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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO OTÁVIO DOS SANTOS PEREIRA JÚNIOR Proposta de implantação de um sistema de estoque no Bar e Restaurante Nina São José 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

OTÁVIO DOS SANTOS PEREIRA JÚNIOR

Proposta de implantação de um sistema de estoque no Bar e Restaurante Nina

São José 2007

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OTÁVIO DOS SANTOS PEREIRA JÚNIOR

Proposta de implantação de um sistema de estoque no Bar e Restaurante Nina

Trabalho de Conclusão de Curso

projeto de aplicação

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Rosalbo Ferreira

São José 2007

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OTÁVIO DOS SANTOS PEREIRA JÚNIOR

Proposta de implantação de um sistema de estoque no Bar e Restaurante Nina

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração Geral da Universidade do Vale do Itajaí, em

25 de junho de 2007.

Prof (a) MSc. Luciana Merlin Univali CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof (a) Dr. Rosalbo Ferreira Univali CE São José Professor Orientador

Prof (a) Dra. Caroline Costa Masseli Univali CE São José

Membro

Prof (a) Dr. Jairo César Ramos Vieira Univali CE São José

Membro

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Dedico esta monografia a toda minha família e

colegas de faculdade, que colaboraram com a

construção deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a minha família, principalmente meu irmão, pela

compreensão que teve no final do curso. Certamente sem o apoio dele não seria possível a

realização deste estudo. Agradeço a paciência nos dias em que me ausentei do trabalho para

me dedicar à realização da monografia.

Ao orientador e grande mestre Profº Rosalbo Ferreira, que sempre me incentivou. A

ele devo a superação nos momentos difíceis através das palavras amigas e dos ensinamentos.

Aos meus colegas de faculdade, em especial, meus amigos Paulo César Estevinho,

Kacio Flores Jara e Aprígio Borges pela amizade e companheirismo no decorrer do curso.

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As pessoas influenciam-nos, as vozes

comovem-nos, os livros convencem-nos, os feitos

entusiasmam-nos.

(John Henry Newman)

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RESUMO

O estudo tem como tema o controle de estoque e sua relevância para garantir o sucesso

de uma organização, sendo que muitas delas ainda não perceberam que podem obter

significativas economias ao administrarem seus estoques de modo adequado. Dessa forma, o

objetivo da pesquisa é propor a implantação de melhorias no sistema de controle de estoques

do Bar e Restaurante Nina, a qual atual no ramo de alimentação. A relevância da pesquisa está

ligada aos benefícios que a empresa poderá obter por meio da identificação dos problemas de

controle de estoque, permitindo o desenvolvimento de soluções para os mesmos. A

metodologia adotada compreende a pesquisa qualitativa, pois visa analisar qualitativamente os

sistemas relativos ao controle de estoque existentes na atualidade no Bar e Restaurante Nina e

identificar os problemas a ele inerentes com a intenção de propor alternativas de solução aos

mesmos. O Trabalho também constitui como um estudo de caso voltado às características

específicas da empresa em questão. A implantação dos procedimentos de gestão de estoques

propostos deverá beneficiar financeiramente a empresa, a partir do conhecimento dos

instrumentos de controle e armazenagem de estoques, tendo em vista que estes são

instrumentos reguladores no fluxo de vendas da empresa resultando em um bom desempenho

operacional.

Palavras-chave: Implantação, controle, armazenagem.

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ABSTRACT

The study it has as subject the control of supply and its relevance to guarantee the success of

an organization, being that many of them had not yet perceived that its supplies in adequate

way can get significant economies when managing. Of this form, the objective of the research

is to consider the implantation of improvements in the system of control of supplies of the Bar

and Nina Restaurant, which current in the feeding branch. The relevance of the research is on

to the benefits that the company will be able to get by means of the identification of the

problems of supply control, allowing the development of solutions for the same ones. The

adopted methodology understands the qualitative research, therefore it with the intention aims

at qualitatively to analyze the relative systems to the existing control of supply in the present

time in the Bar and Nina Restaurant and to identify to the inherent problems to consider

alternatives of solution to the same ones. The Work also constitutes as a study of case directed

to the specific characteristics of the company in question. The implantation of the procedures

of management of considered supplies will have to benefit the company financially, from the

knowledge of the instruments of control and storage of supplies, in view of that these are

regulating instruments in the flow of vendas of the company resulting in a good operational

performance.

Key-words: Implantation, control, storage.

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Lista de ilustrações

Figura 1 - Frente do Restaurante...............................................................................................36

Figura 2 - Dados da pesquisa ....................................................................................................40

Gráfico 1 - Curva ABC.............................................................................................................26

Gráfico 2 - Dados da pesquisa ..................................................................................................45

Gráfico 3 - Curva ABC.............................................................................................................46

Quadro 1 Classificação dos itens através da curva ABC.......................................................24

Quadro 2 Faixas Limites para curva ABC..........................................................................26

Quadro 3 - gêneros alimentícios ...............................................................................................41

Quadro 4 - Gêneros alimentícios ..............................................................................................41

Organograma 1 Estrutura Orgranizacional ............................................................................37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................10

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA......................................................................11

1.2 OBJETIVOS ...............................................................................................................11

1.2.1. Objetivo geral ...........................................................................................11

1.2.2. Objetivos específicos ................................................................................11

1.3 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................13

2.1 ESTOQUE..................................................................................................................13

2.2 REPOSIÇÕES DE ESTOQUE.........................................................................................15

2.2.1. Sistema duas gavetas ................................................................................16

2.2.2. Sistema de máximos e mínimos................................................................17

2.2.3. Sistema de revisões periódicas .................................................................17

2.2.4. Níveis de Estoque .....................................................................................18

2.2.4.1 Estoque Mínimo ...............................................................................18

2.2.4.2 Estoque Máximo..................................................................................19

2.2.4.3 Ponto de pedido ...................................................................................19

2.3 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................................21

2.3.1. Identificação..............................................................................................21

2.3.2. Codificação ...............................................................................................22

2.3.3. Cadastro ....................................................................................................23

2.3.4. Classificação ABC de Materiais ...............................................................24

2.4 ARMAZENAMENTO...................................................................................................27

2.4.1. Receber .....................................................................................................28

2.4.2. Estocar ......................................................................................................29

2.4.3. Distribuir ...................................................................................................30

2.4.4. Formas de armazenamento .......................................................................31

2.4.5. Leiaute ......................................................................................................32

3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ..........................................................................................33

4 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................................36

4.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ..........................................................................................36

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4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................37

4.3 CONTROLE DE ESTOQUE...........................................................................................38

4.4 NÍVEIS DE ESTOQUE .................................................................................................38

4.5 CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS.......................................................39

4.6 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS .......................................................................39

4.7 ARMAZENAGEM.......................................................................................................39

5 PROPOSTAS E SUGESTÕES ........................................................................................42

5.1 CONTROLE DE ESTOQUE...........................................................................................42

5.2 NÍVEIS DE ESTOQUE .................................................................................................42

5.3 CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS.......................................................43

5.4 CLASSIFICAÇÃO ABC DE MATERIAIS .......................................................................45

5.5 ARMAZENAGEM.......................................................................................................46

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................48

REFERÊNCIAS......................................................................................................................49

ANEXOS..................................................................................................................................53

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente toda empresa busca novas estratégias para se sobressair num ambiente tão

competitivo. Uma delas está ligada diretamente ao controle de estoque que cada organização

realiza.

A previsão de demanda é um fator determinante na administração de materiais para

auxiliar na determinação dos recursos necessários para organização. O mercado está em

constante mudança, fazendo com que administradores obtenham novas previsões em períodos

mais curtos.

Em épocas de alta inflação, manter estoques elevados poderia ser a forma mais

adequada de obter grandes lucros, pois a reposição dava-se sempre a preços bem maiores.

Numa economia mais estável e de baixa inflação, isso não é verdadeiro, e uma boa gestão de

estoques poderá ser a responsável pelo lucro.

O estoque nada mais é, do que um capital imóvel, que a empresa não consegue gira-lo

se a demanda não for satisfatória.

Hoje o mercado possui diversas técnicas para controle de estoque, levando as

organizações a ter, em tempo real, a situação do seu estoque, induzindo seus administradores

a tomar decisões importantíssimas.

Pode-se dizer que boa parte do capital de uma organização está representada por

materiais estocados, dentro dessa teoria podem estabelecer que o objetivo das organizações

seria otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da

empresa, minimizando as necessidades de capital investido.

