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01 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO FAED CURSO DE PEDAGOGIA HABILITAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL GISELE TEREZINHA ALVES STEFANY JULIA PAZIN DIAS DE CORPO INTEIRO: PERCEPÇÕES DOS BEBÊS DA CRECHE DO PANTANAL FLORIANÓPOLIS SC 2015

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO – FAED

CURSO DE PEDAGOGIA – HABILITAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

GISELE TEREZINHA ALVES STEFANY JULIA PAZIN DIAS

DE CORPO INTEIRO: PERCEPÇÕES DOS BEBÊS DA CRECHE DO

PANTANAL

FLORIANÓPOLIS – SC 2015

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GISELE TEREZINHA ALVES STEFANY JULIA PAZIN DIAS

DE CORPO INTEIRO: PERCEPÇÕES DOS BEBÊS DA CRECHE DO

PANTANAL

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao curso de Pedagogia, habilitação em Educação Infantil, do Centro de Ciências Humanas e da Educação - FAED.

Coordenador Geral de Estágio: Profa. Dra. Rosa Elisabete Militz Wypyczynski Martins Orientadora: Profa. Dra. Geysa Spitz Alcoforado de Abreu

FLORIANÓPOLIS - SC

2015

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Dedicamos aos BEBÊS do Grupo 1, do ano de 2015 da Creche do Pantanal.

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A alegria não chega apenas no encontro do achado,

mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura,

fora da boniteza e da alegria. Paulo Freire

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AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho e a realização deste sonho:

Deus, por colocar em minha vida pessoas que aceitaram caminhar comigo

nesta etapa e que não mediram esforços para que eu chegasse ao fim do curso.

Ao meu marido, que me incentivou e ficou ao meu lado.

Às minhas amadas filhas, por acrescentarem razão e beleza aos meus dias.

Aos meus pais, pelo exemplo, amizade e o carinho

À professora Geysa pela paciência na orientação e incentivo que tornaram

possível a conclusão deste trabalho.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida

acadêmica.

À minha querida e criativa amiga Stefany que construiu junto comigo uma bela

amizade e este trabalho.

À Creche Nossa Senhora Aparecida e a todos os profissionais da instituição

que nos acolheram e permitiram que aprendêssemos na prática as minúcias do nosso

trabalho.

E, especialmente, às crianças do Grupo 1, que tornaram este trabalho

prazeroso.

Gisele Terezinha Alves

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AGRADECIMENTOS

Impossível não iniciar este singelo ato de agradecimento, sem citar àquela que

me inspira, que me motiva, que acredita e aposta em mim. À minha mãe Lindamir,

meu obrigada mais sincero! Te amo e aprendi contigo a sonhar: tu me ensinastes e

me permitiste a ser uma sonhadora, contigo aprendi o valor do trabalho e a respeitar

o outro, e a me respeitar também.

Não menos importante quero agradecer ao homem que me ensinou – e

continua a ensinar -, o verdadeiro sentido da palavra família, meu pai Evaldo, que me

criou com muito amor e carinho, sempre foi muito engenhoso e me motivou a querer

construir, inventar coisas mirabolantes, criar! Obrigada pai por me proporcionar

momentos de muito diálogo, por me apoiar sempre que preciso, eu te amo, agradeço-

te por ser meu melhor amigo.

Agradeço a minha irmã Sofia, por compartilhar minhas experiências, por me

aturar nos momentos adversos, por partilhar da minha jornada, e ser dela, a parte

mais bonita. Tu és uma parte rosa, colorida e alegre da minha vida!

Agradeço à turma de 2011/2 do Curso de Pedagogia, foi na caminhada com

vocês que pude crescer e, num processo difícil para uma menina de dezessete anos,

ir amadurecendo, dia após dia, e aprendendo lições lindas com cada um. Todas e

todos têm um lugar pra lá de especial em meu coração.

Agradeço também às meninas que compartilharam desta caminhada, na sétima

e na oitava fase na Creche do Pantanal. Um agradecimento mais do que especial, à

minha colega Gisele Terezinha Alves, por toda sua paciência e amizade comigo, seu

cuidado, respeito e zelo por cada uma das crianças com quem trabalha, por sua

simplicidade e ao mesmo tempo complexidade. Amo nossas “molecagens e coisas de

guri pequeno”, te admiro amiga!

Meu muito obrigada à Professora Geysa Spitz Alcoforado de Abreu, que

sempre me inspirou com seu comprometimento e dedicação com a educação infantil,

obrigada pelos momentos em que me aconchegaste e me colocasse no “rumo certo”

da caminhada. A você, meu reconhecimento e gratidão por sua orientação.

Deixo registrado meu eterno agradecimento e profunda admiração à Professora

Zenir Maria Koch, que me acolheu na FAED lá em 2011 e, desde então, trabalhamos

inúmeras vezes juntas, seja na construção das semanas acadêmicas da Pedagogia,

seja em outros eventos. Tu és uma inspiração de docente para mim Professora Zenir,

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toda tua energia, disposição e dedicação contagiam.

Agradeço também à minha querida Professora Jilvania Lima dos Santos Bazzo,

que me provoca profunda reflexão, que me inspira, que me acompanha neste

processo de desconstrução e construção lindo que é a graduação. Obrigada “Jil”, por

inspirar teus alunos a explorarem sua criatividade e por acreditar em cada um, de

forma singular.

Aos bebês do ano de 2015, às famílias e a todos os profissionais da Creche

Nossa Senhora Aparecida, meu muito obrigada: por nos possibilitarem viver essas

experiências e aprender muito com cada um de vocês. Um agradecimento especial à

Adriana Broering e à Caroline Mosimann, por acreditarem no projeto e não medirem

esforços para a efetivação do mesmo, em parceria com a Professora Geysa e o grupo

de estagiárias da UDESC. Só foi possível com o apoio e “crédito” de vocês!

Por fim, quero agradecer a todos os meus amigos e amigas, especialmente a

este eterno menino, meu amigo, melhor amigo: Aglon Roberto Pereira, que

compartilha da minha trajetória acadêmica e pessoal, há quase nove anos, que me

incentiva, apoia e zela por nossa amizade, independente da distância e dos rumos

que a vida toma. Obrigada amigo, de coração.

Stefany Julia Pazin Dias

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RESUMO

Este relatório é resultado do estágio realizado na Educação Infantil, com crianças na faixa etária entre 1 e 2 anos de idade, em uma unidade de Educação Infantil pública pertencente à Rede Municipal de Florianópolis. Teve por objetivo proporcionar o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir das percepções e da exploração de diferentes linguagens com os bebês e, para isso foram organizadas brincadeiras e vivências diversificadas, explorando diferentes espaços da instituição, com ênfase aos espaços externos à sala de referência. PALAVRAS-CHAVE: Bebês. Educação Infantil. Percepções. Infância.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Fachada da Creche Nossa Senhora Aparecida.................................... 12 Figura 02 – Laura e Izadora explorando os instrumentos musicais ......................... 24 Figura 03 – Músico Leonel cantando e tocando instrumentos para os bebês do G1

................................................................................................................................... 25

Figura 04 – Raul entrando na caixa de papelão – sequência da ação .................... 26 Figura 05 – Pintando as caixas de papelão com tinta guache ................................. 27 Figura 06 – Gisele e Stefany auxiliando Amanda e Raul a descobrirem desafios no circuito ...................................................................................................................... 29 Figura 07 – Izadora com peruca loira.........................................................................30 Figura 08 – Isadora com asas de borboleta e Auxiliar Patrícia com chapéu e óculos........................................................................................................................ 31 Figura 09 – Rafael percebendo a temperatura da água.............................................31 Figura 10 – Rafaela e Yuri sentindo a textura do esfregão........................................32 Figura 11 – Ervas e temperos aromáticos para percepção dos cheiros....................32 Figura 12 – Gisele apresentando diferentes bolas para os bebês.............................33 Figura 13 –Crianças explorando o canto da praia ressignificado ..............................37

Figura 14 – Em frente à Casa da Maricota, organizamos uma mesinha para tomar

chá............................................................................................................................. 37

Figura 15 – Crianças brincando no parque da creche.............................................. 38

Figura 16 – Rafael, bebê do grupo um curioso na ponte de desafios e

obstáculos.................................................................................................................. 38

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1 PROJETO DE DOCÊNCIA: PENSANDO O TRABALHO COM BEBÊS .............. 12

1.1 Contextualização da Creche ............................................................................... 12 1.2 O Grupo de Crianças com a qual a docência foi realizada................................. 13 1.3 O Projeto de Estágio .......................................................................................... 15 1.4 Como surgiu a ideia do Projeto .......................................................................... 16 1.5 Recursos Metodológicos .................................................................................... 16 1.6 Materiais e Brinquedos ....................................................................................... 17

2 AÇÕES DOCENTES: EXPLORANDO AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS .............. 19

2.1 Trajetória do Estágio de Docência ..................................................................... 19 2.2 Nossas Ferramentas de Trabalho ....................................................................... 20 2.3 Vivências Significativas ....................................................................................... 24

3 UM DESAFIO: RESSIGNIFICAR O ESPAÇO EXTERNO DA CRECHE ............. 35

3.1 Pensando o Espaço Externo ............................................................................... 35 3.2 Ressignificando os Espaços ................................................................................ 35 3.3 Reinauguração ................................................................................................... 37

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 40

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

ANEXOS ................................................................................................................... 43

Anexos I: Planejamentos das Ações Docentes ........................................................ 43 Anexos II: Registros das Ações Docentes ................................................................ 60

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INTRODUÇÃO

Este documento relata a trajetória dos estágios de docência realizados no

decorrer do segundo semestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015 na área da

Educação Infantil, tendo como objeto de estudo, observação participante, elaboração

de projeto e atuação docente, os BEBÊS da Creche Nossa Senhora Aparecida –

Grupo 1, que compreende crianças entre um e dois anos de idade.

Organizado em três capítulos, o presente trabalho descreve o caminho

percorrido pelas acadêmicas/estagiárias Gisele Terezinha Alves e Stefany Julia Pazin

Dias, sob Orientação da Professora Doutora Geysa Spitz Alcoforado de Abreu, com o

Projeto intitulado “De corpo inteiro: percepções dos bebês da Creche do Pantanal”.

O eixo norteador de todos os projetos de estágio desenvolvidos neste semestre

na Creche do Pantanal foi o espaço externo. Por isso, além de participar de um projeto

coletivo de “Ressignificação do espaço externo da Creche do Pantanal”, um dos

desafios enfrentados pelas estagiárias nos projetos individuais foi o de explorar da

melhor forma possível os ambientes externos à sala de referência.

Dividido em três capítulos, o primeiro, descreve e situa o leitor, apresentando o

Local de Estágio, a Creche Nossa Senhora Aparecida da Rede Municipal de

Florianópolis, o grupo de crianças e suas especificidades, descrevendo como surgiu

a ideia deste projeto de docência e seus objetivos.

No segundo capítulo, relatamos as experiências realizadas durante as ações

pedagógicas no primeiro semestre de 2015, relatando as vivências mais significativas

em articulação com as teorias estudadas ao longo da graduação no Curso de

Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina, mas principalmente, com

os conteúdos e textos analisados no decorrer dos dois semestres de Habilitação em

Educação Infantil.

No terceiro capítulo, falaremos sobre o Projeto Coletivo, “Ressignificação da

Área Externa da Creche do Pantanal”, que foi o fio condutor dos cinco Projetos de

Estágio desenvolvidos na Creche do Pantanal pelas acadêmicas/estagiárias da

UDESC.

Por fim, as considerações finais que apontam as contribuições do estágio para

a nossa formação como professoras da educação infantil. Acrescenta-se que os

planejamentos e registros diários da dupla de estagiárias encontra-se anexo a este

documento.

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1 PROJETO DE DOCÊNCIA: PENSANDO O TRABALHO COM BEBÊS

1.1 Contextualização da Creche

Os estágios de observação e docência, realizados durante o segundo semestre

de 2014 e primeiro semestre de 2015 respectivamente, nas Disciplinas Prática de

Ensino I e Prática de Ensino II, tiveram como Campo de estudo a Creche Nossa

Senhora Aparecida, do Município de Florianópolis, chamada carinhosamente pela

Comunidade Escolar de “Creche do Pantanal”.

A creche, localizada no Bairro Pantanal (Rua Deputado Antonio Edu Vieira, sem

número), tem 28 anos de atendimento ininterrupto, desde a sua inauguração, no

Governo Edson Andrino, no ano de 1987.

Figura 01: Fachada da Creche Nossa Senhora Aparecida

Possui cinco Salas Referências, um Hall - que também é utilizado como

refeitório -, Sala Multiuso, Direção, Cozinha, Copa, Área de Serviço/Lavanderia,

Banheiro e dois Solários/Depósitos. Na Área Externa conta com uma quadra e um

parque.

A atual direção, eleita diretamente pela comunidade e representada pela

Diretora Caroline Mosimann, visa estabelecer uma relação horizontal entre creche e

famílias. Neste sentido, juntamente com a equipe, está sempre pensando ações que

expressem e acentuem esse vínculo.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) da Creche foi se modificando ao longo da

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sua existência e atendimento. O PPP baseia-se em três pilares: aprimorar o trabalho

pedagógico, potencializar e qualificar as relações interpessoais e ampliar as relações

entre creche e família. O PPP atual é virtual, uma vez que a creche visa incorporar as

novas tecnologias e formas de comunicação e interação da sociedade.

A instituição possui materiais diversos para dar suporte ao trabalho pedagógico,

bem como um Grupo de Apoio, composto por profissionais readaptados, que auxiliam

as ações realizadas na creche.

Nas reuniões pedagógicas, todos os funcionários – incluindo profissionais

terceirizados – participam das discussões pedagógicas, a fim de que o grupo

mantenha a união e esteja sempre refletindo e discutindo novas formas de

organização, novos projetos e novas propostas para a Educação Infantil.

A Creche Nossa Senhora Aparecida atende 97 crianças de um a cinco anos e

onze meses de idade.

1.2 O grupo de crianças com o qual a docência foi realizada

O Grupo 1 da Creche do Pantanal atende bebês entre um ano e um ano e onze

meses de idade. É composto atualmente por dezesseis bebês, que têm peculiaridades

e necessidades específicas. Os bebês requerem uma atenção especial,

principalmente nos primeiros meses do ano, devido ao período de inserção e

adaptação à creche. Devido a pouca idade, exigem atenção e cuidados, pois nesta

faixa etária começam a desenvolver sua autonomia para algumas ações, entretanto,

as questões de higiene exigem a mediação e atuação do adulto que, nesta fase, pode

contribuir para o desenvolvimento do bebê, contribuir para que ele se conheça, se

perceba nos espaços e compreenda também que precisamos de cuidados

específicos.

No segundo semestre de 2014, observamos um grupo que nos serviu de

referência para pensar um Projeto de Docência. Entretanto, a docência só aconteceria

no primeiro semestre de 2015, com um novo grupo de bebês, recém-chegados na

Creche do Pantanal, e, portanto, em processo de adaptação.

Sentimos grande admiração pelo trabalho realizado pelas educadoras do

Grupo1: Eliane (Professora Referência – Período Matutino), Alini (Professora

Referência – Período Vespertino), Patrícia (Auxiliar de sala) e Juliane (Professora

Auxiliar).

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Os bebês do ano de 2015 do Grupo 1 são: Amanda, Eva, Isadora, Izadora,

Juan, Laura, Leandra, Marina, Miguel, Rafael, Rafaela, Raul, Sophia, Vitor e Yuri.

Pensar a criança desta faixa etária, entre 1 a 2 anos, requer estar atento às

suas formas de manifestações corporais: gesticular, olhar, sorrir, chorar e, desta

forma, elaborar várias tentativas de comunicação.

