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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS MAURO AUGUSTO SCHREITER MELLONI DADOS ANTROPOMÉTRICOS, DE COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE MASSA ÓSSEA NÃO SÃO FATORES DE RISCO PARA LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ESTUDANTES MILITARES BRASILEIROS CAMPINAS 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

MAURO AUGUSTO SCHREITER MELLONI

DADOS ANTROPOMÉTRICOS, DE COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE

MASSA ÓSSEA NÃO SÃO FATORES DE RISCO PARA LESÕES

MUSCULOESQUELÉTICAS EM ESTUDANTES MILITARES

BRASILEIROS

CAMPINAS

2017

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MAURO AUGUSTO SCHREITER MELLONI

DADOS ANTROPOMÉTRICOS, DE COMPOSIÇÃO CORPORAL E DE

MASSA ÓSSEA NÃO SÃO FATORES DE RISCO PARA LESÕES

MUSCULOESQUELÉTICAS EM ESTUDANTES MILITARES

BRASILEIROS

ORIENTADOR:

Prof.Dr. Gil Guerra Júnior

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Ezequiel Moreira Gonçalves

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO

MAURO AUGUSTO SCHREITER MELLONI, E ORIENTADO PELO PROF. DR. GIL GUERRA

JÚNIOR.

CAMPINAS

2017

Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do

Adolescente da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de

Doutor em Ciências, área de concentração Saúde da Criança e do

Adolescente

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FICHA CATALOGRÁFICA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, bem como toda a jornada que me trouxe até ele à Deus, que por

sua misericórdia divina amparou meus caminhos, deu proteção e sabedoria, resposta às

dúvidas, confiança nos momentos de receio, e fé constante, proporcionando-me uma linda

profissão e a inquietude em busca do saber. Dedico também, à minha amada família, ao meu

pai, Adirson, minha mãe Maria Aparecida, meu irmão Felipe, minhas queridas tias Helena e

Stela, minha namorada Emanuella, e aos meus saudosos avós, que tanta falta me fazem.

Todos foram a base e o amparo em todos os momentos, desde o início. Se aqui cheguei, foi

pelo esforço de vocês. Minha justa homenagem e dedicatória! Obrigado, querida família!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Gil Guerra Júnior que foi, durante todo o

período deste curso, um verdadeiro exemplo de comprometimento e excelência acadêmica,

não medindo esforços para auxiliar-me com muita rapidez em todas as dúvidas que surgiram.

Agradeço também pelos ensinamentos, correções, e pela oportunidade que me deu,

acreditando e confiando que este então distante projeto, hora iniciado em 2013, pudesse

chegar até aqui. Muita Gratidão!

Da mesma forma, agradeço ao meu co-orientador, Prof. Dr. Ezequiel Moreira

Gonçalves, que para nós, alunos da pós graduação, sempre foi um grande exemplo de

dedicação e, em especial para mim, um grande mestre, guiando-me nas escolhas, corrigindo

quando necessário, e proporcionado um conhecimento ímpar fruto de sua reconhecida

capacidade e experiência acadêmica.

Agradeço aos demais colegas alunos da Pós Graduação em Saúde da Criança e do

Adolescente pela colaboração prestada em diferentes momentos desse trabalho, e pela

excelência na coleta de dados e nas reuniões acadêmicas, características inerentes à todos os

componentes do laboratório.

Agradeço também aos funcionários da Secretaria de Pós Graduação, Márcia e Walmir

que, sempre com solicitude e competência, me ampararam em todas questões pertinentes

durante o curso dessa formação!

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Por fim, agradeço ao comando da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, por

acreditar neste projeto e autorizar a realização dessa pesquisa, bem como à todos os militares

e funcionários civis daquela organização militar, que por meio da sua inconteste organização

e processos permitiram uma coleta sem interferência ou perda de dados, me dando o prazer

de seu convívio não só durante a execução deste trabalho, como também durante sete anos de

minha vida profissional.

“EPC nascestes para vencer”

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RESUMO

Introdução: As lesões musculoesqueléticas são as principais causas de desligamento

prematuro do serviço militar podendo, por vezes, gerar incapacidades permanentes. Alguns

fatores de risco intrínsecos são bastante discutidos pela literatura. Porém, a relação direta da

composição corporal e antropometria com o risco de lesões musculoesqueléticas ainda não é

bem estabelecida.

Objetivos: Verificar a prevalência de lesões musculoesqueléticas ocorridas em estudantes

militares brasileiros durante o curso de um ano letivo numa escola militar. Avaliar se

variáveis antropométricas e de composição corporal são fatores de risco para lesões

musculoesqueléticas em geral, lesões nos membros inferiores ou superiores, ou lesões agudas

ou por sobrecarga, ocorridas nessa população.

Métodos: Estudo prospectivo que incluiu 205 militares da Escola Preparatória de Cadetes do

Exército. Foram avaliados, no início do serviço militar, o estado de saúde e de prática

esportiva prévia, variáveis antropométricas, ósseas e de composição corporal utilizando-se a

absorciometria por dupla emissão de raio X (DXA). A ocorrência de lesão

musculoesquelética foi registrada no serviço de fisioterapia da instituição. Ao término do

período do estudo, foi realizada a análise de fatores de risco.

Resultados: Não houve diferença significativa entre os grupos de lesionados e não

lesionados quanto ao estado de saúde prévio. A prática esportiva prévia foi observada como

protetora ao desenvolvimento de lesão musculoesquelética durante o curso do serviço militar.

As variáveis antropométricas, os parâmetros ósseos e as variáveis de composição corporal

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não puderam ser apontadas como fatores de risco para lesão musculoesquelética, para lesão

por sobrecarga ou aguda, ou lesão no membro superior ou inferior.

Conclusão: As variáveis de composição corporal e antropometria analisadas neste estudo,

bem como o estado de saúde prévio, não podem ser apontados como fatores de risco para

lesões musculoesqueléticas neste grupo de estudantes militares brasileiros.

Palavras-chave: Militares, composição corporal, antropometria, fatores de risco, transtornos

traumáticos cumulativos.

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ABSTRACT

Introduction: Musculoskeletal injuries are the main cause for premature discharge from

military service. They sometimes can lead to permanent disabilities. Some risk factors for

musculoskeletal injuries have been presented by literature. However, the knowledge

regarding body composition and anthropometric variables as risk factors for these type of

injuries is still insufficient.

Objective: To verify the prevalence of musculoskeletal injuries in Brazilian military cohort

students during one school year in a military school. Secondly, to analyze if anthropometric

and body composition variables are risk factors for general musculoskeletal injuries, upper or

lower limbs injuries, or traumatic or overload injuries.

Methods: 205 military students were prospective followed at Escola Preparatória de Cadetes

do Exército. At the beginning of the military service, baseline characteristics were registered

by a pre-information questionnaire about participant’s health status and their previous

physical activity experience. Anthropometric, bone and body composition variables were

assessed by dual-energy X-Ray absorptiometry (DXA). During the school year,

musculoskeletal injuries occurrence were registered at the school military physical therapy

service. Risk factor analyses were evaluated at the end of the follow-up period.

Results: There were no differences between injured and non-injured military groups

regarding to previous health status. Previous physical activity experiences before military

service was observed as a protective factor. Anthropometric, bone and body composition

variables were not found as risk factors for general musculoskeletal injury, lower or upper

limb injury, and traumatic or overload injury.

