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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ BRUNA MATHEUS ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ÍNDICES FINANCEIROS / ECONÔMICOS DAS EMPRESAS SADIA S/A E PERDIGÃO S/A, NOS EXERCÍCIOS DE 2006, 2007 E 2008: Um estudo de caso. Balneário Camboriú 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

BRUNA MATHEUS

ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ÍNDICES FINANCEIROS / ECONÔMICOS DAS

EMPRESAS SADIA S/A E PERDIGÃO S/A, NOS EXERCÍCIOS DE 2006, 2007 E

2008: Um estudo de caso.

Balneário Camboriú

2009

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BRUNA MATHEUS

ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ÍNDICES FINANCEIROS / ECONÔMICOS DAS

EMPRESAS SADIA S/A E PERDIGÃO S/A, NOS EXERCÍCIOS DE 2006, 2007 E

2008: Um estudo de caso.

Monografia apresentada como requisito parcial

para a obtenção do título de Bacharel em

Administração – Gestão Empreendedora, na

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Educação Balneário Camboriú.

Orientador: MSc. Cristina Melim Petri

Balneário Camboriú

2009

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BRUNA MATHEUS

ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ÍNDICES FINANCEIROS DAS EMPRESAS SADIA

S/A E PERDIGÃO S/A: Um estudo de caso.

Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo curso de Administração – ênfase em Gestão

Empreendedora da universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário

Camboriú.

Área de Concentração: Administração

Balneário Camboriú, 01 de dezembro de 2009.

____________________________________

MSc. Cristina Melim Petri

Orientadora

______________________________________

Esp. Osmundo Saraiva Jr.

Avaliador

______________________________________

MSc. Ricardo Titericz

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário: Bruna Matheus

Área de Estágio: Administrativa

Professor Responsável pelos Estágios: Profª. MSc. Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: José Carlos Boni

Professor Orientador: MSc. Cristina Melim Petri

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Distribuidora Irmãos Boni LTDA EPP.

Endereço: Rua: 3110 Nº. 481 Centro Balneário Camboriú SC.

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo

Duração do Estágio: 120 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: José Carlos Boni Proprietário e

Administrador

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 15 de março de 2009.

A Empresa Distribuidora Irmãos Boni LTDA EPP, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pelo acadêmico Bruna Matheus.

___________________________________________________

Responsável pela Empresa

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“O que sabemos fazer, aprendemos fazendo.”

Aristóteles

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo o que tenho e que sou, pois sem Sua presença

jamais superaria todos os desafios de minha vida.

À minha orientadora professora Cris Melim, um agradecimento por enfrentar

esse desafio comigo, por acreditar e confiar em nosso trabalho, e pelo conhecimento

transmitido na elaboração deste.

Aos colegas, agradeço os bons momentos que só conseguimos viver nesse

ambiente e as grandes amizades que pude fazer e levarei para sempre comigo.

Agradeço a meus mestres que mais do que conhecimento, compartilham

idéias, culturas e valores que me engrandeceram muito como indivíduo no decorrer

destes quatro anos.

Meu agradecimento a minha família, que colaborou muito para hoje eu ser

quem sou. Em especial ao meu pai, Rogério Matheus, porque tenho a certeza que

haja o que houver ele estará ao meu lado me apoiando, sem ele esse sonho não se

realizaria.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise dos principais índices financeiros e econômicos das empresas Sadia e Perdigão, referente aos anos de 2006, 2007 e 2008. Para tanto, foram elaborados históricos das duas empresas e do processo de fusão, assim como gráficos dos principais índices financeiros, com o intuito de confrontar as informações com a situação financeira real das empresas. O tipo da pesquisa utilizada foi descritiva, e quali-quantitativa como metodologia de resolução do presente trabalho. Como forma de pesquisa utilizou-se a construção de históricos das duas empresas, a verificação dos principais índices financeiros a fim de comparar a situação financeira / econômica das duas organizações, e um breve aglomerado das principais informações expostas em importantes veículos de comunicação, percebendo as vantagens e desvantagens de cada empresa em todos esses aspectos, e certificando se as informações veiculadas pela mídia estão de acordo com que os índices financeiros obtidos demonstram. Foram identificadas vantagens obtidas pela Perdigão no quesito histórico de empresas, índices favoráveis e desfavoráveis, tanto para a Perdigão quanto para Sadia e a veracidade das afirmações veiculadas pela mídia.

Palavras chaves: índices financeiros, fusão e prejuízo

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ABSTRACT

This work has as goal, make an analysis of the principals financials and economical index of the Sadia and Perdigão companies, analyzing the years of 2006, 2007, and 2008. For that its has been elaborated an Historic of the two companies, the fusion process and graphics of the principals financials index, with the purpose of confront the information with the real financial situation of the companies. The type of the research was descriptive and quant qualitative as a methodology of the resolution of this work. As a research way was used the construction of the historical of both companies, the verifying of the principals financials index with the purpose of compare the financial / economical situation of the two companies, and a short cluster of the most important information that has been linked in news media, verifying the advantage points of each one of the companies in all those aspects, and certifying that the media information are similar to the financials index shows by Perdigao and Sadia. Has been identifies advantages in Perdigao on the Historical of the Companies, favorable and adverse index for both companies and the truthfulness of the media affirmations. Key words: financial index, fusion and impairment.

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1: Atividades básicas do administrador financeiro..........................................22

Figura 2: Funções da administração financeira..........................................................23

Figura 3: Índice de alavancagem financeira...............................................................24

Figura 4: Índice de grau de alavancagem..................................................................25

Figura 5: Modelo de avaliação de empresas e negócio.............................................26

Figura 6: Equação do valor contábil...........................................................................27

Figura 7: Equação do valor de mercado....................................................................27

Figura 8: Equação do preço X lucro...........................................................................28

Figura 9: Fórmula da taxa interna de retorno.............................................................30

Figura 10: Análise de tendência.................................................................................34

Figura 11: Índice de liquidez geral..............................................................................35

Figura 12: Índice de liquidez corrente........................................................................35

Figura 13: Índice de liquidez seca..............................................................................36

Figura 14: Índice de liquidez imediata........................................................................36

Figura 15: Índice de participação de capital de terceiros...........................................37

Figura 16: Índice de composição do endividamento..................................................37

Figura 17: Índice de imobilização do patrimônio líquido.............................................38

Figura 18: Índice de imobilização dos recursos não correntes..................................38

Figura 19: Índice de endividamento geral..................................................................39

Figura 20: Taxa de retorno sobre o investimento.......................................................39

Figura 21: Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido...............................................40

Figura 22: Margem bruta de lucro sobre as vendas...................................................40

Figura 23: Margem operacional de lucro sobre as vendas........................................41

Figura 24: Margem líquida de lucro sobre as vendas................................................41

Figura 25: Período médio de cobrança......................................................................42

Figura 26: Período médio de pagamento...................................................................43

Figura 27: Giro do estoque.........................................................................................43

Figura 28: Índice de giro do ativo...............................................................................44

Figura 29: Ciclos operacional e financeiro.................................................................44

Figura 30: Fator de insolvência..................................................................................45

Figura 31: Termômetro de insolvência de Kanitz.......................................................46

Figura 32: Moinho da Concórdia, primeira empresa de Atílio Fontana......................53

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Figura 33: Funcionários da Sadia nos anos 50..........................................................54

Figura 34: Sadia Oeste S/A, em Várzea Grande, MT................................................55

Figura 35: Evolução da logomarca Perdigão.............................................................59

Figura 36: Granja de criação de Chester da Perdigão...............................................61

Figura 37: Saul Brandalise, da Perdigão....................................................................63

Figura 38: Comparativo de vendas e exportações da Sadia e Perdigão...................89

Figura 39: Comparativo de investimento e valor de mercado da Sadia e

Perdigão.....................................................................................................................90

Figura 40: Comparativo do número de funcionários e unidades industriais da Sadia e

Perdigão.....................................................................................................................91

Figura 41: Comparativo do lucro líquido da Sadia e Perdigão...................................91

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Índices financeiros da Sadia S/A................................................................67

Tabela 2: Índices financeiros da Perdigão S/A...........................................................68

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Índice de liquidez geral das empresas Sadia S/A e Perdigão

S/A..............................................................................................................................69

Gráfico 2: Índice de liquidez corrente das empresas Sadia S/A e Perdigão

S/A..............................................................................................................................70

Gráfico 3: Índice de liquidez seca das empresas Sadia S/A e Perdigão

S/A..............................................................................................................................71

Gráfico 4: Índice de liquidez imediata das empresas Sadia S/A e Perdigão

S/A..............................................................................................................................72

Gráfico 5: Índice de participação de capital de terceiros das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................73

Gráfico 6: Índice de composição do endividamento (curto prazo) das empresas

Sadia S/A e Perdigão S/A..........................................................................................75

Gráfico 7: Índice de imobilização do patrimônio líquido das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................76

Gráfico 8: Índice de imobilização dos recursos não correntes das empresas Sadia

S/A e Perdigão S/A.....................................................................................................78

Gráfico 9: Índice de retorno sobre o investimento das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................79

Gráfico 10: Índice de retorno sobre o patrimônio líquido das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................80

Gráfico 11: Margem bruta de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................82

Gráfico 12: Margem operacional de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A

e Perdigão S/A...........................................................................................................83

Gráfico 13: Margem líquida de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A..............................................................................................................84

Gráfico 14: Índice de giro do ativo das empresas Sadia S/A e Perdigão

S/A..............................................................................................................................86

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................17

1.1 Tema ..........................................................................................................17

1.2 Problema de pesquisa ...............................................................................17

1.3 Objetivo Geral da pesquisa .......................................................................18

1.3 .1 Objetivos Específicos ................................................................................18

1.4 Justificativa ................................................................................................18

1.5 Contexto do Ambiente do estágio .............................................................18

1.6 Organização do trabalho ...........................................................................20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...............................................................21

2.1 Administração Financeira .........................................................................21

2.1.1 O Papel do Administrador financeiro .........................................................22

2.2 Alavancagem Financeira ..........................................................................23

2.3 Avaliação de Empresas ............................................................................25

2.4 Análise Financeira ....................................................................................31

2.4.1 Índice de liquidez .......................................................................................34

2.4.2 Índice de estrutura de capital e endividamento .........................................36

2.4.3 Índice de rentabilidade .............................................................................39

2.4.4 Índice de atividade.....................................................................................41

2.4.5 Índice de insolvência .................................................................................45

2.4.6 Considerações finais sobre a análise de índices financeiros.....................46

2.5 Fusão ........................................................................................................48

3 METODOLOGIA ........................................................................................49

3.1 Tipologia da pesquisa ................................................................................49

3.2 Sujeito do estudo .......................................................................................49

3.3 Instrumento da pesquisa ...........................................................................50

3.4 Análise e apresentação .............................................................................50

3.5 Limitações da pesquisa .............................................................................50

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4 RESULTADOS OBTIDOS..........................................................................52

4.1 Históricos das empresas............................................................................52

4.1.1 Sadia S/A...................................................................................................52

4.1.2 Perdigão S/A..............................................................................................59

4.2 Análise dos principais índices financeiros..................................................66

4.2.1 Empresa Sadia S/A....................................................................................66

4.2.2 Empresa Perdigão S/A...............................................................................67

4.2.3 Comparativo entre as empresas Sadia S/A e Perdigão S/A......................68

4.3 Histórico da fusão entre a Sadia S/A e Perdigão S/A.................................86

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................92

6 REFERÊNCIAS..........................................................................................95

ANEXO A............................................................................................................101

ANEXO B............................................................................................................102

ANEXO C............................................................................................................106

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1 INTRODUÇÃO

Uma empresa é criada com o intuito de gerar resultados positivos aos seus

investidores, porém arriscar parte de seu capital de giro em outras atividades

secundárias ao objetivo principal da organização pode representar um risco ao

negócio.

A saúde financeira da empresa depende de inúmeros fatores, mas no atual

mundo globalizado é necessário que haja um planejamento de identificação de

ameaças, com suas devidas medidas de precaução. Deve-se dispensar muita

atenção a qualquer fator externo à organização, pois o mesmo pode arruinar uma

corporação.

Foi isso que aconteceu com a Sadia S/A, que acabou perdendo 2,5 bilhões de

reais devido a uma operação com derivativos cambiais, e teve que ceder a fusão

com a sua principal concorrente: a Perdigão S/A. (MALVESSI, 2009).

Sendo assim, a presente pesquisa tem a intenção de analisar os

demonstrativos financeiros com o intuito de comparar a saúde financeira entre as

duas organizações e confrontar com a divulgação dos meios de comunicação aos

acionistas e demais interessados, principalmente após o prejuízo que a Sadia

amargou, gerando muita intervenção da mídia, sobretudo quanto à fusão.

1.1 Tema do estágio

Cuidar da saúde financeira da empresa é primordial, uma vez que a mesma é

uma das mais importantes pilastras de uma organização.

Dessa forma, a administração financeira vem para gerir os recursos

financeiros, visando sempre maximizar o lucro dos acionistas. (LEMES JÙNIOR,

2002).

Com o auxílio da ferramenta análise de índices, dentro da administração

financeira, podemos encontrar parâmetros que auxiliam o administrador financeiro a

manter a empresa com seu capital saudável, fazendo com que, com o auxílio das

demais ferramentas desta administração, o objetivo da administração financeira seja

sempre alcançado.

1.2 Problema de pesquisa

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Dessa forma, se faz necessária a análise dos demonstrativos financeiros a fim

de prever possíveis contingências financeiras e estar preparado para enfrentar

essas eventualidades da melhor forma possível. Nesse contexto, o problema é:

O que demonstra os principais índices financeiros das empresas Perdigão e

Sadia nos anos de 2007 e 2008?

1.3 Objetivos da pesquisa

O presente trabalho tem como objetivo geral fazer uma análise dos principais

índices financeiros das empresas Sadia e Perdigão.

1.3.1 Objetivos Específicos

• Verificar os históricos das empresas Sadia e Perdigão desde sua criação;

• Calcular os principais índices dos grupos de liquidez, endividamento e

rentabilidade, das duas empresas, referente aos anos de 2006, 2007 e 2008;

• Constatar o que foi divulgado na mídia sobre o processo de fusão envolvendo

as duas organizações;

1.4 Justificativa da pesquisa

O trabalho consiste em analisar e interpretar as demonstrações financeiras dos

anos de 2006, 2007 e 2008 das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A, onde houve,

posterior a estes anos, o processo de fusão e a criação de uma nova empresa: a BR

Foods. A pesquisa se justifica por registrar e compreender este fato histórico que

ocorreu com estas empresas, onde ambas tiveram seu início no estado de Santa

Catarina e em épocas próximas, e, até antes da fusão e após também, representam

um reflexo em âmbito mundial, observando a ótica dos índices financeiros.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio

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A Sadia S/A foi fundada por Attilio Fontana em 1944, no oeste de Santa

Catarina. Sua atividade principal sempre foi a agroindústria, processando os mais

variados tipos de carne, como suína, bovina, frango e peru, além de massas em

geral, sobremesas e margarinas. Ultimamente, se destaca em congelados

diferenciados, se preocupando sempre na inovação dos produtos. A empresa

conserva um parque fabril com 14 unidades industriais, 2 unidades agropecuárias e

centros de distribuição espalhados por 7 estados brasileiros; isso sem contar na

representação que mantém em outros 11 países, como os Emirados Árabes, Japão

e China. A Sadia S/A emprega cerca de 52 mil funcionários e mantém parcerias com

cerca de 10.000 granjas integradas de aves e suínos. (SADIA, [2008?]).

Seu último presidente do conselho de administração foi Luiz Fernando Furlan,

ex-ministro do desenvolvimento, que tem como característica um perfil mais

expansionista e empreendedor. (MEYER; COSTA, 2009).

Já a Perdigão S/A foi fundada em 1934 (10 anos antes da Sadia), em Videira (SC),

por imigrantes italianos. A empresa surgiu tendo como principal atividade o

abatedouro suíno, e hoje a empresa conta com participação no segmento de

congelados e industrializados de carnes, bem como a segmentação de massas

prontas, tortas, pizzas, folhados e vegetais congelado; além ainda de sua

participação com outras marcas na linha láctea. A empresa emprega hoje por volta

de 55 mil funcionários, e opera unidades industriais em oito estados brasileiros, além

de conter também unidades industriais em outros quatro países. Possui escritórios

comerciais espalhados pela Europa e na África, e também um centro de distribuição

na Holanda. (PERDIGÃO, [2008?])

À frente da empresa, temos o presidente do conselho de administração

Nildemar Secches, que opera a empresa sempre focando em corte de custos.

(MEYER; COSTA, 2009).

Dessa forma, as duas empresas se tornaram concorrentes diretas, mas essa

competição chega ao fim. Devido há um fatídico episódio transações com derivativos

cambiais, a Sadia S/A, que sempre se orgulhou de ser a única das empresas desse

segmento, nascidas entre as décadas de 30 e 50 em Santa Catarina, a manter a

administração em posse dos familiares do fundador, perde cerca de 2,5 bilhões de

reais e entrega os pontos: cede à fusão com a Perdigão S/A, formando o que será a

terceira maior exportadora do país: A Brasil Foods. (COSTA, 2009).

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Meyer e Costa (2009) destacam ainda uma característica que podem ser

vantajosa nessa fusão: a complementaridade das duas empresas. Enquanto a Sadia

se destaca na experiência em desenvolvimento e inovação em produtos, agregando

valor ao produto e tornando a margem de lucratividade maior; sem contar ainda no

vasto sistema de distribuição que atende mais de 300.000 pontos de venda no país,

a Perdigão se realça por sua eficiência operacional e agressividade comercial, e

mesmo com preços menores chega quase a mesma margem de lucro líquido da

Sadia.

1.6 Organização do trabalho

A presente pesquisa será dividida cinco partes: a primeira é a introdução, a

segunda diz respeito à fundamentação teórica, a terceira fala sobre a metodologia

de pesquisa, a quarta homilia sobre a análise de dados, na quinta temos as

considerações finais da pesquisa e a sexta fica por conta dos anexos e apêndices.

A introdução contextualiza o ambiente de estágio, bem como o problema, os

objetivos gerais e específicos da pesquisa. A relevância da pesquisa também consta

nesta introdução.

A fundamentação teórica é a parte onde constam os temas que serão utilizados

como base teórica na aplicação da pesquisa, que servirá de estrutura para a análise

de dados e considerações.

A metodologia esclarece que tipo de pesquisa será empregado, assim como as

fontes e ferramentas da mesma.

A análise de dados é a aplicação da pesquisa em si, a fim de resolver os

problemas e alcançar os objetivos constantes na introdução.

As considerações finais abrangem os comentários finais da autora sobre a

pesquisa, como também as sugestões da mesma.

E por último, os anexos e apêndices apresentam documentos relevantes para o

complemento do trabalho, tanto de autores quanto de autoria da própria

pesquisadora.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Administração Financeira

Em meados de 1900 a administração financeira surge como campo de estudo

separado. A ênfase, quando surgiu como ciência independente, era fusões,

formação de novos empreendimentos e os tipos de títulos que poderiam ser emitidos

a fim de levantar capital. Desde que se iniciou, a área de abrangência da

administração financeira veio sofrendo mutações, porém a evolução dos recursos

humanos fez com que essa ciência sofresse a mais notável transformação: a partir

do momento em que os acionistas se tornaram mais participativos e os

colaboradores entraram em uma nova linha de remuneração variável com bônus, o

foco agora é a maximização de valor. (BRIGHAM, 2001).

Assim sendo, para Senac (1999)

[...] o objetivo da administração financeira é conseguir os recursos

necessários para financiar a estrutura da empresa (com todos os

seus setores ou departamentos), para que cada um possa realizar

bem suas atividades, gerando lucros, além do controle financeiro.

Para o efetivo controle financeiro, é necessário que haja um bom planejamento

financeiro, que nada mais é do que

[...] a projeção das necessidades de caixa, do estabelecimento das

orientações de controle de custos, da fixação das metas das futuras

vendas e lucros, da decisão da melhor alocação dos recursos

escassos, e do desenvolvimento de estratégias alternativas no caso

de os planos existentes não funcionarem. (GROPPELLI, 1998).

Além do controle financeiro, para que ocorra essa maximização do valor da

organização, mais artifícios são utilizados, como “[...] conceitos, técnicas e práticas

de investimentos, financiamentos, gerenciamentos de risco, de relacionamento com

investidores, pagamento de dividendos e tantos outros.” (LEMES JÚNIOR, 2002).

