UNIVERSIDADE ESTADUAL DE...

167

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem
Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

I

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA

HÁBITOS ALIMENTAR, INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,

ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E

SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

Tese de doutorado apresentada à Pós-Graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade

Estadual de Campinas para a obtenção do título de

Doutora em Saúde da Criança e Adolescente.

Autora: Ana Lúcia Alves Caram

Orientadora: Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto

CAMPINAS

2010

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

II

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP

Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044

Título em inglês: Food eating, bowel habits, nutritional status, physical activity, body image

and subsidies for a nutrition

Keywords: Adolescents

Body image

Nutritional status

Physical activity

Constipation

Titulação: Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente

Área de concentração: Saúde da Criança e do Adolescente

Banca examinadora: Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto

Profa. Dra. Vânia Aparecida Leandro Merhi

Profa. Dra. Denise Aparecida Gonçalves de Oliveira

Prof. Dr. Gabriel Hessel

Profa. Dra. Ana Raquel Medeiros Beck

Data da defesa: 26-07-2010

Caram, Ana Lucia Alves

C176h Hábitos alimentar, intestinal, estudo nutricional, atividade física, imagem

corporal e subsídios para um programam de educação nutricional / Ana Lucia Alves

Caram. Campinas, SP: [s.n.], 2010.

Orientador: Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto

Tese ( Doutorado ) Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências

Médicas.

1. Adolescentes. 2. Imagem corporal. 3. Estado nutricional. 4. Atividade

física. 5. Constipação. I. Pinto, Elizete Aparecida da Costa. II. Universidade

Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

III

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

IV

IDENTIFICAÇÃO DA AUTORA

____________________________________________________________

Ana Lúcia Alves Caram.

R. Prof. Celso Ferraz de Camargo, 515.

Cidade Universitária CEP 13.083.200 Campinas, SP.

Fone: (19) 32875506.

[email protected]

[email protected]

IDENTIFICAÇÃO DA ORIENTADORA

____________________________________________________________

Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto.

Rua Zeferino Vaz, s/n. º.

Cidade Universitária CEP 13.083.970 Campinas, SP.

Fones: (19) 35217353 (ambulatório de pediatria) / (19) 35217861 (enfermaria de pediatria).

[email protected]

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

V

DEDICATÓRIA

Ao meu pai: Guilherme, pela luta, dedicação, sabedoria e

exemplo que me inspirou e a minha mãe, Álida, quem sempre me disse

que eu era capaz.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

VI

AGRADECIMENTO

À Profa. Dra. Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto, pela orientação,

dedicação, atenção e compreensão no desenvolvimento dessa tese.

À diretora da Escola Estadual Francisco Álvares, Arminda Maria Prado,

pela abertura e parceria no desenvolvimento desse projeto.

À vice-diretora Irene Munhoz Gaspar, a coordenadora pedagógica Ângela

de Lima C. Correa, aos professores e aos funcionários pelo apoio, atenção e

participação. Aos alunos pela participação e motivação do meu trabalho.

À Profa. Dra. Sônia das Dores Rodrigues pela motivação e ensinamentos.

Aos Profs. Dr. José Martins Filho e Dra Denise A Gonçalves de

Oliveira pela contribuição na minha qualificação para esse doutorado.

Ao Prof. Dr. André Moreno Morcillo, pela atenção, conhecimento, desde o

mestrado e exemplo de professor.

À Suraya Elias Caram pela detalhada correção de português, meu muito

obrigada.

Aos Profs. Dr. Antônio de Azevedo Barros Filho e Dr. Gabriel Hessel,

por terem dado a oportunidade inicial ao meu mestrado.

À Dra Maria Ângela Bellomo Brandão por sua atenção.

À equipe da estatística da Unicamp, Cleide Aparecida Moreira Silva e

Andréa Ferreira Semolini, pela atenção, dedicação e colaboração nos cálculos

estatísticos desse trabalho.

À nutricionista Márcia Banin, pela amizade e motivação.

À minha família: Minha filha Isabela que me ajudou e sempre me motivou.

À Clara, pelo futuro. Ao meu marido Rubens, pela ajuda de sempre, amor,

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

VII

exemplo de conhecimento e conquistas. Aos meus irmãos: Carlos e Alexandre,

pelo carinho e amizade.

A todos que diretamente ou não, colaboraram com o desenvolvimento desse

trabalho.

Enfim, agradeço à vida, por ter tido essa oportunidade e em especial

dividir com minha família e amigos.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

VIII

EPÍGRAFE

“Faça do alimento o teu remédio.”

Hipócrates

¨A grande descoberta: imagens e palavras conseguem

curar o corpo.¨

Freud

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

IX

SUMÁRIO

Resumo XX

Abstract

XXII

1- INTRODUÇÃO 22

1.1- Hábito alimentar

23

1.2- Hábito e constipação intestinal 30

Classificação da constipação intestinal 32

Etiologia 32

Prevalência da constipação intestinal 33

Fisiopatologia da constipação intestinal 36

Tratamento da constipação intestinal 36

1.3- Atividade física 37

Classificação da atividade física 38

1.4- Imagem corporal 38

1.5- Estado nutricional 39

Classificação do estado nutricional 40

1.6- Programa de educação nutricional 42

2- OBJETIVOS

47

2.2- Objetivo geral

48

2.3- Objetivos específicos 48

3- CASUÍSTICA E MÉTODOS

49

3.1- Aspectos éticos da pesquisa 49

3.2- Caracterização do local de estudo 50

3.3- Problemas encontrados para execução do estudo 50

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

X

3.4- Desenho do estudo 51

3.5- Critérios de inclusão e exclusão 51

3.6- Variáveis estudadas 52

3.7- Instrumentos utilizados 52

3.8- Procedimentos para coleta de dados 53

3. 9- Planejamento do programa de educação nutricional 58

3.10- Como avaliar o efeito do programa de educação nutricional? 63

3.11- Análise dos dados 64

4- RESULTADOS 66

4.1- Hábito alimentar 68

Frequência do consumo alimentar 68

Frequência das refeições diárias 73

Local da refeição 74

Consumo de líquidos 75

4.1 - Hábito intestinal 77

Frequência da evacuação 77

Sintomas relacionados à evacuação 78

Consistência das fezes 78

Constipação intestinal 80

4.3- Descrição do estado nutricional, atividade física e imagem corporal 81

4.4- Constipação intestinal relacionada com: consumo de líquido,

atividade física, obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo

de alguns alimentos ricos em fibras.

85

4.5- Obesidade/ sobrepeso relacionado com: atividade física, número

de refeições, uso de adoçante dietético, idade e imagem corporal

89

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XI

4.6- Programa de educação nutricional e seu efeito no conhecimento de

nutrição dos adolescentes

95

Programa de educação nutricional 95

Efeito do programa de educação nutricional 102

5- DISCUSSÃO 105

6- CONCLUSÕES

125

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

128

8- APÊNDICES

141

I - Aprovação do Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Ciências

Médicas da Unicamp

143

II- Termo de Consentimento Livre Esclarecido da diretora 145

III- Termo de Consentimento Livre Esclarecido dos alunos 146

IV- Ficha de avaliação do hábito alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade

física e imagem corporal dos adolescentes

147

V- Ficha de Avaliação da classe social, segundo Associação Brasileira de

Pesquisas (2003)

151

VI- Protocolos utilizados no programa de educação nutricional 152

6.1- Ficha de apoio para orientação nutricional individual 152

6.2- Perguntas abordadas para avaliação do programa de educação nutricional 153

6.3- Respostas das perguntas abordadas para avaliar o programa de educação

nutricional (GABARITO).

154

6.4- Perguntas quanto ao filme Super Size Me 155

6.5- Atividade sobre gasto energético e atividade física 156

6.6- Palestra sobre transtorno alimentar 157

6.7- Palestra sobre alimentação saudável 163

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XII

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Alimentação saudável para adolescentes – Dez passos 26

Quadro 2- Diretrizes para dietas de alto teor de fibras alimentares 28

Quadro 3- Quantidade de fibras em alguns alimentos 29

Quadro 4- Causas da constipação intestinal crônica 33

Quadro 5- Prevalência da constipação intestinal 35

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição do grau de escolaridade do chefe da família

dos 54/126 adolescentes

68

Tabela 2- Distribuição da frequência do consumo habitual de alimentos

(> 4 vezes/ semana), segundo os grupos alimentares (cereais e

leguminosas), em 126 adolescentes

70

Tabela 3- Distribuição da frequência do consumo de alimentos habitual

(> 4 vezes/ semana), segundo grupos alimentares, (petiscos, sobremesas

e doces, bebidas, produtos diet/light, adoçante), suplementos

em 126 adolescentes

71

Tabela 4- Distribuição da frequência habitual (> 4 vezes/ semana) para o consumo

de alimentos, segundo os grupos alimentares (hortaliças e frutas, leite e

derivados, carnes e ovos, óleos) em 126 adolescentes

72

Tabela 5- Frequência e hábito do consumo das refeições dos 126 adolescentes 73

Tabela 6- Frequência e hábito do local das refeições dos 126 adolescentes 74

Tabela 7- Valor hídrico recomendado, em relação ao peso corpóreo e gênero dos

126 adolescentes

75

Tabela 8- Consumo diário de diferentes tipos de líquidos dos 126 adolescentes 76

Tabela 9- Classificação e frequência da consistência das fezes encontrada nos

126 adolescentes

79

Tabela 10- Distribuição da ocorrência de constipação intestinal, de acordo com

o consumo de líquido, atividade física, obesidade/sobrepeso e grupo

etário, dos 126 adolescentes

86

Tabela 11- Hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras, nos 126

adolescentes

87

Tabela 12- Relação da presença de obesidade e sobrepeso ou não, nos 123

adolescentes, com a atividade física, número de refeições, uso

de adoçante e idade

90

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XIV

Tabela 13- Análise da concordância entre diagnóstico nutricional e imagem

corporal, segundo a impressão de peso, dos 126 adolescentes

91

Tabela 14- Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional e a

imagem corporal, segundo a impressão quanto ao peso, das 64 meninas

e dos 62 meninos

92

Tabela 15- Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional, agrupado, em

eutrófico e distrófico e a imagem corporal, agrupada em impressão

quanto ao peso adequado e inadequado dos 126 adolescentes

93

Tabela 16 - Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional agrupado (em

eutrófico e distrófico) e a imagem corporal (agrupada em impressão de

peso adequado e inadequado) das 64 meninas e 62 meninos

94

Tabela 17- Séries, números de adolescentes e os tipos de orientação nutricional 95

Tabela 18- Programa do Workshop Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável 100

Tabela 19- Participação dos alunos nas atividades em grupo 101

Tabela 20- Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual

e da Orientação em grupo

102

Tabela 21- Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e do

Grupo de comparação (sem orientação)

103

Tabela 22- Estatística descritiva da variável nota da Orientação em grupo e do

Grupo de comparação

103

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XV

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição da avaliação da classe social, segundo a

Associação Brasileira de Empresa de Pesquisa, 2003.

67

Gráfico 2. Distribuição da frequência de evacuação dos 126 adolescentes

77

Gráfico 3. Distribuição da classificação do estado nutricional dos adolescentes,

de acordo com o IMC, segundo WHO, 2007

81

Gráfico 4. Distribuição dos valores dos índices antropométricos em relação à idade

(em escore Z) da circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital

(PCT), prega cutânea subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB)

e área gordurosa do braço (AGB), em gráfico box-plot, N=126,

segundo Frisancho

82

Gráfico 5. Distribuição da intensidade da atividade física desenvolvida pelos

126 adolescentes

83

Gráfico 6.Distribuição da imagem corporal dos adolescentes, segundo sua

impressão quanto ao peso

84

Gráfico 7. Distribuição da porcentagem de adolescentes constipados ou não com

o consumo habitual de alimentos ricos em fibras de um a

seis alimentos/dia

88

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XVI

LISTA DE FÓRMULAS

Fórmulas 1. Fórmulas antropométricas do índice de massa corporal da

Área gordurosa do braço, área muscular do braço e área do braço

56

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XVII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Foto de diferentes consistências de fezes, Bristol ®

(RUBIN &DALE, 2006).

31

Figura 2. Fluxograma da amostra dos adolescentes

51

Figura 3. Fluxograma dos adolescentes que participaram do programa de educação

nutricional e responderam às questões referentes ao conhecimento de nutrição

97

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XVIII

LISTA DE ABREVIATURAS

AB Área do Braço

ADA American Diet Association

AGB Área Gordurosa do Braço

AMB Área Muscular do Braço

CB Circunferência do Braço

DP Desvio Padrão

F Frequência

FCM Faculdade de Ciências Médicas

g gramas

Hb Hábito

HC Hospital de Clínicas

IMC Índice de Massa Corporal

IPAC International physical activity questionary

MS Ministério da Saúde

N Número

p Nível de significância

PCT Prega Cutânea Tricipital

PCS Prega Cutânea Subescapular

SISCRES Sistema para Análise de Crescimento

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

WHO World Heath Organization

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XIX

RESUMO

Objetivo: Descrever os hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade física e

imagem corporal de adolescentes e verificar o efeito de um programa de educação nutricional.

Método: Estudo descritivo, prospectivo com intervenção, numa escola pública, no município

de Campina, SP, no período compreendido entre outubro de 2007 e novembro de 2008. As

variáveis estudadas foram: hábito alimentar (por meio do uso de um questionário de

frequência de consumo de alimentos, tipos de refeições e locais da alimentação); estado

nutricional (segundo o índice de massa corporal por idade); imagem corporal (com pergunta

objetiva da impressão quanto ao peso relatado pelo adolescente); hábito intestinal (baseado no

critério de Roma III, por meio da frequência da evacuação, sintomas da evacuação,

constipação intestinal e consistência das fezes); atividade física (por meio do International

physical activity questionary, IPAQ); programa de educação nutricional (com orientação

nutricional individual e em grupo). Resultados: Participaram do estudo 126 adolescentes, na

faixa etária de 12,5 a 18,8 anos (média de 15 +1,5 anos), 64 (50,8%) meninas e 62 (49,2%)

meninos, com predomínio da classe social C 26/54 (48,8%), seguido pela B 23/54 (42,6%) e

D 3/54 (5,6%). Os seguintes alimentos configuraram hábito alimentar desse grupo: arroz em

120 adolescentes (95,2%), pão francês em 76 (60,3%), feijão em 104 (82,5%), frutas em 76

(60,3%), doces e balas em 73 (57,9%), achocolatados em 67 (53,2%), leite integral em 73

(57,9%), suco em 77 (61,1%) e refrigerante em 64 (50,8%). As carnes foram definidas como

hábito em fontes variadas (frango, peixe, carne bovina, suína, salsicha ou ovo) em 62,7%

adolescentes. A maioria deles fazia três refeições (desjejum, almoço e jantar) ao dia 73/126

(57,9%), o local dominante da refeição foi à própria casa em 117 adolescentes (92,5%). Doze

(9,5%) apresentaram constipação intestinal. Noventa e quatro (74,6%) eram eutróficos, 29

(23%) obesos ou sobrepeso e 3 (2,3%) desnutridos. Nove (7,1%) eram sedentários. A

impressão de peso relatada pelos adolescentes foram: adequadas em 73/126 (57,9%), 39

(31%) elevadas e 14 (11%) baixas. O estado nutricional e a imagem corporal não

apresentaram concordância, segundo o teste estatístico de Kappa, necessitando assim uma

intervenção multiprofissional. O programa de educação nutricional em grupo apresentou

aumento significativo do conhecimento sobre nutrição dos adolescentes. Conclusão: A

maioria dos adolescentes era eutrófica, com hábitos saudáveis (alimentar, intestinal e atividade

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XX

física), porém com distorção da imagem corporal. O programa de nutrição contribuiu para o

aumento do conhecimento de nutrição e envolvimento multi e interdisciplinar.

Termos de indexação: Adolescentes, imagem corporal, estado nutricional, atividade física e

constipação intestinal.

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

XXI

ABSTRACT

Objective: To describe eating and bowel habits, nutritional status, physical activity and body

image in adolescents and to investigate the effect of a nutritional education program. Method:

A descriptive, prospective and intervention study conducted in a public school, from October,

2007 to November, 2008. The variables studied were: eating habits (through a questionnaire

of frequency of food consumption, types of meals and place for eating); nutritional status

(according to body mass index for age); body image (using objective questions on self-

impression of the adolescents’ weight); bowel habit (based on ROME III criteria, using the

frequency of evacuation, symptoms related to bowel movements and stool consistency);

physical activity (using the International Physical Activity Questionnaire, IPAQ); and a

nutritional education program divided in individual and group nutritional orientation. Results:

One hundred twenty six adolescents were included, aged 12.5 to 18.8 years (average age 15

±1.5 years), 64 (50.8%) girls and 62 (49.2%) boys, from C social class: 26/54 (48.8%), B

23/54 (42.6%) and D 3 / 54 (5.6%). Referred food intake was the following: rice in 120

adolescents (95.2%), bread rolls in 76 (60.3%), beans in 104 (82.5%), fruits in 76 (60.3%),

sweets and candies in 73 (57.9%), chocolate powder in 67 (53.2%), whole milk in 73 (57.9%),

juice 77 (61.1%) and soft drinks in 64 (50, 8%). The meat was defined as usual on various

sources (chicken, fish, beef, pork, sausage or egg) in 62.7% adolescents. Most adolescents had

three meals (breakfast, lunch and dinner) a day 73/126 (57.9%) the main place for eating was

home in 117 adolescents (92.5%). Twelve (9.5%) were constipated. Ninety-four (74.6%) had

adequate nutritional status, 29 (23%) were obese or overweight and 3 (2.3%) malnourished.

Nine students (7.1%) were classified as sedentary. Most students reported their weight as

appropriated 73/126 (57.9%), 39 (31%) overweight and 14 (11%) underweight. According to

the Kappa survey, the nutritional status was not correlated to body image. The educational

program in group promoted significant increase in students’ knowledge on nutrition.

Conclusion: most adolescents presented adequate nutritional status, healthy habits (good diet

habits, normal bowel habits and physical activity), but a body image distortion. The nutrition

program has contributed to the increase in nutrition knowledge and involvement and

interdisciplinary. Index terms: Adolescents, body image, state nutrition, physical activity and

constipation.

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

22

INTRODUÇÃO

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

23

1. INTRODUÇÃO

Adolescência vem do latim ad = a + olescere = forma inicial, de olere = crescer.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (2001) compreende a idade dos 12 aos 18

anos e para a World Health Organization (WHO, 1995) ocorre dos 10 aos 19 anos de idade.

A fase da puberdade inicial da adolescência, de 10 a 14 anos, ocorre o estirão de

crescimento, com um aumento rápido das secreções hormonais, aparecimento dos caracteres

sexuais secundários e maturação sexual. A fase final da adolescência, dos 15 aos 19 anos é

caracterizada pela desaceleração anterior. A maturidade biológica pode se associar à afetiva

e intelectual, onde o indivíduo se apoiará em valores, ideias próprias e defenderá seu ponto

de vista frente a vários assuntos: políticos, sociais, religiosos, estéticos e éticos. O

desenvolvimento físico é influenciado pela interação de fatores genéticos e ambientais, com

intensas mudanças somáticas, psicológicas e sociais (GARCIA et al., 2003; RODRIGUES,

2003, CONTI et al., 2005, ALVES, 2009).

Muitas vezes, o adolescente busca uma imagem corporal idealizada, o que associado

a uma alimentação inadequada pode levar a desequilíbrios nutricionais que podem interferir

na sua saúde e desenvolvimento (GARCIA et al., 2003).

Investigar os aspectos nutricionais quanto aos hábitos alimentar e intestinal, estado

nutricional, atividade física e imagem corporal permitem direcionar condutas educativas,

corrigir erros alimentares e podem contribuir para evitar a instalação de doenças crônicas

degenerativas na vida adulta.

1.1. Hábito alimentar

A nutrição adequada é essencial para a infância saudável. Na adolescência, o hábito

alimentar reflete valores da família, amigos e mídia. Além disso, vários fatores interferem no

consumo alimentar, como o cultural, o estético, a situação econômica, a preferência por

alimentos semi-preparados, o consumo fora de casa, o custo, o prestígio dos alimentos, a

religião, a geografia, a conveniência, entre outros (ASSIS e NAHAS, 1999; GARCIA et al.,

2003; SANTOS et al., 2005; CLARK e FOX, 2009).

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

24

As escolhas alimentares e a aderência à dieta, na criança são determinadas

primeiramente pelos pais, práticas culturais e éticas de seu grupo. Experiências precoces e

interação contínua formam as preferências alimentares, hábitos e atitudes. A alimentação

adequada na infância é essencial ao bom desenvolvimento e crescimento e é nessa fase, que

os hábitos alimentares são definidos (RODRIGUES, 2003).

O consumo inadequado e o excesso de alimentos calóricos podem levar ao sobrepeso,

consequentemente evoluir para um adulto também com sobrepeso, aumentando os riscos de

doenças cardiovasculares (GARCIA et al., 2003; SALES et al., 2006).

Não existe um método considerado padrão ouro para quantificar o consumo

alimentar, porém vários estudos validam o uso da frequência do consumo alimentar (SALES

et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006). Segundo Dwyer (2003) para constituir um padrão ouro é

necessária a combinação de vários métodos dietéticos, bioquímicos, clínicos e

antropométricos e sua validade e confiabilidade dependerá do entrevistador, da instrução e

cooperação do paciente.

O indicador dietético auxilia a identificação de desvios nutricionais de uma

população. O recordatório alimentar de 24 horas consiste no relato dos alimentos consumidos

em todas as refeições, nas últimas 24 horas. Ele facilita avaliar o consumo médio da refeição

e é de fácil aquisição, também é importante relatar que não se deve definir uma prévia do

tamanho da porção, pois pode prejudicar a maior variabilidade das respostas para posterior

estimativa do consumo alimentar (GARCIA et al., 2003; SALES et al., 2006).

Tanto o recordatório de 24 horas quanto o questionário de frequência alimentar são

muito utilizados em pesquisas para avaliar o consumo alimentar, ambos apresentam

vantagens e desvantagens. O recordatório tem como desvantagem não representar o hábito da

alimentação e depende da memória, enquanto que o questionário de frequência alimentar

perde detalhes da ingestão, porém pode expressar o hábito. A frequência alimentar tem como

vantagem ser obtida mais rapidamente, é facilmente padronizada, fornece quadro geral da

alimentação e pode ser suficiente para triagem, porém imprecisa para dados absolutos

(DWYER, 2003, HAMMOND, 2005; RIBEIRO et al., 2006).

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

25

É importante salientar que para avaliar o consumo alimentar é necessário considerar a

variabilidade das informações dos indivíduos, pois é um dos fatores que reduz a precisão do

método para estimar o consumo alimentar (BARBOSA et al., 2005).

As necessidades nutricionais variam de acordo com o sexo, idade, atividade física e

devem ser supridas enfatizando a importância dos macro e micronutrientes. Para os

adolescentes isso é um desafio, pois é comum alimentarem-se fora de casa, consumirem

lanches rápidos, refrigerantes e alimentos industrializados. Eles querem viver o momento e

pouco se importam com os hábitos alimentares, seu enfoque muitas vezes é o estético. Por

outro lado, a restrição de determinados alimentos pode comprometer crianças ou

adolescentes como um todo, sendo considerados grupos de risco nutricional (RODRIGUES,

2003).

Alguns adolescentes não realizam desjejum, omitem outras refeições e usam os

lanches para a substituição das mesmas. Crianças sem desjejum apresentaram redução da

memória e do discernimento de questões, também favoreceram o aumento de erros,

decorrente do estresse metabólico para tentar manter a glicose cerebral circulante

(RODRIGUES, 2003).

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), a alimentação saudável do

adolescente deve seguir os seguintes 10 passos apresentados no Quadro 1 a seguir.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

26

Quadro 1. Alimentação Saudável para Adolescentes – Dez passos

1. Para manter ou perder peso procure um profissional da área da saúde

2. Se alimente cinco ou seis vezes ao dia

3. Tente comer menos salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados, lanches de

fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e sorvetes.

4. Escolha frutas e verduras de sua preferência

5. Tente comer feijão todos os dias

6. Procure comer arroz, massas e pães todos os dias

7. Procure tomar leite ou derivados todos os dias

8. Evite o consumo de bebidas alcoólicas

9. Movimente-se, não fique horas na frente da TV ou computador

10. Escolha lanches saudáveis na escola e nos momentos de lazer

Fonte: Ministério de Saúde, 2004.

Água

Além da alimentação e dos hábitos saudáveis relatados acima, é importante o

consumo adequado de água, pois a água é fundamental para a vida e possui várias funções no

nosso organismo. Uma delas é aumentar o volume da evacuação, em associação com o

consumo de alimentos ricos em fibras, devido à maior absorção da água na formação do bolo

fecal. Esse benefício promove regulação no tempo do trânsito intestinal (COPPINI et al.,

2001).

A ingestão da água é controlada pela sede, no hipotálamo. A sede é abolida no

contato da água com a mucosa oral. A média de ingestão oral de água pelo adulto é de 1.500

a 3.000 ml ou em torno de 30 a 40 ml/ kg de peso corpóreo (WAITZBERG, 2001).

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

27

Segundo Beyer (2005), o consumo de oito copos de água (dois litros) diariamente é

recomendado para facilitar a eficácia de uma dieta rica em fibras, pois caso contrário a

obstrução e impactação podem ocorrer.

Cerca de 60% do peso corporal de um adulto é constituído de água. Em crianças e

adolescentes, essa porcentagem varia de acordo com a faixa etária, sendo de 80% para um

prematuro e 59% para mulheres, 57% para homens na faixa etária de 10 a 18 anos. Em

idosos, pode chegar até 40-50% do peso corporal (WAITZBERG, 2001).

Fibras alimentares

Em 1970 já se enfatizava a importância das fibras na alimentação. As fibras

alimentares são todos os polissacarídeos vegetais da dieta (celulose; hemicelulose: pectinas,

gomas e mucilagens) e podem ser divididas conforme sua estrutura e função. Tomando por

base suas propriedades de solubilidade na água, podem ser classificadas como solúveis ou

insolúveis. As solúveis (pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemicelulose) apresentam

efeito metabólico no organismo: retardam o esvaziamento gástrico e o tempo de transição

intestinal, diminuem a absorção de glicose e colesterol, alteram a composição da flora

intestinal e produzem ácido graxo de cadeia curta - exemplos: farelo de aveia, goma guar e

cenoura cozida. As insolúveis (celulose, lignina e hemicelulose) apresentam efeito mecânico

no trato gastrointestinal: pouco fermentativa aumentam o bolo fecal, aceleram o tempo do

trânsito intestinal – exemplos: farelo de trigo, leguminosas e folhosos. Geralmente nos

alimentos as fibras são mistas (MORAIS e MAFFEI, 2000; COPPINI et al., 2001; MORAIS

e MAFFEI, 2003).

O consumo de fibra alimentar é importante no tratamento e prevenção da constipação

intestinal, além de outras doenças como o diabetes, aterosclerose, câncer de cólon, síndrome

do intestino curto e doença diverticular do cólon (MORAIS e MAFFEI, 2000; COPPINI et

al., 2001).

Uma das funções da fibra alimentar é aumentar o volume fecal, que é um importante

estímulo para as contrações propulsivas e trânsito intestinal. Isso ocorre por meio de vários

mecanismos dependendo das suas propriedades físico-químicas (MAFFEI, 2004).

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

28

Além da capacidade de absorver água, as fibras formam fezes volumosas e macias

(COPPINI et al., 2001). A fermentação das fibras varia na flora intestinal, 90-100% para as

solúveis e 30-80% para as insolúveis, liberando a água retida e produzindo ácidos graxos de

cadeia curta (MAFFEI, 2004).

A recomendação de fibras para adulto é de 20 a 35 g por dia, enquanto para crianças e

adolescente é igual a idade em anos da criança mais cinco gramas por dia até os 20 anos de

idade, com no máximo 25 g por dia (COPPINI et al., 2001; CORKINS, 2005), ou 14 g para

cada 1000 calorias, mulher 25 g e homem 34g (BEYER, 2005).

Indivíduos que consomem uma dieta rica em fibras dietéticas na forma de frutas,

hortaliças, pães e cereais de grãos integrais, leguminosas, sementes tendem a ter fezes

maiores e mais macias, fáceis de eliminar (COPPINI et al., 2001; MAFFEI, 2004; BEYER,

2005). Esses alimentos são ricos em fitoquímicos saudáveis e podem agir como pré-bióticos

para manter uma flora intestinal adequada. Além desses benefícios esses alimentos são

ótimas fontes de vitaminas, minerais, antioxidantes e fitoquímicos protetores. No Quadro 2 a

seguir podem ser observadas diretrizes para uma dieta rica em fibras (BEYER, 2005).

Quadro 2. Diretrizes para dietas de alto teor de fibras alimentares

- Consumo de pães integrais e outros produtos integrais de seis a 11 porções por dia

- Hortaliças (legumes e frutas) cinco a oito porções por dia

- Granolas e leguminosas para atingir o teor de fibra

- Água, dois litros por dia.