O avanço da tecnologia e o surgimento de novas técnicas de informação estão levando

seus administradores a ter informações detalhadas não só do estoque, mas também, dos seus

fornecedores, obtendo preços mais acessíveis e diminuindo o excesso de estoque.

A administração de materiais no âmbito organizacional não abrange somente a

racionalização de produtos, mas também a forma correta de armazenamento, a diminuição das

perdas, o contato com fornecedores, entre outros fatores.

Ao procurar-se adequar às mudanças de mercado e para atender de maneira otimizada

a comunidade da Universidade Federal de Santa Catarina e região, o Bar e Restaurante Nina

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que hoje serve aproximadamente 300 refeições/dia, precisa controlar seus estoques de

maneira correta suprindo as necessidades dos clientes.

1.1 Descrição da situação problema

Após realizar o instrumento diagnóstico na empresa Bar e Restaurante Nina, detectou-

se uma deficiência nas atividades de controle de estoque, observando-se que não há um

controle adequado de estoque na mesma. Essas atividades eram feitas de maneira visual,

ocorrendo muitas vezes a falta do produto, até mesmo pelo esquecimento do funcionário em

fazer o pedido ao proprietário, que em seguida efetua junto ao fornecedor. Notou-se também

que não eram realizados inventários de estoques e controle estatísticos sobre os produtos mais

consumidos e produtos que geram maiores lucros. Além disso, percebeu-se que o

envolvimento de vários funcionários acaba tornando a verificação do estoque inadequada.

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

Propor a implantação de melhorias no sistema de controle de estoques do Bar e

Restaurante Nina.

1.2.2. Objetivos específicos

- Identificar o atual sistema de controle de estoque do Bar e Restaurante Nina;

- Estabelecer a melhor forma de reposição de estoques, visando à obtenção de

níveis adequados;

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- Elaborar o cadastro dos produtos utilizados, classificando-os através do sistema

ABC de estoques;

- Definir a forma de otimizar o armazenamento dos produtos.

1.3 Justificativa

Atingir o equilíbrio ideal entre estoque e consumo é a meta primordial e, para tanto, a

gestão se inter-relaciona com as outras atividades afins, no intuito de que as empresas e os

profissionais envolvidos estejam contemplados com uma série de técnicas e rotinas, fazendo

com que todo o gerenciamento de materiais, incluindo-se gestão, compras e armazenagem,

seja considerado como atividade integrante do Sistema de Abastecimento (VIANA, 2002).

Devido ao espaço escasso de estocagem dos produtos e observando que o responsável

pelas compras do Bar e Restaurante Nina tem dificuldades em detectar quais produtos que

realmente são necessários, e quais quantidades que devem ser compradas durante a visita dos

vendedores; e levando em conta que em várias ocasiões comprava-se em demasia ou em

pequenas quantidades e em certos momentos deixava-se de fazer o pedido, vindo a faltar os

produtos durante a produção.

Diante desta constatação, observou-se que seria necessário um controle mais

sistematizado do estoque, visando a necessidade de organizar e controlar os estoques para que

estes fatos não viessem acontecer.

A implementação de melhorias no sistema de controle de estoque do Bar e Restaurante

Nina é oportuna, devido ao surgimento de novos restaurantes na região da UFSC.

O projeto é viável, pois a empresa tem interesse no desenvolvimento do estudo,

disponibilizando os dados e informações necessárias.

A intenção deste trabalho é usá-lo para aplicação na empresa. Além de poder

contribuir para o mundo acadêmico de forma a trazer um caso prático. Para minha vida terei

certeza de que todo o aprendizado acadêmico poderá ser colocado em prática.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Estoque

O estoque pode ser um diferencial para qualquer empresa, desde que atenda aos

objetivos de excelência no atendimento aos clientes e investimento mínimo em estoques, pois

manter um estoque acarreta benefícios, mas também custos. O ideal é manter o equilíbrio

entre a quantidade armazenada e as necessidades de mercado.

Estoque é o acúmulo de materiais ou produtos destinados à produção, manutenção ou

venda. Para empresas prestadoras de serviços, como restaurantes, por exemplo, estoque é

indispensável e assunto que merece muita atenção, devido ao fato de ser formado por

produtos perecíveis e com validade curta. Além do que, estoque significa investimentos,

sendo necessário, portanto, um controle e um gerenciamento adequados. (BERTAGLIA,

2003).

Conforme relata Moreira (1999, p. 463), entende-se por estoque quaisquer

quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum

intervalo de tempo .

Braga (1989, p. 101) também cita os estoques como representantes de uma parcela

significativa do ativo circulante e acredita que eles também provocam custos financeiros e

despesas operacionais. Em pouco tempo pode-se subir o nível de estoques, porém a

eliminação deste excesso poderá levar muitos meses. Nesse período a situação financeira da

empresa poderá sofrer uma deterioração e sua rentabilidade será prejudicada.

Para Slack et al (2002, p. 381), estoque é definido como a acumulação armazenada de

recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, estoque também é usado

para descrever qualquer recurso armazenado.

Martins e Alt (2000, p. 134) explicam que quando a velocidade de entrada dos itens é

maior que a de saída, o nível de estoque aumenta. Se, ao contrário, mais itens são consumidos

do que entram, o estoque diminui. E se a quantidade que é recebida é igual à que é

demandado, o estoque mantém-se constante. A gestão de estoque proporciona a melhora do

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serviço ao cliente, além de proteger a empresa contra incertezas na demanda e no tempo de

entrega dos produtos.

De acordo com Fernandes (1984, p. 2) os estoques destinados à venda são sensíveis às

solicitações impostas pelo mercado e decorrentes das alterações da oferta e da procura e da

capacidade de produção, enquanto os estoques destinados ao consumo interno da empresa são

influenciados pelas necessidades contínuas de produção, manutenção, das oficinas e dos

demais serviços existentes.

Os principais tipos de estoques encontrados dentro de uma empresa são: matérias

primas, produtos em processo, produtos acabados e peças em manutenção segundo Dias

(1997, p. 26):

Matéria prima São os materiais necessários para a produção do produto acabado. Em outras palavras podemos dizer que matérias-primas são todos os materiais que são agregados ao produto acabado.

Produtos em processo Consiste em todos os materiais que

estão sendo usados no processo fabril, ou seja,

são produtos parcialmente acabados que estão

em algum estágio intermediário de produção.

Produtos acabados São itens que já foram produzidos, mais ainda não foram vendidos.

Produtos em manutenção São materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados em manutenção.

Quadro 1: Tipos de Estoque Dias, (1997)

Arnold (1999, p. 29) ressalta que estoques são materiais e suprimentos disponíveis

tanto para venda quanto para o processo produtivo, pois são parte do processo de

planejamento e fornecem uma reserva intermediária para dar conta de diferenças nas taxas de

demanda e de produção.

Araújo (1980, p. 108) acredita que o estoque de uma empresa é a válvula reguladora

entre os abastecedores e os departamentos, seções, setores, etc., que consomem, utilizam, e

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transformam tudo aquilo que é adquirido sendo uma das principais funções dos estoques a

controlar, mantendo o necessário equilíbrio entre as aquisições e as necessidades certas do

consumo.

Com base em Pozo (2004, p. 77), a administração dos estoques é uma ação que sofre

interferência e influência de diversos fatores e que acarreta benefícios, facilidade e pronto

atendimento ao cliente, e custos decorrentes de manter produtos estocados.

2.2 Reposições de estoque

Para Viana (2000, p. 152), um novo pedido de compra de estoques de um material ou

produto deve ser efetuado quando se atinge o nível de reposição (NR). Este ocorre se atinge

determinada quantidade do estoque virtual (estoque real acrescido das quantidades de

encomendas em andamento). Essa quantidade deve garantir o consumo do material durante o

tempo de ressuprimento, de tal modo que o estoque real em declínio não atinja o estoque de

segurança.

Conforme Pozo (2002, p. 59), quando se efetua um pedido de compra, decorre um

espaço de tempo que vai desde o momento de sua solicitação no almoxarifado, colocação do

pedido de compra passando pelo processo de fabricação no fornecedor até o momento em que

se recebe e o lote estiver liberado para produção na fábrica. Esse tempo corresponde ao tempo

de reposição (TR) de estoque de materiais.

Pozo, (2002, p. 59), ainda relata que TR é formado de três elementos, a saber: tempo

para elaborar e confirmar o pedido junto ao fornecedor; tempo que o fornecedor leva para

processar e entregar o pedido; e tempo para processar a liberação do pedido na fábrica para

que os materais sejam empregados na produção.