É um período de crescimento e desenvolvimento rápidos. Conforme afirmam

Goldschmied & Jackson (2006),

Nos primeiros dois anos, a criança passa de uma situação de dependência quase total para uma de relativa independência, de quatro maneiras, em termos gerais: por meio do movimento e da habilidade de manipulação, ao alimentar-se sozinha, no desenvolvimento da linguagem pré-verbal precoce até a fala propriamente dita, bem como no cuidado corporal que leva ao controle dos esfíncteres. O ritmo com que a criança avança por essas diretrizes tem conexões claras com o modo com que seus adultos próximos percebem seu progresso e com a qualidade da sua relação com eles. (GOLDSCHMIED & JACKSON, 2006, P. 131)

Nesta etapa, em que começam a conhecer o mundo a partir das relações que

estabelecem com os objetos, adultos, outras crianças e com o meio, vão se

apropriando dos nomes das coisas, bem como conhecendo suas funções, a partir da

intervenção dos adultos. Por isso, pensamos em propostas que respeitassem esse

momento/movimento do grupo, já que percebemos que, apesar da mesma faixa

etária, observamos que cada criança estava num momento de desenvolvimento

diferente e, por isso, algumas atividades não teriam o mesmo significado e objetivo

especifico para todos. Percebemos, por exemplo, que uma criança ainda não

caminhava, então, começamos a fazer pequenas mudanças na sua rotina: não a

pegávamos no colo para colocá-la na mesa, como de costume. Organizávamos um

tempo maior para leva-la pela mão até a mesa. Além disso, oportunizávamos

momentos para que ela se olhasse em frente ao espelho, para que percebesse seu

corpo e massageávamos seus pés na hora do soninho. Procuramos incentivá-la a

caminhar nos momentos de deslocamento para outros espaços, pois percebemos que

ela conseguia caminhar com auxílio dos adultos ou de objetos da sala.

Neste momento da infância, as crianças são curiosas para conhecer as coisas,

se desafiam e estão atentas a todos os sons e movimentos que estão ao seu redor.

Durante o segundo ano de vida, a criança adquire “independência na

capacidade de se mover, na habilidade de manipular objetos, alimentar-se e cuidar de

seu corpo e adquire a habilidade de se comunicar com palavras” (Goldschmied &

Jackson, 2006, p. 145-146).

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Sabe-se que o ritmo com que as crianças aprendem a falar é muito variável.

Observamos neste grupo crianças que tinham a fala bem desenvolvida, que nos

avisava quando estava com a fralda suja, por exemplo. Outras, utilizavam o choro, o

balbucio, sorrisos, gestos.

1.3 O projeto de estágio

O projeto foi fundamentado teoricamente nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação Infantil (2009), nas Orientações Curriculares para Educação Infantil

da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis (2012) e na bibliografia da área.

Contemplou os Direitos das Crianças, previstos na Constituição Federal Brasileira

(1988), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) e no Estatuto da Criança e

do Adolescente.

O Projeto “De Corpo Inteiro: Percepções dos Bebês da Creche do Pantanal”

atendeu aos eixos que articulam o trabalho na Educação Infantil, Brincadeiras e

Interações, conforme determinam as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil (2009).

Compreendemos o corpo como nosso referencial no mundo, e entendemos que

corporeidade é a forma como nosso corpo se comunica externamente:

Corporeidade o termo pretende expressar um conceito pós dualista do organismo vivo. Tenta superar as polarizações semânticas contrapostas (corpo/alma, matéria/espírito, cérebro/mente). Neste sentido não é um mero sinônimo de corporalidade (se há o corporal deve haver o não corporal). De fato, muitas tradições culturais, especialmente a nossa, ocidental, está acostumada a imaginar se o espiritual como o não corporal. (ASMANN, 1998, p. 150)

Acreditamos que além de oferecer um ambiente favorável, para que a prática

pedagógica se efetive é preciso que a teoria esteja presente nas ações do educador

em tudo o que ele faz. No planejamento das interações e das brincadeiras, no cuidar

e no educar, é preciso que se compreenda o bebê/a criança em sua totalidade:

respeitando seu corpo, seu tempo e seus anseios.

Nosso projeto teve como objetivo geral proporcionar o autoconhecimento, o

conhecimento do outro e do mundo, a partir das percepções e da exploração de

diferentes linguagens.

O Projeto teve como desafio organizar brincadeiras e vivências diversificadas,

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explorando diferentes espaços (com ênfase aos espaços externos à sala de

referência) e variadas formas de organização: trabalhar individualmente, em

pequenos grupos e em grande grupo.

1.4 Como surgiu a ideia do projeto

A escolha do tema do projeto partiu das observações realizadas ao longo do

segundo semestre de 2014, no Grupo 1, com crianças entre 1 e 2 anos de idade. A

proposta partiu do pressuposto de que explorar as percepções com os bebês é

importante para o seu autoconhecimento e conhecimento de mundo, contribuindo

para o desenvolvimento expressivo, afetivo, cognitivo e social.

Essas observações nos permitiram pensar um tema para o nosso projeto, e o

fizemos, embasadas nas vivências, nas singularidades e especificidades do trabalho

com bebês, à partir de reflexões e apontamentos dos teóricos estudados ao longo da

graduação.

Os temas, em verdade, existem nos homens, em suas relações com o mundo, referidos a fatos concretos. Um mesmo fato objetivo pode provocar, numa subunidade epocal, um conjunto de temas geradores, e, noutra, não os mesmos, necessariamente. Há, pois, uma relação entre o fato objetivo, a percepção que dele tenham os homens e os temas geradores. (FREIRE, 2014, p. 137)

Para tanto, ao longo das docências realizadas neste primeiro semestre de

2015, proporcionamos vivências diversificadas que possibilitassem às crianças

experimentar novas sensações e percepções por meio do tato, visão, audição, paladar

e olfato, por meio de situações desafiadoras e estimulantes.

Visando também oportunizar experiências com variadas linguagens,

oportunizamos vivências com música, dança, fotografia, literatura, brincadeiras. Desta

forma, possibilitamos às crianças vivências significativas com seu corpo, estimulando

o movimento e as percepções.

1.5 Recursos Metodológicos

A metodologia utilizada ao longo do estágio se pautou nas Diretrizes

Educacionais Pedagógicas para a Educação Infantil do Município de Florianópolis

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(2010), utilizando como ferramentas do trabalho docente: a observação constante e

sistemática, o registro (escrito e fotográfico), a análise dos registros para subsidiar o

planejamento e o replanejamento.

1.6 Materiais e brinquedos

Durante as ações docentes realizadas no primeiro semestre de 2015,

produzimos um Móbile de Chocalhos com Garrafas Pet - um brinquedo móvel, que

pode ser colocado/pendurado em diversos ambientes: como o espaço da Sala

Referência do Grupo 1, o Solário, espaço externo localizado entre as Salas dos

Grupos 1 e 2, no espaço do Parque ou até mesmo no Hall da Creche.

Além disso, visando contemplar os objetivos específicos do Projeto de

Docência, fizemos duas intervenções na Sala Referência do Grupo 1, uma na mesa e

outra nas laterais de um dos armários. Fizemos fotografias de todas as crianças do

Grupo, em diversos momentos da rotina diária, e as fixamos na mesa e na lateral de

um armário. Assim, os bebês podem se ver, perceber a si mesmo e aos outros no

espaço da Creche.

No armário, além das Imagens, fixamos a frase “Pegamos o telefone que o

menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância” de

Millôr Fernandes, pois pensamos que ela desperta a sensibilidade de um modo muito

doce. Acreditamos que foi uma bonita contribuição para todas as profissionais e

também familiares dos bebês que circulam por aquele ambiente.

Produzimos também um painel com Legos, que foi fixado no portão do solário,

em uma das vivências com os bebês. As crianças puderam explorar os blocos em

momentos diferentes, exploraram o espaço da sala, assim como o espaço do solário.

Para a elaboração desta proposta, tivemos o cuidado de pesquisar referencias que

estivessem em acordo com a faixa etária, assim, nos pautamos na publicação do

MEC, intitulado: Brinquedos e Brincadeiras de Creches - Manual de Orientação

Pedagógica – de Tizuco Kishimoto (2012). Neste material, a autora indica o uso de

brinquedos de encaixar: “Encaixes e quebra-cabeças com poucas peças são ótimos

para criar desafios para as crianças pequenas experimentarem como encaixar a peça

correta” (p. 81).

Outros brinquedos e materiais foram disponibilizados para oferecer

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experiências diversificadas, dentre eles: panela, colher de pau, canos de PVC, pás,

bolinhas, carrinhos, bolas, tecidos, instrumentos musicais, dentre outros.

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2 AÇÕES DOCENTES: EXPLORANDO AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS

Neste segundo capítulo, apresentaremos a trajetória do estágio de docência,

as ferramentas de trabalho utilizadas para organizar e efetivar nossa prática

pedagógica e relatar as vivências significativas que ocorreram durante esse processo

de aprendizado, pautando-as nas referências que contemplam a Educação Infantil e

a especificidade do trabalho com bebês.

2.1 Trajetória do Estágio de Docência

Nossa trajetória de estágio ocorreu em dois semestres, no primeiro – em 2014/2

-, realizamos cinco visitas ao Campo de Estágio – Creche do Pantanal – para

observação e registros diários. Após o período de observação, elaboramos um Projeto

de Docência, intitulado “De corpo inteiro: percepções dos bebês da Creche do

Pantanal”.

No início de 2015, voltamos ao campo e realizamos quatro dias de observação

(incluindo a participação em uma Reunião Pedagógica da Creche), doze dias de

docência e seis dias de intervenção no Espaço Externo.

Após realizar as observações, inicialmente, fizemos algumas alterações e

adequações no projeto, de acordo com a demanda do atual Grupo 1 e, em seguida,

iniciamos os dias de docência.

Na primeira semana de estágio tivemos um imprevisto: a acadêmica Stefany

teve que se afastar do estágio por motivo de doença, então, a acadêmica Gisele

iniciou as docências sozinha. Na semana seguinte, Stefany retornou. Juntas, deram

continuidade ao projeto elaborado pela dupla.

Para dar visibilidade à trajetória de estágio, destacaremos a seguir os objetivos

do projeto e as Vivências mais significativas realizadas no período de docência com

os bebês do Grupo 1 da Creche do Pantanal.

O projeto de docência desenhado para o Grupo 1 da Creche do Pantanal teve

como objetivo Geral:

Estimular o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir

das percepções do corpo e da exploração de diferentes linguagens.

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Os objetivos específicos para o trabalho com os bebês foram os seguintes:

• Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes

objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e

possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de

expressão artística.

• Experimentar diferentes sensações, através de texturas, cheiros e formas.

• Estimular o conhecimento do corpo e do espaço onde vive, utilizando de

obstáculos variados.

• Estimular o conhecimento do corpo e do espaço onde vive, utilizando de

obstáculos variados;

• Deslocar se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular;

• Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamento para uso

de materiais diversos;

• Identificar se e identificar o outro diante das imagens;

• Familiarizar se com a imagem do próprio corpo;

• Ampliar e diversificar o repertório cultural, utilizando livros e músicas;

• Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos;

• Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar se nas

brincadeiras e nas demais situações de interação.

2.2. Nossas ferramentas de trabalho: observação, planejamento, registro,

reflexão e avaliação

O trabalho realizado ao longo do estágio com os bebês foi embasado pelo

documento intitulado “Orientações Curriculares para a Educação Infantil da rede

Municipal de Ensino Florianópolis” (2012). Este documento destaca a brincadeira em

seu caráter estruturante e estruturador de todo o trabalho educativo-pedagógico na

Educação Infantil (2012, pp 08-09). Apresenta também os Núcleos de Ação

Pedagógica (NAPs), são estes: 1) Linguagens: gestual-corporal, oral, sonoro-musical

e escrita; 2) Relações Sociais e Culturais: contexto espacial e temporal; identidade e

origens culturais e sociais; e 3) Natureza: manifestações, dimensões, elementos,

fenômenos físicos e naturais. O mesmo documento, a fim de orientar o planejamento

do professor, apresenta um capítulo dedicado às Estratégias da Ação Pedagógica,

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destacando a importância da documentação pedagógica.

Documentação Pedagógica

A cada semana de estágio, elaborávamos um planejamento semanal e diário

para o trabalho com os bebês do G1.

A partir do planejamento, registro escrito e fotográfico e análise desses

registros, percebemos aspectos positivos e negativos das nossas propostas. Essa

avaliação nos permitiu “avaliar o proposto, conhecer o vivido e replanejar as

experiências a serem propostas e formas de organização dos espaços e tempos e

dos materiais para estes fins” (Florianópolis, 2012, p. 231).

Percebemos a importância deste encaminhamento, pois algumas propostas

que realizamos avaliamos que poderiam, por exemplo, ser realizadas com mais

tempo.

As docências realizadas com os bebês do G1, buscaram contemplar o que

havíamos pensado no projeto de docência. Muitas coisas que planejamos

funcionaram muito bem, outras, nem tanto. Porém, certas de que foi um momento

para explorarmos diferentes formas de organizar o trabalho com os bebês –

individualmente, em pequenos e em grande grupo – acreditamos que esse processo

foi fundamental para nossa formação enquanto Pedagogas com Habilitação em

Educação Infantil.

Organizamos vivências para e com os bebês, estimulando as percepções, por

meio das múltiplas linguagens, da arte e suas diferentes manifestações, em

atendimentos ao disposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil (2009):

Art. 9º As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que: I - promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;. [...].

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Brincadeiras -

Segundo Kishimoto (2010), as brincadeiras servem como ferramenta para as

crianças se expressarem e, assim, aprender e se desenvolver. Para a criança, o

brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É importante, de acordo com Kishimoto

(2010), pois

Dá a ela o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si, aos outros e o mundo, de repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar. Ao brincar, a criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das pessoas, da natureza e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo por meio de variadas linguagens. Mas é no plano da imaginação que o brincar se destaca pela mobilização dos significados. Enfim, sua importância se relaciona com a cultura da infância, que coloca a brincadeira como ferramenta para a criança se expressar, aprender e se desenvolver. (KISHIMOTO, 2010. p.01)

A importância do brincar na infância e a forma que a brincadeira é

potencializada pelos adultos faz toda a diferença para este desenvolvimento tornar se

pleno.

A criança não nasce sabendo brincar, ela precisa aprender, por meio das interações com outras crianças e com os adultos. Ela descobre em contato com objetos e brinquedos certas formas de uso desses materiais. Observando outras crianças e as intervenções da professora ela aprende novas brincadeiras e suas regras. Depois que aprende, pode reproduzir ou recriar novas brincadeiras. Assim elas vão garantindo a circulação e preservação da cultura lúdica (KISHIMOTO, 2010. p.01)

De acordo com as DCNEI (2009), os eixos norteadores das práticas

pedagógicas na Educação Infantil devem ser as interações e a brincadeira. Kishimoto

também ressalta que, “para educar a criança na creche, é necessário integrar não

apenas a educação ao cuidado, mas também a educação, o cuidado e a brincadeira”.

Assim, nosso projeto de estágio realizado com os bebês do G1 da Creche do

Pantanal esteve pautado nas interações e nas brincadeiras. As nossas intervenções

educativas se deram por meio da oferta de materiais, na organização dos ambientes

e dos espaços para brincar, na mediação das relações entre as crianças e na

observação e no registro das brincadeiras.

O mundo social aparece nas brincadeiras, que mostram não apenas como brincar de forma diferente, mas também como conhecer o outro. (KISHIMOTO, 2010, p. 4)

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Na sala referência:

Levamos as crianças para a mesa em diversas situações: para alimentação,

contação de histórias e para cantar, levamos as crianças para o tapete para conhecer

instrumentos musicais, se fantasiar, cantar e dançar.

Espaços externos à sala de referência: Solário

Preparamos um lugar diferente para brincar, o solário, que fica entre as salas

referências dos grupos um e dois e também é utilizado para guardar alguns

brinquedos.

O preparamos para interações em pequenos grupos, onde pintamos,

modelamos, descobrimos aromas, texturas e sons. Tivemos o cuidado de preparar

intervenções onde a mediação fez-se essencial para o reconhecimento do mundo

físico, mas também preparamos momentos onde as crianças tiveram à sua disposição

materiais diversos, para explorarem livremente.

Parque

Em uma das propostas realizadas no parque, levamos cavalinhos de borracha

para as crianças brincarem. Estes brinquedos, geralmente, são utilizados na sala

referência, então, pensamos em disponibilizar este brinquedo em outro espaço.

Participamos das brincadeiras, mediamos brincadeiras e conflitos naturais

nesta faixa etária, o que se faz necessário para o desenvolvimento da criança e o

convívio social.

No parque, as crianças precisavam de um momento livre, brincadeiras auto-

organizadas. Assim, levávamos as loucinhas, potes e as ajudávamos nas

descobertas. Muitas vezes sem nenhuma palavra, o simples gesto de pegar um pote

e passar a areia para outro já tinha uma grande descoberta para os pequenos. Nisso

percebíamos um esforço da criança, o prazer ao conseguir realizar os movimentos

desejados. A coordenação motora da criança também estava sendo trabalhada.

