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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DOS VALORES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE TRÊS TIPOS DE TREINAMENTO NO FUTSAL FEMININO Laísa Malmegrin Puzzi LONDRINA PARANÁ 2010

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DOS VALORES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE TRÊS TIPOS DE TREINAMENTO NO FUTSAL FEMININO

Laísa Malmegrin Puzzi

LONDRINA – PARANÁ

2010

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LAISA MALMEGRIN PUZZI

ANÁLISE DOS VALORES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE TRÊS TIPOS DE TREINAMENTO NO FUTSAL FEMININO

Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo José Nascimento

LONDRINA

2010

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LAÍSA MALMEGRIN PUZZI

ANÁLISE DOS VALORES DE FREQUÊNCIA

CARDIACA DURANTE TRÊS TIPOS DE

TREINAMENTO NO FUTSAL FEMININO

Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dr. Ronaldo José Nascimento Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Profª. Ms.Márcia Marques Dib

Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Esp. Marival Antônio Mazzio

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 02 de dezembro de 2010

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“Aos meus pais Israel e Luciana e as

minhas irmãs Luana e Liliana, que foram

companheiros em todas as horas”

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Ronaldo José Nascimento meu orientador, que me auxiliou em

todas as etapas deste trabalho. Agradeço também a minha banca Prof. Dr. Antonio

Carlos Dourado pela força que me prestou durante as minhas duvidas, a Profª Ms.

Márcia Marques Dib e o professor Marival Antônio Mazzio que se propuseram a

fazer parte da minha banca.

A minha família, pela confiança e motivação. Principalmente aos meus pais

Luciana e Israel e as minhas irmãs Luana e Liliana, que me deram total apoio

durante toda a execução do trabalho.

Aos amigos e colegas de faculdade por compartilharem momentos

inesquecíveis, em especial: Michele, Renata, Willian e Marlon pelas risadas durante

todo o período que passamos juntos.

Agradeço também a uma amiga especial (Julia) que conheci durante a

faculdade por me auxiliar quando mais precisava durante a realização do trabalho,

sempre com um sorriso e uma dedicação especial. Agradeço também pela ajuda o

Jõao Paulo (Fukuda) pela força na reta final do meu trabalho.

As minhas amigas de londrina: Carolina, Ana Carolina (Carô) que em todos os

momentos estavam do meu lado, várias vezes me corrigindo mas muitas também

me auxiliando de uma maneira ou de outra para a finalização do trabalho.

Agradeço minha amiga Mariana Mouad e Gaby que me ajudaram em todas as

etapas do meu trabalho.

As atletas de futsal que me ajudaram nas coletas dos dados e pela

compreensão de todas.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização

deste trabalho.

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“ Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que,

com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

William Shakespeare

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PUZZI, Laísa Malmegrin. Análise dos valores de freqüência cardíaca durante três tipos de treinamento no futsal feminino. Trabalho de Conclusão de Curso.

Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.

RESUMO

O presente estudo teve como objetivos analisar as respostas da freqüência cardíaca

(FC) em atletas de futsal feminino, do time da UEL-londrina, durante a realização de

três treinamentos (tático, físico e coletivo). A amostra foi constituída de 8 jogadoras

(20 ± 2 anos). Os dados foram coletados em um único dia, respeitando sempre um

descanso entre ele, os instrumentos utilizados foi um monitor de FC da marca Polar

com uma cinta transmissora e um receptor do tamanho de um relógio. Durante o

treinamento foi questionado os valores de FC a cada 5 minutos. O local da coleta foi

realizada na quadra “Palácio do Futsal”. A análise estatística foi de forma descritiva,

os valores foram demonstrados através da média das freqüências cardíacas de cada

atleta. Os resultados encontrados em relação à freqüência cardíaca média dos

treinamentos tático, físico e coletivo foram 126bpm, 190bpm e 161bpm

respectivamente. Em relação a FCmax os valores encontrados foram 150bpm no

tático, 195bpm no físico e 179bpm no coletivo. Pode-se concluir que o registro da FC

permite caracterizar que o futsal é um esporte que induz a diferentes impactos

fisiológicos que devem ser respeitados para a prescrição da intensidade do

exercício, controle e elaboração do treinamento.

Palavras Chaves: Futsal; Freqüência Cardíaca; treinamento tático, físico e coletivo.

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ABSTRACT

This study aimed to analyze the responses of heart rate (HR) in female futsal players,

the team at UEL-londrina, during the three training (tactical, physical and collective).

The sample consisted of eight players (20 ± 2 years). Data were collected in a single

day, always a pillow between it and the instruments used was a HR monitor from

Polar with a strap transmitter and a receiver the size of a watch. During the training

was questioned SF values every 5 minutes. The collection site was carried out on the

court "palace of futsal. Statistical analysis was descriptive, the values were

demonstrated by the average heart rate of each athlete. The findings in relation to

mean heart rate of tactical training, physical and collective were 126bpm, 190bpm

and 161bpm respectively. Regarding HRmax values were found in tactical 150bpm,

195bpm and 179bpm in the physical in the collective. It can be concluded that the

record allows the characterization of the FC Futsal is a sport that induces various

physiological impacts that should be respected for prescribing exercise intensity,

controlling and reporting of training.

Key Words: Futsal; Heart, tactical training, physical and collective

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de freqüência cardíaca de repouso ......................... 35

Tabela 2 - Valores da freqüência cardíaca máxima alcançada durante os

três treinamentos.......................................................................

36

Tabela 3 - Treinamento tático........................................................... 38

Tabela 4 - Treinamento físico........................................................... 40

Tabela 5 - Treinamento coletivo........................................................ 41

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Controle autonômico da freqüência cardíaca no repouso e no

exercício.......................................................................................

24

Figura 2 - Monitor de freqüência cardíaca POLAR ..................................... 32

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SUMÁRIO

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE TABELAS viii

LISTA DE FIGURAS ix

1 INTRODUÇÃO 12

1.1 Problema.................................................................................................... 13

1.2 Justificativa................................................................................................. 13

1.3 Objetivos.................................................................................................... 14

1.3.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 14

1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................. 14

2 REVISÃO DE LITERATURA 15

2.1 História do futsal no Brasil .................................................................... 15

2.2 História do futsal feminino...................................................................... 16

2.3 Parâmetros para caracterizar intensidade de esforço ........................ 18

2.4 Intensidade de esforço nos esportes coletivos......................................... 18

2.5 Intensidade de esforço no futsal........................................................... 21

2.6 Freqüência cardíaca............................................................................... 23

2.7 Tipos de treinamento esportivo............................................................ 28

3 MÉTODOS 31

3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................... 31

3.2 Amostra...................................................................................................... 31

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3.3 Instrumentos ............................................................................................. 31

3.4 Procedimentos Experimentais................................................................... 32

3.5 Variáveis de Estudo................................................................................... 33

3.6 Análise Estatística...................................................................................... 34

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO 35

5 CONCLUSÃO 44

6 LIMITAÇÔES 45

REFERÊNCIAS 46

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1 INTRODUÇÃO

A modalidade esportiva coletiva futsal feminina, originariamente conhecida

como futebol de salão, obteve uma grande ascensão no final da década de 90. Por

ser o esporte mais evidenciado dentro do ambiente competitivo no Brasil, e por ser

praticado por mais de 12 milhões de brasileiros. (CBFS, 2007). O futsal é um esporte

que necessita de uma boa preparação física, uma vez que, tal condicionamento é

extremamente importante para o rendimento em suas atividades físicas,

proporcionando o atleta à melhora de seu desempenho (TENROLLER, 2004).

O treinamento do futsal geralmente é dividido em três tipos: tático, físico e

coletivo. O físico consiste basicamente na preparação dos atletas em relação à

força, a velocidade, capacidades coordenativas e o trabalho de resistência. O tático

é baseado em jogadas especificas do jogo que vai se aperfeiçoando durante os

treinamentos, ocorrendo uma esquematização de jogadas. O coletivo é o tipo que

mais se aproxima do momento de jogo, pois o técnico colocará sua equipe em uma

situação próxima a do jogo.

A preparação física do futsal passa por uma utilização dos conteúdos das

características do próprio jogo, pois facilitará a compreensão e a busca de

conteúdos específicos e conseqüentemente a orientação do treinamento. Uma

variável de grande importância na preparação de determinado treino no futsal é a

intensidade (LUSSAC, 2008).

A intensidade dos treinamentos é uma das mais importantes variáveis de

controle, os exercícios realizados em intensidade mais baixa que a da competição

não provoca as adaptações desejadas no organismo (SILVIA, 2003). Porém o

treinamento se for desenvolvido em uma intensidade muito alta, pode provocar

sobrecarga no organismo, levando o atleta ao estresse excessivo e a lesões

(SANTOS, 2006). Por este motivo o acompanhamento e a análise da variável

intensidade do treinamento são de grande importância para uma equipe de alto

rendimento.