Da mesma forma Dias (1995, p. 48) esclarece que o tempo de reposição,

[...] é o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser desmembrado e três partes: Emissão do pedido

tempo que leva desde a emissão do pedido de compra até ele chegar ao fornecedor. Preparação do pedido

tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixa-los em condições de serem transportados.

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Transporte

tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela

empresa dos materiais encomendados.

2.2.1. Sistema duas gavetas

No entender de Arnold (1999, p. 334),

[...] o sistema duas gavetas é um modo simples de manter o controle de itens do grupo C. Como estes itens são de pequeno valor, é melhor gastar a mínima quantidade de tempo e dinheiro em seu controle. Entretanto, eles realmente precisam ser controlados e a alguém deve ser atribuída a tarefa de garantir que, quando o estoque de reserva é atingido, um pedido seja emitido. Quando há um esvaziamento de estoque, os itens do grupo C tornam-se do grupo A.

Para entender o funcionamento desse sistema, Dias (1995, p. 115) explica que é

preciso imaginar a existência de duas caixas, A e B. O estoque que inicia sistema é

armazenado em duas caixas ou gavetas, a caixa A tem uma quantidade de material suficiente

para atender ao consumo durante o tempo de reposição, mais o estoque de segurança e, a

caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período. Os materiais que

chegam do almoxarifado são atendidos pela caixa B, então quando a caixa fica vazia, é sinal

de que necessita ser feito outro pedido de compra. Para que o atendimento aos clientes não

seja interrompido, passa a ser utilizado o material da classe A.

Segundo Arnold (1999, p. 334),

[...] há variações desse método, como o método de etiqueta vermelha, em que uma etiqueta é colocada no estoque em um ponto igual ao ponto de pedido. As livrarias freqüentemente utilizam esse método. Uma etiqueta ou cartão é colocado em um livro que está numa pilha, numa posição equivalente à do ponto de pedido. Quando um cliente leva esse livro até o caixa, a loja é prontamente notificada de que é preciso fazer um novo pedido para aquele livro.

O sistema de duas gavetas por ser muito simples pode ser ineficaz em organizações

que exigem relatórios constantes e outras informações precisas que possam ser mais bem

mensuradas por algum tipo de sistema de informações administrado por um software. O

sistema de revisões periódicas é mais complexo que o de duas gavetas podendo satisfazer as

necessidades de organizações que trabalham com um maior número de informações para gerir

os estoques.

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2.2.2. Sistema de máximos e mínimos

Um grande problema enfrentado pelas empresas nos dias atuais é a determinação de

um nível de estoque rentável. Sabemos que os custos de estoques são influenciados por

diversos fatores, tais como volume, disponibilidade, movimentação, mão-de-obra e o próprio

recurso financeiro envolvido, e, dependendo da situação, cada variável tem pesos que podem

ter diversas magnitudes em razão da situação específica. Umas das técnicas utilizadas é o

enfoque da dimensão do lote ecônomico para a manutenção de níveis de estoques satisfatórios

e que denominamos de sistema de máximos e mínimos. (POZO, 2002)

Pozo (2002, p. 59) ainda ressalta que, para podermos administrar de maneira eficaz o

sistema de máximos e mínimo, faz-se necessário calcular o tempo de reposição, o ponto de

pedido e o estoque de segurança.

Para Dias (1995, p. 117) o sistema de máximo e mínimos tem como objetivo

determinar o consumo previsto para o item desejado; fixar o período de consumo previsto em

determinada data; calcular o ponto de pedido em função do tempo de reposição de item pelo

fornecedor; e calcular os estoques mínimos e máximos, bem como os lotes de compra.

2.2.3. Sistema de revisões periódicas

Para Dias (1995, p. 118), o controle dos itens em estoque no sistema das revisões

periódicas é definido com base na reposição do material, periodicamente, em ciclos de tempos

iguais chamados de períodos de revisão. A quantidade pedida será a necessidade da demanda

do próximo período. Mantém também um estoque mínimo de segurança, o qual precisa ser

dimensionado de modo que evite o consumo acima do normal e os atrasos de entrega durante

o período de revisão e tempo de reposição. A analise deverá ser efetuada considerando o

estoque físico existente, o consumo no período, o tempo de reposição e saldo de pedido no

fornecedor do item.

Pozo (2002, p. 81) evidencia que prever o valor do estoque em periodicidade ou

intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado, além de se tomar

as devidas ações quando houver desvios de rota, é fundamental para que não se estabilize o

capital elevado em relação aos estoques. No entanto, a avaliação dos estoques garante que o

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estoque esteja em conformidade com a política da empresa, evitando desperdícios e a falta de

algum produto.

Conforme Ballou (1993, p. 161), o sistema de revisões periódicas, entretanto, deve-se

proceder em relação ao estoque uma avaliação, cujo objetivo principal consiste em controlar a

quantidade de materiais em estoque, tanto o volume físico quanto o financeiro. A avaliação de

estoque anual deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação exata

do material e informações financeiras atualizadas. A avaliação dos estoques inclui o valor das

mercadorias e dos produtos em fabricação ou produtos acabados.

2.2.4. Níveis de Estoque

Nenhuma organização quer sentir o peso do desperdício, partindo deste principio

algumas atuam incansavelmente na mensuração do melhor meio de se evitar o acúmulo de

material em seus estoques como seus excessos, desejando montar um mecanismo ou

ferramenta que possa trazer a segurança de responder a demanda existente.

Para Viana (2002, p. 169), o ideal almejado é o estoque zero , ou seja, transportar

para o fornecedor todos os encargos adivinhos de sua manutenção, como capital imobilizado,

edifícios para armazenagem, máquinas, equipamentos, acessórios, funcionários, etc. .

As organizações através dos níveis e políticas de estoques implantadas, tentam atender

com qualidade a demanda, mas conforme a política utilizada, os níveis de estoque variam,

fazendo com que algumas políticas atendem a um estoque mínimo do material em seu

estoque.

2.2.4.1 Estoque Mínimo

O estoque mínimo do material é observado por muitas organizações, como uma das

partes fundamentais num controle de estoque, por considerarem os riscos de uma eventual

falta, que possa fugir da previsibilidade.

Para Viana (2002, p. 150),

[...] pode-se também chamar este de estoque de segurança que é a quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido

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pelo estoque em declínio, indica a condição critica do material, desencadeando providências, como, por exemplo, a ativação das encomendas em andamento, objetivando evitar a ruptura do estoque. Sua quantidade é calculada em função do nível de atendimento fixado pela empresa, em função da importância operacional e do valor do material, além dos desvios entre consumos estimados e os realizados e o prazo médio de reposição.

Conforme Pozo (2002, p. 61) o estoque mínimo ou de segurança, é uma quantidade

mínima de material que tem que existir no estoque com a função de suprir as necessidades e

cobrir as variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento

pelo fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do produto.

2.2.4.2 Estoque Máximo

Conforme Viana (2002, p. 149), o estoque máximo é a quantidade máxima de estoque

permitida para determinado material. O nível máximo pode ser atingido pelo estoque virtual,

quando da emissão do pedido de compra. Com isso, sua finalidade é indicar a quantidade de

ressuprimento, por meio da análise do estoque virtual.

Para Pozo (2002, p. 60), o estoque máximo é o resultado da soma do estoque de

segurança com o lote de compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado de

forma que seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque de segurança com o

lote em uma valor que seja suficiente para suportar variações normais de estoque, deixando

margem que assegure, a cada novo lote, que o nível máximo de estoque não cresça e onere os

custos de manutenção.

2.2.4.3 Ponto de pedido

O ponto de pedido é fundamental para a manutenção do estoque, pois ele que

determinará quando o pedido de compra será efetuado para que não haja falta de material.

Pozo (2002, p. 59) sustenta que o ponto de pedido é a quantidade de material que se

tem em estoque, garantindo o processo produtivo para que não sofra problemas de

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continuidade, enquanto aguarda-se a chegada do lote de compra, durante o tempo de

reposição. Com isso, quando um determinado item de estoque atinge seu ponto de pedido,

deve-se fazer o ressuprimento de seu estoque, efetuando-se um pedido de compra. A fórmula

para calcular o ponto de pedido é:

PP = Dm x Ta + Es

Onde: PP= Ponto de pedido em unidades; Dm= Demanda média diária; Ta= Tempo de ressuprimento; Es= Estoque de segurança em unidades.