Fonte: BEYER, 2005

O Quadro 3 mostra alguns alimentos ricos em fibras segundo a Tabela Brasileira de

Composição de Alimentos (TACO), SALAY et al., 2006, informações da indústria

alimentícia, em 100g e em relação às medidas caseiras (GUIMARÃES e GALISA, 2008).

A título de curiosidade pode ser observado diferença de valor de fibras para o feijão segundo

outras duas fontes literárias (BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1999;

ETTINGER, 2005), podendo assim extrapolar o raciocínio quanto aos resultados de dose de

fibras de outros alimentos e em alguns trabalhos onde as doses encontradas dependeram da

tabela utilizada.

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

29

Quadro 3: Quantidade de fibras em alguns alimentos

Alimento Quantidade de

fibras*

Em 100g

Medida caseira

(g) ***

Quantidade de

fibras por porção

(g)

Farelo de trigo Vitao ® 43 2 colheres de sopa

cheia (20g)

8,6

Aveia 9,1 2 colheres de sopa

(18 g)

1,6

Feijão cozido 8,5

0,9 ***

1 concha (86g)

0,5 xícara

7,3

>6 **

0,7

Pão integral Pulman

plusvita®

6,4 2 fatias (40 g) 2,56

Barra de cereal Taeq ®

4,8 1 UN (25g) 1,2

Cereal matinal

4,1 1 xícara (43 g) 1,7

Arroz integral 2,7 4 colheres sopa cheia

(140g)

3,78

Alface crespa 1,8 3 folhas (24g) 0,43

Frutas (4 UN)

Banana nanica

Mamão

Maçã

Laranja pêra

5,8 (M=1,45)

1,9

1,8

1,3

0,8

1 UN (86 g)

1 fatia ( 160g)

1 UN (130g)

1 UN (137g)

7,31(M=1,8)

1,63

2,9

1,69

1,09

Tomate 1,2 5 fatias (100g) 1,2

* Tabela TACO, 2006; ** ETTINGER, 2005; IBGE, 1999

*** GUIMARÃES E GALISA, 2008

M= valor médio de fibras de quatro frutas, UN = unidade

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

30

Pacientes com constipação intestinal onde não foi encontrada causa orgânica

apresentam ingestão pobre em fibras na maioria dos casos e existe a indicação de que ambos

os tipos de fibras, solúveis e insolúveis, pois por meio de diferentes mecanismos aumentam o

bolo fecal. O farelo de trigo retém água e forma fezes macias e mais pesadas. A elevação do

peso fecal também pode estar relacionada à massa bacteriana fecal (COPPINI et al., 2001).

1.2- Hábito e constipação intestinal

Na primeira semana de vida a evacuação é esperada quatro vezes ao dia, reduzindo

com a idade. Por volta dos três primeiros anos de vida, a criança tem pelo menos uma

evacuação por dia e esse hábito se mantém em 95% dos casos (BRANDÃO, 2002).

Em 1984, a Sociedade Paulista de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição definiu

constipação como “uma síndrome que consiste na eliminação, com esforço de fezes

ressecadas ou consistência aumentada, independente do intervalo de tempo entre as

evacuações” e a Sociedade Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição como

“retardo ou dificuldade nas defecações presentes por duas ou mais semanas, e suficiente para

causar desconforto significante para o paciente” (MORAIS e MAFFEI, em 2000 e 2003).

Para Lopez e Victória (2008) a constipação não é uma doença e nem um sinal, mas um

sintoma e com possíveis causas variadas de distúrbios intestinais ou extra-intestinais.

Atualmente, a frequência evacuatória, por si só, está deixando de ser definitiva na

definição da constipação intestinal. Pacientes com constipação intestinal costumam relatar

presença de dor evacuatória, dor abdominal, fezes endurecidas, ressecadas sem formas e

fragmentadas, com aspecto caracterizado como coprólitos (fezes petrificadas), eliminadas em

quantidades menores que o habitual, porém em frequência diária dentro do padrão de três

evacuações por dia até uma evacuação a cada três dias (LOPEZ e VICTÓRIA, 2008).

Recentemente foi publicado o critério para constipação crônica, Roma III, onde o

paciente deverá apresentar pelo menos dois sintomas abaixo relatados: evacuação duas ou

menos vezes por semana; um episódio por semana de incontinência fecal; história de

retenção de fezes excessivas ou postura de retenção; história de dor ou dificuldade para

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

31

evacuar; presença de grande massa fecal no reto, e história de fezes de diâmetro largo para

entupir o vaso sanitário. Nas crianças até quatro anos esses sintomas podem aparecer uma

vez por mês e acima dessa idade a cada dois meses (RASQUIN et al., 2006; RUBIN e

DALE, 2006).

A seguir será apresentado, na Figura 1, o critério de Roma III (RASQUIN et al.,

2006; RUBIN e DALE, 2006) do consenso de Boston (HYAMS et al., 2002) para identificar

a constipação intestinal e a consistência das fezes, com o painel da Bristol ® (RUBIN e

DALE, 2006).

Figura 1. Foto de diferentes consistências de fezes, Bristol ® (RUBIN e DALE, 2006).

1- Pedaços duros separados

2 - Banana, com rachos profundo

3 - Banana, com rachos superficiais

4 - Banana macia

5 - Pedaços macios separados

6 - Pedaços fofos com borda imperfeita

7 - Diarreico, sem pedaços sólidos.

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

32

Classificação da constipação intestinal

A classificação da constipação intestinal pode ser dividida quanto ao tempo e duração

e quanto a etiologia (orgânica ou funcional), segundo Bigélli et al., 2004, descritas a seguir:

Quanto ao tempo e duração

A diferença entre aguda ou crônica não é muito claro na literatura. Um episódio agudo

pode ser devido à mudança de dieta e ambiente, estado febril ou repouso no leito. Os quadros

crônicos são devido ao manejo inadequado das agudas. Algumas crianças desenvolvem

gradativamente a constipação intestinal, diminuindo a frequência da evacuação e aumentando

a dificuldade para a passagem das fezes. A motilidade intestinal colônica intrínseca e o

comportamento de reter as fezes decorrentes das evacuações dolorosas e fezes de calibres

grandes contribuem para a constipação crônica.

Quanto à etiologia

Pode ser classificada como constipação intestinal orgânica ou funcional

o A orgânica o fator etiológico é conhecido, como:

Causas neurogênicas: doença de Hirschsprun (aganglionose), pseudo-

obstrução intestinal crônica, desordem do sistema nervoso central:

como: meningomielocele (defeito do fechamento do final da coluna

vertebral), tumor, paralisia cerebral, hipotonia muscular.

Anais: estenoses, fissuras, atresia

Endócrinas ou metabólicas: hipotireoidismo, acidose renal, diabete

insípido, hipercalcemia

Uso de drogas: metilfenidato, fenitoína, imipramina, fenotiazida,

antiácido, codeína

o A funcional, o fator etiológico é desconhecido e correspondente a grande

maioria dos casos.

Para Beyer (2005), as causas de constipação intestinal em pessoas saudáveis incluem:

ausência frequente de resposta ao impulso de defecar, falta de fibra na dieta, ingestão

insuficiente de líquidos e uso crônico de laxantes. A tensão nervosa ou ansiedade podem

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

33

comprometer mais essa condição. Além disso, outras causas de constipação crônica podem

ser descritas no Quadro 4 a seguir:

Quadro 4. Causas da constipação intestinal crônica

Sistêmicas, neurogênicas e

metabólicas:

- Efeito colateral da medicação

- Anormalidades metabólicas e endócrinas,

como o hipotiroidismo, uremia, hipercalcemia

- Falta de exercício

- Ignorar e estímulo de defecar

- Doença vascular do intestino grosso

- Doença neurovascular sistêmica que leva

a deficiências dos músculos voluntários

- Dieta precária, pobre em fibras

- Gravidez

Gastrointestinais:

- Câncer

- Doenças da parte superior do

trato gastrointestinal

- Doenças do intestino delgado resultando:

- Falha de propulsão ao longo do cólon

(inércia colônica)

- Falha da passagem, pelas estruturas

anoretais (obstrução da saída)

- Síndrome do intestino irritável

- Fissura anal ou hemorróida

- Abuso de laxativos

Fonte: BEYER, 2005

O aumento da ocorrência da constipação intestinal também foi associado à

urbanização e ao sedentarismo (MORAIS e MAFFEI, 2003).

Prevalência da Constipação intestinal

Dificuldade em evacuar é comum em crianças e adolescentes (RUBIN e DALE,

2006). A constipação intestinal é um dos problemas frequentes em pediatria (MORAIS e

MAFFEI, 2000; BIGÉLLI et al., 2004). É uma queixa comum em 25 % de consultas de

gastropediatras e é um dos 10 problemas mais comuns entre os pediatras em geral

(CORKINS, 2005; RUBIN e DALE, 2006,). Para Maffei e Moreira (1997), a constipação

intestinal em ambulatórios gerais e gastro variam de 3% e 10-25% respectivamente.

Concordando com Beyer (2005) e Corkins (2005), 3% a 5% das visitas pediátricas não

internadas estão relacionadas à constipação intestinal crônica.

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

34

Lopez e Victória (2008) relatam que a constipação intestinal chega a representar cerca

de 50% dos atendimentos em ambulatório de clínica especializada em gastroenterologia e

14% a 15% da população em geral e aumenta com a idade, atingindo 40% de pacientes idosos,

com mais de 65 anos.

No Brasil foram desenvolvidos vários estudos em escolas ou em assistência pública,

com amostra representativa da população, porém a heterogeneidade dos critérios para

caracterizar a constipação apresentou variabilidade nos resultados de prevalência atingindo

até 38%. Em crianças canadenses com 22 meses a prevalência foi de 16%, na Grécia em

crianças de dois a 12 anos 15%, no Reino Unido com crianças de quatro a sete anos 34%.

(MORAIS e MAFFEI, 2000). Nas sociedades ocidentais a constipação intestinal ocorre em

5% a 25% da população, dependendo da sua definição (BEYER, 2005). A maioria dos casos

de constipação na infância (90 a 95%) tem origem funcional (PEREIRA et al., 2009).

Enfim, muitos estudos foram realizados sobre a prevalência da constipação intestinal,

porém com heterogeneidade de critérios como pode ser observado no Quadro 5:

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

35

*Fonte: MORAIS e MAFFEI, 2000 e 2003.

Quadro 5. Prevalência da constipação intestinal

Autores/ Cidade

Local/número/

idade

Critério para caracterização

da constipação intestinal

Prevalência

*ZASLAVSKY et al.,

1988

Porto Alegre, RS

Ambulatório de

pediatria.

N=1000

Acima de 12 anos

Eliminação com dificuldade de

fezes endurecidas, geralmente

associada ao maior esforço entre

as evacuações.

36,5%

*MAFFEI et al.,

1997

Botocatu, SP

Escola. N= 1145

6 a 16 anos

Fezes em cílabos e/ou dificuldade

para evacuar.

28,8%

*BORGO,

1998

Bauru, SP

Creche

N= 57

6 a 40 meses

Evacuações duras ou em cílabos

e/ou frequência menor que três

vezes /semana;

Informações retrospectivas,

obtidas por inquéritos.

17,5%

*MOTA e SILVA,

1998

Recife, PE

Comunidade de

baixa renda,

escolares.

N=536

Acima de 11 anos

Pelo menos duas manifestações:

- evacuação dolorosa ou com

esforço;

- fezes aumentadas;

- frequência inferior a três

vezes/semana

18,7 %

* SANT`ANNA et al.,

1999

Rio de Janeiro RJ

Escola

N=391

8 a 10 anos

Dificuldade para evacuar duas ou

mais vezes por semana

28%

LEE et al.,

2008.

Hong Kong

Pré-escolar

N=368

3 a 5 anos

Critério de Roma 28,8%

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

36

Fisiopatologia da constipação intestinal

O cólon tem como função principal a absorção de água e eletrólitos, armazenar

temporariamente as fezes no sigmóide antes da evacuação. O reflexo gastrocólico ocorre

após as refeições direcionando as fezes para o reto. Seu funcionamento depende entre outros

fatores da musculatura pélvica. A contração da musculatura e a posição adequada (agachada)

para defecar facilitam o tracionamento para a saída do bolo fecal. Esse controle é voluntário

e inicia com dois anos de vida (MORAIS e MAFFEI, 2000).

Outros fatores são importantes na evacuação, como: ações simultâneas dos esfincters

anais internos e externos, tônus do reto e medula espinhal (BIGÉLLI et al., 2004).

A constipação crônica funcional pode provocar alterações na dinâmica da evacuação.

As evacuações dolorosas podem ser devido à eliminação de fezes muito duras, dietas baixas

em fibras, isso pode levar a retenção das fezes ao invés de evacuar, quando o bolo fecal

preenche o reto, a evacuação é impedida com auxílio da contração da musculatura glútea e o

esfincter externo do ânus, evitando a dor de evacuar. Quando esse processo ocorre por um

longo prazo leva a distensão da ampola retal e ao megarreto, surgindo o escape retal

(MORAIS e MAFFEI, 2000).

O peso normal das fezes varia de 100 a 200 g diariamente e a frequência normal de

evacuar pode variar de um a cada três dias até três vezes ao dia. O tempo do trânsito

intestinal varia de 18 horas a 48 h aproximadamente (BEYER, 2005).

Tratamento da constipação intestinal

O tratamento da constipação intestinal consiste do histórico clínico e exame físico

cuidadoso seguido de educação aos pais e as crianças com intervenção comportamental.

Deve-se garantir o uso de fibras dietéticas, líquidos, exercícios físicos adequados e

treinamento ao impulso de defecar. Com o uso de fibras pode ocorrer efeitos colaterais

desagradáveis como flatulência aumentada, cólica ou diarreia, assim seu início deve ser

gradual.

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

37

Pacientes com necessidades do uso de laxativos devem ser orientados a importância

de seguir a prescrição médica. Em casos extremos como o megacólon, a cirurgia pode ser

indicada (BEYER, 2005).

Com o tratamento, a constipação intestinal pode regredir lentamente, portanto esse se

baseia em quatro itens: educação, desimpactação, recondicionamento do hábito intestinal

normal e prevenção da reincidência. No enfoque nutricional, a manutenção aborda uma

alimentação rica em fibras: feijão, ervilha, grão de bico, milho, pipoca, coco, verduras, frutas

in natura e secas, aveia em flocos, farelo de trigo, cereais integrais, ameixa, frutas com casca

e bagaço, hortaliças e leguminosas, quando necessário, suplementos industrializados

(MORAIS e MAFFEI, 2000; MAFFEI, 2004).

1.3. Atividade física

A associação da atividade física e saúde têm sido relatadas na literatura, pois estudos

evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade física e a mortalidade. No

entanto, somente alguns países têm incluindo o tema atividade física nos levantamentos

epidemiológicos. A atividade física pode ser considerada um ótimo investimento em saúde

pública, devido a economia direta advinda do combate ao sedentarismo. A inatividade física

não só está relacionada com doenças e morte, mas também com o alto custo econômico à

sociedade. Por tudo isso, cada vez mais se torna importante determinar o nível de atividade

física da população, com um método definido (MATSUDO et al., 2001). O Internacional Physical Activity Questionnaire (IPAQ) é um questionário que foi

proposto pela Organização Mundial da Saúde (1988), para determinar o nível de atividade

física de adultos. Foi desenvolvido por um grupo internacional em consenso. O instrumento

foi validado em 12 países, inclusive no Brasil (MATSUDO et al., 2001; CRAIG, 2003).

Guedes et al. (2005) reproduziram o mesmo questionário em adolescentes de 12 a 18

anos e verificou que indivíduos abaixo de 14 anos não seria recomendado, pois tiveram

dificuldade para preencher o questionário. Para a presente pesquisa a avaliação da atividade

física foi feita com o IPAQ adaptado.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

38

Classificação da atividade física (MATSUDO et al., 2001).

o Vigorosa, aquela que precisa de um grande esforço físico e que fazem respirar

muito, exemplo: correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido

na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados na casa, quintal

ou jardim, carregar pesos elevados ou outra atividade que faça você suar

bastante ou aumente muito seu batimento cardíaco. No mínimo três sessões de

20 minutos por semana.

o Moderada, aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar

um pouco mais forte que o normal, exemplo: pedalar leve a bicicleta, dançar,

nadar, fazer atividade aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, varrer a casa,

cuidar do jardim, ou outra atividade que faça suar leve. No mínimo 150

minutos/ semana.

o Caminhada: pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da

semana.

o Sedentário, quando não relata nenhum tipo de atividade física.

Segundo Guedes et al., 2005, em adultos existem claras indicações que baixas

práticas de atividade física estão relacionadas diretamente com o aumento da incidência

de cardiopatias, diabetes, hipertensão, osteoporose, alguns tipos de câncer e obesidade.

Assim sugeriu a importância de associar a atividade física nessa pesquisa.

1.4. Imagem corporal

Conti et al. (2009) relatam que imagem corporal é a imagem mental que o indivíduo

faz do seu corpo, envolvido pelas sensações e experiências, ou seja, um retrato mental da sua

aparência física, das atitudes e sentimentos em relação a sua imagem. É resultado de diversas

experiências acumuladas durante a vida, mediadas pelo sistema nervoso central. Para o

adolescente a importância da imagem corporal, e sua percepção, desencadeiam grande parte

dos comportamentos anormais (REATO et al., 2007).

A imagem corporal é formada pela estima corporal e insatisfação com o corpo. A

primeira é quanto o indivíduo gosta ou não de seu corpo, podendo incluir outros aspectos

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

39

além do peso e da forma do corpo, como, por exemplo, cabelos ou rosto. A insatisfação

corporal envolve preocupações com o peso, forma do corpo e gordura corporal. A imagem

corporal é construída ainda na pré-adolescência (TRICHES et al., 2007).

Segundo Coqueiro et al.(2008) a percepção da imagem corporal pode ser uma

ilustração na mente quanto a forma e tamanho do corpo, além de sentimentos relacionados a

essas características como componentes afetivos, cognitivos, perceptivos e comportamentais.

Vários métodos são aplicados para estudar a imagem corporal, como, por exemplo, o

desenho da figura humana, escala de áreas corporais, silhueta de figuras, fotografias, espelho,

videoteipes distorcidos, estima corporal visual, além de questionários e escalas de satisfação,

porém todas de acordo com a meta da pesquisa possuem vantagens e fragilidades

metodológicas (CONTI et al., 2009). Nessa pesquisa abordaremos a imagem corporal do

adolescente mediante a uma pergunta objetiva de múltipla escolha sobre a sua impressão do

seu peso.

Muitas vezes os padrões dessa imagem corporal geralmente não correspondem aos

padrões tidos como adequados para a saúde, assim nos motivou a estudar a percepção que

esses adolescentes têm quanto a sua imagem corporal e verificar o quanto está adequada ou

não. Para isso foi necessário estudar seu estado nutricional.

1.5. Estado nutricional

O estado nutricional na adolescência é importante na determinação da morbidade e

mortalidade durante a fase adulta (HEALD e GONG, 2003). A avaliação nutricional pode

ser feita de várias maneiras, o importante é que nenhum dado seja isolado. É utilizada para

determinar ou monitorar o estado nutricional (WAITZBERG, 2001).

Os indicadores antropométricos determinam o estado nutricional e de saúde de

indivíduos e coletividades, importantes no diagnóstico nutricional e no acompanhamento do

crescimento (SANTOS et al., 2005). A antropometria mede, de maneira estática, os diversos

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

40

compartimentos corporais. Inclui medida de peso, altura, pregas cutâneas e circunferências

dos membros. Entre as vantagens das medidas antropométricas estão: o baixo custo,

simplicidade de equipamento, facilidade da obtenção dos resultados (WAITZBERG e

FERRINI, 2001). É amplamente utilizada para avaliação nutricional de grupos

populacionais. É uma técnica não invasiva, universalmente aplicável e com boa aceitação

internacional (WHO, 1995).

O peso corpóreo é a soma de todos os componentes de cada nível da composição

corpórea. É uma medida aproximada das reservas totais da energia do nosso corpo, e sua

mudança reflete no equilíbrio de energia e proteína. Um valor entre 50% e 60% do peso ideal

coloca o indivíduo nos limites de sobrevivência por inanição, também é considerado risco

nutricional, uma perda de 10% nos últimos seis meses, com provável evolução clínica

desfavorável (WAITZBERG e FERRINI, 2001). O estado de hidratação pode interferir na

avaliação do peso (TELLES e TANNURI, 1994).

Com o peso e a altura é calculado o índice de massa corporal (IMC), também

conhecido como índice de Quetelet, nome de seu autor (BICALHO e BARROS FILHO,

2003; ZEFERINO et al., 2003).

Classificação do estado nutricional

Com o IMC segundo a WHO (2007) é possível classificar o estado nutricional dos

adolescentes em: eutrófico (escore Z de 1 a -2 ), sobrepeso (escore Z > 1), obeso (escore Z >

2) ou desnutrido (escore Z < -2).

Mesmo reconhecido internacionalmente, o IMC não é aceito sem críticas, pois não

distingue massa gorda da massa muscular, porém estudos epidemiológicos têm mostrado boa

correlação com a massa gorda e é um indicador conhecido e de fácil aplicação (BICALHO e

BARROS FILHO, 2003).

Segundo Santos et al. (2005) o IMC na avaliação do excesso de peso em

adolescentes, possui baixa sensibilidade, então deve ser associado às pregas cutâneas

tricipital e subescapular.

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

41

A prega cutânea é um meio conveniente para estabelecer indiretamente a massa

corpórea de gordura, sua medida é simples, e pode ser medida com um adipômetro

(WAITZBERG e FERRINI, 2001). A prega cutânea tricipital (PCT) é a mais utilizada

(TELLES e TANNURI, 1994). As medidas musculares dos membros são usadas para

mensurar a variação da proteína muscular esquelética e para isso, é necessário medir a

circunferência do membro, além da prega.

A circunferência do braço (CB) é recomendada pela Organização Mundial da Saúde

para a estimativa da proteína muscular esquelética total. A área gordurosa do braço (AGB)

fornece melhor estimativa do tecido gorduroso que a prega tricipital e é obtida a partir da

área do braço (AB) e da área muscular do braço (AMB). A área muscular do braço é obtida a

partir da circunferência do braço (CB) e prega tricipital (PCT) (WAITZBERG e FERRINI,

2001).

Para avaliar os dados antropométricos: PCT, CB, AGB e AMB pode ser utilizado

como referência as tabelas de Frisancho (1993) em escore Z.

A avaliação do estoque de proteínas constitui importante aspecto na avaliação

nutricional, pois a proteína participa da sustentação de órgãos e tecidos e age como

substâncias intermediárias como os hormônios e enzimas. A proteína não é armazenada para

posterior utilização, como as gorduras e os carboidratos, desta forma é importante sua

avaliação. A musculatura esquelética é o local de maior hidrólise e fonte de aminoácidos na

privação de alimentos, sendo assim a medida da massa muscular fornece uma estimativa da

reserva protéica. Existem críticas ao se avaliar a massa muscular, por sua falta de precisão,

pois pode alterar-se, independente da composição muscular e relaciona-se pouco com as

concentrações séricas das proteínas circulantes, porém seu emprego se justifica por ser pouco

dispendioso, simples e fácil (TELLES e TANNURI, 1994).

De acordo com a American Diet Association (ADA), a promoção de um ótimo estado

nutricional é necessária: programas de nutrição incluindo assistência à alimentação,

intervenção nutricional e educação nutricional (STANG e BAYERL, 2003).

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

42

1.6. Programa de educação nutricional

Manço e Costa (2004) relatam uma breve retrospectiva da educação nutricional onde

os trabalhos valorizavam o significado dos alimentos, aspectos religiosos, culturais, hábitos de

grupos étnicos, contudo sem participação ativa dos educandos. Outros afirmavam que a

educação nutricional não era um simples passar de informações, porém onde o nutricionista

era visto apenas como um multiplicador de informações. Foi comentado o papel do educador

como um dom do indivíduo e não uma habilidade a ser desenvolvida. Relataram também

trabalhos na redução de riscos de morbidade e mortalidade.

No Brasil, a educação nutricional ficou mais associada à introdução de alimentos, com

publicações restritas a folhetos e livretos. Nos anos 70 a educação nutricional foi criticada,

pois os ensinamentos estavam voltados aos pobres, como por exemplo, em comerem cascas

dos alimentos. Os investimentos na área de educação nutricional foram limitados em termos

de referências de poucos livros (MANÇO e COSTA, 2004).

Na década de 80, Motta e Boog (1984) descrevem no seu livro a educação nutricional

relacionada à educação em saúde, onde tinha por finalidade a formação de práticas à saúde,

como: não fumar, praticar esportes, incentivo de consumo de alimentos naturais, frutas,

hortaliças, evitar guloseimas e gorduras saturadas.

Nos anos 90, com a transição alimentar, cresce a prevalência de obesidade e doenças

crônico-degenerativas, ressurgiu o interesse por ações de educação nutricional. Em 1996, com

a assinatura da Declaração de Roma, participantes de vários países da Cúpula Mundial de

Alimentação, decidiram estudar a implementação de políticas voltadas ao combate à fome

podendo assim enfocar ações de educação nutricional (BOOG, 2004).

Manço e Costa (2004) relataram as principais concepções envolvidas na educação

nutricional e os seus possíveis rumos. Com base nas suas análises, a possibilidade da educação

nutrício nal enriquecer-se nas áreas de ciências humanas, de princípios filosóficos e da

educação em geral, tendo como referência Freire e Morin indicando a necessidade do

profissional nutricionista buscar a complementação de sua formação inicialmente na área da

saúde e posteriormente no desenvolvimento da educação.

Para Manço e Costa (2004), os princípios do conhecimento, segundo Morin colocam a

necessidade da superação e inadequação existente entre os saberes, que se encontram

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

43

desunidos, divididos, compartimentados e os problemas, cada vez mais multidisciplinares,

transversais, multidimensionais e globais enquanto para Freire, a educação problematizadora é

vista como um caminho para a formação crítica dos educandos, ao contrário à educação

tradicional das escolas, onde existe uma relação de narração de conteúdos, onde o educador é

quem educa e sabe, ou seja, o sujeito. Enquanto os educados, os que “não” sabem, são

ouvintes. Ao contrário, a educação deveria ser libertadora, onde o indivíduo encontre

alternativas para descobrir-se, desenvolver-se e controlar seus problemas em relação à sua

alimentação.

A educação nutricional se define:

¨Um processo ou meio do qual se obtém mudanças de

conhecimentos de nutrição, atitudes com relação à

alimentação e práticas alimentares conduncentes à

saúde, visando a melhoria da saúde pela promoção de

hábitos adequados, eliminação de práticas dietéticas

insatisfatórias, introdução de melhores práticas de

higiene e uso mais suficiente de recursos alimentares

(MANÇO E COSTA, 2004) ¨.

¨Um conjunto de estratégias sistematizadas para

impulsionar a cultura e a valorização da alimentação,

concebidas no reconhecimento da necessidade de

respeitar, mas também modificar crenças, valores,

atitudes, representações, práticas e relações sociais que

se estabelecem em torno da alimentação, visando o

acesso econômico e social de todos os cidadãos a uma

alimentação quantitativa e qualitativamente adequada,

que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio

social (BOOG, 2004) ¨.

Segundo a Lei Federal 8.234/91, a educação nutricional é um campo de atuação do

nutricionista, que pode construir conhecimentos significativos com o paciente, conforme suas

necessidades. A educação nutricional não deveria ser concebida apenas pela alteração de

hábitos alimentares inadequados, onde os alimentos não devem ser vistos apenas como fonte

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

44

de nutrientes, pois possuem várias funções na sociedade humana e podem estar relacionados

aos aspectos culturais, religiosos, sociais, econômicos, psicológicos, antropológicos e aos

tabus que influenciam os hábitos dos indivíduos e dos grupos (MANÇO e COSTA, 2004).

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) é relatado que o

compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional

voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à

vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas

Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da

Orientação Sexual. Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira. Os

Temas Transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias

formas, na vida cotidiana. O desafio das escolas é o de abrirem-se para este debate. A

contribuição da escola é a de desenvolver um projeto de educação comprometido com o

desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la.

Não se pode compreender ou transformar a situação de um indivíduo ou de uma

comunidade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e

cultural (BRASIL, 1997).

Os programas de educação nutricional têm como objetivo a transmissão de

informações com fim de obter mudanças de conhecimento, pois a informação é o inicio do

processo de mudança do comportamento com o desejo da efetiva mudança da prática

(MOTTA e BOOG, 1984).

Santos (2005) abordou em seu artigo a educação alimentar no contexto da promoção

de práticas alimentares saudáveis, como importante conduta para novos desafios no campo

da saúde, da alimentação e da nutrição, analisando artigos e documentos do governo

brasileiro. Ele relatou que esses materiais subsidiam os indivíduos com informações

adequadas, corretas e consistentes sobre nutrição e prevenção.

