UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Mayara...
Transcript of UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI CENTRO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Mayara...
0
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS
CURSO DE PSICOLOGIA
Angústia existencial: apontamentos logoterapêuticos
MAYARA BERTAMONI
Itajaí
2008
1
MAYARA BERTAMONI
Angústia existencial: apontamentos logoterapêuticos
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do titulo de
Bacharel em Psicologia da Universidade
do Vale do Itajaí
Orientador: Prof.MS. Aurino Ramos Filho.
Itajaí SC, 2008
2
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas que assim
como eu sofrem de angústia existencial e que a cada
momento buscam encontrar um novo sentido para a
sua vida.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que me deu forças para superar todos os obstáculos que surgiram no decorrer do meu Curso. Peço que ilumine os meus caminhos para que eu possa auxiliar ainda mais todas as pessoas que necesitarem da minha compreensão e do meu apoio. Agradeço aos meus pais: Sueli e John Carlos Bertamoni, a meu irmão: Jonathan Bertamoni, a namorada do meu irmão: Daiane Barozzi e demais familiares que de um modo geral, me auxiliaram na efetuação e concretização do meu trabalho. Agradeço a todos os meus profesores e colegas, especialmente as minhas amigas: Cristina de Paula Costa, Marisa de Paula Costa, Sabrina Mallmann e Solange Beatriz Pereira de Sá que sempre estiveram ao meu lado e me apoiaram. Agradeço ao meu orientador MS. Aurino Ramos Filho que primeiramente iria participar da minha banca e neste semestre me orientou e me auxiliou na finalização deste trabalho. Agradeço a profesora: Maria Glória Dittrich que me orientou na primeira parte e agora participará da minha banca assim como também a profesora: Rosita Viggiano que desde o começo, concordou em me avaliar e participar deste meu trabalho.
4
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................5
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................7
2.ANGÚSTIA EXISTENCIAL: PERSPECTIVAS LOGOTERAPÊUTICAS...............9
2.1. A LOGOTERAPIA...........................................................................................11
2.2. VIKTOR EMIL FRANKL: APONTAMENTOS BIOGRÁFICOS........................16
2.3. ANGÚSTIA EXISTENCIAL.............................................................................18
3. COMPREENDER SEGUNDO A LOGOTERAPIA A ORIGEM DA ANGÚSTIA
EXISTENCIAL........................................................................................................20
4. DISCUTIR NA VISÃO DA LOGOTERAPIA, MEIOS PARA ENFRENTAR A
ANGÚSTIA EXISTENCIAL....................................................................................22
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................26
5
TÍTULO DA MONOGRAFIA
Orientador: Aurino Ramos Filho
Defesa: 26 junho de 2008
Resumo:
O tema da pesquisa realizada é angústia existencial, tendo como objetivo geral, pesquisar sobre angústia
existencial na visão de Viktor Frankl e como os objetivos específicos, conceituar o que é angústia existencial
na Logoterapia, conhecer a causa da angústia existencial no ser humano e apresentar, na visão da Logoterapia,
meios de enfrentar a angústia existencial. A pesquisa foi de ordem teórica (bibliográfica) quando se fez a
discussão sobre a angústia existencial na visão da Logoterapia de Viktor Frankl. O conceito de angústia está
ligado basicamente ao comportamento do ser humano e, também, ao seu próprio controle pessoal porque
geralmente se apresenta como um grande vazio existencial, causando com isso diversas dúvidas e culpas na
pessoa. Em relação à visão da Logoterapia, existem três meios de enfrentamento que são indispensáveis na
visão de Frankl: a liberdade, a responsabilidade e a consciência, vividos enquanto angústia existencial.
6
Palavras-chave : [angústia; sentido de vida; logoterapia]
Sub-Área de concentração (CNPq)
Membros da Banca
Maria Glória Dittrich
Professor convidado
Rosita Viggiano
Professor convidado
Aurino Ramos Filho
Professor Orientador
7
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa ocupa-se de investigar sobre a angústia existencial na
abordagem da Logoterapia de Viktor Frankl.
De acordo com o psiquiatra Viktor Frankl e suas idéias sobre a logoterapia,
a questão da angústia existencial está presente nas mais diversas manifestações
do ser humano na sua caminhada de vida.
Na sociedade contemporânea o ser humano encontra-se angustiado pelos
vários impactos que vem vivendo dentro da instabilidade econômica, social,
política e cultural. Tudo isso causa inseguranças no ser humano e logo a
manifestação da angústia diante do futuro.
Este trabalho apresenta alguns meios terapêuticos que tem como principal
finalidade inspirar e ajudar o ser humano a descobrir um sentido para a vida e
também ajuda a identificar o nosso comportamento e a nossa identidade pessoal
diante de vários acontecimentos difíceis e aflitivos que freqüentemente
encontramos e vivenciamos nas diferentes fases da nossa vida.
Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar a angústia existencial
na perspectiva Logoterapêutica, sendo seus objetivos específicos conceituar a
angústia existencial, compreender a origem da angustia existencial e discutir
meios para enfrentar a angustia existencial.
Quando o homem se defronta com diversos momentos difíceis tais como: a
morte, insegurança, solidão, depressão, decepção, indeterminismo social e
pessoal, dentre outros fatores, há uma mudança constante em tentar identificar
qual é o fator determinante que causou tudo isso, e assim, conseguir encontrar
uma resposta mais adequada e eficiente para superar o problema e melhorar a
situação.
Com a ajuda da Logoterapia, a pessoa adquire mais confiança em si
mesma e consegue se libertar da sua angústia existencial, ficando assim mais
sujeita as novas mudanças e transformações no decorrer da sua vida.
8
A relevância desta pesquisa para a pesquisadora exclusivamente está em
oportunizar um referencial teórico significativo que sirva para a sua profissão
futura de psicóloga. Por outro lado estará sendo uma construção teórica para todo
professor ou pesquisador que se interessar pelo assunto da angústia existencial.
9
2 Angústia existencial: perspectivas logoterapêutic as
A angústia é um problema que acomete a maioria das pessoas, causando
conseqüências como dor, sofrimento, desequilíbrio emocional e psicológico, entre
outros.
As causas de um modo geral são definidas como: “grande ansiedade ou
aflição; ânsia e agonia e grande sofrimento ou atribulação.” (Dicionário Aurélio,
2004, p.44)
O conceito de angústia está ligado basicamente ao comportamento do ser
humano e também, ao seu próprio controle pessoal, porque, geralmente se
apresenta como um grande vazio existencial, causando com isso diversas dúvidas
e culpas na pessoa.
Ao tentar solucionar o seu problema sobre a angústia existencial, o
psicólogo austríaco Viktor Frankl que permaneceu três anos preso em um campo
de concentração, desenvolveu a partir da sua experiência e sofrimento, o método
da Logoterapia, que tinha como principal objetivo resgatar nas pessoas o sentido
da vida e entender a angustia existencial.
A Logoterapia é uma ciência onde espera que o homem, por ser uma
pessoa consciente e livre, é incondicionado, contrariando a abordagem
comportamentalista onde acredita que este é o fruto do meio onde vive.
A Logoterapia tem como principal objetivo, estimular o ser humano a buscar
e encontrar um sentido para a vida frente a inúmeras dificuldades e grandes
problemas existenciais que ele vivencia atualmente.
10
O p r o b l e m a d o s e n t i d o da v i d a é u m p r o b l e m a v e r d a d e i r a m en t e h u m a n o q u e o p a c ie n t e l ev a a o t e r a p e u t a c o m o r es u l t a d o d e s u a s l u t a s e a n g ú s t i as e x i s t e n c i a i s ; n u n c a d e v e s e r i n t e r p r e t a d o c o m o u m s i m p l e s s i n t o m a . Se g u n d o F r a nk l , o s e n t im e n t o d e p e r d a de s en t i d o s e a p o d e r a c ad a v e z m a i s d o h o m e m d e h o je e e s t á p r es e n t e n o f u n d o d e u m a n e u r o s e e x p e r i m e n t a l o u d e u m a n e u r o s e c o l e t i v a . ( X A U S A, 1 9 8 6 . p . 1 4 9 ) .
Durante o vazio existencial, o paciente na maioria das vezes se sente
perdido e por isso acha que a sua vida não tem mais nenhum sentido,
encontrando com isso muita dificuldade para sobreviver.
D e ac o r d o c o m F r an k l , o h o m em , a o c o n t r á r i o d e t o d os o s o u t r o s s e r e s v i v o s q u e c o n h ec e m os , p os s u i u m a a b e r t u r a p a r a o m un d o . N a s ua c o nc e pç ã o d o h o m em , t o d os o s p o t e n c i a i s d e e n e r g i a e n c o n t r a d o s d a m ô n a d a n a t u r a l m e n t e n ã o s ão n e g a d os , p o i s c o m p r o v a d a m e n t e e s t ã o p r e s e n t e s . M as e l es s e r ã o c o m p l e m e n t a d os e s u p e r a d os p o r a q u e l a f o r ç a m o t i v ac i on a l , q u e n ã o p o d e s e r c o l o c a d a n o m e s m o n í v e l da s n e c es s i d a d es e p r o c e s s os d a p s i q ue p o r q u e e s t e n d e - s e p a r a a l é m d o e u , t r a ns c e n d e o e u e m d i r e ç ã o a o m u n d o ex t e r n o . ( L U K A S, 1 9 9 2 , p . 1 36 )
Como Frankl afirma, o homem é um ser diferente, capaz de mudar o seu
próprio destino e estabelecer diferentes valores e sentidos para a sua vida e por
isso depende de uma força motivacional que o impulsiona e o estimule para uma
nova direção, conseguindo com isso, superar todos os seus conflitos internos.
