UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO · 2008-11-05 · 8 LISTA DE GRÁFICOS Página GRÁFICO 1...
Transcript of UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO · 2008-11-05 · 8 LISTA DE GRÁFICOS Página GRÁFICO 1...
1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Uma análise qualitativa do ensino de física na 8ª série do ensino fundamental nas escolas da rede estadual em Volta Redonda
Flávia Aparecida de Rezende Castro Candido
Rio de Janeiro 2004
2
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Uma análise qualitativa do ensino de física na 8ª série do ensino fundamental nas escolas da rede estadual em Volta Redonda
Flávia Aparecida de Rezende Castro Candido
Trabalho Final apresentado ao Departamento de Ensino de Ciências e Biologia, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista no Ensino de Ciências.
Rio de Janeiro
2004
3
FICHA CATALOGRÁFICA
Candido, Flávia Aparecida de Rezende Castro
Uma análise qualitativa do ensino de física na 8ª série do ensino
fundamental nas escolas da rede estadual em Volta Redonda / Flávia
Aparecida Rezende Castro Candido - 2004
11,p. : il
Orientador: Waisenhowerk V. Melo
Monografia (Especialização) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
1. Física 2. Óptica 3. Ensino Médio 4. Volta Redonda I. Melo
Waisenhowerk V. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto
de Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Título
4
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Uma análise qualitativa do ensino de física na 8ª série do ensino fundamental nas escolas da rede estadual em Volta Redonda
Flávia Aparecida de Rezende Castro Candido
Orientador: Orientador: Prof. Mte WAISENHOWERK V. MELO
Aprovada em ____ de _____________ de 2004.
.Prof: _________________________________
.Prof: _________________________________
Rio de Janeiro
2004
5
“Todos que se envolvem numa ‘missão impossível’ têm de lidar com a urgência e a incerteza: educar e instruir os que não gostam da escola, que não a freqüentam com bom grado, que nela
não encontram sentido”.
Edgard Morin
6
Ao meu orientador Werk, que um dia me disse que a física era algo fascinante e ao
Carlinhos da física que me convenceu disso.
7
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Alex pelo incentivo e ajuda na parte prática desta pesquisa, e a minha amiga Rhanica Evelise pela sua colaboração na produção das fotos. A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.
8
LISTA DE GRÁFICOS
PáginaGRÁFICO 1 Tempo de serviço dos professores 10
GRÁFICO 2 Número de escolas que cada professor trabalha. 11
GRÁFICO 3 Número de aulas dadas pelos professores por semana. 11
GRÁFICO 4 Freqüências em que são feitos experimentos em física. 12
GRÁFICO 5 Os experimentos mais freqüentes em física. 13
GRÁFICO 6 Como os experimentos de física são realizados 15
GRÁFICO 7 Freqüência com que os professores chegam ao conteúdo de óptica. 15
GRÁFICO 8 Como é o ensino de óptica, no que diz respeito a aulas práticas. 16
GRÁFICO 9 Relação de experimentos mais comuns no ensino de óptica. 18
GRÁFICO 10 Tipo de material utilizado no ensino de óptica. 20
GRÁFICO 11 Número de escolas que possuem laboratório de ciências 21
GRÁFICO 12 Professores que utilizam sucatas na construção de experimentos em suas aulas de óptica ou apenas têm conhecimento desse tipo de trabalho
22
9
SUMÁRIO
Página
LISTA DE GRÁFICOS
8
RESUMO
10
1-INTRODUÇÃO 111.1 – Objetivos 14
2-METODOLOGIA 15 2.1 – Instrumento de medida 15 2.2 – Entrada em campo 18 2.3 – População 18 2.4 – Coleta de dados 183-RESULTADO 20 3.1 – Tempo de serviço dos professores entrevistados 20
3.2 – Professores que trabalham em outra escola 213.3 – Carga horária semanal de cada professor 213.4 – Freqüência na utilização de experimentos em física 223.5 – Experiências mais viáveis no ensino de física 233.6 – Quem executa os experimentos de física? 253.7 – Professores que chegam ao conteúdo de óptica 253.8 – Professores que realizam experimentos quando ensina óptica 263.9 – Experimentos viáveis no ensino de óptica 283.10 – Material utilizado no ensino de óptica 293.11 – Escolas que apresentam laboratório 303.12 – Professores que conhecem ou utilizam sucatas em suas aulas e óptica 303.13 – Sugestões de experimentos de óptica feitos com material de baixo custo 32 3.13.1 – Caleidoscópio 32 3.13.2 – Caleidoscópio com água 33 3.13.3 – Periscópio 34 3.13.4 – Disco de Newton 35 3.13.5 – Câmara escura 36 3.13.6 – Imagem infinita 37 3.13.7 – Projetor de slides 38 3.13.8 – Persistência retiliana 40 3.13.9 – Cofre mágico 41 3.13.10 – Prisma 42
4 – DISCUSSÃO 435 – CONCLUSÕES 47BIBLIOGRÁFIA 49
10
RESUMO
O objetivo principal deste trabalho é investigar como os professores de 8ª série das
escolas estaduais em Volta Redonda têm trabalhado a física, especificamente a óptica. Par tal,
houve a necessidade de se fazer uma entrevista com cada professor desta série, usando como
instrumento, um questionário composto de doze perguntas direcionadas não só a metodologia
aplicada pelo professor, como também os diferentes fatores que influenciam na sua prática
diária em sala de aula. Os resultados foram explicitados em forma de gráficos, para facilitar a
comparação entre as respostas dadas por diferentes professores. Após análise detalhada dos
resultados, conclui-se que o livro didático não é o único recurso utilizado pelos professores,
há aqueles que realizam aulas mais dinâmicas através da utilização de experimentos. Nota-se
que o fato de alguns professores não realizarem aulas práticas, não está relacionado
exclusivamente a falta de laboratório em sua escola, outras questões interferem neste
processo, dentre elas pode ser citado a falta de conhecimento por parte do professor, de
experimentos realizáveis com material de baixo custo ou sucata, o que poderia ser
intensamente aplicado nas escolas desta rede de ensino, que dispõem, em sua maioria, de
pouco recurso financeiro para investir num laboratório.
