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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS E SAÚDE MARCIO TOMASI AVALIAÇÃO DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS MAMÁRIOS DE PACIENTES ABAIXO DE 40 ANOS NO SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA TEREZINHA DE JOAÇABA SC Dissertação de Mestrado Joaçaba 2017

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS E SAÚDE

MARCIO TOMASI

AVALIAÇÃO DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS

MAMÁRIOS DE PACIENTES ABAIXO DE 40 ANOS NO SERVIÇO

DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA

TEREZINHA DE JOAÇABA – SC

Dissertação de Mestrado

Joaçaba

2017

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Marcio Tomasi

AVALIAÇÃO DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS MAMÁRIOS

DE PACIENTES ABAIXO DE 40 ANOS NO SERVIÇO DE

ONCOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA TEREZINHA

DE JOAÇABA – SC

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Biociências e Saúde - PPGBS, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Biociências e Saúde, da Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Orientador: Profª Drª Claudriana Locatelli

Co-orientador: Prof. Dr. Antuani Rafael Baptistella

Joaçaba

2017

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XXXXX Tomasi, Marcio Avaliação de HPV em amostras de carcinomas mamários de pacientes abaixo de 40 anos no serviço de oncologia do hospital universitário Santa Teresinha de Joaçaba – SC. / Marcio Tomasi. UNOESC, 2017. 55 f.; 30 cm. Orientadora: Profª. Drª. Claudriana Locatelli Dissertação (Mestrado) – Universidade do Oeste de Santa Catarina. Programa de Mestrado em Biociências e Saúde,Joaçaba,SC,2017. Bibliografia: f. 37 – 42. 1.HPV – Câncer de mama – Papiloma vírus. 2. Subtipos imunohistoquímicos. I.Título XXX-111.1

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MARCIO TOMASI

AVALIAÇÃO DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS MAMÁRIOS

DE PACIENTES ABAIXO DE 40 ANOS NO SERVIÇO DE

ONCOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA TEREZINHA

DE JOAÇABA – SC

Esta dissertação foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do

grau de Mestre em Biociências e Saúde no Programa de Mestrado em Biociências e

Saúde da Universidade do Oeste de Santa Catarina

Joaçaba, 04 de setembro de 2017.

__________________________ Prof. Dr. Jovani Antonio Steffani

Coordenador do Programa

BANCA EXAMINADORA

________________________________ Profª. Drª. Claudriana Locatelli

Orientadora

________________________________ Prof. Dr. Diego de Carvalho

UNOESC - Joaçaba Examinador Interno

________________________________

Profª. Drª. Aline Pertile Remor UNOESC – Joaçaba/SC

Examinador Interno

________________________________ Profª. Drª. Michele Christine

Landemberger A.C. Camargo Cancer Center

Examinador Externo

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Dedico essa dissertação ao meu pai,

Antonio Tomasi, que deu a sua vida em

prol do meu estudo...

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Agradeço à DEUS, pela energia

Agradeço à minha Orientadora Professora Drª. Claudriana Locatelli pela paciência e

compreensão.

Agradeço ao meu co-orientador Professor Dr. Antuani Raphael Batistella pelo apoio

incentivo e disponibilidade.

Agradeço a Professora Drª. Michele Christine Landemberger pelos ensinamentos,

pela ajuda e pela Fé em tudo que aprendi.

Agradeço ao Instituto de Patologia Joaçaba, em nome do Professor Ricardo

Hohmann Camiña e da Professora Nádia Aparecida Lorencette, pelo empenho e

pela competência.

Agradeço aos meus pais pelo exemplo de honestidade, humildade e perseverança

que sempre me mostram.

Agradeço à minha família minha fonte de inspiração e alegrias, a razão de meu

viver, Patrícia, Joana e Antonio.

Agradeço a todos os mestres que me guiaram nesse caminho e que muito

contribuíram para meu crescimento.

Agradeço aos meus colegas pelas aulas divertidas, pelas amizades, pela parceria e

pelo aprendizado que cada um deixou

E agradeço finalmente ás minhas pacientes, que são a razão do meu trabalho,

minha fonte de aprendizado e a razão da minha eterna procura pelo saber.

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“A ciência nunca resolve um problema sem criar pelo menos outros dez”. (George Bernard Shaw)

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RESUMO

Introdução: O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete as mulheres à nível mundial. A maioria dos casos diagnosticados ocorre entre os 45 e 60 anos. É um tipo de câncer considerado multifatorial, envolvendo fatores biológicos, endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida. A faixa etária ≤ 40 anos representa de 5% a 7% dos casos de câncer de mama e é a principal causa de morte por câncer nessa faixa etária. O HPV é responsável por alterações em tecidos epiteliais do trato anogenital e uterino, em humanos e sua prevalência na população em geral é alta. Di Lonardo et al em 1992, foi o primeiro trabalho a relatar a relação entre o HPV e o câncer de mama, analisados por PCR. Porém outros trabalhos não encontraram a presença do DNA de HPV em seus resultados. Objetivo: Investigar a presença de infecção por HPV geral e dos subtipos de alto risco 16 e 18 em amostras de carcinomas mamários em pacientes com idade ≤ 40 anos diagnosticadas no período de julho de 2012 a julho de 2016. Metodologia: Foi realizado um estudo retrospectivo e transversal de uma amostra de 57 pacientes com idade ≤ 40 anos. Onde foram levantados dados sociodemográfico e histopatológicos. Tecidos de 25 pacientes com carcinoma de mama e 25 com fibroadenomas foram testadas por PCR, quanto a presença de DNA de vírus HPV GP6/GP5, E6 e HPV 16 e 18. Sete amostras foram excluídas do estudo para presença de HPV pois as amostras não apresentaram boa qualidade. Resultados: A amostra do presente estudo mostrou baixa taxa de gestação, com bom nível de escolaridade, caucasianas, uma maior prevalência de carcinoma ductal invasor e subtipo imunohistoquímico, Luminal B, com estádio avançado. A maioria das pacientes foram tratadas com mastectomia e quimioterapia adjuvante e provenientes de uma região de etnia basicamente de descendência europeia, no meio Oeste de Santa Catarina, região Sul do Brasil. Todas foram atendidas no setor de oncologia no serviço de referência para região, o Hospital Universitário Santa Terezinha. O resultado para pesquisa de HPV em bloco de parafina do tumor e de controles com fibroadenomas, mostrou resultado negativo para HPV no exame de PCR. Conclusão: Os dados da amostra analisada permitem inferir que pacientes jovens apresentam maior prevalência de tumor de mama agressivo, sem relação com a presença de HPV. No entanto, como o número de pacientes avaliadas foi baixo e com as mesmas características, talvez seja primordial permanecer com essa amostra, aumentando o número de indivíduos para contribuir com a delimitação de qual público está realmente exposto aos riscos do carcinoma de mama induzido pelo HPV. Palavras-chave: HPV. Câncer de mama. Papiloma Vírus. Subtipos imunohistoquímicos.

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ABSTRACT

Introduction: The breast cancer is the neoplasm that most affects women

worldwide. It affects the woman from a youth to a senescence. The diagnosed cases

occur between ages 45 and 60. It is a type of cancer considered multifactorial,

involving biological factors, endocrine, reproductive life, behavioral and lifestyle

factors. The range age ≤40 years represents 5% to 7% of the breast cancers cases

and is the main cause of death on this age group. The HPV is responsible for

changes in the epithelial tissues of the anogenital and uterine tract in humans and its

prevalence in the general population is high.Di Lonardo et al in 1992, related the first

relation between HPV and breast cancer, analysed by PCR. However another issues

didn’t found the the results the DNA of HPV. Target: To investigate the presence of

general HPV infection and high risk subtypes 16 and 18 in mammary carcinoma

samples in patients aged ≤40 years diagnosed from July 2012 to July 2016.

Methodology: A retrospective and cross-sectional study was conducted of a sample

of 32 patients ≤40 years old. Where socio-demographic and histopathological data

were collected. In 25 patients with breast carcinoma and 25 with fibroadenomas were

tested by PCR for a presence for DNA of virus HPV GP6/GP5, E6 and HPV 16 and

18. It was necessary exclude seven samples for the analyse because the samples

didn’t have good quality. Results: The sample of this study demonstrated a low rate

of gestation, higher education level, white, with a higher prevalence of invasive ductal

carcinoma Luminal B subtype immunohistochemistry, advanced stage, treated with

mastectomy and adjuvant chemotherapy and from a region basically of european

descent, in the middle east of Santa Catarina in the southern region of Brazil,

attended for the sector of oncology service in the midwestern region of the Hospital

Universitário Santa Terezinha. The result for tumor paraffin block HPV and

fibroadenoma controls showed negative result for HPV in PCR test. Conclusion:

The data from analyzed sample allow us to infer that young patients present a higher

prevalence of aggressive breast tumor, unrelated to the HPV presence. However, the

number of patients evaluated was low and with the same characteristics, maybe,

must be importance to remain with this sample, increasing the number of individuals

to contribute with the delineation of the public that is actually exposed to the risks of

HPV-induced breast câncer

Keywords: HPV. Breast cancer. Papillomavirus. Immunohistochemical subtypes.