A educação nutricional de crianças, pais e responsáveis é de imensa importância nas

escolhas alimentares e deveria fazer parte da orientação de professores e/ou profissionais que

trabalham com o alimento (FARIA et al., 2004).

A posição da ADA (American Diet Association) é que toda criança e adolescente

deveria ter acesso a alimentos e programas de nutrição seguros e adequados para promover

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

45

um ótimo crescimento e desenvolvimento físico, cognitivo e social. A má nutrição tem estado

associada ao comprometimento físico, psicossocial, cognitivo e agora é reconhecida como o

maior contribuinte para o crescimento do problema de sobrepeso e obesidade em crianças e

adolescentes (STANG e BAYERL, 2003).

Programas de nutrição mostram ter um impacto positivo na criança e no adolescente,

como contribuir não apenas para o combate a fome, alimentos inseguros, veículo para

educação nutricional, promoção de atividade física, como para combater sobrepeso e prevenir

doenças crônicas. Assim, os profissionais da área de nutrição são responsáveis por orientar

indivíduos que trabalham com crianças e adolescentes na escola e comunidade desenvolvendo

bons hábitos nutricionais (STANG e BAYERL, 2003).

Esses programas são essenciais, pois os adolescentes estão expostos a uma sociedade

onde a prevalência de sobrepeso e obesidade está crescendo e isso é considerado um grande

problema de saúde pública (NUNES et al., 2007; RODRIGUES, 2003).

A obesidade infantil é uma epidemia global e a tendência de aumento de sobrepeso e

obesidade são aparentes em países desenvolvidos e em desenvolvimento (FLYNN, 2006). No

período de 1980 e 1990 a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças aumentou de duas

para cinco vezes em países desenvolvidos (de 11% para 30% em meninos no Canadá) e

aumentou quase quatro vezes em países em desenvolvimento (de 4% para 14% no Brasil)

(FLYNN, 2006). Segundo WHO (2009) no estudo envolvendo 41 países, com crianças e

adolescentes a prevalência da obesidade variou de 5 a 25%, também chegando a 30% em

crianças com 11 anos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 do IBGE relatou um

aumento considerável na proporção dos adolescentes brasileiros com excesso de peso: em

1974-75 estavam acima do peso 3,9% dos garotos e 7,5% das garotas entre 10 e 19 anos, em

2002-03, 18,0% garotos e 15,4% garotas.

A prevalência de obesidade prematura está associada a morbidades e provavelmente ao

aumento do custo dos cuidados e tratamentos de saúde das crianças. A maioria dos

especialistas em obesidade infantil concorda que a prevenção é a primeira linha de conduta.

Profissionais da área da saúde precisam estar aptos a reconhecer os riscos para obesidade

calculando e anotando em gráfico de crescimento o IMC em cada consulta, além de monitorar

as comorbidades. Se a obesidade for diagnosticada é necessário a mudança da dieta e o hábito

de exercícios (MILLER e SILVERTEIN, 2007).

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________

Introdução

46

Para adolescentes com comorbidades graves e impossibilitados de modificar eu estilo

de vida devem ser considerado terapia farmacológica ou cirúrgica, como última opção

(MILLER e SILVERTEIN, 2007).

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2009) relata que a escola deve definir estratégias,

em conjunto com a comunidade escolar para favorecer escolhas saudáveis, incluir nas

atividades curriculares, informar as famílias, capacitar os profissionais que preparam os

alimentos, favorecer água potável, restringir a oferta e comércio de produtos ricos em

gorduras e açúcares, desenvolverem opções de alimentos saudáveis, aumentar a oferta e

consumo de frutas verduras principalmente da região, divulgar as experiências quanto a

alimentação saudável entre as escolas. Enfim desenvolver um programa contínuo de

promoção de hábitos alimentares saudáveis e avaliação do estado nutricional dos escolares

com ênfase no diagnóstico, prevenção e controle dos distúrbios nutricionais.

A educação nutricional para adolescentes pode contribuir para diminuir o risco de

doenças metabólicas e cardiovasculares na fase adulta e evitar o desenvolvimento de

transtornos alimentares (SANTOS et al., 2005; FIORAVANTI e ZORZETO, 2007).

Frente a essas informações a escola pode ser uma oportunidade para formar e

transformar conceitos favoráveis à alimentação e hábitos de vida saudável, assim nos

motivou a desenvolver essa pesquisa com enfoque num programa de educação nutricional

com temas transversais e interdisciplinares.

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

47

OBJETIVOS

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Objetivos

48

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Conhecer alguns aspectos nutricionais que envolvem os hábitos alimentar, intestinal dos

adolescentes, e verificar o efeito de um programa de educação nutricional, numa escola de

Campinas, SP.

2.2. Objetivos Específicos

Descrever os hábitos alimentar e intestinal, o estado nutricional, a atividade física, a

imagem corporal e a classe social dos adolescentes.

Relacionar constipação intestinal com: consumo diário de líquidos, atividade física,

obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras.

Relacionar obesidade e sobrepeso com: atividade física, número de refeições, uso de

adoçante dietético, idade e imagem corporal.

Desenvolver um programa de educação nutricional e verificar seu efeito na absorção

do conhecimento de nutrição nos adolescentes

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

49

CASUISTICA E MÉTODOS

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

50

3. CASUISTICA E MÉTODOS

3.1. Aspectos éticos da pesquisa

Esse projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (n.o 068/2007, Apêndice I) e pela diretora da

escola (Apêndice 2). O responsável legal pelo adolescente foi informado sobre o trabalho e

após a sua aprovação e preenchimento do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, foram

coletados os dados para a elaboração da pesquisa.

A participação dos adolescentes foi voluntária, podendo qualquer um deles, desistir

em qualquer momento. Os dados obtidos tiveram garantia de sigilo quanto à identificação

dos adolescentes e as informações coletadas serão utilizadas para publicações científicas. Os

responsáveis pelo trabalho ficaram à disposição para qualquer esclarecimento necessário.

3.2. Características do local de estudo

A pesquisa foi desenvolvida em uma escola (Escola Estadual Prof. Francisco Álvares),

vila Holândia, bairro de Barão Geraldo, município de Campinas, SP.

3.3. Problemas encontrados para execução do estudo

Esse estudo foi apresentado para outras duas grandes escolas particulares, em uma

delas foi solicitada uma palestra sobre transtorno alimentar e alimentação saudável aos

adolescentes. Houve intensa e dinâmica participação dos alunos e da professora de biologia,

porém com a mudança da diretoria dessa escola o projeto não foi aprovado. Quanto a outra

escola, o projeto também foi apresentado ao diretor e aos professores, e esse faria parte de um

projeto temático, envolvendo outro departamento da Universidade de Estadual de Campinas.

Este chegou a ser aprovado inicialmente, inclusive houve o desenvolvimento de um evento

sobre alimentos funcionais, vinculado ao projeto temático. O referido projeto teria, inclusive,

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

51

apoio financeiro para o seu desenvolvimento, porém também devido às mudanças na diretoria

dessa outra escola foi cancelado.

Posteriormente conseguimos uma boa parceria com os membros da escola em que

esse trabalho foi desenvolvido.

3.4. Desenho do estudo

O desenho do estudo foi descritivo, prospectivo, com intervenção, no período de

outubro de 2007 a novembro de 2008.

3.5. Critérios de inclusão e exclusão

O presente trabalho foi elaborado para todos os 172 alunos matriculados na escola

estadual Francisco Álvares, da 7.a série do ensino fundamental ao 3

.o ano do ensino médio, de

ambos os gêneros, na faixa etária de 12 a 18 anos. Entre os alunos, alguns não quiseram

participar ou não foi possível sua participação (13/172), 18 transferiram-se da escola, 11

faltaram nos dias das entrevistas e quatro foram excluídos. Nesse último caso três pela idade

acima da faixa etária e um por apresentar diagnóstico de paralisia cerebral tetraparética

(Figura 2).

Figura 2. Fluxograma da amostra inicial dos adolescentes estudados

População = 172

Alunos matriculados

13 não quiseram participar

18 foram transferidos

11 Faltaram

4 Excluídos

Amostra

126

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

52

Também foi considerado critério de exclusão relato de doença endócrina,

neurológica, anormalidade intestinal, preenchimento inadequado dos formulários e o não

interesse do aluno.

3.6. Variáveis estudadas

As variáveis estudadas foram as seguintes:

Hábito alimentar, hábito intestinal, estado nutricional, atividade física, imagem corporal,

classe social, programa de educação nutricional e o efeito desse programa.

Essas variáveis serão descritas concomitantes aos procedimentos de sua obtenção,

após a apresentação dos instrumentos utilizados.

3.7. Instrumentos utilizados

Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos:

Termo de Consentimento Livre Esclarecido da diretora e dos alunos (Apêndices II e

III);

Ficha de avaliação da classe social (Apêndice V)

Ficha de avaliação dos hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade

física e imagem corporal dos adolescentes (Apêndice IV);

Balança portátil Tanita®, com capacidade de 150 kg;

Fita métrica inelástica, para medir a circunferência do braço, graduada em

centímetros;

Paquímetro, modelo Lange®, para medir a prega cutânea tricipital e subescapular;

Estadiômetro portátil Sanny®, para medir a altura dos alunos, com escala em

centímetros;

Data show, DVD player, filme Super Size Me e cartazes para aplicação do programa

de nutrição;

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

53

Ficha de apoio para a orientação nutricional individual (Apêndice 6.1);

Perguntas abordadas para avaliação do programa de educação nutricional (Apêndice

6.2);

Perguntas sobre o filme Super Size Me (Apêndice 6.4);

Atividades de gasto energético e atividade física (Apêndice 6.5);

Palestras sobre transtorno alimentar e alimentação saudável (Apêndices 6.6 e 6.7).

3.8 Procedimentos para coleta de dados

A autora do presente estudo entrevistou individualmente os adolescentes, utilizou a

ficha de avaliação dos hábitos alimentar e intestinal, estado nutricional, atividade física e

imagem corporal dos adolescentes (Apêndice IV) desenvolvida especialmente para esse

trabalho.

A avaliação da classe social das famílias dos adolescentes foi feita, avaliando o poder

aquisitivo das famílias e a escolaridade do chefe da família, onde os adolescentes auto-

preencheram o questionário (Apêndice V), segundo a Associação Brasileira de Empresas de

Pesquisas, 2003 e posteriormente foram classificados em A, B, C, D e E.

Os adolescentes receberam orientação nutricional contempladas no Apêndice VI. O

programa de educação nutricional em grupo foi desenvolvido e aplicado por vários

professores da escola em questão e será descrito posteriormente.

A coleta das variáveis quanto aos hábitos alimentar e intestinal, atividade física,

estado nutricional e imagem corporal foram os seguintes:

Hábito alimentar

O hábito alimentar foi identificado por meio da frequência do consumo de alimentos,

refeições diárias, local da alimentação e consumo de líquidos:

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

54

Frequência de consumo de alimentos

Para a frequência do consumo do alimento foi utilizado um questionário de consumo

alimentar adaptado de Santos et al., 2005; Sales et al., 2006; Ribeiro et al., 2006. A adaptação

dos três autores para o questionário de frequência de consumo alimentar envolveu os

seguintes critérios: hábito alimentar: quando o adolescente consumiu quatro ou mais vezes

por semana e quando o alimento foi relatado por 50 % dos adolescentes, este foi definido

como hábito do grupo, segundo Santos et al. (2005). Os detalhes quanto ao consumo

alimentar de nunca (nenhuma vez) até diariamente (sete vezes por semana) foi baseado em

Sales et al. (2006) e a validação do uso da frequência do consumo alimentar foi segundo

Ribeiro et al. (2006).

Refeições diárias:

As refeições foram definidas pela frequência do: desjejum, lanche da manhã e tarde,

almoço, jantar e/ou ceia. Identificada como adequada, a realização de pelo menos três

refeições ao dia (SANTOS et al., 2005) e também segundo o Ministério da Saúde (2009),

como cinco a seis refeições/dia.

Local da alimentação:

Foi abordado se a alimentação ocorreu em sua casa, na escola, casa de parentes, fast food

ou lanchonetes ou restaurantes.

Consumo de líquidos:

Foi investigado por meio do questionário (Apêndice IV) desenvolvido para esse

projeto, caracterizada como adequado o consumo de dois litros por dia ou 30 a 40 ml / kg de

peso corpóreo (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005).

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

55

Hábito Intestinal

O hábito intestinal também investigado na forma de entrevista individual aos

adolescentes, por meio da frequência da evacuação, sintomas da evacuação, consistência das

fezes e constipação intestinal funcional, com o uso do Apêndice IV desse trabalho, baseado

no critério de Roma III (RASQUIN et al., 2006; RUBIN e DALE, 2006) do consenso de

Boston (HYAMS et al., 2002).

Estado nutricional:

O estado nutricional foi avaliado por meio IMC/ idade e pela composição corporal.

Para o cálculo do IMC, foi aferido o peso e a altura.

Peso: com uma balança portátil Tanita ®, capacidade para 150 kg, o adolescente

foi pesado sem sapatos, com roupas leves (uniforme da escola), braços ao longo do corpo e

olhar fixo à frente.

Altura: com um estadiômetro portátil Sanny ®, escala em centímetros, o

adolescente ficou descalço, com os pés juntos, em posição ereta e olhando à frente, com o

dorso, as nádegas e a cabeça encostados na parede. Encostou-se o aparelho no ápice da sua

cabeça e registrou-se sua altura.

Com o IMC em relação à idade os adolescentes foram classificados em eutrófico

(escore Z de 1 a -2), sobrepeso (escore Z > 1), obeso (escore Z >2) ou desnutrido

(escore Z<-2), segundo a WHO, 2007. Posteriormente o diagnóstico nutricional

(obesidade e sobrepeso) foi relacionado com atividade física, número de refeições,

uso de adoçante dietético, imagem corporal e idade dos adolescentes.

A composição corporal dos adolescentes foi identificada, em escore Z, com a

circunferência do braço, pregas cutâneas tricipital e subescapular e posteriormente foram

calculadas as áreas muscular e de gordura do braço, com o programa: Sistema para análise de

crescimento (Siscres) (MORCILLO e LEMOS-MARINI, 2002). Os dados obtidos foram

anotados no protocolo (Apêndice IV). O IMC, AMB e AGB.

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

56

A circunferência de braço (CB): foi aferida com uma fita métrica inelástica,

graduada em centímetros, o registro foi obtido no ponto médio entre o processo acromial da

escápula (ombro) e processo do olecrano (cotovelo). O local foi marcado com o braço fletido

e a circunferência medida com o braço pendente.

Prega Cutânea Tricipital (PCT): com paquímetro, modelo Lange ®, no mesmo

ponto entre o processo acromial da escápula (ombro) e processo do olécrano (cotovelo), o

paquímetro foi aplicado suavemente e a medida observada dois a três segundos após a

aplicação aferida, por duas vezes para uso da média obtida.

Para a avaliação da CB, PCT, PCS, AMB e AGB foram utilizadas como referência

as tabelas de Frisancho (FRISANCHO, 1993), os dados foram registrados em

escore Z.

Todas as medidas referentes à composição corporal foram feitas no hemicorpo

esquerdo dos adolescentes e para estudar os indicadores antropométricos relatados acima

foram utilizadas as seguintes fórmulas:

Fórmulas 1. Fórmulas antropométricas do índice de massa corporal (IMC), da área gordurosa

do braço (AGB), área muscular do braço (AMB) e área do braço (AB)

IMC = Peso (kg)/Altura 2 (m)

AGB (mm2) = AB - AMB

AMB (mm2) = (CB – x PCT)

2 / 4.

AB (mm2) = CB

2 / 4.

Fonte: TELLES e TANNURI (1994)

O método utilizado para avaliação nutricional antropométrica é aprovado e validado

na literatura (TELLES e TANNURI, 1994; MARTINS e CARDOSO, 2000; HOFFMAN et

al., 2001).

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

57

Atividade física:

Foi abordada por meio de questionário (Apêndice IV), em que o aluno escolhia entre

as seguintes alternativas: vigorosa, moderada, caminhada, sedentário - adaptado do

Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (MATSUDO et al., 2001).

Posteriormente as repostas foram agrupadas em presença de atividade física ou não.

Imagem corporal:

Segundo Coqueiro (2008) os métodos usados na literatura para avaliar a silhueta

corporal para estudar a imagem corporal por figuras é fácil, rápido e simples, porém possuem

limitações, pois suas formas bidimensionais podem contribuir para falhas nas representações

total do corpo, na distribuição da massa de gordura e em outros aspectos da composição

corporal, que são importantes na formação da imagem corporal e além de tudo são baseadas

em biótipos que podem não ser o do brasileiro.

Assim a investigação da imagem corporal (Apêndice IV) dessa pesquisa foi feita por

meio da impressão quanto ao peso, ou seja, por meio de pergunta objetiva de múltipla

escolha, de fácil interpretação e escolha do adolescente, onde esse deveria escolher se acha

seu peso adequado, elevado ou baixo, baseado no artigo de Reato et al (2007) e no estudo de

Freitas et al (2009).

Classe social:

A avaliação da classe social das famílias dos adolescentes foi feita avaliando o poder

aquisitivo das famílias e a escolaridade do chefe da família, onde os adolescentes auto-

preencheram o questionário (Apêndice V), segundo a Associação Brasileira de Empresas de

Pesquisas (2003) e foram classificados em A, B, C, D e E.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

58

3.9. Planejamento do programa de educação nutricional

O programa de educação nutricional foi desenvolvido utilizando duas estratégias:

orientação nutricional individual e orientação multidisciplinar em grupo. Para isso os alunos

foram separados em três grupos:

1) Grupo de alunos com orientação individual

2) Grupo de alunos com orientação individual e em grupo

3) Grupo de alunos sem orientação, ou seja, grupo de comparação

Importante destacar que os alunos que ficaram sem orientação nutricional ou em

grupo e foi identificado algum problema, o seu caso foi relatado à diretora da escola para

posteriormente o aluno ser encaminhado ao profissional especializado: nutricionista e/ou

médio.

Orientação nutricional individual:

A orientação nutricional individualizada foi desenvolvida para todos os adolescentes

da 7.a série do ensino fundamental ao 3

.o do ensino médio que atendiam aos critérios de

inclusão desse trabalho. Os adolescentes do 1.o ano B do ensino médio, denominados grupo

de comparação, não receberam orientação.

A orientação nutricional individual foi feita após a entrevista individual com os

adolescentes, com o apoio do formulário desenvolvido para esse trabalho (Apêndice 6.1).

A orientação nutricional individual foi feita por uma única nutricionista, a autora

desse trabalho, e teve como objetivo dar um feed back sobre as respostas dos adolescentes,

além de fornecer conhecimentos de nutrição e motivar rotinas saudáveis, pontuados no

Apêndice 6.1 e descritas a seguir:

o Foi demonstrado o seu peso e altura em gráfico de crescimento do Centers for Disease

Control and Prevention (CDC, 2000) para dar um retorno quanto ao seu estado

nutricional.

o Foi comentado sobre sua saúde intestinal, enfocando o conceito de constipação

intestinal, sintomas e consistência das fezes usando a foto de Rubin e Dale (2006).

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

59

o Foi utilizado a pirâmide alimentar, destacando a importância de consumir alimentos de

todos os grupos alimentares (construtores, energéticos e reguladores) e a importância

de um prato colorido abordando alguns alimentos funcionais (PHILIPPI et al.,1999;

IRALA e FERNANDEZ, 2001; BORGES, 2001; ESPERANÇA et al., 2008).

o Foram apresentados alguns alimentos fontes de fibras alimentares como: farelo de

trigo, frutas, verduras, leguminosas, além da quantidade adequada para uma

alimentação saudável (COPPINI et al., 2001; CORKINS, 2005; TACO, 2006).

o Importância de consumir todas as refeições, principalmente o desjejum para iniciar

adequadamente as atividades na escola (BRASIL, 2004).

o Benefícios quanto à atividade física (MATSUDO et al., 2001; BRASIL, 2004;

NELSON et al., 2009).

o Consumo adequado de líquidos (WAITZBERG, 2001):

o Água, sucos naturais, evitando refrigerantes.

o Fortalecer o consumo de leite e derivados (fonte de Cálcio), pois o período da

adolescência é fundamental para densidade óssea (COBAYASHI et al., 2005).

o Quando necessário, foi sugerido o encaminhamento a um profissional especializado

para o tratamento da constipação intestinal, obesidade ou erro alimentar.

Orientação em grupo:

O programa de educação nutricional em grupo foi planejado e desenvolvido com a

participação dos professores, vice-diretora, coordenadora pedagógica e diretora da escola,

além da nutricionista, autora dessa pesquisa, após o término das orientações nutricionais

individualizadas, ou seja, os alunos que receberam a orientação em grupo também receberam

a orientação individual. As atividades em grupo utilizaram Temas Transversais, ou seja,

atravessaram diferentes campos do conhecimento, baseados nos conhecimento em nutrição e

nos conceitos do Parâmetro Curricular Nacional (1997).

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

60

Após discussão com os professores, as atividades em grupo foram destinadas aos

adolescentes da 7.a série do ensino fundamental ao 1

.o ano do ensino médio, atendendo assim

uma faixa etária de interesses em comum, com uma única linguagem a todos.

Para a concentração da aplicação das atividades e envolvimento dos professores da

escola foi desenvolvido um Workshop. A apresentação desse Workshop foi durante uma

semana. O tema central sugerido e acolhido por todos e com a intenção de motivar a máxima

participação dos adolescentes foi: Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável.

Antes de iniciar as dinâmicas em grupo foi desenvolvido e aplicado aos adolescentes

um questionário com 10 perguntas objetivas (Apêndice 6.2), para avaliar seu nível de

conhecimento em nutrição, aplicado pela professora de português. Depois da participação

dos alunos no programa de educação nutricional em grupo, a professora de química aplicou o

mesmo questionário novamente. As questões desse questionário se basearam nos temas

abordados durante o Workshop ou durante as orientações individuais. O questionário foi

desenvolvido por meio de questões objetivas. Da questão um até a sete, o aluno deveria

classificar a informação como verdadeira (V) ou falsa (F). Foram abordados os seguintes

assuntos nas questões:

Questão 1- Foi tratado do tema obesidade e as suas consequências nas doenças

cardiovasculares e hipertensão arterial.

Questão 2- Questionou-se a participação da gordura numa alimentação saudável.

Questão 3- Tentou-se resgatar os conceitos sobre a importância do consumo de cálcio

focando a densidade óssea na adolescência.

Questão 4 – Aumento da obesidade infantil de 3% para 15% nas últimas duas décadas.

Questão 5 – Forma de avaliar o estado nutricional do adolescente segundo o IMC e o

gráfico de crescimento.

Questão 6 - O que influencia o hábito alimentar.

Questão 7- Teve como objetivo identificar se os adolescentes conheciam os grupos

alimentares, suas funções e indicações.

Questão 8 - O aluno deveria saber o conceito crescente e decrescente e ter uma noção

dos alimentos fontes com maior ou menor teor de fibras e os isentos de fibras.

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

61

Questão 9 - De múltipla escolha com 6 alternativas (a,b,c,d,e,f), onde o aluno deveria

identificar os alimentos ricos em cálcio.

Questão 10 - Foi solicitado ao aluno uma associação entre alimentos e

macronutrientes (proteína, gordura e carboidrato).

As atividades em grupo foram desenvolvidas utilizando aulas expositivas,

apresentação de filme, desenvolvimento de seminários e pesquisas, exercícios dirigidos,

envolvendo vários professores e alunos, visando a interatividade do conhecimento

interdisciplinar, as quais serão descritas a seguir:

As atividades em grupo :

Palestra com o tema Transtorno Alimentar, ministrada por uma especialista

nutricionista, a autora desse trabalho, aos alunos e professores, Apêndice 6.5.

Na palestra sobre Transtorno Alimentar foram abordados alguns assuntos relatados a seguir:

o Definição da adolescência, segundo o Estatuto da criança e do adolescente

(2001) e WHO (1995).

o A busca da imagem corporal idealizada pelo adolescente, levando algumas

vezes a uma alimentação inadequada e desequilíbrios nutricionais, podendo

interferir na sua saúde e desenvolvimento (GARCIA et al., 2003).

o Conceitos sobre adolescência, como intensas mudanças psicológicas,

hormonais e sociais.

o Transtorno comportamental que afeta a ingestão de alimentos.

o Definição e classificação de transtorno alimentar, conceitos sobre anorexia,

bulimia (HUSE e LUCAS, 2003).

o Associação do tema anorexia com reportagens na mídia.

o Conceito sobre obesidade e o aumento da prevalência em crianças, nas últimas

duas décadas (GUIMARÃES, 2007).

o Obesidade e os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial,

hipercolesterolemia na adolescência (OLIVEIRA et al , 2004).

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

62

o Obesidade como uma doença multifatorial, mostrando um clássico com a foto

da família Colômbiana de Botero.

o Prática de atividade física (OLIVEIRA et al., 2004).

o Desnutrição associada a uma doença específica, demonstração de foto de uma

criança com paralisia cerebral (CARAM, 2006).

o Dinâmica com os alunos sobre o método de avaliação antropométrica para

diagnosticar o seu estado nutricional em gráfico de crescimento (CDC, 2000).

o O que influencia o hábito alimentar (GARCIA et al., 2003; SANTOS et al.,

2005).

o Alguns direitos da criança e do adolescente (Estatuto da criança e do

adolescente, 2001).

Participação dos adolescentes sobre o tema Transtorno Alimentar e Alimentação

Saudável, na forma de pesquisa, apresentado como um seminário oralmente no

Workshop, utilizando como recursos cartazes e recortes de revistas e jornais.

Desenvolvido sob orientação do professor de ciências e apresentado aos seus colegas

e outros professores.

Apresentação do filme sobre obesidade, Super Size Me, com uso de DVD player, e

aplicação de perguntas dirigidas, sob orientação da professora de português (Apêndice

6.3).

Pesquisa sobre o tema obesidade no Brasil e no mundo, desenvolvida pelos alunos e

também apresentada no Workshop, com o envolvimento dos professores de geografia

e história.

Palestra sobre Alimentação saudável, ministrada pela autora, nutricionista, aos alunos,

pais e professores, podendo ser observado seu conteúdo no Apêndice 6.6.

Na palestra sobre Alimentação Saudável foram abordados os assuntos relatados na

sequência a seguir:

o O que é uma alimentação equilibrada, grupos de alimentos: energéticos,

construtores, reguladores (PHILIPPI et al.,1999; IRALA e FERNANDEZ, 2001;

GUIMARÃES e GALISA, 2008).

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

63

o Teor de fibras nos alimentos (TACO, 2006).

o Distribuição adequada dos alimentos (DRIs, 2002; WHO, 2003). Exemplo de prato

desequilibrado e prato saudável em fotografia.

o Alimentos funcionais, a importância de uma refeição colorida (FREIBERG et al

2007, BORGES, 2001).

o Hábito alimentar e suas influências (GARCIA et al., 2003).

o Dicas nutricionais.

o Pirâmide alimentar (PHILIPPI et al., 1999).

o Além da apresentação da Pirâmide alimentar na aula de alimentação saudável, a

professora de inglês utilizou-a como ampliação de vocabulário fortalecendo mais

uma vez o conhecimento nutricional dos adolescentes.

o Valor do gasto energético em várias atividades físicas (DOROZ, P, 2006),

divulgado em mural da escola e atividade com gráficos de coluna sobre gasto

energético e atividade física, desenvolvido pelo professor de matemática

(Apêndice 6.4).

3.10. Como avaliar o efeito do programa de educação nutricional?

O programa individual foi elaborado pela autora e o em grupo teve a participação dos

vários membros da escola. Para avaliar esse programa foi aplicado o questionário (Apêndice

6.2) antes e depois nos alunos que participaram do programa em grupo.

O efeito do programa de nutrição foi avaliado então, por meio da aquisição de

conhecimentos de nutrição desses adolescentes, mediante as notas do questionário aplicado

aos alunos (Apêndice 6.2).

As notas foram pontuadas com os valores de zero a dez, corrigidas utilizando o

gabarito do questionário (Apêndice 6.3), posteriormente foram comparadas entre si e

classificadas em três grupos de adolescentes: os que receberam somente orientação

individual, os que receberam orientação individual e em grupo, descrito nas tabelas como

grupo e os que não receberam orientação nutricional, grupo de comparação. Destacando que

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

64

os que não receberiam orientação e tivessem algum problema identificado seria informada a

diretora da escola e encaminhado ao especialista: médico ou nutricionista.

3.11. Análise dos dados

Os dados coletados foram inseridos no programa Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS, 1999) versão 10 para posterior análise descritiva.