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Conclusion: The anthropometric and body composition variables analyzed in this study can

not be appointed as risk factors for musculoskeletal injuries in this group of Brazilian military

students

Key words: Military personnel, body composition, anthropometry, risk factors, cumulative

trauma disorders.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fluxograma das etapas de avaliação do estudo.....................................................31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados de estudos prévios sobre fatores de risco antropométricos ou de composição

corporal em militares e atletas...............................................................................................................21

Tabela 2: Variáveis antropométricas e de composição corporal da amostra de alunos do

Exército, total e dividida em lesionados e sem LM.................................................................34

Tabela 3: Comparação das variáveis de cor da pele, participação em equipe esportiva, doença

prévia, LM prévia ou prática esportiva prévia entre os grupos de lesionados e não

lesionados...............................................................................................................................................36

Tabela 4: Valores da análise de regressão logística utilizando as variáveis antropométricas e

de características gerais da amostra para avaliação de fator de risco para LM em alunos do

Exército....................................................................................................................................37

Tabela 5: Valores da análise de regressão logística, utilizando as variáveis de composição

corporal como possíveis fatores de risco para LM e para lesão aguda e por

sobrecarga.................................................................................................................................39

Tabela 6: Análise de regressão logística comparativa para composição corporal entre não

lesionados e os que apresentaram lesão no membro superior ou

inferior......................................................................................................................................41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

B – Coeficiente Beta de análise da regressão logística

CIPED – Centro de Investigação de Pediatria

CMO – Conteúdo mineral ósseo

DMO – Densidade mineral óssea

DP – Desvio padrão

DXA – Absorciometria por dupla emissão de raio X

EP – Erro padrão

EsPCEx – Escola Preparatória de Cadetes do Exército

FCM – Faculdade de Ciências Médicas

g – Gramas

g/cm2 – Gramas por centímetro quadrado

H – Homens

IC95% - Intervalo de confiança de 95%

IMC – Índice de massa corporal

Kg – Quilogramas

Kg/m2 – Quilograma por metro quadrado

LabCreD – Laboratório de Crescimento e Desenvolvimento

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LM – Lesão músculoesqeulética

M – Mulheres

MG –Massa gorda

MMII – Membros inferiores

NS- Não significativo

OR – Odds Ratio

TFM – Treinamento físico militar

TMM – Tecido mole magro

% de gordura – Porcentagem de gordura

% Massa magra – porcentagem de massa magra

D – direito

E - esquerdo

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SUMÁRIO

1.Introdução...................................................................................................................17

1.1 Treinamento físico militar e lesões musculoesqueléticas.....................................17

1.2 Fatores de risco para lesões musculoesqueléticas e revisão da literatura.............18

1.3 Revisão da literatura recente..................................................................……………..19

1.4 Absorciometria por dupla emissão de Raio X.....................................................25

1.4 Escola Preparatória de Cadetes do Exército........................................................25

2. Objetivo ....................................................................................................................27

2.1 Objetivo geral.......................................................................................................27

2.2 Objetivos específicos............................................................................................27

3. Material e métodos.....................................................................................................28

4. Análise estatística......................................................................................................32

5. Resultados................................................................................................................33

6. Discussão..................................................................................................................42

7. Conclusão.................................................................................................................49

8. Referências..............................................................................................................50

9. Anexos......................................................................................................................58

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1. INTRODUÇÃO

Os benefícios à saúde oriundos da execução de programas de atividade física

frequentes e sistematicamente orientados são bem documentados pela literatura há bastante

tempo, e estendem-se desde o bem estar psicológico (1), melhora da oxidação de lipídios e

resistência à insulina em populações especiais (2), prevenção de doenças crônicas (3),

melhora da composição corporal (4), manutenção da saúde óssea (5), entre outros. Sobre esse

pressuposto, da mesma forma, a prática de atividade física inerente à profissão militar

proporciona vantagens quanto à evolução da aptidão cardiorrespiratória e melhora do perfil

antropométrico e de composição corporal, diminuindo o risco de uma série de morbidades

que são sabidamente relacionadas à obesidade e sedentarismo (4).

Grande parte do tempo do serviço militar é dedicado ao treinamento e

aperfeiçoamento físico com o intuito de promover resiliência e desempenho, sobretudo em

situações adversas para as quais militares devem estar preparados (6). Neste sentido, a

variabilidade de condições de treinamento é frequentemente adotada, o que aumenta

sobremaneira a percepção de estresse e demanda física e psicológica dos militares,

principalmente em períodos específicos sob condições desfavoráveis, como privação de sono

e sobrecarga física e psicológica (6).

1.1 Treinamento físico militar (TFM) e lesões musculoesqueléticas (LM)

Ao mesmo tempo em que importantes ganhos de desempenho são adquiridos pela

adoção de períodos específicos de TFM, a demanda física imposta nestes períodos é

diretamente relacionada à elevada incidência de problemas de saúde (7). Um estudo prévio

com militares finlandeses demonstrou que em torno de 10% da população de recrutas é

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desligada prematuramente do serviço por problemas dessa natureza, sendo as LM

responsáveis pela maior parte da geração de incapacidades que impedem a continuidade do

serviço militar (8). Dados provenientes de outro acompanhamento de militares finlandeses

em treinamento por seis meses demonstram que quase 70% dos militares sofreram algum tipo

de LM e buscaram por atendimento médico durante o curso do serviço militar obrigatório (9),

o que enfatiza este importante problema considerado de saúde pública e a corrente

necessidade de adoção de métodos de prevenção pautados em conhecimento científico.

1.2 Fatores de risco para LM

Neste sentido, acredita-se que o reconhecimento dos fatores de risco para LM

decorrentes da atividade física, seja o primeiro passo para estabelecer programas seguros de

treinamento. Com base neste pressuposto, muitos estudos têm buscado identificar esses

fatores, dividindo-os em intrínsecos, relacionados às características dos sujeitos, e

extrínsecos, não relacionados às características do sujeito estudado. Alguns fatores

frequentemente mencionados como risco para LM relacionadas à atividade física são: lesões

prévias e longas distâncias percorridas semanalmente no treino de corrida (10), baixo nível de

aptidão física e uso do cigarro (11), fatores anatômicos (12), dentre outros.

Partindo de algumas premissas, como a de que a obesidade é um fator de risco para

lesões em sujeitos que iniciam um programa de treinamento físico (13), simples variáveis

antropométricas vêm sendo avaliadas na tentativa de estabelecer fatores de risco intrínsecos.

Menções prévias provindas de estudos com militares apontam o índice de massa corporal

(IMC) (11), e maior circunferência abdominal (9), como fatores de risco para LM em geral, o

maior peso, estatura e IMC como risco para entorse de tornozelo (14), e maior IMC como

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risco para lesões no joelho (15) e ocorrência de fraturas (16). Já na população de atletas,

outras variáveis que podem ainda ser encontradas como fatores de risco para LM gerais ou

específicas são o menor peso (17) e assimetria no comprimento dos membros inferiores (18),

entre outras. Como observado, muitos são os métodos de avaliação e variáveis mensuradas na

tentativa de se conhecer fatores de risco intrínsecos para LM que também variam muito na

frequência, tipo e local da lesão. Muitas vezes, tais métodos, pela própria limitação, são

incapazes de avaliar a composição corporal específica para diferentes tipos de tecido.

1.3 Revisão da literatura recente

Para o levantamento e reconhecimento dos estudos prévios que se propuseram a

estudar fatores de risco antropométricos e de composição corporal para lesões

musculoesqueléticas em militares e atletas profissionais (considerando a similar

sistematização de treino dessas populações), uma criteriosa revisão da literatura recente foi

procedida. Neste processo, dois revisores independentes buscaram sistematicamente por

estudos escritos em português, inglês ou espanhol, publicados nos últimos 10 anos nas bases

de dados PubMed-Medline e Embase, utilizando, para busca, descritores específicos dessas

bases de dados, bem como seus sinônimos. Os descritores adotados para a busca na base

PubMed-Medline foram:“body composition” OR anthropometry OR “body mass index” OR

adiposity OR “bone density” OR “absorptiometry, photon” AND “risk factors” AND “athletic

injuries” OR “cumulative trauma disorder” AND sports. Os descritores para a base de dados Embase

foram: body composition” OR anthropometry OR “body mass” OR “bone density” OR “bone

densitometry” OR “photon absorptiometry” AND “risk factor” AND “sport injury” OR “cumulative

trauma disorders” AND sport. A observância dos resultados oriundos dessa revisão chama

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atenção para alguns aspectos. Primeiro, a maior parte dos estudos capazes de identificar

fatores de risco dessa natureza utilizou métodos mais simples de avaliação antropométrica,

como peso, estatura e IMC, sendo limitado o número de estudos com métodos mais

complexos capazes de avaliar a composição corporal. Segundo, poucos são os estudos

recentes com militares que tiveram o propósito de identificar fatores de risco antropométricos

e de composição corporal para LM. Dentre esses estudos com militares, apenas dois

utilizaram avaliação da gordura corporal, sendo o estudo de Havenetidis e Paxinos em 2011

(19) que mensuraram a porcentagem de gordura por impedância bioelétrica, e o de Finestone

et al em 2008 (20) que estimaram a porcentagem de gordura por dobras cutâneas. Por fim,

não existem estudos publicados neste período, que tenham utilizado a absorciometria por

dupla emissão de raio X (DXA) para estimar a composição corporal e parâmetros ósseos e

investigá-los como fatores de risco para LM em militares, tornando evidente a lacuna ainda

vigente sobre essa discussão.