N o s h o m en s , p o r é m , a s e n s a ç ã o d e a n s i e d a d e g e r a l m e n t e é as s o c ia d a a u m a a n t e c i p aç ã o i n t e r n a de e v e n t os a m e aç a d o r e s i m a g i n á v e i s , qu e p o d e r i a m a c o n t ec e r e d e v e r i a m , p o r t an t o , s e r e m e v i t a d o s . ( L U K A S, 1 99 2 , p . 1 4 9 )
11
Na maioria das vezes, a ansiedade provoca no ser humano vários
sintomas desagradáveis e negativos, mas que de um modo geral, nos protegem
de muitas imprudências e erros.
“Para Frankl, o amor não se reduz aos atributos concretos do
psicofísico, isto é, às características corporais ou particulares psíquicas, mas se
dirige à pessoa espiritual do outro.” (XAUSA,1986, p.134)
Frankl caracteriza o amor como uma existência humana e também
como uma constante descoberta do homem, do qual se encontra o caráter único e
irrepetível de cada pessoa.
Em relação à visão da Logoterapia, existem três meios de
enfrentamento que são indispensáveis na visão de Frankl: a liberdade, a
responsabilidade e a consciência.
A crença na liberdade é o pilar básico da Logoterapia, não se
podendo aceitar que um ser, tendo consciência de sua liberdade, não possa
pilotar a própria vida, nem assumir responsabilidades.
A responsabilidade na visão da Logoterapia, deixa de ser uma
virtude determinada de fora para dentro e aparece como vocação pessoal do
homem, sendo assim definida como a capacidade ou habilidade de responder ou
assumir o que fazemos no mundo e esta capacidade não é um impulso instintivo,
mas nasce da consciência de ser livre.
O ser humano é tão consciente que sabe que dentro de sua
intimidade se oculta uma dimensão inconsciente. A consciência impera em nossa
vida, podendo assim responder pelos nossos atos.
Essa tríade inseparável são atributos existentes no homem e só
podem ser compreendidos como manifestações do homem no mundo, sendo
consideradas comportamentos e não palavras.
2.1 A Logoterapia
Viktor Emil Frankl (1905-1997), foi um psiquiatra austríaco que desde os 16
anos de idade se interessou muito pela Psicologia de Freud e pela Análise
Existencial do ser humano.
12
No ano de 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, Viktor Emil Frankl,
juntamente com outros colaboradores, deu origem a Terceira Escola Vienense de
Psicoterapia conhecida também como a Logoterapia a qual é definida como um
método psicoterapêutico que surgiu posteriormente à Psicanálise de Sigmund
Freud (1856-1939) pertencente à Primeira Escola Vienense de Psicoterapia e que
se diferencia das demais por descobrir no homem a vontade do prazer (princípio
do prazer da Psicanálise) e à Psicologia de Alfred Adler (1870-1937) que faz parte
da Segunda Escola Vienense de Psicoterapia e que se difere das outras escolas
por apresentar a vontade de poder e descobrir no homem o princípio básico da
Psicologia Individual.
A Logoterapia tem como princípio a busca de um sentido, ou seja, procura
ajudar o ser humano a superar a si mesmo, descobrindo com isso o seu sentido
de vida diante de uma inegável realidade de sofrimento que lhe fere por não
encontrar uma razão que fortaleça a sua vontade de existir no mundo para se
auto-realizar.
A teoria logoterapêutica confirma-se com o experimento real de Viktor Emil
Frankl nos campos de concentração, onde permaneceu preso por três anos
durante a Segunda Guerra Mundial.
Com base na sua experiência e sofrimento, Frankl discordou da Psicanálise
Freudiana que considerava determinista, pois concebia o homem guiado pelos
impulsos sexuais e pela procura da satisfação do princípio do prazer, e também
divergiu da Psicologia Individual de Adler quando constatou na mesma o conceito
do princípio do poder.
Para a Logoterapia, o saudável não é somente a pessoa que está bem
física e psiquicamente, mas sim aquele que consegue, apesar do sofrimento, ”ver
uma luz no fim do túnel”, ou seja, um desejo a ser realizado.
Frankl vê o homem como um ser capaz de alcançar a felicidade quando é
capaz de se auto-distanciar do momento atual vivido para transportar-se a um
outro, no qual normalmente está vivenciando um período mais calmo, feliz e mais
seguro.
13
O homem também é visto como um ser integrado, que se desenvolve de
forma bio-psico-sócio-espiritual; onde além das dimensões biológicas, próprias do
desenvolvimento físico; das psicológicas que englobam as relações interpessoais;
e das sociológicas que constituem o meio ambiente; acrescenta-se também a
espiritual: uma dimensão própria e autônoma do ser humano, que sugere sua
capacidade de transcender, ou seja, de superar os acontecimentos e estar aberto
para o encontro intrapessoal além do interpessoal.
Para a Logoterapia, o homem é um ser incondicionado, livre e responsável,
ou seja, é possuidor de uma liberdade interior e exterior que o dignifica como ser
humano e lhe dá forças para superar todas as suas dificuldades.
