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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA VELOCIDADE DE EXECUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO DAS REPETIÇÕES E SÉRIES NO TREINO RESISTIDO NA HIPERTROFIA MUSCULAR EM INDIVÍDUOS DO SEXO MASCULINO: REVISÃO SISTEMÁTICA MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO BRUNO ALEXANDRE AZEVEDO DA SILVA Orientadores: PROFESSOR DOUTOR JOSÉ MANUEL VILAÇA MAIO ALVES PROFESSOR MESTRE RUI JORGE CANÁRIO ÁLVARES DE LEMOS VILA REAL, 2020

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITO DA VELOCIDADE DE EXECUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO DAS REPETIÇÕES

E SÉRIES NO TREINO RESISTIDO NA HIPERTROFIA MUSCULAR EM INDIVÍDUOS DO

SEXO MASCULINO: REVISÃO SISTEMÁTICA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

BRUNO ALEXANDRE AZEVEDO DA SILVA

Orientadores:

PROFESSOR DOUTOR JOSÉ MANUEL VILAÇA MAIO ALVES

PROFESSOR MESTRE RUI JORGE CANÁRIO ÁLVARES DE LEMOS

VILA REAL, 2020

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITO DA VELOCIDADE DE EXECUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO DAS REPETIÇÕES

E SÉRIES NO TREINO RESISTIDO NA HIPERTROFIA MUSCULAR EM INDIVÍDUOS DO

SEXO MASCULINO: REVISÃO SISTEMÁTICA

Bruno Alexandre Azevedo da Silva

VILA REAL, 2020

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Este projeto de dissertação foi expressamente

elaborado como dissertação original para o efeito

de obtenção do grau de Mestre em Ciências do

Desporto.

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The growth of knowledge depends entirely upon disagreement – Karl Popper

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Agradecimentos

Quero agradecer em primeiro lugar à minha família, pois foram um apoio fundamental para

que esta etapa da minha vida se concretizasse, concretamente ao meu tio Rui Silva, ao meu

pai Mário Silva, à minha mãe Deolinda Sousa, e aos meus avos Mário Silva e Antonieta Silva.

Várias foram as vezes que devido ao meu trabalho não tinha mais autocarros disponíveis para

Vila Real aos Domingos, pois eu saía às 21-22h do mesmo e o meu tio e pais me levavam de

carro para Vila Real, de forma que pudesse não faltar às aulas de Segunda-Feira de manhã,

o que era um enorme sacrifício para os mesmos, pois só faziam muito quilómetros e

chegavam muito tarde a casa.

Outra pessoa a quem quero agradecer é à Cátia Fernandes, uma pessoa incrível que conheci

no primeiro ano de mestrado e me deu imenso suporte e apoio emocional ao longo destes

dois anos, foi um pilar. Foi sem dúvida, uma peça fundamental nesta importantíssima jornada,

que foi o Mestrado em Ciências do Desporto.

Alguém que também teve um papel de destaque ao longo destes foi anos, que contribuiu para

esta tese e para o meu desenvolvimento enquanto profissional, com a discussão de ideias e

partilha de conhecimento, foi a minha colega de profissão, amiga e agora parceira de negócio,

Júlia Silva.

Quero agradecer também a um grande amigo e mentor, Pedro Asseiceira, que indiretamente

me ajudou imenso nesta jornada, pois incutiu e apurou em mim, através das nossas conversas

informais, um alicerce fundamental no ensino e na ciência, o pensamento crítico, que me fez

olhar com outros olhos para todos os artigos analisados e consequentemente, desenvolver

esta tese da forma como foi desenvolvida.

Agradecer também ao José Vilaça, Rui Lemos, Rafael Peixoto, Bruno Nobre, João José e

José Leitão por toda a disponibilidade e prontidão para esclarecer todas as minhas dúvidas

que foram surgindo durante a redação desta tese, pois sem eles ela não se apresentaria da

mesma forma, um grande obrigado a todos.

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INDÍCE GERAL

Índice de Figuras .......................................................................................................... vi

Lista de Tabelas .......................................................................................................... vii

Lista de Abreviaturas .................................................................................................. viii

Resumo ........................................................................................................................ ix

Introdução .................................................................................................................... 1

Materiais e Métodos ..................................................................................................... 6

Questão e Protocolo ................................................................................................. 6

Critérios de Elegibilidade e Estratégia de Pesquisa .................................................. 6

Seleção, Extração de Dados, Síntese de Dados, Avaliação da Qualidade ............... 7

Inclusão .................................................................................................................... 9

Triagem .................................................................................................................... 9

Identificação ............................................................................................................. 9

Revisão Sistemática ................................................................................................... 10

Resultados .............................................................................................................. 10

Análise dos Resultados ....................................................................................... 14

Discussão ............................................................................................................... 18

Conclusões ............................................................................................................. 27

Referências Bibliográficas .......................................................................................... 28

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Índice de Figuras

Figura 1: PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses)

Fluxograma da Pesquisa da Literatura ......................................................................... 9

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Síntese da Qualidade de Evidência dos Artigos Selecionados na Revisão

Sistemática ...........................................................................................................................10

Tabela 2: Avaliação da Hipertrofia Muscular em Indivíduos do Sexo Masculino ...................11

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Lista de Abreviaturas

TR – Treino Resistido

AC – Ação Concêntrica

AE – Ação Excêntrica

AI – Ação Isométrica

AST – Área de Secção Transversa

CBV – Cadência de Baixa Velocidade

CAV – Cadência de Alta Velocidade

FC – Flexores do Cotovelo

FM – Força Muscular

FMM- Falha Muscular Momentânea

EJ- Extensores do Joelho

HM – Hipertrofia Muscular

MM – Massa Muscular

TST – Tempo Sob Tensão

RM – Repetição Máxima

VT – Volume de Treino

PCQT - Tomografia Computadorizada Quantitativa Periférica de Alta Resolução

DEXA - Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia

IRM – Imagem Ressonância Magnética

IUS - Imagem Ultrassom

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Resumo

O objetivo desta dissertação foi efetuar uma revisão sistemática sobre o impacto da

velocidade de execução e do tempo de duração das repetições, nos exercícios resistidos, na

hipertrofia muscular (HM) em indivíduos do sexo masculino. Para o efeito foram utilizados

ensaios clínicos randomizados, apenas na língua anglo-saxónica, até 15 de março de 2020,

onde a procura dos mesmos foi realizada em 3 bases de dados: Pubmed, Scopus e Web of

Science, utilizando as seguintes palavras-chave isoladamente e combinadas: “Resistance

Training” or “Resistance Exercise” and “Slow Movement” or “Fast Movement” or “Velocity” or

“Cadence” and “Muscle Size” or “Muscle Hypertrophy” or “Cross Sectional Area” and

“Repetition”. Após a pesquisa e tendo em conta os critérios de inclusão e exclusão foram

obtidos 6 estudos. Nos estudos selecionados os participantes (n=149) não possuíam

experiência no treino com exercícios contra resistência, em que em cinco desses estudos os

participantes eram jovens e em idosos. Em relação aos métodos de avaliação da HM, (33,3%)

dos estudos utilizaram a Imagem de Ressonância Magnética; (50%) Imagem de Ultrassom;

(16,6%) DEXA; e apenas um estudo (16,6%) utilizou Tomografia Computadorizada

Quantitativa Periférica de Alta Resolução (PCQT). A qualidade metodológica dos estudos foi

analisada através da escala Downs and Black. Os resultados desta revisão sistemática

demonstraram que parecem não existir diferenças significativas entre executar as repetições

com baixa ou alta velocidade de execução. Tendo em conta os estudos observados nesta

revisão sistemática, parecem não existir diferenças significativas da implementação de

diferentes velocidades de execução e diferentes tempo sob tensão (TST) por repetição e

série, na HM em indivíduos do sexo masculino sem experiência. Contudo, deverá ser realçado

que a qualidade metodológica dos estudos existentes e analisados foi fraca-média, como tal,

é necessária a realização de estudos com maior qualidade metodológica e em outras

populações, até que se possam criar recomendações sólidas sobre esta temática.

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Abstract

The objective of this dissertation was to provide a systematic review on the impact of execution

speed and repetition duration of resistance exercise on male individual’s Muscular Hypertrophy

(HM). In order to do that, randomized clinical trials were used, exclusively in the English

language, up until March 15, 2020, with no time skip, having the research been performed on

3 databases: “Pubmed”, “Scopus” and “Web of Science”, using the following key-words both

separately and together: “Resistance Training” or “Resistance Exercise” and “Slow Movement”

or “Fast Movement” or “Velocity” or “Cadence” and “Muscle Size” or “Muscle Hypertrophy” or

“Cross Sectional Area” and “Repetition”. After research, and considering the inclusion and

exclusion criteria, 6 studies were selected. In the selected studies, participants (n=149) did not

possess prior resistance training experience. Of all the studies, the sample of five of them were

composed of young participants and the participants of the remaining study were all elderly.

Relatively to evaluation methods of MH, 33,3% of the studies used Magnetic Resonance

Imaging; 50% Ultrasound Imaging; 16,6% DEXA; e only one study used High-Resolution

Peripheric Computerized Quantitative Tomography (PCQT). The studies’ methodologic quality

was analyzed through the Downs and Black scale. The results of this systematic review have

shown that there appear to exist no significative changes between executing repetitions with

a higher or lower cadence. Considering the studies included in this systematic review, there

appear to be no significative differences between varying execution speed nor time under

stress (TST) both per repetition and set, on inexperienced males’ HM. However, both the

existing and analyzed studies’ methodological quality was weak/average and, as such, higher

methodological quality studies need be performed and in more diverse populations until solid

recommendations can be built on this matter.

