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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO COMPARAÇÃO ENTRE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO COM PESOS COM FREQUÊNCIAS SEMANAIS DISTINTAS SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE REPOUSO EM MULHERES IDOSAS Leandro Augusto da Silva LONDRINA PARANÁ 2010

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS PROTOCOLOS DE

TREINAMENTO COM PESOS COM FREQUÊNCIAS

SEMANAIS DISTINTAS SOBRE A PRESSÃO

ARTERIAL DE REPOUSO EM MULHERES IDOSAS

Leandro Augusto da Silva

LONDRINA – PARANÁ

2010

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DEDICATÓRIA

A Deus, pela força e perseverança.

A minha esposa, por toda paciência, compreensão e apoio.

Aos meus pais que foram companheiros em todas as horas.

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AGRADECIMENTOS

A Professora Ms. Aline Mendes Gerage, pela paciência e dedicação.

A minha esposa e meus pais, pela confiança e motivação.

Aos amigos e colegas, pela força e toda descontração proporcionada nos momentos

mais tensos.

Ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício–

GEPEMENE, pelo incentivo a buscar sempre o conhecimento.

A toda turma 3000 e 4000, em especial André Luiz, David, João Guilherme, que

nunca deixamos um ao outro na mão.

A Três pessoas que sempre estavam dispostas a me ajudar, além de ser grandes

companheiro do “RU” e de laboratório, também os considero grandes amigos, David

Ohara, Danilo R. da Silva e Alex Ribeiro.

A Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do

Paraná pelo auxilio financeiro.

E finalmente, agradeço a Deus, por ter colocado tantas pessoas boas em meu caminho.

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EPÍGRAFE

“Procure algo melhor e então vai descobrir um mundo inexplorado em você”

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SILVA, Leandro Augusto.Comparação entre dois protocolos de treinamento com pesos com frequências semanais distintas sobre a pressão arterial de repouso em mulheres idosas. 38 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

RESUMO

Apesar da alta prevalência de hipertensão arterial em populações idosas e de

existirem indicativos de que o treinamento com pesos (TP) pode auxiliar no

tratamento não farmacológico dessa patologia, estudos com esse modelo de

treinamento nessa população ainda são incipientes e inconclusivos. Dessa forma, o

objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do TP a partir de duas frequências

semanais distintas sobre a pressão arterial (PA) de repouso de mulheres idosas,

previamente não treinadas. A amostra foi composta por 62 idosas, voluntárias (> 60

anos), não treinadas, distribuídas em três grupos distintos: grupo treinamento 3 x

por semana (GT3 = 22), grupo treinamento 2 x por semana (GT2 = 21) e grupo

controle (GC = 19). O GT3 e GT2 foram submetidos a um programa de TP com

duração de 12 semanas que foi composto por oito exercícios, sendo que o GT3

treinou numa frequência de três sessões semanais, em dias alternados, executando

duas séries de 10 a 15 repetições, ao passo que o GT2 realizou um programa de

TP numa frequência de duas sessões semanais, também em dias alternados,

executando três séries de 10 a 15 repetições. Por outro lado, o GC foi submetido a

30 minutos de alongamento, duas vezes por semana, durante o mesmo período de

intervenção. Medidas de PA foram realizadas em repouso por meio do método

auscultatório, antes e após as 12 semanas de treinamento. Foi identificado efeito

isolado do tempo e interação grupo vs. tempo (P = 0,00), sendo observada redução

estatisticamente significativa na PA sistólica de repouso no GT2 (-5,5 mmHg), no

GT3 (-4,3 mmHg) e no GC (+ 4,1). Em relação à PA diastólica, interação grupo vs.

tempo (P < 0,05) foi identificada, sendo verificado decréscimo estatisticamente

significativo apenas no GT2 (-2,3 mmHg) do momento pré para o pós treinamento.

Os resultados do presente estudo sugerem que 12 semanas de TP, realizado em

uma frequência semanal de duas ou três sessões, pode induzir a importantes

reduções na PA de repouso de mulheres idosas.

Palavras-chave: envelhecimento; treinamento com pesos; pressão arterial.

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ABSTRACT

The aim of this study was to investigate the effect of RT from two different weekly

frequencies on resting BP in older women, not previously trained. The sample

consisted of 62 elderly volunteers (> 60 years), untrained, divided into three distinct

groups, group training 3 x per week (GT3 = 22), group training 2 x per week (GT2 =

21) and control group (GC = 19). The GT3 and GT2 were subjected to a RT program

lasting 12 weeks and consisted of eight exercises, with the GT3 trained at a

frequency of three weekly sessions, on alternate days, running two sets of 10 to 15

repetitions, the while the GT2 conducted a program of resistance at a frequency of 2

sessions per week, also on alternate days, performing three sets of 10 to 15

repetitions. Moreover, the GC was subjected to 30 minutes of stretching, 2 x per

week, during the same period of intervention. BP measurements were performed at

rest by means of auscultation. Analysis of variance (ANOVA) two-way repeated

measures was used to assess possible differences within and between groups in

different stages of the study. To identify possible differences test was applied post

hoc LSD P <0.05. Was identified and isolated effect of the interaction group vs time.

time (P <0.05), and observed statistically significant reduction in SBP at rest in the

GT2 (- 5.5 mmHg) and GT3 (- 4.3 mmHg) vs. group interaction. time (P <0.05) was

identified in the PAD, confirmed a statistically significant decrease only in group GT2

(-2.3 mmHg) from pre-to post training. The results of this study suggest that 12

weeks of RT performed on a weekly basis for two or three sessions, can lead to

significant reductions were statistically significant, in resting BP in older women.

Keywords: aging, weight training, resting blood pressure.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Média (± DP) das características gerais dos diferentes grupos

analisados na linha de base........................................................

27

Tabela 2 - Pressão arterial sistólica (PAS) pré e pós 12 semanas de

intervenção nos grupos treinamento (GT3 e GT2) e controle

(GC)...............................................................................................................

27

Tabela 3 - Pressão arterial diastólica (PAD) pré e pós 12 semanas de

intervenção em nos grupos treinamento (GT3 e GT2) e

controle (GC)...............................................................................