Neste sentido a mensuração da freqüência cardíaca é uma forma indireta

para a estimativa da intensidade do exercício e da utilização de oxigênio pelo corpo

(FOSS; KETEYIAN, 2000). O controle do exercício físico através da freqüência

cardíaca é utilizado por diversos profissionais envolvidos no esporte. Autores

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evidenciam uma alta correlação entre a freqüência cardíaca e o consumo máximo de

oxigênio (McARDLE, KATCH; KATCH, 2003)

Permitindo assim aos treinadores e preparadores físicos terem uma visão

mais detalhada para a organização dos seus planos de treinamento em função da

monitoração da freqüência cardíaca.

Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa será o de comparar os valores de

freqüência cardíaca nos treinamentos tático, físico e coletivo no futsal feminino em

atletas armadoras que participam da equipe UEL-Londrina.

1.1 Problema

O futsal feminino é um esporte em ascensão, neste sentido, verifica-se a

necessidade de investigações científicas neste esporte. A determinação dos níveis

de intensidade de um jogo de futsal é fundamental para a elaboração de um

programa de treinamento físico mais específico para a exigência metabólica. Sendo

assim, este estudo pode vir a comparar valores de freqüência cardíaca nos

treinamentos tático, físico e coletivo no futsal feminino ?

1.2 Justificativa

A freqüência cardíaca é um dos métodos mais utilizados para mensuração da

intensidade de esforço em treinos e jogos esportivos, isso porque sua monitoração é

de fácil acesso e fornece dados precisos acerca da performance esportiva.

Para caracterização das demandas fisiológicas de um esporte, existem vários

métodos, tais como a mensuração de concentração de lactato, de consumo máximo

de oxigênio (VO2 máx.) e da monitoração da freqüência cardíaca (FC). Entretanto,

muitos destes métodos são de aplicação laboratorial por serem de difícil

aplicabilidade em campo.

O futsal feminino é uma modalidade em ascensão e dada à escassez de

estudos sobre a modalidade, particularmente, com relação à mensuração de

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freqüência cardíaca, seja durante o treinamento ou em competições, ocorre à

necessidade de mensurá-la, de forma que os resultados deste estudo possam servir

como referencial para que os profissionais, que atuam junto ao futsal feminino,

possam melhor planejar as cargas de treinamento.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar os valores da freqüência cardíaca durante o treinamento tático, físico

e coletivo no futsal feminino em atletas armadoras que participam da equipe UEL-

Londrina.

.

1.3.2 Objetivos Específicos

Comparar a média da freqüência cardíaca máxima entre os treinos tático,

físico e coletivo

Comparar a freqüência cardíaca média individual de cada treino (tático, físico

e coletivo)

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 História do futsal no Brasil

O Brasil é o país do futsal tanto quanto do futebol, principalmente em relação

à prática deste esporte. A identificação do povo brasileiro com o futebol, as muitas

quadras públicas ou particulares existentes, a grande utilização do futsal nas aulas

de educação física e o número reduzido de jogadores necessários a prática desta

modalidade são alguns dos fatores que contribuem para sua importância em nosso

país.

O Futebol de Salão tem duas versões sobre o seu surgimento, como em

outros esportes, há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que diz que

o Futebol de Salão começou a ser jogado no Brasil por volta de 1940 por

freqüentadores da Associação Cristã de Moços, em São Paulo, pois havia uma

grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para poderem jogar e

então começaram a jogar suas "peladas" nas quadras de basquete e hóquei

(Santana,2004). As bolas usadas eram de serragem, crina vegetal ou de cortiça

granulada, mas apresentavam o problema de saltarem muito e freqüentemente

saiam da quadra de jogo. Então tiveram seu tamanho diminuído e seu peso

aumentado. Por este fato o Futebol de Salão passou a ser chamado de "O Esporte

da Bola Pesada".

A outra versão sobre o surgimento do Futebol de Salão é que o mesmo foi

inventado em 1931 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu/Uruguai, pelo

professor Juan Carlos Ceriani, que chamou este novo esporte de "Indoor-Foot-Ball".

Destaca-se em São Paulo o nome de Habib Maphuz, que muito trabalhou nos

primórdios do Futebol de Salão no Brasil. O professor da ACM de São Paulo, Habib

Maphuz no inicio dos anos cinqüenta participou da elaboração das normas para a

prática de várias modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em

quadras, tudo isto no âmbito interno da ACM Paulista. Este mesmo salonista fundou

a 1ª Liga de Futebol de Salão, a Liga de Futebol de Salão da Associação Cristã de

Moços e após foi o 1º presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão. Foi

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colaborador de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes para a elaboração do 1º Livro

de Regras de Futebol de Salão editada no mundo, em 1956.

Muitas mudanças ocorreram desde a criação do esporte. Mudanças nas

regras, na dinâmica do jogo e, até mesmo, na nomenclatura da modalidade. A FIFA4

tem certa influência nisto, pois ao se interessar por um novo "mercado" que se abria,

fundiu o futebol de cinco, praticado na Europa com o futebol de salão para criar o

FUTSAL. O futebol de salão, ainda existe sob a tutela da FIFUSA, primeira entidade

internacional existente para o futebol praticado em quadras, mas o maior poderio da

FIFA acaba sucumbindo tal entidade (Santana, 2004).

Apesar destas divergências, é imensurável a contribuição brasileira para a

evolução da modalidade. Hoje, incluindo o Brasil, mais de 130 países são filiados a

FIFA, que detêm o futsal sob seu domínio desde a década de 1980 (Santana, 2004).

2.2 História do futsal feminino

O futsal feminino ganha espaço cada vez maior no Brasil e no mundo. Em

terras brasileiras a modalidade entre as mulheres, além de ter campeonatos

semelhantes ao masculino na Taça Brasil e no Campeonato Brasileiro de Seleções,

desde 2005 é realizada, todos os anos, a Liga Futsal Feminina.

A cada temporada o que se vê é o crescimento do número de participantes

nos campeonatos, o que eleva a qualidade técnica e o interesse do torcedor. O

desenvolvimento da categoria entre as mulheres é uma aposta em todo mundo,

tanto que a Seleção Brasileira de Futsal feminina já é destaque internacional.

As jogadoras, assim como os homens, também ganharam o mundo. Nos

campeonatos dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia existem atletas do País

atuando. (CBFS, 2010).

A prática do futebol de salão feminino foi autorizada pela Federação

Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) em 23 de abril de 1983. Passada

apenas duas décadas, pode-se observar uma grande evolução (SANTANA, 2003).

O primeiro campeonato oficializado pela CBFS, foi a I Taça Brasil de Clubes,

realizada em Mairinque-SP em janeiro de 1992 com a participação de 10 equipes

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indicadas por suas federações, já que por não haver campeonatos nacionais a

maioria das Federações não organizavam campeonatos estaduais. Os campeonatos

estaduais começaram a ser organizados a partir do ano de 1992 e as equipes

campeãs de cada estado garantiam vaga para a Taça Brasil do ano seguinte

(BORIN, 2000).

Em âmbito nacional, além da tradicional Taça Brasil de Clubes, que em 2005

completou sua XIV edição e do Campeonato Brasileiro de Seleções que foi

acrescentado a categoria feminino a partir de 2002, formou-se pela primeira vez uma

Seleção Brasileira do gênero, mais precisamente em 07/12/2001, quando realizou-

se um jogo amistoso com o Paraguai, em Londrina (PR). Com o advento da Seleção

Brasileira da categoria principal, a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS)

demonstra o seu interesse em fomentar intercâmbios internacionais. Para tanto,

programou para 2005, o primeiro Sulamericano de Seleções a ser disputado no

Brasil. Na Europa, elabora-se a Eurocopa. Acredita-se serem esses os primeiros

passos para a realização, num futuro próximo, de um Campeonato Mundial.

Há, inclusive, necessidade de se expandir o futsal feminino em âmbito

internacional, isso porque, para tornar-se Olímpico, o esporte tem de ser praticado

pelos gêneros masculino e feminino. Para a inclusão do futsal feminino no Pan-

americano de 2007, que se realizará no Brasil, fez-se um levantamento e concluiu-se

que em torno de 10 países na América Latina praticam a modalidade no feminino, e

muitos ainda sem campeonatos oficiais (BORIM, 2000).

Logo, o futsal feminino vive um bom momento histórico. No que pese a

relevância política do futsal feminino para a admissão do futsal nos Jogos Olímpicos

há indícios de que essas projeções têm uma relação estreita, também, com o fato de

o nível técnico do gênero masculino se encontrar em processo acelerado de

desenvolvimento. As evidências são notórias: o interesse crescente da mídia, que se

propõe a divulgar, ainda que timidamente se comparado ao futsal masculino, os

eventos do gênero; as iniciativas anteriormente citadas da CBFS que, tudo leva a

crer, incrementarão a expansão do futsal feminino (SANTANA, 2003).