Gráfico 1: Ponto de Pedido

Em que: tempo de ressuprimento (Ta); estoque de segurança (Es); com o lote de reposição (Q); estoque máximo (Emáx); estoque médio (Em); intervalo de ressuprimento (IP); demanda(D).

Saber o momento ideal para efetuar o ponto de pedido é fundamental para a

organização que possa gerir de forma correta seu estoque, através de sistema de reposição que

possibilitaram as quantidades a serem pedidas de acordo com os objetivos determinados.

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2.3 Classificação de materiais

Uma das atividades mais importantes na administração de materiais é a classificação,

o registro e a codificação de todos os materiais pertencentes à empresa, possibilitando um

controle otimizado do mesmo.

De acordo com Pozo (2002), classificar os bens dentro de sua peculiaridades e funções

tem como finalidade facilitar o processo e posteriormente codificá-los, dar uma numeração

que o identifique quanto ao seu tipo, uso, finalidade, data de aquisição, propriedades e

seqüência de aquisição.

Da mesma forma , Fernandes (1984, p. 162) afirma que a classificação de material

visa estabelecer a identificação, a codificação, o cadastramento e a catalogação de todos os

materiais da empresa, atuando, portanto, como uma função meio destinada ao apoio das

demais atividades de suprimento.

Classificar um material, então, é agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, tipo e

uso etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto não poderá ser

classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo sendo este semelhante. A

classificação, ainda deve ser feita de maneira que cada gênero de um material ocupe seu

respectivo local. Classificar material, em outras palavras significa, ordena-lo segundo critérios

adotados, agrupando-os de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou

dispersão no espaço e alteração na qualidade segundo ( DIAS, 1995 , p. 177 ).

Para Viana (2002), a classificação de materiais é a união de materiais por

características semelhantes. Para obter a maximização no gerenciamento de estoque, é preciso

classifica-los de forma ordenada dentro da empresa. Conseqüentemente, o sistema de

classificação pode servir também, dependendo da situação, de processo de seleção para

identificar e decidir prioridades.

2.3.1. Identificação

De acordo com Ballou (1993, p. 181), os produtos movimentados pelos sistemas são

geralmente identificados pelo nome da marca, nome e localização do fabricante e quantidade

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ou peso do produto embalado. Esse conteúdo de informação é adequado, mas sua forma pode

não ser a melhor para garantir um manuseio eficiente.

Ballou (1993, p. 181) sustenta também, que a tecnologia de computadores pode vir

para revolucionar a identificação de pacotes e acelerar o manuseio.

2.3.2. Codificação

De acordo com Chiavenato (1991, p. 130), a codificação é a apresentação de cada

item, através de um código contendo as informações necessárias e suficientes.

Conforme Viana ( 2002, p. 93 ), as empresas sempre buscaram identificar os materiais,

devido a sua quantidade e variedade. A solução encontrada foi a representação por meio de

um conjunto de símbolos alfanuméricos ou simplesmente numéricos que revelam as

características dos materiais, de maneira racional, metódica e clara, para se transformar em

linguagem universal de materiais na empresa. Por conseguinte, nasceu a codificação, que nada

mais é do que uma variação da classificação de materiais.

Os sistemas de codificação mais utilizados são esclarecidos por Dias (1997, p. 177):

Sistema Alfabético: o material é codificado segundo a letra, sendo utilizando um conjunto de letras suficientes para preencher toda a identificação do material. O sistema alfabético não é muito utilizado hoje, tendo em vista que limita a quantidade de itens além de ser difícil a sua memorização. Sistema Alfanumérico: o material é codificado através de uma combinação de letras e números e permite um número de itens em estoque superior ao sistema alfabético. Normalmente é dividido em grupos e classes, assim:

AJ 2785

Código do indicador

Classe

Grupo

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Sistema Numérico ou Decimal: é o mais utilizado pelas empresas, devido sua simplicidade e com possibilidades de itens em estoques e informações incomensuráveis. Por exemplo:

01

matéria-prima 03 material de escritório

02 óleos, combustíveis e lubrificantes 01 bloco pautado

03 material de escritório 02 - envelopes

04 produtos acabados 03 - lápis

05 material de limpeza 04 papel carta

Da mesma forma, Dias (1997, p. 178), escreve que todos os materiais estão

classificados sob títulos gerais, de acordo com suas características. É uma classificação ampla,

pois cada um dos títulos da classificação geral é submetido a uma nova divisão que

individualiza os materiais. Todavia, esta codificação ainda não é suficiente, por faltar

definição de vários tipos de materiais desses subitens, então é empregada mais uma

codificação definidora:

03 02 envelopes

01

envelopes timbrados 02 envelopes pardos 15x8cm 03 envelopes brancos 35x25

Logo, para referir-se a envelopes timbrados usa-se a codificação 03 02 01.

2.3.3. Cadastro

Para Viana (2002, p. 42), o cadastramento de produtos tem como objetivo cadastrar os

produtos necessários à manutenção e ao desenvolvimento da empresa, o que implica no

reconhecimento de sua classificação, estabelecimento de codificação e determinação da

especificação, tendo como objetivo a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos

procedimentos de administração de materiais.

Segundo Gonçalves (2004, p. 260), o cadastramento de materiais envolve três

operações básicas: a inclusão de um item de material no cadastro de materiais; eventuais

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alterações quando algum item de material tem algumas de suas características alteradas; e a

exclusão, quando um item de material não faz mais parte dos materiais utilizados na empresa.

2.3.4. Classificação ABC de Materiais

Para Araújo (1980, p. 117), a classificação ABC é de real importância, pois é através

dela que pode se racionalizar o controle e ativação dos itens, além de permitir o exato

controle dos itens que realmente necessitam receber atenção especial.

De acordo com Martins e Alt (2000, p. 162), a avaliação ABC é o principal modelo

para analisar estoques. Essa avaliação consiste na verificação, em certo espaço de tempo, do

consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser

classificados em ordem decrescente de importância. Para os principais itens, segundo a ótica

do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens classe A, aos intermediários, itens

classe B, e aos menos importantes, itens classe C. O quadro abaixo (Quadro 2), apresenta de

forma clara como são classificados os itens da curva ABC:

Itens da

classe

A

São os itens mais importantes. É nos itens dessa classe que deve-se tomar as

primeiras decisões sobre os dados levantados e correlacionados em razão de sua

importância monetária, pois geralmente correspondem, em média, a 80% do valor

monetário total e no máximo 20% dos itens estudados.

Itens da

classe B

São os itens intermediários. Os dados aqui ordenados correspondem, em média, a

15% do valor monetário total do estoque e no máximo 30% dos itens estudados, na

maioria dos casos.

Itens

classe C

São os itens de menor importância, embora volumosos em quantidade, mas com

valor monetário resumido, permitindo maior espaço de tempo para sua análise e

tomada de decisão. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A

e B. Geralmente, somente 5% do valor monetário representam esta classe, porém,

mais de 50% dos itens formam sua estrutura.

Quadro 2 Classificação dos itens através da curva ABC. Fonte: Pozo (2004, p.92).

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O capital investido em estoques e os custos operacionais podem ser reduzidos partindo

do propósito de que nem todos os itens constam em estoque merecem a mesma atenção e

precisam de grandes quantidades de estoque. Nestas condição, antes de tomar qualquer

decisão em relação a política deve-se considerar a classificação dos materiais a serem

estocados. (BALLOU, 1995).

Para Viana (2000, p. 64), o sistema ABC, compreende um método cujo fundamento é

aplicável a quaisquer situações em que seja viável estabelecer prioridades, como uma tarefa a

cumprir mais importante que outra, de forma que a soma de algumas partes dessas tarefas ou

obrigações de importância elevada represente, certamente, uma grande parcela das obrigações

totais.

Conforme Pozo (2002, p. 86), o emprego da curva ABC se torna viável, uma vez que

se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, visto que ela

controla de maneira eficaz os itens da classe A, e mais superficialmente, os de classe C. A

classificação ABC é usada em relação a várias unidades de medidas como peso, tempo,

volume, custo unitário, etc.

Pozo (2004, p. 93) descreve os passos para a montagem da curva ABC:

Inicialmente, levantar todos os itens do problema a ser resolvido, com todos os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais; O segundo passo é colocar todos os itens em tabela em ordem decrescente de preços totais e sua somatória total. Essa tabela deve estar composta das seguintes colunas: item, nome ou código da peça, preço unitário, preço total do item, preço acumulado e porcentagem; Dividir cada valor total de cada item pela somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna; Por fim, dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo com a prioridade e o tempo disponível para a tomada de decisão sobre o problema.