Quando falamos em sentido de vida, estamos nos referindo a um caminhar
constante do homem para alcançar um propósito, uma meta, uma direção onde
superamos e enfrentamos as nossas dificuldades presentes, almejando com isso
um bom resultado.
A Logoterapia não busca salvar o homem da confusão em que ele se
encontra, mas procura auxiliá-lo a encontrar em si mesmo uma razão, isto é, um
motivo que lhe permita ir além do sofrimento.
É importante lembrar que o homem, apesar de tudo, é responsável por sua
vida e pelas suas escolhas e por isso, somente ele poderá decidir como quer viver
o próximo momento.
Ao homem cabe a tarefa de se auto-conhecer para, a partir disso, ser
consciente e responsável por si, muito embora, ele precise sempre transcender o
momento, acreditando na sua conquista e realização para cada vez mais se sentir
melhor e mais seguro.
A Logoterapia, por ser uma teoria com perspectivas diferentes, originou
uma nova forma de ver o homem. Baseado na divergência da visão antropológica
de Freud e Adler: Frankl por considerá-las pouco abrangentes, buscou uma
concepção de homem mais condizente com a realidade humana.
Embora Frankl não desaprove todo o conteúdo das outras escolas
psicológicas, vê o homem e a sociedade como possuidora de uma nova
característica: a frustração existencial.
14
Para a Logoterapia, o homem necessita de um determinado grau de tensão
que o mobilize a lutar pela descoberta do significado que cada tarefa representa
em sua vida.
Cada ser humano tem no seu íntimo, uma escala de valores, que o auxilia a
tomar decisões frente a situações concretas. Estes valores nascem das relações
humanas e das relações com o meio, tendo como função priorizar necessidades e
dar significado à vida.
A descoberta do sentido da vida não é um privilégio, mas uma necessidade
do ser humano, pois diariamente nos deparamos com circunstâncias que exigem
decisões baseadas na dignidade do homem em responsabilizar-se pelas suas
atitudes.
A Logoterapia é a única forma de análise existencial que, além de ter uma
filosofia humanista, elaborou também algumas técnicas clínicas para a sua
atuação.
As técnicas desenvolvidas até o presente estado de evolução da
Logoterapia são cinco:
• Intenção Paradoxal: É a primeira técnica da Logoterapia e pode ser definida
como a arte de prescrever ao cliente o sofrimento que ele já possui. Com
ela o terapeuta propõe ao cliente manter o sintoma que está lhe
incomodando como uma estratégia para conseguir o contrário.
• Derreflexão: A derreflexão pretende trabalhar mais na solução de conflitos
sexuais e também contra a luta para se conseguir o prazer. Esta técnica
pode ser definida como uma tentativa de deslocar a atenção do cliente que
está preocupado com sua “doença” para alguma outra coisa mais
importante e mais significativa de sua vida que esteja no futuro. A
derreflexão atua rompendo o círculo da hipertensão que agrava a hiper-
reflexão. Ela desloca a atenção do cliente de sua condição de sofrimento,
15
procura dar sentido a sua dor e descobrir o sentido maior da sua existência,
já que o sintoma não é o que de mais importante acontece em sua vida.
• Apelação: A Logoterapia se volta para a parte sadia da pessoa e tende a
ressaltar os sentimentos que em geral estão comprometidos no universo
interior do cliente. A apelação é precisamente o recurso técnico que permite
o reavivamento da riqueza sentimental e afetiva do indivíduo em estado de
perturbação, e consiste em “denunciar ao cliente a manifestação de sua
capacidade de sentir a humanidade escondida e carente de um resgate”.
(GOMES, 1987, p. 65)
• Diálogo Socrático: É a discussão sobre o auto-conhecimento, que permite
ao cliente entrar em contato com o seu inconsciente noético, seu potencial
humano e a direção que ele pretende dar à sua própria existência. O
diálogo socrático, como ferramenta da psicoterapia, apresenta quatro
papeis importantes: afastar o cliente do seu problema (funciona como
derreflexão), ajudar a assumir novas atitudes, alertar para o fato de ter
vencido os sintomas e capacitar o terapeuta e o cliente a encontrarem um
sentido vital.
• Denominador Comum: Esta técnica por ser um pouco desconhecida entre
os profissionais da Psicologia, tende a lidar com a capacidade do cliente de
tomar decisões responsáveis, ou seja, esta técnica vem trazer uma
resposta a determinadas situações difíceis da vida, como por exemplo: em
separações conjugais, aborto, mudanças, casamento ou qualquer outra
tomada de decisão importante, do qual a pessoa não saiba direito como ela
possa agir e o que deve fazer.
16
2.2 Viktor Emil Frankl: apontamentos biográficos
Viktor Emil Frankl, nasceu em 26 de março de 1905 em Viena, Áustria, e
faleceu em 2 de setembro de 1997 na mesma cidade.