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2.3 Parâmetros para caracterizar intensidade de esforço

É de fundamental importância a caracterização da intensidade do esforço de

uma atividade física, pois a elaboração dos programas de treinamento deve estar

sempre sustentada por conhecimentos científicos que tragam a intensidade e

especificidade dos movimentos. Atualmente, encontrar parâmetros ou variáveis

representativas do jogo, que podem ser reproduzidas durante os treinos, é uma

constante preocupação no campo da Ciência do Esporte.

Para se realizar esta caracterização da intensidade existem diversos

parâmetros fisiológicos que podem ser utilizados como indicadores, tais como:

concentração de lactato sanguíneo, análise dos movimentos específicos de atletas

determinado por meio de filmagem, trocas gasosas, tabela de esforço subjetivo,

freqüência cardíaca, entre outros (JAKEMAN; WINTER; DOUST, 1994).

Entre os parâmetros que podem ser utilizados como indicadores da

intensidade de esforço, a freqüência cardíaca tem sido muito utilizada,

principalmente por sua praticidade e por respeitar a especificidade da atividade a ser

avaliada. Este método proporciona um registro completo do processo fisiológico, o

qual reflete a quantidade e a intensidade da atividade física. A freqüência cardíaca

também é utilizada para estimar o gasto energético, baseada no critério da relação

linear entre a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio (ASTRAND; RODAHL,

1977).

2.4 Intensidade de esforço nos esportes coletivos

Estudos utilizando a freqüência cardíaca como medida de controle de esforço

físico foi realizada em diversas modalidades: Basquetebol (BORIN et al., 2000;

BORIN, 1997; McInnes et al 1995), handebol (RETECHUKI e SILVA, 2001), voleibol

(STANGANELLI et al, 1998, STANGANELLI, 2003), badminton (MANRIQUE e

BADILLO, 2003), rugby (RUFFINO e WHEELER, 2003; KAY e GILL, 2004), futebol

(BRAGHIN, 2003; BRAVO, 2003; ELIOTERIO, 2004).

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Borin (1997) ao explorar a intensidade do esforço em 12 atletas do sexo

masculino durante cinco partidas do Campeonato Paulista de Basquetebol na

categoria infanto-juvenil, relacionando-a com os tipos de fundamentos e posições do

atleta no jogo, verificou que a intensidade média do esforço nos armadores situou-se

entre 170 e 195 bpm, dos alas entre 170 e 180 bpm e dos pivôs entre 170 e 190

bpm caracterizando semelhanças entre as posições. No entanto ao se considerar os

diversos tipos de fundamentos, ocorreram um predomínio de valores mais elevados

da intensidade do esforço nos alas. Em todas as posições foram encontrados

valores máximos de freqüência cardíaca acima de 200 bpm.

Stanganelli et al (1998) analisaram o comportamento da freqüência cardíaca

de jogo em 15 atletas de voleibol infanto-juvenil, de acordo com a especificidade de

cada função dos jogadores. Foi verificada uma freqüência cardíaca média de 155,59

bpm para o levantador, o que caracteriza uma atividade mista aeróbia-anaeróbia

para esta posição; 144,87 bpm para o meio de rede e 135,25 bpm para o ponteiro,

caracterizando trabalhos de pouca intensidade com predominância do metabolismo

aeróbio como provedor energético para estas posições, não havendo diferenças

significativas entre a intensidade das ações realizadas na rede ou na defesa.

Retechuki e Silva (2001) ao estudarem o comportamento da freqüência

cardíaca em 11 escolares com faixa etária de 13 e 14 anos, do sexo feminino no

decorrer de 13 jogos simulados de handebol verificaram que as jovens atletas

atingiram uma freqüência cardíaca média 185,55 bpm durante o jogo, caracterizando

níveis de intensidade acima de 80% FC máx, sendo que 51,91% das atletas

atingiram uma intensidade média acima de 91%, não havendo diferenças

significativas entre os 1º e 2º tempos.

Borin (2000) ao analisar a intensidade do esforço em 12 atletas de

basquetebol na categoria infanto-juvenil segundo ações de defesa e ataque durante

o jogo, verificou que em todas as posições (ala, pivô e armador) a freqüência

cardíaca de ataque foi mais elevada que a de defesa, sendo que os alas

apresentaram comportamento diferenciado demonstrando que estes jogadores são

mais exigidos nas partidas em relação aos armadores e pivôs que demonstraram

valores similares. O autor constatou, que nas três posições e em ambas as ações,

há predomínio da zona de intensidade mista (aeróbia/anaeróbia) e da zona

anaeróbia glicolítica.

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Braghin (2003) analisou o comportamento da freqüência cardíaca em 10

atletas de futebol na categoria juvenil durante o jogo, levando-se em consideração

as diferentes posições dos atletas, verificando uma freqüência cardíaca média do

grupo de 171 bpm. Constatou ainda que no 1º tempo de jogo a intensidade do

esforço foi maior que no 2º tempo, encontrando valores médios de 175 bpm no 1º

tempo e 166 bpm no 2º tempo. Em relação aos setores do campo, o autor encontrou

valores médios de 170 bpm entre os defensores, 175 bpm entre os meio-campistas

e 167 bpm entre os atacantes, concluindo que neste estudo o predomínio do

metabolismo aeróbio parece predominar na execução das ações do futebol nesta

categoria.

Eliotério (2004) analisou o comportamento da freqüência cardíaca em atletas

da categoria Júnior, com idades variando entre 17 e 20 anos durante dois jogos de

futebol, considerando as diferentes posições dos atletas em campo. O autor verificou

uma freqüência cardíaca média do grupo de 165 bpm, sendo que em 36,10% do

tempo de jogo os atletas situaram-se na faixa de 160 e 180 bpm, caracterizando

uma intensidade de esforço com predominância do sistema aeróbio/anaeróbio. Foi

constatado ainda que os meio-campistas apresentaram maior média de freqüência

cardíaca em relação às outras posições.

Em âmbito internacional, Manrique e Badillo (2003) analisaram a demanda

energética do jogo de badminton em 11 atletas (10 homens e 1 mulher), com

experiência internacional com idade média de 21 anos. Os autores encontraram um

valor médio de concentração de lactato de 3,79 mmol/l e a uma freqüência cardíaca

média de 173,43 bpm. Em relação às ações motoras e ao tempo de sua execução,

os autores relatam que em 19% do tempo total de jogo real as ações motoras

ocorrem entre 0-3 segundos, 40% entre 3-6 segundos e 20,3% entre 6-9 segundos,

constituindo assim ações entre 6-15 segundos 80% do total de jogo. Em face aos

valores encontrados, os autores concluíram que o badminton tem maior predomínio

do metabolismo anaeróbio alático e em menor grau do metabolismo anaeróbio lático.

Ruffino e Wheeler (2003) ao analisarem a intensidade do esforço em 6 atletas

de rugby de sete encontraram uma freqüência cardíaca média de 169,3 bpm e

concentração de lactato média de 12,9 mmol/l para o 1º tempo de jogo e 166,2 bpm

e 14,2 mmol para o 2º tempo de jogo. Concluíram que a freqüência cardíaca não

apresenta comportamento regular durante a partida e que em 82% dos dados

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obtidos a concentração de lactato se encontra entre 10-16 mmol/l, caracterizando

uma intensidade de esforço com predominância do sistema aeróbio/anaeróbio.

Kay e Gill (2004) monitoraram a freqüência cardíaca de seis atletas

profissionais de rugby durante o jogo e encontraram valores de freqüência cardíaca

que variaram de 99 bpm a 176,5 bpm, concluindo que a modalidade apresenta

característica intermitente dada a variabilidade da intensidade à que foram

submetidos os atletas, ainda, através dos resultados constatou-se significante

contribuição do sistema anaeróbio durante o jogo.

Bravo (2003) analisou a resposta da freqüência cardíaca em cinco jogadores

de futebol da categoria juvenil, encontrando uma freqüência cardíaca média de

166,29 bpm durante a partida. O autor concluiu que em 70,93% do tempo do jogo os

jogadores foram submetidos a uma intensidade que requer a participação da zona

mista de esforço (aeróbio/anaeróbio).

2.5 Intensidade de esforço no futsal

O futsal é um esporte de intensa solicitação fisiológica, tanto em nível ósteo-

muscular, quanto dos sistemas cardiovascular, respiratório e demais sistemas

funcionais. Isto ocorre devido à dinâmica de jogo aliada às dimensões reduzidas em

que é praticado.

Regularmente o jogo se desenvolve em dois tempos de 20 minutos de

duração efetiva e real, durante os quais os jogadores podem se deslocar em todas

as direções possíveis, aspecto que contribui para um nível de intensidade elevada

durante a partida (GARCIA, 2002).