11
1 - INTRODUÇÃO
Ensinar ciências não é algo muito fácil, aliás, ensinar não é fácil, pois exige de
quem o faz, a visão de que o aluno não deve ser preparado apenas para decorar conceitos e
palavras difíceis, e sim que, o conhecimento adquirido deve servir para que ele desenvolva
uma capacidade de compreensão do mundo em que vive, e possa a partir daí agir de maneira
mais crítica e consciente diante das escolhas e decisões a serem tomadas (PCN, 1998). Esta
deveria ser a postura assumida pelas escolas quando se propõem ensinar ciências.
O perfil do professor meramente informador já esta superado, é importante que se
reconheça que transmitir os conhecimentos da ciência é diferente da disciplina escolar
ciências, pois os cientistas visam em suas pesquisas descobrir algo inédito que possa explicar
o desconhecido. Já a ciência trabalhada na sala de aula tem conhecimento prévio dos
resultados e a partir daí conduz o aluno a pensar nas diversas formas de chegar até estes
resultados (Carvalho, 1998; Bizzo, 2002).
Há cinco características básicas que podem direcionar o ensino de ciências para a
construção de cidadãos críticos:
1ª - É preciso levar mais realidade para a sala de aula ao tentarmos explicar
determinados conceitos, o ensino não deve ser direcionado apenas a mentes privilegiadas,
desvinculado da nossa vivência diária;
2ª - O professor deve se esforçar para levar o conhecimento ao aluno através de uma
linguagem mais clara, fugindo o abstrato e indo de encontro a uma realidade mais concreta;
3ª - O dogmatismo deve ser deixado de lado para que as discussões possam surgir, é
importante criar situações problemáticas interessantes para que os alunos se envolvam
intelectualmente com a situação e tire suas próprias conclusões;
4ª - Os conhecimentos não devem ser tratados de maneira a-histórica, é importante
manter relações com o passado; e
12
5ª - A avaliação deve ser usada como uma ferramenta de aprendizagem para avançar
no conhecimento e não como instrumento de controle para adequar o que foi planejado com o
que foi aprendido (Chassot, 2001).
Um dos pré-requisitos exigidos do professor é o de que ele tenha um perfeito
domínio do conteúdo da disciplina a ser trabalhada por ele. Tal conhecimento propiciará ao
professor a condição de articular livremente os conteúdos selecionando aqueles que dêem
uma visão atual da ciência e os que despertem maior interesse dos alunos (Gil-Pérez, 2001).
Hoje, o professor não pode se prender a idéia de que o programa curricular exigido
pela Escola deva ser cumprido do início ao fim, deve existir também a preocupação de se
aprofundar mais, nos assuntos de maior interesse dos alunos, caso contrário o ensino voltará a
adquiri as mesmas características observadas no ensino tradicional, onde o professor
transmitia seus conhecimentos de acordo com um modelo já elaborado, limitando-se a
apresentações expositivas, sem se preocupar com a construção do conhecimento (Gil-Pérez,
2001).
Por outro lado, modificar o ensino tradicional exige muito conhecimento por parte
de quem o faz, pois para que ocorra uma substituição deve-se criar um modelo igual ou de
maior eficácia.
Segundo Driver e Oldham (1986, p.42) o objetivo do construtivismo talvez seja:
‘conceber o currículo não como um conjunto de conhecimentos e habilidades,
mas como o programa de atividades através dos quais esses conhecimentos e habilidades
possam ser construídos e adquiridos’.
Portanto, a eficácia docente de alguns professores vem-se reduzindo a cada dia. Os
que se mantém na profissão vivem diante de contradições como a de que os velhos modelos
não são mais válidos, mas ainda os usam, talvez por não saberem como modificá-los.
13
Outro fato muito discutido, relacionado a atuação do professor, é o de que ele se vê
sobrecarregado de trabalho, pois deve ser o responsável por manter a disciplina e ao mesmo
tempo ser simpático; deve dar atenção a todos, sem deixar para trás os que não acompanham o
ritmo do restante da turma; é também o responsável por cuidar do ambiente da sala,
programar, avaliar, orientar, organizar as atividades... as obrigações são infinitas
(Zaragoza,1999).
A prática de ciências deve ser vista como algo primordial no ensino fundamental,
não mais numa visão de simplesmente reforçar os conhecimentos já adquiridos e sim para que
os alunos possam redescobrir conhecimentos já elaborados por eles (Coll et al., 1996).
O objetivo da utilização de trabalhos práticos não é o de que o aluno descubra novos
conceitos, mas que sirva de alicerce para que o professor possa a partir de hipóteses e
conhecimentos anteriores, levar o aluno a ver os fenômenos que ocorrem a sua volta de outra
maneira (Carvalho, 1998).
Os modelos podem ser usados para auxiliar no aprendizado quando a realidade é
complexa ou quando o aluno pouco conhece do conteúdo abordado, pois nada mais são do
que ferramentas simples, criadas para tratar certos conhecimentos (Chassot, 2001).
Para despertar no aluno o conhecimento científico, o professor deve criar um
problema. Pois só a partir de um problema ele será estimulado, o que gerará discussões e
desafios, promovendo a autoconfiança necessária para a descoberta de uma solução (PCN,
1998).
É importante que durante uma aula prática o aluno tenha um tempo para explicar como
fez seu experimento, caso contrário, terá sido um mero manuseio de objetos. As aulas de
ciências devem ser sempre direcionadas a fazer com que o aluno deixe de ser um agente
meramente observador e passe a ter um papel mais ativo.
14
1.1 - OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é descobrir se os professores de Ciências da 8ª série do
município de Volta Redonda trabalham física de maneira prática.
Acredita-se que em função de diversos fatores como a ausência de um laboratório de
ciências, ou até mesmo de uma sala onde os professores possam guardar seus experimentos,
assim como a falta de tempo, devido ao fato de terem que trabalhar em diversas escolas, os
professores acabam ensinado física, através de aulas meramente expositivas com poucas
experiências práticas, pois afinal, mudar tal metodologia requer tempo para montar
experiências, e na maioria das vezes o transporte desses materiais se torna inviável.
Outro fator que leva a crer na realização de aulas menos atrativas é o de os professores
desconhecerem a utilização de materiais de baixo custo capazes de lhes auxiliar na abordagem
de determinados conteúdos com pouco ou nenhum gasto.
Apesar de sabermos que ensinar não é tão fácil, principalmente quando se quer romper
com velhas e tradicionais formas adotadas, hoje, o professor que se detém a levar apenas
informações prontas para serem transmitidas na sala de aula, sem sequer se preocupar com a
produção do conhecimento pelo aluno, ou leva uma bagagem de conhecimentos e
informações totalmente desvinculada da realidade do dia-a-dia do aluno, já está superado
(Carvalho, 1998).