A administração financeira deve sempre ser projetada para que os objetivos da

empresa sejam alcançados. Por isso, quanto mais definido o objetivo da

organização, melhor se adéqua a administração financeira a ele. (ASSAF NETO,

2006).

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As últimas tendências vêm apontando para uma administração financeira

voltada para a contínua globalização dos negócios e um aumento cada vez maior do

uso da tecnologia da informação. (BRIGHAM, 1999).

2.1.1 O papel do administrador financeiro

O administrador financeiro é figura notória dentro de uma empresa, pois “além

de seu envolvimento permanente com atividades de análise e planejamento

financeiros, o administrador financeiro preocupa-se com a tomada de decisões de

investimento e financiamento.” (GITTMANN, 2004).

Hoji (2000) explica melhor cada uma das funções acima, onde a análise,

planejamento e controle financeiro dizem respeito a coordenar, monitorar e analisar

por meio de dados financeiros as atividades da empresa, determinando os recursos

financeiros necessário; as decisões de investimento ficam por conta de destinar o

capital para aplicações em ativos (correntes ou não) considerando a relação risco

versus retorno deste investimento; e as decisões de financiamento, que abrange a

capitação de recursos financeiros para financiamento dos ativos (correntes ou não),

considerando o equilíbrio dos mesmos e estrutura de capital.

Segue abaixo modelo de tomada de decisão dos administradores financeiros

de acordo com o balanço patrimonial.

Figura 1 – Atividades básicas do administrador financeiro.

Fonte: Gitman, 2004, p.11.

Porém, o administrador financeiro conta com o auxilio de dois outros

profissionais que dão suporte às tarefas executadas por ele. São eles: o tesoureiro,

que fica responsável pelo planejamento, controle e movimentação de capital; e o

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controlador, que fica responsável pelo planejamento, controle e análise das

operações e investimentos. (HOJI, 2000).

Tesouraria Controladoria

• Administração de caixa • Administração de custos e preços

• Administração de crédito e cobrança • Auditoria interna

• Administração do risco • Contabilidade

• Câmbio • Orçamento

• Decisão de financiamento • Patrimônio

• Decisão de investimentos • Planejamento tributário

• Planejamento e controle financeiro • Relatórios gerenciais

• Proteção de ativos • Salários

• Relações com acionistas e investidores • Sistemas de informação

• Relações com bancos

Figura 2 – Funções da administração financeira.

Fonte: Lemes Júnior, 2002, p. 7.

Penna (2008) afirma que o estilo durão do administrador financeiro não tem

mais vez. A pressão dos acionistas, clientes e demais parceiros exigindo mais

transparência, faz com que o administrador de finanças tenha que apresentar mais

que conhecimento técnico: chega para ele a era da comunicação, completada por

mais qualidades, como olhar crítico, inovação e criatividade. Isso faz com que a

interação deste profissional seja maior com todos os outros departamentos, fazendo

com que o mesmo seja um forte candidato a sucessões de presidentes gerais nas

organizações.

Porém após a crise financeira de 2007, que aconteceu nos Estados Unidos,

essa característica mais rude voltou a reinar. O intuito do gestor é, agora, ter uma

visão mais estratégica e estar acompanhando o controle do fluxo de caixa. O

mercado precisa de profissionais que tenham maior foco na gestão de custos e

controle de riscos, bem como na eficiência operacional, e negociação de contrato

com fornecedores. (GIARDINO, 2009).

2.3 Alavancagem Financeira

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A alavancagem financeira ocorre quando a empresa usa títulos de dívida a fim

de financiar investimentos. Quando a obrigação é emitida, implica a empresa a

pagar os juros e amortizar o principal em alguma data futura. Dessa forma, como os

juros são dedutíveis do imposto de renda, sobra mais capital do lucro operacional

para os investidores. (GROPPELLI, 1998)

Para Hoji (2000, p. 183), nesse processo “[...] é como se o capital de terceiros,

utilizando-se de uma ‘alavanca’, produzisse efeitos (positivos ou negativos) sobre o

patrimônio líquido.”

Assim, devido à empresa utilizar esses títulos em sua estrutura de capital,

apesar de estar aumentando o ganho dos proprietários ou acionistas ordinários, a

empresa compromete seus ativos, fazendo que incorra um risco financeiro adicional

para os próprios acionistas ou proprietários além do próprio risco da atividade da

empresa em si. (BRIGHAM, 1999).

Santos (2005) cita um índice para calcular a alavancagem financeira. Esse

índice teria como objetivo mostrar o volume de dívidas comparado com o capital

próprio, cuja fórmula seria a divisão do passivo total pelo patrimônio líquido; o

resultado seria interpretado que para cada um real de patrimônio líquido financiando

o ativo, a proporção de capital de terceiros é o resultado. Dessa forma, quanto

menor o índice, menor a dependência do capital de terceiros, menor então a

alavancagem financeira.

AF = PT

PL

Figura 3 – Índice de alavancagem financeira

Fonte: Santos, 2005, p.16.

Porém, para mensurar o que se chama grau de alavancagem financeira (GAF),

que seria o valor numérico da alavancagem financeira em si, a fórmula é outra. Esta

se dá, então, pela divisão da rentabilidade do patrimônio líquido (que é a divisão do

lucro líquido pelo patrimônio líquido) pelo retorno sobre o ativo total (que se dá pela

divisão do lucro depois do imposto de renda, mas antes dos juros pelo ativo total). A

interpretação deste resultado segue uma escala, onde GAF = 1: alavancagem

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financeira nula; GAF > 1: alavancagem financeira favorável e GAF < 1: alavancagem

financeira desfavorável. Assim, se o GAF for > que 1, o resultado diminuído o um

inteiro e multiplicado por 100 traz a porcentagem que o capital de terceiros está

contribuindo para o retorno adicional, já se o GAF for < que 1, a empresa está se

descapitalizando. (HOJI, 2000).

GAF = RPL

RAT

Figura 4 – Índice de grau de alavancagem.

Fonte: Hoji, 2000, p. 186.

Dessa forma, apesar da alavancagem financeira ser um artifício com o intuito

de favorecer maior lucratividade, poderá a organização enfrentar alguma

adversidade financeira, porque estará em dívida com terceiros. Assim, no risco

financeiro deve constar essa operação. (ASSAF NETO, 2006)

2.4 Avaliação de Empresas

A avaliação de empresas não passa de estimar o seu valor de mercado. Essa

avaliação pode se tornar necessária por vários motivos, dentre eles: compra ou

venda, determinação do valor das participações sociais, divisão de uma sociedade,

dissolução societária, partilha entre herdeiros, fusão de duas ou mais organizações,

privatizações, dentre outras. (SANTOS, 2005).

A Fipecafi (2001, p. 263, grifo do autor) mostra que, “[...] ao avaliar uma

empresa, objetivamos alcançar o valor justo de mercado [...] Entretanto [...] não

existe um valor correto para um negócio.”

Assim sendo, é necessário definir parâmetros que possam levar o profissional

avaliador a construir análises que se aproximem do valor monetário mais próximo da

realidade. (ASSAF NETO, 2006)

Isto posto, Oliveira (2004) criou um modelo para adequar a análise e avaliação

de empresas e negócios que chegue o mais próximo possível do preço de mercado.

É claro que, esse modelo é uma base, e o nível de detalhamento necessário em

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cada uma das áreas de abrangência dependerá da realidade do negócio em

assunto.

Figura 5 – Modelo de avaliação de empresas e negócio

Fonte: Oliveira, 2004, p. 30.

Na figura acima se pode perceber que o modelo proposto por Oliveira (2004) é

dividido em oito partes (cinco estratégicas e três operacionais), e quatro

condicionadores. Em nível estratégico temos a análise de mercado, análise de

tecnologia, análise de goodwill, análise de vantagem competitiva e análise de

estratégias; em nível operacional temos análise de modelo de gestão; análise de

logística e outros processos e análise de indicadores econômico-financeiros. Quanto

aos condicionadores, são eles: situação dos fatores externos, sinergia entre os

produtos e serviços oferecidos, qualidade nas negociações e capacitação

profissional da equipe.

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Porém, existem metodologias já formadas, que geralmente são utilizadas em

conjunto, para buscar esse valor. São elas: valor contábil; valor patrimonial de

mercado; valor de liquidação; preço / lucro; capitalização dos lucros; múltiplos de

faturamento; múltiplos de lucro; fluxo de caixa descontado; valor presente líquido;

opções reais; e TIR e Payback. (SANTOS, 2005).

A metodologia do valor contábil sugere que a empresa seja avaliada pelo valor

do patrimônio líquido contábil. O que se faz nesse método é avaliar o ativo

econômico depurado dos passivos (sejam de curto ou longo prazo). Nesse método,

a empresa valeria o capital que representa em seu balanço patrimonial na conta

patrimônio líquido. Porém, deve-se ressaltar que a contabilidade não foi feita para

mensurar o quanto a empresa vale, e sim para a mensuração do lucro, por isso esse

método limita o encontro do valor de uma organização, inclusive porque se

desconsidera o risco empresarial. (BRASIL, 1999). Dessa forma, o valor da empresa

segue a seguinte equação:

Valor contábil (PL) = Ativo total – Passivo total

Figura 6 – Equação do valor contábil

Fonte: Santos, 2005, p. 100.

A avaliação por meio do valor patrimonial de mercado incide em mensurar

ativos e passivos com base em seu valor atualizado (de mercado). É muito parecido

com o valor contábil, porém os valores são ajustados, então nesse caso chega-se

mais próximo ao valor real de mercado. (FIPECAFI, 2001). Assim, a equação para

encontrar esse valor se dá por:

Valor de mercado (PL) = Ativo total ajustado – Passivo total ajustado

Figura 7 – Equação do valor de mercado

Fonte: Santos, 2005, p. 105.

O método de avaliação pelo valor de liquidação não tem equação, pois consiste

em empregar um valor a empresa com base no possível preço de venda dos bens e

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direitos no mercado, caso a empresa encerrasse suas atividades naquele momento.

Esse método acaba sendo mais vantajoso para os compradores, porque o valor

contábil dos ativos da organização acaba sendo realizado comumente em valores

inferiores. (SANTOS, 2005).

A avaliação por preço / lucro compara índices de valor e rentabilidade das

ações com empresas do mesmo segmento para ver como esse índice se encontra

em relação ao mercado. Porém, como limitações se podem citar que: o lucro usado

na fórmula é o contábil (não ajustado pelo valor atual), a ignorância do valor do

capital no tempo e os riscos intrínsecos; e analisa apenas a idéia de eficiência

comercial. (FIPECAFI, 2001). A fórmula que encontra esse valor é:

Índice de P/L = Preço de mercado por ação

Lucro contábil por ação

Figura 8 – Equação do preço x lucro

Fonte: Santos, 2005, p. 105.

O método de capitalização dos lucros “[...] parte dos lucros médios ponderados

antes dos juros e tributos e capitaliza-os com o uso de uma taxa subjetivamente

determinada. [...] o fator de capitalização é o mais polêmico.” (FIPECAFI, 2001).

Não contém uma formula específica, porém os passos são os seguintes:

devem-se pegar os lucros operacionais dos períodos que se deseja analisar a

empresa; depois ponderá-los de acordo com a importância, logo deverá ser feita a

somatória destas ponderações de lucros e dividi-las pela a somatória dos fatores de

ponderação para adquirir os lucros operacionais médios ponderados; divide-se este

pela taxa de capitalização, para obter o valor operacional da empresa; somam-se os

ativos operacionais e daí se chega ao valor total da empresa. Assim, a limitação

deste indicador novamente se dá pelo valor fornecido pela contabilidade tradicional.

(SANTOS, 2005).

Os múltiplos de faturamento é uma versão simplificada do método de

capitalização dos lucros. Nesse caso, o lucro é substituído pelo faturamento, e isso

se torna melhor para as empresas que não tem um sistema contábil confiável.

(FIPECAFI, 2001).

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Os passos para a obtenção deste indicador baseiam-se na multiplicação da

receita líquida de vendas (do último ano ou de uma média de vários anos), pelo

quociente da divisão do preço das ações pela receita média por ação de uma

empresa de porte e atividade similar; após, soma-se o valor do ativo (operacional e

não operacional) do último ano de atividade da empresa; aí então se obtém o valor

da empresa. (SANTOS, 2005).

Os múltiplos de lucro é o método que demonstra o valor da empresa calculado

na multiplicação do lucro operacional (do último ano ou de uma média de vários

anos), pelo quociente da divisão do preço das ações pelo lucro operacional médio

da ação retirado de empresas de mesmo ramo e porte da empresa avaliada; em

seguida, soma-se o valor do ativo (operacional e não operacional) do último ano de

atividade da empresa; para obter-se, assim, o valor da empresa. (SANTOS, 2005).

O método do fluxo de caixa descontado é o meio pelo qual

[...] calcula-se o valor da empresa ou do investimento como sendo o

resultado líquido entre o valor de suas operações e o valor do

endividamento e de outras formas de obrigações junto a investidores

que têm ordem de prioridade superior a dos acionistas ordinários

(como, por exemplo, ações preferenciais e debêntures). (SANTOS,

2006).

O valor da empresa, nesse método, é calculado com base no acúmulo dos

fluxos de caixa da atividade principal; é descontada, então, uma taxa que incorre o

risco do comércio e mercado; após se adiciona neste valor os ativos não

operacionais; chagando-se, antão, no valor da empresa. Esse método é um dos

mais utilizados para encontrar o valor de uma empresa, pois se baseia no fluxo de

caixa ao Ives de medidas contábeis e mensura o custo do capital, mostrando o que

realmente interessa para uma avaliação. (SANTOS, 2005).

Para mensurar o valor da empresa pelo método do valor presente líquido,

calcula-se em forma de viabilidade de projeto. Para encontrar essa viabilidade, o

cálculo é simples: o valor presente líquido se dá pela subtração entre valor presente

menos investimento inicial. O valor encontrado se interpreta da seguinte forma: se

igual ou maior que zero, o projeto é viável; se negativo (menor que zero) o projeto

não é viável. (GROPPELLI, 1998).

Também com base em viabilidade de projeto, o método das opções reais utiliza

a técnica de árvores de decisão, que é uma representação gráfica de decisões em

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sequência, suas alternativas e resultados possíveis. Dessa forma, são analisadas

probabilidades e valores de capital investido e resultante para determinar a

viabilidade do projeto. (SANTOS, 2005).

O penúltimo método a ser utilizado como avaliação do valor da empresa é o

TIR, que é a taxa interna de retorno. Essa taxa tem o intuito de igualar o fluxo de

caixa das saídas aos das entradas, e a lógica desse processo é que se o projeto

oferecer um retorno maior ou igual ao custo de capital da organização, ele estará

gerando caixa suficiente para arcar com os juros e remunerar os acionistas. (LEMES

JÚNIOR, 2002).

Gitman (2001) corrobora que se a TIR for maior que o custo do capital, o

projeto é viável; caso for menor, o projeto é inviável. Assim, a fórmula que define a

TIR se dá pela seguinte fórmula:

$ 0 = Σ FCt

(1 + TIR)t

Figura 9 – Fórmula da taxa interna de retorno

Fonte: Gitman, 2001, p. 303.

Por fim, para avaliar a empresa por meio do payback, ou período de

recuperação dos investimentos, também será utilizada a viabilidade de projeto como

condicionadora. Assim, o payback corresponde ao número de anos que serão

necessários para obter o retorno do investimento inicial do projeto, e caberá a

empresa decidir se o período de retorno encontrado será viável ou não para o

projeto. (GROPPELLI, 1998).

Para calcular o período de payback de um projeto, Santos (2005, p. 122) dividiu

o cálculo em seis passos:

• 1º Passo: identifica-se o custo inicial ou valor atualizado do investimento

para t0.

• 2º Passo: descontam-se os fluxos de caixa projetados para t1, t2, t3,... tn, ao

custo de capital ou taxa de desconto que represente o risco do negócio.

• 3º Passo: somam-se os fluxos de caixa atualizados ano a ano.

• 4º Passo: verifica-se até que ano a empresa recuperou a predominância do

investimento inicial.

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• 5º Passo: calcula-se quanto falta recuperar e em que período ocorrerá.

• 6º Passo: soma-se o número de anos necessários para a recuperação da

predominância do investimento inicial ao resultado da divisão entre a quantia

restante a recuperar e o valor do fluxo de caixa atualizado do período em que

ocorrerá a recuperação do total do investimento inicial.

Assim sendo, as principais intenções dos modelos de avaliação de empresas

são atingir “[...] uma amplitude maior de análise, bem como uma estruturação mais

universal e aceita entre as partes envolvidas.” (OLIVEIRA, 2004, p. 23).

2.5 Análise Financeira

Para Treuuherz (1999, p. 20) a análise financeira tem como objetivo

fundamental “[...] proporcionar a comparação de dados financeiros de uma ou mais

empresas [...]”.

Salazar e Benedicto (2004, p. 246) acrescentam, afirmando que “A análise

financeira de empresas de qualquer ramo de atividade [...] indica os pontos fracos e

fortes do seu empenho operacional e financeiro.”

Corrobora Herrmann Júnior (2004, p. 52), afirmando que essa análise “[...] tem

em vista o estudo da liquidez financeira do patrimônio, cujo conhecimento interessa

principalmente nos casos de outorga de créditos e de operações de saneamento

financeiro.”

Independente da finalidade dessa análise, seja ela de comparação entre

empresas ou investigação de uma organização específica, “O fato de os dados

contábeis serem registros de eventos já ocorridos (passados, portanto), não significa

que não seja possível aplicar os métodos a demonstrações financeiras projetadas

para o futuro.” (SANVICENTE, 1987, p. 164, grifo do autor).

E é nesse ponto que a análise financeira serve para a tomada de decisão, pois

“Os estudos de análise de demonstrações financeiras auxiliam o gestor a identificar

deficiências [presentes], e então empreender ações para melhorar o desempenho

[futuro] da empresa.” (SALAZAR; BENEDICTO, 2004, p. 250).

A contabilidade é a grande pilastra de sustentação da análise financeira, pois

como articula Silva (2005, p. 31-32)

A contabilidade é tida como a linguagem dos negócios e está muito

relacionada com a análise financeira. As demonstrações contábeis

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fornecidas pela contabilidade constituem importante grupo de

informações que serão examinadas no processo de análise

financeira.

Dessa forma, se faz necessário conhecer os principais demonstrativos

financeiros, que Treuherz (1999) identifica como a Demonstração de Resultados do

Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP).

Ribeiro (1997, p. 43) define o Balanço Patrimonial como “[...] a demonstração

financeira que evidencia resumidamente o Patrimônio da entidade, quantitativa e

qualitativamente.”

O nome Balanço dá-se devido à “[...] idéia de equilíbrio entre Ativo e Passivo.”

(PADOVEZE, 1996, p. 33).

Dessa forma, o Balanço Patrimonial é dividido em Ativo e Passivo, onde

Ativo constitui a representação, em termos monetários, de todos os

bens e direitos de propriedade da empresa, ou seja, descreve os

recursos investidos pela empresa. Passivo se refere às obrigações

contraídas com terceiros, ao capital comprometido pelos proprietários

e aos lucros que foram reinvestidos na empresa. (SALAZAR;

BENEDICTO, 2004, p. 21, grifo do autor).

O balanço, dividido em ativo e passivo, gera grupo de contas, sendo que no

ativo constam: o circulante, que demonstra bens e direitos que se converterão em

capital no mesmo exercício; o realizável de longo prazo, que agrupam bens e

direitos de exercícios seguintes; o permanente, que são os bens e direitos que não

se destinam à venda e geralmente tem vida longa, estes se subdividem em

investimentos (aplicações que resultam rendimentos, mas que não estão ligados à

atividade principal da empresa), imobilizado (que são os recursos utilizados na

atividade do ramo principal da empresa) e diferido (aplicações que trarão benefícios

em longo prazo). (MARION, 1998).

Ainda Marion (1998) disserta sobre as contas que compreendem o passivo de

um balanço, onde contém o circulante, que são obrigações que serão saldadas

ainda no exercício; exigível a longo prazo, que compreende as obrigações que serão

quitadas nos próximos exercícios; e patrimônio líquido, que nada mais é do que o

capital dos sócios que estão aplicados na organização.

Resumidamente o conteúdo do balanço deve adotar a equação A = PE + PL,

sendo que A representa o ativo integral, ou seja, a soma de bens e direitos; PE

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significa passível exigível, que diz respeito às obrigações com credores ou terceiros

quaisquer; e PL concebe o patrimônio líquido, que nada mais é do que o capital de

posse dos proprietários ou capital próprio. (SANVICENTE, 1987).