Segundo Gomes e Machado (2001), o futsal é um esporte caracterizado

essencialmente pelos esforços intensos e de curta duração, o que o caracteriza

como esporte de caráter intermitente, exigindo que a demanda metabólica seja

suprida pelos três sistemas energéticos, requerendo do praticante uma ótima

condição aeróbica que possibilitará a ressíntese energética rápida em momentos de

sua pausa ou baixa intensidade.

O futsal se caracteriza por sucessivas ações explosivas não superiores a

cinco segundos, realizadas na maior intensidade possível o que implica uma tensão

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muscular máxima com pausas de recuperação incompletas ativas e passivas de

duração variável. A prática contínua deste esporte originará uma série de alterações

fisiológicas no sistema cardiovascular em nível morfológico e funcional, que com a

prática habitual produzirá modificações estáveis no organismo, fazendo com que se

adapte e melhore sua capacidade, assim como sua eficiência frente ao esforço

(MEDINA et al, 2001a).

O atleta de futsal contemporâneo requer uma boa condição física e uma

ampla formação técnica individual necessária para desenvolver uma grande

velocidade, precisão, deslocamento com e sem a bola e de uma desenvolvida

capacidade cognitiva para tomar decisões em frações de segundos (GARCIA, 2004).

Hernandez (1999) citado por Garcia (2002) ao fazer referência às ações

ocorridas durante o jogo de futsal relata que o jogador de linha percorre em média 6

km por jogo, enquanto o goleiro percorre 3 km. Os deslocamentos realizados em

máxima velocidade (+ 7 m/s) correspondem a 2% da partida em torno de 100 m, os

deslocamentos em velocidade sub-máxima (5-7 m/s) correspondem a 15% do tempo

total de jogo em torno de 900 m, 26% dos deslocamentos tem um ritmo de

velocidade que sugerem esforços de potencia aeróbia ou resistência mista (3-5 m/s)

em torno de 1500 m, sendo o restante da distância percorrido em ritmo lento (1-3

m/s).

Garcia (2004) analisou a intensidade do esforço a que atletas participantes do

Primeiro Campeonato Sul-Americano, categoria sub-20 foram submetidos durante o

jogo de futsal. Durante uma partida o jogador percorre entre 3200 e 3400 metros,

dos quais 57% se realiza em média-alta intensidade e 43% se realiza em baixa

intensidade. A freqüência cardíaca média variou entre 150 e 165 bpm, que

corresponde a valores entre 75 e 85% da freqüência cardíaca máxima. O autor

enfatiza que o valor encontrado pode equivocadamente caracterizar que existe

predomínio do metabolismo aeróbio durante o jogo, entretanto, sabe-se que no

futsal ocorre permanente alternância de ações explosivas de alta intensidade e curta

duração seguida de ações de baixa intensidade e com pausas intermediárias devido

ao seu caráter intermitente.

Medina et al (2002) ao analisarem as necessidades cardiovasculares e

metabólicas em 33 jogadores de futsal, sendo 14 profissionais e 19 não

profissionais, durante aproximadamente 150 partidas, encontraram uma freqüência

cardíaca média de 165 bpm e ainda, em relação ao tempo de jogo, os profissionais

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permaneceram 71,52% do tempo efetivo de jogo entre 160 e 190 bpm, ao passo

que, os não profissionais permaneceram na mesma faixa de freqüência cardíaca

60,52% do tempo. Os autores concluíram que o futsal requer uma solicitação

elevada do sistema anaeróbio e uma adaptação cardiovascular entre 85-90% da

freqüência cardíaca máxima individual.

Alvarez et al (2004) ao analisarem a freqüência cardíaca de jogo em

jogadores profissionais de futsal encontraram uma freqüência cardíaca média de

172,9 bpm; valor que corresponde a 89,5% da freqüência cardíaca máxima. Em

25,7% do tempo de jogo a freqüência cardíaca esteve entre 150 – 170 bpm e em

67,4% do tempo de jogo a freqüência cardíaca foi superior a 170 bpm. Os dados

demonstram que em 1,8% do tempo a freqüência cardíaca se encontra abaixo de

65% da freqüência cardíaca máxima, 18% entre 65 e 85% e em 80,7% do tempo

acima de 85% da freqüência cardíaca máxima. Os autores concluíram que existe

grande contribuição do metabolismo anaeróbio nas exigências solicitadas durante a

partida.

Pieta e Driemeier (2005) analisaram as respostas de freqüência cardíaca em

11 atletas do sexo masculino, com faixa etária média de 26,54 anos, participantes do

Campeonato Paranaense de Futsal. Os autores verificaram que em 58,29% da

partida os atletas permaneceram em uma zona de freqüência cardíaca acima dos

70% da freqüência cardíaca máxima de reserva, concluindo que o futsal é uma

atividade de intensidade moderada-alta.

2.6 Freqüência cardíaca

Pela facilidade de mensuração, o comportamento da freqüência cardíaca tem

sido bastante estudado em diferentes tipos e condições associadas ao exercício

(ARAI et al., 1989; BREUER et al., 1993; LIMA; KISS, 1999; ALMEIDA; ARAÚJO,

2003;).

A freqüência cardíaca é controlada primariamente pela atividade direta do

sistema nervoso autônomo, que possui duas divisões principais: o sistema nervoso

simpático e o sistema nervoso parassimpático. Estas se originam a partir de

diferentes seções da medula espinhal e a partir da base do encéfalo.

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Freqüentemente, o efeito desses dois sistemas é antagonista, mas ambos sempre

funcionam em conjunto.

O sistema nervoso parassimpático atua sobre o coração através do nervo

vago. Em repouso a atividade do sistema parassimpático predomina numa condição

denominada tônus vagal. O nervo vago produz um efeito depressor sobre o coração:

ele torna mais lento a condução do impulso e, conseqüentemente, faz diminuir a

freqüência cardíaca . O nervo vago também reduz a força de contração cardíaca.

Fig. 1 – Controle autonômico da freqüência cardíaca no repouso e no

exercício.

O sistema nervoso simpático produz efeitos opostos. A estimulação simpática

aumenta a velocidade de condução do impulso e, conseqüentemente, a freqüência

cardíaca. O estímulo simpático também aumenta a força de contração. Ele

predomina durante momentos de estresse físico ou emocional, quando as

demandas do corpo são maiores. Após o desaparecimento do estresse, o sistema

parassimpático volta a predominar.

O sistema endócrino também influencia a freqüência cardíaca. Ele exerce

seus efeitos através dos hormônios liberados pela medula adrenal: a noradrenalina e

a adrenalina. Esses hormônios também são conhecidos como catecolaminas. Como

o sistema nervoso simpático, esses hormônios estimulam o coração, aumentando a

freqüência cardiaca, mas seus efeitos permanecem por mais tempo porque são

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removidos do sangue de uma forma relativamente lenta. De fato, a liberação desses

hormônios é desencadeada pela estimulação simpática durante momentos de

estresse e as suas ações prolongam a resposta simpática.

Esses sistemas regulam a freqüência cardiaca, que sofre alterações de

acordo com as cargas de trabalho impostas aos jogadores.

Quando começa o exercício, a freqüência cardiaca se eleva rapidamente em

proporção à intensidade do trabalho. O coração impulsiona o sangue dos pulmões

(onde o sangue recebe oxigênio) para os músculos (onde o oxigênio é utilizado

como combustível) e de volta aos pulmões outra vez. Quanto mais intenso o

treinamento, mais combustível os músculos necessitarão e mais fortemente o

coração terá que trabalhar para bombear o sangue rico em oxigênio para os

músculos. À medida que o indivíduo melhora o condicionamento físico, o coração se

torna capaz de bombear uma quantidade maior de sangue a cada batimento. Como

resultado, o coração não precisa bater tanto para transportar o oxigênio necessário

aos músculos, e se reduzem tanto a freqüência cardíaca durante o repouso quanto a

necessária durante o exercício em todos os níveis de esforço.

A freqüência cardíaca é controlada por sistemas internos, porém devemos

levar em consideração as demandas do meio ambiente. O sistema cardiovascular

fica sobrecarregado durante o exercício no calor. O exercício realizado sob essas

condições faz com que grande parte do débito cardíaco seja compartilhado entre a

pele (onde o calor pode ser transferido para o meio ambiente) e os músculos em

atividade. Para compensar esse compartilhamento ocorre um desvio ascendente da

freqüência cardíaca, para compensar a queda do volume de ejeção durante o

exercício. No entanto, num determinado ponto, o corpo pode não conseguir mais

compensar as demandas crescentes do exercício, comprometendo o desempenho

do atleta.

Já está determinado que um aumento na intensidade do exercício é refletido

por um aumento proporcional na freqüência cardíaca (WILLMORE; COSTILL, 2001).

Baseado nesse relacionamento, a freqüência cardíaca de um jogador medida

durante o treinamento ou jogo, pode ser usada para refletir as variações da

intensidade do exercício e indicar a intensidade geral do trabalho.

Com isso podemos esclarecer um pouco mais sobre os efeitos que a

freqüência cardíaca causa no organismo tanto em repouso quanto em exercício.