Para a análise da associação entre constipação intestinal e consumo diário de líquidos,

atividade física, obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos

em fibras foram utilizados os testes estatísticos qui-quadrado e exato de Fisher

(BEIGUELMAN, 1996). Os mesmos testes foram utilizados para relacionar a obesidade e

sobrepeso com: a atividade física, o número de refeições, o uso de adoçante a imagem

corporal e idade.

O teste Kappa é uma medida de concordância e mede o grau de concordância entre as

respostas, além do que seria esperado somente pelo acaso. Esta medida de concordância tem

como valor máximo igual a um, que representa total concordância. Os valores próximos e até

abaixo de zero, indicam nenhuma concordância. Um eventual valor de Kappa menor que

zero, negativo, sugere que a concordância encontrada foi menor daquela esperada. Sugere,

portanto, discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de discordância

(LEE, 1995).

Para análise estatística da imagem corporal quanto a verificar a concordância entre o

diagnóstico nutricional e a imagem corporal, segundo a percepção de peso do adolescente foi

utilizado o teste Kappa. A magnitude do teste é definida como: valores maiores ou iguais a

0.75 que indicam excelente concordância, valores entre 0.75 e 0.40 indicam boa concordância

e valores menores ou iguais a 0.40 não indicam concordância. Para testar a significância entre

dois testes Kappa independentes foi utilizado o teste Z, conforme proposto por Congalton e

Mead (1983). O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi 5%.

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

________________________________________________________________________________________________________________

Casuísticas e Métodos

65

Para a análise estatística dos dados do programa de educação nutricional foi utilizado

estatísticas descritivas (média, desvio-padrão, valores mínimo, mediana e máximo) para a

variável Nota em cada grupo (Orientação Individual, Orientação Individual+Grupo e Grupo

de comparação). Na comparação dos grupos Orientação Individual e Orientação Individual +

Grupo foi utilizado teste de Wilcoxon (com amostras pareadas). E na comparação com o

grupo que não recebeu orientação (amostra não pareada) foi utilizado o teste de Mann-

Whitney (CONOVER, 1971), com nível de significância adotado foi de 5%.

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

66

RESULTADOS

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

67

4. RESULTADOS

A coleta de dados dessa pesquisa compreendeu o período de outubro de 2007 a

novembro de 2008. Participaram dessa pesquisa 126 adolescentes, na faixa etária de 12,5 a

18,8 anos, com média de 15,04 anos (+1,46), sendo 62 (49,2%) meninos e 64 (50,8%)

meninas. Dos alunos dessa escola estadual da periferia da cidade de Campinas (SP) que

responderam ao questionário de investigação da classe social (Apêndice V), 54/126 (42,8%)

possuíam uma característica diferenciada, pois predominaram alunos da classe C com 26/54

(48,1%) alunos, seguidos da classe B 23/54 (42,6%), D 3/54 (5,6%) e A com 2/54 (3,7%) e

nenhum da classe E (Gráfico 1). Para essa identificação, os adolescentes responderam

questões quanto às condições de sua família em adquirir bens de consumo e o grau de

escolaridade do chefe da família, o seu preenchimento foi voluntário.

Gráfico 1: Distribuição da avaliação da classe social dos 54/126 adolescentes, segundo a

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2003

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

68

Quanto à escolaridade do chefe da família, prevaleceu o primário completo ou ginasial

incompleto (31,5%), seguido do colegial completo ou superior incompleto (24,1%) e nível

superior em 20,4% das respostas, (Tabela 1). Esses dados podem ter subestimado alunos de

classes inferiores, considerando que somente 42,8% dos alunos responderam o questionário.

4.1 Hábito alimentar:

Frequência do consumo de alimentos

A frequência do consumo alimentar dos adolescentes foi questionada de um a sete

vezes na semana. Alimentos consumidos quatro ou mais vezes (> 4 x/semana) na semana

foram definidos como hábito alimentar. Os alimentos foram relacionados nos seguintes grupos

alimentares: cereais e leguminosas, hortaliças e frutas, leites e derivados de leite, carnes e

ovos, óleos, petiscos, sobremesas e doces, bebidas, produtos light, diet e suplementos, Tabelas

de 2 a 4. O hábito alimentar encontrado nesses adolescentes foi para os seguintes alimentos:

arroz em 120 (95,2%) adolescentes, pão francês em 76 (60,3%), feijão em 104 (82,5%), frutas

em 76 (60,3%), doces e balas em 73 (57,9%), achocolatados em 67 (53,2%), leite integral em

73 (57,9%), suco em 77 (61,1%) e refrigerante em 64 (50,8%), adolescentes Tabelas 2 a 4.

Tabela 1: Distribuição do grau de escolaridade do chefe da família dos

54/126 adolescentes

Escolaridade do chefe da família N %

Analfabeto ou ensino fundamental incompleto 07 12,9

Primário completo/ginasial incompleto (Ensino fundamental) 17 31,5

Ginasial completo ou colegial incompleto (Ensino médio

incompleto) 06 11.1

Colegial completo (Ensino médio) ou superior incompleto 13 24.1

Superior completo 11 20,4

Total 54 100

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

69

Na Tabela 2 também pode observar o maior consumo de diferentes tipos de pães pelos

meninos (integral, francês e forma) enquanto que as meninas o maior consumo de bolo

(21,9%). Os meninos também relataram consumir uma maior frequência de alguns alimentos

integrais: arroz integral (11,3%), pão integral (19,4%) que as meninas (9,4% e 6,3%

respectivamente).

Quando separado por gênero (masculino e feminino), o hábito do consumo de

alimentos praticamente se manteve, aumentando ou diminuindo a frequência dos alimentos

dentro da definição de hábito, ou seja, 50% do consumo do grupo. O refrigerante manteve-se

como hábito alimentar para os meninos em 33 deles (53,3%) e nas meninas não atingiu a

definição de hábito (n=31, 48,4%). O hábito de consumo de doces e balas aumentou nas

meninas (n= 42; 65,5%) enquanto que nos meninos ficou em 50% (N=31). O consumo de

adoçantes dietéticos, refrigerante diet, suplemento nutricional, frutas, iogurtes, leite desnatado,

peixes foram maiores para os meninos do que para as meninas, enquanto que o consumo de

doces/balas, sorvetes, chocolates, bacon foram menores e maiores para as meninas, sugerindo

assim uma alimentação mais saudável nos meninos, Tabela 3.

Apesar de ter sido encontrado como hábito alimentar o feijão e as frutas nos

adolescentes, outros alimentos ricos em fibras tiveram seu consumo abaixo do ponto de corte

para a definição de hábito (> 4 vezes na semana), como o arroz integral, pão integral, barra de

cereal, aveia, farelo de trigo, pipoca e verdura de folha. Nenhum aluno relatou ter consumido

farelo de trigo, uma fonte rica e barata de fibras alimentares.

Outra preocupação que foi identificada nesse trabalho foi o relato dos adolescentes em

consumirem cerveja e vinho de maneira habitual 10/126 (7,9%), cinco meninos e cinco

meninas, com idades variadas de 13,6 anos a 16,6 anos, ou seja, nenhum desses adolescentes

tinha idade permitida para o consumo de bebida alcoólica.

As carnes foram definidas como hábito em fontes variadas identificando o consumo

habitual na semana de frango, peixe, carne bovina, suína ou ovo, em 79/126 (62,7%)

adolescentes, 40/62 (64,5%) dos meninos e 39/64 (60,9%) meninas. Na Tabela 4 pode ser

observado o consumo de cada tipo de carne em particular nos 126 adolescentes, e observa-se

que o consumo de carne vermelha predominou (em 53; 42,1%), sequência o frango (27,8%),

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

70

a salsicha e o ovo (com a mesma porcentagem, 12,7%), depois a carne de porco (11,1%) e em

menor quantidade o peixe (em 11 adolescentes, 8,7%).

Tabela 2. Distribuição da frequência do consumo habitual de alimentos (> 4 vezes/ semana),

segundo os grupos alimentares (cereais e leguminosas), em 126 adolescentes.

Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)

N % N % N %

Cereais

Arroz * 60 93,8 60 96.8 120 95,2

Arroz integral 6 9,4 7 11,3 13 10,3

Massas 13 20,3 13 21,0 26 20,6

Pão integral 4 6,3 12 19,4 16 12,7

Pão francês* 35 54,7 41 66,1 76 60,3

Pão de forma 10 15,6 14 22,6 24 19

Biscoito salgado 11 17,2 8 12,9 19 15,1

Biscoito doce 15 23,4 22 35,5 37 29,4

Bolo 14 21,9 5 8,1 19 15,1

Barra de cereal 6 9,4 5 8,1 11 8,7

Aveia 4 6,3 4 6,5 8 6,3

Farelo de trigo 0 0 0 0 0 0

Granola 2 3,1 1 1,6 3 2,4

Cereal matinal 3 4,7 6 9,7 36 28,6

Pipoca 9 14,1 5 8,1 14 11,1

Leguminosas

Feijão* 51 79,7 53 85,5 104 82,5

Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

71

Tabela 3. Distribuição da frequência do consumo de alimentos habitual (> 4 vezes/ semana),

segundo os grupos alimentares (petiscos, sobremesas e doces, bebidas, produtos diet e light e

suplementos), em 126 adolescentes.

Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)

N % N % N %

Petiscos

Sanduíches 5 7,8 15 24,2 20 15,9

Pizzas 2 3,1 5 8,1 7 5,6

Snacks 9 14,1 5 8,1 14 11,1

Salgadinhos (esfirras, coxinha) 6 9,4 7 11,3 13 10,3

Sobremesa e doces

Sorvete 13 20,3 8 12,9 21 16,7

Tortas 5 7,8 3 4,8 8 6,3

Geleia 2 3,1 6 9,7 8 6,3

Doces/balas* 42 65,6 31 50 73 57,9

Chocolate 26 40,6 21 33,9 47 37,3

Achocolatados* 35 54,7 32 51,6 67 53,2

Bebidas

Café 14 21,9 22 35,5 36 28,6

Suco* 38 59,4 39 62,9 77 61,1

Refrigerante* 31 48,4 33 53,24 64 50,8

Produtos diet/ light/suplemento

Adoçante dietético 2 3,1 4 6,5 6 4,8

Refrigerante diet 1 1,6 5 8,1 6 4,8

Alimentos diet 2 3,1 0 0 2 1,6

Cerveja/vinhos 5 7,8 5 8,1 10 7,9

Suplemento nutricional 0 0 1 1,6 1 0,8

Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

72

Tabela 4: Distribuição da frequência habitual (> 4 vezes/ semana) do consumo de alimentos, segundo

os grupos alimentares (hortaliças e frutas, leite e derivados, carnes e ovos, e óleos).

Grupos de alimentos Meninas (n=64) Meninos (n=62) Total (n= 126)

N % N % N %

Hortaliças e frutas

Verdura de folha 11 17,2 8 12,9 19 15,1

Tubérculo (batata, mandioca) 20 31,3 16 25,8 36 28,6

Frutas* 33 51,6 43 69,4 76 60,3

Leite e derivados

Leite integral* 37 57,8 36 58,1 73 57,9

Leite desnatado ou semi 4 6,3 11 17,7 15 11,9

Iogurte 9 14,1 14 22,6 23 18,3

Queijo 16 25 21 33,9 37 29,4

Requeijão 10 15,6 8 12,9 18 14,3

Carnes e ovos

Ovo 7 10,9 9 14,5 16 12,7

Carne de boi 24 37,5 29 46,8 53 42,1

Carne de porco 5 7,8 9 14,5 14 11,1

Frango 17 26,6 18 29 35 27,8

Peixe 3 4,7 8 12,9 11 8,7

Salsicha 8 12,5 7 11,3 16 12,7

Presunto, salame, mortadela 18 28,1 24 28,7 42 33,3

Óleos

Azeite 17 26,6 18 29 35 27,8

Molho para salada 13 20,3 14 22,6 27 21,4

Bacon 10 15,6 7 11,3 17 13,5

Manteiga 25 39,1 25 40,3 50 39,7

Margarina 17 26,6 18 29 35 27,8

Maionese 11 17,2 16 25,8 27 21,4

Adaptado de SANTOS et al., 2005; SALES et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006. * Hábito alimentar do grupo

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

73

Frequência das refeições diárias

Os adolescentes realizaram pelo menos três refeições ao dia (73/126=57,9%) e de

cinco a seis refeições ao dia ocorreram em 23 deles (18,3%). Na Tabela 5, encontra-se o

padrão de consumo de alimentos nas diversas refeições dos adolescentes: desjejum, lanche da

manhã e tarde, almoço, jantar e ceia. As refeições consumidas habitualmente foram às

seguintes: desjejum em 79 (62,7%) adolescentes, almoço em 106 (84,1%), lanche da tarde em

78 (61,9%) e jantar em 116 (92,1%).

Tabela 5. Frequência e hábito do consumo das refeições dos 126 adolescentes.

F Desjejum Lanche

da manhã

Almoço Lanche

da Tarde

Jantar Ceia

N % N % N % N % N % N %

0 19 15,1 66 52,4 2 1,6 21 16,7 4 3,2 85 67,5

1 13

10,3 9 7,1 6 4,8 9 7,1 2 1,6 7 5,6

2 11

8,7 14 11,1 9 7,1 8 6,3 1 ,8 7 5,6

3 4

3,2 6 4,8 3 2,4 9 7,1 1 ,8 5 4,0

4 2

1,6 1 0,8 2 1,6 3 2,4 0 0 4 3,2

5 3

2,4 12 9,5 1 0,8 13 10,3 3 2,4 2 1,6

6 3

2,4 1 0,8 0 0 9 7,1 5 4,0 2 1,6

7 71

56,3 17 13,5 103 81,7 53 42,1 108 85,7 13 10,3

H 79 62,7 31 24,6 106 84,1 78 61,9 116 92,1 21 16,7

F= Frequência, onde 1 = consumo 1 vez por semana, consequentemente até 7= sete vezes por semana. H=

Hábito alimentar (consumo > 4 x na semana)

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

74

O consumo diário (sete dias) de desjejum esteve presente em 71 (56,2%) adolescentes,

almoço em 103 (81,7%) e jantar em 108 (85,7%), Tabela 5.

Local da refeição

O local da refeição habitual foi a casa (> 4 x /semana) em 117/126 (92,5%)

adolescentes e diário (7x/semana) em 97 (77%). O consumo diário fora de casa foi baixo para

fast food/lanchonetes e restaurante (ambos N=2, 1,6%), casa de parentes (N=7, 5,6%) e na

escola em 21 adolescentes (16,7%), conforme mostra a Tabela 6.

Tabela 6. Frequência e hábito do local das refeições dos 126 adolescentes

F Em casa Parentes Escola Fast food

e/ou

Lanchonetes

Restaurantes

N % N % N % N % N %

0 3 2,4 55 43,7 31 24,6 52 41,3 70 55,6

1 0 0 31 24,6 14 11,1 28 22,2 23 18,3

2 2 1,6 15 11,9 10 7,9 18 14,3 5 4,0

3 4 3,2 3 2,4 15 11,9 4 3,2 3 2,4

4 2 1,6 1 0,8 5 4,0 3 2,4 0 0

5 8 6,3 1 0,8 29 23,0 3 2,0 1 0,8

6 10 7,9 0 0 0 0 2 1,6 1 0,8

7 97 77,0 7 5,6 21 16,7 2 1,6 2 1,6

H 117 92,9 9 7,1 55 43,7 10 7,9 4 3,2

F= Frequência, onde 1 = consumo 1 vez por semana, consequentemente até 7= sete vezes por

semana. H= Hábito alimentar (consumo > 4 x na semana)

N=número de adolescentes

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

75

Consumo de líquidos

Para avaliar o consumo de líquidos utilizaram- se os dados do peso e gênero dos

adolescentes, apresentados na Tabela 7. Com isso concluiu-se que o consumo de líquido

adequado seria em torno de dois litros. O consumo diário de líquidos dos adolescentes variou

de três copos (de 250 ml) a 18 copos, com média de 10,13 copos (+ 3,37 litros/dia). Com isso

verificou-se que 97 (77%) dos adolescentes consumiram oito ou mais copos de líquidos/ dia,

atingindo as suas recomendações.

Tabela 7. Valor hídrico recomendado, em relação ao peso corpóreo e gênero dos 126

adolescentes

Valor absoluto e

frequência dos

adolescentes

quanto ao gênero N (%)

Valores do Peso (kg) Valores hídricos

recomendados

(ml) *

Mínimo Máximo Média (DP)

Masculino 62 (49,2%) 32,6 93,9 58,8 (+ 13,3) 2.057,7

Feminino 64

(50,8%)

39,5 97,1 55,0 (+ 10,9) 1.924,3

Total 126 (100%) 32,6 97,1 56,9 (+ 12,3) 1.990,1

* Foi calculado com a média de 30 a 40 ml/ kg de peso corpóreo, ou seja, 35 ml. Fonte: WAITZBERG,

2001; BEYER, 2005. DP=Desvio padrão

O tipo de líquido consumido diariamente pode ser observado na Tabela 8. A maior

frequência foi para água de seis copos/ dia (46/126=36,5%), na sequência: o leite um copo/dia

(40/126=41,3%), refrigerante dois copos/dia (36/126=28,6%) e suco dois copos/dia

(34/126=27%). Suplemento nutricional praticamente não foi utilizado, somente três (2, 4%)

adolescentes relataram seu consumo. Nessa Tabela é importante destacar que 25 (19,8%) dos

adolescentes estudados não consumiam leite.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

76

Tabela 8: Consumo diário de diferentes tipos de líquidos dos 126 adolescentes

Consumo de

líquido

( em copos

De 250 ml)

Água

N %

Leite

N %

Refrigerante

N %

Suco

N %

Suplemento

N %

Nenhum 1 0,8 25 19,8 16 12,7 17 13,5 123 97,6

Um 7 5,6 52 41,3 28 22,2 23 18,3 1 0,8

Dois 16 12,7 40 31,7 36 28,6 34 27,0 1 0,8

Três 25 19,8 6 4,8 17 13,5 26 20,6 0 0

Quatro 14 11,1 2 1,6 16 12,7 13 10,3 0 0

Cinco 17 13,5 1 0,8 8 6,3 8 6,3 0 0

Seis ou + 46 36,5 0 0 5 4,0 5 4,0 1 0,8

Caracterizada como adequado o consumo de 2 litros por dia ou 30 a 40 ml/kg de peso

Corpóreo (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005).

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

77

4.2. Hábito Intestinal

O hábito intestinal foi estudado segundo a frequência da evacuação, sintomas da

evacuação, consistência das fezes e constipação intestinal.

Frequência da evacuação

A frequência da evacuação foi de: 62 (48,8%) para todos os dias, 49 (38,9%) dia sim

dia não, 11 (8,7%) uma vez a cada dois dias, quatro (3,2%) evacuaram duas ou menos vezes

por semana (ou seja, igual a uma vez a cada três dias), Gráfico 2. Esse último utilizado com

um dos sintomas para determinar a constipação intestinal funcional, segundo Roma III.

Gráfico 2. Distribuição da frequência de evacuação dos 126 adolescentes.

62

11

4

49

0

10

20

30

40

50

60

70

1

Frequência da evacuação

mero

de a

do

lescen

tes

62 todos os dias (48,8%)

49 dia sim dia não (38,9%)

1 vez a cada 2 dias (8,7%)

< 2 x / semana (= 1 x a cada 3 dias) (3,2%)

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

78

Sintomas relacionados à evacuação das fezes

Um episódio por semana de incontinência fecal (perda de fezes involuntária na roupa

íntima) em sete (5,6%) adolescentes.

Postura de retenção de fezes (adia o desejo de evacuar, ou não usa alguns tipos de

banheiros), em 60 (47,6%) de adolescentes.

Dor ou dificuldade para evacuar, em 12 (9,5%)

Fezes de diâmetro largo para entupir o vaso sanitário, em dois (1,2%)

Consistência das fezes

A consistência das fezes dos adolescentes atingiu maior frequência para banana com

rachos superficiais em 42 (33,3%) adolescentes, seguida por formato banana e macia em 40

(31,7%), pedaços duros e separados em 18 (14%), banana com rachos profundos em 13

(10,3%), pedaços macios e separados em 10 (7,9%), pedaços fofos com borda imperfeita em

três (2,4%) e não foi relatado aspectos diarreicos, Tabela 9.

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

79

Tabela 9. Classificação e frequência da consistência das fezes encontrada nos 126 adolescentes,

segundo Ruben e Dale, 2006.

Classificação e consistência das fezes N %

1- Pedaços duros separados

2 - Banana, com rachos profundos

3 - Banana, com rachos superficiais

4 - Banana macia

5 - Pedaços macios separados

6 - Pedaços fofos com borda imperfeita

7 - Diarreico, sem pedaços sólidos

18 14,3

13 10,3

42 33,3

40 31,7

10 7,9

3 2,4

0 0

Fonte: RUBIN e DALE, 2006

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

80

Constipação intestinal

Mediante o questionário aplicado aos adolescentes, baseado no critério de Roma III

(RUBIN e DALE, 2006) e consenso de Boston (HYAMS et al., 2002), quando o adolescente

relatou ter apresentado pelo menos dois sintomas de evacuação abordados anteriormente foi

considerado constipação intestinal crônica, com isso a frequência da constipação intestinal

nesse grupo de adolescentes esteve presente em 12 (9,5%) alunos. A predominância foi nas

meninas 9/12 (75%) e segundo o teste estatístico qui-quadrado, essa diferença apresentou

tendência significativa (p=0,078). Lembrando que o consumo de arroz integral, pão integral,

feijão, frutas, e lactobacilos nos iogurtes foram maiores nos meninos (Tabelas 2 e 4).

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

81

4.3. Descrição do estado nutricional, atividade física e imagem corporal

Estado nutricional

De acordo com o índice de massa corporal por idade, em escore Z, segundo a curva de

crescimento de WHO (2007), a maioria dos 126 adolescentes era eutrófico (74,6%), 23%

estavam acima do peso, 19 (15,1%) sobrepeso, 10 (7,9%) obesos e três (2,3%) desnutridos,

Gráfico 3.

94

19

103

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Estado nutricional

mero

de a

do

lescen

tes

z

Eutrófico (74,6%)

Sobrepeso (15,1%)

Obeso (7,9%)

Desnutrido (2,3%)

Gráfico 3. Distribuição da classificação do estado nutricional dos 126 adolescentes, de acordo

com o IMC por idade, em escore Z, segundo WHO, 2007.

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

82

Dos 29 (23%) adolescentes acima do peso, quando avaliamos por gênero, a obesidade

foi igual 4% para cada grupo, porém o sobrepeso foi maior nas meninas 8,7 %, enquanto que

nos meninos 6,3%.

Além da abordagem do estado nutricional, segundo IMC por idade, foram observados

os valores mínimos, máximos e médias da circunferência do braço (CB), prega cutânea

tricipital (PCT), prega cutânea subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB) e área de

gordura do braço (AGB) por idade, em escore Z, Gráfico 4. A CB variou de -2,87 a 2,35

(média=-0,49+1,11), a PCT de -2,19 a 3,19 (média=0,19+1,01), a PCS de -2,47 a 2,63

(média=0,28+0,79), a AMB de -3,24 a 2,67(média=-0,88+1,03), a AGB de -2,0 a

3,31(média=1,32 +1,03).

Variáveis antropométrica / idade

ZAGBZAMBZPCSZPCTZCB

Val

ore

s e

m e

scor

e Z 4

2

0

-2

-4

Gráfico 4. Distribuição dos valores dos índices antropométricos em relação à idade (em

escore Z) da circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital (PCT), prega cutânea

subescapular (PCS), área muscular do braço (AMB) e área gordurosa do braço (AGB), em

gráfico box-plot, N=126, segundo Frisancho.

Variáveis antropométricas / idade

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

83

Quando os indicadores antropométricos referentes à composição corporal dos 126

adolescentes foram identificados em escore Z maior ou menor que dois, a frequência absoluta

e relativa para o escore Z acima de dois foram às seguintes: oito (6,3%) para PCT, sete (5,5%)

para AGB, quatro (3,2%) para PCS, dois (1,6%) adolescentes para CB e nenhum adolescente

acima do escore Z dois segundo a AMB, enquanto escore Z abaixo de dois foram encontrados

em: 15 (11,9%) adolescentes para AMB, 12 (9,5%) para CB, dois (1,6%) para PCT, AGB e

PCS, respectivamente. Demonstrando uma grande variação dos resultados dependendo do

indicador antropométrico.

Atividade física

A maioria dos adolescentes 117/126 (92,8%) fazia atividade física em diversas

intensidades (vigorosa, moderada e caminhada), somente 9/126 (7,1%) deles eram

sedentários, Gráfico 5. A atividade física foi frequente tanto nos meninos (59) como nas

meninas (58), porém a intensidade vigorosa foi maior nos meninos (29) que nas meninas (4),

apresentando diferença significativa, segundo o teste estatístico qui-quadrado (p<0,001).

Gráfico 5. Distribuição da intensidade da atividade física desenvolvida nos 126 adolescentes

30

64

23

9

0

10

20

30

40

50

60

70

1

Intensidade da atividade física

mero

de a

do

lescen

tes

Vigorosa (23,8%)

Moderada (50,8%)

Caminhada (18,3%)

Sedentária (7,1%)

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

84

Imagem corporal

A frequência dos relatos de impressão sobre a imagem corporal foi adequada em

73/126 (57,9%) adolescentes e inadequada em 53/126 (42%), ou seja, 39 (31%) julgaram seu

peso elevado e 14 (11%) baixo, Gráfico 3.

14 / 11%

39 / 31%

73 / 58%

Baixo

Elevado

Adequado

Gráfico 6. Distribuição da imagem corporal dos adolescentes, segundo sua impressão quanto

ao peso.

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

85

4.4 Constipação intestinal relacionada com: consumo de líquido, atividade física,

obesidade e sobrepeso, idade e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras.

Constipação intestinal e consumo de líquido

O consumo de líquido foi considerado adequado (> a 8 copos/ dia) em 97/126 (77%)

alunos. No grupo de constipados, o consumo adequado de líquidos foi relatado por 7/12

(58,3%) enquanto 5/12 alunos (41,7 %) não consumiam a quantidade líquido adequada,

segundo o teste estatístico exato de Fisher (p=0,145) essa diferença não foi significativa. O

consumo somente da água, que a maioria dos constipados (7/12; 58,3%) consumia menos de

seis copos ao dia e 5/12 (41,7%) consumiam volume igual ou acima de seis copos, essa

diferença também não teve associação significativa com a constipação intestinal (p=0,754).

Tabela 10.

Constipação intestinal e atividade física

Dos 12 constipados três (25%) eram sedentários e dos 114 não constipados apenas seis

(5,3%) eram sedentários. Quando comparamos adolescentes que faziam atividade física e não

eram constipados (108/126; 85,7%) com pacientes que eram constipados e não faziam

atividade física (3/126; 2,4%) houve diferença estatística, segundo o teste estatístico exato de

Fisher (p = 0,04).

Constipação intestinal e obesidade/ sobrepeso

A presença de sobrepeso e obesidade (29/126) ou não (97/126), segundo o IMC/ idade

foi agrupada e relacionada à constipação intestinal (12/126) ou não (114/126). Essa relação

não teve associação significativa, (p= 0, 732), teste estatístico exato de Fisher, Tabela 10.

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

86

Constipação intestinal e idade

Separando os adolescentes em dois grupos etários (< 14 anos e > 14 anos), a maioria

possuía idade superior a 14 anos (91/126= 72,2%). A constipação intestinal não apresentou

diferença significativa entre essa faixa etária, apesar de ter apresentado uma maior frequência de

adolescentes constipados maior de 14 anos (7/12= 58,3%), teste estatístico exato de Fisher, Tabela

10.

Tabela 10: Distribuição da ocorrência de constipação intestinal, de acordo com o consumo de

líquido, atividade física, obesidade/sobrepeso e grupo etário, dos 126 adolescentes.

Variáveis Constipação intestinal

Estudadas Não Sim Total p-valor

N (%) N (%) N (%)

Consumo de líquidos 0,145

< 8 copos 24 (19%) 5 (4%) 29(23%)

> 8 copos 90 (71,4%) 7 (5,6%) 97(77%)

Consumo de água 0,754

< 6 copos 74 (58,7%) 7 (5,6%) 81(64,3%)

> 6 copos 40 (31,7%) 5 (4%) 45 (35,7%)

Atividade física 0,04*

Não (sedentário) 6 (4,8%) 3 (2,4%) 9 (7,1%)

Sim 108 (85,7%) 9 (7,1%) 117 (92,9%)

Obesidade e sobrepeso 0,732

Não 87 (69%) 10(7,9%) 97 (77%)

Sim 27 (21,4%) 2(1,6%) 29(23%)

Idade 0,312

< 14 anos 30 (23,8%) 5(4%) 35 (27,8%)

> 14 anos 84 (66,7%) 7 (5,6%) 91 (72,2%)

TOTAL 114 (90,5%) 12 (9,5%) 126(100%)

*Houve diferença significante para p <0,05. Teste estatístico exato de Fisher.