Dias (1996, p. 80) interpreta a curva ABC afirmando que os limites de cada classe

estão indicados no eixo horizontal, e no eixo vertical, os percentuais da soma total, isto é, o

valor de consumo total ou número total de itens. O Quadro 3, a seguir, facilita a compreensão:

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A B C

65 75% 15 30% 5 10%

10 20% 20 35% 50 70%

Quadro 3 Faixas

Limites para curva ABC. Fonte: Dias (1996, p. 80)

De acordo com os números da tabela obtém-se a curva ABC representada na Figura 1.

é possível notar que esta curva é essencialmente de natureza não decrescente.

Gráfico 2 - Curva ABC

A curva ABC oferece dados de extrema importância para o gerenciamento dos

estoques, pois a partir do momento em que se conhecem os itens de maior e menor fluxo

pode-se programar os níveis de estoques de alta rotatividade e liquidez.

Classe

Eixo

Ordenadas

Abscissas

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2.4 Armazenamento

A armazenagem envolve detalhes importantes para a manutenção e organização dos

estoques. Pode-se através dela, garantir a qualidade do produto se o mesmo for armazenado

de maneira correta, facilitando o manuseio se for escolhido um layout adequado etc.

O armazenamento compreende a guarda, localização, segurança e preservação dos

materiais adquiridos, produzidos e movimentados por uma empresa, a fim de satisfazer suas

necessidades operacionais, sejam estas de consumo, revenda ou transformação. (SILVA,

1981, p.30).

Para Fernandes (1984, p. 127),

[...] a armazenagem de material deve ser feita segundo determinado preceito e regras básicas, cuja aplicação deve considerar, não somente os aspectos internos e as peculiaridades de cada almoxarifado, mas também, a natureza e o tipo dos materiais cujas características de tamanho, peso, forma, dimensão e uso exijem, na maior parte das vezes, soluções individuais de estocagem.

O armazenamento tem como objetivo utilizar o espaço nas três dimensões de maneira

otimizada. As instalações do armazém devem adaptar-se a movimentação rápida e fácil de

suprimentos desde o recebimento até a expedição. Para Viana (2002, p. 308), alguns cuidados

essenciais devem ser observados, tais como:

Determinação do local, em recinto coberto ou não; Definição adequada do layout; Definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos materiais; Ordem, arrumação e limpeza, de forma constante; Segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc.

Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se:

Máxima utilização do espaço (ocupação do espaço); Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos); Pronto acesso a todos os itens estocados; Boa organização; Satisfação das necessidades dos clientes.

A armazenagem fornece a identificação positiva do item e economiza o tempo, mão-

de-obra e equipamento. O ambiente de armazenagem deve propor uma movimentação rápida

e fácil de suprimentos desde o recebimento até a distribuição. O planejamento de forma

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maximizada ajuda a efetuar a movimentação e a armazenagem eficientes e, no final, resulta

em despesas operacionais menores (MOURA, 1998).

Moura (1998, p. 21) também cita que armazenar é uma função logística que envolve o

tratamento dos materiais entre o tempo de produção e sua venda ou usuário final. Em um

sentido mais prático, armazenar refere-se à estocagem aliada a uma ampla gama de funções

voltadas para a movimentação, tais como:

Consolidar, separar, classificar e preparar as mercadorias para redespacho. A armazenagem tem função de: Criar utilidade de tempo: produtos agrícolas, hortifrutigranjeiro, moda, sazonais, etc; Criar utilidade de localização: Material certo no local certo; Criar utilidade de forma: maturação do produto, melhoria da qualidade (fumo, bebidas, etc).

Martins e Alt (2000, p. 42) entendem que muitas organizações não dispõem de espaço

físico suficiente para comportar estoques elevados, deixando seus administradores

preocupados com seus estoques por não estarem movimentando o dinheiro investido, terão

que se preocupar de como e onde estocar os materiais dentro ou fora da organização.

Os custos da armazenagem e do manuseio de materiais são justificáveis, pois eles

podem suprir os custos de transporte e de produção, ou seja, uma organização pode reduzir

seus custos com produção, pois seus estoques armazenados absorvem flutuações dos níveis de

produção devido a incertezas do processo de manufatura ou a variações de oferta ou demanda

(BALLOU, 1993).

2.4.1. Receber

De acordo com Viana (2002, p. 43), a tarefa de recebimento tem em vista garantir o

rápido desembaraço dos materiais obtidos pela empresa, zelando para que as entradas reflitam

a quantidade estabelecida, no período certo, ao preço contratado e na quantidade especificada

nos pedidos.

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Segundo Castelli (1992), é importante o papel que cabe ao almoxarifado, ele é

responsável pelo recebimento, conferência, estocagem, conservação, distribuição e controle

dos produtos utilizados pelas diversos setores do restaurante .

Já na compreensão de Viana (2002, p. 272) almoxarifado é:

[...] o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política de estoques da empresa.

Dias (1996, p. 136) afirma que para um sistema de almoxarifado ser correto, ele deve

evitar choques e batidas que possam prejudicar a aceitação dos produtos, reduzir perdas

durante o manuseio do material além de conseguir otimizar o processo de movimentação

interna.

2.4.2. Estocar

Para Ballou (1993, p. 204), estoques ajudam a função de marketing vender os produtos

da empresa. Estes podem ser localizados mais próximos aos pontos de venda e com

quantidade mais adequada. Isso é vantajoso para clientes que precisam de disponibilidade

imediata ou tempos de ressuprimento pequenos. Para a empresa fornecedora isso significa

vantagem competitiva e menores custos de vendas perdidas, especialmente para produtos

particularmente elásticos quanto ao nível de serviço.

Martins e Alt (2000, p. 161) sustentam que a localização dos estoques é um modo de

endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados. Com a

automatização dos almoxarifados, o significado de um critério de endereçamento é

imprescindível. Observamos uma das várias maneiras de endereçamento utilizadas:

Endereço: AA.B.C.D.E

Onde: AA É o código do almoxarifado

B Número da rua

C Número da prateleira ou estante

D Posição Vertical

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E Posição horizontal dentro da posição vertical.

Para Ballou (1993, p. 162), existem diversas opções de espaço físico para as

organizações. Essas opções são as seguintes: possuir o depósito, alugar espaço físico, alugar o

depósito e estocar em trânsito.

Ballou (1993, p. 172) também sustenta que o manuseio interno de materiais significa

transportar pequenas quantidades de bens por distâncias pequenas, quando comparadas com

distâncias na movimentação de longo curso executada pelas companhias transportadoras.A

atividade de manuseio deve ser feita de modo rápido e eficaz para que não haja desperdícios.

2.4.3. Distribuir

Para Pozo (2002, p. 177), o canal de distribuição é a estrada pelo qual os produtos

passam, desde o pedido até o cliente final, sendo principalmente os centros distribuidores,

atacadistas e varejistas. Corresponde, portanto, a uma ou mais empresas que participam do

fluxo do produto em toda sua cadeia.

Viana (2002, p. 363) sustenta que a distribuição é a atividade pela qual se efetua a

entrega de seus produtos, estando por conseqüência, intimamente ligada à movimentação e a

transportes.

Já Dias (1993, p. 319) alimenta a idéia de que o sistema de distribuição de produtos de

uma empresa sempre foi importante e complicado, a vista disso, o transporte é um

considerável elemento de custo em toda a atividade industrial e comercial.

Conforme Arnold (1999, p. 375), o canal de distribuição, equivale a uma ou mais

empresas ou indivíduos que participam do fluxo de produtos e/ ou serviços desde a produção

até o cliente final. Algumas vezes, uma empresa entrega diretamente a seus clientes, mas

muitas vezes utiliza outras organizações ou indivíduos para a entrega de seus produtos, pode

dizer que esta atividade é classificada como terceirização. Essas organizações ou indivíduos

são chamados de intermediários. Pode citar como exemplos de intermediários: atacadistas,

agentes, empresas transportadoras e proprietários de depósitos.

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Segundo Bertaglia (2003, p. 30) distribuição é um método que está normalmente

ligado ao movimento de material de um ponto de produção ou armazenagem até o cliente. As

atividades compreendem as funções de gestão e controle de estoque, manuseio de materiais

ou produtos acabados, transporte, armazenagem, administração de pedidos, análises de locais

e redes de distribuição entre outras.