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Introdução

A prática de exercício físico para a obtenção de força muscular (FM) e hipertrofia muscular

(HM) tem sido popular em pessoas de ambos os sexos, quer sejam jovens ou idosos (Ivey et

al., 2000; Kosek et al., 2006). Por definição, a HM consiste no aumento do tamanho do tecido

muscular. Durante o processo de HM, os elementos contráteis aumentam e a matriz

extracelular expande-se de forma a acompanhar e apoiar esse crescimento (Schoenfeld,

2010). Esse crescimento ocorre pela adição e/ou aumento de sarcómeros e miofilamentos em

paralelo (Paul & Rosenthal, 2002; Tesch & Larsson, 1982), aumentando os elementos não

contráteis e/ou líquido sarcoplasmático e aumento do número de núcleos, fornecido pelas

células satélites, ao tecido muscular (Vierck et al., 2000). Nesse contexto, a evidência

científica parece indiciar que a manipulação adequada das variáveis do treino com o objetivo

de obtenção de FM e HM, tais como, seleção dos exercícios, número de repetições, número

de séries, carga, frequência semana, descanso entre séries e exercícios, entre outras, é um

fator fundamental na maximização dessas adaptações musculares. (Ratamess et al., 2009).

No entanto, uma variável de treino comumente negligenciada é a velocidade de execução

com que as repetições são realizadas (cadência).

A cadência trata-se da velocidade a que é realizada o movimento ou o tempo que o segmento

corporal, ou conjunto de segmentos, se mantêm na mesma posição durante a execução do

exercício, sendo divididas em 3 fases: ação concêntrica (AC), ação excêntrica (AE) e ação

isométrica (AI). A cadência em termos de referência na planificação do treino é expressa em

3 dígitos, onde o primeiro, por norma, trata-se do tempo em segundos da AC foi executada, o

segundo refere-se ao tempo da AI, que corresponde ao tempo de transição entre a fase final

da AC e o inicio AE, onde não existe movimento externo do corpo e objeto e por último temos

a AE (Wilk et al., 2018). Em alguns casos, na planificação do treino, pode-se referir 4 dígitos,

sendo o 4º uma nova AI, nova fase de transição, mas desta vez entre a AE e AC. Uma

cadência de 3:0:3 refere-se a uma cadência em que a velocidade de execução da AC teve a

duração de 3 segundos, 0 segundos de AI e 3 segundos de AE (Schoenfeld et al., 2015).

Duas recentes meta-analises parecem sugerir que não existem diferenças significativas entre

a execução no treino de HM os exercícios a uma cadência de baixa velocidade (CBV) ou a

uma cadência de alta velocidade (CAV) (Hackett et al., 2018; Schoenfeld et al., 2015).

Contudo, algumas considerações metodológicas, dos estudos incluídos nas revisões referidas

anteriormente, podem ter influenciado o resultado dos mesmos, nomeadamente o método de

avaliação da HM, o sexo e a idade cronológica dos participantes nos estudos.

Existem dois métodos para se realizar a avaliação da HM, macroscópicos e microscópios

(Haun et al., 2019). Dentro dos métodos macroscópicos temos a Imagem de Ultrassom (IUS),

que avalia a espessura muscular, a Tomografia Computadorizada Quantitativa Periférica de

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Alta Resolução (TCQP) e Imagem de Ressonância Magnética (IRM) para a avaliação da Área

de Secção Transversa (AST) e também a Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia (DEXA)

para a avaliação da massa corporal magra. A HM também pode ser avaliada usando um

método de avaliação microscópica que envolve a recolha de amostras de biópsia muscular.

Este método microscópico poderá providenciar informações sobre os efeitos de uma

determinada intervenção em diferentes tipos de fibras musculares. A principal vantagem dos

métodos macroscópicos é sua alta confiabilidade (Haun et al., 2019). Nenhuma avaliação está

livre de limitações. A IUS depende da habilidade do avaliador, a TCQP expõem os

participantes a radiação e a avaliação através da IRM é extremamente dispendiosa (Haun et

al., 2019). A avaliação microscópica é uma avaliação muito sensível. A principal dificuldade

ao realizar uma biópsia, é que esta deverá ser feita no mesmo local do músculo, sendo esta

exatidão, algo extremamente difícil de ser alcançável (Haun et al., 2019).

Tendo em conta o método macroscópico de avaliação da HM, a IRM e a TCQP, são

consideradas como os métodos Gold Standard (Ahtiainen et al., 2009), seguidos dos métodos

DEXA (Kim, Wang et al., 2018) e IUS (Ahtiainen et al., 2009). Na revisão de (Schoenfeld et

al., 2015) foram incluídos trabalhos que avaliam a HM através de biopsia muscular e não do

músculo todo em si, podendo variar tendo em conta o local de recolha entre momentos. Desta

forma, a biópsia possui problemas de confiabilidade na avaliação da HM (Haun et al., 2019),

de modo que nesta revisão sistemática apenas foram considerados os trabalhos que

utilizassem métodos macroscópicos.

Em relação ao sexo dos participantes dos estudos incluídos nas revisões de literatura de

Hackett et al., (2018) e Schoenfeld et al., (2015), ambas incluíam estudos que possuíam

participantes de ambos os sexos, o que poderá comprometer os resultados finais (Ivey et al.,

2000) e consequentemente levar a que sejam retiradas conclusões enviesadas.

Por fim, em relação à idade cronológica dos estudos incluídos nas revisões de literatura de

Hackett et al., (2018) e Schoenfeld et al., (2015), em ambas foram incluídas populações muito

dispares, desde jovens (>18-65 anos) e idosas (>65 anos), o que pode, tal como os sexo,

interferir com os resultados e criar conclusões e recomendações enviesadas (Ivey et al., 2000;

Welle et al., 1996).

A capacidade de executar as repetições com uma CBV ou CAV poderá ser intencional ou não

intencional. Isto é, o indivíduo poderá escolher realizar o exercício a uma CBV de forma

intencional, ou seja, escolhendo mover a carga externa a uma determinada velocidade pré-

estabelecida, mesmo sendo capaz de a mover a uma maior ou menor velocidade. No entanto,

a velocidade de execução do movimento também poderá ser não intencional, caso o indivíduo

execute o exercício com uma quantidade elevada da carga externa (Pareja-Blanco et al.,

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2017) ou este encontrar-se perto da falha muscular momentânea (FMM) (Ratamess et al.,

2009).

Parecem existir 3 fatores primários para que a resposta hipertrófica se inicie: Tensão

Mecânica, Stress Metabólico e Danos Musculares (Schoenfeld, 2010).

A evidência científica parece indicar que os mecanossensores são sensíveis à aplicação de

carga e duração do estímulo e esses estímulos parecem ativar a sinalização intracelular que

cronicamente poderá causa HM (Schoenfeld, 2016).

Consequentemente, vários investigadores propõem que a tensão mecânica é um dos

mecanismos que parece induzir a sinalização intracelular da resposta hipertrófica ao TR (Fry,

2004; Goldberg et al., 1975).

Num trabalho de (Schoenfeld et al., 2014), foram recrutados 20 jovens, do sexo masculino,

com experiência no TR , e divididos em 2 grupos de treino, Strength Training (ST) e

Hypertrophy Training (HT), onde o VT (repetições x carga, neste trabalho em específico) era

equalizado. Os exercícios realizados eram os mesmos em ambos os grupos (Incline Barbell

Press, Flat Barbell Press, Hammer Strength Chest Press, Wide-Grip Lat Pulldown, Close-Grip

Lat Pulldown, Seated Cable Row, Barbell Back Squat, Machine Leg Press e Machine Leg

Extension), realizavam as suas séries até à FMM e treinaram 3 vezes por semana (em dias

não consecutivos) durante 8 semanas consecutivas. As variáveis distinguiam-se em: na %

1RM utilizada; no número de repetições (2-4RM vs 8-12RM, ST e HT, respetivamente); no

tempo de descanso entre séries (180 segundos vs 90 segundos, ST e HT, respetivamente);

e no número de séries (7 vs 3 séries, ST e HT, respetivamente). Foi avaliada a HM do músculo

Bicípite Braquial com recurso à IUS (Bodymetrix Pro System; Intelametrix Inc., Livermore, CA,

USA). Após 8 semanas não foram encontradas diferenças significativas entre grupos (12,6%

vs 12,7%, grupo HT e ST, respetivamente). O grupo ST, apesar de ter obtido menores tempos

sob tensão (TST), induziu uma HM semelhante no músculo bicípite braquial (Schoenfeld et

al., 2014). Este trabalho parece sustentar que tensão mecânica poderá ter um papel

importante na HM.

Outro fator proposto que parece ter alguma relevância na indução do anabolismo é o stress

metabólico (Mccully et al., 2015; Schott et al., 1995; Smith & Rutherford, 1995). O stress

metabólico é definido como pelo acumulo de metabólitos induzidos pelo exercício físico, tais

como lactato, fosfatos inorgânicos, catiões hidrogénio e radicais livres de oxigénio (Suga et

al., 2009; P. Tesch, 1986). Parece que o acúmulo do conjunto de metabólitos, anteriormente

referidos, poderá ter um impacto superior na HM comparativamente ao seu impacto no

desenvolvimento de FM (Shinohara et al., 1998), embora o tema não seja consensual (Follan

et al., 2002). Este mecanismo parece ser maximizado em exercícios que envolvam em grande

magnitude o sistema anaeróbio lático na produção de energia. Este sistema é predominante

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em atividades com duração entre os 15 a 120 segundos, causando um acúmulo dos tais

metabólitos que poderão causar uma fadiga periférica (Robbins et al,, 2010). A realização de

AI dos extensores do joelho com uma intensidade de 70% da contração voluntária máxima,

num equipamento isocinético, parece indicar que esforços contínuos promovem níveis mais

elevados de stress metabólico comparativamente a esforços intermitentes, com o TST e

volumes totais (VT) equalizados (Schott et al., 1995), podendo indicar que níveis superiores

de stress metabólico poderão levar a uma resposta hipertrófica superior nos músculos

extensores dos joelhos (EJ) (Schott et al., 1995).

