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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GISLAINE FRATTINI EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA AVIAÇÃO CIVIL PALHOÇA 2020

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GISLAINE FRATTINI

EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA

AVIAÇÃO CIVIL

PALHOÇA

2020

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GISLAINE FRATTINI

EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO DA

AVIAÇÃO CIVIL

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de

graduação em Ciências Aeronáuticas, da

Universidade do Sul de Santa Catarina, como

requisito parcial para elaboração da monografia.

Orientador: Prof. Esp. Jairo Afonso Henkes

PALHOÇA

2020

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“Na luta pelo progresso, só vale o sucesso.”

(Santos Dumont)

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RESUMO

A tecnologia vem constantemente modificando o cotidiano das pessoas e o modo

como interagimos. Desse modo, as evoluções tecnológicas direcionam-se a serem

mais rápidas e menores, movendo-se para um modelo “sempre conectada”. Essa

interação, juntamente com um aparato tecnológico faz surgir a Internet das Coisas

(IoT) que tem como objetivo interagir qualquer objeto físico ao universos virtual, ou

seja, todas essas aprimorações, bem como toda essa conectividade buscam trazes

diversos benefícios para a sociedade, agregando segurança e qualidade de vida para

os seus usuários. Dentro desse conceito insere-se o ambiente aeronáutico, já que, é

um meio que busca constantemente evoluir-se, a fim de agregar segurança e conforto

para os seus usuários. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo, investigar,

analisar e descrever, os impactos da evolução da tecnologia da informação na aviação

civil. Para isso, busca-se descrever os aspectos inerentes ao sistema de informação,

o cenário da aviação brasileira, apresentando as evoluções aferidas pela tecnologia

da informação no tocante à aviação civil. Por fim, analisar e descrever as principais

tecnologias de informação agregadas ao processo utilizada na gestão da aviação civil.

A partir o tipo de pesquisa a ser realizado nesse trabalho foi uma revisão de literatura,

no qual, procurou sintetizar e analisar o conhecimento científico já produzido sobre o

tema, no qual, conclui-se que, a IoT no tocante a aviação, traz benéficos tanto no

ambiente virtual a introdução de protótipos que criam situações de voos em ambientes

virtuais, assim como o uso de tablets para os pilotos, quanto no ambiente físico, já que

torna a cabine mais segura e econômica, com isso, compreende-se que a IoT está

revolucionando o mercado da aviação tornando-o promissor, seguro e rentável.

Palavras-Chave: Gestão da aviação. Tecnologia da informação. Tecnologia na

aviação.

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ABSTRACT

Technology has been changing people's daily lives and the way we interact. In this

way, as technological developments aimed at being faster and smaller, moving

towards an “always connected” model. This interaction, combined with a technological

device, makes the Internet of Things (IoT) aim to interact with any physical object in

the virtual universe, that is, all these improvements, as well as this whole bus

connection brings several benefits to the society, adding security and quality of life for

its users. Within this concept, the aeronautical environment, which is already a means

of search, can evolve, in order to add safety and comfort to its users. Therefore, this

article aims to investigate, analyze and describe the impacts of the evolution of

information technology in civil aviation. For this, research whether it describes the

aspects inherent to the information system, the scenario of Brazilian aviation, presents

the evolutions measured by information technology with respect to civil aviation.

Finally, analyze and describe the main information technologies added to the process

used in the management of civil aviation. Based on the type of research carried out at

work, a literature review was carried out, none of which sought to synthesize and

analyze the scientific knowledge already produced on the topic, none of which

concluded that an IoT without touching aviation brings benefits both in terms of virtual

environment and in the introduction of prototypes that create flight situations in virtual

environments, such as the use of tablets for pilots, and in the physical environment,

since it makes the cabin safer and more economical, with that, it is understood that IoT

is revolutionizing the aviation market creating, promoter and insurance.

Keywords: Aviation management. Information technology. Aviation technology

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 7

1.1 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO ........................................................................... 8

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................ 9

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 9

1.3.1Objetivos Gerais ................................................................................................. 9

1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 10

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 10

1.5. METODOLOGIA ............................................................................................... 11

2 DA AVIAÇÃO CIVIL .......................................................................................... 13

2.1 O TURISMO E O TRANSPORTE AÉREO ......................................................... 14

2.2 TRANSPORTE AÉREO ..................................................................................... 15

3 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ............................................................. 17

3.1 A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ....................................... 18

3.2 HISTÓRICO RECENTE DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA AVIAÇÃO

CIVIL ........................................................................................................................ 18

4 A INTERNET DAS COISAS .............................................................................. 21

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 25

6 REFERENCIAS ................................................................................................. 27

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1 INTRODUÇÃO

Identificada como um conjunto de dispositivos, máquinas e aparelhos, a

tecnologia de informação ou TI compõem se por objetos denominados hardware e por

veículos chamados software. Estes têm por objetivo a criação de sistemas de

informação originados da implementação da tecnologia de informação que é

executada a partir de computadores e através da telecomunicação (Coutinho, 2004).