Quadra

Na quadra, montamos um circuito de desafios, no qual as crianças tinham de

entrar em um túnel, subir e caminhar em um banco comprido, saltar em um

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colchonete, subir uma escada e descer por um escorregador. Desta forma, a criança

estava sendo desafiada no controle de seus movimentos corporais, explorando

equilíbrio, força, salto, dentre outros. Foi ainda um momento de exploração de um

espaço pouco habitual, onde cada criança o explorou, conforme seu tempo.

2.3 VIVÊNCIAS SIGNIFICATIVAS

Diante de tudo o que foi proposto durante o período de estágio de docência,

notou-se que algumas experiências foram, de modo geral, mais significativas para o

grupo. A seguir, apresentaremos algumas delas, procurando relatar o que foi

planejado e vivido, em articulação com as teorias que fundamentam a Educação

Infantil e o trabalho com bebês.

Na primeira semana de docência, Gisele proporcionou um momento lúdico e

repleto de sons: Conhecendo os Instrumentos Musicais. Durante essa manhã, os

bebês manusearam diferentes instrumentos musicais, como flauta doce, pandeiro,

chocalhos, caxixi, tambor e triângulo, dentre outros.

Figura 02 – Laura e Izadora explorando os instrumentos musicais.

Todos os bebês se envolveram muito e manusearam/exploraram os variados

instrumentos que foram disponibilizados ao grupo.

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Em outro momento, tivemos a Visita do Músico Leonel, pai de um dos bebês

do Grupo 1 – que chegou animando e divertindo, causando certa “estranheza” e

curiosidade nos bebês! Convidamos o grupo a sentar-se no tapete, auxiliamos os

bebês a se organizarem no espaço de modo que todos pudessem apreciar e

aproveitar essa proposta. O músico contextualizou cada instrumento, contando para

os bebês quais suas origens e como se utilizavam. Um exemplo foi o Berimbau, um

instrumento de origem angolana, o primeiro instrumento de corda do mundo. Foi

interessante observar como os bebês estavam atentos à fala do músico e aos sons

produzidos por cada instrumento.

Os bebês se envolveram muito nesta proposta: dançaram, manusearam os

instrumentos, produziram diversos sons e se encantaram com as músicas que o

Leonel tocou e cantou, eles adoraram o samba!

Figura 03 – Músico Leonel cantando e tocando instrumentos para os bebês do G1

Outra proposta que se revelou muito interessante, foi a Descoberta nas

Caixas de Papelão, separamos inúmeras caixas de papelão e as distribuímos pela

sala referência do grupo um, em cada caixa colocamos algum material que os bebês

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já tivessem brincado, foram eles: bonecos, peças de encaixe, chocalhos produzidos

por nós, loucinhas, instrumentos musicais e também bolas.

Percebemos o quanto foi significativo aquele momento. Eles faziam “cara de

espanto”, arregalavam os olhos, estavam demasiadamente curiosos em desvendar o

que havia dentro de tais caixas.

Eles gostam de entrar dentro de caixas, em buracos, túneis, passagens estreitas; apreciam empurrar, puxar, subir, encaixar, empilhar. Há brinquedos e materiais que auxiliam o conhecimento do mundo físico, entre os quais, as bolas, que são ótimas para apertar, conhecer a textura, cor, deixar cair para ver como rolam. Há bolas com diferentes funções: há as que produzem som ao toque, as que têm uma face espelhada, permitindo à criança conhecer a si mesma, ou buracos, que o bebê pode explorar enfiando o braço e a mão. O mundo social aparece nas brincadeiras, que mostram não apenas como brincar de forma diferente, mas também como conhecer o outro. (KISHIMOTO, 2010, p. 4)

Raul, que é um bebê que está passando por um longo período de adaptação e

ainda chora em diversos momentos, parou de chorar e ficou muito tempo envolvido

com aquela proposta, para ele, além de descobrir o que havia dentro das caixas, o

interessante era descobrir-se com/na caixa. Assim como muitos bebês, ele entrou,

saiu, deitou na caixa.

Figura 4 – Raul entrando na caixa de papelão – sequência da ação

Propusemos um momento de Pintura nas Caixas de Papelão. Organizamos o

solário, forramos o chão com papelão, arrumamos uma mesa da altura dos bebês com

quatro potes para tinta, nas cores azul, verde, vermelho e amarelo. Além disso,

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separamos pincéis largos – mais ou menos dois dedos – para facilitar e “dar firmeza”

ao pegar dos bebês. Para proteção das roupas, utilizamos camisetas, do bebê que

fosse pintar. Essa proposta se deu de forma individual e foi um momento de intenso

aprendizado, pois pudemos observar de perto cada reação, assegurando um

momento específico para compreender as reações e ações de cada um deles diante

desta vivência. Alguns bebês não queriam sair dali, já a Marina, por exemplo, pintou

um pouco, demonstrando não querer participar desta experiência e, assim sendo, a

colocamos na sala referência novamente, para que ela explorasse outros tipos de

materiais e não este.

Figura 6 – Pintando as caixas de papelão com tinta guache

Visando contemplar às percepções dos bebês, criamos o Circuito de

Obstáculos, o primeiro, foi organizado na área interna da creche, dentro da sala

referência, o outro, foi na área externa, na quadra da creche. Pensamos nesse circuito

como uma forma de promoção de desafios para os bebês.

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Tiveram que rolar, rastejar, subir, pular, descer e escalar. Pensamos nessa

proposta pois:

Usar o corpo como instrumento de conhecimento é característico de bebês e crianças pequenas. Eles gostam de entrar dentro de caixas, em buracos, túneis, passagens estreitas; apreciam empurrar, puxar, subir, encaixar, empilhar. (KISHIMOTO, 2010, p. 4)

Acreditamos em uma educação infantil que atente à demanda dos bebês,

desse modo, é preciso reconhecer que é uma faixa etária que exige cuidados

específicos, bem como propostas pensadas para eles.

Além dos cinco sentidos, tato, olfato, paladar, audição e visão, o sentido de movimento do nosso corpo (o sentido cinético) constitui um elemento vital no crescimento nossa própria autoimagem. O movimento em um espaço restrito já é fato uma parte da experiência do bebê no útero (quantas vezes ouvimos a reclamação brincalhona de que “o bebê parece estar calçando chuteiras!”). Na primeira infância, esse sentido desenvolve-se rapidamente quando há liberdade de movimentos que permite ao bebê assumir pequenos riscos, o que lhe dá confiança em relação ao que pode tentar fazer e realizar. (GOLDSCHMIED & JACKSON, 2006, P. 103)

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O circuito provocou, no sentido de desafiar os bebês, além disso, estabeleceu-

se uma autoconfiança em cada um deles, e despertou a confiança no outro, a partir

da dimensão relacional, na qual nós, adultos, estávamos mediando aquele processo

de percepção de si, do outro, de si no espaço, do outro no espaço, de si e do outro no

espaço.

Figura 6 – Gisele e Stefany auxiliando Amanda e Raul a descobrirem desafios no circuito

A proposta Brincando com Fantasias: Travestindo-se, Criando e Dramatizando,

permitiu aos bebês um mundo inventivo! Havia chapéus de diferentes formatos, cores,

tamanhos e texturas, asas de borboleta, óculos, tecidos, adereços para o cabelo,

perucas, bolsas, entre outros adornos. Travestindo-se de personagens os bebês

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estranhavam o seu próprio eu, demonstravam isso através da “cara de espanto” ao

observarem-se nos espelhos da sala referência. Acreditamos ser de muita importância

propostas como esta, que permitem que a criança viaje pelo mundo do imaginário,

além de dar base para a construção da sua própria identidade.

O ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade. Não inibir, mas propiciar, aquela dose de alucinação consensual entusiástica requerida para que o processo de aprender aconteça como mixagem de todos os sentidos. Reviravolta dos sentidos significados e potenciamento de todos os sentidos como quais sensoriamos corporalmente o mundo. Porque a aprendizagem é, antes de mais nada, um processo corporal. Todo conhecimento tem uma inscrição corporal. Que ela venha acompanhada de sensação de prazer não é, de modo algum, um aspecto secundário. (ASSMANN, 1998, p. 29)

Figura 7 – Izadora com peruca loira

Mas todo esse conhecimento de si e do mundo através desse ambiente de

fascinação que tem de ser a Educação Infantil não seria possível sem a mediação do

adulto. Ele deve estar disposto e envolver-se também nas propostas. Diante do mundo

da imaginação, é preciso que esse adulto não só exerça a mediação entre o bebê e

as fantasias, por exemplo, mas que ele também brinque, dramatize e envolva-se nas

mais variadas propostas.

O primeiro brinquedo do bebê é o adulto, que conversa e interage com ele e o faz ver e descobrir o mundo. Entre as brincadeiras interativas que levam o bebê a se expressar é muito conhecida a de esconder e descobrir o rosto usando uma fralda e dizendo “cucu”, “escondeu”, “achou”. Quando toma iniciativa e esconde um brinquedo, o bebê já domina a brincadeira e expressa seu domínio de forma prazerosa, repetindo sua nova experiência, variando as situações. Aqui se encontra um exemplo de como se aprende a dar significados aos movimentos, a compreender e usar regras e a linguagem. Bebês em torno de seis meses utilizam as mãos para manipular objetos, ver o que se pode fazer com eles e encaixá-los. A criança, nessa fase, “pensa com as mãos”. Pinos de encaixe coloridos, no formato de carrinho ou trem, chamam sua atenção, e os bebês querem saber o que se pode fazer com tais

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objetos. Usar o corpo como instrumento de conhecimento é característico de bebês e crianças pequenas. (KISHIMOTO, 2010, p. 4)

Figura 8 – Isadora com asas de borboleta e Auxiliar Patrícia com chapéu e óculos

Durante o segundo ano de vida, a criança adquire “independência na

capacidade de se mover, na habilidade de manipular objetos, alimentar-se e cuidar de

seu corpo e adquire a habilidade de se comunicar com palavras” (Goldschmied &

Jackson, 2006, p. 145-146). Em outra proposta, a de explorar e perceber diferentes

texturas, sensações e materiais: Quente/Frio – Áspero/Macio/Viscoso/Fofinho, os

bebês demonstraram grande curiosidade, o Rafael, por exemplo, passava a garrafa

com água gelada no rosto e adorava.

Figura 9 – Rafael percebendo a temperatura da água

Durante as docências, fomos percebendo o quanto é importante e

imprescindível que o adulto leve diversos materiais para serem explorados.

Grande parte do trabalho do adulto é feito fora da sessão de brincar heurístico. Ele coletará objetos, cuidando deles, assegurando-se de que aqueles que estejam porventura danificados sejam concertados e lavados, caso necessário, ou jogados fora, além de pensar em novos tipos de itens interessantes. (GOLDSCHMIED & JACKSON, 2006, P. 155)

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Figura 10 – Rafaela e Yuri sentindo a textura do esfregão

Já no início do estágio, o trabalho começou com a percepção dos Aromas e

Texturas, a acadêmica Gisele levou diferentes ervas e especiarias para os bebês

explorarem, além disso levou areia e brinquedos para uma proposta no solário do G1.

Visando contemplar às orientações municipais e o direito das crianças ao contato com

elementos naturais, é que pensamos essa vivência, que foi muito significativa. As

experiências são muito necessárias para o desenvolvimento futuro dos bebês.

A medida que a criança negocia um novo estágio do desenvolvimento, ela continua a requerer os tipos de interações associadas com os estágios anteriores. Visto que novos tipos de interações são acrescentados aos antigos, quando a criança chega a idade escolar, há uma variedade de experiências fundamentais necessárias para sustentar seu desenvolvimento. (BRAZELTON, 2002, p. 123)

Figura 11 – Ervas e temperos aromáticos para percepção dos cheiros

Ainda pensando no papel do pedagogo, na mediação com os bebês, desde o

momento de pensar os materiais, planejar, até o momento de efetivar as propostas,

os bebês adoraram as Bolas grandes, bolas pequenas, que foi uma vivência que

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possibilitou aos bebês compararem, sentirem, explorarem bolas de diferentes pesos,

tamanhos, formatos, texturas, materiais e até mesmo sons.

Há brinquedos e materiais que auxiliam o conhecimento do mundo físico, entre os quais, as bolas, que são ótimas para apertar, conhecer a textura, cor, deixar cair para ver como rolam. Há bolas com diferentes funções: há as que produzem som ao toque, as que têm uma face espelhada, permitindo à criança conhecer a si mesma, ou buracos, que o bebê pode explorar enfiando o braço e a mão. (KISHIMOTO, 2010, p. 4)

Esse processo de estágio nos revelou muitos desafios acerca do trabalho com

bebês e em torno da educação infantil.

Figura 12 – Gisele apresentando diferentes bolas para os bebês

Todas essas vivências foram muito importantes para nosso estágio de

docência, pois, através delas, conseguimos – ou não – colocar em prática o que

planejamos e o que vínhamos estudando ao longo da graduação. Os estágios

realizados em 2014/2 e 2015/1 nos permitiram observar, projetar, planejar, pôr em

prática e depois avaliar/refletir acerca dos trabalhos realizados.

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3 UM DESAFIO: RESSIGNIFICAR O ESPAÇO EXTERNO DA CRECHE

3.1 Pensando o Espaço Externo

O fio condutor dos Projetos de Docência para a Educação Infantil

desenvolvidos na Creche Nossa Senhora Aparecida no primeiro semestre de 2015

surgiu de uma necessidade da Creche e de um desejo forte da Diretora da Creche em

revitalizar a área externa da Creche, após conhecer as Creches da Prefeitura de

Gaspar.

O grupo de estagiárias, sob a orientação da Professora Doutora Geysa Spitz

Alcoforado de Abreu, observaram a instituição durante cinco idas à Campo e

realizaram estudos visando tornar o espaço externo mais interessante e belo. Assim,

apresentamos possibilidades de revitalização da área externa.

Se utilizássemos o termo “revitalização” estaríamos desconsiderando – em

parte – tudo o que já havia disponível lá. Portanto, pensamos na ressignificação da

área externa, pois ressignificar diz respeito a dar “novo significado”. E é isto que

firmamos compromisso, quando escrevemos nossos Projetos de Docência para a

Educação Infantil na Creche do Pantanal: dar novo significado ao espaço externo,

articulando rotina, cotidiano e vivências, por meio de interações de intensas trocas,

descobertas, redescobertas e aprendizados verdadeiramente significativos para as

crianças.

Assim, após alguns estudos, as ideias foram ganhando forma: um trem

musicado, pista de motocas, canto da praia, pintura na quadra, horta e canteiro,

caminho sensorial, casa das bruxas – que depois virou a casa da Maricota -, pneus!

pneus! Pneus, painéis criativos e um brinquedo com tubos e conexões para ser

explorado com água e areia.

As propostas que não foram contempladas no nosso estágio, como o caminho

sensorial, por exemplo, gostaríamos de deixar como sugestão para a Creche, pois

acreditamos que estas “ressignificações” são importantes para estimular a

criatividade, possibilitar mais interação das crianças com as formas lúdicas de brincar

e também aproximá-las dos elementos naturais.

3.2 Ressignificando os Espaços

Durante esse primeiro semestre de 2015, fizemos as intervenções na área

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externa, fazendo pinturas nas paredes, colocando elementos sonoros e reformulando

a própria função do trem, que virou trem musicado. A creche azulejou um dos muros,

pintou os brinquedos do parque e colocou mais areia no parque; além de reformar a

rampa e dar um fundo de tinta em todos os muros do parque e da lateral direita, e na

parede dos fundos.

Nosso trabalho enquanto grupo, foi de intenso desafio: nenhuma das

estagiárias já havia pintado uma extensão tão grande, nossas “telas” eram de cimento

e enormes. Exigiu muita dedicação, esforço físico e companheirismo.

O projeto elaborado no final de 2014 pretendia deixar sugestões de

ressignificações e mudanças para a área externa, entretanto, foi possível realizar

algumas – significativas – mudanças no espaço.