Essas colocações podem ser observadas ao analisarmos a Tabela 1, que compila dados

desta revisão recente da literatura. Após a identificação de 747 estudos nas duas bases de

dados mencionadas, e a consideração dos critérios de inclusão (estudos publicados nos

últimos 10 anos, em português, inglês ou espanhol, e com população de militares ou atletas

profissionais), 39 estudos foram incluídos no modelo final, sendo 10 realizados com

população militar. Interessantemente, apenas três, dos 39 estudos incluídos utilizaram o DXA

para avaliar a composição corporal e parâmetros ósseos, sendo os três realizados com atletas

profissionais, reforçando os comentários registrados até aqui sobre o limitado conhecimento

acerca da relação entre fatores de composição corporal e o risco para LM em militares.

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21

Tabela 1: Dados de estudos prévios sobre fatores de risco antropométricos ou de composição

corporal em militares e atletas

Estudo Atividade

Características

da população

N Potenciais fatores

de risco

pesquisados

Fatores de risco

encontrados

Taanila et al,

2015

Militares H 19 anos

(média)

938 IMC e

circunferência

abdominal

<IMC e

>circunferência de

cintura = risco para

lesão por

sobrecarga

Grier et al,

2013

Militares H e M 18 a 52

anos

1393 Peso, estatura e

IMC

>IMC = risco para

lesão em geral

Kuikka et al,

2013

Militares H de 18 a 30 anos 128584 Peso, estatura e

IMC

>IMC = risco para

lesões no joelho

Havenetidis

e Paxinos,

2011

Militares H, 21.1 anos e M,

19.6 anos

(médias)

290 Peso, estatura,

IMC, % de

gordura por

bioimpedância

>%de gordura =

fator de risco para

lesão em geral

Moen et al,

2012

Militares H 19 anos

(média)

35 Peso, estatura,

IMC, massa magra

de panturrilha

(prega cutânea)

circunferência de

panturrilha

Não

Taanila et al,

2010

Militares H 18 a 28 anos 944 Peso, estatura,

IMC e

circunferência

abdominal

>IMC e

>circunferência

abdominal = risco

para lesão em geral

Waterman et

al, 2010

Militares H e M, idade não

informada

10511 Peso, estatura,

IMC

>peso, estatura e

IMC= risco para

entorse de

tornozelo

Finestone et

al, 2008

Militares H e M, idade não

informada

190 Peso, estatura,

IMC, % de

gordura (prega

cutânea)

<IMC= risco de

fratura por estresse

em mulheres

Mattila et al,

2007

Militares H 17 a 29 anos 7083 Peso, estatura,

IMC

>IMC = risco para

fraturas

Rauh et al,

2006

Militares M 17 a 31 824 Peso, estatura e

IMC

Não

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22

Estudo

Atividade

Característica da

população

N

Potenciais fatores

de risco

pesquisados

Fatores de risco

encontrados

Gastin et al,

2015

Futebol

Australiano

H de 17 a 32 anos 69 Peso e estatura <Peso = risco para

lesão em geral

Verrall et al,

2007

Futebol

Australiano

H de 18 a 30 anos 29 Peso e estatura <Peso = risco para

lesão crônica de

virilha

Durcan et al,

2014

Rúgbi H 20,4 anos

(média)

83 Peso, estatura, IMC,

% de gordura

(bioimpedância),

circunferência Abdominal e de

quadril

Não

Hind et al,

2014

Rúgbi

H de 20 a 33,6

anos

95

Peso, estatura,

DMO, % de

gordura e % de

massa magra

(DXA)

Não

Georgeson et

al, 2012

Rúgbi H 24,6 anos

(média)

44 Conteúdo,

densidade mineral

óssea e área óssea,

massa magra e

massa gorda

(DXA)

<DMO total,

<massa magra,

<massa tibial a

38%, >massa

gorda, >peso =

risco para lesões

ósseas

Gabbett et al,

2012

Rúgbi H 23,2 anos

(média)

66 Peso, estatura e %

de gordura (pregas

cutâneas)

>peso = risco para

lesões de contato

Fuller et al,

2010

Rúgbi H (idade não

relatada)

626 Peso Não

Fuller et al,

2007

Rúgbi H 19 a 34 anos 546 Peso, estatura e

IMC

Não

Headey et al,

2007

Rúgbi H 19 a 34 anos 546 Peso, estatura e

IMC

Não

Brooks et al,

2006

Rúgbi H de 19 a 34 anos 546 Peso, estatura e

IMC

Não

Mitchinson

et al, 2013

Vôlei H 24,5 (média 24 Peso e estatura Não

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Estudo Atividade Característica da

população

N Potenciais fatores

de risco

pesquisados

Fatores de risco

encontrados

Nilstad et al,

2014

Futebol M 21,5 anos

(média)

173 Peso, estatura e

IMC

>IMC = risco para

lesão nos MMII e

para lesão

muscular na coxa

Hagglund et

al, 2013

Futebol H 25,8 anos

(média) 1401 Peso, estatura Não

Fousekis et

al, 2012

Futebol H 25 anos

(média)

100 Peso, estatura,

IMC e

comprimento dos

MMII

>peso e IMC =

risco para entorse

de tornozelo

Hagglund et

al, 2011

Futebol H 25,7/24,8/25,0

(média de três

coortes)

2229 Peso, estatura Não

Fousekis et

al, 2011

Futebol H 19,4 a 27,8

anos

100 Peso, estatura,

comprimento dos

MMII e

circunferência de

coxas

Assimetria no

comprimento dos

MMII = risco para

lesão em

posteriores de coxa

Henderson et

al, 2010

Futebol H 22,6 anos

(média)

36 Peso, estatura e

massa magra

(método não

relatado)

Não

Faude et al,

2006

Futebol M 22,4 anos

(média)

143 Peso, estatura e

IMC

>estatura = risco

para lesão em

geral, > peso =

risco para lesão

sem contato.

Roelofs et al,

2015

Cross-

country

H (19,7) e M

(19,3) anos

(média)

36 Peso, estatura,

conteúdo ósseo,

densidade óssea,

massa magra e

gorda,,%de

gordura (DXA)

Não

Miljko et al,

2012

Handebol M 21 anos com

lesão e 17 sem

lesão (média)

51 Peso, estatura e

IMC

Não

Walker et al,

2012

Natação H e M de 11 a 27

anos

74 Peso e estatura Não

Keogh et al,

2006

Levantamento

de peso

H e M 36,6

(média)

101 Peso Não

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24

Estudo Atividade Característica da

população

N Potenciais fatores

de risco

pesquisados

Fatores de risco

encontrados

Krosshaug et

al, 2016

Futebol e

Handebol

M 21 anos

(média)

710 Peso e estatura Não

Ristolainen

et al, 2014

Corrida, esqui

e natação

H e M de 15 a 35

anos

446 Peso, estatura e

IMC

> peso = risco para

lesão muscular

Schmidt et

al, 2014

31 esportes H e M de 12 a 20

anos

272 Peso, estatura e

IMC

>IMC = Risco de

episódio de dor

lombar

Pefanis et al,

2009

Basquete,

futebol e

vôlei

H 18 a 30 anos 45 Peso, estatura e

IMC

>IMC = risco para

entorse de

tornozelo

Vauhnik et

al, 2008

Basquete,

handebol e

vôlei

M (média de 18

para não

lesionadas e 19

para lesionadas)

540 Peso, estatura e

IMC

>estatura = risco

para lesão

traumática de

joelho

Abreviaturas: H= homen; M= mulher; MMII= membros inferiores; IMC= índice de massa corporal; %=

porcentagem; DXA Absorciometria por dupla emissão de raio X; DMO= densidade mineral óssea

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25

1.4 Absorciometria por dupla emissão de Raio X

Neste sentido, vale frisar que o DXA é um método não invasivo, rápido, e que

apresenta baixo índice de exposição à radiação ionizante, possibilitando medir diferentes

tipos de ossos, sendo um dos métodos mais utilizado em estudos envolvendo densidade

mineral óssea (DMO) (21). Apesar de realizar cálculos por estimativas do conteúdo da área

óssea, é considerado o padrão ouro para esse tipo de estudo (22). Além do mais é um método

que vem sendo utilizado para a avaliação da composição corporal em diferentes tipos de

população, entre elas crianças e adolescentes (23, 24), pessoas com vários tipos de doença

(25), atletas (26, 27) e também militares (28), apresentando boa precisão e exatidão (29, 30).

