a multividência

que demonstra a unidade na multiplicidade e a multiplicidade na unidade‖.

Com este destino traçado e engessado na gestão das universidades, o

pesquisador atento à necessidade de se comunicar e criar formas não

compartimentalizadas de conhecimento encontra saída na integração, na

participação de grupos e redes de pesquisa que aos poucos vão sendo criadas

dentro e fora das instituições de ensino. Outros, a despeito das inovações

tecnológicas e comunicacionais, permanecem ainda isolados em seus

departamentos e à Torre de Marfim.

Para LEFF (2001), as universidades devem devolver às comunidades o

saber construído para que seja aplicado em projetos e programas. Neste

contexto, a academia surge como um espaço institucional, tendo como

objetivos o ensino e a pesquisa para o aprofundamento das ciências,

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possibilitando a ligação entre a ela e a sociedade. Destaca-se que em muitos

países, como o Brasil, as Universidades foram estruturadas inicialmente, de

forma utilitarista, para valorizar o ensino para formação de mão de obra para

alimentar o mercado produtivo. Assim, as atividades importantes de pesquisa e

extensão ocuparam um segundo plano na estrutura universitária.

Entre estes saberes, alguns são naturalmente especiais, como as

ciências ambientais. O ambientalismo toma força em um momento em que se

observa, de um lado, o aumento populacional e o crescente uso dos recursos

naturais, e, de outro, os vários desastres ambientais, como o da Baía de

Minamata, no Japão, o de Bhopal, na Índia e o da Usina Nuclear de Chernobyl,

na antiga União Soviética, durante as décadas de 1960 e 1980, trazendo ao

mundo em escala planetária a preocupação com os problemas ambientais, que

antes eram preocupações locais e, mais à frente confinadas apenas às

fronteiras dos estados nacionais. Com efeito, diante da poluição de rios

internacionais, da chuva ácida, da depleção da camada de ozônio, do efeito

estufa e de outros problemas, entendeu-se que era preciso encontrar novos

instrumentos de intervenção capazes de alcançar o espaço internacional

(BARBIERI, 1997).

Destaque é dado por ALVARENGA (2005, p.13) à ―incapacidade

demonstrada pelas teorias científicas mais tradicionais para fornecer soluções

plausíveis para as dificuldades encontradas pelos cientistas na abordagem de

problemas relacionados com fenômenos cada vez mais complexos.‖

Estes exigem a mudança de paradigmas, a produção de novos

conhecimentos, o diálogo, a hibridação, a integração de saberes e colaboração

de diferentes especialidades, sugerindo uma nova organização interdisciplinar

do conhecimento com o objetivo de se alcançar desenvolvimento em bases

mais sustentáveis (LEFF 2001).

A nova realidade global e o meio ambiente, conforme COIMBRA (2002,

p. 290-291), exigem uma multivisão, conjugação de olhares sobre o Universo e

intercâmbio permanente entre pessoas. Segue, afirmando que ―a era dos

gênios enciclopédicos já se perdeu na história pelo menos há dois séculos. O

método científico moderno da análise decompôs o mundo em tantos

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fragmentos, cada qual criando à sua volta uma esfera de conhecimentos, que

acabamos por precisar uns dos outros até nas informações mais banais‖.

―De toda parte surge a necessidade de um princípio de explicação mais

rico do que o princípio de simplificação (separação/redução), que podemos

denominar de princípio da complexidade‖ (MORIN, 2010, p.30).

O papel da academia, então, enquanto produtor e divulgador do

conhecimento científico perante uma sociedade cada vez mais complexa é

ampliado e destacado no capítulo 35, da Agenda 21 Global: ―um dos papéis da

ciência é oferecer informações para permitir uma melhor formulação e seleção

das políticas de meio ambiente e desenvolvimento no processo de tomada de

decisões‖. Para isso sugere como objetivos o aumento do número de

programas interdisciplinares de pesquisa e a expansão de redes de informação

científica e tecnológicas regionais e mundiais (CNUMAD, 1997, item 35.1).

A atividade científica atual, ao contrário de uma posição social periférica,

passa também a ser um processo inter-retroativo, onde ciência é colocada no

centro da sociedade, transformando-a e sendo transformada por ela (MORIN,

2010).

Ciência e Sociedade

Em resposta às críticas recebidas pela publicação do The new

production of knowledge, que nos traz a noção de um modo 2 de produção de

conhecimento, baseado em um contexto de aplicação (GIBBONS et al 1994), é

lançado Re-thinking Science: Knowledge and the Public in an age of

Uncertainty, que vê a ciência enquanto espaço internamente interdependente e

externamente interdependente da sociedade, cessando de ser distintos e

distinguidos (NOWOTNY et al., 2001).

Além da aplicabilidade, esta nova produção do conhecimento, em

contraposição ao modo 1 de produção do conhecimento, restrito às

universidades e institutos de pesquisa, é mais heterogênea e focada numa

produção de conhecimento socialmente distribuído. Outras características

deste modo 2 de produção do conhecimento envolvem a transdisciplinaridade,

a prática heterogênea na produção do conhecimento, a utilização do

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pensamento reflexivo e dialógico, e critérios mais amplos para avaliação dos

resultados (Quadro1) (HESSELS e LENTE, 2008)

Quadro 1: Atributos dos modos de produção do conhecimento MODO 1 MODO 2

Contexto acadêmico Contexto aplicação

Disciplinário Transdisciplinário

Homogeneidade Heterogeneidade

Autonomia Reflexivo (social accountability)

Controle de qualidade tradicional (peer review) Novo controle de qualidade

Fonte: traduzido de HESSELS e LENTE, 2008

Neste sentido, Latour apud NOWOTNY et al. (2001) pondera que ciência

e sociedade não podem ser vistas de forma separada, o que muda seria a

relação entre elas. Na sociedade tradicional a ciência era vista de forma

externa à sociedade, sendo esta hostil a valores científicos e metodológicos da

ciência. Na sociedade contemporânea a ciência é interna à sociedade e

contribui, não mais para ações terminativas e autoritárias, mas sim para criar

novos conhecimentos e adicionar novos elementos de incerteza e instabilidade.

Tanto as sociedades contemporâneas que dependem de formas mais

tradicionais de produção de conhecimento quanto as mais avançadas

tecnologicamente são sociedades do conhecimento. O que os autores chamam

de contextualização é o fato de haver mão dupla no diálogo entre ciência e

sociedade (NOWOTNY et al. , 2001).

De fato, resta pouca controvérsia no fato da ciência contemporânea

estar sendo produzida no contexto de uma sociedade complexa, o que causa

desacordo é o duvidoso caráter científico que teria o modo de produção da

ciência contextualizada. Para este grupo, o desinteresse e a objetividade

necessários para verdadeira ciência seriam contrários a contextualização do

conhecimento (NOWOTNY et al. , 2001).

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Esta produção de conhecimentos mais aberta tem relação com o

abandono da ideia de relação linear entre ciência e sociedade, ou ―sistema

simples de causa e efeito‖. A ciência previsível e determinista passa a ocupar

uma ideia mais próxima à teoria do caos, onde nada mais poderia ser previsível

(NOWOTNY et al., 2001).

A incerteza da ciência deriva da sua dependência de um diálogo com

fenômenos de um mundo cada vez mais complexo e dependente de elementos

culturais, sociais, econômicos e espirituais, uma vez que seus paradigmas,

ciência-sociedade, ciência-cultura, ciência-natureza e assim por diante se

interconectam, se produzem e se reproduzem a partir destas relações

(FERNANDES e SAMPAIO 2008).

Estes fatores são ainda mais complexos quando se trata da proteção

ambiental que, devido a falhas no sistema de mercado e de atribuição de

direitos de propriedade sobre os recursos naturais, impõe ao governo a

necessidade de intervir, melhorando, entre outras coisas, o processo de

tomada de decisões (PHILIPPI JR et al., 1999) e de políticas públicas.

A ciência, por sua vez, sendo capaz de estabelecer estas ligações,

complexas, pode constituir-se fonte de informações e subsídios à formulação e

implementação de políticas públicas.

Destaca-se que o termo ciência nesta seção é tratado de forma ampla,

englobando a produção do conhecimento, tanto das universidades e

instituições de pesquisas, como de outras instituições, ou centros de pesquisa.

O que importa salientar é que uma nova forma de produção do conhecimento –

no contexto da utilização – é necessária. Para Gibbons, o modo 2 de produção

de conhecimento difere-se do conhecimento produzido dentro das instituições

de ensino. No entanto, em muitas instituições de ensino o debate reflexivo, no

contexto da utilização e transdisciplinário, já vêm ocorrendo há alguns anos.

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Políticas Públicas

Embora tão importante o papel que a ciência deva ter perante a

sociedade, há quase duzentos anos os pesquisadores vêm somando

informações com o intuito de influenciar as políticas públicas. Porém, a

despeito de terem obtido êxito em algumas áreas, e acreditarem,

especialmente os pesquisadores sociais, que o fornecimento de dados

confiáveis poderiam dar lugar a melhores políticas, não foi o que se observou

nos anos 1970: ―Desatender los resultados de las investigaciones era un

pasatiempo habitual en los escenarios de la acción‖ (CARDEN, 2009, p.30).

Estudos da década de 1970 sobre o quanto os políticos utilizavam-se

dos estudos científicos concluíram que raras vezes as pesquisas eram

utilizadas, uma vez que preferiam confiar em experiência própria ou dispor de

outras fontes de conhecimento. Além disso, muitas vezes, as pesquisas não

refletiam bem questões como as preferências de eleitores e doadores nas

campanhas eleitorais. Isto porque os responsáveis pelas decisões possuíam

métodos e regras próprias para a tomada de decisões, interferindo nisso

interesses políticos, convicções ideológicas, tradições, aliada à pouca

confiabilidade na capacidade técnica da equipe para novas empreitadas e

obtenção de vantagens em manobras burocráticas. Na verdade, as pesquisas

não eram a influência dominante, mas apenas um dos fatores dentro da

complexidade das políticas públicas (CARDEN, 2009).

Uma nova série de estudos empíricos constatou que, embora as

pesquisas não exercessem influência direta e imediata nas decisões, eram

valorizadas pelos tomadores de decisões que acompanhavam novos estudos

em busca de novas visões, novos conceitos que possibilitassem a discussão

coletiva e mudança (CARDEN, 2009).

Vários estudos foram feitos no âmbito internacional (REIMERS Y

MCGINN, 1988; COURT et al., 2005; STONE Y MAXWELL, 2005; LIVNY et al.,

2006). Duas características diferenciam o desenvolvimento internacional de

outras esferas que fizeram estudos nesse campo. A primeira é que, nas

sociedades em desenvolvimento, os responsáveis pela tomada de decisões

muitas vezes não dispõem de instituições sólidas para buscar e absorver

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conclusões, para analisá-las criticamente e para entender as repercussões das

pesquisas nos problemas locais. Segundo, a maior parte das informações de

pesquisas que o tomador entra em contato vem de organismos internacionais,

como o Banco Mundial, que, geralmente, segue sua própria agenda. Esta

agenda tem por finalidade obter benefícios para o mundo em desenvolvimento,

mas não foi elaborado partindo de uma experiência própria (CARDEN, 2009).

Por conseguinte, a postura dos responsáveis nacionais tem sido com

frequência resistir inicialmente à mensagem das pesquisas ou agachar-se ante

as exigências internacionais, sem levar em conta a importâncias dos resultados

das pesquisas.

JONES (2009), do Overseas Development Institute - ODI, em pesquisa

sobre o papel do conhecimento no processo de política de desenvolvimento,

apresenta três abordagens paradigmáticas, que serão vistas mais à frente: a

racional, o pluralismo e oportunismo e a política e legitimação para entender a

ligação entre conhecimento e política, por ele entendida como atividade de

formulação e implementação de políticas públicas.

GARRET e ISLAM (1998) e RAWOO (2001) apresentam uma

transformação do modelo linear para visões mais dinâmicas e complexas da

relação pesquisa e política. Essa mudança vem refletindo na quantidade de

estudos sobre o tema que podem ser encontrados em LINDQUIST (2001);

NEILSON (2001); NUTLE et al. (2002); STONE et al. (2001) e SUTTON (1999).

Se, então, a construção do conhecimento pode alimentar políticas, não

mais a partir de um processo linear somente, mas a partir de sistemas mais

complexos e dinâmicos, e se esse conhecimento é um produto comunicacional,

coletivo, cumulativo, social e intergeracional, que deriva de um trabalho de rede

intelectual, de dissenso, de discussões e de troca de ideias, o papel das redes,

mesmo que abstratamente, parece inerente a produção do conhecimento.

Para corroborar esta afirmação, basta consultar os editais das diversas

agências de fomento brasileiras para verificar que, em grande parte destes,

atualmente é estimulada a pesquisa em rede e que traga retornos para o setor

privado e setor público, por meio de impacto em políticas públicas – CEPIDs e

PPPPs, da Fapesp; INCTs e Pronex, do CNPq, entre outros.

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Redes

A produção coletiva do conhecimento, seja dentro ou fora da academia,

pode ser chamada de rede de conhecimentos e envolve tanto a circulação e a

reordenação das ideias, a intensidade das discussões, como também a energia

emotiva e a força das ambições e das rivalidades (COLLINS, 2007). Desta

forma não haverá criação intelectual sem conflito e sempre a rede será a

portadora da ação, seja enquanto ponte de cooperação seja como canal de

comunicação, ainda que a ideia inicial surja na mente de uma pessoa ou que

seja formulada por esta.

Com o desenvolvimento da tecnologia das telecomunicações, estas

relações se tornam cada vez mais facilitadas pelos meios de comunicação e

passam a existir redes sociais, de entidades de classe e acadêmicas com

existência concreta.

A etimologia da palavra latina retis significa um tipo de malha para

prender pássaros, pequenas caças ou peixes. Assim, a noção de rede remete

primitivamente à de captura, de caça. Por transposição, a rede é assim um

instrumento de captura de informações. Esta referência à malha é mais

evidente em inglês (network), literalmente uma rede que trabalha, dinâmica.

As redes são conhecidas como uma combinação de pessoas ou

organizações, geralmente dispersas sobre locais geograficamente distantes,

que utilizam tecnologias apropriadas de comunicação (CREECH e WILLARD

2001, CLARK 1998).

Para CASTELLS (2000), uma rede é um conjunto de nodes

interconectados, com estruturas flexíveis adaptativas que permite atuar em

qualquer tarefa que esteja programada. Pode se expandir indefinidamente,

incorporando novos nodes desde que estes não obstruam, mas agreguem

valor por sua contribuição em diversas questões.

Para STEIN et al.(2001, p. 05) rede é uma ―estrutura espacialmente

difusa, com limites não definidos rigidamente, que consiste em diversos ‗nodos‘

autônomos que compartilham interesses ou valores comuns, reunidos em uma

relação independente de troca‖.

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Os elementos que caracterizam uma rede seriam a repetitiva interação

entre os membros, a convergência de interesses (STEIN et al., 2001, p.05), a

maior estrutura horizontal do que vertical, ou seja, a ausência de hierarquia que

dá às redes maior flexibilidade e capacidade de expandir-se e contrair-se em

resposta a mudanças no ambiente, bem como a capacidades destas em

adaptar-se (Castells citado por STEIN et al., 2001).

Simplificando estes conceitos, CHURCH et al. (2003), apoiando-se na

literatura, define que uma rede pode ser considerada como tal quando a

relação entre seus membros é voluntária, permanecendo intacta a autonomia

de cada um, além de existirem atividades mútuas ou conjuntas.

A colaboração que se pretende dentro de redes de pesquisa permite o

estabelecimento de ligações dentro de perspectivas diferentes, o

relacionamento entre os participantes, a responsabilidade conjunta das

decisões, a responsabilidade coletiva pelos resultados e a ajuda no

endereçamento dos problemas dentro de sua complexidade.

O traço marcante das redes, destacado por STEIN et al. (2001), é a

reunião de indivíduos ou organizações por interesses e preocupações

compartilhadas e função de resolução de problemas. Para ele as redes

geralmente não têm limites definidos e compartilham conhecimento através dos

limites políticos e sociais.

As atividades em rede, principalmente as acadêmicas, facilitam a

interação, a cooperação e a transferência de conhecimentos e tecnologia entre

grupos em torno de tema de interesse comum. Por meio delas podem ser

desenvolvidas atividades de formação, capacitação, intercâmbio, mobilidade e

interação científica, com o objetivo de manter as instituições pertencentes à

rede em posição relevante em relação ao tema tratado.

Nas redes de conhecimento, conforme STEIN et al. (2001) o

conhecimento pode ser compartilhado através de ―pooling”, ou seja, nenhum

dos agentes detém o conhecimento, mas diferentes agentes que tem diferentes

peças ou tipos de conhecimentos se juntam para compartilhá-lo através de

participação ativa e troca. O ―pooling” é melhorado quando a rede é

diversificada. Os membros podem trazer diferentes peças para a mesa e

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adicionar valor, tanto pela melhora na solução de uma questão ou por permitir

que diferentes membros usem a informação para propósitos diferentes sendo

que, em ambos os casos, o estoque de conhecimento aumenta. Ao contrário

do ―pooling‖, o conhecimento tradicional é compartilhado por ―copying‖ -

conhecimento já estabelecido e gerado através de hierarquia.

A sinergia de uma rede, além da vantagem de somar conhecimento e

experiências entre as diversas instituições participantes, se estende à soma de

esforços no tempo gasto na pesquisa, ao capital financeiro investido e à

infraestrutura necessária para o funcionamento da rede.

As redes podem melhorar significativamente a oportunidade de

influência, através da solidariedade, lealdade, confiança e reciprocidade que

promovem. Desta forma comportamentos oportunistas diminuem em favor da

cooperação em um problema comum de projeto político, além de que melhores

recursos e capital social podem ser mobilizados no esforço de estabelecer as

agendas políticas (STONE 1996, p.134).

Entre os diversos tipos de redes existentes, as redes ambientais surgem

a partir da necessidade da integração de saberes necessária à pesquisa

ambiental.

Como preconiza COIMBRA (2002, p.290), ―o meio ambiente, como

realidade global, só pode ser visto em multivisão. (...) É a conjugação de

olhares sobre o Universo que nos dará a visão de conjunto, o sentido cósmico

da nossa realidade‖.

A nossa realidade demonstra-se cada vez mais intricada de relações das

mais diversas ordens e níveis – o local com o global; o social com o ambiental

e o econômico. Exige-se igualmente uma nova governança3 de conformação

diferente. A ciência vem demonstrando há alguns anos que o paradigma até

então dominante não é mais suficiente para abarcar a complexidade das

relações do homem com a natureza.

Dito nas palavras de PENA-VEGA (2005, p. 31) ―o princípio fundamental

da ecologia é baseado na interação, na interdependência. Um ecossistema é,

3 A governança de uma rede significa quando há a formalização das relações entre os membros,

envolvendo princípios da rede para atingir sua missão.

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então, um princípio dinâmico (...), um ciclo gigantesco que engloba o conjunto

da biosfera e no qual todas as unidades de interação são interconectadas

numa vasta e intricada rede de relações. Por esta razão, o ecossistema é uma

totalidade complexa auto-organizada e ‗auto-organizante‘‖.

Assim, não é mais possível um método científico que decomponha o

mundo em fragmentos, criando esferas de conhecimentos, mas é necessária

uma nova ciência ―baseada na união cooperativa entre

previsibilidade/imprevisibilidade, certo/incerto, determinado/indeterminado,

complicado/complexo, ordem e desordem‖ (PENA-VEGA, 2005, p.23).

Se essa produção do conhecimento exige uma reforma do pensamento

teórica e conceitual, os diversos encontros ambientais desde a década de 1960

atestam a necessidade da integração, da cooperação, do trabalho em rede.

A Carta da Terra, projeto iniciado pelas Nações Unidas e finalizado

como uma iniciativa global da sociedade civil envolveu mais de 4500

organizações internacionais, exemplifica a necessidade da construção de

relações entre as nações para enfrentamento das questões ambientais,

requerendo ―um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade

universal‖ (UNITED NATIONS, 1982). Além disso, a constituição de redes de

natureza internacional permite o desenvolvimento de estudos comparados que,

sem rede, seriam difíceis de serem feitos.

Os termos em que o Relatório Brundtland foi concebido demonstra

claramente o esforço cuidadoso e gradual de construir relações entre os

ministérios, organizações e agencias regionais e internacionais, ainda que

tenha disposto literalmente que era frustrante a tentativa das instituições

políticas e econômicas, que evoluíram sob a regência de um mundo

fragmentado, em se adaptar e cooperar com a nova realidade (CMMAD, 1988).

Uma atenta leitura de suas 428 páginas demonstra a seriedade e

amplitude em que foi construído, e o esforço de se trabalhar de forma coletiva.

O grupo era formado por 22 comissários, representantes de 23 países, muitos

deles em desenvolvimento, mas também houve a representação de diversos

países desenvolvidos. A grande maioria dos participantes era de grandes

especialistas que ocupavam importantes cargos em seus países. Junto ao

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comissariado, foram criados painéis consultivos integrados por especialistas de

renome para orientação nas recomendações e conclusões do grupo nas áreas

de energia, indústria e segurança alimentar e também um corpo de juristas

para assisti-los na questão dos princípios4 e direitos legais. Além disso, foram

realizadas diversas reuniões deliberativas (audiências públicas) em todas as

regiões do mundo, para conhecer de perto suas questões ambientais e de

desenvolvimento e, ao mesmo tempo, colher sugestões e preocupações junto

ao governo, instituições de pesquisa, Ongs, setor industrial e pessoas em

geral. Como resultado, foram oferecidas cerca de 10 mil páginas de material

para análise (CMMAD, 1988).

A questão ambiental se apresenta, portanto, com necessidade de uma

multivisão e de uma atuação coletiva e cooperativa, que acaba induzindo

naturalmente o trabalho em rede, que seria o formato marcante das sociedades

contemporâneas (CASTELLS, 2000).

Várias são as organizações internacionais de pesquisas ambientais que

possuem este formato a partir da década de 1990, como o International

Institute for Sustainable Development (IISD), no Canadá; a REDESA – Red de

Instituiciones y Expertos em Estadísticas Sociales y de Médio Ambiente de

América Latina y el Caribe, entre outras.

A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior, entendendo a importância da cooperação acadêmica, lançou dois

editais (2005 e 2007) através do Programa Nacional de Cooperação

Acadêmica (PROCADES), com o objetivo de promover a formação de recursos

humanos de alto nível nas diversas áreas do conhecimento, através de projetos

conjuntos de média duração que busquem a consolidação de redes de

cooperação entre as instituições envolvidas.

No âmbito do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico, a relação entre pesquisadores reverte-se em prática concreta

nas atividades acadêmicas atuais, basta uma rápida olhada nos currículos da

4 Súmula dos princípios legais propostos para a proteção ambiental e o desenvolvimento

sustentável, adotados pelos especialistas em Direito Ambiental, da CMMAD. In: Nosso Futuro Comum. Anexo1. São Paulo:FGV, 1988.

Page 37: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

19

plataforma Lattes, do CNPq e as relações entre os pesquisadores, seja em

projetos desenvolvidos conjuntamente, seja em publicações conjuntas, seja na

conformação formal de grupos de pesquisa.

O Modelo de organização do sistema brasileiro de ciência e tecnologia e

Inovação apresentado pelo CNPq (Figura 01) demonstra em sua base a

organização em grupos de pesquisa e redes temáticas. Nos diversos níveis

têm-se os Programas de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), os Institutos

Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), formados a partir do

direcionamento de recursos de diversas agências de fomento brasileiras. As

características destes INCTs englobam foco temático em uma área de

conhecimento, para desenvolvimento em longo prazo e complexidade maior de

sua organização e porte do financiamento.

Figura 1: Ilustração de modelo de organização do sistema de C,T&I

Fonte: CNPq/MCT, 2008

No âmbito da Fapesp deve-se destacar o apoio a Centros de Pesquisa

Inovação e Difusão (CEPIDs) com enfoque multidisciplinar para empreender

pesquisa básica ou aplicada. Nestes centros, o conhecimento gerado deve ser

Page 38: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

20

transferido a diversos níveis do setor público, a fim de subsdiar políticas

públicas e para os setores privados.

Assim, pesquisadores vêm saindo do isolamento de seus departamentos

e criando grupos de pesquisa, alguns inter institucionais, como demonstra o

Diretório de Grupos de Pesquisa que o CNPq desenvolveu a partir de 1992 e

que correspondem á base da pirâmide de ciência, tecnologia e inovação

brasileira.

O Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq é uma base de dados

censitária e corrente que contém informações sobre os grupos de pesquisa em

atividade no País. A fim de mantê-lo atualizado, foram realizados até hoje oito

censos (1993, 1995, 1997, 2000, 2002, 2004, 2006 e 2008), apresentando

6.480 grupos, em 1993 e 22.797 grupos, em 2008.

Os resultados desses inventários atualizados estão disponíveis para

pesquisa, com dados de área do conhecimento, da instituição de pesquisa e

pesquisadores líderes.

Os grupos de pesquisa que integram o DGP/CNPq são formados por

universidades, instituições isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa

científica, institutos tecnológicos e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento

de empresas estatais ou ex-estatais. Não são incluídos grupos localizados nas

empresas do setor produtivo, embora estes possam fazer parte de determinado

grupo.

De acordo com o CNPq, podem integrar o Diretório de Grupos de

Pesquisa: as ―universidades federais, estaduais, municipais e privadas;

instituições de educação superior - IES não universitárias (centros

universitários, faculdades integradas, faculdades isoladas, institutos, escolas,

centros de educação tecnológica, etc.) que possuam pelo menos um curso de

pós-graduação - mestrado ou doutorado - reconhecido pela CAPES/MEC;

institutos públicos de pesquisa científica; institutos tecnológicos públicos e

centros federais de educação tecnológica; laboratórios de pesquisa e

desenvolvimento de empresas estatais‖.

Para os setores ligados à inovação, foi criado, em 2004, a pedido do

Ministério da Ciência e Tecnologia ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Page 39: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

21

– CGEE, auxiliado por consultores do Instituto Stela, o Portal Inovação, a fim

de que fosse um espaço de cooperação universidade-empresa, que pudesse

ser referência tecnológica no País. Atualmente, o Portal conta também com

informações de redes de relacionamento e comunidades de práticas5, com

possibilidade de recortes temáticos e setoriais em inovação e outros serviços

de interoperabilidade com portais públicos nas áreas de CT&I.

Este cenário enseja a reflexão acerca da importância de avaliar o

potencial destes grupos cadastrados no DGP/CNPq em influenciar na

formulação e implementação de políticas públicas ambientais. Especificamente

o interesse recai sobre os grupos de pesquisa ligados à temática ambiental.

Isto se justifica pela importância que assumiu a questão ambiental, tanto na

sociedade como um todo, a partir da década de 1960, como na própria ciência,

ao tornar-se objeto de incontáveis projetos de pesquisa com os mais variáveis

interesses e enfoques.

As perguntas, que surgiram a partir destes grupos, e que subsidiaram o

delineamento desta pesquisa, foram: existem grupos de pesquisa listados no

CNPq com conformação de rede acadêmica na área ambiental? Estes grupos

se enxergam como redes de pesquisa? É possível trabalhar com estes grupos

em questões que permitam avaliar a contribuição destes grupos no processo

de formulação e implementação de políticas públicas ambientais? Quais seriam

os fatores potenciais que levariam a isso? É possível tirar da literatura estes

fatores potenciais ou eles deverão emergir da prática (de redes ou grupos já

consolidadas)? Quais as inferências gerais que poderiam ser tiradas a partir da

análise destes grupos?

5 Indivíduos reúnem-se mais para fortalecer capacidades individuais para objetivos próprios do que para

objetivos comuns.

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22

CAPÍTULO 1

OBJETIVO, CONTEXTO, DEFINIÇÕES E METODOLOGIA DA

PESQUISA

OBJETIVO GERAL DA PESQUISA

Analisar o potencial de redes acadêmicas ambientais em influenciar na

formulação e implementação de políticas públicas ambientais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar grupos de pesquisa listados no DGP/CNPq com

conformação de rede acadêmica na área ambiental;

Levantar fatores potenciais na operacionalização das redes que

levariam à influência em políticas públicas ambientais;

Avaliar a contribuição destes grupos em influenciar processo de

formulação e implementação de políticas públicas ambientais.

CONTEXTO DA PESQUISA

O debate sobre redes acadêmicas exige a apresentação, sem pretender-

se alongar e aprofundar muito, de algumas ideias presentes na história da

ciência, especialmente em Kuhn e Popper, e na questão da racionalidade

instrumental e substantiva, especialmente no que concerne ao campo

ambiental.

Por tratar-se de um estudo sobre um tipo de comunidade científica – as

redes científicas, ou mais especificamente, as redes acadêmicas - é importante

conhecer a comunidade científica, tal como é vista por Kuhn, baseada em

paradigmas e construída por cientistas de uma mesma especialidade, sob uma

mesma base teórica.

Page 41: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

23

Em contraste, as redes atuais de pesquisa, em especial, as ambientais,

devem partir de uma configuração diferenciada à sugerida por Kuhn, ou seja,

devem possuir conformação interdisciplinar, apostando no diálogo e na reflexão

entre seus membros em todos os momentos de sua existência. As

contribuições destas redes são justificadas pela reflexão que versa esta

pesquisa.

A ciência de Kuhn é baseada em paradigmas e envolve uma fase

normal, onde o paradigma é desenvolvido e uma fase revolucionária, onde

haverá a crise e a possibilidade de que o paradigma seja descartado para ser

substituído por outro (KUHN, 2006). Na visão de PORTOCARRERO (1996, p.

70), o interesse de Kuhn volta-se à explicação das ―grandes transformações

por que tem passado o conhecimento científico‖, buscando também conhecer o

que ocorre nos períodos entre as revoluções, uma vez que são esporádicas, ou

seja, empenha-se em explicar ―o rotineiro e o extraordinário em ciência‖.

Para KUHN (2006, p. 27) ―a competição entre segmentos da

comunidade científica é o único processo histórico que realmente desemboca

na rejeição de uma teoria antes aceita ou na adoção de outra‖, ou seja, a

produção científica ocorre através de consenso e dissenso no interior de uma

comunidade científica.

São fatores extrínsecos à razão científica e, portanto, apartados da

tradição epistemológica que explicam o fato das comunidades científicas

imporem determinados modelos a seus membros (PORTOCARRERO, 1996, p.

71).

O traço marcante da comunidade científica, vista por Kuhn, é a

existência de uma tradição intelectual comum, usada na solução dos

problemas. Assim, uma ciência madura seria uma sucessão de tradições,

―cada uma das quais com sua própria teoria e seus próprios métodos de

pesquisa, cada um guiando uma comunidade de cientistas durante um certo

período de tempo e sendo finalmente abandonada‖ (KNELLER, 1980, p. 63).

De acordo com KUHN (2006, p.128) ―para descobrirmos como as

Revoluções científicas ocorrem teremos (...) de examinar não apenas o

impacto da natureza e da lógica, mas também as técnicas de argumentação

Page 42: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

persuasiva que se revelam eficazes no interior dos grupos muito especiais que

constituem a comunidade dos cientistas‖.

Estas comunidades científicas, para KUHN (2006, p. 221-223), são

formadas por praticantes de uma mesma especialidade, que foram iniciados

profissionalmente e educados de forma similar, utilizando literatura técnica

padrão e que possuem, portanto, um objeto de estudo próprio. Em resumo,

para Kuhn, ―uma comunidade científica consiste em homens que partilham um

paradigma‖.

Este paradigma, por sua vez, pode ser entendido como sendo o que é

compartilhado por uma comunidade científica (KUHN, 2006, p.221), ou seja,

ideias de uma determinada tradição científica. Seria ―uma visão de mundo

expressa numa teoria‖ (KNELLER 1980, p.64).

A racionalidade científica, e é necessário explicar que se fala de uma

racionalidade apenas instrumental, explicada por KNELLER (1980, p. 54), parte

da evolução da ciência, através de atos humanos, tais como ―inventar

hipóteses, ponderar provas e publicar resultados‖, que têm por finalidade gerar

―conhecimento verificado‖. Portanto, para produzir este conhecimento, a ciência

deve ser racional, a fim de possuir argumentos plausíveis e significado,

afastando-a de puras adivinhações.

A racionalidade, neste sentido, baseia-se na crença em se fazer ou se

acreditar determinadas coisas por ‖boas razões‖. Isto, na ciência reverte-se em

que seus meios fins sejam os melhores para a ciência e, para evitar interesses

pessoais, a ciência necessita avaliação constante de todos os cientistas. Pois,

conforme atesta KNELLER (1980, p. 54) ―a ciência é um empreendimento

coletivo, e sem um debate coletivo não há um modo de avaliar se metas

correntes são as melhores para a Ciência como um todo ou apenas para certos

cientistas‖. Neste sentido, a ciência racional deve buscar a validação, ou

verificação da solução do problema, por seus pares. Se não imediatamente,

após algum tempo. ―Para ser racional, portanto, a ciência deve procurar

concordância universal, pelo menos dentro da disciplina ou especialidade‖ e

nisso, Kneller fala na forma da racionalidade científica instrumental, isenta de

reflexão e não na racionalidade substancial, reflexiva.

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25

Para o empirismo lógico apresentado por KNELLER (1980, p. 56-57) a

ciência indutiva é racional porque, a princípio, pode indicar ao cientista a

probabilidade de suas teorias serem verdadeiras e, portanto, serem confiáveis.

Isso baseado na indução, que seria a ―operação lógica de formular ou justificar

um enunciado irrestritamente geral em decorrência da observação de

numerosos casos particulares‖, que, no entender do autor, ―não explica

nenhum fato importante da história da ciência.

Do mesmo modo Popper, citado por KNELLER (1980), entende que a

proposta dos empiristas lógicos, baseada na indução, não é uma solução.

Para Popper, citado por KNELLER (1980, p.60), ―embora uma teoria

nunca possa ser conclusivamente provada, ela pode ser conclusivamente

desmentida‖. Assim a função da ciência, ―como empreendimento racional‖,

deve partir da invenção de teorias que possam ser refutadas e testadas. O

importante para ele seria a corroboração versus a refutação. Só seriam aceitas

as teorias que sobrevivessem a este processo de refutação (―método de ensaio

e erro‖).

―Toda ciência é revolucionária‖, diria Popper, citado por KNELLER

(1980, p.60-61), na medida em que se desenvolve a partir da derrubada de

uma teoria, refutação de fatos, etc., ou seja, a partir da ideia de que a ciência

deve se desenvolver através de teorias ―ousadas e refutáveis‖, afirmando ter

livrado a ciência da indução.

KNELLER (1980, p. 62-63) critica a posição de Popper por haver

também aspectos indutivos neste processo de refutação e poder também se

desenvolver no sentido de ampliar uma teoria através da solução dos

problemas que suscita, não sendo, portanto, revolucionária. ―Refutacionismo é

historicamente falso e não racional‖.

Para KNELLER a teoria de Popper sustenta que a ciência é racional

porque procura criticar as suas teorias e a teoria de Kuhn, por sua vez,

argumenta que uma teoria importante, durante a sua maior parte do tempo de

vida, é e deve ser desenvolvida em vez de criticada (KNELLER, 1980, p.72).

Para PORTOCARRERO (1994, p.18), no entanto, ―a epistemologia já

não é o espaço exclusivo da análise da racionalidade e da linguagem, mas está

Page 44: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

inteiramente imiscuída com as questões ético-políticas‖. O pensamento

cartesiano não se encontra mais ligado ao ato epistemológico de forma

exclusiva e necessária, uma vez que a ciência deve ser entendida como ―uma

construção de um objeto depurado cientificamente por um sujeito que é social,

estabelecido através da comunicação e controle‖.

Não mais se aceita ―procedimentos de repetição, cópia ou

representação‖, que, por serem fragmentários, impossibilitam a ―possibilidade

da totalidade ativa do saber‖, passando-se a buscar a recuperação da

―criatividade num esforço inter, intra e trans-disciplinar‖ (PORTOCARRERO,

1994, p.18).

FERNANDES e PONCHIROLLI (2011) apresentam conceitos que

concebem a racionalidade, não mais instrumental, mas de forma mais

substantiva presentes em Habermas (1981,1990,1991,1992,1993), Ramos

(1989, 2001) e Leff (1986, 1993, 2001). Como atestam FERNANDES e

SAMPAIO (2008, p. 88), não se pode conceber um paradigma científico

desvinculado do paradigma da sociedade, porquanto um está ligado ao outro.

―A ciência define-se pela incerteza e não pela certeza, e a teoria científica é

uma construção que depende essencialmente do diálogo com o mundo dos

fenômenos e não está desligada dos elementos culturais, sociológicos e

espirituais presentes na sociedade‖.

A questão central a ser apresentada, é que o modelo predominante,

tanto da racionalidade econômica, como das ciências que deram suporte

teórico ao ―processo civilizatório, fundado no domínio do homem sobre a

natureza‖ passa a ser questionado com a ―crise ambiental‖, implicando

transformações na produção do saber (LEFF, 2001, p. 155).

Para o novo saber ambiental a racionalidade ambiental de LEFF (2001,

p.155-156) propõe ―um forte programa à sociologia do conhecimento‖ (grifo do

autor), que muda a relação sociedade-natureza, até então dominada por uma

visão positivista, para formas mais integradoras das dimensões sociais e

naturais, ―através da articulação de ciências e paradigmas teóricos que

respondem a processos de diferentes ordens de materialidade e racionalidade‖,

Page 45: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

27

gerando ―implicações importantes para a epistemologia e para a teoria do

conhecimento‖.

Embora LEFF (2001, p. 199) ressalte que a racionalidade ambiental se

constrói a partir de um discurso teórico, ela será expressa nas mudanças

sociais que propicia. Este conhecimento será transformado pelo saber

ambiental, com efeitos ―epistemológicos (mudanças nos objetos dos

conhecimentos), teóricos (mudanças nos paradigmas do conhecimento) e

metodológicos (interdisciplinaridade, sistemas complexos)‖.

A crise ambiental é um problema derivado do modelo de

desenvolvimento imposto. Destarte o homem sempre tenha alterado seu meio

na busca de seus interesses, convertendo campos e florestas em plantações

agrícolas, mudando o curso de rios e destruindo espécies, estas alterações,

apesar de terem trazido benefícios econômicos em curto prazo, acabaram por

impor em um prazo mais longo altos custos ao meio ambiente.

Diferentemente das pessoas que ainda dependem diretamente da

pesca, da plantação ou da extração de produtos florestais para sua

sobrevivência diária, outra parcela da população vive em centros urbanos,

longe do local onde os bens e serviços são produzidos, perdendo, por isso,

quase que por completo a ligação direta com os ecossistemas naturais. Todos

os bens a serem consumidos são encontrados em lojas e há uma dependência

da tecnologia para o abastecimento de água e energia. Na falta de ações

educativas e de informações socioambientais, a sensibilização para esta

questão ambiental surgirá somente em situações extremas, quando for

interrompido o abastecimento de bens e serviços, quando os reservatórios de

água estiverem secos ou quando a poluição começar a causar doenças. Neste

momento tornam-se todos conscientes do real valor destes recursos e do

grande custo econômico gerado pelo mau gerenciamento do meio ambiente.

Para LEFF (2001, p. 238) a complexidade destas questões exige a

interdisciplinaridade, enquanto método para um conhecimento integrado. E não

por acaso, o Congresso de Nice sobre ―A interdisciplinaridade nas

Universidades‖, em 1970, é contemporâneo à publicação ―Os limites do

crescimento‖, de autoria de um grupo coordenado por Donella Meadows, que

Page 46: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

28

aparece como marco que pautará todas as discussões ambientais durante toda

a década de 1970, e à Conferência de Estocolmo, de 1972. Seguidos pela

crítica à economia na publicação ―A lei da entropia e o processo econômico‖,

de autoria de Georgescu-Roegen, em 1971 e a publicação de ―O método‖, de

Edgard Morin, que traz a complexidade ―como um processo de auto-

organização da matéria na perspectiva de uma ecologia generalizada‖.

Passa-se também a considerar a visão interdisciplinar como essencial à

pesquisa ambiental, devendo ser aplicada tanto nas metodologias de pesquisa

quanto na formação de equipes e compreensão do meio ambiente de forma

integrada (PHILIPPI JR 2000).

KLEIN (1990) apresenta a origem do conceito de interdisciplinaridade

como sendo, para alguns, um conceito antigo, já presente em Platão,

Aristóteles, Kant, Hegel, entre outros, descritos como pensadores

interdisciplinares e enciclopédicos, e, para outros, como apenas surgido na

metade final do século XX, com a reforma na educação, a pesquisa aplicada e

os movimentos através das fronteiras disciplinares.

Para ROCHA (2001), no iluminismo do séc. XVII já se pressupunha a

aproximação das diversas ciências, visando a síntese, a totalidade e a

complexidade em detrimento da simplificação.

No entanto, o pensamento interdisciplinar surge modernamente no

discurso sobre a unificação da ciência, a partir da necessidade de síntese e

integração do conhecimento, que fora compartimentalizado a partir do século

XIX, com ―a evolução moderna das ciências naturais, a ‗cientificação‘ geral do

conhecimento, a revolução industrial, os avanços tecnológicos e agitação

agrária‖, que limitavam, e até certo ponto ainda limitam hoje, a formação

integral dos indivíduos pela estrutura disciplinar das universidades (KLEIN,

1990).

Segundo KLEIN (1990, p. 22), a expansão do pensamento

interdisciplinar teria se dado em virtude de tentativas de se retomar a ideia de

unidade e síntese, contudo esta expansão encontrava limitações, e pode-se

dizer que ainda em certos pontos encontra, na estrutura organizacional das

universidades, na política de disciplinas individuais, na questão de poder fazer

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29

conexões entre as disciplinas e possibilidade de que um conceito possa ser tão

geral a ponto de ser capaz de incluir todas as disciplinas.

A interdisciplinaridade possui objetivo diferente da multidisciplinaridade,

pois envolve a transferência de métodos de uma disciplina para outra e há

alargamento nos limites das disciplinas, podendo inclusive gerar novas

disciplinas (NICOLESCU, 2009), enquanto que a multidisciplinaridade refere-se

a estudar determinado tópico de pesquisa a partir da perspectiva de várias

disciplinas ao mesmo tempo, que irão incorporar perspectivas das diversas

disciplinas, trazendo algo a mais ao universo disciplinar. Contudo este algo a

mais será sempre usado a serviço de uma disciplina. Na verdade, alega

NICOLESCU (2009, p. 03) que a abordagem multidisciplinar transpassa os

limites disciplinares enquanto seus objetivos permanecem limitados a estrutura

disciplinar de pesquisa.

Indo mais além, a transdisciplinaridade se dá entre, através e além das

disciplinas, com o objetivo de entender o mundo presente e, para isso, um de

seus imperativos seria a unidade do conhecimento. É apresentada pela

primeira vez, em 1970, por Erich JANTSCH (1972), Jean Piaget e André

Lichnerowics, durante o Workshop Internacional ―Interdisciplinarity –Teaching

and Research Problems in Universities”, organizado pela Organização de

Cooperação e de Desenvolvimento Econômico – OCDE, em colaboração com

Ministério Francês da Educação e a Universidade de Nice (NICOLESCU,

2009).

Para o documento da área interdisciplinar da Capes a

multidisciplinaridade é entendida como a ―agregação de diferentes áreas do

conhecimento em torno de um ou mais temas, no qual cada área ainda

preserva sua metodologia e independência‖. Já a interdisciplinaridade é

entendida como ―onde se faz a relação entre os saberes, o encontro entre o

teórico e o prático, o filosófico e o científico, a ciência e tecnologia,

apresentando-se, assim, como um saber que responde aos desafios do saber

complexo. A interdisciplinaridade se coloca como espaço privilegiado, como

decorrência de sua própria natureza transversal indicada em seu prefixo, para

avançar além das fronteiras disciplinares, articulando, transpondo e gerando

Page 48: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

30

conceitos, teorias e métodos, ultrapassando os limites do conhecimento

disciplinar e dele se distinguindo, por estabelecer pontes entre diferentes níveis

de realidade, diferentes lógicas e diferentes formas de produção do

conhecimento‖ (Documento CAInter, CAPES, 2008, p.2).

Trata-se de formas diferenciadas e, muitas vezes complementares de

geração de conhecimento, que exigem a identificação de novas possibilidades

e limites.

Em retorno ao objeto de estudo busca-se analisar o potencial de

influência da produção científica gerada pelas redes acadêmicas ambientais

sobre as políticas públicas ambientais. Fala-se, portanto, de uma nova

produção do conhecimento, que idealmente deve ser concebida e desenvolvida

dentro de uma racionalidade substantiva, onde haja articulação das ciências e

paradigmas, que afaste as especialidades em favor da integração de saberes,

onde esteja envolvida a sociedade, que transforma o ambiente e é

transformada por ele. Onde o trabalho em rede, por sua característica, implique

não mais um trabalho sistêmico, mas um trabalho onde a conformação dos

nodos da rede se forma e se desfaz inúmeras vezes, de acordo com interesses

e objetivos dos participantes da rede. Ambiente este complexo de cujas

predições esbarram na incerteza. Este é o cenário científico atual onde está

pesquisa será desenvolvida.

Destaca-se que a escolha da pesquisa sobre redes acadêmicas parte da

experiência vivida pela pesquisadora desde 2004, com a implementação da

rede SIADES, nascida como grupo de pesquisa do DGP/CNPq e que hoje

congrega pesquisadores de várias universidades nacionais e internacionais.

Além disso, muitas redes acadêmicas ambientais foram criadas nas

últimas décadas, mas uma primeira investigação aponta que existem poucos

estudos em relação à avaliação do potencial destas redes em influenciar

políticas públicas, o que contribui para a originalidade do tema aqui proposto.

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31

1.1. METODOLOGIA

1.1.1. Definições Iniciais

A partir do objetivo de se avaliar o potencial de redes acadêmicas

ambientais em influenciar na formulação e implementação de políticas públicas

ambientais, necessário se faz definir, para efeitos desta pesquisa, alguns de

seus elementos.

Para fins desta pesquisa, as redes são entendidas como combinação de

pessoas ou organizações, geralmente dispersas sobre locais geograficamente

distantes, que utilizam tecnologias apropriadas de comunicação e que

trabalham de forma integrada. São consideradas como sendo redes

acadêmicas tanto as redes integralmente formadas por instituições de ensino,

quanto as redes mistas, que possuam em sua composição, instituições de

ensino, além de outros tipos de instituições.

As redes acadêmicas ambientais seriam redes com as conformações

acima referidas e que tenham por objetivo pesquisas ou estudos

interdisciplinares referentes ao meio ambiente sob a concepção de Coimbra

(2002). Nesta pesquisa, elas foram selecionadas a partir de palavras-chave -

gestão ambiental, desenvolvimento sustentável, meio ambiente e políticas

públicas ambientais.

A partir de conceito trazido por PHILIPPI e BRUNA (2004), as políticas

públicas são entendidas como o conjunto de diretrizes estabelecido pela

sociedade, por meio de sua representação política, em forma de lei, visando à

melhoria das condições de vida dessa sociedade. Contudo, observa-se que a

política pública não se ―confunde com o ato ou a norma, mas é a atividade que

resulta de um conjunto de atos e normas‖ (BUCCI, 2001, p.13), sendo,

portanto, mais ampla.

As políticas públicas, de acordo com MAGGIOLO e PEROZO

MAGGIOLO (2007, p. 374/375), sempre se dirigem a uma situação que requer

uma intevenção por parte do Estado com finalidade de aporte à sociedade.

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32

Podem incluir orientações, instrumentos ou mecanismos, assim como aspectos

institucionais.

Portanto, não se confundindo apenas com atos ou normas, as políticas

públicas podem se resumir em um campo de atividades como meio para

alcançar determinados fins (política a partir de um caso de conflito); como

conjunto de programas ou objetivos que tem o governo em determinado campo

(política energética); como resultado final ou produto (o seguro desemprego

para combater o desemprego); como resultado, impacto certo sobre a realidade

(política de moradia); como processo, sequência de fatos e decisões que

buscam modificar uma realidade (política sanitária). (Subirats (1989) citado por

MAGGIOLO e PEROZO MAGGIOLO, 2007, p. 375).

A partir do papel exercido por think tanks6 para moldar o discurso

político, Stone (1996), citado por KRASTEV (2000, p. 254), define influência

de duas maneiras: como impacto direto na legislação ou decisão particular de

governo ou, em um caráter mais amplo, como poder de mudar o consenso

existente ou de preservar a opinião existente. Para NEILSON (2001) embora

importante esta distinção, seria mais útil ver a influência como sendo uma

continuidade com impacto direto de um lado e uma mudança do paradigma

dominante, por outro lado.

O que em grande parte define-se como influência é baseado na

percepção do que se percebe ser influente. E isso é sempre usado como

indicador para fornecer evidência da influência. Aqui se fala em influência

percebida, que seria o que é entendido como influência transformado em

evidência (Stone 1996 apud NEILSON 2001).

Aqui, portanto, apresentam-se dois momentos da influência das

pesquisas nas políticas públicas, que serão considerados nesta pesquisa: um

6“ Estima-se que existam cerca de 1.500 think tanks nos Estados Unidos da América(EUA), com forte influência sobre

as políticas públicas, mas o fenômeno ainda é tão mal compreendido que sequer há uma definição consensual do que são essas organizações. Os think tanks exercem diversas funções. A mais conhecida é pautar o debate político por meio da publicação de estudos, artigos de opinião e da participação de seus membros na mídia. A mistura entre pesquisa e advocacy faz deles a ponte entre conhecimento e poder. No sistema político altamente fragmentado dos Estados Unidos, os think tanks assumem tarefas de representação de diversos grupos de interesses, embora muitas vezes com pouca transparência com relação a como são financiados.O discurso de que defendem o ―interesse público‖ não se sustenta diante dos nexos existentes entre essas organizações, conglomerados econômicos ou partidos políticos‖. (SANTORO 2008, p. 777/780)

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33

primeiro momento envolve a influência tornada evidente, através da

materialização de uma determinada política pública baseada, no todo ou em

parte, em pesquisas; outro momento seria a influência indireta e percebida, que

aos poucos vai modificando paradigmas, visões, formando opiniões, que com o

decorrer do tempo podem acabar por influir diretamente em políticas públicas.

Quando se fala em potencial é possível definir-se: enquanto adjetivo

significa algo que é possível, mas que ainda não foi realizado – energia

potencial; enquanto nome significa uma possibilidade, uma capacidade de ação

ou de produção – o potencial econômico de um país.

MOYSÉS e COLLARES (1997), em artigo sobre a inteligência de

crianças, exemplificam a dificuldade em se mensurar potencial, especialmente

o intelectual, a partir de uma comparação com o potencial de estatura de

determinadas crianças:

É possível avaliar o potencial de estatura de alguém? Qual o significado de potencial de estatura? A herança genética dessa pessoa, isto é, o máximo de altura que ela poderá atingir, se o ambiente em que vive, sua qualidade de vida, suas condições de saúde etc propiciarem tal condição que seja possível que essa herança genética se expresse totalmente. Em outras palavras, uma situação em que o ambiente fosse, teoricamente, tão adequado que o genótipo (herança genética) fosse igualado, em perfeição, pelo fenótipo (expressão da interação entre o genótipo e o ambiente). O que representa, então, a estatura de uma pessoa? Seu fenótipo, ou seja, a expressão de seu potencial. É inegável que esse potencial constitui um substrato essencial para a altura da pessoa, porém a altura final não será jamais um reflexo linearmente unívoco do potencial. Como saber quantos milésimos de centímetros eu perdi naquelas três semanas em que tive varicela e não queria comer nada? Quantos centésimos perdi naquela primeira desilusão amorosa, inesquecível, em plena adolescência? Impossível saber (MOYSÉS e COLLARES, 1997, p. 63-89).

Os autores seguem concluindo que, ainda que exemplificando a partir de

uma medida simples, como a estatura, que enfatizam ser além de tudo uma

medida linear – cresce-se ou não para cima -, ―a medida a que temos acesso é

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34

apenas a expressão do potencial, jamais o potencial‖ (MOYSÉS e COLLARES,

1997, p. 63-89).

Sendo nesta pesquisa entendido muito mais como uma possibilidade do

que uma certeza, o potencial de influência foi determinado por intermédio de

fatores potencializadores que foram trazidos a evidência através da literatura e

por indicação perceptiva da amostra de pesquisa, que serão analisados nos

resultados da pesquisa.

Também se vê necessário incluir algumas definições que serão por

vezes referidas na pesquisa como: meio ambiente, gestão ambiental,

desenvolvimento sustentável, redes ambientais e ciências ambientais.

Para meio ambiente será utilizada a definição de COIMBRA (2002,

p.33): ―Meio ambiente é a realidade complexa resultante da interação da

sociedade humana com os demais componentes do mundo natural, no

contexto do ecossistema planetário da Terra‖, que deixa claro a existência de

diversas relações e complexidade.

Para PHILIPPI e MAGLIO (2005), o Sistema de Gestão Ambiental é o

formato institucional e o conjunto de métodos e procedimentos adotados pela

organização, para aplicar sua política ambiental e melhorar o seu desempenho

ambiental.

Embora não exista um conceito claro e universalmente aceito de

desenvolvimento sustentável, não significa que este termo seja desprovido

de significado. O conceito normativo de desenvolvimento sustentável,

representado pelo Relatório Brundtland, será utilizado como referencial teórico

deste trabalho, uma vez que, além de ter derivado de um processo mundial

para institucionalização do termo que culminou com sua ampla aceitação, foi a

base utilizada em 1992 para a criação da Agenda 21 Global, contem os

princípios que a maioria dos autores entendem necessários para sua

efetivação e parece ocupar, na análise de VEIGA (2005), um caminho do meio

nas discussões entre os fatalistas entrópicos e os otimistas tecnológicos.

De acordo com documento inicial de área da CAPES (2011, p.01) ―a

área de Ciências Ambientais, por fundamento, não se constitui como um

simples somatório ou combinação entre ciências – as humanas com as da terra

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35

ou com as biológicas ou com as exatas, ou ainda, com outras formas de

saberes - sendo intrínseca a ela, a sua origem, a abordagem interdisciplinar,

isto é, um método de construção de conhecimentos de fronteira que nasce de

uma problemática e complexidade que se deseja identificar, compreender e

preferencialmente resolver, podendo inclusive criar outros campos do

conhecimento.

1.1.2. Classificação da pesquisa

As pesquisas são classificadas a partir de seus objetivos como

exploratórias, descritivas e explicativas. A partir desta classificação esta

pesquisa, de natureza quanti-qualitativa, se enquadra como uma pesquisa

exploratória. Como procedimentos utilizou-se uma etapa exploratória, que

envolveu revisão bibliográfica e a prática empírica da autora e uma etapa de

aprofundamento, com análise de grupos do DGP/CNPq, através da aplicação

de questionários para coleta de dados.

Entre as características gerais das pesquisas qualitativas, avaliadas por

GÜNTHER (2006), destaca-se a compreensão de relações complexas que, no

entender do autor, também pode estar presente na pesquisa quantitativa. O

que defende, enquanto característica essencial do método qualitativo, é o fato

desse não utilizar-se, como é feito na pesquisa quantitativa, de relações entre

variáveis para compreender a complexidade.

De acordo com GARNICA (1997, p.111) a abordagem qualitativa,

afastando-se de premissas positivistas, permite que a pesquisa seja concebida

―como uma trajetória circular em torno do que se deseja compreender, não se

preocupando única e/ou aprioristicamente com princípios, leis e

generalizações, mas voltando o olhar à qualidade, aos elementos que sejam

significativos para o observador-investigador‖.

Elementos significativos ao pesquisador porque o que se busca

compreender não está necessariamente ligado a um processo racional, mas é

uma capacidade natural do homem no contexto que constrói e do qual é parte

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36

ativa. E aqui se deve relembrar que a autora da presente tese pertence

efetivamente a um grupo de pesquisa do DGP/CNPq, sendo, portanto, parte

desse processo. Fazendo parte, o homem (pesquisador) compreenderá porque

questiona questões com as quais convive: ―o homem é já homem-no-mundo,

ele percebe-se humano vivendo com outros humanos, numa relação da qual

naturalmente faz parte, não podendo dissociar-se dela‖ (GARNICA 1997,

p.111).

Por esse motivo, não existe neutralidade do pesquisador em relação à

pesquisa, pois a atribuição de significados, a seleção do que se deseja

conhecer é dada por este pesquisador, que pertence ao mundo. Da mesma

forma não se terá conclusões, mas uma ―construção de resultados‖, uma vez

que as ―compreensões, não sendo encarceráveis, nunca serão definitivas‖

(GARNICA 1997, p.111).

Outra característica apontada por GÜNTHER (2006), citando Flick et al.

(2000) e Mayring (2002), seria que:

Ao conceber o processo de pesquisa como um mosaico que descreve um fenômeno complexo a ser compreendido é fácil entender que as peças individuais representem um espectro de métodos e técnicas, que precisam estar abertas a novas ideias, perguntas e dados. Ao mesmo tempo, a diversidade nas peças deste mosaico inclui perguntas fechadas e abertas, implica em passos predeterminados e abertos, utiliza procedimentos qualitativos e quantitativos (GÜNTHER, 2006, p.202)

Embora Günther (2006) analise um conjunto de atributos da pesquisa

qualitativa, entende que o pesquisador não deve ater-se a escolher entre um

método ou outro,

(...)mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se adequam à sua questão de pesquisa. Do ponto de vista prático existem razões de ordens diversas que podem induzir um pesquisador a escolher uma abordagem, ou outra. Em suma, a questão não é colocar a pesquisa qualitativa versus a pesquisa quantitativa, não é decidir-se pela pesquisa qualitativa ou pela pesquisa quantitativa. A questão tem implicações de natureza prática, empírica e técnica. Considerando os

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37

recursos materiais, temporais e pessoais disponíveis para lidar com uma determinada pergunta científica, coloca-se para o pesquisador e para a sua equipe a tarefa de encontrar e usar a abordagem teórico-metodológica que permita, num mínimo de tempo, chegar a um resultado que melhor contribua para a compreensão do fenômeno e para o avanço do bem-estar social (GÜNTHER, 2006, p.207).

Tendo em vista a amostra de pesquisa ter abrangido grupos do

DGP/CNPq do Brasil todo, com amostra inicial de 1691 grupos, optou-se,

nessa fase, por um método quantitativo. Este método, embora mais limitado,

permite-se trabalhar com amostras grandes e possibilita, ao lado de análise de

dados estatísticos, construírem-se perguntas mais abertas, que permitam uma

avaliação um pouco mais flexível e interpretativa do que comumente ocorre nos

métodos quantitativos.

Por outro lado, entende-se que a metodologia da pesquisa, na segunda

fase aproximou-se bastante de componentes qualitativos, uma vez que,

reduzida a amostra, a análise dos dados pode ser feita de forma mais

interpretativa, e não se mostrou adequado buscar relações entre variáveis.

1.1.3. Etapas da pesquisa

A Figura 2 apresenta as etapas da pesquisa de forma sintética:

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38

Figura 2: Etapas da pesquisa

1.1.4. Revisão Bibliográfia, Prática Empírica da Autora

Primeiramente, como etapa exploratória, foi feita revisão bibliográfica

para a construção da problemática da pesquisa e marco teórico, partindo da

pesquisa de material já elaborado, portanto, de dados secundários, disponíveis

em livros técnicos e científicos de leitura corrente, de referência informativa e

remissiva, bem como em publicações periódicas em revistas e jornais

científicos, e publicações em formato eletrônico.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

MARCO TEÓRICO

MODELO ANALÍTICO E CATEGORIAS DE ANÁLISE

POTENCIAIS DE INFLUÊNCIA

ANÁLISE GRUPOS DGP/CNPq

FASE 1 – SELEÇÃO OBJETO DE ANÁLISE

(aplicação de questionários perguntas fechadas – 1691 grupos)

Gestão Ambiental

(571)

Meio Ambiente

(1282)

Saúde Ambiental

(238)

Desenvolvimento Sustentável

(238)

Políticas Públicas

Ambientais (238)

FASE 2 – SELEÇÃO GRUPOS INFLUÊNCIA EM PP

(aplicação de questionários perguntas fechadas e abertas – 111 grupos)

ANÁLISE DOS DADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

PE

SQ

UIS

A E

XP

LO

RA

RIA

PRÁTICA EMPÍRICA DA AUTORA

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39

Além da literatura, esta etapa envolveu fatores intuitivos, prática

empírica da autora na coordenação da rede SIADES e entrevistas informais

com coordenadores de redes de pesquisa. Destaque é dado à contribuição do

IISD - International Institute for Sustainable Development, ODI – Overseas

Development Institute e IISD - International Institute for Sustainable

Development, na temática de redes.

Ao final do levantamento foram feitas reflexões sobre os dados

levantados, e estes serviram de subsídio para a construção dos questionários,

modelo e categorias de análise dos resultados.

1.1.5. Análise grupos DGP/CNPq

O aprofundamento da investigação envolveu os grupos de pesquisa

cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq/USP.

Acreditando no espaço que os grupos de pesquisa ocupam no país, o

CNPQ, que é uma agência de fomento à pesquisa Científica e Tecnológica e à

formação de recursos humanos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT),

desenvolveu, a partir de 1992, um Diretório dos Grupos de Pesquisa existentes

no Brasil. Trata-se de uma base de dados censitárias e corrente que contem

informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no País. A fim de

mantê-lo atualizado, foram realizados até hoje seis censos (1993, 1995, 1997,

2000, 2002 e 2004), e os resultados desses inventários atualizados estão

disponíveis para pesquisa.