Nas imagens a seguir, podemos ver o Antes e o Depois destes espaços:

Canteiro de flores nos pneus

Trem musicado

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Canto da Praia

Pista e pintura da Ponte Hercílio Luz

Canto do Boi-de-mamão

3.3 Reinauguração

Organizamos uma manhã de segunda-feira dinâmica, de muita alegria, muitas

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cores e brincadeiras para todos os grupos! Contamos – como sempre – com a ajuda

de toda a equipe da Creche do Pantanal. As crianças desfrutaram dos espaços

ressignificados, viajaram no mundo da imaginação e nós, ficamos muito orgulhosas e

satisfeitas com este trabalho realizado coletivamente ao longo desses dois semestres,

mas, especialmente, com o resultado e impacto visual de transformação do ambiente.

Imagem 13: Crianças explorando o Canto da Praia ressignificado.

Imagem 14: Em frente à Casa da Maricota, organizamos uma mesinha para tomar chá.

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Imagem 15: Crianças brincando no parque da creche

Nessa imagem, vemos a Professora Juliane auxiliando uma criança, e um

pouco mais ao fundo, a acadêmica Stefany brincando de fazer bolinhas de sabão com

os bebês do grupo um.

Imagem 16: Rafael, bebê do grupo um curioso na ponte de desafios e obstáculos.

Podemos inferir que o trabalho realizado na área externa da Creche do

Pantanal possibilitou inúmeros aprendizados, nos provocou, no sentido de propor tais

mudanças e nos desafiou, no sentido de que as intervenções realizadas demandaram

grande esforço por parte de todas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cuidar na Educação Infantil está diretamente ligado ao ensinar e ao aprender.

Percebemos essa indissociabilidade entre cuidar e educar quando chegamos no

momento da prática pedagógica, das ações docentes, pois lemos em textos diversas

orientações, mas percebemos que no convívio com as crianças, na maneira como

conduzíamos a rotina, no trato com elas, o olhar para aquele ser, que muitas vezes

chorava e pensávamos: “- Será fralda, fome ou sono?” Fazia muita diferença como

ela iria participar das atividades propostas, se estava com fome, não ficava bem, às

vezes, adoentadas, precisavam simplesmente de um colo, um aconchego e, ali

mesmo, no colo, ouvir uma história ou acompanhavam com os olhos os movimentos

dos outros bebês.

A forma como o professor se comporta e se relaciona com os bebês traz

referências de comportamentos para as crianças. Ao longo do processo de estágio,

refletíamos muito a respeito disso. Os conceitos estudados nos fizeram questionar

nossas posturas como profissionais e nos tornaram mais atentas a elas.

Perceber e pensar como proporcionar vivencias nos fez refinar nosso olhar,

aprendendo também a avaliar o proposto criticamente, reavaliando os objetivos e o

real sentido destes para os bebês, se foi o espaço poderia estar organizado de outra

forma, se o tempo disponibilizado para tal proposta poderia ser outro – antes ou depois

da higiene, por exemplo – e o mais marcante e especial foi também compreender,

num dia no qual tudo deu certo, o porquê de termos acertado. A reação das crianças

nos indicava onde acertamos e onde erramos.

Compreendemos este período – o último semestre de 2014 e o primeiro

semestre de 2015 – como fundamentais para nossa formação como pedagogas,

aprendemos, sobretudo, que, o “Ser professor”, o “Ser pedagogo”, o “Ser um

profissional das ciências humanas”, exige muita dedicação, compromisso, seriedade,

leitura, reflexão, avaliação, auto análise, escuta e diálogo.

Entendemos a importância da professora orientadora do estágio nesse

processo formativo. Hoje, nos damos conta de que todas as vezes em que ela pontuou

algo, era necessário. Seu olhar atento às nossas ações permitiram com que ela nos

orientasse, indicasse caminhos possíveis, nos atentasse à caminhos não tão

favoráveis ao que estávamos propondo e nos mostrou na prática como é difícil à

docência. Por isso, e por toda sua incansável dedicação, seriedade e compromisso

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com o estágio, nos fez admirar ainda mais essa profissão e nos motivou a continuar

buscando conhecimentos.

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REFERÊNCIAS

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação; rumo à sociedade aprendente. Petropolis,RJ; Vozes ,1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Brinquedos e brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012. __________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010. __________. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças. 6.edição - Brasília: MEC, SEB, 2009. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRAZELTON, T Berry; GREENSPAN Stanley I. As necessidades essenciais das crianças; o que toda criança precisa para crescer, aprender e se desenvolver. Tradução: Cristina Monteiro, - Porto Alegre: Artemd,2002. FLORIANÓPOLIS. Diretrizes educacionais pedagógicas para educação infantil. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria Municipal de Educação. - Florianópolis: Prelo Gráfica & Editora ltda, 2010. FLORIANÓPOLIS. Orientações curriculares para a educação infantil da rede municipal de Florianópolis. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria Municipal de Educação. - Florianópolis: Prelo Gráfica & Editora ltda, 2012. FLORIANÓPOLIS. Currículo da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria Municipal de Educação. Betim-MG: CGPSolutions, 2015. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e Brincadeiras na educação infantil. Belo Horizonte MG,2010.

GOLDSCHMIED, Elinor; JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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ANEXOS

Anexo 1 – Planejamentos PRIMEIRA SEMANA: 07,08 E 09 DE ABRIL

DE CORPO INTEIRO: PERCEPÇÕES DOS BEBÊS DA CRECHE DO PANTANAL

OBJETIVO GERAL:

Estimular o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir das

percepções do corpo e da exploração de diferentes linguagens.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes

objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e

possibilidades de manuseio.

• Ampliar e diversificar o repertório cultural utilizando livros e músicas.

• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular etc.,

desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;

• Brincar

• Experimentar diferentes sensações, através de texturas, cheiros e formas.

• Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas

brincadeiras e nas demais situações de interação.

SITUAÇÕES DESAFIADORAS DA SEMANA:

Oportunizar diferentes vivencias para as crianças do grupo1, com aromas naturais,

de forma lúdica ;

Proporcionar momentos desafiadores nos blocos de encaixe ;

Oportunizar momentos de descobertas na vivencia com as bolas de diferentes

formas, tamanhos, pesos

Ampliar conhecimentos sonoros das crianças

EIXOS ORGANIZADORES DA ROTINA DIÁRIA:

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- CHEGADA DAS CRIANÇAS E FORMAS DE ACOLHIMENTO:

Para este momento no qual as crianças ainda se mostram resistentes, pensamos em

interações auto organizadas pelas crianças na qual disponibilizaremos diferentes

materiais.

- PLANEJAMENTO E VISIBILIDADE DA ROTINA:

Pensamos em articular um Planejamento Semanal que contemple as especificidades

e o tempo da rotina do Grupo 1, aliando vivencias, interações e propostas com

intenção pedagógica e com as condições para fazer um trabalho pedagógico que

assegure as necessidades básicos da infância. Pensando na visibilidade da rotina,

vamos fazer com que todos os interessados nessa rotina tenham acesso à ela, desta

forma, vamos trabalhar com três propostas de visibilidade da rotina, sendo estas

destinadas às famílias, à nós, professoras, e aos bebês do Grupo 1.

• Visibilidade da Rotina para as FAMÍLIAS:

Iremos fixar o Planejamento Semanal com as Rotinas Diárias no mural que fica na

parede da creche, ao lado da porta da sala referência do Grupo1.

• Visibilidade da Rotina para as PROFESSORAS:

No armário da sala referência do Grupo 1, vamos fixar o Planejamento Semanal para

que possamos nos organizar diante dos tempo do Grupo 1.

MATERIAIS, BRINQUEDOS E EQUIPAMENTOS:

Para esta semana, pretendemos trabalhar com materiais diversos: elementos naturais

como água, terra, conchas; materiais reciclados, instrumentos musicais, dentre outros.

• Brinquedos: Bolas, blocos de encaixe, loucinhas, panelinhas.

• Equipamentos: Aparelho de som, bolhas de sabão.

• Instrumentos musicais, xilofone, flauta, caxixi e chocalhos.

• Objetos cilíndricos de papel, conexões de PVC.

• Ervas aromáticas Salsa, cravo, tomilho, canela, salsão...

- LINGUAGENS:

As linguagens trabalhadas neste dia serão:

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Linguagem sonora: diferentes sons, músicas.

Linguagem visual: observar as cores, formas, objetos além das diferentes texturas dos

materiais.

Linguagem corporal: explorar diferentes movimentos, no momento da música, palmas,

bater pés.

- BRINCADEIRAS:

* AUTO-ORGANIZADAS PELAS CRIANÇAS

Nas brincadeiras auto organizadas pelos bebês do grupo 1, pensamos em deixá-los

bem livres pelo espaço da sala referência, mas criar alguns pontos como foco e

localização dos brinquedos disponíveis, sendo estes: próximo aos espelhos, no tapete

e na mesa; além de deixar disponíveis dois ou três tipos de materiais/brinquedos.

* PROPOSTAS PELAS PROFESSORAS

Nas propostas feitas pelas professoras, pretendemos trabalhar em pequenos grupos

e individualmente com cada bebê, em cada proposta realizada contemplar um grupo

de bebês. Compreendemos que não há necessidade nem viabilidade de que os

quinze bebês vivenciem as propostas simultaneamente, e por isso, trabalharemos

desta forma, para que as vivências sejam, singulares e significativas para cada um

deles.

PROPOSTAS DIÁRIAS - DETALHAMENTO DAS AÇÕES DOCENTES:

DATA: 07/04/2015 – TERÇA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

Acompanhar as professoras na recepção das crianças, e com estas explorar

diferentes propostas da sala referência.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência junto as professoras.

Momento do Parque (Sala) –

Brincadeiras Propostas pelas Estagiárias:

Diversas bolas: de sabão, de plástico, de meia, de borracha.

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Pequenas, médias, grandes.

Leves, pesadas.

Para: soprar, rolar, arremessar, chutar.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Tomam água.

Momento de Espera (sala da área externa) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

Brincadeira com blocos de encaixe, proposta onde as crianças terão oportunidade de

explorar blocos de encaixe no tapete, ou no painel que será fixado na parede.

Almoço:

Momento onde as crianças se preparam para refeição na sala referência

DATA: 08/04/2015 – QUARTA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

Acompanhar as professoras na recepção das crianças, e com estas explorar

diferentes propostas da sala referência

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência junto as professoras

Momento do Parque – Brincadeiras Propostas pelas Estagiárias: “Painel para brincar

com água e areia e pazinhas: Explorando os elementos naturais”

Neste momento disponibilizaremos um painel feito com garrafinhas de água, onde as

crianças poderão explorar e observar o trajeto que a areia assim como a água faz no

brinquedo.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Tomam água.

Momento de Espera - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias: descobertas e

concentração na caixa de tesouro.

Momento onde as crianças ficaram no tapete e deixaremos livres para explorarem os

objetos dispostos na caixa que serão objetos cilíndricos de diversos tamanhos, cores

e materiais.

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Almoço:

Momento onde as crianças se preparam para refeição na sala referência

DATA: 09/04/2015 – QUINTA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

Acompanhar as professoras na recepção das crianças, e com estas explorar

diferentes propostas da sala referência

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência junto as professoras

Momento do Parque – Brincadeiras Propostas pelas Estagiárias: Panelas e potinhos:

Neste momento levaremos mais loucinhas para o parque, uma panela e uma colher

de pau e brincaremos de cozinhar, levaremos temperos e desta forma

apresentaremos diferentes aromas ás crianças.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Tomam água.

Momento de Espera - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias: “Diferentes sons

posso ouvir, diferentes sons posso produzir! Brincando com instrumentos musicais”

(Explorando o espaço)

Momento 1: As crianças vão ouvir músicas reproduzidas no aparelho de som.

Momento 2: Disponibilizaremos diferentes instrumentos para as crianças produzirem

diferentes sons.

Almoço:

Momento onde as crianças se preparam para refeição na sala referência.

REFERÊNCIAS:

Orientações curriculares para a educação infantil da rede municipal de Florianópolis.

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SCHILER,PAM Ensinar e aprender brincando: mais de 750 atividades para educação

infantil- Porto Alegre: Artmed, 2008.

GOSSCHIED, Elionor Educação de 0 a 3 anos o atendimento em creche . Tradução

Marlon Xavier 2 Ed - Porto Alegre Artemd ,2006

SEGUNDA SEMANA: 14,15 E 16 DE ABRIL

OBJETIVO GERAL:

Estimular o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir das

percepções do corpo e da exploração de diferentes linguagens.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes

objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e

possibilidades de manuseio.

• Interessar-se por músicas diversificadas;

• Interessar-se por ouvir histórias;

• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular etc.,

desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;

• Brincar com os cavalos de borracha;

• Brincar e interagir com os chocalhos;

• Brincar com os instrumentos musicais;

• Movimentar-se pela sala referência, brincando com os tecidos;

• Conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades e limitações;

• Compreender/fomentar o sentimento de confiança em si e no outro;

• Proporcionar momentos lúdicos que permitam que os bebês criem: imaginem

e interpretem;

• Produzir e discriminar diferentes sons.

SITUAÇÕES DESAFIADORAS DA SEMANA:

Proporcionar momentos desafiadores para o corpo dos bebês;

Oportunizar momentos de descobertas através da produção de sons;

Enriquecer o repertório cultural dos bebês, à partir de CD’s e músicas de “todo o

mundo”.

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EIXOS ORGANIZADORES DA ROTINA DIÁRIA:

- CHEGADA DAS CRIANÇAS E FORMAS DE ACOLHIMENTO:

Para este momento no qual as crianças ainda se mostram resistentes, pensamos em

interações auto organizadas pelas crianças na qual disponibilizaremos diferentes

materiais.

- PLANEJAMENTO E VISIBILIDADE DA ROTINA:

Pensamos em articular um Planejamento Semanal que contemple as especificidades

e o tempo da rotina do Grupo 1, aliando vivencias, interações e propostas com

intenção pedagógica e com as condições para fazer um trabalho pedagógico que

assegure as necessidades básicos da infância. Pensando na visibilidade da rotina,

vamos fazer com que todos os interessados nessa rotina tenham acesso à ela, desta

forma, vamos trabalhar com duas propostas de visibilidade da rotina, sendo estas

destinadas às famílias e à nós, professoras:

• Visibilidade da Rotina para as FAMÍLIAS:

Iremos fixar o Planejamento Semanal com as Rotinas Diárias no mural que fica na

parede da creche, ao lado da porta da sala referência do Grupo1.

• Visibilidade da Rotina para as PROFESSORAS:

No armário da sala referência do Grupo 1, vamos fixar o Planejamento Semanal para

que possamos nos organizar diante dos tempos do Grupo 1.

MATERIAIS, BRINQUEDOS E EQUIPAMENTOS:

Para esta semana, pretendemos trabalhar com materiais diversos: tecidos; materiais

reciclados, instrumentos musicais, dentre outros.

• Brinquedos, materiais: Bolas, blocos de encaixe, tecidos, chocalhos, livros

brinquedo, túnel emborrachado, tapetes emborrachados, colchonetes, banco,

escorregador pequeno para bebês.

• Equipamentos: Aparelho de som, Luzes coloridas.

- LINGUAGENS:

As linguagens trabalhadas nessa semana serão a Linguagem sonora, visual e

corporal.

- BRINCADEIRAS:

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* AUTO-ORGANIZADAS PELAS CRIANÇAS

Nas brincadeiras auto-organizadas pelos bebês do grupo 1, pensamos em deixá-los

bem livres pelo espaço da sala referência, mas criar alguns pontos como foco e

localização dos brinquedos disponíveis, sendo estes: próximo aos espelhos, no tapete

e na mesa; além de deixar disponíveis dois ou três tipos de materiais/brinquedos.

* PROPOSTAS PELAS PROFESSORAS

Nas brincadeiras propostas pelas professoras, pretendemos trabalhar em pequenos

grupos e individualmente com cada bebê. Compreendemos que não há necessidade

nem viabilidade de que os quinze bebês vivenciem as propostas simultaneamente e,

por isso, trabalharemos desta forma para que as vivências sejam, singulares e

significativas para cada um deles.

PROPOSTAS DIÁRIAS - DETALHAMENTO DAS AÇÕES DOCENTES:

DATA: 14/04/2015 – TERÇA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto-Organizadas:

Receber as crianças com alguns materiais disponíveis pela sala, com blocos de

encaixe.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência.