Desde os seus 16 anos de idade, demonstrou interesse em estudar
Medicina e mesmo não conhecendo Sigmund Freud (1856-1936), Frankl enviou o
seu artigo intitulado A mímica da afirmação e da negação que mais tarde foi
publicado na Revista Internacional de Psicanálise. Logo após este acontecimento,
Frankl foi muito estimulado pelos seus estudos e por isso decidiu que a partir
daquele momento em diante ele iria se dedicar e se aperfeiçoar cada vez mais na
área da Psicologia.
Ao perceber as idéias e o trabalho utilizado na Psicanálise, Frankl começou
a desenvolver um pensamento autônomo e rompeu com Freud por discordar da
idéia de que o homem era movido por seus impulsos sexuais, onde a liberdade
humana era totalmente excluída e negada.
Mais tarde se uniu à Alfred Adler (1870-1937) – ex-discípulo de Freud e
criador da Psicologia Individual – por pregar a humanização da Psicologia e
compartilhar com ele as suas idéias sobre o sentido vital do indivíduo.
Após algum tempo, Frankl rompe com Adler, divergindo da idéia de que o
homem busca no mundo o poder e a conquista da sua superioridade.
Mesmo tendo rompido com os dois, Frankl considera as suas teorias
importantes para a Psicologia e afirma que nunca quis substituí-las, pois
“compara-se com um anão que sobe nos ombros destes gigantes, para enxergar
mais longe.” (GOMES, 1992, p.27).
No ano de 1930, Frankl se licenciou em Medicina e em 1936 se
especializou em Neurologia e Psiquiatria na Clínica Psiquiátrica de Steinhof,
passando mais tarde a dirigir o Departamento de Neurologia do Rothschildspital
tratando exclusivamente de pacientes de origem judaica.
17
Durante a Segunda Guerra Mundial, no final de 1942, Frankl foi preso e
levado para campos de concentração nas cidades de Turkhein, Theresienstad,
Kaufering e Auschwitz, permanecendo neste holocausto por três anos.
Frankl viveu neste período as mais diversas e terríveis degradações que um
homem poderia suportar, deixando de exercer a sua profissão de médico e
passando a trabalhar em escavações e construções ferroviárias em temperaturas
de até 20 graus negativos.
No dia 27 de abril de 1945, aos 40 anos de idade, ele foi libertado do último
campo de concentração e aos poucos, recomeçou a exercer o seu trabalho e
traçar novos caminhos para a sua vida.
Em 27 de abril de 1984, Frankl, veio para o Brasil para participar do 1º
Encontro Latino-americano Humanístico-Existencial que foi realizado em Porto
Alegre-RS, enraizando por aqui, o seu método de trabalho psicoterapêutico: a
Logoterapia.
Antes de ir preso, a família de Frankl tentou fugir, e por dar errado o plano,
Frankl ficou sozinho com os seus pais na Áustria, enquanto que a sua irmã
conseguiu fugir para a Austrália e viveu por lá até os seus últimos dias. O outro
seu irmão, também tentou fugir para a Itália, mas acabou sendo preso na fronteira
e foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz, onde morreu com a
sua esposa.
Sem saber o que fazer, Frankl foi a uma sinagoga para ouvir um concerto
de música e meditar sobre as decisões que deveria escolher: fugir ou ficar com os
seus pais.
Após ter um sonho e uma visão, Frankl decidiu mudar a sua decisão e ficou
na Áustria.
Nos primeiros meses do ano de 1942, Frankl se casa com a jovem Tilly,
que mais tarde seria morta longe dele.
Viktor Emil Frankl prometeu a sua esposa que um dia eles se
reencontrariam, pois devido à guerra, cada um deles foi levado para lugares
diferentes.
18
Frankl tinha o propósito de voltar da guerra e reencontrar sua esposa
novamente, e por isso essa esperança lhe deu forças e o encorajou para continuar
vivo e lutar contra todas as suas angústias e dificuldades que teve quando estava
preso.
Foi no campo de concentração que Frankl amadureceu a experiência
desumana e descobriu a Logoterapia, que traz como principal objetivo, o sentido
de vida, onde o ser humano desenvolve diferentes valores e métodos para superar
o seu vazio existencial.
No holocausto, Frankl tira como lição tudo o que passou e através desta
sua experiência pôde perceber que o ser humano é capaz de suportar os mais
intensos sofrimentos e por ser livre, ele pode conseguir superar todos os desafios
e dar um novo sentido para a sua vida.
Depois que Frankl foi libertado e veio para o Brasil para participar do 1º
Encontro Latino-americano Humanístico-Existencial, realizado em Porto Alegre, na
PUC – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, se reencontrou com
o seu sogro e a sua cunhada, irmã de Tilly e descobriu que a sua amada esposa
tinha sido sacrificada em um campo de concentração e estava morta. Após essa
trágica notícia, Frankl recebeu a correntinha de ouro que pertencia a sua esposa e
ficou muito surpreso ao descobrir que algumas pessoas da família de Tilly,
conseguiram se refugiar no Brasil e escapar da guerra.