As informações constantes nas bases dizem respeito a localização do

grupo, ano de formação, liderança, área predominante, instituição e unidade,

repercussões dos trabalhos do grupo, linhas de pesquisa, pesquisadores e

estudantes, relações com o setor produtivo e status do grupo (certificado pelo

CNPQ ou não) e última atualização da página. Além disso, cada grupo é

situado no espaço (unidade da federação e instituição) e no tempo.

Estes grupos de pesquisa estão localizados em universidades, instituições de

ensino superior, institutos de pesquisa científica, institutos tecnológicos,

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40

laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais ou ex-

estatais e em algumas organizações não-governamentais com atuação em

pesquisa científica ou tecnológica.

1.1.5.1. Delimitação da amostra inicial – Fase 1

A delimitação da amostra de pesquisa para envolver os grupos

DGP/CNPq com atividades na área ambiental foi determinada por critérios de

busca por palavras chave. Portanto, foram considerados grupos acadêmicos

ambientais no DGP/CNPq aqueles grupos que, mesmo não estando

classificados em áreas ou subáreas ambientais, corresponderam aos critérios

de busca a partir de palavras chave.

Os critérios de busca foram as expressões fechadas ―gestão ambiental‖,

―meio ambiente‖, ―desenvolvimento sustentável‖, ―saúde ambiental‖ e ―políticas

públicas ambientais‖. Tendo em vista o caráter dinâmico deste diretório, foram

estabelecidos como grupos cadastrados nas categorias acima mencionadas os

grupos cadastrados na data de 10/09/2008.

Após levantamento destes grupos a partir destes critérios, chegou-se a

1691 grupos, que foram organizados em planilha Excel, constando nome do

grupo, nome do líder, área de atuação, vínculo institucional, unidade da

federação e email do líder.

1.1.5.2. Elaboração e envio dos questionários – Fase 1

A construção dos questionários foi feita a partir de elementos tirados da

literatura que buscam definir o significado de redes acadêmicas e também se

buscou obter o perfil dos grupos de pesquisa da amostra inicial, através de

perguntas sobre as características gerais dos grupos.

A partir de apoio tirado da literatura sobre redes (STEIN et al, 2001;

CREECH e WILLARD, 2001; STEIN et al, 2001; CHURCH et al, 2003) foram

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41

determinadas as questões que possibilitassem identificar características de

redes nos grupos.

Foram enviados aos 1691 grupos explicação dos objetivos e

metodologia da pesquisa, documento de concordância para participação na

pesquisa e questionário (Anexo 1) visando identificar potenciais redes

existentes dentro desses grupos de pesquisa do CNPQ/USP. Foi enviado

também termo de consentimento livre e esclarecido inserido no corpo do

questionário.

O questionário foi enviado via e-mail ao líder dos grupos e foi respondido

de forma auto-executável.

Durante o mês de agosto de 2009 o questionário (Anexo 1) foi

submetido a um pré-teste com dez líderes de grupos do CNPq/DGP a fim de

que as questões pudessem sofrer avaliação quanto sua clareza, abrangência e

objetivos. Dos dez pré-testes enviados, houve um retorno de cinco, com

sugestões de alterações. Reformulado com auxílio de um programador da

FSP/USP, o questionário foi submetido ao setor de informática para ser

adaptado para formato eletrônico que possibilitasse seu preenchimento on line

e envio via correio eletrônico. Os resultados foram organizados e salvos

diretamente em um provedor da FSP/USP.

Em setembro de 2009 houve novamente uma fase de pré-teste, desta

vez para avaliar o funcionamento do questionário eletrônico e alimentação do

banco de dados. Nesta fase, foram enviados mais dez testes para

pesquisadores e alunos da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Corrigidas as falhas, o formulário eletrônico foi então enviado, em

novembro de 2009, aos 1691 grupos do CNPq/DGP, através de e-mail

(Apêndice 1), que possuía um convite a participar da pesquisa, seguido de uma

página de autenticação de senha para acesso ao formulário da pesquisa

(Apêndice 2).

Desta forma foi possível o acesso ao formulário eletrônico (Apêndice 3).

No cabeçalho do questionário havia o termo de consentimento livre e

esclarecido que deveria ser aceito para se dar início ao preenchimento do

questionário. O questionário obteve um retorno de 212 grupos.

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42

1.1.5.3. Análise dos resultados – Fase 1

Os resultados obtidos partiram de critérios de recorte estabelecidos a

partir da literatura de redes (STEIN et al, 2001; CREECH e WILLARD, 2001;

STEIN et al, 2001; CHURCH et al, 2003) para selecionar a amostra de

pesquisa da segunda fase (Quadro 2), ou seja, grupos de pesquisa que, por

atenderem critérios de conformação institucional diversificada, trabalho

integrado e atuação na área ambiental, foram considerados redes acadêmicas

ambientais para os fins desta pesquisa.

Quadro 2: Critérios de recorte 1ª fase

Objetivo Critério Pergunta Número da questão

Redes Conformação

Institucional

Conformação

institucional do grupo

Questão 9

Integração Atuação integrada Questão 12 e 13

As demais questões foram construídas para traçar o perfil dos grupos a

partir de categorias de análise (Quadro 3).

Quadro 3: Categorias de análise, fase 1

Objetivo Categorias de Análise

Cate

go

ria

s d

e a

náli

se

Grau formação

acadêmica (A1)

Professores e pesquisadores apenas

Pós-Graduação e graduação apenas

Professores/pesquisadores, Pós-Graduação e

graduação

Professores/pesquisadores, Pós-Graduação,

graduação e técnicos

Data de Criação

(A2)

1992 – 1997

1998 – 2003

2004 - 2008

Divulgação (A3) Possui site

Não possui site

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43

Quadro 3 (cont.): Categorias de análise, fase 1

Objetivo Categorias de Análise

Cate

go

ria

s d

e a

náli

se

Abrangência (A4) Âmbito municipal apenas

Âmbito estadual apenas

Municípios e estados

Internacional

Ferramentas de

comunicação (A5)

Uma ferramenta

De duas a três

De quatro a sete

Frequência

comunicação

(A6)

Diária

Semanal

Mensal

Anual

Linhas de atuação

(A7)

Ambiental

Não ambiental

Interdisciplinaridade

(A8)

Interdisciplinar

Não Interdisciplinar

Objetivo (A9) Objetivos comuns

Não objetivos comuns

Atividades comuns

(A10)

Atividades Comuns

Não atividades comuns

1.1.5.4. Definição amostra – Fase 2

O objetivo da fase 1 foi identificar os grupos de pesquisa cadastrados no

CNPq que possuíssem características de redes de pesquisa para alimentar a

amostra da segunda fase.

A partir de apoio tirado da literatura sobre redes (STEIN et al, 2001;

CREECH e WILLARD, 2001; STEIN et al, 2001; CHURCH et al, 2003) foram

determinados os critérios para definição da amostra da Fase 2: 1. Conformação

institucional; 2. Trabalho integrado; 3. Área ambiental.

Desta forma, dos 212 grupos retornados da Fase 1, foram eliminados os

grupos que são conformados institucionalmente somente por departamentos

e/ou laboratórios de uma mesma faculdade; os grupos que não trabalham de

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44

forma integrada e os grupos que, embora tenham sido escolhidos pelo critério

de busca inicial por palavras-chave, não trabalham efetivamente com a

temática ambiental.

Assim, a amostra da fase 2 foi formada a partir dos resultados dos 212

grupos que responderam o questionário da fase 1, desconsiderados, de acordo

com os critérios utilizados: 1. Os grupos que informaram não querer participar

da segunda fase; 2. Os grupos que informaram conformação do grupo apenas

de departamentos ou laboratórios de uma mesma faculdade e 3. Os grupos

que informaram não trabalhar de forma integrada. Por fim, foram também

eliminados os 46 grupos que não quiseram participar da Fase 2 da pesquisa..

Desta forma, fazendo as eliminações restaram 111 grupos de amostra para

segunda fase.

1.1.5.5. Elaboração e envio dos questionários – Fase 2

O questionário da fase 2 (Apêndice 4) tratou de questões mais

elaboradas e abertas, que foram levantadas durante a pesquisa bibliográfica,

para avaliar fatores potenciais que poderiam favorecer a influência em políticas

públicas , bem como as características desses grupos do CNPq/DGP que têm

conformação de redes.

Houve também uma fase de pré-teste, onde o questionário foi enviado a

dez professores pesquisadores, pertencentes ou não ao grupo de pesquisa do

DGP/CNPq.

O questionário foi igualmente enviado via correio para ser preenchido on

line. Também foi enviado termo de consentimento no qual o líder do grupo

atestou sua intenção em participar desta fase.

Os grupos participantes desta segunda fase foram caracterizados

numericamente, a partir da numeração que se manteve desde o início da

pesquisa, o que facilitou a análise destes grupos, tanto em relação a aspectos

da primeira fase da pesquisa, quanto da segunda, permitindo correlações sem

que os grupos fossem identificados pelo nome do líder.

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45

1.1.5.6. Modelo de análise e análise dos dados – Fase 2

O modelo de análise sobre influência em políticas públicas foi construído

a partir da busca na literatura, especialmente em PHILIPPI e BRUNA (2002),

SARAVIA (2006), THEODOULOU (1992) e BUCCI (2001).

Embora as políticas públicas sejam concretizadas por meio de um

conjunto de atos e normas, como lembra BUCCI (2001), e serem definidas em

PHILIPPI e BRUNA (2002) como um conjunto de diretrizes, não se deve

restringir este conceito somente à perspectiva jurídica, que no entender de

SARAVIA (2006) seria insuficiente. Portanto, conforme THEODOULOU (1992),

alguns elementos devem ser destacados, tais como a valorização as ações

como as não ações, ou inatividade, dos governos; a noção de que o processo

de políticas públicas envolve uma grande quantidade de atores formais e

informais de vários níveis em um processo amplo que não se restringe à

legislação, normas e regulações; a ideia de que é uma ação intencional com

finalidades e objetivos com ações de curto e de longo prazo. Em resumo, é um

processo que não envolve somente a decisão para alimentar uma norma, mas

envolve também as ações de implementação, cumprimento e avaliação, bem

como os acordos políticos para sua propositura e aprovação. A influência que

uma rede de pesquisadores pode exercer neste processo é, portanto, ampla.

Indo desde a influência direta a legislação, ao envolvimento de pesquisadores

com tomadores de decisões, o que facilitaria muito a possibilidade de influência

ou ao apoio a ações socioambientais que poderão em algum momento

empoderar a população para participar dos diversos canais de cidadania e, por

seu turno, vir a influir em determinada política.

Deve-se atentar, que em alguns conselhos que detêm funções

deliberativas como, por exemplo, o CONSEMA, diversos instrumentos

normativos de grande importância na área ambiental são editados. Constata-

se, portanto, a possibilidade de edição de normas fora do poder legislativo e a

possibilidade de ocorrer influência nesses canais de participação tanto das

universidades, quanto da sociedade civil.

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46

Assim, ao serem demandados a darem exemplos de influência em

políticas públicas ambientais, os diversos grupos exemplificaram com tipos de

ações, que foram agrupadas por categoria: apoio à legislação, que seria a

forma de se influenciar diretamente as políticas públicas; envolvimento do

pesquisador com o tomador de decisões, que é uma das ações citadas pela

literatura que facilitam que determinada pesquisa seja considerada pelos

tomadores de decisões; ações socioambientais, que geralmente se dão pelo

empoderamento de grupos da sociedade civil favorecendo a participação, ou

mesmo o próprio grupo de pesquisa participando nos diversos canais de

participação da sociedade civil; e, por último, tem-se as atividades de pesquisa,

que envolvem projetos, participação em eventos, publicações, etc. Estas mais

relacionadas às atividades acadêmicas propriamente ditas.

Desta forma, foram determinadas as seguintes categorias de análise,

destacando-se que esta categorização não foi feita a partir de critérios de

importância, mas de atividades diferentes:

1. Apoio Legislação

2. Envolvimento tomador de decisões

3. Ações socioambientais

4. Atividades acadêmicas

Ao lado da análise dos grupos a partir das 4 categorias, que

demonstram experiências concretas, os grupos foram analisados também a

partir de questões relacionadas à forma como são direcionados os resultados

de suas atividades. Estas questões tiveram o objetivo de captar pontos

positivos, tendências e dificuldades dos grupos em atuar com pesquisa

aplicada (Quadro 4).

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47

Quadro 4: Categorias de análise de influência, fase 2

Objetivo Critérios Foco da questão Número da

questão

Infl

uên

cia

em

Po

líti

ca

s P

úb

licas

Fortalecimento da

discussão política

Capacidade de contribuição para o

fortalecimento da discussão política

como um resultado das atividades

do grupo

Questão 12

Produtos de pesquisa

Principais produtos do grupo (além

das pesquisas) Questão 13

Direcionamento Resultado

das Pesquisas

Há direcionamento nos resultados

da pesquisa? Se positivo, Se

positivo, para quem são

direcionados os resultados das

pesquisas?

Questão 10

Conexão operacional com

conceitual

O conhecimento produzido conecta

o operacional com o conceitual? De

que forma?

Questão 11

Obstáculos pesquisa

aplicada

Existem obstáculos para a

pesquisa aplicada de seu grupo?

Quais seriam? Questão 17

Grau de aplicabilidade Grau de aplicabilidade das

pesquisas do grupo. Questão 19

Também foram tirados da literatura, de experiências intuitivas, de dados

empíricos e de entrevistas informais com coordenadores de redes de pesquisa,

fatores potencializadores de influência das pesquisas em políticas públicas.

Estes fatores apoiaram a construção das questões dos questionários das duas

fases (Quadro 5).

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48

Quadro 5: Fatores potencializadores X Questionários

Fatores Potencializadores Questionários (perguntas) Qualificação dos membros (k) Indique o número de integrantes por formação

do grupo

Comunicação entre os membros (p) Qual a frequência de contato entre os membros do grupo?

Acesso a fundos (l) Cite as 3 fontes principais de financiamento do grupo?

Objetivos comuns (m) Que tipo de atividades o grupo desenvolve em comum?

Foco em resultados (q) O grupo vem atuando de maneira integrada? De que forma?

Interdisciplinaridade (h) Considera seu grupo interdisciplinar?

Estratégias (r) Há direcionamento dos resultados das pesquisas?

Escolha dos membros (d) Há critério para integrar o grupo?

Líder empreendedor (o) Líder exerce influência na escolha das pesquisas do grupo?

Tecnologia disponível (j) Quais as ferramentas que o grupo utiliza para comunicação entre os membros?

Forma como são tomadas as decisões (b) Qual o modelo de funcionamento do grupo?

Nível de organização (n) Assinale a conformação institucional do grupo

Abrangência Internacional (f) O grupo interage com pesquisadores e/ou grupos ou redes de pesquisa internacionais?

Diversidade territorial dos membros (e) Assinale a conformação institucional do grupo

Estrutura do grupo (a) Nº de integrantes do grupo por formação

Tempo de existência do grupo (i) Data de Criação

Quantidade de Membros (g) Indique o número de integrantes por formação do grupo

Formalidade na constituição do grupo (c) Há estrutura formal?

Após a identificação desses fatores, os líderes dos grupos foram

demandados no questionário da fase 2 para que pontuassem de 1 a 5 esses

fatores, conforme grau de importância percebida pelos líderes nas atividades

de seus grupos.

Desta forma, foram definidos como categorias de análise os fatores mais

importantes avaliados pelos grupos e os fatores menos importantes, que serão

analisados à luz da literatura e respostas dos grupos no capítulo dos

resultados. Destaca-se que não se trata de mera percepção dos líderes dos

grupos que determinaram o grau de influência dos fatores, mas uma

combinação da avaliação dos líderes com os dados encontrados nas diversas

fontes citadas (Quadro 6).

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49

Quadro 6: Fatores de potencialização em PP – percepção dos grupos

Fatores Citações Grau de importância

Qualificação dos membros (k) 173 Alto

Comunicação entre os membros (p) 172

Acesso a fundos (l) 170

Objetivos comuns (m) 167

Foco em resultados (q) 162

Interdisciplinaridade (h) 162

Estratégias (r) 159 Médio

Escolha dos membros (d) 156

Líder empreendedor (o) 156

Tecnologia disponível (j) 154

Forma como são tomadas as decisões (b) 152

Nível de organização (n) 151

Abrangência Internacional (f) 146 Baixo

Diversidade territorial dos membros (e) 142

Estrutura do grupo (a) 141

Tempo de existência do grupo (i) 128

Quantidade de Membros (g) 116

Formalidade na constituição do grupo (c) 116

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CAPÍTULO 2

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

2.1. Produção do Conhecimento

Para JONES (2009), o conhecimento é um conceito intuitivo, difícil de

ter-se uma única definição. Citando alguns autores, o conhecimento poderia

ser definido a partir de informação e dados; dados seriam ―fatos‖, ―símbolos‖ ou

medidas coletadas sobre o mundo. Por sua vez, a informação seria dado

estruturado e útil e, o conhecimento seria a informação entendida e com

significado.

A partir destes elementos, então, a prudência e a sabedoria (―wisdow‖)

do pesquisador (―knower‖) seriam utilizadas para que ao conhecimento seja

agregado valor e julgamento (JONES 2009).

Na visão positivista, criticada por diversos autores, conhecimento estaria

ligado a uma verdade, a uma crença justificada. Esta justificativa envolveria o

teste de proposições através de experimentos e da experiência direta. Ao

contrário desta ideia, QUINE (s/d) entende que o conhecimento não pode ser

justificado de forma isolada porque existe todo um sistema de crenças a ser

testado. Uma teoria comporta vários enunciados que tanto podem ser aceitos

como refutados, sem que isso não signifique necessariamente a refutação de

toda a teoria.

Na verdade, para QUINE (s/d), como crítica a teoria da falseabilidade de

Popper, uma teoria só deixará de existir quando seus seguidores desistirem

dela, uma vez que são possíveis infinitas adequações para que ela seja

sempre corroborada. Indo mais além, na concepção de Kunh, as visões de

mundo ou a estrutura paradigmática de nossa experiência não muda como

uma decisão racional direta, mas a partir de um conjunto de valores coletivos e

julgamentos em conexão a outros sistemas de crenças compartilhados.

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51

Neste sentido, POWELL (2006) entende que o significado de

conhecimento vai muito além desta forma simplista de conceituá-lo como

sendo, por exemplo, uma informação entendida e com sentido. Isso porque o

conhecimento, quando aplicado a desenvolvimento, seria uma combinação de

diferentes educações, linguagens, culturas, crenças e, inclusive, de realidades

diferentes de cada grupo em questão de gênero e ambiente socioeconômico. A

partir de uma visão crítica ao conhecimento globalizado e estruturado que seria

o conhecimento hegemônico de países do norte, o autor sugere a integração

de saberes, linguagem e culturas locais como formas integradoras do

conhecimento. A questão que emerge, portanto, seria como lidar com múltiplos

conhecimentos e quais relações seriam possíveis entre estes diferentes

conhecimentos.

Questão importante na gestão do conhecimento seria hoje basear-se na

equação de que se conhecimento é poder, então deve ser compartilhado e

multiplicado, no que anteriormente era apenas para ser acumulado (ALLEE,

2000).

Na verdade, o que está em jogo é o dogmatismo da ciência que pensa

por si só ser capaz de prover o conhecimento de forma absoluta e completa

(MERLEAU-PONTY, 2004).

LIVNY et al. (2006, p. 07), baseado em Linquidist (2001), entende que a

pesquisa científica implica em um tipo de avaliação analítica que se encontra

frequentemente ausente dos materiais utilizados em políticas públicas. Por este

motivo, prefere utilizar na pesquisa ora referenciada termos mais amplos para

conhecimento que englobem, mais do que a pesquisa científica somente,

outras formas de geração do conhecimento, como análise política, conjunto de

dados ou disseminação de informações.

Para PERKIN e COURT (2005, p.2) conhecimento seria a ―informação

que foi avaliada e organizada que então pode ser usada propositalmente‖.

As faculdades e as universidades, como centros produtores do

conhecimento, surgem atreladas à igreja e, mais à frente, ao Estado, mas

buscando discutir ou contrapor-se ao poder ao qual se vê atrelada.

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52

Afastada da religião e da erudição monástica, a universidade passa a

exercer papel fundamental de elo entre o passado e o futuro, tendo como foco

a renovação, devendo saber ―situar-se equilibradamente entre a ‗torre de

marfim‘ e a ‗praça do mercado‘ (MORAIS 1995, p.45). O saber, antes isolado é

passado a ser transmitido, após a Revolução Industrial, por motivação de

interesses tecnicistas. Desta forma conforme MACHADO (2001) o

conhecimento é utilizado como fator de produção para produção de riquezas.

A origem da universidade brasileira, nascida como tal somente no século

XX, e influenciada pela Universidade de Coimbra, tem seu cenário histórico

traçado por BARRETO e FILGUEIRAS (2007). Para isso, partem da instituição

da biblioteca e do Museu de Alexandria, em 323 A.C., entendidas como as

primeiras instituições de ensino que tinham um formato próximo ao que se

entende hoje por universidade.

As primeiras universidades europeiass datam da Idade Média, como a

Universidade de Bolonha, e surgem devido aos estudos empreendidos em

mosteiros e catedrais (BARRETO e FILGUEIRAS, 2007).

―A palavra Universitas (grifo do autor) designava inicialmente a

comunidade de alunos e mestres. A instituição era designada por Studium

(grifo do autor). Com o tempo, contudo, Universitas (grifo do autor) passou a

adquirir a conotação que temos para universidade e Studium (grifo do autor) se

referia a uma faculdade ou a um conjunto delas‖ (Serrão, 1983, p. 14-15 citado

por BARRETO e FILGUEIRAS, 2007, p. 1780).

A Universidade de Coimbra, que muito influenciou o Brasil, é criada em

1288, a partir de solicitação da igreja e por esta é financiada, permanecendo, a

despeito de mudanças ocorridas em muitas universidades europeiass a partir

do século XVII, praticamente sem modificações importantes até 1771, quando

são introduzidas no currículo as ciências modernas (BARRETO e

FILGUEIRAS, 2007). A universidade, ―nascida à sombra de poderes que ela

estava inevitavelmente destinada a questionar‖ é marcada por contradições e

submissão à igreja, ao Estado ou às solicitações sociais (LEOPOLDO e SILVA,

2006, p.195).

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53

Anos depois, a universidade moderna surge na Alemanha como uma

―resposta democrática, no plano intelectual, à incapacidade dos conventos para

aceitar o pensamento alternativo, novo, racional, crítico, centrado na lógica dos

homens e não na revelação divina‖, modificando os limites do conhecimento e

a disseminação de ideias para que o conhecimento técnico gerado pudesse

gerar maior eficiência econômica e social, que é a característica da vida

moderna (BUARQUE, 2008, p.69). De acordo com SINGER (2001, p.307)

apesar de sua missão de ―produzir conhecimento científico e cultura leiga, e

preparar uma pequena elite de profissionais, portadores deste conhecimento e

desta cultura‖, voltados à ciência pura e à alta cultura, o que se viu foram

descobertas científicas que deram base a Revolução Industrial, resultando na

integração de cientistas no setor produtivo.

Porém, a universidade alemã, não querendo submeter-se à ciência

aplicada que era vista como uma ameaça que exigiria ampliação de disciplinas

e cátedras existentes, buscou uma solução limitadora de novos campos. ―Cada

área científica era domínio absoluto dum catedrático e todos eles se opunham

à criação de novas cátedras e à subdivisão das existentes.‖ Assim, a

universidade permaneceu fora de relação com as indústrias, e o governo

alemão acabou criando institutos não-acadêmicos de pesquisa para suprir a

demanda das indústrias (SINGER, 2001, p. 307).

Se na Europa esse era o modelo predominante, nos EUA, as

universidades de maior prestígio já nasceram privadas, sem finalidade de lucro

e subsidiadas pelo setor público, pagamento de alunos e filantropia individual e

empresarial, organizando-se por departamentos, e não cátedras, ―o que

facilitou a criação de novas disciplinas‖ (SINGER, 2001, p. 307). As

universidades americanas nunca hesitaram em produzir conhecimento e estar

próximas ao mercado, o que é creditado como uma vantagem industrial

competitiva sobre a Alemanha, por exemplo.

―As universidades precisavam provar sua utilidade e mostrar que

mereciam apoio ao iniciar novos cursos de estudo e pesquisa, bem como ao

‗vender‘ (grifo do autor) adequadamente seus serviços‖ (Bem-David, 1971

citado por SINGER, 2001, p.308).

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54

Como atesta Singer (2001, p. 308) ―as universidades aceitavam

contratos de pesquisa financiados por indústrias e professores universitários

trabalhavam parte do tempo em indústrias. A distância zelosamente mantida

entre a universidade e o mercado, na Alemanha e em outros países europeus,

jamais chegou a existir nos EUA‖.

Os EUA, ao alçarem a condição de superpotência mundial após a

Segunda Guerra, passam a ter suas instituições, incluídas as universidades,

como modelos a serem seguidos por outros países (SINGER, 2001), onde as

principais finalidades da universidade passam ser ―a investigação, o ensino e a

prestação de serviços‖ (Santos, 1995, citado por SINGER, 2001, p.308).

Como visto anteriormente e ressaltado por LEOPOLDO e SILVA (2006,

p. 198-200), o lugar histórico-político irá determinar o perfil da universidade e

seus laços com o mundo exterior, bem como a ―divisão do saber, a

hierarquização, as relações recíprocas, os vínculos entre o saber e a sua

transmissão, a centralização e a descentralização.‖ Como uma alegoria,

descreve Leopoldo e Silva, o reitor de uma universidade francesa, em razão de

uma das crises do ensino superior francês, fez uma comparação da instituição

universitária a um ―dinossauro pousado num aeroporto‖. Por isso, para ele, ―a

universidade somente estaria à altura de seu tempo se estivesse

completamente adaptada a ele‖, gerando desenvolvimento científico de ponta,

como tem gerado, mas conseguindo avançar na consciência que tem de si

própria e do progresso que ela mesma ajudou a criar. E segue perguntando:

(...) se o eixo em torno do qual a universidade cultivou e manteve durante muito tempo, e desde as origens, seu equilíbrio instável, eixo de caráter ético, político, e mesmo lógico e cognitivo, não se define como estar sempre um pouco fora de seu tempo histórico, ao mesmo tempo enraizada nele, histórica e socialmente, mas também projetando-se para fora de seu tempo, no limite contradizendo-o, exatamente para desempenhar o seu mais importante papel, que certamente não é o de reiterar os interesses hegemônicos de seu tempo, engendrando as soluções conciliadoras por via de uma adaptação total, que, aliás, não deixaria de ser uma veneração do presente e uma venerável expectativa de futuro, mas sim o de criar as condições para que esses interesses e essa

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hegemonia sejam repensados como questões, e tornados temas relativos a um espaço político-institucional construído e mantido de acordo com um interesse fundamental: a liberdade da reflexão como critério ético da liberdade da ação conseqüente (LEOPOLDO E SILVA, 2006, p. 201).

No Brasil, o ensino superior esteve nas mãos dos jesuítas, que fundaram

diversas faculdades, nos anos de 1726 e 1757, porém, apesar de requerida,

não era vista a necessidade de criação de uma universidade, especialmente

porque os mais afortunados iam estudar em Universidades europeiass, como

Coimbra, Montepellier e Edimburgo (BARRETO e FILGUEIRAS, 2007).

Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, provoca-se uma crise no ensino

que culmina com a criação de novas instituições de ensino, especialmente a

partir da vinda da família real para o Brasil, quando é criada a primeira escola

médica, em 1808 (BARRETO e FILGUEIRAS, 2007).

Porém, somente após a independência e instalação de uma assembléia

constituinte que a ideia de uma universidade passa a fazer parte da agenda

brasileira, e a primeira universidade é criada em 1912, no Paraná. Se formos

comparar este breve histórico, o Brasil possui menos de cem anos de tradição

universitária, porém, destaca BARRETO e FILGUEIRAS (2007), a exemplo de

outros países, pode-se considerar 1792, como ―a data do início das atividades

de ensino superior no Brasil, sem interrupção, com a criação da Real Academia

de Artilharia, Fortificação e Desenho, primeiro núcleo do que viria a constituir a

atual Universidade Federal do Rio de Janeiro‖ (BARRETO e FILGUEIRAS,

2007, p. 1789).

TRIGUEIRO (2003), citando Cunha (2000), alega a criação de duas

universidades, a de São Paulo, em 1911 e a do Paraná, em 1912, porém alega

que foram experiências inviáveis, que não tiveram êxito, dando crédito como

primeira universidade no Brasil, em 1920, a do Rio de Janeiro, originária da

fusão de faculdades federais de medicina, engenharia e direito. Até 1945, o

Brasil dispunha apenas de cinco universidades.

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O modelo das cátedras no Brasil é instituído a partir de 1808, com a

chegada de D. João VI (CUNHA, 1980). Após a proclamação da República,

com as reformas de ensino, a cátedra é preenchida primeiro por nomeação do

governo, e, posteriormente por concurso, garantindo-se nos dois casos a

vitaliciedade dos catedráticos (ROCHA, 2002).

O Decreto 19.851/1931 instituiu o Estatuto das Universidades Brasileiras

e possui capítulo especial dedicado à cátedra, forma de provimento, requisitos,

deveres e vantagens. Embora a regra fosse o ingresso de professor catedrático

através de concurso público, previa, excepcionalmente, o ingresso por

indicação da Congregação a ―candidato insigne que tenha realizado invento ou

descoberta de alta relevância, ou tenha publicado obra doutrinária de

excepcional valor‖ (BRASIL, 1931, Arts. 49, 50, 56).

Por muitos anos o sistema de cátedras nas universidades brasileiras

permaneceu previsto nos diplomas legais, porém em alguns deles, como na Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/1961), já se encontrava

a previsão do departamento coexistindo com a cátedra sem, no entanto,

significar diminuição do poder do professor catedrático, no entender de ROCHA

(2002). A redução de autonomia da cátedra só foi ocorrer com o Decreto nº

252/1967 e, finalmente foi extinta em 1968, pela Lei nº 5.540/1968, onde foi

previsto que o formato das universidades brasileiras seria composto de uma

―estrutura orgânica com base em departamentos reunidos ou não em unidades

mais amplas‖ e que ―fica extinta a cátedra ou cadeira na organização ensino

superior no País‖ (BRASIL, 1968, arts. 11, b e 33 § 3º).

―Tal medida resulta, em termos legais, no desaparecimento da figura do

catedrático, como elemento centralizador das decisões acadêmicas, uma vez

que o departamento passa a existir sob o princípio da co-responsabilidade de

todos os membros dele integrantes‖ (ROCHA, 2002).

A Lei 5540/68, na opinião de TRIGUEIRO (2003), apresentou um

modelo inédito no funcionamento e estruturação das instituições de ensino

superior, com a extinção das cátedras, com a introdução de novas regras da

carreira docente e de acesso discente, e introdução de novas atividades.

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57

O fundamento desta reforma universitária, pensada desde 1940, de

acordo com TRIGUEIRO (2003), estava na pressão exercida pela classe

média, tornada ação pelo movimento estudantil, especialmente por estudantes

da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a partir do

questionamento do modelo europeu de cátedras herdado e preferência ao

modelo americano, departamental desde seu início e, em especial,

questionava-se o modelo de uma universidade elitista.

Segundo TRIGUEIRO (2003. P.14-15) são três os marcos da reforma

universitária: a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA, que tinha

como meta formar mão de obra altamente qualificada com mercado de trabalho

garantido no campo militar; a criação do Conselho Nacional de pesquisa –

CNPq, que tinha como meta estimular as pesquisas de caráter científico e

tecnológico no País e a fundação da Universidade de Brasília - UnB, que

rompia com o modelo existente desde a fundação da USP em 1934.

Com inspiração na Educação Universitária dos EUA, a nova instituição

não teria sua estrutura atrelada às cátedras, mas aos Departamentos, sendo

compreendida ―a integração universitária em um campus único, com autonomia

didática, técnica e administrativa, dirigida por colegiados, com maior

democracia interna‖, e, finalmente, ―o golpe militar em 1964, no qual a UnB foi

duramente reprimida, gerando a renúncia coletiva de aproximadamente 85% de

seus docentes‖, constituem os principais motivos do movimento pela reforma

universitária no país (TRIGUEIRO, 2003, p. 14-15). ―A Reforma de 1968 teve

como base, então, a pressão da classe média, representada no Movimento

Estudantil, e seu modelo foi a UnB, o tecnicismo do ITA e o investimento em

Ciência e Tecnologia do CNPq‖ (TRIGUEIRO, 2003, p. 14-15).

Esta posição vinculada ao modelo universitário americano, voltada às

pressões do mercado, foi um prato cheio aos militares, que buscaram nestes

anos alavancar a economia e propiciar o milagre econômico brasileiro. Ao

mesmo tempo, ressalta-se que é por volta de 1968 – 1972 que os movimentos

ambientais navegaram em sentido contrário, buscando novos paradigmas de

consumo, distantes do modelo americano, e próximos da responsabilidade

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58

pelas próximas gerações e pela redução do uso das reservas naturais não

renováveis que alimentam o desenvolvimento.

Nesta época foram assinados convênios do Ministério da Educação –

MEC e a United States Agency for International Development - USAID com

objetivo de obtenção de assessoria no processo da reforma universitária

(RIBEIRO, 2009) e o modelo desta agência propunha, dentre outras coisas, a

―criação dos ‗community colleges‘ – cursos de nível superior de curta duração,

voltados exclusivamente ao mercado de trabalho‖. Além disso, acreditavam os

militares que somente um avanço em ciência e tecnologia poderia auxiliar o

país a galgar o status de país desenvolvido (TRIGUEIRO, 2003, p.15).

A Avaliação da Implantação da Reforma Universitária nas Universidades

Federais, em 1975, indicava questões relativas aos departamentos, seja por

problemas de integração entre seus membros, seja por excesso de

departamentos, seja pela tendência de ―catedrização do departamento‖

(AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DA REFORMA UNIVERSITÁRIA NAS

UNIVERSIDADES FEDERAIS, 1975, pgs. 541-542).

Segundo FÁVERO (2000) durante os anos 1980 a concepção legal de

departamento foi discutida no sentido de se entender os critério utilizados para

organizá-lo em sua relação docentes e discentes e sua suficiência em manter

a função da universidade de promover a socialização do conhecimento. De

acordo com o Decreto nº 252/67 o departamento era entendido como ―a menor

fração da estrutura universitária para todos os efeitos de organização

administrativa e didático-científica e de distribuição de pessoal‖ (Decreto-lei, nº

252/67, §. 1º, art. 2º).

Miranda citada por FÁVERO (2000, p.13) propõe uma revisão desse

modelo de departamento porquanto se caracteriza como fator limitante à tríade

ensino, pesquisa e extensão, sendo ―um espaço de alocação de docentes‖,

onde o ―trabalho individual é estimulado em detrimento do coletivo‖, mesmo

com a ―criação de núcleos, centros, laboratórios etc.‖

De acordo com SAVIANI (2008), a reforma do ensino em 1968, ao

estabelecer o departamento como unidade básica da universidade, pretendeu

reunir especialidades de uma só área do conhecimento sob o fundamento de

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59

que a universidade deveria se apoiar na unidade do ensino e da pesquisa e,

para tanto, seria importante essa conjugação de esforços de professores de

uma mesma área do conhecimento.

Embora SAVIANI (2008) entenda que, se por um lado, a eliminação da

cátedra teve um efeito positivo com a extinção do professor catedrático, que

―era dotado plenos poderes, o que convertia as disciplinas universitárias numa

espécie de feudos particulares‖ constituindo um avanço, por outro lado, a

―estrutura do ensino centrada na departamentalização, matrícula por disciplina,

regime de créditos e semestralidade‖, geram efeitos negativos sobre a

qualidade do ensino.

A Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/1996 revoga grande parte da lei

anterior, inclusive os dispositivos que diziam respeito a organização por

departamentos nas universidades, o que representa a possibilidade de outras

formas de estruturação. A departamentalização tratou-se, na verdade, de um

engessamento ainda maior da universidade pois, se antes da reforma o

professor poderia ministrar aula em vários cursos, com a departamentalização

isso não era mais viável.

A respeito da especialização e departamentalização, restam cada vez

mais especialistas que, apesar de pesquisarem muito, sabem cada vez menos

diante da complexa teia de relações que rege o mundo contemporâneo

(Durant, 2000 e Morin, 2010 citados por FERNANDES 2010). Como

sociedades do conhecimento, as palavras de ordem são também inovação e

criatividade.

A expressão sociedade do conhecimento não é nova. Pode-se dizer que

antigas civilizações poderiam ser entendidas por sociedade do conhecimento, o

que muda atualmente é que nos países em desenvolvimento, os fatores

determinantes competitivos não são mais a existência de recursos naturais ou

força de trabalho barato. O que realmente conta é a capacidade e competência

de desenvolver e usar as ideias de forma produtiva; nas palavras de THUROW

(1996), os principais recursos de vantagem competitiva seriam qualificação e

conhecimento, ou seja, o que realmente importa é criatividade e inovação. A

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60

grande riqueza de uma Nação, já dizia referido autor em 1999, será o controle

do conhecimento.

Na visão de STEHR (1986), conhecimento não é uma acumulação

acadêmica ou enciclopédica de informação, nem uma simples força de

produção no sentido marxista, mas uma capacidade de ação, o potencial de

iniciar coisas novas e um modelo para a realidade. Em outras palavras,

conhecimento seria a capacidade para ação que transforma a realidade e cria

uma realidade nova.

Uma questão importante levantada por NEILSON (2001), a partir do

estudo de Stone (1996), pelo estudo do IDRC é que existem poucos estudos

focados na qualidade das pesquisas, sua validade, completude e confiança. Os

institutos de pesquisa deveriam neste sentido, estabelecer uma identidade e

compromisso com a organização educacional para promover o interesse

público, garantindo credibilidade e integridade das pesquisas a fim de legitimar

o seu uso no plano das políticas.

Outro fator relevante, analisado por NEILSON (2001), sob a perspectiva

de Seck and Phillips 2001, seria o ―rigor‖ na qualidade da pesquisa, ou seja,

uma pesquisa livre de erros de desenho, de método e de interpretação,

devendo também ser completa, no sentido de explorar todas as opções

potenciais e disponibilização de fatos relevantes que devem ser buscadas pelo

pesquisador.

Segundo conclusões do estudo do IDRC, NEILSON (2001) indica que as

pesquisas produzidas pelos pesquisadores de países em desenvolvimento são

muitas vezes de má qualidade (―poor quality‖), por limitações de fundos de

desenvolvimento do governo alocados em pesquisa. Além disso, Estes países

não possuiriam tradição em utilizar resultados das pesquisas em novas

tecnologias ou políticas. Resume que, na falta de pesquisas de boa qualidade,

estes países buscariam resultados de pesquisas realizadas em países

industrializados.

Na Inglaterra, diz LEAL FILHO (1999), desde a década de 1970 são

oferecidos cursos e grau acadêmico em ciências ambientais. Hoje, de acordo

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61

com ele, são raras as instituições que não ofereçam este programa, seja em

nível de graduação ou pós-graduação.

No Brasil, foi concebido no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia,

na década de 1980, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e

Tecnológico – PADCT com o propósito a apoiar as áreas consideradas

essenciais para a melhoria de ciência e tecnologia. As ciências ambientais

foram incluídas entre os subprogramas por volta dos anos 1990, significando

que, a partir de então, passaram a fazer parte das diversas áreas do saber

tidas como relevantes (PHILIPPI JR, 2000).

As áreas das ciências ambientais, assim como a Bioética, a Micro-

eletrônica, a Robótica, Mecatrônica e a Automação no CNPq não se encontram

enquadradas em nenhuma das grandes áreas disponíveis no CNPq, mas como

―outros‖ e está disponibilizada na base de dados da Plataforma Lattes e nos

Comitês de Pesquisa, que avaliam os projetos enviados. Estas opções, no

entanto, não são disponibilizadas no Diretório dos Grupos de Pesquisa. Desta

forma, verifica-se uma variedade grande de grupos, dentro das mais diversas

áreas e grandes áreas que realizam pesquisas na temática ambiental. Se

considerarmos, como faz o CNPq, as três grandes áreas do conhecimento

como: Ciências da Vida (Ciências da Saúde, Ciências Biológicas e Ciências

Agrárias), Ciências Da Natureza (Ciências Exatas e da Terra e Engenharias) e

as Humanidades (Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística,

Letras e Artes), teremos 399 grupos desta pesquisa enquadrados nas Ciências

da Vida; 547 em Ciências da Natureza e 744 em Humanidades.

O Quadro 7 apresenta as grandes áreas e áreas de pesquisa

consideradas pelo CNPq:

Quadro 7: Classificação de áreas do CNPq

Ciências da Vida

Ciências Agrárias Agronomia

Ciência e tecnologia de alimentos

Engenharia agrícola

Medicina veterinária

Recursos florestais e engenharia florestal

Recursos pesqueiros e engenharia da pesca

Ciências Biológicas

Biofísica

Biologia geral

Bioquímica

Botânica

Ecologia

Farmacologia

Fisiologia

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Genética

Imunologia

Microbiologia

Morfologia

Parasitologia

Zoologia

Ciências da Saúde Educação Física

Enfermagem

Farmácia

Fisioterapia e Terapia ocupacional

Fonoaudiologia

Medicina

Nutrição

Odontologia

Saúde coletiva

Humanidades

Ciências Humanas

Antropologia Arqueologia Ciência política Educação Filosofia Geografia História Psicologia Sociologia Teologia

Ciências Sociais Aplicadas

Administração Arquitetura e urbanismo Ciência da informação Comunicação Demografia Desenho Industrial Direito Economia Economia Doméstica Museologia Planejamento urbano e regional Serviço social Turismo

Linguística, Letras e Artes

Artes

Letras Linguística

Ciências da Natureza

Ciências Exatas e da Terra Astronomia Ciência da computação Física Geociências Matemática Oceanografia Probabilidade e estatística Química

Engenharias Engenharia aeroespacial Engenharia biomédica Engenharia civil Engenharia de materiais e metalúrgica Engenharia de minas Engenharia de produção Engenharia de transportes Engenharia elétrica Engenharia mecânica Engenharia naval e oceânica Engenharia nuclear Engenharia química Engenharia sanitária

Outras

Outras Ciências Ambientais

Mecatrônica Bioética Microeletrônica Robótica Mecatrônica e Automação

Fonte: Dados CNPq

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Responsável pela avaliação de cursos, a CAPES classifica as áreas do

conhecimento a partir de uma função prática de facilitar a agregação de dados

sobre especialmente projetos de pesquisa e recursos humanos.

A Grande Área Multidisciplinar é criada pela Portaria nº 9, de 23/01/2008

e inclui as áreas: Interdisciplinar, Ensino de Ciências e Matemática, Materiais e

Biotecnologia. Além disso, criou dentro da área Interdisciplinar, as subáreas

Meio Ambiente e Agrárias; Engenharia/Tecnologia/Gestão; Saúde e Biológicas;

e Sociais e Humanidades.

A justificativa dada pela Capes para esta criação aponta para uma

organização das áreas para facilitar a avaliação das áreas, os responsáveis

pelos processos de avaliação e os fomentos.

De acordo com documento de avaliação da Comissão Interdisciplinar da

CAPES-CAInter (2008), a criação da área interdisciplinar na CAPES, em 2008,

surge da necessidade de se lidar com novas questões de níveis de

complexidade cada vez maiores, decorrentes de uma nova visão do saber

científico, que já não encontra respaldo, nem respostas, em âmbitos somente

disciplinares e, portanto exige-se o diálogo entre as disciplinas de áreas

diferentes e de áreas congêneres, gerando outras formas de produção do

conhecimento, especialmente nas áreas em que os fenômenos ocorrem entre

fronteiras disciplinares, como ocorre com as questões ambientais, trazendo

grandes desafios teóricos e metodológicos e exigindo ―uma racionalidade mais

ampla que ultrapasse o pensamento estritamente disciplinar e sua metodologia

de compartimentação e redução de objetos, como estratégia para a geração de

conhecimentos‖.

Diante da complexidade da natureza em sua relação com a sociedade

busca-se uma resposta de como articular e integrar o conhecimento

fragmentado de forma a contribuir para a sociedade e superar a cadeia

produtiva a que foi transformado pelo industrialismo (FERNANDES 2010).

De acordo com ROCHA (2001) a universidade revolucionária dos anos

1960-1970 dá lugar a uma universidade com necessidade de mudanças

estruturais e ideológicas para buscar novas soluções diante da abrangência e

complexidade da questão socioambiental. Assim, o debate da

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interdisciplinaridade toma força, tendo em vista a impossível dissociação dos

fatores ambientais, em relação aos sociais e econômicos, havendo a

necessidade de integração e diálogo entre diversas disciplinas.

Esta complexidade acompanha o movimento da sociedade global, em

lugar da sociedade nacional. Não mais o mundo dividido somente em

capitalismo e socialismo, mas ―um mundo capitalista, multipolarizado,

impregnado de experimentos socialistas. Os conceitos e as noções de três

mundos, centro, periferia, imperialismo, dependência, milagre econômico,

sociedade nacional, Estado-Nação, projeto nacional, caminho nacional para o

socialismo, caminho nacional de desenvolvimento capitalista, revolução

nacional e outras, parecem insuficientes, ou mesmo obsoletos. Dizem algo,

mas não dizem tudo. Parecem inadequados para expressar o que está

ocorrendo em diferentes lugares, regiões, nações e continentes‖. Na verdade,

segue o autor, os conceitos não se adéquam mais à nova realidade, que

modifica-se a todo momento (IANNI, 2008, p. 35).

Conforme atesta CALDERÓN (2004, p. 105) as universidades sempre

tiveram somente um papel de formação de nível superior, porém essa vocação

unifuncional vem sendo diminuída com o passar dos anos, na medida em que

atender diversificadas demandas de diversos setores da sociedade as vêm

tornando cada vez mais complexas. Em paralelo foram sendo criadas uma

série de expectativas em relação às universidades no sentido de não só

formarem profissionais, mas também, ―desenvolver pesquisa científica;

contribuir para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país;

melhorar a qualidade de vida da população; incentivar a cultura e a arte,

assessorar o poder público; prestar serviços e consultorias para o

aprimoramento das empresas; fornecer informações e análises sobre a

economia; contribuir para erradicar a fome, o analfabetismo, a pobreza;

aprimorar o serviço de saúde; assessorar na formulação de políticas públicas; e

atender à população pobre nos hospitais universitários e clínicas odontológicas

e psicológicas‖.

Em razão da complexidade e diversidade dessas demandas e

expectativas, na maioria das vezes, difíceis de serem atendidas, a universidade

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vem trabalhando estes conflitos ao atender demandas procedentes de atores

com interesses eventualmente opostos. O processamento de demandas e

tensões intra e extrainstitucionais é possibilitado pela muitas frentes de

atuação, setores com interesses diversificados e relativa autonomia para a

tomada de decisões que possuem as universidades. Na opinião do autor,

citando Clark Kerr, a universidade envolta em interesses e objetivos comuns

encontra-se enfraquecida, ganhando força a ideia de ‗multiversidade‘ (grifo do

autor), onde ―a universidade não é apenas uma comunidade, mas várias

comunidades defendendo os mais diversos, e às vezes conflitantes, interesses‖

(CALDERÓN, 2004, p. 105).

A característica da universidade contemporânea deve definir suas

funções, ―não somente a partir da opinião de seus membros, mas,

principalmente, a partir das demandas dos diversos setores da sociedade. A

universidade seria determinada não por fatores endógenos, mas principalmente

por fatores exógenos. Ela seria pautada por seu caráter pragmático e utilitário

em relação às demandas externas‖ (CALDERÓN, 2004, p. 105).

2.1.1. A produção do conhecimento como ponte para políticas

públicas

“Science is both a collection of ideological beliefs and an agency for

liberation; it substitutes democracy for political and religious authority.

Demanding evidence for statements of fact and providing criteria to test the

evidence, it gives us a way to distinguish between what is true and what

powerful people might wish to convince us is true” (TESH, 1989, p.167)

Em Workshop realizado em 1999, pelo Canadian Health Services

Research Foundation – CHSRE denominado ―Issues in linkage and exchange

between researchers and decision makers”, cerca de 100 participantes, entre

pesquisadores, representantes de agências de fomento e tomadores de

decisões da área da saúde reuniram-se para discutir a questão do uso e

disseminação da pesquisa nessa área. Os resultados apontaram para o

aconselhamento de algumas ações sob perspectivas diversas.

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Uma primeira ação indicou que as agências de fomento, uma vez que

possuem em suas mãos a possibilidade de traçar diretrizes e regras para as

pesquisas a serem fomentadas, deveriam expandir o significado de pesquisa

para expandi-lo e incluir algumas etapas em seu processo, tais como promover

uma consulta inicial aos decision makers para chegar-se a perguntas de

pesquisa mais relevantes, manter os elos existentes através da manutenção do

interesse dos tomadores de decisões e a relevância da pesquisa, bem como

garantir a comunicação e as trocas de informações pós-projeto. Os tomadores

de decisões necessitam direcionar esforços, assim como é feito pelos

pesquisadores, para aprenderem como receber as informações dos

pesquisadores, desenvolvendo uma capacidade de recepção das informações

(CHSRE, 1999).

Destacou-se, por fim, que todas as partes devem construir links e

infraestrutura que permitam as trocas. Assim, o investimento deve voltar-se a

pessoas – knowledge brokers, instituições – think tanks -, e processos – policy

forums (CHSRE, 1999).

Divididos, os grupos identificaram os desafios entre pesquisadores e

decison makers em estabelecer a influência das pesquisas, que vieram a

contribuir para o debate durante o workshop (Quadro 8):

Quadro 8: Ambiente da pesquisa X Organizações de Decision Makers

AMBIENTE DE PESQUISA ORGANIZAÇÕES DE DECISON MAKERS

Tempo Tempo insuficiente para essa ligação dada a carga de trabalho excessiva. Encontrar tempo para encontros entre as partes.

Tempo A ligação com o pesquisador não é recompensada. É mais fácil justificar compromisso a programas em andamento do que a projetos individuais.

Falta de tempo As agências de fomento não dão tempo para que se estabeleçam as ligações entre as partes. Os tomadores de decisões sempre necessitam de resultados mais rápidos do que podem ser produzidos pelas pesquisas.

Entendimento processo de pesquisa Fraco entendimento sobre o processo de pesquisa e pouca oportunidade para aprender.

Múltiplas parcerias de decisores Necessidade de muitos recursos em um único projeto para atender às necessidades e

Formato de comunicação/apresentações Difícil entendimento das apresentações de resultados das pesquisas.

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agendas de múltiplas parcerias com decisores.

Encontrar os decisores Dificuldade em estabelecer-se um ponto de entrada nas organizações de tomadores de decisões. Ampla variedade de parceiros potenciais, mas não se sabe quais poderiam ser influenciáveis.

Volatilidade potencial dos achados O controle sobre o momento de divulgação dos achados, por razões políticas, nem sempre é compatível com as necessidades de publicação dos pesquisadores.

Mudanças Troca frequente de pessoal desencoraja o investimento de tempo para estabelecer ligações. Reestruturações constantes dificultam o estabelecimento de áreas estáveis para avaliação.

Estruturas de interação Não existem estruturas para as necessidades de interação das pesquisas.

Fonte: Traduzido de CHSRE, 1999.

Os elementos trazidos pelo encontro canadense revelam pontos de

divergência entre o ambiente da pesquisa e o mundo dos tomadores de

decisões que são existentes em muitos países, especialmente no Brasil, onde

a ligação do pesquisador com o decisor não é recompensada na avaliação de

suas atividades. Da mesma forma, há um descompasso temporal entre o

período de tempo necessário para que se produzam resultados em pesquisas

acadêmicas e as necessidades diárias dos decisores. Igualmente, existe

dificuldade na transmissão da informação e comunicação entre eles. E, uma

vez que não estimuladas, também não existem estruturas que propiciem a

interação das pesquisas às necessidades dos decisores.

O principal desafio enfrentado pelas universidades e outras

organizações de pesquisa surge do sistema de incentivos que priorizam muito

mais atividades de formação e produção acadêmica do que a construção de

relações profissionais com os tomadores de decisões. Outro fator destacado é

a pressão de tempo. O tempo investido para construção da interação, pesquisa

e apresentação dos resultados ao público geralmente é insuficiente para as

necessidades dos tomadores de decisões que, frequentemente, acabam

buscando informação em consultores ou partes interessadas, tais como ―policy

entrepreneurs‖, que muitas vezes são melhores equipados para produzir e

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entregar a informação em menor tempo. Isto porque são grupos definidos de

especialistas que vêm auxiliando ativamente alterações ou mudanças nas

políticas públicas para os decisores. Geralmente são consultores de gestão,

empresas farmacêuticas ou de seguros, associações profissionais e gestores

dentro de hospitais que desempenham esse papel. Como há pouca interação

entre pesquisadores e decisores, os ―policy entrepreneurs‖ são grupos que vêm

estabelecendo profissionalmente o elo entre decisores e pesquisas há vários

anos (CHSRE, 1999).

Outros desafios das universidades incluem a inflexibilidade dos pares e

critérios das agências de fomento que não reconhecem o tempo que deve ser

gasto para o estabelecimento de interações; a diferença cultural onde a

universidade tende a promover a abertura das informações em detrimento dos

tomadores de decisões que trabalham com maior sigilo de informações; os

pesquisadores recebem pouco treinamento sobre as necessidades e processos

dos tomadores de decisões; as áreas de interesse do governo não são

claramente definidas e identificadas; há temor dos pesquisadores que o

resultado de suas pesquisas seja utilizado em um contexto de interesse,

somente para justificar uma posição do tomador de decisões já pré-

determinada (CHSRE, 1999).

LANDRY (1999, p.18) identifica quatro modelos teóricos de acordo com

a forma em que a pesquisa é produzida e utilizada. Estes modelos são

utilizados como base para explicar os fatores de impacto sobre o grau de

coordenação entre os pesquisadores e tomadores de decisão.

O primeiro modelo, denominado ―science push” é caracterizado pela

prestação dos progressos da investigação de pesquisadores para os gestores.

O pressuposto é que a mera entrega dos resultados das pesquisas por si só irá

gerar interesse dos tomadores de decisões, que irão utilizar a pesquisa para

atender problemas de gestão (LANDRY, 1999, p.18).

O segundo modelo, denominado "demand-pull", implica a existência de

mecanismos de coordenação entre acadêmicos e formuladores de política em

uma lógica contrato. Neste caso, presume-se que a influência daqueles que

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tomam decisões sobre temas da pesquisa irão promover a sua utilização e

aplicação na gestão (LANDRY, 1999, p.18).

Em terceiro lugar, o "dissemination model" promove o desenvolvimento

de mecanismos de disseminação da informação (LANDRY, 1999, p.18).

No quarto modelo, denominado ―interaction model‖, a transferência do

conhecimento é garantida na medida em que existam diferentes espaços de

interação entre os potenciais utilizadores da investigação e pesquisadores.

Uma característica importante destes quatro modelos é que há a

supervalorização do uso instrumental da pesquisa e pouca compreensão

acerca da interação enquanto processo em que participam atores com lógicas

e interesses distintos (LANDRY, 1999, p.18).

Como não existe um modelo único para resolver a questão, um modelo

integrado de fatores identificados nos quatro modelos pode melhor endereçar a

questão de coordenação e ligação entre pesquisadores e tomadores de

decisões. Os estudos de caso demonstraram que o nível de utilização foi maior

quando a tomada de decisão é vista como um processo, e quando o

conhecimento de pesquisa é considerado como um input , entre outros, no

processo (LANDRY, 1999, p.18).

A literatura internacional revela que a utilização das evidências depende

muito mais de fatores relacionados ao comportamento de investigadores e a

receptividade dos tomadores de decisão, do que sobre os atributos da própria

pesquisa. Por isso, sugere que o uso das evidências poderá ser aumentado

concentrando-se no comportamento de pesquisadores e tomadores de decisão

em atividades de articulação e intercâmbio; em fatores relacionados com a

receptividade dos usuários, e na criação de incentivos para os investigadores e

tomadores de decisão (LANDRY, 1999, p.18).

De acordo com LOMAS (1997) o mundo das decisões pode resumir-se

em três domínios inter-relacionados (Figura 3). O primeiro constitui a estrutura

institucional para tomada de decisões, que engloba: quem oficialmente ou não

oficialmente possua voz; os grupos de interesse; a distribuição de

responsabilidades e as regras de conduta. Desta ―sausache-machine‖, como é

denominada esta estrutura pelo autor, os políticos, emergem redefinindo novas

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relações de poder e modificando interesses das partes. Dentro dessa estrutura

os outputs vêm de outros dois domínios – os valores, nos quais as decisões

estão imersas e a informação, sobre a qual a decisão é baseada e justificada

(LOMAS, 1997, p.11).

Figura 3: Mecanismos de influência das políticas públicas

Fonte: Adaptado de LOMAS, 1997, p. 11

Os valores emergem de uma complexa interação de interesses com

crenças e ideologias e são expressos através de pessoas e organizações

(Sabatier 1987, Lomas 1990 citados por LOMAS, 1997). Interesses são como

determinadas pessoas gostariam que o mundo funcionasse, baseado em seus

interesses. Por exemplo, o apoio de um executivo de uma companhia de saúde

com fins lucrativos a expansão dos hospitais privados. Estes interesses mudam

Pol íticas

Estrutura Formal

Executivo

Legislativo

Burocracia

Estrutura Informal

Policy brokers

Coalisões

Stakeholders

Cidadãos

Estrutura

Institucion al p ara

Decison makers

Produtores

Pesquisadores

Institutos

Fornec edores

Mídia

Defensores

Redes

Conhecimento

Ideologias

Visões sobre o

que tem que

ser

Crenças

Pressupostos

causais sobre

o que é

Interesses

Respostas a

incentivos e

prêmios

Informação Valores

Problemas sociais Questões

Epistemologia, paradigmas

Persuasão

Relações de poder

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com o contexto e são alterados a cada nova decisão política. Ideologias

demonstram a visão de pessoas e organizações de como o mundo deveria

funcionar. Por exemplo, baseado em ideologia, que são muito difíceis de

mudar, o mundo deveria funcionar a partir de um papel maior para o setor

privado e mercado do que para o governo no setor da saúde. As crenças, por

sua vez, estão entre os interesses e ideologias. Elas partem do conhecimento

de como achamos que o mundo realmente funciona, com base em quer que

tenha persuadido a essa visão, a partir de um bombardeamento de

informações que são recebidas. Por exemplo, a crença de que hospitais

privados são melhores que os públicos. A crença, para o autor, é a principal

meta dos achados científicos. No entanto, esses achados, devem competir com

outros fatores de persuasão e pressões de rejeição por sua incompatibilidade a

interesses e ideologias. As crenças, portanto, podem levar anos para serem

modificadas (LOMAS, 1997).

Os valores emergem de um processo onde indivíduos, organizações e

subsistemas políticos aglutinam mensagens de interesse sempre conflitantes

entre ideologias e crenças, sendo somente as crenças passíveis de serem

modificadas com base em pesquisas. Ainda que as pesquisas tenham que

concorrer com outras fontes de informações. No nível político legislativo a

abertura para oportunidade de influência das políticas abre muito raramente, e

o faz especialmente quando há confluência entre os valores e as implicações

das pesquisas (LOMAS, 1997), como demonstra, por exemplo, a dificuldade

em ouvir-se o setor acadêmico no processo de votação das modificações ao

Código Florestal.

A informação envolve mais que pesquisa, não havendo somente outros

fatores de evidências, mas também muitos outros grupos de interesse que irão

colaborar com a produção de pesquisas. Estes produtores irão transformar a

informação em conhecimento comum, que representa somente parcialmente o

trabalho dos pesquisadores, servindo como recurso na estrutura institucional

de tomada de decisões e força persuasiva que atua em crenças encravadas

em valores (LOMAS, 1997).

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Outra questão levantada por LOMAS (1997) que pode dificultar a

utilização das pesquisas é que, geralmente, os tomadores de decisões tendem

a conceber a comunidade científica como homogêneas e destas necessitam

respostas mais extensivas a determinadas questões, e não somente respostas

de uma pesquisa de determinada especialidade. Assim, novamente, a

necessidade da abordagem interdisciplinar para propiciar a influência em

políticas públicas.

Sob a noção de pesquisa colaborativa, DENIS e LOMAS (2003)

enfatizam a importância do processo de interação como um fim em si mesmo,

valorado pela capacidade de gerar um espaço de construção coletiva de regras

e normas de ação que podem vir a melhorar a interação entre as pesquisas e o

processo de formulação e implementação de políticas públicas, por eles

analisado no campo da saúde. Quatro são os aspectos que fazem este papel

de interação dentro da pesquisa colaborativa. Primeiro, deve haver um

compromisso sério por parte de pesquisadores e tomadores de decisões no

sentido de haver essa colaboração. Em segundo lugar, as interações são

essenciais para o êxito do processo de colaboração, possibilitando aclarar os

diversos pontos de vista, a troca de opiniões, expectativas e objetivos, de forma

a propiciar confiança e facilitar os mecanismos de comunicação. Um terceiro

aspecto refere-se a necessidade de se garantir a condução do processo, com

uma liderança que promova o compromisso das equipes de pesquisa e gestão.