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Lista de figuras

Figura 1 - Carcinoma Ductal in situ e Carcinoma Lobular in situ ................................. 5

Figura 2 - Carcinoma Ductal Invasivo da Mama .......................................................... 6

Figura 3 - Genoma do Papilomavírus humano. Organização do genoma de HPV16,

mostrando alonga região de controle (LCR) e os oito genes que são necessários nas

diferentes fases do ciclo de vida do vírus. ................................................................. 13

Figura 4 - Pesquisa para HPV com primer GP5/GP6, amostras 1 a 10 de carcinomas

de mama negativas para amplificação de HPV por PCR e amostras de 28 a 34 de

fibroadenomas mamários também negativas. ........................................................... 28

Figura 5 - Pesquisa para HPV 16 e HPV 18, amostras 1 a 10 e de 12 a 21 de

carcinomas mamários negativos para amplificação de HPV por PCR. ..................... 29

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Classificação histológica do carcinoma mamário invasivos ....................... 5

Tabela 2 - Relação dos Marcadores Imunohistoquímicos com os respectivos grupos9

Tabela 3 - Principais funções das proteínas do Papilomavírushumano .................... 14

Tabela 4 - Oligonucleotídeos utilizados para detecção do DNA do HPV .................. 22

Tabela 5 – Apresentação do número de pacientes por subtipo tumoral segundo a

análise imunohistoquimica ........................................................................................ 25

Tabela 6 - Características Sócio-Demográficas segundo classificação

Imunohistoquímicas .................................................................................................. 26

Tabela 7 - Características Histopatológicas segundo classificação

imunohistoquímicas. .................................................................................................. 27

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Lista de abreviaturas, siglas e símbolos

ACHO Anticoncepcional Oral

BIRADS Breast Imaging Reporting and Data System

CIS Carcinoma in situ

CK Citoqueratina

DCIS Carcinoma ductal insitu

EGFR Fator de crescimento tumoral (Epidermal growth fatctor receptor)

ER Receptor de estrógeno (estrogen receptor)

EBV Epstein Barr Vírus

FISH Hibridização fluorescente in situ

HE Hematoxilina e Eosina

HER-2 Receptor do fator de crescimento epidermal 2 (Epidermal growth

factor receptor 2)

HPV Papilomavírus humano

IC Carcinoma infiltrante

IHQ Imunihistoquímica

ISH Hibridização in situ

Ki67 Marcador de proliferação tumoral

LCIS Carcinoma lobular in situ

MMTV Vírus do Tumor Mamário Murino

OMS Organização Mundial de Saúde

OR Odds Ratio

PCR Reação em cadeia da polimerase

PR Receptor de progesterona (progesterone receptor)

SB Southern blot

SBH Do inglês, Hibridization Southern blot

Seq Sequenciamento

TNBC Câncer de mama triplo negativo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

1.1 EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA ..................................................... 3

1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES DE MAMA ................................................ 4

1.3 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA .................................... 11

1.4 PAPILOMA VÍRUS HUMANO - HPV .............................................................. 12

1.5 HPV E O CÂNCER DE MAMA ....................................................................... 15

2 OBJETIVOS ................................................................................................... 18

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 18

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 19

3.1 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ............................................................. 19

3.2 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA .............................................................. 19

3.3 DELIMITAÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................... 19

3.3.1 Preparo das Amostras.................................................................................. 20

3.3.2 Extração de DNA ........................................................................................... 21

3.3.3 Reação em cadeia de polimerase (PCR) para HPV .................................... 22

3.3.4 Eletroforese e foto documentação .............................................................. 23

3.3.5 Análise Estatística ........................................................................................ 23

4 RESULTADOS ............................................................................................... 25

5 DISCUSSÃO .................................................................................................. 30

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 35

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A RESPEITO DA INTERDISCIPLINARIDADE . 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 37

APÊNDICE A - FORMULÁRIO ................................................................................. 43

ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ........................................ 44

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1 INTRODUÇÃO

1.1 EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA

Segundo o relatório do INCA (Instituto Nacional do Câncer) com base nas

informações do projeto Globocan (2012), os tipos de câncer mais incidentes no

mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e

próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram pulmão (16,7%),

próstata (15,0%), intestino (10,0%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Em

mulheres, as maiores frequências encontradas foram mama (25,2%), intestino

(9,2%), pulmão (8,7%), colo do útero (7,9%) e estômago (4,8%). Levando por

base esses dados observa-se que entre as mulheres no mundo, o câncer de

mama, continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública. É a principal

causa de morte por câncer em mulheres no mundo, sendo que em 2011 a

Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou 508.000 mortes por este tipo de

câncer (WHO 2013).

No Brasil, em 2013, ocorreram 14.206 mortes por câncer de mama em

mulheres (INCA, 2016). O INCA estima que para o biênio de 2016/2017 serão

diagnosticados 57.960 novos casos de câncer de mama, sendo destes 2.030 novos

casos no estado de Santa Catarina. Nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e

Nordeste o câncer de mama representa a causa mais frequente de tumor excluindo

os tumores de pele não melanoma. Na região Norte, é o segundo tumor mais

incidente (INCA, 2016).

A maioria dos casos diagnosticados ocorre em pacientes na peri

menopausa, com idade entre 45 e 60 anos. No Brasil a média de idade para o

diagnóstico do câncer de mama em 2001 foi de 52 anos (MENKE et al., 2001).

Nos últimos anos, porém, tem se observado um aumento na incidência desta

neoplasia em faixas etárias menores. Crippa e colaboradores. (2003), relatam que

apenas 4% de todos os casos diagnosticados de câncer de mama ocorrem em

mulheres com idade inferior a 35 anos.

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O estudo realizado por Martins e colaboradores (2013), com base nos dados

secundários coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de

Saúde (DATASUS), demonstrou que a mortalidade do câncer de mama apresenta

uma tendência de aumento em ambas faixas etárias, seguindo como critério de

divisão as pacientes pré menopausa, antes dos 50 anos, e pós menopausa depois

dos 50 anos, além de se observar um aumento de casos em estágios mais

avançados diagnosticados em pacientes jovens. Sua incidência aumenta com a

idade, no entanto, mulheres abaixo de 40 anos representam um grupo especial de

pacientes com necessidades especiais, principalmente na gestão de recursos e

anos de vida perdidos, porque o câncer de mama em mulheres jovens é

considerado agressivo e de mau prognóstico. As mulheres muito jovens têm maior

incidência de estágios avançados no momento do diagnóstico e menor sobrevida

de 5 anos, em relação a pacientes na pré menopausa com mais idade. Isso se

deve à algumas das características biológicas menos favoráveis, incluindo maior

incidência de tumor de grau 3, e receptor de estrogénio (ER) negativo.

Apresentam também, características agressivas e maior recorrência pós-cirúrgica

quando comparado a idades mais elevadas, mesmo quando o estadiamento

clínico e patológico é semelhante.

Dentre as características biológicas, as de maior relevância são o menor

número de receptores hormonais positivos, maior incidência de mutações

genéticas e altas taxas de Ki67(Marcador de proliferação celular) (PINHEIRO et

al., 2013), que representa maior taxa de replicação celular. Baseado nesses dados

é possível concluir que os dados epidemiológicos mostram que o câncer de mama

é um dos principais problemas de saúde pública mundial. Embora sua maior

incidência seja em faixas etárias mais avançadas, em pacientes jovens seu

impacto é grande, principalmente se observado os anos de vida perdidos e as

repercuções nas taxas de mortalidades específicas destas idades.

1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES DE MAMA

Segundo a OMS, a classificação histológica do câncer de mama segue a

seguinte ordem: Tumores Malignos Epiteliais (Carcinomas), que se dividem em

não-invasivos (Carcinoma ductal in situ e carcinoma lobular in situ) e Invasivos que

correspondem ao carcinoma ductal invasivo, com componente intraductal

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predominante, carcinoma lobular invasivo, com componente intralobular

predominante, que são chamados de tipos não especial e além dos carcinomas

mamários do tipo especial descritos na Tabela 1 (OMS, 2012).

Tabela 1 - Classificação histológica do carcinoma mamário invasivos Carcinoma lobular invasivo Carcinoma tubular Carcinoma cribriforme Carcinoma com características medulares Carcinoma metaplásico Carcinoma com diferenciação apócrina Carcinoma adenoide cístico Carcinoma mucoepidermoide Carcinoma polimorfo Carcinoma mucinoso e carcinoma com células em anel de sinete Carcinoma com características neuroendócrinas Carcinoma papilífero invasivo Carcinoma micropapilífero invasivo Carcinoma secretor Carcinoma oncocítico Carcinoma sebáceo Carcinoma rico em lipídeos Carcinoma de células claras rico em glicogênio Carcinoma de células acinares Fonte: OMS (2012).

As principais lesões pré-invasivas são o carcinoma ductal in situ (CDIS) e o

carcinoma lobular in situ. As lesões do CDIS podem se apresentar como uma

massa palpável, com ou sem secreção mamilar, ou na forma mais comum: como

uma anormalidade/achado mamográfico não palpável.

Figura 1 - Carcinoma Ductal in situ e Carcinoma Lobular in situ Fonte: Fundação Laço Rosa (2015).

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O carcinoma lobular in situ é detectável apenas microscopicamente.

Portanto, é um achado incidental da investigação de qualquer outra patologia

mamária, ocorrendo mais comumente em mulheres mais jovens (CRIPPA et al.,

2003).

A classificação histológica baseia-se em características celulares e padrão

de crescimento das células neoplásicas, não considerando o local de origem da

célula neoplásica. O tipo ductal corresponde à maioria dos carcinomas mamários,

seguido pelo lobular. Juntos, esses dois tipos, correspondem a mais de 70% dos

carcinomas (PIATO et al., 2008). O carcinoma lobular infiltrativo ocupa a segunda

posição em ordem de frequência, representando 8% a 15% dos cânceres de

mama. Uma característica do carcinoma lobular infiltrativo é ser o tipo histológico

com altas taxas de multicentricidade e bilateralidade, ocorrendo em cerca de 10 a

20% dos casos (PIATO et al., 2008). Estas classificações são essencialmente

baseadas na morfologia (forma das células e tecidos malignos à microscopia), não

significando necessariamente prognósticos distintos (CRIPPA et al., 2003).

Figura 2 - Carcinoma Ductal Invasivo da Mama Fonte: Breastcancer.org (2017).

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Classicamente, o prognóstico do carcinoma de mama varia de acordo com o

tamanho tumoral, o grau de diferenciação histológica, a presença de

comprometimento axilar e de invasão linfovascular. Entretanto, tumores que

apresentam as mesmas características patológicas clássicas podem ter

comportamentos distintos expressos pela sua biologia. A classificação morfológica

(anatomopatológica) tornou-se insuficiente para caracterizar os carcinomas de

mama, visto que tumores que apresentavam o mesmo estádio e subtipo histológico

muitas vezes demonstravam desfecho clínico, prognóstico e respostas as terapias

diferentes entre si (PIVETTA et al., 2015). Desigualdades na biologia de tumores

iguais se justificam pela complexidade da doença e pelas alterações moleculares

(GONÇALVES, 2015).

A diversidade de apresentações e de desfechos da doença levaram a

formulação de uma nova classificação de forma mais coerente, onde algumas

particularidades foram agrupadas conforme as características moleculares de cada

tumor. O aprimoramento das técnicas de biologia molecular, permitiram a

elaboração de uma nova classificação para os cânceres de mama no ano de 2000

(PEROU et al., 2000).