Partindo do pressuposto de que as escolas da rede estadual de ensino em Volta
Redonda atendem a uma clientela, em sua maioria, de baixa renda, fica aqui a disposição do
professor interessado em mudar sua forma de ensinar física, especificamente a óptica, uma
série de experimentos realizados com sucata ou com materiais de fácil obtenção, que com
certeza despertarão no aluno um interesse maior pela disciplina.
15
2- METODOLOGIA
2.1 - INSTRUMENTO DE MEDIDA
Para avaliar o ensino de física, das escolas de ensino fundamental em Volta Redonda,
mais especificamente a óptica, se fez necessário uma sondagem dos professores,
elaboramos através de um questionário, doze perguntas que buscaram a identificar não só
como os professores têm realizado suas aulas, como também, os diferentes fatores que
interferem no seu desempenho enquanto educador.
A questão número 1 busca fazer um elo de ligação entre a experiência profissional do
educador e a qualidade de suas aulas, acredita-se que o professor com mais experiência no
magistério tenha uma “bagagem” acumulada, pois teve mais oportunidades de se reciclar,
para atender melhor as exigências atuais da educação.
Já as questões 2 e 3 estão relacionadas ao tempo em que o professor se encontra na
sala de aula, às vezes, tendo que atender a linhas de trabalho pedagógicos diferentes, como
é o caso daqueles que lecionam em duas ou mais redes de ensino. As respostas
apresentadas nestas questões vêm sugerir uma ligação entre a dinâmica do professor em
seu dia-a-dia com o tempo que ele tem disponível para uma cuidadosa elaboração dos
conteúdos que irá trabalhar, pois se o professor dispõe de pouco tempo, provavelmente
suas aulas serão embasadas em atividades que lhe exija menos, no que diz respeito a sua
elaboração e correção.
Outras questões como as de número 4, 5, 6, 8 e 12 estão voltadas a investigar se as
aulas de física são meramente expositivas ou se são realizadas com uma maior
participação dos alunos.
16
A pergunta de número 7 revela se o professor sempre chega ao conteúdo de óptica, a
de número 9 e 10 avaliam se realmente o conteúdo é trabalhado com aulas práticas, e se
isso for positivo, indica quais os materiais são selecionados para estas aulas.
A pergunta número 11 avalia se a escola tem laboratório de ciências.
A última pergunta visa verificar se o professor tem conhecimento de experimentos
feitos com sucata ou material de baixo custo que podem ser usados em suas aulas, fugindo
do discurso de que há a necessidade nas escolas de um laboratório equipado para que os
alunos possam aprender física.
Abaixo está relacionado o questionário que foi aplicado aos professores.
1- Há quanto tempo você leciona?
2- Trabalha em outra escola?
( ) Não ( ) Sim. Do município ( ) Sim. Do próprio estado ( ) Sim. Particular
3- Qual a sua carga horária semanal?
4- Com qual freqüência você trabalha com utilização de experimentos no estudo da
física?
( ) Uma vez por semana ( ) No final de cada conteúdo
( ) Uma vez por bimestre ( ) Antes da aula teórica
( ) Nunca ( ) Outros
5- Que experiências são mais viáveis no ensino de física? Por quê?
6- Quando você faz um experimento, quem costuma executá-lo?
( ) Você mesmo ( ) O próprio aluno
( ) Os alunos executam sob a sua orientação ( ) O aluno observa o que você faz e
depois
( ) Outros executa o seu
7- Você sempre chega ao conteúdo de óptica?
17
8- Você costuma realizar experimentos quanto ensina óptica? ( ) Sim ( ) Não
9- Que experimentos são mais viáveis de se fazer no ensino de óptica?
10- Que tipo de material você utiliza em suas aulas de óptica?
11- Na sua escola tem laboratório? ( ) Sim ( ) Não
12- Você conhece ou utiliza algum tipo de experimento em suas aulas de óptica construído
com sucatas?
( ) Sim ( ) Não
Quais?
18
2.2 - ENTRADA EM CAMPO
Após receber encaminhamento oficializado da Coordenadoria Regional de Ensino do
Médio Paraíba II, indicando todas as escolas da rede estadual com ensino fundamental
completo em Volta Redonda, tem início a pesquisa de campo, com o prévio consentimento
das direções e dos professores participantes, aos quais foi comunicado que o objetivo da
pesquisa era fazer uma análise da qualidade do ensino de física na 8ª série.
Paralelamente à coleta de dados através do questionário, foi observado o
comportamento de cada professor durante o seu preenchimento, o que servia como indicativo
da autenticidade das respostas apresentadas por eles.
2.3 - POPULAÇÃO
Foram entrevistados dezessete professores de todas as escolas da rede estadual de
ensino em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A escolha desta rede de ensino se deu
em função da mesma atender em sua maioria uma comunidade de baixa renda.
Foi escolhida a 8 ª série do ensino fundamental por ser a série responsável por embasar
o aluno para o ensino de física num estágio superior que é o ensino médio.
2.4 - COLETA DE DADOS
O principal enfoque deste trabalho é mostrar a forma como os professores de ciências
de 8ª série do ensino fundamental trabalham o conteúdo de óptica. Para tanto foram
entrevistados dezessete professores em suas respectivas escolas, todas da rede estadual
situadas na cidade de Volta Redonda no estado do Rio de Janeiro.
19
Os professores foram entrevistados um a um, em momentos diferentes, em sua própria
escola, através de um questionário constituído por perguntas abertas e fechadas relacionadas
não só a metodologia usada em suas aulas, como também, qual a carga horária semanal
realizada por ele, e qual o seu tempo de atuação no magistério. Estas perguntas foram
inseridas com a finalidade de verificar se a experiência adquirida pelo professor ao longo dos
anos se relaciona ou não com a busca de um maior dinamismo em suas aulas, principalmente
no que diz respeito a utilização de experimentos, e se a carga horária semanal cumprida por
ele, o permite reservar um período de tempo para a procura de experimentos, caso não os
conheça, a elaboração e a testagem dos mesmos para que possa administrá-los em suas aulas
com maior segurança.
A aplicação de um questionário, que o entrevistador acompanhou, permitiu ao
professor entrevistado a vantagem de contar com o aplicador para algum esclarecimento, além
de, gerar um resultado uniforme entre os entrevistados, onde as respostas puderam ser
comparadas mais claramente com as de outros questionários.