Momento do Parque (Sala referência):

Uma visita especial: Pai da Eva (Leonel) visita o Grupo 1! Nosso convidado é

professor de música e virá ao grupo 1 para cantar, tocar e apresentar diferentes

instrumentos para os bebês da Creche do Pantanal.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Após o momento

da higiene, os bebês bebem água.

Momento de Espera (sala referência) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

Levaremos tecidos de diferentes texturas, tamanhos e cores para brincar ao som do

CD do Grupo Musical Roda Viva.

Almoço:

Momento no qual as crianças fazem a refeição de almoço, que ocorre por volta das

10:30 min da manhã.

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DATA: 15/04/2015 – QUARTA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas (Sala referência e solário):

Receber as crianças com móbile de chocalhos e chocalhos espalhados pelos

espaços.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência.

Momento do Parque (Sala referência e solário):

Continuidade da proposta realizada na acolhida com chocalhos por “toda parte”!

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Após o momento

da higiene os bebês bebem água.

Momento de Espera (sala referência) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

A acadêmica Gisele apresentará para os bebês do G1, livros sonoros e livros

brinquedos na mesa do grupo 1.

Em seguida, vamos fixar no chão da sala referência, um grande papel pardo para que

os bebês desenhem com giz de cera.

Almoço:

Momento no qual as crianças fazem a refeição de almoço, que ocorre por volta das

10:30 min da manhã.

DATA: 16/04/2015 – QUINTA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

Receber as crianças com muitos obstáculos dentro do espaço da sala referência,

sendo estes: túnel emborrachado, colchonetes, tapete emborrachado, muitas

almofadas e piscina de bolinhas.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência.

Momento do Parque (Parque e Quadra):

Enquanto algumas crianças ficam no parque interagindo com as professoras de

referência, as estagiárias levaram em pequenos grupos, os bebês até a quadra para

brincarem na pista de obstáculos.

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Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Após o momento

da higiene os bebês bebem água.

Momento de Espera (sala referência) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

Levaremos luzes coloridas que se movimentam e CD com músicas de todo o mundo

para os bebês brincarem.

Almoço:

Momento no qual as crianças fazem a refeição de almoço, que ocorre por volta das

10:30 min da manhã.

REFERÊNCIAS:

Orientações curriculares para a educação infantil da rede municipal de Florianópolis.

SCHILER,PAM Ensinar e aprender brincando: mais de 750 atividades para educação

infantil- Porto Alegre: Artmed, 2008.

GOSSCHIED, Elionor Educação de 0 a 3 anos o atendimento em creche. Tradução

Marlon Xavier 2 Ed - Porto Alegre Artemd ,2006.

TERCEIRA SEMANA: 22 E 23 DE ABRIL

OBJETIVO GERAL:

Estimular o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir das

percepções do corpo e da exploração de diferentes linguagens.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes

objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e

possibilidades de manuseio.

• Ampliar e diversificar o repertório cultural utilizando livros e músicas.

• Reconhecer sua imagem, e a de seus colegas espelho e fantasias

• Brincar com blocos de encaixe

• Brincar e interagir com crianças de outros grupos

• Brincar com massinha de modelar e loucinhas

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• Proporcionar momentos lúdicos que permitam que os bebês criem: imaginem

e interpretem;

• Experimentarem diferentes temperaturas

SITUAÇÕES DESAFIADORAS DA SEMANA:

Proporcionar momentos de interação com outros grupos;

Oportunizar momentos de descobertas através de diferentes texturas e temperaturas;

Enriquecer o repertório cultural, através de leitura de livros.

EIXOS ORGANIZADORES DA ROTINA DIÁRIA:

- CHEGADA DAS CRIANÇAS E FORMAS DE ACOLHIMENTO:

Para este momento no qual as crianças ainda se mostram resistentes, pensamos em

interações auto organizadas pelas crianças na qual disponibilizaremos diferentes

materiais.

- PLANEJAMENTO E VISIBILIDADE DA ROTINA:

Pensamos em articular um Planejamento Semanal que contemple as especificidades

e o tempo da rotina do Grupo 1, aliando vivencias, interações e propostas com

intenção pedagógica e com as condições para fazer um trabalho pedagógico que

assegure as necessidades básicos da infância. Pensando na visibilidade da rotina,

vamos fazer com que todos os interessados nessa rotina tenham acesso à ela, desta

forma, vamos trabalhar com duas propostas de visibilidade da rotina, sendo estas

destinadas às famílias e à nós, professoras:

• Visibilidade da Rotina para as FAMÍLIAS:

Iremos fixar o Planejamento Semanal com as Rotinas Diárias no mural que fica na

parede da creche, ao lado da porta da sala referência do Grupo1.

• Visibilidade da Rotina para as PROFESSORAS:

No armário da sala referência do Grupo 1, vamos fixar o Planejamento Semanal para

que possamos nos organizar diante dos tempos do Grupo 1.

MATERIAIS, BRINQUEDOS E EQUIPAMENTOS:

Para esta semana, pretendemos trabalhar com materiais diversos:

Brinquedos, materiais: esponja água com diferentes temperaturas, massinha de

modelar, loucinhas bonecos, livros, fantasias, óculos e espelho.

- LINGUAGENS:

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As linguagens trabalhadas nessa semana serão a Linguagem, visual e corporal.

- BRINCADEIRAS:

* AUTO-ORGANIZADAS PELAS CRIANÇAS

Nas brincadeiras auto organizadas pelos bebês do grupo 1, pensamos em deixá-los

bem livres pelo espaço da sala referência, mas criar alguns pontos como foco e

localização dos brinquedos disponíveis, sendo estes: próximo aos espelhos, no tapete

e na mesa; além de deixar disponíveis dois ou três tipos de materiais/brinquedos.

* PROPOSTAS PELAS PROFESSORAS

Nas propostas feitas pelas professoras, pretendemos trabalhar em pequenos grupos

e individualmente com cada bebê, em cada proposta realizada contemplar um grupo

de bebês. Compreendemos que não há necessidade nem viabilidade de que os

quinze bebês vivenciem as propostas simultaneamente, e por isso, trabalharemos

desta forma, para que as vivências sejam, singulares e significativas para cada um

deles.

DATA: 22/04/2015 – quarta

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

Receber as crianças com alguns materiais disponíveis pela sala.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência.

Momento do Parque (Sala referência):

Atividade: Quem sou eu? quem é você? Momento onde disponibilizaremos as

crianças diversas fantasias, próximo aos espelhos da sala referência.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Após o momento

da higiene os bebês bebem água.

Momento de Espera (sala referência) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

Literatura. Neste momento a estagiaria Stefany fará a leitura do livro Tanto tanto.

Almoço:

Momento no qual as crianças fazem a refeição de almoço, que ocorre por volta das

10:30 min da manhã.

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DATA: 23/04/2015 – QUINTA FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas (Sala referência e solário):

Receber as crianças com loucinhas e bonecas

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência.

Momento do Parque (Sala referência e solário):

Continuidade da proposta realizada na acolhida com massinha de modelar com

crianças do grupo 2.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Após o momento

da higiene os bebês bebem água.

Momento de Espera (sala referência) - Brincadeiras Propostas pelas estagiárias:

A acadêmica Gisele apresentará para os bebês do G1, diferentes texturas e

temperaturas .

Almoço:

Momento no qual as crianças fazem a refeição de almoço, que ocorre por volta das

10:30 min da manhã.

REFERÊNCIAS:

Orientações curriculares para a educação infantil da rede municipal de Florianópolis.

SCHILER,PAM Ensinar e aprender brincando: mais de 750 atividades para educação

infantil- Porto Alegre: Artmed, 2008.

GOSSCHIED, Elionor Educação de 0 a 3 anos o atendimento em creche. Tradução

Marlon Xavier 2 Ed - Porto Alegre Artemd ,2006.

QUARTA SEMANA: 25,26,27 E 28 DE ABRIL

Área Externa

QUINTA SEMANA: 04, E 05 DE MAIO

Área Externa

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SEXTA SEMANA: 11,12,13 E 14 DE MAIO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Descobrir surpresas dentro das caixas;

- Envolver-se com os materiais explorados ao longo do estágio;

- Explorar a linguagem artística, lúdica e criativa através da pintura nas caixas;

- Sentir e perceber/discriminar diferentes texturas;

- Interagir com crianças de diferentes faixas etárias;

- Manusear elementos naturais;

- Brincar;

- Dançar;

- Percepção de si e do outro através de imagens.

EIXOS ORGANIZADORES DA ROTINA DIÁRIA:

- CHEGADA DAS CRIANÇAS E FORMAS DE ACOLHIMENTO:

Para este momento no qual as crianças ainda se mostram resistentes, pensamos em

interações auto organizadas pelas crianças na qual disponibilizaremos diferentes

materiais. Neste momento colocaremos músicas que o grupo gosta e interage para

acolhê-los de forma aconchegante.

MATERIAIS, BRINQUEDOS E EQUIPAMENTOS:

Caixas recicladas de papelão de diferentes tamanhos, Tinta guache, cola, elementos

naturais como areia, terra, folhas secas, galhos secos, pedaços de pinha, e pedrinhas

pequenas, pincéis, chocalhos, brinquedos diversos, loucinhas, dentre outros.

- LINGUAGENS:

- Sensorial, motora, musical, corporal, lúdica e teatral.

PROPOSTAS DIÁRIAS - DETALHAMENTO DAS AÇÕES DOCENTES:

DATA: 11/05/2015 – SEGUNDA-FEIRA

“Reinauguração da Área Externa da Creche do Pantanal”

Para esta manhã, as estagiárias organizaram junto com a Orientadora, Professora

Geysa, uma manhã de interação entre todos os Grupos da Creche do Pantanal. Terá

pintura no rosto, leitura e literatura, amarelinha, brincadeiras na quadra (futebol, pega-

pega, queimada, pula corda, pula elástico, dentre outras), andar de motoca pela

creche, brincar com carrinhos na pista do parque, brincar na Casa da Maricota,

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explorar o Canto da Praia, Pescaria no Canto da Praia, pintando o muro azulejado e

fazendo arte, bolinhas de sabão, desafios pelo parque, com túnel, elásticos e fitas,

dramatizando e explorando diversos papéis na Casa das Fantasias. Além dessas

propostas, a Acadêmica Débora Picinato realizará a contação da História “OBAX”, do

Autor e Ilustrador André Neves, com uma surpresa no final: que será uma chuva de

flores e cores.

DATA: 12/05/2015 – TERÇA-FEIRA

Acolhida/Café da Manhã

Intervenção:

- Disponibilizaremos bolas de diferentes formas, cores, tamanhos e pesos.

- Apresentar aos bebês, as fotos do grupo e em seguida realizar uma intervenção na

mesa e no móvel da sala referência.

Higiene

Almoço/Hora do descanso

DATA: 13/05/2015 – QUARTA-FEIRA

Acolhida/Café da Manhã

Educação Física (08:00 às 09:40 horas)

Apresentação do Grupo do Boi-de-mamão da Creche do Pantanal para as

estagiárias e convidados.

Intervenção:

- Brincadeiras com caixas de papelão: uma oportunidade para criar e imaginar.

- Brincadeiras auto organizadas pelos bebês com brinquedos à disposição do grupo,

como bonecas, bonecos, carrinhos, miniaturas de animais e personagens, bolas e

loucinhas.

Higiene

Almoço/Hora do descanso

DATA: 14/05/2015 – QUARTA-FEIRA

Acolhida/Café da Manhã

Intervenção:

- Pintura nas caixas de papelão com tinta guache.

Local: Solário entre as salas do Grupo 1 e do Grupo 2.

Higiene

Almoço/Hora do descanso

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DATA: 14/05/2015 – QUARTA-FEIRA – PERÍODO VESPERTINO

REPOSIÇÃO DA ACADÊMICA STEFANY

Momento de Acordar/Café da Tarde

Intervenção:

Se houver necessidade, continuação da proposta iniciada durante a manhã.

- Pintura nas caixas de papelão com tinta guache.

Local: Solário entre as salas do Grupo 1 e do Grupo 2.

- Colagem de Elementos Naturais: contato e brincadeira com areia, terra, folhas secas,

pedrinhas, galhos secos e pedaços de pinha.

Local: Área Externa, próximo à Sala Referência do Grupo 1.

Higiene

Janta/Despedida

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FLORIANÓPOLIS. Prefeitura Municipal de Florianópolis. Secretaria municipal de

educação. Orientações curriculares para educação infantil da rede municipal de

ensino de Florianópolis. Florianópolis: Prelo Gráfica e Editora Ltda, 2012.

GOLDCHMIED, Elinor; JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em

creche. Tradução Marlon Xavier 2 Ed - Porto Alegre: Artmed ,2006.

SCHILLER, Pam, ROSSANO, Joan. Ensinar e aprender brincando: mais de 750

atividades para educação infantil- Porto Alegre: Artmed, 2008.

SÉTIMA SEMANA: 16 de junho de 2015

REPOSIÇÃO DA STEFANY DEPOIS DA GREVE

DE CORPO INTEIRO: PERCEPÇÕES DOS BEBÊS DA CRECHE DO PANTANAL

OBJETIVO GERAL:

Estimular o autoconhecimento, o conhecimento do outro e do mundo, a partir das

percepções do corpo e da exploração de diferentes linguagens.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

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• Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes

objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e

possibilidades de manuseio.

• Reconhecer-se e reconhecer os outros por meio de imagens;

• Manipular grandes objetos (caixas de papelão) e explorá-los das mais variadas

formas;

• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular etc.,

desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;

• Brincar com as caixas de papelão;

Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas brincadeiras e

nas demais situações de interação.

SITUAÇÕES DESAFIADORAS DO DIA:

Oportunizar uma vivência diferenciada com os bebês do Grupo 1, levar as caixas de

papelão para brincar com eles, mas, por ser uma reposição após a greve, uma

situação desafiadora poderá ser o reconhecimento deles, e confiança, segurança na

minha pessoa.

MATERIAIS, BRINQUEDOS E EQUIPAMENTOS:

• Caixas de papelão com imagens do grupo um e de outros grupos de pessoas.

- LINGUAGENS:

As linguagens trabalhadas neste dia serão:

Linguagem visual: observar as cores, formas, objetos além das diferentes texturas dos

materiais.

Linguagem corporal: explorar diferentes movimentos.

PROPOSTAS DIÁRIAS - DETALHAMENTO DAS AÇÕES DOCENTES:

DATA: 16/06/2015 – TERÇA-FEIRA

Acolhida – Brincadeiras Auto Organizadas:

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Acompanhar as professoras na recepção das crianças, e com estas explorar

diferentes propostas da sala referência.

Lanche da Manhã:

Servido na sala referência junto as professoras.

Vivência Proposta pela Estagiária:

Diversas caixas de papelão com imagens, para serem exploradas na busca pelo

reconhecimento de si e do outro.

Higiene:

Momento da higiene, onde são feitas as trocas e lavam as mãos. Tomam água.

Almoço:

Momento onde as crianças se preparam para refeição na sala referência

Anexo 2 – Registros

PRIMEIRA SEMANA: 07,08 E 09 DE ABRIL

Registro do dia 07 de Abril de 2015 – TERÇA-FEIRA

Cheguei atrasada, pois foi difícil conseguir uma vaga próxima a creche para

descarregar o carro. Foram muitos os materiais levados neste dia: uma bola gigante

de pilates, basquete, futebol americano, e muitas outras, mais um painel de lego, mais

bolsa...UFA! Quanta coisa! Fiz duas viagens até o carro, isso sem contar o peso da

expectativa e a responsabilidade de fazer nesta semana o trabalho de docência sem

minha colega que, infelizmente, está de licença médica.

Levei o material para sala, conversei com a professora Patrícia sobre a proposta, já

que neste dia a professora Eliane estava em hora atividade. Em seguida, preparei o

solário e o organizei com o auxílio das moças que fazem a limpeza da creche.