Perou e colaboradores (2000) estudaram mais de 8.102 genes em 65

espécimes tumorais, classificando os cânceres de mama em 5 subtipos intrínsecos

conforme seu padrão de expressão gênica: luminal A, luminal B, superexpressor de

HER-2, basaloide e normal-like. Essa nova classificação molecular segundo Barros

e Leite (2015), é baseada em uma análise complexa de expressão gênica, o que

dificultou sua implementação na prática. Porém uma classificação semelhante foi

realizada através de modelos imuno-histoquímicos, sendo esse um exame mais

acessível e mais fácil de ser reproduzido em ampla escala. Apesar de existir

algumas diferenças na classificação imuno-histoquímica, principalmente em relação

ao triplo negativo e o perfil basalóide da classificação molecular, por aproximação,

elas se equivalem (BARROS; LEITE, 2015)

Na classificação imuno-histoquímica o tumor Luminal A, possui receptor de

estrogênio (ER) positivo e ou receptor de progesterona (PR) positivo, Receptor do

fator de crescimento epidermal 2 ( HER-2) negativo e Ki 67 baixo (<14%), o luminal

B exibe RE positivo e ou RPg positivo, Ki 67 alto (>14%) e pode ser HER 2 positivo

ou negativo, e o superexpressor de HER-2 apresenta só o HER 2 positivo, já o

triplo negativo (TNBC) apresenta todos os receptores negativos com expressão de

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CK(citoqueratina) 5/6 e ou EGFR(Fator de crescimento tumoral). Essa classificação

imuno-histoquímica tornou-se amplamente utilizada e passou a nortear de forma

mais concreta o tratamento e o prognóstico dos tumores de mama. No entanto, a

detecção precoce e a axila negativa, permanecem como fatores de melhor

prognóstico para a maioria dos subtipos (BORGES et al., 2011).

Para transpor as limitações da morfologia, tornou-se recomendado classificar

os carcinomas da mama através de marcadores moleculares e perfil de expressão

gênica. Esses métodos ganharam importância a partir dos avanços nas técnicas de

imuno-histomiquímica, sequenciamento e microarranjos de DNA, possibilitando um

maior entendimento dos fatores moleculares envolvidos na gênese do câncer de

mama (GOBBI, 2012).

Foi durante o “12th St. Gallen International Breast Cancer Conference

Panel”, realizado em 2011, que a avaliação dos receptores hormonais (receptor de

estrógeno e progesterona), do receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico

humano (HER-2) e do Ki-67 passou a ser preconizada como rotina em todos os

casos diagnosticados de câncer de mama, auxiliando na decisão da melhor terapia

e na classificação dos subtipos moleculares (GOBBI, 2012).

Atualmente, os marcadores moleculares são utilizados rotineiramente no

planejamento das terapias de adjuvância e como fatores prognósticos, visto que

certos perfis moleculares possibilitam a utilização de terapias alvo especificas. As

principais técnicas recomendadas para a detecção de tais marcadores são a

imunohistoquímica (IHQ) para detectar a expressão proteica e a hibridização

fluorescente in situ (FISH), detectando a amplificação gênica. O teste de rotina mais

utilizado na prática clínica e mais atrativo na avaliação do HER-2 é a reação IHQ,

devido principalmente a ser menos onerosa e à sua facilidade técnica (WOLFF et

al., 2007).

Conforme recomendação do “12th St. Gallen International Breast Cancer

Conference Panel”, os subtipos clinico-patológicos foram assim classificados:

luminal A: RE e/ou RP positivos, HER-2 negativo e Ki-67 baixo (<14%); luminal B

RE e/ou RP positivos e KI- 67alto (>14%); luminal híbrido HER-2 positivo: RE e/ou

RP positivo; HER-2 superexpresso (não luminal): RE e RP negativos e HER-2

positivo; triplo- negativo: ausência da expressão de RE, RP e HER-2.

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Tabela 2 - Relação dos Marcadores Imunohistoquímicos com os respectivos grupos

MARCADORES

RE RP Ki 67 HER 2

GRUPOS

LUMINAL A +/- +/- <14% -

LUMINAL B +/- +/- >14% -

LUMINAL HIBRÍDO +/- +/- Qualquer +

HER2 - - Qualquer +

TRIPLO NEGATIVO - - Qualquer -

Fonte: Gnant, Harbeck e Thomssen (2011).

A partir de 2011, essa classificação teve grande importância na indicação do

tratamento sistêmico e terapia adjuvante do câncer de mama, revolucionando os

antigos protocolos preconizados e possibilitando o emprego de novas terapias alvo

moleculares em alguns subtipos (GOBBI,2012).

Estabeleceu-se então a importância do tratamento adjuvante conforme

também o padrão molecular apresentado pelos carcinomas mamários. A

hormonioterapia tornou-se técnica adjuvante para os tumores luminais,

quimioterapia e anticorpo monoclonal (Transtuzumab) para os tumores com HER-2

expresso e quimioterapia para os triplo-negativos (WOLFF et al., 2007).

Aproximadamente dois terços dos cânceres de mama expressam proteína

receptora para hormônios. Cerca de 60% a 81% dos tumores apresentam

positividade para o receptor de estrógeno,enquanto 44% a 61% para o receptor de

progesterona. Há relatos de que os tumores positivos para progesterona estão

relacionados a um maior intervalo livre de doença e maior sobrevida. Já os

positivos para estrógeno parecem estar associados a uma maior probabilidade de

resposta a terapia hormonal (THULER, 2013).

Os subtipos luminais recebem este nome devido à semelhança das células

neoplásicas com as células mamárias normais. O subtipo luminal A representa 60%

de todos os casos de carcinomas mamários, e é o que apresenta melhor

prognóstico em relação aos demais. Em geral, são tumores que apresentam

positividade para o RE e um baixo grau histológico. As principais terapias alvo-

específicas que podem ser utilizadas incluem os antiestrogênicos, como o

Tamoxifeno, e os inibidores da aromatase (CIRQUEIRA et al., 2011).

Os tumores luminais B também apresentam positividade para os receptores

hormonais, entretanto estes podem ser expressos em níveis mais baixos e

apresentarem um índice proliferativo maior quando comparado ao luminal A. Esse

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10

maior índice de proliferação celular determina um pior prognostico em relação ao

luminal A (Barreto-Neto et al., 2014). Alguns estudos sugerem que o subtipo luminal

B esteja associado ao maior risco de recorrência e menor sobrevida livre da

doença, também estando associado a uma maior probabilidade de resistência a

terapia com antiestrogênicos, como o Tamoxifeno, quando comparado ao luminal A

(CIRQUEIRA et al., 2011).

O antígeno Ki-67 é uma proteína nuclear e um importante marcador da

proliferação celular. Só é expresso em fases ativas do ciclo celular, não detectável

em células quiescentes/em repouso e durante processos de reparo do DNA. Dessa

forma, a presença do antígeno KI-67 em altos índices indica uma taxa de replicação

e proliferação celular elevada, sugerindo um rápido crescimento de células tumorais

e então, um pior prognostico (BARRETO-NETO et al.,2014).

O HER-2 é uma proteína importante no crescimento e desenvolvimento de

células epiteliais, tanto nas células normais, quanto nas inflamatórias e neoplásicas.

Essa proteína está localizada na superfície citoplasmática e atua através dos sinais

de crescimentos extracelulares, que são transmitidos ao núcleo, regulando os

processos mitóticos em células normais e neoplásicas (PIVETTA et al., 2015). A

proteína HER-2 encontra-se superexpressa em cerca de 30% dos carcinomas

ductais invasores (PIVETTA et al., 2015).

O subtipo superexpressão de HER-2 possui elevada expressão da

oncoproteina HER-2, apresentando negatividade para os receptores hormonais. As

pacientes classificadas nesse subtipo apresentam o segundo pior prognostico em

relação aos demais. Atualmente, a terapia alvo contra o HER-2 tem se mostrado

eficaz como terapia adjuvante. O transtuzumabe é o anticorpo monoclonal utilizado

nas pacientes com HER-2 expresso, sendo capaz de reduzir a progressão da

doença e melhorando a sobrevida quando utilizado de forma isolada ou associado

à quimioterapia no carcinoma mamário metastático (LEONE et al., 2017).

Os tumores basaloides ou triplo negativos apresentam o pior prognostico em

relação a todos os outros subtipos, estando intimamente associado a uma menor

sobrevida livre da doença e a menor sobrevida global. Esse subtipo caracteriza-se

por apresentar um alto histológico, alto índice mitótico, negatividade para os

receptores hormonais e HER-2, além de áreas de necrose central. O tumor triplo

negativo não se beneficia de nenhuma terapia alvo molecular específica, como o

uso do transtuzumabe, nem de terapias hormonais ou inibidores da aromatase.

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Existe uma estreita ligação dos tumores triplos negativos a mutações genéticas no

BRCA1(THULER, 2013).

Além dos recursos cirúrgicos e farmacológicos na abordagem terapêutica do

câncer de mama, cabe salientar a importância do acompanhamento multidisciplinar

durante o diagnóstico, tratamento e seguimento da paciente portadora da doença.

Os impactos do câncer de mama na qualidade de vida da paciente, envolvendo

aspectos estéticos e emocionais, merecem a atenção de diversos profissionais da

área da saúde, que devem atuar no suporte, orientação e no manejo/tratamento

das morbidades consequentes ao tratamento cirúrgico e complementar.

1.3 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA

A etiologia do câncer de mama apesar de todos os esforços da comunidade

científica ainda continua incerta. A diversidade de pacientes acometidos e o

comportamento incerto e desigual na evolução da doença faz com que se abram

vários questionamentos. A faixa etária acometida por essa neoplasia é muito

ampla, variando desde a juventude até a senilidade, do menacme até a

menopausa.

Pode-se dizer que o ambiente hormonal, hábitos de vida e exposição a

agentes externos, fazem com que essa patologia seja vista de uma forma mais

ampla e muitas vezes, questionando a existência de várias patologias englobadas

em uma única. Quando se observa o âmbito individual, com analise de cada caso

como único, verifica-se que vários fatores são elencados como possíveis agentes

causais das desordens citológicas iniciais para o desenvolvimento da neoplasia.

Partindo desse pressuposto vários são os fatores de risco para seu progresso. O

câncer de mama é um tipo de câncer considerado multifatorial, que envolvendo

fatores biológico-endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida,

envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar

de câncer de mama, alta densidade do tecido mamário. E esses são os fatores de

risco mais conhecidos que influenciam no seu desenvolvimento. Outros como, o

consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e exposição à radiação

ionizante também são considerados agentes potenciais para o câncer de mama

(PIVETTA et al., 2015).