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Efeitos sobre a FC de repouso

Uma FC de repouso baixa tende a representar um bom quadro de saúde,

enquanto valores mais altos aparentemente estão relacionados a risco aumentado

de mortalidade (Greenland,1999). Um equívoco freqüente no meio desportivo é

utilizar a FC de repouso como indicativa do grau de condicionamento aeróbico, já

que a associação entre FC em repouso baixa e potência aeróbia máxima é apenas

modesta e pode também ser conseqüência de maior atividade vagal em repouso

(JENSEN-URSTAD,1997), reduzindo a taxa de despolarização diastólica e, assim,

prolongando a duração do ciclo cardíaco, primariamente à custa de diástole

proporcionalmente mais longa (NOTTIN, 2002). No entanto, será que o treinamento

pode induzir maior atividade vagal em repouso e, conseqüentemente, ser também

responsável por FC de repouso mais baixa?

Estudos sugerem que indivíduos bem treinados ou bem condicionados

fisicamente (aerobicamente) possuem FC de repouso mais baixa, sugerindo maior

atividade parassimpática, ou menor atividade simpática (CHACON-MIKAHIL, 1998).

Contudo, à exceção do último, a característica transversal desses estudos não nos

permite afirmar que o treinamento tenha sido responsável por essa adaptação sobre

o SNA. Nesses trabalhos não foram levados em consideração o nível de

condicionamento aeróbico e a função autonômica dos atletas antes de iniciarem o

treinamento e, sabendo-se que há uma influência genética importante na

determinação da variabilidade da FC (Singh,1999).

Uusitalo et al., após estudos com características longitudinais, identificaram

redução da FC de repouso, apesar de não serem observadas alterações expressivas

nos indicadores autonômicos. A FC de repouso mais baixa pode ocorrer ainda em

função de outros fatores decorrentes de um programa de treinamento, como o

aumento do retorno venoso e do volume sistólico. Com a melhora da função do

retorno venoso, ocorre um conseqüente aumento do volume sistólico e a lei de

Frank-Starling sugere que, quando há aumento no volume de sangue em suas

cavidades, o coração aumenta também sua contratilidade. Para manter o débito

cardíaco em repouso constante, há diminuição da FC em resposta volume sistólico

aumentado, sendo estas adaptações previstas em indivíduos com melhor

condicionamento aeróbico (CLAUSEN, 1977)

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Efeitos sobre a FC no exercício

Araujo et al (1992) cita em estudos com bloqueio farmacológico seletivo

foram realizados e demonstraram a participação exclusiva do nervo vago na

resposta da FC no transiente inicial do exercício, a predominância da atividade vagal

durante o repouso sendo gradualmente inibida no exercício submáximo tanto ativo

como passivo, até o nível máximo de esforço, no qual a atividade parassimpática

aparentemente é totalmente inibida, produzindo menor ou ausência de variabilidade

da FC.

Nos primeiros segundos do exercício, a FC aumenta por inibição da atividade

vagal, que não só aumenta a contratilidade dos átrios, mas também eleva a

velocidade de condução da onda de despolarização dos ventrículos a partir do

nódulo átrio-ventricular, independentemente do nível de intensidade do esforço e do

nível de condicionamento aeróbico de indivíduos saudáveis. Por outro lado, um

indivíduo que não consiga elevar sua FC significativamente nessa fase inicial do

exercício pode estar sinalizando deficiência da atividade vagal. Após essa fase

inicial, com o prosseguimento do exercício, a FC aumenta novamente pela

exacerbação da estimulação adrenérgica no nódulo sinusal ou pelo aumento da

concentração sanguínea de norepinefrina, distensão mecânica do átrio e, por

conseguinte, do nódulo sinusal em função de maior retorno venoso, além do

aumento da temperatura corporal e da acidez sanguínea (ARAUJO, 1986).

O aumento do consumo máximo de O2 através do treinamento aeróbico pode

ainda atenuar o declínio da sensibilidade do barorreflexo cardiovagal também

relacionado ao avanço da idade (HUNT,2001). Um programa de exercícios de

intensidade leve seria suficiente para apresentar algum grau de melhora na função

autonômica de indivíduos adultos saudáveis ou com insuficiência cardíaca crônica,

mesmo sem supervisão direta do treinamento; as alterações promovidas pelo

treinamento sobre a atividade vagal seriam centrais, possivelmente atuando

diretamente no barorreflexo, enquanto que a atividade simpática relacionar-se-ia

primariamente com alterações periféricas (vasoconstrição). Essas alterações podem

ser notadas já nas primeiras semanas de treinamento em indivíduos com doença

arterial coronariana e em pós-infartados (OYA,1999). Apesar de as metodologias

aplicadas terem sido bastante distintas e o tempo efetivo do treinamento ter variado

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de seis semanas a 12 meses, os resultados foram consonantes, demonstrando, de

forma geral, um aumento da atividade vagal em decorrência do programa de

exercícios ou mesmo diminuição da atividade simpática em repouso, contribuindo

para as melhoras hemodinâmicas (O’SULLIVAN,2001)

Por outro lado, em outro aspecto interessante, Boutcher e Stein verificaram

que indivíduos com melhor tônus vagal cardíaco respondem melhor a um

treinamento aeróbico, tendo maiores ganhos no consumo máximo de oxigênio e

reduzindo mais a FC de repouso. Corroborando os últimos estudos, Bonaduce et al.,

após investigar os efeitos do treinamento de alta performance aeróbica sobre a

modulação autonômica de atletas jovens, não encontraram diferenças tanto para

homens como para mulheres, respectivamente. É possível que certas modificações

na atividade do SNA em função do treinamento só sejam observáveis sob a forma

de resposta a um estímulo, como mudança de postura e durante o exercício, mas

não durante o repouso, como na maioria dos protocolos. Não se pode afirmar que a

falha em encontrar diferenças na função autonômica decorrentes do treinamento

tenha sido devida à mensuração em repouso sem levar em consideração a

possibilidade de haver um efeito-teto das atividades do SNA, o que poderia justificar

a simples manutenção das magnitudes das influências simpática e parassimpática

sobre a variabilidade da FC após o período de treinamento em atletas ou pessoas

muito bem condicionadas aerobicamente.

2.7 Tipos de treinamento esportivo

De acordo com Frisselli e Mantovani (1999) existem diferentes tipos de

treinamento no futebol (futsal): o tático, o físico, o coletivo, o técnico, o treino

combinado e o treino do goleiro, que podemos adotar a maioria deles para os

esportes coletivos.

Denomina-se treinamento coletivo a prática de um jogo simulado. O objetivo

do treinamento coletivo é o aprimoramento tático e a confrontação dos aspectos

físicos, táticos e técnicos, pois é considerado um excelente exercício competitivo já

que sua estrutura e sua carga externa e interna são muito parecidas com a carga do

jogo. Mesmo sendo muito parecido com a competição é importante destacar que o

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coletivo é disputado entre os colegas e com a ausência das pressões psicológicas

presentes em um jogo oficial.

O treino tático segundo Greco e Benda (1998), têm o objetivo de fazer com

que os jogadores busquem as melhores soluções para as tarefas/problemas que a

situação de jogo impõe. Desta forma, este treinamento visa aprimorar a agilidade e a

criatividade na tomada de decisão. No futebol, ele pode ser caracterizado por uma

repetição sistemática e constante de uma forma de jogar coletiva, previamente

definida, para criação ou anulação de situações decisivas (FRISSELLI;

MONTOVANI, 1999). Eniseler (2005), com o objetivo de medir a intensidade de

diferentes tipos de treinamento, considerou uma “jogada ensaiada” como sendo um

treinamento tático. Segundo este mesmo autor, esta atividade foi especificamente

projetada para ensinar aspectos táticos aos atletas de futebol. Naquele estudo, esta

atividade incluiu ataques pelas laterais do campo em direção ao gol e lançamentos

que eram finalizados com chute a gol. Entretanto, é importante ressaltar que em

nenhuma destas atividades existia a presença do oponente.

Já o treinamento técnico segundo Greco e Benda (1998), têm o objetivo de

desenvolver a competência dos atletas para solucionar questões motoras

específicas de cada esporte (como fazer), através do desenvolvimento e

aprimoramento das capacidades coordenativas e técnico-motoras. No futebol, este

treinamento pode ser definido como aperfeiçoamento ou aprendizagem de um

fundamento (passe, chute, recepção, domínio, etc) (FRISSELLI; MONTOVANI,

1999). Eniseler (2005), ao descrever o treinamento técnico, incluiu atividades como

controle de bola e troca de passes, sendo que todas elas foram realizadas sem a

presença do adversário. Quando uma equipe esta errando muito passe, domínio da

bola, chute, existe diferente tipo de treinamentos técnicos específicos que irão

auxiliar na melhora do desempenho em determinado fundamento no futsal.