A administração da incerteza constitui parte deste processo, a partir do

gerenciamento das implicações possíveis e dos benefícios gerados.

A necessária transdisciplinaridade deve ser construída ao longo do

tempo, uma vez que necessita de um tempo suficiente para gerar a

sensibilização e receptividade dos tomadores de decisões e para construir e

consolidar vínculos entre as equipes. A construção de uma modalidade de

interação supõe a construção de interfaces com capacidade de negociação e

colaboração entre as comunidades com práticas, interesses e expectativas

diferentes. O processo de mudança que desencadeia esta perspectiva requer a

geração de novas regras que articulem a pesquisa com as condições concretas

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dos objetos de análise, suas transformações e o interesse dos atores com

responsabilidade na formulação e gestão das políticas (BASCOLO et al. 2011).

São diversas as abordagens mais recentes a respeito do assunto.

Alguns estudos baseiam-se na concepção de uma lacuna que haveria entre

fazedores de políticas e pesquisadores. Este seria originado por diferenças

culturais e resultaria numa quebra da comunicação, fornecimento e demanda

de conhecimento (COURT, HOVLAND and YOUNG, 2005, LIVNY et al. 2006).

Para NEILSON (2001) a existência dessa lacuna parte da teoria

estudada por CAPLAN (1979) denominada duas comunidades onde os

fazedores de política usariam ou não usariam as pesquisas devido a lacunas

culturais ou comportamentais entre eles, especialmente por possuírem visões

de mundo diferentes, baseando-se na simples dicotomia entre uso e não uso

das pesquisas nas políticas públicas.

A partir do entendimento presente em grande parte da doutrina que

existe uma lacuna entre política e conhecimento, evidenciada especialmente na

quantidade de estudos que se propõem a construir uma ponte entre políticas e

conhecimento (bridging research-policy), LIVNY et al. (2006) propõe uma

tipologia de quatro gaps, que pretende ser mais condensada, porém é

amparada à tipologia proposta por STONE et al. (2001). Esta tipologia é

utilizada em alto nível de agregação, que entende a relação pesquisa-política

em termos de duas dimensões: uma corresponde à provisão de conhecimento

e a outra à dimensão de utilização. Para isso faz uma analogia a um

―knowledge market‖, onde estes conceitos corresponderiam a ―supply‖

(provisão) e ―demand‖ (procura). A provisão tem o objetivo de garantir a

qualidade e quantidade do fornecimento enquanto que a utilização é entendida

como os vários meios pelos quais os fazedores de políticas irão considerar ou

não as evidências, seja através de uma exposição passiva a informação, seja

através de um seguimento ativo, que possa resultar em ações ou documentos

políticos (LIVNY et al. 2006, p.07).

Os quatro gaps corresponderiam a: 1. Falhas ou lacunas no

fornecimento, que ocorrem quando há insuficiente disponibilidade de pesquisa

ou estas são de qualidade inadequada; 2. Falhas ou lacunas na informação e

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na comunicação, seja por falta de acesso às pesquisas, dados e análises, seja

por falta de compreensão dos políticos sobre a relevância da pesquisa, seja por

comunicação não efetiva ou por ignorância dos políticos acerca da existência

da pesquisa; 3. Falhas ou lacunas na procura, que ocorre quando a pesquisa

existe ou pode ser produzida, os fazedores de políticas sabem disso, mas não

estão interessados ou são incapazes de utilizá-la; 4. Falhas ou lacunas na

governança, que ocorre quando a provisão ou a utilização da pesquisa, ou

ambas, são manipuladas por poucos grupos poderosos na sociedade. Isto

inclui situações onde se espera dos institutos de pesquisa a produção de

evidência para servir a interesses específicos, ou seja, quando os fazedores de

políticas usam ou não usam a pesquisa para legitimar uma ação já pré-

determinada, refletindo falha na governança (LIVNY et al. 2006, p.09).

Na prática, entende LIVNY et al. (2006), a existência destas lacunas

podem estar relacionadas com problemas de sistema maiores de governança

ou geração de conhecimento e podem ocorrer simultaneamente, havendo forte

interdependência entre as lacunas. Por exemplo, uma capacidade inadequada

para fornecer conhecimento pode frustrar a tentativa de potencial usuário em

engajar atores locais na pesquisa e no debate político, ou pode ocorre que uma

falta de interesse ou de capacidade de utilização das pesquisas pelo governo

pode prejudicar o fornecimento de conhecimento, fechando assim os canais de

comunicação.

O estudo de CAPLAN (1979), ocorrido em 1975, entrevistou 204

executivos de alto nível em posições de influência no governo dos EUA com o

objetivo de saber o uso do conhecimento derivado das ciências sociais nas

políticas. Foi perguntado a estes executivos se eles haviam tido contato com

alguma rede acadêmica influente ou colégio invisível especialista em campos

da ciência social em temas que fossem relevantes para a área de atuação

destes executivos. Respostas indicaram que não havia nenhuma ligação e os

contatos entre cientistas sociais e executivos de alto nível eram raros.

Uma análise multivariada destas respostas mostrou que quando

variáveis associadas a conhecimento específico, limitações de fazedores de

política e a teoria das duas comunidades foram comparadas, o item das duas

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comunidades contou com uma proporção maior para explicar a relação entre

usuários e não usuários. Porém, houve considerável evidência que os

executivos do governo estão convencidos da importância e utilidade da

utilização da informação científica.

A maioria destas aplicações informadas deu-se para testar a

aceitabilidade de programas ou políticas já estabelecidas ou como instrumento

de avaliação de progresso. Pelo estreito escopo destas decisões, CAPLAN

(1979) as denominou decisões de nível micro, em que a utilização do

conhecimento tem natureza instrumental. Há uma diferenciação entre o uso

instrumental, que seria aquele utilizado em níveis menores, como os utilizados

em decisões do dia a dia, baseados em dados e conhecimentos empíricos. Já

o uso conceitual seria o utilizado em níveis macro, e poderia levar a uma

mudança gradual na consciência e reorientação das perspectivas do fazedor

de políticas (CAPLAN 1979). Este segundo se aproxima do modelo de

iluminação, desenvolvido por WEISS (1977).

A grande questão, no entanto, ocorre no nível macro, aonde se chegou a

10 % de aplicação do conhecimento relatado pelos entrevistados em matérias

que envolviam políticas relevantes que poderiam afetar o país como um todo.

Neste nível, raramente a formulação política é gerada por conhecimento

empírico somente, mas deriva de diversas fontes de conhecimento científico e

não científico (CAPLAN 1979).

Um alto grau de interesse na receptividade da informação científica

social para formulação de políticas públicas foi demonstrada por grande

número dos entrevistados, apontando que a necessidade destas relações

recíprocas é clara. Porém atingir esta intenção envolve questões de valor,

ideologias e técnicas. Além disso, diz o autor, deve-se ter cuidado com

generalizações, uma vez que estas relações vão depender da natureza do

problema (CAPLAN, 1979).

O sistema de incentivos também é diferente entre a comunidade política

e a comunidade acadêmica, que dá grande peso a construção do

conhecimento em detrimento à pesquisa para formação de políticas, à

autoridade mais do que à utilidade, a seguir o rigor contra a relevância, a

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valores de independência científica contra o envolvimento político, além de

buscar mais o entendimento do que a ação (BOOTH 1988).

Existem importantes diferenças no que é entendido por conhecimento e

como ele é obtido. Para fazedores de política seria obtido através da

experiência, enquanto que para a comunidade científica é algo que deve ser

teoricamente e metodologicamente defensível (NEILSON 2001).

Mais tarde a teoria do gap seria enfraquecida pela ideia de que o uso da

pesquisa alimenta o processo de políticas de forma linear, ou modelo racional

(JONES 2009).

Conhecido como modelo linear ou de conhecimento dirigido, onde o

conhecimento é visto como um instrumento ―útil‖ e ―apolítico‖ que tem por

objetivo melhorar as políticas. Por seu lado, o fazedor de políticas trabalha em

um esquema de solução de problemas de acordo com a razão e a lógica

(JONES 2009).

Para VIBE et al. (2002) a literatura - GARRET e ISLAM, 1998; RAWOO,

2001 - demonstra uma transformação do modelo linear para visões mais

dinâmicas e complexas da relação pesquisa e política. Essa mudança vem

refletindo na quantidade de estudos sobre o tema. No entanto, são poucos os

estudos de caso nesse sentido.

A bibliografia anotada de VIBE et al. (2002) reúne cerca de 100

documentos relevantes acerca da questão da relação pesquisa e políticas,

como parte de um projeto do Overseas Development Institute – ODI. Para

VIBE et al. (2002) o modelo linear deve ser questionado pela ideia de que a

pesquisa influência as políticas em um processo único – modelo linear; pela

ideia de que há uma clara divisão entre a comunidade de pesquisadores e a

comunidade política – modelo das duas comunidades, e pela ideia de que o

produto do conhecimento está restrito a um conjunto de achados específicos –

modelo positivista.

WEISS (1977) reconhece que, embora a pesquisa não exerça influência

direta em políticas específicas, a produção da pesquisa pode exercer influencia

indireta, através da introdução de novos termos, na forma em que será

estruturada ou entendida. Chama isso de 'enlightenment function' da pesquisa,

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77

que seria um processo de percolação, no qual os resultados das pesquisas e

conceitos circulam e são gradualmente filtrados através de várias redes

políticas.

Para WEISS (1977), além da função de ―iluminar‖ das pesquisas, pode-

se falar em seis modelos nos quais a pesquisa pode ser utilizada:

Conhecimento dirigido – aplicação de pesquisa básica. Este modelo

assume que a pesquisa básica fornece uma oportunidade para pesquisa

relevante para política.

Solução de problemas – Este modelo implica que há consenso entre

pesquisadores e os fazedores de políticas na solução de problemas.

Política – racionalização para chegar previamente a decisão, usada

pelos fazedores de políticas para sustentar apoio político ou fornecer

munição para oposição.

Tático – a informação pode ser utilizada para se ganhar tempo, adiando

a decisão.

Interativa – competir por fontes de informações, implica que fazedores

de políticas estão sempre buscando informação relevante que não está

Empresa Intelectual – a pesquisa para políticas é apenas uma das

muitas pesquisas buscadas pelos pesquisadores.

O modelo enlightenment parte da ideia de que o conhecimento

produzido pela pesquisa pode ―iluminar‖ ou ―ampliar‖ a base do conhecimento

dos fazedores de políticas de forma gradativa, criando gradual mudança do

pensamento conceitual com reflexos posteriores nas políticas. O papel mais

importante da pesquisa social para o processo de políticas seria então

clarificar, acelerar e legitimar mudanças na opinião dos fazedores de políticas,

provocando mudanças graduais no decorrer do tempo (WEISS 1977).

Os modelos teóricos de como as pesquisas poderiam influenciar as

políticas podem ser divididos basicamente em dois amplos campos: o racional

e o da política. O primeiro assume que as pesquisa afetam diretamente as

políticas, enquanto que o segundo entende que muitos outros fatores externos

podem influenciar, tanto a definição quanto o resultado das pesquisas. Este

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78

fato ficou claro no projeto desenvolvido na área médica, onde, embora as

pesquisas tenham modificado as políticas existentes, estudos demonstraram

que estas mudanças já vinham ocorrendo antes do início das pesquisas e que,

portanto, vinham seguindo fatores externos à pesquisa, porventura políticos.

Deve-se ressaltar, entretanto, que mesmo entendendo haver a influência direta,

o autor conclui que se trata de um processo gradual, e que o modelo de análise

desta influência pode variar de acordo com a fase da política. Em alguns

momentos o fator político é mais relevante, em outros o racional (PHILPOTT

1999).

Jones (2009) cita diversos modelos pelos quais a informação circula no

sistema. Alguns se baseiam em modelos de sistemas de inovação, focando em

como o conhecimento existente flui no sistema (geralmente a partir do nível

nacional). Para isso analisam fatores como a infra-estrutura, as redes, as

organizações intermediárias, os usuários de conhecimento e os produtores

interagem para afetar a forma com que as ideias e o conhecimento difuso são

utilizados na prática (RATH e BARNETT 2006, JONES et al. 2009). Outros, em

ciência política, buscam entender como o comportamento político afeta o

processo de fazer políticas e, em troca, qual é o papel que o conhecimento tem

nesse comportamento. Na gestão do conhecimento olha-se para processos e

práticas de criação, aquisição, captura, compartilhamento e uso do

conhecimento, assim como para aptidões e especialidades. (FERGUSON,

MCHOMBU e CUMMINGS 2008). No nível teórico, o trabalho de DELVAUX e

MANGEZ (2007) tenta juntar essas três perspectivas.

Estudos recentes demonstram que a capacidade dos tomadores de

decisões incorporarem a pesquisa está muito associada ao entorno, como o

número de pontos de acesso por onde possam fluir as conclusões das

pesquisas, se o sistema é aberto ou não a entrada de novas ideias ou mesmo

em relação a natureza democrática da tomada de decisões (CARDEN 2009).

A avaliação do IDRC sobre projetos de avaliação para o

desenvolvimento em todo o mundo, em contextos diferentes, atesta três

categorias globais em que as pesquisas afetam a política: 1. As pesquisas

podem incrementar as capacidades políticas, podendo reforçar o marco

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79

institucional de apoio à elaboração política ao intensificar a própria capacidade

coletiva da comunidade política para avaliar e comunicar ideias inovadoras,

formando novos talentos para a análise e aplicação dos conselhos recebidos;

2. A pesquisa pode ampliar horizontes políticos quando a política se sentir

frustrada pela escassez de opções e, nesse ponto, as pesquisas podem

melhorar o marco intelectual ao introduzir ideias novas, ao garantir que a

informação chegue em uma linguagem de fácil entendimento e utilização,

favorecendo o diálogo entre o pesquisador e o tomador de decisões; 3.As

pesquisas podem afetar o sistema de decisões, melhorando a qualidade de

uma medida política que é avaliada tanto por seu procedimento de deliberação

e tomada de decisões, quanto por seu conteúdo. As descobertas das

pesquisas podem melhorar o processo político e auxiliar na simplificação e

racionalização dos procedimentos de legislação, administração e avaliação de

políticas e programas de governo (CARDEN, 2009).

O que faz um sistema ser mais receptivo leva em consideração as

características do entorno, como pontos de acesso por onde possam fluir as

conclusões das pesquisas, o fato de se estar ou não aberto a novas ideias, a

natureza democrática da tomada de decisões, a existência de um bom canal de

comunicação e o movimento de pessoal. Por exemplo, um pesquisador que

chega a trabalhar no governo, leva seu conhecimento (CARDEN, 2009).

A qualidade da governança de um país é um dos fatores que mais afeta

seu desenvolvimento. Se é uma governança aberta, eficaz e transparente, o

desenvolvimento certamente promoverá os interesses de seu povo. E, nesse

ponto, a pesquisa científica poderá e deverá influir nas políticas públicas para

ajudar no desenvolvimento. Embora pesquisadores e governantes nem sempre

utilizem a mesma linguagem, podem ter em vista um objetivo comum uma

política de desenvolvimento justa e sustentável. (CARDEN, 2009).

Contudo, como adverte CARDEN (2009), não se deve criar um conjunto

de melhores práticas que demonstrem como as pesquisas poderiam influenciar

as políticas, mas entender-se que se trata muito mais de um processo do que

um produto, ―es más um médio para lograr um fin, no um fin em si mismo‖

(CARDEN 2009, p. 31).

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80

Outro estudo relevante para a interface ciência e política foi conduzido

pelo ODI - Overseas Development Institute, no programa RAPID - Research

and Policy in Development. A análise combinou elementos teóricos e empíricos

para comparar contexto de países do Norte e do Sul, desenhar cenários

teóricos e dar recomendações práticas de ação, partindo do questionamento

acerca da relação entre pesquisadores, fazedores de decisões políticas e

intermediários; das oportunidade e desafios de se fortalecer estes elos e dos

tipos de estratégias existentes ou que possam ser adotadas para melhorar os

processos de políticas informadas por evidências. Este estudo representou a

visão de mais de 600 entrevistados, incluindo pesquisadores, fazedores de

políticas e organizações intermediárias do Norte e do Sul. Resultados apontam

para a necessidade de se lidar com barreiras sistêmicas para institucionalizar o

processo de políticas baseadas em evidência no campo da ciência, tecnologia

e inovação para o desenvolvimento e apontam caminhos para que a qualidade

do diálogo político em ciência e tecnologia possa ser fortalecida (JONES et al.

2008, p. vii).

Neste estudo são apresentadas seis questões chave de tensão na

relação entre a ciência e as políticas:

Crescente politização da ciência por um lado e uma cientificação

das políticas por outro - Analistas enfatizam a necessidade de se reconhecer

e lidar com pressões ilegítimas usadas para influenciar os achados científicos

ou a forma como eles serão disseminados, relatados ou interpretados. Esta

tendência pode ser vista no aumento das pesquisas patrocinadas por

indústrias, onde interesses econômicos podem afetar de forma adversa a

integridade da ciência, seja por apresentar com atraso ou reter os resultados

de pesquisas, seja por influenciar direta ou indiretamente o conteúdo destas.

Os cientistas também podem usar suas pesquisas para se promoverem dentro

do cenário político (Lackey, 2006 citado por JONES et al., 2008) Por outro lado,

a cientificação da política envolve o aumento do uso da evidência científica

para justificar fins políticos pela remoção do debate político baseado em

valores (Weingart, 1999; Hoppe, 1999 citados por JONES et al., 2008). Como

resultado disso, haverá uma solução baseada muito mais em análise técnica

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81

do que uma questão substancial, que envolva valores, ética e argumentação.

Esta forma tecnocrática de se fazer política remete ao pensamento postulado

por Max Weber, da racionalização do estado moderno, muito criticado por

ignorar as relações de valor na relação ciência-política.

Tensão entre engajados ou cientistas cidadãos versus cientistas

neutros, que escolhem ficar fora das discussões políticas – Embora parte

da literatura entenda que os pesquisadores devam manter sua objetividade e

não devam engajar-se politicamente, JONES et al. (2008), apoiado na posição

de HIGGINS et al. (2008), entende que a politização da ciência por si só

conduz a uma ameaça à objetividade quando cientistas encontram-se muito

distantes das implicações políticas da pesquisa, ocasionando um vácuo entre

eles.

Busca por certeza pelos fazedores de políticas versus a incerteza

inerente das pesquisas científicas - Por natureza a divulgação de resultados

científicos pode envolver declarações de risco e incertezas, que entram em

conflito com as necessidades de informações rápidas e seguras dos tomadores

de decisões. Muitas vezes estes riscos e incertezas são tratados de forma

errônea pela mídia, que costuma apresentar opiniões divergentes, sem o

respectivo respaldo a estes pareceres, o que vem a gerar confusão e medo na

utilização destes achados pelos fazedores de políticas. Assim, há um grande

desafio em traduzir a informação científica de forma a assegurar que os riscos

e a incerteza serão adequadamente compreendidos e incorporados,

assegurando que as informações produzidas possam ser utilizadas no domínio

político. Esta dificuldade na introdução do risco e incerteza nos diálogos de

política pode ser agravada pela politização da ciência, servindo para intensificar

as controvérsias e, ainda a busca de atenção da mídia, como "sobre-venda"

pode ameaçar a credibilidade da ciência (Weingart, 1999 citado por JONES et

al., 2008). Muitas vezes, a utilização da investigação mesmo quando o estado

do conhecimento seja relativamente incerto e impreciso é tida como importante.

Exemplos disso podem ser encontrados na Convenção sobre Mudança Global

do Clima, na Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça (chuva

ácida) e nos protocolos internacionais sobre medidas para evitar a depleção da

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82

camada de ozônio. Nestes casos, as incertezas e lacunas de conhecimento

vêm sendo exploradas para fins táticos nas negociações internacionais,

sugerindo que a prova conclusiva não é uma condição necessária para a ação

política (Andresen et al.., 2000, citados por JONES et al., 2008).

Cientistas versus foco e escalas temporais de fazedores de

políticas - Existem prazos diferentes entre decisores políticos. A demora de

investigação das ciências não se encaixa bem com o demandas dos políticos,

que são muitas vezes obrigados a trabalhar com limitações temporais muito

restritas (Choi et al.., 2005 citados por JONES et al., 2008). Depois, o foco da

investigação científica e os problemas com que os decisores políticos devem

lidar também não se encontram alinhados. As pesquisas científicas geralmente

costumam ser mais focadas, embora muitas destas já estejam trabalhando sob

olhares mais amplos, enquanto que o debate político envolve uma grande

quantidade de questões de diversas especialidades. (SCOTT, 2006).

Estabelecer ligações com as tendências socioeconômicas e conceitos também

é fundamental quando se busca influir nas políticas, uma vez que a ciência

muitas vezes é vista como um incentivo à transformação e crescimento da

economia (HOC C & T Comitê, 2006, Lomas et a., l 2005; Leach e Scoones,

2006, citados por JONES et al., 2008).

Conhecimento especializado versus conhecimento democratico,

porém mais diluído – Por fatores econômicos, culturais, sociais e políticos há

a necessidade de se democratizar a base de conhecimentos sobre os quais as

políticas são baseadas. A incapacidade de se combinar de forma eficaz o

conhecimento científico e tecnológico gerado com o conhecimento local e

cultural tem contribuído para a má aplicação de uma série de projetos de

desenvolvimento (Manzini, 2003 citado por JONES et al., 2008). No entanto, há

um equilíbrio difícil de conseguir com o cuidado para não se diluir

excessivamente os conhecimentos científicos no processo de decisão política,

pois isso pode comprometer a sua credibilidade e seu valor instrumental.

CLARK e JUMA (2002) destacam a tensão entre a necessidade de integrar

funções científicas consultivas com a necessidade de especialização para

avanço da ciência. Democratização também deve ser avaliada em relação à

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83

relevância das informações resultantes, devido ao tempo consumido pelo

processo participativo. Além disso, a pluralização das bases de conhecimento

pode estagnar o debate ao invés de incentivá-lo, uma vez que os decisores

políticos, constrangidos pelo tempo gasto e envolvidos por conflitos de fontes

de informação, podem escolher tomar decisões repentinas, selecionando o que

é mais adequado às suas inclinações políticas (Funtowicz e Liberatore, 2003

citados por JONES et al., 2008).

BIELAK et al. (2008, p.201) argumentam que é preciso haver uma

mudança na comunicação da ciência, que vai além de uma meta ultrapassada

para transmitir mensagens simplificadas de forma consensual para uma forma

mais dialógica e de abordagem interativa, onde comunicar a ciência tem que se

expandir para incluir ―knowledge translation‖ no qual a informação é tratada

para as preferências, canais e escalas de tempo de audiências específicas e

“knowledge brokering‖, no qual intermediários ligam produtores e usuários de

conhecimento para fortalecer a geração, disseminação e eventual uso do

conhecimento.

O conhecimento indígena contra o conhecimento científico

ocidental - Este fator se relaciona com a própria democratização do

conhecimento e o enquadramento cultural da ciência na formulação de políticas

públicas. A literatura de países em desenvolvimento reitera ser predominante a

influência do norte para suas bases de conhecimento. No entanto, ressalta-se a

necessidade de incorporar saberes indígenas e locais nas políticas de

desenvolvimento, ao invés de ter políticas estabelecidas através um processo

controlado centralmente, de cima para baixo (Scoones Leach, 2006 citado por

JONES et al., 2008).

Este debate parte da visão imperialista e totalitária da ciência e

tecnologia, pouco voltada às prioridades e conhecimentos locais, exarcebando

o caráter ético desta questão e defendendo a garantia da participação local e a

incorporação do conhecimento indígena como direito democrático fundamental.

Deve-se, portanto, reconhecer que os processos políticos são

complexos, não lineares ou lógicos. CABLE (2003) enumera 5 ―s‖ que seriam

as causas do gap existente entre decisores e pesquisadores: Speed

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84

(velocidade) – decisores têm que decidir rapidamente; Superficialidade –

devem ser abrangentes; Spin – as decisões devem ser mantidas pelo menos

por um período razoável de tempo; Sigilo – Muitas discussões políticas devem

ser mantidas em segredo e Scientific Ignorance - poucos decisores políticos

são cientistas, e eles não podem apreciar plenamente o conceito científico de

testar uma hipótese.

Em resumo, são muitos os obstáculos entre pesquisadores e decisores a

serem vencidos, não obstante, como salienta YOUNG e MENDIZABAL

(2009), bilhões de dólares são doados a cada ano para o desenvolvimento de

pesquisas, mas pouco se sabe acerca do impacto destas pesquisas sobre as

políticas públicas.

2.2. Políticas Públicas

O estudo das políticas públicas surge nos EUA como ―área do

conhecimento e disciplina acadêmica‖ da ciência política com foco sobre as

ações do governo, diferentemente da tradição europeias que se concentrava

mais nas análises sobre o Estado e suas instituições (SOUZA, 2006, p.22).

Terceiro ramo da ciência política que procura entender porque

determinadas ações são escolhidas pelos governos, o estudo das políticas

públicas surge como pressuposto de que nas ―democracias estáveis aquilo que

o governo faz ou deixa de fazer é passível de ser (a) formulado cientificamente

e (b) analisado por pesquisadores independentes‖ (SOUZA, 2006, p. 22).

A inserção das políticas públicas no campo de estudos do direito, no

entanto, deve-se a uma tendência recente de se restabelecer contato do direito

com outras áreas do conhecimento, ―das quais vinha se apartando desde a

caminhada positivista que se iniciou no século XIX. Ter-se firmado como

campo autônomo, dotado de ‗objetividade‘ e ‗cientificidade‘ - desafios do

positivismo jurídico - é hoje um objetivo até certo ponto superado‖ pelo direito

(BUCCI, 2001, p. 05).

A aproximação do direito e as ciências políticas e a inserção das

políticas públicas no direito público americano é justificada por William Clune,

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85

citado e traduzido por BUCCI (2001, p. 06): ―Por definição, todo direito é

política pública, e nisso está a vontade coletiva da sociedade expressa em

normas obrigatórias; e toda política pública é direito; nisso ela depende das leis

e do processo jurídico para pelo menos algum aspecto da sua existência. No

Brasil , no entanto, ―o conceito de público não estatal, que seria um dos

espaços por excelência da geração de políticas públicas está longe de ter sido

equacionado pelo direito nacional‖. O que se vê, mas que ainda necessitam de

melhor operacionalização, são normas constitucionais e leis regulamentadoras

que preveem a participação popular em processos políticos e em conselhos

(2001, p. 06).

O estudo das políticas públicas, embora seja um campo por excelência

da ciência política, trata-se de um campo holístico, que permite a conjugação

de várias disciplinas, teorias e modelos analíticos, comportando vários olhares.

Deve buscar, de forma concomitante, colocar o governo em ação, analisar

essas ações e, quando for o caso, propor mudanças no rumo destas. Em

governos democráticos, a formulação de políticas públicas traduz-se na

realização de plataformas eleitorais em programas e ações que surtirão efeitos

concretos na sociedade (SOUZA, 2006).

Assim, políticas públicas podem ser definidas como ―programa de ação

governamental que resulta de um processo ou conjunto de processos

juridicamente regulados – processo eleitoral, processo de planejamento,

processo de governo, processo orçamentário, processo legislativo, processo

administrativo, processo judicial – visando coordenar os meios à disposição do

Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente

relevantes e politicamente determinados à sua consecução e o intervalo de

tempo em que se espera o atingimento de resultados‖ (BUCCI 2006, p.39).

A autora destaca que mesmo as políticas públicas que não estejam

totalmente relacionadas a concretização de direitos, possuem um caráter

finalístico que seria assegurar o uso da liberdade a todas as pessoas, o que faz

com que toda política pública possa ser considerada, ao mesmo tempo, política

e social.

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86

Desta forma, resume Bucci (2001, p. 13), as políticas públicas são

instrumentos de ―aglutinação de interesses em torno de objetivos comuns, que

passam a estruturar uma coletividade de interesses‖, podendo ser definidas

resumidamente como ―um instrumento de planejamento, racionalização e

participação popular‖.

Esse instrumento contem o fim da ação governamental, as metas que

surgem a partir deste fim, os meios que são utilizados para a concretude das

metas e o processo de sua realização. Observa-se que, portanto, a política

pública não se ―confunde com o ato ou a norma, mas é a atividade que resulta

de um conjunto de atos e normas‖ (BUCCI, 2001, p.13), sendo, portanto, mais

ampla.

Phlippi e Bruna (2002, p. 691) definem a política pública, de forma mais

restrita, como ―o conjunto de diretrizes estabelecido pela sociedade, por meio

de sua representação política, em forma de lei, visando a melhoria das

condições de vida dessa sociedade‖. Referem-se às iniciativas que são

propostas tanto pelo Legislativo, quanto pelo Executivo, com possibilidade de

participação da comunidade através de organizações não-governamentais,

comitês ou conselhos, visando o bem comum da sociedade.

Contudo, restringir esta atuação somente à perspectiva jurídica, na visão

de SARAVIA (2006, p. 27 ), ―(...)seria limitada e insuficiente para compreender

a riqueza e diversidade das variáveis que compõem o universo do fenômeno

estatal, nas suas relações com a vida nacional e internacional‖. Trata-se, na

verdade de visões complementares, onde a ―perspectiva da política pública

integra adequadamente a dimensão jurídica e esta se auxilia dos insumos que

as análises de política pública lhe provêm‖.

THEODOULOU (1992) destaca alguns elementos comuns nas diversas

definições de políticas públicas que devem serem observados, tais como a

importância de se valorar tanto as ações como as não ações, ou inatividade,

dos governos; a noção de que o processo de políticas públicas envolve uma

grande quantidade de atores formais e informais de vários níveis em um

processo amplo que não se restringe à legislação, normas e regulações; a ideia

de que é uma ação intencional com finalidades e objetivos com ações de curto

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87

e de longo prazo. Em resumo, é um processo que não envolve somente a

decisão para alimentar uma norma, mas envolve também as ações de

implementação, cumprimento e avaliação, bem como os acordos políticos para

sua propositura e aprovação. A recente discussão de modificação do Código

Florestal demonstra as forças de poder e de influência que acompanham o

processo de votação dessa lei.

A definição de FREY (2000, p. 04) parte da diferenciação de três

dimensões da política presentes na literatura sobre análise política: ‗policy‘ é a

dimensão material que se refere a ―conteúdos concretos, isto é, à configuração

dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das

decisões políticas‖; ‗politcs‘ é a dimensão processual, que visa ―o processo

político frequentemente de caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição

de objetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição‖; ‗polity‘ é a

dimensão institucional, que se refere ―à ordem do sistema político, delineada

pelo sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-

administrativo‖.

Com o objetivo de manter o equilíbrio social ou introduzir desequilíbrios

para modificar a realidade existente, as políticas publicas são fluxos de

decisões condicionadas pelas reações e modificações provocadas na

sociedade e pelos valores dos que de alguma forma influem nas decisões. Os

fins apontados pelas políticas públicas de alguma forma serão aqueles

desejados pelos grupos que participam deste processo de decisões e a

finalidade principal que norteará estas ações será a consolidação da

democracia, justiça social, manutenção do poder e/ou felicidade. De forma

operacional pode-se construir o conceito como ― (..)um sistema de decisões

públicas que visa a ações ou omissões, preventivas ou corretivas, destinadas a

manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, por

meio da definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos

recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos‖ (SARAVIA, 2006,

p. 29).

Os componentes de uma política encontrados em SARAVIA (2006)

englobam a autoridade formalmente constituída e dotada de competência –

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88

componente institucional; a sequência de decisões seguidas e meio de serem

alcançadas a curto e médio prazo, como resposta a uma necessidade

específica – componente decisório; a decisão de fazer ou não fazer –

componente comportamental e os resultados provocados no sistema político e

social – componente causal. Para Thoenig, citado por Saravia (2006) uma

política é caracterizada por conter o conjunto de medidas concretas, o plano de

alocação de recursos, a inserção em um plano de ação, o público alvo e a

definição das metas e objetivos pretendidos baseados em normas e valores.

Outras definições de políticas públicas as veem como um curso de ação

proposto por um ator ou um conjunto de autores (Anderson 1975 apud JONES

2009), ou como uma declaração de ações preferidas na busca de um ou mais

objetivos de uma organização, ou como o que as organizações fazem, ou como

uma estrutura para ação (Reimers and McGinn 1977 apud NEILSON 2001).

Fazer políticas públicas é considerado como um conjunto de processos

que incluem a definição de uma agenda, as especificações de alternativas a

partir das quais possam ser feitas escolhas, uma escolha autoritária dentre

algumas alternativas específicas e a implementação da decisão (Kingdon 1984

apud NEILSON 2001).

Segundo AGUILAR VILLANUEVA (1992, p.08), políticas públicas podem

denotar tanto um campo de atividade governamental - como as políticas de

saúde; uma proposta de realização de uma determinada política - como a

política de emprego para jovens; uma situação social desejada - como a

política de restauração de centros históricos; uma proposta de ação específica

- como a política de reflorestamento dos parques nacionais; uma norma ou

normas que existam para uma determinada problemática - como a política

ambiental, energética, urbana; o conjunto de objetivos e programas de ação

que tem o governo em um campo de questões - como a política de

produtividade agrícola ou de luta contra pobreza.

Observe-se, porém, conforme atesta BUCCI (2006), que nem todas as

políticas podem ser denominadas políticas públicas. As políticas públicas, por

terem diversos suportes legais, podem ser expressas tanto em disposições

constitucionais, como em leis ou em normas infra-legais. O que se deve

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observar, segundo a autora, é que muitas vezes disposições normativas

referem-se como políticas sem, contudo, disporem acerca dos meios de

realização das metas programadas ou mesmo sem disporem as próprias metas

ou resultados pretendidos pela ação do governo.

A partir do conceito trazido por PHILIPPI e BRUNA (2004), as políticas

públicas serão entendidas nessa pesquisa como conjunto de diretrizes

estabelecido pela sociedade, por meio de sua representação política, em forma

de lei, visando à melhoria das condições de vida dessa sociedade. Contudo,

observe-se que a política pública não se ―confunde com o ato ou a norma, mas

é a atividade que resulta de um conjunto de atos e normas‖ (BUCCI, 2001,

p.13), sendo, portanto, mais ampla. Assim, será considerado como política

pública, tanto o resultado final, material, concretizado por meio da lei, quanto as

ações e atividades que poderão ter como resultado a lei, embora a estas seja

dado um valor mais relativo.

O processo político envolve um conjunto extremamente complexo de

elementos que interagem no tempo: geralmente envolve centenas de atores

com diversidade de cultura, valores e preferências políticas; envolve um tempo

de uma década ou mais, que seria o tempo necessário para um ciclo de

política, desde sua concepção até avaliação final de seu impacto; envolve

múltiplos níveis de governo; envolve debates políticos entre atores e,

especialmente, deve-se levar em conta que o fator mais complicado nos

processos de políticas públicas seriam os fatores levados por interesses

políticos, por dinheiro ou coerções autoritárias (SABATIER e JENKINS-SMITH,

1993).

Já para SARAVIA (2006, p. 31), os elementos que são mais comumente

encontrados são de quatro ordens: ―a) institucional: a política é elaborada ou

decidida por autoridade formal legalmente constituída no âmbito de sua

competência e é coletivamente vinculante; b) decisório: a política é um

conjunto- seqüência de decisões, relativo à escolha de fins e/ou meios, de

longo ou curto alcance, numa situação específica e como resposta a problemas

e necessidades; c) comportamental: implica ação ou inação, fazer ou não fazer

nada, mas uma política é, acima de tudo, um curso de ação e não apenas uma

Page 108: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

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decisão singular; d) causal: são os produtos de ações que têm efeitos no

sistema político e social‖.

A Política de Governo, diferentemente, pode ser definida como ― o

conjunto de diretrizes estabelecido pela administração pública, visando a

melhoria das condições de vida da sociedade‖ (PHILIPPI e BRUNA 2002).

AITH (2006) cita três aspectos de diferenciação das políticas de Estado

das políticas de governo: os objetivos das políticas de Estado são voltados à

sua organização de tal forma que elas possuam uma base estrutural

necessária para a execução de suas políticas enquanto que as políticas de

governo já utilizam essa base estruturada para ações mais pontuais. A

realização das políticas de Estado deve ser feita pelo governo, não admitindo

delegação, terceirização, nem descontinuidade, o que pode ocorrer nas

políticas de governo. O financiamento das políticas de Estado ocorre apenas

através de recursos públicos, enquanto que nas políticas de governo pode

haver o financiamento privado.

O processo de políticas públicas é formado por várias etapas que

agregam atores, acordos, processos e focos diversos. Em geral as etapas

encontradas englobam a fase de formulação, de implementação e de

avaliação. A formulação de políticas públicas, que se refere à decisão já

tomada pelo político ou pelo Congresso e concretizada por meio da Lei, é

antecedida pela fase de elaboração, onde a decisão é construída. A

implementação envolve a elaboração de planos, programas e projetos para

posterior execução da política. Desta forma, SARAVIA (2006) apresenta as

fases de um processo de políticas públicas, que pode ser denominado o ciclo

das políticas públicas.

A primeira ação envolve a definição de uma agenda, onde determinada

questão é colocada em ordem de prioridade do poder público. Esta inclusão na

agenda significa que determinada questão passa a ocupar uma posição de

destaque como um problema público, que será objeto de debates e embates.

Em um segundo momento ocorre a elaboração onde, a partir da

identificação e delimitação de um problema serão elaboradas as alternativas

possíveis e disponíveis para sua resolução, a estimativa de custos e o

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91

estabelecimento de prioridades. Diferentemente do que se possa imaginar de

um processo racional, a elaboração de políticas públicas possui uma

característica problemática, e não óbvia e racional, uma vez que é tida como

uma barganha, conflituosa e caracterizada pela diversidade e limitações de seu

processo.

A terceira fase, onde é selecionada a alternativa mais conveniente e a

decisão é adotada, com a definição de seus objetivos, base jurídica,

administrativa e financeira denomina-se de formulação.

A quarta fase, ou fase de implementação, constitui-se pelo planejamento

do corpo administrativo e pessoal, financeiro, material e tecnológico

necessários para a execução da política. Concretiza-se pela elaboração de

planos, programas e projetos que irão permitir sua execução. Contudo,

Hogwood e Gunn (1993), citados por SARAVIA (2006), lembram que as

condições externas muitas vezes constituem obstáculos para a implementação

das políticas públicas, seja por falta de tempo ou de recursos necessários, seja

pela política estar estruturada sob uma base teórica não válida e com muitos

fatores de interferência, seja por muitos vínculos de dependência, objetivos não

acordados, precária comunicação e coordenação, entre outros. O que faz ser

extremamente difícil de satisfazer essas precondições na prática.

A quinta fase seria a execução da política, ou as ações necessárias para

colocá-la em prática e a ocorrência de obstáculos, geralmente burocráticos que

dificultam que os enunciados se transformem em resultados.

A sexta e a sétima fase envolvem o acompanhamento da execução para

que sejam alcançados os objetivos pretendidos, e a avaliação dos efeitos de

determinada política na sociedade.

Ao contrário da análise de sistema de políticas proposto por David

Easton (apud THEODOULOU, 1992), cuja maior crítica é sua estabilidade, ao

invés das necessárias mudanças que o processo de políticas deve ter, SOUZA

(2006, p.29 ) e FREY (2000, p. 226) veem em comum o processo de políticas

públicas como um ciclo dinâmico, formado pelas seguintes etapas: ―definição

de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das

opções, implementação e avaliação‖.

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92

Desta forma, este processo não se desenvolve nem de forma linear,

nem com início definido, nem em um encadeamento lógico, uma vez que se

trata de um conjunto complexo de ações e decisões do governo, com uma

variedade de atores que darão suporte á política, que nem sempre agem de

acordo com a racionalidade, pois estes atores, na maioria das vezes, não

conhecem e não desempenham um papel social determinado (SILVA 1999;

SARAVIA 2006; HOOGWOOD e GUNN 1984). É, portanto, um processo

marcado por

―(...)incoerências, ambigüidades e incertezas em todos os

estágios e em todos os momentos‖. Qualquer política

pública é em grande parte um esforço de coordenação de

forças centrífugas que operam no interior da própria

máquina estatal e na sociedade. A formulação de políticas

é, com muita frequência, marcada pelo fato de que os

decisores não sabem exatamente o que eles querem,

nem o resultado possível das políticas formuladas, bem

como pelo fato de que as políticas adotadas são o

resultado de um processo de negociação no qual o

desenho original de um programa é substancialmente

modificado‖ (Joubert, B. e Muller, P.L, citados por

ARRETCHE, 2006, p. 30).

Além de se caracterizar por um processo dinâmico e cheio de

ambiguidades e incertezas, o modelo de ciclo de políticas públicas quase

nunca segue a sequência proposta, conforme atesta FREY (2000), uma vez

que programas mais complexos buscam apoio em processos mais interativos,

motivados pelas diversas reações dos atores envolvidos nestes processos.

Destaca-se ser característica do Estado Democrático de Direito, que

surge no final do século XIX e início do século XX, a transformação do antes só

existente Estado de Direito, “num Estado Democrático, onde além da mera

submissão à lei deveria haver a submissão à vontade popular e aos fins

propostos pelos cidadãos‖(BASTOS 1997, p.157).

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93

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 acolhe, em

seu artigo primeiro, além do princípio republicano (forma de governo), o

princípio do Estado Democrático de Direito (tipo de Estado) que têm por

fundamento a cidadania, a soberania, a dignidade da pessoa humana, os

valores sociais do trabalho e livre iniciativa e o pluralismo político.

BASTOS (1997, p.156) afirma que o Estado Democrático de Direito

torna-se necessário pois ―o princípio republicano, por si só não se tem

demonstrado capaz de resguardar a soberania popular, a submissão do

administrador à vontade da lei, em resumo, não tem conseguido preservar o

princípio democrático nem o do Estado de Direito‖.

Pelo princípio democrático, ―A democracia,(....), quer significar a efetiva

participação do povo nas decisões e destinos do Estado, seja através da

formação das instituições representativas, seja através do controle da atividade

estatal. Em síntese, traduz-se na ideia de que o povo é o verdadeiro titular do

poder, mesmo que este seja exercido através de representantes eleitos‖ (DIAS

2001, p.224).

A cidadania, que se origina do próprio princípio do Estado Democrático

de Direito, surge como o grande fator de legitimação do povo, permitindo que

atue na defesa das instituições democráticas, podendo se externalizar tanto

através de democracia representativa - sufrágio universal, quanto pela

democracia participativa - plebiscito, referendo e iniciativa popular (DIAS 2001,

p.226).

O exercício da cidadania representativa é essencial, ―(....) se exijo um

direito que é meu, no entanto, só é meu porque num regime democrático a

ligação de todos com o poder é básica, é constitutiva. Ter parte no poder é um

direito mas igualmente uma responsabilidade(....)‖ . Os maus governantes ―só

vicejam porque a sociedade os tolera ou os elege. Uma conduta ética na

política exige a responsabilidade de todos, no sentido (negativo) de limpar o

que está sujo, mas também e, sobretudo, no sentido (positivo) de construir uma

sociedade que escolha determinados fins em comum― (RIBEIRO 2002, p.145).

As políticas públicas representam, portanto, o resumo destes interesses

gerais que surgem em sua concepção normativa. A partir deste momento,

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94

atendidos os anseios da população, a política pública se transforma em um

importante instrumento de construção de um projeto ideal de sociedade.

Integra-se nesse rol doutrinário MIRRA (1996) que apresenta dois

fundamentos normativos para a participação pública em questões ambientais.

Um deles está consagrado no artigo 1º, parágrafo único, da Constituição da

República de 1988, que determina: ―Todo o poder emana do povo, que o

exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta

Constituição‖.

Para MIRRA (1996) o dispositivo instituiu um regime de democracia

semi-direta no Estado Brasileiro, regime este que não se esgota em formas de

participação por representação política.

O segundo fundamento encontra-se, consoante lição do referido autor,

na própria qualidade que a Constituição da República de 1988 atribui ao meio

ambiente, considerando-o ―bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida‖ (artigo 225, caput, da CF/1988). Ora, se o meio ambiente é

bem de uso comum do povo, todos possuem legitimidade para conservá-lo.

É válido realçar, que a participação da sociedade no que se refere ao

meio ambiente, no âmbito da Federação, está disciplinada pela Lei nº 6.938/81,

que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, e também pela Resolução nº

09 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Será, portanto, estabelecida e executada pela administração que estiver

exercendo o poder em determinado período, estando à mercê do livre arbítrio

de um futuro governante continuar ou não a ação iniciada por seu antecessor.

O Capitulo 23, da Agenda 21, documento considerado o maior esforço

conjunto de governos de todo mundo para identificar ações que aliem o

desenvolvimento à proteção ambiental, destaca o papel do cidadão na defesa

do meio ambiente.

A Agenda 21 evidencia que a participação dos cidadãos é pré-requisito

fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável e prevê mecanismos

para isso. Destaca que a sociedade, os governos e os organismos

internacionais devem criar meios para que as ONGs (organizações não-

governamentais) sejam parceiras no desenvolvimento sustentável.

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95

A Constituição Paulista de 1989 já havia incorporado esses conceitos ao

setor de recursos hídricos: a gestão descentralizada, participativa e integrada

em relação aos recursos naturais, a divisão do Estado por bacia hidrográfica, o

aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e garantiu mecanismos de

participação da sociedade civil organizada. O sistema paulista de recursos

hídricos, implantado através de lei específica que regulamenta a norma

constitucional, (7.663/91) efetivou os espaços de participação da sociedade,

em níveis iguais aos dos representantes do poder público.

A partir dessas conquistas sociais, referendadas em leis, as instituições

da sociedade civil mudam de papel e passam a dividir responsabilidades com

as entidades públicas e governamentais. A comunidade, organizada em

entidades representativas e de defesa de interesses coletivos e difusos, passou

a exercitar, de verdade, a sua cidadania na área ambiental e no gerenciamento

dos recursos hídricos.

A intervenção da sociedade nos procedimentos decisórios ao tocante ao

meio ambiente é referida pelo Ordenamento Jurídico brasileiro como um

princípio. Desta forma, todos têm a faculdade de participar da construção de

qualquer ato de poder do Estado suscetível de acarretar repercussão no meio

ambiente.

As políticas públicas funcionam como instrumentos de aglutinação

desses interesses da sociedade civil em torno de objetivos comuns, que

passam a estruturar uma coletividade de interesses. Segundo uma definição

estipulativa: toda política pública é um instrumento de planejamento,

racionalização e participação popular. Os elementos das políticas públicas são

o fim da ação governamental, as metas nas quais se desdobra esse fim, os

meios alocados para a realização das metas e, finalmente, os processos de

sua realização.

Desta forma, ações sociais promovidas pelas pesquisas dos grupos de

pesquisa serão entendidas como passíveis de induzir a concretização de

políticas públicas.

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96

2.2.1. Modelos de processos de políticas públicas

A partir de modelos de processos de políticas públicas autores analisam

em que fases as políticas públicas são passíveis de influência das pesquisas.

Os diversos modelos de processos de políticas são apresentados em

NEILSON (2001) como: modelo linear ou racional; incrementalista; interativo;

redes políticas; definição de agenda; narrativas políticas e transferência

política. Para o autor a influência da pesquisa se dá nos campos racional e

político. O campo racional engloba o modelo linear, o incrementalista e o

Interativo. O político se dá nos modelos de redes políticas, de definição de

agenda, de narrativas políticas e de transferência política.

A. Modelos racionais

Modelo linear ou racional

Também conhecido por modelo amplo racional, este modelo deriva

originalmente do trabalho de Laswell (1951) citado por NEILSON (2001), e é

visto por PORTER e HICKS (1995) como o modelo básico dos decisores

políticos, embora com limitações.

O modelo é racional porque segue uma sequência de fases e é

abrangente porque busca questionar, comparar e avaliar opções possíveis,

calculando os custos sociais, econômicos e políticos da decisão, bem como os

benefícios para a comunidade (STONE et al. 2001).

Este modelo é composto por diversas fases (Figura 4).

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97

Figura 4: Modelo racional de políticas públicas

AGENDA ALTERNATIVAS IMPLEMENTAÇÃO AVALIAÇÃO

Fonte: NEILSON 2001, p. 14, traduzido pela autora

Este modelo delineia o processo de fazer política como sendo um

processo de solução de problemas que é racional, balanceado, objetivo e

analítico. As decisões são tomadas em sequência, com a inicial identificação

do problema e, em seguida, as fases ou atividades que possam solucionar o

problema (SUTTON,1999).

Em comparação à produção do conhecimento isso não se dá, uma vez

que o conhecimento é um processo contínuo que se inicia com a pesquisa, ou

seja, não há, como ocorre no modelo linear do processo de políticas, uma fase

inicial de produção do conhecimento para posterior aplicação (YIN e

GWALTNEY 1981).

De acordo com YIN e GWALTNEY (1981) o processo de utilização do

conhecimento vai ser diferente de acordo com o usuário pretendido. Para

estes, os usuários podem ser enquadrados em três categorias: os fazedores de

decisões ou quem necessite tomar decisões sobre alocação de recursos,

novos programas ou novas leis e regulamentos; os cidadãos, quem seja

consumidor de serviços ou quem possa ser afetado pelas políticas de governo;

os fornecedores de serviços, como escolas, por exemplo.

Para cada uma destas categorias haverá um processo de utilização do

conhecimento diferente. Enquanto fazedores de políticas preocupam-se

especialmente com tomar as decisões, cidadãos preocupam-se tanto por

decisões quanto por fornecimento de serviços, e os fornecedores de serviços

preocupam-se predominantemente em implementar novas práticas. No

entanto, de uma maneira geral, a utilização do conhecimento pelos fazedores

de decisões e cidadãos aproxima-se do modelo enlightenment, seguido por

Weiss, no qual o conhecimento relevante pode surgir de uma mistura de fontes

científicas e não científicas, podendo resultar em mudança na forma que as

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98

pessoas pensam sobre determinada situação, e não somente em fazer-se

decisões (YIN e GWALTNEY 1981).

REIMERS e MC GINN (1988), no entanto, entendem que tanto a

produção do conhecimento quanto a utilização deste é feita em etapas. Há uma

primeira etapa quando o conhecimento é criado pelo pesquisador. Na etapa

seguinte, há a disseminação dos resultados, que é onde o pesquisador busca a

atenção do decisor político para que utilize os resultados do conhecimento

produzido.

Este modelo, apesar de sua praticidade, tem sido muito criticado por

vários autores por não evidenciar a realidade, isto porque raramente os

fazedores de políticas utilizam e avaliam as várias alternativas disponíveis

(PORTER e HICKS, 1995).

Embora o modelo assuma que haverá acesso a toda informação e que

isto possibilitará que seja identificada a melhor opção a ser tomada, isto não

costuma ocorrer porque os objetivos dos tomadores de decisões são

frequentemente limitados a responder ―demandas públicas imediatas e não

maximizar ganhos sociais a longo prazo‖. O que fazem, na verdade, é parar de

buscar assim que uma solução possível é identificada, seja por contenção de

custos, seja por falta de recursos ou tempo (STONE et al. 2001, p.5).

Nos países em desenvolvimento a decisão de como fazer a política está

muito mais centrada no poder político, como fator determinante, do que em

dados ou informações, que podem ser inexistentes ou de difícil acesso

(GRINDLE e THOMAS, 1990). MEIER (1991) vê o processo de políticas como

um processo linear que deriva de prescrições dadas pelos economistas ao

decisor político e daí para a escolha política, implementação e resultados.

Destaque é dado pelas forças da sociedade e do estado que também exercem

influência, mas de menor intensidade (Figura 5)

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Figura 5: Modelo linear

Fonte: MEIER,1991, p.9-10

Modelo incrementalista

Trata-se de uma modificação do modelo linear para tentar reduzir as

incertezas, conflitos e complexidade através de mudanças incrementais ou

marginais. De acordo com este modelo, quanto mais houver incertezas em

determinada situação maior será a adoção de estratégias incrementais

(GRINDLE e THOMAS 1990).

Assim, a mudança política é vista mais como um processo de reforma,

onde os fazedores de decisões tomam decisões mais modestas e regulares do

que abruptas ou significativas, e que necessitem de informações seguras

(LINDBLOM 1981).

Por este modelo as grandes decisões são divididas em decisões

menores a serem distribuídas e tomadas por atores diversos, dentro da

autonomia e independência de cada um (Fridmann 1987 apud NEILSON 2001).

Desta forma, o processo se torna mais gerenciável e interativo, uma vez

que cada ator busca comunicar seus interesses e pontos de vista aos demais

(LINDBLOM 1981).

As críticas a este modelo se dirigem ao fato deste ser apenas uma

explicação parcial do processo de fazer políticas, não explicando, por exemplo,

como se dá a definição da agenda (Kingdon 1984). Outros avaliam o modelo

como incapaz de lidar com situações de crise (GRINDLE e THOMAS 1990), e,

particularmente, em países em desenvolvimento, o modelo não consegue

responder com as mudanças fundamentais necessárias, uma vez que foca em

Economistas Predições Prescrições

Decisor político

Escolha política

Escolha política Resultados

Forças da Sociedade Grupos de interesse Classes Partidos e eleitores

Forças do Estado Tecnocratas Burocratas Interesses do Estado

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100

mudanças pequenas em políticas já existentes, faltando, portanto, espaço para

pesquisa de inovação (STONE et al. 2001; GRINDLE e THOMAS 1990).

Outra questão a destacar é que este modelo não permite considerar

fatores externos como experiências históricas, valores ou alianças, que

costumam exercer importante influência em países em desenvolvimento

(NEILSON 2001).

Modelo interativo

A estrutura deste modelo foi desenvolvida por Grindle, Merilee and John

W. Thomas (1990) e o seu foco está na fase de implementação do processo

político e se originou sob a perspectiva da política econômica.

Este modelo tem por conceito central que a iniciativa de reforma pode

dar-se em qualquer estágio do processo, vendo a reforma política como um

processo onde cada parte interessada pode exercer influência. A mudança

política é vista como característica analítica central em relação a diferença

entre adoção política e implementação política. Assim, a fase de

implementação seria crucial para o processo de políticas.

Os tomadores de decisões são frequentemente pressionados por

interesses de classes e organizações sociais, de atores internacionais ou

condições econômicas internacionais, mas deixam espaço para definição de

conteúdo, tempo e sequência das iniciativas de reforma; sempre têm

explicações articuladas e lógicas para os problemas que buscam resolver,

podendo inclusive modificar suas preferências ou opções baseados em

experiência, estudos, valores, ideologia, filiação ou treinamento profissional;

sempre tomam papel ativo e formativo em moldar as reformas e fazê-las

politicamente aceitáveis a interesses divergentes, bem como trazer mudanças

em políticas públicas e institucionais são práticas correntes de suas atribuições

(GRINDLE e THOMAS 1990).

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101

Figura 6: Modelo interativo

QUESTÕES

Agenda política

Estágios de discussão

Características da política

Arena

Burocrática Pública

Rejeita/Implementa Implementa/Rejeita

Recursos Necessários

Políticos _ _ _ _ _ _

Financeiros _ _ _ _ _ _

Gerenciais _ _ _ _ _ _

Técnicos _ _ _ _ _ _

Múltiplos resultados potenciais

Fonte: Traduzido de GRINDLE E THOMAS 1990

B. Modelos políticos

Redes de Políticas

Estes modelos derivam de abordagens político pluralistas. Na definição

de GRINDLE e THOMAS (1990), as políticas públicas se originam a partir de

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conflitos, barganhas e formação de coalizões entre grupos sociais organizados

para defender ou avançar em interesses do grupo. Já para Reimers e Mc Ginn

(1997), mudanças políticas são o resultado de uma negociação de interesses

dentro de uma organização (de educação) e com o ambiente externo onde o

sistema opera.

O que diferencia estes modelos dos racionais é que a mudança política

é explicada em função de diversos atores ou grupo de atores existentes dentro

do sistema de fazer políticas, demonstrando sua complexidade.

Para STONE (1996) são diversas as abordagens existentes de redes

políticas como: comunidades de conhecimento, redes temáticas, comunidades

epistêmicas, comunidades políticas e coalizões de defesa. As comunidades

epistêmicas são grupos fechados, enquanto que as coalizões de defesa, as

redes temáticas e as comunidades políticas são abertas. Dentre estas, as

redes temáticas e as comunidades políticas não possuem limites claros.

Geralmente, quando uma comunidade epistêmica atinge seu objetivo é extinta.

As redes temáticas dão mais importância aos direito adquiridos do que

as comunidades epistêmicas, mas ainda tem no conhecimento, e não em

crenças, o seu principal foco de interesse, diferentemente das coalizões de

defesa que tem sua estrutura central baseada em crenças.O papel dos direitos

adquiridos e o conhecimento são as variáveis mais importantes para as redes

temáticas do que para as comunidades epistêmicas, nas quais ideias,

experiências e conhecimento são fundamentais (NEILSON 2001).

Redes temáticas

O estudo das redes temáticas deve-se a Hugh Heclo (1978) que as

define como ―grupo de conhecimento compartilhado que tem a ver com algum

aspecto da política pública‖. Refere-se, portanto, que estas redes, embora

estejam baseadas em conhecimento, não produzem necessariamente

consenso ou acordos como resultados. O importante aspecto encontrado

nestas seria o debate político resultante deste conflito de interesses, da

ausência de valores comuns e da falta de consenso. Como conseqüência, o

tipo de especialista esperado nestas redes é aquele muito mais com

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103

capacidade para o debate político de determinada questão do que com

treinamento profissional (Heclo 1978 apud NEILSON 2001).

Comunidades epistêmicas

Definidas como ―rede de profissionais com reconhecida experiência e

competência em um domínio específico e uma ampla demanda de

conhecimento político relevante dentro deste domínio ou área temática‖.

Embora estes profissionais venham de especialidades e experiências

diversas, eles compartilham: ―(a) valores normativos e morais, que favorecem

uma racionalidade baseada em valores para a ação social dos membros da

comunidade; (b) valores causais, que são derivados de suas análises de

práticas ou contribuem para a solução de um conjunto central de problemas em

sua área, e que servem como base para a elucidação de múltiplas ligações

entre ações políticas possíveis e resultados desejados; (c) noções de validade,

ou seja, critérios definidos internamente e de maneira intersubjetiva para a

avaliação e a validação do conhecimento no domínio de sua especialidade; e

(d) empreendimento político (ou interesse comum), ou seja, conjunto de

práticas compartilhadas associadas a um conjunto de problemas para os quais

a sua competência profissional é dirigida (....)" (traduzido de HAAS 1992, p. 3).

O que diferencia estas comunidades epistêmicas de outros grupos de

interesse, inclusive de grupos mais amplos da comunidade científica, é o fator

do compartilhamento de um conjunto de valores causais e de princípios, o

interesse comum e a base de conhecimento consensual e, especialmente em

relação à comunidade científica mais ampla, o comprometimento normativo dos

membros de uma comunidade epistêmica (HAAS 1992, pp.18-19).

Em situações de incerteza ou de grande complexidade, estas vistas

como aquelas em que os atores necessitam fazer escolhas sem possuir a

informação sobre a situação ou em face de informações inadequadas, os

tomadores de decisões têm buscado informações nas comunidades

epistêmicas (HASS 1992 pp. 13-14).

Para Diane Stone (1996) citada por NEILSON (2001), o conhecimento é

um aspecto central de poder na perspective das comunidades epistêmicas.

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104

Explica como a informação penetra a burocracia e informa os decisores

políticos. A abordagem dessas comunidades tem foco nos atores especialistas

em fazer políticas com quem compartilham normas, crenças, valores e projetos

políticos, buscando mudanças em áreas políticas específicas.

Comunidades Políticas

Conceituam-se comunidades políticas como ―redes caracterizadas pela

estabilidade de relações, a continuidade de membros altamente restritiva, uma

interdependência vertical baseada na responsabilidade compartilhada da

tramitação de serviços e isolamento de outras redes e do público em geral Têm

um alto grau de interdependência vertical e articulação horizontal limitada.

Estão altamente integradas‖ (Rhodes, 1988:78 apud KLIJN 1998).

São redes estáveis de atores políticos tanto de dentro, como de fora do

governo, que são altamente integrados com interações densas entre os

autores. Elas emergem e se consolidam em torno de campos políticos

específicos ou subsistemas e giram em torno de instituições relevantes, como

ministérios e agências governamentais e têm natureza relativamente fechada,

Outros grupos podem participar desde que compartilhem valores centrais e

atitudes da comunidade política, estabelecimento de padrões de relações e

oferta de vantagens para um ou mais atores da rede. As interações são

baseadas em dependência de recursos e barganhas constantes. É a variante

mais institucionalizada do conceito de redes políticas e, por definição, é parte

da estrutura de governança (KLIJN 1998).

Coalisões de defesa

A estrutura das coalizões de defesa foi desenvolvida por Paul Sabatier e

Hank Jenkins-Smith para explicar melhor as mudanças políticas como uma

função de tempo e fatores externos como mudanças no governo ou condições

econômicas. Consiste em ― pessoas de várias posições (eleitas e oficiais de

agências, líderes de grupos de interesse, pesquisadores, etc) que

compartilham um sistema particular de crenças – que é um conjunto básico de

valores, afirmações causais e percepções de problemas – e que mostram um

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105

grau de atividades coordenadas com o tempo (Sabatier and Jenkins-Smith,

1993, p.25 apud NEILSON 2001).