Sua incidência aumenta com a idade, no entanto, mulheres abaixo de 40

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anos representam um grupo especial de pacientes com necessidades especiais

principalmente na gestão de recursos e anos de vida perdidos, porque o câncer de

mama em mulheres jovens é considerado agressivo e de mau prognóstico. As

mulheres muito jovens têm maior incidência de estágios avançados no momento do

diagnóstico e menor sobrevida de 5 anos, em relação pacientes na pré-menopausa

com mais idade. Isso se deve à algumas das características biológicas menos

favoráveis, incluindo maior incidência de tumor de grau 3, e receptor de estrogénio

(ER) negativo (SCHENEIDER et al., 2013).

Apresentam também, características agressivas e maior recorrência pós-

cirúrgica quando comparado a idades mais elevadas, mesmo quando o

estadiamento clínico e patológico é semelhante. Dentre as características

biológicas, as de maior relevância são o menor número de receptores hormonais

positivos, maior incidência de mutações genéticas e altas taxas de Ki67 (PINHEIRO

et al.,2013).

Embora vários estudos populacionais sejam realizados para elucidação dos

meandros do câncer de mama, sua etiologia permanece obscura. Dentre as

possíveis influências na inicialização das vias de potenciais alterações genômicas,

que propiciam a formação dos tumores de mama, Ngan e colaboradores (2015),

aventam a ideia de que pode haver evidências de atividade oncogênica precoce do

Papiloma Vírus Humano (HPV) em células mamárias benignas antes do

desenvolvimento de câncer de mama maligno. Isso vem a corroborar com vários

artigos que mostram a coexistência do HPV em tumores inicias de mama e tecidos

peri tumorais. Para tanto o melhor conhecimento do vírus HPV se faz necessário.

1.4 PAPILOMA VÍRUS HUMANO - HPV

O HPV é responsável por alterações em tecidos epiteliais do trato anogenital

e uterino em humanos e sua prevalência na população em geral é alta

(AMARANTE et al., 2009). É um vírus formado por dupla fita de DNA circular

protegida por cápsula proteica e pertencente à família Papillomaviridae. Trata-se de

um vírus com cerca de 55 ηm, de formato icosaédrico com 72 capsômeros, não

envelopado e que não possui enzimas ou glicoproteínas (BROWN et al., 1990).

Conforme observado na Figura 3, o DNA do HPV contém 7.900 pares de bases

(pb) com 9 genes, e pode ser dividido em 3 regiões distintas: região regulatória

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(LCR – log controlregion), região precoce (Early – E1 a E7) e região tardia (Late –

L1 e L2). Na região LCR estão os genes que codificam proteínas com funções

regulatórias da atividade celular, como a replicação e a transcrição, enquanto os

genes da região L codificam as proteínas do capsídeo viral (BROWN et al., 1990).

Figura 3 - Genoma do Papilomavírus humano. Organização do genoma de HPV16, mostrando a

longa região de controle (LCR) e os oito genes que são necessários nas diferentes fases do ciclo de vida do vírus.

Fonte: Doorbar et al. (2012).

Até o momento, mais de 100 genotipos do HPV foram identificados. Sendo,

aproximadamente 45 (pertencentes ao gênero alfa-papilomavirus) podem infectar a

região anogenital tanto em homens quanto em mulheres (DE VILLIERS et al.,

2004). O HPV pode ser classificado tanto pelo seu tropismo epitelial, bem como

pelo seu potencial oncogênico. Quanto ao tropismo, eles se classificam em

cutaneotrópicos e mucosotrópicos, infectando os tecidos cutâneos ou as mucosas,

respectivamente. A exposição dos ductos mamários ao ambiente externo através

do complexo aréolo mamilar pode fornecer um ponto de entrada para a infecção

pelo HPV na mama. Em relação ao potencial oncogênico, classificam-se em HPVs

de baixo e alto risco, sendo que existe uma relação direta entre os vírus com

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preferência cutaneotrópica e o baixo risco oncogênico, assim como o padrão

mucosotrópico e o alto risco oncogênico (ZUR, 1977).

De acordo com as suas respectivas sequencias de nucleotídeos, considera-

se HPVs de alto risco os genotipos: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59.

Os subtipos 26, 53, 66, 68, 73 e 82 são classificados como provavelmente de alto

risco, enquanto os genotipos 6, 11, 13, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e 89 são

os chamados HPVs de baixo risco oncogênico. Existe ainda os genotipos que

possuem um potencial indeterminado, são eles: 30, 32, 34, 62, 67, 69, 71, 74, 83,

84, 85, 87, 90, e 91 (MUNOZ et al., 1992).

O papel que a infecção pelo Papiloma Vírus Humano desempenha no

contexto das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e na capacidade de

determinar doenças crônicas, sejam as verrugas genitais ou o câncer genital, é o

responsável pela grande importância clínica desse grupo de vírus (MUNOZ et al.,

1992).

A forma como o HPV perpetua sua permanência na célula e se reproduz,

está diretamente ligado com sua capacidade de induzir a oncogênese, e este

mecanismo está diretamente ligado a função de suas proteínas conforme a tabela

3.

Tabela 3 - Principais funções das proteínas do Papilomavírushumano Proteínas Principais funções

E1 Atua como helicase ATP-dependente essencial para a replicação do DNA viral;

E2 Controla a transcrição viral; Liga-se a E1 para facilitar a replicação do DNA viral;

E4 Favorece a amplificação do genoma de HPV; Controla a maturação do vírus, facilitando a liberação de vírions;

E5 Aumenta a atividade transformadora da E6 e E7; Promove a fusão entre as células; Contribui para a evasão da resposta imune;

E6 Liga-se e degrada a proteína p53; Inibe a apoptose; Interage com proteínas da resposta imune inata; Ativa a expressão da telomerase;

E7 Interage com pRb; Aumenta a atividade de CDK; Afeta a expressão de genes em fase S através da interação direta com o fator de E2F; Contribui para a evasão resposta imune;

L1 Principal proteína do capsídeo viral; Medeia a ligação viral aos receptores da superfície celular; É uma proteína altamente imunogênica e possui epítopos conformacionais que induzem a produção de anticorpos específicos do tipo neutralizantes contra o vírus;

L2 Menor proteína do capsídeo viral; Contribui para a ligação do vírion no receptor das células, favorecendo a sua absorção e transporte para o núcleo.

Fonte: Adaptado de Stanley et al. (2007) e Fernandes et al. (2013).

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Os HPVs infectam células epiteliais, onde se utilizam da célula para

completar seu ciclo viral. Os genes virais precisam que ocorra a diferenciação das

células basais infectadas para se reproduzir, e isso ocorre enquanto as células

basais infectadas migram em direção à superfície epitelial. Para que a replicação

ocorra é necessário um tempo mais longo, pois do início da infecção até a liberação

de novos vírions leva em média 3 semanas, sendo este o tempo necessário para o

queratinócito se submeter a completa diferenciação (DOORBAR, 2005; Stanley et

al., 2007).

Uma grande parte das mulheres infectadas pelo HPV elimina o vírus

espontaneamente, pela ação do seu próprio sistema imunológico. Porém, algumas

irão desenvolver uma infecção persistente e isso fará aumentar o risco de

desenvolver câncer (ZUR, 2002).

1.5 HPV E O CÂNCER DE MAMA

Di Lonardo e colaboradores (1992), foram os primeiros a relatar a relação

entre o HPV e o câncer de mama, demonstrando o DNA do HPV 16 em 29,4% de

17 amostras de carcinoma de mama analisados por PCR. Vários trabalhos

realizados em anos subsequentes apresentaram dados semelhantes em todo o

mundo. Porém outros trabalhos não encontraram a presença do DNA de HPV em

seus resultados. Esse fato gerou algumas dúvidas com relação principalmente a o

método de diagnóstico e a população a ser estudada.

Sabe-se o HPV apresenta altos índices de infecção à nível mundial, porém

algumas populações são mais acometidas que outras.

Os hábitos sexuais e de higiene são fatores que podem estar relacionados

com essas diferenças como também as variações culturais (WALBOOMERS et al.,

1999). Hennig e colaboradoresl (1999), realizaram um estudo com pacientes

portadoras de neoplasia intraepitelial grau III (NIC III) e carcinoma de mama através

de PCR. Eles detectaram a presença de DNA de HPV 16, em 19 de 41 casos

(46%) de câncer de mama, sugerindo que o HPV associado a neoplasia

intracervical pode ser o mesmo que causa a lesão na mama. O fato é que a forma

com que o vírus atinge o tecido mamário ainda é controversa. Outros estudos

tentaram procurar o HPV no leite materno, porém sem êxito. Já a pesquisa de HPV

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em aréola e mamilo teve resultados positivos, mostrando a presença do vírus.

Contudo pode se dizer que pela heterogeneidade das populações, acometidas a

forma de contágio pode ser multifatorial variando desde contato local,

amamentação e hematogênica (LAWSON et al., 2008; SANDSTROM, 2010;

SZULCZEWSKI, 2009).

Quanto aos métodos de detecção do DNA do HPV, pode ser feito através do

exame clínico, citologia esfoliativa, anatomopatológico, técnicas de hibridização

(captura híbrida, Southern blot, etc.), Reação de Polimerase em Cadeia (PCR),

Enzyme- Linked Immunosorbent Assay (ELISA), dentre outros exames. A sorologia

para HPV não é sensível, mostrando-se negativa em muitas mulheres infectadas,

mas a sorologia é específica, ou seja, o resultado é negativo em mulheres não

infectadas (KROUPIS et al., 2015). Os métodos disponíveis em biologia molecular

para HPV são os mais indicados, sendo eles a captura hibrida e o PCR.

O princípio das técnicas de hibridação (captura híbrida) é baseado na

propriedade que os ácidos nucléicos têm de parear suas fitas complementares por

meio das ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas. De um modo geral,

as reações se fundamentam na tendência das cadeias de DNA de se associarem

(anelamento), formando uma dupla hélice e se separarem (desnaturação) mediante

alta temperatura ou tratamento com álcalis. No processo de hibridação, o DNA das

sondas (um pequeno fragmento de DNA do microrganismo que se deseja

pesquisar), e o DNA alvo são desnaturados e o anelamento é feito entre as fitas

simples da sonda e do DNA teste, resultando um híbrido (KROUPIS et al., 2011).