A realização da extensão do joelho no equipamento knee extension (Galaxy Sport, Germany)

a uma baixa intensidade (30% 1RM), por idosos do sexo masculino e feminino sem

experiência no treino contra resistência (TR), duas vezes por semana, durante 12 semanas,

a uma CBV de execução e durante TST elevados, parece induzir níveis superiores de stress

metabólico comparativamente à execução do mesmo exercício à mesma intensidade, mas a

CRV e durante TST menores, no qual parece induzir uma resposta hipertrófica

significativamente superior, avaliada através de IRM (AIRIS mate; Hitachi Medical, Tokyo,

Japan) nos músculos extensores de joelho (Watanabe et al., 2013), mesmo com o VT sendo

equalizado (Watanabe et al., 2013). No entanto, estes resultados parecem não se manifestar

em jovens do sexo masculino sem experiência no TR, na HM dos músculos extensores de

joelho (avaliada através de imagem de ressonância magnética, (AIRIS mate; Hitachi Medical,

Tokyo, Japan), quando comparadas a utilização de intensidades de carga de 50% versus 80%

1RM e com cadências de execução de 3:1:3:0 e 1:0:1:0, respetivamente, mesmo com o VT

equalizado (séries x repetições) na realização do movimento articular de extensão de joelho

em aparelho de musculação (Tanimoto & Ishii, 2006).

A prática de exercício físico que provoque alterações na homeostasia do corpo do praticante

poderá provocar danos no sistema musculoesquelético (Ebbeling & Clarkson, 1989, 2002).

Esse dano, é definido como “Dano Muscular” ou “Micro-Traumas”, e estes podem ser

específicos para algumas macromoléculas do tecido ou causar grandes danos no sarcolema,

na lamina basal, no tecido conjuntivo e nos elementos contráteis do citoesqueleto (Vierck et

al., 2000). A magnitude dos danos musculares depende de diversos fatores, sendo

influenciada por variáveis como o tipo de treino, a intensidade, o nível de treino do indivíduo,

o tempo de duração total da atividade (Malm, 2001).

Parece que a magnitude do dano muscular é influenciada pelo tipo de ação articular realizada.

Todas as ações articulares poderão causar dano muscular, no entanto, a evidência parece

apontar que as AE são as causadoras de maior quantidade de danos musculares (Gibala et

al., 1995). A realização de AE dos flexores do cotovelo por parte de indivíduos do sexo

masculino sem experiência no TR na máquina isocinética (Cybex 6000, Ronkonkoma, NY,

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U.S.A.), a CAV de execução (210º·s-1), parece induzir valores de dano muscular superiores

(Newton & Sacco, 2006) comparativamente a realizar o mesmo movimento a uma CBV (30º·s-

1), com o TST equalizado, o que poderá levar a uma resposta hipertrófica superior

(Schoenfeld, 2016).

Uma variável que tem vindo a ganhar notoriedade é o TST. Ainda não parece haver um

consenso na literatura científica sobre o efeito desta variável na HM. (Burd et al., 2012)

comparou a realização do movimento de extensão do joelho num equipamento de musculação

Leg extension por parte de indivíduos do sexo masculino com experiência no TR. Os

participantes realizaram 3 séries do exercício de forma unilateral com 30% 1RM até à falha

muscular momentânea, um membro realizou o exercício a uma cadência 6:0:6:0 (6 segundos

de AC, 0 segundos de AI, 6 segundos de AE, 0 segundos de AI) e o outro com a cadência

1:0:1:0 (1 segundos de AC, 0 segundos de AI, 1 segundos de AAE, 0 segundos de AI) (Burd

et al., 2012). Foi verificado que a resposta da síntese proteica miofibrilar do músculo Vasto

Lateral, 24 e 36 horas após sessão de exercícios foi superior na perna com CBV e maiores

TST, e hipoteticamente poderá cronicamente levar a maiores adaptações a nível da HM

(Tipton & Wolfe, 2001). De realçar que, não sabemos se os indivíduos de facto atingiram a

falha muscular momentânea, ou se devido à acidose muscular promovida pelos altos TST

interromperam a execução do exercício antes que a falha muscular momentânea fosse

alcançada. No entanto, estes resultados não vão de encontro aos resultados encontrados por

(Mitchell et al., 2014), que realizou uma intervenção de 16 semanas de TR em indivíduos do

sexo masculino sem experiência no TR (Mitchell et al., 2014), onde não foi verificada uma

relação entre maiores níveis de síntese proteica miofibrilar agudas (até 6h pós treino) e

maiores ganhos de hipertrofia muscular. De realçar que no trabalho de (Mitchell et al., 2014)

foram utilizados dois padrões de avaliação da HM gold standard, IRM (Mitsiopoulos et al.,

2018) para avaliar a AST do Quadricipite Femoral e a DEXA (Kim et al., 2018) para avaliar a

massa gorda e massa magra do corpo total e que em ambas as pesquisas foi fornecido aos

participantes um suplemento proteico.

Após esta breve reflexão, é possível afirmar que ainda não existe uma evidência científica

robusta e sustentada sobre qual o efeito que diferentes cadências de execução das repetições

e se o TST por repetição e série têm na HM. Como tal, torna-se pertinente efetuar uma revisão

sistemática que tente esclarecer o efeito destas variáveis na HM de indivíduos do sexo

masculino.

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Materiais e Métodos

Questão e Protocolo

Foi realizado um estudo de revisão sistemática com o objetivo de abordar a seguinte questão:

Será que a velocidade de execução e o tempo de duração das repetições no TR tem influência

na resposta hipertrófica muscular em indivíduos do sexo masculino.

Para a construção do presente estudo, foi utilizado como modelo as diretrizes dos principais

itens para relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises, o sistema PRISMA (Liberati et al.,

2009).

Critérios de Elegibilidade e Estratégia de Pesquisa

De forma que os critérios fossem de encontro da declaração do PRISMA, 3 avaliadores

realizaram, de forma independente, a leitura e análise de artigos publicados, apenas na língua

anglo-saxónica, até 15 de Março de 2020. A procura artigos foi realizada nas bases de dados

Web of Science, Scopus e Pubmed. Os revisores utilizaram as seguintes palavras chave na

seguinte sequência: “Resistance Training” OR “Resistance Exercise” AND “Slow Movement”

OR “Fast Movement” OR “Velocity” OR “Cadence” AND “Muscle Size” OR “Muscle

Hypertrophy” OR “Cross Sectional Area” AND “Repetition”.

No Pubmed após a pesquisa avançada desta específica combinação de palavras chave, foi

utilizado um filtro de procura avançado: “Ages: adult (19+years)” + “Species: humans” + “Sex:

male” + “Language: “english”.

Já na base de dados Scopus após a pesquisa avançada das palavras chave foram incluídas

apenas as áreas de estudo “Medicine (735)” e “Health Professions (577)”, sendo excluídas as

restantes áreas disponibilizadas: “Physics and Astronomy (1)” + “Materials Science (1)” +

“Materials Science (1)” + “Dentistry (1)” + “Business, Management and Accounting (1)” + “Arts

and Humanities (1)” + “Computer Science (2)” + “Chemistry (2)” + “Pharmacology, Toxicology

and Pharmaceutics (3)” + “Immunology and Microbiology (3)” + “Environmental Science (3)” +

“Chemical Engineering (4)” + “Phychology (10)” + “Engineering (10” + “Multidisciplinary (14)”

+ “Social Sciences (25)” + Agricultural and Biological Sciences (26)” + “Neuroscience (35)” +

“Nursing (55)” + Biochemistry, Genetics and Molecular Biology (271)”. De seguida, foi utilizado

um filtro de procura avançado: “Document type: article” + “Publication Stage: Final” +

“Language: English” + “Source Type: Journals”.

Na base Web of Science, após a pesquisa avançada das palavras chave foi realizado um filtro

de procura avançado: “Type Docu: Article” + “Language: English” + “Category: Sports

Science”.

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Seleção, Extração de Dados, Síntese de Dados, Avaliação da Qualidade

O processo de seleção dos artigos deu-se a partir de uma sequência de passos:

1. Análise baseada nos títulos e resumos dos artigos nas bases de dados mencionadas;

2. Importação dos estudos identificados para o software ZOTERO;

3. Eliminação dos estudos duplicados intra e inter bases de dados;

4. Identificação das pesquisas que possivelmente cumpram com os critérios do objeto de

estudo, através da leitura dos títulos e resumos, o que levou à exclusão dos trabalhos

que não se encaixavam com o objetivo da pesquisa;

5. No final, foi realizada a leitura na integra dos artigos por 2 autores de forma a reduzir

o viés de análise, e caso tivesse sido necessário, teria sido recorrido a outro autor,

medida que não foi necessária. Esta leitura e análise permitiu a aplicação dos critérios

de inclusão, exclusão e elegibilidade, atendendo os critérios da escala Downs and

Black (Downs & Black, 1998).

Foram adotadas como critérios de inclusão e exclusão as seguintes condicionantes:

A pesquisa necessitava de ter um delineamento de estudo com característica das pesquisas

como ensaios clínicos randomizados, de forma longitudinal, com os seus resultados

publicados na língua anglo-saxónica, sem qualquer tipo de corte temporal, em indivíduos do

sexo masculino, com idade ≥18 anos, onde não pudessem ter sofrido qualquer tipo de

intervenção cirúrgica ou possuir qualquer tipo de lesão musculoesquelética, com intervenções

com duração de pelo menos 4 semanas e em que fossem medida a EM e/ou área de secção

transversa do músculo (AST) e/ou Massa Magra Isente de Gordura (MMIG) fosse medida de

forma direta.

De realçar que foram excluídos da amostra final os arquivos de literatura cinzenta como:

(1) arquivos indisponíveis nas bases de dados utilizadas; (2) capítulos de livros, dissertações

e teses; (3) palestras e resumos de congressos (Hopewell et al., 2007). As buscas foram

realizadas entre os meses março e abril de 2020.

O fluxograma (ver fig.1), apresenta os processos de inclusão dos estudos na revisão

sistemática, da identificação nas bases de dados até à seleção final dos estudos.

Após aplicadas as estratégias iniciais de procura foram encontrados inicialmente 2926

estudos com potencial de inclusão. Após o processo de triagem dos duplicados e elegibilidade

através do título e resumo dos estudos inicial foram obtidos 2662 estudos elegíveis para a

análise e após a leitura integral dos estudos foram selecionados 14, 8 foram excluídos nesta

Page 19: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

8

fase devido ao facto de não atenderem aos critérios de elegibilidade. Para a realização desta

revisão foram incluídos no final 6 estudos (Figura 1).