28

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma .............................................................................................. 26

Figura 2 - Comportamento da PAS nos diferentes grupos pré e pós 12

semanas de intervenção............................................................

28

Figura 3 - Comportamento da PAD nos diferentes grupos pré e pós 12

semanas de intervenção............................................................

29

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SUMÁRIO

RESUMO v

ABSTRACT vi

LISTA DE TABELAS vii

LISTA DE FIGURAS viii

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 11

1.1 Problema........................................................................................................ 11

1.2 Justificativa..................................................................................................... 12

1.3 Objetivos......................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 14

2.1 Treinamento com pesos................................................................................. 14

2.2 Envelhecimento............................................................................................... 17

2.3

2.4

Treinamento com pesos no processo do envelhecimento..............................

Treinamento com pesos e pressão arterial.....................................................

18

19

3 MÉTODOS...................................................................................................... 22

3.1 Sujeitos........................................................................................................... 22

3.2 Antropometria................................................................................................. 22

3.3 Ingestão alimentar.......................................................................................... 23

3.4 Medidas de Pressão Arterial de Repouso...................................................... 23

3.5 Protocolo de Treinamento.............................................................................. 24

3.5.1 Treinamento com Pesos................................................................................. 24

3.5.2 Alongamento................................................................................................... 24

3.6 Analise Estatística........................................................................................... 25

3.7 Delineamento Experimental............................................................................ 25

4 RESULTADOS................................................................................................ 27

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5 DISCUSSÃO................................................................................................... 30

6 CONCLUSÃO................................................................................................. 33

REFERÊNCIAS............................................................................................... 34

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11

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

A hipertensão arterial é atualmente um dos maiores problemas atuais de

saúde pública, uma vez que trata-se de uma doença crônica, assintomática que

pode atingir pessoas de diferentes faixas etárias, cuja taxa de prevalência aumenta

com o avanço da idade (PESCATELO et al., 2004). Segundo Vasan et al. (2002),

pessoas a partir da quinta década de vida cerca de 90% de risco para desenvolver

essa doença.

Nesse sentido, as entidades associadas à saúde pública, têm se empenhado

na tentativa de criação de estratégias de intervenção não farmacológicas para a

redução do quadro atual mediante a doção de mudança no estilo de vida

(CHOBANIAN et al., 2003). Embora algumas mudanças sejam relativamente,

simples de serem implantadas, na maioria dos casos podem causar grande impacto,

tanto para a prevenção quanto para o tratamento da hipertensão arterial.

Dentre as principais alterações que podem ser adotadas no estilo de vida,

destaca-se o envolvimento com a prática regular de exercícios físicos. Nesse

sentido, literatura aponta que o treinamento predominantemente aeróbico, além de

proporcionar benefícios relacionados ao condicionamento físico, como aumento no

consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), é capaz de influenciar positivamente o

funcionamento cardiovascular, reduzindo a frequência cardíaca (NEGRÃO et al.,

1992) e a pressão arterial (PA) (VÉRAS-SILVA et al., 1997) em repouso.

Por outro lado, no que diz respeito ao comportamento da PA em repouso a

prática do treinamento com pesos (TP), parece promover redução tanto em

hipertensos (TERRA et al., 2008) quanto em normotensos (GERAGE et al., 2007),

em diferentes faixas etárias (TAAFFE et al., 2007). Contudo, ainda há controvérsias

em relação a esse fenômeno (ANTON et al. 2006; MIYACHI et al., 2004; CONONIE

et al., 1991).

Vale ressaltar que esse tipo de treinamento, parece ser interessante para a

população idosa, uma vez que pode minimizar os efeitos deletérios do

envelhecimento, como, por exemplo, combate à sarcopenia (PESCATELLO;

MURPHY; OSTANZO, 2000; OIDA, 2003), adicionalmente o TP pode promover

ganho de força e melhorias na composição corporal como o aumento de massa

magra (FRONTERA et al., 1988). No entanto, para que se possam ser

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12

potencializados os benefícios almejados por meio desse tipo de treinamento, torna-

se relevante o controle de algumas variáveis relacionadas à prescrição de

exercícios, como o volume total e frequência semanal ao treinamento.

Nesse sentido, estudos apontam que a frequência semanal pode interferir nos

benefícios associados ao TP. Segundo Ratamess et al. (2009), em um

posicionamento publicado no American College of Sports Medicine (ACSM), o TP

realizado de dois a três dias por semana parece suficiente para promover o aumento

de força muscular em indivíduos iniciantes, porém, em pessoas com nível mais

avançado de treinamento parece ser necessária uma maior frequência semanal para

que os ganhos sejam maximizados.

Quanto ao volume total, sugere-se que seja uma variável associada ao tipo de

treino, sendo que sessões com baixo volume caracterizam sessões de treinamento

voltadas ao aumento de força e potência muscular (HÄKKINEN; ALEN; KOMI, 1985),

enquanto alto volume é comum em treinamentos que visem o aumento da massa

magra (KOFFLER et al., 1992) ou resistência de força (LINNAMO et al., 2005).

Vale ressaltar, porém, que a literatura ainda não aponta evidências em

relação à maior importância da freqüência semanal ou do volume de treino. Alguns

autores advogam que o volume total é a variável mais importante (CANDOW;

BURKE, 2007), ao passo que outros defendem a frequência semanal pode ser

determinante, para ganhos de força muscular (McLESTER et al., 2000).

1.2 Justificativa

Embora a prática do TP seja indicada como estratégia coadjuvante na

prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, o efeito isolado desse tipo de

treinamento sobre a PA de repouso, sobretudo em idosos, ainda não está

totalmente elucidado, uma vez que os estudos disponíveis na literatura têm

apresentado resultados conflitantes. Isso pode ser explicado, entre outros fatores,

pelas diferenças nas características dos indivíduos envolvidos nos diversos

trabalhos, bem como pela diferença identificada entre os modelos de treinamento

adotados e na manipulação das diversas variáveis que compõe o TP como, por

exemplo, a frequência semanal.

Apesar das diferenças citadas anteriormente, há estudos que observaram o

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13

efeito do treinamento com pesos com frequências semanais distintas sobre a força

muscular, composição corporal, capacidade funcional e aptidão física. Por outro

lado, parece necessário analisar os possíveis efeitos de diferentes frequências

semanais sobre a PA em repouso.