Para este autor, a TI não se limita a objetos e veículos tendo em vista que

a mesma não funcionaria sem a participação da figura humana. Coutinho (2004)

ressalta o envolvimento da gestão de pessoas bem como a administração e a

organização. A partir da tecnologia aqui tratada, os profissionais têm a possibilidade

de uso de uma ferramenta essencial para tomada de decisões já que proporciona mais

coesão e segurança por detalhar as informações (Soares, et. al. 2011).

Diante de um cenário competitivo no mercado, a tecnologia de informação

vem tornando-se parte indispensável do ambiente organizacional. Sua presença tem

sido notada desde a década de 50 e a partir de então vem provocando mudanças e

trazendo benefícios (Soares, et. al., 2011). Dentre as vantagens apontadas por estes

autores estão: a saciedade em relação às informações, a redução do tempo e o

esforço humano para que a TI seja executada, a permissão para execução de suas

funções a outros mecanismos e ainda a redução de distância.

Coutinho (2014), também reconhece os benefícios da TI e destaca a

agilidade, a redução do tempo em processos, o fácil acesso a informações, redução

de custos, proporção de novas oportunidades à logística, dentre outros. A partir de

estudos, o autor afirma que a tecnologia de informação é comumente utilizada nas

organizações atualmente. Para ele, está se tornou um importante e indispensável

ferramenta de apoio. Coutinho (2014) diz ainda que:

Os recursos tecnológicos são fatores determinantes para sucesso e para competitividade no atual cenário de mercado, pois é quase impossível encontrar um empreendimento (por menor que seja) que não precise de informações relevantes e adequadas para a realização de suas tarefas empresariais (COUTINHO, 2014, p. 6).

Nota-se, portanto que a tecnologia de informação torna-se parte das

organizações que almejam sucesso, pois seu uso possibilita um trabalho mais ágil e

de confiança coletando dados, transformando e distribuindo informações. Para

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Coutinho (2004) a busca por esta tecnologia tem sido tão intensa devido a sua

capacidade de alterar as bases de competitividade e de estratégias de uma empresa.

Laudo e Laudon (2004), apud Martins (2012), citam também como

característica da TI, além do suporte de controle da coordenação, o auxílio a análises

de problemas. Através da tecnologia o usuário pode identificar situações complexas e

buscar meios para solucioná-las e criar a possibilidade de inovação com produtos

novos.

1.1 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Tendo em vista os pontos positivos da aquisição da tecnologia de

informação é preciso então compreendê-la melhor. O’Brien (2004) apud Coutinho

(2014) diz que os sistemas de informação são compostos por hardware, software,

redes de comunicação, recursos de dados e também por pessoas. Apesar da

semelhança da palavra informação, tecnologia e sistema de informação não são as

mesmas.

Martins et al. (2012), explica que sistema de informação resume-se em

processos administrativos englobando processos menores que relacionam-se entre si

a fim de armazenar dados e criar informações que contribuam em decisões. Estes se

originam a partir de conceitos da Tecnologia de Informação e proporcionam exatidão

nas tomadas de decisões. Por consequência tem se excelente desempenho.

Spinola e Pessôa (1998), apud Martins et. al. (2012), apontam ainda que

os sistemas de informação têm a capacidade de oferecer informações necessárias

aos usuários devido a criação de um ambiente integrado e consistente.

Sobre sua definição Laudon e Laudon (2001), apud Soares et al. (2011, p.

5), contam que o sistema de informação se refere a “um conjunto de elementos ou

componentes inter-relacionados que coleta, armazena, processa e distribuem dados

e informações com a finalidade de dar suporte às atividades de uma organização

(planejamento, direção, execução e controle)”.

Logo, é possível perceber que um sistema de informação trata-se de uma

parte minuciosa, mais detalhada, de pequenos sistemas que cuida dos dados e das

informações. Martins et al. (2012), confirmam esta informação quando apontam o

sistema de informação como um conjunto de redes de comunicações capazes de

coletar, transformar e disseminar informações.

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O sistema de informação é integrado por três atividades que realizam o

processo de captura das informações, da conversão e contabilização de quantidades,

comparações e por último se tem a transformação das devidas informações tratadas

para os usuários do sistema. Em pesquisa a respeito das influencias da tecnologia e

sistemas de informações na gestão, Martins (2012), mostra detalhes sobre estas

atividades:

Fazem parte de um sistema de informações três atividades: a) a entrada: tem o papel de capturar os dados brutos internos ou externos à organização, nome do cliente, quantidade pedida; b) o processamento: converte os dados, faz comparações, quantidade vendida com quantidade em estoque; c) a saída: transferência das informações processadas para pessoas responsáveis por tomar decisões (MARTINS, 2012, p. 3).

As atividades realizadas pelo SI é que facilitam o trabalho humano, pois

são capazes de coletar e processar grande quantidade de dados, uma vez que se

fossem realizadas pelo homem demandaria mais tempo além de reduzir a

produtividade. Os sistemas de informações proporcionam, portanto, mais agilidade,

mais ganho de tempo e sucessivamente maior produtividade.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Diante deste contexto, é importante destacar que os avanços aferidos pela

tecnologia da informação trazem impactos para os setores da aviação civil. Logo, qual

a relação entre os impactos aferidos pela evolução da tecnologia da informação e

gestão aeronáutica?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1Objetivos Gerais

Investigar, analisar e descrever, os impactos da evolução da tecnologia da

informação na aviação civil.