N= número de adolescentes. % = Porcentagem em relação à amostra toda (126 adolescentes).

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

87

Constipação intestinal e hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras

O hábito alimentar de consumir alimentos ricos em fibras (número absoluto e

frequência) ao mesmo tempo (como: o arroz integral, pão integral, aveia, farelo de trigo,

feijão, verduras e frutas ou nenhum deles) foram descritos na Tabela 11 a seguir. Observa-se

que 47/126 (37,3%) dos adolescentes tinha hábito de consumir três alimentos ricos em fibras

ao mesmo tempo, 11 (8,7%) não consumiu nenhum desses alimentos. Apenas três (2,4%)

alunos possuíam o hábito de consumir seis alimentos ricos em fibras ao mesmo tempo.

Tabela 11. Hábito de consumo de alguns alimentos ricos em fibras nos 126

adolescentes

Número de alimentos

ricos em fibras

Frequência de alunos % de alunos

0 11 8,7

1 6 4,8

2 34 27

3 47 37,3

4 18 14,3

5 7 5,6

6 3 2,4

Total 6 126 100%

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

88

Gráfico 7: Distribuição da porcentagem de adolescentes constipados ou não do consumo

habitual de alimentos ricos em fibras de 1 a 6 alimentos /dia.

O Gráfico 7 demonstra a porcentagem de adolescentes com o consumo habitual de

alimentos ricos em fibras concomitantes de um a seis alimentos por dia (farelo de trigo, aveia,

arroz integral, pão integral, verdura, frutas, feijão). Considerando que a maior frequência foi

com o consumo associado de três alimentos ricos em fibras, então esses alimentos foram

agrupados em alimentos ricos em fibras consumidos maior ou igual a três/dia ou menor que

três. Posteriormente foi relacionado com a presença ou não de constipação intestinal e não

apresentou diferença significativa, nesse grupo estudado, segundo o teste exato de Fisher

(p=1,000). Provavelmente devido ao fato de ser uma análise limitada, pois não chegou à dose

de fibras.

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

89

4.5 Obesidade/ sobrepeso relacionado com: atividade física, número de refeições, uso de

adoçante, idade e imagem corporal.

A obesidade e sobrepeso foram identificadas, segundo o IMC/ idade para relacionar as

variáveis abaixo.

Obesidade/ sobrepeso e atividade física

Não houve associação significativa entre atividade física e obesidade (p=0,429),

mesmo considerando que a maioria das crianças obesas 26/29 (89,7%) exercia alguma

atividade física, representando 20,6% (26/126) dos entrevistados, teste estatístico exato de

Fisher, Tabela 12.

Obesidade/ sobrepeso e número de refeições

Não houve associação significativa entre sobrepeso e obesidade, e o número de três ou

mais refeições ao dia refeições (p=0,440), teste estatístico qui-quadrado, Tabela 12.

Quando o número de refeições foi categorizado em adequado para maior ou igual a

cinco refeições/dia, houve tendência (p= 0,07) para associação com eutrofia, teste estatístico

qui-quadrado, Tabela 12.

Obesidade e sobrepeso, e uso de adoçante dietético

Não houve associação (p=0,621) entre uso de adoçante dietético com sobrepeso e

obesidade, teste estatístico exato de Fisher, Tabela 12.

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

90

Obesidade e sobrepeso, e idade

O grupo de obesos e sobrepeso acima de 14 anos correspondeu a 15/29 adolescentes

(51,7%). O desvio de peso se intensificou com o passar da idade, apesar desses valores em

porcentagem terem se apresentado próximos a metade da amostra (50%), a relação da idade

com a obesidade e sobrepeso apresentou diferença significativa, ou seja, p=0,005 segundo

teste de qui-quadrado, Tabela 12.

Tabela 12: Distribuição de obesidade e sobrepeso, atividade física, número de refeições, uso de

adoçante dietético e idade

Variáveis Sobrepeso e obeso

Estudadas Não Sim Total p-valor

N (%) N (%) N (%)

Atividade física 0,429*

Não 6 (4,8%) 3 (2,4%) 9 (7,1%)

Sim 91 (72,2%) 26 (20,6%) 117 (92,9%)

Número de refeições 0,440**

< 3 refeições/ dia 39 (31%) 14 (11,1%) 53 (42,1%)

> 3 refeições/ dia 58 (46%) 15 (11,9%) 73 (57,9%)

Número de refeições 0,071**

< 5 refeições/ dia 76 (60,3%) 27 (21,4%) 103 (81,7%)

> 5 refeições/ dia 21 (16,7%) 2 (1,6%) 23 (18,3%)

Uso de adoçante dietético 0,621*

Não 93 (73,8%) 27 (21,4%) 120 (95,2%)

Sim 4 (3,2%) 2 (1,6%) 6 (4,8%)

Idade 0,005**

< 14 anos 21 (16,7%) 14 (11,1%) 35 (27,8%)

> 14 anos 76 (60,3%) 15 (11.9%) 91 (72,2%)

TOTAL 97 (77%) 29(23%) 126 (100%)

Houve diferença significante p <0,05. Testes estatísticos: exato de Fisher*, qui-quadrado**.

%= Porcentagem em relação à amostra toda (126 adolescentes).

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

91

Obesidade/ Sobrepeso em relação à imagem corporal

Noventa e quatro dos 126 (74,6%) dos adolescentes eram eutróficos e 29/126 (23, 1%)

obesos ou com sobrepeso, porém cerca de 2/3 dos adolescentes (73/126; 58%) consideravam

seu peso adequado e 53 (42%) inadequado, Gráficos 3, 6 e Tabela 13.

Dos 29 com sobrepeso e obesidade, 22 (75,7%) reconheciam seu peso como

inadequado e 7/29 (24,1%) adolescentes achavam que estavam adequados, porém estavam

com peso acima do recomendado. No grupo dos adolescentes eutróficos 31/94 (33%)

achavam que seu peso era inadequado, porém estava adequado.

A Tabela 13 mostra a análise de concordância entre o diagnóstico nutricional

(eutrófico, sobrepeso e obeso, e desnutrido) com a avaliação da imagem corporal (segundo a

sua impressão quanto ao peso: adequado, elevado e baixo) nos 126 adolescentes.

Tabela 13 – Análise da concordância entre diagnóstico nutricional e imagem corporal,

segundo a impressão quanto ao peso, dos 126 adolescentes

Diagnóstico nutricional

Impressão quanto ao peso Total

Adequado Elevado Baixo

Eutrófico

N (%)

63 (50)

N (%)

17 (13,5%)

N (%)

14 (11,1)

N (%)

94 (74,6)

Sobrepeso e obeso 7 (5,5) 22 (17,5%) 0 29 (23)

Desnutrido 3 (2,4) 0 0 3 (2,4)

Total 73 (57,9) 39 (31) 14 (11,1) 126 (100)

N= Número de adolescentes. Kappa = 0.341 (sem concordância)

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

92

A Tabela 14 demonstra a análise de concordância entre o diagnóstico nutricional

(eutrófico, sobrepeso e obeso, e desnutrido) com a imagem corporal (de acordo com a sua

impressão quanto ao peso) nos adolescentes, segundo os gêneros. Tanto o gênero feminino

como o masculino não apresentaram concordância, Kappa=0,355 para o feminino e

Kappa=0,323 para o masculino. Onze de 47 meninas eutróficas julgaram seu peso elevado e

4/16 obesas e sobrepeso relataram seu peso adequado, uma desnutrida julgou seu peso

adequado.

Para os meninos, dos 47 eutróficos, 10 julgaram seu peso baixo e seis elevado, quanto

aos 13 sobrepeso ou obesos, três julgaram seu peso adequado, dos dois desnutridos, ambos

julgaram seu peso adequado, Tabela 14.

Comparando os coeficientes Kappa das meninas e meninos pelo teste Z não houve

diferença significativa entre eles (Z=0.1980, p-valor=0.8430).

Tabela 14 – Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional e a imagem corporal, segundo a

impressão quanto ao peso, das 64 meninas e dos 62 meninos.

Impressão quanto ao peso

Diagnóstico nutricional

Adequado Elevado Baixo Total

F M F M F M F M

N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%)

Eutrófico 32(50) 31(59) 11(17,2) 6(9,7) 4(6,2) 10(16,1) 47(73,4) 47(75,8)

Sobrepeso e

Obeso 4(6,2) 3(4,8) 12(18,7) 10(16,1) 0 0 16(25) 13(21)

Desnutrido 1(1,6) 2(3,2) 0 0 0 0 1(1,6) 2(3,2)

Total 37(57,8) 36(58,1) 23(35,9) 16(25,8) 4(6,2) 10(16,1) 64(100) 62(100)

N= números de adolescentes

Gênero feminino (F): Kappa = 0.355 ( sem concordância)

Gênero masculino (M): Kappa = 0.323 (sem concordância)

houve diferença significativa entre os gêneros: teste Z=0.1980, p=0.8430.Não

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

93

Reagrupando as categorias do diagnóstico nutricional em eutrófico e distrófico (obeso,

sobrepeso e desnutrido) e da imagem corporal em adequada e inadequada (peso elevado e

peso baixo), Tabela 15, da análise de concordância Kappa= 0,294, mantendo assim sem

concordância entre o diagnóstico nutricional e a imagem corporal, destacando na mesma

tabela que dos 10/32 (31,25%) dos adolescentes julgaram seu peso adequado e estava

distrófico.

Tabela 15 – Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional, agrupado, em eutrófico

e distrófico e a imagem corporal, agrupada em impressão quanto ao peso adequado e

inadequado dos 126 adolescentes.

Impressão do peso Total

Diagnóstico Nutricional

Adequado Inadequado

N(%) N(%) N(%)

Eutrófico 63 (50) 31 (24,6) 94 (74,6)

Distrófico 10 (7,9) 22 (17,5) 32 (25,4)

Total 73 (57,9) 53 (42,1) 126 (100)

N= Número de adolescentes Kappa=0.294 (sem concordância)

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

94

Mantendo a mesma linha de raciocínio, quando ao diagnóstico nutricional e a imagem

corporal foram agrupados, podemos observar na Tabela 16, os valores de Kappa para meninos

e meninas de: 0,326 e 0,261 respectivamente, confirmando sem concordância nesses testes

estatísticos. Entre as meninas 5/17 (29,4%) eram distróficas e se julgavam eutróficas.

Enquanto que os meninos 5/15 (33%) julgavam seu peso adequado, porém eram distróficos.

Comparando os coeficientes Kappa das meninas e meninos, agrupados em eutrófico e

distróficos, pelo teste Z, conforme proposto por Congalton e Mead (1983) não houve

diferença significativa entre eles (Z=0.3897, p-valor=0.6967), Tabela 16.

Tabela 16. Análise da concordância entre o diagnóstico nutricional agrupado (em

eutrófico e distrófico) e a imagem corporal (agrupada em impressão de peso

adequado e inadequado) das 64 meninas e 62 meninos.

Impressão quanto ao peso

Diagnóstico

nutricional

Adequado Elevado Total

F M F M F M

Eutrófico 32(50%) 31(50) 15(23,4) 16(25,8) 47(73,4) 47(75,8)

Distrófico 5(7,8) 5(8,1) 12(18,8) 10(16,1) 17(26,6) 15(24,2)

Total 37(57,8) 36(58,1) 27(42,2) 26(41,9) 64(100) 62(100)

Gênero feminino (F): Kappa = 0,326 ( sem concordância)

Gênero masculino (M): Kappa = 0,261 (sem concordância)

Não houve diferença significativa entre os gêneros, teste Z= 0,3897, p =0,6967.

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

95

4.6 Programa de educação nutricional e seu efeito no conhecimento de nutrição dos

adolescentes

Programa de educação nutricional

Após a aferição dos dados antropométricos dos 126 adolescentes (peso, altura, PCT,

PCS, CB) e entrevista individual com o objetivo de preencher o questionário desenvolvido

para essa pesquisa (Apêndice 4), iniciou-se o programa de educação nutricional. O programa

de educação nutricional foi desenvolvido para os 126 alunos do estudo, de seis classes,

Tabela 17.

Como o 1.o ano do ensino médio tinha duas classes A e B, foi definido que os alunos

do 1.o ano B seriam o grupo de comparação, por tanto, esses alunos não receberam orientação

nutricional individual ou em grupo. Os alunos que foram identificados com algum problema

foram encaminhados para um especialista: médico ou nutricionista, informando a diretora da

escola.

A orientação nutricional individualizada foi oferecida para 107 alunos, dentre esses, 45

receberiam somente orientação nutricional individual e 62 orientação grupo além da

orientação individual, ou seja, receberam orientação nutricional por dois métodos, Os alunos e

suas orientações estão apresentados na Tabela 17.

Tabela 17. Séries, número de adolescentes e os tipos de orientações nutricionais

Séries n (%) Tipos de orientações

1.o ano Ensino Médio A 18 14,3 Individual

1.o ano Ensino médio B 19 15,1 Sem orientação

2.o ano Ensino médio 13 10,3 Individual

3.o ano Ensino médio 14 11,1 Individual

7.a série 27 21,4 Grupo

8.a série 35 27,8 Grupo

Total 126 100

Obs.: Os alunos que receberam orientação em grupo: receberam anteriormente orientação individual

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

96

A orientação individualizada durou em média 45 minutos por adolescente. Nessa

orientação, os alunos receberam um retorno quanto ao seu diagnóstico nutricional

(normal=eutrófico, sobrepeso, obeso ou desnutrido) demonstrado no gráfico de crescimento e

foram orientados quanto à saúde intestinal focando a constipação intestinal, para isso foi

utilizado o critério de Roma III e as fotos de Ruben e Dale, 2006.

As orientações nutricionais individualizadas foram baseadas na alimentação saudável,

com enfoque na pirâmide alimentar (PHILIPPI et al., 1999), grupos de alimentos (IRALA e

FERNANDEZ, 2001), alimentos ricos em fibras (TACO, 2006), importância de consumir

todas as refeições (SANTOS et al., 2005; BRASIL, 2009), consumo adequado de líquidos:

água, sucos, leite (WAITZBERG, 2001; BEYER, 2005, COBAYASHI, 2005) e a

importância em desenvolver atividade física (MUTH et al., 2008). Essas orientações foram

baseadas no Apêndice 6.1. Quando necessário, o adolescente foi encaminhado para um

especialista.

As orientações em grupo foram desenvolvidas e aplicadas após várias reuniões da

nutricionista com a diretora da escola, coordenadora pedagógica, vice-diretora e professores.

O programa de educação nutricional em grupo foi desenvolvido para os alunos da 7.a e 8

.a

séries, pois esses alunos estudavam no período da tarde, facilitando a separação dos grupos.

Esses alunos receberam a orientação em grupo além da individual. As atividades em grupo

foram solicitadas pelos professores aos alunos, posteriormente foi agendada uma data para a

demonstração dos trabalhos durante um Workshop.

No Fluxograma 3 é possível observar a participação dos 126 adolescentes no

programa de educação nutricional desenvolvido nessa pesquisa.

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

97

Figura 3: Fluxograma dos adolescentes que participaram do programa de educação

nutricional e responderam as questões referentes ao conhecimento de nutrição.

A educação nutricional em grupo se baseou no Workshop (Tabela 18) desenvolvido

com a participação de todos (professores, alunos, nutricionista, pais, merendeiros,

funcionários da escola). As atividades desenvolvidas pelos profissionais nesse programa em

grupo foram as seguintes:

A nutricionista:

Desenvolveu o projeto concomitante aos professores e ministrou as palestras sobre

alimentação saudável e transtorno alimentar.

126 Adolescentes

Orientação individual

n = 45

Orientação e em grupo

n=62

n = 62

Sem orientação

N =19

Responderam as questões antes

da orientação em grupo n = 55

Responderam as questões depois

da orientação em grupo n = 40

Respostas pareadas n = 36

adolescentes

Sem orientação que responderam o

questionário de comparação n = 18

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

98

A diretora:

Apoiou e participou do desenvolvimento do projeto como um todo. Motivou a

participação dos alunos e professores. Devido à identificação de alguns casos de obesidade e

sobrepeso, iniciou um grupo de caminhada, logo após o almoço diariamente.

Vice-diretora:

Participou do desenvolvimento do projeto, sugeriu a participação dos pais, na palestra

sobre de alimentação saudável, aproveitando a reunião de pais e mestres da escola.

Coordenadora pedagógica:

Participou e divulgou o projeto entre os alunos, professores e pais. Incentivou a

participação de todos. Promoveu reunião com os professores quanto à aplicação do projeto.

Professores:

Português:

Aplicou a avaliação quanto ao conhecimento de nutrição dos alunos, ou seja, o

questionário contendo 10 perguntas objetivas desenvolvido para essa pesquisa (Apêndice 6.2)

antes de iniciar as atividades em grupo. Apresentou filme sobre obesidade (Super Size Me) e

ministrou questões dissertativas sobre o tema (Apêndice 6.3), abordando a alimentação nas

três escolas apresentadas pelo filme, fez uma associação do filme com fast food, indústria

alimentícia e associação de alimentos com brinquedos, enfim discutiu a mensagem do filme.

Ciências:

Orientou os alunos a pesquisarem e desenvolverem cartazes sobre transtorno alimentar,

obesidade, trato gastrointestinal. Os temas foram apresentados oralmente por duplas de

alunos sob a forma de seminário, para todos os colegas da 7.a e 8

.a séries, além do professor

de ciências, outros participaram (professores de geografia, artes, educação física, vice-

diretora, merendeiros e nutricionista).

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

99

Inglês:

Desenvolveu atividades de vocabulário com os alunos aplicando a pirâmide alimentar

(PHILLIP et al, 1999). Colocou-se disponível a quem quisesse consultar o computador da

escola.

Educação física:

O professor de educação física discutiu o gasto calórico com a execução de alguns

exercícios físicos e divulgou em mural da escola alguns tipos de atividade física x gasto

calórico (DOROSZ, 2006), visando o equilíbrio, alimentação saudável e atividade física. O

livro utilizado para efetuar essa atividade consta do material bibliográfico da escola.

Professora de Artes:

Criou uma pirâmide alimentar com o objetivo de desenvolver atividades quanto à

alimentação saudável equilibrada e grupos de alimentos. O trabalho ficou exposto

visualmente no pátio da escola.

Professor de Matemática:

Aplicou exercícios com gasto energético e atividade física (DOROSZ, 2006) com

elaboração de gráficos de coluna (Apêndice 6.3).

Professores de História e Geografia:

Abordaram o tema obesidade no Brasil e mundo, por meio de linguagem gráfica e

estatística em aula.

Professor de Química:

Aplicou o questionário no grupo de comparação e nos alunos que participaram do

programa de educação nutricional em grupo.

Outros professores: Incentivaram os alunos a participarem do projeto

Pais:

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

100

Participaram de palestras sobre alimentação saudável, juntamente com alguns

professores e alunos. A participação dos mesmos enriqueceu o trabalho, acrescentando várias

perguntas sobre o tema durante e após as apresentações. A palestra sobre alimentação

saudável foi elaborada pela 2.a vez durante a reunião de pais e mestres visando facilitar a

participação dos pais.

Além dos objetivos traçados para o desenvolvimento desse projeto, os merendeiros e

outros funcionários da escola: solicitaram e receberam orientação nutricional individualizada

e também diagnóstico sobre seu estado nutricional.

O cronograma do programa de educação nutricional aplicado em grupo e desenvolvido

na escola em parceria com os professores e alunos pode ser observado na Tabela 18.

Tabela 18. Programa do Workshop Transtorno Alimentar e Alimentação Saudável.

Datas Programa de nutrição (7.a e 8

.a séries)

Na semana anterior Palestra sobre alimentação saudável (participação dos pais)

2.a

feira Divulgação gasto energético durante atividade física

(Prof. Educação Física)

3.a

feira Apresentação do filme Super Size Me (Profa. de Português)

Atividade relacionando gasto energético e atividade física

(Prof. Matemática)

Obesidade no Brasil e mundo (Geografia e História)

4.a

feira

13:30 - 14:10 Palestra sobre Transtorno Alimentar (Nutricionista)

14:10 – 14:30 Apresentação de trabalhos pelos alunos (Ciências)

14:30 - 15:15 Palestra alimentação saudável (Nutricionista)

15:15 - 15:30 Lanche saudável (participação dos merendeiros)

5.a

feira 13:35 - 15:15 Trabalhos artísticos com a pirâmide alimentar (Artes)

6.a

feira Vocabulário e dinâmica com a pirâmide alimentar (Inglês)

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

101

Durante o desenvolvimento do Workshop houve variação da participação dos alunos

nas atividades desenvolvidas em grupo e essas foram relacionadas a seguir, em ordem

decrescente; Tabela 19.

Tabela 19: Participação dos alunos nas atividades em grupo.

Atividades em grupo Número de alunos

Atividades de história, geografia e ciências 62

Atividade de matemática 60

Filme Super Size Me 59

Palestra sobre transtorno alimentar 47

Palestra sobre alimentação saudável 43

Atividade de inglês com a pirâmide alimentar 29

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

102

Efeito do programa de educação nutricional

Com o objetivo de verificar o efeito do programa de educação nutricional

desenvolvido com os adolescentes quanto à absorção do conhecimento de nutrição dos alunos

sobre os temas abordados foi aplicado um questionário contemplando 10 perguntas objetivas

(Apêndice 6.2), valendo nota, de zero a 10, utilizou-se gabarito para as correções (Apêndice

6.3). Para poder avaliar a mesma população, com análise pareada, foi excluídos alguns alunos

que não pareavam entre si, assim ficaram 36 alunos para cada grupo individual e em grupo,

além dos 18 como grupo de comparação. Fluxograma 3.

Comparando os adolescentes que receberam Orientação individual e Orientação em

grupo (Tabela 20) pode ser observado que a nota dos alunos variou de 2 a 9.8. Foi possível

verificar que houve diferença estatística significativa (p=0,005) para a melhora do

conhecimento dos alunos, ou seja, melhora das notas, demonstrando que o programa de

nutrição teve efeito nessa população, ou seja, os adolescentes com orientação individual a

média da nota era 6,78 (+1,81), com mínino de dois e máximo de 8,9, enquanto a orientação

em grupo a média foi 7,86 (+1,20), com mínimo de 3,9 e máximo de 9,8, segundo o teste

estatístico de Wilcoxon, observou-se diferença significativa nesses resultados (p=0,005).

Tabela 20. Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e

Orientação em grupo.

Avaliações N Valor

mínimo

Valor

máximo

Média das

notas

DP

Orientação individual 36 2 8,9 6,78 1,81

Orientação grupo 36 3,9 9,8 7,86 1,20

p= 0,005

DP=Desvio padrão; N= Número de alunos; Testes estatístico de Wilcoxon

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

103

A Tabela 21 mostra que os valores mínimos, máximos e as médias dos 36 adolescentes

que receberam orientação nutricional individual e dos 18 que pertenciam ao grupo de

comparação (não receberam orientação nutricional), as médias foram 6,78 e 6,19

respectivamente, apesar da média do valor máximo ter sido maior, na orientação individual

não teve diferença significativa.

Tabela 21. Estatística descritiva da variável nota da Orientação individual e do Grupo

de comparação (sem orientação)

Avaliações N Valor

mínimo

Valor

máximo

Média das

notas

DP

Orientação individual 36 2 8,9 6,78 1,81

Grupo de

comparação

18 3 8,10 6,19 1,42

p= 0,1322

DP= Desvio padrão; N= Número de alunos; Teste estatístico de Mann-Whitney

A Tabela 22 compara os adolescentes que receberam Orientação em grupo e o Grupo

de comparação, desta vez teve diferença significativa (p=0,001), segundo o teste estatístico de

Mann-Whitney.

Tabela 22. Estatística descritiva da variável nota da Orientação em grupo e do Grupo de

comparação

Avaliações N Valor mínimo Valor

máximo

Média

das notas

DP

Orientação grupo 36 3,9 9,8 7,86 1,20

Grupo de comparação 18 3 8,10 6,19 1,42

p= 0,001

DP= Desvio padrão; N= Número de alunos; Teste estatístico de Mann-Whitney

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Resultados

104

A nota da média dos alunos que receberam orientação em grupo (Média = 7,86) ter

sido maior que os que receberam somente orientação individual (Média = 6,78) pode ter sido

devido a vários fatores: terem recebido dois tipos de orientações (individual e em grupo),

terem tido a motivação e envolvimento dos professores, além dos demais membros que

participaram do Workshop.

Além dos resultados quantitativos apresentados, demonstrando a importância que esse

programa de educação nutricional teve para esses alunos, é importante ressaltar algumas

aquisições adquiridas com o desenvolvimento desse projeto como: a integral dedicação e

participação da diretora e dos professores da escola; o interesse dos pais nas palestras; o

empenho dos alunos na apresentação de seus trabalhos durante o Workshop; o entrosamento

transdisciplinar entre os professores e profissionais envolvidos; a empolgação de todos ao

explorar temas preventivos aos cuidados da saúde como: alimentação saudável, transtorno

alimentar e as pesquisas sobre obesidade no mundo; a solicitação de alguns professores e

funcionários quanto à avaliação do seu estado nutricional e posterior orientação nutricional

individualizada; o contato com temas de nutrição inseridos na ementa curricular da escola.

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

105

DISCUSSÃO

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

106

5. DISCUSSÃO

Organizações nacionais e internacionais têm destacado o baixo consumo alimentar de

frutas e hortaliças em todos os setores sociais, e esse é um dos fatores importantes que

predispõem o nosso organismo às doenças crônico-degenerativas. Ter uma alimentação

adequada é essencial na promoção à saúde e deveria estar nos objetivos do ensino nas escolas/

universidades, empresas, nos esportes, enfim em políticas públicas (BOOG, 2004).

Nova pesquisa está sendo elaborada no país quanto ao estado nutricional e alguns

dados dessa pesquisa foram publicados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF),

BRASIL 2008/09, e destacam que a família brasileira gasta, em média, R$ 2.626,31 por mês,

e as do Sudeste gasta mais (R$ 3.135,80). O gasto com a alimentação, por exemplo, teve

redução entre o Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) (33,9%) e a POF 2002/03

(20,8%) e continua reduzindo (19,8%). As famílias estão gastando mais com alimentação fora

de casa, cresceu de 24,1% para 31,1%. Famílias com maiores rendimentos gastam quase dez

vezes mais que as famílias com renda menor. A escolaridade também altera o padrão de

consumo das famílias, famílias com altos rendimentos gastam com alimentos três vezes mais

que a média. Entre 2002/03 e 2008/09, o percentual de gastos das famílias com carnes,

vísceras e pescados aumentou de 18,3% para 21,9%, o de leite e derivados caiu de 11,9% para

11,5%, o de panificados, e passou de 10,9% para 10,4%, os cereais, leguminosas e oleaginosas

de 10,4% para 8,0%, açúcares e derivados 5,9% para 4,6% e aves e ovos 7,1% para 6,9%. As

frutas aumentaram (de 4,2% para 4,6%) e bebidas e infusões também (8,5% para 9,7%). Um

dado importante relatado foi que 64,8% das famílias do país, nem sempre ou raramente

consomem o tipo de alimento preferido.

Baixa ingestão de frutas e hortaliças pode estar associada ao sobrepeso. O

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos implementou frutas e verduras num

programa numa escola da área de Houston em 2006-2007. Durante o programa os alunos

receberam cestas de frutas frescas e legumes diariamente. No final do programa (maio 2007),

foi verificado que esses alunos que sofreram intervenção aumentaram o consumo de frutas e

suco de frutas, pelo menos, duas vezes por dia em relação ao controle. A distribuição de frutas

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

107

e vegetais aos estudantes deu a oportunidade de saborear uma variedade desses alimentos e

aumentar seu consumo (DAVIS et al., 2009).

Nessa pesquisa foi identificado hábito de frutas, porém não de hortaliças, foi

identificado o hábito de leites, carnes (variados tipos), refrigerantes e sucos de frutas. Foi

possível observar no consumo de diferentes tipos de líquidos a substituição do leite pelo

refrigerante.

No estudo de Santos et al. (2005), em Teixeira de Freitas (Bahia), sobre o hábito

alimentar de alunos de uma escola pública, na faixa de 17 a 19 anos, os seguintes alimentos

foram ingeridos e definidos como hábito alimentar, maior ou igual a quatro vezes/ semana,

em mais de 50 %: arroz, pão francês, feijão, farinha de mandioca, manteiga, margarina,

açúcar, café. Outros alimentos foram pesquisados, porém a frequência foi abaixo de 50% (pão

doce, macarrão, biscoitos, bolo, batata, pipoca, frutas e verduras, carnes, leite, refrigerante e

salgados), também com alunos de escola pública na faixa de 17 a 19 anos.

Segundo Lo et al. (2008), adolescentes norte-americanas estão mudando a sua

ingestão de bebidas predominantemente do leite para bebidas açucaradas. O mesmo ocorreu

nessa atual pesquisa, a maior preocupação é que ingestão dessas bebidas açucaradas pode

aumentar o risco de fraturas ósseas e contribuir para a obesidade, além de levar à cárie

dentária.