1.3 Objetivos

O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do TP a partir de

duas frequências semanais distintas sobre a PA em repouso em mulheres idosas,

previamente não treinadas.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Treinamento com pesos

Com o aumento expressivo no número de publicações a cerca do TP e com a

evolução do conhecimento sobre os métodos de treinamento, aplicados a literatura

tem revelado inúmeros benefícios associados a prática desse tipo de exercício tais

como aumento de força e potência muscular (HÄKKINEN; ALEN; KOMI, 1985), da

resistência muscular (LINNAMO et al, 2005), da massa muscular (KRIEGER, 2010)

redução da PA em repouso (GERAGE et al. 2007), controle do diabetes (SIGAL et

al. 2007). Entre outros, com isso, torna-se de extrema importância o entendimento

de como manipular as variáveis que compõe o TP para que possam ser gerados

estímulos adequados aos objetivos e/ou necessidades do individuo que pratica esse

tipo de exercício físico.

Para tanto, é necessário que se crie um ciclo de treinamento, ou seja, uma

periodização onde deverão ser planejados os principais aspectos do treinamento,

como a escolha dos exercícios, assim como sua ordem, duração dos períodos de

recuperação, intensidade e o número de séries.

A maneira como se executa os movimentos dos exercícios na musculação,

pode provocar estímulos neurais diferentes, sendo que o exercício que envolve mais

de uma articulação (multiarticulares) como, por exemplo, o supino, proporciona

maior ativação neural, comparado ao exercício monoarticular como a rosca direta,

devido à necessidade de coordenar os grupamentos musculares envolvidos em

determinado movimento (FLECK; KRAEMER, 2006). Chilibeck et al., (1998) ao

submeterem 19 mulheres a 20 semanas de TP composto por exercícios

monoarticular e multiarticular observaram que para os exercícios multiarticulares é

necessário uma fase inicial de aprendizagem maior em relação aos monoarticulares.

Dessa forma, torna se importante a inclusão deste tipo de exercício na sessão de

treinamento, tendo em vista que essa estratégia poderá contribuir com atividades da

vida diária que também requerem o uso de um conjunto de articulações e

grupamentos musculares.

Alguns autores (SIMÃO et al., 2005; SPINETI et al., 2010) têm investigado o

impacto da ordem de execução dos exercícios sobre variáveis como força e volume

de massa muscular.

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Por muito tempo foi proposto que se deveria executar no inicio da sessão de

treinamento os exercícios para grandes grupamentos musculares, tendo como

justificativa um maior estímulo para os músculos envolvidos (FLECK; KRAEMER,

2006). Desta forma, Simão et al. (2005), investigando a influência dessa variável no

número máximo de repetições e na percepção subjetiva de esforço, observaram que

independente da ordem, os sujeitos apresentavam melhor desempenho nos

exercícios realizados ao inicio da sessão. Spineti et al. (2010), corroborando esses

achados, indicam que os exercícios mais associados aos objetivos do programa

devem ser executados no início da sessão.

Outra variável que parece influenciar na adaptação muscular ao estresse do

TP, assim como seus efeitos agudos em relação aos aspectos metabólicos

(RATAMESS et al., 2007), hormonais (KRAEMER; RATAMESS, 2005),

cardiovasculares (SALLES et al., 2010) é o período de repouso entre as séries e os

exercícios, sendo sugerido pela literatura que curtos períodos de descansos entre as

séries podem comprometer o número de repetições realizadas, quando comparado a

períodos de descanso maiores de três a cinco minutos (WILLARDSON; BURKETT,

2006). Isso pode estar atrelado à recuperação de substratos energéticos, sendo que,

por exemplo, os fosfagênios, ATP-CP, levam em torno de três minutos para

recuperar aproximadamente 85% de seu estoque (McMAHON; JENKINS, 2002).

Além disso, variáveis fisiológicas como respostas hormonais, que podem

contribuir tanto para o aumento da força quanto para a hipertrofia muscular, também

sofrem influência do período de recuperação. Em um estudo conduzido por Rahimi

et al., (2010) foram observadas maiores concentrações de testosterona no exercício

realizado com intervalos de 90 e 120 segundos, se comparado a 60 segundos e,

para o hormônio do crescimento, as maiores concentrações foram atreladas ao

menor intervalo. Assim, os autores concluem que menor tempo de intervalo entre as

séries ira contribuir para ganhos de massa muscular enquanto períodos de descanso

maiores estariam relacionados ao incremento de força.

Para que se possa garantir a progressão do TP e ganhos contínuos sobre os

objetivos individuais de quem o pratica, é importante certificar-se de que os

exercícios estão sendo realizados a uma intensidade correta, uma vez que, para se

potencializar determinada capacidade ou obter controle de variáveis ligadas a saúde

é necessário que se trabalhe com diferentes intensidades, ou seja, irá depender do

objetivo a ser alcançado.

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Nesse sentido, estudos vêm demonstrando que o TP realizado em altas

intensidades, utilizando zona-alvo de 1 a 6 repetições máximas (RM), parece ser

mais efetivo para o ganho de força máxima (WEISS; CONEY; CLARK; 1999),

enquanto que repetições na faixa de 8 a 12 RM induzirão à hipertrofia muscular

(KRAEMER; FLECK; EVANS; 1996). Por outro lado, cargas menores com número

de repetições entre 12 e 15 RM estariam relacionadas à resistência muscular

(WEISS; CONEY; CLARK; 1999).

Algumas controvérsias existem, ainda, em relação a qual o número de séries

necessário para promover melhoras na força e hipertrofia. No posicionamento do

ACSM, por Ratamess et al. (2009), sugere-se que indivíduos iniciantes realizem de

uma a três séries, sendo, porém, indicado melhores resultados quando séries

múltiplas são realizadas, em indivíduos treinados. Um estudo, porém, contraria estes

resultados (HASS et al., 2000). Segundo os autores, a falta de controle de outras

variáveis, como volume total e frequência semanal dificultam as comparações

desses estudos.