Este modelo possui quatro premissas básicas: o processo de mudança

política requer uma perspectiva de tempo de uma década ou mais; a forma

mais útil para se pensar este período de tempo é através do foco em

subsistemas políticos, que seria a interação de atores de diferentes instituições

que buscam influenciar as decisões governamentais na área de políticas; estes

subsistemas devem incluir uma dimensão intergovernamental, ou seja, eles

devem envolver todos os níveis de governo; estas políticas públicas podem ser

conceituadas da mesma maneira como um sistema de crenças. Ou seja, como

conjuntos de prioridades valoradas e afirmações causais de como realizá-las.

O objetivo destas coalizões é transformar suas crenças em políticas públicas

ou programas (Sabatier and Jenkins-Smith, 1993, pp.16-17 apud NEILSON

2001).

Agenda-Setting (Definição de agenda)

O modelo de definição de agenda, ou de caminhos múltiplos, para

conceituar o processo de políticas, foi proposto por Jonh Kingdon, a partir do

modelo da lata de lixo, desenvolvido por Cohen, March e Olsen, nos anos 1970

(NEILSON 2001).

Este modelo dá atenção ao fluxo e tempo das atividades políticas em

termos de seu foco em como assuntos ou questões são selecionadas para a

agenda políticas e como as alternativas são consideradas. O ponto principal é

o tempo e o fluxo de um problema particular e a soluções possíveis, e quando

e como eles convergem (KINGDON 1984 p.92).

A principal premissa deste modelo é a noção de três streams dos

processos na definição de agenda do governo federal: problemas, políticas e

políticos. Pessoas reconhecem problemas, geram propostas de mudanças em

políticas e se engajam em atividades políticas como campanhas por eleições e

grupos de pressão. E somente quando estes três caminhos convergem é que

haverá mudança política. Isto ocorre quando um político empreendedor chega

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106

a uma solução ou intervenção e esta é posta na agenda pública, e que poderá

ser adotada. O fato de focar-se mais em determinado problema deriva do

esforço que ativistas investem para trazer determinados problemas a atenção

pública e governamental (KINGDON 1984, p.92).

Problem Stream – através de vários meios o problema é trazido à

atenção do fromulador de políticas, uma vez atraída a atenção, são utilizados

indicadores para avaliar sua magnitude e sua mudança.

Policy stream – pode ser considerado uma solução quando uma ideia é

encontrada. Estas ideias são geralmente encontradas por especialistas de

política comunitária, podendo não ser necessariamente uma solução viável ou

funcional aceita por todos os membros. Algumas ideias necessitam ser levadas

adiante de várias maneiras por figuras importantes ou políticos

empreendedores.

Através de uma pequena lista de propostas escolhidas muito mais por

acordo do que por consenso, o policy stream pode apresentar uma alternativa

viável, facilitando a adoção desta questão na agenda governamental e

aumentando as chances de colocação na agenda de decisão (KINGDON,

1984).

Political Stream – Flui de acordo com regras e dinâmica próprias e é

composto por fatores como troca no national mood, resultado de eleições,

mudanças na administração e campanhas de pressão de grupos de interesse,

que serão os responsáveis pelo que será objeto da agenda.

Uma vez definido o problema e encontrada uma solução é necessária

uma oportunidade para que iniciativas sejam adotadas. A estas oportunidades

ocorrem quando há mudanças no political stream, como mudança de governo,

por exemplo. A estas oportunidades dá-se o nome de janelas políticas. E sua

eficácia dependerá da existência dos três elementos do political stream, sendo

importante neste processo um policy entrepreneur.

Um bem sucedido policy entrepeneur deve, em primeiro lugar, saber se

comunicar com uma audiência, tendo expertise, habilidade para falar com

outras pessoas ou tendo uma posição de tomador de decisões de destaque;

deve ser reconhecido por sua capacidade de negociação ou pelas conexões

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107

políticas; e, por último, deve ser persistente. O policy entrepreneur geralmente

é a pessoa responsável por ligar um problema particular a uma solução, e levá-

la para a agenda política, por isso é considerado peça central de todo o

processo (KINDGON 1984).

Narrativas políticas

Foram desenhadas a partir do desenvolvimento do discurso literário que

nasce de uma estrutura pós-modernista e enfatiza como a linguagem ou o

discurso pode moldar a agenda política e como os problemas e as soluções

são entendidas. ―Não são eventos externos que causam mudança política, mas

como estes eventos são percebidos‖ (STONE et al. 2001).

A análise de narrativa política pode ser utilizada para explicar a

percepção dos formuladores de políticas e/ou dos pesquisadores se as

pesquisas informam ou não políticas públicas. Pode fornecer um conhecimento

mais profundo do porquê a influência política é sempre construída como um

resultado positivo, mesmo quando as evidências empíricas sugerem

conseqüências negativas (NEILSON 2001).

O modelo consiste em nove situações ou momentos de ação que devem

ser utilizadas na pesquisa que pretende informar políticas, e destaca que não

necessariamente devem ocorrer na ordem destacada: (1) Definir o processo de

mudança que será informado pela pesquisa; (2) Definir quem são as partes

interessadas ou participantes neste processo de mudança; (3) Definir os fluxos

atuais e relevantes no campo de se fazer políticas e práticas; (4) Definir os

diálogos que ocorrem e que devem ocorrer entre os partes interessadas chave;

(5) Empoderar grupos para o diálogo; (6) Estabelecer regras para o diálogo

baseado em conhecimentos; (7) Estabelecer operações para gerar

conhecimento; (8) Balancear conhecimento técnico, conceitual e processual;

(9) Preparar um relatório e plano de disseminação (REIMERS and Mc GINN

1988, p. 177 -189).

2.2.2. Políticas públicas ambientais

Page 126: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

108

A humanidade, desde os tempos mais remotos, sempre foi, e ainda o é

hoje, dependente do ambiente para sua sobrevivência. O que torna a Terra

habitável é a existência de ecossistemas que se encarregam de manter os

ciclos biogeoquímicos e a biodiversidade.

As raízes econômicas da humanidade baseiam-se no uso do meio

ambiente, principalmente por meio da exploração de produtos florestais, da

agricultura e da pesca. Soma-se a esta questão o consumo de recursos

naturais renováveis e não renováveis, como a água, os minérios, as fontes de

energias, entre outros, pelo setor industrial. Dentro deste enfoque, destaca-se a

dependência do processo de desenvolvimento na continuidade da existência

dos ecossistemas e dos estoques de recursos naturais. Trata-se dos serviços

que os ecossistemas fornecem à humanidade (MILLENNIUM ECOSYSTEM

ASSESSMENT 2005).

A relação do homem com a natureza baseia-se em uma visão deturpada

da natureza como fonte inesgotável de recursos.

Com a revolução industrial, esta intervenção humana passa a aumentar

de forma significativa com o uso intensivo de grandes reservas de combustíveis

fósseis para geração de energia. As atividades que antes preservavam certa

―capacidade de carga‖ do planeta passam a ameaçar a vida de todos na Terra.

O grande problema atual relaciona-se com consumo desordenado dos recursos

naturais de tal forma a impedir a renovação dos ecossistemas. ―Entre o final da

Segunda Guerra Mundial e os últimos anos da década de 80, enquanto a

população mundial apresentava um crescimento extraordinário de 120%, a

produção global de bens conhecia um aumento ainda mais vertiginoso, de

cerca de 400%‖ (PENNA 1999, pg. 28).

Como ressalta VIOLA (1987), o que a industrialização trás de novo não é

o comportamento predatório, sempre existente, mas a escala com que a

exploração passa então a atuar.

Estas alterações, apesar de trazerem benefícios econômicos em curto

prazo, acabaram por impor, em um prazo mais longo, altos custos ao meio

ambiente, tais como a erosão do solo, a poluição do ar e das águas, doenças e

a redução da biodiversidade.

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109

A partir da década de 60, a problemática ambiental surge ligada à

discussão sobre crescimento demográfico e suas conseqüências prejudiciais

especialmente com as publicações de Paul Erlich (The population bomb, em

1968) e Garret Hardin (The tragedy of the commons, em 1968). A publicação

que se segue, em 1972, intitulada The limits to growth (Os limites do

crescimento), de autoria de um grupo coordenado por Donella Meadows,

aparece como um marco que pautará todas as discussões ambientais durante

toda a década de 1970 (NOBRE e AMAZONAS 2002).

A despeito de todas as críticas, o documento preparado pelo grupo de

Meadows resultou em ampla divulgação da questão ambiental, com 12 milhões

de cópias vendidas na Europa, durante o período de 1972 a 1989, servindo,

além de marco a todas as discussões que se seguiram, como uma mudança da

maneira de se ver o mundo a partir de então (NOBRE e AMAZONAS, 2002).

A partir desta publicação é publicamente questionada a primazia do

desenvolvimento econômico vista como altamente responsável pela utilização

ilimitada dos recursos naturais e degradação ambiental, focando especialmente

no modo de desenvolvimento dos países desenvolvidos. O Estado, até então

totalmente responsável pelas decisões políticas e tecnológicas, passa a ter que

reformular suas bases e questionar seus limites (NOWOTNY et al. 2001).

Neste mesmo ano é realizada a Conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente Humano, mais conhecida como a Conferência de Estocolmo,

cuja principal preocupação estava centrada no crescimento populacional,

processo de urbanização e na tecnologia envolvida na industrialização

(BELLEN, 2002).

Com a Conferência de Estocolmo a administração pública é obrigada a

se preparar para a política pública de meio ambiente, através de uma visão

mais integradora e abrangente da apropriação dos recursos naturais (RIBEIRO,

2005). Dessa forma, é criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA,

em 1973, com competências especificas para proteção e melhoria do meio

ambiente (RIBEIRO, 2005). As principais atribuições desta Secretaria, no início,

eram o controle da poluição, o uso racional dos recursos naturais e

preservação do estoque genético. A partir de 1986, além dessas atribuições, a

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110

Sema passa a promover maior disseminação da questão ambiental em âmbito

estatal e interação das agências ambientais e comunidade científica

(PELICIONI, 2004).

Após a Conferência de Estocolmo, por iniciativa da ONU, são realizados

diversos encontros de âmbito internacional, podendo se destacar a Conferência

das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD),

ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, conhecida informalmente por Cúpula da

Terra; as conferências sobre os assentamentos humanos – Habitat I, em 1976

e Habitat II, em 1996); a Cúpula da Terra +5, realizada em Nova York, em

1997; a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +10),

realizada em Johannesburgo, África do Sul, em 2002. Passados 20 anos

desde a CNUMAD, está prevista a realização da Rio +20, que ocorrerá no Rio

de Janeiro em 2012.

Esses encontros mundiais, além de constituírem marcos importantes na

evolução da questão ambiental, trazem consigo as diretrizes e princípios que

irão orientar as políticas públicas ambientais. Destacam-se os princípios da

Conferência de Estocolmo, de 1972 e da Conferência do Rio de Janeiro, de

1992, que indicam a necessidade e urgência do estabelecimento de políticas

ambientais tanto no âmbito internacional, quanto nacional, regional e local

(PHILIPPI JR e BRUNA, 2004).

No Brasil, podem ser citadas algumas leis que se destacam por

manifestarem políticas públicas ambientais em nível nacional: Política Nacional

de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81); Política Nacional de Saúde (Lei nº

8.080/90); Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97, alterada

pela Lei nº 9.984/00); Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº

9.795/99); Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (Lei nº 10.257/01);

Política Nacional de Saneamento (Lei nº 11.445/2007); Política Nacional de

Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). A Constituição Federal do Brasil, de

1988, possui um capítulo inteiro dedicado à questão ambiental.

De acordo com PHILIPPI JR e BRUNA (2004), embora haja um período

grande entre as primeiras legislações ambientais e as últimas, houve neste

intervalo um crescente despertar de consciência da sociedade para as

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111

questões ambientais, que é expresso, tanto nos dispositivos constitucionais,

quanto, por exemplo, na Agenda 21 brasileira, resultado da Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992.

Entendem também os citados autores que a Política Nacional de Meio

Ambiente foi construída sob a perspectiva da sustentabilidade, estabelecendo

relações de acompanhamento, cooperação e avaliação de sua interação com

as demais políticas públicas a serem implementadas pelo Sistema Nacional de

Meio Ambiente – Sisnama, bem como estabelece diretrizes para o país e

instrumentos e estruturas de gestão para os três níveis da administração

pública.

PHILIPPI e BRUNA (2004), no entanto, citam alguns problemas a serem

ainda enfrentados pela política ambiental, como desvios de funções entre

organismos e entidades executoras da política ambiental; intromissões de

índole partidária que impedem a implementação de políticas ambientais;

substituição de políticos nas trocas de mandato que dificultam continuidade;

falta de políticas setoriais nacionais de apoio para cobrança da população.

A solução destes problemas pode dar-se com um maior apoio dos

estados e municípios no sentido de adaptar as necessidades para as

características demográficas e de recursos naturais de cada região, bem como

no estabelecimento de regras mais restritivas pelos municípios, se houver

necessidade. Destacam, ainda, a importância de cobrança por parte da

população na criação, implementação e acompanhamento de políticas públicas

ambientais, como direito do cidadão (PHILIPPI e BRUNA, 2004), que é

exercido por meio de representantes, especialmente votados, nas câmaras de

deputados e vereadores.

Como um ―caso emblemático‖ a ser citado, o processo de modificação

do Código Florestal brasileiro (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965),

através do projeto de lei n lei 1876/99, de autoria do deputado Sérgio Carvalho,

vem se arrastando há onze anos na Câmara dos Deputados e, recentemente,

obteve aprovação da Câmara dos Deputados.

O Projeto de Lei introduz profundas alterações na legislação ambiental

em vigor, notadamente no Código Florestal, na Lei da Política Nacional do Meio

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112

Ambiente e na Lei de Crimes Ambientais, em total discrepância, entendem

seus opositores, com os cuidados necessários que devem ser adotados em

relação à proteção ambiental.

O que interessa destacar nesse caso é a posição da comunidade

científica nesse processo de aprovação do projeto de Lei. Sem pretender-se

aprofundar a questão, na tentativa de se obter aprovação do projeto, há intensa

discussão sobre o envolvimento do setor acadêmico, visto por alguns como

orientador desinteressado, visto por outros como ―certificador‖ de uma situação

que se quer normatizar.

Cite-se apenas como elemento de reflexão o título de matéria constante

no dia 17/07/2011, na página web da Sociedade Brasileira para o Progresso da

Ciência – SBPC, por ocasião de seu 63º Encontro Anual: ―Ciência sob

encomenda baseou alterações no Código Florestal‖.

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113

2.3. Redes

(...) la historia sólo está comenzando, si por ella entendemos el momento en que,

tras milenios de batalla prehistórica con la naturaleza, primero para sobrevivir,

luego para conquistarla, nuestra especie ha alcanzado el grado de conocimiento y

organización social que nos permitirá vivir en un mundo predominantemente

social.

Manuel Castells

2.3.1. Tipologia de Redes

A publicação de 1972, intitulada The limits to growth (Os limites do

crescimento), surte importante conseqüência no campo do conhecimento que,

apoiado em ferramentas tecnológicas e comunicacionais, volta-se a um

processo de internacionalização e globalização, deixando de ser um monopólio

―útil‖ das nações industrializadas. As redes emergentes neste cenário de

globalização e a difusão geográfica não propiciam mais o controle rígido e o

conhecimento passa a ter uma maior importância. ―Com a popularidade da

teoria do caos (metade 1970s) a não linearidade torna-se a palavra do dia‖

(NOWOTNY et al. 2001).

A partir de três elementos típicos do cenário social: 1. A velocidade e o

caráter permanente das transformações, onde as mudanças que antes

levavam séculos ou décadas para ocorrerem, hoje percorrem lapsos de tempo

bem mais reduzidos, além de se caracterizarem pela permanência das

alterações, gerando um estado permanente de crise; 2. O crescimento da

quantidade de informações e conhecimentos gerados e disponíveis; 3. A

grande capacidade de armazenamento e transmissão do conhecimento em

tempo reduzido, GOERGEN (1998, p.03) entende que ―o mundo tornou-se

globalizado, interligando os pontos mais remotos do globo terrestre através de

meios eletrônicos de comunicação, em tempo real. Países, comunidades,

empresas e até mesmo os indivíduos tornaram-se completamente

interdependentes―.

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114

Na sociedade da informação preconizada por CASTELLS (1996) os

fluxos de informações são compartilhados e trocados através de redes. Assim,

no entender de Goergen (1998, p. 07) ―a habilidade e a capacidade de gerar

novos conhecimentos passam a depender do acesso aos fluxos de redes‖ onde

o ―próprio conhecimento tornou-se um permanente fluir, seja do ponto de vista

da perda de sua fixidez ou permanência, seja do ponto de vista de sua geração

que é feita de modo interativo com a participação de muitos pesquisadores e

grupos de pesquisa de diferentes partes do mundo‖.

Para CASTELLS (2000), o advento do que ele chama de sociedade em

rede é prenúncio de nada menos do que uma revolução. O desenvolvimento da

tecnologia da informação vem permitindo a prática social de redes e o trabalho

em rede, como uma velha e bem estabelecida tradição de interação humana

(relações pessoais, a solidariedade, apoio recíproco), para mobilizar recursos

em escala global. Isto está tendo e continuará a ter um impacto na forma como

nos organizamos em sociedades, estados e organizações políticas. Os

Estados-Nação estão se reorganizando em redes de soberania compartilhada

formadas por governos nacionais, instituições supranacionais, governos

regionais, governos locais, Organizações não governamentais e todos que

estão interagindo em um processo de negociação de tomada de decisões. Esta

é a globalização em ação, ou seja, toda a organização tecnológica e a

capacidade institucional dos componentes centrais de um dado sistema, como

o econômico, trabalhando como uma unidade em tempo real ou escolhido em

uma escala planetária (Castels, 2000).

A colaboração que se pretende dentro de redes de pesquisa permite o

estabelecimento de ligações dentro de perspectivas diferentes, o

relacionamento entre os participantes, a responsabilidade conjunta das

decisões, a responsabilidade coletiva pelos resultados e a ajuda no

endereçamento dos problemas dentro de sua complexidade.

As definições de rede presentes na literatura focam, geralmente em

três aspectos - estrutura, finalidade ou abrangência.

Para CASTELLS (2000), com foco na estrutura, uma rede é um conjunto

de ―nodes‖ interconectados, com estruturas flexíveis adaptativas que permite

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115

atuar em qualquer tarefa que esteja programada. Pode se expandir

indefinidamente, incorporando novos “nodes” desde que estes não obstruam,

mas agreguem valor por sua contribuição em diversas questões.

Para STEIN et al. (2001, p. 05), já introduzindo à estrutura algumas

finalidades e abrangência: rede é uma ―estrutura espacialmente difusa, com

limites não definidos rigidamente, que consiste em diversos ‗nodos‘ autônomos

que compartilham interesses ou valores comuns, reunidos em uma relação

independente de troca‖. E Também Church (2003) que, apoiando-se na

literatura, alega que uma rede pode ser considerada como tal quando a relação

entre seus membros é voluntária, permanecendo intacta a autonomia de cada

um, além de existirem atividades mútuas ou conjuntas.

Conceituadas a partir de suas finalidades apenas, as redes são

―estratégias coletivas, visando uma transformação social em determinado local‖

(Scherer-Warren 1999 citado por ANDION, 2003).

A definição utilizada nesta pesquisa é a de CREECH e WILLARD (2001)

que definem redes como uma combinação de pessoas ou organizações,

geralmente dispersas sobre locais geograficamente distantes, que utilizam

tecnologias apropriadas de comunicação. Destaca-se que à combinação de

pessoas ou organizações deve-se agregar integração de atividades para que o

trabalho em rede seja destacado do trabalho individual.

As redes são capazes de conectar muitos atores de diversos níveis, em

muitos países. As pessoas participam através do compromisso de uma

proposta de trabalho compartilhado em um espaço geográfico amplo. A

natureza do elo de trabalho e a qualidade da participação nesse espaço

compartilhado fazem com que o trabalho em rede seja único (CHURCH et al.

2002).

CHURCH et al. (2002) desenvolveram pesquisa para entender a atuação

em rede como algo único e, para isso, partem da forma como as relações,

confiança, colaboração, estrutura, participação e reflexão se inter-relacionam

na estrutura em rede. No entender desses autores, cada um desses aspectos

se conecta com os demais através de ―um feedback loop‖, e cada um dos

aspectos afeta o outro. Os atributos centrais de um trabalho em rede são

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116

representados por quatro Ds: diversidade, dinamismo, democracia e

descentralização (Chamber, 1997 citado por CHURCH et al. 2002).

As relações dentro de uma rede são construídas quando indivíduos

autônomos se reúnem para fazerem determinado trabalho juntos, de modo que

a diversidade e a autonomia desses indivíduos constituam o recurso básico

dessa rede. Esse trabalho conjunto nasce de valores compartilhados que, com

o tempo, também necessitam ser revistos. A tomada de decisões nessas redes

enfrenta o desafio das entidades que participam de forma autônoma e

voluntária que podem relutar em ser representadas e, ao mesmo tempo, não se

propõem a tomar uma posição de mais autoridade. Porém, conforme as

relações se estreitam e se fortalecem, a confiança aumenta e permite que o

controle seja dado àquele que melhor irá agir no interesse de todos. Grande

parte da construção de confiança é tarefa de um coordenador que deve

estimular e possibilitar o processo de conhecimento e engajamento dos

membros da rede, facilitando a interação e a conexão (CHURCH et al. 2002).

A estrutura da rede costuma ter um coordenador e um representante no

mínimo. Muitas regras para participação podem desfavorecer a diversidade e o

dinamismo da rede, assim como, deve-se evitar muito tempo gasto com

negociações internas e gerenciamento. Quanto mais leve a estrutura da rede,

mais confiança entre os membros deve existir, o que costuma ser possível em

redes menores. Para responder às demandas da rede é necessário um mínimo

de estrutura e de tomada de decisões para possibilitar a democratização, a

descentralização, a diversidade e o dinamismo na prática (CHURCH et al.

2002).

A participação é a palavra chave de uma rede. Os diversos participantes

de uma rede a integram de forma voluntária para uma proposta sem, no

entanto perderem suas autonomias e identidades. Uma rede depende da

qualidade e tamanho de seus participantes para sua vitalidade, dinamismo e

capacidade de ação criativa. A participação de elementos que possuam

objetivos mais próximos aos objetivos da rede será mais regular e mais

próxima ao desenvolvimento da rede. Por outro lado, alguns participantes, com

interesses não tão próximos, participarão somente nos momentos que

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117

entendam mais relevantes. A clareza das propostas assegura que os

participantes conheçam o que se espera deles e o que podem oferecer.

Mudanças nos níveis de participação podem indicar tanto dinamismo da rede

como refletir falta de foco ou prioridades dos membros da organização

(CHURCH et al. 2002).

A missão de determinadas rede pode não ser necessariamente obter

resultados tangíveis, produto ou serviço, mas ter como proposta a criação de

marco colaborativo de trabalho que permita que no futuro possam surgir novas

ações conjuntas.

Os tipos de redes, encontrados em CREECH e WILLARD 2001, são:

1. Redes interiores de gerenciamento de conhecimento – Seus

principais objetivos envolvem a soma do conhecimento individual

para atingir objetivos da organização. Podem extrapolar as fronteiras

nacionais.

2. Alianças estratégicas – Adotam um modelo utilizado no setor privado

para manter ou obter vantagem competitiva fora da rede.

3. Comunidades de práticas – São informais e atraem indivíduos que

estejam dispostos a trocar experiências. O objetivo principal é mais o

desejo de fortalecer capacidades individuais para objetivos próprios

do que gerar um trabalho visando objetivos comuns.

4. Redes de especialistas – formadas por indivíduos ou organizações

que são escolhidas com base na experiência e determinada área.

5. Redes de informações – Fornecem acesso à informação agregada

por seus membros de forma organizada. São fundamentalmente

passivas. Os usuários apenas se beneficiam do trabalho da rede em

fornecer informação.

6. Redes formais - São mais focadas e com base de dados mais restrita

do que as redes de informação; são trans-setoriais e trans- regionais;

sua visão é mais ampla do que nas redes de comunidades de prática

e envolvem mais participantes do que as redes de alianças

estratégicas. Seu ponto forte é a produtividade e seu impacto entre

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118

os tomadores de decisões. Seu ponto fraco é a capacidade de

comunicar a informação.

Outra classificação das redes (CLARK 1998, p.01):

1. Redes informais - são numerosas e exercem um papel importante na

criação do conhecimento.

2. Redes de informações - como uma biblioteca universitária, que

possibilita acesso à informação, mas não cria novos conhecimentos.

3. Redes abertas - possuem temas bem definidos, são criadas para

difusão da pesquisa e do conhecimento. São formalmente constituídas, e a

participação é feita através de convite.

4. Redes de desenvolvimento - possuem temas e critérios de

participação bem definidos. Visam criar conhecimento e acelerar a aplicação

deste conhecimento ao desenvolvimento econômico e social. São constituídas

formalmente e possuem forte governança.

As redes abertas e as de desenvolvimento são categorias de redes

formais. Algumas características emergem destas redes formais de

conhecimento como possuírem como finalidade principal a criação e

disseminação de conhecimento para ser usado além do uso próprio da rede;

estruturam-se para maximizar a percentagem de criação de conhecimento;

devem proporcionar reconhecidos benefícios diretos a todos seus participantes;

há uma organização formal e estrutura gerencial bem definida; o critério de

ingresso é por convite por mérito ou por avaliação dos pares; possuem

estratégias de comunicação bem desenvolvidas; reduzem as fronteiras entre

setores como a universidade e a indústria. Além desses, podem ser citados

outros elementos destas redes formais como atividades colaborativa entre

instituições e setores, multidisciplinaridade, multisetorialidade e multi-

nacional/regional dos participantes da rede e audiência; melhor relacionamento

com provedores de fundos (indústria e governo); forte envolvimento no

treinamento e graduação; produção rápida de conhecimento; bom custo efetivo

nas operações; uso mais eficiente dos recursos humanos; maior efetividade na

influência sobre os decisores pelo tamanho, reputação dos membros e

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119

qualidade do trabalho colaborativo da rede; escopo internacional e

possibilidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável (CLARK 1998,

p.01-02).

STARKEY (1997, p. 18 e 19) apresenta diversos modelos de redes, nem

todos com o intuito de enfatizar diferenças entre eles. O mais importante é que,

em alguns de seus diagramas, apresenta como a coordenação e os membros

da rede se relacionam, variando de modelos mais centralizados para outros

mais descentralizados.

O modelo mais centralizado apresenta o coordenador no centro, sem

que haja ligação direta entre os membros (Figura 7).

Figura 7: Modelo centralizado de rede

Fonte: STARKEY,1997, p. 18

Outro modelo sugere maior descentralização, envolvendo contacto entre

todos os seus membros (Figura 8).

Figura 8: Modelo descentralizado de rede

Fonte: STARKEY, 1997, p. 19

S

A

E

C

B

D

G

H

F

A

E

C

B

G

H

F D

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120

Diante da dificuldade em se traçar um marco divisório entre os diversos

tipos de redes existentes, é proposta, para o desenvolvimento desta pesquisa,

a seguinte divisão:

1. Quanto à forma de sua constituição (formais e informais) – as redes

podem ser formal ou informalmente constituídas.

2. Quanto ao âmbito de ação (nacionais, regionais, internacionais) – as

redes podem ser formadas por pessoas ou grupos de instituições

somente de um determinado país, de uma região ou, podem

abranger países e regiões diversas.

3. Quanto ao conteúdo (gerais, específicas) – as redes pode focar em

um assunto determinado (ex: indicadores de desenvolvimento

sustentável), ou podem abranger temas mais amplos (meio ambiente

e desenvolvimento sustentável)

4. Quanto à composição (acadêmicas, organizações não

governamentais, institutos de pesquisa, etc, mistas) – as redes

podem ser composta exclusivamente por instituições de ensino, por

organizações não governamentais, ou por institutos de pesquisa,

entre outras categorias. Também podem ser mistas, englobando

instituições de ensino, Ongs, institutos de pesquisa, entre outras.

5. Quanto aos objetivos (pesquisa, ensino, informativa, prática, mistas)

– as redes podem ter por objetivo apenas a pesquisa e ensino,

podem focar apenas na divulgação de informações, ou podem

envolver atividades práticas.Também podem ser mistas, englobando

alguns ou todos os objetivos citados, ou algum outro objetivo próprio.

CREECH (2001) apresenta quatro fases para se estabelecer uma rede formal,

que serão apresentadas a seguir:

1. Formação das relações, através da escolha dos parceiros;

2. Organização das relações, determinando-se quem fará o que e como;

3. Formalização das relações, estabelecendo a governança da rede

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121

4. Institucionalização das relações, gerenciando o alinhamento interno

entre uma organização individual e as redes as quais ela pertença.

Na primeira fase as organizações necessitam criar mecanismos de

serem ouvidas e consideradas pelos decisores. Isto pode ser atingido através

de alianças e redes com outras organizações. Tanto no setor privado, como no

setor civil há a máxima de se tornar grande, para não se estar fora, ou seja,

possibilita estas organizações, se houver o trabalho em conjunto, a atingir

resultados e influencias em uma escala bem maior do que conseguiriam se

agissem de forma individual. Ressalta que esta formação de relações deve ser

considerada a mais importante fase na construção de uma rede. A literatura

acerca de alianças estratégicas e redes do setor privado revela que cerca de

60% destas relações não dão certo porque não foram construídas

cuidadosamente no início (CREECH 2001).

A definição do escopo da rede deve explorar interesses e definir

expectativas do trabalho conjunto. A disposição de interesses,

preferencialmente, deve ser feita por contato pessoal e não através de correio

eletrônico ou carta, especialmente para aqueles que não sejam os

coordenadores da rede, mas atores. Lembra o autor que é preferível trabalhar-

se com um número pequeno de bons parceiros, do que dezenas de

organizações não comprometidas (CREECH 2001).

Ao se formar as relações é importante conhecer como cada organização

trabalha e se organiza, especialmente quando estes parceiros representam

setores ou regiões, onde a cultura organizacional pode variar muito. O objetivo

da fase de definição do escopo é descobrir quais das organizações e membros

do grupo estarão mais comprometidos com o trabalho da rede, uma vez que é

sobre estes níveis de comprometimento que vai ser construída a relação de

confiança entre os parceiros da rede (CREECH 2001).

Um fator mais importante do que se enfatizar a especialidade em

pesquisa de cada parceiro, é a capacidade de comunicação destes. Espera-se

que desde o início seja definido que a organização principal, ou líder, assumirá

a responsabilidade por todas as funções ligadas à comunicação, ao invés de

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122

integrar os movimentos de comunicação de cada parceiro potencial da rede

(CREECH 2001). Ligar-se a uma rede de conhecimento envolve um

compromisso de esforço de colaboração de longo prazo, devendo ser dada

muita atenção à interação entre os participantes da rede. Isso envolve as

ferramentas de comunicação utilizadas, os estilos de comunicação utilizados

por cada um, o estabelecimento de regras para comunicação e para gerenciar

os conflitos. Sem uma atenção a esses detalhes, entende WILLARD (2001),

dificilmente a rede atingirá seus objetivos nos projetos desenvolvidos.

Para a rede alcançar um impacto real, todos os parceiros devem

contribuir com a sua capacidade de compartilhar os resultados da pesquisa da

rede em suas próprias esferas de influência. Deve-se buscar os indivíduos que

serão fundamentais para a comunicação e para o processo de engajamento

(CREECH 2001).

De acordo com YIN e GWALTNEY (1981) deve haver um caminho de

mão dupla na transmissão do conhecimento, assim o papel das interações

humanas é muito importante. Em geral, as boas práticas na utilização do

conhecimento parecem estar construídas na criação e manutenção de redes

sociais.

Sob ponto de vista de rede YIN e GWALTNEY (1981) listam seis

intervenções de acordo com o grau que ela possuem para atingir duas

condições: a capacidade de manter um processo contínuo e o foco nas

interações humanas. O Quadro 9 demonstra que a maioria das intervenções,

da forma como eram utilizadas, eram limitadas a fase final de um projeto de

pesquisa ou eram focadas em relatórios escritos. Outras quatro pareciam ser

mais promissoras em propiciar mudanças mais substanciais.

Quadro 9: Redes e critérios de Intervenção

Tipo de Intervenção Critério de rede

Habilidade de manter

continuo processo de

comunicação

Foco nas interações

humanas

Relatório final de disseminação Baixa (somente usada no final da Baixa (ênfase em matéria escrito)

Page 141: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

123

pesquisa)

Plano de utilização e disseminação

do beneficiário

Baixa (geralmente aplicada no fim da

pesquisa)

Média (pode fortalecer interação se o

beneficiário fazer conferência de

apresentação)

Agentes de campo ou articuladores Alta (pode operar continuamente) Alta (articuladores trabalham

diretamente com pesquisadores e

usuários)

Guias programáticos para nova

pesquisa

Baixa (especifica somente tópicos

para o início da pesquisa)

Baixa (interação entre pesquisador e

usuário deve preceder a elaboração

do guia, mas nenhuma interação

ocorre uma vez a pesquisa iniciada)

Painel de usuários Alta (pode operar continuamente) Alta( permite pesquisadores e

usuários interagir diretamente)

Conferência de aplicação de

pesquisa

Baixa (geralmente ocorre no fim da

pesquisa)

Alta (envolve apresentações e

comunicação nos dois sentidos)

Fonte: YIN e GWALTNEY, 1981, p. 571.

Três funções básicas devem ser buscadas entre os parceiros de uma

rede: os conhecedores - peritos de investigação; os conectores - aqueles que

possuem ligações com decisores políticos que a rede deseja influenciar; e os

vendedores - aqueles que podem projetar e comunicar as mensagens de forma

mais eficaz para os decisores (CREECH 2001).

A capacidade de comunicação dos parceiro deve ser avaliada

tecnicamente nesta fase preliminar de definição das relações, uma vez que as

redes são sustentadas pela tecnologia de comunicação interna entre os

parceiros da rede e comunicações estratégicas para o público externo.

Capacidade para participar em atividades de rede eletrónica deve fazer parte

da configuração da rede (CREECH 2001).

Nas redes formais, onde há uma organização líder, os critérios de

seleção e convite de membros devem ser claros e justificado para todos a fim

de que se mantenha a transparência. Alguns critérios que podem ser seguidos,

para seleção de membros, de acordo com o autor, são: comprometimento

compartilhado para o desenvolvimento sustentável e motivação para fazer

parte da rede; experiência em pesquisa em política, reconhecida dentro da

organização; acesso aos tomadores de decisões; capacidade de comunicação;

representação setorial e regional; tamanho da organização e prioridades

Page 142: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

124

organizacionais; comprometimento financeiro e administrativo; cultura de

trabalho coletivo (CREECH 2001).

Na segunda fase determina-se como será a organização das relações,

determinando-se quem fará o que e como. Esta fase engloba três ações a

serem previstas pela rede: o estabelecimento de objetivos e metas; o

desenvolvimento do plano de trabalho e o apoio operacional, que envolve a

criação de uma secretaria, a definição do papel do gerente, a estrutura de

comunicação, os recursos humanos e financeiros (CREECH 2001).

Em um primeiro momento a rede deve ter um entendimento comum de

quais serão suas principais metas e objetivos, além daqueles que são

declarados em projetos específicos, além de um plano de ação comum para

alcançar os objetivos. Os membros devem criar um conjunto de valores dentro

da rede, ligando esse conhecimento a processos de políticas e ação, bem

como desenvolvimento de capacidades dentro da rede. Muitas vezes uma rede

é projetada com base em um projeto de uma das instituições que a compõe,

que obtém financiamento para isso, podendo ocasionar um descompasso se os

objetivos e metas desse projeto não corresponderem às expectativas dos que

aderiram à rede. Portanto, é necessário de que cada membro considere suas

próprias opiniões para a visão, missão e objetivos da rede como um todo, bem

como devem incluir o que se espera contribuir para o desenvolvimento da rede,

devendo haver um consenso sobre a intenção estratégica da rede. Os objetivos

estratégicos e planos de trabalho são necessários e devem ser escritos, mas

devem ser revistos periodicamente por todos os membros, e alterado, se

necessário (CREECH 2001).

Dentro das metas e objetivos da rede, atenção especial deve ser dada

aos seguintes elementos, para reforçar a vantagem da conformação em rede:

a. Estabelecer uma ligação aos processos de políticas e ação, ou seja, os

objetivos e planos de trabalho da rede devem claramente articular o elo

com o processo de políticas públicas, uma vez que a proposta de uma

rede de conhecimento deve ser propiciar mudanças em políticas e

práticas específicas para apoiar o desenvolviemnto sustentável. E estas

desejadas mudanças devem estar desde logo previstas. As áreas

Page 143: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

125

prioritárias de trabalho devem ser identificadas por toda rede, e não

apenas por interesses pessoais, de forma a se identificar com

determinado processo de políticas públicas, o que formara o

engajamento estratégico da rede. Não é suficiente saber-se quais tipos

de tomadores de decisões a rede deseja influenciar, mas a rede deve

buscar saber se existem políticas essencias e processos de

implementação em andamento os quais possam ser beneficiados com

as pesquisas da rede, incluindo, por exemplo, as negociações em

andamento de uma convenção internacional; uma consulta pública sobre

determinada decisão do legislativo; o desenvolvimento de iniciativas

voluntárias ou legislativas que afetem a indústria.

b. Criar valores conjuntos, ou seja, a partir do enetendimento de que, se

tratando de redes, o todo será sempre melhor do que a soma das

partes. Portanto, se uma rede é criada somente para trabalhar um

conjunto de projetos em um projeto ―guarda-chuva‖ ela não estará

criando valores conjuntos, que seria o desenvolvimento de novas

descobertas através da interação de diferentes perspectivas e

abordagens. Assim o plano de trabalho deve especificar trabalhos

conjuntos.

c. Desenvolver capacidades, ou seja, todos os membros da rede devem

adquirir habilidades, seja de gerenciamento, de negociação,

comunicação ou liderança (CREECH 2001).

Em segundo lugar, o desenvolvimento do plano de trabalho de uma rede

é necessário para assegurar que a rede atinja muito mais do que atividades

individuais e deve ser monitorado pela rede como um todo, além de servir para

lembrar o comprometimento de todos nas atividades da rede. Sem um plano de

trabalho conjunto, os membros de uma rede tendem a colocar suas prioridades

institucionais diárias acima das obrigações para com a rede. Porém, assegurar

que os membros executem sua parte nas ações é também um desafio a ser

transposto (CREECH 2001).

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126

Em terceiro lugar, a operacionalidade da rede envolve a questão do seu

gerenciamento, que inclui as operações diárias, como o gerenciamento de

projetos, implementação de estratégias de comunicação e de engajamento,

facilitação de comunicação entre os membros, entre outras. O gerenciamento,

centralizado dentro de uma instituição, ou descentralizado e compartilhado

entre os diversos membros, vai depender de como é o fluxo financeiro. Se há

grande valor disponibilizado a uma instituição, o gerenciamento tende a ser

responsabilidade desta e que definirá a secretaria e a unidade de coordenação

da rede. Para que esta secretaria central não domine a rede, deve manter

comunicação aberta com todos os membros ou, alternativamente, pode-se

estabelecer um acordo de governança compartilhado, que facilitará as

operações, uma vez que, conforme a rede cresce, as operações de uma rede

tendem a ficar mais descentralizadas e será importante que seus membros

estejam preparados para trabalhar dessa forma (CREECH 2001).

O papel do coordenador da rede será o de gerenciar o fluxo de

informações através da rede; manter os participantes engajados; coordenar a

entrega dos planos de trabalho e monitorar os recursos financeiros da rede.

Todos os membros da rede devem ter acesso a informação e ferramentas que

a possibilitem (CREECH 2001).

Entendendo-se que a mobilidade de pessoal em uma rede é usual,

deve-se atentar para ações que possibilitem não haver quebra de continuidade

de suas ações, objetivos e meta. Uma solução é buscar- se salvar documentos

conjuntos de projetos, de reuniões, relatórios pessoais, planos de trabalho, que

poderão ser necessários para uma continuidade de trabalho na ausência ou

troca de um membro (CREECH 2001).

A literatura de redes frequentemente observa que a estrutura básica das

redes é consistentemente sub-financiado, e muitas vezes posta em causa

como redes maduro e doadores de reduzir os níveis de compromisso nesse

sentido. Custos operacionais de rede não deve ser subestimada, quando a

elaboração das propostas de rede inicial de de projectos posteriores (CREECH

2001).

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127

A governança de uma rede difere-se de seu gerenciamento. Este último

envolve-se com as atividades diárias da rede, como planejamentos, recursos

financeiros, lidar com o grupo, monitorar os planos de trabalho, etc. A

governança, por outro lado, é a formalização das relações entre os membros e

sua estrutura surge quando os acordos sobre a visão, metas e objetivos da

rede são finalizados, envolvendo os princípios da rede, ou seja, os valores

destacados e fundamentais dos membros da rede que determinam eles

participarão na rede para atingir a missão da rede (CREECH 2001).

O Global Development Network desenvolveu um conjunto de princípios

para informar sua estrutura de governança: independência – qualidade ou

estado de ser independente, auto governável; abertura – totalmente livre de

qualquer ocultação, exposto a visão geral do conhecimento; eficácia – produzir

um efeito decidido, decisivo e desejado; democracia – medidas para incluir

representatividade e ampla participação; pluralidade – abrange uma

diversidade de disciplinas e paradigmas (CREECH 2001).

A governança define as modalidades de participação (quem faz parte da

rede) e os deveres e responsabilidades dos membros (o que em geral os

membros devem fazer). A estrutura de governança torna claro o processo

decisório: quais os tipos de decisões que os membros têm a autoridade para

fazer ou delegar aos seus representantes. Dependendo do tamanho da rede,

as decisões serão feitas tanto pelos membros como um todo, ou por

representantes designados para a decisão (um grupo ou conselho).

A literatura mais recente sobre alianças e redes reflete uma mudança de

acordos legais mais rigorosos, em parte porque as redes mudam e evoluem.

No entanto, algum entendimento de estrutura formal da rede ainda é importante

(CREECH 2001).

Para esta pesquisa, serão consideradas redes acadêmicas tanto as

redes integralmente formadas por instituições de ensino, quanto as redes

mistas, que possuam em sua composição, além de outras formas de

organizações, as instituições de ensino.

Page 146: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

128

2.3.2. Experiências em redes

Em 2001, após cinco anos de experiência própria com o trabalho em

redes, pesquisadores do International Institute for Sustainable Development

(IISD) publicam um livro para orientar as pessoas que vêm trabalhando com

diversos modelos de instituições. Neste estudo são focadas as redes formais

de conhecimento, que no entender dos autores, têm um enfoque mais

estruturado e orientado para resultados do que outros modelos de colaboração,

uma vez que a proposta destas redes é promover mudanças em políticas e

práticas específicas para auxiliar o desenvolvimento sustentável. Neste estudo

são analisadas três redes formais coordenadas pelo IISD: Trade Knowledge

Network - TKN, Climate Change Knoledge Network – CCKN e Sustainable

Development Communications Network - SDCN (CREECH and WILLARD

2001).

Tem-se também a REDESA – Red de Instituiciones y Expertos em

Estadísticas Sociales y de Médio Ambiente de América Latina y el Caribe,

projeto da Divisão de Estatística e Projeções Econômicas do Cepal – Comissão

Econômica para América latina e o Caribe. O Brasil faz parte desta rede

através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério

do Meio Ambiente.

Pode ser também citado o trabalho sobre ―Políticas e redes de

intercâmbio em cultura no âmbito Ibero-americano‖ que tem por objetivo o

estudo das políticas de intercâmbio e cooperação em cultura de organismos

internacionais, principalmente na região Ibero-americana, e as redes

internacionais de cultura que perpassam a região. Entre essas redes, podem

ser citadas a Andired – Red Andina de Promotores Culturales, a CIC –

Comissão Internacional de Cultura da OEA, La Red – La Red de Promotores

Culturales de América Latina y el Caribe, Red Cultural do Mercosul, Red

Internacional de Observatórios de Políticas Culturales, entre outras (RUBIM,

2005).

Page 147: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

129

O Programa Ibero-Americano de Ciência y Tecnologia para el Desarrollo

(CYTED), criado em 1984, por meio de um acordo interinstitucional firmado por

19 países da América Latina, Espanha e Portugal. É um programa internacional

de cooperação científica e tecnológica multilateral, com caráter horizontal e de

âmbito Ibero-Americano.

Tem como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento

harmônico da região Ibero-Americana mediante o estabelecimento de

mecanismos de cooperação entre os grupos de pesquisa da universidades,

centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e empresas inovadoras

que visem resultados científicos e tecnológicos transferíveis a seus sistemas

produtivos e tecnológicos.

O programa CYTED se organiza segundo um modelo descentralizado, a

partir de dois marcos: o institucional e o funcional. O marco institucional é

composto pelos organismos responsáveis pela política científica e tecnológica

dos 21 países participantes, designados como Organismos Signatários do

Programa e são responsáveis pela gestão do programa em nível nacional e

pela representação de seu país nos órgãos de direção. O marco funcional é

formado por grupos de pesquisa e desenvolvimento de universidades, centros

de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e empresas inovadoras dos

países signatários, que participam em diversas modalidades: Redes temáticas,

Ações de coordenação de projetos de pesquisa e projetos de inovação. A

articulação destes dois marcos e a gestão do programa é feita pela Secretaria

Geral do Programa, que tem caráter internacional.

A Figura 9 nos mostra a evolução das atividades do programa Cyted. A

atividade das redes inciou-se em 1990 e, desde então, foram computados 39

projetos de redes em desenvolvimento sustentável e mudanças globias, dos

quais o Brasil participa de 31.

Page 148: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

130

Figura 9: Evolução dos programas Cyted

Fonte: Página Web Cyted, 2008

O IPEA - Instituto e Pesquisa Econômica Aplicada criou recentemente o

Programa de Apoio a Redes de Pesquisa (Proredes) com o objetivo de integrar

ações e pesquisas em áreas temáticas específicas, com ênfase na aplicação

de resultados voltados à sustentabilidade do desenvolvimento social e

econômico brasileiro. Com isso pretende propiciar a disseminação das

informações geradas pelas redes instituídas à sociedade, estimulando amplo

acesso e efetividade das pesquisas aplicadas, contribuindo para a formulação

das políticas sociais, econômicas e ambientais do país, além de incentivar

publicação e disseminação de artigos relacionados à investigação científica nas

diversas áreas.

A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior, entendendo a importância da cooperação acadêmica, lançou dois

editais (2005 e 2007) através do Programa Nacional de Cooperação

Acadêmica (PROCADES), com o objetivo de promover a formação de recursos

humanos de alto nível nas diversas áreas do conhecimento, através de projetos

conjuntos de média duração que busquem a consolidação de redes de

cooperação entre as instituições envolvidas.

Page 149: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

131

Como se vê, são diversos os esforços no sentido de impulsionar a

criação de redes de pesquisa, tanto no nível internacional (IISD E CYTED),

quanto no nacional, através das agências de fomento (CAPES E CNPQ) e do

IPEA.

A rede SIADES foi criada em 2004 a partir do grupo Siades - Sistema de

Informações Ambientais para o Desenvolvimento Sustentável, cadastrado no

Diretório de Grupos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico - CNPq.

Nos dois primeiros anos a atuação do grupo era restrita a encontros

semanais de discussão de temas relacionados a indicadores de

sustentabilidade a partir de ampla busca de literatura de referência. Estas

discussões envolviam, neste momento, apenas alunos de pós-graduação e

iniciação científica no âmbito da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Em 2006 foi realizado o I Workshop Internacional de Pesquisa em

Indicadores de Sustentabilidade – WIPIS 2006, organizado pela Faculdade de

Saúde Pública da USP e pelo Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio

Ambiente da Universidade de São Paulo - CEPEMA, no período de 28 agosto a

1 de setembro de 2006. O conjunto de atividades programadas neste encontro

incluiu a realização do Seminário Internacional (1 dia), Oficina de Trabalho (2

dias), Curso Internacional em Indicadores de Sustentabilidade (2 dias).

Participaram do evento como palestrantes pesquisadores de universidades

estrangeiras e pesquisadores de universidades nacionais, alunos de graduação

e pós graduação, além de diversos participantes do setor público.

No encontro de 2006, na oficina da rede, foram dados os primeiros

passos para a identificação de demandas no tema dos indicadores de

sustentabilidade e no planejamento estratégico da rede.

O evento como um todo, contou com 386 inscrições, incluídos os

palestrantes convidados, sendo 49% do setor público, 34% do setor

acadêmico, 9% empresas e 8% do terceiro setor. Dessa forma percebeu-se

que participação do setor público foi predominante, revelando o interesse

desse setor em se aprofundar nos conhecimentos e aprender como aplicá-los

Page 150: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

132

na sua esfera de atuação, visando alcançar a sustentabilidade local, regional

e/ou global. Destaca-se aqui um indicador de demanda no tema.

Em segundo lugar houve a participação do setor acadêmico e de

pesquisa, composta por professores, pesquisadores e alunos de universidades,

faculdades e institutos de pesquisa do Estado de São Paulo e outros estados

brasileiros, afora os palestrantes internacionais ligados à Universidades e

institutos de pesquisa estrangeiros. Um dos objetivos desse setor é buscar

soluções para os problemas existentes nos municípios através de pesquisas e

projetos, desenvolvidos ou não em parceria com os gestores municipais e

sociedade civil organizada.

Deste modo, a aproximação desses setores foi bastante válida, onde de

um lado, o setor público apresenta seus problemas e, juntamente com o setor

acadêmico e de pesquisa interessado, busca-se formas de enfrentamento

desses problemas.

A participação dos setores privado e terceiro setor, apesar de menor

intensidade, trouxe um contraponto para as discussões, enriquecendo os

trabalhos trazendo um caráter complementar, já que todos esses atores se

inter-relacionam.

Foi confeccionado um compêndio das apresentações e dos principais

resultados e conclusões do evento, que foram disponibilizados na forma

impressa em formato de Anais. Também houve a publicação de uma edição

especial da Revista Brasileira de Ciências Ambientais - RBCIAMB, com artigos

dos palestrantes internacionais e nacionais.

O II Workshop Internacional de Pesquisa em Indicadores de

Sustentabilidade – WIPIS ocorreu de 30 de junho a 03 de julho, organizado

pela Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP, Faculdade de Saúde

Pública – FSP/USP e pelo CEPEMA – Centro de Capacitação e Pesquisa em

Meio Ambiente da Universidade de São Paulo.

Ao longo destes anos buscou-se intercâmbio com instituições de

pesquisa e ensino, e de informações sócio-ambientais, nacionais e

internacionais, visando ampliar parcerias.

Page 151: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

133

Destaca-se o desenvolvimento de pesquisas de interesse do âmbito de

gestão governamental, de aplicação municipal, entre elas destaca-se parceria

com os municípios de Ribeirão Pires (SP), Santo André (SP), São Paulo (SP).

Inclui também pesquisas do interesse da gestão empresarial, destacando

parceria com o SINDITÊXTIL – Sindicato das Indústrias Têxteis e de

Confecção.

O WIPIS 2008 abrangeu Workshop Internacional (4 dias) e um Curso

Internacional de duas semanas sobre indicadores de sustentabilidade e

governança, tomando como estudo de caso a temática dos biocombustíveis e

também sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos.

Em 2010, a rede SIADES coordenou a pesquisa sobre o tema de

mudanças climáticas e pobreza na América do Sul em cooperação com a

Fundación, Carolina, da Espanha. Este projeto finalizou com o Simpósio

Internacional de Mudanças Climáticas e Pobreza na América do Sul, na

Faculdade de Saúde Pública, no período de 30 de agosto de 2010 a 03 de

setembro de 2010.

O Simpósio trouxe pesquisadores de Universidades do Chile, Argentina,

Paraguai, Uruguai, Equador, Bolívia, Perú e Colômbia para apresentar dados e

estudos em andamento sobre impactos das mudanças climáticas no setor de

prestação de serviços, especialmente em saneamento, energia, saúde,

transportes, habitação, bem como em questões demográficas.

Foram 32 pesquisadores convidados. 12 países (Argentina, Chile,

Colômbia, Uruguai, Paraguai, Equador, França, EUA, Itália, Bolívia, Peru e

Brasil); 05 Estados (Rio de Janeiro, Bahia, Brasília, Paraná, Santa Catarina e

São Paulo); 19 Universidades, 01 Fundação pública e 01 Instituto público, 01

Secretaria de governo, 02 Bancos Internacionais, 02 organismos

internacionais, 01 movimento popular e 02 centros de pesquisa formam o

grupo de pesquisadores presentes.

Em oficina de trabalho com a participação dos pesquisadores

convidados conduziu-se proposta de continuidade do trabalho do grupo e o

estabelecimento de propostas de demandas dentro do tema do simpósio,

assim como de outros temas de interesse do grupo. Ao final, o grupo presente

Page 152: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

134

decidiu firmar compromisso de trabalho na Rede Siades, denominada

―Declaración de São Paulo‖, que foi assinada pelos pesquisadores, professores

e alunos de Pós-Graduação presentes, na qual foram estabelecidas ações,

coordenadores, equipes e prazos para desenvolvimento das ações acordadas.

O III Workshop Interdisciplinar de Pesquisa em Indicadores de

Sustentabilidade ocorrerá em 2011, no período de 22 a 25 de novembro, na

Faculdade de Saúde Pública da USP. As atividades abrangerão 04 dias de

palestras de importantes pesquisadores das Américas e Europa e oficinas para

apresentação de metodologias de indicadores e avaliação de sustentabilidade,

bem como também sobre a temática das mudanças climáticas. O número de

pessoas esperadas para o evento é em torno de 200 pessoas.

Desta forma, os esforços empreendidos nestes últimos anos

consolidaram o SIADES como uma rede de pesquisa na temática de

indicadores para o desenvolvimento sustentável, tendo incorporado em sua

equipe outras universidades nacionais públicas e privadas.

Não obstante seus objetivos e missão definidos, a rede esbarra ainda

em obstáculos importantes em relação à sustentação financeira, envolvimento

efetivo dos pesquisadores e desenvolvimento de projetos de pesquisa

conjuntos e envolvimento com o setor público, o que se espera ser discutido no

próximo encontro.

A rede EULA – Europa e Latino América foi criada, em 1990, a partir de

uma ação da Comunidade Europeias pela comemoração dos 500 anos do

descobrimento da América, que pretendia desenvolver projetos de colaboração

científica que pudessem ser desenvolvidos em conjunto com a América Latina,

sob a temática da água. Sob a coordenação de uma Universidade Italiana, uma

equipe de pesquisadores foi à América Latina e se deparou, no Chile, com a

Bacia do Rio Bio-Bio, que estava sendo analisada para a construção de uma

hidroelétrica.

As questões suscitadas por esta bacia interessaram muito os

pesquisadores que viram neste estudo a possibilidade de desenvolverem

pesquisas interdisciplinares - com várias universidades e disciplinas. Foram,

então, convidadas Universidades da Itália, Portugal e Espanha para integrar o

Page 153: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

135

projeto, e o governo italiano decide financiar o projeto. Os italianos receberam

o dinheiro do Ministério das Relações exteriores com o objetivo de desenvolver

o projeto de viabilidade, porém Portugal e Espanha, ao final, não se integraram

ao projeto. Ao todo, este projeto envolveu 23 universidades italianas - com

coordenação da Universidade de Gênova- e 5 universidades chilenas com

coordenação da Universidad de Concepción. Uma vez aprovado o projeto de

viabilidade, por estar o Chile em plena era da ditadura de Pinochet, o governo

italiano resolveu impor como condição de financiamento, a volta da democracia

do Chile, o que é feito após o período militar.

Após todo este trâmite a rede é criada em 1990, através de um projeto

de colaboração científica entre universidades italianas e a Universidad de

Concepción, no Chile, com o objetivo de desenvolver um projeto de pesquisa

aplicada, que tinha como tema central a gestão dos recursos hídricos. Então,

sob o marco da colaboração internacional da Comunidade Europeias, e com o

financiamento do governo italiano e da Universidad de Concepción, dá-se

início, em 1989, o projeto intitulado ―Gestión de los Recursos Hídrico de la

Cuenca del río Bíobío y el área costera marina adyacente‖, que se inicia em

1993. A partir desse mesmo ano é criado o Centro de Ciencias Ambientales,

EULA-Chile, e, ao redor desse centro, gera-se uma rede de colaboração entre

universidades europeiass e chilenas que se mantêm até hoje.

Em resumo a rede é criada a partir de um projeto de colaboração

internacional entre universidades italianas e a Universidad de Concepción para

desenvolver atividades de pesquisa e formação de recursos humanos no

âmbito dos recursos hídricos e meio ambiente.

Esta rede, no início, era conformada pelas universidades italianas de

Genova, Pisa, Siena, Tuscia de Vitervo, Catania, Palermo e o Politécnico de

Milão e a Universidad de Concepción do Chile. As universidades se agruparam

em uma organização inter-universitária denominada CICS-EULA - Consórcio

de Universidades Italianas para a cooperação internacional.

As universidades italianas agrupadas pelo CICS-EULA passam a ter um

conselho consultivo, e um diretor representante das universidades italiana e um

diretos advindo da Universidad de Concepción.

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136

A rede é consolidada em 1990, com o início do projeto e a criação do

Centro EULA-Chile na Universidad de Concepción. O processo demorou cerca

de três anos, que foi o período de tempo necessário para a formulação do

projeto de colaboração científica entre o CICS-EULA e a Universidad de

Concepción. Também é criado um programa de doutorado em ciências

ambientais, sendo este o primeiro sobre meio ambiente no Chile. Hoje, o

Centro EULA constitui-se uma unidade acadêmica multi e interdisciplinar,

focada na pesquisa, formação, extensão e assistência técnica em temas

ambientais.

Os fundos para criação da rede e sua operacionalidade, em seus

primeiros 5 anos, vieram do governo italiano (US $ 11,5 milhões) e da

Universidad de Concepción (US$ 5,0 milhões). Com estes recursos foram

construídos edifícios, laboratórios, escritórios, salas de aula, equipamento. Foi

contratado pessoal e fornecidas bolsas de doutorado, de técnicos e de

graduação. Ao final de quatro anos o centro estava formado e equipado.

Posteriormente, o Centro vem mantido suas atividades até hoje com recursos

da Universidade, de projetos de pesquisa e recursos próprios gerados pela

atividade de docência e assistência técnica, bem como através de recursos de

projetos de pesquisa em parceria com universidades italianas, de outros países

europeus e o hemisfério Norte. Destaca-se que um dos objetivos dessa rede,

foi a criação de um centro de pesquisa que tivesse a capacidade de gerar

grande parte do orçamento para o pagamento de salários e operação da rede.

A estrutura da rede foi idealizada de forma que a rede italiana opera de

maneira independente enquanto organização, mas mantém uma permanente

interação com a Universidad de Concepción. O mesmo ocorre com a

Universidad de Concepción, que estabelece convênios com outras

universidades europeiass e americanas, mas no contexto da rede EULA.

Objetivos da rede:

Desenvolver e coordenar pesquisas em ciências ambientais,

particularmente em gestão ambiental de recursos naturais e

planejamento territorial, considerando a gestão integrada de bacias

Page 155: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

137

hidrográficas e a gestão integrada da zona costeira como áreas de maior

atenção.

Fomentar e executar programas de formação em nível de pós-

graduação e graduação em ciências ambientais, gestão ambiental de

recursos naturais e planejamento territorial.

Promover e organizar a transferência de conhecimentos e a prestação

de serviços por meio da capoacitação profissional, a divulgação de

resultados da pesquisa científica, a educação ambiental e o fomento de

relações estáveis com organismos governamentais nacionais, regionais,

com o setor produtivo, público e privado

Fomentar o desenvolvimento da colaboração científica interdisciplinar

com outras universidades chilenas e estrangeiras no marco de

colaboração interuniversitária.

A tomada de decisões, a repartição de direitos e estabelecimento de

responsabilidades dos membros da rede dependem do tipo de atividade

desenvolvida, mas sempre a rede italiana será informada do que faz a

universidade chilena. Normalmente quando se estabelece um projeto de

colaboração científica com outras universidades não italianas, estas são

informadas e, na maioria das vezes, se convidam a participar, dependendo do

tema e objetivos pretendidos. Observe-se que, para isso, a rede conta com

uma coordenação permanente.

Os resultados da rede são informados através de suas ferramentas de

comunicação – relatórios anuais, newsletter, página web e reuniões anuais, na

Itália ou no Chile -, mantendo contato e intercâmbio permanente entre os

membros da rede.

As avaliações dos produtos, processos e estratégias da rede se fazem

através das respectivas instituições e basicamente a partir de critérios e índices

acadêmicos – publicações, projetos de pesquisa nacionais e internacionais,

extensão universitária, etc.

A sustentabilidade da rede é mantida com o CICS-EULA italiano sempre

privilegiando suas relações acadêmicas na América do Sul com o EULA-Chile.

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138

Na maioria das iniciativas de colaboração internacional que o grupo italiano

assume é considerada a participação do Centro EULA.