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1.3.2 Objetivos Específicos

• Descrever aspectos inerentes ao sistema de informação;

• Descrever o cenário da aviação civil brasileira;

• Apresentar a evolução aferida pela tecnologia da informação na

aviação civil;

• Analisar e descrever as principais tecnologias de informação

agregadas ao processo utilizada na gestão da aviação civil.

1.4 JUSTIFICATIVA

A TI causa impacto positivo na estrutura das organizações. Seus papéis

atingem a cultura, as filosofias, as políticas e até mesmo os processos e modelos de

gestão. “Quando as informações estão organizadas e planejadas nos sistemas

tecnológicos, estes geram informações eficientes e eficazes para a gestão das

empresas” (Coutinho, 2014, p. 5).

A tecnologia possibilita grande controle sobre os dados e qualidade diante

das informações. Logo para Alves et. al. (2008) apud Soares et. al. (2011), a

velocidade e a qualidade de informação são super importantes para que as empresas

permaneçam e sobrevivam em um mercado competitivo e globalizado. Para os

autores, ferramentas e tecnologias que facilitam a resolução de problemas específicos

são sempre bem vindas nas organizações.

Ainda sobre os benefícios da aquisição da tecnologia de informação,

Coutinho (2014), afirma que:

Os sistemas tecnológicos adotados permitem que os gestores manipulem uma enorme quantidade de dados, fazendo com que se conheça e satisfaça melhor seu público alvo, tendo eficácia em seu atendimento, e evitando assim desperdícios e consequentemente aumentando sua lucratividade. Por outro lado, possuem a satisfação dos consumidores, que se tornam cada vez mais exigentes com as suas necessidades, que solucionadas com agilidade e rapidez fazem com que se identifiquem com sua empresa (COUTINHO, 2014, p. 7)

Um consumidor satisfeito certamente irá procurar novamente pelos

serviços prestados podendo até indicar a determinada empresa a outros possíveis

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consumidores. Portanto, é válido investir na TI quando se deseja ser destaque no

mercado.

Segundo Soares et. al. (2011), após pesquisas, é possível dizer que

atualmente nos encontramos na “era da informação” devido ao impacto provocado

pelas tecnologias no modo de vida das pessoas, na execução de tarefas. Consideram

uma era marcante.

1.5. METODOLOGIA

No que tange a pesquisa realizada, do ponto de vista de sua natureza, se

constitui em uma pesquisa básica, conceituada, segundo Gil (2002), como uma

pesquisa na qual objetiva-se responder perguntas, com base empírica, visando

ampliar o conhecimento acerca do tema bem como os aspectos inerentes ao tema de

pesquisa.

Quanto a abordagem do tema, optou-se por uma pesquisa qualitativa.

Neste aspecto, Lakatos (2003), define pesquisa qualitativa como a investigação e

análise de variáveis complexas que afetam o comportamento humano, possibilitando

a determinação de detalhes relacionados à atitude e tendência, sendo enfatizada no

processo e significados.

Do ponto de vista dos objetivos de estudo, tratou-se de uma pesquisa

descritiva, na qual, visou-se realizar um detalhamento sobre os avanços, em termos

de tecnologia de informação, descrevendo as produzindo novas informações sobre o

tema, destaca Lakatos (2003).

No que tange os métodos utilizados na execução desse estudo, tratou-se

uma pesquisa bibliográfica. Segundo Lakatos (2003, pág. 182), "a pesquisa

bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto,

mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a

conclusões inovadoras". Logo, através dessa pesquisa foi possível verificar e atualizar

os conhecimentos acerca da gestão da aviação civil utilizando-se dos avanços

proporcionados pela tecnologia da informação.

Assim, este estudo tratou-se de uma revisão de literatura, que procurou

sintetizar e analisar o conhecimento científico já produzido sobre o tema. O presente

estudo teve como pergunta de interesse: “qual a relação entre os impactos aferidos

pela evolução da tecnologia da informação na gestão aeronáutica?”.

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A estratégia de identificação e seleção dos artigos foi realizada por meio do

levantamento de artigos indexados nas bases de dados da Biblioteca Eletrônica

Científica Online – SciELO. Os descritores utilizados para busca dos artigos foram:

gestão da aviação, tecnologia da informação, tecnologia na aviação.

A busca dos artigos foi realizada entre o mês de fevereiro e março de 2020

Os critérios de inclusão para o refinamento dos artigos foram: artigos publicados no

período de 2010 a 2020 em língua portuguesa e inglesa e assuntos que tratavam da

temática escolhida. Os critérios de exclusão foram os artigos não disponíveis em

bancos de dados brasileiros e artigos que não respondiam à questão norteadora bem

como os artigos que não pertenciam a faixa temporal a partir de 2000.

Na busca de resultados da pesquisa realizou-se uma contraposição de

conhecimentos já expressos acerca do tema, para tal, utilizou-se as referências

adotando o método de autor data, oferecendo o crédito literários aos que

desenvolveram e abordaram o tema desenvolvido.