Para responder as perguntas, o professor teve o tempo que julgou necessário, o
questionário foi aplicado no horário que o professor estava livre, evitando assim que se
ausentasse da sua sala de aula, o que poderia ter gerado uma certa preocupação, fazendo com
que a entrevista fosse rápida, interferindo em seu resultado final.
Foram levadas em consideração algumas observações feitas durante a entrevista como
gestos, momentos de silêncio e entonação de voz do entrevistado, pois estes dados ajudaram
na conclusão sobre as questões respondidas.
A coleta de dados se deu nos meses de março e abril de 2003.
20
3 - RESULTADOS
Em Volta Redonda existem dezoito escolas estaduais que oferecem a 8ª série
do ensino fundamental, sendo que só foi possível trabalhar com dados fornecidos por
dezessete delas, pois um professor se recusou a participar da entrevista.
3.1 - Tempo de serviço dos professores entrevistados:
Dos dezessete professores entrevistados, observa-se que quinze lecionam a mais de
seis anos, alguns chegam a vinte anos, sendo levado em consideração apenas o tempo de
exercício no magistério com o ensino fundamental. Esses dados podem ajudar a concluir se
o tempo de experiência do professor faz com que ele elabore aulas mais dinâmicas e
participativas.
GRAFICO 1 Tempo de serviço dos professores
2
56
3
10123456789
1011121314151617
0 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 32
Anos lecionados
Professores entrevistados
21
3.2 - Professores que trabalham em outra escola:
Outro fator a ser levado em consideração quando se fala em qualidade da aula, é o
fato de que provavelmente em função de baixos salários, a maioria dos professores se vê
obrigados a trabalharem em mais de uma escola, o que acaba levando estes profissionais a
um esgotamento, comprometendo o seu desempenho no dia-a-dia.
GRAFICO 2 Número de escolas que cada professor trabalha
5 56
10123456789
1011121314151617
Em 1 únicaescola
Em 2 escolas 3 escolas Em 4 escolas
3.3 - Carga horária semanal de cada professor:
O número de escolas que o professor trabalha pode ou não estar relacionado com o
elevado número de aulas dadas por ele, nota-se portanto que grande maioria trabalha em
média 40 aulas semanais. Alguns chegando a 60 horas semanais.
Professores
i d
Nº de escolas
22
GRAFICO 3 Número de aulas dadas pelos professores por semana
3
9
32
0123456789
1011121314151617
20 a 30aulas
31 a 40aulas
41 a 50aulas
51 a 60aulas
3.4 - Freqüência na utilização de experimentos em física:
Mesmo apresentando elevado número de aulas semanais, os professores afirmam
que trabalham com aulas práticas utilizando diversos experimentos. A freqüência, porém,
desse tipo de aula não é elevada, pois três professores dizem trabalhar com aulas práticas
no final de cada conteúdo, sendo que a maioria opta por explorar a prática com
experimentos só quando os alunos apresentam grande dificuldade em assimilar a teoria;
quando conhecem um experimento interessante que irá atrair a atenção dos alunos ou
quando há experimentos fáceis, normalmente sugeridos pelo próprio livro didático, onde os
alunos providenciam o material necessário e o executa, ou o professor o realiza (apenas um
demonstrativo) e o expõe a turma.
Professores entrevistados
Nº de aulas dadas por semana
23
GRAFICO 4 Freqüência em que são feitos experimentos de física
02
53
1
6
0123456789
1011121314151617
1 vez porsemana
1 vez porbimestre
Nunca No final decada
conteúdo
Antes daaula teórica
Outros
Obs.: Se encaixam na opção “outros” do gráfico aqueles que não apresentam periodicidade
permanente na execução de experimentos, os faz quando julgam necessário, seja por facilitar
a compreensão de uma teoria complicada ou pela facilidade na obtenção de material ou ainda
pelo interesse demonstrado pelo aluno.
3.5 Experiências mais viáveis no ensino da física:
O conteúdo em que os experimentos são executados com maior freqüência é a
óptica. Seguido da eletricidade e da dinâmica. Professores afirmam que é o assunto que
apresenta experimentos mais fáceis de serem realizados, além do material ser de fácil
acesso.
Professores entrevistados
Freqüência de aulas práticas
24
GRAFICO 5 Os experimentos mais freqüentes em física
56
7
13
2 2 21
42
Dinâmica Eletricidade Óptica Misturas ecombinações
Magnetismo Ondas Força Calor Máquinas Nenhuma As que omaterial é defácil acesso
Professores entrevistados
Conteúdos trabalhados na prática
25
3.6 - Quem executa os experimentos de física?
Por acreditarem que o aluno é capaz de aprender com uma facilidade maior quando
executa um trabalho prático, a maioria dos professores prefere orientar seus alunos para
que eles mesmos façam seus experimentos em sala de aula.
GRAFICO 6 Como os experimentos de física são realizados
2
10
2 23
O próprioprofessor
O próprioaluno
Não fazexperimentos
Observação:
O mesmo professor pode optar por trabalhar com metodologias diferentes.
3.7 - Professores que chegam ao conteúdo de óptica:
Nove dos professores entrevistados disseram que apesar da extensão do conteúdo de
ciências na 8ª série conseguem chegar ao ensino de óptica, mesmo sendo através da forma
Professores entrevistados
Como os experimentos são feitos
26
de apresentação de trabalhos pelos alunos. Outros nunca chegam, alegando que os alunos
têm dificuldade em compreender conteúdos anteriores como aqueles que exigem a
realização de cálculos, atrasando assim o programa. Há aqueles que nem sempre
conseguem abordar o assunto.
GRAFICO 7 Freqüência com que os professores chegam ao conteúdo de óptica
9
6
2
0123456789
1011121314151617
Sempre Nunca Ás vezes
3.8 - Professores que realizam experimentos quando ensina óptica:
Nove dos professores afirmam realizar experimentos em suas aulas de óptica, não
abrindo mão da utilização do livro didático, a única ferramenta que realmente possuem.
Durante suas aulas práticas realizam experimentos confeccionados com material de baixo
custo, geralmente fornecido pelos próprios alunos, como espelhos, copo d’água, colher,
motores velhos etc. Tais materiais são escolhidos por eles por serem comuns em casa.