Além disso, o DXA apresenta a vantagem de dividir o corpo em três compartimentos: massa

gorda (MG), conteúdo mineral ósseo (CMO), e tecido mole magro (TMM), de forma total e

regional (braços, tronco e pernas e lados direito e esquerdo), (29, 31), o que pode trazer

informações adicionais sobre posssíveis desproporcões entre os diversos componentes ou

partes do corpo, e supostamente representar um risco adicional para LM.

1.5 Escola Preparatória de Cadetes do Exército

Situada na cidade de Campinas (SP), a Escola Preparatória de Cadetes do Exército

(EsPCEx) é um estabelecimento de ensino militar que tem como objetivo ser a primeira etapa

na formação do oficial combatente de carreira do Exército Brasileiro. Seu exame de admissão

é feito por um concurso público federal e a distribuição dos seus alunos aprovados costuma

representar todas as regiões do país. Na EsPCEx, os alunos são submetidos a um regime de

internato com duração de um ano letivo, onde todas as atividades escolares são controladas e

reguladas por normas internas, incluindo horários de aula, refeições e atividades físicas.

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26

A EsPCEx recebe cerca de quinhentos alunos por ano. Durante o TFM, que acontece

diariamente e de cinco a seis sessões por semana, os alunos são divididos em dois grupos: os

considerados atletas que, de acordo com aptidão demonstrada em competições internas, são

selecionados para compor equipes esportivas para representarem a EsPCEx em olímpiadas

envolvendo as escolas das forças armadas (cerca de 150 alunos), e os não atletas (cerca de

350 alunos). A duração de cada sessão de treinamento é de aproximadamente 90 minutos para

ambos os grupos. Os considerados atletas realizam o TFM conforme as peculiaridades da

modalidade para qual foram selecionados. Já os não atletas realizam o treinamento físico

onde são adotados a prática de corrida, ginástica básica (exercícios calistênicos), pista de

treinamento em circuito, natação e atividades desportivas. Essas atividades físicas são

realizadas de forma gradual e sistematizada, visando ambientar os alunos às peculiaridades e

exigências da vida militar. Além disso, períodos específicos de treinamentos e exercícios

militares em acampamentos são previstos durante o ano para todo o grupo de alunos.

Parte desses alunos, devido às demandas físicas impostas pelo treinamento

continuado, desenvolvem LM, gerando afastamento dos treinamentos e necessidade de

reabilitação por períodos variados, como demonstrado em uma dissertação (32). Entretanto,

apesar desses dados, há uma clara escassez de dados epidemiológicos referentes às LM em

militares brasileiros, bem como a já comentada falta de estudos com métodos confiáveis de

avaliação da composição corporal para identificar fatores de risco para LM na população de

militares ou sujeitos ativos fisicamente.

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27

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar a prevalência de LM em estudantes militares brasileiros, durante o período de um

ano letivo na EsPCEx.

2.2 Objetivos específicos

Verificar se há relação da antropometria e da composição corporal, total e

segmentada, determinada pela DXA, com a ocorrência de LM, lesão por

sobrecarga ou aguda, ou lesão em membros inferiores ou superiores, ocorridas

durante o curso do serviço militar em um ano letivo.

Verificar se há relação do estado de saúde prévio, do histórico prévio de

atividade física, e da cor da pele, com a ocorrência de LM, lesão por

sobrecarga ou aguda, e lesão nos membros inferiores ou superiores, ocorridas

nessa população, no mesmo período.

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28

3. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo prospectivo, de nove meses de acompanhamento, desenvolvido

de março a novembro de 2013. O estudo foi realizado com uma amostra de conveniência,

composta por estudantes militares da EsPCEx, todos ingressantes no serviço militar. Os

quinhentos alunos ingressantes, integrantes das três companhias da escola, foram convidados

a participar, sendo selecionados os primeiros duzentos e cinco que aceitaram fazer parte do

estudo. Tais alunos foram incluídos, segundo os seguintes critérios: ser aluno ingressante no

serviço militar na escola no ano da pesquisa, e não apresentar LM, no momento do início do

estudo, capaz de afastá-lo das atividades físicas propostas pela instituição a serem

desenvolvidas a partir do início do ano letivo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp) (parecer nº 511.461), e pelo comando da Escola Preparatória de Cadetes do

Exército (anexo 1). Todos os voluntários participantes assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido (anexo 2).

Estado de saúde e avaliação antropométrica prévia

Nas semanas iniciais do serviço militar, em março de 2013, os voluntários foram

submetidos à avaliação do estado de saúde prévio e composição corporal, realizada no

Laboratório de Crescimento e Desenvolvimento (LabCreD) do Centro de Investigação de

Pediatria (CIPED) da FCM da Unicamp, em Campinas, São Paulo, Brasil. Todo o

procedimento de avaliação foi realizado por equipe previamente treinada e habilitada,

composta por componentes do LabCred. Cada voluntário preencheu um questionário (anexo

3) composto por dados demográficos, incluindo a cor da pele auto definida pelo voluntário,

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29

histórico de doença crônica ou LM prévia ao serviço militar, e experiência de atividade física

prévia ao ingresso.

Foram avaliados o peso corporal, utilizando uma balança eletrônica da marca Filizola,

graduada de 0 a 150 Kg, com precisão de 100 gramas, e a estatura, utilizando um

estadiômetro com precisão de 1 centímetro, marca Holtain Limited. O IMC foi calculado

considerando a fórmula peso (Kg)/altura(m)2.

Composição Corporal e Parâmetros Ósseos

A composição corporal e os parâmetros ósseos foram determinados pela DXA,

modelo iDXA (GE Healthcare Lunar, Madison, WI, EUA) e o software enCore™ 2011 da

versão 13.6 (GE Healthcare Lunar). Na composição corporal foram determinados a MG

absoluta, (Kg) e relativa (%), o CMO absoluto (Kg) e o TMM (Kg). Para a avaliação do

tecido ósseo foram determinadas as medidas de DMO (g/cm2). Na tentativa de se maximizar

a busca de possíveis fatores de risco para as LM, foram analisados os resultados da DXA

(MG, CMO, TMM e DMO) do corpo total e de forma segmentada (pernas, braços e tronco,

lado direito e lado esquerdo do corpo).

Rotina de treinamento e registro de lesão

Após as avaliações, os alunos iniciaram a rotina de treinamentos preconizada pela

escola para o ano letivo, composta por cinco sessões semanais de treinamento físico militar

supervisionado, de uma hora e trinta minutos cada. Considerando que alguns participantes

foram, ao longo do ano e de acordo com aptidão demonstrada, selecionados para compor

equipes esportivas de modalidades específicas, algumas sessões de treinamento durante um

determinado período do ano foram específicas para alguns alunos, de acordo com a

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30

modalidade em que, eventualmente, o voluntário estivesse selecionado. Ressalta-se que os

treinos esportivos sempre ocorreram no mesmo horário e com a mesma duração do

treinamento físico militar convencional. Durante o serviço militar, em caso de necessidade,

os estudantes utilizaram o serviço de saúde da instituição, e a ocorrência de LM foi observada

por diagnóstico clínico do serviço médico militar. LM foi definida como queixa relacionada

ao aparelho locomotor, suficiente para afastar o voluntário por no mínimo uma sessão de

treino, motivando, neste caso, o encaminhamento ao serviço de fisioterapia da instituição,

onde um pesquisador responsável registrou a ocorrência durante o período do estudo. As

lesões ocorridas foram classificadas quanto a etiologia em: agudas, relacionadas a um

estabelecimento repentino, através de trauma conhecido e bem definido, ou por sobrecarga,

com estabelecimento gradual, sem mecanismo traumático conhecido. Ao término do ano, foi

procedida a análise de fatores de risco para lesões em geral, lesões agudas, lesões por

sobrecarga, ou lesões nos membros inferiores e superiores.

A Figura 1 representa a sequência de ações do estudo.

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31

Figura 1: Fluxograma das etapas de avaliação do estudo.