O planejamento da rede é feito através de interação permanente e não a

longo prazo. Os membros de formação da rede são permanentes, contudo a

rede está aberta a todas as universidades que queiram desenvolver atividades

acadêmicas em matérias ambientais. Os critérios para integrar a rede são

estabelecidos pelos estatutos do Centro EULA, e que foram estipulados por

convênio entre as universidades do CICS-EULA e a Universidad de

Concepción.

O controle dos fundos da rede vai depender da atividade de que se

trata, seja um projeto de pesquisa, cursos da escola de verão, intercâmbio de

professores e estudantes. Em geral isto é compartilhado e depende de quem

financia as atividades.

Os membros da rede se encontram ao menos uma vez por ano,

contudo, por desenvolverem atividades acadêmicas em conjunto, como cursos,

exames de graduação, há um contato muito frequente. As informações obtidas

são compartilhadas com seus membros já que correspondem a atividades que

são efetuadas em conjunto.

O melhor fator de êxito da rede é a manutenção de atividades em

conjunto e a vitalidade do Centro EULA-Chile. São utilizados todos os

instrumentos de colaboração científica que dispõem a União Europeias como,

por exemplo, programas de colaboração e pesquisa – ALPHA, ERASMUS,

PIMA, etc.Por outro lado, o que poderia constituir um mal fator seria a ausência

de atividades desenvolvidas em comum entre as universidades da rede e que

não houvesse colaboração internacional.

A rede é apoiada financeiramente por um número indefinido de pessoas,

já que teoricamente cada professor das universidades mencionadas, pode

sobre a base da rede, executar atividades acadêmicas que permitam o

ingresso de recursos para financiar diversas atividades acadêmicas.

A agenda das doações não determina a agenda da rede, uma vez que o

mais importante é que sempre existe interesse no desenvolvimento de

iniciativas que permitem a obtenção de recursos.

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139

A partir do sexto ano de existência da rede as ajudas financeiras, de

forma contratual, deveriam passar a ser eventuais, mas em termos práticos tem

sido permanente, porque durante esses 20 anos tem-se mantido a interação

acadêmica de forma permanente, permitindo a obtenção de recursos.

O produto principal da rede foi a criação de um centro acadêmico

especializado em meio ambiente, e que se dedica a pesquisa científica, a

formação de recursos humanos e a assistência técnica. Uma vez criado o

centro, o objetivo é mantê-lo ativo e apoiar seu desenvolvimento, sendo hoje

uma referência regional, nacional e internacional.

É grande a capacidade de contribuição para o fortalecimento da

discussão políticas como resultado das atividades da rede, uma vez que

pesquisadores e profissionais da rede estão permanentemente atuando em

diversos níveis do processo de tomada de decisões em matérias ambientais,

tanto a nível regional, como nacional.

Como exemplo de influencia das pesquisas da rede em políticas

públicas ambientais, pode-se citar que, em primeiro lugar, sempre há um

representante do Centro no organismo consultivo máximo do Ministério do

Meio Ambiente por parte da representação científica. No processo de normas

ambientais o centro é sempre consultado ou contratado para sua formulação. È

o principal produtor de informação científica em meio ambiente do país e o

principal centro de formação de recursos humanos, em nível de graduação e

pós-graduação, como também para o setor público e privado.

O conhecimento transmitido engloba desde o global, como as

mudanças climáticas e a conservação da diversidade, a problemas locais

como, por exemplo, os impactos ambientais de diversos projetos de

desenvolvimento, como a construção de hidroelétricas, fábricas de celulose,

uso do solo, contaminação, impactos locais das mudanças climáticas, etc.

Indagado acerca da importância do fator financeiro, o Prof. Parra

entende que é necessária um aporte inicial mas, como ocorre no Centro EULA,

parte importante de seu orçamento para pagamento de salários e gastos

operacionais proveem do próprio centro e de suas atividades de formação de

recursos humanos e projetos realizados com o setor públicos e empresas.

Page 158: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

140

O feedback das atividades da rede ocorre em diversas direções, a nível

internacional com todos os parceiros estrangeiros, com as faculdades da

própria universidade, com o setor do governo e as empresas. Existe muita

interação com estes atores nos diversos níveis.

Como contribuição para o fortalecimento da discussão política, o centro

é consultado permanentemente por diversos atores políticos em nível local,

regional e nacional. Também, são produzidos informes sobre os principais

problemas ambientais que ocorrem no país.

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141

CAPÍTULO 3 – RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Embora os resultados e a análise dos dados nas pesquisas qualitatitivas

possa ser feito no momento da apresentação dos dados, optou-se que os

resultados viessem ao final da apresentação dos resultados dos dados para

que possam estar disponibilizados de forma mais organizada

3.1. Resultados da Fase 1

3.1.1. Perfil dos grupos que responderam à Fase 1 – 212 grupos

O retorno dos 1691 questionários enviados foi de 12, 53% (212 grupos).

Em 43,4% dos grupos a quantidade de participantes dos grupos de

pesquisa DGP/CNPq, da amostra inicial, varia entre 11 e 20 participantes,

incluídos, professores/pesquisadores, alunos de pós-graduação e técnicos

(Tabela 1).

Tabela 1: Tamanho dos grupos de pesquisa DGP/CNPq da amostra inicial

Quantidade de membros Percentagem (n=207)

0 - 10 25,6

11 – 20 43,4

21 – 30 21,7

31 – 40 5,3

41 – 50 1,9

51 – 60 0,9

61 - 70 0,9

Obs: 05 grupos foram desconsiderados

O número de integrantes do grupo por grau de formação - pós-

graduação, graduação, professores – demonstra que os grupos de pesquisa

participantes dessa amostra possuem um número de integrantes em média de

7,1 pesquisadores e/ou professores e uma média de 9,2 alunos de graduação

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142

e pós-graduação. A participação de técnicos é de 1,3 técnicos em média para

este universo de 207 grupos.

As conformações7 estabelecidas nesta pesquisa como possíveis foram:

1. Grupos formados por outras faculdades de uma mesma universidade; 2.

Grupos formados apenas por departamentos de uma mesma faculdade ou

universidade; 3. Grupos formados por outras universidades e/ou outras

faculdades; 4. Grupos formados pelo setor privado; 5. Grupos formados pelo

setor público; 6. Grupos formados por Ongs e a última alternativa abria a

possibilidade para outras conformações diferentes das oferecidas.

Os grupos formados somente por departamentos ou laboratórios dentro

de uma mesma faculdade ou universidade foram 24% do total dos grupos (51

grupos). 76% dos grupos informaram serem conformados por outras

instituições, sejam elas de diversas faculdades de uma mesma universidade,

de universidades diferentes, setor público, setor privado, Ongs e outros.

Dos 212 grupos 71,7% não possuem site para divulgação de suas

atividades e 28% dos grupos possuem Este fato será considerado mais à

frente, especialmente porque um dos fatores entendido de grande potencial

para influir políticas públicas foi a comunicação.

Dos 212 grupos, 69,8% possuem objetivos comuns, 25% possuem

objetivos diversos e 4,2% possuem os dois objetivos. Um grupo informa não

possuir objetivo traçado.

Indagados se trabalham de forma integrada, 85,4% dos grupos alegam

que sim e 14,6% dos grupos alegam que não.

As alternativas disponíveis do trabalho integrado foram: (1) Troca de

experiências entre os membros do grupo; (2) Responsabilidade conjunta das

7 A conformação do grupo indica a forma como o grupo é estruturado em relação aos seus pontos de

relacionamento com outras instituições. Tendo em vista o objetivo desta pesquisa em analisar as redes acadêmicas

ambientais, buscou-se, a partir da definição de rede, estabelecer critérios de exclusão de grupos que possuíssem

conformação mais restrita de grupo, em contraposição a grupos que possuíssem uma conformação mais próxima a

ideia de rede. Desta forma, foram excluídos os grupos cuja conformação informada era apenas departamental ou

laboratorial dentro de uma mesma instituição.

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143

decisões; (3) Responsabilidade coletiva pelos resultados; (4) Ajuda no

endereçamento dos problemas e (5) Outra.Especificar.

A Tabela 2 apresenta o número de grupos relacionados ao número de

atividades trabalhadas de forma integrada. Os resultados demonstram que

32,6% dos grupos trabalham com somente uma das alternativas apresentadas,

entre as 5 alternativas disponíveis.

Tabela 2: Trabalho integrado dos grupos

Número de atividades integradas

Quantidade de grupos Percentual (N=181)

0 1 0,6

1 59 32,6

2 46 25,4

3 38 21,0

4 35 19,3

5 2 1,1

TOTAL 181 100

Ao se desmembrar os dados dos grupos que assinalaram apenas uma

conformidade (32,6%), tem-se que a maioria informa haver apenas troca de

experiências entre os membros do grupo. Destaque é dado a 19,3% dos

grupos, que trabalham com quatro, das cinco alternativas disponíveis, 21% dos

grupos, que trabalham com três, das cinco alternativas disponíveis e 1,1% dos

grupos, que trabalham todas as alternativas disponíveis. Estes últimos, além

das quatro alternativas, informam em ―outros‖ as seguintes atividades que são

trabalhadas de forma integrada: busca de financiamento; participação conjunta

em projeto de pesquisa com outra universidade, elaboração de estratégias de

captação de fomento, partilha de equipamentos e estrutura (escassa); gestão

compartilhada das ações por meio de GT de pesquisa/trabalho e planejamento

de ações (Tabela 2).

Por outro lado, se considerar-se o número de vezes que cada uma das

alternativa é marcada pelos líderes dos grupos, teremos que (1) Troca de

experiências entre os membros do grupo é citada 166 vezes; (2)

Responsabilidade conjunta das decisões é citada 90 vezes; (3)

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144

Responsabilidade coletiva pelos resultados é citada 86 vezes; (4) Ajuda no

endereçamento dos problemas é citada 62 vezes e (5) Outra é citada 11 vezes.

Ressalta-se que a alternativa (4) Ajuda no endereçamento dos

problemas, ocorre somente uma vez de forma isolada, estando todas as outras

vezes relacionada com as outras alternativas apresentadas.

Indagados acerca das atividades que o grupo trabalha em comum, foram

dadas as seguintes opções: (1) Nenhuma; (2) Projetos de pesquisa; (3)

Eventos; (4) Consultoria; (5) Publicações; (6) Capacitação; (7) Intercambio; (8)

Outra.

Tabela 3: Percentagem de atividades comuns entre os grupos

Quantidade de atividades comuns Número de grupos Percentagem

1 24 11,4

2 38 18,0

3 68 32,2

4 43 20,4

5 21 10,0

6 15 7,1

7 2 0,9

Total 211 100,0

Obs: um grupo não respondeu

Os resultados demonstram que 52,6% dos grupos (soma linha três e

quatro) trabalham em conjunto três a quatro atividades em comum. Destaque é

dado a 18% grupos que desenvolvem duas atividades em comum, sendo

estas, em sua maioria, a pesquisa e as publicações (Tabela 3).

Atividades em comum através de projetos de pesquisa são citadas 194

vezes, seguida das publicações, citadas 163 vezes e eventos, citados 109

vezes. A atividade que menos foi citada, com 44 citações, foi a consultoria

(Figura 10).

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145

Figura 10: Atividades desenvolvidas em comum pelos grupos DGP/CNPq

Discriminação dos Itens - Distribuição dos numero dos itens (1- Nenhuma, 2-Projeto de pesquisa, 3-Eventos, 4-Consultoria, 5- Publicação, 6-Capacitação, 7-Intercambio e 8 Outra)

As outras atividades informadas foram: extensão; formação de recursos

humanos, participação em redes de pesquisadores nacional e internacional

(informada uma vez), controle de qualidade interno e externo, atividades de

mestrado, coordenação de laboratório, produção de matérias jornalísticas,

reuniões de grupos técnicos (GTs), troca de informações e discussões

informais.

A questão a respeito do modelo de funcionamento dos grupos teve o

intuito de levantar se o trabalho era mais centralizado nas mãos do líder ou

menos centralizado. As alternativas possíveis eram: (1) Toda decisão passa

pelo líder do grupo; (2) As decisões podem ser tomadas por outros membros

sem passar pelo líder; (3) Outros.

De acordo com as respostas, nota-se um equilíbrio entre a alternativa (1)

e a (2). 41,5% dos grupos alegam que todas as decisões passam pelo líder e

44,9% dos grupos alegam que as decisões podem ser tomadas por outros

membros, sem passar pelo líder. Destaca-se em 13,6% dos grupos a

informação outros, onde, em sua maioria, informam que as decisões são

0

50

100

150

200

250

Citações

Nenhuma

Projetos de pesquisa

Eventos

Consultoria

Publicações

Capacitação

Intercambio

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146

tomadas de forma coletiva, o que envolve tanto a participação do líder, como

dos demais membros.

A questão da abrangência de atuação espacial dos grupos permitiu que

os líderes respondessem as seguintes alternativas: (1) Apenas um município;

(2) Mais de um município; (3) Apenas um estado; (4) Mais de um estado; (5)

Internacional.

Figura 11 : Abrangência de atuação dos grupos

Destacam-se algumas respostas que abrangem duas ou três

alternativas: 27 grupos informam ter abrangência em mais de um estado e

internacional e 10 grupos informam ter abrangência em mais de um estado,

internacional e em mais de um município (Figura 11).

As ferramentas que mais utilizam para comunicação são: o email,

reunião presencial e telefone. Skype e videoconferência são pouco utilizados

pelos grupos. Poucos grupos informaram blogs, redes sociais, Messenger,

grupos de discussão do Google e boletins eletrônicos (Figura 12).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Um Município Mais de um Município

Um Estado Mais de um Estado

Internacional

Número de grupos

Número de grupos

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147

Figura 12: Ferramentas de comunicação mais utilizadas

79 grupos informam utilizar email, telefone e reuniões, somente dois

grupos utiliza todas as ferramentas, 08 grupos utilizam sete ferramentas, sem

citar outras.

A frequência de contato entre os membros dos grupos costuma ser

semanal ou mensal. Poucos grupos se comunicam diariamente (Figura 13).

email

carta

skype

videoconferência

telefone

reunião

outro

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148

Figura 13: Frequência de contato entre os membros dos grupos

Abaixo o número de grupos por quantidades de áreas de atuação em

que trabalham (Tabela 4):

Tabela 4: Áreas de atuação dos grupos Quantidade de áreas de atuação

Número de grupos Percentagem (N=211)

1 - 2 48 22,7

3 - 8 148 70,1

9 -14 15 7,1

211 100

Obs: Um grupo não foi considerado

Observa-se que dos 48 grupos que atuam em uma ou duas áreas de

atuação, 09 grupos não trabalham com a temática ambiental, apesar de terem

sido selecionados, ao início da pesquisa, a partir dos critérios de busca por

palavras chave da área ambiental. Estes grupos não foram considerados para

a fase 2 da pesquisa.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Diária Semanal Mensal Anual

Número de grupos

Número de grupos

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149

O número de áreas citadas no geral, sem serem especificadas por

grupos, foram as seguintes: Desenvolvimento Sustentável (136); Gestão

Ambiental (134); Educação ambiental (94); Indicadores de Desenvolvimento

Sustentável (91); Conservação ecossistemas (76); Políticas públicas (73);

Saneamento (65); Desenvolvimento urbano regional (62); Avaliação Políticas

Públicas (52); Apoio tomada de decisões (43); Gestão empresarial (26);

Governança (21); Direito ambiental (17); (figura 14)

Figura 14: Campos de atuação mais citados

Fechamento do item de perfil dos 212 grupos da amostra inicial.

Algumas divergências em relação a troca do pesquisador líder, número e

formação dos membros dos grupos foram percebidas entre a amostra original,

colhida em 2008, e as informações hoje disponíveis no DGP/CNPq. Isso

porque, da época em que se fez a coleta da amostra dos grupos no DGP/CNPq

até hoje, alguns grupos mudaram de nome, tiveram seus líderes envolvidos em

outros grupos de pesquisa, seja como líder, seja como membro, o que fez com

que as questões sobre a formação e número de integrantes dos grupos fosse

considerada como uma tendência.

0

20

40

60

80

100

120

140

número de citações

número de citações

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150

A amostra inicial demonstra que os grupos em média possuem um

número de 11 a 20 participantes, com tendência a possuírem mais alunos de

graduação/pós-graduação do que professores/pesquisadores, o que se justifica

pelo fato de que para cada professor participante da rede, poderá haver um

número de 4 a 7 alunos vinculados, dependendo do regimento de pós-

graduação de cada entidade.

Estes grupos (75%) possuem conformação diversificada, o que significa

que buscam envolver, não somente departamentos de uma mesma faculdade,

mas outras instituições, sejam elas de diversas faculdades de uma mesma

universidade, sejam de universidades diferentes, setor público, setor privado,

Ongs e outros. Seus membros trabalham de forma integrada (85,4% dos

grupos), na maioria das vezes através de troca de experiência entre seus

participantes e 69,8% possuem objetivos comuns.

Embora, como demonstram, procurem a troca de experiências, 71,7%

dos grupos não possuem site para divulgação de suas atividades e pesquisas.

As ferramentas que mais utilizam para comunicação, em ordem de preferência,

são o email, reunião presencial e telefone. A frequência de contato entre os

membros dos grupos costuma ser semanal ou mensal. Poucos grupos se

comunicam diariamente e a abrangência geográfica de suas atividades é, em

geral, de um ou mais estados.

As atividades dos grupos que mais se destacam são os projetos de

pesquisa, seguidos das publicações e eventos,

O formato para a tomada de decisões não possui um modelo que

predomine, sendo ligeiramente maior a porcentagem dos grupos que possuem

modelo mais descentralizado.

As áreas temáticas de atuação dos grupos que mais se destacam são o

desenvolvimento sustentável, gestão ambiental e educação ambiental, sendo

que 70,1% dos grupos trabalham de 3 a 8 áreas de atuação dentro da temática

ambiental

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151

3.1.2. Perfil dos grupos com conformação de rede (137 grupos) X grupos

sem conformação de rede (75 grupos)

Feitas as eliminações dos grupos que para os fins desta pesquisa não

possuem conformação de rede, seja por sua conformação institucional

somente departamental ou laboratorial, seja por informarem falta de integração

nas ações dos grupos, seja por não pertencerem à área ambiental, tem-se 137

grupos que possuem conformação de rede e 75 grupos que não possuem

conformação de rede.

Entre os grupos que possuem conformação de rede, 68% dos grupos

possuem de 11 a 30 participantes. Já, entre os grupos que não têm

conformação de rede, 71,6% dos grupos possuem de 1 a 20 membros sendo,

portanto menores (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5: Tamanho das redes Tabela 6: Tamanho não redes

Faixa Redes (131 grupos)

Faixa Não Redes (74 grupos)

1-10 21,4 1-10 32,4

11-20 46,6 11-20 39,2

21-30 21,4 21-30 23,0

31-40 6,1 31-40 4,0

41-50 3,0 41-50 0

51-60 1,5 51-60 1,4 Obs:Seis grupos foram desconsiderados Obs: Um grupo foi desconsiderado

O número de integrantes do grupo por grau de formação - pós-

graduação, graduação, professores - demonstra que os grupos de pesquisa

participantes dessa amostra, com conformação de rede, possuem um número

de integrantes em média de 7,2 pesquisadores e/ou professores e uma média

de 9,5 alunos de graduação e pós-graduação. A participação de técnicos é de

1,4 técnicos em média para este universo de 207 grupos.

Os grupos que não possuem conformação de rede possuem um número

de integrantes em média de 6,6 pesquisadores e/ou professores, 8,1 de alunos

de graduação e/ou pós-graduação e 1,0 de técnicos.

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152

Tabela 7: Objetivos redes Tabela 8: Objetivos não redes Objetivos do grupo

Número de grupos

Percentual (N=129)

Objetivos do grupo

Número de grupos

Percentual (N=72)

Objetivo comum 100 77,5

Objetivo comum 47 65,3

Objetivo diverso 29 22,5

Objetivo diverso 25 34,7

TOTAL 129 100 TOTAL 72 100

Obs: Oito grupos foram desconsiderados

Obs: três grupos foram desconsiderados

Os grupos com conformação de rede possuem maior percentual de

grupos que trabalham objetivos em comum do que os grupos sem conformação

de rede (Tabelas 7 e 8).

Os resultados demonstram que os grupos com características de redes

trabalham um número maior de atividades em comum, realizando mais

atividades, além de somente projetos de pesquisa, publicações e realização de

eventos (Tabelas 9 e 10).

Tabela 9: Número de Atividades em comum – redes

Tabela 10: Número de Atividades em comum – não redes

Atividades em comum

Número de grupos

Percentual (N=135)

Atividades em comum

Número de grupos

Percentual (N=73)

1 09 6,7 1 11 15,0 2 18 13,3 2 20 27,4 3 48 35,5 3 17 23,3 4 27 20,0 4 16 21,9 5 17 12,6 5 04 5,5 6 14 10,4 6 01 1,4 7 02 1,5 7 00 00 nenhuma 00 00 nenhuma 04 5,5 TOTAL 135 100 TOTAL 73 100

Obs: Dois grupos foram desconsiderados

Obs: Dois grupos desconsiderados

Ao serem confrontados os dados sobre as atividades em comum mais

citadas pelos dois grupos, observa-se que os grupos que não possuem

características de redes trabalham mais atividades de projetos de pesquisa e

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153

menos atividades de intercâmbio do que os grupos com características de

redes. No entanto, para os dois grupos as atividades que preponderam são, em

ordem de ocorrência: pesquisa, publicações e eventos (Tabelas 11 e 12)

Tabela 11: Atividades em comum mais citadas – redes

Tabela 12: Atividades em comum mais citadas – não redes

Atividades em comum

Número citações

Percentual (N=484)

Atividades em comum

Número de citações

Percentual (N=191)

Pesquisa 130 26,8 Pesquisa 62 32,5 Publicações 115 23,8 Publicações 47 24,6 Eventos 78 16,1 Eventos 30 15,7 Capacitação 70 14,5 Capacitação 25 13,0 Intercâmbio 52 10,7 Consultoria 14 7,3 Consultoria 29 6,0 Intercâmbio 09 4,7 Outros 10 2,1 Outros 04 2,1 TOTAL 484 100 TOTAL 191 100

Os grupos com conformação de rede possuem uma abrangência

geográfica de atividades maior (37,5%) que os grupos sem conformação de

rede (24,3%) (Tabelas 13 e 14).

Tabela 13: Abrangência8 das

atividades – redes Tabela 14: Abrangência das atividades

– não redes Abrangência Número

de grupos

Percentual (N=136)

Abrangência Número de grupos

Percentual (N=74)

Mais restrita 07 5,1 Mais restrita 09 12,2 Média 78 57,3 Média 47 63,5 Mais ampla 51 37,5 Mais ampla 18 24,3 TOTAL 136 100 TOTAL 74 100

Obs: Um grupo desconsiderado

Obs: um grupo desconsiderado

Os resultados do número de ferramentas utilizadas pelos dois grupos

demonstram que 68,4 dos grupos com conformação de redes utilizam de 3 a 4

ferramentas de comunicação, sendo as mais citadas o email (todos os grupos),

as reuniões presencias (114 grupos), o telefone (65 grupos) e o Skype (34

8 A abrangência mais restrita refere-se às atividades desenvolvidas apenas no âmbito de apenas um

Município. A abrangência média engloba apenas um município, mais de um município, apenas um estado

e mais de um estado. A mais ampla engloba, além das anteriores, a atuação em âmbito internacional.

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154

grupos) (Tabelas 17 e 18). Por outro lado, 76,7 % dos grupos que não

possuem conformação de rede utilizam 2 a 3 ferramentas, sendo as mais

citadas o email (69 grupos), as reuniões presenciais (51 grupos) e o telefone

(40 grupos) (Tabelas 15 e 16)

Tabela 15: Número ferramentas de contato– redes

Tabela 16: Número Ferramentas de contato – não redes

Ferramentas Número de grupos

Percentual (N=136)

Ferramentas Número de grupos

Percentual (N=73)

1 05 3,7 1 12 16,4 2 30 22,0 2 27 37,0 3 68 50,0 3 29 39,7 4 25 18,4 4 03 4,1 5 06 4,4 5 02 2,7 6 02 1,5 6 00 0 7 00 00 7 00 0 nenhuma 00 00 nenhuma 01 1,4 TOTAL 136 100 TOTAL 73 100 Obs: Um grupo desconsiderado

Obs: Dois grupos desconsiderados

Destaca-se que os grupos com formação de rede informam comunicar-

se também por outras formas não previstas no questionário, como MSN, blogs,

redes sociais, boletins eletrônicos e oficinas.

Entre os grupos que não possuem conformação de rede, um grupo

informa não haver comunicação entre os membros do grupo e quatro grupos

informam não utilizar o email para comunicação, mas reuniões presenciais e

telefone.

A percentagem dos grupos com formato de rede que não possuem site

para divulgação de suas atividades é de 66,2%, enquanto que para os grupos

sem conformação de rede é de 81,1%.

A percentagem com que o skype e a videoconferência são citados é de

11,9%, para redes, e 8,0%, para as não redes (Tabelas 17 e 18).

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155

Tabela 17: ferramentas de contato mais citadas– redes

Tabela 18: Ferramentas de contato mais citadas– não redes

Ferramentas Número de citações

Percentual (N=410)

FErramentas Número de citações

Percentual (N=175)

Email 136 33,2 Email 69 39,4 Carta 3 0,7 Carta 0 0 Skype 34 8,3 Skype 11 6,3 Vídeoconferência 15 3,6 Vídeoconferência 3 1,7 Telefone 95 23,2 Telefone 40 22,9 Reunião 114 27,8 Reunião 51 29,1 Outra 13 3,2 Outra 01 0,6 TOTAL 410 100 TOTAL 175 100

48,4% dos grupos com conformação de rede possuem modelo de

tomada de decisões onde as decisões podem ser tomadas pelos seus

membros sem passar pelo líder. Além disso, para 10,3% dos grupos as

decisões são participativas, colegiadas, abertas e conjuntas.

Nos grupos sem conformação de rede há uma pequena diminuição

dessa percentagem com 42,2% dos grupos com decisões que podem ser

tomadas pelos membros do grupo e 12,7% dos grupos que possuem modelo

aberto, de decisões coletivas.

Os grupos com conformação de rede têm contatos semanais e mensais

na ordem de 79,3%, enquanto que nos grupos sem conformação de rede a

percentagem é de 71,6%. No primeiro grupo predomina os contatos semanais

(44,8%), e no segundo grupo, os contatos mensais (37,8%) (Tabelas 19 e 20).

Tabela 19: Frequência contato -redes

Tabela 20: Frequência contato - não redes

Frequência Número de grupos

Percentual (N=136)

Frequência Número de grupos

Percentual (N=74)

Diário 24 17,6

Diário 13 17,6

Semanal 61 44,8 Semanal 25 33,8 Mensal 47 34,5 Mensal 28 37,8 Anual 4 3,1 Anual 08 10,8 TOTAL 136 100 TOTAL 74 100

Obs: Um grupo foi desconsiderado

Obs: Um grupo foi desconsiderado

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156

Os grupos com conformação de rede são mais antigos, sendo 51,1%

destes criados entre 1992-2003. A criação dos grupos sem conformação de

rede é mais recente, com 59,5% dos grupos criados entre 2004-2008 (Tabelas

21 e 22).

Tabela 21: Ano Criação - redes Tabela 22: Ano de Criação - não redes

Ano Número de grupos

Percentual (N=137)

Ano Número de grupos

Percentual (N=74)

1992-1997 36 26,3 1992-1997 6 8,1 1998-2003 34 24,8 1998-2003 24 32,4 2004-2008 67 48,9 2004-2008 44 59,5 TOTAL 137 100 TOTAL 74 100

Obs: Um grupo foi desconsiderado

Fechamento do item dos grupos com conformação de rede X grupos sem

conformação de rede.

Feita a comparação entre os dois grupos, observa-se que, em relação

aos grupos sem conformação de rede, os grupos com conformação de rede

são mais antigos e com maior número de participantes. Possuem mais

professores e pesquisadores do que alunos e trabalham com um maior número

de atividades e objetivos em comum, agregando outras atividades, além de

projetos de pesquisa, publicações e realização de eventos.

A abrangência de atuação dos grupos com conformação de rede é

maior, com maior atuação internacional. Possuem um pouco mais de

ferramentas de comunicação, embora predomine nos dois grupos, pela ordem

de importância, o email, a reunião presencial e o telefone. Os grupos com

conformação de rede informam utilizar outras ferramentas não previstas no

questionário, como MSN, blog , boletins eletrônicos e oficinas. A utilização de

site para divulgação das atividades dos grupos é maior nos grupos com

conformação de rede, embora seja, como um todo pequena. A frequência de

contato entre os membros é também maior nos grupos com conformação de

rede.

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157

O modelo de tomada de decisões em ambos os grupos é mais

descentralizado, nem sempre necessitando passar pelo líder do grupo, com

uma percentagem um pouco maior de descentralização para os grupos com

conformação de rede.

3.1.3. Perfil dos grupos com características de rede por ano de criação dos grupos – 137 grupos

Observado que o tempo de existência do grupo exerce influência nas

atividades desempenhadas pelo grupo, os 137 grupos com características de

rede serão analisados nesta seção em relação ao ano de criação. São 36

grupos (período 1992 – 1997); 34 grupos (período 1998 – 2003) e 67 grupos

(período 2004 – 2008), em um total de 137 grupos.

Destaca-se que os pesquisadores, em muitos casos, participam de

vários grupos de pesquisa, seja como líderes, seja como pesquisadores.

A conformação refere-se à conformação institucional dos grupos. Desta

forma, 46 grupos são formados por outras faculdades de uma mesma

universidade; 56 grupos são formados por apenas departamentos de

faculdades e universidades e 83 grupos são formados por outras universidades

e/ou faculdades. A participação do setor público é pequena, em sua maioria

através dos institutos de pesquisa. O setor privado é representado somente por

instituições de ensino privadas (09 grupos). Há uma participação pequena de

Ongs (16 grupos).

Destaca-se que no período de 1992 a 1997 são encontrados grupos com

conformação maior, que inclui Institutos de Pesquisa (3 grupos) e Agência de

Bacia Hidrográfica (01 grupo). No período de 1998-2003 há grupos com

conformação que inclui igualmente Institutos de Pesquisa (02 grupos), rede

municipal de educação (01 grupo), Senai (01 grupo) e Conicit Argentina (01

grupo). No período de 2004 a 2008 há somente 01 grupo que inclui Instituto de

Pesquisa, 01 grupo que inclui o Ministério Público e Ongs e 01 grupo que inclui

a Secretaria Municipal de Saúde. Os demais grupos possuem, na sua maioria,

conformação acadêmica, seja pública ou privada.

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158

Como o sistema de respostas permitiu que fosse assinalada mais de

uma conformação institucional. Observa-se (Tabela 23) que a maioria dos

grupos criados no período de 2004 – 2008 possuem conformação menor (uma

ou duas conformações institucionais) em relação aos grupos criados em

períodos anteriores.

Tabela 23: Ano de criação do grupo X conformação institucional

1992 - 1997 1998 - 2003 2004 - 2008 total

Uma conformação 30,6% 35,3% 43,3% 38%

Duas conformações 27,8% 29,4% 35,8% 32,1%

3 a 4 conformações 33,3% 26,5% 17,9% 24,1%

5 a conformações 8,3% 8,8% 3% 5,8%

Os resultados demonstram que a utilização de site é menor nos grupos mais

recentes (Tabela 24)

Tabela 24: Ano criação do grupo X site

1992 - 1997 1998 - 2003 2004 - 2008 total

Possui site 47,2% 35,3% 25,4% 33,6%

Não possui site 52,8% 64,7% 74,6% 66,4%

todos os períodos, foram o email, o telefone e a reunião. O uso da

videoconferência e do skype ainda é muito restrito nestes grupos (Tabela 25).

Tabela 25: Ferramentas de comunicação X período

1992–1997 (110 citações)

1998 – 2003 (106 citações)

2004 – 2008 (153 citações)

Total (369 citações)

N % N % N % N %

Email 36 32,7 36 34 36 23,5 108 29,3

Carta 1 0,9 1 0,94 1 0,7 3 0,8

Skype 8 7,3 12 11,3 14 9,2 34 9,2

Videoconferência 4 3,6 4 3,8 5 3,3 13 3,5

Telefone 26 23,6 23 21,7 46 30,0 95 25,7

Reunião 33 30 30 28,3 51 33,3 114 30,9

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159

O número de ferramentas utilizadas pelos grupos, em todos os períodos,

é, em sua maioria de três a quatro (Tabela 26). Observa-se que grupos criados

há mais tempo utilizam uma maior variedade de ferramentas de comunicação.

Tabela 26: Número de ferramentas X período

1992 - 1997 1998 - 2003 2004 - 2008 Total (137)

Uma ou duas ferramentas

16,7% 23,5% 34,3% 27%

Três a quatro ferramentas

72,2% 67,7% 62,7% 66,4%

Cinco a seis ferramentas

11,1% 8,8% 3% 6,6%

O contato diário entre os membros dos grupos mais recentes é bem

menor do que nos grupos mais antigos. Em todos os períodos prevalece o

contato semanal (Tabela 27).

Tabela 27: Frequência de contato dos membros X período

1992 – 1997 (36)

1998 – 2003 (34)

2004 – 2008 (67)

Total (137)

Diário 30,6% 20,6% 9% 17,5%

Semanal 33,3% 50% 47,8% 44,5%

Mensal 30,6% 26,5% 40,3% 34,3%

Anual 5,6% 3% 3% 3,6%

Em relação à abrangência de atuação desses grupos, nota-se que

grupos mais antigos possuem maior abrangência internacional (Tabela 28).

Tabela 28: Abrangência de atuação dos grupos X período

1992 – 1997 (57 citações)

1998 – 2003 (47 citações)

2004 – 2008 (87 citações)

Total (191 citações)

N % N % N % N %

Apenas um município 01 1,8 0 0 5 5,7 6 3,1

Mais de um município 10 17,5 9 19,1 15 17,2 34 17,8

Apenas um estado 05 8,8 10 21,3 17 19,5 32 16,8

Mais de um estado 20 35,1 14 29,8 33 37,9 67 35,1

Internacional 21 36,8 14 29,8 17 19,5 52 27,2

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160

Observa-se um número pequeno de técnicos em geral: 43 grupos

pesquisam sem o auxílio de técnicos e 35 grupos somente com um técnico.

Destacam-se 04 grupos que são formados apenas por pesquisadores e

professores

Os demais grupos possuem maior quantidade de alunos de graduação e

pós-graduação, notando-se que a presença de professores e pesquisadores é

um pouco maior nos grupos criados entre 2004 a 2008, com um pequeno

declínio do número de alunos de graduação e pós-graduação (Tabela 29).

Tabela 29: Conformação dos grupos por formação X período

1992 – 1997 (955 pessoas)

1998 – 2003 (842 pessoas)

2004 – 2008 (1188 pessoas)

Total (2985 pessoas)

N % N % N % N %

Professores Pesquisadores

316 33,1 271 32,1 492 41,4 1079 36,1

Graduação/Pós 557 58,3 497 59,0 615 51,8 1669 55,9

Técnicos 82 8,6 74 8,8 81 6,8 237 7,9

Em relação às atividades exercidas em conjunto pelos grupos, alguns

grupos informaram, além das alternativas propostas: participação em redes de

pesquisa nacionais e internacionais, controle de qualidade interno e externo,

projetos de extensão, formação de recursos humanos, produção de matérias

jornalísticas, ações judiciais e troca de informações e discussões informais.

Destacam-se 07 grupos que trabalham conjuntamente apenas projetos

de pesquisa e 12 grupos que trabalham conjuntamente apenas projetos de

pesquisa e publicações.

Tanto os grupos criados mais antigos, como os grupos mais recentes, as

atividades mais desenvolvidas em comum são os projetos de pesquisa e as

publicações, seguidas pelos eventos (Tabela 30).

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161

Tabela 30: Atividades desenvolvidas em comum X período

1992–1997 (135 citações)

1998 – 2003 (119 citações)

2004 – 2008 (222 citações)

Total (476 citações)

N % N % N % N %

Nenhuma 0 0 0 0 0 0 0 0

Projetos Pesquisa 36 26,7 33 27,7 62 27,9 131 27,5

Eventos 20 14,8 18 15,1 41 18,5 79 16,6

Consultoria 9 6,7 9 7,6 11 4,9 29 6,1

Publicações 32 23,7 29 24,5 54 24,3 115 24,1

Capacitação 22 16,3 17 14,3 31 14,0 70 14,7

Intercâmbio 16 11,9 13 10,9 23 10,4 52 10,9

Tendo em vista que 34 grupos informaram apenas a opção ―outros‖,

quando demandados acerca de sua formação por área, estes não serão

considerados, uma vez que não é possível determinar a área de formação de

seus membros. Além disso, 12 grupos são unidisciplinares (04 somente de

engenheiros, 5 somente de advogados e 03 somente de biólogos). A maioria

dos grupos possui entre duas e quatro especialidades diferentes e, somente10

grupos possuem 5 ou mais especialidades diferentes.

A especialidade que mais ocorre é a engenharia, seguida pela biologia

(Tabela 31)

Tabela 31: Áreas de formação dos membros dos grupos X período

1992 – 1997 (86 citações)

1998 – 2003 (87 citações)

2004 – 2008 (147 citações)

Total (320 citações)

N % N % N % N %

Engenharia 17 19,8 19 21,8 25 17,0 61 19,0

Direito 4 4,7 3 3,4 9 6,1 16 5

Biologia 15 17,4 13 14,9 23 15,6 51 15,9

Arquitetura 7 8,1 7 8,0 9 6,1 23 7,2

Administração 5 5,8 6 6,9 15 10,2 26 8,1

Economia 6 7,0 8 9,2 11 7,5 25 7,8

Medicina 4 4,7 3 3,4 5 3,4 12 3,8

Outros 28 32,6 28 32,2 50 34,0 106 33,1

Somente oito grupos não se consideram da área ambiental. As áreas de

maior interesse são desenvolvimento sustentável e gestão ambiental, seguidas

por indicadores de sustentabilidade e educação ambiental. As áreas de menos

interesse e atividade são a gestão pública e o direito ambiental (Figura 15)

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162

Figura 15: Atividades e áreas de interesse dos grupos

Fechamento dos 137 grupos com características de rede por ano de

criação dos grupos

Os grupos mais antigos possuem conformação institucional maior,

possuem uma percentagem maior da existência de site para divulgação das

atividades dos grupos, maior variedade de ferramentas de comunicação, os

contatos são mais frequentes e possuem maior abrangência internacional.

3.2. Resultados da Fase 2 - 40 Grupos

Dos 137 grupos considerados com conformação de rede, 26 grupos

informaram não ter disponibilidade para participar da segunda fase da

pesquisa. Sendo assim, a amostra da segunda fase da pesquisa foi formada

por 111 grupos de pesquisa.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

grupos

Gestão ambiental

Políticas públicas

Indicadores sustentabilidade

Gestão pública

Avaliação políticas públicas

Gestão empresarial

Desenvolvimento urbano regional

Educação ambiental

Apoio tomada decisão

Desenvolvimento sustentável

Direito ambiental

Conservação ecossistemas

Saneamento ambiental

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163

Dos 111 questionários enviados, obteve-se o retorno de n=40 de

questionários respondidos, ou 36%. São 20 grupos da região Sudeste, 07

grupos da região Nordeste, 06 grupos da região Norte, 03 grupos da Região

Sul e 04 grupos da região Centro Oeste.

A apresentação dos resultados destes grupos é feita a partir da divisão

em dois grupos: Grupo 1: 21 grupos que responderam exemplos de ações de

influência em políticas públicas; e Grupo 2: 19 grupos que não apresentaram

exemplo de influência em políticas públicas. O primeiro grupo será analisado

conforme a categoria de influência que apresenta (apoio legislação,

envolvimento com os formuladores de políticas, ação socioambiental ou

atividades acadêmicas). O segundo grupo será analisado como um todo.

Um perfil geral dos Grupos 1 e 2 demonstra que 50% dos membros

destes grupos são permanentes; 82,5% dos grupos possuem critérios para

integração de seus membros; 62,5% dos grupos possuem estrutura formal;

50% dos grupos direcionam o resultado das pesquisas para sociedade; 75%

dos grupos possuem obstáculos à pesquisa aplicada; 62,5% dos grupos

possuem interação internacional; 57,5% dos grupos faz avaliação de suas

atividades; 52,5% dos grupos participam de editais de rede.

O grau de aplicabilidade9 das pesquisas percebidos pelos grupos é alto

para 50% dos grupos, médio para 37,5% dos grupos e baixo para 12,5% dos

grupos (Figura 16).

9 Grau de aplicabilidade 1 e 2 (baixo), 3 (médio), 4 e 5 (alto).

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164

Figura 16 – Grau de aplicabilidade das pesquisas

3.2.1. Resultados Grupos Alfa – 21 Grupos

Dos quarenta grupos, vinte e um grupos citaram exemplos de influência

em políticas públicas, que serão denominados ―Grupos Alfa‖ (Apêndice 5).

Ao serem demandados acerca de sua influência em políticas públicas

ambientais, os diversos grupos exemplificaram com quatro tipos de ações, que

foram agrupadas por categoria de influência: apoio à legislação, que seria a

forma de se influenciar diretamente as políticas públicas; envolvimento do

pesquisador com o tomador de decisões, que é uma das ações citadas pela

literatura que facilitam que determinada pesquisa seja considerada pelos

tomadores de decisões; ações socioambientais, que geralmente se dão pelo

empoderamento de grupos da sociedade civil favorecendo a participação, ou

mesmo o próprio grupo de pesquisa participando nos diversos canais de

participação da sociedade civil; e, por último, tem-se as atividades de pesquisa,

que envolvem projetos, participação em eventos, publicações, etc. Atividades

que estão relacionadas às atividades acadêmicas propriamente ditas.

0

5

10

15

20

25

1 e 2 3 4 e 5

grupos

grupos

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165

Desta forma os grupos foram caracterizados a partir das seguintes

categorias de análise, destacando-se que esta categorização não foi feita a

partir de critérios de importância, mas de atividades diferentes.

5. Apoio Legislação

6. Envolvimento tomador de decisões

7. Ações socioambientais

8. Atividades acadêmicas

3.2.1.1. Grupos Categoria 1 - Apoio Legislação – 9 grupos

Dos quarenta grupos que apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas, 22,5% grupos (9 grupos) apresentaram exemplos de

atividades desenvolvidas de apoio à legislação - categoria 1, que estão

preenchidas em amarelo (Apêndice 5). Estas atividades envolvem: etiquetagem

de certificação em edifícios comerciais; influência em lei de incentivos fiscais

aos contribuintes que promoverem reciclagem; estudo demonstrando a

necessidade de incentivo de IPVA de veículos elétricos não poluentes;

participação em planos diretores; proposta sobre legislação de poluição

luminosa; indicadores ambientais no CONAMA; Lei estadual (SP) de solos

contaminados; regulamentação (em elaboração) federal sobre avaliação

ambiental estratégica; nota técnica utilizada pela Procuradoria de Meio

Ambiente para entrar com representação de inconstitucionalidade contra Lei

Estadual; proposição da adoção da criação de unidades de conservação de

uso sustentável ao invés de Unidades de Conservação de proteção integral,

como estratégia de preservação ambiental; na política de gestão de resíduos

da construção civil; em projeto FEHIDRO com a Prefeitura Municipal, que deu

subsídios à política municipal de proteção da macrodrenagem urbana;

formulação de Projeto de Lei (em andamento).

Entre outros produtos desenvolvidos (Apêndice 10), além de pesquisas,

foram citados: apoio à legislação, às promotorias de meio ambiente e

associações da sociedade civil; ações socioambientais e atividades

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166

acadêmicas – publicações, capacitação, suporte institucional, divulgação das

pesquisas, eventos e ampliação da rede.

Estes grupos são da região Sudeste – 06 grupos; da região Sul – 01

grupo; região Nordeste – 02 grupos, e são relativamente novos, sendo criados

a partir de 2003 - 2005 (5 grupos) e 2007 - 2009 (4 grupos). A área

predominante é das ciências sociais aplicadas (6 grupos, com subáreas em

direito, arquitetura, planejamento urbano regional e administração) ,

engenharias (2 grupos) e ciências biológicas (1 grupo).

Características que sobressaem indicam que todos estes grupos são

formados por pesquisadores, professores, bem como alunos de graduação e

pós-graduação e alguns técnicos. São grupos formados por pouca diversidade

de especialidades e não possuem grande variedade de conformação

institucional, sendo esta, em geral única.

Seis grupos (67%) possuem site para divulgação dos resultados de suas

atividades e possuem objetivos comuns, havendo integração em suas

atividades na forma de troca de experiências entre os membros do grupo

(todos os grupos). Além disso, os grupos também citam responsabilidade

conjunta pelos resultados e decisões (cinco grupos), ajuda no endereçamento

dos problemas (seis grupos).

As atividades em comum exercidas envolvem projetos e eventos em

todos os grupos, publicações, capacitação, intercâmbio e consultoria, esta

somente informada por dois grupos.

A abrangência de atuação destes grupos é sempre maior do que

somente municipal, que foi informada somente por um grupo, incluindo a

abrangência internacional por três grupos.

As ferramentas de comunicação mais utilizadas seguem o padrão da

pesquisa, sendo, na ordem de preferência: telefone, email, reuniões

presenciais e skype. Nenhum grupo trabalha com videoconferência e o contato

entre seus membros é feito semanalmente (oito grupos) e mensal, apenas um

grupo.

São muitas as linhas de atuação destes grupos, grande parte destas, na

temática ambiental.

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167

Na percepção dos grupos demandados há um grau alto de aplicabilidade

de suas pesquisas (seis grupos), médio (dois grupos) e baixo (um grupo). Este

último grupo, embora entenda possuir baixo grau de aplicabilidade de suas

pesquisas, indicou estar em constante contato com os gestores públicos que

direcionam as políticas fiscais ambientais e informou ter influenciado um

decreto recente que regulamenta a isenção de IPTU, no caso de reciclagem de

resíduos sólidos por uma prefeitura (Apêndice 7).

Demandados se há conexão entre o conceitual e o operacional, cinco

grupos alegam que não fazem essa conexão, apesar de oferecerem exemplos

de influência em políticas públicas (Apêndice 7).

O direcionamento do resultado das pesquisas destes grupos, em sua

maioria, vincula-se a atividades acadêmicas, somente um grupo destacou que

os resultados do grupo vêm sendo utilizados para subsidiar o processo de

tomada de decisões, orientar políticas públicas e ajudar a população mais

carente a buscar seus direitos (Apêndice 7).

O fortalecimento da discussão política ocorre, para três grupos, dentro

das atividades acadêmicas, um grupo informa baixo acesso à sociedade e um

grupo alega contato constante com os gestores públicos que direcionam

políticas públicas ambientais. A participação e o fortalecimento de discussões

que envolvem o uso da terra e conflitos ambientais entre populações

tradicionais e unidades de conservação são citados por um grupo como forma

de fortalecimento da discussão política, em outro, tem-se a apresentação dos

resultados das pesquisas em conselhos e câmara de vereadores, bem como a

contribuição na política de gestão de resíduos, representando ações que,

embora indiretamente, influenciam políticas públicas ambientais (Apêndice 7).

Obstáculos à pesquisa aplicada foram citados por cinco grupos que

informaram a falta de apoio financeiro, humano e das universidades, além de

muita burocracia e resistência da universidade em trabalhar pesquisa aplicada.

Os grupos, em sua maioria, são formados pelo menos por professores

de forma permanente, havendo uma maior dinâmica entre os alunos que se

afastam ao fim de suas pesquisas, com a integração de novos participantes

(Apêndice 7).

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168

Não são estabelecidos critérios para integração nos grupos, além o de

possuir interesse com os temas de estudo do grupo. Qualidade, rigor técnico e

formação de nível superior também são citados por um ou dois grupos

(Apêndice 8).

As fontes de financiamento destes grupos são, em sua maioria, providas

pelas agências de fomento nacionais (CNPq e CAPES), agências de fomento

estaduais (Fapesp, Fapemig) e fundos de financiamento (Fema e Fehidro).

Além dessas é citada uma empresa pública (Eletrobrás); uma rede regional de

cooperação entre entidades de pesquisa (Instituto Interamericano de Pesquisa

em Mudanças Globais – IAI), doações e recursos da própria universidade

(Apêndice 8).

Apesar de esses grupos fazerem parte do Diretório de Grupos de

Pesquisa dp CNPq e, para tanto devam preencher os requisitos estipulados

para sua aprovação, seis grupos alegam possuir uma estrutura formal

diferenciada e um dos grupos informa ter sido estruturado no modelo de uma

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público– Oscip (Apêndice 8).

Os motivos de criação do grupo são: ―organizar e desenvolver

pesquisas‖; ―divulgação dos resultados das pesquisas‖; ―trocas de informação‖;

―permitir composição de diferentes áreas‖; ―demanda internacional, da

universidade ou da Pró-Reitoria‖; ―permitir agregação de pesquisadores de

determinada linha de pesquisa e visibilidade à comunidade acadêmica‖

(Apêndice 8).

Sete grupos alegam interação internacional, uma vez que esta

proporciona um aumento da diversidade e da troca de informações qualificada;

possibilita produção de conhecimento conjunto; facilita a discussão e o

aprendizado; aprofunda a interação; potencializa a capacidade de captação de

recursos para pesquisa; permite o intercâmbio de estudantes e possibilita

publicações conjuntas. A falta de recursos financeiros é citada por um grupo

como limitadora da viabilização de acordos de cooperação internacional

(Apêndice 9).

O líder do grupo, para quatro grupos, tem posição relevante na

proposição de temas de pesquisa. A definição da perspectiva teórica e

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169

metodológica é citada por um grupo como atribuição do líder. Os demais

grupos não possuem líder empreendedor (Apêndice 9).

As atividades do grupo são raramente avaliadas. Dos que as fazem, dois

grupos seguem os padrões CAPES/ Universidade e um grupo avalia as

atividades de seu grupo a partir de seu planejamento estratégico (Apêndice 9).

Embora pelos critérios dessa pesquisa os grupos selecionados para

segunda fase da pesquisa já possuam elementos que os caracterizam como

redes, foi-lhes demandado se de fato se enxergam como tal e, caso contrário, o

que faltaria para alcançarem esse status. Essa questão, além possibilitar que

os grupos possam apresentar a percepção de como se veem enquanto grupo e

suas relações, assim como a forma como entendem e definem o conceito de

rede (Apêndice 9).

Cinco grupos enxergam-se como redes porque, conforme motivos

alegados por esses, a atividade dos grupos possibilitam: a troca de

informações; a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade; a participação de

diferentes áreas e instituições; a diversidade de pesquisas e pesquisadores em

um mesmo tema; o relacionamento entre alunos e ex-alunos e suas atividades

de divulgação em blogs e atividades de extensão. Os quatro grupos que não se

consideram redes, alegam faltarem-lhes suporte de internet; maior interação;

apoio financeiro e falta de conexões (Apêndice 9).

Embora nem todos os grupo se vejam como redes, cinco deles já

participaram de editais de redes de pesquisa, sendo três contemplados

totalmente e um em parte. Dos que não participaram de editais de redes, os

motivos alegados foram falta de tempo, desconhecimento e não abrangência

às universidades privadas (Apêndice 9).

Dos nove grupos, três grupos não se consideram interdisciplinares – um

deles se considera multidisciplinar uma vez que não há interação entre seus

membros (Apêndice 9).

Os demais se consideram interdisciplinares por haver

complementaridade nas análises; por haver troca de informações e consultas

entre as diversas áreas; pela formação a partir de rediscussão dos

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170

fundamentos ontológicos; pela composição do grupo e palestras em outras

disciplinas; por apresentar trabalhos multidisciplinares (Apêndice 9).

3.2.1.2. Grupos Categoria 2 – Envolvimento Tomador de Decisões – 4

grupos

Dos quarenta grupos que apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas, quatro grupos apresentaram exemplos de atividades de

envolvimento com o tomador de decisões, categoria 2, que estão preenchidas

em azul (Apêndice 5). Estas atividades envolvem: pareceres e perícias

técnicas para promotorias de meio ambiente; elaboração de planos, projetos e

programas para o planejamento ambiental; assessoria a unidades de

hemodiálise e de vigilância sanitária; participação em projetos vinculados a

políticas públicas; participação em comitês de bacias e conselhos municipais

de meio ambiente; assessoria a projetos de sistema de navegação,

transposição de gás natural e construção de pistas rodoviárias. Além disso,

alguns grupos citam também ações socioambientais em projetos habitacionais

para assentamentos rurais.

Em outros produtos, além de pesquisas (Apêndice 6), estes grupos

informam assessoria a movimentos populares, associações de bairro e

governo; reconhecimento de instituições de referência técnica; avaliações

técnicas relativas a obras civis, além de atividades acadêmicas de publicações,

capacitação, eventos e redes digitais.

Metade dos grupos faz a interação entre o conceitual e o operacional

através de atividades socioambientais de assessoria às comunidades urbanas

e rurais, instituições governamentais e não governamentais; consultoria a

grandes projetos de obras civis – túneis, hidrovias e barragens. As demais

atuações citadas enquadram-se em atividades de divulgação de atividades

acadêmicas (Apêndice 7).

O direcionamento dos resultados das pesquisas se dá: pela interação

entre as pesquisas básicas e aplicadas e dessas com as atividades de

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171

extensão e ensino; pelo desenvolvimento de tecnologia para aplicação na

sociedade. Dois grupos não oferecem exemplos (Apêndice 7).

O fortalecimento da discussão política ocorre com: a contribuição nas

assessorias e representações nos canais de participação da sociedade civil;

por tornar evidente a má gestão de laboratórios e hospitais no controle de

doenças infecciosas e medicação abusiva; pela participação em comissões de

discussão de sistemas de obras de infraestrutura. Para um grupo o

fortalecimento se dá pela divulgação das pesquisas em eventos (Apêndice 7).

Apenas um grupo cita obstáculos à pesquisa por falta de financiamento.

Em uma questão de percepção informam possuir um grau alto de aplicabilidade

de suas pesquisas (dois grupos), médio (um grupos) e baixo (um grupo)

(Apêndice 7).

Somente um grupo alega possuir membros permanentes e o critério

para integrar os grupos seria a vinculação a um projeto de pesquisa e, para um

grupo, há a necessidade de o aluno permanecer na graduação ou pós-

graduação (Apêndice 8).

Os grupos foram criados para: sistematizar estudos na área de pesquisa

do grupo e aglutinar iniciativas individuais ou em grupo; para disseminação e

troca de conhecimentos; para promover o desenvolvimento tecnológico na área

de pesquisa do grupo (Apêndice 8).

As fonte de financiamento incluem as agências nacionais de fomento

(CNPq, Capes e FINEP), estaduais (Fapesp), laboratório de saúde (Instituto

Adolpho Lutz) e a própria universidade, em seu programa de extensão

(Apêndice 8).

As áreas de pesquisa que estes grupos entendem estarem enquadrados

seria a de estudos urbanos e regionais, saúde pública, interdisciplinar de meio

ambiente, e obras e infraestruturas sustentáveis (Apêndice 8).

Como atividades para a interação internacional, quatro grupos citam:

convites para publicações conjuntas; possibilidade de visitas técnicas,

intercâmbio acadêmico e estágios; atualização, capacitação e consolidação de

referências técnico-científicas através de pesquisadores de outras redes e

instituições; na difusão de informações (Apêndice 9).

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172

O líder é considerado empreendedor apenas por duas redes e este tem

a missão de apresentar as ideias e os temas mais relevantes do grupo

(Apêndice 9).

Para um grupo, apesar de necessitar de maior conectividade entre os

grupos autônomos que o compõe, há conformação de rede em alguns projetos.

Para os demais grupos, consideram-se rede: pela homogeneidade nos

processos de intercâmbio e avaliação dos resultados; pelo diálogo entre

pesquisadores nacionais e estrangeiros; pela composição de profissionais de

diversas áreas do conhecimento e de diferentes institutos de pesquisa, além da

abrangência geográfica, destacando-se que este última condensa o conceito

de rede utilizado nesta pesquisa (Apêndice 9).

A avaliação das atividades dos grupos se dá de forma própria, através

de revisões e grupos de trabalho. Em um grupo ela é superficial e não

sistematizada (Apêndice 9).

Três grupos participaram de editais para redes, sendo dois grupos

contemplados – editais ANVISA/OPAS, OPAS, CYTED 2010 (em avaliação) e

ANP/Petrobrás), e um grupo aguardando avaliação. Um grupo informou não

participação por falta de oportunidade e disponibilidade (Apêndice 9).

Dos quatro grupos, somente um não se considera interdisciplinar. Os

demais se consideram por serem integrados por pesquisadores de diversas

áreas, de diversas unidades e por atuarem em projetos de forma

transdisciplinar, onde o desenvolvimento é feito em conjunto (Apêndice 9).

3.2.1.3. Grupos Categoria 3 – Ações Socioambientais – 5 Grupos

Dos quarenta grupos que apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas, cinco grupos apresentaram exemplos de atividades

desenvolvidas de ação socioambiental, categoria 3, que estão preenchidas em

rosa (Apêndice 5): assessoria a grupamento tático de água para incêndio;

elaboração de dados sobre desastres para auxílio vítimas do Haiti; elaboração

de agendas cidadãs; criação de rede de empreendimentos solidários;

capacitação para formadores de economia solidária; implantação de Agenda 21

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173

escolar nas comunidades estudadas; criação de oficinas e ateliês comunitários,

além de relatórios técnicos.

Nos produtos produzidos pelos grupos, além das pesquisas, estes

repetiram as informações trazidas no item de influência em políticas públicas,

adicionando apenas algumas atividades acadêmicas como publicações,

eventos, cursos e desenvolvimento de site (Apêndice 6).

Os grupos informam possuírem alto grau de aplicabilidade de suas

pesquisas. São grupos que, como informado anteriormente, unem o conceitual

ao operacional através do envolvimento de alunos de escolas e comunidade;

trabalho com agricultores familiares; Os resultados revertem para os projetos e

entidades apoiados e para as comunidades, onde as pesquisas se

desenvolvem, através de apresentações orais ou publicações (Apêndice 7).

O direcionamento dos resultados das pesquisas se dá através de:

trabalhos empíricos nas escolas estaduais; no lançamento de novas cultivares

e disponibilização de tecnologias apropriadas aos agricultores. Um dos grupos

responde que há existe relação entre o referencial teórico e o aplicado apenas,

sem oferecer exemplo e um grupo responde que isso se dá através da

operacionalização de conceitos (Apêndice 7).

Sobre o fortalecimento da discussão política, três grupos respondem que

participam de canais de participação comunitária, como pastoral da terra,

grupos de estudos em APLs locais e escolas, auxiliando a comunidade na

tomada de decisões, organização e publicação de livros e Agendas 21

escolares. Um grupo cita aplicação em geopolítica e um grupo responde

negativamente (Apêndice 7).

Os cinco grupos entendem haver obstáculos à pesquisa por:

desinteresse de muitas entidades responsáveis; falta de recursos e apoio;

dificuldades estruturais e falta de política de estado para o financiamento da

pesquisa; faltam pesquisadores, tempo, dedicação e entendimento das

autoridades constituídas. O fator financeiro e a falta de apoio institucional são

os fatores mais destacados (Apêndice 7).

Os critérios para integrar o grupo, para quatro grupos, englobam: análise

curricular e de intenções; posse de projeto e publicações; facilidade de

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174

trabalhar em equipe; proximidade temática. Um grupo se destaca por ampliar

os critérios de ingresso, incluindo: ser aluno de, pelo menos, segundo ano de

graduação; possuir média acima de 7 no ano anterior; não trabalhar; dispor de

20 horas semanais de trabalho com as pesquisas do grupo(Apêndice 8).

Três grupos possuem membros permanentes e dois não possuem, uma

vez que, em um dos grupos os membros possuem contrato temporário com a

universidade, e, no outro grupo, a cada ano é feita a seleção de projetos do

grupo entre alunos candidatos (Apêndice 8).

As fontes de financiamento são: agência de fomento nacional (CNPq);

estaduais (FAPESC, FAPERJ); instituições governamentais (Banco do Brasil e

Suframa); fundos de apoio das universidades e programas de extensão

(Apêndice 8).

Obstáculos à pesquisa aplicada foram citados por quatro grupos que

informaram desinteresse de muitas entidades responsáveis; falta de

infraestrutura e recursos; dificuldades estruturais e falta de políticas do estado

para financiamento de pesquisa; falta de recursos, falta de pesquisadores com

tempo e dedicação, falta de entendimento das autoridades constituídas, pouco

conhecimento das pessoas em geral (pessoas das comunidades estudadas)

(Apêndice 7).

Os grupos foram criados para: disseminação do geoprocessamento;

divulgação dos trabalhos do grupo; integração de pesquisadores;

fortalecimento das linhas de pesquisa e desenvolvimento de estudos e

pesquisas na área de atuação do grupo; definição de sistemas de produção

para agricultura familiar (Apêndice 8).

Os grupos possuem uma estrutura formal que, em geral, segue o

modelo do CNPq/DGP. Um grupo não tem uma estrutura formal (Apêndice 8).

As áreas de pesquisa indicadas pelos grupos são: geoprocessamento e

análise ambiental, geoprocessamento para produção agrícola, ciências sócio-

econômica-ambiental, fitotecnia, educação ambiental, história ambiental e

patrimonial (Apêndice 8).