Já o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) é “[...] o relatório que

confronta as receitas e despesas pertencentes a um período específico.” (SALAZAR;

BENEDICTO, 2004, p. 50).

Completa Sanvicente (1987, p. 166) assegurando que “[...] com a acumulação

das receitas e despesas de um período também podemos conhecer o resultado

(lucro ou prejuízo) desse período.”

Silva (1999) mostra a estrutura da DRE da seguinte forma: no topo coloca-se o

valor total da receita; após são deduzidos descontos, abatimentos e devoluções,

onde se obtém a receita líquida; da receita líquida é descontado o custo da

mercadoria vendida, e obtém-se o lucro bruto; logo, são descontadas as despesas

operacionais (despesas de vendas, administrativas, financeiras) para encontrar o

lucro operacional; desconta-se do lucro operacional despesas não operacionais, a

fim de encontrar o lucro antes do imposto de renda e contribuição social; dessa

forma, é descontado os impostos antes mencionados e alcança-se, por fim, o lucro

líquido ou prejuízo do exercício.

Em resumo, pode-se dizer que o DRE consiste em apontar os lucros ou perdas

de determinado período em uma organização, tendo em vista melhor visualização do

ganho ou prejuízo do período e evidenciar os resultados para melhor compreensão

por parte de usuários externos. (TREUHERZ, 1999)

Após conhecer os principais aspectos contábeis relevantes, ainda quanto à

análise financeira é necessário destacar que ela pode ser horizontal, quando é feito

um acompanhamento do desenvolvimento de um determinado item em períodos de

tempo distintos; ou vertical, quando analisamos os demonstrativos de um

determinado período a fim de avaliar os itens e constatar qual a participação de cada

um deles no total desse demonstrativo. Seja qual dessas análises for adotada, a

utilidade é a mesma: confrontar os saldos obtidos com algum outro indicante.

(SANVICENTE, 1987, meu grifo).

Para auxiliar nas análises horizontal e vertical, podemos usar um artifício

chamado análise de tendência, que nada mais é do que posicionar os mesmos

índices ao longo do tempo, a fim de conseguir evidências de melhora ou piora no

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decorrer dos anos, e ainda promover a comparação entre duas empresas, como

mostra a figura 9. (BRIGHAM, 2001, grifo do autor).

Figura 10 – Análise de tendência.

Fonte: Adaptado de Brigham, 2001, p. 109.

Uma das formas de analisar uma empresa financeiramente é por meio de seus

índices financeiros, que são conjeturados para auxiliar na avaliação das

demonstrações como um todo, criando também parâmetros para comparação com

outras empresas. (HOJI, 2000). Assim, os principais índices financeiros são: índices

de liquidez, índices de estrutura de capital e endividamento, índices de atividade;

índices de rentabilidade e índices de insolvência.

2.5.1 Índices de liquidez

Treuherz (1999, p. 73), afirma que “Os índices de liquidez possibilitam uma

avaliação da capacidade da empresa de saldar suas dívidas.”

Completa Silva (2005, p. 308) assegurando que “Em geral, a liquidez decorre

da capacidade de a empresa ser lucrativa, da administração de seu ciclo financeiro e

das suas decisões estratégicas de investimentos e financiamentos.”

Salazar e Benedicto (2004) subdivide os índices de liquidez em índices de

liquidez geral, liquidez corrente e liquidez seca.

Complementa Sanvicente (1987) com o índice de liquidez imediata.

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A liquidez geral indica

[...] se os recursos financeiros aplicados no Ativo Circulante e no

Ativo Realizável a Longo Prazo são suficientes para cobrir as

obrigações totais, isto é, quanto a empresa tem de Ativo Circulante

mais Realizável de Longo Prazo para cada real de obrigação total.

(RIBEIRO, 1997, p. 140).

A fórmula usada para definir esse índice se dá pela divisão entre a soma do

ativo circulante com o realizável de longo prazo pela soma do passivo circulante com

o exigível de longo prazo. Dessa forma, quanto maior o valor resultante dessa

operação, melhor. (SILVA, 2005).

LG = AC + RLP

PC + ELP

Figura 11 – Índice de liquidez geral.

Fonte: Silva, 2005, p. 308.

Já a liquidez corrente relaciona o ativo circulante com o passivo circulante.

Através desse índice é possível constatar se a organização proporciona liquidez

contra problemas financeiros em curto prazo. (TREUHERZ, 1999).

A fórmula da liquidez corrente é constituída pela divisão entre o ativo circulante

e o passivo circulante, onde o quociente se interpreta como valor que a empresa

dispõe em curto prazo para pagar um real de dívidas de curto prazo. Por isso,

quanto maior o índice, melhor. (SALAZAR E BENEDICTO, 2004).

LC = AC

PC

Figura 12 – Índice de liquidez corrente.

Fonte: Hoji, 2000, p. 279.

A liquidez seca demonstra a disposição financeira líquida da companhia para

cumprir as obrigações de curto prazo, ou seja, quanto de saldo a empresa dispõe

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para pagar cada um real de suas dívidas de curto prazo. Assim, quanto maior esse

valor, melhor. (SILVA, 2005).

A fórmula para obtenção desse índice obtém-se da divisão do ativo circulante

menos a conta estoques pelo passivo circulante. (TREUHERZ, 1999).

LS = AC – estoques

PC

Figura 13 – Índice de liquidez seca.

Fonte: Gitman, 2001, p. 135.

Por fim, a liquidez imediata

[...] revela a capacidade de liquidez imediata da empresa para saldar

seus compromissos de curto prazo, isto é, quanto a empresa possui

de dinheiro em Caixa, nos Bancos e em Aplicações de Liquidez

Imediata, para cada real do Passivo Circulante. (RIBEIRO, 1997)

Essa liquidez tem como fórmula a divisão das disponibilidades mais aplicações

temporárias pelo passivo circulante. Quanto maior o índice, melhor para a empresa.

(SANVICENTE, 1987).

LI = Disponível

PC

Figura 14 – Índice de liquidez imediata.

Fonte: Hoji, 2000, p. 280.

2.5.2 Índices de estrutura de capital e endividamento

Os índices de estrutura de capital têm por objetivo analisar a formação do

capital: o grau de dependência de capital de terceiros e o nível de imobilização do

capital. Ao contrário dos índices de liquidez e rentabilidade, nessa estrutura, quanto

menor o índice, melhor para a organização. Os principais são quatro: índice de

participação de capitais de terceiros sobre recursos totais, índice de composição do

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endividamento, imobilização do capital próprio e imobilização dos recursos não

correntes. (HOJI, 2000).

Santos (2005) ainda cita o índice de endividamento total.

A participação de capitais de terceiros sobre recursos totais, também

conhecido como relação de capital de terceiros com passivo total, “[...] mede a

porcentagem dos recursos totais da empresa que se encontra financiado por capital

de terceiros.” (NETO, 2006, p. 117).

Relatando, dessa forma, a dependência da organização em relação aos

recursos externos, a fórmula desse índice se dá pela divisão do passivo circulante

somado ao exigível de longo prazo pelo patrimônio líquido, posteriormente

multiplicado por 100 para transformar o índice em porcentagem. (SILVA, 2005).

PCT = PC + ELP x 100

PL

Figura 15 – Índice de participação de capital de terceiros.

Fonte: Silva, 2005, p. 293.

Já a composição do endividamento “[...] indica quanto da dívida total vence no

curto prazo.” (HOJI, 2000, p. 277).

Destarte, esse índice compara as obrigações de curto prazo com as obrigações

totais, e a maneira pela qual se encontra esse índice é dividindo o passivo circulante

pela soma dele próprio com o exigível de longo prazo, e logo após multiplicando o

resultado por 100 a fim de obter o índice por cento. (SILVA, 2005).

CE = PC x 100

PC + ELP

Figura 16 – Índice de composição do endividamento.

Fonte: Silva, 2005, p. 296.

Imobilização do capital próprio ou imobilização do patrimônio líquido é o índice

que “[...] indica a parcela dos recursos próprios investidos no Ativo Permanente.”

(HOJI, 2000, p. 278).

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38

Para encontrar esse índice, basta perpetrar a divisão entre o ativo permanente

e o patrimônio líquido, e logo após multiplicá-lo por 100 para obter o percentual.

(SILVA, 2005).

IPL = AP x 100

PL

Figura 17 – Índice de imobilização do patrimônio líquido.

Fonte: Silva, 2005, p. 291.

O índice de imobilização dos recursos não correntes demonstra o quanto à

empresa investiu em ativo permanente dos recursos das contas de exigível de longo

prazo e patrimônio líquido. Dessa forma, o que se busca saber é quanto de recursos

não correntes está investido no ativo imobilizado. A fórmula que resulta o índice se

dá pela divisão do ativo permanente pela soma do patrimônio líquido com o exigível

de longo prazo. (HOJI, 2000).

IRNC = AP

PL + ELP

Figura 18 – Índice de imobilização dos recursos não correntes.

Fonte: Hoji, 2000, p. 278.

Por fim, o índice de endividamento geral tem por objetivo medir a proporção

entre ativos totais financiador por terceiros. Esse índice se interpreta de forma que

quanto mais alto seu resultado, maior o volume de capital de terceiros é usado para

geração de lucro pela empresa. (GITMAN, 2004).

Dessa forma, o patrimônio líquido é excluído da conta, portanto para encontrar

esse índice é necessário dividir os passivos totais pelos ativos totais, e a

interpretação deste índice se dá da forma que para cada um real investido, o índice

indicará o valor correspondente à recursos de terceiros. (SANTOS, 2005).

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39

EG = P

A

Figura 19 – Índice de endividamento geral

Fonte: Santos, 2005, p. 16

2.5.4 Índices de rentabilidade

Os índices de rentabilidade, para Assef (1999, p. 97) “Medem a capacidade de

retorno obtido pela empresa, derivado de suas operações.”

Esses índices são os que chamam mais atenção dos investidores, acionistas e

administradores financeiros, pois é com ele que se pode afirmar se a empresa é ou

não rentável. Se as taxas de retorno ficarem abaixo do nível desejável, o patrimônio

líquido e, conseqüentemente, o valor das ações, serão comprometidos, por isso

essa mensuração é tão nevrálgica. (GROPPELLI, 1998).

Marion (1997) divide esses índices em: taxa de retorno sobre investimentos,

taxa de retorno sobre o patrimônio líquido e margem de lucro sobre as vendas

(margem bruta, margem operacional e margem líquida).

A taxa de retorno sobre o investimento (ROI) tem o propósito de “[...] comparar

a forma de a empresa gerar lucro, e a maneira de ela usar seus ativos para gerar

vendas. Se os ativos são usados efetivamente, o lucro (ROI) será alto; de outra

forma, ele será baixo.” (GROPPELLI, 1998, p. 420).

Para encontrar esse indicador, basta calcular o quociente do lucro líquido como

dividendo e o ativo total como divisor. A interpretação técnica do índice é que para

um real investido, a empresa gerou um retorno líquido representado pelo resultado

do cálculo do índice. Ou seja, quanto maior, melhor. (SANTOS, 2005).

ROI = LL

AT

Figura 20 – Taxa de retorno sobre o investimento

Fonte: Santos, 2005, p. 22

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A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) “[...] mensura o retorno dos

recursos aplicados na empresa por seus proprietários.” (ASSAF NETO, 2006, p.

120).

Para obter esse índice, é necessário dividir o lucro líquido pelo patrimônio

líquido. Da mesma forma que o índice anterior, a interpretação se faz de forma que o

índice encontrado representa o valor do lucro para cada um real de patrimônio

líquido investido. Dessa forma, quanto maior, melhor. (GITMAN, 2004).

ROE = LL

PL

Figura 21 – Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido

Fonte: Santos, 2005, p. 22.

A margem de lucro sobre as vendas pode ser margem bruta de lucro, margem

operacional de lucro, ou ainda margem líquida de lucro sobre as vendas. (MARION,

1997)

A margem bruta de lucro sobre as vendas demonstra a pujança da

administração em utilizar materiais e mão-de-obra. (GROPPELLI, 1998).

Esse índice indica o valor “[...] de cada unidade monetária de vendas que

restará após o pagamento do custo dos produtos vendidos.” (GITMAN, 2004, p. 52).

A fórmula para deparar este índice é a divisão entre o lucro bruto e as vendas

líquidas. Da mesma forma que os demais índices acima, quanto maior, melhor.

(MARION, 1997).

Margem bruta = Lucro Bruto

Vendas Líquidas

Figura 22 – Margem bruta de lucro sobre as vendas

Fonte: Adaptado de Gittman, 2004, p. 52.

A margem operacional de lucro sobre as vendas expõe se a organização foi

eficiente na ocasião, gerando lucro após descontar as despesas operacionais da

mesma no mesmo período. O resultado desse índice é interpretado de forma que,

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para cada um real de faturamento, o resultado do índice demonstra o que sobrou de

retorno, descontado os recursos operacionais despendidos para a execução do

produto ou serviço. (SANTOS, 2005).

A expressão na qual encontramos esse índice se dá pela divisão do lucro

operacional pelas vendas líquidas. Quanto maior for o resultado, melhor. (ASSAF

NETO, 2006).

Margem operacional = Lucro operacional

Vendas líquidas

Figura 23 – Margem operacional de lucro sobre as vendas.

Fonte: Assaf Neto, 2006, p. 120.

O último dos índices de margem de lucro sobre as vendas é o índice de

margem líquida de lucro sobre as vendas, que “[...] representa a proporção de cada

unidade monetária de receita de vendas restantes após a dedução de todos os

custos e despesas, incluindo juros, impostos e dividendos de ações preferenciais.”

(GITMAN, 2004, p. 53).

A fórmula para obtenção deste indicador se dá pela divisão do lucro líquido

pelas vendas líquidas, e quanto maior o índice, mais lucro líquido foi gerado.

(SANTOS, 2005).

Margem líquida = Lucro líquido

Vendas líquidas

Figura 24 – Margem líquida de lucro sobre as vendas.

Fonte: Assaf Neto, 2006, p. 120.

2.5.3. Índices de atividade

Os índices de atividade, também chamados de índices de rotação, “evidenciam

o prazo de renovação dos elementos patrimoniais dentro de determinado período.”

(HOJI, 2000, p. 280-281).

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Corrobora Gitman (2001, p. 136), expondo que “os índices de atividades

mensuram a rapidez com que as várias contas são convertidas em vendas ou

caixa.”

Assim sendo, os principais índices de atividade dividem-se em período médio

de cobrança, período médio de pagamento, giro do estoque e giro do ativo.

(GROPPELLI, 1998).

O período médio de cobrança, também conhecido como prazo médio de

recebimento de vendas “[...] indica quantos dias, em média, a empresa leva para

receber suas vendas.” (SILVA, 2005, p. 279).

Esse índice é utilizado para avaliar as políticas de crédito e cobrança adotadas

pela organização, e a fórmula se dá pela divisão das duplicatas a receber pela

média de vendas por dia. A média de vendas por dia é a divisão das vendas anuais

pelo período anual, no caso contábil, o ano representa 360 dias. (GITMAN, 2001).

Período médio de cobrança = duplicatas a receber

média de vendas por dia

Figura 25 – Período médio de cobrança

Fonte: Gitman, 2001, p. 137.

O período médio de pagamento, chamado também de prazo médio de

pagamento de compras, expõe “[...] o giro do saldo dos valores devidos a

fornecedores de materiais.” (SANVICENTE, 1987, p. 183).

Silva (2005, p. 281) salienta que esse índice “[...] indica quantos dias, em

média, a empresa demora para pagar seus fornecedores.”

Para tanto, Gitman (2001) demonstra a fórmula, que se dá pelo quociente da

divisão das duplicatas a pagar pela média das compras por dia, que, por sua vez, se

dá pela divisão do valor das compras anuais pelos 360 dias contábeis do ano. A

grande dificuldade de se calcular esse índice fica por conta do valor das compras,

uma vez que o mesmo não consta nas demonstrações contábeis.

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43

Período médio de pagamento = duplicatas a pagar

média das compras por dia

Figura 26 – Período médio de pagamento

Fonte: Gitman, 2001, p. 138.

O giro do estoque, também conhecido como prazo médio de rotação de

estoque, para Groppelli (1998, p. 413), é um indicador que

[...] é importante para uma empresa porque os estoques são ativos

circulantes menos líquidos. Como a empresa tem os fundos

imobilizados nos estoques, é vantajoso para ela vendê-los o mais

rápido possível para liberar o caixa para outros usos. Geralmente,

um alto giro dos estoques é considerado um uso eficaz desses

ativos.

Dessa forma, o giro do estoque mede a atividade ou liquidez do estoque de

determinada empresa, e se dá pela divisão do custo dos produtos vendidos pelo

valor do estoque. O valor encontrado determina quantas vezes o estoque girou no

ano, e para saber o prazo médio de rotação de estoque, basta dividir os 360 dias do

ano pelo número do giro descoberto, e o resultado será representado pelos dias que

os produtos ficaram armazenados na empresa antes de serem vendidos. (GITMAN,

2001).

Giro do estoque = custo dos produtos vendidos

estoques

Figura 27 – Giro do estoque

Fonte: Gitman, 2001, p. 137.

Por fim, o giro do ativo “[...] é um dos principais indicadores da atividade da

empresa. Estabelece a relação entre as vendas do período e os investimentos totais

efetuados na empresa [...].” (SILVA, 2005, p.258).

Dessa forma, Hoji (2000) complementa, afirmando que esse indicador revela

quantas vezes o ativo operacional se restaurou mediante as vendas. O resultado é

interpretado, da mesma forma, sendo quantas vezes os ativos operacionais se

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renovaram no período, e a fórmula se dá pela divisão das vendas líquidas pelo ativo

médio.

Giro do Ativo = Vendas líquidas

Ativo médio

Figura 28 – Índice de giro do ativo

Fonte: Silva, 2005, p. 258.

A análise destes índices de atividade reflete impactos no grupo de liquidez,

endividamento e retorno, se tornando, assim, um componente determinante da

necessidade de capital de giro na empresa. (SILVA, 2005)

Dessa forma, ainda Silva (2005) propõe uma figura síntese dos prazos para

melhor visualização do que esse grupo reflete na análise financeira, bem como a

descoberta do ciclo financeiro e operacional.

Figura 29 – Ciclos operacional e financeiro

Fonte: Silva, 2005, p.276

Silva (2005) mostra na figura acima que o ciclo operacional é a soma do prazo

médio de rotação de estoque com o prazo médio de recebimento de vendas. O ciclo

financeiro se dá pela diferença do ciclo operacional pelo prazo médio de pagamento

das compras. Assim sendo, quanto maior a extensão entre o pagamento e o

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recebimento, maior será a necessidade de recursos da organização, afetando os

outros grupos.

2.5.5 Índices de insolvência

O índice de insolvência foi criado pelo professor Stephen C. Kanitz com o

intuito de prever a falência das empresas. Esse índice consiste em encontrar o fator

de insolvência e posteriormente, apurar em que intervalo se encontra o índice

encontrado, segundo a escala por ele criada, para daí então poder investigar a

solvência, a penumbra (situação indefinida) ou a fatídica insolvência. A fórmula

desse fator de insolvência, por ele criada, até hoje não foi respaldada por uma

explicação de como se chegou até ela. (MARION, 1997).

A fórmula se dá pela seguinte equação:

F. Insolvência = 0,05ROE + 1,65LG + 3,55LS + 1,06LC + 0,33PCT*

* neste caso, o número usado deve ser real, portanto não se deve multiplicar por 100 como

na fórmula original.

Figura 30 – Fator de insolvência.

Fonte: Adaptado de Kassai, 1998, p. 3.

Kassai (1998) afirma que o cálculo origina a disposição de uma corporação falir

ou não. Para tanto, o índice encontrado deve ser localizado em uma escala

chamada termômetro de insolvência, que demonstra três situações onde a empresa

pode se enquadrar: solvente, penumbra ou insolvente.

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Figura 31 – Termômetro de insolvência de Kanitz

Fonte: Kassai, 1998, p. 4.

Dessa forma, a empresa que obtiver índice 0 ou maior que é solvente; a que

obtém valor ente -1 e -3 se encontra em uma situação de penumbra, indefinida; e a

que apresentar o índice -4 ou menor se encontra em estado de insolvência.

(MARION, 1997).

Porém, na pesquisa de Pereira (apud Kassai, 1998), foi diagnosticada que o

grau de acerto médio deste índice de insolvência de Kanitz chegou a 74%, não

sendo, dessa forma, inteiramente confiável para diagnosticar a insolvência de uma

empresa.