500 estudantes militares convidados – Março de

2013

205 incluídos – 3 companhias

Aplicação do questionário de estado de

saúde e atividade prévia

Avaliação antropométrica e

composição corporal

Treinamento físico militar (atletas e não atletas)

e acompanhamento por 9 meses; lesões

registradas na clínica de Fisioterapia até

novembro,2013

Análise dos fatores de risco para lesões

em geral, agudas, por sobrecarga e nos

membros superiores ou inferiores

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4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise dos dados foi utilizado o software SPSS versão 16. Para verificar a

normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Na comparação entre

os resultados do grupo de militares lesionados e não lesionados foi utilizado o Teste t de

Student para amostras independentes. Para verificar a associação entre a ocorrência de LM e

as características da amostra (cor da pele, participação em equipe esportiva durante o estudo,

ocorrência de doença prévia ao serviço militar, ocorrência de LM prévia ao serviço militar, e

prática esportiva prévia ao serviço militar) foi utilizado o teste de Qui-quadrado ou exato de

Fisher quando necessário. Analise de regressão logística binária foi utilizada para a

determinação dos possíveis fatores de risco para LM e seus subgrupos (LM aguda ou

sobrecarga, LM em membro superior ou inferior). O nível de significância adotado foi de 5%.

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5. RESULTADOS

Durante os noves meses do estudo, ocorreram 66 lesões em 56 voluntários (27,3% da

amostra de voluntários). As lesões por sobrecarga responderam por quase dois terços do total

de lesões, sendo 41 lesões por sobrecarga (62,1% das lesões), e 25 lesões agudas (37,8%). As

LM mais prevalentes observadas foram: entorse de tornozelo (16,6%) e síndrome do estresse

tibial medial (15,1%). A maior parte das lesões acometeu os membros inferiores (69,7%),

seguido dos membros superiores (25,7%) e coluna vertebral (4,5%). Os dados descritivos

demográficos da amostra total e comparativo entre os grupos para as variáveis

antropométricas e de composição corporal são apresentados na Tabela 2. Não houve

diferença significativa entre os grupos sem LM e lesionados em nenhuma das variáveis

analisadas. Vale ressaltar que não houve perda de dados, visto que os 205 voluntários

selecionados previamente permaneceram em acompanhamento até o término do período do

estudo.

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Tabela 2. Variáveis antropométricas e de composição corporal da amostra de alunos do Exército,

total e dividida em lesionados e sem LM.

Total

Sem lesão

Com lesão p

n = 205

n = 149

n = 56

Variáveis Média DP

Média DP Min Max

Média DP Min Max

Idade (anos) 19,6 1,4

19,5 1,5 16,7 23,9

19,8 1,4 17,1 22,3 0,17

Estatura (cm) 176,2 6,4

175,8 6,4 160,3 192,1

177,3 6,1 161,4 192,4 0,11

Peso (kg) 71,3 8,1

71,3 8,5 53,9 95,5

71,2 7,0 53,8 92,1 0,89

IMC (kg/m2) 22,9 2,1

23,1 2,1 18,2 28,8

22,6 2,0 17,6 28,2 0,19

MG (kg) 12,5 3,4

12,5 3,4 5,7 21,6

12,4 3,6 6,6 22,3 0,91

%MG 17,2 3,7

17,2 3,5 9,7 26,1

17,2 4,1 10,2 26,1 0,98

TMM (kg) 56,3 5,9

56,3 6,2 41,5 75,4

56,1 5,3 41,3 66,8 0,86

CMO (kg) 3,0 0,4

3,0 0,4 2,2 4,2

3,0 0,4 2,2 4,1 0,92

DMO (g/cm2) 1,229 0,095

1,23 0,093 1,015 1,561

1,227 0,101 0,989 1,477 0,87

IMC = índice de massa corporal; %MG = porcentagem de massa gorda; CMO = conteúdo mineral ósseo; MG =

massa gorda; TMM = tecido mole magro; DMO = densidade mineral óssea.

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Da mesma forma, não houve diferença significativa entre os grupos de lesionados e

não lesionados quanto às variáveis cor da pele, participação em equipe esportiva durante o

estudo, ocorrência de doença prévia ao serviço militar, ocorrência de LM prévia ao serviço

militar, e prática esportiva prévia ao serviço militar, conforme observado na Tabela 3.

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Tabela 3. Comparação das variáveis de cor da pele, participação em equipe esportiva, doença prévia,

LM prévia ou prática esportiva prévia entre os grupos de lesionados e não lesionados

Variável Não lesionados

(N)

Lesionados (N) Total P

Pele branca 85 (73,9%) 30 (26,1%) 115 (56,1%)

Pele parda 43 (70,5%) 18 (29,5%) 61 (29,8%)

Pele preta 15 (71,4%) 06 (28,6%) 21 (10,2%) 0,96

Pele amarela ou

indígena

06 (75,%) 02 (25,%) 08 (3,9%)

Não atleta 73 (73%) 27 (27%) 100 (48,8%)

Atleta 76 (72,4%) 29 (27,6%) 105 (51,2%) 0,92

Sem doença prévia 139 (72,8%) 52 (27,2%) 191 (93,2%)

Com doença prévia 10 (71,4%) 04 (28,6%) 14 (6,8%) 0,91

Sem LM prévia 80 (77,7%) 23 (22,3%) 103 (50,2%)

Com LM prévia 69 (67,6%) 33 (32,4%) 102 (49,8%) 0,10

Prática esportiva

prévia

121 (69,9%) 52 (30,1%) 173 (84,4%)

Sem prática esportiva 28 (87,5%) 04 (12,5%) 32 (15,6%) 0,51

LM= lesão musculoesquelética

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37

As tabelas a seguir refletem as análises da regressão logística para avaliação das

variáveis estudadas como possíveis fatores de risco, onde nenhuma das variáveis foi

comprovada como fator de risco para LM.

Na Tabela 4, observa-se que não houve comprovação de variáveis antropométricas, da

cor da pele, da participação ou não em modalidade esportiva durante o estudo, histórico de

doença crônica ou LM prévia ao serviço militar como fatores de risco para LM. Por outro

lado, o histórico de prática esportiva prévia ao ingresso no serviço militar foi observado como

protetor ao desenvolvimento de LM (OR=0,323, p=0,04).

Tabela 4. Valores da análise de regressão logística utilizando as variáveis antropométricas e

de características gerais da amostra para avaliação de fator de risco para LM em alunos do

Exército.

Variáveis B EP OR IC95% P

Estatura (cm) 0,040 0,025 1,040 0,991 - 1,093 0,11

Peso (kg) -0,003 0,019 0,997 0,960 - 1,036 0,88

IMC (kg/m2) -0,102 0,078 0,903 0,776 - 1,051 0,18

Cor da pele1 0,194 0,313 1,214 0,657 - 2,243 0,53

Atleta2 0,078 0,312 1,081 0,587 - 1,994 0,80

Doença crônica3 0,041 0,613 1,042 0,313 - 3,465 0,94

Lesão prévia4 0,553 0,316 1,739 0,935 - 3,233 0,08

Prática esportiva prévia5 -1,129 0,559 0,323 0,108 - 0,968 0,04 B = coeficiente beta da análise de regressão logística; EP = erro padrão; OR = odds ratio; IC95% = intervalo de

confiança de 95%; IMC = índice de massa corporal.

Categorias de referência: 1branco; 2não atleta; 3sem doença; 4sem lesão prévia; 5com prática esportiva prévia.

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Já na Tabela 5, constam as análises de regressão logística para avaliação de variáveis

de composição corporal como fatores de risco para LM geral, lesão aguda ou lesão por

sobrecarga. As variáveis estudadas não foram encontradas como fatores de risco para as

lesões mencionadas.

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Tabela 5. Valores da análise de regressão logística, utilizando as variáveis de composição corporal e massa óssea como possíveis fatores de risco para LM e

para lesão aguda e por sobrecarga.