A interação internacional se dá em três grupos através: de programas,

como o Cyted - Programa Iberoamericano de Ciencias y Tecnologia para El

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175

Desarrollo e de vínculos com universidades europeiass que permitem estágio,

visita de professores visitantes para ministrarem cursos, produção e

publicações conjuntas. Um grupo destaca que a integração possibilita maior

abertura e inserção em pesquisas internacionais; um grupo apenas recebe

material de pesquisa de centros internacionais e um grupo não interage

internacionalmente (Apêndice 9).

Quatro grupos se veem interdisciplinares por: possuir pesquisadores de

várias áreas; elaborar pesquisa em diversos setores da ciência; haver interação

de membros da equipe de projetos, onde cada um enfoca sua especialidade;

existir muitas e diversas áreas que trabalham de forma integrada, fazendo

correlação das temáticas, onde o argumento é analisado sob várias

concepções teóricas (Apêndice 9).

Em todos os grupos o líder é empreendedor, fazendo sugestões e

acompanhamento de projetos, propondo ações e temas, indicando referencial

teórico e apresentando percepções em estudos e pesquisas (Apêndice 9).

Somente dois grupos consideram-se como redes por: agregar, difundir

informações e resultados das pesquisas; existirem laboratórios associados e

possuírem apoio de software multi-usuários a algumas entidades. Dois grupos

não se consideram redes por: faltar integração, infra-estrutura d einformática e

maior número de participantes (Apêndice 9).

As avaliações são feitas em três grupos através de reuniões, relatórios e

resultados das pesquisas. Dois grupos não fazem avaliação de seus resultados

(Apêndice 9).

A participação em editais de redes é feita por três grupos. Em dois

grupos é citado o desconhecimento deste tipo de edital, falta de esclarecimento

e confiança (Apêndice 9).

3.2.1.4. Grupos Categoria 4 – Atividades Acadêmicas – 3 grupos

Apenas três grupos estão na categoria de análise 4, embora um deles

ofereça exemplo de envolvimento com o tomador de decisões por atividades de

consultoria a procuradoria da República e curadoria de meio ambiente, o outro

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176

grupo indique exemplo de atividades que incluem a valorização da ciência

pelos gestores governamentais envolvidos com o grupo e envolvimento com a

sociedade. O terceiro grupos será desconsiderado porque suas respostas

foram irrelevantes. As demais informações posicionam estes grupos como

ainda mais focados em atividades de pesquisa e estruturação do grupo.

Informações preenchidas em verde (Apêndice 5).

Um dos grupos informa que existe há menos de um ano e, portanto falta-

lhe estrutura, maior interação e recursos financeiros para uma pesquisa mais

aplicada. Sua criação se deu por demanda da pró-reitoria e atua na área de

planejamento e gestão ambiental (Apêndice 8)

O segundo grupo também não demonstra ter resultados em ações de

pesquisa mais aplicadas às políticas públicas, porém o grupo busca inserir a

questão da interdisciplinaridade como sendo o enfoque correto a ser seguido e

tem buscado estabelecer contatos para uma conformação de rede (Apêndice

9).

Obstáculos à pesquisa aplicada foram citados pelos dois grupos que

informaram falta de apoio da universidade - os comitês governamentais de

concessão de fundos fazem avaliação política e não cientifica dos projetos;

falta de disposição dos gestores para responder questionários e participar de

entrevistas, porque veem suas atividades no dia a dia como prioritárias e se

consideram sobrecarregados (Apêndice 7).

Este grupo foi criado para reunir pesquisadores, primeiramente da área

da economia política, e hoje foi ampliado com pós-graduação em economia

política ambiental e economia de tributação. O grupo busca recursos na CNPq,

FACEP e da própria universidade (Apêndice 8).

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177

3.2.2. Resultados Grupos Beta - 19 Grupos

Entre os grupos que não apresentaram evidência de influência em

políticas públicas observa-se que se destacam na fase 1 por serem menos

interdisciplinares (03 grupos), por trabalharem mais atividades em comum (03

grupos), por possuírem objetivos diversos (02 grupos), por trabalharem várias

áreas ambientais (02 grupos); além de um grupo que só trabalha em âmbito

municipal, um grupo em que seus membros somente têm contato anual e um

grupo que utiliza muitas ferramentas de comunicação, mas que não é da área

ambiental.

Oito grupos possuem interação internacional que contribui na formação

de pessoal, intercâmbio, publicações, fomento, participação em projetos de

pesquisa, utilização de laboratórios. Os demais (11 grupos) não possuem

(Apêndice 11).

Catorze grupos consideram-se interdisciplinares por: participarem

pesquisadores de dois departamentos com perfis distintos entre si; por

constituírem-se por várias áreas; haver interação de atividades; desenvolver

uma pesquisa interdisciplinar financiada pela FAPESB; por haver discussões

sobre diferentes propostas de pesquisa, oriundas de diversas áreas; inserir a

perspectiva interdisciplinar nas pesquisas; estabelecer envolvimento,

discussões e produções com o perfil interdisciplinar; usar técnicas de

caracterização em áreas diferentes; estabelecer discussão acadêmica;

contemplar atividades múltiplas nas atividades de projetos em

desenvolvimento; permitir o intercâmbio das decisões e resultados; inserir

pessoas de diferentes áreas que possam contribuir nos projetos. Cinco grupos

não se consideram interdisciplinares (Apêndice 11).

O papel do líder para 13 grupos é: propor temas; escolher os projetos e

linhas de pesquisa, que são discutidas com os demais pesquisadores do grupo,

tendo-se como referências as pesquisas similares em desenvolvimento no

exterior; propor as ideias e a forma como o grupo se desenvolve; avaliar as

possibilidades e escolher os parceiros e os alunos; manter o foco do grupo;

adequar as pesquisas aos objetivos do grupo; coordenar o programa de

mestrado; coordenar e orientar; criar mecanismos e canais de conversas e

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178

colaborações, buscando que um ator possa auxiliar a linhas afins; Coordenar

as atividades de campo e a coleta de dados. Um grupo informa que a influência

é mútua, tanto na produção coletiva, quanto nas discussões, que muitas vezes

orientam caminhos teóricos a serem seguidos, bem como os métodos

utilizados. Seis grupos não apresentaram papel do líder (Apêndice 11).

Onze grupos informam possuir conformação de rede por: possuir

produção científica coletiva e grupos de discussão dentro da universidade;

estar interligado com outros grupos da universidade, bem como ter

participantes de outras instituições e buscar parcerias com outras instituições

de pesquisa e ensino; terem tido contatos, pesquisas e parcerias com

Universidades diversas; possuir pesquisadores de várias instituições; por ser

um grupo de pesquisa multi-institucional e multidisciplinar; ter colaboração de

pesquisas com vários pesquisadores de diferentes universidades, sendo uma

rede informal; estar inserido em áreas específicas do conhecimento; envolver

várias instituições de pesquisa; haver integração vertical de pesquisas, e

horizontal de ações, ou seja, as pesquisas de um ator servem de substrato e

subsidio para outro, onde as ações são construídas em grupo, com as

propostas sendo submetidas e discutidas com todos; haver propostas de

projetos com a participação dos membros; por agregar distintas instituições e

conter distintos enfoques (Apêndice 11).

Nove grupos não se consideram redes por: necessitar de maior tempo

de existência e consolidação de alguns projetos de pesquisa; faltar interação

efetiva e duradoura com outros grupos; falta de tempo dos integrantes do

grupo, uma vez que os pesquisadores são horistas; faltar amadurecimento das

pesquisas e desenvolvimento de uma maior interlocução com outros grupos;

existir uma dispersão dos membros com outras linhas de pesquisa; faltar maior

comunicação, pois apesar do grupo estar formado, a maioria continua

trabalhando isoladamente (Apêndice 11).

Nove grupos informam participação em editais de redes, sendo sete

contemplados e dois ainda não contemplados. São citados editais da FINEP-

subvenção, FINEP-CTPETRO, FABESB, CNPq, Capes e Cyted, RENAMI (rede

de nanotecnologia do CNPq), CTHidro 46. Dez grupos não participam uma vez

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179

que: o grupo de pesquisas ainda é limitado e não tem condições neste

momento de executar um projeto maior (estão em fase de doutoramento); falta

uma chamada específica; existem exigências burocráticas; não há

disponibilidade de tempo do grupo para elaboração de projetos desse nível; há

deficiência organizacional do próprio grupo; falta informação; há dificuldade de

se encaixar nos editais (Apêndice 11).

As avaliações das atividades do grupo são feitas por dez grupos através

de: avaliação formal anual da produção do grupo, como um todo (publicações,

projetos, orientações, etc); discussão no grupo e documentação por meio de

atas das reuniões; publicações e trabalhos concluídos; seminários internos;

reuniões periódicas; relatório; da divulgação das pesquisas; índice de

publicações e de formação de recursos humanos; avaliação anual projetos

enviados; workshops. Nove grupos não fazem avaliação de suas atividades

(Apêndice 11).

A relação entre o conceitual e o operacional é informada por cinco

grupos por: aplicação de algumas pesquisas á área da saúde; haver o

direcionamento e desenvolvimento de pesquisas de cunho tecnológico e de

aplicação industrial; atingir a população de baixa renda; por participação em

congressos e seminários de iniciação científica; periódicos, livros, congressos e

cursos. Catorze grupos informam não haver elo do conceitual com o

operacional em suas pesquisas (Apêndice 12).

Para onze grupos há direcionamento nos resultado das pesquisas uma

vez que: é uma preocupação do grupo apresentar possibilidades de aplicação

prática para os conhecimentos gerados; há contribuição na solução de

problemas ambientais reais e atuais; há tentativa de que os resultados das

pesquisas tenham aplicação na sociedade; o conhecimento adquirido em parte

pelas pesquisas básicas, certamente direcionam à definição das outras

pesquisas de cunho tecnológico; a aplicação é sempre visada e assim, ha

preocupação com os custos operacionais; há o reforço ou modificação de

conceitos quando submetidos ao pragmatismo das intervenções in loco; há

desenvolvimento de análises; pretende-se ajudar a tomada de decisão pelos

agentes de planejamento municipal; é feita a divulgação dos resultados das

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180

pesquisas; as pesquisas básicas são estendidas em pesquisas aplicadas; trata-

se de um tema que exige vivência e coleta de material para alcançar os

resultados almejados. Oito grupos não direcionam os resultados das pesquisas

(Apêndice 12).

O fortalecimento da discussão política não ocorre em doze grupos, no

entanto, para sete grupos:‖ a própria discussão é política em si e leva a este

fortalecimento; houve a implantação de uma associação que tem se constituído

em espaço formal para a discussão da política de P&D na área; o

fortalecimento é feito por meio da conscientização das classes menos

privilegiadas nos estudos realizados nas três áreas de atuação da pesquisa

atual, porém, não é tarefa fácil. Muitas vezes o cidadão está mais interessado

em vencer as dificuldades do cotidiano, e discussões sobre a sua participação

efetiva na área do saneamento, por exemplo, fica em segundo plano; o

fortalecimento dar-se-á pelas mobilidades e missões científicas executadas

entre os membros institucionais e execução de mini-cursos, palestras e

expedições com o envolvimento da pós-graduação; dá-se através da

conscientização da importância da pesquisa para o País; há capacidade, o que

não significa que a mesma seja utilizada devidamente; ela entra nas

discussões do grupo, em se tratando da política de fomento à pesquisa e a

educação (Apêndice 12).

Indagados se haviam obstáculos à pesquisa aplicada foi citado por

dezesseis grupos: Financeiros; disponibilidade de tempo; reconhecimento da

área; logístico; apoio institucional; pessoal; da instituição e o sistema que exige

publicações; cooperação entre docentes da mesma universidade; pouca

relação universidade e Empresas; burocracia universitária; fraca visão das

empresas; falta de acesso a internet com uma velocidade de conexão alta;

distância dos locais de eventos nacionais, encarecendo a mobilidade; estrutura

burocrática universitária; necessidade de interação com empresas; pessoal

qualificado; distancia dos núcleos produtivos, indústria; infra-estrutura

laboratorial na instituição ainda inexistente para pesquisas na área do grupo;

descontinuidade do fomento; dificuldade de se encaixar em alguns editais. Três

grupos não possuem obstáculos, sendo que, para um, a pesquisa aplicada faz

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181

parte da política do campus e, para o outro, como a área de pesquisa do grupo

consiste principalmente de projetos de cunho tecnológico, há um ilimitado

espaço para sua atuação, principalmente em parceria com indústrias (Apêndice

12).

Destaca-se que acerca do grau de aplicabilidade das pesquisas dos

grupos 16 grupos informam grau entre médio e alto e apenas três grupos

informam baixo grau (Apêndice 12).

Em sete grupos os membros dos grupos são permanentes. Os

estudantes, na maioria, tendem a permanecer na mesma linha de pesquisa,

mesmo após ter concluído seus projetos. Nesse caso, os novos mestres e

doutores, ao conseguirem emprego, têm procurado iniciar pesquisas na mesma

área em outras instituições. Isto tem feito contribuído para o aumento das

pesquisas. Os grupos restantes (12 grupos) citam que muitos alunos desligam-

se do grupo ao finalizarem suas pesquisas. Em um caso o fato dos professores

trabalharem por hora contribui para não permanência no grupo (Apêndice 13).

Para maioria desses grupos (15 grupos) existem critérios para integrar

grupo, quais sejam: mesmos interesses de pesquisa e estar disposto a

compartilhar conhecimentos e aceitar sugestões; estar ligado a algum dos

projetos desenvolvidos pelos laboratórios participantes do grupo de pesquisa,

ou estar sendo orientado por um dos professores integrantes do grupo;

desenvolver pesquisas na mesma área, além de ser produtivo; ter disposição

para a pesquisa e sair-se bem nas disciplinas; sejam profissionais ligados à

alguma atividade relacionada as três áreas; ter um projeto de pesquisa

aprovado pelo fundo de apoio à pesquisa da Universidade ou bolsa pesquisa

do governo do estado; propostas de pesquisa devem estar vinculadas a

projetos de iniciação científica, mestrado, doutorado ou pós-doutorado; ter

trabalho de investigação definido em uma das linhas de pesquisa do grupo;

fazer parte do corpo docente ou do corpo discente do programa de mestrado;

ter formação em ciências afins com a área de especificidade; possuir

conhecimentos básicos prévios; critérios de produção, de afinidade à linha, de

contribuição adicional às atuais linhas; envio de pelo menos 1 projetos por

semestre;especialização na área (Apêndice 13).

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182

Os recursos financeiros são obtidos das seguintes instituições: agências

de fomento à pesquisa nacionais – CNPq, Capes e Finep; agências de fomento

à pesquisa dos estados - FAPEMAT, FAPESP,FAPERJ, FAPERGS, FAPESB;

bolsa pesquisa com recursos do governo estadual, Fundect e Fiocruz;

instituições de ensino - Centro de Pesquisa , universidades, FAPs – fundos de

apoio à pesquisa, prestação de serviços técnicos; recursos próprios do

pesquisador; empresas privadas (Apêndice 13).

Os motivos de criação dos grupos são: para congregar pesquisadores

da universidade e de outras instituições com interesses comuns de pesquisa;

integrar pesquisadores de diferentes linhas de pesquisa; dar suporte a

pesquisas de temas comuns; para independência de ideias e de ações em

relação ao grupo original; para suprir as necessidades de estudos ambientais e

empreendimentos sociais da faculdade; para gerar e articular pesquisas na

área de conhecimento; para definição de novas linhas de pesquisa,

decorrentes do amadurecimento natural de pesquisas em desenvolvimento;

para se integrar na rede de novos doutores; para fortalecer ações em comum e

possibilitar aproximação de linhas e propostas de pesquisa; por demanda de

projetos CNPq, FINEP e FAP/FUNDECT; por necessidade de investigação

multidisciplinar; para potencializar as ideias em busca de soluções (Apêndice

13).

Somente quatro grupos informam possuírem uma estrutura formal e

essa geralmente segue o modelo do CNPq, que consiste em: coordenação-

liderança atuante, com vice-líder atuante, e demais pesquisadores bastante

ativos; coordenação geral, coordenação saneamento e coordenação de

educação profissional (Apêndice 13).

As áreas de pesquisa informadas são: gestão social; aplicação de

tecnologias de sistemas de automação e controle na solução de problemas

ambientais; saúde e meio ambiente; materiais e meio ambiente; eletroquímica

ambiental e corrosão; meio ambiente e empreendedorismo social; projeto do

produto (design); meio ambiente; análise regional; física - materiais fotônicos;

espacialidades e territorialidades urbanas contemporâneas; erosão de solo e

monitoramentos de microbacias de drenagem; pesquisa básica e aplicada;

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183

biodiversidade microbiana; energia e engenharia; botânica e paleobotânica;

agropecuária / manejo de dejetos animais (Apêndice 13).

3.3. Análise dos dados

Fatores nas pesquisas e redes de pesquisa que pudessem ser

relevantes para influência em políticas públicas foram tirados da literatura, de

experiências intuitivas, de dados empíricos, de entrevistas informais com

coordenadores de redes de pesquisa e da própria experiência da autora em

sua participação na rede Siades. Esses foram considerados na elaboração dos

questionários da fase 1 e da fase 2, e foram oferecidos aos líderes de grupos

de pesquisa com conformação de rede para serem pontuados em grau de

importância, de acordo com a experiência e percepção do grupo. A partir das

pontuações dadas os fatores puderam ser classificados em baixo, médio e alto

(Quadro 10).

Quadro 10: Classificação dos fatores de potencialização de influência em

políticas públicas

Fatores Classificação

Qualificação dos membros (k) 173

Comunicação entre os membros (p) 172

Acesso a fundos (l) 170

Objetivos comuns (m) 167

Foco em resultados (q) 162

Interdisciplinaridade (h) 162

Estratégias (r) 159

Escolha dos membros (d) 156

Líder empreendedor (o) 156

Tecnologia disponível (j) 154

Forma como são tomadas as decisões (b) 152

Nível de organização (n) 151

Abrangência Internacional (f) 146

Diversidade territorial dos membros (e) 142

Estrutura do grupo (a) 141

Tempo de existência do grupo (i) 128

Quantidade de Membros (g) 116

Formalidade na constituição do grupo (c) 116

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184

Assim sendo, a análise dos resultados, para ser melhor apresentada e

organizada, foi feita a partir de cada um destes fatores, contrapostos com a

literatura e o contexto da pesquisa, iniciando com os fatores melhor pontuados

(cinza mais escuro, Quadro 10).

Para finalidade de análise foi mantida a distinção dos grupos com

conformação de rede e grupos sem conformação de rede, para fatores e

aspectos relativo à Fase 1 da pesquisa. Também, quando foi possível, houve a

distinção em relação a grupos que apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas (grupos ALFA) e grupos que não apresentaram exemplos

(Grupos BETA). Estes últimos foram destacados mais em relação aos fatores e

elementos constantes na Fase 2 da pesquisa.

Qualificação dos membros e Critérios para integrar o grupo

A qualificação dos membros dos grupos será analisada juntamente com

o item de critérios para integração dos grupos, uma vez que será a partir

destes critérios que se poderá chegar ao que estes grupos consideram

importante como qualificação. Além destes critérios, entendeu-se igualmente

importante agregar os motivos de criação dos grupos, uma vez que,

obviamente, motivos mais restritos e focalizados de pesquisa não devem

demandar nenhuma qualificação especial do que a alegada pela maioria dos

grupos, ou seja, que o pesquisador tenha vínculos com uma das pesquisas em

andamento, interesse pelos temas do grupo, vínculo à pós-graduação,

disponibilidade de tempo ou interesse temático.

Outros motivos alegados para criação dos grupos envolvem

organização e desenvolvimento de pesquisas de interesse dos grupos;

atendimento a demandas da Pós-Graduação, Pró-Reitoria ou agências de

fomento; possibilidade de permitir a integração entre pesquisadores. Somente

7,5% dos grupos que responderam ao questionário da Fase 2 destacaram que

o grupo foi criado para promover o desenvolvimento tecnológico na área de

atuação do grupo; ampliar à multidisciplinaridade; potencializar as ideias em

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185

busca de soluções, sendo os dois últimos alegados por grupos sem

conformação de rede.

Entre os motivos alegados observa-se que se mantém a visão restrita da

produção e acumulação de conhecimento, ao contrário de uma visão mais

transformadora da realidade, apoiada por STEHR (1986).

Esta visão aproxima-se ainda muito da visão da comunidade

paradigmática de KUHN (2006, p. 221-223), de comunidades científicas

formadas por praticantes de uma mesma especialidade, que foram iniciados

profissionalmente e educados de forma similar, utilizando literatura técnica

padrão e que possuem, portanto, um objeto de estudo próprio.

De fato, tanto os grupos com conformação de redes, quanto os grupos

sem conformação de redes, constantes da amostra da Fase 1, são formados

por pesquisadores, professores, bem como alunos de graduação e pós-

graduação e alguns técnicos. Os primeiros com uma proporção de 7,2

pesquisadores e professores para 9,5 alunos, e o segundo com uma proporção

de 6,6 pesquisadores e professores para 8,1 de alunos. Além disso, os grupos

que possuem conformação de rede são maiores do que os grupos que não têm

conformação de rede.

Outro fator que chama atenção nos resultados é que, em nenhum

momento, os grupos falam em inovação e criatividade, apesar de serem fatores

importantes em uma sociedade do conhecimento, como lembrado em

THUROW (1996): ―os principais recursos de vantagem competitiva seriam

qualificação e conhecimento, ou seja, o que realmente importa é criatividade e

inovação‖.

Questões corriqueiras e que exijam respostas simples já são de

conhecimento do gestor. Este, agora necessita de soluções mais aprimoradas,

seja um novo modelo de gestão, seja a inserção de novas ferramentas de

excelência como, por exemplo, o benchmarking, sejam novas tecnologias de

engenharia.

Não se entenda aqui que o papel da Universidade deva seguir sendo

utilizado somente como formador de mão de obra e de tecnologias para a

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186

produção de riquezas, mas este deve estar à frente do seu tempo, ao produzir

conhecimento aplicado e inovador ás crescentes necessidades sociais.

Um bom exemplo a ser citado encontra-se no campo do saneamento. As

metas de alcançar-se a universalização dos serviços de saneamento esbarram

não mais somente em busca de soluções técnicas – eficientes e de baixo

custo, mas em formas de gestão para a ampliação da rede de saneamento em

áreas sociais mais vulneráveis, cuja forma de tratar-se a questão é de difícil

solução para as concessionárias. Ainda, esta questão envolve questões de

habitação, de transportes e de saúde que devem ser tratadas de forma

conjunta. A universidade, neste momento, é chamada a intervir na busca de

soluções. Basta verificar os editais da Fapesp/ Sabesp que buscam pesquisa

colaborativa entre universidades e a Sabesp para soluções inovadoras no

setor.

Em relação aos critérios para integrar os grupos, somente um grupo,

pertencente aos grupos de conformação de rede, atesta que um dos critérios

para fazer parte do grupo seria ―possuir rigor técnico nas pesquisas‖, o que

também, se de um lado transparece um diferencial, por outro, aproxima-se

muito na questão da racionalidade instrumental de KNELLER (1980), em

contraposição à necessária racionalidade substantiva, presente em

HABERMAS (1981,1990,1991,1992,1993), RAMOS (1989, 2001) e LEFF

(1986, 1993, 2001), analisada por FERNANDES e PONCHIROLLI (2011).

Literatura sobre redes de desenvolvimento do Overseas Development

Institute (ODI), do International Development Research Centre (IDRC), do

Canada (SUTTON, 1999) e do Department for International Development

(DFID), do governo inglês (SURR et al.., 2002) alega que os membros das

redes e projetos devem ser cuidadosamente escolhidos por per reviews,

usando critérios baseados em excelência, uma vez que essas redes existem

para criar novo conhecimento, mas também para aplicá-lo ao desenvolvimento

econômico e social. Portanto, são redes com estreita forma de governança,

constituição formal e estrutura mais hierárquica.

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187

No entanto, ao falar-se em critérios de excelência, não se deve esquecer

que, desde a sua origem, as universidades tiveram por objetivo formar uma

pequena elite de intelectuais e, mais tarde, foram estas mesmas universidades

que propiciaram invenções científicas que formaram a base da Revolução

Industrial e alimentaram diversas guerras. A história demonstra que, apesar do

progresso em vários setores devido às invenções, o que restou disso engloba

consumo desenfreado, conflitos armados, pobreza e degradação ambiental em

todo o mundo.

A racionalidade instrumental não mais responde ao que hoje se

necessita em termos de desenvolvimento sustentável, contraposto ao tão

propagado crescimento econômico. Espera-se das universidades uma atuação

consciente e integrada socialmente, na qual o conhecimento seja construído,

não somente a partir de rigor técnico, mas a partir de um saber amplo -

interdisciplinar, encontrado dentro e fora dos limites das academias – o saber

transdisciplinar.

Em resumo, embora tanto a literatura, quanto os grupos tenham a

percepção de que o aspecto qualificação dos membros seja muito importante,

claramente observam-se lacunas neste aspecto, na análise dos grupos, se o

objetivo proposto for a influência em políticas públicas ambientais.

Comunicação entre os membros e tecnologia disponível

A comunicação entre os membros dos grupos será analisada

conjuntamente com as ferramentas de comunicação disponíveis e utilizadas

pelos grupos.

Os resultados demonstram que a percentagem dos grupos com formato

de rede que não possuem site para divulgação de suas atividades é de 66,2%,

enquanto que para os grupos sem conformação de rede é de 81,1%. De uma

forma geral, se reunidos os dois grupos, 71,7% dos grupos não possuem site

para divulgação de suas atividades.

Considerando que as páginas virtuais possuem um grande poder de

comunicação e disseminação do conhecimento, estranha-se que mais da

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188

metade dos grupos não possua esta ferramenta de divulgação de suas

pesquisas e atividades.

O uso do skype e a videoconferência também é bem restrito, sendo de

11,9%, para redes, e 8,0%, para as não redes (Tabelas 17 e 18).

Os resultados do número de ferramentas utilizadas pelos dois grupos

demonstram que 68,4% dos grupos com conformação de redes utilizam de 3 a

4 ferramentas de comunicação, sendo as mais citadas o email (33,2% das

citações), as reuniões presencias (27,8% das citações), o telefone (23,2% das

citações) e o Skype (8,3% das citações) (Tabelas 17 e 18). Por outro lado, 76,7

% dos grupos que não possuem conformação de rede utilizam 2 a 3

ferramentas, sendo as mais citadas o email (39,4% das citações), as reuniões

presenciais (29,1% das citações) e o telefone (22,9% das citações) (Tabelas 15

e 16)

Os grupos com conformação de rede têm contatos semanais e mensais

na ordem de 79,3%, enquanto que nos grupos sem conformação de rede a

percentagem é de 71,6%. No primeiro grupo predomina os contatos semanais

(44,8%), e no segundo grupo, os contatos mensais (37,8%) (Tabelas 19 e 20).

Sendo a comunicação um dos fatores de grande potencial para

influência em políticas públicas, os resultados demonstram que os grupos,

embora estejam funcionando em plena era da informação e da globalização,

não possuem ferramentas adequadas para o trabalho em rede, o mesmo

demonstrou estudo realizado em 2003 por PINHEIRO (2003).

A respeito do uso do email, PINHEIRO (2003), citando Burton (1994),

Markus (1992) e Yates & Orlikovski (1992) destaca que o correio eletrônico, ao

contrário de se caracterizar apenas como um substituto de outros meios de

comunicação tradicionais, ―adquiriu características próprias e assumiu um

papel impar na comunicação‖, por ser um meio textual que utiliza linguagem

semelhante à discussão acadêmica verbal e por ser assincrônico.

Sendo a comunicação essencial para a produção do conhecimento

(SALES, 2008; BRETON, 2007), devendo ser uma produção concomitante ao

debate, esperava-se que os grupos, especialmente com conformação de redes

possuíssem ferramentas mais avançadas para permitir a comunicação entre os

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189

pares na forma de debates científicos, especialmente com um uso maior d e

softwares como o skype ou similar, que permitem debate em grupo e

videoconferência, hoje já utilizada em muitas universidades para defesas de

mestrado e doutorado. Isso permite a participação de professores localizados

em universidades do exterior, por exemplo.

Ao se conceber que a comunicação deva atuar de forma a auxiliar a

atividade reflexiva, esta deve permitir a utilização de ferramentas que

possibilitem a comunicação entre os membros de forma mais frequente. Desta

forma os diversos processos criativos ligados à produção do conhecimento vão

resultar em diferentes maneiras de comunicação em campos variados, com

habilidade de tornar-se parte de redes intelectuais, científicas, profissionais e

artísticas, através do apoio de instituições de pesquisa que se caracterizam

pela diversidade científica, forte integração social e troca de experiências nas

pesquisas em andamento de seus membros (SALES et al, 2007, pgs. 04-05).

As atividades conjuntas mais praticadas, tanto pelos grupos de

conformação de redes, como os sem conformação de rede, são, na ordem de

ocorrência, os projetos de pesquisa, as publicações e os eventos.

Esses dois últimos importantes porque, entende a literatura (JONES et

al, 2008; CLARK et al 1998, DEVLAUX 2008, SCOTT, 2006; BIELAK et al.

,2008, p.201) que:

O processo comunicacional da própria produção do conhecimento e a

disseminação do conhecimento para a audiência geralmente devem ser feitas

através de resumos políticos que contenham argumentos persuasivos,

recomendações, linguagem clara, aparência apelativa e design e opinião

baseada em evidências. Os tomadores de decisões preferem se alimentar de

resultados constantes em artigos de especialistas, novas abordagem tomadas

em outros países, resumos políticos com boas fontes, sínteses curtas de

produtos como novas iniciativas em políticas e resumos, fóruns de discussão

da Web., desde que fornecidos através de linguagem apropriada, uma vez que

o uso do jargão científico muitas vezes pode não ser entendido.

No entanto, a dificuldade de divulgar o conhecimento a partir de sua

localização em projetos e processo de informação está baseada em

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190

conhecimento táctil, que precisa ser formalizado ou explicitado para ser

compartilhado, e as pessoas que necessitam dele devem saber disso e ter

acesso a ele. Este processo de formalização do conhecimento gerado é

essencial de estratégias de gestão do conhecimento.

Também é importante estabelecer a capacidade de comunicação dos

cientistas que trabalham dentro e fora dos governos de forma facilitar um

engajamento político mais efetivo. Isto envolveria melhorar-se o entendimento

dos cientistas acerca do processo político e as necessidades da audiência

política para, então, permiti-los a de forma mais eficaz direcionar a produção do

conhecimento e as atividades de comunicação de forma mais realista.

É preciso haver uma mudança na comunicação da ciência, que vai além

de uma meta ultrapassada para transmitir mensagens simplificadas de forma

consensual para uma forma mais dialógica e de abordagem interativa, onde

comunicar a ciência tem que se expandir para incluir ―knowledge translation‖ no

qual a informação é tratada para as preferências, canais e escalas de tempo de

audiências específicas e “knowledge brokering‖, no qual intermediários ligam

produtores e usuários de conhecimento para fortalecer a geração,

disseminação e eventual uso do conhecimento.

Ao falar-se em comunicação em pesquisa abre-se um leque de

possibilidades, tais como as ferramentas utilizadas para a comunicação entre

os membros dos grupos, as publicações em periódicos de divulgação do

conhecimento científico, os eventos científicos de divulgação de novas

pesquisas, etc.

Neste sentido, observa-se, pelas informações obtidas dos grupos da

amostra, que as publicações em periódicos e participação em eventos são

práticas cotidianas nos grupos e fazem parte dos critérios de avaliação dos

programas de pós-graduação.

Contudo, organizados em redes, ou grupos que envolvem diversas

instituições de pesquisa, o modelo de comunicação preponderante de parte da

comunidade científica continua seguindo padrões da década de 1990, ou seja,

segue utilizando correio eletrônico, telefone e reuniões presenciais para

comunicação e obtenção de interação entre os pares.

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191

Com a ampliação das redes para o nível global, o uso de telefone e

reuniões presenciais serão alternativas de custo elevado para os grupos.

Assim, espera-se, como tem sido prática já em algumas universidades, o

crescimento no uso do skype e das estruturas de vídeo-conferência, esta última

já utilizada em diversas universidades para defesas de mestrados e

doutorados. Fato que enseja a necessidade de investimento, no caso dos

equipamentos de vídeo-conferência, e capacitação em ferramentas

tecnológicas na área da comunicação.

Acesso a fundos

Grande parte dos grupos que oferece exemplos de influência em

políticas públicas apresenta a questão dos recursos financeiros como um dos

principais fatores de obstáculo à pesquisa aplicada.

Já nos grupos que não oferecem exemplos de influência em políticas

públicas o fator financeiro é citado, mas não de forma preponderante, uma vez

que também constituem obstáculos à pesquisa aplicada a falta de apoio

institucional e de infraestrutura de pessoal ou tecnologia.

Entre inúmeros fatores que afetam a geração de conhecimento e que

constituem desafios aos países em desenvolvimento destacam-se a

acumulação de capital humano para levar adiante as pesquisas; a capacidade

das universidades e outros institutos de pesquisa; a capacidade e a

sustentabilidade financeira dos institutos de pesquisa política; o nível e a

regularidade da demanda pública e do governo por pesquisa; e se os fundos de

pesquisa incentivam a pesquisa para a ação, e se procuram engajar usuários

potenciais (governos, usuários) em definir conjuntamente prioridades para

trabalhos futuros (NEILSON, 2011).

A qualidade das pesquisas, muitas vezes, é influenciada pela falta de

fundos. Segundo conclusões do estudo do IDRC, NEILSON (2001) indica que

as pesquisas produzidas pelos pesquisadores de países em desenvolvimento

são muitas vezes de má qualidade (―poor quality‖), por limitações de fundos de

desenvolvimento do governo alocados em pesquisa.

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192

A experiência do Centro EULA demonstra que o acesso a fundos foi

fundamental para criação da rede e sua operacionalidade em seus primeiros

cinco anos. Estes vieram do governo italiano e da Universidad de Concepción.

Após esse período o Centro, de acordo, com seu diretor Oscar Parra, passou a

produzir sua própria receita, e que tem sido fundamental na operacionalização

da rede.

O financiamento para pesquisa da maioria dos grupos do CNPq advém

das agências de fomento nacionais, estaduais e municipais. Poucos

conseguem obter recursos internacionais, de empresas estatais ou privadas.

Em evento recente sobre construções sustentáveis o Prof. Vanderley

John, pertencente à área de engenharia da Fapesp citou que grande parte dos

projetos que concorrem a apoio da agência é negada por falta de qualidade

técnica das propostas, mas não por falta de fundos.

E, ainda, embora tenha sido citada a falta de apoio das agências de

fomento à pesquisa aplicada, observa-se que a maioria dos editais dessas

agências estimula como critério importante, tanto o impacto das pesquisas na

sociedade, nas empresas, e em políticas públicas, quanto a formação e

articulação de grupos de pesquisa.

Tendo em vista a alegação de falta de acesso a recursos financeiros, em

contraposição a uma série de editais disponíveis nas diversas agências de

fomento e fundos setoriais, surge então a pergunta quem são e onde estão os

grupos e redes de pesquisa que logram aprovação nestes editais? E, ainda,

quais seriam as características destes grupos?

Objetivos comuns, foco em resultados e interação

De uma maneira geral, dos 212 grupos que responderam ao

questionário da Fase 1 da pesquisa, 69,8% dos grupos informam possuir

objetivos comuns e 85,4% alegam trabalhar de forma integrada na forma de

troca de experiências entre os membros do grupo, responsabilidade conjunta

pelos resultados e decisões e ajuda no endereçamento dos problemas.

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193

Os grupos com conformação de rede possuem maior percentual de

grupos que trabalham objetivos em comum do que os grupos sem conformação

de rede (Tabelas 7 e 8).

O fato de haver maior percentual de redes trabalhando com objetivos

comuns vem ao encontro a STEIN et al (2001) e CHURCH et al (2003) que

destacam, entre os elementos presentes em uma rede, a interação entre os

membros, a convergência de interesses, e a existência de atividades mútuas

ou conjuntas.

Portanto, a colaboração que se pretende dentro de redes de pesquisa

envolve o estabelecimento de ligações dentro de perspectivas diferentes, o

relacionamento entre os participantes, a responsabilidade conjunta das

decisões, a responsabilidade coletiva pelos resultados e a ajuda no

endereçamento dos problemas dentro de sua complexidade.

Entende-se que as atividades em rede, principalmente as acadêmicas,

devem facilitar a interação, a cooperação e a transferência de conhecimentos e

tecnologia entre grupos em torno de tema de interesse comum. Por meio delas

podem ser desenvolvidas atividades de formação, capacitação, intercâmbio,

mobilidade e interação científica, com o objetivo de manter as instituições

pertencentes à rede em posição relevante em relação ao tema tratado.

Há também literatura (WALTER et al, 2005; LAVIS et al 2006, CLARK et

al 1998, STEIN et al 2001) entendendo a interação e a colaboração como

atividades chave para o elo conhecimento-políticas. Isto envolve parcerias

entre produtores e usuários de conhecimento, que auxilia os dois grupos a

estabelecerem um entendimento compartilhado sobre as questões a serem

perguntadas, como respondê-las, e como interpretar as respostas dadas. Isto é

baseado na ideia de co-construção da política do conhecimento, que necessita

de certo tempo para estabelecer confiança e relações de trabalho efetivas.

No âmbito do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico, a relação entre pesquisadores reverte-se em prática concreta

nas atividades acadêmicas atuais, basta uma rápida olhada nos currículos da

plataforma Lattes, do CNPq e as relações entre os pesquisadores, seja em

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194

projetos desenvolvidos conjuntamente, seja em publicações conjuntas, seja na

conformação formal de grupos de pesquisa.

Interdisciplinaridade

Dos quarenta grupos que responderam ao questionário da Fase 2,

70% dos grupos informam serem interdisciplinares. Esta percentagem não se

altera de forma significativa quando comparados os grupos, sendo de 67%

para os grupos que informaram exemplos de influência em políticas públicas e

de 73% para os grupos que não forneceram exemplos.

Os motivos alegados por entenderem-se, ou não, interdisciplinares

foram variados, contemplando muitas vezes o fato de serem formados, ou não,

por membros de várias especialidades.

Os resultados demonstram que estes grupos, ainda que

pertencentes a área ambiental, onde se pressupõe a agregação de diversas

especialidades, possuem conformações ainda restritas a duas ou três

especialidades, com algumas exceções.

Além de considerarem-se interdisciplinares por haver integração do

grupo e composição diversificada, outros motivos merecem destaque, tais

como: complementaridade nas análises, rediscussão dos fundamentos

ontológicos; correlação das temáticas, onde o argumento é analisado sob

várias concepções teóricas; discussões sobre diferentes propostas de

pesquisa, oriundas de diversas áreas.

Estes fatores são interessantes na medida em que entender-se a

interdisciplinaridade somente como agregação de diversas especialidades é

uma forma de se reduzir uma questão que deve ser vista de forma mais

integrada e complementar.

Como destacado em ALVARENGA (2005), LEFF (2001), COIMBRA

(2002), MORIN (2010), PHILIPPI JR (2000) diante da incapacidade de se obter

respostas com as teorias tradicionais para solução de problemas complexos,

exige-se a mudança de paradigmas, a produção de novos conhecimentos, o

diálogo, a hibridação, a integração de saberes e colaboração de diferentes

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195

especialidades, sugerindo uma nova organização interdisciplinar do

conhecimento com o objetivo de se alcançar desenvolvimento em bases mais

sustentáveis

Segundo KLEIN (1990, p. 22), a expansão do pensamento

interdisciplinar teria se dado em virtude de tentativas de se retomar a ideia de

unidade e síntese, contudo esta expansão encontrava limitações, e pode-se

dizer que ainda em certos pontos encontra, na estrutura organizacional das

universidades, na política de disciplinas individuais, na questão de poder fazer

conexões entre as disciplinas e possibilidade de que um conceito possa ser tão

geral a ponto de ser capaz de incluir todas as disciplinas.

Alguns grupos informam serem interdisciplinares por terem

características multidisciplinares, no entanto, a interdisciplinaridade possui

objetivo diferente da multidisciplinaridade, pois envolve a transferência de

métodos de uma disciplina para outra e há alargamento nos limites das

disciplinas, podendo inclusive gerar novas disciplinas (NICOLESCU, 2009).

Deve haver a ―relação entre os saberes, o encontro entre o teórico e o prático,

o filosófico e o científico, a ciência e tecnologia, apresentando-se, assim, como

um saber que responde aos desafios do saber complexo. A

interdisciplinaridade se coloca como espaço privilegiado, como decorrência de

sua própria natureza transversal indicada em seu prefixo, para avançar além

das fronteiras disciplinares, articulando, transpondo e gerando conceitos,

teorias e métodos, ultrapassando os limites do conhecimento disciplinar e dele

se distinguindo, por estabelecer pontes entre diferentes níveis de realidade,

diferentes lógicas e diferentes formas de produção do conhecimento‖

(Documento CAInter, CAPES, 2008, p.2).

De acordo com a literatura (ROCHA, 2001; HARRISS-WHITE, 2007 e

LIVNY et al, 2006) a universidade deve empreender mudanças estruturais e

ideológicas para buscar novas soluções diante da abrangência e complexidade

da questão socioambiental. Assim, o debate da interdisciplinaridade toma força,

tendo em vista a impossível dissociação dos fatores ambientais, em relação

aos sociais e econômicos, havendo a necessidade de integração e diálogo

entre diversas disciplinas. O profissional capacitado será necessário para

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196

trabalhar a interdisciplinaridade e desenvolver soluções políticas mais

holísticas.

A partir do entendimento de que a política pública é formulada e

implementada em um mundo real e, portanto, complexo, não se deve conceber

a ciência influenciar políticas públicas de forma fragmentada e não

interdisciplinar

Líder empreendedor

Quando se compara os grupos que apresentam exemplos de influência

em políticas públicas, estes demonstram em grande parte que o líder possui

posição relevante na proposição de temas de pesquisa, bem como para

definição da perspectiva teórica e metodológica é citada por um grupo como

atribuição do líder. Para os grupos que não apresentam exemplos de influência

em políticas públicas, o papel do líder para a maioria dos grupos é, entre

outros, o de propor temas, ideias e a forma como será desenvolvida a

pesquisa, criando canais de comunicação. Em ambos os grupos, a opinião do

líder é discutida com todo o grupo.

Assim sendo, tendo o líder posição relevante nos grupos, participando

de todas as decisões, o modelo que mais se aproxima ao modelo destas redes

seria o modelo apresentado na figura 7, mais descentralizado (loosely coupled

model), que costuma ser mais eficaz. O aspecto da liderança, em ambos os

casos, é fundamental, não tendo necessariamente que ser uma posição formal

na organização

A citada criação de canais de comunicação pelo líder é interessante,

tendo em vista que, para a literatura presente em GRINDLE e THOMAS (1990),

REIMERS e MC GINN (1997) as políticas públicas podem se originar, tanto a

partir de abordagens político pluralistas, quanto a partir de conflitos, barganhas

e formação de coalizões entre grupos sociais organizados para defender ou

avançar em interesses do grupo. A posição do líder, nas duas hipóteses é

determinante para o resultado de negociação dentro de uma organização

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197

A posição do líder também é citada pela literatura (JONES et al 2008,

GREEENHALGH et al. 2004, CLARK, 1998) como um fator importante de

influência em políticas públicas. Para JONES et al (2008) a opinião do líder tem

forte influência nas crenças e ações de outros; suas intervenções são feitas

para promover a disseminação de ideias e sempre objetivam controlar e fazer

uso de sua influência social. São mais efetivos quando têm formação

(profissional, cultural, educacional...), similar a audiência pretendida. Para

GREENHALGH et al (2004) não se deve conceber a opinião do líder como

aquela pessoa que trás ou é mais receptiva a novas ideias, mas devem ser

concebidos como aquelas pessoas que refletem as normas de determinado

sistema social e direciona seus pares nesse sentido. Se a inovação for a

norma, então esta deverá ser sua postura, do contrário não.

De acordo com CLARK (1998) a estrutura organizacional pode tanto

facilitar quanto dificultar a integração entre ciência e política. Embora algumas

redes possuam estruturas organizacionais formais baseadas em hierarquia

tradicional, as redes menos hierárquicas tendem a operar de forma mais eficaz,

embora o papel da liderança seja importante nos dois casos.

O papel do líder deve ser maior do que apenas dar ordens e esperar

resultados. Este deve estipular os objetivos e metas, obter e distribuir os

recursos necessários, criar e manter as inter-relações necessárias e permitir a

integração entre a ciência não tradicional com os decisores, assegurando

qualidade e mantendo a comunicação interna e externa (CLARK, 1998)

Um fator importante trazido por GREEENHALGH et al. 2004 é que

determinados atores da universidade que estejam presentes dentro do governo

e que atuem como suporte de áreas chave dentro da pesquisa podem facilitar o

uso do conhecimento e intervenções.

Portanto, entende-se que a posição do líder, em especial da área

ambiental, deva ser a de atuar, não somente na proposição de temas e

estruturas metodológicas, mas permitir que as pesquisas sejam feitas de forma

inovadora, agregando novas propostas e metodologias mais interdisciplinares.

Na escolha dos membros dos grupos, deve procurar focar não somente em

critérios acadêmicos - como o interesse em agregar determinada pesquisa em

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198

andamento ou a ser iniciada pelo grupo -, mas entender como este profissional

pensa agregar valor à pesquisa, a partir de resultados aplicados a sociedade.

O líder empreendedor significa ser capaz de inovar em pesquisa. E

quando se fala em inovação na área ambiental, entende-se que não se

restringe a inovação em novas tecnologias materiais, mas pode envolver, e

sempre envolve, novas tecnologias de gestão ou organizacionais. Envolve

integrar diversas áreas do conhecimento, várias áreas de planejamento dos

governos e a ação participativa, uma vez que a relação será sempre da

natureza-sociedade.

Abrangência Internacional e diversidade territorial dos

membros

De uma maneira geral 62,5% dos grupos possuem interação

internacional. Em relação aos grupos que apresentaram influência em políticas

públicas a abrangência de atuação é sempre maior do que somente municipal,

incluindo a abrangência internacional. A interação internacional é alegada

porque pode ampliar a diversidade, a troca de informações qualificadas, a

produção de conhecimento conjunto, a interação, a captação de recursos, o

intercâmbio de alunos, a difusão de informações e as publicações conjuntas.

Já para os grupos que não apresentam exemplos de influência

em políticas públicas, a interação internacional é menor e restringe-se ao

intercâmbio, publicações conjuntas, participação em projetos de pesquisa e

utilização de laboratórios.

Vários estudos foram feitos no âmbito internacional (REIMERS Y

MCGINN, 1988; COURT et al., 2005; STONE Y MAXWELL, 2005; LIVNY et al.,

2006). Duas características diferenciam o desenvolvimento internacional de

outras esferas que fizeram estudos nesse campo. A primeira é que, nas

sociedades em desenvolvimento, os responsáveis pela tomada de decisões

muitas vezes não dispõem de instituições sólidas para buscar e absorver

conclusões, analisá-las criticamente e entender as repercussões das pesquisas

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199

nos problemas locais. Segundo, a maior parte das informações de pesquisas

que o tomador entra em contato vem de organismos internacionais, como o

Banco Mundial, que, geralmente, segue sua própria agenda. Esta agenda tem

por finalidade obter benefícios para o mundo em desenvolvimento, mas não foi

elaborado partindo de uma experiência própria (CARDEN, 2009).

Por conseguinte, a postura dos responsáveis nacionais tem sido com

frequência resistir inicialmente à mensagem das pesquisas ou agachar-se ante

as exigências internacionais, sem levar em conta a importâncias dos resultados

das pesquisas.

Desta forma, entende-se importante que grupos estejam vislumbrando

esta interação internacional, seja por meio de pesquisas, seja por meio de

publicações conjuntas.

A experiência internacional do Centro Eula, no Chile, foi relatada por seu

diretor, Prof. Oscar Parra, como sendo importante para determinar a influência

deste sobre as políticas públicas ambientais do Chile. Como exemplo de

influencia das pesquisas do Centro em políticas públicas ambientais, pode-se

citar que, em primeiro lugar, sempre houve um representante do Centro no

organismo consultivo máximo do Ministério do Meio Ambiente por parte da

representação científica. No processo de normas ambientais o centro é sempre

consultado ou contratado para sua formulação. É o principal produtor de

informação científica em meio ambiente do país e o principal centro de

formação de recursos humanos, em nível de graduação e pós-graduação,

como também para o setor público e privado.

O produto principal do Centro Eula foi a criação de um centro acadêmico

especializado em meio ambiente, e que se dedica a pesquisa científica, a

formação de recursos humanos e a assistência técnica. Uma vez criado o

centro, o objetivo é mantê-lo ativo e apoiar seu desenvolvimento, sendo hoje

uma referência regional, nacional e internacional.

Estrutura do grupo, nível de organização e forma como são

tomadas as decisões

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200

De uma forma geral, os grupos tomam as decisões tanto de forma mais

centralizada, especialmente para definição da temática e metodologia dos

projetos, quanto mais descentralizada, como todas as decisões tomadas de

forma conjunta.

A experiência demonstrada no estudo realizado por CLARK (1998)

demonstra que modelos mais descentralizados (loosely coupled model)

costuma ser mais eficaz, embora o aspecto da liderança, em ambos os casos,

seja fundamental, não tendo necessariamente que ser uma posição formal na

organização

Quantidade de membros e tempo de existência dos grupos

Observado que o tempo de existência do grupo exerce influência nas

atividades desempenhadas pelo grupo, os 137 grupos com características de

rede foram analisados em relação ao ano de criação. O resultado demonstrou

36 grupos (período 1992 – 1997); 34 grupos (período 1998 – 2003) e 67 grupos

(período 2004 – 2008), em um total de 137 grupos.

Destaca-se que os pesquisadores, em muitos casos, participam de

vários grupos de pesquisa, seja como líderes, seja como pesquisadores.

De fato, como costuma ocorrer em grupos de pesquisa e em redes, há

uma alternância muito grande de pessoal integrando e saindo dos grupos. São

mestrandos ou doutorandos que, ao defenderem suas dissertações ou teses,

saem dos grupos ou, em sentido contrário, que iniciam suas pesquisas e

passam a fazer parte do grupo.

É muito citado na literatura de redes que as redes são, muitas vezes,

formadas para cumprir determinado objetivo e, ao terem este atingido, são

desfeitas. Este fato foi observado no decorrer desta pesquisa. Alguns dos

grupos que faziam parte da amostra colhida no início da pesquisa não mais

existiam ao final. Alguns líderes criaram novos grupos, alguns passaram a não

ser mais líderes.

Outros grupos, no entanto, são mais consolidados e existem a mais

tempo. Destaca-se que estes grupos possuem conformação institucional maior,

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201

possuem uma percentagem maior da existência de site para divulgação das

atividades dos grupos, maior variedade de ferramentas de comunicação, os

contatos são mais frequentes e possuem maior abrangência internacional.

Formalidade na constituição

Embora a maioria dos grupos informe possuir a estrutura formal dada

pelo CNPq, cujos requisitos dados pela agência de fomento devem ser

seguidos para aprovação do grupo, alguns grupos alegam possuir uma

estrutura formal diferenciada, como um dos grupos que informa ter sido

estruturado no modelo de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público– Oscip.

De acordo com CLARK (1998) a estrutura organizacional pode tanto

facilitar quanto dificultar a integração entre ciência e política. Embora algumas

redes possuam estruturas organizacionais formais baseadas em hierarquia

tradicional, as redes menos hierárquicas tendem a operar de forma mais eficaz,

embora o papel da liderança seja importante nos dois casos.

O conceito e a caracterização das redes formais são dadas em CLARK

(1998). Por este estudo chegou-se em uma maior efetividade destes tipos de

rede para influenciar políticas públicas, uma vez que, por suas características,

são redes estruturadas de forma mais estrita, com critérios de seleção de seus

membros, na qualidade e rapidez das pesquisas, que se traduzem em maios

credibilidade por parte do tomador de decisões.

Fortalecimento da discussão política

O fortalecimento da discussão política sugere que as ações dos grupos,

embora não estejam exercendo influência concreta na elaboração legislativa de

determinada política pública, estão exercendo influência gradual sobre os

decisores diretamente, ou sobre a sociedade.

Os resultados dos grupos que apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas demonstram que o fortalecimento da discussão política

ocorre de diversas formas, seja pela influência direta das pesquisas

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202

acadêmicas, seja por disseminação de achados em eventos e publicações,

seja por participação e divulgação de pesquisas em conselhos e canais de

participação da sociedade civil.

Para os grupos que não apresentaram exemplos de influência em

políticas públicas o fortalecimento da discussão política não ocorre em doze

grupos. Para os sete restantes ela se dá em canais de participação da

sociedade civil, cursos, eventos e nas discussões dos grupos.

Observa-se pelos resultados que as atividades de fortalecimento da

discussão política costumam ocorrer, ou sobre o decisor diretamente, ou sobre

a sociedade nos dois grupos. O que diferencia, no entanto, os dois grupos é

que mais grupos que apresentam exemplos de influência em políticas públicas

trabalham também com o fortalecimento da discussão política.

As atividades para o fortalecimento da discussão política aproximam-se

do modelo proposto por WEISS (1977) que reconhece que, embora a pesquisa

não exerça influência direta em políticas específicas, a produção da pesquisa

pode exercer influencia indireta, através da introdução de novos termos, na

forma em que será estruturada ou entendida. Chama isso de 'enlightenment

function' da pesquisa, que seria um processo de percolação, no qual os

resultados das pesquisas e conceitos circulam e são gradualmente filtrados

através de várias redes políticas.

O modelo enlightenment parte da ideia de que o conhecimento

produzido pela pesquisa pode ―iluminar‖ ou ―ampliar‖ a base do conhecimento

dos fazedores de políticas de forma gradativa, criando gradual mudança do

pensamento conceitual com reflexos posteriores nas políticas. O papel mais

importante da pesquisa social para o processo de políticas seria então

clarificar, acelerar e legitimar mudanças na opinião dos fazedores de políticas,

provocando mudanças graduais no decorrer do temp (WEISS 1977).

Redes

Embora pelos critérios dessa pesquisa os grupos selecionados para

segunda fase da pesquisa já possuam elementos que os caracterizam como

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203

redes, foi-lhes demandado se de fato se enxergam como tal e, caso contrário, o

que faltaria para alcançarem esse status. Essa questão, além possibilitar que

os grupos possam apresentar a percepção de como se veem enquanto grupo e

suas relações, assim como a forma como entendem e definem o conceito de

rede.

Muitos dos grupos Alfa veem-se como redes. Os motivos alegados, em

alguns casos, aproximam-se do próprio referencial teórico do que venha a ser

uma rede, tais como existência de trabalho integrado, interdisciplinaridade,

diversidade de membros, conectividade, inserção internacional, abrangência

geográfica. Também se entendem por redes grande parte dos grupos Beta por

possuírem produção científica coletiva, grupos de discussão, interação com

outras instituições, possuir distintos enfoques.

Poucos grupos Alfa não se enxergam como rede por faltar-lhes

infraestrutura de informática. Dos Grupos Beta houve uma quantidade maior de

grupos que não se veem como redes, especialmente porque são grupos novos,

faltam-lhes maior interação e comunicação com outros grupos.

Destaca-se que uma das características que emerge da literatura de

redes é que um dos fatores determinantes para o funcionamento das redes é a

disponibilidade de tecnologia apropriada. Como consta no item da

comunicação, grande parte dos grupos possui ferramentas ainda muito restritas

de comunicação entre os membros, especialmente se há a pretensão de

trabalharem como redes.

Se comparados os grupos com conformação de rede e os sem

conformação de rede da Fase 1 em relação aos fatores que podem

potencializar políticas públicas, observa-se que os grupos com conformação de

rede possuem fatores mais relevantes em relação ao segundo grupo, inclusive

nos fatores que possuem potencial mais alto de influência, como comunicação

entre os membros, objetivos comuns e qualificação dos membros o que

demonstra que bons fatores de influência estão presentes nas redes.

Tempo das pesquisas

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204

O fator do tempo é presente em grande parte da literatura sobre

influência da pesquisa sobre as políticas públicas (JONES et al, 2009; JONES

et al 2008; CLARK, 1998; CHSRE, 1999).

Existem prazos diferentes entre decisores políticos. A demora de

investigação das ciências não se encaixa bem com o demandas dos políticos,

que são muitas vezes obrigados a trabalhar com limitações temporais muito

restritas e muitas vezes o impacto de determinada ação demora anos, e, nesse

caso o conhecimento poderia estar disponível tarde demais .

Isso significa que, enquanto os fazedores de políticas querem respostas

rápidas e simples, em curtos espaços de tempo, com grande nível de certeza,

as pesquisas são, na maioria das vezes, inconclusivas, ambíguas,

contraditórias e fora do prazo. Recentes pesquisas mostram que tais fatores,

como as de pressões temporais dos fazedores de políticas públicas ocorrem

mais nos países em desenvolvimento devido a questões de governança.

Nestes locais os decisores preferem opiniões através de artigos de

especialistas, novas abordagem tomadas em outros países, resumos políticos

com boas fontes, curtas sínteses de produtos como novas iniciativas em

políticas e resumos, fóruns de discussão da Web, o que de certa forma é um

bom cenário, considerando-se que os resultados destes grupos demonstram

que entre as principais atividades que estes grupos têm em comum, estão as

publicações.

Por outro lado, ressalta-se que muitas vezes as ações de uma pesquisa

aplicada são interrompidas em função da troca de governos e/ou interrupção

do apoio financeiro, necessitando-se de uma adaptação a estes fatores.

Pesquisas por demanda

Parte importante da literatura, advinda predominantemente da corrente

racionalista, advoga pela geração de pesquisas de alta qualidade para

políticas, cujo foco é a pesquisa formal e como promover a produção do

conhecimento para reforçar o link com políticas. O argumento central nesta

escola de pensamento é que promover o fornecimento de pesquisa com

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205

qualidade e relevância irá desempenhar um importante papel no seu uso nas

políticas (Livny et al 2006; Lavis et al. 2006). Isso envolve a promoção da

pesquisa orientada às políticas, conhecimento produzido diretamente para

auxiliar tomadores de decisões nos problemas que estes enfrentam. O

envolvimento dos usuários em todos estágios da pesquisa assegura sua

relevância.

A ocorrência destas pesquisas aumentará na medida em que grandes

controvérsias têm contribuído para a capacidade de universidades obterem

fundos externos para pesquisa de relevância política (CLARK et al. 1998).

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206

Capítulo 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O marco teórico e o contexto da pesquisa construídos no início desta

tese tornaram possível a análise dos dados obtidos através da pesquisa

exploratória com os Grupos de Pesquisa cadastrados no DGP/CNPq.

Em um primeiro momento, por meio de uma visão geral, após meses de

coleta de dados sobre estes grupos, organizando-os, categorizando-os e

contemplando-os perante a teoria de produção do conhecimento, das políticas

públicas, das redes e, em especial sob os argumentos de uma racionalidade

substantiva, pode-se inferir, talvez em um primeiro momento de forma precoce,

que os grupos pertencentes a amostra desta pesquisa em muito pouco se

destacam de grupos de pesquisa por ventura existentes a muitas décadas

atrás. No entanto, observa-se nas respostas desses líderes de grupos de

pesquisa pequenas frestas de atenção e rastros de intenções em direção de

um novo modelo de produção do conhecimento na área ambiental (que,

porventura, possa ser a própria ausência de paradigmas).

Estas indicações são dadas por expressões utilizadas ao se falar de

interdisciplinaridade, de redes, de pesquisa baseada em evidências, por um

lado, mas inexistentes em relação à criatividade e inovação, tão importantes na

sociedade do conhecimento que, em nenhum momento, foram citadas.

O debate atual sobre a interdisciplinaridade, em verdade, ressurgida na

década de 1980, como forma de se agregar conhecimento à realidade

complexa, após a ciência ter por anos sido obscurecida pelo positivismo. O

mesmo pode-se dizer dos traços definidores da transdisciplinaridade que, no

entender de Gaston Pineaut, em palestra proferida na Faculdade de Saúde

Pública, em outubro de 2011, já podiam ser encontrados no mito da caverna de

Platão, anos atrás.

O papel da universidade, no entanto, a despeito das mudanças

ocorridas desde a extinção das cátedras, é visto ainda como pouco agregador

de novas propostas de pesquisas que possam exercer influência

socioambiental.

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207

Diversos grupos alegaram como obstáculos às pesquisas aplicadas a

falta de apoio institucional ou que este tipo de pesquisa não ―rende‖ pontos na

avaliação de desempenho do pesquisador e, portanto, é desestimulada. O

principal desafio enfrentado pelas universidades e outras organizações de

pesquisa surge do sistema de incentivos que prioriza muito mais atividades de

formação e produção acadêmica do que a construção de relações profissionais

com os tomadores de decisões.

Se a atividade acadêmica continuar seguindo esse caminho engessado

por comitês de avaliação que, a despeito de pesquisa aplicada, valore muito

mais as publicações, especialmente as realizadas em periódicos internacionais,

claro fica que dificilmente o fazedor de políticas públicas nacionais será

atingido, porque raramente tem contato com ditas publicações. Ainda, se não

houver estímulo a pesquisas de inovação e criatividade, a universidade seguirá

o destino de ser comparada a um dinossauro pousada em um aeroporto, como

citado anteriormente.