No que tange ao volume de treinamento, alguns autores estão à procura de

esclarecimentos quanto sua relação com a frequência semanal sobre os ganhos de

força e massa muscular. Candow e Burke (2007), por exemplo, submeteram adultos

destreinados de ambos os sexos a um programa de TP por um período de quatro

semanas, divididos em dois grupos, sendo que um deles treinou dois e o outro três

dias por semana, de forma que a quantidade de repetições e o número de séries

fossem equiparados a fim de se manter o mesmo volume de treinamento. Após os

autores verificarem resultados semelhantes entre os grupos, sugeriram que para

essa amostra o volume foi mais importante do que a frequência semanal.

Em contrapartida, McLester et al. (2000), após uma intervenção de 12

semanas de TP em dois grupos de frequência semanal de treino distinta (1 vs. 3

dias), porém com mesmo volume de treinamento, demonstraram que o aumento na

força dos indivíduos que treinaram uma vez por semana foi relativo a 62% dos que

treinaram três vezes, indicando, assim, que para essa amostra a frequência foi mais

importante do que o volume de treinamento.

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17

2.2 Envelhecimento

Atualmente, com aumento na expectativa de vida observado nos

diversos países do mundo, é evidente o crescente número de idosos que compõe a

população mundial. Estima-se que até no ano de 2020 o número de pessoas com 50

anos ou mais seja o dobro do atual (CUMMINGS; MELTON, 2002), resultando em

consequente aumento proporcional das doenças crônico-degenerativas que

acompanham o processo do envelhecimento (CUMMINGS; MELTON,

2002;FIATARONE-SINGH, 1998).

Considerando as mudanças biológicas acarretadas pelo envelhecimento,

destacam-se as alterações na composição corporal e em alguns componentes da

aptidão física, especialmente a diminuição na massa livre de gordura, o incremento

da gordura corporal, a diminuição da densidade óssea e da força muscular

(BEMBEN et al., 1995; FIATARONE-SINGH, 1998; GOING; WILLIAMS; LOHMAN,

1995).

Com o processo do envelhecimento a distribuição de gordura corporal

começa a se modificar. Fiatarone-Singh (1998), com base em tomografia

computadorizada, sugeriu que a gordura encontrada nos membros inferiores e

superiores de idosos se redistribui para o tronco, elevando-se os níveis de gordura

visceral, ou seja, existe uma centralização da gordura corporal. Tais resultados

corroboram os achados de Bemben et al. (1995) que, em um estudo transversal com

homens de 20 a 79 anos, observaram que a gordura corporal subcutânea nos

membros foi similar em todas as faixas etárias, mas a gordura do tronco,

especialmente a abdominal, aumentou significativamente com o avanço da idade.

Em relação à massa livre de gordura, referindo-se, principalmente, à massa

muscular e óssea, ao contrário da gordura corporal, há uma diminuição com o

passar do tempo e essas alterações parecem ser prejudiciais à capacidade funcional

dos indivíduos idosos, uma vez que podem acarretar em sarcopenia, uma importante

doença degenerativa (BAUMGARTNER et al., 1998). Adicionalmente, a sarcopenia

está associada a limitações funcionais importantes, incluindo déficit no andar, na

mobilidade e nas atividades da vida diária, além de demonstrar que as mulheres

com sarcopenia apresentaram maiores chances de fratura por osteoporose.

A redução de massa óssea afeta a estatura com o passar dos anos, em

virtude de favorecer a compressão vertebral, o estreitamento dos discos

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18

intervertebrais e a cifose (FIATARONE-SINGH, 1998). Este processo parece ser

mais rápido em mulheres do que em homens, devido à maior prevalência de

osteoporose após a menopausa. Além dessa redução na estatura, é aumentado o

risco de fraturas em decorrência de quedas e choques mecânicos (SIQUEIRA et al.,

2007).

Além das variáveis citadas anteriormente, outro aspecto de grande relevância

é a manutenção de níveis adequados de aptidão cardiorrespiratória, nesse sentido

Jackson et al. (1995) afirmaram que se o nível de atividade física e a composição

corporal se mantiverem constantes, ao longo do tempo, a taxa esperada de declínio

no consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) seria de 0,25 ml/kg-1.min-1 por ano.

Dessa forma, o envelhecimento por si só não causaria incapacidade funcional, se o

indivíduo mantivesse um estilo de vida ativo e um nível adequado de composição

corporal.

2.3Treinamento com pesos no processo do envelhecimento

Embora o processo do envelhecimento possa causar modificações

indesejáveis relacionadas à qualidade de vida, como perda de força e massa

muscular, algumas estratégias para combater em parte os efeitos deletérios

associados podem ser adotadas, como alterações no estilo de vida, incluindo a

prática de atividades físicas sistematizadas.

Dentre a grande diversidade de se praticar atividades físicas, o TP parece ser

uma boa opção para a população idosa, uma vez que este tipo de treinamento está

associado a mudanças na composição corporal, como redução de gordura corporal

e incrementos na força. Hurley e Hagberg (1998) sugerem que tanto o treinamento

aeróbio como o TP são eficientes na redução de gordura corporal de idosos de

ambos os sexos, mesmo sem restrição calórica. Por outro lado, Fiatarone et al.

(1990) analisaram as modificações na composição corporal de 10 idosos, com média

de idade de 90 anos, após um programa de oito semanas de TP de alta intensidade

(80% de 1RM) e constataram, por meio de tomografia computadorizada, aumentos

significantes na área muscular total da coxa não-dominante (9%) e na área muscular

do quadríceps (10,9%), todavia sem alterações nas áreas de gordura subcutânea e

intramuscular.

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Apesar das controvérsias a cerca da redução de gordura corporal, encontra-

se bem evidenciado o aumento na força muscular de idosos após participação em

programa de TP. No mesmo estudo de Fiatarone et al. (1990) citado anteriormente,

foi constatado o incremento de força muscular de 174% e 48% de aumento na

velocidade de caminhar. Corroborando este resultado, Vale et al. (2006), após

intervenção de 16 semanas de TP em mulheres idosas, relataram aumento na força

muscular e consequentes mudanças positivas no aspecto físico/funcional como

melhoria na flexibilidade e na autonomia funcional.