LM (total) AGUDA SOBRECARGA

Variáveis OR (IC95% OR) P OR (IC95% OR) p OR (IC95% OR) P

MG% 1,00 (0,92 – 1,09) 0,97 1,09 (0,97 – 1,23) 0,13 0,95 (0,84 – 1,07) 0,84

MG total (kg) 1,00 (0,91 - 1,09) 0,91 1,06 (0,94 - 1,20) 0,30 0,95 (0,84 -1,08) 0,50

TMM total (kg) 1,00 (0,95 - 1,05) 0,85 0,97 (0,90 - 1,04) 0,46 1,01 (0,94 -1,09) 0,63

MG braços (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,81 1,00 (1,00 – 1,00) 0,52 1,00 (0,99 - 1,00) 0,63

MG pernas (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,86 1,00 (1,00 – 1,00) 0,30 1,00 (1,00 – 1,00) 0,31

MG tronco (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,98 1,00 (1,00 – 1,00) 0,33 1,00 (1,00 – 1,00) 0,72

TMM braços (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,85 1,00 (1,00 – 1,00) 0,85 1,00 (1,00 – 1,00) 0,52

TMM pernas (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,75 1,00 (1,00 – 1,00) 0,50 1,00 (1,00 – 1,00) 0,77

TMM tronco (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,90 1,00 (1,00 – 1,00) 0,37 1,00 (1,00 – 1,00) 0,52

DMO total (g/cm2) 0,77 (0,03 - 19,2) 0,87 1,91 (0,02 - 154,6) 0,77 0,24 (0,00 - 22,3) 0,54

CMO total (kg) 1,04 (0,47 - 2,34) 0,91 1,21 (0,41 - 3,53) 0,71 0,88 (0,28 - 2,80) 0,84

CMO braços (g) 1,00 (0,99 - 1,01) 0,94 0,99 (0,99 - 1,00) 0,87 1,00 (1,00 – 1,00) 0,87

CMO pernas (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,85 1,00 (1,00 – 1,00) 0,64 1,00 (1,00 – 1,00) 0,79

CMO tronco (g) 1,00 (1,00 – 1,00) 0,82 1,00 (1,00 – 1,00) 0,75 1,00 (1,00 – 1,00) 0,88

LM = lesão musculoesquelética; OR = odds ratio; IC95% = intervalo de confiança de 95%; MG = massa gorda; CMO = conteúdo mineral ósseo; TMM = tecido mole

magro; DMO = densidade mineral óssea.

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40

Por fim, na Tabela 6 pode-se observar os dados de regressão logística comparativa

para composição corporal entre os militares não lesionados e os que apresentaram LM nos

membros inferiores, bem como comparação entre os não lesionados e os que a apresentaram

LM nos membros superiores. Mais uma vez, não foi possível identificar fatores de risco

relacionados à composição corporal para lesões nesses segmentos do corpo.

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Tabela 6. Análise de regressão logística comparativa para composição corporal entre não

lesionados e os que apresentaram lesão no membro superior ou inferior.

NÃO LESIONADOS X

LESIONADOS MEMBRO

INFERIOR

B EP P OR (IC 95% OR)

Inferior Superior

Massa óssea perna E -0,002 0,002 0,47 0,998 0,994 1,003

Massa óssea perna D -0,002 0,002 0,40 0,998 0,993 1,003

Massa óssea diferença de pernas -0,005 0,011 0,67 0,995 0,975 1,017

Massa de gordura perna E 0,000 0,000 0,64 1,000 0,999 1,000

Massa de gordura perna D 0,000 0,000 0,60 1,000 0,999 1,000

Massa de gordura diferença de

pernas -0,001 0,002 0,70 0,999 0,996 1,003

Massa magra perna E 0,000 0,000 0,39 1,000 1,000 1,000

Massa magra perna D 0,000 0,000 0,39 1,000 1,000 1,000

Massa magra diferença de pernas 0,000 0,001 0,94 1,000 0,999 1,001

NÃO LESIONADOS X

LESIONADOS MEMBRO

SUPERIOR

B EP P OR Inferior Superior

Massa óssea braço E 0,005 0,009 0,60 1,005 0,987 1,023

Massa óssea braço D 0,005 0,009 0,57 1,005 0,988 1,023

Massa óssea diferença de braços 0,008 0,033 0,80 1,008 0,944 1,077

Massa de gordura braço E -0,001 0,002 0,70 0,999 0,996 1,003

Massa de gordura braço D -0,001 0,002 0,60 0,999 0,995 1,003

Massa de gordura diferença de

braços

-0,002 0,005 0,72 0,998 0,990 1,007

Massa magra braço E 0,000 0,001 0,98 1,000 0,999 1,001

Massa magra braço D 0,000 0,001 0,99 1,000 0,999 1,001

Massa magra diferença de braços 0,000 0,002 0,97 1,000 0,996 1,004 B = coeficiente beta da análise de regressão logística; EP = erro padrão; OR = odds ratio; IC95% = intervalo de

confiança de 95%; E = esquerda; D = direita.

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42

6. DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou, prospectivamente, a prevalência de LM ocorridas em

estudantes militares numa escola militar do Brasil, durante nove meses. Conjuntamente,

buscou-se identificar fatores de risco para ocorrência de LM, para lesões por sobrecarga,

lesões agudas, e lesões em membros inferiores e superiores. As LM acometeram

aproximadamente um quarto dos militares estudados, sendo que as por sobrecarga foram

consideravelmente mais prevalentes (mais de 60% das lesões), e quase 70% das lesões

ocorreram nos membros inferiores. Por outro lado, os achados indicaram que nenhum dos

componentes da composição corporal analisados, seja de forma total ou segmentada, podem

ser considerados fatores de risco, seja para ocorrência de LM, lesões por sobrecarga ou

agudas, ou nos membros superiores ou inferiores. Foi observado, ainda, que o histórico de

prática esportiva prévia ao serviço militar foi protetor ao desenvolvimento de LM.

A ocorrência de LM em quase 30% dos voluntários por nós estudados reflete um

importante problema a ser enfrentado pelo serviço de saúde militar, também já descrita por

outros estudos. Em um desses estudos, 96% dos problemas de saúde ocorridos durante o

curso do serviço militar no Irã foram relacionados às lesões do aparelho locomotor (33),

enquanto que um outro estudo, com militares finlandeses, observou que quase 10% dos

voluntários foram desligados prematuramente do serviço por razões médicas, principalmente

por LM (8). Esses últimos autores destacam, ainda, a interrupção prematura do serviço como

potencial risco para problemas psicológicos e marginalização desses sujeitos pela sociedade,

principalmente em países onde o serviço militar é compulsório (8), o que reforça a

necessidade de prevenção pautada no conhecimento dos fatores de risco, uma vez que forte

exigência física evidentemente impõe, em populações como estas, uma sobrecarga constante

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ao aparelho locomotor, favorecendo elevados índices de lesão. Em que pese não termos

dados de incidência comparativa com outros problemas de saúde ocorridos em nossa

população, certamente a incidência de LM observada, paralela aos dados apresentados pela

literatura, justificam a busca pelo reconhecimento de fatores de risco.

Quanto ao local anatômico mais acometido, outros estudos com militares observaram,

a exemplo do presente estudo, maior envolvimento de membros inferiores. É o caso de dois

estudos com militares finlandeses. No primeiro, quatro coortes foram estudadas por seis

meses cada, e 67% das lesões observadas foram nos membros inferiores (34). No segundo,

944 conscritos foram acompanhados, e 48% das lesões acometeram os membros inferiores

(9), achados em comum acordo com nosso estudo, no qual 69,6% das lesões ocorreram nos

membros inferiores.

Um interessante achado deste estudo, que apontou a prática esportiva prévia ao

serviço militar como protetora ao desenvolvimento de LM, apenas ratifica achado já

observado em outro estudo com militares (34), ao passo em que, a ausência de histórico de

participação em equipes esportivas previamente ao serviço militar, também já foi observada

como fator de risco para LM desenvolvida durante o curso do serviço (9).

Por outro lado, deve-se lembrar que o objetivo primário deste estudo foi identificar

possíveis variáveis de composição corporal ou antropométricas como fatores de risco para

LM. Apesar das hipóteses prévias levantadas, o estudo não pôde identificar relação das

variáveis estudadas com o risco de LM ou com o risco de lesão por sobrecarga ou lesão

aguda ou nos membros periféricos. Neste sentido, e da mesma forma, absolutamente não há

um consenso da literatura que nos permita apontar seguramente real relação da composição

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corporal e da antropometria com a etiologia de LM em militares ou atletas. Tal afirmativa

sustenta-se pela revisão da literatura recente, procedida para embasar o presente estudo. Por

essa revisão, observa-se existir grande variabilidade de achados que comprometem o

conhecimento definitivo acerca deste assunto mas, mais do que isso, evidencia-se o pequeno

número de estudos de fatores de risco para LM em militares, e o fato de que nenhum desses

estudos, publicados nos últimos dez anos, utilizou o DXA para este fim, estudando tal

população.