2.4.4. Formas de armazenamento

Para Chiavenato (1991, p. 126), o sistema de estocagem escolhido deve seguir

algumas técnicas imprescindíveis na administração de materiais. As principais técnicas de

estocagem de materiais são: carga unitária, caixas ou gavetas, prateleiras, raques,

empilhamento, e container flexível.

Chiavenato (1991, p. 126), justifica cada uma delas:

A carga unitária é o conjunto de cargas em um recipiente formando um todo único quanto à manipulação, armazenamento ou transporte. Caixas e gavetas são ideais para materiais de pequenas dimensões, como parafuso, arruelas, etc. As prateleiras são apropriadas a materiais de tamanhos diversos e para apoio de gavetas ou caixas padronizadas. Os materiais estocados nos nichos devem ficar identificados e visíveis. Os raques são construídos para acomodar peças longas e estreitas como tubos, barras, tiras de copos descartável, vergalhões etc. O empilhamento trata-se de uma variante da estocagem de caixas para aproveitar ao máximo o espaço vertical. As caixas ou pallets são empilhadas uns sobre os outros, obedecendo a uma distribuição justa de cargas. O container flexível é uma espécie de saco feito com tecido resistente e borracha vulcanizada usado para estocagem e movimentação sólidos a granel e de líquidos.

Conforme Martins e Alt (2000), os armazéns devem permitir que os estoques estejam

nos lugares certos e protegidos de forma adequada para que a armazenagem proporcione um

acesso rápido e adequado aos materiais quando forem solicitados.

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2.4.5. Leiaute

Conforme afirma Viana (2002, p. 309), leiaute pode ser compreendido pro meio das

palavras desenho, esquema, ou seja, é o modo pelo qual ao se inserirem figuras e gravuras

surge uma planta, podendo afirmar que o leiaute é uma maquete no papel.

Para Chiavenato (1991, p. 119), leiaute é a disposição física dos equipamentos,

pessoas e materiais, da maneira mais adequada ao processo produtivo. Isto é, um leiaute

significa a colocação concebível dos diversos elementos combinados para proporcionar a

produção de produtos e serviços.

Existem muito fatores a ser levados em consideração ao projetar o leiaute para uma

instalação. Davis, Aquilano e Chase (2001, p. 263) afirmam que as decisões feitas a essa

altura têm conseqüências em longo prazo, não apenas em termos da capacidade da firma em

atender seus mercados. Logo, é muito importante que a administração dedique tempo

suficiente na identificação adequada e na avaliação de soluções alternativas para fazer o

leiaute da instalação de uma empresa.

Segundo Messias (1989, p. 59), na implantação de um leiaute no armazém é

importante programas o seguinte:

A disponibilidade dos meios e sistemas adequados para facilitar a carga e descarga dos materiais (empilhadeiras, guindastes, carregadores, etc); Portas suficientemente largas; Limite de altura que facilite a carga e descarga; Distância e trânsito dos materiais em veículos.

Para Viana (2002, p. 30),

[...]a realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende muito da existência de um bom leiaute, que determina, tipicamente, o grau de acesso ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do armazém.

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Neste capitulo abordaremos a apresentação dos procedimentos metodológicos a serem

seguidos na realização da pesquisa. De acordo com Severino (2000), a determinação dos

procedimentos metodológicos é fundamental para que uma pesquisa científica possa ser

desenvolvida de forma lógica. A atitude investigativa que é adotada ao estabelecer uma

atividade de pesquisa representa uma forma de desenvolver a construção do conhecimento e

realizar a aprendizagem.

Para Minayo (1993 apud SILVA e MENEZES, 2000 p. 19),

observando de um ponto de vista mais filosófico, considera a pesquisa como atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É

uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. È uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados .

O estudo se configura como uma pesquisa qualitativa, pois visa a analisar

qualitativamente os sistemas relativos ao controle de estoque existentes na atualidade no Bar e

Restaurante Nina e identificar os problemas a ele inerentes com a intenção de propor

alternativas de solução aos mesmos. Na pesquisa qualitativa trabalha-se com fenômenos da

realidade e com o que não pode ser quantificado como valores, interesses, atitudes, crenças,

motivações, enfatizando-se as especificidades de um fenômeno em termos de suas origens e

de sua razão de ser. Roesch (1999, p. 156) sustenta que é uma estratégia de pesquisa que

permite obter conhecimento de primeira mão sobre a realidade social empírica .

Oliveira (1998, p. 115) sustenta que o método qualitativo é aplicado no

desenvolvimento de pesquisas na esfera social, econômica, de comunicação, mercadológicas,

de opinião, de administração, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir a

precisão dos resultados, e evitando com isso distorções de análise e interpretações.

A pesquisa é de natureza descritiva, cujo objetivo primordial baseia-se na descrição

das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de

relações entre variáveis. Segundo Gil (1991, p. 45) a pesquisa descritiva, em geral objetiva

estudar as características de um grupo, bem como levantar opiniões, atitudes e crenças, ou

identificar a associação entre variáveis. Nesta acepção, o presente estudo objetiva relatar as

características e especificidades do sistema de controle de estoque no Bar e Restaurante Nina.

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A respeito dos meios utilizados na pesquisa, destaca-se a pesquisa bibliográfica (dados

secundários). A pesquisa bibliográfica consiste na analise de material já elaborado, formado

principalmente de livros e artigos científicos que tratam do tema gestão ou controle de

estoques. Para Gil (1994, p. 71), o método de estudo bibliográfico abrange o estudo teórico. È

realizado com a finalidade de obter o conhecimento com base em informações já publicadas,

ou seja, levantar dados e analisar o que já foi produzido sobre certo assunto.

Vergara (1998, p. 46), evidencia que a pesquisa bibliográfica é o estudo

sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes

eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral . Essa etapa da pesquisa

proporciona o devido instrumental analítico para a realização do trabalho.

Para obtenção dos dados será usada a entrevista semi-estruturada, que é caracterizada

pela formulação da maioria das perguntas previstas com antecedência e sua localização é

provisoriamente determinada. (Colognese e Mélo, 1998). Na entrevista semi-estruturada o

entrevistador tem participação ativa, apesar de observar um roteiro, ele pode fazer perguntas

adicionais para esclarecer questões para melhor compreender o contexto.

Segundo Roesch (1996), a definição de população é um grupo de pessoas ou

empresas que interessa entrevistar para propósito estudo, neste caso, tem tipo de grupo de

pessoas, tendo em vista que foi feita a entrevista com os funcionários do Bar e Restaurante

Nina, perfazendo um total de cinco pessoas entrevistadas, sendo três funcionários, gerente e

proprietário.

Todos os dados serão analisados e tratados de forma que possam ser confrontados com

a base teórica, com o intuito de obter os resultados esperados pelo pesquisador.

As características e princípios dos estudos de caso, segundo Lüdke e André (1986) se

superpõem às características gerais da pesquisa qualitativa. Destacam-se, entre elas: os

estudos de caso buscam a descoberta, enfatizam a interpretação no contexto onde o caso

acontece, procuram retratar a realidade de maneira completa e profunda, utilizam diversas

fontes de informação, revelam experiência vicária e permitem generalizações naturalísticas,

procuram representar os pontos de vista diferentes e às vezes conflitantes presentes numa

determinada situação, e utilizam uma linguagem e uma forma mais acessível do que os outros

relatórios de pesquisa.

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Por se tratar de um estudo de caso, o acadêmico procura adequar às ferramentas

necessárias para que se estabeleça um plano para controle do estoque presente na empresa, de

forma que o objetivo seja alcançado de forma eficiente.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Histórico da empresa

O Bar e Restaurante Nina começou a atuar em 1967 na região da Universidade Federal

de Santa Catarina, tendo como fundadores Adenide da Costa Machado e Mário João

Machado.

Em 1986, seu sobrinho, André Otávio Pereira, começou a ajudar diretamente no

desenvolvimento da empresa, tornando-se sócio em 1996.

O restaurante atuou dentro da Universidade de 1967 a 1999; devido a perda de uma

licitação, o proprietário deixou o local, passando a exercer a função em frente à Universidade.

Hoje o Bar e Restaurante e Nina possui uma equipe de 12 funcionários divididos em

dois turnos, coordenados pelos irmãos André Otávio Pereira e Otávio dos Santos Pereira

Júnior.