Outro fator de grande importância, principalmente em mulheres, é a

preservação da massa óssea, uma vez que, após os 35 anos de idade, começam a

ser identificadas reduções na densidade mineral óssea, que são maximizadas com a

menopausa. Existem evidências de que o TP pode estar atrelado à prevenção ou

controle da osteoporose. Alguns estudos investigaram o efeito do TP sobre a

densidade óssea, como Nelson e Wernick (1998) que submeteram 39 mulheres na

faixa etária de 50 a 70 anos de idade a um programa de exercícios com pesos de

alta intensidade. Os sujeitos realizaram três séries de oito repetições a 80% de uma

repetição máxima para cinco exercícios, em duas vezes por semana. Foi verificado

após 52 semanas de treinamento, incrementos significativos na densidade mineral

óssea do colo do fêmur e da coluna lombar no grupo experimental e decréscimos no

grupo controle.

2.4Treinamento com pesos e pressão arterial

Com o aumento progressivo da população idosa e índices elevados de

hipertensão arterial, torna-se cada vez mais comum a busca de alternativas não

farmacológicas para o controle ou, até mesmo, para o tratamento da hipertensão

arterial. Já se sabe que mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável,

redução no consumo de bebidas alcoólicas e a prática de exercícios físicos, pode

proporcionar melhor funcionamento do organismo, contribuindo para diminuir o risco

de doenças (Chobanian et al., 2003).

Assim, o impacto do TP vem sendo amplamente estudado na tentativa de se

analisar o efeito sobre variáveis hemodinâmicas, como frequência cardíaca, duplo

produto e a própria PA (TERRA et al., 2008), tanto no que diz respeito às respostas

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agudas, sub-agudas (POLITO et al., 2003) como também de forma crônica (BYRNE;

WILMORE, 2000).

Nesse sentido, autores como Byrne e Wilmore (2000) verificaram o efeito de

um programa de treinamento com duração de 20 semanas sobre a PA de repouso

por meio da utilização de dois protocolos diferentes, sendo um apenas de TP e outro

associando o TP e caminhada. Participaram 28 mulheres com idade entre 18 a 45

anos, todas normotensas e, neste experimento nenhum dos dois programas de

treinamento acarretou redução significativa na PA de repouso. Em contrapartida,

Terra et al. (2008) verificaram reduções significativas na PA sistólica, PA média e

duplo produto, em 20 idosas hipertensas, após 12 semanas de TP.

Outros estudos que investigaram a efetividade do TP sobre o diabetes tipo 2,

também analisaram a PA de repouso, como o estudo de Castaneda et al. (2002)

que, após um programa de 16 semanas de TP, aplicado em indivíduos acima de 60

anos, indicou redução de 10 mmHg para PA sistólica, porém essa alteração não foi

estatisticamente significativa. O programa teve as seguintes características: três

séries de oito repetições com intensidade entre 60 a 80% de uma repetição máxima,

realizado numa frequência semanal de três vezes.

Da mesma forma, Sigal et al. (2007) observaram, apesar de não significativa,

redução de 5 mmHg na PA sistólica, após intervenção de 22 semanas de TP onde

foram realizados sete exercícios por sessão de treinamento, a uma freqüência

semanal de três vezes.

Dentre os estudos revisados, envolvendo o efeito do TP sobre a PA de

repouso, todos adotaram em seus protocolos de treinamento frequência de pelo

menos três vezes por semana. Exceto a investigação conduzida por Olson et al.

(2007) que indicou redução de 15 mmHg para PA sistólica de repouso, após um ano

de TP em mulheres com média de 39 anos, submetidas a protocolo de três séries de

oito a 12 repetições, com frequência de duas vezes por semana.

Vale destacar que alguns fatores podem interferir nos resultados associados à

PA de repouso, observados nos estudos citados anteriormente, como o fato da

presença de Diabetes tipo 2 (CASTANEDA et al., 2002; SIGAL et al., 2007),

sobrepeso (OLSON et al., 2007) e o envelhecimento (TERRA et al., 2008).

Particularmente, em idosos existem outros fatores, que podem contribuir para o

surgimento da hipertensão arterial, como o enrijecimento arterial. Esse processo

acontece com o avançar da idade, afeta a elasticidade arterial e, consequentemente,

Page 22: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

21

aumenta a resistência vascular periférica (Weber et al., 2004). Existem indicativos de

que a intensidade do exercício poderá interferir nessa variável.

Cortez-Cooper et al. (2005), por exemplo, submeteram mulheres (26 ± 1

anos) a um programa de TP de alta intensidade, sendo executado por zonas de

repetições máximas, com duração de 11 semanas. O objetivo deste estudo foi

identificar se o TP proposto aumentaria o enrijecimento arterial ou não. Os autores

concluíram que o TP de alta intensidade aumenta o enrijecimento arterial. Já

Yoshizawa et al. (2008) submeteram mulheres, com idade entre 32 e 59 anos, a 12

semanas de treinamento aeróbio no cicloergômetro, executados em duas sessões

de 30 minutos por semana, a uma intensidade de 60 – 70% do VO2máx, e de TP

realizados em três sessões por semana, com três séries de 10 repetições em seis

exercícios, a uma intensidade de 60 a 70% 1-RM e demonstraram que, tanto o

treinamento aeróbio quanto o TP, de intensidade moderada, não causam aumento

no enrijecimento arterial.

Page 23: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

22

3 MÉTODOS 3.1 Sujeitos

Foram selecionadas 62 idosas, com idade acima de 60 anos, a partir de

divulgação do estudo em meios de comunicação (jornais, rádios) e distribuição de

panfletos em residências na área central da cidade de Londrina - PR e nos bairros

próximos ao local onde foi executado o treinamento físico.

A partir daí, todas as idosas que se mostraram interessadas em participar do

estudo, foram submetidas a uma entrevista individual e anamnese clínica. Como

critérios iniciais de inclusão no estudo, as idosas deveriam ter mais do que 60 anos

de idade, ser consideradas saudáveis a partir de anamnese, não tabagistas, não

estar praticando atividade física regular e sistematizada mais que uma vez por

semana nos últimos seis meses. Além disso, todas as participantes apresentaram

atestado médico comprovando estarem aptas para a prática de exercícios físicos.