Conteúdo aplicado para o desenvolvimento das capacidades físicas de seus

jogadores é denominado treino físico. O treino é adaptado às exigências da

competição, determinadas pelo conhecimento minucioso dos seus aspectos

qualitativos e quantitativos. A carga de treinamento é prescrita de acordo com a

individualidade de cada um, o seu lado genético, e qualquer outra influencia que

possa pesar sobre o desempenho no momento da competição. O treino é

responsável para a melhora das capacidades físicas do atleta.

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O treinamento combinado é a união de dois ou mais tipos de treino, ele unirá

um ou mais aspectos da performance na realização de exercícios mais específicos

ou não no processo de preparação do atleta, e de acordo com a sua conotação

haverá um maior desenvolvimento do componente tático, porém existirá um

aprimoramento das capacidades físicas especificas e um aprimoramento da técnica

competitiva do atleta de futsal.

Para finalizar o treinamento do goleiro o próprio nome já conceitua, é o

treinamento específico para os goleiros do futsal. Como o autor cita o goleiro é o

mais bem treinado em uma equipe e é o único atleta que tem seu próprio treinador e

preparador, pois sem duvida sua posição é de extrema importância, e o único que

não pode falhar nunca.

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3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

O estudo presente estudo foi uma pesquisa de campo, de caráter descritivo e

realizado de forma transversal (THOMAS &NELSON, 2007).

3.2 Amostra

A amostra foi composta por 8 (oito) atletas de “linha” de futsal, do sexo

feminino, a idade média foi de 20 ± 2 anos, pertencentes à equipe da Universidade

Estadual de Londrina (UEL), a pelo menos um ano.

3.3 Instrumentos

Para a realização do estudo foi utilizado 8 (oito) frequêncímetros, a maioria da

marca POLAR. O monitor da freqüência cardíaca funciona como uma cinta

transmissora que deve ser utilizada no peitoral e um receptor do tamanho de um

relógio no pulso da atleta. Foram utilizados cones para a realização do treinamento

físico e bolas da marca penalty.

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Fig. 2 - Monitor de freqüência cardíaca POLAR

3.4 Procedimentos Experimentais

Os dados foram coletados durante a realização de três tipos de treinamento

do futsal feminino: o tático, o físico e o coletivo, com duração total de 20 minutos

cada coleta. O local de realização foi na quadra: “palácio do futsal” localizado na rua

Colômbia, Londrina, PR, BR, .

O treinamento tático foi composto de exercícios para a melhora da

esquematização do jogo como jogadas de escanteio, jogadas de falta, sistema de

marcação e pênaltis. Todos os exercícios com a utilização de bola com exceção dos

exercícios de esquema de marcação, que as jogadoras muitas vezes precisariam

apenas de um posicionamento correto dentro da quadra.

O físico foi baseado em corridas, saltos, mudanças de deslocamento, em

volta de cones, com e sem o auxilio da bola, e alguns tiros de 20 metros nos minutos

finais do treinamento (sprints).

O coletivo foi realizado próximo a uma situação de jogo.

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A duração e a freqüência de cada exercício, nos três treinamentos, foram

programadas pelo treinador de acordo com o objetivo do treino pré-estabelecido

(montado), cronometrando os tempos necessários de cada atividade, variando em

repetições, sempre com o incentivo do técnico para a execução correta dos

exercícios propostos.

Os dados foram coletados em um mesmo dia no período da tarde, mas a

coleta teve um intervalo de aproximadamente 20 minutos de descanso durante um

treinamento e outro, tempo suficiente comprovado durante o teste para que a

freqüência cardíaca voltasse a valores parecidos com a de repouso, sendo esta

verificada logo no começo do treinamento.

Foi explicada para todas as meninas a função do monitor cardíaco que a

partir do momento que colocasse a cinta transmissora na parte anterior do tórax a

mesma captara um sinal eletrocardiográfico que transmite para o receptor no pulso

que no caso do estudo foi o relógio.

Foi coletada a freqüência cardíaca 4 (quatro) vezes durante cada treino

(tático, físico e coletivo) e uma antes de começar a coleta para verificar a de

repouso. A coleta dos 4 (quatro) valores foi feita através de pergunta da freqüência

que o relógio marcava durante os primeiros 5 minutos depois nos 10, 15 e 20

minutos sucessivamente. Todas as freqüências foram marcadas em um papel para

poder fazer a média do treino total, logo depois a media do grupo para comparação

dos dados.

A ordem de realização dos treinamentos foi primeiro o treinamento tático,

depois o físico para finalizar foi feito o coletivo. A escolha foi feita pelas próprias

jogadoras, de maneira parecida com o que elas estão adaptadas nos treinos.

O cálculo da porcentagem da FCmáx foi calculado pela fórmula (220 – idade).

Todas as participantes preencheram um termo de consentimento para a

participação do estudo.

3.5 Variáveis de Estudo

Variável dependente: freqüência cardíaca.

Variável independente: tipos de treinamento do futsal feminino (tático,

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34

físico, e coletivo).

3.6 Análise Estatística

O tratamento dos dados foi realizado pelo método descritivo, e os resultados

através da média dos valores encontrados de freqüência cardíaca.

A média foi feita pela soma de todos os valores de freqüências dividida pelo

numero de freqüência somadas sempre visando o objetivo do resultado e do estudo.

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35

4 Resultados e Discussão

Considerando as exigências motoras, durante uma partida de futsal, os

esforços intensos realizados por curto período de tempo e a alternância com

períodos de baixa intensidade (Alvarez et al., 2008; Medina et al., 2002) indicam que

a demanda metabólica seja suprida pelos três sistemas energéticos (aeróbio,

anaeróbio lático e anaeróbio alático). Os diferentes tipos de deslocamento, com

grandes acelerações, desacelerações, mudanças de direção, chutes, passes, fintas,

desarmes, saltos, etc. proporcionam uma significativa adaptação neuro-muscular,

favorecendo a potência e a agilidade. Devido ao pequeno espaço de jogo, essas

capacidades podem ser consideradas decisivas para o resultado de uma partida.

Inicialmente serão apresentados os valores de freqüência cardíaca de

repouso. A tabela irá apresentar também a porcentagem dos valores médios da

FCmax nos três treinamentos.

TREINO TÁTICO TREINO FÍSICO TREINO COLETIVO

FCrepouso(bpm) FCrepouso(bpm) FCrepouso (bpm)

jogadora 1 77 80 80

jogadora 2 75 77 77

jogadora 3 80 82 83

jogadora 4 79 79 81

jogadora 5 76 78 77

jogadora 6 80 80 81

jogadora 7 84 84 83

jogadora 8 79 81 80

média 79

39% FCmáx 80

40% FC máx 80

40% FC máx

Tabela 1: Valores de freqüência cardíaca de repouso

Pode-se observar através dos resultados mostrados na tabela 1 os valores das

freqüências cardíacas de repouso calculados antes de cada treinamento.

Verificamos que os valores de freqüências variaram em uma media do grupo

de 79bpm a 80bpm um valor aproximado entre três treinamentos provando que o

intervalo de descanso foi suficiente.

Podemos analisar pela tabela 1 que os valores individuais de cada jogadora

não se diferem significativamente comprovando também que a maioria das meninas

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tinha um nível de condicionamento físico similar.

Se analisarmos os dados individualmente não acorre uma diferença

significativa entre os treinos, a tabela mostra uma diferença de no máximo 3bpm

valor muito baixo, comprovando que a jogadora não tinha dificuldades em voltar a

valores próximos a freqüência cardíaca inicial.

Em 1981, no programa de aclimatação à altitude da seleção brasileira de

futebol para as eliminatórias da copa do mundo foi feito um teste ergométrico

Maximo em esteira rolante, para avaliação cardio-respiratoria em um grupo de

jogadores para avaliar a aptidão física, foi aferida a FC de repouso e a FC

imeditamente após o esforço, a pressão arterial e a distância percorrida. Em relação

a freqüência cardíaca em repouso obtiveram valores de 76bpm a 84bpm, se

compararmos com o estudo que obteve valores médios de 78bpm a 80bpm não

houve diferença significativa nos valores absolutos.

Na tabela 2 podemos observar os valores de freqüência cardíaca máxima

alcançada durante a realização do treino tático, físico e coletivo nas atletas.

TREINO TÁTICO TREINO FÍSICO TREINO COLETIVO

FCmáx (bpm) FCmáx(bpm) FCmáx(bpm)

jogadora 1 148 201 179

jogadora 2 142 189 177

jogadora 3 151 200 180

jogadora 4 150 196 177

jogadora 5 144 185 175

jogadora 6 155 199 180

jogadora 7 158 198 182

jogadora 8 154 197 181

média 150

75% FCmáx 195

97% FCmáx 179

89% FCmáx

Tabela 2: Valores da freqüência cardíaca máxima alcançada durante os três treinamentos.