O consumo alimentar dos adolescentes altera muito rapidamente, principalmente no

estirão de crescimento e pode estar associada à maturação física. Saltar refeições, lanches em

horas não usuais, uso de dietas, jejum, bulimia, vômito auto-induzido, uso de laxativos e

regimes esportivos podem estar presentes na vida do adolescente e não serem identificados

(DWYER, 2003). Avaliar o hábito alimentar e estado nutricional é essencial, pois permite

direcionar condutas educativas e até políticas numa população (SALES et al., 2006; REATO

et al., 2007).

O período da infância e adolescência é considerado o mais importante para a aquisição

da densidade óssea, ou seja, é o mais alto nível de massa óssea alcançado como resultado do

crescimento normal, sendo associado e influenciado por dieta rica em cálcio e exercício físico

(COBAYASHI, 2005).

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

108

Remoção de açúcar, bebidas adoçadas das lanchonetes, reduzirem a frequência de

oferta de batatas fritas seria uma estratégia para reduzir as calorias dos alimentos, pois esses

são considerados alimentos de alta densidade calórica e promotores do sobrepeso e obesidade

(BRIEFEL et al., 2009).

O trabalho de Clark e Fox (2009) com 287 escolas públicas dos Estados Unidos (2.314

crianças) demonstrou que a maioria das crianças tinha dietas nutricionalmente adequadas, mas

80% apresentavam ingestão excessiva de gordura saturada e 92% ingestão excessiva de sódio.

Para Story et al. (2009) pesquisas mostram consistentemente que a maioria das crianças

americanas não consome dietas que atendam as recomendações do Dietary Guidelines for

Americans, nem alcança os níveis adequados de atividade física diária.

No trabalho de Faria et al. (2004) estudaram 221 escolares de uma escola estadual,

com idade de seis a 12 anos, de Araraquara (SP) e encontrou o consumo dos seguintes

alimentos diariamente: arroz 95%, pão 85,5%, leite 80%, alface 39%, balas 31%,

achocolatados 77% e salgadinhos 51%.

Nunes et al. (2007) estudaram o hábito alimentar (consumo maior que três dias) em

588 alunos de 10 a 19 anos, em Campina Grande, Paraíba (292 alunos de escola pública e 324

de escola privada) e verificaram que 36 % (212) tinham hábito de consumir salgadinhos,

34,5% (203) doces, 31,6 % (188) refrigerantes, 20,4% (120) biscoitos, 18,8% (111) suco de

frutas, 14,6% (32) sanduíches, e 4,5% (27) frutas.

Reato et al. (2007) estudaram 174 adolescentes e identificou como hábito alimentar

(4x ou +/semana) os seguintes alimentos: refrigerantes em 20,7% (36), 48,3% (84) tomaram

leite somente uma vez por dia, enquanto 10,9% não tomavam leite (19). A ingestão diária de

carne foi de 44,2% (77), o hábito de consumir o desjejum 57,5%. Também verificaram que 34

(19,5%) usavam suplementos alimentares, os referidos com maior frequência foram:

polivitamínicos (em 9 adolescentes), aminoácidos (em 6), L-carnitina, ou seja, um nutriente

sintetizado de um aminoácido essencial (a lisina), estando presente em todas as mitocôndrias

do corpo (em 30), creatina (ou seja, dois aminoácidos: glicina e arginina) e whey protein, isto

é proteína extraída do soro do leite. Esse trabalho foi similar ao que foi desenvolvido nessa

atual pesquisa, o uso de suplemento nutricional como hábito foi relatado por somente um

adolescente.

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

109

Alimentação inadequada e inatividade física contribuem para a epidemia da obesidade

infantil (MUTH et al., 2008). A incidência de obesidade e suas doenças associadas estão

aumentando significativamente no mundo inteiro e predispõe indivíduos a um risco

aumentado de desenvolver muitas doenças, como: a aterosclerose, diabetes, doenças do

fígado, certos cânceres e algumas desordens do sistema imune e inflamatório (TILG e

MOSHEN, 2006).

Vários trabalhos relatam o aumento da obesidade infantil (FOX et al., 2009;

GLEASON e DODD, 2009; BRIEFEL et al., 2009; STORY et al., 2009; FERNANDES et al.,

2009) e Barlow e Dietz (1998) relatam que a obesidade em crianças e adolescentes representa

uma das doenças mais frustrantes e difícil de tratar.

O consumo alimentar tem sido associado à obesidade não apenas pelo volume, mas

pela composição e qualidade da dieta, caracterizada pelo baixo consumo de frutas, hortaliças

e leite, aumento das guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos e doces) e refrigerantes,

bem como omissão do desjejum, além do maior consumo de lanches e elevada adição de

açúcar (MELLO et al., 2004a; TRICHES e GIUGLIANI, 2005).

Nunes et al. (2007) encontraram 6,8% de obesos e 18,3% de sobrepeso em 588 alunos

de 10 a 19 anos. O estado nutricional desses adolescentes não apresentou relação significante

com o consumo ou não de biscoitos, doces, frutas refrigerantes salgadinhos ou sanduíches.

No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, 2002-2003) detectou uma

melhora nos indicadores antropométricos nos menores de 20 anos de idade, a desnutrição

infantil diminuiu nos últimos 30 anos, porém teve um aumento considerável de adolescentes

brasileiros com excesso de peso: em 1974-75, estavam acima do peso 3,9% dos garotos e

7,5% das garotas entre 10 e 19 anos; em 2002-2003, os percentuais encontrados foram 18,0%

e 15,4%, respectivamente.

Neutzling et al. (2003) estudou 528 adolescentes (264 acima do peso e 264 eutróficos)

e concluiu que ingerir mais que três refeições por dia foi um fator de proteção contra a

obesidade. Eles também demonstraram que a obesidade dos adolescentes estava associada à

obesidade dos pais (mãe, odds ration (OR)=2,86 e pai OR= 2,43), enquanto que os riscos de

hábito dietético (OR=3,53) e de obesidade antes dos 10 anos (OR=2,26) sugerindo a

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

110

necessidade de intervenção familiar e na comunidade precoces com objetivo de prevenir e

modificar esse comportamento.

No presente estudo 23 % dos adolescentes estavam acima do peso, e desses 7,9% eram

obesos segundo o IMC/idade. Dos 23/126 adolescentes que consumiram igual ou mais que

cinco refeições por dia a maioria (21/23) era eutrófica.

Maddah et al., (2009) estudaram 2.302 meninas proveniente das zonas urbana e rural,

em Guilan Província, Irã e os resultados mostraram um baixo índice de pular o almoço. A

prevalência de obesidade foi significativamente mais baixa em áreas urbanas (4,1%) que nas

zonas rurais (5,2%). A prevalência de sobrepeso foi significativamente mais elevada naqueles

que normalmente ignoraram o almoço (p<0,001). O consumo de alimentos de alta densidade

calórica como, por exemplo, snacks, durante o dia escolar, era comum nesta população,

especialmente nas zonas rurais indicando que o ambiente escolar pode contribuir para a alta

prevalência de sobrepeso e obesidade. Os alunos deveriam ser incentivados a consumir

pequenas refeições e escolher alimentos nutritivos durante o horário escolar.

Pereira et al. (2009) entrevistaram 17 mães com questões relacionadas à alimentação e

concluiu que as mães de crianças com constipação intestinal crônica sabem que a alimentação

é importante no tratamento, no entanto, apenas uma parcela reconhece o papel das fibras

alimentares, além disso, relatou que a refeição não é um momento prazeroso e o fator

financeiro é limitante para definir os alimentos que compõem a dieta dessas crianças.

Nessa pesquisa predominou adolescentes da C e D, porém esses dados foram

limitantes devido ao fato de que menos da metade dos adolescentes responderam o

questionário.

Variedades de definições devem ser mantidas em mente quando estudos de

constipação são revisados. A definição mais comum de constipação intestinal crônica na

literatura em pacientes pediátricos é evacuação três vezes por semana com fezes duras ou

passagem dolorosa (mesmo com frequência normal) durante os últimos dois meses.

Evacuação com dificuldade ou dor com a passagem das fezes significa uma variedade de

coisas para pessoas diferentes (CORKINS, 2005).

Morais e Maffei (2003) estudaram vários trabalhos de crianças com constipação

crônica e crianças com hábito intestinal normal, o consumo de fibra foi estatisticamente

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

111

inferior e correspondeu à cerca de 2/3 do consumo das crianças sem constipação, além disso,

crianças em tratamento consomem a mesma quantidade de fibras que as não constipadas.

Também relatou que crianças que consomem fibras abaixo do recomendado possuem chance

de 4,1 vezes maior de sofrerem de constipação intestinal. Enquanto que em outro estudo

holandês não demonstrou menor consumo de fibras alimentares por crianças com constipação

crônica atendidas em ambulatórios especializados. Sendo importante enfatizar que a não

caracterização do menor consumo de fibras por crianças constipadas não significa que a fibra

não tenha efeitos na prevenção e tratamento da constipação.

Lopez e Victória (2008) estudaram o tempo de trânsito intestinal de 48 pessoas, com

constipação funcional crônica, de acordo com os critérios de Roma II, que não tiveram

sucesso após seis meses com os tratamentos convencionais de suplementação de fibra

alimentar e 18 pessoas voluntárias normais, verificou que os pacientes constipados

apresentaram maior ingestão de fibras que os voluntários sadios (26,3 ± 12,9 g/d constipados

x 9,3 ± 5,2 g/d controles; p<0,001), segundo inquérito alimentar de sete dias, não houve

correlação significante entre a ingestão de fibra e a intensidade da constipação, o grupo de

constipados apresentou, em média, tempo de trânsito total significativamente maior que o

grupo controle.

Corkins (2005) relatou a percepção de um grupo de alemães que foram questionados

quanto ao efeito de dieta sobre fezes, eles informaram que o chocolate, banana e chá preto

conduziram à constipação intestinal e que café e ameixas resultaram em fezes mais macias.

Para ele a constipação intestinal é uma queixa comum na infância. Apesar da literatura

documentar a elevada frequência deste problema, há pouca investigação diretamente

relacionada aos alimentos consumidos e a eventual consistência das fezes.

No presente trabalho, apesar de ter sido encontrado pelo critério de Roma III, 12

(9,5%) constipados, a consistência das fezes foi bastante variada, 18 (14,3%) adolescentes

relataram fezes com consistência dura e separadas. Outro dado que pode ter subestimado o

total de alunos com constipação intestinal foi o fato deles não terem relatado presença de

grande massa fecal no reto.

Quando o paciente apresenta constipação crônica funcional com escape fecal, em

geral, necessita de um tratamento de manutenção em torno de seis a 12 meses. As mães não

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

112

mencionam espontaneamente a queixa da constipação intestinal, sendo importante a

investigação. Algumas vezes, o diagnóstico foi estabelecido a partir das complicações da

doença como: dor abdominal, escape fecal, sangue nas fezes, distensão abdominal, enurese

(micção noturna), vômitos, infecção urinária, surtos de diarreia, retenção urinária, ou seja,

constipação oculta (MORAIS E MAFFEI, 2000).

Corkins (2005) cita três estudos de crianças com constipação intestinal que o consumo

de fibras foi mais baixo do que as não constipadas, porém não afirma a menor ingestão de

fibras. Também foi citado que indivíduos com constipação intestinal tinham um menor

consumo de queijo, feijões e ervilhas, leite, frutas e hortaliças, carne e aves, açúcar, bebidas

carbonatadas e não carbonatadas, com um maior consumo de café e chá e não encontrou

nenhuma associação significativa de constipação com consumo de cereais ou pão.

No trabalho de Lee et al. (2008) com 368 crianças de três a cinco anos, 28,8%

apresentaram constipação intestinal segundo o critério de Roma. Os autores verificaram que o

consumo de fibras era maior no grupo não constipada (3,8g/dia) comparando a criança

constipada (3,4g/dia), onde essa diferença foi significativa. O consumo de fruta era também

menor nas crianças constipadas, inclusive a vitamina C. A quantidade de leite foi maior no

grupo de crianças constipadas, porém essa diferença não foi significativa. O consumo de

líquido não teve diferença entre os grupos constipados e não constipados.

Também nessa presente pesquisa tanto o consumo somente de água como o de vários

tipos de líquidos não apresentaram diferença significativa com relação à presença ou não de

constipação intestinal, como o trabalho comentado por Corkins (2005) onde o aumento da

água em um grupo comparado com outro com dieta padrão não teve diferença significante na

consistência e frequência das fezes. Porém a importância da água é na constipação intestinal é

amplamente relatada na literatura (COOPINI et al., 2001 e BEYER, 2005). Esses resultados

fortalecem mais uma vez a importância de associar várias orientações quanto ao tratamento

da constipação intestinal, pois uma única ação dificilmente reverterá o quadro crônico desse

paciente.

O presente trabalho apesar de ter sido encontrado como hábito o feijão e as frutas,

outros alimentos ricos em fibras tiveram seu consumo abaixo do ponto de corte para a

definição de hábito, como o arroz integral, pão integral, barra de cereal, aveia, farelo de trigo,

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

113

pipoca e verdura de folha. Esses são alimentos cujo consumo poderia ser motivados

fortalecendo o hábito para alimentos ricos em fibras dietéticas.

O consumo maior de fibras ocasiona trânsito intestinal mais rápido e aumento do peso

fecal. A estimativa do consumo de fibras alimentares pode apresentar grande variabilidade,

pois depende da tabela de fibras nos alimentos utilizadas para efetuar os cálculos dietéticos

(MORAIS E MAFFEI, 2000).

Segundo Mustafa et al. (2007) no seu estudo com 1900 crianças, as constipadas

apresentaram menor consumo de frutas hortaliças e um maior consumo de leite, biscoitos e

macarrão do que as crianças não constipadas.

Um alimento importante e com um teor de fibras bastante interessante como o farelo

de trigo não foi relatado por nenhum adolescente nesse estudo. Quando foi abordado o

consumo associado de vários alimentos ricos em fibras, nesse estudo (farelo de trigo, aveia,

arroz integral, pão integral, verdura, frutas, feijão) somente três adolescentes (2,4%)

consumiam seis tipos diferentes desses alimentos ao mesmo tempo. A maior parte consumia

três tipos diferentes de alimentos ricos em fibras, 47 adolescentes (37,3%). Outros alimentos

também poderiam ser estimulados na alimentação do adolescente como a aveia, verduras e

pipoca focando a maior quantidade de fibras na alimentação.

Em relação à maioria dos dados referidos nos trabalhos quanto ao consumo alimentar,

atividade física e obesidade, os adolescentes estudados nessa pesquisa apresentaram hábito

alimentar adequado, eram estimulados a atividade física e a maioria eutrófica, com 23%

obesos ou sobrepeso, segundo o IMC/idade. Quanto à constipação intestinal a comparação é

difícil devido aos diferentes métodos relatados nos artigos.

Com relação à insatisfação corporal, é um fato presente na vida de muitos

adolescentes, nos países desenvolvidos, aproximadamente de 40 a 70% das jovens do sexo

feminino estão insatisfeitas com seus corpos e mais que 50% buscam a magreza. Para o

gênero masculino não há dados tão precisos, porém a insatisfação busca o emagrecimento ou

aumento da massa muscular. Em estudos nacionais, é possível observar jovens do sexo

feminino mais insatisfeitas do que os do sexo masculino, ficando suscetíveis ao

desenvolvimento de doenças de ordem alimentar, como a anorexia e bulimia nervosas ou

obesidade (CONTI et al., 2009; FREITAS et al., 2009).

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

114

Freitas et al. (2009) estudaram 54 adolescentes do sexo feminino, de 14 a 19 anos, de

um colégio particular e verificou segundo o IMC 1,85% das avaliadas apresentaram magreza

grau III, 1,85% magreza grau II, 14,81% magreza grau I, estando a maioria eutrófica (75,93%)

e apenas 5,56% com sobrepeso, não encontrou nenhum caso de obesidade. Dentre essas

adolescentes, 29,63% relataram estar contentes com o corpo e 70,37% relataram não estar,

sendo que dessas, 66,67% gostariam de emagrecer. Conclui que a distorção da imagem

corporal ocorreu entre essas adolescentes, uma vez que a maioria era eutrófica e mesmo assim

possuía o desejo de diminuir seu peso.

Conti et al. (2005) estudaram 147 adolescentes, 35,40% do sexo masculino e 64,60%

do sexo feminino e verificaram que 44,23% dos meninos e 18,93% das meninas apresentaram

excesso de peso; 1,92% dos meninos e 3,16% das meninas, magreza, e os demais (53,85%

dos meninos e 58,98% das meninas) eram eutróficos. Foi encontrada associação significante

entre excesso de peso e insatisfação para as áreas do estômago, cintura e peso corporal nos

meninos e para as áreas do cabelo, nádegas, quadril, coxas, pernas, estômago, ombros/costas,

tônus muscular, peso e aparência geral para as meninas. Ou seja, meninas com excesso de

peso apresentaram-se mais insatisfeitas com diversas áreas corporais, mas isso não ocorreu

com os meninos. Também relataram que é consenso o fato de jovens com sobrepeso e

obesidade, apresentam maior insatisfação corporal quando comparados com jovens

eutróficos. Além disso, destacaram que é recomendável o desenvolvimento de atividades

profiláticas voltadas para a conscientização da percepção pessoal, social do adolescente

considerando as pressões a que ele está inserido (CONTI et al., 2009).

Para Branco et al. (2006) ambos os sexos têm percepção real de sua condição

distorcida, nas meninas há mais casos de superestimação (kappa = 43,45%) e nos meninos de

subestimação (kappa = 5,65%).

Kakeshita e Almeida (2006) estudaram 106 estudantes universitários e verificaram

que a maioria das mulheres eutróficas ou com sobrepeso (87%) superestimaram seu tamanho

corporal enquanto mulheres obesas e homens (73%), independente do índice de massa

corporal, subestimaram o tamanho corporal. As diferenças devido a gênero foram

estatisticamente significativas, bem como a insatisfação geral com a imagem corporal

percebida, mostrada pelo desejo por menores valores do índice de massa corporal. As

Page 116: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

115

mulheres com sobrepeso apresentaram maior preocupação e desconforto com o corpo. Tanto

homens como mulheres apresentaram distorção na autopercepção da imagem corporal,

subestimando ou superestimando-a. Os resultados sugerem insatisfação com a imagem

corporal, na medida em que desejam ter seus corpos mais magros.

Reato et al. (2007) estudaram 174 adolescentes, sendo que 87 (50%) achavam seu

peso adequado, 20 (11,5%) abaixo do peso e 63 (36,3%) acima do peso, 4 (2,3%) deixaram

em branco. Dos 134 eutróficos, somente 81 achavam que eram eutróficos, 18 achavam abaixo

do peso e 46 acima do peso. Dos três obesos, um achava eutrófico e dois abaixo do peso.

Na presente casuística, 73 adolescentes achavam que seu peso era adequado, quando

abordado sua impressão de peso, porém sete dentre esses eram obesos, mostrando mais um

aspecto de distorção da imagem que pode também contribuir para a alteração de peso. Outro

dado encontrado quanto à imagem corporal foi quanto aos três adolescentes desnutridos, que

julgaram estarem eutróficos, além dos 53 adolescentes que julgaram seu peso inadequado e

dentre esses 31 eram eutróficos. Com isso estudos quanto à imagem corporal são importantes

para identificar distúrbios de imagem e auxiliar na identificação transtornos alimentares,

como por exemplos: a anorexia, bulimia ou obesidade.

Também a prática de atividade física é um componente essencial para a saúde e deve

ser iniciada desde a adolescência não somente em virtude do estado de saúde. Apesar de um

número menor de adolescentes venha a desenvolver disfunções crônicas degenerativas

comparando com os adultos, estudos apresentam comprometimento quanto à pressão arterial,

dislipidemia e gordura corporal em consequência à menor atividade física. Em adultos é

observado menores níveis de atividade física associados à elevada incidência de cardiopatias,

diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer. O sedentarismo e o

consumo inadequado de alimentos, além de muitas horas à frente da televisão estão

associados à obesidade. A obesidade infantil é um fator de risco para o aparecimento de

várias doenças como a hipertensão, o diabetes e as dislipidemias, antigamente presentes

somente em adultos e idosos (IRLA E FERNADEZ, 2001; GUEDES et al., 2005; REATO et

al., 2007).

Page 117: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

116

Nunes et al., (2007) verificaram que 78,4 % (83) dos adolescentes tinham menos que

150 horas de atividade física enquanto que Reato et al. (2007) verificaram que 75% dos 174

estudados, de 16 a 20 anos, de uma escola particular faziam atividade física.

No atual trabalho a maioria dos adolescentes 117/126 (92,8%) fazia atividade física em

diversas intensidades (vigorosa, moderada e caminhada), foi frequente tanto nos meninos (59)

como nas meninas (58), porém a intensidade vigorosa foi maior nos meninos (29) que nas

meninas (4), com diferença significativa. Embora a maioria dos adolescentes (N=94, 74,6%)

tenha sido eutróficos, uma pequena parte, três (2,4%) era desnutrida e 29 (23%) sobrepeso e

obesos. Esse quadro ressalta a transição epidemiológica que o país atravessa colocando em

evidência a importância da intervenção nutricional. Firmando a ascensão de obesidade no

nosso país, como vem sendo demonstrado por Zorzeto e Bicudo (2003). Não somente em

adultos, mas também em crianças e adolescentes, tendo como causa a mudança de estilo de

vida e hábitos alimentares (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).

Esse processo de transição epidemiológica deve ser valorizado. As doenças

cardiovasculares, principal causa de morte, incapacidade na vida adulta e velhice, estão

relacionadas em grande parte com práticas alimentares e estilo de vida inadequado (BRASIL,

2003).

O estudo de Faria et al. (2004) também constatou esse tipo de resultado com 733

crianças de seis a 10 anos, relatou a transição epidemiológica da desnutrição à obesidade onde

valores para o sexo masculino e feminino respectivamente foram 15 (4,31%) e 21 (5,42%)

crianças abaixo do peso, normalidade 229 (65,8%) e 263 (67,95%), sobrepeso 60 (17,24%) e

53 (13,69%), obeso 44 (12,64%) e 48 (12,4%).

No estudo de Santos (2005) com estudantes de escola pública de 17 a 19 anos na

Bahia 14 (4%) apresentaram sobrepeso ou obesidade, 15 (4,2%) magreza e 325 (91,8%)

eutróficos.

Neutzling et al. (2000) estudaram a prevalência de sobrepeso e obesidade em 13715

adolescentes brasileiros de 10 a 19 anos e por meio do IMC, segundo o NCHS, 10,6% eram

meninas e 4,8% meninos, onde os adolescentes de áreas mais industrializadas apresentaram

um risco maior de obesidade (OR=1,86).

Page 118: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

117

O estudo de crescimento de Havard (1922-1935) de pacientes acompanhados por 55

anos, classificados por obesos ou magros na época. Dados de morbidade e mortalidade, desse

coorte, predisseram riscos de saúde nos adultos que foram adolescentes sobrepeso em

comparação com os magros, inclusive quanto ao risco de morte por doenças coronarianas.

Outros estudos mostraram risco maior em homens que mulheres por doença coronariana e

aterosclerose, com excesso de peso na adolescência. Morbidade por câncer coloretal e gota

em homem, com excesso de peso na adolescência e para mulher foi relatado a artrite

(HEALD e GONG, 2003).

No trabalho de Freitas et al. (2009) com 54 adolescentes meninas, 51,85% das

avaliadas fazem o desjejum, 40,74% o lanche da manhã, 96,30% o almoço, 72,22% o lanche

da tarde, 77,78% o jantar e 16,67% fazem a ceia.

Nessa atual pesquisa, os adolescentes realizaram pelo menos três refeições ao dia

73/126 (57,9)%, sendo considerado adequado, segundo Santos et al. (2005). O recomendável

seria de cinco a seis refeições ao dia (BRASIL, 2009) e isso ocorreu em somente 23/126

(18,3%) dos adolescentes. Apesar da maioria dos adolescentes ter o consumo diário (sete

dias) de desjejum (56,2%), almoço (81,7%) e jantar (85,7%), alguns resultados foram

preocupantes em alguns adolescentes, pois relataram que nunca consumirem desjejum 19

(15,1%), almoço dois (1,6%) e o jantar em quatro (3,2%).

Outro aspecto quanto à alimentação segundo Irala e Fernandez (2001) é que

atualmente a população está consumindo cada vez mais alimentos diet e light. No presente

trabalho foi identificado o consumo habitual em apenas seis (4,8%) adolescentes para o uso

de adoçante e refrigerante diet e apenas dois (1,6%) para alimentos diet em geral. Buscando

uma associação da obesidade e sobrepeso com a presença do uso de adoçante nessa amostra

de 126 adolescentes, não houve diferença significativa.

A ascensão da incidência da obesidade infantil contribui com o agravo à saúde

podendo aumentar o risco de obesidade na fase adulta, assim cada vez mais se faz necessário

intervenções nutricionais precoces (FARIA et al., 2004).

Para Boog (1981) os programas de educação nutricional visam à mudança de

conhecimentos, entretanto não garante que o indivíduo que está sendo assistido efetivamente

mude suas práticas alimentares. A mesma autora relata que estudos de indivíduos que

Page 119: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

118

receberam conhecimentos básicos de nutrição e não estariam habilitados para aplicar essa

prática. Não se pode afirmar que o preenchimento de lacunas do conhecimento determine a

mudança desejada. Para alterar práticas alimentares não é somente educação e sim persuasão.

Suas ações são determinadas por condições ambientais sociais, econômicas, emocionais e tal

importância quanto ao conhecimento adquirido.

Segundo Motta e Boog (1984), o sucesso da educação nutricional é maior quando os

educandos buscam voluntariamente o programa, pois já existe uma motivação prévia.

De acordo com Assis e Nahas (1999), a relação entre o que a pessoa sabe e o que faz

tem sido altamente tênue, porém o conhecimento é um instrutor, quando a pessoa quer mudar.

Um dos papéis do nutricionista é orientar e motivar seu cliente a modificar seus hábitos

alimentares, por meio de assistência individual ou em grupos. Assim, um programa de

intervenção nutricional pode ter sucesso se estiver associado à promoção da saúde, fatores

ambientais, organizacionais e pessoais. Assim, pode se afirmar que esse projeto fez diferença

no conhecimento dos adolescentes e poderá ser aplicado em outras comunidades escolares.

Fernandes et al. (2009) aplicaram um programa de educação nutricional em 135

escolares (de sete a 10 anos) e verificou que o percentual de escolares com

sobrepeso/obesidade passou de 21,8 para 23,6% nas turmas sem intervenção (n = 80) e de

33,7 para 35,0% nas turmas com intervenção (n = 55), segundo os autores não apresentou

resultado no estado nutricional provavelmente porque o programa de educação nutricional

envolveu apenas oito encontros com as adolescentes. Porém verificou-se uma diminuição

significante no consumo de suco artificial nas turmas com intervenção, entretanto, nas turmas

sem intervenção ocorreu um aumento no consumo de salgadinhos industrializados e

refrigerantes.

Outro trabalho de Mello et al. (2004b) envolvendo atendimento nutricional individual

e em grupo a pacientes obesos mostrou bons resultados e foi destacado a importância de

medidas básicas para melhoria dos hábitos de vida o mais precocemente possível,

principalmente envolvendo a família, com isso aprender novos hábitos saudáveis para com o

tempo atingir melhor composição corporal.

Em junho de 2009, houve uma grande conquista na área da educação e nutrição, pois

foi sancionado a lei 11.947 onde determinou que o nutricionista será o responsável técnico

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

119

pela alimentação escolar. Anteriormente o nutricionista era responsável apenas pelo cardápio,

agora será responsável pelo tipo de alimento que será comprado, como e o que chegou nas

escolas, formação das merendeiras, adequação do cardápio à região, dentre outras funções.

Importante ressaltar que o cardápio deverá ser saudável e não será permitido refrigerantes,

balas e salgadinhos industrializados (PEIXINHO, 2009).

Peixinho (2009) também abordou a implantação da educação nutricional e alimentar

no currículo escolar, que estava no bojo da saúde, assim o Ministério da Educação tem que

discutir a inclusão do tema no currículo escolar, que é obrigatória.

Importante ressaltar que pacientes com distúrbios alimentares parecem ter muito

conhecimento de nutrição, porém sua fonte de consulta pode não ser confiável e sua

interpretação distorcida, assim a educação nutricional é um componente essencial no seu

tratamento (SCHEBENDACH e REICHERT-ANDERSON, 2005).

Revisando a literatura sobre a falta de adesão ao tratamento de pacientes, Assis e

Nahas (1999) relataram que 38% dos pacientes deixam de seguir os tratamentos agudos (uso

de antibióticos), 43% tratamento crônico (uso de anti-hipertensivo), 75% quanto à mudança

de comportamento (restrição alimentar e fumo). Para atividade física 50% dos que iniciam

param entre três a seis meses. Assim essa afirmação confirma a importância de orientações

frequentes para firmar e ampliar o conhecimento.