Para as pessoas que apresentaram hipertensão arterial, foi solicitado que não

interrompessem seus medicamentos ao longo do estudo, além de ser adotado o

critério de apresentar valores de pressão arterial (PA) controlados. Após receberem

informações sobre os procedimentos do estudo, as idosas assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido e, então, foram divididas aleatoriamente em três

grupos, sendo dois grupos treinamento e um grupo controle.

Este faz parte de um projeto mais amplo aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, de acordo com as normas da

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo

seres humanos.

3.2 Antropometria

Para fins de caracterização da amostra, medidas antropométricas foram

realizadas antes do período de intervenção do estudo, sendo aferido a massa

corporal a partir de uma balança com leitura digital da marca Urano modelo PS180

com precisão de 0,1 kg e a estatura por meio de um estadiômetro de madeira com

precisão de 0,1 cm. A partir destes dados, foi calculado o índice de massa corporal

Page 24: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

23

(IMC) por meio da relação entre a massa corporal e o quadrado da estatura, sendo a

massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m).

3.3 Ingestão alimentar

As participantes foram orientadas por nutricionistas previamente treinadas

para o preenchimento de registros alimentares de três dias nos momentos pré e pós

intervenção. Medidas caseiras padronizadas foram utilizadas para a estimativa da

quantidade de alimentos e bebidas consumidas. O consumo energético total, a

quantidade e as proporções de macronutrientes foram determinados por meio do

programa para avaliação nutricional Avanutri, versão 3.1.4. As idosas foram

orientadas, ainda, para manterem seus hábitos alimentares ao longo do estudo. A

ingestão de água será ad libitum.

3.4 Medidas de pressão arterial de repouso

A pressão arterial (PA) foi aferida em repouso por meio do método

auscultatório, utilizando-se um estetoscópio (Littman® Classic II, Minnesota, EUA) e

um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (Missouri®, São Paulo, Brasil). Para

tanto, a amostra foi orientada, previamente, a não ingerir nenhum produto cafeinado

e alcoólico nas 24 horas que antecederam as coletas, assim como não deveriam

realizar atividades físicas vigorosas neste mesmo período e não deveriam estar em

continência urinária no momento em que foi aferida a PA.

Previamente as medidas de PA, realizadas antes e após o período de

intervenção do estudo, as idosas permaneceram sentadas em uma cadeira, em

repouso, durante 10 min. Em cada um dos momentos do estudo foram realizadas

três medidas de PA com intervalo de cinco minutos entre elas, em três dias não

consecutivos, em horário semelhante do dia, com o manguito colocado no braço

direito, elevado até a altura do ponto médio do esterno e apoiado sobre uma mesa.

O valor médio entre as medidas obtidas nos diferentes dias foi registrado como valor

de referência em cada momento do estudo.

Vale ressaltar que todas as medidas de PA foram realizadas por um único

avaliador com experiência nesse tipo de coleta.

Page 25: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

24

3.5 Protocolos de treinamento

3.5.1 Treinamento com pesos

As idosas selecionadas que participaram do programa de TP foram divididas

em dois grupos: grupo treinamento três vezes por semana (GT3) e grupo

treinamento duas vezes por semana (GT2).

Inicialmente, todas as idosas foram submetidas a seis sessões de

familiarização aos exercícios e aparelhos a serem utilizados.

Após este período de familiarização, ambos os grupos foram submetidos ao

protocolo de TP, durante 12 semanas, composto por oito exercícios executados na

seguinte ordem: supino vertical, mesa extensora, puxada a frente, mesa flexora,

rosca Scott bíceps, panturrilha sentado, tríceps no pulley, flexão abdominal.

A única diferença no protocolo de TP dos dois grupos foi em relação à

frequência semanal e ao número de séries executados em cada exercício. O GT3

treinou numa frequência de três sessões semanais, em dias alternados, sendo

executadas duas séries de 10 a 15 repetições, ao passo que o GT2 realizou um

programa de TP numa frequência de duas sessões semanais, também em dias

alternados, executando três séries de 10 a 15 repetições. Em ambos os grupos o

intervalo entre as séries foi de 60 s e de dois a três minutos entre os exercícios.

3.5.2 Alongamento

O GC foi submetido a um programa de alongamento em grupo durante as

mesmas 12 semanas de TP. Este programa foi realizado numa frequência de duas

vezes por semana e cada sessão, com duração de 30 minutos, foi composta por três

exercícios para os principais grupos musculares.

Cada exercício foi executado de forma ativa, em uma única série de

aproximadamente 20 segundos, sendo adotado um intervalo de cerca de 10

segundos entre os exercícios.

As participantes de todos os grupos foram, ainda, orientadas para que não

realizassem nenhum outro tipo de atividade física regular e sistematizada durante o

período de duração do estudo.

Page 26: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

25

3.6 Análise Estatística

Inicialmente, o teste de Shapiro Wilk foi utilizado para a análise da distribuição

dos dados. A partir daí, as variáveis foram expressas em valores de média e desvio-

padrão (distribuição normal). Posteriormente, foi aplicado o teste de esfericidade

(Mauchly). Assumida a esfericidade, análise de variância (ANOVA) two-way para

medidas repetidas foi realizada para avaliar as possíveis diferenças intra e inter-

grupos nos diferentes momentos do estudo. O teste post hoc de LSD foi empregado

para a identificação das diferenças específicas nas variáveis em que os valores de F

encontrados foram superiores ao critério de significância estatística estabelecido (P<

0,05). O software utilizado foi Statistica 7.0.

3.7 Delineamento experimental

As idosas, após serem inclusas no estudo por atenderem a todos os

requisitos para a participação, passaram por duas semanas de avaliação, onde

foram coletadas medidas de PA de repouso, massa corporal e estatura. A partir

deste ponto, os sujeitos foram separados em três grupos distintos, sendo, grupo

treinamento duas vezes por semana (GT2), grupo treinamento três vezes por

semana (GT3) e grupo controle (GC) que foi submetido a um programa de

alongamento com mesmo tempo de duração do programa TP.

Após essa divisão, os grupos GT2 e GT3 passaram por duas semanas de

familiarização aos exercícios propostos, para que aprendessem os gestos motores.