A freqüência cardíaca máxima (FCmax) de cada atleta foi determinada como

a maior freqüência cardíaca encontrada durante a realização dos treinamentos.

Por sua vez, Antonacci et al. (2007) realizaram um estudo com 45 atletas de

futebol de alto nível, pertencentes a três diferentes categorias (juvenil, júnior e

profissional). Foi determinada a FCmax dos atletas durante jogos oficiais e durante um

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teste de esforço máximo subjetivo (corrida de 1000 m). Além disso, a FCmax dos atletas

foi estimada através da equação FCmax = 220–idade. Os resultados indicaram que

FCmax obtida no teste de esforço máximo subjetivo foi menor em comparação com a

maior FC registrada nos jogos, para todas as categorias avaliadas.

Nesse sentido, Mohr et al. (2004) ao avaliarem a intensidade de um jogo de

futebol enquanto %FCmax atingida pelos jogadores, adotaram como FCmax dos atletas

o maior valor de FC encontrado durante os jogos avaliados, corroborando com o estudo

presente..

De acordo com os valores encontrados de FC máxima pode se observar que o

treinamento tático obteve uma média de 150bpm, inferior ao treino físico e coletivo,

que tiveram 195bpm e 178bpm respectivamente.

Pérez (2005), um estudo feito em 19 jogadores de futebol durante o jogo a

freqüência máxima encontrada foi de 195bpm, se compararmos com a tabela 2 que

demonstra as FCmáx nos três tipos de treino podemos ter uma relação similar no

treino físico, fica difícil a comparação entre o futebol com o futsal, mas através

destes dados podemos concluir que os valores de média da freqüência cardíaca

máxima no treino físico de futsal realizado neste estudo foi parecida com os valores

de um jogo de futebol.

Alvarez et al (2004), estudo em jogadores do sexo masculino onde analisaram

a freqüência cardíaca no treinamento coletivo a máxima encontrada foi de 172,9 ±

4,0 bpm, valores próximos ao encontrado no treinamento coletivo deste estudo.

A média obtida no treinamento físico no presente estudo aproxima-se do valor

encontrado por Alvarez et al (2004), respectivamente 192,1 ± 0,8 bpm e fica aquém

do observado por Garcia (2004) e Krustrup et al (2005), que foi de respectivamente

184 e 186 bpm,

Santos (2001), que utilizou valores de FC para realizar a caracterização

comparativa entre equipes de futebol, competindo nas quatro divisões dos

campeonatos nacionais de Portugal, encontrou valores de FCmáx que variaram

entre 180 bpm e 185 bpm, valores próximos comparado com o estudo que obteve

uma média de 179bpm no treinamento coletivo.

Em relação às intensidades de esforço estimadas por meio da freqüência

cardíaca (FC), Medina et al. (2002) realizaram estudo com 33 jogadores de futsal,

sendo 14 profissionais e 19 não profissionais; foram medidas as freqüências

cardíacas máximas, através de testes em esteira ergométrica e o comportamento da

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mesma em situação real de jogo. A FC média de jogo foi de 165±10bpm, sem

diferenças significantes entre os níveis competitivos. Vale ressaltar que a dispersão

dos valores em relação à média de cada atleta por jogo foi elevada, apresentando

uma amplitude de 141 a 181 bpm. Com base nos valores relativamente elevados de

FC e tempo em que os atletas permaneceram com esses valores, os autores

concluíram que o futsal tem um elevado componente anaeróbio, requisitando entre

85-90% da FC máxima medida em laboratório, chegando, em algumas situações, a

ultrapassar os valores máximos de laboratório. Comparando com os valores da

tabela 2 com os valores encontrados por Medina (2202), obtemos uma faixa de

177bpm a 181bpm com uma média de 85% fcmáx valores equivalentes,

demonstrando que não houve diferença entre os estudos.

Em relação à média da freqüência cardíaca (bmp) á cada 5 minutos durante o

treinamento tático foi apresentado na tabela 3.

5min 10min 15min 20min media

jogadora 1 100 131 140 148 130

jogadora 2 96 133 142 140 128

jogadora 3 102 102 151 146 125

jogadora 4 108 105 138 150 125

jogadora 5 99 103 141 144 122

jogadora 6 102 103 149 155 127

jogadora 7 110 107 133 158 127

jogadora 8 104 104 127 154 122

média 126bpm

63% FCmáx

Tabela 3: Treinamento tático

Pode se verificar que o valor de média durante o treinamento tático foi de 126bpm,

um valor não muito elevado em relação aos outros treinos, por motivos do

treinamento tático ser um treino basicamente para posicionamento, ações coletivas

ofensivas e defensivas das jogadoras, muitas vezes não necessitando se

movimentar, apenas atrapalhar seu adversário, com isso não ocorre uma elevação

significativa da freqüência durante este treinamento, pois o treinamento não exige

muito esforço.

Considerando o treinamento tático, primeiramente, deve ser reconhecido que

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sua execução é condição básica para que o jogo tenha condições de ocorrer. Em

outras palavras, se os fundamentos não forem dominados, é difícil pensar em um

jogo de futsal. Sendo assim, caso o praticante não domine os diferentes

fundamentos, o treinamento deve ocorrer em situação de pouca ou nenhuma

influência externa (ambiente estável) e que permita a repetição constante desse

fundamento.

Alguns estudos como o de Condessa (2007) e de Eniseler (2005) que

compararam a intensidade do treinamento técnico de futebol encontraram valores

de freqüência cárdiaca de 124±11,9 bpm e 118±21bpm respectivamente. Já quando

comparado com o treinamento tático os valores obtidos foram 138±15,4 bpm

(Condessa, 2007) e 126±21 bpm (Eniseler, 2005).

Pela descrição de Eniseler (2005), pode-se dizer que o seu treinamento tático,

assim como os dos outros estudos e o próprio estudo consistiram em uma “jogada

ensaiada”, realizada na metade do campo, sem a presença do adversário, e que

terminava com a finalização de um jogador.

Uma possível explicação para as diferenças entre as intensidades dos

treinamentos técnicos e táticos quando comparados aos de Eniseler (2005) e de

Condessa (2007) está na forma de condução da atividade pelo treinador. Pode ser

que durante a realização dos nossos treinamentos o treinador tenha exigido uma

maior velocidade de deslocamento. Isto, então, levaria a uma maior variação na

intensidade dos treinamentos técnicos e táticos comparado com o do presente

estudo.

Em relação à média da freqüência cardíaca á cada 5 minutos durante o

treinamento físico foi apresentado na tabela 4.

5min 10min 15min 20min media

jogadora 1 177 186 198 189 187

jogadora 2 182 175 192 197 187

jogadora 3 192 188 197 203 195

jogadora 4 171 185 192 192 185

jogadora 5 175 178 186 190 182

jogadora 6 189 183 198 201 195

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jogadora 7 186 196 196 201 195

jogadora 8 179 193 199 200 193

média 190bpm

94% FCmax

Tabela 4: Treinamento físico

O valor da média em relação ao treinamento físico foi de 190bpm, tendo

jogadoras atingindo valores de 195bpm. Pode notar-se que durante os 10 minutos

finais onde ocorre uma maior elevação da freqüência foi onde fizemos os tiros de 20

metros (sprints), as atletas precisavam se esforçar mais em um tempo menor

elevando sua freqüência, chegando a valores de 200bpm em algumas atletas.

A FC, após a realização de sprints, aumenta desproporcionalmente em relação,

por exemplo, ao VO2 (BALSOM et al., 1992). No entanto, atividades de sprints são

responsáveis por cerca de apenas 2% da distância total percorrida nos jogos

(MORENO 2001).

Levando-se em consideração o tempo de jogo, pode-se dizer que a cada 60s em

que um jogador está na quadra, ele realiza 1,17 “sprints” (>7 m/s), 1,46 corridas em alta

velocidade (5-7 m/s), 1,64 corridas em média velocidade (3-5 m/s) e 4,21

deslocamentos em baixa velocidade (<3 m/s). A freqüência em que cada tipo de

deslocamento ocorre também demonstra a alternância no ritmo das ações durante um

jogo de futsal. Um “sprint” é realizado a cada 56 s, corridas em alta velocidade a cada

43 s, corridas em média velocidade a cada 37 s e deslocamentos em baixa intensidade

a cada 14 s (ÁLVAREZ; HERMOSO; VERA, 2004).

Dentro do treino físico, além dos tiros de 20 m, há muitos exercícios de

mudanças de deslocamento, isso se deve porque a distância total percorrida pelos

jogadores de futsal durante um jogo não é realizada com apenas um tipo de

deslocamento (ÁLVAREZ; HERMOSO; VERA, 2004; ARAÚJO et al., 1996; SOARES;

TOURINHO FILHO, 2006). Durante os treinos as jogadoras alternam constantemente o

ritmo das suas ações, a direção e a distância de cada ação, estabelecendo contato com

a bola em diferentes lugares da quadra e em situações variadas, isto pode explicar o

porquê da elevação acentuada da FC (MORENO, 2001).