O papel das agências de fomento, em paralelo às universidades, é muito

importante ao terem a competência de traçar o caminho e as regras para as

pesquisas a serem fomentadas. Nesse sentido poderiam expandir o significado

de pesquisa para incluir algumas etapas em seu processo, tais como, por

exemplo, envolver os decisores de forma que se consiga chegar às perguntas

de pesquisa mais relevantes e, dessa forma, possibilitar a construção e

manutenção de elos entre as partes, bem como garantir a comunicação e as

trocas de informações pós-projeto.

Destaca-se que a linha de pesquisa de Projetos em Políticas Públicas da

Fapesp já contabiliza, desde 1999, 366 projetos de pesquisa concluídos e 53

em andamento.

Os tomadores de decisões, por sua vez, necessitam direcionar esforços,

assim como é feito pelos pesquisadores, para aprenderem como receber as

informações dos pesquisadores, desenvolvendo uma capacidade de recepção

das informações

Outro fator a ser considerado é que o tempo investido para construção

da interação, pesquisa e apresentação dos resultados ao público geralmente é

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208

insuficiente para as necessidades dos tomadores de decisões que,

frequentemente, acabam buscando informação através de consultores

especializados, que possuem melhor estrutura para fornecer os resultados em

prazos menores.

Estes desafios incluem outros fatores citados na literatura como: a

inflexibilidade dos pares e critérios das agências de fomento que não

reconhecem o tempo que deve ser gasto para o estabelecimento de interações;

a diferença cultural entre a universidade, que tende a promover a abertura das

informações, em detrimento dos tomadores de decisões que trabalham com

maior sigilo de informações; os pesquisadores recebem pouco treinamento

sobre as necessidades e processos dos tomadores de decisões; as áreas de

interesse do governo não são claramente definidas e identificadas; há temor

dos pesquisadores que o resultado de suas pesquisas seja utilizado em um

contexto de interesse, somente para justificar uma posição do tomador de

decisões já pré-determinada.

Depois, o foco da investigação científica e os problemas com que os

decisores políticos devem lidar também não se encontram alinhados. As

pesquisas científicas geralmente costumam ser mais focadas, embora muitas

destas já estejam trabalhando sob olhares mais amplos, enquanto que o

debate político envolve uma grande quantidade de questões de diversas

especialidades. Estabelecer ligações com as tendências socioeconômicas e

conceitos também é fundamental quando se busca influir nas políticas, uma

vez que a ciência muitas vezes é vista como um incentivo à transformação e

crescimento da economia.

Feita essa primeira reflexão, deve-se considerar por este estudo, que os

grupos da amostra têm feito contribuições importantes na área ambiental, mas

são grandes ainda os obstáculos a serem vencidos em questões de acesso a

fundos, de tecnologias de comunicação e de apoio institucional.

Os objetivos específicos, a partir da metodologia aplicada e análise dos

dados, puderam ser atingidos:

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209

Objetivo 1. Existem grupos de pesquisa listados no CNPq com

conformação de rede acadêmica na área ambiental? – A partir dos critérios

definidos na revisão da literatura e da aplicação dos questionários da Fase 1,

foi possível delimitar os grupos com características de conformação de redes, o

que amplia a capacidade de atuação. Observa-se pelos resultados que de 212

grupos, 137 possuem perfil de redes acadêmicas, o que representa um

percentual de quase 65% dos grupos.

Objetivo 2. Quais seriam os fatores potenciais que levariam a influência

em políticas públicas? É possível tirar da literatura estes fatores potenciais ou

eles deverão emergir também da prática de redes ou grupos já consolidadas e

da experiência da rede SIADES? – Estes fatores emergiram da literatura, da

prática empírica da autora. De uma forma geral, dos 17 fatores analisados a

partir dos questionários aplicados aos grupos, 12 possuem uma análise

favorável ou media, enquanto que somente 5 foram analisados de forma

negativa (Quadro 11). Muitos dos fatores potenciais de influência em políticas

tidos como importantes pelos grupos, também são reconhecidos pela literatura,

como a comunicação, a qualificação dos membros, a interdisciplinaridade e o

acesso aos fundos de pesquisa.

Objetivo 3. Qual a contribuição destes grupos em influenciar processo de

formulação e implementação de políticas públicas ambientais? – A partir da

análise dos dados da Fase 2, foi possível chegar-se a esta avaliação. Dos 40

grupos que responderam ao questionário da Fase 2, 21 grupos apresentaram

efetivos exemplos de influência em políticas públicas ambientais, sejam elas na

forma de apoio à legislação, envolvimento com o tomador de decisões, ações

socioambientais ou atividades acadêmicas. Os 19 grupos restantes informam

não possuírem exemplos de influência das atividades dos grupos em políticas

públicas ambientais, no entanto apresentam ações de fortalecimento da

discussão política, o que se demonstra um importante passo.

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210

Quadro 11: Consolidação da análise dos fatores potencializadores de influência

em políticas públicas aplicada ao grupo estudado.

Fatores Análise Fundamentação

Qualificação dos membros (k)

Quantidade menor de Professores Movimentação grande de pessoal Critérios para integrar grupos.

Comunicação entre os membros (p)

Existe, porém com ferramentas ainda restritas e média frequência, sendo maior nas redes.

Acesso a fundos (l)

Dificuldade no acesso a fundos é muitas vezes citado como obstáculo à pesquisa aplicada. Pouco uso de apoio privado e de cooperação internacional.

Objetivos comuns (m)

Aplica-se a todos os grupos, com maior número de atividades em grupos com conformação de rede.

Foco em resultados (q)

Esta questão não foi muito explorada.

Interdisciplinaridade (h)

Alguns se consideram interdisciplinares, especialmente as redes. No entanto, poucos têm conhecimento mais profundo do que seria uma atuação interdisciplinar.

Estratégias (r)

Raramente há definição de uma estratégia e avaliação das ações dos grupos.

Escolha dos membros (d)

Existem critérios, mas raramente são de excelência, em um sentido mais amplo.

Líder empreendedor (o)

O líder define temáticas, metodologias, referencial teórico e condução das pesquisas, mas não foi citada, por nenhum dos grupos, uma posição

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211

Objetivo geral – Foi alcançado na medida em que, a partir dos elementos e

fatores tirados da literatura, das experiências e da análise dos dados, pode-se

chegar aos elementos tidos como mais importantes para influência em políticas

públicas. As redes de pesquisa ambientais, analisadas dentro de um universo

restrito dos grupos do DGP/CNPq, possuem potencial de influência em

políticas públicas ambientais ainda limitado, embora tenham apresentado

efetivos exemplos de influência.

mais empreendedora.

Tecnologia disponível (j)

Ferramental de comunicação ainda restrito a email, reuniões e telefone.

Forma como são tomadas as decisões (b)

São centralizadas em metade dos grupos.

Nível de organização (n)

Quase a totalidade dos grupos trabalha de forma integrada e possuem várias áreas de atuação.

Abrangência Internacional (f)

Ainda incipiente, embora entendida como importante.

Diversidade territorial dos membros (e)

Possuem abrangência territorial e conformação institucional ampla, especialmente as redes.

Estrutura do grupo (a)

Não há uma definição clara.

Tempo de existência do grupo (i)

Os grupos com conformação de redes são mais antigos, possuem conformação institucional, diversidades de ferramentas de comunicação, frequência de contato e abrangência internacional maior.

Quantidade de Membros (g)

Os grupos com conformação de redes são um pouco maiores, mas em média possuem de 11 a 25 membros.

Formalidade na constituição do grupo (c)

Formato DGP/CNPq

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212

Apesar de avanços no fortalecimento da discussão política, interação

entre os membros dos grupos e abordagens mais interdisciplinares, ainda

existem deficiências em alguns fatores tidos como importantes pelos próprios

grupos e literatura sobre o tema, tais como a pouca utilização de ferramentas

de comunicação mais eficientes para o trabalho em rede e para atingir o

formulador de políticas públicas; dificuldades no acesso a fundos de

financiamento das agências de fomento e nos critérios para se integrar os

grupos. Sendo a qualificação um dos fatores chave de influência em políticas

públicas, os grupos carecem ainda de critérios mais restritos para adesão de

membros, como qualidade das pesquisas, interação com decisores, ou seja,

critérios que não sejam somente os de empatia à temática do grupo ou vínculo

a um programa de pós-graduação.

Também, são pontos a se atentar o discurso da interdisciplinaridade,

que deveria estar mais presente e claro, a atuação internacional dos grupos,

que permitiria ações mais abrangentes e a diversidade territorial dos membros,

uma vez que o trabalho em rede permite a conexão de muitos elos.

Por outro lado, a atuação e os líderes, não sendo centralizadores,

possuem um papel determinante na escolha dos temas, conduções

metodológicas e organização do grupo. Estes dois pontos são tidos como

muito importantes pela literatura para que as pesquisas possam influir de

alguma maneira no processo de decisão política.

Recomendações

A análise dos dados remete às seguintes recomendações dirigidas aos

grupos, universidades, governo e agências de fomento:

Aos grupos:

Ampliar ferramentas que melhorem a comunicação dos grupos;

Estabelecer critérios mais amplos de ingresso e permanência de

profissionais nos grupos que incluam questões mais substantivas;

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213

Buscar integrar profissionais de fora da academia, como governo e

organizações sociais;

Atender a critérios para participação nos editais das agências de

fomento;

Equiparem-se para participação em editais de cooperação internacional;

Estabelecer planejamento estratégico do grupo e avaliá-las

periodicamente;

Às universidades:

Rever como fluir melhor o processo de aprovação para pesquisas

aplicadas.

Às agências de fomento:

Criar ou fortalecer os critérios de avaliação dos programas de pós-

graduação para integrar impacto social e político das pesquisas;

Reconhecer nos editais o tempo e os recursos necessários que devem

ser gastos para o estabelecimento de interações com os tomadores de

decisões;

Fomentar a integração dos pesquisadores com tomadores de decisões;

Aos tomadores de decisões:

Promover a abertura das informações;

Buscar a academia não somente em situações críticas ou para justificar

alguma decisão já tomada;

Identificar, definir e melhor comunicar mais claramente as áreas de

necessidade e de interesse do governo;

Possibilitar e incentivar a participação de gestores em eventos de

interesse e cursos de pós-graduação.

Às universidades e agências de fomento:

Fortalecer o apoio e o reconhecimento institucional das universidades e

das agências de fomento para as pesquisas aplicadas com a finalidade

de influenciar a tomada de decisões.

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214

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230

Apêndice 1: Convite on line para participação na pesquisa – Fase 1 e Convite on line para participação na pesquisa – Fase 2

Convite

Como líder de grupo do DGP/CNPq, você está sendo convidado a participar

desta pesquisa virtual de doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP,

disponível de 11 de Novembro de 2009 a 11 de Dezembro de 2009.

O objetivo geral desta pesquisa é analisar o potencial das redes acadêmicas

ambientais em influenciar políticas públicas ambientais, tendo como amostra os

grupos de pesquisa cadastrados no DGP/CNPq/Brasil.

O questionário foi desenvolvido em formato eletrônico com auxílio do

Departamento de Informática da FSP/USP e, portanto, trata-se apenas de uma

página que será aberta em provedor da FSP/USP, a fim de captar, organizar e

salvar os dados fornecidos.

Dentro do período de 11 de Novembro de 2009 a 11 de Dezembro de 2009

serão permitidos quantos acessos forem necessários.

Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em 13/02/09, ofício COEP 036/09.

Desenvolvida por Sonia Maria Viggiani Coutinho para obtenção do grau de

Doutora em Saúde Pública, sob orientação do professor Tadeu Fabrício

Malheiros.

Sonia Maria Viggiani Coutinho Departamento de Saúde Ambiental Faculdade de Saúde Pública da USP Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo/SP Fone:55.11.30617118- Cel: 55. 11 7336.0053 - 5533.9336 (casa) http://www.fsp.usp.br/siades http://lattes.cnpq.br/8890287717199406 Para participar informe seu e-mail [email protected] e a senha sonia.mvc ao clicar no link abaixo: Formulário Em seguida era aberta uma página para autenticação da senha:

Page 249: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

231

Fase 2

CONVITE

Prezado Professor,

Em novembro do ano passado, como líder de grupo DGP/CNPq, você respondeu à primeira fase de minha pesquisa de doutorado e concordou em participar da segunda fase, o que me ajudou muito.

Desta forma, você está sendo convidado a participar desta 2ª fase da pesquisa virtual de doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP, disponível de 28 de Setembro de 2010 a 20 de Outubro de 2010. O objetivo geral desta pesquisa é avaliar o potencial das redes acadêmicas ambientais em influenciar políticas públicas ambientais, tendo como amostra os grupos de pesquisa cadastrados no DGP/CNPq/Brasil.

O questionário foi desenvolvido em formato eletrônico com auxílio do Departamento de Informática da FSP/USP e, portanto, trata-se apenas de uma página que será aberta em provedor da FSP/USP, a fim de captar, organizar e salvar os dados fornecidos.

Dentro do período de 28 de Setembro a 20 de Outubro de 2010 serão permitidos quantos acessos forem necessários.

Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em 13/02/09, ofício COEP 036/09. Desenvolvida por Sonia Maria Viggiani Coutinho para obtenção do grau de Doutora em Ciências, Programa de Saúde Pública, sob orientação do professor Tadeu Fabrício Malheiros.

Sonia Maria Viggiani Coutinho

Departamento de Saúde Ambiental

Faculdade de Saúde Pública da USP

Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo/SP

Fone:55.11.30617118- Cel: 55. 11 7336.0053 - 5533.9336

Para participar informe seu e-mail e senha soni ao clicar no link abaixo:

Formulário

Page 250: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

232

Apêndice 2: Página on line de autenticação de senha para acesso ao formulário – Fase 1 e Fase 2

Autenticação

E-MAIL

SENHA

ENVIAR

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233

Apêndice 3: Questionário on line – Fase 1

Page 252: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

234

Page 253: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

235

Apêndice 4: Questionário on line Fase 2

Título do Projeto: Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável Pesquisadora Responsável: Sonia Maria Viggiani Coutinho (tels. 11. 55339336 e 11.

73360053) Professor responsável: Prof. Dr. Tadeu Fabrício Malheiros

Objetivo: Avaliar o potencial das redes acadêmicas ambientais em influenciar políticas

públicas ambientais, tendo como amostra os grupos de pesquisa cadastrados no DGP/CNPq/Brasil.

Como líder de grupo do DGP/CNPq você foi escolhido para responder esse questionário. Será garantido seu direito de: 1. receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados à pesquisa.

2. retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. 3. não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade. 4. procurar esclarecimentos com o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, no telefone 11 3061-7779 11 3061-7779 ou Av. Dr. Arnaldo, 715 – Cerqueira César, São Paulo - SP, em caso de dúvidas ou notificação de acontecimentos não previstos.

Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em 13/02/09, ofício COEP 036/09. Desenvolvida

por Sonia Maria Viggiani Coutinho para obtenção do grau de Doutora em Ciências, sob orientação do professor Tadeu Fabrício Malheiros.

Aceito participar

Não aceito participar

Instruções de preenchimento e envio • O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deve ser preenchido. • O sistema não permitirá passar para a questão seguinte enquanto a anterior não for respondida.

• Ao final das respostas clique no botão enviar, localizado ao final do questionário. • O tempo de preenchimento foi estimado em 10 minutos. • Se houver algum problema no preenchimento ou envio do questionário, favor ligar para a pesquisadora responsável nos tels 11. 5533.9336 / 11. 7336.0053 ou enviar mensagem para [email protected].

1 - Porque o grupo foi criado?

2 - Você vê seu grupo como uma rede?

Sim

Não

Se positivo, quais as caracteristicas que fazem deste grupo uma rede? Se negativo, o que falta ao grupo para ser considerado uma rede?

11 - O conhecimento produzido conecta o conceitual ao operacional?

Sim

Não

Se positivo, de que forma?

12 - Há capacidade de contribuição para o fortalecimento da discussão politica como um resultado da atividades do grupo?

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236

3 - Você exerce influência na escolha

das pesquisas do grupo?

Sim

Não Se positivo, de que forma?

4 - Você considera seu grupo interdisciplinar?

Sim

Não Se positivo, como é exercida a

interdisciplinaridade?

5 - Os membros do grupo são permanentes?

Sim

Não

Se negativo, explique como se dá a participação no grupo?

6 - Há critério para integrar o grupo?

Sim

Não

Se positivo, quais seriam?

7 - Há uma estrutura formal?

Sim

Não

Se positivo, como seria?

8 - Cite as 3 fontes principais de financiamento do grupo?

- 1º

- 2º

- 3º

9 - O grupo interage com

Sim

Não

Se positivo, de que forma?

13 - Cite os 3 principais produtos do grupo? (além das pesquisas)

- 1º

- 2º

- 3º

14 - É feita avaliação das atividades do grupo?

Sim

Não

Se positivo, de que forma?

15 - Cite 3 exemplos concretos (se houver) da influência das pesquisas deste grupo em formulação e/ou implementação de politicas públicas

ambientais.

- 1º

- 2º

- 3º

16 - Se pudesse classificar a área de pesquisa do

seu grupo, qual seria.

17 - Você entende que existam obstáculos para a pesquisa aplicada de seu grupo?

Sim

Não

Quais seriam?

18 - O seu grupo já participou de algum edital de agências de fomento para a pesquisa em rede?

Sim

Não

Se positivo, foi contemplado? (cite o projeto)

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237

pesquisadores e/ou grupos ou redes de pesquisa internacionais?

Sim

Não

Se positivo, em que isso interfere/ajuda? (se quiser cite exemplo)

10 - Há direcionamento dos resultados das pesquisas?

Sim

Não

Se positivo, para quem são direcionados os resultados das pesquisas?

Se negativo, por que não participa?

19 - De uma escala de 1 a 5 (um seria o menor grau), qual seria o grau de aplicabilidade das pesquisas do seu grupo?

1

2

3

4

5

20 - A partir de sua experiência como líder deste grupo, pontue de 1 a 5 os seguintes fatores

conforme entenda que estes possam potencializar influência em políticas públicas.

Fatores (1) Não é importante

(2) Um pouco

importante

(3) Importância

média

(4) Importante

(5) Muito importante

Estrutura do grupo

Forma como são tomadas as decisões

Formalidade na costituição do grupo

Escolha dos membros

Diversidade territorial dos membros

Abrangência internacional

Quantidade de

membros

Interdisciplinaridade

Tempo de existência do grupo

Tecnologia

disponível

Qualificação dos membros

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238

Acesso a fundos

Objetivos comuns

Nível de organização

Lider empreendedor

Comunicação entre os membros

Foco em resultados

Estratégias

Outros fatores (cite)

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1º -

2º -

3º -

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iliar.

1206

M

ais

especia

lidades, m

elh

or

confo

rmação institu

cio

nal

Impla

nta

ção d

a A

genda 2

1 E

scola

r nas

escola

s d

as c

om

unid

ades e

stu

dadas

Im

pla

nta

ção d

e u

ma "

Oficin

a"

com

unitária

(e

m u

ma e

scola

) de p

rodução d

e s

abão

art

esanal com

óle

o d

e c

ozin

ha u

sado -

para

gara

ntir

maio

r re

nda à

s fam

ília

s (

as

pessoas c

om

erc

ializ

avam

)

Impla

nta

ção d

e u

m "

ate

lier"

com

unitário

(em

um

a

escola

) para

confe

cção d

e p

apel art

esanal re

cic

lado

(com

uso d

e p

apel usado c

ole

tado n

a c

om

unid

ade

escola

r e f

ora

dela

)

1305

N

a p

olítica d

e g

estã

o d

e r

esíd

uos d

a

constr

ução c

ivil

1329

Mais

especia

lidades, m

uitas

áre

as d

o c

onhecim

ento

. A

pre

senta

ção r

esultados e

m e

vento

s

C

ontr

ibuiç

ão e

m r

edes e

pro

cessos

part

icip

ativos v

incula

dos a

políticas

públic

as.

Part

icip

ação e

m C

om

itês d

e b

acia

s, conselh

os

munic

ipais

de m

eio

am

bie

nte

1299

F

orm

ula

ção d

e P

roje

to d

e L

ei (e

m a

ndam

ento

)

1478

Page 259: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

1

Pro

jeto

FE

HID

RO

, auxili

ou o

munic

ípio

de

Para

ibuna a

esta

bele

cer

um

a n

ova a

valia

ção

do p

rocesso d

e o

cupação d

e m

icro

bacia

s.

Pro

jeto

FE

HID

RO

com

a P

M d

e S

ão J

osé

dos C

am

pos, deu s

ubsíd

ios à

política

munic

ipal de p

rote

ção d

a m

acro

dre

nagem

urb

ana.

1677

E

stu

do a

mbie

nta

l na r

egiã

o d

o r

io A

raguaia

em

decorr

ência

de futu

ra im

pla

nta

ção d

e u

m

sis

tem

a d

e n

avegação.

T

ransposiç

ão d

o G

ás N

atu

ral da b

acia

de

Santo

s (

pré

-sal) p

or

me

io d

e t

únel sob a

S

err

a d

o M

ar

na r

egiã

o d

e C

ara

guata

tuba

- S

P.

A

com

panham

ento

sis

tem

ático d

a c

onstr

ução d

a 2

ª pis

ta d

a r

odovia

Im

igra

nte

s n

a S

err

a d

o M

ar

e d

o

Rodoanel, r

eduzin

do o

s im

pacto

s a

o m

eio

am

bie

nte

.

Lege

nda

Apên

dic

e 5

:

1.

Am

are

lo –

Apo

io a

tom

ada d

e d

ecis

ões

2.

Azul – E

nvolv

imento

com

os tom

adore

s d

e d

ecis

ões

3.

Rosa –

Ações s

ocio

am

bie

nta

is

4.

Verd

e –

Ativid

ades a

cad

êm

icas

5.

Lara

nja

– R

esp

osta

irr

ele

va

nte

6.

Marr

om

cla

ro –

Resu

ltad

os d

a 1

ª fa

se

Page 260: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

2

Ap

ên

dic

e 6

: P

rod

uto

s d

os g

rup

os

, d

e p

esq

uis

as

– G

rup

o A

LF

A

gru

po

P

rod

uto

1

Pro

du

to 2

P

rod

uto

3

143

A

ssessoria

ao M

ST

A

ssessoria

a a

ssocia

ção d

e m

ora

dore

s d

os b

airro

s d

e P

onta

N

egra

e M

ãe L

uiz

a (

Nata

l)

Assessoria

a P

refe

itura

de P

arn

am

irim

para

assunto

s

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rente

s a

o q

uilo

mbola

s, ao IN

CR

A n

acio

nal e lo

cal e a

A

ES

CA

118

P

roduto

s c

ientíficos

Meto

dolo

gia

de im

ple

me

nta

ção

F

orm

ação d

e r

ecurs

os h

um

anos

211

A

poio

à le

gis

lação e

nerg

ética d

e e

dific

ações

Pro

gra

mas g

ratu

itos d

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poio

à c

oncepção

S

uport

e p

erp

étu

o a

ex in

tegra

nte

s e

não inte

gra

nte

s

416

Liv

ro e

letr

ônic

o

Ela

bora

ção le

gis

lativa

447

P

rote

ção d

e m

anancia

is u

rbanos

Assore

am

ento

de r

ios e

reserv

ató

rio

s

Redirecio

nam

ento

de c

idades

695

E

vento

s

Suport

e institu

cio

nal

Public

ações

757

F

orm

ação d

e r

ecurs

os h

um

anos -

mestr

andos d

ura

nte

a

ela

bora

ção d

e s

uas d

issert

ações e

alu

nos d

e g

radução

em

pro

gra

mas d

e in

icia

ção c

ientífica

Estím

ulo

à v

alo

rização d

a c

iência

pelo

s g

esto

res

govern

am

enta

is e

nvolv

idos c

om

o g

rupo

Conscie

ntização d

a s

ocie

dade s

obre

seus p

roble

mas e

cam

inhos p

ossív

eis

, a p

art

ir d

a d

ivulg

ação d

os r

esultados

de s

uas p

esquis

as

1678

S

ite

To

dos o

s r

esultados e

stã

o s

endo p

lota

dos n

o V

ICO

N-

desastr

es e

serã

o d

isponib

ilizados p

ara

a E

mb

aix

ada d

o B

rasil

ao f

inal da m

issão, para

que s

eja

m u

teis

nas p

róxim

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tapas

da a

juda b

rasile

ira n

o H

aiti.

Pro

jeto

Agenda C

idadã –

Santa

rém

– P

ará

– U

FO

PA

/ME

C

964

968

G

uia

s p

ráticos

Curs

os d

e e

xte

nsão

1022

S

em

inários c

om

os a

lunos

Curs

os d

e c

apacitação

Mapas e

cart

ogra

mas

1107

P

ublic

ações

Reconhecim

ento

de in

stitu

ições d

e r

efe

rência

técnic

a

Pro

fissio

nais

capacitados p

ara

dia

gnóstico d

e m

icoses

1069

C

ontr

ibuiç

ão p

ara

o d

esenvolv

imento

local e r

egio

nal

Exte

nsão,

incubação d

e e

mpre

endim

ento

s s

olid

ário

s

Jorn

ada e

pro

dução c

ientífica

1075

C

apacitação d

e r

ecurs

os h

um

anos

Apoio

técnic

o à

s p

rom

oto

ria

s d

e m

eio

am

bie

nte

e a

associa

ções d

a s

ocie

dade c

ivil

voltadas p

ara

popula

ções

tradic

ionais

Evento

s d

e e

xte

nsão, com

o s

em

inário

s d

e d

iscussão d

e

políticas p

úblic

as

1202

P

ublic

ações

Difusão d

e t

ecnolo

gia

s

Novas c

ultiv

are

s e

sis

tem

as d

e p

rodução.

1206

Liv

ros E

scola

res

Cam

panha d

o lix

o r

ecic

lável: im

pla

nta

ção d

e o

ficin

as d

e

pro

dução d

e s

abão a

rtesanal com

óle

o d

e c

ozin

ha u

sado (

nas

escola

s e

com

unid

ades)

Impla

nta

ção d

as A

gendas 2

1 E

scola

res n

as e

scola

s d

as

com

unid

ades e

stu

dadas

1305

A

rtig

os

Rela

tório

s

Monogra

fia

s -

TC

C

Page 261: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

3

1329

P

ublic

ações

Rede D

igital

Evento

s

1299

A

rtig

os

Exposiç

ões

Pale

str

as

1478

A

mplia

r a r

ede d

e c

onexões

Div

ulg

ar

nossas p

esquis

as

Possib

ilita

r à U

NIV

AP

a e

xis

tência

de m

ais

gru

pos d

e

pesquis

as, in

dic

ador

import

ante

para

a I

nstitu

ição

1677

Avalia

ções técnic

as r

ela

tivas à

s o

bra

s c

ivis

, com

o

estu

do p

ara

navegação d

o r

io A

raguaia

e p

are

cer

técnic

o d

o c

ola

pso d

a e

sta

ção d

e P

inheiros d

o M

etr

ô d

e

São P

aulo

.

Tre

inam

ento

de n

ovos p

esquis

adore

s (

recém

gra

duados).

D

issem

inação p

or

meio

de p

ublic

ações d

e a

rtig

os técnic

os

e liv

ro d

idático.

Lege

nda

do A

pênd

ice 6

:

1.

Am

are

lo –

Apo

io a

tom

ada d

e d

ecis

ões

2.

Azul – E

nvolv

imento

com

os tom

adore

s d

e d

ecis

ões

3.

Rosa –

Ações s

ocio

am

bie

nta

is

4.

Verd

e –

Ativid

ades a

cad

êm

icas

Page 262: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

4

Ap

ên

dic

e 7

: A

tivid

ad

es

rela

cio

na

das

à p

es

qu

isa

ap

lica

da. G

rup

os A

lfa.

Gru

po

Gra

u

ap

licab

ili-

dad

e

Ofe

rece

exem

plo

de

infl

uen

cia

em

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Op

era

cio

nal X

Co

nceit

ua

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Dir

ec

ion

am

en

to

resu

ltad

o d

as

pesq

uis

as

Fo

rtale

cim

en

to d

a

dis

cu

ss

ão

po

líti

ca

Ob

stá

cu

los à

pesq

uis

a a

plic

ad

a

143

A

lto

S

S -

Para

as c

om

unid

ades u

rbanas e

ru

rais

, in

stitu

ições g

overn

am

enta

is e

não g

overn

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enta

is n

a f

orm

a d

e

assessoria. P

ara

a c

om

unid

ade

Cie

ntífica n

a d

ivulg

ação e

m p

rodução

bib

liográ

fica e

apre

senta

ção e

m

evento

s c

ientíficos. P

ara

outr

os

pesquis

adore

s p

elo

s d

esdobra

mento

s

que a

limenta

m p

roje

tos d

e p

esquis

as

e p

ela

dis

ponib

ilização ―

on lin

e‖

do

banco d

e d

ados e

do a

cerv

o d

igital e

físic

o.

S -

Pela

in

tera

ção e

ntr

e a

s

pesquis

as b

ásic

as e

aplic

adas e

dessas c

om

as

ativid

ades d

e e

xte

nsão e

de

ensin

o

S -

As c

ontr

ibuiç

ões s

e d

ão n

as

assessorias e

repre

senta

ções n

os

canais

de p

art

icip

ação d

a s

ocie

dade

civ

il c/o

: C

OM

PLA

N, C

onselh

o d

a

Cid

ade M

unic

ipal e E

sta

dual

N

118

A

lto

N

S -

Para

a a

plic

ação d

os r

esultados n

a

socie

dade,

ou s

eja

, com

o form

a

inte

rnaliz

á-lo

s n

a s

ocie

dade

S -

As p

esquis

as têm

foco

na im

ple

menta

ção n

a

socie

dade,

razão p

ela

qual é

necessário

ter

foco n

o

opera

cio

nal

S -

No G

rupo h

á d

iscussões d

e

com

o a

tin

gir a

socie

dade

S -

Fa

lta d

e r

ecurs

os

fin

anceiros e

falta d

e m

assa

crí

tica n

a A

mazônia

211

A

lto

S

S -

Novas p

esquis

as, dis

sert

ações,

teses p

apers

. S

- E

xperim

enta

ções e

anális

e d

e r

eto

rno

S

- P

art

icip

ação e

m g

rupos

solic

itante

s n

a á

rea

S -

Apoio

fin

anceiro e

hum

ano p

erm

anente

416

B

aix

o

S

S -

Recente

mente

foi direcio

nado a

pre

feitura

de fort

ale

za u

m d

ecre

to

regula

menta

ndo u

ma isenção p

arc

ial

do I

PT

U n

o c

aso d

e r

ecic

lagem

de

pro

duto

s sólid

os

S -

Sem

pre

se t

em

buscado

analis

ar

casos c

oncre

tos

com

rela

tos e

pro

posiç

ões

S -

O g

rupo e

stá

em

conta

to

frequente

com

gesto

res p

úblic

os

que d

irecio

nam

políticas f

iscais

am

bie

nta

is

S -

Fa

lta d

e fin

ancia

mento

adequado

447

A

lto

S

S –

A

o inte

ressado

S -

Solu

ção d

e p

roble

mas

S -

Apesar

da e

xis

tência

da

capacid

ade o

acesso d

a s

ocie

dade

ain

da é

baix

o

S -

Buro

cra

cia

695

A

lto

S

S -

Seto

r public

o,

privado,

C&

T e

te

rceiro s

eto

r

S -

Atr

avés d

o m

éto

do q

ue

utiliz

am

os e

ca c

ert

ific

ação

de c

onhecim

ento

que

S -

A p

art

ir d

e p

esquis

as já

desenvolv

idas

S -

Apoio

da u

niv

ers

idade.

os c

om

itês g

overn

am

enta

is

de c

oncessão d

e fundos,

Page 263: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

5

desenvolv

em

os

fazem

avalia

ção p

olítica e

não c

ientifica d

os p

roje

tos

757

A

lto

S

S -

Por

inic

iativa d

o p

róprio

gru

po,

para

gesto

res d

os g

overn

os

munic

ipais

S -

Pro

porc

ionando o

conhecim

ento

de p

ráticas

exitosas d

e g

estã

o.

S -

To

do c

onhecim

ento

de q

ualid

ade

contr

ibui para

a d

iscussão,

forn

ecendo e

lem

ento

s p

ara

a

arg

um

enta

ção.

S -

A d

isposiç

ão d

os

gesto

res p

ara

responder

questio

nário

s e

part

icip

ar

de

entr

evis

tas, porq

ue v

eem

suas a

tivid

ades n

o d

ia a

dia

com

o p

rio

ritá

ria

s e

se

consid

era

m

sobre

carr

egados.

1678

A

lto

S

S -

Para

os p

roje

tos e

entid

ades

apoia

dos:. V

ide:

CE

NA

CID

, G

TS

AI,

A

GE

ND

A C

IDA

,

S -

Opera

cio

naliz

ando

conceitos:

Geodiv

ers

idade,

Geoto

polo

gia

, P

rim

itiv

as

Am

bie

nta

is, V

arr

edura

A

nalítica e

Inte

gra

ção

Locacio

nal, N

ova S

em

iótica,

Conceito d

e "

GE

O".

S -

Aplic

ações e

m G

eopolítica

(pouco in

tere

sse p

or

part

e d

os

pesquis

adore

s d

a á

rea)

S -

Desin

tere

sse d

e m

uitas

entid

ades r

esponsáveis

964

M

édio

S

N

-ain

da n

ão h

a p

esquis

a c

onclu

ída,

não e

xis

tim

os h

a u

m a

no

N

S -

Essa q

uestã

o é

rela

tiva,

depende d

a q

uestã

o, dos a

tore

s

envolv

idos e

do inte

resse d

os

pesquis

adore

s

S -

A falta d

e infr

aestr

utu

ra e

a in

cert

eza d

e r

ecurs

os

968

A

lto

S

N

S -

O c

onhecim

ento

pro

duzid

o t

em

refle

xos n

o

ensin

o e

em

ativid

ades d

e

exte

nsão;

tam

bém

se r

eflete

em

public

ações d

e

div

ulg

ação

N

N

1022

A

lto

S

S -

Alu

nos d

e e

scola

s e

com

unid

ade

S

- C

om

tra

balh

os e

mpír

icos

nas e

scola

s e

sta

duais

(p

rin

cip

alm

ente

)

S -

Auxili

ando a

com

unid

ade n

a

tom

ada d

e d

ecis

ão, por

ex:

som

os

vin

cula

dos à

Com

issão d

a P

asto

ral

da T

err

a e

m J

uazeiro (

BA

)

S -

Fa

lta d

e r

ecurs

os p

ara

aquis

ição d

e s

oftw

are

s e

im

agens d

e s

até

lite

1107

M

édio

S

S

- C

ada r

esponsável

/coord

enador/

orie

nta

dor

recebe o

s

resultados d

os s

ubgru

pos

S -

Padro

niz

ação d

e teste

s

de la

bora

tório

S -

Evid

encia

a m

á g

estã

o d

e

hospitais

e la

bora

tório

s n

o c

ontr

ole

das d

oenças in

feccio

sas e

na

medic

ação a

busiv

a d

e a

ntifú

ngic

os,

possiv

elm

ente

, com

o r

esultado d

o

poder

das in

dústr

ias farm

acêuticas

multin

acio

nais

.

S -

Pouco f

inancia

mento

1069

A

lta

S

N

S -

Com

pesquis

as

em

pír

icas

S -

Part

icip

ando d

e e

stu

dos d

e A

PLs

locais

S

- F

alta f

undação d

e a

poio

a p

esquis

a n

o E

sta

do

de R

O

1075

M

édio

S

N

S

- O

s r

esultados d

o g

rupo

têm

sid

o u

tiliz

ados p

ara

S

- N

as p

olíticas d

e u

so d

a t

err

a e

m

flo

resta

s e

sta

cio

nais

decid

uais

, S

- R

esis

tência

por

part

e

dos c

om

ponente

s e

m

Page 264: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

6

subsid

iar

tom

adore

s d

e

decis

ão,

orie

nta

r políticas

públic

as e

aju

dar

popula

ções m

enos

favore

cid

as a

buscar

por

seus d

ireitos.

prin

cip

alm

ente

em

Min

as G

era

is; e

nos c

onflitos a

mbie

nta

is e

ntr

e

popula

ções tra

dic

ionais

e u

nid

ades

de c

onserv

ação.

trabalh

ar

com

pesquis

a

aplic

ada, devid

o a

um

a

pre

dile

ção p

or

pesquis

a

básic

a

1202

M

édio

S

S

- A

agricultore

s fam

ilia

res.

S -

No la

nçam

ento

de n

ovas

cultiv

are

s e

dis

ponib

ilização

aos a

gricultore

s d

e

tecnolo

gia

s a

pro

pria

das.

N

S -

Dific

uld

ades e

str

utu

rais

e

falta d

e p

olíticas d

o E

sta

do

para

fin

ancia

me

nto

de

pesquis

a.

1206

Alto

S

S -

Os r

esultados d

as p

esquis

as, são:

encam

inhados o

u info

rmados á

s

com

unid

ades o

nde a

s p

esquis

as

fora

m a

plic

adas; são info

rmados e

m

apre

senta

ções o

rais

ou P

OS

TE

RE

S

em

Congre

ssos o

u S

em

inário

s,

etc

, ou

são p

ublic

ados p

or

meio

de a

rtig

os

cie

ntíficos.

S -

Há u

ma e

str

eita r

ela

ção

entr

e o

nosso r

efe

rencia

l te

órico (

as leitura

s e

os

pensam

ento

s d

os a

uto

res

lidos)

e a

s a

nális

es feitas

em

rela

ção a

os d

ados e

in

form

ações q

ue c

olh

em

os

por

meio

da a

plic

ação d

as

pesquis

as. O

s r

esultados

são d

iscutid

os c

om

base

nos r

efe

rencia

is q

ue o

gru

po

ente

nde s

er

o q

ue lh

e

direcio

na.

S -

Tem

os tid

o e

fetiva p

art

icip

ação

(pesquis

a a

ção e

pesquis

a d

e

inte

rvenção)

nas c

om

unid

ades o

nde

pesquis

am

os e

m v

ista

dos

resultados d

e n

ossos e

stu

dos.

Exem

plo

s:

public

ação d

e liv

ros c

om

o h

istó

rico d

essas r

egiõ

es;

pro

posta

s d

e t

em

as p

ara

estu

dos

específic

os n

as e

scola

s;

org

aniz

ação e

aplic

ação d

a A

genda

21 e

scola

r nas e

scola

s d

as

com

unid

ades o

nde a

tuam

os,

impla

nta

ção d

e s

iste

ma

s d

e

recic

lagem

de li

S -

Fa

lta d

e r

ecurs

os; fa

lta

de p

esquis

adore

s c

om

te

mpo e

dedic

ação; fa

lta d

e

ente

ndim

ento

das

auto

rid

ades c

onstitu

ídas;

o

pouco c

onhecim

ento

das

pessoas e

m g

era

l (p

essoas

das c

om

unid

ades

estu

dadas)

1305

Alto

S

N

N

S -

Contr

ibuir n

a p

olítica d

e g

estã

o

de r

esíd

uos

N

1329

Alto

S

S -

Public

ações, dis

sem

inação d

igital,

evento

s

S -

De f

orm

a p

erm

anente

S

- E

m t

erm

os, atr

avés d

a

part

icip

ação d

os d

ocente

s e

pesquis

adore

s e

m e

vento

públic

os.

N

1299

Alto

S

N

S -

Atr

avés d

e a

tivid

ades d

e

exte

nsão d

a p

esquis

a e

de

pro

duto

s e

labora

dos p

ara

orie

nta

ção s

obre

o tem

a

S -

Apre

senta

ndo o

s r

esultados

junto

a s

ocie

dade c

ivil,

em

conselh

os m

unic

ipais

e n

a c

âm

ara

dos v

ere

adore

s d

e S

ão P

aulo

N

1478

Médio

S

N

S -

Na á

rea e

m q

ue a

uto

, não h

á c

om

o d

esenvolv

er

pesquis

a d

esconecta

da d

os

fundam

ento

s c

onceituais

.

S -

Possib

ilita

ndo a

com

pre

ensão

dos e

feitos d

as p

olíticas p

úblic

as n

a

org

aniz

ação d

o e

spaço

N

Page 265: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

7

1677

Baix

o

S

S -

Para

pesquis

adore

s e

pro

fissio

nais

que a

tuam

na á

rea d

e c

onstr

uções d

e

gra

ndes o

bra

s c

ivis

, em

especia

l,

túneis

, hid

rovia

s e

barr

agens.

a a

tuação d

o g

rupo é

exata

mente

no

desenvolv

imento

te

cnoló

gic

o, buscando

conhecim

ento

s n

as c

iência

s

básic

as e

colo

-las p

ara

o

uso p

ela

socie

dade.

S -

Part

icip

ando d

e c

om

issões q

ue

venham

dis

cutir

estu

do p

ara

im

pla

nta

r sis

tem

as d

e o

bra

s d

e

infr

aestr

utu

ra.

N

Lege

nda

Apên

dic

e 7

:

1.

Gra

u d

e a

plic

ab

ilid

ade d

as p

esqu

isas d

o g

rupo

– m

édio

e a

lto

(m

arr

om

cla

ro),

baix

o (

verm

elh

o)

2.

Ofe

rece

exem

plo

de

Influ

ência

em

políticas

blic

as?

não

(lara

nja

),

ativid

ades

acad

êm

icas

(verd

e),

apoio

à

leg

isla

çã

o

(am

are

lo),

envolv

imento

com

o tom

ador

de d

ecis

ões (

azu

l), açã

o s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa).

3.

Gru

po c

on

ecta

conce

itu

al

ao o

pera

cio

na

l? -

o (

lara

nja

), a

tivid

ades a

cadêm

icas (

verd

e),

ap

oio

à l

egis

lação (

am

are

lo),

en

vo

lvim

ento

com

o

tom

ador

de d

ecis

ões (

azul)

, ação s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa

).

4.

Direcio

nam

ento

do r

esulta

do d

as p

esq

uis

as -

não (

lara

nja

), a

tivid

ad

es a

cadêm

icas (

verd

e),

apo

io à

leg

isla

ção (

am

are

lo),

envo

lvim

ento

com

o

tom

ador

de d

ecis

ões (

azul)

, ação s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa

).

5.

Fort

ale

cim

ento

da

dis

cussão p

olítica -

o (

lara

nja

), a

tivid

ad

es a

cad

êm

icas (

verd

e),

apo

io à

le

gis

lação

(am

are

lo),

en

vo

lvim

ento

com

o t

om

ador

de d

ecis

ões (

azu

l), A

çã

o s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa).

6.

Obstá

culo

s à

pesq

uis

a a

plic

ada –

sim

(la

ranja

), n

ão (

verd

e á

gua)

Page 266: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

8

Ap

ên

dic

e 8

: P

erf

il –

Gru

po

s A

LF

A

M

em

bro

s

perm

an

en

tes?

Cri

téri

o in

teg

rar

gru

po

?

Mo

tivo

cri

ão

do

gru

po

Á

rea d

e p

esq

uis

a

Fo

nte

s d

e

Fin

an

cia

men

to

Estr

utu

ra f

orm

al?

143

S

S -

Esta

r vin

cula

do a

um

pro

jeto

em

desenvolv

imento

com

o

coord

enador

ou

cola

bora

dor

Para

ate

nder

as

necessid

ades d

e

sis

tem

atizar

estu

dos n

a

áre

a d

a a

rquitetu

ra,

urb

anis

mo e

pla

neja

mento

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ano e

re

gio

nal e a

glu

tin

ar

inic

iativas in

div

iduais

ou e

m g

rupos c

uja

estr

utu

ra d

e p

esquis

a

reunia

, a p

rincíp

io,

a

maio

ria

dos

pesquis

adore

s d

o

Depto

de A

rquitetu

ra e

se c

onstitu

iu n

o

alic

erc

e s

obre

o q

ual se

estr

utu

rou a

Pós-

Gra

duação e

m

Arq

uitetu

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U

rbanis

mo

Estu

dos U

rbanos e

R

egio

nais

S

- C

NP

q, F

INE

P,

PR

OE

X/U

FR

N

S -

A U

FR

N e

sta

bele

ce

estr

utu

ra p

ara

regis

tro

dos g

rupos d

e p

esquis

a

que s

e c

om

põe d

e

coord

enador

e v

ice,

pesquis

adore

s

perm

anente

s e

associa

dos. E

ste

s

pesquis

adore

s s

e

dis

trib

uem

nos 0

4 g

rupos

de e

stu

do v

incula

dos a

o

―Estu

dos d

o H

abitat‖

: H

istó

ria

da C

idade e

do

Urb

anis

mo-H

CU

rb;

Refo

rma A

grá

ria

e

Habitação

-GE

RA

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Habitação, A

rquitetu

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U

rbanis

mo-G

EH

AU

e

Pro

cessos U

rbanos

Conte

mporâ

neos-

GE

PU

C

118

N -

Não h

á

dis

ponib

ilidade d

e

recurs

os p

ara

contr

ata

ção d

e

pro

fissio

nais

e s

im d

e

bols

ista

s

N

Para

desenvolv

er

estu

dos e

im

ple

menta

r ações e

m E

nerg

ias

Renováveis

Energ

ia R

enovável

Suste

ntá

vel

S -

CN

Pq

N

211

S

S

- P

esquis

as e

in

tere

sses r

ela

cio

nados e

com

ple

menta

res

Org

aniz

ar

as p

esquis

as

indiv

iduais

, fa

vore

cer

div

ulg

ação e

novas

trocas

Suste

nta

bili

dade

aplic

ada à

decis

ão

pro

jetu

al

S -

ELE

TR

OB

RA

S,

CA

PE

S, U

FR

J

S -

Líd

er,

pesquis

ador,

estu

dante

416

N

-A

lguns m

em

bro

s s

e

afa

sta

m q

uando

conclu

em

a g

raduação

S -

Te

r pesquis

a o

u

pre

tensão d

e e

labora

r pesquis

a e

m trib

uta

ção

Para

desenvolv

er

pesquis

a b

eneficia

ndo

o m

eio

am

bie

nte

T

rib

uta

ção a

mb

ienta

l S

- Inte

gra

mos o

pro

jeto

casadin

ho

UF

C/U

FS

C fin

ancia

do

N

Page 267: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

24

9

ou a

pós-g

raduação. S

ó

são p

erm

anente

s o

s

pro

fessore

s d

o p

rogra

ma

am

bie

nta

l dentr

o d

e p

elo

m

enos u

m a

no

atr

avés d

e incentivos

fiscais

pelo

CN

PQ

, P

ró-

Reitoria

447

N -

toda v

ez q

ue

necessitam

os a

pre

nder

dete

rmin

ado a

ssunto

que

n d

om

inam

os,

cham

am

os u

m

especia

lista

S -

Qualid

ade e

rig

or

técnic

o

Para

com

posiç

ão c

om

difere

nte

s á

reas d

e

pesquis

as q

ue s

ão

necessária

s n

a á

rea

am

bie

nta

l

Instr

um

ento

s d

e g

estã

o

am

bie

nta

l S

- P

roje

tos

S -

apenas u

m líd

er

e

vic

e

695

S

S

- F

orm

ação d

e n

ível

superio

r no m

ínim

o

Para

resolv

er

um

a

dem

anda in

tern

acio

nal

de o

rganis

mos

inte

rnacio

nais

Gestã

o v

ibra

cio

nal de

conflitos

S -

Recurs

os p

essoais

, do g

rupo e

doações

S -

Estr

utu

ram

os o

gru

po

de p

esquis

a n

um

a

OS

CIP

757

N -

Alg

uns

pesquis

adore

s s

ão

mestr

es r

ecente

s a

lçados

a e

ssa c

ondiç

ão a

part

ir

da c

ondiç

ão d

e

estu

dante

, ao

defe

ndere

m s

uas

dis

sert

ações

S -

Desenvolv

er

pesquis

a e

m u

ma

das

linhas d

e p

esquis

a d

o

gru

po e

ser

conhecid

o d

e

alg

um

de s

eus m

em

bro

s

atu

ais

.

Inic

ialm

ente

, para

re

unir p

esquis

adore

s

na á

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e E

conom

ia

do S

eto

r P

úblic

o,

especific

am

ente

, a

Econom

ia d

a

Trib

uta

ção, em

1993. A

part

ir d

e 2

002 é

que o

líder

com

eçou a

desenvolv

er

pesquis

as

com

foco n

as q

uestõ

es

am

bie

nta

is. E

ssa á

rea

se a

mplio

u c

om

a

cria

ção d

o M

estr

ado

em

Gestã

o d

o

Desenvolv

imento

Local

Suste

ntá

vel, d

a

Univ

ers

idade d

e

Pern

am

buco -

UP

E, em

que e

xis

te lin

ha d

e

pesquis

a a

mbie

nta

l

Econom

ia d

o S

eto

r P

úblic

o e

, com

o

especia

lidades:

Econom

ia P

olítica

Am

bie

nta

l e E

conom

ia

da T

rib

uta

ção.

Univ

ers

idade d

e

Pern

am

buco -

UP

E, ao

forn

ecer

sala

e

recurs

os r

ela

cio

nados

para

sedia

r o g

ruupo,

CN

Pq,

FA

CE

P

N

1678

S

- A

lguns p

erm

anente

s,

outr

os b

ols

ista

s e

orie

nta

ndos.

S -

Anális

e d

e c

urr

ículo

e

inte

nções

Dis

sem

inação d

o

Geopro

cessam

ento

G

eopro

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nto

e

Anális

e A

mb

ienta

l

FA

PE

RJ (

direto

), U

FR

J

E U

FR

RJ (

indireto

s),

P

RO

JE

TO

S

AP

OIA

DO

S

S -

Labora

tórios

964

S

- exceto

pelo

s

estu

dante

s d

e p

os

gra

duação

S -

Pro

dutivid

ade e

pesquis

a c

om

pro

vada n

a

áre

a

para

as p

esquis

as d

o

novo la

bora

tório

de

estu

dos a

mbie

nta

is

inic

iante

com

gra

nde

pote

ncia

l

UF

PB

, C

NP

q,

editais

para

pesquis

as

indiv

iduais

S -

há u

m r

egim

ento

do

labora

tório

que s

e a

plic

a

ao g

rupo d

e p

esquis

a

968

N

-estu

dante

s d

e p

ós-

S -

desenvolv

er

ate

nder

dem

anda d

a

pla

neja

mento

e g

estã

o

Fa

pesp, C

NP

q

N

Page 268: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

0

gra

duação s

ão m

em

bro

s

dura

nte

seu p

erí

odo d

e

estu

dos

pesquis

as c

orr

ela

tas

Pró

-Reitoria

am

bie

nta

l

1022

S

N

para

div

ulg

ar

o t

rabalh

o

do g

rupo e

tam

bém

agre

gar

pro

fissio

nais

in

tere

ssados n

a

tem

ática

Geopro

cessam

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aplic

ado a

o

monitora

mento

da

pro

dução a

grí

cola

CN

PQ

- E

dital

Univ

ers

al 2008/0

9,

bols

a d

e c

oord

enadora

do P

IBID

- G

eogra

fia

S -

diretó

rio

de p

esquis

a

do C

NP

Q

1107

N

-M

uitos s

ão a

lunos d

e

pós g

raduação

S -

Desenvolv

ere

m

pesquis

a e

m m

icolo

gia

m

édic

o-v

ete

rin

ária-

am

bie

nta

l

O g

rupo n

o C

NP

q d

aria

vis

ibili

dade d

o t

rabalh

o

executa

do n

a

institu

ição

pesquis

a a

plic

ada à

saúde p

úblic

a

Institu

to A

dolfo lU

tz,

OP

AS

, F

AP

ES

P

N

1069

S

S

- ter

pro

jeto

e

public

ação p

erió

dic

a

Inte

gra

r pesquis

adore

s

e f

ort

ale

cer

as lin

has

de p

esquis

a

Ciê

ncia

s S

oic

o-

econom

ico

-am

bie

nta

is

Sufr

am

a,

Fu

ndação

Banco d

o B

rasil

PR

OE

XT

S -

conselh

o,

coord

enação,

pesquis

adore

s,

bols

ista

s

e c

ola

bora

dore

s

1075

N -

Os p

esquis

adore

s s

ão

perm

anente

s, m

as o

s

estu

dante

s e

bols

ista

s d

e

apoio

técnic

o n

ão.

Quando s

e form

am

, m

uitos c

ontin

uam

seus

estu

dos c

om

outr

os

gru

pos d

e p

esquis

a.

S -

O p

rim

eiro c

rité

rio

é

trabalh

ar

com

o tem

a d

o

gru

po,

que s

ão a

s

flo

resta

s e

sta

cio

nais

decid

uais

bra

sile

iras. O

segundo c

rité

rio

é

realm

ente

inte

ragir p

elo

m

enos a

lguns m

em

bro

s

já e

xis

tente

s n

o g

rupo.

Desenvolv

imento

da

capacid

ade d

e

pesquis

a d

os

pro

fessore

s d

a

Unim

onte

s n

a á

rea d

e

meio

am

bie

nte

Meio

am

bie

nte

Fa

pem

ig, C

NP

q,

Institu

to I

nte

ram

ericano

de P

esquis

as e

m

Mudanças G

lobais

-IA

I

N

1202

N -

Tem

os m

uitos d

os

mem

bro

s c

om

contr

ato

te

mporá

rio

na

Univ

ers

idade.

Isso tende

a s

er

resolv

ido c

om

concurs

os q

ue já

estã

o

ocorr

endo.

S -

Que o

mem

bro

tenha

facili

dade p

ara

tra

balh

ar

em

equip

e e

que t

enham

in

tere

sse e

m t

rabalh

ar

com

espécie

s h

ort

ícola

s.

Porq

ue é

convenie

nte

defin

ir s

iste

mas d

e

pro

dução p

ara

a

agricultura

fam

ilia

r e a

s

pla

nta

s h

ort

ícola

s s

ão

absorv

edora

s d

e m

ão

-de-o

bra

e g

era

dora

s d

e

renda e

m p

equenas

áre

as.

Fitote

cnia

.

Insum

os e

equip

am

ento

s

adquirid

os p

ela

UE

G,

Hora

ativid

ade p

ara

pro

jeto

s d

e p

esquis

a,

Part

icip

ação e

ventu

al

em

editais

exte

rnos.

N

1206

N -

A c

ada a

no, fa

z-s

e

um

a s

ele

ção p

ara

a

realiz

ação d

e p

esquem

os

pro

jeto

s q

ue c

om

põem

o

gra

nde p

roje

to.

essa

sele

ção é

feita c

om

a

ela

bora

ção d

e u

m p

roje

to

e e

ste

é s

ele

cio

nado

S -

ser

estu

dante

de p

elo

m

enos o

ano d

a

faculd

ade q

ue f

requenta

; te

r tid

o m

édia

acim

a d

e

7,0

no a

no a

nte

rio

r, n

ão

trabalh

ar

em

outr

o lo

cal,

dis

por

de 2

0 h

ora

s

sem

anais

para

tra

balh

ar

para

o

desenvolv

imento

de

estu

dos e

pesquis

as n

a

áre

a d

a E

ducação

Am

bie

nta

l, d

a H

istó

ria

A

mbie

nta

l e d

o

Patr

imônio

Am

bie

nta

l.

Educação A

mb

ienta

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His

tória

Am

bie

nta

l e

Patr

imonia

l

FA

PE

SC

- F

undação

de A

mparo

à P

esquis

a

de S

anta

Cata

rin

a,

Fu

ndem

a -

Fu

ndação

de d

esenvolv

iem

nto

, cultura

e m

eio

am

bie

nte

do M

unic

ípio

de J

oin

vill

e -

SC

,

S -

Eu s

ou a

pesquis

adora

coord

enadora

gera

l e h

á

outr

os p

rofe

ssore

s

pesquis

adore

s q

ue

part

icip

am

da p

esquis

a,

mais

os e

stu

dante

s

bols

ista

s.

Page 269: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

1

dentr

e o

s tanto

s a

lunos

candid

adto

s.

com

as p

esquis

as d

o

gru

po.

Fu

ndo F

AP

/Univ

ille -

F

undo d

e A

poio

à

Pesquis

a d

a U

niv

ille

1305

S

S

- d

esenvolv

er

pesquis

as r

ela

cio

nadas

aos t

em

as d

o g

rupo

Para

agre

gar

os

pesquis

adore

s c

om

estu

dos n

a lin

ha d

e

pesquis

a d

e r

esíd

uos e

de d

ura

bili

dade

Mate

ria

is n

ão

convencio

nais

pro

jeto

s, bols

as

pesquis

as

N

1329

N

-N

este

mom

ento

são

S -

Docente

s s

im,

alu

nos

dura

nte

perm

anência

na

pós g

raduação e

gra

duação

Dis

sem

inação e

Tro

ca

de C

onhecim

ento

s

Inte

rdis

cip

linarid

ade e

m

Meio

Am

bie

nte

e

Socie

dade

CN

Pq-

CA

PE

S-F

apesp

N

1299

S

S -

com

pro

metim

ento

com

as q

uestõ

es

am

bie

nta

is, te

ndo c

om

o

foco a

pre

serv

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as

rela

ções e

cossis

têm

icas

na p

reserv

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os b

ens

com

uns p

ara

a

pre

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a

pais

agem

na c

onstr

ução

de c

idades s

uste

ntá

veis

.

Para

ate

nder

a

dem

anda d

e in

tere

sse

de p

esquis

a d

e a

lunos

e p

rofe

ssore

s d

a F

AU

-M

ackenzie

Pla

neja

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A

mbie

nta

l M

ackpesquis

a, F

EM

A

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Pro

fessore

s, A

lunos

Bols

ista

s, A

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Volu

ntá

rio

s,

Pesquis

adore

s

Volu

ntá

rio

s, A

lunos d

e

Inic

iação C

ientifica

1478

N

-in

tere

sse a

atu

ação

na á

rea

S -

atu

ar

dentr

o d

a á

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ser

orie

nta

do, atu

ar

nos

pro

jeto

s d

os p

rofe

ssore

s,

ter

inte

resse e

tc

Para

se t

orn

ar

vis

ível à

com

unid

ade

acadêm

ica. O

Sitem

a

do C

NP

q a

bre

esta

possib

ilidade

Pla

neja

mento

Urb

ano e

R

egio

nal

FA

PE

SP

, C

NP

q,

FE

HID

RO

N

1677

N

Pela

necessid

ade e

m

pro

mover

o

desenvolv

imento

te

cnoló

gic

o e

m

investig

ação g

eoló

gic

o-

geoté

cnic

a d

e terr

enos

sob o

conceito d

e

suste

nta

bili

dade

am

bie

nta

l.

Obra

s d

e infr

aestr

utu

ra

suste

ntá

veis

. F

inep

S -

Apenas u

ma lid

era

nça

(coord

enação)

de g

rupo

Page 270: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

2

Ap

ên

dic

e 9

: In

terd

iscip

lin

ari

da

de

, in

teg

raçã

o, re

de e

ou

tras

ca

rac

terí

sti

cas

– G

rup

o A

LF

A

Gru

po

Inte

raç

ão

inte

rnacio

nal

Inte

rdis

cip

lin

ar

Líd

er

em

pre

en

ded

or

Co

nfo

rmação

de

red

e

Av

ali

ação

ati

vid

ad

es d

o

gru

po

Part

icip

ão

ed

itais

de r

ed

es

143

S -

Este

rela

cio

nam

ento

tem

possib

ilita

do c

onvites p

ara

: public

ações c

onju

nta

s, vis

itas

técnic

as p

rofe

ssor

vis

itante

alé

m d

e inte

rcâm

bio

s

acadêm

icos c

om

o e

stá

gio

s

em

modalid

ades c

om

o:

pós-

douto

rais

, sanduíc

he –

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gra

duação –

e m

obili

dade

estu

dantil – g

raduação.

S -

Fa

zem

part

e

pesquis

adore

s –

D

ocente

s e

Dis

cente

s

– d

e á

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a

Arq

uitetu

ra e

U

rbanis

mo, G

eogra

fia

, H

istó

ria

, E

ducação,

Eng.

Civ

il, C

iência

s

So

cia

is e

Políticas

Públic

as

N

N -

Necessitaria

ma

is

conectivid

ade e

ntr

e o

s

gru

pos d

e e

stu

do

autô

nom

os q

ue o

com

põe. N

o e

nta

nto

, em

dete

rmin

ados p

roje

tos

exis

te G

rupos c

om

mais

re

lacio

nam

ento

num

sentid

o d

e r

ede c

om

outr

os g

rupos o

u

pesquis

adore

s o

u

mesm

o in

tern

am

ente

S -

Os g

rupos d

e e

stu

do

possuem

maneiras

pró

pria

s e

autô

nom

as d

e

gestã

o e

avalia

ção d

e

suas a

tivid

ades.