Page 20: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

9

Artigos identificados por meio da

busca nos bancos de dados

(N=2,926)

PUBMED (N=600), SCOPUS

(N=593), WEB OF SCIENCE

(N=1733)

Tri

ag

em

In

clu

o

Iden

tifi

cação

Artigos adicionais

identificados através de

outras fontes

(n = 0)

Artigos após duplicação removida

(n = 2,662)

Artigos selecionados

(n = 2,662)

Artigos excluídos pelo título e

resumo porque não atendem

aos critérios de elegibilidade

(N=2,648)

Artigos de texto completo

avaliados para elegibilidade

(n = 14)

Artigos de texto completo

excluídos por incluírem

mulheres

(n = 8)

Estudos incluídos na síntese

qualitativa

(n = 6)

Estudos incluídos na síntese

quantitativa (metanálise)

(n = 6)

Figura 1: PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) Fluxograma da Pesquisa da Literatura

Page 21: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

10

A qualidade metodológica dos estudos revistos foi avaliada de forma independente por três

revisores, utilizando uma lista de verificação com vários 28 critérios (onde foram apenas

considerados 27) de acordo com a escala Downs and Black (Downs & Black, 1998).

Tabela 1: Síntese da Qualidade de Evidência dos Artigos Selecionados na Revisão

Sistemática

PONTUAÇÃO DO ESTUDOS

Tim N. Shepstone et

al. (2005)

20

Michiya Tanimoto et

al. (2006)

20

Michiya Tanimoto et

al. (2008)

19

W. Nogueira et al.

(2008)

12

S. Usui et al. (2015) 18

Ünlü Gürcan et al.

(2019)

17

Revisão Sistemática

Resultados

Ao longo da próxima secção será apresentada uma análise minuciosa dos 6 estudos que

responderão de forma positiva a todos os parâmetros de inclusão para a realização desta

Revisão Sistemática e posteriormente as conclusões que os mesmos oferecem sobre o efeito

da velocidade de execução na HM em indivíduos do sexo masculino sem experiência no TR.

Page 22: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

11

Tabela 2: Avaliação da Hipertrofia Muscular em Indivíduos do Sexo Masculino

ESTUDOS Grupos Sexo Idade

(anos)

Experiência

de Treino

Intervenção de

treino

Duração

(sm)

Frequência

(d/sm)

Cadência Método e

Músculo

Avaliado

Ünlü Gürcan

et al. (2019)

FE

(n=6)

FC

(n=7)

SE

(n=7)

SC

(n=7)

CE

(n=7)

CON

(n=7)

H

20.5±1.9

20,1±1,4

21,6±0,5

22,4±1,5

20,9±2,3

21,3±2,4

Não

treinados

3ss de 8-10r,

100-115%1RM,

até FMM, EJ

(Matrix, G3-

S71, Italy)

3ss de 8-10r,

80-85%1RM,

até FMM, EJ

(Matrix, G3-

S71, Italy)

3ss de 6-8r, 80-

85%1RM, até

FMM, EJ

(Matrix, G3-

S71, Italy)

3ss de 6-8r, 50-

60%1RM, até

FMM, EJ

(Matrix, G3-

S71, Italy)

3ss de 8-10r,

65-70%1RM,

até FMM, EJ

(Matrix, G3-

S71, Italy)

12

3

180º s-1 AE

180º s-1 AC

30º s-1 AE

30º s-1 AC

180º s-1

AC+AE

Sem

Intervenção

IRM: QF

RAV1

(n=8)

19,5±0,5

3ss de 8RM,

60s de

descanso,

80%1RM,

EJ (não

específica a

marca)

1AC,

1AE

Page 23: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

12

Michiya

Tanimoto et

al. (2006)

RBV

(n=8)

RAV2

(n=8)

H

19,0±0,6

19,8±0,7

Não

treinados

3ss de 8RM,

60s de

descanso,

50%1RM, EJ

(não específica

a marca)

50%1RM

3ss de 8RM,

60s de

descanso, EJ

(não específica

a marca)

12

3

3AC,

1AI,

3AE

1AC,

1AE

IRM: QF

W. Nogueira

et al. (2008)

RAV

(n=11)

RBV

(n=9)

H

66,64±5,68

66,33±4,53

Não

treinados

3ss de 8-10r,

90s descanso

1-2 sessões:

40%1RM

3-4 sessões:

50%1RM

5-20 sessões:

60%1RM

HLP, EJ, FJ,

CP, RS, EC, FC

(Technogym ® ,

Biomedical line,

Gambettola,

Italy)

10

2

AC

explosiva,

2-3AE

2-3AC,

2-3AE

IUS: EJ

Michiya

Tanimoto et

al. (2008)

RAV

(n=12)

RBV

(n=12)

H

19,5±0,5

19,0±0,6

Não

treinados

3ss de 8RM,

60s descanso e

180s descanso

entre exs, ~80-

90%1RM

AGA (Cybex

Corp. USA),

CP, FT, ET

(Nautilus Corp.

USA), LP

(Senoh Corp.

Japan)

13

2

1AC,

1AE

IUS:

PM, PAB,

PPB, ABD,

SEC, PAC,

PPC

e

Page 24: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

13

CON

(n=12)

19,8±0,7

3ss de 8RM,

60s descanso e

180s descanso

entre exs, ~55-

60%1RM,

AGA (Cybex

Corp. USA),

CP, FT, ET

(Nautilus Corp.

USA), LP

(Senoh Corp.

Japan)

3AC,

1AI,

3AE

Sem

intervenção

DEXA

S. Usui et al.

(2015)

RAV

(n=7)

RBV

(n=9)

H

22,5±0,5

22,2±2,1

Não

treinados

3ss de 10r,

50%1RM,

AGAL

8

3

1AC,

1AE

3AC,

1AI,

3AE

IUS

RF, VI, VL e

VM

Tim N.

Shepstone

et al. (2005)

RAV

(n=12)

RBV

(n=12)

H

23,8±3,4

Não

treinados

1ª semana: 1 ss

de 10r

2ª semana: 2ss

de 10r

3ª semana: 3ss

de 10r

4ª-8ª semana:

4ss de 10r

180s descanso

FC (Biodex-

System 3,

Biodex Medical

Systems,

Shirley, NY)

8

3

3,66 rad/s

AE

0,35 rad/s

AE

pCQT

scans: FCX

RAV: Repetições a Alta Velocidade; RBV: Repetições a Baixa Velocidade; CON: Controlo; H: Homens; SS: Séries; RM: Repetição Máxima; R:

Repetições; S: Segundos; SM: Semanas; D/MS: Dias por Semana; AC: Ação Concêntrica; AE: Ação Excêntrica; AI: Ação Isométrica; IRM:

Imagem de Ressonância Magnética; IUS: Imagem de Ultrassom; pCQP: Tomografia Computadorizada Quantitativa Periférica de Alta

Resolução; DEXA: Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia; CP: Chest Press; LP: Lat Pulldown; LP: Leg Press; RS: Remada Sentado; EJ:

Extensão de Joelho; FJ: Flexão de Joelho; FC: Flexão do Cotovelo; ET: Extensão do Tronco; FT: Flexão do Tronco; AGAL: Agachamento Livre:

HLP: Horizontal Leg Press; RF: Reto Femoral; VI: Vasto Intermédio; VL: Vasto Lateral; VM: Vasto Medial; PM: Peitoral Maior; PAB: Parte

Anterior do Braço; PPB: Parte Posterior do Braço; ABD: Abdominal; SEC: Subescapular; PAC: Parte Anterior da Coxa; PPC: Parte Posterior da

Coxa; BB: Bicipite Braquial; FCX: Flexores do Cotovelo; QF: Quadricipite Femoral; FMM: Falha Muscular Momentânea.

Page 25: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

14

Análise dos Resultados

(Nogueira et al., 2008) recrutou 24 indivíduos (onde apenas 20 terminaram a intervenção e

foram considerados e incluídos na análise estatística) idosos (onde o espectro de idades

variava entre os 60 e 76 anos) do sexo masculino sem experiência no TR (Nogueira et al.,

2008). Os indivíduos foram divididos de forma randomizada em 2 grupos de treino. A

intervenção teve uma duração de 10 semanas, onde as duas primeiras foram usadas para

que cada grupo ficasse familiarizado com as respetivas rotinas de treino, tendo cada grupo

realizado 20 sessões de treino. O grupo TRT era constituído por 11 participantes (66,64±5,68

anos) e o TRT por 9 (66,33±4,53 anos), todas as sessões de treino foram supervisionadas

por um técnico qualificado. O grupo PT realizou as suas repetições com uma CAV e o grupo

TRT com CBV, com as seguintes cadências: AC o mais rápido possível e 2-3 segundos de

AE vs 2-3 segundos de AC e 2-3 segundos de AE, respetivamente. Foram avaliados os

músculos Bicipite Braquial e Reto Femoral, do membro dominante, com recurso à IUS (HDI

5000, Philips, New York, NY, USA), não sendo especificado em que regiões dos mesmos

músculos. Após 8 semanas de intervenção, o grupo PT (11,3%, p<0,05) obteve aumentos

significativos na EM do Reto Femoral pós intervenção, ao contrário do grupo TRT, que obteve

aumentos pós intervenção (5,5%, p<0,05), mas não significativos. No entanto, não existiram

diferenças significativas entre grupos (ANCOVA, p>0,05). Ambos os grupos obtiveram

aumentos significativos na AST pós intervenção nos músculos flexores do cotovelo (FC)

(14,3%, p<0,05 vs 6,7%, p<0,05, PT e TRT, respetivamente), sendo obtidas diferenças

significativas entre grupos (ANCOVA, p>0,05), onde a resposta favoreceu o grupo PT.

(Nogueira et al., 2008), observou que a realização de CAV de execução (AC o mais rápido

possível e 2-3 segundos de AE) e menores TST nas repetições (~2-4 segundos) e séries (~16-

24 segundos) favoreceu o aumento EM, avaliada com recurso à IUS, em maior magnitude

nos músculos Reto Femoral e Bicípite Braquial, em indivíduos idosos do sexo masculino, sem

experiência no TR, em relação ao mesmo programa de exercícios realizado com CBV (2-3

segundos de AC e 2-3 segundos de AE) e menores TST das repetições (4-6 segundos) e

séries (32-60 segundos).