2.5.6 Considerações finais sobre a análise de índices financeiros

Como apontado anteriormente, os índices são “[...] grandezas comparáveis

obtidas a partir de valores monetários absolutos – destinados a medir a posição

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financeira e os níveis de desempenho da empresa em diversos aspectos.”

(SANVICENTE, 1987, p. 177).

Porém, deve-se relevar que existem limitações acerca da análise desses

índices, pois eles analisam os valores absolutos encontrados nos demonstrativos

financeiros, desconsiderando algumas medidas estatísticas, como o risco, em seu

cálculo. Também a comparação entre índices pode distorcer os resultados, caso

uma empresa tenha adotado normas contábeis novas, ou tenha se fundido, etc. A

análise dos índices englobará a empresa como um todo, e essa análise limita a

empresa a chegar a indicadores financeiros de linhas de produtos específicas.

(GROPPELLI, 1998).

Assim sendo, são necessários alguns cuidados na forma de montar o parecer,

pois “[...] muito pouco adiantará dispor de vários índices se não souber interpretá-

los.” (SILVA, 2005, p. 328).

Ainda Silva (2005) salienta que o analista precisa ter certa habilidade em redigir

o parecer, de forma que os usuários do mesmo que não tenham em mão

informações sobre a empresa, consigam entender o que acontece financeiramente

na empresa.

Como cuidados principais na análise, Gitman (2001) enumera cinco itens. O

primeiro diz que para julgar o desempenho global são necessários análise de vários

grupos índices; porém se a análise for centrada em um determinado aspecto pode

ser que apenas um ou dois índices demonstrem posições financeiras suficientes. O

segundo diz respeito à sazonalidade, pois não se devem comparar demonstrações

de períodos diferentes, porque devido ao fator sazonalidade, as conclusões tornar-

se-ão errôneas. O terceiro diz que é preferível usar demonstrações auditadas,

devido a estas demonstrarem a real condição financeira da empresa. O quarto diz

respeito a utilizar os dados desenvolvidos com os mesmos critérios contábeis, como

depreciação, estoques, etc., porque o uso de tratamento contábil dessemelhante

distorce os resultados. O quinto e último item corrobora sobre a inflação, pois ela

também pode corromper os resultados, caso os índices sejam comparados por um

longo tempo em uma determinada empresa ou de empresas mais antigas com mais

novas.

Como se percebe, é necessário “[...] ter sempre em mente que as

demonstrações financeiras analisadas e os índices construídos a partir delas

possuem diversas limitações.” (SANVICENTE, 1987, p. 192).

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48

2.6 Fusão

A fusão, sobre a ótica jurídica, é um termo onde há muita dificuldade de

definição, por abranger áreas tão distintas como economia e direito e também por se

tratar de um acontecimento complexo. Porém, a noção geral que essa visão jurídica

traz é de que a pluralidade de organizações deixa de existir para dar espaço à uma

única organização. (BULGARELLI, 2000).

O procedimento de fusão compreende alguns procedimentos. O primeiro deles

diz respeito às Assembléias Gerais, que podem ser três ou mais: duas ou mais

preliminares (com cada empresa) e uma para constituir uma nova sociedade.

Segundo artigo legislativo nº 228, cada sociedade solicitará Assembléia para

concordância do protocolo de fusão e contratação dos peritos que avaliarão os

patrimônios dos envolvidos; em seguida, os acionistas deverão comparecer para

nova Assembléia que definirá a nova constituição que regerá a nova sociedade; e

por último, constituída a nova empresa, os administradores deverão arquivar e

publicar os atos da fusão. (PEREZ JÚNIOR, 2007).

Dessa forma, quando duas ou mais empresas se adjudicam com a fusão,

deixam de existir criando uma nova empresa. Na ótica contábil, o que acontece é

que, como essa junção, as corporações transferem seus ativos e passivos para a

nova empresa, e os patrimônios líquidos de cada uma servirão de indicador para a

proporção das ações que auferirão do capital da empresa decorrente da fusão. Em

suma, pode-se afirmar que as empresas somam todas as contas do balanço

patrimonial na geração da nova organização, e que, a contrapartida das permutas e

recompensas dos ativos e passivos será uma conta transitória chamada conta de

fusão. (VICECONTI, 2005, grifo do autor).

Os motivos que podem ter levado duas ou mais empresas a se fundirem são

muitos, e Groppelli (1998) levanta algumas hipóteses, tais como: crescimento mais

rápido e constante do lucro; melhoramento de índices financeiros; melhoramento de

habilidades gerenciais em menor prazo; expansão e crescimento de novos

mercados; vantagens tecnológicas e a economia de escala.

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3 METODOLOGIA CIENTÍFICA

Para alcançar os objetivos propostos, foram empregados os procedimentos

metodológicos específicos.

O método, segundo Parra Filho e Santos (1998, p. 212) “[...] nada mais é do

que o caminho para atingir-se o objetivo proposto.”

Assim, esta pesquisa será o resultado de uma averiguação, que tem por

escopo resolver dificuldades e responder dúvidas acerca do problema, utilizando-se

de procedimentos científicos para tanto. (BARROS; LEHFELD, 1990).

3.1 Tipologia da Pesquisa

Segundo os seus objetivos, a pesquisa caracteriza-se como descritiva, uma

vez que essas pesquisas “[...] têm como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis.” (GIL, 1991, p. 46).

Já com base na abordagem da pesquisa, a mesma atribui-se em duas

abordagens: qualitativa (na construção dos históricos) e quantitativa (na análise

financeira). Godoi (2006, p.91) afirma que na abordagem qualitativa “[...] não se

buscam irregularidades, mas a compreensão dos agentes, daquilo que os levou

singularmente a agir como agiram.” Já “os métodos quantitativos pressupõem uma

população de objetos de estudos comparáveis, que fornecerá dado que podem ser

generalizáveis” (GOLDEMBERG, 1999 p. 63).

Por fim, quanto ao tipo da pesquisa, podemos classificá-la como estudo de

caso, pois conforme Santos (1999), este instrumento elege uma área de atuação

restrita, com intuito de aprofundar-lhe as características desta área; ou ainda

reconhecer um caso dentro de um padrão científico já apresentado, enquadrando-o

no mesmo.

Quanto aos recursos deste estudo de caso, “[...] em geral a amostra é

pequena e, portanto, insuficiente para inferências, mas adequada para

aprofundamento e reflexão.” (COSTA, 2001, p. 34, grifo do autor).

3.2 Sujeito do Estudo

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Segundo Ruiz (1996, p. 62, grifo do autor), o “[...] sujeito de uma pesquisa é a

pessoa, o fato, a coisa, o fenômeno a respeito do qual se quer saber alguma coisa.”

Dessa forma, o presente trabalho proporciona como finalidade a identificação

dos índices financeiros da Sadia S/A e Perdigão S/A, e sendo assim, as próprias

organizações são os sujeitos do estudo, assim como os dados a serem coletados se

originam do conjunto de informações contábeis da empresa, registrados e

publicados durante o exercício financeiro dos anos de 2006, 2007 e 2008.

3.3 Instrumento da pesquisa

Os dados foram coletados em fontes bibliográficas, sendo que dentro desse

segmento de pesquisa foram utilizadas a imprensa escrita, em forma de revistas; e

publicações, abrangendo livros e pesquisas; estas últimas foram coletadas

interativamente pelo instrumento internet. (OLIVEIRA, 2003).

3.4 Análise e apresentação de dados

Para analisar os dados das empresas pesquisadas, será utilizada a ferramenta

Excel da Microsoft, onde são descritos os levantamentos e compiladas as

informações alcançadas por meio de uma análise comparativa.

Os dados resultantes dos índices calculados serão apresentados em formulário

chamado Papel de Trabalho para Análise (ANEXO A) e posteriormente serão

elaborados gráficos a fim de acompanhar a evolução dos índices ao decorrer dos

três anos.

3.5 Limitações da pesquisa

Por se tratar especificamente de um levantamento de indicadores financeiros

de duas organizações, um dos fatores limitador dessa pesquisa é que a mesma se

trata unicamente destas duas organizações, e os dados são apenas publicados em

jornais e sites públicos, em especial da Bovespa, tornando assim a busca por

pessoas que pudessem colaborar com informações não divulgadas um fator

limitador da pesquisa.

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Outra limitação vem por intermédio de que os índices financeiros analisados

não demonstram os acontecimentos gerais da empresa, limitando a análise apenas

a estes indicadores.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

A seguir são apresentados os resultados dos dados obtidos mediante a

pesquisa bibliográfica e interativa referente as empresas Sadia S/A e Perdigão S/A,

cujo gráficos e análise facilitaram a sua compreensão diante dos objetivos

propostos nesse trabalho.

4.1 Histórico das Empresas

A fim de alcançar o primeiro objetivo específico de verificar os históricos das

empresas Sadia e Perdigão desde sua criação, segue informações alcançadas

mediante verificação no site das respectivas empresas.

4.1.1 Sadia S/A

Foi em 1944 que Attilio Fontana criou a S/A Indústria e Comércio Concórdia,

na cidade de Concórdia, em Santa Catarina, que mais tarde se tornaria a Sadia S/A.

A princípio, Fontana contava com um pequeno moinho e um inacabado frigorífico,

com cerca de 60 funcionários; porém com o retorno alcançado do investimento no

moinho, ele conseguiu concluir a construção do frigorífico, que dois anos mais tarde,

em 1946, já abateria mais de 100 suínos por dia. Com o avanço industrial do país,

em 1947 a empresa precisou registrar sua marca e abriu uma filial em São Paulo, o

que facilitou a conquista do mercado nos anos 50.

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Figura 32 – Moinho da Concórdia, primeira empresa de Atílio Fontana.

Fonte: PORTAL EXAME, 2009

A marca Sadia, em um primeiro impacto, remete o consumidor à preocupação

da empresa em proporcionar alimentos saudáveis. Coincidências à parte, na

realidade a origem do nome da marca é bem mais simples: Sadia nada mais é do

que a junção da sigla S/A, de Sociedade Anônima, com as três últimas letras de

Concórdia, como forma de abreviação do antigo nome.

A década de 50 marcou o país por um célere processo de industrialização.

Diante disso, a região de Concórdia, com o apoio da Sadia, fundou a Associação

Rural de Concórdia, que reuniu os criadores de suínos e cultivadores agrícolas, a fim

de aprimorá-los em suas ocupações e tornar-se um pólo de criação e

industrialização de suínos. Paralelo a isto, São Paulo estava em constante

crescimento. Embora a Sadia já tivesse uma filial na cidade, surgiu um desafio:

transportar os produtos da empresa (que eram perecíveis) nas precárias estradas,

sem caminhão frigorífico (pois não existia na época) e com a demora que é a viagem

terrestre Concórdia x São Paulo. Foi então que, em 1952, a Sadia encontrou a

solução: o transporte aéreo, arrendando um avião da Panair para o transporte de

seus produtos para as grandes capitais do sudeste. O slogan “Pelo ar, para o seu

lar”, popularizou a marca e impulsionou as vendas. Com esse crescimento, a

empresa decidiu, no ano de 1953, inaugurar um complexo industrial na cidade de

São Paulo, o Moinho da Lapa S/A, primeira unidade fora de Concórdia.

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Figura 33 – Funcionários da Sadia nos anos 50.

Fonte: PORTAL EXAME, 2009

Na década de 60, o Brasil passava por incertezas políticas e alta inflação, não

favorecendo os empreendimentos, porém mesmo na improbabilidade a Sadia

resolveu arriscar, investindo em tecnologia, reestruturação de vendas e dilatação

das atividades. Em 1961, com base na parceria entre produtores de suínos e a

indústria, institucionalizou o Sistema de Fomento Agropecuário. No mesmo ano, deu

início também à avicultura integrada em Concórdia, projeto iniciado de forma

experimental doze anos antes, em 1956, e que, neste ano, atingiu a marca de um

milhão de frangos abatidos, aumentando, assim, o desempenho em criação e abate

de frangos. Três anos mais tarde, em 1964, a Sadia inaugurou a primeira indústria

de carnes e derivados fora de Concórdia, a Frigobrás – Companhia Brasileira de

Frigoríficos, em São Paulo. A partir disto, vários produtos começaram a ser

fabricados na Frigobrás, como salsichas, almôndegas, hambúrgueres e quibes. Foi

com a abertura dessa indústria que a empresa ingressou no ramo de semi-prontos

congelados. Esta época marcou também os primeiro abates de peru em Concórdia,

criação do Conselho de Administração da empresa, e primeiras relações de

exportação de carne bovina e suína in natura congeladas. A criação da Sadia

Comercial LTDA, responsável pela venda e distribuição dos artigos em todo o país,

no ano de 1967, é mais um marco na década da empresa, além ainda das

pesquisas em genética animal e avanço tecnológico.

Ao contrário da década de 60, a década de 70 trouxe uma economia mais

favorável no Brasil, na época conhecido como “milagre econômico”. Foi nessa

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década então que a Sadia se empenhou para abrir fronteiras produtivas e instituir

novos empreendimentos, inclusive rumo ao mercado internacional. No ano de 1971,

foi aberto o capital da empresa, lançado ações na bolsa de valores e promovido a

mudança oficial do nome de S/A Indústria e Comércio Concórdia pra Sadia

Concórdia S/A, controladora de cinco empresas do ramo da agroindústria e

comércio. Dois anos após a abertura de capital, em 1973, entrou em operação a

Sadia Avícola S/A, indústria de abate e produção de perus. Em 1974, apenas um

ano depois, a empresa lançou um de seus maiores produtos de sucesso da história

da empresa: o Peru Temperado Sadia, solidificando suas vendas em carnes de

peru. Em 1975, a empresa entra no mercado de exportação de frango para o Oriente

Médio, assumindo a liderança entre os exportadores nacionais. Devido ao

crescimento agropecuário no Centro-Oeste do Brasil, a empresa institui um

abatedouro de bovinos e exportadora de carnes para Europa, Oriente Médio e

Estados Unidos chamada Sadia Oeste S/A, na cidade de Várzea Grande, MT. A

expansão continuou em outros estados: no Paraná, nas cidades de Toledo e Dois

Vizinhos, a empresa iniciou o abate de frangos; no Rio de Janeiro, construiu uma

nova fábrica de embutidos; e em Santa Catarina, na cidade de Joaçaba, iniciou o

processamento de soja, além da Sadia Agropastoril, especializada em biotecnologia,

genética animal e tratamento de solo. No final da década a empresa havia criado

diversas plantas industriais abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e

uma aptidão em exportação sólida.

Figura 34 – Sadia Oeste S/A, em Várzea Grande, MT.

Fonte: PORTAL EXAME, 2009

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Foi na década de 80 que o Brasil sofreu com duas situações controvérsias: a

boa foi no âmbito político, com o fim da primeira fase da transição democrática, com

manifestações populares pelas diretas já e com a publicação da nova constituição; a

má aconteceu na esfera econômica, com três planos econômicos sucessivamente

fracassados e altos índices de inflação. Mesmo assim a Sadia, com o lucro obtido de

investimentos anteriores, conseguiu investir na expansão da industrialização e

aceleração da exportação. E foi no primeiro ano da década, em 1980, que a

empresa cria a Sadia Trading, responsável pelas vendas no exterior; e no mesmo

ano as exportações ultrapassaram os US$ 100 milhões e penetram em novos

mercados como Extremo Oriente, Japão e Hong Kong. Outro fato interessante na

exportação é que o quibe da Sadia passou a ser consumido pelos árabes,

solidificando a qualidade da marca. Dois anos mais tarde, a marca Sadia seria

contemplada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial como marca notória e,

no mesmo ano, a empresa cria o SIC (Serviço de Informação ao Consumidor Sadia),

seu primeiro canal de contato direto com o consumidor. No ano de 1988, ultrapassa

US$ 1 bilhão de faturamento, representando quase 17% da produção de aves no

Brasil. Em 1989 falece o Sr. Attilio Fontana, fundador da empresa. Os lançamentos

da empresa que merecem destaque na época foram: variações de hambúrgueres e

de almôndegas, semiprontos congelados, empanados de frango, frios em

embalagem a vácuo e o presunto Parma.

Na década de 90 ainda havia resquícios da inflação descontrolada da década

anterior. Porém com o Plano Real o país começou a se estabilizar economicamente,

e inicia um processo de mutação nos mercados, que antes fechados, começam a

expandir seus horizontes. Chega à década da globalização. Mediante esse cenário,

a Sadia implanta em 1991 o programa TQS (Total Qualidade Sadia), a fim de

atender as mais diversas necessidades dos consumidores, assim como inicia um

processo de experimentação de novos métodos de gerência e de produção. No ano

seguinte, é criada a Casa do Consumidor Sadia, destinada ao intercâmbio com os

consumidores. O ano de 1995 é marcado pelo recebimento do certificado de ISSO

9001 pela fábrica Chapecó. A empresa começa a abrir novas filiais comerciais em

Milão, Tóquio e Buenos Aires. Inaugura também em Pequim a Churrascaria Beijing

Brasil. Em 1996, implanta em Buenos Aires uma central de armazenagem e

distribuição. No ano de 1994, completando 50 anos, a empresa mostra em números

seu crescimento: dos quase 60 funcionários que trabalhavam na empresa na sua

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fundação, neste ano a empresa já empregava cerca de 32.000 pessoas, com

faturamento de US$ 2,9 bilhões e um receita de exportação maior que US$ 500

milhões; ainda neste ano a empresa dá inicio a um projeto de racionalização e

reestruturação societária, a fim de alcançar maior economia de escala, simplificar

operações e reduzir custos, objetivando maior transparência para o mercado de

capitais. Dessa forma, em 1998, foi criada a Sadia S/A, que solidificou todas as

atividades da empresa em uma única organização. Em 1999 a empresa recebe mais

uma certificação do ISO na fábrica de Chapecó, desta vez o ISO 14001. A empresa,

nessa década, implementa novos congelados a base diversas matérias-primas,

como sobremesas, massas, pizzas, margarinas e alimentos a base de vegetais e

peixes.

Na década de 2000 a globalização já está consolidada e a Sadia não fica

atrás: no começo da década já possui filiais em Uruguai, Chile e Argentina,

escritórios nos Emirados Árabes, Inglaterra e Itália e representações no Paraguai,

Bolívia e Japão. Adota ineditamente inscrições em Braile em suas embalagens

cartonadas, e inaugura o Memorial Attílio Fontana, na cidade de Concórdia, em

comemoração aos 100 anos do fundador da empresa. Em 2001, a Sadia S/A lança

seus títulos na Bolsa de Nova York para que investidores estrangeiros pudessem

investir na empresa; e na Bolsa de Valores de São Paulo aderiu ao Nível 1 de

Governança Corporativa. Nos anos de 2001 e 2003 a empresa foi eleita pela

consultoria inglesa Interbrand a mais valiosa marca do setor alimentício brasileiro.

No ano de 2004, sem deixar de lado a publicidade, lança o slogan “Sadia, 60 anos.

Uma história de amor.” Que trouxe inúmeros prêmios para a empresa. Em 2005 a

empresa retomou o abate de bovinos e lançou dois novos produtos: o Hot Pocket,

que dois anos mais tarde seria eleito “O Melhor do Brasil” pela feira de alimentos

SIAL, e a linha Sadia Soja; reformulando também a marca Rezende. No ano

seguinte, criou um comitê de sustentabilidade e uma diretoria de Relações

Internacionais, que mais tarde se tornaria responsável pela instalação de uma

unidade fabril na Rússia; ainda em 2006 deu início a um projeto ainda em

andamento de uma unidade de abate e industrialização de suínos e fábrica de

rações, a Unidade Agroindustrial de Lucas do Rio Verde. Preocupada com o meio

ambiente, no ano de 2007 a Sadia S/A realizou a primeira venda de crédito de

carbono, conseguidos com a captação de gases do efeito estufa, sendo a pioneira

em projetos de capitação de metano da atmosfera, contribuindo para amenizar,

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conseqüentemente, o aquecimento global; no ano ainda anunciou um audacioso

projeto de investimentos com o objetivo de dobrar o faturamento da empresa em

cinco anos. Ainda em 2007, modernizou o armazém-frigorífico do Porto de

Paranaguá, porto responsável pelo armazenamento dos produtos das exportações

da empresa, aumentando a capacidade da empresa de 3,1 mil toneladas para 8,5

mil toneladas, algo em torno de 170% de desenvolvimento. Ainda no mesmo ano a

Sadia patrocinou as delegações olímpicas brasileiras nos Jogos do Rio se

estendendo até os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 sendo patrocinadora

exclusiva no segmento alimentos. Paralelamente A empresa revitalizou seu mascote

em 3D e lançou o slogan “Para uma vida mais gostosa.” O ano de 2008 foi marcado

pelo início da construção de sua primeira unidade no Nordeste brasileiro, com

capacidade de produção 150 mil toneladas de embutidos, investimento de 300

milhões de Reais e referência em sustentabilidade: será autosuficiente em água, e

neutralizará 100% de emissão de gases de Efeito Estufa com o plantio de 3,5

milhões de árvores nativas. Ainda no âmbito socioambiental, a empresa ingressa no

relatório “Criando Valores para Todos: Estratégias de Negócios com os Pobres”, por

causa do Programa 3’S (Suinocultura Sustentável Sadia), que envolveu mais de 3

mil suinocultores na redução de envio de gases de efeito estufa e venda de créditos

de carbono, segundo o MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) do Protocolo

de Kyoto. Ao longo de 2008, podemos destacar alguns prêmios alcançados pela

Sadia, como 5º lugar entre “As 100 empresas de maior prestígio do Brasil”, da Época

Negócios e Troiano Consultoria de Marcas; eleita também a indústria de alimentos

que mais gera empregos no Brasil (por volta de 60 mil colaboradores), pela ABIA;

melhor gestão de marca, pelo Prêmio APEX Brasil de Excelência em Exportação;

vencedora ainda pela quarta vez do prêmio Marcas de Confiança pela revista

Seleções e Ibope. Já quanto aos prêmios alcançados pelos seus produtos, pode-se

destacar a Qualy, bicampeã consecutiva como margarina líder pela Folha de São

Paulo, e os hambúrgueres grelhados e as margarinas saborizadas foram eleitos

como produtos mais inovadores do mundo pelo Sial de Paris.