Frankl além de desenvolver em sua teoria que o ser humano é livre junto ao
juramento que ele fez com sua esposa de se reencontrar, serviu como a principal
base para o surgimento da Logoterapia, e devido ao seu grande trabalho, é
considerado hoje, o pai de muitas linhas modernas de tratamento tanto na área da
Psicologia como também na área da Psiquiatria.
2.3 Angústia existencial
A Psicologia Existencial é definida como um sistema psicológico que
sustenta como objetivo de estudo a consciência, os sentimentos e as experiências
19
do ser humano, e também tem como finalidade a sua compreensão do ser
humano no mundo em que vive.
A ansiedade ou angústia existencial não é somente o efeito mental ou
emocional capaz de produzir uma reação de prazer ou de tristeza na pessoa, ela é
também uma característica ontológica do ser humano, ou seja, ela está enraizada
na sua existência e experiência de vida.
De acordo com Kurt Goldstein (1878-1965), a ansiedade faz uma distinção
entre o subjetivo e o objetivo. O lado subjetivo pode aparecer no indivíduo com a
sua existência destruída, e o lado objetivo aparece deformado sob o aspecto do
comportamento catastrófico, desordenado ou em casos dos neuróticos em
sintomaformação ou ainda, em casos de pessoas normais que sofrem de tédio,
atividade compulsiva, atração por diversões inúteis e mutilação da consciência,
impedindo com isso de conhecer a sua própria realidade.
O objetivo da compreensão existencial da ansiedade é devolver ao termo o
seu poder original, onde ela é vista também como uma experiência de ameaça
que carrega tanto a angústia, quanto o pavor, e que na verdade, essa ameaça
básica e dolorosa que qualquer ser humano possa sofrer, é na maioria das vezes
representada como uma ameaça e perda do seu próprio ser existencial.
A ansiedade ocorre quando aparece alguma potencialidade ou
possibilidade diante do indivíduo e também em alguma probabilidade de
preencher a sua própria existência, mas essa possibilidade implica muito na
destruição da sua segurança atual e em decorrência disso, provoca a tendência
na pessoa de rejeitar a sua nova potencialidade.
Portanto, o principal objetivo do sofrimento é nos transformar em uma outra
pessoa e estar sempre centrado em si mesmo, tendo para isso a consciência de
que o ser humano vive em três tipos de mundos: o mundo natural, o mundo das
relações e o mundo interior, onde a cada instante da vida, a nossa consciência se
foca para um determinado tipo de mundo.
A angústia existencial também pode ser definida como uma condição
humana e como uma experiência onde o indivíduo se percebe fora da sua
20
realidade pessoal, sentindo com isso um grande vazio existencial e muita
insegurança.
A compreensão da ansiedade como um meio ontológico determina a
diferença entre a ansiedade e o medo do ser humano, onde o medo, ao contrário
da ansiedade, é uma ameaça que delimita externamente a nossa existência e que
por isso pode ser objetivado e observado externamente pelo ser humano. A
ansiedade por sua vez, atinge o íntimo da pessoa, bloqueia a sensação do tempo,
entorpece a memória do passado e apaga o futuro.
A interpretação do trauma do nascimento foi sustentada por Otto Rank
(1884-1939), para explicar a ansiedade e foi aceita por Sigmund Freud (1856-
1939), em bases menos compreensivas porque o seu significado foi comparado a
uma “dor localizada” e a um “estrangulamento”.
Não resta dúvida de que esta interpretação traz em si mesma uma
importante verdade simbólica em relação a tudo isso porque mesmo sem estar
diretamente relacionada ao nascimento da criança, ela está fortemente ligada ao
comportamento e a liberdade do ser humano.
3 Compreender segundo a Logoterapia a origem da
angústia existencial
A ansiedade antecipatória é na maioria das vezes compreendida como um
sintoma que evoca no cliente um medo de que ele possa se repetir, e este medo
de que o sintoma volte a acontecer faz com que ele realmente aconteça, tornando
com isso cada vez mais intenso e angustiante para a pessoa.
Para os antigos, o que fazia a assombração e a insônia aparecer na pessoa
era o medo de não conseguir dormir e no contexto da Logoterapia esta afirmação
tornou-se verdadeira porque ela acredita que a ansiedade antecipatória é capaz
de criar imagens ilusórias ou doenças simuladas em determinados indivíduos.
A agorafobia aparece quando o cliente sente muito medo de ficar em
lugares abertos, e em conseqüência disso, quanto mais ele fica em casa, maior é
21
o seu medo de sair, deixando-o assim muito mais apreensivo e impossibilitado de
fazer as suas atividades e de viver a sua vida normalmente.
A Logoterapia se baseia na técnica da intenção paradoxal e na ação
duplamente realizada de que o medo produz aquilo de que realmente temos medo
e de que a intenção excessiva impossibilita o que nós desejamos, impedindo com
isso que a pessoa se sinta tranqüila quando precisa tomar uma decisão muito
importante.