Em relação a media da freqüência cardíaca á cada 5 minutos durante o

treinamento coletivo foi apresentado na tabela 5.

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5min 10min 15min 20min media

jogadora 1 130 153 179 175 160

jogadora 2 125 153 177 177 158

jogadora 3 121 164 180 175 160

jogadora 4 138 163 177 170 162

jogadora 5 131 155 164 175 156

jogadora 6 133 154 176 180 161

jogadora 7 144 168 179 182 168

jogadora 8 132 168 181 180 165

média 161bpm

81% FCmáx

Tabela 5: Treinamento coletivo

Os valores apresentados na tabela 5 obtiveram uma média de 161bpm no

treinamento coletivo. Obtendo valores de 121bpm nos primeiros 5 minutos e ate

182bpm nos minutos finais.

O motivo pelo qual foi escolhido o treinamento coletivo e não um jogo oficial foi

que é proibida pelas regras do futsal a utilização do monitor de pulso, que no caso

do estudo foi o relógio, por poder oferecer risco a integridade dos atletas, de seus

companheiros e de seus adversários.

A divergência encontrada na literatura em relação à metodologia utilizada

para a determinação da FCmax é evidenciada por achados como os de Deutsch et

al (1998), que avaliaram a resposta da FC em jogadores de rúgbi, Palmer et al.

(1994), que avaliaram esta resposta em ciclistas, César et al. (2002), que avaliaram

lutadores de karatê e Gleim et al. (1981), que avaliaram jogadores de futebol

americano. Todos encontraram maiores valores de FCmax nas competições em

comparação com os testes de esforço máximo realizados em laboratório. Isso se

deve, possivelmente, a motivação e ao estresse envolvido no esporte competitivo

(BOUDET et al., 2002).

Portanto, os estudos apresentados apontam para a possibilidade de

superestimativa da intensidade através da medida da FC dos praticantes, quando a

mesma baseia-se no valor de FCmax obtido durante um treinamento e não naquela

observada durante uma situação real de jogo.

Um dos trabalhos encontrados sobre jogos oficiais de futsal foi o de Álvarez,

Vera e Hermoso (2004). Nesse estudo a FC de oito atletas profissionais foi

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monitorada durante cinco partidas de um campeonato na Espanha, o que gerou um

sendo que a

FCmáx foi definida como a maior FC registrada entre um teste de laboratório e nos

jogos avaliados.

Outro estudo realizado na Espanha mostrou que não houve diferença entre a

FC média de jogadores profissionais e não profissionais durante jogos de futsal

(MEDINA et al., 2002). Os autores desse estudo relataram que a intensidade média

dos jogos ficou entre 85-90 %FCmáx. Participaram desse estudo jogadores de três

equipes que pertenciam a níveis competitivos diferentes. Entretanto, os autores não

deixaram claro se a FC foi monitorada em jogos de alguma competição oficial ou em

jogos recreacionais, mas se compararmos obtemos valores próximos ao

encontrados no estudo que foi de 81% da FCmax.

Se compararmos a tabela 5 com o outro estudo, como por exemplo, o de Arins

et al (2007) que obteve uma freqüência máxima em treinamento coletivo, no futsal

masculino profissional, de 183bpm, os dados mostram que obtivemos uma

diferença de aproximadamente 20bpm. Se levarmos em conta que estamos

comparando atletas e armadores, essa diferença pode ser significativa, mostrando

que não foi compatível com o estudo.

Entretanto, Medina et al (2002) e Garcia (2004) encontraram valores mais

baixos para freqüência cardíaca média durante a realização de jogos,

respectivamente 165 bpm para ambos os estudos. Este fato pode ser explicado

pelo fato de as medidas do coração e circulação serem menores nas mulheres.

Somando a isto, as mulheres apresentam menores valores de sangue total,

eritrócitos e hemoglobina. O menor tamanho do coração de indivíduos do sexo

feminino ocasiona uma maior solicitação cardiovascular durante os esforços

(WILMORE ; COSTIL, 2001). Levando-se em consideração estudos realizados com

o gênero feminino, Retechuki e Silva (2001) observaram um valor de 185 ± 9bpm

para freqüência cardíaca média em atletas escolares de handebol, valores

totalmente diferentes encontrados no estudo, levando em consideração que

estamos comparando o futsal com o handebol. Krustrup et al (2005) encontraram

um valor de 167 bpm para atletas profissionais de futebol, valor próximo ao do

estudo.

O %FCmax também é utilizado para descrever a intensidade de jogos e

treinamentos de futsal. Estudos realizados em laboratório encontram valores de

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85%FCmax em jogos de futebol (MORTIMER et al., 2006). Já quando analisamos a

intensidade dos treinamentos coletivos realizados em campos com tamanhos

diferentes, encontramos diferenças entre os mesmos. CONDESSA (2007) que

compara dois tipos de treinamento no futebol em tamanhos de campo diferentes a

intensidade varia de 81,3 ± 4,1%FCmax (C1) em um e 77,8 ± 4,9%FCmax (C2) em

outro, o autor cita que a possivel diferença pode ser explicado pela diferença no

tamanho do campo, uma vez que o C1 e C2 foram realizados, respectivamente, em

campos de 90 x 74m e 110 x 70m. Tessitore et al. (2006) mostraram que quando

uma mesma atividade é disputada em dois campos de tamanhos distintos, o campo

de menor área impõe maior intensidade aos jogadores. Entretanto, este autor não

discute o porquê desta diferença.

Outros estudos também realizados na Brasil que analisa o treinamento

obtem-se uma intensidade de 75,1 ± 1,8%FCmax para Rodrigues et al., 2007 e 79,6

± 3,2%FCmax para Fontes et al., 2007, se compararmos com o presente estudos

verificamos que a intensidade é maior de que dos estudos de Rodrigues et al. (2007)

e Fontes et al. (2007).

Krustrup et al.8, ao estudarem as demandas físicas e sua relação com o

treinamento de atletas da Liga Dinamarquesa de Futebol Feminino, durante uma

partida, obtiveram valores médios de FC próximos a 87% da FCmáx. Bangsbo et

al.9, ao revisarem as demandas físicas e metabólicas de atletas de elite de futebol

de campo, relataram que os valores médios e de pico da FC oscilaram em torno de

85% e 98% da FCmáx, respectivamente. Krustrup e Bangsbo10 relataram que os

árbitros de futebol de campo permanecem com valores médios de FC

correspondente a 85% da FCmáx durante a partida, valores próximos estes

comparados com o treinamento coletivo do presente estudo.

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5 Conclusão

Mesmo com algumas limitações em razão da amostra ser regionalizada e com

um tamanho pequeno, o desenvolvimento deste estudo proporcionou a

apresentação de dados que poderão servir de parâmetros, primeiro, para novos

trabalhos subseqüentes, aprimorando os aspectos metodológicos a serem

empregados e, segundo, para proporcionar aos profissionais que atuam junto ao

futsal feminino a melhora do conhecimento de uma variável fisiológica (FC) muito

importante que contribui para o processo de evolução dos programas de

treinamento.

O registro da FC permite determinar que o futsal seja um esporte de natureza

essencialmente intervalada, intercalando períodos de baixa, média e alta

intensidade, e que o jogo induz a diferentes impactos fisiológicos que devem ser

respeitados para a prescrição da intensidade do exercício, controle e elaboração do

treinamento.

A sobrecarga cardiovascular durante o treinamento coletivo foi caracterizada

no presente estudos em torno de 81% da FCmax, durante o treinamento físico de

94% e no treinamento tático em torno de 63% da FCmáx., observando de tal forma

que o futsal necessita de uma melhor capacidade cardiorrespiratória,

Conclui-se que os resultados ao comparar a FC Max entre os treinos podem

afirmar, pelos dados encontrados no estudo, que o treinamento físico foi o que

necessitou de uma melhor capacidade cardio-respiratoria.

Estes dados podem contribuir na elaboração de um programa de

treinamento específico, auxiliando nas decisões táticas durante as partidas,

melhorando na preparação física das atletas, por exemplo.

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6 LIMITAÇÔES

Considerando o levantamento bibliográfico realizado, há uma grande carência

de informações científicas sobre o futsal publicadas em periódicos de boa qualidade.

O local de coleta também foi um fator limitante, pois o local que as atletas

estão acostumadas a treinar é mais arejado, sendo assim durante o dia da coleta os

valores de freqüência cardíaca podem ter sofrido interferência para mais com o

aumento da temperatura.

Para finalizar, uma limitação importante do estudo foi à realização dos três

treinamentos no mesmo dia, por mais que esperasse a freqüência cardíaca voltar a

valores próximos da FC de repouso após cada treino, é bem provável que no ultimo

treino a FC tenha se elevado com mais facilidade quando comparado ao primeiro

treinamento (tático).

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