Pode-se dizer que atualmente o Bar e Restaurante Nina possui uma vasta clientela que

é composta de estudantes universitários, servidores públicos e moradores dos bairros

Pantanal, Córrego Grande e Trindade, como também por funcionários de empresas da região.

Figura 1 - Frente do Restaurante Dados da pesquisa

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4.2 Estrutura organizacional

Por se tratar de uma empresa familiar não existe uma estrutura organizacional bem

definida. Sua estrutura é composta pelo proprietário, gerente, cinco atendentes, três

cozinheiros, dois ajudantes de cozinha.

Organograma 1

Estrutura Organizacional

PROPRIETÁRIO

GERENTE

ATENDENTES COZINHEIROS

AJUDANTES

DE COZINHA

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4.3 Controle de estoque

O atual controle de estoque do Bar e Restaurante Nina é executado de maneira visual

aos níveis de estoque, pois quando chega um fornecedor na empresa é realizada uma vistoria

visual no estoque para averiguar os produtos que estão em falta para a realização do pedido.

As vistorias no estoque são feitas pelos funcionários, ocorrendo muito das vezes a falta

do produto, até mesmo pelo esquecimento do funcionário em fazer o pedido ao proprietário,

que em seguida efetua junto ao fornecedor. Além de verificar os produtos em falta, o

funcionário também anota os produtos com prazo de validade expirado ou deteriorado para

realizar a troca. A desorganização na armazenagem, também é um dos fatores que dificulta a

analise do funcionário. Além disso, não são realizados inventários de estoques e controle

estatísticos sobre produtos mais consumidos e produtos que geram maiores lucros. Pode-se

dizer que o envolvimento de várias pessoas acaba tornando a verificação do estoque

inadequada.

Com isso, pode-se notar que a falta de uma administração de materiais bem

estruturada não permite uma segurança nas negociações efetuadas pela empresa, pois a

mesma trabalha de maneira insatisfatória com relação à coordenação e o controle dos

produtos em estoque.

4.4 Níveis de estoque

A regularização dos níveis e políticas de estoque é essencial para a organização, pois

evita rupturas e obsolescência no estoque.

Tendo em vista que a empresa não possui espaço suficiente para armazenar grande

quantidade de produtos, a mesma deverá ter um estoque mínimo dos produtos, levando em

consideração as variáveis para cálculo do mesmo e um estoque máximo para estabelecer o

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máximo de produtos no estoque, que ajudará também na definição posterior do layout do

estoque. Isso poderá proporcionar os níveis de estoque que a organização trabalhará.

4.5 Classificação e codificação de materiais

Atualmente não existe uma classificação atribuída aos produtos, o que dificulta a

armazenagem e a localização dos mesmos. No sistema da empresa os produtos estão

codificados de modo seqüencial, pois foram codificados de acordo com a entrada de produtos

no estoque, assim, a codificação existente não ordena os produtos por grupos e subgrupos.

Desta forma, a identificação de materiais em estoque é ineficaz.

4.6 Classificação ABC de materiais

Esta ferramenta não é utilizada no Bar e Restaurante Nina. A escolha da classificação

ABC de materiais como estrutura de apoio à gestão de estoques na empresa é de real

importância visto que esta classificação permite o um controle dos itens que realmente

necessitam uma especial atenção.

4.7 Armazenagem

No Bar e Restaurante Nina há cinco estantes,um armário para o armazenamento dos

cigarros e um estrado no depósito. Este local é escuro, pouco ventilado, bastante empoeirado.

Além disso, localiza-se próximo ao sanitário, onde o fluxo de funcionários é grande.

O Bar e Restaurante Nina conta também com três freezers verticais e uma geladeira

industrial. Muita das vezes esse número não é suficiente para o armazenamento de todos os

produtos refrigerados adquiridos pela empresa.

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Nota-se na figura abaixo que não existe um padrão para a armazenagem dos produtos,

sendo que no mesmo local está armazenado caixas de cerveja, caixa de frutas e verduras,

fardos de refrigerante e embalagens de isopor.

Figura 2 - Dados da pesquisa Depósito

Na tabela abaixo mostra os gêneros armazenados em temperatura ambiente no Bar e Restaurante Nina.

Gêneros alimentícios Estantes Caixas

Arroz Vinho Colorífero Laranja Macarrão talharim Chá Pepino em conserva

Banana Macarrão espaguete Vinagre Palmito em

conserva Abacaxi

Maisena Aguardente Cebola em conserva

Manga Caldo de carne (pó) Sal Figo em calda Couve-flor Farinha de mandioca Farinha de Trigo Nescau Chuchu Pó para capuccino Trigo para Kibe Ervilha Limão Batata palha Amido de milho Milho Tomate Granola Café Batata Saco Kiwi Feijão Açúcar Melancia Batata Doce Molho para salada Maionese (caixa) Leite Abóbora Molho shoyo Catchup (caixa) Refrigerante

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Molho de pimenta Mostarda (caixa) Água (copo/

garrafa) Óleo de oliva Margarina Ovos

Materiais de limpeza Álcool Naftalina Sabão em pó Água sanitária Esponja de aço Limpa fornos Desinfetante Balde

Descartáveis Copos plásticos Canudos Sacos plásticos Pratos de alumínio Pratos plásticos Guardanapos Palitos Sacos de lixo Papel higiênico Bandeja de isopor Quadro 4 - gêneros alimentícios Dados da pesquisa

Na tabela seguinte estão os gêneros alimentícios armazenados em temperatura de refrigeração ou congelamento no Bar e restaurante Nina.

In natura Pré-preparados Preparados Carnes Mandioca pré-frita Salgados Peixes Polenta pré-frita Salgadinhos miúdos Queijo mussarela Batata pré-frita Presunto Polpa de fruta Molhos Conservas Massa de pastel Massa de lasanha Quadro 5 - Gêneros alimentícios Dados da pesquisa

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5 PROPOSTAS E SUGESTÕES

5.1 Controle de estoque

No que se diz respeito ao controle de estoque do Bar e Restaurante Nina, propõe-se ao

proprietário a aquisição de um software que permita o acesso a várias informações como, por

exemplo, qual o valor de compra de cada produto, quantidade retirada do estoque por dia,

estoque de segurança e ponto de pedido, são fundamentais para a realização de projeções e

para o planejamento das atividades da empresa, possibilitando uma otimização no controle de

estoques.

Este software também permitirá o cadastro de fornecedores, produtos, vendas e outras

informações de caráter financeiro.

O software vai permitir aos funcionários dar informações mais precisas ao proprietário

e a empresa poderá obter maior controle das informações que necessita para o desempenho do

seu dia-a-dia e confiança em seu estoque.

Além disso, recomenda-se que os gêneros ou materiais sejam recebidos no

estabelecimento por funcionário específico, responsável para tal função.

5.2 Níveis de estoque

A organização não possui uma política de reposição de estoque formalizada, sendo

que a política mais adequada para seu perfil seria o sistema de revisão periódica de estoque,

que considerara os estoque existente e a emissão de um pedido referente ao estoque máximo

calculado num intervalo de tempo pré-estabelecido, onde a quantidade a ser pedida será a

diferença entre o estoque máximo e o estoque existente.

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5.3 Classificação e codificação de materiais

Para uma administração de materiais mais eficiente, a literatura pesquisada sugere

classificar e codificar as mercadorias, agrupando-as conforme características semelhantes

formando grupos e subgrupos e atribuindo códigos a estes grupos e subgrupos, de acordo com

o sistema numérico, sendo que a classificação e codificação dos grupos obedeceriam à ordem

de 01 a 99, seus subgrupos de 01 a 99 e finalizando com uma identificação mais precisa, com

o número identificador, que obedecerá a numeração de 01 a 99, conforme a explicação a

seguir:

Código Produtos

01 Bebidas

0101 Refrigerantes

010101 Água Tônica lata

010102 Água Tônica light lata

010103 Pepsi

01010301 Pepsi lata

01010302 Pepsi 600ml

01010303 Pepsi 2L

010104 Pepsi light

01010401 Pepsi light lata

01010402 Pepsi light 600ml

01010403 Pepsi light 2L

010105 Pepsi twist

01010501 Pepsi twist lata

01010502 Pepsi twist 600ml

01010503 Pepsi twist 2L

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010106 Pepsi Twist light

01010601 Pepsi Twist light lata

01010602 Pepsi Twist light 600ml

01010603 Pepsi Twist light 2L

010107 Pepsi X lata

010108 Pepsi Max lata

010109 Soda

01010901 Soda lata

01010902 Soda 600ml

01010903 Soda 2L

010110 Soda light

01011001 Soda light lata

01011002 Soda light 600ml

01011003 Soda light 2L

010111 Sukita

01011101 Sukita lata

01011102 Sukita 600ml

01011103 Sukita 2L

010112 Guaraná

01011201 Guaraná lata

01011202 Guaraná 600ml

01011203 Guaraná 2L

01011204 Guaraná caçulinha

010113 Guaraná light

01011301 Guaraná light lata

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01011302 Guaraná light 600ml

01011303 Guaraná light 2L

Então, como exemplo da codificação citada, se fosse necessário localizar um

refrigerante guaraná 600ml o código seria 01011202, que corresponderia no plano de

codificação, a descrição completa para identificação desta bebida dentre as demais. O restante

da tabela está em anexo.