A intenção paradoxal além de ser um instrumento útil no tratamento de
condições obsessivo-compulsivas e fóbicas, especialmente em casos com
ansiedade antecipatória subjacente, é também na maioria das vezes um
dispositivo terapêutico de curto prazo e efeito.
O medo da insônia por sua vez resulta em uma hiperintenção de pegar no
sono, onde de um modo geral a pessoa quer muito dormir e não consegue.
Para superar este medo em particular é aconselhável sugerir para a pessoa
que ela faça totalmente o contrário do que ela deseja, ou seja, se ela deseja
dormir e não quer mais ter insônia ela deverá tentar não dormir e permanecer o
máximo do tempo acordada, até que de uma hora para a outra sem ela perceber,
a sua ansiedade irá diminuir totalmente e finalmente ela conseguirá atingir o seu
principal objetivo pegando no sono.
Na terapia este procedimento consiste numa inversão do paciente, uma vez
que todo o seu temor é substituído por um desejo paradoxal, onde ele é
capacitado a se colocar em uma outra posição, conseguindo assim se distanciar
cada vez mais da sua neurose e angústia existencial.
De um modo geral a ansiedade antecipatória precisa ser combatida por
meio da intenção paradoxal e da hiperintenção, eliminando com isso todo o seu
círculo vicioso e efeito negativo e indo totalmente contra a técnica da derreflexão.
Para Viktor Emil Frankl (1905-1997), e para os outros prisioneiros dos
campos de concentração, a ansiedade ou angústia existencial teve como
fundamental conseqüência a perda do sentido de vida e a desvalorização do ser
humano, onde na maioria das vezes o que realmente prevalecia era o número de
identificação de cada prisioneiro e nada mais, ou seja, ele era visto como um mero
22
objeto, sem poder apresentar seus sentimentos, valores e desejos, não
importando se ele estava naquele lugar vivo ou morto.
O vazio existencial é provocado principalmente pelo tédio e causa no ser
humano um grande desconforto e a perda da sua própria identidade, tirando com
isso a sua própria realidade e percepção de mundo, o impedindo também de ter
esperança de que irá voltar a ser livre.
A felicidade, portanto, não pode ser somente buscada porque depende
também de um novo motivo ou de uma nova razão para ficar e estar feliz por meio
da realização concreta de um significado oculto e completamente interligado ao
indivíduo.
4 Discutir na visão da Logoterapia, meios para enfr entar a
angústia existencial
A Logoterapia, vista como forma e técnica de psicoterapia existencial,
compreende o ser humano como um ser existencial porque se baseia na busca
por um significado e um sentido de vida onde, apesar da dificuldade e difícil
experiência, a pessoa ainda possui a liberdade de escolha para tentar mudar a
sua vida e melhorar o seu destino.
Devido a sua experiência, Frankl desenvolveu a Logoterapia e criou
algumas técnicas psicoterapêuticas para enfrentar a angústia existencial partindo
primeiramente do princípio de que a Logoterapia é embasada nos fatos e
pressuposições de que cada vez mais as pessoas procuram os psicoterapeutas
com a finalidade de se descobrirem interiormente, apresentando na maioria das
vezes, um grande desequilíbrio emocional decorrente de diversos problemas e
fatores, como por exemplo: ansiedade antecipatória, falta de sentido e crise
existencial, o qual aparece na pessoa sem nenhum sintoma de doença.
Para Rollo May (1909-1994), a ansiedade e a culpa nunca foram
fenômenos totalmente negativos porque a doença é um meio que o indivíduo
utiliza para preservar o seu “EU”. A neurose é uma atitude de ajustamento que
23
comporta em si mesma o potencial criativo de cada indivíduo e por isso a principal
finalidade da psicoterapia consiste em ajudar o paciente a enfrentar os seus
problemas construtivamente, se preocupando antes de mais nada, em
compreender a estrutura do ser humano e a sua experiência de vida.
Para Frankl (1990), o homem pode sofrer sem estar doente e estar doente
sem sofrer porque a doença não precisa necessariamente representar uma perda
na vida da pessoa e pode até dependendo do caso, ser apresentada e
representada como um ganho que modifica o ser humano e o motiva a lutar contra
ela para conseguir sobreviver.
Portanto, uma dor ou uma simples doença pode ser incurável, mas o
paciente irá se desesperar totalmente quando ele não conseguir encontrar
qualquer outro sentido para aquele seu sofrimento.
De acordo com Frankl (1987), a psicoterapia existencial busca
compreender, junto ao homem que foi lançado ao mundo, o conflito que se origina
do enfrentamento do ser humano com as preocupações essenciais da sua própria
existência.