Tanimoto et al., 2008 procurou investigar os efeitos de diferentes cadências (3:1:3:0 vs

1:0:1:0) durante o TR nas adaptações musculares crónicas, entre as quais a EM e MMIG, em

36 indivíduos jovens, do sexo masculino, sem experiência no TR. Não é explicitamente

mencionado se as sessões de treino foram supervisionadas por um profissional de exercício

físico ou não, no entanto, ao consultarmos o anexo “Resistance Training Regimens”, é nos

dado a entender que as mesmas eram supervisionadas, uma vez que é mencionado que a

Page 26: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

15

intensidade de treino era ajustada em todas as sessões de forma a que correspondesse ao

8RM real. Foi utilizado método IUS (SSD-500; Aloka, Japan) para avaliar a EM e a espessura

da gordura subcutânea, onde foram avaliados 6 partes corporais: Peitoral Maior (a 8,

diretamente acima do mamilo), Porção Anterior (60% distalmente entre a zona lateral do

epicôndilo do úmero e o processo acromial da omoplata) e Posterior do Braço (60%

distalmente entre a zona lateral do epicôndilo do úmero e o processo acromial da omoplata),

Reto Abdominal (a 2-3cm do lado direito do umbigo), Parte Subescapular (a 5cm diretamente

abaixo do ângulo inferior da omoplata), Porção Anterior (na zona medial entre o a parte lateral

do côndilo do fémur e o grande trocânter) e Posterior da Coxa (na zona medial entre o a parte

lateral do côndilo do fémur e o grande trocânter). Também foi utilizado o método avaliativo

DEXA (Hologic QDR-4500A scanner; Hologic, USA) para avaliar a massa magra isenta de

gordura (MMIG) (massa corporal – massa óssea – massa gorda). Após as 13 semanas de

intervenção a avaliação através do recurso à IUS demostrou que o grupo LST (+6,8±3.4%, p

<0.05) e HN (+9.1±4.2%, p <0.05), obtiveram aumentos significativos na espessura muscular

(somando todas as medidas). O grupo CON (+1.3±2.2%, p <0.05) não obteve aumentos

significativos no pós-intervenção na espessura muscular. Não foram identificadas diferenças

significativas entre os grupos de treino (LST vs HN, p <0.05) na espessura muscular, mas

foram identificadas diferenças significativas entre o LST vs CON (p <0.05) e HN vs CON (p

<0.05). Foi verificado que ambos os grupos de treino aumentaram significativamente a

espessura muscular em todos os pontos medidos (p <0.05), exceto na porção anterior do

braço após a intervenção. Não existiram aumentos significativos da espessura muscular em

nenhum dos pontos medidos no grupo CON (p <0.05). Os aumentos da espessura muscular

em todas os pontos medidos (exceto na porção anterior do braço) nos grupos LST e HN foram

significativamente superiores comparativamente ao grupo CON (p <0.05), no entanto, não

existiram diferenças significativas entre os grupos de treino (p <0.05), LST vs HN em nenhuma

dos pontos medidos. Nas medições da MMIG realizadas com recurso à DEXA foram

identificados aumentos da significativos em todos os grupos, LST (1.4±1.4 kg, p <0.05), HN

(1.8±1.3 kg, p <0.05) e CON (0.6±0.7kg, p <0.05). As alterações nos grupos LST e HN foram

significativamente superiores às do grupo CON (p <0.05), não sendo encontradas diferenças

significativas entre os grupos LST vs HN (p <0.05). Segundo o trabalho de (Tanimoto et al.,

2008), em jovens do sexo masculino sem experiência no TR, nesta rotina de treino específica,

com estes métodos de avaliação (IUS e DEXA), com estas intensidades (~55-60% 1RM vs

~80-90% 1RM), mesmo esforço (FMM), velocidades de execução distintas (3:1:3:0 vs 1:0:1:0),

TST por repetição distintos (7 segundos vs 2 segundos) e TST por séries distintos (56

segundos vs 16 segundos) parecem não existir diferenças significativas na EM após 13

semanas de intervenção.

Page 27: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

16

Shepstone et al., 2005 recrutaram 12 indivíduos jovens (23.8±2.4 anos) do sexo masculino

que não estivessem estado envolvidos em qualquer tipo de TR nos 6 meses anteriores, com

o objetivo de comparar o efeito de diferentes cadências (RBV: 0,35 rad/s, n=12 vs RAV: 3,66

rad/s, n=12) na AE, no aumento da AST dos músculos FC, medido da linha média do Bicipite

Braquial, das áreas antecubital até à axila. Os 12 jovens realizaram as duas intervenções,

sendo que um membro, executada as repetições com CAV e o membro contralateral realizava

as repetições com CBV. A seleção do membro que executava as RAV e RBV foi sorteada de

forma randomizada. Uma semana antes do início do programa de treino foi realizada uma

sessão de familiarização do mesmo. O programa de treino consistia na execução da AE de

Flexão do Cotovelo numa máquina isocinética, duas vezes por semana, durante um período

total de 8 semanas, em que todas as sessões de treino eram supervisionadas por um

profissional qualificado. No total foram realizadas 24 sessões de treino, com uma participação

de 100% de todos os sujeitos. Ambas as intervenções de treino obtiveram aumentos

significativos na AST dos FC pós intervenção (p <0,01), não sendo encontradas diferenças

significativas entre intervenções, no entanto, existiu uma forte tendência (P = 0,06) em relação

ao membro que executou a AE com maior velocidade (RAV, 3,66 rad/s) comparativamente ao

membro que executou as AE a uma menor velocidade (RBV: 0,35 rad/s). O trabalho de

(Shepstone et al., 2005) parece indicar que a realização AE a uma velocidade elevada, 3,66

rad/s, após 8 semanas de intervenção, parecem induzir aumentos na AST dos músculos FC

superiores, em jovens do sexo masculino que não estiveram envolvidos em qualquer tipo de

TR nos 6 meses anteriores, comparativamente à execução do mesmo protocolo de treino, em

que a AE da FC, nesta máquina isocinética em específico, realizada a 0,35 rad/s.

Tanimoto & Ishii, 2006 investigaram o efeito de diferentes cadências (3:1:3:0 vs 1:0:1:0), no

aumento da AST dos músculos EJ da coxa esquerda, avaliado com recurso a IRM (AIRIS

mate; Hitachi Medical), onde as imagens foram tiradas com um intervalo de 0 mm, da

articulação do joelho até à cabeça do fémur, após 12 semanas de um programa de TR em

jovens do sexo masculino sem experiência no TR. Para esse efeito foram recrutados 24

sujeitos, que foram submetidos posteriormente a um programa de treino que consistia na

execução da EJ bilateral numa máquina de EJ (não é referido a marca), da angulação de 90º

na articulação femoro-tibial (posição inicial) até 0º de flexão (posição final), não sendo, no

entanto, referida a angulação a que a articulação da articulação coxo-femoral se encontrava.

Os grupos LST (5,4+3,7%, P <0,05) e HN (4,3+2,1%, P <0,05) aumentaram significativamente

a AST dos EJ da coxa esquerda comparativamente à avaliação pré-intervenção, não sendo

encontradas diferenças significativas no grupo LN. Os resultados dos grupos LST e HN foram

significativamente superiores comparativamente com o grupo LN, não sendo encontradas

diferenças significativas na AST dos EJ da coxa esquerda entre os grupos LST e HN (p <0,05).

Page 28: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

17

De acordo com o trabalho de (Tanimoto & Ishii, 2006), em jovens do sexo masculino sem

experiência no TR, nesta rotina de treino específica, parecem não existir diferenças

significativas na AST dos EJ da coxa esquerda, avaliado com recurso à IRM, entre a execução

das CBV (3:1:3:0) vs CAV (1:0:1:0), e consequentemente maiores TST por repetição (7

segundos) e séries (56 segundos) vs menores TST por repetição (2 segundos) e séries (16

segundos), quando as séries são levadas até ao ponto da FMM.

(Usui et al., 2016) investigaram o efeito da execução de diferentes cadências (3:0:3:0 vs

1:0:1:0) do exercício agachamento livre com barra na EM dos 4 músculos que compõe o grupo

muscular Quadricípite Femoral da coxa direita, com recurso a IUS (Prosound α6; Aloka,

Tokyo, Japan), onde as medidas foram realizadas a 30, 50 e 70% do Fémur (a distância entre

o Grande Trocânter até à fenda articular entre os côndilos do fêmur e da tíbia) para o músculo

Reto Femoral e Vasto Intermédio, e a 50% para o Vasto Lateral e Vasto Medial. Os 16 sujeitos

foram divididos de forma randomizada em dois grupos: LST (n=9, 22,2±2,1 anos, cadência

3:0:3:0 (3 segundos de AE, 0 segundos de AI, 3 segundos de AC, 0 segundos de AC) e 50%

1RM) e LN (n=7, 22,5±0,5 anos, cadência 1:0:1:0 (1 segundos de AE, 0 segundos de AI, 1

segundos de AC, 0 segundos de AC) e 50% 1RM). Após as 8 semanas o grupo LST obteve

aumentos significativos nos músculos Reto Femoral a 70% (+10%, p= 0,026) e Vasto

Intermédio a 50% (+6%, p=0,01) e 70% (+9%, p=0,002). No grupo LN não foram encontradas

diferenças significativas na avaliação pós intervenção em qualquer grupo muscular. Segundo

os resultados do trabalho de (Usui et al., 2016), a execução do exercício agachamento livre

com barra, por jovens do sexo masculino sem experiência no TR, nestas condições de treino

específicas, com a execução das RBV (3:0:3:0, (3 segundos de AE, 0 segundos de AI, 3

segundos de AC, 0 segundos de AI)) e consequentemente, maiores TST por repetição e por

série, parecem induzir maiores aumentos na AST dos músculos Reto Femoral e Vasto

Intermédio, comparativamente a realizar as CAV (1:0:1:0, (1 segundos de AE, 0 segundos de

AI, 1 segundos de AC, 0 segundos de AC)).