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2 DA AVIAÇÃO CIVIL

O homem sempre almejou voar, e nas eras passadas realizou protótipos

cuja finalidade era o voo, para tal, esses eram baseados nos pássaros, tratava-se de

peças de madeira, contudo, essas tentativas fracassaram. Logo, ficava a vontade de

voar atrelada à limitação física da anatomia humana.

Com o desenvolvimento dos estudos relativos à aeronáutica, o homem

desenvolveu inicialmente os balões e planadores, nos séculos XVIII e XIX,

viabilizando o voo, através de máquinas destinadas a esse fim, sendo que a partir

destas experiências originaram-se os aviões (SILVEIRA et al., 2006).

O sucesso de um voo está correlacionado com uma série de fatores, tais

como clima, atrito do ar, altitude, força gravitacional, razão de subida e descida,

velocidade, entre outros. Com a modernização da aviação civil, desenvolveu-se

mecanismos que estabelecem maior precisão na aferição desses fatores, colaborando

para que se maximize a segurança e condições de voos (EONEZAVA, 2013).

No que tange à segurança de voo, destacam-se as atividades destinadas

a prevenção de acidentes aeronáuticos, no Brasil, datam os primeiros registros na

década de 20, dado ao desenvolvimento do exército e marinha, institui-se a

investigação sobre a responsabilidade dos acidentes, através de inquéritos.

(SILVEIRA et al., 2006).

Em 1951, foi instituído a Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes

Aeronáuticos – SIPAER, e em 1971, o Centro de Investigação e Prevenção de

Acidentes Aeronáuticos – CENIPA, sob a fiscalização do SIPAER (EONEZAVA,

2013). Estes foram marcos para a segurança aeronáutica, uma vez que os acidentes

passaram a ser tratados sob uma perspectiva preventiva.

Segundo o Instituto de Aviação Civil – IAC (2002), os instrumentos de bordo

garantem indicações precisas, contudo, deve-se usá-los seguindo critérios técnicos e

interpretação correta das indicações, garantindo maior economia e segurança, ainda

que em condições atmosféricas adversas.

Diante deste contexto, é importante destacar que a modernização não

necessariamente implica em maior ganho de segurança, dado que para que ocorra a

otimização da segurança deve-se realizar as adequações técnicas, bem como

manutenção e a devida interpretação dos resultados aferidos nos instrumentos de

bordo.

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2.1 O TURISMO E O TRANSPORTE AÉREO

A história do turismo se mostra presente desde a antiguidade, quando o

homem viajava por motivos de conquista de território, saúde entre outros (NOVENTA,

2007). O turismo hoje se apresenta como a fuga da rotina cotidiana, este se tornou

meio de relaxamento, entretanto se mostra como meio impulsionador de muitos

avanços desde a revolução industrial, pois ao se tratar do turismo tem-se configurada

uma grande indústria, geradora de empregos e divisas.

O turismo compreende as atividades que, realizam, as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano com finalidade de lazer, negócio ou outros (OMT, 2003, p. 20).

Desta forma o turismo se desenvolveu ao longo dos anos e desenvolveu

também o setor de transportes, com o desenvolvimento do setor de transportes para

viagens, foi necessário o desenvolvimento rápido do setor aéreo, isto porque este

meio se mostra o mais rápido e o mais seguro (LÉCUYER; RIBEIRO E CASTRO,

1990; 2007).

Independente da tipologia, se a lazer ou negócios, o turismo cresce mais

de 5% ao ano em todo o mundo, e concomitante a ele o transporte aéreo se mostra

dentre os meios de transportes o de maior crescimento (EONEZAVA, 2013).

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC (2017), o Brasil

possui um somatório de 2.499 aeródromos sendo, destes 588 públicos e 1.911

particulares. Observa-se que dentre os aeródromos públicos 10 já foram concedidos

à iniciativa privada e 13 encontram-se em processo para tal. Considerando-se a

localização dos aeroportos públicos, aproximadamente 37% encontram-se em três

estados: em Minas Gerais (78), São Paulo (75) e Bahia (76).

No Brasil, este setor se impulsiona cada vez mais pela facilidade nos

deslocamentos em longas distâncias, todavia o estado da infraestrutura se mostra

crítico, segundo a IATA (2017), relatos demonstram que a qualidade da infraestrutura

de transporte aéreo no Brasil está em 19º lugar entre os 23 países da América Latina

e do Caribe incluídos na pesquisa, e em 112º lugar globalmente. O Brasil ficou em 21º

lugar no quesito facilidade de obtenção de visto e em 14º lugar no quesito

competitividade de custos entre os 23 países da América Latina e do Caribe

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pesquisados, todavia a aviação civil é ainda um dos principais movimentadores do

PIB (IATA, 2017).

2.2 TRANSPORTE AÉREO

A forma de deslocamento se mostra como o principal item no planejamento

de uma viagem, desta forma é necessária a implantação de sistemas de transportes

interligados com vistas a atender à demanda. Após a revolução industrial, os meios

de transportes têm sofrido avanços imensos (VERONA, 2014).

Com o rápido avanço de todas as áreas da tecnologia o tempo se mostrou

algo precioso e o setor de transportes implementou meios a fim de encurtar as

distâncias, as viagens transoceânicas se mostraram cada vez mais requisitadas e os

avanços nos transportes aéreos se aceleraram (MUNSON, 1975).