Enquanto terminava a montagem, professora Patrícia recepcionou as crianças com

bonecos, personagens da história da Branca de Neve e os sete anões. Em seguida,

servimos o lanche matinal com a professora Juliana (professora que substitui Eliane

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na hora atividade e professora da turma no período da tarde). Depois do lanche, pedi

ajuda as professoras para leva-los até o tapete. A proposta era de apresentar diversas

bolas de tamanhos, pesos e funções diferentes. Tirei de dentro de um saco vermelho

a primeira bola, que era verde e gigante. Logo, Rafael a retirou maravilhado com o

tamanho. Em seguida, retirei a de desmontar (Globo) que fazia barulho e logo

despertou o interesse de Sofia. Amanda timidamente pegou-a na mão e logo tentou

repetir a descoberta de Laura, que pegou o globo e juntou as duas partes. O globo

não tinha despertado muito interesse nas crianças, mas, ao abri-lo e colocar uma

bolinha dentro, fez muito sucesso entre as crianças. Isadora que estava chorando no

bebe conforto pegou uma bola na mão, a de futebol americano e ali ficou

contemplando aquela bola diferente e logo parou de chorar. Mostrei todas as bolas.

- Olhem quantas bolas, grande pequena, fofinha, pesada e tem também a bola

barulhenta. (Que era a bolinha de sabão com apito).

Todos esperavam as bolinhas barulhenta, outros vinham no potinho verde que estava

na minha mão ver a água que eu utilizava para fazer as bolinhas, algumas crianças

queriam sentir a água e perceberam que ali tinham pequenas bolinhas e diziam: -

boinha! Rafael percebeu que dentro do pote também se formou uma bolinha e parecia

que tentava pegar, fez uma expressão de surpresa quando junto de seus dedinhos

ficaram minúsculas bolinhas.

Com esta atividade ficamos aproximadamente 30 minutos brincando. Tinha preparado

outra proposta para aquela manhã, mas percebi que outra proposta em grande grupo

seria cansativa para algumas crianças, que já estavam satisfeitas com as brincadeiras

com as bolas. Convidei algumas crianças que já não estavam mais interessadas em

brincar com as bolas para irem comigo para o solário para brincar com um painel com

lego. A professora Eliane me ajudou na organização dos pequenos grupos. Luca,

Sofia, Laura foram os primeiros, estes não deram muita importância para os

brinquedos já que no solário estava o escorregador. Então, veio Isadora, uma das

menores, que se mostrou muito disposta. Foi até o chão e pegou os blocos de montar,

sentei do lado dela e comecei a conversar e montar aviões, dizendo: - olha o avião! -

fazendo de conta que estava voando colocava no painel, então Luca veio olhar, tentou

arrancar os blocos do painel, estranhou a posição em que estavam, colocou a mão e

observou que faltavam alguns blocos. Lucca saiu para dar a vez para Rafael que

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estava impaciente no portão querendo participar da brincadeira. Achei que não ia se

interessar, mas logo foi até o painel e tentou encaixar os blocos, comecei a encaixar

os blocos, de várias formas. Laura desmontava e me pedia para montar outra vez.

Aos poucos, fui trazendo outras crianças, conforme o interesse ia acabando. Levei

Marina e Amanda, Marina começou a andar há pouco tempo e Amanda ainda não

anda. O movimento deste grupo foi bem diferente, não só por elas serem menores,

mas percebi que a quantidade de crianças e seu temperamento influenciam a

brincadeira. Marina usou o painel de apoio para se levantar, passava seus dedinhos

pelos blocos e ali ficou por um tempo. Amanda ficou em pé se apoiando no meu

ombro, aguardando uma fala, um olhar meu, então, lhe entreguei alguns blocos e, aos

poucos, ela foi brincando, experimentando os blocos... Demorou para Lea ficar a

vontade e brincar. Levei Raul que estava chorando bastante na sala, mas, ao entrar

no espaço, explorava tudo. Tentei levar a Rafaela, que também estava chorando muito

na sala, mas não obtive sucesso. Convidei então a Izadora (outra) que não estava

muito receptiva no início da manhã, mas que brincou bastante e tentava encaixar as

peças do jogo. Em seguida, levei as crianças para sala referência, pois estava próximo

da hora do almoço. A professora Eliane colocou as crianças na mesa e contou uma

história, cantou e logo fomos servindo o almoço e arrumando a sala para o soninho.

IMAGENS DO DIA:

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Observações do dia: cada criança tem um tempo de atividade, ou cada atividade exige

um tempo para cada criança. Respeitar as que não querem participar da intervenção.

Registro do dia 08 de Abril de 2015 – QUARTA-FEIRA

Neste segundo dia, tive um problema com uma das propostas e tive que alterar o

planejamento. Pretendia apresentar um painel onde as crianças poderiam colocar

água ou areia, mas, infelizmente, algumas garrafas descolaram e minha pistola de

cola quente quebrou, então, levei duas partes de um cano (cortado ao meio), onde as

crianças poderiam colocar areia ou bolinhas. A outra proposta do dia foi uma interação

com diferentes aromas. Para tanto, levei panelinhas e ervas aromáticas. Preparei o

solário e o espaço externo, onde fica o trem. Lavei algumas loucinhas que estavam

sujas e contei com a colaboração da Lena que me trouxe canecas limpas. Coloquei

em potes de Yakult as ervas aromáticas, salsa, manjericão, salsão, hortelã, e as outras

que já estavam em potes fechados, cominho, cravo, canela, envoltas em um tecido

bem fininho, além de cravo e canela. Ofereci às crianças as duas possibilidades

simultaneamente, porém achei que as crianças ficaram meio dispersas e como eu

tinha o objetivo de apresentar-lhes os aromas, percebi que seria necessário mudar a

estratégia e fazer como no dia anterior, trabalhar em pequenos grupos.

Oferecer opções pode ser interessante, quando se tem mais tempo, no meu caso

naquele dia não seria. Então, Lucca entrou no espaço. Foi necessário um certo tempo

para ele se ambientar. Após apresentar o primeiro aroma, ele começou a rir, depois,

pegou a panela e fez um batuque com uma colher de pau.

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Para muitas crianças, o aroma está associado ao alimentar se, assim, muitas crianças

abriram a boca no momento que eu apresentava outro aroma. Em pouco tempo, as

duas propostas se misturaram: as panelinhas com aromas e os canos com areia. A

princípio, pensei que deu tudo errado, pois na ansiedade de realizar todo o

planejamento, perdi um pouco do controle. Quando percebi, os significados que foram

aparecendo para as brincadeiras, me diverti e tentei tirar proveito da situação como

aprendizado. Rafael e Sofia não se interessarem pelos aromas, gostaram mais da

proposta dos canos onde colocávamos carrinhos e bolinhas e observavam estes

escorregarem. Depois pegaram a areia e fizeram o mesmo. Este horário não foi muito

adequado para a atividade, pois era o horário do parque. Na sala, precisei reorganizar

o planejamento e, então, peguei alguns livros que estavam na sala e tentei contar uma

história. As crianças de interessaram mais pelos livros como brinquedos. Foi difícil

conquistar a atenção das crianças, por conta do choro de uma menina que acabou

contagiando os outros. Neste dia, as crianças estavam com muita fome e faltou gás

na Creche. Para acalmar as crianças, foram oferecidas bananas antes do almoço. Em

seguida, a situação se normalizou e preparamos as crianças para dormir.

Observação do dia: O tempo dos bebês é muito diversificado. O planejamento precisa

ser mais flexível e preciso ter uma alternativa sempre. É preciso organizar melhor o

espaço para as crianças sentarem e poderem ficar mais à vontade.

IMAGENS DO DIA:

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Registro do dia 09 de Abril de 2015 – QUINTA-FEIRA

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Neste dia, tentei participar de todos os momentos. Pensei em fazer as intervenções

em grande grupo, iniciando na acolhida, onde nos outros dois dias utilizei este

momento para organizar as propostas em pequenos grupos. Hoje, distribui brinquedos

da sala no tapete e na mesa, e um material produzido pela professora Juliana, que

eram garrafas com água e glitter. Além disso, coloquei bolinhas no móvel que fica no

meio da sala, pois percebi que muitas crianças utilizam aquele espaço apenas como

passagem de um lado pro outro. Então, pensei em colocar ali para chamar a atenção

deles. Também coloquei uma música mais calma para as crianças (MPB Baby

músicas e rimas). Passado o momento da acolhida, servimos o lanche matinal e

conversei com as professoras sobre as propostas do dia. Elas me aconselharam a

fazer a proposta dos instrumentos musicais primeiro, já que no segundo momento

agitaria muito as crianças que, em seguida, almoçam e dormem. Então, pedi ajuda

para as professoras para levar as crianças ate o tapete, coloquei a música no radio

para sinalizar que teríamos uma atividade. As crianças já me olharam, então, coloquei

a caixa com os instrumentos no tapete e tentei apresentar um por um. No início,

consegui, depois comeram a levantar e se dirigir em direção a caixa. Eu os deixava

pegar um instrumento e ia apresentando outros. Ficaram empolgados! Gostaram

muito do xilofone, do apito de pato, dos chocalhos com conchas e feijões e outros dois

revestidos de tecido. Exploraram e fizeram muito barulho! Num certo momento, a

professora Patrícia começou a cantar, e encantar com sua bela voz. As crianças

ficavam paralisadas ouvindo! Em seguida, fomos para o parque, pois o dia estava bem

bonito. Combinamos de levar as crianças aos poucos para a segunda proposta do

dia. Acompanhei as crianças no parque e observei que eles ficam sempre sentados

no tapete, algumas nem se arriscam a sair daquele local. Então, pensei em preparar

uma atividade diferente no parque, talvez na casinha ou próximo às arvores. Quando

me preparei para levar as crianças para sala, me deparei com um imprevisto. O chão

estava molhado e não poderia entrar na sala. Eliane estava sozinha no parque, mas

disse que me ajudaria a levar as crianças. Tinha pouco tempo para o baú dos

tesouros. Ela disse que poderia fazer com um grupo e depois outro, então, levei

algumas crianças. Coloquei no baú vários objetos cilíndricos com a intenção de que

conseguissem observar o caleidoscópio, um exercício que exigiria muita concentração

e, talvez, só os maiores conseguissem. Foi interessante observar que nenhuma

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criança conseguiu ver o caleidoscópio, talvez pelo pouco tempo que tivemos para a

atividade. Em seguida, as demais crianças foram chegando do parque e foi hora de

muito choro! Interessante que mesmo com o choro coletivo, muitas crianças ainda se

interessaram pelos objetos disponibilizados no baú. Luca e Amanda pegaram uma

bola e colocaram dentro de um cano bem largo, outras crianças observavam os

espaços da sala por dentro de um cano, como se fosse uma luneta. Amanda

conseguiu ver o espelho dentro de um pote cilíndrico. Penso que se tivesse mais

tempo, ela conseguiria ver o caleidoscópio, mas percebi que cada criança tem um

tempo.

Observação: percebi que imprevistos acontecem e que às vezes as atividades não

ocorrem como esperado, mas, mesmo assim, as crianças conseguem dar novos

significados as propostas. Neste terceiro dia, consegui ficar um pouco mais à vontade.

IMAGENS DO DIA:

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SEGUNDA SEMANA: 14,15 E 16 DE ABRIL

Registro do dia 14 de Abril de 2015 – TERÇA-FEIRA

Hoje começamos a semana mais animadas, agora trabalhando em dupla nos

sentimos mais fortes e confiantes para enfrentar novos desafios, o primeiro deles foi

o de trazer um visitante para uma proposta. O convidado foi o pai da Eva que é músico,

mas não sabíamos qual seria a reação das crianças. Além da visita de um musico,

tínhamos também a proposta de levar os cavalinhos de borracha para o parque, para

as crianças brincarem. Como os cavalinhos ficam guardados em uma área aberta,

estavam empoeirados. Com a ajuda da D. Rosa, os cavalinhos foram limpos. O

terceiro momento pensado foi colocar um fundo musical e apresentar em um momento

de relaxamento tecidos de texturas e cores diferentes.

Preparando a recepção:

Separamos blocos de encaixe em vários espaços da sala, várias crianças sentaram

ao nosso lado esperando alguma construção. Uma torre grande fascinava Luca. Laura

já gosta de desmontar e sucessivamente nos pede: -faz - solicitando nossa ajuda

para construirmos alguma coisa e ela desmontar e montar inúmeras vezes. Marina

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parece observar as diferentes cores, passa os dedinhos por entre os blocos, Amanda

nos observa e tenta pegar a grande construção e nos olha com seus olhinhos

entusiasmados.

Em seguida oferecemos café, algumas crianças recusaram. Amanda e Marina comem

calmamente seu pão. Então, chegam Eva seu pai e sua mãe (professora Janaina), a

proposta era de o professor apresentar vários instrumentos. Foi um momento muito

legal! Primeiro ele apresentou os instrumentos, falou os nomes e a origem. As crianças

ficavam fascinadas e pareciam entender tudo, e quando ele tocava os instrumentos:

olhos arregalados, sorrisos. Depois da apresentação dos instrumentos, o professor

cantou e deixou as crianças explorarem os instrumentos. As professoras também

brincaram com as crianças. Foi uma interação muito bonita. Em seguida, após os

agradecimentos ao professor, fomos organizar o parque, levamos os cavalinhos no

local onde as professoras costumam colocar o tapete. Nesta proposta, tentamos dar

uma atenção especial às crianças que recém começaram a andar e a Amanda que

ainda não anda.

Marina, Amanda, Izadora, Isadora e Rafaela para essas crianças pensamos em

interagir, mediar e estimular mais, pois percebemos possibilidades de intervenções

para o melhor desenvolvimento destas crianças.

Rafaela que chorava muito desde o início da nossa docência, hoje, sorriu e pulou

brincando no cavalinho, aceitou um colinho e um carinho. Amanda se apoiou e tentou

levantar algumas vezes, Marina também tentava subir no cavalinho. Algumas crianças

de outro Grupo pegaram os cavalinhos, o que dificultou um pouco. Yuri brincou no

cavalinho de balançar também. Quando fomos para sala oferecer água e iniciar as

trocas, recebemos ajuda das professoras, apresentamos os tecidos com música e,

apesar do pouco tempo, eles gostaram muito, se enrolavam, brincavam de se

esconder, sentiram e observaram os vários tons e texturas. Arrumamos os colchões

e preparamos as crianças para o almoço. Algumas crianças precisavam de ajuda

neste momento e, em geral, todos se alimentam bem. Marina come pouco e ficamos

de observar se no café na manhã ela come bem. Stefany ficou com Amanda, já que

ela come bem devagar. Gisele fez marina e Raul dormirem no bebe conforto, pois

estavam inquietos e ali ficavam mais calmos. Leandra está doentinha e chora muito

deitada e custa a dormir.

ANEXOS:

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Imagem 1:

Na imagem 1, o pai da Eva (Leonel) apresentando alguns instrumentos e ritmos

musicais para os bebês do Grupo 1 da Creche Nossa Senhora Aparecida.

Imagem 2:

Na Imagem 2, podemos notar a organização para essa proposta: dispusemos as

almofadas contornando o tapete, para que os bebês pudessem sentar de forma

aconchegante. Podemos notar também a atenção dos bebês e como estavam

entusiasmados com os sons que eram produzidos pelos instrumentos.

Imagem 3:

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Na Imagem 3, conhecemos o Berimbau que, segundo o Pai da Eva, foi o primeiro

instrumento de corda inventado no mundo e tem origem africana.

Imagem 4:

Na Imagem 4, Laura interage com o pandeiro, e faz uso de uma baqueta para tentar

produzir algum tipo de som. Após a interação do músico com os bebês,

disponibilizamos os instrumentos para que eles pudessem manusear.

Imagem 5:

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No parque, os bebês interagiram muito com os cavalos, os de borracha e os de

balanço, ambos chamaram a atenção e despertaram interesse e curiosidade. Na

Imagem 5, Amanda, que ainda não caminha sem o auxílio de um adulto ou de algo a

qual possa se apoiar, brincou com um cavalo de borracha.

Imagem 6:

Na Imagem 6, vemos o Rafael, um dos bebês maiores do Grupo 1. Podemos observar

sua alegria ao tocar/sentir as orelhas do cavalo de borracha.

Imagem 7:

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Na Imagem 7, vemos oito bebês do Grupo 1, e uma menina do Grupo 2 sentados no

gira-gira no momento do parque, brincando com a Estagiária Stefany, que ao girar

cantava inúmeras músicas/cantigas infantis.

Imagem 8:

Na Imagem 8, a descoberta: “-ACHOU!”, “-CADÊ?” ... Leandra brinca de se esconder

por baixo do pano -tnt- lilás no momento em que aguardamos o horário do almoço.