Como missão a empresa adota a redação “Alimentar consumidores e clientes

com produtos saborosos e saudáveis, com soluções diferenciadas.” E a visão é “Ser

reconhecida por sua competitividade em soluções de agregação de valor e respeito

ao crescimento sustentável da cadeia de valor.”

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Finalizando, as marcas que a Sadia S/A detém são Qualy, Hot Pocket, Miss

Daisy, Sadia Light, Sadia Soja, Speciale, Tekitos, Sadilar Sadia, Deline e Rezende.

4.1.2 Perdigão S/A

A Perdigão S/A iniciou suas atividades em 1934, em Vila das Perdizes, atual

Videira, no estado de Santa Catarina. A princípio, as famílias Ponzoni e Brandalise,

de imigrantes italianos, estrearam as atividades da Ponzoni, Brandalise & Cia, que

mais tarde se tornaria Perdigão S/A, com um armazém de secos e molhados. A

atividade industrial dessa empresa iniciou mesmo no ano de 1939, por meio de um

pequeno abatedouro e fábrica de derivados suínos. Em apenas dois anos, o abate

de suínos alcançou a marca de 100 animais dia, algo inalcançado até então na

época.

Foi em 1941 que a empresa adotou o casal de perdizes como logotipo. Já em

1943 a empresa adquire a Sociedade Curtume Catarinense, que mais tarde se

tornaria Curtume Perdigão, que era responsável pelo processamento de pele suína

tanto própria quanto de terceiros. Em 1945 a Ponzononi, Brandalise & Cia agrupou

os seus negócios e se tornou uma Sociedade Anônima, adotando o nome Ponzoni,

Brandalise S/A Comércio e Indústria. No ano de 1947 a empresa resolveu aderir à

expansão, investindo no setor madeireiro comprando serrarias.

Figura 35 – Evolução da logomarca Perdigão.

Fonte: PERDIGÃO, [2008?]

No ano de 1954, a empresa resolveu expandir seus horizontes: deram inicio

aos investimentos em agropecuária, construindo em Videira - SC a Granja Santa

Gema, voltada a produção de animais de alta linhagem. O abate das aves se iniciou

no ano seguinte de forma artesanal, nas dependências do frigorífico de suínos.

Mediante o novo projeto, a empresa deu início na região à implantação de um novo

e revolucionário sistema produtivo de aves e suínos: a integração vertical. Devido à

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própria empresa fazer a parte de transporte de seus produtos, em 1956 a Ponzoni,

Brandalise S/A Comércio e Indústria incluiu em sua razão social a palavra

Transporte, tornando-se a Ponzoni, Brandalise S/A Comércio, Indústria e

Transporte. Porém essa nova nomenclatura perdurou apenas dois anos, pois em

1958 a empresa adotou o nome Perdigão S/A Comércio e Indústria.

Em 1962 a Perdigão chega à marca de 500 abatimentos industriais de aves

por dia, sendo que seis anos mais tarde, em 1968, com a automação de

processamento de aves, a capacidade de abate triplica, chegando a 1500 aves/dia.

No ano de 1963 foram instalados nas unidades industriais laboratórios para fim de

controle microbiológico e físico-químico dos produtos nas unidades industriais, que

colaboraram tanto no controle de qualidade dos produtos quanto nas pesquisas de

desenvolvimento da empresa. No ano seguinte, é criado o time de futebol

profissional da Perdigão, juntamente com a SEP (Sociedade Esportiva Perdigão)

que se tornaria responsável pela administração da equipe, que dois anos mais tarde

se consagraria campeão catarinense. No mesmo ano, 1966, foi implantado em um

lote experimental de mais de mil pintinhos, um sistema de criação integrada de aves

nas dependências dos produtores parceiros. Em 1998 iniciou a automação no

processo de aves, e a capacidade de abatimento de aves por dia chegou a 1,5 mil

animais.

A década de 70 começa com uma fusão: após a aquisição do Empório Couro

S/A, a empresa resolve fundi-la com o Curtume Perdigão, criando a Perdigão

Couros S/A. O ano de 1962 foi marcado por um acontecimento esportivo, e chega

ao fim o time de futebol profissional e a anterior SEP (Sociedade Esportiva Perdigão)

passou a se chamar SERP (Sociedade Esportiva e Recreativa Perdigão), com infra-

estrutura de lazer para funcionários e parentes. No ano posterior, a organização

resolve investir na sua cidade berço, construindo em Videira, Santa Catarina, um

hotel e um supermercado; e no ramo alimentício, a empresa continua agregando

mais atividades, como a fruticultura de maçã, mediante aquisição de fazendas em

Fraiburgo. Em 1974 o destaque foi a construção da Perdigão Rações S/A Comércio

e Indústria, mais tarde Perdigão Alimentos S/A, responsável por todas as fábricas da

empresa que se destinavam a produção de ração animal. Nos dois próximos anos a

Perdigão alimentos S/A passou a industrializar, além das rações animais, passou a

industrializar sojas e derivados, uma vez que construiu em Videira uma unidade de

esmagamento de grão, refino de óleo e produção do farelo usado na ração. Ainda

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em Videira foi construído um abatedouro exclusivamente de aves, e a empresa

começou a exportar para Arábia Saudita seu frango. Com mais duas empresas, cria

a UNEF (União de Exportadores de Frango) que projetou o país para o comércio

internacional de aves. No ano de 1997 a empresa incorpora mais uma empresa de

abate e industrialização de bovinos, a União Velosense de Frigorífico-Unífrico S/A,

localizada em Salto Veloso, santa Catarina, que em 1978 se tornou Perdigão Veloso

S/A. No ano de 1979 mais uma incorporação para a empresa: A Perdigão Alimentos

incorpora uma fábrica de Catanduvas, Santa Catarina, chamada Rações Pagnocelli

S/A. Também neste último ano da década a Perdigão importa dos Estados Unidos

uma espécie de ave chamada Gallus gallus, e, aplicando uma tecnologia de

melhoramento genético objetivando o desenvolvimento de uma ave com 70% de

suas carnes concentradas no peito e nas coxas, nasce o famoso Chester, marca

desenvolvida e registrada pela Perdigão, oferecendo aos seus consumidores uma

nova alternativa de carne de ave com menos gordura, sendo que o produto só foi

lançado ao consumidor no ano de 1983.

Figura 36 – Granja de criação de Chester da Perdigão.

Fonte: PORTAL EXAME, 2009.

A década de 80 começa a todo o vapor. Já no primeiro ano, 1980, a Perdigão

incorpora mais três empresas: A Agropecuária Confiança LTDA e a Comércio e

Indústria Saulle Pagnocelli S/A, abrangendo uma unidade de abate e

industrialização de suínos, granjas e uma hidrelétrica, ambas em Herval D’Oeste,

Santa Catarina; e também a Incorporadora e Indústria Reunidas Ouro S/A, que

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compreendia um abatedouro de aves, uma unidade de industrialização de suínos e

granjas, esta localizada também no estado de Santa Catarina, na cidade de

Capinzal. No ano seguinte a holding da Perdigão começa a vender ações na Bolsa

de Valores, abrindo seu capital. O ano de 1984 foi marcado por mais uma aquisição:

o Frigorífico Borella, de Marau, Rio Grande do Sul, que posteriormente recebeu

ampliação e modernização. O esporte também mereceu destaque neste ano, pois a

empresa forma um time de futebol de salão que, além de divulgar a marca,

conquistou 19 importantes títulos nos seus sete anos de existência, entre eles bi-

campeão brasileiro, tri-campeão sul-americano e vice-campeão mundial. Em 1986

percebem-se significativas mudanças na empresa, pois, a fim de manter seu foco na

atividade principal, desfez-se das frutícolas, dos supermercados, cereais e posto de

combustíveis que haviam adquirido ao longo de sua existência. Neste ano também a

empresa adquiriu a Frigoplan Ltda., na cidade de Lages, Santa Catarina, iniciando a

atividade de abate de bovinos; porém, após encerrar a atividade de abate e sofrer

modernização, começou a operar em prol de atender a demanda de alimentos

prontos congelados, preparando a matéria prima utilizada em massas, quibes,

almôndegas, polpetones, medalhões, etc. No ano seguinte, 1987, a Perdigão

adquire mais uma empresa, uma fábrica de rações sediada em Gaurama, Rio

Grande do Sul, e, no âmbito administrativo, seu até então presidente Saul

Brandalise passa a fazer parte do Conselho de Administração da empresa, deixando

a sucessão do seu cargo para seu filho mais velho, Flávio Brandalise. Em 1988 mais

uma empresa do estado do Rio Grande do Sul é adquirida, a Sulina Alimentos S/A,

no município de Serafina Corrêa, que continuou sendo mantida como empresa

independente do grupo Perdigão. Mas o ano foi caracterizado mesmo por duas

construções na empresa: a Perdigão da Amazônia S/A, em Cuiabá, Mato Grosso,

destinada ao processamento de soja e derivados; e a Perdigão Avícola Rio Claro

Ltda., na cidade de Rio Claro, em São Paulo, sociedade com a empresa Cobb-

Vantres destinada à produção de novas matrizes avícolas geneticamente

modificadas. Em 1989 podem-se destacar várias realizações da Perdigão: no

segmento produtos, lançamento da linha Turma da Mônica, primeira no país com

baixa condimentação; em novas aquisições, houve a incorporação da SWIFT, que

produzia enlatados de carnes e vegetais, na cidade de Santo André, São Paulo, do

Frigorífico de Aves Mococa, em Mococa, estado se São Paulo, e a Ideal Avícola S/A

e Granja Ideal, ambas em Serafina Corrêa, que somadas compunham um

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abatedouro de aves, um de suínos e diversas granjas; no segmento internacional, foi

firmada parceria com a Mitsubishi Corporation, japonesa, objetivando acesso a

recursos e tecnologias; e, por fim, na área de recursos humanos são enumeradas

várias ações: criação de cooperativa de crédito CrediPerdigão, concepção dos

Jogos Regionais Perdigão, constituição do programa de reconhecimento de antigos

funcionários chamado “Nossa Gente, Nossa História”, e adoção de um time de

basquete feminino que passou a se chamar Perdigão-Divino. Essas ações de

recursos humanos, sete anos mais tarde, geraram para a empresa o Prêmio SESI

de Qualidade de Vida no Trabalho.

Figura 37 – Saul Brandalise, da Perdigão.

Fonte: PORTAL EXAME, 2009.

A década seguinte inicia com modificações já em 1990, onde, juntamente com

a empresa Persuínos, de Portugal, internacionaliza suas atividades na produção de

salsichas e lingüiças, porém a constituição foi desfeita no ano seguinte; ainda no

cenário internacional, recebe em Paris o Prêmio Sial D’Or referente à salsicha da

Mônica; e a empresa consegue aprovação para que os abatedouros de aves de

Capinzal (SC) e Marau (RS) exportem para União Européia. Nesse ano também

iniciam os investimentos no programa de tecnologia ambiental, com o objetivo de

aperfeiçoar o sistema de proteção ao meio ambiente já existente. No ano de 1991

falece, em Videira, Saul Brandalise, e em 1992, a Perdigão perde mais um de seus

fundadores, Ângelo Ponzoni, na capital do Rio de Janeiro. No ano seguinte o cargo

de presidente executivo é assumido por Eggon João Da Silva, acionista minoritário e

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membro do Conselho de Administração da empresa, porém em 1994 a Perdigão tem

seu controle acionário adquirido por um Fundo de Pensão, fazendo com que a

organização substituísse a administração familiar pela profissionalizada. A figura de

Nildemar Secches aparece em 1995 na empresa como Diretor-Presidente, e nesse

ano é dado início ao processo de reestruturação societária e organizacional. No ano

de 1996 é inaugurado o Centro de Distribuição e Abastecimento na cidade de Belo

Horizonte, Minas Gerais; a educação mereceu atenção da empresa neste ano, onde

foi criado um programa educacional com meta de formar todos os seus funcionários

no primeiro grau até 2000; e o ano também marcou pela conquista do prêmio Mauá

devido à qualidade e transparência de suas informações disponibilizadas ao

mercado de capitais. Em 1997 existem algumas mudanças na Perdigão que devem

ser mencionadas. A primeira delas, na reestruturação societária, unifica todas as

empresas do grupo em uma única de capital aberto chamada Perdigão S/A e uma

única operacional chamada Perdigão Agroindustrial S/A, juntamente com a

Previdência Privada Perdigão com plano de aposentadoria para os colaboradores.

Neste ano também é constituído o Programa Habitacional Perdigão PROHAB,

facilitando a aquisição de moradia para os colaboradores. Ainda em 1997 a empresa

é contemplada com o Prêmio ABAMEC 1996, da Associação Brasileira de Analistas

de Mercado de Capitais; e inaugura mais três centros de abastecimento nas capitais

do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, além de uma importante fábrica

de rações em Marau, Rio Grande do Sul, mais moderna da América Latina e com

capacidade de produção de 33 mil toneladas por mês. Uma fábrica de rações do

grupo é desativada até final de 2002, localizada em Gaurama, Rio Grande do Sul.

Em Videira, a empresa constrói um espaço de preservação da história da Perdigão,

o Espaço VIP (Visitante Importante Perdigão). As fábricas de aves de Salto Veloso e

Marau são certificadas pelo ISSO 9002/94; e a empresa lança no mercado neste

mesmo ano uma linha de vegetais chamada “Escolha Saudável”, com vegetais

importados da Bélgica e congelados por um contemporâneo processo IQF. Já em

1998, foram inauguradas algumas unidades: Industrializados de Marau (RS),

Centros de Distribuição e abastecimento em Videira (SC), Fortaleza (CE), Cubatão

(SP) e Salvador (BA), Centro de Tecnologias de Carnes em Videira (SC) e dois

novos Centros de Difusão Genética, um em Videira (SC) e outro em Rio Verde (GO).

Nildemar Secches ganha o prêmio da Gazetta Mercantil de Líder Empresarial do

Ano. O último ano da década marca a ampliação da fábrica de rações de

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Catanduvas, tornando-a a maior da América Latina; recebe dois prêmios, o CNI de

Ecologia na categoria gerenciamento de resíduos e fica entre as 50 melhores

empresas para se trabalhar da Revista Exame. A empresa entra nesse ano também

com a Linha Toque de Sabor, de massas prontas e congeladas.

A década de 2000 apresenta grandes transformações na empresa. No

primeiro ano da década, 2000, a empresa adquire 51% do controle da Batávia; abre

seu primeiro escritório fora do país em Londres, Inglaterra; e lança ações (pioneira

no país) na Bolsa de Nova York. Conquista os prêmios de Empresa Modelo de

Responsabilidade Social, da Revista Exame, e fica entre as 20 maiores empresas do

século, eleita pela FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina).

Como projeto de melhoria do município de Rio Verde (GO), inaugura nove postos de

saúde e segurança. No ano seguinte, a empresa alcança 20 mil colaboradores;

adquire o restante das ações da Batávia; estende a todos os funcionários o

Programa de Participação dos Lucros (PPL); e lança a marca mundial Perdix. Cria

juntamente com a Sadia a BRF Trading, com o objetivo de comercialização de seus

produtos em mercados emergentes; e entra no Nível I de governança coorporativa

na Bolsa de Valores de São Paulo. Inaugura o primeiro módulo do Centro de

Distribuição de Campinas, que se tornará o mais moderno da empresa. A Perdigão

recebe os prêmios de Processador del Año, da revista Indústria Alimentícia;

Expressão de Ecologia na categoria Controle de Poluição e Responsabilidade Social

`pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Seu presidente, Nildemar

Secches, ganha o cargo de presidente da Associação Brasileira de Produtores e

Exportadores de Frango, juntamente com o prêmio Executivo de Valor, do Jornal

Valor Econômico. Em 2002, abre um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes; e

entra no mercado com novos produtos: tortas e folhados salgados e exportações de

camarão. A sociedade com a Sadia na Trading BRF foi desfeita, e a empresa

assume o controle da nova Brasilian Fine Foods (BFF). Ainda nesse ano é firmado

um convênio com a Universidade Federal de Viçosa (MG), para reforçar o sistema

de rastreamento e segurança alimentar da empresa; e implanta uma ferramenta de

gestão chamada Customer Relationship Management (CRM). Como premiação, a

empresa recebe o Prêmio Cidadania Brasil de Exportação, pelo Ministério das

Relações Exteriores. No ano de 2003, as principais conquistas da empresa ficam por

conta do recebimento dos certificados do ISO 9001: 2000, 14001: 1996 e OHSAS

18001: 1999 nas unidades de Mauru, e o quadro de funcionários da empresa

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ultrapassa os 7 mil colaboradores. O ano de 2004 oi marcado pela comemoração

dos 70 anos de empresa; nesse ano também destaca-se como principais

acontecimentos o lançamento do Chicken PopCorn, ou “pipoca de frango”; a

abertura de escritórios de vendas em Cingapura e Tókio. Em 2005 os principais

acontecimentos foram em torno de ampliação com aquisições de novas unidades,

investimento em ampliações e sua estréia no mercado bovino e de margarinas. Em

2006, o fato que merece destaque na empresa, além de prêmios, ampliações e

aquisições foi o lançamento da campanha “Perdigão. Todo Mundo Adora” destaque

no marketing da empresa. O ano de 2007 é marcado pela vigorosa política de

expansão, ampliando sua atuação nas atividades de margarinas, lácteos, e bovinos,

a partir de parcerias e aquisições tanto no Brasil quanto no exterior. O último ano da

empresa, 2008, o destaque é a aquisição da antiga Avipal, atual Eleva, o que faz

com que a empresa se torne um dos maiores produtores de alimentos da América

Latina; como em todos os últimos anos da década, a empresa manteve ampliações,

aquisições e recebeu vários prêmios durante este ano.

4.2 Análise dos Principais Índices Financeiros

Para alcançar o objetivo de acompanhar a evolução dos índices financeiros

dos anos de 2006, 2007 e 2008 das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A, os

mesmos foram calculados na ferramenta Excel, da Microsoft, seus resultados foram

tabulados no papel de trabalho e, posteriormente, destes resultados foram

elaborados gráficos de análise de tendência comparativos entre as duas empresas.

4.2.1 Empresa Sadia S/A

Segue abaixo a Tabela 1 onde consta o Papel de Trabalho da empresa Sadia

S/A, que apresenta os índices financeiros e econômicos obtidos nos anos de 2006,

2007 e 2008.

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67

Tabela 1: Índices financeiros da Sadia S/A

SADIA 2006 2007 2008 LIQUIDEZ GERAL R$ 1,01 R$ 1,03 R$ 0,70 LIQUIDEZ CORRENTE R$ 2,07 R$ 2,20 R$ 0,91 LIQUIDEZ SECA R$ 1,59 R$ 1,68 R$ 0,69 LIQUIDEZ IMEDIATA R$ 1,06 R$ 1,18 R$ 0,42 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS 212,02% 169,81% 3211,16% ENDIVIDAMENTO À CURTO PRAZO 43,65% 41,91% 63,80% IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 97,80% 96,39% 1090,83% IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES 44,56% 48,52% 86,41% TAXA DE RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO 4,94% 8,91% -18,19% TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15,42% 24,13% -604,75% MARGEM BRUTA DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 24,60% 27,51% 24,41% MARGEM OPERACIONAL DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 6,11% 9,96% -29,81% MARGEM LÍQUIDA DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 5,48% 8,82% -23,16% GIRO DO ATIVO 0,50 0,20 0,24 Fonte: Dados primários.