Mesmo realizando aulas práticas não consideram isto uma tarefa fácil, pois suas aulas são
ministradas em turmas que o número de alunos variam de trinta e cinco a quarenta, mas
acreditam que aulas assim são mais atraentes e facilitam o aprendizado.
Professores entrevistados
Conclusão do conteúdo de óptica
27
GRAFICO 8 Como é o ensino de óptica, no que diz respeito a aulas práticas
98
0123456789
1011121314151617
Realizam experimentos Não realizam experimentos
Professores entrevistados
Realização de experimentos
28
3.9 - Experimentos viáveis no ensino de óptica:
Dentre todos os experimentos possíveis de serem realizados nas aulas de óptica o
mais citado pelos professores foi o Disco de Newton.
GRAFICO 9 Relação de experimentos mais comuns no ensino de óptica
13
1
4
12
1 13
Observaçãocom lupas
Refração Reflexão Disco deNewton
Câmaraescura
Imagem noespelho
Prisma Periscópio Colher"quebrada"num copo
d`água
Professores entrevistados
Experimentos de óptica
29
3.10 - Material utilizado no ensino de óptica:
Dos professores entrevistados, seis afirmam realizar experimentos em suas aulas de
óptica, todos confeccionados com material de baixo custo.
GRAFICO 10 Tipo de material utilizado no ensino de óptica
6
17
0123456789
1011121314151617
Material de baixocusto
Livro didático
Obs.: De todos os professores entrevistados, apenas um não utiliza o livro didático
como apoio em suas aulas, usa apenas o quadro negro e às vezes fitas de vídeo.
Outros além do livro didático utilizam material de baixo custo levado pelos próprios
alunos para a construção de experimentos.
Professores entrevistados
Material utilizado
30
3.11 - Escolas que apresentam laboratório:
Apenas duas escolas da rede estadual em Volta Redonda apresentam laboratório de
ciências. Os professores das escolas que não apresentam laboratório se queixam e alegam
que sem um espaço apropriado a realização de experimentos se torna inviável, por isso
realizam apenas alguns experimentos, mas sem uma periodicidade, os fazem apenas
quando julgam difícil o conteúdo que estão trabalhando ou quando conhecem algum que
irá atrair a atenção dos alunos.
GRAFICO 11 Número de escolas que possuem laboratório de ciências
15
2
0123456789
1011121314151617
Não Sim
3.12- Professores que conhecem ou utilizam sucatas em suas aulas de óptica:
É grande o número de professores que realizam experimentos em
suas aulas de óptica utilizando sucatas. Os próprios alunos são responsáveis
Professores entrevistados
Laboratório
31
por providenciar o material, pois a medida que se envolvem na busca deste
material sua participação na construção do experimento em sala torna-se
mais intensa.
GRAFICO 12 Professores que utilizam sucatas na construção de experimentos em suas
aulas de óptica ou apenas têm conhecimento desse tipo de trabalho
12
4
10
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
Professores que conhecem ouutilizam sucatas em suas aulas de
óptica
Professores que não utilizam e nãoconhecem experimentos de óptica
feitos com sucata
Professores que apenas conhecemexperimentos de óptica feitos com
sucata e não os utilizam
Os experimentos de óptica feitos com sucata que os professores
conhecem e utilizam são: Câmara escura, prisma, caleidoscópio, disco de
Newton, periscópio e projetor.
Professores entrevistados
Utilização de sucata em óptica
32
3.13– Sugestões de experimentos de óptica feitos com material de baixo custo
3.13.1 - Caleidoscópio
Caleidoscópio
Fixe as três réguas com fita adesiva de modo a formar um triângulo. Enrrole o triângulo nas folhas de papel jornal para que entre imprensadono tubo de papelão. Agora encaixe o tubo de papelão no PVC. Escolha uma das extremidades para colar com o silicone o bico da garrafa pet. Na outra extremidade faça duas fendas em sentido oposto para encaixar uma fita de papelde presente. Agora é só puxar a tira de papele v i s u a l i z a r o e f e i t o p e l o o r i f í c i o .
Arco de serra, papel de presente, tesoura, tinta plástica, cola de silicone, pincel, fita adesiva, 3 réguas de 30cm cada, 1 bico de garrafa pet tubo de PVC de 13 cm de circunferência
, 1 tubo de papelão usado na embalagem de papel alumínio.
com 33cm de comprimento, 3 folhas dejornal
Fig. 1 Fig. 2
Fig. 3
Fig. 6Fig. 5Fig. 4
Fig.7
Fig. 8 Fig. 9
Fig. 10
33
3.13.2 - Caleidoscópio com água
Caleidoscópio
Fig. 3Fig. 2
Arco de serra, 2 canudos de refrigerante coloridos, faca, tesoura,1 tubo de ensaio de15cm de comprimento tinta plástica, cola de silicone, pincel, fita adesiva, 3 réguas de 30cm cada, 1 bico de garrafa pet,
, tubo de papelão usado na embalagem de papel alumínio .
com água,
, 3 folhas de jornaltubo de PVC de 13cm de circunferên-
cia e 33cm de comprimento
Fig. 5
Fig. 4
Fig. 9Fig. 8Fig. 7Fig. 6
Fig. 13Fig. 11
Fig. 12
Fig. 10
Fixe as três réguas com fita adesiva de modo a formar um triângulo. Enrrole o triângulo nas folhas de papeljornal para que entre imprensado no tubo de papelão, antes de encaixar corte as sobras de jornal. Agora en-caixe o tubo de papelão no PVC. Escolha uma das ex-tremidades para colar com o silicone o bico da garrafapet. Na outra extremidade faça uma abertura com a fa-ca para que o tubo de ensaio encaixe sem folga. Agora é só girar o caleidoscópio e observe o efeito pelo orifício. Fig. 14
Fig. 1
34
3.13.3 – Periscópio
Periscópio
Utilize dois pedaços com 30 cm de comprimento e 5 cm de diâmetro cada, una-os com outropedaço de mesmo diâmetro porém, com 8 cm de comprimento, completamente cortado na horizontal.Escolha uma das extremidades de um dos tubos maiores para fazer um orifício de aproximadamentede 1 cm de diâmentro onde poderá ser observado a imagem de um objeto qualquer. Na mesmaextremidade faça um corte nadiagonal para colar com silicone um espelho oval. No outrotubo faça uma abertura com um ângulo de 45º em uma das extremidades e cole também um espelho como feito no outro tubo. Decore o periscópio com tinta plástica ou spray.
de PVC
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 4
Fig. 3
Fig. 7Fig. 6
Fig. 8
Fig. 11
Fig. 9Fig. 10
Serra, pincel, faca, cola de silicone, tintaplástica, dois espelhos ovais um tubo de PVC.