No

enta

nto

, o g

rupo d

e

pesquis

a,

um

a v

ez

vin

cula

do a

um

a á

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e

estu

do tanto

no D

epto

de A

rquitetu

ra c

om

o n

a

pós-g

raduação,

é

avalia

do p

erio

dic

am

ente

em

suas r

euniõ

es e

gru

pos d

e t

rabalh

os

Fa

lta d

e o

port

unid

ade e

dis

ponib

ilidade

118

S -

Atr

avés d

e

desenvolv

imento

de p

roje

tos

conju

nto

s, m

as n

enhum

dos

gru

pos p

arc

eiros s

ão d

a

Am

azônia

S -

As a

ções

desenvolv

idas p

elo

G

rupo n

ão s

ão a

penas

aquela

s v

oltadas a

energ

ia, m

as s

im

inclu

ir a

energ

ia n

um

a

pro

posta

de

desenvolv

imento

local

S -

O G

rupo tem

pla

neja

mento

esta

bele

cendo a

s á

reas

e e

scolh

as d

e p

esquis

a

N -

Fa

ltam

ações

cata

lisadora

s e

pesquis

adore

s

inte

ressados n

a á

rea d

e

Energ

ia e

Meio

A

mbie

nte

S -

A p

art

ir d

os p

roduto

s

das p

esquis

a, ta

is c

om

o:

qualid

ade d

o t

rabalh

o,

quantid

ade d

e a

rtig

os

public

ados

N -

Por

falta d

e m

assa c

rítica

na A

mazônia

que a

tue n

essa

linha d

e p

esquis

a

211

S

- A

um

ento

da d

ivers

idade

da in

form

ação d

e q

ualid

ade

S -

Na

com

ple

menta

rid

ade

das a

nális

es

S -

Pro

posiç

ões

N -

Maio

r suport

e ao

rela

cio

nam

ento

na r

ede

inte

rnet

S -

Crité

rio

s C

AP

ES

S

- C

AP

ES

-CO

FF

EC

UB

693/2

010

416

S -

Tem

os h

oje

conta

to c

om

outr

os p

rofe

ssore

s d

e

univ

ers

idades e

uro

peia

ss e

is

to p

erm

ite u

ma in

serç

ão

inte

rnacio

nal do g

rupo e

tro

ca

S -

com

a tro

ca d

e

info

rmações e

consultas c

onsta

nte

s

as d

ivers

as á

reas,

com

o b

iolo

gia

,

S -

Quando o

s

inte

gra

nte

s n

ão t

em

um

te

ma e

specific

o e

quando v

ejo

a

necessid

ade d

e

S -

Possib

ilita

tro

ca

consta

nte

de

info

rmações e

ntr

e v

ário

s

pesquis

adore

s e

in

tere

ssados n

os

N

CN

PQ

- a

guard

ando

resultado

Page 271: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

3

de in

form

ações r

ele

vante

s e

pro

dução e

m c

onju

nto

geolo

gia

, físic

a,

etc

dis

cussão im

edia

ta d

e

alg

um

a q

uestã

o

conte

mporâ

nea

resultados d

a p

esquis

a

447

S

- A

pre

ndiz

ado

S -

inte

ração e

ntr

e a

s

áre

as d

o s

aber

dos

instr

um

ento

s d

e g

estã

o

am

bie

nta

l

S -

Dar

pre

ferê

ncia

a

áre

as q

ue e

sgote

m o

assunto

ou local do

estu

do.

S -

inte

rdis

cip

linarid

ade

e m

ultid

iscip

linarid

ade

ain

da n

ão t

anto

N

- p

róxim

o p

asso

695

O p

roble

ma s

em

pre

está

na

via

bili

zação d

os a

cord

os d

e

coopera

ção q

ue n

unca tem

re

curs

os f

inanceiros

S -

A a

través d

e

form

ação a

part

ir d

e

redis

cussão d

os

fundam

ento

s

onto

lógic

os

S -

A p

art

ir d

a

pers

pectiva t

eórica e

m

eto

doló

gic

a q

ue

adota

mnos

N -

Apoio

da

Univ

ers

idade,

já q

ue

todas a

s a

ções e

in

vestim

ento

s, são d

o

meu s

ala

rio

S -

A p

art

ir d

o

pla

neja

mento

estr

ate

gic

o

S -

Já fom

os c

onte

mp

lados

com

1/3

do v

alo

r do p

roje

to

757

N

S -

Pela

abert

ura

dos

pesquis

adore

s p

ara

ente

nder

que e

ste

é o

enfo

que c

orr

eto

.

N

N -

Desenvolv

er

conta

tos

nessa d

ireção

N

N -

Não f

oi dada p

rio

rid

ade

ou n

ão r

eunia

as c

ondiç

ões

do e

dital

1678

S -

Acesso a

exem

plo

s.

Cyte

d p

rogra

ma

ibero

am

ericano d

e c

iencia

y

tecnolo

gia

para

el desarr

ollo

S -

Geocie

ntista

s,

info

rmata

s e

alu

nos d

e

vária

s f

orm

ações

S -

Sugestõ

es e

acom

panham

ento

S -

Exis

tência

de

labora

tório

s a

ssocia

dos

e a

poio

de s

oftw

are

m

ulti-

usuário

a a

lgum

as

entid

ades

S -

Reuniõ

es e

rela

tório

s

N -

Fa

lta d

e e

scla

recim

ento

s

e c

onfia

nça

964

o g

rupo a

caba d

e form

ar-

se

S -

vário

s

pesquis

adore

s a

tuam

em

conju

nto

afim

de

gara

ntir

difere

nte

s

abord

agens s

obre

dete

rmin

ado p

roble

ma

N

S -

agre

ga in

úm

era

s

pesquis

as d

e d

ifere

nte

s

áre

as e

inte

rconecta

das

Será

assim

que

com

eçarm

os a

obte

r re

sultados

S -

Apenas n

o n

ível

indiv

idual e t

odos f

ora

m

conte

mpla

dos

968

S

- O

s m

em

bro

s inte

ragem

in

div

idualm

ente

N

N

N

- m

aio

r in

tera

ção

N

N -

falta d

e tem

po

1022

N

N

S

- P

or

que o

gru

po é

te

mático

S -

porq

ue a

gre

ga e

difunde in

form

ações e

re

sultados d

e p

esquis

a

N

S -

Pro

jeto

CN

PQ

- e

dital

univ

ers

al 2008/0

9 e

em

2010

PIB

ID -

ME

C/C

AP

ES

1107

S -

Atu

aliz

ação n

os tem

as

import

ante

s n

o m

om

ento

, possib

ilidade d

e c

apacitação

e c

onsolid

ação d

e

refe

rência

s t

écnic

o-c

ientíficas

N

S -

Sou a

mais

exp

erie

nte

e c

om

mais

possib

ilidade d

e

conta

tos e

xte

rnos e

part

icip

ação e

m e

vento

s

em

que s

ão

apre

senta

dos o

s t

em

ais

m

ais

rele

vante

s.

S -

Hom

ogeneid

ade n

os

pro

cedim

ento

s,

inte

rcam

bio

e a

valia

ção

de r

esultados

S -

Sem

inários e

ntr

e

part

icip

ante

s, re

lató

rios

para

as fonte

s d

e

fin

ancia

me

nto

S -

AN

VIS

A e

OP

AS

: R

ede

Sentin

ela

de m

onitora

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de a

gente

s d

e c

andid

em

ia

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hospitais

do e

sta

do d

e

São P

aulo

; O

PA

S: estu

do

multic

êntr

ico d

e r

esis

tência

aa a

ntifú

ngic

os e

m 6

país

es

;CY

TE

D /

2010ain

da s

em

re

sultado

Page 272: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

4

1069

S

- P

ossib

ilite

maio

r abert

ura

e in

serç

ão e

m p

esquis

as

inte

rnacio

nais

S -

envolv

imento

de

pesquis

adore

s d

e

vária

s á

reas e

pesquis

as e

m d

ivers

os

seto

res d

a c

iência

S -

Apre

senta

ndo

min

has p

erc

epções e

re

sultados d

e e

stu

dos e

pesquis

as

N -

in

tegra

ção

S –

Quadrim

estr

al s

ão

avalia

dos a

perf

orm

ance

do g

rupo

S -

Busca d

a

Suste

nta

bili

dade e

m

Pro

duto

s F

lore

sta

is N

ão

-M

adeiráveis

1075

S -

Aju

da, pois

perm

ite o

in

terc

âm

bio

de e

stu

dante

s e

pesquis

adore

s,

alé

m d

e

pote

ncia

lizar

a c

apacid

ade

de c

apta

ção d

e r

ecurs

os p

ara

pesquis

a.

N -

Consid

ero

com

o

multid

iscip

linar.

No

meu e

nte

ndim

ento

, a

inte

rdis

cip

linarid

ade

exig

e f

ort

e in

tegra

ção

entr

e a

s á

reas. Is

so é

alg

o q

ue n

ão t

em

os

ain

da.

N

S -

O g

rupo p

ossui

pro

fissio

nais

de

difere

nte

s á

reas e

de

difere

nte

s in

stitu

ições

N

Sim

. E

dital

MC

T/C

NP

q/M

MA

/MI/

CT

-H

idro

– n

º 035/2

006;

e

Cola

bora

tive R

esearc

h

Netw

ork

s-

CR

N 0

21-

IAI

1202

Apenas r

ecebe g

erm

opla

sm

a

de C

entr

os Inte

rnacio

nais

com

o o

CIA

T e

A

VR

DC

/Ta

iwan p

ara

os

trabalh

os d

e

fito

melh

ora

mento

S -

Inte

ragin

do

mem

bro

s d

a e

quip

e

em

pro

jeto

s, em

que

cada m

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bro

enfo

ca

sua e

specia

lida

de. S

ou

melh

orista

de p

lanta

s.

Te

nho p

art

icip

ação n

os

pro

jeto

s d

e c

ole

gas

das á

reas d

e S

olo

s,

Fitopato

logia

e

Ento

molo

gia

, por

exem

plo

, com

S -

obje

tivo d

e id

entificar

com

port

am

ento

dos

genótip

os c

om

rela

ção

a e

ssas

cara

cte

rísticas.

S -

Pro

pondo a

ções q

ue

possam

inte

gra

r a

equip

e.

N -

Inte

grq

ração c

om

outr

as U

nid

ades

Univ

ers

itária

s e

in

stitu

ições.

N

Sim

- m

as p

equeno n

úm

ero

, pois

CN

Pq d

estin

a r

ecurs

os

prin

cip

alm

ente

para

gru

pos

de p

esquis

a e

institu

ições já

consolid

adas e

a F

undação

de A

poio

de G

oiá

s t

em

sem

pre

sid

o d

irig

ida p

or

pessoas lig

adas à

U

niv

ers

idade F

edera

l de

Goiá

s e

destin

a o

s r

ecurs

os

prin

cip

alm

ente

para

aquela

in

stitu

ição.

1206

S -

Tra

balh

am

os d

ireta

mente

com

pesquis

adore

s d

a á

rea

da U

niv

ers

idade d

e B

olo

gna

(Ita

lia),

Univ

ers

idade C

á

Fo

scari d

e V

eneza (

Itália

) e

Univ

ers

idade d

e C

oim

bra

(P

ort

ugal). Is

to tem

nos

pro

porc

ionado e

stá

gio

s

nessas u

niv

ers

idades, vis

itas

dos p

rofe

ssore

s d

aquela

s

univ

ers

idades p

ara

m

inis

tração d

e c

urs

os n

a

nossa u

niv

ers

idade e

a

S -

Exis

tem

muitas e

difere

nte

s á

reas q

ue

trabalh

am

in

tegra

dam

ente

, fa

zendo a

corr

ela

ção

das t

em

áticas. O

u

seja

, o a

rgum

ento

é

analis

ado s

ob a

concepção t

eórica d

as

div

ers

as

especific

idades q

ue

com

pões o

gru

po:

pedagogia

; bio

logia

;

S -

Fa

zendo in

dic

ações

de t

em

as, de p

rio

rid

ades

e d

e r

efe

rencia

l te

órico

N -

um

a m

aio

r fr

equência

de p

essoas e

fa

lta d

e in

fra e

str

utu

ra

(pro

vedor

e s

iste

ma o

n

line)

S -

Com

reuniõ

es

sem

estr

ais

(em

form

a d

e

assem

blé

ias)

e c

om

as

anális

es d

os r

esultados

obtid

os c

om

a a

plic

ação

das p

esquis

as ju

nto

à

com

unid

ades (

pesquis

as

teóricas e

de c

am

po)

N -

Não t

om

am

os

conhecim

ento

de q

ue h

aja

alg

um

dis

ponív

el

Page 273: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

5

pro

dução e

public

ação d

e

art

igos c

ientíficos c

onju

nto

s.

engenharia a

mbie

nta

l;

direito;

geogra

fia;

educação fís

ica.

psic

olo

gia

.

1305

N

N

N

S -

A d

ivers

idade d

e

pesquis

as p

or

difere

nte

s

pesquis

adore

s m

as

com

estu

dos

desenvolv

idos n

o

mesm

o t

em

a

N

S -

Habitare

1329

S

- P

esquis

adore

s d

e o

utr

as

redes e

institu

ições

S -

part

icip

ação d

e

docente

s e

alu

nos d

e

div

ers

as u

nid

ades d

a

US

P

S -

Apre

senta

ção d

e

tem

as e

id

eia

s

S -

Dia

logam

os c

om

pesquis

adore

s n

acio

nais

e e

str

angeiros

S -

Avalia

ção d

e

resultados

S -

Esta

em

fase d

e

avalia

ção

1299

S

- M

as a

inda s

em

resultados

efe

tivos

S -

Atr

avés d

e

ativid

ades d

e p

ale

str

a

em

outr

as d

iscip

linas

da F

AU

-Mackenzie

e

da c

om

posiç

ão d

os

inte

gra

nte

s.

S -

Orie

nta

ndo n

a

contin

uid

ade e

no

apro

fundam

ento

das

questõ

es p

esquis

adas

ante

rio

rmente

, de f

orm

a

a e

labora

r um

conhecim

ento

fu

ndam

enta

do e

am

plo

, m

as q

ue a

tenda a

os

inte

resses d

e p

esquis

a

de a

lunos e

pro

fessore

s.

S -

O g

rupo a

tua c

om

o

rede p

ois

: 1. ex a

lunos

part

icip

am

; 2.

alu

nos d

e

pós g

raduação

cola

bora

m; 3. há

inte

resse d

os a

lunos e

m

alim

enta

r B

LO

G, S

ITE

e

GR

UP

OS

de E

-ma

ils; 4.

os a

lunos s

e r

ela

cio

nam

entr

e s

em

estr

es d

a

faculd

ades,

5.

há S

- S

-

ativid

ades d

e e

xte

nsão

das p

esquis

as e

m

andam

ento

, que c

onta

m

com

a p

art

icip

ação d

e

alu

nos d

o g

rupo e

volu

ntá

rio

s a

penas p

ara

aquela

ativid

ade ...

dentr

e o

utr

os

Pela

coord

enação d

e

pesquis

a d

a u

nid

ade,

atr

aves d

e form

ulá

rio

s

inte

rnos d

a U

PM

.

N -

Aquele

s q

ue tom

ei

conhecim

ento

, não

conte

mpla

vam

as

univ

ers

idades p

rivadas

1478

S

- A

mplia

as d

iscussões e

possib

ilita

a p

ublic

ação c

om

outr

os p

esquis

adore

s

S -

com

tra

balh

os

multid

iscip

linare

s

N

N -

Ain

da e

sta

mos

tenta

ndo e

sta

bele

ce r

e-

conexões m

aio

res.

Port

anto

, esta

mos m

ais

ou m

enos c

onecta

dos.

N

N -

Não t

ivem

os a

cesso a

nenhum

a c

ham

ada n

esse

sentid

o

1677

S -

Na a

tualiz

ação e

com

part

ilham

ento

dos

conhecim

ento

s e

difusão d

e

info

rmações.

S -

A a

tuação d

os

mem

bro

s d

o g

rupo e

m

pro

jeto

s d

e p

esquis

a é

tr

ansdis

cip

linar:

o

N

S -

Pela

com

posiç

ão d

e

pro

fissio

nais

de d

ivers

as

áre

as d

o c

onhecim

ento

e d

e d

ifere

nte

s

S -

A a

valia

ção é

superf

icia

l e n

ão

sis

tem

atizada.

S -

Rede A

rchim

edes c

om

re

curs

o d

a A

NP

e P

etr

obra

s

Page 274: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

6

desenvolv

imento

é

feito e

m c

onju

nto

. in

stitu

ições d

e p

esquis

a

e p

ela

abra

ngência

geográ

fica.

O A

ndic

e 9

é c

olo

rid

o a

part

ir d

a r

esposta

afirm

ativa à

questã

o (

marr

om

cla

ro)

e n

egativa (

lara

nja

).

Page 275: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

7

Ap

ên

dic

e 1

0:

Ou

tro

s p

rod

uto

s a

lém

de p

es

qu

isas

– G

rup

os

BE

TA

gru

po

P

rod

uto

1

Pro

du

to 2

P

rod

uto

3

69

G

rupo d

e E

stu

dos (

douto

randos e

m f

ase d

e

qualif

icação)

Orie

nta

ções d

e T

CC

P

rodução d

e a

rtig

os

121

A

rtig

os e

m r

evis

tas

Tra

balh

os d

e C

onclu

são d

e C

urs

o

Art

igos e

m C

ongre

ssos

1486

Id

entificação e

cara

cte

rização d

e fauna

ligada à

tra

nsm

issão d

e d

oenças infe

cto

conta

gio

sas.

Cara

cte

rização d

e e

cossis

tem

as a

quáticos p

assív

eis

de

impacta

ção e

care

nte

s d

e p

reserv

ação.

Identificação e

cara

cte

rização d

e fauna a

ssocia

da a

cadávere

s, com

o f

err

am

enta

de investig

ação

crim

inal.

170

P

arc

eria

com

in

dústr

ias

Pro

jeto

s d

e P

&D

F

orm

ação d

e P

essoal

184

P

rote

ção c

ontr

a a

corr

osão d

e a

ços

Tra

tam

ento

de e

flu

ente

s d

e in

dústr

ias têxte

is

344

Fo

rmação e

Suste

nta

ção d

e u

ma

Associa

ção d

e M

ora

dore

s -

a A

MM

U,

na

áre

a d

e e

mpre

endedorism

o e

pro

teção

am

bie

nta

l, e

m u

m d

istr

ito d

a B

aia

de T

odos

os S

anto

s

Pro

dução d

e f

itas d

e v

ídeo r

ela

cio

nadas a

s b

oas p

raticas

am

bie

nta

is e

im

port

ância

do s

aneam

ento

básic

o

30 p

essoas c

apacitadas p

ara

part

icip

ar

nos p

lanos

munic

ipais

de s

aneam

ento

dos m

unic

ípio

s d

e

Salv

ador

e d

e S

imões filh

o -

Bahia

1424

P

esquis

adore

s e

outr

os g

rupos

Pro

duto

s d

esenvolv

idos

Rela

tório

s d

e p

esquis

a

508

768

M

obili

dade A

cadêm

ica

Min

icurs

os

Liv

ros e

art

igos

891

F

orm

ação d

e p

essoal qualif

icado

Desenvolv

imento

da q

ualif

icação p

ara

aula

s e

m g

raduação

E

xte

nsão p

ara

a c

om

unid

ade

1173

C

oord

enação d

e E

vento

s C

ientíficos

Fo

rmação d

e q

uadro

s

Jorn

adas C

ientíficas

1333

1023

M

apas d

e r

isco

Esta

tísticas

Dia

gnóse e

pro

gnóse a

mbie

nta

l

1188

213

F

orm

ação d

e r

ecurs

os h

um

anos

Adm

inis

tração d

e c

urs

os

Está

gio

s e

tre

inam

ento

1163

F

orm

ação d

e e

stu

dante

s

Equip

am

ento

s p

ara

la

bora

tórios e

univ

ers

idade

P

ublic

ações

1413

1572

Levanta

mento

de v

egeta

ção

Estu

dos d

e f

onte

s m

inera

is

1566

T

rabalh

os d

e in

icia

ção c

ientífica

Fo

rmação d

e f

utu

ros p

esquis

adore

s

Tra

balh

os d

e c

onclu

são d

e c

urs

o

Page 276: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

8

Ap

ên

dic

e 1

1:

Inte

rdis

cip

lin

ari

da

de, in

teg

raç

ão

, re

de e

ou

tras

cara

cte

rís

ticas

do

s g

rup

os –

Gru

po

s B

ET

A

Gru

po

s

Inte

raç

ão

inte

rnacio

nal

Inte

rdis

cip

lin

ar

Líd

er

em

pre

en

ded

or

Co

nfo

rmação

de

red

e

Av

ali

ação

ati

vid

ad

es d

o

gru

po

Part

icip

ão

ed

itais

de

red

es

69

N

N

S

- A

influ

ência

é m

útu

a,

tanto

na p

rodução

cole

tiva, quanto

nas

dis

cussões,

que m

uitas

vezes o

rie

nta

m

cam

inhos teóricos a

sere

m s

eguid

os,

bem

com

o o

s m

éto

dos

utiliz

ados.

S -

Pro

dução c

ientífica

cole

tiva, gru

pos d

e

dis

cussão n

a U

FT

N

N

- N

ossa a

tuação o

corr

e v

ia

Núcle

o d

e E

conom

ia S

olid

ária

-

NE

Sol/U

FT

, o g

rupo d

e

pesquis

as a

inda é

lim

itado e

não

teria

condiç

ões n

este

mom

ento

de e

xecuta

r um

pro

jeto

maio

r (e

sta

mos e

m fase d

e

douto

ram

ento

)

121

N

S -

part

icip

ação d

e

pesquis

adore

s d

e d

ois

depart

am

ento

s c

om

perf

is d

istin

tos e

ntr

e s

i

S -

Pro

pondo t

em

as

N

- M

aio

r te

mpo d

e

exis

tência

e

consolid

ação d

e a

lguns

pro

jeto

s d

e p

esquis

a

N

S -

univ

ers

al C

NP

q

1486

N -

ain

da e

sta

mos

form

aliz

ando c

onta

tos

com

pesquis

adore

s

franceses.

S -

No g

rupo h

á

pro

fessore

s

pesquis

adore

s t

anto

da á

rea z

ooló

gic

a,

quanto

de E

colo

gia

, E

ducação.

N

S

- E

sta

r in

terlig

ado

com

outr

os g

rupos d

a

UN

IFA

P,

bem

com

o t

er

part

icip

ante

s d

e o

utr

as

institu

ições e

buscar

parc

eiria

s c

om

outr

as

institu

ições d

e p

esquis

a

e e

nsin

o.

N -

ain

da n

ão

conseguim

os im

pla

nta

r um

sis

tem

a d

e a

uto

-avalia

ção d

e n

ossas

ativid

ades

N -

Por

ain

da n

ão t

em

os d

outo

res

suficie

nte

s p

ara

concorr

er

a u

m

edital, o

s q

uais

pre

coniz

am

que

só d

outo

res p

odem

coord

enar

um

pro

jeto

a s

er

fin

ancia

do.

170

S -

A inte

ração o

corr

e

com

um

gru

po d

e

pesquis

a n

a A

lem

anha,

que t

em

contr

ibuíd

o,

prin

cip

alm

ente

, na

form

ação d

e p

essoal,

com

a t

roca d

e

pesquis

adore

s e

S

- A

áre

a d

e m

ate

riais

carb

onosos a

tivados é

am

pla

e e

stá

direta

mente

re

lacio

nada

às o

utr

as

áre

as, com

o: m

eio

am

bie

nte

, m

ate

ria

is,

S

- A

escolh

a d

os

pro

jeto

s, das lin

has d

e

pesquis

a,

etc

, são

dis

cutid

as c

om

os

dem

ais

pesquis

adore

s

do g

rupo,

tendo

-se

com

o r

efe

rência

s a

s

N -

Com

o foi dito, nossa

áre

a d

e p

esquis

a a

inda

é n

ova n

o B

rasil

e c

onta

com

raro

s g

rupos q

ue

atu

am

no m

esm

o

segm

ento

S -

Á c

ada a

no, é feita

um

a a

valia

ção f

orm

al

da p

rodução d

o g

rupo,

com

o u

m todo

(public

ações, pro

jeto

s,

orie

nta

ções,

etc

)

S -

Fo

i conte

mpla

do c

om

trê

s

pro

jeto

s: F

INE

P-S

ubvenção;

FIN

EP

-CT

PE

TR

O (

dois

)

Page 277: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

25

9

bols

ista

s.

quím

ica fin

a,

adsorç

ão, petr

óle

o,

gás n

atu

ral, s

aúde,

etc

.

pesquis

as s

imila

res e

m

desenvolv

imento

no

exte

rio

r.

184

S -

Abre

possib

ilidades

para

os e

stu

dante

s

melh

ora

rem

a form

ação

atr

avés d

e d

outo

rado

sanduíc

he e

pós-

douto

ram

ento

s

S -

há in

tera

ção c

om

ativid

ades d

e

desenvolv

imento

de

mate

ria

is,

quím

ica

analítica, corr

osão,

etc

. que le

vam

a

conta

tar

pesquis

adore

s d

e

difere

nte

s á

reas.

S -

O o

rie

nta

dor

é q

uem

pro

põe a

s id

eia

s e

a

form

a c

om

o o

gru

po s

e

desenvolv

e

N -

in

tera

ção e

fetiva e

dura

doura

com

outr

os

gru

pos

N

N -

falta u

ma c

ham

ada e

specífic

a

344

S -

Conhecim

ento

de

outr

as p

roposta

s e

dific

uld

ades

encontr

adas

S -

Confo

rme

descre

vi

acim

a,

desenvolv

em

os

um

a p

esquis

a

inte

rdis

cip

linar

fin

ancia

da p

ela

F

AP

ES

B in

titu

lada

Part

icip

ação S

ocia

l,

Cid

adania

Ativa e

A

poio

Institu

cio

nal: a

apro

xim

ação d

a

Socie

dade C

ivil

do

Poder

Públic

o L

ocal

nas á

reas d

e

Saneam

ento

, E

ducação P

rofissio

nal,

e S

aúde.

S -

Avalio

as

possib

ilidades,e

scolh

o

os p

arc

eiros e

os a

lunos

S -

Por

meio

deste

gru

po t

em

os tid

o

conta

tos c

om

U

niv

ers

idades d

ivers

as.

Alé

m d

e u

ma p

esquis

a

desenvolv

ida c

om

a

UF

Ba, C

EF

ET

Ba

(IF

Ba)

em

trê

s á

reas:

saneam

ento

(U

CS

al),

saúde (

UF

Ba)

e

Educação p

rofissio

nal

(CE

FE

T B

a),

tem

os

um

a S

- p

arc

eria c

om

um

a E

scola

polit

écnic

a

em

Medelli

n (

Colo

mbia

) e u

ma o

rie

nta

ção c

om

um

a b

ols

ista

do

Pro

gra

ma F

ulb

rig

ht.

S -

Dis

cussão n

o g

rupo

e d

ocum

enta

ção p

or

meio

de a

tas d

as

reuniõ

es.

S -

Trê

s v

ezes. F

apesb.

Um

encontr

o A

mbie

nta

l na c

idade d

e

Santo

Am

aro

da P

urificação

Work

shop R

ecic

lando I

deia

s e

m

santo

am

aro

(2005),

em

2006

Te

cnolo

gia

s d

e g

estã

o n

o

com

bate

a p

obre

za e

as

desig

uald

ades s

ocia

is: desafio

s

da s

ocie

dade e

dos s

erv

iços

públic

os d

e e

ducação

pro

fissio

nal, s

aúde e

saneam

ento

na B

ahia

; e, em

2009 o

pro

jeto

de

inte

rvenção P

art

icip

ação S

ocia

l,

Cid

adania

Ativa e

Apoio

In

stitu

cio

nal.

1424

N

S -

Part

icip

ação d

e

pesquis

adore

s d

e

vária

s á

reas e

dis

cussões s

obre

difere

nte

s p

roposta

s

de p

esquis

a,

oriu

ndas

desta

s á

reas

N

S -

A p

art

icip

ação d

e

pesquis

adore

s d

e v

ária

s

institu

ições

N

N -

Exig

ência

s b

uro

crá

ticas

508

N

S -

Inte

rdis

cip

linar,

no

sentid

o d

e q

ue d

entr

o

das p

esquis

ar,

o

trabalh

o é

in

terd

iscip

linar.

S -

Mante

ndo o

foco d

o

gru

po

N

- D

isponib

ilidade d

e

tem

po d

os inte

gra

nte

s

do g

rupo,

um

a v

ez q

ue

os p

esquis

adore

s s

ão

S -

Public

ações,

trabalh

os c

onclu

ídos

N -

Dis

ponib

ilidade d

e t

em

po d

o

gru

po p

ara

ela

bora

ção d

e

pro

jeto

s d

esse n

ível.

Page 278: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

0

horista

s

768

S -

Am

plia

in

terc

âm

bio

s.

Neste

m

om

ento

concorr

em

os

no E

dital C

yte

d, para

fo

rmação d

e u

ma r

ede

de p

esquis

adore

s

ibero

-am

ericanos.

S -

com

envolv

imento

, dis

cussões e

pro

duções c

om

o p

erf

il in

terd

iscip

linar

N

S -

É u

m g

rupo d

e

pesquis

a

multin

stitu

cio

nal e

multid

iscip

linar

S -

Sem

inários inte

rnos

S -

Tiv

em

os a

pro

vados p

roje

tos

pelo

s e

ditais

: 1)

CN

Pq:

Casadin

ho (

duas e

diç

ões);

2)

Capes: P

ró-D

efe

sa;

Concorr

em

os

pelo

Edital C

yte

d (

Rede ib

ero

-am

ericana),

Aguard

am

os

resultado.

891

N

S -

Por

exem

plo

, atr

avés d

o u

so d

as

técnic

as d

e

cara

cte

rização e

m

áre

as d

ifere

nte

s c

om

o

rem

edia

ção d

e s

olo

s

conta

min

ados p

or

meta

l pesado.

S -

Atr

avés d

e

dis

cussões a

cerc

a d

as

pesquis

as d

o g

rupo.

S -

Vejo

com

o u

ma r

ede

info

rmal. R

ede p

orq

ue

tem

os c

ola

bora

ções d

e

pesquis

as c

om

vário

s

pesquis

adore

s d

e

difere

nte

s

univ

ers

idades.

N

S -

Não foi conte

mp

lado

1173

S

- E

m p

art

icula

r com

o

gru

po O

ut_

Arq

uia

s,

ET

SA

-Sevilh

a.

S -

Com

a p

art

icip

ação

de m

em

bro

s d

e

dis

tinta

s á

reas d

o

conhecim

ento

.

S -

De m

odo a

adequá

-la

s a

os o

bje

tivos d

o

gru

po.

N

- A

ma

dure

cim

ento

de

suas p

esquis

as e

desenvolv

imento

de

um

a m

aio

r in

terlocução

com

outr

os g

rupos.

S -

Em

reuniõ

es

perió

dic

as.

N -

Por

deficiê

ncia

org

aniz

acio

nal

do p

róprio

gru

po.

1333

N

N

S

- S

ou c

oord

enadora

do P

rogra

ma d

e

Mestr

ado.

N -

Não s

ei o q

ue v

cs

cham

am

de r

ede.

N

N

1023

N

N

S

- P

ela

especific

idade

da f

orm

ação d

os

inte

gra

nte

s

S -

Está

in

serid

o e

m

áre

as e

specífic

as d

o

conhecim

ento

S

-R

ela

tório

N -

Desis

form

ação

1188

N

N

N

N

- e

xis

te u

ma

dis

pers

ão d

os m

em

bro

s

com

outr

as lin

has d

e

pesquis

a.

N

S -

RE

NA

MI

(rede d

e

nanote

cnolo

gia

do C

NP

q)

213

N

S

- p

ela

dis

cussão

acadêm

ica

S -

Orie

nta

ndo e

coord

enando

S

- E

nvolv

e v

ária

s

institu

ições d

e p

esquis

a

S -

Por

meio

da

div

ulg

ação d

as

pesquis

as

S -

Replic

ação d

o v

írus d

engue

em

modelo

experim

enta

l

1163

S -

Aum

enta

a

capacid

ade d

e

public

ação e

de

fom

ento

N

S -

Acho q

ue p

ositiv

o,

cria

ndo m

ecanis

mos e

canais

de c

onvers

as e

cola

bora

ções,

buscando

que u

m a

tor

possa

auxili

ar

a lin

has a

fin

s

S -

Inte

gra

ção v

ert

ical

de p

esquis

as,

e

horizonta

l de a

ções, ou

seja

, as p

esquis

as d

e

um

ato

r serv

em

de

substr

ato

e s

ubsid

io

S -

Índic

e d

e

public

ações e

de

form

ação d

e r

ecurs

os

hum

anos

Sim

, E

dital C

TH

idro

46

Page 279: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

1

para

outr

o;

as a

ções

são c

onstr

uíd

as e

m

gru

po,

com

as

pro

posta

s s

endo

subm

etid

as e

dis

cutid

as

com

todos

1413

S -

Part

icip

ação d

e

outr

as institu

ições e

m

pro

jeto

s d

e p

esquis

a

em

desenvolv

imento

e

uso d

e la

bora

tórios

exte

rnos

S -

Conte

mp

lando

ativid

ades m

últip

las

nas a

tivid

ades d

e

pro

jeto

s e

m

desenvolv

imento

N

S -

Pro

posta

s d

e

pro

jeto

s c

om

a

part

icip

ação d

os

mem

bro

s

S -

Avalia

ção a

nual

pro

jeto

s e

nvia

dos

S -

Ain

da n

ão c

onte

mp

lado

1572

S

- N

ão m

odific

a o

papel do c

oord

enador

S -

Atr

avés d

o

inte

rcâm

bio

das

decis

ões e

resultados

S -

Coord

enando a

s

ativid

ades d

e c

am

po e

a

cole

ta d

e d

ados

S -

Pela

part

icip

ação d

e

dis

tinta

s institu

ições e

por

conte

r dis

tin

tos

enfo

ques

S -

Work

shops

N -

Fo

i te

nta

do

1566

N

S -

Se b

uscou in

serir

pessoas d

e d

ifere

nte

s

áre

as q

ue p

oderiam

contr

ibuir p

ara

uso e

avalia

ção o

s d

eje

tos

N

N -

maio

r com

unic

ação,

pois

apesar

do g

rupo

esta

r fo

rmado, a m

aio

ria

contin

ua tra

balh

ando

isola

dam

ente

N

N -

Dific

uld

ade d

e s

e e

ncaix

ar

nos

editais

Page 280: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

2

Ap

ên

dic

e 1

2:

Ati

vid

ad

es

rela

cio

na

das à

pe

sq

uis

a a

plic

ad

a –

Gru

po

s B

ET

A

Gru

po

G

rau

ap

licab

ilid

ad

e

Exem

plo

infl

uen

cia

em

PP

Op

era

cio

nal X

co

nceit

ual

Dir

ec

ion

am

en

to

resu

ltad

o p

esq

uis

as

Fo

rtale

cim

en

to d

iscu

ssã

o

po

líti

ca

Ob

stá

cu

los p

esq

uis

a

ap

licad

a

69

M

édio

N

N

S

- É

um

a p

reocupação d

o

gru

po a

pre

senta

r possib

ilid

ades

de a

plic

ação p

rática p

ara

os

conhecim

ento

s g

era

dos,

prin

cip

alm

ente

em

rela

ção a

o

Esta

do d

o T

ocantin

s

S -

A p

rópria

dis

cussão é

política

em

si e le

va a

este

desenvolv

imento

.

S -

O r

econhecim

ento

da á

rea é

o

prim

eiro d

ele

s.

121

A

lto

N

N

S

- d

evid

o a

contr

ibuiç

ão n

a

solu

ção d

e p

roble

mas

am

bie

nta

is r

eais

e a

tuais

N

N -

Política in

tern

a d

o C

am

pus

1486

A

lto

N

S -

Alg

um

as p

esquis

as

são a

plic

adas à

áre

a d

a

saúde, com

o id

entificação

de v

eto

res d

e d

oenças

(malá

ria,

leis

chm

anio

se,

etc

.).

S -

Tem

os t

enta

ndo f

azer

com

que o

s r

esultados tenham

aplic

ação n

a s

ocie

dade, com

o

por

exem

plo

, o u

so d

e

repele

nte

s n

atu

rais

de in

seto

s

hem

ató

fagos.

N

- N

o m

om

ento

que p

uderm

os

desenvolv

er

pesquis

as q

ue

tenham

com

obje

tivos a

me

lhoria

da q

ualid

ade d

e v

ida d

a

popula

ção,

podere

mos incentivar

tom

adas d

e d

ecis

ões n

este

sentid

o.

S -

Logís

tico, fin

anceiro,

apoio

in

stitu

cio

nal.

170

A

lto

N

S -

Pro

cura

mos d

irecio

nar

e d

esenvolv

er

pesquis

as

de c

unho tecnoló

gic

o e

de

aplic

ação in

dustr

ial.

S -

Não e

nte

ndi m

uito b

em

esta

perg

unta

. N

o e

nta

nto

, penso

que o

conhecim

ento

adquirid

o

em

part

e p

ela

s p

esquis

as

básic

as, cert

am

ente

direcio

nam

à d

efin

ição d

as o

utr

as p

esquis

as

de c

unho tecnoló

gic

o.

S

- O

gru

po é

um

dos

responsáveis

pela

im

pla

nta

ção d

a

AB

Carb

-Associa

ção B

rasile

ira d

e

Carb

ono,

em

2007. E

ntã

o,

os

div

ers

os e

ncontr

os p

rom

ovid

os

pela

AB

Carb

tem

se c

onstitu

ído

em

espaço form

al para

a

dis

cussão d

a p

olítica d

e P

&D

na

áre

a.

N -

Com

esta

áre

a c

onsis

te

prin

cip

alm

ente

de p

roje

tos d

e c

unho

tecnoló

gic

o, há u

m ilim

itado e

spaço

para

sua a

tuação,

prin

cip

alm

ente

em

parc

eria

com

in

dústr

ias.

184

M

édio

N

N

S

- A

aplic

ação é

sem

pre

vis

ada

e a

ssim

, ha p

reocupação c

om

os c

usto

s o

pera

cio

nais

N

S -

A p

rópria

institu

ição e

o s

iste

ma

que e

xig

e p

ublic

ações

344

M

édio

N

S

- P

opula

ção d

e b

aix

a

Page 281: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

3

renda

S

- R

efo

rçando o

s c

onceitos o

u

modific

ando

-os q

uando

subm

etid

os a

o p

ragm

atism

o d

as

inte

rvenções in

loco

S -

Por

meio

da c

onscie

ntização

das c

lasses m

enos p

rivile

gia

das

nos e

stu

dos r

ealiz

ados n

as t

rês

áre

as d

e a

tuação d

a p

esquis

a

atu

al. N

ão é

tare

fa f

ácil.

Muitas

vezes o

cid

adão e

stá

mais

in

tere

ssado e

m v

encer

as

dific

uld

ades d

o c

otid

iano, e

dis

cussões s

obre

a s

ua

part

icip

ação e

fetiva n

a á

rea d

o

saneam

ento

, por

exem

plo

, fica e

m

segundo p

lano. E

le s

ente

as

dific

uld

ades

S -

Fin

anceiros, pessoal (inclu

siv

e

motivacio

nal para

dis

cente

s),

coopera

ção e

ntr

e d

ocente

s d

a m

esm

a

Univ

ers

idade

1424

A

lto

N

N

N

N

S

- P

ouca r

ela

ção u

niv

ers

idade e

E

mpre

sas; buro

cra

cia

univ

ers

itária;

fraca v

isão d

as e

mpre

sas

508

B

aix

o

N

N

N

N

S

-D

isponib

ilidade d

e tem

po d

os

pesquis

adore

s e

dos a

lunos

768

A

lto

N

N

N

S -

O f

ort

ale

cim

ento

dar-

se-á

pela

s m

obili

dades e

mis

sões

cie

ntíficas e

xecuta

das e

ntr

e o

s

mem

bro

s in

stitu

cio

nais

e

execução d

e m

ini-curs

os,

pale

str

as e

expediç

ões c

om

o

envolv

imento

da p

ós-g

raduação

S

-P

ara

o c

aso a

ma

paense,

os

maio

res o

bstá

culo

s s

ão: 1)

pouco

investim

ento

institu

cio

nal em

tra

balh

os

de c

am

po;

2)

acesso a

inte

rnet com

um

a v

elo

cid

ade d

e c

onexão a

lta; 3)

Dis

tância

dos locais

de e

vento

s

nacio

nais

, encare

cendo a

mobili

dade.

891

M

édio

N

N

N

S

- A

través d

a c

onscie

ntização d

a

import

ância

da p

esquis

a p

ara

o

País

.

S -

Estr

utu

ra b

uro

crá

tica u

niv

ers

itária

1173

M

édio

N

N

A

través d

o d

esenvolv

imento

de

anális

es.

S

- C

apacid

ade h

á, o q

ue n

ão

sig

nific

a q

ue a

me

sm

a s

eja

utiliz

ada d

evid

am

ente

.

N

1333

M

édio

N

N

N

- N

ão e

nte

ndi a p

erg

unta

. N

F

inanceiros.

1023

M

édio

N

C

ongre

ssos S

em

inário

s

de I

nic

iação C

ientífica

A

judar

a tom

adas d

e d

ecis

ão

pelo

s a

gente

s d

e p

laneja

mento

m

unic

ipal

N

Recurs

os p

arc

os

Page 282: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

4

1188

M

édio

N

N

N

N

necessid

ade d

e in

tera

ção c

om

em

pre

sas

213

A

lto

N

perió

dic

os,

livro

s,

congre

ssos, curs

os

div

ulg

ando o

s r

esultados d

as

pesquis

as

N

obte

r pessoal qualif

icado a

o n

ível

técnic

o e

especia

lista

1163

B

aix

o

N

N

As p

esquis

as b

ásic

as s

ão

este

ndid

as e

m p

esquis

as

aplic

adas

S

- N

o c

aso d

a p

olítica d

e fom

ento

a p

esquis

a e

a e

ducação, ela

entr

a n

as d

iscussões d

o g

rupo

Especia

lmente

dis

tancia

dos n

úcle

os

pro

dutivos, in

dústr

ia,

1413

M

édio

N

N

N

N

in

fra-e

str

utu

ra la

bora

toria

l na

institu

ição a

inda in

exis

tente

para

pesquis

as n

a á

rea d

o g

rupo

1572

B

aix

o

N

N

tr

ata

-se d

e u

m t

em

a q

ue e

xig

e

viv

ência

e c

ole

ta d

e m

ate

ria

l para

alc

ançar

os r

esultados

alm

eja

dos

N

descontin

uid

ade d

o fom

ento

1566

M

édio

N

N

N

N

D

ifíc

il se e

ncaix

ar

em

alg

uns e

ditais

. T

am

bém

a á

rea d

e d

evem

os s

olic

itar

para

a a

valia

ção, pois

na Z

oote

cnia

ain

da é

incip

iente

o n

úm

ero

de

pesquis

as n

a á

rea.

Lege

nda

Apên

dic

e 1

2:

1.

Gra

u d

e a

plic

ab

ilid

ade d

as p

esqu

isas d

o g

rupo

– m

édio

e a

lto

(m

arr

om

cla

ro),

baix

o (

verm

elh

o)

2.

Ofe

rece

exem

plo

de

Influ

ência

em

políticas

blic

as?

não

(lara

nja

),

ativid

ades

acad

êm

icas

(verd

e),

apoio

à

leg

isla

çã

o

(am

are

lo),

envolv

imento

com

o tom

ador

de d

ecis

ões (

azu

l), açã

o s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa).

3.

Gru

po c

on

ecta

conce

itu

al

ao o

pera

cio

na

l? -

o (

lara

nja

), a

tivid

ades a

cadêm

icas (

verd

e),

ap

oio

à l

egis

lação (

am

are

lo),

en

vo

lvim

ento

com

o

tom

ador

de d

ecis

ões (

azul)

, ação s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa

).

4.

Direcio

nam

ento

do r

esulta

do d

as p

esq

uis

as -

não (

lara

nja

), a

tivid

ad

es a

cadêm

icas (

verd

e),

apo

io à

leg

isla

ção (

am

are

lo),

envo

lvim

ento

com

o

tom

ador

de d

ecis

ões (

azul)

, ação s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa

).

Page 283: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

5

5.

Fort

ale

cim

ento

da

dis

cussão p

olítica -

o (

lara

nja

), a

tivid

ad

es a

cad

êm

icas (

verd

e),

apo

io à

le

gis

lação

(am

are

lo),

en

vo

lvim

ento

com

o t

om

ador

de d

ecis

ões (

azu

l), A

çã

o s

ocio

am

bie

nta

l (r

osa).

6.

Obstá

culo

s à

pesq

uis

a a

plic

ada –

sim

(la

ranja

), n

ão (

verd

e á

gua)

Page 284: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

6

Ap

ên

dic

e 1

3:

Perf

il d

os g

rup

os

qu

e a

pre

se

nta

m i

nfl

ncia

em

PP

. G

rup

os B

eta

.

Gru

po

Mem

bro

s

perm

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en

tes?

Cri

téri

o in

teg

rar

gru

po

?

Mo

tivo

cri

ão

do

gru

po

Á

rea d

e p

esq

uis

a

Fo

nte

s d

e

Fin

an

cia

men

to

Estr

utu

ra f

orm

al?

69

S

S

- T

er

os m

esm

os

inte

resses d

e p

esquis

a e

esta

r dis

posto

a

com

part

ilhar

conhecim

ento

s e

aceitar

sugestõ

es.

Para

congre

gar

pesquis

adore

s d

a U

FT

e d

e o

utr

as institu

ições

com

in

tere

sses

com

uns d

e p

esquis

a.

Gestã

o S

ocia

l N

N

121

S

N

vis

ando a

inte

gra

ção

de p

esquis

adore

s d

e

difere

nte

s lin

has d

e

pesquis

a

Aplic

ação d

e

tecnolo

gia

s d

e

sis

tem

as d

e a

uto

mação

e c

ontr

ole

na s

olu

ção

de p

roble

mas

am

bie

nta

is.

CN

Pq,

Fa

pesp,

em

pre

sas p

rivadas

N

1486

N

-A

lguns m

em

bro

s s

ão

acadêm

icos d

o c

urs

o d

e

ciê

ncia

s b

ioló

gic

as,

prin

cip

alm

ente

de

inic

iação c

ientífica, o q

ue

os im

possib

ilita

de

perm

anecer

por

muito

tem

po lig

ados a

o g

rupos

de p

esquis

a.

S

- E

sta

r lig

ado a

alg

um

dos p

roje

tos

desenvolv

idos p

elo

s

labora

tório

s p

art

icip

ante

s

do g

rupo d

e p

esquis

a,

ou e

sta

r sendo o

rie

nta

do

por

um

dos p

rofe

ssore

s

inte

gra

nte

s d

o g

rupo.

P

ara

dar

suport

e à

s

pesquis

as c

om

tem

as

com

uns d

o c

urs

o d

e

ciê

ncia

s b

ioló

gic

as d

a

UN

IFA

P.

Saúde e

Meio

A

mbie

nte

P

rofe

ssor

conseguiu

apro

var

um

pequeno

pro

jeto

, no q

ual

conseguiu

adquirir

alg

uns e

quip

am

ento

s.

N

170

S

-O

s p

esquis

adore

s

inclu

ídos n

o g

rupo s

ão

perm

anente

s, m

esm

o o

s

de o

utr

as in

stitu

ições. O

s

estu

dante

s, na m

aio

ria

, te

ndem

a p

erm

anecer

na

mesm

a lin

ha d

e

pesquis

a, m

esm

o a

pós

ter

conclu

ído s

eus

pro

jeto

s. N

esse c

aso,

os

S -

O c

rité

rio

é

desenvolv

er

pesquis

as

na m

esm

a á

rea, alé

m d

e

ser

pro

dutivo.

No s

entid

o d

e a

gre

gar

maio

r num

ero

de

pesquis

adore

s e

de

consolid

ar

um

a á

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e

P&

D n

o B

rasil,

que

ain

da c

onta

com

poucos p

esquis

adore

s

mate

ria

is e

me

io

am

bie

nte

F

AP

ES

P, C

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Q,

FIN

EP

Sim

- c

onsis

te e

m u

ma

coord

enação

-lid

era

nça

atu

ante

, com

vic

e-lid

er

atu

ante

, e d

em

ais

pesquis

adore

s b

asta

nte

ativos.

Page 285: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

7

novos m

estr

es e

douto

res,

ao c

onseguir

em

pre

go, te

m p

rocura

do

impla

nta

r-in

icia

r pesquis

as n

a m

esm

a

áre

a e

m o

utr

as

institu

ições. Is

to tem

feito

contr

ibuíd

o p

ara

o

aum

ento

das p

esquis

as.

184

N

- s

ão p

ós-d

outo

randos,

estu

dante

s e

som

ente

1

técnic

o p

erm

anente

S -

Te

r dis

posiç

ão p

ara

a

pesquis

a e

sair

-se b

em

nas d

iscip

linas

Independência

de

ideia

s e

de a

ções e

m

rela

ção a

o g

rupo

orig

inal

1)

ele

troquím

ica

am

bie

nta

l e 2

) corr

osão

CN

Pq,

FA

PE

S,

CA

PE

S

Sim

-atr

avés d

a

gra

duação

344

S

S -

Que s

eja

m

pro

fissio

nais

lig

ados à

alg

um

a a

tivid

ade

rela

cio

nada a

s t

rês

áre

as

Para

suprir

as

necessid

ades d

e

estu

dos a

mbie

nta

is e

em

pre

endim

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s

socia

is d

a E

scola

de

adm

inis

tração d

a

UC

Sal

Meio

am

bie

nte

e

Em

pre

endedorism

o

Socia

l F

AP

ES

B, U

CS

al

S -

Coord

enação g

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l (p

rofe

ssora

da U

FB

a),

coord

enação

saneam

ento

(Nossa

UC

Sal) e

coord

enação

de e

ducação p

rofissio

nal

( C

EF

ET

Ba)

1424

N

- M

uitos s

ão a

lunos,

que a

pós o

curs

o

deslig

am

-se d

o g

rupo

N

Gera

r e a

rtic

ula

r pesquis

as n

a á

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e

conhecim

ento

Pro

jeto

do P

roduto

(D

esig

n)

FIN

EP

, C

NP

q, C

AP

ES

N

508

N

- E

m função d

a c

arg

a

horá

ria

na U

niv

ers

idade.

pro

fessore

s h

orista

s

S

- T

er

um

pro

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de

pesquis

a a

pro

vado p

elo

F

undo d

e a

poio

a

pesquis

a d

a

Univ

ers

idade

ou p

elo

art

. 170 (

bols

a p

esquis

a d

o

govern

o d

o e

sta

do d

e

SC

)

Agre

gar

pesquis

as d

a

áre

a a

mbie

nta

l M

eio

Am

bie

nte

F

AP

- F

undo d

e a

poio

a P

esquis

a -

Fin

ancia

pro

jeto

s d

e a

lunos, A

rt.

170 -

Bols

a p

esquis

a -

R

ecurs

o d

o g

overn

o

esta

dual, p

róprio

pesquis

ador

N

768

S

S

- S

uas p

roposta

s d

e

pesquis

a d

evem

esta

r vin

cula

dos a

pro

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s d

e

Inic

iação C

ientífica,

mestr

ado,

douto

rado o

u

pós-d

outo

rado

Para

analis

ar

as

transfo

rmações

terr

itoria

is n

a fro

nte

ira

da A

mazônia

sete

ntr

ional

Anális

e R

egio

nal

CN

Pq,

CA

PE

S,

Unifap

N

891

S

N

Para

in

tegra

r os

Fís

ica -

mate

ria

is

fotô

nic

os

Fa

pesp, C

AP

ES

, C

NP

q

S -

Gru

po d

e p

esquis

a

regis

trado n

o C

NP

q e

na

Page 286: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

8

pesquis

adore

s d

o

depart

am

ento

com

in

tere

sse c

om

um

de

pesquis

a.

Univ

ers

idade

1173

N -

Há v

aria

ção d

os p

ós-

gra

duandos q

ue,

quando

da c

onclu

são d

e s

eus

estu

dos,

perm

anecem

ou

não v

incula

dos a

o g

rupo.

S -

Te

r tr

abalh

o d

e

investig

ação d

efin

ido e

m

um

a d

as lin

has d

e

pesquis

a d

o g

rupo.

E

m função d

a

necessid

ade d

e

defin

ição d

e n

ovas

linhas d

e p

esquis

a,

decorr

ente

s d

o

am

adure

cim

ento

natu

ral de p

esquis

as

em

desenvolv

imento

.

Espacia

lidades e

T

err

itoria

lidades

Urb

anas

Conte

mporâ

neas

FA

PE

SP

, C

AP

ES

, U

SP

N

1333

S

S

- F

azer

part

e d

o c

orp

o

docente

ou d

o c

orp

o

dis

cente

do P

rogra

ma d

e

Mestr

ado.

Mestr

ado e

m D

ireito.

N

1023

N

- A

ltern

ância

dos

mem

bro

s p

or

afa

sta

me

nto

para

aperf

eiç

oam

ento

ou p

ós-

gra

duação

S -

Te

r fo

rmação e

m

ciê

ncia

s a

fins c

om

a

áre

a d

e e

specific

idade

Para

se in

tegra

r na

rede d

e n

ovos

douto

res

Ero

são d

e s

olo

e

monitora

mento

s d

e

mic

robacia

s

dedre

nagem

UN

EM

AT

, F

AP

EM

AT

, C

NP

q

N

1188

N -

Som

ente

no

mom

ento

em

que h

á

necessid

ade m

ate

ria

l (p

or

ex.,

cara

cte

rização

de m

ate

ria

is).

N

na é

poca d

a c

riação

exis

tia

um

backgro

und

de p

esquis

adore

s q

ue

trabalh

avam

separa

dam

ente

nesta

lin

ha d

e p

esquis

a.

C

NP

q,

FA

PE

SP

N

213

N

- F

alta d

e v

ínculo

em

pre

gatício

S

- c

onhecim

ento

s

básic

os p

révio

s

para

pesquis

a

pesquis

a b

ásic

a e

aplic

ada

Fio

cru

z,

CN

Pq,

FA

PE

RJ

N

1163

S

S

-C

rité

rios d

e p

rodução,

de a

fin

idade à

lin

ha, de

contr

ibuiç

ão a

dic

ional às

atu

ais

lin

has

Para

reunir

pesquis

adore

s q

ue

trabalh

am

com

le

vedura

s e

esta

vam

dis

trib

uid

os e

m v

ario

s

e d

ifere

nte

s c

urs

os d

a

UF

T,

e a

ssim

fort

ale

cer

Bio

div

ers

idade

mic

robia

na

CN

Pq,

CA

PE

S,

Unifap,

Pre

sta

ção

de s

erv

iços

ténic

os

N

Page 287: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

26

9

ações e

m c

om

um

e

possib

ilita

r apro

xim

ação d

e lin

has

e p

roposta

s d

e

pesquis

a

1413

N

- M

ante

ndo o

envio

de

pelo

menos 1

pro

jeto

s

por

sem

estr

e

S -

envio

de p

elo

menos

1 p

roje

tos p

or

sem

estr

e

Dem

anda d

e p

roje

tos

CN

Pq,

FIN

EP

e

FA

P/F

UN

DE

CT

E

nerg

ia e

Engenharia

C

NP

q,

Fu

ndect, U

FG

D

N

1572

N -

Confo

rme a

necessid

ade e

a s

aid

a s

e

deve a

com

ple

tude d

as

tare

fas

S -

especia

lização n

a

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a

Necessid

ade d

e

investig

ação

multid

iscip

linar

botâ

nic

a e

pale

obotâ

nic

a

CN

Pq,

FA

PE

RG

S,

univ

ers

idade

N

1566

S -

A á

rea d

e p

esquis

a

tenha a

lgum

a r

ela

ção

com

resíd

uos d

a

pro

dução a

nim

al

P

ara

pote

ncia

lizar

as

ideia

s e

m b

usca d

e

solu

ções p

ara

os

deje

tos g

era

dos n

a

pro

dução a

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al

agro

pecuária

/ m

anejo

de d

eje

tos a

nim

ais

F

undect, C

entr

o d

e

Pesquis

a d

o P

anta

nal

N

Page 288: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Última atualização do currículo em 13/10/2011 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/8890287717199406

Sonia Maria Viggiani Coutinho Bolsista de Doutorado do CNPq

Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito Ambiental, Mestre e Doutoranda em Saúde Pública pela FSP/USP. Atual bolsista CNPq. Pesquisadora do grupo SIADES nos seguintes temas: gestão ambiental, redes acadêmicas, planejamento urbano, desenvolvimento sustentavel e indicadores de desenvolvimento sustentavel. (Texto informado pelo autor)

Dados pessoais

Nome Sonia Maria Viggiani Coutinho

Nome em citações bibliográficas

COUTINHO, Sonia Maria Viggiani;Coutinho, Sonia Maria Viggiani

Sexo Feminino

Formação acadêmica/Titulação

2007 Doutorado em andamento em Saúde Pública (Conceito CAPES 5) . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável,Orientador: Tadeu Fabrício Malheiros.

2004 - 2006 Mestrado em Saúde Pública (Conceito CAPES 5) . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Análise de um processo de criação de indicadores de desenvolvimento sustentável no Município de Ribeirão Pires - SP, Ano de Obtenção: 2006.

Orientador: Tadeu Fabrício Malheiros. Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ,CAPES ,Brasil .

2003 - 2003 Especialização em Direito Ambiental . (Carga Horária: 460h). Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

2001 - 2001 Aperfeiçoamento em civil . Escola Superior de Advocacia. Título: Uso e ocupação do solo e a municipalização do licenciamento ambiental no Estado de Sãoaplicação aos municípios de Santo André e São José dos Campos.. Ano de finalização: 2001. Orientador: José de Ávila Aguiar Coimbra.

2000 - 2000 Aperfeiçoamento em Direito Ambiental . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Ano de finalização: 2000.

1982 - 1986 Graduação em Direito . Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

Formação complementar

2006 - 2007 Bases para la Gestión Ambiental Urbana Sostenibl. Comissão Econômica para a América Latina e Caribe.

2005 - 2005 Indicadores de Desarrollo Sostenible para América. (Carga horária: 40h). Comissão Econômica para a América Latina e Caribe.

Página 1 de 7Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Sonia Maria Viggiani Coutinho)

13/10/2011http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4758966Z2

Page 289: Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Redes ... · Coutinho SMV. Redes acadêmicas para pesquisa e capacitação em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

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Última atualização do currículo em 24/08/2011 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4422237568128846

Tadeu Fabricio Malheiros

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (1991), especialização em engenharia ambiental (1993), mestrado em Resources Engineering - Universitat Karlsruhe (1996), doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (2002), pós-doutorado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública - USP (2006). Atualmente é professor doutor na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo e vice-coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental. Tem experiência na área de Engenharia Ambiental, com ênfase em Saúde Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: indicadores de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, meio ambiente, saúde pública, resíduos sólidos e gestão ambiental. (Texto informado pelo autor)

Dados pessoais

Nome Tadeu Fabricio Malheiros

Nome em citações bibliográficas

MALHEIROS, Tadeu Fabricio

Sexo Masculino

Endereço profissional Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Hidráulica e Saneamento. Avenida São Carlense 400 Centro 13566-590 - Sao Carlos, SP - Brasil - Caixa-Postal: 359 Telefone: (16) 33739530 URL da Homepage: http://www.fsp.usp.br/siades

Formação acadêmica/Titulação

2004 - 2006 Pós-Doutorado . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ,CAPES ,Brasil . Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária / Subárea: Saneamento Ambiental. Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária / Subárea: Planejamento Ambiental / Especialidade: Indicadores de Sustentabilidade.

1997 - 2002 Doutorado em Saúde Pública (Conceito CAPES 5) . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Indicadores Ambientais de Desenvolvimento Sustentável Local: um estudo de caso do uso de indicadores da qualidade do ar, Ano de Obtenção: 2002. Orientador: João Vicente de Assunção. Palavras-chave: Poluição do Ar; desenvolvimento sustentável; indicadores de sustentabilidade. Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária / Subárea: Planejamento Ambiental. Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária. Setores de atividade: Desenvolvimento Urbano.

1994 - 1996 Mestrado em Resources Engineering . Universitat Karlsruhe, U.F.K., Alemanha. Título: Guideline for Small Town Sustainable Development in Brazil, Ano de Obtenção: 1996. Orientador: D Prinz. Bolsista do(a): Deutschland Akademisches Austauschdienst . Palavras-chave: Sustainable development; Small town; Cambui - MG. Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária. Grande área: Engenharias / Área: Engenharia Sanitária / Subárea: Planejamento Ambiental. Setores de atividade: Desenvolvimento Urbano.

1993 - 1993 Especialização em Engenharia em Saúde Pública e Ambiental . (Carga Horária: 985h). Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Trabalho de Campo Multidisciplinar em Ilha Bela.

1985 - 1991 Graduação em Engenharia Civil . Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

Formação complementar

2005 - 2005 Bases Para a Gestào Ambiental Urbana Sustentável. (Carga horária: 120h). Comissão Econômica Para América Latina.

2005 - 2005 Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. (Carga horária: 40h). Comissão Econômica Para América Latina.

2002 - 2002 Conselho e Fundo Municipal de Turismo. (Carga horária: 16h). Instituto Brasileiro de Turismo.

2002 - 2002 Curso Banca de Examinadores Externos do PNQS. (Carga horária: 16h). Associação Brasileira de Engenharia Sanitaria e Ambiental, ABES, Brasil.

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