A relação entre o que as pessoas fazem e o que sabem é muito tênue, o conhecimento

não instiga a mudança, mas funciona como instrumento para o desejo de mudar. O

conhecimento sobre o que comer é o início da influência para o comportamento alimentar

saudável (ASSIS e NAHAS, 1999).

No trabalho de Triches e Giugliani (2005) com 573 crianças, a obesidade se associou

ao menor conhecimento de nutrição e práticas alimentares menos saudáveis. Crianças com

essas características apresentaram cinco vezes mais chances de apresentarem obesas. O nível

de conhecimento modifica a relação entre a obesidade e práticas de consumo alimentar,

porém suspeita-se que algumas crianças que sabem mais sobre nutrição relatam práticas mais

saudáveis e não necessariamente as praticam. Acredita-se que é importante promover

conhecimentos de nutrição para promover hábitos saudáveis e assim diminuir os índices de

Page 121: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

120

obesidade, porém estudos não encontraram diferenças significativas entre conhecimento de

nutrição em crianças e adolescentes obesos e eutróficos (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).

Também é importante relatar que a etnicidade, ou seja, o conjunto de características

comuns a um grupo de pessoas, a escolaridade e a idade podem afetar a fidedignidade dos

resultados quanto às repostas dadas pelos entrevistados (RIBEIRO et al., 2006).

A educação nutricional como intervenção melhora o conhecimento e atitudes,

influencia a família, porém o conhecimento parece não ser suficiente para mudar a prática

alimentar e consequentemente o IMC (TRICHES e GIUGLIANI, 2005).

Nessa pesquisa, o questionário na forma de perguntas objetivas utilizado como

instrumento para avaliar o conhecimento de nutrição adquirido pelos adolescentes foi de fácil

aplicação e pode ser reproduzido em outros grupos. O projeto desenvolvido por meio de

várias atividades (palestras, filme, seminários, exercícios, discussões, pesquisas com os

professores) apresentou aumento significativo no conhecimento dos alunos, segundo a

melhora de suas notas e os testes estatísticos aplicados. O fato de ter sido elaborado com a

participação dos professores e dos próprios alunos pode ser considerado transdisciplinar e

interativo, podendo ser reutilizado também em outros grupos.

O período de desenvolvimento das atividades em grupo, nessa pesquisa, foi um

momento muito rico, pois houve interação multidisciplinar e todos demonstraram interesse na

participação da pesquisa, inclusive a coordenadora pedagógica demonstrou o material

fornecido pelo governo com enfoque na nutrição, o qual fazia parte do currículo dos

adolescentes. O programa de educação nutricional, dessa pesquisa, desenvolvido em parceria

com os professores, diretoria da escola teve participação ativa dos alunos.

Muth et al. (2008) no trabalho de intervenção nutricional aplicados por estudantes de

medicina em alunos (38 com intervenção e 37 alunos controle) de escola elementar e ensino

médio, apresentou resultados positivos. No grupo do ensino fundamental com intervenção

apresentou um aumento diário de frutas e vegetais (de 2,3 a 2,7 porções), enquanto os alunos

do grupo controle diminuiu (de 2,6 a 2,2 porções) (p = 0,05). No grupo de intervenção:

aumentou a ingestão de alimentos ricos em cálcio e consumo de grãos, porém sem diferença

estatística. Também não teve alteração estatisticamente significativa no comportamento e

atividade física ou IMC. Nenhum aluno respondeu corretamente o número de frutas e vegetais

Page 122: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

121

que deveriam consumidos diariamente. Oito de nove alunas do ensino médio completaram o

questionário pós-intervenção. Embora a amostra deste estudo piloto possa ter sido pequena e

impedida a detecção de muitas mudanças significativas, os estudantes também relataram

queda em porções diárias de pão branco, bebidas açucaradas, batatas fritas e doces.

Os programas de educação nutricional têm sido derivados do modelo teórico da teoria

social cognitiva, para modificar sentimentos e ações (ASSIS e NAHAS, 1999). Estudos

mostram que manter um registro por escrito do que se come aumenta a probabilidade de

emagrecer e facilita o propósito da dieta de se tornar estável, porém podem subestimar o que

comem em análises quantitativas (BECK, 2009).

O trabalho de Reato et al. (2007) abordou um programa que desenvolveu em uma

escola particular com 174 alunos onde abordou o tema:¨Nutrição na adolescência¨, a pedido

da coordenadora pedagógica do colégio, onde foram fornecidos as seguintes informações:

necessidades nutricionais, atividade física, dietas da moda, uso de suplemento e

anabolizantes, obesidade e transtorno alimentar. No artigo citado não foi claro sua

metodologia, dificultando sua reprodução, diferente da metodologia descrita nessa pesquisa,

onde a disponibilidade do material para reaplicação pode ser observado em anexo.

Para Chang, et al. (2007) é importante promover alimentação saudável e atividade

física na escola e comunidade, aumentando o acesso a frutas e vegetais, removendo alimentos

com alta densidade calórica, além de citar a importância de programas escolares com alta

qualidade de educação em saúde e educação física no currículo escolar.

Jaime e Lock (2009) na sua revisão sistemática da literatura quanto à eficácia da

escola na alimentação e nutrição e políticas mundiais na melhoria do ambiente escolar,

concluiu que algumas correntes escolares políticas têm sido eficazes na melhoria do ambiente

escolar e ingestão alimentar, mas é pequena a avaliação do seu impacto sobre o IMC. A

escola pode ser um grande ajuste para combater a obesidade infantil e é essencial desenvolver

políticas futuras, além de avaliações por um longo prazo quanto a eficácia de uma gama de

políticas alimentares escolares no combate tanto de ingestão alimentar, sobrepeso e

obesidade.

Page 123: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

122

Segundo Story et al. (2009) o número de crianças com sobrepeso hoje é maior do que

em qualquer outro momento na história dos EUA. O artigo concluiu que alimentos vendidos

fora das refeições escolares estão amplamente disponíveis nas escolas, sobretudo do ensino

secundário. A disponibilidade de lanches e bebidas vendidas nas escolas para os alunos

oferecendo alta ingestão de calorias totais, como refrigerantes, gordura total e gordura

saturada, e menor ingestão de frutas deveriam ser excluídos e incluídos produtos agrícolas

saudáveis, além do incentivo à atividade física poderiam ser adicionados ao currículo escolar,

sem consequências acadêmicas. Políticas se destacaram, predominantemente, nos distritos e,

em seguida, os estados, e, em muito menor medida, o governo federal. Poucos estudos têm

analisado a eficácia ou o impacto da escola com base em medições do IMC. Alguns estudos

mostram que as escolas têm feito alguns progressos na melhoria da alimentação e da atividade

física, mas é necessário muito mais trabalho. Reforçar as políticas para fornecer refeições

saudáveis para estudantes, limitar o seu acesso aos nutrientes de baixa qualidade, alimentos

densos em energia durante o horário escolar, e aumentar a frequência, intensidade e duração

da atividade física na escola são necessárias. Isso é fundamental, pois as crianças a partir da

idade escolar começam a ter autonomia crescente para decidir o que comer e isso se não for

em um ambiente saudável pode ser um dos fatores responsáveis pelo aumento da obesidade

infantil.

Outro dado importante relatado em uma pesquisa feita em 2000 em televisões abertas

e a cabo durante a programação infantil mostrou que 65% das propagandas de alimentos

concentravam-se nos alimentos ricos de açúcares e gorduras (IRALA e FERNANDEZ, 2001).

A escola e a comunidade precisam dividir a responsabilidade quanto ao acesso de

alimentos de alta qualidade, programas educacionais nos currículos escolares e atividade

física para combater o sobrepeso e prevenir doenças crônicas degenerativas (PILANT, 2006,

BRIEFEL et al., 2009).

Damasco (2009) relatou que em 5 de novembro de 2008 foi aprovado a proposta de

extensão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) aos alunos do ensino médio.

Antes restrito aos alunos do ensino fundamental, o programa tem como objetivo fornecer

alimentação saudável e adequada de acordo com cada cultura e etnia, além de educação

Page 124: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

123

alimentar e nutricional no processo de ensino e participação da população no controle de

qualidade dos alimentos.

Isso também deveria ocorrer para os universitários, pois segundo Nelson et al. (2009)

alguns fatores que influenciam o peso é o comportamento relacionado com peso, entre os

estudantes de uma universidade pública foram: a disponibilidade alimentar no campus, as

merendas, comer tarde da noite, consumo de álcool, comer por causa do stress/ tédio e comer

alimentos de improvisados em dormitório e quartos. Fatores relacionados à atividade física

incluíram: experiências negativas usando o lazer do campus; más condições climáticas, falta

de tempo, falta de motivação e apoio para o exercício. Enfim vários fatores podem influenciar

o ganho de peso, padrões de dieta e atividade física. As universidades deveriam ter um papel

ativo na concepção e avaliação de peso visando à saúde relacionada à promoção e a

intervenção.

Inclusive seria importante o governo manter campanhas públicas para uma

alimentação saudável para todas as faixas etárias, pois segundo Mirmiran et al. 2009, as

orientações internacionais da Organização Mundial de Saúde recomendam redução da gordura

saturada e de colesterol dietético para evitar hipercolesterolemia e doenças cardiovasculares.

Em estudo transversal com 840 adultos (de 18 e 74 anos) selecionados aleatoriamente, em

1998, verificou-se que o consumo de frutas e verduras está associado a menores concentrações

de lipoproteína total e de colesterol de baixa densidade e menor risco de doenças

cardiovasculares

Intervenção contra a obesidade requer uma combinação de base familiar e escolar

envolvendo vários programas de promoção de atividade física, comportamental e de educação

nutricional (ADA, 2006).

As crianças, jovens e adultos deverão ter suas necessidades nutricionais atendidas

durante a permanência em sala de aula, o que contribui para o desenvolvimento,

aprendizagem e rendimento escolar, além de promover a formação de hábitos alimentares

saudáveis (DAMASCO, 2009).

Promover a saúde na escola beneficia os alunos na infância e adolescência, pois é um

espaço social onde muitas pessoas convivem. A promoção da saúde permite maior controle

da qualidade de vida (IRALA e FERNANDEZ, 2001).

Page 125: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________

Discussão

124

O próprio governo se compromete por meio da Política Nacional de Alimentação e

Nutrição os seguintes propósitos: garantir a qualidade dos alimentos colocados para o

consumo no país, da promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudáveis, prevenção e

o controle dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas a alimentação e nutrição

(BRASIL, 2003).

Enfim tendo uma visão mais ampla e generalizada, Damasco (2009) relata a

importância de regras de sustentabilidade ambiental na produção dos alimentos e o incentivo

à agricultura familiar, com cardápios elaborados por nutricionistas, que deverão priorizar os

alimentos naturais e semi-elaborados, com o objetivo de evitar e prevenir doenças como

obesidade, diabetes e hipertensão.

Concomitante a literatura, o presente trabalho mostrou a importância da intervenção

nutricional precoce nos distúrbios alimentares. O desenvolvimento do mesmo pode contribuir

com informações específicas de um grupo de adolescentes de uma escola pública. A

elaboração do projeto foi positiva do ponto de vista quantitativo, uma vez que houve a

melhora das notas dos alunos; e do ponto de vista qualitativo, foi positivo devido à

participação e criatividade dos alunos e professores. Além disso, gerou interação

multidisciplinar, interpessoal, e transdisciplinar. Foi um projeto de fácil aplicação, podendo

ser multiplicado em outras escolas.

Em suma, uma alimentação saudável, bem variada e balanceada, prática de exercícios

regulares, controle do estresse e o hábito de não usar drogas são componentes do estilo de

vida e quando inadequados podem ser modificados para viver melhor e com qualidade de

vida (ASSIS e NAHAS, 1999).

Page 126: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

125

CONCLUSÕES

Page 127: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Conclusões

126

6. CONCLUSÕES

Com esse trabalho foi possível conhecer alguns aspectos nutricionais dos hábitos alimentar

e intestinal dos 126 adolescentes, numa escola pública da periferia de Campinas, SP, além de

desenvolver e verificar o efeito de um programa de educação nutricional.

Os alimentos que constituíram hábito alimentar desses adolescentes foram arroz, feijão,

carnes (em fontes variadas), pão francês, frutas, sucos e leite, guloseimas achocolatados,

doces, balas e refrigerantes. A maioria consumia o desjejum, almoço, lanche da tarde e jantar,

porém 15% dos adolescentes relataram não tomar desjejum. O local mais comum da

alimentação foi o domicílio. A ingestão de líquidos foi adequada, porém 19,8% adolescentes

relataram não consumir leite.

A constipação intestinal foi identificada em 9,5% dos adolescentes.

O excesso de peso foi verificado em 23% adolescentes e a desnutrição em 2,3%,

predominando adolescentes eutróficos. A grande maioria (92,8%) dos adolescentes praticava

atividade física, em diversas intensidades (vigorosa, moderada ou caminhada). As classes

sociais dominantes foram a C e B, contudo, menos da metade respondeu o questionário.

Ao relacionar constipação intestinal com as variáveis: consumo diário de líquidos,

consumo diário de água, atividade física, obesidade/sobrepeso, idade, número de alimentos

ricos em fibras, somente a inatividade física teve relação significativa.

Na relação da obesidade/sobrepeso com atividade física, número de refeições, uso de

adoçante dietético e idade, somente os adolescentes que consumiam igual ou mais que cinco

refeições ao dia apresentaram uma tendência significativa ao eutrofismo. Quanto à idade dos

adolescentes obesos: a maioria tinha idade acima de 14 anos.

Apesar da grande maioria dos adolescentes ser eutrófico (74,6%), somente pouco mais da

metade (58%) avaliou seu peso como adequado.

O programa de educação nutricional trouxe avanços quanto ao conceito de nutrição para

os alunos. Houve empenho e colaboração dos professores nas várias atividades desenvolvidas.

O desempenho dos alunos teve resultado positivo. Os alunos que receberam as atividades em

grupo apresentaram incremento positivo significativo da média das notas.

Page 128: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Conclusões

127

O programa de educação nutricional atingiu aspectos nutricionais, transdisciplinar e

multidisciplinar, envolvendo importantes membros do ambiente escolar (professores,

pedagoga, diretora) além dos alunos e pais.

Page 129: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

128

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 130: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

129

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISAS (ABEP). Critério de Classificação

Econômica Brasil, 2003). Disponível em:< www.abep.org>. Acesso em: fev. 2007.

AMERICAN DIET ASSOCIATION (ADA). Position of american dietetic association: individual, family,

school, comunity based interventions for pediatric overweight. J Am Diet Assoc, 106 (6):925-45, 2006.

ALVES, T.C.H.S; SILVA, R.C.R; ASSIS, A.M.O.; SILVA, M.C.M.; SANTANA, M.L.P.; BARRETO, M.L.;

REIS, M.G.; PARRAGA, I.M.; BLANTON, R.E. Associação entre déficit de crescimento e retardo maturacional

de crianças e adolescentes infectados. Rev. Nutr. Campinas, 22 (3): 309-318, 2009.

ASSIS, M.A.A. NAHAS, M.V. Aspectos motivacionais em programas de comportamento alimentar. Rev.

Nutr. Campinas, 12(1): 33-41, 1999.

BARBOSA, R.M.S.; CROCCIA, C. CARVALHO, C.G.N.; FRANCO, V.C.; SALLES-COSTA, R. SOARES,

E.A. Consumo alimentar de crianças com base na pirâmide alimentar brasileira infantil Rev. Nutr. Campinas,

18(5):633-641, 2005.

BARLOW, S.E; DIETZ, W.H. Obesity Evaluation and Treatment: Expert Committee Recommendations

Pediatrics,102(3):102-29, 1998.

BECK, J.S. Pense Magro. Adieta definitiva de Beck. Ed. Artmed, 2009. 317p.

BEIGUELMAN, B. Curso Prático de Estatística. Rev. Brasileira de Genética, Ribeirão Preto. 4.a ed São

Paulo, 1996 Cap 3, p. 63-99.

BEYER, P.L. Terapia nutricional para distúrbios do trato gastrointestinal inferior. in

MAHAN L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Alimentos Nutrição & Dietoterapia 11.ed São Paulo, Roca 2005. Cap

30, p. 673-703.

BICALHO, G.G.; BARROS FILHO, A. A Iniciação Científica: Como Elaborar um Projeto de Pesquisa. Rev.

Ciências Médicas. Campinas, 12(4):365-373, 2003.

BIGÉLLI, R.H.M.; FERNANDES, M.I.M.,GALVÃO,L.C. Constipação intestinal em crianças. Rev. Medicina.

Ribeirão Preto, 37:65-75, 2004.

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

130

BOOG, M.C.F. Estudo sobre conhecimentos, atitudes e práticas alimentares de jovens diabéticosf. 85f.

Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São

Paulo, 1981.

BOOG, M.C.F. Contribuições da educação nutricional à construção da segurança alimentar. Saúde rev.,

Piracicaba, 6(13): 17-23, 2004.

BORGES V.C. Alimentos Funcionais: prébióticos, próbióticos, fitoquímicos e simbióticos In.:

WAITZBERG,D.L., Nutrição Oral Enteral e Parenteral na Prática Clínica,3. ed São Paulo, Atheneu 2001.

Cap 96, p.1495-1509.

BRANCO, L.M.; HILÁRIO, M. O. E.; CINTRA, I.P. Percepção e satisfação corporal em adolescentes e a

relação com seu estado nutricional Rev. Psiquiatr. Clín. São Paulo, 33(6): 292-296, 2006.

BRANDÃO, M.A.B. Efeito da eritromicina, administrada por via oral, no tratamento de crianças com

constipação crônica funcional. 90f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) -

Faculdade de Ciências Médicas, Unicamp. Campinas, 2002.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tabela de composição de alimentos.

Ministério da Fazenda. 1999. Rio de Janeiro, 137p.

BRASIL. Ministério da saúde, 2003. Política nacional de alimentação e nutrição.

Disponível em: <http://nutricao.saude.gov.br/documentos/pnan.pdf >. Acesso em: 21 jan. 2009.

BRASIL. Ministério da saúde, 2004- Alimentação saudável para adolescentes. Disponível em:

<http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/10passos_adolescentes.pdf > Acesso em: 28 de ago. 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde, 2009 Classificação do estado nutricional. Disponível em:

<http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_oms> Acesso em: 5 dez. 2009.

BRASIL. Ministério da saúde, 2009 Dez passos de uma alimentação saudável. Disponível em:

<http://nutricao.saude.gov.br/documentos/dez_passos_pas_escolas.pdf >. Acesso em: 21 jan. 2009.

BRASIL. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 2002/2003 - Medidas Antropométricas de Crianças e

Adolescentes. Disponível em:

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

131

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=625&id_pagina=1 >.

Acesso em: 07 maio 2010.

BRASIL. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 2008/2009 mostra desigualdades e transformações no

orçamento das famílias brasileiras. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1648&id_pagina=1>

Acesso em 09 de julho de 2010.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais : apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de

Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 146p. Disponível em: <

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2009.

BRIEFEL, R.R.; CREPINSEK,M.K.; CABILI, C.; WILSON,A. GLEASON, P.M School food environments

and practices affect dietary behaviors of US public school children. J Am Diet Assoc. (2 Suppl):S91-107, 2009.

CARAM. ALA. Avaliação antropométrica em crianças com paralisia cerebral. 93f. Dissertação (Mestrado

em Saúde da Criança e do Adolescente) - Faculdade de Ciências Médicas–Unicamp. Campinas, 2006.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC, 2000) Disponível em:

<http://www.cdc.gov/growthcharts/data/set1clinical/cj41c022.pdf>

Acesso em: 14 de jan. 2007.

CHANG, I.D.; BULTMAN, L.; DRAYTON, V.L.; KNIGHT,E.K. et al. FROM THE FIELD: Beyond Medical

Care: How Health Systems Can Address Children's Needs Through Health Promotion Strategies Health

Affairs. Chevy Chase. 22(2):466-8, 2007.

CLARK, M.A.; FOX,M.K. Nutritional quality of the diets of US public school children and the role of the school

meal programs. J Am Diet Assoc. 109(2 Suppl):S44-56, 2009.

COBAYASHI, F.; LOPES, L.A. TADDEI, J.A.A.C. Densidade óssea de adolescentes com sobrepeso e

obesidade. J. Pediatr. (Rio Janeiro). Porto Alegre, 81(4): 337-342, 2005.

CONGALTON, R.G.; MEAD, R.A. A quantitative method to test for consistency and correctness in

photointerpretation . Photogrammetric Enginnering and Remote Sensing, 49 (1): 69-74, 1983.

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

132

COQUEIRO, R.S. PETROSKI,E.L. PELEGRINI,A. BARBOSA,A.R. Insatisfação com a imagemcorporal:

avaliação comparativa da associação com o estado nutricional em universitários. Rev. Psiquiatria, Rio Grande

do Sul, 30 (1):31-38, 2008.

CONTI, M.A.; FRUTOOSO,M.F.P.; GAMBARDELLA, A.M.D. Excesso de peso e insatisfação corporal em

adolescentes. Rev. Nutr. Campinas, 18(4): 491-407, 2005.

CONTI, M.A.; SLATER,B.; LATORRE, M.R.D. Validação e reprodutibilidade da Escala de Evaluación de

Insatisfación Corporal para Adolescentes. Rev. Saúde Pública, São Paulo, .43 (3): 515-524, 2009.

CONOVER, W. J. Practical Nonparametric Statistics. New York: John Wiley & Sons, 1971 p. 462.

COPPINI, L.Z.; WATIZBERG, L.D.; CAMPOS, F.G.; HABR-GAMA,A. Fibras alimentares e ácidos graxos de

cadeia curta. In.: WAITZBERG,D.L., Nutrição Oral Enteral e Parenteral na Prática Clínica 3.ed São

Paulo, Atheneu 2001. Cap 5, p.79-94.

CORKINS, M.R. Are Diet and Constipation Related in Children? Nutr Clin Pract.2005; 20(5): 536-539, 2005.

CRAIG, CL; MARSHAL AL; SJOSTROM M; BAUMAN A; BOOTH ML; AINSWORTH BE; PRATT M;

EKELUND U; YNGVE A; SALLIS J; OJA P International Physical Activity Questionnaire: 12 Country

Reliability and Validity. Medicine & Science in Sport & Exercise, 2003.p. 1381- 1395.

DAMASCO,C. 2009. Projeto de ampliação da merenda escolar segue para aprovação no senado.

Disponível em: <http://nutritotal.com.br/nota notícias/index.php?acao=bu&id=370>. Acesso em: 02 fev. 2009.

DAVIS, E.M.; CULLEN, K.W.; WATSON, K.B.; KONARIK, M.; RADCLIFFE, F. A Fresh Fruit and

Vegetable Program improves high school students' Consumption of fresh produce. J Am Diet Assoc.

109(7):1227-31, 2009.

DOROSZ, P. Tabela de Calorias e Regimes de Emagrecimento. 4.a ed. Manole, 2006. p.164.

DIETARY REFERENCE INTAKES (DRIs), 2002. Acceptable Macronutrient Distribution Ranges.

Disponível em: <http://www.iom.edu/Object.File/Master/21/372/0.pdf > Acesso em: 14 set. 2009.

Page 134: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

133

DWYER, J. Avaliação do consumo alimentar. In.: SHILS, M.E.; OLSON, J.A.; SHIKE,M.; ROSS,

A.C.Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9. ed São Paulo, Manole 2003. Cap, 58 p.1001-

1026.

ESPERANÇA, L.M.B.; GALISA, M.S.; SÁ N.G. Nutriçã e Dietética. Os Nutrientes. In: GALISA, M.S.;

ESPERANÇA, L.M.B.;SA,N.G.Nutrição Conceitos e Aplicações. 1.a Ed São Paulo, M.Books, 2008. Cap 2. p.

7-19.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, 2001. Disponível em:

<http://redesocialsaopaulo.org.br/downloads/ECA.pdf>. Acesso em: 30 jul 2010.

ETTINGER, S. M. Macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídeos. In: MAHAN, L.K.; SCOTT-STUMP, S.

Alimentos, nutrição e dietoterapia. 11. ed. São Paulo, Roca , 2005. Cap 3. p. 35-71.

FARIA, A.L.C. SANTOS, J.F. FOGOLIN, J.M.; ANDRADE, L.; FASSINI, P.G.; GUIMARÃES, F.P.N.

Avaliação antropométrica e educação nutricional de escolares de 1.a a 4.a série de uma escola estadual do

município de Araraquara. Revista Uniarara. 15: 189-200, 2004.

FERNANDES, P. S.; BERNARDO, C.O. ;CAMPOS, R.M.M.B.; VASCONCELOS, F.A.G. Avaliação do

efeito da educação nutricional na prevalência de sobrepeso/obesidadee no consumo alimentar de escolares do

ensino fundamental. J Pediatr, Rio de Janeiro, 85(4):315-321, 2009.

FIORAVANTI, C.; ZORZETO, R. Corpos sob pressão. Pesquisa Fapesp. São Paulo, 131:48-51, 2007.

FOX, M.K.; DODD, A.H.; WILSON, A.; GLEASON, P.M. Association between school food environment and

practices and body mass index of US public school children J Am Diet Assoc. 109(2 Suppl):S108-17, 2009.

FREIBERG, C.K. ; SA, N.G.; FERREIRA, R.T. As substâncias alimentares. Alimentos funcionais. In: Monica

Santiago Galisa, Leila Maria Biscólla Esperança, Neide Gaudenci de Sá. (Org.). Nutrição conceitos e

aplicações. 1ª ed. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2007, p. 11-19.

FREITAS, A.R.; NOVELLO, D.; GASTALDON, L.T.; JUSTINO, P.F. Insatisfação da imagem corporal,

práticas alimentares e de emagrecimento em adolescentes do sexo feminino. Rev Bras Nutr Clin; 24 (3): 166-

73, 2009.

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

134

FRISANCHO, A .R. Antropometric Standards for the Assest of growth and Nutrition Status. Ann Arbor.

University of Michigan, 1993.

FLYNN, MA; MCNEIL, D.A; MALLOF, B.; MUTASINGWA, D;WU, M; FORD, C TOUGH, SC. Reducing

obesity and related chronic disease risk in children and jouth: a synthesis of evidence with best parctice ´

recomendation. Obes Rev. 7 Supl 1:1-5, 2006.

GARCIA, G.C. B.; GANBARDELLA, A.M.D.; FRUTUOSO, M.F.P. Estado nutricional e consumo alimentar

de adolescentes de um centro de juventude da cidade de São Paulo. Rev. Nutr. Campinas, 16(1): 41-50, 2003.

GLEASON, P.M.; DODD,A.H.. School breakfast program but not school lunch program participation is

associated with lower body mass index. J Am Diet Assoc. 109 (2 Suppl):S118-28, 2009.

GUEDES, P. D.; LOPES, C.C.; GUEDES, J.E.R.P. Reprodutividade de atividade física em adolescentes. Rev.

Bras Med Esporte .11( 2):151-158, 2005.

GUIMARÃES, M. As mutações da fome. Desnutrição nos primeiros anos de vida provoca hipertensão arterial,

diabetes e obesidade em adolescentes e adultos. Pesquisa Fapesp. São Paulo, 138:43-46, 2007.

GUIMARÂES, F.A.; GALISA, M.S. Cálculos nutricionais- conceitos e aplicações prática. São Paulo, M.

Books, 2008.91 p.

HAMMOND, K Avaliação dietética e clínica. In: MAHAN L.K.; SCOTT-STUMP,S. Alimentos, nutrição e

dietoterapia. 11.ed São Paulo, Rocca 2005. Cap 17, p.391-418.

HEALD, F.P.;GONG, E.J. Dieta, Nutrição e Adolescência In: SHILS, M.E.; OLSON, J.A.; SHIKE,M.; ROSS,

A.C.Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9. ed São Paulo, Manole 2003. Cap, 52 p.919-

927.

HYAMS, J.; COLLETTI, R.; FAURE, C. et al. Functional gastrointestinal disorders: Working Group Report of

the First World Congress of Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol

Nutr; 35(Suppl 2):S110-7, 2002.

HOFFMAN, D.; HEYMSFIELD, S.B.; WAITZBERG, D.L. Composição Corpórea. In: WAITZBERG,D.L.,

Nutrição Oral Enteral e Parenteral na Prática Clínica 3.ed São Paulo, Atheneu, 2001. Cap 14, p.225-38.

Page 136: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

135

HUSE, D.M; LUCAS, A.R Transtornos Comportamentais que afetam a ingestão de Alimentos: Anorexia

Nervosa, Bulimia Nervosa, e Outras condições psiquiátricas. In:

SHILL, ME; OLSON,JÁ, SHIKE,M. ROSS,A.C. Tratado de nutrição moderna na Saúde e na Doença.