35
3.13.4 – Disco de Newton
Disco de Newton
Utilize um motor elétrico (de exaustor de cozinha), no seu eixo central encaixe um disco de cartolina
core svermelho, v erde , roxo, ama re lo, azul escuro, laranja e azul claro. Ligue o motor e observe quea cor branca é resultante da mistura de todas estas cores.
com tamanho aproximado ao de um CD. Dividao disco em sete partes e pinte-as nas
Fig. 6
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 4
Fig. 5
Fig. 3
Tesoura, cola de silicone, lápis de cor, cartolina e motor elétrico (de exaustor de cozinha).
36
3.13.5 - Câmara Escura
Câmara Escura
Faça uma abertura circular de mais ou menos 2,5 cm diâmentro em uma das extremidadesda caixa. No canto esquerdo com a ponta de uma faca faça um pequeno orifício pelo qual deverá passar o arame que sustenta o papel vegeta com moldura de papelão no interiorda caixa. Na outra extremidade faça um outro furo centralizado, que servirá para entrada deluz. Com o alicate de bico envergue a pontado arame que ficará na parte externa da caixa para que facilite ajuste do foco dado pelopapel vegetal. N ole a lente com f i t a a d e s i v a e e n c a p e a c a i x a .
o círculo c
1caixa de sapato, alicate, estilete, cola alicatede bico, 1 lente de óculos de alto grau, 40cm de arame, papel vegetal e um pedaço de papelãona altura e largura da menor parte da caixa desapato, uma folha decorada para encapar.
Fig. 1
Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4
Fig. 5 Fig. 6 Fig. 7
Fig. 8
Fig. 10
Fig. 9
37
3.13.6 – Imagem Infinita
Imagem Infinita
Corte um pedaço de papelão com cerca de 0,5 cm a maisde largura que a medida de dois espelhos iguais juntos.Encape-o com papel decorado utilizando fita adesiva.Agora cole os dois espelhos com cola de silicone nopapelão encapado deixando um espaço de mais ou menos0,5 cm entre eles. A montagem ficará semelhante a uma capa de livro aberta, que deverá ficar em pé sobre um transferidor. Coloque entre os dois espelhos um objetoqualquer e os articule de modo a formar várias imagens a medida que o ângulo de abertura se modifica.
Fig. 6
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 5
Fig. 4
Fig. 3
Tesoura, cola de silicone, f ita adesiva larga e estreita, transferidor, papel decorado, dois espelhos de 15X21 cm papelão e um objeto pequeno.
38
3.13.7 – Projetor de Slides
Numa base de madeira na peça 2 de 13X30X1cm de espessura pregue a madeira de fundo na peça 3que deve medir peça
24cm. Na parte superior pregue duas madeiras de 10X10X1cm deixando um espaço de 10cm entreelas, como na peça 6. Conecte um interuptor e uma tomada em um metro de fio que deverá passarpor um orifício feito na peça 3com aproximadamente 20cm de altura e ligue-o na outra extremidade à um soquete com lâmpada de 60W. Prenda-o numa base de madeira e una a um anel de PVC de 4,5cmde diâmetro. Em seguida encaixe este conjunto no tubo de PVC de 4,5cm de diâmetro 40cm de comprimento com 4,5 cm de diâmetro, prenda-o com um parafuso nas bases de 10X10cm que ficam naparte superior. Encaixe a peça número 5de forma que o PVC seja encaixado no furo superior (ver figura 8).
30X10X1 cm. Fixe duas folhas de compensado na 1 nas medida de 30X30cmnas peças 2 e 3. Pregue duas madeiras na medida de 30X1X1cm para unir a base na peça 4 às laterais,dando assim uma melhor sustentação. Faça dois furos de aproximadamente 4,5cm de diâmetro numa madeira de 30X10X1cm, sendo que um dos furos deverá ser feito à 10cm de altura da base e o outroà
Fig. 1
30cm
10cm(3)
Fig. 3
30c m
10cm
4,5c m de diâmetro
(5)
Fig. 4
10cm
10cm
Fig. 7
8
Fig. 10
10cm
Fig. 6
Fig. 9
Fig. 5
Fig. 8
Folhas de compensado e madeira de espessura maior nas medidasindicadas abaixo, serra, duas lâmpadas, papelão, isopor, alicate de bico, faca, estilete, chave de fenda, prego, parafuso de aproximadamente10cm de comprimento martelo, fita adesiva larga, soquete paralâmp ad a, f io p ara le lo , in te rrup tor , to mada e u m s lid e.
Fig. 2
30cm
30cm(1)
30X1X1cm (4)13X30X1cm (2)
10cm
10cm
(6)
1cm
(3)
39
Utilizando uma faca e um alicate de bico, retire o lacre de uma lâmpada e com uma chave de fenda quebre seu filamento. Coloque água na lâmpada e vede-a com um tampão feito de isopor e cola de silicone. Prenda a lâmpada num soquete ligado a uma madeira de 4X5X1 cme um anel de PVC de 4,5 cm de diâmetro. Este conjunto será encaixado no PVC que ficarána parte externa da caixa, servindo para ajustar o foco da imagme a ser projetada . Na abertura inferior da peça 5 fixe um quadrado de papelão que irá firmar o slide a ser projetado. Ligue na tomada, apague a luz do ambiente, coloque um slide no suporte e projete a imagem numa parede branca, se necessário ajuste o foco afastando ou aproximando a lâmpada com água.
Fig. 14
Fig. 17
Fig. 15
Fig. 18
Fig. 16
Fig. 19
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 11
40
3.13.8 – Persistência Retiliana
Persistência Retiliana
Pegue uma garrafa de refrigerante de 600ml marque aproximadamente 3cm dealtura do fundo e corte-o com estilete. Com uma chave Philips faça um furo nocentro da tampa da garrafa. Crie dois desenhos onde um de sequência de animação ao outro, recorte e cole num círculo de papelão de mais ou menos 5cm de diâmetro, cole este círculo no meio do arame com cola quente, encaixandodentro da garrafa, de modo que o arame passe pelo furo da tampa. Passetambém o arame pelo furo que deverá ser feito no fundo da garrafa e cole comuma fita adesiva. Com alicate de bico entorte a ponta superior do arame para que este não saia da garrafa, em seguida faça o mesmo com a ponta da outra extremidadepara que o arame não ofereça nenhum perigo. Depois de pronto é só girar o arame para que uma imagem se sobreponha à outra dando idéia de animação.