Passado esse período, foi dado início ao programa de TP e, simultaneamente, ao

programa de alongamento destinado ao GC. Ao término das 12 semanas de

intervenção, duas semanas foram destinadas às reavaliações finais (figura 1).

Page 27: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

26

Figura 1 – Fluxograma

Seleção dos sujeitos

Coleta de dados

PAR e

Antropométricos

Familiarização

Programa de

alongamento

GC

Programa de TP

GT2 e GT3

Coleta de dados

PAR

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27

4 RESULTADOS

A tabela 1 apresenta as informações relativas às características gerais dos

sujeitos no momento inicial do estudo.

Tabela 1. Média (± DP) das características gerais dos diferentes grupos analisados na linha de base.

VARIÁVEIS GT3 (n=22) GT2 (n=21) GC (n=19) F P

IDADE (anos) 65 ± 7,9 65 ± 4,2 66 ± 4,3 0,39 0,67

PESO (kg) 61 ± 8,3 62 ± 7,7 64 ± 10,8 1,28 0,28

ESTATURA (cm) 156 ± 5,9 156 ± 5,6 156 ± 5,8 0,01 0,98

IMC (kg/m²) 25 ± 3,1 25 ± 3 26 ± 3,3 0,65 0,52

* P < 0,05. GT3= grupo treinamento três vezes por semana; GT2= grupo treinamento duas vezes por semana; GC= grupo controle.

Nenhuma diferença estatisticamente significante foi encontrada entre os

grupos no momento inicial do estudo (P > 0,05).

A tabela 2 apresenta informações correspondentes ao comportamento da PAS

de repouso ao longo das 12 semanas de estudo nos três grupos analisados.

Tabela 2. Pressão arterial sistólica (PAS) pré e pós 12 semanas de intervenção nos grupos treinamento (GT3 e GT2) e controle (GC).

PAS GT3 (n = 22) GT2 (n = 21) GC (n = 19) ANOVA F P

PRÉ 125,4 ± 9,6 125,9 ± 10,8 124,6± 10 Grupo 1,04 0,35

PÓS 121,1 ± 8,5* 120,4 ± 7,5* 128,7± 9,2* Tempo 5,56 0,02

Δ - 4,3 - 5,5 + 4,1 Interação 13,62 0,00

* P < 0,05 vs. PAS pré-treinamento. GT3= grupo treinamento três vezes por semana; GT2= grupo treinamento duas vezes por semana; GC= grupo controle.

Foi identificado efeito isolado do tempo e interação grupo vs. tempo (P <

0,05), sendo observada redução estatisticamente significativa na PAS de repouso no

GT2 (- 5,5 mmHg) e no GT3 (- 4,3 mmHg) e aumento significativo no GC (+ 4,1

mmHg) do momento pré para o pós treinamento.

Page 29: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

28

A tabela 3 apresenta valores referentes ao comportamento da PAD de

repouso ao longo das 12 semanas de estudo nos três grupos analisados.

*P < 0,05 vs. PAD pré treinamento. GT3= grupo treinamento três vezes por semana; GT2= grupo treinamento duas vezes por semana; GC= grupo controle.

Interação grupo vs. tempo (P < 0,05) foi identificada na PAD, sendo verificado

decréscimo estatisticamente significativo apenas no grupo GT2 (-2,3 mmHg) do

momento pré para o pós treinamento. No GT3 e no GC as alterações observadas

após as 12 semanas de treinamento não foram significativas (P > 0,05).

O comportamento da PAS pré e pós 12 semanas de estudo, no GT2, GT3 e

GC é apresentado na figura 2.

116

118

120

122

124

126

128

130

PRÉ PÓS

GT2

GT3

GC

Figura 2: Comportamento da PAS nos diferentes grupos pré e pós 12 semanas de

Tabela 3. Pressão arterial diastólica (PAD) pré e pós 12 semanas de intervenção em nos grupos treinamento (GT3 e GT2) e controle (GC).

PAD GT3 (n = 22) GT2 (n = 21) GC (n = 19) ANOVA F P

PRÉ 80,7 ± 6,4 82,1 ± 6,2 82 ± 7,2 Grupo 0,85 0,43

PÓS 80,6 ± 6,4 79,8 ± 5,6* 83,9 ± 6 Tempo 0,08 0,77

Δ - 0,1 - 2,3 + 1,9 Interação 4,47 0,01

Page 30: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

29

intervenção.

Não houve diferença estatisticamente significativa quando comparadas as

modificações que ocorreram no GT3 e GT2 (P < 0,05), enquanto GC teve um

aumento significativo (P > 0,05)

A figura 3 indica o comportamento da PAD nos diferentes grupos, pré e pós 12 semanas de treinamento.

77

78

79

80

81

82

83

84

85

PRÉ PÓS

GT2

GT3

GC

Figura 3. Comportamento da PAD nos diferentes grupos pré e pós 12 semanas de

intervenção.

Quando comparado o comportamento da PAD entre os grupos GT2 e GT3,

foi identificado diferença estatisticamente significativa (P < 0,05), sendo observada

redução apenas no GT2, ao passo que no GT3 nenhuma alteração foi detectada.

No grupo GC, é observado um ligeiro aumento, porém não significativo.

Page 31: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

30

5 DISCUSSÃO

Este estudo teve como objetivo investigar o efeito do TP a partir de duas

frequências semanais distintas sobre a PA de repouso em mulheres idosas,

previamente não treinadas. Não foi identificada diferença na redução da PAS de

repouso entre os grupos que treinaram duas ou três vezes por semana, sendo

apontada redução estatisticamente significante para ambos os grupos (GT3 e GT2).

Na PAD, todavia, foi observada redução estatisticamente significativa apenas no

GT2.

As causas ou mecanismos envolvidos na redução da PA de repouso a partir

de programas de TP ainda não estão claros, embora existam alguns prováveis

fatores explicadores, como a liberação de óxido nítrico (ON) que, após uma cascata

de reações químicas, promoverá a vasodilatação arterial e consequentemente a

redução da resistência vascular periférica. A liberação deste gás, pelo sistema

vascular, ocorre de várias maneiras, dentre elas o estresse de cisalhamento e a

distensão dos vasos, pelo fluxo sanguíneo aumentado por meio da luz dos vasos.