A hipótese deste estudo de que varáveis de composição corporal mensuradas pelo

DXA pudessem representar fatores de risco, foi pautada justamente em alguns estudos

prévios capazes de encontrar algum fator de risco antropométrico ou de composição corporal,

por utilização de métodos mais simples. Dentre esses estudos, podemos citar o de Grier et al,

que identificou o maior IMC como fator de risco para lesões em militares norte-americanos

(11), achados fortalecidos pelos de Taanila et al, que indicou o maior IMC e a maior

circunferência abdominal como fatores de risco para LM em sua população de militares

finlandeses (9), indicando que, talvez, a obesidade pudesse ser preditiva de LM. Tal hipótese

vai ao encontro aos achados de um outro estudo com militares, na Grécia, onde a maior

porcentagem de gordura, avaliada por impedância bioelétrica, foi identificada como fator de

risco para LM em geral (19). Ao extrapolarmos uma pesquisa para população de esportistas

profissionais, conforme se pode notar na revisão da literatura, podemos observar, ainda,

outros achados positivos da relação de algumas simples variáveis antropométricas com o

risco para lesões. O estudo de Gastin et al, por exemplo, com atletas de futebol australiano,

apontou o baixo peso como fator de risco para LM (17), enquanto o de Gabbett et al, com

atletas de Rúgbi apontou o maior peso como risco para lesões agudas de contato (35) e o de

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Nilstad et al, com atletas de futebol apontou o maior IMC como risco para LM nos membros

inferiores (36). Por fim, o estudo de Faude et al, com atletas de futebol, ainda apontou a

maior estatura como risco para LM (37). Uma vez encontrados fatores de risco

antropométricos e de composição corporal na literatura, foi natural imaginar que as variáveis

de composição corporal avaliadas pelo DXA também pudessem estar relacionadas ao risco de

LM em nossa população.

Por outro lado, em que pese os estudos citados terem identificado variáveis

antropométricas e de composição corporal como fatores de risco, outros estudos com o

mesmo propósito, assim como o nosso, não conseguiram identificar essa relação. Dentre

esses, podemos citar o estudo de Rauh et al, que refutaram a hipótese de que peso, estatura,

ou IMC pudessem estar relacionados a lesões por sobrecarga em recrutas femininos da

Marinha Norte-Americana (38). O mesmo pode-se observar em pesquisas envolvendo a

população de esportistas, nas quais o peso não foi fator de risco para lesão em atletas de

Rúgbi (39), e peso, estatura, IMC e porcentagem de gordura avaliada por pregas cutâneas não

foram fatores de risco para LM em atletas de futebol (40), deixando clara a variabilidade dos

resultados e inconsistência, por hora, de informações para apontar a antropometria ou

composição corporal como fatores de risco para LM.

Alguns estudos ainda buscaram identificar fatores de risco antropométricos para

lesões específicas em militares. São os casos de Rauh et al, no qual as características

relacionadas a peso, estatura e IMC não foram preditivos de fratura por estresse (38); Mahieu

et al, onde características dessas mesmas variáveis não foram fator de risco para tendinopatia

de calcâneo (41), e Moen et al, que não puderam, da mesma forma, apontar características de

peso, estatura, IMC, circunferência total de panturrilha e circunferência magra de panturrilha

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(subtraíndo o valor da dobra cutânea), como fatores de risco para síndrome do estresse tibial

medial (42).

Algumas são as hipóteses na tentativa de explicar o motivo pelo qual nosso estudo,

diferente de alguns estudos com militares (9, 11), não encontrou relação de simples fatores

antropométricos ou de composição corporal com LM. Um dos motivos, o que pode,

inclusive, ser considerado um ponto forte e também uma limitação do presente estudo, é o

fato de termos pesquisado uma população relativamente homogênea quanto às características

antropométricas e de composição corporal. Nossa população foi composta por estudantes

militares recém aprovados em um concurso público, e tal processo de seleção foi composto

por exame intelectual, seguido por exame de saúde e teste de aptidão física. Isso, de alguma

forma, pode reduzir a variabilidade dos dados referentes à composição corporal da amostra,

visto que há uma exigência mínima de aptidão física para o ingresso na EsPCEx, tornando a

população ligeiramente homogênea neste quesito quando comparado à população de militares

recrutas. Um estudo com recrutas norte-americanos serve de exemplo para essa comparação.

Em tal, os autores identificaram o alto IMC como fator de risco para LM em homens (43).

Entretanto, a média de IMC de sua população foi de 24,3 Kg/m2, ao passo em que a média de

IMC da população do nosso estudo foi de 22,9 Kg/m2. O desvio padrão relacionado ao IMC

da população do estudo citado foi de 4,85, e o desvio padrão da população de nosso estudo

foi de 2,1. Vale ressaltar que geralmente não há exigência mínima de condicionamento físico

ao ingresso no serviço militar para recrutas que cumprem o serviço militar obrigatório,

diferentemente dos nossos estudantes que, para ingresso na instituição militar, foram

aprovados em concurso público dotado, dentre outros aspectos, de comprovação de mínima

aptidão física.

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47

Quanto aos meios de avaliação utilizados em estudos prévios, pode-se observar que a

maior parte das investigações têm mensurado variáveis antropométricas por meios simples,

menos específicos e, por vezes, sem avaliar composição corporal, não discriminando massa

isenta de gordura, MG e, tampouco, características relacionadas ao tecido ósseo.

Como mencionado, aparentemente, não existem estudos envolvendo militares que

tenham utilizado o DXA para avaliar a composição corporal e, consequentemente, estudar

fatores de risco para lesões nessa população, publicados nos últimos dez anos. As diferentes

variáveis antropométricas ou de composição corporal pesquisadas pelos estudos envolvendo

militares identificados por nossa revisão e mencionados nessa discussão foram: peso,

estatura, IMC, circunferência abdominal, % MG avaliada por dobra cutânea e bioimpedância,

circunferência total de panturrilha e circunferência magra de panturrilha.

Evidentemente que uma série de outras variáveis de composição corporal devem

ainda ser melhor pesquisadas, visto que criteriosa revisão da literatura nos permitiu encontrar

um número baixo de estudos recentes que utilizaram o DXA para este fim (44, 45, 46). Neste

caso destacam-se três estudos, todos realizados com esportistas. Interessantemente, dos três

estudos mencionados, apenas um foi capaz de identificar variáveis ósseas e de composição

corporal como fatores de risco. Neste estudo, menor DMO, a menor massa magra, menor

massa óssea tibial, maior MG e maior peso, foram associados a lesões ósseas em atletas de

Rúgbi (44). Os outros dois estudos mencionados e que utilizaram o DXA não foram capazes

de encontrar fatores de risco para fratura por estresse em atletas de Cross-Country (45), e

fatores de risco para fraturas vertebrais em atletas de Rúgbi (46).

O DXA continua sendo considerado o padrão ouro para avaliar a DMO, além de ser

uma técnica não invasiva, com baixa radiação, e demonstrar boa acurácia e reprodutibilidade

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na avaliação da composição corporal total e possibilitar a avaliação por segmento (47). Dentre

suas poucas desvantagens, destaca-se o fato de ser um equipamento caro, nem sempre

acessível aos centros de estudo, e não portátil, o que, evidentemente, contribui para que se

encontrem poucos estudos que o utilizaram para os fins mencionados na presente discussão.

Entretanto, as vantagens citadas, e principalmente o fato de não terem sido

encontrados estudos recentes utilizando esse método com o propósito de identificar fatores de

risco de composição corporal em militares sinalizam, de forma evidente, para a necessidade

de novos estudos utilizando o DXA para este fim, principalmente com populações mais

numerosas de lesionados. Além do mais, a inconteste variabilidade dos dados apresentados

pela literatura até o presente momento, também sinaliza para a necessidade de identificação

de outras variáveis intrínsecas ou extrínsecas como risco para LM. Por hora, apesar da

limitação desse estudo, dada pela homogeneidade de nossa amostra, consideramos que estes

achados, frutos do primeiro estudo com este objetivo desenvolvido com militares brasileiros,

associados a essa variabilidade dos resultados da literatura, sugerem que não se pode

sustentar uma hipótese concreta de associação de perfis antropométricos ou de composição

corporal com ocorrência de LM no curso do serviço militar.