Em 2017, a IATA publicou pela Oxford Economics, a contribuição dada pelo

setor do transporte aéreo no Brasil e seus valores significativos na geração de

empregos e riqueza, como o apresentado pela Figura 01:

Figura 1 – Valor Bruto em bilhões

Fonte: IATA, (2017).

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Os sistemas de transportes aéreos trouxeram economia de tempo e muitas

vezes de recursos para quem pretende viajar a lazer ou para viagens de negócios.

Noventa (2007), menciona que a globalização trouxe consigo a necessidade de

rapidez, segurança e qualidade nos deslocamentos e o transporte aéreo oferece todos

estes aspectos.

Com uma maior demanda de viagens, o sistema de navegação se mostrou

o principal componente dentro dos transportes aéreos pois possibilita o

monitoramento dos voos. Atualmente o sistema de navegação mais utilizado é o

sistema por sistema de posicionamento global - GPS e consiste, segundo Imai (2013),

de uma combinação de posicionamento por GPS, sistema de localização.

O GPS possui sua interface ligada a âmbitos civis e militares, o

posicionamento se dá de diversas formas, seja esta posição instantânea do veículo é

mostrada na tela do computador, sobre um mapa da região, juntamente com a

identificação automática do logradouro, podendo ser utilizada não apenas na indústria

aérea mas em todas as indústrias (WILLIANS, 2003).

Os receptores GPS transmitem sinais em diversos formatos, é necessário

por isto, a integração dos diversos sistemas de informação disponíveis provenientes

da base de dados e as informações de posição obtidas em tempo real (KAYTON,

1997).

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3 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

A TI é definida por Martin et. al. (2012), como recurso tecnológico e

computacional que geram, armazenam e disponibilizam o uso de informações. Para

os autores, a tecnologia de informação é conceituada em um sentido mais amplo pelo

fato de envolver todos os diversos sistemas de informação.

Laudon e Laudon (2001), apud Medeiros et. al. (2011), apontam a TI como

métodos e/ou ferramentas que permitam e garantam além da qualidade, a

pontualidade das informações contidas no ambiente empresarial. Enquanto Silveira

et. al. (2006), acreditam que a tecnologia permite a integração de diversas áreas, a

troca de informações, a divulgação de informação e por fim, o conhecimento.

Applegate et. al. (1996), apud Soares et. al. (2011), dizem que a tecnologia

de informação “refere-se às tecnologias de computadores e telecomunicações

utilizadas nas organizações, incluindo aquelas relacionadas ao processamento e

transmissão de dados, voz, gráficos e vídeos”.

Analisando as informações expostas pelos autores já é possível

estabelecer e identificar a diferença entre a TI e o SI, que apesar de serem utilizados

como sinônimos, estes não são equivalentes. O que ambos têm em comum é o uso

da tecnologia de informação em certos sistemas de informação (SOARES et. al.,

2011). Estes autores afirmam ainda que:

Existem partes de um sistema de informação que não “são TIs”, tais como os

procedimentos envolvidos e meios não informatizados de manipulação e transporte de dados. Da mesma maneira, a TI também inclui tecnologias de conexão (redes), comunicação de dados, voz e imagens não diretamente ligados a usos em sistemas de informação (SOARES et al 2011, p. 5).

Logo, o sistema de informação não estará sempre ligado à tecnologia de

informação e vice-versa, pois o primeiro corresponde a um conjunto de sistema que

tratam os dados enquanto a segunda se resume em um conjunto tecnológico, assim

como dizem Turban et.al. (2004), apud Medeiros et. al. (2011), que a TI é composta

por hardware, software e redes. Já Soares et. al.. (2011), acreditam que a tecnologia

da informação é que abre caminhos para a projeção e instalação dos sistemas de

informação.

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3.1 A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

Para Medeiros et. al. (2011), a TI passou por algumas transformações,

denominadas pelos autores como eras de:

- Processamento de dados (1950-1970): era em que a atenção era voltada

à eficiência operacional ocorrida através da automação de processos manuais.

Apresentou como um dos principais benefícios a redução dos custos dos processos e

por consequência os ganhos. Tudo isso era resultado do auxílio à resolução de

problemas cotidianos da organização.

- Sistemas de informações gerenciais (1970-1980): nesta era a eficácia

gerencial era tida como foco principal e para isso as informações eram

disponibilizadas aos administradores, a fim de oferecer maior facilidade e agilidade no

gerenciamento das organizações. Os autores destacam que esta fase da evolução da

tecnologia de informação, foi marcante devido ao pico de grandes mudanças onde

surgiram os computadores portáteis.

-Sistemas de Informações estratégicos (1980-1990): marcada pela

competitividade, esta era teve como foco a busca por meios e métodos que

obtivessem destaque diante das outras organizações de maneira sustentável.

-Comunicação onipresente (1990): era em que a internet se tornou

ferramenta fundamental e que oferecia a possibilidade de maior eficácia nas empresas

através de sistemas colaborativos e eletrônicos (MEDEIROS et. al., 2011).