4.2.2 Empresa Perdigão S/A

Abaixo se encontra a Tabela 2 que oferece o registro dos índices financeiros

e econômicos da Perdigão S/A no Papel de Trabalho, referente aos anos de 2006,

2007 e 2008.

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Tabela 2: Índices financeiros da Perdigão S/A

PERDIGÃO 2006 2007 2008

LIQUIDEZ GERAL R$ 1,83 R$ 1,58 R$ 1,16

LIQUIDEZ CORRENTE R$ 2,20 R$ 1,94 R$ 1,94

LIQUIDEZ SECA R$ 1,68 R$ 1,50 R$ 1,39

LIQUIDEZ IMEDIATA R$ 0,90 R$ 0,91 R$ 0,64

PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS 127,59% 102,83% 172,92%

ENDIVIDAMENTO À CURTO PRAZO 46,60% 58,52% 43,34%

IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 87,38% 78,14% 112,81%

IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES 51,97% 54,78% 56,98%

TAXA DE RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO 2,43% 4,91% 0,48%

TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5,57% 9,96% 1,32%

MARGEM BRUTA DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 25,80% 28,24% 24,22%

MARGEM OPERACIONAL DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 1,55% 6,09% -1,19%

MARGEM LÍQUIDA DE LUCRO SOBRE AS VENDAS 2,25% 4,84% 0,48%

GIRO DO ATIVO 1,08 0,29 0,32 Fonte: Dados primários.

4.2.3 Comparativo entre as empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

O Gráfico 1, a seguir, apresenta a evolução da liquidez geral das empresas

Sadia S/A e Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

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Gráfico 1 – Índice de liquidez geral das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

Conforme se pode perceber no Gráfico 1, a liquidez geral da Sadia alcançou

em 2006 o índice de R$ 1,01; isto significa que a cada R$1,00 que a empresa

mantinha de dívidas circulantes ou exigíveis de longo prazo, restavam R$ 0,01 em

ativo circulante e realizável de longo prazo. Esteve melhor no ano de 2007, onde

para cada R$1,00 de passivos de curto e longo prazo, ainda restavam R$ 0,03

centavos de ativos circulantes e realizáveis a longo prazo. A situação da empresa

em 2008 ficou crítica: a cada R$ 1,00 de dívida, a empresa só tinha R$ 0,70 de

ativos para seu pagamento, restando ainda uma obrigação de R$ 0,30 por Real.

Já a Perdigão S/A, no ano de 2006, obteve seu melhor índice, R$ 1,83, onde

para cada R$ 1,00 de dívida a empresa ainda tinha disponível em ativos circulantes

e realizável de longo prazo R$ 0,83. O segundo ano da empresa, 2007, mostrou

bons resultados também, com índice de R$ 1,58, que indica que para cada Real de

passivos circulantes e exigíveis de longo prazo, a empresa mantinha em ativos uma

diferença de R$ 0,58. O pior índice da empresa foi no ano de 2008, mas mesmo

assim esse índice, de R$ 1,16, ainda é considerado vantajoso para a empresa, pois

para cada R$ 1,00 mantido em passivos, a empresa conseguia saldar essa dívida e

manter ainda R$ 0,16 em ativos circulantes e realizáveis a longo prazo.

No gráfico 1 pode-se também perceber que a empresa Perdigão S/A, em

todos os anos, manteve um índice de liquidez geral melhor do que a Sadia S/A.

R$ 1.01 R$ 1.03

R$ 0.70

R$ 1.83

R$ 1.58

R$ 1.16

R$ 0.00

R$ 0.20

R$ 0.40

R$ 0.60

R$ 0.80

R$ 1.00

R$ 1.20

R$ 1.40

R$ 1.60

R$ 1.80

R$ 2.00

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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70

A seguir, o Gráfico 2 apresenta a liquidez corrente da Sadia S/A e da

Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 2 – Índice de liquidez corrente das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

O Gráfico 2, em 2006, expõe um índice de liquidez corrente favorável para a

Sadia S/A: para cada R$ 1,00 de passivos circulantes, ela mantém em ativos

circulantes R$ 2,07, ou seja, paga suas dívidas circulantes e ainda restam R$ 1,07

em ativos circulantes. Apresenta um melhor resultado no ano de 2007, onde para

cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, restavam ainda R$ 1,20 de ativo circulante.

Porém no ano de 2008 os ativos circulantes somavam R$ 0,91 para cada R$ 1,00 de

passivos circulantes, restando ainda uma dívida de R$ 0,09 por Real. Essa queda de

liquidez corrente da empresa em 2008 se deu devido ao aumento de cerca de 425%

do passivo circulante na conta empréstimos e financiamentos perante o ano anterior.

Em contrapartida, a Perdigão S/A, no ano de 2006, apresentou seu melhor

índice de liquidez corrente, onde pra cada Real mantido em dívidas de curto prazo, a

empresa dispunha de uma diferença de R$ 1,15 em ativos circulantes, totalizando

um índice de R$ 2,15. Nos dois anos seguintes, 2007 e 2008, a empresa obteve o

mesmo índice, de R$ 1,94, e isso exprime que, para cada R$ 1,00 de passivos

circulantes, a empresa ainda mantinha uma diferença de R$ 0,94 em ativos de curto

prazo.

R$ 2.07 R$ 2.20

R$ 0.91

R$ 2.20

R$ 1.94 R$ 1.94

R$ 0.00

R$ 0.50

R$ 1.00

R$ 1.50

R$ 2.00

R$ 2.50

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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71

Comparando o desempenho das duas empresas em liquidez corrente,

entende-se que a empresa Sadia S/A obteve um melhor índice no ano de 2007, e a

Perdigão S/A alcançou melhor atuação em 2006 e 2008.

O Gráfico 3, abaixo, expõe a liquidez seca das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 3 – Índice de liquidez seca das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

O Gráfico 3 apresenta bom resultado para a Sadia S/A em 2006, onde para

cada R$ 1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,59 de ativos

circulantes sem estoque. Melhores resultados são obtidos no ano de 2007, onde

para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, restava ainda R$ 0,68 de ativos

circulantes diminuídos o estoque. Mais uma vez, o ano de 2008 que apresenta o pior

resultado: Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a empresa tinha disponível no

ativo circulante abatido estoque apenas R$ 0,69, restando ainda uma diferença de

R$ 0,31 por Real.

A Perdigão S/A apresentou índices favoráveis de liquidez imediata nos

determinados anos: em 2006, ano do seu melhor resultado, obteve um índice de R$

1,68, onde para cada Real de dívidas de curto prazo, a empresa saldava essa dívida

dispunha de R$ 0,68 de ativos circulantes diminuída a conta estoque. Em 2007 seu

índice caiu, obtendo R$ 1,50 de liquidez imediata, que significa que a empresa

pagou suas dívidas de curto prazo com seus ativos circulantes sem a conta estoque

R$ 1.59 R$ 1.68

R$ 0.69

R$ 1.68

R$ 1.50 R$ 1.39

R$ 0.00

R$ 0.20

R$ 0.40

R$ 0.60

R$ 0.80

R$ 1.00

R$ 1.20

R$ 1.40

R$ 1.60

R$ 1.80

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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72

e ainda restaram R$ 0,50 por Real. Em 2008, a Perdigão obteve seu pior índice, R$

1,39, que significa que em ativo circulante diminuído o estoque a empresa obtinha

R$ 0,39 a mais por Real de dívida paga.

Ao confrontar os resultados das duas empresas, conforme o no gráfico 3,

conclui-se que a empresa Sadia S/A só obteve melhores resultados na liquidez

corrente no ano de 2007, ficando com a Perdigão os melhores índices dos anos de

2006 e 2008.

A seguir, o Gráfico 4 oferece os índices de liquidez imediata da Sadia S/A e

Perdigão S/A, nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 4 – Índice de liquidez imediata das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

Observando o Gráfico 4, no ano de 2006, nota-se que a Sadia S/A obteve um

índice de liquidez favorável, possuindo R$ 1,06 de disponibilidades (caixas, bancos

e aplicações financeiras) para cada R$ 1,00 de dívida corrente. Percebe-se que,

como em todos os índices deste grupo, a empresa apresentou melhores resultados

no ano de 2007, onde para cada R$ 1,00 de dívidas a curto prazo, a empresa tinha

disponível para pagamento imediato R$ 1,18, ou seja, ela conseguia saldar a dívida

e ainda restava R$ 0,18 por Real. Já o ano de 2008 apresenta o pior desempenho,

onde para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa tinha disponível

apenas R$ 0,42 para pagamento, restando ainda uma diferença de R$ 0,58 de

dívida por Real.

R$ 1.06

R$ 1.18

R$ 0.42

R$ 0.90 R$ 0.91

R$ 0.64

R$ 0.00

R$ 0.20

R$ 0.40

R$ 0.60

R$ 0.80

R$ 1.00

R$ 1.20

R$ 1.40

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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73

No mesmo gráfico podemos acompanhar a evolução da Perdigão S/A, que no

ano de 2006 apresentou um índice de liquidez imediata de R$ 0,90, que denota que

para cada R$ 1,00 de dívidas circulantes a empresa trazia em suas disponibilidades

(caixas, bancos e aplicações financeiras) apenas R$ 0,90 centavos, restando ainda

um saldo de dívida de R$ 0,10. Em 2007 a empresa obteve seu melhor índice R$

0,91 centavos, que ainda assim não é considerado um índice ideal, porque para

cada Real de passivos de curto prazo, a empresa possuía apenas R$ 0,91 de

disponibilidades, restando ainda uma dívida de R$ 0,09 por Real. Em 2008, a

Perdigão S/A alcançou seu mais baixo índice, de R$ 0,64, onde havia em

disponibilidades apenas R$ 0,64 por Real de dívida de curto prazo, restando ainda

um saldo de R$ 0,36 de dívida por Real.

Confrontando os índices das duas empresas, consegue-se visualizar que a

Sadia S/A obteve melhores índices em 2006 e 2007, restando com a Perdigão

apenas o melhor desempenho no ano de 2008.

Já no grupo de estrutura de capital e endividamento, o Gráfico 5 esclarece a

evolução dos índices de participação do capital de terceiros das empresas Sadia S/A

e Perdigão S/A, nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 5 – Índice de participação de capital de terceiros das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

212.02% 169.81%

3211.16%

127.59% 102.83% 172.92%

0.00%

500.00%

1000.00%

1500.00%

2000.00%

2500.00%

3000.00%

3500.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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74

Como podemos observar, o Gráfico 5 manifesta uma trágica realidade para a

empresa Sadia S/A: a participação de capital financiado, nestes três anos, foi

superior à 100%, ou seja; no ano de 2006, 212,02% de seu patrimônio líquido se

localizava financiado por capital terceirizado. Em 2007, onde a empresa obteve seu

melhor índice nessa categoria, 169,81% de seu patrimônio líquido se encontrava

financiado por capital de terceiros. O pior índice, em 2008, mostra um valor

extremamente alto: 3.211,16% do capital próprio encontravam-se financiado em

dívidas de curto e longo prazo.

A Perdigão S/A também obteve apenas índices superiores a 100%, que é

considerado um índice acima do máximo desejável. Em 2006, a empresa

proporcionou um índice de 127,59%, que significa que, neste ano, 127,59% de seu

capital próprio era mantido por passivos circulantes e de longo prazo. No ano de

2007, a empresa ofereceu seu melhor índice, de 102,83%, onde todo o seu

patrimônio líquido mais 2,83% desse valor era financiado por capital de terceiros.

Em 2008 a empresa obteve seu pior índice, onde 172,92% de seu patrimônio líquido

estava comprometido com dívidas de curto e longo prazo.

Em um comparativo da evolução do índice de participação de capital de

terceiros, percebe-se que a Perdigão S/A foi unânime, obtendo os melhores índices

comparados com a Sadia S/A em todos os anos.

A seguir, o Gráfico 6 apresenta a composição do endividamento da Sadia S/A

e da Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

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Gráfico 6 – Índice de composição do endividamento (curto prazo) das empresas

Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

O Gráfico 6 expõe a porcentagem de dívidas totais que estão comprometidas

à curto prazo. Esse índice, no caso da empresa não querer comprometer seu capital

de giro, é melhor que esteja mais baixo, pois assim a maior parte das dívidas será

saldada apenas no próximo exercício.

No caso da Sadia S/A, se aplica essa sentença acima, e em 2006 menos da

metade das dívidas, 43,65%, representava o endividamento em curto prazo,

restando 56,35% de endividamento em longo prazo. O melhor índice da empresa se

encontra no ano de 2007, onde apenas 41,91% de suas dívidas de encontram em

curto prazo, e os restantes 58,09% se encontram em longo prazo. O pior

desempenho encontra-se em 2008, onde 63,80% das dívidas se encontram no

exercício, restando apenas 36,20% para o exercício seguinte.

A Perdigão S/A obteve, em 2006, um índice de 46,60% de dívidas de curto

prazo, restando 53,40% para longo prazo. Seu melhor pior índice foi alcançado em

2007, onde mais da metade das dívidas da Perdigão S/A, 58,52%, encontravam-se

no exercício, e os restantes 41,48% de dívidas ficaram para o exercício seguinte. O

melhor resultado a empresa obteve em 2008, ano em que 43,34% das dívidas

localizavam-se em curto prazo e os 56,66% restantes encontravam-se para longo

prazo.

43.65% 41.91%

63.80%

46.60%

58.52%

43.34%

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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Analisando o Gráfico 6 pode-se afirmar que a Sadia S/A obteve os melhores

índices no ano de 2006 e 2007, restando para a Perdigão S/A o melhor índice

apenas no ano de 2008.

A seguir, o Gráfico 7 mostra o índice de imobilização do patrimônio líquido da

Sadia S/A e da Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 7 – Índice de imobilização do patrimônio líquido das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

Como pode-se perceber no Gráfico 7, a Sadia S/A apresentou mais um índice

bastante destoado em sua evolução. Em 2006, a empresa já investia quase sua

totalidade de patrimônio líquido em ativo permanente imobilizado, ou seja, de 100%

de patrimônio líquido, 97,80% estava comprometido em bens de vida longa que são

utilizados na atividade do ramo principal da empresa, como imóveis, máquinas e

equipamentos. No ano de 2007, essa imobilização cai um pouco, mas continua alta:

96,39% do patrimônio líquido encontram-se investido em ativos imobilizados. Em

2008, esse índice salta absurdamente, onde 1090,83% do patrimônio líquido estão

imobilizados no ativo permanente imobilizado, e isso quer dizer que o dinheiro que a

empresa possui em ativo permanente imobilizado é mais de dez vezes superior do

que ela contém de patrimônio líquido. Esse fato ocorreu por dois motivos: o primeiro

e principal é um aumento de cerca de 425% nos empréstimos e financiamentos a

curto prazo da empresa de 2007 para 2008, e o segundo foi a redução em cerca de

97.80% 96.39%

1090.83%

87.38% 78.14% 112.81%

0.00%

200.00%

400.00%

600.00%

800.00%

1000.00%

1200.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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77

87% do patrimônio líquido mantido na empresa, resultado este decorrente

principalmente da conta reservas de lucro, que em 2008 apresentou uma retirada de

R$ 97.064.000,00, na contrapartida de uma reserva de R$ 896.710.000,00 mantida

em 2007.

A Perdigão S/A apresentou índices equilibrados no quesito imobilização do

patrimônio líquido. No ano de 2006, 87,38% de seu patrimônio líquido havia sido

investido em ativo permanente imobilizado, e isso quer dizer que do total que a

empresa tinha disponível em patrimônio líquido naquele exercício, 87,38% era

investido em bens usados na atividade do ramo alimentício e de vida longa, como

máquinas, equipamentos e imóveis. Em 2007, a empresa apresentou seu melhor

índice, onde 78,14% do seu patrimônio líquido eram encontrados investidos na conta

ativo permanente imobilizado. O pior índice a empresa alcançou no ano de 2008,

onde 112,81%, mais do que o total do seu patrimônio líquido, encontravam-se em

seu ativo permanente imobilizado.

Fazendo uma correlação entre as duas empresas, pode-se assegurar que a

Sadia S/A obteve piores resultados em todos os anos, comparada com a empresa

Perdigão S/A.

Abaixo, o Gráfico 8 apresenta a evolução do índice de imobilização dos

recursos não correntes da Sadia S/A e da Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e

2008.

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Gráfico 8 – Índice de imobilização dos recursos não correntes das empresas Sadia

S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

A evolução do índice de imobilização dos recursos não correntes, conforme

Gráfico 8, representa a quantidade de passivos exigíveis de longo prazo somados

ao patrimônio líquido, que se encontram imobilizadas em ativos permanentes

imobilizados. Sendo que a interpretação de quanto menor o índice, melhor, a

empresa Sadia S/A apresentou melhor desempenho no ano de 2006, onde 44,56%

de passivos não correntes se encontravam investidos em bens de vida longa que

são utilizados na atividade do ramo principal da empresa, como máquinas, imóveis e

equipamentos. No ano de 2007, a empresa imobilizou 48,52% de seus passivos

exigíveis de longo prazo juntamente com seu patrimônio líquido. Em 2008 a

empresa impetrou seu pior índice, investindo em ativo permanente imobilizado

86,41% de seus recursos não correntes.

Em contrapartida, a empresa Perdigão S/A apresentou seu melhor índice em

2006, onde 51,97% de seus passivos exigíveis de longo prazo somados com seu

patrimônio líquido encontravam-se imobilizados na conta ativo permanente

imobilizado, que são os bens que a empresa possui, de vida longa, utilizados na

atividade do principal ramo da empresa. Em 2007, esse índice subiu para 54,78%,

onde do total de recursos não correntes que a empresa dispunha, a mesma investia

quase 55% em ativos permanentes imobilizados. O pior ano para a Perdigão S/A foi

44.56% 48.52%

86.41%

51.97% 54.78%

56.98%

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

80.00%

90.00%

100.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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o de 2008, onde a empresa alcançou 56,98% de imissão em ativos permanentes

imobilizados do total de passivos exigíveis de longo prazo e patrimônio líquido.

Ao ponderar o avanço do índice de imobilização dos recursos não correntes

das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A, percebe-se que a Sadia S/A obteve

melhores índices em 2006 e 2007, sendo que a Perdigão S/A só obteve melhor

resultado que a concorrente no ano de 2008.

A seguir, o Gráfico 9 já entra no grupo de índices de rentabilidade, e

manifesta a taxa de retorno sobre o investimento nos anos de 2006, 2007 e 2008

das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A.

Gráfico 9 – Índice de retorno sobre o investimento das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

A taxa de retorno sobre o investimento compara o lucro líquido com o ativo

total. Conforme o Gráfico 9, em 2006, para cada Real de ativo, a empresa Sadia S/A

obteve um lucro líquido de 4,94%, ou seja, para cada Real de ativo total, a empresa

gerou em torno de R$ 0,05 de lucro líquido (lucro final). O melhor índice a empresa

obteve em 2007, onde para cada Real de ativo total, a empresa gerou por volta de

R$ 0,09 de lucro, ou 8,91% de retorno. Já em 2008, a Sadia S/A obteve seu pior

índice: Para cada Real de ativo, houve um prejuízo de 18,19%, e isso significa que,

para cada Real que a empresa mantinha em ativos, ela obteve um prejuízo por volta

de R$ 1,18, ou seja, houve uma perda de R$ 0,18 a mais do que o Real que a

4.94%

8.91%

-18.19%

2.43%

4.91%

0.48%

-20.00%

-15.00%

-10.00%

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

2006 2007 2008SADIA

PERDIGÃO

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empresa mantinha nos ativos totais. Este fato decorre do prejuízo amargado pela

empresa, pois mesmo o ativo aumentando cerca de 58,36% de 2007 para 2008, a

perda que a empresa teve de lucro líquido foi superior a 400%, não dando suporte

para que o índice se mantivesse estável.