Registro do dia 15 de Abril de 2015 – QUARTA-FEIRA

Neste nono dia de Estágio na Creche do Pantanal, tivemos uma manhã muito

agradável e tranquila. A Professora Eliane se machucou e não pôde vir para a creche,

portanto, trabalhamos nós, Gisele e Stefany, em parceria com a Professora Auxiliar

Patrícia. Atendemos onze crianças, nessa manhã de quarta-feira.

Para o momento da Acolhida, fizemos uma intervenção no solário que fica entre os

grupos um e dois: penduramos um móbile de chocalhos construído pela acadêmica

Stefany, além disso, disponibilizamos muitos chocalhos de garrafa pet, também

elaborados pela Stefany e também garrafinhas pet com água, glitter, bolinhas de

isopor elaboradas pela Professora Juliane.

O Lucca foi o primeiro bebê a chegar e brincou muito no espaço do solário, com o

móbile de chocalhos. Ele pegava garrafa por garrafa e as sacudia, para perceber e

discriminar quais sons seriam produzidos. Em seguida, os outros bebês foram

chegando aos poucos. Começamos a servir o café da manhã (Pão integral, queijo

mussarela e iogurte) e enquanto alguns bebês iam comendo, outros continuavam a

explorar os sons produzidos à partir dos chocalhos de garrafa pet.

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Após o café da manhã, os bebês continuaram a interagir com a mesma proposta da

acolhida, isso porque o tempo estava levemente chuvoso e muito frio na área externa.

Além disso, devido à ausência da professora, a Professora Auxiliar Patrícia, optou por

não sair de sala para prevenir algum possível acidente e assegurar a integridade e

segurança dos bebês do Grupo 1.

Por volta das dez horas da manhã, recolhemos os chocalhos, isolamos a parte do

solário e a estagiária Gisele se dirigiu até a mesa da sala referência cantando uma

música que chama muita atenção dos bebês (Música do Dedo) e sentou lá, com

muitos livros sonoros e livros brinquedo para mostrar e ler para os bebês. Eles,

voluntariamente, foram se dirigindo até a mesa, pois lhes despertou muito interesse.

A Gisele conseguiu prender a atenção de todos os bebês, foi um momento bem

significativo para todos.

Em seguida deste momento, os bebês manusearam os livros e organizamos um

espaço para desenho no chão da sala. Fixamos um grande papel pardo e

disponibilizamos giz de cera para os bebês.

Depois, servimos o almoço (Carne moída, arroz, feijão, tomate e maionese) e, em

seguida, organizamos a higiene e posterior momento de descanso/soninho.

Foi uma manhã bem tranquila, trabalhamos em sintonia, uma ajudando a outra e

sempre observando muito os bebês e atendendo às necessidades básicas da infância

e visando compreender e respeitar as especificidades de cada criança, contemplando

seu tempo e suas reações diante das propostas.

ANEXOS:

Imagem 9:

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Na Imagem 9, Lucca brinca com o móbile de chocalhos que penduramos na porta da

sala referência do Grupo 1, que dá acesso ao solário que fica entre os grupos 1 e 2.

Imagem 10:

Na Imagem 10, Eva e Laura estão no solário que fica entre as portas que dão acesso

à rua dos grupos 1 e 2. Como podemos observar na imagem, colocamos um tapete

emborrachado no chão, pois estava gelado. Na mesa ao fundo, dispusemos várias

garrafas pet –chocalhos- que produzem diferentes sons, de acordo com o material

que há dentro. Eva, que havia acabado de chegar, manuseia com cuidado e

curiosidade a garrafa que produzia sons metálicos. Laura tentava abrir o portão e

durante toda a interação nos pedia para abrirmos os chocalhos.

Imagem 11:

Na Imagem 11, observamos a pequena Eva próximo ao portão na porta de entrada

da sala referência do Grupo 1, olhando para frente, pois a sala que observamos do

outro lado é a sala que sua mãe, Janaina, é a Professora Auxiliar. Vemos também a

estagiária Stefany com a Rafaela no colo, este momento de Acolhida, no qual os

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bebês ainda estão inseguros, alguns exigem uma atenção maior, um colo para

acalmar, um carinho...

Imagem 12:

Na Imagem 12, Rafaela que estava bem insegura, logo “se soltou” e se interessou

muito pela proposta que lhe foi apresentada: brincou com os chocalhos, produziu

sons, interagiu com aquela intervenção realizada no espaço do grupo 1.

Imagem 13:

Na Imagem 13, Marina sorri, deitada na almofada com capa de melancia, ela interage

e brinca com a Laura, que aparece agachada na foto. Os momentos em que as

brincadeiras são auto-organizadas pelas crianças, proporcionam grandes e

importantes interações entre os bebês, momentos nos quais uns aprendem com os

outros!

Imagem 14:

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Na Imagem 14, a estagiária Gisele apresenta novas possibilidades para os bebês:

livros sonoros e livros brinquedo. Todos os bebês estão atentos e interessados.

Imagem 15:

Na Imagem 15, observamos o Rafael desenhando no papel pardo.

Registro do dia 16 de Abril de 2015 – QUINTA-FEIRA

Iniciamos a manhã preocupadas devido à ausência da Professora referência, que está

doente. Como havíamos planejado a Pista de Obstáculos no momento do parque,

iríamos precisar de mais pessoas para auxiliar durante a realização desta proposta.

Além disso, havia chovido durante a madrugada anterior e o tempo estava muito

fechado, com indícios de que iria chover. Portanto, planejamos para o momento da

acolhida, uma “mini” pista de obstáculos organizada no espaço da sala referência. E

para contemplarmos esta proposta, que visava o movimento das crianças e percepção

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de seu corpo no espaço organizado com obstáculos, decidimos adequar a pista para

o espaço da sala referência. Desta forma, organizamos a sala com materiais diversos:

almofadas, túnel, colchonetes, piscina de bolinhas, etc.

Os bebês adoraram a forma a qual o espaço foi organizado e brincaram muito:

enquanto o Rafael pulava na piscina de bolinhas, a Marina gargalhava e achava graça

daquela situação. Eles se percebiam e percebiam o outro neste espaço com a

intervenção dos materiais como obstáculos. Os bebês Lucca e Laura brincaram muito

de passar pelo túnel, Amanda também foi engatinhando até o espaço do túnel para

brincar.

No momento do parque, a Professora Juliane – que é a Professora do Grupo 1 no

período Vespertino – veio para nos auxiliar nas propostas e substituir a Professora

que está de licença médica. Nos dirigimos até o parque, com todo o grupo 1 e, na

sequência, levamos três bebês até a quadra onde preparamos o circuito de

obstáculos.

Nesse momento de interação com um grupo bem pequeno – dois ou três bebês –

pudemos auxiliá-los a passar pelos obstáculos que aquele ambiente propunha:

primeiro rastejar no túnel estofado, depois caminhar até os bancos, se equilibrar

caminhando por cima dos bancos e ao final dos dois bancos, pular nos colchonetes,

depois rolar nos colchonetes e por fim, subir e descer no escorregador.

Foi uma proposta desafiadora para alguns bebês. Para outros, não chamou muita

atenção e optaram por correr pela quadra.

Depois dessa proposta, fomos para a sala referência e, enquanto fazíamos a higiene,

apagamos as luzes da sala e colocamos as luzes coloridas que se movimentavam

pelo espaço ao som de Adriana Calcanhoto – Música: Saiba.

Em seguida, servimos o almoço (Arroz, feijão, frango e salada de repolho com

cenoura). Após o almoço, novamente a higiene e colocamos os bebês para dormir.

Foi uma manhã repleta de desafios, além disso muitas crianças choraram, algumas

ainda estão em processo de inserção/adaptação na creche.

ANEXOS:

Imagem 16:

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Na Imagem 16, Laura e Lucca brincam de passar pelo túnel e se divertem muito.

Imagem 17:

Na Imagem 17, Marina gargalha feliz pois adorou estar imersa em tantas bolinhas; ela

brincou, riu, sentiu as bolinhas, as arremessou, observou as cores e aproveitou muito

esse momento.

Imagem 18:

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Na Imagem 18, Isadora brinca no balanço de avião no parque.

Imagem 19:

Na Imagem 19, Sophia brinca no balanço de avião no parque.

Imagem 20:

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Na Imagem 20, à esquerda, a acadêmica Gisele interage com a bebê Amanda, e à

direita, a acadêmica Stefany interage com o bebê Raul na Pista de Obstáculos que

montamos na quadra da Creche Nossa Senhora Aparecida.

Imagem 21:

Na Imagem 21, Raul tenta subir pelo escorregador da pista de obstáculos.

TERCEIRA SEMANA: 22 E 23 DE ABRIL

Registro do dia 22 de Abril de 2015 – SEGUNDA-FEIRA

Hoje dia 22 de abril, programamos junto aos outros grupos iniciar a intervenção no

espaço externo na creche do pantanal, começaríamos a pintar o cantinho da praia,

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mas o dia não estava muito favorável para iniciarmos nossos trabalhos no parque.

Então esperamos todas as colegas chegarem combinamos e revemos nossos

planos, e então como já tínhamos combinado caso chovesse iríamos fazer a docência.

Chegando na sala do g 1 conversamos com as professoras e avisamos que

infelizmente não poderíamos pintar a área externa, e iríamos iniciar a docência

falamos do que planejamos elas concordaram. A Acolhida já tinha sido feita pela

professora patrícia que havia disponibilizado vários brinquedos para as crianças

carrinhos, e jogos da Fisher price então fomos buscar material complementar para

nossa docência. Uma das propostas seria a de trazer vários chapéus, óculos, perucas

e desta forma incentivar as crianças a se reconhecem no espelho. No início ficaram

tímidos colocamos em nós as fantasias, as professoras nos ajudaram nesse momento

e quando elas também se fantasiaram as crianças começaram também a se divertir.

Inicialmente somente Rafael se olhou no espelho depois, Laura com ajuda da

professora patrícia se olhou com óculos e chapéu. Izadora ao colocar a peruca

tentava com sua língua pegar os cabelos loiros que pinicavam seu nariz, já Isadora

ribeiro que colocou as asinhas tentava segurar com sua mão as asas que estavam

nas suas costas em seguida saiu pulando pela sala. Sofia se divertia vendo seus

amigos, Miguel ficou no colo de Stefany observando toda a movimentação. Essa

atividade ocupou boa parte da manhã. No segundo momento enquanto são feitas as

trocas Stefany leu o livro “Tanto tanto” , estávamos curiosas quanto a reação das

crianças , pois ainda não tínhamos lido uma história mais longa para as crianças ,

mas correu tudo bem, algumas crianças , queriam pegar o livro , mas quando Stefany

terminou a leitura , muitas crianças começaram a falar bebê, e foi muito interessante

a rumo que a atividade tomou: pegamos então os bonecos que ficam embaixo da

bancada e começamos a cuidar de bebes , Laura colocou um boneco no bebe conforto

e começou a balançar. Neste dia Raul chorou bastante as professoras acharam

melhor ligar para a mãe dele vir busca-lo.

Depois do fim da atividade chegou a professora de educação física que trouxe vários

fantoches, algumas crianças não participaram muito, pois como de costume as 10 hs

em diante, as crianças choram bastante com fome e sono. Terminada a proposta da

professora de educação física, chegou o almoço e em seguida colocamos as crianças

para dormir, neste momento chega a mãe do Raul e o leva para casa.

Registro do dia 23 de Abril de 2015 – TERÇA-FEIRA

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Dia 23 de abril, continua a chover, e as crianças estão agoniadas dentro da sala

organizamos o solário para este dia, percebemos em outra atividade que as crianças

ficam muito bem naquele local, nos dias de chuva é uma boa estratégia para os

pequenos explorarem. Tinha muito material de pintura no solário, que também serve

de deposito. Limpamos já que também tinham muitas folhas e sujeira, neste dia Dona

Rosa não estava, ela fez falta pois está sempre à disposição para nos ajudar, mas

não foi impedimento para nossa proposta, pegamos o material de limpeza e

organizamos o local, falamos com a Débora estagiaria do g2 que também participaria

da atividade do solário. Pegamos um tapete da sala do g2 e uma mesa, e mais dois

tapetes da sala do g1, os chocalhos já estavam no solário e assim o deixamos, pois

foi uma intervenção muito positiva em outro momento. Pegamos o sofá e a mesinha

de caixas de leite loucinhas e bebes para o início da recepção, percebemos que as

crianças ficaram calmas no ambiente, as que não queriam ficar ali iam para sala e

assim transitavam calmamente pelo espaço. Yuri que quase não interage com os

amigos neste dia brincou bastante com potes e tentava abrir e fechar, alguns amigos

tiravam o pote de sua mão e ele logo reclamava com seu choro. Servimos o café

matinal para as crianças e em seguida começamos a organizar o espaço para a

utilização de massinha com as crianças do g2, quando as crianças do outro grupo

chegaram, logo pegaram a massinha e começaram a brincar enquanto as crianças do

g1 tinham de ser mais incentivadas a ter contato com a proposta, Yuri observava Maria

que cortava a massinha e assim começou a colocar suas mãos na massa. Rafaela

também brincou e fazia caretas quando a massinha grudava em suas mãos. Neste

momento que as crianças ficaram bem tranquilas as professoras foram lanchar , já

que havia crianças no solário com massinha e crianças na sala com encaixes

coloridos , a (professora Mariana ?) veio nos auxiliar já que Eliane não veio

.terminado o momento do solário as crianças foram para sala para que as trocas

fossem realizadas e neste momento que temos a oportunidade de propor alguma

outra atividade , então levamos matérias de diversas texturas , e temperaturas, água

congelada e água morna , pena , esponja , tecido com cordas e bolas macias e

duras. A reação foi muito legal, pois na brincadeira anterior brincávamos com loucinha

e dizíamos está quente quando a panelinha ia no fogão e soprávamos, e quando as

crianças pegavam a água morna dizíamos está quente e eles sopravam a garrafa, e

quando pegavam a garrafa congelada diziam: - Quente, então dizíamos gelado

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bruuuuu, então nos encolhíamos, e em seguida Laura e Rafaela começaram a nos

imitar. Izadora ficou fascinada com o tecido com cordas que além de diferente tinha

uma cor vibrante, Yuri ficou receoso olhava curioso pro tecido quando colocamos na

sua frente. Rafael pegou a garrafa de água gelada e colocou na testa, na boca e

olhava sério, dizíamos gelado. Mariana colocava suas mãozinhas no tecido e tentava

puxar uma cordinha, Izadora puxava nas pontinhas dos dedos. Em seguida

começamos a arrumar os colchões, acho que foi a manha que tivemos menos choro

para dormir, exceto Raul que estava bem doentinho e chorou bastante.

Imagens do dia

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Após a Leitura do Livro “Tanto, Tanto”, pela acadêmica Stefany, pegamos as bonecas

e bonecos e disponibilizamos para os bebês brincarem.

Marina e outros bebês brincaram de “dar comida” para os bebês.

Dia 23-04

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QUARTA SEMANA: 25,26,27 E 28 DE ABRIL

Atuação na Ressignificação da Área Externa.

QUINTA SEMANA: 04, E 05 DE MAIO

Atuação na Ressignificação da Área Externa.

SEXTA SEMANA: 11,12,13 E 14 DE MAIO

Registro do dia 11 de Maio de 2015 – SEGUNDA-FEIRA

Chegamos na Creche do Pantanal receosas, pois, no Domingo – dia anterior –

havia chovido muito na Ilha. Entretanto, para nossa surpresa e alegria coletiva, o

Parque estava seco e o Sol estava a surgir. Assim sendo, poderíamos manter a

proposta inicial de “Reinauguração da Área Externa da Creche do Pantanal” com uma

manhã dinâmica e interativa, cheia de propostas enriquecedoras e significativas para

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as crianças. Iniciamos a organização dos espaços para dar início às brincadeiras.

Todas as estagiárias dividiram as tarefas para aquela manhã festiva: a acadêmica

Gisele ficou responsável por organizar e preparar as pipocas e também os materiais

necessários para a pintura coletiva na parede azulejada do muro no parque; Laíse

organizou a “Casa das Fantasias” e também fez registros fotográficos de todo o

processo de organização dos espaços; Débora, Stefany e Raiane fizeram pinturas

faciais e corporais nas crianças; Vanessa ficou no “Canto da Praia”, interagindo e

mediando a brincadeira da Pescaria e organizou o corredor de entrada da creche,

decorando-o com fitas coloridas para bem receber as crianças e as famílias;

Stefany organizou o Canto da Praia, espalhando as conchinhas e cascalhos

levados pela Vanessa por toda a areia, e também as pinhas levadas pela Gisele, além

de baldinhos e pazinhas para brincadeiras na areia; a Diretora da Creche, Caroline

Mosimann, levou um guarda sol bem colorido, que compôs o Canto da Praia;

Stefany também organizou a Casa da Maricota, com loucinhas, materiais

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recicláveis, bonecas, bonecos, fogão e armários.