3.2 HISTÓRICO RECENTE DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA

AVIAÇÃO CIVIL

Este estudo pretende demonstrar, a importância da TI na gestão das

organizações de forma geral, sendo que ela auxilia e contribui de maneira positiva,

estando a tecnologia de informação presente também na gestão das empresas da

aviação civil.

A utilização de sistemas digitais para registros em aeronaves foi autorizada

em 2007 pela ANAC, a fim de substituir o registro em papéis, facilitando o trabalho

dos operadores, entretanto o uso das ferramentas digitais só foi permitido após a

autorização da Agência, seguindo rigidamente as normas e requisitos impostos

(ASSESORIA DE COMUNICAÇÃO DA ANAC, 2017).

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De acordo com a Resolução nº 110, de 15/09/2009, da ANAC (Agência

Nacional de Aviação Civil) dentre as principais funções da ANAC destacam-se:

-Dar suporte nas decisões da Agência criando estratégias e padrões

ligados ao setor administrativo;

-Apoiar as atividades finalísticas e da gestão interna atuando na

infraestrutura da agência executando e gerenciando os projetos relacionados a

tecnologia de informação visando um bom desenvolvimento;

-Administrar as atividades da infraestrutura relacionadas à tecnologia de

informação garantindo a segurança e inovação, organizando, dirigindo, controlando e

avaliando os serviços;

-Preparar e sustentar o Plano Diretor de Tecnologia da Informação;

-Possibilitar novas parcerias com instituições particulares e/ou públicas e

de pesquisas da mesma área de atuação;

-Estabelecer e gerenciar normas relacionadas a utilização dos serviços de

comunicação e de suporte técnico, da política de segurança bem como o atendimento

técnico aos clientes;

-Execução de atividades propostas pela Diretoria.

Contudo, sobre as atividades atribuídas, RESSALTAM-SE ainda algumas

gerências DISPOSTAS NO REGRAMENTO DA ANAC (RESOLUÇÃO Nº 110, DE 15

DE SETEMBRO DE 2009, p. 61) alterada pela (Resolução Nº 142, de 09.03.2010)

aponta como:

I - Gerência de Infraestrutura Tecnológica: I.1) Gerência Técnica de Suporte e Infraestrutura; II - Gerência de Sistemas e Informação: II.1) Gerência Técnica de Desenvolvimento de Sistemas e Administração de Dados; III - Gerência Técnica de Projetos e Governança de Tecnologia da Informação.

As funções relacionadas a comunicação, infraestrutura, administração de

dados e comunicação são direcionadas a TI nas organizações de aviação civil, Silveira

et. al. (2006), mostram os resultados alcançados pela empresa de aviação Gol,

através do uso da Tecnologia de Informação.

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Lastres et al. (2002) apud Silveira et. al. (2006), ressaltam a dependência

das ferramentas de TI que as organizações se encontram atualmente, já que a mesma

possibilita um retorno financeiro e social independente da área de atuação. E assim

como diz Montalli (1997), apud Silveira et. al. (2006), o principal objetivo de uma

empresa é buscar vantagem diante das demais e sucesso.

Neste contexto destaca-se a implantação da venda de passagens aéreas

através chamada telefônica ou utilizando-se do uso da internet realizada pela GOL.

Esse fato apresentou impacto no total de voos realizados pela companhia aérea, na

proporção de um mês a mais de voos para um período de um ano se comparado a

outras companhias aéreas (SILVEIRA et. al.,2006).

Além disso, a tecnologia adotada permite que o usuário da aviação escolha

sua poltrona para viajem já que as informações da quantidade e posição de poltronas

ocupadas são transmitidas rapidamente e com precisão. O combustível e a

alimentação também podem ser monitorados através dos sistemas de informação

(SILVEIRA et. al.,2006).

Com um gerenciamento organizacional mais ágil e preciso, a Gol vem

alcançando bons resultados em relação a TI. Como exemplo, o aumento de sua frota,

que segundo Silveira et. al. (2006), apontou como uma das maiores e mais novas do

Brasil.

As vantagens da utilização da tecnologia de informação e de dispositivos

eletrônicos na aviação civil vêm pela contribuição da mesma para o aumento da

confiabilidade dos dados registrados que gera redução de custos, avanço do setor,

bem como a agilidade em relação à inserção de dados (ASSESORIA DE

COMUNICAÇÃO DA ANAC, 2017).

Segundo Silveira et. al. (2006), a empresa de aviação civil GOL visava no

ano 2006 em que foi registrado o avanço, uma prestação de serviços segura ao

transportar pessoas e cargas com base em ação de custos reduzidos, mas sem deixar

a desejar a excelência na qualidade. O investimento principal foi então em soluções

inovadoras, para tanto, na tecnologia de informação.

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4 A INTERNET DAS COISAS

Atualmente à internet já é habitual no cotidianos das pessoas, este fato se deve

a popularização dos computadores, smartphones e smarttvs, que associados a rotinas

cada vez mais atarefadas e a falta de tempo do dia-a-dia, faz com que, a interação

entre esses objetos e a internet, necessitem de constante troca de informações

(BORBA, 2018).