A taxa de retorno que a Perdigão S/A apresentou no ano de 2006 foi de

2,43%, o que expressa que, a cada R$ 1,00 de ativo total que a empresa dispunha

naquele período, a rentabilidade que ela obteve utilizando esse recurso gerou cerca

de R$ 0,02 de lucro líquido por Real. O ano de 2007 foi o melhor para a empresa,

pois ela obteve o índice de 4,91%, onde para cada Real dos ativos totais a empresa

gerou um lucro final de quase R$ 0,05. O pior ano para a empresa foi o de 2008,

onde ela gerou apenas 0,48% de lucro líquido, ou seja, para cada Real do ativo, o

lucro líquido gerado pela Perdigão S/A foi menor do que R$ 0,01.

Fazendo uma comparação entre as empresas nos referidos anos, pode-se

afirmar que a Sadia S/A encoutrou-se com melhores taxas que a Perdigão apenas

nos anos de 2006 e 2007, ficando o melhor índice de 2008 para a Perdigão S/A.

O Gráfico 10 apresenta a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido da Sadia

S/A e da Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 10 – Índice de retorno sobre o Patrimônio Líquido das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

15.42% 24.13%

-604.75%

5.57% 9.96% 1.32%

-700.00%

-600.00%

-500.00%

-400.00%

-300.00%

-200.00%

-100.00%

0.00%

100.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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Observando o Gráfico 10, no comparativo entre lucro líquido e patrimônio

líquido, que mensura qual a taxa retorno do capital próprio, a Sadia S/A obteve

resultado positivo em 2006, onde para cara R$ 1,00 de patrimônio líquido obteve por

volta de R$ 0,15 de lucro líquido, ou 15,42%. O melhor resultado a empresa atingiu

foi em 2007, onde 24,13% foi a taxa de retorno sobre o capital próprio, ou seja, em

cada Real investido a empresa obteve cerca de R$ 0,24 de lucro líquido. O pior

resultado a empresa obteve em 2008, onde o prejuízo foi de 604,75%, e isso expoõe

que para cada R$1,00 que a empresa mantinha em patrimônio líquido, obteve um

prejuízo de aproximadamente R$ 6,00. Esse prejuízo decorreu tanto da diminuição

de cerca de 87% de patrimônio líquido de 2007 para 2008 e da redução de mais de

400% de 2007 para 2008 do lucro líquido da empresa.

Já a empresa Perdigão S/A obteve, em 2006, um resultado de 5,57%, que

expressa que para cada Real que a empresa mantinha em patrimônio líquido,

aproximadamente R$ 0,06 era o lucro líquido que ela obteve. Em 2007 a empresa

obteve seu melhor índice, apresentando uma taxa de retorno de 9,96%, onde para

cada Real de capital próprio ela gerou cerca de R$ 0,10 de lucro líquido. O pior

desempenho a empresa impetrou foi no ano de 2008, onde a cada R$ 1,00 que a

Perdigão mantinha na conta patrimônio líquido, o lucro líquido resultante dele foi de

apenas cerca de R$ 0,01.

Fazendo uma comparação entre as duas empresas, compreende-se que a

Perdigão teve piores resultados em 2006 e 2007, alcançando melhores resultados

que a concorrente Sadia S/A apenas no ano de 2008.

O Gráfico 11 apresenta um comparativo da margem bruta de vendas entre as

empresas Sadia S/A e Perdigão S/A, em 2006, 2007 e 2008.

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82

Gráfico 11 – Margem bruta de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

A margem bruta de lucro sobre as vendas demonstra o quanto de lucro a

empresa obteve após a retirada do custo das mercadorias vendidas. No ano de

2006, a Sadia S/A obteve um índice de 24,60%, que significa que para cada Real de

venda líquida a empresa obteve cerca de R$ 0,24 de lucro após o desconto do valor

do custo das mercadorias vendidas. Em 2007 a empresa alcançou seu melhor

índice, 27,51%, que representa que a Sadia alcançou um lucro bruto de cerca de R$

0,28 para cada Real de venda líquida realizada. O ano de 2008 foi o pior para a

empresa: 24,41% de margem bruta de lucro sobre as vendas, que exprime que para

cada R$ 1,00 que a empresa capitalizou em vendas líquidas, cerca de R$ 0,24 ela

impetrou de lucro após o desconto do valor do custo das mercadorias vendidas.

A margem de lucro bruto que a Perdigão alcançou em 2006 foi de 25,80%, o

que representa que para cada Real que a empresa obteve de vendas líquidas, cerca

de R$ 0,26 era o lucro resultante após o desconto do custo das mercadorias

vendidas. Em 2007 a empres obteve seu melhor índice, 28,24%, que quer dizer que

a Perdigão obteve cerca de R$ 0,28 de lucro bruto para cada Real obtido em vendas

líquidas. O pior desempenho foi no ano de 2008, onde o índice obtido foi de 24,22%,

que significa que para cada Real que a empresa obteve em vendas líquidas

restaram cerca de R$ 0,24 de lucro após ser retirado o custo das mercadorias

vendidas.

24.60%

27.51%

24.41%

25.80%

28.24%

24.22%

22.00%

23.00%

24.00%

25.00%

26.00%

27.00%

28.00%

29.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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Conforme o Gráfico 11, pode-se afirmar que a Perdigão S/A esteve com

melhores índices em 2006 e 2007, perdendo a vantagem para Sadia S/A no ano de

2008.

Abaixo, o Gráfico 12 apresenta o desempenho da Sadia S/A e da Perdigão

S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008 no índice de margem operacional de lucro sobre

as vendas.

Gráfico 12 – Margem operacional de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A

e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

A margem operacional de lucro sobre as vendas demontra o saldo de lucro

que a empresa obteve após serem descontadas as despesas operacionais que a

empresa gerou naquele período mediante as vendas líquidas do mesmo período. No

caso da Sadia S/A, em 2006, o índice contraído foi de 6,11%, que expressa que

para cada Real disponível em vendas líquidas, cerca de R$ 0,06 foi o que a empresa

obteve de lucro após descontar as despesas operacionais. O melhor resultado da

empresa foi no ano de 2007, onde alcançou um índice de margem operacional de

9,96%, que quer dizer que a empresa conseguiu cerca de R$ 0,10 de lucro

operacional para cada R$ 1,00 de vendas líquidas. O pior ano para a Sadia S/A foi o

de 2008, onde seu índice caiu para -29,81%, o que significa que para cada Real que

a empresa ganhou em vendas líquidas, teve um prejuízo de aproximadamente R$

0,30 após o desconto das despesas operacionais. A principal despesa operacional

6.11%

9.96%

-29.81%

1.55%

6.09%

-1.19%

-35.00%

-30.00%

-25.00%

-20.00%

-15.00%

-10.00%

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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que ocasionou a queda do índice da empresa foi a despesa financeira, que nos anos

de 2006 e 2007 alcançaram lucros, e em 2008 ocorreu um prejuízo de quase 4

bilhões nessa conta.

Já a Perdigão S/A, em 2006, conseguiu um índice de 1,55%, onde para cada

Real lucrado com as vendas líquidas, restaram cerca de R$ 0,01 após o desconto

das despesas operacionais. O melhor resultado da empresa foi no ano de 2007,

onde a margem alcançada foi de 6,09%, cerca de R$ 0,06 de lucro após o desconto

das despesas operacionais por Real de venda líquida. O pior resultado da Perdigão

foi no ano de 2008, quando alcançou um índice de -1,19%, que demonstra que para

cada Real que a empresa obteve de lucro líquido, após descontar as despesas

operacionais amargou um prejuízo de cerca de R$ 0,01.

Elaborando um confronto entre as duas empresas, pode-se afirmar que a

Perdigão S/A obteve piores resultados perante a Sadia S/A nos anos de 2006 e

2007, alcançando um melhor índice que ela apenas em 2008.

Abaixo, o Gráfico 13 apresenta o último índice de rentabilidade do grupo, a

margem líquida de lucro sobre as vendas, das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A,

referente aos anos de 2006, 2007 e 2008.

Gráfico 13 – Margem líquida de lucro sobre as vendas das empresas Sadia S/A e

Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

5.48%

8.82%

-23.16%

2.25%

4.84%

0.48%

-25.00%

-20.00%

-15.00%

-10.00%

-5.00%

0.00%

5.00%

10.00%

15.00%

2006 2007 2008 SADIA

PERDIGÃO

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O índice ou margem líquida de lucro sobre as vendas é o mais representativo

entre as masrgens de lucro, pois ele é que pondera o lucro final que a empresa

obteve após todos os descontos aplicados. Em 2006, a Sadia S/A alcançou uma

margem de 5,48%, que representa cerca de R$ 0,05 de lucro líquido por Real de

vendas líquidas. O ano de 2007 foi o melhor para a empresa, onde a margem

alcançada foi de 8,82%que significa que para cada Real obtido em vendas líquidas a

organização conseguiu realizar um lucro final de cerca de R$ 0,09. Porém em 2008

a situação ficou altamente desfavorável para a empresa, porque o índice obtido foi

de -23,16%, que concebe em torno de R$ 0,23 de prejuízo para cada R$ 1,00 de

vendas líquidas. O principal fator deste índice ser negativo foi o aumento das

despesas financeiras no ano de 2008 em praticamente 30 vezes mais do que no ano

anterior, 2007.

Em compensação a Sadia S/A obteve índices mais estáveis: em 2006, atingiu

a margem de 2,25%, que representa que para cada Real que a empresa lucrou nas

vendas líquidas, restaram uma diferença de lucro líquido (final) de cerca de R$ 0,02.

O melhor resultado da empresa foi no ano de 2007, onde o índice foi de 4,84%, por

volta de R$ 0,05 de lucro líquido por R$ 1,00 de vendas líquidas. O pior resultado da

organização foi no ano de 2008, onde o índice obtido foi de 0,48%, menos de R$

0,01 de lucro para cada Real de vendas líquidas.

Comparando os índices das duas empresas, pode-se assegurar que a Sadia

S/A alcançou melhores margens líquidas de lucro sobre as vendas nos anos de

2006 e 2007, restando o melhor desempenho de 2008 para a Perdigão S/A.

A seguir, o Gráfico 14 presta os índices de giro do ativo da Sadia S/A e

Perdigão S/A nos anos de 2006, 2007 e 2008.

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86

Gráfico 14 – Índice de giro do ativo das empresas Sadia S/A e Perdigão S/A

Fonte: Dados primários

O giro do ativo mensura quantas vezes o ativo operacional se renovou

durante o exercício, pois compara as vendas líquidas com o ativo médio, e quanto

maior o índice, mais giro do ativo a empresa teve, dessa forma, quanto maior, mais

vantajoso é para a empresa. A Sadia obteve no decorrer do ano baixos giros, em

2006, seu melhor ano, girou apenas 0,5 dos ativos perante as vendas líquidas, ou

seja, apenas metade dos seus ativos se movimentaram naquele ano. O pior

desempenho a empresa amargou em 2007, onde 0,20 vezes seu ativo girou durante

o período, ou seja, 1/5 do ativo apenas girou naquele exercício. Em 2008, houve

uma pequena melhora, com índice de 0,24 de giro, o que representa um giro de

quase 1/4 do ativo naquele ano.

A Perdigão obteve um bom giro em 2006, seu melhor ano: 1,08 vezes os

ativos se renovaram no período. Em 2007 obteve seu pior índice, 0,29 de giro,

aproximadamente 1/3 de seu ativo girou naquele ano. Já em 2008 o índice

aumentou um pouco, cegando à 0,32, mas permanecendo em um giro de

praticamente 1/3 do ativo.

No giro do ativo a empresa Perdigão foi unânime nos três anos analisados,

em comparação com a Sadia S/A, obtendo o melhor giro em 2006, 2007 e 2008.

4.3 Histórico da fusão entre Sadia S/A e Perdigão S/A

0.50

0.20 0.24

1.08

0.29 0.32

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

2006 2007 2008

SADIA

PERDIGÃO

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A fim de alcançar o terceiro objetivo proposto na metodologia, foram utilizados

alguns trechos de reportagens, tanto do instrumento Internet quanto de revistas,

para observar os dados apresentados pela mídia.

Tudo começou quando “a Sadia informou [...] prejuízo líquido [...] com perdas

de R$ 2,5 bilhões, em função de suas operações cambiais. Em 2007, a companhia

havia registrado lucro líquido de R$ 768.348 milhões.” (FOLHA ONLINE, [2009]).

Para Malvessi (2009) esse prejuízo financeiro da Sadia não foi causa apenas

da crise financeira ou do departamento da empresa atrapalhado, e sim de “uma

estratégia deliberada, com origem na cúpula da empresa.”. Afirma que a empresa

mantinha alto índice de lucro gerado em transações financeiras, ficando um pouco

mais da metade do lucro gerado de sua atividade principal.

Em contrapartida, a Perdigão já vinha se preparando com precauções para

enfrentar a crise. Em reportagem de Mano (2009a), José Antônio Fay, Presidente da

Perdigão, afirmou que elaborou seis planejamentos estratégicos diferentes para o

ano de 2009, sendo que em anos anteriores eram elaborados dois, isso quer dizer

que para responder a crise, a empresa triplicou as alternativas de possíveis rumos

para a Perdigão.

Com o prejuízo, algo precisava ser feito. Luis Fernando Furlan, presidente do

conselho de administração da Sadia, buscou caminhos mantendo conversas com os

fundos de private equity Gávea, Tarpon, Advent e Angra Partners, solicitou ao

BNDES de 1 bilhão de Reais e analisou propostas da JBS-Friboi e da Tyson Foods

sem acordo. Foi então que resolveu que a melhor alternativa para a crise seria ceder

à fusão com a Perdigão. (MEYER, 2009).

Com a fusão, ficou acordado entre as empresas que 32% da participação da

empresa seria dos acionostas da Sadia e 68% para os controladores da Perdigão.

(MELLO, 2009c).

Para tanto, a fusão só seria concretizada se o CADE (Conselho Administrativo

de Defesa Econômica) assinasse o acordo entra as empresas. O CADE concordou

autorizar a fusão, com algumas ressalvas. A principal delas permitia a Perdigão a

fazer a reestruturação financeira da Sadia, com um conjunto de regras. (SOBRAL,

2009).

Especialistas afirmam que a fusão seria sim uma boa alternativa para as duas

organizações. De acordo com a corretora Brascan (apud SOUZA, 2009) os ganhos

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de sinergia atingiriam 2,2 bilhões de Reais, e o valor de mercado das duas

empresas fundidas teriam seria 23,4% superior ao atual.

Os executivos das companhias anunciaram durante a fusão que a nova

empresa, Brasil Foods, poderia disponibilizar aproximadamente 2,5 bilhões de reais,

anteriormente obtidos por vendas de ações, para melhorar a saúde financeira da

Sadia S/A. Esse dinheiro seria especialmente utilizado em quitação das dívidas de

curto prazo da empresa. (SAMORA, 2009).

Souza (2009) apresenta como principais números da fusão um domínio de

mais de 50% de múltiplos seguimentos de alimentos no mercado brasileiro, sendo

que os principais produtos apresentariam margens bem elevadas: massas

industrializadas representariam 88% da participação do mercado; carnes

congeladas, 70%; pizzas semiprontas conceberiam 67%; e o valor dos alimentos

industrializados em geral ficaria com 53% da fatia de mercado.

A corretora Santander (apud SOUZA, 2009) analisa por outro ângulo,

afirmando que “as maiores sinergias estariam principalmente nas operações de

logística e transporte, trazendo maior eficiência na distribuição dos produtos.”

O analista da Link investimentos, Rafael Cintra (apud SOUZA, 2009) garante

que o maior benefício que a empresa ganhará será no ganho de escala em

conseqüência do maior poder de barganha, o que poderia fazer com que a empresa

disponibilizasse maior flexibilidade em suas políticas de preço.

Confirma a afirmação acima mencionada a Fusão de Sadia e Perdigão

([2009]), que garante que, após o processo de fusão implementado “a previsão é de

que possa gerar uma economia de até R$ 4 bilhões, o que, segundo os executivos,

vai também permitir que a empresa baixe o preço de alguns produtos, ganhando

novos mercados no país.”

Não só no âmbito nacional haveria reflexos da fusão, pois como alega Mello

(2009b), a nova empresa Brasil Foods começa atuando em 110 países, sendo que

42% da produção da empresa se destinaria a esse público externo.

Corrobora Souza (2009), afirmando que

A fusão Sadia-Perdigão poderia dar origem à maior processadora de

carne de frango do mundo em faturamento, segundo levantamento

da consultoria Economática. Somando os resultados das duas

empresas em 12 meses até setembro de 2008, a receita líquida de

ambas ficaria próxima a 9,5 bilhões de dólares, quantia acima dos

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8,52 bilhões de dólares contabilizados pela líder mundial no

segmento de aves, a Pilgrim's Pride.

Em entrevista com Marcos Pó, assessor técnico do Instituto Brasileiro de

Defesa do Consumidor, Mello (2009a) revela o pessimismo do entrevistado acerca

da fusão da Sadia e da Perdigão. Para ele, o bem do consumidor não é o fator

relevante em uma junção, e sim a geração de lucro; e a fusão poderia provocar um

“aumento dos preços e queda na qualidade dos produtos, já que diminui a

concorrência.”.

Apesar de ser julgada uma fusão entre iguais, existem indícios de que quem

vai segurar as rédeas da empresa é mesmo a Perdigão. Além de maior parte das

ações, a Perdigão manteve mais funcionários nos conselhos administrativos do que

a Sadia, e no dia 2 do mês de setembro de 2009 o até então Presidente da Sadia se

desligou da empresa, deixando seus funcionários desamparados e todos com a

sensação cada vez maior de que a BR Foods caminha para se tornar uma grande

Perdigão. (MANO, 2009b).

Como forma de comparativo, a seguir encontram-se algumas imagens com

dados atraentes da Sadia e da Perdigão perante a fusão.

A Figura 38 traz um comparativo tanto de valor das vendas brutas como valor

em exportação que as empresas Sadia e Perdigão atingiram nos anos de 2007 e

2008.

Figura 38 – Comparativo de vendas e exportações da Sadia e Perdigão.

Fonte: Fusão de Sadia e Perdigão, [2009].

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90

Já a Figura 39 demonstra os valores das duas empresas nos anos de 2007 e

2008 a respeito do investimento realizado e o valor de mercado.

Figura 39: Comparativo de investimento e valor de mercado da Sadia e Perdigão.

Fonte: Fusão de Sadia e Perdigão, [2009].

A figura 40, a seguir, apresenta graficamente os números de funcionários e

unidades industriais que a Sadia e Perdigão mantiveram nos anos de 2007 e 2008.

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91

Figura 40 – Comparativo do número de funcionários e unidades industriais da Sadia e

Perdigão.

Fonte: Fusão de Sadia e Perdigão, [2009].

Por fim, a última figura, 41, mostra o lucro líquido alcançado pelas duas

organizações nos anos de 2007 e 2008.

Figura 41 – Comparativo do lucro líquido da Sadia e Perdigão.

Fonte: Fusão de Sadia e Perdigão, [2009].

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92

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao observar os históricos das duas empresas, podemos perceber pontos que

favorecem a Perdigão em alguns aspectos. O primeiro deles é que a Perdigão

iniciou suas atividades em 1934, e a sua concorrente, Sadia, só iniciou suas

atividades 10 anos após, em 1944. Como forma de comparativo a fim de demonstrar

essa vantagem, um ano após a abertura da Sadia, 1945, a Perdigão já havia se

tornado uma Sociedade Anônima, e já detinha em seu poder além do armazém de

secos e molhados que deu origem a empresa, um abatedouro e fábrica de derivados

suínos e um curtume, enquanto a rival só continha um pequeno moinho e um

inacabado frigorífico de suínos. O segundo é que a fundação da Sadia foi realizada

apenas por Atíllio Fontana, e a Perdigão pelas famílias Ponzoni e Brandalise, o que

gera certa vantagem para a Perdigão, pois desde seu início mais pessoas

administram a empresa, fazendo com que vários pontos de vista sejam analisados

antes de qualquer tomada de decisão, em contrapartida a Sadia tinha apenas um

ponto de vista em frente às resoluções do seu único administrador. Outro aspecto

que se pode considerar como vantagem para a Perdigão é que a administração

deixou de ser familiar e passou a ser profissional em 1994, o que não aconteceu

com a Sadia, que até o momento da fusão mantinha os sucessores de Fontana na

administração. Como última consideração sobre os históricos pode-se perceber que

no decorrer dos anos, as duas empresas adquiriram muitas outras menores, porém

a Perdigão procurou sempre adquirir empresas que tivessem um elo muito forte com

a atividade alimentícia, se desfazendo daquelas que não condiziam com a atividade

principal da organização, e essa seleção mais criteriosa não pode ser percebida nas

práticas da Sadia.