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7. CONCLUSÃO

As LM responderam por uma boa parcela da busca por atendimento médico durante o

serviço militar, tendo acometido quase 30% de nossa população. Dentre essas lesões, as em

membros inferiores foram mais prevalentes, com destaque para entorse de tornozelo e

síndrome do estresse tibial medial. As lesões por sobrecarga foram mais frequentes que as

lesões agudas. Não foi possível estabelecer uma relação segura e definitiva da associação de

variáveis antropométricas ou de composição corporal com o desenvolvimento de LM, lesão

aguda ou por sobrecarga, e lesão nos membros superiores ou inferiores durante o curso do

serviço militar. O histórico de prática esportiva prévia ao serviço militar foi observado como

protetor ao desenvolvimento de LM, ao passo em que variáveis relacionadas ao estado de

saúde prévio e cor da pele, não puderam ser apontadas como fatores de risco para essas

lesões.

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9. ANEXOS

9.1 ANEXO I

1

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9.2 ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Influência de seis meses de atividade física e de rotina militar na massa óssea em jovens adultos

alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército do ano de 2014.

Pesquisador responsável: Mauro Augusto Schreiter Melloni

Outro pesquisador: Josiel de Almeida Ávila

Orientador: Prof. Dr. Gil Guerra Júnior

Co-orientador: Dr. Ezequiel Moreira Gonçalves

Número do CAAE:

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este documento,

chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar seus direitos e deveres como

participante e é elaborado em duas vias, uma que deverá ficar com você e outra com o pesquisador.

Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se houverem

perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o pesquisador. Se

preferir, pode levar para casa e consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir participar.

Se você não quiser participar ou retirar sua autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo

de penalização ou prejuízo.

Justificativa e objetivos do projeto: O engajamento frequente de sujeitos em programas

de condicionamento físico adotados em organizações militares, pode ocasionar uma série de

alterações fisiológicas e de composição corporal, ao passo em que também aumenta o risco de

ocorrência lesões musculoesqueléticas e, por consequência, de prejuízos de afastamento. Dessa forma,

o presente projeto de pesquisa, denominado “Influência de seis meses de atividade física e de rotina

militar na massa óssea em jovens adultos alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército do ano

de 2014”, tem por objetivos comparar a massa óssea avaliada por meio da densitometria óssea (DXA)

e da ultrassonografia quantitativa (QUS) em alunos da EsPCEx, no início do ano letivo e após seis

meses de rotina militar e de exercícios físicos, e verificar se alunos que sofreram algum tipo de lesão

ortopédica no decorrer do ano letivo apresentaram perfil de massa óssea e composição corporal

característicos quando comparados a alunos não lesionados neste mesmo período.

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Procedimentos: participando do estudo você está sendo convidado a: submeter-se a uma avaliação

clínica com medidas de peso, estatura e pregas cutâneas, gordura corporal por impedância bioelétrica,

massa óssea por QUS, e densidade mineral óssea por DXA.

Serão realizadas medidas de peso, altura e dobras cutâneas, onde um compasso específico

(adipômetro) é colocado sobre a pele e é realizado um leve beliscão na pele para medir a gordura que

está entre a pele e o músculo; a dor é mínima e cada medida dura cerca de 5 segundos. Em relação à

bioimpedância, você deverá ficar deitado em uma maca e serão colocados adesivos em sua pele (2 na

mão direita e 2 no pé direito). Uma pequena corrente elétrica, que não é sentida pelo avaliado, passa

pelo seu corpo por alguns segundos, e o teste todo dura cerca de 5 minutos. A ultrassonografia

quantitativa é um ultrassom nas falanges proximais do 2o ao 5o dedo da mão não-dominante, onde é

passado um gel especial e não há emissão de radiação. Na densitometria radiológica de dupla energia

(DXA) você deverá ficar deitado e parado por cerca de 15 minutos, tempo que dura o exame. Durante

esse tempo, um pequeno feixe de luz vai fotografar o seu corpo de cima abaixo e transmitir esses

dados para o computador. Não causa dor e a exposição à radiação é mínima.

Também lhe será solicitado que preencha um questionário e entregue ao responsável pela

pesquisa junto com a assinatura deste termo de consentimento. O preenchimento do questionário

levará em torno de 5 minutos.

Todas estas avaliações serão realizadas no Centro de Investigação em Pediatria (CIPED) da

FCM-UNICAMP com a garantia do pesquisador de lhe oferecer transporte de ida e volta. Estas

medidas serão realizadas em dois momentos do período letivo; no início (abril/2014) e no final

(outubro ou novembro/2014).

Benefícios: será obtido, com a participação no estudo, a vantagem de conhecer sua massa

óssea e composição corporal e as suas evoluções após um período letivo na EsPCEx. Além disso, se

for identificada alguma alteração nas variáveis mensuradas como, por exemplo, baixa densidade

mineral óssea, você receberá uma carta informando sobre a situação e será convidado para

atendimento no Hospital de Clínicas da UNICAMP para avaliação clínica, nutricional, radiológica e

laboratorial.

Sigilo e privacidade: a avaliação proposta pelo estudo somente será realizada com a sua

prévia autorização, mediante apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido devidamente

preenchido e assinado por você ou o responsável legal.

Toda a informação médica, assim como os resultados desse projeto de pesquisa, serão

mantidos em absoluto sigilo. Se os resultados ou informações fornecidas forem utilizados para fins de

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publicação científica, nenhum nome será mencionado. Sua participação nesse projeto de pesquisa é

voluntária e você poderá recusar ou retirar o consentimento a qualquer momento, sem sofrer qualquer

penalidade ou prejuízo. Qualquer dúvida ou esclarecimento sobre os procedimentos da pesquisa

podem ser obtidos com [email protected] ou [email protected] ou (19)3521-8985.

Denúncias ou queixas podem ser feitas a qualquer tempo ao CEP da UNICAMP pelo telefone

(19)3521-8936 ou pelo e-mail [email protected]

Consentimento livre e esclarecido:

Após ter sido esclarecido sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios

previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, aceito participar:

Nome do participante:

__________________________________________________________________

Data de nascimento____/____/____.

Assinatura do participante ou nome e assinatura do

responsável:_________________________________

__________________________________________________________________________________

__

Local e

data__________________________________________________________________________

Endereço:_________________________________________________________________________

___Telefone_______________________________________________________________________

______

Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e complementares na

elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro,

também, ter explicado e fornecido uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo

foi aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente.

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Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as

finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento dado pelo participante.

______________________________________________________

Assinatura do pesquisador

Data:

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9.3 Anexo III

Projeto de Pesquisa: Avaliação comparativa da massa óssea por densitometria e

ultrassonografia em jovens militares durante o ano letivo da escola militar

Questionário

Nr: Nome: Cia: Data: / /201

Data de Nascimento: / / Idade: Renda Familiar:

Local de nascimento: Local de moradia:

Cor da Pele: Amarela Branca Indígena Parda Preta

Atleta da EsPCEx?______Se sim, qual modalidade?:_______________________

Doenças Crônicas e Medicação

Alguma vez tomou algum medicamento mais de 6 meses? ( )Sim ( ) Não - Se sim, qual?

Medicamento nº de anos

Que medicamento toma atualmente? (indicar para que doença o medicamento foi prescrito)

Motivo Medicamento Ano de início

Observações:______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Ocorrência de Lesões

Alguma vez sofreu uma lesão ortopédica? ( ) Sim ( ) Não.

Tipo de Lesão Região do corpo Idade na ocorrência Situação de ocorrência

Observações:________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Consumo de cálcio (lacticínios) referente ao último ano.

Produto Nº porções/dia mg de Ca/porção mg de cálcio

Leite (250 ml) X 300

Iogurte (125 g) X 160

Queijo (30g) X 200

Consumo de cálcio de fontes não lácteas 250

TOTAL

Prática de Atividade Física

Praticou algum desporto ou modalidade? Se sim, quais?

Modalidade Ano de início nº de anos Horas de treino/semana nºde meses/ano

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Observações:_______________________________________________________________

___________________________________________________________________________