Fig. 1 Fig. 2
Fig. 9Fig. 10 Fig. 11
Fig. 8
Fig. 5
Fig. 7Fig. 6
Fig. 4Fig. 3
Garrafa de refrigerante de 600ml, fita adesiva cola, alicate, tesoura, papelão, dois desenhos, arame, alicate de bico, estilete, chavephilips e pistola de cola quente .
Fig. 12
41
3.13.9 – Cofre Mágico
Cofre Mágico
Desmonte uma caixa de giz escolar e encape-ainternamente com papel decorado. No centro da parte frontal recorte um quadrado de 5X5 cm e parte central da tampa faça um corte para a entrada de uma moeda. Monte a caixa novamente e em seguida cole um pedaço acetato transparentena abertura da parte frontal. Coloque um espelhodentro da caixa na posição diagonal de forma que sua base fique posicionada no canto inferiorda parte traseira da caixa. Feche acaixa e decore-a.Coloque uma moeda no cofre e observe onde ela cairá.
Fig. 2Fig. 3
Fig. 5 Fig. 6Fig. 4
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
Pincel, tesoura, régua, tinta plástica, cola, estilete, moeda, papel decorado, caixa de giz escolar e espelho de 11X9 cm.
Fig. 1
42
3.13.10 – Prisma
Prisma
Separe os três vidros iguais e comcola de silicone una cada um deles pela parte maior, se preferir,use fitaadesiva para facilitar a união entre os vidros. Após ter unido os vidros de forma a obter um triângulo, una-os a outro vidro, que serviráde base, também com cola desilicone, espere até que cole e encha o prisma com água, agora coloque-ona luz do sol e observe o efeito.
Fig. 2
Fig. 1
3 vidros de 10X15 cm, 1 vidro de 10X12 cm, cola de silicone e água.
43
4 - DISCUSSÃO
A primeira pergunta feita aos professores estava relacionada ao tempo que ele leciona,
esperava-se que o tempo de experiência do professor em sala de aula estivesse relacionada
com o tipo de aula dada por ele, ou seja, quanto maior o tempo de serviço do professor mais
dinâmicas e mais práticas seriam suas aulas, porém isto não foi confirmado, pois dos
dezessete professores, quatorze têm tempo de serviço que varia de seis a trinta e dois anos, e
apenas dois que têm de zero a cinco, então esperava-se que o número de aulas práticas e a
freqüência dessas aulas fosse elevada em função da grande experiência do professor, que já
tem uma carreira longa no magistério e uma prática docente muito grande, no entanto na
questão quatro, onde a pergunta é qual a freqüência na utilização de experimentos, observa-
se que dos dezessete professores, cinco nunca fazem nenhum tipo de experimento, não dão
nenhum tipo de aula prática, enquanto seis dos dezessete entrevistados, optaram pela resposta
“outros”, sugerindo que os experimentos são feitos sem nenhum critério, ou seja, sem
planejamento.
Podemos supor a partir destes dados que o tempo de experiência no magistério implica
em professores que foram formados em um período onde não se fazia prática nas escolas.
A questão número cinco, que visava avaliar que experimentos são mais viáveis no
ensino de física e porquê, teve como resposta a óptica, apontada por sete professores, em
função da facilidade de obtenção de material, pois são objetos simples como colher, espelhos,
copos e até mesmo a água, o que deixa claro que com qualquer tipo de material se faz um
experimento de óptica na sala de aula. Alguns professores consideram que simplesmente levar
lentes para a sala de aula para que os alunos possam observar as imagens, é um tipo de
experimento.
A questão número seis “Quem executa os experimentos de física?” vai de encontro a
questão número quatro, que pergunta qual a freqüência na utilização de experimentos, então
44
observa-se que na questão seis, três professores responderam que não executam nenhum tipo
de experimento, enquanto que na questão quatro, temos cinco professores que disseram que
nunca realizam experimentos, o que mostra que os resultados são contraditórios, pois se o
professor realmente não faz experimentos em momento algum, os dados deveriam ter se
mantido nas duas questões, no entanto, isso não aconteceu.
Mais da metade dos professores entrevistados conseguem chegar ao conteúdo de
óptica, mesmo que seja através de trabalhos, porque muitos alegam que o grande problema do
ensino de ciências na 8ª série é a extensão do conteúdo, principalmente porque ele é dividido
em química e física, assuntos mais complexos do que aqueles que os alunos estavam
acostumados a verem de 5ª a 7ª série, enfim, dentre todos os professores que chegam ao
conteúdo de óptica, inclui-se também aqueles que abordam o assunto através de trabalhos, ou
de maneira bem resumida, para que o aluno consiga ter pelo menos uma noção do que se trata,
não deixando de ter conhecimento do conteúdo.
Foi perguntado aos professores se eles realizam experimentos quando ensinam óptica,
nove dos dezessete, responderam que realizam experimentos, e oito disseram que não, nos
quais estão incluso os cinco que não fazem experimento algum citados na questão quatro,
porém, devemos considerar que três professores realizam outros experimentos.
Quando foi perguntado “Que experimentos são mais viáveis de se fazer quando se
ensina óptica?” O que apareceu com maior freqüência foi o Disco de Newton, de uma forma
ou de outra, os experimentos que apareceram foram àqueles propostos pelo livro didático
utilizado.
Em alguns casos, durante a entrevista foi observado que quando o professor se
deparou com esta pergunta, ele começou a procurar algo que lhe desse base, no livro que
utilizava, para respondê-la, então os experimentos que foram citados, em sua maioria foram
retirados do livro, ou seja, são trabalhos simples, comuns que normalmente os livros de
ciências trazem, até mesmo porque fica difícil para o professor buscar outras fontes de
45
pesquisa, o que provavelmente está relacionado ao fato dele ter uma carga horária semanal
grande, e de estar trabalhado em escolas diferentes, o que acaba lhe tomando muito tempo.
Os poucos que realizam aulas práticas buscam um material de mais fácil acesso para
pesquisa, que é o livro didático que ele está usando, afinal, o livro é o recurso que o professor
hoje pode contar em suas aulas.