A reação da polimerase em cadeia apesar de comercialmente ser menos

utilizada que a técnica de captura híbrida, pois a primeira tem a vantagem da

automatização, tem melhor sensibilidade e especificidade, sendo de rotina nos

laboratórios de pesquisa e em alguns laboratórios de patologia. Além disso, pode

ser usada na tipagem dos HPV’s. O material amplificado pode ser detectado por

eletroforese em gel de agarose, nos quais os produtos amplificados são

visualizados de acordo com a sua massa molecular ou, por hibridação, para

revelação a presença do DNA viral (KROUPIS et al., 2011).

Os HPV 16 e 18 são os tipos mais frequentemente encontrados, por esta

razão são também os tipos mais estudados até agora. E de conhecimento comum

no meio científico que existem vários primers específicos que fazem o

sequenciamento específico para esses genótipos (HARNISH et al., 1999).

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A complexidade envolvida na etiologia do câncer de mama requer esforços

de vários setores da saúde e das ciências básicas. Pode-se dizer que um trabalho

multi e interdisciplinar deve ser realizado para que possamos obter resultados

melhores em se tratando de condutas e prognósticos nos desfechos desta doença.

Para tanto, este trabalho procurou observar particularidades da infecção pelo vírus

HPV em uma parcela de mulheres acometidas em idade igual ou abaixo de 40

anos, sendo que nessa faixa etária a doença ainda tem um prognóstico e um

desfecho pior que em outras faixas etárias. Quando se analisa a literatura mundial

percebe-se que são poucos os trabalhos que privilegiam essa faixa etária,

observando a infecção por HPV e o perfil imunohistoquímico tumoral.

Por ser esta amostra constituída por mulheres em idade reprodutiva e

sexualmente ativa e também acometida pela infecção pelo HPV, e esse por sua vez

estar correlacionado com a etiologia de vários outros tumores de origem

semelhante a mama, o estudo da presença de infecção por HPV no câncer de

mama tem um papel importante para que possamos entender melhor sua possível

etiologia, bem como a relação entre infecção por HPV e o perfil imunohistoquímico

tumoral.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Investigar a presença de infecção por HPV geral e dos subtipos de alto risco

16 e 18 em amostras de carcinomas mamários em pacientes com idade igual ou

inferior a 40 anos diagnosticadas no período de julho de 2012 a julho de 2016 no

serviço de oncologia do Hospital Universitário Santa Terezinha.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Analisar as diferenças da presença de HPV entre carcinomas

mamários e fibroadenomas.

2. Avaliar o perfil imunohistoquímico dos carcinomas mamários em

pacientes com idade igual ou inferior a 40 anos.

3. Definir o perfil epidemiológico das pacientes jovens com câncer de

mama, bem como o perfil clínico e anatomopatológico dos tumores de mama que

acometem mulheres de 40 anos ou menos.

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3 METODOLOGIA

3.1 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

O trabalho foi realizado após aprovação pelo comitê de ética em pesquisa de

seres humanos (CEP) Universidade do Oeste de Santa Catarina –

UNOESC/Joaçaba-SC sob número 090814/2016 (ANEXO A). Segundo definição da

Resolução nº. 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde,

pesquisa envolvendo seres humanos é a “pesquisa que individual ou coletivamente,

envolva o ser humano de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou em partes

dele, incluindo o manejo de informações ou Materiais”.

3.2 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho refere-se a um estudo retrospectivo e transversal. O

estudo pretendeu avaliar a presença do vírus HPV em amostras (blocos de parafina)

de pacientes atendidas no ambulatório de oncologia do Hospital Universitário Santa

Terezinha de Joaçaba no período de julho de 2012 a julho de 2016. Também foi

realizado um estudo sociodemográfico e histopatológico dessas pacientes através

de consulta em prontuário médico do hospital.

3.3 DELIMITAÇÃO DA AMOSTRA

Foi realizado uma busca no cadastro de prontuários do Hospital Universitário

Santa Terezinha por pacientes com carcinoma mamário com idade igual ou menor a

40 anos no período de julho de 2012 a julho de 2016. Foram excluídas as pacientes

com mais de 40 anos, e aquelas que não apresentavam exame anatomopatológico.

Essa busca resultou em 32 casos de carcinoma mamário de pacientes do sexo

feminino com idade de 40 anos ou menos atendidas no Hospital Universitário Santa

Terezinha (HUST) localizado no Município de Joaçaba/ SC no período de julho de

2012 a julho de 2016, e tiveram diagnóstico confirmado pelo exame

anatomopatológico. Os dados foram coletados nos prontuários do setor de

oncologia.

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Essas 32 pacientes foram selecionadas para o estudo epidemiológico dos

prontuários, porém 7 casos foram excluídos para a pesquisa de DNA de HPV,

porque seus blocos de parafina não apresentavam as condições necessárias em

relação a quantidade de material para a extração do DNA, restando então 25

pacientes para a pesquisa de DNA de HPV. Como grupo controle, baseado na

amostra anterior foram selecionadas 25 pacientes atendidas no mesmo período e no

mesmo ambulatório, porém com diagnóstico de Fibroadenoma (patologia benigna da

mama), apresentando a média de idade semelhante à do grupo com carcinoma.

No grupo de 32 pacientes selecionadas para o estudo sociodemográfico e

histopatológico foi realizada a coleta de dados nos prontuários. Os dados

sociodemográficos coletados foram: Idade, Cor, Escolaridade, Estado Civil/União,

Local De Residência, Etilismo, Tabagismo, Menarca, Queixa Principal, Tempo

Queixa/Atendimento, Nódulo Autoexame, Uso De anticoncepcional oral (ACHO),

História Obstétrica, Tempo Amamentação, História Familiar, Exame Físico Das

Axilas. Os dados histopatológicos coletados foram: Quadrante Da Lesão,

Lateralidade, classificação de Breast Imaging Reporting and Data System (BIRADS)

à mamografia, classificação de BIRADS a ultrassonografia, Tipo Histológico, Grau

Histológico, Estadiamento Patológico, exame Imunohistoquímico, Tratamento,

Linfonodos e Estado Atual.

3.3.1 Preparo das Amostras

Para a realização das PCRs para HPV os blocos de parafina das 50

pacientes, sendo 25 de carcinoma de mama e 25 de fibroadenomas, que estavam

no Instituto de Patologia Joaçaba, foram separados e em cada amostra foram

realizados 10 cortes de 10 micras em cada bloco no local com maior quantidade

possível de material de tumor, utilizando uma navalha para cada um, como forma de

evitar contaminação. As amostras foram armazenadas em tubos (10 fragmentos de

10 micras em cada um) e enviadas ao Centro Internacional de Pesquisa (CIPE) do

A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo, onde cada amostra passou pelo

processo de extração do DNA para posteriormente serem realizadas as PCRs.

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3.3.2 Extração de DNA

A partir de 10 micras de tecido parafinado, foi realizada a extração de DNA de

25 blocos de parafina de pacientes com carcinoma de mama e 25 com diagnóstico

de fibroadenoma totalizando 50 pacientes. O DNA das amostras selecionadas foram

extraídos utilizando o Kit ReliaPrep™ FFPE gDNA Miniprep System da da Promega

(A2351) seguindo o protocolo do fabricante conforme descrito abaixo.

Inicialmente as amostras foram submetidas a um processo de incubação a

56ºC por 1 hora e depois 80ºC por 4 horas. Esperou-se esfriar até chegar a

temperatura ambiente e foi centrifugado, primeiro uma solução com etanol de 95-

100%, 62,4 mL e 15,6 mL de solução de lavagem concentrada (fornecida pelo Kit).

Depois para uma quantidade de 100 reações foi adicionado ao frasco de Lysis Buffer

(LBA) um frasco de tinta azul ambos fornecido pelo Kit, e vortex para misturar.

Foram colocados em tubos para centrífuga de 2 mL, secções equivalentes a 100µm

de tecido parafinizado.

Para desparafinização com óleo mineral foram adicionados 300µL de óleo

mineral para cada ≤ 50 microns de material parafinizado. Após foi incubado por 1

minuto a 80ºC e vortex para misturar. Então se adicionou 200µl de Lysis Buffer à

cada amostra. Todas as amostras foram centrifugadas a 10000 x g durante 15

segundos à temperatura ambiente. Duas fases foram formadas uma azul

inferior(aquosa) e outra branca superior (óleo). Adicionamos 20 µL de Proteinase K

diretamente à fase azul inferior, misturando por pipetagem brevemente a

temperatura ambiente. Após as amostras foram armazenadas entre 2-10ºC durante

a noite. Retiramos as amostras da geladeira e esperamos voltar a temperatura

ambiente para adicionar 10 µL de RNase diretamente à amostra lisada na fase azul

inferior e novamente misturamos a fase inferior por pipetagem. Mais 5 minutos de

incubação à temperatura ambiente. Então foram adicionados 220 µL de BL Buffer

(no Kit) à amostra lisada. E adicionado 240 µL de etanol (95-100%) e

homogeneizado brevemente. Centrifugar a 10.000 x g durante 15 segundos à

temperatura ambiente. Duas fases foram formadas, um azul inferior (aquosa) e outra

superior (oleosa).

Para cada amostra processada foi colocada uma coluna em tubo de coleta. A

fase azul inferior (aquosa) e alguns precipitados foram transferidos para coluna e o

óleo mineral restante foi descartado. Após transferido para a coluna o material foi

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centrifugado a 10.000 x g por 30 segundos à temperatura ambiente. O sobrenadante

foi descartado e a coluna foi reinserida no tubo de coleta. Foi adicionado à coluna

500 µL de solução de lavagem. Centrifugado a 10 000 x g durante 30 segundos à

temperatura ambiente, descartado o sobrenadante novamente e reinserido na

coluna no mesmo tubo usado para coleta.

O último processo foi repetido por mais uma vez. Após foi aberto a tampa na

e centrifugado em 16000 x g durante 3 minutos à temperatura ambiente para secar a

coluna. A coluna foi então transferida para um tubo de microcentrífuga de 1,5 mL

limpo e descartado o tubo de coleta. Foi então adicionado 40 µL de tampão de

eluição. Centrifugado a 16 000 x g durante 1 minuto à temperatura ambiente e após

removida e descartada a coluna. O tubo que saiu da centrifuga foi avaliado quanto a

quantidade de DNA e após armazenado a uma temperatura -20⁰C.