Nesse âmbito, de acordo com Cremonini (2017), tais objetos, muitas vezes são

equipados com inteligência ubíqua (dispositivos conectados em todos os lugares de

maneira tão comum que não serão percebidos), a partir daí, a internet das coisas ou

o termo inglês Internet of things (IoT), agirá de modo, à aumentar essa ubiquidade,

tanto entre a internet com os objetos, quanto os objetos com o seres humanos.

O termo Internet das coisas é um termo genérico, e vem sendo utilizado desde

1999, com o intuito de caracterizar os objetos que estejam conectados à internet,

processando ou produzindo dados de maneira autônoma em tempo real (BORBA,

2018). O termo originalmente foi apresentado por Kevin Ashton ao dizer que: “a

Internet das Coisas tem o potencial de mudar o mundo, assim como à Internet fez,

talvez até mais” (Freitas, 2016).

Ou seja, a principal função da IoT é proporcionar uma infraestrutura de rede de

protocolos e software que viabiliza a conexão e inclusão de dispositivos inteligentes à

rede a qualquer hora e a qualquer momento (CREMONINI, 2017). Em complemento,

Borba (2018), diz, a IoT está além de equipamentos conectados à internet e

interagindo entre si, quer dizer que, os dispositivos conectados podem ou não interagir

entre eles.

Nesse âmbito, a União Internacional de Telecomunicações (UTI), trata a IoT

como uma revolução tecnológica que representa o futuro da computação e

comunicação (SILVEIRA, 2015). De modo, que a tecnologia possibilitará formas, até

então, desconhecidas e inimagináveis de colaboração, comunicação e interação entre

as pessoas, as coisas e entre as próprias coisas (FREITAS, 2016).

Logo, na tentativa de definir o termo técnico de Iot, Freitas (2016, p. 14 apud

Jara et al, 2014), descrevem que a Internet das coisas é constituída, por um lado, dos

objetos com características inteligentes, ou seja, objetos físicos e pequenos com

capacidade limitada em termos de memória, de computação, de comunicação e

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autonomia energética. E por outro lado, é constituída por etiquetas de identificação e

códigos que busquem identificar uma coisa específica de uma maneira única e global.

Borba (2018), frisa que como a IoT está inserida em um contexto diversificado

e complexo, o mesmo pode ser encarado como um Mundo Inteligente no qual diversos

ambientes podem estar conectados e interagindo entre eles, como ilustra a Figura 3.

Figura 3: Contexto hipotético da IoT

Fonte: Barbosa (2013, p. 14)

No cenário ilustrado, é notório, fenômenos, ambientes e coisas, que podem ser

analisadas e conectadas por meio de algum tipo de tecnologia, a exemplificar: i) tem-

se o mar, no qual é possível identificar embarcações, além disso é possível coletar os

dados dos navios e das construções das pontes, no intuito de prever possíveis

acidentes e falhas; ii) já nas cidades o IoT pode ter diversas aplicações, como nos

smartphones, carros, shopping, sistema de estacionamentos, identificação de

vazamentos na rede de abastecimentos de água, na limpeza, em horários de transito

intenso, ou seja, pode possibilitar diversos benefícios para a população; iii) ainda no

contexto da população, no tocante à saúde, a IoT pode proporcionar medir a qualidade

de vida de cada indivíduo, já que, há à possibilidade de coletar informações de

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batimentos cardíacos, contar os passos, ou seja, identificar possíveis doenças. Esse

entendimento também pode ser aplicado aos animais na prevenção de doenças; iv)

em relação ao meio ambiente a IoT, pode ser implementado nas florestas, nas

plantações, na qualidade da água, na poluição do ar pelas indústrias, na radiação

solar e na previsão de queimadas (BORBA, 2018).

Dentre as diversas formas de utilizar a IoT, Oliveira (2019), narra que a IoT

começou a ser implementada no auxílio de estudantes da aeronáutica que estão no

início de formação, ou seja, o software foi empregado nos celulares, nos

computadores, nos tablets, na realidade virtual, na realidade aumentada, nos

simuladores de voos, em vídeo aulas e em sites interativos. Dessa forma, a IoT vem

ganhando espaço nesse segmento, além de ser cada vez mais utilizada pelos

iniciantes nessa carreira, que publicam e dividem opiniões, sugestões e dúvidas a

respeito do assunto a qualquer momento.

A funcionalidade dos smartphones, empregado no auxílio a estudantes, por

exemplo, contribui com o acesso a diversos aplicativos que podem conter o

planejamento de voo, a compreender conceitos técnicos até então encontrados

somente nas apostilas e livros (OLIVEIRA, 2019).

Nesse âmbito, o órgão regulador responsável pela Aviação no Brasil, Agência

Nacional de Aviação Civil (ANAC), deu parecer favorável aos modelos de aprendizado

digital, através da Instrução Suplementar IS 91-002, de 17 de setembro de 2015, para

o uso de tablets entre outros dispositivos eletrônicos a bordo das aeronaves privadas

ou públicas.

Desse modo, os aeroclubes do Brasil e as escolas e aviação já utilizam esse

dispositivo na instrução da prática de voo, como é o exemplo do Aeroclube de

Bragança Paulista, que utiliza quatro iPads com cartas digitais para voos e

treinamentos (OLIVEIRA, 2019).