Isso parece gerar estímulos suficientes para que o endotélio vascular produza e

libere o ON. Dessa forma, esse mecanismo, talvez, possa explicar a maior queda na

PAD de repouso no GT2 (-2,3 mmHg), já que, devido a algumas características da

sessão de treinamento, este grupo pode ter realizado um programa de TP mais

intenso que o GT3.

Nesse sentido, alguns estudos sugerem uma relação positiva entre

intensidade do TP e redução na PAD de repouso. Byrne e Wilmore (2000), por

exemplo, em uma investigação transversal que comparou a PA de repouso de 42

mulheres com média de idade de 31 anos, divididas em três grupos segundo o nível

de intensidade a qual realizavam o TP, observou que o grupo classificado como o

que realizava o TP de maior intensidade apresentava o menor valor na PAD em

relação aos demais.

Os resultados do presente estudo corroboram os achados de outros autores,

como Taaffe et al. (2007) que, após submeterem 17 idosos a um programa de TP de

alta intensidade, com duração de 20 semanas, seguindo-se uma frequência semanal

de 2 vezes, observaram reduções de 5 e 3mmHg para, respectivamente, PAS e PAD

de repouso. Os autores mencionam possíveis mecanismos para essas reduções,

como a redução da resistência vascular periférica que estaria relacionado à

Page 32: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

31

liberação de ON, porém, eles deixam claro que isso é meramente especulativo. E

apesar disso, considerando-se que a PAD representa um indicativo da resistência

vascular periférica, mesmo sem ter realizado qualquer tipo de mensuração a fim de

desvendar mecanismos, é cabível certas possibilidades, uma vez que, tanto nos

achados de Taaffe et al. (2007), Byrne e Wilmore (2000) como nos resultados do

presente estudo, houve reduções na PAD.

No que diz respeito à PAS, autores como Terra et al., (2008) encontraram

reduções estatisticamente significativas na PAS (10,5 mmHg), porém não na PAD. O

estudo referido realizou um programa de TP com duração de 12 semanas e

frequência semanal de três vezes e as cargas foram ajustadas de forma progressiva,

ou seja, aumentando-se o percentual da RM com o passar das semanas. Collier et

al. (2008) realizaram estudo com duração de quatro semanas de TP, adotando uma

intensidade semelhante à do presente estudo e à do estudo supracitado (TERRA et

al. 2008), e seus resultados mostraram redução na PAS (-4 mmHg), e PAD (-4

mmHg) de repouso. Yoshizawa et al. (2008), por outro lado, após intervenção de 12

semanas de TP de intensidade moderada, encontraram reduções de 5 e 3 mmHg,

respectivamente, para PAS e PAD de repouso, porém não foram significativas.

Ainda, Sarsan et al. (2006), observam reduções para PAS de 9,5 mmHg e 6,5mmHg

para PAD, sendo alcançados esses valores após 12 semanas de intervenção de TP.

Essa redução na PAS pode estar atrelada a modificações hemodinâmicas,

como diminuição do débito cardíaco que é mediada pela diminuição no volume de

ejeção e pelo aumento na FC (TERRA et al., 2008).

Vale ressaltar que o presente trabalho, objetivando melhorar a validade

externa, sobretudo por fazer parte de um projeto mais amplo, buscou controlar

variáveis importantes na prescrição do treinamento e, ainda outros fatores como, por

exemplo, o consumo alimentar. Durante as sessões de treinamento, foi mantido o

mesmo protocolo de treinamento alternado por seguimento, e foram controladas

algumas variáveis como o número de séries e de repetições na tentativa de manter a

homogeneidade do volume de treinamento entre os grupos. Pode-se dizer que a

maneira como foi realizado o incremento de carga foi o adequado para a amostra

investigada, sendo que as repetições foram submáximas, e cada idoso foi

acompanhado individualmente, o que permitiu a manutenção de uma intensidade

constante.

Page 33: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

32

No entanto, durante a condução deste programa de TP, foram observadas

algumas limitações operacionais, como a falta do controle dos horários em que as

pessoas hipertensas tomavam seus medicamentos e isso pode ter causado algum

tipo de viés metodológico.

Destaca-se ainda que, apesar do número de séries e repetições terem sido

controlados para manter o mesmo volume de treinamento entre os grupos, ao final

do estudo, o GT3 teve um volume de treinamento superior ao do GT2, o que pode

ter sido provocado pelo número de séries. Como o GT3 treinava em duas séries por

exercícios, é muito provável que este grupo tenha realizado os exercícios com

cargas superiores ao GT2, que, por sua vez realizava mais séries por exercício. Isso

pode ter ocasionado a diferença no volume de treinamento, e também pode ter

causado um estresse maior no GT2, que, mesmo realizando exercícios com cargas

inferiores ao GT3, pode ter realizado um TP mais intenso.

Apesar dessas limitações, os resultados deste estudo podem vir a contribuir

com profissionais da área no que diz respeito à prescrição de exercícios para

população idosa como também àquelas que necessitam, ou preferem, o controle da

PA por meios não farmacológicos, podendo dar a opção de realizar menos sessões

semanais de TP para conseguir importantes reduções na PA repouso, sendo que

esta intervenção mostrou reduções, respectivamente, de 5,5 e 2,3 mmHg para PAS

e PAD no GT2, o pode reduzir, de acordo com a literatura, o risco de

desenvolvimento de doenças cardiovasculares de 40% para 15% em hipertensos

(CARTER et al., 2003).

Page 34: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

33

6 CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo sugerem que 12 semanas de TP,

realizadas em uma frequência semanal de duas ou três sessões, podem

proporcionar importantes reduções na PAS de repouso de mulheres idosas. Além

disso, parece que um programa de TP realizado numa frequência de duas vezes

por semana, se comparado a um programa realizado em três vezes por semana,

promove melhores alterações na PAD de repouso de mulheres idosas, o que pode

estar associado à maior intensidade de treinamento.

Page 35: Universidade Estadual de Londrina · hoc LSD P

34

7 REFERÊNCIAS

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