3.3.3 Reação em cadeia de polimerase (PCR) para HPV

As amostras de DNA dos tumores de mama foram amplificadas por PCR,

utilizando-se o Kit de amplificação Taq DNA polimerase (Invitrogem, USA). As

reações foram feitas em um volume de 10 μL contendo 100 ng de DNA genômico,

200 mM Tris HCl pH 8,4; 500 mM KCl; 50 mM MgCl2; 1mM dNTP (Life

Technologies, Gibco BRL); 0,25μM de iniciadores (Forward e Reverse), e 1 U de

Taq DNA polimerase. O material foi amplificado em uma reação usando 25 mM do

oligonucleotídeo senso e 25 mM do oligonucleotídeo antisenso especifico para cada

gene apresentado na tabela 4.

Tabela 4 - Oligonucleotídeos utilizados para detecção do DNA do HPV

Genes Senso Antisenso Produto (pb)

Condições PCR

GP5/GP6 5’ TTT GGT ACT GTG GTA GAT AC 3’

3’ ACT AAA TGT CAA ATA AAA AG 5’

150 94ºC por 4 min. de desnaturação inicial, seguido de 40 ciclos de 94ºC por 1 min., 40ºC por 2 min. e 72ºC por 1 minuto e 30 segundos, seguidos de uma extensão final de 72ºC por 4 minutos.

E6 5'- TGT CAA AAACCG TTG TGT CC-3'

5'- GAG CTG TCG CTT AAT TGC TC-3'

250 95ºC por 5 min. de desnaturação inicial, seguido de 40 ciclos de

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23

Fonte: Os autores.

3.3.4 Eletroforese e foto documentação

Os resultados da amplificação foram avaliados por eletroforese em 1% de gel

de agarose contendo 5 µL de gel red em 50 mL de TBE (tris borato EDTA). Após a

eletroforese, o DNA foi visualizado, sob luz ultravioleta com comprimento de onda

curto, acoplado a um foto-documentador que registrou a imagem e enviou ao

computador e uma imagem digital foi capturada (Foto Capt Software versão 12.5

para Windows – VilbertLourmat) para a visualização do DNA amplificado. Um

marcador de peso molecular de 100 pares de bases (Fermentas) foi empregado

para auxiliar na avaliação, como padrão, dos resultados da reação.

3.3.5 Análise Estatística

Foi realizada análise descritiva dos dados utilizando o programa estatístico,

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Para apresentação

95ºC por 1 min., 60ºC por 1 min. e 72ºC por 1 min., seguidos de uma extensão final de 72ºC por 10 min.

16 5'- ATT AGT GAG TAT AGA CAT TA-3'

5'- GGC TTT TGA CAG TTA ATA CA-3'

110 95ºC por 5 min. de desnaturação inicial, seguido de 40 ciclos de 95ºC por 1 min., 52ºC por 1 min. e 72ºC por 1 min., seguidos de uma extensão final de 72ºC por 10 min.

18 5'- ACT ATG GCG CGC TTT GAG GA-3'

5'- GGT TTC TGG CAC CGC AGG CA-3'

330 95ºC por 5 min. de desnaturação inicial, seguido de 40 ciclos de 95ºC por 1 min, 60ºC por 1 min. e 72ºC por 1 min., seguidos de uma extensão final de 72ºC por 10 min.

B-globina 5`-GAA GAG CCA AGG ACA GGT AC-3'

5`-GGA AAA TAG ACC AAT AGG CAG-3'

110 95ºC por 5 min. de desnaturação inicial, seguido de 40 ciclos de 95ºC por 1 min., 55ºC por 1 min. e 72ºC por 2 min., seguidos de uma extensão final de 72ºC por 10 min.

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24

e discussão dos dados foi utilizado estatística descritiva, com dados de frequência

absoluta, média, desvio padrão e valor mínimo e máximo dos dados, considerando

95% de confiança p<0,05. Os dados de desvio padrão foram calculados analisando

os dados sociodemográficos e histopatológicos em relação aos subtipos

imunohistoquímicos.

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25

4 RESULTADOS

O perfil imunohistoquímico mais prevalente foi o luminal B em 18 casos, como

mostra a tabela 5.

Tabela 5 – Apresentação do número de pacientes por subtipo tumoral segundo a análise

imunohistoquimica Subtipos Nº % %

cumulativo

HER-2 2 6,3 6,3

Luminal A 2 6,3 12,5

Luminal B 18 56,3 68,8

Luminal Híbrido 6 18,8 87,5

Triplo negativo 4 12,5 100,0

Total 32 100,0

Fonte: Os autores.

As 32 pacientes foram analisadas segundo seu subtipo tumoral definido pela

sua análise imunohistoquímica, em relação aos perfis sociodemográfico e

histopatológico, como disposto nas tabelas 6 e 7.

Quanto ao perfil sociodemográfico, a idade média foi de 33,2±4,3 anos, e as

idades variaram de 22 a 39 anos. A amostra foi composta na sua grande maioria por

mulheres bra 28 sendo apenas 3 pardas e 1 negra. Em relação a escolaridade o

perfil das pacientes foi com ensino médio, com 50%. A maioria das pacientes eram

casadas (75%) e provenientes da zona urbana (71,9%) enquanto 28,1% eram

moradoras da zona rural. O tabagismo ocorreu em apenas 12,5% dos casos. Em

relação ao número de gestações, 59,3 % delas eram nulíparas ou apresentaram

apenas uma gestação. O nódulo como primeiro sintoma foi relatado por 81,3% das

pacientes. O tempo decorrido do momento que a paciente percebeu a alteração, até

chegar ao atendimento especializado, foi de até 6 meses em 59,4% dos casos,

porém 37,6%, levaram de 6 meses a mais de 12 meses para serem tratadas. A

idade da menarca esteve na faixa da normalidade (12 a 16 anos) em 78,1%. O uso

de anticoncepcional oral (ACHO) foi observado em 68,8% das pacientes sendo que

o tempo de uso não constava nos prontuários. A positividade de história familiar foi

de 43,6% dos casos. A descrição completa dos dados sociodemográficos foram

mostrados na Tabela 6. Em todas as variáveis analisadas, não houve significância

estatística, e o valor do p foi ≤ 0,05.

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Tabela 6 - Características Sócio-Demográficas segundo classificação Imunohistoquímicas

Fonte: Os autores.

CARACTERÍSTICAS

LUMINAL

A

LUMINAL

B

LUMINAL HÍBRIDO

HER-2

TRIPLO –

NEGATIVO

TOTAL

VALOR

P

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % p IDADE 0,544 < 35 ANOS 1 3,1 10 31,3 5 15,6 2 6,3 2 6,3 20 65,5 >35 ANOS 1 3,1 8 25 1 3,1 0 0 2 6,3 12 37,5 0,656 COR BRANCA 2 6,3 16 50 4 12,5 2 6,3 4 12,5 28 87,5 NEGRA 0 0 0 0 1 3,1 0 0 0 0 1 3,1 PARDA 0 0 2 6,3 1 3,1 0 0 0 0 3 9,4 ESCOLARIDADE 0,619 ANALFABETA 0 0 1 3,1 0 0 0 0 0 0 1 3,1 FUNDAMENTAL 0 0 6 19,8 3 9,4 0 0 1 3,1 10 31,3 MÉDIO 1 3,1 9 28,1 2 6,3 1 3,1 3 9,4 16 50,0 SUPERIOR 1 3,1 2 6,3 0 0 1 3,1 0 0 4 12,5 SEM INFORM. 0 0 0 0 1 3,1 0 0 0 0 1 3,1 0,159 ESTADO CIVIL CASADA 0 0 13 40,6 6 18,8 1 3,1 4 12,5 24 75,0 SEPARADA 1 3,1 3 9,4 0 0 1 3,1 0 0 5 15,6 SOLTEIRA 1 3,1 2 6,3 0 0 0 0 0 0 3 9,4 0,374 LOCAL RESID. RURAL 1 3,1 5 15,6 3 9,4 0 0 0 0 9 28,1 URBANA 1 3,1 13 40,6 3 9,4 2 6,3 4 12,5 23 71,9 0,365 TABAGISMO SIM 0 0 2 6,3 0 0 1 3,1 1 3,1 4 12,5 NÃO 2 6,3 16 50 6 18.8 1 3,1 3 9,4 28 87,5 Nº GESTAÇÕES 0,944

0 1 3,1 3 9,4 0 0 0 0 1 3,1 5 15,6 1 1 3,1 7 21,9 3 9,4 2 6,3 1 3,1 14 43,7 2 0 0 5 15,6 2 6,3 0 0 2 6,3 9 28,1

> 2 0 0 3 9,4 1 3,1 0 0 0 0 4 12,5 0,751

1º SINTOMA NÓDULO 2 6,3 15 46,9 5 15,6 1 3,1 3 9,4 26 81,3 OUTROS 0 0 3 9,4 1 3,1 1 3,1 1 3,1 6 18,8 TEMPO P/ TTO 0,878 0 A 6 MESES 2 6,3 11 34,4 3 9,4 2 6,3 1 3,1 19 59,4 6 A 12 MESES 0 0 5 15,6 2 6,3 0 0 2 6,3 9 28,1 > 12 MESES 0 0 1 3,1 1 3,1 0 0 1 3,1 3 9,4 MENARCA 0,712 PRECOCE 0 0 1 3,1 1 3,1 1 3,1 1 3,1 4 12,5 NORMAL 2 6,3 15 46,9 4 12,5 1 3,1 3 9,4 25 78,1 SEM INFORM. 0 0 2 6,3 1 3,1 0 0 0 0 3 9,4 USO ACHO 0,794 SIM 1 3,1 12 37,5 3 9,4 2 6,3 4 12,5 22 68,8 NÃO 0 0 3 9,4 1 3,1 0 0 0 0 4 12,5 SEM INFORM. 1 3,1 3 9,4 2 6,3 0 0 0 0 6 18,8 0,278 HIST. FAMILIAR POSITIVO 0 0 2 6,3 11 34,4 2 6,3 1 3,1 16 43,8 NEGATIVO 0 0 5 15,6 4 12,5 2 6,3 3 9,4 14 50,0

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27

O exame clínico das axilas foi positivo, para o comprometimento linfonodal,

em 34,3% das pacientes. O grau histológico que mais acometeu essa amostra foi o

grau 2 com 56,3% seguido pelo grau 3 com 43,8% e nenhuma pacientes apresentou

grau 1. O tipo histológico foi representado por 100% das pacientes com Carcinoma

Ductal Invasor. Os estádios clínicos mais observados foram o IIB, IIIA e IIIC todos

com 6 pacientes, seguido pelo estadio IA, com 5 pacientes e IIIB e IV, com 3

pacientes cada.