Do lado de fora da Casa da Maricota, Laíse organizou o Chá da Maricota,

criando um ambiente muito aconchegante para as crianças brincarem.

Débora, Mariana e Raiane organizaram desafios na casinha com a ponte:

colocaram elásticos, fitas, e um tnt preto para cobrir e fazer um túnel, além disso, por

dentro deste túnel, iluminaram com muitas estrelas douradas;

Ana Julia preparou o aparelho de som e a caixa amplificadora para colocarmos

músicas ao longo da manhã, além de auxiliar e interagir com as crianças em diversas

brincadeiras. Ana Julia e Vanessa também organizaram os materiais para brincadeira

de bolinha de sabão. Gisele levou uma “Máquina de Fazer” Bolinhas de Sabão que

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também legrou a festa. A acadêmica Débora realizou a leitura da Obra Literária

“OBAX”, do autor e ilustrador André Neves, ao final da história, após estourar um

enorme balão surpresa azul, caiu sob as crianças sentadas no tapete de tnt colorido,

uma chuva de flores e cores. Mariana organizou vários espaços, além de decorar os

ambientes com fitas e balões. Nossa orientadora, Professora Geysa, nos auxiliou e

orientou em todo o processo de organização destes espaços, bem como na decoração

e harmonização do ambiente para que ficasse aconchegante e acolhedor.

As crianças de todos os grupos adoraram e se divertiram muito ao longo da

manhã. Todos os espaços foram muito utilizados pelas crianças, com muita

empolgação.

Ao término das atividades, os grupos foram encaminhados para o Momento de

Almoço, e nós demos uma reorganizada no parque e nos espaços, para que as

crianças pudessem curtir aquele ambiente no período vespertino também. Nesse

momento, a Professora Geysa nos comunicou que a Supervisora da Unidade,

Adriana, gostaria de conversar conosco – o grupo. Nos dirigimos para a Sala Multiuso,

local onde a Adriana e a Caroline – Diretora da Unidade- haviam preparado um lindo

café para nós, como forma de agradecer a parceria entre a Creche e o Grupo de

Estagiárias e a Professora Geysa, ou seja, entre a Creche Nossa Senhora Aparecida

– Creche do Pantanal – e a FAED – Centro de Ciências Humanas e da Educação da

UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina.

Foi um café muito especial, cada detalhe foi pensado e planejado, e ficou lindo!

Além é claro, de saboroso... Os cupcakes foram feitos pela filha da “Adri”, eram de

chocolate, com recheio de doce de leite que a própria Adriana comprou em sua viagem

à Minas Gerais. O “brigadeirão” caseiro estava uma doçura “que só”! Amamos a

presença do Chá gelado de Hibisco...

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Novamente, nos tocou a sensibilidade dessa equipe, desse Grupo chamado de

Creche do Pantanal. Ficamos imensamente agradecidas pela oportunidade de

estagiar em uma Unidade que têm-se tornado cada vez mais uma referência na Rede

Municipal de Florianópolis, que respeita, dá voz – escuta e preocupa-se

verdadeiramente – às famílias, assegura os Direitos Fundamentais das Crianças e

atua com vontade, não mede esforços em prol desta creche e das crianças e infâncias

que por ali perpassam.

Registro do dia 12 de Maio de 2015 – TERÇA-FEIRA

A Acolhida dos Bebês do Grupo 1 ocorreu no hall da creche, junto com os demais

grupos. Por volta das oito e meia, fomos para a sala referência do grupo 1. Até aquele

momento, haviam chegado apenas duas crianças: Lucca e Marina. Na sala,

disponibilizamos bolas de diferentes formatos, texturas, cores, pesos e tamanhos e

também a piscina de bolinhas. Logo em seguida chegaram os bebês Laura, Raul,

Izadora Ribeiro e, mais tarde, a outra Isadora. O café oferecido foi pão integral, patê

de frango e café com leite.

Depois, sentadas no tapete com os bebês, mostramos as fotos do Grupo 1 uma

a uma. Eles adoraram e ficaram muito curiosos ao visualizarem e perceberem a si

mesmo e aos demais bebês e adultos nas interações e nos momentos diversos que

estavam registrados nas imagens. Em seguida fizemos uma intervenção na mesa, em

um dos espelhos e nas laterais de um dos armários/móveis da sala referência do

grupo 1, fixando as fotos reveladas em tamanho dez por quinze (10x15) com papel

contact transparente por cima para protege-las e garantir certa durabilidade.

O grupo percebeu as mudanças realizadas no espaço: conversavam entre eles,

nos chamavam, tocavam, falavam, balbuciavam e apontavam para as crianças e

adultos nas imagens e diziam os nomes de um ou outro bebê. Davam risadas e

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também arregalavam os olhos, arqueavam as sobrancelhas fazendo “cara de

espanto” diante de algumas imagens.

Acreditamos que a proposta para esta manhã tem importância fundamental

para a faixa etária que temos como objeto de estudo no nosso campo de estágio para

atuação docente – um a dois anos de idade – pois ela dá ênfase na PERCEPÇÃO, de

si, do outro, de momentos coletivos, individuais, de ações autônomas, de ações que

necessitam da intervenção e mediação de um adulto, por exemplo. Observar,

perceber, reconhecer/discriminar e relatar/socializar essa experiência, só será

permitido para os bebês se lhes for proporcionado momentos e ferramentas para isso,

daí a necessidade de espelhos na altura do chão, para que eles possam “se perceber

no espaço”.

Perceber-se e, mais ainda: perceber-se nos espaços da creche foi nosso objetivo, e

assim sendo, o atingimos com êxtase.

Registro do dia 13 de Maio de 2015 – QUARTA-FEIRA

Recebemos o Lucca, no hall da creche, e preparamos a sala referência do grupo 1,

para uma recepção com as caixas – afinal, a proposta com as caixas rendeu muita

brincadeira e eles gostaram! Era o momento da Educação Física, então, a Professora

Thalita assumiu a docência do grupo. Oferecemos o Lanche da Manhã para o Lucca

e, em seguida, chegaram os bebês Rafael, Marina e Raul.

Por volta das nove horas nos dirigimos até o hall central da creche, local onde iria

ocorrer a apresentação do grupo do Boi-de-mamão da Creche do Pantanal,

carinhosamente e especialmente organizada para que nós, estagiárias da UDESC.

Estava uma manhã fria e a maioria dos bebês estavam com o nariz escorrendo, um

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pouco resfriados.

Com o boi, só festa! Raul, pulava e sorria, durante todo tempo. Queria adentrar na

roda do boi... Lucca e Raul sentiram medo quando a bernunça e outras personagens

se aproximaram.

Após a apresentação do Boi, fomos para a sala referência do Grupo 1 e deixamos os

bebês livres para explorarem o espaço e os brinquedos disponíveis nos cestos.

Depois, Stefany sentou na mesa e começou a cantar algumas músicas, e um a um,

os bebês foram sentando também para imitar os gestos e dançar, cantar, curtir as

canções.

Próximo das dez e meia, servimos o almoço para o grupo. Conforme iam terminando,

fomos higienizando-os e depois encaminhando-os para o colchonetes para o

momento do sono/descanso.

Registro do dia 13 de Maio de 2015 – QUARTA-FEIRA

Nesta manhã, recebemos os bebês na sala referência do grupo 1, disponibilizando os

chocalhos que produzem diferentes sons, enquanto alguns brincavam pela sala,

levamos um de cada vez até o solário localizado entre o g1 e o g2, local que havíamos

preparado para a pintura nas caixas de papelão. O primeiro bebê a pintar foi a Eva,

que se envolveu com a proposta e adorou pintar.

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Depois da Eva, outros bebês foram levados até este espaço para pintar. Laura, que

já pronuncia muitas palavras e interage em todas as propostas, nos surpreendeu, pois

toda vez que pintava um dos lados da caixa, olhava para a Stefany e falava “- Lado!”

e apontava. Pedindo para que a caixa fosse colocada em outra posição para que ela

pudesse pintar. Já o Lucca, gostou da pintura, porém, gostou mais ainda de viver a

experiência e “se sujar” com a tinta. Passou o pincel no pescoço, levou algumas vezes

em direção à boca também. E no momento de parar e dar oportunidade a outros

bebês, chorou muito.

Para o Raul, pintar a caixa foi muito desafiador, pois ele ainda não come sozinho,

chora muito, tem pouca autonomia diante de algumas situações. Várias vezes deixou

o pincel cair, demonstrando dificuldades para segurar aquele instrumento. Então,

Stefany insistiu inúmeras vezes até que ele conseguisse pegar o pincel e depois, que

compreendesse a lógica da pintura (molhar o pincel na tinta, levar até a caixa e daí

movê-lo para a direção desejada).

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Rafael, que é um bebê muito grande e agitado, ainda não percebe seu corpo no

espaço e tem pouco controle do mesmo. Seus movimentos são bruscos, “não tem um

freio” ao término de uma dada ação. Por isso, ao pintar a caixa de papelão, levava o

pincel até o lado oposto da caixa de forma muito rápida, sujando muito a camiseta

azul que estava vestido para proteger sua roupa, e também fez com que respingasse

tinta por todos os lados. Rafael é muito inteligente, compreende bem as mensagens

que passamos para ele, tem uma irmã mais velha que também frequenta a creche e,

no parque, algumas vezes interage com ela. Para este bebê, será muito importante

propostas que o desafiem no sentido de ter cuidado, fazer movimentos calmos e que

exijam precisão.

Marina não demonstrou interesse e quis sair do solário, pintou bem pouco.

Essa proposta demanda mais tempo, pois requer um cuidado, tempo para colocar a

blusa de proteção no bebê, tempo para dialogar com ele, explicar a proposta,

demonstrar e depois retirar a camiseta. Logo chegou o momento da higiene e

momento do almoço, auxiliamos na refeição, na higiene e depois os encaminhamos

para os colchões, para dormir/descansar. Gisele foi embora assim que os bebês

dormiram e Stefany continuou com o grupo, pois faria a reposição de um dos dias que

precisou se afastar por problemas de saúde.

Registro do dia 13 de Maio de 2015 – QUARTA-FEIRA - Reposição da Acadêmica

Stefany Dias – Período Vespertino

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Para esta tarde, planejei dar continuidade às propostas desenvolvida pela manhã com

as caixas e, realmente, houve essa necessidade devido a demanda do grupo e

também ao pouco tempo de uma manhã. Sendo assim, após o momento do sono,

quando as crianças começaram a acordar, sentei ao redor da mesa e os fui

convidando a ir cantar e dançar algumas músicas. Depois, a “Paty” foi embora e iniciou

o turno da nova professora do grupo 1 no período vespertino, que organizou o espaço

com os bebês e sentou na roda, no tapete, para brincar com eles, enquanto eu dava

continuidade à proposta de pintura nas caixas. O Vitor, que até então eu não conhecia,

pois só está frequentando a creche no período vespertino, chegou chorando muito.

Então, o convidei a pintar uma caixa e ele se envolveu, parou de chorar e pintou com

muita vontade aquela caixa.

Servimos o lanche da tarde.

Após a proposta com as caixas, organizei o espaço externo próximo ao trem com uma

mesa. Forrei-a com um pedaço de papelão, levei três bebês e com eles passei cola e

espalhamos com as mãos e os dedos. Em seguida, lhes mostrei vários recipientes

com areia, terra, pedaços de pinha quebrada, galhos secos, pedrinhas e folhinhas

secas. Alguns bebês colavam, enquanto outros brincaram e exploraram o Trem

Musicado e outros brincaram nos cavalinhos e também no escorregador de plástico.

Em seguida, fizemos a higiene a servimos a janta, que foi macarrão com atum, salada

de tomate e repolho. De sobremesa, havia pera, e todos os bebês comeram, sendo

que o Vitor, o Yuri e o Lucca pediram para repetir.

Após a janta, fizemos a higiene das crianças e aguardamos a chegada dos pais.

A partir do dia seguinte, a Creche do Pantanal entrou em greve, com a adesão de

todos os professores.

Registro do dia 16 de Junho de 2015 – TERÇA-FEIRA – Reposição da Acadêmica

Stefany Dias – Período Matutino

Cheguei na Creche e foi uma alegria! Os funcionários me receberam de uma forma

calorosa e aconchegante – como sempre! Algumas funcionárias indagavam

empolgadas: “- Vocês vão voltar?!” e eu respondia que não, que eu estava apenas

fazendo uma reposição correspondente à um dia em que faltei – devido à problemas

de saúde. Após uma breve conversa com a Supervisora da creche, Adriana Broering,

na qual disse à ela que após a docência eu iria fixar a placa que eu havia feito da Casa

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da Maricota na casinha do parque, me dirigi até a sala referência do Grupo 1. Que

alegria a minha...

E quanta curiosidade e surpresa para os bebês...

Quando apareci na porta da sala, eles arregalaram os olhos, se olhavam

desconfiados, e logo em seguida se soltaram e alguns me abraçaram, outros não.

Juan, que estava chorando no bebê conforto - e o qual eu não tive contato ao longo

do estágio pois só frequentava o período da tarde e em alguns momentos o da manhã

-, parou de chorar e ficou observando minha interação com os bebês. Dei um abraço

bem forte na Auxiliar Patrícia, a Laura, começou a falar repetidamente: “-Sssféfane!

Sssféfane! Sssféfane! Sssféfane!” Achei uma graça ver o desenvolvimento da fala

dela, pois, até então, em nossas docências, elá falava apenas “Giiii!” chamando minha

parceira, colega de estágio Gisele.

Logo no início, a exemplo da Laura, fui notando o crescimento a aumento de

percepção deles para com o mundo da creche, com o espaço da sala referência e uns

com os outros. Os bebês já não choram tanto, interagem mais entre si e uma coisa

que me chamou muito a atenção foi em um dado momento da manhã que a “Paty”

falou: “-Vamos fazer uma roda de daaança minha gente?!” E nesse momento a maioria

dos bebês se dirigiu até ela, enquanto ela colocava o CD no aparelho de som, eles

foram –organizadamente e sozinhos – dando as mãos em roda. Então ela colocou

uma música bem animada e começou a festa! Logo em seguida, chegou a bebê

Marina, que no início do nosso estágio mal andava sozinha, sem se apoiar em nenhum

objeto, então a Laura gritava: “-Niiiina!” e fazia um gesto como quem dissesse “-Vem

cá dançar!”, então a Marina foi caminhando até o grupo e Laura soltou a mão de um

colega para dar a mão à ela.

Nessa manhã, eu levei três caixas grandes de papelão encapadas com fotos do grupo

- e plastificadas para terem mais durabilidade – para contemplar um dos nossos

maiores objetivos que era então essa percepção de si e do outro. Pude avaliar, ao

observar a reação de cada um, bem como seus apontamentos e formas de se

relacionar com as imagens das caixas, que todos reconhecem uns aos outros através

das imagens, indicam isso apontando para o outro bebê, Laura, Rafael e Sophia já

estão pronunciando sons que nos dão a entender a qual bebê eles estão se referindo

e portanto, acredito que esta proposta das caixas com imagens do grupo 1 atendeu

às minhas expectativas para esta manhã. Eles as usavam de forma auto organizada.

Brincavam com ela, subiam, sentavam, colocavam outros materiais e brinquedos em

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cima, a fazendo de mesa e batucavam, como se fosse um grande tambor.

Depois de os bebês brincarem bastante, demos comida à eles, e depois os

encaminhamos para o momento do sono/descanso.

IMAGENS DO DIA:

Bebês do grupo 1 dançando em roda com a auxiliar Patrícia.

Caixa com imagens do grupo.

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Os bebês curiosos no momento em que entreguei as caixas à eles. Foi uma manhã gratificante, reconhecer neles, seres humanos em uma explosão de desenvolvimento, de apropriação das coisas, das novidades, de interesse nas propostas foi muito bom para encerrar as minhas docências na Creche do Pantanal.