Manole, 2003, 9.a ed Cap 93, p1621-30.

IRALA, C.H.; FERNANDEZ, P.M. Manual para Escolas. A escola promovendo hábitos saudáveis.

Departamento de Nutrição com o Departamento de Política de Alimentação e Nutrição da Secretaria de

Políticas de saúde do Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: <

http://nutricao.saude.gov.br</documentos/peso_saudavel.pdf. > Acesso em: 05 maio 2008.

JAIME, P.C.; LOCK,K. Do school based food and nutrition policies improve diet and reduce obesity? Prev

Med. 48(1):45-53, 2009.

KAKESHITA, I.S.; ALMEIDA, S.S. Relação entre índice de Massa corporal e a percepção da auto-imagem em

universitários Rev. Saúde Pública. São Paulo, 40(3): 493-504, 2006.

LEE, 1995. Laboratório de Epidemiologia e Estatística

Disponível em: < http://www.lee.dante.br/pesquisa/kappa/index.html>. Acesso em: 5 out. 2009.

LEE, T.K.W.; IP, K.S.; CHAN, J.S.; LUI, N.W.M.;YOUNG,B.W.Y. Increased prevalence of constipation in

pré-school children is attributable to under-consuption of plant foods: A comunity-based study. Journal of

Paediatrics and child health. 44 (4): 170-175, 2008.

LO, E. ;COLES,R. ; HUMBERT,M.L. POLOWSKI,J. HENRY,C.J. WHITING,S.J. Beverage intake

improvement by high school students in Saskatchewan, Canada Nutr Res. 28(3):144-50, 2008.

LOPES, A.C.; VICTORIA, C.R. Ingestão de fibra alimentar e tempo de trânsito colônico em pacientes com

constipação funcional. Arq Gastroenterol, 45(1): 58-63, 2008.

MADDAH,M.; RASHIDI,A.; MOHAMMADPOUR,B.; In-school snacking, breakfast consumption, and

sleeping patterns of normal and overweight Iranian high school girls: a study in urban and rural areas in Guilan,

Iran. J Nutr Educ Behav. 41(1):27-31, 2009.

Page 137: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

136

MANÇO, A.M.; COSTA, F.N.A. Educação nutricional: caminhos possíveis. Alim. Nutr., Araraquara, 15

(2):145-153, 2004.

MARTINS, C.; CARDOSO, P.S. Avaliação Nutricional e Metabólica Adulto e Pediátrica. In: Terapia

Nutricional Enteral e Parenteral. Manual de Rotina Técnica. Nutroclínica Curitiba, PR , Metha Ltda, 2000.

Cap. 5, p. 23-64.

MAFFEI, V.H. Constipação crônica funcional. Com que fibra suplementar. J Pediatr. Rio de Janeiro, 80 (3):

167-168, 2004.

MAFFEI, V.H. MORAES, B. M. Constipação intestinal. J Pediatr. Rio de Janeiro, 76 S(2): S147- 156, 2000.

MAFFEI, V.H., MOREIRA,F.L. OLIVEIRA Jr., W.M.; SANINI,V. Prevalência de constipação intestinal em

escolares de ciclo básico. J Pediatr. Rio de Janeiro,73 (5): 340-344, 1997.

MATSUDO, S; ARAÚJO, T.; MATSUDO,V.; ANDRADE, D.; ANDRADE, E.; OLIVEIRA, L.C.

BRAGGION,G. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): Estudo de validade e reprodutividade

no Brasil. Rev. Atividade Física & Saúde 6 (2): 5-18, 2001.

MEDCALC Versão 11.1.1.0 Windows 2000/XP/Vista/7, 1993-2009, MedCalc Software bvba, Mariakerke,

Belgium

MELLO, E.D.; LUFT,V.C.;MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? J. Pediatr (Rio J)

Porto Alegre, 80 (3):173-181, 2004a.

MELLO, E.D.; LUFT,V.C.;MEYER, F. Atendimento ambulatorial individualizado versus programa de

educação em grupo: qual oferece mais mudança de hábitos alimentares e de atividade física em crianças

obesas? J. Pediatr (Rio J) Porto Alegre, 80(6): 468-474, 2004b.

MILLER ,J.L.; SILVERSTEIN, JH; Management approaches for pediatric obesity. Nut Clin Pract Endocrinol

Metab, 3(12):810-8, 2007.

MIRMIRAN, P.; NOORI,N.;ZAVAREH,M.B.;AZIZI,F. Fruit and vegetable consumption and risk factors for

cardiovascular disease. Metabolism. 58(4):460-8, 2009.

Page 138: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

137

MORAIS, M.B., MAFFEI, H.V.L. Constipação Intestinal. J. Pediatr.76 (Supl.2):S147-S156, 2000.

MORAIS, M.B., MAFFEI, H.V.L. Constipação Intestinal e Encoprese. In: FERREIRA, C.T. CARVALHO, E.,

SILVA, L.R. Gastroenterologia e hepatologia em pediatria. Rio de Janeiro. Medsi, 2003. Cap 14,p. 215-227.

MORCILLO, A.M.; LEMOS-MARINI, S.H.V. Sistema para Análise de Crescimento (Siscres). Crescimento

e Desenvolvimento. Ciped- Centro de Investigação Médicas da Unicamp. Departamento de Pediatria, 2002.

MOTTA, D.G. BOOG, M.C.F. Educação alimentar. São Paulo. IBRASA, 1984. p162.

MUSTAFA, I.; AYDINER,C.Y.; TOKUC,B.; AKSU, B.; AYVAZ, S.; AYAN, S.; CEYLAN,T. Factors

associated with childhood constipation. J Paediatr and Child Health. 43 (10): 700–706, 2007.

MUTH, N.D.; CHATTERJEE,A.; WILLIANS,D.;CROSS,A; FLOWER,K. Making an impact: efeect os a

school-based pilot intervention. NC Med J November/December, 69 (6):432-440, 2008.

NELSON, M.C.; KOCOS,R. LYTLE,A.L. PERRY,C.L. Understanding the perceived determinants of weight-

related behaviors in late adolescence: a qualitative analysis among college youth J Nutr Educ Behav.

41(4):287-92, 2009.

NEUTZLING, M.B.; TADDEI, J.A.; RODRIGUES,E.M.; SIGULEM, DM Overweight and obesity in

Brazilian adolescents Int J Obes Relat Metab Disord, (7): 869-74, 2000.

NEUTZLING, M.B; TADDEI, J.A.; GIGANTE,D.P. Risk factors of obesity among Brazilian adolescents: a

case-control study. Public Health Nutr. 6(8):743-9. 2003.

NUNES, M.M.A.; FIGUEIREDO, J.N. ALVES,J.G.B. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares

entre adolescentes de diferentes classes econômicas e Campina Grane (PB). Rev. Asoc. Méd Brás, 53(2):130-

4, 2007.

OLIVEIRA, C.L.; MELLO, M.T.; CINTRA, I.P.; FISBERG, M. Obesidade e síndrome metabólica na infância

e adolescência. Rev. Nutr. Campinas, 17(2): 237-245, 2004.

PEIXINHO, A. Atuação do nutricionista beneficiará 47 milhões de estudantes. Rev CFN n.0 28:12- 13, 2009.

Page 139: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

138

PEREIRA, V.P.; MEDEIROS, L.C.; SPERIDIÃO, P.G. LISBOA, V.C.; TAHAN,S. ; MORAIS, M.B. Percepção

das mães sobre a importância das práticas alimentares no tratamento da constipação crônica funcional. Rev.

Paul. Pediatr. 2009, vol.27, n.1, pp. 33-39.

PHILIPPI, S.T., LATTERZA, A.R.; CRUZ, A.T.R.; RIBEIRO, L.C.Pirâmide alimentar adaptada: guia para

escolha dos alimentos. Rev. Nutr. Campinas, 12 (1):65-80, 1999.

PILANT, V.B. Posicion if American Diet Association: local support for nuttrition integrity in schools. J Am

Diet Assoc. 106(1): 122-33, 2006.

RASQUIN, A.; LORENZO, A.D.; FORBES, D. ; GUIRANLDES,E. HYAMS, J.S.; STAIANO, A.;

WALKER,L.S. Childhood Functional Gastrointestinal Disorders: Child/Adolescent. Gastroenterology. 130:

1527-1537, 2006.

RIBEIRO, A.C.; SÁVIO, K.E.O.; RODRIGUES, M.L.C.F.; COSTA, T.H.M.; SCIMITZ, B.A.S. Validação de

um questionário de frequência de consumo alimentar para a população adulta. Rev. Nutr. Campinas, 9(5): 553-

562., 2006.

REATO,L.F.; HARADA, R.M.; HATAKEYAMA,T.T.; KITAURA, A.R. NAGAOKO, B.M.; PERESTRELO ,

V.B. Hábitos alimentares, comportamentos de risco e prevenção de transtornos alimentares e adolescentes do

Ensino médio. Rev Paul Pediatria. 25(1):22-6, 2007.

RODRIGUES, E.M. Problematização do comportamento alimentar como estratégia de educação

nutricional: uma experiência com adolescentes obesos. 243f. Dissertação ( Mestrado) - Faculdade de

Ciências Médicas –Unicamp. Campinas, 2003.

RUBIN, G.; DALE, A. Chronic constipation in children. BMJ. 333: 1051-1055. 2006.

SALES, R.L.; SILVA, M.M.S.; COSTA, N.M.B.; EUCLYDES, M.P.; RODRIGUES, C.M.A.; TINÔCO,

A.L.A. Desenvolvimento de um inquérito alimentar par avaliação da ingestão alimentar de grupos

populacionais. Rev. Nutr. Campinas, 19(5): 539-552, 2006.

SALAY, E. ; RODRIGUES-AMAYA, D.B; LIMA, D.M.; COLUGNATI, F.; PADOVANI, R.M.. Tabela

brasileira de composição de alimentos (TACO). NEPA – UNICAMP-Versão 2. 2.a

ed. Campinas, SP, 2006

113p. Disponível em <http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_versao2.pdf > Acesso em: 23 fev 2009.

Page 140: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

139

SANTOS, J.A.S. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticas alimentares saudáveis.

Rev. Nutr.Campinas, 18(5): 681-692, 2005.

SANTOS, S.J.; COSTA, M.C.O.; NASCIMENTO SOBRINHO, C.L.; SILVA, MCMC.; SOUZA, K.E. Perfil

antropométrico e consumo alimentar de adolescentes de Teixeia freitas- Bahia. Rev. Nutr.Campinas, 18(5):

623-632, 2005.

SCHEBENDACH, J.E.; REICHERT-ANDERSON,P, 2005. Nutrição nos distúrbios alimentares. In: MAHAN

L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Alimentos Nutrição & Dietoterapia 11.ed São Paulo, Roca 2005. Cap 25,p. 569-

588.

STANG, J.; BAYERL,C.T. Position of American Dietetic Association: children and adolescents food and

nutrition programs J Am Diet Assoc. 103(7):887-93. 2003.

STATISTICAL PACKAGE FOR THE SOCIAL SCIENCES (SPSS) for Windows, versão 10.0. SPSS Inc, 1989-

1999, Chicago, Illinois, USA.

STORY , M; NANNEY,M.S.; SCHWARTZ, MB Schools and obesity prevention: creating school environments

and policies to promote healthy eating and physical activity.

Milbank Q. 87(1):71-100, 2009.

TILG,H.; MOSCHEN,A.R. Adipocytokines: mediators linking adipose tissue, inflammation and immunity.

Nature Publishing Group, Oct. 6:772-783, 2006.

TELLES, M.; TANNURI,U. Suporte Nutricional em Pediatria. São Paulo, Atheneu,1994.Cap.5, p.39-50.

TRICHES, R.M.; GIUGLIANI,E.R. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares.

Rev. Saúde Pública. 39(4):541-7, 2005.

TRICHES, R.M. GIUGLIANI, E. Insatisfação corporal em escolares de dois municípios da região Sul do

Brasil. Rev. Nutr. Campinas, 20(2), 2007.

WAITZBERG, D.L. Água. In: WAITZBERG, D.L., Nutrição Oral Enteral e Parenteral na Prática Clínica

3.ed São Paulo, Atheneu 2001. Cap 1,p. 3-13.

Page 141: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

______________________________________________________________________________________________________

Referência Bibliográfica

140

WAITZBERG, D.L.; FERRINI, M.T., Exame Físico e Antropométrico. In: WAITZBERG, D.L., Nutrição

Oral Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3.ed São Paulo, Atheneu 2001. Cap 16,p. 259-77.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of antropometry.

Geneve, 1995. 453p. (Techinical Report Series, 854)

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet Nutrition and the prevention of disease. Report of a joint

WHO? FAO Espert consulation . WHO, Genebra, 2003. (Technical report series, 916).

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Who expert comittee on Physical Status. The use and

interpretation of anthropometry phisical. Geneva Who Technical Report Series,v.854. 1995. Disponível em:

<http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_854.pdf> Acesso em: 28 jan 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007 .Growth reference data for 5-19 years

Disponível em: http://www.who.int/growthref/en/ . Acesso em: 10 jun. 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Prevalence of overweight and obesity in children and adolescents.

European Envioroment and health information system . Séries 2.3. 2009. Disponível em: <

http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0005/96980/enhis_factsheet09_2_3.pdf> Acesso em: 20 jul

2010.

ZEFERINO, A.M.B.; BARROS FILHO, A. A; BETTIOL, H.; BARBIERI, M.A , Acompanhamento do

crescimento. J Pediatr. Rio de Janeiro, 79 (Supl.1):S23-S32, 2003.

ZORZETO, R. BICUDO, F. O sacrifício duplo compensa- Estudos demonstram que dieta e exercício juntos

fazem emagrecer, ajudam a reduzir a pressão alta e o diabetes. Pesquisa Fapesp São Paulo, 94: 33-37, 2003.

Page 142: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

141

APÊNDICES

Page 143: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

142

8. APÊNDICES

I- Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências

Médicas- Unicamp

Page 144: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

143

Page 145: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

144

APÊNDICE II: Termo de Consentimento Livre Esclarecido da Diretora

Page 146: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

145

Page 147: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

146

APÊNDICE III –

Projeto: HÁBITOS ALIMENTAR E INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,

ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA DE

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Data: ___/____/____

Eu, __________________________________________________________, moradora da

rua:______________________________________,n.o______,bairro________________

fone:( )_________________, aprovo a participação de

____________________________________________________, o qual sou responsável, na

pesquisa : O efeito de um programa de educação nutricional na alimentação e hábito

intestinal de adolescentes, te como o objetivo identificar o hábito alimentar e intestinal, e ofertar

um programa de incentivo a alimentação saudável. Para isso será necessário medir e pesar o

adolescente e responder algumas perguntas.

Os dados a serem divulgados, não identificarão o escolar e ninguém além dos pesquisadores

terão acesso.

Caso o participante tenha qualquer dúvida quanto à pesquisa, eu Ana Lúcia A Caram,

nutricionista, doutoranda do Departamento de Pediatria da UNICAMP, sob a orientação da Profa. Dra

Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto, assim como o Comitê de Ética em Pesquisas, nos

colocamos à disposição para qualquer esclarecimento, à rua Zeferino Vaz s/ n.o, fones (19)

35217353(Ambulatório de Pediatria)/35218936 (Comitê de Ética em Pesquisas).

__________________________________ _________________________________

Assinatura do responsável pelo aluno Assinatura do aluno

data ___/____/___ data____/____/____

Responsáveis pela pesquisa:

Profa. Dra Elizete Aparecida Lomazi da Costa Pinto e Aluna: Ana Lúcia Alves Caram

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA

Page 148: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

147

APÊNDICE IV – Ficha de avaliação

Projeto: HÁBITOS ALIMENTAR E INTESTINAL, ESTADO NUTRICIONAL,

ATIVIDADE FÍSICA, IMAGEM CORPORAL E SUBSÍDIOS PARA UM PROGRAMA

DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Data: ___/____/____

Nome._________________________________________________________________

Fone:_______________ Série:_____

Data de nasc.___/____/____ Idade: ______ anos e _____meses. Sexo:F ( ) M ( )

Tem alguma doença? ( ) não ( ) sim, qual:___________________

SINTOMA DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: adaptado do Critério de ROMA III-

1. Qual é sua frequêcia da sua evacuação (fezes)?

a. ( ) todo dia b.( ) dia sim dia não c.( ) 1 vez a cada 2 dias ou

d. ( ) Evacua 2 ou menos vezes por semana (igual a 1 vez a cada 3 dias)

A cada 2 meses os SINTOMA abaixo são sujeitos a ocorrer, caso ocorra em um tempo

menor assinale (X).

e. ( ) Um episódio por semana de incontinência fecal (perda de fezes involuntária na

roupa íntima)

f.. ( ) Postura de retenção de fezes (adia o desejo de evacuar, ou não usa todos os

banheiros)

g. ( ) Sente dor ou dificuldade para evacuar

h. ( ) Presença de grande massa fecal no reto

i. ( ) Apresentou fezes de diâmetro largo para entupir o vaso sanitário2

Page 149: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

148

2. Como é a consistência das suas fezes?

a. ( ) Pedaços duros separados

b. ( ) Banana, com rachos profundo

c. ( ) Banana, com rachos superficiais

d. ( ) Banana macia

e. ( ) Pedaços macios separados

f. ( ) Pedaços fofos com borda imperfeita

g. ( ) Diarreico, sem pedaços sólidos.

3. Qual é sua impressão quanto ao seu peso?

a. ( ) adequado b. ( ) elevado c. ( ) baixo

4. DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Peso atual (Kg)= PCS (mm)=

Altura (m)= IMC (Kg/m2)=

CB (cm)= AMB (mm2)=

PCT (mm)= AGB (mm2)=

5. Qual é seu consumo de líquidos por dia, isto é quantos copos de 250 ml (copo de

requeijão) toma por dia? Marque com um X

Alimento Nenhum 1 copo 2 copos 3 copos 4 copos 5 copos 6 copos 8ou +

copos

a.Água

b.Leite

c.Refrigerante

d.Suco

e.Suplemento

nutricional

Page 150: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

149

6. Assinale a alternativa abaixo relacionada a sua ATIVIDADE FÍSICA

a. ( ) VIGOROSA = (Aquela que precisa de um grande esforço físico e que fazem

respirar muito, exemplo: correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na

bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados na casa, quintal ou jardim,

carregar pesos elevados ou outra atividade que faça você suar bastante ou aumente muito seu

batimento cardíaco) EM NO MÍNIMO 3 SESSÕES DE 20 MINUTOS POR SEMANA.

b. ( ) MODERADA = (Aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem

respirar um pouco mais forte que o normal, exemplo: pedalar leve a bicicleta, dançar, nadar,

fazer atividade aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, varrer a casa, cuidar do jardim, ou outra

atividade que faça suar leve. POR NO MÍNIMO 150 MINUTOS(= 2,5 horas) POR

SEMANA.

c. ( ) Caminhada: pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da

semana.

d. ( ) Me considero sedentário.

Page 151: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

150

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO

ALIMENTAR

Marque sua frequência de consumo alimentar, conforme

o número abaixo:

0 = nunca

1 = 1 vez por semana 4 = 4 vezes por semana

2 = 2 vezes por semana 5 = 5 vezes por semana

3 = 3 vezes por semana 6 = 6 vezes por semana 7 =

todo dia 2m = 2 vezes por mês

REFEIÇÕES

Desjejum

Lanche da manhã

Almoço

Lanche da tarde

Jantar

Ceia

LOCAL DAS REFEIÇÕES

Em casa

Parentes

Na escola

Fast food/lanchonetes

Restaurante

CEREAIS E LEGUMINOSAS

Arroz

Arroz integral

Massas

Pão integral

Pão francês

Pão de forma

Biscoito salgado

Biscoito doce

Bolo

Barra de cereal

Aveia

Farelo de trigo

Granola

Cereal matinal

Pipoca

Feijão

HORTALIÇAS E FRUTAS

Verdura de folha (alface, rúcula...)

Tubérculo (batata, mandioca)

Frutas

Adaptado Adaptado de SANTOS et al, 2005;

SALES et al,SALES et al. 2006; RIBEIRO et al, 2006

LEITE E DERIVADOS

Leite integral

Leite desnatado ou semi

Iogurte

Queijo branco (minas ou frescal)

Queijo amarelo (prato ou mussarela)

Requeijão

CARNES E OVOS

Ovo

Carne de boi

Carne de porco

Frango

Peixe

Salsicha

Presunto, salame, mortadela

ÓLEOS

Azeite

Molho para salada

Bacon

Manteiga

Margarina

Maionese

PETISCOS

Sanduíches

Pizzas

Snacks

Salgadinhos (esfirras, coxinha, etc)

SOBREMESA E DOCES

Sorvete

Tortas

Geleia

Doces/balas

Chocolate

Achocolatados

BEBIDAS

Café

Suco

Refrigerante

PRODUTOS DIET/ LIGHT

Adoçante dietético

Refrigerante diet

Alimentos diet

Cerveja/vinhos

SUPLEMNTO NUTRICIONAL

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR E DE REFEIÇÕES

Adaptado

Page 152: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

151

APÊNDICE V - Ficha de Avaliação da classe social

Caros alunos é importante que vocês respondam as perguntas abaixo, colocando um

X, em Não tem= se não possui o item perguntado, Tem 1= Se possui um único e assim por

diante. Faça de conta que não consta nenhum número dentro da tabela.

Nome:_______________________________________Série ________Data:

Posse de Itens Não tem Tem 1 Tem 2 Tem 3 4 ou +

TV a cores 0 2 3 4 5

Rádio 0 1 1 1 1

Banheiro 0 2 3 4 4

Automóvel 0 2 5 6 7

Empregada doméstica 0 2 4 4 4

Aspirador de pó 0 1 1 1 1

Máquina de lavar roupa 0 1 1 1 1

Vídeo cassete e/ ou DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 1 1 1 1

Freezer ( aparelho independente

ou parte da geladeira separada)

0 2 2 2 2

Escolaridade do chefe da família

Grau código

Analfabeto ou ensino fundamental incompleto 0

Primário completo/ Ginasial incompleto (Ensino fundamental) 1

Ginasial completo/ Colegial incompleto (Ensino médio incompleto) 2

Colegial completo ou superior incompleto (Ensino médio) 3

Ensino superior 5

Classificação Classes Pontuação

A 30-25

B 24 – 17

C 16- 11

D 6-10

E 0-5

Fonte: ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2003

Page 153: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

152

APÊNDICE VI- Protocolos utilizados no programa de educação nutricional

Apêndice 6.1. Ficha de apoio para Orientação Individual.

o Demonstração do seu peso e altura em gráfico de crescimento, para dar um retorno

quanto ao seu estado nutricional, logo após a avaliação antropométrica.

o Retorno sobre sua saúde intestinal e o conceito constipação intestinal, sintomas e

consistência das fezes, baseado nas suas respostas do questionário.

o Orientação nutricional baseado na pirâmide alimentar

o Importância de consumir alimentos de todos os grupos de alimentos

o Construtores

o Energéticos

o Reguladores

o Alimentos fontes de fibras alimentares: farelo de trigo, frutas, verduras, leguminosas.

o Importância de consumir todas as refeições, principalmente o desjejum para iniciar

adequadamente as atividades na escola.

o Importância quanto à atividade física

o Importância do consumo adequado de líquidos

o Água

o Sucos naturais, evitando refrigerantes.

o Fortalecer o consumo leite e derivados (fonte de Cálcio) devido à densidade

óssea que ocorre nessa faixa etária

o Quando necessário, sugerido a importância de buscar um profissional especializada

para o tratamento quanto:

o Constipação intestinal, ou

o Peso inadequado

Page 154: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

153

6.2 Perguntas para avaliar o projeto de educação nutricional

Nome:_______________________________________ série: ( ) 7.a ( ) 8.

a

Sua participação é muito importante!

Leia com atenção e responda as questões

Responda Verdadeiro (V) ou Falso (F) nas questões de 1 a 7 e depois siga as

recomendações das perguntas.

1. ( ) A obesidade pode levar a doenças cardiovasculares e hipertensão.

2. ( ) Em uma alimentação saudável não deve ser consumido gorduras.

3. ( ) É na adolescência a maior maturação e densidade óssea.

4. ( ) Nas últimas 2 décadas a obesidade infantil aumentou de 3% para 15%

5. ( ) O adolescente pode ser avaliado somente pelo IMC, usando a mesma referência

do adulto, sem colocar no gráfico de crescimento.

6. ( ) O hábito alimentar não reflete valores da mídia, amigos e situação econômica.

7. ( ) Os alimentos energéticos são os carboidratos e lipídios e devem ser evitados.

8. Numere de tal forma que o alimento com maior teor de fibra fique em primeiro

lugar e o de menor por último (em 100g).

( ) laranja

( ) alface

( ) arroz

( ) feijão

( ) aveia

( ) carne

( ) farelo de trigo

( ) leite

9. Circule os alimentos fonte de cálcio:

a) arroz b) leite c) queijo d) feijão e) iogurte f) carne

10. Faça a associação:

a) proteína b) gordura c) carboidrato

( ) pão de fibras

( ) iogurte

( ) margarina

( ) laranja

Page 155: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

154

6.3 Respostas das perguntas abordadas para avaliar o programa de educação nutricional

(GABARITO)

Das questões 1 até 7, Verdadeiro (V) ou Falso (F), Valor 1 em cada questão correta.

Na questão 8 pontuado 0,125 cada resposta correta.

Na questão 9, pontuado 0,33 para cada resposta correta.

Na questão 10, pontuado 0,25 para cada correta.

1. (V) A obesidade pode levar a doenças cardiovasculares e hipertensão.

2. (F) Em uma alimentação saudável não deve ser consumido gorduras.

3. (V) É na adolescência a maior maturação e densidade óssea.

4. (V) Nas últimas 2 décadas a obesidade infantil aumentou de 3% para 15%

5. ( F) O adolescente pode ser avaliado somente pelo IMC, usando a mesma

referência do adulto, sem colocar no gráfico de crescimento.

6. ( F) O hábito alimentar não reflete valores da mídia, amigos e situação econômica.

7. (F ) Os alimentos energéticos são os carboidratos e lipídios e devem ser evitados.

8. Numere de tal forma que o alimento com maior teor de fibra fique em primeiro

lugar e o de menor por último (em 100g).

(4 ) laranja

( 5 ) alface

( 6 ) arroz

( 3 ) feijão

( 2 ) aveia

( 7 ou 8 ) carne

( 1) farelo de trigo

( 7 ou 8) leite

9. Circule os alimentos fonte de cálcio:

a) arroz b) leite c) queijo d) feijão e) iogurte f) carne Corretas: b, c e f.

10. Faça a associação:

a) proteína b) gordura c) carboidrato

( ) pão de fibras

( ) iogurte

( ) margarina

( ) laranja

Corretas: c,a,b,c

Page 156: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

155

6.4 Perguntas sobre o filme Super Size Me, atividade em grupo.

Disciplina de Português Data:___/____/____.

Aluno:____________________________________________________ série:_______

1) Como foi alimentação das crianças nas 3 escolas apresentadas no filme?

2) Fazendo uma associação do filme com os dias de hoje, que mudanças ocorreram no

McDonald`s®?

3) O que as indústrias alimentícias fazem para seduzirem as crianças?

4) Que mensagem o filme lhe passou quanto à alimentação?

Page 157: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

156

6.5 Atividade sobre gasto energético e atividade física.

Projeto de educação nutricional em grupo

Disciplina de Matemática Data:___/____/____.

Aluno:____________________________________________________ série:_______

1) (Valor 8) Observe a tabela abaixo, preencha as colunas em branco:

Média: Ache a média do valor mínimo e máximo do gasto energético

Ordem do gráfico: coloque número 1 para a atividade física (em média) de maior gasto

energético e 2, 3, 4... na ordem crescente.

Fonte: Dorosz, 2006

2) (Valor 2) Desenhe gráfico de colunas colocando as atividades de maior gasto calórico

(energético) em primeiro lugar e as demais na seqüência.

Tabela 1 – Gasto energético médio por atividade em calorias por hora

Atividade Física Gasto

energético

médio por hora

(Cal/hora)

Média Ordem

para o

gráfico

1 Basquetebol 400 a 500

2 Bilhar 50

3 Boliche 40 a 80

4 Caminhada em

Terreno irregular

100 a 400

5 Ciclismo 200 a 700

6 Corrida 200 a 900

7 Dança 150 a 300

8 Futebol 400 a 500

Page 158: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

157

Palestras desenvolvidas:

6.6 Palestra Transtorno Alimentar

Page 159: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

158

Page 160: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

159

Page 161: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

160

Page 162: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

161

Page 163: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

162

Page 164: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

163

6.7-Palestra Alimentação Saudável

Page 165: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

164

Page 166: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

165

Page 167: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASrepositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309090/1/Caram_An… · 1.3- Atividade física 37 Classificação da atividade física 38 1.4- Imagem

_________________________________________________________________________________________________________________

Apêndices

166