(Ünlü et al., 2019) compararam o efeito da realização do movimento articular de EJ, a

diferentes cadências (180º s-1 vs 30º s-1), na execução de AC, AE e AC+AE, numa máquina

de musculação de EJ (Matrix, G3-S71, Johnson Health Tech, Cottage Grove, WI), após 12

semanas na AST dos EJ, com recurso à IRM (1.5-Tesla MRI System, Siemens Avanto,

Erlangen, Germany), onde as imagens foram obtidas desde do Grande Trocânter até à

extremidade proximal da rótula (não sendo especificado em que membro). Os jovens foram

divididos em 6 grupos de forma randomizada, onde inicialmente ficaram 7 sujeitos em cada

grupo, mas no grupo FE (correspondente à realização da AE a maior velocidade), 1 sujeito

abandonou a intervenção. Os sujeitos foram posicionados na máquina (Matrix, G3-S71,

Johnson Health Tech, Cottage Grove, WI), com a articulação coxo-femoral a 85° de flexão e

Page 29: UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ...

18

com a articulação tibio-femoral a 45° de flexão, sendo que esta também corresponde à

posição inicial, sendo que a final a articulação coxo-femoral não sofreu qualquer alteração e

a femoro-tibial a 0º flexão, e em que o braço de entrada da máquina foi colocado na zona

proximal aos maléolos laterais de ambas as pernas. Para os grupos SE e FE, a AE era

realizada pelos sujeitos e a AC era realizada por 2 assistentes, de forma que os sujeitos

realizassem puramente a AE. Já os grupos SC e FC, a AC era realizada pelos sujeitos e a

carga era baixada pelos 2 assistentes (sendo que todas as sessões foram supervisionadas),

de forma a que os sujeitos realizassem puramente a AC. Após 12 semanas de intervenção,

não existiram diferenças significativas na AST dos EJ de nenhum grupo (p <0,05), FE (n=6,

aumento de 4,14%, pré 2175+477 vs pós 2,265+418 cm3), FC (n=7, aumento de 7,98%, pré

2094+462 vs pós 2261+523 cm3), SE (n=7, aumento de 10,04%, pré 2081+353 vs pós

2290+251 cm3), SC (n=7, aumento de 6,14%, pré 2166+219 vs pós 2299+241 cm3), CE (n=7,

aumento de 6,82%, pré 2244+313 vs pós 2397+306 cm3), CG (n=7, aumento de 3,75%, pré

1971+295 vs pós 2046+311 cm3), nem qualquer diferença significativa entre grupos, sendo

que, a resposta favoreceu o grupo SE. Parece existir um maior efeito no aumento da AST dos

EJ quando as repetições são executadas meramente com a AE, a baixa velocidade e com

maiores TST por repetição e série comparativamente a realizar as repetições a alta velocidade

e em menores TST e com outro tipo de ação articular (SE (10.04%), FC (7.98%), CE (6.82%),

SC (6.14%), FE (4.14%), and CG (3.75%)) em jovens do sexo masculino sem experiência no

TR.

Discussão

Parecem não existir diferenças significativas no aumento da AST, EM e MMIG, em jovens do

sexo masculino sem experiência no TR, utilizando velocidades de execução elevadas e

maiores TST por repetição e série vs velocidades de execução baixas e menores TST por

repetição e série, quando as séries são realizadas até ao ponto da FMM (Shepstone et al.,

2005; Tanimoto & Ishii, 2006; Tanimoto et al., 2008; Ünlü et al., 2019).

Os resultados de (Tanimoto et al., 2008) contrastam com os de (Nogueira et al., 2008) que

encontrou diferenças significativas na espessura do músculo Bicípite Braquial (avaliado com

IUS) em idosos do sexo masculino não treinados após uma intervenção de 13 semanas de

TR com um programa de corpo inteiro (Nogueira et al., 2008). Devemos ter em conta que no

trabalho de (Nogueira et al., 2008) foi utilizado um exercício focalizado/isolado/monoarticular

para os FC, ao contrário do presente trabalho de (Tanimoto et al., 2008), o que poderá

justificar as diferenças nos trabalhos, pois parece que a realização de exercícios

focalizados/isolados/monoarticulares parece promover maiores aumentos na EM dos EC e

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FC, comparativamente com a realização de exercícios integrados/globais/multiarticulares em

jovens do sexo masculino sem experiência no TR (Brandão et al., 2020; Mannarino et al.,

2019). Apesar deste trabalho possuir uma amostra total ligeiramente superior (n=36), a

quantidade de sujeitos por grupo continua a ser baixa (n=12 nos grupos LST, LN e controlo)

o que pode influenciar os resultados (Taherdoost, 2017). Neste trabalho apenas duas

variáveis de treino foram diferenciadas, a cadência e a intensidade. Neste trabalho a

intensidade foi ajustada à velocidade de execução, isto é, o grupo LST realizou todos os

exercícios com uma cadência de 3:1:3:0 (RBV) e como tal, a intensidade da carga utilizada

nos seus exercícios terá de ser menor (~55-60% 1RM). Já o grupo HN realizou os exercícios

a uma cadência de 1:0:1:0 (RAV), como tal, faz sentido que a intensidade seja aumentada

(~80-90% 1RM). Ao contrário do trabalho de (Nogueira et al., 2008), as séries de treino no

trabalho de (Tanimoto et al., 2008) foram todas realizadas até que a FMM fosse atingida, o

que também poderá justificar a não existência de diferenças significativas entre grupos

(Lasevicius et al., 2019; Tanimoto & Ishii, 2006). Também poderá existir o efeito de as

populações nos dois estudos serem distintas, pois parece existir uma diferença significativa

entre as adaptações musculares, a nível da EM, em jovens do sexo masculino e idosos (Welle

et al., 1996). Num trabalho (Lasevicius et al., 2018) não existiram diferenças significativas na

EM dos músculos FC e EJ, avaliada com IUS (SonoAce R3, SamsungMedison, Gangwon-do,

South Korea), em jovens do sexo masculino sem experiência no TR, após 12 semanas de

intervenção, de uma rotina que consistiu em realizar 2 vezes por semana LP 45º unilateral

(não especifica a marca) e FC unilateral (não especifica se foi realizada com pesos livres ou

numa máquina), com volume equalizado (séries x repetições) e com diferentes intensidade

(20% 1RM vs 40% 1RM vs 60% 1RM vs 80% 1RM), onde todas as séries eram realizadas até

que a FMM fosse alcançada, demonstrando que o trabalho com cargas baixas poderá ter um

efeito semelhante no aumento de EM ao da utilização de cargas elevadas, desde que a FMM

presente (Lasevicius et al., 2018). No entanto, deverá ser realçado que no trabalho (Lasevicius

et al., 2018) a velocidade de execução era a mesma em todos os grupos. No entanto, parece

que caso a FMM seja atingida, tal como no trabalho de (Tanimoto et al., 2008) o foi, mesmo

usando diferentes cadências, a resposta da EM entre grupos não parece ter uma diferença

significativa, mas serão necessários futuros trabalhos com grupos a executarem diferentes

cadências e em que uns atinjam a FMM e outros não para podermos tirar melhores conclusões

sobre este tema. Deve ser realçado que os resultados poderiam ter sido distintos, caso a

intervenção tivesse uma maior duração. Devemos ter em consideração que não sabemos se

as velocidades de execução fossem outras (em ambos os grupos) se os resultados seriam os

mesmos.

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20

No trabalho de (Shepstone et al., 2005) os autores mencionam que é provável que tenha

existido um erro estatístico do Tipo II para que não fossem reportadas diferenças significativas

entre grupos na AST dos FC avaliada com PCQT em jovens do sexo masculino sem qualquer

tipo de TR nos 6 meses anteriores. Apesar da utilização de um método gold standard para

avaliar a HM, a pCQT, o número da amostra total era bastante reduzido (n=12), o que pode

ter afetado os resultados (Taherdoost, 2017). Também deverá ser realçado que esta

intervenção foi realizada numa máquina isocinética, logo estes resultados não poderão ser

extrapolados para o TR convencional, seja com pesos livres ou máquinas convencionais,

sendo que, terão pouca praticabilidade para o comum atleta recreativo e mesmo não

recreativo, devido ao difícil acesso a estes tipos de equipamentos. Além disso, não foram

criados 2 grupos de intervenção, pois os 12 indivíduos recrutados realizaram ambas as

intervenções, uma em cada membro, oque poderá ter despontado o fenómeno de Cross-

Education, podendo também ter influenciado os resultados, sendo que teria sido interessante

terem sido criado 2 grupos, com pessoas distintas, de forma a diminuir este “ruído”. Também

poderemos especular se os resultados não teriam sido distintos se a intervenção tivesse tido

uma maior duração. Apenas foram realizadas AE, logo, não é possível aferir se caso tivessem

sido executadas apenas AC ou AI, ou AE+AC, ou AC+AI, ou AE+AI se os resultados seriam

sido os mesmos.