Na tabela 7 se observa os dados histopatológicos distribuídos conforme os

subtipos imunohistoquímicos, onde podemos observar como cada variável se

comporta em relação aos subtipos.

Tabela 7 - Características Histopatológicas segundo classificação imunohistoquímicas

Fonte: Os autores

A informações sobre a mamografia estavam presentes em 16 dos 32

prontuários pesquisados, desses 16, em 6 ela foi classificada como, o exame não

foi suficiente para o diagnóstico (BIRADS 0) e, em 10 a classificação ficou com

achados provavelmente benignos até malignos (BIRADS 3, 4 e 5). O resultado da

ultrassonografia estava descrito no prontuário de 21 pacientes, e 11 não tinham essa

informação, entretanto dessas 21, apenas 1 tinha resultado sem nenhuma alteração

CARACTERÍSTICAS LUMINAL A

LUMINAL B

LUMINAL HÍBRIDO

HER-2 TRIPLO - NEGATIVO

TOTAL P

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % GRAU HISTOLÓGICO

0,65

GRAU 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 GRAU 2 2 6,3 13 40,6 2 6,3 0 0 1 3,1 18 57,6 GRAU 3 0 0 5 15,6 4 12,5 2 6,3 3 9,4 14 43,4

TOTAL 2 6,3 18 56,3 6 18,8 2 6,3 4 12,5 32 100,0 TIPO HISTOLÓGICO

n

CDI 2 6,3 18 56,3 6 18,8 2 6,3 4 12,5 32 100,0 ESTADIO CLÍNICO 0,94 IA 2 6,3 2 6,3 1 3,1 0 0 0 0 5 15,6 IB 0 0 1 3,1 0 0 0 0 0 0 1 3,1 IIA 0 0 0 0 0 0 1 3,1 1 3,1 2 6,3 IIB 0 0 4 12,5 0 0 0 0 2 6,3 6 18,6 IIIA 0 0 5 15,6 0 0 1 3,1 0 0 6 18,6 IIIB 0 0 1 3,1 1 3,1 0 0 1 3,1 3 9,4 IIIC 0 0 5 15,6 1 3,1 0 0 0 0 6 18,6 IV 0 0 0 0 3 9,4 0 0 0 0 3 9,4

TOTAL 2 6,3 18 56,3 6 18,8 2 6,3 4 12,5 32 100,0

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(BIRADS 1) e todas as outras tinham algum achado para ser investigado (BIRADS

acima da categoria 3).

O carcinoma foi descrito em 18 pacientes na mama direita no QSE. A cirurgia

mais aplicada como tratamento foi a mastectomia, realizada em 26 das pacientes

estudadas. A quimioterapia adjuvante foi realizada em 21 pacientes após cirurgia. A

radioterapia foi realizada em 19 pacientes e a hormonioterapia em 23 pacientes. O

transtuzumabe também foi utilizado em 8 casos.

Quanto ao seguimento das pacientes estudadas, até o momento 21

encontram–se em remissão, 6 foram a óbito, e 4 estão em cuidados paliativos. O

uso crônico de álcool não foi encontrado em nenhuma paciente. Em relação ao

tempo de uso de anticoncepcional oral, em 10 prontuários não continha esta

informação, porém em 20 pacientes que tinham essa informação o uso foi por mais

de 10 anos. O que chama a atenção é o tamanho dos nódulos na cirurgia, sendo

que 81,2% pacientes apresentavam nódulos maiores de 2 cm. O tamanho do tumor

variou de 0,8 a 12 cm, com média de 4,6±3,2 cm.

A pesquisa com todos os primers resultou negativa para amplificação do DNA

de HPV em todas as amostras, sendo usado β-globina para controle de presença de

DNA, conforme figuras 4 e 5, que mostram negatividade para amostras GP5/GP6,

HPV 16 e HPV 18.

Figura 4 - Pesquisa para HPV com primer GP5/GP6, amostras 1 a 10 de carcinomas de mama

negativas para amplificação de HPV por PCR e amostras de 28 a 34 de fibroadenomas mamários também negativas.

Fonte: Os autores.

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29

Figura 5 - Pesquisa para HPV 16 e HPV 18, amostras 1 a 10 e de 12 a 21 de carcinomas mamários negativos para amplificação de HPV por PCR.

Fonte: Os autores.

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30

5 DISCUSSÃO

Nesse estudo foi encontrado uma totalidade de pacientes com carcinoma

ductal invasor, isso está em conformidade com a literatura mundial que mostra uma

maior prevalência de tumores ductais, principalmente quando se fala em pacientes

jovens (DUTRA et al, 2009). Nos resultados obtidos no estudo de Pinheiro e

colaboradores (2013) o carcinoma ductal invasivo (CDI) foi o mais frequente

(90,7%), não havendo diferença entre mulheres jovens e muito jovens. Garicochea e

colaboradores (2009) analisaram 280 casos de câncer de mama em mulheres

tratadas em um hospital universitário de Porto Alegre, entre os anos de 1995 a 2000,

comparando as variáveis entre grupos etários de mulheres com idade ≤ 40 e > 40

anos, observou o CDI como o mais incidente em mulheres com idade ≤ 40 anos

(85,2% dos casos), sendo esse tipo histológico também o mais encontrado naquelas

com >40 anos.

A maioria das pacientes de nossa amostra era proveniente de área urbana

(71,9%) e uma pequena parcela proveniente de área rural (28,1%). Esse dado se

mostra relevante pelo fato de embora estarmos em uma região de interior, com

economia agrícola, a maioria da população habita as cidades da região, que são na

sua maioria de pequeno porte, com menos de 100 mil habitantes. Estudos com

populações mais interioranas exclusivamente, são relevantes pois apresentam

particularidades específicas, como hábitos alimentares e culturais que podem

mostrar diferenças para essa amostra.

Sediyama e colaboradores (2016) mostraram em seu estudo realizado em

Viçosa, Minas Gerais uma porcentagem de 40% de pacientes provenientes da zona

rural contra 55% de zona urbana. O grupo de pacientes provenientes da cidade de

Belo Horizonte (região metropolitana) realizaram exames com idade

significativamente menor que as provenientes de zona rural, supondo que o acesso

a realização de exames seja facilitado, sendo necessário uma melhor estratégia

para que se alcance as mulheres da zona rural, pois a demora na realização do

exame retarda o diagnóstico.

A idade das pacientes do presente estudo variou de 22 a 39 anos, com média

de 33,22 anos no grupo com carcinoma e de 18 a 48 anos com média de 30,52 anos

no grupo controle com fibroadenoma, esse último grupo foi utilizado apenas para a

pesquisa do DNA de HPV. Segundo a literatura mundial essa faixa etária representa

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de 5% a 7% de todos os casos de câncer de mama e é a principal causa de morte

por câncer nessa faixa etária (HAYES, 2007). Não houve diferença significativa entre

os subtipos imunohistoquímicos observados nas pacientes jovens (35 a 40 anos) em

relação as muito jovens (≤ 35 anos). Independente da idade o subtipo mais

prevalente foi o Luminal B. Embora o grupo luminal B contemple um bom

prognóstico, o tamanho do tumor e o comprometimento axilar, são fatores

importantes de prognóstico, e nessa amostra o tamanho do tumor variou de 0,8 a 12

cm, com média de 4,6 cm, e o comprometimento clínico axilar se observou em 34,4

% das pacientes. Então o tamanho do tumor maior que 2 cm e o comprometimento

axilar, são fatores que mostram um perfil com pior prognóstico nessas pacientes

(CLAGNAN et al., 2008; PINHEIRO et al., 2013).

O câncer de mama em paciente jovem apresenta pior prognóstico, pois na

sua maioria os diagnósticos são feitos em estádios mais avançados, isso é

observado em nosso estudo, os estádios mais encontrados foram os IIIC (15,6%) e

IIIA (15,6%) o que também foi encontrado por Clagnan e colaboradores (2008), em

um estudo que comparou achado de pacientes jovens com menos de 40 anos em

comparação com 2 grupos controle, um de 40 a 50 anos e outro acima de 50 anos.

Observou-se também que mesmo nesse grupo o número de casos aumenta com o

aumento da idade sendo maior dos 31 aos 40 anos. Os estádios mais avançados

geralmente apresentam maior chance de recidivas e metástases a distância

culminando com uma menor sobrevida da paciente e onerando o tratamento

(CLAGNAN et al., 2008).

Segundo Ferreira (2011), o câncer de mama na mulher jovem é, na grande

maioria dos casos, diagnosticado tardiamente principalmente por sua dificuldade de

diagnóstico e ausência de rastreio, mas também por falta de exame das mamas nas

consultas de rotina em razão de seu baixo índice de suspeição. Em relação a

raça/cor; 87,5% das pacientes se declararam brancas, isso se deve ao fato de nossa

região ter características próprias principalmente pelos grupos étnicos de

descendência europeia. A escolaridade predominante foi a nível médio, 50% dos

casos e 12,5% com nível superior, mostrando um nível de entendimento maior, se

desencontrando com os achados de pior prognóstico, pois teoricamente quanto

maior a escolaridade, melhor o conhecimento sobre prevenção e tratamento

precoce. Isso pode ser devido ao fato de não existirem políticas públicas de

prevenção que contemplem essa faixa etária (PINHEIRO et al., 2013). E isso

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32

também influencia no nível de entendimento da paciente e sua busca por

tratamento.

O histórico familiar positivo foi observado em 43,8% pacientes das 32

estudadas, sabe-se que o câncer hereditário é mais incidente nessa faixa etária.

Pinheiro et al. (2013) encontrou 48,6% das pacientes com histórico familiar positivo

para câncer na faixa etária até 39 anos. No entanto os casos de câncer hereditário

são em média 20% sendo somente de 3% a 9% de todos os casos herdado por

mutações genéticas (AMENDOLA et al., 2005), mostrando assim uma concentração

maior nesse grupo específico.

A classificação imunohistoquímica mais observada foi o Luminal B, sendo

esse o mais comumente encontrado em outros trabalhos no grupo de pacientes

jovens (PERUZZI et al., 2016). Para Barros e Leite (2015) o grupo luminal B

corresponde entre 20 a 30% da totalidade dos carcinomas de mama, sendo mais

numeroso no grupo de pacientes com menor idade, tem sua origem nas células dos

luminais e apresentam positividade para receptores de estrogênio ou progesterona,

podem ou não ter HER 2 positivo e uma taxa de proliferação celular alta (Ki 67 >

14%). Tem um prognóstico melhor pois respondem a hormonioterapia e quando

positivos para HER2 respondem a terapia alvo com transtuzumabe.