Existem quatro tipos de preocupações que podem ser identificadas no
indivíduo quando ele inesperadamente se depara com a sua fragilidade existencial
que são divididas em:
� Morte: É a verdade mais terrível que o homem conhece sobre si mesmo
porque diante dela não encontramos saída, e além de nos impor um limite
inadiável para todo o nosso tempo e vida, ela também nos apavora,
tornando-nos com isso, pessoas cada vez mais inseguras e impotentes.
Este fato faz com que a pessoa humana seja um ser preocupado com o
tempo e, responsável pela sua própria transitoriedade e
que busca através disso, encontrar um “para que” viver para terminar
alguma missão que ela sente como um chamamento interno.
� Liberdade: É um desafio que amedronta e que não depende de nada
externo, mas somente da nossa capacidade de ser responsável. O homem
24
consciente não precisa dos limites que o mundo impõe porque ele próprio
constrói os seus limites e responsabilidades pessoais.
� Isolamento existencial: É a individualização natural do homem no mundo e
o fato de não poder compartilhar nem transferir o que em nós há de mais
íntimo e pessoal. O isolamento existencial faz de cada um de nós, pessoas
únicas na imensidão do universo e forma uma barreira entre cada ser onde
ainda que seja possível sofrer ou compartilhar a angústia do sofrimento de
nossos semelhantes, de fato não conseguimos sentir o frio e o calor do
outro. Este isolamento se constitui em uma razão para sermos mais
responsáveis através das nossas próprias experiências, dores, alegrias e
contentamentos e também é a base para um conflito existencial mais
profundo e mais interior.
� A falta de sentido para a vida: É a doença mais perigosa do mundo atual
porque as pessoas acabam não conseguindo fazer o que elas realmente
gostam e não encontram mais tempo para descobrir o sentido oculto nas
suas ocupações diárias. A falta de sentido para a vida faz com que o
homem se envolva em um grande vazio existencial que é visto hoje como o
mal-estar da civilização, deixando a pessoa em um profundo estado de
confusão e desajustamento.
O sentido da vida ou o “para que” viver é a questão fundamental da existência
humana porque além de ser diferente para cada pessoa, é também uma missão
intransferível e insubstituível, onde como um modo geral, cada pessoa é vista
como uma peça de um quebra-cabeça, podendo somente ela ocupar o seu
espaço vazio.
25
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho, pude identificar melhor a angústia existencial e
descobri um novo sentido para a minha vida.
A Logoterapia, é de um modo geral, um método psicoterapêutico iniciado
pelo psiquiatra austríaco Viktor Emil Frankl que tem como principal objetivo,
estimular e ajudar o ser humano a se conhecer internamente, buscando com isso,
encontrar uma nova razão existencial frente a inúmeras dificuldades e sofrimentos
do dia-a-dia.
De acordo com a experiência e trabalho de Viktor Emil Frankl, o ser
humano por ser livre e responsável, é capaz de superar os seus mais dolorosos
desafios e mudar totalmente a sua vida mediante a sua escolha e ao seu auto-
conhecimento interior.
A angústia existencial é vista hoje como uma condição humana que está
enraizada na própria existência e experiência do indivíduo e que na maioria das
vezes causa um grande desequilíbrio emocional porque mesmo sem estar ligada
diretamente ao nosso nascimento, ela se apresenta cada vez mais intensa no
nossos comportamentos e atitudes.
Mesmo existindo grandes impossibilidades e conflitos, cada ser humano
possui no seu íntimo uma escala de valor que o impulsiona a lutar e a descobrir
um novo significado e sentido para a sua vida.
A felicidade não depende somente da busca por um significado, ela
depende também da nossa intencionalidade e disposição de querer mudar a
nossa realidade .
.
26
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, Álvaro, NICK, Eva. Dicionário técnico de psicologia. 12 ed. São
Paulo/SP: Cultrix, 2001.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da
língua portuguesa. 6.ed. rev. amp. Curitiba/PR: Posigraf, 2004.
FRANKL, Viktor E. A questão do sentido em psicoterapia. Campinas/SP:
Papirus, 1990.
_____________. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de
concentração. 11 ed. São Leopoldo/RS: Sinodal, Petrópolis/RJ: VOZES, 2000.
GOMES, José Carlos Vitor. Logoterapia: a psicoterapia humanista de Viktor
Emil Frankl. São Paulo/SP: Edições Loyola, 1987.
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos
básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatóri o, publicações e trabalhos
científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
LUKAS, Elizabeth. Logoterapia “ A força desafiadora do espírito”. São
Paulo/SP: Edições Loyola, 1989.
_____________. Assistência Logoterapêutica: transição para uma psi cologia
humanizada. Petrópolis/RJ: VOZES; São Leopoldo/RS: Sinodal, 1992.
MAY, Rollo. Psicologia existencial. Porto Alegre/RS: Editora Globo, 1980.
27
____________. A descoberta do ser: estudos sobre a psicologia ex istencial.
Rio de Janeiro/RJ: Rocco, 1988.
XAUSA, Izar Aparecida de Moraes. A psicologia do sentido da vida.
Petrópolis/RJ: VOZES, 1986.