Dos dezessete professores entrevistados, dezesseis utilizam o livro didático como
apoio, apenas seis lançam mão de outro tipo de recurso, que é o material de baixo custo para
dinamizar sua aula. Um professor disse não utilizar o livro em momento algum, usa apenas o
quadro de giz e fita de vídeo.
É interessante observar que durante a entrevista, dois fatores chamaram a atenção
quando a pergunta relacionada ao tipo de aula era lançada ao professor, ele argumentava que
sua aula era praticamente teórica porque o conteúdo era muito extenso, e não havia tempo
para a prática com os alunos, pois isso requer tempo, então acreditava que na teoria
resolvendo exercícios propostos pelo próprio livro ele economizaria tempo, e o aluno mesmo
assim aprenderia, apesar de concordar que realmente há a necessidade da visualização e de
um contato maior do aluno com o experimento para que ele consiga assimilar melhor o
conteúdo , além disso, outro fator que chamou muito a atenção foi a falta de laboratório na
escola, os professores argumentavam que era impraticável realizar experimentos sem um local
apropriado, ou até mesmo um lugar que ele pudesse guardar seus experimentos para utilizá-
los em sala.
Dezessete professores foram entrevistados, desse total quinze não possuíam
laboratório em sua escola, os outros dois que possuíam não o utilizava, alegando que não
tinham tempo, em função da extensão do conteúdo a ser trabalhado, sugerindo que não é a
falta do laboratório que impede que o professor trabalhe com aulas práticas, e sim outros
motivos, dentre eles foi citado o número de alunos elevado na sala, o que pode chegar até
quarenta, o que dificulta muito essa metodologia e apenas um professor disse que não trabalha
46
a parte prática porque realmente não se sente seguro para mudar sua forma tradicional de dar
aula, que é a mesma que foi usada com ele quando cursou a sua 8ª série, e que por sua vez é
idêntica a que lhe foi ensinada no curso superior, então ele simplesmente transmite a
metodologia que foi aplicada a ele, não se sentindo seguro suficiente para poder fazer uma
mudança.
Um outro dado interessante foi observado na questão número doze, sobre os
professores que conheciam e utilizavam sucatas em suas aulas de óptica, é que as informações
apresentadas vão de encontro aos dados da questão número quatro que avalia a freqüência da
utilização de experimentos em física. Dos dezessete entrevistados, doze afirmavam que
conheciam experimentos feitos com sucata ou material de baixo custo, e os utilizam em suas
aulas de óptica, restando apenas cinco que conheciam mas não faziam uso desse tipo de
material, e um professor que conhecia experimentos de óptica feitos com sucata mas não os
utilizava e quatro professores que não utilizavam e nem conheciam nenhum trabalho feito
com esse tipo de material, então, cinco professores confirmam a questão quatro, que
realmente não fazem nenhum tipo de experimento, é exatamente o número que disse não ter
conhecimento de nada que tenha sido feito nesta área.
47
5- CONCLUSÃO
Das três hipóteses levantadas, a primeira que está relacionada ao fato dos professores
trabalharem física, especificamente a óptica de maneira meramente teórica em sala de aula,
usando apenas o livro didático como recurso, não foi confirmada, isso porque um número
razoável de professores utiliza material alternativo para que os alunos consigam visualizar na
prática o que o livro sugere, apesar de quase todos os professores utilizarem o livro didático
também como apoio.
A segunda hipótese, de que os professores não realizam aulas práticas porque não tem
laboratório foi confirmada, das dezessete escolas, apenas duas tem laboratório, mas foi
observado que este não é o único fator que impede que o professor dinamize mais suas aulas,
porque das duas escolas que têm laboratório, os professores raramente vão com os seus alunos
até lá para terem aulas práticas, daí acredita-se que essa resistência na mudança da
metodologia voltada para a teoria, seja em função de uma insegurança por parte do professor,
pois aquela metodologia antiga que existe desde quando ele cursou sua 8ª série, e também
seu curso superior, foi a forma como tudo foi passado para ele e é a forma como ele consegue
ensinar. Mudar isso exige uma certeza muito grande de que o novo vai dar certo, de que o
novo é igual, ou melhor, que os velhos modelos.
Confirma-se a terceira hipótese de que os professores não conhecem experimentos
feitos com material de baixo custo para utilizarem em suas aulas, porque durante a entrevista
observou-se que muitos buscavam em livro didático a resposta para a questão que perguntava
qual o tipo de experimento que ele utiliza, ou seja, a única fonte de pesquisa que ele realmente
tem é o livro didático, portanto as experiências são sempre as mesmas, as mais simples, nada
inovador, sempre o que o próprio autor sugere.
Pensando em contribuir para a melhoria do trabalho pedagógico, é sugerido neste
trabalho uma listagem de experimentos utilizando sucata ou material de baixo custo, em sua
maioria diferentes dos que são sugeridos hoje nos livros didáticos utilizados pelos professores
48
envolvidos nesta pesquisa. Esses experimentos são direcionados para o conteúdo da óptica,
com a utilização destes, com certeza os alunos terão condições de vivenciar a física de uma
maneira mais dinâmica.
Este trabalho também aponta para a necessidade de cursos ou oficinas de atualização
para os professores que sejam ministradas próximas ao local de trabalho.
49
BIBLIOGRAFIA
BIZZO, N. Ciência: fácil ou difícil? 2ª ed. São Paulo: Ática, 2002.
CARVALHO, A. M. P., VANNUCCHI, A. I., BARROS, M. A., GONÇALVES, M.
E. R., REY, R. C. Ciências no ensino fundamental: o conhecimento físico. 1ª ed. São
Paulo: SCIPIONE, 1998.
CHASSOT, A. Alfabetização científica. 2ª ed .Rio Grande do Sul: UNIJUÍ, 2001.
COLL, C., MARTÍN, E., MAURI, T., MIRAS, M., ONRUBIA, J., SOLÉ, I.,
ZABALA, A. O Construtivismo na sala de aula. 6ª ed. São Paulo: ÁTICA, 1996.
GIL-PÉREZ, D., CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências. 6ª
ed. São Paulo: CORTEZ, 2001.
PCN. Secretaria de Educação Fundamental . Brasília: MEC, 1998.
VALADARES, E. C. Física mais que divertida. 2ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
ZARAGOZA, J. M. E. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde do professor.
3ª ed. São Paulo: EDUSC, 1999.