Os resultados verificados no trabalho de Tanimoto & Ishii, 2006 vão de encontro aos de

(Tanimoto et al., 2008), em que jovens do sexo masculino sem experiência no TR que

realizaram um programa de treino de corpo inteiro, onde dois grupos utilizaram a mesma

cadência e intensidades semelhantes ao do trabalho de (Tanimoto & Ishii, 2006), sendo que

no trabalho de (Tanimoto et al., 2008), o grupo que utilizou a cadência 3:1:3:0 utilizou

intensidades ligeiramente superiores (~55-60% 1RM vs 50% 1RM). Teria sido interessante

para uma melhor análise dos resultados, devido ao desvio padrão se aproximar do valor da

média de ambos os grupos, entender o valor intra individual dos sujeitos, de forma que

melhores conclusões possam ser retiradas. Não é explicitamente mencionado se as sessões

de treino foram supervisionadas por um profissional de exercício físico ou não, no entanto, ao

consultarmos o anexo “Resistance Training Regimens”, é nos dado a entender que as

mesmas eram supervisionadas, uma vez que é mencionado que a intensidade de treino era

ajustada em todas as sessões de forma a que correspondesse ao 8RM real. Mais uma vez, a

amostra total do estudo (n=24), e dos grupos é reduzida (n=8 nos grupos LST, HN e LN), o

que poderá ter comprometido os resultados (Taherdoost, 2017). Não é mencionada a marca

e modelo da máquina de musculação utilizada, o que não permite a replicação do trabalho,

de forma a se verificar se estes resultados se repetem noutro tipo de população. Este trabalho

parece ir de encontro à hipótese de não existem diferenças significativas na HM usando baixas

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intensidades e CBV vs altas intensidade e CAV, caso a FMM seja atingida em indivíduos do

sexo masculino sem experiência no TR (Lasevicius et al., 2018), pois o grupo LN utilizou a

mesma cadência que o grupo HN (1:0:1:0), mas a mesma intensidade do grupo LST (50%

1RM) e não realizou as suas séries até à FMM, sendo o único que não obteve aumentos

significativos na AST dos EJ. No entanto, estes resultados contrastam com os resultados

encontrados por (Pereira et al., 2016), em indivíduos jovens do sexo masculino e com

experiência no TR que encontrou diferenças significativas na EM dos FC, avaliado com

recurso a IUS (Toshiba Xario (Toshiba, Tokyo, Japan)). 12 jovens realizaram um programa de

TR duas vezes por semana, com 3 séries de 8RM do exercício “Scott Curl”, durante 12

semanas consecutivas, onde um grupo realizou o exercício com cadência 1:0:1:0 (1 segundos

de AC, 0 segundos de AI, 1 segundos de AE e 0 segundos de AI) e outro 1:0:4:0 (1 segundos

de AC, 0 segundos de AI, 4 segundos de AE e 0 segundos de AI), no qual deverá ser realçado

que o grupo muscular era distinto, tal como a população e as velocidades de execução. No

entanto, neste trabalho, a execução de CBV e maiores TST durante a série demonstraram

aumentos significativos pós intervenção comparativamente ao grupo que executou as CAB e

com menores TST durante a série. Estes resultados também vão de encontro aos

encontrados por (Nogueira et al., 2008), que não encontrou diferenças significativas na EM

dos FC entre a execução das CAV vs CBV, em idosos do sexo masculino sem experiência no

TR, no entanto, a população de (Nogueira et al., 2008) era distinta de (Tanimoto & Ishii, 2006),

bem como o seu método de avaliação e o programa de treino.

A investigação de Usui et al., 2016 parece sugerir que a escolha dos exercícios terá um

impacto na região muscular que obterá maiores adaptações hipertróficas, tal como foi

verificado no trabalho de (Ema et al., 2013), que após 12 semanas da realização de um

programa de treino (3 vezes por semana, 5 séries de 8 repetições, com 80% 1RM, até ao

ponto da FMM, cadência de 2:0:2:0 (2 segundos de AC, 0 segundos de AI, 2 segundos de AE

e 0 segundos de AI) e 90 segundos de descanso entre séries), executado por 11 jovens (26±4

anos) do sexo masculino e que não tinham realizado qualquer tipo de TR da extremidade

inferior no último ano, em que foi realizado o movimento articular de EJ de forma unilateral

numa máquina EJ (Nitro S3LE, Nautilus, USA), onde a amplitude de movimento ativo durante

a execução do exercício variava entre os 110º a 20º de flexão do joelho. Foram encontradas

diferenças significativas no aumento da AST dos EJ da coxa treinada, avaliada com recurso

a IRM (Signa EXCITE 1.5T, GE Medical Systems, USA) e na EM dos EJ da coxa treinada,

avaliada com recurso a IUS (SSD-6500, ALOKA, Japan), em diferentes regiões (Proximal e

Distal) do grupo muscular Quadricípite Femoral. O músculo Reto Femoral, obteve aumentos

significativamente superiores na AST (p <0,01) e na EM (p <0,05), comparativamente aos

músculos Vasto Lateral, Vasto Medial e Vasto Intermédio. Nos músculos Vasto Lateral e Reto

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Femoral, existiram aumentos na AST significativamente superiores nos músculos Vasto

Lateral (p <0,05) e Reto Femoral (p <0,01), na região distal vs região proximal. No músculo

Vasto Medial, não existiram diferenças significativas regionais na AST e EM. No músculo

Vasto Intermédio, existiram aumentos significativamente superiores na EM (p <0,05) na região

medial vs região lateral. Uma explicação para estes resultados poderá ser o facto de que o

grupo que executou as RAV (1:0:1:0), não teve a intensidade do exercício ajustada à maior

velocidade de execução, não tendo um estímulo suficiente para que o princípio da sobrecarga

ocorresse. Também não é mencionado em momento algum se as séries foram levadas até

ao ponto da FMM, que parece ser necessária ser atingida em jovens do sexo masculino sem

experiência no TR, nos músculos FC, quando são utilizadas baixas intensidades e o objetivo

é o aumento da AST (Lasevicius et al., 2019). Deve ser realçado que não sabemos se os

resultados seriam os mesmos se outras cadências tivessem sido implementadas. Um erro

crasso neste trabalho, é que não é apresentado o desvio padrão da média de cada variável

analisada, apenas a média, logo não sabemos o quão dispersos foram os resultados, sendo

que também teria sido interessante uma avaliação intra-individual, de forma a se tivesse uma

análise mais profunda das adaptações. Maiores TST parecem estar associados a menores

níveis de oxigenação muscular periférico e aumentos dos níveis de lactato sanguíneo

(Tanimoto & Ishii, 2006), condições associadas a maiores níveis de stress metabólico, que

parece ser um mecanismo importante para que a resposta hipertrófica aconteça (Schoenfeld,

2010, 2013). Deverá ser realçado que o número de participantes total no estudo (n=16) e em

cada grupo era baixo (n=9 e n=7, LST e LN, respetivamente), o que poderá ter comprometido

os resultados (Taherdoost, 2017).

O trabalho de (Ünlü et al., 2019) possui uma metodologia confusa, uma vez que afirma que o

exercício EJ foi feito de forma convencional, mas foram atribuídas velocidades características

de equipamentos isocinéticos (180º s-1 vs 30º s-1), o que dificulta a replicação deste trabalho

noutras populações. Estes resultados contrastam com os de (Shepstone et al., 2005), que

verificou em jovens do sexo masculino sem experiência do sexo masculino, que a realização

da AE a velocidades de execução mais elevadas (3,66 rad/s vs 0,35 rad/s), em máquina

isocinética, induziam aumentos superiores na AST dos FC, o que nos pode indicar, que o

treino de membros inferiores e membros superiores, poderá de ter distinções, caso o objetivo

seja o aumento da AST. Existiu um grupo que realizou AC+AE a alta velocidade, não sabemos

se a realização das mesmas ações a baixas velocidades não teriam gerado maiores

adaptações. O grupo SE, que teve maiores aumentos na AST dos EJ, utilizou uma intensidade

elevada, velocidade lenta obteve um TST elevado, comparativamente aos restantes grupos,

o que poderá ter induzido maiores níveis de tensão mecânica e stress metabólico, dois dos

três mecânicos que parecem ser responsáveis pela indução da resposta hipertrófica

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(Schoenfeld, 2010). Apesar da amostra total (n=41) ter um número razoável, a amostra de

cada grupo era muito baixa (6 sujeitos no grupo FE e 7 sujeitos nos restantes grupos), o que

poderá ter influenciado os resultados (Taherdoost, 2017). No trabalho de (Tanimoto & Ishii,

2006) verificaram que após 13 semanas de um programa de treino que consistiu na realização

da EJ numa máquina de musculação (não sendo indicada a marca), com AE+AC, verificou

aumentos significativos na AST dos EJ da coxa esquerda, com a realização de cadências

lentas e baixa intensidade (3:1:3:0 e 50% 1RM) e cadências rápidas e elevada intensidade

(1:0:1:0 e 50% 1RM), em jovens do sexo masculino sem experiência no TR (Tanimoto & Ishii,

2006). No entanto, no trabalho de (Tanimoto & Ishii, 2006) os sujeitos realizaram uma maior

amplitude de movimento articular comparativamente ao trabalho de (Ünlü et al., 2019), sendo

que no trabalho de (Tanimoto & Ishii, 2006) os sujeitos realizaram a EJ dos 90º de flexão da

articulação femoro-tibial até 0º de flexão e no trabalho de (Ünlü et al., 2019) os sujeitos

realizaram a EJ dos 45º de flexão da articulação femoro-tibial até 0º de flexão, o que poderá

sugerir que maiores amplitudes de movimentos são necessárias para gerar aumentos

significativos na AST dos EJ. No entanto, é desconhecida a máquina de EJ utilizada por

(Tanimoto & Ishii, 2006), sendo que a forma como a máquina varia a sua resistência também

poderá influenciar os resultados finais. Deverá ser realçado que apenas foram indicados os

valores da média, sendo que teria sido interessante verificar os valores do desvio padrão da

mesma.