O tamanho do tumor no exame anatomopatológico variou de 0,8 cm à 12 cm,

com uma média de 4,6 cm. Pinheiro et al. (2013) mostrou a presença de tumor maior

que 2 cm em 70,4% no seu estudo com 12689 pacientes. Keegan et al. (2012)

mostraram que pacientes jovens apresentam tumores mais agressivos e de pior

prognóstico, com mais tumores hormônio negativos e HER2 positivo.

O número de linfonodos comprometidos clinicamente também se apresentou

em 34,3% das pacientes estudadas, isso fala em favor do pior prognóstico desse

grupo. Confirmando assim a dificuldade de diagnóstico nessas pacientes seja pelas

políticas de rastreio pobre ou pela densidade mamária aumentada. Devido ao

diagnóstico tardio, observamos em nosso trabalho que 80% das pacientes foram

tratadas com mastectomia, isso vem em encontro com o estudo de Crippa et al.

(2003) que mostram 66% das pacientes foram tratadas com mastectomia, e isso

ocorre pela maior agressividade dos tumores nas pacientes jovens. Essa faixa etária

e, principalmente a amostra selecionada apresenta um grupo de pacientes de que

necessita de medidas, específicas para que o desfecho da abordagem terapêutica

seja melhor e o tratamento menos agressivo.

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33

A pesquisa para HPV com os primers GP5/GP6, E6, HPV16, HPV18 e como

controle β-globina, resultaram todos negativos para a presença de DNA de HPV

nessas amostras. Esse fato corrobora com estudos realizados a nível mundial

(HEDAU et al., 2011; LINDEL et al 2007; BRATTHAUER et al.,1992) e vários fatores

podem ser aventados para esse resultado. A presença de falso negativo pode ser

considerada, pois a quantidade de material genético do HPV em tumores de mama é

muito pequena, cerca de 2000 vezes menor do que no carcinoma de colo uterino

(LAWSON et al., 2017), facilitando os falsos negativos (KWONG et al., 2013). Nossa

amostra por se tratar de um público extremamente restrito, 50 mulheres sendo 25

com carcinoma mamário e 25 com fibroadenomas, com características específicas e

número reduzido, pode ter influenciado na negatividade, pois existe uma variação

muito grande na incidência do vírus HPV na população em geral, e a exposição ao

mesmo depende de vários fatores, que vão desde as práticas sexuais até a

exposição aos meios de contágio e também com a paridade. A maioria de nossa

amostra tem número pequeno de filhos ou nuliparidade, é casada e possui um grau

de escolaridade de nível médio com um grau de esclarecimento considerado alto

para o Brasil.

No ano de 1992 na Itália, foi realizado o primeiro estudo para análise do HPV

em 40 amostras de carcinoma de mama e nódulos linfáticos axilares metastáticos e

não metastáticos, pela técnica de PCR com primers específicos para os tipos 11, 16

e 18 do HPV. A presença de DNA do HPV 16 foi positiva em 29,4% dos carcinomas

e em 13,3% dos linfáticos metastáticos. Observou-se então que o HPV pode estar

presente em carcinomas de mama, embora com menos regularidade que a

neoplasia genital. Isso somado ao fato do HPV 16 se imortalizar nas células

epiteliais corrobora com a ideia de que esse vírus possa ter um papel na origem do

carcinoma mamário ductal (Di LONARDO; VENUTI; MARCANTE, 1992).

No mesmo ano Bratthauer, Tavassoli e O’leary (1992), realizaram um estudo

em Washington para investigar a presença do DNA do HPV dos tipos 6, 11, 16 e 18

em 15 papilomas,15 carcinomas papilares, e 13 carcinomas ductais infiltrantes da

mama utilizando a técnica de PCR e não obtiveram em seus resultados, nenhuma

sequência de DNA do HPV. Mostrando já naquela época dados conflitantes.

Atualmente vários estudos tem se dedicado a esse tema, pois existem

evidências consistentes de que o vírus HPV está presente em uma parcela dos

carcinomas mamários. Porém a correlação do HPV com o fator causal do carcinoma,

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ainda não foi bem estabelecida, bem como quais os grupos que seriam mais

susceptíveis ao desenvolvimento do câncer por essa causa, daí a diversidade de

resultados positivos e negativos da presença de HPV em amostras de carcinomas

de mama (PIVA, 2011). Quando se especifica essa amostra à um público menor e

com características bem definidas como em nosso estudo, a chance de termos

resultados diferentes dos encontrados por estudos com amostras maiores e

diversificadas, se torna maior. Pois a exposição ao HPV também é um fator

comportamental e o seu desenvolvimento depende de fatores intrínsecos do sistema

imunológico de cada indivíduo.

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6 CONCLUSÃO

A amostra do presente estudo foi composta por pacientes com baixa taxa de

gestação, bom nível de escolaridade, brancas, uma maior prevalência de carcinoma

ductal invasor e subtipo imunohistoquímico, Luminal B, com estádio avançado. A

maioria das pacientes foram tratadas com mastectomia e quimioterapia adjuvante e

provenientes de uma região de etnia basicamente de descendência européia, no

meio Oeste de Santa Catarina, região Sul do Brasil. Todas foram atendidas no setor

de oncologia no serviço de referência para região meio oeste no Hospital

Universitário Santa Terezinha. O resultado para pesquisa de HPV em bloco de

parafina do tumor e de controles com fibroadenomas, mostrou resultado negativo

para HPV no exame de PCR.

Essa delimitação da amostra é importante pois o resultado para pesquisa de

HPV em bloco de parafina do tumor e de controles com fibroadenomas mostrou

resultado negativo para primers GP6/GP5, E6 e HPV 16 e 18 no exame de PCR.

Podem realmente existir resultados falsos negativos, porém esse perfil não existe

especificamente, em outros trabalhos.

Os dados da amostra analisada permitem inferir que pacientes jovens

apresentam maior prevalência de tumor de mama agressivo, sem relação com a

presença de HPV. No entanto, como o número de pacientes avaliadas foi baixo e

com as mesmas características, talvez seja primordial permanecer com essa

amostra, aumentando o número de indivíduos para contribuir com a delimitação de

qual público está realmente exposto aos riscos do carcinoma de mama induzido pelo

HPV.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A RESPEITO DA INTERDISCIPLINARIDADE

O projeto interdisciplinar envolve questionamentos sobre o sentido e a

pertinência das colaborações entre as disciplinas, visando um conhecimento do

“humano” (JAPIASSU, 1976). E, nesse sentido, a interdisciplinaridade é chamada a

postular um novo tipo de questionamento sobre o saber, sobre o homem e sobre a

sociedade. Não é uma “moda”, mas corresponde a uma nova etapa de

desenvolvimento do conhecimento. Também não se trata de postular uma nova

síntese do saber, mas, sim, de constatar um esforço por aproximar, comparar,

relacionar e integrar os conhecimentos (VILELA et al., 2004).

A interdisciplinaridade é fundamentalmente, a integração entre vários nichos

do saber onde o conhecimento é compartilhado e inter-relacionando com as várias

formas de pensar. Neste trabalho especificamente desde o conhecimento médico

até os matemáticos, farmacêuticos, fisioterápicos e conhecimentos de biologia

molecular e prática de bancada de laboratório foram essenciais para que o projeto

fosse concretizado. Muito mais que uma ciência, vários saberes em conjunto tem um

desempenho fabuloso na contribuição científica mundial.

Nesse sentido, o presente estudo atendeu às necessidades de um verdadeiro

encontro com interdisciplinaridade, uma vez que associou conhecimentos biologia

molecular, aos praticados na medicina diária em um hospital, ao conhecimento da

epidemiologia, vivenciada no drama das pacientes com câncer de mama. A

determinação da prevalência da não infecção tecido mamário pelo HPV, bem como

a sua genotipagem, desenvolvidas no laboratório, nos mostraram algumas

particularidades e peculiaridades de nossa população a ser melhor estudada,

contribuindo sobremaneira para o conhecimento.

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APÊNDICE A - FORMULÁRIO

NOME

IDADE

COR

ESCOLARIDADE

ESTADO CIVIL/UNIÃO

LOCAL DE RESIDÊNCIA: RURAL URBANA

TABAGISMO

ALCOOLISMO

HISTÓRIA OBSTÉTRICA

SINTOMAS:

TEMPO ENTRE A QUEIXA E A PROCURA AO MÉDICO

MENARCA

USO DE ACHO

TEMPO DE USO DE ACHO:

HISTÓRICO FAMILIAR

EXAME FÍSICO DAS AXILAS

LATERALIDADE

QUADRANTE

CLASSIFICAÇÃO BIRADS À MAMOGRAFIA

CLASSIFICAÇÃO BIRADS À ECOGRAFIA

TIPO HISTOLÓGICO

GRAU HISTOLÓGICO

ESTADIAMENTO CLÍNICO

IMUNOHISTOQUÍMICA

TRATAMENTO

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ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

COMPROVANTE DE ENVIO DO PROJETO

8 DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: PRESENÇA DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS

MAMÁRIOS DE PACIENTES COM IDADE IGUAL OU INFERIOR A 40 ANOS NO SERVIÇO DE ONCOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA TERESINHA DE JOAÇABA - SC

Pesquisador: Marcio Tomasi 9 Versão: 2 CAAE: 59630416.6.0000.5367 Instituição Proponente: FUNDACAO UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

10 DADOS DO COMPROVANTE

Número do Comprovante: 090814/2016 Patrocionador Principal: Financiamento Próprio

Informamos que o projeto PRESENÇA DE HPV EM AMOSTRAS DE CARCINOMAS

MAMÁRIOS DE PACIENTES COM IDADE IGUAL OU INFERIOR A 40 ANOS NO SERVIÇO

DE ONCOLOGIA DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SANTA TERESINHA DE JOAÇABA - SC que tem como

pesquisador responsável Marcio Tomasi, foi recebido para análise ética no CEP

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC em 06/09/2016 às 16:36.

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC

Endereço: Rua Getúlio Vargas, nº 2125, Campus I, Bloco I

Bairro: Flor da Serra CEP: 89.600-000

UF: SC Município: JOACABA

Telefone: (49)3551-2062 Fax: (49)3551-2004 E-mail: [email protected]