Considerando os índices financeiros, o grupo de liquidez apresenta uma

realidade que tem haver com a causa do prejuízo amargado pela Sadia, os

derivativos cambiais. Ao investir parte de seu ativo em derivativos, o balanço

patrimonial considera-os em seus ativos como aplicações financeiras, o que justifica

a empresa alcançar melhores índices em liquidez imediata, já que esse investimento

estaria “disponível” como circulante. Porém a Perdigão, em liquidez geral, sempre

esteve à frente da Sadia, mantendo índices desejáveis ao comparar seus ativos

totais e passivos totais, o que é mais interessante para a empresa. Outro grupo que

aponta a vantagem do aproveitamento financeiro da Perdigão é o de rentabilidade,

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onde em liquidez bruta, mesmo praticando preços de mercado mais baixos que a

Sadia, a Perdigão obtém melhores índices em 2006 e 2007, ficando abaixo de sua

concorrente em 2008 por um valor quase nulo: 0,19%; isso aponta que há uma

eficácia maior da Perdigão em utilizar matérias-primas e mão-de-obra. Porém a

vantagem da Sadia é maior nos anos de 2006 e 2007 tanto na margem operacional

quanto na líquida, fazendo com que o esforço que a Perdigão faz em operações de

custo direto e indireto aos produtos se perde em despesas operacionais e impostos,

juros e dividendos de ações preferenciais.

Já observando o que as reportagens sobre a fusão demonstram, todas elas

apresentam dados concretos sobre a parte financeira da empresa realizada até

2008. Como exemplo pode-se citar a afirmação que Samora faz em sua reportagem,

afirmando que a empresa BR Foods disponibilizaria capital para que a empresa

Sadia pudesse saldar suas dívidas de curto prazo é verdadeira, pois conforme o

Gráfico 6, no ano de 2008, 63,80% de suas dívidas venciam no exercício,

necessitando o pagamento a curto prazo, razão esta pela qual foi disponibilizado a

verba para pagamento. Outra notícia que mostra a veracidade das informações é a

da Folha Online, onde é afirmado que a empresa amargou um prejuízo de 2,5

bilhões de Reais e, no ano anterior, havia obtido um lucro de 768,348 milhões de

Reais, e cruzando essa informação com o Demonstrativo do Resultado do Exercício

(ANEXO B) dos referidos anos encontramos na conta de lucros ou prejuízos

acumulados os valores de R$ 768.348.000,00 para 2007 e (R$ 2.484.834.000,00)

para 2008, o que comprova a coerência da informação transmitida. A justificativa

para que todas as informações sejam coesas com a real situação financeira da

Sadia se dá porque a empresa tem capital aberto, facilitando o acesso a

informações nesse sentido e principalmente porque os sites pesquisados são

confiáveis. É importante ressaltar que os dados já realizados são os que conferem

com a análise financeira elaborada pela autora, mesmo porque as projeções e

expectativas sobre a nova empresa Brasil Foods não tem base de comparação.

Dessa forma, como primeira sugestão de novas pesquisas acredita-se que

seja relevante analisar se as divulgações aqui coletadas no histórico da fusão da BR

Foods se realizarão neste exercício de 2009 e posteriores, bem como ampliação dos

estudos do desempenho da empresa em 2009 perante a fusão. É interessante

também analisar porque os derivativos cambiais manipulados pela Sadia geraram

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94

tamanho prejuízo; e qual seria o valor monetário alcançado com a economia de

escala na fusão das duas empresas.

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ANEXO A

ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

PAPEL DE TRABALHO PARA ANÁLISE

___________________________________________________________________

___________________________________________________________

ETC.T 1 T 2 T 3 T 4PERÍODO

DESCRIÇÃO

Fonte: TREUHERZ, 1999, p. 81

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ANEXO B

BALANÇO E DRE DA SADIA S/A

Grupo 07 - Balanço Patrimonial Consolidado - 01 - Ativo

| 01 - Ativo | 02 - Passivo |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

1 Ativo Total 13.658.991 8.624.919 7.622.550

1.01 Ativo Circulante 7.637.176 4.981.248 4.673.686

1.01.01 Disponibilidades 3.509.328 2.683.550 2.389.236

1.01.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 2.163.998 680.655 466.982

1.01.01.02 Aplicações em Títulos para Negociação 495.654 376.170 220.535

1.01.01.03 Aplicações em Tít. Disponíveis p/ Venda 849.676 1.626.725 1.701.719

1.01.02 Créditos 790.467 486.586 678.598

1.01.02.01 Clientes 790.467 486.586 678.598

1.01.02.02 Créditos Diversos 0 0 0

1.01.03 Estoques 1.851.020 1.168.936 1.084.454

1.01.04 Outros 1.486.361 642.176 521.398

1.01.04.01 Impostos a Compensar 441.818 325.868 169.347

1.01.04.02 Impostos Diferidos 132.969 35.992 56.545

1.01.04.03 Valores a Receber de Contratos Futuros 813.319 149.675 65.597

1.01.04.04 Outros Créditos 98.255 130.641 229.909

1.02 Ativo Não Circulante 6.021.815 3.643.671 2.948.864

1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.539.782 574.860 559.838

1.02.01.01 Créditos Diversos 1.539.782 574.860 559.838

1.02.01.01.01 Aplicações em Tít. Disponíveis p/ Venda 270.332 180.111 168.289

1.02.01.01.02 Impostos a Compensar 352.168 165.225 162.229

1.02.01.01.03 Impostos Diferidos 728.597 95.375 83.243

1.02.01.01.04 Depósitos Judiciais 41.609 42.004 46.968

1.02.01.01.05 Adiantamento a Fornecedores 61.693 61.753 73.358

1.02.01.01.06 Outros Créditos 85.383 30.392 25.751

1.02.01.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0

1.02.01.02.01 Com Coligadas e Equiparadas 0 0 0

1.02.01.02.02 Com Controladas 0 0 0

1.02.01.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0

1.02.01.03 Outros 0 0 0

1.02.02 Ativo Permanente 4.482.033 3.068.811 2.389.026

1.02.02.01 Investimentos 15.304 2.123 26.760

1.02.02.01.01 Participações Coligadas/Equiparadas 12.898 0 0

1.02.02.01.02 Participações em Controladas 0 0 0

1.02.02.01.03 Outros Investimentos 2.406 2.123 26.760

1.02.02.02 Imobilizado 4.199.901 2.881.748 2.199.399

1.02.02.03 Intangível 138.113 102.368 97.114

1.02.02.04 Diferido 128.715 82.572 65.753

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Grupo 07 - Balanço Patrimonial Consolidado - 02 - Passivo

| 01 - Ativo | 02 - Passivo |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

2 Passivo Total 13.658.991 8.624.919 7.622.550

2.01 Passivo Circulante 8.418.017 2.265.947 2.260.749

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 4.164.391 980.327 1.198.829

2.01.02 Debêntures 0 0 0

2.01.03 Fornecedores 918.687 593.951 503.285

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 57.661 65.859 63.349

2.01.05 Dividendos a Pagar 3.901 135.666 59.420

2.01.06 Provisões 123.029 182.128 129.348

2.01.06.01 Provisões para Férias 113.163 99.782 83.572

2.01.06.02 Participação Empregados nos Resultados 9.866 82.346 45.776

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.01.08 Outros 3.150.348 308.016 306.518

2.01.08.01 Salários e Encargos a Pagar 41.424 32.718 28.861

2.01.08.02 Valores a Pagar de Contratos Futuros 2.777.054 69.274 76.630

2.01.08.03 Impostos Diferidos 12.907 10.969 18.355

2.01.08.04 Outras Obrigações 318.963 195.055 182.672

2.02 Passivo Não Circulante 4.776.135 3.140.537 2.918.184

2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 4.776.135 3.140.537 2.918.184

2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 4.384.745 2.688.115 2.670.969

2.02.01.02 Debêntures 0 0 0

2.02.01.03 Provisões 181.879 188.975 144.267

2.02.01.03.01 Plano de Benefícios a Empregados 118.295 107.418 96.178

2.02.01.03.02 Contingências 55.517 66.794 44.765

2.02.01.03.03 Plano de Outorga Opções Compra de Ações 8.067 14.763 3.324

2.02.01.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.02.01.05 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

2.02.01.06 Outros 209.511 263.447 102.948

2.02.01.06.01 Impostos Diferidos 120.931 216.607 76.369

2.02.01.06.02 Outras Obrigações 88.580 46.840 19.930

2.02.01.06.03 Valores a Pagar de Contratos Futuros 0 0 6.649

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0

2.04 Part. de Acionistas Não Controladores 53.955 34.599 964

2.05 Patrimônio Líquido 410.884 3.183.836 2.442.653

2.05.01 Capital Social Realizado 2.000.000 2.000.000 1.500.000

2.05.02 Reservas de Capital 0 1.650 289

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0

2.05.03.02 Controladas/Coligadas e Equiparadas 0 0 0

2.05.04 Reservas de Lucro (97.064) 896.710 966.089

2.05.04.01 Legal 0 72.238 74.839

2.05.04.02 Estatutária 0 908.590 924.591

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0

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104

2.05.04.05 Retenção de Lucros 0 0 0

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro (97.064) (84.118) (33.341)

2.05.04.07.01 Ações em Tesouraria (97.064) (84.118) (33.341)

2.05.05 Ajustes de Avaliação Patrimonial 33.276 228.830 0

2.05.05.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 44.994 228.830 0

2.05.05.02 Ajustes Acumulados de Conversão (11.718) 0 0

2.05.05.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0

2.05.06 Lucros/Prejuízos Acumulados (1.525.328) 56.646 (23.725)

2.05.07 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

Grupo 08 - Demonstração do Resultado Consolidado - 01 - Demonstração do Resultado

| 01 - Demonstração do Resultado | 02 - Lucro ou Prejuízo por Ação |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 01/01/2008 a 31/12/2008

01/01/2007 a 31/12/2007

01/01/2006 a 31/12/2006

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 12.191.896 9.909.973 7.940.480

3.01.01 Mercado Interno 6.606.836 5.319.918 4.482.017

3.01.02 Mercado Externo 5.585.060 4.590.055 3.458.463

3.02 Deduções da Receita Bruta (1.463.254) (1.201.832) (1.063.779)

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 10.728.642 8.708.141 6.876.701

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (8.109.377) (6.312.130) (5.185.217)

3.05 Resultado Bruto 2.619.265 2.396.011 1.691.484

3.06 Despesas/Receitas Operacionais (5.817.115) (1.528.707) (1.271.047)

3.06.01 Com Vendas (1.727.067) (1.464.262) (1.286.994)

3.06.02 Gerais e Administrativas (159.362) (113.521) (71.262)

3.06.02.01 Gerais e Administrativas (139.197) (97.088) (57.251)

3.06.02.02 Honorários de Administradores (20.165) (16.433) (14.011)

3.06.03 Financeiras (3.892.336) 132.042 59.871

3.06.03.01 Receitas Financeiras 0 132.042 59.871

3.06.03.02 Despesas Financeiras (3.892.336) 0 0

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 0 0 58.877

3.06.05 Outras Despesas Operacionais (35.423) (87.932) (48.349)

3.06.05.01 Participação Empregados nos Resultados (17.833) (83.128) (48.349)

3.06.05.02 Outros Resultados Operacionais (5.901) 8.352 0

3.06.05.03 Resultados Não Recorrentes (11.689) (13.156) 0

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial (2.927) 4.966 16.810

3.07 Resultado Operacional (3.197.850) 867.304 420.437

3.08 Resultado Não Operacional 0 0 (5.783)

3.08.01 Receitas 0 0 0

3.08.02 Despesas 0 0 (5.783)

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações (3.197.850) 867.304 414.654

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social (26.475) (76.581) (10.967)

3.11 IR Diferido 729.233 (23.391) (28.205)

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105

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0

3.12.01 Participações 0 0 0

3.12.02 Contribuições 0 0 0

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0

3.14 Part. de Acionistas Não Controladores 10.258 1.016 1.106

3.15 Lucro/Prejuízo do Período (2.484.834) 768.348 376.588

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106

ANEXO C

BALANÇO E DRE DA PERDIGÃO S/A

Grupo 07 - Balanço Patrimonial Consolidado - 01 - Ativo

| 01 - Ativo | 02 - Passivo |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

1 Ativo Total 11.219.547 6.543.311 4.829.416

1.01 Ativo Circulante 5.985.143 3.768.208 2.751.546

1.01.01 Disponibilidades 1.976.004 1.773.656 1.120.495

1.01.01.01 Caixa e Equivalente a Caixa 1.233.455 1.108.028 336.565

1.01.01.02 Aplicações Financeiras 742.549 665.628 783.930

1.01.02 Créditos 1.378.046 803.938 701.584

1.01.02.01 Clientes 1.378.046 803.938 701.584

1.01.02.02 Créditos Diversos 0 0 0

1.01.03 Estoques 1.688.995 865.147 643.167

1.01.04 Outros 942.098 325.467 286.300

1.01.04.01 Impostos a Recuperar 576.337 174.402 146.907

1.01.04.02 Impostos Diferidos 127.262 35.335 44.177

1.01.04.03 Titulos a Receber 48.746 18.455 21.253

1.01.04.04 Outros Direitos 121.618 65.391 45.964

1.01.04.05 Despesas Antecipadas 68.135 31.884 27.999

1.02 Ativo Não Circulante 5.234.404 2.775.103 2.077.870

1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 597.134 254.318 238.705

1.02.01.01 Créditos Diversos 11.578 11.826 11.427

1.02.01.01.01 Clientes 11.578 11.826 11.427

1.02.01.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0

1.02.01.02.01 Com Coligadas e Equiparadas 0 0 0

1.02.01.02.02 Com Controladas 0 0 0

1.02.01.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0

1.02.01.03 Outros 585.556 242.492 227.278

1.02.01.03.01 Aplicações Financeiras 155 63.292 80.046

1.02.01.03.02 Impostos a Recuperar 147.490 33.504 38.167

1.02.01.03.03 Impostos Diferidos 323.399 77.870 49.476

1.02.01.03.04 Titulos a Receber 54.889 43.990 44.287

1.02.01.03.05 Depositos Judiciais 23.313 14.015 13.005

1.02.01.03.06 Outros Direitos 29.017 7.972 2.297

1.02.01.03.07 Despesas Antecipadas 1.523 1.849 0

1.02.01.03.08 Bens Destinados a Venda 5.770 0 0

1.02.02 Ativo Permanente 4.637.270 2.520.785 1.839.165

1.02.02.01 Investimentos 1.028 1.020 1.020

1.02.02.01.01 Participações Coligadas/Equiparadas 0 0 0

1.02.02.01.02 Participações em Controladas 0 0 0

1.02.02.01.03 Outros Investimentos 1.028 1.020 1.020

1.02.02.02 Imobilizado 2.918.458 2.136.918 1.663.829

1.02.02.03 Intangível 1.545.732 269.559 84.506

1.02.02.04 Diferido 172.052 113.288 89.810

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107

Grupo 07 - Balanço Patrimonial Consolidado - 02 - Passivo

| 01 - Ativo | 02 - Passivo |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

2 Passivo Total 11.219.547 6.543.311 4.829.416

2.01 Passivo Circulante 3.080.860 1.941.278 1.251.553

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 1.642.221 1.051.794 546.979

2.01.02 Debêntures 4.185 0 0

2.01.03 Fornecedores 1.083.385 575.603 486.562

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 100.873 55.491 47.298

2.01.04.01 Obrigações Tributarias 66.578 29.797 25.016

2.01.04.02 Contribuições Sociais 34.295 25.694 22.282

2.01.05 Dividendos a Pagar 32 44 4.212

2.01.06 Provisões 104.378 79.834 71.108

2.01.06.01 Provisões para Férias e 13º Salário 104.378 79.834 71.108

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.01.08 Outros 145.786 178.512 95.394

2.01.08.01 Salários a Pagar 34.508 27.240 22.035

2.01.08.02 Juros Sobre Capital Próprio 23.295 58.394 31.779

2.01.08.03 Participações a Pagar 17.893 35.156 14.491

2.01.08.04 Outras Obrigações 70.090 57.722 27.089

2.02 Passivo Não Circulante 4.027.373 1.376.054 1.433.981

2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 4.027.373 1.376.054 1.433.981

2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 3.717.616 1.214.069 1.287.073

2.02.01.02 Debêntures 2.076 0 0

2.02.01.03 Provisões 186.362 124.360 118.900

2.02.01.03.01 Provisões para Contingencias 186.362 124.360 118.900

2.02.01.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.02.01.05 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

2.02.01.06 Outros 121.319 37.625 28.008

2.02.01.06.01 Obrigações Sociais e Tributárias 20.056 4.421 2.290

2.02.01.06.02 Impostos Diferidos 68.957 30.171 24.844

2.02.01.06.03 Outras Obrigações 32.306 3.033 874

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0

2.04 Part. de Acionistas Não Controladores 696 0 39.010

2.05 Patrimônio Líquido 4.110.618 3.225.979 2.104.872

2.05.01 Capital Social Realizado 3.445.043 2.500.000 1.600.000

2.05.02 Reservas de Capital 0 0 0

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0

2.05.03.02 Controladas/Coligadas e Equiparadas 0 0 0

2.05.04 Reservas de Lucro 703.704 725.979 504.872

2.05.04.01 Legal 66.201 62.340 46.060

2.05.04.02 Estatutária 0 0 0

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0

2.05.04.05 Retenção de Lucros 0 0 0

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 637.503 663.639 458.812

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108

2.05.04.07.01 Reservas para Expansão 505.070 508.140 364.133

2.05.04.07.02 Reserva para Aumento de Capital 160.256 160.256 95.134

2.05.04.07.03 Ações em Tesouraria (815) (815) (815)

2.05.04.07.04 Lucros não Realizados (27.008) (3.942) 360

2.05.05 Ajustes de Avaliação Patrimonial (38.129) 0 0

2.05.05.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0

2.05.05.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0

2.05.05.03 Ajustes de Combinação de Negócios (38.129) 0 0

2.05.06 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0

2.05.07 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

Grupo 08 - Demonstração do Resultado Consolidado - 01 - Demonstração do Resultado

| 01 - Demonstração do Resultado | 02 - Lucro ou Prejuízo por Ação |

(Reais Mil)

Código da Conta

Descrição da Conta 01/01/2008 a 31/12/2008

01/01/2007 a 31/12/2007

01/01/2006 a 31/12/2006

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 13.161.318 7.788.601 6.105.961

3.01.01 Vendas Mercado Interno 8.104.223 4.589.160 3.644.548

3.01.02 Vendas Mercado Externo 5.057.095 3.199.441 2.461.413

3.02 Deduções da Receita Bruta (1.768.288) (1.155.238) (896.203)

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 11.393.030 6.633.363 5.209.758

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (8.634.151) (4.760.088) (3.865.660)

3.05 Resultado Bruto 2.758.879 1.873.275 1.344.098

3.06 Despesas/Receitas Operacionais (2.894.057) (1.469.625) (1.263.596)

3.06.01 Com Vendas (1.891.117) (1.278.973) (1.070.853)

3.06.02 Gerais e Administrativas (159.214) (90.389) (81.833)

3.06.02.01 Administrativas (140.379) (76.872) (72.275)

3.06.02.02 Honorários dos Administradores (18.835) (13.517) (9.558)

3.06.03 Financeiras (630.348) (105.390) (129.327)

3.06.03.01 Receitas Financeiras 616.216 11.035 59.287

3.06.03.02 Despesas Financeiras (1.246.564) (116.425) (188.614)

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 334 33.665 26.406

3.06.05 Outras Despesas Operacionais (213.712) (28.538) (7.989)

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 0

3.07 Resultado Operacional (135.178) 403.650 80.502

3.08 Resultado Não Operacional (48.508) (19.888) (6.177)

3.08.01 Receitas 48.043 9.257 18.970

3.08.02 Despesas (96.551) (29.145) (25.147)

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações (183.686) 383.762 74.325

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social (43.335) (46.305) 26.416

3.11 IR Diferido 298.670 14.225 35.143

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias (16.892) (27.192) (11.510)

3.12.01 Participações (16.892) (27.192) (11.510)

3.12.01.01 Participações dos Funcionarios (13.500) (24.636) (9.934)

3.12.01.02 Participação dos Administradores (3.392) (2.556) (1.576)

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109

3.12.02 Contribuições 0 0 0

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0

3.14 Part. de Acionistas Não Controladores (385) (3.183) (7.121)

3.15 Lucro/Prejuízo do Período 54.372 321.307 117.253