O único trabalho que estudou os efeitos de diferentes velocidades de execução na EM do

Reto Femoral e Bicipite Braquial, apenas encontrou diferenças significativas na avaliação do

Reto Femoral, onde a resposta favoreceu o grupo que realizou as RAV, no entanto, a

intervenção utilizou intensidade baixas e a FMM não foi atingida e a sua metodologia não

mostrava precisão nas velocidades implementadas, sendo sugeridas 2-3 segundos e não uma

cadência exata de execução (Nogueira et al., 2008). Neste trabalho não é afirmado se as

séries foram realizadas até à FMM ou perto da mesma. (Lasevicius et al., 2019) recrutaram

25 jovens do sexo masculino sem experiência no TR, onde comparou 4 rotinas de treino (80%

1RM até FMM vs 80% 1RM não atingindo a FMM vs 30% 1RM até FMM vs 30% não atingindo

a FMM), em que todas as variáveis, inclusive o VT, foram equalizadas, e todos os grupos,

exceto o grupo que treinou com “30% 1RM e não atingiu a FMM”, obtiveram aumentos

significativos na AST, avaliada nos músculos EJ com recurso à IRM ((Signa LX 9.1; GE

Healthcare, Milwaukee, WI)), sugerindo que, quando utilizadas baixas intensidades e o

objetivo é a HM (Lasevicius et al., 2019), a FMM deverá estar presente. No entanto, estes

resultados poderão ser distintos em idosos, sendo necessários mais estudos sobre esta

temática. A pequena amostra (n=20) do estudo e em ambos os grupos (n=11 e n=9, grupos

TRT e PT, respetivamente), poderá ter influenciado os resultados (Taherdoost, 2017). De

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realçar que se fosse utilizado outro método mais válido, como a IRM, o gold standard da

avaliação da HM, talvez os resultados fossem distintos. Não especificada as zonas onde a

EM foi medida nos diferentes músculos (Proximal vs Medial vs Distal), o que tem especial

importância, devido ao facto, da evidência parecer suportar que o aumento da EM é regional,

nos EJ, em jovens do sexo masculino sem experiência no TR (Mcmahon & Onambélé-

Pearson, 2013; Usui et al., 2016) e que parece que a escolha e ordem dos exercícios

realizados poderá influenciar as zonas musculares que terão maiores aumentos de EM, nos

EC, em indivíduos jovens do sexo masculino sem experiência no TR (Brandão et al., 2020),

sendo que são necessários mais trabalhos, até que o mesmo se comprove nos FC e extensão

do joelho (EJ). A amplitude de idades usadas neste estudo (60-76 anos) pode ter influenciado

os resultados. Nestas idades o processo de envelhecimento é diferenciado entre indivíduos,

sendo difícil juntar uma amostra com o mesmo nível de resposta ao exercício físico (Ivey et

al., 2000; Welle et al., 1996). Desta forma seria pertinente que os autores tivessem colocado

o valor da mediana ou uma figura onde fosse exposto as respostas individuais de cada sujeito,

pré vs pós intervenção.

Todos os estudos incluídos nesta revisão possuíam o VT equalizado, o que poderá justificar

a não existência de diferenças significativas entre diferentes velocidades de execução, uma

vez que VT parece ser uma das principais variáveis de treino a ter em conta, em diversas

populações, quando o objetivo é a HM (Krieger, 2010; Schoenfeld et al., 2018) e parece que,

quando o volume é equalizado não existem diferenças significativas na HM, em jovens do

sexo masculino com experiência no TR (Schoenfeld et al., 2014) e em jovens do sexo

masculino sem experiência no TR (Lasevicius et al., 2018), quando as séries são levadas até

ao ponto da FMM, pois quando isto não acontece, parecem existir diferenças significativas

quando são utilizadas baixas intensidades em jovens do sexo masculino sem experiência no

TR (Lasevicius et al., 2019). Com elevadas intensidades, parece já não ser necessário chegar

até ao ponto da FMM em jovens do sexo masculino sem experiência no TR (Lasevicius et al.,

2019; Nobrega et al., 2016). O que também poderá justificar a não existência de diferenças

significativas entre velocidades de execução elevadas e baixas, poderá ser o facto de que a

utilização de velocidades de execução mais elevadas voluntárias, poderão permitir a utilização

de intensidades mais elevadas, promovendo assim maiores níveis de tensão mecânica,

enquanto que menores intensidades e velocidades de execução mais baixas,

consequentemente promoverão maiores TST, o que promoverá maiores níveis de stress

metabólico, dois dos três supostos mecânicos necessários que ocorram, para que a HM

ocorre a longo prazo (Schoenfeld, 2010). (Schoenfeld et al., 2014) recrutou 20 jovens

(23,2±2,7 anos) do sexo masculino com experiência no TR (4,2±2,4 anos) onde comparou um

programa de treino com elevada intensidade (2-4RM) e baixos TST durante as repetições e

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séries vs o mesmo programa de treino, mas com intensidade moderada e moderados TST,

onde o VT era equalizado, nas adaptações hipertróficas e médio prazo (8 semanas) dos FC,

e demonstrou que parecem não existir diferenças significativas na HM dos FC, caso a FMM

seja alcançada e o VT equalizado, levantando a questão se o stress metabólico é de facto um

mecanismo necessário, para que a resposta hipertrófica muscular seja iniciada. Em outras

palavras, os elevados níveis de tensão mecânica alcançados com o treino de alta intensidade

(2-4RM) poderão compensar a menor magnitude de acumulação de metabólitos, quando o

VT é equalizado, no entanto, não sabemos se a combinação de elevados níveis de tensão

mecânica e stress metabólico, não poderiam produzir uma resposta hipertrófica superior,

sendo então, necessárias futuras pesquisas para confirmar esta hipótese, de forma a entender

melhor os mecanismos da HM. Este trabalho parece indicar que ambas as estratégias podem

ser implementadas num programa de treino, com o objetivo de aumento da MM,

demonstrando que parece existir mais do que um caminho para o mesmo objetivo. A maioria

dos estudos possuía uma amostra reduzida, o que dificulta a extrapolação dos resultados para

a população. Deverá ser realçado que os 6 estudos analisados, em 4 deles foi realizado

apenas 1 exercício por sessão, o que não corresponde ao contexto prático real das academias

e ginásios (Hackett et al., 2012). Como tal, estes resultados deverão ser olhados com

cuidados, pois não sabemos se numa rotina típica de ginásio, onde são realizados em média

4-5 exercícios por grupos muscular (Hackett et al., 2012), os resultados seriam os mesmos.

Os 2 trabalhos que realizaram uma rotina de treino de corpo inteiro, com 7 exercícios

(Nogueira et al., 2008) vs 5 exercícios (Tanimoto et al., 2008), obtiveram resultados dispares,

sendo que apenas em (Nogueira et al., 2008) foram utilizados exercícios

focalizados/isolados/monoarticulares para treinar os músculos (Reto Femoral e Bicipes

Braquial) que posteriormente seriam avaliados e em (Nogueira et al., 2008) a população

examinada eram idosos do sexo masculino sem experiência no TR e no de (Tanimoto et al.,

2008) jovens do sexo masculino sem experiência no TR. Os métodos de avaliação da HM

também eram distintos nos estudos, o que poderá justificar a diferença de resultados

encontrados entre estudos. Mesmo em contexto de treino com equipamentos isocinéticos,

parece não existir diferenças significativas no aumento da AST dos FC, em jovens do sexo

masculino sem experiência no TR, quando implementadas diferentes cadências na AE

(Shepstone et al., 2005). Deverá ser levado em consideração que todos os equipamentos de

musculação utilizados são distintos, como é verificado em (Nogueira et al., 2008; Tanimoto &

Ishii, 2006; Ünlü et al., 2019), onde todas as máquinas EJ são de marcas distintas, e se o

perfil de resistência das mesmas for distinto, o recrutamento muscular de um determinado

músculo, ao longo da amplitude articular, poderá ser distinto em cada uma delas (Purvis &

Malucelli, 2017), e isto poderá ter algum impacto nos resultados e na capacidade de

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replicabilidade dos mesmos noutras populações. O tempo das intervenções dos estudos

incluídos variava entre as 8 e 13 semanas, logo, fica a dúvida se em intervenções de maior

magnitude de tempo, os resultados obtidos seriam os mesmos ou não, pois estes poderão

variar a longo prazo (Mccartney et al., 1996). Apesar dos indivíduos não terem experiência no

TR, o seu histórico de exercício físico e/ou desportivo, não pode ser negligenciado. A parte

nutricional parece ser outro fator importante nas adaptações crónicas a nível das adaptações

musculares (Morton et al., 2015) e nenhum dos trabalhos incluídos nesta revisão levou esta

variável em consideração. Também não é mencionado em momento algum se os indivíduos

treinavam todos no mesmo horário, a sua rotina diária, isto é, se um sujeito trabalhasse de

noite e não tivesse um sono/descanso adequado e realizasse a intervenção de manhã, o seu

rendimento seria comprometido, e consequentemente poderá afetar as adaptações a longo

prazo (Fullagar et al., 2015), apesar da literatura ainda não ser unanime nesta temática. A

variabilidade intra-individual, do comprimento da tíbia dos sujeitos também é uma variável a

ter em consideração, isto porque, apesar do braço de entrada, local onde a magnitude da

máquina interage com o sujeito, ser colocado em todos os sujeitos, “teoricamente” no mesmo

local, de forma absoluta isso não acontecerá, sendo que sujeitos com tíbia maiores (no caso

de uma máquina de EJ), terão o seu braço de entrada aplicado mais longe do eixo de rotação,

e como tal, a resistência final oferecida ao sujeito será superior (Leal, Martínez, & Sieso,

2014), comparativamente a um sujeito com uma tíbia de menores dimensões, e se a

resistência é maior, a demanda muscular, consequentemente também será maior, o que pode

influenciar os resultados (Purvis & Malucelli, 2017). A realização do exercício a uma elevada

velocidade de execução, poderá aumentar a magnitude da carga externa abruptamente (2ª

Lei de Newton, Força = massa x aceleração), principalmente nos extremos articulares, nos

momentos em que é necessário impor acelerações positivas e negativas nessa mesma carga,

o que poderá levar a que existe um maior recrutamento das unidades motoras de maior

tamanho, uma vez que estas parecem ser recrutadas em situações em que a carga externa

é elevada e/ou quando executamos movimentos a uma elevada velocidade e perto do ponto

da FMM (Macaluso et al., 2012; Milner-Brown et al., 1973). O recrutamento destas fibras

durante o exercício poderá explicar o porquê de movimentos realizados a elevadas

velocidades de execução gerarem adaptações musculares hipertróficas positivas (Shepstone

et al., 2005), uma vez que, as fibras musculares tipo rápido parecem ser as que têm maior

potencial hipertrófico (Folland & Williams, 2007), pois parece que estas fibras musculares têm

uma maior expressão de p70S6K (Folland & Williams, 2007) e mTORC1 (Edman et al., 2019)

após a sessão de TR , apesar deste tema ainda não ser totalmente claro (Grgic & Schoenfeld,

2018).

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Conclusões

Tendo em conta os estudos observados nesta revisão sistemática, podemos concluir que

parece não existir diferenças significativas da implementação de diferentes velocidades de

execução e diferentes TST por repetição e série, na HM em indivíduos do sexo masculino

sem experiência. Contudo, deverá ser realçado que a qualidade metodológica dos estudos

existentes e analisados foi fraca-média.

Desta forma, é necessária a realização de estudos com maior qualidade metodológica e em

outras populações, até que se possam criar recomendações sólidas sobre esta temática.

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