Todavia, Borba (2018), comenta que a obtenção desses dados a todo momento

e em diversos lugares, nem sempre contam com o consentimento dos indivíduos,

como por exemplo as câmeras de estacionamento, sensores de movimento, os dados

sensíveis disponíveis nos smartphones, como as fotos, os contatos e as localizações.

Nesse contexto Jungling; Wood (2014) apud Barboza (2015, p.24) descreve:

“A internet das coisas é a próxima revolução na computação, ou seja, enquanto os

smartphones e a internet móvel viu o surgimento de aplicativos para o consumidor,

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espera-se ver a integração generalizada de semicondutores, comunicação móvel e

Big Data impulsionando a Internet das Coisas na economia em Geral”.

Para Manyika et al, (2013) apud Barboza (2015, p. 24) “a internet das coisas

tem o potencial de criar um impacto econômico de 2,7 trilhões a 6,2 trilhões de dólares

anualmente até 2025”.

No entanto, Barboza (2015), esclarece que o Brasil ainda detém o controle

dessa área. Logo, essa nova tecnologia pode abrir uma nova disputa no mercado além

de elaborar novas ideias a fim de erradicar a ineficiência e atender a carência por

serviços de qualidade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como descrito neste estudo o homem concluiu com sucesso o desejo de voar

e desde então esse feito tem integrado a vida das pessoas. No decorrer do tempo,

com as modernizações ocorridas na indústria âmbito da aeronáutica, tornou-se

necessário desenvolver mecanismos que estabeleçam e maximizem a segurança e

as condições dos voos.

No que tange a segurança nos voos, destacam-se as atividades destinadas a

prevenção de acidentes aeronáuticos, uma vez que os acidentes passaram a ser

tratados sob uma perspectiva preventiva. Porém, essa maximização da segurança,

tornou-se possível com o auxílio do avanço tecnológico ocorrido na aviação civil,

juntamente com a introdução da tecnologia de informação, pois que envolve diversos

sistemas de informação, ou seja, a tecnologia da informação permite a integração de

diversas áreas, com trocas de informações, divulgação destas e por fim, agregar

conhecimento.

Todavia o sistema de informação não estará sempre conectado à tecnologia de

informação, portanto essa pesquisa teve como objetivo descrever e compreender

como a internet das coisas (IoT) interage no ambiente aeronáutico. Assim como

verificou como essa ferramenta tecnológica interfere em relação aos benefícios e

possíveis problemas, pois está cada vez mais presente no ensino e aprendizado dos

alunos pilotos em fase de formação básica, assim como essa interação ocorre com os

pilotos já formados e em atividade.

Desse modo, a IoT, define-se como uma infraestrutura de rede de protocolos e

softwares que viabilizam a conexão e inclusão dos dispositivos inteligentes à rede a

qualquer hora e a qualquer momento, ou seja, a Iot, aplica-se de maneira eficaz às

aeronaves, tanto no auxílio na formação de estudantes de aeronáutica e de pilotos

desde o início de sua formação, já que, o software é empregado nos celulares, nos

computadores, nos tablets, na realidade virtual, na realidade aumentada, nos

simuladores de voos, em videoaulas e em sites interativos. Contribui desta forma no

acesso aos diversos aplicativos que podem conter o planejamento de voo, entre

outros documentos essenciais à operação aérea, auxiliando também na compreensão

dos conceitos técnicos até então encontrados somente em apostilas e livros.

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No tocante aos pilotos, em prática a IoT agrega-se nas modernizações das

aeronaves, que possuem um aparato tecnológico como softwares e computadores

que possuem a capacidade de controlar todas as fases de voo, como, a decolagem o

curso e o pouso, ficando a cargo dos pilotos apenas o gerenciamento e a comunicação

com os órgãos controladores de trafego aéreo, ou seja, torna-se quase nulo o esforço

mecânico que até algumas décadas era o fator principal na função.

Logo, com a introdução da IoT, tanto piloto quanto controladores passaram a

ter um melhor domínio do espaço aéreo, que ao serem associados com a capacidade

de gestão, o controle aéreo passou a ser mais efetivo, resultando em um sistema mais

seguro, uma vez que, a própria fabricação das aeronaves tornou-as mais seguras e

estáveis, simultaneamente, a manutenção e a fiscalização tornaram-se mais

rigorosas.

Por fim, conclui-se que a introdução da IoT proporcionou diversos benéficos

tanto no ambiente virtual com a introdução de protótipos que criam situações de voos

em ambientes virtuais, como também para o uso de wi-fi e tablets em aeronaves,

beneficiando tanto pilotos quanto passageiros. Assim como no ambiente físico da

cabine, pela redução do número de tripulantes de três para dois, que proporcionou

redução também no consumo de combustível, resultando em uma cabine mais

segura. Baseando-se nesses parâmetros entende-se que a IoT está revolucionando

o mercado da aviação tornando-o promissor, mais seguro e rentável.

Em termos de pequisas futuras, sugere-se realizar uma avaliação quantitativa

sobre os impactos diretos e indiretos relacionados a implementação da informatização

bem como da tecnologia Iot em aeroportos nacionais.

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6 REFERENCIAS

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