5.4 Classificação ABC de materiais

A utilização da curva ABC beneficiará a gestão de estoques do Bar e Restaurante Nina

de forma que reduzirá as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois os itens

da classe A serão mais controlados do que os itens de classe C.

De acordo com o gráfico 03, para o desenvolvimento da curva ABC foram analisados

450 itens, sendo 38 itens representantes da categoria A, 97 itens da categoria B, e 315 itens da

categoria C.

Gráfico 3 - Dados da pesquisa

38

97

315

Números de Itens ABC

a

b

c

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Na curva ABC, exibida no gráfico 04, os itens de classe A, que merecem maior

controle no sistema de estoques, representam 8,45% do total de itens. Já os itens de classe B

são 21,55% do total dos itens e os da classe C 70%.

Gráfico 4 - Curva ABC Dados da pesquisa

Conforme visto no gráfico acima, os itens da classe A representam 60% dos

investimentos em estoque do Bar e Restaurante Nina, logo a seguir vêm os itens da classe B

que representam 25%, e os itens de classe C que representam 15% dos investimentos feitos

em estoque.

5.5 Armazenagem

Por se localizar nos fundos do restaurante, propõe-se que a despensa seja próxima a

área de recepção e ser de fácil acesso, evitando a passagem dos atendentes pela cozinha e

tornando a distância menor entre a despensa e os atendentes.

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Sugere-se que os alimentos perecíveis sejam armazenados ou depositados sob

condições de temperatura, umidade, ventilação e iluminação adequadas para sua conservação,

sendo que esses gêneros alimentícios devem ser protegidos obrigatoriamente com invólucros

próprios e adequados para evitar contaminação e perda de produtos.

Para melhor adequação do espaço disponível para o armazenamento de gêneros sob

refrigeração, sugere-se distribuir equilibradamente os alimentos nos equipamentos existentes,

agrupando gêneros semelhantes e elaborando um sistema de identificação e um controle de

entrada e saída.

No caso dos produtos destinados à devolução, devem ser colocados em locais

apropriados, limpos, organizados, identificados e agrupados por fornecedor, desde que não

comprometam a qualidade dos demais produtos armazenados no almoxarifado. Sugere-se que

na ocorrência de devolução do produto os mesmos devem ser colocados em setor separado e

destinados a tal fim por um período em que se determine seu destino.

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6 Considerações finais

Na realização da presente pesquisa foi possível identificar a relevância da realização

de um controle de estoque adequado, tendo em vista facilitar a administração dos produtos e

serviços da empresa. Ao manter um sistema de controle de estoques eficiente, uma empresa

poderá ter exata noção sobre os custos envolvidos no estoque, tomando as medidas

necessárias para reduzir esses custos.

Assim, em conformidade com o disposto na fundamentação teórica e tomando como

base as informações obtidas junto a empresa em estudo, notou-se que o Bar e Restaurante

Nina necessita rever algumas propostas e avaliar algumas mudanças a ser concretizadas para o

melhoramento de seu desempenho.

Além de investir num software para ter um controle do estoque mais eficaz, o bar e

Restaurante Nina precisa rever uma proposta de layout mais adequado, que possa beneficiar a

empresa. A empresa também necessita promover a conscientização dos funcionários sobre sua

responsabilidade na organização do estoque. Em outros termos, o sucesso de um método de

controle de estoques depende, em grande parte, da capacidade dos funcionários em trabalhar

com o método escolhido e de sua colaboração na realização das funções que lhe cabem em

termos de estoques.

Portanto, buscar a atualização e acompanhar o mercado, investindo em cursos,

recursos para melhoria do espaço físico são sugestões que podem ser importantes para a

permanência da empresa no mercado.

No que diz respeito aos objetivos específicos traçados no presente estudo, tem-se que

os mesmos foram satisfeitos no capítulo referente às propostas e sugestões. Os objetivos

específicos eram os seguintes: analisar o atual sistema de controle de estoque do Bar e

Restaurante Nina; estabelecer a melhor forma de reposição de estoques, visando à obtenção

de níveis adequados; elaborar o cadastro dos produtos utilizados, classificando-os através do

sistema ABC de estoques; definir a forma de otimizar o armazenamento dos produtos.

Em relação ao objetivo geral, que consistia em propor a implantação de melhorias no

sistema de controle de estoques do Bar e Restaurante Nina, sugere-se uma avaliação em longo

prazo das melhorias obtidas.

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Anexos

010114 H2OH

010115 Água sem gás

010116 Água com gás

010117 Ice tea limão

010118 Ice tea pêssego

0102 Cervejas

010201 Antarctica

01020101

Antarctica lata

01020102

Antarctica long neck

01020103

Antarctica 600ml

01020104

Antarctica malzbier

01020105

Antarctica malzbier long

neck

010202 Skol

01020201

Skol lata

01020202

Skol long neck

01020203

Skol 473ml

01020204

Skol 600ml

010203 Brahma

01020301

Brahma lata

01020302

Brahma long neck

01020303

Brahma 600ml

01020304

Brahma malzbier

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01020305

Brahma extra

010204 Bohemia

01020401

Bohemia lata

01020402

Bohemia long neck

01020403

Bohemia 600ml

01020404

Bohemia Weiss

010205 Original 600ml

010206 Caracu long neck

010207 Líber long neck

02 Vegetais

0201 Abobrinha

0202 Acelga

0203 Agrião

0204 Alface

0205 Brócolis

0206 Chicoria

0207 Couve

0208 Espinafre

0209 Nabo

0210 Pepino

0211 Pimentão

0212 Rabanete

0213 Repolho

0214 Salsão

0215 Tomate

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0216 Tomate cereja

0217 Abóbora

0218 Berinjela

0219 Beterraba

0220 Cebola

0221 Cenoura

0222 Chuchu

0223 Couve-flor

0224 Vagem

03 Frutas

0301 Abacaxi

0302 Acerola

0303 Banana

0304 Caju

0305 Figo

0306 Kiwi

0307 Laranja

0308 Maçã

0309 Mamão

0310 Manga

0311 Maracujá

0312 Melância

0313 Morango

0314 Uva

0315 Limão

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04 Carnes, leites, queijos e

ovos

0401 Camarão

0402 Carne seca

0403 Fígado

0404 Ostras

0405 Lula

0406 Mortadela

0407 Frango

040701 Frango com osso

040702 Frango sem osso

0408 Lingüiça

040801 Lingüiça paio

040802 Lingüiça calabresa

0409 Ovo de codorna

0410 Ovo de galinha

0411 Peru

0412 Peixe

041201 Pampo

041202 Tainha

041203 Anchova

041204 Pescada

0413 Presunto

0414 Queijo

0415 Requeijão

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0416 Salame

041601 Salame inteiro

041602 Salame fatiado

0417 salsicha

0418 Leite integral

0419 Leite desnatado

05 Gorduras

0501 Azeite

050101 Azeite de oliva

050102 Azeite extra virgem

0502 Azeitona

0503 Bacon

0504 Creme de leite

0505 Maionese

0506 Manteiga

0507 Margarina

0508 Óleo vegetal

06 Condimentos e molhos

0601 Alho

0602 Canela

0603 Cebolinha

0604 Cominho

0605 Cravo

0606 Orégano

0607 Pimenta

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0608 Sal

0609 Salsa

0610 Vinagre

0611 Tempero para salada

07 Descartáveis

0701 Copo plástico

070101 Copo plástico 120ml

070102 Copo plástico 300ml

070103 Copo plástico 500ml

0702 Copo de isopor

070201 Copo de isopor 100ml

070202 Copo de isopor 180ml

0703 Talheres

0704 Marmitex de isopor

070401 Marmitex de isopor nº8

070402 Marmitex de isopor nº9

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